A defesa apresenta os seguintes pontos: (1) Confirma as datas de admissão e desligamento do reclamante, além de sua função e última remuneração; (2) Argumenta que o reclamante não faz jus a insalubridade pois suas atividades na câmara fria eram eventuais e utilizava EPIs adequados; (3) Cita laudo pericial em outro processo concluindo que o reclamante também não fazia jus a insalubridade.
A defesa apresenta os seguintes pontos: (1) Confirma as datas de admissão e desligamento do reclamante, além de sua função e última remuneração; (2) Argumenta que o reclamante não faz jus a insalubridade pois suas atividades na câmara fria eram eventuais e utilizava EPIs adequados; (3) Cita laudo pericial em outro processo concluindo que o reclamante também não fazia jus a insalubridade.
A defesa apresenta os seguintes pontos: (1) Confirma as datas de admissão e desligamento do reclamante, além de sua função e última remuneração; (2) Argumenta que o reclamante não faz jus a insalubridade pois suas atividades na câmara fria eram eventuais e utilizava EPIs adequados; (3) Cita laudo pericial em outro processo concluindo que o reclamante também não fazia jus a insalubridade.
A defesa apresenta os seguintes pontos: (1) Confirma as datas de admissão e desligamento do reclamante, além de sua função e última remuneração; (2) Argumenta que o reclamante não faz jus a insalubridade pois suas atividades na câmara fria eram eventuais e utilizava EPIs adequados; (3) Cita laudo pericial em outro processo concluindo que o reclamante também não fazia jus a insalubridade.
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Advogados
Graciele Pinheiro Teles
OAB/GO 6948 Guillherme Secundino Porfírio de Castro OAB/GO 35.189
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO
TRABALHO DA 11ª. VARA DO TRABALHO DE GOIÂNIA – GOIÁS.
Referência: Processo n. 0010419.64.2016.5.18.0011
CASA DO SABOR INDUSTRIA E COMÉRCIO DE
ALIMENTOS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ 37.638.939/0001-96, sediada na Avenida do Líbano, 817, Jardim Santo Antônio, 74853-050, Goiânia , Goiás, via de seus advogados, infra-assinados, inscritos na OAB/GO sob ns. 6948 e 35189, ambos com escritório profissional situado na rua 2, n. 230, salas 807/8, centro, nesta Capital, local onde recebem notificações/intimações, vem, respeitosamente, apresentar sua D E F E S A , nos autos da RECLAMAÇÃO TRABALHISTA movida por JOÃO PAULO BATISTA DE SOUZA MENEZES, brasileiro, inscrito no CPF sob o nº 700.537.641-29 e RG nº 5913725, residente e domiciliado na rua Capitão Inácio da Silva, quadra 56, lote 30, Veiga Jardim, Goiânia, Goiás, CEP 74.954-070, o que passa a fazer com amparo nos fundamentos de fato e de direito que a seguir passa a expor: 1 – Síntese do pedido O reclamante diz ter sido contratado pela reclamada em 01/07/2015 para exercer a função de “auxiliar de produção”. Aduz ainda que foi dispensado Advogados Graciele Pinheiro Teles OAB/GO 6948 Guillherme Secundino Porfírio de Castro OAB/GO 35.189
sem justa causa no dia 09/03/2015. A maior remuneração recebida durante a
vigência do contrato e trabalho totalizou R$ 1.045,00 ( Hum mil e quarenta e cinco reais). Afirma que após discutir com o Gerente de Produção sobre o direito que teria ao recebimento do adicional de insalubridade teve seu contrato de trabalho rescindido, mediante dispensa sem justa causa no dia 09/03/2015. Acrescenta que laborava das 07:30 às 18:00 h, de segunda-feira a sexta-feira, com intervalo intrajornada de apenas 00:15 minutos. Diz que, no exercício da função de auxiliar de produção estava exposto agente o agende agressivo que o expunha ao choque térmico (quente e frio), razão pela qual faz jus ao recebimento do adicional de insalubridade. Atribuiu à causa o valor de R$ 36.109,00 (trinta e seis mil e cento e nove reais). 