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Administracao de Recursos Partilhados

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1. Introdução

O presente trabalho de pesquisa foi realizado com o fim avaliativo na cadeira de


Administração de Recursos Partilhados, com o objectivo de debruçar-se Modelos
Organizativos de Concentração e Desconcentração.

Trabalho este elaborado com base no manual de Diogo Freitas do Amaral, “Curso de Direito
Administrativo” 4ª edição. Onde, entende-se por concentração ou administração concentrada
o sistema em que o superior hierárquico mais elevado é o único órgão competente para tomar
decisões, em que os órgãos subalternos limitam-se às tarefas de preparação e execução das
decisões daquele superior hierárquico.

E por desconcentração ou administracão desconcentrada, entende-se o sistema em que o poder


decisório se reparte entre o superior e um ou vários órgãos subalternos, sem prejuízo de
permanecerem sujeitos à direcção e supervisão daquele.

E, é sobre essas linhas gerais que faremos o aprofundamento deste tema afim de esgotar os
objectivos específicos definidos no presente trabalho. Cujo contém em sua estrutura a
introdução, os objectivos que abarcam os objectivos geral e específicos, as metodologias, o
referencial teórico, a conclusão e as referências bibliográficas.
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1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo geral

 Fazer estudo dos modelos organizativos de concentração e desconcentração.

1.1.2. Objectivos específicos

 Apresentar os conceitos de modelos organizativos concentração e desconcentração;


 Apontar as vantagens e inconvenientes da desconcentração administrativa
 Arrolar as espécies de desconcentração bem como da delegação de poderes, e;
 Explicar a natureza jurídica da delegação de poderes.

1.2. Metodologias

Para a realização do presente trabalho de pesquisa recorreu-se a pesquisa descritiva, esta exige
do investigador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar. Esse tipo de estudo
pretende descrever os factos de determinada realidade GIL (1999: 47).

O tipo de pesquisa descritiva relaciona-se com o presente trabalho porque será feita uma
pesquisa documental para a sua execução, com o intento de debruçar sobre os modelos
organizativos de concentração e desconcentração.

Como método de recolha de dados será usado no presente trabalho de pesquisa a consulta
bibliográfica. Consulta bibliográfica, consiste na análise de diversas obras disponíveis que
debruçam-se sobre o tema em pesquisa, onde também explicitaram-se os principais conceitos
e termos técnicos utilizados para a realização do presente trabalho, (MARCONI, 2011).
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2. Referencial teórico

2.1. Sistemas de concentração e desconcentração

Os sistemas de concentração ou desconcentração dizem respeito à organização administrativa


de uma determinada pessoa colectiva pública; é uma questão que se coloca dentro do Estado
(ou de uma pessoa colectiva pública), nada tendo a ver com as suas relações com as outras
entidades; têm como pano de fundo a organização vertical dos serviços públicos (se há ou não
distribuição vertical de competência). Note-se que não existem sistemas de concentração ou
desconcentração puros.

 Concentração de competência – sistema em que o superior hierárquico mais elevado


é o único órgão competente para tomar decisões, ficando os subalternos limitados às
tarefas de preparação e execução dessas decisões.
 Desconcentração de competência – sistema em que o poder decisório se reparte entre
o superior e um ou vários órgãos subalternos, os quais permanecem, em regra, sujeitos
à direcção e supervisão daquele. Sendo diferente da questão da
centralização/descentralização (refere-se à unidade/pluralidade de pessoas colectivas
públicas), cada uma desta é, de facto, combinável com a
concentração/desconcentração (repartição de competência pelos diversos graus de
hierarquia no interior de cada pessoa colectiva).

2.2. Vantagens e inconvenientes da desconcentração administrativa

 Vantagens – aumento da eficiência dos serviços públicos, maior rapidez de resposta


às solicitações, melhor qualidade de serviço por se permitir a especialização de
funções, liberta superiores para a resolução das questões de maior responsabilidade.
 Desvantagens – eventual inviabilização da actuação harmoniosa da Adm., risco de
especialização se converter em desmotivação, eventual diminuição da qualidade do
serviço pela atribuição de responsabilidade a subalternos menos preparados.

2.3. Espécies de desconcentração

Podem apurar-se à luz de três critérios fundamentais:

 Quanto ao nível de desconcentração: a nível central ou a nível local.


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 Quanto aos graus de desconcentração: absoluta (os órgãos subalternos tornam-se


em órgãos independentes) relativa (mantêm-se subordinados aos órgãos superiores –
esta é a regra em Portugal).
 Quanto às formas de desconcentração: originária (decorre imediatamente da lei) ou
derivada (só se efectiva por acto específico do superior, carecendo de permissão legal
expressa – traduz-se na «delegação de poderes»).

