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ISBN 978-65-89503-97-2

Programa de Pós-Graduação
em Ciências Sociais Unisinos

Caderno de resumos do VIII Simpósio


Internacional Desigualdades, Direitos e Políticas
Públicas: novos ativismos e protagonistas na
reinvenção da solidariedade social

16 a 18/11/2022
Unisinos - Porto Alegre

Casa Leiria
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS

Reitor
Prof. Dr. Pe. Sergio Eduardo Mariucci, S. J.
Vice-Reitor
Prof. Dr. Artur Eugênio Jacobus
Pró-Reitor Acadêmico e de Relações Internacionais
Prof. Dr. Guilherme Trez
Pró-Reitor de Administração
Prof. Dr. Luiz Felipe Jostmeier Vallandro
Chefe de Gabinete
Prof. MS Carlos Alberto de Oliveira Cruz
Diretora da Unidade de Graduação
Prof.ª Dr.ª Paula Dal Bó Campagnolo
Diretora da Unidade de Pesquisa e Pós-Graduação
Prof.ª Dr.ª Maura Corcini Lopes
Diretor da Unidade de Operações e Serviços
Prof. Dr. Cristiano Richter
Diretora da Unidade de Finanças e Gestão de Pessoas
MS Silvana Cristina da Silva Model
Diretor da Unidade de Inovação e Tecnologia
Prof. Dr. Silvio Bitencourt da Silva
Adriane Vieira Ferrarini
Carlos Eduardo Santos Pinho
Cristian Jobi Salaini
Juliane Santana Bento
(Organizadores)

CADERNO DE RESUMOS DO
VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL
DESIGUALDADES, DIREITOS
E POLÍTICAS PÚBLICAS:
NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA
SOLIDARIEDADE SOCIAL

CASA LEIRIA
São Leopoldo-RS
2022
VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E
POLÍTICAS PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS
NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL

Edição: Casa Leiria.


Os textos e as imagens são de responsabilidade de seus autores.

Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida


desde que citada a fonte.

Ficha catalográfica

Simpósio Internacional desigualdades, direitos e políticas


públicas (8: 2022: Porto Alegre, RS)
Caderno de resumos do VIII Simpósio Internacional
desigualdades, direitos e políticas públicas: novos ativismos
e protagonistas na reinvenção da solidariedade social
[recurso eletrônico]./ Organização Adriane Vieira Ferrarini...
[et. al.]; Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais;
Universidade de Vale do Rio dos Sinos. – São Leopoldo, Casa
Leiria, 2022.

Disponível em:<http://www.guaritadigital.com.br/casaleiria/
acervo/cienciassociais/viiisiddpp/index.html>

Evento realizado na UNISINOS, em Porto Alegre, RS, de


16 a 18 de novembro de 2022.

ISBN 978-65-89503-97-2

1. Ciências Sociais – Direitos humanos – Eventos. 2.


Direitos humanos – Políticas públicas. 3. Direitos
humanos – Desigualdades sociais. 4. Direitos humanos
– Sociedade contemporânea. I. Ferrarini, Adriane Vieira
(Org.). IV. Programa de Pós-graduação em Ciências
Sociais. V. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. VI.
Título.

CDU 3:342.7

Catalogação na Publicação
Bibliotecária: Carla Inês Costa dos Santos – CRB 10/973
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Promoção
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais

Coordenação
Adriane Vieira Ferrarini
Carlos Eduardo Santos Pinho
Cristian Jobi Salaini
Juliane Santana Bento

Apoio
Carina Monteiro Dias
César Miguel Salinas Ramos
Damaris Bertuzzi
Gabriel Chaves Amorim

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Comissão Organizadora
Adriane Vieira Ferrarini
Professora do PPG em Ciências Sociais da Unisinos
Carlos Eduardo Santos Pinho
Professor do PPG em Ciências Sociais da Unisinos
Cristian Jobi Salaini
Bolsista pós doc PNPD do PPG em Ciências Sociais da Unisinos
Juliane Santana Bento
Professora do PPG em Ciências Sociais da Unisinos
Laura Cecilia López
Professora dos PPGs em Ciências Sociais e
em Saúde Coletiva da Unisinos
Luiz Inácio Germany Gaiger
Professor Colaborador do PPG em Ciências Sociais da Unisinos
Marília Veríssimo Veronese
Professora do PPG em Ciências Sociais da Unisinos
Miriam Steffen Vieira
Professora do PPG em Ciências Sociais da Unisinos
Monika Weronika Dowbor
Professora do PPG em Ciências Sociais da Unisinos
Omar Alonso Urán Arenas
Professor do PPG em Ciências Humanas e Sociais
da Universidade de Antioquia
Valeria Giannella
Professora do PPG Estado e Sociedade da
Universidade Federal do Sul da Bahia
Rodolfo Leme Ruscheinsky
Design do site do Simpósio

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Apresentação
Adriane Vieira Ferrarini
É uma honra ao Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
(PPGCS) da Unisinos realizar o VIII Simpósio Internacional Desigualdades,
Direitos e Políticas Públicas, com o subtema Novos ativismos e protagonistas
na reinvenção da solidariedade social. Desde a primeira edição do Simpósio,
em 2007, suas edições bianuais vêm propiciando interlocuções, de forma
a constituir um campo de referência na Área de Concentração do PPGCS
- Políticas e Práticas Sociais.
As principais contribuições elaboradas e expostas nesses Simpósios
colocaram em debate as evoluções e as lutas de enfrentamento das desi-
gualdades na sociedade nacional e global. O campo das ciências sociais tem
sido precursor de consistentes diagnósticos acerca da persistência sistêmi-
ca demonstrada pelo modelo de reprodução das desigualdades, catalisadas
pela autonomização da esfera econômica e reprodutoras da fragilização de
vínculos sociais, insegurança e anomia. Na atualidade, a dramaticidade e
urgência dos problemas sociais e ambientais que assolam o planeta, agra-
vados pela pandemia de Covid-19, despertam o interesse de várias áreas do
conhecimento, assim como são objetos de intervenção dos diversos setores.
Os complexos desafios à reprodução de vida, assim como as trans-
formações socioculturais de um mundo cada vez mais conectado pelas tec-
nologias, criaram o terreno fértil para a emergência de novas formas de
ativismos e de protagonistas que buscam resgatar ou reinventar formas
de sociabilidade solidárias, justas e democráticas. Os novos ativismos nas-
cem em torno de múltiplas causas, indo desde o tradicional e necessário
combate à pobreza até novas ou renovadas pautas feministas, de direitos
humanos e econômicos, étnico-raciais, culturais e ambientais. Temas como
multiculturalidade, espiritualidade, veganismo, diversidade sexual, inova-
ção social, dentre tantos outros, expressam a riqueza de dimensões que
hoje compõem o desejo por emancipação e solidariedade social. Formas
mais tradicionais de movimentos e organizações sociais não se encontram
apartadas, constituindo um mosaico de iniciativas que se integram e se
reinventam no cambiante e incerto mundo pós-pandêmico.
Novos protagonistas também entram em cena: vozes por sécu-
los silenciadas, saberes e práticas deslegitimados sob o manto colonial que
nega a diversidade através de sistemas classificatórios e discriminatórios
artificialmente criados. Resgatar, aprender, trocar e construir juntos a par-
tir de processos de fortalecimento da solidariedade social e da sustentabi-

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

lidade é um dos caminhos mais relevantes e urgentes para a humanização


e reprodução da vida.
Análises sobre os processos de reprodução de desigualdade e prá-
ticas inspiradoras de sua superação serão encontradas nos trabalhos que
compõem esta publicação, sendo possível acessar os autores através dos
contatos disponibilizado neste material a fim de fortalecer laços e redes
para uma sociedade mais solidária e sustentável. Desejamos uma ótima
leitura e estimulamos a construção de novas conexões.
Antes de nos despedirmos, não podemos deixar de registrar não
se tratar apenas da oitava edição do nosso Simpósio, mas da sua última
edição. É inevitável expressar o sentimento presente na comunidade aca-
dêmica do PPGCS da Unisinos. A notícia de descontinuidade do nosso
Programa chegou quando a preparação do Simpósio estava em curso, le-
gando-nos a tarefa de realizar, com a dedicação e competência de sempre,
mas com o coração apertado, esta última contribuição coletiva para a co-
munidade acadêmica e a sociedade. Seguiremos vivos através da formação
que oportunizamos a cada estudante que passou por nós, das amizades que
ficaram, da produção de conhecimentos, práticas e parcerias em prol da
solidariedade social, elemento essencial para o mundo se tornar um lugar
possível e bonito de se viver.

Adriane Vieira Ferrarini


Coordenadora Geral do VIII Simpósio Internacional
Desigualdades, Direitos e Políticas Públicas

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Programação

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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GT 1 - A ação coletiva na década de 2010:


Inovações locais e ressonância planetária
Na última década, a acumulação capitalista se depreendeu de-
cisivamente das nações e dos trabalhadores, tornando-se antissocial por
excelência. Ela evolui por deslocamentos apátridas, combinando regimes
de trabalho e transferindo a riqueza produzida para circuitos rentistas e
especulativos. Diante disto e de uma situação de crises recorrentes que
imobilizam o Estado perante situações cruas de opressão, exploração, vul-
nerabilidade e desassistência, como têm reagido os cidadãos? Quais for-
mas de ativismo e de mobilização social caracterizam nossa época, após as
movimentações altermundialistas, os levantes registrados em vários países
na virada dos anos 2010 e as grandes manifestações de rua? Vivemos um
período de refluxo ou de inovações nas pautas e nos modelos de ação?
Quais os efeitos para seus protagonistas e as realidades sociais circundan-
tes? Que impacto produzem sobre o aparente declínio da agenda neoliberal
e a abertura de novos canais de ação política? Essas e outras questões serão
bem-vindas nesse GT.
Coordenadores:
Luiz Inácio Gaiger (Unisinos)
Ana Margarida Esteves (Instituto Universitário de Lisboa)
Quinta-feira, 17/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min) - Sala TEDU 315 - Link para a sala virtual
Organizaciones no tradicionales en los activismos de la revuelta y
post revuelta social de Chile 2019-2020
Karla Henríquez Ojeda - karla.henriquez@gmail.com
Coletivo POA Inquieta: pensar diferente, fazer junto
César Fernando da Silva Paz - cesar.paz.dex@gmail.com
Adriane Vieira Ferrarini - adrianevf@unisinos.br
Cláudio Kury Freitas - claudiokfreitas@gmail.com
Singularidades dos novos coletivos de ação
Luiz Inácio Gaiger - gaiger@unisinos.br

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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Ocupar é preciso: estudo de caso das ocupações do MNPR na sua luta


pela justiça social
Larissa Scherer Severo - larissa.severo25@gmail.com
Monika Weronika Dowbor - monikads@unisinos.br

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT 2 - Ações Afirmativas e Descolonização


na Produção de Conhecimento
A presente proposta emerge da agenda de pesquisas fomenta-
da pelo ingresso na pós-graduação de estudantes cotistas, negras/es/os,
LGBT+, indígenas, dentre outros sujeitos protagonistas de novos olhares
na academia. Pretendemos abarcar reflexões sobre como a implementação
de ações afirmativas promoveu discussões sobre equidade, justiça e repa-
ração, assim como gerou possibilidades de novas formas e novas miradas
na produção de conhecimento. Interessam-nos também discussões sobre
práticas extensionistas e pesquisas colaborativas entre universidades e co-
munidades, atendendo demandas de diversos atores sociais, muitas vezes
invisibilizados no contexto acadêmico. Assim, é preciso considerar como as
experiências políticas da diversidade étnico-racial, sexual, de gênero, das/
es/os pesquisadoras/es provocam efeitos nas discussões das diferentes áreas
de conhecimento. É com esse olhar que buscamos contribuir na análise das
múltiplas experiências afirmativas e o que elas refletem na descolonização
de saberes. Nesse caminho aberto, esperamos lançar novos olhares e desa-
fiar antigas miradas e debates.

Coordenadoras:
Laura Lopez (Unisinos)
Vera Rodrigues (Unilab)
Emanuelly Vitoria da Silva Almeida (Unisinos)
Quinta-feira, 17/11/2022

Sessão 1 (9h - 12h10min): Potências e desafios das ações afirmativas -


Sala TEDU 301- Link para a sala virtual
Uma década de cotas raciais no Brasil: o contexto da Universidade
Federal de Sergipe e o cenário nacional
Raquel de Oliveira Mendes - raqueloliveira.as@academico.ufs.br
Eduardo Henrique Moraes Santos - ehm.santos@unifesp.br
Alan Farley Prates Oliveira - alanfarleyp@gmail.com
Ações Afirmativas em uma Universidade Pública: Relato da
Experiência do Serviço Social
Luciana Marin - luciannamarin@yahoo.com.br

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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Ações afirmativas na pós-graduação para além do ingresso: um relato


de experiência
Rose Ferreira - rosemariferreira344@gmail.com
Juventudes negras e ações afirmativas: linkando direitos sociais
através das Ciências Humanas e do desenvolvimento de Sistema Web
Cicero Santiago de Oliveira - cicero.santiago@ifsc.edu.br
Alessandra Santos Nascimento - anascimento@uniara.edu.br
Alexandre Augusto Alberto Moreira de Abreu - alexandre.abreu@ifsc.
edu.br
Yves-Garnard Irilan - yves.irilan@ifsc.edu.br
Bruno Perdona - bruno.p26@aluno.ifsc.edu.br
Ações Afirmativas e o GEAB da UFCSPA: conquistas, desafios e
tensões na formação em saúde
Tanise Baptista de Medeiros - tanise.medeiros@gmail.com
Dinaê Espíndola Martins - dinaemartins@gmail.com
Aline Aver Vanin - alinevanin@ufcspa.edu.br
Ações afirmativas no ensino superior
Damaris Bertuzzi - profedamis@gmail.com
Sexta-feira, 18/11/2022

Sessão 1 (9h - 12h10min): Histórias, epistemologias e instituições em


disputa - Sala TEDU 301- Link para a sala virtual
Marcas do racismo e da colonialidade na Universidade: reflexões
sobre práticas de apaziguamento e silenciamento raciais da
branquitude na Pós-Graduação
Dinaê Espíndola Martins - dinaemartins@gmail.com
Roberta da Silva Gomes - robertadasg@gmail.com
Ensaio sobre as epistemologias e moralidades dos/as
desembargadores/as do TRF4 nas decisões sobre comissões de
heteroidentificação
Mara Beatriz Nunes Gomes - mbng.adv@gmail.com
Marcus Vinicius Spolle - sociomarcus@gmail.com

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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A história da população negra na cidade de Laguna: perspectivas de


alunos/as e professoras
Amanda dos Santos Vieira - amanda.s.vieira@hotmail.com
Alex Sander da Silva - alexsanders@hotmail,com
Reflexões sobre educação e identidade quilombola na comunidade
quilombola de Baixa Grande
Carlene Santana dos Santos - carlenesantos@aluno.ufrb.edu.br
Para outra epistemologia: novos atores, novos saberes
Vagner Rodrigues - vagner85garcia@gmail.com

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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GT 3 - Alternativas colaborativas ao trabalho de plataforma


Busca-se debater formas de organização coletiva mais democráti-
cas e justas para os trabalhadores da economia de plataforma. Sendo as pla-
taformas de trabalho uma realidade em ascensão, incorporar a tecnologia
parece ser inevitável em se tratando dos rumos das iniciativas de geração
de renda em caráter colaborativo. Diversas propostas vêm se apresentando
enquanto alternativa - como o cooperativismo de plataforma, a economia
solidária digital, o socialismo de plataforma, entre outros. Essas iniciativas
têm sido uma forma de resistência à precarização do trabalho e têm pos-
sibilitado imaginar outros futuros. Este espaço provoca a desnaturalização
de que o trabalho digital necessariamente precisa aprofundar a exploração,
buscando construir novas apropriações da tecnologia que privilegiem o
trabalho decente. Acolhendo essas e outras temáticas que se relacionem à
noção de democracia digital, busca-se explorar as dinâmicas de interação
entre consumidores, empresas e trabalhadores pautando as inovações das
plataformas enquanto veículo de cidadania e não de exploração.

Coordenadores:
Marília Veríssimo Veronese (Unisinos)
Julice Salvagni (UFRGS)
Victor Barcellos (UFRJ)
Sexta-feira, 18/11/2022:

Sessão 1 (9h - 10h30min) - Sala TEDU 311- Link para a sala virtual
Cooperativismo de Plataforma: uma revisão integrativa
Rodrigo Schmidt - rodrigorosolenschmidt@hotmail.com
Sueli Maria Cabral - suelicabral@feevale.br
Desafios e perspectivas do cooperativismo na economia de
plataformas
Julice Salvagni - julicesalvagni@gmail.com
Victória Mendonça da Silva - vickymendoncass@gmail.com
A plataformização do trabalho e as outras economias
Marília Veríssimo Veronese - mariliav@unisinos.br

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Economia de compartilhamento e uberização das relações


trabalhistas: a posição do TST sobre o vínculo empregatício entre
motoristas e a uber (2014-2021)
Bárbara Martins Lopes - bmlopes@live.com

Sessão 2 (10h40min - 12h10min) - Sala TEDU 311- Link para a sala


virtual
Dados, corpo digital e territórios de disputa: perspectivas para as
práticas cooperativas e autogestionárias
Tomás Susemihl - tsusemihl@edu.unisinos.br
Sexo em plataforma: viabilidade do campo cooperativista para uma
plataforma de trabalhadores sexuais
Gianluca Augusto Oliveira-Soares - gianluca.augusto@ufrgs.br
Adolfo Pizzinato - adolfopizzinato@hotmail.com
O envolvimento com o colaborativo e alternativas democráticas:
experiências a partir do Rio de Janeiro e de Nova Iorque
Adilson de Souza Almeida - adilsonalmeida80@gmail.com
Mundo do Trabalho, Legislação e o Papel das Micro e Pequenas
Empresas no Contexto do Atual Cenário Econômico Brasileiro
Thaynara Conrado Cerutti - thaynaraconrad@hotmail.com
Fabricio Antonio Deffacci - fabricio.deffacci@gamil.com

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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GT 4 - Colonialismo e Sul Global: reflexões atuais


A disseminação do coronavírus, em grande medida, só veio (e vem)
a demonstrar a face crua e nefasta de políticas ne(cr)oliberais que têm sido
implementadas histórica e sistematicamente - tanto no Norte quanto no
Sul global - sendo este último estruturalmente atingido por um grau muito
mais elevado de violência e apropriação. No capitalismo/colonialismo, os
corpos e as vidas são transformados em mercadorias/objetos/moeda e nú-
meros quantificáveis/exploráveis/extermináveis, em prol da acumulação e do
lucro incessante do capital. Em meio à pandemia, se desvela a necropolítica
implementada pelo sistema, tão inerente quanto funcional à hegemonia vi-
gente. Se de uma parte movimentos sociais e setores da sociedade civil (e até
do próprio Estado) apresentam denúncias e cobram maior aporte de investi-
mentos públicos para a garantia mínima de direitos fundamentais; de outra,
ganham projeção inúmeras articulações e iniciativas nas linhas da autogestão
e do questionamento das relações políticas, econômicas e culturais de depen-
dência. Se apresenta nesse espaço em construção, portanto, uma janela de
oportunidade para reflexão e práticas distintas, aberta a críticas transversais
e interseccionais (classe, raça e gênero/orientação sexual) e imaginações de
“outros mundos possíveis”, na qual a prioridade não resida na urgência e
necessidade do “resgate da economia”, mas na reprodução da vida.
Coordenadores:
Maurício Hiroaki Hashizume (UnirG)
Aline Mendonça dos Santos (UCPel)
Élida de Oliveira Lauris dos Santos (CES Portugal)
Vico Dênis Sousa de Melo (UFPE)
Quinta-feira, 17/11/2022:
Sessão 1 (9h - 10h30min): Necropolítica, Estado e racismo - Sala
TEDU 303 - Link para a sala virtual
Quem são os sujeitos de direito diante do necropoder?
Raul Teixeira de Mello Filho - raul.filho@sou.ucpel.edu.br
Como a morte de faz no corpo negro encarcerado: a pandemia e o
novo instrumento de morte
Rebeca de Souza Vieira
Cecilia Almeida Rios

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Salvador: de capital do Brasil à capital da desigualdade


Almerinda Andrea Pontes Silva Gomes - almerindagomes@yahoo.
com.br
Justiça indígena e criminologia do Sul no Brasil
Tainá Viana - vianathay@hotmail.com
A ausência de cultura racial brasileira e a autodeclaração em tempos
de descolonização
Gabriela de Oliveira Jardim - g.jardim002@edu.pucrs.br
Sessão 2 (10h40min - 12h10min): Colonialidade e descolonial:
representações e redes - Sala TEDU 303 - Link para a sala virtual
Discurso de ódio como um dos obstáculos para a eleição da
população LGBT no Brasil
Ana Karolina Matias Emydio - anakarolinaemydio@unesc.net
Cristiane Westrup - cristiane.wp79@gmail.com
Fernanda da Silva Lima - fernandalima@unesc.net
Educação sensível em Direitos Humanos como ferramenta decolonial
Thereza de Jesus Santos Junqueira - therezajunqueira@yahoo.com.br
O uso de mídias sociais como estratégia de formação política e crítica
da FUCVAM
Renan Costa Valle Scarano - renancostavalle@gmail.com
Colonialidade tropical e colonialismo digital: como agenciar
imaginários sociotécnicos de resistência?
Camila Pereira Alves - psicamilalves@gmail.com
Vanessa Soares Maurente - vanessamaurente@gmail.com
Sexta-feira, 18/11/2022:
Sessão 1 (9h - 10h30min): Sistema-mundo colonial - Sala TEDU 303
- Link para a sala virtual
As migrações na pandemia de Covid-19 sob uma perspectiva
decolonial
Eduardo de Oliveira Soares Real - eduardoosreal@gmail.com
Vera Maria Ribeiro Nogueira - veramrn@gmail.com

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Migrantes y expatriados: ¿doble moral o herencia del colonialismo?


Elisa de Carvalho - elisacristina.decarvalho@uniroma1.it
Saúde planetária e descolonização: uma revisão sistemática
Bárbara Tauffner de Souza - barbara.tauffner@ufrgs.br
Marina Dadico Amâncio de Souza - 00339821@ufrgs.br
Classificação social de gênero no mercado de trabalho na perspectiva
interseccional: análise integrativa e metafórica da produção nacional
e latino-americana
Lízia Barbosa Rocha - liziarocha@gmail.com
Raimundo Nonato Leal - raimundoleal@gmail.com
Samylla de Moura Feitosa - samyllamoura@hotmail.com
Fabiana Pinto de Almeida Bizarria - fabiana.almeida@ufpi.edu.br
A discursivização a respeito da homossexualidade nos/pelos discursos
do Papa Francisco
Daniel Santos Oliveira - oliveira.dan@outlook.com

Sessão 2 (10h40min - 12h10min): Economia solidária e Bem Viver -


Sala TEDU 303 - Link para a sala virtual
Economia solidária para outro modelo de desenvolvimento:
feminista, antirracista e anti-LGBTfóbico
Gabriela de Lima Ribeiro - gabriela.ribeiro@sou.ucpel.edu.br
Aline Mendonça dos Santos - aline.santos@ucpel.edu.br
O Bem Viver como constructo de humanização: aproximações
dialógicas entre Ailton Krenak e Paulo Freire
Rosangela Aparecida Marquezi - marquezi@utfpr.edu.br
Franciele Clara Peloso - clara@utfpr.edu.br
As outras economias e a reprodução da vida: uma análise a partir das
epistemologias do Sul
Aline Mendonça dos Santos - aline.santos@ucpel.edu.br
Crise ambiental global sob a perspectiva da teoria da dependência
Amanda Barbosa Rêgo
Emiliano Lobo de Godoi

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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GT 5 - Crise da Democracia, Relações


Federativas e Políticas Públicas
Em consonância com o que vem ocorrendo no mundo, median-
te a ascensão de lideranças autocráticas, a democracia brasileira passa por
uma crise sem precedentes, com profundos impactos sobre as relações
intergovernamentais e federativas, bem como na formação da agenda de
políticas públicas. Além de questionamentos às instituições democráticas,
o caso brasileiro recente é paradigmático, pois promove testes sistemáti-
cos sobre alguns princípios constitucionais consagrados na Carta de 1988,
como a eficiência da descentralização, os checksand balances, os mecanis-
mos de cooperação federativa e de estímulo ao controle e à participação
social. O crescente subfinaciamento (da área social) remete ao processo de
redemocratização, à resiliência da estrutura tributária brasileira, regressiva,
e a adesão subalterna do Brasil ao Consenso de Washington na década de
1990. Recentemente as políticas sociais sofrem com o regime de austeri-
dade alicerçado no desfinanciamento, que foi agravado com a Emenda
Constitucional 95/2016. A presente proposta de GT tem como objetivo
acolher reflexões que escrutinem essas dimensões, a partir de estudos de
caso ou abordando comparativamente países ou estados e municípios do
Brasil, dentre outros.

Coordenadores:
Carlos Eduardo Santos Pinho (Unisinos)
Luciléia Colombo (UFAL)
Marco Aurélio Zborowski Fernandes (UFRGS)
Quinta-feira, 17/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min): Políticas públicas e sociais em um


federalismo assimétrico - Sala TEDU 310 - Link para a sala virtual
O novo Fundeb e a autonomia do gestor para definir investimento em
educação
Cinara Gomes de Araújo Lobo - cinaralobo@uol.com.br
Leomir Ferreira de Araújo - leomir.araujo@fnde.gov.br

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Conselhos municipais de saúde em contexto de crise pandêmica no


Espírito Santo: transparência, participação, processo deliberativo e
bem comum
André Abreu de Almeida - andre.a.almeida@ufes.br
Paolo de Souza Silva - paolodesouza@gmail.com
Felipe Maia Lyrio - felipe.lyrio@ifes.edu.br
Jhonatham Cavalcante da Costa - mestrejhonatham@gmail.com
Capital Imperialismo e Questão Social: Involução e perda de Direitos
no Brasil
João Carlos Mendonça Didier Silva Peixe - joaopeixedidier@gmail.
com
Gabriel Lírio Didier Peixe - liriogabriel1997@gmail.com
Requisição administrativa e Covid-19: uma análise da ADI 3454
acerca da requisição de bens de uma unidade federativa por outra
Maria Laura Maciel Fernandez - maria-laura-95@hotmail.com
Martina Bravo Leite - martinabravoleite@gmail.com

Sessão 2 (10h40min - 12h10min): Políticas públicas e a interface com


a crise democrática internacional - Sala TEDU 310 - Link para a sala
virtual
Crise da democracia, justiça social e o novo Plano Nacional de
Educação: algumas aproximações
Gwerson Gley dos Santos - gwerson.65@gmail.com
Maria Luiza Rodrigues - malurflores@gmail.com
A crise da hegemonia do neoliberalismo progressista e a ascensão de
governos autoritários nos EUA e no Brasil
Saulo Oliveira do Nascimento - saulo.dir@gmail.com
Ondas e limiares da democracia à luz do fim da história - uma análise
comparada
Dorian Luiz Borges Moreira Filho - filhodorian@edu.unisinos.br

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Como a democracia brasileira foi parar na Unidade de Terapia


Intensiva?
Lorenzo Borges de Pietro - lorenzo.pietrob@gmail.com
Nicoli Francieli Gross - grossnicoli99@gmail.com
Sexta-feira, 18/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min): Políticas públicas e justiça social - Sala


TEDU 310 - Link para a sala virtual
Políticas públicas como mecanismo de integração social: o caso de
refugiados venezuelanos em João Pessoa, de 2018 a 2022
Laleska Rocha de Abrantes Carcará - laleskarocha@live.com
Neoliberalismo, necropolítica e violência estatal no Rio de Janeiro
Luiz Sérgio Cordeiro da Rocha - luizscrocha@gmail.com
Justiça reprodutiva e democracia: conservadorismo e políticas
públicas para mulheres
Maria Adriana Farias Rodrigues - adrianna_rodrigues391maia@
hotmail.com

Sessão 2 (10h40min - 12h10min): Políticas públicas de educação e


esporte - Sala TEDU 310 - Link para a sala virtual
O Discurso Ideológico na Educação e na Pesquisa: um impacto na
ampliação das desigualdades nos anos de 2019 a 2022
Pedro Paulo Baruffi - Baruffipedro@gmail.com
Attila Augusto Santos - attila.asantos@gmail.com
Os reflexos do projeto neoliberal na política de educação no Rio
Grande do Sul: o estudo das três últimas gestões governamentais a
partir de 2010
Margarete Hirdes Antunes - npte.margarete@gmail.com
As ações coletivas e interações na conformação da fase de
implementação do esporte em universidades públicas do estado de
Mato Grosso
Erasmo Braz dos Santos - erasbraz@gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT 6 - Da precariedade à emancipação: experiências


de ação coletiva para além, apesar e com o Estado
No contexto mundial da disseminação de dinâmicas políticas,
sociais e econômicas que resultam na vulnerabilização, segregação e pre-
carização de amplos setores da população, em como na degradação da na-
tureza, como são engendrados os processos do comum, da convivialidade,
de emancipação, de autonomia? Este grupo de trabalho se abre para asre-
flexões que olham de maneira empírica e teórica para as experiências de
ação coletiva que rechaçam os mecanismos de reprodução de desigualdades
materiais e simbólicas eque buscam construir alternativas em seus fazeres
cotidianos. Incluímos nesse conjunto as pesquisas sobre as práticas para
além do Estado nas quais os grupos, a partir de ações autônomas, criam
novos modos de vida; como também aquelas vivências nas quais as pessoas
precarizadas lutam pelos seus direitos por meio das instituições do Estado,
em qualquer espaço, desde o nível nacional até as experiências desenvolvi-
das no âmbito local, nos espaços de provisão de serviços públicos.
Coordenadores:
Monika Weronika Dowbor (Unisinos)
Gustavo Oliveira (UNAM)
Adriane Vieira Ferrarini (Unisinos)
Quinta-feira, 17/11/2022

Sessão 1- Sala A (9h - 10h30min): Ação coletiva, Estado e políticas


públicas - Sala TEDU 403 A - Link para a sala virtual
A participação dos catadores na política de gestão dos resíduos
sólidos urbanos em Porto Alegre: avanços e limites
Simone Poças Pinheiro - simoneppinheiro14@gmail.com
A Intervenção Institucional na desordem urbana e a repercussão no
âmbito criminal
Reginaldo da Rocha Santos Sales - regidt15@gmail.com
Ativação de capacidades estatais no caso da experiência quilombola
do Sapê do Norte
Paolo de Souza Silva - paolodesouza@gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Ações culturais e políticas em São Gonçalo: as experiências dos


coletivos culturais Ocupasound e Roda Cultural do Alcântara
Lídia Nascimento Fateicha de Oliveira - lidiaoliveira@id.uff.br

Sessão 1 - Sala B (9h - 10h30min): Ação coletiva, eventos de protesto


e organização política - Sala TEDU 404 B - Link para a sala virtual
Motoristas de aplicativo em luta: notas de pesquisa sobre as ações
coletivas da categoria no Rio Grande do Sul
Leonardo Rodrigues Limeira - leo.limeira@ymail.com
Carol Blume Corssac - carolcorssac@gmail.com
Brunno Mattos da Silva - brunnomattos37@hotmail.com
Organização política de entregadores por aplicativo: notas de
pesquisa sobre a América do Sul
Leonardo Rodrigues Limeira - leo.limeira@ymail.com
Organização política da economia solidária no Brasil: uma leitura a
partir da VI Plenária Territorial, da VI Plenária Gaúcha e da primeira
fase da Plenária Nacional
Aline Mendonça dos Santos - aline.santos@ucpel.edu.br
Felipe de Carvalho Pedroso - felipe.pedroso@sou.ucpel.edu.br
Soberania e segurança alimentar, economia solidária e agroecologia
no projeto político do MSTTR
José Domingos Cantanhede Silva - josesilva@professor.uema.br

Sessão 2 - sala A (10h40min - 12h10min): Ação coletiva, Estado e


políticas públicas - Sala TEDU 403 A - Link para a sala virtual
Da loucura como experiência de desrespeito à luta por
reconhecimento: limites e desafios da Luta Antimanicomial no
contexto das políticas públicas de saúde mental
Fabiane Helene Valmore - fh.valmore@gmail.com
Marta Simões Peres - martasimoesperes@ccmn.ufrj.br
Políticas públicas e povo da rua no Brasil: censo demográfico e
pedagogia da luta, uma atriz em ação-reflexão-ação
Urânia Flores da Cruz Freitas - uraniaflores@gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

“Aldeia Zumbi dos Palmares”: prática espacial de retomada do


território por pessoas em situação de rua em Porto Alegre, Brasil
Veridiana Farias Machado - veri.zea@gmail.com
Thais do Amaral Marques - cp.thaismarques@gmail.com
Função da participação ativa como contraponto à intermediação
política e como corolária da representação democrática
Cristiane Osório dos Santos - cristianeosorio30@gmail.com
Jairo de Carvalho Guimarães - jairoguimarães@ufpi.edu.br

Sessão 2 - sala B (10h40min - 12h10min): Ação coletiva, eventos de


protesto e organização política - Sala TEDU 404 B - Link para a sala
virtual
Classe médica e cooperativismo: um meio de organização para
envidar ações coletivas
Bruno Gomes - bruno.moreno22@gmail.com
Bruno Assumpção
O Coletivo POA Inquieta e a política do cotidiano
Cláudio Kury Freitas - claudiokfreitas@gmail.com
Adriane Vieira Ferrarini - adrianeferrarini@gmail.com
César Fernando da Silva Paz - cesar.paz.dex@gmail.com
Os caminhos das autonomias diante das tempestades do Estado-
capital: a ideia de Autogoverno popular-comunitário como
institucionalidade não-estatal
Gustavo Oliveira - comanchi@hotmail.com
Violencia, subalternidad y subjetividades políticas en Colombia: el
Paro Nacional de 2021
Nicole Eileen Tinjacá Espinosa - netinjacae@unal.edu.co

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Sexta-feira, 18/11/2022

Sessão 1 - Sala A (9h - 10h30min): Ação coletiva, ocupações e defesa


do território - Sala TEDU 403 A - Link para a sala virtual
Uma análise criminológica no Quilombo Urbano no município de
São Luís do Maranhão
Marcio dos Santos Rabelo - adv.marciorabelo@gmail.com
Cláudio Alberto Gabriel Guimarães - calguimaraes@yahoo.com.br
Movimento de ocupações secundaristas e a Reforma do Ensino
Médio: o impacto na vida das e dos sujeitos
Amanda Franciele Garcia - aamandafgarcia@gmail.com
Escola Implicada: intervenção com adolescentes no Núcleo de Apoio
à Saúde da Família
Rosymile Andrade de Moura - rosy.mile.andrade@gmail.com
Matheus Alves da Rocha - matheus.alves.rocha@hotmail.com

Sessão 1 - Sala B (9h - 10h30min): ação coletiva, economia, trabalho


e mercado - Sala TEDU 404 B - Link para a sala virtual
Não basta ocupar o Estado, também é preciso ocupar o Mercado:
uma revisão bibliográfica sobre movimentos sociais desafiando o
mercado
Adriana Cattai Pismel - adrianacpismel@gmail.com
A mulher empresária e os núcleos femininos: espaços coletivos de
lutas por reconhecimento social
Estelamaris de Barros Dihl - estelamaris.dihl@unilasalle.edu.br
Tamara Cecilia Karawejczyk Telles
Entre la solidaridad y el Capital: apuntes sobre los niveles de
subsunción de las experiencias de economía popular
Eduardo Enrique Aguilar - eduardo.aguilarh@udem.edu
O Acessuas Trabalho e seu papel social
Maria da Glória Tassinari Yacoub - gloriayacoub@gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Sessão 2 - Sala A (10h40min - 12h10min): Ação coletiva e arte-


cultura - Sala TEDU 403 A - Link para a sala virtual
Conhecendo as ocupações culturais-políticas por meio da análise de
eventos de protesto: o caso de Porto Alegre de 2011-2019
Ivone dos Passos Maio - zimaio@gmail.com
Paratodos UFRJ e Trupe DiVersos: arte e extensão universitária
Marta Simões Peres - martasimoesperes@ccmn.ufrj.br
Fabiane Helene Valmore - fh.valmore@gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT 7 - Desigualdade e solidariedade territorial no


contexto de expansão urbana e redução da ruralidade
Procuramos refletir sobre os novos problemas de segregação e in-
justiça socioespacial que a dinâmica atual não regulamentada da expan-
são urbana e a fragmentação do espaço rural via mercado de terras está
causando na América Latina, destacando a privatização e destruição de
bens comuns (florestas, rios, estradas, paisagem rural, etc.), além da de-
sintegração da solidariedade e tecidos comunitários que são substituídos
por formas individualistas e exclusivamente mercantis de relacionamento
social, sendo algumas de suas consequências o crescimento denso e em-
pobrecido da periferia urbana, a suburbanização do campo e a pressão
de atividades agrícolas para florestas e reservas naturais.A partir da análise
de casos e reunindo pesquisadores, profissionais e ativistas, procuramos
observar novas formas de resistência cidadã, organização governamental
e interação Cidadania-Estado que permitam a governança democrática e
solidária dessas transformações urbanas-rurais, tentando efetivar o direito
a bens comuns territoriais.
Coordenadores:
Omar Alonso Urán Arenas (Universidade de Antioquia)
Angela Stienen (Universidad Pedagogica de Berna)
Luis Fernando Orozco Arroyave (Universidade de Antioquia)
Eryka Torrejón Cardon(Universidade de Antioquia)
Quinta-feira, 17/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min): Representações sociais, ruralidades e novas


desigualdades - Sala TEDU 511 - Link para a sala virtual
Migración por estilo de vida y laconfluencia de
multiterritorialidadesrurales y urbanas enel Oriente Antioqueño
Katy Luz Millán-Otero - katy.millanot@amigo.edu.co
Ruralidades entransformación: una propuesta de análisis cultural y
espacial por medio de laeducación pública enel norte y elsurglobales.
Angela Stienen - angela.stienen@phbern.ch

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Territórios rurais e representações sociais: a pandemia a partir dos


trabalhadores rurais no sul do Rio Grande do Sul
Alana Hüttner Wolter - alanahuttnerwolter@gmail.com

Sessão 2 (10h40min - 12h10min): Práticas agroecológicas e vocações


territoriais - Sala TEDU 511 - Link para a sala virtual
Agroecologia para o desenvolvimento regional no Rio Grande do Sul
Iran Carlos Lovis Trentin
Agricultura Urbana y los (otros) urbanismos en Medellín
Eryka Torrejón Cardon - eryka.torrejon@udea.edu.co
Vanessa Aguilar Marín - vanessa.aguilar@udea.edu.co
Las Vocaciones Territoriales, impactos enlasestructurasterritoriales
urbanas y rurales, caso ciudad de Medellín
Luis Fernando Orozco Arroyave - fernando.orozco@udea.edu.co
Sexta-feira,18/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min): Governança da expansão urbana e o


problema habitacional - Sala TEDU 511 - Link para a sala virtual
Democracia, capitalismo e desigualdades: um olhar da economia
política sobre habitação e direito à cidade
Ferlanda Luna
Expansión urbana y ruralidad: entre el mercado, el Estado y
elsottogoverno. Consideraciones desde el ámbito latinoamericano
Omar Alonso Urán Arenas - uranomar@gmail.com
Gobernanza de las políticas públicas de ordenamiento territorial
enlaruralidad de Medellín.
Cesar Froilan Muñoz Tamayo
A crise habitacional urbana brasileira no contexto da pandemia de
Covid-19
Julice Salvagni - julicesalvagni@gmail.cim
Victória Mendonça da Silva - vickymendoncass@gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT 8 - Desenvolvimento territorial e agroecologia


na perspectiva da economia solidária
Este Grupo de Trabalho, propicia promover discussões em rela-
ção aos processos de apropriação, transformação, circulação, consumo dos
bens naturais e excreção dos resíduos pelas sociedades dos distintos terri-
tórios, abordando a produção de alimentos associada aos diferentes modos
de vida e práticas dos camponeses, dos movimentos sociais do campo e dos
povos e comunidades tradicionais, através da economia solidária, que se
elabora através de uma forma de regulação da sociedade através do fenô-
meno que rompe com a lógica da economia mercantil, lidando, portanto
com uma pluralidade de princípios econômicos, via uma lógica de dádiva.
A agroecologia se apresenta como uma alternativa de produção agríco-
la saudável, rompendo com a lógica do capital na sua forma de cuidado
com o Ser Humano, funcionando como um elemento estratégico para o
desenvolvimento territorial. Portanto, a produção do desenvolvimento ter-
ritorial agroecológico, numa perspectiva solidária, pode ser amparada nos
recursos materiais e imateriais dos diferentes territórios camponeses.

Coordenadoras:
Angela Ester Mallmann Centenaro (UNEMAT)
Sandra Vidal Nogueira (UFFS)
Quinta-feira, 17/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min) - ON-LINE - Link para a sala virtual


Desafios na comercialização dos produtos da agricultura familiar do
Cantasol - Sistema Canteiros de Comercialização Sociossolidária
Adecir Natalino Troian
Nilso Francio - Nilso.francio@unemat.br
Paulo Cesar Silva Costa Junior
Angela Ester Mallmann Centenaro - angela.centenaro@unemat.br
Daniel Izidoro Ferreira da Silva
Josué Mallmann Centenaro

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Fartura de alimento saudável para as comunidades do povo Umutina


e outras comunidades da região
Hélio Monzilar Filho - heliomonzilar@yahoo.com.br

Sessão 2 (10h40min - 12h10min) - ON-LINE - Link para a sala


virtual
Solidaridad, territorio y desarrollocon “sabor” bio-regional: el caso
de lacadenaagroalimentaria ‘Pan y HarinasdelFriul de Mieç’
Roberta Curiazi - roberta.curiazi@uniud.it, rcuriazi@flacso.edu.ec
Lucia Piani - lucia.piani@uniud.it
Nadia Carestiato - nadia.carestiato@uniud.it
Formação em Economia Solidária como Processo de Valorização
de uma Comunidade Tradicional em Mato Grosso: um pensar
decolonial
Luan Benedito Oliveira da Silva - luan.benedito@unemat.br
Andreia Moreira (PPGEdu - UNEMAT) - andreia.moreira@unemat.br
Laudemir Luiz Zart (PPGEdu - UNEMAT) - laudemir.zart@unemat.br
Los Sistemas Participativos de Garantías (SPG) como herramientas
colaborativas para laconstrucción de territorios agroecológicos
J. Guillermo Gomez-Urrego, Red Chakiñan - guillermo.gomez.u@
gmail.com
Erlinda Pillajo
Paul Vallejo - paul_vallejohidalgo777@hotmail.com
Isabel Carmen Armijos
Sexta-feira, 18/11/2022:

Sessão 1 (9h - 10h30min) - ON-LINE - Link para a sala virtual


Práticas pedagógicas na educação do campo e a produção associada:
análise da constituição das temáticas
Jucileide Alves Ribeiro - alvesribeiro.jucileide@gmail.com
Jenilson de Aguiar Biano - jenilsonbiologia@hotmail.com
Jane Amorim da Silva - janeamorim@unemat.br
Laudemir Luiz Zart - laudemirzart13@yahoo.com.br

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Redes de economia solidária e seus modos de produzir e viver: uma


reflexão a partir de duas redes na região sul do Rio Grande do Sul
Aline Gonzalez Kochhann - kochhann.aline@gmail.com
Aline Mendonça dos Santos - aline.santos@ucpel.edu.br
Sucessão familiar rural: perspectivas e desafios enfrentados pelo
agricultor familiar de Nova Canaã do Norte-MT
Maria Marta de Souza Freitas
Elizangela Beckmann - elizangela.beckmann@unemat.br
Angela Ester Mallmann Centenaro - angela.centenaro@unemat.br
Daniel Izidoro Ferreira da Silva
Josué Mallmann Centenaro
Trabalho associado: uma forma de organização do trabalho coletivo
Maria José Dantas Souza - souza.maria1@unemat.br
Laudemir Luiz Zart - laudemirzart13@yahoo.com.br
Valéria de Souza Silva - valmstmt@gmail.com

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT 9 - Direitos Humanos, Descolonialidade e Povos Indígenas


Este grupo de trabalho tem como pressuposto abordar as constan-
tes lutas de resistência pela sobrevivência dos Povos Indígenas na América
Latina e seus protagonismos nas reivindicações de seus direitos, a partir da
teoria crítica dos Direitos Humanos e da fundamentação teórica Descolo-
nial. Propõem-se discussões desde um panorama jus histórico, sob a égide
fundacional colonial, e que atravessem a atualidade, sob os ecos da colonia-
lidade, as amplificações das resistências e reivindicações com as questões e
tensões políticas, culturais - tanto de pluriversalidades quanto de questões
discriminatórias -, sanitárias, territoriais,socioambientais e econômicas,
bem como novos e velhos marcos jurídicos,constitucionais e infraconsti-
tucionais, na América Latina para os Povos Indígenas. Assim, desde uma
perspectiva crítica dos Direitos Humanos, evidenciará estudos que proble-
matizem como a descolonialidade pode ser um vetor de empoderamento,-
consolidação e protagonismo da luta por direitos dos Povos Indígenas na
América Latina para a garantia do direito ao futuro.

Coordenadores:
Lais Nardon Martins (Unisinos)
Fernanda Frizzo Bragato (Unisinos)
Alex Sandro da Silveira Filho (Unisinos)
Bianka Adamatti (University of Connecticut - Uconn)
Quinta-feira, 17/11/2022:

Sessão 1 (9h - 10h30min) - ON-LINE - Link para a sala virtual


Os indígenas e o centenário da imigração italiana no jornal O
Pioneiro: “Imagens de um século” (1973-1974)
Erick da Silva Porto - esporto@ucs.br
Estereótipos de gêneros reproduzidos nas imagens dos livros
didáticos de matemática: discutindo intolerância, preconceito e
exclusão
Rivison Soares de Souza Lima - rivisonslima@hotmail.com

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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Movimento Indígena Brasileiro: uma análise sob a ótica de Guy


Bajoit e Julian Venhulst
Celso Ricardo dos Santos Nascimento - celsorsn@edu.unisinos.br
Ivan Osvaldo Calderon Arrueta Ribeiro - iaribeiro@edu.unisinos.br
Lorena de Sousa Ribeiro Calderon Arrueta - arrueta@edu.unisinos.br
Impactos da pandemia e mudanças na cultura: notas de leituras de
Ailton Krenak
Greyce Kelly de Souza - greycehp@gmail.com
Amanda dos Santos Vieira - Amanda.s.vieira@hotmail.com
Alex Sander da Silva - alexsanders@hotmail.com
Karoline Cipriano dos Santos - kcs@unesc.net
O direito dos povos indígenas e a luta pelo território no Brasil: a
contribuição da teoria crítica dos direitos humanos
Fernanda Ollé Xavier - feolle@yahoo.com.br

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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GT 10 - Economia Popular e Solidária, Educação Popular


e Tecnologias Sociais: saberes populares e conhecimentos
técnicos-científicos como ingredientes para as políticas pública
As metodologias apropriadas pelas iniciativas populares têm de-
monstrado possibilidades de aliança entre saber popular e conhecimento
técnico-científico. As tecnologias sociais e a educação popular, integradas
à economia popular e solidária, demonstram ser libertadoras do potencial
político, físico e financeiro, bem como da inventividade do sujeito tra-
balhador, desestimulando e enfrentando desigualdades comuns à relação
patrão-empregado. Tipologias de bases político-educativas como coopera-
tivas, associações, empresas auto gestionárias assumidas por trabalhadores,
bem como o resultante fortalecimento e autonomização coletiva e comuni-
tária sob alógica de um outro desenvolvimento (o desenvolvimento local,
que aponta para um Bem Viver) parecem ser caminhos reais para políticas
públicas intrínsecas ao processo organizativo de produção-trabalho. Obje-
tiva-se neste GT, portanto,sob esse enfoque, discutir reflexões teóricas e/ou
experiências consubstanciadas na economia popular e solidária e na pers-
pectiva do desenvolvimento de habilidades e de potencialidades das classes
trabalhadoras e de suas diversas lutas, vivenciadas na América Latina.

Coordenadores:
José Raimundo Oliveira Lima (UEFS)
Eduardo José Fernandes Nunes (UNEB)
Ramiro Chimuris (Universidade Nacional do Uruguai)
Flavia Almeida Pita (UEFS)

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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Quinta-feira, 17/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min): Economia popular e solidária e temas afins


- ON-LINE - Link para a sala virtual
A tecnologia social no processo de desenvolvimento local: O caso dos
empreendimentos de Economia Solidária do município de Santana
do Livramento/RS
Christianne Teixeira Albuquerque - chris_albuquerque18@hotmail.
com
Sebastiao Ailton da Rosa Cerqueira Adão - sebastiaocerqueira@
unipampa.edu.br
Altacir Bunde - altacirbunde@unipampa.edu.br
A luta das mulheres da Ilha de Deus
Jaqueline Marcos de Araujo - jaqueline.marcos@usp.br
Além do invisível: experiências das mulheres na incubadora de
economia popular e solidária da Universidade Estadual de Feira de
Santana
Adrielly Ferreira Morais - adrymoraais04@gmail.com
A experiência de formação política e organizativa do grupo Famílias
em Luta por Moradia do centro antigo de Salvador
Christiane Bastos - annemoraesbastos@gmail.com
Luciana Silva Santos - lss30br@gmail.com
A contabilidade na economia solidária: uma revisão de literatura
Cíntia do Nascimento Silva - nsilvacintia@gmail.com

Sessão 2 (10h40min - 12h10min) - ON-LINE - Link para a sala


virtual
Das trocas solidárias à educação alimentar quilombola: o caso do
quilombo Candeal II
Daiane da Fonseca Pereira - daiane.pereira@estudante.ufscar.br
Josinete Alves Fonseca - alvesjosinete05@gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Economia popular e solidária enquanto outra economia: uma


reflexão sobre alguns elementos históricos que fazem sentido
Jaqueline de Souza Oliveira - jack.oliver1213@gmail.com
José Raimundo Oliveira Lima - zeraimundo@uefs.br
Incubadora de empreendimentos econômicos solidários (EES) na
fronteira da paz, Santana do Livramento/RS: analisando o retorno às
atividades presenciais pós-Covid-19
Altacir Bunde - altacirbunde@unipampa.edu.br
Cassiane da Costa - cassiane-costa@uergs.edu.br
Matheus Braz Horstmann - matheusbraz.h@gmail.com
Laura Estela dos Santos Cardozo - lauraestela213@gmail.com
Aymara Oliveira de Jesus
A cooperativa de beneficiamento da agricultura familiar de Feira de
Santana – COOBAF/FS: análise jurídica sobre a experiência de uma
cooperativa popular
Sarah Cerqueira Azevedo - sarahcerqueira4@gmail.com
Flavia Almeida Pita - fpita@uefs.br
Incubadoras tecnológicas de cooperativas populares: contribuições
frente o processo de integralização da extensão universitária
Terena Souza da Silva Koglin - terena.te@gmail.com
Aline Mendonça dos Santos - aline.santos@ucpel.edu.br
Sexta-feira, 18/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min): temas transversais variados - ON-LINE -


Link para a sala virtual
Participação social, currículo e educação do campo: um relato sobre
a construção da proposta curricular da rede pública municipal de
educação de Feira de Santana-BA
Geicilene Rodrigues dos Santos - geicilenerodrigues23@gmail.com
Maiane de Oliveira Cerqueira Azevedo - maiane.azevedo@gmail.
com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Educação popular e meio ambiente: uma tessitura das trocas de


saberes no parque das dunas
Simone Lima Cunha Pinto - monepedras@hotmail.com
Eduardo José Fernandes Nunes - eduardojosf2@gmail.com
O ensino do empreendedorismo social e solidário, sob a ótica das
novas dcns dos cursos de negócios
Lorena de Sousa Ribeiro Calderon Arrueta - arrueta@edu.unisinos.br
Celso Ricardo dos Santos Nascimento - celsorsn@gmail.com
Ivan Osvaldo Calderon Arrueta Ribeiro - iaribeiro@edu.unisinos.br
GT de comunicação da luta: uma experiência de construção coletiva
em busca do direito à palavra
Sara Soares Costa - sara.costa.mamona@gmail.com
Edineide Ribeiro Santos - edneidesantosribeiro@gmail.com
Wallace Silva dos Santos - bio.wallacesilva@gmail.com
Gesiele Nadine de Moura Barbosa - gesiele55@gmail.com

Hetero e autogestão
Márcia Moreira de Jesus - marciamoreirahomeoffice@gmail.com

Sessão 2 (10h40min - 12h10min) - ON-LINE - Link para a sala


virtual
Interface com movimentos e frentes de luta: a experiência da
incubadora de tecnologias sociais do observatório de territórios
sustentáveis e saudáveis da bocaina
Sidélia Luíza de Paula Silva - sidelialuiza@gmail.com
Processo de construção de identidade e empoderamento feminino na
perspectiva da pedagogia de resistência
Márcia de Oliveira Sales - marcinhaosales@gmail.com
Beneficiários da política pública do PNAE e agricultura familiar -
dificuldades, problemas e estratégias de luta em Cruz das Almas - BA
Roberto Bispo dos Santos Neto - robertoagro1@hotmail.com
Gesner Brehemer de Araújo Silva - gesnerbrehmer@hotmail.com
José Raimundo Oliveira Lima - zeraimundo@uefs.br

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Comunicação e divulgação nas redes sociais dos instrumentos


utilizados nas ações da incubadora de iniciativas de economia popular
e solidária da Universidade Estadual de Feira de Santana (IEPS-UEFS)
Jeferson Araujo Oliveira - jefersonaraujo299@gmail.com
José Raimundo Oliveira Lima - zeraimundo@uefs.br
O negro, o jornalismo e a política: trajetória de jornalistas políticos
negros no Rio Grande do Sul
Rodrigo de Oliveira Moraes

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT 11 - Elites, Desigualdades e Poder na América Latina


Os países latino-americanos possuem diferenças em relação aos
seus contextos internos e processos históricos. Entretanto, é possível en-
contrar relações entre a formação e reprodução de suas “Elites” (culturais,
econômicas, políticas etc.), as desigualdades sociais e seus efeitos na con-
centração de recursos de poder, principalmente o econômico e político.
Nesse sentido, o objetivo deste grupo de trabalho é reunir pesquisadores
que se dediquem a estudar “Elites”, em suas mais diversas formas - com-
posição, formas de atuação, a partir de diferentes contextos históricos e
universos empíricos. Aceitando trabalhos com este tema ou próximos,
buscando amadurecer questões através de um diálogo com diferentes abor-
dagens teórico-metodológicas e incentivando, também, a pluralidade de
participantes.

Coordenadores:
Icaro Gabriel da Fonseca Engler (Universidade Federal de Viçosa)
Charles Henrique Voos (Associação Catarinense de Ensino)
Cristian Andrei Tisatto (Unisinos)
Sexta-feira, 18/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min) - TEDU 702 - Link para a sala virtual


Segregación urbana: desigualdad territorial en la Zona Metropolitana
de Acapulco, Gro.
Maripaz Carbajal Herrera - arq.maripaz.carbajal@gmail.com
Processos de socialização e subjetivação: corporações definindo
políticas e sujeitos
Cristian Tisatto - cristian-tisatto@hotmail.com
O Controle Social no Mundo Globalizado: O Direito Penal Como
Ideologia A Serviço Do Sistema Capitalista
Mauro Costa da Rocha - maurocrocha@uol.com.br
Cláudio Alberto Gabriel Guimarães - calguimaraes@yahoo.com.br

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Assimetria de poder no processo de captura, tratamento e


compartilhamento de dados pessoais
Ronaldo Vieira Lima - ronaldo.lima@ufabc.edu.br

Sessão 2 (10h40min - 12h10min) - TEDU 702 - Link para a sala


virtual
O perfil da elite política de Passo Fundo (1945-1988)
Luiz Alfredo Fernandes Lottermann - luiz_lottermann@hotmail.com
Perfil sócio-ocupacional e aspectos partidários de uma elite política
da Região Metropolitana de Macapá-AP (2000-2020)
Miquéias Serrão Marques - serraosms@gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT 12 - Ensino de Ciências Sociais na América Latina


O GT sobre ensino de Ciências Sociais na América Latina busca
dar visibilidade para pesquisas que tenham por objetivo discutir as caracte-
rísticas curriculares, históricas, de formação de professores(as), livros e com-
pêndios didáticos e do trabalho do Cent voltado ao ensino das Ciências
Sociais nos diferentes contextos nacionais e/ou em perspectiva comparada.
Trata-se de um GT aberto a discutir o ensino das Ciências Sociais nos mais
diversos âmbitos dos sistemas de ensino: educação básica, graduação e/ou
pós-graduação. Entendemos que o ensino de Ciências Sociais na região lati-
no-americana tem efeitos relevantes para a discussão de conceitos e debates
importantes para a compreensão dos Direitos Humanos, das Políticas Pú-
blicas e das desigualdades sociais na interface com a política institucionali-
zada. A discussão dessas temáticas nos proporciona compreender os avanços
e desafios do ensino de Ciências Sociais latino-americanas, assim como,
avaliar os possíveis caminhos epistemológicos em que esse espaço se encon-
tra na contemporaneidade.

Coordenadores:
Marcelo Cigales (UnB)
Amurabi Oliveira (UFSC)
Quinta-feira, 17/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min): Ensino de Sociologia na graduação - ON-


LINE - Link para a sala virtual
Ensino de sociologia e a educação das relações étnico-raciais: um
estudo do ementário do curso de ciências sociais da UESC
Franciele Brito Barbosa - franbr.barbosa@gmail.com
Elis Cristina Fiamengue - eliscf@gmail.com
Ciências Sociais: apontamentos sobre educação, trabalho e
profissionalização no ensino superior na Universidade Federal de
Santa Maria
Matheus Balduíno Salkovski Junges - matheus.bsj@gmail.com
O debate racial no ensino de Sociologia no Ensino Médio:
problematizações a partir do ENESEB e do PROFSOCIO
Marcela de Andrade Rufato - marufato@yahoo.com.br

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Sessão 2 (10h40min - 12h10min): Ensino de Sociologia na educação


básica - ON-LINE - Link para a sala virtual
Participação e protagonismos: percepções e práticas de docentes de
Sociologia na Educação Básica
Tainá Martins de Barros - ttaimartins@hotmail.com
Ana Lídia Rost - rostanalidia14@gmail.com
Processos de socialização na modernidade: juventudes do século XXI
e o ambiente escolar
Mateus Henrique Jung Nascimento - mateushjnascimento@gmail.
com
Padre José Pedro: atuação social da Igreja Católica em Capitães de
Areia, de Jorge Amado (Literatura, Ciências Sociais e Cinematografia)
Sílvio Takeshi Tamura - sttam_mail@terra.com.br

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT 13 - Feminismos do Sul e cuidados comunitários:


diálogos entre universidades e movimentos sociais
As comunidades acadêmicas têm participado na construção de
conhecimentos que visam garantir a equidade de gênero e diversidades.
Trata-se de estudos e pesquisas cujos resultados têm contribuído para os
processos de elaboração e implementação de políticas públicas. Neste GT,
visamos debater sobre as diferentes articulações entre universidades e so-
ciedade, entre produção do conhecimento e movimentos sociais/ativismos,
entre pesquisa e construção de políticas públicas/relação com o Estado. As
temáticas de interesse estão relacionadas aos feminismos do Sul e às pos-
sibilidades e alternativas que emergem destas experiências e perspectivas
críticas em relação ao modo de organização social, econômica e políti-
ca pautada pelo neoliberalismo. Decorre daí nosso interesse no cuidado
comunitário, entendido aqui num sentido amplo como “cuidados com a
vida” e numa ótica de interdependências presentes nos coletivos.

Coordenadoras:
Miriam Steffen Vieira (Unisinos)
Eufémia Vicente Rocha (Universidade de Cabo Verde)
Carmelita de Afonseca Silva (Universidade de Cabo Verde)
Quinta-feira, 17/11/2022
Sessão 1 (9h - 10h30min): Equidade de gênero e empoderamento legal
- TEDU 515 - Link para a sala virtual
Cuidado comunitário em perspectiva de gênero: Themis e Associação
Cabo-Verdiana de Luta Contra Violência Baseada no Género
Miriam Steffen Vieira - miriamsteffen@gmail.com
Virgínia Feix - vfeix37@hotmail.com
Eveline Nair Tavares - evynair@gmail.com
Janaína Perez Reis - janainaperezreis@yahoo.com.br
Articulações feministas no enfrentamento às violências contra
as mulheres: um enfoque aos programas da Themis/Brasil e da
ACLCVBG /Cabo Verde
Deisi Conteratto - deisiconteratto@gmail.com
Zeuga Semedo - zeuga.semedo@iscee.edu.cv

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Promotoras Legais Populares (PLPs) e protagonismo feminino:


educando para cidadania
Rita de Cássia Ferreira - rita.ferreira@educararaquara.com
Alessandra Santos Nascimento - anascimento@uniara.edu.br

Sessão 2 (10h40min - 12h10min): Cuidados comunitários, em


perspectiva de gênero - TEDU 515 - Link para a sala virtual
Aspectos do cuidado e da colonialidade no caso Madalena Gordiano
Lucilene Athaide - lucileneguimaraes@hotmail.com
Movimentos sociais na positivação de direitos: um estudo de caso das
imagens do movimento Maré Verde na América Latina
Laura Braga Gotuzzo - lbgotuzzo@hotmail.com
Entre a dança e a luta: artivismos do grupo Cirandeira Danças
Brasileiras de Caxias do Sul/RS
Carina Monteiro Dias - cmdias1@edu.unisinos.br
Sexta-feira, 18/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min): Cuidado, gênero e sustentabilidade -


TEDU 515 - Link para a sala virtual
Mulheres em ação: educação ambiental, ecofeminismo e
pesquisa-ação
Lisiana Lawson Terra da Silva - lisianalawson@yahoo.com.br
O trabalho das mulheres na área da educação ambiental: uma análise
dos eventos EDEA e MOLA do PPGEA - FURG 
Sabrina Meirelles Macedo - sabrinameirelles@hotmail.com
Laryssa Louzada de Assis - laryecra@gmail.com
Lisiana Lawson Terra da Silva - lisianalawson@gmail.com
Marta Bonow Rodrigues - martabonow@gmail.com
Redes de cuidado comunitário e projetos-de-vida. Comunidade
Indígena Por Fi Ga
Gabriel Chaves Amorim - gcamorim@edu.unisinos.br

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Um jeito de ser e viver no Kilombo de Mãe Preta


Conselho de Yas e Babas da Nação Muzunguê CoMPaz

Sessão 2 (10h40min - 12h10min): Feminismos contra-


hegemônicos e agendas políticas - TEDU 515 - Link para a sala
virtual

Os feminismos contra-hegemônicos latino-americanos e a


decolonização da episteme e da práxis feminista
Janaína Perez Reis - janainaperezreis@yahoo.com.br
Estudo de gênero na sociedade brasileira: 30 anos dos corpos
políticos
Emanuelly Vitoria da Silva Almeida - emanuelly.almeida@outlook.
com
Responsabilidade social aplicada: uma construção a partir dos
movimentos sociais de mulheres negras
Camila Botelho Schuck - camila.schuck@elecnor.es

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT 14 - Fronteiras étnicas, biodiversidade,


conflitos e resistências na Amazônia
O Grupo de Trabalho visa destacar a complexidade da região ama-
zônica, que configura relações culturais, políticas e econômicas, permeadas
por marcadores de gênero, raça/etnia, classe social e religião. Portadora
de umas das maiores sociobiodiversidades, a Amazônia se destaca mun-
dialmente, sendo cobiçada por multinacionais, superpotências globais e
agências financeiras representantes do sistema de mercado predatório. Por
outro lado, a região possui potencialidades que viabilizam soluções para
a atual crise socioambiental. Assim, nesse espaço serão apresentadas pes-
quisas e experiências que retratam as relações, interações e tensões vividas
pelos diferentes coletivos que compõem a Amazônia. Os trabalhos apre-
sentados envolverão variados enfoques desenvolvidos nas áreas das ciências
humanas e sociais, buscando contribuir na elaboração de políticas públicas
que visem à preservação da região e beneficiem os seus povos.

Coordenadores:
Sandoval Alves Rocha (Unisinos)
Renilda Aparecida Costa (UFAM)
Luiz Felipe Lacerda (OLMA/ Unicamp)
Ana Lucía Torres (PUCE)
Quinta-feira, 17/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min): Direito à água na Amazônia - TEDU 516 -


Link para a sala virtual
Direito e importância das águas: aspectos políticos, hídricos e
territorialidade na Amazônia
Helloísa Karoline de Lima Silva - helloisa.k@escolar.ifrn.edu.br
Sandoval Alves Rocha - sandovalrochasj@gmail.com
Entre a ilusão do excesso e a realidade da privação: a espoliação
hídrica na cidade de Manaus
Carla Cristina Alves Torquato - carlinha.torquato@gmail.com
Erivaldo Cavalcanti e Silva Filho - erivaldofilho@hotmail.com
Ricardo dos Santos Castilho - rcjursp@gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Fórum das águas de Manaus: expressão da resistência à


mercantilização do saneamento básico
Sandoval Alves Rocha– sandovalr@unisinos.br

Sessão 2 (10h40min - 12h10min): Conflitos ambientais na Amazônia


- TEDU 516 - Link para a sala virtual
Desafios socioambientais da tríplice fronteira amazônica Brasil,
Colômbia e Peru:
Luiz Felipe Lacerda - olma@jesuitasbrasil.org.br
Marília Veríssimo Veronese - MariliaV@unisinos.br
Jornalismo Ambiental: análise da cobertura jornalística do Portal A
Crítica sobre a invasão de balsas do garimpo no Rio Madeira
Renata de Lima Sousa - renatalima.dl@gmail.com
Ivânia Maria Carneiro Vieira - ivaniavieira04@gmail.com
José Ivo Follmann - jifmann@unisinos.br
A contribuição da Comissão Pastoral da Terra no Território Portal
da Amazônia-MT e no Assentamento Nova Conquista II, Novo
Mundo-MT
Valdsandro de Lima Campos - lima.campos@unemat.br
Sexta-feira, 18/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min): Culturas e desafios indígenas - TEDU 516


- Link para a sala virtual
Pueblos indígenas amazónicos frente a la crisis sanitaria de COVID
19: la capacidad de agencia de las organizaciones sociales ante un
Estado lejano
Ana Lucía Torres - atorres331@puce.edu.ec
As fronteiras étnicas no contato de língua: uma reflexão sobre as
relações de poder entre as línguas portuguesa e ticuna no Alto
Solimões
Rosinéa Auxiliadora Pereira dos Santos
Renilda Aparecida Costa

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

O combate do racismo indígena como processo decolonial e


valorização de sua cultura e suas filosofias
Adriano Luís Hahn Soares - adrianolh@asav.org.br
Mary Nelys Silva de Almeida - mary.sares.paam@jesuitasbrasil.org.br

Sessão 2 (10h40min - 12h10min): Espaços de resistência e autonomia


Amazônicas - TEDU 516 - Link para a sala virtual
O engajamento religioso, social e político de mãe Emília de Toy Lissá
– tambor de Mina Gêge Nagô em Manaus/AM
Maria do Carmo Ferreira de Andrade - docarmoandrade58@gmail.
com
Renilda Aparecida Costa - renildaaparecidacosta@gmail.com
Resistências negras nas toadas de boi-bumbá do Amazonas
Jéssica Dayse Matos Gomes - dayse_hinata@hotmail.com
Renilda Aparecida Costa - renildaaparecidacosta@gmail.com
Reencontrando o horizonte de expectativa: táticas estudantis e as
estratégias de monitoramento do serviço nacional de informações no
amazonas
Leonardo Bentes Rodrigues - leobentesr@gmail.com
A pedagogia da alternância e a casa familiar rural no amazonas: uma
experiência educacional pautada no meio amazônico
Reinaldo Ramos Mourão - reinaldo.mourao@seducam.pro.br

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT 15 - História, Educação e Ambiente


O objetivo do Simpósio consiste em promover um diálogo in-
terdisciplinar a respeito das interações entre a História, a Educação e o
Ambiente. Almejamos reunir pesquisadores interessados na historicidade
das ações antrópicas, bem como na agência do mundo natural e suas in-
ter-relações. São bem-vindos trabalhos que abordem tanto a degradação,
quanto a preservação de ambientes urbanos e rurais. Dentro desse escopo,
a proposta abrange estudos procedentes de diversas áreas acadêmicas, den-
tre as quais destacamos a História Ambiental, a Sociologia Ambiental, a
Educação Ambiental, a Geografia, a Antropologia e a Biologia.

Coordenadores
Elenita Malta Pereira (UFR)
Fabiano Quadros Rückert (UFMS)
Marluza Marques Harres (Unisinos)
Quinta-feira, 17/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min) - TEDU 601 - Link para a sala virtual


Da educação ambiental crítica à educação ambiental decolonial:
revisando concepções e narrativas à luz da racionalidade ambiental
Fabiana Pinto de Almeida Bizarria - fabiana.almeida.flf@gmail.com
Bruno Galisa de Oliveira - bruno.gaalisa@gmail.com
Marcleide Sampaio Oliveira - marcleidesampaio19@gmail.com
Paulo Guilherme Oliveira - pauloguilhermeof.pg@gmail.com
Flávia Lorenne Sampaio Barbosa - flsbarbosa@ufpi.edu.br
Educação Ambiental a partir da eco-história do Cerrado
Rosângela Azevedo Corrêa - museudocerrado.unb@gmail.com
Meio ambiente e Política: Partido Verde, fundação e atividades em
torno da questão ambiental (1986-2021)
Rhay Patrick Farias Cruz - rhay.patrick@gmail.com
Histórias Globais, Narrativas Locais: Ensino de História, História
Local e Agroecologia
Alfredo Ricardo Silva Lopes - alfredorsl@gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Sessão 2 (10h40min - 12h10min) - TEDU 601 - Link para a sala


virtual
Educação ambiental e Geografia: um projeto que dá certo
Juliana Vanesi Lopes da Silva - julianavanesilopes@gmail.com
Educação Ambiental e Abastecimento de Água: uma reflexão a partir
da teoria da Sociedade de Risco
Fabiano Quadros Rückert - fabianoqr@yahoo.com.br
Considerações sobre a Educação Ambiental crítica na perspectiva da
crise estrutural do capital
Ana Furlong Antochevis - ana.furlongantochevis@gmail.com
Carlos Roberto da Silva Machado - carlosmachado2004furg@gmail.
com
Saberes tradicionais e acadêmicos: estudo de trajetórias de lideranças
de Umbanda que concluíram cursos universitários
Elio Pereira Fernandes - eliopfernandes@gmail.com
Sexta-feira, 18/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min) - TEDU 601 - Link para a sala virtual


A formação de burocratas qualificados para lidar com a questão
ambiental em Manaus
Ana Rosa Lago Cecílio - anarosa.cecilio@fametro.edu.br
José Ivo Follmann - jifmann@unisinos.br
A inovação esperada e a produção existente: pensamento universitário
e produtores têxteis nas últimas décadas
Regina Weber - regina.weber@ufrgs.br
Para o futuro não ter fim: Os manifestos ecológicos dos anos 1970 no
Brasil e no mundo
Elenita Malta Pereira - elenitamalta@gmail.com
Crise e futuro: meio ambiente e economia na era Lula (2003-2010)
Roger Domenech Colacios - rdcolacios@uem.br

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

História ambiental: tempo presente e ativismo socioambiental


Marcos Gerhardt

Sessão 2 (10h40min - 12h10min) - TEDU 601 - Link para a sala


virtual
Direito moral dos animais e abolicionismo: a teoria dos “sujeitos de
uma vida” de Tom Regan
Martina Bravo Leite - martinabravoleite@gmail.com
Maria Laura Maciel Fernandez - maria-laura-95@hotmail.com
Agricultura e meio ambiente nos atuais municípios de Itararé (SP) e
Sengés (PR) em 1828
Mário Roberto Ferraro - mariofr6@gmail.com
Resistir para existir: trajetória de luta das comunidades tradicionais
de fundo de pasto da Bahia em defesa do seu modo de vida
Simone Conceição Soares Dias - simonecsdias@gmail.com
Áreas de proteção, vulnerabilidade e os equívocos do poder público
Marluza Marques Harres - marluza@unisinos.br

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT 16 - Inovação Social em Políticas Públicas


para Redução de Desigualdades
A inovação Social em políticas públicas é essencialmente promo-
ver rupturas no modelo de planejamento, gestão e governança dos progra-
mas de governo. Significa aperfeiçoar o que existe ou desenvolver novos
programas para entregar serviços de melhor qualidade e que visem ampliar
o bem-estar da população e reduzir as desigualdades. A disrupção pode
acontecer a partir da percepção e práticas sociais dos atores envolvidos nos
problemas locais, de que o modelo atual de desenho e gestão de políticas
públicas está esgotado. A discussão no grupo de trabalho será estimulada a
partir de casos práticos onde este novo modo de projetar políticas públicas
possa ser discutido (exemplo: orçamento participativo, Sistema Único de
Saúde, o Programa 1 Milhão de Cisternas) e de pesquisas realizadas nesta
área, obrigatoriamente tratando de temas como inclusão social, empodera-
mento, mudança nas relações de poder e empatia.

Coordenadores:
Carolina Beltrão de Medeiros (FUNDAJ)
Sergio Kelner Silveira (FUNDAJ)
Marthina Endo (Instituto Algar)
Quinta-feira, 17/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min): Inovação social em educação - TEDU 611


- Link para a sala virtual
Discricionariedade, Autonomia e Inovação Social em Políticas
Públicas De Educação
Amanda Couto Dias - amandacoutodias@gmail.com
Políticas Públicas em Primeira Infância como forma de diminuição
das desigualdades sociais
Vanessa Rosset Albuquerque - vanerossetalbuquerque@hotmail.com
Inovação social e gestão colegiada: as marcas do popular demarcadas
nas características regional e Multicampi da UFFS
Marlei Dambros
Lucélia Peron

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Uma proposta de formação continuada em serviço tendo como


temática a educação inclusiva
Edelvira Silva da Silva - silva.edelvira65@gmail.com
Alessandro Carvalho Bica - alessandrobica@unipampa.edu.br

Sessão 2 (10h40min -12h10min): Inovação social e a nova


governança pública - TEDU 611 - Link para a sala virtual
“INSPIRE” inovação social: análise de um processo de inovação social
Carla Pasa Gómez - carla.gomez@ufpe.br
Silze Anne Gonçalves Lins - silze.lins@ufpe.br
Geisiane Antonita do Nascimento - gesiane.anascimento@ufpe.br
Carolina Beltrão de Medeiros - carolina.medeiros@fundaj.gov.br
Leonardo Gómez Castillo - leonardo.castillo@ufpe.br
Um diálogo entre nova governança pública e inovação social
Carla Pasa Gómez - carla.gomez@ufpe.br
Geisiane Antonita do Nascimento - geisiane.anascimento@ufpe.br
A ferramenta sipia como suporte estatístico para o conselho tutelar
Cleucimara Molon Jubelli - cleucimaramolonju@gmail.com
Sexta-feira, 18/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min): Inovação social como estratégia para


participação cidadã, cultura cidadã e política de segurança pública -
TEDU 611 - Link para a sala virtual
Política higienista e segurança pública frente a vulnerabilidade da
pessoa em situação de rua
Francisco Teomário Serejo Silva - teomarioserejo3@gmail.com
Cláudio Alberto Gabriel Guimarães - calguimaraes@mpma.mp.br
Frederik Bacellar Ribeiro - frederikbacellar@gmail.com
Índice de participação cidadã em medellín: seus avanços e desafios
Ananda Beltran Borges - anandabor@gmail.com
Adriane Vieira Ferrarini - adrianevf@unisinos.br
Cleiton Fernandes Chiarel - chiarel@inspe.eco.br

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Cultura cidadã: política pública para uma governança colaborativa


em Medellín
Cleiton Fernandes Chiarel - chiarel@inspe.eco.br
Ananda Beltran Borges - anandabor@gmail.com

Sessão 2 (10h40min - 12h10min): Inovação social no mercado de


trabalho - TEDU 611 - Link para a sala virtual
Programa Coopera BH: pesquisa/intervenção com foco na
sobrevivência das empresas, por meio de atividades coletivas entre
microempreendedores individuais
Marta Santos Sales - martas@pbh.gov.br
Rosane Corgozinho - rosanem@pbh.gov.br
Patrícia Cotta - patriciascotta@edu.pbh.gov.br
Bárbara Ribeiro Soares - Barbaras.ribeiro@edu.pbh.gov.br
Bárbara Aureliano Cordeiro - Barbara.aureliano@edu.pbh.gov.br
Imigrantes venezuelanos e sua formação para o mercado de trabalho
na região de Criciúma/SC
Ana Claudia Moreira - happyface.osc@gmail.com
Melissa Watanabe - melissawatanabe@unesc.net

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT 17 - Interseccionalidades e Políticas Públicas


Este Grupo de Trabalho, inspirado nas produções de autoras do
Sul Global, se propõe a analisar como os atravessamentos de raça, gênero,
sexualidade, capacidade física, status de cidadania, etnia, nacionalidade,
faixa etária e demais marcadores sociais, produzem formas de acessar ou
não acessar políticas públicas, interferindo na maneira como os sujeitos
são acolhidos, percebidos e atendidos pelos serviços e profissionais que
neles atuam. Interessa-nos refletir sobre as diversas realidades das políticas
públicas de saúde, assistência social, educação, entre outras, observando
as dinâmicas de acesso, assistência, acompanhamento, cuidado e relações
estabelecidas entre profissionais, usuários/as e a própria rede dessas políti-
cas, antes e durante a pandemia de Covid-19. Serão acolhidos trabalhos
que promovam um diálogo interseccional entre um ou mais marcadores
sociais, podendo ser pesquisas acadêmicas em andamento ou concluídas,
relatos de experiências de trabalhadoras/es e/ou de usuários/as das diversas
políticas públicas.

Coordenadores:
Cauê Rodrigues (Unisinos)
Natália Inês Schoffen Corrêa (Unisinos)
Milena Cassal Pereira (Unisinos)
Gisele Cristina Tertuliano (Prefeitura de Cachoeirinha)
Quinta-feira, 17/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min): Gênero, raça e mercado de trabalho -


TEDU 612 - Link para a sala virtual
O Grupo de Trabalho Diversidade e Inclusão como ferramenta para
viabilizar melhores oportunidades a grupos minoritários dentro do
Programa Novotec/SP
Sarah Aparecida da Silva - sarah.apsri@gmail.com
Sérgio Eugênio Ferreira de Camargo - sergioefcamargo@gmail.com
(Des)proteção social e a necessidade de valorização das políticas
públicas de gênero
Ingrid Augusta Celmer Donald - ingrid_donald@hotmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

As consequências da pandemia de Covid-19 na inserção das mulheres


no mercado de trabalho: o uso da pandemia pelo capital
Fernanda Sena Fernandes - nandasefernandes@gmail.com
Matheus Muller - theusmuller@gmail.com
Mulheres negras e o mercado de trabalho frente à pandemia Covid-19
Cyntia Barbosa Oliveira - cyntiabaroli@gmail.com
Francine Pinto da Silva Joseph - francinepinto@gmail.com

Sessão 2 (10h40min -12h10min): Sistema prisional


Sobrevivendo: Depois da Experiência do Encarceramento
Lourdes Helena Martins da Silva - lourdeshelenamartinsdasilva@
gmail.com
Maria Luiza Lorenzoni Bernardi - mbernardi4@yahoo.com.br
O peso da interseccionalidade nas prisões femininas brasileiras e os
desafios na viabilização de direitos pelos assistentes sociais
Irlanne Santiago Lima - irlanne_santiago@hotmail.com
Clícia Carolaine de Jesus Alves - cliciaalves153@gmail.com
Angela Ernestina Cardoso de Brito - angelafro@yahoo.com.br
Socioeducação e encarceramento: expressões da seletividade penal
juvenil
Ricardo Peres da Costa - peresrpc@gmail.com
Elizabeth Trejos-Castillo - elizabeth.trejos@ttu.edu
Análise da (in)eficácia da política de combate à tuberculose durante a
pandemia no Complexo Penitenciário de Pedrinhas no Maranhão
Mario José Lobato Feitosa Filho
Alexandre Moura Lima Neto
Edith Maria Barbosa Ramos

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Sexta-feira, 18/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min): Políticas Públicas - TEDU 612 - Link para


a sala virtual
Avaliação do Programa Alimenta Brasil (PAB): o caso do Centro de
Referência de Assistência Social - CRAS no contexto da pandemia em
Macapá/AP
Laercio Gomes Rodrigues - laerciogorodrigues@gmail.com
Miquéias Serrão Marques - serraosms@gmail.com
Vivências de trabalhadoras negras nas políticas de Assistência Social
de Porto Alegre/RS: O que somos e o que queremos!
Carla Rejane Goulart Bandeira
Cláudia Aparecida Alves Godoi
Milena Cassal Pereira
Produção de cuidado e interseccionalidades nos grupos de
convivência em uma Estratégia Saúde da Família de São Leopoldo/RS
Sabrina Feiber da Silva - sabrinafeiber553@gmail.com
Laura Cecilia López - lauracl1975@gmail.com
Nova caderneta da gestante: um palco de interações e disputas na
implementação de políticas públicas do/no corpo da mulher
Vitória Duarte Wingert - vitoriawingert@hotmail.com
Jacinta Sidegum Renner - jacinta@feevale.br
Jander Fernandes Martins - martinsjander@yahoo.com.br
Gênero e o distanciamento (social, econômico, político e
educacional) de pessoas trans e a cisgeneridade
Miguel Soares Silveira - miguels.silveira@hotmail.com

Sessão 2 A (10h40min -12h10min): Interseccionalidades - TEDU


612 A - Link para a sala virtual
Mulheres na Política: Myrthes Bevilácqua Corradi e Luzia Alves
Toledo no Poder Legislativo - 1980 a 2018
Leandro da Silva Lunz - leolunz@gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Gênero e interseccionalidades na Câmara Municipal de Porto Alegre/


RS: uma análise de conteúdo
Luísa Chaves de Faria Brasil - psicologa.luisabrasil@gmail.com
Leonardo Mello Garcia dos Santos - leonardo.santos@edu.pucrs.br
Alice Adams Bohrer - aliceadamsbohrer@gmail.com
Francine Nunes Pereira - francinp@gmail.com
Laura dos Santos Boeira - laura.boeira@edu.pucrs.br
Cor e Gênero na Implementação da Política de Financiamento
Público de Candidatas
Alessandra Caroline Ghiorzi - alessandra@ghiorzi.com.br
Luciana Leite Lima - lucianaleitelima@gmail.com
Capacitismo e racismo: uma abordagem interseccional
Vagner Rodrigues Garcia - vagner85garcia@gmail.com
Priscila Jaeger Lucas - pjaegerlucas@gmail.com
Sexta-feira, 18/11/2022
Sessão 2 B (10h40min -12h10min): Educação e juventude - TEDU
703 B - Link para a sala virtual
Resistências e potências: narrativas de professoras negras no
ensino superior
Letícia Laureano dos Santos - letthy81@gmail.com
As dificuldades na efetivação da Lei 10.639/2003 em uma rede
municipal de ensino
Jander Fernandes Martins - martinsjander@yahoo.com.br
Vitória Duarte Wingert - vitoriawingert@hotmail.com
Intersetorialidade no atendimento e acompanhamento de
adolescentes em idade escolar praticantes de automutilação/
autoagressão
Sirlei de Oliveira - oliveiraservicosocial@hotmail.com
Juventudes Plurais: o movimento social como espaço de e construção
identitária e atuação social
Gabriela Dávila Koenig - gabrielakoenig15@gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT18 - Justiça e Política nas democracias contemporâneas


A partir do que pode ser chamado de falhas sistêmicas das de-
mocracias contemporâneas, surgem posturas eventuais do Legislativo, do
Executivo e do Judiciário, que pretendem monopolizar o debate público,
assumindo competências que não correspondem ao desenho institucional
existente e projetado para suas intervenções. Isso pode ser observado, por
parte do Judiciário, ao tomar para si a responsabilidade de fazer a boa po-
lítica por meio de decisões judiciais. Nesse sentido, são aceitas propostas
que busquem compreender como se chega ao cenário de tensões institu-
cionais que está por trás da análise do ativismo judicial, problematizando a
fronteira entre Direito e Política a partir de variados percursos teórico-me-
todológicos por meio de pesquisas teóricas e empíricas, além de trabalhos
exploratórios sobre decisões judiciais ou análises de jurisprudência que re-
flitam essas preocupações.
Coordenadoras:
Isadora Ferreira Neves (Unisinos)
Clarissa Tassinari (Unisinos)
Quinta-feira, 17/11/2022
Sessão 1 (9h - 10h30min): Cenário de tensões institucionais - ON-
LINE - Link para a sala virtual
Atitudes políticas, desempenho institucional e militarismo na
América Latina
Geélison Ferreira da Silva - geelison.silva@unimontes.br
Diego Maradona Cortezzi Guimarães Pedras - diegocortezzipedras@
gmail.com
Crítica Hermenêutica do Direito como instrumento para a
efetividade do direito à educação: um olhar sobre a política de cotas
Carem Barbosa de Castro - castrocarem@gmail.com
A crise da Bolívia em outubro e novembro de 2019 e suas
representações sociais e de classe
Ivan Osvaldo Calderon Arrueta Ribeiro - calderon.iv@hotmail.com
Celso Ricardo dos Santos Nascimento - celsorsn@gmail.com
Lorena de Sousa Ribeiro Calderon Arrueta - arrueta@hotmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Justiça e política: do contratualismo à democracia deliberativa na era


digital
Frederik Bacellar Ribeiro - frederikbacellar@gmail.com
Cláudio Alberto Gabriel Guimarães - calguimaraes@yahoo.com.br
Francisco Teomário Serejo Silva - teomarioserejo@mpma.mp.br
As intromissões dos agentes políticos no campo jurídico e o risco às
bases democráticas brasileiras
Artur da Rocha Sanzi Erguy - arturserguy@gmail.com
Vinicius Barboza - viniciusbarboza8991@gmail.com
A crítica hermenêutica do direito e o combate à discricionariedade
judicial
Matheus Alves da Rocha - Matheus.alves.rocha@hotmail.com
Rosymile Andrade de Moura - rosy.mile.andrade@gmail.com

Sessão 2 (10h40min - 12h10min): Falhas sistêmicas das democracias


contemporâneas - ON-LINE - Link para a sala virtual
Pós-democracia e a prevalência do negociado sobre o legislado no
brasil: análise sob a perspectiva da reforma trabalhista
Maria Soledade Soares Cruzes - maria.soledade@uesb.edu.br
A atuação do STF na ADI nº 6341 em meio à crise sanitária:
repartição de competências ou ativismo judicial?
Alexandre Moura Lima Neto - alexandrenetoadv@hotmail.com
Edith Maria Barbosa Ramos - edithramosadv@yahoo.com.br
Combate à corrupção maranhense pela Polícia Federal durante a
pandemia de Covid-19
Rodrigo Rosa Borba - rodrigorborba@live.com
Cláudio Alberto Maciel Guimarães - calguimaraes@yahoo.com.br
Militância associativa e ativismo judicial no contexto político da
Reforma Trabalhista de 2017: análise sobre o Projeto de Lei 6.787/16
Rodrigo Hinz da Silva - rodrigohinzdasilva@msn.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

“Aldeia Zumbi dos Palmares”: prática espacial de retomada do


território por pessoas em situação de rua, em Porto Alegre, Brasil
Veridiana Farias Machado - veri.zea@gmail.com
Thais do Amaral Marques - cp.thaismarques@gmail.com
Direito à educação especial de crianças e adolescentes como mínimo
existencial
Marcel Gustavo Corrêa

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT 19 - Las políticas sociales redistributivas o compensatorias


como mecanismos para reinventar la solidaridad social en
América Latina
La pobreza y las persistentes desigualdades en América Latina han
generado una profunda invisibilidad y múltiples formas de exclusión social
frente a los derechos de ciudadanía y las relaciones sociales democráticas.
Las contribuciones al GT tienen como objetivo resaltarlas políticas sociales
que resaltan las relaciones sociales asimétricas, junto con las posibilidades
de solidaridad y reconocimiento como un problema social y los cambios
en los niveles de bienestar social. También acogerá abordajes, entre otros,
sobre la evolución de las políticas sociales en América Latina, sobre la des-
responsabilidad del Estado bajo la égida neoliberal, sobre los mecanismos
establecidos por los gobiernos protagónicos, sobre el nexo entre los inte-
reses del capital y las políticas de transferencias condicionadas, sobre me-
canismos de reinvención de la solidaridad social. La intervención estatal y
las movilizaciones de la sociedad civil han producido políticas sociales con
efectos redistributivos o compensatorios, al tiempo que perviven múltiples
desigualdades que pueden considerarse estructurales.

Coordenadores:
Aloisio Ruscheinsky (Unisinos)
Guadalupe Fernández Aguilera (IBEROLEON)
Mario Iván Patiño Rodríguez Malpica (IBEROLEON)
Maria Francisca Granda Benitez (PUCE/Equador; Universidad
de Toronto)
Quinta-feira, 17/11/2022 [Sessão somente virtual]

Sessão 1 (10h40min - 12h10min): Políticas públicas de educação e a


construção da solidariedade - ON-LINE - Link para a sala virtual
Entre o capital e o social: o dilema das políticas de financiamento da
educação superior no Brasil
Ana Luiza Fernandes Mendes - aninhafmendes@gmail.com
A educação superior indígena no Brasil: um olhar sobre as ações
afirmativas
Magueda Thomaz Villas Boas - Magueda.boas@unioeste.br

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Mujeres en peligro: un estudio sobre las políticas públicas en el


Ecuador dirigidas a la lucha contra el acoso sexual
Nereyda Espinoza-Velasteguí - neespino@espol.edu.ec
Programa de transferência de renda no âmbito da política social:
percepções no cotidiano da escola
Angélica Vieira de Souza Lopes - angelicaviso.geo@gmail.com
Andréa Alves de Oliveira - andreaaolive@hotmail.com
Quinta-feira, 18/11/2022

Sessão 2 (9h - 10h30min): Políticas sociais de reconhecimento e de


reinvenção do pacto social - TEDU 711 - Link para a sala virtual
Vulnerabilidade social: uma análise sobre a percepção dos beneficiários
do Programa Auxílio Brasil no município de Taquara/RS
Caroline Britto da Silva Silveira - carolinebrittos@sou.faccat.br
Dilani Silveira Bassan - dilanib@faccat.br
Dos discursos discriminatórios à solidariedade: uma análise a partir
da teoria do reconhecimento em Axel Honneth
Marcelino Meleu - mmeleu@furb.br
Tchessica Weber - tchessicaw@furb.br
Moacir Gomes Ribeiro - moacirr@furb.br
La intervención del gobierno ecuatoriano en la economía popular y
solidaria 2009-2017
Maria Francisca Granda Benitez - mfgranda@puce.edu.ec
Esteban Nicholls
Ingreso mínimo vital, línea de pobreza, salario mínimo
constitucional y la renta básica para Colombia
Miguel Reyes
Esteban Nina Baltazar - enina@javeriana.edu.co

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Sessão 3 (9h - 10h30min): Políticas de incremento da solidariedade


social - TEDU 711 - Link para a sala virtual
Brechas estructurales en el Ecuador: barreras para el desarrollo
Nora Fernández Mora - nefernandez@puce.edu.ec
Andrés Mideros Mora - amideros060@puce.edu.ec
A solidariedade como ferramenta para redução das desigualdades:
a necessidade do reconhecimento da solidariedade no mundo
capitalista
Luíza Cristina de Castro Faria - luizacfaria@gmail.com
Rodrigo Pelet Nascimento Aquino - rodrigo_pelet@yahoo.com.br
População em situação de insegurança alimentar e nutricional em
Pelotas/RS/Brasil
Sinval Martins Farina - sinvalmfarina@gmail.com
Carlos Roberto da Silva Machado - carlosmachado2004furg@gmail.
com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT 20 - Metodologias integrativas em experiências


públicas: práticas, experimentações e inovações em
processos participativos e de ensino-aprendizagem
A diversidade de sujeitos que conformam o espaço público nos
coloca o desafio da relativização das modalidades tradicionais de conduzir-
mos processos participativos e de aprendizagem em nossos territórios. Re-
conhecemos que as formas de ser, estar e existir no mundo vão muito além
das que a academia tradicionalmente reconhece e prática. Lógica analítica,
privilégio das linguagens técnicas e visão objetivizante dos problemas se
desvelam como dispositivos capazes de selecionar incluídos e excluídos.
Diante disso, as Metodologias Integrativas convidam a reconhecer as lin-
guagens,subjetividades, corporalidades, espiritualidades, nos contextos de
construção coletiva e participativa das experiências públicas. O GT visa
refletir sobre metodologias, em processos de ensino-aprendizagem, cons-
trução, gestão e avaliação de ações públicas, que utilizem experimentações
e práticas criativas, artísticas e culturais (dança, teatro, brincadeiras, jogos,
audiovisual etc.) como mediadoras das experiências públicas. Esperamos
reflexões sobre experiências inovadoras, em curso ou finalizadas, propo-
sições epistemológicas e metodológicas, no formato escrito e/ou audiovi-
sual. Submissões audiovisuais deverão ser acompanhadas por um roteiro
teórico-metodológico.

Coordenadorxs:
Valéria Giannella (UFSB)
Edgilson Tavares de Araújo (UFBA)
Altemar Felberg (UNEB)
Danielle Ferreira Medeiro da Silva de Araújo (UNB)
Quinta-feira, 17/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min): Ecologia da comunicação, escuta


ativa, gestão criativa de conflitos, e “presença” nos processos
organizacionais e de solução de problemas - TEDU 704 - Link para a
sala virtual
Coordenadora da sessão: Valéria Giannella

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Narrativas docentes sobre os desafios da inovação pedagógica: um


diálogo com professores dos anos iniciais do ensino fundamental
Kátia Caroline Souza Ferreira - katiacaroline6@hotmail.com
Elsa Estrela - elsaestrela@gmail.com
1º Congresso Popular de Educação para a Cidadania: quando um
sonho coletivo se torna realidade
Adriane Vieira Ferrarini - adrianevf@unisinos.br
César Fernando da Silva Paz - cesar.paz.dex@gmail.com
Cleiton Fernandes Chiarel - cleitonchiarel@gmail.com
Ananda Beltran Borges - anandabor@gmail.com
Cláudio Kury Freitas - claudiokfreitas@gmail.com
Práticas integrativas e restaurativas com sujeitos reclusos no conjunto
penal de Eunápolis: possibilidades educativas no cenário do cárcere
Reginalva Almeida Santana Santos Albino - reginalva.albino@gmail.
com
Danielle Ferreira Medeiro da Silva de Araújo
Inclusão da dimensão emocional na análise de um processo de
implementação de um projeto inovador de universidade
Igor Dantas Fraga - igordantasfraga@gfe.ufsb.edu.br
Valéria Giannella - valeria.giannella@csc.ufsb.edu.br

Sessão 2 (10h40min - 12h10min): integração das artes, da


performance e do lúdico nos processos educativos e de participação -
TEDU 704 - Link para a sala virtual
Coordenadora da sessão: Danielle Ferreira Medeiro da Silva de
Araújo
Pega a visão na pandemia: narrativas cotidianas de pessoas em
situação de rua e jovens em vulnerabilidade social expressadas em
filmes
Edgilson Tavares de Araújo - edgilson@gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Reexistências poéticas como face e campo de expressão das


metodologias integrativas: uma análise sobre o sarau do grau, Arraial
d’Ajuda/BA
Altemar Felberg - felberg_imt@hotmail.com
Gisele Poletto Porto - giseleporto.socioambiental@gmail.com
Projeto capoeira arte e metodologias integrativas na educação básica
Erlon Fabio de Jesus Costa Araújo - erlonfabiocosta@hotmail.com
Os grilhões do racismo teimam em subjugar o povo negro
Leila Aparecida de Ataides - leila.ataides@gmail.com
Jornada do empoderamento preto: uma proposta de mentoria
funcional
Isabel Cristina Coelho Carvalho - Kristinpoa@gmail.com
Sexta-feira, 18/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min): Inovação metodológica para a produção


dialógica e cooperativa do conhecimento e práticas sociais - TEDU
704 - Link para a sala virtual
Coordenador da sessão: Edgilson Tavares de Araújo
Projeto mulheres da costa: escuta, reflexão e proposição, relato de
experiência e possível tecnologia social de cidadania e participação
social
Lia Valente Martins - lia.martins@csc.ufsb.edu.br
Gisele Poletto Porto - felberg_imt@hotmail.com
Formação livre em gestão social e metodologias integrativas para
atores sociais do município de Porto Seguro-BA
Valéria Giannella - valeria.giannella@csc.ufsb.edu.br
Altemar Felberg - felberg_imt@hotmail.com
Danielle Ferreira Medeiro da Silva de Araújo - dannymedeiro@
hotmail.com
Lia Valente Martins - liavmartins@gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Na ginga das epistemologias da pesquisa: os equilíbrios e


desequilíbrios no processo de aprendizagem dos/as doutorandos/as
do PPGES/UFSB
Luciana Santos Leitão - lsleitao@uesc.br
Erlon Fabio de Jesus Costa Araújo - erlonfabiocosta@hotmail.com
Geomara Pereira Moreno Nascimento - geomoreno7@hotmail.com
Luciano Neves Souza - nevezluciano@hotmail.com
Roxana Ruiz Buendía - roxana.ruiz.buendia@gmail.com
Desafios no processo de adaptação escolar de jovens
institucionalizados
Franciele Muller - francielemuller201@gmail.com

Sessão 2 (10h40min - 12h10min): Metodologias Integrativas em


processos de gestão comunitária nos campos da memória, patrimônio
e diversidade cultural - TEDU 704 - Link para a sala virtual
Coordenador da sessão: Altemar Felberg
El papel de la espiritualidad y la estética en la prolongación y
resistencia a los proyectos colonial, republicano y neoliberal; en las
fiestas religiosas de nuestras eñora del cisne en ecuador y la navidad
cubana
César Miguel Salinas Ramos - cesarsalinasramos@gmail.com
Viver aprendendo e gerando metamorfoses por meio do amor
Diônifer Alan da Silveira - dionifer@gmail.com
Metodologias integrativas como processos de ensino-aprendizagens
na comunidade quilombola do fôjo em Itacaré-BA
Geomara Pereira Moreno Nascimento - geomoreno7@hotmail.com
As Cinco Marias nas Metodologias Ativas (Aprendizagem por
problemas)
Aimara Bolsi

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT21 - Mobilização do Direito e Ativismo Judicial


Há pelo menos quatro décadas, a interação entre a justiça e a po-
lítica tem motivado pesquisas que muito contribuíram na compreensão
das instituições judiciais e de seus agentes, enfatizando os efeitos políticos,
sociais e culturais decorrentes da atuação do direito na sociedade. A partir
dessa agenda, o GT pretende reunir trabalhos sobre instituições, atores e
práticas judiciais que busquem analisar o desenvolvimento institucional,
os sentidos sociais e os usos políticos do direito. São temas de interesse,
principalmente: as dinâmicas institucionais, comportamentais e padrões
decisórios que estruturam o sistema de justiça; o recrutamento e a forma-
ção corporativa dos atores, suas práticas e imagem pública; o padrão de
acionamento dos tribunais e da mobilização legal em busca da efetivação
de direitos; as disputas e controvérsias de apelo ético-moral na arena judi-
cial; a interface entre o direito e as políticas públicas; a gestão do sistema
de justiça e desempenho das instituições judiciais.

Coordenadores:
Cristiana Losekann (Universidade Federal do Espírito Santo)
Marie-Hélène Sá Vilas Boas (Université Nice Sophia Antipolis)
Juliane Sant’Ana Bento (UFRGS)
Dia 17/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min): Interações e estratégias por justiça social -


TEDU 705 - Link para a sala virtual
Sofrimento e experiência política - melancolia e resiliência nas
interações por justiça no desastre de mineração no Rio Doce
Cristiana Losekann - cristianalosekann@gmail.com
Judicialização reversa como estratégia de dominação: disputas
conceituais nas políticas públicas sobre terras quilombolas
Clarissa Bottega - prof@clarissabottega.com
Política de drogas e narco-encarceramento no Estado de Mato Grosso
Giovane Santin - giovanesantin@hotmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Injúria racial e racismo: o enfrentamento do debate racial pelo


judiciário
Vanessa Silva da Cunha - vanessasd.cunha@gmail.com

Sessão 2 (10h40min - 12h10min): Diferença, inclusão e mobilização


do direito - TEDU 705 - Link para a sala virtual
Os rituais de diferenciação no contexto social brasileiro e a resposta
do campo jurídico
Artur da Rocha Sanzi Erguy - arturserguy@gmail.com
O Programa de Acessibilidade Eleitoral da Justiça Eleitoral e a
inclusão política de pessoas com deficiência no Brasil
Márcia Inês Schaefer - marciainesschaefer@gmail.com
Diversidade sexual e de gênero como disputa política no Brasil: a
contramobilização da questão LGBTI+ nas instâncias judiciais
Otávio Santiago Gomes da Silva - otaviosgomesdasilva@gmail.com.br
O ativismo judicial e a efetivação de direitos LGBTI+ à luz da Teoria
do Reconhecimento de Axel Honneth
Éder Machado de Oliveira - ederoliveiramachado@gmail.com
Dia 18/11/2022:

Sessão 1 (9h - 10h30min): Instituições e funcionamento do sistema


de justiça - TEDU 705 - Link para a sala virtual
Um processo em construção: as duas faces da institucionalização do
CNJ
Caroline Bianca Graeff - carolinegraeff@gmail.com
Álvaro Augusto de Borba Barreto - albarret.sul@gmail.com
Os sentidos da conciliação e da mediação trabalhista nas disputas em
torno da criação dos CEJUSC’s na Justiça do Trabalho
Marciele Agosta de Vasconcellos - cielevasconcellos@hotmail.com
Objeto Jurídico Não Identificado: o controle de convencionalidade
praticado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul
Marcírio Barcellos Gessinger - marciriogessinger@yahoo.com.br

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Acordos judiciais em contextos de pluralismo estatal: estudo de


caso sobre a mediação no projeto de desenvolvimento sustentável e
conservação do Horto Florestal
Vinicius Barboza - viniciusbarboza8991@gmail.com

Sessão 2 (10h40min -12h10min): Controle, fiscalização e


mobilizações em torno do interesse público - TEDU 705 - Link para
a sala virtual
Os porta-vozes da “justiça”: disputas associativas no Ministério
Público
Treicy Giovanella da Silveira - treicy.gs@gmail.com
O Ministério Público de Minas Gerais e o Programa Agro Legal no
município de Unaí/MG
Andréia Teixeira Costa - contac-1@hotmail.com
O Direito Humano Fundamental à Boa Administração: o ativismo do
Provedor de Justiça
Carla Maria de Bastos Borrões - bastoscarla06@gmail.com
Usos do direito em contextos de megamineração
Juliane Sant’Ana Bento - juliane.bento@ufrgs.br
Aloisio Ruscheinsky - aloisioruscheinsky@gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT 22 - Otras temporalidades: emergencias,


rupturas, continuidades en América Latina
El tiempo como recurso político es movilizado, gobernado y ne-
gociado de distintas maneras, por distintos actores, moldeando la constitu-
ción de lo político a través de rupturas, continuidades y emergencias. Des-
de la Agroecología, se valoran producciones y conocimientos tradicionales
frente al progreso tecnológico monocultural; organizaciones indígenas
irrumpenen la política oficial con temporalidades propias, que cuestionan
el tiempo globalizado y de los Estados-naciónblanco-mestizos. Proyectos
socialistas de gobierno se sostienen sobre proyecciones de soberanía ener-
gética, productiva y de conocimiento, siempre amenazados por el presente.
Fiestas y artes, prácticas de otras temporalidades que construyen lo político
más allá del antropo- y logocéntrismo. El movimiento indígena ecuatoria-
no y su acción política se extiende más allá de su irrupción pública durante
los 90s, su agencia parte de dinámicas sociales y políticas de larga dura-
ción. Proponemos la cronopolítica como horizonte teórico para analizar
las transformaciones actuales y dar cuenta de procesos de larga duración
temporal.

Coordenadores:
César Salinas Ramos (Unisinos)
José David Gómez-Urrego (PUCE)
Esteban López Andrade (Flacso)
Marco Paladines (Technical University of Berlin)
Quinta-feira, 17/11/2022

Sessão 1 (09h - 10h30min): Continuidades e rupturas - ON-LINE -


Link para a sala virtual
Civilização e progresso no oeste paulista - Companhias de
colonização, estrada de ferro e o genocídio dos Índios Kaingang
Rubens Arantes Corrêa
La crisis como fenómeno temporal enlapráctica y laconstrucción
política de los contextos: em el caso de Yachay, laciudad del
conocimiento de Ecuador
José David Gómez-Urrego

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

La sombra perpetua de lahacienda: laacción política campesina en


Los Andes centrales del Ecuador
Esteban López Andrade - evlopezfl@flacso.edu.ec

Sessão 2 (10h40min – 12h10min): Emergências - ON-LINE - Link


para a sala virtual
A crise do lulismo e a ascensão da nova direita no Brasil
José Carlos Martines Belieiro Jr. - jcmbjunior@yahoo.com.br
Eser Azael Moreira Lopes - eser-lopes@hotmail.com
Temporalidades y arquitectura Neo-Andina
Marco Paladines - marcopaladinesv@gmail.com
Tempos de Utopia
Manuela Salau Brasil - manuelaebloch@gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT 23 - Riscos e desastres ambientais: desafios para


o ativismo em redes de Educação Ambiental
O GT reúne estudos sobre riscos tecnológicos, conflitos, territó-
rios em disputa e desastres ambientais, discutindo os desafios da educação
ambiental, o ativismo ecológico, a formação de redes de atores, os efeitos
das mudanças climáticas, as políticas socioambientais, o direito à solidarie-
dade socioambiental e o papel do Estado. Como delimitador estarão em
debate contribuições nas quais questões ambientais, sociais e educacionais
são consideradas aspectos indissociáveis de uma realidade socialmente pro-
duzida e organizada por mais assimétricas que sejam as relações sociais. No
campo temático em destaque situa-se um processo que endossa o ideário
do protagonismo dos direitos humanos em face de usos dos bens naturais
para um desenvolvimento de combate às múltiplas desigualdades. Todavia,
paradoxalmente perpassado por riscos e desastres ambientais, bem como as
incertezas em face das mudanças climáticas.

Coordenadores(as):
Rosmarie Reinehr (UERGS)
Harrysson Luiz da Silva (UFSC)
Marc François Richter (UERGS)
Quinta-feira, 17/11/2022

Sessão 1 (9h - 10h30min) - ON-LINE - Link para a sala virtual


Cenários de transição energética e cultura da energia: uma reflexão
exploratória desde o Brasil
Sofia Isabel Vizcarra Castillo - svizcarracas@unisinos.br
Andres Armando Mendiburu Zevallos - andresmendiburu@ufrgs.br
Educação Ambiental e Direitos Humanos: Uma ferramenta de
prevenção e consciência climática?
Bianca Larissa Soares de Jesus Roso - biancasoaresroso@gmail.com
Délton Winter de Carvalho - deltonw@unisinos.br
Elisa Maffassiolli Hartwig - elisa.mhartwig@gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

A “Mobilização para Ação” de Ativistas de Redes de Educação


Ambiental: A Rede Internacional de Pesquisa em Resiliência
Climática – RIPERC e a Rede ARAUCÁRIAS – Educação Ambiental
a partir dos Campos de Cima da Serra e Hortênsias/RS
Harrysson Luiz da Silva - harrysson.luiz@ufsc.br
Irene Carniato - irenecarniatto@gmail.com
Rosmarie Reinehr - rosmarie-reinehr@uergs.edu.br
Marc François Richter - marc-richter@uergs.edu.br

Sessão 2 (10h40min -12h10min)


Utopia Crítica como Ferramenta Emancipatória
Frederico Salmi - salmi.frederico@gmail.com
O Perigo da Segurança Ambiental Vista Somente do Enfoque
Econômico
Katiuscia Marcon Romão Torezan - katiuscia@uniarp.edu.br
Tatiane Atanásio dos Santos Bernardy - tatiane@uniarp.edu.br

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT24 - Trabalho e Proteção Social nas Periferias


Capitalistas: ponto de situação e desafios futuros
A crise financeira de 2008 e seus desdobramentos afetaram de for-
ma extremamente negativa os países da periferia europeia. Uma de suas
consequências foi alterar significativamente a organização do mercado de
trabalho e das políticas de proteção social. A recuperação dos postos de
trabalho foi acompanhada de precarização dos contratos e manutenção de
salários baixos. Nos países do Sul, este período é marcado por tendências
inversas, com rápida recuperação do mercado de trabalho e expansão da
proteção social. A crise pandêmica produziu respostas, tanto nas periferias
a Norte, como nas periferias a Sul, visando conter o desemprego e garantir
um rendimento mínimo às famílias, incorporando grupos vulneráveis com
pouco ou nenhum acesso à proteção social. O presente GT tem como
objetivo refletir de forma comparativa acerca da evolução dos sistemas de
proteção social em países periféricos a Norte e a Sul, identificando disseme-
lhanças e semelhanças, assim como espaços para aprendizagens cruzadas.
Coordenadores:
Tiago Oliveira (Universidade de Lisboa)
Maria Clara Gabriel de Oliveira (Universidade de Coimbra)
Sexta-feira, 18/11/2022

Sessão 1 - NÃO HAVERÁ


Sessão 2 (10h40min-12h10min) - ON-LINE - Link para a sala virtual
A relação entre morar e trabalhar percebida por moradores de uma
área urbana de baixa renda do Nordeste brasileiro
Ulisses Pereira Ribeiro - ulissesribeiro.professor@gmail.com
Laumar Neves de Souza - laumar.souza@unifacs.br
Ana Licks Souza de Almeida - aalmeida.ssa@gmail.com
“Economia moral”: uma perspectiva analítica para compreender o
ativismo sindical bancário no contexto da pandemia
Carilo Marzari Machado - carilomachado@yahoo.com.br
Virginia Vecchioli - vvecchioli@gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Estado Neoliberal e Políticas Sociais: aproximações com as tendências


e desmontes
Sueiny Larissa de Sousa Neves - sueiny.neves@hotmail.com
Teresa Cristina Moura - tcmcosta@ufpi.edu.br
Vínculo: premissa básica para constituição da proteção social
Oswaldo Alcanfor Ramos - oalcanfor@yahoo.com.br
Adriano Francisco de Oliveira - adrianodefo@yahoo.com.br
As mães abandonadas e o acolhimento institucional de crianças e
adolescentes
Oswaldo Alcanfor Ramos - oalcanfor@yahoo.com.br
Adriano Francisco de Oliveira - adrianodefo@yahoo.com.br

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT 1 - A ação coletiva na década de 2010:


Inovações locais e ressonância planetária
Ana Margarida Esteves (ISCTE)
Luiz Inácio Gaiger (Unisinos)

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Coletivo Poa Inquieta: pensar


diferente, fazer junto
César Fernando da Silva Paz1
Adriane Vieira Ferrarini2
Cláudio Kury Freitas3

Experimentações democráticas se ampliam em contextos urbanos


sob a forma de coletivos autogestionários, configurando processos de expe-
rimentação organizacional, com maior flexibilidade de ação e autonomia
institucional (GAIGER, 2020). Este trabalho focalizará uma ação coletiva
cidadã criada em 2017 em Porto Alegre, uma cidade com trajetória de
participação e inovação pública. O Coletivo Poa Inquieta busca articular
pessoas, recursos e instituições para a transformação da cidade sob princí-
pios de inclusão, diversidade, sustentabilidade e criatividade. Nosso objeti-
vo aqui é caracterizar e analisar o Poa Inquieta em termos do tipo de ação
coletiva e efeitos que engendra.
A metodologia deste estudo compreende análise documental,
mapeamento dos atores e ações, observação participante, entrevistas se-
miestruturadas e survey. O Poa Inquieta é uma rede informal que conecta
cerca de 2.000 pessoas através de 27 grupos de WhatsApp (denomina-
dos “spins”) a partir de diferentes temáticas (sustentabilidade, educação,
inovação social e diversidade, etc.). As lideranças - ou “articuladores”
- facilitam spins e projetos. Qualquer pessoa pode ser um articulador.
Os projetos idealizados nos spins não necessitam de aprovação dos de-
mais integrantes. A proposta é que se tenha liberdade para tomar as ini-
ciativas, considerando princípios e acordos de convivência, elaborados
coletivamente. O impacto ainda está sendo mensurado, mas estima-se a
realização de mais de 600 rodas de conversa, cerca de 70 ações desenvol-
vidas, 30 projetos realizados diretamente, 60 ações e projetos indiretos e
inspiração na formação de outros coletivos e políticas públicas. Os efei-
tos materiais são inúmeros, especialmente no período da pandemia, em
que o Coletivo contribuiu com distribuição de alimentos, materiais de
higiene, etc.

1 UNISINOS, cesar.paz.dex@gmail.com
2 UNISINOS, adrianevf@unisinos.br
3 UNISINOS, claudiokfreitas@gmail.com

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Os achados preliminares revelam que o Coletivo Poa Inquieta se


caracteriza como uma ação coletiva contemporânea que congrega atores e
causas diversas, tem autonomia política, produz experimentações criati-
vas, promove ligações afetivas e é performativo, produzindo no local e no
dia-a-dia a transformação a que se propõe discursivamente. É apartidário,
mas faz política no cotidiano. Mais recentemente, tem conseguido engajar
e atuar em conjunto com comunidades periféricas, que era o feito mais
desejado em consonância com a compreensão de que não se transforma a
cidade sem redução das desigualdades.
Há limites pela ausência de captação de recursos financeiros e de
profissionalização de alguns serviços estratégicos que melhorariam a ges-
tão do conhecimento e o engajamento, questões que provavelmente serão
discutidas em futuro próximo para a continuidade do Coletivo. Contudo,
refutando teses individualistas, a forma rápida e continuada com que o
Coletivo foi capaz de agregar tantas pessoas de diferentes segmentos de-
monstra uma vitalidade da participação cidadã voltada ao bem comum em
Porto Alegre.
Palavras-chave: coletivo cidadão; participação; transformação social;
diversidade

REFERÊNCIAS

GAIGER, Luiz. A Reciprocidade e os coletivos de auto-organização da


vida comum: uma resposta ao capitalismo de crise. Otra Econo-
mía, v. 13, n. 24, p. 3-24, 2020.

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Ocupar é preciso: estudo de caso


das ocupações do MNPR na
sua luta pela justiça social
Larissa Scherer Severo1
Monika Weronika Dowbor2

Este trabalho objetiva investigar e analisar o potencial de ocupa-


ções organizadas por movimentos sociais influenciar às políticas públicas.
Enquadramos a ocupação como uma das formas de participação política
extra institucional às quais os atores subalternos recorrem para fazer suas
reivindicações. O termo influência nas políticas públicas inclui às mudan-
ças institucionais nas políticas já existentes, bem como, à introdução de
novos elementos e ideias. As formas de organização, práticas e tecnologias
vão sendo testadas e experimentadas em ato, ao longo das ações coleti-
vas, podendo gerar a criação de protótipo (PARRA, 2019) e/ou inovação
social (DOWBOR et al., 2018), servindo como proposição de soluções
e serem incorporadas em instrumentos de políticas públicas, nos níveis
de elaboração ou implementação. A fim de incluir a dimensão cultural e
simbólica, enquanto processo de construção e atribuição de sentido da ex-
periência em uma determinada situação partilhada, utilizamos o conceito
de enquadramento interpretativo (KUNRATH et al., 2017). A metodo-
logia da pesquisa é qualitativa e incluí dois estudos de caso: a ocupação do
prédio do Departamento Municipal de Habitação e da Aldeia Zumbi dos
Palmares, ambas protagonizadas pelo Movimento Nacional de População
em Situação de Rua do RS (MNPR-RS). A coleta de dados foi feita com
base nos documentos oficiais do movimento, em reportagens de mídias
para aproximação dos eventos cronológicos, das pessoas envolvidas e da
visibilidade alcançada, e em entrevistas semiestruturadas. Os resultados
apontam pequenas mudanças nas políticas públicas vigentes, apesar das
demandas concretas do Movimento e das denúncias de falhas na mitiga-
ção dos problemas enfrentados pela população em situação de rua, bem
como, mostram a efetiva criação de vínculos sociais, com a prototipagem
do modo de vida que agrega valores de coletividade e vincular, associado à
geração de renda. Os resultados também indicam a passagem de um mo-
1 Psicologia - Unisinos, larissa.severo25@gmail.com
2 Ciências Sociais - Unisinos, monikads@unisinos.br

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vimento reivindicativo do MNPR-RS para um movimento propositivo,


com a consolidação do projeto Amada Massa e superação da situação de
rua de muitos dos participantes da ocupação.
Palavras-chave: Movimento Nacional de População de Rua; Políticas Pú-
blicas; Ocupação; Protótipo.

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Organizaciones no tradicionales en
los activismos de la revuelta y post
revuelta social de Chile 2019-2020
Karla Henríquez Ojeda1

Durante el periodo de octubre de 2019 hasta la llegada del plebis-


cito por una nueva constitución, distintas organizaciones tomaron prota-
gonismo para discutir el Chile del futuro. Se presentarán las tensiones que
se producen entre organizaciones adhocráticas y organizaciones tradicio-
nales. Las primeras buscan tener estructuras horizontales, desconfían de las
lógicas centradas en la representación, promueven la diversidad e inclusión
de los invisibilizados en los espacios de deliberación, sus integrantes per-
manecen de manera intermitente, y en ciertos momentos adquieren pro-
tagonismo en la discusión pública. Las organizaciones tradicionales tienen
estructuras jerárquicas y responsabilidades definidas, con voceros estables
que actúan como interlocutores hacia el exterior. Se realizaron entrevis-
tas semiestructuradas a integrantes de distintas organizaciones y se apli-
có un análisis de contenido. Entre los resultados relevantes encontramos:
tensiones por la manera en que se representan frente a las instituciones,
cuestionamientos hacia la validación cuantitativa como forma de repre-
sentatividad, importancia del contenido de las luchas y el compromiso
como forma de vida. Otro grupo de tensiones se dio cuando sus inte-
grantes asumen cargos en la institución y pierden el carácter crítico que
tenían en las organizaciones adhocráticas. Se concluye que existen formas
de organización menos reconocidas por el Estado y que permiten posicio-
nar demandas sociales a nivel institucional. El cuestionamiento hacia estas
organizaciones radica en que son difíciles de seguir porque el compromiso
de sus integrantes es intermitente o descomprometido a ojos de la orga-
nización institucional. Sin embargo el compromiso está arraigado en la
manera en que los activistas se construyen a sí mismos y sus luchas forman
parte de la manera en que viven sus vidas. Los resultados permiten abrir
un foco de atención para visibilizar formas de orgánica poco reconocidas
por el aparato político, y pensar en una generación de nuevos ciudadanos
y ciudadanas. Por último, los resultados permiten avanzar en la propuesta
de una nueva forma de entender a las organizaciones políticas que están
1 CRIDIS, Universidad Católica de Lovaina, Karla.henriquez@uclouvain.be

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alejadas de las lógicas institucionales pero que son protagonistas en la arena


de lo político (MOUFFE, 2009).
Palabras clase. Adhocracias; activismo; movimientos sociales; organiza-
ciones no tradicionales.

REFERENCIAS

HENRÍQUEZ, Karla Adhocracias y repliegues reflexivos. La calle y


las introspecciones personales en las actorías sociales del 18-O.
In: ZARZURI, R. et al. (ed.). El despertar chileno. Revuel-
ta y subjetividad política. Buenos Aires: CLACSO, 2022. p.
163-177. Disponible en: https://www.clacso.org/wp-content/
uploads/2022/03/El-despertar-chileno.pdf.
MOUFFE, Chantal. En Torno a lo Político. Buenos Aires: Fondo de
Cultura Económica, 2007.

