Trabalho de Literatura
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Trabalho de Literatura
Graciliano Ramos
Biografia: Graciliano Ramos de Oliveira nasceu em 27 de outubro de 1892, na
cidade de Quebrângulo, Alagoas. Filho primogênito de Sebastião Ramos de
Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos, viveu a primeira infância na Fazenda
Pintadinho, em Buíque (PE) e, a partir de 1889, em Viçosa (AL), onde
ingressou no internato.
As atividades literárias de Graciliano Ramos têm início em 1904, quando
publica seu primeiro conto no jornal do internato, intitulado “O pequeno
pedinte”. Em 1906, Graciliano começa a publicar sonetos na revista carioca O
Malho, utilizando o pseudônimo Feliciano de Oliveira. Em 1910, passa a ser
colaborador do Jornal de Alagoas, também assinando com pseudônimos, e
muda-se para Palmeira dos Índios (AL).
Graciliano Ramos embarca, em 1914, para o Rio de Janeiro, então
capital federal, para dar continuidade à carreira de jornalista, mas a morte de
três dos seus irmãos, no ano seguinte, leva-o de volta a Palmeira dos Índios,
onde passa a trabalhar no comércio e casa-se com Maria Augusta Barros, com
quem teve quatro filhos até enviuvar, em 1920.
Em 1927, é eleito prefeito de Palmeira dos Índios, e no ano seguinte
conclui seu primeiro romance, mesmo ano em que se casa novamente. Em
1930 renuncia à prefeitura para assumir a diretoria da Imprensa Oficial de
Alagoas, em Maceió, quando estabelece contato com outros escritores, como
Rachel de Queiroz, Jorge Amado e José Lins do Rego. Em 1933, assume o
cargo de diretor da Instrução Pública de Alagoas. Por consequência das
operações do Governo Constitucional de Getúlio Vargas, Graciliano Ramos é
preso em 1936, sob a acusação de ser comunista. Permanece encarcerado e
refém das mais diversas humilhações e injúrias por quase um ano até ser
inocentado por falta de provas, período que serviu de inspiração para o
romance autobiográfico Memórias do cárcere, de publicação póstuma.
Depois de liberto, fixa residência no Rio de Janeiro, onde assume novo
cargo público, em 1939, desta vez como Inspetor Federal Secundário. Filia-se
ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1945 e dedica-se à literatura até sua
morte, em 1953, vítima de um câncer de pulmão. Tendo escrito mais de vinte
livros entre obras éditas e póstumas, além de duas traduções de romances
estrangeiros, Graciliano Ramos é considerado um dos mais importantes
romancistas brasileiros.
Érico Veríssimo
Biografia: Érico Veríssimo nasceu na cidade de Cruz Alta (Rio Grande do Sul),
em 17 de dezembro de 1905. Nasceu em uma tradicional família gaúcha. Seu
pai era farmacêutico e sua mãe dona de casa. No início da adolescência,
começou seu encanto pela literatura e passou a ler vários livros. Com a crise
financeira na família, iniciada com a separação dos pais, começou a trabalhar
com 17 anos. Foi bancário e trabalhou também em farmácia. Em 1928,
publicou Ladrão de Gado, sua primeira obra. Em 1930, mudou-se para Porto
Alegre e foi trabalhar como secretário de redação da Revista do Globo.
Em 1931, casou-se com Mafalda Halfen Volpe. Com ela, ele teve dois
filhos: Clarissa Verissimo e Luís Fernando Verissimo (também escritor). Em
1932, tornou-se diretor da Revista do Globo. No ano de 1933, finalizou a
tradução de Point Conterpoint (Contraponto), de Aldous Huxley. Nos primeiros
anos da década de 1940, foi morar, com a família, nos Estados Unidos. No
país, assumiu um cargo cultural na OEA (Organização dos Estados
Americanos).
Entre 1953 e 1956, morou novamente nos EUA, trabalhando no
Departamento de Assuntos Culturais da OEA. Em 1954, ganhou o
prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras. Nas
décadas de 1960 e 1970, já com problemas no coração, Érico Veríssimo
publicou várias obras importantes. Nesse período, passou a dedicar-se quase
que exclusivamente à literatura. Faleceu na cidade de Porto Alegre, aos 69
anos, em 28 de novembro de 1975. A causa de sua morte foi infarto do
miocárdio.
Jorge Amado
Biografia: Jorge Leal Amado de Faria nasceu no dia 10 de agosto de 1912, no
distrito de Ferradas, município de Itabuna, no sul do Estado da Bahia. Viveu
sua infância em Ilhéus (BA) e depois mudou-se para Salvador, onde estudou
no Internato Colégio Antônio Vieira, de padres jesuítas, e no Ginásio Ipiranga.
