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Ae Nlha11md Avaliar Dominio4 Ficha 1

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NOVO LINHAS DA HISTÓRIA 11

D4 A Europa nos séculos XVII e XVIII – sociedade, poder e dinâmicas sociais


1. A Europa dos Estados absolutos e a Europa dos Parlamentos
FICHA 1 O Antigo Regime: absolutismo e encenação do poder.
Sociedade de ordens

DOC. 1 | O PODER RÉGIO, SEGUNDO LUÍS XV (1766)


A magistratura não forma um corpo, nem uma ordem separada das três ordens do reino. É só na minha pessoa que
reside o poder soberano, cujo carácter é o espírito de aconselhamento, justiça e razão; é de mim que os meus
tribunais têm a sua existência e autoridade; a plenitude desta autoridade, que exercem apenas em meu nome, é de
mim é só de mim que as suas decisões e autoridade derivam, e o seu uso não pode ser usado nunca contra mim [...].
Só a mim pertence o poder legislativo sem dependência ou partilha e é pela minha autoridade que os oficiais dos 5
meus tribunais atuam [...] no registo, publicação e execução da lei. Toda a ordem pública emana de mim e os direitos
e interesses da Nação, que não é um corpo separado do monarca, estão necessariamente unidos aos meus e não
repousam senão nas minhas mãos.
Luís XV, Discurso no Parlamento de Paris, 3 de março de 1766.

DOC. 2 | O PODER RÉGIO VISTO POR UM INGLÊS (1766)


O Inglês terá dito “o rei de França detém uma autoridade quase indefinida; tem o ferro numa mão, o ouro na outra;
faz dobrar os corpos intermédios como uma folha de papel; tem a certeza que a nobreza estará às suas ordens
quando quiser; [...] o povo não tem voz, nem força [...]. O príncipe é o legislador supremo e possui toda a autoridade
mas não ousa destruir os privilégios das ordens; respeita-os e não os ataca [...]”.
Louis Sébastien Mercier, Tableau de Paris [disponível em https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k8320w/f3.consultado em 23/01/2022].

1. Nomeie a conceção da origem do poder implícita no documento 1.

2. Explicite duas características do poder régio.


As duas características devem conter excertos relevantes do documento 1.

3. O período histórico associado à governação de Luís XV designa-se…


(A) Idade Média.
(B) Idade Moderna.
(C) Idade Contemporânea.
(D) Idade Antiga.
4. Associe o papel do rei no Antigo Regime, presente na coluna A, aos excertos do documento 2, que constam na
coluna B. Todos os excertos da coluna B devem ser associados. Cada excerto da coluna B só pode ser associado
a um elemento da coluna A.

COLUNA A COLUNA B

(A) O seu poder é incontestável 1. “o rei de França detém uma autoridade quase indefinida”.
(B) É o garante da ordem social 2. “faz dobrar os corpos intermédios como uma folha de papel”.
(C) Detentor do poder absoluto 3. “possui toda a autoridade mas não ousa destruir os privilégios das ordens”.

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NOVO LINHAS DA HISTÓRIA 11

DOC. 3 | A SOCIEDADE DO ANTIGO REGIME

A. SEGUNDO LOYSEAU (1610)


É necessário que haja ordem em todas as coisas […]. E para cuidado dos homens […] ainda que a sua ordem seja
inconstante e sujeita à vicissitude, devido aos privilégios e à liberdade particular, que Deus lhes deu, para o bem ou
para o mal, o que não podem é subsistir sem ordem. Porque nós não podemos viver em igualdade de condição,
assim é necessário que uns comandem, e os outros obedeçam. Os que comandam têm mais estratos […]. E o povo
que obedece a todos está ainda separado em muitas ordens ou estratos […]. Uns dedicam-se particularmente ao 5
serviço de Deus; os outros a conservar o Estado pelas armas e a manter a paz. […]. Mas cada uma destas três
ordens é ainda subdividida em escalões subordinados, ou ordens subalternas, a exemplo da hierarquia celeste […].
Charles Loyseau, Traité des Ordres et Simples Dignités, Paris, 1610.

B. NUMA CARICATURA DA ÉPOCA

A situação social na França durante o Antigo Regime

5. O tipo de sociedade representada no documento 3B designa-se…


(A) sociedade de grupos.
(B) sociedade de classes.
(C) sociedade de indivíduos.
(D) sociedade de ordens.

