Bruno Cabral
Bruno Cabral
Bruno Cabral
CIÊNCIAS CONTÁBEIS
RIO VERDE, GO
2021
BRUNO CABRAL FARIA
RIO VERDE, GO
2021
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais, que sempre foram meus maiores apoiadores na vida pessoal,
profissional e acadêmica – em especial ao meu pai, que faleceu em julho deste ano. Agradeço
ao corpo docente da universidade, que me ajudou a chegar até aqui – especialmente a Prof.ª
Ma. Eliene Aparecida de Moraes, que aceitou o desafio de me instruir na realização deste
trabalho. Agradeço aos meus colegas de classe e trabalho pelo apoio e ajuda durante essa fase
da minha vida.
RESUMO
The purpose of this technical-scientific report is to present data regarding openings and closings
of companies in Brazil in the period of 2000 to 2019. Data available in the IBGE’s (Brazilian
Institute of Geography and Statistics) Demography of Enterprises of different legal natures
(Limited Society, Cooperative, Eireli, Individual Entrepreneur, and Anonymous Society) were
collected from the 26 Brazilian states and the Federal District, and then distributed in periods
of 4 years, thus reaching cuts of 5 periods. These cuts were distributed in regional and national
tables, so that the general scope of the country and the regions that compose it could be
analyzed. The analyzes show several differences and inequalities in the Brazilian economy,
with most national companies present in the South and Southeast regions, while the Central-
West plays a relevant role in the economy, although still distant, and the North and Northeast
regions have low numbers in relation to the others. They also show the impacts of the 2008
crisis in Brazil and the increase in the number of companies present in the country in compared
to the beginning of the century.
EI – Empresário Individual
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 8
1.1 OBJETIVO ....................................................................................................................... 8
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 9
2 METODOLOGIA................................................................................................................ 11
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO SOBRE OS DADOS .............................................................. 12
3.1 Abertura e Fechamento de Empresas em nível de país .................................................. 12
3.2 Abertura e Fechamento de Empresas por Regiões Brasileiras ....................................... 15
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 22
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 24
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1 INTRODUÇÃO
O Brasil é considerado uma economia emergente, que vem crescendo desde o final do
século XX e início do século XXI, passando por altas e baixas no mercado. Segundo o Banco
Mundial, o Brasil alcançou uma população de aproximadamente 211 milhões de pessoas em
2019, sendo o 6º país mais populoso do mundo. Com tanta gente e com tantas possibilidades
de mercado, o país atrai investimentos estrangeiros e oportunidades de negócios para novas
empresas.
Abrir um negócio por si só é um desafio, pois o amanhã não é garantido, e são diversos
os fatores que devem ser levados em consideração para a sobrevivência do empreendimento –
alguns são simples, outros, mais complicados. Só o desejo de ter um negócio não basta: é
preciso planejamento e conhecimento. Não é à toa que estudos realizados pelo SEBRAE
apontam que 24% das empresas fecham com menos de dois anos de existência.
1.1 OBJETIVO
1.2 JUSTIFICATIVA
Pinheiro e Neto (2019) apontam que alguns fatores que contribuem para mortalidade
das micro e pequenas empresas no Brasil são:
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Borges e Oliveira (2014) apontam que fatores como deficiência no planejamento, falta
de técnicas de marketing, de avaliação de custos e fluxo de caixa e desenvolvimento de novos
produtos também influenciaram o índice de mortalidade/sobrevivência das PMEs, sendo outros
responsáveis pela mortalidade de empresas no Brasil.
Quanto a fatores condicionantes para o insucesso das empresas, Souza et al. (2011)
apontam que alguns fatores determinantes para tal são: culpa do governo, da inflação, do
mercado, dos concorrentes, dos fornecedores, dos juros altos cobrados pelos bancos e da
infidelização dos clientes. A carga tributária elevada é o fator assinalado que mais impacta as
empresas (SEBRAE, 2007, p. 40).
Existem também fatores internos que podem ser impactantes para a falta de sucesso das
empresas, tais como o desencontro dos objetivos da empresa com os interesses do empresário
e a falta de recursos financeiros para tocar o negócio (SOUZA et al., 2011).
Em 2019, uma pesquisa divulgada pelo IBGE apontou que 50,5% das empresas ativas
estão no Sudeste, 22,5% no Sul, 14,9% no Nordeste, 8,4% no Centro Oeste e 3,7% no Norte.
O tema abordado tem relevância por estar diretamente ligado ao aspecto econômico das
cidades, estados e país desde a geração de empregos e a contribuição através de impostos. Por
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isso, é importante se aprofundar no tema, pois uma empresa que fecha significa uma
determinada quantidade de empregos que deixa de existir e um valor de impostos que deixa de
ser recolhido para o governo, enquanto uma empresa que abre é um leque de novas
oportunidades para crescimento do ramo e da economia no geral.
