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Ana Bela Angerta Horacio Martinho

O impacto da Erosão Costeira para o ambiente- Estudo de Caso da cidade baixa-


Nacala-Porto

(Licenciatura em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário)

Universidade Rovuma- Extensão de Nacala-Porto

Nacala

2021
ii

Ana Bela Angerta Horacio Martinho

O impacto da Erosão Costeira para o ambiente- Estudo de Caso da cidade baixa-


Nacala-Porto

Trabalho de caracter Avaliativo do curso de Licenciatura


em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário a
ser submetido na Faculdade de Ciências da Terra e
Ambiente sob orientação do docente da cadeira de MEIC:

MSc.: Amony da Flora Bonifácio Saulosse

Universidade Rovuma- Extensão de Nacala-Porto

Nacala

2021
iii

Resumo
Um dos principais problemas da zona costeira em todo o mundo é a erosão costeira. No nosso país há
centenas de praias onde o processo é bastante severo, requerendo medidas de recuperação ou contenção.
Contudo, embora o tema seja bastante abordado nas instituições de pesquisa em Geociências de todo o
país, as políticas de planejamento e ordenamento territorial, em especial aquelas na esfera da gestão
costeira, pouco têm incorporado os conhecimentos adquiridos, resultando muitas vezes no desperdício
de recursos financeiros públicos com a implantação de obras de engenharia costeira que acabam
acelerando ainda mais a erosão. Além disso, são ainda embrionárias as diretrizes e ações do poder
público para lidar com o problema e suas causas. O presente trabalho apresenta um panorama sintético
sobre a erosão costeira na cidade portuária de Nacala, com o objetivo de apontar os principais desafios
e necessidades futuras para
o efetivo enfrentamento do problema, o qual é decorrente da ocupação inadequada da orla marítima e
de fenômenos
naturais como a elevação do nível do mar e as mudanças climáticas e seus efeitos.
Palavras-Chave: Erosão costeira, Ambiente, Consequências
iv

Índice
Resumo ......................................................................................................................................iii

1. Capitulo I: Introdução ......................................................................................................... 6

1.1 Delimitação do tema .................................................................................................... 7

1.2 Problematização ........................................................................................................... 7

1.3 Justificativa .................................................................................................................. 7

1.4 Hipóteses ...................................................................................................................... 8

1.5 Objectivos .................................................................................................................... 9

1.5.1 Geral ..................................................................................................................... 9

2. Capitulo II: Fundamentação teórica/Revisão Literária ....................................................... 9

2.1. Contextualização .......................................................................................................... 9

2.2. Conceitos básicos ....................................................................................................... 10

2.3. Praia ........................................................................................................................... 10

2.4. Gerenciamento costeiro ............................................................................................. 11

2.5. Vulnerabilidade e Riscos ........................................................................................... 11

2.6. Consequências da erosão costeira .............................................................................. 12

2.7. Métodos de protecção costeira ................................................................................... 12

3. Metodologia ...................................................................................................................... 13

3.1. Tipo de pesquisa ........................................................................................................ 13

3.1.1. Quanto a natureza ............................................................................................... 13

3.1.2. Quanto à forma de abordagem ........................................................................... 14

3.1.3. Quanto aos objectivos ......................................................................................... 14

3.1.4. Quanto aos métodos de procedimento ................................................................ 14

3.1.5. Método de Abordagem ....................................................................................... 14

3.2. Técnica de recolha de Dados ..................................................................................... 14

3.2.1. Observação ......................................................................................................... 15

3.2.2. Entrevista ............................................................................................................ 15


v

3.3. População e Amostra ................................................................................................. 15

4. Cronograma ....................................................................................................................... 15

5. Orçamento ......................................................................................................................... 16

6. Referências bibliográficas ................................................................................................. 17


