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Economia Aplicada Aos Negocios

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PÓS - GRADUAÇÃO

NÚCLEO COMUM

ECONOMIA APLICADA
AOS NEGÓCIOS

Gabriel Sarmento Eid


ECONOMIA APLICADA AOS
NEGÓCIOS

Prof. Gabriel Sarmento Eid


SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA .............................................................................................. 3

PROGRAMA DA DISCIPLINA ..................................................................................................... 4


UNIDADE 01. INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS BÁSICOS ..................................................... 6

UNIDADE 02. MACROECONOMIA .......................................................................................... 13

UNIDADE 03. MICROECONOMIA ........................................................................................... 20

UNIDADE 04. POLÍTICAS ECONÔMICAS................................................................................ 27

UNIDADE 05. INDICADORES ECONÔMICOS ........................................................................ 34

2
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Gabriel Sarmento Eid, Mestrando em Educação Sociocomunitária, UNISAL


(2014); Graduado em Ciências Econômicas - FACAMP (Promoção do Ensino de

Qualidade S/A) (2010); Atua como Consultor Econômico Independente na B&S


Associados; Tem experiência na área de Economia, Finanças e Educação

Financeira, atuando principalmente nos seguintes temas: Educação Financeira,

Perícia Econômico-Financeira, Finanças Pessoais, Investimentos em Renda Fixa e


Variável, Bolsa de Valores, Fundos Imobiliários; Áreas de Pesquisa: Educação

Financeira; Finanças Pessoais; Associado ao CORECON/SP: 33.905.


Para ser capaz de gerir de forma eficiente as finanças de qualquer

negócio, o gestor financeiro precisa conhecer as variáveis econômicas que


podem vir a afetar o empreendimento, as políticas públicas que podem afetar o

meio em que o negócio está inserido e as medidas do governo que podem


afetar as finanças da empresa, do mercado de captação de recursos e do

mercado de investimentos financeiros.


Tendo isso em vista, esta disciplina busca abordar os aspectos dentro da

economia mais relevantes para o gestor financeiro.

3
PROGRAMA DA DISCIPLINA

Ementa
Abordagem de temas relevantes para a atividade do gestor financeiro

dentro da esfera das ciências econômicas: Políticas Públicas que afetam o meio
empresarial e Órgãos Governamentais com poder de fiscalização e atuação no

mercado financeiro.

Objetivos

Capacitar o aluno na compreensão dos fundamentos econômicos


pertinentes à atividade do gestor financeiro.

Conteúdos

Conceitos básicos de economia; Sistemas econômicos; Macroeconomia e


Microeconomia;

Bibliografia Básica

MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia. Fundamentos e aplicações. São Paulo.


Prentice Hall, 2005.

PASSOS, Carlos Roberto Martins; NOGAMI, Otto. Princípios de Economia. São


Paulo. Pioneira, 2002.

ROSSETTI, José Pascoal. Introdução à economia. 20. ed. São Paulo. Atlas, 2010

Bibliografia Complementar
CANO, Wilson. Introdução à economia: uma abordagem crítica. São Paulo.

Unesp, 1998.
MANKIW, N. Gregory. Introdução à economia: princípios de micro e

macroeconomia. 2. ed. Rio de Janeiro. Campus, 2001.

4
MARX, Karl (1859). Para a crítica da economia política. In MARX, K. Para a crítica

da economia política; Salário preço e lucro; O rendimento e suas fontes. São


Paulo. Abril Cultural, 1982.

PINDYCK, Robert S. e RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. Makron Books,


1994. Versão em inglês: Microeconomics. Macmillan, 1989.

RUDIGER, Dornbusch e FISHER, Stanley. Macroeconomia. 5a edição. São Paulo:


Makron Books do Brasil Editora Ltda e Editora McGraw Hill Ltda, 1991. Original

em inglês: Macroeconomics. McGraw Hill, Fifth Edition, 1990.

ROSSETTI, José P. Contabilidade Social. Atlas, São Paulo, 1986.


SAMUELSON e NORDHAUS. Economia, Editora Mc Graw Hill, 12 edição.

DORNBUSCH, RUDIGER e FISCHER, SATNLEY. Macroeconomia, Makron Books, 5


edição.

5
UNIDADE 01. INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS BÁSICOS

Objetivo
Abordar os tópicos básicos em economia.

BEBENDO NA FONTE
Introdução

Economia é a ciência social que estuda os processos de produção,

distribuição, comercialização e consumo de bens e serviços. É o estudo de como


as pessoas e a sociedade decidem empregar os recursos (Capital, Terra e Mão

de Obra), que são escassos e podem ser utilizados de diversas maneiras, para
produzir bens variados. O estudo da economia pode ser separado em duas

grandes áreas:
Macroeconomia – analisa o desempenho da economia como um todo,

por meio da análise das variações de preços e produção. Algumas de


suas variáveis principais são os preços, a produção e o emprego.

Microeconomia – estuda o comportamento de cada “molécula


econômica” do sistema, por meio de preços e quantidades relativas. Para
exemplificar, pode-se citar a análise do funcionamento de empresas e do
comportamento do consumidor.

Os problemas econômicos fundamentais podem ser divididos em três:


1. Quais produtos produzir e em qual a quantidade a ser produzida;

2. Como os produzir, isto é, através de qual combinação de fatores


produtivos da Terra, Capital e Mão de Obra;

3. Para quem devem ser produzidos e distribuídos os produtos, mercado


interno, mercado externo etc.

6
Esses problemas não existiriam se os fatores de produção fossem

ilimitados; tal realidade é denominada de “lei da escassez”, ela estabelece que a


limitação de recursos obrigue a escolha entre bens relativamente escassos.

Isso implica o conceito de “Eficiência produtiva na economia”, que


estabelece que não se pode aumentar a produção de um bem sem reduzir a de

outro.
Outro conceito importante que envolve essas questões é a Lei da Oferta

e da Demanda; a oferta e a demanda atuam conjuntamente na determinação do

preço e da quantidade dos produtos em cada determinado mercado, as


empresas tentam analisar e prever essas variáveis para poder determinar sua

capacidade produtiva e, assim, alocar, da melhor maneira, os seus recursos e


obter o máximo possível de lucro.

Para tanto, é analisada a Curva de Demanda, que se baseia no nível de


utilidade de determinado produto para o consumidor: quanto maior o preço,

menor a quantidade procurada, e vice-versa, porém, essa utilidade é uma


variável com viés subjetivo, logo, a regra do preço não é plena, assim como a

utilidade do produto pode variar de consumidor para consumidor. Os


determinantes da demanda são: preço do produto, rendimento médio dos

consumidores, dimensão do mercado, preço e disponibilidade de outros bens,


gostos ou preferências. O deslocamento da curva ocorre em função da

alteração desses fatores.


Por outro lado, temos a Curva de Oferta que se baseia nos custos de

produção de um bem ou serviço. É a relação entre os preços de mercado do


produto/serviço e a quantidade ofertada pelos produtores. Quanto menor o

preço, menor a quantidade de bens que será ofertada. Seus determinantes são:
os custos de produção, monopólios, concorrências de outros bens, imprevistos

meteorológicos, tributação, incentivos e subsídios, variáveis ambientais. O


deslocamento da curva de oferta ocorre em função da alteração desses fatores.

