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Interação, Patrimônio, Comunicação Museológica e Aprendizagem - VERA RANGEL

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Cadernos de Sociomuseologia - 2-2013 (vol.

46) 47

Interação patrimônio, comunicação museológica e


aprendizagem1
Vera Maria Sperandio Rangel2

Resumo
Neste artigo, objetiva-se apresentar algumas reflexões a respeito da
educação e da comunicação nos museus atuais que se empenham
em proporcionar educação ao seu público. A pergunta é: de qual
educação e para quem estão falando? Para escolares? Ou de
Educação Patrimonial, objetivando a autonomia das diferentes
categorias de público, com ênfase na aprendizagem através de
experiências, vivências, lazer e tantas outras intermediadas pela
comunicação? Há propostas educativas nos museus. Falta
segmentar as ações, para qualificar os programas. O pré-conceito
de que educação é para crianças, entre outros, vêm afastando os
adultos e jovens do museu. Além de que, a sociedade nos países em
desenvolvimento carece de oportunidades de lazer, de
entretenimento e de aprendizagem. Os patrimônios coletivos que o
museu abriga precisam ser mais bem compartilhados, com público
tão diverso quanto diversa é a sociedade brasileira e gaúcha.

Palavras chave: patrimônio, museologia, aprendizagem,


comunicação, público.

1
Pesquisa desenvolvida para a tese de doutoramento. Rangel, V. M.
S. R. Os Museus de Calçada do Centro Histórico de Porto Alegre na
Atualidade. Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
2
Vera Maria Sperandio Rangel Universidade Lusófona de
Humanidades e Tecnologias
48 Interação patrimônio, comunicação museológica e
aprendizagem - Vera Maria Sperandio Rangel

Abstract
In this article, we want to present some reflections about education
and communication in nowadays museums, which ones make
efforts to provide education to its public. The question is: which
education and to who are they talking about? To students? Or
about Patrimonial Education, aiming to the autonomy of different
public categories, with emphasis in learning through experiences,
leisure and many others intermediated through communication?
There are educative proposals in museums. It lacks to segment the
actions to qualify the programs. The preconceived ideas that
education is only for children, among others, keeps away adults and
young people from museums. Besides it, society in undeveloped
contries lacks of opportunity of leisure, entertainment and learning.
The collective patrimonies that museums shelter need to be better
shared with a diverse public, as diverse is the brazilian and Rio
Grande do Sul’s society.

Keywords: patrimony, museology, learning, communication, public.

A maioria dos museus na atualidade dá ênfase às


atividades educativas. É incomum, no entanto, ver-se um
departamento e serviço dedicados à comunicação em um
sentido mais amplo. Acredita-se que, para ser efetivo o
projeto de educação, tem que ser pensada a efetiva
comunicação do patrimônio com o público. A tecnologia vem
revolucionando a comunicação e o museu tem possibilidade
de transformar as museografias com imagens, cores, luzes e
sons, múltiplos e conexos. O museu tem o permanente
desafio de promover o diálogo entre informação,
encantamento e conhecimento. Embora estejamos
vivenciando as transformações culturais da primeira década
do século XXI, nos museus persistem problemas anteriores
àqueles apontados na Mesa Redonda de Santiago do Chile.
Um destes problemas é bem conhecido: a escassez de
público. Esse assunto recorrente é, permanece atual e
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pertinente. Ao escassear o sujeito da relação homem x


cenário x patrimônio, a quem o museu vai educar? Dizendo
de outra forma, a quem vai servir? (Moutinho, 2001). Veja-se
abaixo (quadro 1) o público em museus de Porto Alegre, RS,
Brasil, dentro de um recorte temporal.´

Quadro 1 – Evolução de público entre 2000/2010 e 2011


Museus/Público visitante 2000 2010 2011
MuseuJulio de Castilhos 34.837 22.110 22.716
Museu do Trabalho 7.338 7.752 8.811
MuseuHipólito Jose da Costa - 6.287 3.155
Museu do Sport Club Internacional 12.100 65.209 38.679
(fonte: pesquisa realizada em 2010 para tese de doutoramento) Obs.:
dados atualizados em 2011