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Singularidades dos novos coletivos de ação


Luiz Inácio Gaiger2
O objetivo do trabalho será examinar algumas características pe-
culiares de formas relativamente recentes de ativismo, conforme vieram
se destacando no cenário das mobilizações sociais dos último 15 anos, e
cuja designação de coletivos, adotada por seus protagonistas, tem sido pau-
latinamente assimilada pelos estudos acadêmicos (no Brasil, ver o dossiê
da Revista Simbiótica nº 3/2020, entre outros). Essas iniciativas, ideali-
zadas e instituídas em comum por diferentes grupos de ação, procuram
desenvolver atividades e prestar serviços atinentes à vida comum dos seus
integrantes. Regra geral, elas revitalizam valores e práticas de autogestão
comunal e, ademais, promovem novos ativismos, apoiando movimentos
de contestação e oposição à ordem vigente. Constituem respostas novas,
em boa medida inovadoras, ao cenário atual do capitalismo, cuja lógica se
torna cada vez mais antissocial e engendra crises periódicas e sistemáticas.
Num primeiro momento, o trabalho discutirá o próprio conceito
de coletivo, posto que ele tem sido no mais das vezes incorporado pelos estu-
dos a seu respeito como uma categoria advinda da práxis social, sem o devido
trabalho de definição, o qual supõe a explicitação de critérios teórico-analí-
ticos e uma demonstração, mesmo preliminar, de sua congruência com as
realidades empíricas. Um dos elementos em destaque será o confronto entre
as formas habituais de atuação dos coletivos e aquelas do ativismo caracterís-
tico do período anterior, no âmbito dos então designados novos movimen-
tos sociais. A integração entre dimensões e planos de ação e transformação
diversos, própria dos coletivos, será discutida em alguns dos seus elementos,
a exemplo da conexão entre individualidade e coletividade, ou entre vida
privada e compromisso público, assim como a incorporação de demandas
materiais e imateriais, classistas e supraclassistas, ou ainda a conjunção entre
a defesa da vida humana e a crítica ao antropocentrismo e entre a crítica ao
sistema e a criação de alternativas fora do sistema, para dar alguns exemplos.
Uma das singularidades marcantes dos coletivos será abordada a
seguir. O texto buscará demonstrar que a noção de autonomia, como pre-
missa e aspiração dessas formas de ativismo, perpassa e orienta os coletivos
em vários sentidos: como dimensão subjetiva, ligada à vivência individual
e ao valor atribuído à experiência; como postura de independência econô-
mica, política e moral diante de outras organizações, movimentos e apare-

2 Unisinos / CNPq, gaiger@unisinos.br

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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lhos do Estado; na constituição de espaços próprios de atuação, trabalho e


criação de soluções alternativas e efetivas a questões de interesse comum; e
ainda, como uma prefiguração de formas de viver no mundo, livres e pro-
motoras de emancipações. A análise permitirá estabelecer alguns contras-
tes entre os coletivos e formas pregressas de mobilização social, nas quais
o embate na esfera pública e/ou o intento de transformar o mundo são
centrais, bem como identificar similitudes e laços de origem com diversas
iniciativas que, há mais tempo, valorizam a autonomia como um elemento
intrínseco à alternatividade e aos processos para a sua conquista.
Os argumentos a serem apresentados firmam-se em estudos an-
teriores sobre as formas de ação coletiva motivadas pela construção de al-
ternativas, como a Economia Solidária, em revisões da literatura hoje em
expansão sobre o tema e, ainda, em uma análise sistemática de coletivos,
no Brasil e outros países, em curso no presente momento.
Palavras-chave: autogestão - autonomia – ativismo – capitalismo – coleti-
vos – tranformação social
REFERÊNCIAS
COMITÊ INVISÍVEL. Aos nossos amigos: crise e insurreição. 2. ed. São
Paulo: Edições Antipáticas, 2018.
HOLLOWAY, John. Cambiar el mundo sin tomar el poder. El significa-
do de la revolución hoy. 4. ed. Buenos Aires: Herramientas, 2009.
GAIGER, Luiz A reciprocidade e os coletivos de auto-organização da vida
comum. Uma resposta ao capitalismo de crise. Otra Economía, v.
13, n. 24, p. 3-24, 2020a.
MORAES, Alana Contato e improvisação. O que pode querer dizer auto-
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tas Unisinos, v. 16, n. 268, 2018.
PEREZ, Olívia; SILVA FILHO, Alberto. Coletivos: um balanço da lite-
ratura sobre as novas formas de mobilização da sociedade civil.
Latitude, v. 11, n. 1, p. 255-294, 2017.
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ZIBECHI, Raúl. Autonomías y emancipaciones: América Latina en mo-
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GT 2 - Ações Afirmativas e Descolonização


na Produção de Conhecimento
Laura Cecilia López1 (Unisinos)
Vera Rodrigues2 (Unilab)
Luanda Sito3 (UdeA, Colômbia)
Emanuelly Vitoria da Silva Almeida4 (Unisinos)

A presente proposta emerge da agenda de pesquisas fomenta-


da pelo ingresso na pós-graduação de estudantes cotistas, negras/es/os,
LGBT+, indígenas, dentre outros sujeitos protagonistas de novos olhares
na academia. Pretendemos abarcar reflexões sobre como a implementação
de ações afirmativas promoveu discussões sobre equidade, justiça e repa-
ração, assim como gerou possibilidades de novas formas e novas miradas
na produção de conhecimento. Interessam-nos também discussões sobre
práticas extensionistas e pesquisas colaborativas entre universidades e co-
munidades, atendendo demandas de diversos atores sociais, muitas vezes
invisibilizados no contexto acadêmico. Assim, é preciso considerar como as
experiências políticas da diversidade étnico-racial, sexual, de gênero, das/
es/os pesquisadoras/es provocam efeitos nas discussões das diferentes áreas
de conhecimento. É com esse olhar que buscamos contribuir na análise das
múltiplas experiências afirmativas e o que elas refletem na descolonização
de saberes. Nesse caminho aberto, esperamos lançar novos olhares e desa-
fiar antigas miradas e debates.
1 lauracl@unisinos.br
2 vera.rodrigues@unilab.edu.br
3 luanda.soares@udea.edu.co
4 emanuelly.almeida@outlook.com

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A história da população negra na


cidade de Laguna: perspectivas
de alunos/as e professoras
Amanda dos Santos Vieira1
Alex Sander da Silva2

O presente artigo busca responder “quais as compreensões de pro-


fessores e alunos/as sobre a história da população negra na cidade de Lagu-
na?”. Como objetivo geral, compreender as compreensões de professores e
alunos/as sobre a história da população negra na cidade de Laguna. Como
objetivos específicos, estabelecemos: i) compreender os conceitos de raça e
racismo, bem como se estabeleceram dentro do contexto do Brasil; ii) in-
vestigar a história da cidade de Laguna, dentro do período escravocrata; iii)
estabelecer os percursos históricos de lutas que levaram a promulgação da
Lei 10.639/03; iv) analisar como professores e alunos/as contam a história
da cidade. Para alcançar as respostas para tais objetivos, estabelecemos uma
metodologia com cunho qualitativo, exploratória e de estudo de campo.
Sendo assim, foram realizadas coletas de dados, no ano de 2021, em escolas
públicas na cidade de Laguna com alunos e professores turmas concluintes
do ensino fundamental anos iniciais. Para a construção do referencial teó-
rico, dialogamos com Mattoso (2017), Rosa (2019), Lima (2010), Quija-
no (1998;2005), Munanga (1999;2003), Almeida (2018), bem como com
os documentos principais da educação, sendo a Base Nacional Comum
Curricular (2017) e Diretrizes para uma educação étnico-racial (2013),
entre outros autores e documentos que auxiliaram na composição deste
trabalho. Conclui-se que as crianças demonstraram ainda manter a história
da cidade muito atrelada a história de Anita Garibaldi, não sabendo definir
quais foram as participações da população negra na construção de Laguna.
Quando falamos do presente, muitas reproduziram o discurso de “Somos
todos iguais” reforçando o mito da democracia racial, porém algumas de-
las apresentaram Laguna como uma cidade preconceituosa e com muitas
pessoas racistas. Ao final da pesquisa, reforçou-se a necessidade de que a
Lei seja evidenciada como uma prática, que se estabeleça uma educação
antirracista que dialogue sobre os privilégios e exclusões causadas pelo ra-
1 Universidade do Extremo Sul Catarinense - Amanda.s.vieira@hotmail.com
2 Universidade do Extremo Sul Catarinense - alexsanders@hotmail.com

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cismo. E principalmente, que as crianças compreendam que a história da


cidade perpassa pelas vivências e esforços da população negra, como uma
forma de luta contra o racismo e de contar histórias outras – tanto na es-
cola quanto na cidade.
Palavras-chave: Laguna; Relações Étnico-raciais; Educação Antirracista.

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Ações Afirmativas e o GEAB da


UFCSPA: conquistas, desafios e
tensões na formação em saúde
Tanise Baptista de Medeiros1
Dinaê Espíndola Martins2
Aline Aver Vanin3

Este trabalho tem como ponto de partida a atuação do Grupo de


Estudos Afro-brasileiros (GEAB), situado no interior do Núcleo de In-
clusão e Diversidade da Universidade Federal de Ciências da Saúde de
Porto Alegre (UFCSPA), que tem por objetivo fomentar políticas de ação
afirmativa na instituição no ensino, na pesquisa e na extensão. A partir de
um relato de experiência, buscamos compartilhar as conquistas, tensões e
desafios vivenciados no que diz respeito à efetivação das Ações Afirmativas
e da Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER). No âmbito do En-
sino Superior, a ERER constitui-se como uma possibilidade fundamental
para efetivação dessas políticas e para a construção de uma universidade
antirracista. Segundo a Resolução N.º1 de 2014 do Conselho Nacional
de Educação, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Edu-
cação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura
Afro-brasileira e Africana, as IES incluirão nos conteúdos de disciplinas e
atividades curriculares dos cursos, a ERER, bem como o tratamento de
questões e temáticas que dizem respeito aos afrodescendentes. Se por um
lado tivemos grandes avanços na educação básica, com a Lei 10.632/03
e 11.645/08, por outro lado, no ensino superior, os desafios ainda são
muitos, e tratamos aqui das especificidades ainda de uma instituição que
tem como enfoque a formação em saúde. O ingresso de pessoas negras na
UFCSPA tem produzido e suscitado uma série de questões no que diz res-
peito aos modos cotidianos de (re)produção do racismo interpessoal, insti-
tucional e estrutural da Universidade e nos espaços de estágios, de práticas
formativas, de serviços de saúde etc., à colonialidade das epistemologias
que guiam os currículos e ao lugar e privilégios da branquitude. Nesse
sentido, o GEAB/UFCSPA tem produzido, juntamente com coletivos es-
1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – tanise.medeiros@gmail.com
2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul - dinaemartins@gmail.com
3 Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - alinevanin@ufcspa.edu.br

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tudantis e articulações com lideranças e movimento sociais, debates e ações


relativas às relações étnico-raciais nos âmbitos da graduação e do pós-gra-
duação, bem como tem proposto reflexões para a formação docente e téc-
nica, considerando a necessidade deste debate institucional e da ERER na
formação na área da saúde. No entanto, para além de disciplinas e cursos
específicos para as relações étnico-raciais, essas temáticas precisam compor
e transversalizar os conteúdos, referências e bibliografias de todos os cursos,
constituindo um debate necessário para estruturar a formação e o cuidado
em saúde, mas também para sustentar o acolhimento e permanência dos
estudantes negros e indígenas e as mudanças estruturais necessárias para
produção de uma universidade antirracista.
Palavras-chave: Ações Afirmativas; Educação para as Relações Étnico-Ra-
ciais; Formação em Saúde.

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Ações Afirmativas em uma


Universidade Pública: Relato da
Experiência do Serviço Social
Luciana Marin1

Ações Afirmativas são um conjunto de medidas voltadas a grupos


historicamente discriminados e vitimados pela exclusão social, visando a
reparação das desigualdades sociais. A temática das Políticas de Ações Afir-
mativas no Ensino Superior caminha ao lado da da defesa da educação
pública, universal, laica e de qualidade. O objetivo do estudo é relatar a ex-
periência sobre a implementação das Ações Afirmativas em uma universi-
dade pública, para fomentar o reconhecimento da diversidade na formação
de profissionais de saúde no ensino superior, bem como refletir sobre como
combater todos os tipos de preconceitos e discriminações no cotidiano de
trabalho de profissionais na área da saúde e socializar práticas inclusivas.
Trata-se de um relato de experiência acerca do trabalho profissional do
Assistente Social, no Programa Auxílio Estudantil (PAE), em uma univer-
sidade federal da área da saúde no município de Porto Alegre/RS, como
bolsista de apoio técnico ao desenvolvimento institucional na área do Ser-
viço Social. O desafio posto aos assistentes sociais, está em romper com o
imaginário existente da profissão, que a subalternidade, o assistencialismo
e a ajuda, são resquícios da caridade e do conservadorismo da história do
início da profissão. O estudo evidencia a importância do Serviço Social na
Assistência Estudantil e seu papel no acesso e permanência de estudantes
cotistas no ensino superior público. bell hooks (2013) no seu livro “Ensi-
nando a transgredir, a educação como prática de liberdade” nos faz refletir
sobre os sentimentos e as percepções dos estudantes cotistas no ambiente
universitário, de como este espaço que deveria ser acolhedor, pode ser um
ambiente de confronto de classes. Assim, podemos considerar que as Ações
Afirmativas são um assunto amplo, pois compreende inúmeras políticas e
contextos sociais, econômicos e culturais. As políticas de Ações Afirmati-
vas, são um grande avanço na promoção de práticas inclusivas para os es-
tudantes cotistas, mas insuficientes para combater os atos discriminatórios
e racistas no ambiente acadêmico e institucional das universidades federais.

1 Pós-graduanda em Gestão de Organização Pública em Saúde/UFSM, luciannamarin@


yahoo.com.br

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Palavras-chave: Ações Afirmativas; Lei de cotas; Políticas públicas; Uni-


versidade pública; Serviço social.

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Ações afirmativas na pós-graduação para


além do ingresso: um relato de experiência
Rose Ferreira

As ações afirmativas constituem-se como estratégias de reparo das


imensas desigualdades em que foram colocadas as populações negras e in-
dígenas ao longo da história. A Lei federal nº.12.711/2012 que assegura
a reserva de vagas para estudantes autodeclarados pretos e pardos nas Ins-
tituições de Ensino Superior em âmbito federal, foi fundamental para o
ingresso de estudantes negras e negros em cursos de graduação. Entretanto,
em relação à pós-graduação, considerada a mais alta escala de ensino supe-
rior, temos situação diferente. A Portaria do Ministério Educação e Cultu-
ra (MEC) nº 13, de maio de 2016, determina que sejam adotadas políticas
de ações afirmativas, com a inclusão de negros (pretos e pardos), indígenas
e pessoas com deficiência nos programas de pós-graduação, como Políticas
de Ações Afirmativas em Instituições Federais de Ensino Superior. Em que
pese muitos dos Programa de Pós-graduação não implementarem ações
afirmativas, trago o relato de meu ingresso no Programa de pós-graduação
em Saúde Coletiva, Mestrado Acadêmico, em uma Instituição pública de
Ensino Superior, em uma capital no Sul do Brasil. A inscrição para con-
correr ao edital de seleção de Mestrado em Saúde Coletiva foi realizada por
meio da reserva de vagas para pessoas autodeclaradas negras. Após a pri-
meira etapa do certame, fiquei classificada com pontuação que assegurava
posição dentro da reserva de vagas. Após a última fase de seleção do edital,
atingi pontuação máxima e dessa maneira, passei para classificação dentro
do acesso universal, em primeiro lugar no certame e com isso, uma vaga
extra pode ser aberta para mais uma estudante negra. Iniciaram-se as aulas
e foi possível constatar que, embora o Programa de pós-graduação ado-
tasse a política de reserva de vagas para estudantes autodeclarados negros,
indígenas e pessoas transsexuais, a ausência de docentes negres nas aulas
era gritante. A maioria dos docentes eram homens brancos, seguidos por
mulheres brancas. Uma única docente negra cuja formação de doutorado
e pós-doutorado não era na saúde coletiva. Nenhum estudante indígena
fazia parte da turma. Estudantes negros de países do continente africano
também faziam parte do corpo discente. A abordagem de assuntos relacio-
nados à população negra foi restrita a uma única aula em que foi mencio-
nada a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. É possível

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inferir, após a finalização do Mestrado em Saúde Coletiva, que os progra-


mas de pós-graduação que adotam ações afirmativas, contribuem positi-
vamente para o ingresso de estudantes negras e negros na pós-graduação.
Entretanto, é necessário também que programas de pós-graduação em Ins-
tituições de Ensino Superior no âmbito privado adotem ações afirmativas.
É necessário que a produção de conhecimento, seja pluralizada, composta
por pessoas diversas. E aí que se inserem ações afirmativas. É preciso garan-
tir ações afirmativas nos concursos públicos, possibilitando dessa forma,
que tenhamos mais docentes negros em Programas de pós-graduação em
saúde coletiva, como medida estratégica para implementação da Política
Nacional de Saúde Integral da População Negra.
Palavras-chave: ações afirmativas; pós-graduação; estudantes negros.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei n.º 12.711, de 29 de agosto de 2012. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/
l12711.htm. Acesso em: 6 set. 2022.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Partici-
pativa. Política nacional de saúde integral da população negra:
uma política para o SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/poli
tica_nacional_saude_integral_populacao.pdf. Acesso em: 6 de set.
2022.
BRASIL. Portaria normativa n.° 13, de 11 de maio de 2016. Disponível
em: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZ
C2Mb/content/id/21520493/do1-2016-05-12-portaria-norma
tiva-n-13-de-11-de-maio-de-2016-21520473. Acesso em: 6 set.
2022.

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Ações Afirmativas no Ensino Superior


Damaris Bertuzzi

Este artigo tem por objetivo apresentar e discutir ações afirmati-


vas de promoção da igualdade racial nos currículos dos cursos de Ensino
Superior, fundamentando a partir da lei nº 10.639/03 com a criação de
disciplinas obrigatórias ofertadas durante toda a formação dos discentes.
Dessa forma, também é relevante compreender como essa política pública
foi experienciada em termos de inclusão e participação, bem como seus
desdobramentos para que efetivamente houvesse ampliação nos estudos
multiculturais e o assunto fosse discutido nesse nível de ensino. Meto-
dologicamente, foi feito um levantamento bibliográfico onde analisam-
-se registros documentais, e relato de experiência pessoal por ministrar a
disciplina de História e Cultura Afro-brasileira e Indígena e discentes dos
cursos das áreas da Engenharia e Gestão que estiveram matriculados, como
material empírico na UNIFTEC – Centro Universitário em Bento Gon-
çalves, no período de maio de 2013 a dezembro de 2017. Considerando
um desafio para a conservação desta nesses currículos, constatou-se que a
sua permanência na oferta de disciplina, possibilita avanços no debate e na
formação discente de maneira positiva em termos de inclusão e de engaja-
mento contra o racismo, e, para que efetivamente seja ampliado o estudo
em uma educação multicultural, apesar de todo o desmonte da educação
nos anos seguintes, em que resultou da falta de oferta durante o período de
matrículas até o seu cancelamento.
Palavras-chave: Ações Afirmativas. Educação Ensino Superior. Relações
étnico-raciais.

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Ensaio sobre as epistemologias e


moralidades dos/as desembargadores/
as do TRF4 nas decisões sobre
comissões de heteroidentificação
Mara Beatriz Nunes Gomes1
Marcus Vinicius Spolle2

No Brasil, o panorama de implementação das ações afirmativas


para a população negra, fomentado a partir do final da década de 1990,
além do debate acirrado acerca da efetividade dessa medida no combate
ao racismo, também é atravessado por denúncias sobre a ocorrência de
fraudes no preenchimento das vagas reservadas aos corpos negros. Frente
a um quadro inicial em que a autoidentificação/autoatribuição era sufi-
ciente para acesso à cota, durante os processos apuratórios das denúncias,
protagonizadas especialmente pelo Movimento Social Negro (MSN), era
corriqueiro o apelo e resgate à ancestralidade para fins de justificar uma
autodeclaração que não encontrava correspondência no fenótipo do de-
clarante. Uma questão peculiar nesse cenário refere-se ao fato de que no
ano de 2017, a Região Sul do país, composta por Paraná (PR), Rio Grande
do Sul (RS) e Santa Catarina (SC), ainda que possua a menor proporção
de população negra quando comparada com as demais regiões do país,
concentrava a maior parte das comissões de heteroidentificação existen-
tes naquele momento nas instituições públicas da área do ensino. Por sua
vez, na esfera do judiciário dessa Região, inicialmente, a percepção sobre a
atuação das comissões de heteroidentificação não acompanhou esse cená-
rio de discussão, sendo usuais decisões judiciais que favoreciam candidatos
cuja autodeclaração havia sido indeferida no âmbito administrativo pelas
bancas/comissões responsáveis. Mas afinal, como explicar que pessoas fe-
notipicamente brancas sejam outorgadas, por decisões judiciais, a ocupar
vagas reservadas a corpos negros? Eis o fio condutor deste ensaio, que busca
examinar a perspectiva presente nos votos e acórdãos emitidos pelo Tribu-
nal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) - com jurisdição sobre PR, RS e
SC - sobre o procedimento de heteroidentificação, a partir da perspectiva

1 Doutoranda em Sociologia na Universidade Federal de Pelotas - mbng.adv@gmail.com


2 Doutor em Sociologia pela UFRGS, docente do PPGS/UFPel - sociomarcus@gmail.com

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dos concursos públicos, observando a(s) epistemologia(s) e moralidades(s)


que contornam o(s) sentido(s) de justiça que fundamentam as decisões
desses atores - os desembargadores do TRF4.
Palavras-chave: Decisões do TRF4; Comissões de Heteroidentificação;
Cotas e Fraudes; Epistemologias e Moralidades.

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Juventudes negras e ações afirmativas:


linkando direitos sociais através
das Ciências Humanas e do
desenvolvimento de Sistema Web
Cicero Santiago de Oliveira1
Alessandra Santos Nascimento2
Alexandre Augusto Alberto Moreira de Abreu3
Yves-Garnard Irilan4
Bruno Perdona5

A experiência de ensino, pesquisa e extensão proposta pelos Nú-


cleos de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI’s) do Instituto Fede-
ral de Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC), câmpus Canoinhas,
Gaspar, Caçador, Palhoça e São Miguel do Oeste, traz como eixo temático
a Educação para as Relações Étnico-Raciais e as Políticas de Ação Afir-
mativa e, como público-alvo, estudantes do Ensino Médio público, dos
estados do Rio Grande do Sul (RS) e de Santa Catarina (SC). Articula-se,
assim, com a tendência social de promoção de uma maior visibilidade de
oportunidades educacionais junto ao público das juventudes negras perifé-
ricas. Para tanto, apresenta como objetivo geral a produção de um sistema
web para divulgar cursos, políticas de ações afirmativas e de assistência
estudantil do IFSC e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Metodologicamente, o projeto toma como referência a perspectiva dialógi-
ca e decolonial, articulando os saberes técnicos/especializados e populares,
a reflexão/ação, através de quatro etapas: 1) Ações de Ensino, através do

1 Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Santa Catarina/Canoinhas, Coordenador


do NEABI/Canoinhas - cicero.santiago@ifsc.edu.br
2 Pesquisadora do Núcleo Negro da UNESP para Pesquisa e Extensão/NUPE, Pós-gra-
duação em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente/UNIARA - anascimento@
uniara.edu.br
3 Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Santa Catarina/Canoinhas, alexandre.
abreu@ifsc.edu.br
4 Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Santa Catarina/Caçador, yves.irilan@ifsc.
edu.br
5 Estudante no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Santa Catarina/Canoinhas,
bruno.p26@aluno.ifsc.edu.br

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estudo e domínio dos conceitos sociológicos; 2) Atividades de Pesquisa;


3) e 4) Círculos de Cultura entre os NEABI’s do IFSC e o público do
Ensino Médio do RS e de SC. Atualmente, o projeto encontra-se na etapa
2. A etapa 1, foi um processo formativo alicerçado na reflexão e no debate
sobre a temática étnico-racial no Brasil, com apropriação de conceitos de
identidade étnico-racial, políticas de ação afirmativa, raça, etnia, cultura,
descolonização e aquilombar, mobilizando estudantes e pesquisadores de
diferentes áreas do conhecimento. A etapa 2, envolveu a criação de um
aplicativo educacional através do desenvolvimento e alimentação de dados
de um software Agile, a ser ofertado ao público através de uma versão final
para deploy (disponibilização pública em um servidor web na rede mundial
de computadores). Nas etapas 3 e 4, almeja-se a construção e comparti-
lhamento de saberes para a efetivação da Lei n. 10.639/03, que prima pela
educação das relações étnico-raciais no Brasil, colaborando para o combate
ao preconceito e à discriminação étnico-racial, através de um produto tec-
nológico que vai ao encontro das vivências e demandas de jovens e adultos
que, ao refletirem sobre as possibilidades de ingresso na educação superior,
experienciam considerável insegurança quanto às possibilidades de acesso,
permanência e êxito. Apresentam-se como resultados preliminares: o for-
talecimento de perspectivas interdisciplinares entre as Ciências Sociais e
Humanas e a Análise e Desenvolvimento de Sistemas, em torno do tema
da Educação para as Relações Étnico-Raciais; e a criação de um protótipo
de software Agile, com a organização de dados sobre Ações Afirmativas e
Assistência Estudantil, a ser disponibilizado ao público-alvo, enquanto ins-
trumentos que poderão contribuir para oportunizar uma cidadania efetiva
a partir do direito à educação.
Palavras-chave: Juventudes Negras; Políticas de Ação Afirmativa; Identi-
dades étnico-raciais; Sistema Web.

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Marcas do racismo e da colonialidade na


Universidade: reflexões sobre práticas de
apaziguamento e silenciamento raciais
da branquitude na Pós-Graduação
Dinaê Espíndola Martins1
Roberta da Silva Gomes2

Este relato de experiência objetiva refletir sobre a produção de dis-


cursos e práticas racistas e da branquitude, pensando-as a partir do percur-
so formativo de duas psicólogas, uma branca e uma negra, pós-graduandas
em Psicologia Social e Institucional em uma Universidade Pública Federal
do sul do Brasil. O PPG em Psicologia Social e Institucional possui ingres-
so por Ações Afirmativas desde 2017, sendo um marco importante e que
segue produzindo uma série de tensionamentos, desafios e conquistas para
a comunidade acadêmica. Através da racialização das relações interpessoais
com os corpos docente e discente, traremos narrativas das situações, refle-
xões e proposições que vêm sendo produzidas neste percurso, apontando
para ocorrências cotidianas de racismo institucional e interpessoal como
modos de perpetuar o racismo e fomentar o pacto narcísico da branqui-
tude. Historicamente os corpos não-brancos têm encontrado saídas in-
dividuais para lidar com o adoecimento causado pelas diversas formas e
expressões do racismo nesses espaços, através de mudanças de orientação,
de grupos de pesquisa e estudos, bem como desistências e abandonos no
mestrado e doutorado. Essas saídas são, no entanto, consequências do ra-
cismo e da perpetuação dos privilégios e vantagens da branquitude, que
permanece ocupando majoritariamente os espaços de poder e de produção
de conhecimento. Essas questões, no entanto, acabam sendo silenciadas
ou apaziguadas dentro dos espaços decisórios, enfraquecendo ou minando
os tensionamentos raciais colocados pelas violências perpetradas dentro do
contexto acadêmico. Assim, pensar os tensionamentos, desafios e movi-
mentos produzidos a partir e com as ações afirmativas, a entrada e perma-
nência de estudantes negres e indígenas, implica também considerar a ur-
gência de mudanças e na consolidação de estratégias de descolonização das

1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul - dinaemartins@gmail.com


2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul - robertadasg@gmail.com

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leituras e referências teórico-metodológicas, na estruturação e sustentação


de espaços de acolhimento e acompanhamento dos estudantes, bem como
no processo de letramento e implicação racial das pessoas brancas que
compõem tal espaço. Do mesmo modo, a articulação coletiva entre discen-
tes mostra-se necessária para que seja possível seguir lutando pelo fim das
violências raciais e coloniais perpetradas sobretudo por docentes brancas/
os. Esta articulação vem ocorrendo neste PPG através da construção pelas
discentes de espaços de debates - discentes-discentes e discentes-docentes
- para combatermos o racismo institucional e interpessoal. Durante este
percurso, temos observado que a fragilidade branca desponta como me-
canismo que impede/dificulta o envolvimento e engajamento das pessoas
brancas, principalmente do corpo docente, nas discussões e na construção
de práticas efetivamente antirracistas e anticoloniais. A fragilidade branca,
portanto, demarca uma estratégica articulada que sustenta o pacto narcí-
sico da branquitude, produzindo modos cotidianos de apaziguamento e
silenciamento das tensões raciais, atitudes defensivas e desviantes da pauta
racial, bem como a ausência ou dificuldade da efetiva implicação dos gru-
pos brancos na luta antirracista.
Palavras-chave: Racismo; Branquitude; Colonialidade; Universidade;
Pós-graduação.

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Para outra epistemologia: novos


atores, novos saberes
Vagner Rodrigues Garcia1

O artigo pretende traçar um caminho reflexivo crítico para pensar


o contexto de produção científica dominante, marcado pelo modelo euro-
cêntrico, trazendo um debate sobre novas formas de produção de conheci-
mento. Entendendo que para fazer uma crítica da noção de epistemologia
vigente no campo acadêmico, ou propor novos caminhos epistemológicos,
é necessário conhecer o tipo de conhecimento que se produz e que se pre-
tende científico e o valido. E a partir daí buscar por novas epistemologias,
bem como desconstruir alguns paradigmas epistemológicos e compreen-
der seus desdobramentos. Para isso, partimos de uma concepção crítica
ao modelo hegemônico de ciência trazendo algumas ideias e conceitos de
Boaventura de Souza Santos, bem como a figura de W. E. B Du Bois
para situar o debate sobre a construção dos cânones das ciências sociais.
Demonstrando que o debate sobre novas possibilidades epistemológicas
passa necessariamente por uma discussão a respeito de novos atores sociais
no campo do saber. O que chamo de novas formas de produção de saberes
leva em conta o reconhecimento de outras experiências e grupos, como
população negra e periférica, comunidade LGBTQIA+, povos originários,
mulheres e todos grupos historicamente discriminados e excluídos do cam-
po de produção do saber científico. A partir de uma concepção decolonial
das ciências, bem como trazendo elementos do pensamento afrodiaspóri-
co, bem como considerando a trajetória do autor. O artigo busca ressaltar
como a atuação de novos sujeitos no campo científico possibilita a cons-
trução de novos saberes. Considerar o sujeito, nesse caso, é considerar um
olhar específico, de um jovem negro da periferia um músico, professor e
educador. O sujeito, ou melhor, a subjetividade sempre foi erroneamen-
te atribuída a algo arbitrário ou não científico na concepção de ciência
ocidental, visto como algo que contaminasse a pureza científica. Para des-
legitimar esse argumento, que em si já é um problema, trarei a história
de vida e produção de W. E. B Dubois, supracitado, como exemplo de
ruptura desse paradigma no campo das ciências sociais, partindo de uma
noção decolonial das ciências. Demonstrando que ao negar a participação

1 Mestrando em Ciências Sociais, UNISINOS - vagner85garcia@gmail.com

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de outros atores a própria ciência se atrofia e se limita a um tipo de visão


da realidade, deixando de lado várias complexidades e experiências. Refle-
tindo também sobre como o pensamento afrodiaspórico e as contribuições
de pensadores negros, negras, indígenas de dentro e de fora da academia
podem contribuir para a construção de novos saberes e produção de novas
epistemologias.

REFERÊNCIAS

DUBOIS, W. E. B. Almas do povo negro. Porto Alegre: 1998. Dispo-


nível em: https://afrocentricidade.files.wordpress.com/2016/04/
as-almas-do-povo-negro-w-e-b-du-bois.pdf.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Construindo as Epistemologias do Sul.
v. 1. Buenos Aires: CLACSO, 2018. Disponível em: http://biblio
teca.clacso.edu.ar/clacso/se/20181203044407/Antologia_Boa
ventura_PT1.pdf.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Para uma sociologia das ausências e
uma sociologia das emergências. Revista Crítica de Ciências
Sociais, n. 63, p. 237-280, 2002. Disponível em: https://estudo
geral.uc.pt/bitstream/10316/10810/1/Para%20uma%20sociolo
gia%20das%20aus%c3%aancias.pdf.

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Reflexões sobre educação e identidade


quilombola na comunidade
quilombola de Baixa Grande
Carlene Santana dos Santos1

O texto “Reflexões sobre educação e identidade quilombola na


comunidade quilombola de Baixa Grande” é resultante da pesquisa de
monografia Representação Social do Negro: Controvérsias de uma escola
tradicional no Quilombo de Baixa Grande, Muritiba-BA que foi apresen-
tada ao colegiado do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia (UFRB). O trabalho traz uma discussão acerca dos
conceitos de reconhecimento, identidade quilombola e educação visando
refletir sobre as controvérsias de uma escola de ensino formal dentro dos
limites territoriais da comunidade quilombola de Baixa Grande, com os
objetivos de refletir sobre as influencias dos estereótipos racistas e repre-
sentações negativas que são direcionados aos negros, no reconhecimento
identitário das crianças quilombolas que frequentam a escola; identificar
conteúdos que abordem temas relacionados as comunidades remanescen-
tes de quilombos ; trazer narrativas da própria comunidade a respeito da
educação formal presente na comunidade e a contribuição da mesma para
a afirmação da identidade quilombola. Seguimos contribuições teóricas de
Axel Honnet (2003) visando reflexões a respeito do reconhecimento iden-
titário de crianças quilombolas nas escolas, Kabenguele Munanga (2005)
para a discussão da identidade étnica racial e Nilma Lino Gomes (2002)
contribuindo para a reflexão educação e identidade negra. Para atender
aos objetivos da pesquisa foram realizadas observações participantes de
processos educativos formais, entrevistas semiestruturadas com pessoas
da comunidade privilegiando a percepção da própria comunidade sobre
os processos de educação formal e sua identidade quilombola, seguido as
entrevistas com gestão escolar e professoras da instituição escolar presente
na comunidade e análise de material pedagógico utilizado nesses contex-
tos. Podemos constatar que apesar da escola estar dentro dos domínios da
comunidade de quilombola de Baixa Grande, a inexistência de um projeto
político pedagógico que assegure a educação escolar quilombola faz com
que a escola reproduza as práticas tradicionais que colaboram para a invisi-
1 Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - carlenesantos@aluno.ufrb.edu.br

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bilidade de questões socioculturais dos quilombos e processos educacionais


não formal que se dá nas relações, vivências e experiencias comunitárias,
refletindo diretamente no reconhecimento e afirmação da identidade qui-
lombola das crianças que frequentam a instituição escolar.
Palavras-chave: Educação: identidade quilombola e reconhecimento.

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Uma década de cotas raciais no Brasil:


o contexto da Universidade Federal
de Sergipe e o cenário nacional
Raquel de Oliveira Mendes1
Eduardo Henrique Moraes Santos2
Alan Farley Prates Oliveira3

Este artigo estuda as cotas no Brasil a partir do caso da Univer-


sidade Federal de Sergipe (UFS). Nesta direção, busca-se responder às se-
guintes questões: na década analisada, como tem sido o cenário da UFS no
processo de democratização do ensino? A instituição acompanhou a ten-
dência nacional de perfil discente e de comportamento orçamentário, em
que medida? Para tanto, o estudo tem como objetivo analisar os dez anos
de execução legal da política de ações afirmativas nas Instituições Federais
de Ensino (Lei 12.711/2012) na UFS em relação a tendência nacional
no âmbito do acesso e orçamento para permanência do estudante cotista,
considerando o aumento de vagas, mudança de perfil discente e o (não)
financiamento brasileiro para acompanhar a presente expansão. Usou-se
de levantamentos, categorização de dados quantitativos a nível macro e
micro analisados qualitativamente à luz da literatura crítica que aborda o
tema. Destaca-se o potencial inovador desta investigação, visto que não há
estudos publicados com o recorte e objetivos aqui propostos. Os principais
resultados apontam que o cenário de democratização do ensino na UFS
acompanhou e até superou a tendência nacional de reserva de vagas pelas
cotas, na medida em que a referida universidade começou a oferecer (jun-
to com algumas outras poucas instituições públicas de ensino superior) o
acesso via cotas antes mesmo do sancionamento da Lei que dispõe sobre
o assunto. Quando a normativa jurídica foi aderida pela Universidade Fe-
deral de Sergipe (2013), o que se apurou foi que esta somente conseguiu
1 Assistente Social da UFS, discente do Programa de Doutorado em Políticas Públicas
da UFABC e da Especialização em Educação para as Relações Étnico-Raciais do IFMG
- raqueloliveira.as@academico.ufs.br
2 Discente do Programa de Doutorado em Políticas Públicas da UFABC e do Doutora-
do em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - ehm.santos@
unifesp.br
3 Discente do Programa de Pós - Graduação em Serviço Social da Pontifícia Universida-
de Católica de São Paulo - alanfarleyp@gmail.com

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ofertar o percentual geral mínimo (50%) que a Lei determina, em três,


dos sete anos de acesso por cotas, a saber: 2013, 2019 e 2020. Nos anos de
2014, 2015, 2016 e 2018 os valores de vagas por reserva ficaram abaixo da
metade prevista legalmente. Ao considerar a proporcionalidade da popu-
lação de pretos e pardos no estado de Sergipe, conforme o Instituto Brasi-
leiro de Geografia e Estatística (IBGE), em nenhum dos anos analisados, a
UFS conseguiu aplicar. Outro resultado a ser frisado diz respeito ao fato de
que a instituição acompanhou a tendência nacional de perfil discente, pois
houve uma mudança de perfil discente na instituição, tal como aconteceu
nacionalmente. Porém, no que se refere ao aspecto da questão orçamen-
tária, a UFS destoou da tendência nacional. Conclui-se que a UFS não
escapa de enfrentar os dilemas no seu orçamento, pois, as variações entre
os anos analisados mostram que os percentuais de recursos que aumentam
anualmente não acompanham o aumento de vagas ofertadas, sobretudo,
pelas cotas sociorraciais.
Palavras-chave: Cotas; Ensino Superior; Raça-etnia; Financiamento; Po-
lítica Pública.

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GT 3 - Alternativas colaborativas
ao trabalho de plataforma

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A plataformização do trabalho
e as outras economias
Marília Veríssimo Veronese1

O tema do presente trabalho – uma pesquisa em fase de revisão


de literatura - envolve o associativismo nas plataformas digitais e mais es-
pecificamente o cooperativismo de plataforma. Esta última expressão foi
cunhada por Trebor Scholz (em 2016) e tem ganhado importância em
termos políticos e acadêmicos. Quem adere ao cooperativismo de pla-
taforma tem como perspectiva o compartilhamento justo de ganhos e a
copropriedade do empreendimento, até como uma forma de escapar da
exploração praticada nas grandes plataformas de investidores. O mundo
vivenciou, durante a pandemia de Covid-19, uma aceleração da platafor-
mização do trabalho, com crescente dependência de plataformas digitais
para atividades laborativas. Entregadores e motoristas de aplicativo podem
ser o segmento mais visível, mas não são os únicos envolvidos no processo.
No Brasil, historicamente atravessado pela informalidade e precariedade
na esfera laboral, as plataformas (ao mesmo tempo empresas, infraestrutu-
ras e softwares) controlam e subordinam os trabalhadores, escondidos atrás
do discurso de “parceria”, “flexibilidade” e “mediação”. Para Grohmann
(2021), o trabalho em plataformas é um laboratório da luta de classes:
pode significar tanto o aumento da exploração por parte do capital, através
do controle e gerenciamento do trabalho, a exemplo de Amazon, Rappi,
Uber e outras “gigantes” do capitalismo de plataforma, quanto possibili-
dade de construção de alternativas por parte de trabalhadores, quando en-
gajados em processos de associação autogestionária. O uso das plataformas
digitais para comercializar produtos também cresceu nos empreendimen-
tos econômicos solidários preexistentes, que adotaram a medida durante a
crise pandêmica. Existem coletivos autogestionários que propõem políticas
de fomento que partam da premissa de propriedade livre e soberania digi-
tal envolvendo dados e infraestrutura. Esses grupos pedem a realização de
projetos via políticas públicas locais, regionais e nacionais, no âmbito do
transporte, alimentação, intercooperação em editais de fomento. Diante
desse cenário, propõem-se a seguinte questão de pesquisa: - Como a plata-
formização do trabalho, da produção e do consumo impacta nas atividades

1 mariliav@unisinos.br

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econômicas associativas e cooperativas? O trabalho de campo envolverá


visitas em empreendimentos de cooperativismo de plataforma e economia
solidária que façam uso da estratégia das plataformas em suas atividades.
Três EES já foram contatados e abriram as portas para a pesquisa, através
de contatos previamente feitos. Trata-se do Señoritas Courier, em São Pau-
lo, e dos Pedala Porto e Pedal Express, em Porto Alegre. O marco teórico
proposto se vincula ao conceito de pedagogia decolonial (WALSH, 2010)
e das elaborações de vários analistas da plataformização e cooperativismo
de plataforma.

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Cooperativismo de Plataforma:
uma revisão integrativa
Rodrigo Schmidt1
Sueli Maria Cabral2

O trabalho, é parte dos estudos realizados pelo Projeto de Pesquisa


Trabalho, Informalidade e Precariado: panorama do mercado de trabalho
informal na Região do Vale dos Sinos, apresenta o resultado de uma revisão
integrativa e tem como objetivo verificar como vem sendo empregado e
debatido os conceitos de Cooperativismo de Plataforma no Brasil e des-
crever as principais conclusões dos estudos realizados no país durante o
período de 2020 a 2022. Para isso, realizou-se uma revisão integrativa que
utilizou a plataforma UNIQUE para acessar os materiais nas bases de Dial-
net, Periódico CAPES, Scielo e Dinamed plus, utilizando a palavras-chave
“Cooperativismo de Plataforma”. Com relação ao idioma de publicação,
utilizou-se na amostra os estudos em língua portuguesa, inglesa e espanho-
la, o que retornou um total de 228 estudos. Por fim, desta amostra global,
foram selecionados apenas os artigos que tinham como assunto central o
Cooperativismo de Plataforma, excluindo-se da amostra as teses de con-
clusão de curso, os artigos duplicados e os classificados de maneira equi-
vocada na plataforma; de modo que, finalizadas estas etapas, delimitou-se
a amostra da presente revisão integrativa de 40 estudos. Em uma análise
inicial percebeu-se que a ideia de um cooperativismo de plataforma apre-
senta-se como uma possibilidade de trabalho através de Plataformas digi-
tais controladas por trabalhadores e/ou pelas comunidades locais, sob uma
perspectiva de trabalho decente e justo sem uma estruturação capitalista
vertical onde a mais valia reside sem nenhum problema ou inquietação.
Além de possibilitar que esses trabalhadores tenham uma autonomia maior
por comandarem diretamente os empreendimentos, democratizando as-
sim não só seu trabalho, mas as decisões ligadas ao futuro da cooperativa,
os rumos dessa empresa e principalmente um acesso a priori universal da
proposta, as ferramentas digitais vem para auxiliar com o controle de pos-

1 Iniciado científico na Universidade Feevale e Graduando em Psicologia - rodrigoroso


lenschmidt@hotmail.com
2 Doutora em Ciências Sociais, professora do Mestrado Acadêmico em Psicologia. Pes-
quisadora da área do trabalho e bem-estar do trabalho - suelicabral@feevale.br

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síveis impactos ambientais que a produção ou estruturação dessas coope-


rativas possa causar.
Palavras-chave: Cooperativismo de plataforma; Cooperativismo; Revisão
Integrativa.

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Dados, corpo digital e territórios de


disputa: perspectivas para as práticas
cooperativas e autogestionárias
Tomás Susemihl1

Este artigo se lança a cartografar o movimento de reapropriação


dos dados pessoais enquanto bem comum, motivada pelas ameaças do
contexto extrativista, neocolonial e neoliberal representado pelos tecno-
-otimismo de ideologias e práticas oriundas do Vale do Silício, que desde
a revolução industrial cresce ilimitadamente sua infraestrutura e meios de
produção, desenvolvendo uma relação simbiótica com o capital financeiro,
que utiliza e extrai predatoriamente os corpos e seus processos vitais que
sustentam a vida na terra, tomando como sua propriedade todas as relações
materiais. No contexto de um mundo conectado, globalizado e construído
a partir de poderes centralizados, mapeia-se possibilidades de reconfigurar
os recursos socioculturais-econômicos a partir de outras articulações que,
elevem os dados a nível de capital financeiro e político, criando ativos con-
trolados por indivíduos, que então possam escolher seu destino, dando
respeito a seus próprios termos de uso, assim optando por ficar fora, ou
por fomentar pesquisas e organizações a sua escolha. Assim, parece fun-
damental analisar as atribuições deste novo paradigma que já se sustenta
judicialmente pelas leis de proteção aos dados pessoais em diversos países,
na relação da construção da Web3. Enquanto um território em rede que
possibilita a remuneração dos usuários pelo seu uso e pelos seus dados, a
Web3 se coloca hoje como um meio que é mais técnico e exige aprendiza-
gem, porém mais aberto para uma construção de poder democrático pela
sua descentralização e maior independência do sistema financeiro capita-
lista. A partir disso, vislumbra-se relações de trabalho e cadeias de produ-
ção mais transparentes do que as oferecidas por plataformas tecnológicas
baseadas em extrativismo de dados e exploração dos corpos. Este ambiente,
se aproxima do open source design, e da valorização da participação indivi-
dual na rede enquanto sujeito que constrói junto, considerando usuários e
povos enquanto corpos em desenvolvimento contínuo de saberes situados.
Neste sentido, vê-se a emergência de se criar uma plataforma cooperativa
de dados, (ou sindicatos de dados) que: seja um espaço de circulação de
1 tsusemihl@edu.unisinos.br

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1 dados enquanto recursos que produzam saberes para emancipações au-


togestionárias locais; possibilitem participações consentidas de dados em
pesquisas globais; fomentem com dados o ecossistema de cooperativas de
plataformas, locais ou globais. Também neste contexto, para que as prá-
ticas democráticas possam se proliferar, e o dissenso poder acontecer em
uma estrutura de poder descentralizado, é importante entender se os cor-
pos que sustentam esta estrutura no ambiente digital estão sensorialmente
aptos ou limitados aos processos democráticos. Ou, quais delimitações do
corpo cibernético pelo viés do neomaterialismo, se mostram fundamen-
tais para uma para entender a produção cultural possível sobre estes novos
protocolos, que transfiguram a relação coercitiva das máquinas sobre as
relações humanas, e nos aproximam de uma programação mais justa e
proprietária com estas estruturas materiais.
Palavras-chave: Cooperativismo de dados; Descolonização de dados;
Neomaterialismo; Inclusão Digital; Web3.

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Desafios e perspectivas do cooperativismo


na economia de plataformas
Julice Salvagni1
Victória Mendonça da Silva2

Analisam-se os desafios e as perspectivas do cooperativismo como


forma de enfrentamento à precarização do trabalho provocada pela ascen-
são das plataformas digitais de trabalho. Este estudo parte do entendimen-
to de que a economia de plataformas é um fenômeno crescente, que tem
trazido algumas transformações à dinâmica laboral contemporânea. Neste
sentido, a plataformização do trabalho tem acentuado a precarização, am-
pliando a informalidade, que já constitui estruturalmente uma marca da
sociedade brasileira. A retirada de direitos e segurança, leva estes trabalha-
dores a adoecerem física e mentalmente, além de expô-los ao risco constan-
te de acidentes sem qualquer indenização posterior (FAIRWORK BRA-
SIL, 2022). Antunes (2020) e Srnicek (2017) apresentam um cenário de
exploração da força de trabalho nas plataformas, destacando a ausência de
regulação e de assistência. Por vezes, eles deixam de reconhecer-se enquan-
to classe dada a difusão de uma racionalidade que os coloca enquanto “em-
preendedores de si”. Frente a isso, o cooperativismo de plataforma, através
de seu incisivo caráter democrático, pode oferecer uma solução mais justa
para os trabalhadores da economia de plataforma. A consciência dos prin-
cípios das cooperativas de plataforma, portanto, também se faz necessária
para fortalecer sua identidade e unidade. Historicamente, a consolidação
do cooperativismo brasileiro ocorreu em 1930, devido ao incentivo em
políticas públicas para a reestruturação de práticas agrícolas. Tal iniciativa
culminou na promulgação da lei básica do cooperativismo brasileiro em
1932 (PINHO, 1996). Na atualidade, o cooperativismo vem sendo repen-
sado à medida em que a sociedade vai se transformando, sobretudo com
a incorporação de processos virtuais nos meios de produção. Segundo a
concepção marxista, o que leva o trabalhador a ser livre é possuir os meios
de produção dominantes, que atualmente seriam os algoritmos e a maqui-

1 Professora Adjunta no Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas e na Escola


de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - julicesal-
vagni@gmail.com
2 Bolsista de Iniciação Científica na Escola de Administração da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS) - vickymendoncass@gmail.com

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naria virtual em constante desenvolvimento. Assim, os múltiplos formatos


do cooperativismo, somado com a tecnologia, tem potencial para se tornar
uma alternativa mais igualitária para que o trabalhador não sofra tão dura-
mente os efeitos da exploração inerente aos modos de produção capitalista.
A autogestão pode ser uma estratégia para trabalhadores por plataformas
que buscam formas alternativas de gerenciamento, tendo um potencial de
oferecer condições de trabalho mais justas. Deve-se estar atento para os
riscos de subversão e cooptação do conceito pelas vertentes ultraliberais
do empreendedorismo. Para tanto, sugere-se a construção de uma base
de trabalhadores organizada e amparada por políticas públicas. A difu-
são de iniciativas autogeridas, democráticas e de propriedade coletiva dos
trabalhadores pode apresentar-se enquanto um movimento de resistência
ao modelo dominante, que ignora a inclusão social e desmonta direitos
trabalhistas previamente conquistados.

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Economia de Compartilhamento e
Uberização das Relações Trabalhistas:
A Posição do TST sobre o Vínculo
Empregatício entre Motoristas
e a Uber (2014-2021)
Bárbara Martins Lopes1

TEMA: Este estudo busca analisar o posicionamento do Tribunal


Superior do Trabalho ao julgar as reclamatórias trabalhistas dos motoristas
cadastrados na UBER que buscavam o reconhecimento do vínculo empre-
gatício junto à empresa. Para tanto, estudou-se a conceituação e os funda-
mentos de Tecnologia, Indústria 4.0, Economia Compartilhada, Uberiza-
ção, Flexibilização e Precarização das Relações do Trabalho, e Elementos
do Direito do Trabalho que permitiram compreender melhor o cenário em
que se encontra a relação havida entre a UBER e seus motoristas. OBJETI-
VOS: Em face do fenômeno da uberização, esta pesquisa busca indagar o
modo como Tribunal Superior do Trabalho (TST) compreende o vínculo
entre motoristas parceiros e a empresa UBER. Para tanto, é necessário
mapear criteriosamente a jurisprudência da Corte, avaliando qualitativa-
mente os fundamentos e argumentos empregados pelo TST em seus acór-
dãos, publicados no período compreendido entre os anos de 2014 e 2021.
PERSPECTIVA TEÓRICA: A precarização e a flexibilização das relações
de trabalho ampliam-se sobremaneira à medida que crescem as relações de
trabalho semelhantes ao adotado pela UBER. A aplicação das tecnologias
nos sistemas das empresas desencadeia a diminuição do custo da força de
trabalho através violação dos direitos trabalhistas. Assim, defronta-se uma
problemática que muda de maneira radical a concepção de emprego es-
tável, protegido e normativo, uma vez que a maioria das empresas cujos
moldes de enquadram na Economia Compartilhada, caracterizam-se pela
produção e reprodução do trabalho uberizado. METODOLOGIA; Foi
realizada uma pesquisa bibliográfica, de caráter exploratório, que, segundo
Marconi e Lakatos, coloca o pesquisador em contato direto com o que já
foi dito, escrito ou filmado sobre determinado tema. Assim, intenciona

1 Mestre em Direito e Justiça Social – FURG - bmlopes@live.com

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inteirar-se dos principais conceitos através de análises de livros, artigos,


revistas, textos, publicações, pesquisas virtuais, julgados, entre outros. Rea-
lizou-se, ainda, um estudo empírico das decisões do TST sobre vínculo
empregatício entre os motoristas e a UBER. A técnica de pesquisa empre-
gada foi a pesquisa jurisprudencial referenciada pelo Método de Análise
de Decisões (MAD), elaborado por Roberto Freitas Filho e Thalita Mo-
raes Lima. RESULTADOS: O resultado do estudo permite concluir pela
tendência do TST em não reconhecer os vínculos empregatícios entre os
motoristas e a UBER. O intento deste Tribunal não parece ser o de fazer
imperar os princípios fundamentais trabalhistas de proteção ao trabalha-
dor e busca preocupar-se com a saúde da economia e dos empregos emer-
gentes que surgem de uma crise econômica – o que, em resumo, significa
atender aos interesses econômicos dos empresários. A intenção maior desta
Corte Trabalhista não mais se mostra como sendo a de regulamentar as
relações de emprego e preservar os direitos sociais dos cidadãos, retirando
os trabalhadores de situações de precarização laboral. Seu intento, ao que
se analisa, é o de proteger um sistema capitalista, de exploração de mão de
obra e acumulação de capital.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Pesquisa de Jurisprudência.


Disponível em: https://jurisprudencia.tst.jus.br/. Acesso em: 13
set. 2021.
FREITAS FILHO, Roberto; LIMA, Thalita Moraes Lima. Metodologia
de Análise de Decisões – MAD. Univ. JUS, Brasília, n. 21, p.
1-17, jul./dez. 2010.

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Mundo do Trabalho, Legislação e o Papel


das Micro e Pequenas Empresas no Contexto
do Atual Cenário Econômico Brasileiro
Thaynara Conrado Cerutti1
Fabricio Antonio Deffacci2

O tema deste trabalho é “Mundo do Trabalho, Legislação e o pa-


pel das Micro e Pequenas Empresas no Atual Cenário Econômico Brasilei-
ro”. O objetivo geral do presente artigo é trazer uma breve reflexão sobre o
processo evolutivo do mercado de trabalho brasileiro e relacioná-lo com a
necessidade de regulamentação do trabalho informal através do fomento à
participação das micro e pequenas empresas, sobretudo a partir das trans-
formações ocasionadas pelo processo de globalização e modernização do
trabalho. São objetivos específicos: demonstrar como as metamorfoses no
mundo do trabalho aconteceram até chegarmos ao processo denominado
“uberização” e seus impactos no cenário econômico brasileiro atual; apre-
sentar as principais oscilações no mundo do trabalho; analisar os aspectos
que envolvem o trabalho informal no Brasil e suas possibilidades de forma-
lização a partir do papel desempenhado pelas micro e pequenas empresas
nesse contexto; analisar a necessidade da participação efetiva do Estado
como agente limitador e garantidor dos direitos sociais mínimos, trazendo
segurança jurídica ao trabalhador; trazer à lume o processo de evolução
legislativa das normas trabalhistas; Utilizou-se como metodologia a revisão
bibliográfica, pesquisas doutrinárias, artigos científicos, bem como demais
documentos relacionados ao tema. Realizou-se pesquisa junto à Constitui-
ção Federal, Decreto Lei n.º 5.452/93, Lei Complementar n.º 123/2006
e Lei n.º 13.467/2017, entre outras. A partir de perspectivas teóricas crí-
ticas, realizou-se uma discussão a respeito do fenômeno da “uberização”,
enfatizando que houve mudanças significativas ocasionadas pelo processo
de globalização e modernização dos modelos de trabalho na atualidade,
principalmente pelas plataformas online e sistemas informatizados de ges-
tão de negócios. Direitos mínimos dos trabalhadores brasileiros foram mi-
tigados sob argumentos de empreendedorismo e modernização. Este artigo

1 Mestranda em Desenvolvimento Regional e de Sistemas Produtivos – UEMS - thay-


naraconrad@hotmail.com
2 Docente do PPGDRS/UEMS - fabricio.deffacci@gamil.com

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apresenta como resultados da pesquisa, estabelecer a necessidade de uma


regulamentação do trabalho informal frente ao atual mercado econômico
brasileiro, bem como demonstrar a importância da intervenção do Estado
para garantir os direitos trabalhistas mínimos já consolidados na Carta
Marga; e principalmente, conjeturar como as micro e pequenas empresas
podem contribuir nesse novo contexto social.
Palavras-chave: Mundo do Trabalho; Uberização; Legislação Trabalhista;
Micro e Pequenas Empresas.

REFERÊNCIAS

RIBEIRO, Luiz Paulo Lopes. Direito do Trabalho: reflexões sobre a uberi-


zação do trabalho no Brasil. 2021. 22 f. Trabalho de conclusão de
curso (Bacharelado em Direito) – Faculdade Evangélica de Goia-
nésia, Goianésia, GO, 2021. Disponível em: http://repositorio.
aee.edu.br/bitstream/aee/18527/1/2021-%20TCC-%20Luiz%20
Paulo%20Lopes%20Ribeiro.pdf. Acesso em: 27 ago. 2022.
RODRIGUES, Ivone Ramos; CASTRO, Joana D’arc Bardella. A im-
portância das micro empresas (ME) no atual cenário econômico
brasileiro. In: SEPE - ÉTICA, POLÍTICA E EDUCAÇÃO NO
BRASIL CONTEMPORÂNEO, 3., 2017, Anápolis, GO. Anais
[...]. Anápolis, GO: UEG, 2017. Disponível em: https://www.
anais.ueg.br/index.php/sepe/article/view/8951/6354. Acesso em
27 ago. 2022.

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O envolvimento com o colaborativo e


alternativas democráticas: experiências a
partir do Rio de Janeiro e de Nova Iorque
Adilson de Souza Almeida1

A economia 4.0 tem-se caracterizado pelo surgimento de gigan-


tes do setor digital, principalmente plataformas, que são empresas com
estrutura reduzida e alcance global, e que, seguindo a lógica de merca-
do, buscam o domínio do setor em que atuam. A partir desta premissa,
revela-se imprescindível, quando o assunto compreende a economia co-
laborativa, desvendar qual é o verdadeiro envolvimento das plataformas
com o colaborativo, por meio da análise dos valores presentes no modelo
de negócios da plataforma. Assim, será possível desassociar as plataformas
que se autodenominam como colaborativas, mas que se caracterizam como
exploradoras, e extrair destas experiências as oportunidades do modelo.
No entanto, a tarefa não é fácil, pois criar uma definição sólida de econo-
mia do compartilhamento, que reflita o uso comum, é praticamente impossível
(SCHOR, 2017). Frazão (2017) fornece três cenários distintos para a eco-
nomia colaborativa: (i) relações sem natureza lucrativa nem econômica,
pautado na cooperação; (ii) interações humanas que possuem em seu nú-
cleo relações econômicas entre pares de igual posição de poder de barganha
e intermediadas por uma plataforma; e (iii) interações econômicas em que
o protagonista é um agente empresarial, que controla o negócio jurídico
entre as partes, extrapolando a figura de mero intermediador. O esforço é
necessário, pois o que parece definir o inserto no contexto de partilha é a
própria autodefinição das plataformas e as dadas pela imprensa (SCHOR,
2017). O modelo Uber parece retratar bem este cenário. Embora possua
características do partilhar, como o aproveitamento da ociosidade de veí-
culos, a plataforma atua com metas agressivas de domínio de mercado,
exploração de colaboradores e a previsão de frota própria de carros autô-
nomos, não se diferenciando muito dos negócios que se baseiam no mo-
delo tradicional de mercado. Frenken (2017) destaca que há três caminhos
para a economia de plataforma: (i) a existência de superplataformas digi-
tais que operam com regulamentos a seu favor e que agrava o quadro de

1 Bacharel em Direito, Doutor em Geografia pela Universidade do Porto, Membro Co-


laborador do CEGOT – Universidade do Porto - adilsonalmeida80@gmail.com

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concentração de riquezas; (ii) outro em que o Estado efetivamente tributa


as plataformas, com vista a promover a redistribuição da riqueza; e (iii) a
possibilidade da construção de plataformas democráticas. Com base neste
cenário, o objetivo é destacar os recentes movimentos que vão no sentido
contrário ao de dominação, e explorar plataformas que se aproximem dos
valores da economia colaborativa. Para tanto e tendo como base o modelo
Uber, foram investigadas as aplicações Taxi.Rio, presente na cidade que
lhe dá o nome, e a The Drivers Cooperative, com atuação na cidade de
Nova Iorque. Assim, por meio da análise da forma como surgem e como
se estruturam, pretende-se demonstrar as potencialidades e os desafios para
a construção de plataformas democráticas, que seguem sentido diametral-
mente oposto ao de domínio e que, concomitantemente, não negam os
avanços proporcionados pelas inovações tecnológicas.
Palavras-chave: economia colaborativa; dominação; inovações; platafor-
mas democráticas.

REFERÊNCIAS

FRAZÃO, Ana. Economia do compartilhamento e tecnologia disrupti-


vas. Jota, 14 jun. 2017, Disponível em: https://www.jota.info/opi
niao-e-analise/colunas/constituicao-empresa-e-mercado/econo
mia-do-compartilhamento-e-tecnologias-disruptivas-14062017.
Acesso em: 1º set. 2020.
FRENKEN, Koen. Political economies and environmental futures for
the sharing economy. Phil. Trans. R. Soc. A 375:20160367.
21 fev. 2017. Disponível em: https://royalsocietypublishing.org/
doi/pdf/10.1098/rsta.2016.0367. Acesso em: 3 out. 2020. DOI:
10.1098/rsta.206.0367.
SCHOR, Juliet. Debatendo a economia do compartilhamento. In: ZAN-
NATA, Rafael; PAULA, Pedro; KIRA, Beatriz (orgs.). Economias
do compartilhamento e o direito. Curitiba: Juruá, 2017. p. 21-40.

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Sexo em plataforma: viabilidade


do campo cooperativista para uma
plataforma de trabalhadores sexuais
Gianluca Augusto Oliveira-Soares1
Adolfo Pizzinato2

Os trabalhadores do mercado sexual estão inseridos em contexto


de amplo espectro de vulnerabilizações sociais inscritas, principalmente, a
partir de construções culturais de controle da sexualidade, cujo resultado é
a sua marginalização. O ambiente digital faz parte do cotidiano de nichos
de trabalhadores sexuais há mais de vinte anos, todavia ganhou nova con-
figuração com a chegada das plataformas de conteúdo privado com assi-
naturas sob demanda, como o OnlyFans, do qual o escopo não se restringe
à pornografia, mas tem nela sua maior renda. A nova configuração trouxe
consigo outras vulnerabilidades, que podem ter a inscrição dos controles
culturais, agora agenciados pelo domínio do poder financeiro, sob o manto
da economia compartilhada. Esta investigação é um dos frutos da disserta-
ção de mestrado do primeiro autor sob orientação do segundo, que se fez
a partir de entrevistas narrativas com homens trabalhadores sexuais, que
produzem conteúdo pornográfico online e observação de suas interações
no Twitter. A análise foi realizada com inspiração na grounded theory. O
objetivo é refletir sobre possíveis efeitos da produção de uma cooperativa
de plataforma no trabalho sexual digital, a fim de abrandar as vulnera-
bilizações sofridas pelos trabalhadores. Na construção de dados do estu-
do original verificou-se vulnerabilidades enfrentadas pelos trabalhadores
como: a falta de transparência das plataformas em relação ao banimento
de conteúdo ou perfil, assim como tratamento de dados e a segurança de
renda; performances sexuais com violência são solicitadas pelos assinan-
tes, do mesmo modo que o algoritmo as privilegia; marcadores sociais da
diferença ficam explícitos por meio das interações e do algoritmo através
de conteúdo semiótico estereotipado; apesar de haver nichos para corpos
fora da normatividade, corpos malhados são destacados, como também há
a percepção da necessidade do corpo estar alinhado com a posição sexual

1 Psicólogo e doutorando da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - gianluca.


augusto@ufrgs.br
2 Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - adolfopizzinato@hotmail.com

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entre ativo e passivo; e grande quantidade de tempo despendido nas plata-


formas para produção de conteúdo, interação e procura por parcerias para
vídeos e fotos, dificultando a separação entre o trabalho e o não trabalho.
Neste contexto, a noção de cooperativismo de plataforma pode construir
relação de trabalho firmada na transparência, diversidade, fortalecimento
de vínculos entre trabalhadores, segurança de renda e no trabalho decente,
em ambiente dirigido por trabalhadores sexuais.
Palavras-chave: trabalho sexual; cooperativismo de plataforma; platafor-
mização; mercado do sexo.

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GT 4 - Colonialismo e o Sul
Global: reflexões atuais

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A ausência de cultura racial brasileira e a


autodeclaração em tempos de descolonização
Gabriela de Oliveira Jardim1

O que é ser negro no Brasil? Questionamento que direciona dire-


tamente à cultura e história desenvolvidas ao decorrer do caminhar da so-
ciedade brasileira. Destaca-se que, no Brasil, segundo os dados da PNAD,
do período de 2012 a 2019, 9,4 % das pessoas se autodeclara como preta,
ao passo que 46,8 % denominam-se de cor parda (BRASIL, 2019). Nes-
se sentido, o presente artigo tem por objetivo o estudo do tema acerca
da formação da cultura racial brasileira em um contexto de descoloniza-
ção. Isto é, a partir de uma história formada por escravidão, misoginia e
miscigenação, constrói-se uma ideia social e inóspita de que a pessoa ne-
gra é apenas a que detém características fenotípicas como o cabelo crespo
de o tom de pele escuro, e que precisa ser enquadrada como raça negra.
Daí a importância de tratar a etnia, eis que muito mais abrangente da
diversidade cultural humana (GUIMARÃES, 2011). ressalta-se que pes-
quisa tem por objetivos estudar a cultura racial a partir do contexto de
descolonização e da diferenciação entre raça e etnia, bem como de ve-
rificar como se dá e foi desenvolvida a autodeclaração racial e se atende
às demandas culturais.
Paralelamente, nota-se que com a didática do colonialismo com
corpos negros e índios tidos como mercadorias exploráveis, pouco se dá
importância à formação da cultura do povo preto, enquanto etnia. Ao in-
vés disso, tem-se a necessidade de enquadrar as pessoas em uma raça e um
censo, motivo pelo qual se propõe o problema de pesquisa de entender
como existe uma autodeclaração, se sequer há uma valorização e conheci-
mento da cultura? Metodologicamente, o presente artigo será construído
por meio de revisão bibliográfica e de um método dedutivo. A aborda-
gem é qualitativa, uma vez que se analisa criticamente o tema em debate
e traz a visão de autores de forma subjetiva. Tendo, então, como método
de procedimento, o monográfico e documental. Outrossim, considerando

1 Mestranda em Ciências Sociais pela PUCRS. Bolsista Capes. Pós-graduanda em Di-


reito Processual Penal e Direito Penal. Pesquisadora dos grupos de pesquisa GPESC
– Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Segurança e Administração da Justiça
Penal e GECC – Grupo de Estudos em Criminologias Contemporâneas. E-mail:
g.jardim002@edu.pucrs.br.

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o problema de pesquisa cria-se a hipótese de ter a consciência coletiva de


que a autodeclaração racial, somente serviria ao propósito, caso existisse
uma cultura sólida e valorativa acerca do que é ser negro, abandonando-se
a herança depreciativa e escravocrata que advém de tal. Quando se trata da
classificação de ser negro ou pardo, em verdade continua a se insistir numa
lógica separatista, excludente e discriminatória, que pouco investe em de-
finição e afirmação da cultura negra. E quando se fala em cultura racial
logo vem associação ao período de escravidão, ligando este povo sempre à
ideia de dor e sofrimento, fazendo com que a cultura esteja segundo plano
e veementemente trazendo a lembrança do longo período de dominação
levando até mesmo a questionar se o mesmo findou-se ou está sempre a
acompanhar a contemporaneidade, fomentando as desigualdades sociais.
Palavras-chave: cultura racial; descolonização; cor e etnia; autodeclaração.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD. 2019.


Cor ou raça. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/co
nheca-o-brasil/populacao/18319-cor-ou-raca.html. Acesso em:
14 ago. 2022.
GUIMARÃES, A. S. A. Raça, cor, cor da pele e etnia. Cadernos de Campo,
(São Paulo - 1991), São Paulo, v. 20, n. 20, p. 265-271, 2011.
DOI: 10.11606/issn.2316-9133.v20i20p265-271. Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/cadernosdecampo/article/view/36801.
Acesso em: 15 ago. 2022.

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A discursivização a respeito da
homossexualidade nos/pelos
discursos do Papa Francisco
Daniel Santos Oliveira1

Atualmente, são numerosas as reportagens que repercutem di-


zeres do atual Sumo- Pontífice da Igreja Católica, o Papa Francisco,
atribuindo-o nomenclatura como “revolucionário”. Considerando as
discursividades sobre o Papa Francisco que circulam em nossa socieda-
de, o estudo que propomos dá ênfase aos episódios que colocam em
funcionamento efeitos de sentidos polêmicos no que se refere, especial-
mente, à questão da homossexualidade. Este trabalho se filia às perspec-
tivas dos estudos discursivos, tal como propostos por Pêcheux (2014a,
2014b, 2015a e 2015b) e por Orlandi (1993, 2006, 2012, 2017 e 2020).
Fundamentados nesse dispositivo teórico, buscamos refletir sobre o fun-
cionamento do processo de significação que se materializa por meio dos
discursos do Papa Francisco, discursivizados pela mídia como revolucio-
nários. Isso porque, através da observação do modo com que a língua,
a história e os sentidos se relacionam na sociedade, parece haver um
processo de ruptura entre a posição discursiva do Papa e aquilo que é
tomado como base no discurso religioso católico. Em vista disso, o corpus
selecionado se constitui de recortes de discursos do Papa Francisco refe-
rentes à questão da homossexualidade. Nosso objetivo é compreender o
processo discursivo em funcionamento: suas condições de produção e,
em especial, a atualização da memória discursiva produzida pelo Papa
Francisco, ocorrência perceptível quando o dito por ele é colocado em
comparação com o discurso da Igreja Católica. Em vista disso, trata-se,
pois, de compreender, pela Análise de Discurso, o jogo de imagens (a
partir de Pêcheux, 2014a) que é posto em movimento em torno do Papa
Francisco, para que seja possível tecer algumas hipóteses sobre o atual
reconhecimento desse Papa como o da revolução. A presente pesquisa
espera que as discussões desenvolvidas, os resultados obtidos e as con-
clusões formuladas deem condições para a elaboração de reflexões em
relação a quais formações discursivas e ideológicas atualmente sustentam
a discursividade de revolucionário em torno do Papa Francisco.
1 oliveira.dan@outlook.com

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Palavras-chave: Ciências da Linguagem; Análise de Discurso; Efeitos de


sentido; PapaFrancisco.

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As Migrações na Pandemia de Covid-19


Sob Uma Perspectiva Decolonial
Eduardo de Oliveira Soares Real1
Vera Maria Ribeiro Nogueira2

O presente trabalho tem como objetivo analisar o impacto da Co-


vid-19 sobre a migração brasileira, tendo como epistemologia explicativa
perspectiva decolonial. Para tanto foi realizada uma revisão bibliográfica
utilizando-se os termos “migración” e “colonialismo” em artigos encontra-
dos nas bases de dados: Redalyc e Dialnet. Os resultados apontam que a
imigração colonizadora ocorreu a partir do século XVI até o século XVIII
quando europeus se estabeleceram na América, e passaram a impor a sua
cultura, idioma e religião às populações indígenas. Nesta mesma época,
os europeus começaram a traficar escravizados para esse continente, para
trabalhar inicialmente nas colheitas de cana de açúcar, e posteriormente
em outros setores. A partir da segunda metade do século XIX e início do
século XX, as migrações estiveram vinculadas a transferência de mão de
obra dos países centrais para países periféricos. Neste período ocorreram as
formações dos Estados Nacionais, cujos governos defendiam a imigração
europeia a partir do suposto progresso para os novos Estados. Em virtude
disto, surge o conceito de “América Latina”, ou seja, um continente per-
tencente aos imigrantes originários de países com idiomas derivados do
latim. A atual onda migratória, que tem origem a partir de meados do sé-
culo XX, são de migrantes de países do Sul-Global e que tem como destino
os países ricos, apesar de recentemente países em desenvolvimento como
o Brasil, também receberem migrantes. Nos países ricos os imigrantes são
vistos como pessoas “não-brancas”, e mesmo as gerações seguintes conti-
nuam sendo vistas como se não fossem nacionais. Isto decorre da colonia-
lidade do poder, os imigrantes que chegam nos países ricos são classificados
pelos “brancos” conforme critérios coloniais e raciais. Há uma cultura de
índole colonial que afirma a subalternidade dos imigrantes. Os motivos
desta afirmação, estão vinculados ao fato dos imigrantes chegarem nos paí-
1 Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Política Social e Direitos Humanos
da Universidade Católica de Pelotas - eduardoosreal@gmail.com.
2 Professora do Programa de Pós-Graduação em Política Social e Direitos Humanos da
Universidade Católica de Pelotas. Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal
de Santa Catarina - veramrn@gmail.com.

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ses ricos dispostos a aceitarem emprego de baixa remuneração e reduzido


reconhecimento social. A perspectiva decolonial entende que os imigrantes
que se encontram em uma situação de maior vulnerabilidade devido a uma
visão colonialista dos países ricos, que trata os imigrantes “não-brancos” e
seus descendentes como inferiores aos seus nacionais “brancos”, pagando
salários muito baixos pelos seus serviços. Um exemplo recente desta desi-
gualdade provocada pelo colonialismo, é a diferença entre o número de
negros e brancos que faleceram devido à Covid-19 no Brasil. Segundo es-
tudo da Fiocruz, 55 % de negros morreram devido à Covid-19, enquanto
a proporção de brancos foi de 38 %. Desta forma, é necessário combater o
colonialismo, para que o imigrante “não-branco” supere uma situação de
subalternidade e seja mais incluído pela sociedade local.
Palavras-chave: Migrações; Decolonial; Subalternidade; Covid-19.

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As outras economias e a reprodução


da vida: uma análise a partir
das epistemologias do sul
Aline Mendonça dos Santos1

As outras formas de produzir e viver, com a economia solidária, se


afirma também como um contributo para as epistemologias do sul, não só
porque visibiliza experiências que historicamente foram colocadas em um
lugar muito periférico, mas também porque traz consigo a importância de
olhar para casos de solidariedade popular e suas dimensões emancipatórias
tendo em vista que estes só podem ser compreendidos em sua totalidade
se forem percebidos numa linha temporal que atente para os padrões cul-
turais, os sistemas de vida em comum e, consequentemente, os processos
que as motivaram. Desta forma, este trabalho consiste num exercício epis-
temológico de compreender as outras economias no marco das epistemo-
logias do sul, bem como de refletir sobre um elemento ético fundamental
que compreende o conjunto destas experiências consideradas contra he-
gemônicas: a reprodução da vida. As epistemologias do Sul despontam
numa perspectiva de responder uma transição paradigmática tendo em
vista a diversidade social, cultural, política e epistemológica do mundo.
Contextos, histórias e culturas diferentes produzem saberes diferentes que
precisam ser reconhecidos e legitimados. As epistemologias do sul pro-
põem um pluralismo epistemológico em que as múltiplas visões de mundo
contribuam para a expansão dos horizontes que expressem experiências e
práticas sociais e políticas alternativas à lógica dominante. As outras eco-
nomias refletem tanto as experiências econômicas tradicionais que repro-
duzem as formas de produzir e viver históricas – principalmente do meio
rural – a exemplo das comunidades indígenas, quilombolas e organizações
da agricultura familiar, bem como experiências mais recentes de trabalha-
dores que, diante da crise, resistiram e organizaram iniciativas de trabalho
consideradas como economia solidária e/ou economia social – dependen-
do do contexto. Partindo desta perspectiva, as outras economias são outras
formas de produzir e viver que visam outra lógica de desenvolvimento que
não a proposta hegemônica. As experiências das outras economias buscam

1 Programa de Pós-Graduação em Política Social e Direitos Humanos – UCPEL - aline.


santos@ucpel.edu.br

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alterar o sentido do próprio trabalho transformando-o numa atividade que


transcendendo os interesses individuais tendo em vista os interesses sociais,
de produção da vida – daí o primeiro movimento de identificá-las com a
reprodução ampliada da vida. Ainda assim, é preciso reconhecer que estas
experiências ainda ocupam um lugar periférico e insuficiente para superar
o modo de produção capitalista. O que não significa em desperdiçar as
experiências – como diria Boaventura de Sousa Santos, pois são formas de
economias alternativas, que se distinguem da lógica mercantil capitalista e
estimulam outras relações de trabalho e outras relações sociais e econômi-
cas. Estas experiências transitam entre as realidades e as utopias. Usando
a metáfora da linha abissal empregada por Santos (2008) para explicar
uma  realidade social produzida por extremos que confortam a sociedade
vigente, eu diria que, no universo das outras economias, o trabalho e suas
respectivas relações são visíveis e legítimas e, portanto, estão deste lado da
linha e os outros elementos que cercam estes processos como a espirituali-
dade e ancestralidade, os laços de solidariedade e confiança ficam invisíveis
e, consequentemente, do outro lado da linha.
Palavras-chave: Outras Economias; Reprodução da vida; Epistemologias
do Sul.

REFERÊNCIAS

CORAGGIO, José Luis. Una alternativa socioeconómica necesaria: la


economía social. In: DANANI, C. Política Social y Economía
Social. Buenos Aires: Altamira, 2004.
FRANÇA FILHO, Genauto; LAVILLE, Jean-Louis. Economia solidária:
uma abordagem internacional. Porto Alegre: EdUFRGS, 2004.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do Pensamento Abissal: Das
linhas globais a uma ecologia de saberes. Revista Crítica de Ciên-
cias Sociais, Coimbra, Almedina, n. 78, 2008.

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Classificação Social de Gênero no Mercado


de Trabalho na Perspectiva Interseccional:
Análise integrativa e metafórica da
produção Nacional e Latino-Americana
Lízia Barbosa Rocha1
Raimundo Nonato Leal2
Samylla de Moura Feitosa3
Fabiana Pinto de Almeida Bizarria4

Este artigo objetiva analisar a desigualdade de gênero no mercado


de trabalho, a partir de uma análise integrativa de artigos publicados em
periódicos nacionais e da América Latina de 2018 a 2022, por meio das
plataformas Scientific Electronic Library Online e Scientific Periodicals
Electronic Library. A pesquisa abordou a teoria da Classificação Social pro-
posta e discutida por Quijano, em que a América Latina é subjugada ao
capitalismo colonial. Para Quijano (2009), há uma divisão categorizada e
hierarquizada, como forma de controle e poder, em que se explora traba-
lho, raça e gênero. O artigo destaca a importância da interseccionalidade
nos estudos de gênero, os corpos não são elementos neutros, são marcados
por vulnerabilidades, raça e formas (MARTÍNEZ-PALACIOS; ORMA-
ZABAL, 2022). As pesquisas sobre a gestão da diversidade em que incluam
pessoas negras “ainda são escassos em nosso país” (JAIME; HEIN, 2021).
O presente estudo se mostrou extremamente importante na compreensão
dascausas da desigualdade de gênero e como elas afetam a saúde psíquica,
física e o empobrecimento feminino. Filtrou-se os estudos de Desigual-
dade de gênero no mercado de trabalho com strings de busca e critérios
de restrição em seis etapas, gerando uma amostra final de 13 artigos. Os
resultados apontaram que os assuntos abordados com maior recorrência
dentro da temática são a respeito das metáforas de gênero, percorrendo temas
sobre a diferença salarial e barreiras de ascensão na carreira, com foco na
divisão sexual do trabalho; e temas como trabalho não remunerado e saúde
1 Mestranda em Gestão Pública PPGP/UFPI - liziarocha@gmail.com
2 Mestranda em Gestão Pública PPGP/UFPI - raimundoleal@gmail.com
3 Mestranda em Gestão Pública PPGP/UFPI - samyllamoura@hotmail.com
4 Docente no Programa de Gestão Pública PPGP/UFPI - fabiana.almeida@ufpi.edu.br

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mental das mulheres. A análise observou que o Gênero é associado a carac-


terísticas de feminilidade, em que as mulheres são vistas a partir da ótica
materna, além de associarem sua carreira a uma condição reprodutiva. O
estudo nessa perspectiva é uma afirmação da dominação e exploração, em
que mulheres ainda obtém remunerações inferiores, cumprem uma carga
horária superior, alternando entre o trabalho pago e o não pago. O trata-
mento de submissão, inferioridade, mesmo velado são formas de violência.
O país sofre com graves problemas de justiça, a valorização da gestão da
diversidade se apresenta como uma alternativa à promoção da inclusão
social. As pesquisas sobre a gestão da diversidade em que incluam pessoas
negras “ainda são escassos em nosso país” (COELHO; HEIN, 2021). Ob-
servou-se que em vários artigos ressaltou-se a importância da interseccio-
nalidade, porém não houve um aprofundamento sobre a raça e como esta
afeta e aprofunda as desigualdades de gênero e exploração no trabalho.
Palavras-chave: Gênero; Desigualdade; Trabalho; Divisão Sexual do Tra-
balho; Interseccionalidade.

REFERÊNCIAS

COELHO JUNIOR, P. J.; HEIN, A. S. Gênero, Raça e Diversidade: Tra-


jetórias Profissionais de Executivas Negras. Organizações & So-
ciedade, v. 28, n. 97, p. 252-281, 2021.
MARTÍNEZ PALACIOS, J.; ORMAZABAL GASTON, A. La praxis in-
terseccional en las políticas públicas: el poder de las metáforas.
Gestión y Análisis de Políticas Públicas, n. 28, p. 71-80, 2022.
QUIJANO, A. Colonialidade do Poder e Classificação Social. In: SAN-
TOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (org.).
Epistemologias do Sul. Coimbra: Almedina, 2009. p. 73-118.

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Colonialidade Tropical e Colonialismo


Digital: como agenciar imaginários
sociotécnicos de resistência?
Camila Pereira Alves1
Vanessa Soares Maurente2

Investigamos como regimes algorítmicos desenvolvidos desde a


ética neoliberal podem ser danosos para a reconstrução de uma sociedade
radicalmente democrática. Alienação técnica, opacidade dos modelos, ra-
cismo algorítmico, termos de uso e política de privacidade de plataformas
não transparentes, data centers localizados além-mar se tornam analisado-
res do colonialismo digital (COULDRY, 2020). O extrativismo de dados
e a privatização de infraestruturas digitais põem em risco as possibilidades
do presente-futuro alicerçado na garantia radical dos direitos humanos e
na soberania local das diversas camadas digitais do ecossistema. Este traba-
lho trata dos movimentos iniciais de uma pesquisa que interroga como a
programação de modelos pode agenciar a criação de outros modos de ser
e viver diante da tentativa de colonização do ecossistema digital, buscando
evidências que desnaturalizem o uso das tecnologias como simples técnicas
de mediação da vida, reconhecendo-as como ambientes e compreendendo
que tratar de produção de subjetividade (ROLNIK, 2018) implica ocupar-
-se das dinâmicas e fluxos do ecossistema digital em sua importância ética
e tecnopolítica (BRUNO; BENTES; FALTAY, 2021). Ainda estamos de-
senvolvendo os primeiros passos da pesquisa, mas sustentadas pela revisão
bibliográfica e hipóteses cartográficas, argumentamos que as tecnologias
de inteligência artificial podem ser aliadas na composição de resistências
contracoloniais. A pista que seguimos nesse momento nos faz investigar
a hipótese de que corpos diversos, localizados desde o sul global, podem
produzir uma lógica de programação também diversa e isso pode compor
modos de relação híbridos que abram linhas de fuga, operando dobras
na produção de linhas de força heterogêneas para composição de outros
mundos. Apostamos na invenção de regimes algorítmicos que possam se
1 Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação/UFRGS -
psicamilalves@gmail.com.
2 Professora nos Programas de Pós-Graduação em Informática na Educação e Pós-Gra-
duação em Psicologia Social e Institucional/UFRGS - vanessamaurente@gmail.com.

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afirmar através de narrativas-linguagem de/contra/anticoloniais, que pos-


sam atuar como entidades digitais de abertura dos padrões sociais norma-
tizados e que componham tecnicamente a sustentação das relações huma-
nas e não-humanas de um paradigma ético-estético-político, de invenção
permanente da vida e de modos locais e diversos de viver na/com a Terra.
Palavras-chave: Regimes Algorítmicos; Produção de Subjetividade; Nar-
rativas Hibridas.

REFERÊNCIAS

BRUNO, Fernanda Glória; BENTES, Anna Carolina Franco; FALTAY,


Paulo. Economia psíquica dos algoritmos e laboratório de pla-
taforma: mercado, ciência e modulação do comportamento.
Revista FAMECOS, v. 26, n. 3, 2019. Disponível em: https://
revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/
view/33095. Acesso em: 6 set. 22.
COULDRY, Nick. Colonialismo da dados e esvaziamento da vida social
antes e pós pandemia de Covid-19. In: XIX Simpósio Interna-
cional IHU - Homo Digitalis. A escalada da algoritmização da
vida em tempos de pandemia, 2020. Disponível em: https://www.
ihu.unisinos.br/images/ihu/2020/eventos/simposio_homo_digi-
talis/conferencias_pdf/Nick_Couldry.pdf. Acessado em: 7 set. 22.
ROLNIK, Suely. Esferas da Insurreição: notas para uma vida não cafeti-
nada. São Paulo: n-1 edições, 2018.

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Como a morte de faz no corpo


negro encarcerado: a pandemia e
o novo instrumento de morte
Rebeca de Souza Vieira1
Cecilia Almeida Rios2

Através de pesquisas conduzidas por uma ótica contra-hegemô-


nica, vêm emergindo estudos sobre como a raça é a base para a análise
das dinâmicas sociais e estruturais no ocidente, em especial nos países
colonizados, como o Brasil, ao qual os povos negros eram trazidos para
serem feitos de escravos e substrato da exploração desumana. Com a
abolição da escravidão, esses foram alforriados, mas não foram incluídos
nas estruturas sociais como indivíduos possuidores de direitos, assim, a
elite branca brasileira criava mecanismos que impossibilitaram as condi-
ções de vida para essas pessoas, passam a ocupar as favelas e comunidades
e que começam a fazer parte da massa carceraria. O presente trabalho
intitulado Como a morte de faz no corpo negro encarcerado: a pandemia
e o novo instrumento de morte. Será conduzido partindo da noção de
Biopoder e Biopolítica construído por Michel Foucault, mas que abre
caminhos para a investigação da necropolítica desenvolvida por Achille
Mbembe, entendendo que a submissão dos corpos negro ao cárcere e
as políticas de morte é um fazer, ou seja, uma engenharia que vai sendo
produzida no país que ocupa o terceiro lugar no ranking de países que
mais prende no mundo, sendo que mais da metade são prisões provisó-
ria e de pessoas negras, mas que diante da pandemia da Covid-19 criou
uma nova forma de amplificação do como matar. Desse modo, o pre-
sente trabalho questiona como a morte ocorre a partir da submissão dos
corpos dos internos e das internas à instituição carcerária no período da
Covid-19. Tendo como objetivos: apresentar as noções sobre biopoder,
biopolítica e necropolítica, abordar quais corpos estão expostos ao cárce-
re e analisar como a morte se faz nesse ambiente e como a pandemia da
Covid-19 se alinhou a esse mecanismo. Para responder a tal questiona-
mento e objetivos, a pesquisa adotará a abordagem qualitativa, com um

1 Mestranda em Antropologia Social na Universidade Federal de Santa Catarina.


2 Mestranda em Antropologia Social na Universidade Federal de Santa Catarina.

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estudo etnográfico, partindo do procedimento de revisão bibliográfica,


documental e materiais etnográficos.
Palavras-chave: Necropolítica; Encarceramento massivo; Corpo negro.

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Crise ambiental global sob a perspectiva


da teoria da dependência
Amanda Barbosa Rêgo
Emiliano Lobo de Godoi

A teoria da dependência se manifesta na década de 1960 e visa


compreender as causas da desigualdade entre os países ricos e pobres. Con-
ta com duas vertentes principais, a marxista e a da aliança de classes. No
trabalho será analisada a primeira corrente, que tem como expoentes Vânia
Bambirra, André Gunder Frank, Ruy Mauro Marini e Theotônio dos San-
tos. A teoria marxista da dependência entende que a superexploração do
trabalho e a marginalização social são as bases do capitalismo dependente,
visto que causam a incapacidade de dinamização do mercado interno, com
consequente estagnação e reprodução do subdesenvolvimento nos países
periféricos. Na mesma década de 1960 surgem os movimentos ambienta-
listas e com eles a percepção de que os problemas ambientais são transfron-
teiriços, ou seja, a ofensiva contra a destruição dos recursos naturais precisa
ser global. Ocorre porém, que é perceptível uma grande contradição, em
que de um lado temos os países desenvolvidos, exportadores de resíduos
poluentes para os países pobres e altamente consumidores de serviços am-
bientais importados da periferia, elaborando diversas normas internacio-
nais ecológicas; e de outro, os países subdesenvolvidos com uma economia
agrária-exportadora que vendem seus produtos a preços baixos (não incor-
porando valor pela compensação pelas externalidades naturais geradas) e
com possibilidade de sofrer embargos econômicos ambientais. O estudo
tem como objetivo verificar se a teoria a dependência pode contribuir na
reflexão quanto às soluções aventadas pelos países centrais diante da crise
ambiental mundial. Trata-se de uma pesquisa teórica, cujo procedimento
metodológico foi a pesquisa bibliográfica. A teoria da dependência con-
segue explicar que em razão de um processo histórico de acumulação de
capital, os países subdesenvolvidos se mostram frágeis, não somente econo-
micamente, mais também ecologicamente, e se submetem às necessidades
dos países ricos, depredando e poluindo seus territórios, para simplesmen-
te subsistirem. Assim, mesmo existindo centenas de normas ambientais
internacionais, não havendo real enfrentamento da situação de desigual-
dade entre centro e periferia, estas se tornarão inócuas e o secular sistema
capitalista acabará por destruir a sua própria casa.

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Palavras-chave: Direito Agrário; Desenvolvimento Econômico; Meio


Ambiente.

REFERÊNCIAS

ALIER, Joan Martínez. O ecologismo dos pobres: conflitos ambientais


e linguagens de valoração. Trad. Maurício Waldman. 2. ed. São
Paulo: Contexto, 2018.
CARCANHOLO. Marcelo Dias. O atual resgate crítico da teoria marxista
da dependência. Trabalho, Educação, Saúde. Rio de Janeiro, RJ,
v. 11, n. 1, p. 191-205, jan./abr. 2013. Disponível em: https://
www.scielo.br/j/tes/a/9TDwhqwZ4nkByxJpFp5VJ3L/abstract/
?lang=pt. Acesso em: 6 dez. 2021.
SARLET, Ingo Wolfgang; FENSTERSEIFER, Tiago. Curso de Direito
Ambiental. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021

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Discurso de ódio como um dos obstáculos


para a eleição da população LGBT no Brasil
Ana Karolina Matias Emydio1
Cristiane Westrup2
Fernanda da Silva Lima3

O ano de 2022 chega anunciando um número expressivo de can-


didaturas LGBTs no Brasil. Porém, há diversos obstáculos que perseguem
a população LGBT brasileira. Diante disso, parte-se do seguinte proble-
ma: O conservadorismo junto à cis-heteronormatividade tem dificultado a
eleição da população LGBT no Brasil? Com os dados analisados percebe-se
que sim, há pesquisas já realizadas que demonstram como o conservado-
rismo intensificado nas eleições de 2018 obstaculiza e marca os corpos
LGBTs. Por isso, o objetivo deste trabalho é analisar o impacto dos com-
portamentos conservadores cis-heteronormativos em relação à população
LGBT no Brasil. Dentre os objetivos específicos destaca-se a) abordar os
dados sobre as violências proferidas contra LGBTs no Brasil; b) refletir so-
bre os embasamentos teóricos acerca dos discursos de ódio e da linguagem
como construção cis-heteronormativa; c) analisar como o conservadoris-
mo e cis-heteronormatividade tem operado em relação aos corpos LGBTs
eleitos no Brasil. A metodologia adotada no presente trabalho é de pes-
quisa qualitativa contando com materiais como teses, dissertações, artigos
científicos e livros. Recentemente, em 2019 uma pesquisa apontou que as
violências direcionadas à população LGBT aumentaram expressivamente
em 2018, sendo violências verbais, físicas dentre outras (BENEVIDES;
NOGUEIRA, 2021). Partindo desse cenário é essencial compreender
o papel da linguagem na construção do sujeito. Butler entende que em
relação à linguagem, o discurso de ódio é construído de forma anterior
ao sujeito, porém o sujeito que anuncia é responsável por esse discurso,

1 Graduanda em Direito na Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC -


anakarolinaemydio@unesc.net
2 Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Direito na Universidade do Extremo
Sul Catarinense (PPGD/UNESC), Bacharel em Direito pela Universidade do Extremo
Sul Catarinense (UNESC) - cristiane.wp79@gmail.com
3 Doutora e Mestre em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Bacharel em direito pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) - fernan
dalima@unesc.net

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justamente por repeti-lo, reeditá-lo e reafirmá-lo. Assim, cumpre destacar


que no Brasil hoje, parte dos discursos de ódio direcionados a população
LGBT se fortalecem com a ascensão do bolsonarismo. Sobre isso, a autora
Fabíola Vasconcelos (2020, p. 120-125) aponta que a direita conservadora
no governo Bolsonaro é um retrocesso para todas as pautas que dialogam
com as minorias. Sendo assim, esse conservadorismo (anunciado, via dis-
curso de ódio) tem como alicerce ideais patriarcais e conservadores. Desta
forma, não é atoa que as violências políticas contra corpos LGBTs têm sido
alarmantes, a exemplo disso 80% das mulheres trans eleitas alegaram se
sentir inseguras em relação à própria atuação (BENEVIDES; NOGUEI-
RA, 2021). Portanto é preciso pensar o sistema político brasileiro lembran-
do-se de como as amarras coloniais ainda moldam as mentalidades brasi-
leiras, como o pensamento cis-heteronormativo produz ódio e aniquila
corpos e por fim pensar como o conservadorismo é aliado e dá vitamina
para as políticas de retrocesso.
Palavras-chave: Cis-heteronormatividade; Conservadorismo; LGBTs;
LGBTfobia.

REFERÊNCIAS

BENEVIDES, Bruna G.; NOGUEIRA, Sayonara Naider Bonfim (org.).


Dossiê dos assassinatos e da violência contra travestis e tran-
sexuais brasileiras em 2020. São Paulo: Expressão Popular; AN-
TRA; IBTE, 2021.
BUTLER, Judith. Discurso de ódio: uma política do performativo. Tra-
dução Roberta Fabbri Viscardi. São Paulo: Unesp, 2021.
VASCONCELOS, Fabíola Mendonça de. Mídia e conservadorismo: o
Globo, a Folha de S.Paulo e a ascensão política de Bolsonaro e do
bolsonarismo. 2021. Tese (Doutorado em Serviço Social) - Uni-
versidade Federal de Pernambuco, Recife, 2021.

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Economia solidária para outro modelo


de desenvolvimento: feminista,
antirracista e anti-LGBTfóbico
Gabriela de Lima Ribeiro1
Aline Mendonça dos Santos2

Essa pesquisa originou-se da mobilização para a VI Plenária Na-


cional de Economia Solidária promovida pelo Fórum Brasileiro de Econo-
mia Solidária, que acontece dez anos após sua quinta edição, simbolizando
a resiliência e o fortalecimento do movimento que clama pela constru-
ção de uma luta anticapitalista e pela priorização da reprodução da vida,
ou seja, pela adoção de uma perspectiva economicista que una recursos
e processos sociais em nome da satisfação de necessidades individuais e
coletivas, gerando condições requeridas para uma vida digna e, consequen-
temente, sua reprodução, tanto em aspectos sociais, quanto culturais e am-
bientais (ASKUNZE; JUBETO; MARCÓ; PÉREZ, 2020). O conceito de
reprodução da vida e a vocação contrária à lógica do capital é um dos eixos
comuns entre a Economia Solidária e a Economia Feminista, e o combate
à desigualdade social, fome e desemprego são objetivos comuns a ambos
movimentos, e a partir da necessidade de conjugação dessas e de outras
pautas, surgiu no ano de 2012 a Rede de Economia Solidária e Feminista
- RESF, com o objetivo de empoderar política, social e economicamente
os empreendimentos formados majoritariamente por mulheres dentro da
Economia Solidária (RESF, 2019). No ano de 2022, próxima de completar
uma década, a RESF realiza a Plenária Temática de Economia Solidária e
Feminista em preparação à VI Plenária Nacional, reunindo cerca de cem
pessoas de maneira online para refletir, debater e expor vivências sobre os
desafios de conjuntura a partir da Economia Feminista, da luta antirracista
e anti-LGBTfóbica promovendo discussão a respeito de como solidificar

1 Mestranda no Programa de Pós-graduação em Política Social e Direitos Humanos na


Universidade Católica de Pelotas (PPGPS/UCPel), extensionista do Núcleo de Eco-
nomia Solidária e Incubação de Cooperativas (NESIC/UCPel). E-mail institucional:
gabriela.ribeiro@sou.ucpel.edu.br.
2 Professora do Programa de Pós-graduação em Política Social e Direitos Humanos na
Universidade Católica de Pelotas (PPGPS/UCPel), orientadora do Núcleo de Economia
Solidária e Incubação de Cooperativas (NESIC/UCPel) - aline.santos@ucpel.edu.br.

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os ideais desses três movimentos nos princípios fundamentais do modelo


da Economia Solidária. Tendo em vista o momento de mobilização que a
Economia Solidária enfrenta, o objetivo do presente resumo é evocar os
relatos realizados pelas gestoras de empreendimentos de Economia Soli-
dária e Feminista vinculados à RESF em variados momentos de reflexão
e articulação para a VI Plenária a fim de analisar como se insere, e busca
se diferenciar da lógica hegemônica, a conjugação do processo de orga-
nização política do movimento social e das iniciativas relativas à criação
de modelos alternativos à acumulação capitalista no contexto conjuntural
político-econômico e sanitário no qual se desdobra a VI Plenária Nacional
de Economia Solidária.
Palavras-chave: Economia Feminista; Economia Solidária; VI Plenária.

REFERÊNCIAS

ASKUNZE, Carlos; JUBETO, Yolanda; MARCÓ, Luciana; PÉREZ,


Zaloa. Diccionario Feminista para una Economía Solidaria.
Bilbao: Reas Euskadi, 2020.
REDE DE ECONOMIA SOLIDÁRIA E FEMINISTA (RESF).
CADERNO DE ORGANIZAÇÃO, FUNCIONAMEN-
TO E PLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO
DA RESF. Porto Alegre, 2019.

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Educação sensível em Direitos Humanos


como ferramenta decolonial
Thereza de Jesus Santos Junqueira

Os direitos humanos são tratados hegemonicamente como ma-


téria jurídica, reconhecidos e protegidos através de normas, e são orga-
nizados, internacionalmente, a partir de instituições derivadas da Decla-
ração Universal de Direitos Humanos, promulgada em 1948. Mesmo
nessa matriz hegemônica, os direitos humanos são concebidos em sua
historicidade, como produto de lutas, e se desprendem delas para valer
para o futuro. Também decorre da diretiva internacional a previsão da
educação em direitos humanos, como condição de possibilidade de todo
o sistema, pois pertence à ideia de desenvolvimento dos referidos direi-
tos, que eles estejam na consciência de seus titulares. Mas a questão é:
como essa educação pode ser eficaz e emancipatória para os povos não
europeus? Repetindo a história europeia, ou lendo histórias periféricas
a partir da perspectiva europeia, não se consegue entrar na cena dos di-
reitos humanos, pois fica omitida a diferença que constituiu a específi-
ca demanda colonial. Esses direitos humanos funcionam, assim, antes
como mecanismo para reafirmação do status quo, do mesmo modo que as
propostas de sustentabilidade, como uma maneira de permitir que o sis-
tema exploratório se reproduza indefinidamente. Esse trabalho pretende
apresentar um diálogo entre a versão hegemônica dos direitos humanos
e da educação em direitos humanos e a Estética do Oprimido de Augusto
Boal. Boal denomina “invasão de cérebros” o processo de dominação
cultural que acaba por colonizar o pensamento simbólico e adormecer
o que ele entende por pensamento sensível, responsável pela capacidade
humana de sentir e pensar por si próprio. E é contra essa dominação
que as práticas do teatro do oprimido iniciam por despertar e exercitar o
pensamento sensível, porquanto acomodado sob o simbólico colonizado,
com uma diversidade de atividades, com as quais seus praticantes exerci-
tam enxergar aquilo que veem, escutar aquilo que ouvem e sentir aquilo
que tocam. O desafio é analisar a cena dos direitos humanos a partir
dessas constatações de Boal e vislumbrar a possibilidade de apropriação
das práticas do teatro para a educação em direitos humanos, com mais
diferentes grupos sociais.

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Palavras-chave: direitos humanos; educação; teatro do oprimido; pensa-


mento sensível; ferramenta decolonial

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Justiça indígena e criminologia


do sul no Brasil
Tainá Viana1

A Criminologia do Sul trata de uma forma mais especifica e dire-


cionada dos acontecimentos e das experiências que assolam o sul global,
bem como é o campo de estudo em que se busca alcançar pontos de vista
mais democráticos e equilibrados, que por vezes, são monopolizados e di-
tados pelos grandes centros metropolitanos (norte global). Este trabalho
possui o objetivo, por meio do método dedutivo e através da revisão bi-
bliográfica baseada principalmente nas teorias de Karry Carrington, Rus-
sell Hogg, Máximo Sozzo e Iñaki Rivera Beiras, trazer uma reflexão e criar
possibilidades ao seguinte problema: É possível pensar a criminologia do
sul no contexto indígena brasileiro? A partir desse norte, ou melhor sul
(sic), aqui será traçada a análise teórica e conceitual da criminologia do
sul, a fim de entendermos de forma mais clara os impactos da imposição
desta teoria e de identificarmos seus fortes traços coloniais, etnocêntricos
e imperiais (até hoje) no Brasil, bem como pensaremos na possibilidade
(ou não) de haver uma justiça indígena em nosso país, diante das formas
e padrões distintos de condutas aqui praticadas e de modo a sublinhar as
tendências na prática da justiça criminal do Sul Global, que notavelmente
se destoam das teorias criminológicas criadas a partir de hegemonias pro-
venientes da experiência do Norte. Ao estudar a criminologia do sul, per-
cebe-se que norte e sul estão interconectados no globo pelas suas formas e
pelos seus efeitos, tanto pelo histórico da globalização, quanto pelos acon-
tecimentos contemporâneos. Assim, necessário se faz que sejam trazidas
as raízes decoloniais e sejam expostas as divergências acerca do crime, da
violência e da justiça constante às margens das metrópoles, na subalterni-
dade, bem como os efeitos que isso gera na relação de poder sobre a vida
cotidiana no sul global. Certamente nem todas as perguntas que surgirão
ao longo deste trabalho serão respondidas, mas a intenção é justamente a

1 Tainá Viana é Bacharela em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(Unisinos), mestranda em Direito na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e alu-
na convidada do PPGD da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com
mobilidade acadêmica na Universidade de Coimbra em 2019/1, Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/6045561713811888, ORCID: https://orcid.org/0000-0002-
2332-4046. - vianathay@hotmail.com

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de deixar pontinhos de interrogação aos pesquisadores e interessados nesta


temática, para que, mais tarde, quem sabe, seja possível seguirmos modelos
internacionais próximos, à exemplo da Bolívia e da Colômbia, quanto a
implementação de um sistema jurídico paralelo que dite e determine nor-
mas conforme os costumes e as crenças nativas, respeitando, assim, o seu
direito à autodeterminação. Contudo, os resultados ainda estão em aberto,
tendo em vista que a pesquisa aqui apenas fora inciciada e há um longo
caminho pela frente.
Palavras-chave: Criminologia do Sul; Decolonialidade; Indígenas; Justiça
Brasileira.

REFERÊNCIAS

BEIRAS, Iñaki Rivera. Criminología, daño social y crímenes de los es-


tados y los mercados. Temas, debates y diálogos. Anthropos edi-
torial – siglo XXI, 2013.
CARRINGTON, Kerry; Russell, HOGG; Máximo, SOZZO. Criminolo-
gia do Sul. Revista Direito e Práxis, Rio de Janeiro, v. 9, n. 3, p.
1932-1961, 2018. ISSN: 2179-8966.
SÁNCHEZ, Esther. Construcciones epistemológicas para el conocimiento
de los sistemas de derecho propio y de las justicias indígenas: el
caso colombiano. América Indígena, n. 1-2, p. 177-199, 1998.

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Migrantes y expatriados: ¿doble moral


o herencia del colonialismo?
Elisa de Carvalho1

Según las últimas estimaciones del ACNUR - el Alto Comisiona-


do de las Naciones Unidas para los Refugiados - hay más de 100 millones
de personas desplazadas en todo el mundo (UNHCR, 2022). Están fuera
de su país de origen porque se enfrentan a la persecución, el encarcela-
miento o la muerte debido a su oposición política, ideológica o religiosa
al régimen gobernante. En los últimos años, los Estados han exportado
guerras y han “producido” millones de refugiados y desplazados internos.
Tenemos la Ucrania con más de 8 millones, a Siria con unos 6 millones,
Venezuela (unos 5 millones), Sudán del Sur (entre 2 y 3 millones), y la
lista continúa. La evidencia ha demostrado que diferentes grupos de mi-
grantes reciben diferentes tipos de apoyo y a menudo un trato diferente.
Los “inmigrantes” (emigrantes, desplazados, refugiados y solicitantes de
asilo) suelen ser vistos como trabajadores poco cualificados procedentes de
países en desarrollo y marcados etnicamente. Por otro lado, los expatriados
(o) son estereotipados como trabajadores blancos, altamente cualificados y
procedentes de países ricos (CRANSTON, 2017). Más reciente, tenemos
los nómadas digitales, nacidos con la pandemia. Estas personas trabajan
en un país de manera remota y desean vivir en otro. Para ellos, los estados
rápidamente crearon una serie de legislaciones para permitirles permanecer
en sus territorios. Ejemplos que reflejan las desigualdades globales y las
relaciones de poder incrustadas en la estructura migratoria (SANDOZ;
SANTI, 2019). Una estructura que aún reproduce mecanismos colonialis-
tas de exclusión y clasificación. A través de una recaptura histórica y una
investigación bibliográfica aliada a evidencias documentales, este artículo
aspira desafiar las nociones existentes relacionadas con la migración e in-
vitar a reflexionar sobre la importancia de una revisión epistemológica de
la forma de entender y hablar de las migraciones. Por lo que, a la hora
de gestionar, hablar y debatir sobre las migraciones, nosotros estudiosos
y activistas tenemos un compromiso ético de abandonar esta retórica que
reproduce los estereotipos y transfiere las relaciones de poder con las cuales
luchamos desde hace siempre.

1 Sapienza Università di Roma - elisacristina.decarvalho@uniroma1.it

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Palabras-clave: migrantes; expatriados; colonialismo; sud global.

REFERENCIAS

CRANSTON, S. Expatriate as a ‘Good’ Migrant: Thinking Through


Skilled International Migrant Categories. Population, Space and
Place, v. 23, n. 6, p. 1-12, 2017.
SANDOZ, L.; SANTI, F. Who Receives More Help? The Role of Employ-
er Support in Migration Processes. In: STEINER, I.; WANNER,
P. (ed.). Migrants and Expats: The Swiss Migration and Mobility
Nexus. Cham: Springer Open, 2019. p. 57-81.
UNHCR - THE UN REFUGEE AGENCY. Global Trends: Forced Dis-
placement in 2021. Copenhague: United Nations High Commis-
sioner for Refugees, 2022. Disponível em: https://www.unhcr.
org/62a9d1494/global-trends-report-2021. Acesso em: 18 ago.
2022.

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O Bem Viver como constructo de


humanização: aproximações dialógicas
entre Ailton Krenak e Paulo Freire
Rosangela Aparecida Marquezi1
Franciele Clara Peloso2

Este artigo se propõe a discutir a questão de desenvolvimento


como constructo de humanização, a partir de aproximações dialógicas en-
tre os ditos de Paulo Freire, em Educação e Mudança [1979]/(2022), e os
de Airton Krenak, em Ideias para adiar o fim do mundo (2020), relacio-
nando-os às teorias sobre o Bem Viver. Assim, temos por objetivo dialogar
sobre a possibilidade de outros mundos possíveis, a partir de novas pers-
pectivas que permitam formar histórias outras sobre desenvolvimento. A
trajetória metodológica adotada é a partir do olhar da decolonialidade,
tanto na seleção dos livros analisados, quanto na maneira de buscar os diá-
logos possíveis, baseando-nos em autores que discutem o Bem Viver, como
Alberto Acosta (2016), dentre outros. O pensamento de Krenak (2020) é
importante a partir do momento em que vemos alguns dos modelos so-
ciais, políticos e econômicos tornando-se mais vulneráveis e necessitando
de uma nova forma de se estruturar. Nessa linha, há aproximações dialógi-
cas entre os saberes de Krenak e os de Freire, para quem a humanização só
se efetiva na relação histórica e cultural entre os seres humanos. Para Freire
(2022), a práxis humana é um compromisso histórico que permite ao ser
o enfrentar realidades marcadas pela desigualdade social e leva mulheres e
homens à afirmação de um compromisso, que é a sua vocação ontológica,
para intervir no mundo. A importância do diálogo e da coletividade é sub-
linhada por ambos os intelectuais, que afirmam que a força da coletividade
pode mudar a nossa história. Nesse sentido, as especificidades e as diferen-
ças culturais congregam forças em busca de um novo modelo de desenvol-
vimento, que só se dará a partir do diálogo coletivo, intercultural e crítico.
Outra aproximação dialógica entre os autores é a priorização do ser acima
do ter. Krenak entende que a Terra não conseguirá mais atender as nossas

1 UTFPR Câmpus Pato Branco, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em De-


senvolvimento Regional - marquezi@utfpr.edu.br.
2 UTFPR Câmpus Pato Branco, Docente do Programa de Pós-Graduação em Desenvol-
vimento Regional - clara@utfpr.edu.br.

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demandas do ter, e que logo veremos que esse modelo de desenvolvimento


não mais se sustentará. Freire incita a comprometermo-nos com o mundo,
para podermos entender o nosso papel nele. A partir da perspectiva do
Bem Viver, que propõe abandonarmos nossa tradicional cosmovisão de
mundo, encontramos aproximações dialógicas entre esses autores, pois essa
cosmovisão está presente em ambos. Esta reflexão nos permitiu entender
que alcançar a humanização do ser humano só será possível se, como pro-
põe Freire, entendermos que somos seres inacabados, em constante ação de
busca da humanização. E nessa constante busca, precisamos olhar para nós
mesmos, mas também, e de forma intensa, para outro e para a natureza,
como propõe Krenak, para juntos podermos construir novas histórias de
outros mundos possíveis.
Palavras-chave: Bem Viver; humanização; Ailton Krenak; Paulo Freire.

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O uso de mídias sociais como estratégia de


formação política e crítica da FUCVAM
Renan Costa Valle Scarano1

O tema deste trabalho trata da dimensão da formação política


e crítica das cooperativas habitacionais vinculadas a Federação Uruguaia
de Cooperativas de Viviendas por Ayúda Mútua (FUCVAM - Uruguai)
através do uso de mídias sociais (rádio, Youtube, Facebook e Instagram).
A FUCVAM foi fundada em 1970 e desde então seu papel tem sido o de
impulsionar o cooperativismo habitacional cujo modelo é baseado na au-
togestão, na ajuda mútua e na propriedade coletiva. Trata-se de um mode-
lo crítico ao modelo convencional baseado na propriedade privada. Como
forma de fomentar tal modelo, a formação política e crítica é um elemento
essencial nessa articulação entre as cooperativas. O uso de mídias sociais
tem sido um fator chave para articulação social nas sociedades marcadas
como sociedades do conhecimento. As páginas oficiais da FUCVAM fun-
cionam como plataformas digitais onde tratam dos processos que dizem
respeito as cooperativas, sejam elas em seu estado de formação, na fase de
construção ou no caso de cooperativas já habitadas. Além do mais, tais mí-
dias sociais estão abertas à qualquer público que deseja conhecer ou infor-
mar-se a respeito de temas políticos vinculados ao direito à moradia. Nesse
sentido, as páginas oficiais da FUCVAM atuam enquanto estratégia de
formação política e cultivo do pensamento crítico no sentido de fomentar
a reflexão de seus cooperados em relação a temas sociais, políticos e econô-
micos que refletem no direito à moradia e na política nacional de moradia.
Os programas de rádio intitulados Habitar el pensamiento são
apresentados e conduzidos pelo secretário geral da FUCVAM Gustavo
González. Os programas são transmitidos pela Rádio Fenix (AM 1330) e
reproduzidos na página da FUCVAM no Youtube. Os programas vão ao ar
todas as terças-feiras às 10 horas, tem a duração de em torno 60 minutos.
O primeiro programa foi ao ar no dia 6 de julho de 2021 e o último até
então foi transmitido em 30 de agosto de 2022. Ao total foram ao ar 36
programas com diferentes temas, como por exemplo o direito à cidade, a
habitação e a questão de gênero, a importância de moradias adequadas, a

1 Doutorando do Programa de pós-graduação em Política Social e Direitos Humanos da


Universidade Católica de Pelotas - renancostavalle@gmail.com

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reforma de seguridade social no Uruguai, enfim, temas que abrangem a


situação sociopolítica, econômica e a questão da moradia. Na página do
Youtube, há também, além dos programas de rádio, vídeos de palestras, en-
trevistas e documentários sobre a FUCVAM. Já nas páginas do Instagram
e Facebook, as mídias são usadas como instrumento de comunicação de
atos, manifestações e protestos realizados pela FUCVAM, convites e infor-
mativos sobre eventos e informações para as cooperativas sejam elas em si-
tuação de formação, em construção ou que já são habitadas. Mas também
para pequenos vídeos explicativos de alguma situação que diz respeito ao
cenário social, político e econômico do país.
Palavras-chave: Mídias; pensamento crítico; FUCVAM; direito à moradia.

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Quem são os sujeitos de direito


diante do necropoder?
Raul Teixeira de Mello Filho1

No plano teórico, este artigo tem a expectativa de contribuir com


as discussões sobre mobilização social, resistências políticas, história e posi-
tivação dos direitos humanos, inspirando-se em uma pesquisa bibliográfica
e autores como Neto (2009), Hunt (2009), Foucault (1999), Mbembe
(2016), Rui (2012) e Lacerda (2014). Pensar como o conceito de direitos
humanos foi concebido como algo inalienável, autoevidente como a liber-
dade e felicidade, questionando se essa concepção do século XVIII está
consolidada nos dias de hoje? Neste estudo adoto a metáfora associada à
personalidade dos “replicantes”, presentes no filme de ficção científica Bla-
de Runner, para observar experiências, fatos e sujeitos que resistem na luta
pelos seus direitos diante de tantas desigualdades vivenciadas e agravadas
pelo tratamento diferenciado nas formas de interações sociais conforme
sua condição econômica, local de origem, raça, gênero e classe. São con-
siderados menos humanos devido a sua origem social sofrendo processos
de inferiorização e maus-tratos como escravos, negros, indígenas, mulhe-
res, homossexuais, trabalhadores, imigrantes etc. Os estudos de Mbembe
(2016) indicam que formas contemporâneas subjugam a vida ao poder da
morte (necropolítica), reconfigurando profundamente as relações entre re-
sistência, sacrifício e terror. Conclui que a noção de biopoder é insuficiente
para explicar as formas contemporâneas de subjugação da vida ao poder da
morte: “esboçou algumas das topografias reprimidas de crueldade (fazenda
e colônia, em particular) e sugeriu que, sob o necropoder, as fronteiras
entre resistência e suicídio, sacrifício e redenção, martírio e liberdade desa-
parecem” (MBEMBE, 2016, p. 146) Há também dentre os grupos “inas-
similáveis” os sujeitos que estão pelas ruas e viadutos, das grandes e pe-
quenas cidades, invisíveis a sociedade. Sobre este tema, autora Taniele Rui
(2012) apresenta as interações decorrentes do convívio de inúmeros atores
sociais na região do centro de São Paulo que ficou conhecida como “cra-
colândia”. São eles moradores das imediações e das pensões, comerciantes
e frequentadores do bairro, transeuntes, trabalhadores dos arredores, pro-

1 Doutorando do Programa de pós-graduação em Política Social e Direitos Humanos da


Universidade Católica de Pelotas - raul.filho@sou.ucpel.edu.br.

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fissionais de imprensa, estudantes que realizavam pesquisas, membros de


instituições religiosas fiscais da prefeitura, associações civis de moradores e
comerciantes, ONGs, etc. Baseado na metáfora dos “replicantes”, extraída
do filme Blade Runner, procurei reconhecer na bibliografia estudada os su-
jeitos que representam a maneira como emergem nos movimentos sociais
as novas formas de resistência e luta pelos direitos humanos, os replicantes
humanos em processos de luta históricos reais, de movimentos de oprimi-
dos enfrentando situações de opressão no cerne de muitas instituições, nos
aparatos de Estado e sua biopolítica e necropoder, nas instâncias de merca-
do globalizado, por meio padrões morais e éticos unilaterais.
Palavras-chave: Direitos humanos; necropolítica; biopoder; movim.

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Salvador: de capital do Brasil


à capital da desigualdade
Almerinda Andrea Pontes Silva Gomes1

A desigualdade tem caráter multidimensional, derivando de com-


plexas interações que exprimem relações de poder, sempre presentes nas
construções sociais capitalistas, que promovem uma disposição assimétri-
ca entre indivíduos e coletividades, gerando, paradoxalmente, vantagens
e desvantagens, gozo e sofrimento, prazer e pesar. Em essência, a desi-
gualdade, no modo de produção capitalista, se constitui, segundo a con-
cepção marxiana, a partir da existência da propriedade privada dos meios
de produção, que leva à divisão da sociedade em classes: donos dos meios
de produção (capitalistas) e trabalhadores, os quais, por não serem deten-
tores de meios de produção, necessitam, para garantir sua sobrevivência,
vender sua força de trabalho aos primeiros, subordinando-se a eles, que
lhes impõe a apropriação de parcelas cada vez menores da riqueza gerada.
Esta desigualdade se reproduz, no tempo e no espaço, através do proces-
so de acumulação de capital, e vem, historicamente, tomando proporções
cada vez maiores. Com o desenvolvimento do capitalismo, este proces-
so de expropriação de riqueza, acumulação de capital e, por conseguinte,
de reprodução e crescimento da desigualdade promoveu outras formas de
expressão deste fenômeno, para além da desigualdade entre classes, esten-
dendo-se para a relação entre as diferentes regiões do planeta. A coloniza-
ção da América, por exemplo, resultou, originalmente, da necessidade de
avanço do capitalismo mercantil, e foi, posteriormente, incrementada pelo
desenvolvimento industrial dos países centrais cujo avanço no processo de
acumulação de capital impôs a necessidade de conquista de novos mer-
cados consumidores, fornecimento de matéria-prima e busca de mão de
obra barata, resultando na formação de economias dependentes cujo de-
senvolvimento econômico se deu de forma tardia e subordinado às econo-
mias desenvolvidas. Diante de tais aportes e das contribuições teóricas de
Milton Santos e David Harvey, este trabalho apresentará como esta lógica
de reprodução da desigualdade é determinante na organização socioespa-

1 Mestre em Economia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Doutoranda em


Administração na Universidade Federal da Bahia (UFBA), professora da Universidade
do Estado da Bahia (UNEB) e do Instituto Federal da Bahia (IFBA) - almerindago-
mes@yahoo.com.br

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cial de Salvador, entendendo que a mesma se constitui, enquanto região


socioeconômica, no contexto do capitalismo financeirizado e globalizado
da atualidade, como ”periferia da periferia”, já que o Brasil está na periferia
do mundo e Salvador na periferia do Brasil.
A despeito de possuir, em 2019, o 12° maior PIB municipal do
país e o 2° da região Nordeste, Salvador é a segunda metrópole brasileira
com maior percentual de pessoas vivendo em extrema pobreza e quinta
entre as capitais brasileiras com maior número de pessoas abaixo da li-
nha da pobreza (IBGE, 2022). A partir de dados primários, coletados em
2019 pela pesquisa QualiSalvador, realizada por professores e estudantes
da Universidade Federal da Bahia e da Universidade do Estado da Bahia,
serão apresentados e discutidos neste trabalho indicadores que desnudam
a imensa desigualdade característica da realidade socioeconômica de Salva-
dor, em suas diversas formas de expressão – renda, gênero, cor, escolarida-
de – bem como o modo com que esta desigualdade se apresenta no espaço
intraurbano.
Palavras-chave: Desigualdade; Colonialismo; Globalização; Salvador.

