Legislacao e Etica Na Comunicacao
Legislacao e Etica Na Comunicacao
Legislacao e Etica Na Comunicacao
na comunicação
Legislação e ética na
comunicação
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Alberto S. Santana
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Cristiane Lisandra Danna
Danielly Nunes Andrade Noé
Emanuel Santana
Grasiele Aparecida Lourenço
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Paulo Heraldo Costa do Valle
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisão Técnica
Adriana Cezar
Érika de Lima Santana Simioni
Editorial
Adilson Braga Fontes
André Augusto de Andrade Ramos
Cristiane Lisandra Danna
Diogo Ribeiro Garcia
Emanuel Santana
Erick Silva Griep
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
ISBN 978-85-522-0221-9
CDD 384
2017
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Estrutura conceitual
de legislação e ética da
comunicação
Convite ao estudo
Vamos percorrer os caminhos de um tema de grande
relevância para a sociedade em geral, o qual, portanto, permeia
toda a atividade dos profissionais de comunicação: ética e
legislação. Nosso objetivo, nesta primeira etapa, é conceituar o
enunciado para que possa embasar a prática da atividade do
jornalista, do publicitário e do profissional em Relações Públicas.
Desejamos neste momento trazer elementos para que você
conheça os princípios da ética, identificando e estudando as
questões deontológicas no jornalismo.
Reflita
Conectar a ética com a ciência é uma importante provocação que temos
desde o século passado, principalmente pelo avanço tecnológico. Como
Vocabulário
Questões deontológicas estão relacionadas à deontologia, que é uma
palavra derivada do grego deontos. Possui uma relação próxima do
mundo moral e tem significado de dever, ou de como deve ser.
Atenção
Não basta apenas a percepção da corrupção, ela precisa se concretizar.
Segundo Anita (2016), “[...] a corrupção trata da ocorrência do problema,
ao passo que a percepção diz da sensação que os cidadãos têm na
interpretação do seu entorno, considerando, ainda, suas experiências
pessoais. Por isso é uma medida indireta e pouco objetiva”. No Brasil,
como já mencionamos, a corrupção se configura crime e, como tal, está
sujeita a sanções penais.
Saiba mais
Para que você entenda melhor os casos tratados como corruptos
citados aqui, leia a seguir os resumos de alguns casos:
Pesquise mais
Para você se aprofundar nos assuntos de corrupção citados, acesse os
links seguintes e entenda melhor os casos tratados como corruptos.
Avançando na prática
A Falha e a Folha de S.Paulo
Descrição da situação-problema
O jornal Folha de S.Paulo venceu na Justiça a batalha para
retirar do ar o blog Falha de S.Paulo, criado em 2010, como forma
satirizar e fazer críticas ao jornal paulista. Para isso, em forma de
humor, utilizava fotomontagens acompanhadas de comentários
negativos sobre o veículo impresso. O processo foi movido sob o
argumento de considerar uso indevido de marca. O Falha justifica
ainda que a intenção era mostrar que o periódico, embora se
assumisse como imparcial em suas publicações, trabalhava uma
abordagem com preferências político-partidárias, escondendo
esse posicionamento de seu leitor. O desfecho do caso, com
ganho de causa para a Folha de S.Paulo, só veio a ocorrer em
2016, com a negativa de continuidade do blog. Esse fato sugere
algumas indagações. Como o caso acabou sendo decidido na
Justiça, pode-se afirmar que houve um caso de corrupção por
parte do blog? É possível dizer que houve falta de ética de um lado
ou de outro?
Resolução da situação-problema
Considerando o entendimento de Rose-Ackermann (1999), para
a qual o ato de corrupção é a utilização ilegal de mecanismos de
Pesquise mais
Neste vídeo, produzido pelo programa Pânico da Jovem Pan, em
fevereiro de 2017, o filósofo Mario Sergio Cortella trata o senso moral,
como vivido pelos jovens e demais pessoas, na perspectiva das redes
sociais. Discute questões morais e éticas, o preconceito e o juízo de
valor, a justiça e a vingança.
Exemplificando
O apontamento da falta de ética, oportunismo e desrespeito à legislação
pode servir como exemplo para se caminhar no campo ético. O
exemplo disso, como destaca Gallas (2013), em texto para a BBC Brasil,
foi o escândalo envolvendo a Siemens em 2002, quando assumiu a
manutenção de dez veículos da linha 7 do metrô, que circula na região
metropolitana de São Paulo, ligando a Estação da Luz ao município
de Francisco Morato. A empresa alemã foi a vencedora do contrato
de R$ 33 milhões. Porém, denúncias da própria Siemens ao Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade) alertaram para a formação
de um cartel com outras empresas da França, Canadá, Espanha e
Japão, as quais estariam manipulando preços de uma licitação, pagando
propina, há mais de dez anos, a autoridades de diferentes administrações
do PSDB. Embora as acusações ainda estivessem sendo apuradas em
2013, a Siemens já fazia parte de outros esquemas, como o de 2006,
na Alemanha, em práticas semelhantes. Entre 2001 e 2007, segundo
investigação dos Estados Unidos, a empresa teria pago US$ 1.4 bilhões
em propinas a autoridades de diversos países, com o mesmo objetivo, ou
seja, sair vencedora em contratos públicos. Esse montante representaria
mais de quatro mil pagamentos ilegais a autoridades de cerca de 20
países. O resultado de toda a apuração e divulgação serviu de exemplo
para que empresários alemães não viessem a pagar propina, como
apontou o site da BBC Brasil.
