Neurociências Neuropsicologia e A Atuao Do Psiclogo
Neurociências Neuropsicologia e A Atuao Do Psiclogo
Neurociências Neuropsicologia e A Atuao Do Psiclogo
NEUROPSICOLOGIA
E A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO
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NESTE E-BOOK VOCÊ VAI ENCONTRAR:
• Caso clínico - O exemplo de um psicólogo que ampliou sua conduta
terapêutica a partir de um desafio no consultório
• Por que entender o funcionamento do sistema nervoso é tão importante para
o psicólogo?
• O que é Neurociência e o que é Neuropsicologia?
• Um breve histórico sobre o conhecimento das funções do cérebro ao longo
do tempo
• Alguns campos de trabalho da psicologia em que o conhecimento da
Neurociência é fundamental e por quê:
1. Psicologia Clínica
2. Diagnósticos e Avaliação Psicológica
3. Psicologia Médica e Hospitalar
4. Diagnóstico Neuropsicológico e Reabilitação Neuropsicológica
5. Neuromarketing
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NESTE E-BOOK VOCÊ VAI ENCONTRAR:
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PSICÓLOGO QUE NÃO
ESTUDA NEUROCIÊNCIAS?
COMO ASSIM?
O exemplo de um psicólogo que ampliou sua
conduta terapêutica a partir de um desafio.
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João chegou a uma psicóloga por indicação
médica, pois há muitos anos sofria com
uma depressão crônica de média
intensidade, falta de motivação e fadiga
constante.
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Este é um típico quadro que
desafia qualquer psicólogo!
Nada parecia fazer efeito, e a psicoterapia se
arrastava, causando frustração tanto em
João quanto na terapeuta.
Um dia, na sua supervisão, a terapeuta
percebeu que ela tinha que entender sobre
a fisiologia dos sintomas do João, e dos
efeitos físicos da medicação que ele
tomava.
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Para isto retomou os estudos da química cerebral,
mergulhou no conhecimento dos neurotransmissores,
dos comportamentos, e das dietas que alteravam os
estados emocionais.
Pesquisou os efeitos da medicação na percepção da realidade, e descobriu
inclusive que a serotonina, um dos neurotransmissores responsáveis pela
regulação do humor e pela sensação de bem-estar, é fabricada
principalmente no intestino, e que o bom funcionamento deste órgão é
essencial para o bom estado emocional.
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Assim, em parceria com o médico e um
nutricionista, o psicólogo coordenou uma
intervenção multidisciplinar onde foi
introduzida uma dieta anti-inflamatória
intestinal para regular a produção de
serotonina.
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A diferença foi notada em algumas
semanas, e em poucos meses João estava
se sentindo uma outra pessoa, livre de
psicofármacos e com outra percepção de
mundo.
Hoje ele continua o seu processo
terapêutico, não por causa da distimia,
mas para seguir seu caminho de
autoconhecimento e crescimento pessoal.
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POR QUE ENTENDER O
FUNCIONAMENTO DO
SISTEMA NERVOSO
É TÃO IMPORTANTE PARA
O PSICÓLOGO?
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Apesar da nossa formação acadêmica em
Psicologia conter algumas matérias
relativas à anatomia e fisiologia do
sistema nervoso, este conhecimento
fornecido pelas faculdades ainda é
insuficiente para uma compreensão
ampliada dos comportamentos, dos
sintomas, e sobre o que interfere na
subjetividade humana, objeto primordial
do nosso trabalho.
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Como psicólogos, devemos ampliar nossa
percepção sobre os nossos pacientes,e
compreender os comportamentos
emocionais com bases neurofisiológicas.
Devemos entender todos os fatores
envolvidos, e tratar adequadamente os
transtornos de ansiedade, pânico,
depressão, e outras tantos sofrimentos
psíquicos que nos chegam ao consultório.
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Ao compreender este funcionamento,
podemos desenvolver lideranças,
motivar, transformar crenças
disfuncionais, ajudar pessoas a criar
alternativas inovadoras para velhos
problemas, enfim, nos possibilita exercer
nossa profissão com mais propriedade e
assertividade, somando estas informações
essenciais ao manejo clínico, e todos os
seus pressupostos.
