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Farmacológico

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FARMACOLOGIA APLICADA

Elias Reis, UFJF


SEÇÃO 1
A Farmacologia (do Grego, pharmakos, droga, e logos, estudo) consiste no estudo
de como os medicamentos ou substâncias interagem com o organismo. Registros
como o Papiro de Ebers, demostram o quão antigo é o estudo da farmacologia e
também sua origem.
Divide-se a Farmacologia em oito áreas de conhecimento: Farmacologia Clínica,
Farmacotécnica, Farmacocinética (do grego kinetós = móvel), Farmacodinâmica (do grego
dýnamis = força), Farmacognosia (do grego gnôsis = conhecimento), Farmacoterapêutica,
Imunofarmacologia e a Toxicologia.

 Farmacologia Clínica consiste na eficácia e segurança da administração de


medicamentos aos animais, comparando informações de animais saudáveis com
doentes.
 Farmacotécnica, analisa o preparo, a purificação e a conservação dos
medicamentos, aspirando o melhor aproveitamento dos seus efeitos no organismo
do animal.
 Farmacocinética examina as vias de administração, absorção distribuição,
metabolismo e excreção de uma droga.
 Farmacodinâmica é responsável por estudar o local de ação, mecanismo de
ação, ações e efeitos, efeitos terapêuticos e efeitos tóxicos de uma droga.
 Farmacognosia investiga a origem, as características, a estrutura, e
composição química das drogas no seu estado natural sob a forma de órgãos
ou organismos vegetais e animais, assim como seus extratos.
 Farmacoterapêutica promove a orientação do uso dos medicamentos para
prevenção, tratamento e diagnósticos das enfermidades.
 Imunofarmacologia consiste na manipulação do sistema imunológico
através do uso de substâncias de origem biológica ou química, conferindo
aumento da resposta orgânica contra determinados micro-organismos,
incluindo vírus, bactérias, protozoários, mediante a produção de interferon
e seus indutores.
 Toxicologia averigua os agentes tóxicos capazes de produzir efeito nocivo em
um ser vivo.
Ressalta-se conceitos importantes dentro da Farmacologia como:
 Droga: substância química que pode agir em um organismo vivo causando
alterações, maléficas ou benéficas, tanto físicas quanto psíquicas.
 Medicamento: substância química que visa obter benefícios, tem como
objetivo curar, diminuir, prevenir e/ou diagnosticar as doenças.
 Fármaco: de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
é a principal substância de formulação do medicamento, responsável pelo
efeito terapêutico.
 Remédio: substância capaz de curar, aliviar ou evitar uma doença.
 Produto de uso veterinário: “Os produtos de uso veterinário são toda
substância química, biológica, biotecnológica ou preparação manufaturada
cuja administração seja aplicada de forma individual ou coletiva, direta ou
misturada com os alimentos, destinada à prevenção, ao diagnóstico, à cura
ou ao tratamento das doenças dos animais, incluindo os aditivos,
suprimentos promotores, melhoradores da produção animal, medicamentos,
vacinas, antissépticos, desinfetantes de uso ambiental ou equipamentos,
pesticidas e todos os produtos que, utilizados nos animais ou no seu habitat,
protejam, restaurem ou modifiquem suas funções orgânicas e fisiológicas,
bem como os produtos destinados ao embelezamento dos animais.
 Placebo: substância simulada que não contém nenhum princípio ativo.
 Nutracêutico: compostos bioativos presentes nos alimentos que
desempenham papéis importantes na saúde, no entanto não são essenciais.
Referente a Farmacologia aplicada à medicina veterinária, destaca-se o conceito de
posologia que consiste no estudo da dosagem do remédio, dose que estão
associadas à quantidade do medicamento necessária para promover a resposta
terapêutica, já a dosagem leva em consideração a frequência de administração e a
duração do tratamento.
Prescrição e Legislação Brasileira dos Medicamentos

