1º Ano - Pet 2 - Gabarito
1º Ano - Pet 2 - Gabarito
1º Ano - Pet 2 - Gabarito
SUMÁRIO
SOCIOLOGIA .......................................................................................... pág. 146
Semana 4: Por que falar sobre raça e Etnia? ..................................... pág. 169
PLANO DE ESTUDO TUTORADO
COMPONENTE CURRICULAR: SOCIOLOGIA
ANO DE ESCOLARIDADE: 1º ANO – EM
NOME DA ESCOLA:
ESTUDANTE:
TURMA: TURNO:
MÊS: TOTAL DE SEMANAS: 04
NÚMERO DE AULAS POR SEMANA: 02 NÚMERO DE AULAS POR MÊS: 08
SEMANA 1
UNIDADE(S) TEMÁTICA(S):
OBJETO DECONHECIMENTO:
Reconhecer a diversidade cultural Brasileira e as desigualdades que ainda persistem no país e no Mundo.
HABILIDADE(S):
Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com
culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas
formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
INTERDISCIPLINARIDADE:
148
O QUE É CULTURA?
Você certamente já deve ter percebido que certas palavras são utilizadas com mais de um
sentido. É precisamente esse o caso do termo ―cultura‖. É comum, por exemplo, ouvirmos dizer que
determinada pessoa tem cultura porque fala vários idiomas ou porque conhece muitas obras de
literatura. Saindo do plano individual, também é frequente lermos que certa civilização produziu uma
cultura muito complexa do ponto de vista religioso. Além desses dois usos, eventualmente nos
deparamos com pessoas que costumam comparar a época atual com a do passado, dizendo, por
exemplo, que as pessoas da década de 1970 não apreciavam a cultura pop internacional tanto quanto
as de hoje o fazem. Em todos esses casos, estamos diante da mesma palavra, ―cultura‖. Mas os
sentidos com que ela aparece em cada um dos contextos são bastante diferentes, conforme notou o
pensador Félix Guattari. uma das contribuições de Guattari é a distinção dos três sentidos usuais de
―cultura‖: cultura-valor, cultura-alma coletiva e cultura-mercadoria.
Cultura como valor (Capital cultural): Ela expressa a ideia de que é possível ter ou não ter
determinada cultura. É o caso, por exemplo, dos brasileiros que dominam a língua francesa, latina ou
alemã, sendo, por isso, considerados cultos. O uso do termo ―cultura‖ para denotar um valor permite,
portanto, determinar a distinção entre quem tem e quem não tem uma suposta cultura (por exemplo,
artística, musical, científica, filosófica e matemática, dentre outras). A noção de cultura como valor
permite, ainda, classificar certo indivíduo como pertencente ao meio culto ou inculto, dentre muitos
outros. Pessoas que não dominam as normas da língua culta para a escrita, por exemplo, tendem a ser
classificadas como incultas.
Cultura-alma coletiva: É o uso cotidiano da palavra ―cultura‖, o chamado ―cultura-alma
coletiva‖,
é sinônimo de ―civilização‖. Nesse caso, estamos diante da noção de que todas as pessoas,
grupos e povos têm cultura e identidade cultural. A população do interior do estado de São Paulo, por
exemplo, tem como parte integrante de sua identidade cultural um sotaque bastante peculiar na
pronúncia do ―r‖ em palavras como ―porta‖, ―jantar‖ e ―dormir‖, dentre tantas outras. É nesse sentido,
portanto, que falamos de cultura negra, chinesa ou ocidental, sempre fazendo referência aos traços
culturais que possibilitam a identificação e a caracterização dos indivíduos que constituem esses povos.
Cultura-mercadoria: O uso do termo ―cultura‖ como cultura-mercadoria corresponde, segundo
Guattari, à chamada ―cultura de massa‖. Nesse caso, não se trata de avaliar a qualidade da cultura que
determinada pessoa tem ou não, nem tampouco de delimitar os traços culturais de um povo (como os
habitantes do interior de São Paulo). A noção de cultura-mercadoria está ligada a bens, equipamentos
e conteúdos teóricos e ideológicos de produtos que estão à disposição das pessoas que querem e
podem comprá-los. São os casos, por exemplo, de serviço, filmes, livros, músicas, novelas, séries e
programas de reality shows consumidos por milhões de pessoas dentro e fora do Brasil. Ou seja, gente
com repertórios culturais muito distintos (primeiro sentido) e oriundos de culturais extremamente
diversificadas (segundo sentido) pode muito bem partilhar a mesma cultura- mercadoria quando
assiste ao Big Brother ou escuta Katy Perry.
Fonte: Disponível em : https://doutorgori.wordpress.com/2012/08/15/a-charge-da-semana/ -
acesso 15/06/2020
149
O etnocentrismo denota a maneira pela qual um grupo, identificado por sua particularidade
cultural, constrói uma imagem do universo que favorece a si mesmo. Compõe-se de uma valorização
positiva do próprio grupo, e um referência aos grupos exteriores marcada pela aplicação de normas do
seu próprio grupo, ignorando, portanto, a possibilidade de o outro ser diferente. Sendo baseado numa
preferência que não encontra uma validade racional, o etnocentrismo é encontrado, em diferentes
graus, em todas as culturas humanas. Mas não é só o fato de preferir a própria cultura que constitui o
que se convencionou chamar de etnocentrismo, e sim o preconceito acrítico em favor do próprio grupo
e uma visão distorcida e preconceituosa em relação aos demais. O etnocentrismo é um
150
fenômeno sutil, que se manifesta através de omissões, seleção de acontecimentos importantes,
enunciado de um sistema de valores particular, etc. Em sua expansão, a partir do século XV, as
sociedades européias se defrontaram com outras sociedades e perceberam que estas não eram feitas à
sua imagem. A reação imediata do Ocidente foi o etnocentrismo. Em seu avanço, a cultura européia
não só é etnocêntrica, como também etnocidária. O etnocídio é a destruição de modos de vida e de
pensamentos diferentes dos
compartilhados por aqueles que conduzem à prática da destruição, que reconhecem a diferença
como um mal que deve ser sanado mediante a transformação do Outro em algo idêntico ao modelo
imposto. Resulta disso, segundo Jaulin, que o conjunto submetido a essa cultura é homogêneo, pois
provém da extensão de si mesmo e da negação do Outro. O outro é sempre negado pelas culturas
européias, pois o universo no qual está integrado passa a depender dessas culturas.
