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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA XXX VARA

CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO, ESTADO DO RIO DE


JANEIRO.

JULIO, brasileiro, servidor público do TJ/RJ, casado, portador da


carteira de identidade n.º 00000 e CPF n.º 111111, residente e domiciliado à
Rua Pedro de Carvalho, 4 – ap. 1004 – Méier (RJ), endereço eletrônico XXX,
por meio de seu advogado que esta subscreve (procuração em anexo),
OAB/UF n.º XXX, com escritório sediado à Rua XXX, n° XXX, bairro XXX, na
cidade de XXX, Estado de XXX, para onde deverão seguir todas as
notificações e intimações referentes a esse processo, vem, à presença de
Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C


ANTECIPAÇÃO DE TUTELA E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em desfavor de BANCO ITAÚ S.A, pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no CNPJ nº XXX, estabelecida na Rua XXX, n° XXX, bairro
XXX, na cidade de XXX, Estado de XXX, CEP: XXX, pelos motivos de fato e de
direito a seguir expostos:

1. DOS FATOS

Em 15/12/2021, o Autor recebeu, em sua residência, carta do


SERASA/SPC, na qual continha a informação de que havia um débito
pendente junto ao banco Itaú S.A no valor de R$ 55.000,00 (cinquenta e cinco
mil reais), quantia esta que se não fosse devidamente quitada, ensejaria na
negativação do nome do Requerente.
Inconformado com o teor da carta recebida, posto que a parte
Autora jamais fora correntista em qualquer outro banco além do Santander, o
Requerente decidiu entrar em contato com o SERASA/SPC. Ocorre que, todas
as tentativas de ligação e envios de e-mails restaram infrutíferas, motivo pelo
qual o Autor se dirigiu até a sede do SERASA/SPC, momento em que tomou
conhecimento acerca da existência de uma conta corrente e empréstimo
realizado em seu nome, junto a agência do banco Itaú – Recreio dos
Bandeirantes.
Ao chegar na agência, o Requerente foi informado, pelo gerente,
que seus documentos estavam arquivados e que nada poderia ser feito para
auxiliá-lo. Além disso, o funcionário afirmou ainda que para a agência, a conta
foi aberta pelo próprio Autor, de modo é devedor da quantia referente ao
empréstimo realizado.
Ademais, é mister destacar que o Requerente havia agendado
assinar um recibo de sinal de compra de um imóvel, cujo pagamento seria
obtido, em parte, mediante financiamento bancário, porém, por encontrar-se
com o nome indevidamente negativado, a possibilidade de obter o referido
financiamento está restrita. E, inclusive, o vendedor já se manifestou no sentido
de não realizar a venda, caso o Autor não conseguisse resolver o problema
referente a negativação.
Deste modo, tendo em vista que todas as tentativas do Autor, em
solucionar o problema administrativamente, restaram inexitosas em
decorrência do total descaso e desinteresse demonstrados pela parte Ré, se
faz presente, o Requerente, em clamar por Justiça, buscando o Poder
Judiciário para assegurar seu direito, demonstrado a seguir.

2. DO DIREITO:
2.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO – APLICABILIDADE DO CDC

Primeiramente, urge fixar a legislação aplicável ao caso. Por se


tratar de ação movida por consumidor contra prestadora/fornecedora de
serviço, torna-se evidente a relação de consumo, que se ajusta aos moldes da
definição dada pelo próprio Código de Defesa do Consumidor (CDC), que
dispõe:
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou
utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação
de serviços

Ademais, visando sanar possíveis dúvidas a respeito da


possibilidade responsabilização da empresa Requerida perante o Autor, o
artigo 17 do CDC dispõe: “Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos
consumidores todas as vítimas do evento.”. Dessa forma, apesar de o
Requerente não ser considerado um consumidor direto do serviço prestado
pelo Requerido, deverá ser visto como consumidor por equiparação devido ao
fato de ter sido vítima de erro cometido pelo Réu.
Deste modo, a partir da análise dos dispositivos supracitados, é
incontroversa a relação de consumo existente entre o Autor (consumidor) e o
Requerido (fornecedor), motivo pelo qual, deverá ser aplicada a legislação
consumerista ao presente caso.

