Apostila Biologia Geral
Apostila Biologia Geral
Apostila Biologia Geral
Biologia Geral
GUARULHOS – SP
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 4
9 ECOLOGIA .............................................................................................................. 39
3
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 O QUE É A BIOLOGIA?
Para começar a refletir sobre o tema deste capítulo, você deve se questionar o que
é a biologia.
A palavra biologia deriva de bio, que significa “vida”, e logos, que significa “estudo”;
portanto, a biologia é o ramo da ciência que estuda os seres vivos. Os seres vivos são
definidos como organismos descendentes de um ancestral comum, que surgiu há cerca
de 3,5 milhões de anos devido à sua ancestralidade comum, os organismos vivos
compartilham muitas características, apesar de serem incrivelmente variados.
Mas, afinal, o que é vida? Essa questão, quando voltada à biologia, é traduzida
para “Quais são as características dos seres vivos? Pois os biólogos reconhecem a vida
em função das propriedades e dos processos dos organismos vivos.
Veja, a seguir, algumas propriedades e processos que estão associados à vida.
Célula: são todos os organismos vivos constituídos por uma ou mais células,
alguns organismos vivos são unicelulares, constituídos por uma única célula, que realiza
todas as funções da vida, ao passo que outros são multicelulares, formados por um
conjunto de células especializadas, que realizam funções diferenciadas (SADAVA et al.,
2009).
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Regulação: os organismos vivos podem regular o seu ambiente interno, ou seja,
milhares de reações bioquímicas ocorrem dentro e entre as células, as quais devem ser
precisamente controladas para que essas células realizem de maneira eficiente suas
funções.
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descendentes, o qual contém as informações que guiam o crescimento e o
desenvolvimento do organismo.
Para a biologia, essas são as características comuns a todos os organismos vivos
assim, a cada novo organismo descoberto, essas características são avaliadas, a fim
de compreender acerca da vida desse organismo. No entanto, algumas formas de vida
podem não dispor de todas essas propriedades e processos ao mesmo tempo. Por
exemplo, os vírus, embora não possuam células, provavelmente evoluíram de
organismos celulares, e muitos biólogos os consideram organismos vivos (SADAVA et
al., 2009).
Fonte:www.pinterest.com/biologiag.com.br
7
A biologia é um tema extremamente amplo, de modo que, diariamente, novas
descobertas biológicas são realizadas, assim, as informações relacionadas ao estudo
da vida devem ser ordenadas e concentradas de forma acessível em poucos e
importantes tópicos. A partir disso, cinco temas unificadores foram definidos (REECE et
al., 2015):
Organização;
Informação;
Energia e matéria;
Interações
Evolução.
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Figura 1. O código genético é o protótipo da vida. As instruções para a vida estão contidas na
sequência de nucleotídeos nas moléculas de DNA. Sequências de DNA específicas constituem os
genes, e a informação em cada gene fornece à célula as informações de que ela necessita para
produzir uma proteína específica. Fonte: Sadava et al. (2009, p. 7).
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Figura 2. O fluxo de energia e a ciclagem química. O fluxo de energia segue uma direção única dentro
de um ecossistema — por meio dos produtores e, depois, por meio dos consumidores. Fonte: Reece
et al. (2015, p. 7).
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Figura 3. Interações de uma árvore de acácia africana com outros organismos e o ambiente físico.
Fonte: Reece et al. (2015, p. 8).
Figura 4. Evolução: modelo atual da evolução dos tentilhões nas Ilhas Galápagos. Observe os
diferentes bicos, adaptados para as distintas fontes de alimento das diferentes ilhas. Fonte: Reece et
al. (2015, p. 15).
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As descobertas biológicas sobre os organismos vivos também podem ser
generalizadas, uma vez que toda a vida está relacionada a descendentes provenientes
de um ancestral comum, de modo que o conhecimento obtido a partir de investigações
de um tipo de organismo, às vezes, pode ser generalizado para outros organismos.
Dessa forma, os biólogos podem usar sistemas-modelo de pesquisa, devido à
possibilidade de estenderem seus achados a outros organismos (SADAVA et al., 2009).
Fonte: www.biologianet.com
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Detalhando um pouco mais os níveis de organização biológica, a biosfera, como o
nível mais inclusivo, abrange todas as regiões continentais, oceânicas e a atmosfera,
sendo constituída pelos diversos ecossistemas do nosso planeta.