Avançando na prática
A ética na prestação de serviço
Descrição da situação-problema
Sua agência é convidada a desenvolver campanhas de
publicidade para uma grande organização, a qual, no entanto, está
envolvida em escândalos de corrupção e monopólio. O objetivo
é mostrar o lado positivo da companhia, promovendo suas
marcas, dissociando-as do caso, já que, em relação à qualidade
dos produtos, não há nada que a desabone. Embora você não
concorde com a postura da empresa em relação às suas ações,
sabe que seu trabalho é justo, assim como o valor cobrado, e que
os produtos não têm a ver com as denúncias. Porém, durante o
desenvolvimento do trabalho, percebe que seus diretores querem
aproveitar as campanhas para se defender das acusações e
desvincular seus nomes da mídia. Como o contrato já foi fechado
e não há cláusula que trate especificamente disso, resolve seguir
em frente. A agência arranhou sua integridade? Violou a ética? É
possível falar ainda em oportunismo? É bom lembrar que, como
Resolução da situação-problema
Analisando o contexto desta situação podemos refletir que,
primeiro, houve oportunismo, porém, por parte do cliente, e não
de sua agência. Depois, é preciso deixar bem claro e transparente
para o seu público quais são os princípios e valores éticos que
a empresa defende. Se o seu trabalho, independentemente para
quem seja, não interferir nessas convicções, não haverá violação.
Entretanto, se, em sua mensagem publicada na internet ou outro
documento de acesso público, constar que a agência não presta
serviços para clientes com histórico semelhante ao da empresa, o
convite deveria ter sido recusado desde o início. Com o trabalho
em andamento, siga o escopo que foi acordado em contrato, ou
seja, o de divulgação das marcas simplesmente, sem desviar de
seu objetivo.
O profissional de
comunicação ante a pesquisa
científica
Convite ao estudo
Depois de analisarmos os conceitos de ética, moral e leis e
refletirmos sobre eles, vamos juntos transitar pela aplicabilidade
deles no campo da comunicação e de outras áreas relacionadas.
Começamos, então, a discutir a opinião pública no contexto
contemporâneo, tendo-a como ponto alto de toda nossa
discussão de agora em diante. Desde o século XX, a comunicação
se notabilizou pelo surgimento dos meios de transmissão de
massa, como o jornal, o rádio, a televisão, a internet e outras
formas de debate, tendo a informação abarcado um amplo e
diversificado público. Daí constitui-se a opinião pública, com a
participação popular nessas plataformas por meio de seus grupos,
com características específicas, em seus ambientes sociais
também distintos, para o controle das diretrizes da sociedade. A
partir da discussão sobre opinião pública, ingressaremos em sua
abordagem internacional, contextualizando-a na perspectiva
da sociedade moderna, avançando para o cenário das novas
tecnologias. Sob o pilar científico, vamos considerar a ação
da Antropologia e da Sociologia com uma metodologia que
envolve as ciências humanas e seus modelos políticos, tendo
como protagonistas os grupos sociais que complementam o
aparato da opinião pública. Vamos, então, refletir e dialogar no
contexto da moralidade e da ética.
Seção 2.1
Práticas consideradas imorais pela opinião pública
internacional e ilegais na maioria dos países
Diálogo aberto
Para discutir ética e moral no contexto da opinião pública, vamos
relembrar um caso que ganhou repercussão na mídia em abril de 2017,
que foi o fair play1 do zagueiro Rodrigo Caio, do São Paulo Futebol
Clube. Em jogo contra o Corinthians, no dia 16/4/2017, ele disputava a
bola com o atacante adversário Jô, quando, acidentalmente, acertou
a perna do goleiro de seu próprio time, Renan Ribeiro. O juiz Luiz Flávio
de Oliveira entendeu que quem havia cometido a infração teria sido
o atacante alvinegro, aplicando-lhe o cartão amarelo, mas Rodrigo
Caio fez questão de dizer ao juiz que havia sido ele o responsável pela
infração e não o jogador adversário. Com esse gesto, o árbitro anulou
o cartão. O fato gerou muitas discussões tanto na imprensa quanto
no meio do futebol e nas redes sociais. Em todos, houve quem
concordasse e quem discordasse firmemente da atitude do jogador,
principalmente a imprensa, que ficou dividida. Aquela era a primeira
das duas partidas da semifinal do Campeonato Paulista entre São
Paulo e Corinthians. No final, o Corinthians é que acabou passando
de fase por ter vencido aquele jogo por 2 a 0 e, depois, empatado por
1 a 1 na segunda partida. Ocorre que, se o jogador Jô tivesse recebido
o cartão amarelo, ele não participaria do jogo seguinte, pois aquele
seria o seu segundo cartão, o que poderia ajudar o São Paulo, já que o
atacante é o principal goleador do time corintiano e foi o responsável
por dois dos três gols de seu clube nas duas partidas. Em entrevista ao
Canal Fox Sports, o zagueiro disse que não se arrependeu do fair play
e que fez a coisa certa. A opinião pública ficou dividida. O argumento
de quem defendeu o zagueiro foi o de que ele teria sido honesto e
o país precisaria de pessoas assim, diante de tanta corrupção. Quem
criticou o fez sob o argumento de que o comportamento no futebol
deveria ser diferente do da vida real e de que, com isso, ele poderia
ter contribuído para a saída do São Paulo do Campeonato Paulista.
Qual sua opinião sobre isso? Se você fosse o assessor do Rodrigo
1
Fair play significa jogo justo.
Exemplificando
Pesquise mais
O vídeo a seguir, produzido pela TV Cultura em 2012, traz uma
reportagem especial sobre os paraísos fiscais. Mostra os principais
paraísos e um ranking dos países que oferecem esse serviço, incluindo
até mesmo o Brasil. A matéria procura apresentar o tema de forma
bastante imparcial, contribuindo assim para uma reflexão sobre o papel
desses locais de investimentos.
