Constituição de 88
Constituição de 88
Constituição de 88
Cidadania
Material Teórico
Cidadania e comunidade
Revisão Textual:
Profa. Ms Magnólia Gonçalves Mangolini
Cidadania e comunidade
Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar as
atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
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Unidade: Cidadania e comunidade
Contextualização
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O Surgimento da Democracia
Para começar a falar em democracia é inevitável fazermos uma viagem no tempo e retomarmos
o conceito definido pelos gregos.
Glossário
A palavra democracia é de origem grega e significa: demos (“povo”) e kratia, de krátos (“governo”,
“poder”, “autoridade”).
O cidadão, para conseguir que a sua opinião fosse aceita nas assembleias, precisava saber
falar e ser capaz de persuadir. Com isso, uma mudança profunda vai ocorrer na educação grega
a partir de então.
O ideal da educação naquele tempo (século VI) era a formação do cidadão. Nunca antes se tinha
pensado sobre isso, até onde temos conhecimento, por isso os gregos foram pioneiros em muitas coisas.
A partir da participação do cidadão exercendo a cidadania, a educação passa a ter um papel
cada vez mais importante.
“Ora, qual é o momento em que o cidadão mais aparece e mais exerce sua
cidadania? Quando opina, discute, delibera e vota nas assembleias. Assim, a
nova educação estabelece como padrão ideal a formação do bom orador, isto
é, aquele que saiba falar em público e persuadir os outros na política”
CHAUÍ, 2000: 43
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Unidade: Cidadania e comunidade
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Para ficar mais claro, o que Sócrates estava preocupado em fazer era: não questionar se tal
ou qual coisa era bela, pois as opiniões serão variadas, mas sim - O que é a beleza? Qual é a
essência ou o conceito do belo? Do justo? Do amor? Da amizade? Da vida?
Essa contribuição que Sócrates dá à sociedade da época foi de extrema importância, pois
estimulava à reflexão e o entendimento e lugar em que o homem ocupa no mundo.
Conceito de Cidadania
O conceito original de cidadania, historicamente, estava associado ao burguês e não se
estendia a toda população. Imaginemos uma época desprovida de indústria, tecnologia, meios
de comunicação como os conhecemos hoje, crenças diferentes, enfim, só por isso tudo já
podemos imaginar que ser cidadão na Grécia ou na Roma antiga era muito diferente da ideia
de cidadania que temos hoje.
Analisando a palavra ‘cidadania’ nos lembramos da palavra ‘cidade’ não é mesmo? E é
exatamente com o surgimento das cidades que o termo será criado e difundido, derivando a
palavra cidadão, ou seja, referia-se àquele que morava na cidade. A partir daí já constatamos
uma separação que vai acontecendo naturalmente do homem rural, o agricultor que vive no
campo e trabalha com a terra e do homem urbano, aquele vive na cidade e deve participar dos
acontecimentos desse local em que vive, assim nasce à palavra cidadania, substituindo o termo
burguês e burgo.
Podemos, então, dizer que:
Para o educador Dermeval Saviani, ser cidadão significa ser sujeito de direitos e deveres:
“cidadão é, pois, aquele que está capacitado a participar da vida da cidade e, extensivamente,
da vida da sociedade”. Para o cientista italiano Norberto Bobbio, “o direito do cidadão é a
conversão universal, em direito positivo, dos direitos do ser humano”.
Como termo legal, cidadania é mais uma identificação do que uma ação. Como termo
político, cidadania significa compromisso ativo, responsabilidade; significa fazer diferença na
sua comunidade, na sua sociedade, no seu país.
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Unidade: Cidadania e comunidade
Cidadania e Participação
De acordo com o que estudamos no item anterior, cidadania está relacionada à participação
do cidadão na vida cotidiana que diz respeito a um determinado grupo ou sociedade, visando
a uma vida melhor nos mais diferentes aspectos, como veremos adiante.
A participação cidadã, como método, supõe o resgate de experiências vividas anteriormente e
a criação de novas formas de atuação social, partindo do pressuposto de que todos os indivíduos,
desde o analfabeto até o mais letrado, do trabalhador ao empresário, podem e devem expor
seus próprios interesses sem distinção de classes sociais, gênero, cargos ocupados, enfim, tendo
a possibilidade e espaço para manifestação de suas expectativas pessoais e coletivas.
Esse espaço coletivo de que falamos, onde todos podem falar e ser ouvidos, é em si uma
proposta educativa no sentido de estimular os indivíduos a criarem uma cultura de cidadania.