7
O chamado preço de equilíbrio verifica-se quando a quantidade

procurada for igual à quantidade oferecida, o que ocorre quando as duas curvas
se cruzam.

Por meio da lei da oferta e da procura –também conhecida como lei da


Oferta e da Demanda–, as questões de “o que, como e para quem” ficam

parcialmente resolvidas. Isso se deve à interdependência de cada mercado em


relação aos mercados de outros bens na estruturação do “sistema de equilíbrio

geral de preços”.

Enquanto o equilíbrio parcial ocorre diante do comportamento de cada


mercado individualmente, o equilíbrio geral tem lugar diante dos processos

simultâneos e interdependentes dos diferentes mercados – esse último é uma


espécie de “mão invisível”. Esse modelo de “concorrência perfeita” é apenas um

cenário potencial, que nunca ocorre, pois desconsidera diversos mecanismos da


economia, chamadas de “falhas de mercado”, como a existência de monopólios

e de externalidades.

Sistemas Econômicos
Em toda sociedade organizada, misturam-se, em maior ou menor

medida, os mercados e a atividade de seus governos. O grau de concorrência


desses mercados é variado, podendo ir do monopólio, em que apenas uma

empresa existe, à economia de livre mercado, que apresenta uma verdadeira


concorrência, com várias empresas operando. Porém, nenhum dos dois cenários

implica preços justos, uma vez que tanto no monopólio quanto na concorrência
as empresas detêm o poder de determinação dos preços.

O mesmo acontece com relação à intervenção estatal, que engloba


desde uma intervenção mínima expressa em impostos, crédito, contratos e

subsídios, até o controle dos salários e dos preços dos sistemas em uma
economia centralizada, como as que imperam nos países comunistas.

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Entretanto, em ambos os sistemas, ocorrem divergências: no primeiro sistema,

existem somente monopólios estatais; enquanto, no segundo, somente


concessões às empresas privadas.

As principais diferenças entre a organização econômica centralizada e a


capitalista residem em quem é o proprietário dos capitais produtivos,

financeiros e imobiliários, assim como nos diferentes pontos de vista sobre a


distribuição da renda ou na forma de estabelecer os preços. Em quase todos os

países capitalistas, uma parte importante do produto nacional bruto (PNB) é

produzida por entes privados.


Os problemas mais importantes enfrentados pelo capitalismo são o

desemprego, a inflação e as injustas desigualdades econômicas. Os problemas


mais graves das economias centralizadas são o subemprego, a informalidade, a

burocracia e a corrupção.
A chamada economia mista é uma situação intermediária entre a

economia centralizada e a economia de livre-mercado são os modelos de


economia social-democrata ou liberal-socialista. Nesses modelos, a atividade

econômica se funda, em sua maior parte, no setor privado, enquanto o setor


público regula essa atividade, intervindo para proteger os trabalhadores e

redistribuir a renda.

AMPLIANDO HORIZONTES
Aproveitando a discussão dessa unidade, irei inserir aqui alguns trechos
do texto do economista Luiz Carlos Bresser-Pereira publicado na revista

Conjuntura Econômica, em que discute o Sistema Econômico Brasileiro. Tomei a


liberdade de destacar os trechos mais importantes.

Um sistema é sempre um conjunto de elementos articulados entre si de


forma a constituir um todo [...] Quando se trata de um sistema social, o objetivo

mínimo é igualmente a sobrevivência, ou a segurança, mas como é formado de

9
agentes racionais dotados de vontade, há um objetivo econômico adicional: o

bem-estar [...] com o trabalho, que é o elemento básico de qualquer sistema


econômico, o homem visa melhorar seu padrão de vida. Quando, finalmente, se

trata de um sistema social dotado de um Estado moderno e democrático, ou seja,


dotado de um instrumento de ação coletiva, o bem-estar deixa de ser um objetivo

implícito e passa a ser explicito. Os governos dos Estados-nação, [...] passam a


desenvolver estratégias buscando o desenvolvimento econômico. A lógica do

sistema passa a ser o desenvolvimento. [...] Através do mercado e com o uso do

dinheiro, os produtores competem entre si, e dessa forma o mercado aloca


recursos e determina a distribuição da renda. No papel de alocador de

recursos, o mercado é um mecanismo maravilhoso só embora cheio de


falhas e dependente da ação regulatória do Estado para poder ser efetivo.

Como instrumento distribuidor de renda é cego e injusto. Por isso, a ação


deliberada da sociedade através do Estado está sempre presente na

regulamentação do mercado e na tentativa de correção das suas falhas.


No Brasil, porém, o sistema econômico vigente não obedece à lógica do bem-

estar ou do desenvolvimento. Sua lógica é a dos juros (...). Enquanto nos países
desenvolvidos a taxa de juros real para aplicações seguras em títulos de renda fixa

está em torno de 2%, e em outros países em desenvolvimento é um pouco maior


do que isto, aqui é cinco vezes maior. Por que tanto? Foram provavelmente as

altas taxas de crescimento durante os anos 70 e a alta inflação durante os anos


80 até 1994 que levaram os rentistas, especificamente os credores internos e

externos do Estado, a entender consensualmente que essa taxa lhes é devida. E foi
certamente a política frouxa, submissa, dos diversos governos, que legitimou essa

pretensão.
(...) Evidentemente, não é esse o entendimento dos interessados e das autoridades

monetárias. Para eles, o objetivo está claro: é a meta de inflação, que seria
condição para o desenvolvimento. Não há dúvida que manter o controle da

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inflação é fundamental, mas para isso não é necessário manter a taxa de juros

básica em um nível sem qualquer relação com a classificação de risco do país.


Se fosse verdade que o controle da inflação é o objetivo principal da política

econômica, nos momentos em que a demanda agregada caísse e a inflação


entrasse correspondentemente em declínio, o Banco Central aproveitaria a

oportunidade para baixar a taxa de juros básica para os níveis internacionais


compatíveis com a classificação de risco do Brasil. Ora, isso é impensável para

seus diretores, que adotam um modelo onde a taxa de juros de equilíbrio estaria

em torno de 9% reais. Além disso, se o objetivo principal fosse combater a


inflação, o governo já teria acabado definitivamente com toda indexação na

economia brasileira. Mas também essa medida está fora da agenda do Ministério
da Fazenda e do Banco Central.

(...) Nos quadros dessa lógica, o crescimento não é esquecido. A taxa de juros
básica que vem prevalecendo nos últimos dez anos inviabiliza os investimentos e

levaria a economia à estagnação absoluta. A ideia, porém, não é essa. O objetivo


subordinado, mas presente, é de um crescimento da renda per capita de 2% ao

ano (3,5% bruto). Para lográ-lo, e manter os empresários industriais


minimamente sob controle, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

Social (BNDES) garante uma taxa de juros para as grandes empresas inferior à
Selic. Além do custo dos juros abusivos, o país deve, portanto, financiar esse outro

valor com tributos. O governo, por sua vez, que já levou quase a zero o
investimento publico, recusa-se a reduzir despesas correntes. Pelo contrário, as

aumenta, pretendendo assim compensar os baixos salários. E, novamente, para


manter o superávit primário necessário, eleva a carga tributária.