2.2. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

O Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 6º, inciso VIII,


leciona sobre os direitos básicos inerentes ao consumidor, dentre eles, à
facilitação da defesa de seus direitos, mormente a inversão do ônus da prova
em seu favor, quando a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for
ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência.
Desta forma, o Código de Defesa do Consumidor torna-se a
espinha dorsal para observarmos a análise de vulnerabilidade do Requerente
em detrimento da parte Requerida.
No caso em tela, o Requerente possui o direito de ter invertido o
ônus da prova em seu favor, uma vez que, na qualidade de consumidor,
constitui a parte hipossuficiente da relação, haja vista não possuir o
conhecimento técnico da parte Ré, enquanto fornecedora e prestadora de
serviços.
Diante o alegado, o Autor merece, desde já, ter acolhido o pedido
de inversão do ônus da prova, visto a responsabilidade do Requerido ser de
caráter objetivo, somente se eximindo dela na hipótese de comprovada culpa
do consumidor ou terceiro, a teor do artigo 14, § 3º, II, do CDC.

2.3. DA INEXISTÊNCIA DO DÉBITO

Conforme já mencionado em linhas pretéritas, o Autor nunca teve


uma conta junto a Instituição Requerida, tanto é que a única instituição
financeira em que é correntista é o Banco Santander. Deste modo, não sendo
cliente da parte Ré, torna-se impossível ter, o Requerente, realizado o
empréstimo que ensejou a negativação de seu nome.
Acerca do tema, destaca-se que a relação jurídica é um vínculo
ou o liame existente entre duas ou mais pessoas, estabelecido em razão de um
determinado objeto. No entanto, neste caso, falta o fato jurídico gerador dessa
relação, pois o Requerente não abriu conta junto a empresa Requerida, bem
como, não requereu o empréstimo no valor de R$ 55.000,00 (cinquenta e cinco
mil reais). A ação declaratória é, então, uma ação de conhecimento que busca
afastar dúvidas existentes acerca da existência, inexistência ou modo de ser de
uma relação jurídica, além de apresentar efeitos fundamentalmente
declaratórios.
Conforme demonstrado, o Requerente não formalizou negócio
jurídico com a parte Requerida, assim, inexiste qualquer relação jurídica a ser
adimplida, de modo que requer a declaração de inexistência da relação
jurídica, pedido este amparado pelo artigo 19 do CPC que assim apregoa: “O
interesse do autor pode limitar-se à declaração: I – da existência ou
inexistência da relação jurídica”.
Neste diapasão, a jurisprudência pátria entende:

APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DECLARATÓRIA DE


INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA C/C INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO.
ALEGAÇÃO DE FRAUDE. AUSÊNCIA DE PROVA DA
LEGALIDADE NA CONTRATAÇÃO. NEGÓCIO JURÍDICO
INEXISTENTE. DEVER DE RESTITUIR EM DOBRO. DANO
MORAL CONFIGURADO. VALOR MAJORADO. NATUREZA
EXTRACONTRATUAL. JUROS DE MORA. DATA DO
EVENTO DANOSO. APELO DO BANCO CONHECIDO E NÃO
PROVIDO. RECURSO DA AUTORA CONHECIDO E
PROVIDO.
1. Tendo em vista a distribuição do ônus da prova, devido à
hipossuficiência da consumidora, caberia a instituição
financeira trazer aos autos prova de que a requerente tenha
aquiescido com a contratação do empréstimo objeto da lide,
ônus que lhe competia, nos termos do artigo 373, II, do CPC.
Porém, devidamente intimado, o banco não apresentou o
contrato original para realização de perícia. Com efeito, não há
provas acerca da efetiva assunção de qualquer obrigação
relacionada à contratação do referido empréstimo em questão,
motivo pelo qual deve ser declarado inexistente o suposto
negócio jurídico.
2. Havendo cobrança indevida e não sendo justificável o defeito
na prestação do serviço realizado, resta devida a repetição do
indébito, prevista no parágrafo único, do art. 42, do Código
Consumerista.
3. Face à alegação de fraude em concessão de empréstimo
consignado, compete à instituição financeira provar a
contratação pelo consumidor e inexistindo elemento capaz
de elidir a alegação de fraude, conclui-se pela ilicitude da
cobrança, revelando-se presumido o dano moral, quando o
transtorno decorre do empréstimo indevido e cobrança por
dívida que nunca contraiu.
4. Comprovada a ilicitude do ato praticado pela instituição
financeira, que descontou indevidamente do benefício
previdenciário da parte autora parcelas de empréstimo que esta
não contraiu, caracterizado está o dano moral, exsurgindo o
dever de indenizar.
5. Levando em consideração o ocorrido, a intensidade do dano,
a duração do sofrimento, a repercussão e consequências, bem
como as condições pessoais das partes, a quantia de R$
10.000,00 (dez mil reais) mostra-se razoável, dentro das
circunstâncias do fato e sua repercussão, não sendo gerador
de enriquecimento sem causa e também capaz de servir de
alerta a instituição financeira demandada quanto aos cuidados
que deve ter nas relações negociais com seus clientes.
6. Com relação à atualização da verba indenizatória a título de
danos morais, deverá incidir correção monetária pelo INPC,
desde o arbitramento (súmula 362/STJ) e juros de mora de 1%
a.m. desde o primeiro desconto - evento danoso - (súmula
54/STJ), por se tratar de responsabilidade extracontratual.
7. É razoável e proporcional a fixação dos honorários na
sentença no percentual de 10% sobre valor da condenação, na
medida em que obedece aos parâmetros definidos no CPC.
8. Recurso do banco conhecido e não provido. Recurso da
autora conhecido e provido.
(Apelação Cível 0000205-95.2021.8.27.2740, Rel. JOCY
GOMES DE ALMEIDA, GAB. DO DES. RONALDO
EURIPEDES, julgado em 09/03/2022, DJe 16/03/2022
16:48:34)

Diante do exposto, não tendo, o Requerente, sequer aberto conta


bancária junto ao Requerido, é imprescindível que seja reconhecida a
inexistência de relação jurídica entre as partes, bem como, declarada a
inexistência do débito exigido indevidamente, posto que jamais fora contratado
o suposto empréstimo.
Sobre o tema, cita-se:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE


DÉBITO C/C REPETIÇÃO DO INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS E PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA.
PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA. REJEITADA.
MÉRITO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA CONTRATAÇÃO
DOS EMPRÉSTIMOS. RESTITUIÇÃO EM DOBRO E DANOS
MORAIS. MANUTENÇÃO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DO
REQUERIDO CONHECIDO E IMPROVIDO.
1. Ao juiz, destinatário da prova, incumbe aferir a necessidade, ou
não, da produção de provas pelas partes, a teor do que determina o
art. 370 do CPC/15.
2. No caso em exame, o juiz de primeiro grau entendeu que se
mostrou desnecessária a produção de prova testemunhal, por isso
utilizou-se da prova documental produzida pelas partes. Na espécie,
portanto, não há que se falar em cerceamento de defesa, quando não
houver necessidade de produção de outras provas.
3. Devido à hipossuficiência do consumidor, caberia à instituição
financeira trazer aos autos prova de que a requerente tenha
aquiescido com a contratação de empréstimos consignados, ônus
que lhe competia, nos termos do artigo 373, II, do CPC.
4. No caso, houve falha na prestação do serviço, tendo em vista que
o banco realizou a cobrança de produto/serviço que não comprovou
ter sido contratado pela requerente, devendo ser mantida a
condenação da restituição em dobro dos valores cobrados
indevidamente e da indenização por danos morais. Sentença
mantida.
5. Recurso conhecido e improvido.
(Apelação Cível 0014572-32.2021.8.27.2706, Rel. JOCY GOMES DE
ALMEIDA, GAB. DO DES. RONALDO EURIPEDES, julgado em
27/04/2022, DJe 05/05/2022 16:33:26)