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Saúde Planetária e Descolonização:


uma revisão sistemática
Bárbara Tauffner de Souza1
Marina Dadico Amâncio de Souza2

Define-se a Saúde Planetária como um campo que pauta a vida


humana e a sustentabilidade do planeta, transversalmente, a partir da
crise planetária vigente. Com seu surgimento, a comunidade científi-
ca passa a considerar a humanidade como a principal responsável pelas
modificações no ecossistema terrestre, daí surgindo o conceito de Antro-
poceno (LATOUR, 2020). Conjuntamente, Krenak (2020) argumenta
que se paute o neoliberalismo, originado a partir de uma lógica colonial
imbricada pela desigualdade estrutural entre povos, tendo como base
operacional o racismo. A partir disso, realizou-se uma revisão sistemá-
tica da literatura baseada no RepOrting standards for Systematic Evi-
dence Syntheses. Investigou-se a relação entre a descolonização e a Saúde
Planetária. Na etapa de identificação, as buscas ocorreram entre agosto
e setembro de 2022, contemplando a Scielo.org, LILACS e Periódicos
CAPES, sendo complementadas pela Google Scholar. Utilizou-se pala-
vras-chave como “Saúde Planetária”, “colonial” e variações, junto de ope-
radores Booleanos AND e OR, obtendo-se 112 artigos. Para a seleção,
excluiu-se resultados publicados antes de 2015, quando a Saúde Plane-
tária emerge como campo de pesquisa após a Fundação Rockefeller e a
revista The Lancet financiarem estudos sobre o tema. Excluiu-se estudos
que não estivessem em Inglês, Português ou Espanhol, artigos repetidos,
revisões, capítulos de livro, anais de eventos, entrevistas, dossiês, disserta-
ções e teses, restando 40 artigos. No processo de elegibilidade, as autoras
monitoraram manualmente a revisão dos trabalhos mediante a leitura
dos títulos e resumos dos artigos, a fim de garantir que respeitassem os
critérios de inclusão. Foram excluídos 35 artigos por não contemplarem
a questão de pesquisa, restando cinco artigos para análise (Tabela 1).
Para a análise dos dados, optou-se pela Análise Temática (BRAUN;
CLARKE, 2006), que busca por padrões emergentes que formam unida-

1 UFRGS, barbara.tauffner@ufrgs.br, Marina Dadico Amâncio de Souza, UFRGS,


00339821@ufrgs.br,
2 00339821@ufrgs.br

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des temáticas de análise. Nos resultados, observou-se a presença dos se-


guintes temas: a urgência da crise planetária; a agenda política neoliberal
de governança e a gestão em saúde; o colonialismo, suas violências e classi-
ficações societais; a relevância dos conhecimentos contracoloniais, muitas
vezes abandonados ou cooptados; as formas de resistência; a pandemia e
outras crises sanitárias enquanto fatos sociais; e a distribuição desigual da
vulnerabilidade. Ainda, surgiram subtemas: a urgência de repensar a pro-
dução e a formação acadêmica, em observância ao colonialismo; o racismo
e o machismo; os conhecimentos indígenas, militantes e locais voltados a
práticas comunitárias e coletivas; e imaginar novas formas de viver fora da
lógica liberal-colonial. Conclui-se que as produções sobre Saúde planetária
e descolonização são escassas, principalmente no que tange ao contexto
brasileiro e latino-americano. Ainda, tensiona-se a área da Saúde plane-
tária que, não obstante seja fundada por organizações neoliberais - que
priorizam respostas para a crise planetária sem considerar modificar sua
causa -, apresenta potencial contrário ao Antropocentrismo, acolhendo a
diversidade e a pluralidade das formas de (co)existir.
Palavras-chave: Saúde Planetária; Saúde Global; colonialismo; Antropo-
ceno; revisão sistemática.
Tabela 1

REFERÊNCIAS
BRAUN, V.; CLARKE, V. Using thematic analysis in psychology. Qual-
itative Research in Psychology, v. 3, n. 2, 2006. DOI: http://
dx.doi.org/10.1191/1478088706qp063oa
KRENAK, A. O amanhã não está à venda. São Paulo: Companhia das
letras, 2020.

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LATOUR, B. Diante de Gaia: oito conferências sobre a natureza no An-


tropoceno. São Paulo: Ubu, 2020.

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GT 5 - Crise da Democracia, Relações


Federativas e Políticas Públicas

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A crise da hegemonia do neoliberalismo


progressista e a ascensão de governos
autoritários nos EUA e no Brasil
Saulo Oliveira do Nascimento1

O trabalho objetiva fazer um apanhado dos ensinamentos desen-


volvidos por Nancy Fraser na obra “O velho está morrendo e o novo não
pode nascer” a respeito da crise da hegemonia do neoliberalismo progres-
sista que possibilitou a ascensão do governo autoritário de Donald Trump
nos EUA e, a partir disso, realizar um cotejo analítico dessas ideias com o
contexto político, econômico e social vivenciado no Brasil, que igualmente
viabilizou a eleição em 2018 de um governo com características autoritá-
rias, embora também democraticamente eleito. Durante a sua campanha
eleitoral, Donald Trump apostou em um discurso nacionalista e protecio-
nista, pautado por falas racistas, misóginas, homofóbicas, islamofóbicas e
anti-imigrantes, que cativaram um público masculino branco, heterosse-
xual, cristão, ligado “à mineração, à perfuração de petróleo, à construção
e à indústria pesada”. Trump apresentou aos eleitores um novo bloco que
Fraser chama de proto-hegemônico, com característica reacionária, com-
binando uma política populista de distribuição com uma hiper-reacioná-
ria de reconhecimento. (FRASER, 2020, p. 49-51). No Brasil, o discurso
do então candidato Jair Bolsonaro era muito semelhante. Ele apostou na
pregação da moral Cristã, somando a isso os princípios do neoliberalismo
tanto na política (estado mínimo) quanto na economia (livre mercado) e
adicionando o elemento de salvação da família, tudo isso contra o inimigo
maior identificado como sendo o socialismo. Assim, o governo de Jair Bol-
sonaro surge apresentando-se como uma espécie salvadora da pátria que
tem a principal função de “impor uma nova ordem social, desta feita, na
defesa e, principalmente, proteção inconteste aos valores da família cristã,
heteronormativa, branca, disciplinada, elitista” (LIMA; LIMA, 2020, p.
8). Ambos os presidentes, durante as suas campanhas eleitorais, proferi-
ram discursos excludentes, xenofóbicos, racistas, homofóbicos e machistas,
sob um falso rótulo de defesa da família tradicional e dos costumes. Eles
conseguiram, ajudados por crises políticas, econômicas e sociais, conectar-

1 Mestrando no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais Universidade do Vale


do Rio dos Sinos – UNISINOS - saulo.dir@gmail.com

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PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

-se a um público ressentido, majoritariamente branco e masculino, que se


sentiam abandonados e desiludidos. Nesses cenários, Trump e Bolsonaro
chegaram à Presidência derrotando o bloco hegemônico neoliberal pro-
gressista até então em vigor e colocaram no lugar uma política neoliberal
autoritária de extrema direita, que tem valores distintos sobre o que é justo
e correto e sobre distribuição e reconhecimento, como bem pontua Fraser
em sua obra.
Palavras-chave: Neoliberalismo progressista; Fraser; Trump; Bolsonaro.

REFERÊNCIAS

FRASER, Nancy. O velho está morrendo e o novo não pode nascer.


Trad. Gabriel Landi Fazzio. São Paulo: Autonomia Literária, 2020.
LIMA, Elizabeth C. de A.; LIMA, Isabelly C. C. O neoconservadorismo
religioso e heteronormatividade: a “bolsonarização” como pro-
dução de sentido e mobilização de afetos. Revista Cadernos de
Campo, Araraquara, n. 28, p. 325-350, jan./jun. 2020.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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As ações coletivas e interações na


conformação da fase de implementação
do esporte em universidades públicas
do estado de Mato Grosso
Erasmo Braz dos Santos1

Trata-se do objeto política pública de esportes, sendo tema imple-


mentação na universidade pública. As políticas públicas propiciam mudan-
ças concretas e comumente são constituídas de ciclos. A implementação é
um deles, caracterizando-se como a concretização ou materialização da po-
lítica, tendo a atual geração de estudos focado na interação e interconexões
entre múltiplos atores e organizações e a proposição de relações entre atores
estatais e não estatais (LOTTA, 2019). Na proposição da pesquisa me ba-
seio nos aportes do Neoinstitucionalismo Histórico (NH) quanto à análise
de políticas públicas amparando-se na trajetória histórica das instituições e
das políticas, e os papéis das instituições e dos atores. Para o NH as institui-
ções importam, sejam elas formais ou informais, e, junto com atores sociais
marcados por interesses diversificados estão dentro de uma certa história,
que inserem também as políticas públicas (THELEN; STEINMO, 1992;
MARQUES, 1997). Desta forma o NH contribui para o entendimento da
relação instituições e atores na conformação da implementação, bem como
de constituição de ações coletivas em prol do bem comum em conjunto
com estudos contemporâneos de análises como burocracia de nível de rua
e rotinas de interações. Este estudo se guia pela questão: o que ocorre com
uma implementação de política pública quando não tem uma ação cole-
tiva inserida no processo? Os objetivos propostos são: analisar os arranjos
de instituições e atores na conformação da implementação do esporte de
universidades públicas de Mato Grosso, considerando suas ações coletivas
e interações; procurando entender a temporalidade e a sequência da con-
formação atual da implementação, considerando os papéis dos atores (i)
federação estadual; (ii) universidades: burocratas, atleticanos, servidores e
comunidade externa. Trata-se de uma pesquisa qualitativa em curso, sendo
público-alvo: burocrata de médio escalão (cargo de confiança nas universi-

1 Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Campus São Leopoldo-RS - eras
braz@gmail.com

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dades); atleticanos (acadêmicos); representantes das comunidades interna


(servidores) e externa (extensionistas); e, a organização federação (entidade
maior do esporte universitário). Para entender as ações coletivas e intera-
ções estou me baseando na pesquisa documental e entrevista semiestrutu-
rada. Os resultados serão apurados com base na análise de conteúdo. Na
análise da implementação serão considerados: contexto organizacional - a
capacidade técnico-administrativa quanto aos aspectos recursos humanos,
financiamento, infraestrutura e equipamentos; político - ênfase na relação
com outras instâncias internas e externas; e, social - os beneficiários, as
atividades ofertadas e as dimensões do esporte. Nas interações, as carac-
terísticas de ações de rotinas. Os resultados prévios indicam a existência
de marco legal (ainda que precário) que regula o esporte universitário. No
nível subnacional aparentemente há uma relação mais próxima entre buro-
crata-universidade e federação em tratamentos formais de eventos esporti-
vos, porém há distanciamento entre implementação e seus atores internos
(universidade) e externo (federação), aparentando não ocorrer interação
entre eles e muito menos engajamento em ações coletivas visando se apro-
ximar de burocracias estatais.
Palavras-chave: Políticas Públicas; Implementação; Esporte Universitário;
Ações Coletivas; Interações.

REFERÊNCIAS

LOTTA, G. S. A política pública como ela é: contribuições dos estudos so-


bre implementação para a análise de políticas públicas. In: LOT-
TA, G. Teoria e análises sobre implantação de políticas públi-
cas no Brasil. Brasília: ENAP, 2019. p. 11-38.
MARQUES, E. C. Notas críticas à Literatura sobre Estado, Políticas Pú-
blicas e Atores Políticos. BIB, Rio de Janeiro, n. 43, p. 67-102, 1.
sem.1997.
THELEN, K.; STEINMO, S. Historical Institutionalism in Comparative
Politics. In: STEINMO, Sven; THELEN, Kathleen; LONG-
STRETH, Frank (org.). Structuring Politics: Historical Institu-
tionalism in Comparative Analysis. Cambridge: Cambridge Uni-
versity Press, 1992. p. 1-12.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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Capital Imperialismo e Questão Social:


Involução e perda de Direitos no Brasil
João Carlos Mendonça Didier Silva Peixe1
Gabriel Lírio Didier Peixe2

Trataremos neste artigo de agregar a jusante ao conceito de Capital


Imperialismo o de Questão Social, defendendo que entre as manifestações
desta última está a pobreza, resultante determinada pela expropriação em
alta escala da classe trabalhadora em ambiente capitalista hostil, em escala
global. A sociedade mundial atual, diante das altas taxas de desemprego e
uma reconfiguração do mercado de trabalho. Passando por envelhecimen-
to demográfico, que pressiona as despesas com aposentadoria e saúde; em
se mantendo o atual sistema capitalista dotado de um inadequado sistema
de proteção social, depara-se com a crescente necessidade de discutir no-
vas propostas de políticas sociais de enfrentamento à pobreza. Ao longo
do século XX, aponta Virgínia Fontes (2010), o termo imperialismo foi
utilizado de várias formas, entre as quais a autora destacaria duas: uma
expandiu o conceito levando à suposição de que o capitalismo sempre
fora imperialista, outra contraiu o conceito de imperialismo levando a crer
que a tal expansão fora de um único país, os Estados Unidos da América.
Segundo Fontes (2010): “Esse uso, bastante corrente na América Latina,
chegou a ponto de o termo imperialismo identificar unicamente as práti-
cas e as políticas dos Estados Unidos” (FONTES, 2010, p. 11), Guerra e
Batista (2021) partem do princípio que a expressão ‘questão social” é parte
do ferramental subjetivo e objetivo da classe burguesa utilizado com o in-
tuito de justificar sua dominação ampliada sobre os modos e o processo de
produção e reprodução capitalista em ambiente global. Para Amartya Sen
(2000), o desenvolvimento tem que estar aliado às liberdades, considerar
estes dois cenários como distintos, seria um erro fatal da economia atual.
Na teoria econômica tradicional, o desenvolvimento de um país é medido
por seu PIB, que, dividido per capta, mostra o grau de riqueza alcançado
por seus habitantes. Como o PIB é a medida do desenvolvimento, a eleva-
ção deste passa a ser considerada a meta fundamental de qualquer governo,
de maneira que começam a surgir posicionamentos radicais, como o que

1 Doutorando PPG – DSS/ PUC-Rio, joaopeixedidier@gmail.com


2 Graduando Direito PUC-Rio; liriogabriel1997@gmail.com

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afirma, por exemplo, que instituições como Democracia, Direitos Civis,


e Liberdade Individual atrapalham o desenvolvimento por não permitir
a expansão econômica em seu grau máximo. A Democracia no Brasil foi
conquista dos trabalhadores. Assim como a ampliação do escopo dos Di-
reitos Sociais, incluídos no espectro da Cidadania Plena, da mesma forma
conquistas da classe trabalhadora. Estes inicialmente incluídos na letra da
Lei pela CF88 foram sendo plasmados e efetivados no correr dos anos até
2016, por força das lutas da Classe Trabalhadora e movimentos sociais.
Neste momento, para além do debate e embate, frutos de disputas por he-
gemonia acadêmica, acerca de categorias principais e primeiras, interessa-
-nos não permitir que o Brasil mergulhe em um processo ultraconservador
de viés fascista.
Palavras-chave: Capital Imperialismo; Questão Social; Desenvolvimento;
Pobreza; Brasil.

REFERÊNCIAS

FONTES, V. O capital-imperialismo: algumas características. ODiario.


info, 8 nov. 2010. Disponível em: http://www.odiario.info/b2-
img/VirginiaFontes.pdf. Acesso em: 20 maio 2022.
GUERRA Y.; BATISTA A. A expressão da “questão social” em questão:
um debate necessário ao Serviço Social. Temporalis, Brasília, DF,
ano 21, n. 42, p. 173-187, jul./dez. 2021. ISSN 2238-1856.
SEN, A. Desenvolvimento como Liberdade. Tradução Laura Teixeira
Motta. 7. reimpr. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 17-
134.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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Como a democracia brasileira foi parar


na Unidade de Terapia Intensiva?
Lorenzo Borges de Pietro1
Nicoli Francieli Gross 2

O presente trabalho possui como tema a democracia. As proble-


máticas que concerne o devido ensaio, partem-se das seguintes indagações:
A democracia brasileira encontra-se em crise? Quais os principais fatores
que contribuírem para o atual cenário antidemocrático? Objetiva-se re-
fletir acerca da crise na democracia brasileira, indicando as razões de sua
ocorrência, além disso pretende-se expor casos em que houve a prática de
jogo duro constitucional e subversão sub-reptícia, no contexto brasileiro.
Em meados de 2016 quando o até então deputado federal Jair Bolsona-
ro anunciava sua intenção de disputar as eleições presidenciais de 2018,
nenhum cientista político previa a sua eventual vitória, para surpresa de
muitos, o candidato veio a sagrar-se vencedor da corrida presidencial em
2018, uma vez que se tratava de um candidato populista, autoritário, de-
fensor aberto de violações de direitos humanos, que se encontrava há mais
de 20 anos como parte do establishment, mas que contraditoriamente de-
fendia os anseios anti-establishment, se identificando como representante
da nova política. Dentre diversos apoiadores do candidato e pesquisadores
que começaram a perceber as reais chances de vitória nas eleições, a grande
maioria acreditava que este seria manobrado pelas lideranças partidárias
em prol de seus interesses, e que Bolsonaro seria apenas a face do governo,
enquanto aqueles o governavam – entretanto tal equívoco também co-
meteram os alemães que ajudaram Hitler a tornar-se chanceler em 1933
– uma vez eleito, Bolsonaro mostrou que estavam errados e que ele que
governaria o país. O presidente ao longo de seu governo fez uso de dois
mecanismos, o primeiro denominado por Przeworski de subversão sub-
-reptícia, que consiste no uso de ferramentas legais existentes do próprio
sistema democrático para minar a democracia, e o segundo, o qual Tushnet

1 Mestrando em Direito pelo Programa de Pós-graduação em Direito da Universidade


Federal de Pelotas – UFPel, Bacharel em Direito pela Universidade da Região da Cam-
panha - URCAMP, com endereço eletrônico - lorenzo.pietrob@gmail.com
2 Mestranda em Direito pelo Programa de Pós-graduação em Direito da Universidade
Federal de Pelotas – UFPel, Bacharel em Direito pela Universidade Regional do No-
roeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ - grossnicoli99@gmail.com

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denominou de jogo duro constitucional, consiste na violação de práticas,


que apesar de não previstas no texto constitucional, eram tidas como es-
tabelecidas ao discurso político. Ao longo do governo de Jair Bolsonaro,
foi possível identificar inúmeras violações e desrespeitos a tais regras, isto
porque, o atual presidente estimulou a população brasileira a participarem
de ataques aos demais poderes; amenizou e elogiou o governo ditatorial
brasileiro existente de 1964 a 1985; valeu-se de repartições governamen-
tais para interesses próprios impedindo investigações contra sua família
e tentando de nomear seu filho embaixador; buscou reformas eleitorais
retrogradas; defendeu a liberdade de expressão para notícias falsas a fim
de garantir sua perpetuação no poder, além de atacar e estimular ataques
a imprensa tradicional. Adotou-se o método dedutivo para confecção do
artigo, com base em pesquisa bibliográfica exploratório descritiva com
abordagem qualitativa. Diante disso, conclui-se que a utilização constante
destes mecanismos pelo Governo Bolsonaro agravou, a já existente, crise
democrática brasileira, internando-a na Unidade de Terapia Intensiva, em
busca de um milagre para que sobreviva.
Palavras-chave: Crise Democrática; Jogo Duro Constitucional; Sub-repção.

REFERÊNCIAS

PRZEWORSKI, Adam. Crises da democracia. São Paulo: Companhia


das Letras, 2020.
TUSHNET, Mark. Constitutional hardball. John Marshal Law Review,
Washington, v. 37 n. 2, p. 523-553, 2004.

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Conselhos municipais de saúde em


contexto de crise pandêmica no Espírito
Santo: transparência, participação,
processo deliberativo e bem comum
André Abreu de Almeida1
Paolo de Souza Silva2
Felipe Maia Lyrio3
Jhonatham Cavalcante da Costa4

O presente artigo é produto da primeira fase da pesquisa sobre


cidadania deliberativa e bem comum no cenário da pandemia e pós-pan-
demia realizada em parceria com a FAPES e UFES/IFES/FACELI. O con-
ceito de gestão social emerge dos debates acerca da capacidade do Estado
em garantir o bem comum, entendido como bem-estar social. As noções
de democracia deliberativa, neste contexto, contrastam de forma não ex-
cludente com os conceitos de administração pública gerencial uma vez que
esta última não conseguiu alcançar bons resultados sociopolíticos, como
a democratização do acesso a instâncias de decisão estatais, e assim não
garantindo a participação efetiva dos atores interessados nas políticas. A
gestão social através da cidadania deliberativa objetiva trazer ao novo ser-
viço público experiências de participação, como são os casos dos conselhos
municipais de políticas públicas (COSTA; PINTO, 2021). A gestão social
pode ser encarada como uma possibilidade de descolonizar a epistemolo-
gia, pois possibilita uma abordagem multidisciplinar humana e não opres-
sora, sendo proposta por teóricos latino-americanos, sobretudo brasileiros
em contextos de mudanças políticas e lutas sociais protagonizadas por ato-
res sociais de diferentes setores com diferentes motivações de mobilização
(TENÓRIO, 2012). A partir do modelo de cidadania deliberativa e da
utilização de quatro constructos propostos nos trabalhos de Costa (2018)
e Costa e Pinto (2021) analisamos comparativamente o ambiente institu-
cional no setor de saúde pública de nove municípios do Estado do Espírito

1 UFES - andre.a.almeida@ufes.br
2 UFES - paolodesouza@gmail.com
3 IFES- - felipe.lyrio@ifes.edu.br
4 FACELI - mestrejhonatham@gmail.com

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Santo, lançando mão sobre legislações, planos municipais de saúde, suas


formas de participação, competências e composição. Após estas análises
foram realizadas comparações com objetivo de relacionar o ambiente ins-
titucional e os resultados das políticas públicas municipais de enfrenta-
mento a pandemia da Covid-19. Foram encontrados diferentes padrões
no ambiente institucional dos Conselhos Municipais de Saúde analisados,
demonstradas pela variação no número e tipo de competências em relação
aos constructos apresentados na literatura. Adicionalmente, foram detec-
tados resultados distintos relacionados ao desempenho da saúde pública
municipal no enfrentamento da Pandemia.
Palavras-chave: Bem comum; Saúde; Conselhos; Transparência;
Participação

REFERÊNCIAS

COSTA, J. C. Transparência na gestão universitária sob a perspectiva


da participação cidadã. 2018. 176 f. Tese (Doutorado em Ad-
ministração) – Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2018.
Disponível em: https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/
handle/10438/25764/tese_jhonathan_cavalcante_da_costa.pdf.
Acesso em: 11 jan. 2021.
DA COSTA, Jhonathan Cavalcante; PINTO, Juliana de Fátima. Mo-
delo Estrutural de Cidadania Deliberativa. XLV Encontro da
ANPAD - EnANPAD, 2021. Disponível em: http://anpad.com.
br/uploads/articles/114/approved/ca43108ded5aabc7793d3f9b-
928cdd54.pdf, Acesso em: 1 set. 2022
TENÓRIO, Fernando Guilherme. Cidadania e desenvolvimento local:
critérios de análise. Rio de Janeiro: FGV, 2012.

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Crise da democracia, justiça


social e o novo Plano Nacional de
Educação: algumas aproximações
Maria Luiza Rodrigues5
Gwerson Gley dos Santos6

O texto aborda a importância do Plano Nacional de Educação


(PNE) para as políticas educacionais no Brasil, desde uma perspectiva pós-
-crítica, baseado no conceito de justiça social de Fraser (2006), realizando
uma análise do documento intitulado Carta de Natal, produzido coletiva-
mente na II Conferência Nacional Popular de Educação (CONAPE). O
objetivo é evidenciar aproximações entre as contribuições fraserianas sobre
o conceito de justiça social e os desafios no campo da política educacional
no Brasil na atualidade. Adotou-se a abordagem qualitativa a partir de
análise documental e revisão bibliográfica. A Carta é fruto de uma jornada
da sociedade brasileira em resposta aos desdobramentos do Golpe de 2016
e seus efeitos deletérios aos espaços públicos de deliberação sobre as polí-
ticas educacionais, em consequência de ações e programas implementados
pós-golpe (ARAÚJO, 2022). Desde a aprovação da EC n.º 95/2016, uma
agenda austericida foi imposta à educação pública. A ascensão de Temer à
Presidência da República representou, ainda, o fortalecimento de um pro-
cesso de desdemocratização no país, de caráter processual, materializado
na destituição de representantes de entidades do movimento educacional,
que, até então, tinham assento no Fórum Nacional de Educação (FNE),
fortalecendo uma agenda educacional de conteúdo neoliberal-conservador
(ARAÚJO, 2022). O desmonte do FNE comprometeu a realização das
Conferências Nacionais de Educação (CONAEs), impulsionando a socie-
dade organizada para a criação do Fórum Nacional Popular de Educação
(FNPE), que conduziu as CONAPEs de 2020 e 2022. Após as eleições
de 2018 e, em especial, no contexto pandêmico, estes movimentos de re-
trocesso negligenciaram o direito à vida, resultando em prejuízos à gestão
articulada da educação entre os entes federados. O processo de desdemo-
cratização exige pensar as políticas educacionais a partir de marcadores de
classe e de identidade. É possível constatar as duas dimensões constitutivas
5 Doutora em Educação PPEDU/UFRGS malurflores@gmail.com
6 Mestrando em Educação PPGEDU/UFRGS gwerson.65@gmail.com

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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da concepção fraseriana de justiça social, -redistribuição e reconhecimento,


em vários pontos da Carta de Natal. Nos cinco primeiros itens da Car-
ta, há aproximações com o sentido “redistributivo”, sendo todos os itens
atravessados pela ideia de repartição da riqueza coletivamente produzida,
destacando-se a proposição do item 3: “reforma tributária redistributiva e
taxação das grandes fortunas” (CONAPE, 2022). Quando analisada a di-
mensão de “reconhecimento”, há aproximações em vários itens, dos quais
o item 23 chama atenção por articular um diálogo estreito com a teoria da
bidimensionalidade de justiça social de Fraser, pois integra os aspectos da
eliminação da pobreza a igualmente importante necessidade de eliminação
de toda “e qualquer tipo de discriminação, preconceito, violência, intole-
rância e violação de direitos, que devem ser entendidos/as como injustiças
sociais a serem superadas com políticas de Estado.” (CONAPE, 2022, p.
3). A partir da análise desenvolvida, reafirma-se a importância do PNE
como política de Estado com potencial para contribuir com a justiça social
no Brasil.
Palavras-chave: Plano Nacional de Educação; Justiça Social; Nancy Fra-
ser; Carta de Natal; Participação social.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Heleno. A CONAPE como espaço de mobilização e luta pela


educação. FNPE, 14 jul. 2022. Disponível em: https://fnpe.com.
br/artigo-a-conape-como-espaco-de-mobilizacao-e-luta-pela-edu
cacao/. Acesso em: 22 de jul. 2022.
CONFERÊNCIA NACIONAL POPULAR DA EDUCAÇÃO (CONA-
PE). Carta de Natal – CONAPE da Esperança. FNPE, 19 jul.
2022. Disponível em: https://fnpe.com.br/carta-de-natal-conape-
da-esperanca/. Acesso em: 22 jul. 2022.
FRASER, Nancy. La justicia social en la era de la identidad: redistribución,
reconocimiento y participación. In: FRASER, Nancy; HONNE-
TH, Axel. Redistribución o reconocimiento? Un debate políti-
co-filosófico. Madrid: Morata, 2006.

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Discurso Ideológico na Educação e na


Pesquisa: um impacto na ampliação das
desigualdades nos anos de 2019 a 2022
Pedro Paulo Baruffi7
Attila Augusto Santos8

O presente artigo visa analisar como o pensamento ideológico


imposto pelo governo Bolsonaro paralisou o crescimento de institui-
ções de ensino superior, cortou parte dos investimentos para pesquisa,
transformou os ministérios em um balcão de negócios, e como resolveu
dar espaço ao discurso de ódio em vez de promover uma política de
Estado, que pudesse deixar como legado uma educação transformadora
para todos. Passando por alguns tópicos como o discurso olavista, o fim
desastroso de todos os que deixaram a pasta da Educação, escândalos de
corrupção, destruição de reputações e o desmonte do CAPES, esvazia-
mento de investimentos em bolsas de pesquisa e ausência completa de
novos projetos para fomento de inovações. O artigo tem como objetivos:
a) Descrever o funcionamento das estruturas que fundamentam a ideo-
logia que está por trás do discurso de ódio de Bolsonaro e sua base de
apoio e suas vítimas; b) Destacar as principais medidas e propostas dos
três poderes para o ensino superior nos âmbitos de educação e ciência
e tecnologia; c) Analisar os casos de corrupção e a alocação de recursos
dos ministérios da Educação e de Ciência e Tecnologia. Para o desenvol-
vimento, foram utilizados métodos de pesquisa bibliográfica, descritiva,
documental de revisão de literatura, a partir de obras, doutrinas, artigos
em jornais e revistas acadêmicas, além de vários indicadores sociais de
organismos nacionais e estrangeiros. Os resultados são estarrecedores,
pois o discurso de ódio está disseminado em todos os campos da socie-
dade civil. Os parâmetros para discussão foram colocados de lado, para
dar espaço às teorias que vão contra a comprovação científica. Apesar
do Congresso Nacional ter parlamentares comprometidos com essa área,
a ala governista demonstra profundo desprezo por essas áreas, o que se

7 Mestre em Desenvolvimento e Sociedade, UNIARP - baruffipedro@gmail.com


8 bacharel em Direito, Uniarp - attila.asantos@gmail

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evidencia pelos recentes casos de corrupção, desvio de verbas, desapro-


priação de fundos e redução drástica de repasses nessas áreas.
Palavras-chave: Ciência; Corrupção Ciência; Discurso de Ódio; Educação.

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Justiça reprodutiva e democracia:


conservadorismo e políticas
públicas para mulheres
Maria Adriana Farias Rodrigues1

O presente artigo tem objetivo de discutir justiça reprodutiva e


democracia durante o governo de Jair Messias Bolsonaro 2019-2022. O
conceito de justiça reprodutiva pode ser compreendido enquanto um ter-
mo que alinha direitos reprodutivos no âmbito dos serviços e políticas
públicas direcionadas à saúde da mulher em sua integralidade. Este con-
ceito como bem discute Kikuchi (2021), tem raízes em uma discussão
decolonial, sendo construído por mulheres da América Latina, dentro do
movimento negro. Além disso, este conceito traça uma discussão, em que
os direitos reprodutivos são analisados em diálogo com as bases democrá-
ticas, ou seja, não é possível construir um estado democrático, enquanto
as mulheres têm seus direitos suspensos e silenciados. Durante o governo
de Jair Messias Bolsonaro não foi proposto nenhum Plano Nacional de
Políticas para Mulheres (PNPM), o último plano foi produzido durante
o governo da presidenta Dilma Rousseff. Convém enaltecer que segundo
o relatório da organização Gênero & Número, o Ministério da Mulher, da
Família e dos Direitos Humanos, propôs poucas iniciativas focadas em
promover o acesso e a consolidação destes direitos em sociedade. Dessa
forma, este artigo pretende apresentar essa discussão em três momentos,
1) trazendo uma revisão de literatura sobre o tema, 2) discutir projetos
conservadores proposto durante o Governo de Jair Messias Bolsonaro pelo
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e 3) analisar a
democracia dentro deste recorte de gênero. A metodologia foi realizada por
intermédio de levantamento bibliográfico, através do Vosviewer e análise
documental das propostas realizadas no Ministério, tais iniciativas serão
investigadas com auxílio do Maxqda. Os resultados apontaram que o go-
verno de houve ausência de políticas públicas que promovessem a justiça
reprodutiva, os dados também apontam que projetos direcionadas aos di-
reitos reprodutivos estavam sempre alicerçados dentro de uma perspectiva
conservadora e religiosa.

1 Doutoranda em Sociologia pela UFRGS.

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Palavras-chave: Justiça reprodutiva; Direitos Reprodutivos;. Democracia;


Conservadorismo.

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Neoliberalismo, necropolítica e
violência estatal no Rio de Janeiro
Luiz Sérgio Cordeiro da Rocha1

O presente trabalho é a continuação da pesquisa que já resultou


no trabalho anteriormente apresentado “A necropolítica como política de
gestão no Rio de Janeiro”, e vem revisitar o tema relativo ao modelo de
capitalismo experimentado pelo Brasil, e particularmente pelo Estado do
Rio de Janeiro, de orientação neoliberal, e sua relação com a população
– os administrados – especialmente mais pobres e residentes em áreas de
ocupação irregular chamadas no Rio “comunidades” ou “favelas”. O ob-
jetivo do artigo é contribuir com a continuidade do debate sobre a quali-
dade da democracia brasileira e correlacionar a opção neoliberal da gestão
do modo de produção nacional em geral e fluminense em particular com
a a violência estatal manifestada por duas frentes: sinistralidade elevada
nas operações policiais combinada com o aumento do encarceramento,
principalmente da população pobre e negra, relacionado à denominada
“guerra às drogas”. A perspectiva teórica é afiliada à crítica, percebendo
o modelo de modo de produção adotado – o capitalismo com orientação
neoliberal – como o fundamento político-jurídico e econômico-social da
manutenção da extrema desigualdade social, utilizando como metodologia
de trabalho o levantamento bibliográfico de livros, teses, dissertações, arti-
gos e publicações relativos não apenas ao aspecto material especificamente
tratado – número de presos, prisões cautelares, mortes violentas por ações
estatais – como também com respeito ao aspecto imaterial, ou ideológico
abordando, resumidamente, os fundamentos porque tais números suce-
dem. Respectivamente aos resultados obtidos, é possível constatar conti-
nuidade nos números novos da maior probabilidade de mortes violentas
por intervenção policial (mvpi) no Brasil entre homens (98,4 % do total
segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública ABSP – FBSP 2021),
negros (78,9 % das mpvi), e jovens (47,5 % entre 18 e 29 anos). O rela-
tório “Pele-Alvo: a cor da violência policial” (CESEC 2021) informa que,
no Estado do Rio de Janeiro (ERJ), em 2020, 51,7 % da população era
negra, enquanto eram negras 86,0 % das mvpi no mesmo período (na
capital, 89,7 % das vítimas eram negras). O mesmo estudo apontou que,

1 mestrando PPGSD/UFF - lscrocha@id.uff.br

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a despeito do ERJ de possuir à época população de aproximadamente 16


milhões de habitantes contra 45 milhões do Estado de São Paulo (ESP),
numa proporção de 35 %, ocorreram em 2020 1.245 mvpi no ERJ contra
814 no ESP, correspondendo a uma letalidade proporcionalmente superior
de 336,9 % do ERJ em relação ao ESP. No que diz respeito à economia, a
gestão neoliberal com desinvestimento na indústria naval e petroquímica
levou a uma crise econômica profunda: o peso da indústria decresceu, as-
sim como a economia do estado teve desempenho reiteradamente menor
que o nacional (BALASSIANO, 2021). A análise dos resultados aponta
para uma reação estatal violenta à crise econômica e social, agravando as
condições já precárias das parcelas mais carentes.
Palavras-chave: Neoliberalismo; necropolítica; violência estatal;
desigualdade.

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O novo Fundeb e a autonomia do gestor


para definir investimento em educação
Cinara Gomes de Araújo Lobo1
Leomir Ferreira de Araújo2

A maior parte do orçamento destinado à educação básica, no Bra-


sil, deve ser usada no prazo máximo de um ano, sob o risco do ente federa-
do ser penalizado com a suspensão de recursos ou o gestor sofrer processo
administrativo. O exíguo prazo para a aplicação do dinheiro deve exercer
algum peso no planejamento e desenvolvimento de políticas públicas edu-
cacionais, assim como no investimento em obras de infraestrutura, geral-
mente, demandantes de longos processos licitatórios. Completa o quadro a
falta de previsibilidade das transferências, pois são dependentes do volume
da arrecadação realizada, principalmente, no caso do Fundeb, que repre-
senta a maior parcela do orçamento para financiamento da educação básica
pública. O objetivo da apresentação será discutir as limitações na própria
estrutura do financiamento da educação brasileira que cria obstáculos aos
gestores públicos para planejar o investimento e realizar políticas públicas
que exigem médio e longo prazo para execução. A questão será abordada a
partir de dados disponíveis no Sistema de Informações sobre Orçamentos
Públicos em Educação (SIOPE), onde estão registradas todas as receitas e
despesas com educação dos entes federados, no Brasil. A partir das infor-
mações dos municípios brasileiros lançadas no Siope, em 2020, será feita
uma descrição da estrutura de financiamento da educação básica pública
no país: principais fontes de financiamento (Salário-Educação, Fundeb,
royelties do petróleo e orçamento dos próprios entes subfederados); como
os recursos foram aplicados (distribuição em despesas de custeio e capital,
despesa com pessoal e investimentos); e as fontes de receita que oferece-
ram maior autonomia à gestão local para aplicar na melhoria dos serviços
prestados pelas redes de ensino. Inicialmente, portanto, pretende-se discu-
tir a relação entre autonomia dos dirigentes de educação e a estrutura de
financiamento da educação básica pública. Em seguida, o trabalho avalia a
capacidade que a nova parcela de complementação da União no Fundeb,
conhecida por VAAT – Valor Anual Total por Aluno – poderá produzir

1 Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - cinaralobo@uol.com.br


2 Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - leomir.araujo@fnde.gov.br

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no sentido de aumentar o volume de investimentos em infraestrutura das


escolas e a autonomia da gestão local. Criado a partir da aprovação da Lei
nº 14.113, de 25 de dezembro de 2020, conhecida como a Lei do novo
Fundeb, o VAAT começou a ser repassado aos entes subfederados a partir
de 2021. A legislação estabeleceu que 15 % dos recursos dessa complemen-
tação devem ser empregados em despesas de capital. Ao analisar os dados
do VAAT, buscou-se verificar se havia correlações entre nível socioeconô-
mico dos municípios e volume de recursos destinados pelo VAAT, assim
como, a dimensão dessa parcela no total das despesas com ensino básico
dos municípios.
Palavras-chave: Fundeb; federalismo; descentralização; capacidade estatal;
financiamento educacional.

REFERÊNCIAS

ABRUCIO, Fernando. A Dinâmica Federativa da Educação Brasileira:


diagnóstico e propostas de aperfeiçoamento. In: OLIVEIRA,
Romualdo Portela de; SANTANA, Wagner (org.). Educação e
Federalismo no Brasil: combater as desigualdades, garantir a di-
versidade. Brasília: Unesco, 2010. p. 39-70.
ARRETCHE, Marta T. S. Federalismo e Políticas Sociais no Brasil: proble-
mas de coordenação e autonomia. In: SARAIVA, Enrique; FER-
RAREZI, Elizabete (org.). Políticas públicas: coletânea. Brasília:
Enap, 2006.
GOMIDE, Alexandre de Ávila; Pires, Roberto Rocha C. Capacidades Es-
tatais e Democracia: abordagem dos arranjos institucionais para
análise de políticas públicas. In: GOMIDE, Alexandre de Ávila;
PIRES, Roberto Rocha C. (org.). Capacidades estatais e demo-
cracia: arranjos institucionais de políticas públicas. Brasília: Ipea,
2014. p.15-28.

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Ondas e limiares da democracia à luz do


fim da história - uma análise comparada
Dorian Luiz Borges Moreira Filho

O último relatório do instituto sueco independente de pesquisas


Varyeties of Democracy Institute (VDem) cujo principal projeto Demo-
cracy Report1 mede o nível de democratização do planeta foi taxativo: “Os
últimos 30 anos de avanços democrático estão agora erradicados [...] Dita-
duras aumentam em quantidade e abrigam 70 % da população global - 5.4
bilhões de pessoas”. E essa é uma tendência que já data. De acordo com
VDem, no mesmo relatório anual, em dez anos, 30 países sofreram deterio-
rações notáveis na qualidade das instituições que sustentam o modelo dito
liberal de democracia. No entanto, estas três décadas, que correspondem
ao final da chamada Guerra Fria, deveriam ter sido de expansão, sem entra-
ves ideológicos consideráveis, da ordem democrática liberal que triunfara
com a queda do Muro de Berlim e com o colapso dos regimes soviéticos no
espaço euro-asiático. Ao menos foi o que o cientista político Francis Fuku-
yama nos havia prometido. Da mesma forma, como corolário e/ou causa
dessa perda de liberdades individuais, políticas e societais, a polarização, no
mesmo período, não cessaria de se agudizar - numa clara demonstração da
deterioração da tolerância política que é um dos pilares mais importantes
de uma sociedade que se queira democrática em qualquer sentido minima-
mente significativo. Mais diretamente ligado ao contexto brasileiro, entre
os dez primeiros países inclusos no ranking Vdem daqueles que são clas-
sificados como “Autocratizadores” pelo barômetro europeu o Brasil ganha
lugar de destaque no documento publicado. Já entre os países da União
Européia (UE), espaço político visto como um vetor de democratização
desde o final da Guerra Fria, 6 entre os 27 membros atuais também esta-
riam em vias de “autocratização”, para usar este conceito proposto pelos
pesquisadores do instituto sueco. Os grandes destaques entre os “Autocra-
tizadores” no espaço da UE seriam a Polônia e a Hungria - ambos antigos
componentes da então chamada “Cortina de Ferro” que isolava o campo
soviético do campo ocidental. Outro respeitado instituto independente,
o estadunidense Freedom House, de acordo com o seu último relatório,
fala, com alarme de “tipping point” ou ponto culminante deste processo

1 https://www.v-dem.net/democracy_reports.html - visto em 6 de julho de 2022

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de autocratização no mundo onde, sem reação dos atores globais compro-


metidos com regimes de liberdades individuais, o “modelo autoritário se
imporá”. De acordo com a métrica do Freedom House, foram 16 anos de
declínio da proposta liberal pelo mundo. De fácil demonstração, e baseado
em dados próprios, o relatório Freedom in the World2 classifica os diferentes
Estados do planeta como Livres, Parcialmente Livres e Não Livres. De
2005 para cá, ponto inicial deste monitoramento e ano em que, de acordo
com o instituto norte-americano, 46 % dos países monitorados entrariam
na categoria “Livres” - ápice de “liberdade” no mundo - este índice cai pela
metade estando hoje em magros 21,3 % das nações descritas como Livres.
Curiosamente, o número de Estados caracterizados como Não Livres não
aumentou significativamente no período - passando de 36,1 % das na-
ções monitoradas pelo Freedom House para 38,4 % em 2021. A categoria
que teve crescimento exponencial foi a de países em diversos graus de de-
mocratização que caem na coluna das nações “Parcialmente Livres”. Em
2005 elas eram 17,9 %, conforme os dados do instituto estadunidense e
16 anos depois representariam 41,3 % dos regimes conhecidos pelo globo.
Uma representação estatística do Estado da democracia pelo mundo que
corrobora os achados de VDem que vê avanço de regimes híbridos com
tendência “autocratizante” para falar como os autores do estudo sueco,
no qual o Brasil está incluso como um dos que mais periclitam no mo-
mento. Isso mostra que o reganho de dinâmica de modelos autoritários
é uma tendência planetária, multifatorial, no atacado, mas que pode se
explicar pela natureza etnocentrista das democracias de inspiração liberal.
De outro ângulo, esta instabilidade seria um sintoma de um limiar entre
um período marcado por uma democracia universalista surgida no espaço
ocidental moderno que chega ao seu fim mas cujas soluções para superar
esta crise de paradigma ainda seriam elusivas. Este período marcado pelo
paroxismo do neoliberalismo, da revolução digital e cibernética e da crise
ambiental é o que Sérgio Abranches chamou de “Grande Transição” e que
poderia ser superada por uma utopia realista necessária, segundo o estu-
dioso, à todo o impulso progressista (ABRANCHES, 2017). Por outro
lado, Achille Mbembe, ainda que veja causas similares às apontadas por
Abranches e outros para este desencanto democrático e esta brutalização
das relações em sociedade, vê na natureza dupla da democracia - regime
que maneja as tecnologias de poder biopolíticas e necropolíticas - razão

2 https://freedomhouse.org/report/freedom-world/2022/global-expansion-authorita-
rian-rule - visto em 6 de julho de 2022

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pela qual nossa época de transição estaria sendo marcada pela volta de uma
biopolítica pela mobilização do “velho poder soberano” e não pela gover-
namentalidade. (MBEMBE, 2017). O que queremos discutir aqui é que
modelo de democracia é visto como sob ameaça, qual seu limiar de surgi-
mento e como ele se tornou possível como prática de poder; Se o biopoder
- conforme nos descreveu Michel Foucault - que deveria majorar a vida da
população “prise en charge”, quer dizer, sob os cuidados dos dispositivos
biopolíticos da modernidade, não é uma tecnologia cíclica de certa forma:
A democracia nascida de forma gêmea e interdependente com a violência
do “encontro colonial onto-formativo” do qual nos falou Raewyn Connell,
precisaria, a cada período de acumulação e concentração em modo capita-
lista, fragmentar a sociedade para depois separar e produzir a possibilidade
da violência nas fronteiras da norma, do contrato social e das garantias
individuais e políticas por ela produzidas mas que não seriam possíveis sem
a exclusão de uma parte descartável da humanidade, vida nua jogada no
bando, excretada pelo passageiro noturno da democracia que nunca figura
na luminosa mitologia democrática de paz e tolerância

REFERÊNCIAS

ABRANCHES, Sérgio. A era do imprevisto: a grande transição do século


XXI. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
MBEMBE, Achille. Políticas da Inimizade. Lisboa: Antígona, 2017.

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Os reflexos do projeto neoliberal na


política de educação no Rio Grande do
Sul: o estudo das três últimas gestões
governamentais a partir de 2010
Margarete Hirdes Antunes1

O trabalho analisou os reflexos do projeto neoliberal na política


da educação no Rio Grande do Sul realizando um estudo das três últimas
gestões governamentais a partir de 2010, através da investigação das legis-
lações que garantem a educação como direito fundamental, ou seja, o Pla-
no Nacional de Educação, o Plano Estadual da Educação, e os documentos
com as plataformas de governo das gestões Tarso Genro (2011-2014); José
Ivo Sartori (2015-2018) e Eduardo Leite (2019-2021), comparando as
gestões com relação a produção e execução de políticas educacionais no
Estado, traçando possíveis contradições expostas no processo das políticas
educacionais nas respectivas gestões. A abordagem da pesquisa é quanti-
-qualitativa, a metodologia utilizada compõe-se de um estudo de caso alar-
gado e o método, uma pesquisa documental. Os dados foram analisados
com o auxílio do software IRAMUTEQ (Interface de R pourles Analyses
Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires), que possibilita a rea-
lização de análises estatísticas de dados textuais, ou seja, análises lexicais.
Identificou-se a contradição do Estado que restringe investimentos públi-
cos, porém não desprotege o mercado financeiro e as instituições privadas,
demonstrando neste cenário o compromisso com novos modelos de gestão
pública e governança, que retiram direitos constitucionais, dentre outros,
o direito à educação. Os principais resultados do estudo revelaram que
as políticas de educação sem a intervenção do Estado, se ressentem dos
parcos investimentos havendo a necessidade da mobilização dos sujeitos
da resistência na disputa do espaço público pela garantia dos direitos, que
o cenário exige estudo e vigilância dos educadores, pois no estado do Rio
Grande do Sul, os três últimos governos apesar de constituírem-se em pro-
postas diversas para área da educação, alinharam a política educacional ao
projeto neoliberal. O projeto neoliberal é violento, prevê a mínima partici-
pação do Estado nas políticas, e assim sendo, o mercado começa a regular

1 npte.margarete@gmail.com

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as relações, criando-se um terreno fértil para práticas e movimentos necro-


políticos e de fascismo social, reproduzindo a lógica da desigualdade social.
Palavras-chave: Governo; Projeto Neoliberal; Política Educacional; Ofen-
sivas e Resistências.

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Políticas públicas como mecanismo


de integração social: o caso de
refugiados venezuelanos em João
Pessoa, de 2018 a 2022
Laleska Rocha de Abrantes Carcará1

O município de João Pessoa recebe, desde 2018, refugiados vene-


zuelanos através da Operação Acolhida, e para inseri-los na sociedade, de
fato, é necessário a construção de políticas públicas para que a integração
local venha a ser de fato efetiva. Com isso, este artigo propõe-se a ana-
lisar a construção das políticas públicas implementadas em João Pessoa
para integrar refugiados venezuelanos de 2018 a 2022. Para tanto, será
abordado inicialmente sobre os conceitos de refugiados e políticas públi-
cas para assim explicar como se dá a construção dessas políticas públicas
através da teoria neofuncionalista, teoria esta que fortalece a participação
e importância de atores além do Estado. Em seguida, serão analisadas as
políticas públicas implementadas em João Pessoa, mencionando os órgãos
e instituições responsáveis, e como foi feita a articulação para tal. Adotou-
-se a hipótese de que a rede local foi elemento imprescindível para que as
políticas públicas fossem criadas e cumprissem com o objetivo geral, o que
foi comprovado no desenvolvimento do artigo. Para viabilizar este estudo,
utilizou-se algumas ferramentas metodológicas, a iniciar pela natureza da
pesquisa básica, de teor explicativo, através de um estudo de caso, e com
método de procedimento histórico. Analisou-se materiais bibliográficos e
quanto ao método de abordagem, o trabalho se caracteriza como induti-
vo. Concluiu-se então, a importância da rede local na evocação das prefe-
rências/necessidades dos refugiados venezuelanos para os devidos órgãos
responsáveis pela agenda de políticas públicas. Assim, com ajuda do fator
social, o Estado pôde efetivar a integração e acolhida de refugiados em João
Pessoa.

1 laleskarocha@live.com

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Requisição administrativa e Covid-19: uma


análise da ADI 3454 acerca da requisição de
bens de uma unidade federativa por outra
Maria Laura Maciel Fernandez2
Martina Bravo Leite3

O presente trabalho tem o objetivo de analisar o instituto da re-


quisição administrativa em tempos de pandemia de Covid-19, mais preci-
samente quanto à (in)constitucionalidade da requisição administrativa de
bens de uma unidade federativa por outra. Possui-se três objetivos, sendo
o primeiro deles, contextualizar o instituto da requisição administrativa,
demonstrando suas características e seus elementos centrais. O segundo,
visa-se analisar a requisição administrativa em tempos de pandemia de
Covid-19, uma vez que o instituto foi amplamente utilizado pelos entes
federados para requisição de bens para o enfrentamento da calamidade
pública, gerando dúvidas e incertezas quanto ao instituto, principalmente
quanto à possibilidade de requisição de bens entre entes federados. Por
fim, o último objetivo visa analisar a ADI de nº. 3454, uma vez que esta
pôs fim à esta dúvida acerca da (in)constitucionalidade da requisição ad-
ministrativa de bens de uma unidade federativa por outra. Para tanto, foi
utilizado o método de abordagem dedutivo, como forma de, partindo de
análises gerais acerca da configuração do instituto da requisição adminis-
trativa, foi analisada a (in)constitucionalidade da requisição administra-
tiva de bens de uma unidade federativa por outra. Ademais, foi utilizado
como procedimento a pesquisa bibliográfica, com o estudo de artigos e
publicações científicas sobre o tema. Após, foi utilizado o estudo de um
caso dedutivo, uma vez que após a revisão bibliográfica pronta, procedeu-
-se à aplicação de todas essas informações na análise do caso concreto,
ocorrido na ADI nº. 3454. No julgamento, o STF vetou a requisição ad-
ministrativa de bens entre entes federativos, situação que no decorrer da
pandemia de Covid-19 ensejou diversas dúvidas sobre a sua possibilidade,
tendo em vista o caráter aberto do artigo 3º, inciso VII, da Lei nº. 13.979,

2 Mestranda em Direito, pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Bolsista Proex/
Capes. - maria-laura-95@hotmail.com.
3 Mestranda em Direito, pela Universidade Federal de Santa Maria. - martinabravoleite@
gmail.com.

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de 2020 e do artigo 15, inciso XIII, da Lei Orgânica do Sistema Único


de Saúde – SUS (Lei nº. 8.080, de 1990), este último dispositivo, real
objeto da ADIN, que foi ajuizada pelo partido Democratas (DEM) (STF,
2022). Nesse sentido, entendeu-se que a hipótese de requisição adminis-
trativa constante na Lei nº. 13.979, de 2020, ainda que voltada para o
estabelecimento de um quadro de manejo e contenção da crise provocada
pela expansão do cenário de infecção pelo Covid-19, no plano de gestão da
coisa pública e de satisfação do interesse público, fez surgir novos episódios
conflituosos. Portanto, a corrente que entendia pela restrição do emprego
da requisição administrativa apenas para os bens e serviços particulares se
afigurou a mais adequada. Ademais, a própria Constituição já elenca di-
versas hipóteses em que o próprio Estado passará a intervir não apenas no
âmbito da propriedade privada e de direitos individuais, mas também na
esfera dos demais entes federados, cita-se a figura da intervenção federal,
do estado de defesa e do estado de sítio (FRANÇA, 2022).
Palavras-chave: requisição administrativa; pandemia; Covid-19;
inconstitucionalidade.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADI n.º 3454/DF. Relator: Ministro


Dias Toffoli. Disponível em: https://portal.stf.jus.br/processos/
detalhe.asp?incidente=2283117. Acesso em: 10 ago. 2022.
FRANÇA, José Gabriel de. Requisição administrativa como ferramenta
do direito administrativo: uma breve análise da requisição ad-
ministrativa e de sua utilização no cenário de enfrentamento da
pandemia do coronavírus/covid-19. 2022. 54 f. Trabalho de Con-
clusão de Curso (Bacharelado em Direito) – Curso de Direito,
Centro de Ciência Jurídicas, Universidade Federal de Pernambu-
co, Recife, 2022.

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GT 6 - Da precariedade à emancipação:
experiências de ação coletiva para
além, apesar e com o Estado

201
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A mulher empresária e os núcleos


femininos: espaços coletivos de
lutas por reconhecimento social
Estelamaris de Barros Dihl1
Tamara Cecilia Karawejczyk Telles2

Fortalecidas pelos avanços de políticas para mulheres e as conquis-


tas do movimento feminista, a mulher foi em busca de novas formas de
emancipação, dentre estas, a econômica. Uma das estratégias de inserção
ao mundo do trabalho foi empreender, ou seja, abrir e liderar seu negó-
cio, com soluções criativas e inovadoras e outra foi buscar novos espaços
coletivos de lutas por reconhecimento social. O objetivo desta comunica-
ção é verificar as motivações, de um grupo de oito mulheres participar de
uma associação de classe. Trata-se de uma pesquisa documental, de cunho
exploratório, que se utiliza da técnica de entrevista, realizada nos anos de
2021/2022.

RESULTADOS

Tabela I – Motivação para abrir seu negócio e Tipo de Negócio.


Participante Motivação Ramo/Função
P1 Flexibilização tempo Indústria e Comércio/ Associada
P2 Ampliar meu negócio Serviços/Diretora
P3 Dificuldade na recolocação Serviços/Consultora
P4 Assumi o negócio da família Serviços/Gestora
P5 Ampliar os negócios da família. Serviços/ Assessora Jurídica
Dificuldade na recolocação e
P6 Serviços/Consultoria Ambiental
flexibilização do tempo
P7 Dificuldade na recolocação Comércio/Gerente
P8 Flexibilização do tempo. Indústria e Comércio/Gestora
Tabela elaborada pela autora.

1 Doutoranda PPG em Memória Social e Bens Culturais da Universidade La Salle. -


estelamaris.dihl@unilasalle.edu.br
2 Professora Permanente do PPG em MSBC Unilasalle

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Tabela II – Percepções sobre participar no núcleo – CICS


Participantes/
Negócio desenvolvimento Pessoal
Adesão
Reconhecimento frente às outras colegas
P1 – 2020 Visibilidade e conexão; e empresas.
Fortalecimento da rede
impulsionadora do
projeção externa e interna,
P2 – 2014 desenvolvimento
autoconhecimento;
econômico.
foco para o crescimento
P3 – 2018 o núcleo trás conhecimento e conexões.
econômico.
Novos relacionamentos,
P4 – 2018 Tive desenvolvimento pessoal.
crescimento da marca;
Promove
CICS era elitizada, o núcleo mulher
relacionamentos,
P5-2014 garantiu um espaço para trocas de
oportunidades e
experiências.
crescimento econômico.
(...) existem outras carências, além da
Diversificação - agregou econômica, a sociedade nos vê como
P6 – 2019
na esfera econômica. privilegiadas, não sabem que foi árduo
(...).
(...) o grupo auxilia, se ajudar, escutar
Crescimento da rede de
P7 – 2020 as dores de cada uma, trazer insights e
relacionamentos. (...)
compartilhar. (...)
Lá saí do quadradinho. Me sinto realizada,
P8 – 2012 Diversifiquei a clientela –
meu negócio evoluiu.
Elaborado pela autora.

CONSIDERAÇÕES – A associação de classe permite que seus


membros reafirmem o processo de reconhecimento social no que diz res-
peito à esfera do direito e da autoestima.

REFERÊNCIAS

GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR (GEM). Empreendedo-


rismo no Brasil: 2011. GRECO, Simara Maria de Souza Silveira
(coord.); ANDREASSI, Tales et al. Curitiba: IBQP, 2011.
HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos
conflitos sociais. Trad. Luiz Repa. São Paulo: Ed. 34, 2003.

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A Intervenção Institucional na desordem


urbana e a repercussão no âmbito criminal
Reginaldo da Rocha Santos Sales1

O adensamento humano em torno das cidades produz uma via


dupla de percepções e consequências, na medida em que gera avanços e
conflitos decorrentes da sedimentação dessa concentração estratificada de
pessoas no ambiente urbano, que erige-se em uma escala desigual e desor-
denada, com destaque para a seara criminal, que tem atraído a atenção de
estudos aprofundados desde o século passado, no afã de discutir e elaborar
proposições que permitam a redução e prevenção dos delitos, lançando
um olhar sobre a intervenção na tessitura ambiental. Nesse quadrante, ga-
nha especial relevância a atuação do Ministério Público na condição de
Instituição fundamental ao novo modelo constitucional, especialmente na
perspectiva da ação resolutiva em torno dos conflitos sociais, em sobrepu-
jamento ao tradicional papel demandista e judicializador. Dessa forma,
objetiva-se analisar de que maneira essa nova perspectiva de atuação in-
tegrada e mediadora do Parquet, em torno das implicações urbanas, pode
contribuir para o enfrentamento da criminalidade, em um horizonte re-
verso ao tradicional modelo institucional repressivo de combate ao crime.
Para tanto, parte-se da solidez teórica da Criminologia moderna que, em
uma perspectiva macrossociológica, estuda a gênese social do delito, a par-
tir do paradigma da vida em sociedade. Nessa tessitura, erige-se a Escola
Sociológica de Chicago no início do século XX, tendo como objeto de
investigação, na seara criminal, a influência ambiental na conduta delituo-
sa, apontando a desorganização urbana e social como fator criminógeno
(PARK; BURGESS; MCKENZIE, 1925). Tal concepção teórica eviden-
cia a cidade como organismo vivo e laboratório social – anunciando uma
ancoragem epistemológica oriunda da teoria Organicista e da teoria Fun-
cionalista (DURKHEIM, 2002), assim como revela seu alicerce no Con-
tratualismo enquanto modelo de Estado Moderno. A fim de contextualizar
e revelar a viabilidade fática da intervenção institucional, tem-se a atuação
das Promotorias de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial, me-
diante atuação resolutiva em torno da promoção do ordenamento urbano,

1 Mestrando do programa de Pós-graduação em Direito e Instituições do Sistema de


Justiça da Universidade Federal do Maranhão. - regidt15@gmail.com

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impulsionando a efetivação de políticas públicas e integração comunitária.


Para o alcance do desiderato firmado, o percurso metodológico trilhado
parte do raciocínio indutivo, com o prospecto sociojurídico-crítico, cons-
tituído no âmbito da pesquisa jurídico-científica, através do procedimento
jurídico-descritivo. Como forma de ilustrar os resultados alcançados, tem-
-se a intervenção operacionalizada no Conjunto Habitacional BarraMar,
localizado na cidade São Luís do Maranhão, no qual foi possível signifi-
cativa modificação do cenário de desordenamento urbano que havia ali
e, por conseguinte, redução na ocorrência de crimes violentos, mediante
intervenção integrada entre comunidade, os órgãos com poder de polícia e
as Promotorias de Controle Externo da Atividade Policial da cidade de São
Luís/MA (GUIMARÃES; ARAÚJO, 2019).
Palavras-chave: Desordem urbana; Ministério Público resolutivo; Escola
de Chicago; Controle social.

REFERÊNCIAS

DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. Tradução de


Maria Isaura Pereira de Queiroz. São Paulo: Companhia Editora
Nacional, 2002.
GUIMARÃES, Cláudio Alberto Gabriel; ARAÚJO, R. L. T. M. O Mi-
nistério Público e as novas perspectivas para realização de políti-
cas públicas na área da segurança: o caso do conjunto habitacional
Barramar. O Ministério Público e o Controle Externo da Ativi-
dade Policial, Conselho Nacional do Ministério Público, Brasília,
v. 2, p. 11-29, 2019. ISSN 2674-8347. Disponível em: https://
www.cnmp.mp.br/portal/images/Publicacoes/documentos/2019/
ATIVIDADE_POLICIAL_04-09-19.pdf. Acesso em: 6 abr. 2022.
PARK, Robert E.; BURGESS, Ernest W.; MCKENZIE, R. The City.
Suggestions for investigation of human behavior in the urban en-
vironment. Chicago: University of Chicago Press, 1925.

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A participação dos catadores na Política


de Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos
em Porto Alegre; avanços e limites
Simone Poças Pinheiro1

Em Porto Alegre, os problemas ambientais se agravam nos últimos


anos, em especial na questão envolvendo os resíduos sólidos urbanos, e
que impactam na via da população em geral e dos catadores de materiais
sólidos recicláveis. As Ciências Sociais se inserem neste ambiente como o
entendimento de que os problemas ambientais surgem como resultado da
organização econômica e social. Assim sendo, os catadores de materiais
sólidos recicláveis de Porto Alegre, são atores sociais que estão inseridos
na cadeia da reciclagem, e objetivam uma participação mais efetiva no
Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos de Porto Alegre. Pois são os
que mais trabalham neste processo e os que tem a menor remuneração. A
pesquisa se propõe a investigar as razões pelas quais passados doze anos de
vigência da Politica Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), os catadores
ainda se encontram em situação social, politica e econômica tão precária e
sua participação na Gestão dos Resíduos Urbanos Sólidos em Porto Alegre
tão inexpressiva. O objetivo geral é analisar os processos de participação
dos catadores de Porto Alegre na Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos,
compreendendo os condicionantes dos avanços e dos limites na sua ca-
pacidade decisória A metodologia utilizada foi uma pesquisa documental
e bibliográfica, para uma abordagem qualitativa foram realizados grupos
focais com os catadores e entrevistas semiestruturadas, que também foram
realizadas com servidores públicos e representantes da iniciativa privada. O
estudo conclui que existe um cenário de disputa de interesses econômicos,
na medida que os resíduos sólidos passam a ter valor financeiro. Torna-se
um mercado a ser disputado, com o ingresso de empresas privadas e uma
redução na participação dos catadores na Política de Gerenciamento dos
Resíduos Sólidos Urbanos de Porto Alegre. É necessário uma atualização
dos catadores inicialmente nas Associações/Cooperativas, passando pelas
suas esferas representativas, buscando assim uma nova forma de participa-
ção efetiva nas Politicas de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos

1 Instituição :Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) - simoneppinheiro14@


gmail.com

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do município e também os demais autores sociais envolvidos cada um


assumindo suas responsabilidades articulando com os catadores e não os
deixando a margem deste processo.
Palavras-chave: Participação; Catadores e Resíduos Sólidos Urbanos.

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Ações culturais e políticas em São Gonçalo:


as experiências dos coletivos culturais
Ocupasound e Roda Cultural do Alcântara
Lídia Nascimento Fateicha de Oliveira1

O trabalho apresenta os resultados parciais de uma pesquisa rea-


lizada com dois coletivos culturais de São Gonçalo, cidade periférica do
Rio de Janeiro. Os dois coletivos participantes, o Ocupasound e a Roda
Cultural do Alcântara, promovem ocupações artísticas em duas praças pú-
blicas da cidade, de forma gratuita. Tendo em vista que São Gonçalo é
marcada como um espaço periférico, envolto por uma série de desigual-
dades estruturais e espaciais que se refletem no setor cultural da região,
o trabalho pretende refletir sobre como as ações desses dois coletivos de
cultura se configuram como ações de políticas culturais neste território, já
que contribuem para a construção de uma agenda cultural local que pro-
move a sociabilidade, fruição artístico-cultural e a promoção dos direitos
culturais para os moradores da cidade. Alguns dos objetivos propostos para
a pesquisa apresentada neste trabalho foram: realizar um levantamento das
políticas públicas de cultura empreendidas na cidade de São Gonçalo; e
identificar as marcas organizacionais dos coletivos e suas ações na cidade a
partir do estudo de caso de dois coletivos específicos. O trabalho parte de
uma definição de políticas culturais que as compreende como um processo
abrangente, descentralizado em alguma medida da figura do governo, que
é proposta pelo pesquisador Alexandre Barbalho a partir das categorias 1)
políticas culturais, “políticas públicas voltadas para a cultura implementa-
das por um governo” e 2) políticas de cultura, “disputas de poder em torno
dos valores culturais ou simbólicos que acontecem entre os mais diver-
sos estratos e classes que constituem a sociedade” (BARBALHO, 2009, p.
1-2). A partir disso, é possível afirmar que a pesquisa apresentada investiga
como as dinâmicas, disputas e negociações entre essas duas categorias pro-
postas por Barbalho (2009) se dão na escala municipal de São Gonçalo a
partir das instâncias: coletivos e poder público municipal.

1 Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade do


Estado do Rio de Janeiro (PPCIS-UERJ) - lidiaoliveira@id.uff.br

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“Aldeia Zumbi dos Palmares”:


prática espacial de retomada do
território por pessoas em situação
de rua, em Porto Alegre, Brasil
Veridiana Farias Machado1
Thais do Amaral Marques2

A Aldeia Zumbi dos Palmares foi uma experiência coletiva de pes-


soas em situação de rua que em 2018 retomaram um território no centro
de Porto Alegre. Compreende-se o caso analisado como uma prática social
densa de espacialidade (SOUZA, 2010), na medida em que esta ação dire-
ta propiciou a autogestão. Nela, os coletivos de pessoas em situação de rua
articularam-se enquanto movimentos sociais urbanos emancipatórios. Em
vista disso, o objetivo deste trabalho é explicitar como experiências de luta
como esta podem ser dispositivos potentes de fortalecimento de vínculos,
cuidado entre pares e redução de danos, a partir do protagonismo dos
atores. Trata-se de um estudo de caso, no qual a coleta de dados deriva das
edições de 2018 do Jornal Boca de Rua, produzido e vendido por pessoas
em situação de rua, e da experiência vivencial das autoras junto à Aldeia
e aos coletivos que participaram dessa ação. As categorias analisadas cor-
respondem 1) às contra condutas às ações repressivas do Estado praticadas
naquele território, 2) às tentativas de negociação com o Estado relaciona-
das à reivindicação do direito à moradia, e 3) às ações autônomas nutridas
naquele território durante o período da retomada. Observa-se um repertó-
rio de ações, que são mobilizadas de acordo com o momento e o contexto
específicos. A “aldeia” faz referência às experiências de vida coletiva das
pessoas em situação de rua em Porto Alegre, que criam territórios existen-
ciais e de cuidado (BASSO, 2018). “Zumbi dos Palmares” retoma a contra
campanha realizada pelo Movimento Nacional da População em Situação
de Rua do RS, em resposta à associação feita entre o uso de crack com
zumbis. Tanto a retomada quanto a contra campanha afirmam a agência
das pessoas em situação de rua, recusando concepções essencialistas e de-

1 Estudante de Psicologia - Bacharelado - Unisinos - Campus POA - RS - veri.zea@


gmail.com
2 Núcleo de Democracia e Ação Coletiva – CEBRAP - cp.thaismarques@gmail.com

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terministas acerca da vida nas ruas, que a percebem como falta, reduzin-
do-a a fins pragmáticos da vida. Nas edições do Boca de Rua analisadas,
constam registros da aldeia cuja remoção provocou a retomada, de como se
organizou a ação coletiva, da sua remoção, e da continuidade das remoções
forçadas das pessoas em situação de rua na cidade. Tal experiência pode
proporcionar, dentre muitas ações importantes, a autonomia como potên-
cia no cuidado entre as pessoas para a prevenção do uso intenso de álcool e
drogas, assim como, na segurança da Aldeia como território de luta.
Palavras-chave: situação de rua; redução de danos; práticas espaciais; Es-
tado; movimentos sociais.

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Ativação de capacidades estatais no caso da


experiência quilombola do Sapê do Norte
Paolo de Souza Silva1

Como se dá a institucionalização de políticas públicas para territó-


rios quilombolas capixabas que e são relacionadas à definição de territórios
e à oferta de serviços básicos e sociais? Através da análise da formação ter-
ritorial, identitária, relacional e políticas ligadas ao território ao norte do
Estado do Espírito Santo pretende-se entender como se articularam mais
de 30 comunidades, que tem forte ligação com as dinâmicas de contesta-
ção e resistência contra a escravidão colonial na América do Sul, na forma
de um movimento que tem relevância história de ação coletiva e que pro-
duz efeitos em políticas públicas ainda nos dias atuais; Theda Skocpol com
seu Bringing The State Back In (1985) apresenta a possibilidade de analisar
Estado e capacidades através da ótica em que a centralidade analítica do
Estado pressupõe a observação de três categorias básicas: o território, os re-
cursos disponíveis e o pessoal que compõem o corpo burocrático dos apa-
relhos estatais. Também pode-se observar as configurações de organizações
que influenciam nos significados e métodos da política em sentido amplo,
inclusive para movimentos sociais. Também no caso do Sapê do Norte es-
tas categorias importam a partir da ótica da territorialidade da ocupação de
cargos públicos e instâncias participativas como repertório de ação de um
movimento que aprendeu a ler a expressão do poder estatal e reconhecer
oportunidades de desenvolvimento. Utiliza-se o conceito de capacidade do
Estado, a partir das noções desenvolvidas por neo-institucionalistas,. As-
sim, capacidades estatais são encaradas como competências para formular
políticas, no sentido de, ou como “grau de controle” do Estado para com
recursos, atividades e população em seu território, no sentido de McAdam,
Tilly e Tarrow (2004 apud Lavalle et al., 2018) Das noções de Tilly (1975)
advém as conclusões de que independente da forma como são criadas, ou
como se desenrolam as atividades estatais estas últimas sempre são exerci-
das a partir da relação com a população local. Três elementos podem ser
sublinhados: uma população que tem vida coletiva;

1 Ufes - paolodesouza@gmail.com

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Classe médica e cooperativismo:


um meio de organização para
envidar ações coletivas
Bruno Gomes
Bruno Assumpção

O presente Artigo irá discutir a formação da classe médica e a sua


mobilização por intermédio da formação de sociedades cooperativas de
trabalho médico, como um meio de organização com o propósito de envi-
dar ações coletivas. Tomando por base a identidade da classe médica, será
realizada a análise da cultura da referida classe, especialmente no que diz
respeito a formação de sociedades cooperativas, trazendo os fatores que le-
varam os médicos a se organizarem em torno desse tipo societário. Aborda
o ethos de posição relacionando-o aos atos e consciência de classe. O coo-
perativismo apresenta-se como uma distintiva forma de união de classes
para envidar ações coletivas. A mobilização da classe médica foi desafiadora
em várias frentes, desde a opção por um tipo societário que historicamente
era atrelado ao agronegócio e, especialmente, perante a necessidade de for-
mar a identidade do médico cooperativista e reconfigurar, nesse aspecto,
a cultura da classe. Durante a década de 1960, a classe médica enfren-
tou dificuldades em razão da medicina assistencial no país passar por um
momento de expressivas mudanças estruturais. Essas mudanças de-
correram principalmente da unificação dos Institutos de Aposentadorias e
Pensões - IAPs no Instituto Nacional de Assistência Médica de Previdência
Social - INPS, recém criado à época, que adiante, seria transformado no
Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social - INAMPS,
órgão que foi extinto em 1990, por ocasião do advento constitucional do
Sistema Único de Saúde - SUS. As principais dificuldades encontradas
pelos médicos estavam atreladas à remuneração e ao padrão de atendi-
mento do paciente que, em razão do surgimento das seguradoras de saúde
e da consequente mercantilização da medicina, dificultava o exercício da
atividade médica, impedindo-o de realizá-la com a necessária dignidade e
atenção ao paciente. O meio encontrado como resposta ao desfavorável
cenário foi a criação de uma sociedade cooperativa de trabalho médico
na cidade de Santos/SP. A identidade da classe médica cooperativista traz
implicações no repensar da atividade profissional, especialmente diante das

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especificidades dos princípios próprios do cooperativismo, que também


são geradores de compromissos e preocupações comunitárias. Essa espécie
de remodelagem da cultura da classe médica repercutiu na percepção da
valorização da sua atividade, com reflexos no modo como ela se vê e se
apercebe perante a sociedade contemporânea.
Palavras-chave: Classe Médica; Sociedades Cooperativas; Identidade; Ações
Coletivas;

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Conhecendo as ocupações culturais-políticas


por meio da análise de eventos de protesto:
o caso de Porto Alegre de 2011-2019
Ivone dos Passos Maio1

As performances lúdicas e festivas têm sido amplamente utiliza-


das não somente em protestos tradicionais, mas como táticas centrais para
muitos grupos e coletivos cuja intencionalidade é política. Assim, festas,
rodas de samba, performances teatrais, exposições visuais e slams poéticos
têm feito parte de um movimento de ocupação cultural de espaços pú-
blicos, de alguma forma unidos pela temática de ampliação ao acesso e à
expressão cultural e de direito à cidade. Estes eventos, que chamo de cultu-
rais-políticos são, em sua maioria, organizados por grupos autônomos, au-
todenominados coletivos, que emergem especialmente a partir da segunda
década de 2000. Estes grupos ganham força em um contexto de reconfi-
guração do campo ativista, em que a cultura é uma mediadora central da
expressão política (BRINGEL; PLEYERS, 2015). Esta reconfiguração do
campo ativista aponta para mudanças que a literatura tem discutido, como
a importância da mediação tecnológica para a organização e mobilização
dos eventos de protesto, o fortalecimento e criação de grupos de autono-
mistas, e uma mudança nas performances de confronto político. No que
se refere às formas de ação dos ativistas, elas teriam sido marcadas por duas
inovações principais no Brasil, especialmente a partir de junho de 2013:
uso da violência, destacadamente com os Black Blocs, e uso de ações lúdicas
e irreverentes (ALONSO; MISCH, 2015). A maior parte das pesquisas re-
centes sobre estes grupos ou coletivos ligados a repertórios lúdicos e cultu-
rais, suas formas de ação e os seus discursos, são de estudos de caso focados
em atores coletivos específicos. Buscando construir uma visão de conjunto
destas iniciativas e a possibilidade de analisá-las ao longo do tempo, este
artigo apresenta um conjunto de dados construídos a partir de adaptação
da metodologia de Análise de Evento de Protestos (AEP) (SILVA et al.,
2016), tendo como fonte a rede social Facebook. O banco reuniu um total
de 406 eventos culturais-políticos, promovidos por 17 coletivos, ocorridos
em Porto Alegre, entre 2011 e 2019. Com este trabalho, pretende-se tra-

1 Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal


do Rio Grande do Sul.= zimaio@gmail.com

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zer duas possíveis contribuições. A primeira, é elaborar uma caracterização


destes eventos, considerando especificidades ou variações de seu formato
ao longo do tempo. A segunda é oferecer uma alternativa metodológica
para tipos de eventos de contestação que, apesar de sua relevância social,
raramente ocupam os jornais de grande circulação, inviabilizando o uso da
AEP no seu formato tradicional. Os achados da pesquisa apontam para o
ano de 2017 como aquele que marca a expansão do número de eventos e
do número de coletivos. Apontam, também, para mudanças qualitativas
nas performances e nos alvos das ações.
Palavras-chave: Análise de evento de protesto; ocupação cultural; ativis-
mo; performance.

REFERÊNCIAS

ALONSO, Angela; MISCHE, Ann. June demonstrations in Brazil:


repertoires of contention and government’s response to protest.
Trabalho apresentado no ESA Research Network on Social Move-
ments – Midterm Conference. Madrid: Universidad Complutense
de Madrid, 2015.
BRINGEL, Breno; PLEYERS, Geoffrey. Junho de 2013… dois anos de-
pois: polarização, impactos e reconfiguração do ativismo no Bra-
sil. Nueva Sociedad, nov. 2015.
SILVA, M. K.; ARAUJO, G. O.; PEREIRA, M. M. Análise de Eventos de
Protesto no Estudo dos Repertórios Associativos. In: ROBERTT,
P. et al. (org.). Metodologia em Ciências Sociais Hoje: práticas,
abordagens e experiências de investigação. Jundiaí: Paco Editorial,
2016. p. 311-330.

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Da Loucura como experiencia de desrespeito


à luta por reconhecimento: limites e desafios
da Luta Antimanicomial no contexto
das políticas públicas de saúde mental
Fabiane Helene Valmore1
Marta Simões Peres2

Este trabalho é parte de uma autoetnografia que busca discutir


como insurge da loucura o artista. Foi defendida em 2021 no curso de
Ciências Sociais da UFPR e teve como pano de fundo as possibilidades
e limites da Luta Antimanicomial e da Reforma Psiquiátrica brasileiras.
Tomou como questão central o diálogo com 21 artistas, usuários dos ser-
viços públicos de saúde mental, no interior de 5 espaços terapêuticos e
artístico-culturais da cidade do Rio de Janeiro: Museu Bispo do Rosário,
Espaço Travessia, Cancioneiros do IPUB, Coletivo Carnavalesco Tá Piran-
do, Pirado, Pirou! e Teatro de DyoNises. A discussão teórica se ancorou
em Nise da Silveira, Canguilhem, Jung e Honneth. Luta por Reconheci-
mento (HONNETH, 2003) permitiu discutir experiências de desrespei-
to (de violação, privação de direitos e degradação) vivenciadas por esses
artistas-usuários, mas também, de reconhecimento intersubjetivo (obtido
pelas vias do amor, do direito e/ou da solidariedade), a partir do qual eles
foram se autointitulando artistas. Porém, da Luta Antimanicomial: que
preza a arte, a cultura, o afeto e a liberdade no cuidado e tratamento da
Saúde mental. Mas eles desejam mais: querem viver plenamente da arte,
querem-na como um direito ao trabalho remunerado. “É preciso de uma
boa política pública para enobrecer a arte e a loucura”, nos diz Orlando
Baptista, integrante há 25 anos da banda Cancioneiros do IPUB, vincu-
lada ao Instituto de Psiquiatria da UFRJ. Insurgido da loucura o artista,
o que fazer com isso fora do espaço protegido da saúde mental?: “Eu
ia em todos os ensaios [na casa do meu professor do 2º grau, que era
saxofonista]. Normal. Tocava. Era lindo. Quando eu chamei o grupo
pra tocar na Festa de Natal do Pinel, [ele me disse:] mas tu é do Pi-
nel? Tu é um louco? Me cortou do grupo [...] e parou de falar comigo
1 UFPR - fh.valmore@gmail.com.
2 UFRJ - martasimoesperes@ccmn.ufrj.br

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no colégio”: palavras de Eneas Elpidio, musico e poeta do Tá Pirando.


O que fazer com isso, a despeito do alcance daquilo que Canguilhem
chama de normatividade vital - de cura?: “Quando você passa a gostar
da loucura, você passa a desconstruir ela. [...]. A esquizofrenia fez com
que eu enxergasse o mundo de outra maneira”, nos diz Adilson Tia-
mo, artista do Museu Bispo do Rosário. E junto com ele, Canguilhem
(1995): “A saúde, depois da cura, não é a saúde anterior. A doença é, ao
mesmo tempo, privação e reformulação. Ser sadio significa não apenas
ser normal em uma situação determinada, mas ser, também, normati-
vo, nessa situação e em outras situações eventuais”. No contexto desse
GT06 refletir estratégias de ampliação da autonomia, protagonismo e
reconhecimento desses sujeitos da margem que extrapolem a condição
tão somente de artistas da loucura é a nossa proposta.
Palavras-chave: Loucura; Artista; Luta Antimanicomial; Desrespeito; Nor-
matividade Vital.

REFERENCIAS

CANGILHEM, Georges. O Normal e o Patológico. Rio de Janeiro: Fo-


rense Universitária, 1995.
HONNETH, Axel. Luta por econhecimento: a gramática moral dos
conflitos sociais. São Paulo: Editora 34, 2003.

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Entre la solidaridad y el Capital: apuntes


sobre los niveles de subsunción de las
experiencias de economía popular
Eduardo Enrique Aguilar1

El presente trabajo abona al debate sobre la disputa conceptual y


de sentido de las economías populares: por un lado, las hallamos definidas
como un espacio de ilegalidad, informalidad y periférico funcional a la so-
brevivencia de las clases menos favorecidas y que precisa ser incorporado a
los circuitos de la economía formal; por otro lado, existe un esfuerzo desde
la academia y, más recientemente, desde las propias iniciativas, de reivindi-
carse como economías solidarias que le disputan la reproducción de la vida
al sistema de producción capitalista para transitar hacia la construcción
de “otra economía”. Sin embargo, entre estas miradas existen matices e
interregnos donde las diversas configuraciones de las economías populares
no son ni completamente anticapitalistas ni tampoco son todas ilegales
o informales, más bien podrían encontrarse como economías barrocas o
abigarradas de las cuales necesitan ser comprendidas desde su complejidad.
Nuestro aporte hacia este proceso de reflexión está fundamentado en el
método de la crítica a la economía política, así como en los resultados de
entrevistas estructuradas y la observación participante con diversos proyec-
tos de economía popular en Jalisco: (i) una empresa cooperativa llantera en
el Área Metropolitana de Guadalajara, (ii) una cooperativa hotel en la Cos-
ta Sur e (iii) iniciativas agroecológicas en diferentes zonas rurales alrededor
de la gran zona urbana. Estos resultados son insumos para el análisis de sus
diversos niveles de subsunción al sistema de producción capitalista. Como
conclusión del trabajo podemos visibilizar que dentro del ámbito estricta-
mente material las empresas de economía popular con mayor composición
orgánica de capital, como la cooperativa llantera, tiene una subsunción real
al sistema de producción capitalista porque (a) su modo producción es
monoproductivo, (b) diseñado para producir mercancías en serie, (c) ajus-
tarse a la estructura de la División Internacional del Trabajo y (d) mantener
los niveles de la tasa de ganancia; mientras que aquellas iniciativas de baja
composición orgánica de capital, como las iniciativas agroecológicas, están
subsumidas formalmente, ya que, si bien una parte de la producción se con-
1 Universidad de Monterrey - Eduardo.aguilarh@udem.edu

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vierte en mercancías para insertarse en los ciclos de valoración del capital,


sus modos de producción rompen con la lógica del sistema de producción
capitalista al contar con características de (a) pluriactividad, (b) alcance lo-
cal-regional y (c) un metabolismo social equilibrado y/o regenerativo cuyo
fundamento es la reproducción ampliada de la vida. Finalmente, sostene-
mos que este método de abordaje nos permite mayor claridad al momento
de la disputa epistemológica mencionada en un inicio.
Palavras-chave: Economía social; Desigualdade e solidariedade territorial
no contexto de expansão urbana e redução da ruralidade.

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Escola implicada: intervenção


com adolescentes no núcleo de
apoio à saúde da família
Rosymile Andrade de Moura1
Matheus Alves da Rocha2

O Núcleo de Apoio à Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-


-AB) faz parte do primeiro nível de Atenção Básica. Na RAPS, o NASF-AB
entra como serviço vinculado à UBS sendo um dos pontos da atenção bási-
ca na Rede de Atenção Psicossocial inserido nas Políticas Públicas de Saúde
Mental. Atua oferecendo suporte às equipes de Saúde da Família e realiza
suas atividades a partir de uma perspectiva intersetorial, por isso, cons-
tantemente a equipe do NASF se engaja em ações compartilhadas com o
campo da educação. Por meio de um estágio interventivo em psicologia
realizado no NASF de um município no interior do Ceará foi elaborada
uma proposta de intervenção com objetivo de promover espaços abertos
de discussão com adolescentes sobre vivências em torno da temática do
preconceito dentro do âmbito escolar. A estruturação do tema foi sugerida
pelos próprios jovens e construída a partir da necessidade de discutir sobre
o preconceito enquanto prática de violência presente na escola. Relatar a
experiência de intervenção psicossocial direcionada a um grupo de adoles-
centes atendidos em um NASF no interior do Ceará. Trata-se de um relato
de experiência de intervenção proveniente de uma disciplina de estágio bá-
sico em psicologia, ocorrida em um NASF no interior do Ceará. A análise
dos dados colhidos ao longo da intervenção foi realizada a partir da leitura
de textos do campo da Psicologia e das Políticas Públicas de Saúde e da
Educação. O grupo de adolescentes no qual ocorreu a intervenção – intitu-
lado “Fala que eu te escuto” – surgiu a partir da alta demanda de adolescen-
tes automutilados, com sintomas de ansiedade e depressão relatados pela
comunidade escolar do município supracitado durante visitas da psicóloga
do NASF à instituição educacional. Devido ao isolamento imposto pela
pandemia Covid-19, optou-se por realizar o grupo de conversa de forma
remota, com objetivo de seguir os pressupostos sanitários para minimiza-

1 Centro Universitário Inta – UNINTA; - rosy.mile.andrade@gmail.com


2 Associação Brasileira de Direito Constitucional - ABDCONST; - matheus.alves.rocha@
hotmail.com

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ção do contágio do novo coronavírus. A partir das falas apresentadas, foi


possível observar aspectos de sofrimento, intolerância e apreensão quando
abordadas determinadas temáticas. A escola como palco de violência apon-
ta para a necessidade da atenção interventiva da comunidade escolar.

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Função da participação ativa como


contraponto à intermediação política e como
corolária da representação democrática
Cristiane Osório dos Santos1
Jairo de Carvalho Guimarães2

O Orçamento Participativo surgiu no Brasil na década de 90 e


impulsionou análises teóricas amparadas no participacionismo, delibera-
cionismo e agonismo conforme foi se multiplicando aqui e pelo mundo,
resistindo ao passar das décadas. Este estudo, recorrendo à pesquisa biblio-
gráfica, objetivou mapear os modelos analíticos sobre a experiência, abra-
çando a crítica de Miguel (2017) e sua constatação que o abandono ao par-
ticipacionismo em favor de outras teorias na atualidade constrói desfecho
que é infiel ao aprofundamento democrático, a exemplo do modelo criado
em Lavalle e Zaremberg (2014), conforme o conceito de intermediação
política. O intermediador é aquele que detém vantagens posicionais nas re-
lações entre indivíduos e atores coletivos – organizacionais e institucionais
– e as instâncias de autoridade pública, localizadas em níveis superiores.
Possui, ainda, o reconhecimento em seu grupo para ser voz das preferências
e tem o comportamento balizado por constrangimento – a respeito das
perspectivas e opiniões dos representados. A convergência entre seus inte-
resses e dos intermediados é parcial, em maior ou menor medida instável e
impulsionada pelo conflito. Reconhecimento, constrangimento e conflito
seriam faces opostas aos três princípios clássicos da representação eleito-
ral: autorização, accountability e controle sobre as preferências, respecti-
vamente. O alerta inicia em Miguel (2014), para quem representação só
será democrática se reduzir a distância entre a ação dos representantes e a
vontade dos representados. Mais tarde, Miguel (2017) advoga que somen-
te a participação direta nos espaços decisórios pode efetivá-la, por quatro
motivos: i) Os interesses dos grupos dominantes na política serão sempre
privilegiados mesmo que não se mobilizem para isso; para os dominados,
a participação é essencial para que se façam ouvir; ii) Os grupos subalter-

1 Mestranda do Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas da UFPI - cristianeo


sorio30@gmail.com
2 Professor do Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas da UFPI - jairoguima-
rães@ufpi.edu.br

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nos possuem menos treinamento para política, sendo valioso em si mesmo


ganhar acesso a um espaço que permita entendê-la; iii) Os grupos subalter-
nos tendem a ter menos acesso aos espaços de difusão das representações
sociais, a começar pela mídia, e iv) são eles também que se encontram mais
distanciados dos espaços de poder e, caso se tornem representantes, serão
catapultados para outro universo social, passando a dar novos significantes
aos seus interesses. Sem o diálogo interno no grupo social, que granjearia
aos representados a capacidade de supervisão e controle sobre os represen-
tantes, ter-se-á na intermediação política tão somente autoautorização. A
interlocução política democrática não pode se resumir a relações verticais
entre representante e representados. Incluiria, também, a relação horizon-
tal que os representados estabelecem entre si, até mesmo para definir suas
próprias preferências, que não são dados prévios ou necessidades identifi-
cadas por um olho externo, mas construções coletivas. Segundo Miguel
(2017), a intermediação política mirou suplantar o clientelismo, entretan-
to, catapultou o paternalismo, segundo o qual a incapacidade política das
pessoas nos espaços decisórios é um dado de uma realidade que não vale a
pena enfrentar.
Palavras-chave: Orçamento participativo; Participacionismo; Agonismo;
Intermediação política; Representação democrática.

REFERÊNCIAS

LAVALLE, Adrian Gurza; ZAREMBERG, Gisela. Para além da representa-


ção e do clientelismo: para uma linguagem da intermediação polí-
tica. Pensamiento Propio, v. 19, p. 23-62, 2014. Disponível em:
http://www.cries.org/wp-content/uploads/2015/03/007-Lavalle.
pdf Acesso em: 1 set. 2022.
MIGUEL, Luis Felipe. Democracia e representação: territórios em dis-
puta. São Paulo: Unesp, 2014.
MIGUEL, Luis Felipe. Resgatar a participação: democracia participativa e
representação política no debate contemporâneo. Lua Nova: Re-
vista de Cultura e Política, São Paulo, n. 100, p. 83-118, jan./
abr. 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ln/a/dLkRQ
T88JKty5dWBWKKm4vL/?lang=pt Acesso em: 25 ago. 2022.
https://doi.org/10.1590/0102-083118/100

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Motoristas de aplicativo em luta: Notas


de Pesquisa sobre as Ações Coletivas
da Categoria no Rio Grande do Sul
Leonardo Rodrigues Limeira1
Carol Blume Corssac2
Brunno Mattos da Silva3

O trabalho tem como objetivo central discutir as dinâmicas da


luta por direitos dos motoristas de transporte por aplicativo no Rio Grande
do Sul bem como suas demandas, formas de protesto e atuação política
coletiva. Entende-se que estes trabalhadores estão submetidos às principais
tendências de precarização do trabalho e do emprego no Brasil. Do ponto
de vista teórico, buscou-se apresentar diferentes conceitos de precariado,
bem como a necessidade de sua reinterpretação a partir de uma perspectiva
que considere as especificidades do trabalho no Sul Global. Como parte
da camada social do precariado os motoristas de aplicativo vivenciam as
tendências a digitalização da informalidade e precariedade no mercado de
trabalho nacional de um ângulo singular, atravessados pela insegurança
social num contexto radicalmente neoliberal. Assim, realizou-se a descri-
ção detalhada das principais características da categoria, a nível nacional e
estadual, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Do-
micílios (PNAD) de 2020 e em dados coletados por meio da aplicação
de um questionário virtual entre julho e setembro de 2021, que contou
com respostas de motoristas de aplicativo em atividade no RS. Após apre-
sentar o perfil demográfico dos motoristas de aplicativo apresenta-se os
dados relativos à sua ação política coletiva. Para compreender a atividade
política dos motoristas de aplicativo foram analisadas as principais ações
coletivas da categoria no RS ao longo dos últimos cinco anos, utilizando
dados construídos a partir de entrevistas com dois membros da direção do

1 Mestrando bolsista CAPES vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciência


Política (PPGCP-UFRGS)
2 Graduanda em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS) e em Direito pela Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP) -
carolcorssac@gmail.com
3 Graduando em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS) - brunnomattos37@hotmail.com

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Sindicato dos Motoristas de Transporte Individual por Aplicativo do Rio


Grande do Sul (Simtrapli-RS), assim como de um banco de dados de no-
tícias sobre transporte por aplicativo retiradas de três jornais locais de alta
circulação: Diário de Santa Maria, Zero Hora e Correio do Povo. Argu-
menta-se que as mobilizações levadas adiante pelos motoristas no último
período expressam, em alguma medida, o grau do conflito trabalhista bem
como a situação da correlação de forças entre trabalhadores e as corpora-
ções responsáveis pelas plataformas. Foi observado que a categoria passa
por um importante momento de efervescência política, que se verifica na
frequência e radicalidade dos atos de protestos, das mobilizações e ações
coletivas, cujos impactos sobre o Legislativo e o Judiciário têm resultado
em avanços significativos em termos de direitos. Apoiadas em uma varie-
dade de organizações de base independentes as direções dos movimentos
organizados de motoristas têm conseguido mobilizar a categoria entorno
de pautas parciais que se desdobram em lutas mais amplas contra a pre-
carização do trabalho no Brasil, capitalizando o apoio de instituições do
sindicalismo tradicional e produzindo inovações políticas. Por fim, apre-
sentam-se algumas considerações sobre a política dos motoristas de apli-
cativo destacando suas estratégias de luta, os obstáculos à sua mobilização
e a ação coletiva dos trabalhadores bem como suas possibilidades futuras.
Palavras-chave: Motoristas de aplicativo; Precarização do trabalho; Luta
política; Direitos; Sindicalismo.

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Movimento de Ocupações Secundaristas


e a Reforma do Ensino Médio: o
impacto na vida das e dos sujeitos
Amanda Franciele Garcia1

O presente estudo relata sobre o Movimento das Ocupações Se-


cundaristas que ocorreu em algumas escolas públicas de ensino médio, em
diversos estados do Brasil, entre novembro de 2015 a dezembro de 2016.
A primeira escola a ser ocupada no país foi em São Paulo, no dia nove
de novembro de 2015, onde os secundaristas brasileiros, inspirara-se no
movimento chileno. As pautas mobilizadoras nacionais das ocupações fo-
ram o congelamento de gastos públicos primários (PEC 241/2016, depois
EC 95/2016) e o projeto de forma do Ensino Médio (MP 13.415/2017)
746/2016, aprovada pela lei. Com isso, algumas escolas seriam fechadas e
os alunos seriam remanejados para outras instituições de ensino. A proli-
feração das informações acerca dos movimentos sociais, surge através do
que Manuel Castells define como uma “sociedade em rede” (CASTELLS,
2012). Esse movimento facilita as articulações entre os diferentes grupos
ativistas, fazendo-se chegar as ocupações no Estado do Rio Grande do Sul,
que é a delimitação temática deste projeto. O que se espera com esta pes-
quisa é compreender sobre o fim do Movimento das Ocupações Secun-
daristas e o atravessamento que o Estado fez, a partir das demandas das
Ocupações de 2015/2016. Para tal, responder-se-á às seguintes perguntas
de pesquisa: “Será que o protagonismo, da juventude, conforme sugerido
pelas propagandas da Reforma do Ensino médio, alcançará a todas e to-
dos?; Através do movimento social das ocupações, as/os secundaristas em
constante partilha, contribuíram, de certa forma, para o crescimento de
si e do outro, além de tentar barrar os projetos de lei do Estado?; “Qual é
a percepção das/dos ocupas com a Reforma do Ensino Médio?”; “Qual a
visão das/dos Ocupas sobre o discurso neoliberal da liberdade de escolha
e da qualidade da educação, induzidos pela reforma? Tendo em vista estas
questões, a pesquisa irá sendo traçada com linhas das Ciências Sociais e da
Educação. Visto que é um tema interdisciplinar e aborda várias questões,
tendo como foco os “Atores Sociais, Políticas Públicas e Cidadania”. Se-

1 Mestranda no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade do Vale


do Rio dos Sinos – Unisinos. - aamandafgarcia@gmail.com

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guindo nesta linha temática de estabelecer uma relação entre o Movimento


das Ocupações Secundaristas e a Reforma do Ensino Médio, o objetivo ge-
ral é compreender e analisar o processo da implementação da Reforma em
quatro modelos de escolas gaúchas, da Região Metropolitana, sendo elas:
(1) Escola Piloto no processo da implementação do Novo Ensino Médio,
mas que não foram ocupas em 2015/2016; (2) Escola Piloto no proces-
so da implementação do Novo Ensino Médio, que foram ocupadas em
2015/2016; (3) Escola Ocupada em 2015/2016, mas que não foi piloto no
processo da implementação do Novo Ensino Médio; (4) Escola que não foi
piloto no processo da Implementação do Novo Ensino Médio e que não
foi ocupada em 2015/2016. Espera-se que o legado das Ocupações tenha
contribuído para uma gestão democrática na implementação da reforma.
Palavras-chave: Movimento Estudantil; Medida Provisória 746/2016;
Implementação da reforma.

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Não basta ocupar o Estado, também


é preciso ocupar o Mercado: uma
revisão bibliográfica sobre movimentos
sociais desafiando o mercado
Adriana Cattai Pismel1

No Brasil, o recente fechamento do Estado a atores sociais progres-


sistas exigiu que eles buscassem soluções criativas para fazer avançar suas cau-
sas. No caso do Movimento Sem Terra (MST) a principal estratégia adotada
para se reposicionar politicamente tem sido deslocar sua ação para dentro
do mercado de alimentos. Ao entrar na bolsa de valores e politizar a questão
alimentar na sociedade, o MST não visa somente atender suas bases, mas
disputar projetos com o agronegócio e as regras que organizam esse sistema.
O estudo desse caso me convidou a explorar uma nova dimensão da ação
dos movimentos sociais, qual seja, sua atuação como challenger no merca-
do. No Brasil, os estudos de ação coletiva floresceram seguindo a aposta
feita pelos movimentos sociais, durante o período de redemocratização, de
que era preciso ocupar o Estado para promover transformação social. Essa
aposta norteou o desenvolvimento da literatura de participação institucional
e as produções decorrentes dela, como os estudos de movimentos sociais e
políticas públicas (TATAGIBA; TEIXEIRA, 2021). Contudo, o foco nas
interações socioestatais impediu que essa literatura explorasse a ação que os
movimentos dirigem a outros atores e arenas.Portanto, partindo do reco-
nhecimento de que a ação contenciosa de movimentos sociais no mercado
ainda é pouco abordada na literatura nacional, este trabalho chama atenção
para esse debate ao apresentar uma análise teórica das estratégias mobilizadas
por movimentos sociais para incidir no mercado e os efeitos e limites dessas
ações. Que estratégias os movimentos sociais usam para pressionar os atores
de mercado? Quais são os resultados e limites dessas ações? Essas são as per-
guntas que guiam esse trabalho. Os dados apresentados foram extraídos da
revisão bibliográfica de artigos, teses e capítulos de livros sobre o tema. Esses
trabalhos foram coletados em repositórios nacionais e internacionais, como
o Banco de Teses da Capes, BDTD, Jstor, OAPEN Library, Sage Journals,

1 Pesquisadora visitante, Cornell University, Doutoranda em Ciência Política, Universi-


dade Estadual de Campinas - adrianacpismel@gmail.com

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Science Direct, Scopus e Web of Science, entre 2021 e 2022. Os resultados


mostram que os estudos que exploram a relação entre movimentos sociais
e atores de mercado foram produzidos nos Estados Unidos e no oeste da
Europa, e cruzam áreas, como a Sociologia Econômica e os Estudos Or-
ganizacionais. Ao analisar essa produção pelas lentes da Contentious Politics
é possível identificar que, assim como ocorre na relação com os governos,
os movimentos também desenvolvem rotinas de confronto com atores de
mercado com o intuito de provocar mudanças em corporações e cadeias
de produção. A realização de protestos (VAN DYKE; SOULE; TAYLOR,
2004) e campanhas de boycott e buycott (SEIDMAN, 2007) são algumas das
estratégias que compõem esse repertório. Além de explorar os ganhos e os
limites do uso dessas estratégias, esse trabalho sugere formas de incorporar
esse debate para estudar os casos brasileiros.

REFERÊNCIAS:

SEIDMAN, G. W. Beyond the Boycott: Labor Rights, Human Rights,


and Transnational Activism. New York, NY: Russell Sage Foun-
dation, 2007.
TATAGIBA, L. T.; TEIXEIRA, A. C. C. (org.). Movimentos sociais e
Políticas Públicas. São Paulo: Unesp, 2021.
VAN DYKE, N.; SOULE, S.; TAYLOR, V. The Targets of Social Move-
ments: Beyond a Focus on the State. Research in Social Move-
ments, Conflicts and Change, v. 25, p. 27-51, 2004.

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O Acessuas Trabalho e seu papel social


Maria da Glória Tassinari Yacoub1

O presente trabalho tem como propósito analisar os resultados


do programa Acessuas Trabalho que busca a construção da autonomia das
famílias usuárias da política de assistência social, por meio da integração ao
mundo do trabalho, para verificar se ele cumpre seu objetivo de reduzir a
desigualdade social e reinserir seu público-alvo na sociedade, através da ge-
ração de renda e independência. Segundo Baumann (1997, pág.27), todas
as sociedades produzem estranhos. Mas cada espécie de sociedade produz
as suas espécies de estranhos e os produz de sua própria maneira, inimitá-
vel. Esses estranhos são as pessoas que não se encaixam no mapa cognitivo,
moral ou estético do mundo que por sua simples presença escancaram o
resultado de uma sociedade que por anos fez do consumo seu principal
objetivo e que por sua vez desnuda a fragilidade de um estado incapaz
de frear e reduzi r o exército de estranhos que transitam em suas cidades.
Na sociedade pós-moderna conforme Baumann (1997, p. 52), o progres-
so tecnológico e administrativo é avaliado pelo “emagrecimento” da força
de trabalho, transferindo boa parte da força de trabalho brasileira para o
grupo dos desempregados do qual inúmeros brasileiros hoje se situam no
grupo dos “estranhos”. Além deste fato social, a economia brasileira ainda
sente os efeitos da Pandemia do Coronavírus, que acelerou o processo de
empobrecimento dos brasileiros, segundo os dados da Fundação Getúlio
Vargas Social, atualmente cerca de 23 milhões de brasileiros vivem em
pobreza extrema, o maior patamar da série histórica iniciada em 2016.
Entretanto, o Governo Brasileiro busca através da aplicação de políticas
públicas, garantir e colocar em prática direitos que são previstos na Consti-
tuição Federal e em outras leis, sendo uma delas o Programa Acessuas Tra-
balho - Proteção Social Básica, que a partir do princípio que o importante
não é dar o peixe mas ensinar a pescar, promove a mobilização e articulação
intersetorial, atuando estrategicamente, na identificação e sensibilização
dos usuários por meio da mobilização, divulgação, e informação para os
moradores da zona urbana e rural, com faixa etária entre 14 e 59 anos, em
situação de vulnerabilidade e risco social, inscritos no CadÚnico. Para res-
ponder à pergunta: O Acessuas Trabalho cumpre seu objetivo social? Foi
realizada uma análise dos dados apresentados sobre o programa no portal

1 – Faculdade Mário Quintana, - gloriayacoub@gmail.com

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de dados abertos do brasil. Com análise dos dados foi possível identificar
que a mobilização da população alvo do Programa é satisfatória na maioria
dos municípios participantes, entretanto foi possível verificar o efeito funil
no processo de formação visto que foi possível verificar uma redução no
número de concluintes em relação aos ingressantes no programa o que
acaba por comprometer seu papel social.
Palavras-chave: Acessuas; Políticas Públicas.

REFERÊNCIAS

BAUMAN, Zigmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro:


Jorge Zahar, 1998.
BRASIL. Política Nacional de Assistência Social. Brasília: MDS-SNAS,
2004.
BRASIL. 2022 - Quantidade de: vagas pactuadas, grupos, ... Portal Bra-
sileiro de Dados Abertos, 30 ago. 2022. Disponível em: https://
dados.gov.br/dataset/sis-acessuas/resource/2b74022e-9c30-414c-
adaa-c6ff192ea7db. Acesso em: 6 out. 2022.

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O coletivo POA inquieta e a


política do cotidiano
Cláudio Kury Freitas1
Adriane Vieira Ferrarini2
César Fernando da Silva Paz3

A chamada “ação coletiva contemporânea” envolve iniciativas com


menor grau de estruturação e organização que os movimentos sociais e é
portadora de forte componente colaborativo na busca por enfrentar desa-
fios sociais ou atender demandas públicas. Apresenta-se aqui o estudo de
caso do “Poa Inquieta”, um coletivo cidadão, apartidário, criado em 2017
em Porto Alegre e que busca articular pessoas, recursos e instituições para
a transformação da cidade sob princípios de inclusão, diversidade, susten-
tabilidade e criatividade. O objetivo deste trabalho é analisar o Coletivo
Poa Inquieta, buscando compreender os efeitos políticos de sua dinâmica
em rede e governança colaborativa. A metodologia compreende análise
documental, mapeamento dos atores e ações, observação participante, en-
trevistas semiestruturadas e survey. O Poa Inquieta é uma rede informal
que conecta cerca de 2.000 pessoas através de 27 grupos de WhatsApp
(denominados “spins”) sobre diferentes temáticas (sustentabilidade, edu-
cação, etc.) Qualquer pessoa pode ser uma liderança (ou articulador) de
spins, ações ou projetos, os quais não necessitam de aprovação dos demais
integrantes, considerando-se os princípios e acordos de convivência elabo-
rados coletivamente. Os achados preliminares revelam que, internamente,
a quebra de hierarquias e a liberdade de criação e de ação, além da fricção
entre saberes e práticas oriunda da diversidade de integrantes do Coleti-
vo, possibilitam o exercício de cidadania e o “fazer político” no cotidiano,
promovendo subjetividades simultaneamente mais propositivas e solidá-
rias. Quanto a efeitos externos, a participação ativa e o compartilhamento
de recursos, saberes e oportunidades de forma aberta com diferentes seg-
mentos da sociedade agiliza a criação de ações inovadoras e a promoção
de impactos variados. Mesmo não originado em segmentos populacionais
periféricos, o Coletivo se ancora sobre a história e identidade participativas

1 Unisinos, claudiokfreitas@gmail.com
2 Unisinos, adrianevf@unisinos.br
3 Unisinos, cesar.paz.dex@gmail.com

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de Porto Alegre, as quais parecem ter forjado, de diferentes maneiras, boa


parte dos sujeitos sociais que o compõe. Isso talvez explique sua identidade
política, como ator político com visibilidade na cena pública, identificada
pelo caráter inclusivo, em consonância com a compreensão de que não se
transforma a cidade sem redução das desigualdades. Tal identidade é bem
retratada em dois recentes acontecimentos: articulação do Coletivo Ponta
Cidadania (que conta com mais de 50 entidades periféricas) e realização
do Congresso Popular de Educação para a Cidadania, que envolveu 700
pessoas em 25 rodas de conversa em três comunidades periféricas de Porto
Alegre. Conclui-se que a independência política do Coletivo possibilita uma
vigilância crítica com relação à administração pública, mas ao mesmo tempo
tem inspirado políticas públicas, com capacidade de influência e interven-
ção indireta, gerando processos múltiplos e cambiantes em sua relação com
o Estado.
Palavras-chave: coletivo cidadão; política; participação; inclusão; diversidade.

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Organização Política da Economia Solidária


no Brasil: uma leitura a partir da VI
Plenária Territorial, da VI Plenária Gaúcha
e da primeira fase da Plenária Nacional
Aline Mendonça dos Santos1
Felipe de Carvalho Pedroso2

Tema: A proposta aqui consiste em contextualizar a conjuntura


do movimento de economia solidária no Brasil e refletir a partir da aná-
lise dosproessos e resultados da Plenária Regional Sul, Plenária Estadual
Gaúcha e primeira fase da VI Plenária Nacional de Economia Solidária. A
análise feita aqui observa a organização política dos empreendimentos de
economia solidária, entidades de apoio e gestores públicos em relação ao
desenvolvimento dos debates necessários para que as demandas e bandeiras
de luta da economia solidária sejam postas em evidência. Objetivos: O
objetivo desse texto é refletir como a discussão promovida pelas Plenárias
ajudar a compreender o processo de organização política do movimen-
to diante da conjuntura política atual e, assim, compreender como vem
se consolidando o protagonismo popular das outras economias no Brasil.
Pontualmente, trataremos aqui da VI Plenária Regional sul de Economia
Solidária, VI Plenária Estadual Gaúcha de Economia Solidária e da VI Ple-
nária Nacional (1° fase) que ocorreram nos dias 30 de abril de 2022, 28 de
maio de 2022 e 3 e 4 de agosto de 2022, respectivamente. Metodologia: A
pesquisa intitulada “As outras economias e seu movimento político no Bra-
sil: novas configurações do protagonismo popular a partir do ano 2016”
vem acompanhando este processo e, a proposta deste trabalho consiste
em socializar algumas impressões prévias em duas plenárias acompanhadas
por nós até então. Cabe ressaltar que como pesquisadores militantes, aque-
les que participam e partilham do projeto social e político de seu campo
de estudo” (CUNHA; SANTOS, 2010), vimos compondo as comissões
de organização da Plenária – nos âmbitos nacional e estadual represen-
tando a Rede Universitária de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas
Populares (Rede ITCPs) e no âmbito territorial representando o Núcleo

1 UCPel, NESIC - aline.santos@ucpel.edu.br


2 UCPel, NESIC - felipe.pedroso@sou.ucpel.edu.br

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Economia Solidária e Incubação de Cooperativas (NESIC). A partir desta


abordagem metodológica as técnicas de pesquisa compreendem análise de
conteúdo dos documentos produzidos pelas comissões e plenárias, bem
como observação participante e participação observante dos espaços po-
tencializados pela VI Plenária. Resultados: As plenárias, correspondendo
a proposta metodológicas da comissão nacional tiveram estruturas muito
semelhantes. Primeiramente, foram feitas mesas de abertura com sujeitos
políticos e representantes de movimentos sociais que se reconhecem no
universo da economia solidária, em seguida, panoramas sobre a história do
movimento e análise da atual conjuntura, e por fim, um debate acerca de
pontos destacados dos documentos orientadores da Plenária. As plenárias
estadual e nacional partiram dos debates que forram destacados no terri-
tório e na estadual, respectivamente e a partir de então discutiu-se conver-
gências e divergências. O principal resultado, até o momento, está expresso
em uma carta aberta do movimento onde o mesmo se posicional frente a
conjuntura atual, apresenta compromisso com uma agenda progressista e
elabora um processo de diálogo não só com a sociedade, mas também com
o Estado.
Palavras-chave: Organização Política; VI Plenária; Economia Solidária;
Ação coletiva.

REFERÊNCIAS

SANTOS, Aline. As outras economias e seu movimento político no


Brasil: novas configurações do protagonismo popular a partir do
ano 2016. PPPSDH. UCPel. Pelotas. 2019.
Fórum Brasileiro de Economia Solidária. Documento orientador da VI
Plenária Nacional de Economia Solidária e Orientações Gerais
e Indicativos Metodológicos. Comissão Organizadora Nacional.
2022.
Carta da Economia Solidária à População Brasileira diante da críti-
ca conjuntura político-econômica e das Eleições de Outubro.
VI Plenária Nacional de Economia Solidária Fórum Brasileiro de
Economia Solidária – FBES 16 ago. 2022.

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Organização Política de entregadores


por aplicativo: notas de pesquisa
sobre a América do Sul
Leonardo Rodrigues Limeira1

O artigo busca discutir as características da organização política de


entregadores de comida por aplicativo na América do Sul, tomando como
base os casos de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Equador. Discute-se
a categoria conceitual de precariado ao comparar-se interpretações diver-
gentes com base em autores referência nos estudos sobre trabalho contem-
porâneo, destacadamente Guy Standing, Robert Castel, Ruy Braga, Gio-
vanni Alves e Ricardo Antunes. Destaca-se que as diferenças entre padrões
de agitação no Norte e Sul Global exigem uma revisão do conceito que dê
conta da realidade laboral na periferia do capitalismo. Do ponto de vista
metodológico realizou-se uma extensa pesquisa envolvendo redes sociais,
sobretudo Instagram e Facebook, por meio da qual foi possível obter um
vasto banco de dados contendo perfis de movimentos sociais, perfis de
sindicatos, perfis de entregadores individuais e páginas voltadas à atividade
de agitação e propaganda de eventos e informações relevantes relacionados
à categoria. Assim, elaborou-se um mapa parcial de organizações de en-
tregadores situadas nos cinco países observados, bem como as principais
demandas encampadas e uma série de atos de protesto e focos de mobili-
zação trabalhista. Além disso, utilizou-se o método de revisita etnográfica
por meio do qual pode-se acessar a realidade laboral dos entregadores de
aplicativo nos diferentes territórios analisados e identificar pontos de apro-
ximação e afastamento. Apresenta-se os resultados da pesquisa realizada
sobre os entregadores por aplicativo nos países observados, enfatizando
elementos de sua rotina de trabalho, as principais tendencias de precari-
zação à qual estão submetidos, suas demandas coletivas mais destacadas e
as organizações de representação que foram erigidas nos últimos sete anos.
Identificou-se que as diferentes realidades nacionais promovem impactos
no que diz respeito às formas de organização dos entregadores, mas tam-
bém em relação a composição da camada social do precariado. Em outro
sentido, a pesquisa demonstra a existência de um conjunto de elementos

1 Mestrando bolsista CAPES vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciência


Política (PPGCP-UFRGS). leo.limeira@ymail.com

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comuns à categoria que permite que as realidades locais se conectem e


possam ser estabelecidos vínculos de solidariedade e identificação mútuos.
Por fim, descreve-se as características gerais da organização política dos
entregadores sul-americanos e sua inserção na arena internacional como
forma de amplificar sua resistência.
Palavras-chave: conflito trabalhista; entregadores; trabalho precário; or-
ganização política.

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Os caminhos das autonomias frente às


tempestades do Estado-capital: a ideia de
Autogoverno popular-comunitário como
proposta de institucionalidade não-estatal
Gustavo Moura de Oliveira1

Desde os anos 1990 até o período atual a América Latina inscre-


veu-se, como nenhuma outra região do mundo, como o laboratório das
autonomias. Os movimentos subalternos que assim se reconheceram, ao
longo do tempo, lutaram e ainda lutam não só contra o neoliberalismo –
seu principal “adversário” desde aquela década –, mas também em busca de
uma forma radicalmente democrática de exercer o poder, superando assim
também a falácia da democracia liberal centrada no Estado. Neste contexto
histórico-político, um primeiro esforço deste trabalho foi o de sistematizar
as aparições conceituais e teóricas ao redor da ideia de autonomia nos últi-
mos 25/30 anos. Com base em uma revisão da literatura especializada, foi
possível chegar ao que estamos chamando de “5 teses das autonomias”, já
que elas podem se manifestar como (i) negação, como (ii) independência,
como (iii) contrapoder (e poder popular), como (iv) como emancipação
e como (v) comunidade. O segundo esforço contido neste trabalho foi o
de pensar como essas 5 teses – na prática, cinco dimensões, dinâmicas ou
manifestações – podem contribuir à consolidação de uma forma de orga-
nização da vida em comum que supere a forma-Estado e a forma-capital.
Neste sentido, nos parece que as teses que mais podem ajudar são a de
emancipação – da qual faz parte a ideia de prefiguração – e a de comuni-
dade – da qual faz parte a ideia de interdependência –; prefigurar a eman-
cipação, ou seja, emancipar-se desde o “aqui e o agora” sob uma forma de
organizar a vida em comum sustentada pela interdependência e orientada
por um horizonte popular-comunitário. Interdependência e prefiguração
como Autogoverno popular-comunitário contra as dinâmicas fragmentá-
rias da forma Estado-capital. Essa ideia-força-luta se expressa através de
uma normatividade negativa e outra positiva. A negativa: uma forma que
desde seus valores se busque antiautoritária, anti-hierárquica, antielitista,

1 Facultad de Ciencias Políticas y Sociales (FCPyS) - UNAM, México, comanchi@


hotmail.com

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anticapitalista, antirracista e antipatriarcal. Por sua vez, a positiva: uma for-


ma territorial-comunitária que funcione sob as lógicas de (i) participação
direta, (ii) alto nível de organização horizontal, (iii) descentralização da
informação e (iv) tomada de decisões por consenso. Desta forma, inter-
pretamos a interdependência como uma chave necessária para alcançar a
satisfação das necessidades materiais e simbólicas à afirmação, reprodução
e organização da vida em comum, tendo o acumulado das experiências
históricas das autonomias na América Latina como base e comprovação
empírica da aplicabilidade do conteúdo e das dinâmicas contidas na ideia
de Autogoverno-popular comunitário.
Palavras-chave: Autonomia; Emancipação; Comunidade; Interdependên-
cia; Autogoverno.

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Paratodos UFRJ e Trupe DiVersos:


arte e extensão universitária
Marta Simões Peres1
Fabiane Helene Valmore2

O Paratodos, ensino, pesquisa e extensão, fundado em 2010 no


Campus Praia Vermelha da UFRJ, tem na tríade Corpo-Dança-Artes seu
eixo temático. Os objetivos do projeto são: reunir estudantes (graduação,
pós-graduação) e participantes extensionistas; fortalecer a extensão ao ex-
pandir o acesso de públicos mais amplos à universidade; não excluir nin-
guém (desde que não haja contraindicação médica para atividade física)
– preferimos falar “não exclusão” que inclusão; respeitar a diversidade; fa-
vorecer o empoderamento das singularidades; consolidar o papel da dança
na produção de saúde. Os objetivos específicos da prática do movimento
são: melhorar condicionamento físico, tônus muscular, relação com a ima-
gem corporal, estimular sociabilidade, expressão, criatividade, apresentar
noções de anatomia, fisiologia humana e prevenção de lesões. Embora nos
grandes centros urbanos o modelo “hospitalocêntrico” ocupe uma posição
quase que hegemônica, diversas culturas tradicionais lidam com o cuidado
através de uma relação mais direta com o corpo. Por que o corpo é com-
preendido como “uma propriedade”, quando se diz “eu tenho um corpo”
ao invés de “eu SOU meu corpo?“ (LE BRETON, 2003). Não oferece-
mos atendimento, mas sim, aulas prático-teóricas. A dança traz benefícios
motores, psicológicos, de qualidade de vida, sociabilidade e autonomia.
Inicialmente, recebemos vizinhas e, ao longo dos anos, o público foi se
diversificando. Ressaltamos nossa localização estratégica: há dois centros
de saúde mental (Instituto Municipal Philippe Pinel, IPUB, CAPS Franco
Basaglia, CAPSI Mauricio de Sousa), um de neurologia (Instituto de Neu-
rologia Deolindo Couto), além do Instituto Benjamin Constant (Centro
de Referência Nacional em Deficiência Visual), do Hospital Municipal
Rocha Maia, situados próximos. Cada encontro, que tem na tomada de
consciência do corpo e do movimento um fio condutor, traz situações
inusitadas. Para os estudantes, aprender com pessoas e sua experiência de
vida é enriquecedor: um colega cego, cadeirante, com sofrimento psíquico,

1 martasimoesperes@ccmn.ufrj.br
2 fh.valmore@gmail.com

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idoso, pode ensinar muito mais sobre estigma, acessibilidade, que qualquer
texto. Com o advento da Pandemia da Covid-19, as aulas ao ar livre, na
“Bela Árvore” do complexo desportivo do Campus Praia Vermelha/UFRJ,
o “campinho”, migraram para a Plataforma Cisco Webex, através da qual
ministramos o curso “Corpo e Movimento: Coluna e Respiração” (2020),
seguidos de módulos em 2021 e 2022 (por Zoom). Isso foi possível através
de parcerias com o projeto “Redes Inter-Transdisciplinares HCTE na Pan-
demia da Covid”, NCE, GIEESAA e GIMEnPEC (IQ/CCMN/UFRJ).
Após tanto tempo de isolamento, participamos da gravação do cortejo do
bloco “Tá Pirando, Pirado, Pirou!”, que integramos há muito tempo, para
documentário de Vinicius Reis, e retornamos à Bela Árvore (05/2022),
divulgando em cartazes e redes sociais. Neste período, além de estudantes
matriculados na UFRJ e colaboradores com grande experiência em Saúde
Mental, recebemos nas aulas pacientes adolescentes do CAPSI Maurício de
Sousa e estamos em processo criativo de novas performances.
Palavras-chave: dança; estudos da deficiência; saúde mental; Pandemia da
Covid-19; Extensão Universitária.

