03 - Gestão Da Atividade de Inteligência Da PMRO, Na Capital, Por Meio de Sistema de Telemática Móvel
03 - Gestão Da Atividade de Inteligência Da PMRO, Na Capital, Por Meio de Sistema de Telemática Móvel
03 - Gestão Da Atividade de Inteligência Da PMRO, Na Capital, Por Meio de Sistema de Telemática Móvel
Resumo: Este Trabalho de Conclusão de Curso aborda de forma clara e objetiva ferramenta de
Sistema de Telemática Móvel para eventual utilização na atividade de inteligência policial na
Polícia Militar do Estado de Rondônia, com a proposta de ofertar melhor gestão da atividade,
assim, otimização de recursos técnicos e humanos, proporcionando ao Agente de Inteligência
mais segurança e ampliação da possibilidade de obtenção de êxito da sua missão. Lançou-se
mão de esboços teóricos e normativos necessários à devida análise do tema, objetivando a
necessidade do uso de uma ferramenta tecnológica voltada para a atividade de inteligência. A
metodologia de pesquisa utilizada para fundamentação deste estudo de caso será a qualitativa,
uma vez que pretende proporcionar uma visão e uma compreensão mais aprofundada de um
sistema que já vem sendo utilizado na PMRO. Os resultados apontaram os benefícios que a
implantação da proposta poderá gerar na atividade de inteligência desenvolvida pela PMRO.
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Trabalho de Conclusão do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais da Polícia Militar do Estado de Rondônia –
CAO/PMRO.
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Capitão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Rondônia exercendo atualmente a Função de Chefe da
Divisão de Inteligência; graduação em Educação Física pela Universidade Potiguar (2010); Pós Graduado em
Treinamento personalizado pela UNOPAR; Tem experiência na área de Segurança Contra Incêndio; e-mail:
marciostrauss82@gmail.com
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Capitão da Polícia Militar do Estado de Rondônia lotado atualmente no Centro de Inteligência na função de Chefe
Adjunto; Acadêmico do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais CAO/PMRO; Bacharel em Segurança Pública -
UNIR. E-mail: jfernando069501@gmail.com.
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Capitão da Polícia Militar do Estado de Rondônia exercendo atualmente a função de Adjunto da Gerência de
Estratégia e Inteligência da SESDEC-RO; Acadêmico do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais – CAO/PMRO;
Pós-Graduado em Direitos Humanos e Segurança Pública UNIR-RO; Pós-Graduando em Ciências Jurídicas
UNICSUL/SP; Bacharel em Segurança Pública pela UNIR-RO e Bacharel em Direito pela UNICSUL-SP; e-mail:
gilsonsantospmro@gmail.com
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Capitão da Polícia Militar do Estado de Rondônia, lotado atualmente na Diretoria de Informática da PMRO na
função de Diretor. Bacharel em Segurança Pública pela Universidade Federal de Rondônia; Bacharel em Direito
pela Universidade Cidade de São Paulo; Pós-Graduado em Ciências Jurídicas pela Universidade Cidade de São
Paulo; MBA/Pós graduação em Gestão estratégica da Administração Pública, pelo Instituto Federal de Rondônia.
E-mail: douglasmarinkdemiranda@hotmail.com
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INTRODUÇÃO
Dentre os mais diversos conceitos, podemos entender que a inteligência policial militar
é uma atividade proativa, desenvolvida por policiais militares que se utilizam de técnicas e
métodos específicos previstos na doutrina de inteligência que possibilitem a busca constante de
dados e informações que forneçam conhecimentos a fim de assessorar o gestor público com
elementos necessários que sirvam de balizamento para as suas decisões, tentando antecipar-se
aos fatos e assim estar sempre à frente das práticas criminosas e/ou suas potenciais ações.
Neste contexto temos, na PMRO, o SIPOM, Sistema de Inteligência da Polícia Militar,
com o CI, Centro de Inteligência, como Agência Central do Sistema, cuja missão principal é
fornecer subsídios ao Comandante Geral nos assuntos de interesse da Corporação, sob a
coordenação e controle do Chefe do Centro de Inteligência da PM/RO, conforme prevê a
Resolução nº 189, de 23 de outubro de 2012.