2.4. DOS DANOS MORAIS

Com relação à reparação do dano, tem-se que aquele que, por


ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito,
ficando obrigado a reparar os prejuízos ocasionados (Art. 186 e 187 do  CC).
No caso exposto, por se tratar de uma relação de consumo, a reparação se
dará independentemente do agente ter agido com culpa, uma vez que nosso
ordenamento jurídico adota a teoria da responsabilidade objetiva
(Art. 12 do CDC).
Sendo assim, é de inteira justiça que seja reconhecido ao Autor
o direito básico (Art. 6, VI do CDC) de ser indenizado pelos danos sofridos,
em face da conduta negligente do Réu em realizar cobrança de dívida
inexistente, decorrente de empréstimo jamais contratado pela parte
Requerente, fato que inclusive ensejou na negativação injusta do nome pelo
Requerente.
Destarte, não há como se eximir, o Requerido, das
responsabilidades que lhe cabem, cumprindo, pois, reparar os danos morais
causados ao Requerente. Neste sentido tem decidido à jurisprudência:

EMENTA: APELAÇÃO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE


INEXISTÊNCIA DE NEGÓCIO JURÍDICO POR FRAUDE NA
CONTRATAÇÃO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
C/C REPETIÇÃO DO INDÉBITO. EMPRÉSTIMO
CONSIGNADO NÃO CONTRATADO. DESCONTOS
INDEVIDOS EM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. AUSÊNCIA
DE INSTRUMENTO CONTRATUAL RESPECTIVO.
RESTITUIÇÃO EM DOBRO. AUSÊNCIA DE ENGANO
JUSTIFICÁVEL. DANOS MORAIS
CONFIGURADOS. SENTENÇA MANTIDA.
1. Cinge o recurso sobre descontos referentes a empréstimo
consignado realizados na conta bancária do autor.
2. Na hipótese em tela, verifica-se que os descontos
impugnados se deram em relação a serviço não contratado, eis
que a instituição financeira acionada não comprovou sua
contratação, sequer demonstrou a ocorrência de fraude, razão
pela qual os decréscimos se deram sem qualquer justificativa
plausível. 
3. Sendo assim, deve haver a devolução em dobro dos valores
descontados indevidamente sob a rubrica "empréstimo
consignado" do benefício previdenciário da parte demandante,
na forma da jurisprudência do STJ e art. 42 do CDC, haja vista
que não houve demonstração de engano justificável que
sustente a boa-fé dos descontos havidos em sua
aposentadoria.
5. A ausência de comprovação da contratação de serviço,
de modo a autorizar o desconto em conta corrente de
correntista, gera o dever de a instituição financeira
indenizá-lo por danos morais decorrentes do ato ilícito
praticado, sobretudo quando o correntista é idoso,
aposentado e percebe benefício previdenciário no valor de 1
(um) salário-mínimo, o qual é destinado ao seu sustento e de
sua família.
6. Diante das circunstâncias específicas do caso concreto,
especialmente da condição socioeconômica dos envolvidos, do
bem jurídico ofendido, grau e extensão da lesão imaterial,
desgaste do autor e culpa dos litigantes, mostra-se razoável e
proporcional a fixação da verba indenizatória a título de danos
morais em R$ 5.000,00 (cinco mil reais).  
7. Apelação conhecida e improvida. Em observância ao teor do
art. 85, §11, do Diploma Adjetivo Civil, sobreleva-se em 2% os
honorários advocatícios recursais devidos pela instituição
financeira (parte sucumbente).
(Apelação Cível 0000549-57.2021.8.27.2714, Rel. ANGELA
MARIA RIBEIRO PRUDENTE, GAB. DA DESA. ANGELA
PRUDENTE, julgado em 11/05/2022, DJe 23/05/2022 18:18:14)
No caso em tela, tendo em vista todo o sofrimento e humilhação
suportado pelo Requerente, que se viu impossibilitado de continuar com as
tratativas referentes a compra de um imóvel, posto que parte do valor a ser
pago seria obtido por meio financiamento bancário, entende ser razoável, a
título de indenização por danos morais, a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil
reais).

