Apostila Lib Relig
Apostila Lib Relig
Apostila Lib Relig
Deveres Cívicos
&
Liberdade Religiosa
Abril 2001
APRESENTAÇÃO
Caros colegas do Ministério dos Deveres Cívicos e da Liberdade Religiosa, da União Central
Brasileira da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Face ao grande número de consultas e a necessidade de que o grupo de departamentais esteja
apto para, não só orientar mas também auxiliar nossos irmãos, principalmente o grupo dos mais
jovens da Igreja, é que fomos estimulados a atualizar este trabalho que teve sua primeira edição
preparada em 1991, pelo estimado amigo e hoje advogado da Divisão Sul Americana, Dr. Misael
de Lima Barreto.
É evidente que não é um tratado ou um trabalho que encerra em si mesmo o assunto, muito
pelo contrário, nossa intenção é abrir espaço para um trabalho melhor, com a colaboração dos
colegas.
Trata-se, no momento, de uma coletânea de documentos importantes, modelos sugestivos e
outras matérias necessárias a um melhor desempenho de nossa missão.
Quando forem utilizar os modelos de requerimentos e outros, não podem esquecer-se de que
o papel deverá ser timbrado da UCB, da Associação ou mesmo da igreja ou ainda do pastor. Não
usar papel timbrado da Instituição Central, da Instituição Paulista ou outra, de escolas, do IAE, da
ASA, ou outro qualquer que não seja das entidades religiosas, dentro da estrutura legal da UCB.
Aproveito o ensejo desta ocasião para apresentar aos colegas nossos agradecimentos pelo
empenho que vem sendo dispensado no sentido de levar segurança aos nossos queridos irmãos,
quando pressionados a dar prova de sua fé.
Temos que reconhecer o lindo trabalho que os desbravadores vem desenvolvendo, marcando
presença em desfiles oficiais e em inúmeras outras oportunidades onde tem se apresentado.
Também devemos ser reconhecidos ao trabalho que vem sendo desenvolvido nas escolas,
através dos Centros Cívicos e em participação em desfiles.
É importante que os filhos de nossa igreja sejam ensinados quanto aos valores culturais e
cívicos, valorizando os símbolos nacionais.
Especialmente chamamos a atenção dos colegas para o uso mais marcante da Bandeira Bra-
sileira, em primeiro lugar em nossas próprias salas, e em nossa sede, em segundo lugar em nossas
instituições e estabelecimentos e finalmente em nossas próprias igrejas, em respeito a soberania
nacional. Há instituições que possuem o mastro mas nunca hastearam o símbolo nacional mesmo
porque jamais adquiriram uma.
O dar a César o que é de César começa com respeito à dignidade do “Estado.”
Portanto, é importante que dediquemos tempo para manter contato com autoridades políti-
cas, civis e militares, além de eclesiásticas de outras denominações pois todas estas tem interesse e
influência na manutenção da liberdade religiosa, este bem que tanto gostamos de usufruir.
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Desejo ainda ressaltar neste trabalho a importância de se promover nas igrejas e nas Associ-
ações, Cursos Preparatórios para Habilitação ao Serviço Militar Obrigatório, tais como: Curso de
Formação de Socorristas Padioleiros, Cursos para cozinheiros, Cursos de Preparo de Operadores
de Computação e outros mais.
Porém, o assunto que mais nos tem preocupado no momento é o que está ocorrendo com os
nossos alunos das universidades e os vestibulandos. Estes últimos tem sido deixados de lado sem
nossa presença maior em suas tensões próprias do momento dos exames de ingresso nas faculda-
des.
Algum trabalho de preparação de terreno tem que ser desenvolvido com bastante antecedên-
cia, antes que sejam fixadas as datas nos calendários escolares. Na última hora o trabalho é infrutí-
fero pois já haverá toda uma estrutura montada, difícil de ser alterada.
Bem colegas, eis aí o início de um trabalho que juntos poderemos desenvolver e entregar nas
mãos do Senhor, para que através de seu Espírito Santo os frutos brotem em seu devido tempo.
Ao concluir este trabalho estou orando a Deus pelo seu resultado e pelas bênçãos que ele
poderá gerar a nós e aos nossos queridos irmãos.
Alcides Coimbra
Deveres Cívicos e Liberdade Religiosa
União Central Brasileira IASD
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................ 4
LÍDERES DE DEVERES CÍVICOS E LIBERDADE RELIGIOSA ........................................................................... 7
OBSERVÂNCIA DO SÁBADO - ORIENTAÇÕES - 108/906 DOCUMENTO ASSOCIAÇÃO GERAL ............... 8
POR QUE OS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA SÃO NÃO-COMBATENTES .................................................. 21
OS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA E O GOVERNO CIVIL .............................................................................. 30
O ESPÍRITO DE PROFECIA E O SERVIÇO MILITAR ........................................................................................... 39
OS ADVENTISTAS E A POLÍTICA .......................................................................................................................... 54
OS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA, O VOTO E A POLÍTICA .......................................................................... 63
ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA E VOTAÇÃO .................................................................................................... 68
TEXTOS CONSTITUCIONAIS ................................................................................................................................. 74
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM ............................................................................... 78
DECLARAÇÃO DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA A PROPÓSITO DO 50º ANIVERSÁRIO
DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS .................................................................... 83
DECLARAÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE INTOLERÂNCIA E DE
DISCRIMINAÇÃO FUNDADAS NA RELIGIÃO OU CRENÇA DE 25.11.1981 ............................................. 84
LEI ESTADUAL N.º 10.066/98 • PRESTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA NAS ENTIDADES CIVIS
E MILITARES DE INTERNAÇÃO COLETIVA ................................................................................................. 85
DECRETO N.º 44.395/99 • REGULAMENTA APRESENTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
DE QUE TRATA A LEI N.º 10.066 ....................................................................................................................... 87
LEI Nº LEI 9.982/00 • PRESTAÇÃO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA NAS ENTIDADES
HOSPITALARES PÚBLICAS E PRIVADAS, BEM COMO NOS ESTABELECIMENTOS
PRISIONAIS CIVIS E MILITARES .................................................................................................................... 90
EMENDA CONSTITUCIONAL N.º 16 • REELEIÇÃO ............................................................................................ 91
LEI N.º 4898/65 • ABUSO DE AUTORIDADE ......................................................................................................... 92
LEI N.º 7.437/85 • DEFINE COMO CONTRAVENÇÃO PRECONCEITOS DE RAÇA, COR, SEXO ................. 97
LEI N.º 9.459/97 • DEFINE PUNIÇÕES CONTRA OS CRIMES RESULTANTES DE
PRECONCEITOS DE RAÇA OU DE COR ......................................................................................................... 99
LEI N.º 1.784/97 • FIXA HORÁRIOS PARA CONCURSOS E EXAMES NO D.F. .............................................. 100
LEI ESTADUAL N.º 10.435/72 • SEGUNDA CHAMADA PARA EXAMES E
PROVAS NOS CASOS QUE ESPECIFICA ....................................................................................................... 101
LEI N.º 8239/91 • REGULA O SERVIÇO MILITAR ALTERNATIVO .................................................................. 102
PORTARIA N.º 111, DE 13/02/2001 • ESTABELECE CONDIÇÃO PARA O
SERVIÇO MILITAR ALTERNATIVO ............................................................................................................... 104
LEI N.º 1.110/50 • CASAMENTO RELIGIOSO COM EFEITO CIVIL ................................................................. 106
LEI N.º 6015/73 • REGISTROS PÚBLICOS ........................................................................................................... 107
MODELOS DE REQUERIMENTOS E OUTROS .................................................................................................. 108
DECRETO N.º 4 – DE 19 DE NOVEMBRO DE 1889 • ESTABELECE OS DISTINTIVOS
DA BANDEIRA E ARMAS NACIONAIS ......................................................................................................... 121
LEI 5700/71 • APRESENTAÇÃO DOS SÍMBOLOS NACIONAIS ....................................................................... 122
DESENHO DA BANDEIRA NACIONAL .............................................................................................................. 130
DESENHO MODULAR DA BANDEIRA NACIONAL ......................................................................................... 131
A BANDEIRA BRASILEIRA .................................................................................................................................. 132
NORMAS SOBRE A APRESENTAÇÃO DA BANDEIRA NACIONAL ............................................................... 133
NORMAS E APRESENTAÇÃO DOS SÍMBOLOS NACIONAIS ......................................................................... 134
HINO À BANDEIRA ............................................................................................................................................... 146
AS ARMAS NACIONAIS ........................................................................................................................................ 144
O SELO NACIONAL ............................................................................................................................................... 148
O HINO NACIONAL ............................................................................................................................................... 149
DATAS SUGESTIVAS PARA O HASTEAMENTO DA BANDEIRA EM NOSSAS SEDES
ESTABELECIMENTOS E INSTITUIÇÕES ...................................................................................................... 150
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LÍDERES DE DEVERES CÍVICOS
E LIBERDADE RELIGIOSA
Expediente:
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OBSERVÂNCIA DO SÁBADO
ORIENTAÇÕES - 108/906
DOCUMENTO ASSOCIAÇÃO GERAL
90-321
VOTADO registrar o voto DSA 90-639 como segue:
VOTADO registrar o seguinte documento da Associação Geral, Observância do Sábado-
Orientações:
A presente orientação, junto com a Bíblia e o Espírito de Profecia pode servir de pauta para
atender algumas das perguntas que tem surgido, contudo de nenhum modo impede o direito pesso-
al de seguir os ditames da própria consciência desde que dirigida pelo Espírito Santo.
Propósito e Perspectiva
O sábado engloba toda a nossa relação com Deus. É uma indicação dos atos de Deus em
nosso favor no passado, presente e futuro. O sábado protege a amizade do homem com Deus e
proporciona o tempo essencial para o desenvolvimento dessa relação. O sábado esclarece o relaci-
onamento entre Deus e a família humana, pois aponta a Deus como Criador numa época em que os
seres humanos gostariam de usurpar a posição de Deus no universo.
Nesta era de materialismo, o sábado conduz homens e mulheres àquilo que é espiritual e
pessoal. São sérias as consequências de esquecer o dia de sábado para o santificar. Esse esqueci-
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mento produzirá uma distorção e final destruição do relacionamento de uma pessoa com Deus.
Quando é guardado o sábado, ele torna-se testemunha do repouso que advém de confiar
apenas em Deus como sustentador, como base de nossa salvação e como o fundamento de nossa
esperança no futuro. Como tal, o sábado é um deleite porque entramos no descanso de Deus e
aceitamos o convite para comungar com Ele.
Quando Deus pede que nos lembremos do dia de sábado, Ele o faz porque deseja que nos
lembremos dEle.
Ao estabelecer diretrizes e praxes específicas para a Igreja como um todo e para as institui-
ções da igreja, a organização está apresentando um exemplo da guarda do sábado para os membros
em geral. É responsabilidade dos membros a aplicação dos princípios da verdadeira observância
do sábado à sua própria vida. A igreja pode ajudar apresentando princípios sobre a guarda do
sábado encontrados na Bíblia e no Espírito de Profecia, mas não pode ser consciência para os
membros.
Igrejas - O papel da igreja e da família nas atividades de sábado à tarde. O pastor e os
líderes da igreja local tem a responsabilidade de oferecer atividades sabáticas cuidadosamente
planejadas para crianças, jovens, adultos e idosos, bem como para famílias e pessoas que vivem
sozinhas, enfatizando a importância de tornar o sábado um dia de alegria, adoração e repouso. As
atividades da igreja devem complementar e não substituir as atividades da família e do lar.
Igrejas - Música de sábado. A música produz um impacto poderoso sobre a disposição de
espírito e as emoções da pessoa. Os líderes da igreja selecionarão a música e os músicos que
realçarão a atmosfera reverente do repouso sabático e o relacionamento do adorador com Deus. Os
ensaios do coral no sábado devem ser evitados durante os horários de reuniões sabáticas regular-
mente programadas.
Igrejas - Penetração na comunidade. Embora os cristãos possam participar de certos tipos
de obra social em favor de estudantes, jovens e pobres nos subúrbios e favelas devem tomar cuida-
do de exercer uma influência exemplar de guarda coerente do sábado. Quando envolvidos numa
classe de extensão ou escola especial para crianças e jovens, devem escolher assuntos e classes que
1. O sábado foi designado para prover liberdade e gozo espiritual para todas as pessoas (Êxo.
20:8-11). Como cristãos, devemos apoiar esse direito humano básico que o Criador concedeu a
todos. Como regra geral, comprar produtos, comer em restaurantes e pagar por serviços a serem
prestados por terceiros são coisas que devem ser evitadas por estarem em desarmonia com o prin-
cípio e a prática da guarda do sábado.
2. Além disso, as atividades comerciais mencionadas acima desviarão a mente da santidade
do sábado (ver Nee. 10:31, 13:15). Com o devido planejamento, podem-se tomar com antecedên-
cia medidas apropriadas referentes a necessidades previsíveis do sábado.
Viagens aos sábados. Embora possa ser necessária uma viagem no sábado em conexão com
atividades sabáticas, não se deve permitir que as viagens aos sábados se tornem um evento secular;
portanto, os preparativos devem ser feitos com antecedência. O combustível do veículo e outros
elementos necessários devem ser providenciados antes do início do sábado. Devem ser evitadas
viagens em transportes comerciais para atender a assuntos particulares ou de trabalho.
Como tratar um problema específico de trabalho. Quando um membro da igreja acha ne-
cessário renunciar a um trabalho ou perde seu emprego por causa de problemas de guarda do
sábado, e é admitido pela denominação numa atividade semelhante; e quando o novo trabalho, por
sua natureza, requer que o membro trabalhe no sábado, recomenda-se as seguintes sugestões:
1. dar-se-á ao membro uma cuidadosa explanação sobre a natureza essencial do trabalho.
2. a organização deve fazer todos os esforços no sentido de certificar-se de que somente os
aspectos essenciais do novo trabalho sejam executados no sábado. Os administradores também
devem explicar ao novo empregado os propósitos religiosos e objetivos básicos da organização
empregadora.
Declaração de Princípio. A visão bíblica do sábado inclui uma dimensão divina e humana
(Mat. 12:7). A partir da perspectiva divina, o sábado convida o crente a renovar seu compromisso
com Deus, cessando o trabalho diário para adorar a Deus mais plena e livremente (Êxo. 20:8-11,
31:15-16; Isa. 58:13-14). Na perspectiva humana, o sábado convoca o crente a comemorar o amor
criador e redentor de Deus, revelando misericórdia e solicitude para com o próximo (Deu. 5:12-15,
Mat. 12:12, Luc. 13:12, Joã. 5:17). O sábado, assim, abrange a cessação do trabalho secular com o
propósito de honrar a Deus, e a realização de atos de amor e bondade para com os semelhantes.
Trabalho Essencial e de Emergência. A fim de exaltar a santidade do sábado, os adventistas
do sétimo dia devem fazer escolhas sábias na questão do emprego, guiados por uma consciência
iluminada pelo Espírito Santo. A experiência tem demonstrado que há riscos na escolha de voca-
ções que não permitam a adoração do Criador no sábado, livre de envolvimento com trabalho
secular. Isso significa que evitarão tipos de emprego que, embora essenciais para o funcionamento
de uma sociedade tecnologicamente avançada, possam oferecer problemas quanto à observância
do sábado.
As Escrituras e o Espírito de Profecia são explícitos quanto aos nossos deveres como cristãos
para com os semelhantes, mesmo no dia de sábado. No contexto moderno, muitos empregados em
ocupações relacionadas com a salvação de vidas e propriedades são chamados a tratar de emergên-
cias. Arranjar trabalho regular de fim de semana que requeira o uso emergencial, ou aceitar traba-
Esta declaração foi oficialmente aprovada pela Mesa Administrativa da Associação Geral, em Wa-
shington-DC., aos 11 de outubro de 1943 , depois de haver sido submetida a cuidadoso estudo por
um período de muitos meses.
Antes da entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, entrou em vigor uma
legislação concedendo completa isenção ao combate e ao porte de armas a todos os que a isso se
opusessem conscientemente. Essa lei favorece as organizações não-combatentes. Portanto, por
decisão do Congresso, os Adventistas do Sétimo Dia estão incluídos entre os que tem garantida sua
isenção ao combate durante a guerra, com base em crença religiosa.
Os Adventistas do Sétimo Dia tem sido não-combatentes através de sua história. Declararam
sua posição durante a Guerra Civil. Tem-na reafirmado sucessivamente através dos anos
subsequentes. O reconhecimento governamental dos Adventistas do Sétimo Dia como não-comba-
tentes também remonta aos dias da Guerra Civil. Esse “status” lhes tem sido concedido nos confli-
tos armados em que nossa nação tem estado envolvida desde aquele tempo.