O fair play de Rodrigo Caio não foi o único. Entre os casos de que se
tem conhecimento, há o do atacante boliviano Marcelo Moreno, que
jogou no Cruzeiro. Numa partida contra o Botafogo, o juiz entendeu
que o lateral Junior Cesar havia recuado a bola e, com isso, puniria o
time adversário. Moreno assumiu perante o árbitro que havia encostado
na bola e a punição não foi aplicada. Na Inglaterra, em determinado
jogo, quando o Leicester perdia de 1 a 0 para o Nottingham Forest
pela Copa da Liga Inglesa, o jogador Clive Clarke sofreu um ataque
cardíaco. A partida foi cancelada no intervalo de jogo com absoluta
concordância do time perdedor. O alemão Klose também fez história
sob o olhar da ética. Quando jogava pelo Werder Bremen, abriu mão de
um pênalti marcado pelo juiz em partida contra o Arminia Bielefeld. O
próprio Klose admitiu ao juiz que a infração não aconteceu. E essa não
foi sua única vez. Em outra partida contra o Napoli, como a arbitragem
não viu, ele mesmo avisou que tinha colocado a mão na bola, o que
é permitido somente ao goleiro. Diante disso, não é difícil afirmar que
o zagueiro do São Paulo, assim como os demais jogadores, citados
em outros momentos, agiram com ética no fair play. O assessor de
imprensa do jogador deve aproveitar a ocasião para promover o nome
de seu assessorado na mídia, trabalhando uma mensagem positiva
embasada em valores éticos e morais, o que jamais seria contestado
por qualquer outra pessoa e que poderia provocar um aumento no
valor do passe do zagueiro. A imprensa, ágil, tal qual a opinião pública,
apesar de se tratar de um caso de ética, ficou dividida.
Resolução da situação-problema
Primeiro, vamos analisar o fato envolvendo o juiz para, depois,
discutir o papel do assessor. Sergio Moro, além de ser um
magistrado, é um cidadão que possui suas relações de amizade,
sendo assim, razão pela qual nada o impede de ser amigo de quem
quer que seja. O maior problema é que, por conta de seu cargo
e da função que vem exercendo, não seria ético demonstrar isso
em público e da forma mais amistosa possível, justamente quando
aqueles nomes estavam em evidência, de forma negativa. Sim,
porque, além de Aécio Neves, o governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, e o próprio presidente da República, Michel Temer, vinham
sendo citados nas delações. Enfim, trata-se de uma atitude que
Responsabilidade Social
Quando as empresas começam a olhar de fora para dentro ou
de dentro para fora e se identificam como instrumentos cujas ações
possam promover o bem-estar de todos, inclusive o delas, elas
passam a desempenhar um papel voluntário com ações coletivas e
não mais individuais. Nesse momento, pode-se dizer que elas estão
ingressando no mundo da responsabilidade social. Mas as ações não
deveriam ser impostas, seja pelo governo, com incentivos fiscais,
seja por fornecedores, com descontos. É preciso que tenham como
único objetivo o bem-estar coletivo, que todos os envolvidos sejam
beneficiados, tanto os colaboradores (internos ou externos) quanto
os negócios, a produtividade, o meio ambiente e a natureza.
No meio jornalístico, é elementar discutir responsabilidade social,
dado o papel que desempenham o jornalista e as empresas de
comunicação, sobretudo a imprensa que serve de palanque para a
representação da sociedade. Cabe aqui enfatizar que a ética, a verdade
e a imparcialidade são atributos que fazem parte do compromisso
do profissional, sobretudo com a responsabilidade social. Se no
mundo contemporâneo a mídia já possuía tais características, no
mundo moderno isso configura um conjunto de transformações
institucionais fundamentais que tiveram início na Europa na Idade
Média. Para a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a informação
no jornalismo representa bem social ao grande público e deve ser
regida sob a responsabilidade social do jornalista em conformidade
com uma consciência ética pessoal.
No meio corporativo, o tema adquiriu novos conceitos, como
Responsabilidade Social Corporativa (RSC), Responsabilidade
Social Empresarial (RSE) e Responsabilidade Social Ambiental (RSA).
O primeiro (RSC) está mais relacionado ao negócio e aos seus
Pesquise mais
O vídeo a seguir, produzido pelo Canal da Gestão Ambiental em
parceria com o Sesi, reproduz, em forma de animação, o conceito de
responsabilidade social contextualizado para o cenário brasileiro. Assista
em: <https://www.youtube.com/watch?v=Iwq1EVfFZds>. Acesso em: 5
jun. 2017.
Sustentabilidade
Em razão da amplitude e da significância do termo, é um tanto
complexa a definição de sustentabilidade. Podemos afirmar que se
trata de um conceito ou uma condição, cujas ações têm o propósito
de atender aos desejos e às necessidades das gerações, sem
comprometer as que ainda virão. Sustentabilidade está relacionada ao
desenvolvimento social e econômico com atenção para a melhoria e
a preservação da natureza. O Dicionário Eletrônico Houaiss (2009, p.
1.866) a define como “característica ou condição do que é sustentável”.
A palavra origina-se do latim sustentare e quer dizer sustentar, apoiar
e conservar. Para uma melhor compreensão, veja a pergunta a seguir
e pense que sua resposta é sustentabilidade. Como se utilizar dos
recursos da natureza, ser beneficiado com eles e ainda conservá-la e
preservá-la para que não se desgaste e favoreça futuras gerações do
planeta? O conceito de sustentabilidade, portanto, significa explorar
de forma responsável os recursos do planeta para que se mantenha o
equilíbrio entre o meio ambiente e os seres que o habitam.