2.5. DA TUTELA DE URGÊNCIA

Observou-se, na presente ação, que o Requerente se encontra


atualmente com o seu crédito abalado, sem condições de efetuar qualquer
transação comercial a prazo, suportando danos difíceis de serem prontamente
reparados, tudo isso em razão da conduta ilícita da empresa Requerida.
A tutela de urgência é medida assaz urgente e necessária, vez
que, com a negativação de seu nome, o Requerente está impedido de ter a
liberação de créditos no comércio, e, principalmente de promover a contratação
do financiamento bancário que pretendia, para fins de efetivação de negócio de
compra e venda de imóvel, fato que tem lhe acarretado enorme prejuízo.
Acerca disso, preconiza o Código de Processo Civil:

“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.”

Ademais, inexiste perigo de irreversibilidade do provimento, vez


que, a qualquer momento, poderá ser revogado e a inclusão refeita. Neste
sentido:

“já a possibilidade de inscrição do nome do autor nos órgãos


de proteção ao crédito, por si só, configura o periculum in mora,
face à restrição que a parte sofrerá na sua vida financeira, além
do dano de natureza moral. Ressalta-se, por fim, que os réus
em nada serão prejudicados com o deferimento da liminar, face
à reversibilidade das medidas.” (TJDF – Processo
2004.03.1.008862-7 – Rel. Juíza DELMA SANTOS RIBEIRO).
Destarte, com amparo no artigo 300 do Código de Processo Civil
Brasileiro e artigo 84 do Código de Defesa do Consumidor, diante da manifesta
prova aportada aos autos, se faz necessário a concessão, liminarmente, da
tutela de urgência para que, o Requerido proceda com a imediata retirada do
nome do Autor dos Órgãos de Proteção ao Crédito, durante o curso da
presente demanda.
Portanto, o deferimento do pedido de tutela de urgência é medida
que se impõe, tendo em vista a inexistência de relação jurídica entre as partes,
bem como, a ausência de documentos que comprovem a efetiva abertura de
conta, pelo Autor, junto ao Requerido, assim como, a suposta contratação do
empréstimo bancário.
Outrossim, tal medida, se deferida, não importa em nenhum ônus
para a parte Ré, devido sua evidente reversibilidade.

3. DOS PEDIDOS

Diante o exposto, requer a Vossa Excelência:

A. O recebimento da presente ação devidamente instruída


com os documentos que a acompanham, determinando-se seu registro e
autuação;
B. A determinação da inversão do ônus da prova haja vista a
vulnerabilidade do consumidor em face do Requerido, determinada pela
relação consumerista entre as partes;
C. A citação do Requerido, na pessoa de seu representante,
para querendo, responder os termos do presente pedido no prazo legal, sob
pena de reputarem-se verdadeiros os fatos narrados pelo Requerente;
D. Seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE a ação, a fim
de que seja declarada a inexistência do débito no valor de R$ 55.000,00
(cinquenta e cinco mil reais), tendo em vista a inexistência de relação jurídica
entre as partes;
E. A condenação do Requerido ao pagamento do montante
de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título de indenização por danos morais;
F. A condenação do Requerido ao pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios na proporção de 20% sobre o valor da
causa.

Provará o alegado por meios de documentos, testemunhas, prova


pericial e outras provas admitidas em direito, especialmente o depoimento
pessoal do Requerido, na pessoa de seu representante, além das que se
fizerem necessárias para o esclarecimento dos fatos e consecução da justiça.

Dá-se à causa o valor de R$ 65.000,00 (sessenta e cinco mil


reais)

Nestes termos,
Pede Deferimento.

Rio de Janeiro - RJ, XX de junho de 2022.

ADVOGADO
OAB/UF nº XXXX

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