TELLES, Norma. A imagem do índio no livro didático: equivocada, enganadora. Em Aracy
Lopes da Silva (organizadora), A questão indígena na sala de aula, São Paulo, Brasiliense, 1987, p. 75-
6.
Muito provavelmente você sabe o que é cultura, mas é preciso ressaltar que cultura, muitas
vezes é confundida com aquisição de conhecimentos, com educação, com erudição. A cultura é
informação, é a reunião de conhecimentos aprendidos no decorrer de nossas vidas, é herança social.
Por ser uma herança social, o ser humano ―recebe‖ a cultura dos seus antepassados, mas cada
pessoa, cada indivíduo é capaz de modificar a cultura herdada, pois a cultura é modificável, flexível, o
ser humano ―recebe‖ a cultura e a remodela, portanto a cultura não é fixa.
E, falando em erudição, a chamada cultura erudita está associada às elites, os seus produtores
fazem parte de uma elite social, econômica, política e cultural e seu conhecimento é proveniente do
pensamento científico, dos livros, das pesquisas universitárias ou do estudo em geral (erudito significa
que tem instrução vasta e variada adquirida, sobretudo pela leitura). A arte erudita e de vanguarda é
produzida visando museus, críticos de arte, propostas revolucionárias ou grandes exposições, público e
divulgação. A Cultura Erudita é a produção acadêmica centrada no sistema educacional, sobretudo na
universidade, produzida por uma minoria de intelectuais.
Cultura é tudo aquilo que aprendemos e compartilhamos com nossos semelhantes. Ela é relativa,
não existe uma cultura boa, ou uma cultura ruim, superior ou inferior, como acreditavam os alemães,
inclusive criadores da compreensão que muitos de nós ainda temos de ―Cultura‖ com C maiúsculo,
indicando superioridade, e neste sentido quem compreende a cultura desta forma arcaica e equivocada
tende a fazer afirmações do tipo: ― fulano é culto‖ ―Fulano não tem cultura‖ ora, todos e todas temos
cultura!
Cultura pode por um lado referir-se à alta cultura, à cultura dominante, ou seja, a cultura erudita,
e por outro, a qualquer cultura. No primeiro caso, cultura surge em oposição à selvageria, à barbárie;
cultura é então a própria marca da civilização, como queriam os alemães ao idealizarem a idéia da
―Kultur‖ alemã indicando a superioridade da cultura alemã em detrimento das outras culturas,
como modelo de civilidade, de progresso. Ou ainda, a alta cultura surge como marca das
camadas dominantes da população de uma sociedade; se opõe à falta de domínio da língua escrita, ou
151
à falta de acesso à ciência, à arte e à religião daquelas camadas dominantes. No segundo caso, pode-
se falar de cultura a respeito de todos os povos, nações, grupos ou sociedades humanas.
152
Cultura está muito associada a estudo, educação, formação escolar, o que não é correto; por
vezes se fala de cultura para se referir unicamente às manifestações artísticas, como o teatro, a
música, a pintura, a escultura, cinema, logo ouvimos falar também de acesso à cultura. Outras vezes,
ao se falar na cultura da nossa época ela é quase que identificada com os meios de comunicação de
massa, tais como o rádio, a televisão. Ou então cultura diz respeito às festas e cerimônias tradicionais,
às lendas e crenças de um povo, ou a seu modo de se vestir, à sua comida, a seu idioma. A lista ainda
pode aumentar mais.
Contudo, devemos entender como cultura todas as maneiras de existência humana. Essa tensão
entre referir-se a uma cultura dominante ou a qualquer cultura, permanece, e explica-se em parte a
multiplicidade de significados do que seja cultura. Notem que é no segundo sentido que as ciências
sociais costumam falar de cultura, no sentido amplo, como fenômeno unicamente humano, que se
refere a capacidade que os seres humanos tem de dar significados às suas ações e ao mundo que os
rodeia.
Cabe aqui iniciarmos uma conversa sobre cultura popular, que aparece associada ao povo, às
classes excluídas socialmente, às classes dominadas. Ao contrário da cultura erudita, a cultura popular
não está ligada ao conhecimento científico, pelo contrário, ela diz respeito ao conhecimento vulgar ou
espontâneo, ao senso comum. Geralmente a cultura popular é identificada com folclore, conjunto das
lendas, contos e concepções transmitidas oralmente pela tradição. É produzida pelo homem do campo,
das cidades do interior ou pela população suburbana das grandes cidades.
A cultura popular é conservadora e inovadora ao mesmo tempo no sentido em que é ligada à
tradição (costumes, crenças, rituais), mas incorpora novos elementos culturais. Muitas vezes a
incorporação de elementos modernos pela cultura popular (como materiais como plástico, por
exemplo) a transformação de algumas festas tradicionais em espetáculos para turistas (como o
carnaval) ou a comercialização de produtos da arte popular são, na verdade, modos de preservar a
cultura popular a qualquer custo e de seus produtores terem um alcance maior do que o pequeno
grupo de que fazem parte.
Todos os indivíduos, todos os seres humanos tem cultura, no entanto, cada cultura é diferente da
outra, mesmo povos ditos incivilizados tem cultura, pois a cultura não baseia-se somente
na linguagem escrita, e, como é herança social é transmitida de geração em geração. Cultura
compreende uma série de elementos, como costumes, crenças religiosas, vestimenta, língua, objetos,
rituais etc.