2. Admissão, função, remuneração e desligamento. As datas de admissão e de desligamento do trabalhador noticiadas na petição inicial estão corretas. O reclamante recebeu como última e maior remuneração a importância de R$ 1.045,36 (hum mil, quarenta e cinco reais e trinta e seis centavos), composta pelas seguintes verbas: R$ 900,00 (salário base), R$ 45,03 (produtividade), R$ 85,55 (horas extras) e R$ 14,26 (Repouso Semanal Remunerado). No tocante a função, o autor foi contratado para exerceu a função de “auxiliar de produção”, desenvolvendo as seguintes tarefas, durante a vigência do contrato de trabalho, em consonância com o Código Brasileiro de Ocupação (CBo 7842): a) Retirar o produto armazenado no estoque (Câmara fria) e auxiliar no abastecimento da loja da fábrica e dos veículos que fazem a distribuição dos produtos; Advogados Graciele Pinheiro Teles OAB/GO 6948 Guillherme Secundino Porfírio de Castro OAB/GO 35.189
b) Efetuar os registros da produção de acordo com as
especificações da linha e dos produtos a serem produzidos; c) Preparar, separar e abastecer materiais para as linhas de produção; d) Limpar as máquinas, utensílios, as caçambas térmicas dos veículos onde eram depositados os produtos para a distribuição, e o local de trabalho; e) Prestar assistência aos operadores, ajudando no processo de envase, na produção de biscoito e na modelagem do pão de queijo de acordo com normas e procedimentos técnicos de qualidade, segurança, higiene e saúde. 2.1 Sobre o pedido de insalubridade no grau máximo e seus reflexos Nos termos das normas especiais que tratam do trabalho em frigoríficos, no interior de câmaras frias, nos termos do art. 253, parágrafo único, da CLT, o legislador considerou artificialmente frio “... o que for inferior, na primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do Ministério do Trabalho, a 15° (quinze graus), a quarta zona a 12° (doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas a 10°(dez graus).”(Sic) O anexo 9 da NR-15 estabelece que: “as atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção no local de trabalho”. No caso em tela, o reclamante não realizou durante a manutenção do vínculo empregatício somente atividades no interior da câmara fria; e, quando adentrava no referido ambiente utilizava equipamento específico Advogados Graciele Pinheiro Teles OAB/GO 6948 Guillherme Secundino Porfírio de Castro OAB/GO 35.189
de proteção e segurança, conforme confessado por ele com a juntada de
fotografias comprovando o uso de japona térmica com capuz (de uso coletivo), luvas de vaqueta, protetor auricular, protetor concha, máscara cirúrgica e botas de borracha, razão pela qual, nos termos do anexo-9 da NR-15, não faz jus à insalubridade em qualquer grau. A interpretação que se deve fazer ao texto das normas é literal e restritiva, por se tratar de excepcionalidade. O que se lê no anexo – 9 é que seria considerado insalubre adentrar a câmara fria sem a proteção adequada. No entanto, o próprio reclamante confessa que adentrava no espaço frio com todos os equipamentos necessários à eliminação do risco, fazendo referência, inclusive, japona térmica com proteção até 35°C (ver descrição do produto no DANFE – Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica), sendo que esse período de exposição não era permanente, habitual e nem contínuo, visto que dentro da jornada de trabalho o reclamante desenvolvia todas as tarefas elencadas no item anterior e que não eram feitas no interior da câmara fria, até porque dentro dela os empregados adentravam individualmente. Nestas condições, não era só o reclamante que permanecia, durante toda a jornada de trabalho, o único a utilizar o EPI’s – dentre os quais o agasalho térmico -, pois este era de uso coletivo, podendo ser utilizado até mesmo pelo proprietário da reclamada. A reclamada entende, com amparo no anexo da NR-15, que o tempo de exposição do reclamante ao agente agressivo existente na câmara fria, além de ínfimo, era eliminado com a utilização dos EPI’S, o que demonstra ter o empregador cumprido rigorosamente a legislação específica. Em reclamação trabalhista ajuizada em face da reclamada, o ex-empregado Joaquim Francisco Leite Júnior que laborou juntamente com o reclamante formulou pedido idêntico ao ora contestado, conforme processo n. 0011776-40.2015.5.18.0003. A perícia realizada naquele processo de autoria do Advogados Graciele Pinheiro Teles OAB/GO 6948 Guillherme Secundino Porfírio de Castro OAB/GO 35.189