Considerando que os Adventistas do Sétimo Dia são frequentemente solicitados a explica-
rem as razões de sua crença na não-combatividade, foi publicada esta declaração com a esperança
de lhes prestar auxílio ao dar uma resposta inteligente.
Foi adotado o seguinte pronunciamento oficial, pela Mesa Administrativa da Divisão Norte-
Americana dos Adventistas do Sétimo Dia, numa reunião celebrada em Huntsville, Alabama, dia
18 de abril de 1917:
Às autoridades:
Em nome dos Adventistas do Sétimo Dia nos Estados Unidos da América, a Mesa Adminis-
trativa da Divisão Norte-Americana dos Adventistas do Sétimo Dia respeitosamente apresenta a
seguinte declaração:
“Cremos que o governo civil é ordenado por Deus e que, no exercício de suas legítimas
funções, deve receber o apoio de seus cidadãos. Cremos no princípio sobre o qual este governo foi
fundado. Somos leais à Constituição baseada nos princípios da democracia, garantindo liberdade
civil e religiosa a todos os seus cidadãos.
Deploramos o fato de que nossa nação tenha sido envolvida pelos horrores da guerra, e ora-
remos continuamente para que o Deus do céu possa muito em breve trazer paz a nosso país. Temos
sido não-combatentes através de nossa história. Durante a Guerra Civil nosso povo declarou ofici-
almente:
Que reconhecemos o governo civil como ordenado por Deus; que a ordem, justiça e a calma
possam ser mantidas em nossa terra; que o povo de Deus possa viver vida pacífica e sossegada em
toda piedade e honestidade.
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De acordo com esse fato, reconhecemos a justiça de prestar tributo, honra e reverência ao
poder civil, como prescrito no Novo Testamento. Enquanto nós, alegremente, damos a César as
coisas que as Escrituras mostram a ele pertencerem, somos compelidos a declinar de toda partici-
pação em atos de guerra e derramamento de sangue, como sendo inconsistentes com os deveres a
nós ordenados por nosso divino Mestre em relação aos nossos inimigos e para com toda a humani-
dade.
Nós, por meio desta, reafirmamos a declaração anterior. Pedimos que nossas convicções
religiosas sejam reconhecidas por aqueles em posição de autoridade, e que sejamos solicitados a
servir nosso país apenas em atividades que não violem nossa obediência consciente à lei de Deus
contida no decálogo interpretada nos ensinos de Cristo e exemplificada em Sua vida.”
Uma das primeiras perguntas feitas aos que requerem isenção dos deveres de combate com
base na religião, é : “Se vocês crêem que é errado tirar a vida humana em guerras, como explicam
as guerras do Antigo Testamento, nas quais Deus ordenava que Israel se envolvesse?”
Em resposta a isso é necessário observar a forma especial de governo do povo de Israel.
Quando Deus conduziu a Israel para fora do Egito, organizou o povo numa nação que devia ser Seu
reino exclusivo. Seus dirigentes eram designados por Deus e suas leis foram enviadas do céu. Essa
forma de governo - é conhecida como uma “teocracia” - uma nação em que Deus governa direta-
mente sobre os súditos. Não houve jamais outro semelhante desde então - e não há sobre a terra
governo como esse agora.
A Teocracia de Israel
O governo de Israel foi único na história humana, no sentido de que foi uma tentativa de
Deus de governar Seu povo sobre a Terra, diretamente. Ele seria Seu Governador, Legislador e
Juiz. Além disso, jamais foi propósito de Jeová que Israel, Seu povo, se transformasse num reino,
ou estado ou governo como as nações a seu redor. Esse povo deveria ser separado para Deus “de
todos os povos que há sobre a face da terra” (Êxo. 33:16). “Eis que este povo habitará só, e entre as
gentes não será contado” (Núm. 23:9).
Esta era uma nação que também era uma igreja, chamada no Novo Testamento “a igreja no
deserto” (Atos 7:38). Esse aspecto é bem apresentado num trabalho Adventista do Sétimo Dia:
Israel seria agora tomado em uma relação íntima e peculiar para com o Altíssimo - sendo
incorporado como uma igreja e nação sob o governo de Deus. A mensagem dada a Moisés, para o
povo, foi:
‘Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a
Mim; então sereis a Minha propriedade peculiar dentre todos os povos: porque toda a Terra é
Minha. E vós Me sereis um reino sacerdotal e o povo santo.’
A Teocracia é subvertida
A teocracia, governo direto de Deus, não mais existe na terra. Que aconteceu com ela? Deus
não nos deixa sem uma resposta. Ao rei Zedequias, o último rei de Judá, o rei que quebrou o
concerto, Deus disse: ‘E tu, é profano e ímpio príncipe de Israel, cujo dia virá no tempo da extrema
maldade, assim diz o Senhor Jeová: tira o diadema, e levanta a coroa; esta não será a mesma, exalta
ao humilde, e humilha ao soberbo. Ao revés a porei, e ela não será mais, até que venha aquele a
quem pertence de direito e a ele a darei.’ (Eze. 21:25-27)
Assim o reino de Israel teve de sujeitar-se a Babilônia. Essa foi a remoção do diadema e da
coroa. Depois disso, Israel tornou-se sucessivamente cativo da Medo-Pérsia, Grécia e Roma, cum-
prindo acuradamente a profecia. Durante o reinado de Roma foi quebrado o último vestígio do
poderio de Israel e sua nação foi inteiramente destruída.
Por divina predição, a teocracia foi limitada em duração ao tempo do primeiro advento de
Cristo. Quando Cristo foi a julgamento, o povo declarou dEle: ‘Não queremos que este reine sobre
nós’ (Luc. 19:14). Pilatos perguntou aos judeus: ‘Hei de crucificar o vosso Rei? Responderam os
principais dos sacerdotes: Não temos rei, senão a César’ (Joã. 19:14). Ao escolher um governante
pagão, a nação judaica renunciava completamente a teocracia. Havia finalmente rejeitado a Deus
como Rei e portanto Deus fora compelido a rejeitá-la como Sua nação peculiar. A teocracia havia
chegado ao fim e a ordem divina era de que não mais existiria até que Cristo viesse e estabelecesse
o Seu reino literal e visível na terra. Isso não acontecerá, entretanto, até o Segundo Advento de
Cristo. Então Ele sentará no trono de Seu pai Davi e reinará para todo o sempre (Luc. 1:32,33; Apo.
11:15).
Este é o reino vindouro de glória, que será estabelecido por Cristo quando Ele anular toda
autoridade e quando reinar de oriente a ocidente, enchendo a terra com a glória do Senhor (Ver Zac.
9-10, e Núm. 14:21). Até aquele tempo, consequentemente, Deus não administra diretamente o
governo de qualquer nação como fez nos dias de Israel.
Hoje o reino de Deus neste mundo é um reino espiritual, não temporal. Não há nação hoje em
que todos os cidadãos pertençam ao reino espiritual de Deus. De modo semelhante, não há nação
hoje, da qual todos os cidadãos sejam inimigos de Deus. O trigo e o joio crescem juntos até a ceifa,
e a ceifa é o fim do mundo (Ver Mat. 13:29, 30, 39).
Verdadeiramente, Deus hoje está juntando de todo o mundo um povo para o Seu reino de
glória por vir, mas Ele o está juntando de todos os reinos da terra e não de outra nação (Ver Apo.
14:6; Mat. 28:18; Atos 10:34,35).
O reino de Deus é hoje invisível. Indivíduos tornam-se Seus súditos ao se renderem volunta-
riamente a Sua direção. E “Deus não faz acepção de pessoas, mas ...lhe é agradável aquele que, em
qualquer nação, O teme e obra o que é justo” (Atos 10:34,35).
“Se meu reino fosse deste mundo” declarou Jesus, “pelejariam os meus servos, ...mas agora
o meu reino não é daqui” (João 18:36).
Se, consequentemente, os verdadeiros súditos do reino espiritual de Deus se envolvessem em
combate, estariam lutando um contra o outro. Sendo que se encontram espalhados entre todas as
nações, seriam encontrados em todos os exércitos. Portanto, cristãos estariam matando cristãos.
O povo de Deus recebeu a ordem de pregar o evangelho de Cristo a todos os povos, e batizar
os crentes em todas as nações (Mat. 28:18-20). Se, contudo, começam a matar as pessoas dessas
nações, como então as salvarão da pregação do evangelho?
Nos dias de Israel, Deus usou Seu povo como instrumento de punição e destruição de certas
nações, porque tais nações haviam rejeitado por completo a justiça e haviam enchido a taça de sua
iniquidade (Gên. 15:16; Deu. 9:4). Quando, por conseguinte, o povo de Deus se lançava a essa
destruição, faziam-no sob a ordem direta de Deus e agiam inteiramente como Seus agentes escolhi-
dos.
Mas desde a derribada da teocracia e o estabelecimento do reino espiritual de Cristo na terra,
Deus não mais administra diretamente os negócios das nações como fazia e acontecia com Israel,
e por isso não são recebidas ordens dEle quanto à destruição de certos povos.
Nos dias da teocracia, Israel deveria primeiro consultar a Deus e esperar Suas ordens, antes
de sair para a batalha. Hoje, porém, Deus não comanda os exércitos da terra. Consequentemente, o
cristão jamais teria certeza, ao destruir vidas humanas, de que estaria fazendo a vontade de Deus.
Seguramente, nunca poderia fazer isso com a convicção de que estava cumprindo uma ordem
direta de Deus. Considerando a ausência de uma tal ordem direta, os Adventistas do Sétimo Dia
conscienciosamente crêem que não devem portar armas nem tomar parte em missões de destrui-
ção, mas sim, crêem que sua missão é a mesma de seu Mestre conforme Ele mesmo declarou: “O
Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las” (Luc. 9:56). E
“porque, qual Ele é, somos nós também neste mundo” (I João 4:17).
Dupla lealdade
Dessa maneira, a vinda de Cristo ao mundo fez diferença. Não uma diferença em Deus, em
Cristo, na moralidade, na ética, na verdade básica. É uma diferença no relacionamento, na atitude,
na obrigação, na responsabilidade, da parte dos seguidores de Deus. Não há diferença em seu
relacionamento com Deus. Mas há uma evidente diferença em sua relação para com o governo.
Quando a teocracia existia, os seguidores de Deus tinham tão somente uma lealdade, aquela
com Deus. Nesse aspecto não poderia haver conflito entre as exigências de sua religião e as de seu
governo, pois ambos tinham um único Cabeça. Era Deus.
Depois da teocracia, os seguidores de Deus tem dupla lealdade: a primeira, e mais importan-
te, é para com Deus, cujo trono está no céu; a segunda, e subordinada, é ao governo terrestre.
Além de reconhecer a autoridade de Deus, Cristo dirige Seus seguidores ao reconhecimento
e respeito dos direitos e poder do estado. Cada verdadeiro filho da igreja, cada leal seguidor de
Cristo, será um leal servo do estado. O cristão, portanto, deve uma dupla fidelidade; a saber: a Deus
e também ao estado.
Sua submissão a Deus está em primeiro lugar, suprema, sem reservas. Sua submissão ao
estado é alterada somente por sua submissão a Deus. É, por conseguinte, secundária, mas divina-
mente requerida.
Nada, no relacionamento de um cristão com Cristo, requer dele que se oponha ao governo,
recuse ajuda ao governo, desobedeça ordens, mesmo na guerra, a não ser onde tal obediência o
colocaria em conflito com as exigências de Deus.
Em caso de qualquer conflito entre as exigência dos dois, o cristão deve sempre seguir o
princípio “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (Ato. 5:29).
Muitas pessoas pensam que os homens devem obedecer a toda e qualquer ordem que as
autoridades constituídas resolvam dar. Há homens que não hesitam em defender o ponto-de-vista
de que - se surgir um conflito entre a consciência individual e as exigências do estado - a consciên-
cia deve ceder o lugar para que se cumpra a ordem do estado. A esses, parece presunção colocar as
convicções pessoais contra as convicções das autoridades. Mas o direito é independente das maio-
rias; a consciência pessoal é mais importante que a aprovação pública; a lealdade a Deus é maior
que a lealdade ao governo civil; e quando surge um conflito entre as demandas do governo e as de
É gratificante saber que, nesse aspecto, alguns governos concedem o devido reconhecimento
aos direitos de consciência. Referimo-nos, por exemplo, às medidas de “Selective Trianing and
Service Act” de 1940, nos Estados Unidos da América. A seção 5, subseção “g” desse voto, estabe-
lece que:
“Nada, nestes estatutos, deve ser interpretado como querendo de qualquer pessoa a
obrigatoriedade de prestar serviços e treinamento de combate, nas forças terrestres ou navais dos
Estados Unidos, se, por razão de crença religiosa, conscientemente se opuser à participação em
guerra em qualquer forma. E tal pessoa requerendo isenção de treinamento de combate e serviço
por causa de suas objeções de consciência, cujo pedido for sustentado pela comissão local, deverá,
no caso de ser alistada nas forças terrestres ou navais, ser designada para serviços de não-
combatividade, conforme definição do Presidente.”
É este princípio que tem sido reconhecido em relação com os participantes na guerra e em
serviço de guerra pelos líderes do Governo dos Estados Unidos, e mui claramente expressos pelo
General Lewis B. Hershey, diretor do Sistema Nacional do Serviço de Seleção, em seu primeiro
relatório ao Presidente Roosevelt. O General Hershey diz:
“Reconhecemos os direitos que um indivíduo tem de abraçar crenças em oposição à guerras
e de se recusar a prestar formas de serviço militar em conflito com tais crenças.”
Diz ele mais adiante, no mesmo relatório:
“É parte desses amplos conceitos de liberdade e personalidade humana, em jogo nesta guer-
ra, que o julgamento da consciência individual oposta à vontade nacional receba consideração e lhe
seja permitida uma forma de cooperação em acordo com seus julgamentos, se estes resultarem de
crença e experiência religiosa” (Selective Service in Peacetime, p. 188 - agosto de 1942)
“Reconhecemos, na base da objeção de consciência, aquela simples declaração do Novo
Testamento: ‘Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.’ Pode ser invencível ignorância,
má compreensão ou emoção, mas se o indivíduo considera os seus atos como sua resposta a um
chamado de Deus ou da vontade de Deus, então, a Nação, de acordo com suas tradições, sente-se
obrigada a reconhecê-lo” (Idem, p. 256, 3 de abril de 1943).
Esta declaração foi autorizada pela Mesa Administrativa da Associação Geral dos Adventistas do
Sétimo Dia, aos 25 de setembro de 1940, em Takoma Park, Washington-DC
Os Adventistas do Sétimo Dia, através de sua história, tem sido advogados constantes dos
princípios de liberdade civil e religiosa, princípios sobre os quais a grande República Americana e
certos outros governos foram fundados. Esta igreja tem crido e ensinado que o primeiro e mais
elevado dever do cristão está relacionado com sua comunhão com Deus, que ele deve também nas
palavras do apóstolo Paulo, estar sujeito às “potestades”, ou seja, ao governo civil; e que deverá
executar suas obrigações para com o governo civil, não por causa de temor, mas “pela consciência”
(Rom. 13:1-5).
O cristão viverá uma vida de lealdade ao governo sob o qual vive. Pagará seus impostos, não
de má vontade ou com hesitação, mas alegremente e com gratidão pela proteção que o governo
concede na preservação da vida e da propriedade. Procurará obedecer às leis do país, mesmo que,
por desvios, pudesse aumentar seu próprio ganho. Para ilustrar, ele não trará para o país artigos
tributáveis sem pagar a devida taxa. Não violará os regulamentos do trânsito feitos para a proteção
do público em geral. Não acenderá fogueiras em acampamentos, quando sabe que colocará em
perigo a propriedade pública e quando as leis do seu estado ou país o proibirem estritamente. Será
cuidadoso em extinguir fogueiras que a lei não proíbe acender. Falamos disso apenas como exem-
plos das mil e uma exigências em prática para o controle da sociedade.
O cristão é leal e fiel a seu governo nas questões atinentes à vida civil. Em harmonia com a
exortação da Escritura, ele procurará a paz da cidade onde vive (ver Jer. 29:7). Através de sua vida
piedosa, de devoção ao serviço de Deus e o bem da humanidade, ele demonstra seu espírito bondo-
so para com todos os homens. Ele prova, por uma vida de sobriedade e calma que não é um agita-
dor ou um revolucionário.
O cristão não pode, conscientemente, obedecer a qualquer ordem humana que o leve a violar
a lei de Deus. O governo de Deus é supremo. Os mandamentos de Deus vem em primeiro lugar.
Isso tem sido atestado através dos séculos pelos leais mártires que foram ao suplício mas não
renunciaram às suas convicções religiosas.
30
O relacionamento do cristão com o governo terrestre
Os deveres do cristão com referência ao governo sob o qual vive, são esclarecidos na Sagra-
da Escritura:
“Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores, porque não há potestade que não venha
de Deus, e as potestades que há, foram ordenadas por Deus. Por isso, quem resiste à potestade,
resiste à ordenação de Deus...” (Rom. 13:1-2).