O ecossistema é constituído de uma comunidade, que interage com os ambientes
físico e químico. Uma comunidade consiste em todas as populações de todas as
espécies em uma área específica. Cada população consiste em um grupo de indivíduos
do mesmo tipo de organismo ou espécie, que vivem em uma área específica.
Um organismo é um indivíduo constituído por uma ou mais células. A célula é a
unidade fundamental de estrutura e função da vida e, de acordo com a sua função, pode
conter diferentes organelas. As organelas são componentes funcionais que compõem
uma célula, e são formadas por diferentes moléculas, as quais são formadas pela união
de átomos. Os átomos são estruturas fundamentais de todas as substâncias (vivas e
não vivas) (SADAVA et al., 2009; EVERS et al., 2011).
A partir dessa organização, os conceitos biológicos podem ser reduzidos em
componentes mais simples e mais fáceis de se estudar (reducionismo). No entanto, ao
observar a Figura 1, partido do átomo até a biosfera, pode-se verificar novas
propriedades que, antes, estavam ausentes no nível anterior. Essas propriedades
emergentes resultam das interações entre os componentes dos níveis anteriores. Por
exemplo, as moléculas não são vivas se consideradas separadamente, porém, em certa
quantidade e organização, as elas formam uma célula viva. Assim, a vida (uma
propriedade emergente) aparece no nível da célula, mas não nos níveis inferiores da
organização da natureza (REECE et al., 2015).
Assim, a fim de aprofundar os conhecimentos acerca das propriedades
emergentes, os biólogos complementam o reducionismo com a biologia de sistemas,
que consiste na exploração de um sistema biológico a partir da análise das interações
entre seus componentes (SADAVA et al., 2009; REECE et al., 2015).
Em cada nível da hierarquia, é possível identificar uma correlação entre estrutura
e função. O estudo de uma estrutura biológica apresenta evidências sobre o que ela faz
e como funciona, assim como o estudo da função de uma estrutura biológica possibilita
uma compreensão sobre sua estrutura e organização. Na hierarquia estrutural da vida,
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a célula constitui a menor unidade de organização que é capaz de desempenhar todas
as atividades necessárias para a vida. Todas as células compartilham certas
características, por exemplo, todas as células são envoltas por uma membrana
plasmática, que regula a passagem de substâncias entre a célula e o ambiente.
Contudo, existem dois principais tipos celulares: procarióticos e eucarióticos.
As organelas das células eucarióticas são envoltas por membrana, e algumas
organelas, como o núcleo, são encontradas em células de todos os eucariotos. No
entanto, algumas organelas são específicas de grupos celulares distintos (p. ex., o
cloroplasto é encontrado apenas em células com capacidade fotossintetizante). As
células procarióticas não possuem o núcleo ou outras organelas envoltas por
membrana. Outra diferença é com relação ao tamanho das células: células procarióticas
são geralmente menores do que as células eucarióticas (Figura 6) (SADAVA et al.,
2009; REECE et al., 2015).
Fonte: www.disciplinascom.br
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5 UNIVERSO, SISTEMA SOLAR E PLANETA TERRA
Fonte: www.revistagalileu.globo.com
Como todas as galáxias, a Via Láctea é formada por numerosas estrelas e por
outros corpos celestes. São conhecidas mais de 200 bilhões de estrelas na Via Láctea,
sendo uma delas o Sol, que se formou há mais de 5 bilhões de anos. Ao redor do Sol
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giram oito planetas conhecidos, sendo um deles a Terra. O conjunto formado pelo Sol,
planetas, satélites, asteroides e outros corpos celestes que orbitam essa estrela
constitui o Sistema Solar. Estima-se que os oito planetas do Sistema Solar, inclusive a
Terra, formaram-se há aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Além dos planetas, outros
corpos celestes orbitam o Sol, como os asteroides, os satélites naturais (como a Lua) e
os planetas-anões (MENDONÇA 2016).
Seis bilhões de anos entre o Big Bang e a formação da Via Láctea, três bilhões
entre a origem da Via Láctea e a do Sol e meio bilhão entre a formação do Sol e a
origem da Terra. Assim, o nosso planeta formou-se, aproximadamente, nove bilhões e
meio de anos após o Big Bang.