2 METODOLOGIA
Enquanto isso, as do tipo Eireli e Empresário Individual estão em uma crescente, com
dez vezes mais empresas de natureza jurídica Eireli abertas no período de 2016-2019 em relação
ao período de 2000-2003, e nove vezes mais empresas de natureza jurídica Empresário
Individual abertas em 2016-2019 em relação a 2000-2003.
Vale notar que de acordo com a Lei 14.195, publicada em 26 de agosto de 2021, chegam
ao fim as empresas de natureza jurídica Eireli e é criada uma nova natureza, a Sociedade
Limitada Unipessoal. Também como descrito no artigo 41, as 1.021.681 empresas Eireli ativas
no Brasil no ano de 2021 serão transformadas em Sociedade Limitada Unipessoal no decorrer
do tempo.
Outro período em que as extinções tiveram altos números foi o de 2016-2019, mas não
chegou a ser próximo à quantidade de aberturas que houve no período. O alto número de
fechamentos do período, ao contrário do recorte de 2008-2011, não foi fortalecido apenas por
um ano específico, como o que ocorreu no ano de 2008 – embora haja algum destaque para o
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ano de 2018, que teve 2.420.120 extinções, bem próximo à quantidade total de aberturas do
mesmo ano, que foi de 2.632.935.
De certa forma, o melhor período para as empresas nesse recorte de 2000 a 2019 foi o
de 2012-2015, pois houve um crescimento de abertura e um decréscimo no fechamento de
empresas em relação ao período anterior, apresentando inclusive número de fechamento de
empresas inferiores ao período posterior.
Nessa seção foi feita uma análise da quantidade de abertura e fechamento de empresas
por região brasileira, começando pela região Centro-Oeste, conforme a Tabela 3.
A região Centro-Oeste, composta pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul e pelo Distrito Federal, é conhecida pelo seu destaque no agronegócio do país, graças ao
grande papel que tem na agricultura e na agropecuária. (SOUZA JUNIOR et al., 2020)
por estado, obtendo assim uma média de abertura e fechamento por estado inferior apenas às
regiões Sul e Sudeste, que têm médias de abertura de 1.574.533 e 3.271.876 por estado, e
médias de extinções de 865.905 e 1.683.370 por estado, respectivamente. Essas médias
mostram que a região Centro-Oeste fecha muito menos empresas que as Sul e Sudeste, mas
também abre muito menos delas.
No ano de 2008, quando explodiu a grande crise e o país teve os piores números de
fechamentos em relação aos números de abertura, a região Centro-Oeste teve 292.986 extinções
e apenas 60.192 aberturas, seu pior número de extinções de empresas no período analisado. A
região só voltou a ter números tão ruins no ano de 2018, quase 10 anos depois, quando teve
212.640 fechamentos, mas diferentemente do ano de 2008, nesse ano houveram mais aberturas
(231.305) que fechamentos. A região teve seus melhores números de aberturas de empresas no
ano de 2019, quando houveram 276.905 aberturas de empresas, com o estado de Goiás sendo
fonte de 115.132 delas.
A região Sudeste, composta pelos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de
Janeiro e São Paulo, é o principal polo empresarial do país, apresentando os maiores números
de abertura e fechamento de empresas. Segundo dados do IBGE, a região é movida pelas
indústrias, pela pecuária e pelo turismo.
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No Sudeste pode se destacar o estado de São Paulo como o principal responsável pelos
grandes números de aberturas e extinções de empresas, e o estado do Espírito Santo como o
“ponto fraco” da região. A região possui um total de 13.087.504 empresas abertas no período
analisado, que, dividido pelos quatro estados que compõem a região, resulta em uma média de
3.271.876 empresas abertas por estado; e 1.683.370 empresas fechadas, um pouco mais que
dobro de empresas abertas e extintas em relação à segunda região com as maiores médias de
abertura e fechamento de empresas por estado – a região Sul, que possui 1.574.533 empresas
abertas e 895.905 empresas fechadas por estado no período analisado e seis vezes mais
empresas abertas e fechadas por estado do que a região Nordeste, que possui média de 513.635
empresas abertas por estado e 254.623 empresas extintas por estado, e um total de empresas de
4.622.719 empresas abertas e 2.291.605 empresas extintas em todo o período de 2000-2019.
Dentro da região, por toda sua fama, glamour e visibilidade, chega a ser surpreendente
que o estado do Rio de Janeiro apresente menos aberturas de empresas que o estado de Minas
Gerais no período estudado – 2.397.439 empresas abertas, enquanto o estado de Minas possui
2.761.693. Não é uma diferença absurda, mas não deixa de ser um fato a ser observado,
mostrando assim a força do estado de Minas Gerais.
Durante a crise de 2008, a região teve um total de 1.655.875 extinções e apenas 299.677
aberturas, sendo este o ano com o maior número de fechamentos no período de 2000-2019.