Dado ao crescimento da Corporação bem como de todas as suas áreas de atuação
policial, faz-se necessário criar um método de maior gerenciamento e controle por parte dos
gestores dos organismos de inteligência, desta Capital, das equipes de campo bem como das
atividades que estão desempenhando, pois, é comum dentro da atividade de inteligência que
ocorra o fenômeno do "retrabalho", ou seja, decorrente a precária comunicação entre as
agências bem como a ausência de efetivo gerenciamento por parte das respectivas chefias das
atividades desempenhadas pelos organismos de inteligência da PMRO, as missões de coletas
de dados negados6 são realizadas por diversas agências, muitas vezes até concomitantemente,
sem que uma tenha o conhecimento da outra no campo de operação.
A proposta de gestão da atividade de inteligência da PMRO, na capital, por meio de
sistema de telemática móvel, busca apontar uma solução a fim de minimizar esta problemática
e melhor otimizar o emprego dos agentes de inteligência de campo, além de disponibilizarmos
tecnologia de informação através de ferramentas já existentes na Corporação que possibilitarão
pesquisas em bancos de dados de fontes abertas e fechadas que em muito auxiliarão o Agente
de Inteligência, e também ofertar aos chefes das agências melhor gestão de relatórios e do
conhecimento produzido, maior controle, e melhor apoio às atividades desenvolvidas pela
Inteligência Policial Militar.
Em muito facilitará o acesso a bancos de dados disponíveis em sistemas voltados a
área de inteligência policial, pois atualmente a necessidade de obtenção de dados disponíveis
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É todo dado que não está no mundo. É necessária uma operação de busca para obtê-lo.
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em fontes fechadas7 ocorre de forma não institucional, o que muitas vezes prejudica ou atrasa
a coleta de informações necessárias, interferindo diretamente no princípio da oportunidade, o
que compromete consideravelmente o êxito da operação, além de gerar risco aos agentes de
campo.
Quanto ao método de pesquisa utilizado para fundamentação deste estudo de caso será
o qualitativo, vez que se pretende proporcionar uma visão e uma compreensão mais
aprofundada de um sistema que já vem sendo utilizado na PMRO, porém apenas no serviço
ostensivo preventivo e repressivo, buscando-sedesta forma, a análise da aplicabilidade na
atividade de inteligência policial.
Será abordada a evolução histórica da atividade de inteligência no mundo, conceitos
de atividade de inteligência, evolução histórica da atividade de inteligência no Brasil e atividade
de inteligência na PMRO, criação e estruturação do SIPOM, em seguida um breve relato da
tecnologia móvel e dos avanços tecnológicos no que diz respeito a capacidade de comunicação
e interação instantânea proporcionada pelos dispositivos móveis e análise do estudo de caso
relacionado ao tema, que será apresentado de forma mais detalhado, bem como os objetivos da
pesquisa serão consignados com seus respectivos resultados.
Por fim, serão apresentadas as considerações finais da pesquisa e os benefícios que a
implantação da proposta poderá gerar na atividade de inteligência desenvolvida pela PMRO na
Capital.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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Aquelas cujos dados são protegidos ou negados
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Inteligência, voltado diretamente à atividade de dar subsídios às ações do Estado, nesse sentido,
Inteligência de Estado ou clássica, que, para JUNIOR, 2008, pode ser entendida como:
Muitos são os relatos históricos que narram sobre a Atividade de Inteligência, dentre
eles encontramos nas escrituras sagradas relatos de batalhas em que foram utilizadas técnicas
para obtenção de informações privilegiadas para, de alguma forma, auxiliar a tropa que estava
em desvantagem:
De Sitim Josué, filho de Num, enviou secretamente dois homens como espias,
dizendo-lhes: Ide reconhecer a terra, particularmente a Jericó. Foram pois, e
entraram na casa duma prostituta, que se chamava Raabe, e pousaram ali. Então
deu-se notícia ao rei de Jericó, dizendo: Eis que esta noite vieram aqui uns homens
dos filhos de Israel, para espiar a terra. (Bíblia Sagrada, Livro de Josué – Capítulo
2).
[...] a partir de 1967, o SNI ganhou tentáculos. Abriu escritórios nos ministérios civis
– as chamadas Divisões de Segurança e Informações (DSI) – e nas autarquias e órgãos
federais – as Assessorias de Segurança e Informações (ASI). Também ganhou
parceiros nas Forças Armadas, com a criação ou reorganização dos serviços secretos
militares – o Centro de Informações do Exército (CIE), o Centro de Informações da
Marinha (Cenimar) e o Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (CISA).