O Sol e todos os demais corpos do nosso Sistema Solar devem ter sido formados
a partir da poeira cósmica e de gases, que se aglomeraram em um determinado ponto
da Via Láctea.
Inicialmente, ao longo de milhões de anos, essa poeira e esses gases foram se
agregando, formando uma enorme massa, cujo elemento mais abundante era o
hidrogênio, que deu origem ao Sol. A temperatura central dessa massa precursora do
Sol tornou-se muito alta, desencadeando contínuas reações de fusão nuclear, que
continuam até hoje, com formação de hélio a partir de hidrogênio. É em consequência
dessas reações que o Sol libera enorme quantidade de energia, sob a forma de calor e
de luz (MENDONÇA 2016).
As reações de fusão nuclear dependem da alta temperatura que ocorre no interior
do Sol, mas são também responsáveis por essa temperatura elevada, estimada em
torno de 15 000 000 °C no centro da estrela e em cerca de 6 000 °C na superfície.
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Representações artísticas da hipótese de formação do Sistema Solar. Fonte:www.observador.com.br
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Representações artísticas do ambiente da Terra primitiva, antes (A) e depois da formação dos
primeiros mares (B). Fonte:www.observador.com.br
6 ORIGEM DA VIDA
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De maneira geral, é importante frisar que o criacionismo tem como figura um
criador responsável pela origem da vida complexa, completa e funcional, com seres
vivos/espécies aptos para sofrer pouca ou nenhuma diversificação e evolução ao longo
do tempo. Essa crença na não evolução das espécies também pode ser chamada de
fixismo.
Fonte: www.educacao.globo.com/
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originaria a partir da evolução química e da antimatéria. Nessa teoria, compostos como
hidrogênio, carbono, oxigênio, entre outros se combinaram e formaram as moléculas
orgânicas simples (aminoácidos, açúcares, etc.) e depois passaram a formar as
moléculas mais complexas, como carboidratos, proteínas etc., continuando a se
combinar até duplicarem e formarem os primeiros seres vivos (HERNANDEZ 2018).
Fonte: www.biologiageral.epizy.com
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Diante do tópico anterior, foi possível observar que, basicamente, a abiogênese se
caracteriza pela defesa da origem da vida por meio da matéria inanimada, enquanto a
biogênese defende que a vida só pode existir a partir de outra vida, ainda que a
abiogênese surja num contexto histórico em que se pensava em contestar o
criacionismo e, por sua vez, a biogênese em contestar a abiogênese (HERNANDEZ
2018).
A seguir, vamos entender como é que os pensadores e cientistas dessas correntes
defendem essas ideias (AMABIS; MARTHO, 1990). A abiogênese foi pautada por
alguns experimentos, como o de Jan Baptista van Helmont (1580-1644), que tentou
provar a origem de camundongos por meio de grãos de trigo e tecidos (em verdade, os
camundongos eram atraídos pelo trigo, e não criados por ele), e o experimento de John
T. Needham (1713- 1781), em 1745, que verificou a criação de microrganismos vivos
em um caldo preparado e posteriormente fervido.
No entanto, tempos depois, em 1770, o mesmo experimento de Needham foi
repetido por Lazzaro Spallanzani (1729-1799), mas, dessa vez, o caldo preparado foi
fervido por mais tempo, o que resultou em um ambiente não propício para a vida;
consequentemente, Spallanzani concluiu que Needham não havia fervido o caldo o
suficiente para matar os microrganismos presentes nele (o caldo não criou vida, mas já
continha microrganismos vivos nele). Esse experimento, contrário ao de Needham, foi
um importante marco para a criação de uma nova vertente da origem da criação da vida.
Os experimentos de Francesco Redi (1626-1697) e de Louis Pasteur (1822- 1895),
em 1860, buscavam quebrar o conceito da abiogênese.
Redi colocou pedaços de cadáver animal em dois fracos, sendo um deles fechado
e outro aberto. Após algum tempo, a carne que estava no vidro aberto apresentava
larvas, enquanto o vidro que estava fechado não. O pesquisador conclui que as larvas
não eram provenientes da carne, mas sim das moscas que deixavam ovos na carne.
