Geografia Cultural e Da Religião
Geografia Cultural e Da Religião
Geografia Cultural e Da Religião
e da Religião
Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Débora Vanessa Régis Ferreira Sampaio
a
S192g
ISBN 978-65-5663-234-6
ISBN Digital 978-65-5663-235-3
CDD 900
Impresso por:
Apresentação
Caros alunos, este livro reúne uma série de discussões textuais
referentes à compreensão da geografia cultural discutida amplamente nas
academias, principalmente após o processo de renovação, que fomentou os
debates mais recentes desse significativo subcampo da ciência geográfica.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
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REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 237
UNIDADE 1 —
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Sejam bem-vindos! A partir de agora, vocês estão convidados a navegar
em um mar de conhecimento que, por muito tempo, foi negligenciado pela
comunidade acadêmica geográfica: a geografia cultural, um campo da geografia
humana que se firmou cientificamente e temporalmente. Supera mais de 100 anos
de história do pensamento geográfico, tendo, como focos, as análises baseadas
entre homem, espaço e cultura.
3
UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
DICAS
4
TÓPICO 1 — AS INTERFACES DA APLICABILIDADE DA CULTURA NO ÂMBITO DO DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA
ATENCAO
5
UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
Kultur
Culture
Civilization
FONTE: O autor
6
TÓPICO 1 — AS INTERFACES DA APLICABILIDADE DA CULTURA NO ÂMBITO DO DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA
NOTA
7
UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
NOTA
8
TÓPICO 1 — AS INTERFACES DA APLICABILIDADE DA CULTURA NO ÂMBITO DO DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA
9
UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
Cultural/Social
Psicológico/Biofísico
Orgânico
Inorgânico
FONTE: O autor
10
TÓPICO 1 — AS INTERFACES DA APLICABILIDADE DA CULTURA NO ÂMBITO DO DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA
11
UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
NOTA
Cliford Geertz
12
TÓPICO 1 — AS INTERFACES DA APLICABILIDADE DA CULTURA NO ÂMBITO DO DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA
NOTA
13
UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
Geografia
Base de estudo para o subcampo
da Geografia Cultural.
Geografia
Cultural
Interesses da disciplina Geografia Cultural
FONTE: O autor
14
TÓPICO 1 — AS INTERFACES DA APLICABILIDADE DA CULTURA NO ÂMBITO DO DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA
Claval (1997) afirma que o homem interpreta o mundo por meio dos
sentidos inerentes a ele. Com a visão, observa-se as formas, audição, ruídos e,
com olfato, aromas. “[...] O homem age, primeiramente, em função das indicações
que ele recebe dos sentidos” (CLAVAL, 1997, p. 93).
15
UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
16
TÓPICO 1 — AS INTERFACES DA APLICABILIDADE DA CULTURA NO ÂMBITO DO DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA
NOTA
As culturas também não são como um programa fixo, definido, mas são
heterogêneas, principalmente entre os entes da sociedade, em seus processos de
construção. Imagine o Brasil, onde as regiões possuem suas particularidades entre
cultura, fauna, flora, paisagens, e todas as dinâmicas espaciais, incluindo grupos sociais
que carregam identidade própria. Certamente, a partir de um processo de recebimento de
cultura que todo e qualquer indivíduo se desenvolve.
17
UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
NOTA
18
TÓPICO 1 — AS INTERFACES DA APLICABILIDADE DA CULTURA NO ÂMBITO DO DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA
20
TÓPICO 1 — AS INTERFACES DA APLICABILIDADE DA CULTURA NO ÂMBITO DO DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA
21
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Outro nome importante que rompeu com o antigo paradigma sobre uma cultura
pronta e engessada foi o sociólogo Stuar Hall. Ele propôs aliar as temáticas
sociais com as simbólicas para, então, compreender a cultura. Em seus estudos,
trata, por exemplo, das relações entre cultura e meios de comunicação, história
e cultura, etnias, gênero e outros temas.
22
• A geografia cultural foi substanciada pelas cíclicas revisões na conceituação
da cultura, como a abdicação do entendimento supraorgânico da cultura. Há
a possibilidade de assimilar a cultura através de coisas comuns do dia a dia
familiar, no ambiente de convívio social, linguagens, habilidades referentes a
classes ou minorias sociais.
23
AUTOATIVIDADE
24
3 Sobre a teoria cultural supraorgânica, assinale a alternativa CORRETA:
4 Quem foi o autor da antropologia que teve, como foco, neutralizar qualquer
significado fixo para teorizar a cultura? Ainda, não se limitou às respostas
prontas e acabadas como receitas herdadas, mas, em seu estudo, apresentava
os mais diversos grupos sociais em relações dinâmicas com as dimensões
simbólicas, significando e ressignificando a cultura.
a) ( ) Stuart Hall.
b) ( ) Franz Boas.
c) ( ) Clifford Geertz.
d) ( ) Edward Tylor.
25
26
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Caros alunos, chegamos ao Tópico 2. Nesta fase de estudos, vamos
ancorar na leitura e refletir sobre uma breve apresentação da longa história do
pensamento geográfico e suas contribuições para a formação e estabelecimento
da geografia cultural.
27
UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
28
TÓPICO 2 — UMA REFERÊNCIA AOS PERÍODOS DE DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA CULTURAL
30
TÓPICO 2 — UMA REFERÊNCIA AOS PERÍODOS DE DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA CULTURAL
se uma sutil abordagem cultural, cujo foco limitava-se às técnicas e hábitos dos
grupos humanos. Nas interações analisadas entre o homem e o meio ambiente,
eram percebidas atividades de subsistência, como preparo do solo, cultivo,
colheita de alimentos, caça, pesca, criação de animais e a produção de utensílios,
como ferramentas.
31
UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
ter uma vida simples, com recursos restritos. O comportamento era distinto do
praticado pelos alemães, por exemplo, que se instalaram nas várzeas dos vales,
locais de grandes terrenos com capacidade para criação de animais e práticas de
cultivo da terra.
NOTA
Goethe foi um escritor clássico do Século XVIII, conhecido por sua dedicação
em disseminar o movimento cultural do romantismo. Herder, por construir um papel
importante nas ciências humanas. Quando fundamentou o conceito de cultura, contribuiu
para interpretação de textos filosóficos do romantismo. Contrário às teorias filosóficas
francesas proeminentes, teceu a teoria do desenvolvimento histórico mediante a base de
cultura nacional, que se justificava pelo período de unificação territorial que a Alemanha
passava (PEDROSA, 2015).
32
TÓPICO 2 — UMA REFERÊNCIA AOS PERÍODOS DE DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA CULTURAL
HISTORICISMO
Oriundo do Idealismo
NOTA
33
UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
Entusiasmado, Sauer não parou e, assim, viajou por todo o país do México,
América Central e Antilhas, com o objetivo de investigar os aspectos da geografia
histórico-regional (GADE, 2011). Segundo Speth (2011), Sauer tinha uma visão
disciplinar baseada no historicismo com incursões atuais. Por meio da geografia
americana desenvolvida por ele, alguns dogmas deterministas foram excluídos,
proporcionando, ao pensamento geográfico, o foco no homem enquanto ser, e
agente modificador da natureza e da cultura.
