Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

APPs Urbanas

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 46

DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL COMO

PRESSUPOSTO DE APLICABILIDADE DAS


NORMAS URBANO-AMBIENTAIS EM APP

Paulo Antonio Locatelli


Promotor de Justiça
Coordenador do CME
cme@mpsc.mp.br
APLICAÇÃO DO CÓDIGO
FLORESTAL EM ÁREA URBANA

1. APP Urbana (art. 4º e 65, §1º)

2. Regularização Fundiária (Interesse


Específico) (art. 65, caput)

3. Supressão de vegetação para fins de


intervenção no curso d’água (art. 3º e 8º)

4. Reserva Legal (art. 19 e 25, II)


DISTINÇÃO CONCEITUAL NECESSÁRIA

OCUPAÇÃO/INTERVENÇÃO EDIFICAÇÃO

SUBÚRBIO (URBANIZAÇÃO/INFRA) PERIFERIA/FAVELA

LOTE OU OBRA CONSOLIDADA ÁREA CONSOLIDADA

ÁREA URBANA CONSOLIDADA ÁREA ANTROPIZADA

DIREITO A MORADIA HABITAÇÃO/PROPRIEDADE


(ESTATUTO DA CIDADE)

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA REGULARIZAÇÃO ESCRITURÁRIA

APP ÁREA “NON AEDIFICANDI”/ ÁREA SANITÁRIA

DIAGNÓSTICO SÓCIOAMBIENTAL CHECK LIST/RELATÓRIO

OPERACIONALIDADE DOS EQUIPAMENTOS SIMPLES EXISTÊNCIA DOS EQUIPAMENTOS

DIREITO DE CONSTRUIR DIREITO A PROPRIEDADE

DIREITO A USAR/GOZAR/USUFRUIR DIREITO A NÃO USAR/GOZAR/USUFRUIR

LIMITAÇÃO AO USO E APROVEITAMENTO DO SOLO EXPROPRIAÇÃO (RETIRA QUALQUER USO ECONÔMICO)

LOTEAMENTO FECHADO CONDOMÍNIO HORIZONTAL DE LOTES

PLANEJAMENTO INTEGRADO PLANEJAMENTO SETORIAL


LEIS ALÉM DA 6.766/79

MP 2.220/2001 LEI 11.977/2009 - MCMV

LEI 10.257/2001 – ESTATUTO DA CIDADE


LEI 11.952/2009 – AMAZÔNIA LEGAL

LEI 11.079/2004 – LICITAÇÃO E CONTRATAÇÃO


DE PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA
LEI 12.305/2010 – RESÍDUOS SÓLIDOS

LEI 10.931/2004 – Incorporações Imobiliárias


LEI 12.608/2012 – DESASTRES AMBIENTAIS
LEI 11.107/2005 – Consórcios Públicos

LEI 7.661/2008 – GERENCIAMENTO COSTEIRO


LEI 11.124/2005 - SNHIS
LEI 12.587/2012 – POLÍTICA NACIONALDE
LEI 11.445/2007 - SANEAMENTO MOBILIDADE URBANA

LEI 11.481/2007 – Alterações legislação LEI 12.651/2012 – NOVO CÓDIGO FLORESTAL


Regularização Fundiária

LEI 11.888/2008 – Projeto e Construção ANTEPROJETO – CONFLITOS FUNDIÁRIOS


Habitação de Interesse Social
Sistema Municipal de Meio Ambiente (SISMUMA)

- Órgão Ambiental Capacitado (com capacidade administrativa e


técnica interdisciplinar para o licenciamento, controle e fiscalização das infrações
ambientais das atividades e empreendimentos e para a implementação das políticas
de planejamento territoriais – PODE SER CONSÓRCIO)

Instituto de Planejamento Urbano (autônomo e corpo técnico vinculado)

- Conselho Municipal de Meio Ambiente

- Fundo Municipal de Meio Ambiente


Enunciado 01
DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO FLORESTAL
“Para definição das áreas de preservação permanente
existentes às margens de cursos d'água situados em
zona urbana municipal, aplica-se, de regra, o
disposto no art. 4º da Lei n.12.651 ou a legislação
mais restritiva.”
Obediência a hierarquia das leis.

Atentar para a legalidade e constitucionalidade das leis


municipais.
O município pode legislar de forma mais restritiva.

Leis municipais menos restritivas cabe ADI.