Pasteur tinha convicção de que a vida não era gerada pela matéria inorgânica e,
para provar sua hipótese, realizou um experimento com um caldo nutritivo chamado
experimento do Pescoço de Cisne. Primeiro ele ferveu o caldo para refutar as hipóteses
levantadas por Needham e Spallanzani deixando o ambiente estéril, posteriormente
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tampou o vidro que continha o caldo com uma tampa em formato de pescoço de cisne,
isto é, havia passagem de ar, mas não havia possibilidade da entrada de
microrganismos externos pelo formato da tampa (Pasteur já hipotetizava a existência
de microrganismos vivos não visíveis ao olho nu no ar) (HERNANDEZ 2018).
Os resultados de Pasteur evidenciaram nenhuma “vida” no pote com tampa em
formato de pescoço de cisne, provando que não havia vida proveniente da matéria
inanimada. Para comprovar sua hipótese de que microrganismos estavam presentes no
ar, quebrou a tampa do pote sem vida e, com o passar do tempo, sugiram ali as
manifestações da colônia de fungos e bactérias (HERNANDEZ 2018).
A Figura 1 apresenta o experimento de Jan Baptista Van Helmont pautado na
abiogênese. Já a Figura 2 evidencia os experimentos de Spallanzani e Needham,
respectivamente. Os experimentos de Redi e Pasteur pautados na biogênese podem ser
vistos na Figura 3, e, por fim, a Figura 4 apresenta o experimento de Pasteur.
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Fonte: Souza (2013). Fonte: Adaptada de Experimento (200).
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Iniciam-se as primeiras florestas, e, junto delas, aranhas, centopeias e escorpiões;
surgem os primeiros insetos e proliferam várias espécies de peixes ainda fortemente
couraçados.
As adaptações e modificações continuam intensamente, desenvolvem-se as
formas mais rudimentares de pulmões em alguns peixes (tal característica propiciou
mais tempo fora d’água), surgem os primeiros anfíbios (seres que se adaptam tanto na
água quanto no ar seco).
Após essas conquistas, originam-se os primeiros vertebrados terrestres. As
florestas têm dimensões gigantes, com árvores de até 30 m, e, assim como os animais
que ali vivem, como centopeias de meio metro de comprimento, inúmeras espécies de
anfíbios continuam a proliferar-se nas regiões de lagos e pântanos (uma vez que seus
ovos necessitam de água). Em contrapartida, os primeiros répteis colocam ovos em
lugares secos (os ovos são envoltos por uma casca calcária), e esse marco perpetua
os vertebrados em terra firme.
Mudanças climáticas desfavorecem os anfíbios e permitem maior
desenvolvimento dos répteis, tornando algumas espécies gigantes. Uma era de
dinossauros inicia-se com as mais variadas formas e tamanhos que vivem em terra
firme, na água e no ar (HERNANDEZ 2018).
Posteriormente a essa era, dá-se início a vez dos mamíferos, mastodontes e tigres
já habitavam a terra, enquanto nos mares predominavam mamíferos gigantes como
as baleias e cachalotes; inicia-se um grupo de primatas, os driopitecos, que deram
origem a chimpanzés, gorilas, orangotangos e ramapitecos, sendo esses últimos
ligados à família do homem assim como os australopitecos e o Homo.
Novas mudanças climáticas extinguem várias espécies, enquanto outras como os
mamíferos demonstram grande capacidade adaptativa multiplicando-se em vários
ambientes.
As novas adaptações geraram grande quantidade de pelos pelo corpo, como em
rinocerontes, ursos, bois e elefantes lanudos.
29
Fonte: www.aventurasnahistoria.uol.com.br
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e tal característica já seria passada para as próximas gerações por meio da lei de
transmissão de caracteres adquiridos.
Já Darwin propôs uma teoria que impactou toda a ciência e o estudo dos seres vivos.
Sua teoria defendia duas proposições: a existência de um ancestral comum do qual os
seres vivos teriam evoluído e a teoria da seleção natural. De acordo com Darwin, os
indivíduos que se tornavam aptos tinham mais chances de sobreviver e deixar
descendentes.
Para ele, o exemplo da girafa era visto da seguinte maneira: existiam girafas com
pescoço grande e pequeno, mas somente aquelas com pescoço grande eram capazes
de se alimentar, pois chegavam até as árvores, assim, perpetuariam a espécie, pois
eram mais aptas; desse modo, deixariam descendentes.