Cristo reconheceu e ensinou a existência da linha divisória que separa a autoridade do gover-
no civil da esfera de relações espirituais. Àqueles que vieram perguntar-lhE se era lícito pagar
tributo a César - ao governo civil - o Mestre, depois de lhes chamar a atenção para o fato de que eles
estavam reconhecendo o governo de César ao usar as moedas com sua efingie, respondeu: “Dai
pois a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mat. 22:16-21).
Há uma esfera dentro da qual César pode, com todo o direito, exercer poder. No campo das
relações civis ele pode se mover livremente. Deve ser um terror para as más obras, “um vingador
para castigar o que faz o mal”, nisso ele “é ministro de Deus”, sendo o cristão sujeito a essa auto-
ridade civil “não somente pelo castigo, mas também pela consciência” (Rom. 13:3-6).
O cristão deve dar a cada um o que deve: “a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto;
a quem temor, temor; a quem honra, honra.” “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor
com que vos ameis uns aos outros, porque quem ama aos outros cumpriu a lei” (Rom. 13:7-8). O
apóstolo, então, passa a mencionar os cinco últimos mandamentos, que definem as relações civis
dos homens. Ele nada menciona sobre a primeira tábua da lei, porque os primeiros quatro manda-
mentos se referem à relação do homem para com Deus e pertencem somente à esfera do governo e
da jurisdição de Deus. Nessa esfera, o governo civil não tem o direito de entrar.
Com que autoridade tem Deus investido os governos civis? É inconcebível que ele lhes tenha
conferido poder ilimitado. Isso tornaria o governo terrestre, na extensão da capacidade humana,
igual ao governo de Deus. Seria colocar o trabalho de Deus na terra - Seu evangelho, Sua igreja, os
negócios da humanidade - física, social, civil e espiritualmente sob o controle do governo humano
sem referência a sua atitude para com os problemas e princípios envolvidos. Não podemos crer que
o grande Governador do universo faria isso.
Somos, por conseguinte, forçados a concluir que a jurisdição do governo humano é limitada
à esfera das relações civis, à decisão de questões que governam o relacionamento do homem com
seus semelhantes. Há uma esfera - a relação pessoal do homem com seu Criador - dentro da qual o
governo civil não tem nenhum direito conferido por Deus ou ordenado por Deus, de se intrometer.
Nem é possível, pela natureza do caso, que o governo civil lide com a segunda tábua da lei de
Deus no sentido espiritual dos mandamentos dessa tábua. Esse campo espiritual pertence somente
Lealdade ao governo
Quando o governo civil, consciente ou inconscientemente, passa por cima dos limites que
Deus estabeleceu para ele, e, procura regular ou controlar as relações espirituais e pessoais existen-
tes entre o homem e seu Criador, qual deveria ser a atitude do cristão em relação ao governo?
Deus é o Ser Supremo e Suas exigências estão acima das outras. A Ele, o cristão deve
fidelidade sem reservas. Ele não pode exercer essa fidelidade por ordem de qualquer mestre huma-
no. E quando as leis de seu governo requerem que viole as leis de Deus, não tem outra alternativa
a não ser obedecer a Deus. Acima de qualquer temor que possa ter do homem, que pode destruir
somente seu corpo, ele deve temer o grande Deus do céu, que é poderoso para destruir tanto o
corpo como a alma (Mat. 10:28).
A atitude do cristão deveria sempre ser a de lealdade a seu governo, até onde não haja confli-
to com seu dever para com Deus. Como deverá manifestar lealdade quando as leis do governo
entrarem em conflito com as exigências de Deus? Deve obedecer a seu Deus custe o que custar,
mas ele pode ao mesmo tempo esforçar-se por colocar diante do público e dos legisladores os
princípios envolvidos. Ele pode procurar fazer com que a lei seja revogada. Pode tentar modificá-
la por seu próprio esforço e ajuda de outros, por todas as formas ilícitas. O cristão nunca poderá
recorrer à violência pessoal para atingir esse fim. Não se envolverá em brigas nem promoverá
rebeliões e alvoroços. Em lugar disso, sofrerá mansamente a penalidade da lei, embora injusta,
deixando com Deus a vingança de sua causa. Através dessa conduta e no espírito de trabalhar para
reparar o mal, o cristão está dando a maior prova de sua lealdade ao governo. Ele está ao lado de
princípios fundamentais e, ao procurar induzir o governo a restringir suas atividades àquela esfera
que Deus, com justiça lhe designou, estará prestando o mais alto serviço.
1864 - Na data de 2 de agosto de 1864, em Battle Creek, Michigan, então sede da Igreja, a
Mesa Administrativa da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia endereçou uma carta ao
governador do estado de Michigan, na qual foi feita a seguinte declaração:
“A denominação de cristãos que se chamam Adventistas do Sétimo Dia, tomando a Bíblia
como sua regra de fé e prática, são unânimes em seu ponto-de-vista de que seus ensinos são contra
o espírito e a prática da guerra; daí, objetarem sempre conscienciosamente ao porte de armas.”
Com uma declaração de lealdade ao Governo, solicitaram ao governador do estado onde
estava localizado o escritório central, que endossasse seu pedido de reconhecimento como não-
combatentes, com voto do Congresso. No dia seguinte, dia 3 de agosto, o governador Austin Blair,
emitiu a declaração que segue:
“Estou satisfeito por encontrar correta a anterior declaração dos Adventistas do Sétimo Dia
quanto a seus princípios e práticas. Eles tem direito a todas as imunidades garantidas por lei àque-
les que conscientemente se opõem ao porte de arma e ao envolvimento em guerras.”
A declaração anterior, com o endosso do governador de Michigan, foi apresentada dia 30 de
agosto de 1864 ao Governo de Washington. Dia 1º. de setembro, o Marechal se manifestou quanto
ao método de estabelecer o ‘status’ de não-combatentes.
1865 - O seguinte voto foi tomado pela Associacão Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, em
Assembléia Geral realizada em Battle Creek, Michigan, dia 17 de maio de 1865:
“Resolvido que reconheçamos o governo civil como ordenado por Deus; que a ordem, a
justiça e a paz sejam mantidas na terra e que o povo de Deus possa viver vidas sossegadas e
pacíficas em toda piedade e honestidade.
O cristão tem o apoio das Escrituras Sagradas quanto a se manter fiel a suas convicções.
Quando se requereu de Daniel, sob pena de morte, que obedecesse à lei dos Medos e Persas,
contrária ao mandado expresso de Deus, ele firmemente prestou obediência a Deus. E, quando foi
Tais exemplos não estão restritos apenas ao Antigo Testamento. O apóstolo Pedro e seus
companheiros foram colocados em circunstâncias semelhantes. Ordenado a não pregar em nome
de Jesus, o apóstolo respondeu: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (Ato. 5:29).
Deus mostrou Sua aprovação através do grande poder de Seu espírito, que os acompanhou em seus
labores.
De todos os homens, o cristão não deveria ser aquele que ofendesse. Deve ser pacífico,
ordeiro, honesto, bom vizinho, cumpridor da lei. Cada relação na vida deveria ser regulada por
sincera devoção a Deus e a seus semelhantes. Deveria amar a Deus supremamente e a seu próximo
como a si mesmo. Amor a Deus e ao homem, é sobre estes dois grandes princípios que estão a lei
e os profetas.
As seguintes declarações foram feitas durante os dias da Guerra Civil entre os Estados Ame-
ricanos:
“Devemos agir com grande cautela. ‘Se for possível, quanto estiver em vós tende paz com
todos os homens.’ Podemos obedecer a essa admoestação e não sacrificar um princípio de nossa fé.
Satanás e suas hostes estão em guerra contra os guardadores dos mandamentos e trabalhará para
colocá-los em posições tentadoras. Não devem eles, por falta de discernimento, deixar-se levar”
(Testimonies, vol. 1, p. 356).
“Aqueles que estariam mais bem preparados para sacrificar até mesmo a vida, se necessário,
em vez de se colocarem numa posição em que não pudessem obedecer a Deus, são os que menos
falam. Não se ufanam. Sentem e meditam mui profundamente, e suas sinceras orações ascendem
ao Céu, pedindo sabedoria para agir e graça para resistir. Aqueles que sentem que, no temor de
A Guarda do sábado
Nossos crentes que forem convocados para serviços militares, acharão, sem dúvida, mais
difícil observar o sábado no exército do que em outros tempos, mas assim mesmo temos certeza de
Durante os anos de 1860 a 1863, enquanto se davam os últimos passos em direção à organi-
zação da igreja, os líderes de nossa denominação enfrentavam, com crescente intensidade, outras
novas e graves perplexidades. A luta política nos Estados Unidos, culminando com a Guerra Civil,
trouxe ao “front” um grande número de problemas cuja solução afetou não somente sua relação
para com os problemas comuns, mas que deveriam moldar a política da igreja durante tempos
ainda mais turbulentos de conflitos internacionais. Naturalmente, ao se desenvolver a crise da
Guerra Civil, os membros da igreja olhavam para os líderes, particularmente a Tiago e Ellen White,
esperando algum pronunciamento concernente à atitude que deveriam tomar quanto às novas situ-
ações.
Felizmente não havia divisões ou seitas entre os adventistas guardadores do sábado. Enquan-
to seu trabalho se havia expandido rapidamente de leste a oeste, não havia, antes da Guerra Civil,
penetrado nos estados sulistas, pró-escravatura. Aqueles que haviam aceito a mensagem estavam
unidos em sua oposição aos princípios da escravidão humana. Tinham patriótica simpatia pela
causa dos estados do Norte e pelo governo da União, em Washington. Sua atitude era tal que, nos
últimos anos da guerra, puderam declarar às autoridades civis que “os Adventistas do Sétimo Dia
são rigidamente contrários à escravidão, leais ao governo e simpatizantes com ele contra a rebe-
lião.” (The Views of Seventh-day Adventists Relative to Bearing Arms, p. 7, 1864)
A despeito de seu ponto-de-vista comum, haviam perigos esperando pela nova e crescente
igreja. Havia o perigo de que as mentes do povo se tornassem tão absorvidas em questões políticas,
que se afastassem de seu trabalho de proclamar a mensagem. E havia o perigo de que o público
perdesse o interesse na mensagem, ao dirigir sua atenção às questões nacionais.
Ambos os perigos foram previstos por Tiago White. No fim do verão de 1860, quando estava
no clímax a excitação motivada pela eleição presidencial, ele apresentou uma nota editorial de
advertência contra o deixar-se levar por controvérsias políticas. Aconselhou os ministros a condu-
zir seus esforços “em lugares pequenos, longe do calor das lutas políticas,” ou a suspendê-los
durante a época da campanha. Ele sabiamente evitou condenar ou advogar a causa do exercício do
voto, declarando:
“Não estamos preparados para provar, pela Bíblia, que seria errado um cristão fiel à
terceira mensagem angélica, de maneira compatível com sua profissão de fé, apresen-
tar seu voto. Não o recomendamos nem a isso nos opomos.” Review and Herald, 21 de
agosto de 1860 (1)
Abraão Lincoln, o candidato republicano à presidência, ao passo em que não interferia no
assunto da escravidão onde ela já existia, comprometeu-se a se opor a ela, evitando que se alastras-
se em novos territórios. Era natural que os eleitores, entre nosso povo, dessem a ele seu voto. E sua
eleição, em novembro, foi seguida, em poucas semanas, pelo início da secessão dos estados sulinos.
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A Carolina do Sul aprovou a secessão dia 20 de dezembro de 1860. Votos semelhantes foram
aprovados em três dias sucessivos - 9, 10 e 11 de janeiro - em Mississipi, Flórida e Alabama,
respectivamente, e a 1º. de fevereiro, Georgia, Louisiana e Texas se haviam unido a eles no
hasteamento da bandeira dos “Estados Confederados da América.” Desta forma, sete estados se
haviam separado antes da posse de Lincoln, a 4 de março de 1861.
Visão em Parkville
Esta convocação de 75.000 voluntários para o exército federal foi rápida e entusiasticamente
recebida. Quando se preencheram as quotas determinadas para cada estado, região e município,
foram recusadas novas inscrições. Em Battle Creek, após concentração de massa em 20 de abril,
presenciada por mais de 1.000 cidadãos, 71 voluntários se alistaram. Na manhã seguinte vieram
outros, que foram desapontados porque o número já havia sido completado.
O presidente Lincoln convocou o Congresso para uma reunião especial no dia 4 de julho de
1861. O Congresso imediatamente se dedicou à organização da guerra, suas finanças, e autorizou a
formação de um exército de 500.000 voluntários. Antes do término da sessão especial, as forças do
norte e do sul se encontraram em combate, a 21 de julho de 1861, na Batalha de Bull Run, em
Manassas, Virginia, umas 30 milhas ao sul de Washington. A desencorajadora derrota das forças do
Norte enfatizou sua falta de preparo para a guerra. Mas havia outras razões para esse fracasso e a
falta de uma vitória decisiva para ambos os lados. A cortina foi afastada para Ellen White, numa
visão em Roosevelt, New York, dia 3 de agosto, exatamente duas semanas após o conflito de
Manassas, e se lhe permitiu ver o que aconteceu. Acerca desses episódios ela escreveu um artigo
intitulado “A Escravidão e a Guerra”, publicado em Review, dia 27 de agosto de 1861 e reimpresso
em Testimonies, vol.1:
“Tive uma visão da desastrosa batalha em Manassas, Virgínia. Foi uma cena muito
comovente e confrangedora. O exército do Sul tinha tudo a seu favor e estava prepara-
do para um combate terrível. O exército do Norte avançava em triunfo, sem nenhuma
dúvida de que seria o vencedor. Muitos eram arrojados e marchavam arrogantemente
como se a vitória já fosse sua.
Ao se aproximarem do campo de batalha, muitos já estavam desmaiando por causa do
cansaço e da necessidade de refrigério. Não esperavam um encontro tão feroz. Corre-
ram para a luta e batalharam brava e desesperadamente. Os mortos e moribundos esta-
vam em ambos os lados. Tanto o Norte como o Sul sofriam severamente. Os homens
sulistas sentiam a batalha e por um pequeno período de tempo foram forçados a recuar.
Os nortistas estavam pressionando, embora a destruição em seu meio fosse muito gran-
de.
Exatamente então, um anjo desceu e acenou sua mão para trás. Instantaneamente hou-
ve confusão nas fileiras. Parecia aos homens do Norte que suas tropas se estavam reti-
rando, quando na verdade não era assim, e uma retirada começou precipitadamente.
Isto me pareceu maravilhoso.
Então ficou claro que Deus tinha esta nação em Suas próprias mãos e não permitiria
que vitórias fossem ganhas com mais rapidez do que Ele ordenava, e que não permiti-
ria mais perdas aos homens do Norte do que em Sua sabedoria Ele julgasse necessário,
para puni-los por seus pecados. ...Esse repentino retrocesso das tropas do Norte é um
mistério para todos. Não sabem que a mão de Deus interveio na questão.” (Testimonies,
vol.1, pp. 266-267)
Os “pecados” do Norte, aqui referidos, significam o fato de ser tolerada a escravidão e os
esforços por apenas confiná-la aos estados onde já existia, em vez de libertar todos os escravos.
Enquanto a guerra prosseguia, foram proclamadas convocações pelo Presidente para mais
soldados. Requereu-se que cada estado fornecesse uma certa quota de homens para cada convoca-
ção sendo, por sua vez, apresentada uma quota a cada região, cidade e distrito. Se o número dos que
Dificuldades no campo
Enfrentando a convocação
O ano de 1862 testemunhou contínuos e inexplicáveis reveses para as forças do Norte, e mais
e mais homens se tornaram necessários. Até esse tempo, o exército da União fora inteiramente
suprido com homens recrutados em base de alistamento. Os Adventistas do Sétimo Dia, com seus
pontos de vista sobre a guarda do sábado e a não-combatividade, não se haviam alistado e isso
levou alguns observadores a questionar sua lealdade ao governo. Ellen White escreveu:
“A atenção de muitos se voltou para os guardadores do sábado, porque não manifesta-
vam grande interesse na guerra e não se apresentavam como voluntários.” (Testimonies,
vol.2, p. 356)
E ela comentou:
“Era necessário agir com sabedoria, para desfazer a suspeita levantada contra os
guardadores do sábado. Devemos agir com grande cautela. ‘Se possível, quanto estiver
em vós, vivei em paz com todos os homens.’ Podemos obedecer a essa admoestação,
sem sacrificar um princípio de nossa fé. Satanás e suas hostes estão em guerra contra os
guardadores dos mandamentos e trabalhará para levá-los a posições probantes. Eles
não devem, por falta de discrição, deixar-se levar até lá.” (Testimonies, vol.1, p. 356,
janeiro de 1863)
Todos podiam perceber que uma convocação era inevitável e não muito distante. Como de-
veriam os Adventistas do Sétimo Dia relacionar-se com a convocação, quando esta chegasse, era a
pergunta nas mentes de quase todos.
