Dissertacao Ronaldo Ayres
Dissertacao Ronaldo Ayres
Dissertacao Ronaldo Ayres
Instituto de Física
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física
Mestrado Profissional em Ensino de Física
Rio de Janeiro
Fevereiro de 2018
Força centrípeta: um experimento de baixo custo
para o ensino médio
Aprovada por:
Rio de Janeiro
Fevereiro de 2018
FICHA CATALOGRÁFICA
iii
Dedico este trabalho ao meu filho, Miguel.
iv
Agradecimentos
A toda a minha família, meu maior pilar;
Aos meu amigos e irmãos espirituais, grandes incentivadores;
Ao professor Dr. A. C. Tort, que além da orientação, me trouxe outras visões
em relação à mecânica;
Ao professor Dr. Vitorvani Soares, seus comentários e correções foram im-
prescindíveis para a conclusão deste trabalho;
Ao prof. Hercílio Cordova, suas habilidades técnicas, tornaram possível o
objetivo deste trabalho e também as ilustrações técnicas que acompanham a
descrição do aparato experimental;
Agradeço também à professora Dra. Marta F. Barroso pelos comentários e
incentivo durante a execução deste trabalho;
E finalmente, agradeço à professora Dra. Penha M. Cardoso Dias e ao pro-
fesso Dr. Sebastião Alves Dias por terem aceitado participar da banca e por
seus comentários;
Ao professor Dr. Carlos Aguiar, que me mostrou uma maneira inédita e in-
crível de se aprender quântica;
Aos alunos do Colégio Pedro II, minhas fontes de inspiração.
v
RESUMO
Rio de Janeiro
Fevereiro de 2018
vi
ABSTRACT
This master’s thesis has as its main purpose the experimental corrobora-
tion of the results obtained by Huygens and Newton, namely, the analytical
expression of the centripetal force. We propose an experimental activity di-
rected to high school students in which they collect experimental data and
work on this data, using graphical software that allows the adjustments of
this data and the consequent corroboration of the theory. This also provides
an opportunity for students to work with data analysis software and also to
ponder on the relationship between a theory and the world it seeks to unra-
vel. The experiment used was developed and tested in this work and is low
cost, approximately R$ 450.00. Pre- and post-activity questionnaires reve-
aled that the pedagogical proposal was relevant for the change of students
conceptions.
Rio de Janeiro
Fevereiro de 2018
vii
Sumário
1 Introdução 1
1.1 A experimentação no ensino de ciências . . . . . . . . . . . . . 2
2 A força centrípeta 4
2.1 Newton, Huygens e a tendência centrífuga . . . . . . . . . . . 4
2.1.1 Demonstração de Huygens . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.1.2 O método de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.2 Movimento circular uniforme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.2.1 Velocidades angular e escalar . . . . . . . . . . . . . . 12
2.2.2 Relações entre a velocidade angular, o período e a
frequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.3 Aceleração centrípeta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.3.1 Demonstração vetorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.3.2 Demonstração escalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.3.3 Demonstração diferencial . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.4 Força centrípeta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.4.1 Aplicações clássicas da força centrípeta na resolução de
problemas do ensino médio . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4 Metodologia de aplicação 45
4.1 Plano de Aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.2 Questionário prévio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.3 Roteiro experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
viii
4.3.1 Parte I: velocidade angular constante . . . . . . . . . . 50
4.3.2 Parte II: massa constante . . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.4 Questionário pós-atividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
4.5 Avaliação da atividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
4.6 Resultados obtidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Referências bibliográficas 70
ix
Capítulo 1
Introdução
1
Capítulo 1. Introdução
2
Capítulo 1. Introdução
3
Capítulo 2
A força centrípeta
4
Capítulo 2. A força centrípeta
1
EC ≈ at2 . (2.1)
2
“Posto isso, Huygens, demonstra uma série de teoremas, que jun-
tos, significam, em notação moderna, a força centrífuga = mv 2 /r;
apesar de não possuir o conceito de massa, Huygens se refere à
"quantidade sólida do corpo.” [8], p.267).