Os princípios básicos de Darwin constituem:
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Evidências embriológicas: embriões de espécies diferentes podem ter o
desenvolvimento embrionário semelhante.
Órgãos homólogos: são órgãos que surgiram de forma semelhante durante o
desenvolvimento embrionário, porém podem executar funções diferentes. Um
exemplo disso pode ser o membro superior de alguns vertebrados que ora
podem ser usados ou não, sendo que apresentam funções diferentes.
Órgãos análogos: são órgãos com origem e estrutura diferentes durante o
desenvolvimento embrionário, mas com mesma função. Podem ser uma
evidência da adaptação de um ser a determinado ambiente.
Órgãos vestigiais: órgãos que possuem estruturas que podem não ser
importantes para um indivíduo, mas utilizadas em outros. Um exemplo disso é
o apêndice, que no homem não é utilizado, mas nos herbívoros é importante
para a digestão da celulose. Esse critério pode ser uma evidência da
ancestralidade.
Bioquímicos: o estudo das proteínas e dos ácidos nucleicos também
representa argumentos para as relações de parentesco entre os seres vivos.
Quanto mais parecidos em sua evolução, maior serão as proteinas idênticas.
No chimpanzé e no homem, os aminoácidos da hemoglobina são os mesmos.
Paleontológicos: os fósseis, estudados pela paleontologia, são responsáveis
por manter petrificadas algumas características dos indivíduos. Seu estudo é
fundamental para entender as alterações que uma determinada espécie sofreu
ao longo do tempo.
Aliada a esses conhecimentos surge uma nova teoria sobre a evolução das espécies:
A teoria moderna da evolução ou neodarwinismo. Cientistas agregaram novas
concepções àquelas já propostas por Darwin baseados principalmente nos avanços no
conhecimento de genética, mutação gênica, recombinação genética e seleção natural.
São princípios do neodarwinismo (HERNANDEZ 2018).
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Assim, a seleção natural opera somente por sucesso reprodutivo diferencial. A
mortalidade diferencial pode ser seletiva somente no nível em que cria diferenças entre
os indivíduos no número de descendentes que eles produzem.
Por muitas vezes a seleção natural pode ser vista em termos de taxas de
mortalidade diferenciais e os indivíduos mais fortes e rápidos são considerados como
tendo vantagens seletivas sobre os indivíduos mais fracos e mais lentos.
Mas, se este fosse o caso sempre, cada espécie iria, continuamente, ganhar em
força e velocidade. Como isto não está acontecendo continuamente, a seleção contra o
aumento crescente de força e velocidade (contraseleção) deve estar ocorrendo e
limitando o processo (CEZAR 2018)
Um animal, por exemplo, que é por natureza muito agressivo pode despender
muito tempo e energia agredindo outros animais, e desta forma despende, em média,
menos tempo e energia no acasalamento, deixando assim menos descendentes.
Da mesma forma, um indivíduo pode ser tão submisso que despende muita
energia e muito tempo fugindo de outros animais assim, sob condições estáveis, os
indivíduos intermediários em uma população deixam mais descendentes que os
fenótipos extremos.
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fenótipos em cada um dos extremos e, desta forma, os valores médios da população
não se modificam. Um exemplo pode ser visto no peso dos bebês no nascimento. A
mortalidade é menor em torno de 3,3Kg, um valor bem próximo ao peso médio
observado nos bebês ao nascimento (3,2Kg).
O processo de seleção natural é o resultado final de um processo ecológico em
ação. Os ambientes nos quais os organismos vivem moldam a forma em que a evolução
ocorre. A atual distribuição, abundância e diversidade de plantas e animais são
determinadas por processos evolutivos passados, mas que influenciam no ambiente
presente (KREBS, 1994).
7.2 Adaptação
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8 ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS CÉLULAS
Toda forma de vida é constituída por uma ou mais células e pelas estruturas
que por elas são produzidas.
As células são unidades morfológicas e funcionais dos seres vivos.
Toda célula origina-se de uma célula preexistente, ou seja, elas sofrem
divisão.
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Fonte: www.estudopratico.com.br
38
Fonte: www.todoestudo.com.br
9 ECOLOGIA
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Os egípcios e os babilônios, por exemplo, já aplicavam métodos ecológicos para
combater as pragas que assolavam suas culturas de cereais no vale do rio Nilo e na
Mesopotâmia (PINTO-COELHO, 2007).
