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Semana 3

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Enem

Semana

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Sumário
Faixa base

Sais minerais.......................................................................................................................5

Cadeias alimentares e teias tróficas...................................................................................16

Teoria das ideias de Platão...............................................................................................30

Gráficos do MU.................................................................................................................42

Movimento uniformemente variado (MUV)......................................................................58

Exercícios sobre Termometria...........................................................................................71

Crise do Fordismo.............................................................................................................79

Modelo flexível: Toyotismo...............................................................................................89

O Renascimento Artístico e Cultural................................................................................101

Reforma e Contrarreforma................................................................................................116

Gêneros literários: lírico e dramático...............................................................................128

Regra de três simples.......................................................................................................150

Quadriláteros notáveis: definição e propriedades do paralelogramos.............................161

Escala...............................................................................................................................173

Quadriláteros notáveis: definição e propriedades dos trapézios.....................................184

Demonstrando no vestibular............................................................................................197

Palavras invariáveis: preposições, interjeições e palavras denotativas............................204

Evolução dos modelos atômicos e atomística..................................................................218

Tratamento de água e esgoto..........................................................................................235


Sumário

Interpretação do tema e planejamento do texto..............................................................248

Auguste Comte e o positivismo.......................................................................................260

Aprofundamento
Adaptações à falta de água em animais e plantas.............................................................271

Movimento Uniformemente Variado (M.U.V)..................................................................284

Liberalismo, Keynesianismo e neoliberalismo.................................................................293

O Mundo Medieval..........................................................................................................302

Potenciação, radiciação, produtos notáveis e fatoração..................................................314

Classes variáveis e invariáveis..........................................................................................321

Métodos de separação de misturas.................................................................................328

Análise de atualidades: crises existenciais......................................................................340

Escrita criativa e autoral..................................................................................................346

Processo de socialização e instituições sociais...............................................................354


Biologia

Sais minerais

Objetivo
Aprender o que são os sais minerais e quais são suas funções.

Curiosidade
Os sais minerais são inorgânicos e considerados micromoléculas; ou seja, moléculas pequenas, que não
precisam ser digeridas para serem absorvidas pelo nosso organismo.

Teoria

Antes de falar sobre os sais minerais, precisamos aprender dois novos conceitos: macronutrientes e
micronutrientes. Os macronutrientes são aqueles necessários em grande quantidade pelo nosso organismo,
enquanto os micronutrientes são aqueles que podem estar em menor quantidade. Essa classificação não
tem relação com o tamanho da molécula ou da substância, mas com a importância dela no nosso organismo.
No caso dos sais minerais, podemos chamá-los também de macrominerais ou microminerais.

Como vimos no capítulo sobre a água, substâncias orgânicas e inorgânicas são importantes para o bom
funcionamento do organismo. Assim como a água, os sais minerais são substâncias inorgânicas, ajudam a
formar diversas moléculas e participam de diversas reações químicas no nosso organismo.

Os sais minerais podem ser encontrados dissolvidos no plasma celular, associados a moléculas orgânicas
ou mineralizadas. Também são encontrados em diferentes tipos de alimentos. De maneira geral, podemos
dizer que os sais constituem diversas moléculas e reações químicas importantes — como a hemoglobina,
que transporta gases, como gás carbônico (CO2) e oxigênio (O2); a clorofila, que participa da fotossíntese; e o
ATP, principal molécula armazenadora de energia.

Veja, a seguir, as funções e como podemos encontrar os principais sais minerais para os seres vivos:
• Cálcio (Ca): macronutriente. Participa da formação de ossos e dentes, contração muscular e coagulação
sanguínea. Sua falta provoca problemas nos ossos, como osteoporose e raquitismo. Nas plantas, ajuda
na constituição da parede celular, formação do grão de pólen e na absorção de micronutrientes. O cálcio
pode ser encontrado em laticínios e folhas verdes (brócolis, espinafre, alface etc.);
• Cloro (Cl): macronutriente. Importante para a fabricação do ácido clorídrico presente no estômago. Nas
plantas, ajuda no crescimento e desenvolvimento, participando também da regulação osmótica. Sua falta
causa deficiência na digestão de proteínas. É encontrado no sal comum;
• Cobalto (Cb): age com a vitamina B12, participando da formação das hemácias e estimulando crescimento
e combatendo infecções cutâneas. Nas plantas, ajuda na fixação de nitrogênio, sendo muito importante
em plantações. Está presente em alimentos ricos em vitamina B12 e outros, como amendoim, ervilha,
manteiga e alguns peixes;

1
Biologia

• Cromo (Cr): auxilia as enzimas ao longo das reações do metabolismo energético. Este sal não é muito
importante para plantas, sendo encontrado em baixas quantidades. Está presente em cereais integrais e
carnes;
• Enxofre (S): macronutriente. Participa da formação de aminoácidos e proteínas, tanto em animais quanto
em plantas. Pode ser encontrado em diversas carnes e vegetais;
• Ferro (Fe): participa da composição da hemoglobina. Sua falta pode causar anemia ferropriva. Nas
plantas, participa dos processos de fotossíntese, respiração e fixação de nitrogênio nas leguminosas.
Pode ser obtido por meio do consumo de fígado, carnes, gema do ovo, pinhão, legumes e folhas verdes.
Quando ingerido de fonte vegetal, o ferro é melhor absorvido junto com fontes de vitamina C. Isso
acontece, pois o ferro animal apresenta forma ferrosa Fe+2 (ferro heme), enquanto o ferro vegetal está na
forma férrica Fe+3 (ferro não heme). Como o Fe+2 é mais facilmente absorvido pelo nosso organismo, a
vitamina C ajuda na redução do Fe+3 e em Fe+2.

O cálcio é muito importante para formação dos ossos, ajudando a evitar algumas doenças ósseas, como a osteoporose. Fonte: Bruce
Blaus – Blausen Medical. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Osteoporosis. Acessado em 03/09/2021. Tradução livre de
Rebeca Khouri.

• Flúor (F): fortalece ossos e dentes. A falta desse sal pode levar ao desenvolvimento de cáries e, em certos
casos, contribui para a osteoporose. Nas plantas, esse sal pode ser tóxico. Está presente em água
fluoretada, peixes e alguns chás;
• Fósforo (P): macronutriente. Participa da composição das membranas da célula, na formação de ATP e
na formação de DNA e RNA em animais e plantas. Esse sal também auxilia na formação de ossos e dentes.
Sua falta dá uma maior probabilidade de fraturas ósseas e problemas musculares. Os principais alimentos
com fósforo são carne vermelha, aves, peixes, ovos, laticínios e leguminosas;
• Iodo (I): constitui os hormônios da tireoide, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4). Sua falta pode provocar o
bócio e outros problemas metabólicos. Esse sal não é muito importante para plantas, sendo encontrado
em baixas quantidades. Está presente em sal de cozinha iodado, peixes e frutos do mar;
• Magnésio (Mg): macronutriente. Atua junto a enzimas e vitaminas em diversas células, auxiliando na
formação de ossos e no funcionamento de nervos e músculos. Nas plantas, forma a clorofila. Sua falta
causa fraqueza e pode levar a casos de hipertensão. Pode ser encontrado em folhas verdes, cereais,
leguminosas, peixes, carnes, ovos e banana;

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Biologia

• Manganês (Mn): participa do metabolismo e da transformação dos carboidratos em reserva energética.


Nas plantas, ajuda a formar a estrutura do cloroplasto. Está presente em castanhas, algumas frutas
cítricas (como o abacaxi) e batata;

Ilustração de uma hemoglobina (proteína quaternária, formada por quatro subunidades de proteínas terciárias). À direita, a
conformação química da molécula, com o ferro no meio. Fonte: OpenStax College. Disponível em:
https://openstax.org/books/anatomy-and-physiology/pages/18-3-erythrocytes. Acessado em 03/09/2021.

• Nitrogênio (N): macronutriente. É importante para constituição de aminoácidos, estruturas básicas


formadoras de proteínas, em animais e plantas. Pode ser encontrado em diversos alimentos,
principalmente leguminosas e carnes;
• Potássio (K): macronutriente. Importante no equilíbrio hídrico da célula, propagação do impulso nervoso,
controle da pressão arterial e frequência cardíaca. Sua falta causa uma menor atividade muscular. Nas
plantas, ajuda no controle osmótico, na abertura e fechamento dos estômatos. É encontrado em frutas,
verduras, leguminosas e cereais;
• Selênio (Se): atua junto com a vitamina E como antioxidante. Nas plantas, ajuda na formação de proteínas
quaternárias. São raros os problemas pela falta desse sal (como doenças cardíacas), porém é possível
haver intoxicação pelo excesso, causando queda de cabelos e unhas. Está em castanhas, frutos do mar e
cereais integrais;
• Silício (Si): participa na produção de colágeno e cicatrização da pele, também ajuda a prevenir
envelhecimento precoce. Não é essencial para as plantas, mas pode ajudar na constituição de algumas
estruturas celulares. É encontrado em diversas frutas e legumes, além de castanhas oleaginosas;
• Sódio (Na): macronutriente. Importante no equilíbrio hídrico da célula tanto em animais quanto plantas.
Assim como o potássio, participa da propagação do impulso nervoso e controle da pressão arterial. Sua
falta causa uma menor atividade muscular, problemas de pressão e câimbras. Pode ser obtido pela
ingestão de sal (de cozinha ou natural dos alimentos);
• Zinco (Zn): participa na produção de proteínas, para o desenvolvimento do organismo, também ajuda no
sistema imune e na ação antioxidante. Nas plantas, atua com enzimas nas etapas da fotossíntese e na
produção de sementes. Sua falta é mais comum em idosos e reduz a atividade imunológica e a libido. Está
presente em carne de porco e iogurtes;

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Biologia

Esquema simplificado da bomba de sódio e potássio, que pode estar presente na membrana celular. Ela é responsável por enviar
sódio para o lado de fora da célula e potássio para o meio intracelular, tudo isso com o gasto de energia (ATP). Fonte: Phi-
Gastrein/NaKpompe. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sodium-potassium_pump.svg. Acessado em
03/09/2021.

Que tal conferir um mapa mental sobre sais minerais?

Clique na imagem, para ver o “QUER QUE DESENHE?” deste mapa mental no canal do Descomplica no YouTube.

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Biologia

Exercícios de fixação

1. O que são os sais minerais? Como podem ser encontrados?

2. Qual associação entre o sal mineral e sua função está correta?


a) Ferro – constitui hormônios tireoidianos
b) Flúor – participa da composição da hemoglobina
c) Magnésio – forma a clorofila
d) Sódio – fortalece os dentes

3. Qual sal mineral se relaciona com a formação de ossos e dentes, coagulação sanguínea e contração
muscular?

4. A falta de qual sal mineral pode causar anemia no organismo?

5. Qual associação entre o sal mineral e sua função está correta?


a) Ferro - contração muscular e condução de impulsos nervosos
b) Sódio - essencial à coagulação sanguínea
c) Potássio - componente da mioglobina e enzimas respiratórias
d) Fósforo - transferência energética durante reações metabólicas celulares

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Biologia

Exercícios de vestibulares

1. (Ufac, 2008) Os seres vivos necessitam de diversos tipos de sais minerais para o funcionamento eficaz
das células. Na espécie humana, por exemplo, os íons de cálcio, dentre outras funções, participam da:
a) Contração muscular e da formação de ácido clorídrico no estômago
b) Coagulação do sangue e das moléculas de ácidos nucleicos.
c) Coagulação do sangue e da contração muscular.
d) Composição do osso e da forma da hemoglobina.
e) Forma da hemoglobina e da constituição dos hormônios da tireoide.

2. (Enem, 2010) A cárie dental resulta da atividade de bactérias que degradam os açúcares e os
transformam em ácidos que corroem a porção mineralizada dos dentes. O flúor, juntamente com o
cálcio e um açúcar chamado xilitol, agem inibindo esse processo. Quando não se escovam os dentes
corretamente e neles acumulam-se restos de alimentos, as bactérias que vivem na boca aderem aos
dentes, formando a placa bacteriana ou biofilme. Na placa, elas transformam o açúcar dos restos de
alimentos em ácidos, que corroem o esmalte do dente formando uma cavidade, que é a cárie. Vale
lembrar que a placa bacteriana se forma mesmo na ausência de ingestão de carboidratos fermentáveis,
pois as bactérias possuem polissacarídeos intracelulares de reserva.
Disponível em: http://www.diariodasaude.com.br. Acesso em: 11 ago. 2010 (adaptado).

CÁRIE 1. destruição de um osso por corrosão progressiva. * cárie dentária: efeito da destruição da
estrutura dentária por bactérias.
HOUAISS, Antônio. Dicionário eletrônico. Versão 1.0. Editora Objetiva, 2001 (adaptado)

A partir da leitura do texto, que discute as causas do aparecimento de cáries, e da sua relação com as
informações do dicionário, conclui-se que a cárie dental resulta, principalmente, de
a) falta de flúor e de cálcio na alimentação diária da população brasileira.
b) consumo exagerado do xilitol, um açúcar, na dieta alimentar diária do indivíduo.
c) redução na proliferação bacteriana quando a saliva é desbalanceada pela má alimentação.
d) uso exagerado do flúor, um agente que em alta quantidade torna-se tóxico à formação dos dentes.
e) consumo excessivo de açúcares na alimentação e má higienização bucal, que contribuem para a
proliferação de bactérias.

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Biologia

3. (Enem PPL, 2015) Durante a aula, um professor apresentou uma pesquisa nacional que mostrava que
o consumo de sódio pelos adolescentes brasileiros é superior ao determinado pela Organização
Mundial da Saúde. O professor, então, destacou que esse hábito deve ser evitado. A doença associada
a esse hábito é a
a) obesidade.
b) osteoporose.
c) diabetes tipo II.
d) hipertensão arterial.
e) hipercolesterolemia.

4. (UNESC, 2020) Sabemos que o cálcio é um mineral bastante abundante no nosso corpo, sendo
encontrado principalmente nos ossos e dentes. Além desse importante mineral, qual outro sal faz parte
da composição e é considerado, juntamente com o cálcio, como principal componente de ossos e
dentes?
a) Ferro.
b) Magnésio.
c) Iodo.
d) Fósforo.
e) Cloro.

5. (UCPel, 2010) Os sais minerais podem participar como constituintes de estruturas esqueléticas do
corpo dos seres vivos, como é o caso do fosfato de cálcio, abundante nos ossos e nos dentes. As
principais funções do iodo e das fontes alimentares desse mineral são, respectivamente,
a) atuar no metabolismo energético.
b) participar da formação e da manutenção de ossos e dentes.
c) regular o metabolismo da glândula tireoide.
d) participar do metabolismo da hemoglobina juntamente com o ferro.
e) Todas as opções estão corretas.

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Biologia

6. (FAINOR, 2019) Nosso corpo necessita de dezenas de elementos químicos diferentes que são ingeridos
na forma de íons constituintes dos sais minerais. Um destes elementos é importante componente dos
ossos e dos dentes, essencial para o armazenamento e a transferência de energia no interior das
células, componente do ATP e componente do DNA e do RNA.
As funções listadas acima são do:
a) cálcio.
b) magnésio.
c) fósforo.
d) potássio.
e) ferro.

7. (UPF, 2002) Os sais minerais, encontrados nos mais variados alimentos, desempenham função
importante na saúde do homem, podendo estar dissolvidos na forma de íons nos líquidos corporais,
formando cristais encontrados no esqueleto, ou ainda combinados com moléculas orgânicas. A
alternativa que relaciona CORRETAMENTE o sal mineral com sua função no organismo é:
a) K - participa dos hormônios da tireoide.
b) F - constitui, juntamente com o Ca, o tecido ósseo e os dentes.
c) P - participa da constituição da hemoglobina, proteína encontrada nas hemácias.
d) Cl- fortalece os ossos e os dentes e previne as cáries.
e) Ca - auxilia na coagulação sanguínea.

8. (UFRGS, 2007) No Alasca, o salmão é capturado pelos ursos durante a desova. As partes do peixe não
consumidas pelos ursos servem de alimento para outros animais e de fertilizante para as plantas. Já
se observou que plantas ribeirinhas de regiões onde os ursos se alimentam de salmão crescem três
vezes mais do que plantas de outras áreas. Isso se deve ao fato de que as carcaças de peixes
descartadas pelos ursos enriquecem o solo com um dos macronutrientes mais importantes para o
crescimento das plantas. A que macronutriente o texto se refere?
a) Ao ferro
b) Ao zinco
c) Ao cloro
d) Ao nitrogênio
e) Ao manganês

8
Biologia

9. (Enem, 2016) O petróleo é um tipo de combustível fóssil, de origem animal e vegetal, constituído
principalmente por hidrocarbonetos. Em desastres de derramamento de petróleo, vários métodos são
usados para a limpeza das áreas afetadas. Um deles é a biodegradação por populações naturais de
microrganismos que utilizam o petróleo como fonte de nutrientes. O quadro mostra a composição
química média das células desses micro-organismos.
Elemento Composição celular
Carbono 50
Hidrogênio 7
Nitrogênio 11
Fósforo 2
Outros 30
Para uma efetiva biodegradação, a região afetada deve ser suplementada com
a) nitrogênio e fósforo.
b) hidrogênio e fósforo.
c) carbono e nitrogênio.
d) carbono e hidrogênio.
e) nitrogênio e hidrogênio.

10. (Fuvest, 2002) Os adubos inorgânicos industrializados, conhecidos pela sigla NPK, contêm sais de três
elementos químicos: nitrogênio, fósforo e potássio. Qual das alternativas indica as principais razões
pelas quais esses elementos são indispensáveis à vida de uma planta?
a) Nitrogênio - É constituinte de ácidos nucleicos e proteínas; Fósforo - É constituinte de ácidos
nucleicos e proteínas; Potássio - É constituinte de ácidos nucleicos, glicídios e proteínas.
b) Nitrogênio - Atua no equilíbrio osmótico e na permeabilidade celular; Fósforo - É constituinte de
ácidos nucleicos; Potássio - Atua no equilíbrio osmótico e na permeabilidade celular.
c) Nitrogênio - É constituinte de ácidos nucleicos e proteínas; Fósforo - É constituinte de ácidos
nucleicos; Potássio - Atua no equilíbrio osmótico e na permeabilidade celular.
d) Nitrogênio - É constituinte de ácidos nucleicos, glicídios e proteínas; Fósforo - Atua no equilíbrio
osmótico e na permeabilidade celular; Potássio - É constituinte de proteínas.
e) Nitrogênio - É constituinte de glicídios; Fósforo - É constituinte de ácidos nucleicos e proteínas;
Potássio - Atua no equilíbrio osmótico e na permeabilidade celular.

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Biologia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Os sais minerais são substâncias inorgânicas que ajudam a formar diversas moléculas e participam de
reações químicas no nosso organismo. Podem ser encontrados dissolvidos no plasma celular,
associados a moléculas orgânicas ou mineralizados.

2. C
O magnésio compõe a clorofila, pigmento esverdeado relacionado à fotossíntese.

3. O cálcio é um sal mineral que apresenta várias funções, como formação de ossos e dentes e atuação na
contração muscular e na coagulação sanguínea.

4. A falta de ferro pode provocar um tipo de anemia conhecido como anemia ferropriva, ou anemia por
carência de ferro.

5. D
O fósforo, no nosso organismo, está presente na forma de fosfato, e é um importante constituinte da
molécula energética do nosso metabolismo, o ATP (adenosina trifosfato). Logo, a transferência
energética é feita pelo fósforo (ATP).

Exercícios de vestibulares

1. C
O cálcio é importante para a contração e relaxamento muscular. Além disso, é importante fator para a
coagulação do sangue.

2. E
A cárie dental tem influência direta pela ingestão de açúcar, que pode se acumular na boca e causar
proliferação de bactérias, cujos metabólitos liberados corroem o esmalte do dente, formando a cárie.

3. D
O consumo excessivo de sódio causa problemas para o organismo, interferindo na ação renal. A
atividade da aldosterona fica alterada, além de que a maior concentração de sódio no sangue faz com
que se tenha uma maior reabsorção de água no néfron, causando o aumento da pressão arterial.

4. D
O fósforo é outro sal importante para a formação de ossos e dentes, formando a hidroxiapatita.

5. C
O iodo é um sal importante para constituição dos hormônios tireoideanos (T3 e T4), ajudando a regular
o metabolismo e função da glândula tireoide. Na falta deles, ocorre bócio, provocando também a
diminuição do metabolismo.

6. C
O fósforo (P) ajuda na composição dos ossos, formando a hidroxiapatita ao se combinar com o cálcio
nos processos energéticos da célula — por constituir o ATP (adenosina trifosfato). Também está
presente nos ácidos nucleicos, que têm uma molécula de fosfato na sua composição.

7. E
O cálcio participa da coagulação sanguínea, já que a presença desse sal no sangue, junto com a
tromboplastina, estimula a protrombina a formar a trombina.

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Biologia

8. D
Durante a decomposição da matéria orgânica, é liberado nitrogênio em grande quantidade. O nitrogênio
proveniente dos salmões mortos auxilia na nutrição das plantas.

9. A
O quadro presente na questão mostra a composição química média das células dos microrganismos. De
acordo com o quadro, há percentuais de: carbono, hidrogênio, nitrogênio, fósforo, entre outros. Assim,
para uma efetiva biodegradação na área afetada com derramamento de petróleo (hidrocarboneto), é
necessário o suplemento de nitrogênio e fósforo, uma vez que o carbono e hidrogênio são componentes
do petróleo, estando presentes na área afetada.

10. C
Nos ácidos nucleico, tem uma base nitrogenada (com nitrogênio) e um radical fosfato (com fósforo); os
principais constituintes das proteínas são os aminoácidos (com nitrogênio). O potássio ajuda a regular
o transporte passivo e a abertura e fechamento dos estômatos na planta.

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Biologia

Cadeias alimentares e teias tróficas

Objetivo
Aprender o que é cadeia alimentar, bem como matéria e energia se comportam nos ecossistemas. Identificar
o processo de biomagnificação.

Curiosidade
Um animal pode estar presente em várias cadeias alimentares ao mesmo tempo e representar vários níveis
tróficos.

Teoria

As relações alimentares entre os seres vivos são chamadas de relações tróficas. Elas podem ser
representadas como uma cadeia ou como uma teia alimentar. Nessas representações, as setas indicam o
sentido do fluxo de matéria orgânica e de energia, que é do sentido do ser vivo que foi consumido para o que
o consumiu.

Os níveis tróficos são as posições que os organismos ocupam em uma relação trófica, e podem ser:
• Produtor: Primeiro Nível Trófico. São organismos autotróficos, que produzem matéria orgânica a partir da
fotossíntese ou quimiossíntese
• Consumidor Primário: Ou consumidor de primeira ordem, ocupa o segundo nível trófico. São organismos
que se alimentam de organismos produtores, podendo ser chamados de herbívoros
• Consumidor Secundário: Ou consumidor de segunda ordem ordem, ocupa o terceiro nível trófico. São
organismos que se alimentam de consumidores primários, podendo ser chamados de carnívoros.
E assim por diante para os consumidores terciários, quaternários... Os níveis dos consumidores serão
sempre um a mais do que o nível anterior.

A Cadeia alimentar é a transferência de matéria e energia representada de maneira linear entre organismos
em um ecossistema, onde o organismo é alimento de apenas um outro ser vivo.
Biologia

Os decompositores podem não ser mostrados em imagens de cadeias tróficas, porém possuem um papel
importante na reciclagem de nutrientes, transformando a matéria orgânica em matéria inorgânica. Assim, os
nutrientes são disponibilizados novamente no ambiente e retornam a cadeia alimentar. São exemplos de
decompositores principalmente os fungos e bactérias. Esses organismos não possuem um nível trófico fixo,
visto que eles podem decompor qualquer componente da cadeia alimentar – por conta disso, decompositores
sempre ocuparão um nível trófico acima do organismo que eles estão decompondo.

A Teia Alimentar é formada por um conjunto de cadeias alimentares, e um organismo pode ser alimento para
mais de um outro ser vivo, ou mesmo um consumidor se alimentar de mais de um tipo de organismo, fazendo
com que um mesmo indivíduo possa ocupar mais de um nível trófico. Neste caso, podemos encontrar
organismos onívoros, que podem se alimentar tanto de produtores quanto de outros consumidores.

Esquema de uma teia alimentar, onde um mesmo organismo pode servir de alimento para mais de um consumidor, e um mesmo
consumidor pode ocupar mais de um nível trófico. Disponível em: https://ib.bioninja.com.au/standard-level/topic-4-ecology/42-
energy-flow/food-webs.html. Tradução livre por Rebeca Khouri.

Ciclo da Matéria
Tanto nas cadeias quanto nas teias observamos o ciclo da matéria. Os organismos do primeiro nível trófico
(autotróficos) produzem matéria orgânica através da fotossíntese ou quimiossíntese utilizando nutrientes
inorgânicos disponíveis no meio. Essa matéria será transferida ao longo da cadeia trófica no momento da
alimentação. Quando os seres morrem, os decompositores são os responsáveis por transformar a matéria
orgânica existente em matéria inorgânica, reiniciando assim o ciclo.
Biologia

Transferência de Energia
A energia entra no sistema pelos organismos produtores, a partir dos processos autotróficos, e é armazenada
nas moléculas orgânicas (ex. glicose). Durante a vida, o metabolismo dos organismos gasta energia, então
apenas parte da energia passa para o nível trófico seguinte no momento da alimentação. O fluxo de energia
sempre seguirá um fluxo unidirecional, pois parte da energia é perdida ao longo da cadeia trófica.

Esquema de uma cadeia alimentar mostrando o ganho de energia pelos produtores e a perda desta ao longo da cadeia alimentar.
Disponível em: https://www.educabras.com/ensino_medio/materia/biologia/ecologia/aulas/as_piramides_ecologicas.

Pirâmides Ecológicas
As cadeias alimentares podem ser representadas em pirâmides ecológicas, e elas podem ser
• de número: indica o número de organismos em cada nível trófico
• de biomassa: indica o peso/a quantidade de matéria orgânica presente nos organismos de cada nível
trófico
• de energia: indica a quantidade de energia presente em cada nível trófico

Tanto as pirâmides de número quanto de biomassa podem ser diretas (com a base mais larga, reduzindo o
tamanho a cada nível trófico) ou invertidas (com a base menor curta que o próximo nível). As pirâmides de
energia sempre serão diretas, pois o fluxo de energia é unidirecional.
Biologia

Quando há um acúmulo de substâncias não biodegradáveis ao longo de uma cadeia ou teia alimentar, temos
a magnificação trófica, também chamada de biomagnificação. O último nível trófico é o que é mais afetado,
acumulando uma maior quantidade destes componentes em seu organismo.
Outro conceito é o de bioacumulação, onde há o acúmulo de substâncias tóxicas em apenas um organismo.

Esquema de uma cadeia alimentar, mostrando também uma pirâmide ecológica de número e a quantidade em parte por milhão (ppm)
em cada nível trófico.

Que tal aprender alguns conceitos de ecologia e revisar sobre a cadeia alimentar com um mapa mental?
Clique aqui para assistir ao QQD.
Biologia

Exercícios de fixação

1. Como é o fluxo da energia numa cadeia alimentar?

2. Qual a diferença entre cadeia e teia alimentar?

3. O que é produtor, consumidor primário e consumidor secundário?

4. Consumidor primário e primeiro nível trófico significam a mesma coisa? Explique.

5. Qual a função das pirâmides ecológicas? Quais são elas?


Biologia

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2014) Os parasitoides (misto de parasitas e predadores) são insetos diminutos que têm hábitos
muito peculiares: suas larvas podem se desenvolver dentro do corpo de outros organismos, como
mostra a figura. A forma adulta se alimenta de pólen e de açúcares. Em geral, cada parasitoide ataca
hospedeiros de determinada espécie e, por isso, esses organismos vêm sendo amplamente usados
para o controle biológico de pragas agrícolas.

A forma larval do parasitóide assume qual papel nessa cadeia alimentar?


a) Consumidor primário, pois ataca diretamente uma espécie herbívora.
b) Consumidor secundário, pois se alimenta diretamente dos tecidos da lagarta.
c) Organismo heterótrofo de primeira ordem, pois se alimenta de pólen na fase adulta.
d) Organismo heterótrofo de segunda ordem, pois apresenta o maior nível energético da cadeia.
e) Decompositor, pois se alimenta de tecidos do interior do corpo da lagarta e a leva à morte.
Biologia

2. (Enem, PPL, 2013)

QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

A posição ocupada pela vaca, na interação apresentada na tirinha, a caracteriza como


a) produtora.
b) consumidora primária.
c) consumidora secundária.
d) consumidora terciária.
e) decompositora.

3. (Enem, 2017) Os botos-cinza (Sotalia guianensis), mamíferos da família dos golfinhos, são excelentes
indicadores da poluição das áreas em que vivem, pois passam toda a sua vida — cerca de 30 anos —
na mesma região. Além disso, a espécie acumula mais contaminantes em seu organismo, como o
mercúrio, do que outros animais da sua cadeia alimentar.
MARCOLINO, B. Sentinelas do mar. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado).

Os botos-cinza acumulam maior concentração dessas substâncias porque


a) são animais herbívoros.
b) são animais detritívoros.
c) são animais de grande porte.
d) digerem o alimento lentamente
e) estão no topo da cadeia alimentar
Biologia

4. (Enem, 2015) O caramujo gigante africano, Achatina fulica, é uma espécie exótica que tem despertado
o interesse das autoridades brasileiras, uma vez que tem causado danos ambientais e prejuízos
econômicos à agricultura. A introdução da espécie no Brasil ocorreu clandestinamente, com o objetivo
de ser utilizada na alimentação humana. Porém, o molusco teve pouca aceitação no comércio de
alimentos, o que resultou em abandono e liberação intencional das criações por vários produtores. Por
ser uma espécie herbívora generalista (alimenta-se de mais de 500 espécies diferentes de vegetais),
com grande capacidade reprodutiva, tornou-se uma praga agrícola de difícil erradicação. Associada a
isto, a ausência de predadores naturais fez com que ocorresse um crescimento descontrolado da
população.

O desequilíbrio da cadeia alimentar observado foi causado pelo aumento da densidade populacional
de
a) consumidores terciários, em função da elevada disponibilidade de consumidores secundários.
b) consumidores primários, em função da ausência de consumidores secundários.
c) consumidores secundários, em função da ausência de consumidores primários.
d) consumidores terciários, em função da elevada disponibilidade de produtores.
e) consumidores primários, em função do aumento de produtores.
Biologia

5. (Enem, 2011)

A charge ilustra a transferência de matéria numa cadeia alimentar. Considerando as setas indicativas
de entrada e saída de energia nos níveis tróficos, o esquema que representa esse fluxo é
Legenda: P produtores; C1 consumidor primário; C2 consumidor secundário e C3 consumidor terciário.

a)

d) .

b) e) .

c) .
Biologia

6. (Enem, PPL, 2021) As tintas anti-incrustantes impedem que qualquer forma de vida se incruste às
superfícies submersas de embarcações no mar. Essas tintas, a partir da década de 1960, apresentavam
em sua formulação o composto tributilestanho (TBT), uma das substâncias mais tóxicas produzidas
pelo homem, que se acumula na cadeia alimentar, afetando principalmente os moluscos. No quadro
estão apresentadas cinco cadeias alimentares contendo moluscos. Considere que a concentração de
TBT no início da cadeia é a mesma.

Cadeia alimentar
1 alga → mexilhão → estrela-do-mar → lagosta → peixe menor → peixe maior
2 alga → microcrustáceo → anêmona-do-mar → caracol marinho → caranguejo → ave aquática
3 alga → hidromedusa → ostra → estrela-do-mar → peixe → tubarão
4 cianobactéria → larva de equinodermo → camarão → lagosta → lula → homem
5 cianobactéria → protozoário → esponja → estrela-do-mar → peixe → polvo
KUGLER, H. No silêncio dos mares: substância altamente tóxica é usada de forma ilegal na costa brasileira. Ciência Hoje, n.
311, 2014 (adaptado).

Espera-se encontrar maior concentração de TBT no molusco da cadeia


a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

7. (Enem, 2016) Suponha que um pesticida lipossolúvel que se acumula no organismo após ser ingerido
tenha sido utilizado durante anos na região do Pantanal, ambiente que tem uma de suas cadeias
alimentares representadas no esquema:
PLÂNCTON –> PULGA-D’ÁGUA –> LAMBARI –> PIRANHA –> TUIUIÚ
Um pesquisador avaliou a concentração do pesticida nos tecidos de lambaris da região e obteve um
resultado de 6,1 partes por milhão (ppm). Qual será o resultado compatível com a concentração do
pesticida (em ppm) nos tecidos dos outros componentes da cadeia alimentar?

a)

b)

c)

d)

e)
Biologia

8. (Enem Digital, 2021) Em um ecossistema é observada a seguinte teia alimentar:

O menor nível trófico ocupado pelas aves é aquele do qual elas participam como consumidores de
a) Primeira ordem
b) Segunda ordem
c) Terceira ordem
d) Quarta ordem
e) Quinta ordem

9. (UFPR, 2020) Assinale a alternativa que relaciona corretamente os níveis tróficos dos organismos
constituintes da teia alimentar representada ao lado.

a) Plantas são produtores e águias e corujas são simultaneamente consumidores de 1a, 2a e 3a


ordens.
b) Coelhos, ratos e morcegos são consumidores de 1a ordem, enquanto raposas são
simultaneamente consumidores de 2a, 3a e 4a ordens.
c) Ratos e morcegos são consumidores de 1a ordem, enquanto a coruja atua simultaneamente como
consumidor de 2a, 3a e 4a ordens.
d) Cobras e corujas são simultaneamente consumidores de 2a e 3a ordens, enquanto águias atuam
simultaneamente como consumidores de 2a, 3a, 4a e 5a ordens.
e) Plantas são produtores, enquanto raposas e águias são simultaneamente consumidores de 2a, 3a,
4a e 5a ordens.
Biologia

10. (IFPR, 2013) O DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano) é um eficiente matador de insetos. Introduzido em


grande escala durante a segunda guerra mundial, foi muito utilizado na agricultura brasileira para o
controle de insetos considerados como pragas. O DDT é um inseticida sintético que conserva sua
atividade química por muito tempo, ao invés de se decompor com facilidade. Por esse motivo, é um
inseticida persistente, conforme demonstra a figura abaixo:

Conforme o texto e a figura, assinale a alternativa correta:


a) Na cadeia alimentar representada pela figura, os consumidores sustentam os produtores.
b) O padrão de acumulação do DDT é diferente do fluxo de energia em uma cadeia alimentar. A
energia é armazenada, e não transmitida de um nível trófico para outro.
c) A concentração do DDT tende a aumentar no sentido dos produtores para os consumidores. Entre
os consumidores, o acúmulo de DDT tende a ser maior em consumidores terciários do que em
secundários.
d) A figura demonstra que a concentração de DDT diminui ao longo da cadeia, reduzindo sua
concentração de modo que, nas plantas, atinge níveis muito baixos.
e) As plantas deveriam ocupar o topo da figura, enquanto os carnívoros ocupariam os níveis mais
baixos da pirâmide.

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Biologia

Gabaritos
Exercícios de fixação
1. O fluxo de energia é SEMPRE unidirecional. A maior quantidade de energia será sempre maior no produtor
e vai diminuindo ao longo da cadeia.

2. A cadeia alimentar é a representação linear das relações alimentares de alguns seres vivos; já a teia
alimentar é o conjunto de várias cadeias alimentares de um ecossistema que se interligam.

3. Produtor é aquele que produz, ou seja, quem produz a energia da cadeia. O consumidor primário é aquele
que se alimenta diretamente do produtor e, o consumidor secundário é aquele que se alimenta do
consumidor primário. Se a questão pedisse para descrever um consumidor quaternário, a resposta seria:
aquele que se alimenta/é predador do consumidor terciário.

4. Não, não são a mesma coisa. Nível trófico está relacionado com os grupos de organismos que possuem
hábitos de alimentação semelhantes e que conseguem seu alimento pelo mesmo número de passos em
uma cadeia alimentar. O primeiro nível trófico sempre será um produtor: todas as plantas, por exemplo,
ocupam o mesmo nível trófico. O consumidor primário é aquele que se alimenta do produtor. O
consumidor primário ocupa o segundo nível trófico da cadeia alimentar.

5. As pirâmides servem para representar as cadeias alimentares. Elas podem ser numéricas (indica o
número de organismos em cada nível trófico); de biomassa (indica o peso de matéria orgânica presente
em cada nível trófico) ou de energia (que indica a quantidade de energia presente em cada nível trófico).

Exercícios de vestibulares
1. B
Como a lagarta é herbívoro, ou seja, um consumidor primário, o parasitoide então ocupará a função de
consumidor secundário.

2. B
Na cadeia alimentar, os produtores são aqueles que produzem o seu próprio alimento (autotrófico). O
capim é o produtor e a vaca se alimenta diretamente dele, sendo classificada como consumidora
primária.

3. E
Os botos, por serem predadores de topo (último nível trófico da cadeia alimentar), acumulam mais
poluentes não-biodegradáveis como o mercúrio (magnificação trófica).

4. B
Os caramujos são herbívoros que se alimentam apenas de produtores, ocupando o segundo nível trófico,
o de consumidor primário. Por serem uma espécie invasora/exótica, não possuem predadores naturais
(ausência de consumidores secundários), o que faz com que sua população consiga crescer cada vez
mais.

5. E
O fluxo de energia é sempre unidirecional, portanto segue uma “linha” sempre em um mesmo sentido.
Além disso, a cada nível trófico, essa energia vai se perdendo, o que faz com que ela diminua ao longo
da cadeia. Na imagem da letra E podemos ver que a energia segue um sentido unidirecional, do produtor
aos consumidores, e também a cada nível há uma seta indicando a saída de energia.
Biologia

6. E
Compostos não biodegradáveis, como o tributilestanho (TBT), não são digeridos, e se acumulam ao longo
da cadeia alimentar. O polvo é um molusco cefalópode e ocupa o maior nível trófico da cadeia número 5,
sendo então o molusco que irá ter maior concentração de TBT.

7. C
A questão fala sobre bioacumulação e magnificação trófica. Esses conceitos têm relação com o aumento
de compostos tóxicos nos organismos, e sempre com um maior acúmulo nos organismos de maior nível
trófico. Como o lambari possui uma concentração de 6,1, os organismos abaixo dele (plâncton e pulga
d’água) na cadeia alimentar devem ter uma concentração menor, enquanto os indivíduos acima (piranha
e tuiuiú) devem ter uma concentração maior do composto.

8. B
Em uma teia alimentar, um mesmo organismo pode ocupar diferentes níveis tróficos. As aves são
consumidoras secundárias (ou de segunda ordem) quando se alimentam de moluscos que comeram
algas, sendo este o menor nível trófico que ela pode ocupar. Também podem ser consumidoras terciárias
(ou de terceira ordem) quando se alimentam de peixes que comeram insetos; consumidoras quaternárias
(ou de quarta ordem) quando se alimentam de peixes que comeram comeram copépodes, e estes
comeram insetos.

9. B
Coelhos, ratos e morcegos se alimentam da planta, sendo animais herbívoros (consumidores primários).
As raposas podem ser consumidoras secundárias (ao comerem coelhos), terciárias (ao comerem uma
coruja que comeu um morcego ou um rato) ou quaternárias (ao comerem uma coruja que comeu uma
cobra).

10. C
O DDT, por não ser biodegradável, tende a se acumular ao longo a cadeia trófica causando a
magnificação trófica. Os consumidores no topo de cadeia por sua vez terão maiores concentrações
deste composto em seu organismo do que os seres que estão em níveis inferiores.
Filosofia

Teoria das ideias de Platão

Teoria

Teoria das ideias


Arístocles, mais conhecido como Platão (apelido que se deve, provavelmente, aos seus ombros largos ou ao
bom porte físico) nasceu em 428-7 a.C., na cidade de Atenas. Filho de Ariston e Perictione, Platão pertencia a
duas famílias tradicionais na política ateniense. Sua mãe, por exemplo, descendia de Sólon, um grande
estadista e legislador, que foi considerado como um dos sete sábios da Grécia Antiga. Além disso, era irmã
de Cármides e prima de Crítias, dois dos Trinta Tiranos que dominaram Atenas.

Em sua obra, Platão procurou superar a oposição entre o pensamento de


Heráclito e o pensamento de Parmênides. Para ele, Heráclito estava certo ao
propor o movimento, a mudança e a impermanência, uma vez que observava
a realidade tal como ela se apresenta aos nossos sentidos. Parmênides, por
sua vez, compreendendo a realidade por meio do intelecto, estava certo ao
propor que o ser é uno, imóvel e imutável, pois só é possível conhecer aquilo
que permanece idêntico a si mesmo, ou seja, que não se transforma.

Assim, em sua teoria das ideias, Platão defende que a realidade se divide
em dois mundos distintos, a saber: o mundo sensível e o mundo
inteligível. O mundo sensível recebe esse nome justamente porque nós o
percebemos por meio dos sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar).
Nele estão presentes todos os objetos materiais. Entretanto, por sua
própria condição material, esses objetos são imperfeitos e estão sujeitos
ao movimento e à transformação, tal como observou Heráclito.

O mundo inteligível (também chamado de mundo das Ideias ou mundo das


Formas) recebe esse nome justamente porque nós só o acessamos por meio
do intelecto, isto é, da razão. Nele estão presentes as ideias, que são
imateriais, perfeitas, eternas e imutáveis. Com isso, surge a teoria da
participação, segundo a qual as ideias são a essência das coisas que existem
no mundo sensível. Ou seja, um objeto material como uma cadeira, por
exemplo, existe no mundo sensível porque participa da ideia de cadeira
presente no mundo inteligível.

Há, portanto, uma superioridade do mundo inteligível em relação ao mundo sensível, uma vez que os objetos
materiais são apenas cópias imperfeitas das ideias. Além disso, dado que os sentidos são enganosos e que
os objetos materiais estão em constante transformação, o mundo sensível não nos proporciona um
conhecimento verdadeiro. Nessa perspectiva, o conhecimento verdadeiro se encontra apenas no mundo
inteligível. Por isso, só pode ser alcançado por intermédio da razão, tal como defendia Parmênides.

1
Filosofia

Mito da Caverna
Para ilustrar essa passagem da ignorância para o conhecimento, Platão recorre a uma alegoria, comumente
conhecida como Mito da Caverna. Ele nos conta que algumas pessoas estão acorrentadas, desde a infância,
em uma caverna, de modo que a única coisa que conseguem enxergar é a parede ao fundo. Nessa parede,
são projetadas as mais variadas sombras, que eles acreditam ser a realidade. Tratam-se, no entanto, de
sombras de marionetes, que são manipuladas por pessoas que estão atrás de um muro, onde há também
uma fogueira.

Nesse cenário, se um dos prisioneiros fosse arrancado de sua condição e pudesse contemplar os objetos
reais, sofreria até que seus olhos se acostumassem com a intensidade da luz. Assim, seria capaz de distinguir
primeiro as sombras, depois as imagens dos homens e dos objetos refletidas nas águas e, por fim, os objetos
vistos diretamente. Com o tempo, ele estaria pronto, inclusive, para contemplar o próprio Sol. Se esse mesmo
prisioneiro retornasse para a caverna e tentasse libertar os demais, contando tudo aquilo que viu do lado de
fora, é provável que zombassem dele. E, em certo ponto, caso ele insistisse, tentariam matá-lo, tal como
aconteceu com Sócrates.

A partir dessa alegoria, podemos identificar quatro formas de realidade: as sombras, que correspondem à
aparência sensível das coisas; as marionetes, que correspondem à representação das próprias coisas
sensíveis (como os animais e as plantas); o exterior da caverna, que corresponde à realidade das ideias; e o
Sol, que corresponde à suprema ideia do Bem, da qual todas as outras ideias se originam. Com isso, podemos
concluir que existem diferentes graus de conhecimento, que formam a chamada ascensão dialética.

Os graus inferiores pertencem ao plano da opinião (doxa) e são formados pelas imagens do mundo sensível
(eikasía) e pelas realidades sensíveis, como a crença (pístis). Os graus superiores pertencem ao plano da
ciência (episteme) e são formados pelo conhecimento matemático, como o raciocínio hipotético (diánoia) e
pelo conhecimento filosófico, como a intuição intelectiva (nóesis).

Teoria da reminiscência
De acordo com a teoria da reminiscência, assim como a realidade é
dividida em dois mundos, sensível e inteligível, o homem também é
constituído de duas partes. Uma parte mortal e imperfeita, que
corresponde ao corpo; e uma parte imortal e perfeita, que
corresponde à alma. Para Platão, as almas renascem repetidas vezes
na existência. Portanto, contemplam todas as coisas existentes tanto
na Terra quanto no Hades. Ou seja, não há nada que elas não
conheçam. No entanto, ao se unirem ao corpo, elas se esquecem de
tudo aquilo que viram. Desse modo, na perspectiva platônica,
conhecer é recordar, isto é, trazer de volta à memória o que a alma já
contemplou.

2
Filosofia

Exercícios de fixação

1. A teoria das ideias de Platão busca realizar uma síntese entre o pensamento de dois filósofos que o
antecederam, são eles:
a) Parmênides e Heráclito
b) Protágoras e Górgias
c) Demócrito e Leucipo
d) Tales e Anaximandro

2. Para Platão, o conhecimento verdadeiro só é possível


a) No mundo sensível
b) No mundo inteligível
c) Na Terra
d) No Hades

3. Explique em que consiste a teoria da participação.

4. Identifique, a partir da alegoria da caverna, as diferentes formas de realidade.

5. Explique os graus de conhecimento que compõem a ascensão dialética.

3
Filosofia

Exercícios

1. (Enem 2014) No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o alto. Esse gesto
significa que o conhecimento se encontra em uma instância na qual o homem descobre a:

a) suspensão do juízo como reveladora da verdade.


b) realidade inteligível por meio do método dialético.
c) salvação da condição mortal pelo poder de Deus.
d) essência das coisas sensíveis no intelecto divino.
e) ordem intrínseca ao mundo por meio da sensibilidade.

2. (Enem 2012) Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento
é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e
objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas
irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado).

O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias
de Platão (427–346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação?
a) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas.
b) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles.
c) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis.
d) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não.
e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão.

4
Filosofia

3. (UPE 2019) Leia o texto a seguir.

A consciência crítica e a filosofia se fazem presentes nos diálogos de Platão. O livro VII de A República
começa com a célebre “Alegoria da Caverna”, que, há mais de dois mil anos, tem sido considerada
exposição paradigmática (e simultaneamente alegórica da Teoria das Formas).
(MASCHIO, E. A Dal. Platão – A verdade está em outro lugar. São Paulo: Salvat, 2015, p. 54.)

As ideias de Platão são um marco na história da filosofia. A epistéme (conhecimento real e verdadeiro)
encontra-se no mundo inteligível, que se opõe à dóxa (crença comum ou opinião) presente no mundo
sensível.

No tocante a esse assunto, o saber filosófico e a 'verdadeira ciência‘ consistem primeiramente


a) na intuição das ideias.
b) na intuição alegórica.
c) na intuição da opinião.
d) na intuição da inconsciência.
e) na intuição do sensível.

5
Filosofia

4. (CESPE/UNB 2009, adaptada) Nosso mundo é uma cópia imperfeita e transitória de outro mundo,
transcendente, onde estão as ideias — formas incorpóreas, invisíveis, eternas e imutáveis. Nossos
sentidos só captam a cópia. Ao original, só a Razão tem acesso. Nosso mundo é o da doxa, da mera
opinião; para ver o que há por trás dele, precisamos da ciência, a episteme. Só assim podemos alcançar
o fundamento supremo das coisas: a ideia do bem e a ideia do belo.
Eliel Cunha e Janice Florido (Org.). Grandes Filósofos. São Paulo: Nova Cultural, 2005, p. 20 (com adaptações).

Considerando as ideias apresentadas no texto acima bem como o pensamento platônico, assinale a
opção correta.
a) O intelecto pode apreender as ideias, porque a alma não é de origem material nem corpórea.
b) A alma humana só contempla as ideias puras de todas as coisas depois de prender-se ao corpo.
c) Não existem ainda o belo em si, o bom em si e o grande em si, no desenvolvimento da filosofia
platônica, no momento em que esta começa a adquirir autonomia e se distinguir do socratismo.
d) Para Platão, tanto a doxa, quanto a episteme são conhecimentos racionalmente fundamentados.
e) Para Platão, a dialética conduz a alma à doxa, que é o conhecimento fundamentado e verdadeiro.

5. (Enem PPL 2015) Suponha homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, cuja entrada,
aberta à luz, se estende sobre todo o comprimento da fachada; eles estão lá desde a infância, as pernas
e o pescoço presos por correntes, de tal sorte que não podem trocar de lugar e só podem olhar para
frente, pois os grilhões os impedem de voltar a cabeça; a luz de uma fogueira acesa ao longe, numa
elevada do terreno, brilha por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros, há um caminho
ascendente; ao longo do caminho, imagine um pequeno muro, semelhante aos tapumes que os
manipuladores de marionetes armam entre eles e o público e sobre os quais exibem seus prestígios.
PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2007.

Essa narrativa de Platão é uma importante manifestação cultural do pensamento grego antigo, cuja
ideia central, do ponto de vista filosófico, evidencia o(a)
a) caráter antropológico, descrevendo as origens do homem primitivo.
b) sistema penal da época, criticando o sistema carcerário da sociedade ateniense.
c) vida cultural e artística, expressa por dramaturgos trágicos e cômicos gregos.
d) sistema político elitista, provindo do surgimento da pólis e da democracia ateniense.
e) teoria do conhecimento, expondo a passagem do mundo ilusório para o mundo das ideias.

6
Filosofia

6. (Enem 2012) "Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças sem querer justificá-las
racionalmente, pode-se desprezar as evidências empíricas. No entanto, depois de Platão e Aristóteles,
nenhum homem honesto pode ignorar que uma outra atitude intelectual foi experimentada, a de adotar
crenças com base em razões e evidências e questionar tudo o mais a fim de descobrir seu sentido
último."
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002.

Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação do pensamento Ocidental. No texto, é


ressaltado importante aspecto filosófico de ambos os autores que, em linhas gerais, refere-se à
a) adoção da experiência do senso comum como critério de verdade.
b) incapacidade de a razão confirmar o conhecimento resultante de evidências empíricas.
c) pretensão de a experiência legitimar por si mesma a verdade.
d) defesa de que a honestidade condiciona a possibilidade de se pensar a verdade.
e) compreensão de que a verdade deve ser justificada racionalmente.

7. (UPE 2018) Leia o texto a seguir sobre o tema Filosofia na História:

A filosofia antiga grega e greco-romana tem uma história mais que milenar. Partindo do século VI a.C.,
chega até o ano de 529 d.C., ano em que o imperador Justiniano mandou fechar as escolas pagãs e
dispersar os seus seguidores. Nesse arco de tempo, podemos distinguir o momento das grandes
sínteses de Platão e Aristóteles.
(REALE, Giovanni. História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média. São Paulo: Paulinas, 1990, p. 25-26).

O autor na citação acima sinaliza a significância do período sistemático da filosofia antiga. No que
tange à filosofia de Platão, assinale a alternativa CORRETA.
a) Platão propõe a existência das ‘essências ou formas’, que estão presentes no mundo das ideias e
são modelos eternos das coisas sensíveis.
b) A filosofia de Platão salienta as essências do mundo sensível que são modelos para o mundo das
ideias.
c) O pensamento de Platão não teve papel decisivo do desenvolvimento da mística, da teologia e da
filosofia cristã.
d) As ideias de Platão têm a confiança absoluta no poder dos sentidos e desconfiam do
conhecimento racional.
e) O pensamento filosófico de Platão tem como finalidade a descoberta do mundo físico, declinando
do campo da metafísica.

7
Filosofia

8. (Enem PPL 2016) Estamos, pois, de acordo quando, ao ver algum objeto, dizemos: “Este objeto que
estou vendo agora tem tendências para assemelhar-se a um outro ser, mas, por ter defeitos, não
consegue ser tal como o ser em questão, e lhe é, pelo contrário, inferior”. Assim, para podermos fazer
estas reflexões, é necessário que antes tenhamos tido ocasião de conhecer esse ser de que se
aproxima o dito objeto, ainda que imperfeitamente.
PLATÃO, Fédon. São Paulo: Abril Cultural, 1972.

Na epistemologia platônica, conhecer um determinado objeto implica


a) estabelecer semelhanças entre o que é observado em momentos distintos.
b) comparar o objeto observado com uma descrição detalhada dele.
c) descrever corretamente as características do objeto observado.
d) fazer correspondência entre o objeto observado e seu ser.
e) identificar outro exemplar idêntico ao observado.

9. (Unioeste 2018) Segundo a conhecida alegoria da caverna, que aparece no Livro VII da República, de
Platão, há prisioneiros, voltados para uma parede em que são projetadas as sombras de objetos que
eles não podem ver. Esses prisioneiros representam a humanidade em seu estágio de mais baixo saber
acerca da realidade e de si mesmos: a doxa, ou “opinião”. Um desses prisioneiros é libertado à força,
num processo que ele quer evitar e que lhe causa dor e enormes dificuldades de visão (conhecimento).
Gradativamente, ele é conduzido para fora da caverna, a um estágio em que pode ver as coisas em si
mesmas, isto é, os fundamentos eternos de tudo o quê, antes, ele via somente mediante sombras.
Esses fundamentos são as Formas. Para além das Formas, brilha o Sol, que representa a Forma das
Formas, o Bem, fonte essencial de todo ser e de todo conhecer e unicamente acessível mediante
intuição direta.

Com base nisso, responda à seguinte questão: se chegamos ao conhecimento das Formas mediante a
dialética, que é o estabelecimento de fundamentos que possibilitam o conhecimento das coisas
particulares (sombras), é CORRETO dizer:
a) para Platão, a dialética é o conhecimento imediato (doxa) dos objetos particulares.
b) o Bem é um objeto particular, que pode ser conhecido sensivelmente, de modo imediato e indolor,
por todos os seres humanos.
c) as Formas são somente suposições teóricas, sem realidade nelas mesmas.
d) a dialética, que não é o último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo
difícil, que exige esforço, às coisas em si mesmas (Formas).
e) a dialética, último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo difícil, ao
conhecimento do Bem.

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Filosofia

10. (UEL 2018) Leia o texto a seguir.

Eis com efeito em que consiste o proceder corretamente nos caminhos do amor ou por outro se deixar
conduzir: em começar do que aqui é belo e, em vista daquele belo, subir sempre, como que servindo-se
de degraus, de um só para dois e de dois para todos os belos corpos, e dos belos corpos para os belos
ofícios, e dos ofícios para as belas ciências até que das ciências acabe naquela ciência, que de nada
mais é senão daquele próprio belo, e conheça enfim o que em si é belo.
(PLATÃO. Banquete, 211 c-d. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1972. (Os Pensadores) p. 48)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Platão, é correto afirmar que:
a) a compreensão da beleza se dá a partir da observação de um indivíduo belo, no qual percebemos
o belo em si.
b) a percepção do belo no mundo indica seus vários graus que visam a uma dimensão transcendente
da beleza em si.
c) a compreensão do que é belo se dá subitamente, quando partimos dele para compreender os belos
ofícios e ciências.
d) a observação de corpos, atividades e conhecimentos permite distinguir quais deles são belos ou
feios em si.
e) a participação do mundo sensível no mundo inteligível possibilita a apreensão da beleza em si.

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9
Filosofia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
Em sua obra, Platão procurou superar a oposição entre o pensamento de Heráclito e o pensamento de
Parmênides. Para ele, Heráclito estava certo ao propor o movimento, a mudança e a impermanência, uma
vez que observava a realidade tal como ela se apresenta aos nossos sentidos. Parmênides, por sua vez,
compreendendo a realidade por meio do intelecto, estava certo ao propor que o ser é uno, imóvel e
imutável, pois só é possível conhecer aquilo que permanece idêntico a si mesmo, ou seja, que não se
transforma.

2. B
Dado que os sentidos são enganosos e que os objetos materiais estão em constante transformação, o
mundo sensível não nos proporciona um conhecimento verdadeiro. Nessa perspectiva, o conhecimento
verdadeiro se encontra apenas no mundo inteligível.

3. A teoria da participação é aquela segundo a qual as ideias são a essência das coisas que existem no
mundo sensível. Ou seja, um objeto material como uma cadeira, por exemplo, existe no mundo sensível
porque participa da ideia de cadeira presente no mundo inteligível.

4. A partir da alegoria da caverna podemos identificar quatro formas de realidade: as sombras, que
correspondem à aparência sensível das coisas; as marionetes, que correspondem à representação das
próprias coisas sensíveis (como os animais e as plantas); o exterior da caverna, que corresponde à
realidade das ideias; e o Sol, que corresponde à suprema ideia do Bem, da qual todas as outras ideias se
originam.

5. A ascensão dialética é composta por graus de conhecimento inferiores e superiores. Os graus inferiores
pertencem ao plano da opinião (doxa) e são formados pelas imagens do mundo sensível (eikasía) e pelas
realidades sensíveis, como a crença (pístis). Os graus superiores pertencem ao plano da ciência
(episteme) e são formados pelo conhecimento matemático, como o raciocínio hipotético (diánoia) e pelo
conhecimento filosófico, como a intuição intelectiva (nóesis).

Exercícios
1. B
De acordo com Platão, há uma superioridade do mundo inteligível em relação ao mundo sensível, uma
vez que os objetos materiais são apenas cópias imperfeitas das ideias. Além disso, dado que os sentidos
são enganosos e que os objetos materiais estão em constante transformação, o mundo sensível não nos
proporciona um conhecimento verdadeiro. Nessa perspectiva, o conhecimento verdadeiro se encontra
apenas no mundo inteligível. Por isso, só pode ser alcançado por intermédio da razão e do método
dialético.

10
Filosofia

2. D
Para Platão, dado que os sentidos são enganosos e que os objetos materiais estão em constante
transformação, o mundo sensível não nos proporciona um conhecimento verdadeiro. Nessa perspectiva,
o conhecimento verdadeiro se encontra apenas no mundo inteligível. Por isso, só pode ser alcançado por
intermédio da razão, tal como defendia Parmênides.

3. A
De acordo com Platão, as ideias estão no mundo inteligível, ao qual acessamos apenas por meio da
razão. Já o mundo sensível, que como o próprio nome sugere, percebemos através das sensações, é
constituído por cópias, imperfeitas, da realidade. Dessa maneira, se as sensações podem nos confundir
e induzir ao erro, somente a razão é capaz de gerar o conhecimento verdadeiro.

4. A
Para Platão, antes de se unir ao corpo, a alma contempla as ideias do mundo inteligível. Após a união
com o corpo, ela passa por um processo de esquecimento, por isso o conhecimento se dá através da
reminiscência, isto é, da rememoração daquilo que foi contemplado. Nesse sentido, o corpo, bem como
as coisas materiais do mundo sensível, constitui obstáculos ao aprendizado.

5. E
A alegoria da caverna de Platão expressa uma concepção do processo de conhecimento no qual o
indivíduo deveria superar as aparências ilusórias do mundo sensível para chegar às verdades puras,
apenas disponíveis no mundo das ideias e alcançáveis através da reflexão filosófica.

6. E
Aristóteles, tal como Platão, é acima de tudo um exemplo de vida dedicada à filosofia, isto é, de alguém
que dedicou-se radicalmente à busca do conhecimento por meio da razão.

7. A
Para Platão, as formas e conceitos só existem em suas formas puras e imutáveis no plano das ideias,
são eles que possibilitam o conhecimento autêntico de todas as coisas. As impressões advindas dos
sentidos, por sua vez, produzem apenas ilusões, de modo que no mundo sensível estariam presentes
cópias imperfeitas e mutáveis dos conceitos, tal como indicado pela alternativa A.

8. D
Na epistemologia platônica, conhecer um determinado objeto implica fazer correspondência entre o
objeto observado por meio dos sentidos (mundo sensível) e seu ser, isto é, as ideias acessíveis apenas
à razão (mundo inteligível).

11
Filosofia

9. D
De acordo com Platão, a dialética é um instrumento para alcançar o conhecimento e não o último estágio
do ser e do conhecer. Por isso, na teoria platônica, existem diferentes graus de conhecimento. Os graus
inferiores pertencem ao plano da opinião (doxa) e são formados pelas imagens do mundo sensível
(eikasía) e pelas realidades sensíveis, como a crença (pístis). Os graus superiores pertencem ao plano
da ciência (episteme) e são formados pelo conhecimento matemático, como o raciocínio hipotético
(diánoia) e pelo conhecimento filosófico, como a intuição intelectiva (nóesis).

10. B
De acordo com Platão, assim como há uma ascensão dialética rumo ao conhecimento, também há
diversos graus de beleza. O próprio texto indica essa ascensão: "(...) começar do que aqui é belo e, em
vista daquele belo, subir sempre (...)”. Assim, passamos dos belos corpos (que são materiais) aos belos
ofícios (que são o meio-termo entre o concreto e o abstrato), depois às belas ciências (intelectuais) e,
por fim, à própria ideia de belo (que é imaterial, perfeita e imutável).

12
Física

Gráficos do MU

Objetivos
Desenvolver técnicas de resolução e habilidade de interpretação de gráficos do MRU.

Se liga
Quer aprofundar seus conhecimentos no assunto? Assista a essas videoaulas (caso não seja direcionado,
pesquise por “Movimento uniforme” na biblioteca).

Curiosidade
Os mesmos gráficos que você aprendeu em função do 1º e 2º grau serão os gráficos estudados pela física
em MU.

Teoria

Na aula de movimento retilíneo e uniforme (MU), descrevemos um corpo que está em um deslocamento em
velocidade constante (v = cte). A partir disso, desenvolvemos uma função que descreve esse movimento:

S = SO + vt

Essa função recebe o nome de função horária da posição. Nosso objetivo é, a partir dessa função, conseguir
desenvolver um gráfico para esse movimento.

Gráfico S x t
Ao olhar para a função horária da posição, podemos notar que ela é bem semelhante à função geral do
primeiro grau, estudada nas aulas de matemática.

y = ax + b

Logo, se o gráfico da função do primeiro grau é descrito por uma reta, a função horária da posição também
será, sendo esse gráfico um gráfico da posição em função do tempo (S x t).
Física

Figura 01 – Gráfico S x t

Como apresentado na figura 01, o gráfico pode apresentar duas formas: a reta crescente e a reta crescente.
• Caso a reta seja crescente, temos um movimento que apresenta velocidade positiva (v > 0), e chamamos
esse movimento de movimento progressivo.
• Caso a reta seja decrescente, temos um movimento que apresenta velocidade negativa (v < 0), e
chamamos esse movimento de movimento retrógrado.

Gráfico V x t
Além do gráfico de posição em função do tempo, o movimento uniforme (MU) também pode descrever um
gráfico V x t, ou seja, um gráfico de velocidade em função do tempo. Esse gráfico, por conta da velocidade
constante (valor fixo) durante toda a trajetória, precisa ser um gráfico de uma reta paralela ao eixo x (tempo).

Figura 02 – Gráfico V x t

Esse gráfico ganha um valor importante no nosso estudo, já que sua área representa o deslocamento que o
corpo produziu no movimento.

Figura 03 – Área do gráfico V x t


Física

De forma matemática, podemos dizer então que:

Área = ΔS

Que tal conferir um mapa mental sobre movimento retilíneo e uniforme?

Clique na imagem, para ver o “QUER QUE DESENHE?” deste mapa mental no canal do Descomplica no YouTube.
Física

Exercícios de fixação

1. Observe o gráfico:

A velocidade mostrada no gráfico:


a) varia com o tempo
b) varia com a aceleração
c) é constante
d) é inconstante
e) não temos como afirmar nada sobre a velocidade apenas olhando para esse gráfico

2. A respeito dos movimentos progressivos e retrógrados, marque a alternativa incorreta:


a) O gráfico da velocidade em função do tempo que caracteriza o movimento retrógrado de um móvel
com velocidade constante é uma reta contínua que se inicia na região positiva do eixo das
ordenadas.
b) O gráfico da posição em função do tempo é uma reta crescente quando o movimento é progressivo.
c) O gráfico da posição em função do tempo é uma reta decrescente quando o movimento é
retrógrado.
d) O gráfico da velocidade em função do tempo que caracteriza o movimento retrógrado de um móvel
com velocidade constante é uma reta contínua que se inicia na região negativa do eixo das
ordenadas.
e) Todas as alternativas são verdadeiras.
Física

3. A partir do gráfico da posição em função do tempo indicado a seguir, marque alternativa correta:

a) O movimento é progressivo e retardado


b) O movimento é acelerado
c) O movimento é progressivo
d) O movimento é retrógrado
e) O movimento é retardado acelerado

4. O gráfico a seguir relaciona a posição de um móvel, em metros, com o tempo, em segundos. Assinale
a alternativa que indica corretamente a sua velocidade média.

a) 3m/s
b) 2m/s
c) 4m/s
d) 30m/s
e) 10m/s
Física

5. O gráfico a seguir relaciona a posição de um móvel em metros e com o tempo em segundos. Assinale
a alternativa que indica corretamente a posição inicial do móvel:

a) 3m
b) 2m
c) 4m
d) 30m
e) 0
Física

Exercícios de vestibulares

1. (EsPCEx AMAN, 2020) Considere um objeto que se desloca em movimento retilíneo uniforme durante
10 s. O desenho abaixo representa o gráfico do espaço em função do tempo.

O espaço do objeto no instante t = 10 s, em metros, é


a) 25 m.
b) 30 m.
c) 33 m.
d) 36 m.
e) 40 m.

2. (G1, 1996) Duas partículas A e B movem-se numa mesma trajetória, e o gráfico a seguir indica suas
posições (s) em função do tempo (t). Pelo gráfico podemos afirmar que as partículas:

a) movem-se no mesmo sentido;


b) movem-se em sentidos opostos;
c) no instante t = 0, encontram-se a 40 m uma da outra;
d) movem-se com a mesma velocidade;
e) não se encontram.
Física

3. (G1, 1996) O gráfico da função horária S = v . t, do movimento uniforme de um móvel, é dado ao a seguir.
Pode-se afirmar que o móvel tem velocidade constante, em m/s, igual a:

a) 4
b) 2
c) 0,10
d) 0,75
e) 0,25

4. (Enem, 2008) O gráfico a seguir modela a distância percorrida, em km, por uma pessoa em certo período
de tempo. A escala de tempo a ser adotada para o eixo das abscissas depende da maneira como essa
pessoa se desloca.

Qual é a opção que apresenta a melhor associação entre meio ou forma de locomoção e unidade de
tempo, quando são percorridos 10 km?
a) carroça - semana
b) carro - dia
c) caminhada - hora
d) bicicleta - minuto
e) avião - segundo
Física

5. (Unesp, 2006) Duas carretas, A e B, cada uma com 25 m de comprimento, transitam em uma rodovia,
no mesmo sentido e com velocidades constantes. Estando a carreta A atrás de B, porém movendo-se
com velocidade maior que a de B, A inicia uma ultrapassagem sobre B. O gráfico mostra o
deslocamento de ambas as carretas em função do tempo.

Considere que a ultrapassagem começa em t = 0, quando a frente da carreta A esteja alinhada com a
traseira de B, e termina quando a traseira da carreta A esteja alinhada com a frente de B. O instante em
que A completa a ultrapassagem sobre B é
a) 2,0 s.
b) 4,0 s.
c) 6,0 s.
d) 8,0 s.
e) 10,0 s.

6. (EsPCEx AMAN, 2011) O gráfico abaixo indica a posição (S) em função do tempo (t) para um automóvel
em movimento num trecho horizontal e retilíneo de uma rodovia.

Da análise do gráfico, pode-se afirmar que o automóvel


a) está em repouso, no instante 1 min.
b) possui velocidade escalar nula, entre os instantes 3 min e 8 min.
c) sofreu deslocamento de 4 km, entre os instantes 0 min e 3 min.
d) descreve movimento progressivo, entre os instantes 1 min e 10 min.
e) tem a sua posição inicial coincidente com a origem da trajetória.
Física

7. (UFRGS, 2016) Pedro e Paulo diariamente usam bicicletas para ir ao colégio. O gráfico abaixo mostra
como ambos percorreram as distâncias até o colégio, em função do tempo, em certo dia.

Com base no gráfico, considere as seguintes afirmações.


I. A velocidade média desenvolvida por Pedro foi maior do que a desenvolvida por Paulo.
II. A máxima velocidade foi desenvolvida por Paulo.
III. Ambos estiveram parados pelo mesmo intervalo de tempo, durante seus percursos.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
Física

8. (IFSul G1, 2018) Uma partícula realizou um movimento unidimensional ao longo de um eixo ox e o
comportamento da sua posição x, em função do tempo t, foi representado em um gráfico, ilustrado na
figura a seguir.

Analise as seguintes afirmativas referentes ao movimento realizado por essa partícula:


I. Entre os instantes 3s e 6s, a partícula realizou um movimento uniforme.
II. Entre os instantes 0 s e 3s a partícula realizou um movimento acelerado.
III. Entre os instantes 3s e 6 s, a partícula estava em repouso.
IV. No instante 8 s, a partícula estava na origem do eixo x.
Estão corretas apenas as afirmativas
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) III e IV.
e) n.d.a.
Física

9. (Unioeste, 2017) Assinale o gráfico que representa CORRETAMENTE um movimento com velocidade
constante e diferente de zero.

a) c)

d)
b)

e)
Física

10. (Mackenzie, 2018)

Uma pessoa realiza uma viagem de carro em uma estrada retilínea, parando para um lanche, de acordo
com o gráfico acima. A velocidade média nas primeiras 5 horas deste movimento é
a) 10 km/h
b) 12 km/h
c) 15 km/h
d) 30 km/h
e) 60 km/h

Sua específica é naturezas e quer continuar treinando esse conteúdo?


Clique aqui, para fazer uma lista extra de exercícios.
Física

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
A reta do gráfico V x t é horizontal; ou seja, o tempo muda, mas a velocidade continua a mesma.

2. A
Quando o movimento é classificado como retrógrado, a velocidade possui sentido contrário ao sentido
adotado como positivo; portanto, possui valor negativo. Sendo assim, a reta contínua deve começar na
parte negativa do eixo y.

3. C
A reta crescente indica movimento uniforme e que o sentido da velocidade do móvel coincide com o
sentido positivo da trajetória; logo, o movimento é classificado como progressivo.

4. A
Em ΔS = Sf – S0, Sf é a posição final e S0 é a posição inicial do movimento. Analisando o gráfico, é fácil
perceber que a posição inicial (S0), ou seja, a posição no instante t = 0 s, é igual a 2m. A posição final (Sf)
pode ser qualquer uma escolhida; uma vez que, como o gráfico é uma reta, a velocidade é constante.

Vamos escolher a posição correspondente ao tempo t = 2s, Sf = 8 m.

Para calcular a velocidade média, basta calcular a razão entre ΔS e Δt.


6
Vm = = 3m/s
2

5. B
O ponto em que a reta toca no eixo é o ponto da posição inicial do móvel.

Exercícios de vestibulares

1. C
Cálculo da velocidade do objeto:
Δs 12 − 3 m
v= = ⇒v=3
Δt 3−0 s

Equação horária do espaço:


s(t) = s0 + vt ⇒ s(t) = 3 + 3t

Portanto:
s(10) = 3 + 3 ⋅ 10
∴ s(10) = 33m

2. B
Analisando a inclinação das retas, percebemos que a reta que descreve o movimento do corpo A é
crescente. Já a reta do corpo B é decrescente. Isso indica que os corpos apresentam movimentos em
sentidos opostos.
Física

3. E
Podemos calcular a velocidade do móvel usando os dados do gráfico.
S0 = 0
S = 2m
t0 = 0
t = 8s

S − S0 2 − 0 2
v= = = = 0,25m/s
t − t0 8 − 0 8

4. C
Uma carroça pode se locomover como uma pessoa andando, 3km/h ou 4km/h. Nesse caso, 10 km são
percorridos em menos de quatro horas, e não em uma semana.

Um carro pode se locomover a 60km/h ou mais. A 60km/h, a distância de 10km é realizada em 10


minutos, e não em um dia.

Uma caminhada a 4km/h precisa de duas horas e meia para atingir 10km. Dessa forma, o diagrama é
compatível com esta situação.

Para uma bicicleta realizar 10km em 2,5 minutos, sua velocidade deve ser de 4km/min = 240km/h. Para
Fórmula 1, tudo bem; bicicleta não.

10km em 2,5 segundos corresponde a 4km/s = 14400km/h. Um avião comercial viaja próximo de
1000km/h.

5. D
ΔS 100
VA = = = 25m/s
Δt 4
ΔS 75
VB = = = 18,75m/s
Δt 4

A velocidade relativa é a diferença entre as velocidades:


Vrel = 25 − 18,75 = 6,25m/s
ΔS 50
Vrel = ⇒ 6,25 = ⇒ Δt = 8,0s
Δt Δt

6. B
Note que a posição não varia entre três e oito minutos. Portanto, o carro está parado.

7. A
[I] Verdadeira. Pedro levou menos tempo para cumprir a mesma distância que Paulo; portanto, sua
velocidade média foi maior.
[II] Falsa. A velocidade máxima em um gráfico de distância pelo tempo é dada pela inclinação da reta,
que indica o seu coeficiente angular representado pela velocidade. Nota-se no diagrama que Pedro teve
a maior velocidade no primeiro trecho de seu percurso – quando, inclusive, ultrapassou Paulo.
[III] Falsa. Os intervalos de parada de ambos os ciclistas foram diferentes, correspondendo aos trechos
em que as posições não mudam com o tempo. Sendo assim, Pedro esteve parado durante 150s e Paulo,
durante 100s.
Física

8. D
Análise das afirmativas:
[I] Falsa. Nesse intervalo, a partícula não teve deslocamento com o passar do tempo; portanto, estava e
repouso.
[II] Falsa. De 0s a 3s, o movimento da partícula foi retilíneo uniforme progressivo, pois sua posição
progrediu linearmente com o tempo.
[III] Verdadeira. De acordo com o descrito em [I].
[IV] Verdadeira. Em oito segundos, a partícula estava realizando um movimento retilíneo retrógrado,
passando pela origem das posições.