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TÓPICO 2 — UMA REFERÊNCIA AOS PERÍODOS DE DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA CULTURAL
35
UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
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TÓPICO 2 — UMA REFERÊNCIA AOS PERÍODOS DE DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA CULTURAL
NOTA
37
UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
Cultura:
Classifica seres humanos e áreas ocupadas pelos grupos.
Área Cultural:
Região/território habitado em qualquer período determinado, por
comunidades humanas e caracterizado por culturas específicas.
GEOGRAFIA CULTURAL
Paisagem Cultural:
Tem uma função de descrição sistemática, e apresenta uma base para
classificação regional, possibilitando uma reflexão sobre a responsabilidade
do indivíduo frente às alterações geográficas, desvendando alguns aspectos
culturais de cultura de comunidades culturais.
História da Cultura:
Na reconstrução da sucessão local e regional de culturas e da história das
origens e dispersões culturais, adotam-se muitos dos mesmos indicadores
considerados na definição de áreas culturais contemporanêas.
Ecologia Cultural:
Compara dados observáveis, examina diferentes condições da paisagem.
Com o intuito investigativo, visa descobrir quais elementos da paisagem
podem ser vinculados a práticas recorrentes.
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TÓPICO 2 — UMA REFERÊNCIA AOS PERÍODOS DE DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA CULTURAL
DICAS
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UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
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TÓPICO 2 — UMA REFERÊNCIA AOS PERÍODOS DE DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA CULTURAL
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UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
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TÓPICO 2 — UMA REFERÊNCIA AOS PERÍODOS DE DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA CULTURAL
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UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
A partir do olhar, Corrêa (2011, p. 170) expõe que “[...] a diversidade cultural
não pode ser restrita às convencionais diferenças raciais, étnicas, linguísticas ou
religiosas”. Para Geertz (2008), quando o conceito de cultura delineia formas,
torna-se limitado, pois age especificando, sufocando e representando uma análise
não esclarecedora, apontando que não é adequado elaborar uma “Teoria Geral de
Interpretação Cultural”, tendo em vista que:
Cada grupo social produz cultura, e essa são várias, e podem ser recriadas,
heterogêneas e variantes.
44
TÓPICO 2 — UMA REFERÊNCIA AOS PERÍODOS DE DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA CULTURAL
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UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
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TÓPICO 2 — UMA REFERÊNCIA AOS PERÍODOS DE DESENVOLVIMENTO DA GEOGRAFIA CULTURAL
DICAS
47
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
48
AUTOATIVIDADE
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, até o presente momento, trouxemos, nos tópicos
anteriores, uma contextualização importante sobre os parâmetros em que
a geografia cultural se posicionou. Aparentemente localizadas em esferas
longínquas, as grandes escolas do pensamento geográfico, a exemplo da França,
Alemanha e Estados Unidos da América, tocaram, literalmente, a geografia no
Brasil, sim, algumas influências mais fervorosas, outras menos, mas assim que se
fortaleceu o campo cultural.
51
UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
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TÓPICO 3 — A CENTRALIDADE DA ABORDAGEM DA GEOGRAFIA CULTURAL NO BRASIL: UM CAMINHAR PARALELO ENTRE A
ORIGEM, “NEGLIGÊNCIA” E DINAMISMO
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UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
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TÓPICO 3 — A CENTRALIDADE DA ABORDAGEM DA GEOGRAFIA CULTURAL NO BRASIL: UM CAMINHAR PARALELO ENTRE A
ORIGEM, “NEGLIGÊNCIA” E DINAMISMO
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UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
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TÓPICO 3 — A CENTRALIDADE DA ABORDAGEM DA GEOGRAFIA CULTURAL NO BRASIL: UM CAMINHAR PARALELO ENTRE A
ORIGEM, “NEGLIGÊNCIA” E DINAMISMO
Claval (2011, p. 157) aponta que L’homme et la terre “[...] foi escrito em uma
linguagem magnífica, clara, musical”.
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UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
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TÓPICO 3 — A CENTRALIDADE DA ABORDAGEM DA GEOGRAFIA CULTURAL NO BRASIL: UM CAMINHAR PARALELO ENTRE A
ORIGEM, “NEGLIGÊNCIA” E DINAMISMO
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UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
O segundo núcleo foi fundado pelo professor Sylvio Fausto Gil Filho, em
2003, na Universidade Federal do Paraná. O NUPPER surge como um grupo de
investigação científica baseado nas humanidades, incluindo a geografia cultural.
São analisados fenômenos religiosos frente ao dualismo da singularidade e
pluralismo.
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TÓPICO 3 — A CENTRALIDADE DA ABORDAGEM DA GEOGRAFIA CULTURAL NO BRASIL: UM CAMINHAR PARALELO ENTRE A
ORIGEM, “NEGLIGÊNCIA” E DINAMISMO
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UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
NOTA
A fé bahá’í refere-se à religião que teve origem em 1844, na antiga Pérsia, onde
se localiza, atualmente, o Irã. Seu fundador foi Mírzá Husayn ‘Ali Nurí. Após sua trajetória,
a fé bahá’í destinou-se a defender uma mensagem da unidade mundial. A destinação
da peregrinação para Akká tem correspondência com a história da religião. O lugar é
considerado uma Terra Santa para os devotos (GIL, 2012).
62
TÓPICO 3 — A CENTRALIDADE DA ABORDAGEM DA GEOGRAFIA CULTURAL NO BRASIL: UM CAMINHAR PARALELO ENTRE A
ORIGEM, “NEGLIGÊNCIA” E DINAMISMO
LEITURA COMPLEMENTAR
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UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
pois, afinal, o que é visto como novo pode desafiar o establishment geográfico. No
entanto, os adeptos da geografia cultural brasileira são, por definição, adeptos de
uma heterotopia geográfica, sem a ascendência de nenhum grupo.
Em 1995, foi lançado, pelo NEPEC, o periódico Espaço e Cultura, com dois
números por ano. Em seu Conselho Consultivo fazem parte, entre outros, Marvin
Mikesell, Denis Cosgrove, Paul Claval, representantes, respectivamente, da
perspectiva saueriana, da denominada nova geografia cultural e da visão francesa
em geografia cultural. O teólogo Leonardo Boff (Teologia da Libertação) também
é membro do Conselho. No fim de 2003, quinze números foram publicados.
