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Tecnodata ReciclagemCNH 27ed

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CURSO DE RECICLAGEM PARA

CONDUTORES INFRATORES
27ª Edição - Abril 2021

As lamentáveis estatísticas do trânsito brasileiro permitem deduzir que nós, condutores, ainda
não compreendemos muito bem esse complexo sistema social.

Gostamos de pensar que somos bons motoristas, e que dirigimos muito bem. Mesmo que fosse
verdade, esquecemos de que isso não é suficiente. É preciso conhecer, compreender e adaptar-se
a um complexo conjunto de regras, criadas para estimular comportamentos coerentes com as
atuais exigências da sociedade brasileira, principalmente no que diz respeito à segurança.

Quando temos nosso direito de dirigir suspenso, é sinal que algo não deu certo. Independente de
quais tenham sido os motivos, uma decisão inteligente, é aproveitar o momento para fazer uma
revisão real de conceitos.

A metodologia Tecnodata oferece todos os recursos para que isso aconteça de forma completa,
eficiente e agradável.

Atualizada pelas Resoluções Vigentes do CONTRAN


Atualizada pelas NOVAS REGRAS ORTOGRÁFICAS.

Os textos destacados em azul indicam as alterações impostas pela Lei 14071/20,


que alterou o CTB, e passam a valer a partir do dia 12 de abril de 2021.

Direitos reservados ao C.N.P.J. 03.282.218/0001-74


É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo eletrônico, reprográfico etc.,
sem a autorização por escrito da editora.
EXPEDIENTE
Projeto e Redação final Projeto Gráfico e Diagramação
César B. Bruns Tecnodata Educacional
Ilustrações
Pesquisa, Redação e Revisão
Carlos Alberto Noviski
Carlos B. Bruns
Cléberson Orcheski
Celso A. Mariano
Marco Aurélio Pereira
César B. Bruns
Paulo Roberto Cavalcanti
Elaine Sizilo
Mariana L. Czerwonka
Agradecimentos Especiais
Ruclécia Sottomaior
Dr. David Duarte Lima
Dr. Roberto Luiz d’Avila
Consultoria Técnica em Primeiros Socorros
Alessandro C. Martins
Francisco Félix da Costa Filho (socorrista) Erico Bratfish
Neuclair Silvestrini
Capa
Tecnodata Educacional A todos os instrutores do Brasil que
colaboram enviando sugestões para a
melhoria dos materiais.

FICHA CATALOGRÁFICA

Curso de Reciclagem para Condutores Infratores / pesquisa e redação final


César B. Bruns. Curitiba: TECNODATA, 2021. 128 P.: il.col.; 15x21 cm.

1. Trânsito - Legislação Brasil. 2. Trânsito - Sinais e sinalização - Brasil


3. Motoristas - Educação. I. Bruns, César B. II. TECNODATA.

CDD (20a ed.)


388.31

Dados internacionais de catalogação na publicação


Bibliotecária responsável: Mara Rejane Vicente Teixeira

TELEVENDAS 0800-600 1800

Vendas e Distribuição:

TECNODATA Trânsito Ltda


Rua Suécia, 623 - Tarumã CEP: 82.800-060 - Curitiba - PR
Fone/fax: (0**41) 3361-1800
E-mail: tecnodata@tecnodataeducacional.com.br

w w w . t e c n o d a t a e d u c a c i o n a l . c o m . b r
ÍNDICE
Legislação de Trânsito De Advertência 42
Especial de Advertência 44
INTRODUÇÃO 5
De Indicação 45
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO 5
Horizontal 47
DIREITOS E DEVERES DO CIDADÃO NO TRÂNSITO 6
Dispositivos Auxiliares 49
SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO 7
Dispositivos de Uso Temporário 50
AS VIAS 8
Semafórica 50
VELOCIDADE MÁXIMA NAS VIAS 8
De Obras 51
CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS VEÍCULOS 9
Gestos dos Agentes de Trânsito 51
IDENTIFICAÇÃO DOS VEÍCULOS 10
Gestos de Condutores 51
TRANSFERÊNCIA DE PROPRIEDADE 11
Sinais Sonoros 51
IDENTIFICAÇÃO DO CONDUTOR 11
QUESTÕES 52
PROCESSO DE HABILITAÇÃO 12
CATEGORIAS DE CNH 13
Direção Defensiva
RENOVAÇÃO DA CNH 15
INTRODUÇÃO, DEFINIÇÃO 53
NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA 16
NEGLIGÊNCIA, IMPRUDÊNCIA, IMPERÍCIA 54
TRAFEGANDO 17
ELEMENTOS DA DIREÇÃO OU PILOTAGEM DEFENSIVA 55
RESTRIÇÕES DE USO DAS VIAS 17
CONHECIMENTO 55
PRIORIDADE DE PASSAGEM 17
CONDIÇÕES ADVERSAS: 56
CRUZAMENTOS 18
De Iluminação 56
MUDANÇAS DE DIREÇÃO E MANOBRAS 19
De Tempo 58
ULTRAPASSAGENS 19
Das Vias 61
REDUZIR, FREAR, PARAR E ESTACIONAR 20
De Trânsito 63
USO DE LUZES E BUZINA 21
Do Veículo 63
NORMAS DE CIRCULAÇÃO PARA CICLOS 22
De Cargas 64
NORMAS DE CIRCULAÇÃO PARA PEDESTRES 22
De Passageiros 65
ACIDENTES 22
CONDIÇÕES ADVERSAS DO CONDUTOR: 66
CRIMES DE TRÂNSITO 23
Uso do celular ao dirigir 67
QUESTÕES 26
Álcool 68
Drogas e Medicamentos 69
Infrações de Trânsito
Sono E Fadiga 70
PENALIDADES, MEDIDAS ADMINISTRATIVAS 27 CONDIÇÕES ADVERSAS – Considerações Finais: 72
CONDUTOR 31 ATENÇÃO 72
VELOCIDADE 31 PREVISÃO 72
HABILITAÇÃO 31 HABILIDADE 73
NÃO REDUZIR 32 AÇÃO 73
ACIDENTES DE TRÂNSITO 32 ACIDENTES 73
BUZINA E SOM 32 COMO EVITAR ACIDENTES: 74
EFETUAR ULTRAPASSAGENS 32 Cinto de Segurança 75
CIRCULAÇÃO 33 Equipamentos de Segurança do Piloto 76
EFETUAR RETORNO E CONVERSÕES 33 Velocidade Compatível 78
NÃO DAR PASSAGEM OU PREFERÊNCIA 33 EVITANDO COLISÕES: 78
MOTOCICLETA, MOTONETA E CICLOMOTOR 34 Com o Veículo da Frente 78
VEÍCULOS 34 Com o Veículo de Trás 80
ESTACIONAR 35 Com os Demais Veículos 80
LUZES E SINAIS 35 Com Veículos em Sentido Contrário 81
TRANSPORTES DE CARGAS 35 Em Ultrapassagens 82
PARAR OU IMOBILIZAR O VEÍCULO 36 Em Curvas 83
NÃO PARAR 36 Em Cruzamentos 83
TRANSITAR COM VEÍCULO AUTOMOTOR 37 Em Marcha à Ré 84
PEDESTRES E VEÍCULOS NÃO MOTORIZADOS 37 Entre Veículos de Pequeno Porte e Grande Porte 84
IDENTIFICAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO 37 Entre Automóveis e Motocicletas 86
QUESTÕES 38 Com Ciclistas 87
Com Pedestres 87
Sinalização Com Animais 88
RESOLUÇÃO 160/04 39 Com Elementos Fixos 89
SINALIZAÇÃO: 39 DIREÇÃO OU PILOTAGEM DEFENSIVA NAS RODOVIAS 89
De Regulamentação 39 QUESTÕES 91
ÍNDICE

Primeiros Socorros Relacionamento Interpessoal


ACIDENTES 92 INTRODUÇÃO 117
QUEM DEVE PRESTAR SOCORRO ÀS VÍTIMAS? 93 O INDIVÍDUO, O GRUPO E A SOCIEDADE 117
QUAIS AS PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS? 94 DIFERENÇAS INDIVIDUAIS 117
ORIGEM DOS FERIMENTOS 97 O BOM RELACIONAMENTO 118
ATENDENDO ÀS VÍTIMAS 98 BOM RELACIONAMENTO NO TRÂNSITO 119
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA 98 QUALIDADE NO RELACIONAMENTO INTERPESSOAL 120
A. Desobstruir vias aéreas e estabilizar a coluna cervical 98 O CIDADÃO E O TRÂNSITO 121
B. Verificar a respiração 99 COMPORTAMENTO NO TRÂNSITO 122
C. Verificar a circulação 99 TIPOS DE COMPORTAMENTO 123
D. Verificar o estado de consciência 99 CONFLITOS NO TRÂNSITO 125
E. Proteção da vítima 100 O ESTRESSE 125
MANUTENÇÃO DOS SINAIS VITAIS 100 O ESTRESSE E O TRÂNSITO 127
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA 101 QUESTÕES 127
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA 101
Respiração Artificial 101
Reanimação Cardiopulmonar (RCP) 102 GABARITO DAS QUESTÕES 128
Quando o atendente estiver sozinho 103 BIBLIOGRAFIA 128
Quando houver dois atendentes 103
ESTADO DE CHOQUE 103
DESMAIO 104
CONVULSÕES 105
HEMORRAGIAS: 105
Externa 105
Interna 106
Nasal 106
FRATURAS: 107
Fechadas 107
Abertas ou Expostas 108
Na Coluna Vertebral 108
De crânio 109
De costelas 110
De quadril 110
QUEIMADURAS 110
FERIMENTOS NOS OLHOS 112
FERIMENTOS NO TÓRAX E ABDÔMEN 112
ACIDENTES COM MOTOS 112
COMO PRESTAR AUXÍLIO EM CASO DE ACIDENTE
COM MOTOCICLISTA 114
MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE EMERGÊNCIA 115
QUESTÕES 116
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

INTRODUÇÃO A legislação de trânsito no Brasil é formada pela Lei nº 9.503/97 - Código


de Trânsito Brasileiro - CTB, e por um conjunto de resoluções, portarias,
decretos e normatizações complementares.

Código de O Código de Trânsito Brasileiro - CTB fundamenta seu conteúdo na


segurança do trânsito, no respeito pela vida e na defesa e preservação
Trânsito do meio ambiente.
Brasileiro O Código define atribuições das autoridades e órgãos ligados ao trânsito,
fornece diretrizes para a Engenharia de Tráfego, estabelece normas de
conduta, define infrações e penalidades para os usuários do trânsito.
Nesta obra analisamos e interpretamos a legislação de trânsito sob o
ponto de vista do usuário das vias, com ênfase para o condutor.
O Código de Trânsito Brasileiro, tem como base a Constituição do Brasil,
respeita a Convenção de Viena e o Acordo do Mercosul.
Convenção de Viena – 1968
Padronizou a sinalização e normas de trânsito internacionais, que foram
adotadas por diversos países, inclusive o Brasil. Essa padronização permite
que condutores possam trafegar com segurança em outros países, mesmo
sem dominar o idioma local.
Acordo Mercosul – 1992
Estabeleceu normas para uniformizar o trânsito entre os países integrantes
do Mercosul - Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO


Todo condutor tem a obrigação de conhecer e cumprir a legislação de trânsito,
CTB: Lei e estará sujeito a multas e demais penalidades sempre que transgredi-las.
O condutor é responsável por todos os seus atos no trânsito. O
9.503 de desconhecimento da lei não pode ser usado na defesa de um infrator.
23/09/97 O CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO, atualmente, é composto de 22
capítulos e originalmente tinha 341 artigos, dos quais 17 foram vetados
pelo Presidente da República e um foi revogado.
01. Disposições Preliminares.
02. Do Sistema Nacional de Trânsito.
03. Das Normas Gerais de Circulação e Conduta.
03-A. Da Condução de Veículos por Motoristas Profissionais.
04. Dos Pedestres e Condutores de Veículos não Motorizados.
05. Do Cidadão.
06. Da Educação para o Trânsito.
07. Da Sinalização para o Trânsito.
08. Da Engenharia de Tráfego, da Operação, da Fiscalização e do
Policiamento Ostensivo.

Legislação de Trânsito 5
09. Dos Veículos.
10. Dos Veículos em Circulação Internacional.
11. Do Registro de Veículos.
12. Do Licenciamento.
13. Da Condução de Escolares.
13-A. Da Condução de Motofrete.
14. Da Habilitação.
15. Das Infrações.
16. Das Penalidades.
17. Das Medidas Administrativas.
18. Do Processo Administrativo.
19. Dos Crimes de Trânsito.
20. Das Disposições Finais e Transitórias.
O Capítulo I, das Disposições Preliminares, traz algumas definições e
atribuições interessantes em seu Artigo 1°:
Respeito à vida Respeito à vida e preservação do meio ambiente
e preservação do • Trânsito é a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, para
meio ambiente circulação, parada, estacionamento e operação de carga e descarga
(§ 1°).
• Trânsito em condições seguras é um direito de todos (§ 2°).
• Os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito respondem por danos
causados ao cidadão em virtude de ação, omissão ou erro (§ 3°).
• Será dada prioridade à segurança, defesa e preservação da vida e
do meio ambiente (§ 5°).

DIREITOS E DEVERES DO CIDADÃO NO TRÂNSITO


Os direitos e obrigações do cidadão no trânsito são claramente definidos
no CTB.
É seu dever:
• Transitar sem constituir perigo ou obstáculo para os demais elementos
do trânsito (Art. 26 do CTB). Todas as demais regras são derivadas
desse conceito.
São seus direitos:
• Utilizar vias seguras e sinalizadas. Em caso de sinalização deficiente
ou inexistente, a autoridade com jurisdição sobre a via deve responder
e ser responsabilizada (Art. 1° do CTB, § 2° e § 3°).
• Sugerir alterações a qualquer artigo ou norma do CTB e receber
resposta, bem como solicitar alterações em sinalização, fiscalização
e equipamentos de segurança e ser atendido ou receber resposta
(Art. 72 e 73 do CTB).
• Cobrar das autoridades a educação para o trânsito (Art. 74), que
é prioridade definida pelo CTB.

6 Legislação de Trânsito
SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO
Código de Sistema Nacional De Trânsito é o conjunto de entidades da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que tem por finalidade o
Trânsito exercício das atividades de planejamento, administração, normatização,
Brasileiro pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e
reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação do sistema
viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos
e aplicação de penalidades (Capítulo II, Seção I, Art. 5° do CTB).

São objetivos do Sistema Nacional de Trânsito (Art. 6° do CTB):


1 - segurança, fluidez, conforto, defesa ambiental e educação;
2 - padronização de critérios técnicos, administrativos e financeiros;
3 - fluxo de dados.

Órgãos São órgãos com funções coordenadora, consultiva e normativa (Art. 7° do CTB).
• CONTRAN - Conselho Nacional de Trânsito, órgão máximo do sistema.
normativos • CETRAN - Conselho Estadual de Trânsito.
do SNT: • CONTRANDIFE - Conselho de Trânsito do Distrito Federal.

Órgãos São órgãos responsáveis pelo cumprimento das leis de trânsito (Art. 8°
ao 25° do CTB).
executivos Federais:
do SNT: • DENATRAN - Departamento Nacional de Trânsito.
• DNIT - Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes.
• PRF - Polícia Rodoviária Federal.

Estaduais:
• DETRANs - Departamentos Estaduais de Trânsito.
• CIRETRANs - Circunscrições Regionais de Trânsito.
• Órgãos Executivos Rodoviários Estaduais. Ex.: DER – Departamento
de Estradas de Rodagem.
• PMs - Polícias Militares e Polícias Rodoviárias Estaduais.

Municipais:
• Departamentos Municipais de Trânsito.

• JARIs - Juntas Administrativas de Recursos de Infrações. Todos os órgãos


de trânsito que emitem multas possuem JARI (DNIT, PRF, DETRANs,
CIRETRANs, DERs, PMs e Departamentos Municipais de Trânsito).

Os assuntos relativos a CONDUTOR e VEÍCULO são de responsabilidade


do DETRAN e das CIRETRANS de cada estado.

Nas cidades em que o trânsito está municipalizado é de responsabilidade


dos Órgãos Municipais de Trânsito fiscalizar a circulação, parada e
estacionamento dos veículos, além de implantar, manter e operar o
sistema de sinalização nas vias urbanas.

Legislação de Trânsito 7
AS VIAS
Via Terrestre (Anexo I do CTB): é a superfície por onde transitam veículos,
pessoas e animais, compreendendo pistas de rolamento, acostamentos,
calçadas ou passeios públicos, ilhas e canteiros centrais.
As vias podem ser (Art. 2° do CTB): vias internas de condomínios, ruas,
avenidas, logradouros, caminhos, passagens, estradas, rodovias e praias
abertas à circulação pública e áreas de estacionamentos privados de uso
coletivo.
Vias rurais Classificação de Vias Rurais (Art. 60 e Anexo I do CTB):
• Rodovias: definidas pelo CTB como vias rurais pavimentadas.
• Estradas: vias rurais não pavimentadas (existem exceções).

Vias urbanas Classificação de Vias Urbanas (Art. 60 e Anexo I do CTB):


• Vias de trânsito rápido: não possuem cruzamentos diretos
(interseções em nível), nem semáforos, nem travessia de pedestres
em nível (diretamente sobre a pista de rolamento).
• Vias arteriais: ligam diferentes regiões de uma cidade, com cruzamentos
ou interseções geralmente controlados por semáforos.
• Vias coletoras: coletam e distribuem o trânsito dentro das regiões
da cidade e dão acesso a vias de maior porte.
• Vias locais: vias de trânsito local, com cruzamentos geralmente sem
semáforos.

VELOCIDADE MÁXIMA NAS VIAS


A velocidade máxima em cada via é definida pela legislação e pela
sinalização. Em vias não sinalizadas, os limites de velocidade são os
seguintes (Art. 61 do CTB):
Em vias urbanas:
• 30 km/h nas vias locais.
• 40 km/h nas vias coletoras.
• 60 km/h nas vias arteriais.
• 80 km/h nas vias de trânsito rápido.
Em rodovias de pista dupla:
• 110 km/h (cento e dez quilômetros por hora) para automóveis,
camionetas, motocicletas, utilitários etc. (Veículos leves);
• 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para caminhões, ônibus,
micro-ônibus, motor-casa e etc. (Veículos pesados).
Em rodovias de pista simples:
• 100 km/h (cem quilômetros por hora) para automóveis, camionetas,
motocicletas e utilitários (Veículos leves);
• 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para caminhões, ônibus,
micro-ônibus, motor-casa e etc. (Veículos pesados).
Em estradas:
• 60 km/h (sessenta quilômetros por hora).

8 Legislação de Trânsito
Velocidade mínima (Art. 62 do CTB):
• Não poderá ser inferior à metade da máxima permitida no local, exceto
na faixa da direita.
Velocidade Segura (Art. 43 do CTB):
• Em vias de grande movimento e rápido escoamento, é preciso
acompanhar o fluxo sem obstruir os demais veículos.
• Em vias locais, precisamos dirigir em baixa velocidade, prevendo que
as pessoas possam estar mais descontraídas e desatentas.
Importante!
O condutor deve dirigir em velocidade compatível com a segurança,
levando em conta os fatores locais como: tráfego de veículos e
pedestres, condições climáticas, da via etc.

CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS VEÍCULOS (Art. 96 do CTB)


Quanto à tração:
• automotor; elétrico; de propulsão humana; de tração animal; reboque
ou semirreboque.
Quanto à espécie:
a) de passageiros: bicicleta, ciclomotor, motoneta, motocicleta, triciclo,
quadriciclo, automóvel, micro-ônibus, ônibus, reboque ou semirreboque,
charrete.
b) de carga: motoneta, motocicleta, triciclo, quadriciclo, caminhonete,
caminhão, reboque ou semirreboque, carroça, carro de mão.
c) misto de passageiros e carga: camioneta, utilitário, outros.
d) de competição.
e) de tração.
f) especial.
g) de coleção.
Quanto à categoria:
• oficial; de representações (diplomáticas, repartições consulares, de carreira
ou organismos internacionais reconhecidos junto ao governo brasileiro);
particular; de aluguel; de aprendizagem.

Camioneta ou caminhonete?
• Camioneta: veículo que transporta os passageiros e a carga no mesmo
compartimento.
• Caminhonete: veículo geralmente equipado com caçamba, que leva
a carga separada dos passageiros.
Motocicleta, motoneta ou ciclomotor?
• Motocicleta: veículo que o condutor pilota na posição montada.
• Motoneta: veículo que o condutor pilota na posição sentada.
• Ciclomotores: veículos com motores de até 50 cilindradas, incluindo
cicloelétricos. O condutor deve ser habilitado. Mais detalhes em
Processo de Habilitação.

Legislação de Trânsito 9
IDENTIFICAÇÃO DOS VEÍCULOS
CRV - Certificado de Registro do Veículo (Art. 131 do CTB) – documento de
porte não obrigatório, que deve ser guardado em local seguro, e servirá para
transferir de propriedade (em caso de venda do veículo), alterar o endereço do
proprietário ou alterar as características do veículo.
No verso da versão impressa do CRV consta a ATPV - Autorização para
Transferência de Propriedade do Veículo. Ambos documentos também
possuem suas versões digitais: CRV-e e ATPV-e.
Neste documento constam todas as características de identificação do
veículo. As principais são: RENAVAM – Registro Nacional de Veículos
Automotores, placa e número do chassi. No CRV também constam:
número do motor, cor, marca/modelo, categoria, capacidade, nome e
endereço do proprietário e outras.
CRLV - Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo ou CLA -
Certificado de Licenciamento Anual – documento de porte obrigatório,
onde constam, além das características do veículo, informações sobre o
pagamento do IPVA, do Seguro Obrigatório – DPVAT e ano em exercício.
O proprietário de um veículo apontado pelo fabricante para um recall, terá
que levar seu carro à concessionária em no máximo um ano, ou essa
informação irá constar no CLA, e o veículo somente será licenciado se
houver comprovação de que a pendência foi cumprida.
O porte obrigatório do CRLV ou CLA poderá ser dispensado quando, no
momento da fiscalização, for possível ter acesso ao sistema informatizado
do órgão responsável para verificar se o veículo está licenciado.
Em 2019 passou a valer também o Certificado de Registro e Licenciamento
de Veículo Eletrônico (CRLV-e), versão digital com o mesmo valor da
impressa.
Qualquer alteração nas características originais do veículo somente
poderão ser feitas mediante autorização especial do DETRAN que emitiu
o documento (Art. 98 do CTB).
DPVAT – Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias
Terrestres: é o seguro obrigatório que deve ser pago anualmente por
todos os proprietários de veículos automotores; o DPVAT indeniza vítimas
de acidentes de trânsito envolvendo veículos automotores em caso de
morte (R$ 13.500,00) ou invalidez permanente (até R$ 13.500,00) e
faz o reembolso de despesas médicas e hospitalares (até R$ 2.700,00).
O interessado deve requerer a indenização e apresentar a documentação para
seguradora, que administra o processo, até o pagamento. O prazo para dar
entrada em um pedido de indenização do DPVAT é de 3 anos, a contar da data
em que ocorreu o acidente.

O novo modelo de Placa de Identificação Veicular (PIV) já está valendo e


aos poucos substituirá o modelo atual (Res.780/19). Os veículos novos,
em processo de transferência de município ou de estado, ou com a
necessidade de substituição das placas já devem utilizar o novo modelo.
10 Legislação de Trânsito
Veja exemplos de cores de placas:

Atual PIV (Mercosul) Atual PIV (Mercosul)


PARTICULAR PARTICULAR MOTO ALUGUEL MOTO ALUGUEL

UF MUNICÍPIO

AAA
0000

Atual PIV (Mercosul) Atual PIV (Mercosul) Atual PIV (Mercosul)


EXPERIÊNCIA/
ALUGUEL COMERCIAL ESPECIAIS OFICIAL OFICIAL
FABRICANTE

APRENDIZAGEM

Atual PIV (Mercosul) Atual PIV (Mercosul)


DIPLOMÁTICO DIPLOMÁTICO COLEÇÃO COLEÇÃO

TRANSFERÊNCIA DE PROPRIEDADE
É dever do vendedor:
• Preencher o recibo – ATPV (Autorização para Transferência de
Propriedade de Veículo) que consta no verso do CRV com letra legivel,
datar, assinar e reconhecer firma presencialmente em cartório.
AUTORIZAÇÃO PARA TRANSFERÊNCIA DE PROPRIEDADE DE VEÍCULO ATPV
AUTORIZO O DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO-DETRAN,
TRANSFERIR O REGISTRO DESTE VEÍCULO, PARA:

• Comunicar a venda ao DETRAN (Art. 134 do CTB) por escrito, em até 60 dias,
VALOR R$

NOME DO COMPRADOR:

RG: CPF/CNPJ: para não ser responsabilizado por infrações e outros atos do novo proprietário.
ENDEREÇO:

LOCAL E DATA: É dever do comprador:


• Assinar a ATPV e reconhecer firma presencialmente em cartório.
ASSINATURA DO PROPRIETÁRIO (VENDEDOR)
a) O vendedor tem a obrigação legal de comunicar a venda do veículo ao DETRAN no prazo máximo de
30 dias, sob pena de ter que se responsabilizar solidariedade pelas penalidades impostas e suas
reincidências até a data da comunicação (lei Federal nº 9.503 - Art. 134 - Código de Trânsito Brasileiro
- CTB).

• Encaminhar os documentos necessários à transferência de


b) O adquirente terá prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da data da aquisição para providenciar a
transferência do veícuoo para o seu nome, sob pena de incorrer em infração de trânsito (Art. 233 do CTB).
c) É obrigatório o reconhecimento de firmas do adquirente e do vendedor, exclusivamente na modalidade por
AUTENTICIDADE.

propriedade, junto ao DETRAN ou CIRETRAN.


DE ACORDO:
ASSINATURA DO COMPRADOR

RECONHECIMENTO DE FIRMA DO PROPRIETÁRIO (VENDEDOR)


CONFORME ART. 369 C.P.C.

• O prazo máximo para transferência de propriedade é de 30 dias após


a aquisição do veículo; ultrapassar esse prazo constitui infração média.

IDENTIFICAÇÃO DO CONDUTOR
O condutor deverá portar, obrigatoriamente, o documento original de
habilitação, compatível com a categoria do veículo que estiver conduzindo,
dentro do prazo de validade. (Art. 159 do CTB)
O porte do documento de habilitação será dispensado quando, no
momento da fiscalização, for possível ter acesso ao sistema informatizado
para verificar se o condutor está habilitado.
Em 2018 passou a valer também a Carteira Nacional de Habilitação -
CNH-e, versão digital com o mesmo valor da versão impressa.

Legislação de Trânsito 11
• Permissão para Dirigir – PPD - documento válido por um ano.
• Autorização para Conduzir Ciclomotores – ACC.
• Carteira Nacional de Habilitação – CNH: a CNH atual contém
fotografia e os números dos principais documentos do condutor,
servindo como documento de identificação em todo território nacional.
• Documento de identificação: obrigatório para condutores portadores
de CNH sem foto.
O número RENACH – Registro Nacional dos Condutores Habilitados
é definido no início do processo de habilitação e permite que o condutor
possa ser atendido ou autuado em qualquer estado do País.

PROCESSO DE HABILITAÇÃO
O processo de habilitação tem validade de um ano, com a possibilidade
de transferência e continuidade em outros estados. No caso da Primeira
Habilitação é possível candidatar-se à:
• ACC. • Categoria A. • Categoria B.
• Categorias A e B. • ACC e categoria B.
Obtenção da Para obter a ACC ou habilitar-se na(s) categoria(s) escolhida(s) o
habilitação candidato deve:
• Ser penalmente imputável (ter 18 anos).
• Saber ler e escrever.
• Possuir documento de identificação e CPF.
Avaliação • Ser aprovado na avaliação psicológica, que permite detectar se o
Psicológica candidato é portador de distúrbios que o impeçam de dirigir.

Exame Médico • Ser aprovado no exame de aptidão física e mental, que avalia a
visão, força muscular, coração, pulmão e saúde mental.

Curso Teórico • Obter certificado de conclusão em curso teórico de 45 horas/aula, em


um Centro de Formação de Condutores – CFC credenciado pelo DETRAN.

Exame Teórico • Ser aprovado com 70% ou mais de acertos em prova teórica aplicada
pelo DETRAN. A prova pode ser convencional ou eletrônica, com no
mínimo 30 questões distribuídas proporcionalmente à carga horária
de cada disciplina do curso teórico.

Curso Prático • Obter certificado de conclusão de curso prático de direção em CFC


credenciado, de no mínimo 20 horas/aula para categoria A.
• Já para obter o certificado de conclusão do curso prático de direção
para a categoria B, é necessário o mínimo de 20 horas/aula em
veículo de aprendizagem.
• Para obtenção da CNH na categoria “B”, o candidato poderá optar por
realizar até 05 (cinco) horas/aula em simulador de direção veicular,
desde que disponível no CFC, que deverão ser feitas previamente às
aulas práticas em via pública e poderão ser descontadas da carga
horária de prática em veículo de aprendizagem.

12 Legislação de Trânsito
• Durante as aulas práticas, o porte da LADV - Licença para Aprendizagem
de Direção Veicular, emitida pelo DETRAN em nome do candidato
é obrigatório, no original, além de documento de identificação do
candidato. Desrespeitar esta norma suspende a LADV por 6 meses.
Exame Prático • O trajeto das aulas práticas deve ser feito em vias urbanas e rurais,
também para motos e ciclomotores - que atualmente é realizado
somente em circuitos fechados.
• Ser aprovado no exame prático de direção para cada categoria pretendida.
• Para categoria “B”, o candidato deverá fazer um percurso determinado
pelos examinadores, e será reprovado se cometer faltas eliminatórias
ou que somem mais de 3 pontos negativos.
Reprovação no • Para motos e ciclomotores, o exame continua sendo feito em circuito
exame fechado.

Permissão Se reprovar no exame teórico ou prático, o candidato terá de fazer novo


exame, sem precisar repetir as etapas nas quais tiver sido aprovado.
para dirigir
Se for aprovado em todas as fases o candidato receberá a Permissão
para Dirigir - PPD, válida por um ano. Durante esse período, se não for
multado, por infração gravíssima ou grave, nem reincidir em multa por
infração média, terá direito a sua CNH. Caso contrário, terá que reiniciar
todo o processo de habilitação.

CATEGORIAS DE CNH (Anexos I e II da Res. 789/20)


Autorização para Conduzir Ciclomotores - ACC: habilita o condutor a
conduzir ciclomotores (até 50 cilindradas). Não é considerada uma categoria,
pois pode ser obtida por condutores das categorias B, C, D e E, constando
como uma observação na CNH. Nesse caso, os candidatos à ACC deverão
realizar, além do exame de aptidão física e mental:
• curso teórico de 20 horas/aula e exame teórico;
• curso prático de no mínimo 5 horas/aula.

Categoria A: habilita a conduzir veículos automotores de 2 ou 3 rodas,


com ou sem carro lateral, como motocicletas, ciclomotores, motonetas,
triciclos. Não permite dirigir nenhum outro tipo de veículo automotor.
• Para adição de categoria A, realizar curso prático de, no mínimo, 15
(quinze) horas/aula em veículo de aprendizagem.

Categoria B: habilita a conduzir veículos automotores com ou sem


reboque, com peso bruto total (PBT) de até 3.500 kg e lotação máxima de
8 lugares, fora o do condutor. Não permite dirigir veículos automotores
de 2 ou 3 rodas. Permite conduzir veículo automotor da espécie motor-
casa cujo peso não exceda a 6.000 kg, ou cuja lotação não exceda a
8 lugares, excluído o do condutor (Lei 12.452/11). Permite também
conduzir trator de rodas e máquinas agrícolas. (Lei 13.097/15)
• Para adição da categoria “B”, realizar curso prático de, no mínimo,
15 horas/aula.

Legislação de Trânsito 13
Categoria C: permite dirigir todos os veículos da categoria B e tratores,
máquinas agrícolas e veículos de carga com mais de 3.500 kg de PBT com
ou sem reboque, desde que o reboque não exceda a 6.000 kg de PBT.
Exigências para habilitação na categoria C:
• Ter pelo menos 1 ano de habilitação na categoria “B”.
• Não ter sido multado por falta grave ou gravíssima, nem ser
reincidente em multa por infração média nos últimos 12 meses.
• Ser aprovado em exame de aptidão física e mental.
• Realizar curso prático de 20 horas/aula e teste de direção veicular.

Categoria D: permite dirigir todos os veículos das categorias B e C, e


veículos de passageiros com lotação maior que 8 lugares.
Exigências para habilitação na categoria D:
• Ser habilitado na categoria “C” por pelo menos 1 ano, ou no
mínimo, 2 anos na categoria “B”.
• Ter mais de 21 anos e ser aprovado em exame de aptidão física
e mental.
• Não ter cometido mais de uma infração gravíssima nos últimos 12
meses.
• Realizar curso prático de 20 horas/aula e teste de direção veicular.

Categoria E: permite conduzir todos os veículos das categorias B, C e D,


trailers e veículos que rebocam unidades com mais de 6.000 kg de PBT
ou com lotação superior a 8 passageiros. É a única categoria que permite
conduzir veículos com mais de um reboque.
Exigências para habilitação na categoria E:
• Estar habilitado há pelo menos um ano na categoria “C” e
quando o condutor, oriundo da categoria B, pretender mudar
da categoria D para E, deve estar habilitado há, no mínimo, um
ano na categoria D (Res.789/20).
• Ter mais de 21 anos e ser aprovado em exame de aptidão física
e mental.
• Não ter cometido mais de uma infração gravíssima nos últimos 12
meses.
• Realizar curso prático de 20 horas/aula e teste de direção veicular.

São especializações dentro das categorias: Transporte coletivo de


passageiros, Transporte de escolares, Transporte de emergência,
Transporte de produtos perigosos, Transporte de carga indivisível,
mototáxi e motofrete (motoboy).
Para obter essas especializações o condutor necessita preencher as
seguintes exigências adicionais:
• Ser maior de 21 anos.
• Possuir CNH da categoria exigida pela especialização e no caso
da categoria A, por pelo menos dois anos.

14 Legislação de Trânsito
• Ser aprovado em curso específico da especialização pretendida,
de 50 horas/aula cada. No caso das especializações para moto
de 30 horas/aula.
• Usar colete retrorefletivo de segurança, no caso dos motociclistas.
• Não estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir ou
cassação da CNH.
• Ser aprovado em avaliação psicológica e exame de aptidão física
e mental.*

*Não se aplicam às especializações da categoria A, segundo a lei


de origem.

RENOVAÇÃO DA CNH (Anexo II Res. 789/20)


A validade máxima da CNH é de:
• 10 anos, para condutores com idade inferior a 50 anos.
• 5 anos, para condutores com idade igual ou superior a 50 anos e
inferior a 70 anos;
• 3 anos, para condutores com idade igual ou superior a 70 anos.
O prazo de validade pode ser diminuído de acordo com laudo médico.
Após a data de vencimento da habilitação (indicada no documento), o
condutor terá 30 dias para solicitar renovação junto ao DETRAN. Se perder
esse prazo e dirigir estará cometendo uma infração gravíssima, sujeito à
multa e 7 pontos no prontuário, retenção do veículo e recolhimento da CNH.
Para renovar a CNH é necessário:
• Exame de aptidão física e mental.
• Avaliação psicológica (para motoristas que exerçam atividade
remunerada).
Os Detrans deverão enviar, com 30 dias de antecedência, aviso de vencimento
da validade da CNH a todos os condutores.

Condutores das categorias C, D e E precisam passar por exame toxicológico para obter ou
renovar a CNH e, periodicamente, a cada 2 anos e meio, independente dos demais exames.
Condutores com CNH emitida antes de 1998, que não tiveram cursos de
Direção Defensiva e Primeiros Socorros, deverão fazer uma das opções abaixo:
• Fazer prova dessas disciplinas diretamente no DETRAN.
• Realizar curso a distância das duas disciplinas e fazer a prova.
• Realizar curso presencial com 15 horas/aula, sendo dispensado de
realizar prova.
• Ou atender determinação do DETRAN local.
O condutor que estiver com o exame de aptidão física e mental vencido há mais de cinco
anos deverá fazer o curso de atualização para a renovação da CNH, de 15 horas-aula.

Legislação de Trânsito 15
NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA (Capítulo III do CTB)

As Normas Gerais definem comportamentos corretos dos usuários das


vias terrestres, principalmente dos condutores de veículos.
Apesar de serem procedimentos básicos que todo condutor deve praticar,
os erros em manobras, extremamente frequentes, são responsáveis por
grande parte das infrações e acidentes.
Muitas das Normas de Conduta são semelhantes às técnicas de Direção
Defensiva, porque ambas têm o mesmo objetivo: a segurança no trânsito.
Ao desrespeitar uma norma de circulação e conduta, o condutor estará
cometendo uma infração ou crime e sujeitando-se a multas, medidas
administrativas e outras penalidades, de acordo com o Art. 161 do CTB.
Regra Fundamental:
Evitar qualquer ato que possa constituir perigo ou obstáculo para os
demais elementos do trânsito. Portanto, a responsabilidade do condutor
começa muito antes de conduzir o veículo pela via (Art. 26 do CTB).
De 0 a 1 ano Porte e validade dos documentos do condutor e do veículo (Art. 159).
• Carteira Nacional de Habilitação, original, compatível com a categoria
do veículo e dentro do período de validade.
• Licenciamento do veículo, dentro do período de validade.
• Documento de Identificação (para CNH sem foto).
• Portar próteses ou lentes corretivas indicadas na CNH.
Estado e condições do veículo (Art. 27).
• Veículo em bom estado de funcionamento e conservação.
• Combustível em quantidade suficiente.
De 1 a 4 anos • Presença dos itens obrigatórios, em boas condições. Os equipamentos
poderão ser checados pelas autoridades de trânsito em vistorias ou
“blitze”.
Condições do condutor e dos passageiros.
• Estar emocionalmente equilibrado, bem disposto e sóbrio.
• Estar convenientemente calçado; não é permitido dirigir usando calçados
que não se firmem nos pés ou que comprometam a utilização dos pedais
(Art. 252 do CTB).
• Estar com o número de passageiros e o volume de carga compatível
De 4 anos até 1,45 m
com a capacidade do veículo e com a CNH.
• As crianças com idade inferior a 10 anos que não tenham
atingido 1,45m de altura devem ocupar o banco traseiro, usando
individualmente cinto de segurança e equipamento de retenção
adequado à sua idade, peso e altura.
• Até um ano, bebê-conforto no sentido contrário ao deslocamento
do veículo.
• De um a quatro anos, cadeirinha.
• De quatro anos até atingir 1,45m, assento de elevação.
Acima de 1,45 m • Acima de 1,45m, cinto de segurança.
• Em motocicletas é proibido transportar crianças menores de 10
anos ou sem condições de cuidar-se.

16 Legislação de Trânsito
• Condutor e passageiros usando cinto de segurança (automóveis).
• Não haver qualquer parte do corpo do condutor ou de passageiro
para fora do veículo (automóveis).
• Não jogar nem abandonar qualquer objeto sobre as vias.

TRAFEGANDO
Dirigir exige grande responsabilidade. O condutor deve estar sempre
atento e utilizar as duas mãos, dominando totalmente o veículo.
• Conduzir o veículo pelo lado direito das vias, salvo em situações
justificadas e devidamente sinalizadas (Art. 29, inciso I).
• Não arrancar bruscamente e manter distância de segurança lateral
e frontal dos demais veículos e do bordo da pista. Lembre-se de que
a distância segura depende da velocidade, do tipo de piso e das
condições locais do trânsito e do veículo (Art. 29, inciso II).
• Não trafegar em pistas sinalizadas como exclusivas para outros tipos
de veículos.
• Em vias com faixas de mesmo sentido, as da direita são destinadas
aos veículos mais lentos e de maior porte; as faixas da esquerda
são utilizadas para ultrapassagem e deslocamento de veículos mais
rápidos, devendo todos respeitar o limite de velocidade máxima
definido para a via (Art. 29, inciso IV).
• Veículos de tração animal deverão trafegar pelo lado direito da
pista, próximo ao meio fio ou pelo acostamento, se não houver
faixa especial. Seus condutores deverão obedecer às normas de
circulação e sinalização (Art. 52 do CTB).