5
Capítulo 2. A força centrípeta
Segundos os autores Dias, Santos e Souza [8] é possível ser feita uma
interpretação moderna do método de Huygens. A tendência do corpo é seguir
em movimento retilíneo uniforme com velocidade tangencial v. Para que o
corpo descreva um movimento circular, a todo instante, o mesmo deve estar
em queda livre em direção ao centro de curvatura C, (ver Figura 2.2).
Aplicando o teorema de Pitágoras ao triângulo retângulo existente na
Figura 2.2, teremos:
ou ainda,
x2 + (2r)x − (vt)2 = 0. (2.3)
Segue que q
−2r ± (2r)2 + 4v 2 t2
x= ; (2.4)
2
6
Capítulo 2. A força centrípeta
simplificando, teremos:
s
v 2 t2
x = −r ± r 1 + ; (2.5)
r2
y y2
(1 + )2 = 1 + y + ≈ 1 + y, (2.6)
2 4
v 2 t2
x ≈ −r ± r(1 + ). (2.7)
2r2
1 v2
x ≈ ( )t2 . (2.8)
2 r
a = v 2 /r. (2.9)
7
Capítulo 2. A força centrípeta
∆v = 2v cos θ. (2.10)
8
Capítulo 2. A força centrípeta
N
X
∆vn = 2N v cos θ; (2.11)
n=1
N
2π π ϕ 4π ϕ
X
∆vn = 2 v cos − = v sen ; (2.12)
n=1 ϕ 2 2 ϕ 2
se fizermos N 1, então ϕ 1 radiano, logo podemos usar a aproximação
ϕ
sen ≈ ϕ/2, e escrever,
2
N
X 4π ϕ
∆vn ≈ v = 2πv. (2.13)
n=1 ϕ 2
A aceleração escalar média é dada por:
∆v 2πv.
ā =
= , (2.14)
∆t T
onde T é o período. Como T = 2πr/v, segue que:
9
Capítulo 2. A força centrípeta
2π
v v2
ā = = . (2.15)
2π r/v r
A aceleração instantânea
N
4π ϕ
X
∆vn = v sen , (2.16)
n=1 ϕ 2
rescrevendo-a na forma:
ϕ
N sen
X
∆vn = 2πv 2 ; (2.17)
ϕ
n=1
2
no limite N → ∞, ϕ/2 → 0, logo, como
ϕ
sen
lim 2 = 1, (2.18)
ϕ/2→0
ϕ
2
portanto,
N
X
lim ∆vn = 2πv. (2.19)
N →∞
n=1
2πv v2
a= = . (2.20)
T r
10
Capítulo 2. A força centrípeta
1
f= , (2.21)
T
11
Capítulo 2. A força centrípeta
ou ainda,
1
T = . (2.22)
f
∆S
vm = . (2.23)
∆t
A velocidade angular média ωm é definida como sendo a razão entre o
deslocamento angular e o intervalo de tempo gasto. Desse modo, temos que:
∆Θ
ωm = . (2.24)
∆t
12
Capítulo 2. A força centrípeta
∆Θ
ω = ωm = . (2.25)
∆t
Analogamente, também fazemos esse tipo de definição para a velocidade
escalar:
∆S
v = vm = . (2.26)
∆t
É também possível a demostração da relação entre as velocidades angular
e escalar. Por definição geométrica, sabemos que:
∆S = r∆Θ, (2.27)
∆S ∆Θ
=r , (2.28)
∆t ∆t
substituindo as equações (2.25) e (2.26) na equação (2.28), teremos a relação
matemática entre as velocidades escalar e angular:
v = ω r. (2.29)
∆θ = 2π, (2.30)
13
Capítulo 2. A força centrípeta
e
∆t = T, (2.31)
2π
ω= ; (2.32)
T
ω = 2πf. (2.33)
|∆~v |
|~am | = . (2.34)
∆t
14
Capítulo 2. A força centrípeta
É fácil observar que os dois triângulos das Figuras 2.7 e 2.8 são semelhan-
tes, pois possuem o mesmo ângulo θ. A partir dessa semelhança, podemos
escrever:
|∆~v | |~vA |
= . (2.35)
AB r
15
Capítulo 2. A força centrípeta
|∆~v | v
= , (2.36)
v∆t r
portanto,
|∆~v | v2
= . (2.37)
∆t r
Substituindo a equação (2.34) na equação (2.36), temos:
v2
|~am | = . (2.38)
r
Para intervalos de tempo que tendam a zero, a aceleração vetorial média
passa a ter caráter instantâneo, com direção radial e orientação para o centro
da trajetória circular, assim como a variação da velocidade vetorial, o que
justifica a denominação de aceleração centrípeta. Dessa forma, finalmente
concluímos que o módulo da aceleração centrípeta é:
v2
acp = ; (2.39)
r
ou ainda, substituindo a equação (2.29) na equação (2.39), obteremos o mó-
dulo da aceleração centrípeta em termos de ω. Segue que:
(ωr)2
acp = = ω 2 r. (2.40)
r
16
Capítulo 2. A força centrípeta
de ∆S2 .