153
ATIVIDADES
1— A cultura material nada mais é que a importância que determinados objetos possuem para
determinado povo e sua cultura. É também através da cultura material que se ajuda a criar uma
identidade comum. Já a cultura imaterial é uma manifestação de elementos representativos, de
hábitos, de práticas e costumes. A transmissão dessa cultura se dá muitas vezes pela tradição.
2 — É uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os
outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições
do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a
diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade etc.
a) ( ) Relativismo cultural.
b) ( ) Etnocentrismo.
c) ( ) Heliocentrismo.
d) ( ) Diversidade cultural.
e) ( ) Preconceito.
O etnocentrismo pode ser definido como o ato de julgar o diferente (a cultura do outro) como
ruim ou inferior tendo como parâmetro para o julgamento a sua própria cultura, como se esta fosse o
único modelo correto ou melhor.
a) ( ) Os índios brasileiros não tiveram a sua mão de obra aproveitada pelos portugueses por
que eram preguiçosos e não gostavam de trabalhar.
b) ( ) Os negros se tornaram escravos dado a sua condição física: mais fortes, resistentes,
destinados ao trabalho braçal.
c) ( ) As favelas são lugares carentes de cultura.
d) ( ) Toda sociedade possui seu valor e devem ser respeitadas em suas diversidades.
e) ( ) O Funk devido ao erotismo e ao estímulo ao consumo presentes nas letras de suas
154
músicas não pode ser considerado uma manifestação Cultural.
A letra D é a opção correta, pois ela não correponde a uma atitude ou visão
etnocentrica. Pelo contrário, ela afirma o respeito ao outro.
4 — O conceito ―São diferenças culturais que existem entre os seres humanos. Há vários
a) ( ) Ações etnocêntricas.
b) ( ) Diversidade Cultural.
c) ( ) Relatividade Moral.
d) ( ) Descritivismo Antropológico.
e) ( ) Diversidade Linguística.
Diversidade cultural são os vários aspectos que compoe as diferentes culturas, tais como
a linguagem, o modo de vestir, as tradições, as culinária, o modelo de organização social, a
política, etc.
5— Dentre as frases a seguir, identifique aquela que expressa a principal função das
propagandas em uma sociedade de consumo.
155
SEMANA 2
UNIDADE(S) TEMÁTICA(S):
OBJETO DECONHECIMENTO:
Reconhecer a diversidade cultural Brasileira e as desigualdades que ainda persistem no país e no Mundo.
HABILIDADE(S):
Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com
culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas
formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
INTERDISCIPLINARIDADE:
156
157
DESIGUALDADE SOCIAL
Fonte: Disponível em :
https://alunosonline.uol.com.br/sociologia/desigualdade-social.html
Conceitos de Meritocracia
Meritocracia é um sistema ou modelo de
hierarquização e premiação baseado nos méritos
pessoais de cada indivíduo. A origem etimológica da
palavra meritocracia vem do latim meritum, que
significa ―mérito‖, unida ao sufixo grego cracía, que
quer dizer ―poder‖. Assim, o significado literal de
meritocracia seria ―poder do mérito‖.
158
De acordo com a definição ―pura‖ da
meritocracia, o processo de alavancamento
profissional e social é uma consequência dos
méritos individuais de cada pessoa, ou seja, dos
seus esforços e dedicações. A meritocracia é um
modelo de distribuição de recursos, prêmios ou
vantagens, cujo critério único a ser considerado é
o desempenho e as aptidões individuais de cada
pessoa. Como uma das ideias que fundamenta
moralmente o liberalismo, a meritocracia é um
Fonte: Disponível em:
princípio essencial de justiça
https://falauniversidades.com.br/igualdade-x-
equidade-os- reflexos-na-sociedade-brasileira/
-acesso 15/06/2020
159
nas sociedades ocidentais modernas. A partir dessa ideia é que se justifica e se legitima a forma como
os recursos estão distribuídos na sociedade. Segundo essa tese, a mobilidade social deve ser um
resultado exclusivo dos esforços individuais através da qualificação e do trabalho.
Você já se perguntou por que existem pessoas pobres e pessoas ricas em nossa sociedade? Será que
o ―sucesso‖ depende da ação individual das pessoas (agência) ou é definido por questões sociais
(estrutura social) definida pelas maiores ou menores oportunidade que as pessoas tem ao nascer e
desfrutam ao longo de toda a sua vida. Para lhe ajudar a responder essa questão sugerimos que assista o
vídeo ―O segredo da meritocracia‖ (acesse: https://www.youtube.com/watch?v=YINTTVjBrY4), ele ajudará
a entender as inúmeras variáveis que define a trajetória social de um indivíduo.
Concentração de riqueza
Fenômeno presente em sociedades marcadas por intensas desigualdades, onde grande parte da
riqueza produzida acaba por ficar nas mãos de uma pequena parcela de indivíduos. Tal situação acaba
por dificultar as possibilidades de mobilidade social (principalmente no que se refere à ascensão social
dos estratos mais pobres).
160
Mobilidade social
Status social
O status pode ser ―adquirido‖ (quando conquistado por ações individuais reconhecidas
coletivamente, como, por exemplo, a profissão) ou ―atribuído‖ (mediante características individuais que
não podem ser transformadas, como a etnia).
Alguns dos principais elementos que determinam status na sociedade brasileira são renda, etnia,
gênero, formação educacional, local de moradia e profissão. Os indivíduos que não possuem as
características geradoras de status acabam por ser estigmatizados nas relações sociais.