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TÓPICO 3 — A CENTRALIDADE DA ABORDAGEM DA GEOGRAFIA CULTURAL NO BRASIL: UM CAMINHAR PARALELO ENTRE A
ORIGEM, “NEGLIGÊNCIA” E DINAMISMO
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UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
66
TÓPICO 3 — A CENTRALIDADE DA ABORDAGEM DA GEOGRAFIA CULTURAL NO BRASIL: UM CAMINHAR PARALELO ENTRE A
ORIGEM, “NEGLIGÊNCIA” E DINAMISMO
Apesar de muitos dos doze artigos não revelarem uma explícita base
teórica, caracterizando-se como descrições ou interpretações superficiais, trata-se
de um grande esforço que representa um grande passo no processo de construção
de uma sólida e rica geografia cultural brasileira.
67
UNIDADE 1 — UMA VERSÃO INTRODUTÓRIA DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA CULTURAL, CONTEXTOS, ABORDAGENS,
RETRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
Com uma superfície de 8,5 milhões de km2 e uma população superior a 170
milhões de habitantes, a geografia cultural tem muito mais a fazer. Especialmente
porque rápidos e intensos processos de transformações econômica, social e
cultural alteram a distribuição espacial da população, valores, hábitos e crenças, a
paisagem cultural e os significados atribuídos à natureza e às formas socialmente
produzidas. Ainda, há áreas para povoamento. País industrializado e urbanizado,
com moderna atividade agropecuária e áreas de fronteira de povoamento, o
Brasil oferece contrastes que incluem desde a região metropolitana de São Paulo,
com 18 milhões de habitantes, até selvagens vales da bacia amazônica, áreas de
colonização alemã e áreas de decadentes plantações canavieiras. Ainda, áreas
com fortes conflitos pela terra.
FONTE: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. A geografia cultural no Brasil. Rio de Janeiro: Universi-
dade Federal do Rio de Janeiro, 2005.
CHAMADA
68
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Por traz dos resultados de uma geografia cultural sólida no Brasil, houve
um processo de formação da subdisciplina que iniciou academicamente no
decorrer da década de 1930, com a criação de órgãos e cursos de geografia. A
influência francesa predominou com perspectivas regionais de Deffontaines e
demais geógrafos. Quanto à introdução cultural na geografia, esta restringiu-
se a aparições sutis como partes dos estudos regionais, evidenciadas pelas
construções de templos de igrejas e manifestações culturais visíveis.
69
AUTOATIVIDADE
70
3 O período da construção da geografia cultural no Brasil foi marcado por uma
escala temporal e, a partir de 1990, a dimensão espacial da cultura passou
por um processo de expansão, ou seja, de um relativo desconhecimento
do subcampo ao conhecimento e aceitação. De acordo com a afirmativa, é
correto afirmar que:
71
UNIDADE1—UMAVERSÃOINTRODUTÓRIADAHISTÓRIADAGEOGRAFIACULTURAL,CONTEXTOS,ABORDAGENS,RETRAÇÕESEDESENVOLVIMENTO
72
UNIDADE 2 —
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
73
CHAMADA
74
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, seja bem-vindo à Unidade 2. A partir deste momento,
convidamos você a aprofundarem os seus conhecimentos a respeito da disciplina
da geografia, a Geografia Cultural. A proposta permite que cada um entenda
que a cronologia dos fatos representados pela dimensão tempo – espaço não se
passou rapidamente, como vem sendo contada em parágrafos curtos, mas ela
cruza séculos até o presente momento. A geografia absorveu, verdadeiramente,
cada transformação social, cultural, econômica, natural, compreensões objetivas,
subjetivas, materiais e imateriais, até se elevar à categoria de ciência, mesmo
quando se tornou um conhecimento sistematizado. A inquietação por métodos
e novas possibilidades de pesquisa fez ela se arriscar e meandrar por discussões
diversas e heterotópicas.
75
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
NOTA
76
TÓPICO 1 — APROFUNDAMENTO DAS PERSPECTIVAS E APLICAÇÕES DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO FRENTE À
INTERPRETAÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
NOTA
FONTE: O autor
A geografia é uma ciência que pode ser analisada por prismas diferentes,
mas sempre atenuando as relações com o espaço e as dinâmicas da sociedade.
Embora muitos não saibam, o conhecimento da geografia se inicia com a
apreensão, experiência e descoberta, através do senso comum. Possivelmente,
esse conhecimento geográfico acompanha o homem desde a sua existência,
atravessando séculos, até o estabelecimento como ciência.
Esta parte busca trazer tais informações, visando estabelecer uma linha
cronológica de fatos, portanto, será notório o resgate histórico da dinâmica do
conhecimento geográfico. Possivelmente, vocês também perceberão trechos que
sinalizarão as forças espiritual e religiosa na formação da sociedade e construção
dos seus espaços.
77
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
78
TÓPICO 1 — APROFUNDAMENTO DAS PERSPECTIVAS E APLICAÇÕES DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO FRENTE À
INTERPRETAÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
FONTE: <https://i.pinimg.com/originals/d0/41/e6/d041e6b2b19c8875740372447a6ca1be.jpg>.
Acesso em: 2 set. 2020.
79
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
FONTE: <https://3.bp.blogspot.com/-0WF8aZDAdvY/VOM4bJVYuKI/
AAAAAAAAADQ/9Y07QInb6P8/s1600/2.jpg>. Acesso em: 4 set. 2020.
FONTE: <https://www.destinoparaiba.pb.gov.br/wp-content/uploads/2019/08/agreste-
N00000181-Itacoatiara-Ing%C3%A1-PB-www.caciomurilo.com_.jpg>. Acesso em: 2 set. 2020.
80
TÓPICO 1 — APROFUNDAMENTO DAS PERSPECTIVAS E APLICAÇÕES DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO FRENTE À
INTERPRETAÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
Quando os povos são retratados, fica evidenciado que, apesar deles serem
singulares, tendo em vista que, individualmente, eles se apresentavam cada um
com seus hábitos, costumes e cultura, entende-se que tal formação demonstra o
início de uma futura vida urbana que pode se tornar real a partir do momento em
que comunidades ou povos específicos passam a não hostilizar, mas a respeitar
culturas diversas, incluindo, principalmente, a união e reverência a deuses. No
caso, é perceptível a importância dada ao universo religioso frente à criação das
primeiras cidades.
81
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
82
TÓPICO 1 — APROFUNDAMENTO DAS PERSPECTIVAS E APLICAÇÕES DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO FRENTE À
INTERPRETAÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
FONTE: <https://blog.kakaocdn.net/dn/T008G/btqEq72pwnC/o1LqkzZhc8LPk6JIvaxiE0/img.jpg>.
Acesso em: 2 set. 2020.
83
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
FONTE: <https://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/historia/hist_cart_6.jpg>.
Acesso em: 2 set. 2020.