RESTRIÇÕES DE USO DAS VIA


• Os veículos motorizados só poderão trafegar nos passeios, calçadas
ou acostamentos para entrar e sair de imóveis ou áreas de
estacionamento (Art. 29, inciso V).
• Em rodovias e estradas com acostamento, são permitidas somente
as paradas de veículos com defeitos ou em emergências.
• O tráfego pelos acostamentos é permitido somente quando a pista
de rolamento estiver danificada, em obras ou bloqueada por acidentes.
• Em imobilizações temporárias, por motivo de emergência, o condutor
deverá providenciar sinalização de advertência (Art. 46 do CTB).

PRIORIDADE DE PASSAGEM
• Ao entrar e sair de estacionamentos e imóveis, o condutor deverá
parar e dar a preferência a pedestres que estejam na calçada e aos
veículos que estiverem transitando pela via.
• Veículos precedidos de batedores têm prioridade de passagem. Os
condutores deverão deixar livre a faixa da esquerda (Art. 29, inciso VI).

Legislação de Trânsito 17
• Veículos de emergência em serviço, com sirene e luzes vermelhas
ligadas, têm prioridade sobre os demais (viaturas de polícia, dos
bombeiros, ambulâncias, etc.) (Art. 29, inciso VII).
• Os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando
em atendimento na via, gozam de livre parada e estacionamento no
local da prestação de serviço, desde que devidamente sinalizados.
(Veículos destinados à manutenção e reparo de redes de energia
elétrica, de água e esgotos e etc). (Art.29, inciso VIII).
• Veículos que se deslocam sobre trilhos têm prioridade de passagem
sobre os demais (Art. 29, inciso XII). A lei obriga o condutor a parar
antes do cruzamento com via férrea. (Art. 212 do CTB).

CRUZAMENTOS
Os cruzamentos são os locais no trânsito onde ocorre o maior número de
acidentes e atropelamentos.
Preferências de passagem em cruzamento:
• Em cruzamentos sinalizados, é a sinalização que determina de quem
é a preferência de passagem.
• Em caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, terá
preferência de passagem aquele que estiver circulando por ela. (Art.
29, inciso III, alínea a).
• Em rotatórias, a preferência é dos veículos que já estiverem por ela
trafegando (Art. 29, inciso III, alínea b).
• Nos demais casos em cruzamentos sem sinalização, tem preferência
de passagem o veículo que se aproximar pela direita do condutor
(Art. 29, inciso III, alínea c).

Recomendações
O condutor deve aproximar-se dos cruzamentos com atenção redobrada,
reduzir a velocidade, sinalizar suas intenções com antecedência, obedecer
à sinalização e aos critérios de preferência (Art. 44 do CTB).

Nos cruzamentos com semáforo:


• Planejar a travessia com antecedência, em função do fluxo dos
demais veículos.
• Não parar sobre a faixa de pedestres.
• Não parar sobre a área de interseção das vias.
• Jamais passar com sinal vermelho nem acelerar para aproveitar o
sinal amarelo.
• Ao sinal verde, avançar somente quando todos os pedestres tiverem
concluído a travessia, e se o cruzamento estiver livre.
Nos cruzamentos sem semáforo:
• Sinalizados com a placa “R-2 Dê a preferência”, o condutor deverá
reduzir a velocidade, parar o veículo se necessário, e obedecer
as regras de preferência.
• Sinalizados com placa de “Pare”, o condutor é obrigado a parar
completamente o veículo e olhar atentamente antes de prosseguir.
18 Legislação de Trânsito
MUDANÇAS DE DIREÇÃO E MANOBRAS
ANTES de qualquer manobra, deve-se SEMPRE:
• Verificar as condições do trânsito à sua volta, certificando-se de
não criar perigo para os demais usuários.
• Verificar se é permitido e se é possível fazer a manobra com segurança.
• Sinalizar as intenções com antecedência (luz indicadora de direção).
• Posicionar-se corretamente na via.
• Executar a manobra com cuidado, sempre atento à posição dos
demais veículos.

Para executar as manobras:


• Mudança de faixa em vias de mão única: manobra simples,
mas que exige verificação constante dos espelhos retrovisores e
sinalização com antecedência, porque também pode gerar situações
de risco, se for mal realizada.
• Conversão à direita: sinalizar, diminuir a velocidade e aproximar-se o
máximo possível do bordo direito da via, entrando na mão de direção
• É permitido? correta (Art. 38 do CTB).
• Conversão à esquerda em pista de mão única: sinalizar, diminuir
• É possível?
a velocidade e aproximar-se o máximo possível do bordo esquerdo
• É seguro? da via, entrando na mão de direção correta (Art. 38).
• Conversão à esquerda, em pista de mão dupla, em vias SEM
acostamento: sinalizar, diminuir a velocidade, aproximar-se do
eixo central da pista, dar preferência aos veículos que transitam
em sentido contrário, bem como a pedestres e ciclistas da lateral
esquerda da via.
• Conversão à esquerda, em pista de mão dupla, em vias COM
acos-tamento: sinalizar, diminuir a velocidade, parar no acostamento
da direita e aguardar por condição favorável para concluir a manobra
(Art. 37 do CTB).
• Antes de usar a marcha à ré, é necessário verificar com cuidado
se o trajeto está livre. Não é permitido trafegar distâncias longas
em marcha à ré.
• É livre o movimento de conversão à direita diante de sinal vermelho
do semáforo onde houver sinalização indicativa que permita essa
conversão.

ULTRAPASSAGENS
Ultrapassagens mal feitas são responsáveis pelos acidentes mais graves
e violentos.
• É permitido? Ao ultrapassar:
• É possível? • Avaliar a movimentação e proximidade dos demais veículos,
• É seguro? inclusive os de trás, sinalizar e certificar-se de que a manobra
poderá ser realizada com segurança (Art. 29, inciso X e XI).
• Ultrapassar somente pela esquerda, em locais onde seja
permitido e com boa visibilidade (Art. 29, inciso IX).

Legislação de Trânsito 19
• A ultrapassagem pela direita é permitida somente se o veículo
da frente estiver sinalizando uma manobra para a esquerda (Art.
29, inciso IX).
• Em vias de mão dupla e pista única não é permitido ultrapassar
em curvas, aclives (subidas), pontes, viadutos e outros locais de
baixa visibilidade (Art. 32 do CTB).
• O condutor não deverá ultrapassar em cruzamentos (Art. 33
do CTB).
• Antes de ultrapassar coletivos parados que estejam embarcando
ou desembarcando passageiros: redobrar a atenção, reduzir a
velocidade e até parar, se necessário (Art. 31 do CTB).
• Em vias de mão dupla, é proibido ultrapassar quando a linha
divisória mais próxima for contínua ou se houver duas linhas
contínuas. Se a linha mais próxima for seccionada, significa que
é permitido ultrapassar.

Ao ser ultrapassado:
• Facilitar, deslocando-se para a direita, sem acelerar, deixando
espaço para o outro veículo intercalar (Art. 30, inciso I).
• Quando houver mais de uma faixa de mesmo sentido, deslocar-
se para a faixa da direita, facilitando a ultrapassagem.
• Veículos lentos, quando em fila, devem manter entre si distância
suficiente para intercalar os veículos que os ultrapassem (Art. 30,
Parágrafo único).

REDUZIR, FREAR, PARAR E ESTACIONAR


• Antes de reduzir, o condutor deve verificar o trânsito pelos retrovisores,
sinalizar e evitar obstruir o fluxo dos demais veículos (Art. 43 do CTB).
• Não frear bruscamente, a não ser em situações de emergência
(Art. 42 do CTB).
• As paradas, estacionamentos e operações de carga e descarga,
devem ser feitas em locais e horários permitidos, sempre
no mesmo sentido do fluxo, geralmente paralelo ao bordo, ou
conforme sinalizado (Art. 48 do CTB).
• Em locais onde é “Proibido Estacionar”, é permitida a parada
breve, somente para embarque e desembarque de passageiros,
sempre realizado pelo lado da calçada, sem obstruir o fluxo
dos demais veículos. Muito cuidado com a abertura de portas
(Art. 47 do CTB).
• Nunca parar sobre a pista de rolamento. Se tiver que parar em
emergência, usar a sinalização obrigatória de pisca-alerta (Art. 40
do CTB) e colocar triângulo de segurança 30 metros antes do
veículo, no mínimo (Res. 36/98).

20 Legislação de Trânsito
Não parar, nem estacionar:
• Em locais e horários não permitidos.
• Em fila dupla.
• Sobre calçadas ou canteiros.
• Sobre faixas de segurança e em esquinas.
• Na contramão.
• A mais de 50 cm da calçada.
Não estacionar:
• Em frente a pontos de ônibus e entradas e saídas de veículos.
• Perto de hidrantes.
• A menos de 5 metros do alinhamento do bordo da via transversal.
• Ao lado de outro veículo, formando fila dupla.

USO DE LUZES E BUZINA (Art. 40 e 41)


• Usar luz baixa à noite, em vias iluminadas.
• Usar luz baixa à noite, ao cruzar com outro veículo.
• Usar luz baixa, mesmo durante o dia, em túneis e em situações de
baixa visibilidade (chuva, neblina ou cerração).
• Usar luz alta de forma intermitente, para ultrapassar ou comunicar
perigo.
• Usar luz alta à noite, em vias não iluminadas, se a pista estiver
livre.
• Não trafegar à noite utilizando somente as luzes de posição.
• Não utilizar luz alta em vias iluminadas.
• À noite, com o veículo parado, utilizar somente as luzes de posição.
• Manter os faróis regulados e todas as lâmpadas funcionando.
• Veículos de transporte coletivo de passageiros, motocicletas,
motonetas e ciclomotores deverão rodar com farol de luz baixa
acesos, dia e noite.
• O uso de luz baixa, mesmo durante o dia, é obrigatório em rodovia
de pista simples, para veículos não equipados com luzes de rodagem
diurna.
• Usar o pisca-alerta em situações de emergência, ou quando o
veículo estiver imobilizado, ou ainda, quando a sinalização da via
determinar.
• A buzina deverá ser usada de forma breve, somente para alertar.
Em perímetro urbano, seu uso é proibido entre às 22:00 e 6:00
horas da manhã.
• A buzina, desde que em toque breve, também poderá ser usada fora
das áreas urbanas, quando for conveniente advertir a um condutor que
se tem o propósito de ultrapassá-lo.

Legislação de Trânsito 21
NORMAS DE CIRCULAÇÃO PARA CICLOS
Normas de circulação para condutores de motocicletas, motonetas
e ciclomotores:
• Conduzir utilizando sempre as duas mãos.
• Usar vestuário de proteção de acordo com especificações do
CONTRAN.
• Condutor e passageiro devem usar obrigatoriamente capacete
com viseira ou óculos de proteção.
• Manter o farol ligado, mesmo durante o dia.
• Ciclomotores devem utilizar faixas próprias ou acostamentos.
Quando não houver, devem ser conduzidos pela direita da pista
de rolamento, preferencialmente no centro da faixa mais à direita
ou no bordo direito da pista. (Art.57 do CTB).

Normas de circulação para ciclistas:


• Utilizar ciclofaixas, ciclovias ou acostamentos. Quando não houver,
utilizar o bordo da pista, no mesmo sentido dos demais veículos.
• Em calçadas, passarelas e outras vias exclusivas para pedestres,
é proibido andar de bicicleta (montado).

NORMAS DE CIRCULAÇÃO PARA PEDESTRES


• Ciclistas desmontados, empurrando suas bicicletas, são
considerados pedestres (Art. 68, § 1º).
• Em vias urbanas, pedestres devem utilizar calçadas e passeios.
• Em vias rurais, deverão utilizar o acostamento. Onde não houver,
deverão caminhar em sentido contrário ao fluxo de veículos, em
fila única (Art. 68, § 3º).
• Quando houver faixa de pedestres e semáforo, as travessias
deverão ser feitas na faixa de segurança, sob sinal favorável
(Art. 69 do CTB).
• Quando houver faixa de pedestre, mas não houver semáforo,
pedestres terão preferência sobre veículos (Art. 70 do CTB).
• Quando não houver faixa, nem sinalização, o pedestre deverá
aguardar na calçada pelo momento oportuno, e atravessar a via
na menor distância possível (Art. 69 do CTB).

ACIDENTES
Acidentes com vítimas
Sempre que se envolver em acidente (Art. 176 do CTB) ou presenciar acidente
de terceiros (Art. 177 do CTB), com vítimas, é obrigação do condutor:
• Sinalizar a área para evitar novos acidentes.
• Providenciar imediatamente socorro ou atendimento especializado
para as vítimas.

22 Legislação de Trânsito
• Avisar a autoridade de trânsito e permanecer no local.
• Na demora de atendimento especializado, é preciso avaliar a
condição dos acidentados e prestar pessoalmente os primeiros
socorros às vítimas, se estiver capacitado.
• Facilitar e acatar a ação das autoridades.

Acidentes sem vítimas (Art. 178 do CTB)


• Não é necessário acionar a autoridade de trânsito, e se esta for
acionada, não está obrigada a atender.
• Os veículos devem ser removidos do local para desobstruir o
tráfego.
• O condutor interessado poderá procurar o Plantão de Acidentes
de Trânsito para registrar a ocorrência e obter o BO - Boletim de
Ocorrência, que tem efeito legal, inclusive para seguros e ações
judiciais. O prazo para registro da ocorrência pode mudar de uma
região para outra.

CRIMES DE TRÂNSITO - Capítulo 19 do CTB

Neste capítulo não se pretende fazer uma análise jurídica rigorosa, mas
conscientizar, informar e alertar o condutor para as possíveis implicações
criminais dos seus atos.
Os crimes de trânsito estão previstos no Capítulo 19 do CTB, no Código
Penal, no Código de Processo Penal e na Lei 9.099 de 26.09.95.
São crimes de trânsito previstos no CTB:
• Praticar homicídio culposo (não intencional – Art. 302 do CTB).
• Praticar lesões corporais culposas (não intencionais - Art. 303 do
CTB).

O CTB prevê penalidades e até pena de prisão para quem causar ferimentos
para outra pessoa no trânsito, mesmo que não tenha tido qualquer
intenção.
• Deixar de prestar socorro imediato ou abandonar o local para fugir
da responsabilidade civil ou criminal (Art. 304 e 305 do CTB).

Atenção: será considerado crime mesmo se a vítima já estiver morta ou


se o atendimento tiver sido prestado por outra pessoa. (Art. 304 do CTB)
• Dirigir sob influência de álcool ou de substâncias psicoativas de
efeitos similares (Art. 306 do CTB).
• Participar de rachas ou competição não autorizadas ou ainda
de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo
automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando
situação de risco à incolumidade pública ou privada. (Art.308 do
CTB)
• Transitar com velocidade incompatível com a segurança e as
condições locais (Art. 311 do CTB).

Legislação de Trânsito 23
Responsabilidade Crimes dolosos, (Código Penal) são aqueles nos quais o condutor tinha
a intenção, ou ciência de que seus atos poderiam ter consequências
criminal prejudiciais. Por isso, são mais graves e preveem penalidades e penas
mais severas. São eles:
• Dirigir ou permitir que alguém dirija: sem ser habilitado; com a
habilitação suspensa ou cassada; embriagado ou sem condições
físicas e mentais de dirigir com segurança (Art. 309 e 310 do
CTB).
• Prestar informações errôneas a policiais ou agentes de trânsito,
sobre qualquer aspecto de uma ocorrência (Art. 312 do CTB).

Penalidades e Considerando-se a gravidade, as circunstâncias e a interpretação do ato


criminoso pelo Código Penal ou pelo CTB, o infrator estará sujeito às
Penas Gerais seguintes penalidades e penas:
• Suspensão da habilitação ou permissão; ou a proibição de obter a
habilitação ou permissão por um prazo de 2 meses a 5 anos.
• A violação da suspensão ou proibição impostas resulta na
reaplicação dessas penalidades por igual período e multa, e sujeita
o infrator a pena de 6 meses a 1 ano de detenção.
• As penas de detenção podem variar de 6 meses a 10 anos,
dependendo do crime, da gravidade e das circunstâncias.
• Condutor que cometer homicídio ao dirigir alcoolizado ou sob o efeito
de qualquer outra substância psicoativa terá como pena a reclusão
de cinco a oito anos, além de outras possíveis sanções. Já se o
resultado for uma lesão corporal grave ou gravíssima, a pena privativa
de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das
outras penas previstas (Art.302 e 303 do CTB).
• Além das penas e penalidades citadas acima, o infrator poderá ser
condenado a reparar os danos causados ao patrimônio público ou
a terceiros, e também poderá ser multado.
• O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas, dando
especial atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias e
consequências do crime.

Nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade


por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à
comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes atividades:
• trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos
de bombeiros e em outras unidades móveis especializadas no
atendimento a vítimas de trânsito;
• trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública
que recebem vítimas de acidente de trânsito e politraumatizados;
• trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação
de acidentados de trânsito;
• outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação
de vítimas de acidentes de trânsito.

24 Legislação de Trânsito
Essas penalidades podem ser requeridas em qualquer fase da investigação
ou da ação penal, podendo ser impostas como penalidade principal,
isolada ou cumulativamente a outras penalidades.

Agravamento
Nos crimes de trânsito, algumas situações e circunstâncias podem
agravar as penalidades e penas (Art. 298 e 302 do CTB):
• Com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande
risco de grave dano patrimonial a terceiros.
• Utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas.
• Sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação.
• Com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria
diferente da do veículo.
• Quando a profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o
transporte de passageiros ou de carga.
• Utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou
características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento
de acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações
do fabricante.
• Sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada
a pedestres.
• Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou
de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência.

Fim da O Supremo Tribunal Federal tem indeferido a quase totalidade dos


recursos interpostos por condutores condenados em instâncias anteriores.
Impunidade? Ao manter as sentenças condenatórias, a justiça demonstra que está
mais rigorosa.

Está cada vez mais difícil inventar desculpas para crimes como dirigir
embriagado, em alta velocidade, participar de rachas, etc.

O Brasil não poderá ser considerado um país desenvolvido enquanto não


civilizar e humanizar o seu trânsito.

Legislação de Trânsito 25
Questões - LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO

01. É proibido buzinar, no perímetro urbano, no c) manter acesa a luz alta dos faróis nas vias com
horário entre: iluminação pública.
a) 22:00 e 6:00 horas. d) usar buzina para chamar alguém.
b) 20:00 e 7:00 horas. e) acelerar sempre que o sinal mudar para a cor
c) 18:00 e 6:00 horas. amarela.
d) 18:00 e 22:00 horas. 08. Dar passagem, pela esquerda, quando
e) 8:00 e 18:00 horas. solicitado é:
02. O condutor tem sua habilitação anulada a) uma opção do condutor.
quando: b) válido só para motocicletas.
a) seu veículo for apreendido. c) uma questão de educação do condutor.
b) seu veículo for retido. d) válido só para veículo de carga.
c) sua CNH for roubada. e) dever de todo condutor.
d) sua CNH for perdida. 09. Todo condutor de veículo deve dar preferência
e) sua CNH for cassada. de passagem ao pedestre:
03. A Carteira Nacional de Habilitação permite a) quando este estiver concluindo a travessia.
a quem a possuir, o direito de dirigir: b) somente nas faixas de segurança.
a) veículos para os quais foi habilitado, em todo c) somente quando a luz vermelha estiver acesa.
território nacional. d) somente quando se tratar de deficiente físico.
b) qualquer tipo de veículo, apenas na localidade e) somente quando se tratar de idosos e crianças.
onde foi emitida. 10. Tem prioridade de passagem:
c) qualquer tipo de veículo automotor.
d) veículos para os quais foi habilitado, apenas na a) veículo de transporte de carga.
localidade onde foi emitida. b) ambulância em serviço.
e) qualquer tipo de veículo, de qualquer país. c) motocicleta.
d) veículo de transporte coletivo.
04. Parar por tempo superior ao necessário e) o automóvel.
para embarque/desembarque caracteriza:
11. Dirigir com apenas uma das mãos é:
a) parada.
b) parada e estacionamento. a) permitido em qualquer situação.
c) estacionamento. b) proibido em qualquer situação.
d) ponto de parada. c) proibido para condutores recém habilitados.
e) parada rápida. d) permitido para o condutor experiente.
e) permitido quando o condutor faz sinais de braço
05. O condutor envolvido em acidente de ou mudança de marchas.
trânsito, sendo considerado culpado, 12. Aponte a alternativa INCORRETA. O pedestre
além da punição deverá prestar exames tem preferência de passagem:
de aptidão física e mental, de primeiros
socorros e ainda: a) somente quando for idoso.
b) se o sinal para os veículos estiver vermelho.
a) exame de direção veicular. c) quando estiver na faixa de segurança.
b) exame escrito de legislação de trânsito, apenas. d) se o sinal para pedestres estiver verde.
c) exame de reflexos. e) quando estiver concluindo a travessia.
d) reciclagem sobre legislação de trânsito, apenas.
e) curso de reciclagem, exame teórico e de direção 13. Ao se aproximar de um cruzamento com
veicular. sinal vermelho você deve:
06. O veículo em movimento deve ocupar a faixa a) aumentar a velocidade do veículo e passar.
mais à direita. Esta afirmativa é: b) diminuir a velocidade e parar o veículo.
c) diminuir a velocidade do veículo e passar.
a) falsa. d) observar o tráfego dos veículos e passar.
b) verdadeira, somente para veículos de passeio. e) frear bruscamente o veículo.
c) verdadeira.
d) verdadeira, somente para veículos de carga. 14. Aproximar-se de um cruzamento de forma
e) verdadeira, somente para motocicletas. segura é:
07. É dever de todo condutor de veículo: a) manter a mesma velocidade.
b) aumentar a velocidade.
a) transitar em velocidade compatível com a c) reduzir a velocidade.
segurança nos cruzamentos sem sinalização. d) parar o veículo.
b) dar passagem, pela direita, quando solicitado. e) acionar as luzes de emergência.

26 Legislação de Trânsito
INFRAÇÕES DE TRÂNSITO
Infração de trânsito é qualquer desobediência às leis e normas contidas no
INFRAÇÃO Código de Trânsito Brasileiro. As infrações são classificadas de acordo com
a gravidade.
PENALIDADES São sanções impostas aos infratores, aplicadas pelo DETRAN, Prefeitura,
Polícia Rodoviária, e outros órgãos com jurisdição sobre a via.
• Advertência por escrito: benefício dado ao condutor que cometer
uma infração leve ou média, desde que não tenha cometido nenhuma
outra infração nos últimos 12 meses.
• Multa: penalidade imposta à quase totalidade das infrações, com
anotação de pontos no prontuário do condutor infrator. Os pontos e
valores são proporcionais à gravidade da infração.
• Suspensão do direito de dirigir: quem atingir o limite de pontos na
CNH, no período de 12 meses, terá seu direito de dirigir suspenso por 6
meses a 1 ano e, se reincidir no período de um ano, a suspensão será
de 8 meses a 2 anos. No caso de infrações que levam à suspensão
direta do direito de dirigir, o prazo será de 2 a 8 meses e, em caso de
reincidência, a suspensão será de 8 a 18 meses.
• Cassação da CNH: cancelamento definitivo do documento de
habilitação, obriga o interessado a submeter-se a todos os exames
necessários à habilitação.
• Cassação da Permissão para Dirigir - PPD: tendo o infrator que
reiniciar o processo de habilitação.
• Curso de reciclagem: obrigatório ao infrator com direito de dirigir
suspenso, ou que tenha provocado sinistro grave, que tenha sido condenado
por delito de trânsito ou ainda, que tenha a CNH cassada.
• Curso preventivo de reciclagem: O condutor que exerce atividade
remunerada em veículo, poderá optar por participar de curso preventivo
de reciclagem sempre que, no período de 12 meses, atingir 30 pontos,
conforme regulamentação do Contran. Ao final do curso, os pontos
são cancelados do prontuário. O motorista que optar pelo curso não
poderá fazer nova opção no período de 1 ano.

MEDIDAS Podem ser Impostas pelo agente de trânsito no local da infração,


dependendo da ocorrência.
ADMINISTRATIVAS • Retenção do veículo: quando a irregularidade pode ser sanada no
local da infração.
• Remoção do veículo: quando estacionado de forma irregular, sem a presença
do condutor e quando a irregularidade não for sanada no local da infração.
• Recolhimento do Documento de Habilitação – CNH e PPD: quando
houver suspeita de adulteração ou inautenticidade do documento.
• Recolhimento do Certificado de Registro: quando houver suspeita
de adulteração ou inautenticidade do documento, ou se a transferência
de propriedade do veículo não for feita no prazo de trinta dias.
• Recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual: quando houver
suspeita de adulteração ou inautenticidade do documento; com o prazo de
validade vencido; no caso de retenção do veículo, quando não for possível
sanar a irregularidade no local. Em caso de documento digital, será
registrada a informação no Renavam.

Infrações de Trânsito 27
• Transbordo do excesso de carga: sempre que o veículo apresentar
excesso de peso ou de carga.
• Teste de alcoolemia ou perícia: em caso de acidente; quando
solicitado por agente de trânsito; sob suspeita de estar alcoolizado ou
sob efeito de entorpecente ou substância psicoativa.
• Realização de exames: a legislação prevê que a autoridade de trânsito
pode requerer ao condutor a realização de novos exames.
• Recolhimento de animais soltos nas vias: o agente pode recolher
estes animais e só devolvê-los aos proprietários após pagamento de
multas e encargos devidos.

MULTAS Todas as infrações de trânsito são passíveis de punição por multa que,
dependendo da gravidade, poderá ser:

GRAVIDADE PONTOS VALORES GRAVIDADE PONTOS VALORES


Leve 3 R$ 88,38 Gravíssima (2X) 7 R$ 586,94
Média 4 R$ 130,16 Gravíssima (3X) 7 R$ 880,41
Grave 5 R$ 195,23 Gravíssima (5X) 7 R$ 1.467,35
Gravíssima 7 R$ 293,47 Gravíssima (10 X) 7 R$ 2.934,70
Gravíssima (20 X) 7 R$ 5.869,40
Gravíssima (60 X) 7 R$ 17.608,20

INFRAÇÕES Algumas das infrações gravíssimas podem ter o valor da multa multiplicado
por 2, 3, 5, 10, 20 ou por 60. Quando isto ocorre é porque a vida foi
AGRAVADAS colocada em risco extremo, contrariando o Art. 1º do CTB.
O condutor é o responsável pelas infrações cometidas na direção do veículo.
APRESENTAÇÃO (Art. 257 do CTB)
DO CONDUTOR • Se ele não puder ser identificado no momento da infração, o proprietário
do veículo receberá em seu endereço a notificação de autuação.
• O proprietário poderá indicar ao órgão executivo de trânsito o principal
condutor do veículo, o qual, após aceitar a indicação, terá seu nome
inscrito em campo próprio do cadastro do veículo no Renavam.
• Não sendo imediata a identificação do infrator, o principal condutor ou o
proprietário do veículo terá 30 dias de prazo, após a notificação da autuação,
para apresentá-lo. Se isso não for feito, será considerado responsável pela
infração o principal condutor ou, em sua ausência, o proprietário do veículo.
• Caso o proprietário seja pessoa jurídica, será mantido o valor da multa
original e será lavrada nova multa, cujo valor será multiplicado pelo
número de vezes que a infração foi cometida no prazo de 12 meses.
• É possível desagravar estas multas, mediante a apresentação do condutor
que, neste caso, assumirá os pontos e valores das multas originais.

Caso o proprietário do veículo autuado cadastre-se no Sistema de


Notificação Eletrônica e opte por não apresentar defesa ou recurso, terá
desconto de 40%, para pagamento da multa, até a data de vencimento.

28 Infrações de Trânsito
Defesa Prévia: recurso que deve ser apresentado ao órgão autuador (que
consta como remetente da notificação) dentro de 30 dias a contar da data
da notificação da penalidade. (Art. 282 do CTB)

Recurso em 1ª Instância: não tendo feito Defesa Prévia, ou se esta for indeferida,
RECURSO o infrator receberá a imposição de penalidade, da qual poderá defender-se junto
DE MULTAS à JARI - Junta Administrativa de Recursos de Infrações - da mesma autoridade
de trânsito, até a data que consta no documento de Imposição.
Recurso em 2ª Instância: se tiver seu recurso negado pela JARI, o infrator
poderá ainda recorrer ao CETRAN - Conselho Estadual de Trânsito.
O condutor poderá ter o seu direito de dirigir suspenso quando
SUSPENSÃO DO atingir, no período de 12 meses:
DIREITO DE • 20 pontos, caso constem duas ou mais infrações gravíssimas.
• 30 pontos, caso conste uma infração gravíssima.
DIRIGIR • 40 pontos, caso não conste nenhuma infração gravíssima.
Condutor cuja CNH conste EAR - Exercício de Atividade Remunerada, terá
seu direito de dirigir suspenso quando atingir 40 pontos no prontuário,
independente da gravidade das infrações.
Ou a qualquer tempo quando:
• Cometer qualquer infração que determine a suspensão do direito
de dirigir, independente do número de pontos acumulados.
Sempre que tiver seu direito de dirigir suspenso, o condutor terá que entregar
a CNH, cumprir o prazo de suspensão e fazer o curso de reciclagem.
As infrações que preveem a suspensão do direito de dirigir do condutor
ou do proprietário do veículo são as seguintes:
• Promover ou participar de competição não autorizada, racha, exibição
ou demonstração de perícia. (Art. 174 do CTB)
• Disputar corrida por espírito de competição ou rivalidade. (Art. 173
do CTB)
• Praticar manobras perigosas, arrancadas, derrapagens ou frenagens.
(Art. 175 do CTB)
• Ameaçar a segurança de pedestres ou outros veículos. (Art. 170 do CTB)
• Dirigir em velocidade superior à máxima permitida em mais de 50%
em qualquer via. (Art. 218 do CTB)
• Transpor bloqueio policial. (Art. 210 do CTB)
• Em caso de sinistro, deixar de sinalizar, afastar o perigo, identificar-
se, prestar informações ou acatar determinações da autoridade.
(Art. 176 do CTB)
• Deixar de prestar ou providenciar socorro à vitima ou abandonar o local.
(Art. 176 do CTB)
• Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância
psicoativa que determine dependência (suspensão de 12 meses).
(Art. 165 do CTB)
• Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro
procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra
substância psicoativa. (Art.165-A do CTB)

Infrações de Trânsito 29
• Usar qualquer veículo para, deliberadamente, interromper, restringir ou
perturbar a circulação na via sem autorização do órgão ou entidade de
trânsito com circunscrição sobre ela. (Art.253-A do CTB)
• Conduzir veículo das categorias C, D ou E com exame toxicológico
vencido há mais de 30 dias.
Para motociclistas e condutores de ciclomotores, além das citadas:
• Não usar capacete e vestuário exigido por lei.
• Transportar passageiro sem capacete ou fora do banco.
• Fazer malabarismos ou equilibrar-se em uma roda.
• Transportar criança menor de 10 anos ou sem condições de se cuidar.

Aplicação da “Lei Seca” segundo a Resolução 432/13 do CONTRAN:

Miligramas de Decigramas de Capacidade


Autuação
álcool por litro álcool por litro psicomotora –
do Condutor Pena
de ar – via teste de sangue – via verificada pela
Infrator
do bafômetro exame sanguíneo autoridade de trânsito
Multa de R$ 2.934,70, suspensão
Infração 0,05 Maior que zero Alterada do direito de dirigir por 12 meses e
recolhimento da CNH.
Detenção de 6 meses a 3 anos,
Crime 0,34 6 Alterada
mais pena relativa à infração.

O CTB (Art. 263) determina que a cassação do Documento de Habilitação


CASSAÇÃO se dará nos seguintes casos:
• Se o condutor for flagrado conduzindo qualquer veículo que exija
habilitação, estando com o direito de dirigir suspenso.
• Se o condutor reincidir, no prazo de 12 meses, em infrações previstas
no inciso III do Art. 162 e nos artigos 163, 164, 165, 173, 174 e
175 do CTB.
• Quando o condutor for condenado judicialmente por delito de
trânsito.
• Se, a qualquer tempo, for comprovada irregularidade na expedição da
sua habilitação.
Decorridos dois anos, o infrator poderá requerer a sua reabilitação, após
ser aprovado nos exames necessários à obtenção da categoria que
possuía, ou de categoria inferior, preservada a data da primeira habilitação.

A fiscalização no trânsito é exercida por agentes dos órgãos e entidades


PAPEL DO AGENTE executivos e rodoviários de trânsito da União, dos estados, do Distrito
DE FISCALIZAÇÃO Federal e dos municípios, da Polícia Rodoviária Federal e, mediante
convênio, da Polícia Militar.
O papel do agente é fundamental para o trânsito seguro, pois, além das
atribuições referentes à sua operação e fiscalização, exerce ainda, um
papel muito importante na educação de todos que se utilizam do espaço
público, uma vez que a ele cabe informar, orientar e sensibilizar as pessoas
acerca dos procedimentos preventivos e seguros.

30 Infrações de Trânsito
Pontos
Descrição das Infrações Artigo CTB Gravidade Valor Penalidades – Medidas Administrativas

** Aplica-se em dobro a multa prevista em caso de reincidência no período de 12 meses.

CONDUTOR
Multa, recolhimento da CNH, retenção do
Dirigir sob efeito de álcool ou outra substância que gere Gravíssima
165 7 2.934,70 veículo e suspensão do direito de dirigir por
dependência ** (10X)
12 meses.
Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, Multa, recolhimento da CNH, retenção do
Gravíssima
perícia ou outro procedimento que permita certificar 165-A 7 2.934,70 veículo e suspensão do direito de dirigir por
(10X)
influência de álcool ou outra substância psicoativa ** 12 meses.
Conduzir veículo das categorias C, D ou E com exame Gravíssima Multa e CNH suspensa por 3 meses e novo
165-B 7 1.467,35
toxicológico vencido há mais de 30 dias. (5X) exame toxicológico com resultado negativo
Permitir que alguém dirija sem estar em condições
166 Gravíssima 7 293,47 Multa
físicas ou psíquicas
Transportar criança sem tomar as medidas de
168 Gravíssima 7 293,47 Multa e retenção do veículo
segurança necessárias
Dirigir com apenas uma das mãos por estar segurando
252 Gravíssima 7 293,47 Multa
ou manuseando o telefone celular
Não utilizar o cinto de segurança (condutor e
167 Grave 5 195,23 Multa e retenção do veículo até sanar
passageiros)
Dirigir o veículo realizando a cobrança de tarifa com o
252 Média 4 130,16 Multa
veículo em movimento
Dirigir com incapacidade física ou mental temporária 252 Média 4 130,16 Multa

Atirar do veículo ou abandonar objetos na via (condutor


172 Média 4 130,16 Multa
e passageiros)
Dirigir com apenas uma das mãos, com fones de
252 Média 4 130,16 Multa
ouvidos ou usando celular
Dirigir com o braço para fora, pessoas, animais ou coisas
252 Média 4 130,16 Multa
à esquerda ou entre braços e pernas do condutor
Com calçado inseguro ou impróprio 252 Média 4 130,16 Multa

VELOCIDADE
Transitar em qualquer via em velocidade superior à Gravíssima
218 7 880,41 Multa e suspensão do direito de dirigir
máxima em mais de 50% (3X)
Transitar em qualquer via em velocidade entre 20% e
218 Grave 5 195,23 Multa
50% superior à máxima
Transitar em qualquer via em velocidade até 20%
218 Média 4 130,16 Multa
superior à máxima
Inferior à metade da velocidade máxima permitida,
219 Média 4 130,16 Multa
exceto na faixa da direita ou em condições adversas

HABILITAÇÃO: DIRIGIR OU PERMITIR QUE ALGUÉM DIRIJA


162 Multa, recolhimento do documento de
Com CNH, Permissão ou ACC cassada ou sob Gravíssima
163 7 880,41 habilitação e retenção do veículo até a
suspensão do direito de dirigir (3X)
164 apresentação de condutor habilitado.
162
Gravíssima Multa e retenção do veículo até a
Sem possuir CNH, PPD ou ACC 163 7 880,41
(3X) apresentação de condutor habilitado.
164
162
Com CNH ou permissão incompatível com a categoria Gravíssima Multa e retenção do veículo até a
163 7 586,94
do veículo (2X) apresentação de condutor habilitado.
164
162
Multa, recolhimento da CNH e retenção do
Com CNH vencida há mais de 30 dias 163 Gravíssima 7 293,47
veículo.
164
162
Sem usar as lentes, próteses ou adaptações exigidas
163 Gravíssima 7 293,47 Multa e retenção do veículo
no documento de habilitação
164

Infrações de Trânsito 31
NÃO REDUZIR
Ao aproximar-se de passeatas, cortejos,
aglomerações, desfiles, hospitais, escolas, 220 Gravíssima 7 293,47 Multa
estações de embarque/desembarque
Ao ultrapassar ciclista 220 Gravíssima 7 293,47 Multa
Ao aproximar-se de interseção não sinalizada,
da guia de calçada, acostamento ou locais 220 Grave 5 195,23 Multa
controlados pelo agente
Em vias rurais, sem cercas ou com animais próximos 220 Grave 5 195,23 Multa
Ao aproximar-se de trabalhadores na pista ou
220 Grave 5 195,23 Multa
obras sinalizadas
Sob chuva, neblina, cerração e condições de
220 Grave 5 195,23 Multa
pouca visibilidade
Em pista escorregadia, defeituosa ou avariada,
220 Grave 5 195,23 Multa
curvas fechadas ou declive

ACIDENTES DE TRÂNSITO
Deixar de: prestar ou providenciar socorro às
vítimas ou evadir-se do local; preservar o local Gravíssima Multa, recolhimento da CNH e suspensão do
176 7 1.467,35
para facilitar a perícia; remover o veículo quando (5X) direito de dirigir
determinado pela autoridade
Deixar de: sinalizar e afastar o perigo; identificar-se;
Gravíssima Multa, recolhimento da CNH e suspensão do
prestar informações ou acatar determinações da 176 7 1.467,35
(5X) direito de dirigir
autoridade
Deixar de prestar ajuda, quando solicitado pela
177 Grave 5 195,23 Multa
autoridade
Deixar de remover o veículo, em acidentes sem
178 Média 4 130,16 Multa
vítimas

BUZINA E SOM
Aparelho de som em desacordo com o CONTRAN 228 Grave 5 195,23 Multa e retenção do veículo

Alarme em desacordo com o CONTRAN 229 Média 4 130,16 Multa, apreensão e remoção do veículo
Uso inadequado da buzina (local, horário e
227 Leve 3 88,38 Multa
finalidade)

EFETUAR ULTRAPASSAGENS
Efetuar ou tentar ultrapassagem sem que haja
Gravíssima
espaço suficiente para realizar a manobra com 191 7 2.934,70 Multa e suspensão do direito de dirigir
(10X)
segurança (forçar passagem). **
Pela contramão em curvas, aclives, declives,
Gravíssima
faixas de pedestres, pontes, viadutos, túneis e 203 7 1.467,35 Multa
(5X)
locais proibidos pela sinalização **
Pela contramão em sinais luminosos, porteiras e Gravíssima
203 7 1.467,35 Multa
cruzamentos ** (5X)
Havendo faixa contínua, dupla ou simples, Gravíssima
203 7 1.467,35 Multa
amarela, dividindo o fluxo ** (5X)
Pelo acostamento, em cruzamentos e passagens Gravíssima
202 7 1.467,35 Multa
de nível (5X)
Pela direita de coletivo ou escolar parado para
200 Gravíssima 7 293,47 Multa
embarque/desembarque
De veículos parados em fila por sinal lumino-so,
cancela, em bloqueio parcial ou outro obstáculo, 211 Grave 5 195,23 Multa
com exceção dos não motorizados
Deixando menos de 1,5m ao passar ou
201 Média 4 130,16 Multa
ultrapassar bicicleta
Pela direita, salvo se o veículo da frente sinalizar
199 Média 4 130,16 Multa
que vai entrar à esquerda
De veículo que integre cortejo, desfile e
205 Leve 3 88,38 Multa
formações militares

32 Infrações de Trânsito
CIRCULAÇÃO
Promover ou participar de competição
Gravíssima Multa, recolhimento da CNH, apreensão e remoção
não autorizada, exibição demonstração de 174 7 2.934,70
(10X) do veículo e suspensão do direito de dirigir
perícia**

Disputar corrida (competição ou rivalidade) Gravíssima Multa, recolhimento da CNH, apreensão e remoção
173 7 2.934,70
em vias públicas** (10X) do veículo e suspensão do direito de dirigir

Efetuar manobras perigosas, arrancadas, Gravíssima Multa, recolhimento da CNH, apreensão e remoção
175 7 2.934,70
derrapagens, ou frenagens em vias públicas** (10X) do veículo e suspensão do direito de dirigir

Ameaçar pedestres ou veículos que cruzam Multa, recolhimento da CNH, retenção do veículo
170 Gravíssima 7 293,47
a via e suspensão do direito de dirigir
Trafegar em faixa ou via de trânsito exclusiva
para circulação de veículos do transporte 184 Gravíssima 7 293,47 Multa, apreensão e remoção do veículo
público coletivo de passageiros
Trafegar na faixa da esquerda, quando ela for
184 Grave 5 195,23 Multa
destinada a outro tipo de veículo
Arremessar água ou detritos sobre pedestres
171 Média 4 130,16 Multa
ou veículos
Trafegar fora da faixa destinada ao veículo,
185 Média 4 130,16 Multa
exceto em emergência
Veículo lento e de maior porte trafegando fora
185 Média 4 130,16 Multa
da faixa da direita
Não se deslocar para a faixa mais à direita ou
mais à esquerda para realizar conversões para 197 Média 4 130,16 Multa
um desses lados

Conduzir de forma desatenta ou descuidada 169 Leve 3 88,38 Multa

Trafegar na faixa da direita, quando ela for


184 Leve 3 88,38 Multa
destinada a outro tipo de veículo

EFETUAR RETORNOS E CONVERSÕES


Em curvas, aclives, declives, pontes, viadutos,
túneis, interseções e em locais proibidos pela 206 Gravíssima 7 293,47 Multa
sinalização
Passando por cima de calçadas, ilhas, cantei-
ros, faixas de pedestres ou passagem de 206 Gravíssima 7 293,47 Multa
veículos não motorizados
Prejudicando a livre circulação ou a
206 Gravíssima 7 293,47 Multa
segurança, ainda que em locais permitidos
Conversões em locais proibidos pela sinalização 207 Grave 5 195,23 Multa

NÃO DAR PASSAGEM OU PREFERÊNCIA


Para batedores ou veículos com luzes
intermitentes e sirenes ligadas, ou veículos 189 Gravíssima 7 293,47 Multa
por eles precedidos
A pedestres portadores de deficiência,
214 Gravíssima 7 293,47 Multa
crianças, idosos e gestantes
A veículos não motorizados e pedestres em faixas
a eles destinadas ou que não tenham concluído 214 Gravíssima 7 293,47 Multa
a travessia ainda que o sinal tenha mudado
Seguir veículo de urgência e com prioridade
190 Grave 5 195,23 Multa
de passagem
Aos que trafegam por rodovia; aos que já
estejam circulando na rotatória; aos que
se aproximem pela direita em cruzamentos 215 Grave 5 195,23 Multa
não sinalizados; desobedecer ao sinal “Dê a
preferência”
Aos pedestres que já tenham iniciado a
travessia, mesmo em cruzamentos sem sinal; 214 Grave 5 195,23 Multa
ou que estejam atravessando a via transversal

Infrações de Trânsito 33
NÃO DAR PASSAGEM OU PREFERÊNCIA (cont)
Aos demais veículos e pedestres ao entrar ou
217 Média 4 130,16 Multa
sair de fila de estacionamento
Ao entrar ou sair de áreas laterais, sem posicionar
216 Média 4 130,16 Multa
adequadamente o veículo, e sem precauções
Não dar passagem pela esquerda, quando solicitado 198 Média 4 130,16 Multa

MOTOCICLETA, MOTONETA E CICLOMOTOR


Multa, retenção do veículo até regularização, reco-
Falta de capacete ou vestuário exigido por lei 244 Gravíssima 7 293,47
lhimento da CNH e suspensão do direito de dirigir
Passageiro sem capacete ou fora do banco ou Multa, retenção do veículo até regularização, reco-
244 Gravíssima 7 293,47
carro lateral lhimento da CNH e suspensão do direito de dirigir
Fazendo malabarismo ou equilibrando-se em Multa, retenção do veículo até regularização, reco-
244 Gravíssima 7 293,47
uma roda lhimento da CNH e suspensão do direito de dirigir
Com criança menor de 10 anos ou sem Multa, retenção do veículo até regularização, reco-
244 Gravíssima 7 293,47
condições de cuidar-se lhimento da CNH e suspensão do direito de dirigir
Pilotando com apenas uma das mãos, rebocando
outro veículo ou com carga incompatível ou em 244 Grave 5 195,23 Multa e apreensão do veículo para regularização
desacordo ao CTB
Transitando em vias de trânsito rápido ou
rodovias, salvo em acostamento ou faixa 244 Média 4 130,16 Multa
própria (ciclomotores)
Uso de capacete de segurança sem viseira ou
óculos de proteção ou com viseira ou óculos de
proteção em desacordo com a regulamentação 244 Média 4 130,16 Multa e retenção do veículo até regularização
do Contran ou transportando passageiro com
capacete nas condições citadas.
Deixar de manter a luz baixa acesa de dia, no
250 Média 4 130,16 Multa
caso de motocicletas, motonetas e ciclomotores.