at2
∆S2 = v0 t + . (2.42)
2
Como a velocidade inicial é nula, teremos:
at2
∆S2 = . (2.43)
2
logo:
r2 + 2r∆S2 + (∆S2 )2 = (∆S1 )2 + r2 , (2.45)
17
Capítulo 2. A força centrípeta
segue que,
2r∆S2 + (∆S2 )2 = (∆S1 )2 ; (2.46)
portanto,
(∆S2 )2 << r∆S2 . (2.48)
a
2r t2 = (vt)2 , (2.50)
2
então:
rat2 = v 2 t2 , (2.51)
e, portanto:
v2
a= . (2.52)
r
Como a aceleração é na direção radial e no sentido do centro da circun-
ferência, trata-se de uma aceleração centrípeta. Finalmente, obteremos:
v2
acp = , (2.53)
r
ou ainda, substituindo a equação (2.29) na equação (2.53), obteremos o mó-
dulo da aceleração centrípeta em termos de ω. Segue que:
(ωr)2
acp = = ω 2 r. (2.54)
r
18
Capítulo 2. A força centrípeta
19
Capítulo 2. A força centrípeta
yp
sen θ = , (2.57)
r
e
xp
cos θ = . (2.58)
r
Substituindo as equações (2.57) e (2.58) na equação (2.56), teremos:
vyp vxp
~v = (− )î + (− )ĵ. (2.59)
r r
Note que a taxa de variação dyp /dt, é igual a componente vertical da ve-
locidade vy . Analogamente, a taxa de variação temporal dxp /dt é igual a
componente horizontal da velocidade vx . Dessa forma, temos:
v2 v2
~a = (− cos θ)î + (− sen θ)ĵ. (2.61)
r r
v2
a= . (2.63)
r
20
Capítulo 2. A força centrípeta
A equação anterior nos mostra que φ e θ são iguais. Logo, o vetor acelera-
ção ~a possui direção radial e sentido apontando para o centro da circunferên-
cia. Por isso, esse tipo de aceleração é denominada de aceleração centrípeta,
pois aponta para o centro do circulo.
21
Capítulo 2. A força centrípeta
como:
F~cp = ma~cp . (2.66)
mv 2
Fcp = . (2.67)
r
Também podemos obter uma outra forma para a expressão da força centrí-
peta, que envolva a velocidade angular ao invés da escalar. Basta substituir-
mos a equação (2.29) na equação (2.67):
Fcp = mω 2 r. (2.68)
1. Pêndulo simples
Fcp = T − P, (2.69)
22
Capítulo 2. A força centrípeta
mω 2 r = T − mg. (2.70)
23
Capítulo 2. A força centrípeta
2. Pêndulo cônico
Dividindo a equação (2.72) pela equação (2.73), obteremos uma relação im-
24
Capítulo 2. A força centrípeta
g
tan θ = . (2.74)
w2 r
3. Rotor
Figura 2.15: rotor: cilindro de raio r que gira com velocidade angular ω.
Na direção vertical agem as forças peso, com sentido para baixo e o atrito,
com sentido para cima. Na direção horizontal atua a força normal de con-
tato com a parede lateral do cilindro, cujo sentido, aponta para o centro da
trajetória descrita pela pessoa.
Como há um equilíbrio estático vertical, as forças verticais peso e atrito se
cancelam e a força normal de contato atua como força resultante centrípeta.