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O QUE É NEUROCIÊNCIA E O
QUE É NEUROPSICOLOGIA?
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Neurociência
é o estudo interdisciplinar do sistema
nervoso, que engloba várias áreas do
conhecimento como Biologia, Medicina,
Nutrição, Educação, Linguística, e
muitas outras, inclusive a Psicologia,
que vamos destacar aqui.
A intercessão entre a Neurociência e
a Psicologia deu origem a uma nova
área do conhecimento, que é a
Neuropsicologia.
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A Neuropsicologia
é a ciência que trata da relação entre
cognição, emoções, comportamento e a
atividade do sistema nervoso em condições
normais e patológicas.
Um dos objetivos da Neuropsicologia é
identificar qual particular atividade de
um circuito cerebral responsável por um
determinado desempenho cognitivo, um
sintoma, ou um comportamento, produzindo
diagnósticos que vão nortear os tratamentos
médicos e psicológicos.
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UM BREVE HISTÓRICO
SOBRE O CONHECIMENTO
DAS FUNÇÕES DO CÉREBRO
AO LONGO DO TEMPO
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Parece intuitivo e óbvio que as funções
cognitivas dependam do cérebro, mas
este conhecimento foi construído
gradativamente ao longo dos séculos.
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Até um passado recente, acreditava-se
que o cérebro era imutável, até que
surgiu o conhecimento sobre a
neuroplasticidade.
A neuroplasticidade é um conceito que
vem merecendo muita atenção
recentemente, que consiste na
capacidade do cérebro de se adaptar e
criar novas conexões e circuitos,
quando ele é estimulado.
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Este fascinante mundo das
Neurociências
só está começando a ser explorado.
Ele avança de tal forma, e desperta tanto
interesse de profissionais e de
apaixonados por esta ciência, que todos
os dias algo novo surge para desvendar
o ainda tão desconhecido universo da
mente.
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ALGUNS CAMPOS DE
TRABALHO DA PSICOLOGIA EM
QUE O CONHECIMENTO DA
NEUROCIÊNCIA É FUNDAMENTAL
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Psicologia clínica no consultório
O psicólogo que tem conhecimento de Neurociência amplia sua escuta para além
da subjetividade. Ao considerar que todos os aspectos emocionais e
comportamentais das pessoas têm uma correlação anatômico-funcional, o olhar
do psicólogo fica magnificado.
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Diagnósticos e Avaliação Psicológica
Esta área de atuação da psicologia é de extrema importância, pois pode
nortear um tratamento médico ou psicológico. Temos os testes
psicológicos como instrumento de diagnóstico, porém o entendimento do
psicólogo fica especialmente ampliado quando ele consegue relacionar as
evidências dos testes com o funcionamento cerebral.
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Psicologia Médica e Hospitalar
Muitas patologias afetam o funcionamento cerebral, e os medicamentos
também. O sofrimento físico e emocional de uma enfermidade muda
os padrões de sentimentos e comportamentos, muitas vezes com alterações
significativas na química cerebral.
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Diagnóstico Neuropsicológico
e Reabilitação Neuropsicológica
Estes são campos de atuação crescentes no mercado de trabalho
dos psicólogos, e aqueles que pretendem atuar nesta área
necessitam de aprofundamento no estudo das neurociências,
especialmente a Neuropsicologia.
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NEUROMARKETING
Este campo de atuação está sendo ocupado por muitos
profissionais não psicólogos, que estudando
Neurociência procuram entender como funciona o
cérebro em relação ao consumo, e como as empresas
devem fazer sua comunicação para que seu público
consumidor seja atingido pela mensagem que se
quer passar. Este mercado de trabalho pode ser
ocupado com muita competência por psicólogos, que
têm uma visão mais completa do ser humano, seus
processos subjetivos, seus sentimentos e
comportamentos.
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VOCÊ JÁ PENSOU
O QUE É REALIDADE?
Vamos começar com um pressuposto muito importante.