6. Identifique as figuras assinaladas com os números 1, 2 e 3 no documento 3B.

7. As figuras assinaladas com os números 1 e 2 (Doc. 3B) são definidas como…


(A) não privilegiadas.
(B) privilegiadas.
(C) poderosas.
(D) desprivilegiadas.

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8. Segundo Loyseau, a sociedade do Antigo Regime assentava nos seguintes princípios:


(A) a ordem social era inconstante, a liberdade e a igualdade eram universais.
(B) a mobilidade social era conseguida pelo mérito e pelo esforço individual.
(C) a hierarquia entre as ordens, a desigualdade e o privilégio do nascimento.
(D) a mobilidade era inexistente e os privilégios e a liberdade eram individuais.

9. A afirmação “Uns dedicam-se […] ao serviço de Deus; os outros a conservar o Estado pelas armas e a manter a
paz” (Doc. 3, ll. 5-6), refere-se…
(A) às duas ordens privilegiadas: clero e nobreza.
(B) às duas ordens em confronto: clero e nobreza.
(C) às duas ordens dependentes: clero e Terceiro Estado.
(D) às duas ordens não privilegiadas: clero e nobreza.

10. A afirmação “cada uma destas três ordens é ainda subdividida em escalões subordinados” (Doc. 3,
ll. 6-7), expressa a conceção…
(A) tripartida, diferenciada pelo nascimento e pelo mérito individual.
(B) tripartida em ordens ou estados, estratificada e hierarquizada.
(C) tripartida em classes sociais, estratificada e hierarquizada.
(D) tripartida, diferenciada pela riqueza, pela função e pelo mérito.

11. Transcreva duas afirmações do documento 3A que demonstram que a desigualdade social era um princípio aceite
no Antigo Regime.

12. Associe cada um dos elementos relacionados com a sociedade do Antigo Regime, presentes na coluna A, às
características correspondentes, que constam na coluna B. Todas as características da coluna B devem ser utilizadas.
Cada característica da coluna B só pode ser associada a um dos elementos da coluna A.

COLUNA A COLUNA B
(1) categoria social definida e estabelecida de forma rígida no quadro da sociedade.
(2) organização social tripartida e hierarquizada característica do Antigo Regime.
(a) ordem (3) passagem de um indivíduo de um estrato social para outro.
(4) associado ao privilégio do nascimento e à função desempenhada.
(b) sociedade de ordens
(5) conseguida através da concessão régia por via da nobilitação.
(c) mobilidade social
(6) distinguia privilegiados de não privilegiados.
(7) assentava nos privilégios de nascimento da nobreza, na função social do clero e
na dependência do Terceiro Estado.

13. Complete o texto seguinte, selecionado a opção adequada para cada espaço.
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Durante …a)…, a desigualdade social assumiu-se como um dos princípios basilares. Os …b)… eram considerados
atributos concedidos a um indivíduo ou grupo que incluíam …c)… particulares, como a isenção de impostos ou leis
próprias. O rei era o responsável pela manutenção da ordem social. Em torno do monarca estabeleceu-se uma etiqueta
rígida, submetida a um protocolo, que marcou de forma relevante a …d)….

a) b) c) d)
1. a Idade Contemporânea 1. privilégios 1. obrigações 1. sociedade de ordens
2. a Idade Média 2. trajes 2. responsabilidades 2. sociedade de corte
3. o Antigo Regime 3. castigos 3. cargos 3. sociedade do palácio
4. a Antiguidade Clássica 4. indivíduos 4. direitos 4. sociedade igualitária

DOC. 4 | O PODER DO REI (1669)


