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Nesses Termos Pede Deferimento

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL PRESIDENTE DA

TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS DA SEÇÃO JUDICIÁRIA


DO

Processo n.º ${informacao_generica}

${cliente_nomecompleto}, já cadastrado eletronicamente nos autos da


ação previdenciária de concessão de benefício por incapacidade movida
em face do INSS, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, por
meio dos seus procuradores, inconformado com o Acórdão proferido pela
${informacao_generica}ª Turma Recursal do , interpor PEDIDO DE
UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA PARA A TURMA
NACIONAL (INCIDENTE NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO
DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL), nos termos da
Resolução n.º 586/2019 do Conselho da Justiça Federal, requerendo a
admissão e remessa para a TNU, para que seja recebido e processado na
forma legal. Deixa de juntar preparo por ser beneficiária da gratuidade de
justiça.

Nesses Termos;

Pede Deferimento.

, 24 de novembro de 2020.

INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO

PROCESSO : ${informacao_generica}
Origem : ${informacao_generica}ª TURMA RECURSAL DO ESTADO DO

RECORRENTE : ${cliente_nomecompleto}

RECORRIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

RAZÕES DO PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO

EGRÉGIA TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO

Inconformado com o V. Acórdão prolatado pela Egrégia ${informacao_generica}ª Turma


Recursal da Seção Judiciária do , dele recorre a parte Autora, pretendendo seja o pedido de
uniformização processado, conhecido, e dado provimento, para total reforma do Acórdão
combatido.

SÍNTESE PROCESSUAL

O Recorrente ingressou com ação previdenciária de concessão de auxílio-doença ou


aposentadoria por invalidez, postulando que na esfera judicial fosse reconhecida a
incapacidade laboral, tendo em vista o indeferimento realizado pela via administrativa.

Isto, pois é acometida de graves patologias que a tornam incapaz para realizar qualquer
espécie de atividade laborativa.

Assim, postulou com a presente ação que fosse reconhecida a incapacidade laboral e
fosse condenado o INSS a conceder-lhe o benefício de auxílio-doença ou aposentadoria por
invalidez.

Nesse sentido, foi realizada perícia médica judicial na presente ação (evento
${informacao_generica}) que confirmou a incapacidade laboral do autor, sendo fixada a data de
início da incapacidade em ${data_generica}.

Veja-se trecho da sentença proferida pela Magistrada do JEF Previdenciário da Subseção


de :
${informacao_generica}

Inconformado com a sentença o Autor interpôs recurso inominado, que foi desprovido
pela ${informacao_generica}ª turma Recursal do , mantendo a sentença de primeiro grau. Assim,
indeferiu o pedido de concessão do benefício de auxílio-doença, por entender ser inaplicável o
período de graça estabelecido no inciso II do art. 15 da Lei 8.213/91 para o segurado
facultativo após a cessação de benefício por incapacidade, devendo ser aplicado o prazo de
06 meses do inciso VI do referido artigo no caso em tela.

Tal entendimento esposado na sentença e mantido no acórdão da Turma Recursal não


merece prosperar, estando em desconformidade com a jurisprudência da 6ª Turma Recursal do
Rio de Janeiro, em seu recente julgamento da matéria.

Assim, havendo contrariedade entre a decisão prolatada pela ${informacao_generica}ª


turma Recursal do nesta ação e o entendimento praticado pela 6ª Turma recursal do RJ, se
interpõe o presente recurso.

DA DEMONSTRAÇÃO DO CABIMENTO

É cabível o incidente de uniformização de jurisprudência nos Juizados Especiais Federais


quando existir divergência na interpretação de lei federal entre Turmas Recursais de uma mesma
Região, entre Turmas de Regiões diversas, e com a súmula ou jurisprudência predominante do
Superior Tribunal de Justiça, conforme a previsão do artigo 14 da Lei 10.259/01.

In casu, houve interpretação divergente de lei federal (art. 15, inciso II da Lei 8.213 de
1991) entre a ${informacao_generica}ª turma recursal do e a 6ª Turma Recursal do Rio de
Janeiro, o que enseja o presente Incidente de Uniformização Nacional, para a Turma Nacional de
Uniformização.

Assim, é cabível e legal o incidente nacional de uniformização de jurisprudência, que


deve ser recebido e julgado conforme a Resolução 586/2019 do Conselho da Justiça Federal.