Era a chamada “comunidade de informações”, em que o SNI entrava com a vigilância
e os serviços secretos militares com a repressão e as armas. (Figueiredo, 2006).
Inteligência Nacional, que se deu em 2014 com a publicação da primeira edição da Doutrina
Nacional de Inteligência de Segurança Pública (DNISP), que estabeleceu metodologia própria
para a produção do conhecimento, com suas fases determinadas e delimitadas, trazendo um
conceito da atividade de Inteligência de Segurança Pública (ISP) como ciência:
A Nova realidade mundial está relacionada aos avanços tecnológicos no que diz
respeito à capacidade de comunicação e interação instantânea proporcionada pelos dispositivos
móveis ao redor do mundo, podendo realizar o acesso por meio de celulares, smartphones,
tablets e outros equipamentos compatíveis.
O crescimento desse tipo de tecnologia trouxe avanços imensuráveis para os usuários,
melhorando a capacidade de atuação do setor privado e do setor público. Segundo
ALCANTARA; VIEIRA, 2011, p. 2“A tecnologia móvel surgiu como uma facilidade de acesso
à Internet e informações as quais são rapidamente repassadas, em qualquer hora e lugar, sendo
possível fazer busca por produtos, notícias, serviços, dados de diferentes fontes, direções e até
mesmo localizar pessoas”.
Para KALAKOTA apud HAHN, 2012, “a tecnologia móvel pode ser considerada
como uma forma de portabilidade ilimitada, podendo se conectar com um dispositivo móvel
em qualquer lugar do mundo”. Segundo Saccol (2007) apud Hahn (2017) infere-se que a
utilização do termo mobile está relacionado ao uso de dispositivos de tecnologia de informática
móveis, via conexão sem fio, sendo eles os smartphones ou tablets, que podem conectar-se à
Internet.
Segundo Hahn (2017) esses equipamentos de acesso sem fio, são conhecidos como
computadores de bolso, possuem um sistema operacional, e podem se conectar com
dispositivos fixos e outros da sua mesma classe, podendo ainda executar tarefas e instalar os
mais variados aplicativos. Vale salientar que a cada dia que passa, este tipo de tecnologia tem
evoluído constantemente, trazendo novas funcionalidades.
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O número de tipos de dispositivos móveis cresce a cada dia, mas pode-se citar os mais
populares, como: smartphone; PDA; celular; console portátil; ultrabook; notebook;
netbook e o tablet. Os tablets possuem destaque nessa lista, devido ao fato deste
dispositivo móvel conseguir agregar um grande número de funcionalidades em um
único dispositivo, podendo ser, GPS, TV portátil, console, navegador de internet,
leitor de áudio, vídeo e texto, câmera digital, celular, dentre outras tantas
funcionalidades que o aparelho pode possuir, precisando apenas da instalação de um
novo aplicativo. (HAHN, 2017, p. 20).
Ainda conforme estudo de caso, constata-se que o sistema, além de controle do efetivo,
possibilita a análise de relatórios que facilitam os diagnósticos e prognósticos das ações, ou
seja, uma forma de coleta, de processamento e de geração de informações em tempo real, que
serve tanto para o planejamento estratégico, tático como operacional. Estes relatórios podem
ser acessados pelo gestor, de qualquer ponto remoto, por meio do Sistema Integrado de
Segurança (SISEG – Plataforma Mobile), conforme Giliane Perin/Seção de
Comunicação/4ºBPM-PMRO “O aplicativo PM/RO Mobile permite que o fluxo de informação
ocorra de forma dinâmica, e que a Polícia Militar tenha uma forma de coleta, de processamento
e de geração de informações em tempo real, tanto para o planejamento estratégico, tático e
operacional.”
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É a denominação genérica dada à fração de uma AI que planeja e executa asOperações de ISP.
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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
inteligência.
A metodologia de pesquisa utilizada para fundamentação deste estudo de caso será a
qualitativa, uma vez que pretende proporcionar uma visão e uma compreensão mais
aprofundada de um sistema que já vem sendo utilizado na PMRO, conforme se verifica nas
palavras de Silveira, “a pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica,
mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização,
etc.” (SILVEIRA; CÓRDOVA, 2009, p.31).