6

1. Capitulo I: Introdução
As áreas costeiras vêm, ao longo da história, sendo ocupadas de forma bastante rápida
e desordenada, tornando constante a ocorrência de problemas ambientais, com elevadas
consequências socioeconómicas.
Normalmente a erosão costeira torna-se um problema quando ocorre em áreas de forte interesse
socioeconómico, estando neste caso ligadas ora aos espaços habitacionais, turísticos ou de
exploração de recursos naturais do ponto de vista económico e social.
O presente projecto de pesquisa da cadeira de Métodos de Estudo e Investigação
Cientifica visa abordar o impacto da erosão costeira- um estudo de caso da Cidade Portuária de
Nacala.
Pretende-se com o estudo analisar os principais impactos ambientais decorrentes da erosão
costeira na orla marítima da cidade de Nacala, concretamente na cidade baixa.
O estudo da erosão costeira constitui uma ferramenta importante para análise da
vulnerabilidade de determinadas unidades territoriais e seus habitantes. E, "a sua importância
científica, económica e ambiental é elevada constituindo-se num delicado equilíbrio ecológico
onde há uma grande pressão antropogénica e de exploração de recursos (...)." (MANSO 2004),
citado por TEIXEIRA, Amon e outros (2011).
Por conseguinte, este projecto ao destacar os principais problemas ambientais
associados a degradação da orla marítima da cidade baixa, em Nacala Porto contribui com a
geração de conhecimentos ou até informações necessárias à compreensão das condições
ambientais locais, bem como a reflexão sobre as medidas que possam ser aplicadas no
planeamento e gestão desta unidade territorial.
Na sua abordagem, o trabalho baseia-se em consultas bibliográficas que consistiu na leitura de
várias obras que abordam o assunto ora em estudo.
No que tange a estrutura, o presente projecto obedece a seguinte ordem organizacional: resumo,
introdução, tema do projecto, justificativa, objectivos (geral e específicos), referencial teórico,
metodologia, cronograma, referencias bibliográficas e anexos e apêndices.
7

1.1 Delimitação do tema


Segundo (LAKATOS & MARCONI, 2002) “ delimitar a pesquisa é estabelecer limites para a
investigação. A pesquisa pode ser limitada em relação:
Ao assunto - seleccionando um tópico, a fim de impedir que se torne ou muito extenso ou muito
complexo;
A uma série de factores - meios humanos, económicos e de exiguidade de prazo que podem
restringir o seu campo de acção” (p. 24).
O presente estudo tem como tema: O impacto da erosão costeira para o ambiente, um estudo de
caso da cidade portuária de Nacala, nos bairros da cidade baixa nos anos de 2020-2021.

1.2 Problematização
A erosão costeira é um processo natural que afeta grande parte das praias do mundo e,
basicamente, ocorre quando a taxa de remoção de sedimentos é maior do que a de deposição.
A influência humana nas zonas costeiras transformou o fenómeno natural de erosão costeira em
um problema social de intensidade crescente, este facto tem se verificado há bastante tempo na
zona costeira de Nacala porto, concretamente na cidade baixa.
Diante deste fenómeno surge-nos o seguinte questionamento: Quais são os factores que estão
por detrás da degradação costeira e qual é o impacto da mesma sobre a natureza?

1.3 Justificativa
As formas de relevo encontradas no litoral de todo o planeta Terra são exuberantes e chamam
a atenção de muitas pessoas, no entanto, estas pessoas pouco sabem como elas se formaram,
quais são os processos geomorfológicos atuantes, quando se formaram e se modificaram e
modificarão ao longo do tempo.
A urbanização e as atividades económicas exercem uma pressão considerável sobre as zonas
costeiras, tendo como consequência a necessidade de obras de engenharia costeira, de regulação
das bacias hidrográficas (especialmente a construção de barragens), dragagens, limpezas,
extração de agregados marinhos, de areia, de gás natural e de água e demandas de ocupação de
terrenos. Estes elementos amplificam a erosão onde ela já se manifesta, mas também podem
provocar o recuo de certos sectores não afetados pelos fenômenos naturais.
A erosão costeira é, portanto, o resultado de uma combinação de fatores, naturais e antrópicos,
que agem em diferentes níveis.
8