VEÍCULOS
Danificando a via, suas instalações e
231 Gravíssima 7 293,47 Multa e retenção para regularização
equipamentos
Portando equipamento antirradar 230 Gravíssima 7 293,47 Multa, apreensão e remoção de veículo

Com som em volume ou frequência não autorizados 228 Grave 5 195,23 Multa e retenção para regularização

Não submeter o veículo à inspeção 230 Grave 5 195,23 Multa e retenção para regularização
Com cortinas ou persianas fechadas 230 Grave 5 195,23 Multa e retenção para regularização
Equipamento obrigatório ausente, inoperante
230 Grave 5 195,23 Multa e retenção para regularização
ou em desacordo
Com equipamento proibido, sistemas de
iluminação e sinalização alterados, limpador 230 Grave 5 195,23 Multa e retenção para regularização
de para-brisa não acionado sob chuva
Com descarga livre ou silenciador com defeito 230 Grave 5 195,23 Multa e retenção para regularização
Produzindo fumaça, gases ou partículas em
231 Grave 5 195,23 Multa e retenção para regularização
níveis superiores aos fixados pelo CONTRAN
Características originais alteradas, vidros e
lataria cobertos por inscrições, adesivos ou 230 Grave 5 195,23 Multa e retenção para regularização
painéis não autorizados
Em mau estado de conservação, ou que não
tenha feito a inspeção veicular obrigatória, ou 230 Grave 5 195,23 Multa e retenção para regularização
que tenha sido reprovado na inspeção
Tacógrafo (registrador de velocidade e tempo)
230 Grave 5 195,23 Multa e retenção para regularização
com defeito
Seguradora não comunicar a perda do veículo
243 Grave 5 195,23 Multa e recolhimento das placas e documentos
e devolver placas e documentos
Em desacordo com as especificações ou sem
237 Grave 5 195,23 Multa e retenção do veículo
identificação exigida por lei
Iluminação e sinalização com defeito ou
230 Média 4 130,16 Multa
lâmpada queimada

34 Infrações de Trânsito
ESTACIONAR
Na pista das estradas, rodovias, vias de trânsito rápido
181 Gravíssima 7 293,47 Multa e remoção do veículo
e vias com acostamento
Nas vagas reservadas às pessoas com deficiência ou
181 Gravíssima 7 293,47 Multa e remoção do veículo
idosos, sem credencial que comprove tal condição
A mais de 1m da calçada, em fila dupla, ou sobre
passeios, áreas de cruzamento, faixas de pedestres,
ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, canteiros centrais, 181 Grave 5 195,23 Multa e remoção do veículo
marcas de canalização, divisores de pista de rolamento,
jardins, gramados, viadutos, pontes e túneis

Em locais de estacionamento e de parada proibida 181 Grave 5 195,23 Multa e remoção do veículo

Em desacordo com as placas de estacionamento


181 Grave 5 195,23 Multa e remoção do veículo
regulamentado
Nas esquinas, a menos de 5m da transversal, perto de
hidrantes, ou fora da posição indicada, entrada e saída 181 Média 4 130,16 Multa e remoção do veículo
de veículos, a menos de 10m de paradas de ônibus

Na contramão 181 Média 4 130,16 Multa

Impedindo a movimentação de outro veículo 181 Média 4 130,16 Multa e remoção do veículo

Em locais e horários em que é proibido por placa de


181 Média 4 130,16 Multa e remoção do veículo
proibido estacionar

Afastado da calçada de 0,5 a 1m, ou no acostamento 181 Leve 3 88,38 Multa e remoção do veículo

LUZES E SINAIS
Com farol desregulado ou usando a luz alta para
223 Grave 5 195,23 Multa e retenção para regularização
ofuscar
Sem usar sinal luminoso ou gesto indicador de
196 Grave 5 195,23 Multa
mudança de direção, mudança de faixa ou parada
Sem sinalizar ao precisar remover o veículo da pista ou
225 Grave 5 195,23 Multa
permanecer no acostamento
Veículos especiais de emergência, que, em
atendimento, não estejam com os sinais luminosos 222 Média 4 130,16 Multa
acionados
Sem manter as luzes de posição acesas à noite,
quando parado para embarque e desembarque ou 249 Média 4 130,16 Multa
para carga e descarga
Sem usar luz baixa à noite ou de dia nos túneis, sob
chuva, neblina ou cerração e em rodovias de pista
250 Média 4 130,16 Multa
simples situadas fora dos perímetros urbanos, no caso
de veículos desprovidos de luzes de rodagem diurna
Sem usar luz baixa de dia e à noite, veículos de
250 Média 4 130,16 Multa
transporte coletivo
Sem manter acesa, à noite, a luz de placa traseira 250 Média 4 130,16 Multa

Uso indevido de sinais de luz alta e do pisca-alerta 251 Média 4 130,16 Multa

Uso de luz alta em vias iluminadas 224 Leve 3 88,38 Multa

TRANSPORTES E CARGAS * Caso haja reincidência no período de 12 meses a infração torna-se GRAVE.
Gravíssima
Transporte escolar sem autorização 230 7 1.467,35 Multa e remoção do veículo
(5X)
A multa poderá ser multiplicada em até 5
Criar obstáculo na via e não sinalizar 246 Gravíssima 7 293,47
vezes a critério da autoridade
Passageiro no compartimento de carga 230 Gravíssima 7 293,47 Multa, apreensão e remoção do veículo
Derramar ou arrastar carga, objetos, ou combustível
231 Gravíssima 7 293,47 Multa e retenção do veículo
na via
Transporte remunerado não licenciado 231 Gravíssima 7 293,47 Multa e remoção do veículo

Veículo ou carga fora das dimensões regulamentadas 231 Grave 5 195,23 Multa e retenção do veículo

Infrações de Trânsito 35
TRANSPORTES E CARGAS (cont)
Autorização especial por excesso de dimensões
231 Grave 5 195,23 Multa, apreensão e remoção do veículo
vencida ou em desacordo
De passageiro, com excesso de carga 248 Grave 5 195,23 Multa, retenção do veículo e transbordo
Trafegar carregando pessoas, animais ou carga,
235 Grave 5 195,23 Multa e retenção do veículo
externamente
Não sinalizar carga derramada na via 225 Grave 5 195,23 Multa
Estacionar em aclive ou declive, sem freio e/ou sem
181 Grave 5 195,23 Multa e remoção do veículo
calço (PBT superior a 3.500 kg)
Usar a via para depósito de materiais, sem autorização 245 Grave 5 195,23 Multa e remoção da mercadoria
Motofretista (motoboy) ou mototaxista efetuando Multa e apreensão do veículo para
244 Grave 5 195,23
transporte em desacordo com a legislação regularização
Em desacordo com as condições estabelecidas em
Multa e retenção do veículo para
relação ao tempo de permanência do condutor ao
230 Média 4 130,16 cumprimento do tempo de descanso
volante e aos intervalos para descanso, quando se
aplicável
trata de veículo de carga ou passageiro*
Rebocar outro veículo com cabo flexível ou corda 236 Média 4 130,16 Multa
Falta de inscrições e informações previstas para
230 Média 4 130,16 Multa
transporte de carga
Com excesso de peso ou lotação 231 Média 4 130,16 Multa e retenção do veículo
Usar objeto de sinalização temporária e não retirá-lo
226 Média 4 130,16 Multa
após o uso
De Média a 4a 130,16 a Multa, retenção do veículo e transbordo de
Excedendo a Capacidade Máxima de Tração (CMT) 231
Gravíssima 7 293,47 carga excedente

PARAR OU IMOBILIZAR O VEÍCULO


Multa, suspensão do direito de dirigir por 12
Usar qualquer veículo para, deliberadamente, inter- Gravíssima
253-A 7 5.869,40 meses, remoção do veículo
romper, restringir ou perturbar a circulação na via** (20X)
* Multa agravada em 60X aos organizadores.
Bloqueando a via com o veículo 253 Gravíssima 7 293,47 Multa, apreensão e remoção do veículo
Sobre ciclovia ou ciclofaixa 182 Grave 5 195,23 Multa
Sobre a pista nas estradas, vias de trânsito rápido,
182 Grave 5 195,23 Multa
vias com acostamento, ciclovia ou ciclofaixa

Para reparos na via, em rodovia e via de trânsito rápido 179 Grave 5 195,23 Multa e remoção do veículo

Em viadutos, pontes e túneis, locais e horários não


182 Média 4 130,16 Multa
permitidos
A menos de 5m das esquinas, nos cruzamentos, na con-
182 Média 4 130,16 Multa
tramão de direção, ou afastado mais de 1m do meio-fio
Sobre faixa de pedestres na mudança de sinal 183 Média 4 130,16 Multa
Permanecer imobilizado por falta de combustível 180 Média 4 130,16 Multa e remoção do veículo
Afastado de 0,5 a 1m do meio-fio, na faixa para
pedestres, no passeio, ilhas, refúgios, canteiros,
182 Leve 3 88,38 Multa
divisores de pista e marcas de canalização em
desacordo às posições estabelecidas no CTB
Para reparo do veículo, nas demais vias 179 Leve 3 88,38 Multa

NÃO PARAR
Antes de cruzamento com via férrea 212 Gravíssima 7 293,47 Multa
Em sinal vermelho do semáforo ou o de parada obriga-
tória, exceto onde houver sinalização que permita a livre 208 Gravíssima 7 293,47 Multa
conversão à direita prevista no art. 44-A
Para agrupamento de pessoas, passeatas, desfiles 213 Gravíssima 7 293,47 Multa

Retirar do local o veículo retido por agente de trânsito 239 Gravíssima 7 293,47 Multa, apreensão e remoção do veículo
Multa, recolhimento da CNH, apreensão e remoção
Ao se aproximar de bloqueio policial (transpor) 210 Gravíssima 7 293,47
do veículo e suspensão do direito de dirigir
Para agrupamento de veículos, cortejos, formações
213 Grave 5 195,23 Multa
militares

36 Infrações de Trânsito
NÃO PARAR (cont)
Transpor bloqueio viário, área de pesagem ou evadir-se
209 Grave 5 195,23 Multa
de pedágio
Desobedecer ordens de autoridades ou agentes de
195 Grave 5 195,23 Multa
trânsito
No acostamento da direita, antes de fazer conversão
à esquerda em vias com acostamento e sem local 204 Grave 5 195,23 Multa
apropriado para retorno

TRANSITAR COM VEÍCULO AUTOMOTOR


Nas calçadas, passeios, passarelas, ciclovias, ciclofaixas,
ilhas, refúgios, ajardinamentos, canteiros centrais e Gravíssima
193 7 880,41 Multa
divisores de pista de rolamento, acostamentos, marcas de (3X)
canalização, gramados e jardins
Na contramão, em vias de sentido único 186 Gravíssima 7 293,47 Multa
Na contramão, em vias de sentido duplo 186 Grave 5 195,23 Multa
De ré em trechos longos ou com perigo 194 Grave 5 195,23 Multa
Sem manter distância segura lateral ou frontal dos demais
192 Grave 5 195,23 Multa
veículos ou do bordo da via
Em locais e horários não permitidos 187 Média 4 130,16 Multa
Ao lado de outro veículo, interrompendo o trânsito 188 Média 4 130,16 Multa
Com motor desligado ou com o câmbio desengrenado, em declive 231 Média 4 130,16 Multa e retenção do veículo

PEDESTRES E VEÍCULOS NÃO MOTORIZADOS


Condutores de veículos de propulsão humana e tração
animal, que não trafegarem pelo bordo da pista, pelo 247 Média 4 130,16 Multa
acostamento ou pela faixa especial
Conduzir a bicicleta (pedalando) em passeios onde não
seja permitida sua circulação, ou de forma agressiva 255 Média 4 130,16 Multa e remoção do veículo
(ciclos)
Ficar ou andar nas pistas de rolamento, exceto para cruzá-
254 Leve 3 44,19 Multa
las (pedestres)
Cruzar a pista em viadutos, pontes ou túneis e áreas de
cruzamento, fora da faixa, passarela ou passagem especial 254 Leve 3 44,19 Multa
(pedestre)
Promover aglomerações na via, sem permissão, ou
254 Leve 3 44,19 Multa
desobedecer à sinalização específica
Observação: parece incoerente falar de multas e pontos para pedestres e veículos não motorizados, pois se não existe habilitação, não há
como multar ou aplicar as penalidades. Mencionamos estes itens, porque constam do Código de Trânsito Brasileiro.

IDENTIFICAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO
Ausência, violação, falsificação ou falta de legibilidade, das
230 Gravíssima 7 293,47 Multa, apreensão e remoção do veículo
placas, do lacre e do número do chassi
Prestar falsa declaração de domicílio 242 Gravíssima 7 293,47 Multa
Não possuir licenciamento ou registro 230 Gravíssima 7 293,47 Multa, apreensão e remoção do veículo
Não entregar documento para averiguação mediante recibo 238 Gravíssima 7 293,47 Multa, apreensão e remoção do veículo
Falsificar ou adulterar documento de habilitação ou
234 Gravíssima 7 293,47 Multa, apreensão e remoção do veículo
identificação de veículo
Multa, recolhimento do CRV e
Não promover a baixa de veículo irrecuperável 240 Grave 5 195,23
licenciamento anual
Não registrar transferência de propriedade em 30 dias 233 Média 4 130,16 Multa e remoção do veículo
Placas em desacordo com especificações e modelos Multa, retenção do veículo e apreensão
221 Média 4 130,16
estabelecidos pelo CONTRAN das placas
Não portar os documentos obrigatórios 232 Leve 3 88,38 Multa e retenção do veículo
Não atualizar cadastro de registro de veículo ou de
241 Leve 3 88,38 Multa
habilitação

Infrações de Trânsito 37
Questões - INFRAÇÕES DE TRÂNSITO
01. É responsável pelas infrações na direção do 07. A punição por dirigir com CNH cassada é:
veículo: a) remoção do veículo, apenas.
a) o proprietário do veículo. b) retenção do veículo, apenas.
b) o proprietário do veículo e condutor. c) apreensão da CNH, apenas.
c) os pais ou responsáveis pelo condutor. d) multa, recolhimento da CNH e retenção do veículo
d) a pessoa que assumir a responsabilidade. até a apresentação de condutor habilitado.
e) o condutor. e) duas multas.
02. A penalidade por transitar em velocidade 08. A punição para estacionar sobre calçada ou
incompatível com a segurança, diante de a faixa de pedestres é:
escolas ou onde haja movimentação de
a) multa, apenas.
pedestres, é:
b) apreensão do veículo e multa.
a) apreensão do veículo e multa.
c) remoção do veículo e multa.
b) multa.
d) apreensão da CNH e multa.
c) retenção do veículo e multa.
d) apreensão do veículo, da CNH e multa. e) advertência e multa.
e) advertência. 09. A punição por estacionar próximo a hidrantes
de incêndio é:
03. É infração de trânsito a desobediência a
a) multa, apenas.
qualquer sinal de:
b) apreensão do veículo e multa.
a) regulamentação. c) remoção do veículo e multa.
b) indicação. d) apreensão da CNH.
c) educação. e) cassação da CNH.
d) advertência. 10. A punição por estacionar sobre a pista de
e) orientação. rolamento das estradas é:
a) multa, apenas.
04. A punição por estacionar junto aos pontos b) apreensão da CNH e multa.
de parada de coletivos é: c) apreensão do veículo e multa.
a) apreensão do veículo e multa. d) remoção do veículo e multa.
b) apreensão do veículo. e) cassação da CNH.
c) apreensão da CNH e multa. 11. A punição por estacionar nos viadutos,
d) remoção do veículo e multa. pontes e túneis é:
a) retenção do veículo.
e) multa, apenas.
b) remoção do veículo e multa.
05. A punição por ultrapassar em curvas e aclives c) multa, apenas.
sem visibilidade é: d) apreensão do veículo e multa.
a) retenção do veículo e multa. e) cassação da CNH.
b) apreensão do veículo e multa. 12. A punição por avançar o sinal vermelho:
c) recolhimento do veículo ao DETRAN. a) apreensão da CNH. b) multa.
c) cassação da CNH. d) apreensão do veículo.
d) multa. e) remoção do veículo.
e) uma advertência.
13. O condutor habilitado apenas na categoria “B”
06. A penalidade por ultrapassar na contramão que dirigir uma motocicleta será punido com:
e nos cruzamentos é: a) multa, apenas.
a) multa. b) multa e cassação da CNH.
c) multa e prisão.
b) remoção do veículo.
d) multa e advertência pelo diretor do DETRAN.
c) retenção do veículo. e) multa e retenção do veículo até a apresentação
d) recolhimento do veículo ao DETRAN. de condutor habilitado.
e) um acidente.

38 Infrações de Trânsito
SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO - Atualizado com a Res. 160/04
ANEXO II DO CTB - RESOLUÇÃO 160/04 Aplicação das Penalidades: as penalidades das infrações
Os sinais de trânsito são usados para orientar, de sinalização não serão aplicadas aos condutores se a
advertir e disciplinar a circulação dos elementos sinalização for inexistente ou deficiente (Art. 90).
do trânsito ao longo das vias. Responsabilidade: o órgão com jurisdição sobre a via
Padronização: sempre que houver necessidade, as vias é que deverá sinalizá-la, podendo ser responsabilizado
deverão ser sinalizadas, com a utilização da sinalização em caso de insuficiência, falta ou erros de sinalização.
padronizada prevista no Art. 80 do CTB. Classificação:
Direitos e Deveres quanto à sinalização: 1. Sinalização Vertical
2. Sinalização Horizontal
Todo cidadão tem o dever de conhecer, proteger, respeitar
3. Dispositivos Auxiliares
e obedecer a sinalização de trânsito. (Art. 72 e 73)
4. Sinalização Semafórica
Temos direito a vias sinalizadas e seguras, Art 1°, §2° 5. Sinalização de Obras
e §3° do CTB. 6. Gestos
Colocação: a sinalização deverá ser colocada onde seja 7. Sinais Sonoros
facilmente visível e legível, tanto de dia como à noite,
em distância compatível com a segurança (Art. 80), e 1. SINALIZAÇÃO VERTICAL: os sinais viários, normalmente
de acordo com as normas previstas pela Resolução 160. placas, estão fixados na posição vertical, ao lado da via
ou suspensos sobre ela. Transmitem mensagens através
Visibilidade: é proibido colocar luzes, obstruções, de legendas ou símbolos pré-estabelecidos e servem para
construções, vegetação, publicidade e inscrições, que aumentar a segurança, ordenar os fluxos de tráfego e
possam confundir, interferir ou prejudicar a interpretação orientar os usuários das vias.
ou a visibilidade dos diversos elementos do trânsito,
comprometendo a segurança (Art. 81) A sinalização vertical, de acordo com sua função, pode ser:

Obrigação de sinalizar: nenhuma via poderá ser 1.1 Sinalização de Regulamentação


aberta ou reaberta enquanto não estiver completa e 1.2 Sinalização de Advertência
devidamente sinalizada (Art. 88). 1.3 Sinalização de Indicação

1. SINALIZAÇÃO VERTICAL
1.1 SINALIZAÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO
São sinais que informam aos usuários as proibições, obrigações e restrições impostas no ponto ou trecho sinalizado.
Desobedecer aos sinais de regulamentação significa infringir as normas de trânsito e, portanto, estar sujeito a
penalidades e medidas administrativas. Os símbolos são em PRETO, o fundo é BRANCO e a cor VERMELHA indica
OBRIGAÇÃO, PROIBIÇÃO ou RESTRIÇÃO. Algumas placas apresentam tarja vermelha na diagonal, que significa
proibição. Os sinais R-1 e R-2 são os únicos sinais de regulamentação que diferem do formato circular dos demais,
e podem ser reconhecidos à distância.
Parada obrigatória Dê a preferência Sentido proibido
Obriga o condutor a parar Determina que o condutor reduza Assinala a proibição de se
completamente o seu veículo a velocidade ou pare o veículo, seguir em frente ou entrar na
antes de entrar na via. para dar a preferência aos veículos rua ou área em restrição.
que transitam pela via em que
R-1 R-2 pretende entrar ou cruzar. R-3
Proibido virar à esquerda Proibido virar à direita Proibido retornar à esquerda
Proíbe o condutor de realizar Proíbe o condutor de realizar Proíbe o condutor de realizar
conversão à esquerda. conversão à direita. retorno à esquerda.

R-4a R-4b R-5a


Proibido retornar à direita Proibido estacionar Estacionamento
Proíbe o condutor de realizar Determina ao condutor a regulamentado
retorno à direita. proibição de estacionar no Permite ao condutor estacionar
trecho abrangido pela restrição. na via, trecho ou área
regulamentada.
R-5b R-6a R-6b

Sinalização de Trânsito 39
SINALIZAÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO (Continuação)

Proibido parar e estacionar Proibido ultrapassar Proibido mudar de faixa


Proíbe ao condutor parar, ainda Proíbe a operação de ou pista de trânsito da
que por pouco tempo, mesmo ultrapassagem no trecho esquerda para a direita
em operações de embarque e regulamentado. Proíbe o condutor de mudar
desembarque. de faixa ou pista no sentido
R-6c R-7 R-8a indicado.

Proibido mudar de faixa ou Proibido trânsito de Proibido trânsito de veículos


pista de trânsito da direita caminhões automotores
para a esquerda Proíbe a entrada ou passagem Proíbe a entrada ou passagem
Proíbe o condutor de mudar de veículos de carga na área de qualquer veículo automotor
de faixa ou pista no sentido sinalizada. na área ou via sinalizada.
R-8b indicado. R-9 R-10
Proibido trânsito de veículos Proibido trânsito de Proibido trânsito de tratores
de tração animal bicicletas e máquinas de obras
Proíbe a circulação de qualquer Proíbe a circulação de Proíbe aos operadores a
veículo de tração animal na via bicicletas na área ou via circulação de toda espécie de
ou área sinalizada. sinalizada. tratores e máquinas de obras
R-11 R-12 R-13 na área restrita.

Peso bruto total máximo Altura máxima permitida Largura máxima permitida
permitido Determina a altura máxima Determina a largura máxima
Determina o peso total máximo permitida aos veículo em permitida aos veículos que
permitido aos veículos em circulação no local sinalizado. circulam no local sinalizado.
circulação na área ou via
R-14 sinalizada. R-15 R-16
Peso máximo permitido por Comprimento máximo Velocidade máxima
eixo permitido permitida
Determina o peso máximo Determina o comprimento Determina o limite máximo
permitido, por eixo, aos máximo permitido aos veículos de velocidade permitida. Esta
veículos que transitam no ou combinação de veículos no deve ser considerada até onde
R-17 trecho sinalizado. R-18 trecho sinalizado. R-19 houver outra que a modifique.

Proibido acionar buzina ou Alfândega Uso obrigatório de corrente


sinal sonoro Determina a presença de uma Assinala aos condutores o uso
Proíbe o condutor de acionar repartição alfandegária, onde a de correntes atreladas às rodas
buzina ou qualquer outro parada é obrigatória. do veículo. Pelo menos, ao par
tipo de sinal sonoro no local de rodas motrizes.
R-20 regulamentado. R-21 R-22
Conserve-se à direita Sentido de circulação da via/ Passagem obrigatória
Determina ao condutor que se pista Determina ao condutor que
mantenha à direita da pista de Obriga o condutor a circular no existe um obstáculo e que a
rolamento, deixando a faixa da sentido indicado. passagem é obrigatoriamente
esquerda livre. feita à direita do mesmo.
R-23 R-24a R-24b
Vire à esquerda Vire à direita Siga em frente ou à
Assinala ao condutor a Assinala ao condutor a esquerda
obrigatoriedade de virar à obrigatoriedade de virar à Permite ao condutor os
esquerda. direita. sentidos de circulação à
esquerda ou em frente.
R-25a R-25b R-25c
Siga em frente ou à direita Siga em frente Ônibus, caminhões e
Permite ao condutor os Determina que o sentido veículos de grande porte,
sentidos de circulação à direita obrigatório de circulação é em mantenham-se à direita
ou em frente. frente. Assinala ao condutor de ônibus
ou caminhão a obrigação de cir-
R-25d R-26 R-27 cular pela faixa mais à direita.

Duplo sentido de circulação Proibido trânsito de Pedestre ande pela


Determina ao condutor que pedestres esquerda
transitava por via de sentido Proíbe a circulação de Assinala ao pedestre a
único, que esta passará a ter pedestres na via ou área obrigatoriedade de andar pelo
sentido duplo. sinalizada. lado esquerdo da via.
R-28 R-29 R-30

40 Sinalização de Trânsito
SINALIZAÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO (Continuação)

Pedestre ande pela direita Circulação exclusiva de Sentido de circulação na


Assinala ao pedestre a ônibus rotatória
obrigatoriedade de andar pelo Indica que a via destina-se à Indica o sentido que o condutor
lado direito da via. circulação exclusiva de ônibus. deve circular na rotatória.

R-31 R-32 R-33


Circulação exclusiva de Ciclista, transite à esquerda Ciclista, transite à direita
bicicletas Indica ao ciclista a Indica ao ciclista a
Indica que a via destina-se obrigatoriedade de trafegar obrigatoriedade de trafegar
à circulação exclusiva de pelo lado esquerdo da via. pelo lado direito da via.
bicicletas.
R-34 R-35a R-35b
Ciclista à esquerda, Pedestre à esquerda, Circulação compartilhada de
pedestre à direita ciclista à direita ciclistas e pedestres
Indica a obrigatoriedade do Indica a obrigatoriedade do Indica a circulação compartilhada
ciclista de trafegar pelo lado ciclista de trafegar pelo lado de ciclistas e pedestres.
esquerdo da via e o pedestre direito da via e o pedestre pelo
R-36a pelo lado direito. R-36b lado esquerdo. R-36c
Proibido trânsito de Proibido trânsito de ônibus Circulação exclusiva de
motocicletas, motonetas e Proíbe a circulação de ônibus caminhão
ciclomotores na via sinalizada. Indica que a via é de uso
Proíbe a circulação de exclusivo para caminhões.
motocicletas, motonetas e
R-37 ciclomotores na via sinalizada. R-38 R-39
Trânsito proibido a carros
de mão
Proíbe a circulação de carros
de mão na via sinalizada.

R-40

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES À SINALIZAÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO

São informações adicionais à sinalização de regulamentação, podendo ser utilizada uma placa adicional ou incorporada
à placa principal, formando um só conjunto.

ESTACIONAMENTO 2ª a 6ª 7 - 20h
ROTATIVO
h Obrigatório o uso de cartão CARGA E
2ª a 6ª
h 01 hora 1 cartão DESCARGA
02 hora 2 cartões
INÍCIO TÁXI PERMITIDA
h 2ª a 6ª 07 19h
2ª a 6ª 7 9h
Sábados 07 13h 18 20h

ÁREA
DE
PEDESTRES

OBRIGATÓRIO CAMINHÕES
NA LINHA AMARELA OBRIGATÓRIO OBRIGATÓRIO
O USO DE CARTÃO E ÔNIBUS USO DO CARTÃO
USO DO CARTÃO
2ª a 6ª h 2ª a 6ª h SÓ OBRIGATÓRIO EXCLUSIVO EXCLUSIVO
Sábados h DEFICIENTE
h ÔNIBUS FÍSICO IDOSO
PROIBIDO FAIXA DA
Sábados h 04 VAGAS A 60°
MOTOCICLETAS 04 VAGAS A 60°
DIREITA

Sinalização de Trânsito 41
1.2 SINALIZAÇÃO DE ADVERTÊNCIA
São sinais que servem para alertar os usuários, com antecedência, sobre situações de perigo na via, para que
possam reagir de forma adequada. Os símbolos são em PRETO, e a cor de fundo é AMARELA que indica ATENÇÃO,
PERIGO. O formato das placas geralmente é quadrado. As recomendações básicas em qualquer situação de risco
são: reduzir a velocidade e redobrar a atenção. Além disso, o condutor deve interpretar corretamente o sinal de
advertência e tomar os cuidados necessários para cada situação. Desrespeitar a sinalização de advertência significa
imprudência e negligência.
Curva acentuada à esquerda Curva acentuada à direita Curva à esquerda
Alerta o condutor que à frente Alerta o condutor que à frente Alerta o condutor que à frente
existe uma curva acentuada à existe uma curva acentuada à existe uma curva à esquerda.
esquerda. direita.

A-1a A-1b A-2a

Curva à direita Pista sinuosa à esquerda Pista sinuosa à direita


Alerta o condutor que à frente Alerta o condutor que à frente Alerta o condutor que à frente
existe uma curva à direita. existem três ou mais curvas existem três ou mais curvas
sucessivas, sendo a primeira à sucessivas, sendo a primeira
esquerda. à direita.
A-2b A-3a A-3b

Curva acentuada em “S” à Curva acentuada em “S” à Curva em “S” à esquerda


esquerda direita Adverte ao condutor da
Alerta o condutor que existem Alerta o condutor que existem existência de duas curvas em
à frente duas curvas sucessivas à frente duas curvas sucessivas “S” sucessivas adiante, sendo
em “S” sendo pelo menos uma em “S” sendo pelo menos uma a primeira pela esquerda.
A-4a delas acentuada e começando A-4b delas acentuada e começando A-5a
pela esquerda. pela direita.
Curva em “S” à direita Cruzamento de vias Via lateral à esquerda
Adverte ao condutor da Alerta o condutor da existência Alerta para a existência adiante
existência de duas curvas em de um cruzamento adiante. de uma via lateral à esquerda.
“S” sucessivas adiante, sendo
a primeira pela direita.
A-5b A-6 A-7a

Via lateral à direita Interseção em “T” Bifurcação em “Y”


Alerta para a existência adiante Alerta o condutor da existência Alerta o condutor que à frente
de uma via lateral à direita. à frente de uma interseção em existe uma bifurcação em
forma de T. forma de Y.

A-7b A-8 A-9

Entroncamento oblíquo à Entroncamento oblíquo à Junções sucessivas


esquerda direita contrárias 1a à esquerda
Adverte o condutor da Adverte o condutor da Adverte o condutor da presença
existência adiante de um existência adiante de um adiante de junções contrárias
entroncamento à esquerda. entroncamento à direita. sucessivas, estando a primeira
A-10a A-10b A-11a via lateral à esquerda.

Junções sucessivas Interseção em círculo Confluência à esquerda


contrárias 1a à direita Adverte da presença adiante de Adverte o condutor para a
Adverte o condutor da uma interseção de circulação existência adiante de uma
presença adiante de junções feita em rótula. confluência de trânsito à
contrárias sucessivas, estando esquerda que se incorpora à
A-11b a primeira via lateral à direita. A-12 A-13a via na qual está circulando.

Confluência à direita Semáforo à frente Parada obrigatória à frente


Adverte o condutor para a Alerta o condutor para a Alerta o condutor para a
existência adiante de uma existência de um semáforo PA R E existência adiante de uma
confluência de trânsito à direita adiante. parada obrigatória.
que se incorpora à via na qual
A-13b está circulando. A-14 A-15

Bonde Pista irregular Saliência ou lombada


Adverte o condutor da Adverte o condutor, de que há Alerta o condutor para a
existência, à frente, de adiante um trecho de via com existência, sobre a superfície
passagem para bonde. superfície irregular. de rolamento, de saliência ou
lombada.
A-16 A-17 A-18

42 Sinalização de Trânsito
SINALIZAÇÃO DE ADVERTÊNCIA (Continuação)

Depressão Declive acentuado Aclive acentuado


Adverte o condutor para Adverte o condutor, que à Adverte o condutor, que à
a existência, na pista de frente existe uma descida forte. frente existe uma subida forte.
rolamento, de uma depressão.

A-19 A-20a A-20b

Estreitamento de pista ao Estreitamento de pista à Estreitamento de pista à


centro esquerda direita
Adverte o condutor da Adverte o condutor da Adverte o condutor da
existência adiante de existência de estreitamento de existência de estreitamento de
estreitamento de pista de pista à esquerda. pista à direita.
A-21a ambos os lados. A-21b A-21c

Alargamento de pista à Alargamento de pista à Ponte estreita


esquerda direita Alerta o condutor da existência
Adverte o condutor da Adverte o condutor da de ponte mais estreita que a
existência de alargamento de existência de alargamento de pista de rolamento, adiante.
pista à esquerda. pista à direita.
A-21d A-21e A-22

Ponte móvel Obras Mão dupla adiante


Alerta para a existência adiante Alerta o condutor da existência Adverte o condutor da
de uma ponte móvel. de obras no leito de uma via, alteração, adiante, do sentido
adiante. único da pista para duplo
sentido de trânsito.
A-23 A-24 A-25

Sentido único Sentido duplo Área com desmoronamento


Alerta o condutor da existência, Alerta o condutor da existência, Alerta para área adiante sujeita
adiante, de uma mudança adiante, de uma mudança a desmoronamento.
brusca de direção no sentido brusca de direção nos sentidos
indicado. indicados.
A-26a A-26b A-27

Pista escorregadia Projeção de cascalho Trânsito de ciclistas


Adverte o condutor para Adverte o condutor para a Adverte o condutor para a
a existência de trecho de existência adiante de trecho existência, adiante, de local
pista que pode tornar-se onde pode ocorrer projeção de de travessia de ciclistas ou
escorregadio, adiante. cascalho. onde há a possibilidade de
A-28 A-29 A-30a circulação de ciclistas.

Passagem sinalizada de Trânsito compartilhado por Trânsito de tratores ou


ciclistas ciclistas e pedestres maquinaria agrícola
Alerta o condutor para a Alerta o condutor para a Adverte o condutor para
existência de trecho, adiante, presença de ciclistas e a existência de local de
onde há travessia sinalizada de pedestres na via. cruzamento ou trânsito
A-30b ciclistas. A-30c A-31 eventual de tratores ou
maquinário agrícola.
Trânsito de pedestres Passagem sinalizada de Área escolar
Alerta o condutor para pedestres Alerta o condutor para a
a existência de trecho, Adverte que à frente, há existência de área escolar,
adiante, onde há travessia de uma faixa sinalizada para a adiante.
pedestres. passagem de pedestre.
A-32a A-32b A-33a

Passagem sinalizada de Crianças Animais


escolares Alerta para a existência de área Alerta o condutor para a
Alerta que à frente há uma de lazer para crianças, adiante. existência de trecho onde
faixa sinalizada para passagem pode deparar-se com animais,
de escolares. adiante.
A-33b A-34 A-35

Sinalização de Trânsito 43
SINALIZAÇÃO DE ADVERTÊNCIA (Continuação)
Animais selvagens Altura limitada Largura limitada
Alerta o condutor para a Adverte o condutor para a Adverte o condutor para a
existência de trecho, adiante, existência de local onde há existência, adiante, de local
onde pode deparar-se com restrição à altura dos veículos onde há restrições à largura
animais selvagens cruzando a em circulação, adiante. permitida para os veículos em
A-36 pista. A-37 A-38 circulação.

