Karl Fischer - Teoria
Karl Fischer - Teoria
Karl Fischer - Teoria
Dr. Karl Fischer (1901-1958) - criador do método para determinação do teor de água
Reações Químicas
Karl Fischer apresentou em 1935 a seguinte equação para a determinação de água com
seu reagente:
2 H2O + SO2 x 2 C5H5N + I2 + 2 C5H5N → H2SO4 x 2 C5H5N + 2 C5H5N x HI
Porém a fração molar não estava totalmente correta, assim como o fato de assumir que a
piridina toma parte na reação. Na verdade ela atua somente como tamponante.
Atualmente a reação Karl Fischer em base metanólica pode ser folmulada como segue,
com fração molar I2:H2O(1:1):
H2O + I2 + [RNH]+ SO3CH3– + 2 RN → [RNH]+ SO4CH3– + 2 [RNH]+ I–
Volumetria e Coulometria[
Métodos de Detecção
Para a determinação do final da reação de KF – isto é, o ponto final da reação quando
toda H2O foi consumida – um método de detecção ou indicação é necessário. Métodos
visuais ou fotométricos foram utilizados no passado, mas atualmente os métodos
eletrométricos são amplamente utilizados.
Ipol = 50 μA, U aprox. 100 mV para excesso de iodo, aprox. 680 mV para excesso de
H2O
Ipol = 10 μA, U aprox. 5 mV para excesso de iodo, aprox. 580 mV para excesso de
H2O
Ipol = 1 μA, U aprox. 0 mV para excesso de iodo, aprox. 350 mV para excesso de H 2O
O ponto final da titulação é determinado entrando com uma voltagem de corte; adição do
reagente cessa quando esse limite está abaixo do corte. O “ponto final ideal” é achado
melhor experimentalmente. Se uma voltagem muito baixa é selecionada então a
quantidade de excesso de iodo necessária para alcançar o ponto de corte será muito
larga. Se for muito alta a titulação não irá começar porque não requer iodo livre para a
voltagem ser atingida (decomposição do solvente ou eletrólito). Em todos esses casos
ocorre uma “overtitration” (presença de excesso de iodo). Em comparação aos métodos
visuais, o método eletrométrico possui a vantagem que a titulação é conduzida ao mesmo
(pequeno) excesso de iodo e, desta forma, uma melhor reprodutibilidade e precisão podem
ser alcançadas.
As amostras são pesadas diretamente nos vials que são então hermeticamente selados e
colocados no forno. Uma agulha de dupla cavidade perfura o septo do vial. Um fluxo de
gás de arraste seco (ar ou gás inerte) é introduzido através da agulha de entrada e passa
através da amostra aquecida. O gás de arraste contendo a mistura liberada então passa
através da agulha de saída e por um tubo de transferência é borbulhado no vaso de
titulação, aonde a determinação KF acontece. Dependendo do conteúdo de água da
amostra a determinação é feita volumetricamente ou, em faixas de traços,
coulometricamente. Trabalhar com vials significa que o forno não deve contaminar a
amostra e, como resultado, nenhuma amostra será transferida ao vaso, evitando reações
laterais indesejáveis. Ainda, o vial hermético é selado com um septo de PTFE seguro para
prevenir o conteúdo de água falso proveniente do ar atmosférico.