Por outro lado, com o desenvolvimento e crescimento população na cidade de Nacala tem se
verificado a maior procura de terrenos para a construção de habitações, armazéns, vivendas,
porém, este processo não obedece critérios estabelecidos sendo que as pessoas não se importam
onde erguer essas moradias chegando as bermas do mar vistos como a única alternativa de
construir sem sequer pensar nas consequências que isto pode causar para o próprio Homem
assim como o mar.
É pensando nestas consequências futuras que surge o presente trabalho com este tema, pois
julgamos ser pertinente de que o mesmo irá ajudar bastante na sensibilização sobre as
consequências da acção que a população exerce sobre o mar, não somente ajudará o Homem
assim como a própria natureza que nos últimos tempos tem sofrido varias acções que perigam
a sua existência e a extinção de espécies que nela dependem.

1.4 Hipóteses
Para Deslandes (1994, p. 40) as hipóteses tratam-se de uma “[…] tentativa de criar indagações
a serem verificadas (ou refutadas) na investigação científica”. Segundo a autora, “São, em
suma, afirmações provisórias a respeito de determinado problema de pesquisa”. Um estudo
pode articular mais de uma hipótese.
Algumas características devem estar presentes: conceitos claros; deve ser específica; não deve
se basear em valores morais; deve ter uma teoria que a sustente.
Conforme Richardson (1999), o pesquisar deve se perguntar quais são as possíveis respostas ao
problema, escolher as que lhe parecem as mais adequadas ou possíveis, a fim de proceder ao
seu teste, utilizando a informação coletada. Essas possíveis respostas são as hipóteses da
pesquisa.
Decorrente do tema que pretendemos estudar e da questão formulada na problematização temos
as seguintes hipóteses:
 Primarias:
 Extração de areias fluviais e dragagens em canais de maré e na plataforma continental;
 Presença de irregularidades na linha de costa;
 Urbanização da orla (destruição de dunas; impermeabilização de terraços marinhos;
ocupação da pós-praia);
 Morfodinâmica praial (mobilidade/suscetibilidade à erosão: intermediária, reflexivas e
dissipativas).
 Secundárias:
9

 Fenômenos climáticos-meteorológicos anômalos (ciclones);


 Implantação de estruturas rígidas ou flexíveis, paralelas ou transversais;
 Efeitos atuais da elevação do nível relativo do mar durante o último século.

1.5 Objectivos
Para (LAKATOS & MARCONI, 2002) “toda pesquisa deve ter um objectivo determinado para
saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar.” Definir objectivos de pesquisa é um
requisito para desenvolver uma pesquisa científica.
Em um trabalho científico distinguimos dois tipos de objectivos: o objectivo geral e os
objectivos específicos, cada um com sua especificidade.

1.5.1 Geral
 Analisar o impacto da erosão costeira para o Homem e ao meio ambiente.
Específicos
 Identificar os factores que influenciam a erosão costeira na zona baixa da cidade de
Nacala Porto;
 Descrever os factores naturais e humanos da erosão costeira;
 Explicar o impacto provocado pela erosão costeira para o meio ambiente;
 Propor soluções para ultrapassar a problemática de erosão costeira na cidade portuária
de Nacala.

2. Capitulo II: Fundamentação teórica/Revisão Literária


Neste capitulo procuraremos trazer aquilo que é o pensamento dos autores em relação a matéria,
portanto, nela conterá a contextualização, os conceitos básicos da erosão costeira, os factores
influentes, consequências e possíveis soluções para mitigar a problemática.