A prescrição é um documento legal, seu autor deve de forma clara expor as


instruções, dessa forma constitui um documento que envolve várias
responsabilidades:
 Aspecto clínico: diagnóstico da doença do paciente que deve ser tratada com
os medicamentos certos.
 Aspecto profissional: a prescrição deve estra na posologia adequada para o
tratamento, caso seja detectado algum erro, o farmacêutico deverá entrar em
contato com o médico-veterinário para a correção.
 Aspecto legal: o profissional deve conhecer a legislação específica a fim de
comercializar o remédio.
A receita pode pertencer a uma das três categorias:
 Medicamentos farmacopeicos (anteriormente denominados oficinais ou
oficiais):são medicamentos preparados na farmácia, tendo a fórmula inscrita
na Farmacopeia Brasileira ou formulários reconhecidos pelo Ministério da
Saúde ou compêndios.
 Medicamentos magistrais: são medicamentos feitos em farmácias a partir da
prescrição feita pelo profissional habilitado
 Especialidades ou especialidades farmacêuticas: são fármacos fornecidos
pela indústria, cujas fórmulas são aprovadas e registradas em órgãos
governamentais.
A Lei n o 9.787 de 10 de fevereiro de 1999, que dispôs sobre a utilização de nomes
genéricos em produtos farmacêuticos de uso humano, introduziu os seguintes
conceitos:
 Medicamento de referência: fármacos que são introduzidos no mercado
depois de anos de pesquisas e um alto investimento financeiro.
 Medicamento similar: medicamento autorizado a ser produzido após prazo da
patente de fabricação do medicamento de referência ou inovador ter vencido,
nesse caso, o remédio deverá ser produzido exatamente igual, com o mesmo
princípio ativo, respeitando a posologia, concentração e via de administração.
 Medicamento genérico: apresenta o mesmo princípio ativo, na mesma dose e
forma farmacêutica, sendo administrado pela mesma via e com a mesma
posologia e indicação terapêutica.
 Biodisponibilidade: velocidade e extensão da absorção do medicamento a
partir de uma determinada forma farmacêutica.
 Produto de uso veterinário: toda substância química, biológica, biotecnológica
ou preparação manufaturada cuja administração seja aplicada de forma
individual ou coletiva, direta ou misturada com os alimentos, destinada à
prevenção, ao diagnóstico, à cura ou ao tratamento das doenças dos
animais.
 Medicamento de referência de uso veterinário: medicamento inovador,
registrado no órgão Federal sendo comercializado no País tendo sua
qualidade, eficácia e segurança comprovados pelo órgão Federal.
 Medicamento similar de uso veterinário: há o mesmo princípio ativo do
medicamento de referência de uso veterinário registrado no órgão Federal
competente.
 Medicamento genérico de uso veterinário: fármaco que contém os mesmos
princípios ativos do medicamento de referência de uso veterinário, no entanto
se diferencia no prazo de validade, tamanho, formato, embalagem e
rotulagem.
Existe publicações em papéis ou eletrônicos não oficiais, com o objetivo de facilitar
a prescrição de medicamentos:
 Compêndio médico: publicação relacionando as especialidades
farmacêuticas comercializadas no país, para uso na raça humana.
 Compêndio veterinário: publicação relacionando as especialidades
farmacêuticas comercializadas no país, com medicamentos com uso
exclusivo do veterinário.
 Dicionário de especialidades farmacêuticas (DEF): publicação exclusiva de
especialidades farmacêuticas na espécie humana.
 Índice terapêutico veterinário (ITV): destinado ao médico veterinário,
contendo apenas fármacos de uso veterinário.
 Compêndio de produtos veterinários: meio informacional de médicos
veterinários para se manterem atualizados.
 Bulário eletrônico da Anvisa: banco de dados eletrônicos que contém textos
de bula de remédios.
Uma prescrição completa é composta por:
 Cabeçalho: serão encontrados na parte superior do papel as seguintes
informações: nome completo e categoria profissional, sua especialidade,
número de inscrição na respectiva categoria profissiona e endereço
profissional completo.
 Supersecrição: local reservado para a identificação do paciente, identificação do proprietário
e respectivo endereço
 Inscrição: inicia-se com a colocação do modo de administração devidamente grifado e,
imediatamente abaixo, o nome do medicamento ou fórmula medicamentosa (no caso de
medicamento magistral). Em geral, para definir o modo de administração empregam-se os
termos: uso interno, uso externo, uso local pelas vias intramuscular, subcutânea ou
intravenosa.
 Subscrição: está presente quando da prescrição de um medicamento magistral. É nesta
parte da prescrição que se dão informações ao farmacêutico,
 Indicação ou instrução: consiste na parte da prescrição em que são dadas informações ao
paciente sobre a administração do medicamento, como frequência e duração do
tratamento, e a via de administração, caso esta não tenha sido definida na inscrição.
 Assinatura ou firma profissional: é a parte da prescrição em que se juntam ao local, data e
assinatura do profissional. Quando a prescrição for feita em papel cujo cabeçalho não
identifica o seu autor, deve-se juntar à assinatura o carimbo com identificação do
profissional.