Desse modo, podemos escrever:
para a direção vertical:
P − Fat = 0, (2.75)
25
Capítulo 2. A força centrípeta
ou ainda,
mg − µN = 0; (2.76)
mw2 r = N. (2.78)
cancelando as massas:
µω 2 r = g, (2.80)
26
Capítulo 2. A força centrípeta
Figura 2.16: globo da morte: móvel se deslocando até o ponto mais alto da
trajetória.
mv 2
= N + mg. (2.83)
r
A equação (2.83) é uma espécie de equação geral para o ponto mais alto da
trajetória. E é através dela que iremos propor o cálculo da menor velocidade
instantânea (vmin ) que o corpo deve possuir no ponto mais alto, para poder
concluir o loop.
Analisando a equação (2.83), percebemos que à medida que o valor da
velocidade instantânea decresce, decresce também a força normal de contato,
pois a força peso, a massa e o raio do globo da morte são constantes.
Sendo assim, a velocidade instantânea mínima (vmin ) para se completar
o loop, ocorre quando quando a força normal de contato tende a zero. Dessa
forma, temos:
2
mvmin
= mg, (2.84)
r
dividindo a equação pela massa:
2
vmin
= g, (2.85)
r
27
Capítulo 2. A força centrípeta
28
Capítulo 3
29
Capítulo 3. Atividade experimental e suas finalidades
30
Capítulo 3. Atividade experimental e suas finalidades
Figura 3.2: a régua foi fixada à base do experimento de tal modo que, quando
a mola se encontra em seu tamanho natural, o laser atinge o seu marco “zero
”.
31
Capítulo 3. Atividade experimental e suas finalidades
Isto pode ser feito, de forma rápida e fácil, através de um software de aná-
lise de dados comercial ou gratuito como, por exemplo, o Vernier Graphical
Analysis. Quando a relação entre as duas variáveis x e y for linear, os con-
juntos xi e yi , de suas medidas, devem formar uma reta. Porém, o que se
obtém representado em um gráfico os valores da Tabela 3.1 é a Figura 3.3
na qual alguns pontos não estão exatamente na reta, mas próximos. Isso é o
que ocorre em experimentos, de modo geral. Suponha que este seja o caso do
scatter plot da Figura 3.3. Neste caso, podemos pedir ao software que trace
uma reta, isto é: determine os coeficientes A e B da equação da reta:
y = Ax + B, (3.1)
32
Capítulo 3. Atividade experimental e suas finalidades
y ≈ 0,5 x + 3,
33
Capítulo 3. Atividade experimental e suas finalidades
mg = κ ∆`, (3.2)
∆` = A m + B. (3.4)
34
Capítulo 3. Atividade experimental e suas finalidades
9,79
κ= = 16,76 N/m ≈ 16,8 N/m. (3.7)
0,584
1
"Você deve sempre reter pelo menos um, talvez dois dígitos além daqueles que são
significativos" [12].
2
Talvez seja conveniente realizar junto aos alunos uma breve discussão sobre algarismos
significativos, arredondamentos e casas decimais.
35
Capítulo 3. Atividade experimental e suas finalidades
O coeficiente de correlação R2 :
1 B
x= y− .
A m
Definindo:
1
A0 ; = ;
A
e
B
B0 = − ,
m
escrevemos:
x = A0 y + B 0 .
y 0 = A 0 x0 + B 0 ;
onde y 0 ≡ x e x0 ≡ y.
36
Capítulo 3. Atividade experimental e suas finalidades
R2 := AA0 .
A0 B
xy ≡ AA0 xy + B 0 (Ax + B + y); (3.9)
B0
A0 B
xy ≡ AA0 xy + B 0 (y + 0 y); (3.10)
B
como,
A0 B 1 A
0
= B(− ), (3.11)
B A B
então,
xy ≡ AA0 xy + yB 0 (1 − 1) (3.12)
xy ≡ AA0 xy (3.13)
A0 = 1,7134 ≈ 1,71,
logo,
Isto nos diz que nossa medida da constante elástica da mola é bastante con-
fiável.