Enunciado 02
DO CONCEITO DE ÁREA URBANA CONSOLIDADA

“Considera-se área urbana consolidada aquela situada


em zona urbana delimitada pelo poder público
municipal, com base em diagnóstico socioambiental,
com malha viária implantada, com densidade
demográfica considerável e que preencha os
requisitos do art. 47, II, da Lei nº 11.977/2009,
excluindo-se o parâmetro de 50 habitantes por
hectare.”
Enunciado 03
DA DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS URBANAS CONSOLIDADAS, DE
INTERESSE ECOLÓGICO E DE RISCO E A POSSIBILIDADE DE
FLEXIBILIZAÇÃO DO ART. 4º DA LEI N.12.651/2012.
“O Ministério Público poderá exigir do Poder Público Municipal, por intermédio de
Recomendação, Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta ou Ação Civil
Pública, a realização de diagnóstico socioambiental, tendo por base os elementos
estabelecidos no art.65, §1o, da Lei n.12.651/2012, visando a delimitação de áreas
urbanas consolidadas, das áreas de interesse ecológico relevante e áreas de risco,
possibilitando o fornecimento de subsídios técnicos para a tomada de decisão
administrativa ou judicial acerca das medidas alternativas a serem adotadas, conforme
o caso concreto (demolição da construção, recomposição da área, correta ocupação,
nas hipóteses de interesse social, utilidade pública ou direito adquirido, e regularização
da construção, na hipótese de ausência de situação de risco ou interesse ecológico
relevante, mediante a adoção de medidas compensatórias).”

“Na hipótese de áreas urbanas consolidadas, e não sendo o caso de áreas de interesse
ecológico relevante e situação de risco, será admitida a flexibilização das disposições
constantes no art. 4º da Lei n.12.651/2012, desde que observado o limite mínimo
previsto no disposto no inc. III do art. 4º da Lei n.6.766/79 (quinze metros) para as
edificações futuras; e o limite previsto no art. 65, §2º, da Lei n.12.651/2012 (quinze
metros) para a regularização de edificações já existentes.”
Enunciado 04
HIPÓTESES DE DIREITO ADQUIRIDO

“Para as edificações consolidadas em áreas urbanas ou de


expansão urbana, cujas obras estavam autorizadas
administrativamente e respeitaram os distanciamentos
das margens dos cursos d’água previstos nas legislações
mais restritivas vigentes à época de suas construções,
haverá de ser reconhecido o direito dos proprietários de
permanecerem onde estão e de procederem às reformas
e benfeitorias necessárias à manutenção do imóvel.
Ampliações futuras que impliquem aumento de ocupação
da APP, nos moldes da legislação atual, não caracterizam
direito adquirido.”
Enunciado 05
DAS CONSTRUÇÕES CONSOLIDADAS COM
DISTANCIAMENTO INFERIOR A 15 METROS

“As construções situadas em distanciamento inferior a 15 metros dos cursos


d’água - excluídas as construções antigas que estejam em conformidade com
as legislações mais restritivas em vigor à época da construção – são
consideradas obras irregulares e sujeitas à demolição.”

“Em se tratando de construção situada em área urbana consolidada,


verificando-se, através de diagnóstico socioambiental, a ausência de situação
de risco e interesse ecológico relevante, poderá o Ministério Público optar
pela aplicação de medida compensatória, concomitante à adequação do
saneamento básico do imóvel, observado o Assento n. 001/2013/CSMP.”

“O Ministério Público adotará, prioritariamente, procedimentos direcionados à


adoção, pelo município, de medidas coletivas de regularização fundiária, nos
termos previstos no art. 46 e seguintes da Lei nº 11.977/2009 e nas
disposições do Estatuto das Cidades.”
ASSENTO N. 001/2013/CSMP
Estabelece critérios para a estipulação de medidas compensatórias em
compromissos de ajustamento de conduta firmados pelo Ministério
Público.
FORMAS DE MEDIDAS COMPENSATÓRIAS:
Art. 2º Consideram-se medidas compensatórias para fins deste Assento as seguintes
modalidades:
a) MEDIDA DE COMPENSAÇÃO RESTAURATÓRIA: corresponde à
restituição de um bem jurídico a uma condição não degradada que deve ser
o mais próximo possível da sua condição original;

b) MEDIDA DE COMPENSAÇÃO RECUPERATÓRIA: compreende a


restituição de um bem jurídico a uma condição não degradada que pode ser
diferente de sua condição original;

c) MEDIDA DE COMPENSAÇÃO MITIGATÓRIA: corresponde à adoção de


providências que visem à redução dos efeitos dos danos e/ou a sua
prevenção e/ou precaução; e

d) MEDIDA DE COMPENSAÇÃO INDENIZATÓRIA: corresponde ao


ressarcimento do dano mediante o pagamento de certa quantia em dinheiro.
ASSENTO N. 001/2013/CSMP