A pressão dos juros, de um lado, reduzindo o investimento (não obstante a Taxa


de Juros de Longo Prazo, a TJLP) e, de outro lado, a pressão da carga tributária

reduzindo a renda em poder do público, tendem a reduzir a taxa de lucro, a não


ser que se continue a comprimir os salários. Isto, entretanto, não é difícil porque a

11
taxa de crescimento muito baixa produz um alto nível de desemprego. O objetivo

para essa taxa (aquele que seria correspondente ao Produto Interno Bruto (PIB)
potencial em face do atual nível de poupança e de investimentos) seriam os 2%

reais per capita. Todavia, essa taxa de crescimento (e mesmo um pouco mais,
como aconteceu em 2004) só é viável quando a taxa de câmbio está em um nível

adequado (digamos, dada a recente depreciação do dólar nos mercados


internacionais, R$ 3,20), estimulando assim um grande aumento das exportações.

Essa taxa, entretanto, só foi alcançada no passado recente devido a duas crises

(1998 e 2002). Desde meados de 2003, porém, a taxa de câmbio vem baixando
devido à manutenção da política de juros elevados. Com a apreciação do real, as

exportações caem, as importações aumentam, e, enquanto não se desencadeia


nova crise de balanço de pagamentos, os investimentos caem e o crescimento do

PIB se desacelera para em torno dos 1% per capita já referidos – ou seja, para a
quase-estagnação.

Disponível em:
http://www.bresserpereira.org.br/Works/SmallPapers/5.SistemaEconomicoBrasileiro-
ConjEc.p.pdf

12
UNIDADE 02. MACROECONOMIA

Objetivo
Proporcionar conhecimento sobre macroeconomia aplicada aos gestores

financeiros.

BEBENDO NA FONTE
Poucas instituições abordam tópicos de economia voltados aos

profissionais de finanças de uma maneira integrativa e aplicável.


Imagine que um gestor financeiro não tenha interesse e nem

conhecimento sobre microeconomia, macroeconomia, sobre a atuação do


governo na economia e que não conheça os indicadores econômicos. Então, a

empresa onde ele trabalha sofre diante de um colapso econômico financeiro,


como o ocorrido em 2008 e 2009, e seus superiores lhe solicitam um plano

emergencial.
Como ele irá fundamentar suas decisões? Como ele irá coletar e analisar

os dados necessários? Quais dados ele irá coletar? Como ele vai elaborar um
plano estratégico financeiro sem possuir conhecimento algum sobre o
funcionamento do sistema financeiro nacional, das taxas de juros, das metas de
inflação e como as políticas econômicas do governo afetam a empresa onde

trabalha.
Além disso, atualmente, existe uma oferta muito vasta de notícias e

informações privilegiadas – na televisão, Internet, nos livros e revistas –, mas,


para que elas sejam base para a tomada de decisões, é preciso entendê-las,

saber analisá-las e, para isso, é preciso certo conhecimento dos aspectos


conceituais da macroeconomia e microeconomia.

Uma economia é composta por Receitas e Despesas, Bens e Serviços que


são comercializados constantemente, Insumos para esses Bens e Serviços,
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Salários para a mão de obra, Aluguéis da terra, Lucros das empresas e pessoas,

a Terra em si, o Capital financeiro e o trabalho. Essa composição


macroeconômica forma microeconomias que proporcionam o desempenho da

economia maior, como, por exemplo, as Famílias, as Empresas e os mercados


que esses componentes formam.

Existem dois ramos da economia, a microeconomia e a macroeconomia,


os quais influenciam diretamente na gestão das empresas, pois eles formam de

alguma maneira a composição do mercado, seja micro ou macro.

Para Mankiw (2001), microeconomia é o estudo da tomada de decisões


individual de famílias e empresas e sua interação em mercados específicos e a

macroeconomia é o estudo de fenômenos da economia como um todo


(inflação, desemprego). É importante notar que o conjunto de fatos

microeconômicos acaba formando uma macroeconomia. Para os dois conceitos,


teremos influência direta na gestão e no mercado das empresas, então, é

importante que o gestor tenha conhecimento do contexto relativo à economia


e seus aspectos mercadológicos.

Macroeconomia

A Macroeconomia estuda o comportamento do sistema econômico, por


meio da análise dos grandes agregados econômicos, como o nível de produção

ou o produto total de uma economia, o nível de emprego e a renda per capita,


a poupança e o investimento, o consumo e a produção industrial, o nível geral

dos preços e as taxas de juros. Seus principais objetivos estão no crescimento


econômico, distribuição de renda, redução do desemprego e da inflação e no

desenvolvimento do comércio internacional.


A estrutura macroeconômica se divide em cinco mercados:

• Mercado de Bens e Serviços: Nível de produção agregada (produto


interno bruto, por exemplo) bem como o nível de preços (inflação).

14
• Mercado de Trabalho: Nível de geral de oferta/demanda de mão de

obra (sem diferenciar), determinando a taxa de salários e o nível de


emprego/desemprego.

• Mercado Monetário: Avalia os fluxos monetários, moeda interna,


moeda externa, taxas de juros, taxas de crédito.

• Mercado de Títulos: Mercado no qual os agentes econômicos


superavitários, que possuem um nível de gastos inferior à sua renda, e

deficitários, que possuem gastos superiores ao seu nível de renda.

• Mercado de Divisas: Saldo da balança de pagamentos, expresso pelas


exportações, pelas entradas de capitais financeiros e pelo volume de

importações e saída de capital financeiro.

A contabilidade nacional
O estudo da macroeconomia ampara-se nos apontamentos estatísticos

dos principais fluxos de produção e renda. Tal registro recebe o nome de


Contabilidade Nacional ou Social. Suas normas e princípios seguem um padrão

cada vez mais uniforme no plano internacional. Os países de primeiro mundo


iniciaram a sistematização desses registros a partir do impulso dado pela teoria

keynesiana, na metade do século XX, ao mesmo tempo em que surgia a


necessidade destes mesmos entes em quantificar a atividade econômica da

maneira mais rigorosa possível e traçar sua evolução ao longo do tempo.


Após a crise de 1929 nos Estados Unidos, por exemplo, não havia dados

confiáveis disponíveis sobre os mercados, ou sobre o nível de emprego.


Somente em 1941, o parlamento britânico convocou um grupo sobre o

comando do economista John Maynard Keynes, encarregando-o de elaborar


uma sistemática de quadros ilustrativos capaz de evidenciar os recursos

produzidos pela economia e sua utilização.

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A primeira tentativa séria de uniformizar a base da contabilidade dos

estados surgiu com a publicação do "Sistema Simplificado de Contas


Nacionais", pela OCEE (Organização para a Cooperação Econômica Europeia),

antecessora da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento


Econômico).

A contabilidade social lida com três variáveis:


• Renda: salários das famílias obtidos por meio da venda de seus

fatores de produção às empresas (mão de obra); outros conceitos

derivam da renda: como a renda pessoal disponível e a renda de


investimento, úteis na aferição do crescimento econômico de um país

em determinado período. Partindo do modelo mais simples do fluxo


de renda, é possível observar o saldo de poupança e investimento.