Tudo que pensamos, sentimos, acreditamos, vivenciamos,
nossa capacidade de compreensão, nossa maneira de ser,
nossa possibilidade de pensar até sobre os nossos
pensamentos, nossa capacidade de absorver cultura,
formar crenças, e a partir delas criar nosso mapa de
mundo, absolutamente tudo, depende desta estrutura
muito complexa que nós, seres humanos possuímos em
nosso corpo, da forma mais evoluída que temos
conhecimento, que é o nosso cérebro.
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O CÉREBRO E
A EVOLUÇÃO
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As estruturas cerebrais são resultado da evolução,
e têm origem na pré-história, há bilhões de anos, a
partir de uma forma de vida muito simples.
Cientistas supõem, que há cerca de 2 bilhões de anos, algumas bactérias
desenvolveram a capacidade de produzir sinais elétricos quando se moviam.
Há 600 milhões de anos, nas águas vivas, surgiram os primeiros sistemas
nervosos, ainda bem rudimentares.
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Uma analogia interessante pode
ser feita para uma melhor
compreensão desta questão:
Imagine a construção de uma casa, que vai sendo feita
sem um projeto final. Primeiramente a pessoa constrói
o mínimo para abrigá-la, por exemplo um cômodo
multifuncional. Depois ele vai tendo outras
necessidades e então ele constrói mais um quarto,
depois outro, depois mais um banheiro, depois uma
varanda, um segundo andar, e por aí vai.
A casa já está bem maior, mais funcional, mas o
primeiro cômodo ainda está lá, assim como os
seguintes que foram sendo construídos aos poucos.
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O SISTEMA NERVOSO
PRIMITIVO QUE AINDA
CARREGAMOS
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Assim como esta casa, nosso sistema nervoso de
hoje tem as estruturas primitivas que surgiram no
início da evolução. Estas estruturas são conhecidas
popularmente como
“cérebro reptiliano”
em uma referência ao cérebro animal que nós, seres
humanos, carregamos desde o princípio do processo
evolutivo. Prefiro chamar estas estruturas de sistema
nervoso primitivo ou instintivo.
Isto explica por que seres evoluídos como o ser
humano tem emoções, reações e comportamentos
primitivos e irracionais.
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Isto explica por que tantas pessoas têm reações
inexplicáveis pela razão. Isto explica por que as
pessoas têm paixões que não escolheriam
conscientemente, tem impulsos que as
direcionam para caminhos contrários ao que seria
recomendável racionalmente.
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Concluindo, nosso sistema nervoso primitivo tem a função de economizar
energia, nos manter vivos, e perpetuar a espécie. Ele controla nossas
funções vitais e reprodutivas. Ele é instintivo e suas reações não passam pela
razão. Ele acende o alarme quando algo nos ameaça a sobrevivência, e nos
faz interessados em sexo, com preferências nem sempre compreendidas.
Nosso sistema nervoso primitivo não interpreta, não racionaliza. Ele age
automaticamente para cumprir suas funções primordiais.
Tudo seria como nos animais, porém esta parte do nosso encéfalo é ligada a
outras estruturas mais desenvolvidas e especializadas. A capacidade de avaliar
e decidir é o que nos torna humanos.
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O CÉREBRO EVOLUÍDO
QUE DESENVOLVEMOS
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Em nosso processo evolutivo, desenvolvemos
estruturas cerebrais avançadas, capazes de
interagir com nosso cérebro primitivo.
Estas estruturas possibilitam a nossa diferenciação como espécie,
propiciando uma possibilidade de “conversa” com nossos impulsos
primários para que possamos atuar de forma intencional nas nossas
escolhas e modo de viver.
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SOMENTE OS
SERES HUMANOS
TÊM CONSCIÊNCIA?
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Estudos recentes mostram que os
animais também possuem inúmeras
capacidades cognitivas e afetivas
semelhantes aos humanos, o que
tem muita lógica, considerando a
sobreposição evolutiva.
Inúmeras experiências mostram que existe um
nível de consciência em muitas espécies animais.
A declaração de Cambridge que trata deste
assunto, diz o seguinte:
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Consequentemente, o peso das
evidências indica que os humanos não
são os únicos a possuir os substratos
neurológicos que geram a consciência.
Animais não humanos, incluindo todos
os mamíferos e as aves, e muitas outras
criaturas, incluindo polvos, também
possuem esses substratos
neurológicos".
