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Questões IV Enem

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Revisão IV - Enem 3º ano – Português - Prof.

ª Lene

Ainda os equívocos no combate aos estrangeirismos


Por que não se reconhece a existência de norma nas variedades populares? Para desqualificá-las? Por que só uma norma
é reconhecida como norma e, não por acaso, a da elite?
Por tantos equívocos, só nos resta lamentar que algumas pessoas, imbuídas da crença de que estão defendendo a
língua, a identidade e a pátria, na verdade estejam reforçando velhos preconceitos e imposições. O português do Brasil
há muito distanciou-se do português de Portugal e das prescrições dos gramáticos, cujo serviço às classes dominantes
é definir a língua do poder em face de ameaças - internas e externas.
ZILLES, A. M. S. In: FARACO, C. A. (Org.). Estrangeirismos: guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado).

1 O texto aborda a linguagem como um campo de disputas e poder. As interrogações da autora são estratégias que
conduzem ao convencimento do leitor de que
A o português do Brasil é muito diferente do português de Portugal.
B as prescrições dos gramáticos estão a serviço das classes dominantes.
C a norma linguística da elite brasileira é a única reconhecida como tal.
D o português do Brasil há muito distanciou-se das prescrições dos gramáticos.
E a desvalorização das variedades linguísticas populares tem motivação social.

2Entre as funções de um cartaz, está a divulgação de campanhas. Para cumprir essa função, as palavras e as imagens
desse cartaz estão combinadas de maneira a
A evidenciar as formas de contágio da tuberculose.
B mostrar as formas de tratamento da doença.
C discutir os tipos da doença com a população.
D alertar a população em relação à tuberculose.
E combater os sintomas da tuberculose.
3 As redes sociais permitem que seus usuários facilmente compartilhem entre si ideias e opiniões. Na tirinha, há um
tom de crítica àqueles que
A fazem uso inadequado das redes sociais para criticar o mundo.
B são usuários de redes sociais e têm seus desejos atendidos.
C se supõem críticos, porém não apresentam ação efetiva.
D são usuários das redes sociais e não criticam o mundo.
E se esforçam para promover mudanças no mundo.

Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda nodosa que me pintou as costas de manchas sangrentas. Moído,
virando a cabeça com dificuldade, eu distinguia nas costelas grandes lanhos vermelhos. Deitaram-me, enrolaram-me
em panos molhados com água de sal - e houve uma discussão na família. Minha avó, que nos visitava, condenou o
procedimento da filha e esta afligiu-se. Irritada, ferira-me à toa, sem querer. Não guardei ódio a minha mãe: o culpado
era o nó.
RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1998.
4 Num texto narrativo, a sequência dos fatos contribui para a progressão temática. No fragmento, esse processo é
indicado pela
A Alternância das pessoas do discurso que determinam o foco narrativo.
B utilização de formas verbais que marcam tempos narrativos variados.
C indeterminação dos sujeitos de ações que caracterizam os eventos narrados.
D justaposição de frases que relacionam semanticamente os acontecimentos narrados.
E recorrência de expressões adverbiais que organizam temporalmente a narrativa.

Primeiro surgiu o homem nu de cabeça baixa. Deus veio num raio. Então apareceram os bichos que comiam os homens.
E se fez o fogo, as especiarias, a roupa, a espada e o dever. Em seguida se criou a filosofia, que explicava como não fazer
o que não devia ser feito. Então surgiram os números racionais e a História, organizando os eventos sem sentido. A
fome desde sempre, das coisas e das pessoas. Foram inventados o calmante e o estimulante. E alguém apagou a luz. E
cada um se vira como pode, arrancando as cascas das feridas que alcança.
BONASSI, F. 15 cenas do descobrimento de Brasis. In: MORICONI, Í. (Org.). Os cem melhores contos do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
5 A narrativa enxuta e dinâmica de Fernando Bonassi configura um painel evolutivo da história da humanidade. Nele, a
projeção do olhar contemporâneo manifesta uma percepção que
A recorre à tradição bíblica como fonte de inspiração para a humanidade.
B desconstrói o discurso da filosofia a fim de questionar o conceito de dever.
C resgata a metodologia da história para denunciar as atitudes irracionais.
D transita entre o humor e a ironia para celebrar o caos da vida cotidiana.
E satiriza a matemática e a medicina para desmistificar o saber científico.