Nessa conjuntura, numa tentativa de dar orientação aos que achavam difícil chegar a uma
conclusão, o pastor White publicou em Review and Herald de 12 de agosto de 1862 um editorial
intitulado “A Nação”. Aqui, depois de declarar as razões por que os Adventistas do Sétimo Dia
simpatizavam com a causa do governo na guerra que estava sendo travada, e por que não podiam
conscientemente apresentar-se como voluntários para o serviço bélico, diz ele, falando de uma
possível convocação por parte do governo:
A essa altura, a Igreja recebeu orientação por meio do Espírito de Profecia. Em janeiro de
1863 foi anunciado na Review o “Testimony for the Church”, nº. 9, com a declaração de que contin-
ha instruções referentes “à guerra e o nosso dever em relação a ela.”
Este não foi o primeiro artigo dos testemunhos fazendo referência à Guerra Civil, mas foi o
primeiro a dar conselho específico relacionado à convocação, ao alistamento, etc. Um artigo
intitulado “O Norte e o Sul” (Vol. 1, pp. 253-260), publicado um ano antes (janeiro de 1862),
ajudou a esclarecer, na mente dos Adventistas do Sétimo Dia, os verdadeiros problemas da guerra.
E houve também um segundo artigo, intitulado “A Escravidão e a Guerra”, apresentando a visão de
3 de agosto de 1861.
Mas foi nesse capítulo, “A Rebelião”, publicado em janeiro de 1863 e agora incluído nos
Testimonies, Vol.1, que entrou em discussão o recrutamento que parecia inevitável. Foi revelado à
Sra. White que Deus considerava a nação responsável pelo pecado da escravatura, e que tanto o
Norte como o Sul seriam punidos. Com referência ao desfecho da guerra, disse ela:
“Deus não está ao lado do Sul, e ele o punirá terrivelmente no final. ...Vi que Deus não
entregaria o exército do Norte inteiramente nas mãos de um povo rebelde, para ser
destruído por seus inimigos. ...Vi que tanto o Sul como o Norte estavam sendo castiga-
dos.
Com relação ao Sul, minha atenção foi voltada a Deu. 32:35-37 ‘Minha é a vingança e
a recompensa, ao tempo que resvalar o seu pé, porque o dia da sua ruína está próximo,
e as cousas que lhes hão de suceder, se apressam a chegar.” (Testimonies, Vol.1, pp.
359, 365, 368)
Com respeito a alguns que ousadamente asseveraram que prefeririam morrer a submeter-se
ao recrutamento, e que haviam criticado a posição tomada por Tiago White e outros líderes, o
Testemunho declarou:
“Vi que aqueles que haviam falado tão decididamente sobre a sua recusa em obedecer
a um recrutamento, não entendem de que estão falando. Se na realidade fossem convo-
cados e, recusando-se a obedecer, fossem ameaçados com aprisionamento, tortura ou
morte, voltariam atrás e então, veriam não estarem preparados para tal emergência.
Não suportariam a prova de sua fé. O que julgavam ser fé era apenas fanática presun-
ção.” (Testimonies, Vol.1, p. 357)
A seguinte excelente advertência foi dada contra o manter uma atitude ousadamente confian-
te em relação à maneira de enfrentar a futura crise:
“Aqueles que estão mais bem preparados para sacrificar inclusive a própria vida, se
necessário, em vez de se colocarem numa posição na qual poderiam não obedecer a
Deus, são os que menos tem a dizer. Não se vangloriariam, meditariam muito e suas
sinceras orações ascenderiam ao Céu, suplicando sabedoria para agir, e graça para
suportar. Aqueles que sentem que no temor de Deus não podem conscienciosamente se
envolver nesta guerra, ficarão bem quietos, e quando interrogados, simplesmente de-
clararão o que tem obrigação de dizer para responder à pergunta do inquiridor, e então
deixarão claro que não simpatizam com a Rebelião.” (Testimonies, Vol.1, p. 357)
Ellen White volta-se para certas fases muito práticas da crise dos tempos. Com referência à
nossa lealdade para com o governo, ela escreveu:
“Vi que era nosso dever em cada caso obedecer às leis de nossa terra, a menos que elas
estejam em conflito com a lei mais alta que Deus proferiu com voz audível no Sinai, e
depois gravou em pedra com Seu próprio dedo. ‘Porei as minhas leis em suas mentes e
as escreverei em seus corações; eu lhes serei Deus e eles serão para mim um povo.’
‘Aquele que tem a lei de Deus escrita no coração, obedecerá a Deus e não aos homens,
e mais prontamente desobedecerá a todos os homens do que se desviará dos manda-
mentos de Deus. O povo de Deus, ensinado pela inspiração da verdade e guiado por
uma boa consciência para viver através de cada palavra de Deus, tomará Sua lei, escrita
em seus corações, como a única autoridade a quem reconhecem obedecer. A sabedoria
e autoridade da lei divina são supremas.” (Testimonies, Vol.1, p. 361)
Com o princípio estabelecido de que o cristão deve obedecer às leis do país, a menos que
estejam em conflito com a lei mais alta de Deus, Ellen White chega a um ponto muito crítico,
aquele do recrutamento que não prevê a liberdade da consciência. Citamos o seguinte parágrafo do
testemunho:
“Foi-me mostrado que o povo de Deus, que é Seu peculiar tesouro, não pode se envol-
ver nesta desconcertante guerra, pois ela se opõe a todos os princípios de sua fé. No
exército não podem obedecer à verdade e ao mesmo tempo obedecer às exigências de
seus oficiais. Haveria uma contínua violação da consciência. Homens mundanos são
governados por princípios mundanos. ...Mas o povo de Deus não pode ser governado
por esses motivos...
Aqueles que amam os mandamentos de Deus, concordarão com todas as boas leis da
terra. Mas se as exigências dos governantes são tais, que entrem em conflito com as
leis de Deus, a única pergunta a ser feita é: -Obedeceremos a Deus ou aos homens?”
(Testimonies, Vol.1, pp. 361-362; grifo nosso)
O leitor deve ter em mente que quando esta declaração foi publicada, em janeiro de 1863,
ainda não havia sido promulgada a convocação. Todo o serviço militar nas forças da União era
feito em base de alistamento simplesmente. Um homem entrava no exército através de apresenta-
ção voluntária de seus serviços e ao mesmo tempo se colocava, sem reservas, às ordens de seus
oficiais. Havia um agudo conflito com o quarto e sexto mandamentos da lei de Deus. Nada estava
previsto quanto à guarda do sábado e a não-combatividade. “No exército” não podiam “obedecer à
verdade e ao mesmo tempo obedecer às exigências de seus oficiais.”
Deveríamos fazer uma pausa para observar nessa conjuntura que muitos interpretam essa
declaração de que “no exército”, (os Adventistas do Sétimo Dia) “não podem obedecer à verdade e
ao mesmo tempo obedecer às exigências de seus oficiais” (Testimonies, vol. 1, p. 361) como signi-
ficando que em tempo algum e sob nenhuma circunstância pode um Adventista do Sétimo Dia ser
O Sr. Fry declarou ao pastor Andrews que ele interpretava a cláusula de isenção da lei do
alistamento como aplicando-se a qualquer denominação que mantivesse pontos de vista de não-
combatividade, e expediu ordens a todos os marechais de acordo com essa interpretação da cláusu-
la de isenção. Deu instruções pormenorizadas quanto à maneira em que nossos irmãos deveriam
agir, se convocados, a fim de receberem o privilégio da isenção através do pagamento de $ 300,00
ou serem designados a serviço de não-combatividade. Muitos dos convocados tiraram proveito da
cláusula de isenção pelo pagamento dos $ 300,00. Mas alguns dos que foram recrutados requere-
ram uma designação para trabalhos de não-combatividade.
Para não faltar à verdade, declaramos que certo número de irmãos, tendo sido convocados,
entraram no exército em fins de 1864 e foram tratados injustamente pelos oficiais locais, que se
recusaram a reconhecer a provisão feita na lei. Sob as mais probantes circunstâncias, nossos jovens
permaneceram leais ao Deus do céu, enquanto cumpriam seus deveres para com os semelhantes.
Nessas circunstâncias foi levantada uma pergunta, e com razão: “Deu o Senhor luz a Ellen
White a respeito da orientação a ser dada aos líderes da igreja quanto aos passos tomados em 1863
e 1864, relativamente ao serviço militar, ou aprovando o procedimento seguido?”
Essa pergunta é vitalmente importante para nós hoje, pois a posição da denominação com
respeito ao serviço militar está baseada na “posição histórica” tomada nos dias da Guerra Civil.
Nos conselhos de “Testomonies for the Church”, vol. 1, onde se trata desse período de nossa
história, não há informação direta quanto a esse ponto. Depois de janeiro de 1863 não há pronunci-
amentos relativos à Guerra Civil ou ao recrutamento. Não tivesse a guerra terminado num período
de tempo tão curto depois da efetivação do recrutamento com todos os seus problemas, e sem
dúvida teria sido publicado algum conselho. É lógico concluir por inferência que, ao sentirem os
líderes da obra sua preocupação sobre essa questão crucial, mantiveram estreito contato com a Sra.
White, e que foram guiados pela luz que ela recebeu do Senhor. É igualmente lógico concluir que,
se na ausência de qualquer luz eles tomaram uma posição com referência ao serviço militar, em
desarmonia com a vontade de Deus, o Senhor lhes teria enviado uma mensagem quanto a isso, e o
procedimento teria sido alterado por conselhos corretivos. Tudo isso parece razoável e lógico.
Mas não fomos deixados apenas com inferências e conclusões lógicas sobre o assunto de
tanto interesse e vital importância para nossos rapazes ao redor do mundo. É realmente gratificante
observar que os líderes da igreja foram avante com cuidado e oração, enfrentando as crises à medi-
da que surgiam, encontrando “posições históricas” que nós, como denominação, adotamos com
referência à convocação. Eles assim fizeram em harmonia com a luz dada por Deus através do
Espírito de Profecia. Ellen White fez referência direta a isso, umas duas décadas após o término da
Guerra Civil, numa carta a líderes da igreja, pastores G.I. Butler, presidente da Associação Geral, e
S. N. Haskell, pioneiro executivo e evangelista. Ellen White, então na Europa, tinha diante dela
certas perguntas que esses irmãos lhe haviam formulado e, ao responder, olha para trás e comenta,
com referência à conveniência de os líderes da igreja procurarem uma saída para medidas opressi-
vas:
“Os irmãos perguntam com respeito à atitude adequada para assegurar os direitos de
nosso povo quanto ao culto, de acordo com os ditames de sua consciência. Isto tem
sido um fardo sobre minha alma por algum tempo, quer fosse uma negação da nossa fé,
Um convite à Oração
Ao continuar, em 1865, o conflito entre as forças do Norte e do sul, o presidente Lincoln fez
outra convocação e desta vez para 300.000 homens. Os líderes adventistas estão consternados.
Sobre o significado que isso teria sobre a igreja, escreveu o pastor White:
“Conta-se que no próximo recrutamento será alistado um entre cada três homens fisi-
camente aptos. Supõe-se que essa proporção de Adventistas do Sétimo Dia será envol-
vida, isto é, um em três. Nesse caso, se cada um pagasse os $ 100,00, isso seria sufici-
ente para pagar $ 300,00 por todos os convocados no próximo recrutamento.” (Review
and Herald, 24 de janeiro de 1865.)
Depois de encabeçar a lista, com seu próprio compromisso de doar cem dólares para um
fundo em benefício especialmente de seus coobreiros, Tiago White instou com outros para que se
unissem a ele, e concluiu com estas palavras: “Se esta guerra continuar, somente Deus saberá o que
pode acontecer mesmo com os não-combatentes.”
Num enfático editorial, na semana seguinte, o pastor White expressou sua convicção pessoal,
dizendo que a impressionante petição do anjo de Apocalipse 7:3: ‘Não danifiqueis a terra, nem o
mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado nas suas testas aos servos do nosso Deus’, simbo-
lizava a fervorosa oração da parte do leal povo de Deus naquele período da terrível guerra america-
na. Recomendou ele aos membros da igreja:
“Que a oração e ação de graças por aqueles em autoridade constituam uma parte ade-
quada do serviço sabático e outros tipos de culto público, bem como das devoções
familiares e particulares.
O segundo sábado de cada mês seja preparado especialmente para jejum e oração,
tendo em vista esta atual guerra, terrível, e as relações peculiares que não-combatentes
sustentam com o governo, para que continuem gozando de liberdade de consciência,
vivendo vidas pacíficas e tranqüilas em toda piedade e honestidade.” (Review and
Herald, 31 de janeiro de 1865.)
Essa recomendação pessoal foi formalmente adotada pela Mesa Administrativa da Associa-
ção Geral, que fez especialmente um apelo para a dedicação do segundo sábado de fevereiro como
um dia de jejum e oração pelos objetivos especificados no artigo do pastor White. Algumas sema-
nas mais tarde outro apelo para a humildade e oração foi feito pela Mesa Administrativa, num
artigo de duas colunas, intitulado “Chegou o tempo para o Cumprimento de Apocalipse 7:3.” Os
irmãos foram incentivados a colocarem de lado quatro dias, de quarta-feira, 1º. de março, a sábado,
Quando Ellen White, em atendimento ao convite da Associação Geral, passou dois anos
trabalhando na Europa (1885-1887), viu-se face a face com os problemas que nossos rapazes de lá
precisavam enfrentar no que dizia respeito ao serviço militar. Enquanto vivia no edifício-sede em
Basiléia, Suíça, erigido para servir como centro de onde nossa obra na Europa devia ser dirigida,
três dos rapazes empregados na tipografia, no andar térreo, foram convocados para prestar suas três
semanas no exercício militar compulsório, requeridas anualmente de cada rapaz da Suíça. Não
havia sido dado nenhum conselho para que os rapazes resistissem ou desconsiderassem tal convo-
cação, nem que recusassem vestir os uniformes do país, requeridos em tal serviço. A referência
feita por Ellen White naquela época, em relação à experiência, é esclarecida:
“Demos adeus a três jovens de responsabilidade no nosso escritório, e que foram con-
vocados pelo governo para três semanas de treino. Estávamos numa importante fase de
nosso trabalho na casa publicadora, mas o chamado do governo não se acomoda às
nossas conveniências. As ordens exigem que os jovens aceitos como soldados não
negligenciem o exercício de treino essencial para o serviço militar. Estávamos conten-
tes por ver que esses três homens em seu regime tinham insígnia de honra pela fidelida-
de em seu trabalho. Eram jovens leais. Não foram porque queriam ir, mas porque as
leis de sua nação assim exigiam. Demo-lhes uma palavra de encorajamento a serem
fiéis soldados da Cruz de Cristo. Nossas orações acompanharam a estes jovens, a fim
de que anjos de Deus fossem com eles e os guardassem da tentação.” (Ellen White,
carta 23, 1886)
“Chegamos à conclusão lógica, pois, que através dos anos, a senhora White reconheceu o
dever dos jovens de servirem seu país, quando convocados para o serviço militar.”
Quando explodiu a I Guerra Mundial, Ellen White tinha idade bem avançada e não deu
instrução alguma por escrito quanto aos deveres de nossos homens para com as exigências do
serviço militar. Em conversa pessoal ela aconselhou contra a atitude de desafiar as autoridades
militares.
Assim, através dos anos, encontramos uma consistência na instrução e nos conselhos, que
nos dão a certeza de a igreja, ao encontrar a solução para o problema relacionado à atitude que seus
jovens deveriam tomar durante o serviço militar, fê-lo em harmonia com os conselhos do Espírito
de Profecia, dados por Deus para orientar e guardar Seu povo.
Nenhum Adventista do Sétimo Dia deveria ficar só nesta passagem, porém deveria insistir
em analisá-la e avaliá-la à luz, de Lev. 23, do Sermão do Monte e do completo corpo das cartas de
Paulo. Quando isto é feito, é revelado que, em Col. 2:16-17, nem tudo significa o que a primeira
vista parece significar. Embora pareça significar que Paulo proscrevesse completamente o sábado
do sétimo dia, um estudo mostra que ele está falando apenas de certos sábados anuais, cerimoniais
(Lev. 23) e que em realidade, Paulo (juntamente a Cristo) fortemente endossa e estabelece os dez
mandamentos, com seu Sábado semanal (Rom. 3:31; Mat. 5:17-18; Rev. 14:12, 12:17, etc.).