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Políticas públicas e povo da rua no Brasil:


censo demográfico e pedagogia da luta
uma atriz em ação-reflexão-ação
Urânia Flores da Cruz Freitas1

Na vida em sociedade os conflitos de interesses estão sempre pre-


sentes e geram muita controvérsia. Nesse artigo, descrevo o caso do Movi-
mento Nacional da População em Situação de Rua – MNPR – no Brasil
e a controvérsia em relação ao censo demográfico dessa população, a ser
incluído no censo do IBGE desde 2005. Os aportes metodológicos de aná-
lise são a Ação-Reflexão-Ação – (ARA) Freitas (2018) e a Teoria Ator Rede
(TAR) de Latour (2012) porque permitem iluminar essa questão. Os mo-
vimentos de luta pela garantia dos direitos, cidadania e políticas públicas
surgidos no século 21, como por exemplo o MNPR é um tipo de inovação
que exige definições e compreensões novas. Entender como se constituiu
e se constrói a cada dia é tarefa urgente. Compreender como empreendem
na sociedade as suas ações junto com os demais atores e atrizes revela o que
intitulo de A Pedagogia da Luta por Direitos. No entanto, afirmo que é na
ação reflexiva que as pessoas constroem algo novo, muitas coisas precisam
ser destruídas antes que esse novo possa nascer, por isso temos que exer-
citar a capacidade de agir, pensar e construir coisas diferentes assentadas
nas possibilidades de ação e reflexão, em especial, no que tange as políticas
públicas e a garantia dos direitos fundamentais.
Palavras-chave: Pedagogia da Luta; Políticas Públicas; Teoria Ator-Rede;
Povo da Rua; Ação-Reflexão-Ação.

1 Freitas (Secretaria de Estado e de Educação do Distrito Federal- SEEDF. uraniaflores@


gmail.com)

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Soberania e segurança alimentar,


economia solidária e agroecologia
no projeto político do MSTTR
José Domingos Cantanhede Silva1

Este trabalho tem como objetivo demonstrar a introdução dos


conceitos de soberania e segurança alimentar, economia solidária e agroe-
cologia ao projeto político do Movimento Sindical de Trabalhadores Ru-
rais Agricultores e Agriculturas Familiares (MSTTR). Este projeto político
(DAGNINO, 2004), nomeado de Projeto Alternativo de Desenvolvimen-
to Rural Sustentável e Solidário (PADRSS), amolda-se a uma alternativa
de desenvolvimento do mundo rural. Conforma um amálgama de con-
ceitos, categorias, proposições, concepções e experiências correlacionados
às abordagens desenvolvimentistas (SACHS, 2000) e pós-desenvolvimen-
tistas (KOTHARI et al., 2019) e (ESCOBAR, 2005), consideravelmente
abalizado pelo caráter interdependente entre os fatores sociais, econômi-
cos, ambientais e interacionais com as instituições estatais. Por meio de
análise documental concluímos que os conceitos e práticas sociais relativos
à soberania e segurança alimentar, economia solidária e agroecologia fo-
ram incorporados paulatinamente ao projeto político do MSTTR a partir
de formulações e ordenamentos emanados dos Congressos Nacionais de
Trabalhadores e Trabalhadoras (CNTTR’s) e da movimentação de repertó-
rios de ação política nos interstícios destes atores-evento, particularmente, a
Marcha das Margaridas e o Grito da Terra Brasil.
Palavras-chave: projeto político; soberania alimentar; economia solidária;
agroecologia.

1 Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) - josesilva@professor.uema.br

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Uma análise criminológica no


quilombo urbano no município
de São Luís do Maranhão
Marcio dos Santos Rabelo1
Cláudio Alberto Gabriel Guimarães2

No contexto maranhense, depois da Constituição de 1988 a luta


e resistência quilombola fizeram que muitos grupos descendentes de es-
cravos fossem contemplados com a efetivação dos seus direitos sociais bá-
sicos, bem como foram reconhecidos oficialmente como Comunidades
Quilombolas, sendo o Maranhão um dos três estados que mais conta com
descendentes e remanescentes de escravos. Especificamente, na ilha de São
Luís, nos bairros Liberdade, Fé em Deus, formada em sua maioria por des-
cendentes de escravos, fugitivos negros, eles passaram nas últimas décadas
a se identificarem como Comunidades Quilombolas Urbanos, atualmente,
têm enfrentado fortes desafios para o reconhecimento de seu território,
uma vez que se trata do primeiro Quilombo Urbano no Estado do Mara-
nhão e o maior em toda América Latina. A Fundação Palmares reconheceu
esse Quilombo pela Portaria N.º 192 de 13 de novembro de 2019, certifi-
cada no livro Cadastro Geral nº 020, sob o n.º 2.783, às fls.006, publicada
na p. 06 da Seção 1 do Diário Oficial da União (DOU) em 14 de novem-
bro de 2019. A presente pesquisa pretende responder: qual a visão dos mo-
radores do quilombo urbano no que pertine ao trabalho da Polícia Militar
na repressão ao uso da maconha? Inicialmente, se supõe que o uso da ma-
conha seja uma prática cultural no contexto do Quilombo Urbano. Nesse
panorama, os moradores do quilombo urbano, na qualidade de grupos
vulneráveis e resistentes, consideram o uso da maconha como fenômeno
cultural, e dessa forma expressam sua identidade. Como marco teórico uti-
liza-se a roupagem da criminologia cultural nas ideias de Ferrell, Hayward
e Yuong (2021). Como objetivo primário se faz análise criminológica da

1 Mestrando do programa de Pós-Graduação em Direito e Instituições do Sistema de


Justiça da Universidade Federal do Maranhão. - adv.marciorabelo@gmail.com
2 Professor Permanente da Pós-Graduação em Direito e Instituições do Sistema de Jus-
tiça da Universidade Federal do Maranhão. Pós-Doutor pela Universidade de Lisboa.
Doutor em Direito pelas Universidades Federal de Santa Catarina e pela Universidade
Federal de Pernambuco. - calguimaraes@yahoo.com.br

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percepção dos moradores do quilombo urbano no município de São Luís


sobre o trabalho da Polícia Militar na repressão ao consumo da maconha.
Como objetivos secundários estuda-se os pressupostos epistemológicos da
teria do conhecimento no âmbito da criminologia cultural; descreve-se a
cultura do quilombo urbano como grupos de resistência com expressivi-
dades e identidades especificas. Apresenta-se um diagnóstico da percepção
do cidadão morador do quilombo urbano no que se refere ao policiamento
militar na repressão do consumo da maconha no âmbito daquele espaço.
Metodologicamente, usa-se o raciocínio indutivo como método de abor-
dagem. Como métodos de procedimentos utilizam-se o monográfico, o
sociojurídico crítico, o jurídico descritivo e o etnográfico. Utilizam-se três
técnicas de pesquisa: primeiramente o bibliográfico; em segundo, a técnica
de observação; e em terceiro a técnica de coletas de dados por meio de um
questionário objetivo. Como resultados esperados, almeja-se reconfigurar
o quilombo urbano no contexto da modernidade, buscando seu empode-
ramento frentes os desafios hodiernos, e por fim, espera-se que os dados
obtidos sirvam de base na implementação de políticas públicas viáveis.
Palavras-chave: Modernidade tardia; policiamento; Criminologia cultu-
ral; Quilombo Urbano.

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Violencia, Subalternidad y
Subjetividades políticas en Colombia:
El Paro Nacional de 2021
Nicole Eileen Tinjacá Espinosa3

El 28 de abril de 2021 el Paro Nacional en Colombia irrumpió


la normalidad de la crisis social y política. El estallido social, producto de
una expresión de la espontaneidad, reconfiguró la condición subalterna
de la juventud colombiana a través del antagonismo entendido como un
proceso en el cual la lucha forma a la clase y la clase se manifiesta como
subjetividad política por medio de la lucha. En Colombia, la lucha social
surge a partir de una constante crisis producto de la configuración política
y económica tan desigual como violenta. La lucha coexiste con la crisis
porque la violencia es frágil y tan rápido como desarticula puede articular,
porque cuando la violencia es extrema la única resistencia posible parece
configurarse con extrema espontaneidad. En este sentido, el objetivo de la
ponencia es analizar el estallido en Colombia a partir de sus antecedentes,
su desarrollo y sus impactos; pensar el Paro Nacional como parte de una
continuidad de los movimientos sociales en Colombia y América Latina.
Con ello en mente, la ponencia cumple la función de articular y compren-
der el transcurso de los últimos meses en Colombia a partir de una nueva
subjetividad en la juventud que se organiza y resiste con el transcurrir de
los días de movilización y represión. Días y noches donde la falsa brecha
entre la política de la institucionalidad y lo político de la cotidianeidad se
fractura a tal punto de reconfigurar la subjetividad de la juventud y com-
prender la política de la vida como un acto político que compete al grueso
de la sociedad. Esta propuesta, que se inscribe en “Acciones Colectivas,
Movimientos Sociales y Resistencias”, gira en torno al análisis del Paro
Nacional del 2021 y sus actores a partir de una propuesta metodológica
construida por el italiano Massimo Modonesi -a la luz de una relectura
de Antonio Gramsci-, esto es: la subalternidad, el antagonismo y la auto-
nomía como formas de comprender los sujetos que se encuentran sujetos
y, al mismo tiempo, en emancipación. Si bien el horizonte de expectativa
del Paro Nacional es aún incierto, y el movimiento social no presenta aún

3 Universidad Nacional Autónoma de México, netinjacae@unal.edu.co

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una emancipación ni autonomía total porque los procesos de subjetivación


política requieren mermar la espontaneidad para proyectar la organización
social, el horizonte, al igual que la clase y la emancipación no existen a
priori, sino que se construyen en el camino y en el camino mismo se des-
marcan de su pasado. Así, el reto es comprender teórica y políticamente la
configuración de un movimiento social que transita de la espontaneidad
a la organización en medio de una lucha que fractura el diario vivir y
proyecta una agenda de movilización externa a las organizaciones políticas
tradicionales.
Palavras-chave: movimiento social; espacio urbano; huelga; conflicto so-
cial; violencia.

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GT 7 - Desigualdade e solidariedade
territorial no contexto de expansão
urbana e redução da ruralidade

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A crise habitacional urbana brasileira no


contexto da pandemia de Covid-19
Julice Salvagni1
Victória Mendonça da Silva2

Este trabalho analisa o cenário habitacional urbano brasileiro, des-


tacando os aspectos segregacionistas em meio à crise sanitária da pande-
mia de Covid-19. Apontam-se os riscos enfrentados pelos habitantes das
principais metrópoles do país e comentam-se as propostas para amenizar
os impactos da crise. Concebe-se a habitação como espaço e território de
moradia, não reduzindo-se à figura da casa. A concepção de moradia, por-
tanto, deve ser compreendida em toda a sua complexidade, o que inclui
pensar não só a condição da casa habitada, mas em todos os recursos que
compõem a vida de uma localidade. O território vivido é o que proporcio-
na aos sujeitos referências de identidade, de oportunidades e de socializa-
ção. Assim, a localização, o acesso aos recursos (como transporte público,
hospitais e escolas), os riscos ambientais, a segurança, os serviços de sanea-
mento básico, bem como as atividades de lazer e ofertas de emprego, com-
põem o conceito de habitação. Em um país marcado pelas desigualdades,
a moradia digna não alcança os mais vulneráveis e a habitação é frequen-
temente (re)definida pela lógica capitalista. Milton Santos (2013) qualifica
a reorganização interna das cidades como caótica, uma vez que a lógica da
especulação imobiliária cria um mercado de escassez e problemas de acesso
à terra e habitação. O transporte urbano também é um fator segregacional
e amplia a desigualdade da periferia em relação às regiões centrais. A cida-
dania é negada àqueles que são tidos como meros instrumentos do proces-
so de reprodução do capital imobiliário. Para compreender esse contexto
recente do ponto de vista teórico, destaca-se a obra do geógrafo brasileiro
Milton Santos (1997; 2002; 2013), que descreve aspectos históricos da
segregação urbana. Em seguida, aborda-se um exemplo empírico, de duas
das megalópoles brasileiras, Rio de Janeiro e São Paulo, que concentram
uma dinâmica ímpar em relação ao resto do país, por serem as maiores,

1 Professora Adjunta no Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas e na Escola de


Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). julicesalvagni@
gmail.com
2 Bolsista de Iniciação Científica na Escola de Administração da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS), vickymendoncass@gmail.com

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mais ricas e mais populosas capitais. Por fim, apresenta-se a questão da


crise habitacional, ressaltando os índices do déficit habitacional, tendo
como referência a obra das urbanistas Ermínia Maricato (2001; 2017)
e Raquel Rolnik (2017), dentre outros que tratam da questão das ci-
dades no Brasil. Considera-se que a pandemia agravou a segregação,
a desigualdade social e a dificuldade de acesso aos serviços públicos,
evidenciando uma crise que já existia. A dificuldade de acesso às opor-
tunidades, a fragilidade dos serviços sociais e a crise financeira durante
a pandemia alcançaram com mais intensidade a parcela da população
que vive às margens da sociedade de consumo. Não se trata, portanto,
de uma crise que é inaugurada com a pandemia de Covid-19, mas de
um contexto que se aproveita das fragilidades instauradas para acentuar
uma lógica perversa de segregação social, que beneficia somente as elites
especuladoras e massacra grandes contingentes de cidadãos brasileiros.
Palavras-chave: Crise Habitacional; Pandemia de Covid-19; Metrópoles
Brasileiras; Segregação Urbana.

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Agricultura Urbana y los (otros)


urbanismos en Medellín
Eryka Torrejon Cardon1
Vanessa Aguilar Marín2

En esta ponencia se describe la relación entre agricultura urbana y


urbanismo inclusivo en la ciudad de Medellín (Colombia). Su contenido
incluye cuatro partes, la primera corresponde a la presentación del tema;
la segunda a la descripción del contexto local; la tercera integra el marco
teórico y metodológico; y, la parte final, está destinada a sustentar los re-
sultados y conclusiones.
Para este ejercicio se empleó el estudio de caso, que se considera
una de las técnicas con mayores posibilidades para comprender las rela-
ciones de la agricultura urbana y urbanismo barrial inclusivo a partir de la
vida urbana barrial y las similitudes, diferencias y transferibilidad con otros
contextos y escalas de estudio.
Entre los resultados se encuentran que, primero, en Medellín (Co-
lombia) persisten antecedentes y referentes de agricultura urbana sea en
forma de huertos urbanos, mercados agroecológicos o, de economía so-
lidaria (como se describirá en la parte de contexto); pese a esto el sistema
industrial agroalimentario sigue siendo dominante. Segundo, se cuenta
con flujos de turistas a partir de las campañas de promoción de la ciudad
durante dos décadas. Tercero, se presentan movimientos sociales de base y
auto gestionados que son importantes para promover la participación en
la planeación de la ciudad desde sus identidades barriales – territoriales-,
étnicas, de género, edad u ocupación. Y, cuarto, la relación entre plazas
de mercado y huertas urbanas es débil y, en esta relación la planeación
de la ciudad puede aportar a partir de un enfoque a escala barrial o zonal
y desde la valoración y aprendizajes de las prácticas de base de los mo-
vimientos ecológicos y campesinos. Estos movimientos en sus diferentes
vertientes han promovido circuitos cortos de comercialización y han de-
fendido las identidades campesinas, los derechos de la naturaleza y, los
bienes comunes.

1 Universidad de Antioquia, Medellín, Colombia. Correo: eryka.torrejon@udea.edu.co


2 Universidad de Antioquia, Medellín, Colombia. Correo: vanessa.aguilar@udea.edu.co

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Medellín es una ciudad donde se evidencian procesos de creci-


miento urbanos homogéneos formales e informales y un sistema agroin-
dustrial alimentario dominante. Los efectos de ambos se reflejan en la dis-
minución de la seguridad alimentaria y la salud colectiva de la población y,
a la par, en la acción social de movimientos sociales reclamando el derecho
a la alimentación, a la salud, y, el derecho a la ciudad como entorno (na-
tural) construido, producido y en transformación. Todo ello se considera
como un tema que ingresa y tiene pertinencia con los aportes de la eco-
logía política – y, algunas de las corrientes de los bienes comunes- en las
ciudades y, dentro de ésta en las dinámicas socio espaciales que se expresan
en la vida de barrio, en la vida urbana local y la vida rural circundante a
la ciudad.
Palabras claves: Agricultura urbana- urbanismo inclusivo- derecho a la
ciudad, Medellín.

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Agroecologia para o desenvolvimento


regional no Rio Grande do Sul
Iran Carlos Lovis Trentin

Nos últimos anos a produção nacional setor agropecuário brasilei-


ro cresceu consideravelmente em volume principalmente das commodities
para exportação. Cresceu também a demanda por alimentos no mercado
interno. Mesmo com o aumento de renda e a diminuição da pobreza as de-
sigualdades regionais permanecem inclusive no Sul do Brasil, especialmen-
te no meio rural. Neste sentido, o estudo da agroecologia como modelo
de desenvolvimento pode ser expandido para várias regiões empobrecidas,
promovendo o bem estar sócio-econômico-ambiental e cultural dos agri-
cultores familiares é cada dia mais necessário. Assim, mais do que discutir
políticas públicas para o combate às desigualdades regionais e do setor ru-
ral brasileiro, nosso interesse neste trabalho foi apreender em que medida a
agroecologia contribui para que as regiões rurais possam alcançar níveis de
qualidade de vida satisfatórios. Algumas regiões com agricultura patronal
optaram por desenvolver ainda mais a produção agropecuária vinculada ás
exportações com forte contaminação ambiental. E outras a partir de Políti-
cas Públicas optaram por viabilizar os agricultores familiares através da in-
tegração de sua produção agroecológica aos mercados institucionais como
a merenda escolar e atendimento as redes sociais como Hospitais, creches,
por exemplo. Mas o que deve se destacar é as iniciativas que fomentaram a
agroecologia priorizando a segurança alimentar de milhares de famílias de
agricultores que realmente apresentam situações de melhoria da qualidade
de vida e de equilíbrio regional. Neste sentido este artigo, verificou que as
políticas públicas de agroecologia como modelo de produção agropecuária
contribuem para amenizar a pobreza e as desigualdades regionais no Rio
Grande do Sul.
Palavras-chave: Agroecologia. Segurança Alimentar. Desigualdades Re-
gional, Desenvolvimento. Agricultura Familiar.

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Democracia, Capitalismo e Desigualdades:


um olhar da economia política sobre
habitação e direito à cidade
Ferlanda Luna

A urbanização mudou a dinâmica do campo, das cidades e da


população. O movimento de crescimento dos centros urbanos fortaleceu
setores do mercado proporcionando a uma parcela específica da população
a fruição de benefícios. De outro lado, o processo de desenvolvimento
urbano e estruturação das cidades revelaram um significativo espectro da
desigualdade. Esta cisão acompanha a distribuição de renda e as conse-
quências oriundas deste seguimento condicionam a manutenção dos abis-
mos sociais, fazendo com que a forma como a estrutura urbana foi proje-
tada sustente as engrenagens que promovem as disparidades econômicas e
sociais.
A conferência da Organização das Nações Unidas HABITAT III
em 2016 pontuou que um dos desafios para o acesso à moradia é a distri-
buição justa de recursos frente ao processo de gentrificação e especulação
imobiliária dos espaços urbanos. Este processo de desigualdade pode ser
superado através de uma atuação governamental coordenada (Atkinson,
2015). A ideologia do capitalismo liberal democrático está sustentada em
ordenar a dinâmica social para garantir a proteção dos direitos humanos
(Hobsbawm, 2011), neste cenário, enquadra-se a discussão da mercantili-
zação dos direitos na perspectiva do estado democrático, o que, em primei-
ra análise, constitui-se como uma contradição (Streeck, 2016).
Apoiado a esta lógica, o presente estudo tem por objetivo analisar
as nações de espaço urbano enquanto parte essencial do desenvolvimen-
to da indústria, ingerência do capital e as repercussões da urbanização na
produção das desigualdades. A partir desta conjuntura, refazer o caminho
traçado pelo capital sob a ótica da mitigação dos direitos sociais, com ên-
fase no direito à cidade e as consequências dentro da esfera da habita-
ção e dos mecanismos utilizados pelo mercado para demarcar a cidade,
principalmente no que tange ao processo de exclusão social e precarização
habitacional.
Para alcançar os objetivos propostos, será utilizada a concepção
do espaço urbano delineada por Lefebvre (1991) e da mitigação de direi-

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tos como uma parte da estruturação do capital no processo de formação


das cidades. Para além disso, será empreendida a análise bibliográfica da
evolução dos principais conceitos que fundamentam a perspectiva teórica
deste artigo, como também a utilização de dados secundários e relatórios
internacionais referente à temática urbana.
Palavras-chave: direito à cidade; desigualdade urbana; habitação; econo-
mia política;

REFERÊNCIAS

ATKINSON, A. B. Inequality: What can be done? Londres: Harvard


University Press, 2015.
HOBSBAWM, E. Como mudar o mundo. Marx e Marxismo. São Paulo:
Companhia das Letras, 2011.
STREECK, W. Comment on Wolfgang Merkel – Is Capitalism Compat-
ible with Democracy? How will capitalism end? Essays on a failing
system. Londres: Verso Books: 2016. p. 185-199.

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Expansión urbana y ruralidad:


entre el mercado, el Estado y el
sottogoverno. Consideraciones
desde el ámbito latinoamericano
Omar A. Urán1

A partir de una revisión del estado del arte, y del adelanto de un pro-
ceso investigativo en Santa Elena (zona rural de Medellín) y los municipios
aledaños, este trabajo da cuenta de los debates y líneas de investigación que
actualmente se dan a nivel global (las dificultades del gobierno y la adminis-
tración que conduce a la urbanización planetaria y la expansión regional de
la red urbana) y a nivel latinoamericano (los problemas que la informalidad
en el trabajo y en la tenencia de la tierra conllevan para una regulación legiti-
ma y sostenible, tanto de la expansión urbana en zonas rurales como del uso
de áreas centrales). La experiencia latinoamericana destaca no solo la gober-
nanza en los términos políticos-administrativos institucionales y de demo-
cracia representativa, sino también el sottogoverno, aquellas formas no visibles
de tomar y operar decisiones. El artículo termina proponiendo que, además
de tener en cuenta los estudios clásicos y las teorías sobre la gobernanza ur-
bana multinivel (que se encuentran fundamentalmente en el nivel de insti-
tucionalidad legal) y los problemas actuales de la reconfiguración regional y
administrativa de la ciudad expandida, la investigación sobre la gobernanza
territorial en América Latina, debe tener en cuenta estas realidades de infor-
malidad, ilegalidad y sottogoverno, de cara a un diseños político-instituciona-
les efectivos y democrático que permitan gobernar la expansión urbana de
un modo sostenible y equitativo, sin ir en detrimento de la población rural y
procurando preservar la calidad de vida en los centros urbanos.
En este marco nos preguntamos:
¿Qué factores subyacen al rápido y vasto fenómeno de expansión
urbana que se presenta actualmente en el entorno de la región metropoli-
tana del Valle del Aburrá?
¿Qué tipo de espacialidad urbano-regional emerge y cómo se re-
gula o gobierna esta, especialmente en términos político-administrativos
desde los municipios, áreas metropolitanas y provincias ya existentes?

1 Universidad d Antioquia

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¿Cómo se planea y gobierna el territorio rural próximo a la gran


urbe? ¿Qué actores y mediante que procesos son los que efectivamente
estan incidiendo en la transformación del espacio rural peri-urbano?
Estas preguntas buscan resolverse por medio de diversas estrategias
metodológicas y el uso de diferentes técnicas. Se destaca en primer lugar el
análisis histórico-comparativo, tanto cartográfico, como fotográfico, que
permita observar tanto las transformaciones del espacio físico y de sus di-
visiones y zonificaciones políticas y administrativas, como de sus usos y
vida cotidiana. En segundo lugar, se analizará en términos económicos la
evolución de precios y del mercado del suelo a partir de datos de la lonja
de propiedad raíz. Y en tercer lugar se hará una valoración sociopolítica del
espacio actual configurado empleando para ello entrevistas a profundidad
a residentes, representantes políticos y funcionarios públicos, así como re-
gistrando de modo cartográfico la estructura de la propiedad del suelo y
los usos reales del mismo.
Todo ello procura identificar los puntos de tensión que emergen
con esta expansión, las formas políticas y de gobierno con las cuáles se han
procurado tramitar y su consecuencia en la relación espacio y democracia,
tanto en las áreas centrales ya existentes como en las nuevas zonas suburba-
nas o rururbanas que esta expansión ha creado.
Palabras clave: Gobernanza Urbana, Expansión Urbana, Ruralidad, Sot-
togoverno, Nuevo Regionalismo, Informalidad, Participación Ciudadana.

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Gobernanza de las políticas públicas


de ordenamiento territorial en
la ruralidad de Medellin
Cesar Froilan Muñoz Tamayo

Desde el punto de vista de la dinámica de ocupación, estructura


de la economía rural y las formas de cooperación y colaboración en el terri-
torio rural, el análisis del conjunto de los recursos de diferente naturaleza
y de las formas de uso y aprovechamiento de los mismos, constituyen un
punto de partida para el proceso de planificación y gestión de la ruralidad
de Medellín.
Desde este análisis es importante tener en cuenta que la unidad
básica territorial está sujeta a múltiples determinantes, que se entrecruzan
en el nivel subregional desde diversas y diferentes perspectivas en función
de las condiciones e interacciones del territorio rural y que determinan el
potencial productivo de la economía rural y la viabilidad de concretar el
modelo de desarrollo de la ciudad y región.
En este marco encontramos que existe debilidad del territorio ru-
ral para promover su ocupación ordenada y el uso sostenible de sus los
recursos vinculado al desarrollo de la ciudad y la región y la cohesión de
los actores sociales e institucionales de la Ruralidad de Medellín. Esta si-
tuación esta caracterizada por la incidencia de conflictos por dinámicas de
ocupación urbano-regionales, el bajo potencial productivo para la trans-
formación de la economía rural y las limitadas capacidades y oportunida-
des en el territorio para generar condiciones de cooperación
La debilidad de la gobernanza territorial ha conllevado al aumento
de tensiones territoriales:
• Riesgos y costos ambientales, económicos y sociales asociados
a la pérdida del equilibrio ecológico del modelo de ocupación
del territorio rural y a la pérdida de su funcionalidad para la
conservación de áreas de protección, provisión de agua para el
consumo humano, producción de alimentos y servicios eco-
sistémicos, generación de fuentes de empleo e insumos para
transformación y comercialización.
• Riesgo de pérdida del potencial productivo cercano a la ciu-
dad y a la AMVA, lo cual puede generar menos seguridad

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alimentaria y mayores costos de los alimentos con mayor im-


pacto en la población de bajos ingresos y al interior del área
rural aumento del desempleo y la pobreza.
• Riesgo de pérdida acelerada de los valores ambientales, paisa-
jísticos, culturales y productivos por aumento de la informa-
lidad y ocupación dispersa del territorio rural, con mayores
costos de infraestructura y equipamientos y pérdida de capital
social.
Para abordar esta problemática planteamos el fortalecimiento de
la gobernanza de las políticas públicas de ordenamiento territorial para
que los planes y proyectos que buscan la equidad social y territorial sean
efectivamente implementados. En este sentido planteamos las siguientes
recomendaciones:
• Propiciar una convergencia territorial que reduzca las brechas
en la calidad de vida entre la zona rural y la zona urbana,
buscando incorporar la articulación entre lo rural y lo urbano
y la equidad social para incidir en el desarrollo de 5 Corregi-
mientos del Distrito Especial de Ciencia Tecnología e Innova-
ción de Medellín. A través de acciones de mejoramiento de las
condiciones de habitabilidad a los pobladores y la prestación
de los servicios de salud, educación, formación que se ofrecen
a nivel de las zonas rurales del municipio de Medellín.
• Establecer políticas que propendan por la dignidad huma-
na y la equidad con un enfoque diferencial, reconociendo la
primacía constitucional de los derechos de los menores, ga-
rantizando el acceso a educación, salud, vivienda, recreación,
bienestar, servicios públicos y cultura de los habitantes de la
zona rural de Medellín.
• Estructurar políticas de ordenamiento y de equidad social
que propendan por la configuración de un sistema producti-
vo rural, que avance hacia la producción y la redistribución
de la riqueza que permitan el aumento de la productividad
y sostenibilidad de los sistemas agropecuarios. A través de
acciones de conservación de la base de recursos naturales
que brindan soporte a las actividades productivas rurales
del DRC, reducción de los conflictos de uso del suelo rural
del municipio de Medellín y la tasa de informalidad de la

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propiedad rural.el mejoramiento del acceso a los mercados


de los productos agropecuarios de los pequeños y medianos
productores rurales del municipio de Medellín, y la genera-
ción de valor agregado a los productos de los corregimien-
tos, impulso a la sostenibilidad agroalimentaria que fomen-
ten la producción, transformación y comercialización limpia
y a precios justos.
• Promover el conocimiento al servicio del desarrollo, garanti-
zando cobertura universal en educación media y un significa-
tivo avance en educación superior (técnica, tecnológica, uni-
versitaria), con gran compromiso en educación para el trabajo
y desarrollo humano; especialmente para la población joven
que no trabaja ni estudia, con programas que se orienten a
desarrollar las potencialidades de la zona rural o a subsanar los
obstáculos para el desarrollo.
• Construir una red de instituciones, en las que organizaciones
públicas, organizaciones privadas, organizaciones comunita-
rias e individuos, se coordinen, complementen, y tramiten sus
conflictos, sobre identidades comunes y confianzas basadas
en la asociatividad y solidaridad inter e intra territorial. Las
instituciones logran conformarse en redes cuando comparten
proyectos políticos, identidades y construyen confianza en
función de objetivos comunes.
• Construir identidades colectivas complejas atadas al territorio
y el arraigo de los pobladores en las zonas rurales de Medellín.,
a partir del proyecto cultural y educativo, como base para la
existencia de un propósito político basado en la existencia
de relaciones de corresponsabilidad e interdependencia. Esta
identidad compleja, permitirá a los habitantes comprenderse
de manera paralela como sujetos políticos rurales, distritales,
metropolitanos, antioqueños, colombianos, latinoamericanos
y globales; lo cual será posible sobre la base de un sistema
de educación formal y de los mecanismos sociales de genera-
ción e intercambio de contenidos culturales, con capacidad
de permitir a los habitantes de la zona rural su comprensión
como sujetos que actúan en múltiples escalas y actividades,
en las cuales tienen diferentes intereses para movilizarse. Este
referente es básico para que cualquier escala en la que se cons-

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truyan identidades, sean pensadas en función de las demás


escalas territoriales y del mundo.
• Implementar una estrategia de comunicación para el desarro-
llo, que permita la participación de los diferentes sectores y
actores del sector público, privado y comunitario en la cons-
trucción de un proceso de articulación territorial en los 5 co-
rregimientos del Distrito de Ciencia Tecnología e Innovación
de Medellín, que permita el fortalecimiento de los procesos
asociativos de la ruralidad y la participación de los pobladores
en los espacios de decisión relacionados con el ordenamiento
y la gestión del territorio, así como en los procesos de desarro-
llo económico, social y comunitario.

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Las Vocaciones Territoriales, impactos


en las estructuras territoriales urbanas
y rurales, caso ciudad de Medellín.
Luis Fernando Orozco Arroyave1

Las ciudades no son estáticas, son dinámicas, por ende, deben es-
tar en constante movimiento, siempre guardando relación con los intereses
colectivos de las diversas ciudadanías que viven y habitan en ella. La mo-
vilidad corresponde también a las dinámicas sociales, políticas, culturales,
económicas y a lo natural, teniendo en cuenta que todo el tiempo cambian
y se transforman.
La ciudad de Medellín permanentemente cuenta con tensiones y
conflictos de todo tipo y de todas las formas que van emergiendo de las di-
ferentes escalas territoriales, debido a que sus dinámicas internas y externas
cada día se van expandiendo, su espesor social cada vez es más complejo y
su historia cada día sitúa nuevos hechos que invitan a definir nuevas accio-
nes para llevar a cabo en el presente y futuro.
Muchos de los territorios locales (urbanos y rurales) mutan, rede-
finen o potencian su identidad, lo que lleva a sus agentes locales a gestionar
relaciones de coordinación entre actores institucionales, políticos y sociales
para emprender acciones que los lleve hacía la búsqueda de propósitos co-
lectivos. Estas formas y tipos de conflictos que se presentan, se observan con
las redefiniciones de las Vocaciones Territoriales (de la Vega, et al, 2008) que
se le atañen a un espacio determinado (local y global) (Santos, 1986), estos
elementos permiten dar cuenta que las ciudades están pensándose la redefi-
nición del uso del suelo rural y urbano y su división político administrativa
(DIVIPOLA), tanto para ordenar, como para redefinir un uso específico del
territorio con el propósito de incorporarse a los preceptos del mercado com-
petitivo que imparten los organismos multilaterales, en este sentido, la ciu-
dad de Medellín viene desarrollando acciones que le permitan incorporarse a
las tendencias urbanas del mercado, posibilitando así, marcar la vocación de
los territorios locales, que en muchas ocasiones se realiza sin ningún criterio
técnico y normativo claro, establecido o parametrizado.

1 Sociólogo, Magíster en Gobierno y Políticas Públicas, estudiante Doctorado Ciencias


Sociales, Facultad de Ciencias Sociales y Humanas Universidad de Antioquia, fernando.
orozco@udea.edu.co

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Este ejercicio tiene como propósito revisar los impactos que puede
generar el cambio de Vocación Territorial en la ciudad de Medellín, espe-
cialmente el cambio de régimen territorial pasando de Municipio a Distri-
to y la División Político Administrativa de la ciudad de Medellín, que adi-
cionalmente lleva a generar otras preguntas como: ¿Las redefiniciones de
las Vocaciones Territoriales permite visibilizar y reconocer los territorios;
generar reconocimiento en la ciudadanía; y permite ganar normativamente
en la conceptualización y delimitación de las unidades territoriales urbanas
y rurales (barriales, comunales, veredas y zonales); además, posibilita el re-
conocimiento de las condiciones y características del territorio construido?
Por otro lado, ¿la redefinición de la Vocación Territorial y la po-
lítica de División Político Administrativa de la ciudad de Medellín per-
mitirá solucionar una serie de problemas territoriales a futuro?, debido a
que la ciudad va creciendo artificialmente; moviéndose social, económica
y políticamente; se va densificando y transformándose en sus prácticas y
discursos, además, se va fortaleciendo como centro en el que diferentes
actores del país y del mundo desean estar y construir modos de vida en ella.
Muchas personas se preguntarán y harán las reflexiones sobre el
costo que ello puede tener para una ciudad, sus ciudadanías y ciudada-
nos, debido a que los cambios les significaría tener que moverse a otras
reflexiones, lo que podrá agudizar sus condiciones socioeconómicas y des-
estructurar sus prácticas y discursos, todo por darle cabida al propósito de
competitividad que tiene los mercados y que están logrando introducir a
los gobiernos y sus estructuras administrativas, que al final, sólo conducen
a un acelerado crecimiento de las ventajas competitivas de un territorio
(GARAY, 1997), más no profundizan en la disminución de las brechas de
desigualdad que existe en los territorios locales.
Para poder comprender este ejercicio reflexivo se hace necesario
ahondar en los preceptos conceptuales de Vocación Territorial y Estruc-
turas Territoriales desde la revisión documental teórica y las reflexiones
sociales, políticas y económicas de los actores involucrados en las lecturas
de las configuraciones espaciales en la ciudad de Medellín.
Palabras-clave: Vocación Territorial; Distrito; Divipola; Estructuras.

REFERENCIAS

DE LA VEGA C. et al. Incursiones teóricas del concepto de vocación te-


rritorial desde la significación de los actores. RevIISE: Revista de
Ciencias Sociales y Humanas, v. 1, n. 1, p. 7-17, 2009. Disponible

269
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

en: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5537896.
Acceso en: 7 sept. 2022.
GARAY, L. J. El enfoque de competitividad sistémica. En: GARAY, L.
J. Colombia: estructura industrial e internacionalización 1967-
1996. 1997. Disponible en: http://www.lablaa.org/blaavirtual/
economia/industrilatina/248.htm. Acceso en: 7 sept. 2022.
SANTOS, M. Espacio y Método. Revista Geocrítica, Barcelona, Uni-
versidad Nacional de Barcelona, n. 65, 1986. Disponible en: ht-
tps://www.redalyc.org/pdf/1694/169414454011.pdf. Acceso en:
7 sept. 2022.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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Migración por estilo de vida y la


confluencia de multiterritorialidades rurales
y urbanas en el Oriente Antioqueño
Katy Luz Millán-Otero1

Según el Registro Único de Víctimas (RUV, 2022) Colombia tie-


ne un acumulado histórico de 8.258.460 víctimas de desplazamiento for-
zado por eventos ocurridos desde 1985 hasta el 31 de diciembre de 2021,
el 17% corresponde al departamento de Antioquia, siendo la subregión
del Oriente Antioqueño una de las mayores regiones expulsora del depar-
tamento con 35,7%. En el área rural este fenómeno se vivenció con mayor
intensidad. El desplazamiento forzado puso de manifiesto una ruptura en
el vínculo de las personas y comunidades con su espacio conduciendo al
desarraigo y la desterritorialización de las personas con intensos efectos
psicosociales. Aunque muchas comunidades regresaron a su territorio se
generó un vacío demográfico en el área rural, una especie de despobla-
miento por la migración de las comunidades a otras zonas por razones de
supervivencia. El abandono del campo implicaría que algunos habitantes
vendieran sus tierras a un precio muy por debajo del valor comercial. Pese
a esta historia mediada por el conflicto armado interno, en la actualidad
el Oriente se ha consolidado como unas de las regiones más atractivas de
Antioquia y con uno de los índices más altos en calidad de vida. La riqueza
natural, que se asocia con bellos paisajes que oscilan entre la montaña, las
fuentes hídricas, los boques y el valle. La riqueza social y cultural ha gene-
rado que sea atractiva para personas de renta media-alta que se movilizan
de forma temporal o permanentemente hacia entornos rurales del Oriente
Antioqueño, el cual ofrece al nuevo residente una mejor calidad de vida,
con belleza paisajística, pero disfrutando de los servicios propios de las
urbes.
El objetivo del estudio fue Comprender las dinámicas socioespa-
ciales en la ruralidad, a partir de la migración por amenidades en cuatro
localidades de la región del oriente de Antioquia: La Ceja, Concepción,
Argelia y Cocorná. El estudio se enmarca en un enfoque cualitativo bajo la
modalidad de caso colectivo (STAKE, 1998). Las técnicas de recolección

1 Docente Investigadora, Universidad Católica Luis Amigó, ORCID: https://orcid.


org/0000-0002-8895-7098

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de información empleadas fueron entrevistas semiestructuras, cartografía


social, sistema de información geográfica y observación participante.
Los resultados parciales del estudio ponen en evidencia el encuen-
tro de multiterritorialidades entre los campesinos y los migrantes por estilo
de vida o nuevos residentes. El concepto de territorios plurales ayuda a
pensar en las estrategias del espacio y en la configuración territorial ob-
jetivada por la presencia social, política, cultural y económica diversa y
conflictiva sobre la cual se soporta la producción del espacio en lo local
(HAESBAERT, 2011).
El territorio rural fue repoblado tras el conflicto armado. En los
campesinos el retorno a la tierra les permitió acciones de reterritorializa-
ción con el espacio rural, retomar las prácticas agrícolas, así como el res-
tablecimiento de relaciones comunitarias. Por su parte los migrantes exhi-
ben una desterritorialización positiva, (DELEUZE; GUATTARI, 1997),
cuando por voluntad salen de un territorio urbano y superan la frontera
rural en busca de una mejor calidad de vida.
Palabras claves: Migración por estilo de vida; multiterritorialidades; reter-
ritorialización; desterritorialización positiva.

REFERENCIAS

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. (1996). Mil platôs. Capitalismo e esqui-


zofrenia. São Paulo: Editora 34, 1996.
HAESBAERT, R.; CANOSSA, M. El mito de la desterritorialización:
del “fin de los territorios” a la multiterritorialidad. Ciudad del
México: Siglo XXI, 2011.
STAKE, R. E. Investigación con estudio de casos. Madrid: Morata, 1998.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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Ruralidades en transformación:
una propuesta de análisis cultural y
espacial por medio de la educación
pública en el norte y el sur globales
Angela Stienen1

Recientes discusiones públicas y académicas en el norte y el sur


global advierten sobre una creciente división urbano – rural, en la cual las
poblaciones rurales se observan o representan como “dejadas atrás” por
la globalización contemporánea. En muchas de las discusiones estas po-
blaciones son consideradas como resentidas y partidarias de los nuevos
populismos y nacionalismos autoritarios que han surgido en todo el mun-
do. Pero, ¿Qué hay detrás del recurrente discurso sobre de una división
urbana-rural?
Debates en estudios urbanos críticos sobre urbanización extendida
y planetaria (BRENNER; SCHMID, 2014a; 2014b) y en estudios rura-
les críticos sobre reestructuración socioespacial a causa de la globalización
contemporánea destacan las transformaciones de largo alcance que la áreas
rurales han tenido a lo largo de todo el mundo. Estos debates han plantea-
do las preguntas, de si lo “no urbano” todavía existe, cómo se (re)produce
y cómo se pudiera estudiar.
Esta contribución discute por qué es importante analizar por me-
dio de la educación pública y los espacios escolares la reproducción de las
áreas rurales, concebidas como (todavía) no afectadas por la urbanización
y conceptualizada como “zonas tranquilas” en la investigación europea
(DIENER et al., 2006) y como “espacios lentos” en Investigación lati-
noamericana (SANTOS; SILVEIRA, 2011; SANTOS, 2006). Se plantea
como con el uso de herramientas de investigación etnológica y espacial,
no reducidas a indicadores de ingreso, se puede ayudar a develar aspectos
detrás del discurso sobre una división urbana-rural que raramente han sa-
lido a luz en el debate crítico existente sobre la urbanización extendida /
planetaria y la “ruralidad”, buscando evidenciar donde subyacen interde-
pendencias y se producen resistencias a este proceso.

1 University of Education, Bern, Switzerland

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REFERENCIAS

BRENNER, N.; SCHMID, C. Planetary urbanization. In: BRENNER,


N. Implosions/Explosions. Towards a Study of Planetary Urban-
ization. Berlin: Jovis, 2014a. p. 160-165.
BRENNER, N.; SCHMID, C. (2014b). The ‘Urban Age’ in Question.
International Journal of Urban and Regional Research, v. 38, n. 3,
p. 731-755, 2014b.
DIENER, R. et al. Switzerland. An Urban Portrait. (ETH Studio Basel).
Basel: Birkhäuser, 2006.
SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo. Razão e emocão.
São Paulo: EdUSP, 2006.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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Territórios rurais e representações sociais:


a pandemia a partir dos trabalhadores
rurais no sul do Rio Grande do Sul
Alana Hüttner Wolter1

O trabalho aqui apresentado é resultado da dissertação de mes-


trado apresentada ao Programa de Pós-Graduação e Política Social e Di-
reitos Humanos da Universidade Católica de Pelotas, que tem como tema
as representações sociais dos territórios rurais sobre a pandemia de novo
Coronavírus.
A dissertação em questão analisou os desdobramentos da pandemia
causada pelo novo Coronavírus a partir das representações sociais criadas e
compartilhadas pelos moradores da localidade de Taquaral, segundo distrito
rural do município de São Lourenço do Sul, no Rio Grande do Sul.
Desde o surgimento do primeiro caso de infecção pelo vírus em
dezembro de 2019 na China, até a caracterização da doença como uma
pandemia em março de 2020, devido a identificação de surtos em vários
países ao redor do mundo, o controle da doença tem sido o maior desafio
sanitário em escala global. Os novos e numerosos casos trouxerem con-
sequências sociais, econômicas e políticas. No Brasil, a sua disseminação
mostrou, em grande medida, uma insuficiência do Estado e ao avanço
das políticas neoliberais implementadas histórica e sistematicamente que
expõem ainda mais as populações em situação de vulnerabilidade social à
ameaça do contágio. Contudo, este processo não se faz sem resistência:
os movimentos populares e setores da sociedade civil vêm denunciando
e cobrando maior aporte de investimentos públicos por parte do Estado
para a garantia mínima de direitos fundamentais; ao passo que também são
identificadas e ações e iniciativas, numa lógica de resistência contra-hege-
mônica e de enfrentamento do contexto adverso. As novas roupagens para
a relação Estado e sociedade civil evidenciaram a importância do território
para a compreensão desse fenômeno.
A partir das Epistemologias do Sul, uma teoria capaz de captar as
práticas e os processos além do Norte global e repensar o mundo a partir
de saberes e práticas do Sul Global, o objetivo foi compreender como o

1 Doutoranda em Desenvolvimento Regional na Universidade de Santa Cruz do Sul,


alanahuttnerwolter@gmail.com

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novo Coronavírus foi representado pelos moradores de Taquaral e como


essas representações sociais foram responsáveis por produzir ações e com-
portamentos durante o período. Partiu-se do pressuposto que os territórios
rurais foram espaços marginalizados e que as suas narrativas não ocuparam
espaço significativo ao se tratar dos impactos causados pela crise sanitária.
A pesquisa de caráter qualitativa utilizou-se da metodologia da
pesquisa participante, que prevê uma relação horizontal entre sujeito e
objeto. Para a realização da pesquisa empírica foram utilizadas enquanto
técnicas de pesquisa a observação participante e entrevistas semi- estrutu-
radas com famílias da localidade. Os resultados, obtidos através da pesqui-
sa empírica, evidenciaram, sobretudo, a influência da cultura e o modo de
viver e produzir particulares daquele território no enfrentando ao contexto
adverso.
Palavras-chave: Pandemia; Estado; sociedade civil; territórios rurais; re-
presentações sociais.

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GT 8 - Desenvolvimento territorial
e agroecologia na perspectiva
da economia solidária

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Desafios na comercialização dos produtos da


agricultura familiar do Cantasol - Sistema
Canteiros de Comercialização Sociossolidária
Adecir Natalino Troian1
Nilso Francio2
Paulo Cesar Silva Costa Junior3
Angela Ester Mallmann Centenaro4
Daniel Izidoro Ferreira da Silva5
Josué Mallmann Centenaro6

Os empreendimentos rurais de cunho familiar e seus modos de


organização tem o grande desafio de desenvolver uma produção inovadora,
utilizando-se de fatores que geram valores competitivos para seus produtos
comercializados no mercado e no direcionamento de suas ações desde o
início da produção até a entrega ao consumidor final. A presente pesquisa
teve como objetivo identificar etapas da agricultura familiar no Cantasol
para a comercialização dos produtos, percebendo como a equipe planeja
em etapas, os processos que resultam na comercialização. A agricultura
familiar possui uma crescente importância, onde o seu consumo vem au-
mentando, com o aumento do poder de consumo da classe de baixa renda
(VENTURA, 2010). Os movimentos de camponeses, como os de assen-
tados do MST, por exemplo, vêm procurando introduzir ao consumidor
final produtos de qualidade, procurando mudar conceitos de que a agri-
cultura se apresenta com qualidade somente se é apresentada pelo modelo
capitalista que procura controlar territórios onde se apresenta. Os dados
foram coletados através de questionários estruturados a 9 produtores rurais
e 3 entrevistas semiestruturadas, observações feitas desde a comunidade de
produtores até a comercialização dos produtos no Cantasol. Com acom-
panhamentos no processo de comercialização do Cantasol, desde a seleção

1 UNEMAT, a.centenaro@hotmail.com
2 UNEMAT, Nilso.francio@unemat.br
3 UNEMAT, a.centenaro@hotmail.com
4 UNEMAT, angela.centenaro@unemat.br
5 UNIC, a.centenaro@hotmail.com
6 UFMT, a.centenaro@hotmail.com

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e separação dos produtos até a entrega ao consumidor que é realizada em


frente à UNEMAT, encontraram-se respostas aos objetivos, foi possível
identificar produtos que na comunidade ao longo do seu funcionamen-
to, possuem dificuldades de padronização. Como resultados, temos que
Para essas famílias, o Cantasol foi um agente de melhora nas condições e
qualidade de vida, 100 % dos respondentes disseram que o projeto está
fazendo a diferença no assentamento, principalmente para as famílias que
comercializam seus produtos através dele. Hoje em dia, já se fala numa
feira permanente na cidade, com produtos agroecológicos. O importan-
te também é ver que o grupo de consumidores está se ampliando, pois
o entendimento de que produtos agroecológicos são muito importantes
para a manutenção da saúde. Com os resultados apresentados, todos os
produtores entrevistados sentem uma melhora nas suas condições de vida
em sociedade, trazendo o objeto Cantasol como um precursor dessa me-
lhora socioeconômica. Ainda de acordo com Francio (2016, p. 49), “é
necessário buscar alternativas, como a economia solidária, para que sejam
dadas condições de trabalho e o consequente aumento de renda para as fa-
mílias assentadas”. Como dificuldade, tem-se a falta de recursos financeiros
e físicos para a produção em maior escala ou qualidade e dificuldades no
escoamento da produção.
Palavras-chave: Agricultura familiar, etapas, processos

REFERÊNCIAS

FRANCIO, Nilso. Agricultura familiar: trabalho, renda e associativismo.


Curitiba: Appris, 2016. 177 p. ISBN 978-85-476-0096-8.
VENTURA, Rodrigo. Mudanças no Perfil do Consumo do Brasil: Prin-
cipais Tendências nos Próximos 20 Anos Macroplan, ago. 2010.
Disponível em: http://macroplanconsultoria.com.br/Documen-
tos/ArtigoMacroplan2010817182941.pdf. Acesso em: 25 nov.
2019.

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Fartura de alimento saudável para


as comunidades do povo Umutina
e outras comunidades da região
Hélio Monzilar Filho1

O artigo tem por objetivo analisar o processo de geração de renda,


trabalho e alimento saudável para a comunidade da aldeia Águas Corren-
tes. Visualiza ainda as metodologias de contemplar com as comunidades
do território indígena Umutina, a partir da comercialização dos produtos
produzidos pelos agricultores indígenas Umutina (autodenominação do
povo Balotipone), plantio de árvores nativas e frutíferas e coleta de frutos
e sementes para a produção de artesanatos ou derivados. Numa perspec-
tiva da tecnologia social, enquanto ferramenta usada para solucionar pro-
blemas sociais, reduzindo a desigualdade a partir da valorização e diálogo
entre o conhecimento científico e local, criando produtos e serviços viáveis
à realidade social local e cultural no território. A partir de pesquisa qualita-
tiva, abordado por Minayo (2009), “se ocupa com um nível de realidade que
não pode ou não deveria ser quantificado”, baseada nos valores imateriais,
nascido do conhecimento existente da diversidade humano local. A partir
dos desafios e oportunidades vivenciadas pela Associação Comunitária da
Aldeia Águas Correntes, em atender os critérios dos editais públicos, uma
vez que estes adotam critérios/regras diferenciadas da cultura dos povos
originários. Uns mais exigentes e outros menos, dificultando e, até mes-
mo desestimulando as organizações a propor alguma iniciativa aos editais
conforme as regras do Estado brasileiro, e, quando propõe a maioria dos
projetos são reprovadas e a organização fica sem saber: causa, motivos,
razões e circunstância o resultado fui negativa. Tendo em vista ser uma for-
ma de estimular os proponentes para melhorar seu trabalho. No entanto
nossa proposta é trazer uma experiência que deu certo, diante de inúmeros
desafios na propositura da proposta. No caso específico, voltada ao projeto
sobre “fartura de alimento por intermédio do sistema agroflorestal – SAF’s,”
desenvolvida e ampliada na comunidade aldeia Águas Correntes. Nesse
arranjo de cultivo serão plantadas, num sistema de integração: árvores na-
tivas, frutíferas, mandioca, etc. Num formato de 8 metros de largura entre
as árvores nativas e frutíferas e 2 metros entre uma planta e outra. Após
1 UNEMAT - heliomonzilar@yahoo.com.br

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identificar as áreas com aptidão agrícola para cada cultura e finalizar o


planejamento agrícola, será iniciada a cotação e aquisição de insumos tais
como mudas, sementes e corretivos agrícolas para dar início ao preparo
das áreas tanto em sistema tradicional quanto para o SAF. Na perspectiva
da economia solidária, a Associação envolverá todos os 11 associados que
pertencem a diretoria da associação, produtores e familiares de forma geral.
Palavras-chave: tecnologia social; produção agrícola; organização indígena.

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Formação em Economia Solidária


como Processo de Valorização de uma
Comunidade Tradicional em Mato
Grosso: um pensar decolonial
Luan Benedito Oliveira da Silva1
Andreia Moreira2
Laudemir Luiz Zart3

O tema do artigo é a reflexão sobre o desenvolvimento do curso


de extensão universitária, “Socioeconomia Solidária: formação de jovens
camponeses de comunidades tradicionais” realizado pelo Núcleo de Estu-
dos e Praxiologias da Universidade e do Mundo do Trabalho (Núcleo Uni-
trabalho) e pela Incubadora de Empreendimentos Econômicos Solidários
e Sustentáveis (INCUBEESS) com jovens estudantes do ensino médio da
Escola Estadual José de Lima Barros localizada no Território da Comuni-
dade Tradicional do Distrito do Faval, no município de Nossa Senhora do
Livramento em Mato Grosso. Temos como objetivo compreender os sen-
tidos e a relevância da economia solidária e seus princípios para os jovens
camponeses, em território tradicional e as possibilidades de reprodução so-
cial da vida embasados no trabalho associado. Na perspectiva teórica, que
nos orienta para explicar a economia solidária, partimos do pressuposto
do entendimento que a sociedade na qual estamos inseridos é capitalista,
excludente e colonial, seguindo os passos interpretativos de Fanon (1963).
Nesta sociedade, os valores, a força de trabalho, as relações, o meio am-
biente e a vida são vistas com menor importância do que o capital, o lucro,
o poder dominação, a mercadoria e a natureza como recurso. Em con-
traposição a este modo de viver, Zart (2017) evidencia que na economia
solidária os valores a serem vivenciados são a comunidade, a reciprocidade,
a coletividade, a colaboração e a solidariedade. As reflexões do artigo são
qualitativo-críticas, visto que, além de participarmos de todas as etapas
do curso de extensão, desde a sua constituição, enquanto projeto até sua
execução durante as oficinas formativas, apreendemos e descrevemos os

1 PPGEdu – UNEMAT - luan.benedito@unemat.br


2 PPGEdu – UNEMAT - andreia.moreira@unemat.br
3 PPGEdu – UNEMAT - laudemir.zart@unemat.br

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sentidos e as visões de mundo que constituem a existência da juventude


na Comunidade do Faval, analisamos os conflitos e as contradições das
percepções e das práticas sociais em relação as possibilidades de construção
social da realidade do trabalho associado. A metodologia de investigação e
de exposição justifica-se por sermos parte da equipe Núcleo Unitrabalho
e da INCUBEESS, onde são desenvolvidos projetos de pesquisa e exten-
são. No transcorrer das ações de inserção na comunidade, participamos
de atividades de formação, de pesquisa e de sistematização-interpretação
teórica de informações e de práticas sociais. Os temas desenvolvidos na
formação foram de economia solidária, educação popular, agroecologia,
cooperativismo solidário, trabalho associado, educação do campo, incu-
bação solidária, desenvolvimento sustentável, finanças solidárias, tecno-
logias sociais. O curso de extensão teve como resultados a formação de
jovens camponeses/as compreendendo a estrutura da sociedade, as formas
de organização econômica, a cultura e o território, o reconhecimento dos
saberes tradicionais, a relevância histórica do território para a existência e
a reprodução social ampliada da vida. As exposições, as problematizações
e as reflexões provocaram mudanças de percepção e de compreensão para
a inserção nas atividades cotidianas da comunidade e o assumir o protago-
nismo de auto-organização.
Palavras-chave: Economia Solidária; Comunidades Tradicionais; Juventu-
de Camponesa; Decolonialidade; Trabalho Associado.

REFERÊNCIAS

FANON, Frantz. Los condenados de la tierra. Tradução de Julieta Cam-


pos. México: Fundo de Cultura Econômica, 1963.
ZART, Laudemir Luiz. Caderno Pedagógico: glossário de economia so-
lidária, Cáceres, MT, Universidade do Estado de Mato Grosso, v.
5, n. 1, 2017.

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Los Sistemas Participativos de Garantías


(SPG) como herramientas colaborativas para
la construcción de territorios agroecológicos
J. Guillermo Gomez-Urrego1
Erlinda Pillajo2
Paul Vallejo3
Isabel Carmen Armijos4

En el contexto de las localidades campesinas ecuatorianas, andinas


y Latinoamericanas, fuertemente marcado por la influencia del extracti-
vismo, el agronegocio y al abandono estatal, han encontrado en el Siste-
mas Participativos de Garantías (SPG) una herramienta que surge desde
su quehacer e intereses. Organizaciones locales que certifican a sus pro-
ductores, promueven redes de comercio justo con ciudades y otras locali-
dades, y el intercambio de prácticas y saberes. Proceso que en el centro y
norte del Ecuador ha significado confrontación y alianza con los gobiernos
locales y provinciales. Herramienta que ha brindado el protagonismo a
los productores locales considerando sus singularidades, promoviendo la
construcción de base de un sistema de soberanía popular que garantiza la
seguridad alimentaria de la sociedad en su conjunto y revaloriza el que-
hacer campesino. Sistema agroecológico que propone el desarrollo local
integral y holístico. Por lo cual nos proponemos la construcción alterna-
tiva, eficiente, sostenible de sociedad desde los saberes y quehaceres de
las tradiciones populares, indígenas y campesinas que son invisibilizadas,
oprimidas y explotadas. La pandemia, las guerras y avance del hambre por
el mundo, nos vuelve a llamar la atención sobre la necesidad de la trans-
formación de modos de producción, de técnicas y objetivos de gobiernos,
empresas, universidades y organizaciones de la sociedad civil. Partiendo
de la compresión que el ser humano que hace con sus manos también
tiene conocimientos profundos para desarrollar ese quehacer, buscamos
rescatar experiencias despreciadas que son alternativas reales para el rescate

1 Red Chakiñan, guillermo.gomez.u@gmail.com


2 Red Chakiñan-Red de productores Biovia.
3 Red Chakiñan-Universidad de Buenos Aires, paul_vallejohidalgo777@hotmail.com
4 Asociación Agropecuaria Artesanal Nueva Esperanza.

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de la vida, que busca conocer y complementarse con los ciclos naturales,


diferente a la concepción del desarrollo que reduce a objeto o recurso a ser
explotado a nuestro planeta. Principalmente buscamos que este espacio
académico en dialogo con la sociedad civil, se convierta en la posibilidad
de encontrarse entre diversos actores locales aun no conectados y tejer esta
red agroecológica por Latinoamérica.
Palabras clave: Agroecología; SPG; autonomía; territorio; sistema
agroalimentario.

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Práticas pedagógicas na educação


do campo e a produção associada:
análise da constituição das temáticas
Jucileide Alves Ribeiro1
Jenilson de Aguiar Biano2
Jane Amorim da Silva3
Laudemir Luiz Zart4

O artigo apresenta reflexões sobre as práticas pedagógicas na


educação do campo e a produção associada e como estas se constituem
enquanto temáticas com intencionalidade educativa na direção de novos
saberes e fazeres dos sujeitos do campo. Temos como objetivo descrever
as abordagens teórico-epistemológicos, das metodologias de investigação
dos sujeitos implicados nas práticas sociais e educacionais desenvolvidas e
analisadas. Demonstramos que a educação do campo e a produção asso-
ciada vem dos movimentos sociais, das lutas pelos direitos de todos/as que
vivem do trabalho e nos territórios camponeses, espaços conquistados na
realização da reforma agrária. Lugar de unidade de produção familiar, de
moradia, de sociabilidade, identidade, de constituição de novas possibili-
dades, de reprodução social e de desenvolvimento solidário e sustentável.
A perspectiva teórica está em conformidade com o materialismo histórico-
-dialético como abordagem de interpretação da realidade concreta. Nesse
caminho refletimos sobre a realidade, partindo do empírico-histórico e
pelas abstrações chegarmos ao concreto, possibilitando pensar a educação
do campo e a produção associada a partir das experiências da classe tra-
balhadora, por meio de um processo dialógico, sob o princípio de um
ensino para além das desigualdades, para a construção social da realidade
de cooperação e de solidariedade. Como metodologia utilizamos a revisão
bibliográfica através do balanço de produção que consiste em fazermos um
levantamento bibliográfico através da produção acadêmica, por meio do
estudo de trabalhos científicos. As buscas foram realizadas no Banco de

1 PPGEdu/UNEMAT - alvesribeiro.jucileide@gmail.com
2 PPGEDU/UNEMAT - jenilsonbiologia@hotmail.com
3 PPGEDU/UNEMAT - janeamorim@unemat.br
4 Orientador - PPGEDU/UNEMAT - laudemirzart13@yahoo.com.br

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Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de


Nível Superior (CAPES), com intuito de elencar e interpretar trabalhos
que se assemelham ao objeto de investigação. Os resultados evidenciaram
a relevância científica das pesquisas selecionadas, sendo estas analisadas e
discutidas, permitindo a aproximação teórica com o objeto de estudo do
grupo de pesquisa vinculado ao Núcleo de Estudos e Praxiologias da Uni-
versidade e do Mundo do Trabalho – Núcleo Unitrabalho da Unemat.
Nesse sentido evidenciamos o fortalecimento da formação de sujeitos para
que percebam a escola do campo e o trabalho associado como experiências
e territórios de produção de conhecimento, de cultura, de gente e de traba-
lho. Contribuindo também com pesquisadores/as no sentido de surgirem
outas inquietações, que podem ser complementares ou contraditórias aos
resultados obtidos, mas que de todo modo, estarão ampliando reflexões,
bem como, dando a possibilidade de inovações e mudanças educacionais,
culturais e econômicas.
Palavras-chave: Educação do Campo; Práticas Pedagógicas; Produção As-
sociada; Movimentos Sociais.

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Redes de economia solidária e seus


modos de produzir e viver: uma
reflexão a partir de duas redes na
região sul do Rio Grande do Sul
Aline Gonzalez Kochhann1
Aline Mendonça dos Santos 2

O presente trabalho tem por objetivo entender como se deram


os processos de formação das redes de economia solidária na região sul do
Rio Grande do Sul. As redes analisadas a Rede Bem da Terra e ARPA-SUL.
Identificaram-se características de autogestão e solidariedade em ambas as
redes, mesmo que sua formação inicial tenha sido distinta. Os Empreen-
dimentos de Economia Solidária (EES) somam 19.708, em todo o Brasil,
reunindo cerca de 1,5 milhões de pessoas, representando quase 2 % da
população economicamente ativa do Brasil. Este primeiro levantamento
foi realizado entre os anos de 2009/2013, e em um segundo mapeamen-
to, verificou-se que a configuração dos EES no Brasil praticamente ficou
inalterada (MENDONÇA, 2019). O conceito de Economia Solidária vem
sendo reconhecido, principalmente na América Latina, a partir da união
democrática de trabalhadores ou grupos de pessoas que possuem iniciativa
e pelo menos um interesse em comum para juntos trabalharem a fim de
direcionar seus esforços para obterem maiores lucros econômicos, quali-
dade de vida e participação no empreendimento que fazem parte (GAI-
GER, 2009). Esse conceito “comporta uma dimensão política, dado que
suas iniciativas promovem a participação, dinamizam redes de interação e
ampliam a democracia nas comunidades em que se inserem” (GAIGER,
2009, p. 88). Mesmo estando no âmbito do sistema capitalista, a Econo-
mia Solidária é uma alternativa à lógica dominante, uma vez que apresenta
outros valores e preceitos que rompem com a busca incessante do lucro
acima de tudo. No que tange a parte rural da Economia Solidária, há tam-
bém a preocupação em produzir e comercializar alimentos agroecológicos
sem uso de agrotóxicos e que respeite as relações de trabalho e com a natu-
reza. Desta forma, há preocupação com o ecossistema, com os períodos de

1 Universidade Católica de Pelotas – kochhann.aline@gmail.com


2 Universidade Católica de Pelotas - aline.santos@ucpel.edu.br

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plantio de cada tipo de alimento, há preocupação em possibilitar um co-


mércio justo e solidário, justo porque os preços dos produtos seguem uma
lógica de também auferir sobras justas para o produtor, porém os lucros
são aqueles necessários para subsidiar a produção e para gerar renda para
a família produtora. Trata-se de um processo que reúne famílias, grupos e
comunidades para possibilitar que os produtos cheguem ao consumidor
sem passar por inúmeros atravessadores que encarecem o preço final, além
de proporcionar que os membros das famílias e comunidades permaneçam
no campo, continuando o trabalho de seus antecessores, evitando um êxo-
do rural. Além disso, a Economia Solidária vem legitimando outras formas
de produzir e viver, ressignificando novos processos de organização coletiva
de trabalho que ganham força neste contexto de desigualdades civis, polí-
ticas e sociais. Percebe-se as dinâmicas de Economia Solidária compreen-
dem também um processo de dignidade daqueles trabalhadores que estão
à margem do mundo do trabalho formal e que não são catalogados ou
qualificados dentro da linguagem do mercado capitalista.
Palavras-chave: Economia Solidária; autogestão; redes de solidariedade.

REFERÊNCIAS

GAIGER, L. I. Antecedentes e expressões atuais da economia solidária.


Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 84, p. 81-99, 2009.
SANTOS, A. M. dos. Sob o fio da navalha: relações estado e sociedade
a partir da ação política da economia solidária no Brasil. Marília:
Lutas Anticapital, 2019.

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Solidaridad, territorio y desarrollo


con “sabor” bio-regional: el caso
de la cadena agroalimentaria ‘Pan
y Harinas del Friul de Mieç’
Roberta Curiazi1
Lucia Piani2
Nadia Carestiato3

Los impactos ambientales y sociales del capitalismo y del libre


mercado han impulsado perspectivas de desarrollo territorial más holís-
ticas, postulando la adopción de un actuar diferente de las economías lo-
cales con una llamada directa a los territorios como agentes activos de
un proceso de transformación económica y transición ecológica hacia la
sostenibilidad y sustentabilidad del desarrollo. Desde una impostación
bio-regionalista de lectura de las dinámicas de desarrollo territorial, la Eco-
nomía Solidaria (ESol) aparece como el “medio” más adecuado para llenar
el vacío empírico de esta corriente teórica y en la programación territorial
de zonas rurales, marginales o ‘deprimidas’ en que existan las condicio-
nes para razonar en términos de un desarrollo de carácter bio-regional.
Reconectando la acción económico-productiva del territorio con el terri-
torio mismo, y reconstruyendo un “puente de reciprocidad” entre esfera
humana y su contexto medioambiental, la ESol realiza una acción bidi-
reccional entre todos los componentes del sistema, que encuentran una
puesta en valor que parte de su reconocimiento, inclusión y participación
activa en el proceso de desarrollo integral y circular del territorio. En la
región Friuli-Venecia-Giulia (FVG - Italia), donde el cambio climático,
los desafíos ecológicos y las crisis económicas y sociales imponen innova-
ciones paradigmáticas y estructurales, la alternativa ofrecida por la ESol
1 Investigadora, Departamento de Ciencias Agroalimentarias Ambientales y Animales,
Universidad de Udine, Italia; Centro de Estudios para el Desarrollo y Economía Apli-
cada - CEDEA, Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales - FLACSO Ecuador.
roberta.curiazi@uniud.it, rcuriazi@flacso.edu.ec
2 Docente e investigadora del Departamento de Ciencias Agroalimentarias Ambientales
y Animales, Universidad de Udine, Italia. lucia.piani@uniud.it
3 Docente e investigadora del Departamento de Humanidades y Patrimonio Cultural,
Universidad de Udine, Italia. nadia.carestiato@uniud.it

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no parece sólo una alternativa sino un medio concreto para generar diná-
micas virtuosas de re-generación y re-habitación de contextos territoriales
en que la demanda de ciertos bienes y servicios, y la satisfacción de ciertas
necesidades no sólo en términos de crecimiento económico, quedan de
hecho desatendidas. Aquí se están experimentando prácticas orientadas al
objetivo común de recolocar los intercambios económicos en una ‘dimen-
sión solidaria’ que permita a los ciudadanos decidir cuáles bienes comprar
y opciones productivas adoptar en el respeto del ambiente de vida y según
una visión territorial inclusiva. Como evidencia empírica de nuestra hipó-
tesis presentamos el caso de la cadena agroalimentaria del “Pan y Harinas
del Friul de Mieç”, nacida en FVG como experimento de ESol dentro de
la experiencia del Foro de los Municipios y la Economía Solidaria, cuyo
análisis descriptivo-cualitativo permitirá arrojar luz sobre la re-territoriali-
zación de los procesos económicos que, a partir del sector agroalimentario,
promueven la creación de nuevas redes locales solidarias de sistemas inte-
grados de producción, transformación, distribución y consumo, social y
ambientalmente sostenibles. Con este artículo proponemos una reflexión
sobre estos puntos, como base teórico-conceptual y empírica para proceder
al estudio de las dinámicas territoriales de referencia, e identificar y aislar
aquellos aspectos de la acción económico-solidaria que se han manifestado
en el territorio regional según una perspectiva de resiliencia y desarrollo
que podemos definir de tipo bio-regionalista, demostrando la eficacia del
razonar según la perspectiva de este virtuoso binomio del “pensar-actuar”
del/para/en el territorio, y entre territorios.
Palabras clave: economía solidaria; bio-regionalismo; territorio; cadena
agroalimentaria “Pan y Harinas del Friûl di Mieç”; región FVG - Italia.

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Sucessão familiar rural: perspectivas


e desafios enfrentados pelo agricultor
familiar de Nova Canaã do Norte-MT
Maria Marta de Souza Freitas1
Elizangela Beckmann2
Angela Ester Mallmann Centenaro3
Daniel Izidoro Ferreira da Silva4
Josué Mallmann Centenaro5

Nota-se a importância do planejamento sucessório das empresas


rurais familiares, visto que há muitas dificuldades neste processo. A ausên-
cia de sucessores na agricultura familiar tende a gerar incertezas no que diz
respeito não apenas à continuidade das famílias e das atividades produti-
vas, mas também às comunidades rurais, as quais gradativamente perdem
sua população e passam a sentir os reflexos dessa mudança sobre suas dinâ-
micas sociais (MATTE; DESSIMON, 2016). Dado a representatividade
da agricultura familiar o processo sucessório das empresas rurais vem como
importante meio de continuidade do negócio da família. O compartilha-
mento de objetivos, valores e significados comuns para se manterem atuan-
tes às propriedades rurais e o exercício da profissão agricultor. Diante disso,
tem-se como objetivo analisar os elementos envolvidos na preparação de
sucessores nas propriedades rurais de agricultura familiar do município de
Nova Canaã do Norte MT no que diz respeito aos desafios enfrentados e às
perspectivas quanto ao futuro de sua propriedade. O estudo foi classificado
como pesquisa de campo centrada no problema do processo sucessório,
sendo aplicados 38 questionários com questões objetivas e também des-
critivas. Os resultados ajudaram a entender a importância da agricultura
familiar no município de Nova Canaã do Norte-MT e as dificuldades que
os produtores têm a respeito da sucessão. Além do aumento da presença
das mulheres na gestão das propriedades, pode-se observar também através
do censo agropecuário e da pesquisa, que houve um aumento significativo
1 UNEMAT, a.centenaro@hotmail.com
2 UNEMAT, elizangela.beckmann@unemat.br
3 UNEMAT, angela.centenaro@unemat.br
4 UNIC, a.centenaro@hotmail.com
5 UFMT, a.centenaro@hotmail.com

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de idosos na gestão, devido à falta de jovens para assumir os negócios da


família. Observa-se através da pesquisa no município que a renda mensal
familiar está baixa, pois a renda da maioria não vem somente do trabalho
da agricultura familiar, mas também de benefícios como aposentadoria.
E, para analisar o conhecimento dos produtores a respeito de sucessão,
percebeu-se que a palavra não lhes é familiar, sendo a maioria, 45% dos
produtores não entendem exatamente do que se trata, mas no decorrer da
aplicação dos questionários e com algumas explicações dadas aos produ-
tores, eles passam entender melhor sobre o assunto e declaram até mesmo
que já tenham em mente quem continuará a gestão. O que contribuiu para
a maioria dos entrevistados não saberem a respeito do tema seria a falta de
escolaridade, pois acreditam em sucessão somente após a morte do gestor,
também não confiam em deixar as terras nas mãos de uma pessoa que não
seja membro da família, acreditam em algo automático que seria a passa-
gem da gestão de pai para filho.
Palavras-chave: Agricultura Familiar; Sucessão Rural; Desafios;
Perspectivas.

REFERÊNCIAS

MATTE, Alessandra; DESSIMON, João Armando. Tomada de decisão


e a sucessão na agricultura familiar no sul do Brasil. Revista de
Estudos Sociais, n. 37, v. 18, p. 130-151, 2016. Disponível em:
http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/res/article/
view/3981/pdf. Acesso em: 5 maio 19.

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Trabalho associado: uma forma de


organização do trabalho coletivo
Maria José Dantas Souza1
Laudemir Luiz Zart2
Valéria de Souza Silva3

Neste artigo buscamos fazer uma contextualização sobre o tra-


balho associado como base organizacional do trabalho coletivo na Coo-
perativa de Consumo Solidário e Sustentável (COOPERSSOL). O tra-
balho associado na cooperativa de consumo é o tema/objeto desse texto
que integra a pesquisa para a construção da dissertação de mestrado no
Programa de Pós-Graduação em Educação da UNEMAT, a partir das ex-
periências de formação e organização do Núcleo de Estudos e Praxiologias
da Universidade e do Mundo do Trabalho (Núcleo Unitrabalho). O tra-
balho associado é uma categoria importantíssima nos empreendimentos
econômicos solidários. Traduz formas de organização que promovem a
autonomia dos sujeitos e produzem saberes a partir das experiências nas
relações de trabalho. Tem como centralidade a cultura da organização do
trabalho coletivo, que constitui base na apropriação coletiva dos meios
de produção, na distribuição igualitária dos frutos do trabalho, gerando
cooperação, solidariedade, capacidade de deliberação e tomada de decisão
autogestionária, para que seja possível o efetivo exercício da democracia no
espaço de trabalho. A perspectiva teórica foi a epistemologia e o projeto
sócio-político da pesquisa-ação, processo articulado entre teoria e prática.
Utilizamos os procedimentos de análise documental, aplicação de ques-
tionário, rodas de conversa, e entrevista semiestruturada para coletar os
dados, que foram categorizados e analisados tendo como base a técnica da
análise temática de conteúdo. Foi levada em consideração a capacidade dos
sujeitos de se reinventarem no cotidiano de suas experiências, que resultam
na elaboração de suas práxis, interpretadas com o referencial de Thiollent
(2011), Fischer; Tiriba, (2009) e Freire (2015). Como resultado temos a
descrição e a análise da experiência de trabalho associado sendo desenvolvi-

1 Mestra em Educação – UNEMAT, souza.maria1@unemat.br


2 Prof. Dr. do Programa de Mestrado em Educação – UNEMAT, laudemirzart13@
yahoo.com.br
3 Mestranda em Educação – UNEMAT, valmstmt@gmail.com

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da por um grupo de sujeitos implicados/as que produzem, comercializam e


consomem produtos agroecológicos e artesanais, embasados nos princípios
da socioeconomia solidária no território de fronteira Brasil-Bolívia.
Palavras-chave: trabalho associado; consumo solidário; organização so-
cial; espaços pedagógicos.

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GT 9 - Direitos humanos,
descolonialidade e povos indígenas

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Estereótipos de gêneros reproduzidos


nas imagens dos livros didáticos de
matemática: discutindo intolerância,
preconceito e exclusão
Rivison Soares de Souza Lima1

Os livros didáticos continuam sendo um dos instrumentos mais


utilizados em sala de aula para o ensino de matemática, tornando-se, por-
tanto, fundamental na constituição das subjetividades dos estudantes.
Embora as recentes pesquisas mostrem a necessidade de exclusão do pre-
conceito de gênero presentes nos livros didáticos, o campo da matemática
indica resistência nesse sentido, reproduzindo estereótipos da família tradi-
cional, dos papeis de meninas e meninos, além da exclusão das sexualidades
dissidentes. Nesse estudo, objetiva-se compreender como os estereótipos
de gênero reproduzidos nas imagens dos livros didáticos de matemática,
promovem o preconceito, a intolerância e reforçam a exclusão. Como
suporte teórico baseia-se em estudos de gênero, sexualidade e educação, por
Guacira Lopes Louro, com contribuições importantes para os estudos de gê-
nero e apontamentos as representações de gênero nos livros didáticos. Outro
importante estudioso, que alicerça, dando suporte teórico é Alain Choppin,
que traz a história do livro didático até esse momento, bem como sua im-
portância e objetivos, dessa fermenta que assume status de poder em nossa
cultura. Por fim, mais uma contribuição importante ao suporte teórico são
os estudos de Andréia Cristina Rodrigues Trevissan e Eberson Paulo Trevisan,
referente a análise de imagens trazidas nos livros didáticos de matemática,
trazendo preocupações na representatividade da diversidade de marcadores
sociais nos livros analisados. Para tanto metodologicamente esse estudo tem
um cunho qualitativo e é fundamentado em uma pesquisa com os grupos
de alunos e com os de professores do ensino médio em uma escola de Vila
Velha/ES, onde será feita em dois momentos em ambos os grupos a aplicação
de um questionário, que permitirá a produção de dados importantes para a
compreensão desse tema. Propõe-se, ainda, como produto educacional, um
material que poderá ser em forma de um guia didático ou e-book ou outra
forma que venha atender às necessidades e expectativas apontadas pelos

1 IFES- Instituto Federal do Espirito Santo – EDUCIMAT - rivisonslima@hotmail.com

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participantes da pesquisa, oferecendo dessa forma, diferentes possibili-


dades de abordagem da temática em salas de aulas de matemática.
Palavras-chave: Estereótipos de gênero; Livros Didáticos; Ilustrações.

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Impactos da pandemia e mudanças na


cultura: notas de leituras de Ailton Krenak
Greyce Kelly de Souza1
Amanda dos Santos Vieira2
Alex Sander da Silva3
Karoline Cipriano dos Santos4

A democracia permite que todos possam ter voz e vez, pelo menos,
isso está garantido pelo nosso ideal de democracia, o que não quer dizer
que aconteça na prática. Mesmo diante de um regime democrático ainda
há quem tenha sua voz silenciada/ignorada. Os povos indígenas infeliz-
mente fazem parte das chamadas minorias. Por ser um artigo estruturado
durante o período pandêmico e de rígido durante o momento de isola-
mento, estamos preocupados com outras questões, compreender como os
outros povos foram afetados por esta passagem. Nesse caminho, buscamos
encontrar narrativas de povos locais sobre a experiência da pandemia. Des-
ta forma, trataremos aqui do que o autor Ailton Krenak nos fala, podemos,
enfim, ouvir o que um povo acostumado a ser muitas vezes silenciado têm
a nos dizer. Perpassando assim, pelo interesse em saber, não somente os im-
pactos da pandemia sobre esse povo, mas também algumas características
da vida, dialogando com seus costumes e culturas. Nossa proposta aqui é
caminhar junto com eles para longe das amarras eurocêntricas que buscam
silenciá-los e trabalhar para ecoar suas vozes. Trazendo também discussões
sobre como o consumo, as indústrias, a busca pelo lucro tem nos afasta-
do ainda mais da nossa humanidade, da nossa essência, perdemos nossas
noções de gosto, nossa liberdade de escolha e nossa individualidade. Nesse
caminho, escolhemos duas obras do escritor para analisar. Uma é um texto
escrito especialmente no período de quarentena, intitulado “O amanhã
não está à venda”. Já o outro é um “manifesto” do qual o título nos chamou
atenção: “Ideias para adiar o fim do mundo”. Fizemos a leitura conjunta
dos dois textos realizando notas de leitura. Nossos objetivos são identificar
pontos centrais discutidos pelo autor, perceber algumas características da

1 Universidade do Extremo Sul Catarinense - Amanda.s.vieira@hotmail.com


2 Universidade do Extremo Sul Catarinense - Amanda.s.vieira@hotmail.com
3 Universidade do Extremo Sul Catarinense - alexsanders@hotmail.com
4 Universidade do Extremo Sul Catarinense - kcs@unesc.net

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sua cultura, ouvir o que ele tem a nos dizer a respeito da experiência de
pandemia e dialogar com o mesmo, além de trazermos questões como o
consumismo, a colonialidade e seus efeitos, bem como dialogar também
sobre a modernidade.
Palavras-chave: Krenak; Indígenas; Pandemia; Consumo.

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Movimento Indígena Brasileiro: uma análise


sob a ótica de Guy Bajoit e Julian Venhulst
Celso Ricardo dos Santos Nascimento1
Ivan Osvaldo Calderon Arrueta Ribeiro2
Lorena de Sousa Ribeiro Calderon Arrueta3

Os povos indígenas do Brasil tiveram os seus direitos reconheci-


dos de forma clara na década de 1980, especialmente com a promulgação
da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que os garan-
tiu o reconhecimento de sua cultura e seus direitos – inalienáveis e indis-
poníveis – sobre a terra, sendo esses direitos garantidos e imprescritíveis.
No entanto, observa-se, que os movimentos indígenas vêm lutando por
direitos que na base constitucional já são garantidos, além das distorções
legais que grupos vêm apresentando no âmbito do legislativo e do judiciá-
rio, como a criminalização de seus movimentos. Como forma de fortalecer
essas lutas, as lideranças indígenas vêm se reunindo entorno de questões
importantes para a preservação de suas culturas, do meio ambiente, e da
ocupação de espaços políticos para defenderem os interesses de seus po-
vos, tanto em relação aos direitos teoricamente já conquistados, como ao
acesso a saúde a e educação. Nesse contexto, o trabalho tem como objetivo
compreender o movimento indígena sob o olhar de Guy Bajoit e Julien
Venhulst. Apresentando a constituição atual – de acordo com o censo de
2010 do IBGE – dos povos indígenas e suas lutas atuais. A metodologia
deste estudo consiste de revisão bibliográfica, para em seguida uma análise
do movimento indígena – por analogia com os princípios propostos por
Guy Bajoit e Julien Venhulst (2016) em um estudo sobre o movimento
estudantil chileno – quanto as forças, conquistas e fraquezas. Os resultados
preliminares sugerem que o movimento indígena se fundamenta inicial-
mente nas privações vividas por parte de suas comunidades, que poste-
riormente, ao serem trabalhadas se tornam frustrações que precisaram ser
resolvidas. E para resolução dessas frustrações, há a necessidade da ação
social, da mobilização, para que suas demandas sejam ouvidas e – nem
sempre – resolvidas, por meios de negociações intermediárias e finais, de

1 Unisinos. celsorsn@edu.unisinos
2 Unisinos. iaribeiro@edu.unisinos.br
3 Unisinos. arrueta@edu.unisinos.br

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acordo com a demanda desejada, para que conquistas – mesmo já sendo


garantidas constitucionalmente – como a própria questão territorial, sejam
alcançados. Observa-se, que essa mobilidade sociopolítico perpassa pela
constituição formal da organização, na qual o alinhamento de ideologias é
essencial para que o movimento atinja o seu objetivo.
Palavras-chave: Movimento Indígena

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O direito dos povos indígenas e a luta


pelo território no Brasil: a contribuição
da teoria crítica dos direitos humanos
Fernanda Ollé Xavier1

A pesquisa tem como tema o direito territorial dos povos indíge-


nas brasileiros, cujo objeto de análise centra-se na efetividade destes di-
reitos a partir de suas lutas por território no país pois, em que pese terem
quilate constitucional, a práxis estatal ainda está orientada pela Matriz Co-
lonial do Poder que, sob o paradigma eurocêntrico, curva-se aos ditames
da ONU, ou seja, totaliza o sujeito como ser “abstrato”, dissociado das
suas tradições ancestrais, costumes, cultura, etnia etc. Nessa esteira, o pro-
blema da pesquisa foi consubstanciado na seguinte indagação: o projeto
civilizatório brasileiro em sua ordem político-jurídica, conforme postulado
na Constituição Federal de 1988, é capaz de atender e garantir os direitos
territoriais dos povos indígenas, sobretudo os pleiteados em sede de lutas
sociais e movimentos pelo território? A partir deste problema, sustenta-se
que, no Brasil, as lutas dos povos indígenas pela garantia do território con-
trariam a lógica do Estado, que guarda a violência histórica da colonialida-
de do poder sobre os direitos das populações originárias, contrapostas ao
paradigma de que os direitos humanos devem servir como instrumentos
de pertencimento político e social do Estado e às perspectivas do Bem
Viver. Em face deste contexto, o estudo objetiva denunciar impossibilida-
des para a autodeterminação indígena no Brasil, elaborar um retrospecto
histórico das violências sofridas por estes povos no marco da modernidade,
e indicar horizontes epistemológicos como saídas para o impasse da auto-
determinação. Tal perspectiva teórica está afinada com a Teoria Crítica dos
Direitos Humanos - TCDH, especialmente a consolidada na Filosofia da
Libertação, e também com os princípios do Bem Viver, os quais consistem
em alternativas a embasar a construção de um novo constitucionalismo
brasileiro, fundado nos pilares da decolonialidade para os povos originá-
rios. Embora o Brasil tenha adotado uma concepção formal de cidadania
na atual Constituição Federal da República, inclusive quanto aos direitos
dos povos indígenas; seu reconhecimento e efetivação para a condução

1 Doutora em Política Social e Direitos Humanos pela Universidade Católica de Pelotas


- UCPEL, feolle@yahoo.com.br.

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das políticas públicas ainda estão lastreados por práticas de violência, do-
minação e exclusão coloniais, orquestradas em favor do capital. Quanto à
metodologia adotada, a pesquisa parte da abordagem qualitativa, mediante
a execução das fases bibliográfica e documental em fontes alinhadas à ma-
triz crítica dos direitos humanos. Como resultado da pesquisa, inferiu-se a
necessidade da refundação do Estado, a partir da instituição de um novo
constitucionalismo brasileiro calcado na decolonialidade e no pluralismo
jurídico. Constata-se que os direitos dos povos indígenas buscam alicerçar
outras bases epistêmicas e metodológicas, a exemplo da TCDH e do Bem
Viver frente à lógica do território.
Palavras-chave: povos indígenas; direitos territoriais; novo constituciona-
lismo latino-americano; Teoria Crítica dos Direitos Humanos; Bem Viver.

REFERÊNCIAS

ACOSTA, Alberto. O bem viver: uma oportunidade para imaginar outros


mundos. São Paulo: Autonomia Literária; Elefante, 2016.
DUSSEL, Enrique. Filosofia da libertação na América Latina. São Pau-
lo: Loyola, 1977.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América La-
tina. In. QUIJANO, Aníbal (org.). A colonialidade do saber: eu-
rocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americana. Bue-
nos Aires: CLACSO, 2005. p. 177-142. Disponível em: http://
biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/sur-sur/20100624103322/12_
Quijano.pdf Acesso em: 11 dez. 2021

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Os indígenas e o centenário da imigração


italiana no jornal O Pioneiro: “Imagens
de um século” (1973-1974)
Erick da Silva Porto1

Pensando que o jornal impresso é um dos importantes espaços


para a compreensão das discussões, percepções e preocupações de um dado
lugar em um período de tempo definido, a presente pesquisa objetiva ana-
lisar o discurso empregado para se referir aos povos indígenas no período
que compreende as comemorações do Centenário da Imigração Italiana
(1975), em um impresso da cidade de Caxias do Sul – RS. Ao pensarmos a
imprensa não apenas como mero reflexo da sociedade, mas sim como um
importante agente social que ora responde à sociedade e ora pauta discus-
sões para esta mesma, a pesquisa é fruto de um profundo incômodo em
relação aos discursos utilizados na atualidade que trazem os povos indíge-
nas como pauta. Discussões essas que se aprofundam e se avolumam desde
que o Marco Temporal voltou a se fazer presente na imprensa nacional e
que, intencionalmente ou não, deixam transparecer visões que, para além
de estereotipar os povos originários, os pensam ainda como selvagens e
contrários ao desenvolvimento do país. Neste ínterim, a análise da coluna
“Imagens de um século”, assinada por Mário Gardelin, que circulou no
Jornal O Pioneiro entre os anos de 1973 e 1974, e que se propunha a re-
lembrar esse período da chegada dos imigrantes italianos na região, pode
ser útil para pensar o que eram esses “índios” – retratados no jornal – ha-
bitantes deste espaço. De acordo com Dorneles (2011, p. 10), “o passado
constitui a matéria da qual os povos constroem suas identidades e proje-
tam suas expectativas de futuro” e neste sentido, a partir da Análise Crí-
tica de Discurso (FAIRCLOUGH, 2001; 1996; 1989), propomos refletir
sobre a construção feita desses personagens enquanto parte de um passado
contado no impresso e que faz parte da constituição identitária regional.
Ademais, percebemos que tão interessante quanto atentar para quem são
esses indígenas que são referidos – e às vezes apagados –, a partir da coluna
é possível levantar reflexões sobre quais marcas dessas construções ainda
permanecem na atualidade.

1 Universidade do Vale do Rio dos Sinos, esporto@ucs.br

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Palavras-chave: Povos indígenas; Imprensa; Análise Crítica de Discurso;


Imigração Italiana.

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GT 10 - Economia Popular e Solidária,


Educação Popular e Tecnologias Sociais:
saberes populares e conhecimentos
técnicos científicos como ingredientes
para as políticas públicas

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A Contabilidade na Economia
Solidária: uma revisão de literatura
Cíntia do Nascimento Silva1

A contabilidade tem sido predominantemente colocada como


uma ferramenta de apoio a decisões econômicas na perspectiva da Eco-
nomia de Mercado, com prerrogativas utilitaristas e de maximização do
lucro como medida de sucesso. A Economia Solidária (ES) e suas premissas
pautadas na solidariedade, cooperação, mutualismo e autogestão, colocam
em xeque as práticas contábeis dominantes, exigindo da área adaptações.
O papel da contabilidade para os Empreendimentos da ES inclui aspectos
de conformidade, especialmente para os casos formalizados, e a geração de
informações para a gestão quotidiana e de longo prazo dos empreendimen-
tos. No contexto autogestionário da ES, para que a participação democrá-
tica ocorra de fato, é necessária a compreensão das informações, inclusive
as contábeis, por todas e todos envolvidos. Considerando a relevância da
conexão entre as duas áreas, buscou-se mapear e compreender o estado da
arte da pesquisa contábil no campo da ES, bem como suas limitações e
possibilidades, para isso, uma Revisão Integrativa de Literatura (TORRA-
CO, 2005) foi realizada tendo como base nove artigos publicados em pe-
riódicos científicos entre 2010 e 2022, selecionados nas plataformas WoS,
Scopus, Scielo e Redalyc e analisados criticamente (GENDRON, 2018).
Como resultado desse processo, destaca-se o predomínio de estudos latino-
-americanos (7), especialmente colombianos (5), e da orientação positivis-
ta (3 artigos críticos). Os trabalhos positivistas adotam postura normativa,
avaliando as práticas contábeis dos empreendimentos da ES e prescreven-
do recomendações sob a lente dominante contábil, evocando literaturas,
termos e linguagem típicas do universo contábil financeiro, sem refletirem
sobre a pertinência dessa abordagem ao contexto da ES. Já os trabalhos de
cunho crítico, que concebem a contabilidade como uma construção social,
embricada em relações de poder e que, portanto, pode servir e ajudar a
fortalecer um determinado modelo ou grupo econômico, priorizando-o
em detrimento de outros, apresentam a contabilidade como um campo em
construção, com práticas que incorporam, em certa medida, o ferramental

1 Doutoranda do Programa de Contabilidade e Controladoria FEA-USP - nsilvacintia@


gmail.com

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contábil convencional, visto que esses empreendimentos transacionam em


um sistema hegemônico capitalista, mas que fundamentalmente incorpora
sentidos e saberes das práticas vivenciadas por quem faz a ES. O parco
volume de estudos encontrados para esta revisão sugere que no universo
das ciências contábeis o interesse pelo tema é recente e encontra-se em um
estado incipiente, indicando um campo de pesquisa potencial.
Palavras-chave: contabilidade; economia solidária, revisão integrativa de
literatura.

REFERÊNCIAS

GENDRON, Yves. On the elusive nature of critical (accounting) research.


Critical Perspectives on Accounting, v. 50, p. 1-12, 2018. Dis-
ponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.cpa.2017.11.001. Aces-
so em: 19 mar. 2014.
TORRACO, R. J. Writing Integrative Literature Reviews: Guidelines and
Examples. Human Resource Development Review, v. 4, n. 3,
p. 356-367, 2005. Disponível em: http://hrd.sagepub.com/cgi/
doi/10.1177/1534484305278283. Acesso em: 19 mar. 2014.

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A Cooperativa de Beneficiamento da
Agricultura Familiar de Feira de Santana
COOBAF/FS: análise jurídica sobre a
experiência de uma cooperativa popular
Sarah Cerqueira Azevedo1
Flavia Almeida Pita2

O modelo de trabalho cooperativado é uma das possibilidades,


regulamentadas pelo legislativo brasileiro, de abertura a diferentes formas
coletivas de realização do trabalho. No entanto, devido à verticalização ins-
titucional e legislativa imposta, o modelo cooperativista legislado, muito
constantemente, impede que grupos populares consigam exercer suas ati-
vidades nos moldes estipulados pelo Estado. No sentido apontado por Fals
Borda (1971), e por Pita (2020), a forma jurídica da cooperativa, diante da
realidade brasileira e, sobretudo, rural e nordestina, traz em si contradições
com as práticas e valores do trabalho coletivo autogestionário, salientando-
-se seus excessos burocráticos, hierarquização das relações internas, rigidez
das formas de organização e gestão, como sintomas de um “transcenden-
tal colonialismo intelectual”(FALS BORDA, 1971) que marca a políti-
ca cooperativista nas Américas. Partindo-se de tais pressupostos teóricos,
neste trabalho visa-se a compartilhar as atividades de acompanhamento e
assessoramento jurídico à Cooperativa de Beneficiamento da Agricultu-
ra Familiar de Feira de Santana COOBAF/FS, nos seus movimentos em
busca de trabalho e renda, atuando-se como ponte entre a linguagem, a
burocracia do Direito e a realidade da agricultura familiar no município de
Feira de Santana. Trata-se de plano de trabalho de iniciação extensionista,
vinculado à Incubadora de Iniciativas da Economia Popular e Solidária da
Universidade Estadual de Feira de Santana (IEPSUEFS), executado pela
primeira autora, sob a orientação da segunda, desde dezembro de 2021.
Para isso, contatos frequentes e atividades diversas (diálogos com a assesso-
ria contábil, rodas de conversa, atividades específicas de assessoria jurídica,
com ênfase na perspectiva interdisciplinar) são mantidos com o grupo, que

1 Estudante de graduação da Universidade Estadual de Feira de Santana, sarahcerqueira4@


gmail.com
2 Professora da Universidade Estadual de Feira de Santana, fpita@uefs.br

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sinaliza os embates e dificuldades postos com a dinâmica estatal-jurídica,


aos quais são oferecidas possíveis soluções, em diálogo com as estratégias
construídas a partir das resistências e saberes populares. Analisa-se, neste
passo, como o arcabouço jurídico dialoga com esta forma de trabalho,
sempre sob a ótica das formas de realização da economia popular e solidá-
ria. Nesse sentido, são verificadas as diversas incongruências entre o mode-
lo legislado e a realidade da cooperativa, bem como, os inúmeros entraves
que dificultam o acesso aos direitos mais básicos pelos/as trabalhadores/as
cooperativados/as.
Palavras-chave: Cooperativa; Agricultura-familiar; Economia Popular e
Solidária

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A experiência de formação política e


organizativa do grupo Famílias em Luta
por Moradia do centro antigo de Salvador
Christiane Bastos1
Luciana Silva Santos2

O direito à moradia, garantido como direito fundamental no ar-


tigo 6º da Constituição Federal e como direito humano na Declaração
Universal dos Direitos Humanos da ONU, tem sido sistematicamente
violado ao longo dos anos no Brasil. Dados provenientes do Observatório
da População de Rua da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
apontam que na Bahia, em 2021, 6.626 pessoas viviam nas ruas, sendo
4.259 no município de Salvador. O artigo apresenta relato de experiência
do processo de formação política e organizativa do Grupo Famílias em
Luta por Moradia, formado por setenta famílias com trajetória de rua que
vivem no centro antigo de Salvador, assistidas por oblatas do Mosteiro de
São Bento, que manifestaram o interesse em constituir uma cooperativa
de produção de tijolos para construção de suas próprias casas. A partir
da intencionalidade do grupo em constituir-se enquanto cooperativa, foi
solicitado o apoio de voluntários e quadros da Universidade do Estado da
Bahia (UNEB) para facilitação do processo de autoformação do grupo. A
proposta político-pedagógica da formação foi baseada epistemologicamen-
te na teoria da dialogicidade e na concepção de círculos de cultura de Pau-
lo Freire, relacionando os princípios da educação popular e da economia
popular e solidária aos pressupostos da democracia cooperativa e da pes-
quisa-ação. No processo de construção participativa do percurso formativo
com o grupo foi adotado o círculo de cultura enquanto espaço pedagógico
de formação, como uma estratégia metodológica que estimula o protago-
nismo e a criticidade no processo de aprendizagem e na comunicação. A
partir da pactuação com o grupo dos temas a serem abordados, da meto-
dologia e da periodicidade dos círculos, foram desenvolvidos um plano de
comunicação comunitária, a marca do grupo, e iniciado o planejamento
das ações para a estruturação do grupo para a constituição da cooperativa
de tijolos Maria e João de Barro, como o inédito-viável para fazer frente à
1 Mosteiro de São Bento, annemoraesbastos@gmail.com
2 Universidade Estadual de Feira de Santana, lss30br@gmail.com

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situação-limite de negação do direito humano à moradia digna e à segu-


rança alimentar.
Palavras-chave: Educação popular; Círculos de cultura; Democracia coo-
perativa; Economia solidária; Pesquisa-ação.

REFERÊNCIAS

THIOLLENT, Michel (org.). Pesquisa-ação e projeto cooperativo na


perspectiva de Henri Desroche. São Carlos, SP: EdUFSCar,
2006.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 50. ed. Rio de
Janeiro; São Paulo: Paz e Terra, 2021.
GAIO, Daniel; DINIZ, Ana Paula Santos. A população em situação de
rua e a questão da moradia. Belo Horizonte: Imprensa Universi-
tária da UFMG, 2021. Disponível em: https://www.bu.ufmg.br/
imagem/000026/000026ff.pdf. Acesso em: 8 ago. 2022.

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A luta das mulheres da Ilha de Deus


Jaqueline Marcos de Araujo1

O presente trabalho visa apresentar e analisar a história de resistência


popular da comunidade da Ilha de Deus, localizada na cidade do Recife. A
a Ilha de Deus está concentrada na maior reserva de manguezal urbano na
cidade do Recife e um dos maiores do Brasil. A ocupação é considerada um
caso representativo de resistência popular e conquista do direito à moradia.
Isso porque, apesar da existência de leis de proteção ambiental na área, o reco-
nhecimento da comunidade pesqueira pelo poder público fez com que fosse
concebida a garantia e permanência dos moradores no local. O principal ob-
jetivo deste trabalho é expor a luta da população local, que viveu durante anos
invisibilizada pelos órgãos públicos. Uma comunidade segregada em uma das
maiores capitais do Brasil, ao lado de bairros nobres da zona sul do Recife.
Cidade que passou por uma expansão urbana desenfreada, promovendo ver-
ticalizações e grandes intervenções urbanas, mas como resultado do sistema
capitalista, a cidade não enxergava a ilha, era apenas mais um local com uma
comunidade única periférica e carente, que até 2009 não possuía uma ponte
de concreto que conectasse à capital. A proposta aqui é promover debates que
possam trazer reflexões sobre a a luta popular por de melhorias para os resi-
dentes da ilha – segundo relatos, os primeiros pescadores ocuparam o local
desde os anos de1920. Foram as mulheres da ilha que lutaram por infraes-
trutura, garantia de posse das moradias e preservação do manguezal, meio de
sobrevivência de muitas das famílias residentes da área. Além de conservar o
ecossistema, são elas que introduziram na Ilha de Deus o turismo colabora-
tivo e a economia solidária, assim garantem a sobrevivência dos ocupantes
e a manutenção do manguezal, evidenciando o turismo consciente, onde é
necessário preservar uma dos maiores manguezais que o país possui.
Palavras-chave: Economia Colaborativa; Invisibilidade; Resistência popu-
lar; Turismo comunitário.

REFERÊNCIAS

GONZAGA, Vanessa. História da Ilha de Deus é contada pelas mulheres:


Comunidade reverteu índices de violência com políticas públicas

1 Doutoranda em Geografia Humana na Universidade de São Paulo - LABOPLAN/


FFLCH-USP - jaqueline.marcos@usp.br

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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de acesso a renda. Jornal Brasil de Fato, 9 jan. 2020. Disponível


em: https://www.brasildefatope.com.br/2020/01/09/historia-da-
ilha-de-deus-e-contada-pelas-mulheres.
CIDREIRA-NETO, Ivo Raposo Gonçalves; RODRIGUES, Gilberto
Gonçalves. Racismo Ambiental e a Pesca Artesanal: o caso da Ilha
de Deus, Pernambuco. GUAJÙ Revista Brasileira de Desenvol-
vimento Territorial Sustentável, v. 4, n. 2, p. 125-141, jul./dez.
2018.
SILVA, João Paulo. Turismo de base comunitária e produção do espaço
na Comunidade da Ilha de Deus, Recife-PE. Caderno Virtual de
Turismo. Dossiê temático Turismo, Natureza e Cultura: diálogos
interdisciplinares e políticas públicas. Rio de Janeiro, v. 18, n. 3,
p. 72-87, dez. 2018.

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A Tecnologia Social no processo de


desenvolvimento local: o caso dos
empreendimentos de Economia Solidária do
município de Santana do Livramento/RS
Christianne Teixeira Albuquerque
Sebastiao Ailton da Rosa Cerqueira Adão
Altacir Bunde

O presente trabalho tem como objetivo identificar o papel da Tec-


nologia Social desenvolvida pelos Empreendimentos de Economia Solidá-
ria no processo de desenvolvimento do município de Santana do Livramen-
to/RS. Justifica-se pela necessidade de se analisar como a Tecnologia Social
aplicada/desenvolvida pelos Empreendimentos Econômicos Solidários po-
dem contribuir para o desenvolvimento local. A leitura de diferentes auto-
res que bebem na fonte da Economia Solidária e da Tecnologia Social per-
mitiu o entendimento da importância destas para o desenvolvimento local.
Neste sentido, apresenta-se a Economia Solidária e os Empreendimentos
Econômicos Solidários do município, posteriormente. E, finaliza-se apon-
tando a importância da Economia Solidaria e Tecnologia Social para o
desenvolvimento local por meio do fortalecimento dos Empreendimentos
da Economia Solidária de Santana do Livramento/RS. Para atender os ob-
jetivos foram realizadas pesquisas bibliográficas, documentais, e de campo,
através de entrevistas semiestruturadas e observações participantes, visando
responder a seguinte indagação: Qual o papel da Tecnologia Social de-
senvolvida pelos Empreendimentos de Economia Solidária de Santana do
Livramento/RS no processo de desenvolvimento local? É constatado que
os Empreendimentos Solidários aplicam/desenvolvem Tecnologia Social,
e isso contribui com melhorias nas rotinas de trabalho com baixo custo,
agregação de valor de maneira sustentável, proporcionando inclusão eco-
nômica e social e, consequentemente, fomentando a geração de emprego e
renda. Portanto, os resultados demonstram a importância de se estimular
e fortalecer os Empreendimentos de Economia Solidária, pois através da
Tecnologia Social, contribuem para o desenvolvimento local.
Palavras-chave: Economia Solidária; Tecnologia Social; Desenvolvimento
Local.

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Além do visível: experiências das


mulheres na Incubadora de Economia
Popular e Solidária da Universidade
Estadual de Feira de Santana
Adrielly Ferreira Morais1

A presente pesquisa relaciona as experiências vivenciadas por mu-


lheres na Incubadora de Iniciativas da Economia Popular e Solidária da
Universidade Estadual de Feira de Santana (IEPS/UEFS), considerando o
patriarcado e o capital como fontes fundamentais de manutenção do poder
sobre as mulheres na sociedade. A Incubadora de Iniciativas da Economia
Popular e Solidária da Universidade Estadual de Feira de Santana atua
como projeto de extensão desde 2008 e figura como uma das principais
ações, a incubação de grupos de economia popular e solidária, o acom-
panhamento está inserido em um contexto de reorganização das relações
sociais e de trabalho. Observado o entrelace histórico entre a dominação
do capital e o senhorio do patriarcado é possível compreender o porqu a
luta pelo trabalho sempre esteve associada ao processo de emancipação
feminina. À luz de Singer (2001), este estudo traz a reflexão sobre a certeza
do fracasso de uma sociedade baseada no individualismo e na competição,
a solidariedade e as interações altruístas se tornam indispensáveis a repro-
dução de qualquer sociedade, na contramão dos interesses estabelecidos
pelo capital, a economia solidária toca estruturas para além das relações de
trabalho, há nuances mais profundas que por vezes passam despercebidas,
especialmente quando experienciadas por mulheres. Essa é a questão em
debate neste trabalho, identificar experiências para além da transformação
nas relações de trabalho vivenciada por mulheres dos grupos em processo
de incubação de empreendimento solidário nas cantinas do módulo I e
VII da IEPS/UEFS. Para tanto, a pesquisa qualitativa aplicada está orien-
tada metodologicamente pela análise do discurso, a partir da realização de
entrevistas com dez mulheres participantes do projeto cantina solidária da
UEFS, o estudo realizado identifica essas sutilezas vivenciadas que perpas-
sam por questões, sociais, políticas, familiares e diversas apropriações in-
dividuais ao logo deste percurso, as respostas obtidas reforçam a afirmação

1 Universidade Estadual de Feira de Santana. - adrymoraais04@gmail.com.

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de Matthaei (2010, p. 77) “A economia solidária apresenta um caminho


econômico que pode verdadeiramente libertar as mulheres e todas as pes-
soas”. Através da aplicação de entrevistas semi-estruturadas garante-se o
aprofundamento das respostas, possibilitando a captação de sentimentos
e experiências pouco contadas, ou muitas vezes de “importância menor”,
conforme palavras das participantes, atendendo assim ao objetivo central
do estudo. Os resultados obtidos demonstram uma posição combativa na
luta por direitos e igualdade, ressaltando que a participação das mulheres
definitivamente não se atém apenas a produção, trata-se de um mergulho
muito mais intenso, carregado, forte e pouco registrado, ponto este que
reforça a relação latente do poder do capital, ainda que as mulheres se insi-
ram em outros modos de fazer economia, a estrutura social tende a reduzir
seu processo de emancipação em dados de produção.
Palavras-chave: gênero; economia solidária; capital; trabalho feminino.

REFERÊNCIAS

INCUBADORA DE INICIATIVAS DA ECONOMIA POPULAR


E SOLIDÁRIA (IEPS). Disponível em: http://incubadorauefs.
blogspot.com/p/cantina.html. Acesso em: 4 ago. 2022.
MATTHAEI, Julie. Más allá del hombre económico: Crisis Económica,
Economía Feminista, y la Economía Solidaria. Cayapa. Revista
Venezolana de Economía Social, Mérida, Venezuela, v. 10, n. 19,
p. 65-80, jan./jun. 2010.
SINGER, Paul. Economia Solidária versus Economia Capitalista. Revista
Sociedade e Estado, v. 16, p. 100-112, 2001.

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Beneficiários da Política Pública


do PNAE e Agricultura Familiar -
Dificuldades, Problemas e Estratégias
de luta em Cruz das Almas-BA
Roberto Bispo dos Santos Neto1
Gesner Brehemer de Araújo Silva2
José Raimundo Oliveira Lima3

O Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE é um pro-


grama financiado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação,
que visa primordialmente fornecer alimentos com qualidade nutricional
para estudantes da rede pública nacional, sendo também política  de for-
talecimento da  Agricultura Familiar, associativismo e cooperativismo, re-
gido pela Lei no 11.947, de 16 de junho de 2009, que determina que no
mínimo 30 % do valor repassado deve ser investido na compra direta de
produtos da agricultura familiar, o que potencializa a produção desta cate-
goria social. O presente trabalho foi uma pesquisa qualitativa, tendo como
objetivo avaliar os beneficiários do PNAE, suas dificuldades, problemas e
estratégias de luta em Cruz das Almas. Para um avanço, uma compreensão
teórica do PNAE como uma política pública muito relevante no Brasil tor-
na-se necessário compreender o que melhor define e caracteriza a expressão
“política pública”, um conjunto de decisões públicas, de equilíbrio social,
numa perspectiva mais operacional. Foi realizado seguindo um recorte
temporal de participação, entre os anos de 2014 até 2019, dividido em
duas categorias: formais e informais, com base nas chamadas públicas, cor-
respondendo aos seguintes beneficiários formais:1) Associações - (A, B, C),

1 Graduando em Agronomia pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)


- robertoagro1@hotmail.com; robertobsn1@gmail.com
2 Doutorando em Economia pela Universidade Federal da Bahia. Mestre em Desenvolvi-
mento Territorial pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Graduado em
Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Feira de Santana - gesnerbrehmer@
hotmail.com
3 Doutor em Educação e Contemporaneidade pela Universidade do Estado da Bahia
(UNEB). Mestre em Gestão Integrada de Organizações pela Universidade do Estado
da Bahia (UNEB). Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de
Feira de Santana (UEFS) - zeraimundo@uefs.br

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num total de 3 (três). Já os beneficiários informais foram 3 (três) pessoas


com metodologia de aplicação de entrevistas semiestruturadas em Grupo
Focal, Individual e análise documental junto aos membros das associações
e agricultores. A pesquisa promoveu a identificação dos agricultores quan-
to à compreensão, contribuições e as proposições para o aprimoramento
do PNAE enquanto política pública de desenvolvimento rural, da agricul-
tura familiar, aliando desenvolvimento econômico, sustentabilidade, am-
pliando e qualificando ainda mais a participação formal e informal. Assim,
com base nas entrevistas semiestruturadas dos grupos formais e informais,
os beneficiários indicaram as necessárias e urgentes ações, como um traba-
lho conjunto entre órgãos de ATER, secretaria de educação, secretaria de
agricultura e meio ambiente, de modo a ampliar a participação no PNAE.
Palavras-chave: Política pública; Agricultura Familiar; Desenvolvimento
Rural.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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Comunicação e divulgação nas redes sociais


dos instrumentos utilizados nas ações da
Incubadora de Iniciativas de Economia
Popular e Solidária da Universidade Estadual
de Feira de Santana (IEPS-UEFS)
Jeferson Araujo Oliveira1
José Raimundo Oliveira Lima2

O resumo que se segue traz em perspectiva o trabalho de extensão


realizado sobre comunicação e divulgação nas redes sociais dos instrumen-
tos utilizados nas ações da Incubadora de Iniciativas de Economia Popular
e Solidária da Universidade Estadual de Feira de Santana (IEPS-UEFS).
A despeito dos objetivos traçados pelo plano, tem-se a criação de
uma identidade visual nas redes sociais da Incubadora de Iniciativas Po-
pular e Solidária da UEFS, com a elaboração de cronograma de postagens
através de um calendário, a criação de modelos padronizados com as cores
do grupo de acordo a temática e a criação do canal de podcasts da IEPS e o
assessoramento dos grupos que a IEPS-UEFS desenvolve seus projetos na
organização das suas redes socias, a exemplo da Feira de Saberes e Sabores
da UEFS.
De acordo com Paul Singer (2002, p. 9), o princípio básico do
sistema de cooperativa de produção é a “participação efetiva e solidária de
todos os membros. Todos possuem o direito de voto em todas as decisões.
Não deve haver competição, todos ganham a mesma parcela do capital”.
Isso significa que os elos horizontais entre seus membros são frutos das
construção coletiva, onde todos os integrantes desempenham funções re-
levantes na organização.
Na tentativa de desvincular a imagem de não se preocupar com
bem público e com as causas sociais, onde parecem claros os princípios
sociais de parte do setor empresarial, sob os quais parecem refletir apenas
“uma nova modalidade do capital, para incrementar sua lucratividade e
encobrir a lógica perversa do mercado” (BEGHIN, 2005, p. 10), cada vez
1 Graduando em Ciências Econômicas na Universidade Estadual de Feira de Santana -
jefersonaraujo299@gmail.com
2 zeraimundo@uefs.br

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mais usam do Marketing Social para moldar uma abordagem de maior


preocupação com a coletividade.
Para a concretização dos objetivos, a metodologia executada deve
levar em consideração a singularidade do caráter de um projeto extensio-
nista de economia popular e solidária. Houve a criação de uma agenda de
postagens regulares no Instagram e a organização de modelos de postagens,
onde são usados alguns intrumentos de montagem desses layouts padroni-
zados, como o Canva, bem como a edição de vídeos temáticos, gravações
de entrevistas para ser lançados no canal de podcasts, bem como atender as
demandas especificas dos grupos associados.
Como resultados atendeu-se a uma rede que conta com um públi-
co direto de 101 pessoas, entre membros da IEPS e o “público de trabalho
da IEPS-UEFS”. Foram elaborados mais de duas dezenas de postagens em
imagens e vídeos, bem como a criação de um canal de podcasts voltado
a entrevistas com participantes do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre
Economia Popular e Solidária e Desenvolvimento Local (GEPODESL),
em que são discutidos textos teóricos referentes a IEPS, bem como outros
trabalhos de suporte nas demandas da IEPS.

Referências

SINGER, Paul. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Perseu


Abramo, 2002
BEGHIN, N. A Filantropia Empresarial. Nem caridade, nem direito.
São Paulo: Cortez, 2005.

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Das trocas solidárias à educação alimentar


quilombola: o caso do Quilombo Candeal II
Daiane da Fonseca Pereira1
Josinete Alves Fonseca2

Ao longo da História, é possível constatar o quanto mulheres têm


construído estratégias para combater as desigualdades que lhes foram im-
postas pelo patriarcado. Como sujeitos ativos, criam alternativas para lutar
contra opressões (HOOKS, 2019). No Quilombo Candeal II, comunida-
de situada em Feira de Santana, interior da Bahia, não tem sido diferente,
aqui, as ‘Marias’ ocupam lugar central nas relações comunitárias e familia-
res. A partir de projetos sociais que tem investido na promoção da auto-
nomia feminina, práticas solidárias que remontam de seus ancestrais estão
sendo reavivadas levando a essas mulheres se (re)construírem e impactando
nos modos de ser, saber, fazer e existir do Quilombo. Por tal, almejamos
discutir o papel das trocas solidárias na educação alimentar das famílias do
Quilombo Candeal II, questionando se este processo reflete na merenda
escolar ofertada na unidade de ensino da comunidade. A alimentação é
uma parte da identidade social de um povo (BRAGA, 2004), por isso a
urgência em escolas de comunidades quilombolas pautarem seu cardápio
a partir da identidade local do povo, uma vez que os hábitos alimentares
contribuirão para o desenvolvimento da criança, conforme estabelecido no
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) específico para qui-
lombolas, o PNAQN (BRASIL, 2009). Por meio das ‘Marias’, Quilom-
bo Candeal II, tem investido em uma alimentação pautada em alimentos
agroecológicos como frutas, tubérculos e raízes, principalmente a mandio-
ca e seus derivados, segundo o calendário sazonal. A partir da observação
participante das Feiras que acontecem mensalmente na comunidade, e da
análise do cardápio da unidade escolar, almejamos contribuir para que o
PNAQN seja efetivado em nosso Quilombo, afinal a escola não pode mais
permanecer atuando como se todos os alunos fossem iguais, reproduzindo
um ideal abstrato de sujeito que não condiz com a realidade das crianças. A
análise das observações, sinaliza que os círculos de trocas têm possibilitado
1 Doutoranda em Educação, Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, daiane.
pereira@estudante.ufscar.br
2 Graduanda em Agronomia, Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, alvesjosi
nete05@gmail.com

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a redescoberta das relações de escambo que tem por essência o comparti-


lhar. Como resultado, estamos recuperando formas de lidar com o alimen-
to e de produzi-los, investindo na produção agroecológica e no consumo
consciente, mas esta realidade ainda não está refletida no ambiente escolar.
Palavras-chave: Trocas solidárias; Agroecologia; Alimentação escolar;
Quilombo.

REFERÊNCIAS

BRAGA, V. Cultura alimentar: contribuições da antropologia da alimen-


tação. Saúde em Revista, n. 6, v. 13, p. 37-44, 2004.
BRASIL 2009. Lei n.º 11.947, de 16 de junho de 2009. Dispõe sobre o
atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Di-
reto na Escola aos alunos da educação básica. Diário Oficial da
União, 17 jun. 2009.
HOOKS, bell. Olhares Negros: pensar como feminista, pensar como ne-
gra. São Paulo: Elefante, 2019

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Economia popular e solidária enquanto


outra economia: uma reflexão sobre alguns
elementos históricos que fazem sentido
Jaqueline de Souza Oliveira1

O presente trabalho tem como objetivo discutir a economia po-


pular e solidária num contexto de uma outra economia, ainda que recente
em sua definição, mas cuja influência e idealização se iniciaram desde o
período da Revolução Industrial através do movimento cooperativista por
meio de autores revolucionários à sua época e foi estruturada no século
XXI sendo conceituada pelos diferentes pontos de vista de autores latino-
-americanos, portanto será realizada uma revisão e levantado pontos de
reflexão ao longo dessa evolução histórica de modo a evidenciar o seu real
sentido aos dias atuais.