2.1.Contextualização
A cidade Portuária de Nacala localiza-se na Província de Nampula no extremo norte-este a
sensívelmente 250km da cidade capital de Nampula. A cidade Portuária faz fronteira a norte
com oceano Índico, oeste ao distrito de Mossuril e a sul o distrito de Monapo.

A cidade queixa-se várias dificuldades desde o saneamento do meio, problemas de água,


ordenamento territorial e a questão da erosão costeira um problema que nos últimos anos tem
preocupado bastante as autoridades competentes, este facto por um lado é provocado por forças
naturais (a subida de maré) assim como por acções humanas, este último com muita incidência
10

uma vez que é notório a extração de area, construção de casas a beira do mar, a prática de pesca
entre várias outras ações nocivas ao próprio mar.

2.2.Conceitos básicos
A erosão costeira é um fenómeno global que ocorre essencialmente nas margens oceânicas mas
também lacustres e que vem sendo referida na literatura técnico científica há várias décadas
(Charlier e Meyer, 1998). Estes autores aludem que parar a erosão costeira e o recua da linha
de costa é uma tarefa impossível, uma vez que se trata de um processo natural de evolução.
Contudo, este processo pode ser retardado ou minimizado, podendo por vezes as zonas
fortemente afectadas pela erosão serem parcialmente ou totalmente recuperadas mesmo que de
uma forma efémera.

2.3.Praia
Existem várias definições de praia, Komar (1976) definiu como uma acumulação de sedimentos
inconsolidados de tamanhos diversos, que se estende, em direção à costa, do nível médio da
maré baixa até alguma alteração fisiografia com uma falésia, um campo de dunas ou
simplesmente até o ponto de fixação permanente de vegetação.
Para alguns autores, as praias se estendem em direção ao oceano, para além do limite de maré
baixa de sizígia, atingindo até profundidades de 20 m, ou a região onde a ação das ondas, em
condições de bom tempo, não influenciam no fundo submarino (Batista Neto et al 2004).
Já Hoefel (1998) conceituou as praias arenosas oceânicas como sistemas transicionais altamente
dinâmicos e sensíveis, sujeitos às flutuações dos níveis de energia locais e sofrem
retrabalhamento por processos eólicos, biológicos e hidráulicos. Devido a essas flutuações dos
níveis de energia, as praias atuam como zonas de proteção da costa frente a ação direta da
energia do oceano, sendo esta a sua principal função ambiental.
As praias, portanto, compõem o sistema frontal de alguns sistemas costeiros, como estuários,
deltas e lagunas. Devido a isso, são regiões com grande dinamismo, refletindo
morfologicamente as características do principal agente modificador atuante, que pode ser as
ondas, as marés ou outra forçante (Batista Neto et al 2004).
Logo, estão sujeitas constantes alterações morfológicas que ocorrem no ambiente, devido ao
padrão de dinâmica sedimentar, apresentando períodos construtivos (acresção) e destrutivos
(erosão) (Wright & Short 1984). No entanto, em condições naturais, essa dinâmica se encontra
em equilíbrio, sendo responsável pelas modificações no perfil das praias, entre os estágios
dissipativo, intermediário e reflectivo.
11

2.4.Gerenciamento costeiro
O gerenciamento costeiro surgiu em meados dos anos 70, nos Estados Unidos a partir do “The
Coastal Zone Management Act” de 1972. Logo, se tornou uma importante ferramenta para o
desenvolvimento das atividades de planejamento das zonas costeiras (Polette & Pagetti Silva
2003). Passou a ser reconhecido por outros países como uma eficiente forma para atingir o
desenvolvimento ordenado dos recursos costeiros e marítimos (Polette & Pagetti Silva 2003).
No entanto, nos anos 80, surgiram dificuldades na implantação de planos de gerenciamento
costeiro, já que as zonas costeiras se mostraram mais complexas do que se imaginava, sendo
necessária uma visão mais ampla e integrada, a qual recebeu o nome de gerenciamento costeiro
integrado.
O gerenciamento costeiro integrado pode ser definido como um processo dinâmico, contínuo,
em que as decisões são tomadas visando o uso, o desenvolvimento sustentável e a proteção de
áreas com recursos costeiros e marinhos (Cicin-Sain et al 1998). Diferente do gerenciamento
costeiro, o qual é realizado de forma segmentada, sem interdisciplinaridade (Aguirre et al
2001), ele é resultado de trabalho coletivo, e se refere a qualquer programa governamental com
o propósito de utilizar ou conservar os recursos costeiros (Polette & Pagetti Silva 2003). Logo,
a interação de vários setores como o governamental, o científico e o social é de fundamental
importância para o seu desenvolvimento.

