Cópia de O Mito Do Dom
Cópia de O Mito Do Dom
Cópia de O Mito Do Dom
Vamos lá, continuando a falar de mitos. Os 4 mitos que você tem que
esquecer urgentemente. Aqui estão os 4: Mito do Artista; Mito do Dom; Mito da
Criação e Mito do Acaso. Vamos agora aprofundar aqui: mito do dom.
Beleza Murilo, tá bom, eu acho que eu preciso ser mais ser criativo, porque
seria bacana, seria importante pra eu dar soluções mais criativas pros problemas
da minha vida e tal, mas será que eu consigo ser mais criativo? Será que eu tenho
este dom?
Quem disse que criatividade é um dom? Você leu isso em que paper
científico? Me diz! Ou você só ouviu dizer por aí e acha que é isso aí e nunca
parou para averiguar, então “é isso aí mesmo”.
Cara, você já parou pra pensar que a gente morava nuns lugares cheios de
bichos que eram maior que a gente, mais rápidos, mais ferozes, mais loucos e a
gente: menor, mais lento, mais trouxa... e a gente conseguiu dominar tudo! Por
que? Porque a gente tem essa habilidade, de imaginar situações, cenários que
não existem, e com isso a gente aplicou essa imaginação para resolver nossos
problemas. Qual é o nosso problema? Como é que caça um animal mais rápido do
que eu? Isso é um problema.
Filme
Eu acho que aquele moleque lá, o boyzinho (personagem do filme), ele foi o
primeiro Creative Problem Solver. Porque ele que criou o sapato, ele deu a
solução pro problema: por necessidade, ele resolveu manipular o fogo, usou o
fogo pra resolver problemas, de forma criativa pra ele né?
E tem um livro que eu recomendo muito: Sapiens, livro incrível! “Uma breve
história da humanidade” e a teoria base deste livro é “o que diferenciou a gente de
outros animais foi a imaginação”. Por que? Porque os animais, eles só
conseguiam se reunir em bandos, em comunidades, muito pequenas, porque, pro
leão poder comandar outros da espécie, esses outros tinham que tá por aqui na
redondeza, na área. Não dá pra ter um leão a 10 mil Km e ele tá conectado a mim,
liderado por mim.
Um trechinho:
Eu acho que nós somos uma Pietá ao contrário. Nós nascemos Pietá, nós
nascemos obras primas da imaginação, da criatividade e ao longo da vida vão se
colocando coisas e a gente vai voltando a ser o bloco de mármore, voltando a
pensar quadrado.
Como é que você sabe disso? Como é que dá para medir que a pessoa
nasceu criativa? Assim que ela nasceu, ela já deu a solução criativa para cortar o
cordão umbilical. Não teve isso, entendeu?
“Ah Murilo, mas tem as pessoas que têm o hemisfério direito mais forte. ”
Ó, tem dois tipos de pessoas. A maioria gosta de dividir as coisas em dois tipos e
então, criaram esses dois tipos de pessoas com esse conceito (esse rótulo né?!):
ele é mais hemisfério esquerdo, ele é mais hemisfério direito.
E tem os testes, né?! O povo adora testes. Testes da revista Claudia: “ah eu sou
criativo, eu sou do hemisfério esquerdo”. “Qual o lado mais dominante?” Aí bomba
no teste não sei o que...
Mas cara vários livros já mostram que isso é um mito. Não um mito que
cada hemisfério tem funções diferentes - isso de fato é - mas é um mito desse jeito
de dizer que você é left brained, de rotular você como um lado ou outro. Todos
nós somos todos os lados. Eles se misturam toda hora e se conectam e nenhum
faz nada 100% sozinho.
E aí tem vários papers científicos interessantes fazendo essa hipótese: será que a
pessoa é mais isso ou não? Neste paper ele fala sobre a hipótese de que, tanto as
tarefas de criatividade visual como as outras tarefas, todas elas ativaram uma
variedade de áreas bilateralmente. Ou seja, não dá mais pra rotular essas coisas.
“Ah, Murilo, mas tem pessoas que são naturalmente mais criativas.”
Agora, beleza, estão aqui essas 4 pessoas com suas criatividades naturais.
Agora, ao longo da vida essas pessoas vão sofrendo bloqueios e aí está a base
deste curso, vocês vão ver.
Aí vem a pergunta: você tem controle sobre isso? Você consegue, agora,
influenciar no passado o quanto você foi bloqueado ou não?
Você pode influenciar o quanto você vai ser bloqueado a partir de agora, e
o quanto você vai bloquear os seus filhos. Inclusive a gente vai ter aqui o módulo
“CriCriCri” (criando crianças criativas), que é como evitar esses bloqueios, mas
não dá pra voltar atrás e mudar o quanto você já foi bloqueado.
Agora, o cara que estava em quarto ficou primeiro, o segundo voltou para
segundo, o terceiro ficou último. Agora, mudou tudo. Aí vem a pergunta chave:
Você tem controle sobre isso?
Aí que entra o hard work, cara! Eu acho lindo a gente saber que a
habilidade mais importante, uma das mais importantes pro futuro da humanidade,
depende da gente.
Eu achei incrível essa frase. Inclusive olhando essa tradução existe uma
possibilidade desse “gun” significar hardwork em sul coreano ;p
Já que existem dois tipos de pessoas (e que eu sou o tipo que gosta de
dividir em dois grupos)... eu gostei muito desse livro aqui da Carol Dweck,
MINDSET, livro que eu recomendo também, tá aqui na minha lista Mindset da
Carol Dweck. É um livro em que ela basicamente divide as pessoas em dois
tipos. Ela fala: as pessoas que tem o mindset fixo e o mindset de crescimento.