Estratificação social
161
Fonte: Disponível em: https://www.portaldovestibulando.com/2014/10/estratificacao-social-diferencas.html - acesso 15/06/2020
162
FORMAS DE MEDIR A DESIGUALDADE, ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANOS—IDH
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa usada para classificar os
países pelo seu grau de ―desenvolvimento humano‖ e para ajudar a classificar os países como
desenvolvidos (desenvolvimento humano muito alto), em desenvolvimento (desenvolvimento
humano médio e alto) e subdesenvolvidos (desenvolvimento humano baixo). A estatística é
composta a partir de dados de expectativa de vida ao nascer, educação e PIB (PPC) per capita
(como um indicador do padrão de vida) recolhidos em nível nacional.
Cada ano, os países membros da ONU são classificados de acordo com essas medidas. O IDH
também é usado por organizações locais ou empresas para medir o desenvolvimento de entidades
subnacionais como estados, cidades, aldeias, etc.
IDH — Mundo
163
Fonte: Disponível em: <https://www.estudopratico.com.br/idh-indice-de-desenvolvimento-
humano-dos-paises/>. Acesso 15/06/2020
164
IDH — Brasil
165
Banco Mundial alerta para desigualdades de renda no Brasil
Em 1971, o economista holandês Jan Pen publicou um célebre tratado sobre a distribuição de renda
no Reino Unido, no qual descreveu um desfile reunindo das pessoas mais pobres, na abertura, às mais
ricas, no fim. Daí surgiu o termo ―O Desfile de Pen‖. Neste mês, um estudo do Banco Mundial para a
América Latina e Caribe propôs o mesmo exercício para o Brasil, colocando na Sapucaí ―o desfile mais
estranho da história‖. ―Por muito tempo, só se veriam pessoas incrivelmente pequenas (apenas alguns
centímetros de altura), um incrível desfile de anões. Levaria mais de 45 minutos para os participantes
alcançarem a mesma altura que os espectadores. Nos minutos finais, gigantes incríveis, mais altos do
que montanhas, apareceriam‖, descreve o relatório, produzido pelo Gabinete do Economista-Chefe da
regional do Banco Mundial. O encerramento seria feito pelos milionários brasileiros, que teriam dois
terços de seus corpos a 100 km acima do nível do mar.
PARA SABER MAIS — Os vídeos abaixo nos ajudam a refletir sobre o quadro de desigualdade social
no Brasil, que nos leva a vivenciar uma triste e contraditória realidade onde somos ao mesmo tempo
um país rico com muita pobreza.
166
ATIVIDADES
ATIVIDADE 1
ELIZIUM:
Resumo da obra
Em 2159, o mundo é dividido entre dois grupos: o primeiro, riquíssimo, mora na estação
espacial Elysium, enquanto o segundo, pobre, vive na Terra, repleta de pessoas e em grande
decadência. Por um lado, a secretária do governo Rhodes (Jodie Foster) faz de tudo para
preservar o estilo de vida luxuoso de Elysium, por outro, um pobre cidadão da Terra (Matt
Damon) tenta um plano ousado para trazer de volta a igualdade entre as pessoas.
Contexto
O filme de fato, se refere a Campos Elisíos, da mitologia grega, onde somente as
pessoas de virtude poderiam ficar nesse lugar, apenas pessoas permitidas pelos deuses
gregos é que poderiam desfrutar deste lugar, onde não havia fome, doenças, guerras, apenas
paz e nada de impuro entraria neste lugar sagrado protegido pelos deuses gregos. Apesar
disso, faz a referência a um futuro que ainda está por vir. Os presonagens principais são:
Matt Damon, Josie Foster, Sharlto Copleym Alice Braga, Diego Luna, William Fichtner, Wagner
Moura e Brandon Auret.
Resumo da obra
Dé mora na favela do Cantagalo, em Ipanema. Filho da empregada doméstica Bernadete
e abandonado pelo pai, Dé viu seu irmão Beto ser assassinado por um traficante e seu outro
irmão, Carlão ser exilado da favela pelos bandidos. Decidido a não seguir o caminho do crime,
Dé trabalha vendendo cachorro-quente num quiosque da praia. De lá ele observa Nina, filha
única de uma família rica que mora na Vieira Souto, avenida em frente à praia. Os dois se
conhecem e acabam se apaixonando, porém as diferenças entre seus mundos geram diversas
críticas e preconceitos velados.
CIDADE DE DEUS.
Resumo da obra
Buscapé é um jovem pobre, negro e muito sensível, que cresce em um universo de
muita violência. Buscapé vive na Cidade de Deus, favela carioca conhecida por ser um dos
locais mais violentos da cidade. Amedrontado com a possibilidade de se tornar um bandido,
Buscapé acaba sendo salvo de seu destino por causa de seu talento como fotógrafo, o qual
permite que siga carreira na profissão. É através de seu olhar atrás da câmera que Buscapé
analisa o dia-a-dia da favela onde vive, onde a violência aparenta ser infinita.
Contexto
Episódio Chaves
Resumo da obra
Chaves mostra o dia a dia de um menino pobre que passa sua infância em uma pequena
vila ao lado de seus amigos, Chiquinha e Kiko. Ele cria complicações para os adultos Seu
Madruga, Seu Barriga, Professor Girafales, Dona Florinda e a Bruxa do 71.
Contexto
A história se passa em uma Vila do México, em que o Chaves enfrenta várias dificuldade
no seu dia a dia.
A HORA DA ESTRELA
Resumo da obra
168
Macabéa é uma imigrante nordestina, que vive em São Paulo. Ela trabalha como
datilógrafa em uma pequena firma e vive em uma pensão miserável, onde divide o quarto
com outras três mulheres. Macabéa não tem ambições, apesar de sentir desejo e querer ter
um namorado. Um dia ela conhece Olímpico (José Dumont), um operário metalúrgico com
quem inicia namoro. Só que Glória (Tamara Taxman), colega de trabalho de Macabéa, tem
outros planos após se consultar com uma cartomante (Fernanda Montenegro).
Contexto
A desigualdade social entre as pessoas, que leva a busca por uma vida melhor, por mais
oportunidades em outros estados brasileiros.