2.5.Vulnerabilidade e Riscos
A vulnerabilidade possui dois conceitos: (1) a vulnerabilidade física a qual envolve definições
de resiliência, suscetibilidade e resistência, e diz respeito à resposta natural à determinada
perturbação (Klein et al 1998), e aos aspectos biofísicos; (2) a vulnerabilidade socioeconômica,
que é determinada pelo impacto potencial e pela capacidade de prevenção das tecnologias, das
instituições, etc, em deter ou amenizar estes impactos (Lins-de-Barros 2005), estando
relacionada com aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais. Vale ressaltar que este
trabalho irá abordar a vulnerabilidade física das praias de Marapanim.
Assim, a vulnerabilidade física pode ser definida como sendo o estado de fragilidade natural de
determinada costa a eventos erosivos de curta ou longa duração, como uma tempestade ou
elevação do nível do mar, respectivamente, estando relacionada aos danos que um evento pode
causar em uma região.
Risco é entendido, de acordo com a Agência das Nações Unidas para Redução de Riscos de
Desastres (UNISDR 2009), como a probabilidade de ocorrência de um evento e suas
consequências negativas. Ele está relacionado aos danos que um evento pode causar a uma
12

população, estando associado a probabilidade de determinado perigo gerar danos à sociedade


sejam estes materiais ou para a vida humana (Lins-de-Barros 2005).
Apesar de muitas vezes utilizados como sinônimos, vulnerabilidade e risco são termos distintos,
um faz referências ao grau de danos e resistência do ambiente e, o outro só existe na presença
da população, ou seja, uma área pode possuir uma elevada vulnerabilidade, porém, caso não
exista ocupação humana, apresenta baixo risco. Em outros casos, uma orla densamente ocupada
pode ter elevado risco, mas uma baixa vulnerabilidade caso esteja situada em uma região
abrigada da atuação das forçantes costeiras.

2.6.Consequências da erosão costeira


A erosão costeira pode trazer diversas consequências, dentre elas, a redução na largura da faixa
de areia (praia), perda e desequilíbrio de habitats naturais, aumento na frequência de inundações
decorrentes das ressacas, aumento da intrusão salina no aquífero costeiro, destruição de
estruturas construídas pelo homem e perda do valor paisagístico, consequentemente, do
potencial turístico de uma região.

Geralmente, estas consequências são percebidas como problema quando as mesmas ameaçam
atividades humanas de forma que chegam a causar prejuízos econômicos. Todavia, mesmo
quando a erosão ocorre em locais não habitados pelo homem, deve ser motivo de preocupação,
pois terrenos estão sendo perdidos, podendo causar o colapso de ecossistemas costeiros de
extrema importância, tais como: dunas, manguezais e vegetação de restinga.

2.7.Métodos de protecção costeira


A tendência de aumento das áreas em risco de erosão costeira, decorrente principalmente da
ocupação desordenda da zona costeira, faz com que as comunidades tenham que se preocupar
cada vez mais com o gerenciamento do problema do sistema praial. Três principais tipos de
ações podem ser adotadas, segundo Souza et al. (2005): a) abandonar a área ameaçada, b)
restringir a ocupação das áreas de risco ou, c) implementar medidas de proteção costeira.