9. A
As características do movimento uniforme indicam o gráfico correto; portanto, a velocidade é constante
e diferente de zero, a aceleração é nula e a posição varia linearmente com o tempo. Assim, temos a letra
[A] como única opção correta.

10. B
A velocidade média (vm ) é dada pela razão entre a distância percorrida (ΔS) e o tempo total gasto em
percorrê-la (Δt).

Cálculo da distância percorrida: a distância percorrida equivale à área sob a curva da velocidade pelo
tempo.

A distância será:
A1 = 20 ∙ 2h
A1 = 40km
A2 = 10 ∙ 2h
A2 = 20km
Δs = A1 + A2 = 40km + 20km = 60km

Logo, a velocidade média será:


60
vm = = 12km/h
5
Física

Movimento uniformemente variado (MUV): equação horária da


posição e equação de Torricelli

Objetivo
Aprender as características do movimento uniformemente variado e como descrevê-lo em situações diversas.

Se liga
Assista aos vídeos deste link, para você entender melhor o assunto (caso não seja direcionado, pesquise por
“Movimento uniforme” na biblioteca).

Curiosidade
O movimento uniformemente variado é o que mais caracteriza nossa realidade; já que, quando nos
movimentamos, a velocidade varia gradativamente.

Teoria

Função horária da posição


A função horária da posição é uma expressão matemática que descreve a posição de um corpo em função
do tempo. Essa função apresenta a seguinte forma:

at²
S = S0 + V0 t +
2

Podemos modificar essa função, para que ela não dê a posição final do corpo, mas o deslocamento dele por
completo. Com o objetivo de encontrar o deslocamento, podemos utilizar a função horária da posição da
seguinte forma:

at²
∆S = V0 t +
2

1
Física

Equação de Torricelli

“Quando o tempo não é dado, Torricelli é usado!”

A equação de Torricelli é a única equação do MUV que não utiliza a grandeza tempo para descrever a
trajetória. Ela é um trunfo para quando você não tiver o tempo como dado do seu problema. Essa equação
apresenta a seguinte forma:

V 2 = V02 + 2a∆S

Com essa, temos o total de três equações para descrever o movimento retilíneo uniformemente variado.
Então, surge uma dúvida: qual delas devemos usar? Para responder a essa pergunta, você precisa separar
todos os dados que a questão fornece e analisá-los. Os dados definem qual fórmula você deve utilizar.

2
Física

Exercícios fixação

1. É dado o movimento cujo espaço S, medido na trajetória (em metros) a partir de uma origem, varia em
função do tempo conforme:
t2
S = 10 − 2t +
2
(Os instantes t estão medidos em segundos.)
a) Determine o tipo geral do movimento.
b) Determine o espaço e a velocidade iniciais, e a aceleração escalar.

2. Um móvel descreve um MUV numa trajetória retilínea e os seus espaços variam no tempo de acordo
com a função horária:
S = 9 + 3t − 2t²
(t em segundos e S em metros.)
Determine o espaço e a velocidade iniciais e a aceleração escalar.

3. Um ponto material parte do repouso com movimento uniformemente acelerado de aceleração escalar
a = +5 m/s². Quais são os valores de sua velocidade e de seu espaço após 10s?

4. Um carro a 90km/h é freado uniformemente com a aceleração escalar de 2,5m/s² (em módulo) até
parar. Determine a variação do espaço do móvel desde o início da frenagem até parar.

5. Um móvel parte do repouso e, com aceleração constante de 5m/s², atinge a velocidade de 20m/s.
Determine a variação do espaço do móvel durante essa variável da velocidade.

3
Física

Exercícios de vestibulares

1. (Colégio Naval, 2020) Um motorista visando a efetuar uma ultrapassagem aumentou a velocidade do
seu veículo de 15 m/s para 25 m/s em 5,0 segundos. Qual foi a distância percorrida pelo motorista
nesse intervalo de tempo levando-se em consideração que a aceleração foi constante?
a) 100 m
b) 120 m
c) 140 m
d) 160 m
e) 180 m

2. (UFPA) Um ponto material parte do repouso em movimento uniformemente variado e, após percorrer
12 m, está animado de uma velocidade escalar de 6,0 m/s. A aceleração escalar do ponto material, em
m/s, vale:
a) 1,5
b) 1,0
c) 2,5
d) 2,0
e) n.d.a.

3. (Enem PPL, 2013) O trem de passageiros da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), que circula
diariamente entre a cidade de Cariacica, na Grande Vitória, e a capital mineira Belo Horizontal, está
utilizando uma nova tecnologia de frenagem eletrônica. Com a tecnologia anterior, era preciso inicial a
frenagem cerca de 400 metros antes da estação. Atualmente, essa distância caiu para 250 metros, o
que proporciona redução no tempo de viagem.
Considerando uma velocidade de 72 km/h, qual o módulo da diferença entre as acelerações de
frenagem depois e antes da adoção dessa tecnologia:
a) 0,08 m/s²
b) 0,30 m/s²
c) 1,10 m/s²
d) 1,60 m/s²
e) 3,90 m/s²

4
Física

4. (IFPE, 2018) Um móvel parte do repouso e, após 8 segundos de movimento, está com velocidade de 32
m/s. Pode-se afirmar que a aceleração do móvel e o espaço percorrido por ele são, respectivamente,
a) 4,0 m/s², 128 m.
b) 4,0 m/s², 32 m.
c) -4,0 m/s², 128 m.
d) 2,0 m/s², 128 m.
e) 2,0 m/s², 32 m.

5. Tendo chegado atrasado ao casamento, um convidado conseguiu pegar uma última fatia de bolo e
concluiu que experimentara o melhor glacê de toda a sua vida. Ouvindo falar que na cozinha havia mais
um bolo, mas que seria cortado apenas em outra festa, ele foi até lá. Viu o bolo em cima de uma mesa
perto da porta. Porém, percebeu que havia também uma cozinheira de costas para o bolo e para ele.
Querendo passar o dedo no bolo sem ser pego pela cozinheira e conseguir pegar a maior quantidade
de glacê possível, o convidado deduziu que, se passasse muito rápido, o dedo pegaria pouco glacê;
mas, se passasse muito lentamente, corria o risco de ser descoberto. Supondo, então, que ele tenha 3
segundos para roubar o glacê sem ser notado e que a melhor técnica para conseguir a maior
quantidade seja passar o dedo por 40,5 cm de bolo em MRUV, partindo do repouso, qual aceleração
teria o dedo no intervalo de tempo do roubo do glacê?
a) 0,03 m/s²
b) 0,04 m/s²
c) 0,09 m/s²
d) 1,5 m/s²
e) 2 m/s²

5
Física

6. (Enem PPL, 2017) Um longo trecho retilíneo de um rio tem um afluente perpendicular em sua margem
esquerda, conforme a figura.
Observando de cima, um barco trafega com velocidade constante pelo afluente para entrar no rio. Sabe-
se que a velocidade da correnteza desse rio varia uniformemente, sendo muito pequena junto à margem
e máxima no meio. O barco entra no rio e é arrastado lateralmente pela correnteza, mas o navegador
procura mantê-lo sempre na direção perpendicular à correnteza do rio e o motor acionado com a
mesma potência.

Pelas condições descritas, a trajetória que representa o movimento seguido pelo barco é?

a) c) e)

d)
b)

7. (CFTMG, 2018) Dois amigos, Pedro e Francisco, planejam fazer um passeio de bicicleta e combinam
encontrarem-se no meio do caminho. Pedro fica parado no local marcado, aguardando a chegada do
amigo. Francisco passa pelo ponto de encontro com uma velocidade constante de 9,0 m/s. No mesmo
instante, Pedro começa a se mover com uma aceleração também constante de 0,30 m/s².
A distância percorrida por Pedro até alcançar Francisco, em metros, é igual a
a) 30.
b) 60.
c) 270.
d) 540.
e) n.d.a.

6
Física

8. (Enem, 2020) Você foi contratado para sincronizar os quatro semáforos de uma avenida, indicados
pelas letras O, A B e C, conforme a figura.

Os semáforos estão separados por uma distância de 500 m. Segundo os dados estatísticos da
companhia controladora de trânsito, um veículo, que está inicialmente parado no semáforo O,
tipicamente parte com aceleração constante de 1 m s −2 até atingir a velocidade de 72 km h−1 e, a partir
daí, prossegue com velocidade constante. Você deve ajustar os semáforos A, B e C de modo que eles
mudem para a cor verde quando o veículo estiver a 100 m de cruzá-los, para que ele não tenha que
reduzir a velocidade em nenhum momento.
Considerando essas condições, aproximadamente quanto tempo depois da abertura do semáforo O os
semáforos A,  B e C devem abrir, respectivamente?
a) 20s, 45s e 70s.
b) 25 s, 50s e 75s
c) 28s, 42s e 53s.
d) 30s, 55s e 80s.
e) 35s, 60s e 85s.

9. (Enem PPL, 2019) Um foguete viaja pelo espaço sideral com os propulsores desligados. A velocidade
inicial v tem módulo constante e direção perpendicular à ação dos propulsores, conforme indicado na
figura. O piloto aciona os propulsores para alterar a direção do movimento quando o foguete passa
pelo ponto A e os desliga quando o módulo de sua velocidade final é superior a √2|v
⃗ |, o que ocorre
antes de passar pelo ponto B. Considere as interações desprezíveis.

7
Física

A representação gráfica da trajetória seguida pelo foguete, antes e depois de passar pelo ponto B é:

a)
d)

b)

e)

c)

10. (Enem, 2017) Um motorista que atende a uma chamada de celular é levado à desatenção, aumentando
a possibilidade de acidentes ocorrerem em razão do aumento de seu tempo de reação. Considere dois
motoristas, o primeiro atento e o segundo utilizando o celular enquanto dirige. Eles aceleram seus
m
carros inicialmente a 1,00  2 . Em resposta a uma emergência, freiam com uma desaceleração igual a
s
m m
5,00  2 , O motorista atento aciona o freio à velocidade de 14,0  , enquanto o desatento, em situação
s s
análoga, leva 1,00 segundo a mais para iniciar a frenagem.
Que distância o motorista desatento percorre a mais do que o motorista atento, até a parada total dos
carros?
a) 2,90 m
b) 14,0 m
c) 14, 5 m
d) 15,0 m
e) 17, 4 m

Sua específica é naturezas e quer continuar treinando esse conteúdo?


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8
Física

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. a) O movimento proposto é o MUV, pois seus espaços variam com o tempo, de acordo com uma função
de 2º grau em t.

at² t²
b) Comparando S = So + vo t + com S = 10 − 2t + e identificando cada termo, obtemos:
2 2
So = 10m, vo = −2m/s e a = 1m/s²

at²
2. Comparando a função dada (S = 9 + 3t − 2t²) com S = So + vo t + , obtemos So = 9m, vo = 3m/s e a =
2
−4m/s².

3. O móvel parte do repouso. Portanto, sua velocidade inicial é vo = 0. Vamos convencionar que, no instante
inicial, o móvel se encontrava na própria origem dos espaços. Assim, so = 0; vo = 0 (parte do repouso);
a = +5m/s². Substituindo esses valores nas funções horárias, para t = 10s, temos:
at² 5t² 5
S = So + vo t + ⇒S= ⇒ S = ∙ 102 ⇒ S = 250m
2 2 2
v = vo + at ⇒ v = 5t ⇒ v = 5 ∙ 10 = 50m/s

4. O exercício pode ser resolvido com as funções s = f1 (t) e v = f2 (t). No entanto, com a equação de
km 90
Torricelli, a solução é mais rápida. A velocidade inicial do movimento retardado é vo = 90 = =
h 3,6
25m/s; a aceleração de retardamento é a = −2,5m/s² (negativa, pois o movimento é retardado e,
portanto, vo e a devem ter sinais contrários). A velocidade final v é nula, pois o móvel para no fim do
percurso. Assim:
252
v 2 = vo2 + 2a∆S ⇒ 0 = 252 − 2 ∙ 2,5 ∙ ∆S ⇒ ∆S = = 125m
5

5. Como o móvel parte do repouso, temos que: vo = 0, e temos que v = 20m/s, com aceleração igual a a =
5m/s². Utilizando a equação de Torricelli (v 2 = vo2 + 2a∆S):
20 = 02 + 2 ∙ 5 ∙ ∆S
2

400 = 10∆S
∆S = 40m

Exercícios de vestibulares

1. A
Assumindo que a ultrapassagem tenha sido num trecho retilíneo, a aceleração é tangencial. Como essa
aceleração é constante, o movimento é uniformemente variado. Assim, usando a “fórmula da área”:
vo + v 15 + 25
∆S = ∆t ⇒ ∆S = ∙ 5 = 100m
2 2

2. A
Para calcular a aceleração com esses dados, devemos utilizar a equação de Torricelli:
v² = v0 ² + 2. a. Δs
6² = 0² + 2. a. 12
36 = 24a
36
a =
12
a = 1,5m/s²

9
Física

3. B
Supondo essas acelerações constantes e aplicando a equação de Torricelli para o movimento
uniformemente retardado, vem:
v 2 = vo2 − 2a∆S
02 = vo2 + 2a∆S
vo2
a =
2 . ΔS

202
a1 = = 0,5m/s²
2 . 400

202
a2 = = 0,8m/s²
2 . 250

|a1 − a 2 | = |0,5 − 0,8| = 0,3m/s²

4. A
Observação: o enunciado deveria especificar que o movimento é uniformemente variado (MUV) e
retilíneo ou que a resultante de forças atuantes no móvel é constante, para que a componente tangencial
da aceleração seja constante e a componente centrípeta, nula. Da maneira como está, só é possível
calcular o módulo da aceleração escalar média. Não há como calcular o espaço percorrido.

A solução dada a seguir é para este enunciado:


“Um móvel parte do repouso e, após 8 segundos de movimento retilíneo e uniformemente variado, está
com velocidade de 32m/s. Pode-se afirmar que a aceleração do móvel e o espaço percorrido por ele são,
respectivamente,”

Aplicando as equações do MUV:


∆v 32 − 0
a= = = 4m/s²
∆t 8−0
(v − vo )t (32 + 0)8
∆S = = = 128m
2 2

5. B
Trata-se de uma questão de movimento retilíneo uniformemente variado (e bem criativa, convenhamos).
As informações que ele nos dá são:
S (posição final) = 40,5cm = 0,405m (unidade do SI - Sistema Internacional)
V0 = 0m/s (parte do repouso)
t = 3 segundos

Note que a velocidade e o tempo também estão em unidades de medida do SI, por isso precisamos
converter o cm para metro. Vamos aplicar as informações na equação horária do movimento, que é:
1
S = S0 + v0 t + at²
2
0,405 = 0 + 0 + 0,5 ∙ a ∙ (3)²
0,405 = 0,5 ∙ a ∙ 9
9a = 0,405 ∙ 2
9a = 0,81
0,81
a=
9
a = 0,09m/s²

10
Física

6. D
Durante o tempo de reação do condutor, a velocidade escalar é constante. Portanto, durante esse
intervalo de tempo, o gráfico da velocidade escalar em função da distância é um segmento de reta
horizontal.
A partir da aplicação dos freios, se a desaceleração tem intensidade constante, o movimento é
uniformemente variado (MUV). Então, o módulo da velocidade escalar varia com a distância percorrida
(D), de acordo com a equação de Torricelli:
v 2 = vo2 − 2aD ⇒ v = √vo2 − 2aD

O gráfico dessa expressão é um arco de parábola de concavidade para baixo.

7. D
O encontro dos dois amigos será realizado quando os dois tiverem a mesma posição. Vamos considerar
as posições iniciais nulas para os dois. Para isso, devemos representar as equações horárias das
posições para cada um:

Francisco (MRU):
s f = s 0 + vf ∙ t
sf = 9t

Pedro (MRUV):
a
s p = s 0 + v0 ∙ t + ∙ t²
2

No encontro, os dois têm a mesma posição:


Sf = Sp
0,9 t = 0,15t²

Tempo = 60 segundos.
Usamos ele em qualquer uma das duas equações horárias.
Senc = 9 ∙ t = 9 ∙ 60 = 540m

11
Física

8. D
O semáforo A deve mudar para verde quando o veículo tiver percorrido 400 m.
Tempo de aceleração (t1 ):
v = v0 + a ∙ t 1
20 = 0 + 1 ∙ t1
t1 = 20s

Distância percorrida nesse tempo:


a 1
d1 = ∙ t1 2 = (20)2
2 2
d1 = 200m

d2 = 400 − d1 = 400 − 200 = 200m

d2 200
t2 = =
v 20
t 2 = 10s

Assim, o tempo de abertura para o sinal A é:

t A = t1 + t 2 = 20 + 10 = 30s

Para abertura dos outros dois semáforos, o veículo deve percorrer 500m e 100m com velocidade
constante de 20m/s.
tB = tA + t3

500
t B = 30 +
20
t B = 55s

tC = tB + t4
500
t C = 55 + = 80s
20

9. C
Na horizontal, tem-se um MU (velocidade constante). Na vertical, tem-se um MUV (nesse caso, um
movimento acelerado a partir do repouso) de A até B. Após a passagem por B, a componente vertical
também se torna constante. Ou seja, levando em consideração essas informações e sobrepondo os
movimentos, a alternativa que melhor descreve o movimento do foguete é a C, já que mostra um arco de
parábola entre A e B e uma reta inclinada após passar por B.

12
Física

10. E
Para o motorista atento, temos:
m
Tempo e distância percorrida até atingir 14  a partir do repouso:
s
v = v0 + a. t
14 = 0 + 1. t1
t1 = 14 s

v 2 = vo2 + 2a∆S
142 = 02 + 2.1. d1 ′
d1 ′ = 98m

Distância percorrida até parar:


0² = 14² + 2. (−5). d1 ′
d1 ′ = 19,6 m

Distância total percorrida:


Δs1 = d1 + d1 ′ = 98 + 117,6 m

Para o motorista que utiliza o celular, temos:

t 2 = t1 + 1
t 2 = 15 s

Velocidade atingida e distância percorrida em 15 s a partir do repouso:

v2 = 0 + 1 . 15 = 15 m/s

15² = 02 + 2.1 d2

d2 = 112.5 m

Distância percorrida até parar:

02 = 152 + 2. (−5). d2 ′
d2 ′ = 22,5 m

Distância total percorrida:


Δs2 = d2 + d2 ′ = 112,5 + 22,5 = 135 m

Portanto, a distância percorrida a mais pelo motorista desatento é de:


Δs = Δs2 − Δs1 = 135 − 117,6 = 17,4 m

13
Física

Exercícios sobre Termometria

Exercícios

1. (Unicamp 2021) Em março de 2020, a Unicamp e o Fermi National Accelerator Laboratory (Fermilab),
dos Estados Unidos, assinaram um acordo de cooperação científica com o objetivo de desenvolver
tanques para conter argônio líquido a baixíssimas temperaturas (criostatos). Esses tanques abrigarão
detectores para o estudo dos neutrinos.
A temperatura do argônio nos tanques é 𝑇𝐴𝑟 = −184 °𝐶. Usualmente, a grandeza “temperatura” em
física é expressa na escala Kelvin (𝐾). Sabendo-se que as temperaturas aproximadas do ponto de
ebulição (𝑇𝐸 ) e do ponto de solidificação (𝑇𝑆 ) da água à pressão atmosférica são, respectivamente,
𝑇𝐸 ≈ 373 𝐾 e 𝑇𝑆 ≈ 273 𝐾, a temperatura do argônio nos tanques será igual a
a) 20 K.
b) 89 K.
c) 189 K.
d) 457 K.

2. (Espcex (Aman) 2022) Um estudante construiu um termômetro graduado em uma escala X de modo
que, ao nível do mar, ele marca, para o ponto de fusão da água, 200 °X e, para o ponto de ebulição da
água, 400 °X. Podemos afirmar que o zero absoluto, em °X, corresponde ao valor aproximado de:
a) 173
b) 0
c) – 346
d) – 473
e) – 546

3. (Ucpel 2021) Um passageiro que viaja do Rio de Janeiro para Nova Iorque durante o mês de janeiro
preocupa-se com a possível variação de temperatura ambiente. Em virtude disso consulta os valores
das temperaturas nas cidades de origem e destino, nas escalas Celsius, utilizada no Brasil, e na escala
Fahrenheit, utilizada nos Estados Unidos e verifica que o valor registrado pela escala Fahrenheit, no Rio
de Janeiro é 3 vezes o valor registrado pela escala Celsius e a leitura registrada pela escala Fahrenheit
em Nova Iorque é igual ao registrado pela escala Celsius acrescido de 36. As temperaturas
aproximadas registradas no Rio de Janeiro e em Nova Iorque são, respectivamente de
a) 17°C e 5°C
b) 27°C e 8°C
c) 27°C e 5°C
d) 37°C e 5°C
e) 37°C e 8°C

1
Física

4. (Uece 2021) A febre caracteriza-se por um aumento da temperatura corporal, podendo ser uma
sinalização da presença de agentes infecciosos no organismo. Para o ser humano, uma temperatura
acima de 37,8 °C pode ser considerada um quadro febril. Devido à indisponibilidade de um termômetro
graduado na escala Celsius, aferiu-se a temperatura de uma pessoa, verificando-se o valor de 102,2 °F.
A partir dessas informações, é correto afirmar que a temperatura corporal dessa pessoa, em °C, é
a) 39,2.
b) 38.
c) 39.
d) 38,6.

5. (Uece 2020) Em função da COVID-19, o acesso a locais públicos fechados tem sido permitido mediante
a aferição da temperatura corporal da pessoa. Considerando o limite superior de 37 °𝐶, assinale a
opção que corresponde à temperatura que está acima desse limite.
a) 100,4 °𝐹
b) 97,7 °𝐹
c) 309,65 𝐾
d) 37 𝐾

6. (S1 - ifsul 2020) João, buscando aprimorar seus conhecimentos em língua inglesa, resolveu fazer um
intercambio nos Estados Unidos da América. Pesquisando sobre a cultura do país, tomou
conhecimento de que a escala Fahrenheit é muito utilizada. Assim, ficou curioso para saber detalhes a
respeito dessa escala de temperatura e listou, na tabela abaixo, algumas informações que poderiam
ser importantes em sua estadia fora do Brasil.

Temperatura em °𝐶 Temperatura em °𝐹
Ponto de ebulição da água 100 212
Temperatura média normal
37 𝑋
do corpo humano
Nível de temperatura
20 𝑌
confortável
Ponto de congelamento da
0 32
água
Zero da escala Farenheit Aproximadamente 𝑍 0

Considerando que a tabela montada por João refere-se a valores de temperatura relacionados à
pressão igual a 1 𝑎𝑡𝑚, os valores de 𝑋,  𝑌 e 𝑍, valem,
a) 𝑋 = 98,6;  𝑌 = 68;  𝑍 = −17,8
b) 𝑋 = 66,6;  𝑌 = 36;  𝑍 = 2,22
c) 𝑋 = 66,6;  𝑌 = 68;  𝑍 = −17,8
d) 𝑋 = 98,6;  𝑌 = 36;  𝑍 = 2,22

2
Física

7. (Ufjf-pism 2 2020) Em uma aula sobre escalas de temperatura, termômetros sem escala foram
fornecidos aos alunos de dois grupos, 𝐴 e 𝐵, para que criassem suas próprias escalas lineares. Ambos
os grupos tomaram como pontos fixos a fusão do gelo e a ebulição da água. Para a fusão do gelo, o
grupo 𝐴 atribuiu o valor 0, e o grupo 𝐵 atribuiu o valor 10. Para a ebulição da água, o grupo 𝐴 atribuiu o
valor 100, e o grupo 𝐵 atribuiu o valor 30. Se a temperatura para o grupo 𝐴 é representada por 𝑇𝐴 , e para
o grupo 𝐵 ela é representada por 𝑇𝐵 , qual é a relação termométrica entre estas duas escalas?
a) 𝑇𝐴 = 100𝑇𝐵 + 20
b) 𝑇𝐴 = 20𝑇𝐵 − 200
c) 𝑇𝐴 = 5𝑇𝐵
d) 𝑇𝐴 = 100𝑇𝐵 − 20
e) 𝑇𝐴 = 5𝑇𝐵 − 50

8. (Eear 2019) Roberto, empolgado com as aulas de Física, decide construir um termômetro que trabalhe
com uma escala escolhida por ele, a qual chamou de escala 𝑅. Para tanto, definiu −20 °𝑅 como ponto
de fusão do gelo e 80 °𝑅 como temperatura de ebulição da água, sendo estes os pontos fixos desta
escala. Sendo 𝑅 a temperatura na escala criada por Roberto e 𝐶 a temperatura na escala Celsius, e
considerando que o experimento seja realizado ao nível do mar, a expressão que relaciona
corretamente as duas escalas será:
a) 𝐶 = 𝑅 − 20
b) 𝐶 = 𝑅 + 20
𝑅+20
c) 𝐶=
2
𝑅−20
d) 𝐶=
2

9. (Mackenzie 2020) Uma escala de temperatura foi criada e batizada com o nome "Escala Mackenzie
(°𝑀)". Como parâmetros, foram atribuídas as temperaturas de −5 °𝑀 e 245 °𝑀 para os pontos de fusão
e ebulição da água a nível do mar, respectivamente. A situação descrita acima pode ser observada a
partir do gráfico abaixo, que relaciona a escala Mackenzie com a escala Celsius.

A temperatura, na escala Celsius (°𝐶), que corresponde a 45 °𝑀 é de


a) 10
b) 20
c) 30
d) 35
e) 15

3
Física

10. (Fac. Albert Einstein - Medicin 2021) Um médico criou sua própria escala de temperaturas para
classificar a febre de seus pacientes em cinco níveis, de acordo com o quadro.

Nível Classificação
1 Leve
2 Moderada
3 Alta
4 Preocupante
5 Perigosa

A relação entre as temperaturas de um paciente febril (𝜃) e o nível de febre, segundo a classificação
desse médico, segue um padrão linear e está representada no gráfico.

Um paciente teve sua temperatura corporal medida, obtendo-se o valor 40,5 °𝐶. Segundo a
classificação criada pelo médico citado, a febre desse paciente será classificada
a) entre alta e preocupante.
b) como preocupante.
c) entre leve e moderada.
d) como moderada.
e) entre preocupante e perigosa.

4
Física

Gabarito

1. B
Da equação de conversão entre as escalas Celsius e Kelvin:
𝑇𝐾 = 𝑇𝐶 + 273 ⇒ T𝐾 = −184 + 273 ⇒ 𝑇𝐾 = 89𝐾

2. C
Comparando as escalas, temos que:

200 − 𝜃𝑋 0 + 273
=
400 − 𝜃𝑋 100 + 273
109200 − 273𝜃𝑋 = 74600 − 373𝜃𝑋
100𝜃𝑋 = −34600
∴ 𝜃𝑋 = −346 °𝑋

3. C
A equação de conversão para essas duas escalas é:
𝐶 𝐹 − 32
= .
5 9

Aplicando-a às duas situações descritas:


𝐶 3𝐶 −32
𝑅𝑖𝑜: 𝐹𝑅 = 3𝐶𝑅 ⇒ 𝑅 = 𝑅 ⇒ 15𝐶𝑅 − 160 = 9𝐶𝑅 ⇒ 𝐶𝑅 ≅ 27°𝐶
5 9
{ 𝐶𝑁 𝐶𝑁 +36−32
𝑁. Iorque: F𝑁 = 𝐶𝑁 + 36 ⇒ = ⇒ 9𝐶𝑁 = 5𝐶𝑁 + 20 ⇒ 𝐶𝑁 = 5°𝐶
5 9

4. C
Substituindo os valores na equação de conversão entre essas escalas:
𝐶 𝐹 − 32 𝐶 102,2 − 32
= ⇒ = ⇒ 𝐶 = 39°𝐶
5 9 5 9

5
Física

5. A
Convertendo:
𝜃𝐶 𝜃𝐹 − 32° 37° 𝜃𝐹 − 32°
= ⇒ = ⇒
5 9 5 9
⇒ 5𝜃𝐹 − 160° = 333° ⇒ 5𝜃𝐹 = 493°
∴ 𝜃𝐹 = 98,6 °𝐹
𝜃𝐾 = 𝜃𝐶 + 273 = 37 + 273
∴ 𝜃𝐾 = 310 𝐾

Portanto, a única temperatura que está acima desse limite é a 100,4 °𝐹.

6. A
A equação que relaciona as temperaturas nas escalas Celsius (𝐶) e Fahrenheit (𝐹) é:
𝐹 − 32 𝐶
=
9 5

Para a temperatura de 37 °𝐶:


𝐹 − 32 37 9
= ⇒ 𝐹 = ⋅ 37 + 32 ∴ 𝐹 = 98,6 °𝐹
9 5 5

Para a temperatura de 20 °𝐶:


𝐹 − 32 20 9
= ⇒ 𝐹 = ⋅ 20 + 32 ∴ 𝐹 = 68 °𝐹
9 5 5

Para a temperatura de 0 °𝐹:


0 − 32 𝐶 32
= ⇒ 𝐶 = − ⋅ 5 ∴ 𝐶 = −17,8 °𝐶
9 5 9

7. E
𝑇𝐴 − 𝑇𝐴1 𝑇𝐵 − 𝑇𝐵1 𝑇𝐴 − 0 𝑇𝐵 − 10
= ⇒ = ⇒
𝑇𝐴2− 𝑇𝐴1 𝑇𝐵2− 𝑇𝐵1 100 − 0 30 − 10
𝑇𝐴 𝑇𝐵 − 10
= ⇒
100 20
𝑇𝐴 = 5𝑇𝐵 − 50

6
Física

8. B
Relação entre as escalas:

𝐶−0 𝑅 − (−20)
=
100 − 0 80 − (−20)
𝐶 𝑅 + 20
=
100 100
∴ 𝐶 = 𝑅 + 20

9. B
Do gráfico extraímos o diagrama abaixo e, realizando a interpolação linear, determinamos a temperatura
na escala Celsius que corresponde a 45 °𝑀.

𝑇−0 45 − (−5) 50 ⋅ 100


= ⇒𝑇= ∴ 𝑇 = 20 °𝐶
100 − 0 245 − (−5) 250

7
Física

10. A
O gráfico apresenta a correspondência de valores.

Semelhança de Triângulos:
𝑁−1 5−1 𝑁−1 4
𝛥𝐴𝐵𝐶 ≈ 𝛥𝐴𝐷𝐸 ⇒ = ⇒ = ⇒ 𝑁 = 0,8 × 3,5 + 1 ⇒ 𝑁 = 3,8
40,5 − 37 42 − 37 3,5 5

8
Geografia

Crise do Fordismo

Objetivo
Aprender sobre o Fordismo, seu auge e crise. Entender as razões que levaram à crise desse modelo e à
ascensão do Toyotismo.

Se liga
Esse conteúdo é essencial para as próximas aulas de Toyotismo, Terceira Revolução Industrial e
Globalização. É comum encontrar questões mescladas com conteúdos das próximas aulas.

Teoria

Introdução
A crise do Fordismo resulta de suas próprias características. Tal condição possibilitou a ascensão de um
novo modelo produtivo, o Toyotismo.

Fordismo e New Deal


A lógica fordista de produção e consumo em massa foi perfeita para a recuperação econômica americana
com base no New Deal (1933). Os anos seguintes foram caracterizados por um grande crescimento
econômico do mundo, principalmente após o fim da Segunda Guerra Mundial (1945). A estruturação do
Sistema Bretton Woods, acordo para o gerenciamento da economia internacional, foi fundamental para o
crescimento econômico desse período, criando importantes mecanismos de defesa a crises capitalistas,
como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

Auge e crise do Fordismo


O Fordismo viveu seu auge (anos dourados) durante as décadas seguintes, de 1950 a 1960, viabilizado pela
política de Welfare State, ou Estado de Bem-Estar Social. Após a crise liberal de 1929, houve uma política de
Estado forte e interventor na economia, que garantiu o giro de consumo e o reaquecimento da economia. Isso
levou o Fordismo, mesmo com sua lógica de produção em massa e estoques, a chegar ao seu auge. Todavia,
suas características não se sustentaram por mais tempo e, somadas a outros fatores econômicos, como o
primeiro choque do petróleo, em 1973, resultaram em uma crise do modelo produtivo na década de 1970. O
encarecimento da produção, os estoques cheios e padronizados e o desenvolvimento tecnológico foram as
grandes razões do lado fordista para essa crise. Com isso, observou-se uma significativa diminuição dos
gastos do Estado com as políticas sociais, caracterizando também o fim ou desmonte do Estado de Bem-
Estar Social. A adoção de uma política neoliberal passa a ser uma das principais defesas para solução dessa
crise.

1
Geografia

Razões para a crise do Fordismo:

● Welfare State e os gastos públicos: como dito, foi o período de forte intervenção estatal na economia
que garantiu o consumo, e o Fordismo permaneceu em alta. Porém, os ganhos de direitos trabalhistas
encareciam os gastos públicos, o que causou a consequente diminuição dos lucros. O lucro se dá a partir
da diferença entre o gasto da produção e o ganho bruto. Os direitos trabalhistas encareceram o valor da
mão de obra, reduzindo o lucro das empresas.

● Desenvolvimento tecnológico: a inserção de tecnologia no processo produtivo também aumentava os


custos de produção, assim como permitia maior conexão dos mercados internacionais. Observou-se da
mesma forma uma financeirização da economia, em que os empréstimos e grandes volumes de capital
passaram a ser fundamentais para o desenvolvimento tecnológico. Com Estados endividados, foram
necessárias medidas de abertura comercial e maior autonomia à iniciativa privada. O desenvolvimento
das tecnologias de comunicação e transporte que conectou os mercados gerou igualmente novas
organizações produtivas, como o Toyotismo, que superava vários problemas apresentados pelo
Fordismo, que foi se tornando menos importante no cenário competitivo.

● Regime rígido e pouco adaptável: o caráter rígido e pouco adaptável do modelo de produção nas linhas
de montagem não dinamizava a superação dos problemas. O custo da produção aumentava, enquanto
os estoques ficavam cheios, o que barateava o produto pela alta disponibilidade já produzida. O
Fordismo, no entanto, não alterava o perfil de produção, nem as relações trabalhistas, mesmo diante das
mudanças que surgiam. A produtividade se manteve alta, mas o custo aumentou.

● Ampliação do mercado e padronização produtiva: com as maiores conexões de mercado entre países
do mundo, as exigências diante do cenário competitivo demandavam diversificação. Novas demandas
de produtos, que antes não existiam, surgem. Como o Fordismo produzia em massa, havia uma
padronização. A propaganda moderna passou a vender a ideia de produtos cada vez mais específicos,
de acordo com a necessidade de cada cliente. Atualmente, dentro da lógica toyotista de produção sob
demanda, ou produção Just in Time, a criação de novas necessidades antecipa a criação do produto.

● Durabilidade dos produtos e estoques lotados: a durabilidade dos produtos fordistas e sua
padronização, necessária para a produção em massa, gerava uma estagnação do consumo. Os estoques
permaneciam lotados, mas os produtos tinham alta durabilidade, o que postergava a necessidade de
compra, podendo ocasionar uma crise de superacumulação. Uma vez que a produção se acumulava,
muitos investidores deixariam de reinvestir o lucro, o que poderia reduzir o quadro de empregados,
gerando desemprego e redução do consumo. Com menor consumo, maior é o acúmulo da produção,
originando um efeito cíclico que resultaria em uma grande crise econômica.

● Maior pressão sindical: facilitada pelo fato de a fábrica estar espacialmente concentrada. Muitos
trabalhadores moravam nas vilas operárias, e o debate sobre a exploração trabalhista era inevitável.

Além disso, a crise do petróleo durante a década de 1970 e seus impactos na produção mundial tiveram
uma importância significativa na crise do Fordismo e do Estado Keynesiano. É importante lembrar que o
petróleo era a base produtiva dessa indústria. Para solucionar essa crise, defendia-se a substituição da
lógica econômica keynesiana pelo neoliberalismo, que consiste em uma menor intervenção do Estado
na economia.

2
Geografia

Globalização, Toyotismo e o impacto no Fordismo


O avanço técnico nos transportes e comunicação (globalização) e o surgimento de métodos produtivos mais
eficientes (Toyotismo) permitiram a redistribuição espacial da indústria pelo mundo, buscando as vantagens
competitivas (mão de obra mais barata, legislação trabalhista e ambiental mais flexível). O Toyotismo é,
assim, um processo produtivo pós-fordista. É importante destacar que, no geral, essa flexibilização do
processo produtivo não amplia o mercado de trabalho interno dos países, devido à automação. Observa-se o
desemprego estrutural e a precarização do trabalho.

O Fordismo não desapareceu


É importante pontuar que o Fordismo não desaparece do mundo, sendo substituído, em grande parte, pelo
Toyotismo. Sobretudo em indústrias mais simples e países mais pobres, podem-se identificar estruturas
produtivas e organizacionais típicas do modelo fordista. Em diversos empregos, a produção continua
fragmentada, não demandando qualificação da mão de obra, como o caso dos “Mc Empregos”. Além disso,
muitas empresas de tecnologia possuem características toyotistas, como a produção por demanda ou a
exigência de mão de obra qualificada; por outro lado, também utilizam linhas de montagem fordistas para
trabalhos mais simples e baratos.

3
Geografia

Exercícios de fixação

1. Por que a combinação entre Fordismo e New Deal foi positiva para a economia americana?

2. Entre as razões para a crise do Fordismo, é possível destacar:


a) Encarecimento da produção e estoques lotados
b) Diversificação da produção e aumento dos lucros
c) Intervencionismo na economia e crise econômica

3. A ________________ do Fordismo deriva da adoção de uma mão de obra ________________ que, por sua
vez, limitava as alterações na linha de montagem. Assim, a fábrica fordista tinha pouca capacidade
para atender às demandas de ________________ que o mercado passava a exigir.
a) Rigidez – qualificada – automação
b) Flexibilidade – especializada – produção
c) Rigidez – especializada – inovação

4. O Fordismo, como sistema de produção, tornou-se improdutivo pela falta de capacidade do sistema de
gerar ganhos de produtividade, havendo razões tanto de ordem técnica quanto de ordem econômico-
social para esse fenômeno.
FERREIRA, C. G. O Fordismo, sua crise e algumas considerações sobre o caso brasileiro. Nova Economia (UFMG), Belo
Horizonte, v. 7, n. 2, p. 167-201, 1997.

Cite o principal obstáculo de ordem técnica.

5. A estabilidade durante o auge do Fordismo estava garantida pela matriz do trabalho assalariado com
proteção social e pela transferência de parte dos ganhos de produtividade aos salários. Com a queda
de produtividade e as margens de lucro, essa transferência passou a ser questionada pelas empresas,
fazendo renascer um velho modelo econômico, que passou a ser denominado
a) Neoliberalismo
b) Mercantilismo
c) Feudalismo

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Geografia

Exercícios de vestibulares

1. O século XX anuncia profundas mudanças na relação capital/trabalho, e consequentemente, nas


formas de acumulação de capital. Vamos observar uma reestruturação dos modelos de produção.
Tudo isto em decorrência da crise do capital que começará a se esboçar nos anos 60, sobretudo a
partir:
a) Do declínio do Estado de Bem-Estar Social.
b) Do declínio da globalização.
c) Do declínio do império americano.
d) Do declínio do Toyotismo.
e) Do declínio do Fordismo.

2. (Enem PPL, 2015) Falava-se, antes, de autonomia da produção significar que uma empresa, ao
assegurar uma produção, buscava também manipular a opinião pela via da publicidade. Nesse caso, o
fato gerador do consumo seria a produção. Mas, atualmente, as empresas hegemônicas produzem o
consumidor antes mesmo de produzirem os produtos. Um dado essencial do entendimento do
consumo é que a produção do consumidor, hoje, precede a produção dos bens e dos serviços.
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000.

O tipo de relação entre produção e consumo discutido no texto pressupõe o(a)


a) aumento do poder aquisitivo.
b) estímulo à livre concorrência.
c) criação de novas necessidades.
d) formação de grandes estoques.
e) implantação de linhas de montagem.

3. A eterna busca por reduzir custos pode levar o gestor a um dilema: centralizar os estoques e reduzi-los
ou manter estoques descentralizados privilegiando a velocidade da operação em detrimento dos
custos. Para empresas que têm múltiplas unidades, fica o dilema, se estoque é custo e reduzir estoques
significa colocar mais dinheiro no caixa, o ideal é sempre reduzi-los, portanto, centralizar é melhor, mas
a centralização aumenta o risco de ruptura e pode até parar a operação, então, descentralizar é melhor,
porém esta ação pode aumentar os estoques e, consequentemente, os custos, o que fazer?
GRONSKI, Augusto. Estoques: centralizar ou descentralizar? Portal Administradores, 17 de abril de 2013. Disponível
em: Administradores.com

A prática mencionada no texto de reduzir os estoques é operacionalizada pelas indústrias, que


produzem apenas a quantidade de um dado produto de acordo com a demanda referente a ele. Tal
prática é denominada por:
a) Oferta pela demanda
b) Redução de estoque
c) Timely delivery
d) Just in Time
e) Entrega sob pedido

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4. Ao considerar o processo de reestruturação produtiva como uma resposta à crise de acumulação


capitalista, esse processo encerra uma estratégia de reorganização da produção e dos mercados.
Dessa forma, esse processo interfere diretamente no(a)(s)
a) Adoção de modelos de gerenciamento de recursos organizacionais e no sistema de inclusão
social das empresas.
b) Organização da sociedade e no conjunto das relações que se estabelecem entre o capital, o
trabalho e o Estado.
c) Modos de pensar e agir, cultural e socialmente, incentivando a organização coletiva e sindical dos
trabalhadores.
d) Formas produtivas alternativas oriundas do meio rural, como novas tecnologias artesanais de
trabalho.
e) Diagnóstico das relações sociais e na crise do Estado de Bem-Estar.

5. Transformações produtivas geram grandes consequências que vão além da lógica das indústrias. A
crise que assolou o modelo fordista nos anos 70 trouxe reflexos para a organização das cidades em
que as principais unidades fabris estavam localizadas.
Podemos apontar como consequência da crise mencionada no texto
a) A ampliação do número de sindicatos e o fortalecimento de sua capacidade de negociação e de
pressão.
b) A emergência de um mercado de trabalho sólido decorrente de uma produção em escalas
diferentes.
c) A elevação de postos de trabalho nos países ditos desenvolvidos.
d) A redução dos postos de trabalho e a ampliação dos níveis de proteção social dos empregados.
e) A elevação dos níveis de desemprego e a precarização do trabalho.

6. (Uerj adaptada, 2001) A posição central ocupada pela técnica é fundamental para explicar a atual fase
do capitalismo em que se insere o pós-fordismo. Essa nova forma de organização da produção
promove o seguinte conjunto de consequências:
a) Retração do setor de comércio e serviços; ampliação de um mercado consumidor seletivo,
diversificado e sofisticado.
b) Intensificação das estratégias de produção e consumo a nível internacional; redução do fluxo de
informação e dos veículos de propaganda.
c) Redução da distância dos estabelecimentos industriais e comerciais; acelerado ritmo de
inovações do produto com mercados pouco especializados.
d) Crescente terceirização das atividades de apoio à produção e distribuição; elevados níveis de
concentração de capitais com formação de conglomerados.
e) Crescente busca pela capacidade de produção, concentrando os esforços de desenvolvimento nos
processos fabris.

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7. (Unicentro, 2010) “Nos períodos mais recentes, o capitalismo vem passando por nova transformação.
O capital, na sua busca incessante de valorizar-se, e para fazer frente à profunda recessão que se
agravou a partir de 1973, com a crise do petróleo, procurou novas formas de elevar a produtividade do
trabalho e a expansão dos lucros. Assim, a partir da década de 1970, desenvolve-se uma nova fase no
processo produtivo capitalista que poderíamos chamar de pós-fordismo ou a da acumulação flexível”.
Tomazi, Nelson Dácio (coordenador). Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 2000, p. 54.

Considerando o texto em questão, é possível afirmar que:


a) O processo produtivo capitalista chamado pós-fordismo caracteriza-se pela flexibilização dos
processos de trabalho, incluindo a automação.
b) Com a automação, intensifica-se o controle manual por parte do trabalhador que é assistido por
tecnologias eletrônicas.
c) No processo chamado fordismo, as atividades mecânicas são desenvolvidas por máquinas
automatizadas, programadas para agir sem a intervenção de um operador.
d) É preciso considerar que, na era da automação, o trabalhador ainda é fundamental nas tarefas
repetitivas, pois os robôs não possuem destreza para realizar tarefas complexas, como soldar
placas.
e) Com os produtos e o consumo sendo flexibilizados, os objetos se tornam menos descartáveis e a
propaganda não precisa estimular a sua troca por novos produtos.

8. A expansão da produção capitalista, nos três primeiros quartos do século XX, esteve assentada
principalmente no modelo de organização fordista. A partir dos anos 1970, esse modelo sofreu
significativas alterações, decorrentes da dificuldade em enfrentar, através de ganhos de produtividade,
a crise que atingiu o sistema capitalista. Impôs-se ao universo da produção a necessidade de profunda
reestruturação econômica, expressa pela introdução de novas tecnologias, flexibilidade dos processos
de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e dos padrões de consumo. Tais mudanças foram
vistas por alguns como ruptura e, por outros, como continuidade do modelo fordista. De qualquer
maneira, o mundo do trabalho real do século XXI já não é mais o mesmo.
Sobre os impactos concretos que afetaram a produção e o trabalho no Brasil, no quadro das
transformações comentadas no texto, é correto afirmar que houve:
a) consolidação do assalariamento regulamentado, através da expansão do emprego com carteira
registrada para a totalidade dos trabalhadores.
b) fortalecimento do poder de negociação dos sindicatos e elevação contínua da renda dos
trabalhadores.
c) extinção por inteiro das formas antigas de divisão do trabalho baseada na separação entre
concepção e execução, em decorrência da alta qualificação intelectual dos trabalhadores.
d) expansão de formas alternativas de organização do trabalho (trabalho informal, doméstico,
temporário, por hora e subcontratação) em detrimento do assalariamento tradicional.
e) redução drástica das jornadas de trabalho e ampliação do tempo de lazer desfrutado pelos
trabalhadores.

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9. (Unicamp adaptada, 2018) Detroit foi símbolo mundial da indústria automotiva. Chegou a abrigar quase
2 milhões de habitantes entre as décadas de 1960 e 1970. Em 2010, porém, havia perdido mais de um
milhão de habitantes. O espaço urbano entrou em colapso, com fábricas em
ruínas, casas abandonadas, supressão de serviços públicos essenciais, crescimento da pobreza e do
desemprego. Em 2013, foi decretada a falência da cidade. Essa crise urbana vivida por Detroit resulta
dos seguintes processos:
a) ascensão do taylorismo; protecionismo econômico e concorrência com capitais europeus;
deslocamento de indústrias para cidades vizinhas.
b) consolidação do regime de acumulação fordista; protecionismo econômico e concorrência com
capitais europeus; deslocamento de indústrias para outros países.
c) declínio do toyotismo; liberalização econômica e concorrência com capitais asiáticos;
deslocamento de indústrias para cidades vizinhas.
d) ascensão do regime de acumulação flexível; concorrência com capitais asiáticos; deslocamento
de indústrias para outros países.
e) crise de superprodução; ascensão do regime produtivo rígido; mudanças nas estruturas e
estratégias empresariais.

10. As transformações internacionais da década de 1970 significaram uma verdadeira revolução originária,
cujas consequências foram os desequilíbrios nas balanças de pagamento, choque do petróleo,
globalização do comércio, finanças e setor produtivo, crise do sistema fordista e substituição pela
especialização flexível. Essas rápidas transformações implicaram sérias dificuldades para os países
em desenvolvimento, entre os quais o Brasil, devido à dependência tecnológica e as consequentes
dificuldades de competitividade no novo cenário.
Nesse cenário, o Brasil reagiu, à época, de acordo com as recomendações dos organismos
internacionais, alinhados com a(s)
a) Lógica keynesiana de ampliar o papel do Estado de maneira a constituir um novo patamar de
proteção social.
b) Medidas protecionistas, que iniciaram o processo de desconcentração interna de renda.
c) Flexibilização do processo produtivo, que ampliou o mercado de trabalho interno devido ao
aumento das exportações.
d) Inovação tecnológica do parque industrial brasileiro visando superar a dependência externa e
qualificar a mão de obra.
e) Vertente neoliberal, que resultou, ao longo do tempo, na manutenção do processo de concentração
de renda.

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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Após a Crise de 1929, o Estado americano iniciou um programa de reformas para recuperar a economia,
denominado New Deal. Tal programa foi pautado na ideia do pleno emprego e do Keynesianismo (Estado
como agente da economia). Assim, a lógica de produção e consumo em massa possibilitava um grande
crescimento econômico das empresas e a venda de seus produtos, gerando emprego e garantindo a
produção. Com as melhorias salariais, foi possível criar uma sociedade de consumo, aumentando a
necessidade de produção e gerando mais empregos. Um ciclo positivo da economia. New Deal e
Fordismo formaram um casamento perfeito, em que se observou grande crescimento econômico nos
anos seguintes.

2. A
O aumento dos custos produtivos e a diminuição da margem de lucro das empresas, juntamente com a
possibilidade de grandes perdas econômicas com os estoques lotados, ajudam a explicar a crise do
Fordismo.

3. C
O Fordismo era conhecido como um modelo rígido. Essa característica, em parte, tem relação com a
utilização de uma mão de obra especializada, que, acostumada com uma ou outra tarefa, dificultava a
alteração da linha de montagem e a respectiva diversificação produtiva. Após a Segunda Guerra Mundial,
o grande desenvolvimento técnico e científico deu início à Terceira Revolução industrial. Todas as
inovações criadas nesse período não eram incorporadas tão facilmente pelo Fordismo, o que dificultava
mais ainda sua sobrevivência como modelo produtivo. A alternativa A está incorreta, pois a mão de obra
não é qualificada, e a alternativa B está incorreta, pois o Fordismo não é flexível.

4. A limitação da linha de montagem em alterar a produção, aumentando a diversificação e atendendo,


assim, a outros mercados. O Fordismo, pela incapacidade de diversificar sua produção, limitava o acesso
de seus produtos por outros países ou mercados, mesmo carregando o título de consumo em massa.

5. A
O velho liberalismo renasceu com uma nova roupagem denominada neoliberalismo.

Exercícios de vestibulares

1. E
O Fordismo começou a esboçar sinais de decadência a partir de 1960. Isso decorre de suas próprias
características produtivas e de opções melhores quanto à produção oferecidas pelo Toyotismo. Assim,
a reestruturação produtiva observada refere-se ao declínio do Fordismo e ascensão do Toyotismo.

2. C
No Fordismo, a produção era o fato gerador de consumo. Com a crise desse modelo e a necessidade de
mudança, o Toyotismo conseguiu atender bem a essa questão, pois, primeiro, cria a necessidade, antes
mesmo de o produto existir.

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Geografia

3. D
O Toyotismo busca oferecer uma produção de acordo com a demanda, a fim de evitar estoques e
possíveis gastos desnecessários. Just in time significa “em cima da hora” ou “no momento certo”. É o
sistema de pronta-entrega.

4. B
A organização do espaço social e natural é extremamente regulada pelas relações produtivas e de poder
que se estabelecem no âmbito econômico.

5. E
O pós-Fordismo e o Toyotismo contam com relações de trabalho mais líquidas, menos comprometidas.
A terceirização, o trabalho temporário e a demanda por profissionais que se adequem a diversas
mudanças são maiores nesse modelo. Com essas mudanças é possível observar um aumento do
desemprego, ao mesmo tempo que se observa a precarização do trabalho/trabalhador.

6. D
As terceirizações começam a ficar intensas no pós-Fordismo a partir do momento que as partes da
indústria estão fragmentadas no espaço, complexificando a produção. Um só produto pode ter sido feito
em diversas indústrias, em diferentes países, a ponto de ninguém saber, de fato, cada etapa produtiva
para realizá-lo. As formas flexíveis de contratação, como terceirizados, freelancers ou trabalhos
temporários, são características dessa nova fase, assim como o aumento das multinacionais e
oligopólios.

7. A
O pós-Fordismo caracteriza-se pela flexibilização da capacidade produtiva e do trabalho, além da maior
automação na produção. A letra E está errada, pois o marketing é cada vez mais responsável por
estimular a troca por novos produtos.

8. D
Com o surgimento do Toyotismo, as relações de trabalho, que antes eram rígidas, se tornaram mais
flexíveis para se adequar à demanda produtiva, em um contexto em que a produção passou a ocorrer de
acordo com o gosto do consumidor. Isso, por outro lado, favoreceu ao empresariado, pois representou a
diminuição dos custos e a maximização dos lucros.

9. D
A cidade de Detroit está localizada no estado de Michigan, no Nordeste dos Estados Unidos. Essa foi a
região de grande desenvolvimento na segunda fase da Revolução Industrial. Com o tempo, ela passou a
ser denominada Manufacturing Belt, ou Cinturão dos Manufaturados. Com a reorganização espacial das
indústrias possibilitada pela ascensão do Toyotismo e a lógica de acumulação flexível, diversas
empresas e indústrias buscaram outras regiões mais competitivas. No geral, essas regiões foram países
asiáticos, embora algumas tenham migrado também para a América Latina. Esse quadro levou ao
aumento do desemprego, à precarização do trabalho e à decadência urbana na região do Manufacturing
Belt, que passou a ser denominada Rust Belt, ou Cinturão da Ferrugem.

10. E
Nessa época o Brasil estava passando pela Ditadura Militar, que fazia alianças diretas com os chefes de
poder dos Estados Unidos. A ditadura seguiu a tendência das políticas neoliberais de
desenvolvimentismo e medidas que beneficiavam a burguesia. As consequências da crise no Brasil,
portanto, foram no sentido de tentar manter o desenvolvimento dos polos industriais, mas fracassar
aumentando muito a dívida externa e execrando sua população. Esse período de crise do petróleo (1973
e 1979) e consequente restruturação produtiva do Fordismo levou à substituição da lógica econômica
Keynesiana pelo neoliberalismo, que defendia menor intervenção do Estado na economia.

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Modelo flexível: Toyotismo

Objetivo
Aprender sobre o Toyotismo e entender os impactos desse modelo na atual sociedade, bem como na
organização do espaço produtivo e no mundo do trabalho.

Teoria
O Toyotismo, ou modelo de produção flexível, surgiu a partir das limitações do Fordismo, que é considerado
um modelo rígido.

O surgimento do Toyotismo
O modelo de produção toyotista foi idealizado por Kiichiro Toyoda e Taiichi Ohno e difundido pelo mundo a
partir de 1970. O Toyotismo, também conhecido como sistema flexível ou pós-fordista, foi desenvolvido em
uma fábrica de automóveis da Toyota, no Japão, buscando atender às especificidades da produção e do
território japonês, que, por ser uma ilha, eram limitadas. É importante lembrar que o Japão recebeu muitos
investimentos do Plano Colombo criado pelos Estados Unidos, com o objetivo de sua reconstrução após as
duas bombas nucleares lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, pelos Estados Unidos, durante a Segunda
Guerra Mundial. O Japão investiu esse montante em pesquisa e educação, alcançando rapidamente uma
grande liderança tecnológica, que se traduziu no modelo toyotista de produção. Assim, as características
desse modelo despontaram como alternativa ao Fordismo, que enfrentava sua crise na década de 1970. Ele
está relacionado com a Terceira Revolução Industrial, ou Revolução Técnico-Científico-Informacional. Entre
as principais inovações técnicas desse modelo produtivo e contexto, destaca-se a automação, a robótica, a
química fina e os organismos geneticamente modificados. Isso tudo também possibilitou e acelerou o
processo de globalização.

Características do Toyotismo:
● Produtos pouco duráveis: a durabilidade foi um problema para o Fordismo. Nesse sentido, a lógica do
Ciclo de Obsolescência Programada, em que os produtos possuem uma data de “validade”, foi
fundamental para superar as limitações do consumo fordista. Não é que o produto quebre com
facilidade, mas ele vai se tornando lento, limitado e obsoleto. É o que acontece com os celulares; à
medida que o tempo passa, parecem demorar mais para conseguir abrir os mesmos aplicativos. O maior
impacto disso é a grande geração de lixo.

● Diversificação: a produção diversificada, com muitas opções, buscando atender às características de


cada mercado, foi importantíssima para ampliar a variedade de produtos. Assim, se aquele país
apresenta um poder de compra menor, a empresa não deixa de vender para ele, pois pode produzir algo
mais barato e adequado ao poder aquisitivo de cada região do mundo.

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Geografia

● Produção sob demanda e recurso logístico just in time: a ideia era produzir de acordo com a demanda,
sem gastar matéria-prima excessiva, fazendo a requisição de um produto ou recurso apenas quando ele
fosse necessário. Isso possibilitou a redução dos estoques e da chance de perdas financeiras em caso
de crise.

● Desconcentração industrial: com os avanços nos transportes e comunicações possibilitados pela


Terceira Revolução Industrial, foi possível espalhar a indústria por diversos lugares no mundo,
fortalecendo o processo de globalização. Essa dispersão espacial da indústria decorre da busca por
vantagens competitivas que os lugares tinham a oferecer, como mão de obra mais barata ou legislação
ambiental mais flexível. Para Milton Santos, esse processo promove uma “guerra dos lugares”, em que
estes buscavam oferecer as melhores condições para atrair as empresas e os investimentos. Isso gerava
uma especialização produtiva dos lugares, com base nos setores de produção em que eles conseguiam
se encaixar ou que conseguiam atrair, caracterizando assim a nova Divisão Internacional do Trabalho
(DIT). De forma simples, a DIT é o que cada país ou lugar produz no mundo, e reflete sua condição
econômica, uma vez que produzir alface não é tão lucrativo quanto microchips. Por fim, é nesse contexto
de dispersão industrial que as transnacionais se fortalecem e passam a ganhar uma importância
gigantesca na economia.

● Mão de obra qualificada: outra característica que possibilitava o amplo desenvolvimento desse modelo.
Com uma mão de obra altamente educada e qualificada, toda melhoria no processo produtivo poderia
ser mais rapidamente incorporada, ao mesmo tempo que esses trabalhadores contribuíam para esse
progresso. Era muito comum incentivar o trabalhador a desenvolver melhoras na estrutura produtiva.
Quando isso era alcançado, ele recebia um bônus no salário, por exemplo. Os tecnopolos são
fundamentais aqui, uma vez que estão associados à produção de conhecimento e sua aplicação ao
processo produtivo.

● Automação da produção e robótica: por fim, a automação da linha de produção possibilita a redução dos
custos produtivos com mão de obra e a maximização dos lucros. Com o desenvolvimento tecnológico
associado à robótica, informática e outros setores, foi possível criar fábricas cada vez mais autônomas,
com exigência de menos mão de obra. Tal condição leva ao desemprego estrutural, que é irreversível,
pois o emprego perdido não será recuperado no futuro. Essa questão é um dos principais desafios do
século XXI.

Diferença do fluxo de produção industrial. No primeiro fluxo da ilustração está escrito “produção empurrada”, que corresponde ao
Fordismo. No segundo, “produção puxada”, que indica o Toyotismo. Ilustração: Rebeca Khouri, 2021.

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Geografia

Mapa mental sobre Toyotismo.

Quer assistir ao QQD desse mapa mental? Clique aqui.

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Geografia

Exercícios de fixação

1. O ________________, por sua vez, vem integrar outras famílias de sistemas produtivos do movimento da
________________. Essas técnicas se deram em concomitância e possibilitadas pelas novas condições
fornecidas pela ________________.
a) Fordismo – acumulação rígida – Terceira Revolução Industrial
b) Toyotismo – acumulação flexível – Terceira Revolução Industrial
c) Just in case – acumulação flexível – Segunda Revolução Industrial

2. Como as limitações territoriais do Japão incentivaram a criação do Toyotismo?

3. Relacione o ciclo de obsolescência programada com os impactos ambientais.

4. A logística pode ser entendida como a “eficiente transferência de bens da fonte de suprimento ao local
de manufatura até o ponto de consumo de uma forma custo-eficiente visando prover um serviço
aceitável ao consumidor”. Atualmente, a forma de ordenamento que melhor atende a esse preceito é
a) Toyotismo
b) Just in time
c) Obsolescência programada

5. O modelo toyotista limita a possibilidade de crises de produção, pois


a) É capaz de prever as crises capitalistas
b) A produção só ocorre a partir da demanda
c) Existe uma maior oferta de crédito ao consumidor

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Geografia

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2020) “O Toyotismo, a partir dos anos 1970, teve grande impacto no mundo ocidental, quando
se mostrou para os países avançados como uma opção possível para a superação de uma crise de
acumulação.”
(ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo. 2009.
Adaptado.)

A característica organizacional do modelo em questão, requerida no contexto de crise, foi o(a)


a) expansão dos grandes estoques.
b) incremento da fabricação em massa.
c) adequação da produção à demanda.
d) aumento da mecanização do trabalho.
e) centralização das etapas de planejamento.

2. (Uerj adaptada, 2013) 3ª do plural (Engenheiros do Hawaii)


Corrida pra vender cigarro
Cigarro pra vender remédio Corrida contra o relógio
Remédio pra curar a tosse Silicone contra a gravidade
Tossir, cuspir, jogar pra fora Dedo no gatilho, velocidade
Corrida pra vender os carros Quem mente antes diz a verdade
Pneu, cerveja e gasolina Satisfação garantida
Cabeça pra usar boné Obsolescência programada
E professar a fé de quem patrocina Eles ganham a corrida antes mesmo da
Querem te matar a sede, eles querem te sedar largada
Eles querem te vender, eles querem te comprar (...)
(…)
letras.terra.com.br

Os diferentes modelos produtivos de cada momento do sistema capitalista sempre foram o resultado
da busca por caminhos para manter o crescimento da produção e do consumo.
A crítica ao sistema econômico presente na letra da canção está relacionada à seguinte estratégia
própria do atual modelo produtivo toyotista:
a) aceleração do ciclo de renovação dos produtos
b) imposição do tempo de realização das tarefas fabris
c) restrição do crédito rápido para o consumo de mercadorias
d) padronização da produção dos bens industriais de alta tecnologia
e) ausência de preocupação com a vida humana

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Geografia

3. (Uerj adaptada, 2011) O capitalismo já conta com mais de dois séculos de história e, de acordo com
alguns estudiosos, vive-se hoje um modelo pós-fordista ou toyotista desse sistema econômico.
Observe o anúncio publicitário:

Adaptado de Casa Cláudia, dezembro/2008

Uma estratégia própria do capitalismo pós-fordista presente neste anúncio é:


a) concentração de capital, viabilizando a automação fabril
b) terceirização da produção, massificando o consumo de bens
c) flexibilização da indústria, permitindo a produção por demanda
d) formação de estoque, aumentando a lucratividade das empresas
e) terciarização do trabalho, com a ampliação do setor de comércio

4. (Enem, 2015) No final do século XX e em razão dos avanços da ciência, produziu-se um sistema
presidido pelas técnicas da informação, que passaram a exercer um papel de elo entre as demais,
unindo-as e assegurando ao novo sistema uma presença planetária. Um mercado que utiliza esse
sistema de técnicas avançadas resulta nessa globalização perversa.
SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2008 (adaptado).

Uma consequência para o setor produtivo e outra para o mundo do trabalho advindas das
transformações citadas no texto estão presentes, respectivamente, em:
a) Eliminação das vantagens locacionais e ampliação da legislação laboral.
b) Limitação dos fluxos logísticos e fortalecimento de associações sindicais.
c) Diminuição dos investimentos industriais e desvalorização dos postos qualificados.
d) Concentração das áreas manufatureiras e redução da jornada semanal.
e) Automatização dos processos fabris e aumento dos níveis de desemprego.

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Geografia

5. (Enem PPL, 2018) Existe uma concorrência global, forçando redefinições constantes de produtos,
processos, mercados e insumos econômicos, inclusive capital e informação.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2011.

Nos últimos anos do século XX, o sistema industrial experimentou muitas modificações na forma de
produzir, que implicaram transformações em diferentes campos da vida social e econômica. A
redefinição produtiva e seu respectivo impacto territorial ocorrem no uso da
a) técnica fordista, com treinamento em altas tecnologias e difusão do capital pelo território.
b) linha de montagem, com capacitação da mão de obra em países centrais e aumento das
discrepâncias regionais.
c) robotização, com melhorias nas condições de trabalho e remuneração em empresas no Sudeste
asiático.
d) produção just in time, com territorialização das indústrias em países periféricos e manutenção das
bases de gestão nos países centrais.
e) fabricação em grandes lotes, com transferências financeiras de países centrais para países
periféricos e diminuição das diferenças territoriais.

6. (Enem Libras, 2017) O desenvolvimento científico digital-molecular de certa forma desterritorializou as


localizações produtivas; os novos métodos de organização do trabalho industrial também vão na
mesma direção: just in time, kamban, organização flexível.
OLIVEIRA, F. As contradições do ão: globalização, nação, região, metropolização. Belo Horizonte: Cedeplar UFMG, 2004.

As mudanças descritas no texto referentes aos processos produtivos são favorecidas pela
a) ampliação da intervenção do Estado.
b) adoção de barreiras alfandegárias.
c) expansão das redes informacionais.
d) predominância de empresas locais.
e) concentração dos polos de fabricação.

7. (Enem, 2016) A mundialização introduz o aumento da produtividade do trabalho sem acumulação de


capital, justamente pelo caráter divisível da forma técnica molecular digital do que resulta a
permanência da má distribuição da renda: exemplificando mais uma vez, os vendedores de
refrigerantes às portas dos estádios viram sua produtividade aumentada graças ao just in time dos
fabricantes e distribuidores de bebidas, mas para realizar o valor de tais mercadorias, a forma do
trabalho dos vendedores é a mais primitiva. Combinam-se, pois, acumulação molecular-digital com o
puro uso da força de trabalho.
OLIVEIRA, F. Crítica à razão dualista e o ornitorrinco. Campinas Boitempo, 2003.

Os aspectos destacados no texto afetam diretamente questões como emprego e renda, sendo possível
explicar essas transformações pelo(a)
a) crise bancária e o fortalecimento do capital industrial.
b) inovação toyotista e a regularização do trabalho formal.
c) impacto da tecnologia e as modificações na estrutura produtiva.
d) emergência da globalização e a expansão do setor secundário.
e) diminuição do tempo de trabalho e a necessidade do diploma superior.

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Geografia

8. (Enem, 2013) Na imagem, estão representados dois modelos de produção. A possibilidade de uma
crise de superprodução é distinta entre eles em função do seguinte fator:

Disponível em: http://ensino.univates.br. Acesso em: 11 maio 2013 (adaptado).

a) Origem da matéria-prima.
b) Qualificação da mão de obra.
c) Velocidade de processamento.
d) Necessidade de armazenamento.
e) Amplitude do mercado consumidor.

9. (Enem, 2013) “Um trabalhador em tempo flexível controla o local do trabalho, mas não adquire maior
controle sobre o processo em si. A essa altura, vários estudos sugerem que a supervisão do trabalho é
muitas vezes maior para os ausentes do escritório do que para os presentes. O trabalho é fisicamente
descentralizado e o poder sobre o trabalhador, mais direto.”
SENNETT, R. A corrosão do caráter, consequências pessoais do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999 (adaptado).

Comparada à organização do trabalho característica do taylorismo e do Fordismo, a concepção de


tempo analisada no texto pressupõe que
a) as tecnologias de informação sejam usadas para democratizar as relações laborais.
b) as estruturas burocráticas sejam transferidas da empresa para o espaço doméstico.
c) os procedimentos de terceirização sejam aprimorados pela qualificação profissional.
d) as organizações sindicais sejam fortalecidas com a valorização da especialização funcional.
e) os mecanismos de controle sejam deslocados dos processos para os resultados do trabalho.

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Geografia

10. (Enem, 2017) A diversidade de atividades relacionadas ao setor terciário reforça a tendência mais geral
de desindustrialização de muitos dos países desenvolvidos sem que estes, contudo, percam o
comando da economia. Essa mudança implica nova divisão internacional do trabalho, que não é mais
apoiada na clara segmentação setorial das atividades econômicas.
RIO, G. A. P. A espacialidade da economia. In: CASTRO, I. E.; GOMES, P. C. C.; CORRÊA, R. L. (Org.). Olhares geográficos:
modos de ver e viver o espaço. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012 (adaptado).

Nesse contexto, o fenômeno descrito tem como um de seus resultados a


a) saturação do setor secundário.
b) ampliação dos direitos laborais.
c) bipolarização do poder geopolítico.
d) consolidação do domínio tecnológico.
e) primarização das exportações globais.

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Geografia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. B
O Toyotismo é um modelo produtivo que surgiu no contexto da Terceira Revolução Industrial e na
consolidação do processo de globalização. Ele integra a família de modelos produtivos flexíveis, cujas
alterações na linha de montagem são mais rápidas, além de mais fáceis, devido à qualificação do
trabalhador. Just in case é um recurso logístico vinculado ao Fordismo. Ele é o oposto de Just in Time.

2. As fábricas fordistas exigiam um grande espaço produtivo. O Japão é um arco de ilhas vulcânicas, e
grande parte do seu território apresenta um relevo acidentado. Assim, essa forma de organização fabril
acabava impondo inúmeras dificuldades para o país. Buscando solucionar isso, o Toyotismo foi criado,
incorporando recursos técnicos que possibilitaram uma produção fragmentada, o que permitia a
produção em outros países de acordo com sua especialização produtiva.

3. A obsolescência programada é uma decisão produtiva que estabelece um tipo de data de “validade” para
o produto. Com o tempo, ele deixa de funcionar corretamente, até ficar obsoleto. Assim, é necessário
comprar novos produtos. Essa constante renovação significa uma constante produção e, portanto,
consumo de recursos naturais, além de uma grande geração de resíduos sólidos. É por isso que o ciclo
de obsolescência programada é constantemente vinculado a questões sobre impactos ambientais.

4. B
Aqui, existe uma grande confusão sobre o que é Toyotismo e Just in Time. Então vamos resolver essa
dúvida. O Just in Time é esse recurso da logística que visa a reduzir ao máximo os desperdícios de tempo,
material e pessoal dentro de uma unidade produtiva. Esse ordenamento logístico foi adotado por Kiichiro
Toyoda e Taiichi Ohno na implantação do Fordismo no Japão. Porém, junto com outras inovações, o
Fordismo japonês rapidamente superou o modelo americano e ficou conhecido como um modelo próprio
da fábrica de carros da Toyota. É daí que nasce o Toyotismo, e ele vai muito além de um recurso logístico
como o Just in Time.

5. B
Ao adotar o recurso do Just in Time, o modelo limita as possibilidades de crises de produção, pois a
demanda só irá acontecer após a venda do produto, então não há chances de ficar parada no estoque.

Exercícios de vestibulares

1. C
O Toyotismo é um modelo produtivo que passou a ser usado de forma significativa nas indústrias a partir
da década de 1970, devido à crise estrutural do Fordismo. Entre as características do Toyotismo, é
possível destacar: baixa durabilidade dos produtos, diversificação produtiva, produção sob demanda
(Just In Time) e exigência de mão de obra qualificada. A característica organizacional do modelo que
passou a ser exigida no contexto da crise fordista foi a adequação da produção à demanda. A alternativa
D está incorreta, pois, mesmo que a mecanização/automação da produção seja uma característica desse
modelo, sua adoção não era solução para crise produtiva daquele momento.

10
Geografia

2. A
Na música, é abordada a questão da obsolescência programada, que consiste em tornar os produtos
ultrapassados, através de lançamentos constantes, por exemplo, de modelos de celular, e na programada
defasagem técnica dos produtos em um curto espaço de tempo. Com isso, ocorre a renovação dos
estoques, através da compra regular de mercadorias pelos consumidores.

3. C
A imagem evidencia uma das características do modelo industrial toyotista, a demanda regulando a
oferta, ou seja, a produção de bens de acordo com a procura, de acordo com as demandas dos
consumidores, evitando, assim, os desperdícios de investimentos e os estoques lotados.

4. E
A questão trata do mundo globalizado inserido em um contexto de crescente aplicação tecnológica. A
mensagem do texto é de crítica ao modelo que, ao criar possibilidades de substituição de mão de obra
por máquinas, aumentou muito o nível de desemprego, o modelo toyotista de produção industrial.

5. D
O texto se refere à mudança da segunda para a terceira fase da Revolução Industrial, com a passagem
do Fordismo para o Toyotismo. Nesse contexto, as empresas transnacionais conseguiram deslocar suas
fábricas das regiões industriais tradicionais, nos países ricos, para novas regiões industriais, nos países
pobres e emergentes. Tal mudança se configura em um processo de desterritorialização e
territorialização em novos lugares, buscando as vantagens competitivas que esses países pobres
possam oferecer. Isso foi possível graças ao Toyotismo e à lógica administrativa do just in time.

6. C
A desterritorialização da produção só foi possível com a ampliação das redes informacionais. Da mesma
forma, o desenvolvimento tecnológico transforma a organização do trabalho.