Utiliza-se o sistema métrico decimal para a prescrição dos medicamentos, como por exemplo:

 Colher das de sopa: 15 mℓ


 Colher das de café: 3 mℓ
FÓRMULAS FARMACÊUTICAS OU FORMULAÇÕES:
 Princípio ativo, base medicamentosa ou base: substância principal da
fórmula. As formulações podem ter mais de um princípio ativo.
 Adjuvantes: são substâncias empregadas para auxiliar a preparação da
fórmula farmacêutica, tais como conservantes, estabilizantes, diluentes,
desagregantes, aglutinantes, deslizantes, antiaderentes.
 Corretivos: são substâncias que tornam mais agradáveis, ou pelo menos
mais aceitáveis, os constituintes de formulações orais.
 Veículo ou excipiente: meio no qual o princípio ativo é colocado, sendo em
geral o termo veículo empregado para líquidos e excipiente para sólidos.
FORMA FARMACÊUTICA OU PREPARAÇÃO MEDICAMENTOSA: maneira como
o medicamento se apresenta para ser usado. Serão listadas algumas formas
farmacêuticas.
 Gargarismo
 Colutório
 Provenda (mash)
 Sopa e barbotage
 Bebida e beberagem
 Poção
 Eletuário
 Bolo e pílula
 Grânulo ou glóbulo
 Cápsula
 Pérola ou cápsula mole
 Drágea
 Comprimido
 Pastilha
 Tablete
 Papel
 Pomada
 Pasta
 Creme
 Gel
 Clister, clisma ou enema
 Supositório
 Vela
 Óvulo
 Colírio
 Xarope
 Elixir
 Loção
 Extrato
 Emulsão
 Suspensão
 Tintura e alcoolatura
 Injetáveis
 Pour on e spoton
 Premix (prémistura)

Normas da Anvisa:
Há o controle especial das seguintes listas: A (A1, A2 e A3), B (B1 e B2), C
(C1, C2, C3, C4 e C5), D (D1 e D2), E e F.
 As listas A1 (relaciona as “substâncias entorpecentes”, como morfina e
análogos), A2 (relaciona as “substâncias entorpecentes de uso
permitido somente em concentrações especiais”, como codeína e
tramadol) e A3 (relaciona as “substâncias psicotrópicas”, como
anfetamina e análogos).
 A lista B1 (relaciona as “substâncias psicotrópicas”, como
benzodiazepínicos e barbitúricos). A lista B2 (relaciona as “substâncias
psicotrópicas anorexígenas”, como anfepramona, femproporex,
mazindol e sibutramina).
 A lista C1 relaciona “outras substâncias sujeitas a controle especial”,
como os neurolépticos. As listas C2 (relaciona as “substâncias
retinoicas para uso sistêmico”, como acitretina, adapaleno,
bexaroteno, isotretinoína e tretinoína), C3 (“substâncias
imunossupressoras” – talidomida) e C4 (“substâncias antirretrovirais”,
como abacavir, darunavir, didanosina, estavudina, zidovudina) A lista
C5 (“substâncias anabolizantes”, como androstanolona, boldenona,
clostebol, estanolona, metenolona, nandrolona, testosterona,
trembolona).
 A lista D1 (“substâncias precursoras de entorpecentes e/ou
psicotrópicos”). A lista D2 (insumos químicos utilizados como
precursores para fabricação e síntese de entopercentes e/ou
psicotrópicos”).
 A lista E relaciona as “plantas que podem originar substâncias
entorpecentes e/ou psicotrópicas”.
 A lista F contém as “substâncias de uso proscrito no Brasil”, com
cocaína, etorfina, MDMA.
Normas do MAPA
 No artigo primeiro do MAPA, há a proibição da importação, produção,
comercialização e o uso de substâncias naturais ou artificiais, com
atividades anabolizantes hormonais, para fins de crescimento e ganho
de peso em bovinos de abate.
 No artigo segundo é facultativo a importação, a produção,
comercialização e o uso de anabolizantes hormonais ou
assemelhados, naturais ou sintéticos, com atividades estrogênica,
androgênica e progestogênica, exclusivamente para fins terapêuticos,
de sincronização do estro, de transferência de embriões, de
melhoramento genético e de pesquisa experimental em medicina
veterinária.
Referências:
IMUNOMODULADORES – Consulta Dog Vet (wordpress.com)

Divisões da Farmacologia - Portal Educação (portaleducacao.com.br)

Nutracêuticos: o que são, para que servem e possíveis efeitos colaterais -


Tua Saúde (tuasaude.com)

