Hic Et Nunc
Hic Et Nunc
Hic Et Nunc
Hic et nunc
Maria Ferreira
Nota-se, hediondamente, adultos se portando como crianças, vitimismo, queixas e
impulsos foram normalizados graças a inúmeros fatores da sociedade atual. Deixa-se
claro, portanto, a escassez de maturidade advindo de quem tem um papel importante
para cumprir. Ao longo desse texto, mostrarei causas e consequências desses fatores,
e não obstante, apontarei os erros cometidos e como repará-los.
No século XX, Sigmund Freud apresentou sua tese psicanalítica, que dizia que nosso
inconsciente apresentava vontades do ID (pulsões), que criam necessidades de modo a
que tenhamos de fazer, entretanto o Ego equilibra a restrição do Superego e as
vontades do ID. Adler, aluno de Freud, dizia que o que move o homem é o desejo de
poder. Já Victor Frankl apresenta uma nova tese, na qual diz que o ser humano precisa
de um sentido de vida, pois o que o move é o sentido. O homem moderno por ter
abandonado as suas tradições que lhe diziam o que fazer e nem mesmo sabe o que
deve ser feito, visto que desejos são emoções que se movem, não são sólidos e os
seres humanos precisam de algo sólido para se agarrarem.
A falta de eixo moral agrava a crise, como dizia Mário Ferreira dos Santos, e ela é
inerente ao ser humano que, por ser limitado, tem de escolher e é precisamente
quando ele escolhe o imediato que se abre mais o abismo e cai fatalmente no nada.
Fica perdido nos vales e nem sequer tenta chegar ao cume, fica; portanto, na crise (do
grego crisis), mais profunda. E a única solução para sair dela é transcender.
Resolução:
Para a resolução dos problemas criados atualmente:
• Estar bem instalado na realidade e fugir do “penso logo existo”, o homem não
foi criado para estar sozinho, para ser egoísta e nem mesmo para a
aleatoriedade. Pode-se observar, principalmente nos tempos de pandemia a
sensação que a falta de rotina e hábitos causam, a angústia de uma vida sem
história, sem narrativa, como uma lista de coisas sem sentido. É preciso sentir
que cada dia tem seu valor, para construir sua história.
• Evitar desconexões de si, como: Não ter paz com o passado, fazendo
suposições “se o meu pai fosse rico eu não passaria por isso”, como diária
Teresa D’ Ávila “A imaginação é a louca da casa”. E não idealizar o futuro, como
“só serei feliz quando tiver filhos”, em suma é aceitar suas circunstâncias, como
dizia Ortega “eu sou eu e minhas circunstâncias”. Olhar os elementos a sua
volta e melhorá-los, ter responsabilidade para olhar para a realidade e
responder a ela, tomar posse da caneta que escreverá sua narrativa.
No fim, para sair e tudo isso e amadurecermos, nos cabe sair da fantasia e viver
a realidade. O dia começa quando vemos aquilo que nos foi dado, pois a vida é
um dom, uma doação, não somos causa de nós mesmos. A existência não
acontece porque existimos, é o contrário. Para a compreensão de tudo resta
nos a virtude ordenadora, a temperança. Quando vemos o nosso tamanho na
existência temos ordem nas escolhas. Assim nos adequamos a quem pensamos
que somos e a quem somos, que resulta na verdadeira humildade, que
reconhece suas limitações.