1 jack.oliver1213@gmail.com

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Educação Popular e meio ambiente:


uma tessitura das trocas de saberes
no Parque das Dunas
Simone Lima Cunha Pinto1
Eduardo José Fernandes Nunes2

Há uma incompatibilidade humana quando se trata de preserva-


ção ambiental quando se age em contraposição homem/natureza, visto que
alguns acham que preservar é se afastar. Isso arremete à Educação Tradicio-
nal, que consiste na observação e não na manipulação, ou seja, o pesquisa-
dor como espectador do objeto intocável. Assim, essa pesquisa tem como
objetivo geral: compreender a Educação Popular no contexto ambiental
com práticas relacionadas ao território com seu entorno, buscando com-
preender como se estabelece a preservação da cultura e do meio ambiente
no Parque das Dunas na cidade de Salvador. Esse artigo tem abordagem
de natureza qualitativa, foi escolhido como método de pesquisa o Relato
de experiência, com a descrição dos fatos observados em 2019 no Parque
das Dunas, no ano de 2019. A pesquisa foi realizada com a observação do
pesquisador não participante, atentando aos fenômenos para saber como
ocorrem, através de diário de campo. Para essa pesquisa foram estabele-
cidas três categorias: (I) Educação Popular, (II) Psicologia e Meio Am-
biente. Com as narrativas históricas contadas pelos próprios moradores,
essas práticas ajudam a educar, mantendo as memórias vivas e os vínculos
consolidados. Esse regate possibilita a produção de novos repertórios para
se criar estratégias através dos diálogos a fim de promover a consciência e
a humanização diante dos problemas socioambientais (FÁVERO, 1983;
FREIRE, 2017). Com a participação afetiva da comunidade, criam-se vín-
culos solidários que fortalecem as lutas contra os descasos governamentais
com relação ao meio ambiente. O Parque Municipal das Dunas foi inau-
gurado em 1994. Ele encontra-se em uma reserva com aproximadamente
seis milhões de metros quadrados, com sede situada na Rua José Augusto
Tourinho Dantas, 1001, na Praia do Flamengo, em Salvador-Bahia. (PAR-
QUE DAS DUNAS, 2014). A Educação Popular está relacionada ao meio

1 Aluna especial do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade da


Universidade do Estado da Bahia.
2 Professor da Universidade do Estado da Bahia.

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ambiente, assim como outros contextos sociais por se tratar de uma moda-
lidade que valoriza os saberes e, quando se trata dos prejuízos ambientais, a
população precisa mais do que nunca se integrar às lutas dos movimentos
sociais para defender não só o que faz parte do território e do seu entorno,
como também do maior patrimônio que é a cultura de um povo. Haveria
uma grande diferença nas vivências e experiências dos visitantes, caso o
método utilizado fosse o da Educação Popular, pois, ao utilizá-lo, o pro-
fessor libertaria com práxis dialógica e reflexiva, levando os estudantes a
desenvolverem atitudes de reflexão, haja vista que seu espaço de pesquisa é
seu próprio território e sua própria cultura. Como instrumento de emanci-
pação e construção coletiva, a Educação Popular se estabelece na força dos
movimentos sociais na busca por direitos de implementação de políticas
das classes que vivem na vulnerabilidade e também na preservação da cul-
tura e dos territórios onde vivem.
Palavras-chave: Educação Popular; Meio Ambiente; Psicologia Ambiental.

REFERÊNCIAS

FÁVERO, O. (org.). Cultura popular, educação popular: memória dos


anos 60. Rio de Janeiro: Graal, 1983.
FREIRE, P. Extensão ou comunicação. 18. ed. Rio de Janeiro: Paz e Ter-
ra, 2017.
PARQUE DAS DUNAS. Disponível em: https://parquedasdunassalva
dor.com.br/ba/. Acesso em: 21 jul. 2022.

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GT de Comunicação da Luta: uma


experiência de construção coletiva
em busca do direito à palavra
Sara Soares Costa1
Edineide Ribeiro Santos2
Wallace Silva dos Santos3
Gesiele Nadine de Moura Barbosa4

A cidade de Feira de Santana, na Bahia, tem sido palco de uma


disputa de território entre feirantes, ambulantes e camelôs, que traba-
lham nas ruas centrais daquela cidade; e, de outro lado, o poder executivo
municipal, que busca reorganizar o Centro da Cidade e expulsar aque-
les trabalhadores. Nesta disputa, a prefeitura desconsidera a importância
econômica do trabalho desenvolvido por aqueles sujeitos e a vinculação
histórica e cultural de Feira de Santana com a feira livre. Esta, por sua
vez, marca o surgimento do município e, ressignificada, permanece viva
por meio do trabalho desenvolvido por aqueles que atuam no Centro de
Feira de Santana. A disputa ganhou novos contornos, nos últimos anos,
marcando o surgimento de três importantes movimentos populares de luta
no cenário local: o “Coletivo de Trabalhadores em Defesa do Trabalho no
Centro da Cidade”, o movimento “A feira da Marechal é Patrimônio” e a
luta dos Camelôs, expulsos do Centro e realocados no Shopping Popular,
através da Associação em Defesa dos Empreendedores e Camelôs do Cen-
tro Comercial Popular (ADECAM). Todo este processo de luta é marcado
pelas disputas de narrativas construídas pela prefeitura e algumas elites,
através da mídia convencional local, que serviam para reforçar a necessi-
dade de requalificar o Centro, expulsando os trabalhadores e suas formas
de vida. Neste contexto, o Grupo de Trabalho (GT) de Comunicação da
Luta surge a partir de uma demanda daqueles trabalhadores por dizerem a
sua palavra de resistência e indignação contra as opressões experimentadas.
Nasce, prioritariamente, da necessidade de que a história fosse contada

1 Universidade do Estado da Bahia - sara.costa.mamona@gmail.com


2 Movimento “A feira da Marechal é Patrimônio” - edneidesantosribeiro@gmail.
com
3 Universidade Estadual de Feira de Santana - bio.wallacesilva@gmail.com
4 Universidade Estadual de Feira de Santana - gesiele55@gmail.com

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sob a perspectiva dos trabalhadores, numa outra forma de ver e perceber


as situações, agora, do ponto de vista de quem experimenta uma existência
de sobrevivência e luta por direitos no Centro da maior cidade do interior
da Bahia. Assim, o objetivo desta comunicação é apresentar a experiência
construída coletivamente por trabalhadores feirantes, ambulantes, camelôs
e apoiadores, no âmbito do GT de Comunicação da Luta, enquanto estra-
tégia de Comunicação Popular (PERUZZO, 2009; 2013), sustentada teo-
ricamente na Educação Popular e nas contribuições de Paulo Freire (1996;
1987). A metodologia deste trabalho priorizou a pesquisa bibliográfica,
estabelecendo um diálogo entre os autores deste trabalho, participantes do
GT, na perspectiva de sistematização desta experiência, com base nos cons-
trutos de Oscar Jara (2006), ao apresentar algumas ações, empreendidas no
GT, as percepções e relações entre os diferentes participantes que intervêm
neste processo e que, ao mesmo tempo, elaboram este trabalho acadêmico.
Os resultados observados, até este momento, apontam na direção de uma
construção firmada nas singularidades, no trabalho colaborativo e na pers-
pectiva de possibilitar uma comunicação nascida e gestada pelos sujeitos
em movimentos de resistência contra as opressões vividas.
Palavras-chave: Comunicação Popular; Educação Popular; feira livre; Fei-
ra de Santana; GT de Comunicação da Luta.

REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e


Terra, 1987.
HOLLIDAY, Oscar Jara. Para sistematizar experiências. Tradução Maria
Viviana V. Resende. 2. ed. Brasília: MMA, 2006. 128 p.
PERUZZO, Cicília M. Krohling. Comunicação nos movimentos sociais:
o exercício de uma nova perspectiva de direitos humanos. Con-
temporânea: Revista de Comunicação e Cultura, v. 11, n. 1, p.
138-158, jan./abr. 2013. Disponível em: https://periodicos.ufba.
br/index.php/contemporaneaposcom/article/view/6980. Acesso
em: 17 maio 2022.

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Hetero e autogestão
Márcia Moreira de Jesus1

Este trabalho tem como objetivo debater a relação entre os temas


autogestão e heterogestão em cooperativas populares. A ideia é definir e
analisar os desafios à autogestão em cooperativas populares. Partimos do
princípio de que a heterogestão (gestão hierarquizada de diversos ou dis-
tintos) é o sistema principal de método do trabalho na sociedade capitalis-
ta. Por outro lado, a autogestão seria uma nova gestão e, por isso, indicaria
desafios na sua execução. Cooperativas populares são consideradas como
segmentos da Economia Solidária constituídas por atividades autogestio-
nários que dispuseram seu início a partir de movimentação financeira de
instituições capitalistas tradicionais, onde os colaboradores assumiram o
comando dos meios e do sistema de trabalho. Foram analisadas condições
como as relações de poder existentes, as formas de controle acerca do tra-
balho, a gestão democrática e as mudanças realizadas após o sistema de re-
cuperação a partir da sustentação em referências da área. Além disso foram
feitas visitas, reuniões, observações e consulta com formulários de pesquisa
para obtenção de dados e informações complementares junto aos gestores e
cooperados comuns. O texto apresentado mostra como resultado o proces-
so de democracia interna e da administração do trabalho em cooperativas
populares enquanto associadas à discussão teórica em relação à gestão de
cooperativas no cotidiano das suas práticas e atividades diversas. As con-
clusões demonstram a presença do paradoxo autogestão e heterogestão,
sobretudo nas práticas de gestão relacionadas à instituição das instâncias de
tomada de decisão, trabalho democrático e remuneração do trabalho reali-
zado, expondo mudanças segundo a satisfação com a qualidade de vida no
trabalho segundo padrões autogestionários e heterogestionários.
Palavras-chave: Cooperativismo; Gestão; Autogestão; Heterogestão.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, M. C. Autogestão, Economia Solidária e Cooperativis-


mo: uma análise da experiência política da Associação Nacional de
Trabalhadores e Empresas de Autogestão. 2012. 119 f. Disserta-
ção (Mestrado em Serviço Social) – Programa de Pós-Graduação

1 Universidade Estadual de Feira de Santana.

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em Serviço Social – Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de


Fora, MG, 2012.
CORNELIAN, Anderson Ricardo. A concepção de economia solidá-
ria em Paul Singer: descompassos, contradições e perspectivas.
2006. 99 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) - Faculdade de
Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, SP,
2006.
FARIA, M. S.; CUNHA, G. C. Autogestão e Economia Solidária: O desa-
fio das Fábricas Recuperadas no Brasil. V Encontro Nacional de
Pesquisadores em Gestão Social. Florianópolis/SC, 2011

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Incubadora de Empreendimentos
Econômicos Solidários (EES) na
Fronteira da Paz, Santana do Livramento/
RS: analisando o retorno às atividades
presenciais pós-Covid 19
Altacir Bunde1
Cassiane da Costa2
Matheus Braz Horstmann3
Laura Estela dos Santos Cardozo4
Aymara Oliveira de Jesus5

Após o retorno às atividades presenciais, pós-pandemia Covid-19,


a Incubadora de Empreendimentos Econômicos Solidários da “Frontei-
ra da Paz” realizou uma série de atividades de incubação, atuando jun-

1 Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Católica de Pelotas


(UCPel); Mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Goiás (UFG), cam-
pus de Catalão; doutorado em Geografia pelo Instituto de Estudos Socioambientais
(IESA), da Universidade Federal de Goiás (UFG); professor de Economia Brasileira do
curso de Ciências Econômicas e de Relações Internacionais, da Universidade Federal
do Pampa (Unipampa), campus de Santana do Livramento /RS. E-mail: altacirbunde@
unipampa.edu.br
2 Tecnóloga em Agropecuária pela UERGS, Mestre em Extensão Rural pela UFSM e
Doutora em Extensão Rural pela UFSM com Estágio na UNED Madrid. Atualmente,
é Professora Adjunta em Desenvolvimento Rural na UERGS, Unidade Santana do
Livramento/RS. E-mail: cassiane-costa@uergs.edu.br
3 Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Pampa, cam-
pus Santana do Livramento/RS (UNIPAMPA); Especialização em Sociologia pela Uni-
versidade Federal de Rio Grande (FURG). Atualmente, é tutor do Projeto de Extensão
Incubação de Empreendimentos Econômicos Solidários (IEES) em Santana do Livra-
mento/RS. E-mail: matheusbraz.h@gmail.com
4 Possui graduação em Administração pela Universidade Federal do Pampa, campus San-
tana do Livramento/RS (UNIPAMPA). Atualmente, é tutora do Projeto de Extensão
Incubação de Empreendimentos Econômicos Solidários (IEES) em Santana do Livra-
mento. E-mail: lauraestela213@gmail.com
5 Graduanda do curso de Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Pampa
(UNIPAMPA), campus Santana do Livramento. Atualmente, é bolsista do Projeto de
Extensão Incubação de Empreendimentos Econômicos Solidários (IEES) em Santana
do Livramento/RS.

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to à Casa de Economia Solidária e a vários EES no município. Criada


em 2015, ela é fruto de uma parceria entre as instituições de ensino Uni-
versidade Federal do Pampa (Unipampa), Universidade Estadual do Rio
Grande do Sul (Uergs) e Instituto Federal Sul Rio-Grandense (IFSul), que
possuem campus em Santana do Livramento/RS. Assim, a partir de no-
vembro de 2021 e durante o ano de 2022, destacam-se, especialmente,
as atividades de: construção do projeto e capacitação para a negociação
da implementação de um plano de coleta seletiva e solidária na cidade de
Santana do Livramento junto à Associação dos Catadores Novo Horizonte
(ACNH); apoio à Casa da Economia Solidária e aos empreendimentos
que fazem parte desta, ressaltando-se, dentre as atividades desenvolvidas,
um curso completo visando à criação de uma cooperativa de mulheres
cuidadoras de idosos e prestadora de serviços de limpeza; implantação de
hortas comunitárias junto da Associações de Mães, beneficiando regiões
da cidade em situação de vulnerabilidade socioeconômica; implantação
de uma agroindústria de mulheres no Assentamento de Reforma Agrária
Cerro do Munhoz; apoio à Comunidade Quilombola Ibicuí da Armada;
acompanhamento de dois empreendimentos no município de Dom Pe-
drito; acompanhamento na implantação de uma feira da agricultura fami-
liar em São Gabriel. Isso posto, esta pesquisa tem por objetivo descrever
as atividades desenvolvidas pela Incubadora de Empreendimentos Eco-
nômicos Solidários (EES) na Fronteira da Paz, Santana do Livramento/
RS. Utilizou-se como fonte de pesquisa os relatórios das atividades, bem
como os relatos das experiências dos participantes. Assim, partindo-se de
uma metodologia participativa, apresentam-se as atividades que foram de-
senvolvidas pela Incubadora. Cabe destacar que tais atividades contaram
com o apoio financeiro de emenda parlamentar aprovada, disponibilizada
pela deputada federal Fernanda Melchionna – Psol/RS. Como resultado,
identifica-se que as atividades desenvolvidas pela Incubadora contribuíram
para a inclusão socioeconômica dos/as sujeitos invisibilizados/as na nossa
sociedade.
Palavras-chave: Santana do Livramento-RS; Incubadora de Economia So-
lidária; incubação; autogestão.

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Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas


Populares: contribuições frente o processo
de integralização da extensão universitária
Terena Souza da Silva Koglin1
Aline Mendonça dos Santos2

O Plano Nacional de Educação (PNE) 2001-2010 (BRASIL,


2001), propôs um avanço ao prever pela primeira vez a curricularização
da extensão e a Política Nacional de Extensão Universitária, publicada em
2012, assim como o PNE 2014-2024 (BRASIL, 2014), contribuem com
a consolidação do conceito de Extensão, suas diretrizes e seu delineamento
como componente curricular (FORPROEX, 2012, 2022). A indissocia-
bilidade entre ensino, pesquisa e extensão é um direito constitucional dos
estudantes, dos docentes, técnicos e comunidade, portanto Integralizar a
Extensão é uma forma de garantir esse direito. Integralizar a extensão sig-
nifica incorporar atividades de extensão às matrizes curriculares dos cursos
de graduação, criando a expectativa de que todos os estudantes vivenciem
essa experiência e que as universidades ampliem sua forma de relação com
a sociedade. Entretanto, o processo é responsabilidade de cada instituição
e não há um consenso sobre de que forma isso deve ocorrer, como deve ser
implementado e que visão de extensão irá nortear o processo. A realidade
e a cultura da população, público-alvo das ações de extensão, não devem
ser ignoradas, a universidade precisa saber observar, escutar e aprender para
que, em conjunto com a comunidade, possa trabalhar na construção de
um novo saber (FREIRE, 2006). Neste sentido, ações de extensão em
economia solidária e as incubadoras universitárias parecem desempenhar
um papel estratégico e necessário frente ao processo de Integralização. Este
trabalho busca refletir sobre as contribuições do processo de Integralização
da Extensão Universitária a partir de elementos identificados em uma pes-
quisa de doutorado. A pesquisa, um estudo multicaso em três Universida-
des Públicas Federais do Rio Grande do Sul, incluiu três Incubadoras Tec-
nológicas de Cooperativas Populares. Utilizou-se para a pesquisa de campo
entrevista semiestruturada e observação. Os principais resultados apontam
que a participação discente nas ações extensionistas em economia solidária
1 terena.te@gmail.com
2 aline.santos@ucpel.edu.br

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

contribui significativamente para uma formação profissional e humana,


ancorada na prática e no pensamento crítico, identificou-se o reconheci-
mento de outros saberes, a construção coletiva de novos conhecimentos e
o sentimento de pertencimento por parte da comunidade externa. A partir
de ações de extensão desenvolvidas em três Incubadoras Tecnológicas de
Cooperativas Populares, foi possível identificar que a formação profissional
ganha um novo significado quando, durante o processo e a trajetória na
academia, o estudante tem a oportunidade de vivenciar projetos e progra-
mas de extensão que têm como pressuposto o compromisso da universida-
de com a comunidade e que possibilitam o processo de formação a partir
de outros saberes, aqueles que a vida e a experiência proporcionam. Para
os discentes que integraram a pesquisa, a participação em ações de exten-
são em economia solidária foi fundamental para o processo de formação
acadêmica, mas igualmente para sua construção enquanto seres humanos.
Palavras-chave: Integralização da Extensão; Formação acadêmica; Incuba-
doras Tecnológicas de Cooperativas Populares.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei 010172 de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacio-


nal de Educação e dá outras providências. Disponível em: http://
portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/L10172.pdf. Acesso em: 10 set.
2018.
FORPROEX. Política Nacional de Extensão Universitária. Brasília,
2012. Disponível em: http://www.renex.org.br/documentos/.
Acesso em: 28 jul. 2018.
FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 13. ed. São Paulo: Paz e
Terra, 2006.

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Interface com movimentos e frentes de luta:


a experiência da Incubadora de Tecnologias
Sociais do Observatório de Territórios
Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina
Sidélia Luíza de Paula Silva1

A Incubadora de Tecnologias Sociais do Observatório de Territó-


rios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (ITS/OTSS) conta atualmente
com quatro frentes de atuação: agroecologia, saneamento ecológico, turis-
mo de base comunitária e pesca artesanal. Todas essas frentes de atuação
têm interface direta com as frentes de luta do Fórum de Comunidades
Tradicionais de Angra dos Reis/RJ, Paraty/RJ e Ubatuba/SP (FCT). As
reflexões e avanços da ITS/OTSS só foi possível com esse diálogo e inte-
ração direta, que envolve comunitários, atores institucionais, movimentos,
universidades e técnicos, a partir da abordagem de territórios sustentáveis
e saudáveis (TSS) resultando na ecologia de saberes e em práticas contra
hegemônicas e capilarizadas no território. Após análise de algumas expe-
riências de atuação de outras incubadoras foi possível estruturar os objeti-
vos e metodologias, além dos limites e possibilidades de incidência. Nesse
texto expomos o percurso metodológico que possibilitou a estruturação e
os desafios.
Palavra-chave: incubadora; ecologia de saberes; territórios sustentáveis e
saudáveis; comunidades tradicionais.

1 Pesquisadora Junior na Fiocruz no Programa Observatório de Territórios Sustentáveis


e Saudáveis da Bocaina - sidelialuiza@gmail.com

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O Ensino do empreendedorismo
social e solidário, sob a ótica das novas
DCNs dos cursos de negócios
Lorena de Sousa Ribeiro Calderon Arrueta1
Celso Ricardo dos Santos Nascimento2
Ivan Osvaldo Calderon Arrueta Ribeiro3

As Diretrizes Curriculares Nacionais têm o papel normativo e de


obrigatoriedade que, servem como subsídio e base para reger as ações e
desenvolvimento das competências nos diversos cursos superiores. Tem
ainda como objetivo orientar o planejamento das escolas e dos sistemas
de ensino, norteando seus currículos e conteúdos mínimos. Ao fazer uma
análise nos cursos de negócios nas instituições superiores de ensino, perce-
be-se que, mesmo aquelas que tiveram uma revisão recente, como é o caso
dos cursos de Administração e Gestão, carecem de um aprofundamento
tanto teórico quanto prático, do conceito e ação do empreendedorismo,
nas suas amplas possibilidades, bem como na carência do ensino de um
empreendedorismo mais voltado para a ação social e solidária. O tema
surgiu da constatação de que escolas de negócio focalizam – quando não
restringem – o ensino do conceito de “empreendedorismo” à sua forma ca-
nônica e tradicional inspirada no referencial teórico de Schumpeter. Nesta
perspectiva, o empreendedorismo é orientado ao capital e à busca de rea-
lização de interesses individuais, formando profissionais focados em seus
objetivos pessoais e profissionais. Entretanto, nas últimas décadas houve
um alargamento gradativo do conceito, extrapolando o campo econômico
para o social, político e institucional, nos quais o empreendedorismo exer-
ce um papel central na implantação de projetos de interesse comum ou
na reconfiguração das instituições (GAIGER, 2008). O presente trabalho
tem como objetivo compreender a polissemia do conceito de empreende-
dorismo e analisar de que forma (e com quais implicações) este conceito
tem sido desenvolvido em escolas de negócio ensino superior. A metodo-
logia deste estudo consiste de revisão bibliográfica, para em seguida uma
análise documental das novas diretrizes curriculares do curso de Adminis-
1 Unisinos. arrueta@edu.unisinos.br
2 Unisinos. celsorsn@gmail.com
3 Unisinos. iaribeiro@edu.unisinos.br

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tração quanto as “ausências e emergências” epistemológicas do conceito


de empreendedorismo. (SANTOS, 2002). O empreendedorismo social e
solidário é uma dessas vertentes, cujos valores e pilares se voltam à com-
preensão da complexidade dos fenômenos e à construção de alternativas
de transformação social e desenvolvimento sustentável, envolvendo a coo-
peração mútua de pessoas e organizações (governamentais, empresariais e
da sociedade civil). Esta finalidade é ainda mais relevante no atual contexto
marcado por crise sanitária e aumento das desigualdades desemprego e da
pobreza, em que o empreendedorismo passa não apensa a ser uma alterna-
tiva para a inserção profissional, quanto para a construção de respostas ao
crescente aumento das demandas sociais. O estudo conclui que a negação
da polissemia na educação empreendedora em escolas de negócios, além
de significar uma lacuna teórica que desconsidera a pluralidade econômica
presente na sociedade, alija a formação de um conjunto de competências
que vão para além das demandas do mercado. A educação empreendedora
plural se trata de uma inovação necessária frente às demandas sociais e
novos formatos organizacionais que compõem a sociedade e o mundo do
trabalho na contemporaneidade.
Palavras-chave: empreendedorismo social e solidário; novas DCNs; ensi-
no empreendedor.

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O negro, o jornalismo e a política:


trajetória de jornalistas políticos
negros no Rio Grande do Sul
Rodrigo de Oliveira Moraes1

O trabalho se propõe a identificar e investigar aspectos das trajetó-


rias de jornalistas políticos negros, nos veículos RBS TV, Band RS e Record
TV RS, dos anos 2000 a 2020, e suas possíveis relações com movimentos
políticos, analisar suas particpações no incentivo e implementação de es-
paços representativos, especialmente hoje, com o crescimento das vozes de
movimentos identitários, buscando não delimitar-se a implementação de
ações afirmativas, mas também pensando na necessidade das vias de fato:
o exercício profissional. Nesta pesquisa, além do levantamento quantita-
tivo de profissionais, trabalhasse com uma abordagem baseada dentro de
entrelaçamentos com trajetórias de vida, por entender que a relação das
entrevistas associadas aos relatos autobiográficos vai em busca de uma rica
associação com os povos negros e os mestres griôs. A definição das tra-
jetórias que compõem o campo empírico deste trabalho justifica-se pela
credibilidade associada à área de atuação dentro da função do jornalismo
na sociedade brasileira, no contexto de proposição de profissionais inte-
lectuais e o espaço dos profissionais negros na sociedade contemporânea.

1 Jornalista; Mestrando em Ciências Sociais pelo PPGCS – Unisinos,

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Participação social, currículo e


educação do campo: um relato sobre
a construção da proposta curricular
da rede pública municipal de
educação de Feira de Santana-BA
Geicilene Rodrigues dos Santos1
Maiane de Oliveira Cerqueira Azevedo2

Esta pesquisa é direcionada a uma análise e reflexão sobre Parti-


cipação social, educação do campo e currículo. Categorias que se entrela-
çam. O principal objetivo deste estudo foi investigar se a proposta curri-
cular para educação do campo da Rede Pública Municipal de Educação de
Feira de Santana, viabilizou a participação social dos sujeitos do campo.
Utilizamos uma metodologia de caráter documental para analisar e relatar
sobre os caminhos que foram percorridos na elaboração de três documen-
tos sendo estes – Memorial da Elaboração da Proposta Curricular para o
Ensino Fundamental (FEIRA DE SANTANA, 2012, no prelo), Caderno
Introdutório: Diálogos em construção e Proposta Curricular do Ensino
Fundamental da Rede Pública Municipal de Educação de Feira de Santana
– Educação do Campo: Diálogos em construção. Os mesmos foram pensa-
dos para a rede municipal de educação com proposta curricular específica
para o campo. Este relato não intentou propagar o trabalho de um grupo,
e sim da participação social, das possibilidades de se fazer políticas públicas
com e para sujeitos de direitos com e através da participação. É preciso que
experiências como estas cheguem a diferentes espaços e sociedades oxige-
nando a democracia com a participação. Ao pensar a educação enquanto
pluralidade e não linearidade. Partimos desta ideia de educação – aquela
que deve atender a diferentes realidades porque os sujeitos que precisam
acessá-la são diversos. Somos herdeiros e continuadores da luta histórica

1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Planejamento Territorial (em nível de


Mestrado Profissional) pela Universidade Estadual de Feira de Santana - geicilenerodri
gues23@gmail.com
2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Planejamento Territorial (em nível
de Mestrado Profissional) pela Universidade Estadual de Feira de Santana - maiane.
azevedo@gmail.com

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pela constituição da educação como um direito universal, de todos. E em


se tratando de direito, a mesma não deve ser tratada como serviço, política
compensatória nem como mercadoria (CALDART, 2002). Seguindo esta
concepção, refletimos sobre a educação no e do campo, pensada para aque-
les (as) que no e do campo sobrevivem e resistem. E ao entender essas espe-
cificidades destacamos que a educação no/do campo precisa estar adequada
à realidade deste lugar. Caldart (2002) defende o No Campo como: o povo
tem direito de ser educado no lugar em que vive e do campo: o povo tem
direito a uma educação pensada desde o seu lugar e com a sua participação.
Endossamos essas ideias parafraseando Freire, (2003) não se separa o ato
pedagógico do ato político, nem tão pouco deve-se confundi-los. Debater
sobre a educação no/do campo é demarcar um posicionamento político e
pedagógico que “conversa” com a formulação do currículo e a participação
social. É isto que nós propomos nesta escrita crítica e reflexiva. Um espaço
de criação, recriação e diversidade.
Palavras-chave: Educação do campo; Participação social; Currículo.

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Políticas públicas, salud y bienestar


de la población de zonas no
irrigadas de Lavalle. II parte
Mario Oscar García Cardoni1
Teresa Hiramatsu2

Nuestro trabajo se basa en pueblos originarios, los movimientos


sociales que emergen en nuestro País después del regreso de la Democra-
cia. En nuestro caso la comunidad Huarpe del noreste de la Provincia de
Mendoza. Retomamos el principio de una “sociología de las ausencias y de
las emergencias “poder des-pensar, para poder Pensar”. (SANTOS, 2010).
Una nueva epistemología. En este contexto mencionamos las tensiones
que sufre la comunidad, vertientes de la corriente emancipadora, la lucha
por la tierra, etc. donde la descolonización es en definitiva el camino que
transitamos. La figura del estado posee más relevancia en la salud y a la
educación. El objetivo es relevar políticas públicas relacionadas con la sa-
lud y bienestar de pobladores de las comunidades, conocer las condiciones
materiales en la zona donde se aplican políticas de salud por parte del Esta-
do y estudiar las condiciones sociales y culturales del lugar para adecuar la
planificación en salud. La metodología consiste en la recolección de datos
sobre políticas públicas de los últimos años desde la literatura y entrevistas
en profundidad con efectores de salud, pobladores e informantes claves.
Se indaga acerca de las problemáticas diversas. Preocupan temas como el
Arsénico (As) en el agua, el programa de vacunación contra la brucelosis
que comenzó en 2005 y continúa, con una interrupción entre 2017 y
2019. Respecto a la hidatidosis se comenzó también en la misma época;
se declaró zona hiper endémica ya que hay 11% de hidatidosis cuando se
considera alto 4-5%. No se ha logrado erradicar el chagas y hay dificulta-
des para que el estado desinfecte las viviendas. Se logró mediante reclamos
durante 2022 una gran campaña que continúa. Un reclamo histórico es
por la propiedad comunitaria de las tierras, la Ley que les otorgó en 2001,
780 mil ha que habitan, está inconcluso. Debe hacerse mensura correcta

1 Universidad Nacional de Cuyo. Facultad de Odontología y Facultad de Ciencias Agra-


rias - mariogcardoni@gmail.com
2 Universidad Nacional de Cuyo. Facultad de Ciencias Agrarias - terehiramatsu@gmail.
com

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de todo el territorio, por superposición de títulos, innumerables irregula-


ridades. Se ha llegado a un catastro parcial. Se espera que se termine, para
saber los títulos válidos y cómo se haría la expropiación. También la crisis
hídrica y el cambio climático afectan. Cada vez llueve menos y el agua
del río Mendoza no llega desde que se construyó el Dique Potrerillos. Se
espera que la visibilización en las últimas décadas ayude a su inclusión en
las políticas públicas.
Palabras clave: salud; agua; territorio; comunidad huarpe

REFERENCIAS

SANTOS, Boaventura de Sousa. Descolonizar el saber, reinventar el po-


der. Montevideo, Uruguay: Trilce; Universidad de la República,
2010. ISBN 978-9974-32-546-3. Disponible en: https://perife-
riaactiva.files.wordpress.com/2018/03/descolonizar-el-saber_fi-
nal-de-souza-santos.pdf. Acceso en: 27 ago. 2022.

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Processo de construção de identidade


e empoderamento feminino na
perspectiva da pedagogia de resistência
Márcia de Oliveira Sales1

O objetivo deste artigo é discutir sobre o processo de construção


da identidade e do empoderamento feminino das mulheres participantes.
Para dialogar com os dados que estão sendo gerados nesta pesquisa que está
em andamento será utilizado os estudos sobre cultura, em especial cultura
popular, identidade, empoderamento feminino, manifestações de matriz
africana, crenças, ancestralidade e pedagogia de resistência. Para realizar
este estudo, optamos pela pesquisa autoetnográfica, porque uma das au-
toras deste trabalho é participante do grupo de maracatu Ventos de Ouro.
Por isso, esta pesquisa que está em andamento tem como base principal a
sua história, atravessada pelas histórias das demais participantes do grupo
de maracatu. Para a geração de dados utilizamos os seguintes instrumentos:
entrevista semiestruturada. E para analisar estes dados está sendo utilizado
análise de conteúdo. Diante disso, os resultados parciais são um relato de
uma das autoras deste texto e um depoimento de uma das fundadoras do
grupo de maracatu que demonstram como as ações do grupo são benéficos
para todas as mulheres participantes do grupo.
Palavras-chave: Cultura; Identidade; Empoderamento feminino; Cren-
ças; Pedagogia de resistência.

1 Secretaria de Educação da Bahia

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GT 11 - Elites, Desigualdades e
Poder na América Latina

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Assimetria de poder no processo


de captura, tratamento e
compartilhamento de dados pessoais
Ronaldo Vieira Lima1

Considerando que a frenética evolução das tecnologias pode cau-


sar exposição involuntária de informações pessoais no campo digital, onde
a privacidade informacional e a proteção dos dados pessoais podem estar
comprometidas pelo descompasso entre o desenvolvimento das tecnologias
e o marco jurídico. Neste contexto, é importante compreender o papel do
Estado na garantia da privacidade e proteção de dados para implementação
de políticas públicas que possam atenuar os efeitos nocivos desse processo
sobre a sociedade. Neste aspecto, o interesse público deve prevalecer diante
do interesse individual ou econômico das grandes corporações, pois é sa-
bido que ao navegar na internet para socializar, comprar, entreter, estudar
etc., são deixados rastros digitais com base nas buscas realizadas. Nesta toa-
da, empresas se apropriam dessas informações, armazenam, comercializam
e compartilham sem autorização. Com base na globalização, a evolução
das tecnologias tem demonstrado a necessidade de desenvolvimento de
ações, programas e políticas que tenham o propósito de equilibrar as rela-
ções de poder, seja na arena pública ou privada. Segundo Castells (2002),
o que determinou a revolução tecnológica para transformação da socie-
dade contemporânea foi a geração de conhecimento proporcionado pelo
uso de recursos ligados à área de Tecnologia da Informação e Comunica-
ções (TIC) num processo dinâmico de retroalimentação entre inovação e
uso. Para cumprir com suas atribuições e atender os anseios da sociedade
contemporânea, o Estado teve que se reinventar, seja para implementar
políticas públicas, cuidar do planejamento global, regular a economia e
garantir o poder das elites em consonância com as necessidades das massa
(ESTADO, 2018).
O desenvolvimento das tecnologias trouxe várias conquistas à
sociedade, sendo que algumas soluções foram antecipadas em razão da
pandemia da Covid-19. No contexto da participação política, rememo-
ra-se que a democracia digital faz uso de dispositivos (computadores, no-
tebooks, tablets, celulares etc.), aplicativos (programas) e ferramentas (fó-
1 UFABC, ronaldo.lima@ufabc.edu.br

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runs, sites, redes sociais, medias sociais etc.) (GOMES, 2011, p. 9). Sob a
perspectiva conceitual, legal e social, este artigo tem por objetivo analisar a
assimetria de poder diante da captura, tratamento e compartilhamento de
dados pessoais por parte de organizações públicas e privadas. Metodologi-
camente, trata-se de pesquisa exploratória e descritiva com levantamento
bibliográfico, documental e normativo para subsidiar a seleção de litera-
tura sobre estado, privacidade e tecnologia, e em seguida colocar os temas
em justaposição para analisar os impactos do desenvolvimento tecnológico
sobre a sociedade contemporânea. À título de reflexão, tem-se que a par-
ticipação da administração pública, grandes corporações e da sociedade
deve ser guiada pelo interesse público, onde o Estado deve implementar
soluções que conciliem desenvolvimento tecnológico com preservação da
privacidade e proteção de dados pessoais e tenham o propósito de equili-
brar as relações de poder, fortalecer a participação social para mitigar pro-
blemas inerentes às atividades de captura, tratamento e compartilhamento
de dados pessoais.
Palavras-chave: Assimetria de Poder; Estado; Privacidade; Políticas
Públicas.

REFERÊNCIAS

CASTELLS, M. A Sociedade em Rede. 6. ed. São Paulo: Paz e Terra,


2002.
GOMES, W. Participação política online: questões e hipóteses de tra-
balho. Rev. Sociol. Polít., Curitiba, v. 20, n. 44, p. 47-62, nov.
2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsocp/a/bbgsxWGd
WjFLjDngRKtSTfh/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 18 nov.
2019.
ESTADO. In: GIOVANNI, Geraldo di; NOGUEIRA, M. A. Dicionário
de Políticas Públicas. 3. ed. São Paulo: Unesp, 2018.

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O controle social no mundo globalizado:


o direito penal como ideologia a
serviço do sistema capitalista
Mauro Costa da Rocha1
Cláudio Alberto Gabriel Guimarães2

Introdução: As questões relacionadas à desigualdade social - leia-


-se violência estrutural - e à violência urbana em nosso país são há muito
debatidas, sem, contudo, se consiga chegar a uma solução eficaz ao pro-
blema. Pesquisadores do tema, em especial criminólogos e sociólogos, tem
trazem à lume estudos onde apontam a existência de um elo entre política
econômica capitalista - de cunho neoliberal - e a formatação das políticas
públicas criminais, direcionadas, em especial, às classes sociais que tangen-
ciam a linha da miséria, de caráter marcadamente seletivo, estigmatizante e
que segrega os que cometem crimes em nosso país (BARATA, 2000). Ob-
jetivos: Analisar de que maneira o modelo econômico capitalista - ávido
por lucros - servindo-se, para tanto, de uma política econômica neoliberal,
tem efetiva participação na formação e fomento de uma política social que
privilegia poucos em detrimento de muitos, gerador da violência estrutural
que marginaliza a maior parte da população e que, para manter hígido seu
intento, serve-se da formulação de rígidas políticas criminais direcionadas
àquela massa social e economicamente excluída. Metodologia: Usa-se o
raciocínio indutivo como método de abordagem e como métodos de pro-
cedimento utilizam-se o monográfico, o sociojurídico crítico e o jurídico
descritivo. Como técnica de pesquisa o bibliográfico. Perspectiva teórica:
A temática em questão será tratada à luz dos estudos desenvolvidos pela
criminologia crítica. Resultados: Objetiva-se, com a pesquisa, demonstrar
que a violência criminal noticiada e vivenciada por todo cidadão em nosso
país é decorrente do descumprimento de mandamentos constitucionais
que garantem a todos os nele residentes usufruir de direitos mínimos a
lhes possibilitar vida digna, como educação de qualidade, trabalho digno,

1 Mestrando em Direito e Instituições do Sistema de Justiça pela Universidade Federal


do Maranhão - maurocrocha@uol.com.br
2 Docente Permanente da Pós-Graduação em Direito e Instituições do Sistema de Jus-
tiça da Universidade Federal do Maranhão e do Programa de Mestrado em Direito e
Afirmação de Vulneráveis da Universidade CEUMA - calguimaraes@yahoo.com.br

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com remuneração apta a possibilitar o sustento próprio e de sua família,


fazendo o cidadão passar ao largo do cometimento de infrações penais. Do
mesmo modo, objetiva-se, também, demonstrar que, não conseguindo o
estado se desincumbir de seus deveres sociais, promove, por iniciativa das
elites sociais dominantes, a formulação de política criminal rígida e volta-
da a atingir condutas perpetradas pelas pessoas privada dos direitos acima
mencionados.
Palavras-chaves: liberalismo; estado social; neoliberalismo; globalização;
controle social.

REFERÊNCIAS

BARATA, Francesc. La violencia pelos mass media - entre el saber crimi-


nológico y las teorías de la comunicación. Revista Brasileira de
Ciências Criminais, São Paulo, v. 8, n. 29, jan./mar. 2000.

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O perfil da elite política de


Passo Fundo (1945-1988)
Luiz Alfredo Fernandes Lottermann1

O presente trabalho busca analisar a elite política do município


de Passo Fundo entre os anos de 1945 e 1988. Conforme aponta Heinz
(2006, p. 07), é possível definir a elite como as pessoas que ocupam o topo
na estrutura de poder ou na distribuição de recursos, os cargos chave da
sociedade, são os abastados e privilegiados, que possuem poderes, influên-
cia e privilégios. Para Cristophe Charle (2006, p. 30), “analisar as elites é
procurar a fundo penetrar em um dos meios que detêm o poder e conhecer
seus mecanismos concretos”. Para traçar o perfil coletivo da elite política
municipal, utiliza-se o método prosopográfico, que na definição de La-
wrence Stone (2011, p. 115) “é a investigação das características comuns
de um grupo de atores na história por meio de um estudo coletivo de suas
vidas. O método empregado constitui-se em estabelecer um universo a ser
estudado e então investigar um conjunto de questões uniformes”. Neste
trabalho são aferidas as idades, o gênero, as profissões, a etnia, a naturali-
dade e a formação superior dos prefeitos e vice-prefeitos, e dos vereadores
eleitos e suplentes que assumiram o mandato na Câmara de Vereadores do
município em algum momento das legislaturas. Como fontes, são utiliza-
dos os jornais Diário da Manhã e O Nacional, e a publicação Galeria de
ex-vereadores de 1947 a 1988, além de documentos disponíveis no Arqui-
vo Histórico Regional, na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, na Pre-
feitura Municipal e dados disponibilizados pelo TRE-RS sobre as eleições
no Rio Grande do Sul. A partir dos resultados, tem-se que a elite política
do município entre os anos de 1945 e 1988 é composta majoritariamente
por homens brancos, profissionais liberais e políticos profissionais. Des-
se modo, percebe-se a sub-representação feminina nos espaços de poder,
da mesma forma que os negros aparecem de forma esporádica na disputa
política local. Percebe-se, também, que os jovens com até 29 anos acabam
afastados da política e das disputas eleitorais com o advento da ditadura
militar instaurada em 1964.
Palavras-chave: Elite política; disputa eleitoral; Passo Fundo.

1 Doutorando em História pelo PPGH-UPF e bolsista Capes/Prosuc II – luiz_lotter


mann@hotmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

REFERÊNCIAS

CHARLE, Christophe. A prosopografia ou biografia coletiva: balanços e


perspectivas. In: HEINZ, Flávio M. (Org.). Por outra história
das elites. Rio de Janeiro: FGV, 2006. p. 41-54.
HEINZ, Flávio M. O historiador e as elites – à guisa de introdução. In:
HEINZ, Flávio M. (Org.). Por outra história das elites. Rio de
Janeiro: FGV, 2006.
STONE, Lawrence. Prosopografia. Revista de Sociologia e Política,
Curitiba, v. 19, n. 39, p. 115-137, jun. 2011. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
44782011000200009&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 23 jul.
2019.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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Perfil sócio-ocupacional e aspectos


partidários de uma elite política da Região
Metropolitana de Macapá – AP (2000-2020)
Miquéias Serrão Marques1

Este estudo apresenta resultados finais sobre o perfil social e po-


lítico de uma elite política composta por vereadores/as eleitos/as no pe-
ríodo de 2000 a 2020 no município de Santana-AP, pertencente a Região
Metropolitana de Macapá-AP. Realizamos a descrição e análise do per-
fil sócio-ocupacional e da trajetória política dos parlamentares reeleitos
ao longo de seis disputas eleitorais. A identificação da elite política foi
realizada através do “método posicional” (MILLS, 1981). Os estudos da
política local de Galindo (2016), Reis et al. (2018) e Farias Filho (2011)
subsidiaram a fundamentação teórica e análise empírica. Utilizamos a es-
tatística descritiva, banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
fontes documentais, informações do Portal da Câmara de Vereadores de
Santana, Portal da Câmara Federal, jornais impressos e On-line da região
e o Dicionário Histórico biográfico Brasileiro (DHBB/FGV). Identifica-
mos que a maioria relativa das ocupações são de vereadores/as e profes-
sores/as. Em relação a ocupação de vereador, há um subgrupo político de
24 vinte e quatro lideranças é foi possível classificar um grupo de 03 três
atores políticos que se encontram no topo da hierarquia da elite política
local. São majoritariamente do sexo masculino, nasceram na capital Ma-
capá, com grau de instrução superior completo, pertencem a partidos de
centro-direita e de direita, não fazem parte de “grupos familiares expres-
sivos” (GALINDO, 2017) e enquanto lideranças políticas foram decisi-
vos para a atual estruturação do sistema partidário local. No subgrupo é
possível identificar um agrupamento familiar pertencente a partido de
centro-esquerda e com influência no sistema partidário local.
Palavras-chave: Câmara de Vereadores; Amazônia; Elites Políticas Locais;
Sistema Partidário.

1 Secretaria Municipal de Assistência Social de Macapá-AP (SEMAS/PMM). - serraosms@


gmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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Processos de socialização e subjetivação:


corporações definindo políticas e sujeitos
Cristian Tisatto

O presente ensaio apresenta reflexões sobre a relação do papel do


Estado e a instituição escolar na formação de sujeitos, identificando de que
modo as políticas adotadas nas reformas recentes da Educação Nacional
têm sido formuladas com a participação de atores não estatais. A mobi-
lização de capital econômico e simbólico, influenciam a formulação das
políticas educacionais, contribuindo na formação de sujeitos alinhados à
perspectiva de formação do homo-economicus, baseada na self made man.
O ideal do sujeito empreendedor, atuando como empresário de si mesmo
e o modus operandi da escola basear-se nas lógicas corporativas empresa-
riais, difundem princípios e norteiam ações das instituições de educação
buscando formar subjetividades alinhavadas a perspectivas economicistas.
Conclui-se que a escola enquanto campo de luta, de significados e con-
tradições, mostra-se espaço potente e fundamental para a formação de
um ethos social, que pode ser colocada a serviço da formação utilitarista
e pragmática, formando para a perspectiva economicista. No entanto, é
preciso reconhecer as diferentes vozes e o pluralismo de ideias, de modo
a buscar consensos e identificar o que se pretende, quais os objetivos e o
papel da escola do nosso tempo.
Palavras-chave: Escola. Socialização. Políticas Educacionais.
Corporativismo.

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Segregación urbana desigualdad


territorial en la_MaripazCarbajal
Maripaz Carbajal Herrera1

Las ciudades turísticas en México presentan un patrón de segre-


gación que es definido a partir los sitios turísticos, un ejemplo de ello es la
Zona Metropolitana de Acapulco, sus zonas turísticas acaparan el litoral y
los frentes de playa, mientras la población residente vive detrás alejándose
a la periferia los estratos más bajos. Esta investigación analiza los patrones
de diferenciación socioespacial evidenciando la desigualdad existente en el
puerto. La metodología empleada es con Sistemas de Información Geográ-
fica analizando información del censo del año 2010 y 2020 para demostrar
que el modelo segregado de la Zona Metropolitana de Acapulco presenta
segregación en la dimensión de agrupamiento en dos grandes clústeres.
Palabras clave: Segregación urbana; desigualdad territorial; ciudades turís-
ticas; Zona Metropolitana de Acapulco.

1 Instituto Politécnico Nacional, ORCID: 0000-0002-5882-2002 - arq.maripaz.carba-


jal@gmail.com

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GT 12 - Ensino de Ciências
Sociais na América Latina

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Ciências Sociais: apontamentos sobre


educação, trabalho e profissionalização
no ensino superior na Universidade
Federal de Santa Maria
Matheus Balduíno Salkovski Junges1

O propósito desta pesquisa foi apresentar uma pequena revisão


histórica sobre a intermitência da Sociologia como disciplina no Ensino
Médio brasileiro e a temporalidade e territorialidade da oferta de cursos
de licenciatura em Ciências Sociais e Sociologia, além dos resultados da
pesquisa sobre a oferta de disciplinas ligadas às Ciências Sociais nos cur-
rículos obrigatórios dos cursos de graduação da Universidade Federal de
Santa Maria e a formação dos professores que ministram tais disciplinas. O
objetivo específico foi realizar um exercício de reflexão sobre a dificuldade
da entrada no mercado de trabalho do profissional licenciado em Ciências
Sociais. A coleta de dados foi realizada através do site da UFSM, onde foi
possível o acesso às grades curriculares dos cursos, permitindo a coleta de
dados secundários. As palavras-chave usadas para a busca foram “sociolo-
gia”, “antropologia”, “política”, “social”, “sociais”, “ciência”, “economia”,
além de suas combinações, como “teoria política”, “antropologia social”.
No total foram identificados 72 cursos que possuem em suas grades cur-
riculares disciplinas da área. O levantamento de dados sobre a formação
dos professores também foi feito pelo site da UFSM, através do portal de
ementário. O método utilizado é o dedutivo, realizando análises a partir
dos dados levantados. A disciplina de Sociologia no Ensino Médio teve sua
primeira aparição em 1882, com o nome de “Elementos de Sociologia”,
e foi retirada pela última vez – permanecendo fora até os dias atuais – em
2016, na reforma do ensino médio proposta pelo governo de Michel Te-
mer. A oferta de graduações em Ciências Sociais começou em 1933, com
o bacharelado oferecido pela Escola Livre de Sociologia e Política – ELSP.
Sua distribuição temporal e territorial se deu de forma que, enquanto na
década de 1930 eram apenas 8 ofertas, na década de 2010 esse número
chegava a 135. Na UFSM, verificou-se a presença de disciplinas ligadas

1 Mestrando em Ciências Sociais, Universidade Federal de Santa Maria – UFSM -


matheus.bsj@gmail.com

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às Ciências Sociais no currículo obrigatório dos cursos de graduação – ex-


clusos os tecnólogos e o próprio curso de Ciências Sociais (bacharelado e
licenciatura). Verificou-se a presença de 38 disciplinas nos currículos obri-
gatórios, onde, no recorte temporal de 2020, foram ofertadas 29, fican-
do 9 sem oferta. Ainda, viu-se que 41 cursos não ofertavam disciplinas
que atendessem os requisitos, enquanto 31 ofertavam. Verificou-se que,
enquanto alguns centros da UFSM ofertaram até 23 disciplinas outros
ofertaram apenas uma. Outro aspecto analisado foi a trajetória formativa
(área de graduação, mestrado e doutorado) dos professores que ministram
tais disciplinas, e demonstrou-se que, dos 23 professores que ministram
disciplinas ligadas à área, 10 não possuem formação alguma em Ciências
Sociais. Em dados gerais, 31 % dos professores possuíam toda sua gradua-
ção na área, 24 % possuíam alguma formação na área e 45 % não possuíam
formação alguma na área.
Palavras-chave: Ciências Sociais; Ensino Médio; Ensino Superior;
Professor,

REFERENCIAS

BODART, C. N. ; TAVARES, C. S. Configurações territoriais dos cursos


de formação de professores de Sociologia no Brasil (1934-2017):
disputas e implicações. Revista Ciências Sociais Unisinos, v. 55,
n. 2, maio/ago. 2019.
MORAES, A. C. Ensino de Sociologia: periodização e campanha pela
obrigatoriedade. Cadernos CEDES, v. 31, p. 359-382, 2011.
RÊSES, Erlando da Silva. E com a palavra: os alunos. 2004. Dissertação
(Mestrado em Sociologia) – Universidade Nacional de Brasília,
Brasília, 2004.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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Ensino de sociologia e a educação


das relações étnico-raciais: um
estudo do ementário do curso de
ciências sociais da UESC
Franciele Brito Barbosa1
Elis Cristina Fiamengue2

Este trabalho surge do questionamento da ausência de intelectuais


negras e negros na formação docente do curso de ciências sociais da Uni-
versidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Cabe, portanto, entender o
porquê dessa ausência e quais as demandas que os professores e professoras
de sociologia na educação básica tem que superar levando em consideração
toda a sua intermitência e não obrigatoriedade no ensino médio. Em con-
trapartida, a Lei n.° 10.639, em vigor desde 2003, determina que o ensino
de história e cultura afro-brasileiro seja obrigatório em todas as escolas do
ensino fundamental e médio do Brasil, assim como no ensino superior.
Esta lei é uma conquista da população brasileira, especialmente do movi-
mento negro, e tem como objetivo a luta por uma educação antirracista.
Para esse fim, a respectiva lei gera uma demanda específica: a formação de
professores fundamentada em uma educação diversa, plural, multicultural
que atenda as necessidades das relações étnico-raciais. Para alcançar essa
demanda, se faz necessário também uma reformulação nos currículos de
todas as instituições de ensino. Portanto, essa pesquisa objetivou identificar
o que no curso de ciências sociais da Universidade Estadual de Santa Cruz
(UESC) está em conformidade, ou não, com a Lei n.° 10.639/2003. Para
tanto foi realizado, por meio de um estudo bibliográfico e documental,
uma comparação entre o que está proposto no Parecer CNE/CP 03/2004
e na Resolução CNE/CP 01/2004, acerca da formação de professores, com
o que está proposto no Projeto Acadêmico Curricular (PAC) e no emen-
tário do curso de ciências sociais da UESC. Identificou-se, dentre outros,
que o ementário do curso não aborda nenhuma disciplina pedagógica a
respeito das relações étnico-raciais e o PAC não apresenta em suas legisla-
ções e normas norteadoras a lei, o parecer ou a resolução. Assim, esse resul-

1 UESC - franbr.barbosa@gmail.com
2 UESC - eliscf@gmail.com

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tado pode servir de provocação para o processo de reformulação do curso,


visto que, o PAC é o componente central para a inserção dessa temática no
curso de ciências sociais.
Palavras-chave: Formação Docente; Sociologia; Relação Étnico-Racial;
Lei n.° 10.639/2003; Ementário.

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O debate racial no ensino de Sociologia


no Ensino Médio: problematizações a
partir do ENESEB e do PROFSOCIO
Marcela de Andrade Rufato1

Nesta comunicação, apresentarei parte da revisão bibliográfica que


realizei para minha pesquisa de doutorado sobre saberes e práticas antir-
racistas de docentes de Sociologia no Ensino Médio. Apesar de a discus-
são racial e as Ciências Sociais brasileiras possuírem um entrelaçamento
particular, tendo sido um de seus temas fundantes e permanecido em sua
agenda de pesquisa até os dias de hoje, sua presença tem aparecido de
maneira muito tímida no subcampo de ensino e nos materiais e docu-
mentos da Sociologia escolar. A partir dos ensinamentos de Nilma Lino
Gomes (2017), analisamos criticamente esse cenário como uma pedagogia
das ausências, que produz ativamente inexistências. Na contramão, diale-
ticamente, buscamos emergências em dois importantes e dinâmicos espa-
ços para a organização e divulgação do ensino de Sociologia tanto como
agenda de pesquisas acadêmicas quanto como disciplina escolar: o Encon-
tro Nacional de Ensino de Sociologia na Educação Básica (ENESEB) e o
Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional (PROFSOCIO).
Localizamos 79 comunicações orais nas cinco últimas edições do ENESEB
(2013-2021) e 11 dissertações entre as defendidas pela primeira turma do
PROFSOCIO. Os resultados foram numericamente pequenos, mas com
tendência de crescimento. Quanto à autoria, destacou-se o fato de serem
em sua maioria trabalho de mulheres, com vínculo institucional variado
e distribuído por todas as regiões do país. Há uma quantidade expressiva
de relatos de experiências vivenciadas no contexto do Programa Institu-
cional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). A denúncia a ausência
de letramento racial e debate do tema nos cursos de Ciências Sociais está
presente em muito deles. A Lei n.º 10.639/2003 foi mobilizada por todos,
especialmente como justificativa para a abordagem do tema no contexto
do ensino de Sociologia. Entre os trabalhos elaborados por professoras da
educação básica, o que se destacou foi a análise da abordagem dada as rela-

1 Doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)


, Docente no curso de Ciências Sociais – Licenciatura da Universidade Federal de Alfe-
nas (UNIFAL-MG) - marufato@yahoo.com.br.

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ções étnico-raciais nos livros didáticos de Sociologia disponibilizados pelo


Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Quanto ao conteúdo, a
diversidade de temas encontrados e termos utilizados foi grande. Acredi-
tamos que há correspondências com as recentes pesquisas sobre relações
raciais que se caracterizam pela multidisciplinariedade e pela superação de
abordagens centralizadas ou nas categorias de cultura e identidade ou de
estratificação e desigualdade (BARRETO et al., 2021). O conjunto desses
trabalhos nos evidenciou que há saberes e práticas antirracistas que vem
sendo produzido por professoras e professores de Sociologia nas escolas
de Ensino Médio do país, não sem conflitos ou contradições, mas com
esforço e responsabilidade, que merece ser mais visibilizado, pesquisado e
analisado, podendo contribuir significativamente com o amadurecimento
e com a democratização da Sociologia escolar e das pesquisas sobre o ensi-
no das Ciências Sociais.
Palavras-chave: Debate racial; Relações étnico-raciais; Ensino de Sociolo-
gia; Ensino Médio.

REFERÊNCIAS

BARRETO, Paula Cristina da Silva et al. A produção das ciências sociais


sobre as relações raciais no Brasil entre 2012 e 2019. Revista Bra-
sileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, São
Paulo, n. 94, p. 1-35, 2021.
GOMES, Nilma Lino. O Movimento Negro educador: saberes construí-
dos nas lutas por emancipação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.

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Padre José Pedro: atuação social


da igreja católica em Capitães da
Areia, de Jorge Amado (Literatura,
Ciências Sociais e Cinematografia)
Sílvio Takeshi Tamura

Salvador (BA), início do século 20. Meninos e meninas de rua pe-


rambulavam pela capital baiana em busca de sobrevivência. Era comum vê-
-los nas feiras, comércios e avenidas, pedindo algo para comer. Presos em fla-
grante várias vezes por pequenos furtos, ao avistarem a Polícia, logo corriam
em direção contrária. Dezenas, talvez centenas, de crianças e adolescentes
abandonados se avolumavam pelos logradouros da urbe, sem pais, sem mães
e sem famílias. À noite, dormiam num casarão abandonado à beira do cais,
perto da areia do mar. Por isso, receberam o apelido de Capitães da Areia.
Com medo de chacinas, não revelavam a ninguém a localização exata deste
trapiche. Apenas uma pessoa sabia: Padre José Pedro. Tamanha confiança,
somente este sacerdote tinha permissão de visitá-los, levando-lhes alimentos,
roupas, utensílios e, principalmente, a Palavra de Deus. Garotos e garotas
que fossem pegos em delitos, eram destinados aos reformatórios – espécies
de prisões para menores, onde ficavam internados a fim de se ressocializa-
rem. Diversas denúncias corriam entre jornais e gazetas sobre a violência
física e psicológica que recebiam durante estas estadias. Nesta época, um
surto de varíola se alastrava pelos arredores, dizimando inúmeras vítimas,
explodindo a epidemia. Dora, uma mocinha de doze anos, perdera os pais
durante esta pestilência; e agora órfã, encontra-se obrigada a morar nas ruas
com o irmão mais novo, Zé Fuinha, de seis anos. (Imagem 1). Para a subsis-
tência, Dora pedia de porta em porta, entre residências, mercados e outros
estabelecimentos. Na imagem 2, observa-se Dorinha numa padaria, pedindo
um pão para matar a fome. Noutra ocasião, Dora e Zé Fuinha encontram
alguns meninos dos Capitães da Areia na praça central, e vendo a situação
dos dois, convida-os para morarem junto com eles no barracão abandona-
do. Dorinha e o irmão caçula aceitam e, a partir de então, passam a serem
integrantes do grupo. Para sobreviver, os jovens andarilhavam durante o dia,
mendigando o que comer. Muitas vezes, conseguiam alimentos que algumas
pessoas lhes doavam. Entretanto, quando não obtinham, viam-se obrigados
a praticar furtos para se sustentar.

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Participação e protagonismos:
percepções e práticas de docentes de
Sociologia na Educação Básica
Tainá Martins de Barros1
Ana Lídia Rost2

Os conceitos de participação e protagonismo não são unívocos,


podendo ser adjetivados de muitas formas, pensados a partir de diferentes
contextos e materializados em diversas esferas da vida. Discutindo a “par-
ticipação cidadã”, Arnstein (2002) faz uma analogia com comer espinafre:
em teoria, ninguém é contra, porque faz bem à saúde. Porém, conforme a
participação passa a ser reivindicada através da real distribuição do poder,
a simpatia com a ideia vai enfraquecendo. Ao direcionarmos o olhar para
contextos escolares e de formação docente, discussões em que incentivos
à participação e ao protagonismo são mencionados costumam ser aquelas
que pautam “metodologias ativas”, cativantes para alguns e vistas como
“complicadas” por outros. Diante disso e pensando especificamente no en-
sino de Sociologia, cabe questionar quais são os sentidos que docentes que
lecionam sociologia (quer tenham formação na área, quer não) atribuem às
noções de participação, protagonismo e, possivelmente a outros conceitos
que se relacionam a esses dois, como o de autonomia. Para avançar nes-
se tópico, elaboramos um questionário com perguntas majoritariamente
fechadas que será aplicado em outubro de 2022, de forma inteiramente
virtual, tendo como público alvo professoras e professores do Brasil inteiro
que lecionam ou já tenham lecionado Sociologia na educação básica. As
questões temáticas abordam os sentidos atribuídos aos conceitos, principal
foco deste trabalho, mas também as práticas dentro e fora de sala de aula,
o contexto ou a “tradição” de participação na escola, e possíveis efeitos da
combinação desses elementos. Ainda em andamento, a etapa de revisão
bibliográfica da pesquisa que origina este trabalho nutriu a construção do
questionário e tem guiado nossas hipóteses. Estudos como de Mota (2005)
e de Mocelin (2021) indicam que as práticas da sala de aula e seus efeitos
estão relacionados com o preparo e a formação daqueles que ministram
a disciplina. Esse preparo inclui o “grau de entendimento” que docen-
1 Mestranda do PPG em Educação - Unisinos - ttaimartins@hotmail.com
2 Graduanda em Ciências Sociais - Unisinos - rostanalidia14@gmail.com

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tes possuem de determinadas questões, como as próprias diretrizes legais


que orientam o ensino de sociologia na educação básica. Cada um à sua
maneira, ambos discorrem sobre os “estilos didáticos” percebidos em seus
campos empíricos. Mota (2005) problematiza suposições simplistas acerca
do uso de metodologias mais ou menos tradicionais, destacando que não é
o formato da aula, por si só, que garante uma aprendizagem mais ativa, ao
passo que Mocelin (2021) instrumentaliza a análise da atuação docente ao
estabelecer uma tipologia de 3 estilos de docência: enciclopédico, esponta-
neísta e pragmático. Dentre eles, o estilo pragmático seria aquele realmente
capaz de promover uma sociologia escolar viva, instigante e promotora
de autonomia. A hipótese mais intuitiva seria, portanto, de que docentes
cujas concepções de participação e protagonismos são mais elaboradas tem
sua atuação mais próxima do estilo didático pragmático.
Palavras-chave: participação; protagonismo; docência; educação básica;
ensino de sociologia.

REFERÊNCIAS

ARNSTEIN, Sherry R. Uma escada da participação cidadã. Revista da


Associação Brasileira para o Fortalecimento da Participação –
PARTICIPE, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, v. 2, n. 2, p. 4-13,
jan. 2002.
MOCELIN, Daniel Gustavo. O currículo pelos professores: práticas de
ensino de Sociologia no Ensino Médio em Porto Alegre. Latitude,
v.15, ed. esp., p. 62-89, jan. 2021. ISSN: 2179-5428.
MOTA, Kelly Cristine Corrêa da Silva. Os lugares da sociologia
na formação de estudantes do ensino médio: as perspecti-
vas de professores. Revista Brasileira de Educação [on-
line], n. 29, p. 88-107, 2005. Disponível em: https://doi.
org/10.1590/S1413-24782005000200008. Acesso em: 12
maio 2022. Epub 10 out. 2005. ISSN 1809-449X.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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Processos de socialização na
modernidade: juventudes do século
XXI e o ambiente escolar.
Mateus Henrique Jung Nascimento 1

A socialização da juventude do século XXI e a relação desta com


o ambiente escolar constitui-se em um tema de estudo pertinente para
todos os pesquisadores, tanto das ciências sociais quanto da educação, que
estudam os processos sociais que envolvem a formação do indivíduo, o seu
processo de socialização e a sua constituição como cidadão. É neste sentido
que este texto irá abordar os principais pontos que envolvem a socialização
da juventude do século XXI e a sua relação com o ambiente escolar e como
este se altera em função da socialização desses adolescentes / jovens. O pre-
sente trabalho final é resultado dos estudos realizados na disciplina Semi-
nário de Sociologia no curso de mestrado em Ciências Sociais, ao longo do
segundo semestre de 2021. Em linhas gerais pretende-se apresentar uma
análise acerca dos principais conceitos relacionados à questão dos processos
de socialização e ressocialização, com ênfase na aprendizagem social e em
especial, no âmbito educacional. Neste sentido serão levados em conside-
ração os conceitos sociológicos desenvolvidos por Lahire, Setton, Martuc-
celli e Caetano; bem como Beck que aborda a questão da individualiza-
ção e os impactos da mesma nas práticas de socialização. Assim sendo,
após esta breve explicação inicial, cabe a nós cientistas sociais
levarmos em conta que o processo de socialização é um processo
contínuo e constante na vida dos diferentes indivíduos humanos e
que permeia todas as nossas sociedades. Desta forma a socializa-
ção é um processo que está condicionado, bem como é determi-
nado pelo meio e pelo ambiente social no qual e do qual fazemos
parte. Portanto, assim sendo, a socialização é um processo que
permeia toda a nossa existência social, desde o nascimento até
a morte de forma que nossas ações, nos diferentes âmbitos aca-
bam por serem determinadas por este processo: longo, contínuo
e permanente. Se valendo desta concepção e apropriação acerca
1 Mestrando em Ciências Sociais, Universidade do Vale do Rio do Sinos - Unisinos -
mateushjnascimento@gmail.com

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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do conceito de socialização, o presente artigo pretende observar


e analisar como que os processos de socialização, em especial da
juventude, ocorrem na atualidade.
Palavras-chave: Socialização; Juventude; Jovens; Ambiente Escolar;
Cidadania.

REFERÊNCIAS

CAETANO, Pedro. A socialização política dos estudantes ao plural. Edu-


cação & Sociedade, v. 37, n. 137, p. 1045-1060, 2016. Disponí-
vel em: https://www.scielo.br/pdf/es/v37n137/1678-4626-es-37-
137-01045.pdf.
LAHIRE, Bernard. A fabricação social dos indivíduos: quadros, modalida-
des, tempos e efeitos de socialização. Educação e Pesquisa, n. 41,
p. 1393-1404, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/
ep/v41nspe/1517-9702-ep-41-spe-1393.pdf.
MARTUCCELLI, Danilo. Condición adolescente e ciudadanía escolar.
Educação & Realidade, v. 41, n. 1, p. 155-174, 2016. Dispo-
nível em: https://www.scielo.br/pdf/edreal/v41n1/2175-6236-ed
real-41-01-00155.pdf.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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GT13 - Feminismos do Sul e


cuidados comunitários: diálogos entre
universidades e movimentos sociais

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Articulações feministas no enfrentamento


às violências contra as mulheres: um
enfoque aos programas da Themis/
Brasil e da ACLCVBG/Cabo Verde
Deisi Conteratto1
Zeuga Semedo2

As violências contra as mulheres são pautas fundamentais dos


movimentos e organizações da sociedade civil feministas, que com suas
denúncias a situações de discriminação, intolerância e subordinação das
mulheres, e seus programas e articulação com outros atores sociais, como
a academia, pressionam o Estado a assumir suas responsabilidades em ma-
téria de promoção da igualdade e equidade de gênero. Tais articulações
podem ser reconhecidas como redes feministas de políticas públicas, cujos
papéis exercidos durante a formação da agenda, o desenvolvimento e for-
mulação da política, assim como sua implementação e monitoramento,
impactam diretamente o acesso aos direitos humanos de muitas mulheres.
O presente artigo buscou analisar as articulações e redes inerentes na im-
plementação de ações e programas de duas organizações da sociedade civil,
especificamente a organização Themis Gênero e Justiça de Porto Alegre/
Brasil, e a Associação Cabo-Verdiana de Luta Contra Violência Baseada no
Género – ACLCVBG de Praia/Cabo Verde, em matéria de promoção dos
Direitos Humanos, combate e prevenção de todas as formas de violência
e discriminação contra as mulheres. De cunho descritivo e analítico, o
estudo tem como aporte metodológico a análise bibliográfica e documen-
tal, além da realização de entrevistas com representantes das organizações.
Foram identificados os atores sociais e políticos que participam de tal pro-
cesso, tanto da sociedade civil, quanto da academia e do Estado, além das
principais particularidades e semelhanças de cada contexto. Averiguou-se
a perspetiva interseccional dos programas; isto é, como as opressões de
gênero, raça e classe orientam as diretrizes destes e, em especial, do pro-

1 Doutoranda em Estudos de Gênero pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da


Universidade Nova de Lisboa - deisiconteratto@gmail.com
2 Doutoranda em Estudos de Gênero pelo Instituto Superior de Ciências Políticas e
Sociais da Universidade Lisboa - zeuga.semedo@iscee.edu.cv

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jeto “Fla Sim Pa Mudjer – Mulheres juntas na prevenção da violência em


Cabo Verde”, conduzido pelo método do Programa de Empoderamen-
to Legal desenvolvido pela Themis e que está sendo implementado pela
ACLCVBG. Resultados do estudo evidenciam o impacto que a junção de
conhecimentos e experiências das duas organizações não governamentais
têm no acesso aos direitos humanos e no enfrentamento da violência
contra as mulheres.
Palavras-chave: violência de gênero; redes feministas; organizações da so-
ciedade civil.

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Aspectos do cuidado e da colonialidade


no caso Madalena Gordiano
Lucilene Athaide1

A marca da servidão sobre os corpos negros e femininos é uma


constante no Brasil, assunto que vêm sendo pautado pelas intelectuais
negras amefricanas da diáspora (GONZALEZ, 1983) há alguns anos em
diferentes áreas de conhecimento. Como já apontava Lélia Gonzalez em
meados dos 80, ou seja, há mais de 30 anos, “a mulher negra permanece
como o setor mais explorado e oprimido da sociedade brasileira, uma vez
que sofre uma tríplice discriminação: social, racial e sexual” (GONZA-
LEZ, 1983, n.p). Somente no ano de 2020, 14 pessoas foram resgatadas
do trabalho escravo doméstico no País. Estes números do Ministério Pú-
blico do Trabalho (MPT) levam em consideração o trabalho exercido no
interior de residências a partir dos aspectos do cuidado (GUIMARÃES;
HIRATA; SUGITA, 2011) e que possuem em comum violências tais
como cerceamento de liberdade, jornada exaustiva e convivência forçada
em um ambiente degradante e insalubre. Diante disso, o estudo visa anali-
sar as dimensões coloniais (CAL; SEIXAS, 2020) presentes na história de
Madalena Gordiano. A mulher negra viveu por quase 40 anos exercendo
o trabalho doméstico para um mesmo grupo familiar sem receber os devi-
dos direitos trabalhistas no interior do Estado de Minas Gerais. O corpus
empírico para a análise é formado por materiais publicados pela imprensa
em portais virtuais de informação ao longo do ano de 2020 (G1 e El País
Brasil). O estudo é um recorte da tese de doutorado que vem sendo de-
senvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Comunicação
na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos-RS). A análise explo-
ratória sugere que a história de Madalena Gordiano revisita perspectivas
escravocratas marcadamente ainda presentes na sociedade brasileira e que
a imprensa, por sua vez, além de construir novos sentidos e imaginários ao

1 Doutoranda em Ciências da Comunicação, com área de concentração em Processos


Midiáticos na linha de pesquisa Midiatização e Processos Sociais na Universidade do
Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Mestra em Ciências Sociais (2021), com área de
concentração em Políticas e Práticas sociais na linha de pesquisa Identidades e Socia-
bilidades também pela Unisinos. Formada em Comunicação Social com habilitação
em Jornalismo (2016) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) -
lucileneguimaraes@hotmail.com

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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noticiar o fato, em alguns momentos acaba por reforçar essa condição de


escravizada da vítima. A pesquisa ainda está em andamento.
Palavras-chaves: Trabalho doméstico; escravidão; mulheres negras; Mada-
lena Gordiano

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Cuidado comunitário em perspectiva


de gênero: Themis e Associação
Cabo-Verdiana de Luta Contra
Violência Baseada no Género
Miriam Steffen Vieira1
Virgínia Feix2
Eveline Nair Tavares3
Janaína Perez Reis4

No âmbito dos debates teóricos em torno da noção de cuidado,


a economista feminista Valéria Esquivel argumenta que esta é uma cate-
goria que abrange uma agenda política, a partir dos pilares do reconhe-
cimento, da redução de desigualdades, redistribuição e remuneração, em
perspectiva de equidade de gênero (ESQUIVEL, 2015). A abordagem do
cuidado comunitário emerge de experiências de países latino-americanos,
desde epistemologias de feminismos comunitários, decoloniais e negros
(VEGA; MARTÍNEZ-BUJÁN; PAREDES, 2018) e nos propõe um olhar
mais amplo, voltado para o cuidado como reprodução da vida e bem-estar.
A partir destas duas noções de cuidado, em perspectiva de gênero, busca-
mos compreender a parceria entre duas organizações feministas, nos dois
lados do Atlântico. Nesta comunicação, apresentaremos a parceria entre
duas organizações feministas no âmbito do cuidado, em perspectiva de
gênero, com vistas à construção de uma agenda comum em torno da pre-
venção à violência de gênero. A Themis Gênero, Justiça e Direitos Huma-
nos, situada em Porto Alegre/RS, é uma organização feminista com quase
três décadas de atuação no campo do empoderamento legal popular. A
Associação Cabo-Verdiana de Luta contra a Violência Baseada no Género
foi criada em Praia, Cabo Verde, no ano de 2015. O encontro entre estas
duas organizações da sociedade civil foi propiciado pela internacionaliza-
ção acadêmica, já consolidada entre os dois países e que apresenta uma
sólida produção sobre dinâmicas de gênero (ROCHA; VIEIRA, 2016). E,
1 Unisinos - miriamsteffen@gmail.com
2 Themis - vfeix37@hotmail.com
3 ACLCVBG - evynair@gmail.com
4 Unisinos - janainaperezreis@yahoo.com.br

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em fins de 2021, estas organizações receberam o Prêmio Whomanity, que


possibilitará a internacionalização da Themis, através da adaptação do seu
programa de empoderamento legal popular; e, do lado caboverdiano, o
fortalecimento institucional da Associação. Abordaremos algumas dimen-
sões desta parceria, especificamente relativas às negociações em torno do
projeto em curso, dos desafios e potencialidades políticas deste percurso
para os debates em torno de gênero e feminismos, assim como para a pre-
venção da violência de gênero em ambos os contextos.
Palavras-chave: Feminismos; Empoderamento Legal; Violência de Gênero

REFERÊNCIAS

ESQUIVEL, Valeria. El cuidado: de concepto analítico a agenda política.


Nueva Sociedad, Buenos Aires, n. 256, p. 63-74, mar./abr. 2015.
ROCHA, Eufémia Vicente; VIEIRA, Miriam Steffen (orgs.). Mobilida-
de acadêmica e deslocamentos de perspectivas. Praia: Uni-CV;
Porto Alegre: UFRGS, 2016.
VEGA, Cristina; MARTÍNEZ-BUJÁN, Raquel; PAREDES, Myriam. In-
troducción. Experiencias, âmbitos y vínculos cooperativos para el
sostenimiento de la vida. In: VEGA, Cristina; MARTÍNEZ-BU-
JÁN, Raquel; PAREDES, Myriam (org.). Cuidado, comunidad
y común. Extracciones, apropiaciones y sostenimiento de la vida.
Madrid: Traficante de Sueños, 2018. p. 15-50.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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Entre a dança e a luta: artivismos


do grupo Cirandeira Danças
Brasileiras, de Caxias do Sul/RS
Carina Monteiro Dias1

O grupo caxiense Cirandeira Danças Brasileiras atua, por meio da


dança, destacando as diversas conexões entre a ancestralidade, a diversida-
de cultural, a representatividade e as questões na contemporaneidade, tem
como fio condutor as manifestações afro-brasileiras produzidas na cidade,
buscando o diálogo e a quebra de paradigmas, mostrando uma Caxias do
Sul colorida e multicultural. Este artivismo, expressão dada às ações sociais
e políticas, produzidas individual ou coletivamente, se vale dessas estraté-
gias artísticas, para amplificar, sensibilizar e problematizar, para a socie-
dade, causas e reivindicações sociais. É por meio da dança que se discute
e problematiza diversas questões, como o próprio movimento feminista.
Neste sentido, revisitarei parte dos escritos acerca do feminismo comu-
nitário de Abya Yala, pela leitura de Paredes (2010; 2014; 2017; 2019) e
Guzmán (2019), buscando aporte em autores como Spivak (2010), bem
como a registros autoetnográficos, de modo a enriquecer o debate que traz
uma tentativa prática de descolonização do próprio movimento feminis-
ta na América Latina para, a partir deste aporte, buscar compreender de
que forma a dança como ferramente de luta, consegue movimentar corpos
e causas, coletivamente, Discutir e, principalmente, praticar o feminis-
mo, nunca foi tão importante nos dias de hoje. Mais do que isso, se
faz necessário conhecer as (tantas) vertentes e propostas do feminismo,
que, como movimento, se pautou na luta pelos direitos civis, políticos
e sociais das mulheres, questionando sua situação de subordinação e a
violência patriarcal imposta a elas. Mulheres plurais, feminismos plurais.
Vozes ecoando de diferentes lugares, sussurros organizados que buscam vez
e espaço.
Palavras-chave: Cirandeira; dança; mulheridades.

REFERÊNCIAS

1 Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Bolsista CAPES Modalidade II -


cmdias1@edu.unisinos.br

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PAREDES, Julieta; GUZMÁN, Adriana. El tejido de la rebeldia: ¿qué es


el feminismo comunitario?: bases para la despatriarcalización. La
Paz: Mujeres Creando Comunidad, 2014.
SPIVAK, Gayatri C. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: UFMG,
2010 [1985].
VIEIRA, Teresa de Jesus Batista. Artivismo. Estratégias artísticas con-
temporâneas de resistência cultural. Dissertação (Mestrado em
Arte Multimédia) – Faculdade de Belas Artes, Universidade do
Porto, Portugal, 2007.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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Estudo de gênero na sociedade brasileira:


30 anos dos corpos políticos
Emanuelly Vitoria da Silva Almeida1

Introdução: Por muito tempo os corpos diferentes são vistos com


outros olhos na sociedade brasileira. Esses mesmos corpos ambulantes e
“rueiros”, rompem os padrões da heteronormatividades e/ou cisnormati-
vidade existente entre os universos ditado como masculinos e feminino.
Mesmo com todos os discursos biologizantes a manifestação “fora da cai-
xinha” “ou até mesmo “fora do armário” tem permitidos os corpos dissi-
dentes a atravessar muitas barreiras e consuma-se de fato corpo políticos,
engajando-se através dos movimentos sociais e também dos coletivos de
mulheres transexuais e travestis. É através dessa identidade engajada que
podemos verificar a ocupações em cargos dentro do parlamento brasileiro
nas três instituições, ou seja mantendo a “desordem” na tecitura social no
âmbito político. Objetivo: Fazer um debate teórico sobre inclusão das pes-
soas trans dentro dos partidos políticos, e ocupação desses espaços como
construção social. Trazendo as categorias gênero e também intersecciona-
lidades como ferramentas para fazer esse debate. Metodologia: Serão uti-
lizadas pesquisas em bases de dados como Scielo, Lilacs, além da revisão
bibliográficas da literatura existente, utilização de sites, blogs e redes sociais
como mecanismos para a compor esse cenário com informações a serem
trabalhada ao longo do texto para Maria Cecilia MINAYO (2009, p. 7)
“Nos campos das ciências sociais, no entanto, possuem instrumentos e
teorias capazes de fazer uma aproximação da suntuosidade da existência
dos seres humanos em sociedade, ainda que de forma incompleta, imper-
feita e insatisfatória. Para isso, elas abordam o conjunto de expressões hu-
manas constantes nas estruturas, nos processos, nas representações sociais,
nas expressões da subjetividade, nos símbolos e significados”. Resultados
e Discussão: ao longo de trinta anos podemos perceber que as mulheres
trans vem buscando seu lugar dentro do parlamento brasileiro, como me-
canismo de luta e reivindicação por seus direitos e ao mesmo tempo “for-
cando” uma estrutura machista. O debate versará sobre o ativismo políti-
co, conversando com elementos corporais e as movimentações feita pelas

1 Bolsista/Capes. Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais-


PPGCS

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

mulheres trans ao longo de trinta anos nessa buscar pela inclusão dentro
do parlamento brasileiro. Considerações Finais: O estudo ainda em cons-
trução, possibilitara questionamentos subjetivos e ao mesmo tempo de
cunho trans político, como um caminho para a aglutinação desse corpo no
movimento da política brasileira. Os mecanismos utilizados para romper
barreiras e atravessamentos dentro da estrutura social é cada vez entre o
corpo e pelo modo como são pode utilizar para verificar como o universo
dos coletivos de mulheres transexuais e travesti vem utilizando dessa força,
para ir além dos muros institucionais.
Palavras-chave: ativismo político; corpo; mulheres trans.

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Movimentos sociais na positivação de


direitos: um estudo de caso das imagens do
movimento Maré Verde na América Latina
Laura Braga Gotuzzo1

O presente trabalho tem como tema e objetivo geral estudar a


força dos movimentos sociais na positivação de direitos, a partir de um
estudo de caso das imagens fotográficas do movimento feminista Maré
Verde nos países da América Latina. O trabalho trará um estudo sobre
a formação dos movimentos sociais, analisando o movimento feminista
Maré Verde, o qual teve origem na Argentina e como pauta feminista rei-
vindicava a descriminalização do aborto, tendo como lema “aborto seguro,
legal e gratuito!”. Conjuntamente, será realizada uma pesquisa documental
das imagens do movimento Maré Verde, em especial das fotografias tiradas
na Argentina entre os anos de 2018 a 2021. E, por fim, será analisado
como esse movimento tem influenciando outros países da América Lati-
na, os quais também têm em sua história passagens por um colonialismo
europeu. Para o desenvolvimento desta investigação, utiliza-se como me-
todologia a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental em imagens.
Como método de abordagem será utilizado o raciocínio lógico, através do
método dedutivo. Deste modo, utiliza-se como base os autores Federici
(2017; 2019), Julio e Henning (2019) e Herrera Flores (2009). No que
diz respeito a perspectiva teórica realizar-se-á um recorte de gênero, a partir
da organização política feminina, com reivindicações sociais e protestos.
Com enfoque no movimento social feminista Maré Verde, o qual ocupa-se
de expressar publicamente a força de demandas sociais que dificilmente
alcançariam o direito. Adota-se, assim, a fotografia como disparador do
pensamento (JULIO; HENNING, 2019), demonstrando a sua importân-
cia, dada a sua disseminação em diversas mídias internacionais e nacionais,
para a emergência desta discussão. Destaca-se que o estudo em imagens é
utilizado como fonte principal no presente trabalho, por considerar a arte
uma ferramenta, que apreende as demandas mais emergentes, as quais o
direito não é capaz de alcançar. No que diz respeito aos resultados da pre-
sente pesquisa, espera-se descobrir como as imagens fotográficas de movi-

1 Mestranda em Direito na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) - lbgotuzzo@


hotmail.com

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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mentos feministas podem ensejar na formação de movimentos sociais na


América Latina.
Palavras-chave: movimentos sociais; movimento maré verde; iconografia;
américa latina; feminismo.

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Mulheres em ação: educação ambiental,


ecofeminismo e pesquisa-ação
Lisiana Lawson Terra da Silva1

Este trabalho tem como objetivo apresentar resultados parciais


de uma pesquisa de doutorado em que mulheres em vulnerabilidade so-
cioambiental, reunidas em círculos de cultura, produzem conhecimento,
emancipação e transformação social. A pesquisa, ancora-se na perspectiva
teórica da educação ambiental crítica (LOUREIRO, 2009), a qual articu-
lada ao ecofeminismo (SHIVA; MIES, 2014) produz uma potente lente
epistemológica que permite às mulheres, reunidas em um espaço de con-
vívio, o qual é formativo, desvelarem as opressões que atuam de forma
dinâmica e em dimensões variadas na materialidade de um determinado
contexto sócio-histórico e que as colocam como inferiores na sociedade
capitalista e patriarcal. Inserida no bojo das pesquisas participantes, a pes-
quisa-ação é um método de pesquisa científica que se caracteriza por estar
associada a ações coletivas com grupos oprimidos e em vulnerabilidade e
tem por objetivo por um lado, a resolução de problemas que impactam a
realidade desses grupos e, por outro, a transformação social e emancipação
dos sujeitos. A pesquisa-ação participante (THIOLLENT, 1986) rompe
com a relação hierárquica existente entre pesquisador e pesquisado, entre
a universidade e os movimentos sociais, onde o primeiro tem o poder de
estabelecer o que o segundo deve fazer ou pensar sobre determinado pro-
blema. Nesse sentido, a pesquisa-ação é a reflexão, elaboração e construção
coletiva de uma ação com o intuito de solucionar um problema que im-
pacta significativamente a vida das participantes da pesquisa. O grupo de
mulheres em questão (vinte e cinco pessoas) e a pesquisadora participam
de uma associação no sul do Rio Grande do Sul e convivem neste espaço
educativo há algum tempo, caracterizando o grupo como organizado, coe-
so e articulado. Após a investigação temática em encontros prévios foram
escolhidos três principais temas geradores para dar início aos círculos de
cultura: mulher, maternidade e trabalho. A partir disso, se desenrolaram
os círculos e foram elencadas outras quinze palavras geradoras que fomen-
taram as discussões e deram origem à um mapa de problemas que esta
comunidade enfrenta, formando um diagnóstico. Na sequência, busca-se

1 Universidade Federal do Rio Grande – FURG - lisianalawson@yahoo.com.br

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desenvolver uma ação coletiva como enfrentamento ao problema escolhi-


do pelo grupo, por meio das práticas da pesquisa-ação e dos círculos de
cultura como idealmente ajustados à ação – reflexão – ação. Os resultados,
ainda que parciais, desvelam, em primeiro lugar, a forte opressão que mu-
lheres pobres, racializadas e com baixa escolaridade enfrentam na socieda-
de capitalista e patriarcal, assim como também desvelam a consciência que
o grupo elabora a partir dessas opressões articuladas ao referencial teórico
e, por fim, os possíveis enfrentamentos que essas mulheres consideram im-
portante construir coletivamente com vistas à emancipação e transforma-
ção da realidade em que vivem.
Palavras-chave: Educação Ambiental Crítica; Ecofeminismo; Mulheres;
Pesquisa-ação; Círculo de cultura.

REFERÊNCIAS

LOUREIRO, Carlos Frederico Bernardo. Trajetórias e fundamentos da


Educação Ambiental. Cortez: São Paulo, 2009.
MIES, Maria; SHIVA, Vandana. Ecofeminism. London; New York: Zed
Books, 2014.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 2. ed. São Paulo:
Cortez: Autores Associados, 1986.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

O trabalho das mulheres na área da


educação ambiental: uma análise dos eventos
EDEA e MOLA do PPGEA - FURG
Sabrina Meirelles Macedo1
Laryssa Louzada de Assis2
Lisiana Lawson Terra da Silva3
Marta Bonow Rodrigues4

Este texto apresenta a fase inicial de um projeto de pesquisa cujo


tema é o trabalho das mulheres desenvolvido nos eventos de Educação
Ambiental - Encontro de diálogos com a Educação Ambiental (EDEA) e
Mostra Latino-americana de Educação Ambiental (MOLA) do Programa
de Pós-Graduação em Educação Ambiental - PPGEA da Universidade Fe-
deral do Rio Grande - FURG. O estudo objetiva compreender o trabalho
das mulheres na Educação Ambiental a partir de dois aspectos: a produção
científica e a participação na organização dos eventos EDEA e MOLA.
Utilizamos a categoria trabalho conforme Kergoat (2019), que pode ser
compreendido através dos cenários sociológico e político, sendo uma ativi-
dade paradigmática pois mobiliza subjetividades individuais e coletivas, a
produção da materialidade da vida, a produção das ideias e das resistências
e abrange as esferas profissional e doméstica. Para Federici (2017), o ca-
pitalismo, desde sua ascensão, responsabiliza as mulheres pela reprodução
da sociedade e pelo apoio à produção industrial a partir da exploração e
invisibilização de seu trabalho, ampliando as diferenças entre homens e
mulheres a partir da divisão sexual do trabalho. A autora aponta que a
transição para o capitalismo introduziu uma nova forma de ver o mundo
a partir da ciência, em uma concepção androcêntrica que excluía a mulher
do universo racional e a subjugava como incapaz de desempenhar traba-
lhos considerados importantes, designando à ela o trabalho reprodutivo.
Assim, compreender o trabalho dentro dessas categorias de análise permite
denunciar mecanismos de dominação presentes nas relações sociais e na

1 Universidade Federal do Rio Grande (FURG) - sabrinameirelles@hotmail.com


2 Universidade Federal do Rio Grande (FURG) - laryecra@gmail.com
3 Universidade Federal do Rio Grande (FURG) - lisianalawson@gmail.com
4 Universidade Federal do Rio Grande (FURG) - martabonow@gmail.com

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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divisão sexual do trabalho e também construir processos de emancipação.


Nesse sentido, o presente projeto de pesquisa busca construir um banco de
dados sobre o EDEA e MOLA, em que possamos identificar a produção
científica das mulheres como autoras e coautoras nos trabalhos; conhecer
a formação acadêmica, e as áreas de atuação à qual pertencem essas mu-
lheres; e interpretar dados coletados a partir de uma perspectiva feminista
marxista (MIES; SHIVA, 2014). Paralelamente, será realizada uma revisão
e pesquisa bibliográfica com referenciais que abordam temas de feminis-
mos e produção intelectual de mulheres na área da Educação Ambiental.
A metodologia empregada para tais objetivos é de cunho qualitativo, com
pesquisa bibliográfica e documental em que serão analisados anais e atas
das reuniões dos eventos. Como resultados esperados, compreendemos ser
possível agregar conhecimento sobre a presença e o trabalho das mulheres
na área da Educação Ambiental, dar visibilidade aos temas de pesquisa
escolhidos pelas mulheres e a forma como estas elaboram perspectivas teó-
ricas. Além disso, com base nas análises e reflexões realizadas a partir do
banco de dados, elaborar artigos a serem publicados em revistas e eventos
científicos. Com isso, é possível agregar conhecimento às pesquisas sobre a
presença das mulheres na área da Educação Ambiental.
Palavras-chave: Mulheres; Trabalho; Educação Ambiental Crítica; Femi-
nismo marxista; Ciência.

REFERÊNCIAS

FEDERICI, Silvia. O Calibã e a bruxa. Mulheres, corpo e acumulação


primitiva. Trad. de Coletivo Sycorax, São Paulo: Elefante, 2017.
KERGOAT, Danièle. O trabalho, um conceito central para os estudos de
gênero? In: MARUANI, Margaret (org.). Trabalho, logo existo:
perspectivas feministas. Rio de Janeiro: FGV, 2019
MIES, Maria; SHIVA, Vandana. Ecofeminism. London; New York: Zed
Books, 2014.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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Os feminismos contra-hegemônicos
latino-americanos e a decolonização
da episteme e da práxis feminista
Janaína Perez Reis1

Tradicionalmente o feminismo se articulou em torno da equida-


de de direitos entre homens e mulheres, incorporando temáticas como
relações de poder, de gênero e as noções de patriarcado, para somente, a
partir de meados da década de 1980, se comunicar com outros movimen-
tos sociais. Nesse período, houve um alargamento e difusão de novos mo-
vimentos de mulheres criados por negras, indígenas, trabalhadoras rurais,
lésbicas, entre outras, tendo como pauta o confronto entre discursos hege-
mônicos e contra-hegemônicos. As lutas feministas latino-americanas e as
teorias decoloniais denunciaram o sistema ideológico de dominação basea-
do no privilégio epistêmico de países do Norte-global que seriam “supos-
tamente suficientes para explicar as realidades sócio-históricas do restante
do mundo” (GROSFOGUEL, 2012, p. 27). Questionaram, portanto, a
retórica na qual só existe um “nós” construído a partir de um “outro”, onde
este último se encontra em total desvantagem. Em que pese a centralida-
de na razão Norte Global (Europa e Estados Unidos) tenha dificultado,
por muito tempo, um pensamento reflexivo sobre a condição subalterna
e a capacidade de fala destas sujeitas, tradicionalmente consideradas como
“periféricas”, em meados dos anos 1990 a insistência das feministas lati-
no-americanas na inclusão de pautas que atendessem as necessidades das
mulheres “terceiro-mundistas” contribuíram para a convergência de um
conjunto de políticas focalizadas no caráter multirracial e pluricultural das
sociedades. Assim, por meio de revisão bibliográfica, tendo como base a
perspectiva decolonial do Sul global e suas considerações sobre coloniali-
dade de gênero proposta por Lugones (2008), “colonialismo discursivo”
desenvolvido por Mohanty (2008) e Spivak (2010), racismo por Gonzalez
(2020) e feminismo comunitário desenvolvido Paredes (2014), esse artigo
objetiva descrever as relações e contrapontos existentes entre a teoria hege-
mônica feminista e a teoria decolonial feminista latino-americana, assim
como suas principais preocupações e compromissos, sem a intenção de es-
gotar o tema, tendo em vista a sua complexidade e diversas especificidades.
1 Doutoranda em Ciências Sociais pela UNISINOS - janainaperezreis@yahoo.com.br

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Contudo, evidencia-se que a luta pelo reconhecimento dos feminismos


latino-americanos enquanto campo teórico próprio trouxe, por meio da
perspectiva decolonial, a crítica ao eurocentrismo na produção do conhe-
cimento e na práxis feminista, bem como a inclusão de novas teorias e
pautas ao movimento com o fim de obter novas respostas às desigualdades
persistentes, fomentando a elaboração de políticas públicas adequadas à
realidade das muitas mulheres entrecortadas por marcadores sociais da di-
ferença como gênero, raça, sexualidade, classe social e corporalidades.
Palavras-chave: Feminismos Latino-americanos; Decolonialidade; Femi-
nismos contra-hegemônicos.

REFERÊNCIAS:

LUGONES, Maria. Colonialidad y género. Tabula Rasa, Bogotá, Colôm-


bia, n. 9, p. 73-101, jul./dez. 2008. Disponível em: https://www.
revistatabularasa.org/numero-9/05lugones.pdf. Acesso em: 7 set.
2022.
MOHANTY, Chandra Talpade. Bajo los ojos de Occidente: academia
feminista y discursos coloniales. In: NAVAZ, Liliana Suárez;
CASTILLO, Rosalva Aída Hernández (eds.). Descolonizando
el feminismo. Teorías y prácticas desde los márgenes. Valência:
Ediciones Cátedra; Universitat de Valencia; Instituto de la Mujer,
2008. p. 117-163.
SPIVAK, Gayatri Chakravony, 1942- Pode o subalterno falar? I Gayatri
Chakravorty Spivak; Tradução: Sandra Regina Goulart Almeida,
Marcos Pereira Feitosa, André Pereira Feitosa. Belo Horizonte:
UFMG, 2010.

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Promotoras Legais Populares


(PLPs) e protagonismo feminino:
educando para cidadania
Rita de Cássia Ferreira1
Alessandra Santos Nascimento2

Este texto se inspira na frase de Glória Anzaldúa (1987), segundo


a qual “O ato de escrever é um ato de criar alma, é alquimia”. Com esta
diretriz visa descrever e refletir sobre alguns desafios e possibilidades teóri-
cos e práticos propiciados pelas políticas de ação afirmativa para fomentar,
através da educação popular, o protagonismo de mulheres negras e não
negras na construção e efetivação dos direitos sociais das populações vul-
neráveis. Com essa preocupação surgiram as Promotoras Legais Populares
(PLPs) no Chile e, com o passar do tempo, em vários países da América
Latina, inclusive no Brasil. Neste país, elas estão presentes em diversos
municípios sendo um deles o de Araraquara-SP. Desse modo, o objetivo
desta investigação é entender como ocorre na prática a educação popular
em direitos a partir do curso de formação das PLPs de Araraquara-SP, o
qual não tem nenhum pré-requisito acadêmico. Ou seja, a pesquisa busca
compreender se e como se desenvolve a articulação de saberes, instituições,
experiências e atores sociais diversos para debater e construir uma cidada-
nia efetiva, que privilegie, entre outras dimensões, o combate a todas as
formas de preconceito e de discriminação. Nesse caminho, tem-se como
hipótese que as mulheres que são formadas como PLPs passam a inter-
pretar o machismo, o sexismo e o racismo como dimensões estruturais da
sociedade brasileira, que obstaculizam direitos e fomentam violências. Isso
posto, o presente trabalho apoia-se em termos teóricos, principalmente,
nos ensinamentos de Angela Davis (2016), a respeito das relações entre os
conceitos de raça, classe e gênero, e de María Lugones (2020), ao apon-
tar que raça e gênero são categorias coconstitutivas da episteme moderna

1 Coletivo Bennu – Araraquara, Aquilombamento das PLP’s Pretas do Estado de SP,


Pesquisadora do Núcleo Negro da UNESP para Pesquisa e Extensão – NUPE - rita.
ferreira@educararaquara.com
2 Pesquisadora do Núcleo Negro da UNESP para Pesquisa e Extensão – NUPE e Profes-
sora no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente
– UNIARA - anascimento@uniara.edu.br

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colonial, então, a descolonização da epistemologia eurocêntrica requer o


diálogo decolonial com e entre ambas as categorias para o desenvolvimento
de uma cultura política democrática, antirracista e antissexista. No que se
refere a metodologia, sua natureza é exploratória e descritiva e sua ma-
neira de abordar o problema é qualitativa. Sendo assim, será realizada a
observação participante durante o curso; a análise dos materiais didáticos,
e também, entrevistas com as PLPs que se formaram e com aquelas que se
encontram em processo formativo para identificar se e como se dá o en-
trelaçamento dos conhecimentos científicos e dos saberes cotidianos para
a educação popular em direitos. Como resultados espera-se: 1) apresentar
subsídios para aprimorar o curso de formação e, nesse sentido, colaborar
para a capacitação de mulheres sobre direitos humanos e direitos das mu-
lheres, tendo como base o tripé raça, classe e gênero; contribuir para o
fomento e o fortalecimento de lideranças comunitárias femininas; e para a
difusão de informações, com qualidade política e técnica, que colaborem
para a busca da cidadania e acesso à justiça.
Palavras-chave: Promotoras Legais Populares; Protagonismo feminino;
Direitos Humanos; Educação popular.

REFERÊNCIAS

ANZALDÚA, Gloria. Borderlands/La Frontera: the new mestiza. São


Francisco, CA, EUA: Aunt Lute Books, 1987.
DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.
LUGONES, María. Colonialidade e gênero. In: HOLLANDA, Heloisa
Buarque de. Pensamento feminista hoje: perspectivas decolo-
niais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020.

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Redes de cuidado comunitário e projetos-


de-vida. Comunidade Indígena Por Fi Ga
Gabriel Chaves Amorim1

Através de etnografia o presente estudo aborda as redes


de cuidado das mulheres da comunidade kanhgág Por Fi Ga, localizada
na Estrada do Quilombo, bairro Feitoria, cidade de São Leopoldo (Rio
Grande do Sul), o momento amostrado trata-se da pandemia. Atualmente
a comunidade possui cerca de 80 famílias, somando mais de 200 pessoas.
Boa parte da comunidade provém de outras áreas. Das áreas grandes, como
Nonoai, Votouro e Guarita. Portanto, a construção da organização políti-
ca, cultural e linguística da Por Fi Ga está diretamente ligada ao histórico
dessas comunidades de “origem”. Os relatos das tytag, mulheres ilustram
a conjunção de forças que a comunidade articula para proteger a mulher,
desde leis comunitárias, punições para o homem. Sobre a rede de cui-
dado na Pandemia, foi crucial para manter o número de contaminados.
A contaminação comunitária foi tratada como um problema coletivo de
compartilhamento de riscos, logo, o manejo dos infectados dentro da co-
munidade e o isolamento total foram cruciais para a rápida recuperação
e o fim da transmissão. A situação de escassez material foi atenuada pe-
las redes de solidariedade sustentadas desde o “antigo normal”, antes da
pandemia. Neste contexto, a solidariedade entre mulheres indígenas tem
logrado em controlar os casos de violência estabelecendo novos locais de
poder para a mulher na comunidade kanhgág Por Fi Ga. Isso é uma das
coisas que elas têm a dizer e que podem configurar uma mirada comuni-
tária pós-pandemia.
Palavras-chave: Etnografia; Kaingang; Kanhgág; Comunidade.

REFERÊNCIAS

PAREDES-CARVAJAL, Julieta. Hilando fino desde el feminismo comu-


nitario. La Paz, Bolívia: Comunidad Mujeres Creando; Deutscher
Entwicklungsdienst, 2010. Disponível em: https://mujeresdelmun-
dobabel.org/files/2013/11/Julieta-Paredes-Hilando-Fino-desde-el-
-Fem-Comunitario.pdf.

1 Unisinos PPGCS-Doutorado

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SEGATO, Rita Laura. Gênero e colonialidade: em busca de chaves de


leitura e de um vocabulário estratégico descolonial. e-cadernos
CES, n. 18, 2012.
SEGATO, Rita Laura. Las estructuras elementales de la violencia. En-
sayos sobre género entre la antropología, el psicoanálisis y los
derechos humanos. Bernal, Argentina: Universidad Nacional de
Quilmes, 2003.

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Responsabilidade social aplicada: uma


construção a partir dos movimentos
sociais de mulheres negras
Camila Botelho Schuck1

O presente trabalho tem como objetivo demonstrar um mode-


lo de responsabilidade social estratégica aplicável a qualquer organização
nacional ou internacional, levando em consideração as especificidades de
cada cultura. Nesse sentido, alguns conceitos aplicados pela área de Gestão
do Conhecimento e refletidos à luz da NBR 16001:2012 que versa sobre
a Responsabilidade Social e os quesitos para um sistema de gestão, em
conjunto com a IQnet SR10 – Sistemas de Gestión de la Responsabilidad
Social, destaco pontos cruciais para a efetivação de um Sistema de Gestão
da Responsabilidade Social que execute a igualdade e a justiça social para
grupos socialmente marginalizados dentro das organizações. Como me-
todologia, foi realizada inicialmente uma revisão bibliográfica sobre raça,
gênero e interseccionalidade (CRENSHAW, 2018; AKOTIRENE, 2019),
observando deste modo o baixo número de mulheres negras em cargos de
liderança, estes majoritariamente preenchidos por homens brancos, mes-
mo em países de maior população negra como Brasil ou Angola. Com toda
a bibliografia discutida sobre o tema, além das políticas desenvolvidas por
diversas organizações, a busca por um sistema de responsabilidade social
específico que pudesse dar conta do referido fenômeno e que envolvessem
questões referentes ao racismo e ao colonialismo, tornaram a presente ini-
ciativa uma possibilidade de resolução a partir dos estudos da Engenharia
da Qualidade. Ainda dentro deste percurso metodológico, foram selecio-
nadas diversas ferramentas fundamentais para a construção do presente
modelo de responsabilidade social que considero estratégica justamente
por buscar promover a justiça social a um grupo em específico, diferente
de outros modelos que abordam os Direitos Humanos de forma genéri-
ca sem observar nichos de marginalização em organizações, como pessoas
com deficiência, LGBTQIA+, pessoas negras e indígenas. Como resultado
e apoiados em dados do IBGE (2022) e em teóricos da referente linha de
pesquisa, a presente proposta de modelo para além de seu caráter inovador,
se configurou como um instrumento de reflexão dos limites da Responsa-
1 camila.schuck@elecnor.es

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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bilidade Social quando esta é aplicada ausente de uma crítica sobre raça e
gênero no contexto latino-americano.
Palavras-chave: Responsabilidade Social; Gestão do Conhecimento; Siste-
ma de Gestão; NBR 16001; IQnet SR10.

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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Um jeito de ser e viver no


Kilombo de Mãe Preta
Conselho de Yas e Babas da Nação Muzunguê CoMPaz

Somos uma Comunidade Kilombola Espiritual Ecológica Cultu-


ral Sustentável que vive, em seu jeito de ser e viver, os princípios e propó-
sitos da Nação Muzunguê – Afrobudígena – Búdica, mas não budista; de-
vota da tradição dos òrísás, mas não do candomblé; perseverante na busca
constante da Yvymarã e’ ý, mas não indígena; Afrobudígena. Praticantes
de uma espiritualidade afrodiaspórica. Disporos de Kilembe – sementes
da grande árvore da vida de esperança e sonho num mundo de potência
em que ahimsa – a disponibilidade para a bondade – orienta nosso nkenda
bongar – o caminho interior na busca espiritual. Neste simpósio, apresen-
taremos um pouco da experiência e práticas de cuidado, no caminho de
construção do mundo respeitoso, do mundo mais amoroso, do mundo
permeado de uma ética planetária para todos os seres sencientes na Terra.
Como nos ensina nossa Yaba Ancestral Mãe Preta, é a consciência o pilar
dos tempos.

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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GT 14 -Fronteiras étnicas, biodiversidade,


conflitos e resistências na Amazônia

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A contribuição da Comissão Pastoral


da Terra no Território Portal da
Amazônia-MT e no Assentamento Nova
Conquista II, Novo Mundo-MT
Valdsandro de Lima Campos1

A concentração de terras no Brasil é parte de um processo histórico


ancorado em um modelo de mercantilização e monopólio de terras onde
o capital territorializa sua produção em detrimento ao mercado global do
agronegócio, porém as resistências tornam-se evidentes ao atual modelo
latifundiário por grupos excluídos do acesso à terra (MOREIRA, 2007). A
temática trata da leitura socioespacial do Território Portal da Amazônia ao
extremo norte de Mato Grosso e da Reforma Agrária com a consolidação
do Assentamento Nova Conquista II em Novo Mundo-MT, destinada a
96 famílias em 2018 sobre área devoluta pública (grilada por fazendeiro)
com a contribuição da Comissão Pastoral da Terra (CPT), e que a mesma,
exerce um trabalho em vários municípios do território. Tem-se por objeti-
vo diagnosticar um panorama econômico e político que produz a estrutura
agrária no Território Portal da Amazônia, em especial do município de
Novo Mundo, assim como, compreender a ações da CPT com o grupo so-
cial que reivindicou o acesso a terra com a consolidação (territorialização)
do Assentamento Nova Conquista II e também abordará as práticas da
CPT em auxiliar a luta socioespacial na localidade. Terá como base teórica
os conceitos sobre território e seus desdobramentos (territorialização-des-
territorialização) dentro da Geografia Crítica para analisar a dinâmica do
capital e concentração das terras, assim como organizações sociopolíticas
que reivindicam Reforma Agrária. Essa política agrária visa democratizar
o acesso à terra como o direito de uso e que atualmente abarca a posse da
propriedade da terra (STEDILE, 2020). A metodologia da pesquisa busca
uma revisão bibliográfica através de leitura de livros e artigos com auto-
res que abordam: estrutura fundiária do campo; territorialidade; Reforma
Agrária; e atuação pastoral da CPT no Mato Grosso, além da busca de

1 Professor de Geografia de Educação Básica em Mato Grosso, SEDUC-MT. Estudante


de Pós-Graduação em Mestrado de Geografia (Ppggeo) pela Universidade do Estado de
Mato Grosso (UNEMAT), campus de Cáceres-MT - lima.campos@unemat.br.

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informações sobre o Território Portal da Amazônia e município de Novo


Mundo, examinou documentos jurídicos, acervos documentados pela CP-
T-MT e on-line que comprovam a natureza da formação do Assentamento
Nova Conquista II, além do uso de fontes como INCRA, CPT, IBGE para
coletar dados quantitativos. Ainda na metodologia, será utilizada tabelas,
gráficos, figuras e mapas para evidenciar e localizar os fenômenos da área
de estudo. Um trabalho de campo de observação foi realizado para anali-
sar a organização do assentamento e o trabalho que a CPT realizou. Os
resultados esperados visam o diagnóstico e leitura da distribuição de terras
pela Reforma Agrária mediante a elevada concentração de renda e terra.
O impacto que estrutura fundiária do campo diante do poder econômico
impacta diretamente as relações da sociedade. Coloca-se em debate a im-
portância do grupo de famílias juntos à Comissão Pastoral da Terra que
buscam lutar para a redução de conflitos agrários e desigualdade social
com a consolidação do assentamento rural no município de Novo Mundo.
Palavras-Chave: Reforma Agrária; Território; Terra; Assentamento.

REFERÊNCIAS

MOREIRA, Roberto José. Terra, poder e território. São Paulo: Expressão


Popular, 2007.
STEDILE, João Pedro (org.). Experiências históricas de Reforma Agrá-
ria no mundo. São Paulo: Expressão Popular, 2020. v. 1.

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A pedagogia da alternância e a casa familiar


rural no Amazonas: uma experiência
educacional pautada no meio amazônico
Reinaldo Ramos Mourão1

O estudo aqui proposto resulta da experiência de um movimento


social do campo no Amazonas, que a partir da década de 1990 organizou
uma escola, que busca a partir de uma prática educacional pautada na
realidade, melhorar a condição sociocultural dos seus participantes. Abor-
dagem que foi realizada a partir de um estudo bibliográfico, documental e
com uso de procedimentos etnográfico, que buscou descrever o contexto, a
origem, o funcionamento e as estratégias pedagógicas adotadas pela escola
e fazer uma análise destas com base nos estudos das teorias contemporâ-
neas, como a complexidade, a interdisciplinaridade e o multiculturalis-
mo. Tendo em vistas que para os seus principais teóricos estas buscam
interpretar a realidade a partir de uma abordagem sistêmica, complexa e
contextual. Diante disso, é possível afirmar que, tanto o movimen-
to estudado, assim como, a escola inaugurada por esse coletivo,
foram criados a partir de movimentos históricos que congregam,
processos sociais, relações de poder, vontades políticas e lutas
por direitos, inclusive no que tange o direito ao uso do território
e do direito a reprodução social e cultural. Sendo esses fenôme-
nos sociais que podem ser tratadas por teorias que permitam uma
visão holística sobre o fenômeno estudado. Nesse viés, Morin
(2003, p. 38) ao definir o que é a complexidade, traz a luz a com-
preensão de que, o complexus, significa o que foi tecido junto e
que de fato há complexidade, quando elementos diferentes são
constitutivos inseparáveis de determinado fenômeno ou realida-
de social, ou objeto estudado. Dentre os quais podemos destacar
aspectos como: o econômico, o político, o sociológico, o psicoló-
gico, o afetivo e o cosmológico. Tal estudo, foi realizado a partir
de fragmentos da realidade vivenciada por esses atores em seus

1 Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia – PPGSCA da Universidade Federal do


Amazonas – UFAM - reinaldo.mourao@seducam.pro.br

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territórios e é composta dos seguintes percursos. O primeiro tem


a finalidade de entender as condições históricas que levaram os
mesmos, a buscar uma pratica de ensino pautado na realidade das
comunidades amazônicas; o segundo voltado para entender como
o coletivo organiza a proposta de ensino voltado para melhorar
as condições socioeconômicas locais, no que tange, a segurança
alimentar, o uso do território e seus recursos, o resgate cultural e a
geração de renda. E o terceiro e conclusivo, apresenta e analisa o
currículo de uma escola em alternância no Amazonas, no que tan-
ge as temáticas estudas, a fim promover um estudo ecossistêmico.
E que buscam, sobretudo, garantir o uso permanente e racional
dos recursos naturais disponíveis localmente, como é o caso dos
estoques pesqueiros, organizados através de acordos de pesca e
do ordenamento territorial da pesca, da agroecologia e agricultura
permanente, da criação das abelhas indígenas sem ferrão, do co-
mercio da produção local e do acesso a créditos e investimentos.

REFERENCIAS

ARROYO, Miguel Gonzalez. Por uma educação do campo. Petrópolis,


RJ: Vozes, 2004.
ESTEVAM, Dimas de Oliveira. Casa Familiar: A formação com base na
Pedagogia da Alternância em Santa Catarina. 2001. 182 f. Disser-
tação (Mestrado em Administração) – Programa de Pós-Gradua-
ção em Administração, Centro Sócio-Econômico, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001.
GIMONET, Jean-Claude. Praticar e Compreender a Pedagogia da Al-
ternância das CEFFAS.Tradução de Thierry de Burghgrave. Pe-
trópolis, RJ: Vozes, 2007.
HOLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Cia
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MELO, André de Oliveira. Pedagogia da Alternância no Amazonas:
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Tese (Doutorado em Sociedade e Cultura na Amazônia) – Progra-


ma de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia, Instituto
de Ciências Humanas e Letras, Universidade Federal do Amazo-
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Campo”, 2004.
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MORIN, Edgar. A religação dos saberes: o desafio do século XXI. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
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nância no Brasil. Vitoria: EDUFES, 2012. 288 p.
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epistemologia do Sul. Coimbra: Medina, 2009.
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1969.

416
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As fronteiras étnicas no contato de


língua: uma reflexão sobre as relações
de poder entre as línguas portuguesa
e ticuna no Alto Solimões
Rosinéa Auxiliadora Pereira dos Santos1
Renilda Aparecida Costa2

As fronteiras étnicas no contato de língua: uma reflexão sobre as


relações de poder entre as línguas portuguesa e ticuna no Alto Solimões
problematiza como as identidades étnicas dos Ticuna foram se delineando
ao longo de sua história de contato com outros grupos sociais falantes de
língua portuguesa enfocando as interinfluências dessas línguas na cons-
trução de fronteiras étnicas do sujeito indígena através de seus discursos.
Compreendendo que as relações de poder entre as línguas ocorrem a partir
das relações sociais entre os grupos étnicos e a sociedade nacional, esta
pesquisa objetivou analisar a construção das fronteiras étnicas do Ticuna
a partir do contato deste com a língua nacional, refletindo sobre sua ma-
neira de se constituir como sujeito indígena ante a diversidade cultural
da Amazônia. A perspectiva teórica dialoga com a teoria de Barth sobre
grupos e fronteiras étnicos e com a teoria da configuração de Norbert
Elias A compreensão sobre essa temática é relevante a partir do momento
que entendemos que os sujeitos vivem em uma teia de interdependência
(ELIAS, 1970) nas quais se evidenciam hierarquias nas relações de poder.
Essa hierarquia evidencia-se nos discursos dos indivíduos a partir de suas
configurações nos diversos jogos sociais que caracterizam a sociedade como
dinâmica, uma vez que sempre haverá mudanças nas configurações dos
sujeitos em convivência. A metodologia consistiu numa pesquisa de cunho
qualitativo, na qual os procedimentos de coleta de dados foram entrevis-
tas semiestruturadas e questionário com interlocutores do grupo étnico
ticuna, além de pesquisa bibliográfica da teoria dos autores acima citados
e dos pesquisadores que tratam de questões sobre a Amazônia como Sa-
muel Benchimol e Edson Hütner. O resultado foi que as fronteiras étnicas
construídas pelos ticunas deram-se em virtude do contato desse povo com

1 Universidade do Estado do Amazonas - neiaaux@yahoo.com.br


2 Universidade Federal do Amazonas

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os colonizadores e também com os nordestinos que se mudaram para o


Alto Solimões para a exploração da borracha que os fez migrar para a zona
urbana. Nesse contato, a língua portuguesa se sobrepõe à língua Ticuna,
uma vez que esse povo está em constante trânsito entre as zonas urbanas
e a comunidade indígena e nisso a língua oficial permite o engajamen-
to social desse povo na sociedade nacional, enquanto que a língua ticuna
mantém-se como elo coesivo entre os sujeitos desse grupo étnico e é a base
da construção de sua identidade etnolinguística.
Palavras-chave: Fronteiras étnicas; Línguas em Contato; Relações de po-
der entre línguas; Relações Interétnicas.

REFERÊNCIAS

BARTH, Frederick. Introduction. In: F. BARTH. Etnic groups and


Boundaries: the social organization of culture difference. Norue-
ga: Waveland Press,1969.
ELIAS, Norbert. Escritos & ensaios. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
ELIAS, Norbert. Introdução à Sociologia. Trad. Maria Luisa Ribeiro Fer-
reira. São Paulo: Martins Fontes, 1970.

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Desafios Socioambientais da tríplice


fronteira amazônica Brasil, Colômbia e Peru
Luiz Felipe Lacerda1
Marília Veríssimo Veronese2

A tríplice fronteira amazônica entre Brasil, Colômbia e Peru re-


presenta um enclave histórico entre jurisprudências e dinâmicas cotidianas
com fluxos migratórios e comerciais incontroláveis entre estas três nações.
Este território recentemente ganhou as manchetes dos jornais internacio-
nais pelo assassinato de um indigenista brasileiro e um jornalista inglês,
dentro da Terra Indígena Vale do Javari. Contudo, as noticiais são super-
ficiais ao ofertar à população uma percepção apurada da realidade local,
favorecendo a consolidação de um imaginário social impreciso e precon-
ceituoso por parte do senso comum nacional a respeito da própria Ama-
zônia, seus territórios e populações. Ademais, frente a todo contexto de
emergência climática pelo qual passa a humanidade em sua degradante
relação com a Natureza e a central relevância da Amazônia em todo este
certame, justifica-se a relevância de pesquisamos detalhadamente os as-
pectos socioambientais no interior de seus territórios. Este artigo deriva
de uma convivialidade de oito anos de um de seus pesquisadores neste
território, abordando de forma inédita os desafios socioambientais da trí-
plice fronteira. Objetiva, portanto, destacar analiticamente tais desafios
regionais em vista a uma compreensão aprofundada de seus fatores origi-
nários, inter-relações com dimensões referentes a educação, segurança pú-
blica e saúde, assim como consequências e possíveis enfrentamentos destes
reptos. Metodologicamente, tais temas e análises foram elencados junto a
pesquisadores, gestores públicos e lideranças locais, através de entrevistas
semiestruturadas e grupos focais que ressaltaram a destinação de resíduos
nas áreas urbanas; o igarapé Santo Antônio como representação simbólica
da utilização das águas transfronteiriças e o uso indiscriminado de agrotó-
xicos e produtos químicos nas produções primárias, enquanto elementos
centrais para a compreensão dos desafios socioambientais. Conteúdos de-
rivados de tal coleta de dados foram interpretados sob a luz da análise de
discursos e da análise de conteúdos e, posteriormente, confrontados com

1 Dr. Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). - olma@jesuitasbrasil.org.br


2 Dra. Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). MariliaV@unisinos.br

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as referências bibliográficas sobre a região. Os resultados deflagram gran-


des desafios na tríplice fronteira, apontando para lacunas na compreen-
são da sociedade local sobre a real dimensão dos aspectos socioambientais
em seus territórios e explicitando a falta de articulação entre os poderes
governamentais dos três países. Por consequência, revela-se a ineficiência
das políticas públicas e dos órgãos de proteção e conservação ambiental,
consolidando significativos casos de vulnerabilidade socioambiental que
ameaçam o equilíbrio natural do território e a manutenção do bem-estar
de suas populações.
Palavras-chave: Amazônia; Tríplice Fronteira; Desafios Socioambientais.

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Direito e Importância das Águas:


Aspectos Políticos, Hídricos e
Territorialidade na Amazônia
Helloísa Karoline de Lima Silva1
Sandoval Alves Rocha2

Esse artigo tem a finalidade de apresentar uma discussão acerca


do uso da água, este bem comum essencial para a vida e manutenção do
planeta terra. Como metodologia, recorremos à pesquisa bibliográfica,
analisando a situação jurídica, as legislações, assim como as declarações
internacionais, como sendo o epicentro de disputas políticas e guerras que
perduram ao longo da história, conquanto na contemporaneidade atrela-
das a uma crise hídrica, secas em todo o mundo, mas também no Brasil,
especificamente na Amazônia, que sofre um processo histórico de explora-
ção predatória dos recursos naturais e consequentemente desmazelo com
a sua biota e bacia hidrográfica. A pesquisa mostra que a escassez da água,
especialmente água potável, se dá principalmente pelo crescimento po-
pulacional, pela degradação ambiental e pela falta de políticas públicas
democráticas que fomentem a utilização de tecnologias modernas e apro-
priadas para a sua captação, tratamento e distribuição de forma sustentá-
vel, respeitando o meio ambiente e a sociedade. As políticas de ocupação
procuraram aliar os empreendimentos de exploração econômica com es-
tratégias geopolíticas. Dessa forma a poluição desses corpos está arraigada
às atividades antrópicas com contaminantes químicos, a exemplo da mi-
neração (garimpo ilegal) com o mercúrio despejado diretamente nos rios
e igarapés, sem antes ter passado por um tratamento. Percebe-se também
o uso de agrotóxicos, relacionado às atividades do agronegócio, que vem
cada vez mais desmatando, adentrando em Unidades de Conservação e
em terras indígenas. Destaca-se igualmente a presença dos microplásticos,
dos produtos farmacêuticos, bem como a falta de saneamento básico, este,
consoante às populações mais vulneráveis, tangendo ao racismo ambien-
tal. Diante dessa conjuntura, o legado deixado em outrora transpassa nos
dias atuais. O estabelecimento de um padrão econômico voltado para a
exportação ocorre na Amazônia desde o início da sua colonização até hoje,
1 Graduanda Gestão Ambiental – IFRN - helloisa.k@escolar.ifrn.edu.br
2 Prof. Dr. UNISINOS - sandovalrochasj@gmail.com

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motivação que permeou todo o processo de ocupação regional (BECKER,


2001). Outrossim, o crescimento populacional, o desenvolvimento urba-
no e a expansão industrial, decorrente de uma sociedade modernizada, sem
os devidos cuidados de proteção e preservação ambiental, associando-se a
situações de carência de água e de poluição dos recursos hídricos que cada
vez mais vem se traduzindo na degradação da qualidade de vida do planeta
(CUNHA, 1982). Em meio a essas descobertas, evidenciou-se a necessi-
dade da inserção da educação ambiental inerente aos limites da educação
política, das primícias das relações políticas, econômicas, sociais e culturais
entre a humanidade e a natureza, rompendo com todas as ideologias que
impedem o exercício da participação livre, consciente e democrática de
todos (REIGOTA, 2012).
Palavras-chave: Água; Amazônia; Atividades Antrópicas; Poluição; Polí-
ticas públicas.