E por que esse tema está em alta em pesquisas, nas salas de aula,
na mídia e até nos bate-papos com os amigos? Porque o avanço
tecnológico, o capitalismo e as várias possibilidades que se abrem
para descobertas estão se mostrando, sem precedentes, como um
mundo de realizações para o homem contemporâneo. Mas o preço
que está sendo pago é o desgaste do ecossistema e o risco da vida de
populações futuras, o que já começamos a presenciar hoje. Crescer,
avançar, prosperar, progredir tanto científica quanto economicamente
é o que se busca. Porém, melhorar o uso da matéria-prima, garantir
a produção industrial, incrementar as atividades empresariais e obter
os melhores resultados econômico-financeiros, preservando o meio
ambiente e garantindo a preservação das espécies é o grande desafio,
ou seja, equilibrar desenvolvimento tecnológico com desenvolvimento
humano. O maior problema, o qual dificulta tal instigação, é que a chave
não está nas mãos da maioria da população. Está ao alcance de quem
detém o poder. Outro fator preocupante é que o modelo de produção
e consumo adotado pelo mundo moderno é insustentável a médio e
longo prazos. “A explosão de consumo resultou em um modelo de
desenvolvimento que, de um lado, está esgotando os recursos naturais
do planeta e, de outro, causa impactos negativos na qualidade de vida
da população”, conforme salienta estudo da Agência de Notícias dos
Direitos da Infância (Andi), Fundação Banco do Brasil e Petrobrás (2006,
p. 22), publicado sob o título Desafios da Sustentabilidade.
Entretanto, essa situação vem apresentando melhoras. O próprio
uso em grande escala do termo sustentabilidade já demonstra isso.
Pesquisa do Instituto Akatu, de 2005, mostra um consumidor brasileiro
mais antenado quanto ao poder do ato de consumo. Isso, segundo
o presidente do Instituto, Hélio Mattar, se mostra na escolha das
Exemplificando
O vídeo a seguir, produzido pela OZI Escola de Audiovisual de Brasília,
intitulado A Ilha, traz um ótimo exemplo de uma ação de responsabilidade
social e reforça o conceito de sustentabilidade apresentado aqui. Mostra
também a potencialidade da comunicação entre as pessoas, com
o cotidiano, e o modo como simples ações podem contribuir para a
melhor convivência nas grandes cidades. Vale a pena assistir:
E por que esse tema está em alta em pesquisas, nas salas de aula, na
mídia e até nos bate-papos com os amigos? Indique V para as afirmações
verdadeiras e F para as falsas.
I. Porque o avanço tecnológico, o capitalismo e as várias possibilidades
que se abrem para descobertas e realizações estão se mostrando,
sem precedentes, como um mundo de realizações para o homem
contemporâneo. ( )
II. Porque o grande desafio é melhorar o uso da matéria-prima, garantir
a produção industrial, incrementar as atividades empresariais e obter
os melhores resultados econômico-financeiros, preservando o meio
ambiente e garantindo a preservação das espécies. ( )
III. Porque, apesar da baixa consciência do consumidor e suas exigências, a
mídia está mudando esse comportamento, com o aumento da divulgação
do tema responsabilidade e tecnologias sociais. ( )
IV. Porque responsabilidade social e sustentabilidade estão se consolidando
nas empresas e no ambiente escolar com a participação cada vez mais
efetiva dos colaboradores em ações sustentáveis. ( )
Agora, assinale a alternativa com a sequência CORRETA de indicações:
a) I – V; II – F; III – V; IV – F.
b) I – F; II – V; III – F; IV – V.
c) I – V; II – V; III – F; IV – F.
d) I – V; II – F; III – F; IV – V.
e) I – F; II – V; III – V; IV – F.
Pesquise mais
Produzido pelo Euronews, o vídeo a seguir mostra uma reportagem
sobre o envelhecimento da população europeia e traz entrevista com um
professor de Economia, da Universidade Nova, de Lisboa, Portugal, que
comprova a importância do estudo científico para encontrar soluções
ao problema que afeta a contemporaneidade e que não tardará a atingir
também o Brasil.
Pesquise mais
No vídeo a seguir, produzido pela Eavi – Media Literacy For Active
Citizenship, é possível compreender melhor a literacia, por meio
da literacia midiática. Está no idioma português de Portugal, cuja
compreensão é facilitada com a ajuda da animação.
Avançando na prática
A escola e a pesquisa científica
Descrição da situação-problema
Há algum tempo, sobretudo a partir do avanço das novas
tecnologias de informação e comunicação, pesquisadores vêm
discutindo o novo papel da escola e as mudanças necessárias
na dinâmica das aulas. Há quem entenda que aquele modelo
tradicional, em que o professor apresenta o tema, explica, escreve
na lousa e os alunos ficam acompanhando e assimilando o
aprendizado, tal como o do vídeo a seguir, está ultrapassado. Veja
o vídeo: <http://www.b9.com.br/74133/web-video/animacao-
ilustra-com-perfeicao-dificuldade-de-se-manter-acordado-
durante-aula/>. Acesso em: 4 jul. 2017.
Mas há também quem discorde dessa posição, por entender
que o modelo clássico dá qualidade ao ensino e que o moderno
banaliza a escola por deixar o aluno suscetível a discussões e
pensamentos rasos, isto é, com pouco fundamento. No entanto,
o próprio educador Paulo Freire já defendia outra estrutura de sala
de aula, com as carteiras em círculo, argumentando que o aluno
que olha para a nuca do colega não consegue aprender.
