Alem Do Existencialismo Versao 2
Alem Do Existencialismo Versao 2
Alem Do Existencialismo Versao 2
"À medida que adquiro mais experiência, vejo-me forçado a admitir que tenho que dar
mais espaço àquilo que Viktor E. Frankl chama de vazio existencial, falta de sentido
para a vida, frustração existencial do céu roubado, dissonâncias cognitivas na
compreensão de si próprio e da existência. Tenho que dar um espaço bem maior a esses
aspectos como fator de inquietação e de estresse e, portanto, como causa possível de
doenças e falhas de desenvolvimento, muito mais do que tenho feito, por exemplo, em
meu livro An den Grenzen der Psychoanalyse, Munique, 1968,
("Nas fronteiras da Psicanálise"), que também se ocupa destas questões".
(Do livro "KENNT DIE PSYCHOLOGIE DEN MENSCHEN?"
(A Psicologia conhece o Homem?) Albert Gorres, 1983.)
Objetivo: mostrar que a Logoterapia tem uma proposta que apresenta elementos do
existencialismo e caracteriza uma sua e específica antropologia, que é base para a
própria teoria terapêutica.
INTRODUÇÃO
(http://psic-paulorech.livejournal.com/21223.html)
A Psicologia não pode não refletir o pensamento da época, visto que, não
somente o “objeto” do estudo da Psicologia é o próprio Homem, mas o ‘pesquisador’,
ou seja, aquele que busca conhecer o Homem estará sempre inserido em um contexto
cultural que dá também ao ‘pesquisador’ – o Homem – as ‘ferramentas’ a serem
utilizadas nesta ‘pesquisa’.
Nos anos 50, a cultura do pós-guerra buscava respostas para as muitas questões
pendentes e forma um ótimo fermento para o proliferar destas novas idéias a respeito
do Homem. Tanto que em contraposição à concepção de Homem vigente na Psicologia
– uma concepção fundamentalmente determinista – nasceram duas grandes
correntes: uma denominada Psicologia Humanista, com berço nos EUA e outra
Psicologia Existencial, com berço na Europa. Em ambas as escolas existem experiências
ou pensamentos anteriores, como que “precursores” desta própria escola. (García
Pintos, 1988).
http://psic-paulorech.livejournal.com/21260.html
O fato que Frankl chama a sua teoria de “logo”, ou terapia centrada no sentido,
propõe o quanto o ‘sentido’ tenha um caráter exponencial para Frankl. De fato, este é,
já, o primeiro indicativo do ‘eu’ em Frankl: o ‘eu’ frankleano não é movido pela busca
do prazer ou do poder, referindo-se às duas grandes correntes da sua época,
preconizadas por Freud e Adler. Hoje, no contexto das demais correntes
marcadamente existenciais, podemos completar que o ‘eu’, segundo Frankl, vive “a”
angustia de encontrar um sentido para a própria existência, enquanto que para os
demais, o homem vive a angustia do nada, do ‘não-ser’ ou a angustia do permanente
‘decidir’. Quis o destino que Frankl fizesse em primeira pessoa o que ele chamou de
“experimentum crucis”, ou seja, 3 longos anos prisioneiro em campos de
concentração, onde a finalidade dos algozes não era somente ganhar uma guerra, mas
sim destruir um grupo, uma raça e onde a existência passava a ser “um número”
(Frankl, "Em busca de sentido", Vozes).
Frankl testemunha que os campos de concentração tornaram-se uma espécie
de ‘laboratório’, onde aqueles que tinham, mesmo no sofrimento, um sentido e com
este um motivo para viver, foram capazes de suportar as situações mais atrozes; é
marcante o relato onde Frankl cita que os prisioneiros tinham por costume ter alguns
cigarros para o dia seguinte e que perceber um prisioneiro fumar todos os seus
cigarros era um indicativo de desistência, de entregar os pontos e o mais das vezes,
atirar-se na cerca elétrica. Como cita García Pintos (1988), caiu por terra a teoria das
hierarquias das necessidades, por exemplo, pois “a fome, a necessidade mais primitiva,
não impediu a expressão altíssima da espiritualidade e nem a busca incessante de
sentido, mais que de pão”.
Neste ponto cabe ressaltar que caíram muitos “determinismos”, não somente
os psíquicos, mas também os sociais e aparece com força a “vontade de sentido” como
coloca Frankl.
García Pintos, em sua descrição “10 teses sobre a Pessoa”, cita Frankl e coloca
apropriadamente que devemos estar atentos a “não cair em um reducionismo
espiritualista, tão negativo quanto o biologista ou o psicologista” e continua: “a
espiritualidade do homem não é somente uma sua ‘característica’, mas um
‘constituinte’: o espiritual não é algo que somente caracteriza o homem, assim como o
fazem o biológico e o psíquico, que são também próprios do animal, mas o espiritual é
algo que distingue o homem, que corresponde a ele e antes de tudo a ele”. Frankl
ressalta ainda que no homem, o bio, o psico e o espiritual são dimensões e não
extratos, ou seja, existe uma continuidade, de maneira que o instinto é
‘espiritualizado’, ou ainda, podemos acrescentar, ‘permeado do espírito’.
Diferenciando do demais seres, ”o homem tem instintos, o animal é os seus
instintos". Ainda, considerando a realidade psicofísica e espiritual do homem,
podemos dizer que o “homem é (tal como é) graças aos seus instintos, herança
genética, do meio e, mais ainda, apesar de tudo isso”.