SARTURI, L. - MANIPULAÇÃO DE MEDICAMENTOS VETERINÁRIOS COMO ÁREA DE ATUAÇÃO [...].pdf


(faema.edu.br)

► Medicamentos de Referência x éticos + lista atualizada e adesivo (mypharma.com.br)

Artigos - Biodisponibilidade de Fármaco | Ourofino Saúde Animal (ourofinosaudeanimal.com)


Produtos Veterinários — Português (Brasil) (www.gov.br)

Diferença entre medicamento de uso veterinário genérico, similar e referência. – Vet Vocation

SEÇÃO 2

Alvo para a ação dos medicamentos: o alvo de ligação de um medicamento no


organismo animal são macromoléculas proteicas com a função de enzimas,
moléculas transportadoras, canais iônicos, receptores de neurotransmissores e
ácidos nucleicos.
Relação dose-resposta: é necessário quantificar a concentração de um determinado
medicamento e o efeito biológico que ele causa. Para a grande maioria das
substâncias com efeito farmacológico, a intensidade de efeito produzido pelo
medicamento em geral depende da quantidade administrada; pode-se, portanto,
expressar esta relação em termos de curva dose-resposta.
Potência: está representada ao longo do eixo da concentração ou dose, ou seja,
quanto menor a concentração ou dose do medicamento necessária para
desencadear determinado efeito.
Eficácia máxima: resposta máximo produzida por um fármaco.
Inclinação: reflete o mecanismo de ação de um agente terapêutico. Medicamentos
com mesmo mecanismo de ação não apresentam entre si diferenças significativas
na inclinação de suas respectivas curvas e que a existência de diferenças entre a
inclinação das curvas de dois ou mais medicamentos indica que eles têm
mecanismos de ação diversos.
Variação biológica: em qualquer população, existe indivíduos que apresentam
variabilidade na intensidade da resposta a determinado medicamento, uma vez que
nem todos os indivíduos respondem com a mesma magnitude de resposta. Esta
variação é representada como o limite de confiança da curva.
Efeitos anormais aos medicamentos: há a possibilidade de alguns indivíduos
apresentarem reações mais intensas, mais controladas ou mesmo diferenciada para
determinados medicamentos.
 Hiperreativo: indivíduos que apresentam respostas a doses baixas de determinado
medicamento que não causam efeitos na grande maioria da população.
 Hiporreativo: indivíduos que necessitam de doses maiores do que as normalmente
utilizadas pela população para desencadear determinado efeito farmacológico.
 Tolerância: a baixa sensibilidade em questão resulta de uma exposição prévia ao
medicamento, o qual causa alterações farmacocinéticas e/ou farmacodinâmicas,
promovendo, com o decorrer do tempo, uma resposta farmacológica menor.
 Taquifilaxia ou dessensibilização: são expressões equivalentes utilizadas para
descrever a hiporreatividade que se desenvolve em alguns minutos e não em vários
dias ou semanas, como necessário para a ocorrência da tolerância. Este fenômeno
envolve diferentes mecanismos, como alteração de receptores acoplados
diretamente aos canais tônicos.
 Idiossincrasias ou efeito incomum: representam o aparecimento de um efeito não
esperado após uso de um medicamento e que ocorre em pequena porcentagem dos
indivíduos.
 Supersensibilidade: aumento do efeito de um medicamento, sendo este causado
pela elevação da sensibilidade de receptores sinápticos e que normalmente ocorre
após bloqueio prolongado de receptores sinápticos ou ainda por denervação.
 Hipersensibilidade: restringi-se somente aos fenômenos causados pelas reações
alérgicas que têm como explicação a ligação antígenoanticorpo, com consequente
liberação de histamina. Não deve se confundir supersensibilidade com
hipersensibilidade.

Interação medicamentosa: uso de mais de um medicamento ao mesmo tempo, com


isso, pode ocorrer modificação do efeito de ambos ou de um deles quando
associados.
 Sinergismo: dois medicamentos na mesma direção, o sinergismo pode ser
dividido em sinergismo por adição que consiste no efeito combinado de dois
ou mais medicamentos que é igual à soma dos efeitos isolados de cada um
deles. E sinergismo por potenciação, ou seja, o efeito combinado de dois ou
mais medicamentos é maior do que a soma dos efeitos isolados.
 Antagonismo: interação de dois medicamentos levando a diminuição ou
acumulação completa do efeito de um deles.