Desde jovem se envolve com a vida literária e começa a escrever para o jornal:
“Diário da Bahia”. Fundou a “Academia dos Rebeldes”, grupo de jovens
artistas, sobretudo literatos, empenhados em renovar a literatura baiana.
Já no Rio de Janeiro, publica seu primeiro romance, com 19 anos,
intitulado “O País do Carnaval” (1931). Dois anos depois casa-se com Matilde
Garcia Rosa com quem teve uma filha. Em 1935, torna-se Bacharel em Direito
pela Faculdade Nacional de Direito do Rio de Janeiro. Foi preso duas vezes
por apresentar ideais socialistas e comunistas sendo assim, exilado do país,
donde permaneceu durante algum tempo nos países: Argentina, Uruguai,
França e República Tcheca. Ao voltar para o Brasil, separa-se de Matilde, sua
primeira mulher, e em 1945, torna-se Deputado Federal do Partido Comunista
Brasileiro (PCB).
Na política, Jorge Amado lutou pela liberdade religiosa, sendo o autor da
lei, ainda hoje em vigor, que assegura o direito à liberdade de culto religioso;
ademais, foi autor da emenda que garantia os direitos autorais.
Casa-se pela segunda vez com a escritora Zelia Gattai, e com ela tem dois
filhos. Em 1955, afasta-se da militância política e dedica-se totalmente à
literatura, sendo ocupante da cadeira 23, na Academia Brasileira de Letras, a
partir de 1961. Falece na capital baiana, Salvador, no dia 6 de agosto de 2001,
com 89 anos.
- Capitães da areia, Pedro Bala, Professor, Gato, Sem Pernas e Boa Vida são
adolescentes abandonados por suas famílias, que crescem nas ruas de
Salvador e vivem em comunidade no Trapiche. Eles praticam uma série de
assaltos e são constantemente perseguidos pela polícia. Um dia, Professor
conhece Dora e seu irmão Zé Fuinha e os leva até o Trapiche, o que
desencadeia a excitação dos demais garotos, que não estão acostumados à
presença de uma mulher no local. Aos poucos, nasce o afeto entre o líder do
grupo e a jovem.
- Dona Flor e seus dois maridos, no melhor estilo de crônica de
costumes, Dona Flor e seus dois maridos descreve a vida noturna de
Salvador, seus cassinos e cabarés, a culinária baiana, os ritos do candomblé e
o convívio entre políticos, doutores, poetas, prostitutas e malandros.
Rachel de Queiroz
Biografia: Nasceu em Fortaleza, Ceará, em 17 de novembro de 1910 e ali
viveu até os cinco anos de idade. Mudou-se com a família para
o Rio de Janeiro em virtude da terrível seca que assolou o Ceará em 1915. Em
1917, mudou-se para Belém do Pará e, em 1919, retornou para o Ceará, onde
fixou residência.
Iniciou sua carreira jornalística escrevendo para o jornal O Ceará quando
tinha apenas 17 anos. Aos 19 anos, começou a escrever, em segredo, o
romance que a tornaria conhecida como escritora: O Quinze. Com a publicação
do livro, em 1930, a autora tornou-se nacionalmente conhecida e ganhou
o prêmio da Fundação Graça Aranha.
Em 1937, foi presa pelo governo de Getúlio Vargas acusada de
ser comunista. A autora permaneceu presa por dois anos. Décadas depois,
Rachel de Queiroz, em 1964, apoiou a ditadura militar brasileira, integrando o
Conselho Federal de Cultura e o Diretório Nacional da Arena, partido político
de sustentação do regime.
Além do prêmio da Fundação Graça Aranha, a escritora também ganhou
diversos outros prêmios, como o Prêmio Jabuti de Literatura Infantil, em 1970,
e o Prêmio Camões, a maior honraria dada a escritores de língua portuguesa,
em 1993. Rachel de Queiroz faleceu em 2003, no Rio de Janeiro, aos 92 anos
de idade.
- Dôra, Doralina, Rachel de Queiroz não foi feminista, mas criou personagens
femininas que reagiram à dominação masculina. Em Dôra, Doralina (1975), no
entanto, a protagonista se entrega a uma paixão, idealiza o homem amado e
passa a viver as vontades dele. Inicialmente, Dôra transgride normas sociais,
quando nega o luto para o marido falecido e quando rompe as relações afetivas
com Senhora, a sua mãe. Posteriormente, a personagem ingressa em um
teatro mambembe e viaja pelo interior do Brasil, ao lado de artistas
considerados de “vida livre”. Mas, contraditoriamente, deseja ser conquistada e
possuída por Asmodeu, um homem forte, agressivo e viril, para reingressar no
mítico “lar”.