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Entre a ilusão do excesso e a


realidade da privação: a espoliação
hídrica na cidade de Manaus
Carla Cristina Alves Torquato
Erivaldo Cavalcanti e Silva Filho
Ricardo dos Santos Castilho

O abastecimento de água e a disponibilidade de saneamento para


cada pessoa deve ser contínuo e suficiente para usos pessoais e domésticos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são necessários entre
50 a 100 litros de água por pessoa, por dia, para assegurar a satisfação
das necessidades básicas. A desigualdade de gênero na divisão dos afazeres
domésticos também é um ponto de conflito, já que higienização da casa
e os demais cuidados com a família são uma atribuição feminina. A água
é um bem público, porém ela transformou-se em um objeto de acumula-
ção privada e essa mudança de concepção no seu acesso foi consolidada a
partir da Conferência de Dublin sobre água e meio ambiente, realizada em
1992, que em seu Princípio 4, determinou que ela possui valor monetário,
é um bem econômico e deve ter seu acesso garantido mediante um pre-
ço acessível. Melhor dizendo, a cobrança pelo uso da água foi justificada
e seu uso regulado pelo mercado financeiro. Outro fator importante é a
distribuição espacial dos recursos hídricos, que estão dispostos de maneira
irregular no território brasileiro, além da influência do clima, das caracte-
rísticas da população e da sua utilização nas cadeias produtivas. Estes são
alguns dos aspectos que podem determinar se uma região irá conviver ou
não com a escassez de água. A teoria da espoliação urbana é conceituada
como o somatório de extorsões que se operam através da inexistência ou
precariedade dos serviços de consumo coletivo que se apresentam como so-
cialmente necessários em relação aos níveis de subsistência e que agudizam
ainda mais a dilapidação que ocorre no âmbito das relações de trabalho.
(KOWARICK, 1983. p. 59). Então, nos fundamentando nesta ideia e o
aplicando à Manaus, cidade que mesmo estando dentro da maior bacia hi-
drográfica do planeta, tem boa parte de sua população sem abastecimento
irregular de água, concluímos que a mesma vive o que denominamos de
espoliação hídrica, que consiste no não reconhecimento das necessidades
das camadas populares a um direito à água, onde a intervenção do poder

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público na construção da infraestrutura pública e na expansão dos serviços


coletivos hídricos sempre esteve longe de atender às demandas da popula-
ção, em especial das classes econômicas que vivem nos bairros periféricos
da cidade, reforçando a desigualdade social, deixando-os mais expostos aos
riscos decorrentes da localização e da vulnerabilidade de suas moradias. A
condição existencial de não dispor de água potável em quantidade ade-
quada expõe as pessoas a riscos de adoecimento e comprometem o seu
cotidiano, limitando o desenvolvimento de seus projetos pessoais, pois o
tempo gasto na espera ou procura por água é o tempo subtraído para a
obtenção de outros bens, sem que isso seja acompanhado de uma precisa
e coerente razão moral.
Palavras-chave: Água; Espoliação hídrica; Manaus.

REFERÊNCIAS

KOWARICK. Lúcio. A Espoliação Urbana. São Paulo: Paz e Terra, 1983.


ONU. Resolução do Conselho dos Direitos Humanos A/HRC/
RES/12/8. Disponível em: https://www.un.org/waterforlifedeca
de/pdf/human_right_to_water_and_sanitation_milestones_por.
pdf. Acesso em: 25 out. 2021.
ONU. Resolução da Assembleia Geral da ONU A/RES/64/292. Dis-
ponível em: https://www.un.org/waterforlifedecade/pdf/human_
right_to_water_and_sanitation_milestones_por.pdf. Acesso em:
25 out. 2021.
UNICEF. No Dia Mundial de Lavagem das Mãos, o UNICEF aler-
ta que 3 em cada 10 pessoas não têm instalações básicas para
lavar as mãos em casa a fim de combater doenças infecciosas.
Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-
imprensa/no-dia-mundial-de-lavagem-das-maos-o-unicef-alerta-
que-3-em-cada-10-pessoas-nao-tem-instalacoes-basicas-para-la
var-as-maos. Acesso em: 25 out. 2021.

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Fórum das Águas de Manaus: expressão


da resistência a mercantilização
do saneamento básico
Sandoval Alves Rocha1

O texto visa mostrar a atuação do Fórum das Águas, que intervém


na cidade de Manaus no contexto da privatização dos serviços de abaste-
cimento de água e esgotamento sanitário. O coletivo é vislumbrado como
um ator social (CORTES; LIMA, 2012), que reage à política neoliberal
instalada no território amazônico, denunciando a tentativa de se forjar
a concepção de natureza como produto de compra e venda (BECKER,
2009). Trata-se de uma organização formada por diversas entidades e lide-
ranças ambientalistas preocupadas com os processos de poluição e depre-
dação das águas amazônicas, mas, sobretudo, com a mercantilização dos
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário à medida que
estes eles são inseridos no mercado do saneamento, levando a exclusão das
populações mais pobres, que não apresentam condições econômicas de
arcar as elevadas tarifas impostas pela empresa. Assim, a iniciativa promo-
ve um debate no âmbito da sociedade civil, desmistificando a propagada
eficiência do setor privado e colocando às claras os verdadeiros objetivos
do mercado da água na região (BEZERRA, 2010). Como metodologia
adotou-se a pesquisa bibliográfica e documental, além da observação par-
ticipante, que permite a aproximação do pesquisador à realidade estudada,
identificando as informações necessárias para definir o objeto. Com a pes-
quisa, foi possível caracterizar a atuação do Fórum das Águas desde o seu
surgimento (março de 2012) no contexto de uma crise hídrica provocada
pela ineficiência da iniciativa privada que há 22 anos assumiu a gestão dos
serviços de água e esgoto na cidade de Manaus. Constata-se também que
as iniciativas do Fórum das Águas se contrapõem ao processo de mercan-
tilização das águas e da natureza, que atualmente tem sido incentivado no
Brasil. Evidencia-se também que o mencionado coletivo, para resolver o
problema da falta de saneamento na capital amazonense, propõe a remuni-
cipalização dos serviços, destacando a necessária participação social na sua
gestão. Assim, busca-se democratizar e universalizar tais serviços, uma vez

1 Dr. Universidade do Vale do Rio dos Sinos - sandovalr@unisinos.br

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que eles são reconhecidos como direitos humanos pela Organização das
Nações Unidas (ONU).
Palavras-chave: Fórum das Águas; Manaus; Privatização; Resistência, Sa-
neamento básico.

REFERÊNCIAS

BECKER, Berta K. Amazônia. Geopolítica na virada do III milênio. Rio


de Janeiro: Garamond, 2009.
BEZERRA, Eron. Amazônia, esse mundo à parte. São Paulo: Anita Ga-
ribaldi, 2010.
CORTES, Soraya V.; LIMA, Luciana L. A contribuição da sociologia para
a análise de políticas públicas. Lua Nova, São Paulo, n. 87, p. 33-
62, 2012.

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Jornalismo Ambiental: análise da


cobertura jornalística do Portal A
Crítica sobre a invasão de balsas
do garimpo no Rio Madeira
Renata de Lima Sousa1
Ivânia Maria Carneiro Vieira2
José Ivo Follmann3

A atividade garimpeira tem se expandido na Amazônia desde a


década de 1980, com especial incentivo durante a Ditadura Militar. Em
novembro de 2021, cerca de 300 balsas de garimpo, segundo dados do
Greenpeace, invadiram o Rio Madeira, em um trecho entre os municípios
de Nova Olinda do Norte e Autazes, no Amazonas, demonstrando a força
da atividade de extração de minério na região, sobremaneira em sua face
ilegal. O jornalismo ambiental tem um papel-chave na compreensão do
garimpo em toda a complexidade socioambiental que a atividade repre-
senta à realidade amazônica. Diante desse cenário, esta pesquisa tem como
objetivo analisar a cobertura jornalística promovida pelo Portal A Crítica
sobre o episódio da invasão de balsas de garimpo no Rio Madeira, ocorri-
da em novembro de 2021. Compreendemos que o jornalismo ambiental
deve perceber a pauta meio ambiente a partir de uma perspectiva profunda
e complexa, diferenciado-se do jornalismo sobre meio ambiente. Como
suporte metodológico, recorremos à proposta da Análise de Cobertura
Jornalística (SILVA; MAIA, 2011), adaptada à investigação do jornalismo
digital, para realizar um estudo qualitativo, tendo como base os pressupos-
tos do jornalismo ambiental (GIRARDI et al., 2020; LOOSE; GIRARDI,
2017). Identificamos um total de 33 matérias jornalísticas e dois editoriais
que têm como tema principal ou secundário a invasão das balsas de ga-
rimpo no Rio Madeira, abrangendo o período compreendido entre 24 de
novembro de 2021 a 14 de fevereiro de 2022. Priorizamos o foco da aná-

1 Jornalista da Universidade Federal do Amazonas - renatalima.dl@gmail.com


2 Docente da Universidade Federal do Amazonas e pós-doutoranda no Programa de
Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS-Unisinos) - ivaniavieira04@gmail.com
3 Professor titular do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Unisinos -
jifmann@unisinos.br

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lise na identificação de marcas de apuração e de composição do produto a


partir das matérias jornalísticas, em razão de sua natureza informativa. Os
editoriais, por seu caráter opinativo, forneceram indícios do contexto in-
terno institucional da empresa jornalística. Como resultados parciais desta
pesquisa, em processo de finalização, observamos as limitações na cobertu-
ra do Portal A Crítica, que atende de forma apenas pontual os pressupostos
do jornalismo ambiental. O elemento factual domina a cobertura jorna-
lística do Portal, com preponderância do gênero notícia em detrimento
da reportagem. De forma pouco aprofundada, a política e a economia são
os principais temas entrelaçados à pauta ambiental. As matérias ressoam
os discurso de fontes do poder público e institucionais, prejudicando a
pluralidade de vozes pelo escasso espaço dado a outros atores envolvidos
no tema, em especial às comunidades afetadas diretamente pelas atividades
das balsas. A investigação da contextualização mais profunda, que pode-
ria apontar as causas, as consequências e os impactos socioambientais do
garimpo, é suprimida em nome da factualidade e da oficialidade. Existe
a presença do tom crítico aos danos causados pela atividade garimpeira,
no entanto essa criticidade volta-se principalmente ao Governo Federal,
minimizando as responsabilidades dos governos estadual e municipais. A
cobertura não alcança uma postura ambientalmente engajada, profunda e
afinada com os pressupostos do jornalismo ambiental.
Palavras-chave: jornalismo ambiental; garimpo; Portal A Crítica; análise
de cobertura jornalística

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O combate do racismo indígena como


processo decolonial e valorização
de sua cultura e suas filosofias
Adriano Luís Hahn Soares1
Mary Nelys Silva de Almeida2

Este trabalho tem como tema escolhido: O combate do racismo


indígena como processo decolonial e valorização de sua cultura e suas filo-
sofias, que analisa um dos entraves que impedem a valorização da cultura
e filosofia indígena, isto é, daquilo que não permite que sua cosmovisão
de mundo, seu estilo de vida e modos de se relacionar com o meio am-
biente sejam valorizados, a saber: o racismo. O objetivo deste trabalho é
iniciar um processo que ajude na colonização da cosmovisão dos brasilei-
ros, trazendo à luz falas de lideranças indígenas, buscando, por meio da
publicização de sua visão de mundo, colaborar para a confrontação das
visões colonizadoras existentes. Nessa perspectiva, não só vai de encontro
com o ponto de vista dos chamados brancos, herdeiros de muitos aspec-
tos do colonialismo e do racismo que o acompanha, mas também mostra
que há uma relação entre ambas. Num contexto de ameaça aos territórios
dos povos indígenas, mas também na busca de que seus direitos sejam
garantidos, o debate se justifica na medida em que atende a uma realida-
de concreta de exclusões, de racismo e de genocídio étnico que perpassa
a história do Brasil, estando presente até mesmo na atuação de agentes
estatais (PALMQUIST, 2018, p. 7). Além disso, embora pesquisas sobre
a questão do racismo sejam abundantes, especialmente, referente ao racis-
mo contra os negros e negras, no que concerne ao racismo indígena, no
Brasil, entretanto, a quantidade de trabalhos parecem menos frequentes,
uma vez que o racismo sofrido pelos indígenas é muitas vezes confundido
com preconceito ou discriminação, ou ainda, com alguma forma de vio-
lência, de desprezo, de mal tratamento, ou seja, não é reconhecido social-
mente como tal. Ora, em entrevistas realizadas em Santarém (PARA), os
entrevistados destacaram do indígena a questão do racismo, associando-o
somente à população negra (PEIXOTO, 2017, p. 28). A presente pesquisa
aproveitou fontes bibliográficas sobre o tema, mas também aproveitou ex-
1 adrianolh@asav.org.br
2 mary.sares.paam@jesuitasbrasil.org.br

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periências concretas e falas de lideranças, pertencentes à região amazônica,


com perguntas sobre a situação atual dos povos indígenas, tanto de sua
resistência quanto de sua cosmovisão de mundo. Tudo isso demonstra a
presença dessa visão colonial, impositiva e mesmo depreciativa da cultura
desses povos. O diferencial, desta pesquisa, é que além de nos basearmos
em falas recentes de lideranças indígenas, buscamos informações em fontes
bibliográficas de língua espanhola, isto é, onde indígenas de outros países
ajudaram no aprofundamento de nosso tema.
Palavras-chave: decolonial; racismo indígena; cultura; cosmovisão.

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O engajamento religioso, social e político


de Mãe Emília de Toy Lissá – Tambor
de Mina Gêge Nagô em Manaus/AM
Maria do Carmo Ferreira de Andrade1
Renilda Aparecida Costa2

Da complexidade das relações advindas dos campos culturais, po-


líticos, sociais, religioso e econômico que perpassam a região amazônica em
sua amplitude e que compõem o seu imaginário, destaca-se em Manaus/
Am, os vários viés desta composição. Um campo religioso fértil aglutina-se
na região amazônica e nas capitais como Belém, Manaus e demais cidades
destes estados, a realidade assemelha-se. Como parte do cenário religioso
interligado aos demais campos ressalta-se uma amostragem da pesquisa
realizada em (2019-2022) no Centro de Tambores Mina Gêge-Nagô de
Tóy Lissá Agbê Manjá sob a liderança da sacerdotisa Nochê Hunjaí Emília
de Tóy Lissá Agbê Manjá – Mãe Emília (in memoriam-2020) em Manaus/
AM. O estudo investigou a trajetória de vida de Mãe Emília, nos campos
religioso, social e político a serviço das comunidades tradicionais de
terreiros em Manaus/AM respondendo às questões: Quem foi essa mu-
lher e como ela respondeu os desafios religioso, social e político referente
ao racismo, discriminação religiosa na cidade de Manaus e no Amazo-
nas? Sua luta e militância indormida pelos direitos humanos dando voz
especialmente às mulheres e ao povo de terreiro. Pesquisa de campo com
abordagens e metodologias qualitativas diversas; fenomenológica Merleau-
-Ponty (1999); História Oral (MEIHY, 1998, p. 13); ensaios etnográfi-
cos (BEAUD; WEBER, 2014) com diálogos. A relevância de seu engaja-
mento/compromisso contribuiu para o desenvolvimento não somente do
Amazonas, mas da Amazônia para quem deixou um grande legado confor-
me aponta a pesquisa.
Palavras-Chave: Campos; Centro de Tambores; Mina Gêge Nagô; comu-
nidades tradicionais.

1 Universidade Federal do Amazonas-UFAM - docarmoAndrade58@gmail.com


2 Universidade Federal do Amazonas – UFAM - renildaaparecidacosta@gmail.com

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Pueblos indígenas amazónicos frente


a la crisis sanitaria de Covid-19: la
capacidad de agencia de las organizaciones
sociales ante un Estado lejano
Ana Lucía Torres3

Los primeros meses de la pandemia de Covid-19 marcaron el de-


venir de las acciones estatales hacia la atención de la población ecuatoriana
ante la crisis sanitaria, pero además fueron un reflejo de las condiciones so-
ciales, económicas, culturales y políticas previas en las cuales se constata la
gran distancia existente entre los Estado y el territorio amazónico. La pan-
demia de Covid-19debe leerse entonces como un hecho social que exacerba
las desigualdades preexistentes entre los diferentes territorios y poblaciones
en la panamazonía. Esta presentación tiene como objetivo exponer los
resultados de un proceso articulado de cuatro países Ecuador, Colom-
bia, Perú y Brasil a través de la Asociación de Universidades confiadas
a la Compañía de Jesús en América Latina (AUSJAL) y en articulación
con la Red Eclesial Panamazónica (REPAM) realizamos un proceso de
análisis de las diferentes estrategias emprendidas por los Estados para
responder a la pandemia, pero también resaltar la capacidad de agencia
de las organizaciones indígenas panamazónicas para gestionar su salud
y vida durante este periodo. Con este objetivo de comprender la salud
de los pueblos y colectivos, es preciso entender los entornos naturales y
sociales en los que transcurre la vida de las personas; y los procesos que
han determinado estas condiciones de vida. Por esta razón, para dar
cuenta de las configuraciones desiguales de los procesos de salud-en-
fermedad en este territorio, recurrimos a tres enfoques teóricos que se
complementan y nos permiten mirar la salud de manera integrada e
integral: la teoría ecosocial, el enfoque salutogénico,y la epidemiología
crítica latinoamericana. Así también, partimos de una lectura antropo-
lógica sobre la salud en la región Amazónica que parte de ella como una
construcción cultura, que implica acoger una perspectiva de la salud

3 Instituto de Salud Pública Pontificia Universidad Católica del Ecuador, atorres331@


puce.edu.ec

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PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

que se nutre de los aportes de las ciencias sociales, y que permite reco-
nocerla como una construcción social que si bien involucra aspectos
físicos y biológicos va más allá de los mismos (LUPTON, 2008), y que
se manifiestan en sistemas médicos, concepciones y prácticas diversas.
La metodología utilizada fue cualitativa en la cual se realizó un análisis
de las estrategias del Estado expresadas en los diferentes documentos
oficiales que fueron categorizados em función de diferentes dimensio-
nes relacionadas con la salud y los territorios amazónicos en cada país.
Con ello se elaboró un documento que permitió cotejar con las reco-
mendaciones realizadas por la Comisión Interamericana de Derechos
Humanos en su Resolución Nro. 1/2020 sobre Pandemia y derechos
humanos en las Américas en la cual se pone especial atención a la vul-
nerabilidad de los pueblos y nacionalidades. Finalmente, las estrategias
emprendidas por las organizaciones de los pueblos y nacionalidades fue
clave recogerlas a través de entrevistas semiestructuradas a líderes y li-
deresas de diferentes pueblos y nacionalidades de los cuatro países (De-
partamento del Amazonas en Colombia, Pueblo asháninka y pueblo
shipibo en Perú, Población Waorani en Ecuador y finalmente indígenas
y afrodescendientes (quilombolas) en el Baixo Tapajós en Brasil) De
manera general se puede concluir que el accionar de los Estados estuvo
marcado por una acción desordenada, con mucha improvisación y sin
contextualizar las acciones de prevención y atención las características
del territorio amazónico y de las particularidades culturales de sus ha-
bitantes. Ante esta ausencia del Estado las organizaciones movilizan sus
alianzas y ponen de manifiesto su capacidad de agencia para responder
ante sus diversas necesidades de redes de apoyo, medicamentos y trata-
miento, alimentos e información contextualizada, entre otros.
Palabras-clave: pandemia de Covid-19, territorio panamazónico, capaci-
dad de agencia organizaciones sociales

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Reencontrando o horizonte de expectativa:


táticas estudantis e as estratégias de
monitoramento do Serviço Nacional
de Informações no Amazonas.
Leonardo Bentes Rodrigues1

Durante os anos que sucederam o AI-5, acreditávamos que a força


da repressão ao lado da presença do forte aparato de espionagem da dita-
dura, tanto externo quanto interno, nos levou a crer que a desmobilização
política e ideológica parecia surtir efeito nos movimentos de estudantes no
Amazonas. No entanto, novas descobertas empíricas nos permitiram a ob-
servar que suas ações de oposição política passaram em grande parte para
a “clandestinidade” e o regime tinha ciência desta movimentação através
da ampla rede de espionagem do Serviço Nacional de Informações (SNI).
Trata-se do contexto da formação das microrresistências, no qual o movi-
mento estudantil pôde “reinventar-se”, renovar e voltar às ruas como pio-
neiros pelo retorno a legalidade através das diferentes formas de resistências
adotadas pelo movimento em vistas de burlar o cerceamento das liberdades
impostas. Acreditamos que durante o período em que as entidades estu-
dantis foram postas para a clandestinidade, os estudantes continuaram a
realizar suas reuniões e outras formas de sociabilidade confrontando direta-
mente os aparelhos arbitrários. Portanto, o objetivo deste trabalho trata-se
de compreender as táticas de resistência dos estudantes perante o monito-
ramento do SNI durante o contexto histórico da “abertura política”.
Palavras-chave: espionagem; táticas; estudantes.

1 Mestrando em História Social pela Universidade Federal do Amazonas (PPGH-U-


FAM), especialista em Historiografia e Ensino de História (UFAM), licenciado em
História (UFAM). Bolsista pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES). Orientadora: Profa. Dra. Maria Luiza Ugarte Pinheiro. Linha de
Pesquisa: Migrações, Trabalho e Movimento Sociais na Amazônia. E-mail: leobentesr@
gmail.com

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Resistências negras nas toadas de


boi-bumbá do Amazonas
Jéssica Dayse Matos Gomes1
Renilda Aparecida Costa2

Em Parintins, município localizado no interior do Estado do


Amazonas, área limítrofe com o território do Pará ocorre um Festival Fol-
clórico no último final de semana do mês de junho onde são apresentadas
diferentes manifestações da cultura popular amazônica, entre elas, a mú-
sica e os batuques que compõem a toada, gênero textual que apresenta a
cultura e identidade do povo amazônida em suas letras e ritmos. Barros,
Pinto e Santos (2022) consideram a toada o fio condutor que narra todo
o universo/cenário amazônico apresentado pelos bois-bumbás Garantido e
Caprichoso no Festival Folclórico de Parintins. Entendendo a toada como
linguagem que trata sobre diferentes contextos, entre eles, dos margina-
lizados, analisamos como a cultura negra em Parintins é veiculada nas
toadas de boi-bumbá através do método da folkcomunicação mostrando
que a cultura afro é evidenciada nas letras das canções e que podem ser
utilizadas para manifestações e educação antirracista. Para Braga (2011)
a música permite identificar a matriz africana assim como as identidades
e estéticas negras nas manifestações culturais amazônicas. Diante do ex-
posto, este estudo se concentra em apresentar e analisar algumas toadas
que compõem o acervo musical dos bumbás Garantido e Caprichoso no
período de 1988 a 2018, com base nos referenciais teóricos sobre presença
negra no Amazonas e a diversidade cultural amazônica. A metodologia
da Folkcomunicação utilizada neste trabalho é necessária para que sejam
analisadas as expressões comunicacionais adotadas pela manifestação cul-
tural parintinense, neste caso, a toada de boi-bumbá, uma vez que, para
Holhfeldt (2002, p. 25) a Folkcomunicação é o estudo dos procedimentos
comunicacionais pelos quais as manifestações populares ou folclóricas se
ampliam, se sociabilizam, coexistem com outras cadeias da comunicação;
são modificadas por influência da comunicação de massa e industrializada
ou sofrem modificações quando apropriadas por tais complexos. Pode-se
considerar que os compositores apresentam obras que enfatizam a luta, a

1 Universidade Federal do Amazonas – UFAM - dayse_hinata@hotmail.com


2 Universidade Federal do Amazonas – UFAM - renildaaparecidacosta@gmail.com

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resistência e a cultura do povo negro, mostrando que as toadas podem ser


um canal para manifestar os temas mais importantes da história e cultura
afro tanto no âmbito local, como em outros territórios.
Palavras-chave: cultura; negros; compositores; folkcomunicação.

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GT 15 - História, Educação e Ambiente

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A formação de burocratas qualificados para


lidar com a questão ambiental em Manaus
Ana Rosa Lago Cecílio1
José Ivo Follmann2

O presente trabalho parte de um olhar sobre os problemas ambien-


tais da cidade de Manaus, onde os igarapés que entrecortam a cidade estão
poluídos, as cheias dos rios tem sido maiores, o aumento de queimadas
produzidas por ação criminosa e/ou por uma cultura deturpada de limpeza
dos terrenos, os casos de Covid-19 com números elevados, evidenciando
um Estado que parece ausente de suas responsabilidades, produzindo uma
falta de burocracia qualificada para lidar com os problemas ambientais
ou mesmo pela ausência de diálogo da sociedade para indicar quais pro-
blemas mais impactam o coletivo. O Estado seria o ente que conduziria
a formação de entes qualificados na condução dos problemas ambientais,
mas para isso, teria que considerar o papel desempenhado por outros entes
nessa relação. Uma burocracia qualificada poderia dar uma autonomia ao
Estado, com profissionais que se mantenham numa relação constante com
os objetivos coletivos, dando conta do respeito para com o meio ambiente,
como espaço em que estão pessoas, animais, florestas e águas. A priori, o
Estado é o principal agente na condução dos problemas ambientais, mas
não se pode deixar de lado o papel dos entes não estatais, neste caso, o
papel da sociedade para que se possa identificar os reais problemas públi-
cos. É com esse olhar que se objetiva observar como o Estado tem buscado
produzir burocracia qualificada para atuar frente aos desafios da preservação
do meio ambiente, no combate às queimadas, nas enchentes, na poluição dos
igarapés, ou qualquer outro problema ambiental que impactam a vida quanto
à qualidade de vida e o desenvolvimento da cidade de Manaus. Sabe-se que as
transformações que se derem socialmente, passarão por um processo, tanto
de aprendizagem do Estado na busca por combater os problemas ambien-
tais, assim como da sociedade, que precisa estar numa relação atenta ao que
impacta a sua vida em coletividade, para que isto se dê, coube utilizar uma

1 Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais – Unisinos/RS,


anacecin@gmail.com.
2 Prof. Dr. Unisinos, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, jifmann@unisi-
nos.br.

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revisão bibliográfica que discorresse sobre o Estado, as políticas públicas, a


burocracia qualificada e o meio ambiente, para tanto, destacou-se estudio-
sos como Pires, Reigota, Santos, Secchi, Evans, Skocpol, Appiah e Covre.
Palavras-chave: Estado; Meio ambiente; Cultura; Sociedade; Burocratas
qualificadas.

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A inovação esperada e a produção


existente: pensamento universitário e
produtores têxteis nas últimas décadas
Regina Weber1

Um estudo sobre a produção têxtil no Rio Grande do Sul, a par-


tir da segunda metade do século XX, apontou uma situação parcialmente
paradoxal. Por um lado, dissertações e teses, nas áreas da administração,
economia e correlatas, tendem a investigar o nível de modernização ou
inovação das empresas, observando particularmente o índice de mecaniza-
ção e de atualização das máquinas, a diminuição do número de trabalha-
dores empregados, e a capacidade de inserção no mercado internacional.
Por outro lado, pequenos produtores, principalmente a partir dos anos
1990, viram-se às voltas com uma repentina competição internacional que
tornou suas máquinas de tecelagens parcialmente obsoletas. Esta comuni-
cação apresenta, por um lado, o pensamento econômico acadêmico e suas
amarras, e, por outro, a visão de agentes individuais inseridos num deter-
minado modo produtivo, recolhida por meio de depoimentos e processos
de falências. O foco é o Rio Grande do Sul, mas casos de outros lugares do
país também são cotejados.

1 Departamento/PPG de História/ UFRGS

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Agricultura e meio ambiente nos


atuais municípios de Itararé (SP)
e Sengés (PR) em 1828
Mário Roberto Ferraro1

O objetivo desta pesquisa é tecer considerações a respeito de um


projeto de assentamento de um grupo de famílias de colonos alemães na
região de Itapeva em São Paulo, apresentado pelo conselheiro Antônio
Bernardo Bueno da Veiga ao Conselho da Presidência da província de São
Paulo, em 1828. Foram analisadas as descrições da natureza do local onde
seriam assentados; o desejo modernização da agricultura de parte elite pau-
lista com a substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre do imigran-
te europeu e a introdução do arado, eliminando dessa forma a agricultura
de corte e queima; e a necessidade da introdução melhorias naquele trecho
do Caminho do Sul em termos de segurança e abastecimento de suprimen-
tos e de víveres para os tropeiros que buscavam gado vacum e muar no sul
para serem vendidos na feira de Sorocaba. O projeto de Antônio Bernardo
Bueno da Veiga não foi aprovado e a instalação dessas famílias acabou
por se realizar na atual Itapecerica da Serra (SP) e tornou-se uma colônia
bem-sucedida, pois produzia alimentos para o abastecimento da capital
paulista. Todavia, os debates em torno dele deixaram importantes relatos
sobre a região que hoje se constitui nos municípios de Itararé (SP) e Sengés
(PR), então parte do município de Itapeva, que era uma região no limite
entre a Mata Atlântica e os Campos Gerais. Os colonos receberiam, para o
plantio de víveres, lotes ao leste na área de campo, que eram adequadas ao
manejo com uso do arado e estava livre de indígenas, e se valeriam da mata
a oeste para coleta de frutos e mel, bem como para caçar. Outro objetivo
do assentamento na região era afugentar ou incorporar os indígenas do ser-
tão, que estendia pela banda oriental da província até o Rio Paraná. Como
metodologia foi usada a história ambiental para entendimento da relação
entre homem e natureza, valendo-se de autores como Murari (2002), Cor-
rêa (2016) e do paradigma indiciário de Carlo Ginzburg (1889) para o
tratamento das fontes, pois trate-se de apenas um documento analisado,
sendo os demais mencionados com funções suplementares.

1 UEG (aposentado) - mariofr6@gmail.com

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Palavras-chave: Colonização alemã; agricultura; meio ambiente; Itararé e


Sengés; século XIX.

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Considerações sobre a Educação


Ambiental crítica na perspectiva
da crise estrutural do capital
Ana Furlong Antochevis1
Carlos Roberto da Silva Machado2

Este trabalho constituiu-se de uma reflexão sobre os desafios e po-


tencialidades da Educação Ambiental crítica em relação à crise do capital,
e sobre as possibilidades de atuação a partir dos conflitos emergentes em
busca de justiça ambiental, especialmente no cotidiano dos ambientes e re-
lações educacionais. Os estudos iniciais no campo da educação Ambiental
surgiram na década de 60, e traziam uma perspectiva de conscientização
conservacionista. Ao final dos anos 80 as produções da área assumiram
uma característica de crítica social, quando passam a ter seu sentido ressig-
nificado a partir das experiências de movimentos sociais e da aproximação
com os princípios da educação transformadora, orientada por Paulo Freire.
Contudo, mesmo durante os governos progressistas, a partir de 2003, o
papel da Educação Ambiental transiciona entre a concepção crítica e o
retorno/reedição da concepção conservacionista, associada ao processo de
institucionalização da área e da sua absorção a narrativa da “sustentabili-
dade” apropriada pela lógica neoliberal. Para a realização deste trabalho foi
realizada revisão narrativa sobre a temática, considerando-se que o propó-
sito destas considerações relaciona-se mais com uma discussão qualificada
sobre o tema proposto, do que a produção quantitativa de informações
sobre a produção científica na área. Para o levantamento dos estudos feitos
sobre esta temática até o momento, foi realizada pesquisa nas plataformas
de pesquisa Google Scholar e Banco Brasileiro de Dissertações e Teses, bus-
cando os descritores associados: “Educação Ambiental”, “conflito socioam-
biental”, “crise do capital”, “justiça ambiental”. As publicações foram ana-
lisadas à luz das referências teóricas de Istvan Meszaros e Henri Acselrad, e
para tanto foram utilizados livros de acervo pessoal dos autores, avaliando
sua pertinência e relevância para sustentar teoricamente o debate sobre o

1 Doutoranda em Educação Ambiental pelo Programa de Pós-Graduação em Edu-


cação Ambiental/ PPGEA da Universidade Federal do Rio Grande/FURG - ana.
furlongantochevis@gmail.com
2 Docente do PPGEA da FURG, carlosmachado2004furg@gmail.com

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tema proposto. Consideramos que é possível verificar um esforço crescente


nas produções acadêmicas mais relevantes para que a Educação Ambiental
seja desenvolvida com sentido político, de crítica social e educação para
a cidadania e a ética socioambiental. Um esforço considerável, frente ao
violento movimento de apropriação de narrativas executado pela lógica
neoliberal, que tem feito uso da perspectiva ambientalista em vertentes
de estudo e construção de campos alinhados a uma ideia de sustentabi-
lidade conformista. No propósito de garantir seu uso como instrumento
de reprodução social, a perspectiva neoliberal limita a ideia de Educação
Ambiental à constatação de problemas ambientais sem, contudo, identifi-
cá-los como conflitos socioambientais - o que impulsionaria a identificação
da necessidade urgente de ações que determinem um novo contexto de
justiça ambiental. Partindo desta lógica, tem-se o entendimento de que
não pode haver desenvolvimento de uma verdadeira Educação Ambiental
crítica, senão como processo eminentemente vinculado a um horizonte de
desenvolvimento social e ambiental mediados por uma força dialética e
emancipatória – papel de uma educação ambiental transformadora.

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Crise e Futuro: meio ambiente e


economia na era Lula (2003-2010)
Roger Domenech Colacios1

O tema desta comunicação é a análise da dinâmica de interação e


tensionamento entre a área ambiental e econômica no Brasil nos anos de
2003 a 2010. Tendo como objetivo compreender os rumos das políticas
ambientais frente ao neodesenvolvimentismo que seria uma característica
da economia política nacional neste período. O ano de 2003 inaugurou
no Brasil um novo governo federal, com a eleição de Luiz Inácio Lula da
Silva para a presidência da República. O programa político oferecido à
população vinha permeado de propostas consideradas progressistas e que
refletiam mudanças em termos sociais, econômicos, políticos e culturais
experienciados em outros países. Entre estas transformações do cenário
mundial e nacional, estava em pauta a renovação das relações entre socie-
dade humana e mundo natural. Sustentabilidade, Amazônia, energias re-
nováveis, agroecologia entre outros eram discutidos neste lumiar do século
XXI. Anos depois, em 2007, este mesmo governo federal anunciava a des-
coberta de jazidas de petróleo em alto mar, em profundidades conhecidas
como pré-sal. Este fato novo colocava a relação meio ambiente e economia
brasileira em uma situação complexa, pois as jazidas do pré-sal abriram
espaço para uma dinâmica desenvolvimentista que era bem recebida aos
olhos da população e do governo petista. Mas isto significava em um pri-
meiro momento a alteração dos rumos dados pelas políticas ambientais, tal
como a mudança da matriz energética, com a valorização dos biocombustí-
veis, fontes alternativas e renováveis etc. A perspectiva teórica desta pesqui-
sa é o materialismo histórico-dialético, com ênfase no que ficou conhecido
como marxismo ecológico. Os materiais analisados são os programas de
governo petistas nos dois mandatos de Lula, discursos do presidente, além
das mensagens ao Congresso Nacional oferecidas anualmente. Entende-se
que este conjunto de documentos permite a compreensão e análise dos
rumos tomados neste período pelo governo federal em relação ao meio
ambiente e a economia nacional.
Palavras-chave: História Ambiental; Meio Ambiente; Economia; Brasil;
Lula.

1 Universidade Estadual de Maringá (UEM) - rdcolacios@uem.br

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Da educação ambiental crítica à educação


ambiental decolonial: revisando concepções
e narrativas à luz da racionalidade ambiental
Fabiana Pinto de Almeida Bizarria1
Bruno Galisa de Oliveira2
Marcleide Sampaio Oliveira3
Paulo Guilherme Oliveira4
Flávia Lorenne Sampaio Barbosa5

A educação ambiental (EA) figura como uma importante ferra-


menta para induzir, em todos os níveis socioeconômicos, uma participação
mais responsável e consciente na elaboração e execução de ações que in-
terferem na qualidade do meio natural, social e cultural. A emergência do
tema condiz com a crescente necessidade de mitigar os efeitos da relação
predatória travada entre homem e natureza que, não raramente, desem-
boca em desastres ambientais, como o vivenciado recentemente em Bru-
madinho. A EA tem sido discutida, incessantemente, desde os anos 1960,
quando dos estudos primordiais sobre o tema. Atualmente destacam-se, no
campo, a educação ambiental crítica e a educação ambiental decolonial.
A primeira possui viés marxista e está alicerçada no materialismo históri-
co-dialético, fundamentando-se na relação entre o trabalho e a natureza
dentro do sistema capitalista, sob perspectiva econômica. A segunda, por
sua vez, aproxima-se das prerrogativas leffianas de ética e horizontalidade
dos saberes, dentro de uma epistemologia própria do Sul global, na qual
os processos históricos e culturais coloniais ocupam lugar de destaque, sob
perspectiva identitária. Esta pesquisa, de natureza revisional, visa apre-
sentar argumentos favoráveis à educação ambiental deconial, por meio de
contrapontos e aproximações com a educação ambiental crítica, narrando
reflexões a partir da ideia de racionalidade ambiental, tendo por base os
estudos seminais de Enrique Leff. A presente pesquisa constitui revisão

1 Professora Colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública na UFPI


(Mestrado Profissional) – PPGP/ UFPI - fabiana.almeida.flf@gmail.com
2 UFPI - bruno.gaalisa@gmail.com
3 Faculdade Luciano Feijão – FLF - marcleidesampaio19@gmail.com
4 Faculdade Luciano Feijão – FLF - pauloguilhermeof.pg@gmail.com
5 Universidade Federal do Piauí – UFPI - flsbarbosa@ufpi.edu.br

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narrativa sobre o tema. Utilizou-se o Scielo como ponto de partida e, na


escolha dos estudos, utilizou-se também a técnica de bola de neve. Os
esforços de reunião de dados foram empreendidos em torno do autor En-
rique Leff, tendo em vista suas contribuições para a Educação Ambiental,
sublinhadas na maioria dos achados. Espera-se que, com as contribuições,
estudiosos e praticantes possam expandir suas visões sobre os construc-
tos examinados, permitindo uma atuação mais alinhada com os debates
emergentes sobre o tema. Ademais, enquanto produto da epistemologia
do Sul global, a presente pesquisa visa agregar para uma execução mais
esclarecida da Política Nacional de Educação Ambiental no Brasil, vide Lei
n.º 9.796/1999 e Decreto n.º 4.281/2002.
Palavras-chave: Educação Ambiental Decolonial; Racionalidade
Ambiental.

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Direito Moral dos animais e


abolicionismo: a Teoria dos “sujeitos
de uma vida” de Tom Regan
Martina Bravo Leite1
Maria Laura Maciel Fernandez2

O cenário de exploração animal é presente no cotidiano das pes-


soas e insere-se, cada vez mais, nos debates éticos, morais e também jurídi-
cos. Dessa forma, constantemente visualizamos a utilização de animais não
humanos para lucro e passatempos humanos, ou para a utilização em pes-
quisas científicas e biomédicas, em que, muitas vezes ocorrem maus-tratos,
e desrespeito à vida, à saúde, à liberdade ou à dignidade dos animais. Con-
tudo, posicionamentos de filósofos estudiosos dos direitos dos animais fo-
ram decisivos para o início da formulação de teorias de defesa dos animais.
Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo estudar a teoria da
abolição da exploração animal, com base na atribuição de direitos morais
a animais não-humanos e, assim, discutir a Teoria Moral dos “sujeitos de
uma vida” de Tom Regan, apresentando seus principais aspectos, caracte-
rísticas e postulados. Assim, a pesquisa será estruturada em três tópicos:
estudar os principais postulados da Teoria dos Sujeitos de Uma Vida de
Tom Regan, apresentando as principais ideias desenvolvidas pelo autor.
Além disso, pretende-se estudar a sua teoria com base nas críticas efetuadas
pelo autor ao pensamento de outros filósofos e analisar o conceito e o de-
senvolvimento da teoria de abolição da exploração animal. Para isso, utiliza
na metodologia, a abordagem dedutiva. O procedimento utilizado será a
pesquisa bibliográfica e as técnicas de pesquisa utilizadas serão a realização
de fichamentos e resumos expandidos. As principais conclusões obtidas
no estudo foram que a exploração animal é imoral e deve ser abolida na
sua totalidade, tendo em vista que animais não-humanos, que possuem a
característica da senciência devem ser considerados “sujeitos de uma vida”
que devem ter seus direitos respeitados em seu valor inerente, com base no
princípio da justiça.

1 Advogada. Mestranda em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria. E-mail:


martinabravoleite@gmail.com
2 Advogada. Mestranda em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. E-mail:
maria-laura-95@hotmail.com

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Palavras-chave: Teoria moral; sujeitos de uma vida; Tom Regan; senciência.

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Educação Ambiental e Abastecimento


de Água: uma reflexão a partir da
teoria da Sociedade de Risco
Fabiano Quadros Rückert1

O objetivo da comunicação consiste em interpretar as relações en-


tre a Educação Ambiental e o Abastecimento de Água a partir da teoria
da Sociedade de Risco, formulada pelo sociólogo Ulrik Beck. Partindo da
premissa de que a Educação Ambiental não pode omitir-se da discussão
sobre os fatores ambientais/técnicos/econômicos/políticos e culturais que
influenciam na oferta do Abastecimento de Água para populações huma-
nas, propomos uma reflexão centrada em três eixos. São eles: (1) o risco de
uma Educação Ambiental acrítica diante dos problemas que comprome-
tem a qualidade e a regularidade do Abastecimento de Água; (2) o risco
de uma Educação Ambiental que supervalorize as técnicas de captação/
tratamento e distribuição da água potável, diminuindo a importância da
conservação dos mananciais; e (3) o risco de uma Educação Ambiental que
desconsidere a historicidade do abastecimento de água.
Palavras-chave: Sociedade de Risco, Educação Ambiental, Abastecimento
de Água.

1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus do Pantanal - fabianoqr@


yahoo.com.br

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Educação ambiental e Geografia:


um projeto que dá certo
Juliana Vanesi Lopes da Silva1

Os avanços da civilização, industrialização e urbanização na busca


pelo “desenvolvimento” levou a destruição dos biomas do Brasil. Um bio-
ma é definido como sendo uma área do espaço geográfico, com dimensões
de até mais de um milhão de quilômetros quadrados, que apresenta como
características a presença de um microclima, formação vegetal, fauna, flo-
ra, condições ambientais em uniformidade, conferindo a cada bioma uma
forma única e peculiar da sua área de abrangência (COUTINHO, 2006).
Assumindo a responsabilidade da educação no processo de construção de
uma sociedade melhor, iniciou-se em 2021 no colégio Nossa Senhora Me-
dianeira, localizado no município de Candelária-RS um projeto desenvol-
vido na disciplina de Geografia voltado para a preservação do bioma Mata
Atlântica. Conforme informações apresentadas em 2020 pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais, de 2008 a 2010 a devastação desse bio-
ma foi de quase 21 mil hectares, restando apenas 7,3 % da sua vegetação
original. Sendo assim, o objetivo do projeto consistia em desenvolver a
consciência da importância da preservação do bioma Mata Atlântica pre-
sente na região a partir de ações de mobilização, conscientização e práticas
concretas. Para a realização do projeto selecionou-se as turmas de 1° ano
do Ensino Médio, visto que os conteúdos se relacionam com a temática
ambiental, tornando possível a utilização dos próprios períodos de aula
para desenvolver as ações necessárias. Além dos momentos de debate, as
turmas tinham a tarefa de realizarem atividades práticas, dentre essas ativi-
dades estavam incluídas palestras com a Secretaria do Meio Ambiente do
município, confecção de maquetes utilizando materiais recicláveis, plantio
de árvores nativas visando recuperar parte do bioma e criação de proje-
tos elaborados pelos próprios estudantes que poderiam ser aplicados para
diminuir os impactos sobre a Mata Atlântica no município. Diante das
ações desenvolvidas identificou-se que ouve maior engajamento e interesse
por parte dos jovens nas discussões ambientais. Também foi possível notar
que os estudantes compartilharam seus aprendizados com seus familiares,

1 Mestranda em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz do Sul -


julianavanesilopes@gmail.com

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ampliando a rede de conhecimento. A partir do projeto, conclui-se que a


educação ambiental aliada ao ensino de Geografia tem um papel funda-
mental na formação de futuros cidadãos preocupados e conscientes do seu
papel na preservação do meio ambiente.
Palavras-chave: Educação ambiental; Ensino de Geografia; Preservação
ambiental; Mata atlântica.

REFERÊNCIAS

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Atlas dos


remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2018-
2019. Relatório técnico. São Paulo, 2020.
COUTINHO, L. M. O conceito de bioma. Acta Botanica Brasilica, v.
20, n. 1, p. 13-23, 2006.

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Educação Ambiental a partir da


eco-história do Cerrado
Rosângela Azevedo Corrêa1

A forma como o Cerrado é apresentado nos livros didáticos man-


têm o desconhecimento sobre ele como um  sistema biogeográfico e sua
rica sociobiodiversidade e impede que os estudantes compreendam sua
importância na América do Sul. Por este motivo, acreditamos que uma
educação ambiental crítica deve começar pela abordagem da eco-história
que privilegia o tempo de longa duração. Nossa referência é Paulo Bertran
(2000) que procurou sustentar a ideia de que o Cerrado foi o locus de ori-
gem de uma sociedade ecologicamente diferenciada, portanto, precisamos
conhecer a história da formação de uma peculiar sociedade que se desen-
volveu nos cerrados do Planalto Central de altitude através da ocupação
humana nos últimos 11 mil anos: “Eco-história não é panaceia, mas forma
de abordagem, forma de assalto que pressupõe a compreensão abrangente
da Mãe-Terra e dos filhos homens, com seus resultados, alguns salutares,
outros iníquos sociológica, econômica e ecologicamente. De tudo isto ti-
ramos uma certeza. Não saber mais o que é Centro-Oeste ou Brasil, por
exemplo. Mas saber o que é o cerrado e seus filhos, a eco-história humana
das savanas brasileiras”.

1 Dra Rosângela Azevedo Corrêa Universidade de Brasília

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História Ambiental: tempo presente


e ativismo socioambiental
Marcos Gerhardt1

Apresenta um estudo que conjuga História Ambiental e História


do Tempo Presente, pois discute a trajetória de conservação de um frag-
mento de Mata Atlântica no norte do estado do Rio Grande do Sul, com
ênfase nas alterações mais recentes, ou seja, nas décadas de 2010 e 2020.
Ressalta quatro características inerentes ao estudo: a) a longa trajetória de
antropização deste bioma, marcada pela reocupação e reconstrução dos
espaços compostos por um mosaico de campos nativos e florestas; b) os
esforços para a sua conservação e da biodiversidade que o bioma abriga; c)
o envolvimento do historiador como ator da história vivida recentemen-
te, uma das características da História do Tempo Presente; d) a narrativa
histórica inconclusa, pois o conflito socioambiental prossegue e tem des-
fecho desconhecido. Emprega a abordagem da História Ambiental, um
campo da historiografia que considera as sociedades humanas, mas tam-
bém reconhece a historicidade dos sistemas naturais e visa construir uma
leitura aberta e interativa da relação entre ambos (PÁDUA, 2010, p. 97).
Apoia-se, ainda, nas referências conceituais da História do Tempo Presen-
te, geralmente ligada aos eventos traumáticos recentes, à memória social
e à História Política (FERREIRA, 2018) que, nesse caso, dialoga com a
História Ambiental. Nas palavras de Fico (2012, p. 45), “a marca central
da História do Tempo Presente - sua imbricação com a política - decorre da
circunstância de estarmos, sujeito e objeto, mergulhados em uma mesma
temporalidade”. As fontes de pesquisa empregadas são diversas e incluem
fotografias, a legislação ambiental pretérita, a documentação do Poder Ju-
diciário e a própria paisagem, interpretada como um documento. A área
objeto do estudo abriga um remanescente de Floresta Ombrófila Mista ou
floresta com araucárias em avançado estágio de regeneração, sob pressão
antrópica recente, que constitui habitat para a fauna silvestre, inclusive
para espécies ameaçadas de extinção e contém nascentes cuja água contri-
bui para a formação da bacia hidrográfica do rio Jacuí.
Palavras-chave: Araucaria angustifolia. Biodiversidade. Mata Atlântica.

1 PPGH da Universidade de Passo Fundo, marcos@gerhardt.pro.br

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Referências

PÁDUA, José Augusto. As bases teóricas da História Ambiental. Estudos


Avançados, São Paulo, v. 24, n. 68, 2010.
FERREIRA, Marieta de Moraes. Notas iniciais sobre a história do tempo
presente e a historiografia no Brasil. Tempo e Argumento, Floria-
nópolis, v. 10, n. 23, p. 80-108, jan. 2018.
FICO, Carlos. História do Tempo Presente, eventos traumáticos e docu-
mentos sensíveis: o caso brasileiro. Varia Historia, Belo Horizon-
te, v. 28, n. 47, p. 45-59, jan./jun. 2012.

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Histórias Globais, Narrativas Locais: Ensino


de História, História Local e Agroecologia
Alfredo Ricardo Silva Lopes1

O projeto tem como objetivo principal integrar a produção de co-


nhecimento histórico às demandas do Ensino de História na Educação do
Campo. Nesse momento entra em prática o Projeto de Pesquisa que busca
fornecer, com o uso da História Oral, as ferramentas metodológicas para
produção das entrevistas e suas transcrições. Com base nas histórias de
vida dos entrevistados e entrevistadas, os estudantes e a comunidade pode-
rão refletir sobre a inter-relação entre as narrativas individuais, produzindo
assim uma história coletiva da comunidade. A articulação entre História
Ambiental e Agroecologia orienta a aproximação da História Local com a
busca pela sustentabilidade. A Pesquisa produzirá conhecimentos históri-
cos integrados às realidades socioambientais, oferecendo tanto suporte ao
processo de ensino e aprendizagem dos alunos do Curso de Educação do
Campo, quanto fornecerá bases para produção de políticas públicas orien-
tadas para sustentabilidade.
Palavras-chave: Ensino de História; História Ambiental; Antropoceno;
Educação do Campo.

1 Prof. Dr. Alfredo Ricardo Silva Lopes

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Meio ambiente e Política: Partido


Verde, fundação e atividades em torno
da questão ambiental (1986-2021)
Rhay Patrick Farias Cruz1

O presente trabalho é uma pesquisa de dissertação de mestrado,


que toma como ponto inicial, a análise do ativismo político partidário
de cunho ambientalista, que fundamentou a criação do Partido Verde em
janeiro de 1986, e as ações realizadas pelo partido no executivo ou legis-
lativo nacional, desde a fundação da sigla, até o ano de 2021. Esta sigla
partidária, encampa em sua ideologia política, a preservação ambiental, o
desenvolvimento sustentável, e a ecologia política, defendendo que com
as mudanças climáticas e ambientais ocorridas nas últimas décadas, se faz
necessário realizar também, mudanças políticas na direção da preservação e
conservação ambiental. Desta forma será explorada a visão política e ideo-
lógica do partido, através da análise dos posicionamentos programáticos
do PV, representado pela ação dos agentes políticos eleitos ao longo dos
anos, e dos dirigentes partidários. A pesquisa em curso está trabalhando
com o quantitativo de instrumentos legislativos proposto por estes agentes
políticos, analisando de forma crítica se o arcabouço legal elaborado têm
consonância com as principais discussões sobre o problema ambiental no
Brasil e no mundo, avaliando também se as legislações propostas e/ou ações
parlamentares e executivas dos “verdes” tem relação com o programa polí-
tico do partido e com os tratados internacionais defendidos pela sigla. Esta
investigação histórica será realizada através da pesquisa documental exis-
tente referente ao surgimento do partido, levantamento dos agentes políti-
cos históricos e contemporâneos, e serão analisadas as atuações dos agentes
pertencentes a estes partidos, no executivo e no legislativo nacional, desde
a fundação do partido. Serão investigados os documentos oficiais da sigla,
além da utilização da história oral, quando serão realizadas entrevistas com
os indivíduos envolvidos na criação deste partido, buscando compreender
qual era a sua visão política, relativas a democracia, Estado, desenvolvi-
mento social e demais temas que se apresentarem como pertinentes a essa
pesquisa. Analisar as ações dos agentes políticos pertencentes aos partidos
que evidenciam a causa ecológica, possibilita o vislumbre dos caminhos
1 Identificação Institucional: Mestrando do PPH/UEM - rhay.patrick@gmail.com

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que foram tomados em relação à preservação ambiental nacional, colabora


na investigação das ações que estão sendo realizadas em decorrência das
medidas determinadas pelos governantes, e com isso prever ou ao menos
antecipar possíveis reações no meio ambiente.
Palavras-chave: História Ambiental, Partido Verde, Ambientalismo polí-
tico, partido político.

REFERÊNCIAS

BOBBIO, Norberto. Estado, governo, sociedade: por uma teoria geral da


política. 14. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.
PARTIDO VERDE. Programa Partidário. Brasília. 2005. Disponível em:
https://pv.org.br/opartido/programa/. Acesso em: 4 ago. 2022.
SANTOS, M. A natureza do espaço. São Paulo: Edusp, 2006.

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Para o futuro não ter fim: Os


manifestos ecológicos dos anos
1970 no Brasil e no mundo
Elenita Malta Pereira1

A década de 1970 foi rica em ativismos e em impulsionar a escrita


de textos programáticos por militantes de diversas áreas. Nesta comuni-
cação, abordo a emergência de uma série de obras sobre Ecologia, escritas
sob o gênero textual Manifesto, nos anos 1970, em diversos países. Alia-
do ao boom da Ecologia, que transpôs o âmbito de disciplina acadêmica
para ganhar as ruas como movimento político e social, houve uma vasta
produção discursiva sobre o tema. O objetivo aqui é analisar alguns dos
principais textos produzidos naquele contexto, que influenciaram o en-
genheiro agrônomo e ambientalista José Lutzenberger na escrita de obra
semelhante no Brasil, o Manifesto Ecológico Brasileiro Fim do Futuro?
(LUTZENBERGER, 1976). Parto da perspectiva teórica da história am-
biental, considerando que a análise desses textos nos possibilita compreen-
der melhor a circulação de ideias, percepções e representações importan-
tes para o ambientalismo mundial da época, uma das possibilidades da
história ambiental (WORSTER, 1991). A metodologia usada é a análise
qualitativa, investigando conceitos, ideias e concepções predominantes nos
textos, de acordo com seus contextos de produção. É importante conside-
rar que os manifestos são instrumentos de reação de um grupo a algo que
o incomoda no mundo real, nos momentos difíceis. Por meio desse gênero
da escrita, é possível denunciar a crise, no caso em questão neste trabalho,
os autores trataram da crise ambiental planetária. Na sequência, os passos
são apresentar as soluções do grupo manifestante e conclamar a adesão
pública às propostas apresentadas. Nesse sentido, uma série de textos desse
gênero foram lidos por Lutzenberger, e foram importantes para articular
um manifesto para o contexto brasileiro. Podemos perceber que havia um
campo de possibilidades favorável a esses discursos, dos quais Lutzenberger
se apropriou para formular seu próprio livro, pensado como um texto para
orientar a militância ambientalista da época. Nesse sentido, o Manifesto
escrito por ele foi um instrumento de formação para os ativistas e de di-

1 Doutora em História (UFRGS) e professora na Universidade Federal de Rondonópolis


(UFR) - elenitamalta@gmail.com

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vulgação do estado da crise para o público em geral, consolidando Lutzen-


berger como um mediador entre movimentos ambientalistas estrangeiros
e nacionais.

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Resistir para existir: trajetória de luta das


comunidades tradicionais de fundo de pasto
da Bahia em defesa do seu modo de vida
Simone Conceição Soares Dias1

O trabalho em questão se propõe a analisar a trajetória de luta


das comunidades tradicionais de fundo de pasto da Bahia em defesa do
seu modo de vida. É fruto da pesquisa em curso para o doutoramento
em História e tem como perspectiva teórica a História Social, ao trazer
como protagonista a história da “gente comum”. Em fundos de pasto, as
comunidades compartilham e preservam ambientalmente uma área sem
cercamento, utilizada coletivamente para a criação extensiva de caprinos
e ovinos, maior fonte de renda dos moradores dessas comunidades, bem
como, para o extrativismo e beneficiamento de frutos (umbu, maracujá do
mato e etc.). Sua origem está relacionada à ocupação do interior baiano
inicialmente para criação extensiva de gado, no século XVI, a partir da
concessão de Sesmarias as famílias D’ávila (Casa da Torre) e Guedes de
Brito (Casa da Ponte). O território do fundo de pasto transcende os limi-
tes entre as comunidades ou entre os municípios, visto que suas fronteiras
abertas permite aos animais pastorearem livremente e levarem consigo seus
donos. Essas áreas estão localizadas sobretudo no bioma caatinga. Como
outros povos e comunidades tradicionais, o cotidiano dos moradores se faz
na luta pelo direito à terra, na manutenção do seu território e no direito de
produção e reprodução da sua cultura que tem sido constantemente amea-
çada por projetos “modernizantes” a exemplo da instalação de parques de
energia eólica, atividades vinculadas ao agronegócio, exploração mineral,
além da grilagem de terras para especulação imobiliária e para garantir o
acesso a créditos bancários. Os praticantes deste modo de vida se defen-
dem mutuamente desses agentes que querem barrar sua mobilidade e sua
existência através de Associações agropastoris locais, Centrais regionais e
Articulação Estadual.
Palavras-chave: comunidade tradicional; luta pela terra; organização.

1 Doutoranda em História na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). E-mail:


simone.monte@hotmail.com.

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Saberes tradicionais e acadêmicos: estudo


de trajetórias de lideranças de Umbanda
que concluíram cursos universitários
Elio Pereira Fernandes1

Saberes tradicionais e acadêmicos: estudo de trajetórias de lide-


ranças de Umbanda que concluíram cursos universitários, é o tema do
projeto que venho desenvolvendo no mestrado em Ciências Sociais, da
Universidade Federal do Espírito Santo. A presente investigação vem sen-
do desenvolvida no município de Vila Velha-ES, e posteriormente com
outras lideranças e casas da região metropolitana de Vitória-ES. O obje-
tivo inicial é realizar estudos da relação entre saberes tradicionais e acadê-
micos a partir das trajetórias de lideranças das comunidades religiosas de
Umbanda que concluíram cursos universitários. E ainda, descrever me-
mórias de lideranças sobre suas próprias trajetórias e as histórias de suas
comunidades religiosas; analisar processos de reconstrução de identidade
a partir das inserções no espaço universitário; debater práticas e estratégias
de enfrentamento à intolerância religiosa no âmbito das religiões afro-bra-
sileiras (em especial na Umbanda); estudar os processos de transmissão de
saberes tradicionais entre os membros de uma comunidade de Umbanda.
Os aspectos metodológicos da pesquisa vêm se desenvolvendo na aborda-
gem qualitativa, sendo empregadas as seguintes técnicas para a obtenção
de dados: pesquisa em fontes escritas e revisão bibliográfica; pesquisa de
campo e levantamento de dados nas casas estudadas; realização de entre-
vistas junto às lideranças de umbanda; observação e participação em giras
e práticas rituais da Umbanda; anotações em diário de campo; realização
de registros de imagens e fotos das lideranças e casas estudadas. Os pressu-
postos teóricos desta pesquisa estão ancorados nos conceitos de narrativas
de vida, memória e trajetória, a partir das obras de Daniel Bertaux (2010),
Michel Pollak (1989) e Pierre Bourdieu (2006). Em diálogos já estabele-
cidos com lideranças de três casas de Umbanda, venho constatando que
as narrativas, ritos e nomes dessas casas constituem formas de resistência e
de construção de personagens de memórias do campo religioso. Diversos
desses personagens foram divinizados a partir do processo de hibridização

1 PPGCS-UFES - eliopfernandes@gmail.com

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específico dos contextos socioculturais afro-brasileiro, em interação com as


culturas católicas e indígenas.
Palavras-chave: Narrativa; memória; trajetória; saberes tradicionais e
acadêmicos.

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GT 16 - Inovação Social em Políticas


Públicas para Redução de Desigualdades

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A ferramenta sipia como suporte


estatístico para o conselho tutelar
Cleucimara Molon Jubelli1

Este resumo tem como objetivo apresentar os aspectos da impor-


tância dos registros de violações de direitos de crianças e adolescentes reali-
zada pelo Conselho Tutelar, parte integrante da política pública municipal,
órgão que atua incansavelmente e ininterruptamente para garantir os direi-
tos fundamentais estabelecidos no ECA, o qual dispõe garantias aos infan-
tes, atua protegendo-os de ameaças ou violações que ofereçam riscos a sua
integridade física e psíquica. A atuação efetiva é primordial para o desem-
penho das garantias legais da população infanto-juvenil do país, cabendo
ao órgão, quando a eminência de ameaça ou violação, garantir a imediata
reparação de seus direitos. O SIPIA (Sistema de Informação Para Infância
e Adolescência) é um sistema informatizado e integrado, que apresenta
como fortalecimento das tomadas de decisões do órgão, que juntamente
com o ambiente estrutural adequado, composto por recursos materiais e
humanos, e representa ações efetivas, resolutivas e integradas de atuação
rápida e urgente que a prioridade absoluta retornar ao que teve tempora-
riamente seu direito violado. Na analise os índices de violações de direitos
fundamentais dos municípios que especificamente fazem os registrados no
Sistema de Informação Para Infância e Adolescência (SIPIA), constata-se
que é um banco de dados importantíssimo para os entes federados, por
possibilitar um “retrato” da realidade e das problemáticas vivenciadas pelo
seu público. A ferramenta apresenta diagnóstico de violações de direitos,
os quais podendo para tanto, serem mensurados por vários critérios de
pesquisar de direito violado. Os dados levantados afirmam a importân-
cia de o município disponibilizar as ferramentas mínimas ao Conselho
Tutelar, quanto mais especializados os membros estiverem, maior será a
efetivação da política pública de atendimento dos direitos da criança e do
adolescente. Resume-se que o diagnóstico do SIPIA, é instrumento de pa-
dronização, formalização ao órgão Conselho Tutelar. Permite em domínio

1 Pós-graduada em Políticas de Atenção à Criança e ao Adolescente pela Universidade


Estadual do Oeste do Paraná, Pós-graduada em Gestão de Centros de Socioeducação
pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Pós-graduada em Pedagogia Hospitalar
e Empresarial pelo instituto de Ciência Educação e Tecnologia. Mestranda do curso de
História da Universidade de Passo Fundo-RS. E-mail: cleucimaramolonju@gmail.com.

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(acesso) público, apresentar um quadro estatístico das principais violações


de direitos fundamentais a crianças e adolescentes, sendo possível a política
pública municipal, estadual e federal realizar a comparação de diagnóstico
anterior e fornecer dados ricos para o planejamento da referida política,
avaliação e monitoramento de políticas públicas de proteção à criança e
ao adolescente.
Palavras-chave: Conselho Tutelar; diagnóstico, SIPIA

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Cultura Cidadã: Política Pública para uma


governança colaborativa em Medellín
Cleiton Fernandes Chiarel

Este trabalho se origina da pesquisa de mestrado (em curso), que


analisa a cultura cidadã como estratégia de política pública para uma go-
vernança colaborativa, identificando limites e possibilidades para sua dis-
seminação em territórios com situação de vulnerabilidade socioeconômica.
Metodologicamente, está sendo desenvolvido um estudo de caso
em Medellín, através de pesquisa documental e de entrevistas semiestru-
turadas (em fase de finalização) com representantes dos segmentos direta-
mente envolvidos na implementação da política (gestores públicos, acadê-
micos e sociedade civil). Medellín, cidade latino-americana que entre os
anos 1990 e 2000 ficou conhecida como a cidade mais violenta do mundo,
foi escolhida por ser considerada hoje uma das mais inovadoras.
Os resultados preliminares demonstram que a Cultura Cidadã foi
um importante vetor de inovação social em Medellín, tendo sido incor-
porada como eixo transversal em um Plano de Desenvolvimento a partir
de 2001. Cultura Cidadã “consiste em seguir regras, celebrar e cumprir
acordos e gerar e reproduzir confiança; garantir que o cumprimento das
regras e acordos dê feedback a essa confiança” (MOCKUS, 2002, p. 30),
permitindo que os cidadãos possam equilibrar as expectativas públicas e
privadas. Este equilíbrio é importante para a coexistência, na medida em
que a violação não se refere apenas ao arcabouço regulatório, mas também
à vida cotidiana com o outro (LABORATÓRIO DE CULTURA CIU-
DADANA, 2016). Cultura cidadã pode ser entendida como:
(i) política pública (BROMBERG, 2003);
(ii) projeto social destinado a fortalecer o exercício da cidadania
de todos os setores e para todos os atores sociais (PREFEITURA DE ME-
DELLÍN; CORPOVISIONARIOS, 2017);
(iii) estratégia de intervenção urbana que aproxima os diferentes
atores, desenvolvendo políticas em territórios com maior vulnerabilidade
socioeconômica e que, historicamente, recebem menores investimentos.
Como inovação social, a Cultura Cidadã contribuiu em Medellín
para o fortalecimento da cidadania e para a superação do modelo men-
tal de gestão de quatro anos, com viés eleitoreiro, direcionado para cur-
to prazo, muitas vezes personalista, com baixo custo-benefício e impacto

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duvidoso. Entretanto, é necessário haver uma gestão pública disposta a


renovar permanentemente a vitalidade das inovações. Apesar dos avanços,
Medellín vive hoje um ciclo regressivo em termos de corresponsabilidade
do cidadão e participação, o que aponta para novos desafios a fim de que a
Cultura Cidadã siga sendo efetiva frente aos intermináveis ciclos de avan-
ços e retrocessos democráticos, típicos das cidades latino-americanas.
Palavras-chave: Cultura Cidadã. Participação Cidadã. Políticas Públicas.

Referências

BROMBERG, P. Ingenieros y profetas: transformaciones dirigidas de


comportamientos colectivos. In: MUÑOZ, Jairo. Reflexiones
sobre cultura ciudadana en Bogotá. Alcaldía Mayor de Bogotá/
Instituto Distrital/Cultura y Turismo, 2003. p. 67-105.
CORPOVISIONARIOS. Diez años construyendo juntos Cultura Ciu-
dadana em Medellín: Encuesta de Cultura Ciudadana 2017. Me-
dellín, 2018. Disponível em: https://goo.gl/Mo3QiW. Acesso em:
11 abr. 2020.

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Discricionariedade, autonomia e inovação


social em políticas públicas de educação
Amanda Couto Dias1

Este trabalho se vincula à pesquisa de dissertação de mestrado rea-


lizado no Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais da Unisinos.
O objetivo da pesquisa é entender a discricionariedade no Programa Mais
Educa São Léo e analisá-la como suposto vetor de inovação social. O Mais
Educa São Léo é um programa de contraturno com atividades integra-
doras (artes, tecnologia, línguas, esporte, entretenimento em formato de
oficinas), que contempla onze escolas públicas municipais de ensino fun-
damental nas quais se concentra o maior nível de vulnerabilidade social
do município. A metodologia consta de pesquisa documental e entrevistas
com atores sociais envolvidos no referido programa. Considerando que a
pesquisa encontra-se em estágio inicial, apresentaremos neste trabalho a
revisão bibliográfica em torno de três categorias que se revelaram inter-
conectadas: discricionariedade, autonomia e inovação social. A busca foi
realizada em bases como o Scielo e literatura indicada pelos orientadores.
Os achados preliminares indicam que a discricionariedade significa uma
liberdade do indivíduo limitada pelos contextos da atuação burocrática. A
partir dos três tipos de discricionariedade (voltada a valores, regras ou ta-
refas) tem sido provado que os resultados das políticas públicas são decor-
rentes não apenas do que foi formulado (ponto de partida), mas também
das decisões (como espaço de discricionariedade) tomadas pelos burocratas
de nível de rua e seus gestores na medida em que ocorrem conflitos entre
um desejo de controle top down e a oposição dos atores da ponta. Por-
tanto, a autonomia (tanto das organizações quanto dos indivíduos) está
fortemente vinculada a espaços de discricionariedade, a ponto de serem
dois conceitos tratados indevidamente como sinônimos, sendo necessário
aprofundar suas distinções. Por fim, a inovação social é entendida como a
criação de novas soluções para o aumento da capacidade sociopolítica de
segmentos mais vulneráveis e do acesso a recursos necessários para reforçar
direitos que conduzam à satisfação das necessidades humanas (Bignetti,
2011). Não raras vezes, a inovação social nas políticas públicas é engendra-
da através da discricionariedade. Entendendo estes conceitos, que embora

1 Unisinos – amandacoutodias@gmail.com

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se entrelacem podem ser analisados com diferentes pressupostos, percebe-


-se que a discricionariedade e a autonomía podem aportar novas luzes aos
estudos e práticas de inovação social na política pública.
Palavras-chave: Discricionariedade; Inovação social; Política pública;
Educação.

REFERÊNCIAS

BIGNETTI, L. As inovações sociais: uma incursão por ideias, ten-


dências e focos de pesquisa. Ciências Sociais Unisinos, v. 47,
n. 1, p. 3-14, 2011.
LOTTA, G; SANTIAGO, A. Autonomia e discricionariedade: matizando
conceitos-chave para o estudo de burocracia. BIB, v. 83, n. 1, p.
21-42, 2017.

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Imigrantes venezuelanos e sua


formação para o mercado de trabalho
na região de Criciúma/SC
Ana Claudia Moreira1
Melissa Watanabe2

O fluxo migratório dos cidadãos venezuelanos aponta para uma


realidade cada vez mais crescente no mundo. Independente do local onde
a crise emergiu, o cenário que conduz a situação de refúgio é muito se-
melhante, são pessoas que foram impulsionadas pelo “regime e violência
arbitrária a abandonar suas casas e propriedades consideradas preciosas”
(BAUMAN, 2017, p. 9). Levando em consideração a crise política e eco-
nômica vivida na Venezuela, o Brasil aplicou o estabelecido pela Decla-
ração de Cartagena, ampliando a definição de refugiado para os vizinhos
venezuelanos (ACNUR, 2019). A compreensão do perfil profissional dos
refugiados venezuelanos prevenirá o que acontece “nas partes “desenvolvi-
das” do planeta, em que (...) os interesses empresariais desejam com firme-
za o influxo de mão de obra barata e de habilidades lucrativamente promis-
soras” (BAUMAN, 2017, p. 8). O presente trabalho tem como objetivo
analisar o perfil dos imigrantes venezuelanos acerca de sua formação para
o mercado de trabalho. Para alcançar os resultados apresentados, um advo-
gado venezuelano solicitou a ajuda de uma empresa privada de comércio
exterior para localizar os refugiados venezuelanos vivendo em Criciúma no
ano de 2022. Empresas e Organizações da Sociedade Civil mobilizaram
o evento “Juntos Sem Fronteiras”, que foi anunciado através de carros de
som na região, banners nos supermercados, em programas de rádio e por
anúncios nas redes sociais. Seria doado cestas básicas, roupas, um dia de
brincadeiras para as crianças, criação de currículos para os adultos, além de
confraternização e lanches para todos, destacando-se a indispensabilidade
do preenchimento de um formulário, para o controle das inscrições. Com
o preenchimento dos formulários foi possível mapear a presença de 256
venezuelanos vivendo na região de Criciúma. Observou-se que destes, 139
são mulheres, das quais 92 estão aptas ao mercado de trabalho brasileiro,
1 Analista Jurídica da Associação Beneficente Happy Face - happyface.osc@gmail.com
2 Professora Permanente do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Socioeco-
nômico da Unesc (PPGDS/UNESC) - melissawatanabe@unesc.net

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entre 14 e 60 anos, sendo que 66 não possuem ensino superior ou técnico


e 26 possuem alguma formação profissional; 6 são idosas; e 41 são crianças
ou adolescentes menores de 16 anos. Logo, mapeou-se a presença de 117
venezuelanos do sexo masculino, dos quais 56 estão com idade adequada
ao mercado de trabalho, entre 16 e 60 anos, sendo que 45 não possuem
ensino superior ou técnico e 11 possuem algum tipo de formação profis-
sional; 6 são idosos; e 55 são crianças ou adolescentes com idade inferior
a 16 anos.
Palavras-chave: refugiados; venezuelanos; mercado de trabalho.

REFERÊNCIAS

ACNUR. ACNUR parabeniza Brasil por reconhecer condições de re-


fugiados venezuelanos com base na Declaração de Cartagena.
ACNUR Brasil, 2019. Disponível em: https://www.acnur.org/
portugues/2019/07/29/acnur-parabeniza-brasil-por-reconhecer-
condicao-de-refugiado-de-venezuelanos-com-base-na-declaracao-
de-cartagena/. Acesso em: 1 set. 2022.
BAUMAN, Zygmunt. Estranhos à nossa porta. Tradução de Carlos Al-
berto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2017.

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Índice de Participação Cidadã em


Medellín: seus avanços e desafios
Ananda Beltran Borges1
Adriane Vieira Ferrarini2
Cleiton Fernandes Chiarel3

A participação é tema central em sociedades que promovem ino-


vações sociais com vistas à ampliação de direitos e exercício de cidada-
nia. Medellín é atualmente uma referência de inovação social, através das
conquistas coletivas de enfrentamento à violência e desenvolvimento de
políticas e programas que contam com a participação da população. Par-
ticipação cidadã é aqui definida como oportunidades democráticas e par-
ticipativas cotidianas (JONES; GAVENTA, 2002) que estimulam uma
sociedade mais ativa social e politicamente (PATEMAN, 1992). Visando
contribuir para a qualidade da democracia, da gestão e das instituições,
desde 2017 o governo de Medellín criou o Índice de Participação Cidadã
(IPC) e implementou medições bienais (2017, 2019 e 2021). Este traba-
lho decorre de pesquisa de mestrado (em curso) e de análises vinculadas
a outras pesquisas em Medellín desenvolvidas pela equipe de pesquisado-
res das Ciências Sociais da Unisinos. O objetivo do trabalho é conhecer
o desenvolvimento e aplicação do IPC em Medellín, bem como analisar
seu impacto na gestão pública e na participação local. Busca-se entender:
seria o IPC uma ferramenta importante para a inovação da gestão e das
instituições participativas? Quais são as potencialidades e limitações na sua
prática em Medellín? De que forma os dados estão servindo de subsídio
para uma cidade mais participativa e democrática? A metodologia se valeu
de pesquisa documental e de entrevistas semiestruturadas (em fase de fi-
nalização) com representantes dos segmentos diretamente envolvidos nas
medições (gestores públicos, acadêmicos e sociedade civil). Os resultados
preliminares revelam que a participação cidadã é um fator diretamente
relacionado à inovação social e à qualidade da democracia. Avaliar e diag-
nosticar a participação cidadã se faz necessário para a gestão local ir além
da referência das instituições participativas e do comparecimento da popu-

1 Unisinos - anandabor@gmail.com
2 Unisinos - adrianevf@unisinos.br
3 Unisinos - chiarel@inspe.eco.br

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lação em conselhos e fóruns, passando a incluir a participação que perpassa


a vida cotidiana. Contudo, não basta ter o instrumento; é necessário fazer
com que o conhecimento produzido seja de fato apropriado pela sociedade
e que sirva efetivamente para o aprimoramento das políticas públicas. A
despeito das conquistas referidas, Medellín vive hoje um ciclo regressivo na
participação e os dos dados têm sido subutilizados. Isso torna ainda mais
relevante o conhecimento e a disseminação do IPC em sociedades como
as latino-americanas, que estruturalmente vivem ciclos descontinuados de
inovações e avanços democráticos. Por fim, trata-se de um tema pouco
explorado e discutido à luz das teorias democráticas recentes, sugerindo
avanços científicos do campo.
Palavras-chave: Participação Cidadã; Índice; Medelín.

REFERÊNCIAS

GAVENTA, J., JONES, E. Concepts of Citizenship: a review. Develop-


ment Research Centre on Citizenship, Participation and Account-
ability (DRC). Brighton: IDS. 2002.
PATEMAN, C. Participação e teoria democrática. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1992.

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Inovação social e gestão colegiada: as marcas


do popular demarcadas nas características
regional e MULTICAMPI da UFFS
Marlei Dambros
Lucélia Peron

Esse texto tem como objetivo apresentar a experiência da Univer-


sidade Federal da Fronteira Sul – UFFS com a gestão colegiada, conside-
rando a marca “popular” que figura como elemento fundante desta insti-
tuição e as características regional e multicampi. A UFFS foi criada em
2009 com a missão de atender às necessidades da Mesorregião Grande
Fronteira do Mercosul. Está localizada nos três estados do Sul do Brasil
e possui campi nas cidades de Realeza e Laranjeiras do Sul, no Paraná;
Cerro Largo, Erechim e Passo Fundo, no Rio Grande do Sul e em Cha-
pecó, Santa Catarina. A terminologia “popular”, que a configura como a
primeira universidade pública e popular do país e que foi esculpida pelos
atores sociais que a almejaram, se apresenta como um qualificador de um
tipo de educação peculiar: além de demonstrar um campo de luta pelo
direito à educação pública, demonstra também a preocupação entre o co-
nhecimento produzido e veiculado nas instituições de educação superior e
os interesses e necessidades das classes populares. Ter inscrito o popular na
dimensão de origem da UFFS pode ser considerado um grande avanço na
perspectiva de superar a organização hegemônica que perdurou historica-
mente na constituição das universidades federais brasileiras. Diante disso,
em seu estatuto, define um regime de administração descentralizada e de-
mocrática. Por meio dos órgãos da administração central, tem-se a unidade
executiva geral exercida pela reitoria e direção de campus. Com relação aos
órgãos superiores de deliberação no âmbito da gestão universitária, tem-se
Conselho Universitário, Conselhos de Campus, Conselho Estratégico So-
cial, Conselho Curador e Colegiados de curso. Esta forma de gestão cole-
giada e democrática foi apontada pelo Movimento Pró-Universidade como
princípio a ser adotado para assegurar a participação dos segmentos que
integram a comunidade institucional, local e regional. Se, por um lado, a
gestão dos conselhos pode parecer complexa, por outro, é nestes espaços
que se materializa a participação democrática dos segmentos que estão a
ela ligados. Assim, a gestão por meio dos órgãos colegiados caracteriza-se

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como uma metodologia que está disposta a promover o diálogo entre os


partícipes das ações, contribuindo para o exercício da cidadania crítica e
a participação popular. Muito embora essas pretensões, por vezes, esbar-
rem nos melindres administrativos e organizacionais que independem de
decisões locais e em muitas situações percebam-se tomadas de decisões e
atitudes que revelam posições hierarquizadas e centralizadoras, prevalece
instituída, nos documentos institucionais, a intencionalidade de afirmar
o caráter participativo e popular da universidade. A tessitura do texto se
constitui a partir da análise do conteúdo de documentos que vão desde
a constituição da universidade, em 2008, até as políticas e regulamentos
construídos ao longo de seus anos.
Palavras-chave: Universidade; Popular; Gestão democrática.

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“INSPIRE” Inovação Social: análise


de um processo de inovação social
Carla Pasa Gómez1
Silze Anne Gonçalves Lins2
Geisiane Antonita do Nascimento3
Carolina Beltrão de Medeiros4
Leonardo Gómez Castillo5

A inovação social vem sendo debatida como uma abordagem ca-


paz de transformar positivamente a realidade de uma localidade, comuni-
dade e sociedade. Também é academicamente defendida como iniciativas
que atendem necessidades não supridas nem pelos governos nem pelas em-
presas. No entanto, esse artigo quebra essa linha de pensamento ao trazer
evidências de que a gestão pública é capaz de promover a inovação social
na lógica da Nova Governança Pública. Construiu-se esse artigo com base
na discussão de que a gestão pública é mais do que uma arena onde ocorre
a inovação social e que ao propor políticas públicas para a inovação social a
gestão pública fortalece seu papel na sociedade de promover a transforma-
ção social, a aproximação de stakeholders, a coparticipação na melhoria de
problemas de difícil solução (wicked problems). Políticas públicas com essas
características vêm sendo desenhadas e criadas para também responder a
pressões e induções para a melhoria dos desafios socioambientais de for-
ma inovadora e que estejam alinhados aos Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável da Agenda 2030 da ONU. O Estado de Santa Catarina vem
protagonizando “um processo de transformação social com o engajamento
de diferentes atores em torno das consequências produzidas pelos proble-
mas públicos, com o objetivo de cocriar soluções para promover situações
sociais desejáveis ou combater efeitos indesejáveis” através do Programa
INSPIRE. Esse artigo recorre ao referido caso para trazer à tona a relação
entre a Nova Governança Pública e a inovação social. Para tanto recorreu-
-se a uma revisão sistemática da literatura da qual emergiu um conjunto de

1 UFPE - carla.gomez@ufpe.br
2 UFPE - silze.lins@ufpe.br
3 UFPE - gesiane.anascimento@ufpe.br
4 FUNDAJ - carolina.medeiros@fundaj.gov.br
5 UFPE - leonardo.castillo@ufpe.br

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categorias de análises que foram então analisadas à luz do Programa INS-


PIRE de onde foi possível validar ou refutar as categorias pré-definidas em
busca do desenho de um framework que contribua com a análise do papel
da gestão pública na inovação social. Assim, além de tal procedimento me-
todológico, o artigo recorreu a uma entrevista em profundidade realizada
presencialmente na sede do Governo de Santa Catarina, e, a análise docu-
mental para estabelecer as relações 1 entre os achados teóricos e a prática
da gestão pública. Como resultado tem-se um framework (ou parte dele)
que permite analisar o processo de inovação social combinado em contexto
de institucionalização.
Palavras-chave: Inovação Social; Nova Governança Pública; Instituciona-
lização da Política Pública.

REFERÊNCIAS

BEKKERS, V. J. J. M.; TUMMERS, L. G.; VOORBERG, W. H. From


public innovation to social innovation in the public sector: A liter-
ature review of relevant drivers and barriers. Rotterdam: Erasmus
University Rotterdam, 2013. Disponível em: https://pdfslide.net/
documents/from-public-innovation-to-social-innovation-in-the-
public-public-innovation.html?page=1.
GONSALVES, A. K. R.; ANDION, M. C. M. Ação Pública e Inova-
ção Social: Uma Análise do Sistema de Garantia de Direitos da
Criança e do Adolescente de Florianópolis-SC. Organizações &
Sociedade, v. 26, n. 89, p. 221-248, 2019.
PEREIRA, B. A. D.; CKAGNAZAROFF, I. B. Contribuições para a
consolidação da New Public Governance: identificação das di-
mensões para sua análise. Cadernos EBAPE.BR, v. 19, n. 1, p.
111-122, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1679-
395120200104.

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Política higienista e segurança


pública frente a vulnerabilidade
da pessoa em situação de rua
Francisco Teomário Serejo Silva1
Cláudio Alberto Gabriel Guimarães2
Frederik Bacellar Ribeiro3

Vivemos em contradição, pois ao mesmo tempo que o mercado


se globaliza e que se apresentam avanços tecnológicos nunca vistos antes,
tem-se no cenário nacional um quadro de flagelo humano. Multidões têm
o relento como espaço de moradia e se expõem à insegurança que dela
decorre. O trabalho discute a política de segurança pública e sua relação
com a pessoa em situação de rua. Busca-se averiguar o conteúdo ideoló-
gico que move a atuação do poder público na implementação da política
de segurança pública, principalmente quando ela se defronta com vulne-
rabilidade tão sensível como a da pessoa em situação de rua, bem como
verificar caminhos que se revelem transformadores dessa compreensão e
se façam capazes de efetivar os imperativos constitucionais da democracia
e da cidadania. Para tanto utiliza-se como arcabouço teórico a compreen-
são de higienismo trazida por autores como Nielsson e Wermuth que de
forma límpida demonstram a atuação dessas ideias no espaço da atividade
estatal voltada à segurança, por outro lado, alicerça-se nos estudos sobre
segurança pública e política pública de segurança construídos por autores
que se debruçam sobre o assunto, dentre eles Guimarães. Por fim, forra-se

1 Promotor de Justiça do Estado do Maranhão, Mestrando em Direito e Afirmação de


Vulneráveis PGDIR – CEUMA, teomarioserejo3@gmail.com
2 Promotor de Justiça, especialista em Direito, Estado e Sociedade pela UFSC. Especia-
lista em Docência Superior pela UNICEUMA, Mestre em Direito Público pela UFPE.
Mestre em Gestão de segurança pelo ISCPSP. Doutor em Direito em Direito Público
pela UFPE. Doutor em Direito pela UFSC. Pós-Doutor pela Universidade de Lisboa.
Professor Pesquisador do CNPq e da UNICEUMA. Coordenador do Núcleo de Pes-
quisas em Violência e Cidadania (NEVIC) da UNICEUMA. Professor Permanente do
Mestrado Profissional em Direito e Afirmação e Vulneráveis da UNICEUMA. Profes-
sor da Escola Superior do MPMA. Professor Adjunto da UFMA e Vice Coordenador
PPGDIR/UFMA - calguimaraes@mpma.mp.br
3 Mestrando em Direito e Instituições do Sistema Justiça- PPGDIR-UFM - frederikba-
cellar@gmail.com

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do olhar crítico sobre a condição da pessoa em situação de rua apresenta-


do por Varanda e Adorno, dentre outros. Como metodologia, utiliza-se
de pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa e faz-se uso exclu-
sivamente de técnicas de pesquisa bibliográfica. Por fim, ao se constatar a
dificuldade de manejo pelo Estado de Política de segurança pública com
capacidade inclusiva, concluímos que é preciso que haja a interação entre
política de segurança pública e política pública de segurança, efetivando
a participação comunitária, para que se estabeleçam medidas capazes de
implementar os imperativos constitucionais da democracia e cidadania,
permitindo que se alcance o tão desejado sentimento de segurança.
Palavras-chave: Higienismo; Segurança Pública; Pessoa em Situação de Rua.

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Políticas Públicas em Primeira


Infância como forma de diminuição
das desigualdades sociais
Vanessa Rosset Albuquerque1

O presente artigo tem como tema o Direito Constitucional à


Infância, especificamente o período que compreende a Primeira Infância
e busca argumentar sobre a potencialidade do investimento na primeira
infância para a diminuição das desigualdades sociais. A Primeira Infân-
cia é o período compreendido entre o pré-natal e os cinco anos de vida
do indivíduo, esse período é crucial no desenvolvimento e na formação
da pessoa visto que é nele que a maior parte das conexões cerebrais que
ocorrerão em toda a vida são formadas. A formação da estrutura cerebral
que ocorre nessa fase é fundamental para todo o desenvolvimento sen-
do responsável por habilidades sociais, de aprendizado, físicas, motoras,
afetivas entre outras. Esse desenvolvimento, porém, somente ocorre se as
condições forem favoráveis, sendo que as desigualdades sociais têm um
papel direto na frustração do desenvolvimento saudável das crianças em
situação de vulnerabilidade. O ambiente em que vive, a situação familiar
bem como o acesso a escola nos primeiros anos de vida são fatores que
devem ser observados e deveriam ser alvo de políticas públicas pelo Estado
a fim de garantir equidade e assim ofertar a possibilidade de crescimento a
todas as crianças. Experiências positivas na primeira infância contribuem
para o desenvolvimento saudável do cérebro, permitindo que a arquitetura
cerebral seja sólida e tenha uma estrutura mais apta a superar dificuldades
do que a de uma pessoa cuja primeira infância tenha sido marcada por
experiências notadamente ruins. (MARINO; PLUCIENNIK, 2013, p.31)
Os investimentos em primeira infância são cruciais para o desenvolvimen-
to social tendo em vista que mudam a realidade dos seus destinatários e
de toda a sociedade pois acarreta uma grande mudança social. Segundo
James Heckman, ganhador do prêmio Nobel de economia no ano 2000,
para cada dólar investido em programas de qualidade na primeira infância
há um retorno de U$17. (TODOS PELA EDUCAÇÃO) Para tanto o
presente artigo apresenta uma revisão de literatura, por meio da análise
da estruturação do direito das crianças e adolescentes até a Constituição
1 Bacharel em Direito - vanerossetalbuquerque@hotmail.com

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de 1988, bem como uma demonstração do que a ciência já sabe sobre a


primeira infância busca-se trazer a importância da desse período e a neces-
sidade de investimentos em políticas públicas que prestigiem as crianças
nesse estágio da vida. Ainda, faz-se uma análise de alguns programas sociais
já existentes e seus reflexos na sociedade.

REFERÊNCIAS

MARINO, Eduardo; PLUCIENNIK, Gabriela Aratangy (org.). Primei-


ríssima infância da gestação aos três anos: percepções e práticas
da sociedade brasileira sobre a fase inicial da vida. São Paulo: Fun-
dação Maria Souto Vidigal, 2013.
TODOS PELA EDUCAÇÃO. Por que primeira infância. Disponível
em: https://www.todospelaeducacao.org.br/primeirainfancia/por-
que.html Acesso em: 28 set. 2021.

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Programa Coopera BH: pesquisa/


intervenção com foco na sobrevivência das
empresas, por meio de atividades coletivas
entre Microempreendedores Individuais
Marta Santos Sales1
Rosane Corgozinho2
Patrícia Cotta3
Bárbara Ribeiro Soares4
Bárbara Aureliano Cordeiro5

Serão apresentados o diagnóstico estatístico e indicadores de so-


brevivência e mortalidade das empresas belorizontinas para discussão do
programa municipal de incentivo à cooperação entre Microempreendedo-
res Individuais (MEI’s). O programa está sendo desenvolvido pelo Depar-
tamento de Projetos Estratégicos e Inovações da Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Econômico de Belo Horizonte. O objetivo é aumentar
as chances de sobrevivência das empresas com poucos recursos humanos e/
ou técnicos, ao incentivar a cooperação entre os “pequenos” empreendedo-
res, a fim de se tornarem mais resilientes, frente ao cenário de domínio das
grandes empresas. Objetivo geral: contribuir para a sobrevivência das em-
presas que estiverem no grupo de risco ao fortalecê-las e estender a longe-
vidade dessas. Objetivos específicos: - Incentivar cooperação e efetivação
de negócios diretamente entre os empreendedores; - Possibilitar o fortaleci-
mento dos pequenos empreendedores por meio de “advocacy” / incidência

1 Analista de Políticas Públicas/Psi (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômi-


co - SMDE - Prefeitura Municipal de Belo Horizonte). Mestre e doutora em Sociologia
pela Universidade Federal de Minas Gerais - martas@pbh.gov.br
2 Analista de Políticas Públicas/Adm. (SMDE - PBH), Mestre em Educação Tecnológica
(CEFET – MG) - rosanem@pbh.gov.br
3 Estagiária de Pós-graduação (SMDE - PBH), Mestranda em Economia pela Universi-
dade de São Paulo (USP) - patriciascotta@edu.pbh.gov.br
4 Estagiária de graduação (SMDE - PBH), Graduanda em Relações Internacionais pela
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Barbaras.ribeiro@edu.pbh.gov.br
5 Estagiária de graduação (SMDE - PBH), Graduanda em Relações Internacionais pela
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. SMDE – PBH - Barbara.aureliano@
edu.pbh.gov.br

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política em prol dos pequenos empreendedores.; - Otimizar os recursos


existentes no mercado; - Aumentar a qualidade e quantidade das ofertas de
emprego; - Promover o crescimento da economia. Parte-se da perspectiva
da ecologia populacional, que aplica o modelo da demografia ao estudo da
relação entre organizações sociais e ambiente, levando em consideração as
devidas diferenças entre pessoas e organizações. O nível da comunidade é
adequado para estudar as organizações e suas relações com o ambiente em
que atuam, uma vez que o diagnóstico aqui realizado identificou grupos
de empresas que apresentam variáveis em comum na composição da taxa
de sobrevivência e de mortalidade (HANNAN, FREEMAN, 1997). Os
coletivos atuarão em rede de empreendedores na forma de “cluster”, Ar-
ranjo Produtivo Local (APL), visando um dinamismo necessário para as
relações econômicas estruturais. A partir dos dados do Cadastro Municipal
do Contribuinte da Secretaria Municipal de Fazenda, 17 % das empresas
abertas morrem antes de completarem 1 ano de vida, 29 % antes dos 3
anos, 39 % antes de 5 anos e 65 % antes de completarem 10 anos. Assim,
uma empresa que é criada tem 83 % de chances de passar de um ano de
vida, enquanto sua chance de passar de 10 anos se reduz para 35 %.

Gráfico 1. Taxa de Sobrevivência das Empresas Belohorizontinas: agosto de 2022


Os dados corroboram com a literatura e pesquisas anteriores que demonstram
uma redução da taxa de sobrevivência das empresas, ao considerar coortes
de idade das empresas mais elevados. Além disso, evidencia-se abrirem mais
empresas pequenas e essas são as que têm menores chances de sobreviver
proporcionalmente e, portanto, gerar emprego e renda (Markowicz, 2014).

Palavras-chave: cooperação; empresas; sobrevivência; mortalidade e


coletivos.

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REFERÊNCIAS

HANNAN, M. T.; FREEMAN, J. The Population Ecology of Organi-


zations. American Journal of Sociology, v. 82, n. 5, p. 929-964,
1977.
MARKOWICZ, Iwona. Business Demography – statistical analysis of
firm duration. Transformations in Business & Economics, v.
13, n. 2B(32B), p. 801-817, 2014.

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Um Diálogo entre Nova Governança


Pública e Inovação Social
Carla Pasa Gómez1
Geisiane Antonita do Nascimento2

O Estado mínimo, as medidas de austeridades adotadas por mui-


tos países nos últimos anos e uma diversidade de problemas perversos (wic-
ked problems) de cunho socioambiental, econômico-financeiro e político,
representam grandes desafios a serem enfrentados pelos gestores públicos
e que requerem cada vez mais a necessidade da participação e colaboração
da sociedade como um todo. Neste cenário, a Nova Governança Pública
(NGP) surge como um modelo de governança pública que visa a colabo-
ração em rede, alterações na relação de poder trazendo atores de diferentes
setores para o cerne decisório e o estabelecimento de parcerias público-
-privadas para a resolução dos problemas complexos. No que concerne
às inovações sociais, partindo da formação de redes de cooperação e en-
gajamentos dos stakeholders que atuam como coprodutores e cocriadores
de soluções às demandas sociais buscam a transformação das relações de
poder incluindo e empoderando principalmente os marginalizados e afe-
tados pelos problemas perversos e almejando a melhoria da qualidade de
vida dos envolvidos. Essas características aliadas ao ensejo por buscar o
bem-estar da coletividade demonstra haver uma relação entre os preceitos
da NPG com a inovação social (IS). Diante disso, o presente ensaio teórico
tem como objetivo trazer à tona o diálogo entre a NPG e a IS identifican-
do aspectos que evidenciam a conexão entre os mesmos, como dar res-
paldo ao pressuposto de que a Nova Governança Pública oferece suporte
ao desenvolvimento de Inovações Sociais. Para alcançar esse propósito, o
presente estudo é caracterizado como pesquisa qualitativa e bibliográfica.
A coleta de dados foi realizada nas bases de dados da Scopus, SciELO, Spell
e Web of Science em abril de 2022. Os resultados evidenciam que a NPG
pode ser entendida como um base de suporte para o desenvolvimento de
iniciativas de inovação social e comungam a visão em relação aos cidadãos
tomando-os como coprodutores e cocriadores de soluções aos problemas
perversos, possuem como perspectivas principais o processo e resultado, al-

1 UFPE - carla.gomez@ufpe.br
2 UFPE - geisiane.anascimento@ufpe.br

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mejam o bem-estar social, tem como mecanismo de governança as relações


de confiança e cooperação e/ou engajamento e buscam a participação e
colaboração da rede de partes interessadas. Assim, a promoção da inovação
social é fundamental para concretude de ações que rompam com a forma
tradicional de tratar os problemas públicos e unindo os setores público,
privado e voluntariado na efetivação de práticas e políticas públicas que
tragam benefícios reais e permanentes a sociedade tornando-a parte de
todo o processo, devendo ser apoiada pela NPG.
Palavra-chave: nova governança pública; inovação social; problemas
perversos

REFERÊNCIAS

BRIX, J.; KROGSTRUP, H. K.; MORTENSEN, N. M. Evaluating the


outcomes of co-production in local government. Local Gover-
nment Studies, v. 46, n. 2, p. 169-185, 2020. Disponível em:
https://doi.org/10.1080/03003930.2019.1702530.
PEREIRA, B. A. D.; CKAGNAZAROFF, I. B. Contribuições para a
consolidação da New Public Governance: identificação das di-
mensões para sua análise. Cadernos EBAPE.BR, v. 19, n. 1, p.
111-122, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1679-
395120200104.
UNCETA, A.; BARANDIARÁN, X. Social innovation as an instrument
for public innovation. UCJC Business and Society Review, v.
16, n. 1, p. 100-125, 2019. Disponível em: https://journals.ucjc.
edu/ubr/article/view/4015.

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Uma proposta de formação


continuada em serviço tendo como
temática a educação inclusiva
Edelvira Silva da Silva1
Alessandro Carvalho Bica2

O presente artigo apresenta as atividades realizadas durante o de-


senvolvimento da pesquisa-ação intitulada “Uma proposta de formação
continuada em serviço tendo como temática a educação inclusiva”, reali-
zada no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Fede-
ral do Pampa – campus Jaguarão. O estudo teve como objetivo principal
realizar uma formação continuada com as professoras de uma Escola Mu-
nicipal do Ensino Fundamental, situada no município de Pelotas, voltada
principalmente para a criação de estratégias visando à inclusão efetiva de
alunos da educação especial. A expectativa era promover uma mudança
de olhar no processo de ensino e aprendizagem dos atores envolvidos. Os
dados para a realização da pesquisa foram coletados, principalmente, por
meio dos seguintes instrumentos: questionário com questões fechadas e
abertas; análise documental; observação participante; diário de campo; e
fotografia. Foram realizados cinco encontros denominados rodas de con-
versas virtuais. Após os encontros virtuais, as professoras responderam um
questionário avaliativo da formação. O retorno das avaliações e dos acha-
dos da pesquisa ocorreu em reunião com o grupo participante. Os resulta-
dos, entre outros aspectos, evidenciaram a importância de iniciativas dessa
natureza na intervenção dos problemas vinculados aos processos de ensino
e aprendizagem desses alunos, mas, sobretudo, para possibilitar aos parti-
cipantes novas formas de formação continuada com base em sua realidade
educacional e social. Compreendeu-se que o compartilhamento de ideias,
vivências e emoções enriquecem o trabalho e manifestam um sentimento
de autoria por tudo que é construído e que pertence ao espaço escolar.
Acredita-se que tenha sido possível despertar o desejo em alguns dos sujei-
tos da pesquisa em estender esse tipo de formação para os demais profes-
sores da escola, com a intenção de compartilhar saberes acerca dos alunos
da Educação Inclusiva. Tudo isto para que seja possível nos debruçarmos
1 (UNIPAMPA) - silva.edelvira65@gmail.com
2 (UNIPAMPA) - alessandrobica@unipampa.edu.br

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sobre o nosso fazer pedagógico, analisando-o criticamente embasados em


uma teoria que ajude a encontrar caminhos e sentido para o nosso ofício.
Palavras-chave: Educação inclusiva; formação de professores; pesquisa-ação.

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GT 17 - Interseccionalidades
e Políticas Públicas

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Análise da (in)eficácia da política


de combate à tuberculose durante a
pandemia no Complexo Penitenciário
de Pedrinhas no Maranhão
Mario José Lobato Feitosa Filho1
Alexandre Moura Lima Neto 2
Edith Maria Barbosa Ramos3

A pandemia da Covid-19 revelou deficiências estruturais, desi-


gualdades sociais e a ineficiência de políticas sanitárias no Maranhão. A
garantia do direito à saúde abrange aspecto pluridimensional, tais como:
o saneamento; a vigilância sanitária; o combate às endemias, epidemias e
doenças infectocontagiosas, como a tuberculose. O direito a saúde deve ser
observado na perspectiva constitucional, e através dos marcos legais: Lei de
Execuções Penais; PNSSP (Plano Nacional de Saúde do Sistema Peniten-
ciário); Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas
de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP); PAISA (Programa de Ações
Intersetoriais de Assistência à Saúde e de Assistência Social para o Sistema
Prisional e a Lei nº 13.979/2020. No Complexo Penitenciário de Pedri-
nhas – MA são elevados os números de casos de pessoas acometidas pela
tuberculose, em razão, de superlotação, celas coletivas, mal ventiladas, com
pouca iluminação solar, locais úmidos e insalubres que propiciam o desen-
volvimento da doença. Diante de sua elevada incidência, é necessária a rea-
lização da pesquisa, onde objetivou-se analisar a (in)eficácia do Programa
de Combate à Tuberculose no Complexo Penitenciário, durante a pande-

1 Bacharel em Direito pela Universidade CEUMA.


2 Mestrando em Direito e Afirmação de Vulneráveis da Universidade CEUMA (bol-
sista FAPEMA). Mestre em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal do Mara-
nhão, Professor Universitário; Membro do Grupo de Pesquisa em Patrimônio Cultural
(UFMA/CNPq); Membro do Grupo de Pesquisa em Linguagens, Culturas e Identida-
des (UFMA/CNPq); Membro do Núcleo de Estudos em Direito Sanitário (NEDISA/
UFMA/CNPq)
3 Doutora em Políticas Públicas. Professora da Universidade CEUMA. Professora Ad-
junta do Curso de Direito da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Coordena-
dora do Núcleo de Estudos em Direito Sanitário (NEDISA) da Universidade Federal
do Maranhão.

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mia do coronavírus, como forma de assegurar o efetivo cumprimento dos


dispositivos legais vigentes, quando do cumprimento da pena. Bem como,
analisar a incidência e caracterização da tuberculose no sistema prisional
maranhense, refletindo sobre as contradições entre os discursos empírico
e legal dos acometidos pela doença, mesmo diante do quadre pandêmico
do vírus. A pesquisa bibliográfica e documental, com objetivos descritivos
e exploratórios, abordagem qualitativa, com fundamento na bibliografia
atinente à temática e construtos científicos dos últimos cinco anos, dentre
outros. Os resultados mostraram que mesmo diante dos comandos legais
e políticas de prevenção ao combate à tuberculose, são altas as taxas de in-
cidências entres as pessoas privadas de liberdade, que vivem no Complexo
Penitenciário de Pedrinhas.
Palavras-chave: Direto à Saúde; Tuberculose; Sistema Prisional Mara-
nhense; Pandemia.

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As consequências da pandemia de Covid-19


na inserção das mulheres no mercado de
trabalho: O uso da pandemia pelo capital
Fernanda Sena Fernandes1
Matheus Muller2

No ano de 2020 a pandemia de COVID-19 abalou o mundo,


causando crises sociais, econômicas e culturais. No Brasil, além das mi-
lhares de mortes pela doença, milhões de famílias foram empurradas para
a linha da miséria, a partir de uma intensa crise econômica e sanitária,
fazendo com que a insegurança alimentar aumentasse, assim como as taxas
de desemprego, agravando, sobretudo, a situação das mães trabalhadoras,
que sofreram este impacto através de demissões, dificuldade para conseguir
um novo emprego, ou mesmo falta de estrutura secundária de cuidados
enquanto o espaço escolar permaneceu fechado. Diante deste cenário de
calamidade, este estudo buscou analisar o impacto da pandemia de Co-
vid-19 sobre a inserção das mulheres no mercado formal de trabalho. O
estudo se deu através de análise estatística descritiva de dados secundários
provenientes de instituições como IBGE, IPEA e FGV, e embasou suas
afirmações nas teorias de Heleieth Saffioti, Lélia González e Ricardo An-
tunes. Mesmo assumindo de antemão que a marginalização das mulheres
no mercado de trabalho é uma característica histórica do capitalismo, e
que já se fazia presente antes mesmo da pandemia, os resultados do estudo
demonstram que a Covid-19 agravou ainda mais esta situação. A partir
das teorias sociológicas brasileiras pode-se situar a mulher como exército
de mão de obra reserva, sobretudo as mulheres negras, maiores vítimas da
informalidade e da precarização das vagas de trabalho. Ainda que a teoria
de Saffioti continue atual, a leitura de Antunes sobre o novo “precariado”
vem para preencher a lacuna que o avanço do capitalismo e suas novas
reconfigurações desenharam. Assim, percebe-se que estas novas formas de
relação trabalhista dificultam, sobretudo, a inserção das mulheres no mer-
cado formal de trabalho, tendo como principal alvo as mulheres negras e

1 Mestranda PPGCS/UFSM. E-mail: nandasefernandes@gmail.com


2 Professor Voluntário do departamento de Ciências Sociais UFSM. E-mail: theusmul-
ler@gmail.com

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de classes mais baixas, primeiras a serem excluídas desta força que conta
com direitos nos momentos de crise do capitalismo.
Palavras-chave: Precarização; Trabalho Feminino; Covid-19

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As dificuldades na efetivação
da lei 10.639/2003 em uma
rede municipal de ensino
Jander Fernandes Martins1
Vitória Duarte Wingert2

O presente trabalho é fruto alguns resultados obtidos em estudo


realizado em uma cidade metropolitana, próxima a Porto Alegre-RS. A
mesma contou com a participação de professores concursados responsáveis
pelo componente curricular de História. Além de perscrutar a implantação
e implementação da Lei no município de Campo Bom-RS, por meio da
documentação existente na Secretaria Municipal de Educação e Cultura.
Buscou-se também, abordar esses profissionais da educação sobre a Lei
10.639/03, a partir de entrevistas semiestruturadas, sobre o tema em pau-
ta. Deste modo, socializa-se os resultados referentes à duas das questões
emergidas na pesquisa realizada, a saber: a questão das dificuldades de efe-
tivação da Lei em sala de aula; e consequentemente, a questão dos instru-
mentos didáticos visto ser essa a questão considerada pelos professores uma
das grandes dificuldades na efetivação da referida Lei. Tema e discussão
essa, à luz da proposta teórica de Triângulo Pedagógico e do Triângulo do
conhecimento de (NÓVOA, 1999). Educacionalmente, o presente texto
objetiva retomar a discussão acerca desta lei, a qual trata da “obrigatorie-
dade do ensino da cultura e da história afro-brasileira e africana nos com-
ponentes curriculares de Artes, Literatura e História” (BRASIL, 2003).
Embora muito exaltada e festejada pelo Movimento Negro (MN), este
triunfo, revelou-se mais como a ponta de um iceberg. A cada novo passo
dado, desde 2003, as desigualdades, os preconceitos, as discriminações,
as intolerâncias na sociedade brasileira, em geral, e no ambiente escolar,
em específico, continuaram a revelar práticas e comportamentos precon-
ceituosos, discriminatórios e estereotipados com relação à diversidade e
pluralidade étnica e cultural. Concomitantemente, outras modificações na
Diretriz Maior Educacional foram levadas à cabo, a partir do Parecer do
CNE/CP nº 3/2004 e da Resolução CNE/CP nº1/2004 que estabelece-
ram as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações
1 Prefeitura Municipal de Campo Bom - martinsjander@yahoo.com.br
2 Prefeitura Municipal de Campo Bom - vitoriawingert@hotmail.com

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Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Afri-


cana. A partir de análise documental e entrevistas semiestruturadas cons-
tatou-se que, há ainda por parte do corpo docente uma ideia de que há es-
cassez de materiais referentes ao Ensino de História e a Lei 10.639/03. No
entanto, embora exceda as exigências deste trabalho (e normas do evento),
verificou-se haver um amplo repertório de materiais didáticos voltados à
temática étnico-racial. Assim, com o objetivo de socializar um estudo de
caso, oriundo de pesquisa de mestrado, espera-se que essas questões apon-
tadas pelos professores abram margem para discussão com as produções já
realizadas na academia.
Palavras-chave: Ensino; Ensino de História; Materiais Didáticos; Lei
10.639/03; Trabalho Didático.

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Avaliação do Programa Alimenta Brasil


(PAB): o caso do Centro de Referência
de Assistência Social – CRAS no
contexto da pandemia em Macapá/AP
Laercio Gomes Rodrigues1
Miquéias Serrão Marques2

O presente trabalho discute o processo de implementação do Pro-


grama de Aquisição de Alimentos – PAA, atualmente denominado Pro-
grama Alimenta Brasil – PAB (2021), através da Modalidade Compra da
Agricultura Familiar/DS – PAB referente ao Governo do Estado Amapá. A
doação dos gêneros alimentícios da agricultura familiar foi executado pelo
Centro de Referência de Assistência Social – “CRAS Felicidade” (Unida-
de Recebedora), localizado na área central da Região Metropolitana de
Macapá – AP, no período de junho de 2020 a junho de 2022. Busca-
mos analisar e avaliar o processo de execução do programa no referido
equipamento de Assistência Social, no período atravessado pela pandemia
da Covid-19. As pesquisas de Ferreira Mendes (2019), Santos e Filocreão
(2019) e Sambuiche et al. (2020) compuseram a base teórica. Utilizamos
o estudo de caso, cujas ferramentas metodológicas foram fontes documen-
tais e estatística descritiva através do estudo do perfil socioeconômico com
destaque às variáveis gênero, idade, área de abrangência territorial (bairro),
renda familiar e inscrição no Cadastro Único – CadÚnico dos usuários
contempladas. Como parâmetro avaliativo, consideramos as seguintes va-
riáveis: parcerias e redes; capacitação institucional; participação popular,
divulgação e avaliação. Essas variáveis serviram como instrumento de con-
trole para mensurar potencialidades e fragilidades da ação pública. Um
dos objetivos do PAB é enfrentar os cenários de insegurança alimentar e
nutricional de indivíduos e famílias em situação de risco ou vulnerabilida-
de social. Identificamos que o CRAS Felicidade executou o PAB através
de ações socioassistenciais e utilizou como principal critério de seleção os

1 Secretaria de Estado da Inclusão e Mobilização Social do Governo do Estado do Ama-


pá (SIMS/GEA - laerciogorodrigues@gmail.com.
2 Secretaria Municipal de Assistência Social de Macapá-AP (SEMAS/PMM) - serraosms@
gmail.com

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usuários acompanhados pelo Serviço de Proteção e Atendimento Integral


à Família – PAIF, Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
– SCFV e Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas
com Deficiência e Idosas – SPSB. Na avaliação processual, os parceiros
institucionais identificaram uma fragilidade no canal de comunicação en-
tre os agentes envolvidos: dificuldades de alinhamento nos cronogramas e
nas informações referentes as feiras para a retirada dos produtos por parte
da unidade recebedora; mas essa situação foi ajustada processualmente,
recorrendo-se às redes sociais (grupo de WhatsApp) que possibilitou troca
de informações e alinhamentos de esforços comuns. Observamos a neces-
sidade de garantir a participação dos usuários no processo de avaliação do
programa. Podemos argumentar que a implementação do PAB pelo CRAS
Felicidade foi exitosa, com possibilidades de melhorias, caso este equipa-
mento seja contemplado em outros editais.
Palavras-chave: Segurança alimentar; Segurança nutricional; Assistência
Social; Ação Pública; Contexto pandêmico.

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Capacitismo e racismo: uma


abordagem interseccional
Vagner Rodrigues Garcia1
Priscila Jaeger Lucas2

Caracterizado inicialmente como doença, os primeiros estudos de


observação dedicados e entender o autismo serviram de base para todo o
conhecimento acumulado ao longo dos anos. Tal material inicia um ce-
nário que desconsidera o autismo em pessoas negras ao não citá-lo, ou
negligenciar o diagnóstico. Isso se deve tanto ao racismo estrutural, que se
ramifica em diferentes âmbitos sociais, nesse caso na saúde, mas também
a criação de estigmas a respeito do negro. Além da situação material do
povo negro, historicamente violentados e socialmente estratificado, geran-
do precariedade de acesso a saúde, existe um processo simbólico por trás.
E como nos lembra Pinheiro (2014, p.123) “há certos tipos de violências
simbólicas que ocasionam mortes identitárias e históricas culturais invisí-
veis, das quais quase nunca se falam (...)”. Esse processo gerado pelo co-
lonialismo e racismo científico pregava a noção de raça branca associada
ao desenvolvimento do intelecto, moralidade e civilidade, em contraste
com a raça negra associada a emotividade, primitivismo e natureza (Hall,
2016). No artigo buscaremos desenvolver uma reflexão interseccional para
pensar como o capacitismo e racismo se cruzam, sendo resultado do mes-
mo processo histórico colonial, onde a construção de saber a respeito do
outro é definida por um grupo bem restrito de homens brancos europeus.
Mostrando que a dificuldade de diagnóstico de autismo em pessoas negras
tem uma base social, evidenciando que a relação entre essas categorias é
pouco debatida, e não é levada em conta. Essa reflexão também passa por
uma crítica epistemológica, pois demonstra a dificuldade desse padrão de
ciência ocidental lidar com a complexidade. Não levando em conta a reali-
dade complexa que o racismo e capacitismo requerem. Por isso a crítica da
epistemologia eurocêntrica é fundamental, pois, “A colonialidade do poder
e a colonialidade do saber se localizadas numa mesma matriz genética.”
(LANDER, 2005 p. 84). Repensar formas de compreensão do mundo,
formas de produção de conhecimento sempre pressupõe validar pontos de

1 Mestrando em Ciências Sociais, UNISINOS - vagner85garcia@gmail.com


2 Mestranda em Ciências Sociais, UNISINOS - pjaegerlucas@gmail.com

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vista que até então ficaram de fora do centro de produção. Ou olhar para
outros aspectos do mesmo problema. Dessa forma traremos o tema de
capacitismo e racismo sobre um prisma interseccional, levando em conta
a trajetória dos autores enquanto uma mulher autista e um homem negro.
Além de trazer a vivência de autistas negros e suas dificuldades de diagnós-
tico, bem como seu processo de construção de identidade na importância
do entendimento enquanto sujeito de direitos. Mesmo com o aumento
das pesquisas do assunto em todas as áreas do conhecimento, a estrutura
que perpetua o racismo através dos séculos permanece gerando um ci-
clo, a baixa prevalência dos estudos na academia científica deixa lacunas
importantes, a ausência dessa epistemologia é refletida no despreparo de
profissionais. Por essa razão, pretendemos contribuir para ampliação dessa
discussão, possibilitando novas olhares, bem como trazendo novos atores
para centralidade do debate.
Palavras-chave: capacitismo; racismo; interseccionalidade

REFERÊNCIAS

HALL, Stuart. Cultura e Representação. Rio de Janeiro: PUC- Rio. 2016.


LANDER, Edgard (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e
ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Edgardo Lander
(org). Buenos Aires, Argentina: CLACSO, 2005. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2591382/mod_resour
ce/content/1/colonialidade_do_saber_eurocentrismo_ciencias_
sociais.pdf.
PINHEIRO, Adevanir Aparecida. O espelho quebrado da branquida-
de: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante. São
Leopoldo: Casa leiria, 2014.

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Cor e gênero na implementação da política


de financiamento público de candidatas
Alessandra Caroline Ghiorzi1
Luciana Leite Lima2

Em 2020 ocorreu a primeira eleição municipal em que candidatas


tiveram direito a 30% dos recursos do Fundo Eleitoral (FE). O objeti-
vo deste trabalho é descrever o processo de implementação dessa política
pública no âmbito dos partidos políticos nas eleições de 2020 em Porto
Alegre (RS), a partir da perspectiva de candidatas negras e brancas. Pre-
tende-se comparar os caminhos percorridos por candidatas de diferentes
cores para acessar os recursos do Fundo: empasses, estratégias e facilidades
encontradas. Parte-se de uma abordagem que conjuga teorias feministas,
antropológicas e do modelo de análise bottom-up, utilizando-se de concei-
tos como agência, gênero, relações de poder, cor e implementação – como
desenvolvidos por Joan Scott, Ann Stoler e Gabriela Lotta. O trabalho é
fruto de pesquisa de doutorado em andamento, baseada em epistemolo-
gia pós-estruturalista e princípios etnográficos, como indução, alteridade e
contextualização. Por meio de uma análise antropológica, procura-se com-
preender o ponto de vista das candidatas. A coleta de dados iniciou em
novembro de 2021 com o envio de questionário do Google Forms para o
e-mail ou WhatsApp das 283 candidatas a vereança. As perguntas abarca-
ram temas como religião, trajetória política, apoio partidário à campanha e
acesso a recursos, informações e espaços de decisão da policy. Responderam
ao questionário 64 candidatas, 23%. No site do Tribunal Superior Eleito-
ral (TSE), foram agregadas outras informações: idade, cor, etnia, candida-
turas, recursos arrecadados etc. Em maio de 2022, iniciou a etapa de entre-
vistas abertas, a qual encontra-se em desenvolvimento. Já foram realizadas
entrevistas com cinco candidatas que responderam ao questionário, nas
quais foram abordados temas como rede de relações partidária, dinâmicas
de acesso aos recursos do FE e relações estabelecidas com os agentes de
implementação da política. Apesar de as candidatas brancas representarem

1 Doutoranda, Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da UFRGS, alessandra@


ghiorzi.com.br
2 Professora, Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da UFRGS, lucianalei
telima@gmail.com

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a maioria das candidatas a vereança em Porto Alegre, foram as candidatas


negras (autodeclaradas pretas ou pardas) que obtiveram uma maior média
de financiamento pelo FE. Ao analisar os dados coletados pelo questio-
nário, identifica-se também que um percentual maior de mulheres negras
acessaram certos espaços e informações sobre a policy. Contudo, durante as
entrevistas houve relato sobre práticas racistas durante a implementação,
que merecem mais atenção.
Palavras-chave: cor; gênero; política; políticas públicas; implementação.

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(Des)proteção social e a necessidade de


valorização das políticas públicas de gênero
Ingrid Augusta Celmer Donald1

O presente artigo, a partir de um suporte de caráter essencialmente


bibliográfico, objetiva destacar a importância das políticas públicas como
forma de inclusão social, especialmente quando se observa, ainda hoje, a
insistente discriminação da mulher, sobretudo no que se refere ao mercado
de trabalho. A legislação brasileira, apesar de não responder de modo satis-
fatório no sentido de extinguir esse processo injusto, criou em um passado
recente algumas ferramentas para o enfrentamento desse tipo de exclusão,
destacando-se as políticas públicas de gênero. Portanto, a primeira parte des-
te trabalho se ocupa de um breve debate sobre a realidade das mulheres no
mercado de trabalho, bem como destaca a importância da construção e da
consequente execução de políticas públicas de gênero. No segundo item des-
te texto, problematiza-se sobre estas políticas, como foram construídas e de
que forma estão sendo aplicadas. Sabe-se que para avaliar e formular políticas
públicas direcionadas ou inclusivas é preciso direcionar políticas, programas
e/ou ações capazes de sanar a inequidade bem como abranger as especifici-
dades das populações, que – somadas a outras políticas públicas específicas
para as mulheres – visam contribuir efetivamente para a proteção social desse
segmento historicamente à margem. Ao final, problematiza-se sobre o gran-
de desafio para as mulheres dessa geração, que é reverter a desigualdade no
mercado de trabalho entre homens e mulheres. Discutir a aplicabilidade e
efetividade dessas referidas políticas nas diferentes conjunturas sociais bra-
sileiras ao mesmo tempo em que se busca uma superação de desigualdades
socialmente construídas é um desafio que, nestes tempos de tantas adversi-
dades e incertezas, mesmo nos dias de hoje, ainda se impõe.
Palavras-chave: Mulheres; Mercado de trabalho; Inclusão social; Políticas
públicas; Gênero.

