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Fichamento Ausubel

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Fichamento de Psicologia da Aprendizagem

MOREIRA, Marco Antonio. Aprendizagem Significativa: a teoria de David Ausubel.


São Paulo: Centauro, 2001.

Dividindo a introdução do texto em três tópicos, os autores caracterizam o


cognitivismo e o que seria a psicologia cognitivista, expondo o seu objeto de estudo,
que de forma geral, pode ser descrita como o estudo do processo da compreensão,
transformação, armazenamento e uso da informação envolvida na cognição, bem como
identificar padrões estruturados dessa transformação. Dessa forma, nessa parte também
é apresentado os conceitos de aprendizagem e significado para Ausubel; aprendizagem
significa organização e integração do material na estrutura cognitiva, e significado é,
pois, um produto “fenomenológico” do processo de aprendizagem, no qual o significado
potencial, inerente aos símbolos, converte-se em conteúdo cognitivo, diferenciado para
um determinado indivíduo.

Em seguida, é apresentado aqui a estrutura dos capítulos e da organização das ideias


propostas no texto: “No capitulo 1, é dada uma visão geral da teoria. O capítulo 2 consta
de uma discussão sobre aquisição e uso de conceitos, uma vez que a teoria enfatiza o
papel dos conceitos na aquisição e utilização do conhecimento. No capítulo 3, a teoria
de Ausubel é proposta, segundo a percepção dos autores, como sistema de referência
para a organização do ensino. Em continuação, no capítulo 4, são dados exemplos de
sistematização e aplicação dessa teoria aos ensinos de Física, Literatura, Língua
Estrangeira e Biologia, inclusive a situações de aula tipicamente brasileiras. O capítulo
5 consta de considerações finais e, no Apêndice, é apresentado um glossário dos
principais termos da teoria de Ausubel e outros utilizados neste contexto.”

Capitulo 1 – A Teoria Cognitiva de Aprendizagem

“Para Ausubel, aprendizagem significativa é um processo pelo qual uma nova


informação se relaciona com um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do
indivíduo. Ou seja, neste processo a nova informação interage com uma estrutura de
conhecimento específica, a qual Ausubel define como conceito subsunçor ou,
simplesmente, subsunçor (subsumer), existentes na estrutura cognitiva do indivíduo. A
aprendizagem significativa ocorre quando a nova informação se ancora em subsunçores
relevantes preexistentes na estrutura cognitiva de quem aprende. Ausubel vê o
armazenamento de informações na mente humana como sendo altamente organizado,
formando uma hierarquia conceitual na qual elementos mais específicos de
conhecimento são relacionados (e assimilados) a conceitos e proposições mais gerais,
mais inclusivos (...) e mais capazes de servir de subsunçores para novas informações
correlatas.”

“Contrastando com a aprendizagem significativa, Ausubel define aprendizagem


mecânica como sendo a aprendizagem de novas informações com pouca ou nenhuma
interação com conceitos relevantes existentes na estrutura cognitiva. Nesse caso, a nova
informação é armazenada de maneira arbitrária. Não há interação entre a nova
informação e aquele já armazenada. O conhecimento assim adquirido fica
arbitrariamente distribuído na estrutura cognitiva sem relacionar-se a conceitos
subsunçores específicos. (...) Na verdade, Ausubel não estabelece a distinção entre
aprendizagem significativa e mecânica como sendo uma dicotomia, e sim como um
continuum. Da mesma forma, essa distinção não deve ser confundida com a que há entre
aprendizagem por descoberta e aprendizagem por recepção. Segundo Ausubel, na
aprendizagem por recepção o que deve ser aprendido é apresentado ao aprendiz em sua
forma final, enquanto que na aprendizagem por descoberta o conteúdo principal a ser
aprendido é descoberto pelo aprendiz. (...) Ou seja, por recepção ou por descoberta, a
aprendizagem e significativa, segundo a concepção ausubeliana, se a nova informação
se incorpora de forma não arbitrária e não literal à estrutura cognitiva.”