-Memorial de Maria Moura Romance maduro de Rachel de Queiroz, Memorial
de Maria Moura traz em si todas as características literárias que consagraram a
escritora, a primeira mulher a entrar na Academia Brasileira de Letras. Narrado
no Brasil rural do século XIX, o livro conta a saga de Maria Moura, personagem
forte e sertaneja.
Ainda nova, Maria Moura passa por experiências dolorosas. Perde o pai
e depois a mãe. O padrasto a alicia e a violenta. E mais: sua terra, herdada, se
encontra sob ameaça de primos inescrupulosos. O agreste, a seca e a solidão
poderiam ser os únicos companheiros dessa jornada. Maria, porém, é um
retrato da vontade e do desejo da mulher nordestina, que entende o lugar de
submissão em que a sociedade e a família querem colocá-la, mas não aceita
se contentar com ele. À sua volta reúnem-se personagens apaixonados e leais,
que clamam por participar de sua luta por justiça.
O sertão, a liberdade, a violência, a disputa por terras, a religiosidade, a
vontade e a emancipação feminina, a amizade e o amor são grandes temas de
Rachel de Queiroz, todos tratados nessa obra-prima, escrita quando a autora já
contava com 82 anos. Não por menos, Memorial de Maria Moura ganhou o
Prêmio Jabuti de Ficção do ano de 1993 e, no seguinte, foi adaptada para uma
minissérie homônima na Rede Globo, com Glória Pires no papel da
protagonista.
Rachel de Queiroz foi uma mulher extraordinária. Escritora, jornalista,
militante contra a ditadura Vargas e porta-voz do Nordeste brasileiro, nunca
consentiu ser enclausurada em categorias. Dizia-se não feminista, permitia-se
a contradição. Nas palavras de Heloisa Buarque de Hollanda, Rachel é nossa
grande literatura feminista.
Poesia
Murilo Mendes
Biografia: Murilo Mendes (1901-1975) foi um poeta brasileiro. Fez parte do
Segundo Tempo Modernista. Recebeu o Prêmio Graça Aranha com seu
primeiro livro "Poemas". Participou do Movimento Antropofágico, que buscava
uma vinculação com as origens do Brasil.
Murilo Monteiro Mendes nasceu em Juiz de Fora, em Minas Gerais, no
dia 13 de maio de 1901. Iniciou seus estudos na sua terra natal. Entre 1912 e
1915, estudou poesia e literatura. Em 1917 foi para Niterói e ingressou no
Colégio Interno Santa Rosa, porém, fugiu do colégio e se recusou em voltar.
Nesse mesmo ano, foi para Rio de Janeiro com seu irmão mais velho, o
engenheiro José Joaquim, que o colocou como arquivista na Diretoria do
Patrimônio Nacional.
Em 1920, passou a colaborar com o jornal “A Tarde”, de Juiz de Fora,
produzindo artigos para a coluna Chronica Mundana, com a assinatura MMM e
depois com o pseudônimo “De Medinacelli”. Em 1924, passou a escrever
poemas para as duas revistas modernistas: “Terra Roxa e Outras Terra” e
“Antropofagia”.
Em 1930, lançou seu primeiro livro "Poemas", revelando nessa primeira
fase de sua poesia a influência do Movimento Modernista, quando aborda os
principais temas e procedimentos do Modernismo brasileiro dos anos 20, como
o nacionalismo, o folclore, a linguagem coloquial, o humor e a paródia. Escreve
ainda: “Bumba-Meu-Preta” (1930) e “História do Brasil” (1932).
Jorge de Lima
Biografia: Jorge de Lima nasceu em 23 de abril de 1893, em União dos
Palmares, Alagoas. Em 1902, mudou-se para Maceió. Com 17 anos de idade,
escreveu o poema O acendedor de lampiões. Mais tarde, em Salvador,
ingressou na faculdade de medicina, curso concluído no Rio de Janeiro, em
1914. No ano seguinte, passou a trabalhar como médico em Maceió e
como professor e diretor da Escola Normal e do Liceu Alagoano.
Em 1919, foi eleito deputado estadual por Alagoas. Anos depois, em
1930, tornou-se professor de literatura brasileira da Universidade do Brasil e da
Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro. Em 1935, foi
eleito vereador dessa cidade. Nesse mesmo ano, passou a professar a fé
católica, a qual se tornou grande influência em sua poesia. Além disso, Jorge
de Lima também se dedicava à pintura. Em 1939, pintou a sua primeira
tela: Quadro com mulher ou Mulher sonhando.