Mesmo sendo um campo da ciência distinto e reconhecido desde os anos 1900,
aproximadamente, foi somente nas últimas décadas que a ecologia se tornou parte do
vocabulário geral da população mundial.
Ela se popularizou muito devido à crescente preocupação com questões
relacionadas ao meio ambiente; após o homem ir ao espaço e tirar as primeiras
fotografias da Terra, ele teve a real noção do tamanho do nosso planeta e de quão
solitário e frágil ele é, pairando no espaço (Figura 1).
Principalmente após a década de 1970, houve uma maior preocupação com
questões como poluição, áreas naturais, crescimento populacional, consumo de
alimentos e energia e diversidade biótica (ODUM; BARRETT, 2015).
Fonte: www.best-backgroumds/Shuttertock.com
Fonte: www.demonstre.com.br
Também compreende recursos e fenômenos físicos, como, por exemplo, ar, água
e clima, assim como energia, radiação, descarga elétrica e magnetismo. De acordo com
Pinto-Coelho (2007), os enfoques da ecologia moderna são dois:
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das populações, por isso, a ecologia pode também ser dividida segundo seu objeto
central de estudo (STEIN 2017).
O termo “Ecologia Humana” foi usado pela primeira vez por sociólogos da Escola
de Chicago de Sociologia, em 1921. Durante o século XX, as interpretações e definições
de Ecologia Humana foram as mais diversas, não só entre as ciências sociais e os
naturais, como dentro de disciplinas sociais, como a Geografia, a Antropologia, a
Psicologia e a Sociologia (Amaro, 1981; Borden, 2008; Lawrence, 2003; entre outros).
O zoólogo alemão Ernest Haeckel (discípulo de Charles Darwin,1886) foi o
primeiro cientista a empregar palavra Ecologia nos finais do século XIX. Na análise
epistemológica da palavra Ecologia Humana, temos:
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A Ecologia Humana é a ciência que estuda o ambiente, as relações dos seres
vivos no meio em que vivem e como ocorrem as interferências antrópicas neste
ambiente; a Ecologia Humana só começa a ganhar contornos mais específicos durante
a segunda metade do século XX, embora o termo tenha sido pela primeira vez usado
no início da década de 1920 ( WILSON 2018)
A Ecologia Humana tomou forma como ciência a aproximadamente 40 anos, com
o início das discussões em torno dos problemas ocasionados pelo crescimento
econômico sem limites, auxiliando num posicionamento frente a utilização de recursos
naturais ou ainda, de deixar a natureza intocada. Segundo sua definição, a Ecologia
Humana surge como uma área de conhecimentos que analisa as interações do homem
com o meio em que vivem.
Fonte: www.brasileducacao.com
Com a Ecologia Humana surge uma nova perspectiva sobre tudo o que nos rodeia
e pode ser usada, por exemplo, para aprendermos a lidar com os problemas ambientais
causados pelo próprio ser humano, fato que atualmente é de extrema importância, já
que o planeta atravessa uma grave crise ambiental.
Esta crise tem mobilizado gradualmente vários segmentos da sociedade em busca
da compreensão das suas causas profundas e das dimensões reais do problema, assim
como de alternativas para a redução da degradação ambiental e dos seus impactos na
qualidade de vida humana (WILSON 2018).
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Nesse contexto, duas frentes de posicionamento se solidificam: a primeira com a
visão que defende a continuidade do modelo de crescimento como forma de
proporcionar aos países em desenvolvimento os mesmos benefícios alcançados pelos
desenvolvidos; e a segunda apresenta-se totalmente contrária a anterior, pregando o
famoso “vamos parar tudo” como forma de garantir a manutenção dos recursos do
planeta (WILSON 2018).
Para responder a estes questionamentos sugerimos que você analise o esquema
abaixo:
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Neste curso de Ecologia Humana adotaremos a abordagem da Ecologia Humana
Aplicada, considerando que o Homem faz parte do sistema. Incluindo os impactos
sobre o Homem de uma escala de tempo não-evolutiva. (WILSON 2018)
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ambiental. Assim surge a Ecologia Humana e associada a ela as ciências sociais como
a Sociologia (WILSON 2018).