As doze cores do vermelho


Você volta para casa depois de ter ido jantar com sua amiga dos olhos verdes. Verdes. Às vezes quando você sai do
escritório você quer se distrair um pouco. Você não suporta mais tem seu trabalho de desenhista. Cópias plantas réguas
milímetros nanquim compasso 360°. de cercado cerco. Antes de dormir você quer estudar para a prova de história da
arte mas sua menina menor tem febre e chama você. A mão dela na sua mão é um peixe sem sol em irradiações
noturnas. Quentes ondas. Seu marido se aproxima os pés calçados de meias nos chinelos folgados. Ele olha as horas nos
dois relógios de pulso. Ele acusa você de ter ficado fora de casa o dia todo até tarde da noite enquanto a menina ardia
em febre. Ponto e ponta. Dor perfume crescente...
CUNHA, H. P. As doze cores do vermelho. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2009.
6 A literatura brasileira contemporânea tem abordado, sob diferentes perspectivas, questões relacionadas ao universo
feminino. No fragmento, entre os recursos expressivos utilizados na construção da narrativa, destaca-se a
A repetição de “você”, que se refere ao interlocutor da personagem.
B ausência de vírgulas, que marca o discurso irritado da personagem.
C descrição minuciosa do espaço do trabalho, que se opõe ao da casa.
D autoironia, que ameniza o sentimento de opressão da personagem.
E ausência de metáforas, que é responsável pela objetividade do texto.
Você pode não acreditar
Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que os leiteiros deixavam as garrafinhas de leite do lado de fora
das casas, seja ao pé da porta, seja na janela.
A gente ia de uniforme azul e branco para o grupo, de manhãzinha, passava pelas casas e não ocorria que alguém
pudesse roubar aquilo.
Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que os padeiros deixavam o pão na soleira da porta ou na janela
que dava para a rua. A gente passava e via aquilo como uma coisa normal.
Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que você saía à noite para namorar e voltava andando pelas ruas
da cidade, caminhando displicentemente, sentindo cheiro de jasmim e de alecrim, sem olhar para trás, sem temer as
sombras.
Você pode não acreditar: houve um tempo em que as pessoas se visitavam airosamente. Chegavam no meio da
tarde ou à noite, contavam casos, tomavam café, falavam da saúde, tricotavam sobre a vida alheia e voltavam de bonde
às suas casas.
Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que o namorado primeiro ficava andando com a moça numa rua
perto da casa dela, depois passava a namorar no portão, depois tinha ingresso na sala da família. Era sinal de que já
estava praticamente noivo e seguro.
Houve um tempo em que havia tempo.
Houve um tempo.
SANT’ANNA, A. R. Estado de Minas, 5 maio 2013 (fragmento).
7 Nessa crônica, a repetição do trecho “Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que...” configura-se como
uma estratégia argumentativa que visa
A surpreender o leitor com a descrição do que as pessoas faziam durante o seu tempo livre antigamente.
B sensibilizar o leitor sobre o modo como as pessoas se relacionavam entre si num tempo mais aprazível.
C advertir o leitor mais jovem sobre o mau uso que se faz do tempo nos dias atuais.
D incentivar o leitor a organizar melhor o seu tempo sem deixar de ser nostálgico.
E convencer o leitor sobre a veracidade de fatos relativos à vida no passado.

8 No processo de modernização apresentado na tirinha, Mafalda depara-se com um contraponto entre


A o domínio dos modos de produção e a geração de novas ferramentas com a tecnologia de informação e comunicação.
B o acompanhamento das mudanças na sociedade e o surgimento de novas opções de vida e trabalho com a cibernética.
C a constatação do avanço da tecnologia e a proposição de reprodução de velhas práticas com novas máquinas.
D a apresentação de novas perspectivas de vida e trabalho para a mulher com os avanços das tecnologias de informação.
E a aplicação da cibernética e o descontentamento com a passividade do cotidiano das mulheres no trabalho de corte
e costura.

Aí pelas três da tarde


Nesta sala atulhada de mesas, máquinas e papéis, onde invejáveis escreventes dividiram entre si o bom-senso do
mundo, aplicando-se em ideias claras apesar do ruído e do mormaço, seguros ao se pronunciarem sobre problemas que
afligem o homem moderno (espécie da qual você, milenarmente cansado, talvez se sinta um tanto excluído), largue
tudo de repente sob os olhares a sua volta, componha uma cara de louco quieto e perigoso, faça os gestos mais calmos
quanto os tais escribas mais severos, dê um largo “ciao” ao trabalho do dia, assim como quem se despede da vida, e
surpreenda pouco mais tarde, com sua presença em hora tão insólita, os que estiveram em casa ocupados na limpeza
dos armários, que você não sabia antes como era conduzida. Convém não responder aos olhares interrogativos,
deixando crescer, por instantes, a intensa expectativa que se instala. Mas não exagere na medida e suba sem demora
ao quarto, libertando aí os pés das meias e dos sapatos, tirando a roupa do corpo como se retirasse a importância das
coisas, pondo-se enfim em vestes mínimas, quem sabe até em pelo, mas sem ferir o decoro (o seu decoro, está claro),
e aceitando ao mesmo tempo, como boa verdade provisória, toda mudança de comportamento.
NASSAR, R. Menina a caminho. São Paulo: Cia. das Letras, 1997.
9 Em textos de diferentes gêneros, algumas estratégias argumentativas referem-se a recursos linguístico-discursivos
mobilizados para envolver o leitor. No texto, caracteriza-se como estratégia de envolvimento a