Deus é infinito, é tudo. [...] Como em Deus se reúne a perfeição e a virtude, é no príncipe que se concentra o poder.
[...] O poder de Deus faz-se sentir em todo o lado e em todo o instante; o poder régio faz-se sentir em todo o reino.
[...] Assim como Deus quando retira a sua mão, o mundo entra no vazio, o reino entra em perturbação quando a
autoridade régia cessa. Vejam o príncipe no seu gabinete. Dali saem todas as ordens para os magistrados e os
capitães, para os súbditos e para os soldados, para as províncias e as armadas. É a imagem de Deus que, sentado
no seu trono [...] faz andar a natureza.
Bossuet, A política tirada da Sagrada Escritura, 1669.
DOC. 5 | O REI E OS DIVERTIMENTOS PÚBLICOS CONCEDIDOS AOS SEUS SÚBDITOS
Um príncipe, e [em especial] um rei de França, pode
ainda encontrar mais algum significado nestes
divertimentos públicos, que não são tanto os nossos,
mas sim da nossa corte e de todos os nossos povos
[…]. Esta sociedade de prazer, que dá às pessoas da 5
corte uma familiaridade sincera connosco, toca-as e
encanta-as mais do que se pode dizer. Os povos, por
outro lado, ficam agradados com o espetáculo, onde
temos por fim agradar a todos os nossos súbditos que,
em geral, são felizes por ver que nós amamos o que 10
eles amam, ou o que eles desejam mais. Através disto
nós temos o seu pensamento e o seu coração, mais
seguramente talvez que através de recompensas e
benefícios; e aos olhos dos estrangeiros, num Estado
que eles veem florescer, bem governado, o que se 15 Jean-Léon Gérome, Receção do grand condé em Versalhes, 1878.
A cena tem lugar nas escadas dos embaixadores. A personagem associada
consome nestas despesas que podem passar por
à vitória em Rocroi, em 1643, apresenta-se respeitosamente ao rei Luís XIV.
supérfluas, têm sobre eles uma impressão tão grande
de magnificência, de poder, de riqueza e de grandeza.
Luís XIV, Memórias [tradução adaptada].

DOC. 6 | O APOIO ÀS ARTES E À CULTURA

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NOVO LINHAS DA HISTÓRIA 11

Desde o início da pessoalização do seu reinado, em


1661, que Luís XIV deu especial atenção às artes –
organizou festas, espetáculos musicais e danças e
ainda reuniu uma vasta coleção de quadros. O seu
gosto transformou-se rapidamente numa 5
organização institucional que relança organismos já
existentes que se tornam a pedra angular da política
artística e cultural desejada pelo monarca,
consagrada no “século de Luís XIV”. A inclusão de
instrumentos musicais, a par dos frutos, confere ao
10
quadro um sentido alegórico: a abundância e a
harmonia do reino sob o governo do Estado. A obra
retoma a tradição do pós-Renascimento italiano que
mistura personagens célebres e objetos da vida
quotidiana, dando ao quadro uma certa intimidade.
15
Os livros assumem-se como símbolos do saber, a
par de outros objetos (compasso e globo terrestre)
que evocam o conhecimento do universo e o rigor
matemático. A imagem do rei sugere um ar Jean Garnier, Alegoria a Luís XIV, protetor das artes e das ciências, c. 1670-1672.
grandioso.
[Disponível em https://histoire-image.org/fr/etudes/
louis-xiv-protecteur-arts-sciences consultado em 22/01/2022].

14. Nomeie o local que se distinguiu pela prática dos “divertimentos” (Doc. 5, l. 1) no século de Luís XIV.

15. Transcreva um excerto do documento 5 que evidencie a importância da prática dos divertimentos para a
manutenção da ordem social.

16. Desenvolva o tema O exercício do poder político no Antigo Regime – características e encenação do poder
como meio de submissão, articulando os tópicos de orientação seguintes:
– os poderes do rei: origem e características;
– meios de afirmação do poder: a corte e as artes.
Na sua resposta,
– apresente três elementos para cada tópico de orientação, evidenciando a relação entre os elementos dos dois
tópicos;
– integre, pelo menos, uma informação relevante de cada um dos documentos 4, 5 e 6.