Resumo da obra
Deraldo, poeta popular do Nordeste, chega à capital de São Paulo sobrevivendo apenas
de suas poesias e folhetos. Tudo vai muito bem até ele ser confundido com um operário de
multinacional que matou o patrão em uma festa em que recebeu o título de operário
símbolo.
Ele, então, passa a ser perseguido pela polícia e perde sua identidade e sua cidadania.
Obrigado a trabalhar, ele refaz a trajetória de um migrante na grande metrópole: a
construção civil, os serviços domésticos, o metrô, a humilhação e a violência.
Contexto
O filme mostra a exploração da mão de obra de pessoas que vieram do Nordeste para a
cidade de São Paulo, onde há, e ainda existe, preconceito contra os nordestinos. O
personagem principal é Deraldo, representado por José Dumont. Foi lançado em 1981,
quando o Brasil estava vivendo a Ditadura Militar, que acabaria em 1985.
Resumo da obra
Contexto
O filme foi concebido em um momento que o Brasil passava por uma grave crise
econômica (1993) e o diretor buscou representar os problemas sociais que os brasileiros
viviam, assim como profissões que passavam (e passam) despercebidas pela sociedade. O
enredo gira em torno principalmente de Dora, interpretada por Fernanda Montenegro e Josué,
por Vinícius de Oliveira. No ano seguinte seria lançado o Real.
Resumo da obra
Salomé, Lorde Cigano e Andorinha são três artistas ambulantes que cruzam o país
juntamente com a Caravana Rolidei, fazendo espetáculos para o setor mais humilde da
população brasileira e que ainda não tem acesso à televisão. A eles se juntam o sanfoneiro
Ciço e sua esposa, Dasdô, e a Caravana cruza a Amazônia até chegar a Brasília.
Contexto
Produzido em 1979, o filme mostra um pouco do Brasil ao cruzar o país com a Caravana
Rolidei, chamando a atenção para a Rodovia Transamazônica, criada no governo Médici, em
plena ditadura militar. Os principais personagens são: Lorde Cigano, representado por José
Wilker, Salomé, por Bety Faria, Ciço, por Fábio Júnior, Dasdô, por Zaira Zambelli e Zé da Luz,
por Jofre Soares. Produzido ne época da Ditadura Militar.
Referência
170
92581/>. Acesso em 25 jun. 2020.
ATIVIDADE 2
CARTA AO PREFEITO
Resposta Pessoal.
Resposta Pessoal.
171
Resposta Pessoal.
d) O que você acha que pode ser feito para amenizar essa desigualdade?
Resposta Pessoal
e) Utilize a pesquisa como referência e elabore uma carta ou e-mail ao prefeito
expondo os problemas sociais existentes em seu bairro.
Resposta Pessoal
ATIVIDADE 3
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
(Manoel Bandeira)
172
4 — Vivemos em um mundo de igualdade de condições?
Resposta pessoal. O aluno deve perceber que não vivemos em igualdade de condições.
Enquanto uma minoria detem grande parte das riquezas do país, uma maioria vive em
situações precárias. Podem ser citados vários exemplos, como a questão da saúde,
infraestrutura, alimentação, educação, etc.
5 — Diante dos vários espaços de sociabilidade, todos têm o mesmo acesso aos mesmos
bens materiais?
Resposta pessoal. O aluno deve perceber que o acesso aos bens materiais é algo que as
classes privilegiadas detém.
https://www.redebrasilatual.com.br/economia/2020/01/oxfam-bilionarios-tem-mais-
riqueza-que-60-da-populacao-mundial/
https://economia.uol.com.br/noticias/afp/2020/01/20/mulheres-as-grandes-perdedoras-
da-distribuicao-da-riqueza-mundial-denuncia-oxfam.htm
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/05/11/A-desigualdade-de-renda-no-Brasil-
%C3%A9-alta.-E-vai-piorar
https://www.ibge.gov.br/explica/pib.php
173
SEMANA 3
UNIDADE(S) TEMÁTICA(S):
OBJETO DECONHECIMENTO:
Reconhecer a diversidade cultural Brasileira e as desigualdades que ainda persistem no país e no Mundo.
HABILIDADE(S):
Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com
culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas
formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
INTERDISCIPLINARIDADE:
174
Processo de socialização
A socialização designa o processo que introduz uma pessoa à sua cultura e na qual
aprende a viver em sociedade e a decodificar as formas de fazer, de agir, de pensar e de
sentir do seu ambiente social e cultural. (Rocher, 1968) Deste modo através do processo de
socialização a pessoa constrói a sua identidade social e interioriza as normas, os valores e os
saberes que lhe permitem entrar em relação com os outros e de funcionar no seio de um
grupo, na sociedade.
Evidentemente, a presença de uma fala feminina em locais que lhes eram até então
proibidos, ou pouco familiares, é uma inovação do século XIX que muda o mundo moderno.
Contudo ainda existem muitas esferas em que a desigualdade é grande.
MULHERES EM RISCO
As mulheres vivenciam episódios de assédio sexual ao longo das suas vidas. Dados da ONG
Catalyst apontam que cerca de 50% das mulheres da União Europeia denunciaram algum tipo de
assédio sexual no local de trabalho. No mundo, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) indica
que mais de 50% das mulheres já foram vítimas de assédio sexual, mas a maioria não denuncia por
falta de provas;
No Brasil, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 67% dos casos de
violência contra as mulheres são cometidos por parentes próximos ou conhecidos das famílias das
vítimas, 70% das vítimas de estupro são crianças e adolescentes e apenas 10% dos estupros são
notificados;
Entre as mulheres pretas e pardas brasileiras, os assassinatos aumentaram 54% em dez anos
(entre 2003 e 2013), segundo o Mapa da Violência de 2015, elaborado pela Faculdade Latino-
Americana de Ciências Sociais (Flacso), OPAS, ONU Mulheres Brasil e Ministério das Mulheres,
Igualdade Racial e Direitos Humanos. O número entre esse grupo é muito superior aos 21% de
incremento nos assassinatos entre todas as mulheres. Das mortes violentas, 50,3% são cometidas
por familiares e 33,2% por parceiros ou ex-parceiros.