84
TÓPICO 1 — APROFUNDAMENTO DAS PERSPECTIVAS E APLICAÇÕES DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO FRENTE À
INTERPRETAÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
85
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
Para quem desconhece a geografia de Kant na Era das Luzes, vale ressaltar
que ele assume um papel preponderante, pois realizou o entendimento de uma
geografia física que valorizava para além das rochas, valorizava os seres vivos,
incluindo o homem. Ele criou uma forma de enxergar o planeta Terra em uma
maior dimensão, vislumbrando as relações constantes entre seres humanos e
natureza. Os seus ensinamentos foram influenciados pelas reflexões dos geógrafos
anteriores: Eratóstenes, Ptolomeu, Estrabão e Varenius. Os estudos da terra foram
realizados pelas experiências de campo que ele tomava dos relatos vivenciados
por Foster e Humboltd. Essa trajetória provocou o desenvolvimento da obra
kantiana, um material com uma identidade original, para a fase da geografia,
próxima à sistematização científica.
DICAS
86
TÓPICO 1 — APROFUNDAMENTO DAS PERSPECTIVAS E APLICAÇÕES DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO FRENTE À
INTERPRETAÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
NOTA
87
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
88
TÓPICO 1 — APROFUNDAMENTO DAS PERSPECTIVAS E APLICAÇÕES DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO FRENTE À
INTERPRETAÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
A divisão social precisa ser ocultada para que se crie uma comunhão
entre os que nascem num mesmo lugar, falam a mesma língua e
respeitam as mesmas tradições. A língua encarna a possibilidade de
uma unidade cultural, unidade intricadamente ligada a um tempo
(história) e a um espaço (geografia) (PEREIRA, 1999, p. 27-28).
89
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
Medidas
• No ano de 1763, o ensino primário foi instituído como obrigatório para o sexo
masculino.
• No século XIX, no ano de 1839, apenas seriam empregadas crianças a partir dos
nove anos que, minimamente, tivessem três anos concluídos de estudo.
• O ano de 1860 foi marcado pela escolarização obrigatória para todos os
prussianos dos seis aos quinze anos.
Respostas
90
TÓPICO 1 — APROFUNDAMENTO DAS PERSPECTIVAS E APLICAÇÕES DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO FRENTE À
INTERPRETAÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
91
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
DICAS
92
TÓPICO 1 — APROFUNDAMENTO DAS PERSPECTIVAS E APLICAÇÕES DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO FRENTE À
INTERPRETAÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
área descrita possuía sua singularidade, pois apenas nela ocorriam combinações
de fenômenos únicos. O empenho pela compreensão do desenvolvimento
humano, atrelado à relação do homem e meio ambiente, fortalece a discussão da
totalidade implantada na sua obra.
93
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
94
TÓPICO 1 — APROFUNDAMENTO DAS PERSPECTIVAS E APLICAÇÕES DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO FRENTE À
INTERPRETAÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
Partiu-se do princípio de que essa “nova geografia” foi formada por uma
alquimia de combinações distintas, então, pode-se reconhecer o “[...] legado
saueriano, a contribuição da tradição inglesa da geografia social, assim como
os aportes da fenomenologia, hermenêutica, materialismos histórico e dialético,
ciências sociais, como a antropologia interpretativa, linguística, história da arte e
a semiótica” (CORRÊA, 2011, p. 8).
DICAS
A segunda leitura congrega quatro artigos compostos por Peter Jackson, Denis
Cosgrove, James Duncan e Nancy Duncan.
Acesse: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/espacoecultura/article/view/7075/5010.
95
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
96
TÓPICO 1 — APROFUNDAMENTO DAS PERSPECTIVAS E APLICAÇÕES DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO FRENTE À
INTERPRETAÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
97
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Uma conexão entre elementos da ordem cultural era muito comum, a exemplo
da influência religiosa na formação social e do conhecimento. Existia, sempre,
uma relação muito forte em torno da relação homem, espaço e religião, o que
contribuía para a formação do conhecimento, embora, ainda, não tenha caráter
científico. A princípio, as cavernas eram compreendidas como santuários; a
formação da localização espacial através dos primeiros mapas, a exemplo do
T-0; o mapa que priorizou Jerusalém numa posição central, e com um desenho
semelhante à cruz, símbolo cristão; e, até mesmo, as escolhas de autoridades que
regiam a sociedade, pois elas tinham que apresentar uma premissa religiosa,
que pode ser compreendida culturalmente.
98
• A renovação da geografia ocorreu, intensamente, nos Estados Unidos, por
críticas realizadas à escola sauariana e ao conceito do supraorgânico, por
James S. Duncan, em 1980. Na Inglaterra, um elo foi proposto entre a geografia
cultural e a social, por Peter Jackson. Com relação às primeiras temáticas da
geografia cultural radical (referentes aos materialismos histórico e dialético),
trabalhou-se com a perspectiva de produzir materiais culturais e políticos para
explicar categorias da geografia.
99
AUTOATIVIDADE
3 Com relação aos autores contemporâneos, qual foi referência por criticar a
geografia sauariana no ano de 1980?
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, esta fase compreende uma singela parte do processo de
renovação da geografia cultural, que se distribuiu em pesquisas bases com
nomes de referência para a ciência, ressignificação de conceitos, persistência
e desafios para a produção do conhecimento, na área da geografia, para além
das influências econômicas, políticas e relações de classe sociais. Esse momento
sinaliza as novas dimensões dos estudos a respeito da evolução das discussões
e narrativas ancoradas no espaço frente às dinâmicas culturais. A interpretação
dimensiona a cultura, espaço e tempo, mediante suas ocorrências nos caráteres
material e imaterial.
101
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
102
TÓPICO 2 — APOIOS, DINAMISMO E RESISTÊNCIA DA COMPOSIÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
NOTA
Anualmente, desde 1991, aqueles que fazem a diferença com suas obras e meio
de pesquisa são selecionados, e, assim como toda seleção, existe um tramite a ser seguido,
com o Vautrin Lud não é diferente. Em etapa eliminatória, 240 profissionais da geografia
escolhem alguns nomes para ser levados ao júri final, que é composto por cinco geógrafos
de distintas nacionalidades, e, a partir das análises minuciosas das obras é que sairá o
geógrafo coroado do ano. No Brasil, apenas Milton Santos teve esse reconhecimento,
datado no ano de 1994.
Vautrin Lud foi um cônego, líder religioso e estudioso da cosmografia. Ele dirigia
uma equipe dos trabalhos referentes aos mapas e, a partir da conciliação das informações
das expedições marítimas, elaborava representações dos continentes. Uma das imagens
mais esperadas e emblemática foi o mapa do novo mundo, que teve, como parceiro, o
integrante acadêmico Martin Waldseemüller.
103
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
DICAS
104
TÓPICO 2 — APOIOS, DINAMISMO E RESISTÊNCIA DA COMPOSIÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
105
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
Existe uma relação muito direta entre as formas simbólicas com o espaço,
pois essa conexão transforma as formas simbólicas em formas simbólicas
espaciais, a partir do momento em que os fixos e fluxos são incluídos no processo
de compreensão. Assim, todo o conjunto passa a fazer sentido.