Em FÉ pág. 82, Ellen White, diz;
“Tendes pensamentos que não ousais exprimir, de poderdes um dia alcançar as alturas
da grandeza intelectual; de poderdes assentar-vos em conselhos deliberativos e
legislativos, cooperando na elaboração de leis para a nação? Nada há de errado nessas
aspirações.”
Não é difícil ver agora, tomando-se só este texto, que poderia parecer significar para alguns
que Ellen White endossa uma carreira em política e que os jovens adventistas poderiam de maneira
correta aspirarem ser congressistas e senadores. Contudo, como no caso de Col. 2:16-17, esta
afirmação, quando tomada no contexto complexo dos escritos de Ellen White, não é encontrado a
querer dizer o que parece significar a primeira vista, antes porém todos os outros diferem-se do
Espírito de Profecia e visto a rogar a todos os adventistas a não entrarem em política, mas deixá-la
de lado.
Sentar-se ao estar em pé
54
que crescem como Daniel no seu lar judaico, estudando a palavra e as obras de Deus, e
aprendendo as lições do serviço fiel, ainda se levantarão nas assembléias legislativas, nas
cortes de justiça, ou nos paços reais, como testemunhas do Rei dos reis. Multidões serão
chamadas para um ministério mais amplo. O mundo todo se está abrindo para o evangelho.
(Educação, 262, publicado em 1903)
(2) “Os membros da igreja serão individualmente provados. Serão colocados em circunstâncias em
que se verão forçados a dar testemunho da verdade. Muitos serão chamados a falar diante de
concílios e em tribunais de justiça, talvez separadamente e sozinhos. A experiência que os
haveria ajudado nesta emergência, negligenciaram obter, e sua alma se acha opressa de re-
morsos pelas oportunidades desperdiçadas e os privilégios que negligenciaram.” (TS, vol. II,
164/5, publicado em 1882)
(3) “O Senhor deseja que obtenhamos toda instrução possível, com o escopo em vista de partilhar
com outros nosso conhecimento. Ninguém pode saber onde nem como será chamado para
labutar ou falar para Deus. Somente nosso Pai celeste vê o que pode fazer do homem. Há
perante nós possibilidades que nossa fraca fé não discerne. Nossa mente deve estar tão ades-
trada que, se necessário, possamos expor as verdades da palavra de Deus perante as mais
altas autoridades terrenas, de maneira tal que glorifique Seu nome. Não devemos perder
oportunidade alguma de nos prepararmos intelectualmente para a obra de Deus.” (Parábolas
de Jesus, 333/4, publicado em 1900)
(4) “Ignorais aonde vos poderão convidar a ser testemunhas da verdade. Muitos terão de se apre-
sentar nas cortes legislativas, alguns perante reis e diante dos doutores da Terra, para respon-
derem por sua fé. Os que não tem senão um superficial conhecimento da verdade, não serão
capazes de expor claramente as Escrituras e dar razões definidas da fé que possuem. Ficarão
confusos, e não serão obreiros que não tem de que se envergonhar. Que ninguém imagine não
precisar estudar” (FE, 217, originalmente publicado na RH. 14/02/93)
(5) “Se jamais necessitamos de manifestar bondade e genuína cortesia, é agora. Talvez tenhamos
de pleitear mui diligentemente com os conselhos legislativos pelo direito de adorar a Deus
segundo os ditames da consciência. Assim designou Deus em Sua providência que as reivin-
dicações de Sua lei sejam levadas perante homens em posições de mais alta autoridade. Ao
nos encontrarmos, porém, em presença desses homens, não devemos manifestar sentimentos
amargos. Devemos orar constantemente por auxílio divino. Unicamente Deus é que pode
segurar os quatro ventos até que Seus servos estejam selados na fronte.” (2ME, 375, publica-
do originalmente na RH. 11/02/1904)
1- O comparecimento diante de concílios e assembléias legislativas com as quais Ellen White está
tratando são ocasiões quando os homens necessitaram levantar-se pela verdade de Deus e liber-
dade religiosa. Não como legisladores de carreiras ligados a questões políticas ordinárias.
2- Sua grande preocupação com respeito a estes futuros acontecimentos é a preparação agora.
“Que ninguém imagine não precisar estudar.” “O êxito em qualquer coisa que empreendamos
exige um objetivo definido.” “Se nós quisermos evitar remorso pelas oportunidades
desperdiçadas.” “Não devemos perder oportunidade alguma de preparar-nos intelectualmente
para a obra de Deus.”
Num sentido amplo, sim, e convenientemente, também em um sentido mais individual, ver-
bal e palavra por palavra, não. A própria Ellen White diz da Bíblia e de seus escritos:
“A Bíblia é escrita por homens inspirados, mas não é a maneira de pensar e exprimir-se
de Deus. Esta é da humanidade. Deus, como escritor, não Se acha representado. Os
homens dirão muitas vezes que tal expressão não é própria de Deus. Ele, porém, não Se
pôs à prova na Bíblia em palavras, em lógica, em retórica. Os escritos da Bíblia foram
os instrumentos de Deus, não Sua pena. Olhai os diversos escritores.”
É a tese deste artigo que quando a Sra. White falou de “Assentar-vos em conselhos deliberativos
e legislativos cooperando para a elaboração de leis para a nação”, ela disse tudo certo, porém não
queria dizer o que alguns pensam que ela dizia. O que ela quis dizer aqui (em FE, 82) é o mesmo
que ela quis dizer em todos os outros lugares onde referiu-se à necessidade de presente preparação
em vista das futuras experiências em concílios legislativos, isto é, que um jovem deveria preparar-
se hoje para que quando no futuro, chamarem-no a estar de pé em Assembléias Legislativas ele
esteja pronto para servir a Deus honrosamente. “Como uma testemunha do Rei dos reis.”
Isto nos traz a uma questão fundamental; deve este testemunho ser meramente tomado como
um conselho temporário ligado a uma circunstância especial no passado ou é a expressão de um
princípio permanente?
O próprio testemunho tem muito que soa com um “princípio permanente”, porém para uma
compreensão correta e útil examinar uma afirmação de Ellen White, relacionada ao assunto, escrita
por volta da mesma data. (DN, foi publicado em 1898)
O governo sob o qual Jesus viveu era corrupto e opressivo, chamavam de todo lado os abu-
sos/extorsões, intolerância e abusiva crueldade. Não obstante, o Salvador não tentou nenhuma
reforma civil. Não atacou nenhum abuso nacional, nem a administração dos que se achavam no
poder. Aquele que foi o nosso exemplo, conservou-se afastado dos governos terrestres. Não porque
fosse indiferente às misérias do homem, mas porque o remédio não residia em medidas meramente
humanas e externas. Para ser eficiente, a cura deve atingir o próprio homem, individualmente e
regenerar o coração.
Não pelas decisões dos tribunais e conselhos, nem pelas assembléias legislativas, não pelo
patrocínio dos grandes do mundo, há de estabelecer-se o reino de Cristo, mas pela implantação de
Sua natureza na humanidade, mediante o operar do Espírito Santo. “A todos quantos O receberam,
deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no Seu nome, os quais não nasce-
ram do sangue, nem da vontade do varão, mas de Deus.” Aí está o único poder capaz de erguer a
humanidade. E o instrumento humano para a realização dessa obra é o ensino e a observância da
palavra de Deus.
Quando o apóstolo Paulo começou seu ministério em Corinto, populosa, rica e ímpia cidade,
poluída pelos inomináveis vícios do paganismo, disse: “Nada me propus saber entre vós, senão a
Jesus Cristo, e Ele crucificado.” Escrevendo posteriormente a alguns que foram corrompidos pelos
mais vis pecados, pôde dizer: “Mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis
sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito de nosso Deus.” “Sempre dou graças ao
meu Deus por vós pela graça de Deus que vos foi dada em Jesus Cristo.”
Hoje, como no tempo de Cristo, a obra do reino de Deus não se acha a cargo dos que recla-
mam o reconhecimento e apoio dos dominadores terrestres e das leis humanas, mas dos que estão
Embora os adventistas tenham através de sua história tido o privilégio de votar, para poder
deste modo influir nos acontecimentos, (especialmente aqueles que se relacionavam com o fabrico
e venda de bebidas alcoólicas e a liberdade religiosa), os líderes da Igreja e Ellen G. White tem com
clareza aconselhado a Igreja a não se envolver em política partidária ou em controvérsia de nature-
za política. Somos apolíticos. Em 1856, o Pastor Uriah Smith, declarou a posição dos adventistas
como sendo de “neutralidade em política.”
Neste particular devemos seguir o exemplo de Cristo. “Por mais de uma vez, Cristo foi soli-
citado a decidir questões políticas e jurídicas, mas recusava-se a interferir em assuntos temporais.
...Ele ocupava no mundo o lugar de cabeça do grande reino espiritual para cujo estabelecimento
aqui viera, o reino da justiça.” (OE, 396 § 2). Para tal, lançaria mão dos recursos celestiais.
No entanto, no sentido de garantir a liberdade religiosa e de favorecer a causa de Deus, em
geral não devemos dispensar a influência dos que tem poder temporal. Procurando ao fazê-lo, não
misturar religião com política.
“O Senhor ainda toca no coração dos reis e governadores em favor do Seu povo, e
compete aos que estão tão profundamente interessados na questão da liberdade religi-
osa não dispensar quaisquer favores ou eximir-se do auxílio que Deus tem movido os
homens a dar para o avanço de Sua causa.” (TN, 202)
Num editorial que apareceu na Review and Herald, de 13 de setembro de 1928, o Pastor F. M.
Wilcox, escreveu:
A Igreja e a Política
“É privilégio de cada indivíduo exercer o direito de voto. Ninguém tem autoridade para
negar-lhe este privilégio. A Igreja Adventista do Sétimo Dia não procura ditar a seus
membros como devem votar, ou se devem votar. Isto é deixado a critério de cada um
agir dentro de seu próprio julgamento no temor de Deus.” (extraído de Publicações de
Ellen G. White, Associação Geral da IASD. Washington 12, DC. - 14 de agosto de 1952
- Arthur L. White)
“Embora o membro individual da Igreja tenha o direito, se assim ele quiser, de votar, a
Igreja em si deve manter-se inteiramente fora de política. É uma coisa os membros
individuais da igreja votarem, e outra coisa estes mesmos indivíduos em suas capaci-
dades da Igreja procurarem influenciar medidas políticas.” (Idem)
Em 1859, nossos pioneiros, em Battle Creek, ao se defrontarem com determinados proble-
mas locais em época de eleições, procuraram encontrar o caminho quando preocupados com suas
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responsabilidades como cidadãos de uma comunidade. O Pastor Tiago White e o irmão Andrews,
segundo registro feito no diário de Ellen G. White em 1859, “consideraram melhor por sua influên-
cia a favor do direito e contra o erro.” Acharam que deviam votar a favor dos melhores homens que
se candidataram a cargos oficiais na cidade, “em vez de, por seu silêncio, correrem o risco de virem
os intemperantes ocuparem os postos.” (Ver Temperança, 255)
Quanto aos problemas nacionais que afetavam nosso povo nos dias dos pioneiros, eles con-
cluíram que deveriam votar em candidatos que fortalecessem a causa da temperança e da liberdade
religiosa.
Em 1865, a Associação Geral, em sua Terceira Sessão, registrou a questão de Adventistas do
Sétimo Dia votarem. Sob o título “Votação”, encontramos o seguinte:
“Resolvido: Que em nossa concepção, a ação de votar quando exercida em favor da
justiça, humanidade e daquilo que é certo, é em si inatacável, e pode ser em algumas
ocasiões altamente próprio; mas que a apresentação de qualquer voto que fortaleça a
causa de crimes tais como intemperança, insurreição e escravidão, é considerada por
nós como altamente criminosa à vista dos céus. Mas nós reprovamos qualquer partici-
pação no espírito de controvérsia entre partidos.” (Relatório da Terceira Sessão Anual
da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, publicado na Review and Herald,
23 de maio de 1865.
No Brasil, o voto é considerado não somente um privilégio do cidadão, mas um dever cívico
regulado por lei.
Os conselhos sobre votação que podemos extrair da pena inspirada são os seguintes:
“Não podemos trabalhar para agradar a homens que irão empregar sua influência para
reprimir a liberdade religiosa, e pôr em execução medidas opressivas para levar ou
compelir seus semelhantes a observar o domingo como sábado. O primeiro dia da
semana não é um dia para ser reverenciado. É um sábado espúrio, e os membros da
família do Senhor não podem ter parte com os homens que o exaltam, e violam a Lei
de Deus, pisando Seu sábado. O povo de Deus não deve votar para colocar tais homens
em cargos oficiais; pois assim fazendo, são participantes nos pecados que eles come-
tem enquanto investidos desses cargos.” (FEC, 475 § 2)
“Homens intemperantes não devem, por voto do povo, ser colocados em posições de
confiança.” (Signs of the Times, 08 de julho de 1880)
“Não podemos, com segurança, votar por partidos políticos, pois não sabemos em quem
votamos.” (OE, 391)
(Quando o voto é vinculado, fica um pouco mais difícil seguir esta orientação, contudo
não somos obrigados a votar em candidatos para todos os cargos eletivos)
5- Votar em quem achar melhor sem proclamar pela pena ou pela voz em quem votou.
Manter secreto o voto
“Sejam quais forem as opiniões que tenhais em relação a dar o vosso voto em questões
políticas, não as deveis proclamar pela pena ou pela voz.” (II ME, 336 § 1)
6- Ninguém tem o direito de induzir a outro a votar neste ou naquele candidato. Cada um é
livre para votar em quem achar melhor
“Mantende secreto o vosso voto. Não acheis ser vosso dever insistir com todo o mundo
para fazer como fazeis.” (Carta 4, 1898 - II ME, 337)
Quanto às ações do âmbito político as orientações são:
1- Os templos que edificamos são para o louvor de Deus e Sua adoração. É local sagrado. Nas
dependências de nossos templos e salões não há lugar para nenhuma ação a não ser as de caráter
religioso. Ali não deve ocorrer nenhuma promoção de ordem política, não devem circular vo-
lantes, nem material de propaganda política; em tempo algum.
“No lugar em que o povo se reúne para adorar a Deus não seja pronunciada nenhuma
palavra que desvie a mente do grande interesse central - Jesus Cristo, e Este crucifica-
do.” (TM, 331)
2- Enquanto a política se refere a assuntos terrenos, temporais, a religião está no âmbito do sacro.
A primeira está na esfera do que “é de César”, a segunda no que “é de Deus.” Uma cuida dos
valores da terra, a outra do que é eterno. Não misturemos o sacro com o profano. Não misture-
mos fogo comum com o sagrado.
“O Senhor Deus do Céu não pode aprovar muito do que é trazido ao púlpito pelos que
professam estar falando a Palavra do Senhor. Quando o orador, de maneira descuidada
se intromete em qualquer parte, tomado pela fantasia, quando fala de política ao povo,
está misturando fogo comum com o sagrado. Ele desonra a Deus. (TM, 337)
3- É desaconselhável o uso de distintivos políticos.
“Os que são deveras cristãos são ramos da Videira Verdadeira, e darão o mesmo fruto
que ela. Agirão em harmonia, em comunhão cristã. Não usarão distintivos políticos,
mas os de Cristo.” (FE, 392)
4- Os ministros do Evangelho devem se apartar das disputas políticas
“Aqueles, entre os ministros, que desejam ser políticos, devem perder suas credenci-
ais; pois essa obra Deus não deu a elevados nem a humildes dentre Seu povo.” (OE,
395)
“Não haja pois nenhuma sombra de contenda entre os Adventistas do Sétimo Dia.”
(FEC, 480)
O Evangelho une
“Cristo chama Seus seguidores a chegarem a unidade nos puros princípios evangélicos
que são positivamente revelados na Palavra de Deus.” (FEC, 475 § 2)
“Como povo devemos colocar-nos sob o estandarte de Jesus Cristo. Devemos consa-
grar-nos a Deus como um povo distinto, separado e peculiar.” (FEC, 478)
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“Homens favoráveis à intemperança estiveram no escritório hoje, exprimindo
lisonjeadoramente sua aprovação à atitude de observadores do sábado que não vota-
vam, e exprimiram esperanças de que eles ficassem firmes a sua orientação e, como os
quakers, não dessem seu voto. Satanás e seus anjos maus estão atarefados neste tempo,
e ele tem obreiros na Terra: Oxalá seja ele decepcionado, é a minha oração.” (Ellen G.