A população de Porto Alegre é de mais de um milhão


de pessoas. No centro da cidade, lugar da maioria dos
museus, circulam 400 mil pessoas/dia. Avaliar como positivo
apenas o número do público seria dar a esta variável um
poder que, isolada, ela não possui. É apenas um dos
parâmetros, entre outros, que devem ser analisados. Porém
avalia-se que o público é um imperativo na relação. Se não
houver a presença do público que é “O sujeito que ensinando
aprende e o sujeito que aprendendo ensina é impossível a
situação educativa” (Freire, 1996, p.55). Isto é, sem os
sujeitos é impossível a situação educativa. Paulo Freire
dedicou sua vida à Educação, propôs ensinar a estudar e não
a armazenar conteúdos. Nos países desenvolvidos como os da
Europa e Estados Unidos, pensam em grupos de famílias
como público-alvo nos museus, com objetivo educativo e pela
influência positiva que familiares exercem na formação de
hábitos culturais nas crianças (Studart, 2007). Na Europa, já
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aprendizagem - Vera Maria Sperandio Rangel

nos anos 90 do século XX, o Conselho da Europa - Comitê dos


Ministros, em 17 de março de 1998 e também a UNESCO,
publicam:

“a recomendação nº 98-5 do comité dos


Ministros dos Estados Membros relativo a
Pedagogia do Património. [...] Nessa recomendação:
Por Pedagogia do Património ficou estabelecido que
deveria ser entendido como “toda a acção
pedagógica fundamentada sobre o património
cultural. Acções que assim fundamentada integrem
os métodos de ensino activo e criem disciplinas
específicas que estabeleçam uma parceria entre
ensino e cultura, e recorram aos métodos de
comunicação e de expressão variadas.” (UNESCO
apud Primo, 1999, p. 127).

A importância do tema da preservação do patrimônio


para a comunicação, com vistas à educação, é reconhecida no
cenário mundial. No entanto, os museus encontram
dificuldades para atingir objetivos socioeducativos. Dirigir-se
às várias faixas etárias que formam a sociedade é uma
abordagem inclusiva e positiva, já que a sociedade
contemporânea demanda uma educação continuada. As
gerações anteriores possuíam um quadro de referência3
(Jenkins, 2008, p.166) que possibilitava a compreensão do
universo de uma exposição etnográfica ou histórica, com a
conclusão de que a comunicação entre eles era facilitada. As
referências que, de uma maneira geral, pela estruturação da
educação atualmente, a juventude não possui.

3
O Sistema de Ensino de uma forma geral era mais abrangente
quanto ao conhecimento de línguas (Latim, Francês, Inglês) história
geral, canto orfeônico, trabalhos manuais, civismo, etc.
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Na sociedade contemporânea, a finalidade da proteção


do patrimônio coletivo é também a questão da identidade.
Ao desenvolver-se o conceito de patrimônio, passou a
abranger-se um conjunto de bens culturais. Há alguns anos, o
conceito de patrimônio vem se alargando (Ribeiro & Zanirato,
2006; Primo, 1999; Moutinho, 2010). Paisagens, casarios de
época, tradições, comidas regionais, expressões populares de
arte (as mais variadas), documentos, sítios arqueológicos,
enfim, bens materiais e imateriais passaram a ser valorizados
pelas instâncias sociais e governamentais. O patrimônio
natural é conservado com critérios científicos, sendo
relevante sua manutenção porque “Uma área natural
protegida é um laboratório de pesquisa que possibilita
estudar reações da dinâmica da natureza em si” (Ribeiro &
Zanirato, 2006, p.51).
Na década de 1970 teve início a sinalização para que a
museologia se envolvesse com a ecologia. Atualmente, a
ênfase está na diversidade e nas minorias étnicas, que todos
tenham seus direitos respeitados também nos museus. Esta
reivindicação é consequência direta da democratização da
museologia, que enfatiza as minorias étnicas desde a China ao
Brasil. As práticas da ecomuseologia e da sociomuseologia
podem ser aliadas na construção da harmonia social. Como
exemplo, temos o Museu da Maré no Rio de Janeiro
(Moutinho, 2010, junho, p. 9). Moutinho (2001) argumenta
que, ao ampliar-se o conceito de patrimônio, há uma
consequente redefinição do objeto museológico, além da
participação e gestão da comunidade nas atividades museais,
com atenção para as questões de interdisciplinaridade.
O uso de novas tecnologias e a museografia como meio
de comunicação são questões que, se praticadas em parte ou
em sua totalidade, caracterizam a museologia
contemporânea. Para Moutinho, esses são exemplos de uma
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aprendizagem - Vera Maria Sperandio Rangel

“museologia que se enquadra no conceito mais amplo de


Museologia Social, a qual traduz uma parte considerável do
esforço de adequação das estruturas museológicas aos
condicionalismos da sociedade contemporânea” (Moutinho,
2001, p.2). Prossegue com a ideia de que é a complexidade da
museologia praticada no cotidiano que resulta em uma
museologia com alguns exemplares da prática tradicional,
mas com vários exemplos da museologia social, o que
testemunha a cultura contemporânea, portanto ela mesma
representando uma característica da mudança.