REFERÊNCIAS:

BIROLI, Flávia. Gênero e desigualdades: os limites da democracia no


Brasil. São Paulo: Boitempo, 2018.
1 Doutoranda em Serviço Social na Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC -
ingrid_donald@hotmail.com

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UCHÔA, Marcelo Ribeiro. Mulher e mercado de trabalho no Brasil:


um estudo sobre a igualdade efetiva. São Paulo: Ltr80, 2016.
VIEIRA, Judivan. A mulher e sua luta épica contra o machismo. Rio de
Janeiro: Autografia, 2020.

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Gênero e interseccionalidades na
Câmara Municipal de Porto Alegre/
RS: uma análise de conteúdo
Luísa Chaves de Faria Brasil1
Leonardo Mello Garcia dos Santos2
Alice Adams Bohrer3
Francine Nunes Pereira4
Laura dos Santos Boeira5

Este trabalho se debruça sobre as perspectivas de gênero e suas


interseccionalidades na atuação da Câmara Municipal de Porto Alegre/RS.
Objetivo: Categorizar como temas de gênero são reportados pela Sala de
Imprensa da Câmara Municipal de Porto Alegre/RS e quais dimensões de
interseccionalidade estão presentes nos posicionamentos de parlamentares.
Perspectiva teórica: Adotamos a perspectiva de que as intersecções entre gê-
nero, raça e classe podem potencializar processos opressivos (CRENSHAW,
2019), produzindo efeitos políticos e legais (AKOTIRENE, 2018) na
atuação do Legislativo. Metodologia: Foi realizada uma análise de conteú-
do das notícias da Sala de Imprensa da Câmara Municipal de Porto Alegre/
RS https://www.camarapoa.rs.gov.br/noticias/institucionais, que reporta
os posicionamentos de vereadoras e vereadores. As notícias foram filtradas
com a data de início do último mandato (1º de janeiro de 2021) até o dia
da busca (31 de maio de 2022), inserindo no buscador as palavras “gêne-
ro”, “sexo”, “LGBT”, “homofobia”, “não-binário”, “travesti”, “transexual”,
“transgênero”, “cisgênero”, “bissexual”, “queer”, “assexual” “lésbica”, “gay”,
“feminino”, “feminismo”, “machismo”, “masculinidade”, “homossexual”,
“heterossexual”. Resultados: Foram identificadas 111 notícias ao todo,

1 Psicóloga Bolsista de Apoio Técnico do Grupo de Pesquisa Preconceito, Vulnerabilida-


de e Processos Psicossociais (PVPP/PUCRS) - psicologa.luisabrasil@gmail.com
2 Psicólogo Bolsista de Apoio Técnico do Grupo de Pesquisa Preconceito, Vulnerabilida-
de e Processos Psicossociais (PVPP/PUCRS) - leonardo.santos@edu.pucrs.br
3 Psicóloga Bolsista de Apoio Técnico do Grupo de Pesquisa Preconceito, Vulnerabilida-
de e Processos Psicossociais (PVPP/PUCRS) - aliceadamsbohrer@gmail.com
4 Doutoranda Medicina e Ciências da Saúde (PUCRS) - francinp@gmail.com
5 Doutoranda do Grupo de Pesquisa Preconceito, Vulnerabilidade e Processos Psicosso-
ciais (PVPP/PUCRS) - laura.boeira@edu.pucrs.br

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sendo 52 com os temas de gênero representando centralidade. Políticas


públicas e direitos das mulheres foi a categoria com mais ocorrências (n =
18), seguido por Violência contra as mulheres (n = 16) e por Políticas pú-
blicas e direitos das pessoas LGBTQIA+ (n = 10). Temas como Ideologia
de gênero e Políticas e direitos dos homens surgiram em menor proporção,
ainda que com conteúdos que evidenciam disputas em torno do conceito
de gênero. A Interseccionalidade (n = 4) se manifestou em dois temas: 1.
Silenciamento e discriminação de mulheres negras, indígenas e periféricas;
e 2. Pobreza menstrual como um problema social causado pela extrema
pobreza. Outra categoria de destaque foi a Violência contra parlamentares
mulheres e LGBTQIA+ (n = 6), com intersecção entre sexo, gênero e raça,
dado que as parlamentares pretas foram alvo de ameaças e, em diversos po-
sicionamentos, ecoam a memória de Marielle Franco. A categoria do Ra-
cismo (n = 7) surgiu tanto na perspectiva de interseccionalidade quanto de
forma isolada, puxada em grande medida pela Bancada Negra da Câmara.
Palavras-chave: gênero; interseccionalidade; legislativo.

REFERÊNCIAS:

AKOTIRENE, C. O que é interseccionalidade? Belo Horizonte: Letra-


mento, 2018.
CRENSHAW, K. On intersectionality: essential writings. New York:
New Press, 2019.

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Gênero e o distanciamento (social,


econômico, político e educacional)
de pessoas trans e a cisgeneridade
Miguel Soares Silveira1

O presente artigo debruça-se sobre a questão de gênero e políticas


públicas, com ênfase e atenção nas pessoas que se consideram e se enten-
dem enquanto trans. A partir das discussões sobre interseccionalidade e
gênero, busca-se explicar o fenômeno que distancia as pessoas trans dos
lugares de pertencimento social e de terem suas reivindicações atendidas
e realizadas, num cenário político marcado por representantes de direita e
que rechaçam qualquer avanço social. Objetivos: entender como se dá a
articulação do movimento trans em busca de reconhecimento de políticas
públicas no Brasil; explicar, dentro dos recortes social, econômico, político
e educacional o abismo existente entre pessoas cisgênero e pessoas trans
quanto à liberdade do direito à cidadania plena. Perspectiva teórica: a par-
tir dos estudos e discussões da teoria queer, do ativismo trans, das relações
de gênero, corpo, sexo e interseccionalidade e da política é que se referen-
cia essa pesquisa/problematização, trazendo como parâmetro autores que
buscam essa investigação de pessoas trans, a exemplo de Gustavo Gomes
da Costa Santos, Judith Butler, Sérgio Carrara, Mario Carvalho, Regina
Facchini etc. Metodologia: a metodologia a ser usada no presente estudo
é de caráter qualitativa e exploratória, ao passo que se pretende analisar,
a partir da literatura robusta sobre o tema, a questão apresentada e como
se dá essa articulação entre lugares de pertencimento social e espaços de
marginalização. Com isso, a pesquisa abordará, através da exploração sobre
a situação e de forma mais profunda, de que forma o ativismo e as reivin-
dicações desse recorte social se organiza para que o distanciamento sexual
e de gênero não seja cada vez maior. Resultados: a hipótese que permeia a
presente análise é a falta de diálogo que já existia do movimento trans com
os sujeitos políticos representantes nos órgãos decisórios que se acirrou
ainda mais com a ascensão de um governo de direito ao Executivo Federal.
Sendo assim, a articulação entre movimento social (sociedade civil) com o
Estado acaba por ser muito limitado e, de certa forma, esse fenômeno pode

1 UFPel (Universidade Federal de Pelotas), miguels.silveira@hotmail.com.

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colocar “em cheque” total a falta de implementação de políticas públicas


que sejam eficazes e suficientes para atender Às demandas trans.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, Mario; CARRARA, Sérgio. Em direito a um futuro trans?:


contribuição para a história do movimento de travestis e transe-
xuais no Brasil. Sexualidad, Salud y Sociedad, Rio de Janeiro, n.
14, p. 319-351, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1590/
S1984-64872013000200015. Acesso em: 7 set. 2022. Epub 20
set. 2013. ISSN 1984-6487.
MONTEIRO, Simone; BRIGEIRO, Mauro; BARBOSA, Regina Maria.
Saúde e direitos da população trans. Cadernos de Saúde Públi-
ca, v. 35, n. 4, e00047119, 2019. Disponível em: https://doi.or-
g/10.1590/0102-311X00047119. Acesso em: 7 set. 2022. Epub 8
abr. 2019. ISSN 1678-4464.
SANTOS, Gustavo Gomes da Costa. Movimento LGBT e partidos políti-
cos no Brasil. Contemporânea: revista de sociologia da UFSCar,
São Carlos, v. 6, n. 1, p. 179-212, jan./jun. 2016.

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O Grupo de Trabalho Diversidade e Inclusão


como ferramenta para viabilizar melhores
oportunidades a grupos minoritários
dentro do Programa Novotec/SP
Sarah Aparecida da Silva1
Sérgio Eugênio Ferreira de Camargo2

Enquanto política pública a nível estadual, o Novotec tem a mis-


são de democratizar a educação profissional e técnica (EPT) para adoles-
centes e jovens prioritariamente da rede estadual de educação, dentro do
V Itinerário Formativo, pertencente ao Novo Ensino Médio (NEM) e im-
plantado em parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico
(SDE) e Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEDUC). Por
ser piloto desde 2019 no Brasil, o programa em suas diversas modalida-
des está em aperfeiçoamento para questões de capacitismo, gênero e raça.
O objetivo deste pesquisa é apresentar como o Grupo de Trabalho (GT)
Diversidade e Inclusão do Programa Novotec da SDE utiliza de articu-
lações e parcerias com outras secretarias, organizações da sociedade civil
e empresas privadas para a promoção de atividades que visem combater
o capacitismo, racismo institucional e proporcionar ambientes favoráveis
para o protagonismo de estudantes negros e com deficiência dentro do
Programa Novotec.
Nesse sentido, o GT compreende que as relações institucionais
entre os agentes dentro e fora do ambiente estatal são fundamentais para o
êxito de seus objetivos. Tendo em vista que parcerias envolvendo distribui-
ção de funções de maneira articulada entre agentes estatais subnacionais
e agentes não estatais podem ajudar no desenvolvimento de novas capa-
cidades, por possuírem maior capilaridade, combinam o direcionamen-
to central e evidenciam o monitoramento coletivo e multiator. Ademais,
propicia espaços de aprendizagem e inovação por meio do trabalho em
rede (GOMIDE; PIRES, 2018 apud MATTHEWS, 2012). Para essa
pesquisa em política pública, utilizou-se de abordagem metodológi-
ca quantitativa e qualitativa para lidar com as problemáticas de estar
1 INSPER - Instituto de Ensino e Pesquisa - sarah.apsri@gmail.com
2 Ms. INSPER - Instituto de Ensino e Pesquisa - sergioefcamargo@gmail.com

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inserido na maior rede estadual de educação do país. É necessário


o detalhamento de dados estatísticos, sem esquecer do viés quali-
tativo de observação participante do relacionamento institucional,
enquanto laços simples e compostos (MARIO, 2017 apud ROSS;
ROBERTSSON, 2007) que a todo tempo perpassa as ações do GT.
Para Avtar Brah (2006, p. 363) “A diferença como relação social
pode ser entendida como as trajetórias históricas e contemporâneas
das circunstâncias materiais e práticas culturais que produzem as
condições para a construção das identidades de grupo”. Como resul-
tados prévios, o GT compreendeu a necessidade de viabilizar o de-
bate para pautas que diz respeito a grupos minoritários, viabilizando
formações sobre diversos tipos de deficiência para a equipe interna,
articulando parcerias com o polo de empregabilidade inclusivo para
o estímulo da inserção de estudantes com deficiência no mercado
de trabalho, indicação de escolas para projetos que buscam capaci-
tar jovens mulheres negras para entrada no mercado de trabalho no
eixo tecnológico e formações antirracistas para equipes estratégicas
de atores parceiros do Programa Novotec.

REFERÊNCIAS

BRAH, Avtar. Diferença, Diversidade e Diferenciação. Cadernos Pagu,


Campinas, SP, v. 1, n. 1, p. 329-376, 26 jan. 2006.
MÁRIO, Fábio Aurélio de. Redes de relacionamentos interorganizacio-
nais no processo de internacionalização em casa: um estudo de
caso no Recanto Park Hotel. 2017, 123 f. Dissertação (Mestrado
em Administração) – Programa de Pós-Graduação em Adminis-
tração, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Esta-
dual de Maringá, Maringá, PR, 2017. Disponível em: http://re
positorio.uem.br:8080/jspui/handle/1/3337. Acesso em: 22 ago.
2022.
PIRES, Roberto R. C.; GOMIDE, Alexandre. Governança e Capacidades
Estatais a Partir da Abordagem dos Arranjos e Instrumentos de Polí-
ticas Públicas. 2018. Disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/
bitstream/11058/8966/1/bapi_19_cap_04.pdf. Acesso em: 21 ago.
2022.

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Intersetorialidade no atendimento
e acompanhamento de adolescentes
em idade escolar praticantes de
automutilação/autoagressão
Sirlei de Oliveira1

O presente trabalho trata de um relato de experiência intersetorial,


no atendimento e acompanhamento de adolescentes que se automutilam,
e, a articulação para a gestação do projeto, se deu a partir do trabalho de-
senvolvido pelo Centro de Referência em Assistência Social – CRAS, com
a parceria das escolas do território e o Centro de Atenção Psicossocial In-
fanto-juvenil – CAPSi. No relato da experiência, busca se evidenciar, que
cada vez mais os jovens estão se autoagredindo e com isso, novos desafios
se impõem aos profissionais. O planejamento para a execução da ação que
visou atender, acolher e acompanhar adolescentes em idade escolar, se deu,
a partir das reuniões intersetoriais, realizadas mensalmente pelo CRAS.
Essa metodologia com encontros mensais entre as políticas sociais e ser-
viços que prestam atendimentos no território de abrangência do CRAS,
possibilitou a contribuição e mobilização dos diversos atores sociais e pro-
fissionais que atuam nas políticas sociais, em torno da problemática viven-
ciada pelos adolescentes, praticantes de automutilação. Para tanto, foram
realizadas como procedimentos metodológico, a busca pela literatura que
visasse dialogar com a articulação intersetorial, ora proposta e executada
pelos serviços da saúde, educação e assistência social, assim como a busca
pelo embasamento teórico que desse corpo a compreensão do problema da
automutilação praticada por adolescentes em idade escolar. Trazendo para
o debate teórico, os seguintes autores: JUNQUEIRA, L. A. P; PEREIRA,
Potyara A. P; BERNARDES, M. S. O relato da experiência mostra que a
adesão dos/as adolescentes aos atendimentos, se tornou efetiva, a partir do
trabalho articulado em rede intersetorial. A automutilação é um problema
complexo e por isso, os profissionais atuando de forma isolada, não dão
conta de abarcar as nuances, que envolvem esse fenômeno. A interdiscipli-

1 Doutoranda em Educação Programa de Pós Graduação PPGEDU - Unisinos, Mestra


em Serviço Social -PUC/RS. Graduada em Serviço Social. Assistente Social na prefei-
tura de São Leopoldo RS - oliveiraservicosocial@hotmail.com

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naridade, entre as áreas do conhecimento mostra-se como necessária, na


complementariedade dos saberes com um objetivo comum, prestar atendi-
mento conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, o qual versa no
Art. 88, sobre as diretrizes da política de atendimento. O trabalho inter-
setorial e interdisciplinar são possibilidades de superar as ações isoladas e
fragmentadas, que não dão conta de atender as necessidades da população
em sua integralidade, especialmente, crianças e adolescentes, que se encon-
tram em processo de desenvolvimento, físico, mental, moral, espiritual e
social, e, por isso, devem ser respeitadas e atendidas em suas necessidades
integrais e com prioridade absoluta.
Palavras-chave: intersetorialidade; adolescentes; automutilação

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Juventudes Plurais: o movimento


social como espaço de e construção
identitária e atuação social
Gabriela Dávila Koenig

O presente artigo pretende sugerir um olhar sobre leituras que


buscam compreender a construção das identidades de jovens brasileiros
enquanto participantes de movimentos sociais. Assim, apresentaremos re-
flexões que colaborem com conhecimento e entendimento sobre os mo-
vimentos orquestrados por jovens em busca por transformações sociais
que respeitem suas identidades plurais. Também, é intuito desta escrita
refletir e discutir as implicações que essas experiências e trocas proporcio-
nam à construção de redes sociais nas quais as juventudes se desenvolvem
e propõem transformar o mundo coletivamente. A fim de alcançar tais
objetivos, apresentaremos olhares de pesquisadores que estudaram os mo-
vimentos sociais dos estudantes brasileiros entre 2015 e 2016 (Marcelo
Burgos (2016); Ana Paula de Oliveira Corti et al. (2016); Marcos Ri-
beiro Mesquita et al. (2016); Carneiro (2017); Rosário et al. (2016)) e,
também, estudiosos das ciências sociais Santos (2019); Marques (2012);
Lahire, (2015); Sallum Jr. et al. (2016)).
Palavras-chave: jovens; movimentos sociais; políticas públicas; transfor-
mação social.

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Mulheres na política: Myrthes Bevilácqua


Corradi e Luzia Alves Toledo no
poder legislativo – 1980 a 2018
Leandro da Silva Lunz1

Nesta pesquisa analisamos a participação política de Myrthes Be-


vilácqua Corradi no Congresso Nacional e de Luzia Alves Toledo, no Se-
nado e na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, no período de 1980 a
2018. Procuramos reconstruir a trajetória política dessas mulheres e suas
contribuições em um campo de atuação predominantemente caracterizado
pelo poder masculino. Ao mesmo tempo, pretendemos investigar a ideia,
durante o período estudado, de que caberia à mulher o papel social re-
servado ao campo privado, compreendendo, assim, as identidades sociais
construídas sob a ótica patriarcal. Assim sendo, resgatamos a história da
participação feminina na política e investigamos, as circunstâncias que di-
ficultaram a inserção e o desempenho de mulheres na política institucio-
nalizada no Brasil, tendo como foco principal o caso do Estado do Espírito
Santo. E assim foi possível evidenciar a existência de um hiato significativo
entre mulheres e homens no que se refere a representatividade política bra-
sileira e descrever as grandes dificuldades vivenciadas pelas mulheres inves-
tigadas no exercício da vida pública somente pelo fato de serem mulheres.
Palavras-chave: Participação Feminina; Trajetória Política; Espírito Santo

1 Doutorando em História pelo Programa de Pós-Graduação em História Social das Rela-


ções Políticas - Universidade Federal do Espirito Santo (UFES) - leolunz@gmail.com.

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Mulheres negras e o mercado de


trabalho frente à pandemia Covid-19
Cyntia Barbosa Oliveira1
Francine Pinto da Silva Joseph2
Quando se discute as implicações da crise sanitária nos segmentos
populacionais, percebe-se que alguns sofreram de forma mais contundente
com os efeitos da Covid-19, seja pela exposição a um vírus pouco conhecido
ou pela ameaça letal que ele representa. Mesmo diante dessas e outras impli-
cações que o vírus representou e representa a todos os grupos sociais, alguns
grupos sentiram de maneira mais incisiva essas mudanças no mercado de
trabalho, pois quando se faz um recorte racial e de gênero, se percebe que
as consequências foram ainda mais cruéis com as mulheres negras (IPEA,
2020). É sabido que mulheres negras sempre foram colocadas em situação de
desvantagem nos ambientes laborais, seja quando comparadas aos homens
negros e mulheres brancas; ou quando comparadas aos homens brancos, no
qual essa desvantagem é ainda maior. Nesse sentido, o mercado de trabalho,
é o meio no qual se revela de forma incisiva, a estrutura de desigualdade
social, no qual a interseccionalidade a que estão sujeitas mulheres negras é
um ponto crucial de análise, visto que essa parcela da população está sujeita
as consequências advindas do racismo, do machismo e em muitas vezes, ain-
da, a outras formas de discriminação. Collins (2021) destaca que a análise
referente a situação das mulheres negras deve ser realizada de maneira a con-
siderar sua totalidade, pois as formas de discriminação são inter-relacionadas
e se moldam mutuamente. Nesse sentido, o presente trabalho através do
método qualitativo visa apresentar dados relativos à situação laboral de mu-
lheres negras durante o período pandêmico no Brasil, fazendo uma análise
das consequências acarretadas pela Covid-19, em comparativo com outros
grupos sociais, utilizando dados secundários, sobretudo do IBGE e IPEA.
Palavras-chave: mulheres negras; interseccionalidade; racismo

REFERÊNCIAS

COLLINS, Patricia Hill. Interseccionalidade. São Paulo: Biotempo, 2021.

1 UFPel - cyntiabaroli@gmail.com
2 UFPel - francinepinto@gmail.com

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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.


(IBGE). Trabalho: PNAD COVID-19. Disponível em: https://
covid19.ibge.gov.br/pnad-covid/trabalho.php. Acesso em: 30 out.
2021.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA).
Trabalho, população negra e pandemia: notas sobre os primei-
ros resultados da PNAD do COVID-19. Brasília, 2020

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Nova caderneta da gestante: um palco de


interações e disputas na implementação de
políticas públicas do/no corpo da mulher
Vitória Duarte Wingert1
Jacinta Sidegum Renner2
Jander Fernandes Martins3

Um grande palco de tensões e contestações está ocorrendo des-


de a extinção da política pública do Rede Cegonha (2011), que ocorreu
no mês de abril de 2022, assim como, a implementação de seu substi-
tuto, a Rede de Atenção Materno Infantil (RAMI). A primeira medida
tomada pela RAMI foi o lançamento da Nova Caderneta da Gestante,
em maio de 2022, documento considerado preocupante e retrógrado para
pesquisadores e ativistas da assistência humanizada. Segundo o Ministério
da Saúde, a caderneta, faz parte das medidas adotadas a fim de cumprir
com o compromisso assumido pelo Brasil na redução das mortalidades
materna e infantil na Agenda Global 2030 da ONU. Porém o que chama
atenção é a retirada de pontos centrais, que garantiam a humanização do
nascer, desta nova versão. Por exemplo, a edição de 2022 retirou o plano
de parto, a doula deixa de ser mencionada, cesárea eletiva passa a ser uma
opção, relativização da violência obstétrica, entre outras modificações. O
objetivo deste estudo é analisar se a Nova Caderneta está ou não alinhada
com o principal pilar da humanização do nascer: o protagonismo femini-
no. Como percurso metodológico, foi realizada análise da antiga caderneta
(2011) e da nova caderneta (2022), buscando a caracterização as mesmas
e a realização de análise comparativa entre elas. Também recorremos à net-
nografia para entender as interações realizadas na rede social Instagram, por
profissionais e pesquisadores da área da saúde que se posicionavam contra a
implementação da RAMI e da Nova Caderneta. Os resultados mostraram
que a Nova Caderneta não está alinhada aos pilares da assistência huma-

1 Mestra em Processos e Manifestações Culturais; Doutoranda em Diversidade Cultural e


Inclusão Social; Historiadora; Bolsista PROSUC/CAPES - vitoriawingert@hotmail.com
2 Doutora em Engenharia de Produção – UFRGS, Professora/pesquisadora do Progra-
ma de Pós-Graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social - jacinta@feevale.br
3 Doutor em Processos e Manifestações Culturais – Universidade Feevale. Professor. -
martinsjander@yahoo.com.br

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nizada, tirando o protagonismo feminino e o direito de a mulher legislar


sobre seu corpo. Difunde e incentiva práticas obstétricas, antes rotineiras,
mas que atualmente se mostraram sem nenhuma evidência científica, sen-
do inclusive consideradas violência obstétrica. A caderneta é o documento
que norteia, majoritariamente, toda a educação perinatal do país, por ser
utilizada por todas as usuárias do SUS, neste sentido está contribuindo
para a desinformação em larga escala, o que é extremamente perigoso, em
um país continental onde nem todas as famílias possuem acesso a conteú-
do de qualidade, que poderiam ser acessados via internet. Também ressal-
tamos que a produção de conteúdo, por pesquisadores e ativistas do nascer
é extremamente necessário e valioso, a fim de que pautas sociais de suma
importância cheguem as mulheres.
Palavras-chave: Humanização do nascer; Políticas públicas; Caderneta da
Gestante

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O peso da interseccionalidade
nas prisões femininas brasileiras
e os desafios na viabilização de
direitos pelos assistentes sociais
Irlanne Santiago Lima1
Clícia Carolaine de Jesus Alves2
Angela Ernestina Cardoso de Brito3

As mulheres negras historicamente tiveram uma realidade distinta


dos discursos clássicos como bem aponta Carneiro (2003, p. 1) [...] “a
opressão da mulher não tem reconhecido, como não tem dado conta da
diferença qualitativa que o efeito da opressão sofrida teve e ainda tem na
identidade feminina das mulheres negras.” Estando em uma situação que
as possibilidades de materialização de políticas públicas são ainda menores,
uma compreensão das identidades de gênero, classe e raça nos possibilita
um rompimento com o pensamento hegemônico em direção a um novo
marco civilizatório. Kimberle Crenshaw feminista negra, norte-americana
(2002, p. 177) reconhece que “A interseccionalidade é uma conceituação
do problema que busca capturar as consequências estruturais e dinâmicas
de interação entre dois ou mais eixos da subordinação, utiliza-se desta ca-
tegoria para “complexificar as experiências de discriminação”. A desigual-
dade de gênero e raça presentes na nossa sociedade é estrutural e perpassa
por todas as instituições, e no sistema prisional não é diferente. A super-
lotação carcerária não se faz presente apenas nas prisões masculinas, mas
também nas prisões femininas que possuem um quantitativo muito menor
de prisões destinadas as mulheres. Como se não bastasse a superpopulação
carcerária e as condições subumanas em que os internos e internas vivem, é
preciso frisar que estas violações de direito se maximizam nas prisões femi-
ninas. Visto que, as prisões nunca foram pensadas e estruturadas para rece-
1 Mestranda em Serviço Social - UFBA, Pós-graduada em Assistência Sociojurídica e
Segurança Pública - FAVENI, Pós-graduada em Assistência Social e Saúde Pública -
FAVENI, Bacharela em Serviço Social - UFRB - irlanne_santiago@hotmail.com
2 Mestranda em Serviço Social - UFBA, Bacharela em Serviço Social - UFRB - cliciaal
ves153@gmail.com
3 Professora doutora da graduação e pós-graduação em Serviço Social da Universidade
Federal da Bahia - UFBA - angelafro@yahoo.com.br

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ber mulheres, faltando muitas vezes o básico, tendo condições precárias de


sobrevivência. A partir de Lemgruber (1999), fica nítido que as violações
de direitos que as mulheres privadas de liberdade sofrem, ultrapassam a
esfera da execução das penas e incidem diretamente em seu processo iden-
titário, de reinserção social e a forma como estas mulheres são tratadas,
bem como a forma como elas se enxergam incidem diretamente no pro-
cesso de cumprimento da pena, ficando evidente as falhas que colocam
em condições subumanas estas mulheres. Portanto, este trabalho tem
como objetivo trazer reflexões a cerca das constituições de gênero, raça e
classe de maneira transversal quando postas em situação de privação de
liberdade de mulheres. Para isto, trouxemos uma breve análise de como
estão estruturadas esta expressão da questão social nas prisões, quem é
esta população acometida por tais expressões e quais os principais de-
safios de assistentes sociais na viabilização de direitos a mulheres negras
em situação de privação de liberdade. Tendo em vista as violações de
direitos maximizadas e os desafios ainda mais inerentes das/os assisten-
tes sociais, diante de uma atuação precarizada pelo setor público, este
trabalho traz uma breve análise teórica dos desdobramentos percebidos
a partir de uma ótica interseccional nas prisões brasileiras, dos desafios
na viabilização de direitos e da escassez de políticas públicas que pro-
movam o cumprimento das penas de forma digna.
Palavras-chave: Racismo; Opressão; Interseccionalidade; Sistema
Prisional.

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Produção de cuidado e
interseccionalidades nos grupos de
convivência em uma Estratégia Saúde
da Família de São Leopoldo/RS
Sabrina Feiber da Silva1
Laura Cecilia López2

As práticas grupais na Atenção Básica do Sistema Único de Saú-


de (SUS) constituem uma tecnologia complexa de produção de cuidado,
possuindo impacto na promoção de saúde dos sujeitos e coletividades, ao
fomentar troca de experiências e transformações que não seriam alcan-
çáveis em um atendimento individualizado. Essas práticas costumam ser
orientadas pelo modelo hegemônico de organização dos serviços de saúde,
centrado nos grupos prioritários de doenças/agravos, e baseado na trans-
missão do saber-fazer profissional, sem chegar a cumprir com os objetivos
de promoção de saúde e de autonomia das pessoas no autocuidado (BRA-
SIL, 2013). O presente trabalho é um recorte da pesquisa “Equidade de
gênero e políticas do cuidado em contexto de pandemia: pesquisa-ação em
territórios da cidade de São Leopoldo”, que foca nas desigualdades de gê-
nero da cidade e os desdobramentos no cenário da pandemia, tendo como
pauta principal a relação entre gênero e políticas do cuidado. O campo de
pesquisa é a Estratégia Saúde da Família (ESF) Cohab Feitoria, no bairro
Feitoria em São Leopoldo/RS. O presente recorte foi feito a partir da in-
serção nos grupos presentes na ESF, observação do ambiente e das relações
sociais e entrevistas com participantes desses grupos. Atualmente existem
duas práticas grupais na ESF, o grupo de caminhada e o grupo de artesa-
nato, frequentados majoritariamente por mulheres cis negras e brancas.
Observamos em campo que esses grupos estão possibilitando outras di-
mensões do cuidado, para além do que seria reproduzido como saber-fazer
profissional. Eles são espaços de sociabilidade e criação de vínculos tanto
entre as participantes quanto com a própria ESF. Pretendemos indagar
sobre essas várias dimensões do cuidado que emergem nos grupos e se elas
conseguem dialogar com as experiências complexas de vida das participan-

1 Unisinos - sabrinafeiber553@gmail.com
2 Unisinos - lauracl1975@gmail.com

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tes, considerando intersecções de raça, classe, e outras dinâmicas produto-


ras de desigualdades. Particularmente, focaremos na narrativa de vida de
uma mulher negra que tem vínculo estreito com a ESF, principalmente
com os grupos de convivência. Refletiremos sobre os vários atravessamen-
tos interseccionais na sua experiência de vida e de saúde, considerando que
uma dimensão marcante da vida dessa mulher (e de muitas outras) é ter
vivenciado violência de gênero. Questionamos quais as possibilidades e
qual o lugar dos grupos de convivência para trabalhar de maneira afirma-
tiva com essas experiências.
Palavras-chave: grupos de convivência; gênero; interseccionalidades; cui-
dado; Estratégia Saúde da Família.

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Resistências e potências: narrativas de


professoras negras no ensino superior
Letícia Laureano dos Santos1

O início da década dos anos 2000 é marcado por conquistas so-


ciais resultantes de pautas amplamente levantadas e discutidas pela po-
pulação negra brasileira. Entre elas destaca-se a Lei n.º 10.639 de 9 de
janeiro de 2003, que estabeleceu as diretrizes e bases da educação nacional,
incluindo no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temá-
tica da História e Cultura Afro-Brasileira. No âmbito do ensino superior,
a Lei nº 12.711 de 29 de agosto de 2012 ampliou o acesso de afrodescen-
dentes às universidades federais e instituições federais de ensino técnico de
nível médio, tendo por objetivo garantir a presença da população negra
nesses espaços. As legislações supracitadas são marcos importantes na bus-
ca por equidade educacional e podem sugerir que as barreiras impostas
pela discriminação racial estão sendo superadas com políticas educacionais
voltadas para os afrodescendentes. Contudo, indicadores sociais revelam
que as desigualdades de acesso e permanência na educação ainda são vi-
venciadas pela população negra, evidenciando que a herança do passado
colonial e escravista ainda se faz presente na sociedade brasileira. Conver-
gindo com a proposta do “VIII Simpósio Internacional Desigualdades,
Direitos e Políticas Públicas” o presente estudo tem por objetivo analisar
as histórias de vida de duas professoras negras que atuam em instituições
de ensino superior da região metropolitana de Porto Alegre. Neste intuito
foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa, de característica exploratória,
tendo como instrumentos de coleta de dados entrevistas semi-estruturadas.
As participantes foram convidadas a compartilhar suas histórias de vida
como docentes do ensino superior e os elementos advindos das narrativas
foram posteriormente analisados sob a perspectiva do lócus de enunciação.
A análise indica que a inserção nesse espaço não elimina a ocorrência de
racismo, sexismo e outras intersecções geradoras de opressão decorrentes
da vertente colonial que demarcam as relações de poder. Os resultados
também revelam que a presença das professoras negras no ensino superior
é caracterizada pelo reconhecimento social, especialmente entre os estu-

1 Universidade do Vale do Rio dos Sinos - letthy81@gmail.com

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dantes afrodescendentes, sendo a educação percebida como uma possibili-


dade de mobilidade social.
Palavras-chave: Educação; Ensino superior; Interseccionalidade; Mulhe-
res negras; Políticas públicas

REFERÊNCIAS

BRASIL, Lei n.º 10.639 de 9 de janeiro de 2003. Estabelece as diretrizes


e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da
Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultu-
ra Afro-Brasileira” e dá outras providências. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em:
2 set. 2022.
BRASIL, Lei nº 12.711 de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingres-
so nas universidades federais e nas instituições federais de ensino
técnico de nível médio e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/
l12711.htm. Acesso em: 2 set. 2022.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São
Paulo: Atlas, 2008.

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Sobrevivendo: depois da experiência


do encarceramento
Lourdes Helena Martins da Silva1
Maria Luiza Lorenzoni Bernardi2

O aumento expressivo do encarceramento feminino tem como


um dos fatores a criminalização da pobreza de mulheres marcadas, em
sua realidade material, por diferenciadores sociais. Diante da ausência de
políticas públicas voltadas para a reinserção social de mulheres egressas do
sistema penitenciário, a questão da inclusão social pelo trabalho e geração
de renda torna-se relevante quando se queira diminuir as possibilidades de
reincidência criminal. As estatísticas de gênero apontam para uma menor
ocupação das mulheres pelo mercado de trabalho, seja ele formal ou in-
formal. Neste aspecto, programas sociais de transferência de renda podem
representar importante amparo diante da condição de vulnerabilidade de
mulheres egressas do sistema carcerário. A partir da narrativa de uma mu-
lher presa que reúne várias categorias da diferenciação social em sua tra-
jetória de vida, pretendeu-se, neste estudo, identificar em que medida as
exigências do programa de transferência de renda- auxílio brasil- e conces-
são do auxílio-reclusão transformam-se em obstáculos para seu acesso. A
falta de opções de inserção no mercado formal de trabalho e a condição de
vulnerabilidade revelam, para muitas mulheres, o tráfico como um espaço
de trabalho e sustento da família. A enorme dificuldade de reconstruir a
vida depois da experiência do encarceramento permeada pela mobilidade
limitada desde o momento que sai da prisão, ausência de documentos,
vínculos afetivos frágeis, estigmatização, preconceito, falta de moradia, a
falta de qualificação e experiência profissional importam na diminuição
das possibilidades de trabalho e geração de renda que efetivamente pode-
riam assegurar a reinserção social e econômica de uma apenada. A exclusão
digital e a dificuldade de acesso às informações necessárias ao exercício de
direitos, além de suprimir a autonomia do sujeito, revelam-se como fatores
que dificultam o acesso à renda, reforçando a exclusão social. Trabalha-se

1 Doutoranda Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPel - lourdeshelenamar


tinsdasilva@gmail.com
2 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPel - mbernardi4@
yahoo.com.br

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com a metodologia da história oral de vida, cujo método de pesquisa pos-


sibilita trabalhar a subjetividade como fonte de pesquisa, permitindo ativar
o que há retido na memória, dando voz a sujeitos que não estão muitas
vezes incluídos na história. Como referencial teórico tem-se Lahire (2004),
Barcinski (2009) e Collins e Bilge (2021).
Palavras-chave: políticas públicas; inclusão; mulheres egressas.

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Socioeducação e encarceramento:
expressões da seletividade penal juvenil
Ricardo Peres da Costa1
Elizabeth Trejos-Castillo2

Este resumo tem como objetivo demostrar que o perfil dos adoles-
centes que cumprem medidas socioeducativas no Brasil é caracterizado por
alguns marcadores sociais de raça, território, renda, gênero, dentre outros. A
Lei nº12.594/2012 que instituiu o Sistema Nacional Socioeducativo, pauta-
da em normativas nacionais, como a Constituição da República Federativa
do Brasil de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, bem
como internacionais, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos
de 1948 e a Declaração Universal das Crianças e dos Adolescentes de 1959,
fundamenta e estabelece os parâmetros da política pública da socioeducação.
A referida normativa foi promulgada na perspectiva de consolidar a repre-
sentação social do adolescente autor de ato infracional como sujeito de di-
reitos e como indivíduo em condição peculiar de pessoa em desenvolvimen-
to, devendo-lhes ser ofertada todas as possibilidades de garantias de direitos
previstas legalmente. Contudo, ao analisar o perfil dos adolescentes que se
encontram em cumprimento de medidas socioeducativas, motivados em
sua maioria pelo cometimento de atos infracionais de natureza patrimonial
(análogos ao crime de roubo e furto) e/ou tráfico de drogas, percebemos que
alguns marcadores sociais são evidenciados. A maioria são negros e pardos

1 Doutor e Mestre em Serviço Social e Política Social (UEL); Especialista em Educação,


Pobreza e Desigualdade Social (UFPR); Graduado em Filosofia e Gestão da Segurança
Pública. Pesquisador da Política de Socioeducação Membro do Grupo Ética e Direitos
Humanos: princípios norteadores para o exercício profissional do assistente social da
Universidade Estadual de Londrina (UEL) e do Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão
de Políticas, Educação, Violências e Instituições (GEPPEvi) da Universidade Federal
do Amazonas - peresrpc@gmail.com
2 Vice-Reitora de Relações Internacionais, C. R. Hutcheson Professora Catedrática da
Texas Tech University (USA). Doutora em Desenvolvimento Humano e Estudos da
Família (Auburn University, USA), Mestre em Sociologia Rural (Auburn University,
U.S.A), Fulbright Pesquisadora, Diretora do Programa de Pós-graduação em Estudos
Cross-Culturais (CCS) e do Laboratório Internacional de pesquisa no Desenvolvimen-
to Positivo do Adolescente (PYD Lab). Professora Internacional Adjunta do Departa-
mento de Serviço Social (UEPG), Professora Internacional Adjunta do Departamento
de Psicologia e a Escola de Medicina, Bioestatística e epidemiologia (Universidad CES,
Colômbia) - elizabeth.trejos@ttu.edu

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provenientes de territórios vulnerabilizados e de famílias monoparentais, que


vivem com renda salarial com menos de um salário-mínimo para núcleos
familiares de até 5 membros (BRASIL, 2019). Compreendemos que esses
dados podem expressar uma explícita caracterização da socioeducação como
uma necropolítica (MBEMBE, 2016). Isto é, o Estado exerce seu poder de
soberania que “reside, em grande medida, no poder e na capacidade de ditar
quem pode viver e quem deve morrer” (MBEMBE, 2016, p.123). Em rela-
ção ao perfil dos adolescentes e jovens em restrição e privação de liberdade no
Brasil, o Levantamento Anual do SINASE revelou que 96% do total são do
sexo masculino, 61% foram considerados negros ou pardos. Em relação ao
ato infracional, 43,7% são análogos a roubo e furto, 26% infrações análogas
ao tráfico de drogas. Ainda sobre a renda familiar, quando congrega dados
dos sem renda ou menos de uma salário mínimo, os dados chegam a 81%
(BRASIL, 2019). Em relação às porcentagens sobre raça podemos concluir
sobre a existência de uma seletividade racial, marcada pelas forças de segu-
rança pública e sistema de justiça juvenil (WAISELFISZ, 2015) que corro-
boram para a construção de determinados estereótipos de sujeição criminal
e racialização dos corpos (MBEMBE, 2016). A legislação, portanto, pres-
supõe a intervenção do Estado na defesa dos direitos humanos, enquanto a
prática que se faz por meio da interpretação, aplicação e práticas discursivas
de instâncias de controle, refletem a normatização da perpetuação do viés
colonial, racista e neoliberal. Portanto, empírica e teoricamente, queremos
problematizar os marcadores sociais que permeiam a política socioeducativa.
Palavras-chave: Interseccionalidades; Socioeducação; Seletividade Penal Ra-
cial; Adolescentes; Medida Socioeducativa.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Levantamento Anual SINASE 2017. Ministério da Mulher, da


Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Brasília: 2019. Dis-
ponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/
crianca-e-adolescente/LevantamentoAnualdoSINASE2017.pdf.
Acesso em: 5 ago. 2022.
MBEMBE, Achille. Necropolítica. Arte & Ensaio, n. 32, p.122-151,
2016. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/ae/
article/view/8993/7169.
WAISELFISZ, Júlio Jacobo. Mapa da violência 2015: mortes matadas
por arma de fogo. Brasília, DF: Secretaria-Geral da Presidência da
República, 2015. (Série Juventude Viva).

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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Vivências de trabalhadoras negras na Política


de Assistência Social de Porto Alegre/
RS: o que somos e o que queremos!
Carla Rejane Goulart Bandeira1
Cláudia Aparecida Alves Godoi2
Milena Cassal Pereira3

A proposta deste trabalho é refletir sobre as vivências de três mu-


lheres negras trabalhadoras da política de Assistência Social em Porto Ale-
gre/RS. A relação entre raça e gênero no espaço de trabalho majoritaria-
mente de profissionais brancas (es/os), e com maioria de atendidas(es/os)
negras (es/os) contrapõe a realidade de realizar a continuidade da política
pública de busca de autonomia do sujeito. O quanto a representatividade
para as/es/os atendides se encontram no espelhamento com as trabalhado-
ras negras e o quanto é desafiador inserir no cotidiano de trabalho ações
e pensamentos sobre raça e gênero no fazer das avaliações de trabalho.
Acessar a gestão como mulher negra, ou até o mesmo o cargo como técnica
social pode propiciar novas possibilidades de representatividade e de garan-
tia de direito, no entanto também pode desafiar inserir novas formas de se
relacionar com o desacomodar constante de posicionamentos que sempre
estiveram em consonância com o que se pensava ser “normal”.
Palavras-chave: Interseccionalidade. Racismo. Mulheres negras.

1 Assistente Social, Mestranda do PPGSS-UFRGS.


2 Assistente Social, Mestranda do PPGSS-UFRGS.
3 Cientista Social, Doutoranda do PPGCS-Unisinos.

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GT18 - Justiça e Política nas


democracias contemporâneas

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A atuação do STF na ADI nº 6341


em meio à crise sanitária: repartição de
competências ou ativismo judicial?
Alexandre Moura Lima Neto1
Edith Maria Barbosa Ramos2

O presente artigo aborda sobre a atuação legislativa dos entes fe-


derativos no período da Pandemia no Brasil abarcada pelo vírus da Co-
vid-19, a partir da decisão na ADI n 6341 MC/DF do Supremo Tribunal
Federal. Faz-se uma análise descritiva das medidas adotadas a título de
excepcionalidade pela União, Estado e Municípios acerca da saúde pública
brasileira como resposta a crise sanitária, demonstra-se também os even-
tuais conflitos resultantes após a implementação da Medida Provisória nº
629/2020 que alterava a Lei 13.979/2020. Além disso, parte-se para uma
reflexão acerca da decisão compreendida na ADI nº 6341 que fora julgada
no Supremo Tribunal Federal, na qual dispõe sobre as iminentes implica-
ções decorrentes das competências constitucionais dos entes federativos.
Para isso, verificar-se-á o tipo de Federalismo adotado na Constituição
Federal de 1988, bem como a intenção de analisar os aspectos teóricos
dos dispositivos constitucionais ao qual dispõe sobre os papéis dos entes
federativos e suas peculiaridades, além de elucidar as limitações delineadas
pelo legislador constituinte. Ademais, tem o intuito de observar se as ações
decorrentes dessa autonomia expressam um exercício de caráter cooperati-
vo ou de maneira usurpativa. A metodologia adotada foi estruturada com
base na pesquisa bibliográfica e a documental, resultado do alicerce em
construtos científicos dos últimos cinco anos publicados em periódicos,
anais, plataformas, a consulta do ordenamento jurídico e da jurisprudência

1 Mestrando do Programa de Direito e Afirmação de Vulneráveis da Universidade CEU-


MA. Bolsista FAPEMA. E-mail: alexandrenetoadv@hotmail.com
2 Pós-doutora em Direito Sanitário pela Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz/Brasília/
DF. Doutora em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Maranhão. Mestre em
Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais. Graduada em Direito pela Univer-
sidade Federal do Maranhão. Professora do Departamento de Direito e do Mestrado
em Direito e Instituições do Sistema de Justiça da Universidade Federal do Maranhão.
Coordenadora do Núcleo de Estudos em Direito Sanitário (Nedisa/UFMA). Professo-
ra, pesquisadora e Coordenadora do Mestrado Profissional em Direito da Universidade
CEUMA. E-mail: edithramosadv@yahoo.com.br.

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brasileira. Os resultados demonstraram que a crise sanitária, além de im-


pactos sociais, alcançou os níveis institucionais ao instalar uma crise entre
os poderes da República, e uma reformulação das competências dos entes
federados a partir da decisão do STF. Concluiu-se que a União que União
detém precedência na gestão de crise sanitárias, como a da Covid-19. Bem
como, que a atuação do STF instaurou uma crise institucional entre os
poderes, que se configurou em ativismo judicial para além dos ditames
constitucionais.
Palavras-chave: Supremo Tribunal Federal; Pandemias da Covid-19; Fe-
deralismo; ADI 6341; Lei 13.979/2020.

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A crise da Bolívia em outubro


e novembro de 2019 e suas
representações sociais e de classe
Ivan Osvaldo Calderon Arrueta Ribeiro1
Celso Ricardo dos Santos Nascimento2
Lorena de Sousa Ribeiro Calderon Arrueta3

Ao deixar de lado o status de categoria explicativa primordial e


assim perderem crédito as teorias conexas, foi necessário que alguns autores
percebessem a necessidade do retorno da classe à cena das desigualdades
sociais e dos conflitos. Assim mesmo, faz-se necessário trazer à tona, a re-
levância da abordagem sociológica da estrutura social e dos comportamen-
tos coletivos, pois somente assim seria possível perceber os mecanismos
pelos quais indivíduos, partilhando a mesma posição de classe, expressam
seus presumíveis interesses de classe formando coletividades de ação, as-
sim como os fatores que estimulam ou inibem tal tomada de consciência.
(Gaiger, 2019). Neste sentido será propósito deste estudo contextualizar
uma ação coletiva conflitual, e para isto será abordada a crise ocorrida na
Bolívia entre outubro e novembro de 2019, a partir de duas lentes e sua
possível relação. As classes como modelo teórico e analítico, necessário
para compreender fatos e fenômenos sociais que se configuram nas suas
diversas estruturas, a partir de uma revisão de autores neomarxistas, e a
análise das representações sociais, como imaginário, cultura e simbolismo
da identidade de um grupo e sua representação perante determinado fato
social. Para tal, será apresentado primeiramente um cronograma detalhado
dos vinte e um dias de conflito, desde as eleições presidenciais em 20 de
outubro, até a renúncia do presidente Morales em 10 de novembro de
2019. Em seguida, será desenvolvida uma análise bibliográfica quanto à
classe e ação de classe, sob um olhar das representações sociais. Por últi-
mo, será contextualizada a crise boliviana e seus conflitos sob o olhar da
configuração de classe e representação social que possa ter-se formado na
sociedade boliviana. Para um primeiro momento é necessário compreen-
der que este desenlace costuma ser interpretado desde dois polos: para os
1 UNISINOS -RS - calderon.iv@hotmail.com
2 UNISINOS - RS - celsorsn@gmail.com
3 UNISINOS - RS - arrueta@ hotmail.com

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militantes e simpatizantes ao partido de Morales, a renúncia do presidente


foi motivada por pressões dos aparelhos repressivos do Estado, encarnados
nas Forças Armadas. Numa segunda perspectiva, para a oposição e para
os setores heterogêneos que se mobilizaram contra o resultado das últimas
eleições o ocorrido foi consequência da pressão cidadã que protestava con-
tra a continuidade do Movimento ao Socialismo (partido do ex-presidente
Morales), através do que conceberam como uma fraude eleitoral. Na análi-
se de Estremadoiro (2020), estes seriam os motivos que levaram à renúncia
do presidente Morales em 2019: Contradições e rupturas (principalmente
com alguns movimentos sociais); A persistência da matriz extrativista e os
imaginários desenvolvimentistas tradicionais; O culto ao militar e a alian-
ça com setores conservadores; Persistência de ideologias conservadoras em
matéria de direitos das mulheres, de gênero e reprodutivos; Persistência de
práticas autoritárias; Caudilhismo e culto à personalidade; O referendo de
2016 e a suposta fraude eleitoral de 2019.
Palavras-chave: estrutura social; ação coletiva; representações sociais; crise
na Bolívia.

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A crítica hermenêutica do direito e o


combate à discricionariedade judicial
Matheus Alves da Rocha1
Rosymile Andrade de Moura2

Ao tratar sobre o método hermenêutico nas decisões judiciais, na


verdade, estar-se a tratar sobre questões que vão além do Direito, toca-
mos em pontos que preocuparam a história da Filosofia por mais de 2
mil anos... e ainda preocupa, muito! Ao debruçar sobre as possibilidades
e métodos humanos de conhecer o mundo ao seu redor, entramos em
uma discussão filosófica que remonta desde os gregos até os filósofos con-
temporâneos. De que maneira se relacionam com os diferentes estímulos
em sociedade e como é possível alcançarmos a “realidade”? O Código de
Processo Civil em 2015 trouxe algumas alterações que limitam a discricio-
nariedade judicial, inclusive tendo o professor Lenio Streck como um dos
grandes defensores desta mudança que o Direito Brasileiro estivera pro-
crastinando há tempos. A alteração concretizada pelo novo código marca
uma ruptura com o modo de pensar a decisão judicial do antigo diploma
legal, marcado pelo domínio da filosofia da consciência produto de uma
escola moderna e ultrapassada de pensamento. A Crítica Hermenêutica
do Direito (CHD), fruto dos ensinamentos do professor Lenio Streck,
tece duras críticas à postulados como o Livre convencimento motivado
e Livre apreciação da prova. A CHD pugna por um Direito que se leve
a sério como tal, sem ser predado pela Moral, Política ou Economia. O
presente trabalho visa abordar quais seriam as contribuições que o método
hermenêutico proposto pelo professor Lenio Streck traria às decisões judi-
ciais brasileiras, ainda muito marcadas pelo positivismo jurídico, levando
em consideração a concretização das normas constitucionais que exigem
responsabilidade e fundamentação nas decisões estatais. Um Estado De-
mocrático de Direito não deve comportar um exercício da filosofia da
consciência de seus julgadores, ainda na relação do Sujeito-Objeto como
formadores da verdade através de suas convicções subjetivas. O Giro On-
tológico-Linguístico nos ajuda a entender que interpretar e julgar faz parte
do mesmo fenômeno hermenêutico, não cabendo mais falarmos em con-

1 Academia Brasileira de Direito Constitucional - Matheus.alves.rocha@hotmail.com


2 Centro Universitário Inta - UNINTA - rosy.mile.andrade@gmail.com

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vicção íntima, mas sim em uma linguagem pública do processo judicial.


Para Hans-Georg Gadamer, o homem está inserido em um contexto histó-
rico que influencia na sua linguagem com o mundo e, consequentemente,
em seu modo de compreendê-lo. Pensar um método de se tomar decisões
judiciais adequadas, é falar sobre as condições de possibilidade do sujeito
enquanto ser linguístico. A metodologia usada neste trabalho consistiu em
uma revisão bibliográfica de autores como Lenio Streck, Ronald Dworkin
e Hans-Georg Gadamer. O método usado será o hermenêutico filosófico
para debruçar-se sobre os textos. O Direito brasileiro ainda permanece em
um paradigma filosófico que não prestigia a linguagem como compreensão
do real, ainda voltado para a própria consciência dos julgadores, ignorando
o que o professor Lenio chama de Giro Ontológico-Linguístico que marca
a filosofia contemporânea de Heidegger e Gadamer.
Palavras-chave: Hermenêutica; Decisão; Linguagem

REFERÊNCIAS

GADAMER, Hans-George. Verdade e Método. Trad. de Flávio Paulo


Meurer. Bragança Paulista: São Francisco, 2015.
STEIN, Ernildo; STRECK, Lenio (org.). Hermenêutica e epistemolo-
gia: 50 anos de Verdade e Método. 2. ed. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2015.
STRECK, Lenio. Hermenêutica jurídica em crise: uma exploração her-
menêutica da construção do Direito. 10. ed. Porto Alegre: Livraria
do Advogado, 2011

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“Aldeia Zumbi dos Palmares”:


prática espacial de retomada do
território por pessoas em situação
de rua, em Porto Alegre, Brasil
Veridiana Farias Machado1
Thais do Amaral Marques2

A Aldeia Zumbi dos Palmares foi uma experiência coletiva de pes-


soas em situação de rua que em 2018 retomaram um território no centro
de Porto Alegre. Compreende-se o caso analisado como uma prática social
densa de espacialidade (SOUZA, 2010), na medida em que esta ação dire-
ta propiciou a autogestão. Nela, os coletivos de pessoas em situação de rua
articularam-se enquanto movimentos sociais urbanos emancipatórios. Em
vista disso, o objetivo deste trabalho é explicitar como experiências de luta
como esta podem ser dispositivos potentes de fortalecimento de vínculos,
cuidado entre pares e redução de danos, a partir do protagonismo dos
atores. Trata-se de um estudo de caso, no qual a coleta de dados deriva das
edições de 2018 do Jornal Boca de Rua, produzido e vendido por pessoas
em situação de rua, e da experiência vivencial das autoras junto à Aldeia
e aos coletivos que participaram dessa ação. As categorias analisadas cor-
respondem 1) às contra condutas às ações repressivas do Estado praticadas
naquele território, 2) às tentativas de negociação com o Estado relaciona-
das à reivindicação do direito à moradia, e 3) às ações autônomas nutridas
naquele território durante o período da retomada. Observa-se um repertó-
rio de ações, que são mobilizadas de acordo com o momento e o contexto
específicos. A “aldeia” faz referência às experiências de vida coletiva das
pessoas em situação de rua em Porto Alegre, que criam territórios existen-
ciais e de cuidado (BASSO, 2018). “Zumbi dos Palmares” retoma a contra
campanha realizada pelo Movimento Nacional da População em Situação
de Rua do RS, em resposta à associação feita entre o uso de crack com
zumbis. Tanto a retomada quanto a contra campanha afirmam a agência
das pessoas em situação de rua, recusando concepções essencialistas e de-

1 Estudante de Psicologia - Bacharelado - Unisinos - Campus POA - RS - veri.zea@


gmail.com
2 Núcleo de Democracia e Ação Coletiva - CEBRAP - cp.thaismarques@gmail.com

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terministas acerca da vida nas ruas, que a percebem como falta, reduzin-
do-a a fins pragmáticos da vida. Nas edições do Boca de Rua analisadas,
constam registros da aldeia cuja remoção provocou a retomada, de como se
organizou a ação coletiva, da sua remoção, e da continuidade das remoções
forçadas das pessoas em situação de rua na cidade. Tal experiência pode
proporcionar, dentre muitas ações importantes, a autonomia como potên-
cia no cuidado entre as pessoas para a prevenção do uso intenso de álcool e
drogas, assim como, na segurança da Aldeia como território de luta.
Palavras-chave: situação de rua; redução de danos; práticas espaciais; Es-
tado; movimentos sociais

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As intromissões dos agentes políticos


no campo jurídico e o risco às
bases democráticas brasileiras
Artur da Rocha Sanzi Erguy1
Vinicius Barboza2

Vem sendo frequente, nas áreas acadêmicas que tratam de estudar


as relações entre Direito e Política, o debate acerca da imposição de limites
às intromissões constantemente ocorridas entre estes dois polos. No campo
de pesquisa que tem por foco a ciência política, por exemplo, já é amplo
o estudo acerca da ritualização dos contatos entre os campos político e ju-
rídico, sua origem histórica e de suas consequências sociais, bem como da
relação muitas vezes obscura que se dá entre esses dois poderes quando se
encontram nos momentos de debate público e de polarização. Em muitas
destas oportunidades, inclusive, acabam-se os agentes por recorrer ao Di-
reito Constitucional e princípios democráticos para remediar situações de
conflito e de instabilidade social por elas provocadas. Nesse sentido, cum-
pre observar que, na prática brasileira, o Poder Judiciário é alvo de disputas
recorrentes entre as ditas “Direita e Esquerda”, que brigam entre si pelo seu
domínio. Quando não logram em aparelhá-lo, trazendo tal Poder para per-
to de si, disseminam a ideia de que as principais instituições jurídicas ou
seus agentes estão agindo intencionalmente contra os seus interesses, crian-
do empecilhos e/ou dificultando intencionalmente a sua atuação política.
Assim, em que pese se reconheça que o Poder Judiciário é, dentre muitas
outras coisas, um campo de disputa política, buscaremos discutir até que
ponto atitudes conflitantes que possuam como foco central o Judiciário
ou o ordenamento jurídico brasileiro – e, consequentemente, a sua ordem
democrática – são aceitáveis e em que momento tais disputas passam a
denunciar um comportamento eminentemente autoritário e deteriorante
em face da jovem democracia brasileira. Não obstante, é importante que

1 Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais Unidade Acadêmica de Pesquisa e


Pós-graduação Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS - arturserguy@
gmail.com
2 Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais Unidade Acadêmica de Pesquisa e
Pós-graduação Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS - viniciusbarbo
za8991@gmail.com

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sejam feitos, paralelamente, determinados questionamentos em âmbito


acadêmico: os discursos políticos que atacam o Judiciário são realmente
toleráveis em um País que “leva a sério” sua Democracia? Quais seriam os
seus limites? A atuação do Judiciário brasileiro pode restar efetivamente
ameaçada se não houver algum tipo de controle ou repressão por parte das
instituições contra as frequentes afrontas das correntes políticas atuais? A
normalização das falas autoritárias proferidas pelos agentes políticos pode,
por si só, enfraquecer as bases democráticas do Brasil? Que tipo de reação
deve haver do Direito brasileiro? Importa esclarecer, no entanto, que não
há pretensão de destrinchar, nem sequer em forma de síntese, a história do
autoritarismo político brasileiro ou da relação entre os três poderes, mas de
relacionar algumas das falas recentemente empregadas por figuras políticas
conhecidas no cenário social com discursos autoritários, analisar as conse-
quências destes para o regime democrático e para a ordem social brasileira,
buscar compreender até que ponto tais atitudes merecem acolhimento pela
sociedade e trazer à baila as possíveis respostas para alguns dos questiona-
mentos elencados no parágrafo anterior.
Palavras-chave: Intromissões; Ataques ao Judiciário; Discursos autoritá-
rios; Democracia.

REFERÊNCIAS

ENGELMANN, Fabiano; PILAU, Lucas e Silva Batista (org.). Justiça e


poder político: elites jurídicas, internacionalização e luta anticor-
rupção. Porto Alegre: UFRGS/CEGOV, 2021.
LUHMANN, Niklas. O direito da sociedade [livro eletrônico]. São Pau-
lo: Martins Fontes, 2016.
NETO, Cláudio Pereira de Souza. Democracia em crise no Brasil: valo-
res constitucionais, antagonismo político e dinâmica institucio-
nal. São Paulo: Contracorrente, 2020.

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Atitudes políticas, desempenho institucional


e militarismo na América Latina
Geélison Ferreira da Silva1
Diego Maradona Cortezzi Guimarães Pedras2

Busca-se explicar o apoio à participação de militares no controle


do crime na América Latina. Este apoio é chamado de militarismo (MOU-
LE JR et al., 2019, p. 153) e é explicado tanto por aspectos institucionais
quanto atitudinais, segundo a hipótese do presente estudo. A melhor base
de dados encontrada para testar os dois conjuntos de indicadores (atitu-
dinais e institucionais) além da variável dependente é o LAPOP (2012).
Os testes aplicados foram a partir dos modelos de efeitos fixos por país
(WOOLDRIDGE, 2010) pois além de indicadores individuais também
leva-se em conta o índice de Rule of Law e de Qualidade Democrática
(V-DEM, 2022) nos países pesquisados. São consideradas as variáveis ati-
tudinais como a ideia de fazer justiça com as próprias mãos, apoiar o uso
de armas e golpe militar em situações críticas. Depois, testa-se os efeitos
das variáveis de desempenho das instituições para garantir a segurança pú-
blica e também os efeitos da qualidade da democracia e do Rule of Law na
variável dependente. Na sequência, testa-se o efeito dos dois conjuntos de
variáveis, institucionais e atitudinais, no mesmo modelo. Pelo desempenho
das instituições, o militarismo é favorecido quando há má qualidade da de-
mocracia e limitação do Rule of Law, bem como, ineficácia da polícia. Os
resultados indicam que há forte associações entre as varáveis de natureza
atitudinal, especialmente as de apoio à golpes militares em situações críti-
cas. Ou seja, o apoio à golpe aumenta a chance de militarismo. Quanto as
de desempenho institucional, não demonstram associação consistente com
o militarismo. Entretanto, quando são interagidas variáveis institucionais
com as atitudinais, evidencia-se que quando o desempenho institucional
é pior, a associação do militarismo na segurança pública com o apoio a
golpes militares é maior. Isso aponta para a importância da não dissocia-
ção clássica entre abordagens institucionalistas daquelas atitudinais. Além
disso, reforça a percepção de que a segurança pública é uma das principais
limitações para a democracia na América Latina, o que é expresso pelo

1 Unimontes - geelison.silva@unimontes.br
2 UFPR - diegocortezzipedras@gmail.com

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fato de que o apoio à golpe militar em caso de crime elevado é o tipo de


situação crítica que mais aumenta a adesão à militarização na segurança
pública.
Palavras-chave: militarismo; atitudes políticas; instituições; América
Latina;

REFERÊNCIAS

MOULE JR, Richard K.; FOX, Bryanna Hahn; PARRY, Megan M. The
Long Shadow of Ferguson: Legitimacy, Legal Cynicism, and Pub-
lic Perceptions of Police Militarization. Crime & Delinquency, v.
65, n. 2, p. 151-182, 2019.
WOOLDRIDGE, Jeffrey. Introdução à econometria: uma abordagem
moderna. São Paulo: Cengage Learning, 2010.

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Combate à corrupção maranhense


pela Polícia Federal durante a
pandemia de Covid-19
Rodrigo Rosa Borba 1
Cláudio Alberto Gabriel Guimarães 2

O estado do Maranhão tem estampado há anos os noticiários dos


principais veículos de imprensa nacional como um dos estados com maior
risco de corrupção por parte de seus gestores. Em um estudo realizado
pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC-RS,
durante o período compreendido entre os anos de 1998 a 2008, demons-
trou-se que o Maranhão ocupa o último lugar no ranking do Indicador
de Corrupção por Estados, sendo, por esse motivo, considerado um dos
estados mais corruptos do Brasil. Esta realidade reflete diretamente nos
índices de desenvolvimento econômico e social da população maranhense,
sendo um dos motivos pelos quais o Maranhão se encontra classificado em
penúltimo lugar no ranking de índices de desenvolvimento humano, se
comparado com os demais vinte e seis entes estatais que compõem a Re-
pública Federativa do Brasil, incluindo o Distrito Federal, o que influencia
também a propagação e a manutenção da violência estrutural nos muni-
cípios maranhenses (CASTRO, 2021). Destarte, em meados do mês de
julho de 2021, a Polícia Federal – órgão de controle social formal respon-
sável pela investigação de condutas criminosas relacionadas ao desvio de
verbas de origem federal – já havia ultrapassado a marca de cem operações
de repressão ao desvio e à utilização indevida de verbas públicas federais
destinadas ao combate à pandemia de Covid-19. Dentre os estados com
o maior número de operações, o Maranhão apareceu em segundo lugar,
com mais de dez operações deflagradas. Nesse desiderato, utilizando como
marco teórico a teoria da associação diferencial, elaborada por Edwin Su-
therland, sociólogo estadunidense que desenvolveu seus estudos sobre os

1 Mestrando do programa de Pós-Graduação em Direito e Instituições do Sistema de


Justiça da Universidade Federal do Maranhão. - rodrigorborba@live.com.
2 Professor Permanente da Pós-Graduação em Direito e Instituições do Sistema de Jus-
tiça da Universidade Federal do Maranhão. Pós-Doutro pela Universidade de Lisboa.
Doutro em Direito pelas Universidades Federal de Santa Catarina e pela Universidade
Federal de Pernambuco - calguimaraes@yahoo.com.br.

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crimes do colarinho branco (SUTHERLAND, 2016), vislumbra-se reali-


zar uma análise sobre os crimes de corrupção praticados no estado do Ma-
ranhão, durante a pandemia de Covid-19, a partir de inquéritos policiais
instaurados no âmbito da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes
Financeiros da Superintendência Regional da Polícia Federal no Estado
do Maranhão, por meio de uma pesquisa descritiva e exploratória, com
método de abordagem indutivo, e uso de técnicas de pesquisa quantitativa,
bibliográfica e documental. Como objetivos do presente estudo busca-se
descrever as condutas criminosas corruptas mais comuns e analisar os in-
quéritos policiais instaurados pela Polícia Federal no Maranhão, a fim de
avaliar a hipótese de que tais condutas criminosas podem ser aprendidas a
partir de associações estruturadas em torno de distintos interesses e metas
(GARCÍA-PABLOS DE MOLINA, 2014), estimuladas pela ineficiência
do sistema de justiça brasileiro em conter a corrupção no país. Como re-
sultados esperados, almeja-se realizar um diagnóstico preciso e atualizado
sobre o fenômeno da corrupção durante a pandemia de Covid-19 no es-
tado do Maranhão e elencar alternativas que contribuam com o combate
dessa prática.
Palavras-chave: Maranhão; corrupção; Covid-19; Polícia Federal; teoria
da associação diferencial.

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Crítica Hermenêutica do Direito como


instrumento para a efetividade do direito à
educação: um olhar sobre a política de cotas
Carem Barbosa de Castro1

Instrumentos como a Crítica Hermenêutica do Direito e a Teoria


da Constituição dirigente adequadas a países e modernidade tardia, sem
dúvidas são um farol na busca pela efetivação dos direitos constitucionais
e a redução das desigualdades sociais. Em um contexto de modernidade
tardia como é o caso do Brasil, como é possível a concretização do direito
social à educação assegurado na Constituição Federal de 1988 aos menos
favorecidos? O sistema de educação público de maneira geral é deficitá-
rio, nesse sentido, o acesso ao ensino superior historicamente elitizado ao
longo de muitos anos era acessível a poucos. Felizmente através das ações
afirmativas esse cenário vem gradativamente dando espaço para uma nova
realidade: o ingresso de negros através da política de cotas. Uma espé-
cie de medida paliativa para um grupo factualmente segregado e marcado
pelo longo período de escravidão, período que deixou marcas em todo um
povo que ainda sofre, sendo a maior população carcerária, moradora de
favelas, com os salários mais baixos, o racismo estrutural se mantem forte
no cenário mundial. O presente artigo se debruçou sobre o método quali-
tativo de revisão bibliográfica e o método fenomenológico-hermenêutico.
Tratando-se especificamente do cenário brasileiro, o texto se fundamen-
ta predominantemente nas obras de Lenio Streck, idealizador da Crítica
Hermenêutica do Direito – CHD e da Teoria da Constituição dirigente
adequadas a países e modernidade tardia – TCDAPMT. Conclui-se que a
desigualdade é um dos pilares da crise do Estado Democrático, o método
hermenêutico proposto por Streck e as cotas raciais, são um instrumento
para a construção de uma nova realidade social. Frente ao panorama da
desigualdade e das promessas da modernidade não cumpridas, a presente
pesquisa aponta que a política de cotas é eficaz e precisa ser aprimorada,

1 Mestranda em Direito Público pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISI-
NOS), com bolsa financiada pela CAPES/Proex. Membro do Grupo de estudos Direi-
to, Linguagem e moral (UNISINOS). Membro do Núcleo de pesquisa antirracismo
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Advogada inscrita na OAB/
RS 81.365; castrocarem@gmail.com

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PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

pois comprovadamente vem modificando o panorama das Universidades e


consequentemente o cenário de inclusão econômico-social oportunizando
aos negros acesso a espaço que até pouco tempo se mantinham somente ao
alcance de grupos privilegiados.
Palavras-chave: Desigualdade; Educação; Cotas; CHD; TCDAPMT.

REFERÊNCIAS

STRECK, Lenio Luiz. Jurisdição constitucional e hermenêutica: uma


nova crítica do direito. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
STRECK, Lenio Luiz. Hermenêutica e(m) crise: uma exploração herme-
nêutica da construção do Direito. 11. ed. rev. atual. e ampl. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2014.
CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional. 6. ed. Coimbra:
Livraria Almedina, 1993. p. 169-170.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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Direito à educação especial de crianças e


adolescentes como mínimo existencial
Marcel Gustavo Corrêa2

Entender a importância dos mínimos existenciais no direito é es-


sencial para compreender o que de fato pode ser exigido judicialmente
para que o princípio estruturante da dignidade humana não seja lesado no
Estado de Direito. Esta noção de mínimo existencial como limite intangí-
vel ao poder discricionário do administrador, notadamente em relação ao
direito à educação infantil, conforme pode ser extraído da ARE 639337
AgR do STF é o ponto de partida desta investigação, que busca, com base
na abordagem dedutiva e com técnica de pesquisa legislativa, jurispru-
dencial e pesquisa bibliográfica compreender se, assim como o direito à
educação infantil, o acesso e permanência na rede básica de ensino, na
modalidade educação especial, por crianças e adolescentes pode ser consi-
derado um mínimo existencial? A hipótese testada é a tese afirmativa para
o problema de pesquisa. Para testar a hipótese lançada, inicialmente pre-
tende-se descrever o conceito de educação especial como um direito social
básico e de que maneira ele é garantido na legislação, notadamente na lei
de diretrizes e bases de educação e no estatuto da criança e do adolescente,
além de vincular a ideia de proteção da infância e juventude com o direito
à educação, a fim de verificar se este pode ser compreendido como uma
face do direito social à proteção da infância, previsto no art.6º, da CRFB
de 1988. Na sequência, com base nas pistas argumentativas fornecidas pelo
STF no julgamento sobre a obrigatoriedade da educação infantil, busca-se
conectar a ideia de mínimo intangível com a noção de necessidade de po-
líticas públicas para crianças e adolescentes com deficiência na rede básica
de ensino, como ponto intangível, passíveis de ser exigíveis em juízo tanto
do ponto de vista coletivo como individual sem objeção da reserva do pos-
sível, da discricionariedade administrativa ou alegação de invasão do poder
Executivo pelo Poder Judiciário. Para isso, objetiva-se estudar as chaves da
decisão proferida pelo Supremo e quais delas poderiam se conectar com o
direito à educação especial para o público infantojuvenil.

2 Mestrando em Direito pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) - marcelgcorrea@


gmail.com

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Palavras-chave: educação especial; mínimo existencial; infância e juventu-


de; exigibilidade judicial; políticas públicas.

REFERÊNCIAS

AMIN, Andréa Rodrigues. Doutrina da Proteção Integral. In: MACIEL,


Kátia (org.). Curso de Direito da Criança e do Adolescente: As-
pectos Teóricos e Práticos. 4. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2010. p. 11-17.
GONÇALVES, Claudia Maria da Costa. Direitos fundamentais sociais:
releitura de uma Constituição dirigente.5. ed. Curitiba: Juruá,
2019.
SILVA, Virgílio Afonso da. Direito Constitucional Brasileiro. São Paulo:
Edusp, 2021.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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Justiça e política: do contratualismo à


democracia deliberativa na era digital
Frederik Bacellar Ribeiro1
Cláudio Alberto Gabriel Guimarães2
Francisco Teomário Serejo Silva3

O presente artigo se propõe a revisitar a evolução histórica da for-


mação do Estado moderno até o atual cenário de sociedades tecnológicas
complexas, buscando cotejar dados da realidade social, com um recorte
sobre a expansão das redes sociais na internet e a disseminação do uso de
dispositivos eletrônicos, com a necessidade de construção de esferas públi-
cas para formação de consensos em bases igualitárias, aptas a influenciar
as decisões da esfera burocrática, fazendo a mediação entre política e jus-
tiça. Para tanto, buscar-se analisar a passagem do reconhecimento de uma
vontade geral ideal, aceita pelo contratualismo, para uma vontade consen-
sual, formada pelo discurso construído por ações comunicativas entre os
cidadãos em bases igualitárias, e o papel das redes sociais nesse contexto.
Nessa linha, o objetivo principal deste trabalho é confrontar esse arcabou-
ço teórico, a partir do contratualismo, com a evolução do conceito de
democracia, não apenas limitada ao simples cumprimento das regras for-
mais, mas essencialmente pelo efetivo respeito aos direitos fundamentais,
intrinsecamente ligados à cidadania, concretizada pela participação dos ci-
dadãos na discussão e formação dos assuntos e decisões políticas, por meio
da abordagem metodológica fundada no referencial teórico da teoria da
ação comunicativa de Habermas (2012). Essa nova dinâmica social, bem
como o uso maciço da tecnologia, tem impacto nas relações humanas e no
funcionamento das instituições democráticas, despertando a necessidade
de investigação e pesquisa desse fenômeno também sob o ponto de vista
e metodologia da ciência do Direito. Nesse contexto, a escolha da teoria
da ação comunicativa como referencial teórico foi natural, pois as novas
tecnologias são instrumentos disruptivos e inéditos de promoção da comu-

1 Promotor de Justiça do Maranhão, mestrando pela Universidade Federal do Maranhão


- UFMA, frederikbacellar@gmail.com
2 Promotor de Justiça do Maranhão, Pós-doutor pela Universidade de Lisboa, Professor
Adjunto da Universidade Federal do Maranhão - UFMA - calguimaraes@yahoo.com.br
3 Promotor de Justiça do Maranhão, mestrando pela Uniceuma - teomarioserejo@
mpma.mp.br

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nicação e da interação entre os cidadãos e entre esses e seus governos, pois


a cada dia aumenta o percentual de redes sociais mediadas por ambientes
digitais (ANECLETO, 2018). A abordagem será desenvolvida pelo méto-
do sociojurídico-crítico (FONSECA, 2009), pois a intenção é lançar um
olhar crítico para realidade das democracias atuais, com o recorte sobre a
importância das redes sociais como mais um instrumento de criação de es-
feras públicas de deliberação e sua influência na mediação da atividade po-
lítica e judicial, por meio do método indutivo e de pesquisa bibliográfica.
Assim, pode-se concluir que, mesmo diante das dificuldades existentes e
de seu caráter ambivalente (HABERMAS, 2012), as redes sociais mediadas
pela internet podem construir novas esferas públicas de deliberação aptas
a contribuir com a expansão e aprimoramento da comunicação pública, o
que, certamente, resultará no amadurecimento da democracia, permitindo
a mediação entre política e justiça, na medida em que abre a possibilidade
sem precedentes de participação ativa e engajamento dos indivíduos nas
sociedades atuais, na qualidade – finalmente – de protagonistas da defini-
ção dos assuntos públicos.
Palavras-chave: Política e Justiça; Democracia Deliberativa; Redes sociais;
Ação comunicativa.

REFERÊNCIAS

ANECLETO, Úrsula C. Tecnologias digitais, ação comunicativa e ética


do discurso em redes sociais. Texto Livre: Linguagem e Tecno-
logia. Belo Horizonte, MG, v. 11, n. 2, p. 304-317, 2018. DOI:
10.17851/1983-3652.11.2.304-317. Disponível em: https://pe-
riodicos.ufmg.br/index.php/textolivre/article/view/16806. Acesso
em: 22 ago. 2021.
FONSECA, Maria Guadalupe Piragibe da. Iniciação à pesquisa no di-
reito: pelos caminhos do conhecimento e da invenção. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2009. 170 p.
HABERMAS, Jürgen. Teoria do agir comunicativo. Sobre a crítica da
razão funcionalista. São Paulo: Martins Fontes, 2012. 796 p. v. 2.

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Militância associativa e ativismo


judicial no contexto político da
Reforma Trabalhista de 2017: análise
sobre o Projeto de Lei 6.787/16
Rodrigo Hinz da Silva1

A Lei 13.467/17, conhecida como Reforma Trabalhista, consti-


tuiu a maior transformação normativa da Consolidação das Leis do Tra-
balho (CLT), de 1943, ao alterar mais de cem dispositivos da legislação
trabalhista, o que tem causado profundas mudanças nas relações laborais
contemporâneas. Partindo de uma compreensão do Direito como o poder
legítimo de ditar as normas (legislativo) e fazê-las aplicável (judiciário), pre-
tende-se argumentar, em relação ao Projeto de Lei da Reforma Trabalhista
(PL 6.787/16), que ao longo de sua tramitação os valores democráticos
foram incorporados discursivamente à arena pública e passaram a nortear
a atuação do Poder Judiciário e dos distintos atores jurídicos, sejam eles
agentes públicos estatais, como os magistrados, ou profissionais liberais,
como os advogados. Teoricamente, foi adotada a ideia de um “direito uni-
versal à justificação”, conforme proposto por Rainer Forst (2015), isto é,
que considere os indivíduos não apenas como objetos de normas e de po-
líticas sociais, mas como os sujeitos dessas normas, que necessitam partici-
par do processo de discussão das transformações legislativas. Dessa forma,
por meio da análise documental do processo legislativo do PL 6.787/16 e
de notícias relacionadas ao tema, bem como a realização de entrevistas com
ex-presidentes de entidades associativas no campo do Direito do Trabalho
– quais sejam, Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (ABRAT),
Associação Gaúcha de Advogados Trabalhistas (AGETRA), Associação de
Advogados Trabalhistas de Empresas do Rio Grande do Sul (SATERGS),
Associação Juízes para a Democracia (AJD) e Associação Nacional dos
Procuradores do Trabalho (ANPT) –, verificou-se que o Projeto de Lei
tramitou de maneira acelerada no Congresso Nacional, e não oportunizou
um debate amplo entre os especialistas na matéria e na sociedade civil. A

1 Bacharel em Direito e Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pelo-


tas (UFPel), Doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS) - rodrigohinzdasilva@msn.com

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partir destes elementos, buscou-se evidenciar os principais sintomas que


manifestam as “patologias sociais” (HONNETH, 2011) em torno do PL
6.787/16, desde a crise política que permeava a conjuntura nacional nes-
se período, passando pelo processo de desdemocratização das instituições
públicas e culminando em um projeto de desmonte do Estado brasileiro.
Palavras-chave: Reforma Trabalhista; Militância associativa; Ativismo ju-
dicial; Justificação; Patologias sociais.

REFERÊNCIAS

FORST, Rainer. Justificación y crítica: perspectivas de una teoría crítica


de la política. Buenos Aires: Katz, 2015.
HONNETH, Axel. La sociedad del desprecio. Madrid: Trotta, 2011.

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Pós-democracia e a prevalência do negociado


sobre o legislado no brasil: análise sob
a perspectiva da reforma trabalhista
Maria Soledade Soares Cruzes1

A pós-democracia é concebida sob a égide da previsão ou afirmação


de sintomas que confrontam ou abalam a estrutura fundamental do Esta-
do Democrático de Direito. No Brasil, uma série de Reformas estão sendo
implantadas e parecem caminhar em consonância com ideais pós-demo-
cráticos, merecendo destaque a Reforma Trabalhista, que se consubstancia
em um aparato de normas flexibilizadoras de direitos e consagradoras de
verdadeiro retrocesso social, notadamente, no plano coletivo do trabalho,
pela prevalência da negociação coletiva sobre o legislado. É nesse contexto
que se apresenta o problema central da pesquisa: em que medida é viável
estabelecer uma correlação entre pós-democracia e a agenda política de
flexibilização de direitos por negociação coletiva, viabilizada pela Reforma
Trabalhista no Brasil? Para responder a tal questionamento, foi desenvolvi-
da pesquisa bibliográfica e exploratória, por meio da revisão de literatura,
concretizada na análise interdisciplinar e crítica de textos legislativos, cons-
titucionais, obras jurídicas e sociológicas. Ademais, valeu-se do método
dedutivo, passando-se de aspectos gerais a mais específicos; enfrentando-
-se, inicialmente, o objetivo de investigar sintomas da pós-democracia na
realidade brasileira (valendo-se de referenciais teóricos como Colin Crouch
e Rubens Casara) para, posteriormente, correlacionar as conclusões daí ad-
vindas com a flexibilização de direitos por negociação coletiva viabilizada
pela Reforma Trabalhista no Brasil, em especial, por meio da introdução
do art. 611-A na Consolidação das Leis do Trabalho. Por fim, vale-se da
metodologia de estudo de caso para analisar, de forma crítica, a decisão
do Supremo Tribunal Federal que, em sede do Recurso Extraordinário
com Agravo n. 1121633, apreciou o tema 1.046 da Repercussão Geral,
fixando a seguinte tese: “São constitucionais os acordos e as convenções
coletivos que, ao considerarem a adequação setorial negociada, pactuam
limitações ou afastamentos de direitos trabalhistas, independentemente da
explicitação especificada de vantagens compensatórias, desde que respei-

1 Professora Adjunta da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) - maria.


soledade@uesb.edu.br

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tados os direitos absolutamente indisponíveis”. O objetivo primordial da


pesquisa começa a descortinar-se de forma mais clara quando se percebe,
pontualmente, que num contexto de fortalecimento da pós-democracia no
Brasil, retrocessos, inclusive legislativos, fragilizam ainda mais o acesso aos
direitos e à justiça, proliferando desafios a serem superados, em uma luta
que deve ser constante contra a intensa priorização de interesses de uma
minoria oligárquica que insiste em se renovar no poder. Nesse contexto
um tanto quanto desestimulante, confirma-se a hipótese central de que
os impactos são bem mais nefastos para os trabalhadores, vulneráveis que
veem muitos direitos sendo desregulamentados ou flexibilizados, seja pelas
mudanças legislativas, seja por negociação coletiva (com prevalência sobre
a lei, em regra geral). Por outro lado, enfatiza-se, à guisa de conclusão, que
é preciso empoderar e instrumentalizar cidadãos e instituições democráti-
cas brasileiras para que, por meio do efetivo, inclusivo e igualitário acesso
à justiça, resistam e defendam os direitos ameaçados.
Palavras-chave: Pós-democracia; negociação; coletiva; Reforma; trabalho.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário com Agra-


vo n.º 1.121.633, Goiás. Brasília, 2 jun. 2022. Recte: Minera-
ção Serra Grande S/A. Relator: Min. Gilmar Mendes. Disponí-
vel em: https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=
5415427. Acesso em: 6 set. 2022.
CASARA, Rubens R. R. Estado pós-democrático: neo-obscurantismo e
gestão dos indesejáveis. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasilei-
ra, 2018.
CROUCH, Colin. Post-democracy. Cambridge, Reino Unido: Polity,
2017.

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GT 19 - Las políticas sociales


redistributivas o compensatorias
como mecanismos para reinventar la
solidaridad social en América Latina

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A educação superior indígena no Brasil:


Um olhar sobre as ações afirmativas
Magueda Thomaz Villas Boas1

O presente trabalho aborda a educação superior para os povos in-


dígenas no Brasil, por meio de uma abordagem crítica sobre a necessidade
de universalizar a política e o direito a educação superior. Para o seu de-
senvolvimento definiu-se a pesquisa exploratória, do tipo qualitativa, por
ser a que melhor permite a análise e compreensão da política de educação
no contexto em que ela está inserida, valendo-se para tanto da pesquisa
bibliográfica. As demandas indígenas entraram na agenda governamental
a partir da década de 90 e a presença de universitários indígenas ocorreu
a partir de duas prerrogativas: a necessidade de melhorar a formação de
professores indígenas para o desempenho de funções na educação básica
indígena e a formação de quadros qualificados para a interlocução e inter-
venção nas políticas públicas voltadas aos indígenas. Em relação a primeira
demanda, no ano de 2005, foi criado o Programa de Apoio à Formação
Superior e as Licenciaturas Indígenas (PROLIND), que consiste numa ati-
vidade do Governo Federal para fomentar a educação superior para indí-
genas. A atividade consiste na “[...] implantação de licenciaturas indígenas
voltadas ao cumprimento da legislação vigente, que preconiza o direito
desses professores receberem formação diferenciada” (ROCHA, 2013, p.
38). Contudo, o PROLIND não se constitui em uma ação afirmativa, isso
porque a sua implementação e desenvolvimento decorrem de um dever
legal imposto ao Estado e ele possui caráter permanente. Da mesma forma,
ele não se confunde com um curso superior regular, pois “[...] os alunos das
Licenciaturas Interculturais já trabalham como professores em suas Terras
Indígenas e só frequentam a universidade durante o período de recesso
escolar, em um tipo de “formação em serviço” (ANGNES, 2010, p. 103).
A segunda demanda está relacionada a oferta de ensino regular, sendo que
nesse caso “[...] o aluno ingressa nas universidades para se preparar em cur-
sos regulares para o enfrentamento de questões de interesses desses povos
junto a fóruns não-indígenas de definição de políticas, nas mais diversas
áreas” (ROCHA, 2013, p. 38), e é nesse contexto que se mostra de grande

1 Advogada, mestre em Serviço Social, aluna especial do Programa de Pós-graduação em


Filosofia da Unioeste/Campus de Toledo, Magueda.boas@unioeste.br

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importância a criação e implantação de políticas públicas, dentre elas as


cotas para ingresso no ensino superior.

REFERÊNCIAS:

ROCHA, Francine. A educação escolar no processo de subjetivação de


universitários indígenas na UFPR. Dissertação (Mestrado em
Psicologia) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013.
ANGNES, Juliane Sachser. O ensino superior para os povos indígenas:
ingresso, permanência, desistência, conclusão dos estudantes
indígenas na Universidade Estadual do Centro Oeste (UNI-
CENTRO) – Paraná. Tese (Doutorado em Educação) – Univer-
sidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010.

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A solidariedade como ferramenta


para redução das desigualdades: a
necessidade do reconhecimento da
solidariedade no mundo capitalista
Luíza Cristina de Castro Faria1
Rodrigo Pelet Nascimento Aquino2

A sociedade moderna vive um momento de egoísmo, principal-


mente pelos ideais capitalistas da meritocracia, os quais pressupõem que o
sucesso e o fracasso são responsabilidades individuais e frutos de escolhas
pessoais. Todavia, é importante ressaltar que as questões sociais influen-
ciam até mesmo as opções individuais. Além disso, o sistema capitalista
cria e reproduz desigualdades sob o argumento da individualidade. O Es-
tado, por sua vez, ciente desta realidade de desigualdade constante, tem
o papel de identificar e criar políticas públicas redistributivas, de forma a
garantir direitos básicos aos cidadãos. Para realizar tais políticas, é funda-
mental que exista a contribuição financeira dos cidadãos, na medida de sua
capacidade, independentemente de que os valores arrecadados sejam uti-
lizados em serviços utilizados pelos contribuintes diretos. Não se trata de
uma contraprestação, mas de uma contribuição baseada na solidariedade.
E ainda, a própria sociedade também se organiza para buscar alternativas.
Entretanto, muito se discute sobre a necessidade da existência destes pro-
gramas, em especial os de distribuição de renda, e sobre a responsabilidade
no auxílio aos mais necessitados. Para entender essas necessidades, faz-se
imprescindível inserir a questão da solidariedade como uma ferramenta
válida e necessária para o enfrentamento das desigualdades. Para funda-
mentar o tema em questão, utiliza-se a a teoria de Polanyi e Mauss. Polanyi
ressalta que a economia está ligada à sociedade e não pode se sobrepor
às questões sociais. Traz ainda a redistribuição como uma ferramenta da
questão social, sendo, esta, uma forma de solidariedade. Mauss reafirma a
importância da sociedade que não deve estar subordinada a temas econô-
micos, com base no seu conceito de totalidade e simbolismo. Em sua teoria
da dádiva estabelece a importância da solidariedade ao explicar a regra de

1 Doutora em Ciências Sociais pela Unisinos, luizacfaria@gmail.com


2 Doutorando em Ciências Sociais pela Unisinos, rodrigo_pelet@yahoo.com.br

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dar, receber e retribuir. Para a sociedade moderna é importante entender a


necessidade de que todos participem, tanto na forma econômica, como em
outros formatos. Além disso, deve-se entender que o dar pode ser finan-
ceiro e o receber nem sempre será no mesmo formato. Esse entendimento
deve ser estimulado tanto para a sociedade atuar de forma solidária, como
também para aceitar as ações estatais redistributivas.
Palavras-chave: solidariedade; desigualdade; capitalismo; reconhecimento.

REFERÊNCIAS

MAUSS, M. Ensaio sobre a dádiva. Forma e razão da troca nas sociedades


arcaicas. In: MAUSS, M. Sociologia e Antropologia. v. 2. São
Paulo: Edusp, 1974 [1923-1924].
POLANYI, K. A grande transformação. As origens de nossa época. Rio
de Janeiro: Campus, 1980 [1944].

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Brechas estructurales en el Ecuador:


barreras para el desarrollo
Nora Fernández Mora1
Andrés Mideros Mora2

En Ecuador, tras una mejora en la distribución del ingreso en el


período 2007-2014, a partir de la caída de los precios internacionales del
petróleo (2014) se registró un estancamiento en la reducción de la des-
igualdad, ahondada por la pandemia del Covid-19. En un contexto de
recuperación económica asimétrica y ajuste del gasto público, esta inves-
tigación propone analizar la desigualdad como un fenómeno estructural.
Se identifica la persistencia de brechas a nivel de productividad, sectoriza-
ción laboral, protección social y territorio, dando cuenta de limitaciones
estructurales para un proceso de desarrollo equilibrado. Se muestra como
la sectorización laboral está construida desde una matriz de racismo y de
machismo, de manera que la etnia y el género condicionan el sector eco-
nómico en el que se insertan, fragmentando a la sociedad y reproduciendo
la desigualdad. Así mismo se analiza el carácter pro-rico o pro-pobre del
gasto social en los contextos de crisis.

1 Máster en Economía y Gestión de Flacso-sede Ecuador, con experiencia en orga-


nizaciones de sociedad civil y cooperación. Actualmente es docente de la Facultad
de Economía y Coordinadora del Observatorio de Política Social y Ambiental de la
Pontificia Universidad Católica del Ecuador (PUCE) ResearchGate_NoraFernandez
- nefernandez@puce.edu.ec
2 PhD. en Economía de la Universidad de Maastricht - Maastricht Graduate School of
Governance. Ha sido Decano de la Facultad de Economía y Coordinador del Institu-
to de Investigaciones Económicas de la Pontificia Universidad Católica del Ecuador
(PUCE). Actualmente es Director General Académico de PUCE. https://puce-ec.aca-
demia.edu/AndresMiderosMora/CurriculumVitae- electrónico: amideros060@puce.
edu.ec

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Dos discursos discriminatórios à


solidariedade: uma análise a partir da teoria
do reconhecimento em Axel Honneth
Marcelino Meleu1
Tchessica Weber2
Moacir Gomes Ribeiro3

A varíola dos macacos (VM), descoberta no ano de 1958, é uma


rara zoonose causada pelo vírus Monkeypox que foi identificada pela pri-
meira vez em humanos no ano de 1970, na República Democrática do
Congo, em um menino de 9 meses de idade, em uma região onde a va-
ríola já havia sido eliminada em 1968 e, desde então, é uma doença que
vem atingindo principalmente os países da África Central e Ocidental.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sua transmissão aos
seres humanos ocorre pelo contato próximo a uma pessoa, animal ou ma-
terial infectados com o vírus e, passada de pessoa para pessoa pelo contato
direto com lesões, fluídos corporais e gotículas respiratórias contamina-
das. Contudo, desde o mês de maio de 2022, vários casos passaram a ser
confirmados em vários países não endêmicos. No Brasil, o primeiro caso
confirmado da doença foi notificado pela Secretaria de Estado da Saúde de
São Paulo, no dia 9 de junho de 2022 e, desde a referida data, os casos en-
volveram especialmente, mas não exclusivamente, homens que fazem sexo
com homens (HSH). Ocorre que, no dia 27 de julho de 2022, diante des-
se cenário, Tedros Adhanom Ghebreyesus, o atual diretor-geral da OMS,
reeleito ao cargo em Genebra no dia 24 de maio de 2022, recomendou
que os HSH diminuam o número de parceiros como forma de combate ao
surto mundial da varíola dos macacos, de maneira semelhante ao ocorrido
no início da epidemia de HIV, na década de 1980, com os casos de Aids
(Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) que foram associados aos ho-
1 Pós-Doutor em Direito Público. Professor permanente e Vice coordenador do PPGD/
FURB. Líder do Grupo de Pesquisa CNPq/FURB “Direitos Fundamentais, Cidadania
& Justiça” - mmeleu@furb.br
2 Mestranda no PPGD/FURB. Membro do Grupo de Pesquisa CNPq/FURB “Direitos
Fundamentais, Cidadania & Justiça”. Bolsista CAPES. - tchessicaw@furb.br
3 Mestrando no PPGD/FURB. Membro do Grupo de Pesquisa CNPq/FURB “Direitos
Fundamentais, Cidadania & Justiça”. Professor na UNIFEBE – Brusque. - moacirr@
furb.br

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mossexuais e a outros grupos devido a desinformação sobre a transmissão


da doença. Desta feita, considerando que hodiernamente ainda se perpe-
tua uma resistência social à multiplicidade da comunidade LGBTQIA+,
responsável pela manutenção de um leque multicolor de minorias sexuais
não estimadas, a presente pesquisa se propõe a analisar como discursos
estigmatizantes e informações distorcidas acabam por atingir e agravar
ainda mais a realidade dessa população, já culturalmente e naturalmente
marginalizada, seguindo a perspectiva da Teoria do Reconhecimento de
Axel Honneth. Mediante o método tripartite hegeliano, a fim de alcançar
o intuito deste trabalho, o estudo busca especificamente analisar, num pri-
meiro momento, o específico discurso de ódio supracitado, sequenciado
pela coleta da violência em números contra a população LGBTQIA+, em
especial aos homossexuais para, por fim, explorar a Teoria do Reconheci-
mento da Axel Honneth, sobretudo a esfera da solidariedade. Acredita-se
que a supramencionada teoria pode contribuir para a construção de po-
líticas sociais anti-discriminatórias à comunidade LGBTQIA+, de modo
a superar a invisibilidade e afastar as situações de desrespeito as garantias
básicas e fundamentais, através da efetivação das premissas fundantes do
Estado Democrático de Direito e eliminação dos terrenos da diferença.
Palavras-chave: Varíola dos macacos; LGBTQIA+; Solidariedade;
Reconhecimento;

REFERÊNCIAS

HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos


conflitos sociais. 2. ed. Tradução de Luiz Repa. São Paulo: Editora
34, 2009.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Varíola. 2022. Dis-
ponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/
monkeypox. Acesso em: 17 ago. 2022.
ROCHA, Lucas; MAGALHÃES, Thais. OMS aconselha redução de par-
ceiros a gays e bissexuais como prevenção à varíola dos macacos.
CNN, 27 jul. 2022. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.
br/saude/oms-aconselha-reducao-de-parceiros-a-gays-e-bissexuais
-como-prevencao-a-variola-dos-macacos/. Acesso em: 17 ago.
2022.

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Entre o capital e o social: o dilema


das políticas de financiamento da
educação superior no Brasil
Ana Luiza Fernandes Mendes1

Por mais de uma década o Fundo de Financiamento Estudantil


(Fies) e o Programa Universidade para Todos (Prouni) foram a principal
forma de acesso dos estudantes à educação superior no país. Como ferra-
menta de democratização, esses programas ajudaram nas metas do Plano
Nacional de Educação (PNE), no que tange ao incremento no número
de matriculados, ao mesmo tempo em que impulsionaram a expansão do
setor privado e sua consequente mercantilização. Chaves (2020), defende
que a financeirização da educação superior privada estimula a transfor-
mação da política educacional em espaço de acumulação capitalista, sem
investimentos na educação pública. Todavia, enquanto políticas de finan-
ciamento da educação superior, esses programas foram capazes de permitir
que milhões de alunos que antes não vislumbravam possibilidades de cur-
sar o nível superior, e com isso tivessem caminhos para buscar igualdade
de oportunidades (MENDES, 2022). No embate entre o público versus o
privado está o estudante que, além do acesso, precisa de políticas de aco-
lhimento, de nivelamento de conteúdos, de apoio psicopedagógico e de
outras ações, que nem sempre estão acessíveis. Importa ainda para essa dis-
cussão entender esses programas e sua vinculação aos indicadores de qua-
lidade do Sistema Nacional da Avaliação da Educação Superior (Sinaes),
assim como pela busca no desenvolvimento de habilidades e competências
em consonância com uma formação integral. Desde 2015, com o declínio
do fomento ao Fies e ao Prouni, o setor educacional privado vem passando
por uma crise no número de estudantes, com excedente de vagas ociosas,
acirrada pelas sequelas ainda sentidas da pandemia da Covid-19 (SEMESP,
2022). Isto posto, o artigo em tela tem por objetivo discutir teoricamente
as vertentes capazes de elucidar a importância das políticas de financia-
mento da educação superior para o capital e/ou para o estudante. Assim, a
partir de um levantamento bibliográfico dos últimos dez anos, analisar-se-
-á as concepções dos principais autores que discutem o campo da educação
e das políticas de financiamento educacionais. Será que importa investir
1 Centro Universitário Projeção. aninhafmendes@gmail.com

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em políticas de financiamento da educação superior, que favorecem con-


glomerados educacionais, ao invés de investir em universidades públicas?
Como democratizar o acesso se ainda o “funil” às universidades públicas é
muito estreito ?. Entende-se a importância da luta pela educação pública
ao mesmo tempo em que se reconhece o papel representativo das Institui-
ções de Educação Superior (IES) privadas, que só em termos quantitativos,
já concentram o maior número de instituições e de estudantes do país. No
bojo desse dilema defende-se a necessidade uma educação de qualidade de
fato que traga possibilidade de mudança social e não seja mera reprodutora
de desigualdades.
Palavras-chave: Fundo de Financiamento Estudantil; Programa Universi-
dade para Todos; Educação superior; Políticas públicas

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Ingreso mínimo vital, línea de pobreza,


salario mínimo constitucional y la
renta básica para Colombia
Miguel Reyes1
Esteban Nina Baltazar2

¿Cuánto es el ingreso mínimo que garantiza una vida digna a un


hogar en Colombia? Es la pregunta que investigadores, organismos guber-
namentales y población en general se plantean. Esta pregunta es pertinente
porque nos remite a indagar sobre cuánto es el costo de una vida digna en
una sociedad o país, como es el caso de Colombia. Esto hace referencia
al valor monetario de lograr unas condiciones de vida mínimas para una
persona o familia que en general es establecido a partir de dos conceptos:
el valor de la línea de pobreza y el salario mínimo legal. Ambos conceptos
aluden a un criterio de umbral de pobreza o mínimo de bienestar que
se toman para establecer el referente normativo del ingreso mínimo en
Colombia y muchos países de América Latina. Sin embargo, es necesario
una aproximación al ingreso mínimo como un derecho fundamental en-
tendido como un ingreso mínimo vital que garantice una vida digna, esto
implica tomar en cuenta dos consideraciones complementarias para Co-
lombia, el ingreso mínimo vital como derecho fundamental establecido en
los mandatos constitucionales y el derecho de ciudadanía en los derechos
sociales. El propósito del artículo es proponer una nueva política pública
social establecido en el derecho fundamental a un ingreso mínimo vital,
el derecho a un Salario Mínimo Constitucional (SMC) y el derecho a un
ingreso o Renta Básica Permanente (RBP) que garantice la vida digna de
las personas, concretando así el mandato de la Constitución Política de
Colombia de 1991.

1 Profesor de la Universidad Iberoamericano de México. Investigador del Instituto de


Investigación para el Desarrollo con Equidad (EQUIDE) y fue director del Observa-
torio de la Universidad Iberoamericana de México, y ex Coordinador de la RED de la
Asociación de Universidades confiadas a Compañía de Jesús de América Latina (AUS-
JAL) de Pobreza y Desigualdad.
2 Profesor de la Facultad de Ciencias Políticas y Relaciones Internacionales de la Ponti-
ficia Universidad Javeriana, miembro de la RED AUSJAL de Pobreza y Desigualdad y
la Red de Observatorios de Deuda Social (ODSAL).

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Palabras claves: Pobreza; salario mínimo; ingreso mínimo vital; dignidad


humana; derechos sociales.

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La intervención del gobierno ecuatoriano en


la economía popular y solidaria 2009-2017
Maria Francisca Granda Benitez1

En este capítulo argumentamos que la intervención del gobierno


ecuatoriano en la economía popular y solidaria (EPS) ha sido incipiente
como estructura habilitante, mientras que ha optado por un nuevo campo
de control social. El método utilizado es el de un estudio de caso descrip-
tivo con una variación temporal entre el 2009 y el 2017. Las fuentes de
información provienen de 26 entrevistas a profundidad a funcionarios y
ex-funcionarios del sector de la EPS y actores de organizaciones de la socie-
dad civil de la EPS, y la observación directa de proyectos en Azuay, Chim-
borazo, Imbabura, Carchi y El Oro; y se han revisado archivos de política
pública del gobierno ecuatoriano y de varias organizaciones de la sociedad
civil. Concluimos que de mantenerse el tipo de intervención como está, la
EPS se mantendrá como un campo de control social antes que, de fomen-
to, lo cual repele a procesos organizativos capaces de impulsar procesos de
largo aliento.

1 Pontificia Universidad Católica del Ecuador y Esteban Nicholls – Universidad Andina


Simón Bolívar

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Mujeres en peligro: un estudio sobre las


políticas públicas en el Ecuador dirigidas
a la lucha contra el acoso sexual
Nereyda Espinoza-Velasteguí

En el año 2014 en el Ecuador se promulgó el Código Orgánico


Integral Penal que tipifica y diferencia las figuras jurídicas de acoso y abuso
sexual. Este suceso marca un hito en materia penal en contra de la violen-
cia hacia la mujer en su forma más extensa que es el acoso sexual. Este artí-
culo, aborda en una primera parte las incidencias y percepciones del acoso
sexual en el Ecuador a través de una revisión sistemática de literatura; y
en una segunda parte, explora las campañas implementadas en diferentes
ciudades para visibilizar la problemática del acoso sexual en los espacios
públicos, así como iniciativas y estrategias para la denuncia y sus efectos
en casos de acoso sexual. Conocer el alcance y el estado de un fenómeno
social como el acoso sexual hacia la mujer debe ser de interés de todos los
participantes de una sociedad, lo que permite a su vez promover políticas
dirigidas a construir espacios y ambientes más seguros.

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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População em situação de insegurança


alimentar e nutricional em Pelotas/RS/Brasil
Sinval Martins Farina1
Carlos Roberto da Silva Machado2

O trabalho é um recorte de uma pesquisa de doutorado em an-


damento que se propõe a investigar, a partir de uma educação ambiental
voltada à justiça socioambiental, cruzamentos possíveis entre a fome e pro-
cessos educativos estabelecidos entre aqueles(as) que sofrem e aqueles(as)
que se solidarizam com eles(as) para a sua superação. O objetivo geral do
estudo do qual este texto nasce, é identificar os limites, contradições e
possibilidades dos processos educativos nas ações, nas políticas e na legis-
lação desde uma educação ambiental para a justiça ambiental, no contexto
do agravamento da situação da fome na atualidade do Brasil e de Pelotas.
Também objetiva-se dialogar dentro deste evento com outros trabalhos e
intelectuais engajados em processos emancipatórios. Do ponto de vista dos
processos educativos que inspiram nossas práticas numa região periférica
de Pelotas, com população em situação de insegurança alimentar e nutri-
cional, Paulo Freire é a principal referência. Já no que tange ao tema da
fome, os últimos estudos da Rede Brasileira de Pesquisadores em Soberania
e Segurança Alimentar e Nutricional e a obra atual de Campello e Borto-
letto são os referenciais primeiros. Procurando responder aos objetivos,
no campo da ação com as famílias em situação de insegurança alimentar e
nutricional, a metodologia utilizada é a da pesquisação. Com seminários
de discussão com as lideranças comunitárias, que distribuem ordinária e
mensalmente cestas básicas para famílias cadastradas, e encontros mensais
com as próprias famílias que voluntariamente atenderam ao convite das
lideranças para a possível construção de um grupo de geração de renda,
tem caminhado desde fevereiro de 2022 este trabalho. No campo dos estu-
dos sobre a fome, tanto com relação a pesquisa de dados, como com rela-
ção à sua história e compreensão no Brasil, a metodologia é bibliográfica.
Após diversos seminários com o núcleo das lideranças comunitárias e três

1 Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental da Universida-


de Federal do Rio Grande(FURG) - sinvalmfarina@gmail.com
2 Doutor professor titular da Universidade Federal do Rio Grande, membro do Ob-
servatório dos Conflitos do extremo Sul do Brasil e do Uruguai - carlosmachado
2004furg@gmail.com

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encontros com as famílias em situação de insegurança alimentar e nutri-


cional, percebemos sinais positivos de rompimento da cultura do silêncio
e de expressão de interesses dentro de um esboço de economia solidária.
A melhorar vemos a fragilidade de um trabalho em ambiente eclesial e
voluntário, sem suporte profissional e o fortalecimento da relação com
instituições parceiras.
Palavras-chave: Fome; Desigualdade; Educação e Justiça Ambiental.

REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Liberdade e Outros Escritos. 16.


ed. Rio de Janeiro; São Paulo: Paz e Terra, 2021.
CAMPELLO, Tereza; BORTOLETTO, Ana Paula (org.). Da Fome à
Fome: diálogos com Josué de Castro. São Paulo: Elefante, 2022.
REDE BRASILEIRA DE PESQUISA EM SOBERANIA E SEGURAN-
ÇA ALIMENTAR (REDE PENSSAN). II Inquérito Nacional
sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Co-
vid-19 no Brasil - II VigiSAN. Relatório Final. São Paulo, 2022.

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Programa de transferência de
renda no âmbito da política social:
percepções no cotidiano da escola
Angélica Vieira de Souza Lopes1
Andréa Alves de Oliveira2

Este trabalho compreende a análise de dados qualitativos coleta-


dos dos primeiros anos do ensino fundamental em uma escola municipal
de Franca-SP, Brasil, durante o primeiro semestre de 2022, em referência
ao impacto do Programa Auxílio Brasil, como programa de transferência
de renda do Governo Federal, sobre a frequência escolar de alunos matri-
culados nesta unidade escolar. O Programa Auxílio Brasil foi instituído a
partir da Lei nº 14.284 de 29 de dezembro de 2021, por portaria inter-
ministerial do Ministério da Educação e Ministério de Estado da Cida-
dania. As crianças matriculadas no primeiro ano do ensino fundamental,
das quais as famílias estão inscritas no Programa Auxílio Brasil, necessi-
tam apresentar assiduidade mínima de 75% de frequência escolar mensal,
de modo consolidado bimestralmente, sendo esse um dos critérios para
a manutenção do recebimento do benefício. A metodologia consiste no
levantamento do número de faltas entre o total de alunos, 214 alunos,
matriculados nas nove turmas de primeiro ano do ensino fundamental
da escola em análise, para verificar se há discrepância no número de fal-
tas entre os alunos beneficiários do Programa Auxílio Brasil, 37 alunos,
e o restante dos alunos, a fim de comprovar a eficiência do Programa na
melhora da frequência escolar, como também na diminuição da evasão
escolar. A desigualdade de acesso à educação deve ser uma preocupação,
constante, no desenvolvimento de políticas públicas, pois por meio da di-
minuição dessa desigualdade há maiores chances de alcance a melhores
posições de trabalho e renda. O acesso a educação é o principal método
para enfrentar a “transmissão intergeracional” da pobreza, para atenuar a
transmissão de desigualdades sociais entre as gerações. A relação entre o
programa de transferência de renda e assiduidade de frequência escolar

1 Doutora em Geografia. Pedagoga Escolar Secretaria Municipal de Educação de Franca.


E-mail: angelicaviso.geo@gmail.com
2 Especialista em Psicopedagogia e Neuropsicopedagogia. Orientadora Educacional Se-
cretaria Municipal de Educação de Franca. E-mail: andreaaolive@hotmail.com

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deverá proporcionar um efeito positivo na mobilidade social sob o quadro


intergeracional, considerando os aspectos educacionais e de renda. Porém
é necessário atenção à qualidade do ensino proporcionado a população de
baixa renda, o acesso e a permanência dos alunos nas escolas precisam pro-
mover o aprendizado e não ser mais um meio de proporcionar a exclusão
devido à falta de aprendizado.
Palavras-chave: Educação Pública; Programa Auxílio Brasil; Frequência
Escolar.

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Vulnerabilidade Social: uma análise sobre


a percepção dos beneficiários do Programa
Auxílio Brasil no município de Taquara/RS
Caroline Britto da Silva Silveira1
Dilani Silveira Bassan2

A presente pesquisa tem como tema central a vulnerabilidade so-


cial. Considerando o aumento das famílias em situação de vulnerabilidade
social e percebendo as dificuldades enfrentadas por elas, tanto na questão
financeira quanto no aspecto de acesso a bens e serviços, e avaliando os
programas e serviços existentes na política de assistência social, o objetivo
geral dessa pesquisa é verificar a percepção das famílias no município de
Taquara/RS sobre as dificuldades enfrentadas para superar a situação de
vulnerabilidade social. O presente estudo também abrange a finalidade
de identificar os suportes que essas famílias possuem, buscando descobrir
elementos positivos para potencializar o desenvolvimento humano na su-
peração das privações básicas. O termo vulnerabilidade social remete aos
mais variados pensamentos. Nesse sentido é importante analisar o que as
recentes pesquisas contribuem nesse aspecto. Carmo e Guizardi (2018)
descrevem que a vulnerabilidade ainda é um termo em construção, mas in-
dicam a multiplicidade de fatores que determinam esse fenômeno. Cons-
tatam que estes sujeitos possuem necessidades e demandas de diversas or-
dens, mas possuem capacidades que estão suscetíveis a um risco devido
às situações de desigualdade e injustiça social. Conforme Moser (1988) a
pobreza não explica a vulnerabilidade, mas a ausência ou insuficiência de
renda é uma categoria que equaciona mais amplamente a problemática.
De acordo com Fahel e Teles (2018) acreditam que seria benéfico uma
análise multidimensional da pobreza, pois contribuiria para uma melhor
implementação das políticas sociais focalizadas na população mais pobre e
ultrapassando apenas aos recursos financeiros. Em relação a metodologia,
esse estudo fará uma análise através de dados primários e secundários, pos-
suindo um delineamento exploratório-descritivo com método quantitati-
vo e qualitativo. A pesquisa de campo será realizada no primeiro semestre

1 FACCAT – Faculdades Integradas de Taquara/RS - carolinebrittos@sou.faccat.br


2 FACCAT – Faculdades Integradas de Taquara/RS - dilanib@faccat.br

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do ano de 2023, sendo os dados compelidos e analisados entre os meses


de agosto e setembro do mesmo ano. O resultado final dessa pesquisa está
programado para outubro de 2023.
Palavras-chave: Vulnerabilidade social; pobreza; Assistência Social.

REFERÊNCIAS

CARMO, M. E. DO; GUIZARDI, F. L. O conceito de vulnerabilidade e


seus sentidos para as políticas públicas de saúde e assistência social.
Cadernos de Saúde Pública, v. 34, n. 3, 26 mar. 2018.
FAHEL, M.; TELES, L. R. Measuring multidimensional poverty in the
state of Minas Gerais, Brazil: looking beyond income. Revista de
Administração Pública, v. 52, n. 3, p. 386-416, jun. 2018.
‌MOSER, C. O. N. The asset vulnerability framework: Reassessing ur-
ban poverty reduction strategies. World Development, v. 26,
n. 1, p. 1-19, jan. 1998. Disponível em: https://www.academia.
edu/8934518/The_asset_vulnerability_framework_Reassessing_
urban_poverty_reduction_strategies. Acesso em: 5 jun. 2022.

595
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT20 - Metodologias integrativas


em experiências públicas: práticas,
experimentações e inovações em processos
participativos e de ensino-aprendizagem

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1º Congresso Popular de Educação


para a Cidadania: quando um sonho
coletivo se torna realidade
Adriane Vieira Ferrarini1
César Fernando da Silva Paz2
Cleiton Fernandes Chiarel3
Ananda Beltran Borges4
Cláudio Kury Freitas5

Novas formas de ação coletiva tem emergido na última década e


meia. Em Porto Alegre, dois coletivos (Poa Inquieta, um coletivo de cida-
dãos, e Ponta Cidadania, um coletivo de coletivos periféricos) se uniram
e realizaram um grande evento na cidade em agosto de 2022. Diferente-
mente de eventos convencionais, o 1º Congresso Popular de Educação
para a Cidadania não foi grande por cifras mobilizadas ou personalidades
envolvidas, mas pela forma como foi produzido, onde aconteceu e como
foi realizado. O objetivo deste trabalho é mostrar a forma participativa e
integrativa pela qual o Congresso foi desenvolvido, descrevendo e analisan-
do, desde seu processo de cocriação até a definição de seu caráter popular,
mediado pela arte, pelo diálogo, pelo corpo e pela emoção. A metodologia
compreende pesquisa-ação-participante, observação engajada dos sujeitos
partícipes na experiência e análise de registros escritos e audiovisuais. As
reflexões revelaram a trajetória de um evento que começou a ser estru-
turado em meados de 2021, mas foi retomado em março de 2022 com
uma dinâmica totalmente colaborativa, que não começou pela produção
do projeto, mas pela construção de vínculos de afeto e confiança. Tais vín-
culos eram tão mais importantes e necessários quanto maior era o desafio:
fazer valer o imperativo do termo “popular”, não somente por acontecer
em comunidades periféricas, mas pela intenção de ser cocriado com as pes-
soas que lá vivem. Foram três encontros “pré-congresso”, com atividades
de relaxamento e dinâmicas participativas de expressão verbal e artística.
1 Unisinos - adrianevf@unisinos.br
2 Unisinos - cesar.paz.dex@gmail.com
3 Unisinos - cleitonchiarel@gmail.com
4 Unisinos - anandabor@gmail.com
5 Unisinos - claudiokfreitas@gmail.com

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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Posteriormente, fruto de um trabalho totalmente voluntário de cerca de 40


pessoas (mais ativas), o Congresso foi totalmente cocriado em 45 dias (ob-
jetivo, metodologia, captação de recursos, comunicação e infraestrutura).
Com o objetivo de ser um espaço de construção colaborativa para a (trans)
formação de cidadãos ativos e de uma sociedade inclusiva, democrática e
sustentável, escutar as vozes das periferias era o caminho principal, torna-
do possível através de 25 rodas de conversas que envolveram cerca de 700
participantes e de rica programação artística, em três comunidades durante
os três dias do Congresso. Foi oferecido transporte, refeições, caneca do
evento e o “passaporte cidadão”. O trabalho foi totalmente voluntário e o
recurso partiu do zero, tendo sido captado por doações e crowdfunding. O
produto será direcionado à sociedade, poderes executivo e legislativo e in-
vestidores. Nesta fricção de saberes e afetos, todos saíram tocados e engaja-
dos no sonho de, em 2023, ampliar para outras comunidades, expandindo
escutas, abraços, conhecimentos e projetos participativos e inclusivos de
cidade.
Palavras-chave: Educação; cidadania; participação; arte; diversidade.

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As Cinco Marias nas Metodologias


Ativas (Aprendizagem por problemas)
Aimara Bolsi1

O jogo das Cinco Marias, lembrado no folclore do Rio Grande


do Sul como elemento proveniente da sabedoria popular, desperta inte-
resse nas atuais crianças, visto sua singularidade no confeccionar e jogar.
Nesta investigação a turma do 3º ano B, da Escola Municipal de Ensino
Fundamental Prefeito Edgar Fontoura, Canoas/RS, intrigada com o jogo
envolvendo “saquinhos” solicitou à professora que confeccionassem e jo-
gassem em sala de aula. A turma conta com 27 (vinte e sete) alunos no
turno da tarde. Sob o tema tem-se “O jogo folclórico e a BNCC na sala de
aula”, com o acompanhamento da confecção e utilização do jogo Cinco
Marias em sala de aula, a partir de conversa com a professora sobre obje-
tos expressos no gráfico do livro didático associados ao desenvolvimento
das habilidades previstas na BNCC (Base Nacional Comum Curricular)
para a série citada. O objetivo foi observar a atuação dos alunos frente à
proposta de confecção e jogo das Cinco Marias – proposta essa advinda do
grupo- em conjunto com o desenvolvimento das habilidades previstas na
BNCC. Fundamentando a realização da pesquisa e confecção/jogo utili-
zaram-se as ideia de Anastasiou e Pessate (2015) quanto as Metodologias
Ativas (Aprendizagem por problemas) necessárias à dinamização das aulas
e valorização do protagonismo discente, reforçado por Morán (2015) ao
afirmar a importância do professor saber gerenciar as atividades conforme
a motivação desse aluno, subsidiado pelas Unidades Temática/ Objetos do
Conhecimento e suas Habilidades elencadas para o terceiro ano, expressas
na BNCC, como montagem de jogos/brinquedos e classificação/compa-
ração de figuras planas. Os procedimentos metodológicos contaram com
o recorte, costura e enchimento de saquinhos de pano para formar o jogo
Cinco Marias, além de entrevistas com professores e funcionários da Es-
cola, bem como pesquisa bibliográfica na Internet, sobre como jogar e as
etapas do mesmo. Durante as aulas os alunos conseguiram completar algu-
mas etapas do jogo, compreendendo a sequência do mesmo. Os resultados
obtidos externaram a satisfação dos alunos em produzir seu próprio brin-
quedo, conhecer a origem do mesmo a nível mundial e descobrir como

1 EMEF Prefeito Edgar Fontoura/Canoas-RS - aimara.bolsi@canoasedu.rs.gov.br

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podem jogá-lo. Acentuou o aprimoramento da coordenação motora fina,


ao recortar, costurar, reconhecendo elementos como ponto e linha; e evi-
denciou a importância da leitura de diversos escritos sobre o mesmo tema,
a fim de conhecê-lo melhor além de textos instrucionais.
Palavras-chave: Metodologias Ativas; jogo; habilidades; pesquisa

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Desafios no processo de adaptação


escolar de jovens institucionalizados
Franciele Müller1

O seguinte artigo teve como intuito analisar as narrativas de gesto-


res pedagógicos e docentes a respeito do processo de adaptação escolar de
jovens que estão sob responsabilidade governamental. Sabe-se que as crian-
ças e adolescentes, quando retirados de suas famílias, por inúmeros moti-
vos, passam a viver em abrigos ou casas lares; além de o vínculo diário com
os familiares ser interrompido, os jovens passam a frequentar novos espa-
ços escolares, o que representa um rompimento do vínculo e da segurança
de amizades já constituídas. A partir de tal realidade, a pesquisadora entre-
vistou coordenadoras e orientadoras educacionais de duas escolas de uma
cidade da região metropolitana de Porto Alegre, além de realizar questioná-
rios com professores dos anos finais do ensino fundamental, visando perce-
ber as metodologias utilizadas para o acolhimento dos jovens, bem como,
a percepção das instituições sobre as reações e relações desses estudantes.
A pesquisa, de cunho qualitativo, trouxe à tona a falta de formações con-
tinuadas sobre o desenvolvimento psicológico, a realidade de abrigamento
e a importância de vínculos – tanto para professores, quanto para gestores.
Tal realidade foi abordada pelos próprios profissionais, que admitem não
saber como lidar com muitas situações cotidianas, mas, tentar acolher o
jovem da maneira que acreditam ser a correta. Alguns docentes possuem a
compreensão de que os jovens institucionalizados possuem inúmeras preo-
cupações além do rendimento em sala de aula, já outros, explanam que a
dificuldade do desenvolvimento de novos vínculos é, em grande parte, do
estudante, que não permite que novos colegas se aproximem – o que ocor-
re, em muitos casos, devido ao medo de vincularem-se e sofrerem com des-
pedidas ou abandonos, novamente. Um ponto importante também a ser
citado é a curiosidade dos professores sobre a realidade que fez com que as
crianças passassem a ser de custódia governamental, argumentando sobre
a importância de ter acesso às histórias dos jovens e, consequentemente,
desenvolver maior empatia acerca de vivências e reações apresentadas no
cotidiano. A gestão escolar explana apenas informações indispensáveis, ar-

1 Estudante de Mestrado em Ciências Sociais – UNISINOS - francielemuller201@


gmail.com

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gumentando que não há tempo cabível para dialogar profundamente com


toda a equipe educacional. Muitas percepções são evidenciadas, reflexões
desenvolvidas e ideias criadas, no entanto, o que se pode afirmar é que as
escolas estão tentando ser acolhedoras com os jovens, porém, falta muito
apoio e aprofundamento metodológico nesse quesito. Há um longo cami-
nho a ser trilhado para que a inclusão institucional seja efetiva.
Palavras-chave: Institucionalização; gestão pedagógica; jovens; professo-
res; abrigamento.