7. C
O texto fala sobre o processo de desenvolvimento de novas lógicas de tecnologia e de localização
industrial, típicas do Toyotismo e da Terceira Revolução Industrial. Outro ponto bastante claro no texto é
o fato de a modernização industrial não ter promovido uma distribuição de renda e nem uma alteração
das formas de trabalho. O enunciado pede os processos que geraram a situação descrita, que são o
advento de novas tecnologias e a reestruturação da indústria e da forma de produzir, constantemente
atendendo à demanda de mercado.

8. D
Observando-se as duas imagens, é possível notar que a diferença entre elas é a necessidade ou não de
estoque. No modelo 1, o armazenamento é originado pela produção em massa, característica do modelo
fordista-taylorista de produção, enquanto no modelo 2 a produção ocorre quando é requerida, eliminando,
assim, os estoques, característica essa que corresponde ao modelo toyotista de produção (just in time).

11
Geografia

9. E
O trecho de apoio aponta para a questão do trabalho em um contexto flexível, ou seja, o trabalho no
contexto toyotista, em que o trabalhador, muitas das vezes, não necessita ir à fábrica para trabalhar,
como ocorre em um contexto fordista-taylorista, em que esta é o local de produção e, por sua vez, de
controle do ritmo de produção através da linha de montagem. No Toyotismo, o trabalhador pode exercer
suas funções remotamente. Desse modo, o empregador não mais exerce controle sobre o processo
produtivo, mas sim sobre os resultados apresentados pelo trabalhador através de metas pré-
estabelecidas.

10. D
Hoje, o desenvolvimento tecnológico é a principal vertente de crescimento econômico e está associado
aos tecnopolos, universidades e setores de pesquisa das empresas, onde se encontra a mão de obra
característica do modelo toyotista, a mão de obra qualificada e polivalente. Nesse sentido, os países
desenvolvidos perdem as suas indústrias para países em que a mão de obra é mais barata, numerosa e
pouco qualificada, porém não deixam de desenvolver a tecnologia e, por isso, não perdem a posição de
centro de comando.

12
História

O Renascimento Artístico e Cultural

Objetivo
Compreender o processo de transição da Idade Média para a Idade Moderna, destacando as mudanças no
pensamento ocidental e as transformações na cultura e na política europeia durante os séculos XIV, XV e XVI

Se liga
Para mandar bem nesse conteúdo, é importante estar ligado na matéria sobre a Idade Média, bem como o
processo de crise do sistema feudal e de formação dos Estados Modernos.

Curiosidade
Dica: CARINHO. C = classicismo, A = antropocentrismo, R = racionalismo, I = individualismo, N = naturalismo,
H = hedonismo, O = otimismo.

Teoria

As mudanças culturais e sociais na Europa durante a transição do que conhecemos como Idade Média para
a Idade Moderna impactaram profundamente as formas de pensar, ver o mundo e se expressar. É nesse
contexto que artistas, intelectuais e poetas passam a compartilhar ideias em comum, construindo o que
conhecemos como Renascimento Artístico e Cultural.

As características do Renascimento
Considerado muitas vezes como um período histórico que marca o início da Idade Moderna, o chamado
Renascimento foi um movimento político e cultural que proporcionou diversas transformações na Europa
entre os séculos XIV, XV e XVI, sobretudo através de um afastamento do “pensamento medieval”.
Com o Renascimento urbano e comercial e a retomada de importantes rotas do Mediterrâneo, a Europa ao
longo da Baixa Idade Média sofreu forte influência de outras regiões do mundo, como o Norte da África, o
Oriente Médio e a Ásia. Assim, a circulação de ideias, culturas, mercadorias e livros possibilitou que novas
formas de perceber a realidade se difundissem no ocidente.
Neste contexto, dentre os processos migratórios e a circulação de ideias e mercadorias pela região, destaca-
se principalmente a fuga dos sábios bizantinos para a “Itália”, após a queda de Constantinopla, em 1453,
levando consigo elementos da cultura clássica greco-romana preservados no
oriente.
Muitos historiadores entendem que o Renascimento surgiu na Península
Itálica, espalhando-se, posteriormente, por outras regiões europeias. Desta
forma, as cidades pioneiras no desenvolvimento do Renascimento faziam
parte dessa região, destacando-se Florença, no século XV, e, posteriormente,
Roma e Veneza, no século XVI.
Essas cidades, que hoje fazem parte do que conhecemos como a Itália,
apresentavam significativo desenvolvimento comercial, sendo dirigidas por uma classe de poderosos
História

mercadores. Logo, com o comércio marítimo pelo Mediterrâneo, esses grandes comerciantes burgueses
acumularam enorme riqueza e buscaram cada vez mais adotar práticas econômicas que permitissem a livre
concorrência, o individualismo e a busca racional do lucro.

Assim, a influência estrangeira e o desenvolvimento da burguesia construíram ao longo dos séculos essa
nova forma de perceber a realidade, o que transformou também a maneira como os europeus se
expressavam. Logo, a cultura, as artes, a política, as relações com a religião e com a sociedade de uma forma
geral foram afetadas por novos elementos a serem valorizados, como a natureza, o hedonismo e o otimismo,
o antropocentrismo, a individualidade, as artes, a literatura e a poesia e até o pensamento greco-romano.
Todos esses elementos, desta forma, seriam vistos cada vez mais por uma perspectiva racional e humanista.
O racionalismo e o humanismo, portanto, foram as principais correntes de pensamento difundidas pelos
renascentistas e que se complementavam.

Primeiramente, a valorização da razão muito se contrapunha às


explicações religiosas, às crenças e à fé que dominaram o período
medieval. Portanto, ver o mundo de forma racional e se expressar através
da razão significava entender e explicar a realidade com premissas e
suposições lógicas e não místicas. Logo, na sociedade renascentista, as
explicações mitológicas para os fenômenos da natureza perderam
espaço para os cálculos, os experimentos e para as ciências.
O Humanismo também foi um elemento essencial do Renascimento, pois
reforçou a necessidade de se observar o mundo racionalmente e
destacou o ser humano como uma figura central da criação divina. Assim,
enquanto o teocentrismo exerce grande influência nas relações e ideias da Idade Média, no período
Renascentista cresceu a ideia do antropocentrismo. Apesar do teocentrismo continuar existindo no contexto
renascentista, foi através do antropocentrismo que muitos indivíduos deslocaram suas maiores
preocupações para os seres humanos, suas potencialidades e capacidades.
Como visto, durante a Idade Média, apesar da existência de grandes universidades, predominou na Europa o
pensamento católico, muito marcado pelo espiritualismo cristão, pela ideia de comunidade, pela crença em
um iminente apocalipse, pelo teocentrismo e pela fé. Diante disso, as transformações do Renascimento se
depararam com esses valores enraizados nas sociedades europeias e, assim, “pensadores renascentistas”
passaram a refletir sobre os séculos anteriores.

Visando valorizar as mudanças e tendências de suas gerações, os renascentistas nomearam o período


anterior como Idade Média, pois estaria no meio, entre a Antiguidade Clássica e a Era Moderna. Com isso,
esses autores também trataram de produzir conhecimentos sobre o período, destacando principalmente as
crises, a baixa produção de conhecimento e a decadência da Europa dominada pela fé.
Portanto, o termo Idade Média, hoje, é visto por muitos historiadores como algo pejorativo e ainda uma
herança dos renascentistas. A transição de um período para o outro não é algo tão imediato e determinista e,
apesar das mudanças, o Renascimento não foi uma ruptura drástica com a Idade Média. Diversas
características consideradas como “medievais” ainda persistiram ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII, como
o próprio sistema feudal, as servidões, a organização social e algumas leis e instituições, como a própria
Igreja Católica.

A arte renascentista
A arte renascentista, até hoje, é considerada por muitos pensadores como um dos momentos estéticos mais
relevantes da história. Obras como a Mona Lisa, a Última Ceia, a Criação de Adão e Pietá aparecem
constantemente referenciadas em produtos culturais. Ao pensarmos em “Renascimento Italiano”, são essas
História

artes que facilmente surgem nas nossas ideias, como símbolos dessa geração. No entanto, é importante
destacarmos a relação dessas obras com o contexto em que foram produzidas para compreendermos melhor
a relevância das mesmas.
Como visto, as grandes cidades italianas representaram um importante papel comercial no Mediterrâneo ao
longo da Idade Média, e com isso a burguesia local se tornou uma expressiva força econômica. Todo o
contato com pensamentos e mercadorias estrangeiras e as mudanças nas formas de pensar e ver o mundo
possibilitaram que os burgueses também representassem esse novo mundo de um jeito diferente.
Assim, buscando difundir sua visão de mundo e exaltar suas riquezas e conquistas, esses mercadores
passaram a financiar artistas e cientistas para que pintassem, esculpissem e escrevessem a partir dessa
perspectiva. Essa prática ficou conhecida como o mecenato e foi fundamental para o crescimento dos
artistas desse período. Por isso, é comum observar obras renascentistas e perceber, por exemplo, paisagens
naturais, marcando o naturalismo, ou pinturas em forma de retrato, famosas como marcas do individualismo
(vale destacar que outra marca do individualismo nas pinturas foi o uso da assinatura para identificar o autor
da obra) e, principalmente, pinturas demonstrando riquezas, que valorizavam a boa vida e o otimismo
burguês.
É importante frisar, no entanto, que apesar de muitos burgueses terem financiado grandes artistas, tal prática
não se limitou apenas à burguesia. Membros da nobreza e do clero católico também atuaram como mecenas.
O incentivo à produção artística e intelectual era uma forma de projeção política, de demonstração de poder
e de transmissão de ideias valorizadas por esses grupos. Logo, contratos com artistas como Michelangelo,
Rafael Sanzio ou Donatello, por exemplo, poderiam promover obras de arte espetaculares, capazes de
demonstrar também o poder de seu patrocinador.
No século XIV, por exemplo, as pinturas de Giotto di Bondone representavam passagens bíblicas e valores
católicos, mas com algumas características que logo marcariam a pintura renascentista. Ao invés de
reproduzir as técnicas medievais, que eram marcadas pela falta de profundidade e realismo, Bondone
explorou a arte de forma racional, com profundidade espacial, perspectiva e realismo. Nas imagens a seguir,
podemos observar as diferenças entre a pintura medieval e a renascentista:

Pintura medieval do séc. XII na Igreja Santa Maria de Mosoll, Espanha.


História

“A Lamentação”, de Giotto di Bondone

A arte de Bondone foi extremamente inovadora, pois rompeu com características da “arte medieval” e trouxe
novas técnicas para a pintura europeia, influenciando uma geração de novos artistas. Desta forma, nos
séculos XV e XVI, podemos destacar nomes como Masaccio, Sandro Botticelli, Rafael Sanzio, Michelangelo
Buonarroti e o famoso Leonardo da Vinci como seguidores dessas tendências.
Botticelli se tornou uma importante referência da pintura renascentista, ainda no século XV, principalmente
pela valorização da cultura greco-romana e de temas pagãos. Tendo em vista que as cidades do Mediterrâneo
ainda conviviam com as heranças arqueológicas da antiguidade, as estátuas de deuses e os mitos que
contavam a grandeza do passado apareceram de forma constante nas obras dos artistas da região. No caso
de Botticelli, sua pintura “Nascimento de Vênus” se tornou um dos maiores símbolos da arte renascentista,
representando justamente a deusa greco-romana.

Outro artista que também valorizou muito as influências classicistas foi Michelangelo, que não só pintou
usando técnicas racionais, como explorou temas como o naturalismo, a religiosidade e o classicismo
trazendo esses elementos inclusive para a escultura. Até hoje, a obra Davi, inspirada no herói bíblico e na
estética da antiguidade, surpreende pela riqueza dos detalhes e pelo grande realismo anatômico. Vale
destacar que muitos desses artistas renascentistas, buscando valorizar esses novos elementos artísticos,
estudaram profundamente outros temas, como a religião, a história e as novas descobertas científicas.
Leonardo da Vinci, por exemplo, além de grande pintor, foi um entusiasta das ciências e das tecnologias,
dedicando-se ao longo da vida a diversos estudos diferentes, sobretudo de anatomia, astronomia, matemática
e à invenção de novas tecnologias. Desta forma, os detalhes anatômicos e racionais nas obras de da Vinci e
Michelangelo são simplesmente frutos de todos esses minuciosos estudos sobre a anatomia humana.
Abaixo, podemos observar os esboços e uma pintura de Leonardo da Vinci e perceber como sua obra é
racional, simétrica e anatomicamente precisa:
História

Desenho de esboço de Leonardo da Vinci feito a lápis.

Desenho. Esboço feito a lápis de uma pintura de Leonardo da Vinci.

“A última ceia”, de Leonardo da Vinci.


História

Assim, a aproximação entre a arte e as ciências foi algo muito comum entre os artistas do Renascimento, que
tanto valorizavam a razão e o humanismo. Logo, em um contexto de mudanças culturais e de grande incentivo
à razão, o meio científico também foi impactado pelas transformações.

O pensamento científico no Renascimento


No âmbito da ciência, o método experimental e a reflexão racional foram fundamentais para impulsionar
novas descobertas. Durante os séculos XIV, XV e XVI, percebe-se um grande desenvolvimento de diversos
campos, como a matemática, a astronomia, a biologia, a física, a química e também um grande avanço técnico
e tecnológico.
Neste período, alguns nomes se tornaram extremamente relevantes para o Renascimento científico, sendo o
principal deles o de Galileu Galilei. Nascido na península Itálica, Galilei propôs que o racionalismo matemático
fosse a base de todo o pensamento científico. Em seus estudos, o cientista foi extremamente influenciado
por outro astrônomo renascentista, Nicolau Copérnico. Ambos defendiam, nos séculos XV e XVI, que a teoria
geocêntrica de grego Claudio Ptolomeu (100 d.C.) não se sustentava através das observações e cálculos
matemáticos.
Assim, apesar de a hipótese de Copérnico já defender um modelo heliocêntrico, no qual o centro do sistema
solar seria o Sol e não a Terra, foi Galileu Galilei quem deu importante continuidade a esse pensamento através
de cálculos, chegando a incomodar a Igreja Católica, que defendia o geocentrismo.
Outros nomes desse período também foram importantes para o que alguns autores
denominam como a “Revolução Científica”, como Giordano Bruno (1548-1600), Tycho
Brahe (1546-1601), Johannes Kepler (1571-1630), René Descartes (1596-1650) e, para
alguns autores, até Isaac Newton (1643-1727). Apesar dos diversos obstáculos e de
alguns deles terem sido condenados pela inquisição católica, muitos deles, no entanto,
encontraram algumas condições favoráveis para a produção científica nesses séculos.
Nesse ponto, destaca-se sobretudo a invenção da chamada prensa de tipos móveis,
por Johannes Gutenberg.
Durante a Idade Média, a preservação e circulação de livros era algo extremamente difícil, tanto pela
reprodução das obras quanto pelas censuras. Normalmente eram monges os responsáveis por guardar obras
consideradas relevantes e reproduzir manualmente os textos que circulariam, já que poucas pessoas sabiam
escrever. Essa realidade, portanto, era um grande obstáculo para a disseminação de conhecimentos,
sobretudo os científicos.
No ano 1450, o alemão Gutenberg criou uma máquina considerada por muitos historiadores como a grande
invenção do Renascimento. A prensa móvel era capaz de organizar letras e imprimir em folhas os textos. A
nova tecnologia possibilitou não só que livros fossem reproduzidos em maior quantidade, como ajudou a
construir todo um complexo mercado de textos na Europa, que se aproveitou das expansões comerciais e
marítimas para alcançar ainda mais locais distantes. Essa nova imprensa que surgia na Europa e esse
mercado de livros, portanto, foi fundamental para a difusão das ideias desses cientistas contemporâneos.

Poetas e escritores renascentistas


A prensa de Gutenberg, como visto, construiu na Europa uma nova realidade para a
publicação de livros e textos, difundindo cada vez mais ideias e o hábito da leitura.
Assim, se os cientistas do período se aproveitaram do novo mercado e do alcance de
suas obras, os nomes da literatura não ficaram para trás.
Ainda no século XIV, autores como Dante Alighieri, Giovanni Boccaccio e Petrarca, na
Península Itálica, já apresentavam em seus livros algumas características marcantes
do Renascimento. O hedonismo, o realismo, o naturalismo, antropocentrismo, os
valores greco-romanos e as temáticas religiosas podem ser encontradas em obras clássicas, como “O
Decameron”, “Odes a Laura” e “A Divina Comédia”.
História

As características em comum entre esses autores, principalmente quanto ao uso de línguas similares,
possibilitou, inclusive, que a literatura se tornasse uma importante ferramenta de união. Logo, no contexto de
formação dos Estados Modernos, alguns autores renascentistas se tornaram grandes representantes das
culturas, artes e identidades das futuras nações. Nos nomes citados acima, os escritores, hoje, são
extremamente reconhecidos com a identidade italiana, ainda que a Itália tenha se unificado apenas no século
XIX. No entanto, outros autores estiveram mais próximos a esses processos de centralização, como é o caso,
por exemplo, de Miguel de Cervantes, com a cultura espanhola; Luís de Camões, narrando as heroicas
aventuras portuguesas; e William Shakespeare, nome fundamental do teatro inglês.

Pega a visão: Sintetizando os elementos mais importantes do Renascimento, temos:


● A valorização da cultura greco-romana, com o classicismo.
● A valorização do homem, com o antropocentrismo e o humanismo.
● A importância da natureza e de seus fenômenos;
● O racionalismo e o espírito crítico.
História

Exercícios de fixação

1. O período que conhecemos como a Idade Moderna foi marcado pelo movimento renascentista, que se
destacou principalmente nas cidades da Península Itálica. Cite um motivo para que as cidades dessa
região tenham sido pioneiras nesse movimento.

2. Apesar dos pensadores e artistas do Renascimento apresentarem suas próprias particularidades,


muitos deles compartilharam características comuns, como:
a) A defesa do pensamento iluminista.
b) A crítica ao absolutismo monárquico.
c) A valorização da cultura greco-romana.

3. Muitos artistas do Renascimento aproveitaram o contexto para produzirem grandes obras artísticas,
que dificilmente seriam feitas com pouco dinheiro. Visto isso, como ficou conhecida a prática de
financiamento de artistas nesse período?

4. Uma das grandes características do pensamento renascentista foi a valorização do indivíduo e de sua
própria individualidade, algo diferente do que se via na Idade Média. Podemos destacar como uma
presença desse elemento nas pinturas a seguinte característica:
a) A dedicação aos temas religiosos.
b) A presença de assinaturas pessoais nas obras.
c) A produção em massa das obras.

5. Durante o período renascentista, alguns fatores foram fundamentais para ampliar a circulação de ideias
e pinturas pelo mundo, cite ao menos um deles.
História

Exercícios de Vestibulares

1. (Enem, 2011) Acompanhando a intenção da burguesia renascentista de ampliar seu domínio sobre a
natureza e sobre o espaço geográfico, através da pesquisa científica e da invenção tecnológica, os
cientistas também iriam se atirar nessa aventura, tentando conquistar a forma, o movimento, o espaço,
a luz, a cor e mesmo a expressão e o sentimento.
SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984.

O texto apresenta um espírito de época que afetou também a produção artística, marcada pela
constante relação entre:
a) fé e misticismo.
b) ciência e arte.
c) cultura e comércio.
d) política e economia.
e) astronomia e religião.

2. (PUC-Rio, 2016) Os humanistas e artistas do Renascimento italiano apregoavam a “volta aos Antigos”
como fundamento de suas ações no presente. Assinale a alternativa que expressa o que era entendido
por “volta aos Antigos”.
a) Dar continuidade ao pensamento medieval, em particular aos preceitos da Escolástica que
apregoava a conciliação da fé cristã com a razão fundada na tradição grega de Platão e Aristóteles.
b) Tomar como fundamento exclusivamente as Escrituras Sagradas – o Antigo e o Novo Testamento
– na medida em que as formas culturais deveriam estar a serviço da religião.
c) Inspirar-se na arte e na cultura da civilização greco-romana que teria sido desvalorizada pelo
pensamento medieval, o qual limitava a liberdade do indivíduo.
d) Imitar fielmente as atitudes dos homens da antiguidade, em seu modo de escrever, falar, esculpir,
pintar, construir, se vestir, entre outras. Assim, sentiam-se alcançando as glórias do passado.
e) Reagir ao movimento que defendia a autoridade do presente em relação ao Antigo e exigia uma
ruptura total com o passado.
História

3. (Enem, PPL, 2012) Assentado, portanto, que a Escritura, em muitas passagens, não apenas admite, mas
necessita de exposições diferentes do significado aparente das palavras, parece–me que, nas
discussões naturais, deveria ser deixada em último lugar.
GALILEI, G. Carta a Dom Benedetto Castelli. In: Ciência e fé: cartas de Galileu sobre o acordo do sistema copernicano com a
Bíblia. São Paulo: Unesp, 2009 (adaptado).

O texto, extraído da carta escrita por Galileu (1564-1642) cerca de trinta anos antes de sua condenação
pelo Tribunal do Santo Ofício, discute a relação entre ciência e fé, problemática cara no século XVII. A
declaração de Galileu defende que:
a) a bíblia, por registrar literalmente a palavra divina, apresenta a verdade dos fatos naturais, tornando-
se guia para a ciência.
b) o significado aparente daquilo que é lido acerca da natureza na bíblia constitui uma referência
primeira.
c) as diferentes exposições quanto ao significado das palavras bíblicas devem evitar confrontos com
os dogmas da Igreja.
d) a bíblia deve receber uma interpretação literal porque, desse modo, não será desviada a verdade
natural.
e) os intérpretes precisam propor, para as passagens bíblicas, sentidos que ultrapassem o significado
imediato das palavras.

4. (Uefs, 2013) A Literatura apresenta, de imediato, uma novidade, que é a utilização das novas línguas
nacionais, derivadas do latim: o espanhol, o português, o italiano, o francês. Tendo como tema central
o Homem, os escritores, com profundo senso crítico, buscaram elaborar um novo conceito de vida e de
homem. A época medieval foi profundamente satirizada em seus valores essenciais: a cavalaria, a
Igreja, a nobreza.
(FARIA et al, 1993, p. 51). FARIA, R. et al. História. Belo Horizonte: Editora Lê, v.3,1993.
As características da literatura renascentista, descritas no texto, estão associadas a um contexto
histórico no qual se destacava:
a) o poder da nobreza feudal, responsável pelo governo das cidades e pela cobrança dos impostos
das terras reais.
b) a desagregação da economia da Baixa Idade Média, como resultado da atuação das Cruzadas no
contato com o Oriente.
c) a permanência do escravismo, paralelamente ao trabalho dos servos, como base da produção da
riqueza na economia da Baixa Idade Média.
d) o processo de urbanização, de ascensão da burguesia e da revolução comercial, que marcou a
Baixa Idade Média e o início da Idade Moderna.
e) a formação do Sacro Império Romano Germânico e do Império Italiano, forças políticas controla
doras da Europa na Idade Moderna.
História

5. (Enem, 2011) O café tem origem na região onde hoje se encontra a Etiópia, mas seu cultivo e consumo
se disseminaram a partir da Península Árabe. Aportou à Europa por Constantinopla e, finalmente, em
1615, ganhou a cidade de Veneza. Quando o café chegou à região europeia, alguns clérigos sugeriram
que o produto deveria ser excomungado, por ser obra do diabo. O papa Clemente VIII (1592-1605),
contudo, resolveu provar a bebida. Tendo gostado do sabor, decidiu que ela deveria ser batizada para
que se tornasse uma “bebida verdadeiramente cristã”.
THORN, J. Guia do café. Lisboa: Livros e livros, 1998 (adaptado).

A postura dos clérigos e do papa Clemente VIII diante da introdução do café na Europa Ocidental pode
ser explicada pela associação dessa bebida ao:
a) ateísmo.
b) judaísmo.
c) hinduísmo.
d) islamismo.
e) protestantismo.

6. (Enem, 2001) O texto foi extraído da peça "Tróilo e Créssida" de William Shakespeare, escrita
provavelmente, em 1601.
"Os próprios céus, os planetas, e este centro
reconhecem graus, prioridade, classe,
constância, marcha, distância, estação, forma,
função e regularidade, sempre iguais;
eis porque o glorioso astro Sol
está em nobre eminência entronizado
e centralizado no meio dos outros,
e o seu olhar benfazejo corrige
os maus aspectos dos planetas malfazejos,
e, qual rei que comanda, ordena
sem entraves aos bons e aos maus."
(personagem Ulysses, Ato I, cena III).
SHAKESPEARE, W. Troilo e Créssida. Porto: Lello & Irmão, 1948.

A descrição feita pelo dramaturgo renascentista inglês se aproxima da teoria:


a) geocêntrica do grego Claudius Ptolomeu.
b) da reflexão da luz do árabe Alhazen.
c) heliocêntrica do polonês Nicolau Copérnico.
d) da rotação terrestre do italiano Galileu Galilei.
e) da gravitação universal do inglês Isaac Newton.
História

7. (Enem Digital, 2020) Sempre que se evoca o tema do Renascimento, a imagem que imediatamente nos
vem à mente é a dos grandes artistas plásticos e de suas obras mais famosas, amplamente
reproduzidas e difundidas até os nossos dias, como a Monalisa e a Última ceia, de Leonardo da Vinci,
o Juízo final, a Pietá e o Moisés, de Michelangelo, assim como as inúmeras e suaves Madonas, de
Rafael, que permanecem ainda como modelo mais frequente de representação da mãe de Cristo. Como
veremos, de fato, as artes plásticas acabaram se convertendo num centro de convergência de todas as
principais tendências da cultura renascentista.
SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Atual, 1988 (adaptado).

Esse movimento cultural, inserido no processo de transição da modernidade europeia, caracterizou-se


pela:
a) validação da teoria geocêntrica.
b) valorização da integração religiosa.
c) afirmação dos princípios humanistas.
d) legitimação das tradições aristocráticas.
e) incorporação das representações góticas.

8. (UFC, 2010) A análise histórica do Renascimento italiano, caso das obras de Leonardo da Vinci e de
Brunelleschi, permite identificar uma convergência entre as artes plásticas e as concepções burguesas
sobre a natureza e o mundo naquele período. Acerca da relação entre artistas e burgueses, é correto
afirmar que ambos:
a) convergiram em ideias, pois valorizavam a pesquisa científica e a invenção tecnológica.
b) retomaram o conceito medieval de antropocentrismo ao valorizar o indivíduo e suas obras
pessoais.
c) adotaram os valores da cultura medieval para se contrapor ao avanço político e econômico dos
países protestantes.
d) discordaram quanto aos assuntos a serem abordados nas pinturas, pois os burgueses não
financiavam obras com temas religiosos.
e) defenderam a adoção de uma postura menos opulenta em acordo com os ideais do capitalismo
emergente e das técnicas mais simples das artes.
História

9. (Unesp, 2017)

A pintura representa no martírio de Cristo os seguintes princípios culturais do Renascimento italiano:


a) a imitação das formas artísticas medievais e a ênfase na natureza espiritual de Cristo.
b) a preocupação intensa com a forma artística e a ausência de significado religioso do quadro.
c) a disposição da figura de Cristo em perspectiva geométrica e o conteúdo realista da composição.
d) a gama variada de cores luminosas e a concepção otimista de uma humanidade sem pecado.
e) a idealização do corpo do Salvador e a noção de uma divindade desvinculada dos dramas
humanos.

10. (Enem, PPL, 2012) A cultura ocidental acentuadamente antropocêntrica foi marcada por processos
convergentes de desenvolvimento técnico–científico e acumulação de riquezas, propiciados pela
expansão colonial, que resultaram na revolução industrial, no fortalecimento da ideia de progresso e no
processo de ocidentalização do mundo.
FERREIRA, L. C. Dilemas do século XX: ideias para uma sociologia da questão ecológica. In: SILVA, J. P. (Org.) Por uma
Sociologia do século XX. São Paulo: Annablume, 2007 (adaptado).

Esse processo de acumulação de riquezas no Ocidente, por longos séculos, se fez à custa da
degradação do meio natural. Do ponto de vista da cultura e do imaginário ocidental moderno, isso se
deveu à:
a) ideologia revolucionária burguesa, que pregava a repartição igualitária do direito de acesso aos
recursos naturais e agrícolas.
b) ideia de Renascimento, que representava os benefícios técnicos de transformação da natureza
como salutares para a preservação de ecossistemas.
c) concepção sacralizada de que a natureza, enquanto obra da criação de Deus, devia servir à
contemplação estética e religiosa.
d) perspectiva desenvolvimentista, que atrelava o progresso ao meio ambiente e difundia amplamente
um entendimento da relação harmoniosa entre sociedade e natureza.
e) crença nos poderes da ciência e do desenvolvimento tecnológico, que contribuiu para tratar a
natureza como objeto de quantificação, manipulação e dominação.

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História

Gabaritos
Exercícios de fixação
1. As cidades dessa península foram pioneiras por conta da privilegiada localização geográfica, que permitia
amplo contato, através do Mar Mediterrâneo, com culturas e conhecimentos de diversas regiões do
mundo.

2. C
O classicismo foi uma característica marcante nas pinturas renascentistas, presente na forma como
pintavam os corpos, nas paisagens, na arquitetura e até nos temas escolhidos para serem representados
artisticamente.

3. Essa prática ficou conhecida como o mecenato, pois envolvia a figura de um mecenas (comerciante
burguês, nobre ou clero), que financiava artistas para produzirem obras que valorizassem sua forma de
ver o mundo e suas riquezas.

4. B
As obras da Idade Média não eram assinadas, portanto, não possuíam uma fácil identificação do artista.
Durante o Renascimento, no entanto, a valorização do indivíduo colocou o artista em um novo plano, como
parte da própria obra através de sua assinatura.

5. Dentre os fatores que podemos citar como fundamentais, destacam-se a criação da prensa de tipos
móveis e o aumento das rotas comerciais, principalmente pelo Mediterrâneo e pelo Atlântico.

Exercícios de vestibulares
1. B
A revolução científica e o Renascimento artístico muitas vezes cruzaram seus caminhos, sobretudo
através de personalidades como Michelangelo e Leonardo Da Vinci, que valorizavam a observação, os
estudos científicos e a razão como ferramentas para se criar uma obra de arte.

2. C
A ideia de uma “volta aos antigos” está relacionada ao elemento do “classicismo”, que caracteriza o
pensamento e as artes renascentistas, que destacavam a importância de retomar os valores estéticos e
filosóficos da civilização greco-romana como um norte para o mundo europeu moderno.

3. E
Galilei defende que a Bíblia não seja interpretada de maneira literal e que suas referências não sejam
usadas como uma forma de se compreender a natureza, alegando, portanto, a necessidade de
interpretações diferentes da escrita sagrada.

4. D
As transformações socioeconômicas influenciaram na literatura renascentista, contexto em que
destacamos o crescente processo de urbanização e a ascensão da burguesia.

5. D
Mesmo com a intensa rede comercial entre árabes e europeus durante o Renascimento e a difusão da
cultura islâmica pela Europa, a Igreja Católica ainda resistia a certas práticas, como o consumo do café,
por conta da ligação com o islamismo.
6. C
No trecho “eis porque o glorioso astro Sol / está em nobre eminência entronizado / e centralizado no meio
dos outros”, o autor expõe sua visão da teoria de Nicolau Copérnico, que questionava a Igreja Católica ao
afirmar que o Sol estaria no centro do universo, em um modelo heliocêntrico.

7. C
A valorização da figura e da condição humana nas pinturas renascenstistas revela a cultura humanista
que se difundiu nesse período, buscando colocar os seres humanos e suas preocupações em destaque.
História

8. A
Muitos artistas e cientistas da renascença compartilharam os ideais burgueses então defendidos e os
reproduziram em suas obras e experimentos. Mesmo quando trabalhavam para a Igreja ou para nobres,
elementos do pensamento burguês ainda podiam ser vistos nas obras e, ainda vale destacar que a
presença de temáticas religiosas reforça que mesmo valorizando a razão e o antropocentrismo, os
artistas do Renascimento não eram ateus, mas sim, em sua maioria, cristãos.

9. C
Podemos observar que a pintura é uma típica obra renascentista, apresentando realismo nas expressões
e nas proporções do corpo de Jesus, assim como uma dimensão simétrica do seu posicionamento na
tela.

10. E
O pensamento moderno e a Revolução Científica possibilitaram o surgimento de novas formas de olhar a
natureza, sobretudo através da perspectiva do seu uso para o benefício humano.
História

Reforma e Contrarreforma

Objetivo
Você aprenderá sobre o surgimento de novas religiões cristãs e a perda da hegemonia religiosa da Igreja
Católica

Curiosidade
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Teoria

A Reforma Protestante foi o movimento de contestação de dogmas da Igreja


Católica que proporcionou o surgimento de novas religiões cristãs e o
enfraquecimento do catolicismo.

Durante a Idade Média, a Igreja Católica tinha grande poder e era detentora de
grandes riquezas. Muitos monges acumularam fortunas através das doações que
recebiam de fiéis que buscavam perdão por seus pecados. Por volta do ano 1000
essa onda de doações se tornou ainda maior, visto que a crença na proximidade do
fim do mundo desesperava muitos fiéis, que tentavam de tudo para conseguir o
perdão. De fato, o apego de parte deste clero a tais bens materiais acabou gerando
muitas críticas e denúncias por parte de fiéis que não concordavam com essa
ostentação e, antes mesmo das grandes reformas protestantes, já iniciavam na
Idade Média uma leve ruptura com o catolicismo, através da criação de seitas, facções e orientações que
divergiam da doutrina católica. Esses movimentos acabaram condenados como heresias.

O ponto mais alto dessas divergências e da criação de novas correntes religiosas durante a Idade Média
ocorreu em 1054, com o chamado Cisma do Oriente. Há séculos que a Igreja Católica do Império Bizantino e
a de Roma estavam distantes, defendendo inclusive doutrinas que divergiam em certos pontos. No entanto,
o momento mais sensível na relação entre as duas partes ocorreu quando o Papa decidiu excomungar o
patriarca bizantino Miguel Cerulário, que, insatisfeito, proclamou a separação definitiva das duas igrejas,
criando a Igreja Católica do Oriente, ou a Igreja Ortodoxa, em Constantinopla.

Durante a Idade Moderna, o incômodo de certos grupos com as riquezas e corrupções da Igreja cresceu.
Enquanto os reis nutriam insatisfação em relação ao excesso de poder e terras da igreja católica, a burguesia
em ascensão se incomodava com a condenação da usura (lucro através dos juros) por parte da igreja.
Somado a isso, no século XVI, as críticas a determinadas práticas da Igreja ganharam um novo fôlego,
sobretudo influenciado pelas mudanças causadas pelo Renascimento Cultural, movimento que valorizou a
razão e fortaleceu o questionamento da lógica teocêntrica.
História

Dentre as práticas mais criticadas da Igreja Católica, estavam:


● A venda de indulgência (venda do perdão pelos pecados cometidos);
● A simonia (venda de objetos supostamente sagrados);
● O nepotismo (nomeação ou favorecimento de familiares para cargos eclesiásticos).

As teses de Lutero
Apesar das tentativas anteriores, a reforma iniciou-se a partir de Martinho Lutero, um monge católico que
estava insatisfeito com algumas das práticas realizadas pela Igreja Católica. A atuação de Lutero teve como
ponto de partida a divulgação das 95 teses, em 1517, que rapidamente se espalharam pela Europa e deram
origem ao movimento reformista. A doutrina luterana defendia a ideia de “Justificação pela fé”, ou seja, de
que a salvação é resultado essencialmente da fé em Deus.
Diante de suas críticas à igreja Católica, Lutero foi excomungado pelo papa e sua sobrevivência foi garantida
pela nobreza feudal da região que, hoje, chamamos de Alemanha. Através da Confissão de Augsburgo,
sintetizou os principais elementos da religião luterana:
● Livre interpretação da Bíblia.
● Manutenção dos sacramentos do batismo e da eucaristia, suprimindo-se todos os outros.
● Fim da proibição do casamento para os clérigos (celibato).

A predestinação calvinista
Outro importante reformador foi João Calvino, que elaborou a Teoria da Predestinação, ou seja, a ideia de que
viemos ao mundo predestinados por Deus à salvação ou à condenação. Os sinais da escolha divina se
manifestariam na vida dos indivíduos. O trabalho e o cumprimento dos deveres seriam alguns desses sinais.
No pensamento calvinista, consolidou-se a ideia de que, com a vida dedicada ao trabalho era possível, por
meio do progresso material, saber se o homem era ou não predestinado à salvação.

O pensamento calvinista trouxe grande transformação na concepção de trabalho. Na Idade Média, o trabalho
era visto como forma de penitência ou castigo. Segundo Max Weber, em A Ética Protestante e o Espírito do
Capitalismo, a transformação operada pelo calvinismo foi central ao desenvolvimento do modo de produção
capitalista, já que valorizava o trabalho e os ganhos materiais como sinais de graça divina. Não por acaso, o
calvinismo se tornou uma religião essencialmente burguesa, já que, ao contrário da igreja católica – que
condenava a usura – João Calvino valorizava o trabalho e os ganhos materiais.
Seu sucesso entre a burguesia levou à expansão da religião, inclusive para o continente americano, e seus
fiéis ficaram conhecidos de diversas formas, como os presbiterianos na Escócia, como os puritanos na
Inglaterra e como huguenotes na França.

O anglicanismo de Henrique VIII


Na esteira do reformismo religioso, o anglicanismo surgiu de forma completamente distinta das duas
religiões citadas anteriormente. Enquanto calvinismo e luteranismo nascem promovendo uma série de
críticas a algumas práticas do catolicismo romano, a Igreja Anglicana surge de interesses particulares de
Henrique VIII, monarca inglês. O rompimento com a instituição religiosa veio após a negação do seu pedido
de anulação do casamento com Catarina de Aragão, uma vez que tal ato não era permitido pela Igreja.
A questão é que o rei não havia conseguido ter herdeiros homens com a sua esposa e queria anular o
casamento para se casar com Ana Bolena. Tendo o seu pedido negado pela Igreja, Henrique decidiu se
separar de acordo com sua vontade e acabou sendo excomungado pelo papa Clemente VII. Aproveitando tal
ato, o rei, aliado ao parlamento, decretou o rompimento concreto das relações entre a Igreja Católica e a
monarquia inglesa com a promulgação do Ato de Supremacia, em 1534.
História

O ato, além de fundar a Igreja Anglicana, tornou Henrique VIII o chefe religioso
da mesma. Além disso, o parlamento confiscou os bens da Igreja Católica no
território inglês.
Apesar de comumente ouvirmos falar que a separação foi causada pela recusa
da anulação do casamento, a historiografia entende que o rompimento já era
algo desejado há tempos pelo monarca, uma vez que a Igreja possuía muito
poder dentro do território inglês e era uma das principais detentoras de terras.
Ou seja, a separação foi apenas um pretexto utilizado para concretizar tal objetivo.

O movimento anabatista
Todo o clima de reformulação religiosa contribuiu para um ambiente de instabilidade na Europa com a eclosão
de revoltas camponesas que utilizaram o discurso religioso para pleitear questões políticas, econômicas e
sociais. O movimento anabatista, que tinha em Thomas Müntzer um de seus líderes, aspirava uma reforma
religiosa e social muito mais radical do que se propunha Lutero. A ideia dos camponeses que faziam parte do
movimento era de divisão de riquezas e a vivência de uma religiosidade ligada a igualdade e a humildade.
Duramente criticado por Lutero, o movimento foi abafado pela nobreza feudal alemã.
A intensa disputa religiosa entre protestantes e católicos também foi um dos fatores que levou a Guerra dos
Trinta Anos (1618-1648). O conflito reuniu uma série de países europeus, mas envolveu principalmente a
região que hoje é a Alemanha. A disputa entre protestantes e católicos foi o pano de fundo de um conflito que
envolvia muito mais do que a religião, o que estava em jogo eram as disputas territoriais, comerciais e a
afirmação de poder de Monarquias recém-formadas. A intolerância e as disputas religiosas foram um dos
principais componentes da sangrenta guerra que só acabou com a assinatura de diversos documentos, ao
longo do ano de 1648, que ficaram conhecidos como o Tratado/Paz de Vestfália.

A contrarreforma
Como vimos até aqui, o contexto de críticas e rompimentos fez com que a Igreja perdesse a sua hegemonia
religiosa em algumas partes da Europa. A insatisfação com a instituição não vinha apenas dos protestantes,
mas também dos católicos que não concordavam com determinadas práticas, como a venda de indulgências.
Tentando gerenciar tais reivindicações e barrar a expansão do protestantismo pelo Velho Continente, e pelo
Novo Mundo também, a Igreja realizou a Contrarreforma.

A resposta da Igreja veio entre os anos de 1545 e 1563 com o Concílio de Trento, onde as principais lideranças
da instituição se reuniram para criar propostas para o fortalecimento do catolicismo mediante as reformas
protestantes. Dentre as permanências, podemos citar: a confirmação da importância dos sete sacramentos,
o culto às imagens de santos e a Virgem Maria, o domínio da interpretação das escrituras sagradas, o papel
de intermediador do clero e a infalibilidade do papa.

No que concerne às modificações, podemos apontar a criação de ordens que possuíam a incumbência de
levar a palavra sagrada para mais próximo do povo e promover o auxílio aos mais necessitados, proibição da
venda de indulgências e a criação de seminários para a formação de novos religiosos. Foi criado, além disso,
uma lista de livros proibidos - Index Librorum Prohibitorum - em uma época em que a imprensa criada por
Gutenberg havia facilitado a difusão da cultura escrita. E, para atuar nos novos territórios descobertos, houve
a utilização da recém-criada Companhia de Jesus, cujo objetivo era a expansão da fé e a catequização dos
nativos através dos jesuítas.
Ainda ocorreu a reativação do Tribunal do Santo Ofício, a Inquisição, com a intenção de perseguir todos
aqueles que eram considerados hereges, como os protestantes, os acusados de praticar bruxaria, pensadores
que se posicionavam contra as ideias da Igreja e até mesmo os novo-cristãos, acusados de praticar o
História

judaísmo. Com a retomada da Inquisição, houve a perseguição desenfreada a milhares de pessoas que
poderiam ser torturadas, condenadas ao confisco de seus bens, à excomunhão e até a morte na fogueira.
Contudo, é importante salientar que muitos historiadores consideram que a Contrarreforma foi um movimento
iniciado ainda no século XV, conhecido como reforma interna, que a Igreja já vinha fazendo devido ao aumento
das críticas a algumas de suas práticas religiosas. A Reforma Protestante teria apenas acelerado o processo
de renovação interna da igreja de Roma.
O estilo artístico Barroco também surgiu nesse momento de crise e tentativa de renovação da Igreja com a
intenção de mostrar a grandiosidade e reafirmar os valores católicos através de representações artísticas
ligadas à religiosidade.
História

Exercícios de fixação

1. Numere os ideais das reformas religiosas que ocorreram no decorrer do século XVI:

1.Luteranos 2.Calvinistas 3.Anabatistas 4.Anglicanismo

( ) Acreditavam na teoria da predestinação, onde o ser humano já nasce condenado ou salvo.


( ) Acreditavam que a religião poderia ser um instrumento de justiça social.
( ) Acreditavam na salvação pela fé e eram contra o celibato.
( ) Acreditavam na figura do rei como o chefe da igreja.

2. Por que a Reforma Protestante fortaleceu a burguesia?

3. Complete a frase:

Os protestantes ficaram conhecidos como ____________ na Inglaterra, já no caso francês, eles foram
chamados de ___________ , enquanto na Suécia eles foram reconhecidos pelo nome de ___________.

4. Qual desses conflitos pode ser considerado uma consequência da Reforma Protestante? Explique.
( ) Guerra dos Cem anos
( ) Guerra Justa
( ) Guerra dos Trinta Anos

5. Qual a importância da Companhia de Jesus no contexto da Contrarreforma?


História

Exercícios de vestibulares

1. (Unicentro, 2019) “Assim vemos que a fé basta a um cristão. Ele não precisa de nenhuma obra para se
justificar. Se ele não precisa de nenhuma obra, ele está certamente desobrigado de todos os
mandamentos e de todas as leis; se está desobrigado deles, é certamente livre. Esta é a liberdade cristã,
é unicamente a fé que a cria, o que não quer dizer que possamos ficar ociosos ou fazer o mal, mas que
não precisamos de nenhuma obra para nos justificar e alcançar a felicidade.”
Martinho Lutero (ARRUDA;PILLETI, 2019).

O texto é referente à crise religiosa denominada Reforma. Uma das causas desse movimento foi
a) a repressão exercida pela Igreja contra o movimento cruzadista, promovido por nobres e religiosos
alemães.
b) o processo de centralização do poder político na pessoa do rei em detrimento do poder local,
exercido pelos nobres.
c) o conflito entre a burguesia emergente e a Igreja Católica, cujas concepções tradicionais
condenavam a usura, ou seja, a obtenção de lucro excessivo nas operações comerciais.
d) o fato de a Doutrina da Salvação, expressa no texto, ter sido considerada pela Igreja Católica como
heresia, quando da realização do Concílio de Trento.
e) a intensificação das práticas capitalistas no interior dos feudos, alimentadas pela cobrança de
juros exagerados, com o apoio da Igreja Católica.

2. (Uefs, 2012) Calvino [...] introduziu a noção de progresso e sucesso. Para o reformador genebrês, o
indivíduo era responsável perante Deus. De acordo com suas possibilidades, devia tentar utilizar os
meios que Deus lhe dera para se aperfeiçoar, dar a seus filhos chances de sucesso (principalmente por
meio da educação) e trabalhar de maneira a se tornar um exemplo para seus próximos, seus vizinhos
e sua congregação.
(GARRISSON, s.d, p. 60)

A concepção calvinista quanto à relação entre o homem e os bens resultantes do esforço do trabalho
propiciou, de acordo com o texto, a
a) superação do medo da acumulação de riquezas, vista anteriormente como pecado, e, a partir daí,
como sinônimo de progresso.
b) condenação do lucro resultante da circulação do capital usurário, incentivado pelas nascentes
casas bancárias da época.
c) defesa do justo preço e do lucro limitado, como eram praticados nas corporações de ofícios das
cidades medievais.
d) queda dos antagonismos econômicos entre comerciantes católicos e protestantes, na Europa da
época.
e) valorização do ócio e do lazer, como sinais de riqueza, prestígio e felicidade.
História

3. (Upe, 2016)

Essa é a capa do livro Sobre judeus e suas mentiras, escrito, em 1543, pelo líder da Reforma Protestante,
Martinho Lutero. Perto de completar 500 anos, essa reforma tem sido revista pela historiografia
contemporânea. A relação de Lutero com os judeus foi caracterizada pela
a) miscigenação com essa comunidade.
b) tolerância, respeito mútuo e boa convivência.
c) ampliação das relações sociais e comerciais.
d) assimilação cultural de toda essa comunidade.
e) intolerância e perseguição com base num forte antijudaísmo.

4. (Unifenas, 2019) A arte barroca nasceu na Península Itálica no final do século XVI e difundiu-se por
países católicos da Europa, como Portugal, Espanha e França, e posteriormente, pela América. Com o
objetivo de educar pelo olhar, convencer e envolver emocionalmente o observador, o estilo barroco
utilizou-se excessivamente do esplendor, da exuberância, da dramaticidade, da exaltação dos
sentimentos e da religiosidade católica.
Considerando as informações contidas no texto, podemos afirmar que o surgimento da arte barroca
pode ser relacionado
a) ao fortalecimento da nobreza feudal europeia.
b) ao apoio dos religiosos católicos ao antropocentrismo renascentista.
c) ao movimento da contrarreforma católica.
d) à crise da atividade comercial italiana.
e) à decadência do absolutismo monárquico.
História

5. (Enem, 2020) Dois grandes eventos históricos tomaram possível um caso como o de Menocchio: a
invenção da imprensa e a Reforma. A imprensa lhe permitiu confrontar os livros com a tradição oral em
que havia crescido e lhe forneceu as palavras para organizar o amontoado de ideias e fantasias que
nele conviviam. A Reforma lhe deu audácia para comunicar o que pensava ao padre do vilarejo,
conterrâneos, inquisidores — mesmo não tendo conseguido dizer tudo diante do papa, dos cardeais e
dos príncipes, como queria.
GINZBURG. C. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição. São Paulo. Cia das
Letras. 2008.

Os acontecimentos históricos citados ajudaram esse indivíduo, no século XVI, a repensar a visão
católica do mundo ao possibilitarem a:
a) consulta pública das bibliotecas reais.
b) sofisticação barroca do ritual litúrgico.
c) aceitação popular da educação secular.
d) interpretação autônoma dos textos bíblicos.
e) correção doutrinária das heresias medievais.

6. (Enem, 2020) Desde o mundo antigo e sua filosofia, que o trabalho tem sido compreendido como
expressão de vida e degradação, criação e infelicidade, atividade vital e escravidão, felicidade social e
servidão. Trabalho e fadiga. Na Modernidade, sob o comando do mundo da mercadoria e do dinheiro,
a prevalência do negócio (negar o ócio) veio sepultar o império do repouso, da folga e da preguiça,
criando uma ética positiva do trabalho.
ANTUNES. R O século XX e 8 era da degradação do trabalho In SILVA. J P. (Org) Por uma sociologia do século XX. São Paulo:
Annablume. 2007 (adaptado).

O processo de ressignificação do trabalho nas sociedades modernas teve início a partir do surgimento
de uma nova mentalidade, influenciada pela:
a) reforma higienista, que combateu o caráter excessivo e insalubre do trabalho fabril.
b) Reforma Protestante, que expressou a importância das atividades laborais no mundo secularizado.
c) força do sindicalismo, que emergiu no esteio do anarquismo reivindicando direitos trabalhistas.
d) participação das mulheres em movimentos sociais, defendendo o direito ao trabalho.
e) visão do catolicismo, que, desde a Idade Média, defendia a dignidade do trabalho e do lucro.
História

7. (Enem, 2019) O cristianismo incorporou antigas práticas relativas ao fogo para criar uma festa
sincrética. A igreja retomou a distância de seis meses entre os nascimentos de Jesus Cristo e João
Batista e instituiu a data de comemoração a este último de tal maneira que as festas do solstício de
verão europeu com suas tradicionais fogueiras se tornaram “fogueiras de São João”. A festa do fogo e
da luz, no entanto não foi imediatamente associada a São João Batista. Na Baixa Idade Média, algumas
práticas tradicionais da festa (como banhos, danças e cantos) foram perseguidas por monges e bispos.
A partir do Concílio de Trento (1545-1563), a Igreja resolveu adotar celebrações em torno do fogo e
associá-las à doutrina cristã.
CHIANCA, L. Devoção e diversão: expressões contemporâneas de festas e santos católicos. Revista Anthropológicas, n. 18,
2007 (adaptado).

Com o objetivo de se fortalecer, a instituição mencionada no texto adotou as práticas descritas, que
consistem em:
a) promoção de atos ecumênicos.
b) fomento de orientações bíblicas.
c) apropriação de cerimônias seculares.
d) retomada de ensinamentos apostólicos.
e) ressignificação de rituais fundamentalistas.

8. (Enem, 2009) No final do século XVI, na Bahia, Guiomar de Oliveira denunciou Antônia Nóbrega à
Inquisição. Segundo o depoimento, esta lhe dava “uns pós não sabe de quê, e outros pós de osso de
finado, os quais pós ela confessante deu a beber em vinho ao dito seu marido para ser seu amigo e
serem bem-casados, e que todas estas coisas fez tendo-lhe dito a dita Antônia e ensinado que eram
coisas diabólicas e que os diabos lha ensinaram”.
(ARAÚJO, E. O teatro dos vícios. Transgressão e transigência na sociedade urbana colonial. Brasília: UnB/José Olympio,
1997.)
Do ponto de vista da Inquisição:
a) o problema dos métodos citados no trecho residia na dissimulação, que acabava por enganar o
enfeitiçado.
b) o diabo era um concorrente poderoso da autoridade da Igreja e somente a justiça do fogo poderia
eliminá-lo.
c) os ingredientes em decomposição das poções mágicas eram condenados porque afetavam a
saúde da população.
d) as feiticeiras representavam séria ameaça à sociedade, pois eram perceptíveis suas tendências
feministas.
e) os cristãos deviam preservar a instituição do casamento recorrendo exclusivamente aos
ensinamentos da Igreja.
História

9. (Enem, PPL, 2020) No início do século XVI, as relíquias continuavam protegendo edifícios e cidades,
promovendo curas milagrosas, sendo levadas em solenes procissões pelas ruas, sacralizando altares
de igrejas por toda a Europa, em uma notável continuidade em relação ao papel que haviam
desempenhado havia mais de mil anos no continente. Mas, em meados daquele século, essa situação
tinha se transformado. O culto às relíquias foi fortemente repudiado pelos reformadores protestantes,
que pregavam uma igreja invisível.
CYMBALISTA, R. Relíquias sagradas e a construção do território cristão na Idade Moderna. Anais do Museu Paulista, n. 2, jul.-
dez. 2006.
A nova abordagem sobre a prática indicada no texto fundamentava-se no(a):
a) abandono de objetos mediadores.
b) instituição do ascetismo monástico.
c) desprezo do proselitismo religioso.
d) revalorização dos ritos sacramentais.
e) consagração de preceitos populares.

10. (PUC, 2014) Gregório de Matos tanto exprimiu os sentimentos e a ideologia da Contrarreforma, em
poemas contritos e moralistas, vazados no estilo barroco, como denunciou a sociedade seiscentista
da “cidade da Bahia”, dominada pelas negociatas e falcatruas no comércio do açúcar. Sua perspectiva
crítica, a um tempo rancorosa, enérgica e desbocada, deu vazão à série de poemas satíricos, cujos
alvos eram os clérigos viciosos, os “mulatos desavergonhados”, os conselheiros corruptos, os falsos
“fidalgos caramurus”. Mas há quem veja em sua atitude muito mais o despeito de um aristocrata
deslocado do que a indignação de fundo social. O que ninguém contesta é seu talento de poeta.
(GOMES, Raimundo Piva. Inédito)

A autoridade católica foi questionada em diversos momentos da Idade Média. Essas manifestações
ocorreram em um contexto histórico no qual a Igreja Católica exercia grande controle sobre as
sociedades europeias. Contudo, no século XVI, a autoridade da Igreja começou a enfrentar
a) as revoltas camponesas contra a opressão feudal dos senhores e do clero nas cidades,
inaugurando um período de confronto entre católicos e protestantes que deu origem à Reforma da
Igreja Católica.
b) as guerras religiosas, que opuseram católicos e protestantes, condenavam a doutrina da
predestinação absoluta formulada pelo pensamento tomista medieval e as mudanças no
cristianismo e na Igreja Católica.
c) os movimentos de reformulação doutrinal e administrativa do cristianismo para combater as
heresias, impedir sua proliferação, reafirmar os dogmas da Igreja e estabelecer vigilância sobre as
práticas dos fiéis.
d) as lutas promovidas pelas assembleias de religiosos e pelo órgão responsável de julgar atos dos
católicos e manter os textos bíblicos, a fim de abolirem a confissão, o jejum, o celibato clerical e o
culto aos santos.
e) a oposição dos estados em formação e mudanças nos campos filosófico, econômico e social que
acabaram por diminuir a capacidade das autoridades eclesiásticas no combate a seus oponentes
e críticos.

Sua específica é humanas e quer continuar treinando esse conteúdo?


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História

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. ( 2 )
( 3 )
( 1 )
( 4 )
Cada uma das religiões que surgiu em decorrência das reformas protestantes possuía características
próprias, como o luteranismo que defendia o fim do celibato e a salvação pela fé, já os calvinistas
defendiam a teoria da predestinação e a valorização do trabalho, o anglicanismo nasce com a junção da
figura do rei com a figura de chefe religioso e, por fim, os anabatistas defendiam a justiça social (com a
divisão de terras e riquezas) baseada na aplicação de um cristianismo primitivo.

2. O surgimento de novas religiões, principalmente do calvinismo, que não reprovavam a prática da usura
(lucro) serviu para dar base moral para as práticas comerciais da burguesia e modificou a relação com o
trabalho, uma vez que os ganhos materiais eram vistos como sinal de graça de vida e de salvação.

3. Os protestantes ficaram conhecidos como puritanos na Inglaterra, já no caso francês, eles foram
chamados de huguenotes, enquanto na Suécia eles foram reconhecidos pelo nome de presbiterianos.

4. A disputa entre protestantes e católicos foi o pano de fundo da Guerra dos Trinta Anos que ocorreu na
região do que viria a se chamar Alemanha no século XIX. Apesar de possuir outras causas, como as
disputas territoriais e a afirmação de poder de Monarquias recém-formadas, a intolerância e as disputas
religiosas foram um dos principais componentes da sangrenta guerra que só acabou com a assinatura
de diversos documentos, ao longo do ano de 1648, que ficaram conhecidos como o Tratado/Paz de
Vestfália.

5. Em um contexto de expansão do protestantismo, a Igreja Católica decidiu utilizar a Companhia de Jesus


para promover a evangelização dos nativos nos novos territórios “descobertos” (África, Ásia e América)
com o intuito de conquistar mais fiéis e de barrar o crescimento das novas religiões.

Exercícios de vestibulares

1. C
A burguesia foi um dos grupos sociais que mais apoiou a reforma religiosa, uma vez que a Igreja Católica
condenava a sua principal atividade comercial, a usura (lucro). Portanto, o surgimento de novas religiões,
especialmente do calvinismo, deu uma base moral para as atividades mercantis da classe.

2. A
As ideias humanistas e o individualismo que surgiram com o renascimento influenciaram o
protestantismo nas posturas da aceitação dos juros e do acúmulo de capital como sinônimo de
progresso.

3. E
Pelo título do livro é possível concluir que o conteúdo se tratava de um ataque aos judeus e a sua religião.
É importante salientar que as perseguições aos judeus se aprofundaram no contexto de reforma
protestante e de contrarreforma, uma vez que a Igreja passou a combater de forma mais intensa os
considerados hereges.

4. C
O barroco surgiu em consonância com o movimento de Contrarreforma promovido pela Igreja no
contexto de expansão do protestantismo, tal estilo tinha a pretensão de reafirmar os valores católicos e
a grandeza da instituição através da arte.
História

5. D
O contexto de Menocchio, formado pelo renascimento e pela reforma protestante, possibilitou que ele
valorizasse sua própria forma de pensar e de interpretar a bíblia, criando ideias sobre a origem do mundo.

6. B
Com a reforma protestante, as ideias luteranas e calvinistas passaram a defender o trabalho braçal como
algo digno e até mesmo como um indicativo da predestinação, o que atraiu muito o interesse da
burguesia.

7. C
Em um contexto de crescimento do protestantismo, a Igreja Católica realizou reformas para se aproximar
mais das tradições populares e seculares, garantindo assim sua força nesses setores da sociedade.

8. E
Com a reativação da Inquisição, a Igreja perseguia todos aqueles que exercessem qualquer tipo de
prática que estava fora dos ensinamentos da instituição religiosa, condenando-os por heresia.

9. A
A cultura protestante criticava o culto às imagens e aos objetos mediadores, optando, portanto, pelo
abandono de tais simbolismos na prática religiosa.

10. A
Movidas pelas reformas protestantes, eclodiu uma série de revoltas camponesas na Europa,
principalmente na França, promovendo críticas à exploração feudal e clerical. Como resposta, durante a
Contrarreforma, a Igreja criou instituições de auxílio aos mais necessitados e ordens que tinham como
missão levar a palavra sagrada para mais próximo do povo.
Literatura

Gêneros literários: lírico e dramático

Teoria

A estrutura do gênero lírico se modificou ao longo dos anos, podendo ser vista de diversas maneiras na
atualidade. Para essa aula, veremos alguns pontos importantes sobre esse conteúdo.

Os textos do gênero literário lírico costumam ser breves, pois, diferentemente dos épicos/narrativos, não há
uma história sendo contada, há a supressão do enredo. Versam sobre sentimentos, divagações e expressões
do eu-lírico e é por meio deles que o indivíduo pode extravasar suas emoções. Por este motivo, a subjetividade
é uma das características principais desse modo de escrita. Os poemas são textos que se enquadram, em
sua maioria, nesse gênero.

Observação: eu-lírico é a voz que fala com o leitor dentro do texto. O poeta é autor do eu-lírico. Em algumas
obras, autores masculinos escrevem um eu-lírico do gênero oposto e vice-versa.

Os textos poéticos representam muito o gênero lírico, que mantém relações estreitas com a música.
Antigamente, as obras eram acompanhadas por instrumentos musicais, como a lira. Recursos sonoros se
fazem presentes nesses textos até a atualidade, como métrica, rima e figuras de linguagem moram neles.

Recursos sonoros
Métrica: organização silábica de acordo com a fala e não com a ortografia que privilegia a sonoridade dos
versos. Conta-se desde a primeira sílaba até a última tônica do verso.
Exemplo:
E/ra u/ma/ ca/sa → de acordo com a fala: é¹ ru² ma³ cá4 sa (paramos de
Mui/to en/gra/ça/da contar na última silaba tônica do verso).

Não/ ti/nha/ te/to


Não /ti/nha /na/da
Vinicius de Moraes

Os versos acima apresentam 4 sílabas métricas.


Os versos podem ser classificados de acordo com as sílabas métricas:
Versos de 5 e 7 sílabas métricas são chamados de redondilhas. Os de 5 sílabas métricas são chamados de
redondilhas menores e os de 7, redondilhas maiores. Esses versos são muito populares.
Versos de 8, 9, 10, 11 sílabas métricas/poéticas, por exemplo, são classificados de acordo com a sua
quantidade. Ex: 11 sílabas métricas – versos hendecassílabos.

1
Literatura

Além desses, há os versos de 12 sílabas poéticas, ou também conhecidos como versos Alexandrinos. São
muito importantes para a criação de textos épicos.

Rima: repetições sonoras no final dos versos. Podem ser avaliadas quanto à disposição nos versos e quanto
à qualidade.

Quanto à “disposição” nos versos Quanto à “qualidade”

Alternadas: ABAB Pobre: rima de palavras pertencentes à mesma classe


gramatical.
Emparelhadas: AABB
Rica: rima de palavras pertencentes a classes gramaticais
Interpoladas: ABBA diferentes.
Misturadas (requer poemas longos para Preciosa: rimas de palavras pertencentes a mais de duas
que possa existir) classes gramaticais (ex: estrela / vê-la).

Obs.: versos brancos são os que não apresentam rimas.

Outros recursos sonoros


Anáfora: repetição de um mesmo termo no início dos versos, gerando um eco proposital dentro do texto.

Aliteração: Repetição de sons consonantais.


Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas
Cruz e Souza

Assonância: repetição de sons vocálicos.


Sou Ana, da cama
Da cana, fulana, bacana (sacana)*
Sou Ana de Amsterdam
Chico Buarque

Refrão: não é uma figura de linguagem, mas um verso (ou conjunto de versos) que se repete a fim de criar
ritmo.

2
Literatura

Textos de apoio
De tudo, ao meu amor serei atento antes
E com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento


E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure


Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):


Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure
MORAES, Vinícius de. Soneto de Fidelidade

3
Literatura

Oh! que saudades que tenho Eu tinha nessas delícias


Da aurora da minha vida, De minha mãe as carícias
Da minha infância querida E beijos de minha irmã!
Que os anos não trazem mais! Livre filho das montanhas,
Que amor, que sonhos, que flores, Eu ia bem satisfeito,
Naquelas tardes fagueiras Da camisa aberto o peito,
À sombra das bananeiras, – Pés descalços, braços nus –
Debaixo dos laranjais! Correndo pelas campinas
Como são belos os dias À roda das cachoeiras,
De despontar da existência! Atrás das asas ligeiras
– Respira a alma inocência Das borboletas azuis!
Como perfumes a flor; Naqueles tempos ditosos
O mar é – lago sereno, Ia colher as pitangas,
O céu – um manto azulado, Trepava a tirar as mangas,
O mundo – um sonho dourado, Brincava à beira do mar;
A vida – um hino d’amor! Rezava às Ave-Marias,
Que auroras, que sol, que vida, Achava o céu sempre lindo,
Que noites de melodia Adormecia sorrindo
Naquela doce alegria, E despertava a cantar!
Naquele ingênuo folgar! […]
O céu bordado d´estrelas, Oh! que saudades que tenho
A terra de aromas cheia, Da aurora da minha vida,
As ondas beijando a areia Da minha infância querida
E a lua beijando o mar! Que os anos não trazem mais!
Oh! dias de minha infância! – Que amor, que sonhos, que flores,
Oh! meu céu de primavera! Naquelas tardes fagueiras
Que doce a vida não era À sombra das bananeiras,
Nessa risonha manhã! Debaixo dos laranjais!
Em vez das mágoas de agora,

ABREU, Casemiro. Meus oito anos.

Quando o português chegou


Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
ANDRADE, Oswald. Erro de portugês.

4
Literatura

Gênero Dramático
Como gênero dramático, entende-se textos que foram criados para serem representados, encenados, como
ocorre com os textos de cunho teatral. A voz narrativa está vinculada aos personagens, encenada por atores,
e estes contam uma história por meio de diálogos ou monólogos. Além disso, cabe frisar que, nos textos
dramáticos há a presença de rubricas, elemento que os diferenciam de outros gêneros: trata-se de comandos
e orientações que os atores devem seguir durante a performance.

Alguns exemplos de gênero dramático são a comédia, a tragédia, a tragicomédia e a farsa.

Encenação da peça “Grande Sertão Veredas”.

(Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/atracao/grande-sertao-veredas/)

Gênero Ensaístico
Não faz parte dos gêneros literários clássicos (épico, dramático e lírico), mas, com o passar do tempo, textos
novos foram aparecendo e não se encaixavam na divisão clássica de gêneros, por isso muitos teóricos
defendem o surgimento do ensaístico.

É um texto não ficcional que apresenta características literárias (uso artístico expressivo da linguagem).
Exemplos de textos que se enquadram nesse gênero:
● Carta;
● Crônicas;
● Discursos;
● Autobiografias;
● Biografias;
● Ensaios;
● etc.

2
Literatura

Observação: para um texto ser enquadrado nesse gênero ele deve apresentar literariedade, isto é,
características literárias. Dessa forma, não é qualquer carta, crônica etc. que pode ser encaixada nesse
gênero.

A instância enunciativa de textos desse gênero é o próprio autor, isto é, não há um narrador ou eu-lírico.

Textos de apoio
Dunsinane. Dentro do Castelo.
(Entram, com tambores e bandeiras, Macbeth, Seyton e soldados.)

(...)

SEYTON:
A rainha está morta, senhor.

MACBETH:
Ela só devia morrer mais tarde;
Haveria um momento para isso.
Amanhã, e amanhã e ainda amanhã
Arrastam nesse passo o dia a dia
Até o fim do tempo pré-notado.
E todo ontem conduziu os tolos
À via em pó da morte. Apaga, vela!
A vida é só uma sombra: um mau ator
Que grita e se debate pelo palco,
Depois é esquecido; é uma história
Que conta o idiota, toda som e fúria,
Sem querer dizer nada.
(Entra um mensageiro.)
Não tens língua? Depressa, a história.
(SHAKESPEARE, William. Macbeth. Tradução: Barbara Heliodora. São Paulo: Abril, 2010.)

3
Literatura

Frade — Tai-rai-rai-ra-rã; ta-ri-ri-rã;


ta-rai-rai-rai-rã; tai-ri-ri-rã:
tã-tã; ta-ri-rim-rim-rã. Huhá!
Diabo — Que é isso, padre?! Que vai lá?
Frade — Deo gratias! Som cortesão.
Diabo — Sabês também o tordião?
Frade — Porque não? Como ora sei!
Diabo — Pois entrai! Eu tangerei e faremos um serão.
Essa dama é ela vossa?
Frade — Por minha la tenho eu, e sempre a tive de meu,
Diabo — Fizestes bem, que é formosa!
E não vos punham lá grosa no vosso convento santo?
Frade — E eles fazem outro tanto!
Diabo — Que cousa tão preciosa...
Entrai, padre reverendo!
Frade — Para onde levais gente?
Diabo — Para aquele fogo ardente que nom temestes vivendo.
Frade — Juro a Deus que nom t'entendo!
E este hábito não me vai?
Diabo — Gentil padre mundanal, a Belzebu vos encomendo!
Frade — Corpo de Deus consagrado!
Pela fé de Jesus Cristo, que eu nom posso entender isto!
Eu hei de ser condenado?!...
Um padre tão namorado e tanto dado à virtude?
Assim Deus me dê saúde, que eu estou maravilhado!
Diabo — Não curês de mais detença.
Embarcai e partiremos: tomareis um par de ramos.
Frade — Nom ficou isso n'avença.
Diabo — Pois dada está já a sentença!
Frade — Pardeus! Essa seria ela!
Não vai em tal caravela minha senhora Florença.
Como? Por ser namorado e folgar com uma mulher se há um frade de
perder, com tanto salmo rezado?!...
VICENTE, Gil. Auto da Barca do Inferno.

4
Literatura

JOÃO GRILO
É, estão todos muito calmos porque ainda não repararam naquele freguês que está ali, na sombra, esperando
que nós acordemos.
PADRE
Quem é?
JOÃO GRILO
Você ainda pergunta? Desde que cheguei que comecei a sentir um cheiro ruim danado. Essa peste deve ser
um diabo.

DEMÔNIO, saindo da sombra, severo.


Calem-se todos. Chegou a hora da verdade.
SEVERINO
Da verdade?
BISPO
Da verdade?
PADRE
Da verdade?
DEMÔNIO
Da verdade, sim.
JOÃO GRILO
Então já sei que estou desgraçado, porque comigo era na mentira.
DEMÔNIO
Vocês agora vão pagar tudo o que fizeram.
PADRE
Mas o que foi que eu...
DEMÔNIO
Silêncio! Chegou a hora do silêncio para vocês e do comando para mim. E calem-se todos. Vem chegando
agora quem pode mais do que eu e do que vocês. Deitem-se! Deitem-se! Ouçam o que estou
dizendo, senão será pior!
Desde que ele começou a falar, soam ritmadamente duas pancadas, fortes e secas, de tambor e uma de prato,
com uma pausa mais ou menos longa entre elas, ruído que deve se repetir até a aparição do Encourado. Este
é O diabo, que, segundo uma crença do ser tão do Nordeste, é um homem muito moreno, que se veste como
um vaqueiro. Esta cena deve se revestir de um caráter meio grotesco, pois a ordem que o Demônio dá,
mandando que os personagens se deitem, já insinua o fato de que o maior desejo do diabo é imitar Deus,
resultado de seu orgulho grotesco. E tanto é assim, que ele tenta conseguir aí pela intimidação o tributo que
Jesus terá depois, espontaneamente, quando de sua entrada. O Bispo é o único a esboçar um movimento de
obediência, mas, antes que ele se deite, o Encourado entra, dando pancadas de rebenque na perna e ajustando
suas luvas de couro. Os mortos começam a tremer exageradamente e o Demônio acorre para junto dele, servil
e pressuroso.
DEMÔNIO
Desculpe, fiz tudo para que eles se deitassem, mas não houve jeito.
SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida.

5
Literatura

Exercícios de fixação

1. Leia o poema abaixo:

Livros e flores

Teus olhos são meus livros.


Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?

Flores me são teus lábios.


Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?

O texto acima faz parte da coletânea de escritas versificadas de Machado de Assis. Comente o poema
a partir da sua percepção sobre o intuito do eu-lírico.

6
Literatura

2. O quadrinho abaixo apresenta, de modo satírico, a construção de um poema.

UltraLafa
Transcrevendo, tem-se:

Você praça,
Eu acho graça.
Você prédio,
Eu acho tédio.
Você poesia, me dá azia.

A partir de seus conhecimentos sobre o gênero lírico, qual é o tipo de rima utilizada pelo autor?
a) Emparelhada
b) Interpolada
c) Alternada
d) Misturada

7
Literatura

3. A onda

a onda anda
aonde anda
a onda?
a onda ainda
ainda onda
ainda anda
aonde?
aonde?
a onda a onda
Manuel Bandeira
Qual é o recurso sonoro utilizado no poema?
a) Anáfora
b) Assonância
c) Aliteração
d) Refrão

4. Analise a tira cômica abaixo para as questões 3 e 4:

Além de atores, o gênero dramático possui uma característica específica em seus textos, que os
diferenciam de demais gêneros literários. Qual é?

5. Relacione como Mafalda conseguiu relacionar o congresso (espaço de ações políticas) com peças
teatrais, características do gênero dramático.

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Literatura

Exercícios

1. (Enem – 2009) Gênero dramático é aquele em que o artista usa como intermediária entre si e o público
a representação. A palavra vem do grego drao (fazer) e quer dizer ação. A peça teatral é, pois, uma
composição literária destinada à apresentação por atores em um palco, atuando e dialogando entre si.
O texto dramático é complementado pela atuação dos atores no espetáculo teatral e possui uma
estrutura específica, caracterizada:

● pela presença de personagens que devem estar ligados com lógica uns aos outros e à ação;
● pela ação dramática (trama, enredo), que é o conjunto de atos dramáticos, maneiras de ser e de
agir das personagens encadeadas à unidade do efeito e segundo uma ordem composta de
exposição, conflito, complicação, clímax e desfecho;
● pela situação ou ambiente, que é o conjunto de circunstâncias físicas, sociais, espirituais em que
se situa a ação;
● pelo tema, ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua interpretação real por
meio da representação.
(COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973 (adaptado).)