A Sociologia estuda/compreende a realidade social, que é o nome dado ao
conjunto das diferentes relações entre os indivíduos no seu dia a dia, o que implica em
uma rede de informações que define e assegura a vida de um grupo de indivíduos em
um determinado tempo e espaço.
Neste contexto percebe-se uma conexão entre diferentes áreas do saber, como a
Biologia, que aborda o estudo da vida num contexto mais amplo e contundente, a
Sociologia que aborda conceitos relativos à sociedade Humana e a Ecologia que aborda
questões sobre o homem, os seres vivos e suas interpelações com eles próprios e com
o meio ambiente em que vivem.
De um lado a crise nos paradigmas das ciências, em particular das ciências
humanas, decorrente das mudanças profundas e rápidas na sociedade atual, movidas
pela era industrial-capitalista; de outro, a crise nas relações entre o homem e a natureza,
permitem uma maior integração entre a Sociologia e a Ecologia.
A necessidade de mudança de valores e quebra de paradigmas aproxima ainda
mais as diferentes ciências, que se unem para proporcionar a transferência de
conhecimentos de forma mais integrada e através de uma visão holística e não
puramente ecológica. A quebra de paradigmas é uma questão complexa e que deve ser
explorada de forma interdisciplinar e multidisciplinar para obter os resultados positivos
que se espera quanto a mudança de postura da espécie humana frente a complexidade
do meio ambiente (WILSON 2018).
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11 ECOLOGIA APLICADA AO CONTROLE DE PRAGAS
Fonte: www.portalmacauba.com.br
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O aumento dos problemas entre o homem e os cupins vem crescendo a cada ano,
provavelmente isso se deve a alta plasticidade biológica dos cupins e aos impactos
ambientais causados pelo homem. O controle de cupins é um grande desafio técnico
enfrentado pelos profissionais do ramo do mundo inteiro (WILSON 2018).
O sucesso no controle de qualquer praga está associado ao conhecimento sobre
a Biologia da espécie e a devida interpretação das alterações comportamentais sofridas
pela espécie em diferentes condições, ou seja, uma análise ecológica da população em
questão. Não existe uma receita para o combate deste tipo de praga, as interações das
populações e o local onde elas agem podem ser muito complexos. Isto exige um
profissional com experiência na área, conhecimento da biologia e do comportamento
das espécies de cupim e também da construção civil.
Uma outra praga urbana e agrícola que traz muitos prejuízos ao ser humano são
os ratos. Estes diminuem o rendimento e a qualidade dos produtos agrícolas, além de
danos a estruturas das instalações industriais e residenciais. Não podemos esquecer
que são importantes portadores de uma série de enfermidades como a peste negra,
peste bubônica, salmonelose, leptospirose, tifo, hantavirose, dentre outras.
O combate dessa praga é feito de forma semelhante aos cupins, é necessário em
primeiro lugar a identificação da espécie, o conhecimento dos seus hábitos de vida,
como os locais de formação de ninhos, alimentação etc, para posterior ação de combate
(WILSON 2018).
Como você pôde perceber o combate de pragas só é efetivamente realizado a
partir do momento que você conhece um pouco da ecologia da espécie em questão.
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O estudo das interações entre as espécies e destas com o meio ambiente é
fundamental para implementação de futuros planos de manejo e conservação de
espécies animais que estão sob ameaça de extinção ou não.
Atualmente, os meios de comunicação divulgam principalmente as pesquisas que
tem foco em espécies de apelo popular como tubarões, golfinhos, baleias e tartarugas,
ou aquelas que estudam espécies de importância econômica como ostras, crustáceos
e peixes (WILSON 2018).
Fonte: www.tudosobremaldivas.com
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espécie Clibanarius vittatus (Bosc, 1802) são organismos marinhos que vivem na região
entre marés de praias estuarinas ou costões rochosos e dependem de conchas de
caracóis para sobreviver, quando desprotegidos pelas conchas estes animais ficam
totalmente vulneráveis no ambiente, sendo predados por peixes e outros caranguejos
facilmente (WILSON 2018).
Suponha que houve um derramamento de petróleo no mar que não atingiu a
região entre marés, ou seja, que os ermitões não foram afetados, e que o óleo
derramado atingiu muitas espécies animais, dentre estas, a população de caracóis que
foi totalmente dizimada.