Os métodos de proteção costeira agem de forma a mitigar temporariamente as consequências


da erosão. Já que não eliminam as causas do processo em si, necessitam de manutenção
periódica para que preservem sua função e aceleram os processos erosivos em áreas adjacentes
a elas.

Os efeitos prejudiciais que as estruturas rígidas (gabiões, anteparos, muros, espigões e quebra-
mares) tem sobre as praias são, principalmente, a redução na largura da faixa emersa, obstrução
do acesso ao mar e impacto visual negativo. A reconstrução de praias e dunas consiste em
13

adicionar areias de granulometria semelhante à da praia original, em geral (por dragagem e


aterro), para compensar o volume e área perdidos por erosão. Este método, desde que aplicado
corretamente, não afeta o efeito paisagístico da praia, mantendo as funções recreativas e
turísticas com o aumento na largura da faixa de areia e não provoca erosão nas praias adjacentes.
É o único método que fornece areia a um sistema em défict sedimentar, enquanto que os outros
redistribuem a areia já disponível, transferindo a erosão para praias adjacentes.

Contudo, os processos de erosão costeira estão sendo intensificados em todo mundo por
consequência da subida do nível do mar, que por sua vez é um produto do aquecimento global.
A elevação da temperatura das águas provoca sua expansão térmica, fazendo com que
aumentem seu volume e o nível do mar se eleve. O derretimento dos gelos, outro efeito do
aquecimento, também é uma causa importante da subida do mar. As estimativas para o futuro
variam significativamente, dependendo de como evoluirão as emissões de gases estufa
geradores do aquecimento global, porém a subida do mar é inevitável. Deve ser lembrado que
os processos de aquecimento e resfriamento do planeta, bem como os processos de subida e
descida do nível do mar, são processos de ordem natural que, por vezes, podem ser
intensificados por práticas humanas

3. Metodologia
Metodologia é o conjunto de técnicas e processos utilizados pela ciência para formular e
resolver problemas de aquisição objectiva do conhecimento de maneira sistemática.

3.1.Tipo de pesquisa

3.1.1. Quanto a natureza


Segundo Gil (1994), descreve dois momentos de natureza da pesquisa, a básica e aplicada.
Pesquisa básica: objectiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem
aplicação prática prevista, envolve verdades e interesses universais.
Pesquisa aplicada: objectiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigida solução de
problemas específicos, envolve verdades e interesses locais.
Nessa vertente, o presente trabalho baseia-se nos moldes de pesquisa aplicada uma vez que com
efectivação do presente trabalho espera-se a mudança de mentalidade e intervenções com vista
a reverter o cenário erosivo.
14

3.1.2. Quanto à forma de abordagem


A pesquisadora usa a pesquisa de carácter qualitativo, visto que apoia-se em (RICHARDSON,
1999) onde defende que “a pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como a tentativa de uma
compreensão detalhada de significados e características situacionais apresentadas pelos
entrevistados, em lugar da produção de medidas quantitativas de características ou
comportamentos”(p. 90).

3.1.3. Quanto aos objectivos


(GIL, 2002) defende que as pesquisas descritivas e exploratórias “ têm como objectivo
primordial a exploração e a descrição das características de determinada população ou
fenómeno ou então estabelecimento de relações entre as variáveis”(p. 43).

Nessa ordem de ideias, pretende-se com a mesma, primeiro explorar aquilo se sabe sobre o
tema e consequentemente descrever o seu impacto para o meio ambiente.

3.1.4. Quanto aos métodos de procedimento


A pesquisa será realizada no campo pois a pesquisadora foi ao terreno para buscar a veracidade
dos factos que se vive na zona baixa da cidade de Nacala no que tange a erosão costeira.