37
Capítulo 3. Atividade experimental e suas finalidades
38
Capítulo 3. Atividade experimental e suas finalidades
39
Capítulo 3. Atividade experimental e suas finalidades
κ ∆` = ω 2 mr;
ω2
= 3,40; ∴ ω 2 ≈ 3,40 × 16,8 ≈ 57,1 rad2 /s2 ,
κ
7,69 − 7,56
∆% = × 100 ≈ 2 %.
7,69
40
Capítulo 3. Atividade experimental e suas finalidades
41
Capítulo 3. Atividade experimental e suas finalidades
m 2
∆` = ω r, (3.14)
κ
m 2
= |0.00410
{z } s . (3.16)
κ
obtido
42
Capítulo 3. Atividade experimental e suas finalidades
Por outro lado, a massa do conjunto carrinho + “peso” medida com uma
balança digital vale 0,0715 kg, e a constante elástica da mola, também medida
de modo independente (Pré-atividade), vale 16,8 N/m, logo
m 0,0715
= = 0,00426 s2 . (3.17)
κ 16,8 | {z }
esperado
O desvio percentual é:
0,00426 − 0,00410
∆% = × 100 ≈ 3,8%. (3.18)
0,00426
43
Capítulo 3. Atividade experimental e suas finalidades
44
Capítulo 4
Metodologia de aplicação
A atividade que será descrita nessa secção foi aplicada a uma turma da
segunda série do ensino médio do Colégio Pedro II, campus Humaitá II, no
dia 23/11/2017, em uma aula que teve duração de duas horas e meia (Figura
4.1).
A turma, composta por 20 alunos, foi levada ao laboratório de informá-
tica, dividida em cinco grupos de, quatro alunos cada. Cada grupo dispunha
de um computador com o software “Vernier Graphical Analisys ” previa-
mente instalado.
A teoria sobre força centrípeta foi abordada em sala de aula durante
as duas semanas anteriores à atividade experimental. A proposta tem como
objetivo a corroboração experimental da teoria abordada a fim de possibilitar
uma melhor compreensão do tema, a partir de uma abordagem mais prática
e lúdica, gerando oportunidade para os alunos trabalharem com um software
de análises de dados e uma maior compreensão de como a ciência pode ser
construída.
Os alunos iniciaram a atividade recebendo um questionário prévio sobre
o tema força centrípeta. Após a resolução do questionário, foi feita uma aula
expositiva sobre função linear e de como usar o software “Vernier Graphical
Analisys ” para a construção de gráficos, realização de ajustes e determinação
dos coeficientes.
Seguindo com a atividade, eles receberam um roteiro da atividade expe-
45
Capítulo 4. Metodologia de aplicação
46
Capítulo 4. Metodologia de aplicação
Departamento de Física.
Turma: 2204.
47
Capítulo 4. Metodologia de aplicação
48
Capítulo 4. Metodologia de aplicação
49
Capítulo 4. Metodologia de aplicação
ωe =______rad/s.
Agora, substituiremos o disco mais leve, por um outro, um pouco mais pe-
sado, estabilizaremos a velocidade angular no mesmo valor do procedimento
anterior e preencheremos a segunda linha da Tabela abaixo. Repetiremos a
etapa anterior, até completarmos toda a Tabela abaixo.
50
Capítulo 4. Metodologia de aplicação
51
Capítulo 4. Metodologia de aplicação
ωmed =______rad/s.
É possível perceber que esses valores não são iguais, porém são próximos.
Para avaliarmos o quão próximos eles são, usamos uma ferramenta estatística
chamada de desvio percentual (∆%). O desvio percentual é calculado pela
expressão abaixo:
|V alor1−V alor2 |
∆% = V alor1
(100%).
∆% =______.
Desvios percentuais da ordem de 10% são esperados em nossa atividade
de baixo custo.
52
Capítulo 4. Metodologia de aplicação
mexp =______kg.
53
Capítulo 4. Metodologia de aplicação
mmed =______Kg.
Novamente, esses valores não são iguais. Porém, eles são próximos. Para
medirmos o quão próximos eles são, usamos o desvio percentual (∆%). Cal-
cularemos o desvio percentual entre os dois valores encontrados para a massa
total do carinho deslizante e o anotaremos na linha abaixo.