NOTA
106
TÓPICO 2 — APOIOS, DINAMISMO E RESISTÊNCIA DA COMPOSIÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
FONTE: <https://cdn.civitatis.com/reino-unido/londres/galeria/palacio-buckingham-cambio-
guardia.jpg>. Acesso em: 2 set. 2020.
107
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
Segundo Corrêa (2005, p. 12), “as instituições religiosas, por outro lado,
ao construírem seus templos e outras formas simbólicas, materializam o local
do culto e exibem o poder da instituição ao comunicar a mensagem religiosa
proclamada, que une e identifica a comunidade dos seus fiéis”.
FONTE: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcRJ827IYsnRfhJnfZfkHq
UVpSK2SDJV3Z-i4A&usqp=CAU>. Acesso em: 2 set. 2020.
108
TÓPICO 2 — APOIOS, DINAMISMO E RESISTÊNCIA DA COMPOSIÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
FONTE: <https://www.culturamix.com/wp-content/uploads/2020/06/Rua-Marielle-Franco.jpg>.
Acesso em: 2 set. 2020.
109
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
FONTE: <https://mundovastomundo.com.br/wp-content/uploads/2018/12/Cemit%C3%A9rio-
judaico2-e1545506694980.jpg>. Acesso em: 2 set. 2020.
FONTE: <https://noticias.r7.com/fotos/marcha-para-jesus-leva-milhares-de-fieis-as-ruas-de-sao-
-paulo-veja-fotos-20062019#!/foto/1>. Acesso em: 4 set. 2020.
110
TÓPICO 2 — APOIOS, DINAMISMO E RESISTÊNCIA DA COMPOSIÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
• Absoluta
111
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
FONTE: <https://www.paraibacriativa.com.br/artista/os-pioneiros-da-borborema/>.
Acesso em: 4 set. 2020.
112
TÓPICO 2 — APOIOS, DINAMISMO E RESISTÊNCIA DA COMPOSIÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
Outro exemplo pode ser o Riacho do Ipiranga – São Paulo, local que detém
um significado do dia da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822. O
fato foi narrado em uma cena iconográfica, pelo artista plástico Pedro Américo,
em sua obra de arte “Independência ou Morte”, de 1888, sessenta e seis anos após
o ocorrido.
FONTE: <https://culturanerdegeek.com.br/wp-content/uploads/2016/09/Independence_of_
Brazil_1888.jpg>. Acesso em: 2 set. 2020.
113
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
DICAS
• Relativa
FONTE: O autor
114
TÓPICO 2 — APOIOS, DINAMISMO E RESISTÊNCIA DA COMPOSIÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
• Relacional
FONTE: <https://i1.wp.com/becodaspalavras.com/wp-content/uploads/2018/09/museu-do-
amanha.jpg?fit=1280%2C720&ssl=1>. Acesso em: 2 set. 2020.
115
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
DICAS
116
TÓPICO 2 — APOIOS, DINAMISMO E RESISTÊNCIA DA COMPOSIÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
Para Corrêa (2007, p. 11), “toponímia constitui uma forma simbólica que
identifica um logradouro público, bairro, cidade, país ou forma da natureza,
atribuindo um significado que pode valorizar ou estigmatizar o próprio objeto”.
Acadêmico, não será tão difícil você perceber, em uma escala micro, no seu
estado, município, ruas comerciais ou residenciais, as influências da toponímia.
Ainda, pode ser visto, em escalas macro, nas realidades internacionais, que os
lugares passam a ser renomeados em virtude de decisões políticas, identitárias,
influenciadas pela relação de poder territorial e outros fatores.
117
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
118
TÓPICO 2 — APOIOS, DINAMISMO E RESISTÊNCIA DA COMPOSIÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
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UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
120
TÓPICO 2 — APOIOS, DINAMISMO E RESISTÊNCIA DA COMPOSIÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
FONTE: O autor
121
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
DICAS
122
TÓPICO 2 — APOIOS, DINAMISMO E RESISTÊNCIA DA COMPOSIÇÃO DA GEOGRAFIA CULTURAL
Outro aspecto importante da feira foi, sem dúvida, o sentido político que
ela compartilhou. Colocava, frente a frente, “as formas simbólicas associadas à
Alemanha nazista, à Itália fascista, à Espanha republicana e à União Soviética”
(CORRÊA, 2005, p. 15).
123
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Claval denomina que todos os fatos geográficos também possuem uma origem
cultural, e que boa parte dos geógrafos franceses investe em reconstruir a
geografia humana a partir das bases da cultura.
• As formas simbólicas espaciais ocorrem por toda superfície terrestre, não apenas
através de uma perspectiva econômica, mas também por um simbolismo.
Podem ser materiais e imateriais, e, através da identidade, reconectam-se com
o passado, reconstruindo. Com os nortes do futuro, buscam a permanência ou
as transformações.
• Para todas as formas simbólicas espaciais, existem políticas que as regem, como
a política locacional, que compreende localização absoluta, localização relativa
e localização relacional, e a política de escala, que se divide em dimensão
absoluta e dimensão relacional.
124
AUTOATIVIDADE
1- Localização absoluta.
2- Localização relativa.
3- Localização relacional.
4- Dimensão absoluta.
5- Dimensão relacional.
126
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, chegamos ao fim da Unidade 2. Temos, como objetivo
principal, trazer o conhecimento de alguns temas que enobrecem e evidenciam a
riqueza da interpretação cultural da geografia. Como um subcampo, a geografia
cultural se apresenta calcada na tradição do século XIX, porém, com novas
feições adquiridas no final do século XX, mudanças aparentes e importantes que
incluem novos temas, além das novas dimensões que não se limitam a estudar a
materialidade cultural, mas a imaterialidade.
127
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
Forma
Materializa-se no visível.
Exemplos: Shopping,
Casas, Praças.
Processo Função
Ações de dinamicidade Aplica a função das formas
e transformação sobre a Exemplo: Trabalho,
estrutura. Residência, Lazer.
Estrutura- sociedade
Sustentáculos das formas.
Exemplo: Econômico,
Social, Cultural,
Politico.
128
TÓPICO 3 — POSSIBILIDADES DE ESTUDO A PARTIR DA COMPREENSÃO DAS DIMENSÕES CULTURAIS DO ESPAÇO
129
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
130
TÓPICO 3 — POSSIBILIDADES DE ESTUDO A PARTIR DA COMPREENSÃO DAS DIMENSÕES CULTURAIS DO ESPAÇO
131
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
Ele propõe que você, enquanto ser humano, permita-se relacionar com
o meio utilizando aspectos despercebidos, os subjetivos. Entende-se que estes
se caracterizam por todas as suas sensações, sentimentos e ideias, por um
determinado lugar e sua paisagem.