• Produto: toda produção de bens e serviços finais de uma economia; o


cálculo desse produto nacional pode ser feito sob vários aspectos,

importantes para a contabilidade social. Por exemplo, o produto


interno ou nacional, bruto ou líquido, a custo de fatores ou a preços

de mercado, nominal ou real, total ou per capita ou poder paridade


compra.

• Despesas: Gastos com a produção dos bens e serviços da economia


nacional por meio dos agentes econômicos. Também pode ser

calculadas sob diversos aspectos e visões.


Estas três variáveis são consideradas como detentoras de uma identidade

macroeconômica entre si. É com elas que o Estado vai analisar a sua economia e
embasar as suas políticas econômicas.

Portanto, a Contabilidade social é uma técnica que tem como objetivo


principal ilustrar e quantificar a atividade econômica do país, durante um

determinado período de tempo, normalmente, um ano. Seus principais


indicadores são:

16
A. Valor Bruto de Produção (VBP): Somatório de todos os bens e serviços

produzidos, num dado período de tempo. Incorre no chamado erro de


"dupla contagem", pois soma os produtos finais com os insumos

utilizados na sua produção.


B. Valor Agregado Bruto (VAB): É a correção do VBP, eliminando-se a dupla

contagem. Obtém-se se descontando do VBP o valor dos insumos


utilizados no processo produtivo.

C. Renda Bruta (RB): Soma das remunerações brutas de todos os fatores de

produção (Terra, Capital e Trabalho), durante um período de tempo.


D. Produto Interno Bruto (PIB): Soma de todos os bens e serviços finais

produzidos dentro da economia do país, num determinado período de


tempo, independentemente da origem dos fatores de produção.

E. Produto Nacional Bruto (PNB): Soma de todos os bens e serviços finais


produzidos, num determinado período de tempo, originários dos fatores

de produção nacionais.
F. Produto Interno Líquido: PIB descontando as depreciações. Medida mais

sustentável de avaliação da economia.


G. Produto Nacional Líquido: PNB descontando as depreciações.

H. PIB ou Renda per capita: PIB ou Renda total da economia dividida pela
população nacional.

I. Renda Nacional (RN): é a renda líquida gerada no período, e que se


dirige aos proprietários nacionais de fatores de produção.

AMPLIANDO HORIZONTES
Antes de 1936, quando a obra do economista John Maynard Keynes,

“Teoria geral do emprego, do juro e da moeda”, foi publicada, o modelo


econômico clássico –e hegemônico– explicava que as causas do desemprego

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eram determinadas pelas estruturas rígidas do mercado de trabalho, que

impediam que os salários baixassem até o nível do ‘equilíbrio’.


Os economistas dos séculos XVIII e XIX acreditavam que a produção não

sofreria grandes alterações e todos os fatores de produção estariam ocupados


na produção de bens e serviços que formam a renda, o chamado estado de

"pleno emprego". Além disso, baseados na Lei de Say, que estabelecia que
"toda oferta cria sua própria demanda", eles acreditavam que toda a renda

gerada pela produção (salários e lucros) seria utilizada no mercado para o

consumo de bens e serviços, equalizando assim Oferta e Demanda.


Keynes desenvolve sua teoria baseando-se no pressuposto de que,

devido a vazamentos como a formação de estoques e redução de produção, os


agentes econômicos não seriam capazes de coordenar a economia

eficientemente e, por isso, seria necessária a intervenção do estado na


economia, pois ele é o único agente realmente autônomo, já que não depende

dos salários e nem do lucro.


Sua primeira hipótese foi a existência de desemprego. Os economistas

clássicos acreditavam apenas no desemprego voluntário. Keynes, ao contrário,


acreditava na existência de desemprego não voluntário, resultante do fato de a

economia estar funcionando abaixo de seu potencial, deixando assim uma


capacidade ociosa.

Keynes definiu o conceito de Oferta Agregada (OA) como o somatório da


renda disponível na economia, enquanto a Oferta Potencial é a máxima

produção da economia com o pleno-emprego de seus fatores de produção. Por


sua vez, a Oferta Agregada Efetiva é aquela que efetivamente é colocada no

mercado, podendo ocorrer sem a plena utilização dos fatores de produção.


Keynes definiu também que a Demanda Agregada seria o somatório do

consumo total da economia com os investimentos, os gastos governamentais e


as exportações, subtraindo-se as importações.

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A ênfase do keynesianismo na demanda, como determinante chave do

nível de produção em curto prazo, permitiu iniciar o desenvolvimento da


contabilidade social e de seus conceitos, tais como o gasto total com consumo,

em formação de capital (produção de maquinaria, fábricas etc.), em gastos


públicos e em exportações e importações, que constituem os elementos-chave

da ‘demanda final’ agregada à economia.


Também permitiu realizar a análise dos determinantes desses dados-

chave da demanda final, ao elaborar a teoria da demanda agregada de

consumo e suas relações com os níveis da renda, assim como sua dependência
dos tipos de interesses existentes.

Portanto, a teoria monetária é uma parte essencial da teoria


macroeconômica, uma variável monetária cuja função principal, em um mundo

de incertezas, limita-se a equilibrar a oferta e a demanda de dinheiro, e não a


equilibrar o investimento e a poupança planejados. A teoria monetária também

está relacionada com outro elemento-chave da macroeconomia: a inflação.

19
UNIDADE 03. MICROECONOMIA
Objetivo

Proporcionar conhecimento sobre microeconomia aplicada aos gestores


financeiros.

BEBENDO NA FONTE
É o ramo da economia voltado ao estudo do comportamento das

unidades de consumo (famílias e/ou indivíduos), ao estudo das empresas, suas

respectivas produções e custos, além do estudo da produção e preços dos


diversos bens e serviços e fatores de produção. Representa uma visão

microscópica dos fenômenos econômicos.


Diferencia-se da macroeconomia, que é um ramo da economia que

aborda os problemas econômicos de maneira agregada.


Mercado é o local onde produtores e consumidores se encontram para

realizar a compra e a venda das mercadorias. Os mercados existem desde os


primórdios da humanidade. Eles evoluem de acordo com o desenvolvimento da

sociedade, mas mantêm as mesmas características comuns: representam o local


onde se realizam as transações entre compradores e vendedores.
No mercado a regulação é feita pela lei da oferta e da procura. Quando
há mais produtos que as necessidades da população, os preços tendem a

baixar. Quando há menos produtos que a procura, os preços tendem a subir.


O mercado regula os interesses de produtores e consumidores: os

produtores querem ganhar o máximo possível; enquanto os consumidores


querem pagar o mínimo possível. O resultado desse processo são os preços de

equilíbrio, ou seja, é o patamar no qual consumidores e produtores realizam


seus interesses, sem que nenhum seja prejudicado. Os mercados crescem

quando há desenvolvimento econômico, crescimento da economia.

20
Os mercados entram em retração quando há desaceleração do

desenvolvimento econômico.
Os preços no mercado são a expressão monetária do valor de

mercadorias e refletem os custos de produção e o lucro dos empresários.


Os mercados caracterizam-se pela seguinte estrutura: concorrência

perfeita; monopólio e oligopólio.