Art. 4º A reparação do dano obedecerá,


prioritariamente, a seguinte ordem, mediante o
cumprimento de obrigação de fazer, consistente na:
I - restauração do dano in natura, no próprio local E em
favor do mesmo bem jurídico lesado;

II - recuperação do dano in natura, no próprio local E/OU


em favor do mesmo bem jurídico lesado;

III - recuperação do dano in natura, porém


SUBSTITUINDO O BEM LESADO POR OUTRO
FUNCIONALMENTE EQUIVALENTE; e

IV - substituição da reparação in natura POR


INDENIZAÇÃO PECUNIÁRIA.
Enunciado 06
DAS ÁREAS REMANESCENTES DE VEGETAÇÃO EM
ÁREA URBANA

“A preservação das áreas remanescentes de vegetação situadas em


áreas urbanas poderá ser estimulada com mecanismos de
compensação aos proprietários de tais áreas, com a adoção de
isenções fiscais e tributárias, desapropriações de interesse ambiental,
além da adoção de outras medidas previstas no Estatuto das Cidades
(art. 4º).”
Enunciado 07

DAS ÁREAS URBANAS NÃO CONSOLIDADAS

“Em se tratando de áreas com a urbanização

não consolidada, aplica-se, em qualquer


situação, o disposto no art. 4º e incisos da
Lei n.12.651/2012, ou legislação mais
restritiva”.
Enunciado 08
DO CONTROLE MUNICIPAL DE NOVAS
OCUPAÇÕES EM APP URBANA
“Com objetivo de coibir novas ocupações em áreas de preservação
permanente, poderá o Ministério Público recomendar aos municípios
que exerçam, de forma regular, o controle, a vigilância e a
desocupação das áreas protegidas, operando-se, na hipótese de
comprovada desídia pelo administrador municipal, o ajuizamento de
ação por improbidade administrativa (art. 11. Constitui ato de
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os
deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às
instituições, e notadamente: II - retardar ou deixar de praticar,
indevidamente, ato de ofício), além das medidas pertinentes à
apuração das responsabilidades criminal (art. 67 da Lei n.9.605/98) e
civil dos responsáveis diretos, da demolição dos imóveis e da
remoção dos ocupantes de tais áreas.”
Enunciado 09
DA CANALIZAÇÃO E DA RETIFICAÇÃO
DE CURSOS D’ÁGUA
“A canalização e a retificação de cursos d'água são atividades que estão
previstas como potencialmente poluidoras e são passíveis de
licenciamento segundo a Resoluções CONSEMA n.13/2012 e
n.14/2012. O licenciamento ambiental dessas atividades ficará
limitado aos casos excepcionalíssimos previstos no art.8º da Lei
n.12.651/2012, conceituados no art. 3º, incisos VIII, IX e X, do mesmo
Código, observando ainda as exigências estabelecidas no art. 3º da
Resolução CONAMA n.369/2006, assim reconhecidas por prévio e
competente estudo técnico e decisão motivada do órgão licenciador
responsável.”
Enunciado 10
DA NECESSIDADE DE AVERBAÇÃO DAS ÁREAS DE
PRESERVAÇÃO PERMANENTE NA MATRÍCULA DO
IMÓVEL OBJETO DE PARCELAMENTO DO SOLO

“Para a aprovação de novos parcelamentos do solo


urbano, as áreas de preservação permanente
deverão ser averbadas na matrícula do imóvel, de
acordo com a localização constante na planta do
parcelamento do solo existente no respectivo
procedimento, não podendo integrar os novos lotes,
conforme vedação prevista no art. 3º, parágrafo
único, inciso V, da Lei n. 6.766/79.”
ÁREA URBANA CONSOLIDADA
CONCEITO*
Considera-se área urbana consolidada
aquela situada em zona urbana delimitada
pelo poder público municipal, com base
em diagnóstico socioambiental, com
malha viária implantada, com densidade
demográfica considerável e que preencha os
requisitos do art. 47, II, da Lei nº
11.977/2009, excluindo-se o parâmetro de
50 habitantes por hectare.