175
como acesso a crédito, networking (rede capacitação para as mulheres.
As mulheres ainda são as principais responsáveis pelo afazeres domésticos: um relatório do
Institu-to de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) 48 apontou que a média de dedicação semanal das
mulheres a esse tipo de trabalho é de 25 horas semanais contra a média 10 horas semanais entre
homens.
176
No Brasil, a média salarial feminina corresponde a 74,5% da média salarial masculinas, de
acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2014, do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Para as mulheres negras, além da diferença salarial temos ainda uma
maior concentração em ocupações de menor remuneração: um estudo de 2009 do IPEA apontou que
21% das mulheres negras no Brasil são trabalhadoras domésticas contra 12,5% das mulheres
brancas e apenas 22% têm carteira assinada.
Além de desafios práticos que as mulheres enfrentam no mercado de trabalho, como a
conciliação da carreira e família de forma mais intensa que os homens, precisam lidar com
obstáculos invisíveis: os estereótipos. O Center for WorkLife Law da Universidade da Califórnia
validou em pesquisa a existência de quatro grupos de estereótipos que dificultam o avanço
profissional feminino: barreira da maternidade, corda justa, prove novamente e guerra de gênero.
AS MULHERES E A PRODUTIVIDADE
As mulheres são uma grande força para a economia mundial: representam mais de 40% da mão
de obra global, 43% da força de trabalho atuante e mais da metade dos estudantes universitários do
mundo, de acordo com um relatório de 2012 do Banco Mundial:
• De acordo com um relatório de 2015 do McKinsey Global Institute, resolver a desigualdade de
gênero em todas as suas dimensões poderia adicionar US$ 28 trilhões ao PIB global em 2025,
o equivalente à soma das economias e da China e dos Estados Unidos somadas. Apenas no
Brasil, essa mudança poderia gerar um PIB 30% maior, em 2025, com até US$ 850 bilhões a
mais em circulação;
• Os países que promovem os direitos das mulheres e aumentam o acesso delas aos recursos e
ao ensino têm taxas de pobreza mais baixas, crescimento econômico mais rápido e menos
corrupção do que os países onde isso não ocorre, de acordo com evidências do estudo
Desenvolvimento e Gênero — Igualdade de Género em Direitos, Recursos e Voz, do Banco
Mundial.
177
http://incid.org.br/2012/11/29/ong-de-sao-goncalo-combate-a-violencia-contra-a-mulher/ - acesso 15/06/2020
178
Políticas de segurança para as mulheres
HOMOFOBIA
Homofobia é o termo utilizado para designar uma espécie de medo irracional diante da
homossexualidade ou da pessoa homossexual, colocando este em posição de inferioridade e
utilizando-se, muitas vezes, para isso, de violência física e/ou verbal. A palavra homofobia
significa a repulsa ou o preconceito contra a homossexualidade e/ou o homossexual. Esse
termo teria sido utilizado pela primeira vez nos Estados Unidos em meados dos anos 70 e, a
partir dos anos 90, teria sido difundido ao redor do mundo. A palavra fobia denomina uma
espécie de ―medo irracional‖, e o fato de ter sido empregada nesse sentido é motivo de
discussão ainda entre alguns teóricos com relação ao emprego do termo. Assim, entende-se
que não se deve resumir o conceito a esse significado.
179
AIDS é pouco discutida, mantendo confusões, como essa, em vigor e sustentando ideias
infundadas. Algumas pesquisas apontam ainda para o medo que o homofóbico tem de se
sentir atraído por alguém do mesmo sexo. Nesse sentido, o desejo é projetado para fora e
rejeitado, a partir de ações homofóbicas.
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/psicologia/homofobia.htm
180
ATIVIDADES
Questões para análise.
As principais mudanças na vida social das mulheres na sociedade são: a fala em locais
que até então eram proibidos; o fato de algumas dividirem o tempo entre o trabalho
doméstico e a profissão, enquanto outras optam em só trabalhar fora; a ocupação em cargos
de chefia; o casamento tardio ou a opção em não casar-se; elas exercem cargos que até
então eram destinados aos homens, como motorista, pedreiro, entre outros; tem liberdade de
expressão, de escolher suas roupas, etc.
Podemos citar algumas formas de reprodução das desigualdades de gênero mais comuns
no mundo, como: as mulheres tem menor remuneração, apesar de terem mais escolaridade,
sofrem mais assédio que os homens, são mais sujeitas ao desemprego, estão sub
representadas na política, embora nessa pandemia os países que melhor combateram o
coronavírus são governados por mulheres, a maternidade é vista como um dos principais
elementos de discriminação no mercado de trabalho, etc.
Resposta pessoal. É importante que o aluno perceba que para combater essas
desigualdades de gênero é fundamental a busca pela inclusão de mulheres na política,
medidas que visam a ampliação de oportunidade para elas e principalmente combater a
cultura machista que somos criados. Mulheres no volante não é perigo constante. Mulheres
podem jogar futebol sim! Se ela não quiser trabalhar em casa é problema dela! Se a saia está
curta é porque ela gosta e tem direito.
Resposta pessoal. É fundamental que o estudante crie o espirito crítico para analisar a
violência doméstica no Brasil, principalmente os do sexo masculino. Em primeiro lugar é
necessário a ideia de que a violência, seja ela qual for, não pode ignorada ou disfarçada. Ela
precisa ser denunciada para toda a sociedade. Lembrando que a Lei Maria da Penha garante a
punição para o agressor. É preciso que as mulheres denunciem (entrar em contato com a
Central de Atendimento à mulher, ligando 180, ou procurar a delegacia mais próxima), que
ela tenham apoio psicológico, familiar e da sociedade como um todo. Se o vizinho ou outra
pessoa viu alguma violência deve denunciar. Em briga de marido e mulher se mete a colher
sim. Também é fundamental que se desenvolva ações voltadas para acabar com essa cultura
machista em que a mulher é um objeto que o parceiro, o pai, o irmão faz o que quer.