Concorrência perfeita: é uma situação marcada pelas seguintes características:

 O número de agentes compradores e vendedores é de tal ordem que


nenhum deles, individualmente, possui condições para influir

decisivamente no mercado.
 Os produtos são homogêneos, podendo ser fabricados por qualquer dos

produtores.
 Produtores e consumidores têm mobilidade e não há acordo de preço

entre os que participam do mercado.


 O preço é definido de maneira impessoal, ninguém individualmente o

estabelece. Deve haver transparência no mercado. Não há informações


privilegiadas para qualquer agente econômico.

Monopólio

 Quando há no mercado apenas um vendedor, que domina inteiramente


o mercado.

 O produto da empresa monopolista não tem substituto próximo. Não há


alternativas para os consumidores.

 A entrada de concorrentes no mercado é praticamente impossível.


 Tem poder total sobre a formação dos preços.

 Os monopólios não têm transparências. Suas operações e transações são


uma espécie de caixa preta.

21
Oligopólios

É a forma moderna da grande empresa. Tem as seguintes características:


 É formado por um pequeno grupo de grandes empresas que dominam

um ou vários ramos de produção e dividem entre si o mercado.


 Há grandes obstáculos para a entrada de concorrentes.

 Quando há acordo de preços entre os oligopólios, a concorrência é


residual.

A procura no mercado
A procura de um produto está relacionada às quantidades que os

consumidores estão dispostos a adquirir em função dos preços.


A reação típica dos consumidores em relação aos preços pode ser

explicada de três maneiras:


1. Quanto mais baixos os preços, maiores quantidades os consumidores

tendem a procurar. Quanto mais altos os preços, menores quantidades


são procuradas.

2. Efeito substituição: quando o preço de determinado produto aumenta,


permanecendo invariável o preço dos seus sucedâneos, os consumidores

tendem a substituí-lo.
3. Utilidade marginal: Quanto maior for a quantidade de um produto

qualquer, menor será o grau de utilidade de cada nova unidade


adicional.

Os graus de sensibilidade aos preços não são iguais para todos os


produtos. Muitas vezes alterações de preço não são capazes de produzir

modificações nas quantidades procuradas.


Esses graus de sensibilidade dos consumidores podem ser afetados por

meio do conceito de elasticidade-preço da procura, que é a relação entre as

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modificações observadas, nas quantidades procuradas decorrentes das

alterações de preço.
 Quando as quantidades procuradas aumentam na mesma proporção de

redução nos preços, o produto apresenta uma elasticidade-preço


unitária.

 Quando as quantidades procuradas aumentam menos que a redução dos


preços, há uma procura inelástica.

 Quando as quantidades procuradas aumentam mais que as reduções de

preços, há uma procura elástica.

Fatores determinadas da elasticidade-preço


Essencialidade - está ligada ao grau de necessidade do produto. Os produtos

de maior essencialidade tendem a ter coeficientes de elasticidade baixos.


Hábitos - a rigidez do consumo é também fator determinante na elasticidade-

preço. Muitos hábitos arraigados se transformaram em vício e faz com que os


consumidores tenham pouca sensibilidade - variação nos preços.

Periodicidade da aquisição - o intervalo de tempo entre uma e outra aquisição


do produto é fator importante na elasticidade-preço do produto. Grandes

intervalos de tempo entre a compra tendem a "apagar" da memória os preços


de referência.

Teoria da produção
Empresa: unidade que produz bens ou serviços para a sociedade e que tem

como objetivo a maximização do lucro.


Empresário: é quem decide quando e como produzir as mercadorias. A

produção depende da aceitação do mercado e implica lucros ou prejuízos.


Produto: qualquer bem ou serviço resultante do processo de produção.

Tecnologia: resulta do processo de conhecimento científico aplicado à


produção.

23
Função da produção: é a relação que indica a quantidade máxima de produto

que se pode obter, num determinado tempo, a partir de uma determinada


gama de fatores de produção e de acordo com os processos de produção mais

adequados. Ex.: o número de sapatos que poderão ser produzidos a partir de


determinada quantidade de couro, prego, fios, energia elétrica, mão de obra,

máquinas, equipamentos, num período de oito horas.


Produção: é a transformação dos fatores de produção adquiridos pelas

empresas com objetivo de venda no mercado.

No processo de produção, diferentes fatores são acessados para a obtenção do


bem final. As formas como esses fatores são combinados denomina-se métodos

de produção. Os métodos de produção podem ser realizados de duas maneiras


básicas: intensivos e extensivos.

Métodos Intensivos de mão de obra: quando se utiliza uma quantidade maior


de trabalhadores do que de máquinas, equipamentos ou insumos.

Métodos Extensivos de mão de obra: quando se utiliza uma quantidade


menor de trabalhadores do que de máquinas, equipamentos ou insumos.

Fatores fixos e variáveis de produção:


 Fixos: são aqueles em que as quantidades utilizadas não variam quando

o volume da produção se altera.


 Variáveis: são aqueles em que as quantidades variam quando o volume

de produção se altera.
Eficiência produtiva: é a utilização do método de produção mais eficiente

tecnologicamente entre os métodos disponíveis, com o objetivo de alcançar


uma determinada quantidade de produtos com um mínimo de fatores de

produção.
Eficiência econômica: é um método de trabalho que permite a obtenção da

maior quantidade de produtos com o menor custo.

24
Lei dos rendimentos decrescentes: elevando-se a quantidade de um fator

variável, permanecendo fixa a quantidade dos demais fatores, a produção


inicialmente crescerá em taxas crescentes. Mas a partir de certa quantidade

utilizada do fator variável, a produção crescerá com acréscimos cada vez


menores, até decrescer.

Custo de produção: representa a soma das despesas da empresa, quer


relacionado com o capital fixo, quer com o capital variável.

Produtividade
Terra (fator Mão-de-obra Produto Produtividade
marginal (Mão
fixo) (fator variável) total média
de obra)

10 1 6 6.0 6

10 2 14 7.0 8

10 3 24 8.0 10

10 4 32 8.0 8

10 5 38 7.6 6

10 6 42 7.0 4

10 7 44 6.2 2

10 8 44 5.4 0

10 9 42 4.6 -2

Tipos de Custos:
 Custos fixos totais (custos indiretos): correspondem aos recursos de

produção que não variam em função das alterações nas quantidades


produzidas. Ex.: edifícios, máquinas, equipamentos.

 Custos totais variáveis (custos diretos): referem-se aos recursos variáveis


utilizados no processo produtivo. Estes custos dependem da quantidade

a ser produzida. Ex.: matérias-primas, mão de obra, energia.

25
 Custo total médio: é obtido mediante a divisão do custo fixo total pela

quantidade produzida.
Receita da Empresa: é obtida por meio da multiplicação da quantidade de

bens e serviços vendidos pelo respectivo preço de venda.


Receita Marginal: o preço de venda também pode ser definido como a receita

marginal da empresa, ou seja, quanto ela irá faturar a cada unidade adicional
produzida e vendida.

Economia de escala: ocorre quando a empresa aumenta o processo produtivo

e obtém ganhos de produtividade.