* Enunciado 02/MPSC
REQUISITOS
(art. 47, II, da Lei n. 11.977/2009)

Malha viária e dois dos abaixo:

- drenagem de águas pluviais urbanas


- abastecimento água
- abastecimento energia elétrica

- esgotamento sanitário

- destinação de resíduos sólidos


FINALIDADE INICIAL DO ESTUDO
TÉCNICO/DIAGNÓSTICO
SÓCIOAMBIENTAL
- CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA COMO URBANA CONSOLIDADA

- IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS DE RISCO

Enchentes e Inundações

Deslizamentos

Avanço das dunas

Avanço das águas do mar

v
Poluição do solo/água

v
- IDENTIFICAÇÃO DE ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE AMBIENTAL
DIAGNÓSTICO SÓCIOAMBIENTAL COMO
PRESSUPOSTO DE APLICABILIDADE
DAS NORMAS URBANO-AMBIENTAIS
• Uso e Ocupação do Solo

• Sistema Viário – Mobilidade Urbana Definir área urbana


• Cobertura Vegetal consolidada
• Vazio Urbano

• APP
Universidades, ONGs etc
• Perímetros Urbanos podem realizar o
• Área de Expansão Urbana Diagnóstico
• Área de Risco
Sócioambiental, com
posterior homologação pelo
• Áreas Prioritárias órgão ambiental municipal
• Unidade de Conservação competente
• Regularização Fundiária

• Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV Utilizar o Levantamento


• Cadastro Ambiental Rural - CAR Aerofotogramétrico
disponibilizado ao município
• Gerenciamento Costeiro - GERCO

• Estudo Integrado de Bacias - PCHs

• Pagamento por serviços ambientais - PSA


DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL

1. Definição da área urbana como consolidada – art. 47, II da Lei 11.977/09

2. Para fins de regularização fundiária de interesse social e específico em área urbana


NÃO consolidada art. 40 da Lei 6.766/79

3. Para fins de regularização fundiária em área urbana como consolidada

Área urbana consolidada sem APP – art. 47 e 51 da Lei 11.977/09


INTERESSE SOCIAL

Área urbana consolidada com APP – art. 47 e 54, §§1º e 2º da


Lei 11.977/09

Área urbana consolidada sem APP – art. 47 da Lei 11.977/09 +


arts 61 e 62 da Lei 12.651/12
INTERESSE
ESPECÍFICO
Área urbana consolidada com APP – art. 47 da Lei 11.977/09 +
art. 65, §1º da Lei 12.651/12
INTERESSE SOCIAL - APP
REQUISITOS MÍNIMOS DO ESTUDO TÉCNICO/PROJETO (ART. 54, caput e §2º, da Lei n.
11.977/2009)

O projeto de regularização fundiária de interesse social deverá considerar as


características da ocupação e da área ocupada para definir parâmetros
urbanísticos e ambientais específicos, além de identificar os lotes, as vias de
circulação e as áreas destinadas a uso público.

§2o O estudo técnico referido no § 1o deverá ser elaborado por profissional legalmente
habilitado, compatibilizar-se com o projeto de regularização fundiária e conter, no mínimo,
os seguintes elementos:
I – caracterização da situação ambiental da área a ser regularizada;
II – especificação dos sistemas de saneamento básico;
III – proposição de intervenções para o controle de riscos geotécnicos e de inundações;
IV – recuperação de áreas degradadas e daquelas não passíveis de regularização;
V – comprovação da melhoria das condições de sustentabilidade urbano-ambiental,
considerados o uso adequado dos recursos hídricos e a proteção das unidades de
conservação, quando for o caso;
VI – comprovação da melhoria da habitabilidade dos moradores propiciada pela
regularização proposta; e
VII – garantia de acesso público às praias e aos corpos d´água, quando for o caso.
REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA - APP
Interesse Específico (RESIDUAL)
(Art. 65 da Lei n. 12.651/2012)

ADMITE-SE a regularização fundiária de INTERESSE ESPECÍFICO


dos assentamentos inseridos em área urbana consolidada em
APP, NÃO IDENTIFICADAS COMO ÁREAS DE RISCO, aprovado
projeto de regularização fundiária, obedecida a Lei n. 11.977/2009.