A importância da comunicação museológica


Em tese, em uma estrutura expositiva básica e nas
linguagens que comumente as integra, o objetivo de
comunicar para educar está presente. Esses objetivos são
atingidos? Esta é uma questão aberta. Utiliza-se a referência
transversal a Umberto Eco (1989) em consequência da
percepção da complexidade do assunto. Não basta que a
exposição use linguagem polissêmica. Há uma relação social
construída para a leitura, ou seja, para a decifração com a
apropriação da mensagem pelo público (Davallon, Jacobi &
Van Praet, 2005, p. 349-64). Para a semiologia, "toda imagem
é polissêmica e pressupõe subjacente a seus significantes,
uma ‘cadeia flutuante’ de significados, podendo o leitor
escolher alguns e ignorar outros" (Barthes, 1984, p.32).
Compreendendo aqui leitor como público.
Item importante nos planejamentos das exposições é a
consciência da equipe do museu de que o público que virá é
heterogêneo. Os pesquisadores que se ocupam com a
recepção dos públicos nos museus, pensam que “É
fundamental compreender, no entanto, que as linguagens
inscritas nos museus têm leituras diferenciadas e não devem
ser vistas como detentoras de uma lógica própria, nem
submissas a um modelo fixo” (Santos, 2003, p. 130). Nas
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exposições que usam linguagens mistas e entrecruzadas, as


mensagens emitidas têm mais chance de serem recebidas por
um número maior de pessoas, considerando a complexidade
do sujeito-público: “[...] está claro que a classe social e o
background educacional são determinantes importantes.
Socialização, hábitos familiares e atitudes, interesses
relacionados a coleções e exposições, todos tem um papel na
decisão das pessoas de fazer visitas” (Hooper-Greenhill, 1994,
p.58).
Para quem desconhece os códigos semióticos que são
usados nas exposições, muitas imagens permanecem
polissêmicas e indecifráveis. Sobre legendas e textos, que
recomenda sejam breves, acredita que isso iria facilitar as
leituras. Lembra-se, porém, que com textos breves o risco é o
de deixar lacunas que dificultam igualmente as leituras.
Percebe-se a complexidade que é para os museólogos e
trabalhadores em museus escolher uma museografia que seja
compreendida pela maioria, quando o nível da sociedade tem
extremos de alta e baixa escolaridade.
Nos museus, continua-se a tratar todos da mesma
maneira, descuidando diferenças e necessidades individuais.
Há diversas formas de aprender e de estimular a aquisição do
saber. Vários pesquisadores, em nível internacional, estudam
os públicos há vários anos. O Brasil está acordando para a
questão. Os estudos apontam mais de um tipo de motivação
para que se visitem museus. Uma delas é social, outra,
diversão. As pesquisas com visitantes podem esconder
algumas razões da visita. O Jardim Zoológico é citado como
exemplo. O público, ao ser pesquisado, pode responder que o
motivo de sua visita é apenas diversão, mas certamente têm
expectativa de observar os animais e, ao satisfazer sua
curiosidade sobre eles, também estará adquirindo
conhecimento (Almeida, 2005). Em pesquisa com público de
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aprendizagem - Vera Maria Sperandio Rangel

museus para a tese, ao responder sobre o que busca no


museu, percebe-se várias motivações (quadro 2).
Os entrevistados disseram que buscam no museu, em
primeiro lugar, as informações (68,8%), depois,
entretenimento (60%) e a pesquisa é determinante para
47,5% dos respondentes. Entretenimento é o ponto que
parece ser fundamental: é necessário divertir, proporcionar
convívio agradável. O objetivo de educar estará presente
mesmo assim. Para o entretenimento, haveria interesse de
uma maior diversidade de públicos, o que tornaria os museus
de uma maneira geral mais atrativos.

Quadro 2 - O que você busca no museu?


O que você busca no Nº.
%
museu? Entrevistados
Informações 55 68,8
Entretenimento 48 60,0
Pesquisa 38 47,5
Exótico 11 13,8
Inacessível 08 10,0
Não resposta 01 1,3
Total 80
Fonte: pesquisa de público aplicada julho de 2011.
Nota: A quantidade de citações é superior à quantidade de observações
devido às respostas múltiplas.