AMPLIANDO HORIZONTES
Se tiver maiores interesses em compreender os preceitos teóricos da
Microeconomia, pesquise as obras de Robert Pindyck, Daniel Rubinfeld, Prentice

Hall e Gregory Mankiw.

26
UNIDADE 04. POLÍTICAS ECONÔMICAS

Objetivo
Proporcionar conhecimento sobre microeconomia aplicada aos gestores

financeiros.

BEBENDO NA FONTE
As políticas econômicas são um conjunto de medidas tomadas pelo

Estado de um país com o objetivo de agir e incutir sobre os mecanismos de


produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Embora apontadas ao

campo da economia, essas medidas obedecem também a critérios de ordem


política e social.

Em suma, a política econômica global do Estado consiste em promover o


desenvolvimento socioeconômico, redução do desemprego e sua estabilidade

de preços, equilibrar o volume financeiro das transações econômicas com o


exterior, promover estabilidade de preço e controle da inflação e orientar a

distribuição da riqueza e da renda. Para alcançar os objetivos da política


econômica global, são utilizadas quatro políticas com dinâmicas próprias: Fiscal,
Cambial, de Rendas e Monetária.
Política Fiscal: é a política de receitas e despesas do Governo Federal, Estadual

e Municipal. Envolve a definição e aplicação da carga tributária exercida sobre


os agentes econômicos, bem como a definição dos gastos do Governo. Quando

as receitas são superiores à soma das despesas, diz-se que o governo tem um
superávit fiscal primário e, caso sejam inferiores, um déficit fiscal primário.

Tem forte impacto sobre a política monetária quando os prazos de


recolhimento de impostos afetam o fluxo de caixa dos agentes econômicos.

Uma política fiscal adequada permitiria reduzir o endividamento interno do


Tesouro através de um superávit fiscal. Para aumentar as receitas é necessária
27
uma Reforma Tributária que melhore a capacidade arrecadadora e, para reduzir

as despesas, uma Reforma Administrativa que diminua despesas de custeio. A


Reforma da Previdência ajudaria tanto na redução do custo quanto no aumento

da receita.
De acordo com a teoria Keynesiana, o governo de um país, em vez de

procurar o equilíbrio no orçamento, deveria praticar uma política fiscal de


elevação dos gastos públicos e/ou redução de impostos, mesmo que

incorrendo em déficits orçamentários. É a denominada 'política expansionista'

da demanda e da produção.
Política Cambial: instrumento da política de relações comerciais e financeiras

entre um país e o conjunto dos demais países; está fundamentalmente baseada


na administração da taxa de câmbio e no controle das operações cambiais. A

atuação do Governo sobre essa taxa, com mecanismos que podem valorizá-la
ou desvalorizá-la, afeta diretamente as exportações, importações e o

movimento internacional de câmbio financeiro.


A política cambial deve ser cuidadosamente administrada no que tange

ao seu impacto sobre a política monetária. O desempenho muito forte nas


exportações gera um efeito monetário pelo ingresso de divisas, sendo que a

conversão da moeda estrangeira para reais implica a expansão da emissão de


moeda, que é fato gerador de inflação.

A oferta monetária via câmbio, por exportações ou por captações


externas, prejudica o controle dos juros, aumentando o custo do governo, que

se obriga a aumentar a dívida pública mobiliária para enxugar a moeda que


entra em circulação. A remuneração dos dólares em reservas internacionais é

menor do que a remuneração paga internamente nos títulos federais. Uma boa
política cambial deve permitir um elevado fluxo de moedas com o exterior nos

dois sentidos.

28
Política de Rendas: é a política que o governo exerce, estabelecendo controles

diretos sobre a remuneração dos fatores diretos de produção envolvidos na


economia, tais como salários, depreciações, lucros, dividendos e preços dos

produtos intermediários e finais. Os principais objetivos dessa política são:


propiciar ganhos de poder aquisitivo aos salários, no caso de controle de outros

preços; redistribuir a renda; garantir a renda mínima a determinados setores ou


classes sociais; reduzir o nível das tensões inflacionárias, visando à estabilidade

dos preços.

Política Monetária: conjunto de medidas adotadas pelo governo visando


adequar os meios de pagamentos disponíveis às necessidades da economia do

país. Uma das principais funções da política monetária é o controle da oferta de


moeda e das taxas de juros, a fim de que sejam atingidos os objetivos da

política econômica do governo. A atuação do governo procura regular a moeda


circulante no mercado financeiro, o que ocasiona reflexos nas taxas de juros.

Ao governo interessa ter instrumentos capazes de interferir no mercado


financeiro, dada a importância desse mercado perante o setor produtivo da

economia. A taxa de juros tem papel fundamental na realocação de recursos


entre os agentes econômicos; assim, quando ocorrem flutuações imprevisíveis

da taxa de juros, o governo utiliza instrumentos para manter essas flutuações


dentro de uma faixa de previsibilidade que não provoquem sérias distorções ao

setor produtivo, seguindo uma programação monetária prévia.


A política monetária pode recorrer a diversas técnicas de intervenção,

controlando a taxa de juros pela alteração nos critérios e nas taxas cobradas em
operações de redesconto do Banco Central, regulando as operações de

Mercado Aberto (Open Market), alterando os percentuais de exigibilidade em


Depósitos Compulsórios.

Em relação ao crédito, podem ser adotadas medidas restritivas ou


práticas seletivas. As restritivas consistem na fixação de limites de crédito

29
bancário e na redução dos prazos de pagamento dos empréstimos. As práticas

seletivas visam, sobretudo, direcionar o crédito para atividades mais rentáveis e


produtivas da economia.

No Brasil, como na maioria de outros países, o Banco Central é o órgão


responsável pela execução das políticas monetária e cambial do País, bem como

pela regulação e fiscalização do SFN. O primeiro conjunto de atribuições é o de


um banco central clássico, objetivando a estabilidade interna e externa da

moeda. Já as funções de órgão supervisor, nem sempre a cargo do banco

central em outros países, objetivam manter a estabilidade e solvência do


sistema financeiro.

A independência do banco central, em discussão atualmente no


Congresso, significa dar a ele autonomia plena na execução da política

monetária, sem a interferência política do governo. A suposta necessidade


dessa independência é um forte argumento a favor da exclusão da atividade de

supervisão bancária do elenco de atribuições de uma autoridade monetária.


Em maior ou menor grau, este argumento de proteção ao “guardião da

moeda” vem historicamente explicando a opção política de muitos países em


retirar do Banco Central a função de supervisão bancária, transferindo-a para

outro órgão do governo, deixando o banco com foco na Política Monetária do


país.

Instrumentos de Política Monetária

Depósito Compulsório: é um mecanismo que representa o recolhimento de


parte do capital captado pelas instituições financeiras aos cofres do BACEN,

esterilizando a moeda, inibindo o poder de multiplicação da moeda bancária.


Com a fixação de um percentual de compulsório, o Banco Central obrigará a

instituição financeira a não emprestar integralmente os recursos captados.


Assim, somente uma parcela retornará para o mercado financeiro, seja na forma

30
de depósitos à vista ou a prazo. O banco, antes de fazer um novo empréstimo,

terá que recolher o valor correspondente ao compulsório para então repassar o


valor residual novamente ao mercado, dando continuidade ao ciclo.