Aplicações
É possível determinar o teor de água ou umidade em virtualmente todos os tipos de
amostra. Claro que em alguns casos algum cuidado, reagente ou dispositivo especial deve
ser utilizado, mas há aplicações nos mais variados tipos de produtos. Entre eles,
destacam-se:
O reagente Karl Fisher (RKF) é constituído por uma mistura de iodo, dióxido
de enxofre e piridina em metanol, com este reagente podem ser determinadas
pequenas quantidades de água. Ocorre uma reação onde o iodo é reduzido pelo
dióxido de enxofre, na presença da água:
I2 + SO2 + 2 H2O → 2 HI + H2SO4 (reação complexa e não estequiométrica)
Karl Fischer propôs um reagente preparado pela ação de dióxido de enxofre sobre uma
solução de iodo numa mistura de imidazol e metanol anidros. A água reage com este reagente
num processo de duas etapas, no qual uma molécula de iodo desaparece para MÉTODO KARL
FISCHER – DETERMINAÇÃO DE ÁGUA reagente num processo de duas etapas, no qual uma
molécula de iodo desaparece para cada molécula de água presente. A determinação do ponto
final da reação pode ser visual, isto é, quando for percebido um pequeno excesso de titulante.
A viragem ocorre de amarelo para uma coloração parda. Deve-se tomar bastante cuidado
quando utilizamos Karl Fischer para evitar contaminação do reagente e da amostra pela
umidade atmosférica, todo material deve ser devidamente seco antes do uso.
Para padronizar os reagentes Karl Fischer, espera-se que o melhor padrão seja água pura. Água, no
entanto, não atende aos requisitos de um padrão primário, visto que não é estável durante a pesagem e
não tem um peso molecular alto o suficiente. O segundo ponto envolve o problema de realizar uma
pesagem precisa de uma amostra pequena o suficiente para oferecer um consumo razoável de titulante.
Como alternativa à água pura, soluções padrão certificadas podem ser obtidas em várias concentrações,
variando de 0,1 mg até 10mg de água por g (ou por mL). Isso permite a pesagem de uma amostra de
tamanho mais adequado.
Uma terceira possibilidade é usar uma amostra sólida com um teor de água exatamente conhecido. O
padrão mais comum é tartarato de sódio di-hidratado. Esse padrão contém duas águas de cristalização,
resultando em um teor de água de exatamente 15,66%. A vantagem desse padrão é que ele está
disponível como um pó fino com um teor de água estável e garantido. Visto que o teor de água é apenas
15,66% em contraste com os 100% da água pura, é possível pesar um tamanho de amostra razoável com
exatidão suficiente a fim de garantir uma boa determinação de concentração do titulado. A única
desvantagem desse padrão é que ele tem pouca solubilidade em metanol, que é o solvente Karl Fischer
mais comum utilizado. Como regra, aproximadamente 0,15g do padrão dissolve-se em 40mL de metanol.
Resultados contínuos para a determinação da concentração em amostras sucessivas indicam a
dissolução incompleta. Levando essa solubilidade limitada em consideração, o tartarato de sódio di-
hidratado é o padrão de escolha para a determinação de concentração de reagente Karl Fischer.
Topo da página
A resposta para essa questão depende de muitos fatores, como o resultado esperado e a homogeneidade
da amostra, sendo que ambos determinarão o tamanho ideal da amostra, o número necessário de casas
decimais para o resultado final e, claro, a exatidão requerida do resultado final. Como regra geral, no
entanto, deve-se ter pelo menos 4 números significativos para o peso da amostra. Abaixo estão algumas
recomendações:
A primeira e mais óbvia resposta para essa questão é que o solvente deverá ser substituído assim que a
amostra parar de dissolver. Esse, no entanto, é apenas um dos motivos para alterar o solvente. Um
segundo motivo menos óbvio aplica-se no caso de dois reagente componentes, no qual o titulante contém
iodo e o solvente contém todos os outros componentes necessários para a reação Karl Fischer. Um
desses outros componentes é dióxido de enxofre e ele pode esgotar-se muito antes da capacidade de
dissolução do solvente ter excedido. Como regra geral, o solvente nesses dois sistemas de componentes
tem uma capacidade de água de 7mg de água por mL de solvente aproximadamente. Isso significa que,
em teoria, 40mL de solvente podem acomodar 280mg de água antes da necessidade de substituição do
solvente. Como o titulante típico tem uma concentração de 5mg/mL, 280mg de água exigiria 56mL de
titulante.