A carência de pesquisas periódicas que subsidiem


estudos e avaliações, nas áreas de práticas culturais e de
lazer, é apontada por agentes da cultura (Almeida, Studart, &
Valente, 2003, Cabral, 2006, Koptcke, 2003). O registro de
visitas aos museus sem controle de bilheteria, usado há longo
tempo e encontrado ainda nos dias de hoje, é o livro de
registro de visitas, método que permite apenas uma noção
aproximada do número de público. Muitos visitantes deixam
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de registrar a visita, pois apor a assinatura no livro de visitas


não é obrigatório.
Quem vai aos museus? Segundo a professora emérita
inglesa Hooper-Grenhill, fica claro, por resultados de
pesquisas, que a classe social e o background são importantes
para as pessoas irem aos museus. O uso do museu pode
incluir educação, socialização e hábitos familiares. O sucesso
que a instituição irá obter depende de uma boa compreensão
que os profissionais do museu possuam das funções sociais
dos museus e galerias, “temos discutido a ideia de que o
museu deveria ser usado por uma ampla categoria social”
(Hooper-Greenhill, 1994, p.47-60). Exposições extraordinárias
atraem um público igualmente extraordinário. A questão é
cativar um público para o cotidiano. Criar uma relação da
comunidade com o seu patrimônio. O museu é que abrirá ao
cidadão a possibilidade de percorrer o processo de educação
continuada, vinculando o patrimônio com a educação e a sua
vivência na comunidade. A aprendizagem ao longo da vida é
apontada como necessária para a sociedade do
conhecimento (Gadotti, 2000, Delors, 2005).
Os trabalhadores dos museus no século XXI terão como
desafio potencializar o papel educativo dessas instituições no
desenvolvimento da sociedade e enfatizar seu papel social
num mundo cada vez mais globalizado e desigual (Studart,
2007). Os museus vêm dando alguns passos, na realização de
pesquisas para conhecer seu público. Conhecer o público é
uma condição essencial para saber suas expectativas. Sobre
conceitos pedagógicos de educação continuada em museus,
não há evidência de programas específicos em execução.
Apesar disso, há alguns estudos sobre os processos
educativos que atestam a preocupação e o alerta sobre o
ponto, no campo da Museologia. Na síntese conclusiva de
Ulpiano Bezerra de Menezes (2000), no artigo 'Educação e
56 Interação patrimônio, comunicação museológica e
aprendizagem - Vera Maria Sperandio Rangel

museus: sedução, riscos e ilusões', diz que se fosse a ele


solicitado um conselho, de como melhor educar nos museus,
escolheria como “pontos cardeais: formação crítica,
parâmetros de conhecimento, especificidade na cultura
material e subordinação das técnicas aos três critérios
precedentes”. Acredita o autor que, quanto maior for a
distância entre o museu e o conhecimento, maior será o fosso
criado entre museu e educação.
Os museus, quando passaram a interagir com grupos
sociais específicos e se envolveram com as comunidades mais
diretamente, encaminharam-se para o museu integral, como
preconizado no Chile em 1972. No dizer de Mário Chagas e
Regina Abreu “para além da educação patrimonial, interessa
compreender a educação como prática social aberta à criação
e ao novo, à eclosão de valores que podem nos habilitar para
a alegria e a emoção de lidar com as diferenças.” (Abreu &
Chagas, 2003, 135-146). Aprender a lidar com as diferenças é
parte do processo educativo humano, da mesma forma a
educação ser uma prática social. A educação não se restringe
às paredes escolares, museais ou outras, mas se esgueira e
esparrama por todo o tecido social, tanto urbano como rural.
No museu, entretanto, o tema a ser tratado, exposto,
comunicado, depende exclusivamente da especificidade do
patrimônio que constitui o acervo daquele museu e,
principalmente, das pesquisas realizadas a partir deste
patrimônio. A pesquisa, ela sim é um grande limitador –
quando incipiente. O museu que apenas exibe o patrimônio,
sem aprofundar a pesquisa, emite um discurso pobre. Propor
programas e atividades que sejam interessantes para muitos
da sociedade certamente trará reflexos na qualidade de vida
do sujeito social. Propor a participação e a mobilização da
comunidade, ao invés de trabalhar com os conceitos de
emissor e de receptor da semiologia (Pereira, 2004, p.50) será
um avanço. Segundo Leach (1976, p. 20) "a comunicação
humana concretiza-se por meio de ações expressivas que
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funcionam como sinais, signos e símbolos e que


comunicamos uns com os outros de modos e canais muito
diferentes e muito complexos". Os objetos são pensados
como um sistema de comunicação (Leach apud Gonçalves,
1995, p. 60) na perspectiva deste antropólogo da metade do
século XX, os anos 50.