Passagem de nível sem Passagem de nível com Cruz de Santo André


barreira barreira Alerta o condutor para a
Alerta o condutor para Adverte o condutor para a existência de um cruzamento
a existência adiante de existência adiante de um com linha férrea, em nível, no
cruzamento com linha férrea, cruzamento com linha férrea, local.
A-39 sem barreira, em nível. A-40 em nível, com barreira. A-41

Início de pista dupla Fim de pista dupla Pista dividida


Alerta o condutor que, adiante, Alerta o condutor que, adiante, Alerta que à frente, o fluxo
os fluxos opostos de tráfego da os fluxos opostos de tráfego da de tráfego, ainda na mesma
via passam a ser separados por via deixam de ser separados direção, será dividido.
um canteiro central. por um canteiro central.
A-42a A-42b A-42c

Aeroporto Vento lateral Rua sem saída


Adverte o condutor da Alerta o condutor para a Adverte que o trânsito é local e
presença, adiante, de existência de local onde a via não tem prosseguimento.
aeroporto ou campo de pouso, freqüentemente há vento
onde pode haver aviões em lateral forte.
A-43 baixa altura. A-44 A-45

Peso bruto total limitado Peso limitado por eixo Comprimento limitado
Adverte para a existência, Adverte para a existência, Adverte para a existência,
adiante, de restrição para peso adiante, de restrição para adiante, de restrição, e informa
e informa o peso bruto total peso e informa o peso máximo o comprimento máximo
máximo admissível. admissível por eixo. admissível do veículo.
A-46 A-47 A-48

SINALIZAÇÃO ESPECIAL DE ADVERTÊNCIA


a) Para Faixas ou Pistas Exclusivas de Ônibus

ÔNIBUS PISTA EXCLUSIVA FIM DA FAIXA


NO CONTRA FLUXO DE ÔNIBUS EXCLUSIVA
A100m A 150m A 100m

b) Para Pedestres c) Para Rodovias, Estradas e Vias de Trânsito Rápido

100 6,0 m
km/h

Pedestre Pedestre 4,0 m


veículos nos bicicleta nos 40
km/h
dois sentidos dois sentidos

A 500 m A 1 km

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES AOS SINAIS DE ADVERTÊNCIA


Pode estar incorporada à placa principal ou em uma placa adicional abaixo da principal.

ATENÇÃO LOMBADA
ÚLTIMA
CURVA
SAÍDA
PERIGOSA FAIXA ADICIONAL
A 50 m
A 50 m
A 500m

44 Sinalização de Trânsito
1.3 SINALIZAÇÃO DE INDICAÇÃO
Tem caráter informativo ou educativo. Servem para indicar vias, locais de interesse, distâncias e orientar condutores
sobre percursos, destinos e serviços auxiliares.
Placas de Identificação
De Rodovias e Estradas De Municípios Regiões de interesse de
tráfego

BRASIL PR
PR Lapa
BR-116
410 GOIÂNIA Zona Oeste
Pan-Americana Federal Estadual

De Pontes, Viadutos, Quilométrica De Limite de Municípios, Divisa de Estados,


Túneis e Passarelas Fronteira, Perímetro Urbano

km
Ponte LIMITE DE MUNICÍPIOS DIVISA DE ESTADOS
Cidade Jardim 123 Recife Minas Gerais
Jaboatão Espírito Santo
Zona Azul

Placas de Pedágio Placas Indicativas de Sentido

PEDÁGIO 1 km PEDÁGIO 1 km
AUTOMÓVEL ÔNIBUS
Zona Leste
PR
UTILITÁRIO CAMINHÃO BR-116
Dutra

Placas Indicativas de Distância Placas Diagramadas


PR
Rio de Janeiro BR-116 Dutra
ÚLTIMA ÚLTIMA
S. SAÍDA
J. dos Campos 16 ÚLTIMA
km FAIXA ADICIONAL
SAÍDA
FAIXA ADICIONAL Jacareí
A 50 m SAÍDA ÚLTIMA ÚLTIMA
A 50 m Caraguatatuba 85 km FAIXA ADICIONAL Zona Norte
A 50Am
50 m A 500m
A 500m SAÍDA SAÍDA
FAIXA ADICIONAL FAI
Campos do JordãoA 50 95mkmA 50 m A 50 m
Sta. Branca
A 500m A 50 m
Salesópolis A 50 m
A 500m
Centro

A 500m

Placas Educativas

MOTOCICLISTA
ÚLTIMA ÚLTIMA
NÃO FECHE ÚLTIMA USE O CINTO ÚLTIMA
USE SEMPRESAÍDA SAÍDA SAÍDA
FAIXA ADICIONAL
SAÍDA
FAI
FAIXA ADICIONAL
AO50 m FAIXA ADICIONAL
A 50 m DE SEGURANÇA
A 50 m A 50 m CRUZAMENTO
A 50 mO CAPACETE A 50 m A 50 m A 50 m
A 500m A 500m A 500m

Placas Educativas para Pedestres

Pedestre Pedestre Utilize a


ÚLTIMA
ÚLTIMA na
Atravesse ÚLTIMA Aguarde o
SAÍDA Passagem ÚLTIMA
SAÍDA SAÍDA FAIXA ADICIONAL SAÍDA
FAIXA ADICIONAL A 50 m Sinal FAIXA
Verde ADICIONAL A 50 m Protegida FAI
0m A 50 m Faixa A 50 m
A 50 m A 50 m A 500m A 500m
A 50 m A 500m

Sinalização de Trânsito 45

ÚLTIMA ÚLTIMA ÚLTIMA


SINALIZAÇÃO DE INDICAÇÃO (Continuação)
PLACAS DE SERVIÇOS AUXILIARES
Comunicam aos usuários das vias onde dispor dos serviços indicados, orientando e identificando estes serviços.
PLACAS PARA PEDESTRES

PED-01 PED-02 PED-03 PED-04 PED-05 PED-06 PED-07 DEF-01


Símbolo de Travessia de Rampa de Acesso Rampa de Acesso Escada de Acesso Escada de Acesso Botoeira de Símbolo Interna-
Pedestre Pedestres Passarela Subterrânea Passarela Subterrânea Semáforo cional de Acesso

Exemplos de Placas

Travessia Travessia Travessia

DEF-02 DEF-03 DEF-04


de de de

Faixa de Travessia Rampa de Acesso Rampa de Acesso


Pedestres Pedestres Pedestres

Passarela Subterrânea

PLACAS PARA CONDUTORES

E
SAU-01 SAU-02 SAU-03 SAU-04 SAU-05 SAU-06 SAU-07 SAU-08
Área de Informações Câmbio Correio Rua 24 horas Serviço Telefônico Serviço Mecânico Borracharia
Estacionamento Turísticas

SAU-09 SAU-10 SAU-11 SAU-12 SAU-13 SAU-14 SAU-15 SAU-16


Abastecimento Pronto-socorro Serviço Sanitário Restaurante Hotel Área de Estacionamento Banho
Campismo de Trailler

SAU-17 SAU-18 SAU-19 SAU-20 SAU-21 SAU-22 SAU-23 SAU-24


Cemitério Pedágio Terminal Terminal Ferroviário Aeroporto Heliporto Porto Transporte sobre
Rodoviário e Metroviário Água

Exemplos de Placas

SAU-25 SAU-26 SAU-27 SAU-28 SAU-29


Terminal Aquaviário Ponto de Parada Cobrança Fiscalização Via Monitorada A 500 m 1 Km
Automática Eletrônica

PLACAS DE ATRATIVOS TURÍSTICOS


ATRATIVOS TURÍSTICOS NATURAIS ATRATIVOS HISTÓRICOS E CULTURAIS

TNA-01 TNA-02 TNA-03 THC-01 THC-02 THC-03 THC-04 THC-05


Montanha Praia Ilha Arquitetura Arquitetura Militar Arquitetura Monumento Museu
Religiosa Histórica

TNA-04 TNA-05 TNA-06 THC-06 THC-07 THC-08 THC-09 THC-10


Rio, Lago, Lagoa Cachoeira Patrimônio Ruína Patrimônio Sítio Farol Centro de Cultura
Natural Cultural Arqueológico
Placas de Identificação de Atrativo Turístico

TNA-07 TNA-08 TNA-09 THC-11


Gruta Turismo Rural Estância Biblioteca
Praia Parque Nacional
Hidromineral
de Pajuçara de Itatiaia

46 Sinalização de Trânsito
ÁREAS PARA PRÁTICA DE ESPORTES

TAD-01 TAD-02 TAD-03 TAD-04 TAD-05 TAD-06 TAD-07 TAD-08


Esportes Esportes Equestres Esportes Esportes Mergulho Voo Livre Surfe Canoagem
Automobilísticos Náuticos

TAD-09 TAD-10 TAD-11 TAD-12 TAD-13 TAD-14 TAD-15 TAD-16


Pesca Submarina Pesca Esportiva Montanhismo Golfe Aeroclube Marina Futebol Ciclismo

ÁREAS DE RECREAÇÃO

TAR-01 TAR-02 TAR-03 TAR-04 TAR-05 TAR-06 TAR-07


Praça Barco de Passeio Parque Urbano Represa Teleférico Mirante Parque de Diversões

LOCAIS PARA ATIVIDADES DE INTERESSE TURÍSTICO

TIT-01 TIT-02 TIT-03 TIT-04 TIT-05 TIT-06 TIT-07 TIT-08


Festas Teatro Convenções Artesanato Zoológico Zoossafari Planetário Feira
Populares Típica

Placas Indicativas de Sentido de Atrativo Turístico Placas Indicativas de Distância de Atrativo Turístico

Museu Regional Taperapuã 2 Km


Igr. Bom Jesus do Bonfim Rio do Mangue 4 km

TIT-09 TIT-10 TIT-11


Ponta Grande 6 km
Sobrados Mouriscos
Exposição Rodeio Pavilhão de Feiras
Agropecuária e Exposições
Pal. Boa Vista 6 km
Parque das Ruínas
Mus. Felícia Leirner 9 km
Mus. Chac. do Céu

2. SINALIZAÇÃO HORIZONTAL
Estes sinais se apresentam ao condutor, pintados ou desenhados sobre o piso, na posição horizontal, na forma de faixas,
símbolos ou inscrições. Servem para orientar a circulação e direcionar o fluxo de veículos e pedestres, e para complementar
a sinalização vertical. Têm a vantagem de não desviar a atenção do condutor do leito da pista.

Marcas Longitudinais: separam e ordenam as correntes de tráfego, definindo a parte da pista destinada à circulação de
veículos, a sua divisão em faixas de mesmo sentido, a divisão de fluxos opostos, as faixas de uso exclusivo ou preferencial
de espécie de veículo, as faixas reversíveis, além de estabelecer as regras de ultrapassagem e transposição.
Linhas de Divisão de Fluxo Opostos Linhas de Divisão de Fluxos no
Mesmo Sentido
Linha simples contínua Linha simples seccionada Linha simples seccionada

Via de mão dupla - proibida a ultra- Via de mão dupla - permitida a Via de mão única - permitida mudança de
passagem em ambos os sentidos ultrapassagem em ambos os sentidos faixa

Linha dupla contínua Linha dupla contínua e seccionada Linha simples contínua

Via de mão dupla - proibida a ultra- Via de mão dupla - ultrapassagem Via de mão única - proibida mudança de faixa
passagem em ambos os sentidos proibida no lado contínuo e permitida
no lado tracejado

Sinalização de Trânsito 47
SINALIZAÇÃO HORIZONTAL (Continuação)
Marcas de Canalização: são colocadas no início e no fim de canteiros ou obstáculos centrais.

Dividindo ou unindo faixas de mesmo sentido Dividindo ou unindo faixas de sentidos contrários

Inscrições no Pavimento: informam as condições de operação da via.

Siga em
Siga em Frente ou Frente Retorno à
Siga em Frente Vire à Esquerda Vire à Direita Retorno à Direita
Vire à Esquerda ou Vire à Esquerda
Direita

Cruzamento Dê a Mudança
Deficiente Físico Serviços de Saúde Bicicleta Curva Acentuada
Ferroviário Preferência Obrigatória de Faixa

Exemplos de marcas viárias


Marcas para
Faixa de Travessia de Estacionamento
Pedestres Legenda Linha de Bordo
PARE

Linha de Marcação de Não Estacione


Retenção Área de Conflito

Faixa de Integração

Faixa de Desaceleração

48 Sinalização de Trânsito
3. DISPOSITIVOS AUXILIARES
Estes dispositivos aumentam a visibilidade dos sinais e chamam a atenção para obstáculos no local, que sejam perigosos
para os usuários. São confeccionados em material refletivo ou luminoso para melhor visualização, principalmente durante
a noite.
Dispositivos Delimitadores
Tachas ou Tachões (não podem ser usados como redutores de
Balizador velocidade ou sonorizadores)
Elemento refletivo

Elementos refletivos

Vermelho Amarelo Branco

Dispositivos de Sinalização de Alerta


Obstáculos Obstáculos com Obstáculos
com passagem passagem por com passagem Utilizado na parte
só pela direita ambos os lados só pela esquerda superior do obstáculo

Marcadores de Perigo
Indicam que a passagem:
deverá ser feita poderá ser feita deverá ser feita poderá ser feita
pela direita por ambos os lados pela esquerda por ambos os lados

Marcadores de Alinhamento Dispositivos Luminosos


Painéis Eletrônicos Painéis com Setas Luminosas

Alerta sobre alterações no alinhamento horizontal da via

Sinalização de Trânsito 49
DISPOSITIVOS DE USO TEMPORÁRIO
São dispositivos fixos ou móveis utilizados em operações de trânsito, obras e situações de emergência ou perigo com o
objetivo de alertar condutores, canalizar o trânsito, proteger pedestres, trabalhadores, etc.

Cones Cilindros Balizador Móvel Tambores

4. SINALIZAÇÃO SEMAFÓRICA
São sinais luminosos, controlados eletronicamente, que servem para controlar o fluxo de veículos e pedestres.

Regulamentação para Veículos Regulamentação Advertência


para Pedestres

ou
ou
ou ou

Direção Controlada

Significados:
Amarelo: Vermelho: Verde: Verde: Amarelo intermitente:
Indica atenção, Indica parada Indica permissão Permissão para iniciar Adverte a existência de
sinalizando a obrigatória. para passar, se o a travessia. obstáculo ou situação
iminência da cruzamento estiver Vermelho: perigosa na via.
parada obrigatória. livre. Não pode iniciar a
travessia.

50 Sinalização de Trânsito
5. SINALIZAÇÃO DE OBRAS
São muito semelhantes às de sinalização de advertência. As diferenças são: o fundo alaranjado e o caráter temporário,
sempre relacionado à realização de obras na pista.

MÁQUINAS
NA PISTA
A 100 m

6a. GESTOS DE AGENTES DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO


Sempre que a sinalização for efetuada pelo agente, esta tem prioridade sobre as demais.

Ordem de parada para todos os Ordem de parada para os veículos que Ordem de parada para os veículos que estão
veículos. estão transitando em sentido transversal transitando em sentido transversal ao braço.
aos braços.

Ordem de diminuição da Ordem de parada para os veículos aos Ordem de seguir. Gestos com a palma da
velocidade. quais a luz é dirigida. mão voltada para trás.
6b. GESTOS DE CONDUTORES
São sinais auxiliares, indicativos de manobras.

Conversão à esquerda Conversão à direita Redução ou parada

7. SINAIS SONOROS
São os apitos do policial ou agente de trânsito.

1 silvo breve 2 silvos breves 1 silvo longo

Siga! Pare! Diminua a marcha!

Sinalização de Trânsito 51
Questões - SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO

01. Os sinais de trânsito podem ser: placas, 07. A placa obriga a:


desenhos pintados na via pública, e ainda a) circular sem parar.
sinais: b) circular pela rotatória no sentido indicado.
a) luminosos e sonoros. c) virar à direita ou seguir em frente.
b) luminosos e por gestos. d) parar e olhar antes de cruzar a via.
c) sonoros e por gestos. e) circular somente para o lado direito.
d) luminosos, sonoros e por gestos.
e) luminosos. 08. Qual placa não permite parada?

02. O objetivo da sinalização é informar: a) b)


a) condições, restrições, obrigações e proibições no
uso da via.
b) a situação do trânsito. c) d) e)
c) a condição do veículo.
d) a proibição de cometer imprudência.
e) a ausência de fiscalização constante.
09. Um trecho de mão dupla apresenta uma linha
03. O tipo de sinalização que prevalece sobre os amarela seccionada; isso significa que é:
demais é: a) proibido ultrapassar pela esquerda.
a) dos condutores de veículos. b) proibido ultrapassar.
b) dos pedestres para atravessar a via. c) proibido ultrapassar pela direita.
c) os sinais luminosos. d) permitido ultrapassar.
d) do agente de trânsito. e) permitido ultrapassar pela direita.
e) do passageiro de transporte coletivo.
10. O sinal abaixo indica cruzamento:
04. As faixas separadoras em vias de mão dupla a) com linha de bonde.
que proíbem ao condutor ultrapassar em b) em “X”.
movimento são: c) com barreira.
a) brancas seccionadas. d) perigoso.
b) amarelas seccionadas. e) com linha férrea.
c) amarelas contínuas.
d) seccionadas. 11. A placa ao lado alerta para:
e) brancas contínuas. a) faixa de travessia de pedestres.
b) escolares participando de festa.
05. As faixas que permitem ultrapassagem são: c) escolares desfilando.
a) amarelas contínuas. d) escola de crianças excepcionais.
b) brancas contínuas. e) área escolar adiante.
c) contínuas.
d) amarelas contínuas ou seccionadas. 12. Diante de sinais de advertência você:
e) seccionadas. a) redobra a atenção e adota uma postura segura.
b) aumenta a velocidade para descongestionar o
trânsito.
06. A placa obriga a: c) para rapidamente o seu veículo.
a) circular somente para a direita. d) acende as lanternas do seu veículo.
b) reduzir a velocidade ou parar, dando preferência e) estaciona o veículo.
aos veículos que circulam pela via preferencial. 13. A placa abaixo alerta sobre estreitamento da
c) parar e olhar bem o trânsito antes de entrar ou via:
cruzar a via.
a) com curva acentuada em “S”.
d) manter a velocidade igual ou abaixo da indicada
b) em sentido único.
na placa.
c) em ambos os lados.
e) ver que há veículo quebrado adiante.
d) devido à existência de barreiras.
e) devido à existência de obras.

52 Sinalização de Trânsito
DIREÇÃO DEFENSIVA

INTRODUÇÃO As estatísticas oficiais do Ministério da Saúde demonstram que, a cada


ano, mais de 650 mil pessoas são vítimas de acidentes de trânsito
no Brasil. Dentre elas, aproximadamente 45 mil são vítimas fatais, das
quais mais de 38 mil morrem no local do acidente. Dos sobreviventes,
em média 67% adquirem algum tipo de lesão permanente.
O impacto social causado pelas mortes no trânsito é muito intenso, pois
a grande maioria das vítimas tem entre 18 e 34 anos e pertence à faixa
economicamente mais produtiva e ativa da nossa sociedade.
Quando analisamos as estatísticas de acidentes envolvendo motos, os
números são ainda mais impressionantes. Apesar de representarem 27%
da frota nacional de veículos, são responsáveis pelo maior número de
acidentes e de vítimas: as motos acumularam 245.551 sinistros ou 79%
das indenizações pagas em 2020.
Todos nós utilizamos o trânsito diariamente, seja como passageiros,
pedestres ou condutores. Somos responsáveis pelo bem-estar desse meio
social. Porém, quanto à segurança no trânsito, sem dúvida a maior
responsabilidade cabe aos condutores.
Muitos motoristas não têm consciência dessa responsabilidade. É comum
ouvirmos relatos de acidentes onde o condutor aponta como causa a falta
de acostamento, a chuva, um buraco na pista, entre diversos outros fatores.
Após analisar as causas de milhares de acidentes, foi possível chegar às
seguintes conclusões:

90% dos acidentes são causados por falhas humanas.

4% são causados por falhas mecânicas.

6% são causados por má condição das vias.

Aprender certo A partir desses dados, pode-se concluir que a maioria das falhas
humanas pode ser evitada, tomando-se alguns cuidados básicos. Esses
procedimentos foram analisados e sistematizados: o conjunto dessas
técnicas recebe o nome de Direção Defensiva para condutores de
veículos de quatro rodas ou mais e Pilotagem Defensiva para condutores
de veículos de duas ou três rodas. A prática desses procedimentos está
ao alcance de todos os condutores.

Aqui vamos conhecer as principais técnicas de Direção e Pilotagem


Defensiva, aceitas internacionalmente. Estudá-las e aprendê-las poderá
contribuir para tornar o candidato um condutor mais responsável e seguro.

Direção defensiva, direção segura ou condução responsável são algumas


DEFINIÇÃO das denominações de um conjunto de técnicas que o condutor deve
incorporar à sua maneira de dirigir para torná-la mais segura para si
mesmo e para os outros participantes do trânsito.

Direção Defensiva 53
Procedimentos Dessa definição podemos concluir que:

que salvam • Os acidentes geralmente são causados por combinações de


diversos fatores. O fator mais relevante é chamado de causa
vidas principal do acidente, que pode ser: excesso de velocidade,
erros na previsão das ações de outros motoristas, desrespeito
à sinalização ou normas de trânsito, negligência na avaliação
das condições adversas, falta de habilidade para conduzir com
segurança, etc.
• O condutor defensivo altera conscientemente o encadeamento
dos fatores que resultariam em um acidente. Ele sabe que basta
interferir de forma positiva em um ou mais desses fatores, para
que o acidente não aconteça.
• O condutor defensivo utiliza constantemente as técnicas de
Direção e Pilotagem Defensiva, evitando acidentes e tornando o
trânsito muito mais seguro para todos os seus usuários.

É necessário Lembre-se: conhecer as técnicas não basta. É preciso praticá-las no dia


a dia, reconhecer e abandonar antigos vícios e maus hábitos e alterar o
alterar o comportamento, automatizando procedimentos e atitudes corretas.
comportamento O condutor defensivo fica satisfeito em evitar um acidente, independente
de quem tenha razão ou de quem seja a culpa.
É importante saber que, em qualquer acidente, ocorre pelo menos uma
destas três falhas humanas:
• Negligência.
• Imprudência.
• Imperícia.

Negligência A negligência é o descaso, displicência ou desleixo de quem conhece


as regras, mas não dá a devida importância. Muitos acidentes e mortes
são causados por negligência:
• Do órgão com circunscrição sobre a via, quando deixa de fazer a
manutenção e instalar ou reparar a sinalização.
• Do proprietário do veículo, quando permite que condutores não
habilitados ou sem condições de dirigir conduzam seu veículo.
• Do condutor, quando insiste em conduzir um veículo mal
conservado ou fora dos padrões de segurança.
• Do condutor, quando não obedece às leis de trânsito e não pratica
as técnicas de Direção ou Pilotagem Defensiva.

Imprudência Imprudente é a pessoa que se expõe a riscos desnecessariamente, sem


medir as consequências. Elemento de presença constante no trânsito
brasileiro, o condutor imprudente é aquele que:
• Transgride intencionalmente as regras básicas de segurança.
• Se arrisca, dirigindo em alta velocidade, realizando manobras
ousadas ou ultrapassagens perigosas.
• Mesmo percebendo a precariedade da sinalização e conservação
de uma via, conduz com velocidade incompatível.
• Dirige perigosamente, sem levar em consideração condições
adversas existentes no momento em que trafega.

54 Direção Defensiva
Imperícia A imperícia pode ser definida como falta de habilidade ou inexperiência.
Um motorista com pouca experiência em condução de veículos pode se
tornar uma importante causa de acidentes. Geralmente, essas falhas são
resultado da má formação ou de treinamento inadequado do condutor que:
• Não está suficientemente capacitado ou familiarizado para
conduzir determinado tipo de veículo.
• Não sabe como conduzir, frente a situações adversas.
• Reage de forma imprópria em situações de emergência.

ELEMENTOS DA DIREÇÃO E PILOTAGEM DEFENSIVA

Conhecimento
As técnicas de Direção e Pilotagem Defensiva estão agrupadas em cinco
elementos básicos:

Atenção
• CONHECIMENTO
Previsão
• ATENÇÃO
Habilidade • PREVISÃO
• HABILIDADE
Ação
• AÇÃO

CONHECIMENTO

Conhecer leis É fundamental que o condutor defensivo conheça:


e normas • As leis e normas de trânsito.
• As particularidades do veículo, seus equipamentos e acessórios.
• As condições adversas e a maneira correta de enfrentá-las.

O objetivo da Legislação de Trânsito e das Normas de Circulação e Conduta,


contidas no Código de Trânsito Brasileiro, bem como das técnicas de
Direção e Pilotagem Defensiva é o mesmo: a segurança no trânsito.

As leis e normas de trânsito estão em constante evolução. Portanto, é


necessário reciclar periodicamente esses conhecimentos. Está mais do
que provado: quem não conhece as regras causa mais acidentes.

Conhecer o Conhecer bem o veículo que se utiliza é fundamental para prevenir acidentes.
Lembre-se: condutores e proprietários são responsáveis por acidentes
veículo provocados por má conservação ou manutenção deficiente do veículo.
• As funções e a localização dos comandos não são iguais em todos
os veículos.
• O manual do proprietário contém informações importantes sobre
o veículo e seus equipamentos e precisa ser realmente lido.
• Redobrar o cuidado enquanto não estiver completamente
familiarizado com o comportamento do veículo.

Direção Defensiva 55
• Examinar frequentemente o veículo, os equipamentos e a carga,
tomando providências corretas e imediatas sempre que encontrar
irregularidades.
• Os itens que interferem diretamente na segurança dos veículos de
quatro rodas são: direção, freios, suspensão, pneus, faróis,
lanternas, sinalizadores, limpadores de para-brisas e buzina.
Existem motocicletas para todas as finalidades. É fundamental que a moto
seja adequada à utilização pretendida. Além disso, o tamanho da motocicleta
deve ser proporcional às medidas da pessoa que irá pilotá-la. A regra geral
de tamanho é que, quando o piloto estiver sentado na moto seus pés
alcancem facilmente o solo. Um bom teste para saber se o tamanho da
moto está apropriado para seu porte físico é fazer um oito empurrando-a
pelo guidão. Pessoas de constituição franzina e miúda não deveriam escolher
motos grandes e pesadas.
Os componentes da motocicleta que interferem diretamente na segurança
e que necessitam de constante cuidado são:
• Freios - dianteiro e traseiro, manetes, cabos, pinças, lonas ou
pastilhas, cubos ou discos, fluido hidráulico.
• Suspensão - molas e amortecedores.
• Corrente de transmissão - condições de uso e folgas.
• Pneus - pressão e desgaste.
• Luzes - faróis, lanternas, sinalizadores, luz de freio.
• Buzina.

Conhecer as Condições adversas são fatores ou combinações de fatores que


contribuem para aumentar as situações de risco no trânsito, podendo
condições comprometer a segurança. O condutor deve ser capaz de identificar
adversas os riscos e agir corretamente diante dessas situações, adotando os
procedimentos adequados para cada uma delas.
Os tipos de situações adversas são as seguintes:
• Iluminação
• Tempo
• Vias
• Trânsito
• Veículo
• Cargas
• Passageiros
• Condutor

CONDIÇÕES ADVERSAS DE ILUMINAÇÃO

Luz A luz é um fator de segurança, pois é essencial para vermos e sermos


vistos, seja iluminação natural ou artificial. Porém, a luz torna-se uma
condição adversa quando está em falta ou em excesso:
• Ofuscamento.
• Penumbra.
• Noite.

56 Direção Defensiva
Ofuscamento Ofuscamento é uma cegueira momentânea causada pelo excesso
de luz em nossos olhos. A vista humana pode levar até 7 segundos
para se recuperar de um ofuscamento. Um veículo, a uma velocidade
de 80 km/h, poderá percorrer até 155 metros antes que seu condutor
recupere a visão plena. O ofuscamento pode ser ocasionado por:

Incidência direta de raios solares.


• Essa incidência de luz solar ocorre geralmente no início da manhã
e no final da tarde, quando o sol está muito próximo do horizonte.
A incidência frontal de raios solares pode ser evitada com o uso
do quebra-sol, equipamento obrigatório nos veículos.

Reflexos de luz solar.


• É a reflexão de luz solar em vidros, janelas ou espelhos de outros
veículos.

Luz alta em sentido contrário.


• Provoca uma cegueira momentânea e pode ser agravada por
outras condições adversas, como chuva e neblina.

Luz alta no retrovisor.


• O ofuscamento pelo retrovisor pode ser evitado, acionando-se
o dispositivo antiofuscamento do retrovisor interno, que reduz a
intensidade da luz refletiva pelo espelho.

Penumbra Penumbra ou lusco-fusco é a situação de pouca luminosidade, que


ocorre ao anoitecer, ao amanhecer, no interior de túneis, viadutos e
em tempestades.

É considerada uma situação perigosa, pois contornos e cores ficam pouco


definidos, o que torna mais difícil reconhecer objetos, avaliar corretamente
distâncias e, principalmente, ver e ser visto.
Procedimentos para dirigir ou pilotar na penumbra:
• Manter a luz baixa ligada.
• Reduzir a velocidade.
• Redobrar a atenção.

Noite Noite é a ausência total de luz solar. Nesse período, a visibilidade


depende, completamente, da luz emitida pelos faróis dos veículos e da
iluminação artificial das vias. Com a visibilidade limitada ao alcance dos
faróis, à potência das lâmpadas e à largura do facho, são necessários
alguns cuidados para se conduzir com segurança:
• Manter as luzes do veículo em perfeito funcionamento.
• Manter os faróis regulados e limpos.
• Observar que a velocidade segura será inferior àquela praticada
durante o dia.
• Aumentar a distância de segurança.
• Se possível, evitar trafegar à noite ou de madrugada.

Direção Defensiva 57
Em viagem de motocicleta, se houver um veículo à frente, talvez seja melhor
não ultrapassá-lo, mas segui-lo a uma distância segura, aproveitando a
iluminação adicional proporcionada por ele. Os desvios e oscilações do
veículo da frente indicam, com boa antecedência, obstáculos, buracos
ou pista irregular.
Para evitar o ofuscamento por luz alta, vinda de veículos trafegando em
sentido contrário, o condutor deverá:
• Diminuir a velocidade.
• Solicitar luz baixa, acendendo e apagando a luz alta.
• Não olhar diretamente para os faróis.
• Se a luz alta persistir, manter luz baixa e orientar-se pela margem
direita da via.
Deve-se ter cuidado para não ofuscar os demais condutores, pois esta é
uma causa frequente de acidentes. É importante usar a luz baixa assim
que surgirem veículos em sentido contrário, não apenas quando eles
estiverem próximos. Cuidar também para não ofuscar, pelos retrovisores,
o condutor do veículo que vai à frente.

CONDIÇÕES ADVERSAS DE TEMPO

Condições Fenômenos climáticos podem interferir na segurança do trânsito, alterando


as condições da via, diminuindo a capacidade visual do condutor, e
climáticas modificando padrões de condução e comportamento dos veículos, como
a aderência dos pneus e a estabilidade.
As condições de mau tempo podem se agravar a ponto de impedir o
deslocamento seguro. As principais são: chuva, granizo e neblina.
Condições como vento, frio e calor também podem comprometer a
segurança, quando em excesso.
A neve não é frequente no Brasil, mas quem trafega nos países do
MERCOSUL, como Argentina e Chile, deve estar preparado para dirigir
sob essa condição adversa.

CHUVA A condição adversa de chuva reduz a visibilidade, diminui a aderência dos


pneus ao solo (principalmente em curvas), aumenta consideravelmente
o espaço percorrido em frenagens e dificulta manobras de emergência.
O início da chuva torna a pista ainda mais escorregadia, devido à mistura
de água com pó e outros resíduos.
Quando for inevitável dirigir sob chuva, os condutores em geral devem
observar os seguintes pontos:
• Redobrar a atenção.
• Reduzir a velocidade.
• Aumentar a distância dos demais veículos.
• Redobrar o cuidado em curvas e frenagens.
• Manter acesa a luz baixa.
• Evitar passar sobre poças ou lugares com acúmulo de água.

58 Direção Defensiva
Para condutores de automóveis e demais veículos de quatro rodas:
• Manter as palhetas do limpador de para-brisas em bom estado.
• Manter os vidros limpos, desengordurados e desembaçados.

Para motociclistas e condutores de veículos de duas ou três rodas:


• Manter a viseira ou óculos de proteção limpos e desengordurados.
• Usar roupa apropriada, como capa ou macacão impermeável.

Aquaplanagem Durante ou após as chuvas, a água acumulada sobre a pista pode


provocar situações especiais de perigo: trata-se da AQUAPLANAGEM ou
HIDROPLANAGEM, fenômeno no qual os pneus não conseguem remover
a lâmina de água e, literalmente, perdem o contato com a pista.

A aquaplanagem ocorre pela combinação dos seguintes fatores:


• Excesso de água na pista.
• Velocidade incompatível.
• Pneus com profundidade de sulco insuficiente (carecas).

Durante a aquaplanagem, a direção fica repentinamente leve e o condutor


perde o controle do veículo.
No caso de motocicleta, torna-se muito difícil controlá-la e a queda é
praticamente inevitável.

Condutores de automóveis e motocicletas devem adotar os seguintes


procedimentos em caso de aquaplanagem:
• Segurar firmemente o volante ou o guidão, sem virá-lo. Rodas
dianteiras viradas para um dos lados podem levar ao capotamento
quando a aderência voltar a existir entre os pneus e a pista.
• Desacelerar o veículo e diminuir a velocidade, mas não frear
bruscamente, pois se as rodas estiverem travadas no momento que
voltar o contato dos pneus com a pista, o veículo se desgovernará.
• Estabelecer um padrão seguro de velocidade para a situação.

É dever do proprietário do veículo trocar os pneus sempre que a


profundidade dos sulcos atingir 1,6 mm. Adiar a hora da troca é uma
economia que não vale a pena.

GRANIZO Granizo é a chuva acompanhada de pequenas pedras de gelo. Além dos


inconvenientes causados pela chuva, apresenta alguns riscos adicionais:
• O barulho causado pelo granizo pode assustar pessoas desavisadas
ou inexperientes, levando-as a comportamentos imprevisíveis que
podem causar acidentes.
• Durante a ocorrência de granizo, a visibilidade é ainda menor.
• Quando muito forte, pode danificar a pintura e lataria do veículo,
além do risco de quebrar faróis e para-brisas ou ferir o motociclista
e seu passageiro.

Direção Defensiva 59
As principais recomendações em caso de queda de granizo, além dos
procedimentos já vistos para chuva, são as seguintes:
• Trafegar em velocidade compatível com a situação.
• Parar somente em locais seguros, para evitar acidentes com os
demais veículos.
• Sempre que possível, motociclistas devem procurar um lugar
coberto.

Quebra de A quebra de para-brisas em automóveis poderá ocasionar as seguintes


situações:
para-brisas
• Se o vidro for do tipo laminado, utilizado atualmente pelos
fabricantes, ocorrerão apenas rachaduras, sem desprendimento
de estilhaços. Não haverá perda total da visibilidade.
• Se o vidro for do tipo temperado, todo o para-brisa irá trincar em
milhares de pequenos pedaços, impossibilitando a visão. Nesse
caso é preciso agir rápido: diminua a velocidade, sinalize e pare
em local seguro.
• Se for inevitável dirigir sem o para-brisa, conserve as janelas do
veículo fechadas, isso impede a entrada excessiva de ar.

NEBLINA ou Conduzir sob neblina exige muito cuidado e experiência. Acidentes que
ocorrem nessa condição adversa normalmente são gravíssimos e podem
CERRAÇÃO envolver diversos veículos (engavetamentos).
Nas estradas, os trechos e horários sujeitos à neblina podem e devem ser
evitados, com o correto planejamento da viagem. Sob neblina devemos
tomar as seguintes precauções:
• Redobrar a atenção.
• Reduzir a velocidade, mantendo um ritmo constante, sem
acelerações ou reduções bruscas.
• Manter o farol baixo aceso, mesmo de dia.
• Não usar luz alta, pois ela piora a visibilidade.
• Parar somente em pistas com acostamento ou em locais
seguros.
• Em pistas sem acostamento é preferível seguir em frente com
cuidado.
• Em paradas de emergência, deve-se sinalizar a pista e manter o
pisca-alerta ligado.
ATENÇÃO: o pisca-alerta não deve ser usado com o veículo em movimento,
exceto em situações de emergência.

Fumaça A ocorrência de fumaça na pista não é uma situação climática, mas


provoca falta de visibilidade semelhante à causada pela neblina, com
algumas diferenças importantes.
A fumaça geralmente ocorre de maneira bem localizada. O problema é
que não se sabe o que encontraremos dentro dela, nem qual é a sua
extensão. Deve-se evitar, sempre que possível, trafegar sob fumaça densa.
Além disso, a fumaça pode provocar irritação nos olhos do condutor e
problemas de respiração, como tosse ou sufocação, principalmente nos
motociclistas, que estão sempre mais expostos.

60 Direção Defensiva
Quando for inevitável trafegar sob fumaça, devem-se observar os seguintes
procedimentos:
• Diminuir a velocidade antes de entrar na nuvem de fumaça.
• No caso de automóveis, fechar todos os vidros.
• Não parar: uma vez dentro da cortina de fumaça, é melhor sair
do outro lado.
• Nunca frear bruscamente, pois os veículos de trás também estão
com pouca visibilidade.

CONDIÇÕES ADVERSAS DAS VIAS


O ideal seria transitar somente em vias bem projetadas, construídas
e conservadas, além de sinalizadas adequadamente. Porém, isso nem
sempre é possível, principalmente em se tratando da nossa realidade.
As principais condições adversas das vias são:
• Sinalização inadequada ou deficiente.
• Pavimentação inexistente ou defeituosa.
• Aclives ou declives muito acentuados.
• Pistas ou faixas de rolamento com largura inferior à ideal.
• Curvas mal projetadas ou mal construídas.
• Lombadas, ondulações e desníveis.
• Inexistência de acostamento.
• Má conservação, buracos, falhas e irregularidades.
• Pista escorregadia ou drenagem deficiente, permitindo acúmulo
de água.
• Vegetação muito próxima da pista.

Planejar o É importante planejar o itinerário com antecedência, levando em


consideração as condições das vias. Existem diversas maneiras de obter
itinerário essas informações: jornais, rádio, televisão, agentes de trânsito, outros
motoristas e sites especializados da internet.
Todo condutor deve utilizar as vias de forma segura, reconhecendo seus
perigos e deficiências e ajustando-se às suas condições.

Vias mal A má conservação das vias pode danificar o veículo, principalmente a


suspensão e os pneus. Para evitar este transtorno, segue abaixo algumas
conservadas recomendações:
• Conduzir em velocidade compatível com a condição da via.
• No caso de automóveis, cuidar para não bater a parte de baixo
do veículo, pois poderá danificar o reservatório de óleo do motor.
• Cuidar para não bater em outros veículos, ao frear ou tentar
desviar de buracos na pista.
• Veículos de carga não devem trafegar com excesso de peso, já
que esta é a maior causa de deterioração do pavimento.

Direção Defensiva 61
Motos:
• Cuidar com pedras e buracos, que podem danificar pneus e aros,
além de desequilibrar as motocicletas.
• Se for inevitável passar por cima de um obstáculo com a motocicleta,
deve-se reduzir a velocidade, aproximar-se do obstáculo em ângulo
de 90 graus, manter a motocicleta em linha reta e apoiar-se nas
pedaleiras, erguendo-se um pouco do assento, amortecendo
o choque com as pernas e braços semiflexionados. Depois, é
conveniente conferir o estado dos aros e pneus.
• Em caso de derrapagem, o motociclista deve segurar firme
o guidão, não acelerar nem frear, não utilizar a embreagem,
não inclinar a moto e virar levemente o guidão no sentido da
derrapagem para que a aderência se restabeleça.
A posição mais segura para motocicletas passarem por trilhos e
sonorizadores é (reto) transversalmente a eles, em ângulo de 90 graus.
Passar em diagonal (atravessado) ou em ângulos menores poderá deslocar
a roda dianteira da trajetória, provocando zigue-zague e queda. Se a
aproximação e o posicionamento estiverem corretos, a moto irá vibrar e
balançar, sem apresentar perigo.
As motocicletas comportam-se muito melhor em superfícies que
proporcionam boa aderência. Algumas condições que podem deixar uma
pista perigosa e com pouca aderência, são:
• Pavimento molhado, particularmente, logo após começar a chover.
• Manchas de óleo na pista.
• Estradas de terra ou acúmulos de pedregulho e areia nas estradas
pavimentadas.
• Lama e gelo.
• Faixas pintadas na pista.
• Placas de aço, especialmente quando molhadas.
Para pilotar uma moto com segurança em superfícies com pouca
aderência deve-se:
• Reduzir a velocidade antes dos pontos de baixa aderência,
principalmente em curvas.
• Ao frear, utilizar ambos os freios, acionando o dianteiro com maior
intensidade.
• Tomar muito cuidado com o freio traseiro que, em pistas
escorregadias, provoca derrapagens.
• Ser muito cuidadoso para não derrapar ao acelerar, frear, trocar
marchas ou fazer curvas.
• Para reduzir a velocidade é melhor parar de acelerar, sem frear.
• Ter cuidado ao passar de um tipo de piso para outro, como por
exemplo, do asfalto limpo para o acostamento com areia.
• Trafegar sobre os rastros dos pneus dos outros veículos, onde há
menos água.
• Evitar areia, folhas e sujeiras soltas nas laterais da pista.
Vias mal A inexistência ou deficiência de sinalização é um importante fator de
risco. Nesse caso, o condutor deverá redobrar a atenção, para não ser
sinalizadas surpreendido e não se envolver em acidentes.