White em seu diário, no domingo 6 de março de 1859-Temperança, pp. 255, 256)
Subseqüentemente, os Adventistas do Sétimo Dia estavam bem claros em seu dever de votar
a favor da proibição, ou da restrição do tráfico de licor. Uma questão sobre este ponto, porém, foi
apresentada em uma reunião campal em Des Moines, Iowa, no início de 1881. Um voto proposto
foi apresentado aos delegados, dizendo:
“Resolvido: Que expressemos nosso profundo interesse no movimento pró-temperan-
ça ora em andamento neste Estado; e que instruamos todos os nossos ministros a usa-
rem sua influência entre nossas igrejas e junto ao povo em geral para induzi-los a
envidar todo esforço coerente, pelo trabalho individual e na urna eleitoral, em favor da
emenda proibitória à Constituição, a qual os amigos da temperança estão procurando
conseguir.” (Review and Herald, 5 de junho de 1881 - Temperança, p. 255)
Alguns, porém, objetaram à cláusula que pedia ação à “urna eleitoral” e insistiam em sua
supressão. A Sra. White, que assistia à reunião campal, retira-se, mas foi chamada a dar seu conse-
lho.
Escrevendo sobre isto naquele tempo, diz ela: “Preparei-me e achei que devia falar sobre o
assunto se nosso povo devia votar pela proibição. Disse-lhes: ‘Sim’, e falei por vinte minutos.”
(Carta 6, 1881 - Temperança, p. 255)
Na Review and Herald de 15 de outubro de 1914, um artigo reproduzido no livro Obreiros
Evangélicos, pp. 384-388, Ellen White enfatizou novamente a responsabilidade de cada cidadão
exercer toda influência dentro do seu poder para refrear o tráfico de licor, incluindo seu voto:
“Ao passo que não devemos de maneira alguma envolver-nos em questões políticas, é
contudo nosso privilégio tomar decididamente posição em todas as questões relativas à
reforma pró-temperança. Tenho dado a esse respeito muitas vezes, um claro testemu-
nho. Em um artigo publicado na Review and Herald de 8 de novembro de 1881, escre-
vi:
“Há uma causa para a paralisia moral que há na sociedade. Nossas leis mantêm um mal
que está minando seus próprios fundamentos. Muitos deploram os erros que sabem
existir, mas consideram-se isentos de qualquer responsabilidade na questão. Não pode
ser assim. Todo indivíduo exerce uma influência na sociedade. Em nossa terra
favorecida, todo votante tem alguma voz no determinar que leis hão de reger a nação.
Não devem essa influência e esse voto ser lançados ao lado da temperança e da virtu-
de?
“Podemos chamar os amigos da causa da temperança a unirem-se para o conflito e
buscar repelir a onda do mal que está desmoralizando o mundo; de que proveito, po-
rém, serão todos os nossos esforços enquanto a venda de bebidas alcoólicas for mantida
por lei? Deve a maldição da intemperança repousar para sempre sobre nossa terra como
uma praga? Deve ela cada ano assolar, qual fogo devorador, milhares de lares felizes?
“Falamos dos resultados, trememos pelos resultados, e cogitamos o que podemos fazer
A verdade de Deus faz um homem ou uma mulher um bom cidadão. Em Atos dos Apóstolos,
p. 69, lemos: “Cumpre-nos reconhecer o governo humano como uma instituição designada por
Deus, e ensinar obediência ao mesmo como um dever sagrado, dentro de sua legítima esfera.”
Em uma afirmação já mencionada, Ellen White reconhecia que: “Todo indivíduo exerce uma
influência na sociedade. Em nossa terra favorecida, todo votante tem alguma voz no determinar
que leis hão de reger a nação.”
Damos alguns breves excertos que dão mais ênfase à responsabilidade do cidadão individual:
“Homens intemperantes não devem, por voto do povo, ser colocados em posições de
confiança.” (Signs of the Times, 8 de julho de 1880 - Temperança, p. 255)
“Quantos desmerecem sua prerrogativa como cidadãos de uma república - comprados
por um copo de uísque para dar seu voto a algum candidato infame.’ Como classe, os
intemperantes não hesitarão em usar de engano, suborno, e mesmo violência contra os
que recusam ilimitada licença ao apetite pervertido.” - Review and Herald, 8 de no-
vembro de 1881 (Temperança, p. 254)
“Muitos emprestam sua influência ao grande destruidor, ajudando-o pela palavra e
pelo voto a destruir a imagem moral de Deus no homem, não pensando nas famílias
que são degradadas por causa de um apetite pervertido para a bebida.” Manuscrito 87,
1898 (Temperança, pp. 254, 255)
“E aqueles que, mediante seu voto, sancionam o comércio das bebidas espirituosas,
serão considerados responsáveis pela perversidade praticada pelos que se encontram
sob a influência da bebida forte.” Carta 234a, 1905 (Temperança, 255)
Por volta do ano 1860, a Igreja Adventista do sétimo Dia estava crescendo e a organização
tomando forma. Ao se aproximarem as eleições nacionais, Tiago White viu claramente os danos
que a controvérsia política podia causar à obra crescente, e escreveu:
“A excitação política de 1860 provavelmente continuará elevada como tem sido por
muitos anos, e nós advertimos os nossos irmãos a não serem atraídos a ela. Não estamos
Mais freqüentemente usado hoje, ao citar os conselhos de E.G. White que tem que ver com
política e votação, é a comunicação que aparece em Fundamentos da Educação Cristã, pp. 475-
484. Esta é somente uma das comunicações escritas em meados e fins da década 1890-1900, em
uma ocasião quando alguns obreiros Adventistas do Sétimo Dia estavam profundamente preocupa-
dos com a questão monetária. Uma dessas comunicações é encontrada agora no livro Testemunho
para Ministros, pp. 331-340, e esta é endereçada “À Conferência Geral de 1897.” Nela a agitação
dos nossos obreiros sobre a questão política da “mudança da moeda circulante,” foi mencionada, e
ela aconselhou que “Não é empenhando-nos em polêmicas políticas, seja no púlpito ou fora dele”
que agradamos a Deus. (Testemunhos para Ministros, p. 331)
“Surpreendi-me,” diz ela, “ao ver homens que entendem crer na verdade para este
tempo, todos excitados com algumas questões - questões que se relacionavam com o
“A Igreja e a Política”
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quais-
quer outras formas de discriminação.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII – é assegurada nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis
e militares de internação coletiva;
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, inde-
pendentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
LXVIII – conceder-se-á “habeas corpus” sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não am-
parado por “habeas corpus” ou “habeas data”, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público;
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funciona-
mento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;
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LXXVII – são gratuitas as ações de “habeas corpus” e “habeas data”, e, na forma da lei, os
atos necessários ao exercício da cidadania.
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime
e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do
Brasil seja parte.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compreensão de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou con-
venção coletiva de trabalho;
Art. 13. § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo
nacionais.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II – facultativos para
a) os analfabetos
b) os maiores de setenta anos
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art.
5º VIII;
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamen-
to ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, resvalada, na
forma da lei, a colaboração de interesse público;
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I- zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conser-
var o patrimônio público;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
§2º A competência da União para legislar sobre normas gerais exclui a competência suplementar
dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
PREÂMBULO
78
A ASSEMBLÉIA GERAL
Proclama
A PRESENTE DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM como o ideal
comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com objetivo de que cada indivíduo e
cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e
da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas
progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua obser-
vância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados Membros, quanto entre os
povos dos territórios sob sua jurisdição.
Artigo I. Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
Artigo II. 1 – Todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabeleci-
dos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião,
opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer
outra condição.
2 – Não será também, feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou
internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território inde-
pendente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
Artigo III. Todo homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo IV. Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de
escravos serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo V. Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante.
Artigo VI. Todo homem tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa
perante a lei.
Artigo VII. Todos são iguais perante a lei e têm o direito, sem qualquer distinção, a igual
proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a pre-
sente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo VIII. Todo homem tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio
efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constitui-
ção ou pela lei.
Artigo IX. Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo X. Todo homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por
parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do funda-
mento de qualquer acusação criminal contra ele.
Artigo XI. 1 – Todo homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido
inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento públi-
co no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
Desde seu inicio, na metade do século XIX, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem se empe-
nhado por apoiar os direitos humanos. Inspirada nos valores bíblicos, os primeiros adventistas se
envolveram na luta contra a escravidão e a injustiça. Eles reivindicavam o direito de cada pessoa
escolher a crença, de acordo com sua consciência, e a livre prática e ensino religioso, sempre
respeitando a igualdade de direitos dos outros. Os adventistas do sétimo dia estão convencidos de
que o exercício da força na área religiosa é contrária aos princípios eternos de Deus.
Ao promoverem a liberdade religiosa, a vida familiar, a educação, saúde e assistência mútua,
e ao buscar atender as necessidades humanitárias daqueles que os cercam, os adventistas do sétimo
dia reconhecem e afirmam a dignidade de cada pessoa criada à imagem de Deus.
Em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi escrita e adotada por indivíduos
que haviam saído de uma destruição, desorientação e sofrimento sem precedentes decorridos da
Segunda Guerra Mundial. Essa dolorosa experiência deu-lhes a compreensão e o desejo de um
mundo futuro de paz e liberdade. Surgida das mais nobres aspirações do coração humano, a Decla-
ração Universal dos Direitos Humanos é um documento fundamental que se posiciona fortemente
em favor da dignidade, liberdade, igualdade humana e da não discriminação das minorias. O Arti-
go 18, que enaltece incondicionalmente a liberdade e a prática religiosas, é de especial importância
porque a liberdade religiosa é um direito humano fundamental que sustenta e defende todos os
direitos humanos.
Hoje, a Declaração Universal dos Direitos Humanos é muitas vezes violada, especialmente o
Artigo 18. A intolerância, com muita freqüência, ergue sua cabeça ameaçadora, a despeito do avan-
ço dos direitos humanos alcançados por muitas nações. A Igreja Adventista insta em que as Nações
Unidas, as autoridades governamentais, os líderes religiosos e os crentes, e as organizações não
governamentais consistentemente trabalhem pela implementação dessa Declaração. Os políticos,
líderes sindicais, professores, empregadores, representantes dos órgãos de comunicação e impren-
sa, e todos os formadores de opinião devem dar um forte apoio aos direitos humanos. Tal apoio
ajudará a reduzir o crescimento dos extremismos religiosos violentos, da intolerância, dos crimes
odiosos e da discriminação com base na religião ou no secularismo anti-religioso. Desta forma, a
Declaração Universal dos Direitos Humanos crescerá em importância e magnificência práticas e
nunca se tornará um documento irrelevante.
Documento aprovado em 17 de novembro de 1998, Washington-USA
Comissão Administrativa da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia
83
DECLARAÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE
TODAS AS FORMAS DE INTOLERÂNCIA E DE
DISCRIMINAÇÃO POR CAUSA DE
RELIGIÃO OU CRENÇA DE 25.11.1981
INTRODUÇÃO
Um dos objetivos básicos das Nações Unidas conforme consta em sua Carta, é a promoção e
estímulo ao respeito quanto aos direitos humanos e liberdades fundamentais para todos, sem dis-
tinção de raça, sexo, língua ou religião.
Liberdade de crença é um dos direitos proclamados na Declaração Universal dos Direitos Huma-
nos, adotado pela Câmara Legislativa do Congresso, em 1948, e na Convenção Internacional dos
Direitos Civis e Políticos, adotados em 1966.
O Preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos declara que “a vinda de um novo
mundo no qual os seres humanos possam gozar de liberdade de expressão e crença, e libertação do
temor e da pobreza, tem sido proclamado como a mais alta aspiração do povo comum.”
O artigo dois declara que: Estes direitos e liberdades contidos nesta Declaração são concedidos à
todas as pessoas, sem distinção de qualquer espécie, tais como raça, cor, sexo, língua, religião,
política ou outra opinião, origem nacional ou social, posses, nascimento ou condição social.
O artigo dezoito da Declaração Universal dos Direitos Humanos declara que: “Todas as pessoas
têm direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui liberdade de mu-
dar sua religião ou crença e liberdade de, sozinho ou em comunidade, em público ou em particular,
manifestar sua religião ou crença, no ensino, na prática, no culto e na observância.
Esse direito foi transformado numa obrigação legal para os Estados que o aprovaram no artigo 18
do Convênio Internacional dos Direitos Civis e Políticos, que declara o seguinte:
“1. Todas as pessoas terão o direito de liberdade de pensamento, consciência e religião. Este direito
incluirá a liberdade de ter ou de adotar uma religião ou crença de sua escolha e liberdade de,
individualmente ou em comunidade, em público ou em particular, manifestar sua religião ou cren-
ça em culto, observância, prática e ensino.
2. Nenhuma pessoa será submetida à coação que prejudique sua liberdade de ter ou adotar uma
religião ou crença de sua escolha.
3. A liberdade de manifestar religião ou crença pode estar sujeita apenas à certas limitações previs-
tas pela lei, necessárias à defesa de segurança pública, ordem, saúde, moral ou direitos fundamen-
tais e liberdade dos outros.
4. A representação dos Partidos dos Estados na presente Convenção compromete-se a respeitar a
liberdade dos pais e, na falta destes, os tutores legais, de assegurarem a religião e educação moral
de seus filhos em conformidade com suas próprias convicções.”
84
LEI N.º 10.066 - DE 21 DE JULHO DE 1998
ART. 1 - A presente lei regulamenta a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva situadas no território do Estado de São Paulo.
ART. 2 - É garantida a livre prática de culto para todas as crenças religiosas.
Parágrafo único. A liberdade de religião fica condicionada às limitações impostas pela pre-
sente lei e seu regulamento, em favor do interesse prevalecente da coletividade.
ART. 3 - A assistência religiosa somente poderá ser ministrada se houver opção dos interessados
nesse sentido.
ART. 4 - A assistência religiosa de que trata a presente lei é constituída pelos serviços de capelania,
prestados por quaisquer ministros de culto religioso.
Parágrafo único. A atuação religiosa será feita sem ônus para os cofres públicos.
ART. 5 - Constituem dentre outros “serviços de capelania”:
I - trabalho pastoral;
II - aconselhamento;
III - orações;
IV - ministério de comunhão cristã;
V - unção bíblica e
VI - unção dos enfermos.
85
ART. 6 - A assistência religiosa poderá ser ministrada:
I - aos pacientes internados em hospitais da rede pública ou privada; e
II - aos reclusos internados em estabelecimentos penitenciários do Estado.
ART. 7 - A assistência religiosa poderá ser prestada fora dos horários normais de visita e os minis-
tros de culto religioso terão acesso às dependências dos hospitais e estabelecimentos penitenciári-
os, onde lhes será prestada a colaboração necessária ao desempenho de suas atribuições.
ART. 8 - O acesso às dependências dos hospitais e estabelecimentos penitenciários fica condicio-
nado à apresentação, pelo ministro de culto religioso, de credencial específica, fornecida pela Se-
cretaria de Estado da Administração Penitenciária ou pela Secretaria de Estado da Saúde.
ART. 9 - Somente poderá ser expedida credencial mediante apresentação de termo de identifica-
ção, apresentação, idoneidade e responsabilidade, subscrito pelo órgão competente ou majoritário
de representação da associação religiosa a que pertença o interessado.
Parágrafo único. A associação religiosa deverá ter sido legalmente instituída, obedecidos os
requisitos e limites de atuação impostos pela legislação vigente.
ART 10 - Deverá ser criado e mantido um registro de identificação das pessoas que forem
credenciadas.
ART. 11 - O credenciamento, bem como os demais termos desta lei, serão regulamentados por
decreto no prazo de 60 (sessenta ) dias, contados da data de sua publicação.
ART. 12 - Na regulamentação a ser feita pelo Poder Executivo deverão ser consideradas as condi-
ções de desenvolvimento das visitas, obedecido o respeito à liberdade de religião dos demais inter-
nos.
ART. 13 - O regulamento da presente lei deverá ser afixado, de forma visível, nos locais de acesso
do público aos estabelecimentos, preferencialmente nas portarias.
Parágrafo único. O descumprimento do disposto neste artigo importará na imposição ao
responsável pelo estabelecimento de multa na valor de 100 (cem) UFIRs.
ART. 14 - As despesas decorrentes da aplicação da presente lei correrão por conta de dotações
orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.
ART. 15 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrá-
rio.
MÁRIO COVAS, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais,
Decreta:
ART. 1 - A prestação de assistência religiosa nos hospitais da rede pública e privada, manicô-
mios e estabelecimentos penitenciários do Estado é garantida aos representantes de todas as cren-
ças, atendidos os requisitos previstos neste regulamento.
§ 1.º A prática de culto envolvendo cerimônias coletivas somente será realizada em local
apropriado dos hospitais e estabelecimentos penais.
§ 2.º Em situações urgentes, a assistência religiosa poderá ser prestada fora dos horários
normais de visita.
§ 3.º A atuação religiosa não poderá implicar em ônus para os cofres públicos.
ART. 2 - Nenhum paciente acolhido nos hospitais da rede pública ou privada e nenhum preso
ou internado nos estabelecimentos penais do Estado será obrigado a participar de atividade religi-
osa ou a aceitar os serviços religiosos.
Parágrafo único Na impossibilidade de manifestação da própria vontade, a autorização para
a prestação dos serviços deverá ser providenciada pelos familiares.