Consciente que as questões do sentido e dos valores estão entre os tópicos mais
polêmicos, cito uma experiência clínica freqüente, quando coloco a seguinte questão
para o cliente: busco que recorde, da sua memória, duas disciplinas do curso médio
que lhe eram uma, a mais fácil e agradável e outra, a mais difícil; supondo que tenham
sido História e Matemática, faço imaginar que ele, cliente, está em um período de
exames/testes e que recebe, neste momento, estas duas provas e em ambas a mesma
nota: 8,0! O momento seguinte é ‘clássico’: qual das duas notas lhe dá mais satisfação?
Bem, deveria deixar um momento para reflexão, mas antecipo que em grande parte –
não na totalidade e por isso cabe um esclarecimento – as respostas são que a nota 8,0
para a disciplina mais difícil tem mais ‘valor’! E por que teriam mais valor? Porque
significaram mais esforço e este esforço confere um ‘valor’, mesmo se a nota é a
mesma para ambas as disciplinas! Bom, esta resposta não é absoluta, pois algumas
pessoas não percebem em um primeiro momento esta questão do valor intrínseco no
esforço. Significa que não existe ‘valor’ no esforço? Eu não diria tanto, mas poderia
confirmar que os ‘valores’ sempre serão únicos e exclusivos de cada indivíduo.
Exemplificando ainda, chamo a atenção para as muitas situações de consultório, onde
encontramos filhos adolescentes que tiveram as suas dificuldades (crises e dificuldades
na escola, por exemplo) sempre resolvidas pelos pais. Que resultados nós
encontramos? Adolescentes com as necessidades materiais satisfeitas, mas que
buscam um algo, seja o próprio limite, seja o valor que lhe foi negado, por não realizar
o esforço que a vida lhe colocou.
Uma das contribuições mais significativas de Frankl tem a ver com a ‘estrutura’
do Eu e Frankl usa a proposta de Freud para introduzir um novo conceito de
‘inconsciente’, sem antes redimensionar também o EU ou o Ego. Segundo Frankl,
Freud faz com que o ID apareça como o verdadeiro EU, ou seja, ocorre uma
“Ideificação”, visto que o Ego é subjugado, e o Homem um ser fundamentalmente
‘impulsionado’; afirmando o Homem como um ser fundamentalmente livre, Frankl
afirma também que o Inconsciente contém em si um elemento ‘espiritual’, elemento
este que confere uma capacidade de auto-transcendência que lhe são específicas e
únicas.
“Como estaria ela se o senhor tivesse falecido antes?”. “Muito mal, não sei se teria
forças para superar”, responde o cliente.
- Entendo. O teu amor por ela justifica este sofrimento, que o somente o senhor pode
vivenciar e assim fazendo, o teu sofrimento é suficiente e necessário para que não seja
ela a pagar por isso.
Frankl, (Quadrante, 2003) em sua “imago hominis”, define o homem como “unidade
apesar da pluralidade: porque há uma unidade antropológica, apesar das diferenças
ontológicas”. Frankl propõe uma imagem de homem baseada em analogias
geométricas. “Trata-se de uma ontologia dimensional, caracterizada por duas leis:
______
“Prezado,
eis um artigo que toca numa ferida que conheço muito bem sua extenção e inflamação.
Por diversas razões, me considero um existencialista. E as razões para me considerar
um, foi justamente não me enquadrar entre entre aqueles que podem se libertar da
dependência química justamente resgatando ou adquirindo valores, buscando acalento,
força, mas principalmente algo com que pudesse dividir a responsabilidade e poder para
mudar sua situação. Um Deus, uma força maior a que se pode confiar ou mesmo se
entregar.
Entendo que um dia resolvi questionar se as sombras eram as verdades como todos a
tinham, ou se havia algo mais. (mito da Caverna). Mas o fato é que se questionei algo
até então inquestionável, principalmente no meio em que fui educado, é porque a dúvida
apenas anunciava minha descrença, e repudio ao temos ao Deus do Cristianismo.
Essa dúvida, antes me causavam angustias pelo fato do sentimento de culpa, enquanto
na mesma sociedade que éra proibido duvidar, as drogas não eram e até hoje não é
proibida aos jovens nessa cmesma sociedade. Além de prometer o paraíso, mas também
não se negar a dar provas de exisitencia deste.
Mas foi durante a faculdade que passei a embasar minhas opiniões e reconhecer minhas
tendencias ao ceticísmo, chegando há um ponto de dizer: "maldita dúvida que um dia
tive, mas melhor teria sido permancer apenas com ela. Agora vivo o inferno da
descrença, sem o direito de nem mesmo ser hipócrita ou tentar me enganar sobre Deus e
a fé.
Pois bem; em vários tratamentos e principalmente terapia de grupos que são tão
recomendadas, há uma necessidade vital para o sucesso que é crer num Deus.
Independente de como o compreendo. Mas não o compreendo! Pois não o reconheço.
E mesmo que tente o descobrir como algo em meu interior, ainda assim, temo
desmoralizar o pouco de valor que posso ter, a final, se ele está dentro de mim, onde
está seu poder já que reside tão próximo do que me aprisiona?”
“...buscando acalento, força, mas principalmente algo com que pudesse dividir a
responsabilidade e poder para mudar sua situação. Um Deus, uma força maior a que se
pode confiar ou mesmo se entregar.”