perito Wanderley Pereira Coelho, CREA-GO 1013571029/D, apresentou as
seguintes considerações finais e conclusão:
“VII – CONSIDERANÇÕES FINAIS:
“Considerando que os equipamentos de proteção individuais foram considerados adéquas para a situação de exposição ao frio verificada; Considerando que o tempo de exposição ao frio foi considerado intermitente/eventual; Considerando que o nível de ruído que o reclamante estava exposto foi considerado abaixo do limite de tolerância; Considerando que não evidenciamos nenhuma outra situação que pudesse ser enquadrada nos anexos da NR-15; Podemos concluir que: VIII – CONCLUSÃO Tendo em vista o exposto no corpo do presente Laudo concluímos que o reclamante NÃO faz(endo) jus ao adicional de insalubridade.” Acrescenta-se ainda que durante a realização da referida perícia o próprio reclamante dela participou. De acordo com o Laudo Pericial, “...o Sr. João Paulo Batista – Auxiliar de Produção, confirma explicitamente que utiliza os equipamentos acima descritos. Neste contexto avaliamos que o reclamante utilizava os EPI’s necessários e adequados à sua proteção.” (fls.11 do Laudo anexo). Por fim, a possível caracterização e a classificação da insalubridade, nos termos do art. 195 da CLT far-se-á através de perícia técnica e não pelo apontamento aleatório da parte. Assim, embora a reclamada entenda não ser devido o adicional de insalubridade, na hipótese para que o juízo possa espantar qualquer dúvida a esse respeito, a prova técnica realizada no processo movido por Joaquim Francisco Leite Junior poderá suprir a necessidade de realização da prova pericial como prova emprestada. 2.2 Sobre os reflexos Advogados Graciele Pinheiro Teles OAB/GO 6948 Guillherme Secundino Porfírio de Castro OAB/GO 35.189
Como os pedidos principais de pagamento do adicional de
insalubridade são indevidos, os reflexos seguem a mesma sorte.
2.3 Sobre as horas de intervalo para recuperação
térmica O reclamante não laborava durante toda a jornada diária de trabalho executando as tarefas que impunham a entrada na câmara fria. Durante a jornada de trabalho permanecia afastado do choque térmico em períodos muito superiores ao intervalo para recuperação. Veja-se que o reclamante não era o único a exercer a função de auxiliar de produção, o que possibilitava o cumprimento de intervalos. A atividade não era habitual, permanente e não intermitente. Portanto, não são devidas as horas de intervalo postuladas, posto que houve o cumprimento de intervalo para recuperação térmica, conforme será demonstrado durante a instrução processual. 2.4 Sobre os cálculos Na hipótese da reclamada ser condenada em alguns dos pedidos, o que se admite apenas por apego à discussão, pede seja observada sua condição de micro empresa, conforme estatuto social anexo. 2.5. Sobre as provas A reclamada requer a produção de todas as provas, especialmente, a tomada de depoimento pessoal do reclamante, que se requer desde já, sob pena dos efeitos da confissão. PEDIDO Face ao exposto, a reclamada impugna o pedido em todos os seus termos e requer a Vossa Excelência que, por sentença, o julgue totalmente improcedente e condene o reclamante no pagamento das custas processuais. Termos em que, j. aos autos, Advogados Graciele Pinheiro Teles OAB/GO 6948 Guillherme Secundino Porfírio de Castro OAB/GO 35.189