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ARQUITETURA
MACROSCÓPICA
DO SISTEMA NERVOSO
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O nosso sistema nervoso
é dividido em sistema nervoso central,
constituído pelo encéfalo e pela medula
espinhal e pelo sistema nervoso periférico
(nervos cranianos e raquidianos). O encéfalo é
formado pelo cérebro, cerebelo, bulbo,
elementos importantes na
constituição nervosa do nosso organismo.
Para iniciar a compreensão do encéfalo,
vamos falar um pouco sobre a arquitetura
desta estrutura.
Nervos Raquidianos
Cranianos
Encéfalo
• Nervos
Cranianos
• Nervos
Medula espinhais e
Espinhal gânglios
• Nervos
periféricos
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UM CÉREBRO QUE ATUA
INTEGRANDO TODAS AS
SUAS ESTRUTURAS
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É a conexão entre o
cérebro primitivo e
o cérebro evoluído
que nos faz ter senso crítico, fazer escolhas,
refletir eticamente, adquirir conhecimento e
organizá-lo para aplicá-lo, estabelecer regras
de convivência, frear os instintos, controlar as
compulsões, interpretar situações, e desenvolver
diversas outras habilidades.
Da possibilidade desta interlocução está nosso
poder de escolha sobre como agir, e sobre como
tomar as decisões mais adequadas.
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Anatomicamente a parte primitiva do nosso encéfalo está localizada no seu
centro, e é responsável pela sobrevivência. Em volta, fica o chamado Sistema Límbico,
que de maneira geral coordena as emoções, o humor, a memória e o aprendizado. A
parte mais recentemente evoluída fica localizada na parte externa, e tem funções
cognitivas bastante especializadas.
Sistema
Límbico
Porém, esta é apenas uma referência didática, pois o cérebro funciona como uma
unidade inteiramente relacionada, com circuitos e funções que se interpenetram e se
completam, fazendo uma complexa e intrigante cadeia de conexões, que
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Olhando pelo ângulo externo do cérebro, temos
dois hemisférios, direito e esquerdo e os
diversos lobos, cada um especializado em
determinadas funções, porém todas as partes se
inter-relacionam em um circuito funcional de
alta complexidade. Muitas funções cognitivas
usam circuitos que envolvem os dois hemisférios
simultaneamente. As conexões são feitas
através dos neurônios, que são as células do
sistema nervoso.
Existem também as chamadas especializações
hemisféricas, que são funções predominantes de
cada lado do cérebro, sendo que o hemisfério
esquerdo executa primordialmente as
funções verbais e funções mais objetivas, e o
direito as funções não verbais e mais
subjetivas.
Por exemplo, o lado esquerdo percebe o
significado da fala e o direito a entonação.
O hemisfério direito comanda o lado esquerdo
do corpo, e o hemisfério esquerdo comanda o
lado direito. 50
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Divisões macroscópicas do encéfalo:
Lobo Frontal – Lobo Parietal – Lobo Temporal – Lobo Occipital – Sistema
Límbico –– Ventrículos - Cerebelo
O córtex pré-frontal, subdivisão didática do Lobo Frontal, localizado na
direção da nossa testa e rosto foi a última região cortical a se desenvolver. Esta
parte merece destaque porque é nela que ocorre os processos mentais e
cognitivos mais complexos.
Lobos
Cerebrais
Lobo Frontal
Lobo Occipital
Lobo Temporal
Lobo Pariental
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Uma visão
microscópica do cérebro
Todo nosso tecido nervoso é composto de
uma célula diferenciada e especializada que
se chama neurônio. Cientistas calculam que
temos cerca de 86 bilhões de neurônios,
que recebem e transmitem informações
simultaneamente, em uma sincronia e
organização sem comparação.
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• Corpo
Celular
• Núcleo
Neurônio • Dentritos
tem a forma parecida com uma árvore.