Considerando o texto e analisando os elementos que constituem um espetáculo teatral, conclui-se que
a) a criação do espetáculo teatral apresenta-se como um fenômeno de ordem individual, pois não é
possível sua concepção de forma coletiva.
b) o cenário onde se desenrola a ação cênica é concebido e construído pelo cenógrafo de modo
autônomo e independente do tema da peça e do trabalho interpretativo dos atores.
c) o texto cênico pode originar-se dos mais variados gêneros textuais, como contos, lendas,
romances, poesias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos textuais, entre outros.
d) o corpo do ator na cena tem pouca importância na comunicação teatral, visto que o mais
importante é a expressão verbal, base da comunicação cênica em toda a trajetória do teatro até
os dias atuais.
e) a iluminação e o som de um espetáculo cênico independem do processo de produção/recepção
do espetáculo teatral, já que se trata de linguagens artísticas diferentes, agregadas posteriormente
à cena teatral.

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Literatura

2. (Enem – 2016) Primeira lição


Os gêneros de poesia são: lírico, satírico, didático, épico, ligeiro.
O gênero lírico compreende o lirismo.
Lirismo é a tradução de um sentimento subjetivo, sincero e pessoal.
É a linguagem do coração, do amor.
O lirismo é assim denominado porque em outros tempos os versos sentimentais eram
declamados ao som da lira.

O lirismo pode ser:


a) Elegíaco, quando trata de assuntos tristes, quase sempre a morte.
b) Bucólico, quando versa sobre assuntos campestres.
c) Erótico, quando versa sobre o amor.
O lirismo elegíaco compreende a elegia, a nênia, a endecha, o epitáfio e o epicédio.
Elegia é uma poesia que trata de assuntos tristes.
Nênia é uma poesia em homenagem a uma pessoa morta.
Era declamada junto à fogueira onde o cadáver era incinerado.
Endecha é uma poesia que revela as dores do coração.
Epitáfio é um pequeno verso gravado em pedras tumulares.
Epicédio é uma poesia onde o poeta relata a vida de uma pessoa morta.
CESAR, A. C. Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

No poema de Ana Cristina Cesar, a relação entre as definições apresentadas e o processo de


construção do texto indica que o(a)
a) caráter descritivo dos versos assinala uma concepção irônica de lirismo.
b) tom explicativo e contido constitui uma forma peculiar de expressão poética.
c) seleção e o recorte do tema revelam uma visão pessimista da criação artística.
d) enumeração de distintas manifestações líricas produz um efeito de impessoalidade.
e) referência a gêneros poéticos clássicos expressa a adesão do eu lírico às tradições literárias.

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Literatura

3. (Enem – 2016) Anoitecer


A Dolores
É a hora em que o sino toca,
mas aqui não há sinos;
há somente buzinas,
sirenes roucas,
apitos aflitos, pungentes, trágicos,
uivando escuro segredo;
desta hora tenho medo.
[...]
É a hora do descanso,
mas o descanso vem tarde,
o corpo não pede sono,
depois de tanto rodar;
pede paz – morte – mergulho
no poço mais ermo e quedo;
desta hora tenho medo.
Hora de delicadeza,
agasalho, sombra, silêncio.
Haverá disso no mundo?
É antes a hora dos corvos,
bicando em mim,
meu passado, meu futuro, meu degredo;
desta hora, sim, tenho medo.
ANDRADE, C. D. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 2005 (fragmento).

Com base no contexto da Segunda Guerra Mundial, o livro “A rosa do povo” revela desdobramentos da
visão poética. No fragmento, a expressividade lírica demonstra um(a)
a) defesa da esperança como forma de superação das atrocidades da guerra.
b) desejo de resistência às formas de opressão e medo produzidas pela guerra.
c) olhar pessimista das instituições humanas e sociais submetidas ao conflito armado.
d) exortação à solidariedade para a reconstrução dos espaços urbanos bombardeados.
e) espírito de contestação capaz de subverter a condição de vítima dos povos afetados.

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Literatura

4. (Enem– 2016) Esses chopes dourados


[...]
quando a geração de meu pai
batia na minha
a minha achava que era normal
que a geração de cima
só podia educar a de baixo
batendo

quando a minha geração batia na de vocês


ainda não sabia que estava errado
mas a geração de vocês já sabia
e cresceu odiando a geração de cima

aí chegou esta hora


em que todas as gerações já sabem de tudo
e é péssimo
ter pertencido à geração do meio
tendo errado quando apanhou da de cima
e errado quando bateu na de baixo

e sabendo que apesar de amaldiçoados


éramos todos inocentes.
WANDERLEY, J. In: MORICONI, I. (Org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001
(fragmento).

Ao expressar uma percepção de atitudes e valores situados na passagem do tempo, o eu lírico


manifesta uma angústia sintetizada na
a) compreensão da efemeridade das convicções antes vistas como sólidas.
b) consciência das imperfeições aceitas na construção do senso comum.
c) revolta das novas gerações contra modelos tradicionais de educação.
d) incerteza da expectativa de mudança por parte das futuras gerações.
e) crueldade atribuída à forma de punição praticada pelos mais velhos.

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Literatura

5. (Enem – 2016) Lições de motim


DONA COTINHA – É claro! Só gosta de solidão quem nasceu pra ser solitário. Só o solitário gosta de
solidão. Quem vive só e não gosta da solidão não é um solitário, é só um desacompanhado. (A reflexão
escorrega lá pro fundo da alma.) Solidão é vocação, besta de quem pensa que é sina. Por isso, tem de
ser valorizada. E não é qualquer um que pode ser solitário, não. Ah, mas não é mesmo! É preciso ter
competência pra isso. (De súbito, pedagógica, volta-se para o homem.) É como poesia, sabe, moço?
Tem de ser recitada em voz alta, que é pra gente sentir o gosto. (FAZ UMA PAUSA.) Você gosta de
poesia? (O HOMEM TORNA A SE DEBATER. A VELHA INTERROMPE O DISCURSO E VOLTA A LHE DAR
AS COSTAS, COMO SEMPRE, IMPASSÍVEL. O HOMEM, MAIS UMA VEZ, CANSADO, DESISTE.) Bem,
como eu ia dizendo, pra viver bem com a solidão temos de ser proprietários dela e não inquilinos, me
entende? Quem é inquilino da solidão não passa de um abandonado. É isso aí.
(ZORZETTI, H. Lições de motim. Goiânia: Kelps, 2010 (adaptado).)

Nesse trecho, o que caracteriza Lições de motim como texto teatral?


a) O tom melancólico presente na cena.
b) As perguntas retóricas da personagem.
c) A interferência do narrador no desfecho da cena.
d) O uso de rubricas para construir a ação dramática.
e) As analogias sobre a solidão feitas pela personagem.

6. (Enem – 2009) Teatro do Oprimido é um método teatral que sistematiza exercícios, jogos e técnicas
teatrais elaboradas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, recentemente falecido, que visa à
desmecanização física e intelectual de seus praticantes. Partindo do princípio de que a linguagem
teatral não deve ser diferenciada da que é usada cotidianamente pelo cidadão comum (oprimido), ele
propõe condições práticas para que o oprimido se aproprie dos meios do fazer teatral e, assim, amplie
suas possibilidades de expressão. Nesse sentido, todos podem desenvolver essa linguagem e,
consequentemente, fazer teatro. Trata- se de um teatro em que o espectador é convidado a substituir
o protagonista e mudar a condução ou mesmo o fim da história, conforme o olhar interpretativo e
contextualizado do receptor.
(Companhia Teatro do Oprimido. Disponível em: www.ctorio.org.br. Acesso em: 1 jul. 2009 (adaptado).)

Considerando-se as características do Teatro do Oprimido apresentadas, conclui-se que


a) esse modelo teatral é um método tradicional de fazer teatro que usa, nas suas ações cênicas, a
linguagem rebuscada e hermética falada normalmente pelo cidadão comum.
b) a forma de recepção desse modelo teatral se destaca pela separação entre atores e público, na
qual os atores representam seus personagens e a plateia assiste passivamente ao espetáculo.
c) sua linguagem teatral pode ser democratizada e apropriada pelo cidadão comum, no sentido de
proporcionar-lhe autonomia crítica para compreensão e interpretação do mundo em que vive.
d) o convite ao espectador para substituir o protagonista e mudar o fim da história evidencia que a
proposta de Boal se aproxima das regras do teatro tradicional para a preparação de atores.
e) a metodologia teatral do Teatro do Oprimido segue a concepção do teatro clássico aristotélico,
que visa à desautomação física e intelectual de seus praticantes.

13
Literatura

7. (Enem – 2009) TEXTO I


No meio do caminho
No meio do caminho tinha
uma pedra
Tinha uma pedra no meio
do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha
uma pedra
ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 2000. (fragmento).

TEXTO II

DAVIS, J. Garfield, um charme de gato -7. Trad. De A gência Internacional Press. Porto Alegre: L&PM, 200.

A comparação entre os recursos expressivos que constituem os dois textos revela que
a) o texto I perde suas características de gênero poético ao ser vulgarizado por histórias em
quadrinho.
b) o texto II pertence ao gênero literário, porque as escolhas linguísticas o tornam uma réplica do
texto I.
c) a escolha do tema, desenvolvido por frases semelhantes, caracteriza-os como pertencentes ao
mesmo gênero.
d) os textos são de gêneros diferentes porque, apesar da intertextualidade, foram elaborados com
finalidades distintas.
e) as linguagens que constroem significados nos dois textos permitem classificá-los como
pertencentes ao mesmo gênero.

14
Literatura

8. (Enem – 2020)
Retrato de homem

A paisagem estrita
ao apuro do muro
feito vértebra a vértebra
e escuro.
A geração dos pelos
sobre a casca e os rostos
em seus diques de sombra
repostos.
Os poços com seu lodo
de ira e de tensão:
entre cimento e fronte
— um vão.
As setas se atiram
às margens de ninguém,
ilesas a si mesmas
retêm.
Compassos de evasão
entre falange e rua
sondando a solitude
nua.
E na armadura de coisa
salobra, um só segredo:
a polpa toda é fruição
de medo.

ARAÚJO, L.C. Cantochão. Belo Horizonte: Imprensa Publicações — Governo do Estado de Minas Gerais, 1967.

No poema, a descrição lírica do objeto representado é orientada por um olhar que


a) desvela sentimentos de vazio e angústia sob a aparente austeridade.
b) expressa desilusão ante a possibilidade de superação do sofrimento.
c) contrapõe a fragilidade emocional ao uso desmedido da força física.
d) associa a incomunicabilidade emocional às determinações culturais.
e) privilegia imagens relacionadas à exposição do dinamismo urbano.

15
Literatura

9. (Enem– 2015) Carta ao Tom 74


Rua Nascimento Silva, cento e sete
Você ensinando pra Elizete
As canções de canção do amor demais
Lembra que tempo feliz
Ah, que saudade,
Ipanema era só felicidade
Era como se o amor doesse em paz
Nossa famosa garota nem sabia
A que ponto a cidade turvaria
Esse Rio de amor que se perdeu
Mesmo a tristeza da gente era mais bela
E além disso se via da janela
Um cantinho de céu e o Redentor
É, meu amigo, só resta uma certeza,
É preciso acabar com essa tristeza
É preciso inventar de novo o amor
MORAES, V.; TOQUINHO. Bossa Nova, sua história, sua gente. São Paulo: Universal; Philips,1975 (fragmento).

O trecho da canção de Toquinho e Vinícius de Moraes apresenta marcas do gênero textual carta,
possibilitando que o eu poético e o interlocutor
a) compartilhem uma visão realista sobre o amor em sintonia com o meio urbano.
b) troquem notícias em tom nostálgico sobre as mudanças ocorridas na cidade.
c) façam confidências, uma vez que não se encontram mais no Rio de Janeiro.
d) tratem pragmaticamente sobre os destinos do amor e da vida citadina.
e) aceitem as transformações ocorridas em pontos turísticos específicos.

16
Literatura

10. (Enem – 2015) À garrafa


Contigo adquiro a astúcia
de conter e de conter-me.
Teu estreito gargalo
é uma lição de angústia.
Por translúcida pões
o dentro fora e o fora dentro
para que a forma se cumpra
e o espaço ressoe.
Até que, farta da constante
prisão da forma, saltes
da mão para o chão
e te estilhaces, suicida,
numa explosão
de diamantes.
PAES, J. P. Prosas seguidas de odes mínimas. São Paulo: Cia. das Letras, 1992.

A reflexão acerca do fazer poético é um dos mais marcantes atributos da produção literária
contemporânea, que, no poema de José Paulo Paes, se expressa por um(a):
a) reconhecimento, pelo eu lírico, de suas limitações no processo criativo, manifesto na expressão
“Por translúcidas pões".
b) subserviência aos princípios do rigor formal e dos cuidados com a precisão metafórica, como se
em "prisão da forma".
c) visão progressivamente pessimista, em face da impossibilidade da criação poética, conforme
expressa o verso "e te estilhaces, suicida".
d) processo de contenção, amadurecimento e transformação da palavra, representado pelos versos
"numa explosão / de diamantes".
e) necessidade premente de libertação da prisão representada pela poesia, simbolicamente
comparada à "garrafa" a ser "estilhaçada".

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17
Literatura

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. O eu-lírico apresentado no poema traz um sentimentalismo amoroso, tendo em vista as amplas


comparações do corpo da pessoa amada com os prazeres do indivíduo, além das analogias com a flora,
que remetem aos lábios e à calmaria de quem se ama.

2. A
O tipo de rima apresentado pelo poema dos quadrinhos é emparelhado com a seguinte construção:
AABBCC.

3. C
Sendo a aliteração a repetição de sons consonantais, a presença excessiva de termos como “onda”,
“anda”, “onde”, “aonde”, “ainda”, traz a ideia de remarcação do som anasalado seguido da letra d, sendo,
portanto, construído por meio de aliteração.

4. Uma característica clara dos gêneros dramáticos é a presença de rubricas, marcadores que utilizam de
instrução para os atores.

5. Mafalda, de modo crítico, relaciona as incoerências exacerbadas de congressos políticos com peças
teatrais, visto que, para o público, algumas ações políticas podem soar falsas, meticulosas e encenadas.

Exercícios

1. C
O espetáculo teatral possui uma forma específica: é contado a partir da ação dos personagens e do
diálogo entre eles. No entanto, a sua temática pode originar-se de diferentes fontes, de diferentes
gêneros textuais, como está afirmado na alternativa C.

2. B
O caráter didático do texto justifica seu “tom explicativo e contido”, como aponta o próprio título,
“Primeira lição”. Sendo assim, trata-se de uma “forma peculiar de expressão poética” por ser uma
abordagem inesperada do poema, afinal, a organização dele enquanto uma aula desconstrói o imaginário
comum sobre o fazer poético.

3. C
No texto, o eu-lírico não demonstra qualquer tipo de esperança com relação ao fim da guerra - sente-se
oprimido. Mesmo ao descansar, quando busca a paz, ou a morte, ainda ouve a continuidade da guerra,
sugerida de forma metonímica por diversos vocábulos do texto, como sino (igreja), buzinas (trânsito),
sirenes (ambulâncias).

18
Literatura

4. B
A angústia do eu lírico tem a ver com o fato de ele pertencer à geração “do meio”, e ser “errado quando
apanhou da de cima \ e errado quando bateu na de baixo”. No entanto, ele afirma que “apesar de
amaldiçoados \ éramos todos inocentes”, já que o ato de bater nos filhos era visto como “normal” pelo
senso comum.

5. D
O candidato deve ser capaz de entender que as letras em caixa alta revelam as explicações das cenas
interpretadas pela personagem Dona Cotinha – fazendo o uso de rubricas.

6. C
Uma das principais finalidades do Teatro do Oprimido é apresentar ao cidadão espectador uma visão
mais nítida da própria realidade. A encenação de fatos do cotidiano e o uso de uma linguagem que não
seja diferenciada da de um cidadão comum faz com que, por meio do jogo teatral, atores espectadores
possam interpretar e refletir sobre a situação vivida.

7. D
No caso, temos uma história em quadrinhos que retoma um poema de Drummond. Aliás, o conhecimento
do poema é fundamental para a compreensão da paródia realizada nos últimos quadrinhos da história.
Por fim, enquanto o texto 1 traz uma reflexão de caráter existencial e filosófica, o texto 2 tem um objetivo
mais modesto, que é provocar humor. Atente-se para a intertextualidade.

8. A
As imagens contidas ao longo do poema “escuro”, “sombra”, “vão”, evasão”, “solitude nua” e “medo”
reforçam a ideia de que existem sentimentos de vazio e angústia, termos contidos na opção A.

9. B
É possível reconhecer pela semântica textual os tempos verbais no pretérito imperfeito e expressões
interjetivas enfatizando o tom de nostalgia – valorização do passado.

10. D
O texto trabalha gradativamente o processo de construção poética, associando a imagem final dos
“diamantes” à riqueza da plurissignificação da palavra possibilitada pela poesia.

19
Matemática

Regra de três simples

Objetivo
Aprender a utilizar a regra de três para cálculos de proporção entre duas grandezas.

Curiosidade
A regra de três é chamada dessa forma pois a utilizamos quando sabemos três termos de uma proporção.

Teoria

Regra de três simples


Ela envolve apenas duas grandezas. Nesse caso, podemos analisar as grandezas envolvidas da seguinte
forma:
● 1º passo: identificar as grandezas envolvidas nos cenários do problema, perceber se são diretamente ou
inversamente proporcionais e atribuir uma incógnita para o valor desconhecido.
● 2º passo: montar a proporção entre as grandezas (mantendo ou invertendo as razões, a depender de as
grandezas serem diretamente ou inversamente proporcionais, respectivamente) e efetuar os cálculos
necessários.

Exemplo: uma confeiteira produz 100 brigadeiros com 4 latas de leite condensado. Determine quantos
brigadeiros serão produzidos com 10 latas de leite condensado.

1º passo: determinar as grandezas e avaliar suas relações de proporcionalidade.


Valores das grandezas:
● Número de brigadeiros (100, 𝑥)
● Latas de leite condensado (4, 10)
As grandezas quantidade de brigadeiros e quantidade de latas de leite condensado são diretamente
proporcionais, uma vez que, quanto mais latas produzidas, maior é o número de brigadeiros produzidos.
2º passo: Como as grandezas são diretamente proporcionais, não precisamos inverter as razões associadas
a cada uma delas. Assim, seguimos com a proporção:

100 4
= ⇒ 4𝑥 = 1000 ⇒ 𝑥 = 250
𝑥 10

Logo, serão produzidos 250 brigadeiros.

1
Matemática

Exemplo: um grupo de 5 professores levou 12 dias para preparar uma avaliação da escola onde trabalham.
Considerando que todos os professores têm a mesma produtividade e velocidade de trabalho, quantos dias
serão necessários para que 30 professores preparem essa mesma avaliação?

1º passo: determinar as grandezas e avaliar suas relações de proporcionalidade.

Valores das grandezas:


● Professores (5, 30)
● Tempo (12, 𝑥)

As grandezas “número de professores” e “tempo” são inversamente proporcionais, uma vez que, quanto mais
professores trabalhando na tarefa, menos tempo será necessário para completá-la.

2º passo: como as grandezas são inversamente proporcionais, deve-se inverter uma das razões. Repare que,
12 𝑥
na resolução a seguir, será invertida a segunda fração (ao invés de , colocamos ).
𝑥 12

5 𝑥 60
= ⇒ 5 ∙ 12 = 30𝑥 ⇒ 𝑥 = =2
30 12 30

Assim, serão necessários 2 dias para que 30 professores preparem a avaliação.

Uma forma alternativa de cálculo é, ao invés de inverter uma razão e multiplicar cruzado, multiplicar “em linha”.
Isso elimina a necessidade de inversão de uma das razões. Observe:

5 − 12 60
⇒ 5 ⋅ 12 = 30 ⋅ 𝑥 ⇒ 60 = 30𝑥 ⇒ 𝑥 = =2
30 − 𝑥 30

2
Matemática

Mapa mental sobre regra de três simples

Quer assistir ao QQD desse mapa mental? Clique aqui.

3
Matemática

Exercícios de fixação

1. Uma empresa consegue colocar 420 doces dentro de 6 caixas. Quantos doces cabem em 10 caixas?
a) 600
b) 660
c) 700
d) 760

2. Quatro carros transportam 16 pessoas. Para transportar 320 pessoas, quantos carros iguais a esses
seriam necessários?
a) 20
b) 40
c) 80
d) 160

3. Uma moto percorre 240 km utilizando 20 litros de gasolina. Quantos litros ela precisa para percorrer
360 km?
a) 30 litros.
b) 28 litros.
c) 26 litros.
d) 24 litros.

4. Duas torneiras (totalmente abertas) enchem um tanque de água em 50 minutos. Se forem utilizadas 5
torneiras, quantos minutos serão necessários para encher o mesmo tanque?
a) 35 minutos
b) 30 minutos
c) 25 minutos
d) 20 minutos
e) 15 minutos

5. Para encher um tanque de água do condomínio, 5 torneiras levam exatamente 9 horas. Supondo-se que
a vazão das torneiras seja sempre a mesma, quanto tempo levaria o enchimento do tanque se fossem
apenas 3 torneiras?
a) 15 horas
b) 13 horas
c) 12 horas
d) 10 horas
e) 7 horas

4
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. (Enem 2014) Durante uma epidemia de uma gripe viral, o secretário de saúde de um município comprou
16 galões de álcool em gel, com 4 litros de capacidade cada um, para distribuir igualmente em
recipientes para 10 escolas públicas do município. O fornecedor dispõe à venda diversos tipos de
recipientes, com suas respectivas capacidades listadas:
I. Recipiente I: 0,125 litro;
II. Recipiente II: 0,250 litro;
III. Recipiente III: 0,320 litro;
IV. Recipiente IV: 0,500 litro;
V. Recipiente V: 0,800 litro.
O secretário de saúde comprará recipientes de um mesmo tipo, de modo a instalar 20 deles em cada
escola, abastecidos com álcool em gel na sua capacidade máxima, de forma a utilizar todo o gel dos
galões de uma só vez. Que tipo de recipiente o secretário de saúde deve comprar?
a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) V.

2. (Enem 2020) Um pé de eucalipto em idade adequada para o corte rende, em média, 20 mil folhas de
papel A4. A densidade superficial do papel A4, medida pela razão da massa de uma folha desse papel
por sua área, é de 75 gramas por metro quadrado, e a área de uma folha de A4 é 0,062 metro quadrado.
Nessas condições, quantos quilogramas de papel rende, em média, um pé de eucalipto?
a) 4301
b) 1500
c) 930
d) 267
e) 93

5
Matemática

3. (Enem 2020) Um motociclista planeja realizar uma viagem cujo destino fica a 500 km de sua casa. Sua
moto consome 5 litros de gasolina para cada 100 km rodados, e o tanque da moto tem capacidade
para 22 litros. Pelo mapa, observou que no trajeto da viagem o último posto disponível para
reabastecimento, chamado Estrela, fica a 80 km do seu destino. Ele pretende partir com o tanque da
moto cheio e planeja fazer somente duas paradas para reabastecimento, uma na ida e outra na volta,
ambas no posto Estrela. No reabastecimento para a viagem de ida, deve considerar também
combustível suficiente para se deslocar por 200 km no seu destino. A quantidade mínima de
combustível, em litro, que esse motociclista deve reabastecer no posto Estrela na viagem de ida, que
seja suficiente para fazer o segundo reabastecimento, é
a) 13.
b) 14.
c) 17.
d) 18.
e) 21.

4. (Col. Militar) Várias ovelhas comem o pasto de um campo em 3 dias. Se houvesse mais 3 ovelhas no
rebanho, o pasto seria comido em 2 dias. Supondo que todas as ovelhas comam a mesma quantidade
por dia e que o pasto não volte a crescer, em quanto tempo uma só ovelha comeria todo o pasto?
a) 18 dias
b) 12 dias
c) 8 dias
d) 6 dias
e) 4 dias

5. (Enem 2016) Um banco de sangue recebe 450 mL de sangue de cada doador. Após separar o plasma
sanguíneo das hemácias, o primeiro é armazenado em bolsas de 250 mL de capacidade. O banco de
sangue aluga refrigeradores de uma empresa para estocagem das bolsas de plasma, segundo a sua
necessidade. Cada refrigerador tem uma capacidade de estocagem de 50 bolsas. Ao longo de uma
semana, 100 pessoas doaram sangue àquele banco. Admita que, de cada 60 mL de sangue, extraem-
se 40 mL de plasma. O número mínimo de congeladores que o banco precisou alugar, para estocar
todas as bolsas de plasma dessa semana, foi
a) 2
b) 3
c) 4
d) 6
e) 8

6
Matemática

6. (Enem 2020) Muitos modelos atuais de veículos possuem computador de bordo. Os computadores
informam em uma tela diversas variações de grandezas associadas ao desempenho do carro, dentre
elas o consumo médio de combustível. Um veículo, de um determinado modelo, pode vir munido de um
dos dois tipos de computadores de bordo:
• Tipo A: informa a quantidade X de litro de combustível gasto para percorrer 100 quilômetros
• Tipo B: informa a quantidade de quilômetro que o veículo é capaz de percorrer com um litro de
combustível.
Um veículo utiliza o computador do Tipo A, e ao final de uma viagem o condutor viu apresentada na tela
a informação “X/100”.
Caso o seu veículo utilizasse o computador do Tipo B, o valor informado na tela seria obtido pela
operação
a) 𝑥 ∙ 100
𝑥
b)
100
100
c)
𝑥
1
d)
𝑥
e) 1⋅𝑥

7. (Enem 2012) Em 20 de fevereiro de 2011 ocorreu a grande erupção do vulcão Bulusan nas Filipinas. A
sua localização geográfica no globo terrestre é dada pelo GPS (sigla em inglês para Sistema de
Posicionamento Global) com longitude de 124° 3’ 0” a leste do Meridiano de Greenwich.
Dado: 1° equivale a 60’ e 1’ equivale a 60”.
(PAVARIN, G. Galileu, fev. 2012 (adaptado).)

A representação angular da localização do vulcão com relação a sua longitude da forma decimal é
a) 124,02°.
b) 124,05°.
c) 124,20°.
d) 124,30°.
e) 124,50°

8. (Enem 2021) Um automóvel apresenta um desempenho médio de 16 𝑘𝑚/𝐿. Um engenheiro


desenvolveu um novo motor a combustão que economiza, em relação ao consumo do motor anterior,
0,1 𝐿 de combustível a cada 10 𝑘𝑚 percorridos.
O valor do desempenho médio do automóvel com o novo motor, em quilômetro por litro, expresso com
uma casa decimal, é
a) 15,9
b) 16,1
c) 16,4
d) 17,4
e) 18,0

7
Matemática

9. (Enem 2014) Diariamente, uma residência consome 20160 Wh. Essa residência possui 100 células
solares retangulares (dispositivos capazes de converter a luz solar em energia elétrica) de dimensões
6 cm x 8 cm. Cada uma das tais células produz, ao longo do dia, 24 Wh por centímetro de diagonal. O
proprietário dessa residência quer produzir, por dia, exatamente a mesma quantidade de energia que
sua casa consome.
Qual deve ser a ação desse proprietário para que ele atinja o seu objetivo?
a) Retirar 16 células.
b) Retirar 40 células.
c) Acrescentar 5 células.
d) Acrescentar 20 células.
e) Acrescentar 40 células.

10. (Enem 2016) Um paciente necessita de reidratação endovenosa feita por meio de cinco frascos de soro
durante 24 h. Cada frasco tem um volume de 800 mL de soro. Nas primeiras quatro horas, deverá
receber 40% do total a ser aplicado. Cada mililitro de soro corresponde a 12 gotas. O número de gotas
por minuto que o paciente deverá receber após as quatro primeiras horas será
a) 16.
b) 20.
c) 24.
d) 34.
e) 40.

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8
Matemática

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
Se tivermos mais caixas, então teremos mais doces. Logo, as grandezas são diretamente proporcionais:
420 − 6 𝑥 − 10
Agora, basta multiplicarmos cruzado:
4200
6𝑥 = 420 ⋅ 10 ⇒ 6𝑥 = 4200 ⇒ 𝑥 = ⇒ 𝑥 = 700
6

2. C
As grandezas são diretamente proporcionais:
4 − 16 𝑥 − 320
Multiplicando cruzado, temos
16𝑥 = 4 ⋅ 320
16𝑥 = 1280
1280
𝑥= 𝑥 = 80
16

3. A
As grandezas são diretamente proporcionais. Logo, multiplicamos cruzado:
240 − 20 360 − 𝑥
Multiplicando cruzado, temos
240𝑥 = 20 ∙ 360
240𝑥 = 7200
7200
𝑥= 𝑥 = 30
240

4. D
As grandezas são inversamente proporcionais. Logo, multiplicamos reto:
2 − 50
5−𝑥
Multiplicando reto, temos:
100
5𝑥 = 2 ⋅ 50 ⇒ 5𝑥 = 100 ⇒ 𝑥 = ⇒ 𝑥 = 20
5

5. A
As grandezas são torneiras e tempo. Sabendo-se que quanto menor a quantidade de torneiras, maior
será o tempo, é possível concluir que essas grandezas são inversamente proporcionais.
3𝑥 = 5 ⋅ 9
3𝑥 = 45
45
𝑥=
3
𝑥 = 15

9
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. C
Temos 𝟏𝟔 galões, cada um contendo 𝟒 litros de álcool em gel, assim teremos 𝟏𝟔 ⋅ 𝟒 = 𝟔𝟒 litros de
álcool em gel. Como cada uma das 𝟏𝟎 escolas receberá 𝟐𝟎 recipientes, a capacidade de cada recipiente
𝟔𝟒
será de = 𝟎, 𝟑𝟐 litros.
𝟏𝟎 ⋅ 𝟐𝟎

2. E
A massa de uma folha de papel é o produto da densidade pela área.
𝟕𝟓
Logo, sendo 𝟕𝟓𝒈 = 𝒌𝒈, temos
𝟏𝟎𝟎𝟎
𝟕𝟓
𝟐𝟎𝟎𝟎𝟎 ⋅ ⋅ 𝟎, 𝟎𝟔𝟐 = 𝟗𝟑𝒌𝒈
𝟏𝟎𝟎𝟎

3. C
𝟏𝟎𝟎
O consumo da moto é igual a = 𝟐𝟎𝒌𝒎/𝑳.
𝟓
De sua casa até o posto Estrela serão consumidos 𝟒𝟐𝟎/𝟐𝟎 = 𝟐𝟏 litros de combustível.
Logo, restará 𝟐𝟐 – 𝟐𝟏 = 𝟏 litro no tanque.
O motociclista percorrerá 𝟖𝟎𝒌𝒎 para chegar ao seu destino, 𝟐𝟎𝟎𝒌𝒎 no destino e mais 𝟖𝟎𝒌𝒎 para
retornar ao posto Estrela, o que corresponde a 𝟖𝟎 ⋅ 𝟐 + 𝟐𝟎𝟎 = 𝟑𝟔𝟎 km. Em consequência, ele precisará
𝟑𝟔𝟎
reabastecer, na ida, um total de – 𝟏 = 𝟏𝟕 litros.
𝟐𝟎

4. A
Ovelhas Dias
𝑥 2 6 𝑦
𝑥 3 = 6 3 = ⇒ 𝑦 = 18 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑥+3 3 1 3
𝑥+3 2 3𝑥 = 2𝑥 + 6 1 y
𝑥 = 6 𝑜𝑣𝑒𝑙ℎ𝑎𝑠

5. B
Naquela semana, houve 450 100 ml de sangue. Logo,
60 ml (sangue) --------- 40 ml (plasma)
4500 ml--------------------- x ; 60x = 40. 45000, assim x=30000 ml de plasma.
𝟑𝟎.𝟎𝟎𝟎
Dividindo por 𝟐𝟓𝟎 temos = 𝟏𝟐𝟎 bolsas, e depois dividindo por 𝟓𝟎, que é a capacidade do
𝟐𝟓𝟎
𝟏𝟐𝟎
congelador, temos = 𝟐, 𝟒. Assim serão necessários mais de 𝟐 congeladores, portanto 𝟑 congeladores
𝟓𝟎
é a resposta.

6. C
O computador do tipo A indicou que foram gastos 𝒙 litros para percorrer a distância de 𝟏𝟎𝟎𝒌𝒎. Logo,
sabendo que o consumo médio de um veículo é dado pela razão entre a distância percorrida e a
quantidade de litros de combustível necessária para percorrer essa distância, segue que o consumo
médio exibido pelo computador do tipo B é 𝟏𝟎𝟎/𝒙.

10
Matemática

7. B
Como 𝟏° = 𝟔𝟎 minutos, precisa-se descobrir quanto valem 𝟑 𝒎𝒊𝒏. Assim 1o ----------- 60’
x------------3’
3 1
Logo 𝒙, = = = 0,05°. Portanto, 𝟏𝟐𝟒° + 𝟎, 𝟎𝟓° = 𝟏𝟐𝟒, 𝟎𝟓°.
60 20

8. D
Montando uma regra de três simples, temos:
𝟏𝟔 𝒌𝒎 − 𝟏𝑳
⇒ 𝟏𝟔𝒙 = 𝟐𝟎 ⇒ 𝒙 = 𝟏, 𝟐𝟓
𝟐𝟎 𝒌𝒎 − 𝒙 𝑳
Então, para percorrer 𝟐𝟎 𝒌𝒎, o motor inicial gasta 𝟏, 𝟐𝟓 litros
Para andar os 𝟐𝟎 𝒌𝒎 com o novo motor, gastará: 𝟏, 𝟐𝟓 − 𝟎, 𝟏 = 𝟏, 𝟏𝟓 litros
𝟐𝟎
O desempenho do novo motor será 𝑫 = = 𝟏𝟕, 𝟒 𝒌𝒎/𝑳
𝟏,𝟏𝟓

9. A
A cada retângulo de dimensões 𝟔 𝒄𝒎 × 𝟖 𝒄𝒎, temos uma diagonal de 𝟏𝟎 𝒄𝒎. Assim, por dia, cada célula
produz 𝟏𝟎 ⋅ 𝟐𝟒 = 𝟐𝟒𝟎𝑾𝒉, e 𝟏𝟎𝟎 células produzem 𝟏𝟎𝟎 ⋅ 𝟐𝟒𝟎 = 𝟐𝟒𝟎𝟎𝟎 𝑾𝒉. Desse modo, temos 3840
𝟑𝟖𝟒𝟎
Wh a mais que o consumo inicial; logo, percebemos que = 𝟏𝟔. Assim, devemos retirar 𝟏𝟔 células.
𝟐𝟒𝟎

10. C
O volume total é de 𝟖𝟎𝟎 𝒎𝑳 ⋅ 𝟓 = 𝟒𝟎𝟎𝟎 𝒎𝑳. Nas primeiras 𝟒 horas ele tomou 𝟒𝟎%, então para o resto
sobram 𝟔𝟎% de 𝟒𝟎𝟎𝟎 = 𝟐𝟒𝟎𝟎 𝒎𝑳. Como cada mL equivale a 𝟏𝟐 gotas, 𝟐𝟒𝟎𝟎 𝒎𝑳 equivalem a 𝟐𝟒𝟎𝟎 ⋅
𝟏𝟐 = 𝟐𝟖𝟖𝟎𝟎 gotas, e como 𝟏 hora vale 𝟔𝟎 minutos, 𝟐𝟎 horas valem 𝟐𝟎 ⋅ 𝟔𝟎 = 𝟏𝟐𝟎𝟎. Assim dividindo
𝟐𝟖𝟖𝟎𝟎 por 𝟏𝟐𝟎𝟎, obtém-se 𝟐𝟒 gotas por minuto.

11
Matemática

Quadriláteros notáveis: definição e propriedades do paralelogramos

Objetivo
Compreender que tipos de quadriláteros são paralelogramos e quais suas propriedades.

Se liga
Para esse conteúdo, é interessante que você saiba sobre retas paralelas cortadas por uma transversal. Ainda
tem dúvidas sobre esse tópico? Assista à aula clicando aqui. Além disso, assista também o conteúdo de
triângulos nos últimos dois vídeos desta aula.

Curiosidade
O nome paralelogramo decorre de sua principal característica: os pares de lados opostos são paralelos.

Teoria

Quadriláteros são polígonos de 4 lados e que possuem certas características especiais:


• Soma dos ângulos internos é igual a 360°;
• Possuem apenas duas diagonais.

Aqui, estudaremos o paralelogramo.

Paralelogramo
É o quadrilátero que possui os lados opostos paralelos.

ABCD é paralelogramo se, e somente se, ̅̅̅̅


𝐴𝐵 // ̅̅̅̅ ̅̅̅̅ // 𝐵𝐶
𝐷𝐶 𝑒 𝐴𝐷 ̅̅̅̅

Propriedades:
• Os lados opostos são congruentes, assim como os ângulos opostos.
̅̅̅̅
𝐴𝐵 ≡ ̅̅̅̅ ̅̅̅̅ ≡ 𝐵𝐶
𝐷𝐶 ; 𝐴𝐷 ̅̅̅̅ e  ≡ 𝐶̂ ; 𝐵̂ ≡ 𝐷
̂
• Dois ângulos adjacentes são suplementares.
𝐵̂ + 𝐶̂ = 180° ; 𝐴̂ + 𝐷
̂ = 180°; 𝐶̂ + 𝐷
̂ = 180° ; 𝐴̂ + 𝐵̂ = 180°.
• As diagonais se cruzam em seus pontos médios.

A seguir, veremos tipos especiais de paralelogramos: retângulo, quadrado e losango.

1
Matemática

Retângulo
É o quadrilátero equiângulo, ou seja, possui os quatro ângulos iguais a 90°.

Propriedade: uma propriedade interessante do retângulo é que suas diagonais têm o mesmo comprimento,
ou seja, 𝐴𝐶 = 𝐵𝐷.

Losango
É o quadrilátero equilátero, ou seja, possui os quatro lados iguais.

Propriedade: suas diagonais são perpendiculares e são bissetrizes dos ângulos internos, dividindo o losango
em quatro triângulos retângulos.

Quadrado
É um quadrilátero regular, ou seja, possui os quatro lados e os quatro ângulos iguais.

𝐴𝐵𝐶𝐷 é 𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑎𝑑𝑜, 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 ̅̅̅̅


𝐴𝐵 = ̅̅̅̅
𝐷𝐶 = ̅̅̅̅
𝐴𝐷 = ̅̅̅̅
𝐵𝐶 𝑒 Â = 𝐶̂ = 𝐵̂ = 𝐷
̂ = 90°

Propriedade: Vale todas as propriedades do paralelogramo, retângulo e losango. Pois todo quadrado é
retângulo e também é losango.

O perímetro dos quadriláteros apresentados é calculado pela soma dos lados deles.

2
Matemática

Exercícios de fixação

1. Classifique as afirmativas abaixo em verdadeiras (V) ou falsas (F). Nesse último caso, justificando o
porquê de as falsas serem classificadas dessa forma.

I. Todo quadrilátero com os ângulos medindo 90° possui os quatro lados congruentes.
II. Todo paralelogramo possui diagonais de mesmo tamanho.
III. Em todo paralelogramo as diagonais se cruzam em seus respectivos pontos médios.

2. O quadrilátero que possui todos os lados e ângulos iguais é considerado:


a) Quadrado
b) Retângulo
c) Losango
d) Triângulo

3. (ITA) Dadas as afirmações:


I. Quaisquer dois ângulos opostos de um quadrilátero são suplementares.
II. Quaisquer dois ângulos consecutivos de um paralelogramo são suplementares.
III. Se as diagonais de um paralelogramo são perpendiculares entre si e se cruzam em seu ponto
médio, então este paralelogramo é um losango.

Podemos afirmar que:


a) Todas são verdadeiras
b) Apenas I e II são verdadeiras
c) Apenas II e III são verdadeiras
d) Apenas II é verdadeira
e) Apenas III é verdadeira

4. Dado um paralelogramo ABCD onde 𝐴̂ = 2𝑥 𝑒 𝐶̂ = 𝑥 + 2, então, 𝐴̂ mede


a) 5
b) 4
c) 3
d) 2

5. A diagonal de um retângulo divide o ângulo interno em dois ângulos, um sendo 𝛼 = 30° e outro 𝛽. Logo,
o valor de 𝛽 será:
a) 30°
b) 40°
c) 50°
d) 60°

3
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. (PUC - RJ) Os ângulos internos de um quadrilátero medem 3𝑥 − 45, 2𝑥 + 10, 2𝑥 + 15 e 𝑥 + 20 graus. O


menor ângulo mede:
a) 90°
b) 65°
c) 45°
d) 105°
e) 80°

2. (Enem, 2014) Diariamente, uma residência consome 20160 Wh. Essa residência possui 100 células
solares retangulares (dispositivos capazes de converter a luz solar em energia elétrica) de dimensões
6 cm por 8 cm. Cada uma das tais células produz, ao longo do dia, 24 Wh por centímetro de diagonal.
O proprietário dessa residência quer produzir, por dia, exatamente a mesma quantidade de energia que
sua casa consome.

Qual deve ser a ação desse proprietário para que ele atinja o seu objetivo?
a) Retirar 16 células.
b) Retirar 40 células.
c) Acrescentar 5 células.
d) Acrescentar 20 células.
e) Acrescentar 40 células.

3. (Unifesp, 2001) Em um paralelogramo, as medidas de dois ângulos internos consecutivos estão na


razão 1:3. O ângulo menor desse paralelogramo mede
a) 45°
b) 50°
c) 55°
d) 60°
e) 65°

4
Matemática

4. (Fuvest, 1997) No retângulo a seguir, o valor, em graus, de 𝛼 + 𝛽 é:

a) 50°
b) 90°
c) 120°
d) 130°
e) 220°

5. (Enem, 2ª aplicação, 2016) Um terreno retangular de lados cujas medidas, em metro, são x e y será
cercado para a construção de um parque de diversões. Um dos lados do terreno encontra-se às
margens de um rio. Observe a figura.

Para cercar todo o terreno, o proprietário gastará R$ 7 500,00. O material da cerca custa R$ 4,00 por
metro para os lados do terreno paralelos ao rio, e R$ 2,00 por metro para os demais lados. Nessas
condições, as dimensões do terreno e o custo total do material podem ser relacionados pela equação:
a) 4(2𝑥 + 𝑦) = 7 500
b) 4(𝑥 + 2𝑦) = 7 500
c) 2(𝑥 + 𝑦) = 7 500
d) 2(4𝑥 + 𝑦) = 7 500
e) 2(2𝑥 + 𝑦) = 7 500

5
Matemática

6. (Fuvest, 1992) A figura abaixo exibe um retângulo ABCD decomposto em quatro quadrados. O valor da
̅̅̅̅
AB
razão ̅̅̅̅ é igual a
BC

5
a)
3
5
b)
2
4
c)
3
3
d)
2
8
e)
5

7. (UCS, 2015) No losango abaixo dois ângulos medem 120° e o lado ℓ mede 4 cm.

Qual das expressões a seguir corresponde à soma das medidas das diagonais do losango?
a) 4(1 + √3)
b) 1 + √3
1+√3
c)
2
√3
d)
4
1+√3
e)
4

6
Matemática

8. (Enem, 2016) O proprietário de um restaurante deseja comprar um tampo de vidro retangular para a
base de uma mesa, como ilustra a figura

Sabe-se que a base da mesa, considerando a borda externa, tem a forma de um retângulo, cujos lados
medem 𝐴𝐶 = 105 𝑐𝑚 e 𝐴𝐵 = 120 𝑐𝑚.
Na loja onde será feita a compra do tampo, existem cinco tipos de opções de tampos, de diferentes
dimensões, e todos com a mesma espessura, sendo:

Tipo 1: 110 𝑐𝑚 × 125 𝑐𝑚


Tipo 2: 115 𝑐𝑚 × 125 𝑐𝑚
Tipo 3: 115 𝑐𝑚 × 130 𝑐𝑚
Tipo 4: 120 𝑐𝑚 × 130 𝑐𝑚
Tipo 5: 120 𝑐𝑚 × 135 𝑐𝑚

O proprietário avalia, para comodidade dos usuários, que se deve escolher o tampo de menor área
possível que satisfaça a condição: ao colocar o tampo sobre a base, de cada lado da borda externa da
base da mesa, deve sobrar uma região, correspondendo a uma moldura em vidro, limitada por um
mínimo de 4 𝑐𝑚 e máximo de 8 𝑐𝑚 fora da base da mesa, de cada lado.
Segundo as condições anteriores, qual é o tipo de tampo de vidro que o proprietário avaliou que deve
ser escolhido?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

7
Matemática

9. (Enem, 2020) Azulejo designa peça de cerâmica vitrificada e/ou esmaltada usada, sobretudo, no
revestimento de paredes. A origem das técnicas de fabricação de azulejos é oriental, mas sua expansão
pela Europa traz consigo uma diversificação de estilos, padrões e usos, que podem ser decorativos,
utilitários e arquitetônicos.
Disponível em: www.itaucultural.org.br. Acesso em: 31 jul. 2012.

Azulejos no formato de octógonos regulares serão utilizados para cobrir um painel retangular conforme
ilustrado na figura.

Entre os octógonos e na borda lateral dessa área, será necessária a colocação de 15 azulejos de
outros formatos para preencher os 15 espaços em branco do painel. Uma loja oferece azulejos nos
seguintes formatos:
1 – Triângulo retângulo isósceles;
2 – Triângulo equilátero;
3 – Quadrado.

Os azulejos necessários para o devido preenchimento das áreas em branco desse painel são os de
formato
a) 1.
b) 3.
c) 1 e 2.
d) 1 e 3.
e) 2 e 3.

8
Matemática

10. (Enem, PPL, 2012) Em uma das paredes de um depósito existem compartimentos de mesmo tamanho
para armazenamento de caixas de dimensões frontais a e b. A terceira dimensão da caixa coincide com
a profundidade de cada um dos compartimentos. Inicialmente as caixas são arrumadas, em cada um
deles, como representado na Figura 1. A fim de aproveitar melhor o espaço, uma nova proposta de
disposição das caixas foi idealizada e está indicada na Figura 2. Essa nova proposta possibilitaria o
aumento do número de caixas armazenadas de 10 para 12 e a eliminação de folgas.

É possível ocorrer a troca de arrumação segundo a nova proposta?


a) Não, porque a segunda proposta deixa uma folga de 4 cm na altura do compartimento, que é de
12 cm, o que permitiria colocar um número maior de caixas.
b) Não, porque, para aceitar a segunda proposta, seria necessário praticamente dobrar a altura e
reduzir à metade a largura do compartimento.
c) Sim, porque a nova disposição das caixas ficaria acomodada perfeitamente no compartimento de
20 cm de altura por 27 cm de largura.
d) Sim, pois efetivamente aumentaria o número de caixas e reduziria o número de folgas para apenas
uma de 2 cm na largura do compartimento.
e) Sim, porque a nova disposição de caixas ficaria acomodada perfeitamente no compartimento de
32 cm de altura por 45 cm de largura.

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9
Matemática

Gabaritos
Exercícios de fixação

1. F–F–V
A primeira alternativa é falsa. Para justificá-la, podemos pensar no retângulo, um quadrilátero cujos
ângulos internos são todos retos, mas seus lados não necessariamente medem o mesmo tamanho.
A segunda alternativa é falsa. O paralelogramo não possui necessariamente diagonais de mesmo
tamanho. Isso acontece porque elas podem estar opostas a ângulos de diferentes medidas. Observe:

E a terceira é verdadeira, pois em todo paralelogramo as diagonais se cruzam em seus respectivos pontos
médios.

2. A
O quadrado é um quadrilátero regular, ou seja, possui os lados e ângulos iguais.

3. C
I. Quaisquer dois ângulos opostos de um quadrilátero são suplementares. Isso é falso: isso não
acontece, por exemplo, com os quadriláteros que não possuem os dois pares de lados opostos
paralelos.
II. Quaisquer dois ângulos consecutivos de um paralelogramo são suplementares. Verdade!
III. Se as diagonais de um paralelogramo são perpendiculares entre si e se cruzam em seu ponto médio,
então esse paralelogramo é um losango. Verdade!

4. D
No paralelogramo, os ângulos opostos são congruentes, ou seja, iguais, então, como  e Ĉ são opostos,
então
2𝑥 = 𝑥 + 2
2𝑥 − 𝑥 = 2
𝑥=2

5. D
No retângulo temos que todos os ângulos internos são iguais a 90°. Então, como a sua diagonal divide o
ângulo interno em dois ângulos um 𝛼 = 30° e outro 𝛽, então
𝛼 + 𝛽 = 90°
30° + 𝛽 = 90°
𝛽 = 90° − 30° = 60°

Exercícios de vestibulares

1. B
3𝑥 − 45° + 2𝑥 + 10° + 2𝑥 + 15° + 𝑥 + 20° = 360°
3𝑥 + 2𝑥 + 2𝑥 + 𝑥 = 360° + 45° − 10° − 15° − 20°
8𝑥 = 360°
𝑥 = 45°
1) 3𝑥 − 45° = 3 ⋅ (45°) − 45° = 135° − 45° = 90°
2) 2𝑥 + 10° = 2 ⋅ (45°) + 10° = 90° + 10° = 100°
3) 2𝑥 + 15° = 2 ⋅ (45°) + 15° = 90° + 15° = 105°
4) 𝑥 + 20° = 45° + 20° = 65°

10
Matemática

2. A
A cada retângulo de dimensões 6 cm x 8 cm, temos uma diagonal de 10 cm. Assim, por dia, cada célula
produz 10 ∙ 24 = 240 Wh e 100 células produzem 100 × 240 = 24000 Wh.
3840𝑊ℎ
Desse modo, temos 3840 Wh a mais que o consumo inicial, logo, percebemos que = 16. Assim,
240𝑊ℎ
devemos retirar 16 células.

3. A
Se os ângulos estão em uma razão 1: 3, significa que um é o triplo do outro. Assim, sejam 𝑥 e 3𝑥 os
ângulos internos consecutivos. Como sabemos, eles são complementares, ou seja 𝑥 + 3𝑥 = 180°.
Resolvendo a equação, encontramos 𝑥 = 45°.

4. D
Observe a figura:

Como a soma dos ângulos internos de um quadrilátero é sempre igual a 360°, podemos dizer que:
40 + 180 – 𝛼 + 90 + 180 – 𝛽 = 360
130 – 𝛼 – 𝛽 = 0
𝛼 + 𝛽 = 130°.

5. A
Para cercar todo o terreno, ele usará 2𝑥 + 2𝑦 = 2(𝑥 + 𝑦) de material, sendo 2𝑥 + 2𝑦 o perímetro da
área do desenho.
Cada metro do material usado para cercar o lado X custa R$ 4,00 e ada metro do material usado para
cercar o lado Y custa R$ 2,00.
Sabendo que o gasto total para o cercamento é de R$ 7 500,00, a expressão dos gastos será:
2(4𝑥 + 2𝑦) = 7 500 → 8𝑥 + 4𝑦 = 7500 → 4(2𝑥 + 𝑦) = 7500

6. A
Há três tipos de quadrados, com 𝑙1 < 𝑙2 < 𝑙3 sendo os seus lados.
É possível ver que 𝑙2 = 2 ⋅ 𝑙1 e que 𝑙3 = 𝑙1 + 𝑙2 = 3 ⋅ 𝑙1 .
̅̅̅̅
𝐴𝐵 𝑙3 +𝑙2 5
Portanto, temos que ̅̅̅̅ = = .
𝐵𝐶 𝑙3 3

7. A
360°−2⋅120°
Se dois ângulos do losango medem 120°, então cada um dos outros dois mede = 60°.
2
Logo, a diagonal menor divide o losango em dois triângulos equiláteros congruentes de lados 4cm.
4√3
Portanto, a diagonal menor mede 4 cm e a maior mede 2 ⋅ = 4√3𝑐𝑚.
2
A resposta é 4 + 4√3 = 4(1 + √3)𝑐𝑚.

8. C
As medidas dos lados AC = 105 cm e AB = 120 cm poderão variar de 4 cm a 8 cm por cada lado. Logo,
as medidas mínimas e máximas desses lados, serão respectivamente: AC = 113 cm (105 + 8) valor
mínimo e AC = 119 cm (105 + 16) valor máximo.
AB = 128 cm (120 + 8) valor mínimo e AC = 132 cm (120 + 16) valor máximo.
Portanto, o único tipo que satisfaz essas condições é o tipo 3.

11
Matemática

9. D
Considere a figura

Sendo IJ = JK = KH= HI e HJ ⊥ IK, podemos concluir que HIJK é um quadrado. Ademais, por simetria, os
triângulos isósceles ABC e IHJ são congruentes, bem como os triângulos retângulos isósceles ABD e
GFE. Portanto, serão necessários os azulejos de formato 1 e 3.

10. E
Para que a troca seja possível, deve-se ter 4𝑎 = 2𝑏 + 2 𝑒 3𝑏 = 5𝑎 + 5.

4𝑎 = 2𝑏 + 2 dividindo todos os termos por 2, temos


2𝑎 = 𝑏 + 1 → 𝑏 = 2𝑎 − 1
Substituindo b em 3𝑏 = 5𝑎 + 5, temos
3(2𝑎 − 1) = 5𝑎 + 5
6𝑎 − 3 = 5𝑎 + 5
𝑎 = 8 𝑐𝑚
Então, 4𝑎 = 4 ∙ 8 = 32 𝑐𝑚
Substituindo o valor de a em 𝑏 = 2𝑎 − 1, temos
𝑏 = 2 ∙ 8 − 1 = 15 𝑐𝑚
então 3𝑏 = 3 ∙ 15 = 45 cm

12
Matemática

Escala

Objetivo
Compreender os conceitos de escala. Resolver exercícios que envolvam escalas.

Se liga
Para compreender os conceitos desta aula, é importante ter visto a aula de grandezas proporcionais.

Curiosidade
Você sabia que o conceito de escala é muito utilizado na Geografia? Para elaborar mapas, sempre utilizam a
escala para representar o tamanho real. Confira, clicando aqui, um post sobre isso!

Teoria

Escala
A escala (E) é a razão entre a medida do desenho ou miniatura (d) e a medida do comprimento real (r). Logo,
podemos dizer que:
medida do desenho 𝑑
𝐸= =
medida real 𝑟

Observações:
• Podemos, também, representar uma escala com dois pontos (:).

• Em geral, quando não explicitamos a unidade de medida utilizada na escala, significa que ela está em
centímetros.

• Existem também escalas de áreas, que é o valor da escala ao quadrado, e escalas volumétricas, que é o
valor da escala ao cubo.

Escalas de mapas e miniaturas geralmente são representadas na forma de 1: 𝑅, ou seja, 1 unidade de


comprimento do desenho representa R unidades de comprimento no real.

Exemplo1: se uma miniatura apresenta uma escala de 1:15, significa que cada 1cm da miniatura corresponde
a 15cm do comprimento real.

1
Matemática

Exemplo2: Observe a imagem do Cristo Redentor

É possível saber a altura real da Estátua: se a escala é 1:200 e a altura do desenho é de 15cm, então a altura
real é de 15 ∙ 200 = 3000cm, ou seja, 30 metros. De outra forma, podemos dizer que:
𝑑 15 1
𝐸= = =
𝑟 𝑟 200
𝑟 = 15 ∙ 200 = 3000

As escalas são muito utilizadas na Arquitetura (para a construção de maquetes e plantas), na Geografia,
sobretudo em cartografia (estudo dos mapas), nos estudos de Navegação Aérea e Marítima e em outros
estudos que utilizem mapas ou sistema de coordenadas como referência.

2
Matemática

Exercícios de fixação

1. Em uma empresa de móveis, um cliente encomenda uma estante nas dimensões 208 cm de altura, 320
cm de largura e 64 cm de profundidade. Alguns dias depois um projetista, com o desenho elaborada na
escala 1:16, entra em contato com o cliente para fazer sua apresentação. Qual é a medida da largura
do desenho?
a) 20 cm
b) 30 cm
c) 54 cm

2. Em um mapa de escala 1:50.000, uma cidade que tem 4,5 Km de extensão entre seus extremos será
representada com
a) 9 cm
b) 90 cm
c) 225 mm
d) 11 mm

3. Considerando que a distância real entre Yokohama e Fukushima, duas importantes localidades, onde
serão realizadas competições dos Jogos Olímpicos de Verão 2020 é de 270 quilômetros, em um mapa,
na escala de 1:1.500.000, essa distância seria de
a) 1,8 cm
b) 40,5 cm
c) 1,8 m
d) 18 cm

4. Em um mapa de uma pequena cidade, destaca-se a presença de uma rodovia, cuja extensão é de 15
quilômetros. No mapa em questão, sua medida está em 10 centímetros, o que nos permite concluir que
a sua escala cartográfica é de:
a) 1:15.000
b) 1:150.000
c) 1:1.500
d) 1:15

5. Um mapa de escala 1:300.000 apresenta uma distância de 15 cm entre os pontos A e B. Dessa forma,
a correta distância entre esses dois pontos, na realidade, é:
a) 30 km
b) 45 km
c) 75 km
d) 90 km

3
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. (Enem – 2015) Um pesquisador, ao explorar uma floresta, fotografou uma caneta de 16,8 cm de
comprimento ao lado de uma pegada. O comprimento da caneta (c), a largura (L) e o comprimento (C)
da pegada, na fotografia, estão indicados no esquema.

A largura e o comprimento reais da pegada, em centímetros, são, respectivamente, iguais a


a) 4,9 e 7,6.
b) 8,6 e 9,8.
c) 14,2 e 15,4.
d) 26,4 e 40,8.
e) 27,5 e 42,5.

2. (Enem – 2021) Um parque temático brasileiro construiu uma réplica em miniatura do castelo de
Liechtenstein. O castelo original, representado na imagem, está situado na Alemanha e foi reconstruído
entre os anos de 1840 e 1842, após duas destruições causadas por guerras.

O castelo possui uma ponte de 38,4 m de comprimento e 1,68 m de largura. O artesão que trabalhou
para o parque produziu a réplica do castelo, em escala. Nessa obra, as medidas do comprimento e da
largura da ponte eram, respectivamente, 160 cm e 7 cm.
A escala utilizada para fazer a réplica é
a) 1 : 576
b) 1 : 240
c) 1 : 24
d) 1 : 4,2
e) 1 : 2,4

4
Matemática

3. (Enem PPL – 2018) A figura a seguir representa parte da planta de um loteamento, em que foi usada a
escala 1: 1.000. No centro da planta uma área circular, com diâmetro de 8 𝑐𝑚, foi destinada para a
construção de uma praça.

O diâmetro real dessa praça, em metro, é:


a) 1.250
b) 800
c) 125
d) 80
e) 8

4. (Enem PPL – 2017) No centro de uma praça será construída uma estátua que ocupará um terreno
quadrado com área de 9 metros quadrados. O executor da obra percebeu que a escala do desenho na
planta baixa do projeto é de 1: 25.
Na planta baixa, a área da figura que representa esse terreno, em centímetro quadrado, é
a) 144.
b) 225.
c) 3.600.
d) 7.500.
e) 32.400.

5. (Enem – 2019) Comum em lançamentos de empreendimentos imobiliários, as maquetes de


condomínios funcionam como uma ótima ferramenta de marketing para as construtoras, pois, além de
encantar clientes, auxiliam de maneira significativa os corretores na negociação e venda de
imóveis. Um condomínio está sendo lançado em um novo bairro de uma cidade. Na maquete projetada
pela construtora, em escala de 1 : 200, existe um reservatório de água com capacidade de 45 cm³.
Quando todas as famílias estiverem residindo no condomínio, a estimativa é que, por dia, sejam
consumidos 30 000 litros de água.
Em uma eventual falta de água, o reservatório cheio será suficiente para abastecer o condomínio por
quantos dias?
a) 30
b) 15
c) 12
d) 6
e) 3

5
Matemática

6. (Enem digital – 2020) Uma associação desportiva contratou uma empresa especializada para construir
um campo de futebol, em formato retangular, com 250 metros de perímetro. Foi elaborada uma planta
para esse campo na escala 1: 2000.
Na planta, a medida do perímetro do campo de futebol, em metro, é
a) 0,0005.
b) 0,125.
c) 8.
d) 250.
e) 500.000.

7. (Enem PPL – 2020) Um estudante, morador da cidade de Contagem, ouviu dizer que nessa cidade
existem ruas que formam um hexágono regular. Ao pesquisar em um sítio de mapas, verificou que o
fato é verídico, como mostra a figura.

Ele observou que o mapa apresentado na tela do computador estava na escala 1: 20.000. Nesse
instante, mediu o comprimento de um dos segmentos que formam os lados desse hexágono,
encontrando 5 𝑐𝑚.
Se esse estudante resolver dar uma volta completa pelas ruas que formam esse hexágono, ele
percorrerá, em quilômetro,
a) 1.
b) 4.
c) 6.
d) 20.
e) 24.

6
Matemática

8. (Enem – 2017) Em uma de suas viagens, um turista comprou uma lembrança de um dos monumentos
que visitou. Na base do objeto há informações dizendo que se trata de uma peça em escala 1:400, e
que seu volume é de 25 cm³. O volume do monumento original, em metro cúbico, é de
a) 100.
b) 400.
c) 1.600.
d) 6.250.
e) 10.000.

9. (Enem – 2020) A caixa-d’água de um edifício terá a forma de um paralelepípedo retângulo reto com
volume igual a 28080 litros. Em uma maquete que representa o edifício, a caixa-d'água tem dimensões
2 𝑐𝑚 × 3,51 𝑐𝑚 × 4 𝑐𝑚.
Dado: 1 𝑑𝑚3 = 1 𝐿.
A escala usada pelo arquiteto foi
a) a) 1: 10
b) b) 1: 100
c) c) 1: 1000
d) d) 1: 10000
e) e) 1: 100000

7
Matemática

10. (Enem – 2013) A figura apresenta dois mapas, em que o estado do Rio de Janeiro é visto em diferentes
escalas.

Há interesse em estimar o número de vezes que foi ampliada a área correspondente a esse estado no
mapa do Brasil. Esse número é
a) Menor que 10.
b) Maior que 10 e menor que 20.
c) Maior que 20 e menor que 30.
d) Maior que 30 e menor que 40.
e) Maior que 40.

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8
Matemática

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
Se a escala é 1:16 e o valor real da largura do móvel é 320 cm
𝐦𝐞𝐝𝐢𝐝𝐚 𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨
𝐄=
𝐦𝐞𝐝𝐢𝐝𝐚 𝐫𝐞𝐚𝐥
𝟏 𝐝
𝐄= =
𝟏𝟔 𝟑𝟐𝟎
𝟏𝟔𝐝 = 𝟑𝟐𝟎
𝐝 = 𝟐𝟎 𝐜𝐦

2. A
4,5 𝐾𝑚 = 450.000 𝑐𝑚
𝐦𝐞𝐝𝐢𝐝𝐚 𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨
𝐄=
𝐦𝐞𝐝𝐢𝐝𝐚 𝐫𝐞𝐚𝐥
𝟏 𝒙
𝑬= =
𝟓𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝟒𝟓𝟎. 𝟎𝟎𝟎
𝟓𝟎. 𝟎𝟎𝟎𝒙 = 𝟒𝟓𝟎. 𝟎𝟎𝟎
𝟒𝟓𝟎. 𝟎𝟎𝟎
𝒙= =𝟗
𝟓𝟎. 𝟎𝟎𝟎

Logo, no mapa a cidade terá 9cm de extensão.

3. D
270 𝐾𝑚 = 270.000 𝑚 = 27.000.000 𝑐𝑚
27.000.000 ∶ 1.500.000 = 270 ∶ 15 = 18

Logo, a distância entre as cidades na escala de 1:1.500.000 seria de 18 cm.

4. B
Medida do desenho: 10 cm
Medida real: 15km = 1.500.000 cm
𝐦𝐞𝐝𝐢𝐝𝐚 𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨 𝟏𝟎 𝟏
𝐄= = = = 𝟏: 𝟏𝟓𝟎. 𝟎𝟎𝟎
𝐦𝐞𝐝𝐢𝐝𝐚 𝐫𝐞𝐚𝐥 𝟏. 𝟓𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝟏𝟓𝟎. 𝟎𝟎𝟎

5. B
𝐦𝐞𝐝𝐢𝐝𝐚 𝐝𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨 1 15
𝐄= = =
𝐦𝐞𝐝𝐢𝐝𝐚 𝐫𝐞𝐚𝐥 300.000 x
𝑥 = 15 ∙ 300.000 = 4.500.000𝑐𝑚 = 45𝑘𝑚

9
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. D
Sejam L’ e C’, respectivamente, a largura e o comprimento reais da pegada. Tem-se que
2,2 3,4 1,4
= =
𝐿′ 𝐶′ 16,8
1,4
Simplificando a fração por 1,4 em cima e embaixo, temos que:
16,8
2,2 3,4 1
= =
𝐿′ 𝐶′ 12
Então podemos dizer que:
2,2 1
=
𝐿′ 12
𝐿′ = 2,2 ∙ 12
𝐿′ = 26, 40 𝑐𝑚
e
3,4 1
=
𝐶′ 12
𝐶 ′ = 3,4 ∙ 12
𝐶 ′ = 40, 8 𝑐𝑚

2. C
7 1
Como 1,68 𝑚 = 168𝑐𝑚, segue que a resposta é = = 1: 24.
168 24

3. D
Se 𝑑 é o diâmetro real, então
1 8
= ⇔ 𝑑 = 8000 𝑐𝑚 = 80 𝑚.
1000 𝑑

4. A
Se 𝑆 é a área pedida, então
1 2 𝑆
( ) = ⇔ 𝑆 = 144 𝑐𝑚2 .
25 90000

5. C
Primeiro iremos transformar 45 cm³ em dm³, então 45 cm³ = 0,045 dm³. Sendo C a capacidade em
medida real do reservatório, temos:
0,045 1 3
=( ) ↔ 𝐶 = 360000 𝑑𝑚³
𝐶 200
Observação: Como estamos tratando sobre capacidade/volume, temos que elevar a escala ao cubo para
assim podermos fazer a conta.
Como 1 dm³ = 1L, temos que C = 360000 L.
Logo, o reservatório cheio será suficiente para abastecer o condomínio por, no máximo,
360000
= 12 𝑑𝑖𝑎𝑠 .
30000

10
Matemática

6. B
Pela proporção dada, o perímetro é de:
1 ― 2000
𝑥 ― 250 𝑚
2000𝑥 = 250
∴ 𝑥 = 0,125 𝑚

7. C
Se ℓ é a medida do lado do hexágono real, então
1 5
= ⇔ ℓ = 100000𝑐𝑚.
20000 ℓ

Como 1  𝑘𝑚 = 100000 𝑐𝑚, podemos afirmar que a resposta é 6 ℓ = 6 ⋅ 1 = 6 𝑘𝑚.

8. C
Supondo as dimensões da miniatura como 1,1 e 25 centímetros, pode-se calcular:
𝑀𝑖𝑛𝑖𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 ⇒ 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠õ𝑒𝑠 ⇒ 1,1 𝑒 25
Convertendo usando-se a escala ⇒ 400, 400 𝑒 25 ∙ 400
𝑉𝑚𝑜𝑛𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 4002 ∙ (25 ∙ 400) = 1.600.000.000𝑐𝑚3 = 1.600𝑚3

9. B
Sendo 28080  𝑑𝑚3 = 28080000 𝑐𝑚3 e 2 ⋅ 3,51 ⋅ 4 = 28,08 𝑐𝑚3 o volume da maquete, temos
28,08 1
𝐸3 = ⇔𝐸=√ ⇔ 𝐸 = 1: 100.
28080000 1000000

10. D
A escala apresenta a relação entre duas medidas, a do desenho e a real. No mapa do Brasil, 1 unidade
do desenho equivale a 25 000 000 do real. Já no mapa do Rio de Janeiro, 1 unidade equivale a 4 000 000
do real. Logo, a escala é
25000000 25
=
4000000 4
Como a escala é de área, seu valor é
25 2 625
( ) = = 39,06
4 16
Então, o número de vezes que foi ampliada a área é um número maior que 30 e menor que 40.

11
Matemática

Quadriláteros notáveis: definição e propriedades dos trapézios

Objetivo
Compreender que tipos de quadriláteros são trapézios e quais suas propriedades.

Se liga
Para essa aula, é importante que você saiba os conceitos de paralelogramos. Quer relembrá-los? Clique aqui
e assista ao vídeo “paralelogramos”. Também é interessante estar afiado com o Teorema de Pitágoras, o qual
é mostrado nesta aula.

Curiosidade
Na anatomia, o trapézio é um músculo que fica na região posterior da coluna cervical. Em conjunto, os dois
músculos trapézios compõem uma forma de diamante ou trapézio, justificando seu nome.

Teoria

Trapézio
É um quadrilátero que possui apenas dois lados paralelos, que são chamados de bases. As laterais não são
paralelas.

PONM é um trapézio, pois 𝑀𝑁 ̅̅̅̅̅ // ̅̅̅̅ ̅̅̅̅̅ 𝑒 ̅̅̅̅


OP e os lados não paralelos 𝑃𝑀 𝑂𝑁 são chamados lados oblíquos. E a
altura é a distância entre as bases e forma um ângulo reto com elas.

A base média de um trapézio é o segmento que possui extremidades no ponto médio dos lados oblíquos e é
paralela às bases e o seu cálculo é dado pela semissoma de suas bases, ou seja,

𝑀𝑁 + ̅̅̅̅
̅̅̅̅̅ 𝑂𝑃 𝑏 + 𝐵
𝐵𝑚 = =
2 2

8
Matemática

Mediana de Euler
Mediana de Euler é o segmento que une os pontos médios das diagonais de um trapézio ABCD e fica contida
na base média, conforme é mostrado no desenho:

Sua medida é expressa pela fórmula


̅̅̅̅
𝐵𝐶 − ̅̅̅̅
𝐴𝐷 𝐵 − 𝑏
̅̅̅̅
𝐺𝐻 = =
2 2

Existem 3 tipos de trapézios:

• Trapézio isósceles: é aquele cujos lados não paralelos são congruentes.


Propriedade: os ângulos de cada base também são congruentes e suas diagonais são congruentes.

• Trapézio retângulo: é aquele em que uma das laterais é perpendicular às bases.

• Trapézio escaleno: é aquele cujos lados não paralelos têm comprimentos distintos.

O perímetro de um trapézio é calculado pela soma de seus lados.

8
Matemática

Exercícios de fixação

1. Calcule a base média de um trapézio cuja base maior mede 15 cm e a base menor mede 9 cm.

2. Sabendo que a base média de um trapézio mede 20 cm e a menor base mede 16 cm, então a base
maior é igual a:
a) 16
b) 24
c) 32
d) 64

3. Marque a alternativa correta sobre a definição e os elementos do trapézio:


a) Trapézios são quadriláteros que possuem dois pares de lados paralelos.
b) Trapézios são figuras planas formadas por quatro lados e um par de lados adjacentes paralelos.
c) Todo trapézio possui diagonais congruentes.
d) Trapézios são quadriláteros que possuem exatamente um par de lados opostos paralelos.

4. Em um trapézio isósceles, a base menor mede 4 cm, a base maior mede 16 cm e a altura mede 8 cm.
Qual o seu perímetro (soma dos lados)?

5. A base média e a mediana de Euler de um trapézio medem respectivamente 15 e 3 centímetros. Qual o


valor da menor base desse trapézio?

8
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. (CFTMG, 2015) A figura abaixo é plana e composta por dois trapézios isósceles e um losango.

O comprimento da base maior do trapézio ABCD é igual ao da base menor do trapézio EFGH, que vale
2x e, a base maior de cada trapézio é o dobro da base menor, e o lado EF do losango vale y. O perímetro
da figura dada, expresso em função de x e y, é

a) 6𝑥 + 4𝑦

b) 9𝑥 + 4𝑦

c) 12𝑥 + 2𝑦

d) 15𝑥 + 2𝑦

2. (Unisinos Verão, 2016) Na figura abaixo, temos um trapézio retângulo cujas bases medem 9 cm e 12
cm e cujo lado não perpendicular às bases mede 5 cm.

Qual é o perímetro, em cm, desse trapézio?

a) 26

b) 29

c) 30

d) 31

e) 48

8
Matemática

3. (PISM, 2016) Sejam 𝐴, 𝐵, 𝐶 e 𝐷 os vértices de um trapézio isósceles. Os ângulos 𝐴 e 𝐵 ambos agudos


são os ângulos da base desse trapézio, enquanto que os ângulos 𝐶 e 𝐷 são ambos obtusos e medem
cada um, o dobro da medida de cada ângulo agudo desse trapézio. Sabe-se ainda que a diagonal ̅̅̅̅
𝐴𝐶 é
̅̅̅̅ . Sendo a medida do lado ̅̅̅̅
perpendicular ao lado 𝐵𝐶 𝐴𝐵 igual a 10 cm o valor da medida do perímetro
do trapézio 𝐴𝐵𝐶𝐷, em centímetros, é:

a) 21

b) 22

c) 23

d) 24

e) 25

4. (Ita, 2014) Considere o trapézio ABCD de bases AB e CD. Sejam M e N os pontos médios das diagonais
AC e BD, respectivamente. Então, se AB tem comprimento x e CD tem comprimento y < x, o comprimento
de MN é igual a

a) 𝑥−𝑦
1
b) (𝑥 − 𝑦)
2

1
c) (𝑥 − 𝑦)
3

1
d) (𝑥 + 𝑦)
3

1
e) (𝑥 + 𝑦)
4

5. (CFTCE, 2005) Sabendo-se que, em um trapézio, a soma da base média com a mediana de Euler é igual a 12
cm e que a razão entre as bases do trapézio é 2, a base menor desse trapézio mede:
a) 5 cm
b) 6 cm
c) 7 cm
d) 8 cm
e) 9 cm

8
Matemática

6. (FGV, 2014) A figura representa um trapézio isósceles 𝐴𝐵𝐶𝐷 com 𝐴𝐷 = 𝐵𝐶 = 4 𝑐𝑚. 𝑀 é o ponto médio
de ̅̅̅̅
𝐴𝐷 e o ângulo 𝐵𝑀 ̂ 𝐶 é reto.

