Ficha Trabalho - Poper e Kuhn - 21-22
Ficha Trabalho - Poper e Kuhn - 21-22
Ficha Trabalho - Poper e Kuhn - 21-22
1. Popper afirma que a ciência começou com a invenção do método crítico e considera que os
cientistas agem de modo conscientemente crítico sobretudo quando
(A) inventam teorias.
(B) formulam conjeturas.
(C) procuram eliminar erros.
(D) tentam confirmar hipóteses.
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6. Leia o texto seguinte.
Uma coisa requerida para uma nova teoria ser um avanço claro em relação a uma teoria
prevalecente até então é que a nova teoria tenha mais conteúdo testável do que a teoria
anterior. Mas Kuhn [...] nega que uma revolução científica resulte alguma vez nesta espécie de
superioridade nítida. A ideia subjacente é que numa revolução científica há ganhos mas
também perdas, de modo que as duas teorias são incomparáveis quanto ao conteúdo.
J. Watkins, Ciência e Cepticismo, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.
- Que crítica a Kuhn pode ser extraída do texto anterior?
(A) Numa revolução científica, os ganhos são sempre inferiores às perdas.
(B) Se as novas teorias constituem avanços claros, a incomensurabilidade é falsa.
(C) Nenhum cientista admite que alguma teoria empírica seja preferível a outra.
(D) O conteúdo testável de uma teoria não é relevante para a sua avaliação.
- O caso apresentado no texto anterior corresponde à descrição feita por Kuhn da comunidade
científica num período de ciência normal, uma vez que
(A) a atitude da comunidade médica foi de conservadorismo e de resistência à mudança.
(B) a comunidade médica mostrou que procura comprovar cuidadosamente teorias radicais.
(C) a corroboração das teorias através de testes é suficiente para produzir mudanças
paradigmáticas.
(D) as teorias radicais, ainda que a comunidade científica as considere atraentes, são difíceis de
comprovar.
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10. A perspetiva de Kuhn acerca do desenvolvimento da ciência é frequentemente criticada
por
(A) ser incompatível com a ideia de progresso científico.
(B) aceitar a existência de uma verdade objetiva.
(C) afirmar que a atividade científica é predominantemente crítica.
(D) negar a tese da incomensurabilidade dos paradigmas.
Claro que o cientista individual pode desejar estabelecer a sua teoria, em vez de a refutar.
Mas, do ponto de vista do progresso na ciência, esse desejo pode induzi-lo seriamente em
erro. Mais ainda, se não examinar a sua teoria preferida de modo crítico, outros o farão por
ele. […] Para que uma nova teoria constitua uma descoberta ou um passo em frente, deve
entrar em confronto com a que a antecedeu [...]. Neste sentido, o progresso na ciência – ou,
pelo menos, o progresso significativo – é sempre revolucionário.
K. Popper, O Mito do Contexto. Em defesa da ciência e da racionalidade, Edições 70.
Sir Karl [Popper] acentua os testes realizados para explorar as limitações da teoria aceite ou
para submeter à tensão máxima uma teoria vulgar. Entre os seus exemplos favoritos […] estão
as experiências de Lavoisier sobre a calcinação e as expedições para observar o eclipse solar de
1919 […]. Claro que estes são testes clássicos, mas, ao usá-los para caracterizar a atividade
científica, Sir Karl omite algo de muito importante a seu respeito. Episódios como estes são
muito raros no desenvolvimento da ciência. […] São aspetos ou exemplos do que algures
chamei «investigação extraordinária» [...]. Sugiro, portanto, que Sir Karl caracterizou todo o
empreendimento científico em termos que só se aplicam às suas partes ocasionalmente
revolucionárias.
T. Kuhn, A Tensão Essencial, Lisboa, Edições 70.
R: Para Popper, o cientista quando procura confirmar uma teoria, não age de forma critica.
Porém, esta falha do cientista será corrigida pois será confrontada com testes de refutação por
parte de outros cientistas. Para Kuhn, nos períodos de ciencia normal, os cientistas não
procuram encontrar erros das teorias aceites, mas sim consolidá-las.
Para Popper, a ciencia avança por um processo racional de eliminação de erros, que consiste
na substituição de más teorias por teorias cada vez melhores, sendo um progresso
revolucionário. Para Kuhn, a ciência extraordinária conduz a revoluções científicas, nas quais
ocorrem mudanças de paradigma, e que os episódios revolucionários são «muito raros no
desenvolvimento da ciência».
12. De acordo com Kuhn, como se explica a passagem da ciência normal para a ciência
extraordinária?
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Na sua resposta:
A ciência normal é o que milhares de cientistas, a maior parte deles anónimos, fazem
diariamente, durante a praticamente toda a sua vida. A ciência extraordinária ocorre
raramente, em curtos e turbulentos períodos de revolução científica protagonizados por
cientistas excecionais. Um paradigma pode, por vezes enfrentar alguns casos dificeis de
observações que persistem em não se deixar explicar pelo paradigma: trara-se de anomalias.
Dá-se assim inicio a uma crise crise cientifica quando as anomalias se acumulam e, por muito
que se tente eliminá-las, começam a levantar problemas sérios ao paradigma, gerando
períodos de desorientação. É nessa altura que jovens cientistas menos ligados ao paradigma
em crise propõem ideias completamente novas. Dá-se um período excecional de revolução
cientifica, em que uma determinada forma de ver e de explicar o mundo é substituída por
outra completamente diferente , ou seja, em que ocorre uma mudança de paradigma.
13. Em que sentido se diz que Popper tem uma perspectiva racionalista da ciência?
Popper afirma que a ciencia avança por um processo racional de eliminação de erros que
consiste na substituição de más teorias por teorias cada vez melhores. Para além disso, é um
processo de contínua aproximação da verdade.
14. Explique a critica a Popper de que este tem uma conceção idealizada da atividade
cientifica.
O aspeto central da crítica é que Popper não diz como a ciencia é efetivamente, mas antes
como ela deve ser. Por isso se diz que Popper se limita a apresentar uma perspetiva normativa
e não descritiva da ciência. Acontece que a ciência é feita por pessoas reias, para as quais o
modo como as teorias são desenvolvidas e justificadas não é apenas uma questão lógica. Não
adere à realidade, pois a ciencia não é tao objetiva quanto ele supoe.
15. As teorias científicas têm mudado ao longo da história. Será que isso põe em causa a
objetividade da ciência?
- Na sua resposta, deve:
‒ clarificar o problema da objetividade da ciência;
‒ apresentar inequivocamente a sua posição;
‒ argumentar a favor da sua posição.
R: As teorias científicas são descrições falíveis do mundo, mas o facto de as teorias científicas
serem consideradas falíveis não enfraquece a perspetiva de que a ciência é objetiva. Como são
consideradas falíveis, as teorias científicas são submetidas à crítica por meio de testes
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rigorosos e independentes das pessoas. Como os testes permitem descobrir erros nas teorias,
estes poderão ser eliminados, o que objetivamente constitui um progresso. A eliminação de
erros justifica a confiança de que as novas teorias, que não caem nos mesmos erros das teorias
anteriores, sejam melhores descrições do mundo, e que descrevam como o mundo realmente
é.
FIM