132
TÓPICO 3 — POSSIBILIDADES DE ESTUDO A PARTIR DA COMPREENSÃO DAS DIMENSÕES CULTURAIS DO ESPAÇO
DICAS
133
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
134
TÓPICO 3 — POSSIBILIDADES DE ESTUDO A PARTIR DA COMPREENSÃO DAS DIMENSÕES CULTURAIS DO ESPAÇO
135
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
136
TÓPICO 3 — POSSIBILIDADES DE ESTUDO A PARTIR DA COMPREENSÃO DAS DIMENSÕES CULTURAIS DO ESPAÇO
137
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
138
TÓPICO 3 — POSSIBILIDADES DE ESTUDO A PARTIR DA COMPREENSÃO DAS DIMENSÕES CULTURAIS DO ESPAÇO
139
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
Rosendahl (1996) diz que os estudos de Sack apontam que a Igreja Católica
Romana possui duas características principais: uma se refere às questões tangíveis,
como as imponentes estruturações físicas, hierarquia eclesiástica, propriedades
de terras e a ampla membresia; a outra é a representação intangível, referente às
ordens espiritual, religiosa e aos princípios desenvolvidos.
140
TÓPICO 3 — POSSIBILIDADES DE ESTUDO A PARTIR DA COMPREENSÃO DAS DIMENSÕES CULTURAIS DO ESPAÇO
141
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
142
TÓPICO 3 — POSSIBILIDADES DE ESTUDO A PARTIR DA COMPREENSÃO DAS DIMENSÕES CULTURAIS DO ESPAÇO
143
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
DICAS
144
TÓPICO 3 — POSSIBILIDADES DE ESTUDO A PARTIR DA COMPREENSÃO DAS DIMENSÕES CULTURAIS DO ESPAÇO
A notoriedade das imagens fez Yi-Fu Tuan (1979), em um dos seus escritos,
comparar o estudo médico da anatomia e a ciência geográfica. O princípio subsiste
em que ambas necessitam de representações para serem ensinadas: a primeira
constrói conhecimento através do estudo do corpo humano e suas estruturas
representadas pelo esqueleto, e, a segunda, por meio das representações das
imagens, por meio das câmeras.
145
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
DICAS
146
TÓPICO 3 — POSSIBILIDADES DE ESTUDO A PARTIR DA COMPREENSÃO DAS DIMENSÕES CULTURAIS DO ESPAÇO
{
Grande área
Competência
Desenvolvimento do
raciocínio articulado
espacial e temporal.
Ciências Humanas Geografia + História
DICAS
147
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
148
TÓPICO 3 — POSSIBILIDADES DE ESTUDO A PARTIR DA COMPREENSÃO DAS DIMENSÕES CULTURAIS DO ESPAÇO
Unidades Objetos de
Habilidades
temáticas conhecimento
149
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
150
TÓPICO 3 — POSSIBILIDADES DE ESTUDO A PARTIR DA COMPREENSÃO DAS DIMENSÕES CULTURAIS DO ESPAÇO
DICAS
151
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
Unidades Objetos de
Habilidades
temáticas conhecimento
(EF04GE01) Selecionar, em seus lugares de vivência e em
suas histórias familiares e/ou da
Território e comunidade, elementos de distintas culturas (indígenas,
diversidade de outras regiões do país, latino-americanas, europeias,
cultural asiáticas etc.), valorizando o que é próprio em cada uma
delas e sua contribuição para a formação das culturas local,
O sujeito e o regional e brasileira.
seu lugar no Processos
(EF04GE02) Descrever processos migratórios e suas
mundo migratórios no
contribuições para a formação da sociedade brasileira.
Brasil
Instâncias do
(EF04GE03) Distinguir funções e papéis dos órgãos do
poder público
poder público municipal e canais de participação social na
e canais de
gestão do município, incluindo a Câmara de Vereadores e
participação
Conselhos Municipais.
social
(EF04GE04) Reconhecer especificidades e analisar a
Relação campo
interdependência do campo e da cidade, considerando
e cidade
fluxos econômicos, de informações, de ideias e de pessoas.
Unidades (EF04GE05) Distinguir unidades político-administrativas
político- oficiais nacionais (Distrito, Município, Unidade da
Conexões e
administrativas Federação e grande região), suas fronteiras e sua hierarquia,
escalas
do Brasil localizando seus lugares de vivência.
(EF04GE06) Identificar e descrever territórios étnico-
Territórios culturais existentes no Brasil, como terras indígenas e de
étnico-culturais comunidades remanescentes de quilombos, reconhecendo a
legitimidade da demarcação desses territórios.
Trabalho no
(EF04GE07) Comparar as características do trabalho no
Mundo do campo e na
campo e na cidade.
trabalho cidade
Produção, (EF04GE08) Descrever e discutir o processo de produção
circulação e (transformação de matérias-primas), circulação e consumo
consumo de diferentes produtos.
(EF04GE09) Utilizar as direções cardeais na localização
Sistema de
Formas de de componentes físicos e humanos nas paisagens rurais e
orientação
representação urbanas.
e pensamento Elementos (EF04GE10) Comparar tipos variados de mapas,
espacial constitutivos identificando suas características, elaboradores, finalidades,
dos mapas diferenças e semelhanças.
Natureza, (EF04GE11) Identificar as características das paisagens
Conservação e
ambientes e naturais e antrópicas (relevo, cobertura vegetal, rios
degradação da
qualidade de etc.) no ambiente em que vive, além da ação humana na
natureza
vida conservação ou degradação dessas áreas.
152
TÓPICO 3 — POSSIBILIDADES DE ESTUDO A PARTIR DA COMPREENSÃO DAS DIMENSÕES CULTURAIS DO ESPAÇO
153
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
FONTE: <https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/7/competencia-3-repertorio-cultural>.
Acesso em: 26 ago. 2020.
154
TÓPICO 3 — POSSIBILIDADES DE ESTUDO A PARTIR DA COMPREENSÃO DAS DIMENSÕES CULTURAIS DO ESPAÇO
155
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
LEITURA COMPLEMENTAR
Uma paisagem árida, com rochas aparentes, além do sol, seca e calor,
transmite, dentre tantas sensações, um sentimento único de pertencimento,
de que ser um indivíduo forte é uma decisão da vida, superar-se mediante as
adversidades naturais e sociais se torna uma obrigação, e não uma possibilidade
de escolha.
156
TÓPICO 3 — POSSIBILIDADES DE ESTUDO A PARTIR DA COMPREENSÃO DAS DIMENSÕES CULTURAIS DO ESPAÇO
157
UNIDADE 2 — ESPAÇO E CULTURA: UM BALANÇO FUNDAMENTAL, UM CAMINHO PARA A CONTEMPORANEIDADE
Esse trecho aponta para um sujeito que enxerga, nas preces religiosas, um
acalento, um refúgio que ameniza os caminhos árduos da vida. Ele se interessa
pelo diverso, pela dicotomia da sua formação cultural, advogando as diferentes
dimensões identitárias por meio da religião, e nos apresentando uma ideia de
como o pluralismo religioso é aplicado ao mais simples dos homens e como tal
ato interfere na sua formação identitária.
