Direito Penal I - Anotações
Direito Penal I - Anotações
Direito Penal I - Anotações
1. Conceito
Tipo Penal: crime em si; crime em espécie; artigo que define um crime;
descrição de um fato ilícito em um código ou lei e que, portanto, implica
a cominação de uma pena.
a) Proteção dos bem jurídicos que são essenciais para sociedade, lembrando
que bens jurídicos não são meramente palpáveis, também estão relacionados
com valores.
Nem todo bem jurídico é protegido pelo direito penal, justamente por ser a
resposta estatal mais grave. É pela Constituição Federal que o legislador se
norteia.
CIÊNCIAS CRIMINAIS
1. Princípio da Legalidade;
2. Princípio da Anterioridade;
A lei precisa ser anterior ao fato que ela pretende punir. É necessário
que a lei preveja o crime, sua vigência só pode ser para frente, só é
crime se ocorrer depois da existência da lei. Portanto, lei não retroage
de uma maneira geral, somente se for benéfica ao réu. (p. ex. adultério
era crime até 2005, quando deixou de ser beneficiou todos que estavam
sendo ou foram condenados).
Art. 5, CF. XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
Previsão Legal; Segurança Jurídica.
4. Fragmentariedade;
Nem todo bem jurídico merece proteção penal, nem toda conduta lesiva
a bens jurídicos importam ao direito penal. O direito penal não se
preocupa com a totalidade das ilicitudes jurídicas, apenas com
fragmentos.
5. Princípio da Subsidiariedade;
Ne Bis Idem
- Vedação da dupla punição.
O sujeito não pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato ou ter
valorada duas vezes a mesma circunstância.
Exemplo: artigo 62 do Código Penal, consta agravantes de pena, sendo
uma delas o motivo do crime. Para o crime de homicídio, o motivo é uma
qualificadora, ou seja, muda a pena em abstrato para mais. O motivo
fútil é uma das qualificadoras. João comete um homicídio, por um motivo
fútil, então é julgado por homicídio qualificado, mas não pode ser
agravado por essa mesma valoração posteriormente. No entanto, pode
ter a agravante do meio utilizado para o homicídio. Uma vez usada a
circunstância como qualificadora, não poderá ser repetida como
agravante.
Surge com o Código de Hamurabi – “olho por olho, dente por dente”.
Uma conduta não seria vista pelo olhar social um crime, ainda que
esteja tipificado no Código Penal.
No Brasil, a adequação social não é considerada legítima para revogar
um tipo penal. Tornando-se um norte para o legislador para criar ou
revogar tipos penais que estejam de acordo com a realidade social.
A jurisprudência tem uma resistência em tornar a adequação social
capaz de a-tipificar um crime.
Uma parcela da doutrina acredita que esse tipo de crime de perigo abstrato não
deveria existir, porque feriria o Princípio da Lesividade, já que não há a
demonstração de um perigo no plano real.
A espiritualização do bem jurídico foi uma expressão criada pela doutrina para
criticar a tipificação de condutas que visam tutelar bens jurídicos de interesse
transindividual, isto é, aquilo que pertence a uma coletividade, (p. ex. crimes
ambientais) afirmando que tais bens são formulados de modo vago e impreciso
ensejando a denominada desmaterialização, espiritualização ou liquefação do
bem jurídico. Nesse sentido, há o aumento do número de crimes de perigo
abstratos.
Para caracterizar o fato típico é preciso que haja a conduta, o nexo causal,
resultado e tipicidade. Tipicidade formal é a adequação perfeita da conduta à
norma. Tipicidade material analisa a lesão, o nível de lesão ao bem jurídico
tutelado.
NÃO cabe a aplicação do princípio em crimes (como regra, porém, pode ser
contestado pelo advogado): com violência ou grave ameaça; crimes contra a
administração pública; violência doméstica; uso de substância entorpecente;
crime ambiental.
Controvérsias:
Reincidência;
Reiteração delituosa; a repetição de uma conduta pelo agente.
Lei Maria da Penha: súmula 589 do STJ; não é possível a aplicação
do princípio da insignificância nos casos de agressão contra a
mulher.
Crimes contra administração pública, crimes a fé pública (p. ex.
utilização de moeda falsificada), crime de porte de drogas para uso
pessoal (crime de perigo abstrato à saúde pública): majoritariamente,
acredita-se que o princípio da insignificância não pode ser aplicado.
Crimes Ambientais: majoritariamente, acredita-se que o princípio da
insignificância pode ser aplicado.
Crimes contra a ordem tributária: até 20 mil reais não tem o processo
administrativo, logo até 20 mil reais também não haverá condenação
penal. [crimes de colarinho branco, nota-se que o princípio da
insignificância é utilizado como conveniência; seletividade do Direito
Penal].
As teorias que legitimam o Direito Penal acreditam que há a paz social através
dele. As teorias que deslegitimam o Direito Penal afirmam que ele não é capaz
de assegurar esse controle social.
LEGITIMADORAS
I. Teorias Absolutas
Movimento que nasceu nos Estados Unidos, que pregava o Direito Penal
máximo, independente da gravidade do crime. Noção de Lei e Ordem.