Como saber o que é melhor para o aluno, a escola, o professor,
a família e a sociedade, de forma a preparar o estudante para no
futuro vencer os desafios do mercado de trabalho?
Convite ao estudo
Seja bem-vindo a mais uma unidade de ensino, que tem como
foco o estudo da legislação e ética na comunicação. Convidamos
você a embarcar conosco no universo das bases históricas da ética.
Para que possamos assimilá-la e, assim, formar opinião sobre esse
tema que está tão em alta no mundo e, principalmente, no Brasil, é
importante atentarmos para seu histórico e sua contextualização.
O ano de 2017 foi marcado por grandes turbulências políticas e
sociais, com casos de delação premiada, em operações da Polícia
Federal, tendo afetado empresários, governantes e parlamentares
dos seus mais elevados graus, diante de uma sociedade que a todo
momento conclama por ética e respeito aos princípios morais e
de integridade de toda a nação brasileira. Discutir esse tema no
âmbito do profissional de comunicação é mais do que necessário
em qualquer momento histórico, já que é esse profissional, no
uso de sua principal ferramenta (a comunicação), que mune a
sociedade de informação, promovendo o conhecimento para
que se forme opinião qualificada. Por isso, a discussão, a reflexão
e o posicionamento fazem parte dessa atmosfera, na qual o
convidamos a ingressar, bem como dos resultados desse estudo.
Seção 3.1
A modernidade, as bases do individualismo e o
papel das instituições
Diálogo aberto
Neste diálogo aberto, com base nas características do
individualismo pós-moderno, valorizado pelas redes sociais da
internet, que tal analisar o papel do jornalista no exercício de sua
função? O Twitter é um ótimo instrumento para começar uma
reportagem, já que costuma ser o precursor de grandes notícias ou
até mesmo daquelas de menor peso na mídia. Com 140 caracteres,
mais um vídeo amador ou uma imagem fotográfica de celular se
obtém uma pauta (um direcionamento para a reportagem) que possa
repercutir internacionalmente. Pelo Facebook, é possível conseguir
depoimentos de pessoas envolvidas no fato. E com uma ferramenta
de instant messenger, como a do próprio Facebook, o WhatsApp ou
o Telegram, por exemplo, é possível entrevistar acompanhantes e
vítimas, polícia, autoridades, analistas etc., tudo solitariamente, sem
precisar sair da redação ou mesmo de casa. Essa atitude se estende
a outras áreas. O home office é uma prática adotada por algumas
empresas, inclusive. As cidades, com seus congestionamentos,
agradecem; o transporte coletivo se esvazia; as calçadas ficam mais
calmas; e surge o discurso sobre a qualidade de vida. Os narcisistas
se fotografam felizes no Instagram, as organizações representativas
passam a ser virtuais, assim como seus discursos, e o papel da
instituição representativa das classes se digitalizam. E o jornalismo de
contato, de olho no olho, de detalhamento imagético não é mais
necessário?
Exemplificando
Como exemplo, para uma melhor compreensão, usamos a retórica
da filósofa Márcia Tiburi. Ela explica o individualismo, como ele se
configura na sociedade moderna, sua relação próxima do narcisismo
e exemplifica seu papel com a forte contribuição das redes sociais para
o estabelecimento desse conceito. Seu depoimento está no vídeo a
seguir, produzido pelo canal Philos.
Assimile
O consumismo caracteriza-se pela compulsão do indivíduo por
comprar produtos e serviços desenfreadamente e até mesmo sem
ser necessário. É resultado dos apelos do capitalismo, do qual surgiu a
sociedade de consumo, oriunda da Revolução Industrial, que teve como
principal aspecto o incremento da produção em série e da circulação
de mercadorias por conta dessa produção em escala. A industrialização
promoveu o marketing, pela necessidade de desova dos produtos
fabricados, e com ele o desenvolvimento econômico, tal como se dá
no liberalismo (doutrina que defende a liberdade política e econômica).
O narcisismo configura-se em uma posição do indivíduo em sentir e
expressar um amor exacerbado por si próprio. Para Freud, surge o
narcisismo quando tal sentimento ultrapassa o limite da normalidade
do ponto de vista psicológico e psiquiátrico, avançando para o caráter
doentio. Este termo, narcisismo, origina-se da mitologia grega e conta a
história de um belo jovem que, por desprezar o amor da ninfa Eco, foi
condenado a apaixonar-se por sua própria imagem espelhada na água e
acabou morrendo afogado.
Assimile
René Descartes, um dos mais importantes filósofos do período
moderno, foi um racionalista francês que viveu no século XVII. É citado
com frequência em estudos filosóficos de várias áreas do conhecimento.
Defende que a filosofia atue como uma árvore, em que a metafísica
representa a raiz, a física é o tronco e as ciências são os galhos, e que a
moral se relacione ao mais alto grau da sabedoria. Defendeu que existe o
dualismo mente/corpo e que as relações não sejam unidirecionais. Seus
estudos contemplam também a ética, entendendo ser um raciocínio
que deveria funcionar como um guia para nossas ações.
