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Calculo 3 Area II UFPE

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Cálculo 3 - Aula 04

Integral de linha
Integral de um campo vetorial sobre uma curva

Suponha que F : D ⊂ ℝ 3 → ℝ 3 seja um campo vetorial definido em D e que uma partícula descreva
um movimento em D com uma função de posição γ : [a, b] → D (C(t) é a posição da partícula no
instante t).

 
Se F for constante e a imagem de γ for um segmento, o trabalho W realizado por F de γ(a) até
 
γ(b) é, por definição, o produto escalar de F pelo deslocamento γ(b) - γ(a) : W = F · [γ(b) - γ(a)].

 
Suponhamos, agora, que F e γ sejam quaisquer, com F contínuo e C = γ uma curva regular.

Queremos definir o trabalho realizado por F de γ(a) até γ(b). Para isso, dividimos o intervalo [a,b]
em n subintervalos [ti-1 , ti ], de mesmo comprimento Δti = ti - ti-1 . Assim, temos n sub-arcos
γ([ti-1 , ti ]) = ci e n segmentos [Ai-1 , Ai ], Ai = γ(ti ) = (x(ti ), y(ti )).


Supondo F constante ao longo do segmento [Ai-1 , Ai ], o trabalho ao longo de ci é aproximada-

mente igual ao produto escalar wi ≈ F (γ(ti )) · [Ai - Ai-1 ]. Por outro lado, pelo teorema do Valor
n 
Médio, temos Ai - Ai-1 = Ai-1 Δti , logo W ≈ Σ F (γ(ti-1 )) · A'i-1 Δti
i=1

Como a função F (γ(t)) · γ ' (t) é integrável em [a,b], porque é contínua nesse intervalo, segue que
n  b 
limΔti →0 Σ F (γ(ti-1 )) · A'i-1 Δti = ∫a F (γ(t)) · γ ' (t) dt. Logo, definimos o trabalho realizado por F de
i=1
 b
γ(a) até γ(b) por: W = ∫γ F · dγ = ∫a F (γ(t)) · γ ' (t) dt.

Melhorando o enunciado, seja C ⊂ ℝ 3 uma curva regular dada por uma parametrização

γ : [a, b] → ℝ 3 . Seja F = (P, Q, R) um campo vetorial contínuo sobre C. Então, a integral de linha

do campo F ao longo de C, é:
  b 
∫C F ·d r = ∫a F (γ(t)) · γ ' (t) dt  r (t) = γ(t)

   
Se F (x, y, z) = P(x, y, z) i + Q(x, y, z) j + R(x, y, z) k e γ(t) uma curva regular parametrizada por
x = x(t), y = y(t), temos
  b    dx  dy  dz 
∫C F ·d r = ∫a P(x, y, z) i + Q(x, y, z) j + R(x, y, z) k  dt i + j + k  dt =
dt dt
b dx dy dz b
∫a P(x, y, z) + Q(x, y, z) + R(x, y, z)  dt = ∫a P(x, y, z) dx + Q(x, y, z) dy + R(x, y, z) dz
dt dt dt

Usando a fórmula de comprimento de arco, podemos fazer um trabalho semelhante e definir:


2 C3_04.nb

  b b dx 2 dy 2 dz 2 b
∫C F ·d r = ∫a F (γ(t)) · (γ ' (t)) dt = ∫a F (γ(t)) 
dt
 +
dt
 +
dt
 dt = ∫a F (γ(t)) · || γ ' (t) || dt.

Exercício
Calcule ∫γ x dx + x2 + y + z dy + xyzdz, onde γ(t) = (t, 2 t, 1), 0 ≤ t ≤ 1.

dx dy dz
Resposta: Sabemos que x = t, y = 2 t, z = 1, logo = 1, = 2, = 0. Logo,
dt dt dt
2
∫γ x dx + x + y + z dy + xyzdz =
1 dx dy dz 1 1 31
∫0 t + t2 + 2 t + 1 + 2 t2  dt = ∫0 [t + t2 + 2 t + 1 2 + 0] dt = ∫0 [2 t2 + 5 t + 2] =
dt dt dt 6

Integrate 2 t2 + 5 t + 2, {t, 0, 1}


31
6

Exercício
    
Calcule ∫γ F ·d r , onde F = x i + y j + z k e γ(t) = (cos t, sin t, t), 0 ≤ t ≤ 2 π .

