Redacao Fuvest Tema 2
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Texto 1
Por que vivemos na sociedade do cansaço, segundo este filósofo
Para o coreano Byung-chul Han, a contemporaneidade é marcada por um excesso de
positividade que culmina nas mais diversas patologias psicológicas.
Em 2013, uma pesquisa realizada pelo Ibope demonstrou que 98% dos brasileiros se sentem
cansados mental e fisicamente. Os jovens de 20 a 29 anos representam a maior fatia dos
exaustos.
A tendência aparece em outros lugares. De acordo com o Conselho Nacional de Segurança dos
Estados Unidos de 2015, 43% dos trabalhadores do país dormem menos do que o período
recomendado pela Fundação Nacional do Sono, ONG americana que promove a
conscientização pública da importância do sono e dos distúrbios decorrentes da falta dele.
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Texto 2
A positividade e a sociedade do desempenho
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Texto 3
A falta de tédio e os multitarefas
O multitasking, a habilidade de realizar múltiplas tarefas ao mesmo tempo, é uma das formas
do excesso de estímulos. A principal consequência disso para o autor é a perda do
aprofundamento contemplativo do ser humano, com os indivíduos desenvolvendo “uma
atenção ampla, mas rasa, que se assemelha à atenção de um animal selvagem”.
“Os desempenhos culturais da humanidade, dos quais faz parte também a filosofia, devem-se
a uma atenção profunda, contemplativa. (...) Essa atenção profunda é cada vez mais deslocada
por uma forma de atenção bem distinta, a hiperatenção. Essa atenção dispersa se caracteriza
por uma rápida mudança de foco entre diversas atividades, fontes informativas e processos. E
visto que ele tem uma tolerância bem pequena para o tédio, também não admite aquele tédio
profundo que não deixa de ser importante para um processo criativo. (...) Se o sono perfaz o
ponto alto do descanso físico, o tédio profundo constitui o ponto alto do descanso espiritual”
Han cita o filósofo alemão Friedrich Nietzsche para criticar a hiperatenção e a hiperatividade.
Em “Humano, demasiado humano”, livro de 1878, Nietzsche argumenta que a vida humana
acaba quando elementos contemplativos são expulsos dela.
Como alternativa à vida hiperativa, Han oferece a ideia de uma “vida contemplativa”, na qual
os indivíduos sabem dizer “não” ao excesso de estímulos. Para o autor, essa capacidade de
negação é mais ativa do que qualquer forma de hiperatividade contemporânea.
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Texto 4
A sociedade do cansaço
A sociedade do cansaço surge da união de todos esses fatores em algo que Han apelida de
“infarto da alma”.
Han define esse cansaço como um “cansaço da potência positiva, que incapacita de fazer
qualquer coisa”. É uma fadiga surgida do excesso de desempenho e produtividade que, por
sua vez, tira do indivíduo a capacidade de fazer novas coisas.
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Texto 5
O excesso de desempenho no trabalho
No conto de Melville, o escrivão Bartleby passa muito tempo produzindo grandes quantidades
de trabalho de qualidade, até que, um dia, passa a recusar todas as demandas que chegam até
ele e demonstra uma profunda desilusão com a vida.
Escrito por Vicki Robin e Joe Dominguez, o livro “Dinheiro e Vida” argumenta que nunca se
trabalhou tanto na história humana, e que a vida profissional se tornou uma nova espécie de
religião.
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