“Supondo que a aprendizagem significativa deva ser preferida em relação à


aprendizagem mecânica, e que isso pressupõe a existência prévia de conceitos
subsunçores, o que fazer quando estes não existem? (...) Uma resposta possível é que a
aprendizagem mecânica é sempre necessária quando um indivíduo adquire informação
em uma área de conhecimento completamente nova para ele (...) até que alguns
elementos de conhecimento, relevantes a novas informações na mesma área, existam na
estrutura cognitiva e possam servir de subsunçores, ainda que pouco elaborados (...).
Outra resposta possível é que em crianças pequenas, os conceitos são adquiridos
principalmente mediante um processo conhecido como formação de conceitos. (...) é
aquisição espontânea de ideias genéricas por meio da experiência empírico-concreta.”

“A assimilação de conceitos é a forma pela qual as crianças mais velhas, bem como
os adultos, adquirem novos conceitos pela recepção de seus atributos criteriais e pelo
relacionamento desses atributos com ideias relevantes já estabelecidas em sua estrutura
cognitiva. (...) envolve a relação, de modo “substantivo” e “não-arbitrário”, de ideias
relevantes estabelecidas na estrutura cognitiva do aprendiz com o conteúdo
potencialmente significativo, implícito na definição dos termos ou das “pistas”
contextuais (atributos criteriais).”

“A aprendizagem significativa pressupõe que: a) O material a ser aprendido seja


potencialmente significativo para o aprendiz, ou seja, relacionável a sua estrutura de
conhecimento de forma não-arbitrária e não-literal (substantiva). b) O aprendiz
manifeste uma disposição de relacionar o novo material de maneira substantiva e não
arbitrária a sua estrutura cognitiva.”

“É a aprendizagem que se dá quando um conceito ou proposição potencialmente


significativo A, mais geral ou inclusivo do que ideias ou conceitos já estabelecidos na
estrutura cognitiva a, b e c é adquirido a partir destes e passa a assimilá-los.”

(...) o principio diferenciação progressiva deve ser levado em conta ao se programar


o conteúdo, quer dizer, as ideias mais gerais e mais inclusivas da disciplina devem ser
apresentadas no início para, somente então, serem progressivamente diferenciadas, em
termos de detalhe e especificidade. (...) Entretanto, a programação do conteúdo deve
não só proporcionar a diferenciação progressiva, mas também explorar, explicitamente,
relações entre proposições e conceitos, chamar atenção para diferenças e similaridades
importantes e reconciliar inconsistências reais ou aparentes. Isso deve ser feito para se
atingir o que Ausubel chama de reconciliação integrativa (...).’”

“Ausubel sustenta o ponto de vista de que cada disciplina acadêmica tem uma
estrutura articulada e hierarquicamente organizada de conceitos que constitui o sistema
de informações dessa disciplina. Acredita que esses conceitos estruturais podem ser
identificados e ensinados a um aluno, constituindo para ele um sistema de
processamento de informações, um verdadeiro mapa intelectual que pode ser usado para
analisar o domínio particular da disciplina e nela resolver problemas.”

Capitulo 2 – Aquisição e uso de conceitos

“A realidade, figurativamente falando, é experimentada através de um filtro


conceitual ou categorial, constituindo o mundo de significados do indivíduo. (...)
Estabelecendo equivalências, agrupando ideias relacionadas da experiencia, em
categoriais definidas pelos atributos criteriais de seus membros, os conceitos
padronizam e simplificam o ambiente e facilitam a aprendizagem receptiva, a solução
de problemas e a comunicação. (...) Aquisição de conceitos é fruto da psicodinâmica
dos aspectos conotativos e denotativos.”

“1.Como os conceitos são adquiridos: A formação de conceitos é característica da


aquisição indutiva e espontânea de ideias genéricas pela criança em idade pré-escolar, a
partir de experiência empírico-concreta, como por exemplo, ‘casa’, ‘cachorro’ etc. Para
chegar ao conceito de casa, a criança passa por inúmeras experiências que a levam a
diferentes percepções de casa: grandes, pequenas, diferentes formas, cores, materiais,
estruturas etc.”

“2. Como os conceitos adquiridos são usados: No nível mais simples da utilização,
os conceitos estão obviamente envolvidos na categorização perceptual das próximas
experiências sensoriais (...). A utilização cognitiva de conceitos existentes é
exemplificada pelo tipo de aprendizagem receptiva, na qual exemplos menos evidentes
de classe genérica conhecida devem ser identificados como tal (categorização
cognitiva), e na qual novos conceitos relacionados, subconceitos ou proposições são
adquiridos por assimilação sob entidades conceituais ou proposicionais mais
inclusivas.”