DICAS
158
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
159
AUTOATIVIDADE
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
161
162
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Seja bem-vindo a terceira e última unidade de Geografia
Cultural! Ao longo das Unidades 1 e 2, apresentamos, a vocês, um dos campos
geográficos que mais cresce e se difunde na geografia. Essa ocorrência pode
ser observada não apenas no Brasil, mas na América Latina, Estados Unidos,
Europa e Ásia. Isso é perceptível, graças ao número crescente de referências e
estudos publicados nos últimos anos. É muito comum, hoje, ao acessarmos
plataformas educacionais e periódicos, encontrarmos diversos artigos e trabalhos
de pesquisadores que possuem interesse pela dinâmica espacial da cultura.
Na obra Sobre Carl Sauer (2011), o Professor Roberto Lobato Corrêa – UFRJ
(muito conhecido em seus trabalhos sobre geografia urbana, o meio urbano e
seus diferentes agentes e atores sociais) apresenta, aos geógrafos e interessados
nos estudos da cultura, um estudo que tinha interesse em dialogar com outras
ciências, como a antropologia, a história e a sociologia. Os estudos de Sauer
foram de suma importância para o desenvolvimento de uma geografia cultural
da primeira metade do século XX.
163
UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
FONTE: O autor
164
TÓPICO 1 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
FONTE: O autor
165
UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
166
TÓPICO 1 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
2 DISCUSSÕES
FIGURA 4 – AS DIFERENTES RELIGIÕES
FONTE: O autor
167
UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
168
TÓPICO 1 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
FONTE: O autor
169
UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
A relação entre a hierofania e seus estudos sobre Porto das Caixas ocorre
com a manifestação do sagrado em uma cruz no Santuário de Jesus Crucificado,
nome atual da antiga Igreja de Nossa Senhora da Conceição. No ano de 1968,
durante uma missa, o Padre Carlos Guillena observou gotas de líquido vermelho,
que fora confundido, em um primeiro momento, como possível tinta, dado o calor
oriundo daquela região localizada no recôncavo da Baia de Guanabara, uma das
áreas mais quentes.
A partir da sua tese, a autora produziu dois livros que fizeram grande
sucesso na Coleção Geografia Cultural da EdUERJ, que hoje conta com mais de
23 livros. O primeiro livro lançado em 1996 – Espaço e Religião: Uma Abordagem
Geográfica, e o de 1999 – Hierópolis: o Sagrado e o Urbano. Ambos os livros são
reconhecidos não apenas como principais coleções do mundo sobre geografia
cultural e geografia da religião, mas também pelas suas diferentes cores.
170
TÓPICO 1 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
FONTE: O autor
• Professor Sylvio Fausto Gil Filho – geógrafo e doutor em história pela UFPR
em 2002, é participante e um dos fundadores do Núcleo de Pesquisa em Religião –
NUPPER e do Núcleo de Estudos em Espaço e Representações – NEER. Sylvio, vinte
anos após os estudos de Rosendahl, possui os seus estudos baseados nas filosofias
do significado, na fenomenologia e com reflexões mais históricas e filosóficas
dos estudos da religião na geografia. Em seus estudos, assim como na geografia
humanista, a fenomenologia ganha importância. A partir da fenomenologia, a
geografia passa a estudar um campo mais diversificado, integrando as relações
dos indivíduos com os lugares, com a subjetividade, com os sentimentos,
experiências.
171
UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
• Além dos três professores aqui apresentados, dentro do cenário brasileiro dos
estudos geográficos da religião, ainda, podemos destacar nomes de professores
e pesquisadores, como:
172
TÓPICO 1 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
173
UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
174
TÓPICO 1 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
175
UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
176
TÓPICO 1 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
• Religião, território e
territorialidade
• Religião civil, sacralidade
Dimensão Econômica: Sagrado e identidade
e Profano
• Bens simbólicos,
mercados e redes
Dimensão do Lugar:
177
UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
5 HIERÓPOLIS OU CIDADES-SANTUÁRIO
Antes de chegarmos aqui, já estávamos abordando o nome hierópolis
ou cidades-santuário. Elas são cidades que possuem uma dinâmica espacial
diferenciada. O nome hierópolis serve para designar e qualificar as cidades que
possuem uma predominância do sagrado frente às funções de cada cidade, ou
seja, a função religiosa é predominante entre as funções econômica, política e
social. Há uma dinâmica diferenciada das funções nessas cidades.
As tipologias são:
178
TÓPICO 1 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
179
UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
180
TÓPICO 1 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
FIGURA 9 – POUSADAS
FONTE: O autor
181
UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
FONTE: O autor
182
TÓPICO 1 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
FONTE: O autor
183
UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
FONTE: O autor
184
TÓPICO 1 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
185
UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
FONTE: O autor
186
TÓPICO 1 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
187
UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
188
TÓPICO 1 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
189
UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
LEITURA COMPLEMENTAR
190
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
191
• As hierópolis ou cidades-santuário são utilizadas, por geógrafos e cientistas da
religião, para designar e qualificar cidades que possuem uma ordem espacial,
predominando a lógica do sagrado. A função religiosa é predominante entre
as funções econômica, política e social. Há uma dinâmica diferenciada nessas
cidades: o sagrado possui papel importante como agente social e, os peregrinos,
modeladores do espaço urbano dessas cidades.
192
AUTOATIVIDADE
193
194
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
FONTE: O autor
195
UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
196
TÓPICO 2 — O SAGRADO E A CIDADE: OLHARES SIMBÓLICOS RELIGIOSOS
197
UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
Lynch (1999), em seus estudos sobre a cidade, traz que ela não é apenas
um objeto estudado ou percebido por milhões de pessoas com classes sociais e
características diversas, mas também como produto de muitos construtores, que,
por razões próprias, nunca deixam de vir a modificar sua estrutura. Para Lynch
(1999), a cidade se, por linhas gerais, pode ser estável por algum tempo, por
outro lado, está em constante modificação em seus detalhes. Um controle parcial
poderia ser exercido apenas em seu crescimento e forma.
198
TÓPICO 2 — O SAGRADO E A CIDADE: OLHARES SIMBÓLICOS RELIGIOSOS
199
UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
200
TÓPICO 2 — O SAGRADO E A CIDADE: OLHARES SIMBÓLICOS RELIGIOSOS
objetivado, materializado, e que aparece através daquilo que Carlos (2009) chama
entre o construído – as casas, ruas, avenidas, estradas, e o não construído, o natural
de um lado e o movimento de outro, com relação ao deslocamento de homens e
mercadorias.
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E
IMPORTANT
Qual será a
importância do
homem religioso
no processo de
desenvolvimento de
uma cidade?
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Carlos (2009) vincula a existência das cidades a, pelo menos, seis elementos.
São eles:
1) divisão do trabalho;
2) divisão da sociedade em classes;
3) acumulação tecnológica;
4) produção do excedente agrícola decorrente da evolução tecnológica;
5) um sistema de comunicação;
6) uma certa concentração espacial das atividades não agrícolas.