ART. 3 - Fica garantido o acesso dos representantes credenciados às dependências dos hos-
pitais, manicômios e penitenciárias para fins de prestação de assistência religiosa.
§ 1.º Para o acesso às dependências dos estabelecimentos previstos neste artigo e para a
realização das atividades religiosas os representantes dos cultos contarão com a colaboração dos
funcionários e servidores.
§ 2.º Na ausência de colaboração do servidor público e se o fato constituir infração aos
deveres funcionais, será ele apurado na forma prevista nos Estatutos.
87
§3.º Salvo autorização especial a ser dada pelo responsável da unidade hospitalar, não é
permitido o uso de instrumentos musicais durante as atividades religiosas.
§ 4.º Ficarão suspensos os serviços religiosos nos estabelecimentos hospitalares durante a
assepsia dos pacientes ou nos momentos em que lhes estiverem sendo aplicados medicamentos,
devendo ser aguardada a liberação do local pelo serviço de enfermagem.
§ 5.º O acesso dos representantes religiosos nos setores de terapia intensiva dos hospitais
ficará condicionado às determinações da autoridade médica de plantão.
§ 6.º As restrições contidas nos parágrafos anteriores não se operam no caso de unção dos
enfermos.
§ 7.º Fica facultado ao paciente internado em hospital da rede privada, de orientação religi-
osa distinta daquela por ele professada, solicitar ao responsável pelo estabelecimento, a presença
de membro de sua crença, para prestação de serviços de assistência espiritual.
§ 8.º O acesso aos estabelecimentos penais deverá obedecer às normas de segurança e disci-
plina interna, respeitadas as peculiaridades da instituição.
ART. 4 - Para fins de credenciamento de seus representantes, as entidades religiosas, deve-
rão cadastrar-se junto à Secretaria da Saúde ou da Administração Penitenciária, conforme o caso,
mediante a apresentação de cópia autenticada de seus atos constitutivos, devidamente registrados.
§ 1.º O credenciamento dos representantes dos cultos religiosos cadastrados será realizado
mediante a apresentação do documento de identidade pessoal e de declaração da entidade relativa
à sua filiação, expedindo-se carteira de identificação.
§ 2.º Os requisitos para expedição da carteira de identificação de que trata o parágrafo
anterior serão indicados em resolução a ser editada respectivamente pelo Secretário da Administra-
ção Penitenciária.
§ 3.º A resolução indicará ainda os locais e horários para realização das cerimônias religio-
sas, e a forma de sua distribuição entre as entidades cadastradas.
ART. 5 - Os prestadores de assistência religiosa já cadastrados junto aos estabelecimentos
penais do Estado deverão requerer credenciamento na forma deste regulamento.
Parágrafo único - Será mantido cadastro das entidades religiosas e dos credenciamentos ou-
torgados a seus representantes contendo os documentos que possibilitaram o registro, nos órgãos
próprios das Secretarias da Saúde e da Administração Penitenciária.
ART. 6 - No caso de comportamento incompatível do religioso com as finalidades do
credenciamento, a autorização poderá ser suspensa pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, ga-
rantido o direito de defesa ao imputado.
§ 1.º Na mesma suspensão poderá incorrer o representante religioso que provocar disputa ou
confronto durante as celebrações com membros de outra comunidade religiosa.
§ 2.º A suspensão do credenciamento será comunicada à entidade à qual pertença o religioso.
§ 3.º O prazo da suspensão poderá ser interrompido por ato do Secretário da respectiva Pasta
mediante requerimento da entidade religiosa.
Dispõe sobre a prestação de assistência religiosa nas entidades hospitalares públicas e privadas,
bem como nos estabelecimentos prisionais civis e militares.
ART.1 - Aos religiosos de todas as confissões assegura-se o acesso aos hospitais da rede
pública ou privada, bem como aos estabelecimentos prisionais civis ou militares, para dar atendi-
mento religioso aos internados, desde que em comum acordo com estes, ou com seus familiares no
caso de doentes que já não mais estejam no gozo de suas faculdades mentais.
Parágrafo único. (VETADO)
ART.2 - Os religiosos chamados a prestar assistência nas entidades definidas no art.1 deve-
rão, em suas atividades, acatar as determinações legais e normas internas de cada instituição hospi-
talar ou penal, a fim de não pôr em risco as condições do paciente ou a segurança do ambiente
hospitalar ou prisional.
ART.3 - (VETADO)
ART.4 - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias.
ART.5 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
José Gregori
José Serra
90
EMENDA CONSTITUCIONAL N.º 16 (REELEIÇÃO)
91
LEI 4898 DE 09/12/1965 - DOU 13/12/1965
92
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer
pessoa;
d) deixar o juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;
e) levar à prisão e nela deter quem quer se proponha a prestar fiança, permitida em lei;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou
qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie, quer
quanto ao seu valor;
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título
de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com
abuso ou desvio de poder ou sem competência legal;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de
expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.
•Alínea i acrescentada pela Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989.
ART.5 - Considera-se autoridade, para os efeitos desta Lei, quem exerce cargo, emprego ou função
pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.
ART.6 - O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal.
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e
consistirá em;
a) advertência;
b) repreensão;
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de 5 (cinco) a 180 (cento e oitenta) dias, com
perda de vencimentos e vantagens;
d) destituição de função;
e) demissão;
f) demissão, a bem do serviço público.
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de uma
indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal
e consistirá em:
a) multa de cem cruzeiros a cinco mil cruzeiros;
b) detenção por 10 (dez) dias a 6 (seis) meses;
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até
3 (três) anos.
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativa-
mente.
97
ART.8 - Obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público civil ou militar, por preconceito de
raça, de cor, de sexo ou de estado civil.
Pena - perda do cargo, depois de apurada a responsabilidade em inquérito regular, para o funci-
onário dirigente da repartição de que dependa a inscrição no concurso de habilitação dos candida-
tos.
ART.9 - Negar emprego ou trabalho a alguém em autarquia, sociedade de economia mista, empre-
sa concessionária de serviço público ou empresa privada, por preconceito de raça, de cor, de sexo
ou de estado civil.
Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maior
valor de referência (MVR), no caso de empresa privada; perda do cargo para o responsável pela
recusa, no caso de autarquia, sociedade de economia mista e empresa concessionária de serviço
público.
ART.10 - Nos casos de reincidência havidos em estabelecimentos particulares, poderá o juiz deter-
minar a pena adicional de suspensão do funcionamento, por prazo não superior a 3 (três) meses.
ART.11 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
ART.12 - Revogam-se as disposições em contrário.
100
LEI N.º 10.435 – DE 10 DE JULHO DE 1972
Estabelece critérios para segunda chamada de exames e provas na Rede Estadual de ensino no
Estado de São Paulo
ART. 1 - Conceder-se-á Segunda chamada de exames e provas a alunos de estabelecimentos esta-
duais de ensino secundário e normal, que, tendo faltado à primeira, a requeiram, no prazo de 8
(oito) dias, contados da data do exame ou prova, mediante a comprovação de um dos seguintes
motivos:
I – doença;
II – gala;
III – nojo;
IV – obrigações militares;
V – serviço público obrigatório;
VI – doação de sangue;
VII – motivos religiosos;
VIII – interrupção de transporte.
§ 1.º Os motivos constantes do inciso VII, se for o caso, poderão ser comprovados, de antemão, por
ocasião da matrícula do aluno.
§ 2.º A direção e o corpo docente dos estabelecimentos estaduais de ensino secundário e normal, na
organização do calendário de exames ou provas, deverão levar em considerações os impedimentos
decorrentes do inciso VII.
ART. 2 - Esta lei entrará em vigor no dia 1.º de janeiro de 1972.
101
SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO NA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
102
§ 1º A recusa ou o cumprimento incompleto do Serviço Alternativo, sob qualquer pretexto, por
motivo de responsabilidade pessoal do convocado, implicará o não fornecimento do Certificado
correspondente, pelo prazo de dois anos após o vencimento do período estabelecido.
§ 2º Findo o prazo previsto no parágrafo anterior, o Certificado só será emitido após a decreta-
ção, pela autoridade competente, da suspensão dos direitos políticos do inadimplente, que poderá,
a qualquer tempo, regularizar sua situação mediante cumprimento das obrigações devidas.
ART.5 - As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do Serviço Militar Obrigatório em tempo de
paz, sujeitos, porém, de acordo com suas aptidões, a encargos do interesse da mobilização.
ART.6 - O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas baixará, no prazo de cento e oitenta dias
após a sanção desta Lei, normas complementares à sua execução, da qual será coordenador.
ART.7 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
ART.8 - Revogam-se as disposições em contrário.
104
“EM QUALQUER OCASIÃO, PODERÁ APRESENTAR UM REQUERIMENTO
PARA PRESTAR O SERVIÇO MILITAR, PASSANDO A CONCORRER À PRIMEI-
RA SELEÇÃO GERAL QUE VIER A OCORRER. NESTE CASO, ESTARÁ DESIS-
TINDO DEFINITIVAMENTE DE PRESTAR, NO FUTURO, O SERVIÇO ALTER-
NATIVO”;
2) Preencher o Requerimento de Vaga para a prestação do Serviço Alternativo ao Serviço Militar
Obrigatório, de acordo com o modelo fornecido, a ser assinado pelo optante;
3) determinar ao alistado que preencha a Declaração de Imperativo de Consciência, de acordo com
o modelo fornecido.
2.10.3 - De acordo com o § 7º do art. 15 do RLPSA, os Comandantes de DN, RM ou COMAR
poderão, a qualquer tempo, DETERMINAR INSTAURAÇÃO DE SINDICÂNCIA OU SOLI-
CITAR DOCUMENTO, QUE BEM ESCLAREÇAM AS CONVICÇÕES DOS OPTANTES.
(NOSSO DESTAQUE PARA ATENÇÃO A ESTE DETALHE)
2.10.7 - Não será concedido adiamento do Serviço Alternativo.
106
EXCERTOS DA LEI DOS REGISTROS PÚBLICOS
LEI 6015 DE 31/12/1973 - DOU 31/12/1973
REP 16/09/1975 E RET 30/10/1975
NA PARTE EM QUE SE REFERE
AO CASAMENTO CIVIL.
...ART.71 - Os nubentes habilitados para o casamento poderão pedir ao oficial que lhes forneça a
respectiva certidão, para se casarem perante autoridade ou ministro religioso, nela mencionando o
prazo legal de validade da habilitação.
ART.72 - O termo ou assento do casamento religioso, subscrito pela autoridade ou ministro que o
celebrar, pelos nubentes e por duas testemunhas, conterá os requisitos do art.70, exceto o 5.
ART.73 - No prazo de 30 (trinta) dias a contar da realização, o celebrante ou qualquer interessado
poderá, apresentando o assento ou termo do casamento religioso, requerer-lhe o registro ao oficial
do cartório que expediu a certidão.
§ 1º O assento ou termo conterá a data da celebração, o lugar, o culto religioso, o nome do
celebrante, sua qualidade, o cartório que expediu a habilitação, sua data, os nomes, profissões,
residências, nacionalidades das testemunhas que o assinarem e os nomes dos contraentes.
§ 2º Anotada a entrada do requerimento, o oficial fará o registro no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas.
§ 3º A autoridade ou ministro celebrante arquivará a certidão de habilitação que lhe foi apresen-
tada, devendo, nela, anotar a data da celebração do casamento.
ART.74 - O casamento religioso, celebrado sem a prévia habilitação perante o oficial de registro
público, poderá ser registrado desde que apresentados pelos nubentes, com o requerimento de
registro, a prova do ato religioso e os documentos exigidos pelo Código Civil, suprindo eles even-
tual falta de requisitos no termo da celebração.
Parágrafo único. Processada a habilitação com a publicação dos editais e certificada a inexistência
de impedimentos, o oficial fará o registro do casamento religioso, de acordo com a prova do ato e
os dados constantes do processo, observado o disposto no art.70.
ART.75 - O registro produzirá efeitos jurídicos a contar da celebração do casamento.
107
MODELOS DE REQUERIMENTOS E OUTROS
Cleunice Cardoso Machado Moraes, brasileira, casada, auxiliar de limpeza, portadora da Cédula
de Identidade com RG. n.º 22.154.112 (SSP/SP), residente à Rua Biagio Mauro, n.º 316, Parque
Residencial Itamarati, nesta cidade de Artur Nogueira, SP, aluna regularmente matriculada no 1.º
Colegial, nesta conceituada escola, VEM, mui respeitosamente ante V.S.ª, nos termos dos incisos
VI e VIII do art. 5.º da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de
outubro de 1988, REQUERER que digne-se facultar à requerente a prestação alternativa de seus
deveres escolares como preceituam os dispositivos constitucionais supra, posto que a requerente é
membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia e tem adotado a santidade do dia de sábado desde o
por do sol da sexta-feira até o ocaso no sábado, separando-o exclusivamente para cultuar ao Cria-
dor, como um imperativo de consciência religiosa.
Termos em que
Pede e Espera Deferimento
São Paulo, 21 de maio de 1999
108
ILMO. SR. PROFESSOR VICENTE DI GRADO
DD. DIRETOR DA FACULDADE DE BELAS ARTES DE SÃO PAULO
(Nome da Escola)_________________________________________________________________
(Cidade, Estado)_________________________________________________________________
DECLARAÇÃO
Termos em que
JOSÉ CARVALHO DA SILVA, casado, religioso, portador da Cédula de Identidade com Rg nº.
9.678.436/81/SSP-SP, residente e domiciliado à Av. José Bonifácio, nesta cidade, na qualidade de
Ministro de Confissão Religiosa da Igreja Adventista do Sétimo Dia, havendo celebrado, em ato
religioso, a cerimônia de casamento do Sr. Mário Otávio da Costa com Sra. Lourdes Ribeiro de
Souza Costa, com base no § 2º. do art. 226 da Constituição da República Federativa do Brasil,
promulgada em 05 de outubro de 1988, VEM, mui respeitosamente, diante de V.Sa., para RE-
QUERER, nos termos do art. 73 (caput) da Lei nº. 6015 de 31 de dezembro de 1973, alteradas
pelas Leis nºs. 6140/74 e 6216/75, o assento do casamento dos acima referidos, pelo que anexa o
“Termo de Casamento Religioso”, com as informações de praxe.
Termos em que
Pede e Aguarda Deferimento
Termos em que
Termos em que
DECLARAÇÃO
LUIZ CARLOS DE MELO, brasileiro, casado, religioso, portador da Cédula de Identidade, com
RG nº. 3.582.934/7/SSP-MT, residente à R. Basílio da Gama, nº. 784, em Goiânia-GO, na qualida-
de de Ministro de Confissão Religiosa da Igreja Adventista do Sétimo Dia, sob as penas da lei,
DECLARO, a quem possa interessar e especialmente para fins do § 1º. do art. 143, combinados
com os incisos VI e VIII do art. 5º. ambos da Constituição da República Federativa do Brasil
promulgada em 05 de outubro de 1988 que MANOEL RODRIGUES LIMA, portador da Cédula
de Identidade com RG nº. 6.482.975-4/SSP-SP, é um fiel membro da Igreja Adventista do Sétimo
Dia, tendo abraçado a fé e os princípios bíblicos adotados por sua igreja, especialmente quanto à
observância da santidade do dia do sábado, separando-o desde o pôr-do-sol da sexta-feira até o
mesmo ocaso no dia do sábado exclusivamente ao Senhor Deus, e que por um imperativo de cons-
ciência religiosa reserva-se o direito de dedicar este Santo dia às atividades religiosas, em respeito
ao Criador.
Manoel Rodrigues de Lima, brasileiro, solteiro, estudante, portador da Cédula de Identidade com
RG n.º 6.482.975 SSP/SP, residente à Rua Amador dos Reis, 351, Jardim Bela Vista, Osasco, SP, V
E M à presença de V. Ex.a, com fundamento no § 1º do art. 143 da Constituição da República
Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988, e regulamentado pela Lei 8239 de 04
de outubro de 1991, REQUERER a prestação do “SERVIÇO MILITAR ALTERNATIVO” previs-
to nos citados dispositivos legais, em decorrência de crença religiosa, e ser membro regular da
Igreja Adventista do Sétimo Dia e haver adotado como regra de fé os princípios Bíblicos quanto a
santidade do dia de sábado, pelo que anexa declaração, informando ainda, que possui habilidades
na área de computação.
O Requerente coloca-se à disposição para trabalhos em qualquer dia ou hora da semana, exceto o
período identificado por razões de consciência, amparado que está, além do citado dispositivo,
também, nos incisos VI e VIII do Art. 5º, do capítulo dos Direitos e Garantias Fundamentais da
mesma Carta Magna.
Requer ainda a suspensão de qualquer sanção disciplinar decorrente do não comparecimento ao
serviço no período identificado como “Sábado Bíblico”, por manifesta infringência aos elencados
dispositivos constitucionais.