SEÇÃO 3

Organização do sistema nervoso autônomo: os neurônios pré e pós ganglionares


são os elementos fundamentais da organização da parte periférica do sistema
nervoso autônomo. O SNA é composto por centros de controle localizados dentro
do SNC e por uma rede periférica de fibras aferentes e eferentes. O hipotálamo é o
principal núcleo de integração desse sistema, mas existem outros centros de
controle importantes, como, por exemplo, o bulbo.
Interação do sistema autônomo e do sistema imunológico: a interação do simpático
com o sistema imune é fundamental para a saúde e regula todos os aspectos das
funções imune inata e adaptativa, integrando funções para manter a homeostase.
Drogas colinérgicas de ação direta: s mimetizam os efeitos da estimulação dos
neurônios colinérgicos, atuando diretamente em receptores da Ach.
Efeitos farmacológicos: os efeitos dos agonistas colinérgicos muscarínicos
equivalem aos efeitos dos impulsos nervosos parassimpáticos pós-ganglionares,
diferindo muito mais na potência do que na seletividade entre os diferentes subtipos
de receptores muscarínicos.
Efeitos colaterais e contraindicações: os efeitos colaterais das drogas colinérgicas
de ação direta são essencialmente caracterizados pela exacerbação do SNA
parassimpático.
Drogas colinérgicas de ação indireta/agentes anticolinesterásicos: estas drogas não
atuam em receptores colinérgicos, como as drogas de ação direta, mas inibem a
enzima que degrada a Ach, permitindo que esse neurotransmissor permaneça ativo
para atuar em receptores colinérgicos.
Agentes bloqueadores neuromusculares: os bloqueadores neuromusculares são
classificados, conforme seu mecanismo de ação, em duas categorias
despolarizantes e não despolarizantes.
 Bloqueadores despolarizantes: os membros deste grupo apresentam grande
semelhança química em suas estruturas de amônio biquaternário. A
despolarização da fibra muscular ocorre devido ao mecanismo de ação
desses agentes nos receptores colinérgicos nicotínicos, causando, como a
ACh, a despolarização da fibra muscular.
 Bloqueadores não despolarizantes: A d-tubocurarina é o protótipo deste tipo
de relaxante muscular. Estes medicamentos são moléculas complexas e
parcialmente rígidas.

Antagonistas de bloqueadores não despolarizantes: os relaxantes musculares


competitivos podem ter seus efeitos revertidos por inibidores da AChE. O uso de
inibidores da AChE promove o acúmulo de ACh também em receptores colinérgicos
muscarínicos de todo o organismo, levando ao aparecimento de efeitos
indesejáveis, como por exemplo a bradicardia.
SEÇÃO 4
Características dos efeitos de medicamentos no sistema nervoso central: existe uma
linha contínua entre os diferentes graus de excitabilidade do SNC que variam da
“normalidade” para sedação, hipnose, anestesia geral e coma, de um lado, e para o
outro, de excitação leve, moderada e intensa até a convulsão. Quando há
necessidade da administração de um medicamento de ação no SNC é preciso
considerar esse grau de excitabilidade para melhor ajustar a dose para não causar
toxicidade.