62 Direção Defensiva
É importante que o condutor, ao encontrar vias em más condições ou
mal sinalizadas, exerça seus direitos de cidadão, solicitando reparos e
melhorias. Afinal, essa atitude pode salvar muitas vidas.
Declives Em descidas muito fortes ou longas como rampas, ladeiras íngremes ou
descidas de serras, não se deve confiar apenas no freio. A técnica correta
acentuados e mais segura consiste em utilizar o freio motor, iniciando a descida com
velocidade reduzida, engrenando a mesma marcha que seria usada na subida.
Jamais descer desengrenado (banguela), porque depois que o veículo
embalar fica mais difícil reduzir a velocidade, principalmente para os
veículos de grande porte como ônibus e caminhões. Nesse caso, os freios
irão superaquecer e perder eficiência, podendo incendiar os freios e os
pneus. Esses acidentes são muito comuns em serras, que combinam
descidas íngremes e curvas.
Conduzir o veículo de maneira incompatível com as condições da via
caracteriza imprudência e irresponsabilidade do condutor.

CONDIÇÕES ADVERSAS DE TRÂNSITO


Para dirigir ou pilotar com segurança é fundamental avaliar e agir de acordo
com as condições do trânsito. Os fatores adversos mais comuns são:
• Trânsito lento ou congestionado.
• Horários e locais de maior movimento.
• Áreas de aglomeração ou grande circulação de pedestres.
• Presença de ciclistas e outros veículos não motorizados.
• Tráfego intenso de veículos pesados.
• Comportamento imprudente ou agressivo dos demais condutores.

O condutor defensivo procura, sempre que possível:


• Planejar seu itinerário, evitando os horários e os locais de
congestionamento.
• Sair com antecedência, prevendo possíveis atrasos.
• Lembrar que nem sempre o trajeto mais curto é o mais econômico,
em tempo e combustível.

CONDIÇÕES ADVERSAS DO VEÍCULO


Economizar na Já vimos que é obrigatório manter o veículo em bom estado e
em perfeitas condições de funcionamento. Esses conhecimentos são
manutenção oferecidos no capítulo de Mecânica Básica.
pode custar caro Porém, algumas vezes, somos obrigados a conduzir veículos de outras
pessoas e somos surpreendidos por situações imprevistas, devido à
condição em que o veículo se encontra. Nesses casos, deve-se prestar
atenção redobrada a alguns detalhes:
• Lâmpadas queimadas e faróis desregulados.
• Limpadores de para-brisas com defeito (no caso de automóveis).

Direção Defensiva 63
• Espelhos retrovisores deficientes ou ausentes.
• Amortecedores em mau estado.
• Folga no sistema de direção ou no guidão.
• Rodas desbalanceadas.
• Aros desalinhados.
• Falta de buzina.
• Suspensão desalinhada.
• Pneus gastos ou mal calibrados.
• Freios deficientes.
• Quantidade insuficiente de combustível.
• Falta ou deficiência de um ou mais equipamentos obrigatórios
dos veículos de duas, três ou quatro rodas.
• Existência de qualquer tipo de vazamento.

É importante ficar atento a todos estes itens, pois eles interferem na


segurança. Deve-se recusar dirigir ou pilotar veículos em mau estado de
conservação, ou que não tenham todos os equipamentos obrigatórios.

CONDIÇÕES ADVERSAS DE CARGAS

A carga pode No transporte de cargas em geral ou em qualquer situação que obrigue


o condutor a dirigir transportando objetos, a carga transportada poderá
se tornar uma transformar-se em uma condição adversa, comprometendo a segurança.
condição adversa As causas mais comuns de acidentes provocados pela carga são:
• Carga mal distribuída, mal embalada ou acondicionada
inadequadamente.
• Falha na imobilização e amarração dos volumes dentro do
compartimento de cargas.
• Desconhecimento do tipo de carga e das suas características.

Sempre que transportar cargas, o condutor deve observar os seguintes


pontos:
• O volume e o peso devem ser compatíveis com a capacidade do
veículo.
• Não transportar passageiros nos compartimentos da carga ou
vice-versa.
• Certificar-se de que a carga está imobilizada e bem acondicionada.
• Aproveitar as paradas para conferir as condições da carga.

Motocicletas – Cuidados Adicionais


Em motos, deve-se redobrar os cuidados, pois as condições da carga
afetam mais diretamente a segurança.
O peso, o volume e a posição da carga alteram significativamente o
comportamento da motocicleta nas acelerações, frenagens e curvas.

64 Direção Defensiva
As principais causas de acidentes em motocicletas, provocados pela
carga são:
• Compartimento de carga em mau estado ou mal fixado à
motocicleta.
• Carga muito volumosa ou muito pesada para a moto.
• Carga mal colocada ou mal distribuída pode causar vibrações e
oscilações na moto.
Recomendações de segurança para motos:
• Certificar-se de que o compartimento de carga (se houver) está
bem instalado.
• Quanto mais alta for colocada a carga, maior o desequilíbrio que
irá causar à moto.
• Algumas motos podem ser equipadas com sacolas laterais, nas
quais a carga deverá ser igualmente distribuída.
• Transportar cargas maiores exige experiência, não se arrisque.

CONDIÇÕES ADVERSAS DE PASSAGEIROS


É preciso saber que, em algumas situações, o comportamento dos
passageiros pode afetar diretamente a segurança.
Nesses casos, os passageiros tornam-se uma condição adversa:
• Barulho, desordem ou brigas entre os ocupantes.
• Idosos, passageiros machucados ou que passam mal durante a
viagem.
• Crianças pequenas desacompanhadas.
• Excesso de passageiros.
• Passageiros com estado psicológico alterado (irritados, nervosos,
inseguros, alcoolizados, drogados etc.).
Os procedimentos nesses casos são os seguintes:
• Não permitir que as pessoas desviem a sua atenção.
• Crianças menores de 10 anos que não tenham atingido 1,45m
de altura, devem permanecer no banco de trás, com cinto de
segurança, bebê conforto, cadeirinha ou assento de elevação
devidamente ajustados.
• Respeitar o limite de passageiros de cada veículo.
Motos
Pilotar carregando um passageiro exige muito mais responsabilidade,
habilidade e experiência. O transporte de crianças menores de 10 anos
em motos é proibido por lei.
Para levar passageiro, a motocicleta deverá estar equipada com:
• Assento apropriado, com espaço suficiente para o passageiro,
sem que o piloto tenha que se deslocar para frente.
• Pedaleiras para que o passageiro apoie os pés firmemente.
• Equipamentos de proteção para o passageiro, iguais aos do piloto.
• Pressão extra nos pneus e nova regulagem do farol e dos espelhos.

Direção Defensiva 65
O passageiro, mesmo que saiba pilotar uma moto, deverá receber as
seguintes instruções:
• O piloto deve ser o primeiro a subir na moto e ligá-la.
• Em seguida subirá o passageiro, que só deverá colocar os pés
nas pedaleiras depois que estiver sentado.
• O passageiro não deve tirar os pés das pedaleiras nas paradas.
• Sentar próximo ao piloto segurando em sua cintura ou quadril.
• Manter as pernas e a roupa longe do escapamento, da corrente
e de outras partes móveis.
• Acompanhar os movimentos e a inclinação do corpo do piloto
nas curvas.
• Evitar movimentos desnecessários.
• Segurar mais firmemente nas arrancadas e freadas ou quando
trafegar sobre pisos irregulares.
• O piloto deve alertar o passageiro antes de fazer manobra súbita,
quando for passar sobre lombadas, etc.

O comportamento da motocicleta muda devido ao aumento de peso. O


piloto precisa alterar as técnicas de pilotagem, considerando que:
• A motocicleta terá acelerações mais lentas e será necessário
mais espaço para se intercalar no fluxo do trânsito.
• Frenagens e paradas deverão ser feitas com maior antecedência, pois
o espaço percorrido até a moto parar completamente será maior.
• Todas as curvas serão mais difíceis de fazer.
• Deverá ser aumentada a distância de segurança para o veículo
à frente.

CONDIÇÕES ADVERSAS DO CONDUTOR


Alterações no estado físico e mental do condutor afetam diretamente a
capacidade de dirigir com segurança. Os principais fatores adversos que
devem ser observados são:
• Deficiência visual, motora ou auditiva.
• Uso de álcool, drogas ou medicamentos que alteram a percepção.
• Cansaço, sono e fadiga.
• Estados psicológicos alterados e fatores comportamentais de
risco, como por exemplo: pressa, distração, agressividade,
irritação, espírito competitivo, etc.
• Estresse: o indivíduo estressado apresenta reações inadequadas
diante de situações de perigo ou tensão.
Algumas deficiências físicas não impedem o indivíduo de dirigir, mas o
Deficiências ato de dirigir é condicionado ao uso dos acessórios obrigatórios, como
próteses corretivas, lentes ou adaptações no veículo.
físicas Com a utilização de equipamentos é possível neutralizar certas
deficiências físicas e dirigir normalmente. É importante que o condutor
procure treinamento qualificado, em instituições que possuam veículos
especialmente equipados para essa finalidade.

66 Direção Defensiva
Devido às suas limitações, os deficientes físicos têm um motivo a mais
para adotar definitivamente a direção defensiva.

Capacidade A capacidade intelectual do ser humano atualmente está classificada


em oito inteligências: a da comunicação, a do raciocínio lógico, a da
necessária para noção de espaço, a da coordenação motora, a do autoconhecimento e
dirigir compreensão, a de se relacionar, a de se situar no meio ambiente e a
da distinção e interpretação dos sons. Para cada tarefa que realizamos
utilizamos várias dessas inteligências. A habilidade de dirigir ou pilotar
exige do motorista a utilização de todas as oito.
O cérebro comanda tudo. Ao aprender a dirigir corretamente estamos
automatizando processos e reações. Quem aprende certo automatiza
certo, quem aprende errado automatiza errado. É por isso que é tão difícil
corrigir maus hábitos de quem aprendeu de forma incorreta.
Estados psicológicos e emocionais alterados podem afetar a capacidade
de dirigir ou pilotar com segurança.
As alterações mentais podem ser:
• Psíquicas: como por exemplo, epilepsia, neuroses, psicoses,
etc. Dependendo do grau de manifestação, portadores dessas
doenças estarão impedidos de dirigir.
• Psicológicas e emocionais: como por exemplo, estresse,
depressão, irritação, raiva, insegurança ou alterações devido a
comoções, fatalidades, mortes, traumas, etc.
Além disso, o homem interfere artificialmente nessas condições ao utilizar
substâncias químicas que alteram o funcionamento cerebral. Os meios mais
frequentemente utilizados são: bebidas alcoólicas, drogas e medicamentos.

USO DO CELULAR AO DIRIGIR - Condições adversas do condutor


A atividade de dirigir com segurança exige muita atenção, o tempo todo.
Qualquer distração ao volante pode provocar um acidente, e os motivos
para desviar a atenção são muitos, mas atualmente o campeão em termos
de desviar a atenção do condutor é o telefone celular.
O número de acidentes causados pelo uso do celular tem aumentado
muito. Isso porque as pessoas estão cada vez mais conectadas ao celular
e não conseguem desligar desse hábito quando estão dirigindo, ao atender
ligações, acionar aplicativos e até para digitar mensagens.
Tirar os olhos do trânsito por apenas 2 ou 3 segundos é o suficiente para
bater no carro da frente, mudar de pista, colidir com um objeto imóvel ou
atropelar alguém. Em apenas 5 segundos, a 80 km/h o veículo percorre
mais de 100 metros.
Utilizar o modo viva-voz também não é completamente seguro. Pesquisas
comprovam que conversar ao telefone rouba a atenção necessária para
dirigir com segurança.
Como proceder? O correto é, antes de dirigir, colocar o celular no modo
silencioso, e não olhar para o celular, nem que seja “só para ver quem está
chamando”, e retornar as ligações depois de parar. Se estiver aguardando
uma ligação importante, procure primeiramente um local seguro para parar.

Direção Defensiva 67
ÁLCOOL - Condições adversas do condutor
Conduzir sob efeito de bebida alcoólica, conforme a Legislação em vigor
é um ato criminoso. Apesar disso, mais de 50% dos acidentes de trânsito
no Brasil, envolvem alguém alcoolizado.
Os dois maiores perigos do álcool são:
• A maioria das pessoas alcoolizadas “acredita” que está bem, com
reflexos e reações normais. Isso ocorre devido à falsa sensação
inicial de leveza e bem-estar que o álcool proporciona.
• O álcool induz as pessoas a fazerem coisas que normalmente não
fariam, seja por excesso de confiança ou pela perda da noção de
perigo e respeito à vida.
Os principais efeitos do álcool no organismo são:
• Diminuição da coordenação motora.
• Visão distorcida, dupla e fora de foco.
• Raciocínio e reações lentas.
• Falta de concentração.
• Diminuição ou perda do espírito crítico.
• Baixa qualidade de julgamento.
A médio e longo prazo, o usuário eventual de bebidas alcoólicas poderá se
tornar um dependente do álcool. Isso certamente desencadeará alguns
processos degenerativos:
• Degeneração do cérebro: comprometimento da memória, da
concentração e do raciocínio.
• Degeneração moral: o alcoólatra torna-se displicente e relaxado
com o trabalho, com os familiares e consigo próprio.
• Degeneração física: o álcool ataca diversos órgãos,
comprometendo a saúde e o vigor físico.
Principais comportamentos nocivos no trânsito, provocados pela ingestão
Comportamentos de bebidas alcoólicas:
nocivos • Excesso de velocidade.
• Manobras arriscadas.
• Avaliação incorreta de distâncias.
• Erros visuais, com desvios de direção.
• Erros por reações fora de tempo, atrasadas.
• Perda do equilíbrio.
• Perda do controle da situação.
Segundo a Res. 432/13 do CONTRAN, condutores flagrados em
bafômetro com concentração de álcool de 0,05 miligramas por litro de
ar, dosagem maior que zero por litro de sangue no exame sanguíneo ou
com a capacidade psicomotora alterada e notificada pela autoridade de
trânsito, serão autuados por infração gravíssima, multa de R$ 2.934,70,
suspensão do direito de dirigir por 12 meses e recolhimento da CNH.
No entanto, passa a ser crime de trânsito se a concentração de álcool
for de 0,34 miligramas por litro de ar, 6 decigramas por litro de sangue
ou fique constatado alteração na capacidade psicomotora do condutor.
Neste caso, além da pena relativa à infração o condutor será detido por
um período de seis meses a três anos.
68 Direção Defensiva
O efeito do álcool no organismo humano varia de uma pessoa para a
outra, dependendo:
• Da massa corpórea (peso do indivíduo).
• Da quantidade de bebida ingerida.
• Da quantidade de alimentos ingeridos.
• Do tempo transcorrido desde a ingestão.

Dirigir ou pilotar alcoolizado não é apenas uma infração: é uma


irresponsabilidade, um crime que expõe pessoas inocentes a riscos
desnecessários e danos irreversíveis.
• Como você se sentiria se seu filho fosse atropelado por um
motorista alcoolizado?
• Como se sentiria se atropelasse e matasse uma criança,
dirigindo alcoolizado?
“Se vai dirigir não Ter consciência significa refletir sobre essas questões antes de começar
a beber, para jamais dirigir ou pilotar depois de ter ingerido qualquer
beba, se bebeu não quantidade de álcool.
dirija” Comportamento seguro e responsável:
• “Se vai dirigir não beba, se bebeu não dirija”. Esta ainda é a
melhor de todas as regras.
• Se pretende beber, vá de taxi. Se for de carro e resolver beber,
volte de carona.
• Ao sair com amigos, escolham o “motorista da vez”, aquele que
ficará sem beber para poder dirigir.
• Decida o que irá fazer antes de beber e cumpra o planejado.
• Se beber, não dirija, mesmo que, aparentemente, o efeito da bebida
tenha passado, pois é provável que ainda haja álcool no sangue.
• Ao presenciar pessoas alcoolizadas que estejam prestes a dirigir,
empenhe-se ao máximo para fazê-las mudar de ideia.
• Nesse caso, se necessário, peça a ajuda de outras pessoas para
impedi-lo de dirigir, pois a chance de uma pessoa alcoolizada
provocar um acidente grave é muito grande. Vale a pena insistir.
• Providencie carona ou transportes alternativos para que a pessoa
alcoolizada chegue em casa com segurança.
• Recuse-se terminantemente a ser conduzido por pessoas
alcoolizadas.
• Tome o máximo cuidado também com outros condutores
alcoolizados.
• Evite os horários mais perigosos. O maior número de acidentes
envolvendo pessoas alcoolizadas ocorre entre a noite de sexta-feira
e a madrugada de domingo.

DROGAS E MEDICAMENTOS - Condições adversas do condutor

Medicamentos Os medicamentos merecem um capítulo especial, pois são causadores


de acidentes gravíssimos. A ingestão inadequada, em excesso ou
combinada com outras substâncias altera o comportamento do condutor.

Direção Defensiva 69
Alguns condutores que dirigem ou pilotam por longos períodos ingerem
drogas e medicamentos para afastar o cansaço e o sono. São os populares
“rebites”, ingeridos com as mais diversas bebidas: café, refrigerantes ou até
bebidas alcoólicas. O enorme risco gerado por essas drogas é que elas adiam
uma necessidade natural de descanso do organismo. Ao passarem seus
efeitos, a necessidade acumulada de sono se manifesta repentinamente,
fazendo o motorista dormir e, consequentemente, causar graves acidentes.
Alguns medicamentos usados comumente pelas pessoas provocam
efeitos colaterais perigosos, como alterações sensoriais, tonturas,
sonolência, alterações de comportamento, etc. No trânsito, esses efeitos
podem levar o condutor a causar acidentes.
Cabe a cada um conhecer detalhadamente o medicamento que utiliza,
tomando as medidas de segurança recomendadas pelo médico. Ler
atentamente a bula, prestando especial atenção aos possíveis efeitos e
reações provocadas pela interação com outras substâncias.
As pessoas que utilizam medicamentos moderadores de apetite,
antidepressivos, corticóides, anti-histamínicos e outras substâncias
que reconhecidamente produzem alterações indesejáveis, devem ter
cuidado redobrado.
Quem estiver sendo medicado não deve consumir bebidas alcoólicas. Além
de potencializar as alterações do comportamento, essa mistura pode ser
muito prejudicial à saúde e, em alguns casos, levar à morte.
Drogas ilegais Infelizmente, o uso de drogas alucinógenas, estimulantes, relaxantes ou
entorpecentes é muito comum em todos os níveis da nossa sociedade.
Nesse grupo de substâncias estão incluídos maconha, cocaína, crack,
heroína, ecstasy e muitos outros.
Essas drogas, assim como o álcool, alteram nosso padrão de percepção e
consciência da realidade e de nosso próprio estado, além de produzirem
alterações no funcionamento cerebral. Algumas drogas têm efeito
relaxante e dão uma falsa sensação de bem-estar. Outras criam ilusões
visuais e/ou auditivas e a sensação de flutuação. Outras ainda, são
excitantes e dão sensação de euforia.
Apesar de estar com sua capacidade comprometida, o indivíduo sob o efeito
de drogas, pensa que está em plenas condições psicológicas e físicas.
É importante que o usuário de drogas, eventual ou não, antes de
consumi-las tenha consciência de que não estará em condições de
dirigir, atividade que parece simples porque está automatizada, mas que
na realidade é muito complexa. A sensação que o drogado tem de que
tudo está sob controle é absolutamente falsa.
Droga não combina Os efeitos das drogas e do álcool no cérebro humano são muito parecidos.
com nada Algumas pessoas utilizam álcool e drogas juntos. Essa combinação é
extremamente perigosa, pois multiplica os efeitos nocivos dessas substâncias.

SONO E FADIGA – Condições adversas do condutor


Sabemos que a sonolência é responsável por mais de 10% dos acidentes
automobilísticos, percentual extremamente elevado quando comparado
às demais causas. O sono não é proveniente apenas do cansaço, mas
está ligado também a muitos outros distúrbios da saúde.

70 Direção Defensiva
A sonolência diminui muito a capacidade de dirigir e pilotar. Cada um de
nós tem sua própria necessidade de sono e, em geral, dormimos menos
do que precisamos. Muitas pessoas acreditam que podem controlar o
sono utilizando artifícios como café, música alta ou vento no rosto, mas
sem perceber elas podem “tirar” um cochilo fatal.
Não dirigir Os sinais de sonolência são os seguintes:
quando estiver • É necessário se esforçar para se concentrar e manter os olhos
abertos.
“pedindo cama” • A cabeça começa a pesar.
• A pessoa não para de bocejar.
• A visão perde o foco.
• Os pensamentos começam a ficar vagos e desconexos.
• Ocorrem pequenos desligamentos, com desvios na trajetória do
veículo.
Alguns cuidados são indispensáveis:
• Nas primeiras horas da manhã redobre os cuidados, pois a maioria
dos acidentes, devidos à sonolência, ocorrem nesse período do dia.
• Só dirigir ou pilotar se estiver realmente descansado e bem
disposto.
• Ficar atento aos períodos em que há baixa do nível de energia,
como após refeições e durante a madrugada.
• Em trajetos longos, planejar paradas e revezamentos, para não
chegar ao limite.
Motos:
• Atenção: pilotar uma motocicleta cansa mais que dirigir um
automóvel, principalmente em viagem.
• O vento, o frio e a chuva fazem cansar mais depressa, no caso
do motociclista: manter-se aquecido é essencial.
• Vale a pena mandar instalar um para-brisa na motocicleta, para
fazer longas viagens.
• Para evitar o cansaço, pilotos experientes raramente pilotam mais
que seis horas por dia.

Condições adversas A fadiga é uma sensação de cansaço permanente, resultante de certas


doenças como estresse e esgotamento, podendo ser originada por má
multiplicam os distribuição entre horas de trabalho e descanso, por períodos prolongados.
riscos Essa condição é muito perigosa para quem passa muitas horas no trânsito.
Em estado de fadiga, a pessoa:
• Cochila em qualquer lugar.
• Apresenta “desligamentos” e tem dificuldade de concentração.
• Apresenta falha de memória constantemente.
• Sente que o corpo parece pesado demais.
Quando tiver esses sintomas, os reflexos do condutor estarão muito mais
lentos, neste caso, deve-se evitar dirigir ou pilotar. Se isso não for possível
deve-se reduzir a velocidade e redobrar a atenção.
Para amenizar os efeitos da fadiga, é necessário dormir e se alimentar
com regularidade, além de planejar corretamente os períodos de trabalho
e descanso. Se os sintomas persistirem, deve-se procurar ajuda médica.

Direção Defensiva 71
CONDIÇÕES ADVERSAS – Considerações finais
Uma última advertência sobre CONDIÇÕES ADVERSAS: muitas vezes,
encontraremos uma combinação de duas ou mais situações adversas.
São exemplos: dirigir ou pilotar à noite com chuva; dirigir ou pilotar na
chuva com pneus em mau estado; dirigir ou pilotar cansado, à noite, por
uma estrada mal sinalizada ou mal conservada, entre outras.
Nesses casos, as condições adversas combinadas multiplicam os
riscos e as possibilidades de acidentes. Por isso, deve-se aumentar
os cuidados, sem esquecer que o melhor procedimento para qualquer
situação adversa é tentar evitá-la.

ATENÇÃO
A atenção é o segundo elemento da Direção ou Pilotagem Defensiva.
Dirigir é uma atividade complexa e de muita responsabilidade. Qualquer
displicência ou distração pode ser a causa de acidentes. O ato de dirigir
exige do condutor atenção constante aos múltiplos fatores que vão se
apresentando durante o trajeto, tais como:
• A sinalização.
• O comportamento dos demais condutores.
• O comportamento de pedestres, ciclistas e veículos não
motorizados.
• As prováveis condições adversas.

Pequenas É necessário observar tudo constantemente, olhando de um lado ao outro


da pista, incluindo calçadas, bem como, a situação atrás e dos lados do
distrações veículo, detectando possíveis situações de perigo. Estar atento significa
podem ser fatais ficar permanentemente alerta, em busca de todas as informações
exigidas para uma direção segura.

PREVISÃO
Antecipar Na Direção e Pilotagem Defensiva, a previsão ocorre simultaneamente
com a atenção. Enquanto o condutor observa tudo com atenção, seu
os possíveis cérebro prevê e antecipa possíveis acontecimentos, agindo prontamente,
acontecimentos sem ser tomado de surpresa.
São muitos os exemplos que podem ilustrar as previsões. Veja alguns,
começando pelos mais óbvios:
• O condutor está dirigindo e VÊ uma bola rolando pela via:
imediatamente PREVÊ que uma criança distraída venha logo
correndo atrás da bola.
• Ao passar por um ponto de parada, VÊ um ônibus desembarcando
passageiros: ele PREVÊ que algum passageiro distraído tentará
atravessar a rua, saindo repentinamente de trás do ônibus.
• Dirigindo pela via, você passa por alguns veículos estacionados
e VÊ que alguns deles têm pessoas dentro e PREVÊ que alguém
possa tentar desembarcar, abrindo subitamente a porta do veículo.
• Logo adiante, VÊ um veículo saindo de uma residência, cujo
motorista está olhando para o outro lado: PREVÊ que ele poderá
entrar na via perigosamente, porque não notou a sua presença.

72 Direção Defensiva
• O condutor, VENDO que está na iminência de ultrapassar um
ciclista, PREVÊ um possível movimento lateral brusco, comum
entre os ciclistas.
• Você VÊ que o carro à frente está com um comportamento
estranho, do tipo ziguezague. É fácil PREVER que aquele motorista
está desatento ou com problemas.

HABILIDADE
Adquirir habilidade para dirigir ou pilotar significa conhecer o veículo e os seus
equipamentos, ter recebido correto e cuidadoso treinamento para manusear
os controles e saber efetuar com sucesso todas as manobras necessárias.
Para poder decidir como agir corretamente no trânsito é necessário
conhecer todas as situações que ele apresenta, bem como, as alternativas
possíveis para resolver cada situação.
É muito mais fácil aprender a fazer certo desde a primeira vez, do que
corrigir um aprendizado incorreto. Daí a importância de um aprendizado
correto, eficiente e responsável, onde aluno e professor cumpram
detalhadamente todas as etapas do curso.

AÇÃO
A ação correta, principal ferramenta da Direção ou Pilotagem Defensiva,
A AÇÃO é uma é uma combinação de decisão e habilidade.
combinação Com os CONHECIMENTOS necessários, dedicando toda a ATENÇÃO
possível ao ato de dirigir, o condutor poderá PREVER situações de risco
de DECISÃO e corretamente. Estando devidamente treinado, terá HABILIDADE para
HABILIDADE DECIDIR e AGIR defensivamente, de modo a EVITAR ACIDENTES e
PRESERVAR a sua SEGURANÇA e a dos demais envolvidos no trânsito.

ACIDENTES
Acidentes são acontecimentos imprevistos, com consequências sempre
indesejáveis.
Sinistro de Ainda sobre acidentes de trânsito. Por orientação da ABNT - Associação
trânsito Brasileira de Normas écnicas, em publicações técnicas ou científicas
você poderá encontrar a expressão “sinistro de trânsito” para designar
acidente de trânsito.
Acidentes evitáveis Para efeitos meramente didáticos, acidentes evitáveis são todos aqueles
em que, se os condutores envolvidos tivessem agido corretamente,
e inevitáveis o acidente provavelmente não teria acontecido. Os supostamente
inevitáveis são aqueles em que o condutor tomou todas as medidas de
segurança cabíveis para evitar o acidente e mesmo assim ele aconteceu.
Aí vem a polêmica: no caso dos acidentes inevitáveis, será que o condutor
realmente fez tudo que era possível para evitar o acidente?
Acidentes acontecem devido a um fator ou uma combinação de fatores
causadores. A Direção Defensiva ajuda a prever esses fatores e ensina
técnicas para controlá-los, de forma a evitar que ocorram acidentes,
porém não existe uma divisão clara entre esses dois tipos de acidentes,
de maneira que fica quase impossível classificá-los.

Direção Defensiva 73
Veja alguns exemplos:
É fácil observar que os condutores apresentam diferentes níveis de
habilidade entre si, de maneira que um acidente considerado inevitável
por um condutor poderia ser facilmente evitado por outro mais experiente.
Além disso, a indústria automobilística está tornando os veículos cada vez
mais seguros, alterando os limites do que alguns chamariam de inevitável.
Se analisarmos bem, quase sempre conseguiremos pensar em como um
acidente poderia ter sido evitado. Se uma ponte cair, quando seu veículo
estiver passando sobre ela, do ponto de vista do condutor esse acidente é
inevitável, mas do ponto de vista da engenharia ele poderia ter sido evitado.
Para efeitos da Direção Defensiva, todos os acidentes deveriam ser
considerados evitáveis. Cabe ao condutor, portando, dirigir de maneira
consciente, respeitando e levando em conta todos os fatores a sua volta,
e sabendo que, ao se descuidar, poderá desencadear eventos que terão
consequências inevitáveis.
Colisão misteriosa O conceito de colisão misteriosa é definido como um acidente de trânsito
que envolve apenas um veículo, cujo condutor não sabe exatamente a
causa do acidente. Ninguém sabe o que houve e o condutor não admite
que errou (isso se ainda estiver vivo).
Na verdade esse é apenas um conceito, pois uma colisão não é e nunca será
“misteriosa”. Sempre haverá uma ou mais causas para qualquer acidente.
Novas técnicas de perícia são desenvolvidas e a cada dia, muitos acidentes
têm suas verdadeiras causas reveladas. O fato de o condutor estar morto e
não poder relatar o que aconteceu, ou estar vivo e não querer admitir que
dormiu ao volante, por exemplo, nada tem de “misterioso”.

COMO EVITAR ACIDENTES


Evitar acidentes: Todas as técnicas de Direção ou Pilotagem Defensiva foram elaboradas
e desenvolvidas para evitar acidentes. Com a utilização dessas técnicas,
objetivo maior da hoje podemos evitar acidentes que antes eram considerados inevitáveis.
Direção Defensiva Mesmo os condutores experientes e cuidadosos são expostos a situações
perigosas. O condutor deverá estar treinado e qualificado para sair do
perigo. É necessário ter habilidade para reagir rápida e corretamente.
Revisão mental Antes de sair o condutor deve:
• Fazer uma breve revisão e certificar-se de que está tudo bem com
o veículo, com o(s) passageiro(s) e consigo mesmo.
• Criar um ambiente tranquilo dentro do automóvel, evitando
assuntos polêmicos e discussões, sem permitir que os passageiros
desviem sua atenção.
O condutor de • Acionar a chave prestando atenção a todos os indicadores
do painel.
automóveis deve: • Verificar se o combustível é suficiente.
• Cuidar para que ninguém jogue objetos ou coloque qualquer parte
do corpo para fora do automóvel.
• O lugar mais seguro para idosos e crianças no automóvel é o
banco de trás.
• Utilizar sempre as duas mãos, posicionando-as corretamente no
volante ou no guidão, pois esse cuidado é decisivo para executar
manobras rápidas e evitar acidentes.
74 Direção Defensiva
• Em automóveis, não segurar na parte inferior do volante nem na
travessa central.
• Não fazer movimentos bruscos e precipitados, isso aumenta
os riscos.
• Adotar um padrão de segurança e praticá-lo constantemente.

O motociclista Motos
• Ajustar cada espelho da motocicleta para que se possa ver a pista
deve: atrás e se possível a pista lateral. Quando corretamente ajustado,
o espelho deve mostrar a extremidade do braço ou ombro do
próprio piloto.
• Algumas motocicletas têm espelhos convexos, que aumentam
consideravelmente o campo de visão, mas têm o inconveniente
de diminuir o tamanho relativo das imagens, fazendo com que os
objetos pareçam estar mais longe do que realmente estão: isso
pode gerar situações de perigo.
• Para se familiarizar com a distância correta, deve-se olhar pelo
espelho para um automóvel que está vindo atrás da moto e,
depois, virar rapidamente a cabeça para ver qual a distância real
em que ele está.

COMO EVITAR ACIDENTES - Cinto de segurança

Cinto de O uso do cinto de segurança já se tornou um hábito, trazendo benefícios


para todos e evitando muitas mortes. Muitos condutores porém, ainda não
Segurança exigem que os passageiros do banco de trás usem cinto de segurança.
• O cinto de segurança deverá ser utilizado por todas as pessoas
que estão no veículo. Se algum passageiro estiver sem cinto, o
motorista será responsabilizado.
• Menores de 10 anos, que não tenham atingido 1,45m de
altura, deverão ocupar o banco traseiro do automóvel, utilizando
cinto de segurança e bebê-conforto, cadeirinha ou assento de
elevação devidamente ajustados. Utilizar também o dispositivo
de trava de segurança das portas.
• As mulheres grávidas também devem utilizar o cinto, de
preferência o de três pontos, com a faixa inferior passando por
baixo do ventre.
• Os cintos devem ser mantidos limpos, em bom estado e prontos
para o uso. Cintos embaixo dos bancos dificultam a utilização.
• Não usar os cintos torcidos, pois eles perdem muito da sua
eficiência.
• Retirar dos bolsos canetas, óculos e outros objetos. Em caso de
colisão, eles podem provocar ferimentos graves.

Em caso de acidentes, o uso correto do cinto de segurança pode aumentar


em até 25 vezes a chance de sobrevivência dos ocupantes, por que:
• evita que eles colidam contra as partes internas do veículo;
• evita que sejam arremessados uns contra os outros;
• evita que sejam arremessados para fora do veículo;

Direção Defensiva 75
• diminui o risco de lesão interna grave ou até fatal.
É um grave erro pensar que os ocupantes do banco de trás não
precisam usar cintos de segurança, pois em caso de acidentes, eles são
arremessados violentamente contra os bancos dianteiros, por sobre os
ocupantes da frente e contra o para-brisa.
Muitas pessoas deixam de usar cinto de segurança nos percursos curtos,
o que também é um erro grave, pois a maioria dos acidentes acontece nas
proximidades das casas ou escritórios das pessoas envolvidas, justamente
porque nos trechos curtos e muito habituais, as pessoas tendem a ser
displicentes com a segurança.

COMO EVITAR ACIDENTES – Equipamentos de segurança do piloto


Equipamentos de segurança do condutor motociclista
Piloto e passageiro, ao circular de moto, estão sempre muito expostos.
Quase todas as colisões ou quedas, que podem ser frequentes, geram
algum tipo de lesão ou ferimento, com graves consequências, se os
usuários não estiverem utilizando equipamentos de proteção.

Capacete Segundo estudos realizados nos Estados Unidos, o capacete reduz em 70%
o risco de morrer em acidente de moto. A maioria dos acidentes ocorre,
em geral, poucos minutos após a partida. Muitos pilotos negligenciam o
uso do capacete para pequenos percursos ou em áreas muito conhecidas.
A preocupação com segurança começa na escolha do capacete adequado
ao motociclista e à finalidade. Diferentes tipos de capacete oferecem
diferentes graus de proteção. O tipo mais fechado protege a cabeça inteira
e a parte inferior da face (nariz, boca e pescoço) e os olhos são protegidos
pela viseira do próprio capacete. Os modelos mais abertos protegem
apenas o crânio, deixam a face exposta e os olhos são protegidos com o
uso de óculos de proteção.
Os revendedores de equipamentos e acessórios de segurança podem
demonstrar vários modelos, de acordo com a finalidade. As cores claras
e os adesivos refletivos devem ser uma das prioridades de escolha.
É muito importante que o capacete tenha sido aprovado pelo INMETRO. O
capacete deve ficar firme, bem ajustado na cabeça e sempre bem afivelado.
E deverá ser substituído sempre que passar da validade, apresentar
rachaduras, tiver sofrido fortes impactos, estiver com o revestimento interno
solto ou com as correias desfiadas.

Viseiras e As viseiras fazem parte do capacete e protegem os olhos e parte da face


contra impactos de chuva, poeira, insetos, sujeira e detritos jogados ou levan-
óculos de proteção tados por outros veículos. Em velocidade, o impacto de um pequeno objeto
causa um grande estrago se o piloto não estiver suficientemente protegido.
Os óculos comuns não proporcionam uma proteção adequada, pois
são facilmente arrancados em caso de colisão e até pelo vento, se o
piloto girar a cabeça. Além disso, mantém muito exposta uma boa parte
da face e não impedem o lacrimejamento causado pelo excesso de
vento. Portanto, o equipamento adequado para capacetes sem viseira é
o óculos de proteção, desenvolvido especialmente para esta finalidade e

76 Direção Defensiva
que permite o uso simultâneo de óculos de sol ou de grau.

Os óculos de proteção ou viseiras devem:


• Ser fabricados de material resistente, que não estilhace.
• Permitir uma excelente visão lateral.
• Permitir boa ventilação, para evitar o embaçamento.
• Ficar ajustados com firmeza para que não sejam arrancados pelo
vento.
• Estar em perfeito estado, sem rachaduras ou riscos.

Vestimentas Roupas adequadas oferecem uma boa proteção em caso de queda, além
de proteger das intempéries e das partes quentes e móveis da motocicleta. A
roupa ideal é a que protege completamente os braços e pernas, sem folgas que
se agitem com o vento, mas que permita uma boa liberdade de movimentos.
As roupas em couro oferecem a proteção ideal. O tecido “jeans” também
oferece uma boa proteção, com a conveniência de ter um custo menor.
• No calor: é aconselhável usar calça e jaqueta, mesmo nos dias
quentes. Geralmente quando em movimento, elas não aquecem
muito. Pensar na segurança é sempre a melhor opção.
• No frio: a vestimenta correta oferece proteção contra o frio,
mantendo o piloto quente e seco. A jaqueta de inverno deve se
ajustar bem na cintura, no pescoço e nos punhos. A capa ou
agasalho de chuva devem resistir ao vento, sem inflar nem rasgar,
mesmo em velocidades maiores.

O ideal é que o piloto use roupas claras e chamativas, porém as roupas


especiais para motociclistas são quase todas pretas ou escuras. É vital que
exibam detalhes (ou adesivos) em cores refletivas, como o verde e o laranja,
na jaqueta e no capacete, para que os demais condutores enxerguem o
motociclista, principalmente a noite. Outra opção é utilizar coletes refletivos.

Luvas As luvas de couro e as sem forro proporcionam melhor aderência às


manoplas, protegem do frio e de impactos, além de proteger as mãos
em caso de quedas, quando ocorre o movimento instintivo de tentar se
apoiar. Também é comum outros veículos lançarem pequenas pedras que
podem ferir as mãos dos motociclistas se estiverem desprotegidas. As
luvas com punhos longos são melhores porque evitam a entrada de vento
nas mangas da jaqueta.

Botas Os pés do motociclista estão sempre muito expostos, portanto, devem


estar bem protegidos e permitir um bom apoio.
• As botas devem possuir cano alto o suficiente para proteger os
tornozelos.
• Solas de borracha são mais indicadas por permitirem maior
aderência (não muito grossas, pois dificultam o acionamento dos
comandos).
• Possuir saliência (salto pequeno) que possibilite o encaixe nas
pedaleiras. O calçado não deve ter sola plana.
• Se houver cordões nos calçados, tomar cuidado com a amarração,
para que não se soltem e venham a enroscar na moto.