A prescrição de comportamentos, como em: “[...] largue tudo de repente sob os olhares a sua volta [...]".
B apresentação de contraposição, como em: “Mas não exagere na medida e suba sem demora ao quarto [...]”.
C explicitação do interlocutor, como em: “[...] (espécie da qual você, milenarmente cansado, talvez se sinta um tanto
excluído) [...]”.
D descrição do espaço, como em: “Nesta sala atulhada de mesas, máquinas e papéis, onde invejáveis escreventes
dividiram entre si o bom-senso do mundo [...]”.
E construção de comparações, como em: “[...] libertando aí os pés das meias e dos sapatos, tirando a roupa do corpo
como se retirasse a importância das coisas [...]”.

Argumento
Tá legal
Eu aceito o argumento
Mas não me altere o samba tanto assim
Olha que a rapaziada está sentindo a falta
De um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim
Sem preconceito
Ou mania de passado
Sem querer ficar do lado
De quem não quer navegar
Faça como o velho marinheiro
Que durante o nevoeiro
Leva o barco devagar.
PAULINHO DA VIOLA. Disponível em: www.paulinhodaviola.com.br. Acesso em: 6 dez. 2012.
10 Na letra da canção, percebe-se uma interlocução. A posição do emissor é conciliatória entre as tradições do samba
e os movimentos inovadores desse ritmo. A estratégia argumentativa de concessão, nesse cenário, é marcada no trecho
A “Mas não me altere o samba tanto assim”.
B “Olha que a rapaziada está sentindo a falta”.
C “Sem preconceito / Ou mania de passado”.
D “Sem querer ficar do lado / De quem não quer navegar”.
E “Leva o barco devagar”.

Devagar, devagarinho
Desacelerar é preciso. Acelerar não é preciso. Afobados e voltados para o próprio umbigo, operamos, automatizados,
falas robóticas e silêncios glaciais. Ilustra bem esse estado de espírito a música Sinal fechado (1969), de Paulinho da
Viola. Trata-se da história de dois sujeitos que se encontram inesperadamente em um sinal de trânsito. A conversa entre
ambos, porém, se deu rápida e rasteira. Logo, os personagens se despedem, com a promessa de se verem em outra
oportunidade. Percebe-se um registro de comunicação vazia e superficial, cuja tônica foi o contato ligeiro e superficial
construído pelos interlocutores: “Olá, como vai? / Eu vou indo, e você, tudo bem? / Tudo bem, eu vou indo correndo,
/ pegar meu lugar no futuro. E você? / Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono / tranquilo, quem sabe? / Quanto
tempo... / Pois é, quanto tempo... / Me perdoe a pressa / é a alma dos nossos negócios... / Oh! Não tem de quê. / Eu
também só ando a cem”.
O culto à velocidade, no contexto apresentado, se coloca como fruto de um imediatismo processual que celebra o
alcance dos fins sem dimensionar a qualidade dos meios necessários para atingir determinado propósito. Tal conjuntura
favorece a lei do menor esforço — a comodidade — e prejudica a lei do maior esforço — a dignidade.
Como modelo alternativo à cultura fast, temos o movimento slow life, cujo propósito, resumidamente, é conscientizar
as pessoas de que a pressa é inimiga da perfeição e do prazer, buscando assim reeducar seus sentidos para desfrutar
melhor os sabores da vida.
SILVA, M. F. L. Boletim UFMG, n. 1 749, set. 2011 (adaptado).
11 Nesse artigo de opinião, a apresentação da letra da canção Sinal fechado é uma estratégia argumentativa que visa
sensibilizar o leitor porque
A adverte sobre os riscos que o ritmo acelerado da vida oferece.
B exemplifica o fato criticado no texto com uma situação concreta.
C contrapõe situações de aceleração e de serenidade na vida das pessoas.
D questiona o clichê sobre a rapidez e a aceleração da vida moderna.
E apresenta soluções para a cultura da correria que as pessoas vivenciam hoje.
12 O exemplo de gênero textual citado é largamente utilizado em bibliotecas. Suas características o definem como
pertencente ao gênero
A aviso, por instruir o leitor a identificar o autor.
B ficha, que é utilizada para identificar uma obra.
C formulário, que contém informações sobre o autor.
D lista, por relacionar os assuntos da obra.
E manual, que define os passos da busca.

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