Nesta metáfora, os galhos desta árvore são
os dendritos, o tronco é o axônio, e as raízes
representam sua parte terminal, que se
conecta a outro neurônio. Bainha de
As membranas dos dendritos têm características Mielina
bioquímicas que funcionam excitando e inibindo os
disparos elétricos que percorrem o sistema
nervoso. • Axônio
O axônio é o caminho, a trilha por onde corre o
impulso elétrico. Em alguns neurônios este
caminho é revestido por uma camada de gordura,
como se fosse uma capa de um fio elétrico. Esta
camada tem o nome de Bainha de Mielina.
• Final do
Axônio 53
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Estes neurônios revestidos pela Bainha de
Mielina formam a parte branca do
cérebro, que fica concentrada na sua parte
interna. A parte cinzenta visível do cérebro
fica localizada na sua parte externa. Esta
camada de gordura é um isolante elétrico
que permite uma condução mais rápida e
mais eficiente dos impulsos nervosos.
Substância Branca
Nos extremos dos axônios ficam pequenas Substância Cinzenta
vesículas onde são depositados os
neurotransmissores. Estas estruturas
liberam estas substâncias químicas nas
fendas sinápticas, que são pequenos Neurotransmissor
espaços entre os neurônios. Algumas
substâncias promovem os disparos elétricos
entre os neurônios, enquanto outras
substâncias inibem estes disparos, que são
regulados pelo balanço entre dois
elementos químicos, o sódio e o potássio.
O resultado destes disparos faz a realidade
que percebemos, o que sentimos, o que
pensamos, promovem nossas habilidades,
controlam nossos movimentos, nossas
funções vitais, nosso mundo inconsciente,
enfim, regem a grande orquestra da nossa
existência. 54
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O resultado destes disparos faz a
realidade que percebemos, o que
o que pensamos,
sentimos,
promovem nossas
habilidades, controlam
nossos movimentos, nossas
funções vitais
nosso mundo inconsciente, enfim,
regem a grande orquestra da nossa
existência.
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Neuro-
plasticidade
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Esta é uma palavra que está
atualmente no centro das
atenções, e isto interessa
muito à psicologia!
Neuroplasticidade é a capacidade do cérebro
de se adaptar às mudanças. Trata-se da
habilidade do cérebro de reorganizar os
neurônios e os circuitos neurais, moldando-se
em níveis estruturais, por meio de
aprendizagem e vivências.
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É como se o cérebro respondesse a uma
ginástica e criasse caminhos alternativos,
potencializando as conexões neuronais,
ampliando as possibilidades de
aprendizado, percepção, habilidades e
demais funções cerebrais.
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Lea Grinberg, uma das coordenadoras
do banco de cérebros da USP, diz que “o
cérebro é como um músculo: se você
exercita, você está mais protegido
contra problemas”
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O papel do psicólogo diante desta
informação é orientar o seu paciente
no sentido de informá-lo sobre este
fato, e estimular estes novos hábitos
de vida, criando metas,
acompanhando o desempenho e
cuidando para que as suas crenças
limitantes não deixem que ele desista.
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Neurogênese
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Neurogênese
é o mecanismo pelo qual os neurônios
são desenvolvidos dentro do sistema
nervoso. Envolve a formação de
neurônios altamente especializados no
cérebro, e acontece tanto no crescimento
fetal quanto na criança e no adulto.
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Por que a neurogênese
é importante em adultos?
A neurodegeneração é um processo natural que
ocorre no cérebro adulto, principalmente em
idades mais avançadas, no qual os neurônios vão
perdendo sua capacidade funcional.
Portanto, a neurogênese é importante para
combater esse problema, gerando novos neurônios
para substituir os mais antigos, preservando as
habilidades, as capacidades e a memória.
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Neurônios
Espelho
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Neurônios espelho
são as células do cérebro que disparam sua
atividade não apenas quando realizamos uma
ação específica, mas também quando
observamos alguém realizar a mesma ação.
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Também suspeita-se que a disfunção dessas
células-espelho possa estar envolvida em
distúrbios como o autismo, onde os sinais clínicos
podem incluir dificuldades na comunicação verbal e
não verbal, imitação e empatia pelos outros.
Portanto, obter uma melhor
compreensão do sistema de
neurônios-espelho pode ajudar a
conceber estratégias para o
tratamento desse distúrbio.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considero que a curiosidade e o espírito
investigativo são atributos indispensáveis
de um bom psicólogo.
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