O perímetro do trapézio 𝐴𝐵𝐶𝐷, em cm, é igual a


a) 8
b) 10
c) 12
d) 14
e) 15

7. (Unesp, 2008) Uma certa propriedade rural tem o formato de um trapézio como na figura. As bases WZ
e XY do trapézio medem 9,4 km e 5,7 km, respectivamente, e o lado YZ margeia um rio.

Se o ângulo XYZ é o dobro do ângulo XWZ, a medida, em km, do lado YZ que fica à margem do rio é:
a) 7,5
b) 5,7
c) 4,7
d) 4,3
e) 3,7

8
Matemática

8. (Enem, 2000) Um marceneiro deseja construir uma escada trapezoidal com 5 degraus, de forma que o
mais baixo e o mais alto tenham larguras respectivamente iguais a 60 cm e a 30 cm, conforme a figura.

Os degraus serão obtidos cortando-se uma peça linear de madeira sujo comprimento mínimo, em 𝑐𝑚,
deve ser:
a) 144
b) 180
c) 210
d) 225
e) 240

9. (Fuvest, 2000) Um trapézio retângulo tem bases 5 e 2 e altura 4. O perímetro desse trapézio é:
a) 13
b) 14
c) 15
d) 16
e) 17

8
Matemática

10. (FMJ, 2021) Em um trapézio retângulo ABCD, o lado AD mede 6cm e o ângulo BÂD mede 60°, conforme
mostra a figura.

Sabendo-se que a diagonal AC mede 2√13 𝑐𝑚, a medida do lado AB desse trapézio é

9√3
a) cm
2

5√3
b) cm
2

4√3
c) cm
3

8√3
d) cm
3

6√3
e) cm
3

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8
Matemática

Gabaritos

1. 12 cm
𝐵+𝑏
Se a base média é calculada por 𝐵𝑚 = . Onde B = base maior e b = base menor, então
2
𝐵 + 𝑏 15 + 9 24
𝐵𝑚 = = = = 12 𝑐𝑚
2 2 2

2. B
𝐵+𝑏
Temos que a base média é calculada por 𝐵𝑚 = , então como 𝐵𝑚 = 20 𝑐𝑚 𝑒 𝑏 = 16 𝑐𝑚, temos que
2
𝐵 + 16
20 = → 40 = 𝐵 + 16 → 𝐵 = 40 − 16 = 24 𝑐𝑚
2

3. D
a) Incorreta. Os trapézios são quadriláteros que possuem um único par de lados opostos paralelos.
b) Incorreta. Os trapézios não possuem um par de lados adjacentes paralelos, mas, sim, um par de
lados opostos paralelos.
c) Incorreta. Apenas os trapézios isósceles possuem diagonais congruentes.
d) Correta! Essa é a definição de trapézio.

4. O perímetro será de 40 cm.


Podemos fazer a seguinte construção: separando a base maior em três segmentos, o do meio equivale
à base menor e, como o trapézio da questão é isósceles, o primeiro e o terceiro fragmento são
16 − 4
congruentes, de modo que cada um mede = 6 𝑐𝑚. Observe:
2

Como a altura é perpendicular às bases do trapézio, temos formado um triângulo retângulo de catetos
6 𝑐𝑚 e 8 𝑐𝑚 e uma hipotenusa de tamanho a ser descoberto, 𝐿.

Aplicando o Teorema de Pitágoras nesse triângulo,


62 + 82 = 𝐿2 → 36 + 64 = 𝐿2 → 100 = 𝐿2 → 𝐿 = 10 𝑐𝑚 (triângulo 3, 4, 5 com 𝑘 = 2).

Assim, o perímetro do trapézio será igual a 𝑏 + 𝐵 + 2𝐿 = 4 + 16 + 20 = 40 𝑐𝑚.

5. A base menor mede 12 cm.


A partir das informações da base média e da base de Euler podemos construir um sistema como o
abaixo:

𝐵+𝑏 𝐵−𝑏
{ = 15 =3 → {𝐵 + 𝑏 = 30 𝐵 − 𝑏 = 6
2 2

Somando as duas equações desse sistema, temos que 2𝐵 = 36 → 𝐵 = 18. Consequentemente, se 𝐵 +


𝑏 = 30, é correto dizer que 18 + 𝑏 = 30 → 𝑏 = 30 − 18 → 𝑏 = 12 𝑐𝑚.

8
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. B
Considerando os trapézios isósceles, o losango e as informações da questão, temos

Portanto, o perímetro da figura será dado por


𝑥 + 4𝑥 + 2𝑥 + 2𝑥 + 4𝑦 = 9𝑥 + 4𝑦

2. C
Considere a figura, em que H é o pé da perpendicular baixada de A sobre CD.

Tem-se que ̅̅̅̅ ̅̅̅̅ = 9 𝑐𝑚. Logo, vem ̅̅̅̅


𝐴𝐵 = 𝐶𝐻 𝐷𝐻 = ̅̅̅̅ ̅̅̅̅ = 3 𝑐𝑚.
𝐶𝐷 − 𝐶𝐻
Portanto, pelo Teorema de Pitágoras aplicado no triângulo 𝐴𝐷𝐻, concluímos que ̅̅̅̅ ̅̅̅̅ = 4 𝑐𝑚.
𝐴𝐻 = 𝐵𝐶
A resposta é ̅̅̅̅ ̅̅̅̅ + ̅̅̅̅
𝐴𝐵 + 𝐵𝐶 ̅̅̅̅ = 9 + 4 + 12 + 5 = 30 𝑐𝑚.
𝐶𝐷 + 𝐷𝐴

3. E
Se 𝐴𝐵𝐶𝐷 é isósceles, então os ângulos agudos são congruentes, bem como os obtusos.
Além disso, 𝐴̂ e 𝐷
̂ são suplementares, o que implica em  = 60°.

Por outro lado, sendo 𝐴𝐶 𝐵𝐶 , e chamando de 𝑀 o ponto médio de 𝐴𝐵, podemos ver que 𝐴𝑀𝐶𝐷 e 𝐵𝐶𝐷𝑀
3
são losangos congruentes. Portanto, o resultado pedido é ∙ ̅̅̅̅
𝐴𝐵 + ̅̅̅̅
𝐴𝐵 = 25 𝑐𝑚
2

4. B

Esse segmento MN é a mediana de Euler do trapézio ABCD, portanto


1
𝑀𝑁 = (𝑥 − 𝑦)
2

8
Matemática

5. B
Segundo os dados do enunciado, temos:

𝐵+𝑏 𝐵−𝑏 𝐵+𝑏+𝐵−𝑏 2𝐵


+ = 12 → = 12 → = 12 → 𝐵 = 12 𝑐𝑚
2 2 2 2

Como a razão entre as bases é 2, temos que a base maior é o dobro da base menor, ou seja, b = 6 cm.

6. C
Seja 𝑁 o ponto do segmento BC tal que MN é paralelo a AB.
̅̅̅̅ ̅̅̅̅
𝐴𝐵 +𝐶𝐷
̅̅̅̅̅ =
Logo, MN é a base média do trapézio ABCD e, portanto, segue que 𝑀𝑁 .
2
𝐵𝐶 ̅̅̅̅
Além disso, 𝑀𝑁 é a mediana relativa à hipotenusa 𝐵𝐶 do triângulo BMC. Daí, vem ̅̅̅̅̅
𝑀𝑁 = = 2 𝑐𝑚.
2
Em consequência, podemos afirmar que o perímetro do trapézio 𝐴𝐵𝐶𝐷 é igual a 12𝑐𝑚.

7. E
Traçando um segmento paralelo à WX, formamos um paralelogramo WXYA. Como no paralelogramos
os ângulos opostos são congruentes, então o ângulo 𝑋𝑌̂𝐴 = b, logo no triângulo AYZ, o ângulo 𝑍𝑌̂𝐴 = 𝑏.

Também temos que WZ = 9,4 km e como WA á congruente a XY, logo WA=XY = 5,7 km, visto isso 𝐴𝑍 =
9,4 − 5,7 = 3,7 𝑘𝑚.

Como também dois ângulos adjacentes no paralelogramo são suplementares, então no paralelogramo
WXYA, temos que 𝑌Â𝑊 = 180° − 𝑏 e esse ângulo 𝑌Â𝑊 e o ângulo do triângulo AYZ, o 𝑌Â𝑍 somam 180°.
Portanto,
𝑌Â𝑊 + 𝑌Â𝑍 = 180° → 180° − 𝑏 + 𝑌Â𝑍 = 180° → 𝑍Â𝑌 = 𝑏.

Então, o triângulo AYZ é isósceles, logo 𝐴𝑍 = 𝑍𝑌 = 3,7 𝑘𝑚

8. D
Duplicando a figura dada, como na figura a seguir, podemos observar 5 degraus de 90 cm cada.

8
Matemática

Como temos cinco degraus e cada um mede 90 cm, a soma dos comprimentos dos degraus da escada
90
é 5 ∙ = 225 𝑐𝑚 (dividimos por 2 pois duplicamos a figura original).
2
Portanto, será necessária uma peça linear de no mínino 225 cm.

9. D
Dado trapézio ABCD, teremos que descobrir seu lado BC para depois calcularmos o perímetro, então
observe a figura abaixo

CE é um segmento que sai do vértice C e encontra perpendicularmente o lado AB no ponto E, dividindo


assim o trapézio em um retângulo e em um triângulo retângulo.
Para calcularmos o lado BC, temos que usar o teorema de Pitágoras, pois, temos um triângulo retângulo
BCE, retângulo em E. Onde BC é a hipotenusa e BE e CE são os catetos.

Aplicando o teorema de Pitágoras que diz que “a hipotenusa ao quadrado é igual a soma dos quadrados
dos catetos”, temos que (hipotenusa)² = (cateto 1)² + (cateto)², logo como o segmento AB = AE+BE e AE
mede 2, então BE = 3, calculando então, temos
(𝐶𝐵)2 = 42 + 32 → (𝐶𝐷)2 = 16 + 9 → (𝐶𝐷)2 = 25 → 𝐶𝐷 = 5

Então, calculando agora perímetro que é dado pela soma de todos os lados, temos
5 + 5 + 2 + 4 = 16

10. D
Para calcularmos o lado CD, temos que usar o teorema de Pitágoras, pois, quando traçada a diagonal,
temos um triângulo ADC, retângulo em D. Onde AC é a hipotenusa e CD e AD são os catetos.

Aplicando o teorema de Pitágoras, temos que (hipotenusa)² = (cateto 1)² + (cateto)², logo
2
(2√13) = 62 + 𝐶𝐷2
𝐶𝐷 = √52 − 36 = √16 = 4 𝑐𝑚

Como BE=CD, podemos calcular, no triângulo ABE, retângulo em E, o seno do ângulo  = 60°.

O seno de um ângulo é calculado pela

𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜
𝑠𝑒𝑛(𝑥) =
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎

8
Matemática

Onde o cateto oposto é o lado oposto ao ângulo que estamos calculando o seno, e a hipotenusa é o lado
oposto ao ângulo de 90° (sempre!!!). Vamos calcular o seno de 60°, o cateto oposto a ele é o BE e a
hipotenusa é AB, então
𝐵𝐸 4
𝑠𝑒𝑛 60° = → 𝑠𝑒𝑛 60° =
𝐴𝐵 𝐴𝐵

√3
O seno de 60° é igual a (vocês irão aprender mais a frente, por ora, fiquem com essa informação).
2
√3 4
=
2 𝐴𝐵
8
𝐴𝐵 =
√3

Racionalizando, temos
8√3
𝐴𝐵 = 𝑐𝑚
3

8
Português

Demonstrando no vestibular

Exercícios

1. (UFRJ) Analfomegabetismo
Os assuntos da coluna de Caetano Veloso no domingo passado me tocam. O reconhecimento do
precário letramento médio brasileiro tem sido um dos meus bordões por aqui. Caetano identifica num
certo analfabetismo difuso a força de gravidade da nossa vida mental, presente na desatenção e no
desaproveitamento escolar, e até no estilo errático de escrita dele mesmo, Caetano. Para ele, a incultura
difusa se reflete tanto na importância abusiva dada à música popular (em que me incluo) como
naqueles seriosos que reagem de maneira menor à força poética da canção e às qualidades literárias
de Chico Buarque, por exemplo (...). No bem e no mal, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença,
estamos casados historicamente com um analfabetismo de fundo.
WISNIK, José Miguel. O Globo. Segundo Caderno. 18 de dez de 2010.

O uso de advérbios, numa oração, identifica uma situação específica. Da mesma forma, a presença de
metáforas pode ampliar o alcance dessa situação. Sendo assim, na oração destacada, os adjuntos
adverbiais estabelecem, metaforicamente, o panorama de um analfabetismo
a) endêmico.
b) episódico.
c) recente.
d) parcial.
e) atávico.

2. “O policial recebeu o ladrão a bala. Foi necessário apenas um disparo; o assaltante recebeu a bala na
cabeça e morreu na hora.”

No texto, os vocábulos em destaque, são respectivamente:


a) preposição e artigo
b) preposição e preposição
c) artigo e artigo
d) artigo e preposição
e) artigo e pronome indefinido
Português

3. A onda
a onda anda
aonde anda
a onda?
a onda ainda
ainda onda
ainda anda
aonde?
aonde?
a onda a onda
Manuel Bandeira

No poema, há o emprego do advérbio aonde. Segundo as gramáticas normativas, esse advérbio deve
ser utilizado para indicar o local ou destino para o qual se vai, ou seja, expressa a ideia de movimento.
Assinale a alternativa em que o emprego do advérbio aonde está de acordo com as gramáticas
normativas.
a) Nunca sei aonde te achar.
b) Esta é a casa aonde eu moro.
c) Informe aonde você está agora.
d) Não sei aonde o avião aterrissou.
e) Aonde você pretende levar sua amiga.

4. Leia os versos de Drummond:


“No meio dia branco de luz uma voz que aprendeu
A ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceu.
Lá longe meu pai campeava
No mato sem fim da fazenda.”

As palavras sublinhadas são, respectivamente,


a) advérbio e advérbio.
b) advérbio e adjetivo.
c) adjetivo e advérbio.
d) substantivo e advérbio.
e) substantivo e adjetivo.
Português

5. Pela primeira vez um filme catarinense concorreu à vaga para representar o Brasil no Oscar. “A
Antropóloga”, dirigido por Zeca Pires, disputou vaga com outros quatorze filmes, numa lista que incluiu
“Tropa de Elite 2”, de José Padilha, e “Bruna Surfistinha”, de Marcus Balbini. Zeca Pires considerava
suas chances remota, mas avaliava que, ao participar da disputa, o filme seria visto por um grupo de
profissionais de reconhecida competência, que provavelmente não iriam assistir ao longa em outra
situação. (...)
Candidatura que vale ouro. Diário Catarinense. Caderno Variedades. 14/08/2011.

Com relação ao texto, assinale a alternativa CORRETA.


a) O adjetivo “remota”, no segundo parágrafo, refere-se ao substantivo “chances”; deveria, portanto,
ser usado no plural.
b) Segundo o texto, os filmes “A Antropóloga”, “Tropa de Elite 2” e “Bruna Surfistinha” vão representar
o Brasil na disputa do Oscar.
c) O trecho “Zeca Pires considerava suas chances remota” indica que ele acreditava que havia pouca
possibilidade de seu filme ser escolhido.
d) No primeiro parágrafo, encontram-se dois numerais ordinais: “primeira” e “quatorze”.
e) No trecho “o filme seria visto por um grupo de profissionais de reconhecida competência”, ocorrem
dois artigos, os quais antecedem os dois únicos substantivos do trecho.

6.

No contexto deste grafite, as frases “menos presos políticos” e “mais políticos presos” expressam
a) uma relação de contradição, uma vez que indicam sentidos opostos.
b) uma relação de consequência, já que a diminuição de um grupo conduz ao aumento de outro.
c) uma relação de contraste, pois reivindicam o aumento de um tipo de presos e a redução de outro.
d) uma relação de complementaridade, porque remetem a subconjuntos de uma mesma categoria.
Português

7. Leia o poema de Mário Quintana:

De gramática e de linguagem
E havia uma gramática que dizia assim:
“Substantivo (concreto) é tudo quanto indica
Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta”.
Eu gosto é das cousas. As cousas, sim!...
As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam-se
em excesso.

As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém.


Uma pedra. Um armário. Um ovo. (Ovo, nem sempre,
Ovo pode estar choco: é inquietante...)
As cousas vivem metidas com as suas cousas.
E não exigem nada.
Apenas que não as tirem do lugar onde estão.
E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta.
Para quê? não importa: João vem!
E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão.
Amigo ou adverso... João só será definitivo
Quando esticar a canela. Morre, João...
Mas o bom, mesmo, são os adjetivos,
Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto.
Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. Luminoso.
Sonoro. Lento. Eu sonho
Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos
Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais.
Ainda mais:
Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas escorram
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca,
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido:
Basta provares o seu gosto...

“Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos


Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais.”

Referindo-se à linguagem das plantas e dos animais, o poeta


a) ironiza a ideia de que ela seja composta apenas por adjetivos.
b) nega que ela seja composta apenas por adjetivos.
c) mostra que, em muitas situações, ela deve ser composta de adjetivos.
d) põe em dúvida o fato de que ela seja composta apenas por adjetivos.
e) indica a possibilidade de que ela seja composta apenas por adjetivos.
Português

8. Examine este cartaz, cuja finalidade é divulgar uma exposição de obras de Pablo Picasso.

Nas expressões “Mão erudita” e “Olho selvagem”, que compõem o texto do anúncio, os adjetivos
“erudita” e “selvagem” sugerem que as obras do referido artista conjugam, respectivamente,
a) civilização e barbárie.
b) requinte e despojamento.
c) modernidade e primitivismo.
d) liberdade e autoritarismo.
e) tradição e transgressão.

9.

Assinale a única alternativa correta quanto à classificação das palavras, feita a partir da análise do uso
destas no diálogo entre a avó e os netos.
a) “Levado” é o infinitivo do verbo levar, que se classifica, no texto, como adjetivo do substantivo
menino.
b) O pronome indefinido “isso” é um elemento de coesão, que retorna o conteúdo da fala da garota,
expressa no primeiro quadrinho.
c) Em “Menino levado!!!”, o substantivo e o adjetivo funcionam como uma locução interjetiva, isto é,
têm natureza de uma interjeição.
d) A forma nominal “Querida” é o gerúndio do verbo querer que, na fala da avó, classifica-se como
substantivo.
e) O adjetivo “legal” funciona, no texto, como uma interjeição, expressando uma ideia apreciativa,
cujo sentido é “conforme ou relativo à lei”.
Português

10. (UERJ) Violência e psiquiatria


O tipo de violência que aqui considerarei pouco tem a ver com pessoas que utilizam martelos para
golpear a cabeça de outras, nem se aproximará muito do que se supõe façam os doentes mentais.
Se se quer falar de violência em psiquiatria, a violência que brada, que se proclama em tão alta voz que
raramente é ouvida, é a sutil, tortuosa violência perpetrada pelos outros, pelos “sadios”, contra os
rotulados de “loucos”. Na medida em que a psiquiatria representa os interesses ou pretensos interesses
dos sadios, podemos descobrir que, de fato, a violência em psiquiatria é sobretudo a violência da
psiquiatria.
Quem são porém as pessoas sadias? Como se definem a si próprias? As definições de saúde mental
propostas pelos especialistas ou estabelecem a necessidade do conformismo a um conjunto de
normas sociais arbitrariamente pressupostas, ou são tão convenientemente gerais – como, por
exemplo, “a capacidade de tolerar conflitos” – que deixam de fazer sentido. Fica-se com a lamentável
reflexão de que os sadios serão, talvez, todos aqueles que não seriam admitidos na enfermaria de
observação psiquiátrica. Ou seja, eles se definem pela ausência de certa experiência.
Sabe-se, porém, que os nazistas asfixiaram com gás dezenas de milhares de doentes mentais, assim
como dezenas de milhares de outros tiveram seus cérebros mutilados ou danificados por sucessivas
séries de choques elétricos: suas personalidades foram deformadas, de modo sistemático, pela
institucionalização psiquiátrica. Como podem fatos tão concretos emergir na base de uma ausência,
de uma negatividade – a compulsiva não loucura dos sadios? De fato, toda a área de definição de
sanidade mental e loucura é tão confusa, e os que se arriscam dentro dela são tão aterrorizados pela
ideia do que possam encontrar, não só nos “outros” como também em si mesmos, que se deve
considerar seriamente a renúncia ao projeto.
David Cooper
Adaptado de Psiquiatria e antipsiquiatria. São Paulo: Perspectiva, 1967.

“a violência em psiquiatria é sobretudo a violência da psiquiatria.” (l. 6-7)

A relação entre “violência” e “psiquiatria” é destacada pelos dois termos sublinhados, que expressam,
respectivamente, as noções de
a) substância e causa.
b) posse e matéria.
c) foco e assunto.
d) área e agente.
Português

Gabaritos

1. A
Os advérbios presentes “No bem e no mal, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença” demonstram
que o analfabetismo, segundo Caetano, é uma situação “típica” e “característica” da nossa sociedade.

2. A
No primeiro caso, “a” é preposição indicativa de modo. No segundo, temos um artigo definido.

3. E
A alternativa (E) é a única que expressa ideia de movimento: “quem leva alguém, leva a algum lugar”. A
presença de preposição “a” índica que o pronome relativo deve ser antecedido pela mesma preposição.
Assim, temos a forma “aonde” (a+onde).

4. D
A palavra “longes” vem precedida de artigo, portanto, é um substantivo. Já a palavra “longe” indica um
advérbio de lugar.

5. C
O termo “remota” é um advérbio relacionado com o verbo “considerava”; Os filmes “A Antropologa”,
“Tropa de Elite 2” e “Bruna Surfistinha” concorreram à vaga para representar o Brasil no Oscar; O termo
“quatorze” é numeral cardinal; Há inúmeros substantivos no excerto, por exemplo, “vez”, “filme”, “vaga”,
“Brasil”.

6. C
Neste cartaz, a mudança na posição das palavras “presos” e “políticos” implica mudança em suas
classes gramaticais e no seu sentido. Em “presos políticos”, “presos” é substantivo e “políticos” é
adjetivo, indicando pessoas que estão presas por motivos políticos (como, por exemplo, divergência de
opinião em relação ao governo). Já em “políticos presos”, a ideia é que políticos corruptos estejam na
prisão.

7. E
A palavra “decerto” faz com que a alternativa correta seja a letra E.

8. E
Os termos “mão” e “olho” sugerem, respectivamente, a técnica e o estilo pictórico de Picasso. Assim, os
adjetivos “erudita” e “selvagem” associam, simultaneamente, a técnica tradicional e a ruptura com a
forma de representar a realidade que caracterizam a obra do pintor.

9. C
“Menino levado” é uma locução interjetiva formada por substantivo e adjetivo que expressa indignação.
“Levado” é o particípio passado do verbo levar com valor de adjetivo; “isso”, um pronome demonstrativo;
“querida”, um adjetivo formado pelo particípio passado do verbo “querer” e “legal”, uma gíria que exprime
uma apreciação positiva, o que invalida as demais opções.

10. D
No primeiro caso, a preposição “em” indica na área da psiquiatria (área de atuação... estudo...); já no
segundo, a preposição “de” indica a psiquiatria como agente.
Português

Palavras invariáveis: preposições, interjeições e palavras denotativas

Objetivo
Analisar as funções das preposições e interjeições – assim como seus usos instrumentais e cotidianos – a
fim de reconhecer que essas classes auxiliam a progressão estrutural e temática de um texto em diferentes
situações de comunicação.

Curiosidade
Na oralidade, muitas vezes deixamos de empregar as preposições ou empregamos de maneira incorreta
segundo a norma culta. Por isso, devemos ter muita atenção ao utilizá-las em contextos nos quais a norma
culta é exigida (por exemplo, na redação).

Teoria

Preposição

Disponível em: https://www.nsctotal.com.br/noticias/confira-a-tira-do-armandinho-desta-sexta-feira-1

Na tirinha acima, é possível perceber a ocorrência das preposições. No primeiro quadrinho, temos a
preposição “em” introduzindo o complemento nominal (calma! Veremos esse conteúdo mais para frente,
quando estudarmos as funções sintáticas). No segundo quadrinho, vemos a preposição “de” que, na primeira
ocorrência, introduz um objeto indireto e, na segunda, um adjunto adnominal. Já no último quadrinho, a
preposição “de” em “ele detesta de contas…” não é exigida pelo verbo (que é transitivo direto), mas foi
empregada como um recurso estilístico.

Dessa forma, já podemos perceber o quanto as preposições são importantes para a gramática e organização
textual. Além de estabelecerem vínculo sintático, elas também estabelecem valor semântico, tais como
posse, companhia, causa, assunto, entre outros.

Vamos, agora, conhecer melhor essa classe gramatical?


Português

Conceito
É a classe gramatical responsável pela coesão textual no nível vocabular; ou seja, cumpre a função de
conectar vocábulos/palavras (de funções sintáticas diferentes) para estabelecer entre elas, em geral, um nexo
semântico.
Na frase “Vou a Roma”, por exemplo, a preposição “a” conecta o substantivo “Roma” à forma verbal “Vou”.
Desse modo, relaciona dois termos da oração, subordinando o segundo ao primeiro. O termo que precede a
preposição é chamado de regente e o termo que sucede recebe o nome de regido.

As preposições são: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob,
sobre, trás.

Visto isso, veremos, a seguir, as possibilidades de uso das preposições, e, consequentemente, mais exemplos
contextualizados. Não se preocupe, pois alguns termos – ainda que você, provavelmente, já tenha visto na
sua vida escolar – serão vistos mais detalhadamente nas próximas aulas.
● Complemento nominal – ex.: Ele tinha medo de escuro.
● Complemento verbal (objeto indireto) – ex.: Gabi precisava de ajuda.
● Locuções adverbiais – ex.: Daniel saiu com calma.
● Locuções adjetivas – ex.: Estava com dor de estômago.

Algumas preposições podem aparecer unidas a outras palavras. Se na união da preposição com outra palavra
não ocorrer alteração fonética, dizemos que houve combinação da preposição; caso ocorra alteração
fonética, dizemos que houve contração da preposição. Os exemplos mais comuns são:

Combinação: Contração:
ao (preposição a + artigo o). do (preposição de + artigo o).
aos (preposição a + artigo os). desta (preposição de + pronome esta).
aonde (preposição a + advérbio onde). naquela (preposição em + pronome aquela).
pelo (preposição per + artigo o)

Locução prepositiva
Quando um conjunto de palavras estiver funcionando como preposição, receberá o nome de locução
prepositiva. É o caso dos exemplos a seguir:
● abaixo de, acima de
● acerca de,
● a fim de,
● além de
● de acordo com,
● diante de,
● em vez de,
● junto de, junto a, junto com
Português

Semântica das preposições


Além disso, as preposições denotam diferentes significados, dependendo do contexto em que estão
inseridas. Elas podem possuir valores semânticos de posse, causa, matéria, assunto, companhia, finalidade,
instrumento, lugar, origem, tempo, meio, conformidade, modo e oposição. Veja os exemplos:

Os objetos que foram comprados são feitos com porcelana. (matéria)


Viajaremos nas férias para descansar. (finalidade)
Os visitantes vinham do Maranhão. (origem)
Recebemos as visitas com muita alegria. (modo)

Interjeição


A interjeição é a expressão com que traduzimos uma reação emotiva ou um sentimento. Uma mesma
interjeição pode corresponder a sentimentos variados (são polissêmicas) e, por isso, deve-se estar atento ao
contexto e à entoação dessa palavra. Assim como os advérbios, as interjeições também são classificadas de
acordo com o sentimento que denotam. Veja os exemplos mais comuns:
● alegria: oba! oh! ah!
● aplauso: bis! bravo! viva!
● dor: ai! ui!
● espanto ou surpresa: ah! ih! oh! ué! puxa!
● invocação: alô! ô! ó! olá! psiu!
● silêncio: psiu! silêncio!

Há, com menos frequência, interjeições de papel apelativo:


● Psiu! Venha aqui.
● "Ei, você aí, me dá um dinheiro aí"

Destaca-se, também, que a interjeição pode ser classificada como locução interjetiva, quando for expressa
por um grupo de palavras.
Por exemplo: Ora bolas!; Cruz credo!; Puxa vida!; Valha-me Deus!; Se Deus quiser!, entre outros.
Português

Palavras denotativas
As palavras denotativas recebem essa nomenclatura por não se enquadrarem em nenhuma classe gramatical
convencional, mas por serem capazes de expressar valores semânticos. Embora elas se assemelhem, em
alguns aspectos, aos advérbios, não mantêm as mesmas relações que eles.
Do ponto de vista semântico, elas são importantes no contexto em que se encontram e são classificadas de
acordo com a ideia que expressam. Algumas dessas ideias são: designação, exclusão, inclusão, realce,
retificação, situação, afetividade, explanação e limitação.

Sinto que ele me escapa, ou melhor, que nunca me pertenceu. (retificação)


Da família só elas duas subsistiam. (exclusão)
Tudo na vida engana, até a Glória. (inclusão)
Ainda bem que o orador foi breve! (afetividade)
Português

Exercícios de fixação

1. As preposições são:
a) Variáveis
b) Invariáveis
c) Variáveis em número

2. Na frase “ele foi morto com uma faca”, a preposição introduz uma ideia de:
a) Posse
b) Companhia
c) Instrumento

3. Analise a frase: “Carlos parou de comer carne de boi”.


a) Qual a classificação morfológica da expressão introduzida pela preposição destacada?
b) Como poderíamos reescrever essa frase eliminando essa preposição?

4. Em que gênero textual é mais difícil encontrar interjeições?


a) História em quadrinhos
b) Dissertação argumentativa
c) Romance

5. Dê o valor semântico das interjeições a seguir:


a) Ufa! Chegamos a tempo.
b) Ah! Que ótimo!
c) Ai!! Bati o dedinho na cama.
d) Ué, você veio?
Português

Exercícios de vestibulares

1.

(QUINO, Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2008, p. 229.)

No último quadrinho, a expressão “DROGA!” refere-se a:


a) um substantivo que nomeia o objeto que o menino deveria comprar.
b) um adjetivo que qualifica o modo como a mãe deu a ordem para o menino.
c) um advérbio que acompanha o verbo esquecer, modificando-o em seu valor original.
d) uma interjeição que indica um julgamento negativo do menino sobre sua própria ação.
e) uma conjunção subordinativa que imprime valor de circunstância concessiva ao trecho seguinte.

2. Bode no pasto
Quase ninguém duvidou do saber do homem, do seu poder mágico, pois andava com uns livros
de história, de magia, com versões sobre fatos reais, mistérios, ciências ocultas. Até mesmo os céticos,
críticos, admitiam sua condição de mestre, de domínio da arte, da mágica, reflexo de vivências no país
e no mundo.
Então visto como sábio, senhor de poderes ocultos, o homem prometeu uma façanha, ou seja,
domar bodes, mudar o hábito da espécie. Aí pegou umas folhas, esfregou na venta dum cabrito, e
garantiu que a praga estava eliminada, nunca mais faria estragos naquela terra. (…)
(Nagib Jorge Neto. Diário de Pernambuco. 20/11/98)

As palavras destacadas no texto estabelecem, respectivamente, as seguintes relações lógicas:


a) explicação, soma, comparação, soma, conclusão
b) causa, inclusão, comparação, explicação, situação
c) causa, exclusão, conformidade, retificação, tempo
d) conclusão, soma, conformidade, ratificação, tempo
e) explicação, inclusão, causa, retificação, conclusão
Português

3. As matas ciliares são tão importantes para os rios e lagos, como são os cílios para a proteção dos
nossos olhos. (...) Sem as matas ciliares, as nascentes secam, as margens dos rios e riachos solapam,
o escoamento superficial aumenta e a infiltração da água no solo diminui, reduzindo as reservas de
água do solo e do lençol freático. As consequências são dramáticas para o meio ambiente: a poluição
alcança facilmente os mananciais e a vida aquática é prejudicada, rios e reservatórios transformam-se
em grandes esgotos ou lixões.

Na primeira frase do texto, a preposição “para”, na oração destacada, foi empregada com o valor
semântico de:
a) finalidade
b) conclusão
c) explicação
d) concessão
e) proporcionalidade

4. Impressionista
Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.
(Adélia Prado)

Sobre aspectos gramaticais, assinale a opção correta:


a) O vocábulo “uma” (verso 1), por singularizar uma ocasião especificada ao longo do poema, deve
ser tratado como numeral, e não como artigo.
b) No segundo verso, o vocábulo “toda” possui a mesma classificação morfológica que “alaranjado”.
c) A preposição “por”, genericamente, introduz uma indicação de tempo, já que participa de uma
expressão adverbial de valor durativo.
d) O advérbio “constantemente” empresta, além de uma noção de modo, uma de consequência ao
verbo “amanhecendo”, que ele modifica.
Português

5. (Unesp) Observe o fragmento a seguir do “Sermão do Bom Ladrão” de Antônio Vieira:


(...) Quando li isto em Sêneca, não me admirei tanto de que um filósofo estoico se atrevesse a escrever
uma tal sentença em Roma. reinando nela Neto; o que mais me admirou, e quase envergonhou, foi que
os nossos oradores evangélicos em tempo de príncipes católicos. ou para a emenda, ou para a cautela,
não preguem a mesma doutrina. Saibam estes eloquentes mudos que mais ofendem os reis com o que
calam que com o que disserem; porque a confiança com que isto se diz é sinal que lhes não toca. e que
se não podem ofender: e a cautela com que se cala é argumento de que se ofenderão, porque lhes pode
tocar. [..]
Suponho, finalmente, que os ladrões de que falo não são aqueles miseráveis, a quem a pobreza
e vileza de sua fortuna condenou a este gênero de vida, porque a mesma sua miséria ou escusa ou
alivia o seu pecado [...]. O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao Inferno os que não só vão,
mas levam, de que eu trato, são os ladrões de maior calibre e de mais afta esfera [...]. Não são só
ladrões, diz o santo [São Basílio Magno], os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar,
para lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a
quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das
cidades, os quais já com manha, Já com força, roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam
um homem, estes roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor,
nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam.
(Essencial. 2011.)

Os termos destacados constituem, respectivamente,


a) artigo, uma preposição e uma preposição.
b) uma preposição, um artigo e uma preposição.
c) um artigo, um pronome e um pronome.
d) um pronome, uma preposição e um artigo.
e) uma preposição, um artigo e um pronome.
Português

6. Pela Internet
Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu velho orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut acessar
O chefe da Macmilícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus pra atacar programas no Japão
Eu quero entrar na rede pra contactar
Os lares do Nepal, os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular
Que lá na praça Onze tem um vídeopôquer para se jogar
(Gilberto Gil, 1997.1)

Em “Num site de Helsinque para abastecer”, as preposições sublinhadas expressam as noções,


respectivamente, de:
a) origem e finalidade.
b) localização e causalidade.
c) pertencimento e objetividade.
d) causalidade e conclusão.

7. (ITA) O projeto Montanha Limpa, desenvolvido desde 1992, por meio da parceria entre o Parque
Nacional de Itatiaia e a DuPont, visa amenizar os problemas causados pela poluição em forma de lixo
deixado por visitantes desatentos.
(Folheto do Projeto Montanha Limpa do Parque Nacional de Itatiaia.)

A preposição que indica que o Projeto Montanha Limpa continua até a publicação do folheto é:
a) entre.
b) por (por visitantes).
c) em.
d) por (pela poluição).
e) desde.
Português

8. (Enem)

Disponível em: www.globofilmes.globo.com. Acesso em: 13 dez. 2017 (adaptado).

A frase, título do filme, reproduz uma variedade linguística recorrente na fala de muitos brasileiros.
Essa estrutura caracteriza-se pelo(a)
a) uso de uma marcação temporal.
b) imprecisão do referente de pessoa.
c) organização interrogativa da frase.
d) utilização de um verbo de ação.
e) apagamento de uma preposição.
Português

9. O MENDIGO SEXTA-FEIRA JOGANDO NO MUNDIAL


Lhe concordo, doutor: sou eu que invento minhas doenças. Mas eu, velho e sozinho, o que posso
fazer? Estar doente é minha única maneira de provar que estou vivo. É por isso que frequento o hospital,
vezes e vezes, a exibir minhas maleitas1 . Só nesses momentos, doutor, eu sou atendido. Mal atendido,
quase sempre. (...)
Desta feita, porém, é diferente. Pois eu, de nome posto de Sexta-Feira, me apresento hoje com
séria e verídica queixa. Venho para aqui todo desclaviculado, uma pancada quase me desombrou.
Aconteceu quando assistia ao jogo do Mundial de Futebol. Desde há um tempo, ando a espreitar na
montra2 do Dubai Shopping, ali na esquina da Avenida Direita. É uma loja de tevês, deixam aquilo ligado
na montra para os pagantes contraírem ganas de comprar. (...)
É ali no passeio que assisto futebol, ali alcanço ilusão de ter familiares. O passeio é um corredor
da enfermaria. Todos nós, os indigentes ali alinhados, ganhamos um tecto3 nesse momento. Um tecto
que nos cobre neste e noutros continentes.
Só há ali um no entanto, doutor. É que sou atacado de um sentimento muito ulceroso enquanto os
meus olhos apanham boleia4 para a Coreia do Sul. O que me inveja não são esses jovens, esses
fintabolistas, todos cheios de vigor. O que eu invejo, doutor, é quando o jogador cai no chão e se enrola
e rebola a exibir bem alto as suas queixas. A dor dele faz parar o mundo. Um mundo cheio de dores
verdadeiras para perante a dor falsa de um futebolista. (...)
Eu sei, doutor, lhe estou roubando o tempo. Vou directo no assunto do meu ombro. Pois aconteceu
o seguinte: o dono da loja deu ontem ordem para limpar o passeio. Não queria ali mendigos e vadios.
Que aquilo afastava a clientela e ele não estava para gastar ecrã5 em olho de pobre. Recusei sair,
doutor. O passeio é pertença de um alguém? Para me retirarem dali foi preciso chamar as forças
policiais. (...)
Pois eu, conforme se vê, vim ao hospital não por artimanha, mas por desgraça real. O doutor me
olha, desconfiado, enquanto me vai espreitando os traumatombos. Contrariado, ele lá me coloca sob o
olho de uma máquina radiográfica. Até me atrapalho com tanta deferência. Até hoje, só a polícia me
fotografou. (...)
E logo me desando, já as ruas deságuam. Chego à loja dos televisores e me sento entre a
mendigagem.
(...) O que eu vi num adocicar de visão foi isto, sem mais nem menos: eu e os mendigos de sexta-
feira estamos no mundial, formamos equipa com fardamento brilhoso. E o doutor é o treinador. E
jogamos, neste momento preciso. Eu sou o extremo esquerdo e vou dominando o esférico, que é um
modo de dominar o mundo. Por trás, os aplausos da multidão. De repente, sofro carga do defesa
contrário. Jogo perigoso, reclamam as vozes aos milhares. Sim, um cartão amarelo, brada o doutor.
Porém, o defesa continua a agressão, cresce o protesto da multidão. Isso, senhor árbitro, cartão
vermelho! Boa decisão! Haja no jogo a justiça que nos falta na vida.
Afinal, o vermelho é do cartão ou será o meu próprio sangue? Não há dúvida: necessito de
assistência, lesionado sem fingimento. Suspendessem o jogo, expulsassem o agressor das quatro
linhas. Surpresa minha – o próprio árbitro é quem me passa a agredir. Nesse momento, me assalta a
sensação de um despertar como se eu saísse da televisão para o passeio. Ainda vejo a matraca do
polícia descendo sobre a minha cabeça. Então, as luzes do estádio se apagam.
(MIA COUTO. O fio das missangas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.)
1 Maleitas – doenças de fácil resolução. 2 Montra – vitrina. 4 Boleia – carona. 3 Tecto – teto. 5 Ecrã – tela.

No trecho “Até me atrapalho com tanta deferência. Até hoje, só a polícia me fotografou.”, a palavra “até”
indica, respectivamente, valores de:
a) limite – intensidade
b) intensidade – restrição
c) restrição – ênfase
d) ênfase – limite
Português

10. (Uns lindos olhos, vivos, bem rasgados,


Um garbo senhoril, nevada alvura;
Metal de voz que enleva de doçura,
Dentes de aljôfar, em rubi cravados;

Fios de ouro que enredam meus cuidados,


Alvo peito que cega de candura;
Mil prendas e (o que é mais que formosura)
Uma graça, que rouba mil agrados;

Mil extremos de preço mais subido


Encerra a linda Márcia, a quem of’reço
Um culto, que nem dela inda é sabido;

Tão pouco de mim julgo que a mereço,


Que enojá-la não quero de atrevido
Co’as penas que por ela em vão padeço.
(Filinto Elísio)

No verso “Metal de voz que enleva de doçura”, a preposição “de” ocorre duas vezes, formando
expressões que indicam, respectivamente, relação de:
a) posse e consequência.
b) causa e posse.
c) qualificação e causa.
d) modo e qualificação.
e) posse e modo.

Sua específica é linguagens e quer continuar treinando esse conteúdo?


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Português

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. B
As preposições não sofrem nenhum tipo de flexão.

2. C
A preposição “com” introduz o instrumento “faca”.

3.
a) “de boi” é uma locução adjetiva.
b) Carlos parou de comer carne bovina.

4. B
As interjeições são mais comuns em textos artísticos que reproduzem diálogos.

5. a) Alívio;
b) Alegria;
c) Dor;
d) Surpresa

Exercícios de vestibulares
1. D
A palavra “droga” foi utilizada para expressar uma emoção de seu emissor.

2. B
As palavras “pois” e “como”, considerando o contexto no qual foram inseridas, estabelecem,
respectivamente, relação de causa e de comparação; já as demais são palavras denotativas e
estabelecem as seguintes relações lógicas: “até mesmo” (inclusão); “ou seja” (explicação); e “aí”
(situação).

3. A
No fragmento apresentado, a preposição “para” indica a finalidade dos cílios, ou seja, “para a proteção
dos nossos olhos”.

4. C
A preposição “por”, seguida da expressão “muito tempo”, apresenta a ideia de passagem de tempo, ação
de valor durativo.

5. B
A preposição “a” antecede o pronome relativo “quem”, que não admite artigo; o artigo “a” antecede o
substantivo feminino “pobreza”; e a preposição “a” antecede o pronome demonstrativo masculino “este”.

6. A
De acordo com a música de Gilberto Gil, pode-se perceber que as preposições “de” e “para” possuem,
respectivamente, o sentido de origem de um site, ou seja, o site é proveniente de Helsinque e tem como
objetivo abastecer.
Português

7. E
A preposição “desde” apresenta, no fragmento, o sentido de que o projeto começou em 1992 e até os
dias de hoje continua existindo no Parque Nacional de Itatiaia.

8. E
O desvio gramatical, comum na oralidade, ocorre devido ao desrespeito à regência, tendo em vista que a
expressão adverbial de tempo deve ser introduzida por uma preposição para ligar-se ao verbo (“volta”).

9. D
No primeiro caso, “até” serve para enfatizar a ideia de que o enunciador se atrapalha com tanta
deferência. No segundo, “até” indica um limite temporal.

10. C
Na expressão “metal de voz”, a preposição rege o adjunto que determina metal. Trata-se, na verdade, de
uma transposição, pois o sentido é de “voz de metal”, que qualifica, metaforicamente, o timbre da voz
(soa como se fosse metal). Em “que enleva de doçura”, a preposição indica relação de causa: enleva por
causa da doçura.
Química

Evolução dos modelos atômicos e atomística

Objetivo
Você irá conhecer os átomos propostos ao longo da história a sua evolução até o modelo atômico atual.

Se liga
Para que você possa entender atomística, é recomendável que tenha em mente o conceito de eletrosfera.
Tem alguma dúvida nesse assunto? Então clica aqui!

Curiosidade
Fótons e glúons são os menores componentes do átomo, são feitos puramente de energia e não possuem
massa.

Teoria

Evolução dos modelos atômicos


Os filósofos gregos Demócrito e Leucipo formularam o conceito de átomo e, a partir deles, alguns cientistas,
já no século XIX, elaboraram os primeiros modelos atômicos. Conforme novas descobertas surgiam, algumas
ideias foram substituídas/atualizadas, e apenas os conceitos que se mostravam coerentes com esses
avanços permaneciam. Por conta disso, com o passar do tempo novos modelos atômicos foram criados.

John Dalton e a primeira teoria atômica


Dalton considerou os átomos como pequenas partículas esféricas que seriam indivisíveis e indestrutíveis. Por
conta dessas características, seu modelo ficou conhecido como “Bola de Bilhar”. Esse modelo permaneceu
por cerca de 100 anos, até sua substituição.

representação do modelo de Dalton: Bola de bilhar


Química

O Modelo atômico de Thomson


Através de estudos com raios catódicos (emitidos de uma fonte de cátions), o físico J. J. Thomson concluiu
que o átomo não era apenas uma esfera indivisível, como Dalton havia sugerido. Foi percebida a existência
de partículas carregadas negativamente, determinando a relação entre a carga dessas partículas e a massa.

Como funcionou o experimento?

Ilustração do experimento realizado por J. J. Thomson em uma ampola de Crookes, disponível em:
<https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/eletron.html>, acesso em 03/09/21 às 20h24

Em busca de medir a carga e a massa do elétron, um feixe com raios catódicos foi migrado de um campo
elétrico para um campo magnético. O campo elétrico provoca desvio em um sentido, enquanto o campo
magnético desvia o feixe no sentido oposto. Daí foi possível deduzir a existência de uma carga negativa. Seu
modelo consistia em uma esfera maciça carregada positivamente, na qual se encontram, incrustados, as
cargas negativas. E por conta dessa característica, foi apelidado de pudim de passas.

representação do modelo de Thomson: pudim de passas


Química

O Modelo atômico de Rutherford


Com a descoberta da radioatividade, Ernest Rutherford e um grupo de colaboradores embarcaram numa
experiência que tinha o objetivo de determinar as propriedades das partículas alfa e sua interação com a
matéria. O experimento consistia em bombardear uma finíssima lâmina de ouro com partículas alfa, emitidas
por polônio radioativo em uma chapa fotográfica. Com o experimento, percebeu que algumas partículas
atravessavam a lâmina sem sofrer desvio, enquanto outras eram desviadas, e uma parte delas era
ricocheteada.

experimento com raios catódicos de Rutherford

Rutherford elaborou um modelo que ficou conhecido como “Modelo planetário”, em que o átomo possuía um
núcleo, onde estaria concentrada a maior parte de sua massa, e era envolto por elétrons girando ao seu redor.

representação do modelo de Rutherford


Química

O Modelo atômico de Bohr


Esse modelo é semelhante ao de Rutherford. Bohr propôs um modelo que seria formado por um núcleo
positivo com uma parte periférica, onde giravam os elétrons. A grande diferença entre estes é que, para Bohr,
os elétrons giravam, sem emitir ou absorver energia, em órbitas circulares, as quais ele denominou níveis de
energia ou camadas.

representação do modelo de Bohr

O Modelo atômico de Rutherford-Bohr e o salto quântico


Ao absorver uma certa quantidade de energia, o elétron deve saltar para uma órbita de maior energia. Após
retornar à sua órbita original, o elétron libera a mesma energia que a absorvida pela transição quântica. A
liberação de energia, em fótons, ocorre na forma de luz com uma cor clara ou outro tipo de radiação
eletromagnética, como ultravioleta (UV) ou raios-X. O valor dessa energia é igual à diferença de energia entre
as órbitas circulares em questão. A figura a seguir ilustra o funcionamento de um salto quântico.
Química

O Modelo atômico de Sommerfeld/Bohr-Sommerfeld


Usando espectroscópios de alta resolução para a análise da teoria atômica, Sommerfeld revelou a existência
de linhas espectrais muito finas que Niels Bohr não havia detectado em seu modelo. Após seus estudos,
Sommerfeld admitiu que em cada camada eletrônica (n) havia 1 órbita circular e (n-1) órbitas elípticas com
diferentes características. Essas órbitas elípticas foram então chamadas de subníveis, ou subcamadas, e
caracterizadas por l, em que l=0, l=1, l=2 e l=3 são respectivamente os subníveis s, p, d e f. Por exemplo, na 4ª
camada há uma órbita circular e três elípticas.
Ele propôs esse modelo através da teoria da relatividade de Einstein e da teoria quântica, assim podendo
explicar detalhes dos espectros. Como ele complementou o que Bohr não conseguia explicar
satisfatoriamente para os átomos além dos hidrogenoides, o modelo ficou conhecido como Bohr-
Sommerfeld. A energia do elétron seria determinada pela distância em que se encontrava do núcleo e pelo
tipo de órbita que descreve.

Modelo atômico de Sommerfeld


Química

Atomística
A estrutura de um átomo é formada pela eletrosfera, onde encontramos os elétrons, e pelo núcleo, onde
encontramos os prótons e os nêutrons.
A massa do isótopo de um átomo pode ser encontrada pela soma do número de prótons(p) e nêutrons(n). A
massa dos elétrons(e-) de um átomo é desprezível, pois é muito pequena em relação aos prótons e nêutrons.

Partícula Massa relativa Carga elétrica relativa


próton 1 1
Núcleo
nêutron 1 0
eletrosfera elétron 1/1836 -1

Estrutura de um átomo, produzido por Vanussa Faustino, jan. 2021.

O número de massa (A) é a soma de prótons e nêutrons no núcleo de um átomo: A = p + n

A massa atômica (MA) encontrada na tabela periódica é uma média dos isótopos existentes do elemento.
Pode ser encontrada por:
(𝐴1. %1)(𝐴2. %2) + ⋯ + (𝐴𝑛. %𝑛)
𝑀𝐴 =
100

O número Atômico (Z) é o número de prótons presentes no núcleo de um átomo: Z = p

Essas informações estão contidas na tabela periódica; observe o exemplo abaixo:


Química

Hélio: tabela periódica, produzido por Vanussa Faustino, jan. 2021.

Quando um átomo está em seu estado fundamental (eletricamente neutro), o seu número de prótons (cargas
positivas) é igual ao seu número de elétrons (cargas negativas): p = e–

Portanto, para um átomo, o número de prótons é também igual ao número de elétrons: Z = p = e–

Quem são os íons?


Quando um átomo eletricamente neutro, ou seja, no estado fundamental, perde ou recebe elétrons, ele se
transforma em um ÍON.

A perda de elétrons → gera um íon positivo, que recebe o nome de cátion (exemplo: 11Na+1).
O ganho de elétrons → gera um íon negativo, que recebe o nome de Ânion (exemplo: 8O-2).

Isótopos, isóbaros, isótonos e isoeletrônicos


Esses nomes servem para facilitar a classificação dos átomos dos elementos químicos presentes na tabela
periódica, de acordo com a quantidade de prótons, elétrons e nêutrons presentes em cada um deles.
• Isótopos: são átomos que possuem o mesmo número de prótons (ou número atômico (Z)), mas
apresentam diferente número de nêutrons e, consequentemente, diferente número de massa (A).
• Isóbaros: são átomos que possuem o mesmo número de massa (A), mas diferentes números atômicos
(Z).
• Isótonos: são átomos que possuem o mesmo número de nêutrons, mas diferentes números atômicos
(Z) e de massa (A).
• Isoeletrônicos: são átomos ou íons que possuem o mesmo número de elétrons.
Química

Mapa mental sobre modelos atômicos

Quer assistir ao QQD desse mapa mental? Clique aqui.


Química

Exercícios de fixação

1. Assinale a afirmativa a seguir que NÃO é uma ideia que provém do modelo atômico de Dalton.
a) Átomos de um elemento podem ser transformados em átomos de outros elementos por reações
químicas.
b) Todos os átomos de um dado elemento têm propriedades idênticas as quais diferem das
propriedades dos átomos de outros elementos.
c) Um elemento é composto de partículas indivisíveis e diminutas chamadas átomos.
d) Compostos são formados quando átomos de diferentes elementos se combinam em razões bem
determinadas.
e) Os átomos são sistemas homogêneos

2. O quadro abaixo representa algumas características de modelos atômicos. Com base nos dados
apresentados, relacione as características aos respectivos cientistas:

Tipo Característica

A A matéria é formada por átomos indivisíveis.

B Núcleos positivos, pequenos e densos.

C Carga negativa dispersa pelo átomo positivo.

a) A = Dalton; B = Thomson; C = Rutherford.


b) A = Dalton; B = Rutherford; C = Thomson.
c) A = Thomson; B = Rutherford; C = Bohr.
d) A = Rutherford; B = Thomson; C = Bohr.
e) A = Thomson; B = Bohr; C = Rutherford.
Química

3. O modelo do átomo nucleado existe há menos de 100 anos. Ele foi proposto originalmente por Ernest
Rutherford e seus colaboradores, em 1911. Sobre o modelo do átomo nucleado de Rutherford,
considere as seguintes proposições:
I. O átomo seria semelhante ao Sistema Solar: o núcleo, carregado positivamente, estaria no centro
como o Sol, e os elétrons, com carga negativa, estariam girando em órbitas circulares ao seu redor,
como os planetas.
II. Rutherford propôs que os núcleos são formados por dois tipos de partículas subatômicas: os
prótons e os nêutrons.
III. Em seus experimentos, Rutherford obteve evidências de que o núcleo é muito pequeno em relação
ao tamanho total do átomo, e que nele se concentra praticamente toda a massa atômica.

Assinale a afirmativa correta:


a) Apenas a proposição I é correta.
b) Apenas as proposições I e II são corretas.
c) Apenas as proposições II e III são corretas.
d) Apenas as proposições I e III são corretas.
e) Todas as proposições são corretas.

4. Uma importante contribuição do modelo de Rutherford foi considerar o átomo constituído de:
a) elétrons mergulhados numa massa homogênea de carga positiva.
b) uma estrutura altamente compactada de prótons e elétrons.
c) um núcleo de massa desprezível comparada com a massa do elétron.
d) uma região central com carga negativa chamada núcleo.
e) um núcleo pequeno de carga positiva, cercado por elétrons.

5. Assinale a alternativa que completa melhor os espaços apresentados na frase abaixo:

“O modelo de Rutherford propõe que o átomo seria composto por um núcleo muito pequeno e de carga
elétrica______, que seria equilibrado por ____________, de carga elétrica __________, que ficariam girando
ao redor do núcleo, numa região periférica denominada_________”

a) neutra, prótons, positiva e núcleo.


b) positiva, elétrons, positiva, eletrosfera.
c) negativa, prótons, negativa, eletrosfera.
d) positiva, elétrons, negativa, eletrosfera.
e) negativa, prótons, negativa, núcleo.
Química

Exercícios de vestibulares

1. (Enem 2019) Um teste de laboratório permite identificar alguns cátions metálicos ao introduzir uma
pequena quantidade do material de interesse em uma chama de bico de Bunsen para, em seguida,
observar a cor da luz emitida.
A cor observada é proveniente da emissão de radiação eletromagnética ao ocorrer a:
a) mudança da fase sólida para a fase líquida do elemento metálico.
b) combustão dos cátions metálicos provocada pelas moléculas de oxigênio da atmosfera.
c) diminuição da energia cinética dos elétrons em uma mesma órbita na eletrosfera atômica.
d) transição eletrônica de um nível mais externo para outro mais interno na eletrosfera atômica.
e) promoção dos elétrons que se encontram no estado fundamental de energia para níveis mais
energéticos.

2. (IFSUL 2017) Os isótopos radioativos do cobalto apresentam grande importância na medicina, sendo
utilizados na destruição de células cancerosas. O isótopo na forma de cátion bivalente, 60Co27
apresenta os seguintes números de prótons, elétrons e nêutrons, respectivamente:
a) 27 - 27 - 35
b) 27 - 25 - 33
c) 60 - 29 - 33
d) 60 - 27 - 35
e) 59 - 27 – 32
Química

3. (Enem 2009/ PPL) Antes da geração do céu, teremos que rever a natureza do fogo, do ar, da água e da
terra. Primeiro, em relação àquilo a que chamamos água, quando congela, parece-nos estar a olhar para
algo que se tornou pedra ou terra, mas quando derrete e se dispersa, esta torna-se bafo e ar; o ar,
quando é queimado, torna-se fogo; e, inversamente, o fogo, quando se contrai e se extingue, regressa à
forma do ar; o ar, novamente concentrado e contraído, torna-se nuvem e nevoeiro, mas, a partir destes
estados, se for ainda mais comprimido, torna-se água corrente, e de água torna-se novamente terra e
pedras; e deste modo, como nos parece, dão geração uns aos outros de forma cíclica.
PLATÃO, Timeu (c. 360 a.C.).

Buscando compreender a diversidade de formas e substâncias que vemos no mundo, diversas culturas
da Antiguidade elaboraram a noção de “quatro elementos” fundamentais, que seriam terra, água, ar e
fogo. Essa visão de mundo prevaleceu até o início da Era Moderna, quando foi suplantada diante das
descobertas da química e da física.
PLATÃO. Timeu-Crítias. Coimbra: CECh, 2011.

Do ponto de vista da ciência moderna, a descrição dos “quatro elementos” feita por Platão corresponde
ao conceito de:
a) partícula elementar.
b) força fundamental.
c) elemento químico.
d) fase da matéria.
e) lei da natureza

4. (UFTM 2003) - Fogos de artifício utilizam sais de diferentes íons metálicos misturados com um material
explosivo. Quando incendiados, emitem diferentes colorações. Por exemplo: sais de sódio emitem cor
amarela, de bário, cor verde e de cobre, cor azul. Essas cores são produzidas quando os elétrons
excitados dos íons metálicos retornam para níveis de menor energia. O modelo atômico mais adequado
para explicar esse fenômeno é o modelo de:
a) Rutherford.
b) Rutherford-Bohr.
c) Thomson.
d) Dalton.
e) Millikan.

5. (UNESP 2006) No ano de 1897, o cientista britânico J.J. Thomson descobriu, através de experiências
com os raios catódicos, a primeira evidência experimental da estrutura interna dos átomos. O modelo
atômico proposto por Thomson ficou conhecido como “pudim de passas”. Para esse modelo, pode-se
afirmar que:
a) O núcleo atômico ocupa um volume mínimo no centro do átomo.
b) As cargas negativas estão distribuídas homogeneamente por todo o átomo.
c) Os elétrons estão distribuídos em órbitas fixas ao redor do núcleo.
d) Os átomos são esferas duras, do tipo de uma bola de bilhar.
e) Os elétrons estão espalhados aleatoriamente no espaço ao redor do núcleo.
Química

6. (Enem 2020 Digital) No final do século XIX, muitos cientistas estavam interessados nos intrigantes
fenômenos observados nas ampolas de raios catódicos, que são tubos sob vácuo em que se ligam
duas placas a uma fonte de alta tensão. Os raios catódicos passam através de um orifício no ânodo e
continuam o percurso até a outra extremidade do tubo, onde são detectados pela fluorescência
produzida ao chocarem-se com um revestimento especial, como pode ser observado na figura.
Medições da razão entre a carga e a massa dos constituintes dos raios catódicos mostram que a sua
identidade independe do material do cátodo ou do gás dentro das ampolas.

CHANG, R.; GOLDSBY, K. A. Química. Porto Alegre: Bookman, 2013 (adaptado).

Essa radiação invisível detectada nas ampolas é constituída por


a) ânions.
b) cátions.
c) prótons.
d) elétrons.
e) partículas alfas.

7. (Enem 2019) Em 1808, Dalton publicou o seu famoso livro o intitulado Um novo sistema de filosofia
química (do original A New System of Chemical Philosophy), no qual continha os cinco postulados que
serviam como alicerce da primeira teoria atômica da matéria fundamentada no método científico.
Esses postulados são numerados a seguir:
1. A matéria é constituída de átomos indivisíveis.
2. Todos os átomos de um dado elemento químico são idênticos em massa e em todas as outras
propriedades.
3. Diferentes elementos químicos têm diferentes tipos de átomos; em particular, seus átomos têm
diferentes massas.
4. Os átomos são indestrutíveis e nas reações químicas mantêm suas identidades.
5. Átomos de elementos combinam com átomos de outros elementos em proporções de números
inteiros pequenos para formar compostos.
Após o modelo de Dalton, outros modelos baseados em outros dados experimentais evidenciaram,
entre outras coisas, a natureza elétrica da matéria, a composição e organização do átomo e a
quantização da energia no modelo atômico.
(OXTOBY, D.W.; GILLIS, H. P.; BUTLER, L. J. Principles of Modern Chemistry. Boston: Cengage Learning, 2012 (adaptado).)

Com base no modelo atual que descreve o átomo, qual dos postulados de Dalton ainda é considerado
correto?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
Química

8. (Enem - 2017) Um fato corriqueiro ao se cozinhar arroz é o derramamento de parte da água de


cozimento sobre a chama azul do fogo, mudando-a para uma chama amarela. Essa mudança de cor
pode suscitar interpretações diversas, relacionadas às substâncias presentes na água de cozimento.
Além do sal de cozinha (NaCl), nela se encontram carboidratos, proteínas e sais minerais
Cientificamente, sabe-se que essa mudança de cor da chama ocorre pela:
a) reação do gás de cozinha com o sal, volatilizando gás cloro.
b) emissão de fótons pelo sódio, excitado por causa da chama.
c) produção de derivado amarelo, pela reação com o carboidrato.
d) reação do gás de cozinha com a água, formando gás hidrogênio.
e) excitação das moléculas de proteínas, com formação de luz amarela.

9. (UFG – 2013, médio) Uma amostra de um elemento E tem isótopos AE e BE com abundâncias 75% e
25%, respectivamente. Considerando-se que a massa do isótopo AE é 34,97 e que a massa atômica
média do elemento E, nessa amostra, é 35,47, o número de massa B é:
a) 35
b) 36
c) 37
d) 38
e) 39

10. (UPE - 2014) Um laboratório brasileiro desenvolveu uma técnica destinada à identificação da origem de
“balas perdidas”, comuns nos confrontos entre policiais e bandidos. Trata-se de uma munição especial,
fabricada com a adição de corantes fluorescentes, visíveis apenas sob luz ultravioleta. Ao se disparar
a arma carregada com essa munição, são liberados os pigmentos no atirador, no alvo e em tudo o que
atravessar, permitindo rastrear a trajetória do tiro.
(Adaptado de MOUTINHO, Sofia. À caça de evidências. Ciência Hoje, maio, 24-31, 2011.)

Qual dos modelos atômicos a seguir oferece melhores fundamentos para a escolha de um
equipamento a ser utilizado na busca por evidências dos vestígios desse tipo de bala?
a) Modelo de Dalton.
b) Modelo de Thompson.
c) Modelo de Rutherford-Bohr.
d) Modelo de Dalton-Thompson.
e) Modelo de Rutherford- Thompson.

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Química

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
Os átomos permanecerão inalterados após a reação.

2. B
A matéria é formada por átomos indivisíveis: Modelo atômico de Dalton.
Núcleos positivos, pequenos e densos: Modelo atômico de Rutherford.
Carga negativa dispersa pelo átomo positivo: Modelo atômico de Thomson.

3. D
Sobre o modelo do átomo nucleado de Rutherford, considere as seguintes proposições:
I. [Verdadeiro] O átomo seria semelhante ao Sistema Solar: o núcleo, carregado positivamente, estaria
no centro como o Sol, e os elétrons, com carga negativa, estariam girando em órbitas circulares ao
seu redor, como os planetas.
II. [Falsa] Rutherford propôs que os núcleos são formados por dois tipos de partículas subatômicas:
os prótons e os nêutrons.
III. [verdadeiro] Os nêutrons foram determinados em 1932 por Chadwick. Em seus experimentos,
Rutherford obteve evidências de que o núcleo é muito pequeno em relação ao tamanho total do
átomo e nele se concentra praticamente toda a massa atômica.

4. E
Justificando as alternativas incorretas:
a) [INCORRETA] De acordo com Rutherford, os elétrons apresentavam carga negativa.
b) [INCORRETA] A estrutura onde se encontrava os elétrons (eletrosfera) era considerada vazia, e não
compactada.
c) [INCORRETA] O núcleo continha praticamente toda a massa do átomo, segundo o conceito de
Rutherford.
d) [INCORRETA] O experimento permitiu concluir que a região central (núcleo) possuía carga positiva

5. D
“O modelo de Rutherford propõe que o átomo seria composto por um núcleo muito pequeno e de carga
elétrica positiva, que seria equilibrado por elétrons, de carga elétrica negativa, que ficariam girando ao
redor do núcleo, numa região periférica denominada eletrosfera.”

Exercícios de vestibulares

1. D
Quando um elétron de um átomo no seu estado fundamental e neutro absorve energia, ele é capaz de
saltar para um nível mais energético; quando essa energia é cessada, esse elétron retorna para a sua
camada de origem, liberando essa energia extra em forma de luz; esse processo é conhecido como salto
quântico.
Química

2. B
60 +2
27Co
p = 27
e- = 25
n = A – Z = 60 – 27 = 33

3. D
A descrição dos “quatro elementos” feita por Platão corresponde ao conceito de fase da matéria, ou seja,
corresponde às “porções” que compõem um material (terra, água e ar), com exceção do fogo.

4. B
Essa movimentação dos elétrons pelos níveis de energia foi explicada por Bohr, tendo como base o
modelo de Rutherford. Por isso foi chamado de Rutherford-Bohr.

5. B
As opções A, C, e E falam de núcleo; no entanto, o modelo de Thomson não prevê tal estrutura, logo estão
incorretas. Já a alternativa D cita o modelo de Dalton, portanto também está incorreta. Dessa forma, a
que melhor se aplica ao modelo é a alternativa B.

6. D
Observando-se as placas paralelas, uma de polo negativo e outra de polo positivo, e perguntando-se por
qual placa os raios catódicos são atraídos, nota-se que eles são atraídos pela placa positiva; logo, o raio
é de carga negativa: elétron.

7. E
[1] Incorreto. A matéria é constituída de átomos divisíveis (existem subpartículas).
[2] Incorreto. Os átomos de um dado elemento químico não são idênticos em massa e em todas as
outras propriedades, pois a quantidade de nêutrons pode variar nos isótopos.
[3] Incorreto. As massas atômicas de elementos diferentes podem coincidir devido à existência dos
isóbaros.
[4] Incorreto. Os átomos são destrutíveis (existe a possibilidade de fissão nuclear); além disso, o número
de oxidação de um elemento químico pode variar em uma reação química.
[5] Correto. Átomos de elementos combinam com átomos de outros elementos em proporções de
números inteiros pequenos para formar compostos (vide o cálculo estequiométrico).

8. B
No caso da abordagem da questão, para se chegar a uma alternativa, deve-se fazer a associação com o
único metal citado no enunciado, ou seja, o sódio, pois outras possibilidades para a mudança da cor da
chama, como a ocorrência de uma combustão incompleta do gás utilizado devido ao derramamento da
água de cozimento, não são citadas.
Pressupõe-se, então, que na água de cozimento estejam presentes cátions Na+ dissociados a partir do
NaCl.
O elemento metálico sódio, mesmo na forma iônica, libera fótons quando sofre excitação por uma fonte
de energia externa, e a cor visualizada é o amarelo.
Química

9. C
A massa atômica de um elemento químico é dada pela média ponderada das massas atômicas de seus
isótopos, então:

A
E → 75%; A = 34,97 u

BE → 25%; B = ?

M.A = 35,47 u

35,47 = 0,75.34,97 + 0,25.B

B = 36,97 u

Número de massa de B = 37

10. C
O modelo de Bohr oferece melhores fundamentos para a escolha de um equipamento a ser utilizado na
busca por evidências dos vestígios. A partir das suas descobertas científicas, Niels Bohr propôs cinco
postulados:
1º) Um átomo é formado por um núcleo e por elétrons extranucleares, cujas interações elétricas seguem
a lei de Coulomb.
2º) Os elétrons se movem ao redor do núcleo em órbitas circulares.
3º) Quando um elétron está em uma órbita, ele não ganha e nem perde energia, dizemos que ele está em
uma órbita discreta ou estacionária ou num estado estacionário.
4º) Os elétrons só podem apresentar variações de energia quando saltam de uma órbita para outra.
5º) Um átomo só pode ganhar ou perder energia em quantidades equivalentes a um múltiplo inteiro
(quanta).
Química

Tratamento de água e esgoto

Objetivo
Você irá conhecer os processos de tratamento de água nas estações de tratamento de água (ETA) e na
estação de tratamento de esgoto (ETE).

Curiosidade
A água virtual é o volume de água utilizado no processo de produção industrial de bem ou serviço. É aquela
água que consumimos “ sem ver”. Esse conceito foi apresentado pelo geógrafo norte-americano Tony Allan,
no início dos anos 1990.

Teoria

Tratamento de água
A água que chega às nossas casas é submetida a uma série de tratamentos para reduzir a concentração de
poluentes, até praticamente não apresentar riscos para a saúde humana. Esse tratamento é dividido em 7
etapas; são elas, em sequência:
• Coagulação: é quando a água bruta recebe, logo ao entrar na estação de tratamento, uma dosagem de
sulfato de alumínio. Esse elemento faz com que as partículas de sujeira iniciem um processo de união.
• Floculação: quando, em tanques, continua o processo de união das impurezas, na água em movimento.
As partículas se transformam em flocos de sujeira.
• Decantação: as impurezas, que se aglutinaram e formaram flocos, vão se separar da água pela ação da
gravidade, indo para o fundo dos tanques ou ficando presas em suas paredes.
• Filtração: a água passa por grandes filtros com granulações diversas e carvão antracitoso (carvão
mineral). Aí ficarão retidas as impurezas que passaram pelas fases anteriores.
• Desinfecção: é a cloração, para eliminar germes nocivos à saúde e garantir a qualidade da água até a
torneira do consumidor. Nesse processo pode ser usado o hipoclorito de sódio, cloro gasoso ou dióxido
de cloro.
• Fluoretação: é quando será adicionado fluossilicato de sódio ou ácido fluossilícico em dosagens
adequadas. A função disso é prevenir e reduzir a incidência de cárie dentária, especialmente nos
consumidores de zero a 14 anos de idade, período de formação dos dentes.
• Correção: é a correção de pH, quando é adicionado carbonato de sódio para uma neutralização adequada
à proteção da tubulação da rede e da residência dos usuários e para não haver corrosão.
Adaptado de Departamento Municipal de Água e Esgoto de Caldas novas. Disponível em:
<https://www.demae.go.gov.br/eta/#:~:text=Cada%20etapa%20do%20tratamento%20representa,iniciem%20um%20processo%20de%
20uni%C3%A3o>. Acessado em: 03/09/2021
Química

Estação de tratamento de água


Ilustração feita por Rebeca Khouri

Tratamento de esgoto
Como a água proveniente do tratamento do esgoto não é destinada ao consumo humano, o tratamento é mais
simples e menos criterioso, mas as especificações da água na saída da estação devem obedecer às normas
ambientais, dependendo do corpo hídrico em que o efluente for descartado. Essa água pode ser reutilizada
em sistemas de arrefecimento (resfriamento) e para geração de vapor nas indústrias.
O principal método de tratamento de esgoto e efluentes é o do lodo ativado, que consiste na degradação dos
materiais orgânicos por bactérias aeróbias.
• Peneiramento ou gradeamento: o esgoto passa por grades e peneiras para retenção de sólidos grandes;
• Caixa de areia: aqui, as areias, mais densas, são separadas do esgoto por decantação;
• Decantação primária: em um decantador primário ocorre a sedimentação das outras partículas sólidas
presentes;
• Aeração: nos tanques de aeração, é inserido ar próximo à entrada de esgoto, fazendo multiplicar os
micro-organismos presentes no esgoto, para que degradem o material orgânico através de seu
metabolismo natural;
• Decantação secundária: após a aeração, o efluente tratado é separado do lodo ativado, que é coagulado
e decantado para o fundo do tanque. Parte desse lodo é retornado ao tanque de aeração para contribuir
com a degradação das impurezas, e o restante é separado para secagem e descarte apropriado. A água
resultante pode ser descartada em um corpo hídrico ou reutilizada.
Química

Esquema de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), https://amigopai.wordpress.com/2015/08/23/tratamento-de-esgoto/


acesso em 03/09/21 às 13h28
Química

Exercícios de fixação

1. Numa das etapas do tratamento de água que abastece uma cidade, a água é mantida durante um certo
tempo em tanques para que os sólidos em suspensão se depositem no fundo. Essa etapa recebe o
nome de:
a) filtração
b) sedimentação
c) sifonação
d) centrifugação
e) cristalização

2. Nos tanques de ___________, é inserido _______ próximo à entrada de esgoto, fazendo multiplicar os
micro-organismos presentes no esgoto, para que degradem o material ___________ através de seu
metabolismo natural.
a) Aeração / ar / orgânico
b) Aeração / ar / inorgânico
c) Pressão / ar / orgânico
d) Pressão / água / inorgânico
e) Aeração / água / orgânico

3. Associe as etapas do processo utilizado nas ETA’s (Estações de tratamento de água) com o
procedimento característico.
Coluna I Coluna II
1- Filtração ( ) adição de cloro para eliminar os germes nocivos à saúde.
2- Floculação ( ) a água é filtrada para a retirada de partículas grandes de sujeira.
3- Decantação ( ) a água fica parada para que os flocos mais pesados se depositem no fundo.
4- Filtros de ( ) sulfato de alumínio é adicionado para que as partículas de sujeira se juntem,
carbono formando pequenos coágulos.
5- Desinfecção ( ) A água passa pelos filtros formados por camadas de areia, carbono e turfa.

a) 2,3,4,5,1
b) 1,2,3,4,5
c) 5,4,3,2,1
d) 4,3,5,1,2
e) 5,1,3,2,4
Química

4. No esquema a seguir temos um recipiente com água barrenta que é deixado em repouso. Com o passar
do tempo, observou-se a deposição do barro no fundo do recipiente. Esse processo é aplicado nas
estações de tratamento de água (ETA) e recebe o nome de:

a) Filtração
b) Floculação
c) Decantação
d) Filtros de carbono
e) Desinfecção

5. A água submetida a tratamento de purificação recebe o flúor, cujo papel é:


a) matar os micro-organismos da água
b) prevenir a cárie dentária
c) melhorar o sabor da água
d) deixar a água mais fácil de ser absorvida
Química

Exercícios de vestibulares

1. (Enem – 2013) Entre as substâncias usadas para o tratamento de água está o sulfato de alumínio que,
em meio alcalino, forma partículas em suspensão na água, às quais as impurezas presentes no meio
se aderem.
O método de separação comumente usado para retirar o sulfato de alumínio com as impurezas
aderidas é a:
a) flotação.
b) levigação.
c) ventilação.
d) peneiração.
e) centrifugação.