DA DECISÃO RECORRIDA

Excelências, em que pese as razões contidas na petição inicial e no recurso inominado


interposto, a ${informacao_generica}ª Turma Recursal do manteve sentença a quo, indeferindo
o pedido de concessão de benefício por incapacidade. Isto, pois entendeu que a Parte Autora
supostamente perdeu a qualidade de segurada no interregno entre a cessação do benefício NB
${informacao_generica} em ${data_generica} e a DII (${data_generica}).

Fundamentou sua decisão no fato de que no processo nº ${informacao_generica} as


contribuições vertidas no período entre ${data_generica} e ${data_generica} foram consideradas
na categoria de segurado facultativo. Assim, supostamente o Demandante teria perdido a
qualidade de segurado, pois após a cessação do seu benefício por incapacidade em
${data_generica} gozaria apenas de 06 (seis) meses de período de graça.

Neste sentido, e de modo a ilustrar o entendimento praticado pela Turma Recursal do no


presente processo, veja-se o voto proferido e o acórdão da ${informacao_generica}ª Turma
Recursal:

${informacao_generica}

DECISÃO PARADIGMA – DECISÃO DA 6ª TURMA RECURSAL DO RIO DE


JANEIRO NO PROCESSO N.º 20145151150900201

No processo julgado pela 6ª Turma Recursal do RJ, o colegiado foi absolutamente feliz
ao reconhecer que o segurado que percebeu benefício por incapacidade, mantém a qualidade de
segurado por pelo menos 12 meses após a cessação da benesse, não fazendo qualquer
discriminação entre os segurados.

Logo, veja-se o voto/ementa do acórdão do processo n.º 20145151150900201, do qual


segue a decisão integral anexa:

EMENTA/VOTO PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA COM PEDIDO DE


CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. COM DIB NA DER -
SENTENÇA PROCEDENTE EM PARTE- AUXÍLIO CONCEDIDO DA DATA DE
REALIZAÇÃO DA PERÍCIA - RECURSO DO AUTOR PEDINDO QUE A DIB
SEJA FIXADA NA DER - RECURSO DO RÉU ALEGANDO PERDA DE
QUALIDADE DE SEGURADO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO PARA A
PARTE AUTORA E PROVIDO PARA A PARTE RÉ. Trata-se de recurso interposto
pela parte autora em face da sentença (fls. 125/129) de parcial procedência do pedido
autoral, condenando o recorrido a conceder o benefício de aposentadoria por invalidez
ao recorrente, a partir da data da perícia médica judicial, 05/11/2014. Outrossim, trata-se
de recurso da parte ré, com alegação de que a parte autora não faz jus ao benefício de
aposentadoria por invalidez, alegando perda da qualidade de segurado. Não há de
prosperar há demanda da parte autora, conforme demonstrado a seguir. In casu, vê-se
que réu tem como data de cessão do último benefício em 18/07/2011, conforme vê-se
demonstrado no CNIS de fls. 105/123, ainda que a DIB fosse fixada na DER
26/11/2013, conforme pleiteia o autor, o mesmo já não faria jus ao benefício, uma vez
que verifica-se a perda de qualidade de segurado. Se não vejamos: A concessão do
benefício pressupõe a comprovação: i) da incapacidade laborativa, ii) da qualidade de
segurado à época do surgimento da incapacidade; e iii) do cumprimento da carência
prevista em lei. No que tange o primeiro requisito, ficou comprovada a incapacidade
total e permanente do autor, sem a possibilidade de reabilitação profissional conforme
atestado pelo laudo pericial. (86/91) Quanto a qualidade de segurado, verifica-se que o
autor teve seu último benefício percebido até julho de 2011, nos temos da Lei 8.213/91,
Art. 15, verifica-se que a qualidade de segurado é mantida até 12 meses após a
cessação de benefício por incapacidade ou da última contribuição, sendo passível de
prorrogação no caso de serem percebidas mais de 120 contribuições mensais, por até 24
meses. Ocorre que no caso em tela, ainda que a qualidade de segurado fosse passível de
prorrogação, superou-se o prazo de 24 meses, nem se falar do prazo de 12 meses. Ante o
exposto, CONHEÇO E NEGO PROVIMENTO AO RECURSO DA PARTE AUTORA
E CONHEÇO E DOU PROVIMENTO A RECURSO DO INSS para julgar
improcedente o pedido autoral. Deixo de condenar o INSS em honorários advocatícios
sucumbenciais, vez que vencedor da causa. Sem custas e honorários, tendo em vista ser
a parte autora beneficiária da gratuidade de justiça. Certificado o trânsito em julgado,
dê-se baixa e encaminhem-se os autos ao Juizado de origem. ACÓRDÃO Acordam os
membros da 6ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Rio de Janeiro, por
unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DA AUTORA E DAR
PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS. Votaram com o relator, Juiz Federal LUIZ
CLEMENTE PEREIRA FILHO, os Juízes Federais LUIS EDUARDO BIANCHI
CERQUEIRA e ALEXANDRE DA SILVA ARRUDA. Rio de Janeiro, 21 DE MARÇO
DE 2016. LUIZ CLEMENTE PEREIRA FILHO Juiz Federal Relator
( 20145151150900201, SEXTA TURMA RECURSAL DO RJ, Relator LUIZ
CLEMENTE PEREIRA FILHO, julgado em 21/03/2016 - grifado).