Para fins da regularização ambiental de INTERESSE ESPECÍFICO em área urbana


consolidada, ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água, será mantida faixa não
edificável com largura mínima de 15 (quinze) metros de cada lado (ART. 65, §2º do
Cód. Florestal)

Por analogia, estende-se o disposto no artigo acima para fins da regularização ambiental
de INTERESSE SOCIAL.
ESTUDO TÉCNICO (ELEMENTOS)
Define se a área é urbana consolidada, de interesse ecológico ou de risco
(Art. 65, §1º da Lei 12.651/2012)
I - a CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-AMBIENTAL, SOCIAL, CULTURAL E ECONÔMICA da área;
II - a IDENTIFICAÇÃO DOS RECURSOS AMBIENTAIS, DOS PASSIVOS E FRAGILIDADES
AMBIENTAIS e das restrições e potencialidades da área;
III - a especificação e a AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFRAESTRUTURA URBANA E DE
SANEAMENTO BÁSICO IMPLANTADOS, outros serviços e equipamentos públicos;
IV - a IDENTIFICAÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E DAS ÁREAS DE PROTEÇÃO DE
MANANCIAIS na área de influência direta da ocupação, sejam elas águas superficiais ou
subterrâneas;
V - a ESPECIFICAÇÃO DA OCUPAÇÃO CONSOLIDADA existente na área;
VI - a IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS CONSIDERADAS DE RISCO DE INUNDAÇÕES E DE
MOVIMENTOS DE MASSA ROCHOSA, tais como deslizamento, queda e rolamento de blocos,
corrida de lama e outras definidas como de risco geotécnico;
VII - a indicação das FAIXAS OU ÁREAS EM QUE DEVEM SER RESGUARDADAS as
características típicas da Área de Preservação Permanente com a devida proposta de recuperação
de áreas degradadas e daquelas não passíveis de regularização;
VIII - a AVALIAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS;
IX - a comprovação da melhoria das condições de sustentabilidade urbano-ambiental e de
habitabilidade dos moradores a partir da regularização; e
X - a demonstração de garantia de acesso livre e gratuito pela população às praias e aos corpos
d’água, quando couber.

Possibilidade do diagnóstico ser elaborado pelo particular - (art. 65,


§2º da Lei 12.651/2012)
DIAGNÓSTICO SÓCIOAMBIENTAL
Enunciados – APP Urbana - Parecer Técnico n. 34/2014 CIP/MPSC

A caracterização físico-ambiental, social, cultural e econômica da área;

A identificação dos recursos ambientais, dos passivos e fragilidades ambientais e das


restrições e potencialidades da área;
A especificação e a avaliação dos sistemas de infraestrutura urbana e de
saneamento básico implantados, outros serviços e equipamentos públicos;

A identificação das unidades de conservação e das áreas de proteção de mananciais


na área de influência direta da ocupação, sejam elas águas superficiais ou
subterrâneas;
A especificação da ocupação consolidada existente na área;

A identificação das áreas consideradas de risco de inundações e de movimentos de


massa rochosa, tais como deslizamento, queda e rolamento de blocos, corrida de
lama e outras definidas como de risco geotécnico;

A indicação das faixas ou áreas em que devem ser resguardadas as características


típicas da Área de Preservação Permanente com a devida proposta de recuperação
de áreas degradadas e daquelas não passíveis de regularização; e

A avaliação dos riscos ambientais.


REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
PROVIMENTO N. 44/2015/CNJ
(Vigência a partir de 18/05/2015)
ART. 8º. Para fins de regularização fundiária, o imóvel considera-se
urbano, segundo o previsto nos incisos I e II do art. 47 da Lei n.
11.977, de 7 de julho de 2009, ainda que esteja cadastrado como
rural junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(INCRA).

Parágrafo único. A regularização fundiária urbana independe de


averbação de cancelamento de cadastro do imóvel rural, cabendo
ao registrador, após a conclusão dos procedimentos de inscrição,
enviar comunicação ao INCRA para os devidos fins.
I – Necessidade do Município delimitar por lei a
área urbana consolidada após o diagnóstico

DISTINÇÃO NECESSÁRIA:

- Área consolidada

- Lote consolidado

- Edificação/Obra
consolidada/finalizada
II – Planta reconhecida como área urbana
consolidada
III – Área urbana NÃO consolidada
Lotes dentro dos 30m e construções irregulares
Retificação, Canalização Aberta e
Canalização Fechada/Tamponamento
como fica a APP ???