Anestésicos inalatórios
Estágios clínicos da anestesia geral:
 Estágio I – analgesia: esta fase inicia-se com a administração do anestésico
geral e termina com a perda de consciência. O paciente perde
progressivamente a sensação da dor, porém a atividade motora e os reflexos
estão presentes.
 Estágio II – delírio: esta fase se segue à perda de consciência e apresenta
como característica respiração irregular e espástica, findando com o retorno à
respiração regular e automática. O animal pode apresentar aumento da
atividade motora e do tônus muscular, debatendo-se intensamente. Os
reflexos palpebrais estão presentes; observam-se movimentos oculares
erráticos, pupilas dilatadas, porém que reagem à luz, e, às vezes,
movimentos de deglutição, náuseas e vômitos. Com frequência, esta fase
apresenta riscos para os animais, tanto na indução anestésica como na
recuperação da anestesia. Uma das funções mais importantes da medicação
pré-anestésica é evitar ou minimizar esta fase ao máximo. A excitação
observada parece ser consequente à inibição de vias inibidoras
reticuloespinais, ou, segundo alguns autores, decorrente da liberação
paradoxal de um neurotransmissor excitatório.
 Estágio III – anestesia cirúrgica: estende-se do final do estágio II, quando
cessam os movimentos espontâneos e a respiração torna-se automática e
regular, e termina com o aparecimento de movimentos erráticos do globo
ocular. Além disso, os reflexos desaparecem gradativamente, advém um
relaxamento muscular completo e, com o aumento da concentração do
anestésico, a respiração torna-se pouco a pouco mais superficial. Esta fase
foi dividida em quatro planos, cujos sinais físicos são específicos para cada
um deles. Para diferenciá-los levam-seem conta: tipo de respiração,
movimentos do globo ocular, presença ou ausência de reflexos e tamanho
das pupilas. No 1° plano observam-se respiração regular e automática,
associada a movimentos errantes do globo ocular (nistagmo), observados
principalmente no cavalo, desaparecimento dos reflexos laringotraqueal e
interdigital. Ainda no equino verifica-se lacrimejamento. No 2° plano verifica-
se que a respiração gradativamente se torna menos profunda e cessam os
movimentos do globo ocular. O reflexo palpebral se torna ausente no final
deste plano, assim como o laringotraqueal nos gatos. No 3° plano, a
respiração se torna preferencialmente abdominal, com esforço inspiratório
torácico. O reflexo corneal torna-se ausente neste plano. Finalmente, no 4°
plano o animal apresenta respiração exclusivamente abdominal, pupilas
dilatadas, sem reação à luz, e total flacidez muscular.
 Estágio IV – paralisia respiratória: esta fase se inicia com a parada
respiratória e termina com insuficiência respiratória. Este último sintoma é
característico desta fase, porém poderá ocorrer também colapso vasomotor,
se a respiração for suprida artificialmente. As pupilas ficam dilatadas,
podendo sobrevir a morte caso se mantenha a administração do anestésico e
a respiração não seja assistida.
Anestésicos intravenosos e outros parentais:
 Barbitúricos: são substâncias derivadas do ácido barbitúrico, que é
combinação do ácido malônico e da ureia.
 Compostos imidazólicos:
Etomidato: O etomidato é potente agente hipnótico, sem propriedades analgésicas.
 Alquilfenóis:
Propofol: não produz analgesia, além de ser menos dolorido, durar mais tempo na
prateleira e reduzida propensão ao crescimento bacteriano devido à ausência do
óleo de soja como nutriente.
 Derivados da fenciclidina:
Cetamina: é três vezes mais potente como anestésico e duas a quatro vezes mais
potente como analgésico quando administrado por via sistêmica.
Cloridrato de tiletamina :conhecido quimicamente como 2 (etilamino) 2(2 tienil) ciclo-
hexanona. Comercialmente, está associado ao zolazepam, potente
benzodiazepínico.
SEÇÃO 5

HISTAMINA, SEROTONINA E SEUS ANTAGONISTAS:


 Histamina: em tecidos animais, a função da histamina, ou β-minoetilimidazol,
foi primeiramente caracterizada como mediadora dos processos inflamatórios
e, posteriormente, sua participação também foi confirmada como um
modulador importante de numerosos processos fisiológicos, incluindo as
reações alérgicas, proliferação celular (incluindo reparação tecidual e
estimulação do crescimento de certas neoplasias), angiogênese,
permeabilidade vascular, anafilaxia e na secreção gástrica.
 Antagonistas da histamina: agentes capazes de interagir de maneira
reversível com receptores da histamina impedindo a sua ação, sem, contudo,
estimular estes receptores. Este antagonismo é do tipo competitivo, ou seja,
o bloqueio pode ser revertido quando for aumentada a concentração da
histamina ou de outro agonista destes receptores .
 Serotonina: reconhecida como reguladora da função da musculatura lisa dos
sistemas gastrintestinal e cardiovascular, bem como agente que aumenta a
agregação plaquetária e um neurotransmissor no sistema nervoso central
 Agonistas e antagonistas da serotonina: embora existam diversos agonistas e
antagonista de receptores serotoninérgicos, poucos são aqueles com
utilização prática em animais, pois sua indicação na terapêutica veterinária
ainda não está bem estabelecida.
Anti-inflamatório não esteroidáis: são medicamentos analgésicos simples, que
compõem o 1° degrau da escada de dor da Organização Mundial da Saúde.
Anti-inflamatório esteroidais: análogos sintéticos dos glicocorticoides e mineral
corticoides naturais.Estes são produzidos e secretados pelo córtex da supra-renal a
partir do calesterol e constituem compostos de 21 átomos de carbono com um
núcleo pentano peridrofenantreno (esteroide).