54
Capítulo 4. Metodologia de aplicação
55
Capítulo 4. Metodologia de aplicação
2) Você considera a atividade realizada mais interessante que uma aula tra-
dicional?
a) Sim.
b) Não.
56
Capítulo 4. Metodologia de aplicação
questionários.
57
Capítulo 4. Metodologia de aplicação
58
Apêndice A
Manual de montagem do
experimento de baixo custo
59
Apêndice A. Manual de montagem do experimento de baixo custo
cola do tipo "Superbonder", fazendo com que ela fique no formato circular
e com 18 cm de diâmetro. Essa peça será apenas encaixada à base circular
(componente 3).
Componente 3: polia circular. No formato circular, produzido com ma-
deira do tipo "madeirite"de 10 mm de espessura, possui diâmetro de 20 cm
com furo central com 8 mm de diâmetro. Nas laterais, foi talhado um “ca-
nal” para que o garrote (componente 2) seja melhor encaixado.
Componente 4: suporte da polia. No formato circular, produzido com
madeira do tipo "madeirite" com 3 cm de espessura e 6 cm de diâmetro.
Componente 5: disco encoder. Disco circular com 26 mm de diâmetro,
contendo 20 furos, próprio para ser usado com sensores Arduíno. Este com-
ponente foi fixado ao suporte da polia (componente 4) através de 4 parafusos
atarraxantes (4,2 x 22 mm), próprio para madeiras. Esse disco pode ser
facilmente adquirido em lojas de produtos eletrônicos sob o nome de "disco
encoder".
60
Apêndice A. Manual de montagem do experimento de baixo custo
61
Apêndice A. Manual de montagem do experimento de baixo custo
Figura A.4: parte superior: carrinho deslizante, trilhos, contra peso e mola.
63
Apêndice A. Manual de montagem do experimento de baixo custo
64
Apêndice A. Manual de montagem do experimento de baixo custo
65
Apêndice A. Manual de montagem do experimento de baixo custo
66
Apêndice A. Manual de montagem do experimento de baixo custo
e superior - já é possível a junção deles em uma peça única. Para isso, basta
fixar o componente 11 da parte superior no componente 1 da parte inferior,
utilizando quatro parafusos atarraxantes para madeira e de dimensões 4,2 x
22 mm. A Figura A.10 ilustra como deve ficar essa "peça única".
Figura A.10: ilustração da peça única formada após a fixação das partes
inferior e superior.
A.3 Arduino
A placa de Arduino foi de imensa importância para este projeto. Inicial-
mente, as aferições dos períodos de rotação eram feitas apenas com o auxílio
de um cronômetro. Era aferido o tempo de algumas voltas e calculava-se o
período médio.
Esse tipo de aferição não funcionou bem nesse projeto, pois como veremos
nas páginas adiante, uma das propostas desse experimento é a aferição das
deformações provocadas por diferentes massas girando sob a mesma veloci-
dade angular. Como o ajuste da velocidade é feito por um potenciômetro,
era quase impossível ajustar novamente a velocidade angular após desligar o
67
Apêndice A. Manual de montagem do experimento de baixo custo
motor para a troca dos discos de diferentes massas, pois era preciso a cada
pequeno ajuste no potenciômetro, uma nova aferição da velocidade angular.
A solução seria a obtenção automatizada e instantânea do período de
translação dos discos. Para isso, foi usado uma placa de Arduino Uno e um
sensor ótico (Figura A.11) que utiliza o chip comparador LM393 (datasheet)
e na sua extremidade tem um optointerruptor com um vão de 5 mm.
O sensor ótico deve ser fixado junto à base do experimento de modo que
o disco encoder (componente 5 da base inferior) fique centralizado no vão
existente entre o emissor e o receptor ótico. Dessa forma, quando o disco
68
Apêndice A. Manual de montagem do experimento de baixo custo
69
Referências Bibliográficas
[3] Higa, I., Oliveira, O.B. Experimentação nas pesquisas sobre o ensino de
Física: fudamentos epistemológicos e pedagógicos. Curitiba:Educar em
Revista, n 44, p. 75-92, 2012.
[6] Newton, I., Henry, R.C. Circular motion. American J. Physics, v.68, n.7,
p. 637-639, 2000.
70
Referências Bibliográficas
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