O excesso de liquidez bancária sofreu um substancial aumento ao longo


de 2002, devido a uma série de fatores como os resgates líquidos de títulos

públicos federais e a rolagem da dívida cambial por intermédio de swaps


“solteiros” (sem vínculo com títulos públicos) a partir de maio. Em consequência,

a posição de liquidez bancária esterilizada diariamente pela mesa de mercado

aberto do Banco Central aumentou continuadamente durante o ano, passando


de uma situação de necessidade de injeção de liquidez de R$ 18,7 bilhões no

início do ano para um excesso de liquidez de R$ 64,1 bilhões no fechamento do


ano e R$ 80,7 bilhões, no fim de janeiro de 2003.

Utilizando esse instrumento de controle, o Banco Central alterou em


diversas ocasiões a regulamentação dos recolhimentos compulsórios e dos

encaixes obrigatórios sobre recursos bancários, de forma a neutralizar o excesso


de liquidez bancária. O total de depósitos compulsórios no Banco Central

aumentou de R$ 63,2 bilhões no final de 2001 para R$ 123,1 bilhões em


dezembro de 2002.

No dia 19 de fevereiro, o BACEN elevou a alíquota de recolhimento


compulsório sobre depósitos à vista de 45% para 60%. As alíquotas do

recolhimento compulsório e do encaixe obrigatório sobre depósitos a prazo e


de poupança também foram alteradas em 2002, e foi instituída exigibilidade

adicional sobre os recursos à vista, a prazo e sobre depósitos de poupança. O


cumprimento da exigibilidade é feito mediante a vinculação de títulos públicos

federais no Selic.
Linha de Redesconto: de acordo com os seus objetivos, promoverá o

aumento/redução do volume financeiro destinado a esta linha de socorro ou


então a elevação/redução do custo financeiro, fazendo com que as instituições

31
financeiras mais dependentes desta linha atuem de uma maneira menos

agressiva, reduzindo, portanto, o grau de descasamento ou desequilíbrio de


seus caixas.

É uma assistência de liquidez nos momentos em que determinado banco


não consegue resolver seus problemas de caixa com captação junto ao público

nem via mercado interbancário. As operações de redesconto são concedidas a


exclusivo critério do Banco Central, por solicitação da instituição financeira

interessada. As operações de redesconto podem ser:

Mercado Aberto (Open Market): o Brasil, como a maioria dos países que
adotam um regime de metas para a inflação, utiliza a taxa de juros básica como

principal instrumento na condução da política monetária. A meta para a taxa


Selic é definida mensalmente pelo Comitê de Política Monetária - Copom. Cabe

ao Departamento de Operações do Mercado Aberto -Demab- manter a taxa


Selic próxima à meta estabelecida pelo Comitê, através das operações de

mercado aberto. Na prática, o Banco Central realiza operações compromissadas


(compra de títulos públicos com compromisso de revenda ou venda de títulos

públicos com compromisso de recompra) de curto prazo, a maioria das vezes


por um dia. Essas também são conhecidas como repos (repurchase

agreements).
Operacionalmente, a mesa de operações efetua leilões informais, de

forma geral em sistema eletrônico, dos quais participam todos os 22 dealers


primários selecionados duas vezes ao ano dentre as instituições mais ativas do

sistema financeiro. Os dealers intermedeiam o relacionamento do Banco Central


com o restante do mercado e são escolhidos através de critérios de

desempenho, incluindo o desempenho de cada instituição nos mercados


primários e secundários de títulos públicos, no mercado de operações

compromissadas e seu relacionamento com o Banco Central.

32
AMPLIANDO HORIZONTES
Para saber mais sobre como o estado pode atuar na economia, procure

ler os relatórios que o próprio governo publica em seus websites, muitos desses
relatórios apresentam o ponto de vista teórico do governo e são uma ótima

fonte de conhecimento.

33
UNIDADE 05. INDICADORES ECONÔMICOS
Objetivo

Proporcionar conhecimento sobre os indicadores econômicos.

BEBENDO NA FONTE
PIB ou PNB
Um equívoco em torno do PIB é a que mistura taxas trimestrais de

crescimento, divulgadas periodicamente pelo IBGE, com taxas anuais. A taxa

trimestral ilustra o crescimento do PIB em um trimestre em relação ao trimestre


anterior e serve para medir a velocidade e aceleração do crescimento do PIB.

Essa taxa, por sua vez, é anualizada, ou seja, indica o quanto o PIB cresceria no
ano todo se esse ritmo de crescimento continuasse o mesmo. Para se evitar

confusões no tratamento das variações do PIB deve-se sempre tomar a base


inicial da medida como 100, e aplicar sobre ela os índices de crescimento

divulgados. Isso permite visualizar corretamente o fenômeno em curso.


Outro equívoco se dá entre os conceitos de Produto Interno Bruto - PIB e

Produto Nacional Bruto - PNB. Nos Estados Unidos, o conceito preferido é o de


PNB, e por isso ele aparece nos principais livros de macroeconomia. Na Grã
Bretanha e no Brasil, é mais usado o PIB.
O PIB é o valor total da produção de bens e serviços ocorrida dentro das

fronteiras do país, sem considerar a nacionalidade dos que se apropriaram


dessas rendas, sem descontar rendas eventualmente enviadas ao exterior e sem

considerar as recebidas do exterior, daí o qualificativo de "interno".


O PNB considera as rendas recebidas do exterior por nacionais do país e

desconta as que foram apropriadas por nacionais de outros países, daí o


qualificativo "nacional.".

No caso do Brasil, o PNB é menor do que o PIB porque uma parcela da


ordem de 3% do PIB brasileiro não é usufruída por brasileiros e sim enviada ao
34
exterior na forma de lucros, dividendos e juros do capital estrangeiro. Assim, a

renda interna bruta é de fato menor do que PIB. Nos Estados Unidos, ao
contrário, o PNB é maior do que PIB porque as rendas obtidas pelas empresas

americanas no exterior, e enviadas aos Estados Unidos na forma de remessa de


lucros e dividendos, são consideradas parte do PNB americano. Portanto: O PIB,

descontado dessa renda enviada ao exterior, ou somado à renda recebida do


exterior é chamado PNB. O conceito de PNB, por esse motivo, está mais

próximo ao conceito de Renda Nacional. O Produto Nacional Bruto,

descontadas as perdas por depreciação, é exatamente igual à Renda Nacional


Líquida. Assim:

PIB – Renda enviada ao exterior + Renda recebida do exterior = PNB


PNB – Depreciação = Produto Nacional Líquido = Renda Nacional Liquida.

Renda Nacional Líquida = Renda per capita


População

Indicadores de Conjuntura

Elaborados pelo INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA


(IBGE), temos:

Pesquisa industrial mensal

Mede a produção física acompanhando cerca de 700 produtos em cinco


mil empresas com o que elabora quatro índices: a variação da produção do mês

em relação ao mês anterior e em relação ao mesmo mês do ano anterior; a


variação da produção acumulada nos últimos 12 meses em relação aos 12

meses anteriores, e a acumulada no ano, em relação ao mesmo período no ano


anterior. Os índices são específicos por setores industriais (indústria da

borracha, vestuário, veículos, etc), e por tipos de bens: bens de capital, bens
intermediários, bens de consumo duráveis e os não duráveis. Os indicadores do

35
IBGE ressentem-se da pequena amostragem, da não inclusão de serviços e da

não atualização frequente da amostragem em função da mudança do perfil


produtivo do país.