Museus agências educativo-culturais para o


desenvolvimento integral do Homem
O museólogo educador precisa compreender a
complexidade do processo ensino-aprendizagem para ter um
resultado eficiente. Dentre as importantes recomendações da
‘Declaração de Caracas’ (1992) está a de que a missão
primeira do museu seja a comunicação com a sociedade,
além da gestão dos museus com qualidade. O
reconhecimento de que, seja qual for a natureza do seu
patrimônio, o museu deve atuar fundamentalmente como
canal de comunicação com a sociedade. Educar, com relação
ao museu, significa transversalmente comunicar. O museu ao
propor, questionar e executar uma boa proposta na
comunicação do seu patrimônio e com múltiplas linguagens
estará contribuindo para a integração de vários públicos. O
desafio da inserção da tecnologia no museu vai permitir
linguagens mistas, diálogos e articulações do patrimônio, com
o tema, a museografia e as diferentes e várias linguagens.

“Baseado no conhecimento adquirido e


através da memória, o sujeito procura estabelecer
conexões tipo estímulo-resposta entre significantes
& significados, entre representações & seus objetos
ou referentes, evocando padrões culturais re-
conhecíveis. Essas associações familiares recuperam
e atualizam relações históricas entre sinais
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aprendizagem - Vera Maria Sperandio Rangel

sensoriais e padrões, modelos e estereótipos


(verbais, visuais, etc.) aprendidos pelo sujeito desde
a infância, sob diversos enfoques ideológicos.”
(Cauduro, 1998, p. 67)

Como explica Cauduro, o público que conhece o


patrimônio, que embasa o tema da narrativa expositiva do
museu que frequenta, procura e encontra as conexões, aquilo
que faz sentido para ele e assim vai processando o
conhecimento.
Compreender a exposição museológica como parte do
processo de comunicação na sociedade nos leva à
interdisciplinaridade. Descobertas da ciência cognitiva e da
neurociência reconhecem que há diversos tipos de mentes,
várias formas de aprender, de lembrar, de resolver
problemas, de compreender e de representar alguma ideia ou
algo. Nem todos têm os mesmos interesses ou as mesmas
habilidades. Os museus vêm se especializando, e com isso há
uma preocupação em como tornar as exposições
museológicas didáticas, atraentes e estimulantes para todos
os públicos. A questão é não apenas lograr êxito com a
quantidade de público, “só isso não é suficiente: é preciso
entender o processo de comunicação que ocorre dentro do
museu, entre exposição e visitante, para que se possa
realmente melhorar o poder de comunicação das exposições”
(Almeida, 1995, p. 325-334). Na Europa as verbas públicas
destinadas aos museus diminuíram ao longo da década de
1980, e os trabalhadores em museus buscaram estratégias de
marketing para o desenvolvimento de projetos com vistas a
atrair o público. Igualmente em Toronto, no Canadá, foi
trabalhada a necessidade de modificação nas exposições para
agradar aos públicos. A experiência positiva que o visitante
vive, ele 'divulga de forma eficaz'. Ainda assim, a relação do
público consumidor com as exposições é bem diferente
daquela almejada pelos museus integrais. Aquele que entra
Cadernos de Sociomuseologia - 2-2013 (vol. 46) 59

no museu precisa se transformar a partir do que viu, sentiu e


respondeu. Embora haja um grande debate em torno das
possibilidades de aproximação entre consumidores e
cidadãos, o conceito de educação continuada é útil no
atendimento de públicos-alvo diversificados (Canclini, 2006).
A aprendizagem se efetiva na experiência da visita, é
nela que “o público pode se divertir, se chatear, aprender,
aumentar sua curiosidade de aprendizagem [...]. Em artigo,
Munley destaca que a aprendizagem em museus é específica
e diferente daquela de espaços tradicionais como a escola.”
(Almeida, 1995, p. 328). Nos museus em geral, também no
Brasil, o que Almeida aponta é uma vantagem dos museus
frente ao sistema de educação formal. Há, de parte da
museologia, uma 'liberdade' para a abordagem de temas que,
se forem trabalhados com eficiência, levarão a bom termo os
objetivos educacionais aliados aos de lazer.
Sabemos que estudiosos da museologia como disciplina
científica desejam que o equilíbrio das funções seja
conquistado nas organizações museais, porque o equilíbrio
demonstra que nada está sendo priorizado e sim, que as
funções estão sendo trabalhadas pari-passo. Como explicado
por Mário Chagas4, em 1991: se houver muita pesquisa será
uma casa de excelência; muito lazer, uma casa de espetáculo;
e se houver só educação, uma escola.
Educação life-long learning, desde a Conferência
Internacional de Educação de Adultos, em Hamburgo (1997),
estabelece diretrizes para promover o desenvolvimento
integral do Homem, independente da idade. Nos museus,
tanto no Brasil como em outros 192 países membros da