- Adoção de critérios rígidos para licenciamento


- Verificar situação do curso d'água a montante e a jusante
- Justificativa de poluição do curso d'água não é suficiente para
autorizar a canalização
- Futuro universalização do tratamento de efluentes sanitários
- Evitar a extinção de cursos d'água pela canalização

* A manutenção de 5m para cada lado de área non aedificandi no entorno da


canalização é medida imprescindível visando respeitar as áreas de
alagamento (fins sanitários).
CANALIZAÇÃO
CANALIZAÇÃO É MEDIDA EXCEPCIONAL, e a “intervenção ou a supressão de
vegetação nativa em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses
de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta
Lei.” (art. 8º da lei 12.651/2012)
Quando o requerente, entre outras exigências, comprovar:
“I - a inexistência de alternativa técnica e locacional às obras, planos, atividades ou projetos
propostos;
II - atendimento às condições e padrões aplicáveis aos corpos de água;
III - averbação da Área de Reserva Legal; e
IV - a inexistência de risco de agravamento de processos como enchentes, erosão ou
movimentos acidentais de massa rochosa.” (art. 3º da RESOLUÇÃO CONAMA 369/2006)
Para fins do art. 3º, inc. VIII, IX e X da Lei 12.651/2012 (semelhante ao art. 8º)
Exemplos:
Art. 3º, IX, interesse social:
c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades educacionais e
culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas as condições
estabelecidas nesta Lei;
d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por população
de baixa renda em áreas urbanas consolidadas, observadas as condições estabelecidas na Lei no
11.977, de 7 de julho de 2009;
ESTUDO TÉCNICO / DIAGNÓSTICO
REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

CARACTERIZAR AMBIENTALMENTE A ÁREA A SER


REGULARIZADA

ESPECIFICAR OS SISTEMAS DE SANEAMENTO BÁSICO

PROPOR INTERVENÇÕES PARA O CONTROLE DE RISCOS


GEOTÉCNICOS E DE INUNDAÇÕES

ESTABELER FORMAS PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS


DEGRADADAS E NÃO PASSÍVEIS DE REGULARIZAÇÃO

COMPROVAR MELHORIAS DAS CONDIÇÕES DE


SUSTENTABILIDADE URBANO-AMBIENTAL, USO ADEQUADO DE
RECUROS HÍDRICOS E PROTEÇÃO DAS UCS

COMPROVAR MELHORIAS DAS CONDIÇÕES DE HABITABILIDADE


DOS MORADORES COM A REGULARIZAÇÃO PROPOSTA

GARANTIR O ACESSO PÚBLICO ÀS PRAIAS E AOS CORPOS


D’ÁGUA

FONTE: Cartilha Regularização Fundiária Urbana – Como aplicar a Lei Federal n. 11.977/2009 – Ministério das Cidades
DECISÃO TJSC - 2014
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ADMINISTRATIVO. AMBIENTAL. OBRIGAÇÃO
DA CONCESSIONÁRIA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM
EXIGIR "HABITE-SE" ANTES DE EFETUAR A LIGAÇÃO DE
ÁGUA. LEGALIDADE. PREPONDERÂNCIA DO DIREITO AO MEIO
AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO. EXIGÊNCIA
APENAS PARA NOVAS HABITAÇÕES. MULTA COMINATÓRIA.
REDUÇÃO. REFORMA DA SENTENÇA APENAS NESTE PONTO.
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
"Aquele que constrói residência sem licença do município, clandestinamente, não tem
direito de vê-la atendida por serviços públicos - v.g. distribuição de energia elétrica,
de abastecimento de água e de coleta de esgoto. A hipossuficiência dos infratores
não justifica o desprezo à lei, a tolerância com o ato ilícito. A atuação do Estado em
favor deles deve se conformar com o ordenamento jurídico, com o interesse público."
(TJSC, Reexame Necessário em Mandado de Segurança n. 2007.034923-3, de
Araranguá, rel. Des. Newton Trisotto, j. 23-09-2008).

Fonte: Ap. Cível n. 2013.033706-2, Xanxerê, Rel. Des. Sérgio Roberto Baasch Luz,
julgado em 24/06/2014)
DECISÃO TJSC - 2015
AMBIENTAL E URBANÍSTICO. CONSTRUÇÃO DE PRÉDIOS
RESIDENCIAIS. RECUO EM RELAÇÃO A CURSO D'ÁGUA (RIO
DAS ANTAS). ÁREA URBANA CONSOLIDADA. EXISTÊNCIA DE
INÚMERAS OUTRAS CONSTRUÇÕES EM SITUAÇÃO IDÊNTICA
NA MESMA REGIÃO. OBSERVÂNCIA DA LEI DE PARCELAMENTO
DO SOLO URBANO (15 METROS). RECURSO PROVIDO PARA
CONCEDER A SEGURANÇA. PRECEDENTES.