2. (PUC – 2016) A água é de suma importância à população, então, é extremamente necessário que essa
água seja tratada de maneira correta. Entende-se o tratamento de água como sendo um conjunto de
procedimentos físicos e químicos para torná-la potável. A figura a seguir mostra as etapas do
tratamento de água utilizado atualmente. A respeito do tratamento de água e das etapas referentes a
esse processo, assinale a alternativa CORRETA.

a) Na etapa da floculação, a água recebe uma substância denominada sulfato de Alumínio,


responsável pela aglutinação dos flocos das impurezas, para que então sejam removidas.
b) Na fase da filtração, a água passa por várias camadas filtrantes, nas quais ocorre a retenção dos
flocos menores que ficaram na decantação, ficando a água livre de todas as impurezas.
c) O sulfato de alumínio, existente na floculação, possui caráter básico, por esse motivo é colocado
cloro na água para diminuir o seu pH.
d) A fluoretação é uma etapa adicional, que poderia ser dispensável, uma vez que já se faz o uso do
sulfato de alumínio.
e) As etapas do tratamento de água: floculação, decantação e filtração, são suficientes para que a
água fique em total condição de uso, não sendo necessária mais nenhuma etapa adicional para
que a água torne-se potável.
Química

3. (Uema 2015) Um noticiário de veiculação nacional apresentou uma matéria sobre racionamento de
água. Na ocasião, o Governador Geraldo Alckmin deu a seguinte declaração: ¯ Na maior estação de
tratamento de São Paulo, a água do volume morto do sistema Cantareira começa a passar por uma
série de processos químicos até se transformar em água potável‖.
Sabe-se que o completo tratamento de água compreende diferentes etapas que incluem processos
químicos e físicos, conforme a ilustração a seguir.
Racionamento de água no sistema Cantareira. Jornal Nacional. São Paulo. TV Globo, 15 mai. 2014. Programa de TV.
(adaptado)

Com base nas informações contidas no texto e na ilustração, as etapas em que são adicionadas
substâncias químicas correspondem às representadas em:
a) AeB
b) A e C.
c) A e D.
d) B e C.
e) E e D.
Química

4. (Enem – 2011) Belém é cercada por 39 ilhas, e suas populações convivem com ameaças de doenças.
O motivo, apontado por especialistas, é a poluição da água do rio, principal fonte de sobrevivência dos
ribeirinhos. A diarreia é frequente nas crianças e ocorre como consequência da falta de saneamento
básico, já que a população não tem acesso à água de boa qualidade. Como não há água potável, a
alternativa é consumir a do rio.
O procedimento adequado para tratar a água dos rios, a fim de atenuar os problemas de saúde
causados por microrganismos a essas populações ribeirinhas é a
a) filtração.
b) cloração.
c) coagulação.
d) fluoretação.
e) decantação.

5. (Enem, LIBRAS – 2017) A figura representa a sequência de etapas em uma estação de tratamento de
água.

Qual etapa desse processo tem a densidade das partículas como fator determinante?
a) Oxidação.
b) Floculação.
c) Decantação.
d) Filtração.
e) Armazenamento.
Química

6. (Enem – 2019) Algumas toneladas de medicamentos para uso humano e veterinário são produzidas
por ano. Os fármacos são desenvolvidos para serem estáveis, mantendo suas propriedades químicas
de forma a atender a um propósito terapêutico. Após o consumo de fármacos, parte de sua dosagem
é excretada de forma inalterada, persistindo no meio ambiente. Em todo o mundo, antibióticos,
hormônios, anestésicos, anti-inflamatórios, entre outros, são detectados em concentrações
preocupantes no esgoto doméstico, em águas superficiais e de subsolo. Dessa forma, a ocorrência de
fármacos residuais no meio ambiente pode apresentar efeitos adversos em organismos aquáticos e
terrestres.
BILA, D. M.; DEZOTTI, M. Fármacos no meio ambiente. Química Nova, v. 26, n. 4, ago. 2003 (adaptado).

Qual ação minimiza a permanência desses contaminantes nos recursos hídricos?


a) Utilização de esterco como fertilizante na agricultura.
b) Ampliação das redes de coleta de esgoto na zona urbana.
c) Descarte dos medicamentos fora do prazo de validade em lixões.
d) Desenvolvimento de novos processos nas estações de tratamento de efluentes.
e) Reúso dos lodos provenientes das estações de tratamento de esgoto na agricultura.

7. (Cesgranrio) Numa das etapas do tratamento da água que abastece uma cidade, a água é mantida
durante um certo tempo em tanques para que os sólidos em suspensão se depositem no fundo. A essa
operação denominamos:
a) filtração.
b) sedimentação.
c) sifonação.
d) centrifugação.
e) cristalização.

8. (USCS/2018-2) No processo de tratamento de água para consumo humano são realizadas etapas para
a remoção de sólidos em suspensão e desinfecção. Essas etapas são, respectivamente:
a) alcalinização e cloração.
b) flotação e fluoretação.
c) dissolução e cloração.
d) decantação e fluoretação.
e) filtração e cloração.
Química

9. (Enem – 2009) Na atual estrutura social, o abastecimento de água tratada desempenha um papel
fundamental para a prevenção de doenças. Entretanto, a população mais carente é a que mais sofre
com a falta de água tratada, em geral, pela falta de estações de tratamento capazes de fornecer o
volume de água necessário para o abastecimento ou pela falta de distribuição dessa água.

http://www.sanasa.com.br. Acesso em: 27 jun. 2008 (adaptado)

No sistema de tratamento de água apresentado na figura, a remoção do odor e a desinfecção da água


coletada ocorrem, respectivamente, nas etapas:
a) 1e3
b) 1e5
c) 2e4
d) 2e5
e) 3e4

10. (Enem – 2014) Para impedir a contaminação microbiana do suprimento de água, deve-se eliminar as
emissões de efluentes e, quando necessário, tratá-lo com desinfetante. O ácido hipocloroso (HClO),
produzido pela reação entre cloro e água, é um dos compostos mais empregados como desinfetante.
Contudo, ele não atua somente como oxidante, mas também como um ativo agente de cloração. A
presença de matéria orgânica dissolvida no suprimento de água clorada pode levar à formação de
clorofórmio (CHCl3) e outras espécies orgânicas cloradas tóxicas
SPIRO, T. G.; STIGLIANI, W. M. Química ambiental. São Paulo: Pearson, 2009 (adaptado).

Visando eliminar da água o clorofórmio e outras moléculas orgânicas, o tratamento adequado é a:


a) filtração, com o uso de filtros de carvão ativo.
b) fluoretação, pela adição de fluoreto de sódio.
c) coagulação, pela adição de sulfato de alumínio.
d) correção do pH, pela adição de carbonato de sódio.
e) floculação, em tanques de concreto com a água em movimento.

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Química

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. B
A Lei da Gravidade favorece o acúmulo de impurezas no fundo do tanque. A água superficial segue então
o tratamento livre dos resíduos mais pesados.

2. A
Nos tanques de aeração, é inserido ar próximo à entrada de esgoto, fazendo multiplicar os micro-
organismos presentes no esgoto, para que degradem o material orgânico através de seu metabolismo
natural.

3. E
A correlação certa das etapas do processo utilizado nas ETA's com o procedimento característicos é:

Coluna I Coluna II
1- Filtração (5) adição de cloro para eliminar os germes nocivos à saúde.
2- Floculação (1) a água é filtrada para a retirada de partículas grandes de sujeira.
3- Decantação (3) a água fica parada para que os flocos mais pesados se depositem no fundo.
(2) sulfato de alumínio é adicionado para que as partículas de sujeira se juntem,
4- Filtros de carbono
formando pequenos coágulos.
5- Desinfecção (4) A água passa pelos filtros formados por camadas de areia, carbono e turfa.

As ETA's são popularmente conhecidas como Estações de Tratamento de Água e podem ser definidas
como os locais onde chega a água de um rio ou manancial de água doce, e lá o fluido é devidamente
tratado.

4. C
O processo ilustrado na figura é a decantação, que também é aplicada nas estações de tratamento de
água e esgoto (ETA). Nessa etapa, os sólidos que se encontram misturados com o líquido sofrem ação
da gravidade e se depositam nos fundos dos tanques de decantação.

5. B
Trata-se da etapa de fluoretação. A função desse processo é prevenir e reduzir a incidência de cárie
dentária, especialmente em menores idades (período de formação dos dentes).

Exercícios de vestibulares

1. A
As partículas adquirem maior densidade por terem mais partículas (de sujeira) aderidas a elas. Por
diferença de densidade, portanto, o “floco” é separado do sistema.
Química

2. A
a) Correta. A floculação é uma etapa do tratamento de água em que um composto químico, no caso o
sulfato de alumínio, aglutina os flocos de sujeira para promover a decantação e então ser removido.
b) Incorreta. Apesar de a filtração reter pequenas partículas que tenham passado da fase da
decantação, existem ainda impurezas, como micro-organismos patogênicos que somente a etapa
de desinfecção é capaz de eliminar.
c) Incorreta. O sulfato de alumínio é formado a partir de uma base fraca e de um ácido forte, sendo,
portanto, um sal com caráter ácido.
d) Incorreta. A função da fluoretação é ajudar na prevenção de cáries dentárias.
e) Incorreta. Depois da filtração, a água ainda passa por outras etapas, dentre elas a cloração, que é
responsável por eliminar micro-organismos patogênicos presentes, e a fluoretação.

3. C
Nas estações de tratamento, a água que será consumida pela população precisa passar por uma série
de etapas que possibilitem eliminar todos os seus poluentes.
Uma dessas etapas é a coagulação ou floculação, em que há o uso de hidróxido de cálcio, conforme a
reação: 3Ca(OH)2 + Al2(SO4)3 → 2Al(OH)3 + 3CaSO4.
O hidróxido de alumínio (Al(OH)3) obtido, que é uma substância insolúvel em água, permite reter em sua
superfície muitas das impurezas presentes na água.
Na etapa A, a adição de cal, nome vulgar do óxido de cálcio (CaO), tem o objetivo de corrigir o pH para
aumentar a eficiência do processo de floculação das partículas em suspensão. A cal reage com os íons
H + para aumentar o pH do meio.
Na etapa D ocorre a adição de hipoclorito de sódio (leigamente conhecido como cloro) para a
desinfecção da água.

4. B
A cloração é usada comumente para desinfecção nos sistemas de tratamento de água e esgoto.

5. C
Na etapa de decantação, as fases imiscíveis, que apresentam densidades diferentes, são separadas pela
ação da gravidade.

6. D
O desenvolvimento de novos processos nas estações de tratamento de efluentes pode minimizar a
permanência desses contaminantes nos recursos hídricos, diminuindo a ocorrência de fármacos
residuais no meio ambiente.

7. B
Tal etapa obedece à Lei da Gravidade, ou seja, favorece o acúmulo de impurezas no fundo do tanque. A
água superficial segue então o tratamento livre dos resíduos mais pesados.

8. E
A retirada dos sólidos em suspensão é uma filtração. Já o processo de desinfecção é feito com a adição
de cloro à água.
Química

9. D
O carvão ativado, presente na etapa 2, tem a função de retirar os odores da água, e o cloro tem a
propriedade de desinfecção, ou seja, ele mata os micro-organismos presentes.

10. A
A filtração por carvão ativado é a melhor resposta. Esse tipo de filtração funciona como adsorvente,
retirando as impurezas de um meio sem interferir em sua composição. Portanto, é possível eliminar o
clorofórmio com carvão ativado, sendo este, inclusive, um componente dos filtros utilizados para tratar
(purificar) água.
Redação

Interpretação do tema e planejamento do texto

Objetivo
Você aprenderá as principais etapas pré-textuais da redação.

Se liga
Quer aprender um pouco mais sobre como a coletânea de textos pode ajudar na prova? Clique aqui.

Curiosidade
Um texto bem planejado é valorizado na Competência 3 da correção do Enem.

Teoria

Você já esteve ou se imaginou em uma situação-limite, como o momento da realização da prova de Redação
no vestibular? É fácil imaginar os “estágios” dessa ocasião tão peculiar em nossas vidas: certa tensão no ar,
o silêncio imperando na sala, os minutos do relógio passando tão lenta e, ao mesmo tempo, tão rapidamente,
num paradoxo angustiante. Nesse contexto, apenas um aspecto vem a sua mente: resolver a prova a todo
custo! Escrever é a regra do jogo, e você deve fazer isso de forma consciente, constante e organizada. Então,
você começa a escrever tudo aquilo que foi aprendido, todas as referências lidas, todas as reflexões feitas
em sala de aula... Enfim, tudo o que você sabe e que diga respeito ao tema proposto pela banca. Desse modo,
a nota atribuída pelo corretor será boa, certo? Errado. Infelizmente, a melhor estratégia não é a descrita acima.

De fato, uma prova de Redação só será corrigida se houver um “caderno de respostas” devidamente
preenchido. No entanto, os alunos têm a (falsa) impressão de que somente no momento em que a caneta é
utilizada na folha de prova é que esta está sendo resolvida. Na verdade, a tarefa de produção textual é muito
mais complexa, e necessita de uma fase “pré-textual” talvez até mais demorada que a fase de escrita em si.
Expliquemos: do mesmo modo que um edifício ou uma viagem, para darem certo, devem ser pensados e
planejados com antecedência (quantos pavimentos vão existir, o perímetro a ser construído, a disposição dos
cômodos, entre outros, no caso do edifício; o meio de transporte utilizado, o número de dias, a programação
a ser “conferida”, no caso da viagem), um texto também só produzirá o efeito esperado se tiver passado por
uma fase de preparação. Essa fase pode ser dividida, para fins didáticos, em quatro etapas distintas, que, se
percorridas com o devido cuidado, permitirão ao candidato um gigantesco salto de qualidade no que tange à
apreciação da banca. Vamos a elas?

1
Redação

As etapas de preparação
Etapa 1: Interpretação da proposta de tema
É preciso ressaltar, antes de tudo, que a primeira etapa talvez seja a mais importante de todas. Isso porque,
se você não tiver conseguido apreender na totalidade aquilo que a banca colocou em discussão, sempre será
aplicado algum tipo de penalidade. Essa “falha” do vestibulando é o que chamamos de fuga ao tema. A fuga
pode ser total ou parcial: no primeiro caso, a redação é anulada pela banca (como corrigir um texto que não
versa sobre o que foi pedido? Como compará-lo com os demais?) e, obviamente, a nota correspondente é
zero; no segundo caso, as possibilidades de erro são inúmeras, com as penalizações variando na mesma
medida.
Para que esse tipo de problema não ocorra, é preciso que nos atentemos a aspectos extremamente
importantes, abaixo discriminados.
1. Dê atenção total a cada uma das palavras que compõem o tema. A banca teve cerca de um ano para
pensar na proposta e, se aquelas palavras foram utilizadas, cada uma delas desempenha uma função
específica dentro do contexto. Para que a apreensão dos sentidos da proposta seja completa –
impedindo que ocorra fuga ao tema – esses sentidos específicos devem ser inter-relacionados para a
composição do todo.

2. Muito cuidado para não confundir tema e assunto. A falta de distinção pode levar o aluno a uma falha
bastante grave. O assunto pode ser uma referência genérica ou um fato específico; o que o diferencia
do tema é que este último é uma discussão direcionada, construída a partir do assunto escolhido. Para
maior entendimento, observe os exemplos abaixo:

Ex. 1 – Assunto: Educação dos surdos


Tema: Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil. (Enem 2017)

Ex. 2 – Assunto: Intolerância religiosa


Tema: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil. (Enem 2016)

Em ambos os exemplos, fica clara a distinção entre tema e assunto. No primeiro, o assunto vem com uma
referência genérica (educação dos surdos), enquanto o tema traz uma discussão mais direcionada, um
recorte em que se questionam os desafios na formação educacional dos surdos, delimitando o Brasil como
o espaço de análise. No segundo, os casos de intolerância religiosa divulgados em 2016 é o assunto usado
como pretexto para trazer à tona a verdadeira discussão: os caminhos para combater, nos dias de hoje, a
intolerância religiosa no Brasil.

Etapa 2: listagem de ideias, exemplos, referências e argumentos


Em síntese, nesta etapa você deve elencar em uma folha de ‘rascunho’ toda e qualquer referência que surgir
acerca do tema abordado. É o que chamamos de brainstorm – tempestade cerebral. Esse trabalho possui
dupla função: primeiro, impedir que uma boa ideia seja esquecida no momento de escrita do texto; segundo,
permitir ao candidato que suas referências sobre o tema sejam mais bem visualizadas e, com isso, a
organização delas possa ser mais eficiente.

2
Redação

Etapa 3: organização e seleção das ideias


Neste momento, você já “passou para o papel” todo o seu conhecimento sobre a proposta de tema. Como
você está bem preparado, as referências são muitas e é praticamente impossível que todas elas façam parte
do texto final sob pena de este tornar-se muito superficial. Por isso, deve-se proceder à seleção das melhores
ideias, organizadas e associadas entre si, de modo a que a máxima coerência possível seja obtida.

Etapa 4: roteiro da redação


Trata-se do último momento pré-textual. Depois de todo o processo anterior, você já deve ter percebido que
alguns “parágrafos” começam a se definir. Agora, é necessário preparar as linhas gerais da introdução, a
ordem mais adequada para os parágrafos argumentativos que vão compor o desenvolvimento e o
encaminhamento da conclusão.

Somente depois de observadas essas quatro etapas é que o candidato deverá começar a escrever. Lembre-
se: quanto mais tempo for investido no planejamento do texto, menos tempo será gasto na escritura
propriamente dita. Isso porque um texto bem planejado “flui” muito mais do que aquele feito “na hora” – em
que o aluno acaba “empacando” inúmeras vezes.

Dica: O “descanso" do texto


Nos meios acadêmico e literário, fala-se muito do processo de “deixar o texto dormir” ou “colocar o texto para
descansar”. Em poucas palavras, isso significa que devemos, em certo momento, deixar a nossa produção de
lado por um instante, a fim de avaliá-la com certo distanciamento, certa frieza, facilitando a identificação de
erros.
Na redação do vestibular, essa estratégia é bem interessante, uma vez que o aluno, depois de tanto ler o
mesmo texto pronto, não percebe muitos defeitos na argumentação e na própria forma (letras “comidas”,
pontuações equivocadas, palavras repetidas, etc).
O processo é simples: o candidato pode finalizar a etapa de rascunho, deixar o texto de lado e se dedicar a
certo número de questões da prova. Depois de algum tempo, pode, por fim, voltar ao texto e, com certeza,
perceberá os problemas antes escondidos e deixará a redação mais “polida”. Experimente fazer isso.

No link a seguir, há um exemplo de como os professores do Descomplica sugeriram o planejamento textual


para o tema de 2016: “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”. Veja aqui.

3
Redação

Exercícios de fixação

Leia o excerto e responda às questões a seguir:

TRAGÉDIA DA VALE EM BRUMADINHO


O que fazer quando empresas matam
Países têm o desafio de fazer com que grandes corporações, com receitas muitas vezes superiores a PIBs,
respeitem os direitos humanos e sejam punidas por suas violações. Legislações, tratados e convenções
focam na penalização de Estados e indivíduos.
Disponível em: https://brasil.elpais.com

Em 2019, o Brasil acompanhou a tragédia em Brumadinho, com mais de 200 mortos. Mais recentemente, em
Fortaleza, um prédio desabou e deixou 9 mortos. Em situações como essas, quem deve responder pelos
danos e prejuízos? A quem cabe a responsabilidade: ao poder público, aos empresários, aos fiscais? Escreva
um texto dissertativo-argumentativo acerca da responsabilidade sobre esses desastres, suas consequências
e o que deve ser feito para evitar novas tragédias.

1. A partir da leitura da coletânea e da proposta de redação, quais são as expectativas da banca em


relação ao tema proposto?

2. Diferentemente do modelo Enem, a proposta acima não apresentou uma frase tema bem definida. Com
as suas palavras, elabore uma frase que sintetize o pedido da banca.

3. Quais informações presentes na coletânea de texto seriam relevantes para a escrita da redação?

4. Faça uma seleção de ideias com referências que possam ser utilizadas nesse tema.

5. Determine, com as suas palavras, qual é o assunto e o tema da proposta solicitada.

4
Redação

Exercícios de vestibulares

TEMA 1
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre
o tema “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite
os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para
defesa de seu ponto de vista.

Texto I
No dia da primeira exibição pública de cinema — 28 de dezembro de 1895, em Paris —, um homem de teatro
que trabalhava com mágicas, Georges Mélies, foi falar com Lumière, um dos inventores do cinema; queria
adquirir um aparelho, e Lumière desencorajou-o, disse-lhe que o “Cinematógrapho” não tinha o menor futuro
como espetáculo, era um instrumento científico para reproduzir o movimento e só poderia servir para
pesquisas. Mesmo que o público, no início, se divertisse com ele, seria uma novidade de vida breve, logo
cansaria. Lumière enganou-se. Como essa estranha máquina de austeros cientistas virou uma máquina de
contar estórias para enormes plateias, de geração em geração, durante já quase um século?
BERNARDET, Jean-Claude. O que é Cinema. In BERNARDET, Jean-Claude; ROSSI, Clóvis. O que é Jornalismo, O que é Editora, O que
é Cinema. São Paulo: Brasiliense, 1993

Texto II
Edgar Morin define o cinema como uma máquina que registra a existência e a restitui como tal, porém levando
em consideração o indivíduo, ou seja, o cinema seria um meio de transpor para a tela o universo pessoal,
solicitando a participação do espectador.
GUTFREIND, C. F. O filme e a representação do real. E-Compós, v. 6, 11, 2006 (adaptado).

Texto III

Disponível em: www.meioemensagem.com. Acesso em: 12 jun. 2019 (adaptado)

5
Redação

Texto IV
O Brasil já teve um parque exibidor vigoroso e descentralizado: quase 3 300 salas em 1975, uma para cada
30 000 habitantes, 80% em cidades do interior. Desde então, o país mudou. Quase 120 milhões de pessoas a
mais passaram a viver nas cidades. A urbanização acelerada, a falta de investimentos em infraestrutura
urbana, a baixa capitalização das empresas exibidoras, as mudanças tecnológicas, entre outros fatores,
alteraram a geografia do cinema. Em 1997, chegamos a pouco mais de 1 000 salas. Com a expansão dos
shopping centers, a atividade de exibição se reorganizou. O número de cinemas duplicou, até chegar às atuais
2 200 salas. Esse crescimento, porém, além de insuficiente (o Brasil é apenas o 60º país na relação habitantes
por sala), ocorreu de forma concentrada. Foram privilegiadas as áreas de renda mais alta das grandes
cidades. Populações inteiras foram excluídas do universo do cinema ou continuam mal atendidas: o Norte e
o Nordeste, as periferias urbanas, as cidades pequenas e médias do interior.
Disponível em: https://cinemapertodevoce.ancine.gov.br.

TEMA 2
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de
sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema
Publicidade infantil em questão no Brasil, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.

Texto I
A aprovação, em abril de 2014, de uma resolução que considera abusiva a publicidade infantil, emitida pelo
Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), deu início a um verdadeiro cabo de
guerra envolvendo ONGs de defesa dos direitos das crianças e setores interessados na continuidade das
propagandas dirigidas a esse público.
Elogiada por pais, ativistas e entidades, a resolução estabelece como abusiva toda propaganda dirigida à
criança que tem “a intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou serviço” e que utilize
aspectos como desenhos animados, bonecos, linguagem infantil, trilhas sonoras com temas infantis, oferta
de prêmios, brindes ou artigos colecionáveis que tenham apelo às crianças.
Ainda há dúvidas, porém, sobre como será a aplicação prática da resolução. E associações de anunciantes,
emissoras, revistas e de empresas de licenciamento e fabricantes de produtos infantis criticam a medida e
dizem não reconhecer a legitimidade constitucional do Conanda para legislar sobre publicidade e para impor
a resolução tanto às famílias quanto ao mercado publicitário. Além disso, defendem que a
autorregulamentação pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) já seria uma
forma de controlar e evitar abusos.
IDOETA, P. A.; BARBA, M. D. A publicidade infantil deve ser proibida? Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 23 maio 2014
(adaptado).

6
Redação

Texto II

Texto III
Precisamos preparar a criança, desde pequena, para receber as informações do mundo exterior, para
compreender o que está por trás da divulgação de produtos. Só assim ela se tornará o consumidor do futuro,
aquele capaz de saber o que, como e por que comprar, ciente de suas reais necessidades e consciente de
suas responsabilidades consigo mesma e com o mundo.
SILVA, A. M. D.; VASCONCELOS, L. R. A criança e o marketing: informações essenciais para proteger as crianças dos apelos do
marketing infantil. São Paulo: Summus, 2012 (adaptado).

A partir da leitura dos temas apresentados:

1. Identifique o assunto das propostas temáticas.

2. Faça a interpretação dos temas.

3. Liste ideias, argumentos, referências e exemplos.

4. Organize as ideias selecionadas.

5. Esboce o roteiro de um dos temas.

7
Redação

TEMA 3
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo da sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre
o tema “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”, apresentando proposta de intervenção
que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e
fatos para a defesa de seu ponto de vista.

Texto I

CAPÍTULO IV
DO DIREITO À EDUCAÇÃO
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo
em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento
possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características,
interesses e necessidades de aprendizagem.
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação
de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e
discriminação.
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:
[...]
IV – oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade escrita da língua
portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas; [...]
XII – oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma a
ampliar habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e participação.
BRASIL Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 9 jun. 2017 (fragmento).

Texto II Texto III

8
Redação

Texto IV
No Brasil, os surdos só começaram a ter acesso à educação durante o Império, no governo de Dom Pedro II,
que criou a primeira escola de educação de meninos surdos, em 26 de setembro de 1857, na antiga capital
do País, o Rio de Janeiro. Hoje, no lugar da escola funciona o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines).
Por isso, a data foi escolhida como Dia do Surdo.
Contudo, foi somente em 2001, por meio da sanção da Lei nº 10.436, que a Língua Portuguesa de Sinais
(Libras) foi reconhecida como segunda língua oficial no País. A legislação determinou também que devem
ser garantidas, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas
institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Libras como meio de comunicação objetiva.
Disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 9 jun. 2017 (adaptado).

A partir da leitura da coletânea de textos e da frase-tema:

6. Identifique o assunto da proposta temática e faça a interpretação do tema.

7. Sintetize as informações presentes no texto I, II, III e IV.

8. Liste ideias, argumentos, referências e exemplos.

9. Organize as ideias selecionadas.

10. Esboce o roteiro da redação.

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9
Redação

Gabaritos
Exercícios de fixação

1. A proposta pede que o texto busque uma argumentação que sustente quem é o responsável pelas
tragédias como a de Brumadinho. Assim, é necessário escolher, dentre as opções, poder público,
empresários, fiscais, qual/quais é/são o(s) responsável(is). Isso comporá a tese, que deverá ser
sustentada a partir de argumentos coerentes. O trecho do texto do “El País”, apresentado como base na
proposta, pode ser usado para pensar na responsabilização das empresas diante das tragédias.

2. Sugestão: “A responsabilidade sobre os desastres ambientais no Brasil e a necessidade de evitá-los.”

3. Tendo o texto dissertativo-argumentativo como o gênero solicitado pela banca, o objetivo é convencer o
leitor sobre uma determinada opinião. Nesse caso, para fundamentar o ponto de vista, pode-se utilizar a
própria referência ao deslizamento de Brumadinho.

4. Como referência ao tema sobre os desastres no Brasil: tragédia em Mariana e Brumadinho;


derramamento de óleo no litoral brasileiro. Além disso, como estratégia argumentativa para comprovar
a questão da responsabilidade sobre esses desastres, vale ressaltar a Lei de Crimes Ambientais e a
Política Nacional do Meio Ambiente.

5. O assunto da proposta solicitada é a questão dos desastres ambientais no território brasileiro, e a


restrição é acerca da culpabilização desses desastres e soluções para evitar novos.

Exercícios de vestibulares

1. Tema 1: Assunto – cinema e democratização


Tema 2: Assunto – publicidade infantil

2. Tema 1: Por meio da leitura da frase-tema é possível perceber o recorte feito pela banca. O assunto é
sobre o cinema, mas o tema pede que sejam analisados os limites e a facilitação do acesso ao meio de
cultura na atualidade, de modo a garantir uma crítica sobre a desigualdade.

Tema 2: A partir da leitura da frase-tema e da coletânea, é possível identificar que o assunto é a


publicidade infantil e o tema possui apenas o recorte no cenário brasileiro. Dessa forma, o aluno deveria,
com auxílio da coletânea de textos, identificar um caminho a ser seguido. No primeiro texto da coletânea,
fala-se sobre as publicidades persuasivas, direcionadas às crianças, que são consideradas abusivas. O
texto II apresenta um gráfico sobre a publicidade para as crianças no mundo e informa que no Brasil há
uma autorregulamentação, pois como não há leis nacionais, o setor cria normas e faz acordos com o
governo. Já o texto III aborda como a criança deve ser preparada para receber informações para poder
tornar-se um consumidor no futuro. Levando em consideração as informações analisadas, deveria ser
pensado como o Brasil não possui leis para a publicidade infantil e propagandas abusivas que visam
persuadir os seus leitores (crianças).

3. Tema 1: o acesso ao cinema não é igualitário, uma vez que, na atualidade, se disponibilizam em
shoppings e locais de difícil acesso; não há cinema em todos os estados do país; as regiões NE e N são
as mais afetadas.

Tema 2: excesso de publicidades infantis persuasivas em mídias (TV, internet); comerciais de produtos
infantis com referência a personagens infantis; restaurantes fast-foods com brinquedos; falta de leis que
regulamentam a publicidade para crianças no Brasil.

10
Redação

4. Tema 1: Devido à captação de espaços culturais em shoppings, o acesso ao cinema se tornou cada vez
mais monetizado e difícil, uma vez que atualmente possui um valor agregado sobre a disseminação do
meio de arte e é atrelado aos grandes espaços de consumo, que não residem em todo o território
brasileiro, gerando desigualdade.

Tema 2: falta de regulamentação das publicidades infantis, excesso de publicidade voltada para as
crianças.

5. Sugestão para roteiro do tema 1: Introdução – grupos mais pobres são afetados diretamente pela
ausência de democratização do acesso ao cinema no Brasil;
Argumento 1 – em ambientes urbanos, há a concentração de cinemas em shoppings e áreas socialmente
privilegiadas;
Argumento 2 – efeitos negativos da falta de acesso à cultura por parte da população;
Solução – incentivo governamental de construção de cinemas em ambientes não restritos à shoppings,
a fim de pluralizar esse espaço e incentivar o acesso ao lazer e à cultura.

Sugestão para roteiro do tema 2: Introdução – Existem, hoje, muitas propagandas voltadas ao público
infantil, de alimentos a brinquedos.
Argumento 1 – não há regulamentação de leis sobre as publicidades direcionadas às crianças;
Argumento 2 – devido à falta de maturidade, as crianças não conseguem bloquear a persuasão feita
pelas publicidades.
Solução – o governo deve criar uma lei efetiva, e é papel da família promover o senso crítico da criança
como futuro consumidor.

6. Tema: Educação dos surdos. A frase-tema apresentada faz um recorte para que sejam abordados os
desafios que os surdos enfrentam na formação educacional e apresenta o Brasil como o espaço de
análise acerca desse problema.

7.
● O texto I é um fragmento da Lei nº 13.146, que aborda os direitos à educação. Nela é previsto que a
educação é um direito da pessoa com deficiência, assegurado em um sistema inclusivo, sendo dever
do Estado, da família e da comunidade escolar assegurar educação de qualidade a eles. Além disso,
deve-se garantir educação bilíngue, em Libras como primeira língua; oferta de ensino do Sistema
Braille e uso de recursos de tecnologia, com o objetivo de promover a autonomia e participação dos
alunos.
● De acordo com o gráfico apresentado no texto II, desde o ano de 2011 há uma queda no número de
matrículas de surdos na Educação Básica, tanto em classes comuns, quanto em classes especiais ou
em escolas inclusivas.
● A publicidade do texto III apresenta a informação que um homem surdo possui pós-graduação, ou
seja, conseguiu uma continuidade em sua formação; entretanto, questiona se nas empresas há
espaço para pessoas com deficiência (PCD).
● No texto IV são apresentadas informações sobre o percurso percorrido ao longo dos anos pelos
surdos. Apresenta o dia 26 de setembro como Dia do Surdo, visto que, em 1857, essa data foi
importante pela criação da primeira escola de educação de meninos surdos, hoje, atual Instituto
Nacional de Educação de Surdos (Ines), além de mostrar que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é
a segunda língua oficial do país desde 2012.

8. Constituição – liberdade e igualdade; Princípio de Equidade de Aristóteles; uma escola específica para
surdos no RJ – Ines; licenciatura – disciplina de libras obrigatória; poucas escolas oferecem Libras como
disciplina aos alunos do Ensino Fundamental; Paulo Freire – escola como instituição integradora e crítica
aos estudantes.

9. Liberdade e igualdade não são aplicadas na prática; o futuro professor precisa saber Libras, mas não
adianta somente o professor, se os alunos não forem bilíngues também; poucas escolas especializadas

11
Redação

no ensino de alunos surdos, além de serem restritas à região metropolitana; falta de oportunidades para
continuar a formação acadêmica.

10. Introdução: Pilares da democracia (liberdade e igualdade) + as máximas não são aplicadas;
Argumento 1: Obstáculo na formação dos profissionais especializados.
Argumento 2: Barreiras na inclusão dos surdos no ambiente escolar.
Solução: Ensino de LIBRAS obrigatório desde o EFII e capacitação e formação contínua aos profissionais
da educação.

12
Sociologia

Auguste Comte e o positivismo

Objetivo
Você aprenderá sobre o processo de formação da Sociologia, a proposta teórico-metodológica de Comte e o
positivismo.

Curiosidade
Apesar de defender que a ciência é a única forma válida de conhecimento, Comte propõe a fundação de uma
nova religião, a religião humanista.

Teoria

Auguste Comte
O filósofo francês Augusto Comte (1798 – 1857) é considerado um dos fundadores da Sociologia e o pai de
uma corrente de pensamento denominada de positivismo. Essa corrente de pensamento defendia, em grande
medida, a aplicação de métodos científicos baseados na experimentação como única forma de proporcionar
um conhecimento verdadeiro sobre a sociedade. Assim, Comte se esforça por delimitar o campo de estudo
da Sociologia, tendo sido influenciado profundamente por acontecimentos históricos de sua época, como a
Revolução Francesa e a Revolução Industrial.
Comte observou esse processo de formação dos grandes centros urbanos, e pôde refletir sobre fenômenos
sociais absolutamente novos que surgiram em razão das modificações ocorridas na sociedade europeia da
época. De acordo com a teoria de Comte, o estudo da sociedade deve ser tão rigoroso quanto, por exemplo,
o estudo empreendido pelas ciências naturais. Assim, a ciência da sociedade deve ser rigorosa, baseando-se
sempre na experimentação a fim de explicar corretamente os fenômenos sociais.

Positivismo
Quando a ciência passou a ser o principal meio de explicar o mundo e os fenômenos que nos cercam, ela
mudou a interpretação da realidade. Várias transformações são resultado da interferência dessa
interpretação alterada, como a nossa percepção sobre a política ou como organizamos a produção de bens.
Vários dilemas surgiram entre o século XVIII e XIX como efeito dessas transformações. A ciência foi
ganhando cada vez mais destaque como ferramenta de solução desses dilemas.

Defendida pelo Iluminismo como imparcial e racional, a ciência era cada vez mais usada como instrumento
de organização social. O senso comum, tipo de conhecimento característico do Antigo Regime, era
gradualmente rejeitado. A crítica ao senso comum e outras formas de conhecimento, e a eleição da ciência
como guia do ser humano foi o terreno fértil para o surgimento de uma corrente filosófica conhecida como
Positivismo. Essa corrente defende uma posição radical: todo conhecimento que não seja científico é inútil.
A única forma de produção do conhecimento digna de ser perseguida é a científica. Os problemas da
humanidade só seriam dissolvidos em plenitude através da ciência.

1
Sociologia

Criação da Sociologia
Nos seus primeiros escritos, Comte já esboçava formar uma nova ciência, a Sociologia, que recebeu
inicialmente o nome de Física Social. O objetivo primeiro de Comte, com sua recém-criada área do
conhecimento, não era apenas interpretar os fenômenos sociais e as transformações abruptas observadas
em seu tempo. Ele pretendia criar uma ciência capaz de produzir soluções para os problemas sociais que
causavam o mal-estar das revoluções, principalmente a Revolução Industrial, que teve como consequência
imediata a explosão demográfica, o desemprego, a miséria, a violência e o acirramento da desigualdade
social. A partir de um método científico afinado com o praticado nas ciências da natureza, Comte acreditava
que seria possível encontrar as leis que regiam o funcionamento da sociedade e assim a ajustar. Essa visão
é fruto da visão de Comte sobre o que homem havia criado de mais profundo e organizado, a observação e o
trabalho científico.

O principal lema do positivismo é “o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”. Buscando a
formação de uma sociedade fraterna e solidária, Comte desenvolveu uma Sociologia dividida em duas partes,
a estática social e a dinâmica social. A estática era responsável por estudar elementos estruturais, leis gerais
que criam condições de manutenção social. Estava ligada à ordem. Já a dinâmica estudava a mudança e a
transformação, buscando compreender a evolução social e a passagem a novos estágios. Estava ligada ao
progresso.

Teoria dos três estados: ordem e desenvolvimento


Comte defende que a história do pensamento humano progredia em estágios. O espírito humano, então,
desenvolve-se através de três fases principais, a saber: a teológica, a metafísica e a positiva. No estágio
teológico, o espírito humano ainda está muito mais voltado para crenças do que propriamente para o uso da
ciência como forma de construção do conhecimento. A fase teológica, então, está relacionada com uma
tentativa de explicação do mundo a partir da imaginação, apelando comumente para deuses e entes
sobrenaturais a fim de explicar a realidade.

A fase metafísica, exemplificada pelo período histórico do Renascimento, está relacionada com uma
explicação da realidade, não em termos imaginativos, como na fase teológica, mas em termos naturais. No
lugar da imaginação, surge a argumentação metafísica, que questiona as explicações que se baseiam em
entes sobrenaturais. Já o estado positivo é marcado pela observação como forma de entendimento da
realidade, o que ocorre através da experimentação própria do método científico. Para Comte o conhecimento
científico é superior e o único válido para organizar a sociedade e as relações humanas.

2
Sociologia

Exercícios de Fixação

1. Qual o principal objetivo da Sociologia de Auguste Comte?


a) Entender a motivação por trás das ações dos indivíduos
b) Promover o aperfeiçoamento da sociedade
c) Gerar condições para uma revolução social
d) Compreender e interpretar as dinâmicas sociais

2. Quais são os três estágios sociais apresentados por Comte e qual a diferença entre eles?

3. Para Comte a Sociologia deveria seguir o espírito das ciências naturais, buscando:
a) Regularidade e aleatoriedade
b) Previsibilidade e refutabilidade
c) Confiabilidade e ordem
d) Previsibilidade e regularidade

4. Segundo Comte, a sociedade e seus dirigentes deveriam buscar sempre:


a) Promover a ordem e o progresso
b) Permitir o conflito como superação das diferenças
c) Provocar rupturas revolucionárias visando o desenvolvimento social
d) Ser conservadores e impedir qualquer tipo de evolução sob pena de desestabilizar a sociedade

5. Qual o único tipo de conhecimento válido para Comte e por quê?

3
Sociologia

Exercícios de vestibulares

1. (Unicentro, 2011) Para Augusto Comte, uma das funções da Sociologia ou Física Social era encontrar
leis sociais que conduzissem o progresso da humanidade. Sobre os estágios do progresso social
discutidos pelo autor, é correto afirmar:
a) O estágio teológico nega a existência de apenas uma explicação divina para os fenômenos
naturais e sociais.
b) O positivismo é o estágio superior do progresso social, porque se sustenta nos métodos
científicos.
c) O estágio mais simples é o mítico, seguido pelo teológico e pelo científico, que é o mais elaborado.
d) O primeiro estágio do conhecimento é o metafísico, em que conceitos abstratos explicam o
mundo.
e) A Europa exemplificava uma sociedade em estado de desenvolvimento teológico.

2. (Unicentro, 2010) “O nome “positivismo” tem sua origem no adjetivo “positivo”, que significa certo,
seguro, definitivo. Como escola filosófica, derivou do “cientificismo”, isto é, da crença no poder
dominante e absoluto da razão humana em conhecer a realidade e traduzi-la sob a forma de leis que
seriam a base da regulamentação da vida do homem, da natureza e do próprio universo. Com esse
conhecimento pretendia-se substituir as explicações teológicas, filosóficas e de senso comum por
meio das quais - até então - o homem explicaria a realidade e a sua participação nela”
(COSTA, Cristina. Sociologia: introdução a ciência da sociedade. São Paulo, 2005, p.72.).

Sobre o positivismo assinale a alternativa correta.


a) O positivismo, teoria criada por Auguste Comte, pregava a cientifização do pensamento e do
estudo humano, visando à obtenção de resultados claros, objetivos e completamente correto.
b) O positivismo não derivou de nenhum método de investigação das ciências da natureza e sim criou
o seu próprio método investigativo.
c) O positivismo foi uma teoria criada por Émile Durkheim para explicar os fatos sociais.
d) O positivismo baseava suas explicações nas explicações teológicas, filosóficas e de senso
comum.
e) O positivismo não busca a certeza de nada e se baseia em explicações abstratas.

3. (UPE) Dentre os principais autores articuladores da Sociologia na sua fase inicial de desenvolvimento,
é CORRETO citar os nomes de
a) Marx e Foucault.
b) Comte e Durkheim.
c) Descartes e Marx.
d) Aristóteles e Comte.
e) Durkheim e Chartier.

4
Sociologia

4. (Unicentro, 2016) Leia o texto a seguir e responda à questão.

A sociologia não é obra de um único filósofo ou cientista, mas o resultado da elaboração de um


conjunto de pensadores que se empenharam em compreender as novas situações de existência
inauguradas pelas transformações ocorridas nos séculos XVII, XVIII e XIX. Enquanto conhecimento
científico, voltado para a explicação da evolução da natureza humana e progresso da sociedade, a
sociologia aparece com Auguste Comte, em um contexto histórico que coincide com os derradeiros
momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista.
(Adaptado de: MARTINS, C. R. O que é sociologia. São Paulo: Brasiliense, 1982. p.10-16.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a sociologia de Auguste Comte, assinale a alternativa
correta.

a) A perspectiva positivista de Comte apresenta um método de análise baseado na doutrina


individualista e teológica.
b) A sociologia de Comte, ao desvendar o mundo, estabelece uma visão crítica e negativa da
sociedade capitalista.
c) A sociologia de Comte, através de uma teoria positiva da sociedade, propõe a reorganização e a
estabilização da nova ordem social.
d) O conhecimento sociológico, para Comte, constitui um instrumento para o estabelecimento da
hegemonia dos trabalhadores.
e) Os princípios positivistas da sociologia de Comte defendem a propagação da liberdade absoluta
na sociedade industrial.

5. (UEM, 2011) O evolucionismo social do século XIX teve um papel fundamental na constituição da
sociologia como ramo científico. Sobre essa corrente de pensamento, que reunia autores como
Augusto Comte e Herbert Spencer, assinale o que for correto.
a) O evolucionismo define que as estruturas, naturais ou sociais, passam por processo de
diferenciação e integração que levam ao seu aprimoramento.
b) O evolucionismo propõe que a evolução das sociedades ocorre em estágios sucessivos de
racionalização.
c) O evolucionismo considera o Estado Militar como a forma mais evoluída de organização social,
fundamentada na cooperação interna e obrigatória.
d) O evolucionismo rejeita o modelo político e econômico liberal, baseado na livre iniciativa e no
laissez-faire, considerando-o uma orientação contrária à evolução social.
e) O evolucionismo defende a unidade biológica e cognitiva da espécie humana, independente de
variações particulares.

5
Sociologia

6. (Uel, 2015) Leia o texto a seguir.


Até o século XVIII, a maioria dos campos de conhecimento, hoje enquadrados sob o rótulo de ciências,
era ainda, como na Antiguidade Clássica, parte integral dos grandes sistemas filosóficos. A
constituição de saberes autônomos, organizados em disciplinas específicas, como a Biologia ou a
própria Sociologia, envolverá, de uma forma ou de outra, a progressiva reflexão filosófica, como a
liberdade e a razão.
QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. O.; OLIVEIRA, M. G. M. Um Toque de Clássicos: Marx, Durkheim e Weber. BH: UFMG, 2002.

Com base nos conhecimentos sobre o surgimento da Sociologia, assinale a alternativa que apresenta,
corretamente, a relação entre conhecimento sociológico de Auguste Comte e as ideias iluministas.
a) A ideia de desenvolvimento pela revolução social foi defendida pelo Iluminismo, que influenciou o
Positivismo.
b) A crença na razão como promotora do progresso da sociedade foi compartilhada pelo Iluminismo
e pelo Positivismo.
c) O Iluminismo forneceu os princípios e as bases teóricas da luta de classes para a formulação do
Positivismo.
d) O reconhecimento da validade do conhecimento teológico para explicar a realidade social é um
ponto comum entre o Iluminismo e o Positivismo.
e) Os limites e as contradições do progresso para a liberdade humana foram apontados pelo
Iluminismo e aceitos pelo Positivismo.

7. (Ufu, 2010) A sociologia surge em um período em que o fazer científico encontrava-se influenciado por
algumas teses desenvolvidas durante o século XIX. Herbert Spencer, Charles Darwin e Auguste Comte,
por exemplo, tiveram grande importância para o pensamento sociológico. O primeiro, por aplicar às
ciências humanas o evolucionismo, mesmo antes das teses revolucionárias sobre a seleção das
espécies do segundo. Com relação a Comte, houve a influência de seu “espírito positivo” na formação
dos muitos intelectuais do período.

Sobre as ideias de evolução e progresso e seu impacto no pensamento sociológico, podemos afirmar
que:
a) A ideia de progresso, apesar de ter grande influência na área das ciências naturais, não teve
impacto decisivo na constituição da sociologia.
b) A ideia de evolução foi uma das palavras de ordem do período, mas a sociologia rejeitou a sua
adoção, assim como qualquer comparação entre seus efeitos no reino natural e no mundo social.
c) A explicação sociológica procurou, desde o seu início, afastar-se de qualquer forma de
determinismos, fossem biológicos ou geográficos, pois se contrapunha fortemente às explicações
de cunho evolucionista.
d) Em sua busca por constituir-se como disciplina, a sociologia passou pela valorização e
incorporação dos métodos das ciências da natureza, utilizando metáforas organicistas, assim
como conferindo ênfase à noção de função.

6
Sociologia

8. (UEG, 2013) A sociologia nasce no séc. XIX após as revoluções burguesas sob o signo do positivismo
elaborado por Augusto Comte. As características do pensamento comtiano são:
a) a sociedade é regida por leis sociais tal como a natureza é regida por leis naturais; as ciências
humanas devem utilizar os mesmos métodos das ciências naturais e a ciência deve ser neutra.
b) a sociedade humana atravessa três estágios sucessivos de evolução: o metafísico, o empírico e o
teológico, no qual predomina a religião positivista.
c) a sociologia como ciência da sociedade, ao contrário das ciências naturais, não pode ser neutra
porque tanto o sujeito quanto o objeto são sociais e estão envolvidos reciprocamente.
d) o processo de evolução social ocorre por meio da unidade entre ordem e progresso, o que
necessariamente levaria a uma sociedade comunista.

9. (Unioeste, 2012) A filosofia da História – o primeiro tema da filosofia de Augusto Comte – foi
sistematizada pelo próprio Comte na célebre “Lei dos Três Estados” e tinha o objetivo de mostrar porque
o pensamento positivista deve imperar entre os homens. Sobre a “Lei do Três Estados” formulada por
Comte, é correto afirmar que
a) Augusto Comte demonstra com essa lei que todas as ciências e o espírito humano desenvolvem-
se na seguinte ordem em três fases distintas ao longo da história: a positiva, a teológica e a
metafísica.
b) na “Lei dos Três Estados” a argumentação desempenha um papel de primeiro plano no estado
teológico. O estado teológico, na sua visão, corresponde a uma etapa posterior ao estado positivo.
c) o estado teológico, segundo está formulada na “Lei dos Três Estados”, não tem o poder de tornar
a sociedade mais coesa e nenhum papel na fundamentação da vida moral.
d) o estado positivista apresenta-se na “Lei dos Três Estados” como o momento em que a observação
prevalece sobre a imaginação e a argumentação, e na busca de leis imutáveis nos fenômenos
observáveis.
e) para Comte, o estado metafísico não tem contato com o estado teológico, pois somente o estado
metafísico procura soluções absolutas e universais para os problemas do homem.

7
Sociologia

10. (UFRGS, 2012) Tanto Augusto Comte quanto Karl Marx identificam imperfeições na sociedade
industrial capitalista, embora cheguem a conclusões bem diferentes: para o positivismo de Comte, os
conflitos entre trabalhadores e empresários são fenômenos secundários, deficiências, cuja correção é
relativamente fácil, enquanto, para Karl Marx, os conflitos entre proletários e burgueses são o fato mais
importante das sociedades modernas.

A respeito das concepções teóricas desses autores, é CORRETO afirmar:


a) Comte pensava que a organização científica da sociedade industrial levaria a atribuir a cada
indivíduo um lugar proporcional à sua capacidade, realizando-se assim a justiça social.
b) Comte considera que a partir do momento em que os homens pensam cientificamente, a atividade
principal das coletividades passa a ser a luta de classes que leva necessariamente à resolução de
todos os conflitos.
c) Marx acredita que a história humana é feita de consensos e implica, por um lado, o antagonismo
entre opressores e oprimidos; por outro lado, tende a uma polarização em dois blocos: burgueses
e proletários.
d) Para Karl Marx, o caráter contraditório do capitalismo manifesta-se no fato de que o crescimento
dos meios de produção se traduz na elevação do nível de vida da maioria dos trabalhadores
embora não elimine as desigualdades sociais.
e) Tanto Augusto Comte quanto Karl Marx concordam que a sociedade capitalista industrial expressa
a predominância de um tipo de solidariedade, que classificam como orgânica, cujas
características se refletirão diretamente em suas instituições.

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8
Sociologia

Gabaritos
Exercícios de fixação
1. B
Para Comte, a Sociologia tinha a mesma função que movia as ciências naturais desde a revolução
científica (e posteriormente com o projeto iluminista): entender seu objeto de estudo para o dominar e
controlar. Assim, a sociedade poderia ser aperfeiçoada.

2. Teológico – não é baseado na razão, mas na crença.


Metafísico – é racional, porém não se dedica à verificação e comprovação.
Positivo – é baseado na afirmação, na verificação e confirmação dos fatos pela investigação científica.

3. D
Previsibilidade e regularidade guiam as ciências naturais nas suas investigações sobre o funcionamento
do mundo. Assim, Comte acredita que a Sociologia deveria buscar esses elementos na dinâmica social.

4. A
Para Comte, toda sociedade deveria buscar a manutenção da ordem no seu funcionamento. Um
ambiente caótico ou de rupturas não permite o desenvolvimento e o progresso.

5. O conhecimento científico, pois este é o único conhecimento positivo, ou seja, verificável e verdadeiro.
Só um conhecimento com essas características pode guiar a humanidade rumo ao progresso.

Exercícios de vestibulares

1. B
Auguste Comte desenvolveu a sua teoria baseada em três estágios: teológico, metafísico e positivo. O
último seria marcado pelo apogeu dos anteriores. Seria sua característica a busca por conexões
regulares através da observação dos fenômenos, com o objetivo final de estabelecer leis racionais sobre
eles, tendo como base a perspectiva científica das ciências exatas.

2. A
O Positivismo era cientificista, acreditava na superioridade epistemológica do conhecimento científico,
único capaz de produzir mecanismos válidos de verificação da veracidade de suas proposições. Todos
os outros métodos de produzir conhecimento eram incertos.

3. B
O autor fundante da sociologia como ciência, apresentando método e pressupostos próprios para o
estudo científico da sociedade, é Durkheim. Por sua vez, suas ideias e maneiras de enxergar a análise
social derivam dos estudos de Auguste Comte e de sua filosofia positiva. São, portanto, esses dois
autores considerados primordiais no primeiro momento do estudo sociológico.

4. C
A proposta comteana não é apenas de interpretação da sociedade, é de compreensão para
aperfeiçoamento. Assim como as ciências naturais desvelaram as leis gerais de suas áreas e isso
permitiu o progresso social, a Sociologia deveria oferecer condições para a evolução das sociedades.

5. B
A alternativa “B” é a correta. O evolucionismo social define que os estágios anteriores de primitivismo
social só são superados mediante a racionalização do mundo e do ser humano, em uma lógica
eurocêntrica que via o restante do mundo como “bárbaros” ou “primitivos”.

9
Sociologia

6. B
O positivismo de Comte pode ser considerado um herdeiro do Iluminismo por radicalizar a adesão à
razão como forma de produção de conhecimento válido. No positivismo, nenhuma outra forma de
conhecimento deve ser reconhecida e a ciência deve guiar o ser humano rumo ao progresso.

7. D
A afirmativa [A] está errada. A sociologia surge justamente na busca de soluções para conciliar o
progresso humano (com sua consequente diferenciação) e sua efetiva harmonia social, junção
defendida inclusive pelo positivismo; A afirmativa [B] também está errada, pois as teorias evolucionistas
foram largamente adotadas nos primórdios da sociologia como meios de explicação de vários
fenômenos sociais; A afirmativa [C] está errada, pois o determinismo também foi usado para explicar as
ações sociais, especialmente o biológico e o geográfico. As ideias de meio, momento histórico e
antecedentes biológicos do individuo eram elementos definidores das ações destes para os primeiros
sociólogos. Dessa forma, a resposta correta é a letra D.

8. A
A alternativa [A] é a única que condiz totalmente com o positivismo. Vale ressaltar que, segundo essa
corrente de pensamento, os três estágios são o teológico, o metafísico e o positivo, a sociologia deve ser
neutra e a sociedade não caminha para o comunismo.

9. D
A afirmação correta é a da letra [D]. O estado positivo caracteriza-se, segundo Comte, pela subordinação
da imaginação e da argumentação à observação. Isso quer dizer que o processo de construção do
conhecimento humano ocorre a partir da experimentação própria do método científico.

10. A
A alternativa [A] está correta. Segundo o pensamento positivista, cada indivíduo tem um papel na
sociedade e deve aceitá-lo para o bem comum. A alternativa [B] está incorreta, pois mistura conceitos
positivistas e marxistas. Para Comte, o pensamento científico levaria à harmonia e não ao conflito de
classes. A alternativa [C] está incorreta porque é contraditória (se a história humana é feita de
"consensos", porque há antagonismo e polarização?). Além disso, atribui a Comte pressupostos teóricos
de Marx. A afirmativa [D] está incorreta porque não há elevação do nível de vida dos trabalhadores no
raciocínio marxista. Eles sempre seriam explorados pelos capitalistas o máximo possível. Por fim, a
alternativa [E] está incorreta porque Marx não acreditava em uma sociedade capitalista orgânica (na qual
as partes se completam em harmonia), mas sim em uma sociedade baseada no conflito dialético dos
meios de produção (desse conflito resultaria uma solução, que daria início a um novo conflito, sempre
por motivos econômico-produtivos).

10
APRO DAMENTO
Semana

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Biologia

Adaptações à falta de água em animais e plantas

Teoria

A água é extremamente importante para todos os seres vivos, sendo considerada essencial para o
desenvolvimento da vida na Terra. Ao longo da evolução, podemos observar que diferentes grupos
conquistaram o ambiente terrestre a partir da seleção de determinadas características que permitiram a
sobrevivência longe da água.

O ambiente terrestre pode apresentar condições mais úmidas, como as florestas tropicais, ou mais áridas,
como os desertos. Conhecendo a variedade de ambientes, podemos classificar os seres como:
• Hidrófilos: seres que vivem em ambientes aquáticos.
• Higrófilos: seres que vivem fora da água, em ambientes úmidos.
• Mesófilos: seres que vivem fora da água, em ambientes com umidade moderada.
• Xerófilos: seres que vivem fora da água, em ambientes com pouca disponibilidade de água

Exemplos de seres vivos hidrófilos (A – peixe), higrófilos (B – briófitas), mesófilos (C – ave) e xerófilos (D – cactos).

Adaptações à falta de água nos animais


No grupo dos invertebrados, alguns vermes conseguem viver em ambientes úmidos, assim como anelídeos
(ex.: minhocas) e moluscos (ex.: caracóis). Nos artrópodes podemos ver uma maior dispersão e conquista do
ambiente terrestre, principalmente no grupo dos insetos. Dentre os vertebrados, alguns anfíbios (ex.: sapos)
vivem de maneira independente da água, porém foram os ancestrais dos répteis que conquistaram
definitivamente o ambiente terrestre.

1
Biologia

Dentre as formas de adaptações para ambientes com pouca água, podemos observar diferentes tipos de
excretas, mudanças no tegumento (revestimento corporal), diferentes metabolismos e estratégias
reprodutivas.

Exemplo de réptil, um lagarto, em ambiente árido.


Os répteis apresentam em sua maioria corpo revestido por escamas de queratina.

Excreção
Os três tipos de excretas nitrogenadas são: amônia, ureia e ácido úrico. A amônia é tóxica, e para ser eliminada
deve estar bastante diluída, logo, é uma excreta presente em animais que vivem em ambientes aquáticos,
como peixes e invertebrados aquáticos. Já a ureia apresenta uma toxicidade mediana, então não há
necessidade de ser tão diluída.
A eliminação de ácido úrico, que ocorre tanto em insetos como em répteis e aves, é a forma que demanda
menor quantidade de água para a excreção, dada sua insolubilidade e baixa toxicidade. Além disso, há a
eliminação de menor quantidade de urina, embora muito concentrada, para evitar a perda de água.

Tegumento
O tegumento é a pele, o revestimento externo do corpo dos animais. Os animais terrestres apresentam em
sua maioria tegumento espesso, para evitar a perda de água. Vertebrados terrestres apresentam a pele
queratinizada, proteína que ajuda na impermeabilização. Nos artrópodes, podemos observar a quitina, que é
um polissacarídeo (carboidrato) estrutural que também ajuda na proteção e impermeabilização do corpo.

As joaninhas são um exemplo de inseto que apresenta exoesqueleto de quitina, assim como os outros artrópodes.

Metabolismo
• Respiração: para sobreviver no ambiente terrestre sem a necessidade de água (ex.: animais com
brânquias) ou umidade (ex.: animais com respiração cutânea, pela pele), as estruturas respiratórias
sofrem invaginações, ou seja, passam a se desenvolver internamente no corpo dos organismos. Há o
aparecimento dos pulmões nos vertebrados terrestres, e das traqueias, nos insetos.
• Armazenamento de água: algumas estruturas ou órgãos podem apresentar função de armazenamento
de água. Determinados répteis (como tartarugas e lagartos do deserto) a armazenam na bexiga, que
neles se apresenta permeável, e é possível reabsorvê-la. Nos mamíferos do deserto, pode haver redução

2
Biologia

de glândulas sudoríparas, para evitar a perda de água, além de focinhos mais longos, onde é possível
ocorrer resfriamento do vapor da água para reaproveitamento da umidade.

Tartarugas são répteis com excreção de ácido úrico, pele queratinizada, respiração pulmonar,
e podem apresentar uma bexiga bastante desenvolvida para o armazenamento de água.

• Alimentação: nem sempre ambientes áridos apresentam grande disponibilidade de alimento. Algumas
adaptações para reserva de nutrientes podem aparecer, como as corcovas dos camelos: essa região do
corpo deles armazena lipídios e nutrientes, fazendo com que tais animais possam passar dias no deserto
sem se alimentar. Durante processos de quebra de lipídios, moléculas de água são liberadas no
organismo, e mamíferos do deserto, a exemplo dos camelos e pequenos roedores como o rato-canguru,
também conseguem água pelas reações que ocorrem no próprio corpo.

Os camelos economizam água eliminando urina concentrada e fezes secas, além de terem um
sistema respiratório que consegue reabsorver a umidade perdida durante a respiração.

• Comportamento: algumas vezes os animais não apresentam tantas modificações corporais para
sobreviver em ambientes sem água, logo é importante que seu comportamento se altere para sobreviver.
Alguns mamíferos e anfíbios do deserto apresentam hábito noturno e ficam o dia escondidos em tocas
ou enterrados sob a areia, saindo para se alimentar durante a noite, quando a temperatura é mais baixa
e não há tanta perda de água pelo suor.

O rato-canguru é uma espécie de mamífero do deserto com hábitos


noturnos e que se alimenta de sementes ricas em lipídios, conseguindo
água através do metabolismo de quebra dessas substâncias.

3
Biologia

Algumas serpentes também passam o dia enterradas, evitando exposição direta ao Sol e o aumento da
temperatura corporal, ficando apenas com os olhos de fora para capturar a presa. Certos animais também
realizam a estivação, comportamento no qual há redução do metabolismo geral quando as condições do
ambiente são extremamente secas, e retornam às atividades no momento em que entram em contato com a
água novamente.

Sapo da Caatinga brasileira, enterrado para reduzir a temperatura corporal.

Reprodução
Animais aquáticos apresentam, em sua maioria, a fecundação externa, em que os gametas são liberados na
água, onde ocorre a fecundação. Os anfíbios são vertebrados terrestres que também se reproduzem dessa
forma, em ambientes úmidos. A fecundação interna permitiu a independência da água, evitando o
ressecamento dos gametas. A presença de ovo com casca e anexos embrionários, como o âmnio (bolsa
amniótica), ajudam a evitar a desidratação e manter o embrião hidratado.

Ovo de réptil com o embrião dentro, com casca (evita desidratação) e âmnio (hidrata o embrião), além
de outros anexos embrionários.

Adaptações à falta de água nas plantas


A conquista do ambiente terrestre pelas plantas se deu ao longo da evolução dos grupos. O grupo das briófitas
(musgos) apresenta estruturas de fixação e absorção de água do solo, os rizoides, que permitiram a chegada
ao ambiente terrestre.
A partir das pteridófitas, surgem os tecidos verdadeiros e os vasos condutores de seiva, que permitem o
transporte mais rápido e mais eficiente da seiva (inclusive de água na seiva bruta). Porém, briófitas e
pteridófitas ainda dependem da água para reprodução, vivendo principalmente em ambientes com grande
umidade.

4
Biologia

Em gimnospermas e angiospermas, há a presença do grão de pólen, que permite também a independência


das plantas em relação à água para sua reprodução. As angiospermas apresentam flores e frutos e, por conta
da polinização e dispersão de sementes, há uma grande distribuição por diferentes biomas, sendo um grupo
extremamente diverso.

As plantas de clima árido são principalmente conhecidas como plantas xerófitas, e possuem adaptações que
facilitam a captação e armazenamento de água, assim como evitam a perda dessa substância fundamental
à vida. No Brasil, esse tipo de vegetação é encontrado principalmente na Caatinga, mas também pode ser
observado no Cerrado.

Morfologia vegetal
• Raízes: são longas, para alcançar água nas regiões mais profundas do solo;
• Caule: são adaptados para acumular água. Podem ser clorofilados, para ajudar na fotossíntese (ex.:
cactos), ou extremamente espessos, para evitar desidratação (ex.: árvores do Cerrado). Dentre os tecidos
vegetais, o parênquima aquífero é um tecido de armazenamento especializado nessa reserva, em que a
água fica armazenada dentro do vacúolo celular.

A babosa, ou aloe-vera, é uma planta xerófita com parênquimas aquíferos bem desenvolvidos.

• Folhas: no Cerrado, encontramos folhas grossas (coriáceas) com cutícula espessa, o que evita perda de
água. Já na vegetação de Caatinga, as folhas são pequenas, para reduzir a superfície de perda de água
por transpiração, ou modificadas em espinhos, com o mesmo propósito. Algumas plantas perdem suas
folhas no período da estiagem, numa tentativa de poupar água.

5
Biologia

Espinhos dos cactos são folhas modificadas, enquanto as folhas do Cerrado são mais espessas.

• Estômatos: os estômatos são estruturas formadas por células-guarda e células anexas, que formam
uma abertura chamada de ostíolo. Estão localizados na epiderme, principalmente na porção inferior das
folhas. Permitem a troca de gases (CO2, utilizado como substrato da fotossíntese, e O2,gerado nesse
processo). Entretanto, quando abertos, propiciam a perda de água por transpiração.

Estrutura de um estômato

O potássio é o íon envolvido na abertura e fechamento do estômato. Para abrir o ostíolo, há o bombeamento
por transporte ativo de potássio para dentro das células-guarda, elevando a pressão osmótica. A entrada de
água por osmose deixa as células-guarda túrgidas, abrindo o estômato. Quando o potássio sai da célula, por
difusão, há a saída de água por osmose das células-guarda, ocasionando o fechamento do estômato.
Além da água, a incidência de luz também regula a atividade dos estômatos. Quando há maior taxa luminosa,
a tendência é a sua abertura para a entrada do CO2, substrato da fotossíntese.

Quando os estômatos estão abertos, as células-guarda (em rosa) ficam túrgidas com a entrada de íons de
potássio (K) e água. Para que os estômatos fechem, os íons de potássio vão às células anexas (em verde),
assim como a água, e a flacidez das células-guarda fecha os ostíolos.

6
Biologia

Metabolismo
Plantas de ambientes áridos, principalmente entre as cactáceas, apresentam uma fotossíntese do tipo CAM.
Nesse caso, os estômatos se mantém fechados durante o dia, para evitar a transpiração, devido às altas
temperaturas, e abrem somente durante à noite.

Plantas com metabolismo CAM abrem os estômatos apenas durante a noite (linha branca – b),
enquanto nos outros tipos de metabolismo de fotossíntese, os estômatos abrem durante o dia (linha
preta – a)

7
Biologia

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2018) O deserto é um bioma que se localiza em regiões de pouca umidade. A fauna é,
predominantemente, composta por animais roedores, aves, répteis e artrópodes. Uma adaptação,
associada a esse bioma, presente nos seres vivos dos grupos citados é o (a).
a) existência de numerosas glândulas sudoríparas na epiderme.
b) eliminação de excretas nitrogenadas de forma concentrada.
c) desenvolvimento do embrião no interior de ovo com casca.
d) capacidade de controlar a temperatura corporal.
e) respiração realizada por pulmões foliáceos.

2. (UFRJ, 1995) O rato canguru é um pequeno mamífero, comum no deserto americano, que consegue
sobreviver nessa região hostil graças às várias adaptações que possui: ele se alimenta à base de
sementes com elevado conteúdo de gordura, não possui glândulas sudoríparas, tem hábito noturnos e
um focinho afilado e comprido. Essas características representam adaptações do animal a um aspecto
marcante de seu habitat.
a) Identifique esse aspecto marcante.
b) Escolha duas das quatro adaptações citadas e explique como elas contribuem para a
sobrevivência do rato canguru.

3. (Unifesp, 2002) Nos vertebrados, a presença de ovos com casca representou um grande avanço em
termos de adaptação evolutiva.
a) Esse caráter está presente em quais grupos de vertebrados?
b) Que novidade evolutiva substituiu a função desempenhada pelos ovos com casca? Comente sobre
uma provável consequência do surgimento desse caráter

8
Biologia

4. (Fuvest, 2ª fase, 2020) O catabolismo de proteínas e ácidos nucleicos gera grupos aminos que, quando
acumulados no organismo, são tóxicos e precisam ser excretados na forma de ácido úrico, amônia ou
uréia.
a) Ordene ácido úrico, amônia e uréia do mais para o menos tóxico, considerando os animais em
geral.
b) Dentre os três compostos, qual é o mais abundante na excreção de um peixe ósseo de água doce
e qual é o mais abundante na urina do ser humano?
c) Há uma relação entre a osmolaridade sanguínea (i), a secreção do hormônio antidiurético (ADH)
(ii), o volume reabsorvido de água (iii) e o volume de urina (iv). O que ocorre com os itens (i) a (iv)
quando uma pessoa bebe água excessivamente? Responda diretamente na tabela da Folha de
Respostas se cada item “aumenta”(↑), “diminui” (↓) ou “permanece inalterado” (=).

5. (UFMG, 1995) Observe a figura a seguir.

Desenho representando um rato-canguru

O animal representado vive em regiões áridas e possui urina muito hipertônica em relação ao sangue.
Todas as alternativas apresentam adaptações desse animal ao meio ambiente, EXCETO:
a) Ausência de transpiração mesmo em altas temperaturas.
b) Eliminação de amônia como produto nitrogenado.
c) Eliminação de fezes praticamente desidratadas.
d) Eliminação de pouca água na urina.
e) Hábitos noturnos e ocupação de buracos na terra durante o dia.

9
Biologia

6. (Fatec, 1999) Os estômatos são estruturas foliares que controlam a saída de água, vapor e gases. O
mecanismo de abertura e fechamento dessas estruturas é influenciado por fatores ambientais tais
como suprimento hídrico, intensidade de luz e concentração de gás carbônico. A relação correta entre
movimento do estômato e fator ambiental está contida na alternativa.
a) Condição Ambiental: baixa intensidade luminosa; Movimento do Estômato: fecha.
b) Condição Ambiental: alto suprimento hídrico; Movimento do Estômato: fecha.
c) Condição Ambiental: alta intensidade de luz; Movimento do Estômato: fecha.
d) Condição Ambiental: baixo suprimento hídrico; Movimento do Estômato: abre.
e) Condição Ambiental: alta concentração de CO2; Movimento do Estômato: abre.

7. (Uerj, 2016) As plantas apresentam diferentes tipos de metabolismo fotossintético, de acordo com o
ambiente em que se desenvolvem. Para estudar essas diferenças, três espécies vegetais, A, B e C,
foram submetidas a condições experimentais controladas, nas quais mediu-se a assimilação de CO2
pelas folhas em função da variação de temperatura.

a) A partir da análise do gráfico, indique a curva correspondente à planta com metabolismo ácido
das crassuláceas – CAM. Justifique sua resposta.
b) Aponte a principal vantagem do metabolismo CAM e cite uma característica morfológica típica
das crassuláceas.

10
Biologia

8. (Enem, 2009) As mudanças climáticas e da vegetação ocorridas nos trópicos da América do Sul têm
sido bem documentadas por diversos autores, existindo um grande acúmulo de evidências geológicas
ou paleoclimatológicas que evidenciam essas mudanças ocorridas durante o Quaternário nessa região.
Essas mudanças resultaram em restrição da distribuição das florestas pluviais, com expansões
concomitantes de habitats não-florestais durante períodos áridos (glaciais), seguido da expansão das
florestas pluviais e restrição das áreas não-florestais durante períodos úmidos (interglaciais).
Disponível em: http://zoo.bio.ufpr.br. Acesso em: 1 maio 2009.

Durante os períodos glaciais,


a) as áreas não-florestais ficam restritas a refúgios ecológicos devido à baixa adaptabilidade de
espécies não-florestais a ambientes áridos.
b) grande parte da diversidade de espécies vegetais é reduzida, uma vez que necessitam de
condições semelhantes a dos períodos interglaciais.
c) a vegetação comum ao cerrado deve ter se limitado a uma pequena região do centro do Brasil, da
qual se expandiu até atingir a atual distribuição.
d) plantas com adaptações ao clima árido, como o desenvolvimento de estruturas que reduzem a
perda de água, devem apresentar maior área de distribuição.
e) florestas tropicais como a amazônica apresentam distribuição geográfica mais ampla, uma vez
que são densas e diminuem a ação da radiação solar sobre o solo e reduzem os efeitos da aridez.

11
Biologia

Gabarito
1. B
A eliminação de urina mais concentrada reduz a perda de água, evitando a desidratação em ambientes
secos. Isso acontece pois há um aumento da permeabilidade e reabsorção de água ao longo dos rins e
néfrons do sistema excretor. Já as aves, répteis e artrópodes excretam ácido úrico, que é insolúvel em
água e evita a perda desse recurso.

2. a) Escassez de água.

b) As sementes fornecem gordura que pode ser oxidada para repor a água perdida. A ausência de
glândulas sudoríparas impede a perda de água pela sudorese no calor do deserto. À noite, a temperatura
do deserto cai, evitando o calor diurno e, consequentemente, a desidratação. O focinho afilado e
comprido também evita a perda de água.