  2π
Resposta: ∫γ F ·d r = ∫0 F (γ(t)) · γ ' (t) dt =
2π 2π 2 2π
∫0 (cos t, sin t, t) · (-sin t, cos t, 1) dt = ∫0 (-cos t sin t + sin t cos t + t) = ∫0 t dt = 2 π

Exercício
Calcule ∫γ 2 + x2 y d s, onde γ é a metade superior do círculo unitário x2 + y 2 = 1.

Resposta:
Para usar a Fórmula, precisamos de equações paramétricas que representem a curva C. Como já
vimos, o círculo unitário pode ser parametrizado por meio das equações x = cos t, y= sen t, E a
metade superior do círculo é descrita pelo intervalo do parâmetro 0 ≤ t ≤ π. Logo,
C3_04.nb 3

Mudança de orientação
Em geral, dada a parametrização x = x(t), y = y(t), a ≤ t ≤ b determina-se uma orientação da curva
C, com a orientação positiva correspondendo aos valores crescentes do parâmetro t. Se -C
denota a curva constituída pelos mesmos pontos que C, mas com orientação contrária (do ponto
inicial B para o ponto terminal A na figura anterior), então temos ∫-Cf(x, y) dx = -∫Cf(x, y) dx e

∫-Cf(x, y) dy = -∫Cf(x, y) dy.

Mas se integrarmos em relação ao comprimento de arco, o valor da integral de linha não se altera
ao revertermos a orientação da curva: ∫-Cf(x, y) ds = ∫Cf(x, y) ds. Isso ocorre porque Δsi é sempre
positivo, enquanto Δxi e Δyi mudam de sinal quando invertemos a orientação de C.

Suponha agora que existam duas curvas regulares γ1 : [a, b] → ℝ n e γ2 : [c, d ] → ℝ n , e que exista
uma função g : [c, d ] → ℝ de classe C1 , com g ' (u ) > 0 e Im g = [a,b], tal que γ 2 (u ) = γ1 ∘ g(u ).
Dizemos, então, que γ2 é obtida de γ1 por uma mudança de parâmetro que conserva orien -
tação.
Se a condição g ' (u ) > 0 for substituída por g ' (u ) < 0, temos que é obtida de γ 1 por uma
mudança de parâmetro que reverte orientação.

Teorema

Seja F um campo vetorial contínuo no aberto D ⊂ ℝ n e sejam γ1 : [a, b] → ℝ n e γ2 : [c, d ] → ℝ n duas
curvas regulares.
a) Se γ2 é obtida de γ1 por uma mudança de parâmetro que conserva orientação, então
 
∫γ 1 F · dγ1 = ∫γ 2 F · dγ2 .
b) Se γ2 é obtida de γ1 por uma mudança de parâmetro que reverte orientação, então
 
∫γ 1 F · dγ1 = -∫γ 2 F · dγ2 .

Demonstração:
1) Sabemos que γ2 (u ) = γ1 ∘ g(u ). Como g é estritamente crescente em [c,d] e Im g = [a,b], temos
g(c)=a,g(d)=b. então, fazendo t = g(u), temos
 b d d 
∫γ F · dγ1 = ∫a F (γ1 (t)) γ '1 (t) dt = ∫c F (γ1 (g(u ))) γ '1 (g(u )) g ' (u ) du = ∫c F (γ2 (u )) γ '2 (u ) du = ∫γ F · dγ2
1 2

2) Análogo.

Integral de linha sobre uma curva regular por partes



Seja F um campo vetorial contínuo no aberto D ⊂ ℝ n e seja C : [a, b] → D uma curva regular por
partes, ou seja, C é a união de um número finito de curvas lisas C1 , C2 , Cn , onde o ponto inicial
de Ci+1 é o ponto final de Ci .
Neste caso, definimos a integral de f ao longo de C como a soma das integrais de f ao longo de
cada trecho de C:
   
∫C F · dC = ∫C F · dC1 + ∫C F · dC2 + ... + ∫C F · dCn .
1 2 n
4 C3_04.nb

Exercício
Calcule ∫γ x dx + xy dy, onde γ(t) = (t, t ), -1 ≤ t ≤ 1.

Resposta:
∫γ x dx + xy dy = ∫γ 1 (x dx + xy dy) + ∫γ 2 (x dx + xy dy), onde
γ1 : x = t, y = -t, -1 ≤ t ≤ 0, γ2 : x = t, y = t, 0 ≤ t ≤ 1.
0 2 1
∫γ 1 (x dx + xy dy) = ∫-1 t + t  dt = - 6
1 2 5
∫γ 2 (x dx + xy dy) = ∫0 t + t  dt = 6 ,
2
logo ∫γ x dx + xy dy = ∫γ (x dx + xy dy) + ∫γ (x dx + xy dy) = .
1 2 3

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