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FONTE: <https://www.politiquemagazine.fr/culture/fustel-de-coulanges-historien-de-la-communion/>.
Acesso em: 19 jun. 2020.
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Essas questões nos fazem pensar na ideia da cidade erguida pela vontade
de deus e o sacerdote-rei que a dominava, possuindo um simbolismo de poder
e dominação, um ser semidivino, um elo de mediar o homem e o ser superior,
fazendo essa conexão entre o céu e a terra.
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UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
DICAS
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A cidade, em sua gênese, possuía um objetivo inicial, que veio sendo modificado
e alterado no decorrer do desenvolvimento da sociedade urbana. Isso ocorreu
através dos processos de industrialização, o advento de novas tecnologias e o
capital (BEAUJEU-GARNIER, 1983; LEFEBVRE, 1976). A cidade, antes vista
em uma concepção de bem-estar social e qualidade de vida, passa a ser um
modelo de reprodução capitalista, em suas diferentes esferas.
• O homem passa a ser visto não como pessoa, mas como operário. Ele se torna
apenas uma expressão do tempo. É o tempo que dá a medida da vida e impõe
um ritmo, o urbano. O tempo passa o todo, o homem, em consequência, não
é nada além de um operário. Ele só se distingue do outro pela qualidade e
quantidade produzida em seus serviços e ações – o mundo dos homens passa
a ser o mundo das coisas (CARLOS, 2009).
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• Na geografia urbana, diversos são os agentes que contribuíram para os
processos de transformação, remodelação e crescimento do espaço urbano e
das cidades: os agentes modeladores do espaço. Alguns desses agentes são: o
Estado, os proprietários dos meios de produção, os proprietários fundiários, os
promotores imobiliários, os grupos sociais excluídos, analisados a partir dessa
perspectiva (CORRÊA, 1999).
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AUTOATIVIDADE
3 Durante a leitura do texto, fica clara a divisão em duas versões com relação
à gênese e à origem das cidades. Se pararmos para analisar, ambas as
construções podem ser articuladas entre si, elas não são indissociáveis, e
apresentam diferentes perspectivas durante os processos. Rosendahl (2009)
apresenta as diferenças de cada uma dessas visões e suas características.
Quais seriam essas visões, seus principais autores e linhas de pensamento?
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TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
FIGURA 17 – DIFUSÃO MIDIÁTICA DA FÉ
FONTE: O autor
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FONTE: <https://wearesocial.com/special-reports/digital-in-2017-global-overview>.
Acesso em: 15 out. 2017.
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UNIDADE 3 — ESPAÇO E RELIGIÃO: UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA
FONTE: O autor
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TÓPICO 3 — NOVAS DINÂMICAS DO SÉCULO XXI – RELIGIÃO E HIPERMODERNIDADE
Para poder realizar a gestão dos seus territórios, a Igreja Católica criou,
a partir de uma territorialidade religiosa, ações para o controle. Com relação
à territorialidade, devemos destacar que se trata de uma ação realizada de
maneira individual ou em grupo. É preciso realizar uma influência ou controle
de pessoas, fenômenos e relações, possibilitando, dessa maneira, o controle sobre
uma determinada área (SACK, 1986). Segundo Rosendahl (2002; 2003; 2012;
2018), interpretar o fenômeno religioso, no contexto em questão, é de extrema
importância para inquirir a estratégia geográfica de controle de pessoas e coisas
em territórios onde a religião se estrutura enquanto instituição.
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Tal defesa vem com o Papa João Paulo II durante o 36° Dia Mundial das
Comunicações Sociais, no ano de 2002, que frisou a importância da internet para
a Igreja. Segundo ele, a internet se constitui como um novo foro, uma nova frente
de evangelização. Ele ressalta, ainda, que a internet pode vir a ser usada tanto
em aspectos benéficos, como também na ação de expor os piores aspectos da
natureza humana. Para ele, o espaço cibernético é, por assim dizer, uma nova
fronteira que se abre no início do novo milênio, e ainda continua, ao enfatizar
que, para a Igreja, o novo mundo do espaço cibernético é uma exortação à grande
aventura do uso do seu potencial, proclamando a mensagem evangélica (PAPA
JOÃO PAULO II, 2002).
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TÓPICO 3 — NOVAS DINÂMICAS DO SÉCULO XXI – RELIGIÃO E HIPERMODERNIDADE
Seguindo a mesma estratégia dos Papas João Paulo II e Bento XVI, o atual
Papa Francisco, durante uma Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações
Sociais (PCCS), no ano de 2013, ressaltou que é importante a presença da Igreja
no mundo da comunicação, para dialogar com o homem de hoje e levá-lo ao
encontro de Cristo, na certeza, porém, de que somos meios e que o problema
fundamental não é a aquisição de tecnologias sofisticadas, embora necessárias
para uma presença atual e válida (CANÇÃO NOVA NOTÍCIAS, 2013).
A Web 2.0 ainda trouxe novas funções e uma Web mais participativa,
com o surgimento dos blogs, chats, mídias sociais e redes sociais, como Facebook,
Twitter, Instagram, YouTube e Wikipédia. O internauta, além da interatividade que
passou a ganhar, veio a produzir seu próprio conteúdo. Essas novas ferramentas
geraram uma revolução exponencial no mercado. A internet passou a ter, cada
vez mais, importância, e seus seguidores passaram a ser tendências e fontes de
divulgação e consumo.
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FONTE: O autor
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Dimensão do Lugar:
FONTE: O autor
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DICAS
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O avançar desse encadeamento social hodierno está também nas relações que
se intensificam cada vez mais, abraçadas pelos processos ligados ao avanço
das redes de comunicação, em uma sociedade em redes (CASTELLS, 1999) e,
principalmente, pelo ciberespaço e pela cibercultura (LÉVY, 1996; 1999).
• A religião se adapta diante dessas novas práticas sociais, nas quais a sociedade
está inserida. A Igreja Católica Apostólica Romana, por exemplo, que
durante muitos anos se manteve conservadora, frente às novas realidades
de comunicação, com a perda de fiéis, passou a compreender que o domínio
poderoso da comunicação religiosa (ciberespaço e as mídias) deve ser de
extrema relevância e oportuno para a manutenção do poder de gestão religiosa
no mundo.
233
• O Ciberespaço, o Mass Media, as Online Communities, os meios de comunicação
(TV, rádio, internet), sistemas operacionais móbile, como o Android, da Google,
e iOS, da Apple, e as mídias/redes sociais no ciberespaço, como Facebook,
Snapchat, YouTube, Twitter, Tumblr, Google+, Instagram, Flick, WhatsApp, são novas
estratégias que possibilitam, à Igreja, ter ação de poder, domínio e controle dos
fiéis.
CHAMADA
234
AUTOATIVIDADE
235
236
REFERÊNCIAS
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