5 — Proposta de Redação
181
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema ―A persistência da violência
contra a mulher na sociedade brasileira‖, apresentando proposta de intervenção que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. (25 linhas)
INSTRUÇÕES:
Resposta Pessoal
182
SEMANA 4
UNIDADE(S) TEMÁTICA(S):
OBJETO DECONHECIMENTO:
Reconhecer a diversidade cultural Brasileira e as desigualdades que ainda persistem no país e no Mundo.
HABILIDADE(S):
Identifcar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas
distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de
trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS:
INTERDISCIPLINARIDADE:
183
POR QUE FALAR SOBRE RAÇA E ETNIA?
O Brasil é formado por 204,5 milhões de habitantes, sendo que 45,22% se dizem
brancos; 54,48% negros (45,06% pardos e 8,86% pretos); 0,47% amarelos 0,38% indígenas
(IBGE/PNAD-2015). Estes dados nos mostram que o Brasil é um país multirracial,
multicultural pluriétnico. Tanta diversidade deveria ser vista como algo positivo, só que, por
causa da nossa história de discriminação e exclusão, as diferenças são transformadas em
desigualdades e má distribuição de riquezas que afetam toda a população, sobretudo os
negros e os indígenas. Além disso, outros grupos também carregam marcas por causa de sua
origem, culturas e costumes, como é o caso de ciganos, judeus e palestinos.
Biologicamente as raças são definidas como grupos de pessoas — ou animais — que são
fisiológica e geneticamente distintos de outros grupos. São da mesma raça os indivíduos que
podem cruzar entre si e produzir descendentes férteis. O uso desse conceito para classificar
seres iniciou-se há mais de um século, e naquela época se mostrava poucos científicos e
buscava legitimar preconceitos já existentes. Um exemplo de uso de uma pseudo-ciência
(falsa) foi a eugenia que busca a purificação das raças e justificou episódios lamentáveis da
história da humanidade como o massacre de judeus pelo governo nazista.
184
de reações emocionais pelas diferenças raciais é não apenas estúpido como perigoso.
O Antropólogo Kabengele Munanga, afirma que mesmo hoje com os avanços da genética
moderna apontando para a impossibilidade de classificar os seres humanos por raças, o
racismo culturalmente se mantém em nossa sociedade, ou seja, mesmo não existindo
diferenças entre os seres humanos que justifique classificá-los em raças, ainda existe
racismo.
185
formação social brasileira, longe de promover a degeneração física e moral da população, era
exatamente o que definia nossa identidade nacional. Essa interpretação também fortaleceu a
ideia de que no Brasil não haveria preconceito, o que teria gerado oportunidades econômicas
e sociais equilibradas para as pessoas de diferentes grupos raciais ou étnicos.
Etnia
Baseia-se em traços e práticas culturais partilhadas pelo grupo, tais como músicas,
costumes, comida, ritos e rituais.
Raça/Cor na Biologia
186
O termo raça foi inicialmente utilizado para distinguir pessoas de cores diferentes. Hoje
sabe-se que não existem, biologicamente/geneticamente falando, raças distintas. Diferenças
fenotípicas não caracterizam ou identificam raças distintas. Diferenças visíveis são adaptações
ambientais sofridas ao longo do tempo.
Raça/Cor na Sociologia
Raça é uma construção social segundo a qual membros da população compartilham
características físicas herdadas. A raça/cor depende de um critério arbitrário de escolha da
sociedade. Cor é o critério comum, mas poderia também ser formato da cabeça, cor dos
olhos, tipo de cabelo, etc.
A discriminação também pode ocorrer sem que haja sentimento de preconceito: Ex.:
mulher não paga, ou paga menos até x horas, estudante paga meia, negros que discriminam
negros em processos não relacionados a cor. Às vezes a discriminação é dissimulada, não
ficando claro, nem mesmo para quem a sofre, que ela de fato existe – o que torna ainda mais
difícil superá-la.
Discriminação é uma atitude ou tratamento diferenciado em relação ao outro que pode
levar à marginalização ou exclusão. A discriminação e a segregação materializam as
ideologias calcadas em preconceitos que refletem a hegemonia de um grupo e a subordinação
187
de outro.
como tais.
ATIVIDADES
1 — Defina os seguintes conceitos:
c) Diversidade cultural: a diversidade cultural faz referência aos vários aspectos que
representam as diversas culturas, tais como a tradição, a culinária, o vestuário, a religião, as
danças, as festas típicas, a políticas, etc.
189
sociedade escravocrata existente no Brasil. Para combatê-lo é necessário políticas públicas
mais eficazes ou medidas como humanizar setores da sociedade como a polícia, ou promover
debates nos meios escolares, criar ações que valorizem o respeito à diversidade, etc.
5— Pesquisa 1
Por que dia 20 de novembro foi escolhido para comemorar o Dia da Consciência Negra?
O dia 20 de novembro é o dia da Consciência Negra. Foi criado pela Lei nº 12.519, de 10
de novembro de 2011, em razão da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares ter
ocorrido nesse dia, conforme historiadores. Como a abolição da escravidão (13 de maio de
1888) ocorreu sem grandes transformações e sem qualquer preocupação para com os negros,
a data da morte de Zumbi foi escolhida para celebrar a luta dos negros contra a opressão.
Quem foi Zumbi dos Palmares e porque ele é um símbolo tão importante para o povo
negro?
Zumbi era o líder de umk dos maiories quilombos do Brasil, o Quilombo dos Palmares,
localizado entre os estados de Alagoas e Pernambuco. Sua figura criou várias controversas no
decorrer da história. Porém, ele ainda é considerado importante para o povo negro por ser
símbolo da luta e resistência dos povos escravizados.