Termos em que
Termos em que
Estabelece os distinctivos da bandeira e das armas nacionais, e dos sellos e sinetes da República.
O Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brazil:
Considerando que as côres da nossa antiga bandeira recordam as luctas e as victórias glo-
riosas do Exército e da Armada na defesa da pátria;
Considerando, pois, que essas côres, independentemente da forma de governo, symbolisam a
perpetuidade e integridade da Pátria entre as outras nações:
Decreta:
Art. 1º A bandeira adaptada pela República mantém a tradição das antigas côres
nacionaes – verde e amarella – do seguinte modo: um losango amarello em campo verde, tendo no
meio a esphera celeste azul, atravessada por uma zona branca, em sentido oblíquo e descendente
da esquerda para a direita, com a legenda -–Ordem e Progresso – e ponteada por vinte e uma
estrellas, entre as quaes a da constellação do Cruzeiro, disposta na sua situação astronomica,
quanto à distancia e ao tamanho relativos, representando os vinte Estados da República e o Muni-
cípio Neutro; tudo segundo o modelo debuxado no anexxo n. 1.
Art. 2º As armas nacionais serão as que se ligaram na estampa annexa n. 2.
Art. 3º Para os sellos e sinetes da República servirá de symbolo a esphera celeste, qual
se debuxa no centro da bandeira, tendo em volta as palavras – República dos Estados Unidos do
Brazil.
Art. 4º Ficam revogadas as disposições em contrário.
Sala das sessões do Governo Provisório, 19 de novembro de 1889, 1º da República.
Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, Chefe do Governo Provisório. - Q. Bocayuva.
– Aristides da Silveira Lobo. – Ruy Barbosa. – M. Ferraz de Campos Salles. – Benjamin Constant
Botelho de Magalhães. – Eduardo Wandenkolk.
121
LEI 5700 DE 01/09/1971 - DOU 02/09/1971
CAPÍTULO I
Disposição Preliminar
CAPÍTULO II
Da Forma dos Símbolos Nacionais
SEÇÃO I
Dos Símbolos em Geral
ART.2 - Consideram-se padrões dos Símbolos Nacionais os modelos compostos de conformidade
com as especificações e regras básicas estabelecidas na presente Lei.
SEÇÃO II
Da Bandeira Nacional
ART.3 - A Bandeira Nacional, adotada pelo Decreto nº 4, de 19 de novembro de 1889, com as
modificações da Lei nº 5.443, de 28 de maio de 1968, fica alterada na forma do Anexo I desta Lei,
devendo ser atualizada sempre que ocorrer a criação ou a extinção de Estados.
* art.3, “caput”, com redação dada pela Lei nº 8.421, de 11/05/1992.
§ 1º As constelações que figuram na Bandeira Nacional correspondem ao aspecto do céu, na
cidade do Rio de Janeiro, às 8 horas e 30 minutos do dia 15 de novembro de 1889 (doze horas
siderais) e devem ser consideradas como vistas por um observador situado fora da esfera celeste.
122
* § 1º com redação dada pela Lei nº 8.421, de 11/05/1992.
§ 2º Os novos Estados da Federação serão representados por estrelas que compõem o aspecto
celeste referido no parágrafo anterior, de modo a permitir-lhes a inclusão no círculo azul da Ban-
deira Nacional sem afetar a disposição estética original constante do desenho proposto pelo Decre-
to nº 4, de 19 de novembro de 1889.
* § 2º com redação dada pela Lei nº 8.421 de 11/05/1992.
§ 3º Serão suprimidas da Bandeira Nacional as estrelas correspondentes aos Estados extintos,
permanecendo a designada para representar o novo Estado, resultante de fusão, observado, em
qualquer caso, o disposto na parte final do parágrafo anterior.
• § 3º com redação dada pela Lei nº 8.421, de 11/05/1992.
ART.5 - A feitura da Bandeira Nacional obedecerá às seguintes regras
I - Para cálculo das dimensões, tomar-se-á por base a largura desejada, dividindo-se esta em 14
(quatorze) partes iguais. Cada uma das partes será considerada uma medida ou módulo.
II - O comprimento será de vinte módulos (20 M).
III - A distância dos vértices do losango amarelo ao quadro externo será de um módulo e sete
décimos (1,7 M).
IV - O círculo azul no meio do losango amarelo terá o raio de três módulos e meio (3,5 M).
V - O centro dos arcos da faixa branca estará dois módulos (2 M) à esquerda do ponto do
encontro do prolongamento do diâmetro vertical do círculo com a base do quadro externo (ponto C
indicado no Anexo número 2).
VI - O raio do arco inferior da faixa branca será de oito módulos (8M); o raio do arco superior da
faixa branca será de oito módulos e meio (8,5 M).
VII - A largura da faixa branca será de meio módulo (0,5 M).
VIII - As letras da legenda Ordem e Progresso serão escritas em cor verde. Serão colocadas no
meio da faixa branca, ficando, para cima e para baixo, um espaço igual em branco. A letra P ficará
sobre o diâmetro vertical do círculo. A distribuição das demais letras far-se-á conforme a indicação
do Anexo número 2. As letras da palavra Ordem e da palavra Progresso terão um terço de módulo
(0,33 M) de altura. A largura dessas letras será de três décimos de módulo (0,30 M). A altura da
letra da conjunção E será de três décimos de módulo (0,30 M). A largura dessa letra será de um
quarto de módulo (0,25 M).
IX - As estrelas serão de 5 (cinco) dimensões: de primeira, segunda, terceira, quarta e quinta
grandezas. Devem ser traçadas dentro de círculos cujos diâmetros são: de três décimos de módulo
(0,30 M) para as de primeira grandeza; de um quarto de módulo (0,25 M) para as de segunda
grandeza; de um quinto de módulo (0,20 M) para as de terceira grandeza; de um sétimo de módulo
(0,14 M) para as de quarta grandeza; e de um décimo de módulo (0,10 M) para a de quinta grande-
za.
X - As duas faces devem ser exatamente iguais, com a faixa branca inclinada da esquerda para
a direita (do observador que olha a faixa de frente), sendo vedado fazer uma face como avesso da
outra.
ART.6 - O Hino Nacional é composto da música de Francisco Manoel da Silva e do poema de
Joaquim Osório Duque Estrada, de acordo com o que dispõem os Decretos número 171, de 20 de
janeiro de 1890, e número 15.671, de 6 de setembro de 1922.
Parágrafo único. A marcha batida, de autoria do mestre de música Antão Fernandes, integrará as
instrumentações de orquestra e banda, nos casos de execução do Hino Nacional, mencionados no
CAPÍTULO III
Da Apresentação dos Símbolos Nacionais
ART.10 - A Bandeira Nacional pode ser usada em todas as manifestações do sentimento patriótico
dos brasileiros, de caráter oficial ou particular.
ART.11 - A Bandeira Nacional pode ser apresentada:
I - Hasteada em mastro ou adriças, nos edifícios públicos ou particulares, templos, campos de
esporte, escritórios, salas de aula, auditórios, embarcações, ruas e praças, e em qualquer lugar em
que lhe seja assegurado o devido respeito.
II - Distendida e sem mastro, conduzida por aeronaves ou balões, aplicada sobre a parede ou
presa a um cabo horizontal ligando edifícios, árvores, postes ou mastros.
CAPÍTULO V
Do Respeito Devido à Bandeira Nacional e ao Hino Nacional
ART.30 - Nas cerimônias de hasteamento ou arriamento, nas ocasiões em que a Bandeira se apre-
sentar em marcha ou cortejo, assim como durante a execução do Hino Nacional, todos devem
tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio, os civis do sexo masculino com a cabeça descoberta
e os militares em continência, segundo os regulamentos das respectivas corporações.
Parágrafo único. É vedada qualquer outra forma de saudação.
ART.31 - São consideradas manifestações de desrespeito à Bandeira Nacional, e portanto proibi-
das:
I - Apresentá-la em mau estado de conservação.
II - Mudar-lhe a forma, as cores, as proporções, o dístico ou acrescentar-lhe outras inscrições.
III - Usá-la como roupagem, reposteiro, pano de boca, guarnição de mesa, revestimento de
tribuna, ou como cobertura de placas, retratos, painéis ou monumentos a inaugurar.
IV - Reproduzi-la em rótulos ou invólucros de produtos expostos à venda.
ART.32 - As Bandeiras em mau estado de conservação devem ser entregues a qualquer Unidade
Militar, para que sejam incineradas no Dia da Bandeira, segundo o cerimonial peculiar.
ART.33 - Nenhuma bandeira de outra nação pode ser usada no País sem que esteja ao seu lado
direito, de igual tamanho e posição de realce, a Bandeira Nacional, salvo nas sedes das representa-
ções diplomáticas ou consulares.
ART.34 - É vedada a execução de quaisquer arranjos vocais do Hino Nacional, a não ser o de
Alberto Nepomuceno; igualmente não será permitida a execução de arranjos artísticos instrumen-
tais do Hino Nacional que não sejam autorizados pelo Presidente da República, ouvido o Ministé-
rio da Educação e Cultura.
ART.35 - A violação de qualquer disposição desta Lei, excluídos os casos previstos no art.44 do
Decreto-lei nº 898, de 29 de setembro de 1969, é considerada contravenção, sujeito o infrator à
pena de multa de 1 (uma) a 4 (quatro) vezes o Maior Valor de Referência vigente no País, elevada
ao dobro nos casos de reincidência.
ANEXOS
130
ANEXO Nº 2
131
A BANDEIRA BRASILEIRA
132
NORMAS SOBRE A APRESENTAÇÃO
DA BANDEIRA NACIONAL
1 2 3
1 • Conduzida em desfile.
4 5
2 • Posição de descansar.
3 • Ombro armas.
4 • Em continência
5 • Saudação civil:
em pé, em silêncio, e os homens com a cabeça descoberta.
133
NORMAS E APRESENTAÇÃO DOS
SÍMBOLOS NACIONAIS
SUAS CORES
A BANDEIRA NACIONAL
Cada cor de nossa Bandeira representa uma par-
“A Bandeira é a imagem da Pátria. Devemos te de nossa Pátria, ou seja:
amá-la com carinho e reverenciá-la com digni- O verde simboliza as nossas florestas;
dade. Vamos fazê-la flutuar, altaneira e respei- O amarelo simboliza as nossas riquezas mine-
tada, para engrandecimento cívico do Brasil”. rais;
O azul simboliza o nosso céu;
A Bandeira Nacional representa o nosso céu, o O branco simboliza a paz que deve ser o fruto
nosso lar, o nosso mar, o povo brasileiro, os nos- da justiça e do amor.
sos antepassados, a nossa língua, os nossos cos-
tumes, a nossa cultura, enfim, a nossa Pátria. SUA APRESENTAÇÃO
Todos esses valores são representados e lembra- A Bandeira Nacional pode ser usada em todas
dos pela Bandeira Nacional. Por isso, ela deve as manifestações do sentimento patriótico dos
ser homenageada, respeitada e amada por todos brasileiros, de caráter oficial ou particular.
os brasileiros. A Bandeira em sua totalidade, re-
presenta a nossa Pátria, e defendê-la é uma for-
ma simbólica de defender a terra em que vive-
mos.
SUA FORMA
134
A BANDEIRA NACIONAL TAMBÉM
PODE SER APRESENTADA:
Observações:
6 – Quando conduzida em desfiles e formatu- A pessoa que hasteia a bandeira deve estar sem-
ras, a Bandeira deverá ser mantida na posição pre de frente para o público. Sempre que houver
vertical e, em nenhuma situação, poderá ser aba- 2 mastros, a Bandeira Nacional deve ficar à di-
tida (posição horizontal) nem inclinada para a reita de quem hasteia, e à esquerda para quem
frente. estiver olhando, ou seja o “público”.
Observação:
Sempre que houver 3 mastros, a Bandeira Naci-
onal deve ficar no centro das três bandeiras e a
Paulista à direita para quem estiver hasteando.
Sempre que hasteada com outras, a Bandeira Na-
cional deve subir e alcançar o topo com ligeira
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Observação:
Sempre que o número de bandeiras for par, inclusive a nacional,
haverá uma bandeira a mais do lado esquerdo. A bandeira nacional
estará sempre no centro ou à direita, o mais próximo possível do
centro do prédio, palco ou qualquer local.
Em dias de luto nacional, todas as bandeiras de- Em dias de luto, para hastear a Bandeira Nacio-
verão ser hasteadas a meio mastro. nal a meio mastro devemos “antes” alcançar o
topo do mastro e “depois” arriá-la até o meio.
DIAS DE HASTEAMENTO
Outras datas:
DA BANDEIRA
- aniversário do município local, - dia de
Hasteia-se, obrigatoriamente, a Bandeira Naci- visitas oficiais (presidentes, governadores,
onal nos dias de Festa ou de Luto Nacional, em secretários, prefeitos),
todas as repartições públicas, nos estabelecimen- - dia de luto nacional (quando decretado por
tos de ensino, nas empresas de economia mista, autoridade competente).
nas autarquias e nos sindicatos. Nas escolas, pelo
menos uma vez por semana. HORÁRIO DE HASTEAMENTO
INCINERAÇÃO DE BANDEIRA
HINO À BANDEIRA
LETRA: OLAVO BILAC
MÚSICA: FRANCISCO BRAGA
I
Salve, lindo pendão da esperança!
Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença, à lembrança, III
A grandeza da Pátria, nos traz! Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever.
Estribilho E o Brasil, por seus filhos, amado,
Recebe o afeto que se encerra Poderoso e feliz há de ser!
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra, IV
Da amada terra do Brasil! Sobre a imensa Nação brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
II Paira sempre, Sagrada Bandeira,
Em teu seio formoso, retratas Pavilhão da Justiça e do Amor.
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas
E o esplendor do Cruzeiro do Sul!
146
AS ARMAS NACIONAIS
Armas Nacionais é o escudo que deve figurar nos edifícios oficiais do Governo Federal, bem como
nos papéis oficiais. Constituído por uma grande estrela de cinco pontas, nas cores verde e amarela,
apoiada sobre uma espada. Dentro da estrela se encontra uma esfera azul, em cuja volta se situam
as estrelas correspondentes aos estados do Brasil. No seu interior há uma esfera menor, onde se
encontram as cinco estrelas que formam o Cruzeiro do Sul.
Rodeando a estrela grande, pelo lado de fora, aparecem dois ramos, na cor verde, um de café e
outro de fumo. Ao pé da estrela, sobre uma fita, está a legenda “República Federativa do Brasil” e
a data “15 de novembro” (na extremidade direita) “de 1889” (na extremidade esquerda).
147
O SELO NACIONAL
O Selo Nacional é constituído por um círculo representando uma esfera celeste, igual ao que se
acha no centro da Bandeira Nacional, tendo em volta os dizeres “República Federativa do Brasil”.
O Selo Nacional é usado para autenticar os atos do Governo e também os diplomas e certificados
expedidos pelos estabelecimentos de ensino, oficiais ou reconhecidos.
148
O HINO NACIONAL
I II
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Deitado eternamente em berço esplêndido,
De um povo heróico o brado retumbante. Ao som do mar e à luz do céu profundo,
E o sol da liberdade em raios fúlgidos, Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante. Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Se o penhor dessa igualdade Do que a terra mais garrida
Conseguimos conquistar com braço forte Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
Em teu seio, ó Liberdade, “Nossos bosques têm mais vida”
Desafia o nosso peito a própria morte! “Nossa vida” no teu seio “mais amores”.
Ó Pátria amada, Ó Pátria amada,
Idolatrada, Idolatrada,
Salve! Salve! Salve!Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Brasil, de amor eterno seja símbolo
De amor e de esperança à terra desce, O lábaro que ostentas estrelado,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, E diga o verde-louro dessa flâmula
A imagem do Cruzeiro resplandece. -Paz no futuro e glória no passado.
Gigante pela própria natureza, Mas, se ergues da justiça a clava forte,
És belo, és forte, impávido colosso, Verás que um filho teu não foge‘a luta
E o teu futuro espelha essa grandeza Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada Terra adorada
Entre outras mil, Entre outras mil,
És tu Brasil, És tu Brasil,
Ó Pátria amada! Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil, Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil! Pátria amada, Brasil!
149
DATAS SUGESTIVAS PARA O HASTEAMENTO
DA BANDEIRA EM NOSSAS SEDES
ESTABELECIMENTOS E INSTITUIÇÕES
Dias Nacionais comemorativos em que devemos hastear a Bandeira Nacional em nossas sedes
administrativas e Instituições. (sugestões)
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
01 – Dia do Trabalho
13 – Dia da Fraternidade Brasileira
15 – Dia da Assistência Social
150
Agosto
Setembro
Outubro
15 – Dia do Professor
25 – Dia da Democracia
Novembro
Dezembro