Direção Defensiva 77
COMO EVITAR ACIDENTES – Velocidade compatível
Velocidade A velocidade máxima permitida nem sempre é uma velocidade segura.
O bom senso manda que a velocidade do veículo seja compatível com
compatível todos os elementos do trânsito, principalmente às Condições Adversas.
A velocidade inadequada reduz o tempo disponível para uma reação
eficiente em caso de perigo. Em alta velocidade, muitas vezes não há
tempo suficiente para evitar o acidente.
• A velocidade deve ser compatível com as condições locais: o tipo
de piso, condições climáticas, quantidade e posição de pedestres,
motociclistas, caminhões e elementos do trânsito.
• Mesmo velocidades baixas podem ser incompatíveis em caso de
aglomerações ou outras situações de risco.
• Mesmo que não existam fatores adversos, nunca exceder a
velocidade máxima permitida.
• Quanto maior e mais pesado o veículo, menor é a capacidade de
manobras em velocidade.
• Frenagens e reduções devem ser graduais e progressivas.
Frenagens bruscas devem ser usadas apenas em emergências.
• Nas frenagens de emergência, instintivamente acionamos o freio até
o final, causando o bloqueio das rodas e fazendo com que os pneus
“arrastem” (isto não ocorre em veículos equipados com freios ABS).
• Esse travamento deve ser evitado, porque o veículo com as rodas
travadas percorre um espaço maior para parar, não obedece à
direção e pode sair pela tangente nas curvas.
• É preciso treinar frenagens no menor espaço possível, sem travar
as rodas. Esse treinamento deve ser feito em uma rua afastada,
que não ofereça nenhum perigo.
• Em pisos molhados ou irregulares, o veículo precisa de mais
espaço para parar.
Em motos:
• Em freadas de emergência os dois freios devem ser acionados
Frenagens e ao mesmo tempo na motocicleta. O freio dianteiro é responsável
reduções por 70% da eficiência da frenagem. Muitos acidentes acontecem
porque o motociclista não sabe disso.
• Nas motonetas o peso fica concentrado na roda traseira fazendo
com que o piloto utilize o freio traseiro com mais intensidade.
• Os freios devem ser acionados progressivamente, sem provocar o
travamento das rodas. Se a roda dianteira travar, deve-se aliviar
um pouco a pressão para destravar e então, frear novamente.

EVITANDO COLISÕES com o veículo da frente


Tipo mais É responsabilidade do condutor do veículo de trás, evitar a colisão com
o veículo da frente. Para conduzir com segurança em relação ao veículo
frequente de da frente, deve-se:
acidente • Trafegar em velocidade compatível.
• Avaliar todos os fatores adversos.

78 Direção Defensiva
• Manter distância segura do veículo da frente.
• Tentar perceber o que está acontecendo à frente dele. Isso
aumenta a capacidade de previsão.
• Estar preparado para efetuar paradas bruscas.
• Não se distrair.
Moto:
O motociclista deve posicionar-se na faixa de rolamento de modo a ficar
bem visível, no centro do retrovisor do condutor da frente.

Distância de Distância de segurança é o espaço que o condutor deve manter entre


o seu veículo e o veículo da frente. Esse espaço deve ser suficiente para
Segurança a realização de manobras em caso de necessidade. A distância segura
depende principalmente:
• Da velocidade.
• Das condições da pista.
• Das condições climáticas.
• Das condições do veículo.
É bom saber que:
• Do ponto em que o condutor decide frear até o momento em que
aciona o freio, decorre um tempo, chamado tempo de reação, no
qual o veículo percorre um espaço na velocidade em que estava.
• A partir do acionamento dos freios, o veículo começa a desacelerar,
percorrendo a distância de frenagem.
• Um automóvel a 80 km/h, com pneus e freios em bom estado,
em asfalto seco, leva aproximadamente 50 metros para parar.
• Já uma motocicleta de porte médio, a 80 km/h, com pneus e
freios em bom estado, em asfalto seco, leva aproximadamente
60 metros para parar.
• A distância segura com piso molhado é o dobro da distância
segura com piso seco.
• Veículos mais pesados precisam de mais espaço para frear. Por
isso, muito cuidado quando transitar perto de ônibus ou caminhões.
• Quanto maior a velocidade, maior será a distância a percorrer na
frenagem.

Cálculo da A regra dos dois segundos (marcar um ponto fixo pelo qual o veículo da
frente passou e contar dois segundos até passar pelo mesmo ponto), outros
distância métodos teóricos e até algumas regras práticas, foram desenvolvidos para
segura tentar padronizar a maneira de calcular qual é a distância segura.
Tais métodos têm o inconveniente de não ser completamente eficientes,
uma vez que é impossível levar em conta todas as outras variáveis para
uma determinada situação:
• O tempo de reação do condutor.
• O estado de conservação dos pneus.
• A eficiência dos freios.
• O peso do veículo, da carga e muitas outras.

Direção Defensiva 79
O BOM SENSO ainda é o melhor método, pois instintivamente todos nós
sabemos quando estamos muito próximos do veículo da frente, levando em
conta a combinação dos fatores para aquela determinada situação.
Dirigir perto demais do veículo da frente, portanto, é uma decisão do
condutor que, provavelmente, está excessivamente confiante da sua
habilidade ao volante e se arrisca, desafiando o perigo e apostando que
nada irá lhe acontecer.
Em busca de um pouco de adrenalina ou simplesmente para intimidar o
condutor do veículo da frente, tentando apressá-lo, o condutor imprudente
muitas vezes é surpreendido, e mesmo antes de bater já sabe que não
haverá espaço suficiente para parar.
Portanto, dirigir ou pilotar defensivamente é ser previdente e cuidadoso,
resistindo à imprudência de andar próximo demais do veículo da frente,
permanecendo sempre dentro da distância de segurança.

EVITANDO COLISÕES com o veículo de trás


O veículo de trás representa o segundo maior fator de risco, pois se o seu
condutor precisar frear e estiver distraído, em velocidade incompatível ou
muito próximo do veículo da frente, provavelmente causará um acidente.
Para evitar acidentes com o veículo de trás, deve-se:
• Usar os retrovisores com frequência.
• Virar a cabeça para os lados e conferir as situações com o canto
dos olhos, pois a motocicleta também tem pontos cegos.
• Se outro veículo “colar” atrás, não tentar fugir dele acelerando.
• Acionar o pedal ou manete do freio, sem frear, para alertá-lo.
• Se continuar colado, diminuir a velocidade, sinalizar e facilitar a
ultrapassagem.
• Aumentar a distância do veículo da frente, para ter espaço para
manobras.
• Ser previsível, sinalizando e antecipando as intenções.
• Não frear bruscamente, pois o risco é muito grande.
• O “brake-light” (luz de freios auxiliar, geralmente colocada no vidro
traseiro do automóvel) reduz a possibilidade desses acidentes.
• Manter as luzes de freio limpas e funcionando.
Esses procedimentos simples podem poupar muitas vidas.

EVITANDO COLISÕES com os demais veículos


O condutor deve estar consciente e atento a tudo o que acontece ao seu
redor, bem como fazer-se notar pelos demais elementos do trânsito.
Para evitar colisões com os demais veículos, é muito importante:
• Sinalizar sempre, para antecipar as intenções.
• Ser cordial, permitir manobras dos outros condutores, dar a vez,
ceder passagem, permitir que intercalem nas ultrapassagens.
• Não aceitar provocações.
• Não competir.

80 Direção Defensiva
Motos:
Motos são menores e mais difíceis de enxergar do que automóveis,
principalmente quando vistas de frente ou de trás. Em acidentes
com motociclistas, os condutores geralmente dizem que não viram a
motocicleta. É difícil calcular também a velocidade de uma moto, pois
geralmente está mais veloz do que parece, o motorista efetua a manobra,
achando que terá tempo e espaço suficiente.
Para melhor ser visto, o piloto deve:
• Posicionar-se mais à direita, mais à esquerda ou ao centro da
faixa, dependendo da situação, a fim de melhorar sua segurança
e tornar-se mais visível.
• Evitar trafegar do lado direito dos demais veículos. Os motoristas
não têm o hábito de usar o retrovisor da direita.
• Participar do fluxo de veículos sem “costurar”, usando a faixa
regular como se estivesse de automóvel. Mudar de faixa
constantemente ou andar entre as filas coloca o motociclista em
áreas de baixa visibilidade dos automóveis (pontos cegos).
• Ao trafegar ao lado de um veículo é importante colocar-se
em posição favorável para que o outro condutor possa vê-lo
diretamente ou pelo retrovisor.
• Cuidado ao passar perto de veículo parado: seus ocupantes
podem abrir as portas repentinamente. É comum também o
condutor sair com o veículo da vaga sem sinalizar ou sem notar
a aproximação da moto.
• Para que os outros condutores vejam a moto, é obrigatório manter
o farol aceso o tempo todo. Em motos modernas, não há como
apagar o farol enquanto estiverem ligadas.
• O piloto deve usar roupas claras com detalhes refletivos, para
chamar a atenção dos demais condutores para sua presença.
• Sinalizar sempre, mostrando sua intenção antes de manobrar.

EVITANDO COLISÕES com veículos em sentido contrário


Colisões com veículos que vêm em sentido contrário são gravíssimas e
causadas principalmente por:
• Ultrapassagens mal feitas.
• Falta de perícia para fazer curvas.
• Falta de habilidade para sair de situações críticas.
• Reações inadequadas frente a condições adversas.
• Conversões mal realizadas, principalmente à esquerda.

Quando a pista estiver ocupada por outro veículo vindo em direção


contrária, deve-se:
• Diminuir a velocidade.
• Sinalizar e deslocar-se para a direita o máximo possível.

Direção Defensiva 81
Nesses momentos, o ideal é:
• Assumir atitudes responsáveis.
• Permanecer à direita.
• Colaborar no que for possível para evitar acidentes.

Nesta situação, o condutor deve pensar que o outro motorista está em apuros
e que lhe cabe colaborar, ficando satisfeito por ajudar a evitar o acidente.

EVITANDO COLISÕES em ultrapassagens

Ultrapassagem: Ultrapassagens mal feitas, aliadas ao excesso de velocidade, patrocinam


os acidentes mais graves. Essa manobra é a que apresenta o maior número
situação crítica de variáveis a serem levadas em conta pelo condutor. Qualquer variável,
quando avaliada erroneamente, pode levar a um acidente.

Na dúvida, não Para ultrapassar com segurança o condutor deve:


• Ultrapassar somente em locais onde seja permitido, em plenas
ultrapassar condições de segurança e visibilidade.
• Ultrapassar somente pela esquerda.
• Antes de ultrapassar, não “colar” no veículo da frente para não
perder o ângulo de visão.
• Certificar-se de que há espaço suficiente para executar a manobra.
• Conferir, pelos retrovisores, a situação do tráfego atrás do próprio
veículo.
• Verificar os pontos cegos do veículo.
• Se tiver alguém iniciando uma manobra para ultrapassar, facilitar
e aguardar outro momento.
• Se todas as condições forem favoráveis, incluindo potência
suficiente do veículo para realizar a manobra, sinalizar e ultrapassar.
• Para alertar outros condutores, utilizar sinal de luz ou dois breves
toques na buzina.
• Para retornar à faixa, conferir pelo retrovisor da direita, sinalizar
e entrar, procurando não obstruir a via.
• Jamais ultrapassar em curvas, túneis, viadutos, aclives, lombadas,
cruzamentos e outros pontos que não ofereçam segurança.

Se vier outro veículo em sentido contrário, durante a ultrapassagem:


• Tentar abortar a ultrapassagem, retornando à posição inicial.
• Se não for possível, deslocar-se para a direita aproximando-se
ao máximo do veículo que está sendo ultrapassado.
• Jamais trafegar no acostamento contrário.
• Não aumentar a velocidade: dar espaço à frente para que o
outro veículo possa intercalar. Em caso de dificuldades na
ultrapassagem, facilitar imediatamente, deslocando-se para a
direita o máximo possível.

82 Direção Defensiva
EVITANDO COLISÕES em curvas
Acidentes em curvas são muito frequentes, devido principalmente aos
seguintes fatores:
• Curvas mal projetadas ou mal construídas; que apresentam inclinação
de pista que “jogam o veículo para fora”; que começam abertas e
se acentuam no final entre outros tipos igualmente perigosos.
• Falta de visibilidade.
• Velocidade incompatível com a acentuação da curva.
• Curva com pista irregular ou escorregadia.
• Falta de sinalização apropriada.

Evitar frear Principais procedimentos para evitar acidentes em curvas:


durante a curva • Adotar velocidade compatível com a curva antes de entrar nela.
Entrar com velocidade muito alta e ter que frear durante a curva
é perigoso e pode ser fatal.
• Frenagens em curvas, se inevitáveis, devem ser feitas com
cuidado, de forma progressiva. Frear bruscamente desequilibrará
o veículo, além do risco de travar rodas e perder a direção.
• Aumentar a distância dos demais veículos e ficar atento para
possíveis imprevistos.
Moto:
Ao fazer uma curva, a força centrífuga tende a jogar o veículo para fora. O
motociclista deve compensar essa força com a inclinação do próprio corpo:
• Curvas em condições normais de pista e velocidade: corpo na
mesma inclinação da moto.
• Curvas de pequeno raio ou com mudanças rápidas de direção:
corpo menos inclinado que a moto.
• Curvas rápidas ou com pavimento escorregadio: corpo mais
inclinado que a moto.
Qualquer que seja a inclinação do corpo do motociclista, a cabeça sempre
deve permanecer na posição vertical.

EVITANDO COLISÕES em cruzamentos

Perímetro urbano: Em cruzamentos, bem como em entradas e saídas de veículos, acontecem


muitos acidentes. Nesses casos, o condutor deve:
cuidado redobrado • Obedecer à sinalização e na dúvida, parar.
• Respeitar a preferência de quem transita por via de maior
prioridade, ou de quem já esteja transitando nas rotatórias.
• Se não houver sinalização, a preferência é de quem se aproxima
pela direita.
• Aproximar-se do cruzamento com cuidado, mesmo tendo a
preferência.
• Redobrar a atenção.

Direção Defensiva 83
• Cruzamentos com via férrea exigem parada obrigatória. Colisões
com trens são gravíssimas e muito mais frequentes do que se
pode supor.
• Cuidado com os procedimentos de convergência, principalmente
à esquerda.
• Dar a preferência para pedestres e veículos não motorizados.
• Não ultrapassar nos cruzamentos ou nas suas proximidades.

EVITANDO COLISÕES em marcha à ré


É proibido trafegar com o automóvel por trechos longos em marcha à ré.
Deve-se usá-la apenas para pequenas manobras, tomando sempre os
seguintes cuidados:
• Antes de manobrar, sair do veículo, verificar o espaço de manobra
e a inexistência de qualquer tipo de obstáculo.
• Se necessário, pedir o auxílio de outra pessoa.
• Não entrar de ré em esquinas ou lugares de pouca visibilidade.
• Evitar sair de ré de garagens e estacionamentos.
• Cuidar com objetos, animais e crianças de baixa estatura.

EVITANDO COLISÕES entre veículos de pequeno e grande porte


Geralmente De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, os veículos de maior
porte são responsáveis pela segurança dos veículos de menor porte,
estes acidentes os veículos motorizados são responsáveis pela segurança dos não
são trágicos motorizados e todos juntos são responsáveis pela segurança do pedestre.
No dia a dia do trânsito, porém, a realidade não é bem assim. Existe uma
espécie de competição: condutores de veículos de menor porte têm a
vantagem da agilidade, enquanto condutores de ônibus e caminhões se
impõem pelo tamanho dos veículos.
Na verdade, acidentes envolvendo veículos de pequeno e maior porte,
geralmente, são trágicos para ambos. Apesar de o veículo maior levar
vantagem pelo tamanho de sua estrutura, o deslocamento provocado pela
colisão sempre tem consequências imprevisíveis. Em acidentes envolvendo
motos e outros veículos, geralmente o motociclista é o maior prejudicado
devido à fragilidade da moto e de o condutor geralmente sofrer o impacto
diretamente na cabeça ou sobre o corpo.

Pontos cegos Veículos de grande porte, como caminhões, carretas, ônibus e veículos
articulados, têm uma capacidade de manobra muito limitada quando
comparada à de veículos menores. Todas as manobras, sem exceção,
são mais difíceis de executar.
• Em frenagens, os veículos de grande porte precisam do dobro
ou até do triplo da distância para parar.
• As curvas que veículos grandes conseguem fazer têm raios
maiores.
• O comportamento em curvas fechadas é sempre inseguro e a
trajetória das rodas traseiras não segue a das dianteiras.

84 Direção Defensiva
• Pelo porte avantajado, esses veículos sempre acarretam uma
grande redução na área de visão.
• Ônibus e caminhões apresentam pontos cegos de ambos os
lados, maiores do que veículos de menor porte.
• Veículos grandes possuem ainda extensos pontos cegos na parte
de trás e nas duas laterais (observe a ilustração).
Precauções ao conduzir veículos de pequeno porte:
• Ao trafegar à frente de veículos de grande porte, não ficar muito
próximo, pois a capacidade de frenagem deles é reduzida.
• Não disputar espaço com veículos de grande porte.
• Ao trafegar atrás de um veículo grande, o condutor estará em um
ponto cego. Para proteger-se, a distância de segurança deve ser
bem maior.
Cuidados • Ser previsível e fazer-se notar, com luzes ou breves toques na
complementares buzina.
• Jamais passar por trás de veículos que estejam manobrando.
• Motoristas profissionais dirigem muitas horas diariamente. Deve-
se ficar atento a comportamentos anormais.

As ultrapassagens envolvendo veículos de grande porte exigem os


seguintes cuidados complementares:
• Permanecer na área de ultrapassagem o menor tempo possível.
• Em subidas, veículos de grande porte perdem velocidade, o que
facilita a ultrapassagem por veículos mais ágeis.
• Em descidas, esses veículos ganham velocidade facilmente,
dificultando a ultrapassagem e aumentando a duração da
manobra.
• Depois de ultrapassar, tomar cuidado para não voltar à pista
muito próximo do veículo ultrapassado. Antes de retornar,
certificar-se de que é possível enxergar a frente do veículo
ultrapassado pelos retrovisores.
• Durante a ultrapassagem, o condutor irá trafegar por uma área
onde o motorista do caminhão não consegue enxergá-lo. É o
espaço localizado um pouco antes da porta do caminhão.
• Para evitar uma colisão lateral, certificar-se de que o motorista
do caminhão notou a sua presença, com leves toques na buzina
ou sinais de luz, principalmente à noite.
• Permanecer ao lado de um veículo de carga, pelo lado de fora
de uma curva, é muito perigoso. Em caso de deslocamento da
carga ou dificuldades em fazer a curva, fatalmente o veículo que
estiver do lado de fora da curva será atingido.
• Ultrapassar, mantendo certa distância lateral, para evitar o efeito
do deslocamento de ar e da turbulência causados pelo movimento
do veículo de grande porte que está sendo ultrapassado. Redobrar
esses cuidados quando os veículos de grande porte estiverem
trafegando em sentido contrário.
• Ao ser ultrapassado por veículos de grande porte, reduzir a
velocidade e facilitar a manobra.

Direção Defensiva 85
EVITANDO COLISÕES entre automóveis e motocicletas

Principais causas Condutores de motos têm os mesmos deveres que os condutores dos
demais veículos motorizados. Como as motos são veículos de menor porte,
de acidentes beneficiam-se da preferência prevista em lei sobre os de maior porte.

Acidentes envolvendo motos sempre têm consequências trágicas para


os motociclistas, devido à fragilidade dos veículos de duas rodas. As
principais causas de acidentes envolvendo motocicletas são:
• A grande agilidade com que trafegam esses veículos.
• Imperícia dos condutores. Mais da metade de todos os acidentes
com motos envolvem motociclistas inexperientes.
• Imprudência ao realizar manobras: costurar, passar muito próximo
dos demais veículos, trafegar em velocidade incompatível,
ultrapassar pela direita, etc.
• A capacidade de frenagem das motos em geral é menor que a
dos automóveis.
• Motocicletas em mau estado de conservação.

Os principais cuidados para evitar acidentes com motocicletas são:


• Manter uma distância segura.
• Tomar cuidado em conversões à esquerda e à direita, pois os
motociclistas costumam transitar nos “pontos cegos”.
• Conferir o que se passa atrás do veículo constantemente pelos
retrovisores.
• Ter cuidado ao abrir as portas do veículo quando estiver
estacionado ou parado em congestionamentos e cruzamentos.
• Para ultrapassar uma motocicleta, obedecer aos mesmos
procedimentos da ultrapassagem de automóveis.
• Piloto sem capacete é sinal de negligência e imprudência: redobrar
o cuidado ao se aproximar de um!

Deveres do O motociclista deve:


motociclista • Utilizar os equipamentos de segurança: capacete, viseira, luvas,
botas e roupa adequada.
• Manter sua moto em perfeito estado.
• Reservar um espaço de segurança a sua volta, equivalente ao de
um automóvel.
• Ter cuidado com motoristas distraídos.
• Ser previsível, sinalizando sua presença e certificando-se de que
está sendo notado.
• Usar o farol baixo ligado, mesmo de dia.

86 Direção Defensiva
EVITANDO COLISÕES com ciclistas
Ciclistas têm Bicicletas e patinetes, bem como quaisquer veículos não motorizados, são
preferência frágeis e vulneráveis e têm a preferência sobre os demais veículos automotores.

sobre veículos O motorista deve:


• Dar a preferência e facilitar a passagem de ciclistas e usuários de
automotores outros veículos não motorizados, em cruzamentos e conversões
à esquerda e à direita.
• Manter distância lateral de 1,5 metros.
• Conferir constantemente os retrovisores, com especial atenção
para os “pontos cegos”.
• Cuidar ao abrir portas do veículo, quando estiver estacionado ou
parado, em congestionamentos ou cruzamentos.
• Entender que, à noite, é ainda mais difícil notar os ciclistas, pois
muitos ainda não usam os refletivos previstos em lei.
• Anunciar a presença com leves toques de buzina.
O ciclista deve:
• Equipar a sua bicicleta com dispositivos refletivos de segurança.
• Usar o capacete adequado. Mesmo pequenos acidentes podem
resultar em traumatismos cranianos.
• Não utilizar fones de ouvido. Usar a audição exclusivamente para
os sons do trânsito.
• Conscientizar-se da sua fragilidade.
• Trafegar preferencialmente por pistas exclusivas (ciclovias ou
ciclofaixas).
• Ser previsível, certificando-se de que está sendo visto.

EVITANDO COLISÕES com pedestres


Atropelamento O Código de Trânsito Brasileiro responsabiliza os condutores pela segurança
dos pedestres. A boa convivência entre condutores e pedestres depende
é sempre uma do respeito aos direitos e deveres de cada um:
tragédia • Quando não houver sinalização, como semáforo ou faixa, o
pedestre deverá esperar que os veículos passem, para então
efetuar a travessia com segurança.
• Quando houver sinal luminoso, este determina quem deverá passar.
• Quando houver faixa de pedestre sem sinal luminoso, a preferência
é do pedestre, devendo o condutor parar e aguardar sua travessia.
O condutor deve tomar os seguintes cuidados:
• Dar uma oportunidade real para o pedestre utilizar as vias,
principalmente crianças, idosos e deficientes físicos (cegos,
pessoas com dificuldades motoras, etc.).
• Na proximidade de pedestres, reduzir a velocidade e redobrar a
atenção.
• Tentar prever a reação do pedestre.

Direção Defensiva 87
• Ser gentil e facilitar as travessias dos pedestres, sempre que
possível.
• Mesmo com sinal favorável o condutor deve aguardar que os
pedestres concluam travessias já iniciadas.
• Lembrar que, na condição de pedestre, o condutor também se
sente vítima da intolerância de outros condutores.
• Muitos atropelamentos vitimam pedestres embriagados. Tomar
cuidado, pois mesmo que não haja CULPA do condutor, um
atropelamento é sempre uma tragédia.
• Atropelar um pedestre com uma motocicleta é uma tragédia
dupla, pois geralmente ambos saem gravemente feridos.

Deveres do O pedestre deve:


pedestre • Atravessar sempre na faixa de segurança.
• Procurar sempre ter certeza de que o motorista notou a sua
presença.
• Aguardar pelo momento mais seguro para atravessar vias sem faixa.
• Procurar atravessar a rua sempre em linha reta, percorrendo a
menor distância no menor tempo possível.
• Evitar caminhar sobre a pista de rolamento.
• Caminhar de preferência pelo lado de dentro das calçadas.
• Aumentar sua capacidade de previsão, procurando identificar os
sinais do condutor.

EVITANDO COLISÕES com animais


Muitos condutores não sabem que choques com animais, mesmo os de
pequeno porte, sempre trazem consequências graves. Dependendo da
velocidade, bater em um cachorro de porte médio poderá desestabilizar
completamente o veículo, gerando um acidente de grandes proporções.
Animais de grande porte, como cavalos e vacas, têm o centro de gravidade
a mais de um metro do chão e possuem grande massa corpórea. Em caso
de colisão, o impacto ocorrerá na altura do para-brisa do automóvel, e o
animal acabará atingindo os ocupantes do veículo. Para os motociclistas,
esse tipo de acidente geralmente é fatal.
Os procedimentos de segurança são os seguintes:
• Diminuir a velocidade assim que avistar o animal.
• Evitar buzinar, para não assustá-lo.
• Ficar atento ao passar por fazendas ou locais abertos.
• Fechar os vidros, em caso de automóveis.
• Nunca tentar chutar o animal, para não se desequilibrar da moto.
• Ficar atento na trajetória do veículo, e não no animal.

88 Direção Defensiva
EVITANDO COLISÕES com elementos fixos

Pontes, viadutos, São graves os acidentes em que veículos batem em elementos fixos da
pista, como cabeceiras de pontes, veículos ou equipamentos estacionados,
postes, barrancos, entradas de viadutos, postes, árvores, muretas de proteção, barrancos, mu-
muros, etc. ros, aterros, cortes em rochas, rios, grotas, despenhadeiros e muitos outros.
As causas mais comuns podem ser:
• Perda de controle do veículo por defeito na pista ou desnível
acentuado do acostamento.
• Perda de controle do veículo por deficiência na suspensão, pneus
estourados, descalibrados ou em mau estado.
• Falta de visibilidade devido à chuva, cerração, neblina, fumaça
ou iluminação deficiente.
• Desvio da direção correta por distração, sono, etc.
• Erros provocados por efeitos de bebidas alcoólicas, drogas ou
outros medicamentos.
• Tentativa de desviar de outro veículo, pedestre, animal, etc.
• Erros ao fazer curvas.
• Falta de atenção ou desobediência à sinalização, principalmente
de obras na pista ou desvios.

Para evitar esse tipo de acidente, deve-se:


• Manter a suspensão e o sistema de direção sempre revisados.
• Verificar se os pneus estão dentro da vida útil e corretamente
calibrados.
• Investigar e corrigir qualquer instabilidade, como desequilíbrio
anormal nas curvas, dificuldade para trafegar em linha reta ou
volante (ou guidão) “puxando”.
• Não insistir em dirigir quando estiver apresentando sinais de
cansaço ou de indisposição.
• Redobrar a atenção e reduzir a velocidade sob condições adversas.

DIREÇÃO OU PILOTAGEM DEFENSIVA NAS RODOVIAS

Dirigir em rodovias Pessoas que dirigem ou pilotam bem nas cidades nem sempre são bons
condutores nas rodovias. Isso ocorre porque conduzir em estradas e
exige experiência rodovias exige uma experiência COMPLETAMENTE diferente de conduzir
em trânsito urbano.
Para adquirir experiência, deve-se começar conduzindo em trechos curtos,
em estradas e rodovias de baixo fluxo de veículos, de preferência acompanhado
por um condutor experiente ou por um instrutor, para se familiarizar.
Enfrentar viagens longas ou rodovias mais movimentadas, somente quando
tiver boa dose de experiência. Não enfrentar as condições adversas logo
nas primeiras viagens.

Direção Defensiva 89
Em rodovias, deve-se seguir às seguintes RECOMENDAÇÕES:
• Preferir sempre viajar de dia. É mais seguro.
• Evitar conduzir em condições de baixa visibilidade.
• Revisar o veículo antes de viajar.
• Consultar o Guia Rodoviário.
• Planejar itinerários, bem como, paradas para abastecimento e
descanso.
• Informar-se das condições locais, principalmente em feriados.
• Não descuidar da sinalização.
• Aos primeiros sinais de cansaço, parar em lugar seguro para
relaxar.
• Não parar na pista.
• Não transitar no acostamento.
• Parar no acostamento somente em emergências.
• Manter velocidade compatível com o fluxo geral de veículos.
• Verificar os instrumentos do painel em intervalos regulares.
• A qualquer indicação de mau funcionamento, não seguir em
frente. Parar imediatamente para verificar o problema
• Nos declives acentuados ou longos, jamais descer desengrenado
(banguela). Usar sempre freio motor, utilizando para descer, a
mesma marcha que usaria para subir.
• Seguir todos os demais procedimentos da Direção ou Pilotagem
Defensiva.

Pilotagem em A maioria das motos é utilizada na cidade para trabalhar ou para


grupo estudar. Porém, é cada vez mais comum a utilização de motos nas
rodovias. Existem, por exemplo, os clubes de motociclistas que viajam
em grupo. Para que essa atividade seja mais segura, aqui vão algumas
recomendações:
• Grupos com quatro ou cinco motos são mais facilmente mantidos
em segurança. Grupos maiores devem ser divididos em dois ou
mais grupos menores.
• O grupo deverá eleger um líder, o mais experiente, que pilotará
na frente.
• Logo após o líder, pilotam os motociclistas com menor experiência.
• A melhor formação é a alternada: o primeiro sai à direita, o
seguinte sai atrás dele, mantendo uma distância de segurança,
porém à esquerda, o próximo à direita, e assim por diante.
• Nunca pilotar lado a lado, emparelhando-se com outra moto.
• O líder deverá sinalizar os perigos para o grupo com a maior
antecedência possível. Também deverá calcular as ultrapassagens
e manobras, de modo que haja tempo e espaço para que todos
as realizem completamente.
• O grupo não deve se afastar dos mais lentos, mas diminuir o
ritmo, se necessário.
• Todos devem saber previamente, qual será o itinerário.

90 Direção Defensiva
Questões - DIREÇÃO DEFENSIVA

01. O condutor deve adotar uma postura d) buzina sem parar até que ele mude de atitude.
adequada, sendo: e) discute com o outro condutor.
a) agressivo e rápido. 09. A velocidade compatível com a segurança
b) decidido e agressivo. permite ao condutor:
c) cuidadoso e ligeiro.
d) cuidadoso e atento. a) forçar a saída do veículo que estiver à sua frente
e) cuidadoso e ousado. para um dos lados da via.
b) frear rapidamente, sem se preocupar com os
02. O cinto de segurança pode ser utilizado: demais veículos.
a) por mãe e criança com o mesmo cinto. c) perceber antecipadamente os riscos e agir
b) por duas crianças com o mesmo cinto. prontamente para evitá-los ou controlá-los.
c) por somente uma pessoa. d) realizar ultrapassagens pela direita.
d) por duas pessoas com o mesmo cinto. e) manter uma conversa animada com os
e) por três crianças com o mesmo cinto. passageiros.
03. A segurança na direção de um veículo 10. Na passagem de vias urbanas para vias
depende: rodoviárias, você:
a) da marca do veículo. a) confia no seu veículo e em sua habilidade e faz
b) da categoria da CNH. a passagem confiante.
c) do trânsito. b) atravessa essas áreas buzinando.
d) do comportamento adequado do condutor. c) acelera e passa rapidamente.
e) do licenciamento do veículo. d) trafega bem devagar e nada lhe ocorrerá.
e) obedece à sinalização e redobra a atenção.
04. A segurança de trânsito na via depende:
11. Se o motor do veículo começar a falhar à
a) apenas da atenção dos condutores.
noite, o condutor deve:
b) apenas da sinalização das vias.
c) apenas da manutenção das vias. a) deixar o veículo como está, com o motor ligado.
d) apenas da manutenção dos veículos. b) sinalizar, parar à direita da via e ligar o pisca-
e) do comportamento dos elementos envolvidos. alerta.
c) desligar o limpador de para-brisa.
05. O condutor, ao ser ultrapassado, deverá: d) desligar o motor e ligar uma das lanternas.
a) reduzir bastante a sua velocidade. e) acelerar mais, para que o motor não “morra”.
b) parar o veículo e permitir a ultrapassagem.
12. A utilização correta do mapa da cidade
c) aumentar a velocidade.
proporciona deslocamentos seguros,
d) buzinar para avisar que está permitindo a
economia de tempo e de combustível. Logo,
ultrapassagem.
você deve:
e) facilitar a ultrapassagem.
a) manter o mapa da cidade no porta-luvas,
06. O condutor precisa ver tudo o que acontece: utilizando-o de acordo com as instruções nele
a) apenas à frente e à direita do seu veículo. contidas.
b) apenas à sua frente e nos lados do seu veículo. b) destacar apenas as folhas referentes ao trajeto
c) apenas à sua frente e atrás do seu veículo. a ser percorrido.
d) à sua frente, à direita, à esquerda e atrás. c) decorar o nome de todas as vias da cidade.
e) apenas à frente e nos espelhos retrovisores. d) manter o mapa no porta-malas, junto com as
ferramentas.
07. Todo condutor, antes de mudar de direção, e) guardar o mapa em sua casa.
deverá:
a) piscar os faróis. 13. Trafegar pelo acostamento é permitido:
b) dar um toque rápido na buzina. a) quando a pista estiver congestionada.
c) levar o veículo para a direita da via. b) quando, devido a problema mecânico, o seu
d) acender os faróis altos. veículo estiver lento.
e) ligar os dispositivos indicadores de direção. c) para acessar imóveis próximos ou fazer
conversões.
08. Ao levar várias fechadas de outro veículo d) para rebocar um veículo acidentado ou com
que “costura” no trânsito, você: problemas mecânicos.
a) procura ficar longe dele e mantém a tranquilidade. e) para ultrapassagem de veículos muito lentos.
b) segue aquele veículo porque está irritado.
c) mantém-se na faixa da direita necessariamente.

Direção Defensiva 91
PRIMEIROS SOCORROS

ACIDENTES Em quaisquer situações ou atividades, as pessoas estão expostas a riscos


e sujeitas a ferimentos e traumatismos causados por acidentes.

No trânsito, muitas pessoas morrem ou sofrem danos


irreversíveis por não receberem os devidos cuidados a tempo
ou por serem atendidas de forma incorreta.

Para que se possa realmente ajudar as vítimas de acidentes, é


preciso saber prestar socorro de forma correta e eficaz. Para
isso, é preciso dominar as técnicas de primeiros socorros.
Para que servem Primeiros socorros são os procedimentos efetuados em uma pessoa cujo
as técnicas estado físico coloca em perigo a sua própria vida. A maioria das pessoas
tem dúvidas sobre como e quando prestar os primeiros socorros: afinal,
de Primeiros ajudar de qualquer jeito prejudica a vítima, não ajudar, significa omissão.
Socorros? Por tudo isso: é preciso aprender a prestar socorro corretamente, e
a melhor maneira é fazer um curso de primeiros socorros.

Atendimento de emergência deve ser prestado sempre que uma vítima


não estiver em condições de cuidar de si própria, para evitar que fique
em risco de morte enquanto não chega ajuda especializada. Vítimas
de acidentes muitas vezes ficam entre a vida e a morte, completamente
indefesas, incapazes de cuidar da própria sobrevivência. É nesse momento
que elas necessitam de ajuda imediata, para mantê-las vivas e evitar o
agravamento da situação.

Por que aprender O simples fato de notar que a vítima não está respirando, por exemplo, faz
as técnicas toda a diferença. Em algumas situações, se não forem tomadas todas as
providências imediatas, a vítima provavelmente morrerá antes mesmo de
de Primeiros o socorro chegar. Exemplos: a vítima não consegue respirar ou apresenta
Socorros? um grave sangramento.

OMISSÃO DE A solicitação de ajuda especializada é uma maneira de prestar


socorro à vítima. Mesmo que uma pessoa seja só testemunha de um
SOCORRO acidente com vítimas, se tiver condições de prestar auxílio e não o fizer,
É CRIME estará cometendo o crime de omissão de socorro.

O artigo 135 do Código Penal Brasileiro é bem claro: “Deixar de prestar


socorro à vítima de acidente ou pessoa em perigo iminente, podendo
fazê-lo, é crime”. A pena é detenção de 1 a 6 meses ou multa,
podendo ser aumentada em 50% se a omissão resultar em lesão
corporal grave ou até triplicada se resultar em morte.

A omissão de socorro e a falta de pronto atendimento eficiente às


vítimas de acidentes de trânsito são as principais causas de mortes ou
danos irreversíveis que poderiam ser evitados. Os minutos imediatos após
o acidente, são os mais importantes para garantir a sobrevivência e a
recuperação de feridos.

92 Primeiros Socorros
DOAÇÃO DE Os órgãos em bom estado de vítimas fatais de acidentes de trânsito podem
salvar muitas vidas ao serem transplantados para pessoas cuja cura ou
ÓRGÃOS sobrevida depende desse tipo de cirurgia.

A legislação atual (Lei 10.211/2001) exige aprovação da família, para que


os órgãos de vítimas fatais sejam doados. Muitos familiares ainda ficam
relutantes em tomar uma decisão desse tipo, por não saber se a vítima,
em vida, concordaria ou não. Por isso, é muito importante que todos
os membros de uma família discutam e expressem abertamente o seu
desejo de doar órgãos, em caso de acidente fatal. Ter esta informação
antecipada facilita todo o processo, pois para que possam ser bem
preservados é preciso dar o destino aos órgãos ou tecidos imediatamente
após o acidente.

Para ajudar a decidir:


Como seria, se a sua vida ou a de alguém da sua família estivesse
dependendo da disponibilidade de órgãos? Pense nisso.

QUEM DEVE PRESTAR SOCORRO ÀS VÍTIMAS?

O Conselho Federal de Medicina recomenda que o socorro seja prestado


pela pessoa mais capacitada no momento e mais próxima do local do
evento de emergência:
1) Socorrista - é a pessoa tecnicamente capacitada e habilitada
para, com segurança, avaliar e identificar problemas que
comprometam a vida. Cabe ao socorrista prestar o adequado
socorro pré-hospitalar e o transporte do paciente sem agravar
as lesões já existentes. Geralmente é um bombeiro que trabalha
para os serviços de atendimento a acidentes como SAMU, SIATE,
etc. O socorrista poderá estar acompanhado de um médico
treinado em “suporte avançado de vida”, capacitado para realizar
procedimentos avançados.
2) Médico ou outro profissional de saúde presente no local -
pode-se, a princípio, estranhar que o socorrista venha antes do
médico. Ocorre que nem todos os profissionais de saúde estão
devidamente treinados para prestar atendimento pré-hospitalar,
seja em suporte básico ou avançado de vida.
3) Pessoas leigas, mas que conheçam noções de primeiros
socorros ou suporte básico de vida - as noções de primeiros
socorros são conhecimentos úteis a toda e qualquer pessoa, e podem
fazer a diferença em uma situação de emergência, para manter a
vítima viva enquanto aguarda por socorro especializado.

Primeiros Socorros 93
Exemplos:
a) Uma pessoa idosa escorrega no banheiro e, ao cair de costas,
para de respirar. Obviamente, não haverá tempo sequer para
acionar socorro especializado. O que fazer? O que não fazer?
b) Uma turma de adolescentes colegiais está fazendo um passeio
em uma trilha da Serra do Mar, fora do alcance do celular. Um
dos jovens cai e quebra o braço. O que fazer? O que não fazer?

Você pode estar se perguntando em que esses dois exemplos se


relacionam aos acidentes de trânsito. Estamos muito habituados a
relacionar trânsito com veículos. No entanto, nos dois exemplos, apesar de
estarem caminhando a pé, as pessoas estavam, sem dúvida, transitando.

4) Pessoas leigas, mas que não tenham noções de Primeiros


Socorros - temos que ter em mente que o leigo, ao presenciar
um acidente ou pessoas em sofrimento, provavelmente obedecerá
a seu instinto natural de solidariedade e tentará ajudar. Por
não possuir os conhecimentos necessários, poderá prejudicar
a vítima, mas naquela hora, naquele local, provavelmente não
haverá ninguém para avisá-lo disso. Esse é mais um motivo para
disseminar os conhecimentos de primeiros socorros.