Pesquisa mensal do comércio

Indicador iniciado em 1995, alcançando apenas mil estabelecimentos na


região do Rio de Janeiro. Acompanha vendas, emprego e massa salarial no

comércio.

Elaborados pela FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS (FGV):


Sondagem Conjuntural

Afere a cada três meses a taxa de utilização, níveis de produção, emprego


e intenções de investimento de 1440 empresas em dez segmentos da

economia.
Elaborados pela FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO

PAULO (FIESP):
Nível de Atividade Industrial

É divulgado na última quarta-feira do mês seguinte ao mês aferido, a


partir de questionários respondidos por cerca de 700 indústrias que

representam 30 por cento da produção industrial do país. Trata-se de um índice


composto pelos índices de variação mensal dos seguintes dados: total de

pessoal ocupado pelas empresas; total de horas pagas; total de horas


trabalhadas na produção; total de salários reais (deflacionados pelo Índice de

Preços ao Consumidor da FIPE); salário médio real; total de vendas reais


(deflacionadas pelo Índice de Preços ao Atacado da FGV); utilização da

capacidade instalada.
DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS INDÚSTRIAS (CNI):

• Indicador de Atividade na Indústria de Transformação: levantado mês a


mês, em âmbito nacional, com a variação do valor das vendas reais, pessoal

36
empregado, horas trabalhadas na produção, total de salários pagos e ocupação

da capacidade instalada.

OUTROS INDICADORES:
Nível de Investimentos: investimentos em bens de produção são o melhor

termômetro precursor da atividade econômica, de grande visibilidade, pelo


seguinte mecanismo: em regime de produção invariante, empresários apenas

repõe equipamento, na proporção do desgaste regular estimado em 10 por

cento do capital produtivo existente; se a produção sobe, digamos 10 por cento,


além da reposição normal, empresários ampliam seus equipamentos. Mesmo se

os ampliarem em apenas 3 por cento, as compras de equipamentos se


expandem em 30 por cento (dos 10 por cento do estoque, para 13 por cento do

estoque). No sentido inverso, quedas na produção levam ao adiamento mais do


que proporcionais nas reposições de bens de capital. É possível inferir o ritmo

de investimentos pelo volume de contratos de financiamentos de bens de


capital do programa FINAME, do Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social, uma das principais fontes de financiamentos de bens de


capital.

Índices de comércio: a Associação Comercial de São Paulo divulga agregados


de comércio e de pagamentos que indicam se está havendo melhoria ou

deterioração no volume e qualidade das vendas: número de falências e


concordatas requeridas e decretadas, volume de títulos protestados na capital,

por setor de comércio, volume de consultas ao serviço de proteção ao crédito.


Os indicadores têm que ser interpretados. Pode haver aumento no número de

concordatas requeridas devido às frequentes mudanças na lei de falência ou


outras leis, e não em decorrência de uma crise.

A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica), ligada à USP, criou


um indicador composto precursor da atividade econômica de validade

37
discutível, que se vale de dados acessíveis e de compilação rápida, dados esses

ligados à movimentação de pessoas e mercadoria: variação no número de


passageiros nos ônibus urbanos e no metrô, consumo de energia elétrica e

combustíveis, consultas ao crédito; número de passageiros embarcados no


aeroporto de Cumbica e terminal rodoviário.

Principais Índices de Inflação

Índice Geral de Preços do IBGE (IGP)

Começou a ser calculado em 1947, comparando preços do mês anterior


com os do mês corrente, coletados em 18 capitais. Há três grupos de preços: os

de produtos no atacado, baseados numa amostragem de cerca de 500


mercadorias, com 60 por cento de peso no índice final; os de preços ao

consumidor, com base nas compras de famílias com renda de 1 a 33 salários


mínimos, entram com 30 por cento; preços da construção civil, com 10 por

cento de peso, baseados em planilhas de custo de empresas de engenharia.


Trata-se de um dos menos precisos índices, justamente pela sua abrangência,

num quadro muito dispersivo de inflação. É divulgado em duas versões: uma


contendo apenas os preços do que é produzido internamente (disponibilidade

interna) e outra incluindo preços de importações.

Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) da FGV


Criado a pedido da Federação dos Bancos com uma cláusula que impede

sua modificação pelo governo, tinha como função, servir de corretor de


contratos bancários aplicável já no dia 30 do mês em curso. É o primeiro a ser

divulgado e tem como base os mesmos preços e a mesma ponderação do IGP,


mas do dia 20 do mês anterior ao dia 20 do mês em questão.

38
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE

Para rendas de 1-8 salários mínimos, foi o índice oficial de inflação de


1979 a 1986.

Índice de Preços ao Consumidor (IPC)


Sucedeu ao INPC como índice oficial, até 1990 e difere apenas no

período de coleta dos preços.


Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) IBGE

Índice oficial do governo para medir a inflação e que serve de referência

para as metas de inflação. Para rendas até quarenta salários mínimos, qualquer
que seja a fonte de rendimentos e residentes nas áreas urbanas das regiões.

Balanço de pagamento
É uma conta que registra todas as transações comerciais e financeiras de

um país com o outro ou do Brasil com o resto do mundo. É constituída pela


balança comercial, balança de serviços e balança de capitais.

Balança comercial
Registra todos os fluxos correspondentes às importações e exportações de

um país. Dependendo do seu resultado operacional, o país pode ter superávit


ou déficit comercial.

 SUPERÁVIT: as exportações são maiores que as importações


 DÉFICIT: as importações são maiores que as exportações.

Balança de serviços
Registra os pagamentos e recebimentos por compra e venda de serviços

internacionais. Entre os principais itens desta conta, destacam-se pelo lado da


despesa, os frutos pagos a navios estrangeiros, os juros da dívida externa e os

lucros remetidos ao exterior pelas firmas estrangeiras e pelo lado da receita são
contabilizados os fretes pagos a navios brasileiros, os prêmios de seguros a

companhias nacionais, os juros pagos ao Brasil por países devedores e os lucros


eventualmente recebidos ao exterior.

39
A BALANÇA DE SERVIÇOS e a BALANÇA COMERCIAL conjuntamente

formam a BALANÇA DE TRANSAÇÕES CORRENTES.


Balança de capitais

Registra todas as transações que não se referem à produção ou venda de


serviços ou bens. Incluem-se nesta conta os investimentos diretos das

empresas estrangeiras no Brasil, o fluxo de capital estrangeiro, que ingressa


como empréstimo, os créditos do FMI, do Banco Mundial, bem como os de

outros governos para o Brasil.

Em princípio, o balanço de pagamentos de um país deve manter o


equilíbrio. Quando isso não acontece o país usa as reservas ou empréstimos

internacionais para manter o equilíbrio.

AMPLIANDO HORIZONTES
Para maiores informações sobre esses indicadores, utilize o website do IPEA, no
endereço www.ipeadata.gov.br.

40
POLOS EAD
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