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3 - Diabetes Mellitus Tipo 2

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CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM

MEDICINA DE FAMÍLIA E
COMUNIDADE
da Sociedade Brasileira de Medicina de Família
e Comunidade

Diabetes Mellitus
tipo 2

Elisa Carvalho Gallas


Agenda

1 – Epidemiologia

2 – Conceitos e impacto global

3 – Classificação: DM2

4 – Diagnostico

5 – Tratamento e acompanhamento

6 – Complicações agudas

7 – Complicações crônicas
EPIDEMIOLOGIA E IMPACTO GLOBAL

• Diabetes mellitus (DM) é um importante e crescente problema


de saúde para todos os países.

• Em 2017, a Federação Internacional de Diabetes estimou que


8,8% da população mundial com 20 a 79 anos de idade vivia
com diabetes.

• O aumento da prevalência está associado a diversos fatores:


transição nutricional, estilo de vida sedentário, excesso de peso,
crescimento e envelhecimento populacional.

• Diabetes e suas complicações constituem as principais causas


de mortalidade precoce. Doença cardiovascular é a principal
causa de óbito.
CONCEITOS

• Diabetes mellitus (DM) consiste em um distúrbio


metabólico caracterizado por hiperglicemia
persistente, decorrente de deficiência na produção
de insulina ou na sua ação, ou em ambos os
mecanismos.

• A hiperglicemia persistente está associada a


complicações crônicas micro e macrovasculares,
aumento de morbidade, redução da qualidade de
vida e elevação da taxa de mortalidade
• Corresponde a 90 a 95% dos casos
de DM.

• Etiologia complexa e multifatorial,


envolvendo componentes genético e
ambiental.
Diabetes
Mellitus tipo • Doença poligênica, com forte herança
familiar, cuja ocorrência tem
2 contribuição significativa de fatores
ambientais, principalmente, hábitos
dietéticos e inatividade física, que
contribuem para a obesidade.

• Geralmente acomete indivíduos a


partir da quarta década de vida.
Assintomática ou
oligossintomática por longo
período.

Diagnóstico por dosagens


laboratoriais de rotina ou
DM2 manifestações das
complicações crônicas.
Menor frequência sintomas
clássicos de hiperglicemia
(poliúria, polidipsia, polifagia e
emagrecimento inexplicado).
DIAGNÓSTICO
Critérios laboratoriais para diagnóstico de normoglicemia, pré-diabetes e DM, adotados pela SBD.
METAS GLICÊMICAS

• Glicemia de jejum: 70-130


• Glicemia pós prandial: < 180
• HbA1C < 7% * (individualizar)
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO

• Mudanças estilo de vida:


• Alimentação
• Exercicio físico: 150min/semana de moderada a vigorosa
intensidade

Composição nutricional do plano alimentar indicado para pessoas com diabetes mellitus.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

*
SULFONILUREIAS
I-DDP4
GLITAZONAS
ISGLT2
REGRAS GERAIS PRÁTICAS

Diagnóstico recente -> MEV + metformina

Glicemia < 200 -> indicados os medicamentos que não promovem


aumento da secreção de insulina

Glicemia > 200 e < 300 -> o tratamento oral vai depender do predomínio
da insulinorresistência ou de insulinodeficiência/falência das células beta. .

No obeso, em associação à metformina, preferir medicações que levem a


perda de peso, como análogos do GLP-1 e inibidores do SGLT2.
REGRAS GERAIS PRÁTICAS

Nas doenças cardiovasculares -> em associação à metformina ou


em monoterapia, preferir os análogos do GLP-1 ou os inibidores do
SGLT2.

Na insuficiência renal leve e moderada -> análogos do GLP-1 e/ou


os inibidores do SGLT2.

Com os anos de evolução do DM2, ocorre redução da secreção de


insulina com falha na monoterapia e/ou combinação de agentes
orais com mecanismos de ação diferentes.