4
Aula ministrada por Mário Chagas no Curso de Especialização em
Museologia na PUCRS, 1991.
60 Interação patrimônio, comunicação museológica e
aprendizagem - Vera Maria Sperandio Rangel

UNESCO5, há espaço para um vigoroso engajamento nos


programas em execução, não excluindo novas propostas. Os
museus podem potencializar as ações recreativas,
envolvendo os mais variados atores sociais, para ser de fato
uma ferramenta para elevar a qualidade de vida6 das
populações. Há desigualdade nas condições de acesso tanto à
educação formal quanto aos resultados educacionais básicos
das crianças, jovens e adultos, com maior penalização dos
mais pobres, dos campesinos e dos que não concluíram o
estudo compulsório na idade apropriada.
Um aspecto a ser considerado pelos museus está
relacionado aos novos meios de comunicação. O ciberespaço
é a questão que está posta na sociedade do saber, como
denominada a sociedade por Pierre Lévy (2007), em
conferência no projeto Fronteiras do Pensamento, 2007. A
respeito da linguagem digital, Lévy fala da “[...] transformação
da sociedade que estamos vivendo, em relação com o
desenvolvimento da Internet, do ciberespaço e dos
instrumentos digitais de processamento e da comunicação”
(Lévy, 2008). Daí advém a necessidade que tem o museu de
trabalhar a educação patrimonial, cada vez mais por meio da
comunicação. Os públicos são atraídos pelas mídias
participativas e interativas. Nos museus, há que atentar para
segmentos de público com dificuldades no domínio das novas
tecnologias. Para ser inclusivo, o museu tem que pensar em
um público amplo.
Atualmente a educação vem sendo discutida em
termos de convergência, inteligência coletiva e participação,

5
United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization
[UNESCO].(2010). http://www.unesco.org/en/ confiteavi. Acedido a
16 de Outubro, 2010 de UNESCO em www.unesco.org.
6
Qualidade de vida: "a percepção do indivíduo de sua posição na
vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e
em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações" (WHOQOL GROUP).
Cadernos de Sociomuseologia - 2-2013 (vol. 46) 61

ou seja, de produção mútua, pois, como já dito


anteriormente, hoje o conhecimento é coletivo (Jenkins,
2008). A maior explosão de sucesso entre os jovens, e que se
espalha rapidamente para outras faixas, são os sites de mão
dupla, onde você participa e tem respostas na hora. A
atenção para a característica do que seja a educação
permanente é valorizada atualmente pela necessidade da
constante e rápida mudança na área do trabalho, da
tecnologia, nanotecnologia e informatização, e outras da
atual fase do camaleônico capitalismo, o que obriga o
profissional no mercado a buscar continuamente atualização,
para não ficar defasado neste mesmo mercado. Afirma
Zygmunt Bauman que o “presente culto da educação
permanente está parcialmente concentrado em atualizar o
‘estado da arte’ na informação profissional” (Bauman, 2010,
p.54). O Brasil, país com muitos desníveis sócio-econômicos e
baixos índices de escolarização, começa a preocupar a
categoria empresarial que necessita mão-de-obra capacitada
nas suas indústrias. A inclusão é pensada em termos de
minorias, sejam elas étnicas, de gênero e mesmo de pessoas
com alguma deficiência. Contudo, para quem esteve nas
escolas por pouco tempo, ou há muitos anos, há poucos
programas públicos. No V CONFINTEA “A educação de adultos
engloba todo o processo de aprendizagem, formal ou
informal, [...] para a satisfação de suas necessidades e as de
sua sociedade” (UNESCO, 1997, p.42). neste encontro foi
estabelecida a vinculação da educação de adultos com o
desenvolvimento sustentado.
O espaço da educação e da formação básica,
evidentemente, é uma questão prioritária para todos, em
todos os lugares. Na família e na escola, se transmite às
crianças e jovens a cultura. Nas sociedades ditas
desenvolvidas, suas populações estão com as questões
62 Interação patrimônio, comunicação museológica e
aprendizagem - Vera Maria Sperandio Rangel

básicas de leitura e escrita atendidas. Porém, não há


correspondência na América Latina, onde os países são
carentes, com algumas exceções, da oferta de escolas
públicas de qualidade. Porque “a despeito do aumento da
oferta, não é certo que sejam os mais desprovidos e aqueles
que têm mais necessidade de cultura para se adaptar à
sociedade os que usufruem mais do setor não formal”
(Davallon, Jacobi & Van Praet, 2005, p.360). Não só por causa
do aumento dos períodos de lazer, e da expectativa de vida,
mas também pela reivindicação do acesso à cultura para
todos e durante toda a vida.