Pintura de Péricles, expoente da democracia Grega, na Ágora Ateniense, com a Acrópole ao fundo.
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O individuo participativo se torna cidadão na medida em que atua efetivamente da vida
de uma comunidade, de uma cidade, estado ou país, transformando-se em sujeito de
suas ações, crítico, apto a realizar escolhas e de melhor defender seus direitos e cumprir
seus deveres.
Quando aqui falamos em participação, estamos nos guiando pelo sentimento de respeito à
dignidade humana que requer um comportamento de valorização do diálogo; respeito mútuo
quando se propõe discutir ideias, exige atuação em presença física, espaço para descentralização
das decisões, oportunidade de acesso às informações e, principalmente, capacidade de
julgamento da realidade.
O exercício da cidadania como apresentamos aqui se dá por meio da participação de todos
para viver melhor em conjunto, porém isso tudo requer de cada indivíduo, obrigatoriamente,
uma corresponsabilidade, caso contrário, uma sociedade enfraquecida, sem participação, sem
consciência da importância de se unir aos demais por existir interesses comuns, é uma sociedade
alienada e facilmente comandada por indivíduos que irão impor seus interesses particulares.
É por isso que a educação, o acesso à informação, o estímulo ao diálogo e à discussão, são
elementos fundamentais para alimentar o exercício da cidadania.
A Constituição do Brasil
Em seu artigo 1º define que a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel
dos Estados, Municípios e Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito.
De Direito, porque todas as instituições devem se submeter à lei. E Democrático, porque
todas as pessoas e instituições estão submetidas a uma lei democraticamente aprovada.
Cabe às pessoas, portanto, determinarem as regras jurídicas sob as quais desejam viver.
Não é suficiente, no entanto, apenas criar tais regras jurídicas. É preciso contar com
instrumentos jurídicos de defesa se por acaso as leis não forem respeitadas, configurando abuso
de poder ou ameaça aos direitos individuais e coletivos.
A Constituição do Brasil
Para conhecer um pouco mais sobre a Constituição Federal do Brasil, segue alguns tópicos
de grande importância.
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A Constituição:
»» Assegura “plena liberdade de associação para fins
lícitos” (art. 5º, inciso XVII).
»» Assegura a livre associação profissional, sindical ou
patronal.
»» Estabelece que a “a criação de associações e,
na forma da lei, a de cooperativas, independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento” (art. 5º, XVIII).
»» Define como direito dos trabalhadores “a
participação nos lucros, desvinculada de remuneração,
e, especialmente, participação na gestão da empresa”
(art. 7º, XI).
»» Assegura a participação dos trabalhadores e
empregados nos colegiados dos órgãos públicos, em que
seus interesses profissionais ou previdenciários sejam
objeto de discussão e deliberação (art. 10º).
»» Estabelece a figura do representante dos empregados, na empresa com mais de 200 empregados,
com a finalidade de promover o entendimento direto com os empregadores (art. 11º).
»» Assegura o direito à informação: “Todos têm direito a receber de órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo em geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado” (art. 5º, XXXIII).
»» Garante a ação popular: “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular,
que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou entidade de que o estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico cultural, ficando
o autor, salvo comprovada má fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”
(art. 5º, LXXII).
»» Na área das políticas sociais, especialmente a assistência social, estabelece as seguintes diretrizes:
1. descentralização política administrativa;
2. participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das
políticas e no controle das ações em todos os níveis (art. 204, II).
Aqui um parêntese - a nossa última constituição é a de 1988, o que nos faz pensar que
nem sempre as leis estão atualizadas de acordo com a época. Pois de lá pra cá a sociedade
mudou numa velocidade impressionante em áreas como, por exemplo, valores sociais, padrões
familiares, a entrada do mundo virtual no dia a dia das pessoas, a estruturação do mercado de
trabalho, ou seja, são mais de duas décadas, ou melhor, mas de uma geração que tem como
base as mesmas leis destinadas a sociedades completamente diferentes.
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Material Complementar
Explore
»» O que é democracia, de Denis L. Rosenfield, Editora Brasiliense, coleção
Primeiros Passos.
»» O que é participação política, de Dalmo de A. Dallari, Editora Brasiliense,
Coleção Primeiros Passos.
Filme:
»» O que é isso companheiro (1997, Brasil, direção: Bruno Barreto).
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Referências
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Anotações
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