Realizou-se pesquisa bibliográfica, que pode ser entendida como aquela que dispõe de
matérias já lançados na literatura, por meio, também, de plataformas online, conforme ensina
Sá-Silva et all (2009) “a principal finalidade da pesquisa é proporcionar aos pesquisadores e
pesquisadoras o contato direto com obras, artigos ou documentos que tratem do tema em
estudo”.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
sistema permitirá acesso por dispositivos móveis previamente cadastrados afim de que todos os
agentes credenciados no SIPOM, ao entrar ou sair de serviço, faça o seu login de acesso, tendo
a sua disposição todas as ferramentas necessárias para o desenvolvimento das suas atividades.
O sistema permitirá o controle e a padronização dos relatórios produzidos em tempo
real que, após analisados por seus respectivos gestores e analistas, possibilitarão resultados que
poderão melhor assessorar o tomador de decisão com mais eficiência no que diz respeito ao
princípio da oportunidade.
A adaptação do sistema ocorrerá de forma sincronizada e controlada com a segurança
necessária para o desenvolvimento das atividades dos elementos de operações.
Para que o sistema funcione na prática, algumas medidas e regras serão devidamente
ajustadas para a atividade de inteligência, como:
a) O software utilizado na plataforma operacional deverá funcionar independente do
sistema do CIOP/CO, com uma Central Regional de Emergência da Inteligência (CRE-
Inteligência), com as áreas de despachos vinculadas às Agências de Inteligência ligadas às
Coordenadorias Regionais de Policiamentos (CRP) e ao Comando de Policiamento
Especializado (CPE), com perfis de acesso somente vinculado ao CRE-Inteligência;
b) O Centro de Inteligência da PMRO coordenará e irá controlar toda e qualquer
alteração no sistema, bem como terá o acesso a todos os níveis de perfil de acesso, conforme
dispõe a Resolução nº 189, de 23/12/2012;
c) As Agências de Inteligências ligadas às CRPs e ao CPE irão assessorar, demandar
e controlar, através do sistema, os Núcleos e Seções de Inteligência sob sua circunscrição;
d) Os Núcleos e Seções deverão obrigatoriamente fazer uso do Sistema e suas
ferramentas com os devidos logins de acesso, para que tenham todas as ferramentas disponíveis
durante o serviço;
e) Os chefes dos Núcleos e Seções de Inteligência atenderão as demandas dos órgãos
aos quais estão hierarquicamente vinculados, e usarão o Sistema para emitir e registrar
cronologicamente as ordens de missões e seus respectivos relatórios. Havendo disponibilidade
e atendendo aos princípios doutrinários, a demanda poderá ser enviada pelo gestor diretamente
ao agente de campo, o qual é vinculado, até o respectivo retorno da informação, através do
próprio Sistema;
f) Os Agentes de Inteligência poderão se comunicar com todo o SIPOM para troca de
informações pelo modo de compartilhamento de dados através do Sistema;
g) Os documentos produzidos no Sistema atenderão os requisitos mínimos conforme
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REFERÊNCIAS
RONDÔNIA. Lei nº. 3.166. Regulamenta o Acesso a Informações previsto nos artigos 5º,
XXXIII e 216, § 2º, da Constituição Federal e na Lei Federal n. 12.527, de 18 de
novembro de 2011. Porto Velho. 2013. 07p
RONDÔNIA. Lei nº. 4.302. Dispõe sobre a Organização Básica e as atribuições dos
Órgãos da Polícia Militar do Estado de Rondônia e dá outras providências, de 25 de
junho de 2018.
BIBLIA. Português. Bíblia sagrada. 36. Ed. Tradução Centro Bíblico Católico. São Paulo:
Paulinas, 1990.
SUN TZU. A arte da guerra: tradução de Sueli Barros Cassal. Porto Alegre: L&PM,
2006.
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SÁ-SILVA, Jackson Ronie; ALMEIDA, Cristovão Domingos de; GUINDANI, Joel Felipe.
Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista brasileira de história &
ciências sociais, v. 1, n. 1, p. 1-15, 2009.
HAHN, Robson. O uso de dispositivos móveis nas atividades policiais da polícia militar de
SC na região dos extremo sul. Universidade Federal de Santa Catarina. 25 de maio de 2017.