Quando houver necessidade de combinação terapêutica, a insulina


basal noturna é uma opção eficaz associada a um ou mais agentes
orais.
INSULINAS
INSULINA

• INSULINA BASAL: 0,1-0,2U/kg/dia + outros


hipoglicemiantes

• Reposição plena: dose total diária de insulina varia


de 0,5 a 1,5 U/kg, dependendo do grau de
resistência insulínica.
Complicações do DM

- Hipoglicemia

Agudas: - Cetoacidose Diabética


- Síndrome hiperglicêmica hiperosmolar
não cetótica
Síndrome hiperglicêmica hiperosmolar não
cetótica
• DM2
• Idoso (>70 anos)
• Obesos
• Glicemia > 600-‐1200 mg/dL
• Osmolaridade plasmática > 330
• Desidratação importante
• Hiperosmolar
• Sem cetose ou acidose
• Pode levar dias ou semanas para eclosão
TRATAMENTO SHH
COMPLICAÇÕES CRÔNICAS

• Distúrbios microvasculares e macrovasculares,


que resultam em retinopatia, nefropatia,
neuropatia, doença coronariana, doença
cerebrovascular e doença arterial periférica.
RASTREIO DCV SILENCIOSA
NEFROPATIA

• Rastreio : no diagnóstico e após anualmente

• Todo teste de albuminúria anormal deve ser confirmadem duas


de três amostras coletadas em um intervalo de 3 a 6 meses.
PÉ DIABÉTICO
• Polineuropatia difusa
simétrica
• Forma mais comum
• Dor em queimação,
parestesias e câimbras;
NEUROPATIA piora a noite
• Distal e ascendente.
• Eletroneuromiografia
• Medicações: ácido tióctico,
duloxetina, pregabalina,
gabapentina, amitriptilina.
Classificação

RETINOPATIA

• Rastreio: no
diagnóstico.
• Anualmente se não
tiver lesão.
Fatores Risco Retinopatia
Conclusões

 A base de qualquer tratamento efetivo de DM inicia-se com medidas não


medicamentosas: educação em DM, alimentação, atividade física.

 Controle glicêmico mais rígido em paciente com longa expectativa de vida, adequada
educação em diabetes e poucas hipoglicemias.

 Controle glicêmico menos intenso em idosos com baixa expectativa de vida.

 Diabetes é fonte de inúmeras complicações sistêmicas de origem microvascular e


macrovascular, que resultam em grande morbidade e mortalidade.

 A retinopatia diabética é a principal causa de cegueira adquirida.

 A nefropatia diabética é a principal causa de insuficiência renal crônica dialítica.

 A neuropatia diabética e as complicações vasculares em membros inferiores são a


principal causa de amputação não traumática.
Referências

• ADVANCE Collaborative Group, Patel A, MacMahon S, Chalmers J, Neal B, Billot L et al..


Intensive blood glucose control and vascular outcomes in patients with type 2 diabetes. N
Engl J Med. 2008;358(24):2560-72. Dedov et al.: Body Weight Reduction Associated with
the Sibutramine Treatment: Overall Results of the PRIMAVERA Primary Health Care
Trial. Obes Facts 2018;11:335–343.

• American Diabetes Association. Standards of medical care in diabetes: 2018. Diabetes


Care. 2018.

• Rohlfing CL, Wiedmeyer HM, Little RR, England JD, Tennill A, Goldstein DE. Defining the
relationship between plasma glucose and HbA(1c): analysis of glucose profiles and
HbA(1c) in the Diabetes Control and Complications Trial. Diabetes Care. 2002;25(2):275-
8.

• Monnier L, Colette C, Wojtusciszyn A et al. Toward defining the threshold between low
and high glucose variability in diabetes. Diabetes Care 2017; 40:832- 838.
Referências

• Colberg SR, Sigal RJ, Yardley JE, Riddell MC, Dunstan DW, Dempsey PC, Horton ES,
Castorino K, Tate DF. Physical Activity/Exercise and Diabetes: A Position Statement of
the American Diabetes Association. Diabetes Care. 2016 Nov;39(11):2065- 2079. doi:
10.2337/dc16-1728.

• Pop-Busui R, Boulton AJ, Feldman EL, Bril V, Freeman R, Malik RA et al. Diabetic
neuropathy: a position statement by the American Diabetes Association. Diabetes Care.
2017;40(1):136-54

• Diretrizes Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020.

• Vigersky RA and McMahon C. The relationship of hemoglobin A1c to Time in range in


patients with diabetes. Diab Techn Ther 2019; 21: 1-5.
Obrigada

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