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PROPOSTA DE RESOLUÇÃO
1. Origem divina ou monarquia de subordinados, ou ordens subalternas, a “Esta sociedade de prazer, que dá às
direito divino. exemplo da hierarquia celeste […]”. pessoas da corte uma familiaridade
2. Tópicos de resposta: 12. (a)➝(1); (4) (b)➝(2); (6); (7) sincera connosco, toca-as e encanta-as”
– o poder do rei era absoluto: “É só na (c)➝(3); (5) (Doc. 5);
minha pessoa que reside o poder 13. (a)➝(3) (b)➝(1) (c)➝(4) (d)➝(2) – Versalhes assumiu-se como o modelo
soberano” ou “é só de mim que as 14. Versalhes. da arte de governação e da submissão
minhas decisões derivam da sua 15. Afirmação: ao rei absoluto ou em Versalhes a
existência e autoridade [...]”; – “nós temos o seu pensamento e o seu nobreza vivia na dependência do rei:
– o monarca concentrava nas suas coração, mais seguramente talvez que “Através disto nós temos o seu
mãos os três poderes ou legislativo, através de recompensas e benefícios pensamento e o seu coração, mais
executivo e judicial: “Só a mim pertence [...]”; seguramente talvez que através de
o poder legislativo sem dependência ou – “num Estado que eles veem florescer recompensas e benefícios” (Doc. 5);
partilha [...]”; [...] o que se consome nestas despesas – Luís XIV acrescentou à sua
– os interesses da nação confundem-se que podem passar por supérfluas, têm autoridade o culto da sua pessoa e da
com os interesses do rei: “Toda a ordem sobre eles uma impressão tão grande sua imagem através da teatralização e
pública emana de mim e os direitos e de magnificência, de poder, de riqueza da encenação do poder: “Nestes
interesses da Nação, que não é um e de grandeza”. divertimentos públicos, que não são
corpo separado do monarca, estão 16. Tópicos de resposta: tanto os nossos, mas sim da nossa
necessariamente unidos aos meus e Os poderes do rei: origem e corte […]” (Doc. 5);
não repousam senão nas minhas características – os momentos ligados à vida do rei
mãos”; – o poder do rei era de origem divina ou eram utilizados para reforçar a imagem
– o poder vem do rei e não da nação: monarquia de direito divino: “Como em de poder e de magnificência: “temos por
“Nação, que não é um corpo separado Deus se reúne a perfeição e a virtude, é fim agradar a todos os nossos súbditos”
do monarca”; no príncipe que se concentra o poder” (Doc. 5);
– a lei é aplicada em nome do monarca: ou “É a imagem de Deus que, sentado – a vida na corte era um espetáculo
“pela minha autoridade que os oficiais no seu trono [...] faz andar a natureza” constante para manter a submissão dos
dos meus tribunais atuam [...] no (Doc. 4); cortesãos: “Através disto nós temos o
registo, publicação e execução da lei”; – o poder do rei era exercido de forma seu pensamento e o seu coração, mais
– o poder régio é sagrado e não pode absoluta: “Dali saem todas as ordens seguramente talvez que através de
ser posto em causa: “o seu uso não para os magistrados e os capitães, para recompensas e benefícios” (Doc. 5);
pode ser usado nunca contra mim [...]”. os súbditos e para os soldados, para as – o rei e a família real eram o centro da
3. (B) províncias e as armadas” (Doc. 4); corte, em torno dos quais se
4. (a)➝(2) (b)➝(3) (c)➝(1) – o rei controlava o reino: “o poder régio desenvolvia um cerimonial e etiqueta de
5. (D) faz-se sentir em todo o reino” (Doc. 4); encenação desde o levantar até ao
6. 1 – Clero; 2 – Nobreza; 3 – Terceiro – os funcionários executavam a vontade deitar do rei;
Estado ou Povo. régia: “Dali saem todas as ordens para - o monarca patrocinou a cultura e as
7. (B) os magistrados e os capitães, para os artes como forma de exaltar o seu
8. (C) súbditos e para os soldados, para as poder: “organizou festas, espetáculos
9. (A) províncias e as armadas” (Doc. 4); musicais […] e ainda reuniu uma vasta
10. (B) Meios de afirmação do poder: a corte coleção de quadros” (Doc. 6);
11. Afirmações: e as artes – o rei, enquanto mecenas, projetou a sua
– “Porque nós não podemos viver em – criação de um cerimonial régio que imagem de poder e de magnificência: “O
igualdade de condição, assim é tornou a nobreza dependente do seu gosto transformou-se rapidamente
necessário que uns comandem, e os monarca ou do favor régio ou corte numa organização institucional […] a
outros obedeçam”; como lugar de controlo e de submissão pedra angular da política artística e
- “Mas cada uma destas três ordens é da nobreza para evitar a contestação cultural desejada pelo monarca” (Doc. 6).
ainda subdividida em escalões

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