3. a) Ovos com casca ocorrem em todos os representantes das classes de répteis e aves, e em
determinados mamíferos como o ornitorrinco e equidna (mamíferos aplacentados pertencentes à ordem
dos monotremados).

b) A placenta representa a novidade evolutiva, pois realiza as funções de nutrição, respiração e excreção
desempenhadas por outros anexos embrionários, como o alantoide, o saco vitelino e o cório. Ela, a
placenta, permitiu que o desenvolvimento embrionário e o fetal ocorressem totalmente no interior do
organismo materno.

4. a) Amônia (excreta mais tóxica), ureia (excreta de toxicidade intermediária) e ácido úrico (excreta menos
tóxico). A maioria dos animais aquáticos excretam amônia. Mamíferos excretam ureia. Répteis, aves e
insetos excretam, principalmente, o ácido úrico.

b) Os peixes ósseos dulçaquícolas excretam, principalmente, a amônia. O homem excreta,


principalmente, a ureia.

c)

5. B
O animal representado na questão é um rato-canguru, que faz parte do grupo dos mamíferos. A amônia
é a excreta característica dos invertebrados aquáticos e peixes ósseos.

6. A
Quando a intensidade luminosa é baixa, o estômato fecha, pois não há luz para ocorrer fotossíntese, logo,
ele evita a transpiração desnecessária.

7. a) Curva C. Essa espécie abre seus estômatos durante a noite, portanto, a assimilação de gás carbônico
ocorre em temperaturas mais baixas.
b) A principal vantagem é promover uma maior economia de água, evitando a transpiração excessiva.
Dentre as características morfológicas, podemos citar: folhas reduzidas ou presença de espinhos,

12
Biologia

epiderme espessa, cutícula espessa nas folhas, caule fotossintético (cladódio, nos cactos), parênquima
aquífero desenvolvido.

8. D
Os organismos se especializam criando estratégias de sobrevivência. No período árido glacial, maneiras
de evitar a perda de água, como folhas reduzidas, e a capacidade de armazená-la permitia uma maior
área de abrangência e distribuição das espécies vegetais.

13
Física

Movimento Uniformemente Variado (M.U.V)

Teoria

Principais fórmulas

Aceleração
∆𝑉
𝑎=
∆𝑡

Função horária da velocidade


𝑉 = 𝑉0 + 𝑎𝑡

Função horária da posição


𝑎𝑡²
𝑆 = 𝑆0 + 𝑉0 𝑡 +
2
Podemos modificar essa função para que ela não dê a posição final do corpo, mas sim o deslocamento dele
por completo:

𝑎𝑡²
∆𝑆 = 𝑉0 𝑡 +
2

Equação de Torricelli

𝑉 2 = 𝑉02 + 2𝑎∆𝑆
Física

Exercícios

1. Um móvel tem a sua velocidade alterada de 36 km/h para 54 km/h, em um intervalo de tempo de 2,5 s.
Calcule o módulo de sua aceleração média.
a) 10,0 m/s²
b) 2,0 m/s²
c) 3,5 m/s²
d) 5,0 m/s²
e) 7,0 m/s²

2. Ao avistar um obstáculo, um motorista pisa no freio e diminui sua velocidade a uma taxa de 5 m/s a
cada segundo. Determine o intervalo de tempo necessário até que o veículo pare completamente,
sabendo que a sua velocidade ao início da frenagem era de 90km/h.
a) 1,0 s
b) 5,0 s
c) 10,0 s
d) 3,0 s
e) 8,0 s

3. Um móvel parte do repouso e acelera a 3 m/s² durante um intervalo de tempo de 8 s. Determine a


velocidade desse móvel ao final desse intervalo de tempo.
a) 24 m/s
b) 20 m/s
c) 18 m/s
d) 12m/s
e) 16m/s

4. Um veículo de passeio consegue acelerar de 0 a 100 km/h em cerca de 11 s. Determine sua aceleração
média em m/s² e assinale a alternativa correspondente
a) 15,0 m/s²
b) 2,0 m/s²
c) 2,5 m/s²
d) 5,0 m/s²
e) 18,0 m/s²
Física

Texto para a próxima questão:


A(s) questão(ões) a seguir abordam situações relacionadas ao ambiente do metrô, referindo-se a uma mesma
composição, formada por oito vagões de dois tipos e movida por tração elétrica. Para seus cálculos, sempre
que necessário, utilize os dados e as fórmulas abaixo.

Características da composição
velocidade máxima 100 km/h

aceleração constante
1,10 m/s²
Gerais desaceleração constante 1,25 m/s²
tipo I 2
quantidade de vagões
tipo II 6
massa média por passageiro 60 kg
comprimento médio 22,0 m
largura 3,00 m
altura 3,60 m

Por tipo I 38000 kg


Massa
vagão tipo II 35000 kg
quantidade 4
Motores
potência por motor 140 kW
capacidade máxima 8 passageiros/m²

5. (Uerj 2019, modificada) Uma estudante, para chegar à UERJ, embarca no metrô na estação São
ristóvão. Ao sair dessa estação, a composição acelera uniformemente até atingir a velocidade de 22
m/s e, após ter atingido essa velocidade, percorre 1200 m em movimento uniforme. A partir daí,
desacelera uniformemente até parar na estação seguinte, Maracanã.

Estime, em metros, a distância total percorrida pela composição entre as duas estações.
a) 1m
b) 1513,6 m
c) 1813,6 m
d) 1113,6 m
e) 1613,6 m
Física

6. (Uefs, 2018) Dois carros, A e B, entram simultaneamente em um túnel retilíneo. Sabe-se que o carro A
atravessa todo o túnel em movimento uniforme, com velocidade de 20m/s, e que o carro B entra no
túnel com velocidade de 10 m/s e o atravessa em movimento uniformemente acelerado.

Desprezando as dimensões dos carros e sabendo que eles saem juntos do túnel 40 s após terem
entrado, a velocidade do carro B no instante em que ele sai do túnel é de
a) 22 m/s
b) 24 m/s
c) 26 m/s
d) 28 m/s
e) 30 m/s

7. (Uem 2017, modificada) Funções horárias da Cinemática Escalar podem ser consideradas em
quaisquer instantes de tempo, seja ele do passado (t < 0), do presente (t = 0) ou do futuro (t > 0) Sendo
assim, pode-se dizer que a função horária 𝑥𝐴 = 𝑡² representa as posições ocupadas por um ponto
material A que se movimenta do infinito em direção à origem do sistema de referência adotado em
movimento uniformemente retardado. Ao atingir a origem no instante t = 0 ele inverte o sentido de seu
movimento e retorna para o infinito em movimento uniformemente acelerado. A função horária 𝑥𝐵 =
10. 𝑡 representa as posições ocupadas por um ponto material B que se encontra sempre em movimento
uniforme com velocidade constante, deslocando-se do menos infinito em direção à origem do mesmo
sistema de referência adotado anteriormente. Ao passar pela origem no instante t = 0, ele mantém o
seu movimento uniforme em direção ao infinito.
Supondo que as funções horárias estejam expressas no Sistema Internacional de Unidades (SI), pode-
se afirmar que
(01) a aceleração escalar do ponto material A é de 1 m/s²
(02) a velocidade escalar do ponto material B é de 10 m/s
(04) os dois pontos materiais se encontram em dois instantes de tempo diferentes, ou seja, na origem
no instante t = 0 s e na posição x = 100 m no instante t = 10 s
(08) a velocidade escalar dos dois pontos materiais será a mesma no instante t = 5 s.
(16) Os dois pontos materiais encontram-se separados por uma distância de 24 m em quatro instantes
de tempo diferentes.

Assinale a alternativa com a soma dos pontos das afirmativas corretas:


a) 30
b) 24
c) 22
d) 23
e) 31
Física

8. (Uem 2016, modificada) Um carro está viajando em linha reta para o norte com uma velocidade
inicialmente constante e igual a 23 m/s. Despreze os efeitos do atrito e da resistência do ar e assinale
a(s) alternativa(s) correta(s).

(01) A velocidade do carro após decorridos 4 s se a sua aceleração é de 2 m/s² apontando para o norte,
será de 31 m/s
(02) A velocidade do carro após decorridos 10 s se a sua aceleração é de 2 m/s² apontando para o sul,
é de -5 m/s
(04) O deslocamento do carro depois de 4 s, se a sua aceleração é de 2 m/s² apontando para o norte,
é de 108 m.
(08) A velocidade média do carro, se a sua aceleração é de 2 m/s² apontando para o norte, após 4 s é
de 27 m/s.
(16) O movimento do carro, quando este está sujeito a uma aceleração, é denominado movimento
uniforme.

Assinale a alternativa com a soma dos pontos das afirmativas corretas:


a) 30
b) 13
c) 24
d) 23
e) 31
Física

Gabaritos

1. B
𝑣 = 54𝑘𝑚/ℎ ⟶ 𝑣 = 15 𝑚/𝑠
𝑣 = 36𝑘𝑚/ℎ ⟶ 𝑣 = 10 𝑚/𝑠
15 − 10
𝑎= = 2 𝑚/𝑠²
2,5

2. B
𝑣=0
𝑣0 = 90𝑘𝑚/ℎ = 25𝑚/𝑠
𝑎 = −5𝑚/𝑠²
𝛥𝑡 = ?
𝑣 − 𝑣0 0 − 25
𝑎= ⟶ −5 =
𝛥𝑡 𝛥𝑡
𝛥𝑡 = 5 𝑠

3. A
𝑣 =?
𝑣0 = 0𝑘𝑚/ℎ
𝑎 = 3𝑚/𝑠²
𝛥𝑡 = 8𝑠
𝑣 − 𝑣0 𝑣−0
𝑎= ⟶ 3=
𝛥𝑡 8
𝑣 = 3.8 = 24 𝑚/𝑠

4. C
Para resolvermos esse exercício, devemos usar a fórmula da velocidade média, além disso, também é
necessário converter a velocidade que está em quilômetros por hora para metros por segundo. Para
tanto, devemos dividir a velocidade pelo fator 3,6. Observe os cálculos:

𝑣 = 100𝑘𝑚/ℎ ⟶ 𝑣 = 27,7 𝑚/𝑠

27,7 − 0
𝑎= = 2,5𝑚/𝑠²
11

5. E
Distância percorrida durante a aceleração:
𝑣1 ² = 𝑣01 ² + 2. 𝑎1 . 𝛥𝑆1
22² = 0² + 2.1,1. 𝛥𝑆1
𝛥𝑆1 = 220 𝑚

Distância percorrida durante o movimento uniforme:


𝛥𝑆2 = 1200 𝑚
Física

Distância percorrida durante a desaceleração:


𝑣3 ² = 𝑣03 ² + 2. 𝑎3 . 𝛥𝑆3
0² = 22² + 2. (−1,25). 𝛥𝑆3
𝛥𝑆3 = 193,6 𝑚

Portanto:
𝛥𝑆 = 𝛥𝑆1 + 𝛥𝑆2 + 𝛥𝑆3 = 220 + 1200 + 193,6
𝛥𝑆 = 1613,6 𝑚

6. E
Cálculo do comprimento do túnel: Usando a equação horária das posições para o móvel A em MRU,
temos:
𝑠𝐴 = 20. 𝑡

Assim, para o tempo de travessia dado, o comprimento do túnel é:


𝑠𝐴 = 20 . 40 = 800 𝑚

Com o comprimento do túnel, o tempo de travessia e a equação horária das posições para o móvel B, em
MRUV, calculamos a sua aceleração.
𝑎
𝑠𝐵 = 10. 𝑡 + . 𝑡²
2

𝑎
800 = 10.40 + . 40²
2

2(800 − 400)
𝑎= = 0,5
1600

Agora, diante da aceleração do móvel B, usando a equação horária da velocidade, temos sua velocidade
final:
𝑣 = 10 + 0,5. 𝑡

𝑣(𝑡 = 40) = 10 + 0,5.40 = 30 𝑚/𝑠

7. A
02 + 04 + 08 + 16 = 30.

Análise das assertivas:


[01] Falsa. Da equação horária das posições para o MRUV, considerando no instante t = 0 s, temos:

𝑎
𝑥 = 𝑥0 + 𝑣0 . 𝑡 + . 𝑡²
2
𝑎
𝑥 = . 𝑡²
2
𝑥 = 𝑡²
𝑎 = 2 𝑚/𝑠²
Física

[02] Verdadeira. Comparando a equação dada com a equação horária das posições para o móvel em
MRU.
𝑥 = 𝑥0 + 𝑣. 𝑡
𝑥 = 10. 𝑡
𝑣𝐵 = 10 𝑚/𝑠

[04] Verdadeira. Considerando o movimento a partir do instante t = 0 s, temos o primeiro encontro e o


outro obtém-se igualando as equações de posições.

𝑥𝐴 = 𝑥𝐵

𝑡² = 10. 𝑡
𝑡² − 10. 𝑡 = 0

𝑡′ = 0𝑠
𝑡′′ = 10𝑠

Substituindo o tempo em qualquer equação temos as posições de encontro.


𝑥𝑒𝑛𝑐 → 𝑡′ = 0𝑠 ⇒ 𝑥𝑒𝑛𝑐 = 0 𝑚
𝑥𝑒𝑛𝑐 → 𝑡′′ = 10𝑠 ⇒ 𝑥𝑒𝑛𝑐 = 100 𝑚

[08] Verdadeira. As velocidades para os dois móveis serão:


𝐴: 𝑣𝐴 = 2. 𝑡 = 2 . 5 = 10 𝑚/𝑠

𝐵: 𝑣𝐵 = 10 𝑚/𝑠 (𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒)

[16] Verdadeira. Esta suposição ocorre quando a diferença em módulo das posições for igual a 24 m.
|𝑥𝐴 − 𝑥𝐵 | = 24
𝑥𝐴 − 𝑥𝐵 = ±24
𝑡² − 10𝑡 = ±24

Para a equação modular acima, devemos resolver as raízes das duas equações de 2º grau:

𝑡² − 10𝑡 − 24 = 0
𝑡1 = −2 𝑠
𝑡2 = 12 𝑠

𝑡² − 10𝑡 + 24 = 0
𝑡3 = 4 𝑠
𝑡4 = 6 𝑠

Logo, como o enunciado permite o tempo passado, surgiu um instante de tempo negativo, isto é, o evento
ocorreu dois segundos antes do tempo considerado inicial.
Física

8. B
01 + 04 + 08 = 13.

[01] Verdadeiro
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎. 𝑡
𝑣 = 23 + 2 . 4 = 31 𝑚/𝑠

[02] Falso.
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎. 𝑡
𝑣 = 23 + 2 . 10 = −43 𝑚/𝑠

O sinal negativo é devido a orientação para o Sul

[04] Verdadeiro.
𝑎
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣0 , 𝑡 + . 𝑡²
2
2
𝑆 = 23 . 4 + . 4²
2
𝑆 = 92 + 16 = 108 𝑚

[08] Verdadeiro.
𝛥𝑆 108
𝑣𝑚 = = = 27 𝑚/𝑠
𝛥𝑡 4

[16] Falso. O movimento do carro, quando este está sujeito a uma aceleração, é denominado movimento
uniforme variado.
Geografia

Liberalismo, Keynesianismo e neoliberalismo

Teoria
O liberalismo, o Keynesianismo e o neoliberalismo são doutrinas econômicas que divergem a respeito do
papel do Estado na economia. Apesar de essas doutrinas possuirem seu viés político, a Geografia irá se
interessar pela forma como o Estado atua na economia dentro desses diferentes modelos. Essas doutrinas
ficaram marcadas em determinados períodos históricos, acompanhando também o desenvolvimento da
indústria, assim como a evolução dos meios de transporte e das tecnologias de comunicação, que alteraram
a geopolítica a e as relações econômicas nos países.

Liberalismo
O mundo liberal, ou seja, baseado no liberalismo, teve início no século XVIII. O liberalismo foi uma filosofia
que tinha como princípios básicos a liberdade, a igualdade e a fraternidade, mudando o então panorama da
história, que era o absolutismo. Dito isso, podemos concluir que, diferentemente do absolutismo, o
liberalismo pregava um governo com limites, com controle e redução do poder do governo. Além disso, o
liberalismo defendia a economia de livre mercado, ou seja, uma economia que se “autorregula”. Ele tinha
também como características o individualismo e a defesa da propriedade privada, que estariam futuramente
ligadas à nova economia.
Apesar de ter sido ainda no fim do século XVII, com John Locke, um filósofo inglês, que o liberalismo teve
seu início, apenas com Adam Smith ele se expandiu e atingiu proporções internacionais. Adam Smith ampliou
o cunho político e filosófico da teoria também para a economia, criando então o liberalismo econômico.

Liberalismo econômico
Foi já na decadência do mercantilismo e com o firmamento do capitalismo que surgiu a teoria do liberalismo
econômico. Essa teoria se baseava na não intervenção de qualquer agente externo à economia (Estado, leis,
políticas, reis). Apesar de terem existido teóricos anteriores, Adam Smith é considerado o pai do liberalismo
econômico, com a teoria do trabalho livre, sem nenhum regulador.
Algumas das principais ideias do liberalismo são:
● Mão invisível: seria a capacidade de o mercado se autorregular sem a intervenção do Estado, a partir
dos demais princípios básicos, como a livre concorrência e a lei da oferta e da procura.
● Livre concorrência: a economia se regularia sem a presença do Estado, a partir do momento que as livre-
iniciativas privadas pudessem concorrer entre si. Se existe um monopólio, ou seja, uma única empresa
ou iniciativa dominando um determinado setor da economia, isso faz com que ela não tenha com quem
competir e não busque melhorar seus produtos, nem suas condições de venda. Quando duas empresas
dominam um setor, por exemplo, as duas tentarão superar uma a outra em busca de clientes, o que
levaria a melhores produtos e dinâmicas. Se a concorrência é livre, que vença o melhor. Esse princípio é
importante do ponto de vista da evolução do mercado e dos produtos, sendo um valioso mecanismo de
autorregulação do mercado, sem intervenção estatal. Ele estabelece ainda a perspectiva da vantagem
comparativa, que leva a uma divisão do trabalho em que os países deveriam investir na produção através
da qual eles naturalmente são capazes de competir com os produtos externos. Um país com um ótimo
potencial agrário, portanto, deveria investir nessa vantagem comparativa e não se especializar em
produtos tecnológicos, por exemplo, por não poder concorrer com os demais países que fazem isso.
Essa divisão internacional do trabalho (DIT) é típica desse modelo.

1
Geografia

● Lei da oferta e da procura: esse princípio estabelece que os preços se autorregulam sem necessitar de
intervenção estatal. Se existe muita oferta, ou seja, muito de um produto disponível, e pouca procura,
pouca demanda, baixar os preços desse produto para atrair a procura é uma excelente opção. Mas se
existe pouca oferta e muita procura, os preços podem subir, pois isso garante a venda. Todo produto
possui um valor mínimo, no qual está embutido tudo que foi gasto para produzi-lo, sem contar o lucro.
Se alguma loja tenta vendê-lo por um preço caro demais, naturalmente as pessoas buscarão as lojas
que vendem mais barato. Portanto, o mercado se autorregula em seus preços e condições de venda.
Algumas falhas nesse processo é que nem todas as iniciativas privadas possuem as mesmas condições
de venda; além do que, a formação de cartéis ou de grandes marcas combinando preços pode ser um
risco.

A forte atuação empresarial e um Estado invisível na economia, portanto, são as ideias centrais desse modelo
econômico, no qual o respeito à liberdade individual e à propriedade privada imperam. Esses princípios
guiaram a economia no mundo da segunda metade do século XIX até a conhecida crise de 29. Esse período
correspondeu ao desenvolvimento da indústria fordista, que tinha como princípio a produção em larga
escala. O consumismo era uma importante bandeira pregada nesse contexto, no qual a capacidade de
expandir o mercado consumidor estava limitada. Com estoques cheios, os bancos concediam crédito e
empréstimos para que a população pudesse acessar a modernidade que estava sendo produzida. Outra
característica de uma democracia liberal é a redução de direitos trabalhistas, uma vez que é o Estado o
responsável por assegurá-los. Ou seja, havia consumo sem que houvesse de fato poder de compra por parte
dos trabalhadores. Essa foi a receita da crise de 29, uma crise do liberalismo que abriu os olhos para diversas
críticas a esse modelo, bem como exigiu uma nova postura do Estado, a fim de reduzir o desemprego e o
fechamento de fábricas que a crise propiciou.

Os dizeres: "O melhor padrão de vida do mundo. Não há jeito melhor que o jeito americano"
Em frente ao cartaz, desempregados na fila de alimentos durante a Grande Depressão.

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Geografia

Keynesianismo
Com a crise de 29, entra em vigor um novo modelo econômico, conhecido como Keynesianismo. O cientista
econômico John Maynard Keynes já vinha apontando para a possibilidade de uma crise econômica, devido
à não interferência do Estado na economia. Ele defendia que o Estado deveria ser atuante (forte) na
economia, para ajudar o capitalismo nos momentos de crise, naturais desse sistema. Após a crise do
liberalismo, Keynes, que já apontava para seu esgotamento, passou a ser um grande referencial na economia.
Franklin Delano Roosevelt, inspirado nas ideias de Keynes, lançou o New Deal (Novo Acordo), em 1933, para
recuperar a economia americana a partir do aumento do consumo. Lembre-se: a crise de 1929 tinha sido
resultado da superprodução e estagnação do consumo. Muitas fábricas fecharam, causando desemprego e
a quebra da bolsa de valores de Nova York. Era necessário que o Estado interviesse, a fim de reaquecer a
economia. Roosevelt fundamentou-se nas ideias de Keynes para recuperá-la. Entre essas ideias, podem-se
citar:
● Pleno emprego e estabilidade;
● Aumento dos salários;
● Menos horas de trabalho.
Todas essas ações buscavam o crescimento do número de empregos, da renda e do consumo, para
recuperar a economia americana. Esse Estado forte na economia ficou conhecido como Estado Keynesiano,
ou Estado do Bem-Estar Social. Nos Estados Unidos, foi responsável por consolidar o American Way of Life
(estilo de vida americano), garantindo o auge do Fordismo nos anos 50. Na Europa, está associado a diversos
ganhos sociais pela população desse continente.
De modo geral, um Estado forte e responsável por garantir os direitos e por realizar grandes obras, criando
planos para distribuição industrial, permaneceu como modelo econômico imperante até o fim da Guerra Fria.
Diversos sistemas políticos surgiram dessa lógica. Ao longo da Guerra Fria, tínhamos um mundo dividido em
dois polos de poder. A corrida por desenvolvimento gerou novidades nas tecnologias de comunicação e
transporte, de modo que as relações geopolíticas tendiam para um momento de maior abertura dos
mercados. O Toyotismo aparece como um modelo flexível e tecnológico correspondendo a esse momento.
Além disso, no final da guerra, muitos Estados estavam profundamente endividados. Com isso, houve uma
abertura de mercados e uma reorganização da economia para uma lógica globalizada, o que conhecemos
como Nova Ordem Mundial. O neoliberalismo, portanto, retoma os preceitos liberais, mas mantém o Estado
enquanto responsável por cuidar de setores estratégicos. Continua sendo de responsabilidade do Estado
garantir os direitos básicos da população e o acesso a serviços.

Neoliberalismo
Durante a década de 1980, o modelo de crescimento adotado pela União Soviética já mostrava seu
esgotamento. O fim da Guerra Fria e desse contexto de Velha Ordem Mundial já era observado no horizonte
próximo. Nesse contexto, inicia-se o estabelecimento das bases da Nova Ordem Mundial, na qual todos os
países seguiriam a mesma lógica econômica, o neoliberalismo.
O papel do Estado é alterado, passando a adotar políticas de desregulamentação da economia, privatizações
e flexibilização de leis trabalhistas. Essas são as características do neoliberalismo, que pode ser definido
como um modelo no qual o controle da economia é empresarial e o Estado é mínimo.
Margareth Thatcher (Reino Unido) e Ronald Reagan (EUA) surgem como símbolos da adoção dessa nova
política econômica de Estado, embora a experiência neoliberal tenha começado, de fato, no Chile, durante as
reformas ditatoriais de Augusto Pinochet. A crítica do neoliberalismo ao sistema keynesiano é a de que o
“Estado forte” é muito custoso economicamente e limita, assim, as ações comerciais, prejudicando a
chamada “liberdade econômica”. Além disso, o aumento dos salários e o fortalecimento dos sindicatos são

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Geografia

vistos como ameaças à economia, pois podem aumentar os custos com mão de obra e elevar os índices de
inflação. Nesse sentido, os neoliberais defendem a desregulamentação da força de trabalho, com a
diminuição da renda e a flexibilização do processo produtivo. É nesse contexto que se observa o processo
de desconcentração industrial fundamentado nas revoluções técnicas dos transportes e comunicações, que
possibilitaram, inclusive, a globalização. Para conseguir espalhar essa política econômica pela América
Latina, principal área de influência dos Estados Unidos, foi criado o Consenso de Washington, que funcionava
basicamente como uma receita de bolo para os países adotarem o neoliberalismo. Algumas das
recomendações econômicas são: disciplina fiscal; redução de gastos públicos; reforma tributária; juros de
mercado; câmbio de mercado; abertura comercial; eliminação de restrições aos investimentos estrangeiros;
privatização das estatais; e desregulamentação das leis econômicas e trabalhistas.

Mapa mental sobre neoliberalismo

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Geografia

Exercícios

1. (Ufrgs 2019) Não é novidade que, a partir do momento em que a neoliberalização foi violenta e
repentinamente imposta em partes do sul global, nas décadas de 1970 e 1980, seja por conquista
imperial, golpes de Estado internos, exigência do Fundo Monetário Internacional (FMI) ou alguma
combinação destes, o trabalho foi amordaçado e o capital, posto à solta. [...] De um lado, as indústrias
estatais são privatizadas, proprietários estrangeiros são atraídos, a retenção de lucros é assegurada;
de outro, as greves são criminalizadas e os sindicatos, limitados, por vezes até declarados ilegais.
BROWN, Wendy. Cidadania Sacrificial: neoliberalismo, capital humano e políticas de austeridade. Rio de Janeiro: Zazie
Edições, 2018. p. 24.

Considerando a história contemporânea, o texto aborda algumas práticas associadas à emergência de


regimes neoliberais pelo globo, ao longo das últimas décadas. Assinale a alternativa que indica
algumas dessas práticas.
a) A estatização de empresas privadas, a extensão das redes de proteção social e o controle social
dos lucros das grandes corporações.
b) A ampliação dos direitos democráticos, a crítica às políticas de austeridade e a introdução de
reformas sociais em larga escala.
c) A privatização de empresas públicas, a precarização das relações laborais e a introdução de
políticas de austeridade em larga escala.
d) A defesa do nacionalismo econômico, a quebra de grandes monopólios corporativos e o
enfraquecimento do sistema de seguridade social.
e) A criminalização da superexploração do trabalho, a ampliação do setor de serviços e a
democratização das rendas nacionais.

2. (Fatec-SP) Entre os fatores que ocasionaram a crise de 1929 nos EUA destaca(m)-se:
a) o protecionismo rígido, a escassez de crédito bancário e a superprodução.
b) a saturação do mercado, a crise na agricultura e o crash da bolsa de Nova York.
c) a superprodução, a saturação do mercado e a expansão desmedida do crédito bancário.
d) a adoção de programas de construção de obras financiadas pelo Estado para minorar o
desemprego.
e) a excessiva oferta de terras e o protecionismo rígido.

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Geografia

3. (UEPG 2021) Sobre o neoliberalismo no mundo, assinale o que for correto.


01) A privatização, ou seja, a transferência de empresas públicas para a iniciativa privada é um dos
preceitos dessa filosofia política.
02) A estatização de empresas de hidrocarbonetos, como ocorreu na Venezuela, faz parte do hall de
práticas neoliberais existentes no mundo.
04) A mínima intervenção estatal com desregulamentação da economia está entre as idéias
defendidas pelos neoliberais.
08) As políticas de defesa de saúde pública, como ocorrem no Canadá, e de transporte gratuito para
todos, como ocorrem em Luxemburgo, são exemplos de práticas neoliberais de sucesso.
16) Margaret Thatcher, primeira-ministra britânica, foi uma grande defensora do neoliberalismo no
século XX.

Soma =

4. (Unesp 2014) O processo de inserção do neoliberalismo enquanto ideologia e corrente de pensamento


para a condução das políticas e dos recursos públicos no território brasileiro se deu de forma lenta e
gradual, num período que compreende quase três décadas.
(Mirlei Fachini Vicente Pereira e Samira Peduti Kahil. www.ub.edu. Adaptado.)

Indique dois fundamentos da ideologia neoliberal e dê um exemplo de política ou prática neoliberal


implantada no Brasil a partir dos anos 1990, apontando suas consequências à sociedade e à economia
brasileiras.

5. (Enem 2009 - cancelado) Houve momentos de profunda crise na história mundial contemporânea que
representaram, para o Brasil, oportunidades de transformação no campo econômico. A Primeira Guerra
Mundial (1914-1918) e a quebra da Bolsa de Nova York (1929), por exemplo, levaram o Brasil a
modificar suas estratégias produtivas e a contornar as dificuldades de importação de produtos que
demandava dos países industrializados. Nas três primeiras décadas do século XX, o Brasil:
a) impediu a entrada de capital estrangeiro, de modo a garantir a primazia da indústria nacional.
b) priorizou o ensino técnico, no intuito de qualificar a mão de obra nacional direcionada à indústria.
c) experimentou grandes transformações tecnológicas na indústria e mudanças compatíveis na
legislação trabalhista.
d) aproveitou a conjuntura de crise para fomentar a industrialização pelo país, diminuindo as
desigualdades regionais.
e) direcionou parte do capital gerado pela cafeicultura para a industrialização, aproveitando a
recessão europeia e norte-americana.

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Geografia

6. (Unesp 2004) Encontrando-se o Estado em situação de poder calcular a eficiência (...) dos bens de
capital a longo prazo e com base nos interesses gerais da comunidade, espero vê-lo assumir uma
responsabilidade cada vez maior na organização direta dos investimentos.
KEYNES, J. M. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda. 1936.

O ponto de vista de Keynes opõe-se a uma teoria econômica que predominou na política governamental
dos Estados Unidos da América nos anos imediatamente anteriores à crise de 1929. Baseando-se
nessas informações, responda:
a) A que teoria econômica Keynes se opunha?
b) Exemplifique, com duas medidas implementadas pelo New Deal, o esforço do governo Roosevelt
para superar os efeitos sociais da crise econômica de 1929.

7. (Mackenzie) Inspirado no liberalismo clássico e em clara oposição ao Keynesianismo, o neoliberalismo


propõe, entre outras medidas:
I. a atuação do Estado como empresário, como mediador das relações capital-trabalho e como
regulador de taxas e tarifas.
II. o desenvolvimento de uma política de privatização das empresas estatais para reduzir o papel do
Estado na economia.
III. a minimização do poder dos sindicatos e a redução dos direitos trabalhistas.
IV. a redução das barreiras para a circulação de mercadorias e capitais entre países, promovendo,
assim, uma maior abertura econômica.
Estão corretas:
a) apenas I, II e IV.
b) apenas I, III e IV.
c) apenas I, II e III.
d) apenas II, III e IV.
e) I, II, III e IV

8. (Uem 2019) Considerando os pressupostos teóricos do liberalismo, assinale o que for correto a respeito
da discussão sobre as dimensões do Estado.
01) O Estado de bem-estar social é uma ideia marxista utilizada estrategicamente por partidos
políticos de esquerda para combater a doutrina liberal.
02) A versão estadunidense do Estado de bem-estar social foi o New Deal, adotado pelo presidente
Roosevelt para fortalecer o capitalismo e evitar o avanço do comunismo.
04) As crises econômicas do capitalismo e a consequente perda da hegemonia política do Estado
liberal são causas que levam a instaurar um Estado de bem-estar social.
08) O economista John Maynard Keynes, ao reformular princípios básicos da ortodoxia liberal, fornece
subsídios teóricos para justificar a vigência de um Estado de bem-estar social.
16) O neoliberalismo é uma crítica ao Estado de bem-estar social; é uma volta à ortodoxia dos
princípios econômicos do liberalismo.
Soma =

7
Geografia

Gabarito

1. C
O neoliberalismo se caracteriza por um novo momento de perda da atuação do Estado, também por meio
das privatizações das empresas públicas. A austeridade, ou seja, corte de despesas e precarização das
relações de trabalho, também é característica desse momento.

2. C
A crise de 29 foi uma crise de superprodução. Com os estoques fordistas cheios, os bancos concediam
créditos para estimular o consumo. A lógica de autorregulação do mercado estava dando sinais de
esgotamento.

3. Soma = 01 + 04 + 16 = 21.
O item 02 está incorreto, pois o neoliberalismo defende a redução do papel do Estado nas empresas e
não a estatização delas. O item 08 está incorreto, pois, devido à menor ação do Estado na economia,
observa-se uma redução dos investimentos nos serviços públicos de bem-estar social, como educação,
saúde e transportes.

4. Entre os fundamentos que poderiam ser citados estão: o neoliberalismo defende a redução do Estado
na economia, uma vez que, para seus defensores, o Estado é incompetente para planejá-la e desenvolvê-
la ao mesmo tempo que o mercado; liderado pelas empresas privadas, é mais eficiente. No Brasil as
práticas neoliberais mais comuns foram: a privatização de empresas estatais; abertura da economia para
o comércio exterior. Entre as consequências, é possível dialogar que, em determinados setores, como a
aeronáutica e telecomunicações, houve modernização; em outros, foi ineficaz, como no caso das
concessões rodoviárias, em que se observou aumento abusivo dos pedágios, enquanto os investimentos
em ferrovias e geração de energia foram muito baixos, reduzindo a competitividade da economia
brasileira.

5. E
Com a crise de 29 e a redução do consumo, o Brasil realizou a substituição de importações, começando
uma importante etapa de sua industrialização. Os períodos de Vargas e JK corresponderam a um Estado
forte e presente na economia, assim como o período da ditadura, marcado por grandes obras estatais.
Posterior a esse momento, houve o endividamento dos estados e a abertura econômica que, no Brasil,
veio junto com a democratização.

8
Geografia

6.
a) Se opunha à teoria econômica liberal, que rejeitava a intervenção do Estado na economia, por se
estabelecer com base na ideia de que o mercado corrigia naturalmente seus eventuais desbalanços
ou distorções. Num capitalismo baseado na concorrência, não é difícil imaginar que os preços dos
produtos oscilavam em cima do valor real da produção e das mercadorias, uma vez que as
empresas que vendiam mais caro perderam compradores para os concorrentes que vendiam barato,
na chamada lei da oferta e da procura, que é uma das bases do sistema capitalista e um regulador
econômico importante. Porém, com a crise de superprodução e a concessão de créditos, realizada
para estimular o consumo, houve alterações no sistema capitalista, como a formação de cartéis
constituídos por grandes empresas, que passam a controlar grande parte da produção, assim como
ditar e combinar preços superiores ao valor real da mercadoria, reduzindo também o consumo.
b) O presidente Roosevelt ficou conhecido por sua política econômica chamada New Deal, com a
finalidade de tirar os EUA da recessão. Suas medidas passavam por obras estatais de grande porte,
subsídios a empresários com dificuldades, gerando empregos e recontratação dos trabalhadores,
aumento dos gastos sociais e direitos trabalhistas como auxílio desemprego. Essa base possibilitou
que o consumo permanecesse girando e a economia fosse reaquecida; é o chamado "Estado de
Bem-Estar Social"

7. D
O Estado não tem papel de mediar e regular a economia no neoliberalismo. Outro importante aspecto é
a abertura de mercados, compondo a nova economia global, que fortalece as multinacionais.

8. Soma = 02 + 04 + 08 + 16 = 30.
Apenas o item 01 está incorreto, pois não está de acordo nem com a definição, nem com o contexto de
inserção desse modelo de política econômica.

9
História

O Mundo Medieval

Teoria

O fim do Império Romano e a Alta Idade Média (476 – 1000 d.C)


O período de desintegração do Império Romano foi marcado por crises até a
queda de Roma. Mas, antes disso, percebendo a dificuldade administrativa de um
território tão extenso, o imperador Teodósio, em 395 d.C. restabeleceu uma
divisão que já havia sido tentada no passado, por Constantino, que criara dois
impérios, um com capital em Roma, no ocidente e o outro com capital em
Constantinopla, ficando conhecido como o Império Bizantino. Enquanto
Constantinopla vivia de riquezas, a irmã Roma, por sua vez, não conseguia se livrar das crises econômicas
que assolavam as grandes cidades do império trazendo fome, miséria e crimes. Com uma vida tão complicada
e sofrendo ainda com as invasões dos povos germânicos ao norte, muitos romanos decidiram abandonar as
cidades e viver no isolamento do campo, iniciando então um processo de êxodo urbano.
Esse processo de ruralização afetou diretamente as relações de trabalho na Europa, visto que a escravidão
greco-romana perdeu espaço e o colonato (um grupo é responsável por cultivar um pedaço de terra,
entregando parte da produção ao proprietário como forma de imposto e conservando outra parte para
consumo próprio. Esse sistema deu origem à servidão) se tornou um sistema de trabalho comum na Europa
Ocidental. Este cenário impactou nas próprias relações comerciais, pois o isolamento no campo e a
insegurança causada pelas guerras e pelos saques impediram a circulação segura de moedas e mercadorias.
Buscando segurança contra esses problemas, muitos senhores decidiram reforçar a proteção de suas terras
com castelos de pedra e fortalezas, ampliando ainda mais o isolamento.
Esse estado de guerra constante na Europa acontecia porque com a queda do Império Romano do Ocidente,
muitos povos passaram a disputar os novos territórios disponíveis, sobretudo no norte da Europa. Alguns
ainda se anexaram ao antigo império antes da sua queda como povos federados, como os francos que se
instalaram na região da Germânia, os visigodos na Dácia e os Burgúndios em parte da Gália. Nesta conjuntura,
portanto muitas pessoas não se identificavam com a cultura romana, mal sabiam quem era o imperador, e
em muitos lugares, as línguas “bárbaras” eram mais faladas do que o próprio latim.

1
História

Os reinos da Europa após a queda do Império Romano do Ocidente.

(VIDAL-NAQUET, Pierre e BETIN, Jacques. Atlas histórico: da Pré-história

aos nossos dias. Lisboa: Círculo de Leitores, s.d. p. 57.)

No entanto, apesar dessa assimilação nas fronteiras, a continuidade das invasões e das guerras marcou um
período de conflitos que derrubou o Império Romano e que fez do início da Idade Média uma fase caótica e
insegura. A unidade romana já não existia mais, agora imperava o multiculturalismo dos antigos povos
bárbaros. Apesar da queda de Roma e sem um poder centralizado para se apoiar, a Igreja Católica continuava
a crescer e, agora, difundia o cristianismo também entre esses povos, em uma luta milenar contra as diversas
religiões do continente, que passaram a ser perseguidas e taxadas como paganismo.
O apoio da Igreja foi fundamental para o crescimento do reino dos francos, visto
que, em 496 d.C., o rei Clóvis, da dinastia merovíngia se converteu ao
cristianismo, crescendo, portanto, o poder do clero dentro do reino. Este apoio
foi fundamental, inclusive, para a luta dos francos contra a expansão árabe na
Batalha de Poitiers, em 732 d.C.
Apesar do apoio papal, os reis foram perdendo cada vez mais seus poderes,
sendo conhecidos como “reis indolentes”, deixando o poder para uma espécie
de “primeiro-ministro”, responsável pela administração do reino. Dentre eles,
destacou-se Carlos Martel e seu filho, Pepino, o Breve, que com um golpe
apoiado pelo Papa depôs a dinastia dos merovíngios e instalou uma nova dinastia, a carolíngia. Graças a esse
apoio concedido, a Igreja Católica recebeu uma vasta doação de terras conhecidas como o Patrimônio de São
Pedro, na região da Itália, formando o que hoje conhecemos como o Vaticano.

2
História

A expansão do Império Carolíngio tomou proporções tão vastas que chegou a dominar com os francos grande
parte da Europa, levando o rei Carlos Magno a receber o título, pelo Papa Leão III, no ano 800 d.C., de imperador
do novo Império Romano do Ocidente, sendo este responsável pela defesa e difusão do cristianismo na luta
contra o paganismo e contra as invasões árabes. Carlos Magno também foi um importante realizador do
movimento conhecido como o renascimento carolíngio, que incentivou a cultura em seu reino, coma criação
de escolas, com a preservação de obras clássicas da antiguidade e o estudo de grandes pensadores.
Com a morte de Carlos Magno, o Império Carolíngio começou a ruir, ainda que seu filho Luís, o Piedoso, fizesse
esforços para tentar manter o império. Buscando apoio, Luís dividiu as terras restantes em ducados,
condados e principados doados a homens que formaram o embrião da nobreza medieval, mas, estes cada
vez mais conquistaram autonomia em suas terras, isolando-se e descentralizando o poder.
Este movimento acabou reduzindo a importância do rei que, após sua morte deixou o império para os seus
três filhos, Carlos, o Calvo, Lotário e Luís, o Germânico. Pelo Tratado de Verdun, assinado em 843 d.C., as
terras herdadas foram divididas entre os 3 e, mais uma vez o poder se fragmentou, isolando ainda mais os
territórios, fortalecendo as nobrezas locais e, por fim, consolidando o sistema conhecido como o feudalismo.

O Feudalismo
O feudalismo foi um sistema de relações sociais e de produção de riquezas que se enraizou na estrutura
europeia durante o período que conhecemos como a Idade Média. Com a perda do poder do rei e a quase
inexistente circulação de moedas e de comércio na Europa Ocidental, a terra se tornou o bem mais valioso do
período e passou a ser utilizada como ferramenta de troca de serviços, favores ou fidelidade.
Assim, o feudalismo foi um modo de produção responsável por definir muito de como as pessoas viviam,
trabalhavam e se relacionavam, sendo fundamental também para a própria manutenção de uma sociedade
de estamentos onde, no topo, encontravam-se os membros do clero, os nobres e os donos de terras,
conhecidos como os senhores feudais e, embaixo, a camada produtiva, que trabalhava nos campos. Apesar
da maior parte dessa camada ser composta por servos, ou seja, pessoas que estavam ligadas à terra por um
contrato de servidão (diferente da escravidão, pois não eram uma propriedade do senhor feudal), na base da
pirâmide social também existiam os chamados vilões, que eram trabalhadores ou pequenos proprietários
livres, mas ainda assim subordinados aos nobres e aos senhores.
Entre os historiadores, costuma-se dizer que os estamentos na Idade Média eram
divididos entre aqueles que rezam (clero), os que lutam (nobres) e os que trabalham
(camponeses). Apesar de cada grupo ter sua função, cada uma apresentava também as
suas obrigações, no entanto, apenas os servos não possuíam privilégios, sendo
condenados ao pagamento de diversos tributos e serviços para poderem produzir ou
viver no feudo. Dentre os chamados impostos feudais, cobrados aos servos, podemos
citar:

• Talha – pagamento com parte da produção no manso servil (terras arrendadas aos
servos para a produção pessoal);

• Corveia – de dois a quatro dias na semana os servos eram obrigados a trabalharem no manso senhorial,
seja com manutenção de equipamentos, na agricultura ou em obras;

3
História

• Banalidade – os equipamentos do Senhor Feudal utilizados na produção eram chamados de banais, logo,
para utilizar essas ferramentas (moinho, forno...), os servos deveriam pagar taxas conhecidas como
banalidades;

• Tostão de Pedro – destinava parte da produção para a Igreja;

• Mão morta – Tributo pago pela família ao Senhor para continuar na terra caso o patriarca morresse.

• Formariage – Tributo pago quando um servo ou parente de algum nobre se casava.

Por parte da nobreza e dos chamados Senhores Feudais (nobre que detinha o poder sobre a terra e dominava
as relações feudais), a principal obrigação que estes tinham era a de manter a segurança no feudo e garantir
a estabilidade nas terras. Para isso, realizavam alianças com outros feudos e contratos de suserania e
vassalagem para ampliar suas conexões, influências e poderes. Nesse acordo de origem germânica, um nobre
com maior influência concedia um pedaço de terra para outro nobre de menor influência, normalmente o
segundo filho de algum senhor, que não teria direito a grande herança (direito de primogenitura). Desta forma,
o que concedia a terra se tornava o suserano e prometia proteger aquele que recebeu, este, por sua vez,
tornava-se um vassalo, um cavaleiro do senhor, jurando lealdade, apoiando em guerras, protegendo o feudo,
cobrando impostos e realizando serviços ao seu suserano.
Esse contrato era estabelecido através de uma cerimônia conhecida como homenagem, que era dividida em
dois atos: o juramento e a investidura. Pelo ato de juramento, o vassalo anunciava sua lealdade e seus
serviços, enquanto pela investidura, o senhor doava uma parte de suas terras ao vassalo, tudo realizado frente
a testemunhas e normalmente selado com um beijo. Essas alianças entre diversos vassalos e suseranos
construía uma rede de proteção entre os feudos na Idade Média que envolvia até mesmo os reis que, com o
tempo, passaram a acumular cada vez mais vassalos ao seu redor.

A Baixa Idade Média (Séculos XI – XV)


Apesar das invasões húngaras, árabes e vikings se manterem ao longo dos
séculos IX e X, em comparação com as disputas territoriais do início da Alta
Idade Média, a Europa vivia neste momento uma fase muito mais segura. As
alianças realizadas entre os feudos e a proteção dos cavaleiros garantiu uma
maior estabilidade para os senhores e servos.
No entanto, a condição estável e a redução dos saques e invasões garantiram
também um crescimento demográfico neste período. Este aumento da
população proporcionou um inchaço dos feudos, que não conseguiu garantir alimentação para todas as
pessoas e ainda precisava se esforçar cada vez mais para submeter tantos servos aos tributos e opressões.
Apesar de inovações técnicas terem facilitado a produção agrícola neste período, como os moinhos
hidráulicos, os arados de ferro e as técnicas de rotação de cultura, essas novidades foram insuficientes para
garantir uma produção que atendesse as necessidades da população desses séculos. Este cenário, portanto,
provocou um deslocamento de massas de camponeses e cavaleiros que, expulsos de suas terras, passaram
a vagar entre feudos ou a vadiar em busca de trabalhos temporários e pequenos saques.
Nessa conjuntura, apesar de muitos ainda vagarem pelos bosques e terras vazios, outros decidiram se
aventurar nas antigas ruínas do Império Romano e reocupar as cidades abandonadas. Esse processo de

4
História

crescimento demográfico e de êxodo marcou o início da Baixa Idade Média e deu origem ao que conhecemos
como a crise do feudalismo.
Tendo em vista esse cenário, que além da miséria europeia ainda contava com a expansão árabe, um
movimento religioso com apoio da nobreza surgiu tentando conciliar soluções para os dois problemas. As
chamadas cruzadas, portanto, tinham como objetivo reconquistar a cidade sagrada de Jerusalém (dominada
pelos turcos desde o século VII), expandir a fé cristã, penetrar novamente o catolicismo romano no Império
Bizantino e, por fim, resolver o problema do crescimento demográfico e da miséria na Europa.

Assim, essa população miserável e os cavaleiros errantes que antes causavam problemas
para nobres e para a Igreja, a partir de agora seriam a solução para outros problemas. Em
1095, o Papa Urbano II, em um discurso no Concílio de Clermont convocou os cristãos
para as expedições rumo ao oriente, prometendo indulgência plena a todos que lutassem
e morressem nesta “guerra santa”. , Urbano II acabou reunindo nas marchas cruzadistas
de poderosos reis a cavaleiros miseráveis, que buscavam uma oportunidade de melhorar
suas vidas.
Ainda que as cruzadas não tenham solucionado muitos desses problemas, sobretudo o
da quantidade de miseráveis vagantes, ela acabou abrindo caminhos para outras questões. As marchas
cruzadistas além de reconquistarem novos territórios, também foram fundamentais para a abertura de
antigas rotas comerciais, dominadas pelos árabes, pelo estabelecimento de postos comerciais, que
garantiram um ressurgimento das cidades e, enfim expandiram a fé cristã.
Uma outra importante conquista das cruzadas também foi a retomada das rotas comerciais do mediterrâneo,
dominada pelos muçulmanos desde o século VIII, isolando a Europa. As cruzadas, portanto, abriram caminhos
para o acesso a importantes centros comerciais da região, como Veneza, Gênova e até mesmo
Constantinopla. Visto isso, podemos perceber que as cruzadas foram fundamentais para desenvolver um
processo que já se iniciava há anos na Europa, o de renascimento comercial e urbano.
Cansados das opressões feudais e sem perspectivas vagando em territórios isolados, muitos servos e
camponeses se deslocaram para a vida nas pequenas cidades que se formavam, trabalhando como artesãos
ou comerciantes e estimulando a realização de feiras e do comércio. Essa nova vida promoveu, enfim, a
possibilidade de uma ascensão econômica para muitas pessoas que passaram a depender dessas
atividades.
Enfim, dois grandes polos comerciais, durante a Baixa Idade Média, estabeleceram-se na Europa, um na Itália
com as ricas cidades mediterrâneas e o outro germânico, com a Liga Hanseática, no norte da atual Alemanha,
controlando o comércio da região. A poderosa estrutura comercial que se estabeleceu possibilitou inclusive
o enriquecimento de indivíduos, que passaram a empregar outros funcionários de forma assalariada, controlar
rotas comerciais, dominar o mercado e, consequentemente, fortalecer uma nova classe que ascendia: a
burguesia.

5
História

A Igreja Medieval
As relações sociais e o modo de produção feudal foram características fundamentais da
sociedade medieval, mas, não podemos compreender este período sem nos aprofundarmos
na influência da Igreja Católica neste mundo. A questão espiritual, desde a antiguidade,
sempre se manifestou como característica essencial de diversas culturas e, no caso europeu,
desde o fim do Império Romano, o cristianismo se tornava cada vez mais a grande influência
religiosa da região.
Com o período Carolíngio, como visto, a Igreja Católica passou a exercer mais do que um
poder espiritual, pois adentrou definitivamente nas questões políticas dos reinos germânicos,
passou a influenciar decisões, controlar a vida das pessoas e se tornou, enfim, uma grande proprietária de
terras, fortemente vinculada à estrutura feudal. Assim, a Igreja Católica detinha um vasto poder sobre os
calendários, as datas, as decisões políticas, as horas de trabalho e até mesmo os dias que poderiam ter
batalhas e os dias santos.
Dominando grande parte da Europa e se relacionando com as principais monarquias e nobrezas, a Igreja
conseguiu se tornar a principal instituição do mundo e realizar obras faraônicas para constantemente reforçar
o seu poder. Visto isso, durante a Idade Média, diversas igrejas de arquitetura gótica, mosteiros e abadias
foram construídos pela Europa, sendo estes últimos importantes centros de cultura letrada.
Nos mosteiros e nas abadias os monges preservavam textos antigos, traduziam livros estrangeiros,
organizavam bibliotecas e escolas e guardavam artefatos considerados sagrados. Muitos monges chegaram
a abandonar a chamada “vida secular” (em contato com a terra, com as riquezas), para se dedicarem
integralmente às regras do cristianismo, isolando-se em mosteiros e abrindo mão de todos os bens materiais,
ficando conhecidos como o clero regular.
Por outro lado, o chamado clero secular, manteve-se ligado às riquezas possuídas pela Igreja Católica, à
administração de terras e ao mundo material. Muitos monges acumularam vastas riquezas através das
doações que recebiam de fiéis que buscavam perdão por seus pecados. Por volta do ano 1000 essa onda de
doações se tornou ainda maior, visto que a crença na proximidade do fim do mundo desesperava muitos fiéis,
que tentaram de tudo para conseguir o perdão.
De fato, o apego de parte deste clero a tais bens materiais acabou gerando muitas
críticas e denúncias por parte de fiéis que não concordavam com essa ostentação e,
antes mesmo das grandes reformas protestantes, já iniciavam na Idade Média uma
leve ruptura com o catolicismo, através da criação de seitas, facções e orientações
que divergiam da doutrina católica. Esses movimentos acabaram condenados como
heresias. O ponto mais alto dessas divergências e da criação de novas correntes religiosas durante a Idade
Média ocorreu em 1054, com o chamado Cisma do Oriente. Há séculos que a Igreja Católica do Império
Bizantino e a de Roma estavam distantes, defendendo inclusive doutrinas que divergiam em certos pontos.
No entanto, o momento mais sensível na relação entre as duas partes ocorreu quando o Papa decidiu
excomungar o patriarca bizantino Miguel Cerulário, que, insatisfeito, proclamou a separação definitiva das
duas igrejas, criando, enfim a Igreja Católica do Oriente, ou a Igreja Ortodoxa, em Constantinopla.

6
História

O outono da Idade Média


Se a crença na chegada eminente do fim do mundo assolava os cristãos durante o ano 1000, a crise do século
XIV representou para a Europa quase um apocalipse atrasado. Durante este século, a população europeia
enfrentou não só as guerras que já estava acostumada, mas também sofreu com a fome causada pelas más
colheitas e pelo fechamento de rotas comerciais por batalhas e, enfim, conheceu a chamada peste negra.
Em 1915, intensas chuvas no noroeste da Europa dificultaram a produção agrícola da região, causando uma
crise de abastecimento no continente. Para piorar, alguns anos depois os alimentos e produtos que
atravessavam as novas rotas comerciais começaram a sofrer com o bloqueio dos caminhos ocasionado por
batalhas, como a Guerra dos Cem anos, entre 1337 e 1453. Esse cenário caótico de más colheitas e bloqueio
comercial acabou gerando a chamada grande fome do século XIV.
Com a fome e as guerras assolando a maior parte da Europa, um novo problema também surgiu neste período
para ampliar o número de mortos e devastar 1/3 da população europeia: a peste bubônica. Na época, com
uma medicina incipiente e com poucos estudos sobre a questão, não havia medicamentos ou tratamentos
eficazes contra a doença e nem mesmo uma informação exata sobre os motivos reais da peste negra, sendo
genericamente associada à grande população de ratos que circulavam pelas cidades reocupadas. No entanto,
a verdadeira causa da peste, descoberta graças aos estudos da microbiologia no século XIX, estaria nas
pulgas que transmitiam a doença.
Essa conjuntura de fome, doenças, guerras e mortes, somados à vida precária e submissa de servos no campo
acabaram sendo o estopim para diversas revoltas na Europa e, naturalmente, para o desgaste do próprio
feudalismo. Um grande exemplo dessas revoltas que apavorou senhores feudais na Europa foram as
chamadas jacqueries, que estouraram no norte da França em 1358. Cerca de 20 mil camponeses foram
mortos pelo exército francês após se rebelarem contra as opressões sofridas e contra os problemas que
abatiam a população local. Este movimento acabou dando o nome de jacquerie para diversas outras
manifestações camponesas do período.

7
História

Exercícios

1. (Mackenzie/SP) Aquilo que dominava a mentalidade e a sensibilidade dos homens da Idade Média era
o seu sentimento de insegurança (...) que era, no fim das contas, a insegurança quanto à vida futura,
que a ninguém estava assegurada (...). Os riscos da danação, com o concurso do Diabo, eram tão
grandes, e as probabilidades de salvação, tão fracas que, forçosamente, o medo vencia a esperança.
(Jacques Le Goff. A civilização do Ocidente medieval.)

O mundo medieval configurou-se a partir do medo da insegurança, como retratado no texto acima.
Encontre a alternativa que melhor condiz com o assunto.
a) A crise econômica decorrente do final do Império Romano, a guerra constante, as invasões
bárbaras, a baixa demográfica, as pestes, tudo isso aliado a um forte conteúdo religioso de punição
divina aos pecados contribuiu para o clima de insegurança medieval.
b) A peste bubônica provocou redução drástica na demografia medieval, levando a crenças
milenaristas e apocalípticas, sufocadas, por sua vez, pela rápida ação da Igreja, disponibilizando
recursos médicos e financeiros para a erradicação das várias doenças que afetam seus fiéis.
c) O clima de insegurança que predominou em toda a Idade Média decorreu das guerras constantes
entre nobres – suseranos – e servos – vassalos, contribuindo para a emergência de teorias
milenaristas no continente.
d) As enfermidades que afetavam a população em geral contribuíram para a demonização de
algumas práticas sociais, como o hábito de usar talheres nas refeições, adquirido, por sua vez, no
contato com povos bizantinos.
e) A certeza da punição divina a pecados cometidos pelos humanos predominava na mentalidade
medieval; por isso, nos vários séculos do período, eram constantes os autos de fé da Inquisição,
incentivando a confissão em massa, sempre com tolerância e diálogo.

2. (Unicamp) “Guerreiros a pé e cavaleiros fizeram um caminho através dos cadáveres. Mas tudo isso
ainda era pouca coisa. Fomos ao Templo dealomão, onde os sarracenos tinham o costume de celebrar
seus cultos. O que se passou nestes lugares? Se dissermos a verdade, ultrapassaremos o limite do que
é possível crer. Será suficiente dizer que, no Templo e no pórtico de Salomão, cavalgava-se em sangue
até os joelhos dos cavaleiros e até o arreio dos cavalos. Justo e admirável julgamento de Deus, que
quis que este lugar recebesse o sangue daqueles que blasfemaram contra Ele durante tanto tempo.”
(Raymond d’Aguiller, Historia Francorum qui ceperunt Jerusalem. Disponível em: https://bityli.com/zmp4B. Acessado em
01/10/2014.)

O texto acima se refere à Primeira Cruzada (1096- 1099). Responda às questões abaixo.
a) Identifique um motivo econômico e um motivo político para o movimento das Cruzadas.
b) Que grupo social liderou esse movimento e como o cronista citado identifica o apoio de Deus ao
empreendimento cruzadístico?

8
História

3. (FUVEST-2008) Se, para o historiador, a Idade Média não pode ser reduzida a uma “Idade das Trevas”,
para o senso comum, ela continua a ser lembrada dessa maneira, como um período de práticas e
instituições “bárbaras”. Com base na afirmação acima, indique e descreva
a) duas contribuições relevantes da Idade Média.
b) duas práticas ou instituições medievais lembradas negativamente.

4. (FUVEST 2015) A cidade é [desde o ano 1000] o principal lugar das trocas econômicas que recorrem
sempre mais a um meio de troca essencial: a moeda. [...] Centro econômico, a cidade é também um
centro de poder. Ao lado do e, às vezes, contra o poder tradicional do bispo e do senhor, frequentemente
confundidos numa única pessoa, um grupo de homens novos, os cidadãos ou burgueses, conquista
“liberdades”, privilégios cada vez mais amplos.
(Jacques Le Goff. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro: Record, 2010. Adaptado.)

O texto trata de um período em que:


a) os fundamentos do sistema feudal coexistiam com novas formas de organização política e
econômica, que produziam alterações na hierarquia social e nas relações de poder.
b) o excesso de metais nobres na Europa provocava abundância de moedas, que circulavam apenas
pelas mãos dos grandes banqueiros e dos comerciantes internacionais.
c) o anseio popular por liberdade e igualdade social mobilizava e unificava os trabalhadores urbanos
e rurais e envolvia ativa participação de membros do baixo clero.
d) a Igreja romana, que se opunha ao acúmulo de bens materiais, enfrentava forte oposição da
burguesia ascendente e dos grandes proprietários de terras.
e) as principais características do feudalismo, sobretudo a valorização da terra, haviam sido
completamente superadas e substituídas pela busca incessante do lucro e pela valorização do
livre comércio.

5. (FUVEST-2008) A cidade antiga (grega, entre os séculos VIII e IV a.C.) e a cidade medieval (européia,
entre os séculos XII e XIV), quando comparadas, apresentam tanto aspectos comuns quanto
contrastantes. Indique aspectos que são
a) comuns às cidades antiga e medieval.
b) específicos de cada uma delas.

6. (UNIFESP-2008) Sabe-se que o feudalismo resultou da combinação de instituições romanas com


instituições bárbaras ou germânicas. Indique e descreva no feudalismo uma instituição de origem
a) romana.
b) germânica.

9
História

7. (UNICAMP-2008) Em 1348 a peste negra invadiu a França e, dali para a frente, nada mais seria como
antes. Uma terrível mortalidade atingiu o reino. A escassez de mão-de-obra desorganizou as relações
sociais e de trabalho. Os trabalhadores que restaram aumentaram suas exigências. Um rogo foi dirigido
a Deus, e também aos homens incumbidos de preservar Sua ordem na Terra. Mas foi preciso entender
que nem a Igreja nem o rei podiam fazer coisa alguma. Não era isso uma prova de que nada valiam?
De que o pecado dos governantes recaía sobre a população? Quando o historiador começa a encontrar
tantas maldições contra os príncipes, novas formas de devoção e tantos feiticeiros sendo perseguidos,
é porque de repente começou a se estender o império da dúvida e do desvio.
(Adaptado de Georges Duby, A Idade Média na França (987-1460): de Hugo Capeto a Joana d’Arc. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 1992, p. 256-258.)

a) A partir do texto, identifique de que maneira a peste negra repercutiu na sociedade da Europa
medieval, em seus aspectos econômico e religioso.
b) Indique características da organização social da Europa medieval que refletiam a ordem de Deus
na Terra.

8. (UNESP 2018)
Empunhando Durendal, a cortante,
O rei tirou-a da bainha, enxugou-lhe a lâmina
Depois cingiu-a em seu sobrinho Rolando
E então o papa a benzeu.
O rei disse-lhe docemente, rindo:
“Cinjo-te com ela, desejando
Que Deus te dê coragem e ousadia,
Força, vigor e grande bravura
E grande vitória sobre os infiéis.”
E Rolando diz, o coração em júbilo:
“Deus mo conceda, pelo seu digno comando.”
(La Chanson d'Aspremont, século XII. Apud Georges Duby. A Europa na Idade Média, 1988.)

a) Qual é a cerimônia medieval descrita no texto? Identifique dois versos do texto que contenham
elementos religiosos.
b) Qual é a relação entre o rei e Rolando, personagens do poema? O que essa relação representa no
contexto do feudalismo?

10
História

Gabarito

1. A
A espiritualidade medieval, controlada pelo cristianismo, difundia entre os fiéis que o “fim dos tempos”
estava próximo e condenava diversas práticas com punições violentas e até a morte. Se não bastasse a
construção dessa mentalidade escatológica entre os indivíduos da Idade Média, os perigos reais também
assolavam essa população com pestes, guerras e grandes invasões, alimentando esse sentimento
eterno de medo e insegurança.

2.
a) Dentre as motivações econômicas para as cruzadas, podemos citar a busca por novas terras com
a reconquista de territórios dominados pelos árabes, assim como a abertura de novas rotas
comerciais, principalmente no Mar Mediterrâneo. Na questão política, as cruzadas poderiam
garantir o fortalecimento de reis e nobres que embarcaram nas marchas e até mesmo enfraquecer
a Igreja Católica Ortodoxa e os muçulmanos, levando ao fortalecimento do Papa.
b) O grupo social que liderou o movimento foi a nobreza, visto que grandes cruzadas foram lideradas
por reis, duques e condes que buscavam conquistar novas terras e ampliar suas influências.
Segundo o cronista, o apoio de divino estaria na vontade de Deus em punir e derramar o “sangue
daqueles que blasfemaram contra Ele durante tanto tempo”.

3.
a) A Idade Média foi um período de grandes transformações e novidades que até hoje influenciam as
relações humanas. No campo, por exemplo, a criação do sistema de rotação de culturas, do arado
e do moinho hidráulico foram fundamentais na agricultura. Já nas cidades, o desenvolvimento da
arquitetura, muito visível nas Igrejas, a criação de modelos de universidades utilizados até hoje e o
desenvolvimento de ideias e filosofias são grandes novidades desse período.
b) Nesse período, algumas práticas e instituições podem ser destacadas pela memória negativa,
dentre elas, a própria Igreja Católica, que teve um controle autoritário sobre a sociedade e através
da Inquisição executou muitos inocentes. Nesse contexto, muitas práticas também são
controversas, como a submissão total dos camponeses aos nobres pelo regime de servidão, as
taxas abusivas, a violência, a grande intolerância religiosa, o controle radical do corpo e das ideias
pela Igreja Católica e até mesmo o grande misticismo dessa sociedade não deixaram memórias
positivas.

4. A
O período da Baixa Idade Média marca o início de um processo de crise do feudalismo, paralelo ao
renascimento urbano e comercial. Neste cenário, o surgimento de uma classe econômica forte ligada ao
comércio enfraqueceu ainda mais as arcaicas relações feudais, que agora coexistia com novas formas
de organização política e econômica e de relações sociais nas cidades.

11
História

5.
a) Dentre os aspectos comuns entre as cidades antigas e medievais podemos destacar a ligação delas
com o campo, a importância dos meios urbanos para o comércio, a autonomia política e a
importante produção cultural e intelectual.
b) Apesar das semelhanças entre as cidades medievais e antigas, alguns aspectos podem ser
destacados como contrapontos entre os dois modelos, dentre eles a própria questão do domínio
social, visto que na antiguidade, as aristocracias rurais detinham grande domínio sobre a cidade,
enquanto na Idade Média, o meio urbano era dominado principalmente pelos grandes comerciantes.
Também podemos destacar como diferença os estilos arquitetônicos, pois na Idade Média há um
predomínio de muralhas e estilos góticos. Enfim, a cidade medieval também era notada por seu “ar
de liberdade”, em contraponto ao regime de servidão do campo, o que diferencia da cidade antiga.

6.
a) No feudalismo, podemos destacar como uma instituição de origem romana tanto a Igreja Católica
quanto o próprio sistema de servidão, que teve início com o colonato.
b) Dentre as influências germânicas, destacam-se as relações militares, como o acordo de suserania
e vassalagem.

7.
a) Como afirma o texto, a escassez da mão de obra, provocada pela onda de mortes, desorganizou as
relações sociais e de trabalho, afetando não só a produção de alimentos e novas mercadorias como
também o consumo, o que impactou a economia rural e urbana através da agricultura e do comércio.
No aspecto religioso, a peste bubônica colocou em dúvida o poder da Igreja, possibilitou o
surgimento de grupos religiosos dissidentes, o aumento de perseguições religiosas e até mesmo o
retorno de crenças apocalípticas.
b) Durante a Idade Média, a sociedade estamental era justificada pela Igreja Católica como o desejo
de Deus para que cada grupo cumprisse seus desígnios, organizando-se entre aqueles que rezam,
os que lutam e os que trabalham.

8.
a) O texto apresenta uma cerimônia de homenagem que um nobre consagra um cavaleiro como seu
vassalo. Os versos religiosos são: “E então o papa a benzeu.”, “Que Deus te dê coragem e ousadia,”
e “Deus mo conceda, pelo seu digno comando.”
b) Os dois personagens possuem uma relação de suserania e vassalagem. No contexto do feudalismo,
essa aliança representa a união política de nobres, proteção contra inimigos e a manutenção dos
privilégios estamentais.

12
Matemática

Potenciação, radiciação, produtos notáveis e fatoração

Exercícios

 1  1  1  1 
1. (Ufrgs 2020) O valor de 1 − 2   1 − 3   1 − 4    1−  é
       100 
1
.
a) 10
1
.
b) 100
c) 1.
d) 2.
e) 3.

2. (G1 - ifsc 2020) Sabendo que x = 20100 e y = 40050 pode-se afirmar que:

Assinale a alternativa CORRETA.


a) x é igual a y.
b) x é a metade de y.
c) x é o dobro de y.
d) x é igual ao quadrado de y.
e) x é igual ao quadruplo y.

3. (Puc) Simplificando
3

1 
 9+ 3 
3
( 3
)
3 + 3 24 , encontramos:

a) 9
b) 10
3
c) 3
d) 12
e) 1

1
Matemática

4. Analise as proposições abaixo e classifique-as e V(verdadeira) ou F(falsa).

0, 0001. ( 0, 01) .1000


2
1
( ) Se m= , então m= .
0, 001 100

( ) O número ( 0,899 2
− 0,1012 ) é menor que
7
10
.

 
(2 ) (2 )
2 −1 3 −1
( )  2 +1
. 4. 3 +1
 é irracional.
 
 

A sequência correta é:
a) V–F–F
b) V–F–V
c) F–F–F
d) F–V–V

x− y − ( − y )
−x
1
5. Sabendo-se que x = e y = −4 , o valor da expressão é igual a:
2 x+ y
a) x3
b) y −2
c) 2y
d) x2 .y
x
e)
y

2
Matemática

6. (G1 - ifpe 2020) Os produtos notáveis podem ser utilizados para facilitar o cálculo de expressões
numéricas, por exemplo:

51 49 = (50 + 1)(50 − 1) = 502 − 12 = 2500 − 1 = 2499.

Na conta acima, podemos aplicar o produto notável, a2 − b2 = (a + b)(a − b). Com a ajuda dos produtos
notáveis, determine, aproximadamente, o valor de x na seguinte equação:

x2 + 6.400.0002 = 6.400.0022

a) 5.000
b) 8.000
c) 2
d) 400
e) 20

7. (G1 - cmrj 2021) Um professor resolveu desafiar seus três melhores alunos do 9º ano, Huguinho,
Zezinho e Luizinho, com um problema para cada um. Depois de resolvê-los, os alunos entregaram suas
respostas.

Huguinho
3
Resposta: O valor de 10 + 6 3 é igual a 1 + 3.

Zezinho

Resposta: O quadrado da expressão 3 + 2 2 − 3 − 2 2 é igual a um número inteiro.

Luizinho
Resposta: A soma dos algarismos do número 102021 − 102019 é um múltiplo de 3.

O Prof. Pinheiro concluiu que


a) todos os três alunos acertaram.
b) apenas um aluno acertou.
c) apenas Huguinho e Zezinho acertaram.
d) apenas Huguinho e Luizinho acertaram.
e) apenas Zezinho e Luizinho acertaram.

3
Matemática

a b
8. (Ime 2021) Considere que a  0, b  0 e (a + b)  0. Sabendo-se que + = 3, determine o valor de
b a
a2 + b2
.
2(a + b)2

a) 0,1
b) 0,3
c) 0,6
d) 0,8
e) 1,0

4
Matemática

Gabarito

1. A
Tem-se que

 1  1  1  1  1 2 3 98 99
1 − 2   1 − 3   1 − 4    1 − =     
       100  2 3 4 99 100
1
=
100
1
= .
10
2. A
Reescrevendo x e y :

x = 20100 = ( 2  10 )
100
= 2100  10100

( )
50
y = 40050 = 22  102 = 2100  10100
x = y

3. D
3
3 1 3 3 √27 + 1 3 3 3 + 1 3 3 + 1 3
( √9 + 3 ) . ( √3 + √24) = 3 . ( √3 + 2 . √3 ) = 3 . √3(1 + 2) = 3 ∙ √3 ∙ 3 = 12
√3 √3 √3 √3

4. A
Verdadeira.
0,0001 . (0,01)² . 1000 10−4 . (10−2 )² . 103 10−5 1
𝑚 = = −3
= −3
= 10−2 =
0,001 10 10 100
Falsa.
7
0,899² − 0,101² = (0,899 + 0,101) . (0,899 − 0,101) = 0,798 >
10

Falsa.

√(2√2 +1 )√2−1 . √4 √(2√3+1 )√3−1 = √2√22−1² . √4. √2√3² −1² = √2. √4 . √22 = √2 . √8 = √16 = 4

, que é racional.

Logo, a sequência pedida é V – F – F.

5
Matemática

5. A
Do enunciado, temos que:
1
1 −(−4) −
(2) − (−(−4)) 2
=
1
+ (−4)
2

1
1 1 2
−( )
= 16 4 =
7

2
1 1

= 16 2 =
7

2
7
− 1 1 3
= 16 = = ( ) = 𝑥³
7 8 2

2

6. A
Calculando:

x 2 + 6.400.0002 = 6.400.0022
x 2 = 6.400.0022 − 6.400.0002
x 2 = ( 6.400.002 + 6.400.000 )( 6.400.002 − 6.400.000 )
x 2 = 12.800.002  2
x = 25.600.004  25.000.000
 x  5.000

7. A
Huguinho acertou, pois:
2 3
(1 + 3)3 = 13 + 3  12  3 + 3  1 3 + 3 = 1 + 3 3 + 9 + 3 3 = 10 + 6 3

Zezinho acertou, pois:

( )
2 2 2
3+2 2 − 3−2 2 = 3 + 2 2 − 2 3 + 2 2  3 − 2 2 + 3 − 2 2 =

3+2 2 −2 (3 + 2 2 )  (3 − 2 2 ) + 3 − 2 2 = 6 − 2 9 − (2 2)2 = 4

Luizinho acertou, pois:

( )
102021 − 102019 = 102019  102 − 102019 = 102019  102 − 1 = 102019  99

Sabemos que 99 é múltiplo de 3, logo 102021 − 102019 também será múltiplo de 3.

Portanto, todos os três alunos acertaram.

6
Matemática

8. B
Desenvolvendo a equação:

a b a2 + b2
+ =3 = 3  a2 + b2 = 3ab
b a ab

Substituindo este resultado na expressão dada, obtemos:

a2 + b2 a2 + b2 3ab 3 ab
= = = = 0,3
2
2(a + b) ( 2 2
2 a + b + 2ab ) 2 ( 3ab + 2ab ) 10 ab

7
Português

Classes variáveis e invariáveis

Teoria

Classes de palavras
As classes gramaticais são classificadas em:
● Variáveis: são aquelas que sofrem flexão de gênero e número.
São elas: substantivos, adjetivos, artigos, numerais, pronomes e verbos. Vale destacar que os pronomes
também assumem flexão de pessoa e que os verbos se flexionam em pessoa, modo e tempo.