Diferentemente da região Centro-Oeste, onde os números de extinções de 2018 foram próximos
aos de 2008 – embora tenha sido também o segundo ano com o maior número de extinções para
a região Sudeste –, não chegou a ser tão próximo, pois 2008 teve 397.262 extinções a mais que
2018. O melhor número de aberturas da região também foi no ano de 2019, quando houve
1.664.400 empresas abertas.
A região Sul, a menor do país, é composta por três estados: Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. O IBGE aponta que a região tem como destaque a agroindústria, em razão da
sua força na agricultura e na indústria.
de empresas abertas e extintas por estado, atrás apenas da região Sudeste, que possui como
médias de aberturas e fechamentos 3.271.876 e 1.683.370, respectivamente, e uma média de
empresas abertas e extintas por estado três vezes maior do que a do Nordeste, que tem como
médias de abertura e fechamento 513.635 e 254.623, e uma média oito vezes maior que a região
Norte, que tem médias de 186.746 empresas abertas e 96.857 empresas fechadas por estado.
Esses números por si só já demonstram como a região Sul se sobressai em relação às demais
regiões, ficando atrás apenas do Sudeste.
No ano de 2008, quando houve a grande crise, a região Sul teve 625.272 empresas
extintas e 135.248 empresas abertas. Nos demais anos analisados, teve altos números de
extinções novamente em 2015, 2018 e 2019, e tem como o maior número de aberturas de
empresas em um só ano, 2019, quando teve 553.746 empresas abertas. Então, assim como a
região Centro-Oeste, a região Sul não teve ocorrência de um número de aberturas tão alto que
superasse o seu maior número de extinções em um só ano.
O Nordeste é a região com o maior número de estados no país – nove, no total, sendo
eles: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e
Sergipe. O IBGE aponta que a região tem como destaque a produção de mercadorias
industrializadas e o turismo.
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No ano de 2008, durante a crise, a região Nordeste teve 580.632 extinções e 108.681
aberturas. Nos demais anos observados, a região voltou a ter altos números de fechamentos em
2015 e 2018. O ano de 2018, além de ter altos números de fechamento, foi o segundo ano do
recorte de 2000-2019 analisado em que a região teve mais extinções de empresas (442.022) do
que aberturas (433.591). O ano em que a região teve mais aberturas foi em 2019, quando teve
524.947 novas empresas.
O Norte é a segunda maior região do país em número de estados, com um total de sete.
São eles: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins. É a região com os
menores números de abertura e fechamento de empresas do país. Segundo dados do IBGE, a
região tem como destaque o extrativismo vegetal e mineral, em função da vasta disponibilidade
desses recursos.
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extinções maiores que aberturas no ano de 2018, quando teve 137.626 extinções e 116.856
empresas abertas.
O mesmo vale para a região Norte, que, com sete estados, apresenta médias menores
que 200.000 empresas por estado, mostrando que existe disparidade até mesmo entre essa
região e a Nordeste.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Há muito tempo se ouve que existem grandes disparidades entre as regiões brasileiras,
o que é inegável – mas, quando se coloca essas diferenças em números, pode-se observar que
são ainda piores que do que se imagina. Grande parte das empresas ativas no país ficam na
região Sudeste, para ser mais específico, no estado de São Paulo, e isso pode ser preocupante,
pois não poderia ser normal que mais da metade das empresas ativas em um país fiquem em
uma só região.
Tudo isso pode estar ligado a diversos fatores como: investimentos, qualidade da
educação, mercado atrativo, entre outros. Além disso, como são abertas menos empresas nessas
regiões, acaba ocorrendo o grande fluxo de migração de pessoas das regiões Norte e Nordeste
para as demais, principalmente para a região Sudeste, em busca de oportunidades, e
consequentemente em busca de uma qualidade de vida melhor, o que de certa forma acaba
enfraquecendo ainda mais aquelas regiões, que perdem mão de obra.
empresas abertas e 5.463.778 empresas extintas no último recorte, 2016-2019. Tal crescimento
pode estar ligado à melhoria da qualidade da educação, melhorias nas burocracias para se abrir
novas empresas, melhorias tecnológicas, e, claro, na cultura empreendedora que vem crescendo
nos últimos anos. As duas últimas se complementam, pois é cada vez mais comum atualmente
que se vejam pequenos negócios anunciados nas redes sociais.
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REFERÊNCIAS
PINHEIRO, J. F. D.; NETO, M. N. F. Fatores que contribuem para mortalidade das micro e
pequenas empresas no Brasil. Brazilian Journal of Development, v. 5, n. 7, p. 11107-11122,
2019.
SILVA, A. B. da. Desafios enfrentados pelas micro e pequenas empresas no Brasil. Conexão
Eletrônica, Três Lagoas, MS, v. 12, n. 1, 2015.
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UOL. IBGE: Em 2019, 50% das empresas ativas estavam no Sudeste; no Norte, 3,7%.
Disponível em: <http://economia.uol.com.br/noticias/agencia-brasil/2021/10/22/ibge-em-
2019-numero-de-empresas-cresceu-apos-cinco-anos-de-queda.htm>. Acesso em: 02 nov.
2021.