A situação de emergência justifica as limitações

Outro conceito que poucas pessoas sabem é que a situação de emergência


justifica o atendimento ou a ajuda, mesmo que essa seja dada de forma
limitada, quer seja pelo nível de conhecimento de quem está ajudando,
como também pela precariedade das condições locais.
Quem sabe o que fazer não perde tempo e poupa segundos
preciosos que salvam vidas.

QUAIS AS PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS?

É comum encontrar em locais de acidentes cenas de sofrimento,


nervosismo e pânico, pessoas inconscientes e outras situações que exijam
providências imediatas. Seja qual for a gravidade da situação deve-se
agir com calma, conhecimento de causa e autocontrole. Evitar o pânico.

Para isso, deve-se:


• Transmitir confiança, tranquilidade e segurança, para alívio dos
acidentados que estiverem conscientes, informando que ajuda
especializada está a caminho, se isso já estiver assegurado.
• Agir rapidamente, porém dentro dos próprios limites.
• Usar conhecimentos básicos de primeiros socorros.
• Algumas vezes, saber improvisar.

94 Primeiros Socorros
1. Sinalizar o local Sinalizar o local para evitar novos acidentes e atropelamentos.

do acidente • Acionar o pisca-alerta de veículos próximos ao local.


• Definir um local para melhor colocação do triângulo de sinalização.
Nesse momento você pode utilizar a regra de 1 metro de distância
para cada km/h de velocidade da via. Por exemplo: se o limite de
velocidade da via for 60 km/h, coloque a sinalização a 60 metros
do acidente, mas dependendo das condições adversas presentes
no local esta distância deverá ser ainda maior.
• Espalhar alguns arbustos ou galhos de árvores no leito da via.
• Abrir capô e porta-malas do veículo para chamar a atenção.

Muito cuidado para não ser VOCÊ a próxima vítima!

Uma dica para sinalizar o acidente é seguir a tabela abaixo:


Distância para início Distância para início da
Velocidade máxima
da sinalização (pista sinalização (chuva, neblina,
permitida
seca) fumaça, à noite)
60 km/h 60 passos longos 120 passos longos
80 km/h 80 passos longos 160 passos longos
110 km/h 110 passos longos 220 passos longos

*Segundo a Res.36/98, a distância mínima para sinalização em uma


emergência é de 30 metros da parte traseira do veículo.

2. Chamar Quantas são e onde estão as vítimas?


por socorro As vítimas podem ter sido lançadas para fora do veículo, estarem presas
especializado em ferragens, caídas na pista de rolamento ou em outras situações.

Prováveis situações de risco no local do acidente:


• Novos acidentes e atropelamentos.
• Derramamento de combustível.
• Cabos eletrificados.

Chamando por recursos especializados:


• Na maioria das grandes cidades, existem equipes de emergência
especialmente treinadas para o atendimento às vítimas de
acidentes, que podem chegar ao local em poucos minutos.
• Esses socorristas contam com formação e equipamentos
especiais. Onde não existir atendimento de emergência ou
quando a gravidade da situação não permitir esperar por socorro
especializado, os conhecimentos de primeiros socorros poderão
salvar vidas de vítimas de acidentes.

Um atendimento de emergência prestado de qualquer jeito, sem o uso


de técnicas corretas e sem o conhecimento mínimo, ao invés de ajudar,
pode prejudicar a vítima, agravando o seu estado, provocando danos
irreversíveis ou até mesmo a morte.

Primeiros Socorros 95
Quanto antes acionar o socorro, maiores serão as chances de as vítimas
sobreviverem. Alguns números de telefones são os mesmos em todas as
localidades do Brasil:
190 - Polícia Militar 193 – Bombeiros
191 – Polícia Rodoviária Federal 199 – Defesa Civil
192 – SAMU: Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.
(Serviço não disponível em todos os municípios do Brasil)

Aproveite para anotar agora o número do telefone de emergência da


sua cidade:

O que informar? Algumas rodovias estaduais possuem seu próprio número de


emergência. Ao trafegar por uma dessas rodovias é necessário prestar
atenção à sinalização e anotar o número do telefone.

Ligações de emergência podem ser feitas de qualquer telefone móvel ou fixo.


Não é necessário usar cartão, ficha telefônica ou crédito: a ligação é gratuita.

Ao solicitar socorro, deve-se informar:


• O local exato e o tipo de acidente.
• Descrição das vítimas (sexo, idade).
• Se há vítimas inconscientes.
• Gravidade dos ferimentos das vítimas mais atingidas.

Quando o socorro chegar, informar ao socorrista:


• Condições de trânsito no local.
• Descrição da ocorrência.
• Primeiros socorros que foram aplicados.
• Outras informações que chegaram ao seu conhecimento.

Protegendo-se As técnicas de primeiros socorros recomendam que os atendentes


protejam-se contra a transmissão de doenças infecto-contagiosas.
contra infecções Essas doenças, inclusive o vírus da AIDS e a hepatite, são transmitidas
através do contato direto com fluidos orgânicos, principalmente sangue
e saliva, respectivamente. Para evitar que haja esse tipo de contágio,
o atendente de emergência deve prevenir-se, tomando as seguintes
precauções:
• Usar luvas de borracha: item fundamental de segurança que
pode ser comprado em qualquer farmácia. Recomenda-se que
cada condutor mantenha pelo menos dois pares no veículo.
• Evitar ferir-se durante o atendimento.
• Não levar as mãos à boca e aos olhos, sem antes tê-las lavado
com sabão e água corrente abundante.

Nessas ocasiões, a transmissão de doenças é perigosamente facilitada,


pela existência de ferimentos e lesões na pele e em mucosas.

96 Primeiros Socorros
ORIGEM DOS FERIMENTOS

Existe uma forte relação entre o tipo de acidente e a natureza dos


ferimentos da vítima. Para avaliar corretamente os ferimentos,
é importante saber:
• A direção de onde vinha o veículo no momento do impacto.
• A intensidade do impacto.
• A maneira com que o impacto afetou as vítimas.

Motociclista caído no chão, de capacete e com o corpo torcido:


deve-se, de imediato, suspeitar de fratura de coluna cervical e
de bacia.

Colisão de veículo com moto: deve-se suspeitar imediatamente de


fratura nas pernas e na bacia do motociclista.

Colisões frontais Vítima de acidente de automóvel que bateu de frente: é provável que seus
ocupantes tenham sido lançados contra o volante e o painel, se o veículo
não possuir “air bags”, suspeitar de traumatismos na face e no crânio,
além de outras consequências menos visíveis, como hemorragias internas.

Quando um veículo colide, geralmente sofre uma desaceleração brusca e


os corpos, no seu interior, são projetados em direção ao ponto de colisão,
chocando-se contra as partes internas do veículo.

Deformações na dianteira do veículo podem indicar lesões:


• Cabeça: impactos contra o para-brisa, painel, volante, banco,
etc.; lesões no couro cabeludo, na face, no crânio e no encéfalo.
• Pescoço: o arremesso violento da cabeça à frente, pode resultar
em fratura ou deslocamento de vértebras cervicais e lesões na
medula.
• Tórax: o impacto contra o volante pode resultar em fratura do
osso esterno e de costelas, e lesões em órgãos internos, como
coração e pulmões.
• Abdômen: o deslocamento dos órgãos para frente, ocasionado
pelo impacto, pode causar lesões, desligamentos e rompimentos
em órgãos como rins, baço, intestinos, fígado e pâncreas.
• Membros: são comuns contusões e lesões múltiplas nos braços,
além de fraturas ou até esmagamento nas pernas.

Esses efeitos são tão mais graves quanto maior for a velocidade no
momento da colisão; são atenuados e, algumas vezes, até mesmo
evitados com a utilização correta de equipamentos obrigatórios,
como cintos de segurança e “air-bags”.

Primeiros Socorros 97
Colisão traseira A aceleração repentina causada pelo impacto, seguida de uma
desaceleração, provoca o “efeito chicote” na cabeça e no pescoço dos
ocupantes do veículo. As consequências são muito mais graves quando
não há um apoio para a cabeça, que é um item de segurança obrigatório
nos bancos da frente.

Atropelamentos Um atropelamento geralmente ocorre em três fases:


• Impacto do veículo contra as pernas e o quadril do atropelado.
• Impacto do tronco da vítima contra o capô e o para-brisa do veículo.
• Impacto da vítima contra o solo.

Em vítimas de atropelamentos, pode-se esperar um grande número de


lesões (politraumatismos), principalmente em se tratando de crianças.

ATENDENDO ÀS VÍTIMAS

Existem critérios internacionalmente aceitos no que se refere à abordagem


para prestar primeiros socorros a uma vítima. As principais etapas são:
• AVALIAÇÃO PRIMÁRIA ou AVALIAÇÃO INICIAL DO PACIENTE.
• MANUTENÇÃO DOS SINAIS VITAIS.
• AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA.
• PROCEDIMENTOS EMERGENCIAIS (parada cardiorrespiratória,
estado de choque, hemorragias, fraturas, etc.).

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA

Em uma avaliação primária, obedecida uma sequência padronizada,


é feito um rápido exame na vítima, sendo corrigidos imediatamente os
problemas que forem encontrados.

Nesta avaliação, segue-se rigorosamente a seguinte sequência:


• Desobstrução das vias aéreas e estabilização da coluna cervical.
• Respiração.
• Circulação, hemorragia e controle de choque.
• Nível de consciência.
• Exposição e proteção da vítima.

A. Desobstruir vias aéreas e estabilizar a coluna cervical


Sempre que a vítima estiver impossibilitada de respirar, poderá morrer ou
ter danos irreversíveis no cérebro. Quando notada qualquer obstrução
Cuidado na passagem do ar, deve-se, imediatamente:
• Posicionar corretamente a cabeça da vítima, com o queixo
levemente erguido, para facilitar a respiração.

98 Primeiros Socorros
• Abrir a boca da vítima e, com os dedos, remover dentaduras,
próteses, restos de alimentos, sangue, líquidos e outros objetos
que possam estar obstruindo as vias aéreas.
• Lembrar-se de que, em todo acidente de trânsito, é preciso
considerar a possibilidade de fratura de coluna cervical
(pescoço quebrado). Assim, todos os movimentos de cabeça
e pescoço devem ser evitados, pois poderão causar lesões
na medula, com sérias consequências para a vítima, como a
tetraplegia.
• Vítimas de queda da “própria altura”, também deve-se suspeitar
de lesão na coluna cervical.
B. Verificar a respiração
Ver, ouvir e sentir: aproximar-se para escutar a entrada e saída de ar
pela boca e pelo nariz do acidentado, verificando também os movimentos
característicos de respiração do tórax e do abdômen. Procurar sentir o ar
quente saindo das vias aéreas da vítima.

Se a vítima não estiver respirando, ou estiver respirando com muita


dificuldade, passar imediatamente aos procedimentos de parada
respiratória, aplicando as técnicas de reanimação cardiopulmonar que
serão vistas adiante.
C. Verificar a circulação
A avaliação do pulso fornece informações importantes sobre o estado
da vítima. Se o pulso estiver fraco e a pele pálida, por exemplo, com os
lábios arroxeados, é sinal de estado de choque.
A maneira correta de avaliar a pulsação é colocando três dedos na artéria
radial, localizada no início do pulso, bem na base do polegar, ou na artéria
carótida, que se encontra na base do pescoço, entre o músculo e a
traquéia, onde a pulsação pode ser identificada com maior intensidade.

Nesse momento, verificar também os sangramentos que devem ser


controlados rapidamente, pois uma hemorragia externa não controlada
pode levar à morte em poucos minutos.
Radial
Carótida
D. Verificar o estado de consciência
Para identificar o nível de consciência da vítima:
• Verificar se a vítima se comunica, perguntando seu nome e como
se sente. Quando estiver consciente, conversar com ela, tentando
acalmá-la. Perguntar se sente dores no pescoço ou na coluna e
se está sentindo as pernas e os braços, para confirmar ou não
suspeita de fraturas na coluna.
• Se ela não se comunicar, ver se reage a estímulo verbal, pedindo
para que faça um movimento.
• Se ainda assim não houver resposta, verificar se reage ao toque.
Sempre que a vítima estiver inconsciente, deve-se desconfiar de fratura na
coluna vertebral e de parada cardiorrespiratória. Nesse caso, movimentar
a vítima o mínimo possível, protegendo sempre a coluna.

Primeiros Socorros 99
• Se a vítima estiver inconsciente, mas respirando, devemos aplicar
a técnica da posição lateral de segurança, girando o corpo a 90
graus para evitar asfixia e afogamento.
• Se a vítima não estiver respirando ou respirando mal, devemos
aplicar a respiração artificial imediatamente.

Não esquecer que a vítima só deverá ser movimentada se a situação


estiver se agravando muito rápido, se o socorro especializado demorar
ou se não vier.
Atenção: não dar líquidos a uma pessoa acidentada.

Posição Lateral de Segurança (PLS)


Para colocar uma vítima em posição lateral de segurança é necessário
seguir os seguintes procedimentos:
1. Ajoelhe-se ao lado da vítima deitada.
2. Vire o rosto da vítima para si. Incline a cabeça dela para trás.
3. Coloque o braço da vítima que estiver mais próximo de si ao longo
do corpo dela, prendendo-o embaixo das nádegas dela.
4. Coloque o outro braço da vítima sobre o peito dela.
5. Cruze as pernas da vítima, colocando a perna que estiver mais
afastada de si, por cima da canela da outra perna.
6. Dê apoio à cabeça da vítima e, segurando pela roupa na altura
do quadril, vire-a para si.
7. Dobre o braço e a perna da vítima que estiverem voltados para
cima até que formem um certo ângulo em relação ao corpo.
8. Puxe o outro braço da vítima, retirando-o debaixo do corpo dela.
9. Certifique-se que a cabeça se mantém inclinada para trás de
forma a manter as vias aéreas abertas.

E. Proteção da vítima
• Procurar e verificar outras lesões na vítima: deslocamentos, fraturas,
cortes ou contusões. Evitar movimentar o corpo ou membros.
• Manter a vítima aquecida com cobertores e roupas, pois nessas
circunstâncias, a vítima perde calor vital muito rapidamente.

MANUTENÇÃO DOS SINAIS VITAIS

Esses cinco passos obrigatórios (A, B, C, D e E) devem ser repetidos


durante todo o atendimento de emergência. As novas diretrizes da
American Heart Association recomendam a alteração no processo A-B-C
(via aérea, respiração e compressões torácicas) para C-A-B (compressões
torácicas, via aérea e respiração) em procedimentos de Suporte Básico
de Vida (SBV).

100 Primeiros Socorros


AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Em seguida, é preciso verificar a extensão dos ferimentos, a quantidade de
sangue perdido, as fraturas e as outras lesões, iniciando os procedimentos
adequados para cada caso, de acordo com as prioridades, cuidando
sempre da manutenção dos sinais vitais.

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
Durante a avaliação primária, a vítima pode ter apresentado ausência de
movimentos respiratórios e de batimentos cardíacos. A essa situação
damos o nome de parada cardiorrespiratória, a maior e mais perigosa
emergência com a qual podemos nos deparar.
A parada cardíaca é estudada em conjunto com a parada respiratória
porque a presença de uma situação leva instantaneamente à outra,
exigindo um procedimento conjunto para manter os dois principais sinais
vitais: a respiração e os batimentos cardíacos.

A paralisação da respiração ou dos batimentos cardíacos leva à morte em


poucos minutos, ou causa danos irreversíveis devido à falta de oxigenação
no cérebro. São causas de parada cardiorrespiratória:
• Choques elétricos.
• Inalação de gases venenosos.
• Afogamento ou asfixia.
• Traumatismos físicos.
• Reações do organismo a medicamentos.
• Intoxicação.
• Infartos.
Sintomas de parada respiratória:
• Ausência de movimentos típicos de respiração (tórax e abdômen).
• Inconsciência.
• Lábios, língua e unhas azuladas.
Sintomas de parada cardíaca:
• Inconsciência.
• Palidez excessiva.
• Ausência de pulsação e batimentos cardíacos.
• Pupilas dilatadas.
• Pele e lábios roxos.

Respiração Artificial
Existem três tipos principais de respiração artificial:
• Boca a boca.
• Boca-máscara.
• Por aparelhos.

Primeiros Socorros 101


A utilização de máscara na respiração artificial visa principalmente a
preservar o socorrista da contaminação por doenças infecto-contagiosas.
Procedimentos:
• Deitar a vítima de costas sobre uma superfície lisa e firme.
• Retirar da boca da vítima próteses e restos de alimentos,
desobstruindo as vias aéreas.
• Elevar suavemente o queixo da vítima, estabilizando a coluna
cervical.
• Tampar as narinas com o polegar e o indicador e abrir a boca da
vítima completamente.
• Respirar fundo, colocar a boca sobre a boca da vítima, sem deixar
nenhuma abertura e soprar com força duas vezes, até encher
os pulmões.
• Afastar-se, respirar fundo e repetir a operação, de 12 a 18 vezes
por minuto, uniformemente e sem interrupção.

Na respiração artificial boca-máscara os procedimentos são os mesmos.


A diferença está no uso de uma máscara especial, por aquele que socorre,
cobrindo a boca e o nariz da vítima, evitando o contato direto entre
ambos. A respiração boca-nariz pode ser utilizada em casos de fratura
de mandíbula e em crianças pequenas.

Reanimação Cardiopulmonar (RCP)


Procedimentos:
Técnicas de • Colocar a vítima deitada de costas em uma superfície rígida.
Reanimação • Ajoelhar-se ao seu lado, na altura dos ombros.
Cardiopulmonar • Com os braços esticados, apoiar as duas mãos, com os dedos
entrelaçados, sobre o peito do acidentado.
(RCP) • O local exato para pressionar fica a dois dedos acima da ponta
do osso esterno, o osso do centro do peito (entre os mamilos).
• Utilizando o peso do seu corpo, fazer compressões curtas e
fortes, de aproximadamente 5 a 6 cm, comprimindo e aliviando
regularmente.
• Essas operações têm como função comprimir o músculo cardíaco,
dentro do tórax, reanimando os batimentos naturalmente.
• Repetir essa operação, com uma frequência de no mínimo
100 a 120 compressões por minuto, até que haja sinais de
recuperação do batimento cardíaco.
Ao se constatar que a vítima está com parada cardiorrespiratória,
as diretrizes da AHA – American Heart Association, de 2015,
recomendam à pessoa que se dispuser a realizar o atendimento
que apenas faça compressões torácicas fortes, rápidas e
contínuas, até que a ajuda especializada chegue ao local.
Caso o atendente possua treinamento específico para RCP –
Reanimação Cardiopulmonar, os procedimentos deverão combinar
compressões e ventilações conforme as orientações a seguir.

102 Primeiros Socorros


Quando o atendente estiver sozinho:
• Fazer 30 compressões cardíacas e duas insuflações boca a boca.
• Comprimir o tórax com frequência e profundidade adequadas,
permitindo o retorno total do tórax após cada compressão.
• A velocidade recomendada para as compressões torácicas é de
100 a 120 por minuto.
• A profundidade das compressões deve ficar entre 5 e 6 cm.
• Repetir a operação até que chegue o auxílio ou até que a vítima se
reanime. (Procedimento de acordo com as normas da American
Heart Association - 2015).
Vale a pena perseverar e insistir nesses procedimentos. Existem relatos
de pessoas que insistiram durante horas, chegando a bons resultados.
Por ser uma tarefa cansativa que requer muita energia e resistência,
o atendente de emergência deverá estabelecer um ritmo que permita
economizar suas próprias energias, sem afobação, cuidando para manter
sua própria respiração em ritmo adequado.

Quando houver dois atendentes:


• Um atendente faz 30 compressões cardíacas e o outro faz duas
insuflações boca a boca.
• Repete-se o ciclo de 30 compressões cardíacas para 2 insuflações,
esse procedimento é cansativo, por isso é aconselhável os atendentes
alternarem as funções. (procedimento de acordo com as normas da
American Heart Association - Outubro de 2010).
Em crianças e bebês o processo é administrado com apenas uma das
mãos, sendo o ciclo de 30 X 2 – trinta compressões e duas insuflações. Em
recém-nascidos, usam-se dois dedos, fazendo-se aproximadamente duas
compressões por segundo e o ciclo deve ser de 3 x 1 – três compressões
e uma insuflação. Em ambos os casos a respiração artificial é aplicada
sobre a boca e o nariz. (procedimento de acordo com as normas da
American Heart Association - Outubro de 2010).
Esses procedimentos devem ser mantidos sem interrupção, mesmo
durante o transporte para um pronto-socorro ou hospital.

ESTADO DE CHOQUE
Vários fatores podem levar uma pessoa ao estado de choque. Essa
é uma reação comum em vítimas de acidentes com hemorragias
internas ou externas, emoções fortes, choques elétricos, queimaduras,
envenenamentos, intoxicações, ataques cardíacos, fraturas, exposição a
temperaturas extremas, ferimentos graves, infecções, reações alérgicas,
compressões e amputações.
Cada uma dessas causas gera um estado de choque diferente: choque
emocional, choque anafilático, choque térmico, choque cardíaco, etc.

A perda de sangue e líquidos provoca o estado de choque hipovolêmico,


o tipo mais comum em acidentes. A vítima em estado de choque pode
apresentar alguns dos seguintes sinais e sintomas:

Primeiros Socorros 103


• Palidez, pele fria e úmida.
• Suor frio e denso.
• Pulso rápido e fraco.
• Respiração curta e rápida.
• Náuseas e vômitos, sensação de sede.
• Extremidades arroxeadas.
• Sensação de frio com tremores.
• Visão nublada e inconsciência.

Procedimentos:
• Fazer uma breve inspeção no acidentado, para ter uma noção
global da situação.
• Tentar eliminar ou controlar a causa do choque (hemorragia,
fraturas, queimaduras, etc.).
• Revisar os sinais vitais: manter as vias aéreas desobstruídas,
verificar a respiração, batimentos cardíacos e nível de consciência.
• Se estiver consciente e respirando bem, deitá-lo com a cabeça
mais baixa que o tronco e as pernas, exceto quando houver
suspeita de fraturas no crânio ou de acidente vascular cerebral
(AVC).
• Se houver sangramento pela boca ou nariz, vômitos ou muita
salivação, colocá-lo na posição lateral de segurança.
• Afrouxar as vestes do acidentado para facilitar a circulação.
• Mantê-lo agasalhado e protegido.

DESMAIO

Perda dos sentidos É a súbita perda dos sentidos, normalmente passageira, com
interrupção das atividades normais do cérebro. Pode ser causado por
contusões, choques emocionais, excesso de esforço físico e mental,
cansaço ou fome.

Os principais sintomas do desmaio são: suores frios, palidez, pulso fraco,


respiração lenta, vista embaralhada ou nublada e perda temporária
de consciência.

Procedimentos:
• Deitar a vítima de costas, em local ventilado.
• Afrouxar suas roupas.
• Elevar-lhe as pernas em nível um pouco superior à cabeça (30 a
45 cm).
• Se a vítima desmaiar novamente ou se ficar inconsciente por mais
de 2 minutos, sem causa aparente, agasalhá-la e providenciar
assistência adequada.

104 Primeiros Socorros


• Ficar atento aos sinais vitais. Desmaios longos podem levar ao
estado de choque.
• Quando a consciência voltar, procurar tranquilizar a vítima.

CONVULSÕES

São contrações musculares involuntárias e descontroladas de vários


músculos do corpo, (popularmente chamadas de “ataques”), causadas por
alterações de funções do cérebro, que costumam durar alguns minutos.

Sintomas:
• Súbita perda de consciência e queda ao chão.
• Contrações musculares do corpo e da face, inclusive maxilares.
• Lábios roxos e salivação.
• Respiração forte e irregular.

Procedimentos:
• Afastar objetos próximos e proteger a cabeça da vítima.
• Não tentar impedir os movimentos convulsivos.
• Passada a convulsão, confortar a vítima, colocá-la na posição
lateral de segurança e deixá-la dormir.
• Verificar sinais vitais e lesões.
• Providenciar assistência médica.

HEMORRAGIAS

É a perda de sangue devido ao rompimento de uma veia ou artéria.


O controle da hemorragia deve ser feito rapidamente, pois quando em
excesso e não controlada, pode levar à morte.

Hemorragia externa
Hemorragias externas são visíveis, pois o sangue verte para fora do corpo
através dos ferimentos e/ou orifícios naturais do corpo. Quando uma artéria
é atingida, o perigo é ainda maior: o sangue é vermelho vivo e sai em
jatos rápidos e fortes, na mesma frequência dos batimentos cardíacos.
Quando as veias são atingidas, o sangue é vermelho escuro e sai de
forma lenta e contínua.

Procedimentos:
• Aplicar um curativo de gaze ou pano limpo sobre o ferimento e
pressionar.
• Não trocar o curativo. Quando preciso, colocar novas ataduras
por cima das já existentes, para aproveitar melhor a coagulação.

Primeiros Socorros 105


• Amarrar um pano, atadura, gravata ou cinto, por cima do curativo,
sem apertar muito para não prejudicar a circulação.
• Se continuar sangrando, comprimir a artéria mais próxima da
região, evitando movimentar a parte afetada. Veja os pontos de
pressão na ilustração.
• Em ferimentos pequenos, pressionar com o dedo até parar o
sangramento.
• Manter se possível, o membro ferido em posição mais elevada
que o coração.
• Deitar a vítima, se possível.

O que NÃO se deve fazer:


• Tentar retirar corpos estranhos dos ferimentos.
• Aplicar substâncias como pó de café ou qualquer outro produto
no ferimento.

Hemorragia interna
Hemorragias internas ocorrem em órgãos internos, como fígado, baço,
Pode provocar pulmões, estômago, etc., em consequência de ferimentos ou traumatismos
estado de choque profundos, e levam rapidamente ao estado de choque.

Os sinais externos devem ser acompanhados e controlados com muita


atenção: pulso fraco e acelerado, pele fria e pálida, mucosas dos olhos e
da boca brancas, mãos e dedos arroxeados pela diminuição da irrigação
sanguínea, sede, tontura e inconsciência.

Os procedimentos corretos são:


• Deitar a vítima com a cabeça mais baixa que o corpo, exceto
quando houver suspeita de fratura de coluna, de crânio, derrame
ou acidente vascular cerebral (AVC). Nestes casos deve-se manter
a cabeça um pouco elevada.
• Colocar uma bolsa de gelo ou compressas frias no local do trauma.
• A vítima deve receber atendimento médico o mais rapidamente
possível.
• Não deixá-la tomar líquidos.
• Monitorar os sinais vitais para evitar parada cardíaca e respiratória.

As hemorragias tendem a ser mais graves em idosos, crianças, mulheres


e pessoas debilitadas.

Hemorragia nasal
Este tipo de hemorragia é muito comum, causada pelo rompimento
dos vasos sanguíneos do nariz. Em acidentes de trânsito, a hemorragia
nasal, seguida de sangramento pelos ouvidos pode indicar traumatismo
craniano.

106 Primeiros Socorros


O que fazer:
• Sentar a vítima em local fresco e afrouxar suas roupas.
• Pedir à vítima para respirar pela boca e não a deixar assoar o nariz.
• Encaminhar o acidentado a um médico.
• Se a vítima estiver inconsciente, fazer o rolamento de 90 graus
e deixá-la na posição lateral de segurança, tomando cuidado,
principalmente com lesões na coluna cervical.

FRATURAS

As fraturas podem Nome dado à quebra ou ruptura de qualquer osso do corpo humano.
As fraturas mais comuns são as dos ossos das pernas e braços. Deve-
ser FECHADAS ou se suspeitar de uma fratura sempre que houver dor, edema (inchaço),
ABERTAS deformação ou quando:
• A parte afetada apresentar um aspecto alterado.
• O membro estiver em posição anormal.
• A vítima sentir dificuldade ou impossibilidade de movimento.
• A vítima sentir muita dor, inchaço ou sensação de atrito no local.

Fraturas fechadas ou cobertas


São fraturas nas quais as pontas do osso fraturado não perfuraram a
pele. Aqui, o primeiro passo consiste em impedir o deslocamento das
partes quebradas, evitando maiores danos. A esse procedimento dá-se
o nome de imobilização, a ser feita da seguinte forma:
• Movimentar a vítima o mínimo possível.
• Colocar talas para sustentar o membro atingido. Qualquer
material rígido pode servir de tala: vareta de madeira ou metal,
estaca, tábua, papelão, revista ou jornal dobrado.
• As talas deverão ultrapassar as articulações, acima e abaixo
da fratura.
• Envolver as talas em panos, para não machucar a pele da vítima.
• O braço com suspeita de fratura deve ser imobilizado
preferencialmente junto ao peito.
• Amarrar as talas, com ataduras ou tiras de pano, não muito
apertadas, em quatro pontos:
• abaixo da articulação;
• abaixo da fratura;
• acima da articulação;
• acima da fratura.

No caso de fratura na perna, um bom recurso é amarrar a perna quebrada


na outra, colocando um lençol ou manta dobrada entre as duas.

Primeiros Socorros 107


Fraturas abertas ou expostas
São fraturas nas quais as pontas do osso fraturado perfuraram a pele.
Aqui, além da fratura propriamente dita, deve-se cuidar do ferimento da
pele, evitando contaminações, infecções e hemorragias:
• Fazer um curativo protetor sobre o ferimento, com gaze ou pano
limpo.
• Se houver hemorragia abundante (sinal indicativo de ruptura de
vasos) aplicar os procedimentos já vistos.
• Imobilizar o membro fraturado, da mesma forma que uma fratura
fechada.
• Providenciar socorro especializado para o acidentado.

ATENÇÃO: em alguns casos, a vítima pode apresentar também entorses


e luxações nas articulações com rompimento parcial ou total dos
ligamentos.

• Entorses: quando articulações são forçadas além do limite


natural, como numa torção de pé, por exemplo.
• Luxações: ocorrem nas articulações, quando os ossos saem
do lugar, e provocam muita dor, inchaço, dificuldade nos
movimentos, etc.

Importante: nas entorses, luxações e outros casos onde haja dúvida,


deve-se sempre tratar como se fosse uma fratura.

Vértebra Lesão na coluna vertebral


A coluna vertebral é formada por pequenos ossos chamados de
Medula vértebras. Dentro da coluna existe um canal onde está a medula,
por onde passam impulsos nervosos, que controlam movimentos,
Nervos
funcionamento, sensações e reações de todos os membros e órgãos.
Disco Em uma fratura de coluna, se houver lesão na medula, poderá ocorrer
Intervertebral a perda definitiva de movimentos ou funções do corpo.

Devemos suspeitar de fratura na coluna sempre que a vítima:


• Estiver inconsciente.
• Apresentar dores nas costas ou no pescoço.
• Apresentar formigamentos e dormência nos braços e pernas.
• Não conseguir sentar, ou não mexer alguma parte do corpo.

Procedimentos:
• Não mexer, nem deixar alguém tocar na vítima, até a chegada
do socorro especializado.
• Manter a vítima agasalhada e imóvel.
• Observar a respiração, pois esse tipo de lesão pode provocar parada
respiratória, que exigirá procedimentos de respiração artificial.

108 Primeiros Socorros


Transportar pessoas com suspeita de fratura de coluna é muito arriscado.
Mesmo que o socorro demore, é preferível esperar, sem tocar na
vítima. Porém, isso varia muito de uma situação para a outra. Quem
estiver prestando o atendimento de emergência terá que tomar essa
difícil decisão.

Quando não houver nenhuma possibilidade de chegada de socorro


especializado, ou se o quadro da vítima estiver se agravando muito
rapidamente poderá tornar-se obrigatória sua remoção. Nesse caso, tomar
as seguintes precauções:
• Providenciar ou improvisar uma maca ou padiola.
• Para passar a vítima para a maca, utilizar pelo menos três pessoas:
cada uma ergue uma parte do corpo, ao mesmo tempo e com
muito cuidado, sem entortar ou torcer o corpo da vítima, sempre
cuidando da coluna cervical.
• Manter a vítima esticada e deitada de barriga para cima,
providenciando apoio para a coluna, na cintura e no pescoço.
• Se houver lesão no pescoço, improvisar um colar cervical de papelão,
envolto em uma bandagem, para imobilizar a cabeça da vítima.
• Quando não houver papelão, improvisar com uma camisa, toalha,
jornal ou outro pano.
• Para evitar movimentos da vítima, imobilizá-la na maca, passando
faixas em quatro pontos, sem apertar demais.
• O transporte deve ser feito evitando freadas e movimentos bruscos.
• Não transportar a vítima sentada ou encolhida.

Fratura de crânio
Fraturas no crânio nem sempre apresentam lesões visíveis, porém sua
gravidade é grande, existindo a possibilidade de lesão no cérebro. A
vítima com suspeita de fratura no crânio geralmente apresenta:
• Lesões na cabeça.
• Perda de sangue pelo nariz, boca ou ouvidos.
• Tontura progressiva, com desmaios.
• Dores de cabeça.
• Enjoos e vômitos.
• Alterações no tamanho das pupilas.

Havendo suspeita de fratura no crânio, devemos obedecer às seguintes


recomendações:
• Manter o acidentado com a cabeça levemente erguida.
• Afrouxar suas roupas na área do pescoço.
• Apoiar sua cabeça em local macio, evitando encostar as áreas
afetadas.
• Se houver sangramento do couro cabeludo, cobrir com gaze,
sem pressionar.

Primeiros Socorros 109


• Enfaixar a cabeça, com cuidado, sem comprimir áreas moles
ou deprimidas.
• Conduzir o paciente a um hospital.
• Não dar de beber ou comer à vítima.
• Ficar atento aos sinais vitais, com cuidado especial para as vias
aéreas, devido ao risco de afogamento por vômito.
• Se for preciso transportar a vítima, dar preferência à utilização da
maca, tomando todos os cuidados necessários para imobilização.

Fratura de costelas
A vítima com suspeita de fratura nas costelas apresenta os seguintes
sintomas:
• Dores intensas no tórax, ao tentar se movimentar ou respirar.
• Corpo torcido.
• Amolecimento dos tecidos na área afetada.
• Deformações e deslocamentos.
• Se as pontas das costelas tiverem perfurado os pulmões, a vítima
apresentará golfadas de sangue vermelho vivo pela boca.

Cuidados de emergência:
• Movimentar a vítima o mínimo possível.
• Se houver eliminação de sangue pela boca, manter as vias aéreas
desobstruídas.

Fratura de quadril
A vítima com suspeita de fratura de quadril apresenta dores intensas na
região, com impossibilidade de mover as pernas.

Os procedimentos são semelhantes aos de fratura da coluna vertebral:


• Deitar a vítima sobre uma superfície plana, sem movimentações
desnecessárias.
• Imobilizar a vítima, antes de movimentá-la, em uma maca ou
tábua que apóie o corpo dos pés até a cabeça, revestida com
panos macios. Amarrá-la com pelo menos duas ataduras no tórax
e duas ataduras nas pernas.

QUEIMADURAS

São ferimentos presentes principalmente na pele. As causas mais comuns


são: fogo ou radiação, vapores, líquidos e sólidos quentes, produtos
químicos como ácidos ou soda, atrito ou abrasão, frio extremo.

Em acidentes de trânsito as partes mais afetadas são: mãos, pés, face,


genitais e vias aéreas.

110 Primeiros Socorros


As queimaduras podem ser classificadas em três níveis, de acordo
com a gravidade:
• Primeiro grau: vermelhidão e dor no local, sem a formação
de bolhas.
3º Grau • Segundo grau: vermelhidão, dor e formação de bolhas na
camada superficial, com posterior descamação.
2º Grau
• Terceiro grau: pele destruída em todas as camadas,
1º Grau atingindo músculos, nervos, outros órgãos e até os ossos.

A mesma vítima poderá apresentar os três tipos de queimaduras.


Qualquer queimadura que não seja uma vermelhidão superficial,
local e de pequena extensão, exige que a vítima seja encaminhada
para tratamento médico. O risco de morte depende muito mais da
extensão das lesões do que do grau da queimadura.

Seguem algumas recomendações e procedimentos que visam a aliviar


o sofrimento da vítima, diminuir o risco de contaminações e prevenir o
estado de choque:
• Identificar, afastar e controlar a causa da queimadura.
Lavar a área
• Se tiver que combater o fogo nas roupas, abafar com um cobertor
afetada com e não deixar a vítima correr. Em último caso, rolar a vítima
bastante água ou sobre si própria. Esse procedimento tem o risco de contaminar
soro fisiológico e adicionar detritos e sujeira aos ferimentos.
• Nas queimaduras por agentes químicos, aplicar jatos de
água ao mesmo tempo em que for sendo tirada a roupa.
Lavar a área afetada com bastante água ou soro fisiológico.
Procurar atendimento médico, mesmo que a lesão não seja
aparentemente grave.
• Verificar respiração, batimento cardíaco e nível de consciência,
agindo conforme cada caso para manter os sinais vitais.
• As roupas que estiverem grudadas na pele não devem ser
removidas. Essa operação deverá ser realizada pelo atendimento
especializado.
• Não passar loção, óleo, pomada, clara de ovos ou qualquer outro
produto, pois só servem para complicar o tratamento correto.
• Não estourar bolhas. Se já estiverem estouradas, evitar qualquer
contato direto com a parte lesionada.

Procedimentos:
• Deitar a vítima de modo que a cabeça e o tronco fiquem em nível
mais baixo que o resto do corpo.
• Aplicar um pano limpo sobre o local da queimadura. Em seguida,
molhar este pano para manter úmida a parte afetada.
• Em caso de queimadura nos olhos, lavá-los abundantemente
com água limpa ou soro fisiológico, cobri-los com gaze ou pano
limpo e procurar imediatamente um especialista.

Primeiros Socorros 111


FERIMENTOS NOS OLHOS

Qualquer tipo de ferimento nos olhos pode ser muito grave e, por isso,
a vítima deve ser levada imediatamente a um especialista. Mesmo
em ferimentos de extrema gravidade, os olhos têm a possibilidade de
recuperação, desde que tratados a tempo. Enquanto não receber
socorro especializado:
• Não permitir que a vítima esfregue os olhos.
• Em caso de contato com produtos químicos, lavá-los com água
abundante.
• Não tentar retirar cacos ou objetos cravados.
• Utilizar ataduras para cobrir os dois olhos, mesmo que um deles
esteja sadio, esse procedimento irá diminuir a movimentação
natural dos olhos.

FERIMENTOS NO TÓRAX E ABDÔMEN

Tórax
• Tapar ferimentos externos que possam ter atingido os pulmões,
para evitar a entrada de ar.
• Pressionar o ferimento diretamente com uma gaze ou pano limpo,
com o dedo ou com a mão.
• Prender o curativo com uma faixa ou cinto, sem apertar demais.

Abdômen
• Não retirar corpos estranhos dos cortes ou perfurações, isso
poderá iniciar ou agravar uma hemorragia.
• Cobrir o ferimento com uma compressa ou pano limpo, mantendo-a
firme no lugar.
• No caso de órgãos internos expostos, não tocar diretamente
neles, nem tentar recolocá-los. Cobrir com uma compressa ou
pano limpo, umedecido em água limpa ou soro fisiológico.

ACIDENTES COM MOTOS

As motocicletas modernas são mais seguras que as antigas, pois os


fabricantes trabalham constantemente para dotá-las de dispositivos de
segurança eficientes. Entretanto, os acidentes envolvendo motocicletas
continuam sendo muito graves e muitas vezes fatais.
Algumas características deste veículo contribuem para situações inseguras:
• As motos atingem altas velocidades em curtas distâncias.
• Por serem estreitas, acabam trafegando entre as faixas de
circulação.
112 Primeiros Socorros
• O piloto e seu eventual acompanhante não estão protegidos por
uma cabine e também não contam com cintos de segurança ou
“air-bags”.
• Motos possuem apenas duas rodas, portanto, quando ocorre
derrapagem ou desequilíbrio do piloto, a queda é quase inevitável.

Quanto aos pilotos, os principais fatores de insegurança são:


• A capacidade de aceleração da moto estimula o piloto a abusar
da velocidade.
• O excesso de autoconfiança de alguns motociclistas leva a uma
avaliação incorreta dos riscos. Subestimar situações de perigo
aumenta a possibilidade de envolver-se em acidentes.
• A ocorrência de cãibra muscular pode desequilibrar o piloto e
provocar quedas ou acidentes.

Acidentes envolvendo motocicletas podem ser classificados em três


tipos principais:
• Queda.
• Colisão da moto contra outro veículo ou obstáculo.
• Colisão de outro veículo contra a moto.