Pesquise mais
A revolução copernicana recebeu esse nome do filósofo Immanuel
Kant, a partir do problema do conhecimento levantado pelo astrônomo
Nicolau Copérnico (1473-1543), o qual formulou a teoria heliocêntrica, ou
seja, a de que os planetas giravam em torno do Sol, contrariando a tese
de Aristóteles e Ptolomeu de que a Terra ocupava o centro do universo,
o que estaria de acordo com os dogmas da Igreja Católica. Diante disso,
Avançando na prática
Quebra de sigilo de fonte jornalística
Descrição da situação-problema
Em maio de 2017, em plena fase da Operação Laja Jato da
Polícia Federal do Paraná, quando se publicaram as delações
dos executivos da JBS, bem como um grampo de conversas
telefônicas, um site de notícias divulga texto de conversa entre
um jornalista e a irmã de um senador, estes dois últimos citados
nas investigações. Ela acabara de ser presa e ele acabara de ser
afastado do Senado, por suposto envolvimento em recebimento
de propina e lavagem de dinheiro. Inicialmente, questionou-se o
Resolução da situação-problema
A Constituição garante sigilo da fonte, ou seja, a Justiça
cometeu deslize ao divulgar a gravação da conversa. Entretanto,
o comportamento do profissional, quando se posiciona sobre
determinado assunto com suas fontes, ou seja, emitindo sua
opinião, pode representar a violação da ética. Não há punição legal
para esses casos, mas podem ferir a moral própria. No caso, o
jornalista se colocou ao lado de sua fonte quando fez críticas à
publicação da revista em que ele trabalhava e à Procuradoria Geral
da República, como ficou constatado na gravação.
Diálogo aberto
O voo 6.237 da Avianca, das 19h05min, de 3 de junho de 2017, que
deixou Brasília rumo ao Aeroporto Santos Dumont (RJ), poderia ser
um fato normal, sem qualquer registro na mídia, não fosse o encontro
entre participantes de um congresso do PT e a jornalista Miriam Leitão,
da TV Globo. Ela saía da capital federal depois de gravar seu programa
para a Globo News e eles voltavam do evento do partido ocorrido
na mesma cidade. Segundo relato da própria jornalista, publicado
dez dias depois em seu blog, ela teria sofrido agressão verbal pelos
participantes do congresso, durante as duas horas de voo. Ela escreve:
“Sofri um ataque de violência verbal por parte de delegados do PT
dentro de um voo. Foram duas horas de gritos, xingamentos, palavras
de ordem contra mim e contra a TV Globo” (LEITÃO, 2017, s.p). Disse
ter sofrido ameaças e ter sido acusada de defender posições que não
defende. Em seu texto, intitulado “O ódio a bordo”, ela relata que foi
hostilizada desde o momento em que os congressistas entravam no
avião e que foi chamada de terrorista, a mesma palavra que ouvira
aos 19 anos de idade, quando sofreu repressão militar no período de
ditadura. O fato, entretanto, foi desmentido pelo site TV Foco, cujo
texto publicado tem o título “Surgem evidências de que jornalista da
Globo Miriam Leitão pode ter mentido sobre supostos ataques”. Duas
pessoas que estavam no mesmo avião declararam ao site que as
maiores críticas e xingamentos eram dirigidos à TV Globo e que isso
durou somente nos primeiros minutos, até o avião decolar. Depois
disso, todos teriam se calado. Como o desmentido veio de um site
pouco conhecido da grande mídia, para a opinião pública prevaleceu
o que a jornalista expôs. Esse caso pode ser entendido como um
relato sofista com ausência de princípios para ação humana?
- É ético ouvir. Mais ético ainda é ouvir mais do que falar. Isso vale para
clientes internos ou externos, subordinados ou gestores.
Vocabulário
Devir: segundo o dicionário Michaelis, o termo significa vir a ser, tornar-
se, devenir. Trata-se de um processo de transformação constante pelo
qual passam todos os seres e todas as coisas. É o mesmo que vir a ser.
Resolução da situação-problema
A partir do pressuposto de que uma ação humana se caracteriza
por escolhas, as quais são colocadas numa relação de prioridades,
o grupo Tigre estava diante de duas opções: esperar a crise passar
ou enfrentá-la. Escolheu, então, a segunda. Porém, não teria
condições de fazer esse enfrentamento sozinho. Precisava de seus
colaboradores, parceiros e consumidores. E, como em toda relação
Exemplificando
Comunidade primitiva
Para compreendermos a comunidade primitiva e o contraste
da sociedade de classe, precisamos analisar as formações sociais
primitivas, sua relação com a produção e o papel político-ideológico
da educação nesse contexto. Como as sociedades possuem
formações sociais e culturais diferenciadas, as relações também se
constituem dessas características. E são essas, mais as necessidades
e ideologias, que auxiliam o homem no convívio com a natureza. “A
ideologia é, aí, um sistema de ideias, de representações que domina o
espírito de um homem ou de um grupo social.” (ALTHUSSER, 2001, p.
81) É com trabalho que o indivíduo colabora com sua sobrevivência,
reforça sua ideologia, participa da vida em sociedade e em grupos
sociais. E com o trabalho, ou seja, os meios de produção, formam-
se as forças produtivas, as quais se diferem de acordo com o perfil e
o trabalho profissional de cada grupo. Em uma sociedade primitiva,
quem detém a produção e os produtos é a tribo, razão pela qual
não se consideram as estruturas hierárquicas ou a meritocracia. A
educação que prevalece é a não formal, ou seja, os ensinamentos
passam de pai para filho.
¹ Educomunicação surgiu como um movimento na década de 1970, pelo esforço do professor Ismar de Oliveira
Soares, da USP, e se consolidou como conceito e metodologia pedagógica a partir da década seguinte. Seu
objetivo é o de utilizar, na aprendizagem, as novas tecnologias associadas à mídia para unir a educação com a
comunicação e a multimídia de forma colaborativa e interdisciplinar.