2.4. A delegação de poderes

Delegação de poderes – acto pelo qual a um órgão da Administração normalmente


competente para decidir em determinada matéria, permite, de acordo com a lei, que outro
órgão ou agente pratiquem actos administrativos sobre a mesma matéria.

Desta maneira, é requisito da delegação:

 Uma lei que preveja expressamente essa faculdade do órgão.


 Necessário a existência de um delegante e delegado bem como de um acto de
delegação.

Figuras afins:

 Transferência de poderes – forma de desconcentração originária, que se produz ope


legis, é definitiva (enquanto a delegação de poderes é precária, por poder ser
livremente revogável pelo delegante).
 Concessão – tem por destinatário, em regra, uma entidade privada, e trata-se do
exercício de uma actividade económica lucrativa.
 Delegação de serviços públicos – visa transferir para entidades particulares, sem fins
lucrativos, a gestão de um serviço público de carácter social ou cultural.
 Representação – o representante pratica actos em nome do representado, e os
respectivos efeitos jurídicos vão-se produzir na esfera jurídica deste.
 Substituição – quando a lei permite que uma entidade exerça poderes ou pratique actos
da esfera jurídica própria de outra entidade, de forma a que as consequências jurídicas
do acto recaiam na esfera do substituído (dá-se quando o substituído não quer cumprir
os deveres funcionais).
 Suplência – quando as funções do titular de um órgão administrativo são asseguradas
por um suplente (ope legis), por ausência, falta ou impedimento do primeiro, ou por
vagatura do cargo.
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 Delegação da assinatura – quando a lei permite que um subalterno assine


correspondência expedida em nome do órgão (mas não há delegação de poderes).
 Delegação tácita – quando a lei, depois de definir a competência um órgão, determina
que ela ou parte dela se considerar a delegada noutro órgão, se o primeiro, nada disser
em contrário.

2.4.1. Espécies

Importa saber distinguir as espécies de habilitação para a prática da delegação de poderes, e as


espécies de delegações de poderes propriamente ditas.

 Quanto à habilitação, ela pode ser genérica ou específica. - Habilitação genérica –


uma só lei permite todo e qualquer acto de delegação praticado entre determinados
órgãos; sucede nos casos de delegação: no imediato inferior hierárquico, do órgão
principal no seu adjunto ou substituto, dos órgãos colegiais no seu presidente.
 Actos de administração ordinária – os actos não definitivos, e os definitivos que
sejam vinculados ou cuja discricionariedade não tenha significado inovação na
orientação geral da entidade pública a que pertence o órgão.
 Actos de administração extraordinária – quando se definem orientações gerais
novas ou se alteram as existentes.

2.4.2. Espécies de delegação de poderes

 Quanto à extensão – ampla ou restrita (o autor rejeita hipótese de «delegação total»;


atenção que a competência dos órgãos da Administração inclui poderes delegáveis e
outros não delegáveis).
 Quanto ao objecto – específica ou genérica (acto isolado – delegação caduca após
praticado o acto ou pluralidade de actos).
 Hierárquica e não hierárquica.
 Delegação propriamente dita (ou de 1.º grau) e subdelegação de poderes (de 2.º, 3.º ou
4.º grau).

2.4.3. Regime jurídico

A delegação de poderes está genericamente regulada na lei mãe; existem ainda «diplomas
especiais», como a lei orgânica do Governo, onde se encontra referência a esta figura.
Existem linhas gerais do regime jurídico da delegação de poderes.
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Requisitos do acto de delegação:


 Quanto ao conteúdo: devem especificar explicitamente os poderes delegados ou quais
os actos que o delegado pode praticar;
 Quanto à publicação: devem ser publicados no D.R., A falta dos requisitos de
conteúdo leva à invalidade do acto de delegação; a falta dos requisitos de publicação
leva à ineficácia.
Poderes do delegante:
 Em que situação fica, a partir do acto de delegação, o delegante? O delegante pode
revogar qualquer acto praticado pelo delegado ao abrigo da delegação – quer por o
considerar ilegal, quer sobretudo por o considerar inconveniente.
Requisitos dos actos praticados por delegação:
 Os actos do delegado devem conter a menção expressa de que são praticados por
delegação, identificando-se o órgão delegante.
 Natureza dos actos do delegado.
 Os actos do delegado serão definitivos? A regra geral é de que os actos do delegado
são definitivos e executórios nos mesmos termos em que o seriam se tivessem sido
praticados pelo delegante. Excepcionalmente pode suceder que não o sejam,
diferentemente do que sucederia se tivessem sido praticados pelo delegante.
 Caberá recurso hierárquico dos actos do delegado para o delegante? Se se tratar de
uma delegação hierárquica cabe sempre recurso hierárquico para o superior delegante.
Tratando-se de uma delegação não hierárquica, não pode haver recurso hierárquico;
mas a lei pode admitir um «recurso hierárquico impróprio». Se a lei for omissa,
entendemos que, nos casos em que o delegante puder revogar os actos do delegado, o
particular pode sempre interpor recurso hierárquico impróprio.
Extinção da delegação:
 Se a delegação for conferida apenas para a prática de um único acto, praticado esse
acto a delegação caduca. Há, porém, outros dois motivos de extinção – por revogação,
e sem necessidade de fundamentação; Caducidade, sempre que mudar a pessoa do
delegante ou a do delegado. A nossa lei encara-a como um acto de confiança pessoal
do delegante no delegado.
 Regime jurídico da subdelegação - salvo disposição em contrário, qualquer delegante
pode autorizar o delegado a subdelegar. Quanto às subdelegações de 2º grau e
subsequentes, a lei dispensa quer a autorização prévia do delegante, quer a do
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delegado, e entrega-as à livre decisão do subdelegado, salvo disposição legal em


contrário ou reserva expressa do delegante ou do subdelegante.
 Poderes indelegáveis.

2.4.4. Natureza jurídica da delegação de poderes

Há três concepções principais acerca da natureza da delegação:

 Tese da alienação: Rogério soares; delegação de poderes é um acto de transmissão ou


alienação de competência do delegante; a titularidade dos poderes passa para a esfera
de competência do delegado.
 Tese da autorização: Marcello Caetano; competência não é alienada nem transferida;
o acto de delegação visa facultar ao delegado o exercício duma competência que,
embora condicionada à obtenção de uma permissão do delegante, já é uma
competência do delegado (em sequência da lei de habilitação).
 Tese da transferência de exercício: Freitas do Amaral; a competência exercida com
base na delegação de poderes é alheia, decorrente da transferência do exercício dessa
competência (e não da sua titularidade) do delegante para o delegado; trata-se do
exercício em nome próprio de uma competência alheia.
De acordo cm Freitas do Amaral, as outras duas teses de Delegação de poderes não é uma
alienação, porque o delegante não fica alheio à competência delegada, Delegação de poderes
não é uma autorização, porque antes de o delegante praticar o acto de delegação o delegado
não é competente: a competência advém-lhe do acto de delegação e não da lei de habilitação.
Porque há consequências práticas da adopção, da perspectiva do autor:
 O potencial delegado não pode requerer ao delegante que delegue a sua competência.
 Se o potencial delegado praticar actos a descoberto (sem que a matéria tenha sido
objecto de delegação) tais actos estão viciados de «incompetência».
 Sendo o potencial delegado não um órgão da Administração, mas um simples agente,
se ele praticar um acto a descoberto, estaremos perante um caso de inexistência
jurídica desse acto.
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3. Conclusões

Findo trabalho, conclui-se que foram esgotados os objectivos apresentados a quando do inicio
do mesmo, e ficou o entendimento de que os sistemas de concentração ou desconcentração
dizem respeito à organização administrativa de uma determinada pessoa colectiva pública
que não existem sistemas de concentração ou desconcentração puros.

Sendo a concentração de competência o sistema em que o superior hierárquico mais elevado é


o único órgão competente para tomar decisões, a desconcentração de competência o sistema
em que o poder decisório se reparte entre o superior e um ou vários órgãos subalternos, os
quais permanecem, em regra, sujeitos à direcção e supervisão daquele. E como outros factos
estes apresentam vantagens, e desvantagens.

Obteve-se ainda conhecimento acerca da delegação de poderes, acto pelo qual a um órgão da
Administração normalmente competente para decidir em determinada matéria, permite, de
acordo com a lei, que outro órgão ou agente pratiquem actos administrativos sobre a mesma
matéria. Acto qual existem três correntes que abordam o mesmo: a tese da alienação, tese da
autorização e, a tese da transferência de exercício.
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4. Referências bibliográficas

AMARAL, Diogo Freitas do. 2015. “Curso de Direito Administrativo”. Volume 1, 4ª Edição,
Almedina, Coimbra.

GIL, António. 1999. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ª ed. Atlas, São. Paulo.

MARCONI, Marina de Andrade. 2011. Metodologia Científica. 6ª Edição, Atlas Editora, São
Paulo.

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