3.1.5. Método de Abordagem


A pesquisa baseou-se no método indutivo. Segundo WRICHT (apud HEGENBERG,
1976:174), a indução pode ser caracterizada da seguinte forma: o facto de que algo é verdade,
relativamente a certo número de elementos de uma dada classe, permite concluir que o mesmo
será verdade, relativamente a elementos desconhecidos da mesma classe. Se em especial, a
conclusão se aplica a um número ilimitado de elementos não examinados, diz-se que a indução
leva a uma generalização.

3.2.Técnica de recolha de Dados


A recolha de dados constitui uma etapa muito importante neste tipo de pesquisa de campo. A
recolha de dados, processou-se através da observação e entrevistas diárias dessas mesmas
observações. Deste modo os métodos escolhidos foram: observação, revisão literária e
entrevista, visto que:
A observação directa do objecto de estudo não está, contudo, também ela, isenta de
subjectividade. Basta pensar que a pertença intima a grupos sociais implica dimensões afectivas
que podem enviesar gravemente as análises produzidas pelos participantes-observadores. Mais
uma vez se verifica a necessidade de utilização controlada dos resultados (parciais) obtidos
(ALMEIDA, 1990, p. 395).
15

3.2.1. Observação
No que se relaciona à observação, esta consiste na interacção com o meio a ser estudado,
observando as suas acções e colocando questões sobre as mesmas. O registo diário estará
presente para que posteriormente sejam elaborados os relatórios de campo, compreendidos
como textos reflexivos com base nas notas de campo. Toda a acção da observação envolve uma
posterior reflexão sobre o que foi visto, verificando deste modo um tratamento dos dados
recolhido, fundamentando com a pesquisa de teorias que suportem ou anulem os pontos de vista
observados no contexto.

3.2.2. Entrevista
Por fim a entrevista tem como objectivo, no final do projecto, recolher as opiniões das pessoas
de varias classes sociais sobre suas opiniões no que tange à aquilo que esta sendo estudado.

3.3.População e Amostra
Para o presente estudo, a população alva a da cidade portuária de Nacala concretamente aquela
que vive na cidade baixa, quanto às amostras, a pesquisadora trabalhará com um grupo aleatório
composto por um total de vinte e cinco (25) pessoas dentre elas, 20 população local (sendo 60%
homens) e 5 pessoas intelectuais que entendem melhor da matéria ora em estudo.

4. Cronograma
Actividades Dias/Semana de Execução
Setembro Setembro Outubro Outubro
Preparação da pesquisa X
Escolha do tema X
Consultas Bibliográfica e X
questionários
Analise de informações X
Selecção das informações X
Elaboração do projecto X
Entrega do projecto ao Docente X
16

5. Orçamento
Ordem Designação Quantidade Valor unitário em Valor Total em
MT MT
01. Transporte ----------- ------------------------- 500
-
02. Papel A4 30 1 30
03. Canetas 3 10 30
04. Digitação 20 25 500
05. Impressão 20 2 40
06 Encadernação ------------ ------------------------- 35
-
07. Lanche ------------- ------------------------- 350
--
Subtotal 1485
17

6. Referências bibliográficas
DE GOVEIA SOUZA, C. (2005). Quaternario do Brasil. São Palo: Atica.

GIL, A. C. (2002). Como Elaborar Projectos de Pesquisa . Sao Paulo: Atlas.

LAKATOS, E. M., & MARCONI, M. A. (2002). Tecnicas de Pesquisa: Planeamento,


execucao de pesquisas, amostragens e tecnicas de pesquisas, elaboracao, analise e
interpretacao de dados . Sao Paulo: atlas, 5a edicao.

MUAHE, D. (2011). Erosão Costeira: Tendências ou eventos extremos ? São Paulo : Atlas.

RICHARDSON, C. C. (1999). Metodologias de Trabalho cientifico: Metodos e tecnicas e do


trabalho academico. Rio Grande do Sul- Brasil: Novo Hamburgo.

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