Reflita
Quando surge o cristianismo, o ser humano passa a ser considerado,
por si mesmo, incapaz de fazer o bem e as virtudes. Essa concepção
contempla a ideia do dever como moral. Tanto pelo Antigo quanto pelo
Novo Testamentos, Deus passou a estabelecer e a representar a lei a ser
seguida pelos seres humanos. E só Ele aponta o bem e o mal, a salvação
e o castigo, a virtude e o vício, a alegria e a tristeza. Desobedecendo-o,
o indivíduo viola a ética. Dessa forma, sendo a ética direcionada pelo
cristianismo, ou seja, estabelecida por Deus, qual seria o auxílio divino
que possibilitaria a vida ética?
Exemplificando
Embora sejam antigos, os coletivos ganham cada vez mais força na
atualidade, por conta de seu caráter político, pela liberdade de expressão
e, sobretudo, pela facilidade dos canais, viabilizados com o apoio das
novas tecnologias. Como já lembrava Foucault (1994 apud DUARTE,
2016), esses grupos são mediados por uma relação de amizade ou
de autoridade, atuando de maneira a estabelecer uma liberdade que
propicie uma nova forma de se reconhecer e ser reconhecido por
outros. Os coletivos também permitem um comportamento calcado
em regras próprias, sendo seus integrantes livres, inclusive, a propor e
até impor novas regras. Isso se observa em qualquer que seja o coletivo,
tanto político quanto sindical e de trabalhador ou identitários, como é
o caso do movimento LGBT, feministas, mulheres negras, Marcha das
Vadias, entre outros.
Avançando na prática
O direito das mulheres
Descrição da situação-problema
Um dos movimentos sociais que mais se proliferam na atualidade
relaciona-se aos direitos de causas, como dos negros, LGBT, mulheres,
entre outros. É muito importante abordar os direitos, porque eles
universalizam as questões sociais e os problemas gerais relacionados.
Segundo Maria Glória Gohn (2013), é a partir dos direitos que se
Resolução da situação-problema
Uma das formas de legitimar o direito de as mulheres jornalistas
obterem o respeito de seus públicos, além de dispor de um espaço
específico para suas manifestações, foi a criação do Coletivo de
Jornalistas Feministas Nísia Floresta. Ele nasceu em Curitiba, em
2015, com o objetivo de integrar mulheres jornalistas e feministas e
se tornar um espaço para a discussão sobre as intersecções entre
o jornalismo e o feminismo. “Aqui, podemos discutir pautas, sugerir
fontes [às] mulheres, debater a participação da mulher na profissão,
divulgar relatórios a respeito do tema, postar links para o debate sobre
Jornalismo e Feminismo e também temas em geral que envolvam
a mulher e o feminismo.” Essa é a justificativa que consta no site do
coletivo. Uma das ações do coletivo é o Trampos das Minas, criado
para dar mais representatividade feminina e respeito e diversidade às
experiências. Com o propósito de impactar pessoas, gerar conexões
e fomentar transformações, a iniciativa visa ao empoderamento
feminino e à abertura de espaço para o empreendedorismo e a
criatividade como forma de ter visibilidade no mercado de trabalho.
Por meio dessa ação, pretende-se dialogar com outros grupos,
a fim de contribuir com outras causas relacionadas ao trabalho. O
movimento ingressou nas redes sociais digitais, o que facilita ainda
mais a integração com outros grupos afins.
Pesquise mais
Quem foi Maquiavel?
Avançando na prática
O mito e a ética
Descrição da situação-problema
Em 2012, o Sport Clube do Recife apresentou uma campanha
de doação de órgãos que sensibilizou não apenas seus torcedores
mas também um grande público de dentro e até de fora do Brasil. O
objetivo era obter doadores, por meio de uma carteirinha do clube
e de um cadastro do torcedor. O resultado, segundo informou o
marketing do clube, foi de que, em menos de três dias, mais de 900
torcedores já haviam aderido à campanha, cujo slogan era: “Pelo
Sport tudo até depois da morte”. O time mostrou que a conquista
de títulos é válida, mas que há outras necessidades que também
podemos buscar, como um transplante de órgão. Para estimular o
engajamento, a ação contemplou um vídeo com torcedores que
estavam na fila de espera para doação do Instituto de Órgãos de
Pernambuco. A criação foi da agência Ogilvy. O vídeo da campanha
mostra casos reais de pessoas que doaram e de outras que foram
beneficiadas com as doações. No vídeo indicado a seguir, produzido
pela Ogilvy Brazil, pode-se conhecer a campanha: <https://www.
youtube.com/watch?v=-8GFcAlWhBM>. Acesso em: 23 ago. 2017.
Esse caso pode ser analisado do ponto de vista da ética e do
mito?
Reflita
O fim da lei de imprensa, em 2009, como se pode ver, gerou
críticas e descontentamento por parte de jornalistas. Entretanto, o
fato foi defendido por outras pessoas, como o professor de Direito
Constitucional da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Zulmar Fachin.
A maior crítica é que, apesar de ter sido criada no regime militar, era
voltada especificamente a jornalistas, havendo a defesa do trabalho
desses profissionais. Sem a lei, a atividade jornalística torna-se vulnerável
a ações processuais, cerceando a liberdade de imprensa. Considera-se
também que o Brasil é um dos poucos países que não possui uma lei de
imprensa. Para o professor de Zulmar Fachin, o fato de não existir mais
uma lei de imprensa não significa que a liberdade esteja comprometida.
A seu ver, a imprensa pode se manifestar de forma mais ampla, estando
sua atividade assegurada pela Constituição Federal.
Códigos de ética
Define-se código de ética como um documento que estipula as
diretrizes de atuação profissional no tocante às relações humanas.