Capitulo 3 – Um modelo para planejar a instalação

“Um dos maiores trabalhos do professor consiste, em auxiliar o aluno a assimilar a


estrutura das matérias de ensino e a reorganizar sua própria estrutura cognitiva,
mediante a aquisição de novos significados que podem gerar conceitos e princípios.”

“A facilitação de uma aprendizagem significativa (...) ocorre de duas formas: 1.


Substantivamente, com propósitos “organizacionais” e integrativos, usando os conceitos
e proposições unificadores de uma dada disciplina, que têm maior poder explanatório,
inclusividade, generalidade e viabilidade no assunto. (...) 2. Programaticamente,
empregando princípios programáticos adequados à ordenação da sequência do assunto,
partindo do estabelecimento de sua organização e lógica interna e, sucessivamente,
planejando a montagem de exercícios práticos.”

“Mapas conceituais são sugeridos a seguir como instrumentos úteis na


implementação desses princípios no processo instrucional. (...) Num sentido mais
amplo, mapas conceituais são apenas diagramas indicando relações entre conceitos
(Moreira, M.A., 1997). Mais especificamente, no entanto, eles podem ser vistos como
diagramas hierárquicos que procuram refletir a organização conceitual de uma
disciplina ou parte de uma disciplina. Ou seja, sua existência é derivada da estrutura
conceitual da uma disciplina.”

“Como recursos instrucionais, os mapas propostos podem ser usados para mostrar
as relações hierárquicas entre os conceitos que estão sendo ensinados numa única aula,
numa unidade de estudo ou num curso inteiro. (...), Entretanto, contrariamente a textos e
outros materiais instrucionais, os mapas conceituais não dispensam explicações do
professor. A natureza idiossincrática de um mapa conceitual, dada por quem fez o mapa
(o professor), torna necessário que o professor explique ou guie o aluno através do
mapa, quando o utiliza como recurso instrucional.”

Capitulo IV – Exemplos de utilização da teoria

Neste capítulo o autor apresenta a aplicação da teoria ausubeliana em exemplos de


conteúdos de disciplinas, como Física; “eletricidade e magnetismo, noções de
termodinâmica e teoria cinética dos gases”, Literatura; “o ensino de romance ou conto,
o ensino de uma língua estrangeira”, e também foi aplicado a teoria de ausubel na
facilitação da aprendizagem de conteúdos de Biologia.

Capitulo V – Considerações Finais

“Tentamos, nos capítulos anteriores, dar ao leitor uma visão geral da teoria de
aprendizagem de David Ausubel e de como ela pode ser sistematizada e utilizada na
sala de aula com o objetivo de facilitar a aprendizagem do aluno. De um modo geral,
tentamos também usar o princípio da diferenciação progressiva na sequenciação dentro
da Psicologia e introduzimos as ideias gerais da teoria de Ausubel como uma
abordagem cognitivista à aprendizagem. (...), Entretanto, de acordo com a própria teoria
de Ausubel, a programação do conteúdo deve não só proporcionar a diferenciação
progressiva, mas também (...) promover a reconciliação integrativa.”

“Ausubel define Psicologia Educacional como uma ciência aplicada que tem um
valor social, interessada não em leis gerais da aprendizagem em si mesmas, mas em
propriedades de aprendizagem, que possam ser relacionadas a meios eficazes de
deliberadamente levar a mudanças na estrutura cognitiva.”

“É conveniente aqui fazer distinção entre três tipos gerais de aprendizagem:


cognitiva, afetiva e psicomotora. A aprendizagem cognitiva é aquela que resulta no
armazenamento organizado de informações na mente do ser que aprende, e esse
complexo organizado é conhecido como estrutura cognitiva. A aprendizagem afetiva
resulta de sinais internos ao individuo e pode ser identificada com experiências tais
como prazer e dor, satisfação ou descontentamento, alegria ou ansiedade. (...) A
aprendizagem psicomotora envolve respostas musculares adquiridas mediante treino e
prática (...).”

“A teoria de Ausubel focaliza, primordialmente, a aprendizagem cognitiva. Isto não


significa, porém, que outros tipos de aprendizagem não sejam importantes ou ignorados
por Ausubel (...). A questão é que a teoria de Ausubel é cognitivista e, como tal, focaliza
a aprendizagem cognitiva ou, mais especificamente, a aprendizagem significativa.”

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