Uma demanda social


Na América Latina e, particularmente, no Brasil, o
processo educativo nos museus deveria ultrapassar a
perspectiva complementar das escolas. A questão que se
estabeleceu refere-se aos processos na educação formal e
aos limites na escolarização dos museus. O debate aponta
ainda os níveis de sobreposição de competências. O usual nas
políticas educacionais é a articulação em níveis bem
definidos, na organização dos sistemas de “ensinos pré-
escolar, fundamental e médio, técnico e profissional,
educação de adultos e ensino superior, formação pedagógica,
etc. Essa divisão administrativa, sem dúvida nenhuma,
continuará sendo útil e necessária para fins operacionais e de
planejamento [...].” (Papadopoulos, 2005, p. 24). A Educação
formal, como está organizada atualmente, e a constatação de
que a mesma deverá continuar por ainda ser útil, expõem a
relação Museu x Escola como uma parceria informal e pensa-
se que, na maneira como esta se apresenta, é ineficaz. As
comunidades do mundo, em algum momento, se tornam
‘sociedades do conhecimento’ de acordo com o
desenvolvimento de cada país. Há necessidade do uso de
novas estratégias para que a informação que domina todos os
setores da atividade humana, nas democracias, sejam elas
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consolidadas ou jovens, seja empregada para a aprendizagem


e crescimento dos cidadãos “Assim, a aprendizagem torna-se
um elemento essencial durante toda a vida do indivíduo, seja
uma melhor adaptação à vida profissional seja por
representar uma atividade autônoma.” (Papadopoulos, 2005,
p. 24).
As novas tecnologias digitais e de comunicação estão
cada vez mais nos habituando a conviver com a pós-
modernidade, essa era da pluralidade, da fragmentação, da
heterogeneidade, da complexidade, das contradições
insolúveis, das incertezas, das simulações, da transitoriedade,
da globalidade, do biopatrimônio e do patrimônio intangível.
A questão é o acesso da população e como democratizar este
acesso e a acessibilidade, no sentido de que todos os tipos de
públicos visitem e aproveitem os recursos das exposições.
Almeida discute esse tema: “Deseja-se tanto quantidade de
público como qualidade na fruição. Para isso é necessário
trabalhar com a contradição ‘divulgação x distinção’, pois os
museus estarão sempre selecionando o que expor.” (Almeida,
1991, p. 57).
Na seleção do que expor e do que deixar de fora, a
ideologia e o poder de quem faz a escolha, ou é responsável
por ela, é intenso. Conforme a escolha recaia neste ou
naquele ‘recorte histórico’, também fica determinada a maior
identificação com o tipo de público que será atraído por
aquela exposição. O comentário de Almeida também mostra
a preocupação com a comunicação e acesso a ela na última
década do século XX, antes mesmo do processo de
globalização ter intensificado a informatização das
sociedades. A relação com as novas mídias interativas é um
aspecto importante a ser considerado nos atuais processos
educacionais,
64 Interação patrimônio, comunicação museológica e
aprendizagem - Vera Maria Sperandio Rangel

É impossível pensar-se atualmente em transmissão de


conhecimento sem considerar que os jovens hoje têm acesso
à Internet e à tecnologia e que fazem desses meios parte
integrante de suas falas. Daí advém a necessidade que têm os
profissionais de museus de explorar os meios de comunicação
quando consideram a educação como uma das suas funções.
A adequação aos meios de comunicação atuais não é um
problema apenas dos museus contemporâneos. As escolas
também se voltam para essas questões. A tecnologia vem
cada vez mais e mais se disseminando com as atuais mídias e
o capitalismo globalizado encontra, nele mesmo, novas
formas de exclusão, ressentindo-se mais profundamente as
populações dos países emergentes e também a população
adulta. O acesso às redes é do usuário, livremente, a seu
critério. A Internet é útil ao usuário consciente e perigosa
para o ignorante (Eco, 2011). O uso de tecnologias, como
multimídia, não assegura por si que a mensagem emitida será
recebida.
Contemporaneamente, a mediação é usada como um
recurso pedagógico que os museus adotam para o diálogo
direto com as pessoas que chegam às exposições (Burnham &
Kai-Kee, 2005, Meszaros, 2006, Helguera, 2011). A mediação
propõe uma interação de dentro do museu com o de fora. Ao
fazer a interação o mediador aproxima narrativa e ilustrações,
pinturas e textos, facilitando a interpretação e a
aprendizagem da experiência pessoal e particular. A
mediação, quando cuidadosa e adequada, emulsiona a
compreensão. Compreender é aprender. É diverso o
aprendizado ou a compreensão de um espectador tratado
como tal, em oposição ao que recebe o tratamento de
consumidor (Helguera, 2011). O mediador deveria
desenvolver seu ofício em uma perspectiva dialógica, para
perceber o que para este espectador ou este grupo seria
importante. Na perspectiva dialógica, o mediador
“constantemente deve tentar integrar numa troca e numa
Cadernos de Sociomuseologia - 2-2013 (vol. 46) 65