Referências:
untitled (sbahq.org)
Corticosteroide - Anti-inflamatórios esteroidais - Portal Educação
(portaleducacao.com.br)
SEÇÃO 6

Elementos essenciais para a hematopoiese, com ênfase na eritropoiese:


A eritropoetina (EPO) é uma glicoproteína produzida pelos rins, que atua como fator
de crescimento hematopoético primário, controlando a diferenciação, a proliferação
e a sobrevivência dos progenitores eritroides da medula óssea, em reposta à
hipoxia tecidual. A maior contagem de eritrócitos e a maior concentração de
hemoglobina observadas em machos, em comparação com as fêmeas, são
resultantes do estímulo à eritropoese desencadeado pelos hormônios androgênicos
e, ao contrário, da sua inibição pelos hormônios estrogênicos. Agentes que podem
aumentar ou diminuir a secreção de eritropoetina:
 Agentes que aumentam a secreção
- Agonistas de receptores A2 de adenosina
- Agonistas β2 adrenérgicos
- Radicais livres
- Prostanoides
- Vasopressina
- Serotonina
- Prolactina
- Hormônio do crescimento
- Tiroxina

 Agentes que diminuem a secreção


- Inibidores da ciclooxigenase (antiinflamatórios)
- Estrógenos
- Agentes alquilantes
- Bloqueadores β2 adrenérgicos
- Bloqueadores de canais de cálcio.

Insuficiência cardíaca, classificação e tratamentos segundo a proposta consenso do American


College of Veterinary Internal Medicine. Classe Sinais e alterações Medidasterapêutic.
Posologia e especialidades farmacêuticas em relação a arritmias
SEÇÃO 7

Sistema renal:
Diuréticos: inúmeras são as funções atribuídas ao rim, como a excreção de
metabólitos tóxicos, a síntese de hormônios que interferem no mecanismo
endócrino e metabólico, citando entre eles a eritropoetina, imprescindível na
maturação dos eritrócitos, e a renina que ativa o sistema angiotensinaaldosterona,
também a ativação da 25 hidroxicolecalciferol em 1,25dihidroxicolecalciferol, além
da manutenção do equilíbrio acidobásico, eletrolítico e hídrico.A principal fonte
determinante da filtração glomerular é a pressão hidrostática do leito capilar e esta
pressão se contrapõe à pressão osmótica do plasma e à pressão hidrostática dos
túbulos dos néfrons. Ainda, a filtração glomerular depende da superfície do tufo
glomerular e da permeabilidade da membrana glomerular.
Túbulo contornado proximal: o túbulo contornado proximal está localizado dentro do
córtex renal e é contínuo com o espeço capsular. O túbulo reto proximal (ou ramo
descendente espesso) estende-se até à medula. Ambas as partes são compostas
por epitélio cúbido simples, rico em mitocôndrias e microvilosidades (borbadura em
escova).

Alça de Henle: tubo em forma de U presente nos néfrons dos mamíferos. Tem como
função a absorção de água e sais minerais.
Túbulo contornado distal: segmento final do túbulo distal, segundo padronização da
International Union of Physiological Sciences, trata-se de uma estrutura tubular
microscópica e retorcida.
Ducto coletor: seguimento do túbulo renal subsequente ao túbulo da conexão é uma
estrutura tubular microscópica que faz parte do sistema de ductos coletores dos
túbulos renais. Os ductos coletores medulares se unem formando tubos cada vez
mais calibrosos, seguindo uma trajetória retilínea até desembocarem na papila
renal.

Referências:
Histologia do rim - Néfron, glomérulo, córtex e medula | Kenhub
O que é Alça de Henle - Anatomia, função - Planeta Biologia
SEÇÃO 8

Medicamentos com ação no sistema respiratório:


Descongestionantes: os descongestionantes são usados no tratamento sintomático
das rinites e das sinusites alérgicas ou virais. Os principais medicamentos utilizados
como descongestionantes são os antihistamínicos e os agonistas de receptores α1 -
adrenérgicos.
Outros medicamentos utilizados no tratamento de afecções do sistema respiratório:

SEÇÃO 9

Sistema endócrino:
Ciclo estral nas diversas espécies animais:
Usos e posologia do hormônio liberador de tireotrofina (TRH) em Medicina
Veterinária. Ha análogos sintéticos (taltirelin e rovatirelin) que são mais potentes,
apresentam maior meiavida e podem ser administrados pela via oral:

Necessidade diária de ingestão de cálcio e de fósforo nas espécies animais


domésticas:
Alguns medicamentos contendo cálcio, fósforo e vitamina D utilizados em Medicina Veterinária para
o tratamento dos distúrbios da homeostasia de cálcio e de fosfato séricos:

Caracterização das preparações insulínicas:


Propriedades das principais preparações de insulina utilizadas nas espécies canina e felina:

SEÇAÕ 10

Estimulantes do apetite: a anorexia parcial ou completa muitas vezes acompanha


várias enfermidades, ocorrendo em um momento em que o animal tem maior
necessidade de nutrientes para repor o organismo debilitado. Nesta situação, o
combate da inapetência tem importância terapêutica, porém quase sempre é
desprezada. Há pelo menos dois mecanismos reguladores da ingestão de alimento:
um a longo prazo, que regula os estoques de nutrientes, impedindo-os de tornarem-
se muito baixos ou elevados; outro a curto prazo, responsável pela ingestão de
alimento, regulando a fome.
Atualmente são usados como estimulantes do apetite:
 Vitaminas do complexo B
 Esteroides anabolizantes
 Zinco
 Antihistamínicos H1
 Benzodiazepínicos
Antiácidos: São medicamentos que aumentam o pH gástrico, neutralizando o ácido
clorídrico (HCl) liberado pelas células do estômago (células parietais).

SEÇÃO 11

Os antimicrobianos ou antiinfecciosos são substâncias químicas usadas para


combater os microrganismos. Estes agentes podem ser inespecíficos ou
específicos. Os antimicrobianos inespecíficos atuam nos microrganismos em geral,
quer sejam patogênicos, ou não; pertencem a este grupo os antissépticos e os
desinfetantes. Os antimicrobianos específicos atuam em microrganismos
responsáveis pelas doenças infecciosas que acometem os animais; são os
quimioterápicos e os antibióticos.

Atividades bacteriostática e bactericida dos antimicrobianos: quando o


antimicrobiano inibe a multiplicação da bactéria, mas não a destrói, é chamado de
bacteriostático; com a suspensão da exposição ao antimicrobiano a bactéria volta a
crescer. Já o antimicrobiano bactericida exerce efeito letal sobre a bactéria, sendo
esse efeito irreversível. Da mesma forma são empregados os termos fungistático,
fungicida, virustático e virucida.

SEÇÃO 12

Os principais helmintos de interesse veterinário podem ser agrupados em


dois filos, de acordo com sua etiologia: o filo Nemathelminthes, que
compreende os nematódeos, e o filo Platyhelminthes, formado pelos
cestódios e trematódeos.
Os prejuízos decorrentes das helmintoses nos animais se traduzem,
principalmente, por perda de peso, crescimento tardio e predisposição a
outras doenças. As ações obstrutivas (Ascaris spp., Dirofilaria immitis),
compressiva (hidátide), traumática (Bunostomum spp.), espoliadora (Fasciola
hepatica) e enzimática (Strongyloides spp.) dos parasitos sobre o hospedeiro
resultam, sobretudo, em menor absorção e digestão de nutrientes,
interferência no fluxo dos alimentos, lesões teciduais, perda de sangue e de
proteínas e bloqueio da passagem do ar, alterando, deste modo, as funções
orgânicas do hospedeiro.
Atividade de medicamentos antitrematódeos em ruminantes:
Associações de medicamentos antihelmínticos, com ação em cestódios e trematódeos:

SEÇÃO 13

O BRASIL NO CENÁRIO MUNDIAL DA PRODUÇÃO DE CARNES:


Projeção da produção de carnes no Brasil (em mil toneladas):

Evolução da expansão demográfica mundial:


Seção 14
Neoplasia significa literalmente “novo crescimento”, e o termo tem sido
empregado quando esse novo crescimento tem características peculiares,
que serão descritas a seguir. O termo tumor, apesar de indicar um aumento
de volume que pode ser de natureza não neoplásica, tem sido utilizado como
sinônimo de neoplasia. Denominase câncer uma neoplasia, ou tumor, que
tem caráter maligno.
O conceito de Beremblum (1970), que ainda se mantém atual, dizia que:
“Um tumor é um tecido que prolifera ativamente, composto por células
derivadas de um tecido normal, que experimentou, porém, um tipo anormal
de diferenciação irreversível; seu crescimento é progressivo devido a um
persistente atraso na maturação de suas célulastronco.”
Biologia do crescimento neoplástico:

Para se indicar um tratamento quimioterápico adequado, precisa-se de


observar:
 Índice terapêutico
 Fases do tratamento quimioterápico
 Avaliação da resposta ao tratamento
 Quimioterapia adjuvante
 Quimioterapia neoadjuvante ou primária
 Nadir leucocitário
Características dos principais agentes antimicrotúbulos usados como
antineoplásicos em Medicina Veterinária:

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