190
7.716, de 5 de janeiro de 1989) e leis como a de cotas raciais, voltada para a educação
superior, e, especificamente na área da educação básica, a Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de
2003, que instituiu a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-
brasileira. Essas legislações preveem certa reparação aos danos sofridos pela população
negra na história do Brasil. Por trás dessas leis, estão as iniciativas para acabar com o
apagamento que os negros e a história e cultura dos africanos sofreram no Brasil.
No caso do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, a data foi criada por
meio da citada Lei nº 12.519, no dia 10 de novembro de 2011, durante o governo de Dilma
Rousseff. Essa lei não transformou a data em feriado nacional, assim, os governos de cada
estado e cidade do Brasil devem optar por ser feriado ou não. O jornalista Laurentino Gomes
fala que, até 2018, o dia 20 de novembro era feriado em 1047 municípios do Brasil (de
um total de 5561 municípios).
Fonte: FERNANDES, Cláudio. "20 de novembro – Dia da Consciência Negra"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-nacional-da-consciencia-negra.htm. Acesso em 26 de junho
de 2020.
6 — Pesquisa 2
https://www.brasildefato.com.br/2019/04/05/uma-historia-oral-do-movimento-
negro-unificado-por-tres-de-seus-fundadores
https://mnu.org.br/quem-somos/
https://www.geledes.org.br/movimento-negro-na-atualidade/
191
http://www.palmares.gov.br/
http://www.palmares.gov.br/?page_id=361#links11
Pesquisa sobre pessoas que lutaram pelos direitos dos negros no Brasil e no mundo.
Essa resposta também é pessoal e irá variar conforme as pesquisas individuais. Alguns
nomes a serem citados:
Luis Gama;
Maria Tomásia Figueira Lima;
André Rebouças;
Adelina;
Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar;
Maria Firmina dos Reis;
Luther King;
Nelson Mandela;
Angela Davis;
José do Patrocínio;
Malcon X;
Rosa Parks;
Mariele Franco;
Lázaro Ramos e Thaís Araújo
7 — Pesquisa 3
http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=47
Quilombolas no Brasil.
http://cpisp.org.br/direitosquilombolas/observatorio-terras-quilombolas/quilombolas-
brasil/
193
Quilombolas.
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/quilombolas.htm
8 — Análise de Músicas
Procure músicas que tratam sobre a questão das desigualdades raciais e analise.
Essa resposta também é pessoal e irá variar conforme as pesquisas individuais.
Sugestão de músicas.
Todo Camburão tem um pouco de navio negreiro – O Rappa.
Mama África – Chico César.
Carta à Mãe África – Gog
A carne – Farofa Carioca.
Boa Esperança – Emicida
Preto Cismado – Aláfia
Galanga Livre – Ricon Sapiência.
Nego lutou – Fioti.
Povo guerreiro – Criolo.
Negroide – Taiguara
Cangoma me chamou – Clementina de Jesus.
Negro é lindo – Jorge Ben.
Uma vida – Dom Salvador e Abolição.
Sou Negro – Toni Tornado.
Canto das Três Raças – Clara Nunes.
Refavela – Gilberto Gil.
Senhora Liberdade – Zezé Mota.
Inferno Colorido – Bezerra da Silva.
Rap da Felicidade – Cidinho e Doca.
Diário de um detendo – Racionais MC‘s
9 — Análise de vídeos
194
―Vista minha pele‖
Nesta história invertida, os negros são a classe dominante e os brancos foram
escravizados. Os países pobres são Alemanha e Inglaterra, enquanto os países ricos são, por
exemplo, África do Sul e Moçambique. Maria é uma menina branca e pobre, que estuda num
colégio particular graças à bolsa de estudo que tem pelo fato de sua mãe ser faxineira nesta
escola. A maioria de seus colegas a hostilizam, por sua cor e por sua condição social, com
exceção de sua amiga Luana, filha de um diplomata que, por ter morado em países pobres,
possui uma visão mais abrangente da realidade.
―Pantera Negra‖
Após a morte do rei T'Chaka (John Kani), o príncipe T'Challa (Chadwick Boseman) retorna
a Wakanda para a cerimônia de coroação. Nela são reunidas as cinco tribos que compõem o
reino, sendo que uma delas, os Jabari, não apoia o atual governo. T'Challa logo recebe o
apoio de Okoye (Danai Gurira), a chefe da guarda de Wakanda, da irmã Shuri (Letitia
Wright), que coordena a área tecnológica do reino, e também de Nakia (Lupita Nyong'o), a
grande paixão do atual Pantera Negra, que não quer se tornar rainha. Juntos, eles estão à
procura de Ulysses Klaue (Andy Serkis), que roubou de Wakanda um punhado de vibranium,
alguns anos atrás.
―Corra‖
Chris (Daniel Kaluuya) é jovem negro que está prestes a conhecer a família de sua
namorada caucasiana Rose (Allison Williams). A princípio, ele acredita que o comportamento
excessivamente amoroso por parte da família dela é uma tentativa de lidar com o
relacionamento de Rose com um rapaz negro, mas, com o tempo, Chris percebe que a família
esconde algo muito mais perturbador..
195
―Um maluco no pedaço‖
A série conta a história de Will (Will Smith), um jovem de origem humilde que se muda
para um luxuoso bairro na Califórnia. Após arrumar confusão com pessoas perigosas de seu
bairro, na Filadélfia, a mãe de Will, temendo pelo futuro de seu filho, resolve mandá-lo para
viver com sua irmã Vivian (Janet Hubert-Whitten) e seu cunhado Philip (James Avery), um
advogado que se tornou juiz e tem uma vida muita bem sucedida. Contudo, por ser um
garoto humilde e não ligar para os estudos, Will vive se comportando de maneira inadequada
e provocando trapalhadas aos seus tios e primos na mansão,
196