Levando-se em conta atitudes, posturas, escrita ou fala, estabelece
regras morais de acordo com aquelas determinadas pela sociedade.
O código tem a função de fixar normas para o devido comportamento
das pessoas dentro de um grupo ou uma instituição. Em 2017, o
código de ética dos jornalistas brasileiros completou 30 anos. Sua
última atualização ocorreu em 2007. Nela houve a colaboração de
12 sindicatos, além de professores e jornalistas que encaminharam
290 sugestões à Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj). Antes
de ser finalizado, foi encaminhado aos sindicatos para se submeter
a uma nova avaliação, sendo concluído a partir de votação no
Congresso Extraordinário de Vitória/ES, naquele mesmo ano.
Pesquise mais
Para conhecer melhor o código de ética de RP, veja no link do sindicato
dos profissionais de Relações Públicas a íntegra do texto: <http://www.
sinprorp.org.br/Codigo_de_etica/001.htm>. Acesso em: 15 ago. 2017.
Avançando na prática
Falha na identificação do público
Descrição da situação-problema
Uma falha em peça publicitária do título de capitalização Tele
Sena, em março de 2012, provocou a proibição de sua veiculação.
Como se pode ver no site da Exame, em reportagem intitulada
“7 fracassos de marketing embaraçosos em 2012”, o comercial
utilizou a banda Restart, voltada ao público infantojuvenil, para
divulgar o produto do Grupo Silvio Santos. A falha estaria na
definição equivocada do público, segundo apontou a revista, já
que títulos de capitalização, como é o caso, conforme estabelece
a lei, só podem ser adquiridos por pessoas com idade acima de 16
anos. Os participantes ainda concorriam a brindes, como figurinhas
colecionáveis da Restart e até a uma viagem a Orlando, nos Estados
Unidos. Conclusão: o comercial foi proibido pelo Conar. A quem
pode ser atribuída a responsabilidade por essa falha? É possível
afirmar que houve violação do código de ética? Segue o link com
a reportagem: <http://exame.abril.com.br/marketing/7-fracassos-
de-marketing-vergonhosos-de-2012/>. Acesso em: 15 ago. 2017.
Resolução da situação-problema
A responsabilidade sobre um caso como esse cabe a várias
áreas, tanto ao responsável pela comunicação da empresa, ou
seja, o diretor ou presidente, quanto aos setores de marketing,
publicidade e relações públicas, de dentro da companhia e/
ou de agência contratada. Do ponto de vista de comunicação,
podemos afirmar que houve falha no planejamento. Quanto ao
código de ética e legislação, não há muita clareza nesse sentido
propriamente, mas pode-se afirmar que houve falta de ética ao
se vender ao produto a um público que não pode comprá-lo. Ou
seja, não é ético divulgar algo interessante, com possibilidades
Assimile
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em sua página
web, define que:
Pesquise mais
Além dos capítulos que tratam de definições, normas e recomendações,
o código de ética estabelece cinco princípios para a atividade do
profissional de publicidade e propaganda, conforme seguem:
Reflita
Como vimos, o segmento de publicidade e propaganda possui
três frentes relacionadas à ética. A primeira é o Código de Ética da
área, que foi instituído em 1957; a segunda é o Código Brasileiro de
Autorregulamentação Publicitária (CBAP; e a terceira é o Conselho
Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar). Por que é
necessário haver os três? Qual a diferença entre eles?
Avançando na prática
Nokia assume que errou em peça publicitária
Descrição da situação-problema
A Nokia Lumia, cujo ponto alto de suas mensagens publicitárias
era a qualidade tecnológica de sua câmera pure view, lançou um
vídeo de campanha divulgando seu novo produto, um smartphone
que continha máquina fotográfica de qualidade profissional. O
filme traz um rapaz fotografando sua namorada em vários lugares
por onde passavam. A peça seria perfeita não fosse o reflexo em
um trailer, aos 27 segundos do vídeo, que mostra uma câmera
profissional gravando a cena. Constrangida, a anunciante confessou
ter havido fraude nessa e em outras peças da campanha.
O caso ocorreu nos Estados Unidos. Se fosse no Brasil, como
você entende que agiria o Conar?
Segue o vídeo do comercial da Nokia Lumia Pure View,
produzido pela Tech Tantrik: <https://www.youtube.com/
watch?v=UuX9TVEDbos>. Acesso em: 30 jul. 2017.
Resolução da situação-problema
Se a falha do comercial da Nokia Lumia tivesse ocorrido no
Brasil, o Conar, depois de receber denúncia, que pode ser do
público, de outros anunciantes, como concorrentes, por exemplo,
discute o assunto entre os conselheiros, com base no código de
ética do setor. A decisão final certamente seria a de suspender a
veiculação do filme, já que ele fere preceitos éticos destacados no
código, entre os quais o de faltar com a verdade perante o público.
I - Da igualdade
II - Da facilitação de defesa (ou da segurança)
III - Da conservação dos contratos
IV - Da Informação
V - Da revisão das cláusulas contratuais
VI -Da solidariedade
Agora, assinale a alternativa com a associação correta:
a) 1 – IV; 2 – II; 3 – V; 4 – III; 5 – VI; 6 – I.
b) 1 – III; 2 – VI; 3 – II; 4 – I; 5 – IV; 6 – V.
c) 1 – V; 2 – III; 3 – VI; 4 – II; 5 – I; 6 – IV.
d) 1 – II; 2 – I; 3 – IV; 4 – V; 5 – VI; 6 – III.
e) 1 – VI; 2 – III; 3 – IV; 4 – V; 5 – I; 6 – II.