Essa palavra mindset pode ser que você nunca ouviu falar, então vou te
explicar: mind = mente , set = configuração. “Configuração mental”. É só
mentalidade.
É interessante falar uma coisa: quando fala hardwork muitas pessoas falam
“quer dizer então que é pra ser loucão, ficar trabalhando a vida toda, morrer
trabalhando”. O hardwork tem essa tradução literal, mas o hardwork que eu falo, e
eu comecei a falar hardwork junto com uma gíria de recife, “papai”, eu criei um
novo conceito que é o “hardwork papai”. É um hardwork diferentemente do
trabalho duro tradicional, é o smart hard work. “Hardwork papai” é um hardwork
com intensidade do hardwork na direção certa. Tem que ter uma direção.
Intensidade com direção, com foco com estratégia, não é toda hora, são
momentos de intensidade, porque esse é o caminho pra maestria.
[Filme]
Quem acha que consegue fazer metade dessas coisas mediante estudo e
treino?
Eu digo metade porque realmente tem algumas coisas que requer um tipo
específico, uma idade específica e tal. Mas eu acredito que eu consigo fazer mais
da metade daquelas coisas todas, mediante estudo e treino. Mediante hardwork.
Normalmente as respostas são dom, dom, dom, dom, dom, dom, com
certeza dom, sem dúvida dom. E se eu ver no dicionário a palavra ‘dom’, é uma
dadiva, é um presente dado por alguém, é um bem ou graça recebido por
divindade, é uma aptidão inata pra fazer algo.
É hardwork! Não tem dom em lugar nenhum. Você pode ter aptidões em
algumas coisas, mas é muita intensidade colocada na direção certa!
Oscar Schmidt dá muitas palestras. Ele fala que ele é conhecido como mão
santa. Só que ele fala: “Pô... acaba o treino, acabava o coletivo. Acabou o coletivo,
todo mundo ia embora cansado”. Ele ficava e fazia centenas de arremessos de
três, ele crivava: “só saio daqui quando fizer tantos seguidos”. Ficava lá uma
loucura, todo fim de treino, todo mundo foi embora e o cara ficava lá fazendo isso,
durante 10, 15 anos. Aí você diz que a mão dele é santa? A mão dele é treinada
papai! A mão dele é treinada, é calejada, é hardwork, é intensidade numa direção.
Então, é assim: é até um desmerecimento você falar que a mão dele é santa, e
falar que é um dom, né?!
Picasso falava que a inspiração existe, mas ela tem que te encontrar
trabalhando, tem que te encontrar no hard work na intensidade. Na minha visão,
pra ser criativo não precisa ter uma pré-disposição, uma coisa natural, muito
incrível... Basta não ter uma pré-indisposição, algo que realmente te impossibilite,
de você transpirar e de adicionar intensidade.
Eu gosto de ver esses atletas. Por exemplo o Usain Bolt: alguém tem
dúvida que ele colocou muita intensidade? Ele teve o talento natural, mas ele
colocou muita intensidade nisso aí. E é engraçado que esse brasileiro aqui o Alan,
ele nasceu sem perna, tem como você nascer com uma pré-indisposição maior
pra ser um corredor do que nascer sem pernas?
Você se considera que está numa boa forma física? Você se considera
extremamente satisfeito com a sua forma física?
Bem eu não estou 100% satisfeito com minha forma física, a maioria das
pessoas hoje em dia no mundo não está, mas aí vem a segunda pergunta.
Você acha que consegue ficar em uma boa forma física mediante estudo e
treino? Eu acho que todo mundo concorda que sim. Eu acho que sim.
Tem dois livros que falam sobre isso “Confiança Criativa” de Tom e David
Kelley e “Você é criativo sim senhor” do Henrique Szklo. Dois livros que eu
recomendo muito sobre criatividade A minha visão em relação a essa coisa de
acreditar é a seguinte:
"Não basta acreditar que é criativo para ser criativo, mas basta não
acreditar que é criativo pra não ser criativo"
Entendeu?
Tem que acreditar para ser, mas se você não acreditar então você nem
começa a brincadeira, você não desce para o play. Em outras palavras, acreditar
que é criativo é o pré-requisito para ser criativo, é o pré-requisito acreditar. Mas
não é uma garantia. Pré-requisito difere de garantia. Em contrapartida, não
acreditar que é criativo é uma garantia que você não vai ser.
Então, pra finalizar: esse papo de dom você deve esquecer completamente.
Criatividade vem da capacidade inata de imaginar que a gente tem, que também
tem que ser desenvolvida. Nós nascemos criativos, desaprendemos a ser
criativos. Nós nascemos obra prima da criatividade e ao longo do tempo vamos
colocando bloqueios, mas mediante hardwork, ou melhor “hardwork, papai” a
gente pode superar esses bloqueios porque “Noriogun Chanfjerê Ninganda”. Se
você parar pra pensar, velho, se o ‘gun’ pode vir a ser hardwork, pode ser que o
‘norio’ seja papai 😉
Vamos lá: finalizamos mito do Dom e vamos passar agora para o mito da
criação. Até então o importante é:
● Ok eu acredito na bagaça.
Agora a pergunta é esta, como é que eu faço? É meio complicado, né não?
Como é que é? Até o próximo mito.