Diretamente os ermitões não foram afetados e em curto prazo não se pode
diagnosticar nenhum efeito sobre estes animais, mas conhecendo um pouco da
ecologia e do comportamento e vida destes animais sabemos que a médio e longo prazo
estes animais serão afetados drasticamente, deixando de existir neste local por extinção
ou por migração para outras áreas onde existam recursos de conchas disponíveis.
Quando se trata de uma espécie que está sob forte ameaça de extinção, o
conhecimento ecológico é mais importante ainda, pois, medidas de manejo e proteção,
com demarcação de áreas de proteção ambiental podem ser subsidiadas por dados
referentes à ecologia trófica, distribuição e ocorrência das espécies.
Como pudemos observar na aula de hoje, o estudo da interação entre as espécies
e destas com o ambiente é fundamental, independente da importância econômica desta.
Em sua casa, observe as formigas carregando um pedaço de alimento quando estão
subindo a parede e perceba que na sua casa estes organismos podem ser considerados
como pragas, mas, na natureza elas estariam cumprindo um importante papel dentro
do ecossistema (WILSON 2018).
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podem ocorrer entre seres da mesma espécie (intraespecíficas) ou espécies diferentes
(interespecíficas).
52
produzem seu próprio alimento através de processos de fotossíntese e
quimiossíntese, já os heterotróficos são os consumidores e os decompositores.
Fatores abióticos: são aqueles fatores não vivos, como a luz, a temperatura,
os nutrientes, o solo e a água. Dentre esses componentes, podemos destacar
a radiação solar, que permite o processo de fotossíntese pelos seres
fotossintetizantes. Além disso, a água e a temperatura também exercem um
importante papel na sobrevivência de organismos.
Fonte:www.todamateria.com.br
54
Fonte: Adaptada de Odum e Barrett (2015)
56
energia entre os elementos abióticos e bióticos. Dessa forma, pode-se considerar
ecossistema uma pequena lagoa ou um oceano inteiro.
A biosfera toda pode ser vista como um grande ecossistema. Embora a
distribuição dos organismos no planeta não seja homogênea, pois depende de fatores
abióticos que variam de região para região, em linhas gerais, os limites da biosfera
podem ser definidos com base nos regimes extremos de ocorrência de seres vivos:
cerca de 7 mil metros de altitude, onde voam algumas aves migratórias, e por volta de
11 mil metros de profundidade nos oceanos, onde se encontram bactérias e alguns
animais (LOPES, 2006)
Fonte: www.escolaeducacao.com.br
58
Fonte:www.estudopratico.com.br
59
Fonte: www.tripadvisor.com.br
60
Fonte: www.bioorbis.org
Fonte: www.knoow.net.com.br
Fonte: www.resumoescolar.com.br
62
Fonte: www.infoescola.com
Fonte: www.nps.gov.com.br
Savana: são formações típicas de regiões de clima tropical, com uma estação
chuvosa e outra seca. Localizam-se entre o bioma da floresta tropical e o dos
desertos. Existem vários tipos diferentes de savanas, sendo que as mais
conhecidas são as africanas. Esse tipo de bioma apresenta dois “andares” de
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vegetação tropófila: um mais alto, formado por árvores, e outro mais baixo,
composto de gramíneas.
Fonte:www.brasilescola.uol.com.br
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alimentam de plantas. Eles são chamados de consumidores primários, uma vez que se
alimentam diretamente dos produtores (STEIN 2017).
Os animais carnívoros que se alimentam de animais herbívoros são consumidores
secundários, sendo que estes constituem o terceiro nível trófico. O quarto nível trófico
é formado pelos consumidores terciários, ou seja, animais carnívoros que se alimentam
de animais carnívoros, assim sucessivamente.
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16 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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histologia, reprodução e desenvolvimento: exemplar do professor. 3. ed. São Paulo:
Moderna, 2009. 528p., il. (Algumas col.), 29cm. (Moderna plus). Bibliografia: p. 524-525.
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67
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v. 46, n. 160, p. 442- 465, abr./jun. 2016. Disponível em: Acesso em: 06 fev. 2021.
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EVERS, C. A. et al. Biologia: unidade e diversidade da vida. 1. ed. São Paulo: Cengage
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WYHE, J. van (Ed.). The Complete Work of Charles Darwin Online. [S. l.], 2002.
Disponível em: Acesso em: 06 fev. 2021.
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