● Invariáveis: são aquelas que não sofrem flexão. São elas: conjunções, preposições, interjeições e
advérbios.

1. Substantivo: é a palavra com a qual se nomeiam os seres e as coisas. Ex.: Menina bonita.
2. Adjetivo: é a palavra que caracteriza o substantivo ou termo equivalente. Ex.: Menina bonita.
3. Artigo: é o termo que antecede o substantivo a fim de especificá-lo ou generalizá-lo. Ex.: A menina bonita.
/Uma menina bonita.
4. Numerais: são as palavras que indicam quantidade ou ordem. Ex.: Há duas laranjas na cozinha. /Comi
meia laranja.
5. Pronomes: são as palavras que acompanham ou substituem os nomes. Ex.: Ela é bonita. /Minha amiga
é bonita. /A menina que é bonita foi à festa. /Aquela menina é bonita.
6. Verbo: é a palavra que introduz estados, exprime ações ou representa fenômenos da natureza. Ex.: Estou
doente. /Joana correu ontem. /Chove muito.
7. Conjunções: são as palavras que ligam orações ou termos de mesma função sintática. Ex.: Choveu, mas
fui à praia. / Carlos e Henrique foram à praia.
8. Preposição: é a palavra que liga dois ou mais termos, estabelecendo uma relação de sentido entre eles.
Ex.: João chegou com Marina. (relação de companhia)
9. Interjeições: são palavras/expressões utilizadas para exprimir estados emocionais e sensações ou para
realizar apelações ao interlocutor. Ex.: Ufa! Eita! Aff! Psiu! Ei!
10. Advérbios: são as palavras que modificam verbo, adjetivo ou advérbio, para expressar uma circunstância.
Ex.: Comi muito. /Andei apressadamente. /Ontem, fui ao jogo.

É muito importante que saibamos que as palavras podem transitar de classe gramatical. Veremos alguns
casos a seguir:
● Substantivação: os artigos podem transformar em núcleos nominais palavras que não desempenham
essa função.

Ex.: O andar da modelo é estonteante.


O muito aborrece, e o pouco enobrece.

1
Português

• Derivação Imprópria: é um processo de formação de palavras que consiste na mudança de classe ou


conversão, isto é, ocorre quando a palavra, pertencente a uma classe, é utilizada como se fosse parte
de outra.

Ex.: O conceito de belo nas artes é encontrado na Grécia Antiga. (substantivo)


O Coliseu de Roma é muito belo. (adjetivo)

2
Português

Exercícios de vestibulares

1. (ITA) Beber é mal, mas é muito bom.


(FERNANDES, Millôr. Mais! Folha de S. Paulo, 5 ago. 2001, p. 28.)

A palavra “mal”, no caso específico da frase de Millôr, é:


a) adjetivo
b) substantivo
c) pronome
d) advérbio
e) preposição

2. (Fuvest) Considere os textos para responder à questão.


I. A tônica é que os pequenos jogadores da equipe de futebol Javalis Selvagens estão tranquilos e
até confortáveis, bem cuidados na caverna pela numerosa equipe internacional que tenta retirá-
los dali, e que têm muita vontade de voltar a comer seus pratos favoritos quando voltarem para
casa.
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/07/07/internacional/1530941588_246806.html. Adaptado

II. Bem, minha vida mudou muito nos últimos dois anos. O mundo que explorei mudou muito. Eu vi
muitas paisagens diferentes durante as turnês, e é realmente inspirador ver o quão grande é o
mundo. Eu quero explorar e experimentar diferentes partes da natureza, mas eu não gosto do
deserto, sinto muito pelas plantas! Ou talvez eu goste disso… te deixa com sede de olhar para ele...
http://portalaurorabr.com/2018/09/16/eusoufeministaporquesoumulherdizauroraementrevistaaoindependent

III.

Quanto ao sentido, a palavra “bem”, destacada nos três textos, desempenha a mesma função em cada
um deles? Justifique.

3
Português

3. (Fatec – SP) Leia, atentamente, o trecho extraído de Memórias Póstumas de Brás Cubas, abaixo
transcrito:
“a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a
campa foi um berço”
Identifique a classificação morfológica de autor e de defunto:
I. No primeiro caso, autor é substantivo e defunto é adjetivo.
II. No segundo caso, defunto é substantivo e autor é adjetivo.
III. Em ambos os casos, temos substantivos compostos.

Agora, identifique a alternativa correta:


a) I e III corretas.
b) todas são incorretas.
c) I e II corretas.
d) todas são corretas.
e) II e III corretas.

4. (PUC – MG) O nome destacado funciona, respectivamente, como substantivo, adjetivo e advérbio em:
a) A rapidez de seu discurso me confundiu.
No seu discurso, ele pronunciava rápido as palavras.
Confundiu-se porque seu discurso parecia rápido.
b) A futilidade caracteriza-se pelo zelo demasiado ao pouco importante.
O demasiado não nos pertence.
Preocupa-se demasiado com questões difíceis.
c) A monotonia marcava a paisagem.
O cenário monótono nos entediava.
Naquela paisagem, eu os ouvia falar monótono.
d) O barato nos pode sair caro.
Pagou barato pelo objeto, mas se arrependeu.
O preço barato pode ser ilusório.
e) O homem só não encontra companhia em si mesmo.
O só é aquele que não se encontrou.
O homem encontra companhia só em si mesmo.

4
Português

5. (Uerj) A Máquina
Faltando somente um minuto para a hora marcada, às onze e cinquenta e nove exatamente, Antônio
entrou na máquina de sua própria morte, feita com suas próprias mãos, e todos os olhos, todos os
ouvidos, todas as câmeras e todos os microfones do mundo apontaram para ele, um patrocínio Alisante
Karina, ele vai morrer de amor por você. Se pudesse divulgar o que estava sentindo, sem trazer
inquietação ao coração de Karina, talvez Antônio tivesse confessado ali mesmo, pro mundo todo ouvir,
que estava com um medo desgraçado, sabe o verbo medo? Mas não parecia. Quem olhava para ele, ou
seja, o mundo inteiro, não diria nunca que se tratava de um homem que sentia um frio no espinhaço. E
foi então que deu a hora certinha que Antônio tinha marcado para partir, meio-dia em ponto, cinco,
quatro, três, dois, um, Ave-Maria, e seu coração disse pra sua cabeça, vá, e sua cabeça disse pra sua
coragem, vou, e sua coragem respondeu, vou nada, mas Antônio não ouviu. E quando as setecentas
lâminas da máquina da morte botaram para funcionar, todas elas ao mesmo tempo, na maior ligeireza,
o mundo todo que estava esperando para ver tripa de Antônio, sangue de Antônio, osso de Antônio virar
pó, não viu foi coisa nenhuma.
Adriana Falcão. A máquina. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999.

No romance de Adriana Falcão, o narrador, dialogando com o leitor, faz a seguinte pergunta: “sabe o
verbo medo?”. Na pergunta, o discurso do narrador provoca um estranhamento. Explique por que ocorre
o estranhamento e indique o sentido que ele produz no contexto.

6. (Fuvest-Ete, 2022)
Rios sem discurso

Quando um rio corta, corta-se de vez


o discurso-rio de água que ele fazia;
cortado, a água se quebra em pedaços,
em poços de água, em água paralitica.
Em situação de poço, a água equivale
a uma palavra em situação dicionária:
isolada, estanque no poço dela mesma,
e porque assim estanque, estancada;
e mais: porque assim estancada, muda,
e muda porque com nenhuma comunica,
porque cortou-se a sintaxe desse rio,
o fio de água por que ele discorria.
João Cabral de Melo Neto. A educação pela pedra.

Na palavra composta "discurso-rio", há


a) dois substantivos em relação de coordenação.
b) dois substantivos em relação de subordinação.
c) substantivo e adjetivo em relação de subordinação.
d) substantivo e adjetivo em relação de coordenação.
e) dois adjetivos em relação de coordenação.

5
Português

7. (Enem, 2015) Em junho de 1913, embarquei para a Europa a fim de me tratar num sanatório suíço.
Escolhi o de Clavadel, perto de Davos-Platz, porque a respeito dele me falara João Luso, que ali passara
um inverno com a senhora. Mais tarde vim a saber que antes de existir no lugar um sanatório, lá estivera
por algum tempo Antônio Nobre. “Ao cair das folhas”, um de seus mais belos sonetos, talvez o meu
predileto, está datado de “Clavadel, outubro, 1895”. Fiquei na Suíça até outubro de 1914.
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985.

No relato de memórias do autor, entre os recursos usados para organizar a sequência dos eventos
narrados, destaca-se a
a) construção de frases curtas a fim de conferir dinamicidade ao texto.
b) presença de advérbios de lugar para indicar a progressão dos fatos.
c) alternância de tempos do pretérito para ordenar os acontecimentos.
d) inclusão de enunciados com comentários e avaliações pessoais.
e) alusão a pessoas marcantes na trajetória de vida do escritor.

8. (Enem, 2015)

A rapidez é destacada como uma das qualidades do serviço anunciado, funcionando como estratégia
de persuasão em relação ao consumidor do mercado gráfico. O recurso da linguagem verbal que
contribui para esse destaque é o emprego
a) do termo “fácil” no início do anúncio, com foco no processo.
b) de adjetivos que valorizam a nitidez da impressão.
c) das formas verbais no futuro e no pretérito, em sequência.
d) da expressão intensificadora “menos do que” associada à qualidade.
e) da locução “do mundo” associada a “melhor”, que quantifica a ação.

6
Português

Gabarito
1. B
Originalmente, a palavra “mal” é um advérbio. No entanto, nesse caso, podemos subentender o artigo
indefinido “um” (beber é um mal, mas é muito bom). Dessa forma, “mal” exerce o papel de substantivo.

2. Não. No caso I, “bem” é advérbio de intensidade, que intensifica o adjetivo “cuidado”. No caso II, “bem” é
um recurso fático, utilizado para estabelecer a comunicação. No caso III, “bem” é vocativo, uma forma
de chamamento.

3. C
Nesse caso, a posição das palavras é capaz de alterar suas classes gramaticais. Em “autor defunto”, o
segundo vocábulo caracteriza o primeiro, sendo, portanto, um adjetivo. Em “defunto autor”, o mesmo
acontece: autor (adjetivo) caracteriza o substantivo “defunto”. Por isso, as afirmações I e II estão
corretas.

4. C
No primeiro caso, “monotonia” está precedida do artigo “a”; portanto, é um substantivo. No segundo,
“monótono” está qualificando o substantivo “cenário”; portanto, é um adjetivo. No terceiro caso,
“monótono” está atribuindo uma circunstância de modo ao verbo “falar”; portanto, é um advérbio.

5. (Gabarito oficial UERJ) O estranhamento ocorre porque o narrador identifica o substantivo “medo” como
verbo. O sentido produzido é o da intensificação da ideia de medo.

6. B
É correta a opção [B], pois a palavra “discurso-rio” é composta por dois substantivos em relação de
subordinação, já que o segundo termo especifica o primeiro: discurso que é rio.

7. C
O autor usa verbos no pretérito perfeito (“embarquei”, “vim” e “fiquei”) para relatar tempos passados e
concluídos, alternando-os com verbos no pretérito mais-que-perfeito (“passara”, e “estivera”) para
descrever ações que tinham acontecido antes daqueles primeiros. Assim, o recurso usado pelo autor
para organizar a sequência de eventos é a alternância de tempos do pretérito, como se afirma em [C].

8. C
No período “vai ser bom, não foi”, a sequência das expressões verbais, “vai ser” com noção de futuro,
assim como o pretérito do perfeito referente ao passado, sugerem a velocidade de ação que a empresa
pretende apresentar como sua característica principal. Assim, é correta a opção [C].

7
Química

Métodos de separação de misturas

Teoria

Métodos de separação de misturas


A primeira coisa que devemos analisar é se a mistura com a qual estamos lidando é homogênea ou
heterogênea. Pois, para cada uma delas, há diferentes técnicas para serem utilizadas.

Técnicas mais utilizadas para misturas heterogêneas


• Filtração: Nesse processo, quando a mistura é despejada sobre o filtro, o sólido não dissolvido fica retido
e a fase líquida passa livremente.

Usado para separar: Sólido + Líquido


Exemplo: Água e areia

Ilustração: Rebeca Khouri.


• Decantação: Nesse processo, basicamente, nós iremos deixar a mistura em repouso por algum tempo, até
que haja a separação das duas fases.

Usado para separar: Sólido + Líquido


Exemplo: Água + açúcar + areia

Decantação, liquido-sólido. Disponível em: Manualdoenem.com

OBS: Essa água obtida não é própria para o consumo.

1
Química

Usado para separar: Líquido + Líquido


Exemplo: Azeite + Água

Ilustração: Rebeca Khouri.

OBS: Nesse caso, é necessária a utilização de um funil de decantação. O líquido mais denso, após um
período de repouso, ficará na parte de baixo do funil, que será removido através da torneira que fica na
parte inferior do funil, ao ser aberta.

• Sifonação: Esse método parte da decantação. Quando a mistura é deixada em repouso, após a separação
das duas fases, se não for possível retirar o líquido para o outro recipiente, podemos retirá-lo por sifonação
através de um sifão, da sucção e da ação gravitacional.

Usado para separar: Sólido + Líquido ou Líquido + Líquido


Exemplo: Água + cascalho

Ilustração: Rebeca Khouri.

Essa técnica pode ser utilizada para trocar a água de aquários, por exemplo.

2
Química

• Centrifugação: Utiliza um equipamento chamado de centrífuga para aumentar a velocidade da decantação


através da força centrípeta.

Usado para separar: Sólido + Líquido


Exemplo: Sangue

Centrífuga Sangue centrifugado

OBS: Esse método é muito utilizado em sistemas coloidais, onde a sedimentação não ocorre facilmente.

• Separação magnética (Imantação): É uma técnica que consiste em separar misturas em que um dos
componentes é atraído por um ímã.

Usado para separar: Sólido + Sólido


Exemplo: Limalha de ferro + areia

3
Química

• Dissolução fracionada: Quando se tem uma mistura onde apenas um dos componentes é solúvel em um
determinado solvente.

Usado para separar: Sólido + Sólido


Exemplo: Sal + areia.

Dissolução fracionada. Disponível em: Manualdoenem.com

Adicionando água, apenas o açúcar irá solubilizar. Separando o açúcar da areia.

OBS: Pode ser usado para separar: Sólido + líquido


Exemplo: Sal + óleo

• Ventilação: É usada para dois componentes sólidos com densidades diferentes, por meio da aplicação
corrente de ar sobre a mistura.

Usado para separar: Sólido + Sólido (Densidades diferentes)


Exemplo: Arroz + palha (separação dos grãos de sua palha).

A corrente de ar permite que o sólido menos denso saia e o mais denso permaneça no recipiente.
Outro exemplo é quando queremos separar as sementes de passarinho das cascas: é possível assoprar o
pote para que as cascas saiam e as sementes fiquem.

• Levigação: Utiliza a força da água para separar o componente menos denso de uma mistura formada por
sólidos.

Usado para separar: Sólido + Sólido (Densidades diferentes)


Exemplo: Ouro + cascalho.

O ouro, por ser mais denso que o cascalho, permanece no recipiente. Enquanto o cascalho, que é menos
denso, segue na corrente de água.

4
Química

• Flotação: Método no qual um líquido, que não é capaz de dissolver nenhum dos componentes da mistura,
é adicionado para separá-los pela diferença de densidade.

Usado para separar: Sólido + Sólido


Exemplo: Areia + Serragem

Ao adicionar água, por ela apresentar uma densidade intermediaria, com relação a serragem e a areia, e
não solubilizar nenhum dos componentes. Haverá uma separação, onde o sólido mais denso ficará em
baixo e o menos denso em cima

OBS: Pode ser usado para separar: Sólido + líquido


Nesse caso, uma corrente de ar (Bolhas de ar) é adicionada a mistura, carregando as partículas sólidas
para a superfície e separando-as da parte líquida.

• Peneiração: É a separação de sólidos com diferentes diâmetros de suas partículas.

Usado para separar: Sólido + Sólido


Exemplo: Areia + pedra

Os poros da peneira vão permitir que apenas os sólidos pequenos (com diâmetro menor do que os poros)
passem.

OBS: Muitas vezes, a peneiração é chamada de tamisação. O que não está errado, mas é preciso tomar o
seguinte cuidado: quando estamos falando de uma sequência de peneiras, obrigatoriamente, temos uma
tamisação.

5
Química

Técnicas mais utilizadas para misturas homogêneas

• Destilação simples: Ocorre de acordo com a diferença nos pontos de ebulição do solvente e do soluto. Por
aquecimento, em aparelhagem apropriada com um condensador, apenas o líquido entra em ebulição,
passando para o estado gasoso, o qual é condensado e recolhido.

Exemplo: Sal + água

Ilustração por Rebeca Khouri.

• Destilação fracionada: Usada na separação quando os componentes da mistura são líquidos e tem o ponto
de ebulição muito próximos. A técnica e a aparelhagem utilizadas na destilação fracionada são as mesmas
empregadas na destilação simples, com exceção de um aparelho adicional chamado coluna de
fracionamento.

Exemplo: Água + Álcool

Ilustração por Rebeca Khouri.

6
Química

OBS: Outro exemplo muito relevante é a destilação do petróleo.

O petróleo é uma mistura com diferentes hidrocarbonetos (compostos com carbono e hidrogênio). Esses
compostos apresentam temperatura de ebulição próximas umas das outras. Para que haja a separação das
frações do petróleo, é necessário utilizar a destilação fracionada.

Ilustração por Rebeca Khouri.

É importante perceber que, à medida que vamos subindo na coluna de fracionamento, o ponto de ebulição
vai ficando mais baixo.

• Fusão fracionada: Esse processo é baseado nas diferenças nos pontos de fusão dos componentes de
uma mistura. A mistura sólida é aquecida até que um dos componentes se funda(liquefazer)
completamente.

Exemplo: Separação em cada metal que compõe uma liga metálica.

Fusão metálica. Disponível em: https://biztimes.com/

7
Química

• Liquefação fracionada: é o processo de separação de uma mistura gasosa. Resfria-se a mistura até que
os gases componentes atinjam seu ponto de ebulição, passando assim para o estado líquido.

Exemplo: separação do ar atmosférico (sabendo-se que o gás nitrogênio passa para o estado líquido antes
do gás oxigênio).

Ilustração por Rebeca Khouri.

• Evaporação: Método utilizado quando há uma mistura em que um dos componentes evapora facilmente.
Geralmente, este componente é sólido quando puro.

Exemplo: água do mar (salinas)

Extração do sal. Disponível em: https://www.spicycampers.com/piran-slovenia.html.

Como o sal apresenta um elevado ponto de ebulição, ao deixar essa mistura exposta à luz solar, a água irá
evaporar lentamente. Separando, assim, o sal da água.

8
Química

Exercícios de vestibulares

1. (Mackenzie – SP) Os sistemas água-óleo, água-areia e ar-poeira podem ser separados respectivamente
por:
a) levigação, filtração e filtração.
b) imantação, filtração e decantação.
c) decantação, filtração e filtração.
d) filtração, decantação e decantação.
e) destilação, decantação e filtração.

2. (Fuvest – SP) O composto orgânico sólido ácido ftálico, utilizado na síntese de corantes, pode estar
impurificado por naftaleno, matéria-prima para sua obtenção.

Solvente Água Álcool éter


Substância Fria Quente Frio Quente Frio Quente
Naftaleno I I S M S M
Ácido
P M S S P P
ftálico

M = muito solúvel; S = solúvel; I = insolúvel; P = parcialmente solúvel

Baseado na tabela, descreva um procedimento que permita separar o ácido ftálico do naftaleno,
obtendo o primeiro no estado sólido.

3. (UFMT, 2021) A obtenção de água potável em estações de tratamento de água (ETA) é uma atividade
complexa de separação de misturas. Assinale a alternativa que apresenta duas operações de
separação de misturas corretas empregadas nas estações de tratamento de água.
a) Destilação simples e evaporação
b) Evaporação e filtração
c) Decantação e filtração
d) Destilação simples e filtração

9
Química

4. (IFRN, 2015) Considere as misturas abaixo:

I. Gasolina + querosene
II. NaCl da água do mar
III. Limalhas de ferro + areia
IV. Plaquetas + sangue

Os métodos de separação destinados a cada uma dessas misturas, são:


a) I – destilação fracionada; II – evaporação; III – separação magnética; e IV – decantação.
b) I – decantação; II – destilação fracionada; III – evaporação; e IV – filtração.
c) I – filtração; II – evaporação; III – separação magnética; e IV – destilação fracionada.
d) I – destilação fracionada; II – evaporação; III – catação; e IV – decantação.

5. (UEFS, 2011) Os componentes de uma mistura podem ser separados de acordo com suas propriedades
físicas e técnicas que fazem parte de uma variedade de processos físicos de análise imediata. Assim,
para a separação dos componentes da mistura de areia com serragem da madeira, a melhor técnica é
a) catação da serragem com pinças especiais.
b) decantação da areia após adição de óleo seguido de filtração.
c) centrifugação que separa os grãos de areia da serragem de madeira.
d) incineração da mistura e separação posterior das cinzas por centrifugação.
e) flotação após adição de água, porque a serragem de madeira é menos densa que a água.

6. (Enem, 2021) Entre os materiais mais usados no nosso dia a dia destacam-se os plásticos, constituídos
por polímeros. A consequência de seu amplo uso é a geração de resíduos, que necessitam de um
destino final adequado em termos ambientais. Uma das alternativas tem sido a reciclagem, que deve
respeitar as características dos polímeros que compõem o material. Esse processo envolve algumas
etapas, como: separação do resíduo (catação), moagem, hidrólise, lavagem, secagem, pirólise e
aquecimento (fusão).
SPINACÉ, M. A. S., PAOLI, M. A. D. Tecnologia de reciclagem de polímeros. Química Nova, n.1, 2005 (adaptado).

Quais das etapas citadas do processo de reciclagem são classificadas como métodos químicos?
a) Hidrólise e pirólise
b) Secagem e pirólise
c) Moagem e lavagem
d) Separação e hidrólise
e) Secagem e aquecimento

10
Química

7. (UFJF, Pism 1, 2015) O ar atmosférico é constituído, principalmente, de 78% de gás nitrogênio e 21% de
gás oxigênio. O ar que respiramos contém também material sólido particulado conhecido como poeira.
Responda aos itens abaixo.
a) Cite uma técnica para “limpar” o ar atmosférico, ou seja, separar a poeira.
b) Depois de “limpo”, o ar é classificado como uma substância pura? Justifique a sua resposta.
c) Os dois principais componentes do ar podem ser separados através de um sistema como o
representado abaixo.

1. Primeiramente, o ar é convertido em líquido pelo


resfriamento a −200 °𝐶.

2. O ar líquido entra na coluna que contém placas na


temperatura de −190 °𝐶.

3. Os dois componentes são então recolhidos


separadamente: um no estado gasoso e o outro
no estado líquido.

Fonte: adaptado de www.agracadaquimica.com.br, acessado em 21 de outubro de 2014.

Sabendo-se que os pontos de ebulição do nitrogênio e do oxigênio são −196 °𝐶 e −183 °𝐶,


respectivamente, identifique os componentes que são recolhidos como gás e líquido e escreva
suas fórmulas moleculares.

d) Escreva o nome do método de separação descrito no item (c).

8. (Unicamp – SP) Têm-se as seguintes misturas:


I) areia e água
II) álcool (etanol) e água
III) sal de cozinha (NaCl) e água, neste caso uma mistura homogênea.

Cada uma dessas misturas foi submetida a uma filtração em funil com papel e, em seguida, o líquido
resultante (filtrado) foi aquecido até sua total evaporação. Pergunta-se:
a) Qual mistura deixou um resíduo sólido no papel após a filtração? O que era esse resíduo?
b) Em qual caso apareceu um resíduo sólido após a evaporação do líquido? O que era esse resíduo?

11
Química

Gabarito

1. C
água-óleo: Mistura heterogênea – Decantação
água-areia: Mistura heterogênea – Filtração
ar-poeira: Mistura heterogênea – Filtração

2. Adicionando água quente à mistura, o ácido ftálico será solubilizado e o naftaleno permanecerá no
estado sólido. Em seguida, será feita a filtração para separar o sólido do líquido. Posteriormente, uma
evaporação da fase líquida fará com que a água evapore e o ácido puro seja obtido.
(1) Dissolução fracionada, (2) Filtração, (3) Evaporação

3. C
Processos de separação de misturas heterogêneas: Decantação (Líquidos + Líquidos ou Líquido +
Sólido) e Filtração (Sólidos + Líquidos ou Gases + Sólidos).
No tratamento de água, a decantação ocorre depois da floculação e, posterior à decantação, a filtração.

4. A
I. Gasolina + querosene 🡪 destilação fracionada 🡪 dois líquidos com PE próximos
II. NaCl da água do mar 🡪 evaporação 🡪 Mistura homogênea entre um sólido e um líquido
III. Limalhas de ferro + areia 🡪 separação magnética 🡪 apenas a limalha é atraída por um imã
IV. Plaquetas + sangue 🡪 decantação 🡪 A centrifugação não deixa de ser uma decantação acelerada por
um equipamento.

5. E
Temos uma mistura entre serragem e areia, ou seja, uma mistura heterogênea entre dois sólidos. A
técnica que podemos utilizar para separar esses dois sólidos é a flotação. Como a serragem apresenta
uma densidade baixa, ao adicionar água, a serragem flutuará e a areia ficará no fundo do recipiente.

6. A
Etapas:
separação do resíduo (catação) - Físico
moagem - Físico
hidrólise – químico
lavagem - Físico
secagem - Físico
pirólise e aquecimento (fusão) – químico

7. a) Um método de separação que poderia ser utilizado é o da filtração, que retém as partículas sólidas
através de filtros.
b) O ar atmosférico é constituído por uma mistura de gases, como: 𝑂2 , 𝑁2 , 𝐶𝑂2 , dentre outros.
c) Gás: nitrogênio: 𝑁2 . Líquido: oxigênio: 𝑂2
d) Destilação fracionada.

8. a) I – Areia e água: Ao passar pelo filtro, o sólido fica retido no papel (mistura heterogênea).
II – Álcool (etanol) e água:Tanto a água quanto o etanol passam pelo filtro (mistura homogênea).
III – Sal de cozinha (NaCl) e água: Ambos passam pelo filtro, já que o sal está solubilizado (mistura
homogênea)
b) I – Areia e água: Ao passar pelo filtro, o sólido fica retido. Não há sólido no recipiente após evaporação.
II – Álcool (etanol) e água: Tanto a água quanto o etanol passam pelo filtro e a evaporação não é
capaz de separar esses dois compostos.
III – Sal de cozinha (NaCl) e água: Ambos passam pelo filtro, já que o sal está solubilizado. Porém,
após a evaporação, a água (solvente) evapora e o sal (NaCl) fica no recipiente.

12
Redação

Análise de atualidades: crises existenciais

Teoria

Você sabe o que é uma crise existencial? De acordo com portais de psicologia, qualquer pessoa pode
desenvolvê-la. É um sentimento que proporciona sensações de vazio e de incerteza, causadas pelas dúvidas
em relação ao presente e ao futuro. Essa questão pode ser desencadeada devido às exigências da vida
moderna, por exemplo: fragilidade das relações humanas, a falta de tempo e de autocuidado, a pressa pelo
sucesso (vestibular e profissão), etc.

Disponível em: https://www.facebook.com/DevaneiosComSigmundEFreud/?fref=ts

Essa questão é abordada também em uma corrente muito importante da filosofia. Jean-Paul Sartre foi um
filósofo, escritor e crítico francês que ficou conhecido por ser um dos principais representantes do
existencialismo – corrente filosófica que busca entender a existência humana. Segundo o autor, o grande mal
da filosofia ao longo da história foi a sua excessiva preocupação com temas abstratos e distantes da
experiência imediata. Dessa forma, o existencialismo entende a busca por compreender a existência humana
como uma busca por entender o homem na sua concretude, na sua experiência real e diária. Sartre acredita
que para o homem, a existência precede a essência, ou seja, não existe uma essência eterna e inalterável,
comum a todos os homens, mas sim, o homem é apenas um grande vazio e, portanto, será a sua história que
definirá sua identidade, sua essência.
Além disso, cabe destacar, também, como a pressa pelo sucesso está em constante discussão atualmente.
Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano, em sua obra “Sociedade do cansaço”, explica sobre como a
contemporaneidade é marcada por um excesso de positividade que culmina nas mais diversas patologias
psicológicas. Nesses discursos atuais, predominam as mensagens de ação produtiva e as ideias de que todas
as metas são alcançáveis, os quais são reflexo da nossa imersão no mundo digital.
Vamos ver como essas questões podem ser encontradas na atualidade?
Redação

Exercícios

1. O Brasil sofre uma epidemia de ansiedade. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS),
o País tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo: 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da
população) convivem com o transtorno. O tabu em relação ao uso de medicamentos, entretanto, ainda
permanece.
Disponível em: https://exame.abril.com.br/ciencia/brasil-e-o-pais-mais-ansioso-do-mundo-segundo-a-oms/

Elabore um comentário acerca das possíveis causas para o Brasil ser o país com o maior número de
pessoas com transtorno de ansiedade.

2. Leandro Karnal, historiador e colunista do jornal O Estado de S. Paulo, aponta outro lado da questão e
vê uma “medicalização” do comportamento humano. “Se o aluno não consegue acompanhar as aulas,
dão remédio para ele. Nem todo mundo que não presta atenção tem déficit de atenção. A aula pode ser
chata mesmo”, argumenta.

Rosely Sayão, psicóloga e consultora em educação, chama a atenção para o que ela intitula de
“epidemia de diagnósticos”, que envolve leigos e profissionais de saúde. Para ela, cada um de nós hoje
usa a lógica médica para olhar para o outro e dizer: “Essa pessoa é chata; essa pessoa tem TOC; fulano
surtou”. “Nós vivemos à base de diagnósticos e, quando fazemos isso, apagamos a pessoa que está
por trás dele”.
Disponível em: https://exame.abril.com.br/ciencia/brasil-e-o-pais-mais-ansioso-do-mundo-segundo-a-oms/

Explique, com suas palavras, uma tendência para a medicalização do comportamento humano.

3. Fim de Bojack Horseman força desfecho vazio depois de examinar tão bem os traumas humanos (e
equinos)
Como encerrar uma série como Bojack Horseman? Ao longo de seis anos, a comédia escrita por
Raphael Bob-Waksberg e produzida pela Netflix pareceu irrefreável ao analisar, com excelência, os
impulsos e traumas de cada personagem - em grande parte animais antropomórficos - na cidade dos
sonhos: Hollywoo[d].

Com um cavalo antropomorfo de meia-idade que fez sucesso na TV americana nos anos 1990 como
peça central, a narrativa caminha entorno do grande mito da fama, felicidade e do sucesso para se
transformar em um verdadeiro momento de meditação sobre a bagunça que é estar vivo. (...) As críticas
ácidas sobre a cultura pop e norte-americana também aliviam o pessimismo existencial que assombra
Bojack. (...)

A série, que nunca foi de simplificar as coisas, desta vez, estranhamente nos apresentou problemas
sendo fácilmente solucionados. Talvez mais uma temporada teria feito bem para Bojack Horseman, já
que sabemos que algumas dores não desaparecem da noite pro dia.
Disponível em: https://rollingstone.uol.com.br/noticia/fim-de-bojack-horseman-forca-desfecho-incompleto-depois-de-examinar-
tao-bem-os-traumas-humanos-e-equinos-analise/

Elabore um parágrafo de introdução para o tema “As crises existenciais na sociedade contemporânea”
utilizando a série Bojack Horseman como contextualização.
Redação

4. O Instagram foi considerada a pior rede social no que concerne seu impacto sobre a saúde mental dos
jovens, segundo uma pesquisa do Reino Unido.

Na enquete, 1.479 pessoas com idades entre 14 e 24 anos avaliaram aplicativos populares em quesitos
como ansiedade, depressão, solidão, bullying e imagem corporal.

O estudo, da Sociedade Real para Saúde Pública (RSPH, na sigla em inglês) na Grã-Bretanha, sugere
que as plataformas avisem, através de um pop-up, toda vez que houver uso excessivamente intenso
das redes sociais, e que identifiquem usuários com problemas de saúde mental.

O Instagram diz que oferece ferramentas e informações sobre como lidar com bullying e avisa os
usuários sobre conteúdos específicos de algumas páginas. A pesquisa afirmou que "as redes sociais
podem estar alimentando uma crise de saúde mental" entre jovens. Cerca de 90% dos jovens usam
redes sociais - mais do que qualquer outra faixa etária -, o que os torna especialmente vulneráveis a
seus efeitos, apesar de não estar exatamente claro quais seriam estes no momento.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-40092022

Elabore um parágrafo argumentativo acerca dos males que as redes sociais podem impactar na saúde
mental dos usuários.

5. Com crise e cortes na ciência, jovens doutores encaram o desemprego: 'Título não paga aluguel'

Diante da falta de oportunidade no mercado, tanto na iniciativa privada quanto nas instituições públicas,
muitos jovens doutores apostaram na possibilidade de um pós-doutorado, conforme diversos relatos
à BBC Brasil. A bolsa mensal do CNPq é de R$ 4,5 mil.

Diferentemente do mestrado ou doutorado, o pós-doutorado não é um título: é uma especialização ou


um estágio para aprimorar o nível de excelência de determinada área acadêmica. É visto como um
aperfeiçoamento do currículo para processos seletivos para docente nas universidades públicas.

Para a maioria dos candidatos, porém, as expectativas acabaram frustradas. "A proposta, apesar de
meritória, não pode ser atendida nesta demanda, considerando-se a disponibilidade de recursos", dizia
a resposta-padrão enviada a dezenas de doutores recém-titulados que tinham pedido bolsas na
modalidade Pós-Doutorado Júnior (PDJ), do CNPq.

Segundo a doutora Lara Carlette, os jovens doutores vivem impasses: por um lado, muitos passam
anos na condição de bolsistas de dedicação exclusiva (o que proíbe vínculo empregatício, assim
limitando a possibilidade de experiência docente); por outro lado, a experiência é cobrada nos
concursos."Depois da alegria e do alívio de defender uma tese, você está desempregado no dia
seguinte. Título não paga aluguel."
(Adaptado) Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-44696697

Elabore um comentário argumentativo acerca das possíveis frustrações acadêmicas em relação ao


cenário educacional contemporâneo brasileiro.
Redação

Analise o excerto abaixo sobre o tema “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira” e
responda às questões 6 e 7:

O filme “Nise – No coração da loucura” retrata a história da médica Nise da Silveira que revolucionou a história
da psiquiatria brasileira, uma vez que propôs novas técnicas para tratar internos e se recusou a usar
eletrochoques e camisas de força nos pacientes. Estes tratamentos violentos representavam a forma como
os doentes mentais estavam à margem da sociedade e os preconceitos em torno dessas enfermidades. No
entanto, por mais que a alagoana tenha proporcionado o debate sobre a humanização no tratamento de
enfermos psiquiátricos, estigmas relacionados às doenças mentais ainda persistem na sociedade brasileira.

6. A contextualização é a principal etapa para introduzir o tema a ser discutido em uma redação. Após a
leitura, identifique se o trecho pode ser considerado exemplar e justifique a sua resposta.

7. Qual período contém a tese dessa introdução?

8. Leia o trecho abaixo sobre o tema ““O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”.

Na obra “O Alienista”, Machado de Assis retrata a história do renomado médico, Simão Bacamarte, e
sua criação: um manicômio para tratar os entendidos como “loucos”. Mesmo com sucesso
inicialmente, quase toda a população de Itaguaí fora internada por seu falso julgamento sobre a loucura,
o que levou acidade ao desespero.

O parágrafo acima está incompleto em relação às duas funções de uma introdução. Indique o que falta
para que o parágrafo se torne completo e, em seguida, reescreva-o.
Redação

Gabarito

1. Sugestão de gabarito:
Estudo. Avaliação. Boletim. Rendimento. Vestibular. Aprovação. Graduação. Emprego. Sucesso. Todas
essas palavras representam o ciclo acadêmico-profissional ideal de um brasileiro que, muitas vezes, não
segue essa ordem e provoca distúrbios na saúde tanto psicológica quando física de uma pessoa. Isso
ocorre por conta das pressões sociais pela desenfreada busca pelo sucesso impulsinada pela mídia,
pelas redes sociais e por capas de revistas “Forbes Under 30”, por exemplo, que mostram casos de êxito
profssional e provocam a cobiça frustrada de outros para alcançar o mesmo feito.

2. Sugestão de gabarito:
A tendência contemporânea para a medicalização do comportamento humano é uma tentativa de
reforçar padrões sociais – normalidade e anormalidade - e fazer com que as pessoas se encaixem neles.
Dessa forma, são criados distúrbios, muitas vezes sem uma avaliação médica, para justificar padrões
comportamentais que normalmente não seriam aceitos na sociedade.

3. Sugestão de gabarito:
A série “Bojack Horseman”, produzida pela Netflix, conta a história do personagem principal, um cavalo
antropomorfo, que procura lidar com o fracasso e a frustração após ter sido uma grande estrela de
sucesso de um programa de TV. Entretanto, essa questão não é encontrada somente na ficção, visto que
é um reflexo dos problemas encontrados na sociedade contemporânea causando crises existenciais
provocadas pelas relações humanas e sociais.

4. Sugestão de gabarito:
De acordo com uma pesquisa divulgada pela BBC Brasil, o Instagram é considerada a rede social mais
nociva à saúde mental dos jovens. Isso ocorre devido à falta de maturidade na utilização das mídias e
pela identificação da projeção fantasiosa de uma vida virtual diferente da realidade. Por esse motivo,
muitos jovens são impactados negativamente pelo desejo de obter a superficialidade apresentada na
internet, acarretando transtornos psicológicos como a ansiedade e a depressão.

5. Sugestão de gabarito:
Em 2019, o ministro da educação Abraham Weintraub estabeleceu um contingenciamento de gastos
para as universidades públicas. Essa questão trouxe impactos negativos para o cenário educacional
brasileiro, visto que prejuciou diversos estudantes com pesquisa em curso. Ademais, o atual cenário
econômico também não favorece os pesquisadores em busca de um emprego no mercado formal visto
que existe uma alta qualificação não compatível com os oportunidades trabalhistas.

6. A introdução pode ser considerada exemplar, pois apresenta o tema a ser discutido e inicia a
problematização sobre a discussão proposta.

7. A tese desse parágrafo está no seguinte período: “No entanto, por mais que a alagoana tenha
proporcionado o debate sobre a humanização no tratamento de enfermos psiquiátricos, estigmas
relacionados às doenças mentais ainda persistem na sociedade brasileira.”
Redação

8. O parágrafo em questão não apresenta a tese. A reescritura poderia ser feita da seguinte forma: “Na obra
“O Alienista”, Machado de Assis retrata a história do renomado médico, Simão Bacamarte, e sua criação:
um manicômio para tratar os entendidos como “loucos”. Mesmo com sucesso inicialmente, quase toda
a população de Itaguaí fora internada por seu falso julgamento sobre a loucura, o que levou acidade ao
desespero. Embora seja uma ficção do século XIX, a atualidade brasileira ainda se vê nesse cenário de
estigmas sobre as doenças mentais, uma vez que o estilo de padronização social, atrelado à insuficiência
de políticas públicas, acentuam a falta de informação sobre o tema.”
Redação

Escrita criativa e autoral

Teoria

A redação do vestibular é um tipo de escrita técnica. Nela, devemos escrever para explicar algo e não há
espaço para um estilo devido à necessidade da clareza e objetividade na transmissão da informação ou ponto
de vista, além de termos que demonstrar certo nível de conhecimento sobre o tema abordado. Entretanto,
mesmo que seja um texto técnico, há espaços para explorar a criatividade e a autoria em uma redação. Vamos
ver como?

1. Cultive o hábito da leitura


A leitura é o passo mais importante para qualquer escritor, não é? O hábito da leitura melhora a capacidade
criativa, visto que você entra em contato com a ideia dos autores, conhece estilos de textos, desenvolve o
senso crítico, amplia o seu vocabulário e adquire conhecimento de mundo, o famoso repertório sociocultural
que uma redação deve ter para aumentar o nível de informatividade. Além disso, ao ampliar o vocabulário,
você consegue com facilidade achar sinônimos ou expressões substitutivas para palavras repetidas no seu
texto, além de melhorar o nível de formalidade dele.

2. Explore o desconhecido
Você não deve ficar preso a apenas um tipo de informação, deve comparar a mesma informação em
diferentes veículos midiáticos e perceber as palavras empregadas. Além disso, procure, também, se
interessar por assuntos que você não domina. Tente dar uma chance aos documentários, filmes de ficção,
filmes baseados em histórias reais, todas essas informações podem ser utilizadas para ilustrar seus textos
ao fazer analogias e trazer mais conteúdo ao seu texto. Sempre que se deparar com um assunto
desconhecido, faça uma pequena busca, pois uma informação desconhecida possibilita novas construções
no campo do pensamento.

3. Não espere a inspiração chegar


Essa dica serve tanto para a escrita criativa quanto qualquer tipo de escrita e até mesmo para a hora do
vestibular. A inspiração não é algo que simplesmente chega e vai embora, ela deve ser trabalhada depois de
criar alguns hábitos como o da leitura e o da pesquisa. Para evitar bloqueios, procure fazer uma lista de
palavras relacionadas ao assunto que você esteja escrevendo, por exemplo, se você pretende escrever sobre
educação, pense em palavras daquele campo semântico, ou seja, palavras que remetam ao ambiente escolar:
aluno, professor, docente, discente, sistema educacional, escola, etc. E procure fazer anotações de ideias que
surgem durante o dia, às vezes temos insights que na hora não temos como utilizar, mas podem ser utilizados
futuramente.
Redação

4. Escreva diariamente
Você já ouviu aquele ditado que a prática leva à perfeição? No que diz respeito à escrita, ele deve ser levado
em consideração. Assim como atletas precisam de treinamento diário, os vestibulandos também precisam
treinar a escrita de redações. Nosso cérebro precisa estar em constante atividade para que se desenvolva
não só uma redação, mas um texto criativo. Logo, é importante escrever diariamente e sobre diferentes temas.
Se não conseguir escrever diariamente, estabeleça uma meta semanal, mas sempre esteja praticando e
reescrevendo, também, as redações antigas. Isso irá te ajudar a aprimorar a escrita!

5. Revise seu texto


Dê preferência a frases curtas e objetivas e utilize, preferencialmente, a ordem direta, pois uma frase
estruturada dessa forma é entendida facilmente pelo leitor. Além disso, para revisar o seu texto, o ideal é dar
um tempo entre a escrita e a correção para ter um olhar mais imparcial e poder identificar frases sem coesão
ou sem coerência e prezar pela clareza e objetividade do seu texto. Procure fazer uma pausa para refrescar a
cabeça antes de conferir se sua redação está em ordem.

O que é a autoria para o Enem?


De acordo com a Cartilha do Participante do Enem, “o conceito de autoria se mostra relacionado ao projeto
de texto elaborado e ao desenvolvimento de informações, fatos e opiniões trazidos pelo participante para sua
redação. Isso significa que um texto com autoria é aquele em que o participante apresenta um projeto de
texto estratégico e consegue cumprir com êxito, de maneira organizada e consistente, o que foi programado
nesse projeto.”

Dessa forma, cabe destacar que a autoria é, portanto, a forma como o texto é trabalhado. O importante não é
o que o candidato seleciona para a escrita de seu texto – ou seja, quais repertórios foram utilizados para
sustentar o ponto de vista –, mas, sim, como ele selecionou, relacionou, organizou e interpretou as
informações que trouxe para o texto. A autoria é, então, o resultado de uma boa organização e de um bom
desenvolvimento do texto. Caso queira ler mais um pouco sobre como a autoria é avaliada na Competência
III da grade de correção: clique aqui.

“Aprender a escrever é aprender a pensar”


O autor Othon Moacyr Garcia, em seu livro Comunicação em prosa moderna sinaliza que “aprender a escrever
é, em grande parte, se não principalmente, aprender a pensar, aprender a encontrar ideias e a concatená-las,
pois, assim como não é possível dar o que não se tem, não se pode transmitir o que a mente não criou ou não
aprovisionou”. Dessa forma, destaca-se a importância da leitura como elemento principal para a construção
de um repertório sociocultural produtivo com o objetivo de estabelecer analogias, fazer referências, ilustrar
com exemplificações, confirmar pensamentos com citações e utilizar essas informações na defesa de um
ponto de vista.

Portanto, para desenvolver uma escrita criativa, mesmo em textos técnicos, é preciso ser curioso, ler bastante,
praticar a arte de escrever e também pensar fora da caixa e manter a mente aberta para o novo. Com isso,
você conseguirá cada vez mais achar referências para ilustrar sua argumentação, pensar em diferentes tipos
de contextualização para a introdução, achar palavras que possam evitar a repetição e principalmente, perder
o medo de escrever um título para o seu texto. Vamos praticar?
Redação

Exercícios

Analise a imagem abaixo presente na coletânea de textos da prova de Redação do Enem 2020 cujo tema foi
“O estigma relacionado às doenças mentais na sociedade brasileira” e responda às questões 1 a 3:
Redação

1. Elabore um comentário acerca das informações presentes no infográfico.

2. De acordo com o que você aprendeu sobre autoria, retire informações do infográfico e crie um
parágrafo argumentativo acerca do tema “O estigma relacionado às doenças mentais na sociedade
brasileira”.

3. Qual conclusão pode ser feita a partir da afirmação “mais de 11,5 milhões de brasileiros têm
depressão”?

4. Leia a redação abaixo sobre o tema “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de
dados na internet”.

Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2020/Competencia_3.pdf

Em relação ao projeto de texto, pode-se afirmar que a redação teve um planejamento prévio à escrita?
Justifique sua resposta.
Redação

5. A coerência textual é a relação lógica entre as ideias de um texto, pois essas devem se complementar
e, como consequência, serem resultado de uma não contradição entre as partes de um texto.

Em relação a essa afirmação, analise se o fragmento abaixo pode ser considerado coerente. Depois,
justifique sua resposta.

Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2020/Competencia_3.pdf

6. O tema da prova de redação do Enem 2021 foi sobre “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso
à cidadania no Brasil”. Acerca dessa proposta temática, indique elementos criativos e autorais que
poderiam ser utilizados nessa redação.
Redação

Analise o texto abaixo presente na coletânea de textos do tema “Invisibilidade e registro civil: garantia de
acesso à cidadania no Brasil”.

7. Elabore um comentário acerca das informações presentes no infográfico.

8. Leia:

Além disso, outro aspecto importante a ser destacado é como a ausência de documentos pode afetar
a vida de um cidadão em relação ao recebimento de ações afirmativas. De acordo com o Mapa da
Invisibilidade, divulgado pelo IBGE, quase 4 milhões de brasileiros não possuem documentos básicos.
Essa questão impactou negativamente a população brasileira durante o período de pandemia, uma vez
que para terem acesso ao “Auxílio Emergencial”, benefício fornecido pelo governo para um
enfrentamento mais digno da crise. Logo, torna-se necessária a execução de medidas para diminuir a
quantidade de cidadãos que ainda não podem usufruir dos seus direitos.

O fragmento acima utilizou-se de informações presentes na coletânea de textos do Enem 2021. Pode-
se afirmar que a redação partiu de uma escrita criativa e autoral? Justifique sua resposta.
Redação

Gabaritos

1. O infográfico apresenta informações fornecidas pela OMS acerca do panorama da depressão no


território brasileiro. Dentre as informarções apresentadas, destaca-se que 322 milhões de pessoas vivem
com depressão (11,5 milhões somente no Brasil) e hoje se torna a doença mais incapacitante do mundo,
a qual impacta em perda econômica mundial pelas consequências dos transtornos mentais. Além disso,
essa doença afeta 30% mais mulheres do que homens e o Brasil é o país mais depressivo da América
Latina.

2. Sugestão de escrita: Além disso, a falta de investimentos em políticas públicas destinadas à saúde
mental do brasileiro prejudica os pacientes. Segundo uma pesquisa realizada pela Organização Mundial
de Saúde, o Brasil é o país com as maiores taxas de pessoas com transtornos de ansiedade e casos de
depressão. No entanto, há poucos programas destinados ao cuidado emocional dos pacientes e, com a
pandemia do coronavírus, episódios de transtornos mentais que estavam latentes, desenvolveram-se
pelas incertezas advindas do isolamento social. Nesse sentido, criou-se ainda mais a necessidade de
atendimento específico para cuidar do psicológico das pessoas.

3. De acordo com o infográfico analisado, a depressão é uma doença que atinge 322 milhões de pessoas
em todo o mundo. No Brasil, 11,5 milhões de brasileiros sofrem dessa doença e devido ao elevado
número de enfermos, o território brasileiro se torna o país mais depressivo da América Latina.

4. Quanto ao projeto de texto, há muitas falhas. Observa-se que há a seleção de informações, fatos e
opiniões que visam defender um ponto de vista, mas o participante seleciona apenas dois argumentos,
que são repetidos de maneira alternada durante o texto. No primeiro parágrafo, o participante seleciona
a informação sobre a manipulação de comportamento, seguida da ideia de algoritmo, mas essas
informações não estabelecem relação entre si. Ao longo de todo o texto, essas duas ideias se intercalam,
demonstrando, além do problema da seleção, que não há uma hierarquização entre elas.

5. A redação apresenta uma contradição grave, que invalida o ponto de vista defendido no texto. O caminho
que o participante pretende percorrer é o de indicar que o ser humano não é manipulado pela internet,
mesmo que esta tenha se tornado o maior meio de comunicação do mundo. Entretanto, as informações,
os fatos e as opiniões apresentados ao longo do texto contradizem essa afirmação: nos parágrafos
seguintes, é afirmado que compras on-line e a ditadura da moda são fatores que influenciam o
comportamento do usuário.

6. A prova do Enem 2021, ao solicitar ao candidato a escrita da redação sobre “Invisibilidade e registro civil:
garantia de acesso à cidadania no Brasil” questionava a ausência de documentos de determinadas
pessoas, as quais eram impedidas de exercerem seus direitos por não possuírem certidão de nascimento.
Dessa forma, era possível utilizar referências como o livro “Vidas Secas” de Graciliano Ramos e
mencionar que os filhos de Fabiano não possuíam nomes; o documentário “Garapa” retrata a vida em
face à miséria e a ausência de documentos das pessoas que mal sabem o ano de nascimento; outro
aspecto a ser mencionado é a impossibilidade de matrículas em escolas ou o recebimento de benefícios
fornecidos pelo governo sem a prova de vida de um cidadão, a qual é comprovada pela certidão de
nascimento.
Redação

7. De acordo com o infográfico, pode-se inferir que por mais que o registro de nascimento seja gratuito no
Brasil desde 1997, há, ainda, muitas pessoas sem documentos, principalmente na região Sudeste, de
acordo com o Mapa da Invisibilidade.

8. Sim. O candidato que produziu a redação apresentada no fragmento da questão fez um uso criativo e
autoral da coletânea de textos, uma vez que ao interpretar as informações apresentadas, relacionou
outras informações e não produziu nenhuma cópia dos textos motivadores, mas mostrou certa reflexão
crítica sobre a leitura.
Sociologia

Processo de socialização e instituições sociais

Teoria

O que é uma instituição social?


Se há uma coisa que qualquer estudante de sociologia rapidamente aprende e passa a perceber é que todo
ser humano é profundamente moldado pela sociedade em que vive. Isso não significa que não somos livres
ou que não fazemos nossas próprias escolhas. Significa apenas que nossa liberdade não é absoluta e
ilimitada, mas sim situada e contextual. Em suma, nós não somos determinados pela sociedade, mas somos
radicalmente influenciados por ela. “Em Sociologia, o conceito de socialização corresponde a esse processo
de integração do indivíduo na vida social, no qual o sujeito é profundamente moldado pelos padrões de
funcionamento da sua sociedade.
Naturalmente, o processo de socialização não se dá rapidamente e de imediato, mas gradualmente e por
etapas. Os principais agentes responsáveis pela socialização são as chamadas instituições sociais, isto é,
aquelas estruturas e organizações básicas que sustentam e organizam o funcionamento da vida coletiva.
Enquanto Durkheim define as instituições sociais como entidades garantidoras de coesão social, Talcott
Parsons afirma que as instituições sociais são interações duráveis em que os indivíduos assumem papéis
estáveis. Já para Mauss e Fauconnet, instituições sociais são um conjunto de ideias ou atos coletivos
vivenciados pelos indivíduos. Por essas definições, podemos perceber que, quando falamos de instituições
sociais, não se trata da materialidade da instituição, mas da relação constituída.

Características das instituições sociais


Essas estruturas, as instituições sociais, são coercitivas, exercem pressão sobre os indivíduos e punem os
desviantes. Isso ocorre através da autoridade moral desses organismos que são guardiões das regras e
valores que regem a sociedade. Por serem históricas, ou seja, existirem antes dos indivíduos e continuarem
existindo depois deles, essas instituições os superam na sua formação e impacto social.
Sobre as instituições sociais, podemos afirmar que as do tipo espontâneas são aquelas que surgem a partir
das relações estabelecidas entre os agentes sociais, por exemplo a família. Essa instituição não tem sua
origem racionalizada, mas surge espontaneamente pelo simples fato de ter relações parentais. Já as
instituições criadas são aquelas racionalizadas, artificialmente criadas pelos indivíduos com a intenção de
organizar o convívio social, como a religião ou a educação. Instituições reguladoras, por sua vez, são aquele
tipo de instituição que dispõe sobre a ordenação de diversos aspectos da sociedade e as relações entre os
indivíduos, como instituições educacionais e religiosas. Já as operacionais são as de caráter mais realizador,
que executam ações em diversos âmbitos sociais, como, por exemplo, a economia.
Sociologia

Mas, afinal, quais são as instituições sociais?


Podemos afirmar como instituições sociais a Família, a Religião, a Educação, o Lazer, a Economia, a
Segurança, a Lei, o Trabalho, o Estado, etc. Tradicionalmente, os sociólogos consideram como mais
importantes as instituições que abordaremos neste resumo. Tais instituições sociais são consideradas as
mais relevantes por serem supostamente universais, isto é, estarem presentes em toda e qualquer cultura,
pois não há registro de sociedade humana sem a sua presença.
A família é a instituição social mais básica e inicial, responsável pela chamada socialização primária, isto é,
pela primeira integração do indivíduo em sociedade, através do ensino da língua, da transmissão de valores,
do ensinamento das normas básicas de convívio social, etc. Sua importância é essencial, uma vez que ela é
que torna o sujeito apto a viver socialmente.
Há, nas diversas culturas, os mais diferentes modelos de família: patriarcais, nos quais a liderança compete
ao homem, e matriarcais, nos quais a chefia cabe à mulher; monogâmicas, nos quais os dois cônjuges são
casados apenas entre si, poligâmicas, nos quais um homem é casado com várias mulheres, e poliandrias, nos
quais uma mulher é casada com vários homens; etc. Na sociedade ocidental contemporânea, o papel dessa
instituição é cumprido pela família nuclear, mais comumente representada por pai, mãe e filhos, embora as
famílias nucleares atualmente possam ter várias configurações, como a homoafetiva, ou serem formadas
apenas por uma mãe e um filho ou avó, mãe e neto, entre outras. Nas sociedades tradicionais, por sua vez, a
função da instituição familiar era exercida por toda a chamada família extensa, que inclui avós, tios, primos...
Daí a importância dos clãs, das tribos, etc.
A língua é a instituição social que tem como papel garantir a comunicação entre os membros da sociedade.
Sua existência é indispensável, uma vez que, sem comunicação, a sociedade não teria como se organizar e
sobreviver. Há, nas variadas culturas humanas, os mais diversos tipos de língua: umas são ágrafas, isto é,
apenas orais, faladas; outras possuem escrita. Nessa última categoria, a variedade também é grande: há
aquelas que usam alfabetos, as que usam hieróglifos, as que se valem de ideogramas, etc. O que não há é
registro de sociedade humana sem linguagem.
A educação é a instituição responsável pela chamada socialização secundária, isto é, por todos aqueles
processos de integração social que se dão para além do nível familiar. De fato, seu papel é precisamente
transmitir às gerações mais novas os conhecimentos disponíveis em sociedade, herdados das gerações
passadas através da tradição, os quais a família não tem condições de transmitir por si só. Nesse ponto, é
importante, para entendermos bem essa instituição social, não confundirmos educação com escola. De fato,
é claro que há sociedades humanas sem escolas, ou seja, sem estabelecimentos de ensino voltados para a
transmissão de um conhecimento intelectual e acadêmico. O que não há é sociedade sem transmissão de
valores, tradições e cultura adquirida. Um velho cacique que ensina as novas gerações indígenas a caçar os
está educando, ainda que sua prática de ensino não seja escolar. Assim, nessas sociedades o conhecimento
é transmitido de maneira informal, através de mitos, rituais e pela imitação, a partir de uma educação mais
direcionada para aspectos práticos da vida.
A política é a instituição social responsável pela organização e regulação da vida coletiva. Seu papel é
administrar os conflitos sociais e zelar pelo bem daqueles que estão sob sua autoridade. Tal como não há
sociedade sem língua, sem família e sem educação, também não há sociedade sem política.
Nas sociedades ocidentais existem, na realidade, os mais diversos tipos de regimes políticos,
tradicionalmente agrupados em três gêneros: os democráticos, nos quais a autoridade política pertence a
todo o povo, seja exercendo-a diretamente, seja mediante a eleição periódica de representantes seus; os
aristocráticos, nos quais o poder pertence a uma pequena elite, seja ela intelectual, religiosa, financeira, militar
ou o que for; e os monárquicos, nos quais a autoridade política cabe a apenas um indivíduo isoladamente,
homem ou mulher, normalmente dono de um título especial, como rei, imperador, príncipe, arquiduque, xá,
sultão, etc.
Sociologia

O trabalho é uma das atividades humanas universais. Apesar disso, estamos acostumados a associá-lo a um
tipo muito específico de atividade, a que realizamos nas sociedades contemporâneas. Esse trabalho de início
e fim de expediente delimita e distorce nossa noção de trabalho. Mas qualquer atividade humana com
subordinação da vontade, objetivo definido e transformação resultante em utilidade para a humanidade pode
ser considerada trabalho. De certo, cada tipo de trabalho e divisão social deste produz um tipo de
sociabilidade, sendo todas, no entanto, voltadas para a realização de necessidades.
Por fim, a religião é a instituição social que tem como propósito central oferecer um sentido e explicação para
a vida humana, fazendo-o através do apelo ao sagrado, isto é, a uma instância superior, divina, sobrenatural.
O vínculo do homem como o sagrado, por sua vez, usualmente se dá através da fé, da oração, da prática de
certas normas morais e do cumprimento de determinados ritos religiosos. Evidentemente, há, ao longo da
história, diversos registros de indivíduos não religiosos e mesmo antirreligiosos. O que não há é caso
conhecido de uma sociedade na qual a religião de maneira geral não exista.
Existem os mais diversos tipos de religiosidade, dentre os quais se destacam o politeísmo, que é a crença em
vários deuses; o monoteísmo, que é a crença em um único Deus; o henoteísmo, que é a crença em vários
deuses, mas existindo um deus supremo, base de todos demais; o panteísmo, crença em que não há um deus
pessoal, mas sim um Deus que é a própria natureza, e, portanto, todas as coisas são parte de Deus; etc. Cabe
lembrar aqui um dado curioso: apesar de ser assim na quase totalidade dos casos, não é necessário, para
uma pessoa ser religiosa, que ela acredite em um Deus ou em deuses. Certos ramos do budismo são ateus,
isto, é não creem em qualquer forma de divindade, mas não deixam de ser correntes religiosas, uma vez que
propõem o vínculo do homem com uma instância sagrada.

O que é o processo de socialização?


Um dos fatores essenciais no âmbito da construção das sociedades é chamado de processo de socialização.
É justamente a partir desse processo que há a interação e integração dos indivíduos na sociedade à qual
pertencem, através do aprendizado de hábitos, regras e saberes vinculados a uma determinada cultura.
Assim, o processo de socialização permite a assimilação de hábitos culturais e guia o aprendizado social dos
indivíduos, que irão assimilar os valores e regras da sociedade específica da qual fazem parte. A educação,
por exemplo, é um componente fundamental do processo de socialização, a partir do qual as crianças se
reconhecem como parte de um todo social, geralmente pelo contato com a geração adulta. Através da
socialização nos tornamos seres sociais.

Como ocorre a socialização?


Todas as relações sociais estabelecidas pelos indivíduos ao longo de sua vida irão contribuir para o processo
de socialização. Pelo contato com as normas, valores e diferentes grupos sociais acontecerá a socialização
do indivíduo, numa teia complexa dentro da qual todas as pessoas moldarão seus hábitos e condutas. É
evidente que os processos de socialização são diferentes de acordo com a sociedade em questão. Podemos
dizer, nesse sentido, que o processo de socialização de uma criança educada num espaço urbano será
diferente, por exemplo, da socialização de uma criança que vive no campo. Da mesma forma, podemos
perceber que o processo de socialização de uma criança num determinado grupo indígena pode apresentar
muitas diferenças em relação ao mesmo processo num outro grupo indígena.
Sociologia

Tipos de socialização
Em geral, há dois tipos principais de socialização: a
socialização primária e a socialização secundária. A
primeira diz respeito à que ocorre através da família,
quando a criança entrará em contato com a linguagem e
estabelecerá suas primeiras relações sociais. Já aqui
haverá a internalização de diversas normas que serão
fundamentais para o segundo estágio do processo de
socialização. Essa etapa tem um valor primordial, deixando
marcas muito profundas e muito comumente permanentes
nos sujeitos. O mundo do indivíduo é construído a partir
dessa socialização e ela se relaciona com a formação do
caráter das pessoas.
Apesar de sua função realizadora da socialização secundária, a escola tem cada vez mais se posicionado
como uma instituição que contribui para o estabelecimento de uma socialização primária, por alguns fatores.
O principal deles é o fato de crianças mais novas estarem cada vez mais sujeitas à inscrição em instituições
de ensino como creches e escolas. E sua entrada precoce nesse ambiente aliada às exigências do mundo do
trabalho aos parentes faz com que muitas crianças cheguem nessas instituições ainda com seu processo de
consolidação de linguagem, habilidades motoras e internalização de valores ainda incompleto. A escola é o
ambiente favorável para o aprendizado de sociabilidade, pois permite a interação com o outro, o que contribui,
mas não garante, o sucesso da socialização.
A socialização secundária diz respeito ao estabelecimento de papéis sociais que surgirão da relação e
interação com o mundo e com outros atores sociais além da própria família. Ou seja, um indivíduo já
socializado pelas instituições com esse objetivo continua adquirindo papéis sociais, intensificando a
complexidade de sua rede de relações sociais. Essa complexificação pode ser afetada por problemas
ocorridos na etapa de socialização primária, como a falta de internalização de normas e valores, o que pode
levar o indivíduo a descumprir regras básicas de convivência social.
Na socialização secundária o indivíduo internaliza as expectativas de cada área da vida social, como o mundo
do trabalho, atividades políticas, expressões culturais, manifestações religiosas, etc. É um processo
subsequente que promove um tipo de especialização do indivíduo em cada âmbito social, diferente da
socialização primária, que produz um aprendizado geral para habilitar o sujeito a viver em sociedade.
Sociologia

Exercícios

1. (UPE 2014) Leia o texto a seguir:

A vida em grupo é uma exigência da natureza humana. O homem necessita de seus semelhantes para
sobreviver, perpetuar a espécie e também para se realizar como pessoa.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, 2003, p. 24.

Ele se refere ao processo por meio do qual um indivíduo se torna membro funcional do grupo,
assimilando seus hábitos e costumes. Acerca disso, assinale a alternativa que indica o termo usado
pela Sociologia para definir esse fenômeno.
a) Cooperação
b) Conflito
c) Estereótipo
d) Socialização
e) Alienação

2. (UPE - 2016) Leia o texto a seguir:

Tendo em vista que um dos principais sujeitos da sociedade civil organizada são os movimentos
sociais, é importante registrar que os movimentos pela educação têm caráter histórico, são
processuais e ocorrem, portanto, dentro e fora de escolas e em outros espaços institucionais. As lutas
pela educação envolvem a luta por direitos e são parte da construção da cidadania. Movimentos sociais
pela educação abrangem questões tanto de conteúdo escolar quanto de gênero, etnia, nacionalidade,
religiões, portadores de necessidades especiais, meio ambiente, qualidade de vida, paz, direitos
humanos, direitos culturais etc. Esses movimentos são fontes e agências de produção de saberes.
(Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40362006000100003 Acesso em: junho 2015.)

A educação é considerada um aspecto integrador do indivíduo com o grupo social e funciona como um
instrumento de transmissão do patrimônio cultural de uma sociedade. No texto, a forma de
transmissão da educação é denominada de
a) Revolucionária.
b) Sistemática.
c) Burocrática.
d) Informal.
e) Isolada.
Sociologia

3. (UPE 2018) A socialização é o processo sociológico, por meio do qual adquirimos hábitos e costumes,
além de maneiras de agir, pensar e sentir próprios do grupo em que vivemos, sendo compartilhado por
todos os seus membros. Baseando-se nesse conceito da Sociologia, qual das alternativas a seguir NÃO
indica um agente de socialização?
a) Família
b) Escolas
c) Trabalho
d) Meios de comunicação de massa
e) Imagens subconscientes

4. (UNIMONTES-2012) Na Índia, onde os casos de meninos-lobo foram relativamente numerosos,


descobriram-se, em 1920, duas crianças, Amala e Kamala, vivendo no meio de uma família de lobos”.
(ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofando, São Paulo: Moderna, 1993. p. 2).

O fato citado levanta a discussão a respeito da diferença entre o homem e o animal. Podemos afirmar,
quanto ao processo de humanização, que
a) é natural e dispensa o convívio com outros humanos.
b) é uma dádiva divina e não exige esforço do ser humano.
c) só foi iniciado quando as crianças começaram a participar do convívio humano e foram
introduzidas no mundo do símbolo pela aprendizagem da linguagem.
d) é dispensável para a convivência em sociedade.

5. (UEM 2011) Toda sociedade desenvolve mecanismos de controle social com o objetivo de fazer com
que cada indivíduo adote comportamentos esperados. Sobre esse assunto, assinale a alternativa
incorreta:
a) A família, como esfera privada da vida regida por sentimentos e laços de sangue, não participa dos
processos de controle social.
b) A polícia e o judiciário são instituições que exercem controle social de tipo formal e são próprias
de sociedades complexas.
c) A religião é uma importante instituição de controle social, devido a sua alta eficiência na definição
de comportamentos socialmente aceitos.
d) O controle social para ser eficiente deve combinar a transmissão de valores com estratégias de
coerção.
e) Nas sociedades complexas, ocorre uma tendência de substituição de estratégias difusas de
controle pela sua institucionalização formal, o que pode ser observado pelo incremento do aparato
jurídico e policial.
Sociologia

6. (CEBRASPE-SEED PR 2021) Texto 14A1-I


Tupac já dizia Não sabe usar a mente só o pau
Algumas coisas nunca mudam Que quem educa nóiz, na escola estadual,
Algumas coisas nunca mudam
Joga na cara todas as manhãs que ganha mal
Aí são regras do mundão
Perdi a conta de quantos escondem a bolsa se Que é incrível, quantos de nóiz senta no fundo
digo que horas são? da sala pra ver se fica invisível
Taxistas perguntam mais que policiais a mim Calculo o prejuízo!
Sim indescritível como é ruim Nossas crianças sonha que quando crescer
Nasci vilão, só veneno vai ter cabelo liso (shiii)
Com o incentivo que me dão, errado tô se eu Sem debater fatos, que a fama da minha cor
não virar memo fecha mais porta de zelador de orfanato
Suor na cara, levando currículo do cara
‘Cê sabe o quanto é comum dizer que preto é
Até porque onde eu moro, buso não pára
ladrão,
Pé de barro, meio dia, inspirando piada nos boy,
transpirando medo nas tias Antes memo da gente saber o que é um
Tudo é tão obvio ‘cê não vê que vai juntando Na boca de quem apoia a desova
ingrediente da bomba relógio E se orgulha da honestidade que nunca foi
Eu sinto dor (dor), eu sinto ódio (ódio), é quente, posta a prova
Sem nem saber o nome dessa gente
Eu queria te ver lá tirissa, pra ver onde ‘cê ia
Católica, de bem, linda
enfiar essa merda do seu senso de justiça
‘Cê já notou pior que nem falei minha cor ainda!
‘Cê lá faz ideia
Do que é ver vidro subir?
Alguém correr, quando avistar você? (Não)
‘Cê não faz ideia
Não faz ideia
Não faz ideia
Aí explica pra assistente social, que pai de
gente igual a gente,
Emicida. Cê lá faz ideia.

Considerando-se os processos de socialização, é correto afirmar que o texto 14A1-I mostra que
a) o olhar dos outros é importante na conformação das subjetividades e na criação de possibilidades
de ação para os indivíduos.
b) muitos jovens, como o próprio Emicida, não foram socializados pela educação formal, o que
explicaria os erros de grafia da letra da música.
c) o individuo nasce já com algumas características que naturalmente o posicionam no mundo,
traçando seu destino.
d) a família é uma instituição de socialização primária, mais importante do que as demais
instituições, como a escola e o trabalho.
e) os “vilões” já nascem “vilões”, e a sociedade apenas cria as condições para eles se
desenvolverem.
Sociologia

7. (FGV 2021) Leia o fragmento a seguir.

Processo pelo qual as pessoas são induzidas a adotar padrões de comportamento, regras e valores do
seu mundo social. Começa na infância e continua ao longo de toda a vida, constituindo um processo
ininterrupto de aprendizagem que pode ocorrer na forma de ensino explícito, como o ministrado na
escola, ou latente, como quando são incorporados espontaneamente padrões de comportamento.
BOMENY, H. e FREIRE-MEDEIROS, B. Tempos Modernos, Tempos de Sociologia. São Paulo: Editora do Brasil, 2010. Adaptado.

O texto se refere ao conceito de


a) socialização.
b) secularização.
c) estratificação.
d) reciprocidade.
e) mudança social.

8. (VUNESP PM-SP 2016) A socialização é o processo de imersão dos indivíduos no universo simbólico
e cultural de uma sociedade. Os indivíduos vão se inserindo na sociedade por meio da interiorização
de normas, regras, valores, crenças, saberes, modos de pensar e tantas outras coisas que fazem parte
da herança cultural de um grupo social humano.

É correto afirmar que a socialização dos indivíduos


a) é desenvolvida na infância, cabendo à família a transmissão dos saberes básicos para a vida em
sociedade.
b) tem início na escola, quando as crianças passam a ter contato com grupos sociais mais amplos,
cabendo à escola a transmissão dos saberes básicos para a vida em sociedade.
c) é um processo que se estende ao longo da vida e decorre da inserção dos indivíduos em vários
grupos sociais e instituições, que ora privilegiam o espaço privado ora o público.
d) ocorre na juventude, quando os jovens ampliam a sua participação na vida social, deste modo, os
agentes básicos da socialização são os grupos de amigos.
e) é feita, na atualidade, pelos meios de comunicação de massa, que se tornaram grandes agentes
de difusão das normas e dos valores da vida coletiva.
Sociologia

Gabarito

1. D
Em Sociologia, o processo por meio do qual um indivíduo se torna membro funcional do grupo,
assimilando seus hábitos e costumes, é chamado de socialização.

2. D
Os movimentos sociais são agrupamentos da sociedade civil com um interesse comum e capacidade
de mobilização e organização. O texto trata especificamente dos movimentos sociais voltados para a
educação. Porém, a prática educacional que eles realizam vai além do conteúdo e do ambiente escolar,
relacionando-se com questões como “gênero, etnia, nacionalidade, religiões, portadores de necessidades
especiais, meio ambiente, qualidade de vida, paz, direitos humanos, direitos culturais”. Por isso, essa
modalidade de ensino é considerada informal.

3. E
A alternativa E está incorreta. Note que a família, a escola, o trabalho e os meios de comunicação em
massa, como o rádio, a televisão e a internet, são elementos importantes no processo de socialização.
Ou seja, por meio deles nós adquirimos os hábitos, os costumes e o modo de agir e de pensar do grupo
no qual estamos inseridos. No entanto, isso não acontece com as imagens subconscientes que
produzimos.

4. C
Com base no texto, podemos afirmar que, no caso das crianças Amala e Kemala, o processo de
humanização (socialização) só foi iniciado quando elas passaram a participar do convívio humano.

5. A
A alternativa A está incorreta. A família é a instituição responsável por realizar a socialização primária.
Nesse sentido, embora as relações familiares correspondam à esfera privada e, de modo geral, sejam
regidas por sentimentos e laços de sangue, a família também participa dos processos de controle social.

6. A
Considerando-se os processos de socialização e a letra da música Cê lá faz ideia, composta por Emicida,
podemos afirmar que o olhar dos outros é importante para a formação da subjetividade. Ao longo de
toda a música, o eu lírico descreve diversos episódios de racismo e como eles impactam na maneira
como os indivíduos compreendem a si mesmos no mundo.

7. A
A definição apresentada no texto se refere ao conceito de socialização, "processo pelo qual as pessoas
são induzidas a adotar padrões de comportamento, regras e valores do seu mundo social." Note que
esse processo se inicia na infância, com a família, mas perdura por toda a vida do indivíduo.

8. C
A socialização é um processo que se estende ao longo da vida e decorre da inserção dos indivíduos em
vários grupos sociais e instituições, que ora privilegiam o espaço privado (como a família), ora o público
(como a escola e o trabalho).

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