reflexão sobre a obra, e com base em seus comentários e


reflexões, ir oferecendo dados e outros tipos de informações
para assim construir colaborativamente a interpretação da
mesma” (Helguera, 2011, p. 7-10).
O papel principal da mediação é fazer o espectador
perceber que há mais de uma explicação e uma diversidade
de atributos, formais, históricos e inclusive estéticos que dão
significado ao objeto. Diálogos e distância crítica são bons
parceiros de mediadores em museus de arte. Penso que são
critérios igualmente desejáveis nas demais tipologias
museais. Que os museus têm o objetivo de educar é um
consenso. Procuraram-se autores que discutem a educação
informal, que se acredita seja a que o museu realiza. Temos
então que a aprendizagem nos museus é informal e também
específica. É dependente do tipo de patrimônio e das
circunstâncias de cada uma das instituições. E que tenha esta
uma boa equipe técnica e das estratégias criadas para a boa
comunicação do patrimônio. Não é coerente com a prática
dos museus o usual departamento de Ações Educativas,
restrito à infância e escolares, quando a sociedade possui
carências graves justamente no que diz respeito à educação.

Considerações
A preocupação da museologia com a educação na
contemporaneidade necessitará ampliar as metas e os
objetivos, para desenvolver e, mais que isso, promover a
qualidade de vida, a reflexão crítica, a participação e a ação
autônoma integradora dos indivíduos, grupos e comunidade
através da comunicação eficiente com o público. O museu no
futuro poderá estar integrado ao desenvolvimento pessoal e
interpessoal e na qualificação do uso do tempo livre das
pessoas. As populações atualmente com maior expectativa de
vida terão no museu uma multiplicidade de opções para
66 Interação patrimônio, comunicação museológica e
aprendizagem - Vera Maria Sperandio Rangel

usufruir no seu lazer. Assim como se sabe que não há uma


única definição para o que seja a educação, sabe-se que há
necessidade de equipe interdisciplinar no museu.
Os dados colhidos na pesquisa indicam que,
atualmente, o público que teria maior necessidade de
educação e recreação está afastado do museu. O que
frequenta é porque tem boa escolaridade. O fato é que, sem
ter conhecimentos antecedentes e algum capital cultural e
simbólico, os cidadãos dificilmente formarão o hábito de
frequentar museus.
O desafio atual é atender, em alguma medida, a
demanda social latente por educação que há na população
dos países chamados emergentes. (Re)Conhecer o patrimônio
como seu facilitará a consciência da cidadania e o museu (o
patrimônio) passará a ter um sentido em suas vidas. A
educação patrimonial e informal, com a comunicação
proposta nos museus pode ser dinâmica, diversificada, com
múltiplas interpretações e etc., etc... Não significa dizer com
isso que ao museu seja dispensada a organização, o
planejamento e a avaliação das ações e programas. A relação,
para ser conceituada com a sociedade, no mínimo, deve ser
pensada e proposta a um público amplo, que possa ser dela
representativo. Quanto mais restrito e mais especializado for
o público, menos ele será da comunidade, da cidadania,
enfim, da sociedade. Construir parcerias é uma inovação no
que se refere ao funcionamento das instituições museais,
porém sejam públicos ou privados, o volume de ações é de tal
maneira complexo, que patrocínio, mídia para a divulgação e
outras questões ao serem equacionadas com o
comprometimento de vários, refletem-se nos custos e
igualmente nos resultados. Acessibilidade universal que
atualmente é facilitada pela tecnologia, igualmente depende
do olhar das equipes e das museografias.
Cadernos de Sociomuseologia - 2-2013 (vol. 46) 67

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