As fotografias de f. 39/52 dos autos eletrônicos são emblemáticas – a péssima


situação do "córrego", que está praticamente canalizado, fica evidente.
Ao redor da região onde será erguido o empreendimento , há outras
construções, uma das quais não oferece recuo algum em relação ao "rio".
A foto aérea também comprova que o terreno está localizado em área urbana
consolidada (f. 59 dos autos eletrônicos).
E nessas circunstâncias, como têm reiteradamente decidido as Câmaras de
Direito Público desta Corte, a distância a ser observada é de 15 metros, nos termos da
Lei de Parcelamento do Solo Urbano.

Fonte: Ap. Cível em MS n. 2015.015459-8, Criciúma, Rel. Des. Subst. Paulo Henrique
Moritz Martins da Silva, julgado em 26/05/2015)
DECISÃO TJSC – 2013
APELAÇÃO CÍVEL EM MANDADO DE SEGURANÇA. LICENÇA
AMBIENTAL PARA CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÃO MULTIFAMILIAR.
TERRENO SITUADO NAS PROXIMIDADES DE RIO, MAS EM REGIÃO
INTENSAMENTE URBANIZADA. ÁREA DE PRESERVAÇÃO
PERMANENTE DESCARACTERIZADA. APLICAÇÃO DO RECUO MÍNIMO
DE 15 METROS (LEI N. 6.766/79), NÃO O DE 30 METROS (LEI N.
12.651/12). PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.
PRECEDENTES. SENTENÇA CONCESSIVA DE SEGURANÇA MANTIDA.
RECURSO DESPROVIDO.

"Considerado o conflito reinante da legislação federal com a estadual e a municipal


acerca das faixas não edificáveis em áreas de preservação permanente ao longo dos
cursos d'água situados em região urbana, deve-se interpretar com base nos princípios
da razoabilidade e da proporcionalidade para que a edificação, além de preservar
razoavelmente o meio ambiente, seja adequada a uma boa ordenação da cidade e
cumpra a função social da propriedade sob o pálio do desenvolvimento sustentável, da
precaução e da cautela, em atenção a cada caso concreto".(TJSC, Apelação Cível em
Mandado de Segurança n. 2011.092623-4, de Itajaí, rel. Des. Jaime Ramos , j. 31-05-
2012). (ACMS n. 2013.026278-9, de Itajaí, rel. Des. Gaspar Rubick, Primeira Câmara
de Direito Público, j. 10-12-2013).
DECISÃO TJSC – 2013

APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO EM MANDADO DE


SEGURANÇA. AMBIENTAL E ADMINISTRATIVO. REQUERIMENTO DE
LICENÇA AMBIENTAL PRÉVIA NEGADO, DIANTE DA NECESSIDADE DE
AFASTAMENTO DE 50 METROS DO CORPO D'ÁGUA, CONFORME
DISPÕE O ART. 4º, I, 'B', DO CÓDIGO FLORESTAL. INAPLICABILIDADE.
IMÓVEL INSERIDO EM ÁREA URBANA INEQUIVOCADAMENTE
CONSOLIDADA. INCIDÊNCIA, NO CASO, DO ART. 4º, III, DA LEI DE
PARCELAMENTO DE SOLO URBANO (LEI N. 6.766/79), QUE EXIGE O
AFASTAMENTO DE 15 METROS AO LONGO DAS ÁGUAS CORRENTES.
OBEDIÊNCIA AOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E
RAZOABILIDADE. SENTENÇA QUE CONCEDEU A ORDEM MANTIDA.
APELOS E REMESSA DESPROVIDOS.

continuidade
DECISÃO TJSC – 2013
A aplicabilidade do Código Florestal em áreas urbanas consolidadas é matéria
reiteradamente discutida pelas Câmaras de Direito Público desta Corte, que têm
decidido no sentido de afastar a incidência daquele Código naqueles casos. Da
mesma forma, é assente que não é o caso de se aplicar o Código Estadual de Meio
ambiente, porquanto, além de haver discussão acerca de sua constitucionalidade no
STF (ADI n. 4252), é o caso de aplicar-se, na hipótese, o art. 4º, III, da Lei de
Parcelamento de Solo Urbano (Lei n. 6.766/79).