No ano seguinte, recebeu o Grande Prêmio de Poesia, da Academia
Brasileira de Letras. Porém, ao tentar ingressar nessa instituição, não teve
sucesso. Anos depois, em 1952, tornou-se presidente da Sociedade Carioca de
Escritores, um ano antes de sua morte, ocorrida em 15 de novembro de 1953,
no Rio de Janeiro.
Caída a noite
o mar se esvai,
aquele monte
desaba e cai
silentemente.
Bronzes diluídos
já não são vozes,
seres na estrada
nem são fantasmas,
aves nos ramos
inexistentes;
tranças noturnas
mais que impalpáveis,
gatos nem gatos,
nem os pés no ar,
nem os silêncios.
O sono está.
E um homem dorme.
Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
— Vai forrar a minha cama
pentear os meus cabelos,
vem ajudar a tirar
a minha roupa, Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
vem me ajudar, ó Fulô,
vem abanar o meu corpo
que eu estou suada, Fulô!
vem coçar minha coceira,
vem me catar cafuné,
vem balançar minha rede,
vem me contar uma história,
que eu estou com sono, Fulô!
Ó Fulô! Ó Fulô!
Vai botar para dormir
esses meninos, Fulô!
"minha mãe me penteou
minha madrasta me enterrou
pelos figos da figueira
que o Sabiá beliscou".
Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá
Chamando a negra Fulô!)
Cadê meu frasco de cheiro
Que teu Sinhô me mandou?
— Ah! Foi você que roubou!
Ah! Foi você que roubou!
Ó Fulô! Ó Fulô!
Cadê meu lenço de rendas,
Cadê meu cinto, meu broche,
Cadê o meu terço de ouro
que teu Sinhô me mandou?
Ah! foi você que roubou!
Ah! foi você que roubou!
Ó Fulô! Ó Fulô!
Cadê, cadê teu Sinhô
que Nosso Senhor me mandou?
Ah! Foi você que roubou,
foi você, negra fulô?
Cecília Meireles
Biografia: Cecília Meireles foi uma das grandes escritoras da literatura
brasileira no século XX. Seus poemas encantam os leitores de todas as idades.
É considerada uma das principais escritoras da Segunda Fase do Modernismo
brasileiro. Nasceu no dia 7 de novembro de 1901, na cidade do Rio de Janeiro
e seu nome completo era Cecília Benevides de Carvalho Meireles.
Sua infância foi marcada pela dor e solidão. Foi criada pela avó Dona
Jacinta. Por volta dos nove anos de idade, Cecília começou a escrever suas
primeiras poesias. Formou-se professora (cursou a Escola Normal) e com
apenas 18 anos de idade, no ano de 1919, publicou seu primeiro livro
“Espectro” (vários poemas de caráter simbolista). Embora fosse o auge do
Modernismo, a jovem poetisa foi fortemente influenciada pelo movimento
literário simbolista. Sua formação como professora e interesse pela educação
levou-a a fundar a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro no ano de 1934.
Escreveu várias obras na área de literatura infantil marcados pela musicalidade
(uma das principais características de sua poesia).
No ano de 1939, Cecília publicou o livro Viagem. A beleza das poesias
trouxe-lhe um grande reconhecimento dos leitores e também dos acadêmicos
da área de literatura. Com este livro, ganhou o Prêmio de Poesia da Academia
Brasileira de Letras. Cecília faleceu em sua cidade natal, aos 63 anos, no dia 9
de novembro de 1964.
Quero solidão.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Vinicius de Moraes
Biografia: Vinicius de Moraes (1913-1980) foi um poeta e um dos maiores
compositores da música popular brasileira, além de ter sido um dos fundadores
da Bossa Nova, um movimento musical surgido nos anos 50. Foi também
dramaturgo e diplomata.
Entre os seus maiores sucessos está "Garota de Ipanema" que teve a
letra escrita por Vinicius e a canção composta por Tom Jobim, em 1962
Marcus Vinicius Melo Morais, conhecido como Vinicius de Moraes, nasceu no
Rio de Janeiro, no dia 19 de outubro de 1913. Filho do funcionário público e
poeta Clodoaldo Pereira da Silva e da pianista Lídia Cruz desde cedo já
mostrava interesse por poesia.
Ingressou no colégio jesuíta Santo Inácio onde fez os estudos
secundários. Entrou para o coral da igreja onde desenvolveu suas habilidades
com a música. Em 1928 começou a fazer as primeiras composições musicais.