DA IDENTIDADE DE MATÉRIA

Pois bem, I. Julgadores, da análise do julgado da 6ª Turma Recursal do RJ, comparado


com o presente processo, verifica-se que se trata de caso idêntico, onde no julgamento acima
colacionado a Turma Recursal do RJ entendeu que o após a cessação do benefício por
incapacidade a qualidade de segurado é mantida por pelo menos 12 (doze) meses. No processo
ora recorrido, todavia, a Turma Recursal do entende que o segurado facultativo mesmo após a
cessação do benefício por incapacidade mantém a qualidade de segurado por apenas 6 (seis)
meses.

Excelências, com a devida vênia, o entendimento da E. Turma Recursal do xx contraria


não apenas o entendimento da Parte Autora e da 6ª Turma Recursal do RJ, como contraria o
entendimento do próprio INSS!

Vejam o que o art. 137, §7º da Instrução Normativa nº 77/2015 estabelece:


Art. 137. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuição:

[...]

7º O segurado facultativo, após a cessação de benefícios por incapacidade e salário-


maternidade, manterá a qualidade de segurado pelo prazo de doze meses. (grifado)

Ora, se o próprio INSS admite a manutenção da qualidade de segurado por 12 meses


ao segurado facultativo após a cessação de benefício por incapacidade (vide art. 137, §7º da
Instrução Normativa 77/2015/INSS) não há justificativa para o Poder Judiciário criar
interpretação restritiva de norma jurídica em que ambas as partes (Autora e INSS)
possuem inclusive a mesma interpretação!

Isto, pois não seria razoável entender que, apenas pelo discrímen de ser segurado
facultativo (e pessoa de baixa renda), e não empregado ou contribuinte individual, não possam
disfrutar do período de graça que todos os outros gozam quando têm seu benefício por
incapacidade cessado.

Ademais, não é crível que uma intepretação como a proferida pela


${informacao_generica}ª Turma Recursal possa ser tida como uma interpretação conforme a
Constituição e que respeite o que talvez seja o princípio norteador do Direito Previdenciário, o in
dubio pro misero.

Logo, a Decisão da E. Turma Recursal não possui o respaldo de nenhuma das partes
envolvidas, seja pelo polo ativo como o polo passivo!

Assim, mostra-se inquestionável a divergência havida entre a decisão da


${informacao_generica}ª Turma Recursal do e a decisão da 6ª Turma Recursal do RJ.

Portanto, é clara a presença de divergência ora alegada, impondo-se assim o


reconhecimento do presente e no mérito, que lhe seja dado provimento para reformar o V.
Acórdão prolatado pela E. ${informacao_generica}ª Turma Recursal da Seção Judiciária do .

REQUERIMENTO FINAL

Em face do exposto, deve ser reformado o v. acórdão, para que seja reconhecida a
existência da divergência jurisprudencial retro indicada e, no mérito, seja reformada a r. decisão
da E. ${informacao_generica}ª Turma Recursal da Seção Judiciária do , para que nos termos
da decisão paradigma, prolatada pela 6ª Turma Recursal do Rio de Janeiro, seja
reconhecida a aplicação do artigo 15, II, da Lei 8.213/91 aos segurados facultativos.

Assim sendo, após o reconhecimento da aplicação da mencionada norma ao caso


epigrafado, seja reconhecido o direito do ora Recorrente ao deferimento do auxílio-doença,
desde o surgimento da incapacidade.

ISTO POSTO, espera o Recorrente seja o presente pedido de uniformização processado


na forma da lei, para o competente julgamento, no qual, pugna, seja dado provimento, para o
efeito de reformar o V. Acórdão prolatado pela ${informacao_generica}ª Turma Recursal da
Seção Judiciária do , nos termos ora requeridos.

Nesses Termos;

Pede Deferimento.

, 24 de novembro de 2020.

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