Diante do contexto inequivocadamente urbano e consolidado em que o imóvel está


inserido, pode-se afirmar que, ao exigir o recuo de 50 metros estabelecido pelo Código
Florestal, o impetrado afrontou o princípio da razoabilidade e proporcionalidade, que
deve sempre nortear toda ação administrativa, impondo ao administrador não só
proclamar decisões revestidas de regularidade formal, mas também que sejam
substancialmente razoáveis e corretas, justificando-se com dados objetivos de modo a
balancear o meio utilizado ao fim pretendido pela lei.

Assim, correta a medida que determinou a autoridade impetrada que se abstivesse de


condicionar a emissão do alvará de construção ao recuo de 50 metros a partir do leito
do rio que corre defronte ao imóvel do impetrante, devendo observar, contudo, a
metragem de 15 metros estabelecida pelo art. 4º, III, da Lei de Parcelamento de Solo
Urbano (Lei n. 6.766/79).

Fonte:(ACMS n. 2013.066239-8, de Itajaí, rel. Des. Francisco Oliveira Neto,


Segunda Câmara de Direito Público, j. 26-11-2013).
RESERVA LEGAL E ÁREA VERDE
Pode haver o desflorestamento da área que excede a área verde prevista para o município?

EMBASAMENTO LEGAL:
Código Florestal - Art. 19. A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei municipal não
desobriga o proprietário ou posseiro da manutenção da área de Reserva Legal, que só será extinta
concomitantemente ao registro do parcelamento do solo para fins urbanos aprovado segundo a legislação
específica e consoante as diretrizes do plano diretor de que trata o § 1º do art. 182 da Constituição Federal.

Código Florestal - Art. 25. O poder público municipal contará, para o estabelecimento de áreas verdes
urbanas, com os seguintes instrumentos:
[...]
II - a transformação das Reservas Legais em áreas verdes nas expansões urbanas

INFORMAÇÃO TÉCNICO-JURÍDICA 03/14/CME


REFERÊNCIA: Diretrizes sobre a inserção de imóvel rural no perímetro urbano ou de expansão urbana e a
transmudação da reserva legal em área verde ou a ausência de especialização.
RESERVA LEGAL
Art.691 do Código de Normas da Corregedoria-Geral da Justiça
A averbação da transformação de imóvel rural em urbano sem a prévia especialização da reserva legal
deverá ser comunicada ao Ministério Público.

Parágrafo único. A ausência de especialização será averbada na matrícula do imóvel.

INFORMAÇÃO TÉCNICO-JURÍDICA 05/14/CME


REFERÊNCIA: Cadastro Ambiental Rural

Assunto: Sugestões procedimentais e processuais relativas as notícias de fato, inquéritos civis em


andamento, termos de ajustamento de conduta celebrados e ações judiciais que tenham por objeto a
averbação da reserva legal de imóvel rural à margem da matrícula e inscrição do imóvel no Cadastro
Ambiental Rural (CAR)
PLANO DIRETOR

1. A minimização do risco nas áreas sujeitas a inundações exige, antes


de mais nada, o PLANEJAMENTO DA OCUPAÇÃO DO ESPAÇO.

2. Os PLANOS DIRETORES MUNICIPAIS BRASILEIROS:

2.1 não apresentam restrições ou


dispositivos de prevenção da ocupação
dessas áreas;

2.2 não tratam de forma diferenciada das


áreas com construções de valor
histórico-cultural

Fonte: Laudo n. 06/2011/CIP/MPSC


OBRIGATORIEDADE PLANO DIRETOR
Estatuto das Cidades
Art. 41 - O plano diretor é obrigatório para cidades:
I – com mais de vinte mil habitantes;
II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;

Lei Complementar Estadual n. 495, de 26 de janeiro de 2010

Institui as regiões metropolitanas:


de Florianópolis,
do Vale do Itajaí,
do Alto Vale do Itajaí,
do Norte/Nordeste Catarinense,
de Lages,
da Foz do Rio Itajaí,
Carbonífera,
de Tubarão,
de Chapecó,
do Extremo Oeste e
do Contestado

Todos os municípios catarinenses estão


inseridos em regiões metropolitanas, portanto
há obrigatoriedade de instituir Plano Diretor.
Na natureza
não há recompensa nem punições:
há consequências.
Horace Annesley Vachell – Inglês (1861-1955) – Escritor

Você também pode gostar