Teoria criada pelo alemão Günther Jakobs que separa o Direito Penal do
cidadão do Direito Penal “do Inimigo”. O do cidadão seria o Direito Penal formal
e correto, de acordo com os princípios e direitos fundamentais. O do
considerado inimigo seria violento, punitivo. Os inimigos seriam pessoas como
os terroristas ou o assassino baiano em Goiânia. Ainda que velada, no Brasil, é
visível a presença do Direito Penal do Inimigo.
DESLEGITIMADORAS
I. Abolicionismo Penal
a) Natureza econômica;
1. Conceito
É a origem e a forma de manifestação do Direito Penal. É como nós vemos o
Direito Penal.
2. Fontes Materiais
Também chamada de fonte substancial ou de presunção; é a origem do Direito
Penal. É a União a fonte material; é a partir do Congresso Nacional que surgem
as novas leis do Direito Penal.
Uma lei estadual, via de regra, não pode criminalizar condutas, portanto os
estados não podem legislar matérias penais. Entretanto, excepcionalmente (art.
22, inciso I da CF88) essa legislação é permitida, desde que tenha uma lei
federal autorizando e seja um assunto de interesse apenas local.
3. Fontes Formais
Também chamada de cognição ou de conhecimento; forma de manifestação do
Direito Penal.
1. Conceito de Interpretação
2. Espécies de Interpretação
3. Modalidades de Interpretação
Autêntica: feita pela própria lei. Assim, a lei descreve e define no próprio
artigo.
Doutrinária: realizada pelos estudiosos do Direito. É importante, mas não
possui força vinculante.
Jurisprudencial: realizada pelo Poder Judiciário nos tribunais.
Não existe exclusão entre as espécies, logo uma não invalida a outra.
Quanto ao meio:
Quanto ao resultado:
Interpretação Analógica
Norma Penal
a. Incriminadoras: norma que prevê uma conduta delituosa e a sanção respectiva, ou seja, é
a norma que tipifica uma conduta.
Possuem dois preceitos: o primário – descrição da conduta delituosa e o secundário –
descreve a sanção imposta para o sujeito que cometer a conduta delituosa.
Artigo 121 do CP: matar algúem (preceito primário)
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. (preceito secundário)
ii. Interpretativas
São aquelas que auxiliam na interpretação de determinados conceitos penais.
Artigo 327 – CP: Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego
ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de
serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública. § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando
os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em
comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da
administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou
fundação instituída pelo poder público.
iii. Complementares
São aquelas normas que auxiliam na aplicação da lei penal. Regras e princípios gerais
para aplicação de uma norma penal incriminadora.
Artigo 59 – CP: Fixação da pena; O juiz, atendendo à culpabilidade, aos
antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às
circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da
vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a
quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial
de cumprimento da pena privativa de liberdade; IV - a substituição da pena
privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
Requisitos
1. Unidade de fatos.
2. Pluralidade de leis penais em vigor; as normas que aparentemente
poderiam ser aplicadas ao caso concreto devem estar vigendo durante o
julgamento.
Finalidade
Súmula 501 do STJ; não é permitida a combinação de leis penais, mesmo que
beneficie o réu. Isso significaria uma terceira lei, uma lei híbrida, criada pelo
Judiciário, sendo uma agressão à separação dos poderes.
Conceitos Gerais
Extraterritorialidade
Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições:
Imunidade
Imunidade Diplomática
A imunidade do diplomata é formal, o que não significa que ele não vai deixar
de julgado, mas somente poderá ser preso, condenado e processo no seu país
de origem. Além disso, a imunidade diplomática não é renunciável
Tem uma função mais restrita quando comparado ao diplomata, além disso sua
imunidade está relacionada somente ao exercício da função.
Conclusão
Possuem imunidades:
Imunidades Parlamentares
Os artigos 27, §1° e artigo 29, inciso VIII, estendem as imunidades dos
parlamentares federais aos deputados estaduais e vereadores,
respectivamente.
Teorias:
Para a prisão:
O Artigo 53, §2°: Desde a expedição do diploma, os membros do
Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de
crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de
vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria
de sus membros, resolva a prisão.
Para o processo:
Artigo 53, §3°: Recebida a denúncia contra o Senador, ou Deputado, por
crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará
ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a
decisão final, sustar o andamento da ação.
o Não precisa de anuência para iniciar o processo; o STF não
precisa da autorização do Congresso para paralização da ação
em curso.
o Prazo para apreciar eventual pedido de sustação do processo; 45
dias.
o Crime ocorrido após a diplomação, sendo cometido no exercício
da função. O foro privilegiado é sobre a função e não com a vida
particular do parlamentar.
Conceito de Crime
o Formal: conduta que afronta a lei, ou seja, a conduta descrita pela lei.
o Material: conduta que lesiona bem jurídico. Há análise sob o ponto de
vista o bem jurídico.
o Analítico: todo fato típico, ilícito e culpável. Conceito de crime adotado,
de forma geral, pelo Direito Penal.
Dentro do fato típico, existe o estudo da conduta (comportamento
humano, voluntário e consciente destinado à um fim), nexo causal,
resultado e tipicidade.
Excludentes de ilicitude: legítima defesa, estado de necessidade,
exercício regular de direito e o estrito cumprimento do dever legal.
Culpabilidade considera a imputabilidade, potencial consciência da
ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa.
Sujeitos do Crime
Objetos do Crime
Quanto à conduta
Quanto ao resultado