Em caso de queda:
• A moto e o piloto deslizarão até parar. Portanto, é importante que
o piloto tente separar-se imediatamente da moto para que ela
não venha a feri-lo.
• O piloto não deverá apoiar mãos e pés no solo, mas tentar deslizar
de costas, com o queixo encostado no peito e os braços levantados.
• O piloto deve permanecer imóvel até a chegada do resgate, pois
ainda não se sabe a gravidade dos ferimentos.

Em caso de colisão da moto com outro veículo ou obstáculo:


• A dianteira da moto para subitamente e a traseira se levanta, lançando
o piloto por sobre o veículo ou obstáculo atingido. Neste caso, o piloto
deve tentar encostar o queixo no peito e cair de costas.
• Neste tipo de acidente, o corpo do piloto pode chocar-se com um
obstáculo ou com o outro veículo, ocasionando fraturas, portanto
o piloto deverá permanecer imóvel após a queda.

Em caso de colisão de outro veículo contra a moto:


• O piloto deverá levantar a perna que corre o risco de ser atingida. Esse
procedimento é muito importante para evitar fraturas nas pernas.

Primeiros Socorros 113


COMO PRESTAR AUXÍLIO EM CASO DE ACIDENTE COM MOTOCICLISTA

O aumento da frota de motocicletas e o surgimento da profissão de


motoboy tornaram os acidentes envolvendo motos bastante comuns. De
acordo com estatísticas do DENATRAN, aproximadamente 30 motociclistas
morrem por dia no Brasil e outros 270 ficam feridos.

Além dos procedimentos indicados anteriormente no item: “Quais as


Primeiras Providências” desta disciplina, são recomendados os seguintes
cuidados no atendimento de motociclistas acidentados:
• Não retirar imediatamente o capacete! Mas, atentar-se para
o fato dele estar dificultando a respiração da vítima. Neste caso,
verificar a possibilidade de afrouxar a faixa de fixação do capacete.
• Se concluir que houve lesão cervical, utilizar as técnicas de
primeiros socorros para imobilizar o pescoço da vítima e só
então fazer a remoção do capacete ou outras ações de respiração
e massagem cardíaca, se for o caso.

Remoção do capacete das vítimas


Para remover o capacete sem comprometer a coluna cervical, é necessário
utilizar a seguinte técnica, que envolve a participação de duas pessoas:
• Uma pessoa segura firmemente o capacete, apoiando as mãos nas
abas laterais e tentando, ao mesmo tempo, posicionar os dedos
indicador e médio junto à mandíbula da vítima. Este cuidado serve
para movimentar o capacete de forma controlada, sem solavancos.
• A segunda pessoa deverá então soltar a faixa de fixação do
capacete, colocar uma mão na nuca da vítima e a outra debaixo
1 da mandíbula, apoiando a cabeça para manter o pescoço imóvel
durante todo o processo (imobilização cervical).
• A primeira pessoa, que está segurando o capacete, começa a
retirá-lo, forçando com as mãos o alargamento lateral para liberar
as orelhas. (foto 1)
• Encostar o capacete na parte de trás da cabeça, ajuda a criar
2 espaço para passar o nariz.
• Depois de retirar o capacete, a pessoa deverá segurar a cabeça
da vítima, posicionando as mãos lateralmente e assumindo o
controle da estabilização cervical, liberando a segunda pessoa.
(fotos 2 e 3)
• Neste momento, deverá ser colocado o colar cervical conforme
3 as técnicas ensinadas nesta disciplina.

114 Primeiros Socorros


MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DE EMERGÊNCIA

Repetindo: as vítimas não devem ser movimentadas, ou só o mínimo


possível. Existem situações porém, em que a movimentação torna-se
necessária. Devemos reconhecer quais são essas situações e quais as
técnicas para realizar a movimentação corretamente.

A primeira movimentação é feita geralmente no início do atendimento e


serve para afastar a vítima de perigo maior. São situações bastante
comuns, veja alguns exemplos. Quando a vítima está:
• No meio da pista, sujeita a atropelamentos e novos acidentes.
• Com o corpo total ou parcialmente submerso, sujeita a afogamento.
• Exposta a gases venenosos, vazamento de combustíveis, risco
de incêndio, etc.

Nesses casos, será preciso remover a vítima, mesmo que por poucos
metros, para poder atendê-la em segurança. Existem três formas de
realizar a movimentação de arrastar a vítima:
• No sentido do comprimento, esticada; nunca torta ou de lado.
• Puxando-a pelos pés, sem levantá-los muito.
• Puxando-a pelos braços cruzados de forma a imobilizar a cabeça.

Além das situações de perigos iminentes, movimentar a vítima somente


se o seu estado estiver se agravando muito rapidamente ou se
houver a certeza de que o socorro especializado não chegará a
tempo. Nesse caso, a movimentação ou o transporte deverão ser feitos
com muito cuidado, a fim de não agravar lesões já existentes.

Antes de movimentar ou transportar:


• Controlar e manter os sinais vitais.
• Estancar ou controlar todas as hemorragias.
• Imobilizar todos os pontos suspeitos de fratura.

Durante a movimentação ou transporte:


• Não interromper as verificações de sinais vitais.
• Não interromper os procedimentos de respiração artificial e/
ou reanimação cardíaca que tenham sido iniciados.
• Manter a vítima na posição mais confortável e segura possível.
• Evitar movimentos bruscos.
• Usar maca: é um excelente meio de movimentação e transporte
e, portanto, deve ser usada sempre, mesmo sendo improvisada.

Veja algumas formas simples de improvisar uma maca ou padiola:


• Uma porta ou tábua larga.
• Um assento do banco traseiro de automóvel.
• Duas camisas ou um paletó abotoados em volta de duas varas
resistentes.
• Um cobertor enrolado, dando três voltas em dois tubos ou varas.

Primeiros Socorros 115


Para colocar e tirar a vítima da maca, ou para efetuar movimentações
curtas, a maneira mais segura, principalmente quando há suspeita de
fratura de coluna ou bacia, é utilizar o método de 3 ou 4 pessoas,
onde cada um ergue uma parte do corpo da vítima, com movimentos
coordenados, cuidando para não permitir movimentos na cabeça e
no pescoço.

Questões - PRIMEIROS SOCORROS

01. Na ocorrência de sangramento abundante, 05. Em caso de acidente:


qual o cuidado indicado? a) é obrigação de todos sempre prestar auxílio à vítima.
a) Garrotear (usar torniquete). b) é obrigação de todos prestar auxílio desde que
b) Fazer compressão no local do sangramento. não corra risco pessoal.
c) Dar bastante líquido para a pessoa tomar. c) é obrigação de todos prestar auxílio, mesmo com
d) Jogar bastante água oxigenada para coagular e risco pessoal.
limpar o ferimento. d) a obrigação de socorrer é apenas para quem
e) Deixar o sangramento parar sozinho. causou o acidente.
e) não existe obrigação legal em socorrer.
02. Uma pessoa foi atropelada e está caída no
meio da rua. O que fazer em primeiro lugar? 06. Uma vítima de acidente pede água para beber.
a) Remover a pessoa para a calçada. O que fazer?
b) Anotar a placa ou correr atrás do carro que a a) Mantê-la em jejum.
atropelou. b) Dar bastante líquido para hidratar a vítima.
c) Tentar chamar algum parente da vítima. c) Dar um copo, no máximo.
d) Iniciar imediatamente o atendimento, no local. d) Não forçar, deixar tomar apenas o que quiser.
e) Sinalizar o local para evitar outros acidentes. e) Dar leite ou líquidos adocicados, de preferência.
03. A vítima apresenta um pedaço de vidro no 07. Uma vítima apresenta fratura exposta (o osso
olho. Que fazer, antes de remover a vítima? quebrado está para fora). O que fazer?
a) Retirar o vidro com os dedos. a) Garrotear o membro fazendo um torniquete.
b) Retirar o vidro com uma pinça. b) Empurrar aquele osso para dentro.
c) Pingar colírio anestésico/desinfetante. c) Puxar o membro para que o osso volte para seu lugar.
d) Cobrir o ferimento e fechar o outro olho. d) Observar se a vítima está respirando, imobilizar o
e) Lavar com água gelada. membro e acalmar a vítima.
e) Jogar água gelada até chegar o resgate.
04. O procedimento INCORRETO para fraturas é:
a) Movimentar a vítima o mínimo possível. 08. Uma vítima de acidente de trânsito parou de
b) Colocar talas para sustentar o membro atingido. respirar. Nesta situação, você:
c) Impedir o deslocamento das partes, para evitar a) avalia que a vítima morreu, não há mais nada a fazer.
maiores danos. b) avalia que a vítima ainda pode estar viva, se não
d) Encaixar os ossos fraturados, o mais rápido estiver roxa.
possível. c) avalia que a vítima pode estar viva e deve ser
e) Improvisar, podendo usar vários materiais como atendida imediatamente.
talas. d) fica impedido de prestar socorro se estiver sozinho.
e) aplica alguns tapas nas costas, pois a vítima pode
estar engasgada.

116 Primeiros Socorros


RELACIONAMENTO INTERPESSOAL
O termo Relações Interpessoais significa relacionamento entre pessoas.
RELAÇÕES Engloba todos os tipos de relacionamento entre seres humanos.
INTERPESSOAIS O primeiro grupo ao qual o ser humano pertence é a família. Desde o
primeiro minuto de vida, mesmo sem falar, entender ou conhecer as
pessoas que estão à sua volta, já está envolvido em seus primeiros
relacionamentos interpessoais, como fará por toda a sua existência.
Até chegar a idade adulta e assumir o seu papel na sociedade, o indivíduo
terá estabelecido milhões de vínculos nas suas relações interpessoais,
mesmo sem ter consciência disso. Terá participado de inúmeros grupos
sociais como de amigos do bairro, colegas da escola, membros da igreja,
etc. Depois virão os relacionamentos profissionais e assim por diante.
Todos os relacionamentos que o indivíduo cultiva durante a vida, quer
sejam hostis ou amigáveis, passageiros ou duradouros, apresentam
uma característica em comum: a comunicação.
O relacionamento interpessoal é a mola propulsora da sociedade moderna. A
qualidade dos relacionamentos, bem como a capacidade individual de mantê-los,
são fatores determinantes de posicionamento social e qualidade de vida.

O INDIVÍDUO, O GRUPO E A SOCIEDADE


Cidadania é o exercício, pelo cidadão, dos direitos e deveres que lhe
INDIVÍDUO são outorgados pelo Estado e pela Sociedade.
Cada pessoa é um ser único, diferente de todos os outros. A individualidade
é formada a partir da interação entre características herdadas e
características adquiridas do ambiente, durante a vida.
GRUPO SOCIAL O indivíduo tem contato direto com outras pessoas com as quais tem
afinidade ou objetivos comuns fornando grupos sociais.
O ser humano é livre para escolher os grupos dos quais deseja participar:
de trabalho, famíliar, amigos, religioso, lazer, etc.
Provavelmente, foi a sobrevivência que levou o ser humano a optar
pela vida em grupo. O indivíduo integrado a um grupo, adota os objetivos
coletivos, sem perder sua individualidade.
O equilíbrio entre as necessidades coletivas e individuais determinam a
harmonia da convivência.
SOCIEDADE Ao contrário do grupo, com a sociedade temos um relacionamento
indireto e impessoal: identificamo-nos com ela por pertencermos a uma
mesma nação. Identidade cultural, valores e princípios comuns fazem
com que sejamos semelhantes, mesmo a pessoas estranhas ao nosso
relacionamento individual.

DIFERENÇAS INDIVIDUAIS
Cada pessoa vê, sente, interpreta e se adapta aos acontecimentos do
dia a dia de maneira diferente. Isto ocorre em função de diferenças na
formação, vivência, cultura e personalidade de cada um.

117
Relacionamento Interpessoal
Por conter todos os tipos possíveis de indivíduos, o que é muito positivo,
a sociedade se beneficia da diversidade, que garante inovações e
criatividade, fatores que contribuem para que não haja estagnação.
Basta declararmos que, sobre determinado assunto, não existe mais nada
a desenvolver, para que apareça alguém que é diferente, enxerga sob
outra ótica, vê pontos que haviam passado despercebidos anteriormente
e inova os conceitos existentes.
Diferenças individuais são nossa marca registrada e nós a carimbamos
em tudo o que fazemos: na maneira de elogiar ou criticar, no modo como
avaliamos as outras pessoas, no trabalho, nos relacionamentos com a
família, amigos, etc.
Além da personalidade, os cidadãos possuem outras características que
os diferem uns dos outros. Segundo o IBGE, quase 24% da população,
(aproximadamente 45 milhões de brasileiros) possui algum tipo de
deficiência, seja ela mental, visual, auditiva ou motora.
Para atender às necessidades dessas pessoas e garantir seus direitos
como cidadãos, foram implementadas no país leis como a 10.098/00
e 13.146/15 – Leis da Acessibilidade, que garante às pessoas com
deficiência o acesso a espaços públicos e privados, sem restrição física
ou de comunicação.
Entre os direitos assegurados por essa Lei destacam-se as rampas,
passagens especiais para pedestres, semáforos sonorizados, vagas
de estacionamento sinalizadas para cadeirantes, transporte coletivo
adaptado, espaços reservados em locais de lazer e instrução, bem como
o acesso à informação, comunicação e educação através de intérpretes
ou recursos audiovisuais com tradução em LIBRAS. As instituições que
dispõem de equipamentos, recursos e serviços especializados para surdos,
Outras variações:
símbolo branco em fundo
por exemplo, devem ser identificadas através do Símbolo Internacional
preto ou símbolo preto em de Pessoas com Deficiência Auditiva, conforme modelo ao lado.
fundo branco.
Atualmente é possível encontrar a maioria dessas adaptações em
diferentes espaços, principalmente no trânsito, onde a garantia do sucesso
nos relacionamentos interpessoais está no respeito às diferenças e na
igualdade dos direitos.

O BOM RELACIONAMENTO
Saber estabelecer relacionamentos interpessoais de qualidade e poder
mantê-los é uma das características mais valorizadas atualmente.
Aprimorar valores Além de uma comunicação eficiente, as pessoas competentes em
seus relacionamentos interpessoais têm características especiais, que é
possível desenvolver e aprimorar. São os valores:
• Respeito: por ser um dos valores mais importantes, o respeito é a viga
mestra dos relacionamentos. Várias são as atitudes que bem caracterizam
as pessoas respeitosas: respeito pelo direito dos outros, pelas diferenças
individuais, pela diversidade de opiniões, pelo ambiente e até por si próprio.

118
Relacionamento Interpessoal
• Flexibilidade: as pessoas têm interesses distintos. É preciso “jogo
de cintura” para evitar conflitos e buscar soluções criativas para
problemas criados pelos relacionamentos. Além disso, as pessoas
mais flexíveis têm melhor capacidade de adaptação quando expostas
a diferentes situações ou ambientes.
• Bom senso e sabedoria: qualquer situação ou problema tem mais de
uma maneira de ser interpretado ou resolvido. O controle das situações
está sempre na mão de quem age com bom senso e ponderação.
• Humildade: reconhecer os próprios erros, com humildade e
simplicidade tem a propriedade de dissolver os desentendimentos
na raiz. Entretanto, nos relacionamentos, poucos são aqueles que
reconhecem seus próprios erros.
• Paciência: as pessoas pacientes não precisam resolver tudo na hora,
não são afobadas nem tiram conclusões precipitadas. Sua capacidade
de relacionamento é boa, porque são capazes de ouvir, sem pressa.
• Equilíbrio: controlar o próprio temperamento é fundamental para
quem deseja e necessita desenvolver uma boa capacidade de se
comunicar e negociar.
• Empatia: habilidade de se colocar no lugar da outra pessoa para
poder ouvir, ver e sentir através da perspectiva dela. Muito útil nos
relacionamentos porque, ao demonstrar que sabemos como a pessoa
se sente, muitas vezes as razões do conflito deixam de existir.
• Receptividade: para dar qualidade às nossas relações interpessoais
é necessário estar aberto, reduzir as barreiras, cultivar a simpatia e
demonstrar boa vontade.
• Igualdade: todos gostam de ser bem tratados e não há nada
que distancie mais do que se sentir inferiorizado. Não devemos
deixar que as decisões sejam afetadas por simpatias, antipatias ou
preconceitos. As vezes agimos como juízes das atitudes alheias,
condenando outros por ações que também cometemos.
• Educação: cultivar as boas maneiras, saber o valor da civilidade,
tratar bem as pessoas, ser gentil e cordial são atributos indispensáveis
para quem sabe que o sucesso pessoal e profissional depende da
qualidade dos relacionamentos.
• Persistência: para manter as qualidades necessárias aos bons
relacionamentos é preciso utilizá-las continuamente. Uma ou outra
vez apenas não basta; para isso, é necessário ser perseverante, até
que os resultados apareçam.

BOM RELACIONAMENTO NO TRÂNSITO


No trânsito, boas atitudes entre condutores e/ou pedestres têm o poder
de promover o respeito e a cidadania. É essencial saber agir corretamente
frente às diversas situações do dia a dia no trânsito, reconhecendo e
alterando maus hábitos e posturas negativas.
• A comunicação entre os usuários do trânsito deve ser simples e objetiva,
para que não dê margem para má interpretação. Mensagens curtas
e rápidas facilitam a compreensão entre condutores e/ou pedestres,
contribuindo para a boa fluência do trânsito e evitando acidentes.

119
Relacionamento Interpessoal
Ver o lado positivo • É preciso compreender certas atitudes incorretas dos outros
motoristas, pois, provavelmente, não tiveram a oportunidade de
analisar suas atitudes e melhorar seu comportamento no trânsito.
Jamais reagir, pois um erro não justifica o outro.
• No trânsito, atitudes refletidas e bem pensadas podem fazer a diferença
Agir com bom senso em momentos de tensão ou em situações críticas. O condutor
consciente é aquele que, em uma situação delicada, pensa antes de
agir, procura analisar os dois lados e ser justo em palavras e decisões
sem ficar nervoso, principalmente se o errado for ele mesmo.
• Congestionamentos, incidentes e situações tensas geram irritação
Saber distinguir o e desconforto. Nestas circunstâncias, é preciso manter a cabeça
momento oportuno fria e escolher o momento ideal para agir, pois qualquer gesto ou
atitude imprópria pode gerar confusão e até acidentes.
• O “bate-boca” não resolve, porque ninguém mais está escutando.
Não participar de O ideal é não participar de desentendimentos desse gênero. O
brigas e discussões participante mais capaz e inteligente procura acalmar os ânimos
para voltar ao diálogo.
• Utilizar o veículo para demonstrar nível social, para compensar sentimentos
Usar o veículo para a de inferioridade e insegurança e usar o tamanho e a potência para intimidar
finalidade correta os outros, são atitudes socialmente reprováveis.
• No trânsito, algumas ocorrências provocam comunicação “cara-a-cara”.
Comunicação face a Nessas “conversas”, comuns em incidentes, geralmente são transmitidas
face: como agir? várias outras “impressões” além da mensagem que está sendo falada.
É preciso tomar cuidado com entonação de voz e expressões utilizadas,
que podem complicar a situação, ao invés de resolvê-la.

QUALIDADE NO RELACIONAMENTO INTERPESSOAL

Qualidade de vida Quem convive diariamente no trânsito precisa empenhar-se para


proporcionar um ambiente de qualidade e, mais do que exigir dos outros,
deve comprometer-se a fazer a sua parte. Isso depende de uma ação
pessoal consciente e determinada.

Autoavaliação O condutor deve questionar continuamente suas ações no trânsito, auto-


avaliar suas atitudes, verificando o próprio desempenho em cada nova
situação à qual for exposto e corrigindo-o, quando necessário.
O condutor que faz auto-avaliação, melhora suas atitudes, e serve também
de exemplo para outros condutores, gerando um convívio melhor no
espaço tumultuado que é o trânsito.
Sempre que o resultado dos nossos relacionamentos interpessoais não é
exatamente aquele que gostaríamos que fosse, devemos parar e refletir.
Apesar da tendência que temos de culpar os outros é provável que os
verdadeiros motivos estejam em nós mesmos.
Em primeiro lugar, precisamos rever mentalmente relacionamentos
familiares, pessoais, com amigos, colegas de trabalho, chefes, clientes
e até com pessoas estranhas, fazendo uma avaliação sincera.

120
Relacionamento Interpessoal
MUDANÇA DE Em seguida, devemos reconhecer com humildade nossos pontos
fracos, que podem estar minando a qualidade dos nossos
ATITUDE: relacionamentos interpessoais.
uma questão de Finalmente, precisamos nos convencer de que mudanças pessoais
consciência necessárias para que haja melhora, dependem unicamente de nós.

O CIDADÃO E O TRÂNSITO
Cidadão é o indivíduo consciente do seu papel na sociedade. Para que a
vida em sociedade seja possível, como vimos, foram criadas normas de
conduta, que definem nossos direitos e deveres enquanto cidadãos.
Essas normas são determinadas pelas Leis e pelos Códigos. Na Sociedade
Brasileira, a Lei máxima é a Constituição da República Federativa do
Brasil, promulgada em 1988. Além dela, temos Códigos, com leis mais
específicas, como o Código Civil Brasileiro, o Código Penal, o Código de
Trânsito, etc.
O cidadão tem o dever de obedecer às leis e códigos, em benefício do
bem comum. Esta é a melhor forma de respeitar o direito das demais
pessoas e ter os seus respeitados. As mesmas leis e códigos definem
que estamos sujeitos a punições toda vez que nosso comportamento for
nocivo para a coletividade ou para nós mesmos.
O trânsito é o mais importante ponto de junção dos diversos grupos,
segmentos e indivíduos de uma sociedade.
É um sistema extraordinariamente complexo, do qual todos dependemos
diariamente:
• Para nos deslocarmos, como condutores, passageiros ou pedestres.
• Para despacharmos as mercadorias que produzimos.
• Para recebermos as mercadorias e produtos que consumimos.

Código de Trânsito Nosso comportamento no trânsito é regido por um conjunto de leis,


formado pelo Código de Trânsito Brasileiro por Decretos, Resoluções
Brasileiro, de 1998 Complementares e Portarias das Autoridades de Trânsito.
Este conjunto prevê comportamentos e ações corretas para todos
os elementos do trânsito, bem como infrações, multas, penalidades
e a responsabilização civil e criminal por nossos atos no trânsito,
principalmente quando colocamos em risco a segurança e a vida, nossa
e das demais pessoas.
O atual Código de Trânsito Brasileiro, que entrou em vigor em janeiro
de 1998, é muito mais rigoroso que o anterior. Violações individuais dos
direitos das demais pessoas, como o de ter um trânsito seguro, estavam
tomando proporções alarmantes, refletidas em estatísticas de acidentes
e mortes no trânsito brasileiro.
Além de ser muito mais rigoroso, o atual Código de Trânsito Brasileiro
determina, no Capítulo VI, que a Educação para o Trânsito é um direito
de todos, devendo ser promovida nos ensinos infantil, fundamental,

121
Relacionamento Interpessoal
médio e superior. A Educação é a base para o cidadão reivindicar
seus outros direitos em relação ao trânsito, como o do Esforço Legal
(fiscalização) e o da Engenharia (vias seguras e sinalizadas). Estes três
elementos combinados e executados de forma complementar e contínua
irão contribuir certamente, como já ocorreu em outros países, para tornar
o trânsito brasileiro mais seguro, humano e funcional.
A educação é fundamental visto que, infelizmente, é no trânsito que
algumas pessoas descarregam suas frustrações e problemas pessoais.
No trânsito, presenciamos diariamente:
• Desrespeito.
• Provocações.
• Demonstrações de superioridade.
• Agressividade.
• Violência.
São atos praticados principalmente por condutores, aos quais cabe a
maior parcela de responsabilidade na segurança do trânsito.

O bom motorista: O bom cidadão, geralmente, é também um bom motorista, pois as


qualidades para ambos são as mesmas.
• Respeita as normas de trânsito.
• Respeita o direito das outras pessoas.
• Preserva o meio ambiente.
• Preserva o patrimônio público.
• É amigável, avisa e ajuda.
• Age corretamente, com civilidade.
• É cooperativo com todos os que estão no trânsito.
• Cultiva a bondade, tolerância e solidariedade.
• Entende que seus deveres são idênticos aos direitos alheios.
• É compreensivo com os erros dos outros, pois também erra.
• Abre mão de exigências próprias em favor do bem comum.
• Evita confrontos e comportamentos agressivos.
• Compreende as limitações alheias.
O primeiro passo, para ser um bom motorista e um bom cidadão, é fazer
uma autocrítica honesta do próprio comportamento ao volante, do grau de
agressividade e dos maus hábitos. Depois disso, é possível adotar um padrão
de comportamento civilizado e aceitar as deficiências das outras pessoas.

COMPORTAMENTO NO TRÂNSITO

O comportamento no trânsito é um indicador preciso das


características de cada indivíduo. Quem tem boa maturidade e
equilíbrio sabe controlar suas tendências e atitudes inadequadas.
A grande maioria dos motoristas (mais de 2/3) raramente comete infrações
ou envolve-se em acidentes de trânsito. Quase todos os problemas são
causados por uma minoria de motoristas cujo comportamento pode ser
decorrente da dificuldade de lidar com as pressões da vida.

122
Relacionamento Interpessoal
TIPOS DE COMPORTAMENTO
A dificuldade de lidar com as pressões da vida, aliada a outros fatores, como a
personalidade e a própria educação do indivíduo, podem levá-lo a apresentar
os seguintes tipos de comportamento:

Ansiedade:
o condutor ansioso não consegue concentrar-se, erra
frequentemente o caminho e perde mais tempo, o que
realimenta a ansiedade.

Angústia:
o extremo desconforto psicológico causado pela angústia representa um risco no
trânsito, pois compromete a capacidade de concentração do condutor.

Frustração:
a decepção diante de resultados insatisfatórios geralmente é
compensada ao volante, com atitudes intolerantes e agressivas.

Medo:
torna-se fator de risco quando bloqueia as reações normais da pessoa,
mas é positivo quando permite ao indivíduo avaliar e gerenciar os riscos.

Raiva:
o indivíduo com raiva tem reações insensatas e perigosas, causados
pelo desatino instantâneo, pela reação exagerada e descontrolada.

Egoísmo:
o condutor egoísta não cede nem compartilha, criando problemas
no espaço compartilhado do trânsito. Ele não é capaz de cortesias ou
gentilezas, pois supervaloriza sua própria importância.

Insegurança:
o indivíduo inseguro não tem noção do próprio valor. Para sentir-se
valorizado ele precisa se sobressair, exibir modelos “último tipo” e fazer
demonstrações de perícia.

Competitividade:
o espírito competitivo tomou conta da sociedade moderna. O
trânsito, onde facilmente encontra-se outro competidor, é um ambiente
extremamente inadequado para competições.

Agressividade:
o condutor subestima os riscos e as consequências das suas
atitudes, tornando-se imprudente e sujeito a acidentes graves.

123
Relacionamento Interpessoal
Hostilidade:
o indivíduo hostil é intolerante, irrita-se facilmente e envolve-se
em discussões e agressões, principalmente quando encontra
outros indivíduos hostis.

Euforia:
o condutor eufórico, devido a variações hormonais, drogas, bebidas alcoólicas ou
fortes emoções, manifiesta sua felicidade e alegria com exagero e descontrole,
provocando perda de concentração e da noção do perigo, cometendo imprudências
ou envolvendo-se em acidentes.

Introversão:
o condutor introvertido comete muitos erros, pois a sua
capacidade de comunicação no trânsito fica comprometida.

Impulsividade:
o condutor impulsivo faz pouca ou nenhuma reflexão sobre suas ações,
tornando-se altamente irresponsável, imprudente e inconsequente, criando
em torno de si uma área de perigo permanente no trânsito.

Passividade:
o indivíduo passivo, por comodidade ou por sentir-se alheio, não
assume sua parcela de responsabilidade no trânsito.

Distração:
o condutor distraído permite que a música,
pedestres, objetos, conversas, etc., desviem a sua
atenção, expondo-se a riscos desnecessários.

Pressa:
característica do condutor desorganizado, sempre atrasado e afobado, que pratica
todo tipo de imprudências, simplesmente para tentar vencer o relógio.

Pessimismo:
ao pessimista faltam ânimo e energia para decidir
e agir. Suas reações lentas ou inadequadas podem
gerar diversos tipos de acidentes.

Depressão:
o deprimido tem crises de desinteresse pelas atividades, pelos
amigos, pela família e pela própria vida, apresentando tendências
de autodestruição e incapacidade emocional, podendo causar
graves acidentes.

124
Relacionamento Interpessoal
Apresentar ocasionalmente um destes fatores é muito diferente do
que ser portador constante de distúrbios psicológicos. Além disso,
entre um e outro extremo, existem muitos níveis de gravidade. Todos nós
apresentamos um ou mais fatores em algumas ocasiões. O perigo é que,
muitas vezes, nem percebemos isso.
É importante reconhecer características e tendências psicológicas em
nós e nas demais pessoas, para criar comportamentos mais seguros,
abandonando reações automáticas com responsabilidade e maturidade.
Reconhecer maus hábitos exige honestidade e autocrítica. Alterá-los
significa vencer as resistências internas que nos forçam a continuar como
somos. Quando ficar difícil conseguir isso sozinho, o melhor caminho
é procurar ajuda especializada, sempre que o comportamento afetar
negativamente a segurança e a integridade.

CONFLITOS NO TRÂNSITO
Conflitos fazem parte da vida e são consequência direta do fato de que
cada pessoa precisa defender seus próprios interesses.
No cotidiano do trânsito é praticamente inevitável que surjam alguns
conflitos. Motoristas de automóveis, por exemplo, têm necessidades
e objetivos diferentes dos de condutores de Transporte Coletivo,
motociclistas, ciclistas, pedestres, transportadores de carga, etc.
Além disso, os papéis que assumimos no trânsito não são fixos. Quando
estamos dirigindo, muitas vezes desrespeitamos o espaço dos pedestres,
sem levar em conta sua fragilidade. Quando largamos a armadura que o
veículo proporciona, voltamos a sentir na pele a fragilidade do pedestre:
passamos a reclamar, disputar espaço e conflitar com os motoristas.
Apesar disso, assim que retomamos o papel de motoristas, rapidamente
voltamos a desrespeitar pedestres.
Este exemplo ilustra bem a dificuldade de nos colocarmos no lugar
de outras pessoas, mas esta é a única maneira de entendermos e
respeitarmos suas necessidades e direitos.

O ESTRESSE
O estresse é um conjunto de reações do organismo que prejudica o
desenvolvimento das atividades diárias e a própria saúde do indivíduo,
provocando alterações indesejáveis e consequências perigosas. Cada pessoa
reage ao estresse de maneira diferente.
Muitos podem ser os fatores estressantes: pressões do trabalho
ou da família, dívidas, compromissos profissionais, ambiente hostil,
trabalho excessivo, alterações bruscas na vida, brigas, rompimentos de
relacionamentos, falecimento de pessoas próximas, mudança de casa ou
de emprego, problemas de saúde, deixar de fumar ou de beber, fazer dieta
e diversos outros.

125
Relacionamento Interpessoal
Fatores Algumas das condições que facilitam ou agravam o estresse: pouca atividade
física, comer demais ou de menos, refeições irregulares, alimentação rica em
Estressantes gorduras e/ou pobre em fibra), baixo consumo de líquidos, dormir pouco, perder
noites de sono e vida desorganizada.
No inicio, o estresse pode apresentar os seguintes sintomas:
• Insônia, falta de concentração, perda de memória, baixo
desempenho profissional.
• Alteração do apetite, alterações no peso, para mais ou para menos.
• Dores de estômago, problemas digestivos, náuseas, azia, gastrite.
• Dores de cabeça, dores nas costas, tensões musculares,
sensações de formigamento.
• Extremidades frias, boca seca, suor excessivo.
• Alterações no humor, diminuição do desejo sexual.
• Emotividade exagerada, irritabilidade.
• Alterações na pressão arterial, mal-estar, tonturas.
• Problemas de pele, alergias.
O agravamento do estresse provoca distúrbios na saúde, representando sérios
riscos à vida do indivíduo: impossibilidade de trabalhar, vontade de abandonar
tudo, agressividade, apatia, depressão, úlceras, vômitos, diarreia frequente,
insônia, impotência, hipertensão arterial e ataques cardíacos. O melhor
remédio para o estresse é a prevenção. Como sempre, o difícil é abandonar
velhos hábitos. O primeiro passo é identificar os fatores estressantes ou que
predispõem ao estresse. Depois, adotar um padrão de vida mais saudável.
Alguns conselhos úteis:
• Organizar a vida, separando o essencial do que não é importante.
• Selecionar tarefas por prioridades e executar uma de cada vez.
• Aprender a “passar a bola”, dividindo as tarefas.
• Fazer pequenos intervalos para recuperar energias.
• Rever objetivos e eliminar os que estão atrapalhando.
• Viver o presente mas planejar a longo prazo.
• Ser generoso consigo próprio, comemorar as pequenas vitórias.
• Procurar sempre o lado positivo dos acontecimentos.
• Procurar identificar causas de irritações, para poder evitá-las,
eliminá-las ou preveni-las.
• Não descuidar da vida social com familiares e amigos.
• Combater ansiedade com relaxamento e atividades que distraiam
ou deem prazer, como o lazer para as horas de folga.
• Não esquecer da saúde física, alimentar-se regularmente sem
pular refeições e tomar um bom café da manhã.
• Basear o padrão alimentar na qualidade e selecionar alimentos
mais saudáveis, pobres em gordura animal e ricos em fibras
(grãos, cereais e vegetais).
• Consumir bastante líquido durante o dia.
• Por fim, o principal: reservar 50 minutos por dia para cuidar de
si mesmo, pelo menos 3 vezes por semana praticar exercícios
físicos condizentes com a idade, peso e condição física, com
cuidado. Atividade física concentrada só em fins de semana faz
mais mal do que bem.

126
Relacionamento Interpessoal
O ESTRESSE E O TRÂNSITO
O efeito do estresse, frente a situações cotidianas no trânsito, é
claramente visível no comportamento. Por exemplo, o indivíduo que
apresenta características de irritabilidade, quando estiver estressado
certamente irá piorar seu comportamento, tornando-se agressivo ou hostil
e provocando acidentes.
As pressões e tensões extras que o trânsito proporciona podem funcionar
como a “gota d’água”, alterando padrões de comportamento do condutor
e fazendo-o criar situações de risco e insegurança, para si e para os
demais usuários.

Questões – RELACIONAMENTO INTERPESSOAL


01. Qual característica é comum em todos os 06. Ter uma vida sedentária, hábitos alimentares
relacionamentos que o indivíduo cultiva? inadequados, baixo consumo de líquidos, vida
a) A comunicação. b) A hostilidade. desorganizada, entre outros, são fatores que:
c) A empatia. d) A sinceridade. a) evitam o estresse.
e) A paciência. b) tornam a pessoa extremamente sadia.
c) facilitam ou agravam o estresse.
02. Os dois fatores primordiais para que a vida d) diminuem o tempo com coisas desnecessárias.
em sociedade seja possível são: e) todas as alternativas estão corretas.
a) a pátria e a família. b) ordem e progresso.
c) direitos e deveres. d) educação e saúde. 07. Quais dos sintomas abaixo caracterizam um
e) nenhuma das alternativas indivíduo em estágio avançado de estresse?
a) Introversão, pessimismo, passividade ou medo
03. Os direitos e deveres do cidadão são incontrolável.
determinados por leis e códigos, como b) H i p e r t e n s ã o a r t e r i a l , i m p o t ê n c i a , a l t a
exemplo tem-se: agressividade, apatia ou depressão.
a) a Constituição. c) Disposição, bom humor constante, sono tranquilo
b) o Código Civil. ou grande tolerância.
c) o Código Penal. d) Leves dores de cabeça ou breves momento de insônia.
d) o Código de Trânsito. e) Todas as alternativas estão corretas.
e) todas as alternativas estão corretas.
08. Para estabelecer relacionamentos inter-
04. O papel do motorista no trânsito é fixo? pessoais de qualidade é necessário adotar
a) Não, pois além de motorista, fora do carro ele é valores como:
pedestre e muitas vezes sente na pele o descuido a) respeito, flexibilidade e paciência.
praticado por outros condutores. b) humildade, bom senso e sabedoria.
b) Sim, pois mesmo como pedestre continuará a c) equilíbrio, empatia e receptividade.
defender seus interesses como condutor. d) igualdade, educação e persistência.
c) Sim, pois o bom condutor age sempre da mesma e) todas as alternativas estão corretas.
forma em qualquer lugar.
d) Não, pois tanto condutores, como pedestres, 09. A comunicação entre os elementos do
ciclistas ou carrinheiros têm os mesmos interesses. trânsito deve ser:
e) Nenhuma das alternativas. a) simples e objetiva.
b) sincera e leal.
05. Qual alternativa reúne alguns fatores que c) curta e rápida.
podem ser considerados estressantes? d) as alternativas A e C estão corretas.
a) Pressões do trabalho, da família, das dívidas, e) todas as alternativas estão corretas.
problemas de saúde, deixar de fumar, fazer
dieta... 10. Assinale a alternativa INCORRETA. Condutor
b) Praticar esportes regularmente, levar uma vida consciente é aquele que, em situação
saudável, dormir e se alimentar bem... delicada:
c) Ser demitido do emprego, fazer uma viagem, a) pensa antes de agir.
romper um relacionamento... b) não leva desaforos para casa.
d) As alternativas A e C estão corretas. c) analisa os dois lados.
e) Nenhuma das alterantivas. d) procura ser justo.
e) toma decisões sem nervosismo.

127
Relacionamento Interpessoal
GABARITO DAS QUESTÕES

Legislação de Trânsito - p. 26

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14
a e a c e c a e a b e a b c

Infrações de Trânsito - p. 38

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13
e b a d d a d c c d b b e

Sinalização - p. 52

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13
d a d c e b b d d e e a c

Direção Defensiva - p. 91

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13
d c d e e d e a c e b a c

Primeiros Socorros - p. 116

01 02 03 04 05 06 07 08
b e d d b a d c

Relacionamento Interpessoal - p. 127

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
a c e a d c b e d b

BIBLIOGRAFIA
• AMARAL, Antônio José Fajardo. • VOLVO. Catálogo de peças para caminhões. • C. F. C. GOLDEN CAR. Curso de Formação para Condutores de
Transporte Escolar. • Coletânea SHELL RESPONDE. • DAMATTA, R. A Casa e a Rua. • DNER. Manual de Segurança do Trânsito. Rio de Janeiro,
1978 • EDUTRAN. Fari Amadeu Nassin e Helena Caseli Pereira. Curitiba, 1996. • FERRAZ, Carlos Roberto G. e SHIMADA, João Y. Motorista, o que
saber? • FIAT. Manual Básico de Segurança no Trânsito. • FORD. Manual de Direção Defensiva e Primeiros Socorros. • Guia de Manutenção
do Automóvel. Rio de Janeiro, 1982 • LIMA, Noeliza. • LAZZARI, Carlos F. e WITTER, Ilton R. Nova Coletânea de Legislação de Trânsito. Sagra
Luzzatto, 1999. • ANACLETO, F. J. Manual de Trânsito. Curitiba, 1997 • MACHADO, Adriane Picchetto. • MARCOZZI, A.M. Ensinando a Criança.
• MENEGUETI, Antônio. Manual de Ontopsicologia. • MENEGUETI, Antônio. Sistema e Personalidade. • NARANJO, Cláudio. Os Nove Tipos de
Personalidade. • PRODAE. Enciclopédia da Psicologia Contemporânea. • DIAS, G. F. Princípios e Práticas de Educação Ambiental. São
Paulo, 1994. • QUATRO RODAS. Entenda o Novo Código de Trânsito. • RIBEIRO, Luiz Arrthur M. Manual de Educação para o Trânsito. Curitiba:
Juruá, 1998. • ROZESTRATEN, R. J. Psicologia do Trânsito. • SEST/SENAT. Formação de Condutores de Veículos de Transporte de Escolares. •
VASCONCELLOS, Eduardo A. O que é Trânsito. • Viva no Trânsito. Manual de Participante. HDI Internacional. • WITTER, Ilton Roberto Rosa. Regras
Gerais do Trânsito. • www.abdetran.br • www.psicotran.cjb.net

128 Gabarito e Bibliografia

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