REFERÊNCIAS

BOWLBY, John. Apego: a natureza do vínculo. São Paulo: Martins Fon-


tes, 2002.
DUNKER, Christian; THEBAS, Cláudio. O palhaço e o psicanalista:
como escutar os outros pode transformar vidas. São Paulo: Planeta
do Brasil, 2019.
ROSENBERG, Marshall. A linguagem da paz em um mundo de confli-
tos. São Paulo: Palas Athena, 2020.

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El papel de la espiritualidad y de
la estética en la construcción de
subjetividades, de estructuras de poder
y emancipaciones posibles en las
fiestas religiosas en América Latina
César Miguel Salinas Ramos1

La presente investigación se enmarca en el pensamiento crítico


Latinoamericano, vinculado con la antropología simbólica-interpretativa
principalmente de Clifford Geertz (1926-2006) y la etnografía multilocal
o multisituada de George Marcus. Nuestro objeto de estudio son las fies-
tas religiosas Nuestra Señora del Cisne – Ecuador y las Parrandas de San
Juan de los Remedios - Cuba. El objetivo de la presente investigación es,
comprender los sentidos y prácticas que hacen que las fiestas religiosas se
mantengan por siglos como elementos centrales en la perpetuación de los
proyectos: colonial, republicano y en la actualización neoliberal de este
último (en el caso ecuatoriano); y además, en la construcción de transfor-
maciones. Nos centramos en el papel de la espiritualidad y de la estética en
la construcción de las subjetividades, de las estructuras de poder y especial-
mente de las transformaciones.
Precisamente, “seguir empíricamente el hilo conductor de proce-
sos culturales lleva a la etnografía multilocal.” (MARCUS, 2001, pág. 112)
El fenómeno social que seguimos son las fiestas religiosas antes menciona-
das, las cuales giran entorno de la figura material y espiritual de las escul-
turas sagradas de la Virgen el Niño Jesús. Partiendo que, el “valor único e
insustituible de la obra de arte “auténtica” tiene siempre su fundamento en
el ritual” (BENJAMIN, 2003, p. 50). La experiencia sagrada y su sensuali-
dad se expresan como espiritualidad, se manifiesta mediante la aproxima-
ción a las fantasías y/o utopías que definen el horizonte político – social de
la comunidad y los individuos que la componen. Mas allá de la pretensión
acrítica de democratizar nuestras sociedades al tipo occidental, el verdade-
ro contrato social y su aprobación se expresa en estas actividades festivas.
En este contexto nos proponemos seguir diferentes y yuxtapuestos lugares
1 cesarsalinasramos@gmail.com

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que constituyen el fenómeno estudiado. “Se trataría, ahora, de seguir a las


personas, las cosas, las ideas y sus diferentes conexiones, en vez de construir
un sistema estable de elementos centrado en un sólo lugar y desde el único
punto de vista del etnógrafo” (RESTREPO, 2018, p. 8). En esta comu-
nicación se presentará los primeros avances sobre la etnografía realizada a
la procesión de Nuestra Señora del Cisne en Ecuador, y su vigencia como
el principal dispositivo políticos e ideológico que cohesiona diversos y he-
terogéneos grupos humanos bajo el proyecto colonial y republicano, y su
resistencia frente al neoliberalismo que le disputa su vigencia desde finales
de la década de 1960.

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Formação livre em gestão social e


metodologias integrativas para atores
sociais do município de Porto Seguro-BA
Valéria Giannella1
Altemar Felberg2
Danielle Ferreira Medeiro da Silva de Araújo3
Lia Valente Martins4

Neste trabalho, apresentamos a experiência de execução do proje-


to de extensão universitária, Formação Livre em Gestão Social e Metodologias
Integrativas para Atores Sociais do Município de Porto Seguro (BA), de inicia-
tiva da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e da OSC Instituto
Mãe Terra, em parceria com a Escola Livre em Gestão Social (ELGS) e o
Laboratório Paidéia. Diante da diagnosticada falta de espaços e oportuni-
dades de capacitação em gestão social para atores sociais do território, o
projeto buscou fomentar a reflexividade e aprimorar competências e ha-
bilidades pessoais e profissionais desses atores a fim de interferir positiva-
mente nos processos de ação pública e aumentar a efetividade dos proces-
sos de participação e coprodução de políticas públicas e no gerenciamento
de projetos socioambientais. O projeto realizou 6 oficinas temáticas no ano
de 2020: 1. Gestão social, do que estamos falando?; 2. Como constituir,
manter e dinamizar redes colaborativas para GS; 3. Escuta ativa para GS;
4. Metodologias integrativas para educação e a gestão social; 5. Economia
solidária e do compartilhamento; 6. Gestão criativa de conflito como prá-
tica educativa - que, conjuntamente, mobilizaram 373 interessados/as/ins-
critos/as e contemplou 132 participantes certificados. Os conceitos-chave
que alinharam essas oficinas são o de gestão social (GS) e das metodologias
integrativas (MI). Entendemos a GS como abordagem não tecnicista às
práticas de gestão, explicitamente fundamentada na possibilidade de so-
lução democrática, dialógica e participativa dos problemas relacionados
à produção do bem público, que faz da proteção e promoção desse bem

1 UFSB - valeria.giannella@csc.ufsb.edu.br
2 UNEB/IMT - felberg_imt@hotmail.com
3 UnB - dannymedeiro@hotmail.com
4 UFSB/IMT - liavmartins@gmail.com

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o fim prioritário; já as MI são conceituadas como “abordagens, técnicas e


métodos, norteados pela busca de uma recomposição entre as partes cindi-
das do ser humano. A mente se incorporando, a racionalidade tornando-se
sensível, a ciência subjetivando-se, o método abrindo-se para a intuição e
a criatividade etc.” (GIANNELLA; TAVARES; OLIVEIRA NETA, 2011,
p. 143). As Metodologias Integrativas nos permitem e desafiam a acessar
a potência do ser humano, independente do seu nível escolar e da sua ca-
pacidade de utilizar os códigos socialmente tidos como dominantes, sendo
essas as perspectivas que possibilitaram abordar as temáticas de forma
plural, valorizando o saber da experiência. Um dos elementos de in-
teresse dessa submissão está no fato de que o projeto foi totalmente
reinventado para atender as novas condições de realização determina-
das pela pandemia de Covid-19 e pelas exigências de distanciamento
social. Das seis oficinas previstas, quatro foram realizadas virtualmente,
implicando na redefinição da metodologia do projeto. É importante
destacar que essa previa o recurso a dinâmicas integrativas: inclusão
do corpo (com caminhadas, respiração consciente, dinâmicas em du-
plas) o toque, a escuta, o contato presencial entre os participantes. Não
foi simples abrir mão da presencialidade, no entanto, o exercício da
virtualidade se mostrou desafiador, mas também, em muitos aspectos,
surpreendente.
Palavras-chave: Pesquisa e Extensão; Formação Livre; Gestão Social; Me-
todologias Integrativas.

REFERÊNCIAS

GIANNELLA, Valéria; OLIVEIRA NETA, Vivina M.; TAVARES, Edgil-


son de A. As Metodologias integrativas como ampliação da esfera
pública. In: SCHOMMER, Paula C.; BOULLOSA, R. F. (org.).
Gestão Social como Caminho para redefinição da esfera públi-
ca. Florianópolis: UDESC, 2011.

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Inclusão da dimensão emocional na análise


de um processo de implementação de
um projeto inovador de universidade
Igor Dantas Fraga1
Valéria Giannella2

O campo de análise de políticas públicas passa continuamente pela


evolução de suas abordagens, na busca de acompanhar o aumento da com-
plexidade de processos cada vez mais marcados pela interação multifatorial
e multinível, de sujeitos diversos, com intencionalidades e ações próprias
em vários contextos. Mais especificamente, os estudos de implementação
de políticas públicas vêm paulatinamente incorporando as dimensões da
multiatorialidade em suas análises, evoluindo da centralidade do Estado
como protagonista absoluto da formulação/materialização de políticas e
programas (modelo prescritivo normativo, top-down), para a inclusão das
perspectivas dos atores implementadores, considerados como “fazedores
de políticas” (modelo descritivo, bottom-up). Mesmo nas propostas de in-
tegrar as duas abordagens acima, com vistas a maiores chances de aprendi-
zagem com os processos, não se consegue escapar de um rastro de cunho
funcionalista que leva a desconsiderar outras dimensões inerentes ao plano
do simbólico e do sensível, inclusive relativas às expectativas e frustrações
dos diversos atores. Tais inquietações atravessaram a elaboração de uma
tese de doutorado cujo objetivo foi analisar o processo de implementação
de um projeto inovador de instituição federal de ensino superior-IFES,
a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), no período de 2013 a
2017. Um grupo de professores ousou se unir na tentativa de construção
participativa de uma instituição universitária popular, pluriepistêmica e
cidadã, que contribuísse para a formação crítica de cidadãos aptos à atua-
ção local e planetária, através de uma instituição de arquitetura acadêmi-
ca, administrativa e pedagógica diferenciada. Para cumprir o objetivo de
pesquisa, inicialmente, busquei, entre outras, as citadas lentes dos estudos
de implementação de políticas públicas. Nesse fluxo, reconhecendo como
crítico o papel das emoções para a compreensão do processo, cheguei ao
uso dos conceitos de reconhecimento e menosprezo, que me permitiram
1 Doutorando Universidade Federal do Sul da Bahia - igordantasfraga@gfe.ufsb.edu.br
2 Dra. Docente Universidade Federal do Sul da Bahia - valeria.giannella@csc.ufsb.edu.br

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captar nuances da evolução do mesmo que seriam negligenciadas nas abor-


dagens mais tradicionais. Através da metodologia combinada de revisão de
literatura e a realização de entrevistas em profundidade, na escuta ativa de
testemunhas privilegiadas do processo, atores implementadores dos três
segmentos da universidade, foi possível tocar em novas abordagens ana-
líticas do processo, incluindo as perspectivas da emoção desses sujeitos,
podendo contribuir assim para metodologias do campo que agreguem o
valor integral das experiências. Além disso, todo esse processo oportuni-
zou um exercício de (re)construção constante do sujeito pesquisador, em
que esse “fazer” da pesquisa representa uma experiência integrativa dele
mesmo, no reconhecer e lidar com a própria subjetividade, emoções e (re)
visões de suas “verdades”, imersas em sua relação com o contexto estuda-
do, ao encontrar outras “verdades” de outros sujeitos, problematizadas por
suas experiências e significados a elas atribuídos. Assim, todo esse processo
de pesquisa, seus ganhos e limitações, bem como o relato do pesquisador
podem representar oportunidade de experimentação de metodologias inte-
grativas para aprendizagem em análises de políticas públicas.
Palavras-chave: Análise de Implementação; Emoções; Metodologias Inte-
grativas; Universidade Pública.

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Jornada do empoderamento preto: uma


proposta de mentoria funcional
Isabel Cristina Coelho Carvalho1

Com a crescente necessidade de apoio à comunidade afrodescen-


dente e a identificação dos obstáculos de acesso à educação; desigualdades
sociais e dificuldades de inserção em mercados de trabalho, foi firmada
uma parceria entre a Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA) e a
Rede de Afroempreeendedores do Rio Grande do Sul, Reafro, para a cria-
ção do programa Jornada do Empoderamento Preto, realizado ao longo de
2022, na sede da ACPA.
A Jornada consiste em cursos e mentorias de diversas áreas, pro-
movidos por profissionais parceiros de outros projetos da ACPA os quais
proporcionam suporte às demandas específicas ao desenvolvimento, for-
malização e qualificação de empreendedores da comunidade negra.
Este trabalho visa apresentar a criação da “mentoria funcional”,
uma metodologia vivencial e em tempo real dentro de ambiente empreen-
dedor na economia criativa para segmentos socialmente vulneráveis. Pre-
tendemos também demonstrar a relevância do olhar interdisciplinar, que
articulou conhecimentos da área de Negócios & Gestão com práticas da
área social, cultural e educacional, para o desenvolvimento de técnicas em-
preendedoras e inclusivas em contextos vulneráveis.
A metodologia se valeu de práticas de Escuta Ativa, para reco-
nhecimento do território afetivo e social das mentoradas; de Auditoria de
Marketing como instrumento de aferição mercadológica e através de ferra-
mentas de diagnóstico e construção de modelagem de negócios.
Como resultados, a mentoria funcional inovou ao identificar em
tempo real, digital e híbrido, as necessidades de aprendizado das mento-
radas e fazê-las experimentarem via oportunidades que se apresentaram
concomitantemente em suas demandas prioritárias. A experiência revelou
a importância de pessoas em situação de vulnerabilidade social circularem
em espaços consagrados dos setores de produção e comercialização para
fortalecimento da autoestima e reconhecimento de suas competências de
forma integral (técnica e relacional), valorizando o efetivo protagonismo
e sua inserção de forma igualitária. Em última instância, esta mentoria

1 Kristin Gallery - kristin@kristin.com.br

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contribuiu para a inclusão qualificada de novos protagonistas (instituições


seculares como a ACPA) na construção de formas de sociabilidade mais
solidárias, justas e democráticas a partir de seus resultados econômicos.
Palavras-chave: Mentoria, empoderamento, afroempreendedorismo, es-
cuta ativa.

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Metodologias Integrativas como Processos


de Ensino – Aprendizagem na Comunidade
Quilombola do Fôjo em Itacaré-BA
Geomara Pereira Moreno Nascimento1

Este texto descreve as experiências no processo de ensino-aprendi-


zagem e sobre os impactos gerados a partir da influência da religião (DOS
SANTOS, 2015) na Escola São Roque II, situada na Comunidade Qui-
lombola do Fôjo, na cidade de Itacaré-BA. Diante da impossibilidade da
aplicabilidade da Lei 10.639 de 2003, na Escola do quilombo, que institui
a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Africana e Afro-brasilei-
ra nos estabelecimentos de ensino, público e particular nos níveis funda-
mental e médio. Vale considerar que as Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica, requer pedago-
gia própria, respeito à especificidade étnico- racial e cultural de cada co-
munidade, formação específica de seu quadro docente, materiais didáticos
e paradidáticos específicos, devem observar os princípios constitucionais,
a base nacional comum e os princípios que orientam a Educação Básica
Brasileira, e deve ser oferecida nas escolas quilombolas e naquelas escolas
que recebem alunos quilombolas fora de suas comunidades de origem.
Com o objetivo de contribuir com a referida Lei, foi desenvolvido como
Produto Educacional (PE) da minha pesquisa de Mestrado a Cartilha in-
titulada: “FÔJO, SUA HISTÓRIA ESTÁ AQUI! ”,que tem por objetivo
preservar a memória, história e cultura da Comunidade Quilombola do
Fôjo em Itacaré e teve a pretensão de servir de material de apoio para au-
xiliar as professoras da Escola, a contar a história do quilombo para fazê-la
conhecida desde a infância dos remanescentes de quilombolas. A cartilha
apresenta de forma ilustrativa a história dos quilombos, os processos de
titulação e de certificação do Fôjo, a sua história, localização e o processo
de autorreconhecimento da comunidade. A cartilha foi trabalhada inicial-
mente com as/os professoras/es da Secretaria da Educação do Município
de Itacaré, e é utilizada no processo de ensino – aprendizagem, a partir das
metodologias integrativas (GIANNELLA, 2013), que tem como objetivo
fomentar a construção do conhecimento das suas histórias e de si, por
meio da contação de histórias; através da promoção de aula do /no campo
1 Universidade Federal do Sul da Bahia - geomoreno7@hotmail.com

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com as crianças para apresentação da história do Rio de Contas, que foi a


porta de entrada de Alfredo Gomes ao Fôjo (o ex-escravizado que fundou
o quilombo), as crianças também foram levadas a conhecer os arranjos
produtivos da comunidade, e foram realizadas peças teatrais sobre a histó-
ria, e o gibi é utilizado como forma de incentivo à leitura. A cartilha e as
metodologias de ensino, foram incluídas como instrumento pedagógico
para auxiliar na aplicabilidade da Lei 10.639/13.
Palavras-chave: educação escolar quilombola; metodologias integrativas e
ensino-aprendizagem.

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Na Ginga das Epistemologias da


Pesquisa: os equilíbrios e desequilíbrios
no processo de aprendizagem das/os
doutorandas/os do PPGES/UFSB
Luciana Santos Leitão1
Erlon Fabio de Jesus Costa Araújo2
Geomara Pereira Moreno Nascimento3
Luciano Neves Souza4
Roxana Ruiz Buendía5

Este texto é uma narração sobre o seminário final que as/os dou-
torandas/os do Programa de Pós-Graduação em Estado e Sociedade (PP-
GES) da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) produziu para o
componente curricular (CC) de Epistemologias da pesquisa, oferecido, en-
tre julho e agosto de 2022. As principais indicações das/os docentes sobre
o seminário foram duas: que fosse autogerido pelas/os discentes e que fosse
compartilhado as reflexões que as discussões do CC provocaram ao pensar
sobre as propostas de pesquisa. O seminário foi centrado na ginga das
epistemologias e provocado pelo questionamento: “Quais foram os equi-
líbrios e desequilíbrios que o componente causou ao pensar sua pesquisa?”
A proposta do seminário teve como ponto central o compartilhamento em
uma roda de epistemologias sobre os “equilíbrios” e “desequilíbrios” ins-
tigados pelas propostas epistemológicas das/os doutorandas/os a partir da
construção epistemológica de cada percurso. A metodologia utilizada inte-
grou elementos significativos para cada um das/os doutorandas/os, como:
formação de uma roda, com corpos sentados ao chão em semicírculo,
demonstração do movimento de equilíbrio e desequilíbrio transmitido por
meio do jogo da capoeira, evidenciando a importância da corporeidade
no processo de ensino–aprendizagem. A presença de aromas distintos nos
mesmo espaço, como também, de folhas de aroeira e pitanga, possibilitan-

1 (UFSB) - lsleitao@uesc.br
2 (UFSB) - erlonfabiocosta@hotmail.com
3 geomoreno7@hotmail.com
4 (UFSB) - nevezluciano@hotmail.com
5 (UFSB) - roxana.ruiz.buendia@gmail.com

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do gatilhos sensoriais, ladainhas acompanhadas pelo toque do pandeiro,


em referência a espiritualidade foram feitas rezas, queima de pólvora, uso
de roupas brancas e ocupação de um espaço aberto, cada elemento foi
eleito para propiciar a participação, a aprendizagem e a construção de epis-
temologias que rompam com a estrutura hegemônica que valida apenas
um tipo de conhecimento – o da ciência. Orgânica e intuitivamente se
compartilharam reflexões sobre saberes, experiências pessoais e acadêmi-
cas e suas relações com as propostas de pesquisas. As reflexões propostas
possibilitaram a compreensão do exercício de reestruturamos o olhar sobre
a ciência para além dos paradigmas positivistas para entender que na so-
ciedade contemporânea nos exige, como cientistas, intelectuais e sujeitos a
análise da realidade na perspectiva de que é possível construir epistemolo-
gias em diálogos com saberes distintos (SANTOS, 2008) a partir de Me-
todologias Integrativas (GIANNELLA; BATISTA, 2013). A utilização de
signos da capoeira enquanto instrumento de elo entre as diversas pesquisas,
sinalizam para a importância de percebermos o método enquanto ponto
fundamental para a mudança de paradigmas na construção de uma ciência
decolonial. Nesse sentido, o equilíbrio e o desequilíbrio não se limitam a
um fato metafórico de relação com o jogo, mas também, como demarca-
ção simbólica de novas compreensões de construção de conhecimentos.
Palavras-chave: Epistemologias; Metodologias Integrativas; Roda/Ginga;
Paradigmas.

REFERÊNCIAS

GIANNELLA, V.; BATISTA, V. L. Metodologias Integrativas: Tecendo


Saberes e Ampliando a Compreensão. Revista Interdisciplinar
de Gestão Social, v. 2, n. 3, 2013. Disponível em: https://perio-
dicos.ufba.br/index.php/rigs/article/view/9691. Acesso em: 5 set.
2022.
SANTOS, B. de S. Um discurso sobre as ciências. 5. ed. São Paulo: Cor-
tez, 2008. (Trabalho originalmente publicado em 1987).

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Narrativas Docentes sobre os


Desafios da Inovação Pedagógica: um
Diálogo com Professores dos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental
Kátia Caroline Souza Ferreira1
Elsa Estrela2

O presente estudo tem por objetivo construir uma análise acerca


da inovação pedagógica, do desenvolvimento profissional docente e da efe-
tivação de políticas públicas de investimento educacional. Para tanto, os
professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental da rede municipal de
Porto Seguro-BA foram envolvidos em entrevistas e grupos focais, com o
propósito de organizar um banco de dados, a partir do qual a construção
da análise tornou-se possível. Tendo em vista que o objetivo geral desta
pesquisa é compreender os desafios e os dilemas enfrentados por profes-
sores dos anos iniciais do Ensino Fundamental em Porto Seguro-BA, no
contexto de processos de inovação pedagógica, no âmbito do seu desenvol-
vimento profissional, as entrevistas e os grupos focais foram mediados pela
pesquisadora. Logo, este trabalho prezou, também, pela verificação das di-
ficuldades enfrentadas pelos professores participantes, das estratégias utili-
zadas por eles, bem como das ofertas de formação profissional demandadas
pela Secretaria de Educação Municipal. Isso porque a pesquisa se propõe,
também, a observar mudanças ocorrentes no desenvolvimento profissional
docente e de inovação pedagógica, ou seja, indícios de um processo de
alteração do paradigma tradicional para outro emergente. Essa mudança
foi analisada a partir das entrevistas e grupos focais, se referindo à prática
pedagógica e à gestão de currículo, enquanto políticas públicas de investi-
mento educacional. A metodologia utilizada foi a de natureza qualitativa,
de caráter descritivo, recorrendo a uma triangulação de instrumentos e
procedimentos de recolha de informações, tais como análise documental,
entrevistas e grupos focais. O procedimento utilizado para a análise des-
sas informações foi a técnica de análise de conteúdo de Bardin (2011). A
análise das narrativas dos participantes da pesquisa evidenciou que o estí-

1 Prefeitura Municipal de Porto Seguro-Bahia. katiacaroline6@hotmail.com


2 elsaestrela@gmail.com

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mulo e investimento na inovação pedagógica no município se encontra em


restrição, visto que os professores pontuam situações de faltas e ausências,
o que aponta para carências na oferta de cursos pela Secretaria Municipal
de Educação, no que tange à temática, bem como para cursos acionados
pelos professores, com custos particulares, nesta mesma área. Há pouco
aprofundamento teórico sobre o que vem a ser a inovação pedagógica e
pouco espaço de trocas para movimentos e transformações em curso no
município, o que se apresenta como desafios que necessitam ser contidos
ou minimizados, no cotidiano docente. Assim sendo, é preciso avultar que,
embora haja um caminho sendo percorrido do paradigma tradicional para
o emergente, isso ocorre de forma restrita, considerando a necessidade de
acompanhamento das inovações ocorrentes nos espaços sociais, ambientais
e particulares da vida humana, especificamente no âmbito educacional.
Palavras-chave: Inovação Pedagógica; Desenvolvimento Profissional Do-
cente; Ensino Fundamental.

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Os grilhões do racismo teimam


em subjugar o povo negro
Juliano Fabricio Antunes1
Leila Aparecida de Ataides2

A população negra é, via de regra, açoitada diariamente mesmo


que o açoite tenha sido proibido com a abolição da escravatura. Atos de
racismo se tornam manchetes nos mais variados meios de comunicação,
em um país cuja característica principal é a miscigenação. Durans decla-
ra que no campo das ciências, as diferenças raciais ganharam status nos
séculos XIX na Europa, chegando ao Brasil com atrasos mas que foram
acolhidas com entusiasmo pelos intelectuais da época. O racismo cientí-
fico ou racialismo perduraram por mais de século, usando de argumentos
para justificar a superioridade de alguns grupos humanos e povos, teorias
que buscaram formas de cientificar a dominação econômica. (DURANS,
2021, p. 88) Carneiro (1993, p. 17) afirma que o racismo envolve ideias
e construção doutrinária, além de fatos e atitudes. Nesse entendimento
podemos observar traço fundante das teorias raciais a necessidade de com-
provar a existência de uma raça superior e outra inferior. declara também
que a gênese do racismo não é científica e as pessoas não nascem racis-
tas, mas que esse tem base nas relações econômico-sociais. Configura-se
nas políticas como forma de justificar as desigualdades, escamoteando os
verdadeiros interesses que são a exploração econômica e política. O Mo-
vimento Negro, ao longo dos anos tem visto resultados positivos em sua
luta e um resultado significativo foi a implementação da Lei 10639/03,
trazendo para o currículo escolar a obrigatoriedade do estudo da história e
cultura afro-brasileira. Com base nesse contexto, o presente trabalho tem
como objetivo abordar a relação entre a obra literária O sol da liberdade,
de Giselda Laporta Nicolelis, e as questões étnico-raciais, principalmente,
as identitárias. Esta obra foi trabalhada no 8º ano do Instituto Munici-
pal de Ensino Assis Brasil, em um trabalho interdisciplinar. A perspectiva
teórica deste texto se fundamenta a partir das ideias de Carneiro (1993),
Durans (2021) e Munanga (2005), acreditando na leitura como meio de

1 Professor de história da Rede Municipal de Ijuí-RS e mestrando pela UFSM; antunes.


julianof@gmail.com
2 Professora de língua portuguesa da Rede Municipal de Ijuí-RS; leila.ataides@gmail.com

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tornar os estudantes protagonistas de sua própria história. Trata-se de uma


pesquisa qualitativa, de caráter bibliográfico, de modo a analisar a obra
literária em questão. O enredo relata a trajetória de um povo que teve ines-
timável contribuição para a formação da sociedade brasileira, os negros.
Consequentemente, a narrativa, que traz uma visão mais sensível, desperta
também no aluno a curiosidade pela história do Brasil. Acrescenta-se a isso
o fato de que os alunos ao lerem uma obra literária, encontram um mundo
repleto de novidades que muitas vezes divergem de sua cultura. E isso, faz
com que eles usem sua subjetividade para compreender o enredo. Alia-se
a isto o fato de que a leitura contribui para o desenvolvimento cognitivo e
do pensamento crítico, tão necessário aos jovens.
Palavras-chave: História; Racismo; Literatura; Resistência.

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Pega a visão na pandemia: narrativas


cotidianas de pessoas em situação
de rua e jovens em vulnerabilidade
social expressadas em filmes
Edgilson Tavares de Araújo1

A pandemia da COVID-19 vem agravando as condições de risco


e vulnerabilidade social para alguns grupos, inclusive para os assistidos pela
ação pública de redução de danos do Governo do Estado da Bahia, o Pro-
grama Corra pro Abraço. As medidas de isolamento social, ficar em casa,
usar máscaras de qualidade, lavar as mãos e usar álcool em gel, para pessoas
em situação de rua e jovens negros, pobres e residentes em periferias, po-
dem parecer utópicas. O projeto de extensão Pega a Visão na Pandemia,
da Universidade Federal da Bahia, em parceria com o Corra, desenvolveu
no segundo semestre de 2021 oficinas e ações de comunicação adequada
e acessível que resultaram no desenvolvimento de produções audiovisuais.
Nesse artigo analiso a experiência de realização e lançamento dos filmes
“Corações do Mar” com pessoas em situação de rua que participaram da
Oficina de Estímulo a Leitura e Escrita; e “Caminhos... Do lado de cá”,
realizado e autodirigidos por jovens de quatro bairros periféricos de Salva-
dor-BA (Beirú, Fazenda Coutos, Plataforma e Boqueirão). O primeiro teve
com impulso a retomada de presencial da referida oficina, especialmente
com uma atividade que consistiu na análise de fotografias de Elza Soares
e da canção “Coração do Mar”, poema de Oswald de Andrade, musicado
por José Miguel Wisnik, interpretada pela cantora no álbum Mulher do
Fim do Mundo (2015). A partir de memórias sobre a vida dela, suas dores
e lutas com relação ao racismo e a violência de gênero, estimulamos os(as)
assistidos(as) a refletirem “o que é o coração do mar para cada uma(a) de
vocês?”. “Bonitos, famosos e irreverentes...” Essa é uma síntese das narra-
tivas dos 15 assistido(as) participantes dessa ação. Com suas diversidades
atravessadas por riscos e vulnerabilidades agravadas pela pandemia, (re)
escrevem suas existências, , enfrentamentos e resistências enquanto vidas
que “contêm o próprio mundo como hospedeiro”. O segundo filme, foi
realizada totalmente a distância, considerando que os jovens ainda não

1 Universidade Federal da Bahia - edgilson@gmail.com

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possuíam vacinação completa. Também de modo voluntário, pedimos aos/


as jovens envolvidos/as com atividades de educomunicação filmassem li-
vremente com seus aparelhos celulares, 48h do seu cotidiano, respondes-
sem algumas questões e nos enviassem as gravações. Narrativas de quatro
jovens negros(as) sobre seus cotidianos durante a pandemia relatam distin-
tas histórias que se encontram por caminhos culturais, políticos e econô-
micos. Se cruzam e se reconhecem do lado de cá, de quem “vem da realeza
os ancestrais”, de quem “pobre só dos teus materiais”. Esses são exemplos
e falas trazidas nos filmes e expressados por estes realizadores ao se verem
na tela do cinema.
Palavras-chave: Cuidados. Cotidiano. Pandemia. Pessoas em situação de
rua. Jovens.

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Práticas integrativas e restaurativas


com sujeitos reclusos no Conjunto
Penal de Eunápolis: possibilidades
educativas no cenário do cárcere
Reginalva Almeida Santana Santos Albino1
Danielle Ferreira Medeiro da Silva de Araújo

Trata-se de um trabalho pioneiro na área de educação integrativa


no Conjunto Penal de Eunápolis que custodia sujeitos em regimes provisó-
rios, sentenciados e semiaberto. As rodas de diálogo e seminários realizados
a partir de maio de 2022, traz em seu bojo a inovação de ações educativas
nesse cenário. O objetivo é proporcionar aos participantes espaço crítico e
reflexão de temas atuais. As ações foram planejadas a luz de um diagnósti-
co institucional realizado pelas faculdades Pitágoras e FAES realizado por
professores e estudantes dos cursos de Direito e Psicologia, culmina na
elaboração de um plano de ação com temas mensais e transversais em abor-
dagem interdisciplinar. A ação surge na tentativa de romper a lógica posi-
tivista de ausência de ofertas voltadas a percursos educativos, de interação
e comprometidos com a restauração de projetos pessoais. Além da comu-
nidade acadêmica citada, participam 50 custodiados do regime semiaberto
no quadro temporal que abrange o quadrimestre correspondente aos me-
ses de maio, junho, julho e agosto de 2022. A tecnologia introduzida em
eixos educativos ofertados dentro do sistema prisional descortina olhares,
promove acesso à informação, garante interação dos sujeitos atendidos,
estimula participação e escuta qualificada no formato roda de conversa,
com mediação musical. Os temas abordados foram violência de gênero,
projetos de vida a partir do acesso à documentação civil, masculinidades,
violência doméstica, suicídio, direitos fundamentais e afetividades, refle-
xões sobre a Lei de Execução Penal Nº 7.210, de 11 de julho de 1984. A
metodologia não impõe barreiras de acesso à informação, custodiados, es-
tudantes e professores interagem nas rodas de conversa dialeticamente. Tais
rodas são possíveis, uma vez que para cada tema realizado foi organizado
um seminário temático, interdisciplinar e horizontalizado com debates,
proposições, relatos de experiência e reflexões dos participantes. Os resul-

1 reginalva.albino@gmail.com

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tados até o momento demonstraram interesse dos custodiados nas ativida-


des educativas, mediação facilitadora da direção da unidade em garantir
percursos formativos, participação dos sujeitos nos debates, valorização da
fala, de imagens e experiências a partir de vivências pessoais, reflexão sobre
preconceitos com relação aos temas, participação musical interna e exter-
na, acolhimento ético dos custodiados em cada encontro. Ofertar espaço
de pensar saberes, evitando posturas verticalizadas e punitivas, que negam
ao sujeito recluso um espaço reflexivo, de coconstrucão e de aprendizagem
são elementos centrais da experiência metodológica e integrativa aqui in-
troduzida. O objetivo é aproximar razão e emoção para trabalhar o sujeito
integral (GIANNELLA; OLIVEIRA; TAVARES, 2011). No embasamen-
to teórico, o trabalho em tela traz conceitos advindos da ciência cons-
trucionista social, que segundo Gergen (1999, p. 48), “o relacionamento
antecede tudo que é inteligível”. Dessa forma, as descrições sobre o mundo
não são o resultado da observação objetiva da natureza, mas a construção
de uma comunidade linguística que, a partir de processos sociais - ne-
gociação, comunicação, conflito e consenso -, pode produzir significados
locais duráveis no tempo, e na experiência do conjunto penal de Eunápolis
em um escopo educativo e integrativo de práticas que se sustentam na
experiência da reflexão crítica. Trata-se de pensar as relações de poder e o
processo de silenciamento dos corpos (FOUCALT, 1979), vivenciado
no campo da reclusão penal, assim o trabalho representa uma tentativa
de romper tais processos. No campo epistemológico a atividade está
baseada nos estudos de Edgar Morin (2008) e Boaventura de Souza
Santos (2007), como lentes interpretativas de se pensar e construir um
conhecimento complexo e ecológico, com quebra das hierarquias dis-
ciplinares, valorizando os saberes e contradições advindos dos sujeitos
encarcerados.
Palavras-chave: Reclusão; sujeitos; educação; diálogos; restaurativas.

REFERÊNCIAS

GERGEN, K. J. An invitation to social construction. Londres: Sage,


1999.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Trad. Roberto Machado.
Rio de Janeiro: Graal, 1979

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MORIN, E. Ciência com consciência. Trad. Maria D. Alexandre e Ma-


ria Alice Sampaio Dória. 11. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2008.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do Pensamento Abissal: das
Linhas globais a uma ecologia dos saberes. In: SANTOS, Boaven-
tura de Sousa; MENEZES, Maria Paula. Epistemologias do Sul
(org.). São Paulo: Cortez, 2010.
GIANNELLA, Valéria; OLIVEIRA NETA, Vivina M.; TAVARES, Edgil-
son de A. As Metodologias integrativas como ampliação da esfera
pública. In: SCHOMMER, Paula C.; BOULLOSA, R. F. (org.).
Gestão Social como Caminho para redefinição da esfera públi-
ca. Florianópolis: UDESC, 2011.

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Projeto Mulheres da Costa: escuta,


Reflexão e Proposição, relato de
experiência e possível tecnologia social
de cidadania e participação social
Lia Valente Martins1
Gisele Poletto Porto2

Este trabalho é um relato de experiência das atividades do Projeto


Mulheres da Costa – Escuta, Reflexão e Proposição, realizado pelo Institu-
to Mãe Terra – Organização da Sociedade Civil (OSC), sediada em Porto
Seguro, com 15 anos de atuação no território com foco em comunidades
rurais, urbanas, tradicionais e periféricas -, com patrocínio da Companhia
Bahiagás, no primeiro semestre de 2022. O projeto desenvolveu metodo-
logia própria de imersão em cinco oficinas presenciais, realizadas sempre
último sábado de cada mês, tendo como público as mulheres lideranças
em suas comunidades no território da Costa do Descobrimento, no inte-
rior da Bahia. As oficinas contaram com cinco eixos temáticos, sendo eles:
1º - Mulher, identidade e subjetividades, 2º - Terra, território e bem viver,
3º - Tecnologia, comunicação e ativismo, 4º - Poder, Participação e Cida-
dania e 5º - Plenária Final, com apresentação do Manifesto Mulheres da
Costa. A proposição de realização deste projeto é fruto de uma demanda
espontânea de fortalecimento e participação social dos empreendimentos
solidários liderados por mulheres, assistidos no âmbito do primeiro Pro-
jeto Mulheres da Costa, realizado também pelo Instituto Mãe Terra em
parceria com o Fundo do Trabalho Decente – FUNTRAD e o Governo
do Estado da Bahia, que tinha como foco apoiar os negócios de Economia
Solidária liderados por mulheres da Costa do Descobrimento. Responden-
do a essa demanda, as autoras escreveram o projeto com foco em forma-
ção, debate e proposição de propostas de intervenção com as lideranças
mulheres da Costa do Descobrimento, buscando fortalecer a participação
social e a cidadania de atores sociais que como elas, exercem sua liderança
em um território marcado por múltiplas violências. O objetivo é debater a
metodologia proposta pelo projeto e suas potencialidades para replicação

1 Universidade Federal do Sul da Bahia - lia.martins@csc.ufsb.edu.br


2 Instituto Mãe Terra - giseleporto.socioambiental@gmail.com

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enquanto tecnologia social de promoção de participação social e pedagogia


de práticas integrativas e democráticas para comunidades. Tendo em vista
os aspectos teóricos e metodológicos de Bernardo Toro e o debate presente
na Constituição Federal de 1988, que estabelece a participação social como
base de defesa da democracia, a metodologia do Projeto Mulheres da Costa
combinou oficinas com caráter formativo e dinâmicas de reconhecimento
de si e do coletivo, noções de pertencimento e perspectivas de atuação.
A repercussão do projeto e as consequentes ações do coletivo formado
a partir dele são os primeiros resultados observados, orientando para
possíveis aprimoramentos.
Palavras-chave: Lideranças Comunitárias; Lideranças mulheres; Partici-
pação Social; Cidadania; Tecnologia Social.

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Projeto Capoeira Arte e Metodologias


Integrativas na Educação Básica
Erlon Fabio de Jesus Costa Araújo1

O Projeto Capoeira Arte surge em 2016, inspirado nas potenciali-


dades observadas durante a realização dos festivais Brincar Capoeira idea-
lizados pela Mestra Vânia Coruja, no qual consegue sincronizar crianças
de diversas instituições escolares distintas, utilizando-se da linguagem da
capoeira para desenvolver aspectos sócio, motor e epistemológico na cons-
trução do aprendizado. No seu primeiro ano de criação o projeto atuou
em três escolas da cidade de Ilhéus-BA, aproximando essas unidades es-
colares as comunidades tradicionais e a Universidade Estadual de Santa
Cruz-UESC através de oficinas, seminários , encontros , rodas de debates,
limpezas de praia, plantio de árvores, rodas de capoeira, festival de dança
, produção de vídeos, shows folclóricos , práticas culinárias, formação de
coral, aulas de campo e dentre uma série de atividades as quais além de
dinamizar o aprendizado auxiliam as escolas envolvidas na aplicação da
diretrizes curriculares para o ensino de história e cultura afro brasileira e
indígena. No ano de 2018 o Projeto passa a ganhar identidade nas UEs,
sendo discutido durante a jornada pedagógica e estabelecido enquanto di-
retriz para a aplicação da Lei 11645/08 (CAMPOS, 2001). Nesse sentido
auxiliou a quebra de paradigmas e de preconceito estimulando o diálogo
com as comunidades tradicionais e de terreiro. Em 2019 o CapoeirArte
passa ser inserido enquanto ação pedagógica nas três unidades em que é
desenvolvido, sendo pontuados enquanto ação prioritárias para estimular
as atividades de relações étnicas-raciais destacado nos planos de ação de
cada instituição. As três instituições se encontram no Teatro Municipal de
Ilhéus em um belo espetáculo de Capoeira e de Arte, explorando diversas
potencialidades artísticas a partir de metodologias integrativas (GIAN-
NELLA, BATISTA, 2013). No contexto da pandemia da Covid-19, já
no ano de 2020, ganha uma nova configuração bastante diferente daque-
la debatida nas jornadas pedagógicas; assim como todos, foi preciso ser
reinventado justamente quando uma nova escola é inserida no processo.
Contudo percebemos esse como um instrumento capaz de minimizar as
angústias da quarentena que assolava toda a comunidade escolar e assim

1 Universidade Federal do Sul da Bahia /UFSB - erlonfabiocosta@hotmail.com

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auxiliar na busca ativa dos alunos que nesse instante teriam se distanciado
da rotina de aprendizagem. Com o retorno das aulas em sistema híbrido
de ensino no ano de 2021, o Projeto tratou de utilizar-se das possibilidades
tecnológicas para promover o I Webinário de História Sustentabilidade e
Meio Ambiente, atingindo um número bem maior de unidades escolares e
espaços educativos formais e não formais.
Palavras-chave: Capoeira; Educação Básica; Metodologias Integrativas;
Epistemologias.

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Reexistências Poéticas como face e


campo de expressão das Metodologias
Integrativas: uma análise sobre o Sarau
do Grau, Arraial D’ajuda-BA
Altemar Felberg1
Gisele Poletto Porto2

As Metodologias Integrativas (GIANNELLA; TAVARES; OLI-


VEIRA NETA, 2011) – enquanto um conjunto de abordagens, técnicas e
métodos não convencionais de condução de processos participativos e de
aprendizagem coletiva sob lógicas outras que não as propostas e praticadas
sob o guarda-chuva do paradigma dominante da racionalidade e objetivi-
dade tradicionais – nos convidam a reintegrar – dentro de nossas experiên-
cias de ser, estar, pensar, sentir e agir no mundo – os saberes do corpo, das
emoções, da espiritualidade, valorizando nossa intuição, crenças, opiniões,
ou seja, todo o nosso potencial de inventividade e transformação criativa
daquilo que nos cerca e atravessa. Nesse sentido, nossa proposta é explorar
a poesia periférica enquanto face e campo possível de expressão das MIs,
particularmente a apresentada no Sarau do Grau: um sarau lançado em
maio de 2022, que acontece uma segunda-feira por mês, na periferia de
Arraial D’Ajuda, Porto Seguro-BA, que vem se firmando como um lugar
de reexistência, sobretudo, feminino, inspirado nas experiências dos Saraus
do Binho, da Cooperifa, e dentre tantos outros, que inauguraram, há cerca
de 30 anos, o movimento de sarau nas periferias em São Paulo. O Sarau
do Grau, enquanto lócus de subversão e reexistência poética, explora, em
tom de denúncia e crítica social, poesias que abordam temas como: edu-
cação, meio ambiente, cultura, colonialismo, violências, racismo, miso-
ginia, mulheridades etc. Espaço que integra artistas, músicos, moradores
locais, inclusive jovens poetas de outro sarau local “da Escadaria”, cujos
componentes trazem “uma produção marginal, de pobres, negros, alguns
com pouca escolaridade, falantes de uma variedade linguística desvalori-
zada e excluída de espaços institucionais como a escola ou as universida-
des” (VIANA, 2018, p. 54). Os poemas, que adotam uma linguagem oral,

1 UNEB - felberg_imt@hotmail.com
2 IMT - giseleporto.socioambiental@gmail.com

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ecoam demandas sociais negligenciadas pelo Estado, compondo, junto a


outras experiências públicas não institucionalizadas, um movimento não
só de expressão e afirmação das diversidades, mas, sobretudo, de resistên-
cia, trocas e aprendizagens. O poema “Eu só peço a Deus”, de Levi Riera,
é um bom exemplo do que rola no Sarau do Grau “[...] Vocês descobriram
o Brasil, né? Conta outra Cabral. É um país cordial, carnaval, tudo igual.
Preconceito racial mais profundo que o Pré-Sal. Tira os pobres do cen-
tro, faz um cartão postal. É o governo trampando, photoshop social
[...]” (INQUÉRITO. In: CD Corpo e alma, faixa 5, 2014). Os saraus
da periferia surgem como espaços socioculturais de formação política,
de militância, de afetos, de constituição de redes, e de valorização das
culturas e das artes locais, tidas como marginais, protagonizados por
uma diversidade de sujeitos que conformam o espaço público dos cen-
tros urbanos do Brasil. Esses lugares “funcionam como resistência po-
lítico-ideológica fortalecendo seu éthos – são, portanto, letramentos de
reexistência e funcionam como uma forma de reexistência”. (NEVES,
2017; p. 112) – o que consideramos sejam expressão genuína das MIs.
Palavras-chave: Metodologias Integrativas; Saraus Periféricos; Reexistên-
cias Poéticas.

REFERÊNCIAS

GIANNELLA, Valéria; OLIVEIRA NETA, Vivina M.; TAVARES, Edgil-


son de A. As Metodologias integrativas como ampliação da esfera
pública. In: SCHOMMER, Paula C.; BOULLOSA, R. F. (orgs).
Gestão Social como Caminho para redefinição da esfera públi-
ca. Florianópolis: UDESC, 2011.
NEVES, C. A. B. Slams - letramentos literários de reexistência ao/no
mundo contemporâneo. Linha D’Água, n. 30, v. 2, p. 92-112,
2017. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.
v30i2p92-112. Acesso em: 7 set. 2022.
VIANA, L. Poetry slam na escola: embate de vozes entre tradição e
resistência. 2018. Dissertação (Mestrado em Letras) – Facul-
dade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista,
Assis, 2018. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/han-
dle/11449/153407?show=full. Acesso em: 7. set. 2022.

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Viver aprendendo e gerando


metAMORfoses por meio do amor
Diônifer Alan da Silveira1

A vida própria se dá independentemente da vontade individual.


Porém, ao reconhecer a vida como uma autoecorreorganização (MORIN,
2011), não se dissocia o individual do coletivo, o interno do externo, mas
se permite a troca e algumas construções temporárias (transformações).
Neste artigo, uma proposição do conceito de amor como “energias que
nos influenciam e influenciamos no cosmos”, apesar de não romântico, se
apresenta para o campo do design estratégico, trazendo à pauta do conhe-
cimento, as múltiplas potências da intenção de ampliação das capacida-
des humanas a serem constantemente ensaiadas, aprendidas, desenhadas,
tocadas e ressignificadas. O metadesign, aqui entendido como processo
de deslocamento da reflexão do próprio design (BENTZ; FRANZATO,
2016), como teoria e prática em desenvolvimento, permite exercitar a
reflexão da potência do amor e a prática de viver em metamorfoses, em
processos de transformação de energias (morfoses, dar formas, novas for-
mas). A reflexão e o distanciamento de si pelo conceito de amor (e o res-
pectivo “meta-amor”) amplia as possibilidades de autoecorreorganização
do ser como indivíduo-sociedade-espécie. O caso do processo de constru-
ção do 1º Congresso Popular de Educação para a Cidadania, ocorrido em
Porto Alegre, em 2022, será percebido sobre as lentes da complexidade e
com a crítica acolhedora do amor. O referido processo trouxe exercitou
a escuta das múltiplas vozes das pessoas e dos espaços das comunidades
dos bairros chamados de periféricos da cidade. Percebe-se, com isso, que
cocriam-se políticas públicas “para-governamentais” potentes, executadas
com o embasamento da complexidade, que permitem trabalhar o resgate
dos princípios humanos, da vida e do amor para inovação e transformação,
simultaneamente resgatando a ancestralidade e agindo no presente para a
possibilidade de um futuro com humanos. Tal proposição também intenta
instigar nas criações científicas as múltiplas frequências e dimensões das vi-
das em cosmovisões, possibilitando emergências de vidas simultaneamente
mais autônomas, ecossistêmicas, criadoras e coletivas.

1 UNISINOS - PPG Design Estratégico - dionifer@gmail.com

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Palavras-chave: Metadesign; Design Estratégico; Complexidade; Amor;


Metamorfose

REFERÊNCIAS

BENTZ, Ione; FRANZATO, Carlo. O metaprojeto nos níveis do design.


In: Anais do 12º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvi-
mento em Design. Blucher Design Proceedings, São Paulo, v.
9, n. 2, p. 1416-1428, 2016. ISSN 2318-6968. DOI 10.5151/
despro-ped2016-0120.
MORIN, Edgar. O Método 1. A natureza da Natureza. Tradução de Ilana
Heineberg. Porto Alegre: Sulina 2013.
MORIN, Edgar. O Método 2. A vida da vida. Tradução de Marina Lobo.
Porto Alegre: Sulina, 2013.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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GT 21 - Mobilização do Direito
e Ativismo Judicial

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Acordos judiciais em contextos de


pluralismo estatal: estudo de caso sobre a
mediação no projeto de desenvolvimento
sustentável e conservação do Horto Florestal
Vinicius Barboza1

A partir da sociologia política das instituições do sistema de justi-


ça, o trabalho problematiza a intersecção entre Direito e Política por meio
de estudo de caso sobre o acordo judicial entre o estado do Rio Grande
do Sul e os municípios de São Leopoldo e Sapucaia do Sul, que prevê ins-
talação de operação urbana consorciada na área do Horto Florestal Padre
Balduíno Rambo. A fim de viabilizar projeto de desenvolvimento sus-
tentável e conservação de área, a iniciativa pretende instalar, próximo ao
zoológico de Sapucaia do Sul, uma área de proteção ambiental, com uni-
dade da polícia militar, delegacia de polícia, polos industrial e tecnológico,
além de garantir a moradia de famílias em situação de vulnerabilidade.
A concessão urbana prevê a concepção do projeto pelo poder público e a
operação pela iniciativa privada. O acordo decorre de Ação Civil Pública
movida pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul que pedia o reco-
nhecimento da importância ecológica da área, a regularização fundiária
dos locais que não pudessem ser desocupados e a conservação das áreas de
valor ecológico. O estudo do caso se apresenta como oportunidade para
verificar empiricamente de que modo o protagonismo das instituições do
sistema de justiça tem colaborado na definição dos contornos das decisões
de políticas públicas, além de aferir, no caso, de que modo interagem os
distintos objetivos de cada órgão da administração pública. Segundo a
bibliografia, o complexo jogo de disputas por interesses concorrentes entre
instituições, que caracterizaria o “pluralismo estatal”, estimula a autono-
mia das categorias, que se empenhariam para ver o êxito de suas demandas
específicas, reforçando suas competências internas e promovendo cada vez
maior independência. A consequência desse ativismo judicial implicaria
que se eximissem de “prestar contas” e se distanciassem de compromissos
representativos, democráticos e participativos de interesses de movimen-
tos sociais. De acordo com os atores judiciais envolvidos na operação, a

1 viniciusbarboza8991@gmail.com

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iniciativa “celebra o diálogo como caminho para solução de problemas


complexos”, além de ter sido construída “com muito esforço pelos envol-
vidos, todos imbuídos desse espírito, motivados por essa missão [...] achar
uma solução para a região”. No intuito de compreender as interações entre
poder público, iniciativa privada e a participação de cidadãos no detalha-
mento das ações previstas, essa investigação pretende realizar (1) pesqui-
sa em documentos que restituam a construção “do consenso de soluções
negociadas”, acompanhar (2) a participação da sociedade nas audiências
públicas e descrever (3) a atuação do Ministério Público, a quem incumbe
acompanhar e fiscalizar o cumprimento das cláusulas previstas por todos
os signatários do acordo. Dentre os resultados esperados, além de conhecer
e visibilizar iniciativa de gestão coordenada com impactos sociais impor-
tantes no Vale dos Sinos, acredita-se aportar contribuições ao estudo da
repercussão política do sistema judicial.
Palavras-chave: Acordos judiciais; pluralismo estatal; operação urbana
consorciada; ativismo judicial; Horto Florestal.

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Diversidade sexual e de gênero como disputa


política no Brasil: a contramobilização da
questão LGBTI+ nas instâncias judiciais
Otávio Santiago Gomes da Silva1

No Brasil, a recente literatura nacional, que trata das reações ins-


titucionais aos avanços obtidos nas questões de diversidade sexual e de gê-
nero, caminha para um espaço de aproximação entre a resistência/mobili-
zação reativa e o neoconservadorismo (BIROLI et al., 2020; FACHINNI;
FRANÇA, 2020). Em especial nas questões relacionadas ao movimento
de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Intersexo e a plura-
lidade de identidades (LGBTI+), essa agenda de estudos destaca o forta-
lecimento e o engajamento de um movimento neoconservador, defensor
dos bons costumes, da moralidade e da família (paternalista, patriarcal,
heterossexual e monogâmica). Na mesma linha, embora atinente às ques-
tões ambientais, há pesquisas confirmando que reações às implementações
de legislações constituiriam o start das mobilizações as quais, por sua vez,
reagem tanto em termos institucionais, quanto por meio de manifesta-
ções não institucionais (LOSEKANN, 2016). O objeto da pesquisa de
tese de doutorado, ainda em andamento, é verificar quem são os atores e
de que forma se dá a contramobilização nas instâncias judiciais, seja ela
pela contestação (tais grupos como autores dessas demandas), seja ela pela
instauração do litígio (tais grupos como réus dessas demandas), por esses
movimentos neoconservadores. Ressalta-se que o pesquisador pretende
adotar um conceito de “contramobilização” nas instituições judiciais, en-
volvendo a temática dos direitos LGBTI+, em um duplo viés: pela pro-
positura de ações pelos movimentos neoconservadores (em contestação às
políticas de diversidade sexual e gênero) e pela propositura de ações em
face de políticas neoconservadoras (quando contestem direitos LGBTI+).
A metodologia de pesquisa adotada será de abordagem qualitativa e explo-
ratória, tendo como marco temporal o período de 2011 a 2021 e o modelo
de análise será a mobilização do direito (legal mobilization). Pelos dados
parciais obtidos até o momento, foi possível perceber que, ao menos no
Supremo Tribunal Federal (STF), as ações constitucionais foram propostas

1 Doutorando em Ciência Política no Programa de Pós-Graduação em Ciência Política


da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) - otaviosgomesdasilva@gmail.com.br

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por partidos políticos, associações e chefes do Executivo (Governadores) e


do Ministério Público (Procurador-Geral da República), os quais aciona-
ram a instância judicial em razão de inconstitucionalidade de leis propos-
tas por Chefes do Executivo e Legislativo (Requerido). Ainda, como dado
obtido pela pesquisa, destaca-se a participação da Associação Nacional de
Juristas Evangélicos (ANAJURE) como amicus curiae, ou seja, como um
terceiro interessado, em processos que visam a implementação (restrição)
de direitos relacionados à diversidade sexual e ao gênero.
Palavras-chave: instituições judiciais; contramobilização; direitos LGB-
TI+; diversidade sexual e gênero.

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Injúria racial e racismo: o enfrentamento


do debate racial pelo judiciário
Vanessa Silva da Cunha1

O objetivo deste trabalho é, de forma introdutória trazer para


o debate social questões envolvendo os crimes de injúria racial e racis-
mo existentes no Brasil contemporâneo, bem como o tratamento jurídi-
co dado a estes dois institutos. Diante do cenário de racismo estrutural
presente na sociedade brasileira, e que, sem dúvidas atravessa o sistema
de justiça, compreende-se necessário discutir sobre o racismo institucio-
nal. Do ponto de vista metodológico, o caminho adotado para elaboração
deste artigo, incidiu na realização de pesquisa exploratória bibliográfica,
momento em que se procedeu a leitura de livros, publicações em revistas
e periódicos científicos, acompanhada de posterior consulta e análise de
relatório, disponibilizado no site oficial da Comissão Interamericana de
Direitos Humanos. Entende-se que o Brasil enquanto Estado-membro da
Organização das Nações Unidas (ONU) e, portanto, comprometido com
as pautas e agendas antidiscriminatórias tem o dever de tornar efetivas as
normas internas, para que se consiga dar um basta às visões e ações racistas
que estão enraizadas na sociedade brasileira. Em razão deste movimento
inicial, optou-se pela análise de dois casos envolvendo injúria racial e racis-
mo que foram encaminhados a judicialização e que geraram alguma reper-
cussão na social. O primeiro transcende a esfera nacional e é analisado pela
Corte Interamericana de Direitos Humanos (Caso 12.001), e o segundo
pelo Supremo Tribunal Federal (HC 154248/DF). Buscou-se através do
exame dos dois incidentes observar qual foi o posicionamento do judiciá-
rio brasileiro frente a temática, uma vez que tem como dever aplicar a lei
de forma equitativa, igualitária, bem como proteger garantias estabelecidas
pela Constituição Federal para a promoção de uma sociedade menos dis-
criminatória e que respeita o direito da população negra.
Palavras-chave: Discriminação racial; Injúria Racial; Racismo; Judiciário;
Direitos Humanos.

1 Mestranda em Ciências Sociais, especialista em Direitos Humanos e Políticas Públicas


pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, bacharela em Ciências
Jurídicas e Sociais pelo Centro Universitário - FADERGS, bolsista CAPES - vanessasd.
cunha@gmail.com

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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carnei-
ro; Polén, 2019.
FERNANDES, Florestan. Significado do protesto negro. São Paulo: Ex-
pressão Popular; Fundação Perseu Abramo, 2017.
PIRES, Thula. Racializando o debate sobre direitos humanos. Revista
Internacional de Direitos Humanos, São Paulo. v. 15 n. 28,
dez. 2018. Disponível em: https://sur.conectas.org/wp-content/
uploads/2019/05/sur-28-portugues-thula-pires.pdf. Acesso em:
26 nov. 2020.

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Judicialização reversa como estratégia


de dominação: disputas conceituais nas
políticas públicas sobre terras quilombolas
Clarissa Bottega1

O trabalho apresentado busca quebrar os paradigmas relacionados


ao senso comum que envolve a compreensão do instituto da judicialização
de políticas públicas e apresentar um novo horizonte para a percepção de
que o instituto, apesar de ter sido criado em busca da efetivação da demo-
cracia, pode ter seu uso desvirtuado e empregado com o objetivo de des-
democratização. A proposta percorreu o caminho da ciência política com
a análise pormenorizada dos discursos presentes na ADI nº 3.239/2004
que tinha como objetivo a cassação do Decreto Federal nº 4.887/2003.
A ação foi proposta por um partido político de base capitalista e liberal
contra o decreto que possui como finalidade a regularização fundiária das
terras quilombolas. Um dos pontos argumentativos da demanda foi a dis-
puta conceitual acerca do conceito de quilombo, uma vez que o decreto
impugnado apresenta como um dos requisitos de acesso ao direito à terra
a autoatribuição quilombola. O uso do conceito do quilombo histórico ou
do quilombo contemporâneo é ponto crucial para a restrição ou ampliação
dos sujeitos de direitos previstos no art. 68 do ADCT, que garante o direito
à terra às comunidades quilombolas, e o decreto impugnado é o meio efi-
caz para acesso a esse direito que é fundamental, inclusive. Portanto, para
a classe dominante imprimir a sua definição sobre o conceito de quilombo
(histórico) é restringir os sujeitos de direitos e manter a terra sob a proprie-
dade dos latifundiários. Já para as comunidades quilombolas, ampliar a
compreensão acerca do conceito de quilombo (contemporâneo) é mais do
que reconhecimento e garantia de direitos, refletindo uma necessidade de
cidadania na atualidade e não no passado. As lutas de classe, a dominação e
a perpetuação das desigualdades permeiam os discursos e as manifestações
constantes do processo analisado e refletem o uso por parte da classe do-
minante dos instrumentos jurídicos cotidianamente compreendidos como
defensores da democracia a favor de seus escusos interesses.
Palavras-chave: judicialização; políticas públicas; quilombos; direito à ter-
ra; cidadania.
1 PPGCS/UNISINOS - prof@clarissabottega.com

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O ativismo judicial e a efetivação de


direitos LGBTI+ à luz da Teoria do
Reconhecimento de Axel Honneth
Éder Machado de Oliveira1

Considerando que, sendo um país democrático, a promoção de


políticas públicas no Brasil depende de sua aprovação pelo Legislativo e
desempenho pelo Executivo, não é incomum que políticas públicas em
prol das minorias percorram um caminho mais difícil, diante da sua falta
de representatividade política. Por assim serem caracterizadas, as mino-
rias não são capazes de elegerem representantes de seus interesses em um
regime democrático, considerando o quórum eleitoral e os interesses do
restante da população que, não raras vezes, sobrepõem os seus. Em se tra-
tando de minorias sexuais, avanços na garantia de sua proteção, bem como
a efetivação de direitos humanos de que são titulares, se deram, em grande
parte, pelo Judiciário, diante da inércia dos demais poderes em sua efeti-
vação. Assim sendo, valendo-se da teoria de Axel Honneth para evidenciar
a luta por reconhecimento, especialmente no campo do direito, a presente
pesquisa busca analisar o papel do Judiciário na efetivação de direitos de
minorias, em especial da população LGBTI+. Sabendo disso, fazendo uso
do método hipotético-dedutivo, a metodologia adotada nesta investigação
será a exploratória, por proporcionar um maior aprofundamento da temá-
tica, e bibliográfica, por ser desenvolvida com base em livros e artigos em
periódicos especializados. Com isso, em fase inicial, pode-se compreender
que devido à sua falta de representatividade no Legislativo, as políticas pú-
blicas que visam garantir direitos e, portanto, o reconhecimento no âmbito
jurídico das minorias sexuais, muitas vezes sequer são colocadas em pau-
ta para apreciação em plenário. Desta forma, considerando a urgência na
proteção dessa parcela da população, recorre-se ao Judiciário para efetiva-
ção de direitos que, pela via do Legislativo, levaria um tempo ainda maior
ou sequer seria apreciado. Assim, direitos como o casamento igualitário aos
homossexuais e a modificação registral do prenome e gênero para pessoas
trans são exemplos do resultado de lutas por reconhecimento travadas em
âmbito judicial.

1 Bacharel em Direito pelas Faculdades Integradas de Taquara (FACCAT) - ederolivei-


ramachado@gmail.com

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Palavras-chave: Ativismo judicial; Teoria do reconhecimento; Direitos


LGBTI+; Políticas públicas.

REFERÊNCIAS

ALAMINO, F. N. P.; DEL VECCHIO, V. A. Os Princípios de Yogyakarta


e a proteção de direitos fundamentais das minorias de orientação
sexual e de identidade de gênero. Revista da Faculdade de Direi-
to, Universidade de São Paulo, v. 113, p. 646-663, 2018. Dispo-
nível em: http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/view/156674
Acesso em: 9 ago. 2022.
GORISCH, Patrícia. O reconhecimento dos direitos humanos LGBT:
de Stonewall à ONU. Curitiba: Appris, 2014.
HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos
conflitos sociais. Editora 34: São Paulo, 2009.

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O Direito Humano Fundamental


à Boa Administração: o Ativismo
do Provedor de Justiça
Carla Maria de Bastos Borrões1

Às pessoas são-lhes reconhecidos direitos humanos fundamen-


tais, como forma de salvaguardar as suas dignidades, enquanto seres hu-
manos, preservar as suas integridades e proteger as liberdades autônomas
associadas. Cabe ao Provedor de Justiça a prática e ágil promoção da boa
administração na arquitetura institucional do Estado português. Esta in-
clui, essencialmente, as questões associadas intrínsecas à transparência, res-
ponsabilização e tomada de decisões de forma inclusiva, ética, bem como,
atender às questões relativas à gestão dos dinheiros públicos do Estado e
advindos da União Europeia, processos e práticas administrativas, do pes-
soal, e em especial, os direitos humanos fundamentais, sendo que nestes
se incluem, o que em particular, nesta sede, nos interessa. Assim, revela-se
nos ser de importância extrema, já que permite ajudar as demais insti-
tuições e órgãos a tornarem-se mais eficazes, transparentes e responsáveis,
através da visibilidade e das decisões emanadas. Face à sua independência e
imparcialidade, permite a responsabilização das instituições e organismos
e, de igual forma, promove a boa administração. Efetivamente, o direi-
to humano fundamental à boa administração implica, sucintamente, um
tratamento imparcial, uma razoável duração do processo administrativo,
o direito de ser ouvido e de acesso, bem como, o da fundamentação das
decisões. A boa administração alicerça-se na doutrina mais relevante e nos
textos legais, refletindo a orientação de toda a atuação administrativa e
constitui um direito humano fundamental que substância as condutas e
práticas administrativas corretamente efetivadas, atendendo aos interesses
coletivos da comunidade. A metodologia utilizada é a resultante, após o
recuo ao passado recente, da teorização acerca das questões que suscitam o
direito humano fundamental à boa administração e o papel de garante do
Provedor de Justiça. Ainda que de forma singela, podemos afirmar que o
Provedor de Justiça presta apoio a pessoas singulares e coletivas que dete-
nham situações problemáticas com a administração, mediante o escrutínio
desencadeado por queixas sobre má administração por parte das institui-
1 Institucional: Universidade Aberta - bastoscarla06@gmail.com

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ções e órgãos, e ainda através da análise proativa de questões sistêmicas


mais abrangentes e complexas. Atualmente, ao Provedor de Justiça incum-
be a missão de criação de uma administração mais transparente, ética e
eficaz. Nunca, como nos nossos dias, é de especial cuidado e de relevante
importância, atendendo ao contexto pandêmico da Covid-19, recriar e
redefinir o entendimento coletivo da comunidade das emoções da noção e
conteúdo do ato de boa administração. A confiança nas instituições pelos
cidadãos e nos seus atos, decisões e legislação, através de uma maior sensi-
bilização do cidadão daquele no desenvolvimento de uma efetiva partici-
pação das partes interessadas como real prioridade e ainda, por último, o
aumento da eficiência do mesmo na inclusão estrutural dos processos de
trabalho e das atividades de sensibilização ainda que de forma flexível e
adaptável. Em conclusão, o que pretendemos abordar, de forma reflexiva,
é, por um lado, a essência garantística do Provedor de Justiça dos direitos
humanos fundamentais, e em especial do direito humano fundamental
à boa administração no Estado português enquanto Estado-membro da
União Europeia.
Palavras-chave: Direito humano fundamental; Boa administração; Prove-
dor de Justiça.

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O Ministério Público de Minas


Gerais e o Programa Agro Legal
no município de Unaí-MG
Andréia Teixeira Costa1

O presente trabalho consiste em analisar as condições de im-


plementação do Programa Agro Legal instituído pela Lei Municipal n.º
3.092, de junho de 2017, que legaliza a disponibilidade do município
em auxiliar os pequenos produtores da Agricultura Familiar através do
empréstimo de maquinários agrícolas e pessoas capacitadas em manusear
esses maquinários. Anterior a aprovação da lei no ano 2012, o Ministério
Público de Minas Gerais procurou explicações junto aos Poderes Executivo
e Legislativo sobre a transparência no fornecimento de acesso aos equipa-
mentos e maquinários agrícolas de propriedade pública mediante a Lei
Orgânica Municipal especificamente no seu artigo 28 que apresentava com
clareza quem era considerado pequeno produtor/agricultor familiar, assim
o MPMG expediu a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), por ferir
os princípios legais da moralidade e impessoalidade. Para compreender as
situações envolvendo os Poderes Executivo e Legislativo e o Ministério Pú-
blico de Minas Gerais, se faz necessário referenciar teoricamente questões
sobre o sistema de justiça na atuação do Ministério Público, em situações
de intervenções que provocam judicialização de políticas públicas nas es-
feras governamentais. Em seguida menciona-se sobre o ciclo de políticas
públicas para conhecimento das fases que envolvem a formação e atendi-
mento das políticas públicas para resolução de problemas públicos e como
subtópico dentro das fases trata-se da implementação em destaque ao tema
do trabalho por ter seu envolvimento com diversos atores. Após esse tópico
e por se tratar de uma legislação que beneficia os agricultores familiares,
apresenta-se um histórico de conceituação da agricultura familiar no Bra-
sil: o início, desenvolvimento, avanços e definição de quem é considerado
como agricultor familiar. Na sequência, serão tratadas as principais polí-
ticas públicas destinadas a Agricultura Familiar e quando se iniciaram os
incentivos com a criação dessas políticas para benefício e auxílio desses
agricultores. Depois, faz-se necessário a apresentação e constituição com
certos detalhes da Lei do Programa Agro Legal, legislação específica do
1 PPGCS Unisinos/Facisa Unaí-MG contac-1@hotmail.com

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município de Unaí-MG. Por fim, trata-se de apresentar os atores envolvi-


dos no processo de organização, formalização e constituição dessa lei que
envolveu a participação do MPMG, dos Poderes Executivo e Legislativo e
do cidadão, que na época era candidato a vereador.
Palavras-chave: Judicialização; MPMG; Programa Agro Legal.

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O Programa de Acessibilidade Eleitoral


da Justiça Eleitoral e a inclusão política
de pessoas com deficiência no Brasil
Márcia Inês Schaefer1

Considerando a centralidade das instituições formais nos


processos de inclusão política nas democracias contemporâneas, o
presente estudo analisa a atuação da Justiça Eleitoral brasileira na
promoção de acessibilidade eleitoral, possibilitando que pessoas com
deficiência possam exercer seus direitos políticos em igualdade de
condições com as demais pessoas. Neste sentido, é analisado especi-
ficamente o Programa de Acessibilidade Eleitoral, criado em 2012,
que visa garantir a igualdade de acesso aos serviços da Justiça Elei-
toral e conferir autonomia ao voto por pessoas com deficiência ou
mobilidade reduzida. A partir da análise dos Relatórios de Acessibili-
dade na Justiça Eleitoral elaborados pelo Tribunal Superior Eleitoral
(2013, 2014, 2015, 2019, 2020), buscou-se mapear e categorizar
as ações realizadas pelas Comissões Permanentes de Acessibilidade e
Inclusão de todos os Tribunais Regionais Eleitorais, bem como iden-
tificar limites da atuação destas comissões. Os dados indicam que
as ações visam garantir, fundamentalmente, acessibilidade arquite-
tônica, comunicacional, atitudinal e digital, com foco em espaços
de atendimento ao eleitorado com deficiência, como nos Cartórios
Eleitorais, nas seções eleitorais, nos serviços online, em eventos e
campanhas informativas. Por vezes, prazos curtos de licitações e li-
mites orçamentários prejudicam a realização de melhorias nos espa-
ços físicos e nos serviços prestados. Observa-se também o diálogo
das Comissões de Acessibilidade e Inclusão com organizações da
sociedade civil que atuam com a defesa de direitos das pessoas com
deficiência, o que indica haver uma preocupação com as reais de-
mandas do público-alvo do Programa de Acessibilidade Eleitoral.
Palavras-chave: Justiça Eleitoral, participação política, pessoas com defi-
ciência, Programa de Acessibilidade Eleitoral.

1 Universidade Federal de Santa Catarina

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Objeto Jurídico Não Identificado:


o controle de convencionalidade
praticado pelo Tribunal de Justiça
do Rio Grande Do Sul
Marcírio Barcellos Gessinger1

A pesquisa pretende analisar as bases materiais do controle de con-


vencionalidade no ordenamento jurídico brasileiro. A fim de atingir esse
objetivo, lançar-se-á mão de levantamento jurisprudencial no Tribunal de
Justiça do Rio Grande do Sul, abordando casos de aplicação da Convenção
Americana de Direitos Humanos em processos criminais. Trata-se, então,
de uma pesquisa de alcance descritivo, vez que pretende descrever um fe-
nômeno social, o controle de convencionalidade, e de enfoque qualitativo,
vez que busca alcançar uma generalização teórica (COLLADO; LUCIO;
SAMPIERI, 2013). Como marco teórico, utilizar-se-á o materialismo his-
tórico-dialético marxista por se considerar a ferramenta metodológica mais
apta a compreender a realidade social capitalista (MASCARO, 2016). José
Paulo Netto lembra que o método de Marx iria do mais abstrato até sua des-
construção no mais simples para, posteriormente, reconstruir-se no mais
abstrato de maneira mais completa, de modo que melhor condiga com a
realidade. Apreender o objeto, dessa maneira, é conhecer suas diversas de-
terminações a partir da reconstrução do objeto por meio de determinações
mais simples. As categorias analisadas são frutos de uma reprodução teóri-
ca de formas de ser, sendo históricas e transitórias, uma vez que produzidas
e reproduzidas em determinados contextos históricos (NETTO, 2011). A
pesquisa foi feita no site do TJRS na aba Jurisprudência, abarcando o pe-
ríodo de 06/11/1992, quando da internalização da Convenção Americana
de Direitos Humanos, a 09/02/2022, quando do início da realização da
pesquisa. O termo utilizado foi Convenção Americana de Direitos Huma-
nos, procurando-se pela ementa e, então, analisando-se o inteiro teor, e o
tipo de processo escolhido foi apelação criminal. Por fim, o tipo de decisão
escolhida foi o acórdão proferido pelo órgão TJRS. Foram encontrados 37
resultados, classificados de acordo com as seguintes categorias: a) julgador;
b) assunto; c) resultado; e d) fundamentação. O número do processo e a

1 Mestrando no PPGD/UFRGS - marciriogessinger@yahoo.com.br

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data do julgamento também foram observados. Quanto à data do julga-


mento, nota-se que somente em 2019 começam a surgir os resultados da
pesquisa, não obstante a Convenção Americana de Direitos Humanos ter
sido internalizada em 06/11/1992. Os dados jurisprudenciais encontrados
sugerem que a concepção de controle de convencionalidade da doutrina
não encontra fundamento na realidade brasileira, caracterizando-se, acima
de tudo, por uma idealização desse instituto, pautado em um dever-ser
normativo. Na verdade, o controle de convencionalidade é muito mais um
controle de constitucionalidade com traços de convencionalidade, pauta-
do por um ideal de soberania. A base material do controle de convencio-
nalidade é a própria Constituição Federal e uma concepção particular de
soberania, baseada na Teoria da Margem de Apreciação Nacional.
Palavras-chave: Marxismo; Direito Internacional Público; Direitos Hu-
manos; Controle de Convencionalidade; Pesquisa Jurisprudencial

REFERÊNCIAS

COLLADO, Carlos Fernández; LUCIO, María del Pilar Baptista; SAM-


PIERI, Hernández. Metodologia de Pesquisa. 5. ed. Porto Ale-
gre: Penso. 2013.
MASCARO, Alysson Leandro. Filosofia do Direito. 5. ed. rev. atual. e
ampl. São Paulo: Atlas. 2016.
NETTO, José Paulo. Introdução ao estudo do método de Marx. São
Paulo: Expressão popular. 2001.

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Os porta-vozes da “justiça”: disputas


associativas no Ministério Público
Treicy Giovanella da Silveira1

Ao menos desde a década de 1970 surgiram movimentos de “de-


núncia” do “caráter burguês” da norma jurídica que incentivaram reformas
no ensino e nas práticas jurídicas. Na versão brasileira desta crítica surgiu
o direito alternativo que se opunha ao seu conservadorismo. Num pri-
meiro momento estes movimentos se aproximaram de grupos políticos
de esquerda para, posteriormente, disputarem o efeito da despolitização
defendendo o predomínio da técnica jurídica. As fronteiras entre política e
direito pareceram perder ainda mais sua rigidez quando o segundo (o direi-
to) passou a ser o espaço legítimo para julgar a política dado o caráter “ra-
cional” e “neutro” da norma. No caso do Ministério Público, os conflitos
associados a legitimidade de agendas dividiu seus membros entre grupos
mais ou menos organizados. São disputas que envolvem não somente com-
preensões distintas da instituição, mas também propõem diagnósticos di-
versos da sociedade brasileira. A partir de uma bibliografia que busca com-
preender a dimensão política de instituições de justiça (ENGELMANN,
2017) e o fenômeno da politização dos espaços sociais (SEIDL, GRILL,
2013), discutimos os modos de legitimação do Ministério Público com
base em novos grupos associativos. Este trabalho investigou o contexto
de “politização” da justiça a partir da análise de seis novos grupos criados
no contexto do Ministério Público: MP Democrático, Transforma MP,
Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, Movimento Nacional de
Mulheres do MP, MP Pró-sociedade e Movimento de Combate da Impu-
nidade. Os militantes engajados nestes grupos, combinam trunfos interna-
cionais para legitimar tomadas de posição específicas com a capacidade de
mobilização de redes de legitimidade. Elas podem ser compostas pelos tí-
tulos acadêmicos, vínculo com personalidades jurídicas, escritores ou pela
mobilização do ofício profissional como um título simbólico de expertise
jurídica de guardiã da moral. A construção de legitimidade passa pela pu-
blicação de textos em jornais de ampla circulação (ou blog e sites). Entre
as considerações finais podemos afirmar que alguns membros passaram a
integrar estes “coletivos”, “associações” ou “grupos” em busca de modos de

1 Doutora em Sociologia e Ciência Política-UFSC - treicy.gs@gmail.com

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expressão pública que fossem institucionalmente aceitos e que não fossem


compreendidos como posicionamentos públicos “não recomendados” pelo
Conselho Nacional do Ministério Público. Estes engajamentos coletivos
dão pistas sobre um processo de reestruturação do espaço institucionali-
zado do direito, como a carreira no MP, que possibilita o surgimento de
formas de participação na política (não eletiva), ou de tomadas de posição,
que não transgridem as normas estabelecidas pela CF/1988. Em outros
termos, trata-se de um processo de esgarçamento das fronteiras entre “di-
reito” e “política”.
Palavras-chave: Ministério Público; politização; sociologia do direito

REFERÊNCIAS

ENGELMANN, Fabiano (org.). Sociologia Política das Instituições Ju-


diciais. Porto Alegre: Editora da UFRGS/CEGOV, 2017.
SEIDL, Ernesto; GRILL, Igor Gastal (org.). As ciências sociais e os espa-
ços da política no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2013.

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Os rituais de diferenciação no contexto social


brasileiro e a resposta do campo jurídico
Artur da Rocha Sanzi Erguy1

A minha pesquisa visa, sobretudo, tornar explícitas as razões pelas


quais ainda conseguimos observar, no cenário social brasileiro, a contí-
nua manifestação de atitudes e discursos anti-igualitários através de rituais
de diferenciação. Busca, também, rediscutir as raízes sociais destes atos
com base em marcadores sociais que são comumente mascarados em nosso
cotidiano e que se tornam mais visíveis mediante a reprodução dos ritos
citados. Espera-se que, ao final da pesquisa, tenhamos uma definição mais
clara das principais premissas que conferem perenidade a tais rituais na
sociedade brasileira. Para tanto, a abstração das ideias centrais contidas nos
discursos reproduzidos pelos indivíduos durante a ocorrência deste tipo
de ritual será de suma importância. Afinal, por qual razão determinado
indivíduo entende ser superior a outro? Além disso, pretendo analisar a
atuação – ou a falta dela – do Estado brasileiro no que concerne à exis-
tência dos rituais de diferenciação. O Estado brasileiro admite a existência
dos mesmos enquanto problema nacional? Há algum tipo de iniciativa do
aparelho estatal em face desse problema? Que tipo de resposta o indivíduo
vítima de subjulgação pode esperar do Direito Pátrio? Acredita-se que para
o desenvolvimento desta pesquisa será necessário realizar um levantamento
qualitativo dos casos ocorridos nos últimos anos na sociedade brasileira e
em diferentes núcleos sociais que consigam, em virtude de suas caracte-
rísticas, servir como paradigmas de momentos sociais em que se verificou
o rito autoritário que ora se propõe a estudar. Analisaremos as falas e ex-
pressões utilizadas pelos indivíduos que, envolvidos em uma situação co-
tidiana, reproduziram o ritual, para após buscar compreender as maneiras
de agir, sentir e pensar que influenciam determinada pessoa a manifestar,
atualmente, tais as atitudes e discursos autoritários que visam a diferencia-
ção. A metodologia utilizada para a pesquisa e dissertação será composta
de, a priori, uma revisão teórica dos rituais de diferenciação, sua reprodu-
ção e origem histórica no cenário social brasileiro, uma análise dos casos
encontrados visando a comparação dos discursos utilizados, uma avaliação
1 Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais, Unidade Acadêmica de Pesquisa
e Pós-graduação, Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos - arturserguy@
gmail.com e AErguy@edu.unisinos.br

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e análise do comportamento do Estado e do Direito acerca da existência


e/ou proliferação desses discursos e sua atuação ou omissão, ainda que de
forma indireta, o que acredita-se que poderá ser estudado através da judi-
cialização de casos que envolveram subjulgação de indivíduos com base em
marcadores sociais como, por exemplo, cor de pele e etnia. Não obstante,
o universo empírico primordial será, evidentemente, os polos urbanos bra-
sileiros - visto ser onde há maior concentração de indivíduos e interação
entre estes - e em especial aqueles localizados na região Sul do Brasil, sendo
que tal delimitação foi feita em razão da necessidade de centralizar a parte
da pesquisa que diz respeito ao campo do Direito e como este responde ao
problema social objeto do estudo.

REFERÊNCIAS

MATTA, Roberto da. Carnavais, malandros e heróis: para uma sociolo-


gia do dilema brasileiro. 6. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
SCHUCMAN, Lia Veiner. Entre o encardido, o branco e o branquíssi-
mo: branquitude, hierarquia e poder na cidade de São Paulo. 2.
ed. São Paulo: Veneta, 2020.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Sobre o autoritarismo brasileiro. São Paulo:
Companhia das Letras, 2019.

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Os sentidos da conciliação e da mediação


trabalhista nas disputas em torno da criação
dos CEJUSC’s na Justiça do Trabalho
Marciele Agosta de Vasconcellos1

O presente trabalho apresenta alguns dos resultados da pesquisa


de doutorado que versa sobre o instituto jurídico da conciliação traba-
lhista, que constitui um “mecanismo alternativo de solução de conflitos”
(MASC) que acompanha o surgimento da Justiça do Trabalho no Brasil.
Tendo como pano de fundo o processo de implementação da “Política
judiciária nacional de incentivo à adoção dos meios alternativos”, nosso
enfoque recairá nas controvérsias jurídicas que emergem dos debates em
torno da criação dos “Centros Judiciários de Métodos Consensuais de So-
lução de Disputas” (CEJUSC’s) no judiciário trabalhista, que foram regu-
lamentados com a Resolução 174 de 2016, do Conselho Superior da Justi-
ça do Trabalho (CSJT). Os CEJUSC’s são espaços destinados à realização
de conciliações e mediações conduzidas por servidores e coordenadas por
um(a) juiz(a). Ao longo da pesquisa, constatou-se o caráter controverso
da criação destes espaços no âmbito do judiciário trabalhista, tendo em
vista as especificidades deste ramo da justiça e do conflito entre capital e
trabalho. Dessa forma, buscou-se analisar os posicionamentos públicos
dos atores do direito (magistrados, advogados, membros do Ministério Pú-
blico do Trabalho, dentre outros) sobre o funcionamento dos CEJUSC’s
e os sentidos atribuídos à conciliação e à mediação nestes espaços. Para
tanto, foi realizada a análise de discurso (BARDIN, 2004) das falas de 47
participantes de uma audiência pública realizada pelo Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) em 2016, que contou com especialistas sobre o tema, e
que resultou na Resolução 174/2016. Além disso, foram realizadas en-
trevistas semiestruturadas com advogados trabalhistas (de empregados e
de empresas) e juízes do trabalho que atuam na cidade de Porto Alegre/
RS, visando aprofundar as percepções destes atores sobre o funcionamento
do CEJUSC do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4). A

1 Bacharel em História e Mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Pelotas


(UFPel) e Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS). Integrante do Grupo de Pesquisa em Trabalho e Justiça Social (JusT-U-
FRGS) - cielevasconcellos@hotmail.com

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partir de um diálogo com a sociologia da crítica de Luc Boltanski e cola-


boradores (BOLTANSKI; THÉVENOT, 1991; BOLTANSKI, 2009) foi
possível verificar de que maneira as distintas concepções morais mobiliza-
das pelos atores do direito na justificação de seus posicionamentos sobre os
CEJUSC’s encontram-se imbricadas com as questões atinentes ao acesso à
Justiça do Trabalho, ao papel dos magistrados e dos advogados trabalhistas
na celebração dos acordos e à função social do direito do trabalho na con-
temporaneidade. Dessa forma, constatou-se que os sentidos da conciliação
e da mediação desvelam a emergência dos valores morais da harmonia, da
pacificação e do empoderamento das partes (trabalhadores e empregado-
res/empresas) no procedimento conciliatório frente ao histórico princípio
da proteção aos trabalhadores.
Palavras-chave: Conciliação e Mediação Trabalhista; Política conciliató-
ria; Sociologia da crítica.

REFERÊNCIAS

BARDIN, Laurence. Análise do conteúdo. 3. ed. Lisboa: Edições 70,


2004.
BOLTANSKI, Luc. De la critique: Précis de sociologie de l’émancipation.
Paris: Gallimard, 2009.
BOLTANSKI, Luc; THÉVENOT, Laurent. De la justification. Les éco-
nomies de la grandeur. Paris: Gallimard, 1991.

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Política de drogas e narco-encarceramento


no estado de Mato Grosso
Giovane Santin1

Contextualização: Quais os critérios utilizados pelo Poder Judi-


ciário para condenar as pessoas por tráfico de drogas no Estado de Mato
Grosso? Como estão definindo a quantidade de pena privativa de liberdade
e o regime inicial de cumprimento? As penas privativas de liberdade são
substituídas por restritivas de direitos? Qual tem sido o impacto dessas
decisões no encarceramento no Estado de Mato Grosso? Embora essas per-
guntas sejam relevantes tanto para analisarmos a política de drogas quanto
o encarceramento em massa no Brasil, elas não têm sido respondidas satis-
fatoriamente pelas literaturas dedicadas ao tema. Pelo menos essa tem sido
nossa observação no tocante às escassas pesquisas quantitativas existentes
sobre o tema. Dessa forma, a pesquisa se justifica para contribuir com o
preenchimento dessa lacuna existente por meio da análise de 265 processos
criminais relativos à crimes de drogas distribuídos em 52 comarcas do Es-
tado de Mato Grosso no período de 01/01/2019 e 30/06/2019. Ademais,
busca compreender se os atores judiciais nos Estado de Mato estão aderin-
do ou resistindo ao punitivismo no tocante à política de drogas, bem como
para analisarmos de que forma estão contribuindo para o encarceramento
existente. Segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciá-
rias, do mês de junho de 2016,2 um total de 726.712 pessoas se encon-
travam privadas de liberdade e se empilhavam em 376.669 vagas, – totali-
zando uma taxa de ocupação de 197,4%3 – números que já sinalizavam a
gravidade da situação carcerária brasileira e nos colocava na terceira maior
população prisional do mundo, ficado atrás somente dos Estados Unidos
e da China. 1 No Estado de Mato Grosso, 12.853 pessoas se encontram

1 Professor, Mestre.
2 Não se desconhece que no ano de 2020 os dados do Infopen foram atualizados, no
entanto, dados importantes sobre as casas prisionais brasileiras foram omitidos, como
por exemplo, a cor da pele das pessoas em situação de prisão. Dessa forma, optamos por
utilizar os dados produzidos no Infopen de 2016 por ser o estudo mais completo sobre
o sistema carcerário brasileiro.
3 Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias – Infopen, Junho/2016. Dis-
ponível em: http://depen.gov.br/DEPEN/noticias-1/noticias/infopen-levantamento-
nacional-de-informacoespenitenciarias-2016/relatorio_2016_22111.pdf.

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privadas de liberdade - 12.172 são homens e 681 são mulheres - nos 55


estabelecimentos prisionais que possuem o equivalente a 7.497 vagas, cuja
taxa de ocupação é de 171,54 %.4 O interesse por realizar a pesquisa no
Estado de Mato Grosso se dá pelo fato de o proponente ter sido assessor
jurídico no Tribunal de Justiça local pelo período de 12 anos, onde exa-
minava processos para elaboração de voto em julgamentos realizados em
uma das três câmaras criminais. Somada à essa circunstância, no mês de
setembro de 2020 o proponente foi selecionado como assistente de pes-
quisa no Projeto de Política sobre Drogas do Instituto de Pesquisa Econô-
mica Aplicada – IPEA, tendo a oportunidade de uma análise quantitativa
e qualitativa de uma série de hipóteses sobre a política de drogas e o papel
dos atores judiciais nas condenações criminais em processos de crimes de
tóxicos no Brasil. Em seguida vamos detalhar a forma da coleta de dados,
os métodos de análise empregados, o conteúdo das partes do instrumento
de coleta de dados e o referencial teórico. Ademais, considera-se o tema
relevante tendo em vista a necessidade de apresentarmos evidências empí-
ricas sobre a adesão, ou não, dos atores judiciais ao punitivismo, circuns-
tância que afeta diretamente o encarceramento e os direitos humanos, bem
como está relacionada às desigualdades, no plano dos direitos individuais
e coletivos, conforme proposto na linha de pesquisa sobre Atores Sociais,
Políticas Públicas e Cidadania do programa de Doutorado. O discurso vol-
tado para uma vida digna para todos, os compromissos assumidos contra a
desigualdade, a pobreza e o acesso à justiça, devem se concretizar também
em políticas públicas capazes de alterar a situação daqueles que, sob a guar-
da e tutela do Estado, encontram-se excluídos da própria ideia de direito.

4 Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias – Infopen, Junho/2016. Dis-


ponível em: http://depen.gov.br/DEPEN/noticias-1/noticias/infopen-levantamento-
nacional-de-informacoes penitenciarias-2016/relatorio_2016_22111.pdf.

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Sofrimento e experiência política


- melancolia e resiliência nas
interações por justiça no desastre
de mineração no Rio Doce
Cristiana Losekann1

O trabalho versa sobre a compreensão do sofrimento nos pro-


cessos de ação coletiva contra violações de direitos. Estamos falando da
construção da ação coletiva em situações de conflitos graves que envolvem
poderes completamente assimétricos (como grandes empresas minerado-
ras, grandes escritórios de advocacia, interesses de governos, juízes, etc) e
que envolvem também situações de violência, perseguição, interdição de
modos de vida, e destruição dos lugares onde as pessoas têm suas vidas
construídas. Para que o sofrimento se transforme em uma experiência po-
lítica, ele precisa passar por uma construção valorativa de injustiça. Isso
por si só já abre um caminho para o rol de interações que se seguem com
promotores, defensores, advogados, juízes, procuradores, e por aí afora. A
interação com esses atores tem uma natureza peculiar pois trata-se também
de uma interação com o Estado, com uma autoridade, com a Lei e com a
burocracia. Essa interação tem poder de conferir certificação, legitimida-
de, aos sofrimentos. Além disso, ela estabelece e organiza um conjunto de
práticas, rituais e outros suportes que passam a figurar no processo de ação
coletiva com agências específicas. Há um encadeamento, um andamento
que apesar de também ser difícil, dispendioso, dá um andamento, um rit-
mo, não deixa certas queixas morrerem, ou se encerrarem internamente no
sujeito. O trabalho se utiliza da etnografia audiovisual como método de
análise e forma de apresentação argumentativa.
Palavras-chave: mobilização do direito; operadores do direito; sofrimento
social; etnografia audiovisual.

1 UFES - cristianalosekann@gmail.com

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Um processo em construção: as duas


faces da institucionalização do CNJ
Caroline Bianca Graeff1
Álvaro Augusto de Borba Barreto2

Este trabalho se desenvolve a partir de um questionamento es-


pecífico: de que maneira o processo de institucionalização do Conselho
Nacional de Justiça, entendido como aquele resultante da interação deste
órgão com atores internos, mas também envolvendo os conflitos e o rela-
cionamento travado externamente, vêm moldando os parâmetros de atua-
ção deste órgão e demarcando o território sobre o qual atua, os limites de
seu poder e o alcance de suas competências como órgão de governo do Po-
der Judiciário? Apresenta-se uma análise crítica a partir da leitura de teses,
dissertações, artigos publicados em livros e revistas, além de textos legais,
decisões judiciais e atos normativos do CNJ. Entende-se que o processo de
criação do CNJ não cessou com a promulgação da EC 45/2004. Embora
o desenho institucional adotado na criação do CNJ seja produto também
de uma disputa entre diferentes interesses e, por isso, traga condicionantes
e intencionalidades, ele não encerra os conflitos, e sim demarca um novo
patamar do qual eles partem. E esses novos conflitos são provocados por
atores que não pertencem ao CNJ, mas que querem estabelecer um deter-
minado padrão de funcionamento, razão pela qual apresentam demandas
e discussões sobre as decisões do CNJ ao próprio Conselho ou chamam o
STF a participar dessa tentativa de redesenho restritivo das competências
do CNJ. Essa é a versão exógena dessa construção, que têm três delibera-
ções favoráveis ao CNJ como paradigmáticas: ADI 3.367; ADC 12-DF e
ADI 4.638. Ressalva-se que nem sempre o STF tem chancelado as decisões
do CNJ. Estudos demonstraram o esvaziamento de determinações disci-
plinares ou de decisões sob a alegação de que não cabe a ele imiscuir-se
nas sentenças ou nas questões em debate jurisdicional. Porém, entende-se
que há, ainda, a construção endógena, aquela provocada pelos próprios
membros do CNJ ao pautarem determinados temas, discutirem e fixarem
deliberações específicas e, assim, também configuram estabelecer um senti-
1 Professora Substituta na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Rio Grande
- carolinegraeff@gmail.com.
2 Professor do programa de Pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal
de Pelotas - albarret.sul@gmail.com.

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do para o Conselho. A ênfase é à captura corporativa, realizada pela maio-


ria de membros oriundos do Judiciário e/ou capitaneada pelo Presidente
do CNJ. Peculiaridades do desenho institucional original do CNJ ajudam
nessa tarefa: maioria oriunda do judiciário e os interesses comuns que es-
ses membros compartilham, apesar das diferenças de carreira entre eles;
amplos poderes de agenda do Presidente; e rotatividade dos conselheiros
decorrente dos mandatos curtos. Os elementos destacados no artigo aten-
tam para a estrutura, a importância de conhecer os limites e possibilidades
oferecidas pelo desenho institucional do CNJ, sua forma de composição
e competências presumidas.  Também, demonstram que não basta uma
análise descritiva e estática, é preciso incorporar a agência. Isto é, o fato
de o CNJ ser uma “obra aberta” e que ganha determinados contornos a
partir da ação e dos conflitos entre atores interessados, os quais partem do
desenho original.
Palavras-chave: Conselho Nacional de Justiça; Poder Judiciário; constru-
ção institucional; governo judicial.

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Usos do direito em contextos


de megamineração
Juliane Sant’Ana Bento1
Aloisio Ruscheinsky2

A presente proposta trata de problematizar um caso emblemáti-


co da judicialização de conflitos socioambientais em torno de um projeto
de megamineração no Sul do Brasil como estratégia de reivindicação de
participação política, por meio da qual a mobilização dos instrumentos
técnicos do direito é utilizada como repertório de ação cidadã. A estrutu-
ra da pesquisa divide-se em quatro partes: primeiramente, (i) explicita o
posicionamento teórico-metodológico que justifica as premissas e orienta
as preocupações analíticas que constituem o presente artigo, situando-o
na esteira de agenda de estudos que articulam a abordagem sociojurídica
com pesquisas sobre movimentos sociais no Brasil, a fim de adensarmos a
compreensão sobre as ambiguidades do processo de defesa da natureza por
meio do direito. Na sequência, voltamos nosso olhar para uma experiência
regional de disputa em torno dos sentidos normativos do desenvolvimen-
to e da sustentabilidade: depois de uma (ii) retrospectiva sobre a gênese da
economia do carvão no Rio Grande do Sul, direcionamos a atenção a (iii)
um projeto de instalação de polo carboquímico, consequência de iniciativa
de mineração de carvão a céu aberto, de magnitude sem precedentes no
país, cujo licenciamento requer autorização para instalação a 20 km do
centro da capital do estado. Em virtude do déficit de democracia e das
dificuldades de obtenção de respostas aos questionamentos das populações
tradicionais impactadas, de ambientalistas e das entidades organizadas em
comitê para resistir à colusão formada entre órgãos estaduais e o empreen-
dimento, analisaremos por fim (iv) a ação civil pública que suspendeu o li-
cenciamento ambiental por ausência de escuta à comunidade indígena que
inevitavelmente seria atingida se implementada a mina. Atentar aos usos
estratégicos da proteção socioambiental é ferramenta analítica relevante,
sobretudo quando a lógica normativa contribui para dissimular, na medida
em que requalifica como inovação coerentes com suposta sustentabilidade,

1 UFRGS - juliane.bento@ufrgs.br
2 UNISINOS - aloisioruscheinsky@gmail.com

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práticas econômicas e políticas que permanecem comprometidas com a


reprodução de desigualdades.
Palavras-chave: mobilização do direito; mineração; extrativismo; judicia-
lização; licenciamento ambiental.

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GT22 - Otras temporalidades


- Emergencias, Rupturas y
Continuidades en América Latina

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A crise do lulismo e a oportunidade política


para a ascensão da nova direita no Brasil
José Carlos Martines Belieiro Jr.1
Eser Azael Moreira Lopes2

O trabalho procura realizar uma análise no surgimento da cha-


mada “nova direita” no Brasil na última década (2010-2020), utilizan-
do-se, para isso, da teoria da ação coletiva. Utilizando-se do paradigma
norte-americano da ação coletiva, principalmente na vertente da Teoria
do Processo Político, através dos autores Charles Tilly e Sidney Tarrow.
O primeiro destaca, em sentido histórico, fatores externos à própria ação
e ao movimento social. Em sua teoria o que passa a ser fundamental são
as condições histórico-estruturais do conflito entre movimentos sociais e
Estado. Em Tarrow ganha importantes avanços, principalmente com seus
conceitos de ciclo de confrontos, repertórios e oportunidades políticas. Se-
gundo o autor “pessoas se engajam em confrontos políticos quando mu-
dam os padrões de oportunidades e restrições políticas” (TARROW, 2009,
p. 39). No caso brasileiro, não se pode desvincular o surgimento da direita
contemporânea dos protestos que ocorreram no país a partir de junho de
2013. E não se pode dissociar estes dois fenômenos dos governos petistas
de 2003 à 2016. Os diferentes ciclos de protestos que se iniciam em 2013
(ALONSO, 2019) devem ser analisados dentro de um modelo de fazer
política, o lulismo. Que é questionado por ambos os lados do espectro
ideológico, em virtude de suas características – um reformismo fraco as-
sentado em um pacto conservador que não altera as desiguais estruturas
sociais do Brasil (SINGER, 2012). A hipótese é que esta “nova” direita que
surge nestes ciclos de protestos, unificadas pelo discurso do antipetismo
(MESSEMBERG, 2019), encontra uma oportunidade nas estruturas po-
líticas em virtude da crise do lulismo como modelo político de conciliação
de interesses (na elite política e na sociedade civil) que, em sua essência,
são heterogêneos. A partir daí passa a disputar abertamente as ruas e as
esferas de tomada de poder, impulsionadas pelo discurso do antipetismo
(que por vezes aparece como antissistema). Salienta-se que este processo
político ainda está em curso, portanto esta “janela de oportunidades polí-

1 Doutor, UFSM - jcmbjunior@yahoo.com.br


2 Mestre, UFSM - eser-lopes@hotmail.com

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ticas” ainda se encontra aberta e em disputa, mas compreender sua origem


é fundamental para a história política recente do país.
Palavras-chaves: ruptura; lulismo; nova direita;

REFERÊNCIAS:

ALONSO, Â. A gênese de 2013: a formação do campo patriota. Journal


of Democracy em Português, v. 8, n. 1, maio 2019.
MESSENBERG, D. A cosmovisão da “nova” direita brasileira. In: MA-
CHADO, Rosana Pinheiro; FREIXO, Adriano de (org.). Brasil
em transe: bolsonarismo, nova direita e desdemocratização. Rio
de Janeiro: Oficina Raquel, 2019. p. 25-49.
SINGER, A. Os sentidos do lulismo: reforma gradual e pacto conserva-
dor. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

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Civilização e progresso no oeste paulista


- Companhias de colonização, estrada de
ferro e o genocídio dos Índios Kaingang
Rubens Arantes Corrêa

A comunicação tem por objetivo realizar breve panorama histó-


rico sobre o processo de ocupação e colonização da região Oeste de São
Paulo por companhias de exploração de terras e madeiras combinado ao
avanço da frente agrícola cafeeira e pela expansão da rede ferroviária em
direção ao chamado “sertão do Bauru” e seu impacto causado aos habi-
tantes originários da região, dentre os quais os Kaingang que ocupavam
porções territoriais localizadas entre os rios Tietê e seus afluentes, Paraná
e Paranapanema, avançando as fronteiras em direção ao Mato Grosso e ao
Paraná. Pretendemos, com esse trabalho, retomar uma discussão sobre o
apagamento da memória indígena promovida pela elite política e intelec-
tual de São Paulo reduzindo as comunidades originárias a pequenos terri-
tórios. O estado mais rico da federação não valoriza sua herança originária
preferindo, intencionalmente, dar peso à sua herança europeia.

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La crisis como fenómeno temporal en


la práctica y la construcción política
de los contextos: el caso de Yachay la
Ciudad del Conocimiento de Ecuador
José David Gómez-Urrego

En marzo de 2017 faltaba una semana para las elecciones presi-


denciales de Ecuador, y el país debía decidir si mantener el proyecto so-
ciopolítico encabezado por Rafael Correa, quien en ese momento tenía
un gobierno de 10 años, u optar por un cambio político abrupto hacia la
derecha. En esta presentación, describo cómo el clima electoral influyó y
fue influenciado por la dinámica de Yachay, la ciudad del conocimiento,
el proyecto de infraestructura más grande y controversial en la historia del
país. Más tarde, el foco del análisis se centra en las prácticas de contex-
tualización utilizadas por Lenin Moreno y sus aliados para romper con el
gobierno anterior y declarar una crisis nacional mientras movilizaban cam-
bios orientados a la austeridad en todo el sector público. En este escenario,
Yachay se retrató tanto como un símbolo de los “fracasos pretenciosos” del
gobierno de Correa, y por lo tanto, como una justificación para la narrativa
de la crisis, y también como un sitio para que las reformas de austeridad
sean aplicadas y ampliamente publicitadas. La presentación analiza críti-
camente tanto la idea de los contextos como una realidad neutral externa,
como el contexto de crisis en particular. Basándose en la evidencia obser-
vada en Yachay y entrevistas con otros funcionarios públicos de otras áreas
del estado durante 18 meses, la presentación utiliza el concepto de contex-
tualización como una forma de capturar la configuración de los contextos
y su relación con las expectativas. La presentación proporciona evidencia
de cómo ha funcionado esto en el gobierno de Ecuador y cómo Yachay
influyó y fue influenciado por el contexto de crisis. Los análisis de los con-
textos, las temporalidades y la crisis ofrecen una lectura de Yachay y de las
políticas sociotécnicas dentro de Latinoamérica y más allá.

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La sombra perpetua de la hacienda:


la acción política campesina en Los
Andes centrales del Ecuador
Esteban López Andrade

Al considerar a la hacienda como un entramado de poder local y


como un campo para la reproducción de las dinámicas de poder, surge la
interrogante si ¿históricamente los terratenientes de Chimborazo gozaron
de un poderío absoluto frente a las comunidades campesinas indígenas?
En tal sentido, propongo una discusión sobre el proceso de crisis y desplo-
me del régimen terrateniente, un desmoronamiento que a mí parecer fue
azuzado por la agencia y acción política de las comunidades campesinas
indígenas, todo esto entendido como la confluencia de relaciones sociales
no solo coercitivas y que no siempre se repelían. Es así que el objetivo ge-
neral es analizar las vicisitudes que sortearon los terratenientes tomando en
cuenta al campesinado indígena como sujeto dotado de discurso y práctica
política que interpelaba a una lógica estratificada históricamente confor-
mada. A manera de objetivos específicos me interesa 1) estudiar la repre-
sentación del terrateniente como símbolo de autoridad absoluta que nace
en las entrañas de la estructura de la hacienda, 2) caracterizar a las hacien-
das Columbe Grande y Llinllín para distinguir las contingencias sociales y
políticas que la asediaban en sus diferentes estadios históricos, y, 3) diluci-
dar la capacidad de agencia subalterna en relación a mi campo de análisis,
dado que el transcurso histórico de las acciones indígenas pudieron tomar
diferentes direcciones, es decir, repasar las múltiples formas de resistencia
o apoyo frente al terrateniente dependiendo de los contextos y de los inte-
reses particulares que estaban en juego. Dados estos puntos referenciales,
la hipótesis a resolver es que en la parroquia rural de Columbe la lógica del
sentido común emanado del sistema de hacienda, estaba atravesada por
relaciones sociales en las que no existió una mera imposición por parte de
los hacendados. Que tanto los campesinos indígenas, como terratenientes,
Iglesia, y la tenencia política, imbricaban una tupida red de intereses que
no eran yuxtapuestos, pues el factor tierra era el denominador común. Yo
discuto que los propietarios de las haciendas se vieron trastocados por las
acciones políticas indígenas que venían desde las primeras décadas del siglo
pasado. El campesinado indígena se movió en medio de un entorno parti-

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cular con fragmentaciones sociales y a pesar de la intermediación política


de los blanco-mestizos, los indígenas como sujeto histórico antepusieron
sus intereses comunales.

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Temporalidades y arquitectura Neo-Andina


Marco Paladines1

Propongo entender estos edificios como los resultados parciales,


nunca completamente terminados, de caminos con diversos y localizados
haceres en varios momentos (concepción, construcción, habitación). A lo
largo de estos caminos la cultura se construye a sí misma hacia adelante,
hacia futuros posibles, por medio de la transducción y la perduración (IN-
GOLD, 2013, p. 102). La transducción es el acoplamiento de los movi-
mientos corporales y los flujos materiales, en correspondencia unos con
otros, que transforma y genera formas. La perduración es la “continuación”
de esos movimientos y materiales a lo largo del tiempo, con el tiempo con-
cebido como duración: “[...] el tiempo como duración: no una sucesión de
instantes sino la prolongación del pasado en lo actual. ‘La duración’, escri-
bió Bergson, ‘es el progreso continuo del pasado que roe el futuro y que se
hincha a medida que avanza’” (INGOLD, 2015, p. 126). Hasta aquí, estos
edificios no son “manifestaciones” o “representaciones” espaciales de una
“matriz cultural” dada de antemano. Más bien, de forma no representativa,
son el hacer mismo de esa cultura en sitios particulares. No “represen-
tan” una cultura, sino que la constituyen, de forma siempre contingente
(immer anders möglich). Además de los pasajes rituales que marcan las
sucesiones en el tiempo (ch’alla de inicio, ofrendas de inauguración, entre
otros), los edificios nunca son proyectos totalmente terminados o “formas
siempre emergentes” (INGOLD, 2013, p. 102). Los movimientos y flujos
que dan forma a los edificios son irreductiblemente presentes, es decir, se
sitúan en unos aquí y ahora concretos. Su temporalidad se encarna en su
materialidad espacializada (no están “contenidos” en un espacio vacío y
homogéneo). Su espacialidad se despliega con el tiempo. Por tanto, los
propios edificios son “pliegues” espacio-temporales. En el plano espacial,
el “aquí” de estos flujos proviene de, y está potencialmente dirigido hacia,
“otro lugar”. Es decir, se observa una “presencia de otras partes en el Aquí y
viceversa” (Mbembe). El “aquí” media entre lo local y lo global. En el pla-
no temporal, el “ahora” incluye tiempos no presentes (diferentes pasados
y futuros) como potencialidades, por ejemplo, a través de la memoria, la
imaginación o la anticipación. El “ahora” media entre ellos, reordenando
las relaciones temporales y desestabilizando potencialmente pasados y fu-

1 PhD (c) - Lüneburg - Alemania

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turos. En consecuencia, una separación estricta entre pasado y futuro es


menos interesante que las formas presentes, semiótico-materiales, en que
las prácticas arquitectónicas limitan/permiten ciertos pasados y ciertos fu-
turos. De este modo, es posible entender los edificios más como un pliegue
del espacio-tiempo o un agente generador de la espacio-temporalidad que
como un elemento independiente de, y contenido en, un espacio-tiempo
dado de antemano.

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Tempos de utopia
Manuela Salau Brasil1

Em tempos sombrios, pessimismo e otimismo  disputam espaço,


ceticismo e niilismo confrontam a esperança, utopias e distopias surgem
em cena. Desafiar um presente ruim sem sucumbir à desesperança não
é tarefa banal, ao mesmo tempo em que  a disposição para crer em um
bom futuro não fica imune a críticas e desconfianças. Numa espécie de
congelamento de seu sentido original, datado da obra inaugural em 1516,
o conceito de utopia parece refém de uma interpretação que justifica sua
identificação com o que é irreal, fantasioso, impossível. Em direção oposta,
aludimos às utopias como possibilidade, na trilha do pensamento de Ernst
Bloch. Há vários exemplos de ambas as formas de utopia, o que nos enco-
raja a afirmar que sempre é tempo de utopia, mesmo em conjunturas como
a atual. A produção dessas utopias é fruto de seu tempo, e problematizar 
a seguinte questão é nosso objetivo: quais as condições de possibilidade
de imaginar e realizar utopias sociais transformadoras? Justificamos nossa 
aposta nas utopias concretas, pois estas são capazes de imbricar o “não” e o
“sim”, ou seja, a denúncia e recusa da crítica ao que está posto lado a lado
com a imaginação e ação daquilo que pode vir. Não se trata de determinar
ou garantir um futuro, mas de afiar o olhar para reparar no que já está
presente, mesmo que de forma incipiente, incompleta ou embrionária.
Reconhecer a potência no que já existe e no “ainda-não” da possibilidade
de um futuro em aberto, é disso que se trata. Propor tal exercício requer
uma trama entre passado, presente e futuro, naquilo que existiu e no  que
ficou como resto, pois é nas brechas do tempo que a utopia resiste e insiste.
Identificar as brechas destes tempos sombrios e o que se produz ou pode
produzir a partir delas é nosso desafio, lembrando que sempre é tempo de
utopia, mas também que ela tem seu tempo.
Palavras-chave: utopia; utopia concreta; transformação; tempo.

1 Universidade Estadual de Ponta Grossa, - manu_lela2@hotmail.com,

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GT23 - Riscos e desastres ambientais:


desafios para o ativismo em redes
de Educação Ambiental

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A “Mobilização para Ação” de Ativistas


de Redes de Educação Ambiental: a
Rede Internacional de Pesquisa em
Resiliência Climática – RIPERC e
a Rede ARAUCÁRIAS – Educação
Ambiental a partir dos Campos de
Cima da Serra e Hortênsias/RS
Harrysson Luiz da Silva1
Irene Carniato2
Rosmarie Reinehr3
Marc François Richter4

Este resumo tem como objetivos estabelecer a necessidade de que


se iniciem pesquisas relativas, a estruturação da matriz de identidade gru-
pal, das redes de pesquisa RIPERC e ARAUCÁRIAS, com vistas a mobi-
lização para ação, dos seus respectivos membros para criação de vínculos
mais efetivos para realização de atividades de ensino, pesquisa e extensão.
No contexto da teoria socionômica, a teoria da matriz de identidade com-
posta por 10 (dez) etapas é que fundamentará a referida pesquisa, para ele-

1 Professor e Coordenador do Mestrado Profissional em Desastres Naturais da UFSC


e Coordenador Regional da Rede Internacional de Pesquisa em Resiliência Climática
(RIPERC), Membro de Rede Sul Brasileira de Educação Ambiental (REASUL) e da
Rede Araucárias - harrysson.luiz@ufsc.br
2 Professora do Curso de Mestrado e Doutorado da UNIOESTE/Paraná, Coordenadora
Geral da Rede Internacional de Pesquisa em Resiliência Climática (RIPERC), Membro
de Rede Sul Brasileira de Educação Ambiental (REASUL). - irenecarniatto@gmail.com
3 Professora da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e do Programa
de Pós- Graduação em Ambiente e Sustentabilidade (PPGAS) da UERGS, Coorde-
nadora da Rede Araucárias- EA a partir dos campos de Cima da Serra e Hortênsias.
Membro Regional da Rede Internacional de Pesquisa em Resiliência Climática (RI-
PERC), Membro de Rede Sul Brasileira de Educação Ambiental (REASUL) - rosma-
rie-reinehr@uergs.edu.br
4 Professor da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e do Programa
de Pós-Graduação em Ambiente e Sustentabilidade (PPGAS) da UERGS. Membro da
Rede Araucárias - marc-richter@uergs.edu.br

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var os membros das respectivas redes, do estágio 1 (caótico indiferenciado)


para o estágio 10 (dez) (encontro) através da metodologia do sociodrama
grupal. Ao final pretende-se que todos os possíveis problemas de falta de
reconhecimento grupal, sejam eliminados, e se constitua um vínculo mais
efetivo entre os membros internos de cada rede, e das duas redes entre si,
para a realização das atividades planejadas no campo da gestão das emoções
e consequentemente de projetos coletivos exequíveis e com controle de
resultados na área de educação ambiental.
Palavras-chave: Redes de Pesquisa; Mobilização para Ação; Educação Am-
biental; Sociodrama.

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Cenários de transição energética


e cultura da energia: uma reflexão
exploratória desde o Brasil
Sofia Isabel Vizcarra Castillo1
Andres Armando Mendiburu Zevallos2

Em um contexto de crise do antropoceno, a transição energética é


um imperativo. O Objetivo de Desenvolvimento 7 (ODS) “Energia Aces-
sível e Limpa” delineia alvos gerais com os quais os governos ao redor do
mundo têm se comprometido: massificar o acesso à energia limpa, mudar
para uma matriz energética renovável e melhorar a eficiência energética.
Estas três metas refletem a dimensão do desafio da transição energética, se
trata de mudanças referentes tanto a oferta de energia, principalmente na
sua produção a partir de fontes limpas, mas também de mudanças com re-
lação à demanda de energia, que implica a mudança de práticas no consu-
mo de energia dos usuários, sejam eles indivíduos ou organizações. O que
precisa, portanto, uma modificação dos comportamentos humanos com
relação à energia, que parte da compreensão da energia como um objeto
tecnosocial. Particularmente a transição energética é estruturada dentro
de um sistema complexo, caracterizado por um crescente número atores
e tecnologias interagindo, conectados em rede de maneiras cada vez mais
dinâmicas e resultando no surgimento de resultados imprevisíveis (SOU-
TAR, 2021, p. 1), que muitas vezes podem ferir princípios de justiça e
equidade. Neste contexto, surge o conceito de democracia energética para
guiar a ação deste sistema. A democracia energética envolve a participação
dos cidadãos nas discussões sobre quem e como se controla a produção e
consumo de energia (JENKIS, 2019). Porém devido ao caráter sociotéc-
nico da energia, muitas vezes os cidadãos não se sentem suficientemente
preparados para adotar decisões energéticas em um sistema complexo. Pelo
contrário, estes cidadãos parecem ter pouca consciência da importância da
energia na sua vida cotidiana, e de já ter desenvolvido uma serie de crenças,
atitudes e valores vinculados a este objeto e suas práticas materiais, o qual

1 Doutora, Professora da graduação de Relações Internacionais da UNISINOS - svizcar


racas@unisinos.br
2 Doutor, Professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UFRGS - andres-
mendiburu@ufrgs.br

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denominamos “cultura da energia” (STEPHENSON et al., 2015). Nesse


sentido, o presente trabalho discute de forma exploratória, os resultados
da aplicação de uma ferramenta de decisão sobre cenários de transição
energética, a Calculadora “2050”, em dois grupos de estudantes de ensino
superior no Brasil. Nosso objetivo é discutir desde uma perspectiva inter-
disciplinar o uso de cenários de transição energética para a transformação
da cultura da energia no Brasil. Especificamente discutimos a adaptação
do conceito de cultura de energia ao caso brasileiro, os desafios interdis-
ciplinares para a criação de ferramentas de educação energética e sua in-
serção dentro da construção de um projeto de democracia energética, e
finalmente refletimos sobre o papel da universidade com relação a este
tema. Resultados preliminares apontam a necessidade de integração de co-
nhecimentos de diversas áreas na construção de cenários, a necessidade de
reforçar a lógica do pensamento complexo e a educação multidisciplinar e
a incorporação da universidade como ator da democracia energética, tanto
através de ações de pesquisa, ensino e extensão.
Palavras-chave: Cenários de transição energética; culturas da energia, cal-
culadora 2050; extensão

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Educação Ambiental e Direitos


Humanos: uma ferramenta de
prevenção e consciência climática?
Bianca Larissa Soares de Jesus Roso1
Délton Winter de Carvalho2
Elisa Maffassiolli Hartwig3

O objetivo do presente estudo consiste em determinar se as polí-


ticas de educação ambiental e climática, enquanto uma esfera dos direitos
humanos, podem servir como um dos pilares de prevenção de riscos de
desastres e consciência climática. A atual crise ambiental e climática pode
ser entendida como planetária, isso porque a mudança climática e os desas-
tres correlatos são as questões mais urgentes enfrentadas pela humanidade
na sociedade de risco, oriunda da pós-modernidade, e emergem quantita-
tivamente a morte de milhares de pessoas em todo o mundo, bem como
colocam em risco a própria sobrevivência da espécie humana. Sendo assim,
tem-se o advento do Direito dos Desastres, que busca oferecer respostas
jurídicas para além das tradicionais, como a reparação e a responsabilização
pelos danos sofridos em decorrência desses eventos. Assim, o “Ciclo do
Direito dos Desastres”, formulado por Daniel Farber, apresenta estratégias
desde a mitigação, composta de medidas que tentam diminuir o potencial
impacto de desastres antes do fato, até as respostas de emergência, as for-
mas de compensação de danos às vítimas, a assistência governamental e a
reconstrução das áreas atingidas. Desse modo, entende-se que a educação
ambiental deve consistir em um dos pilares das estratégias interconectadas
de prevenção aos desastres ambientais, previstas no gerenciamento de risco

1 Doutoranda em Direito Público pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade


do Vale do Rio dos Sinos/UNISINOS, bolsista CAPES/Programa de Excelência Aca-
dêmica. Pesquisadora do grupo de pesquisa: Direito, Risco e Ecocomplexidade, sob
coordenação do Prof. Dr. Délton Winter de Carvalho. - biancasoaresroso@gmail.com
2 Pós-Doutor em Direito Ambiental e Direito dos Desastres pela University of Califor-
nia, Berkeley, CA, USA (2013). Professor no Programa de Pós-Graduação em Direito -
PPGD da Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Coordenador do Grupo de Pesquisa
“Direito, Risco e Ecocomplexidade” (CNPq) - deltonw@unisinos.br
3 Mestranda em Direito Público na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, com bolsa CA-
PES/PROEX. Pesquisadora do grupo de pesquisa: Direito, Risco e Ecocomplexidade,
sob coordenação do Prof. Dr. Délton Winter de Carvalho - elisa.mhartwig@gmail.com

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de desastres. Isso porque, a educação ambiental pode contribuir para a


formação de uma conscientização com relação à necessidade de proteger
e preservar o meio ambiente. A educação ambiental e climática permi-
te a formação de uma sociedade consciente e participativa, auxiliando os
indivíduos a conquistar habilidades para identificar e resolver problemas
ambientais. Igualmente, uma sociedade mais participativa e ativamente
envolvida nas questões ambientais passa a exigir da Administração Pública
a adoção de políticas públicas e ações socioambientais mais contundentes
e efetivas para combater a crise climática. Além disso, as estratégias, ações
e oficinas de educação ambiental e climática, combinadas com os mapas
de risco de comunidades, podem capacitar e treinar comunidades para o
enfrentamento de situações de extrema insuficiência ambiental, como é o
caso dos desastres e, sendo assim, preveni-los. Cabe destacar que, no Brasil,
a educação ambiental é direito social fundamental, previsto no inciso VI, §
1º, do artigo 225 da Constituição Federal de 1988, posteriormente regu-
lamentado pela Política Nacional de Educação Ambiental – Lei 9.795/99.
Como resultados parciais da presente pesquisa, verificou-se que as práticas
de educação ambiental e climática, quando bem empregadas, podem fazer
com que as pessoas tomem conhecimento e adotem ações em defesa do
meio ambiente, bem como empoderamento diante de situações catastrófi-
cas, o que contribui para a mitigação do risco de desastres e para o fomento
de uma justiça climática. O método utilizado foi o hipotético-dedutivo,
com abordagem qualitativa, por meio de revisão bibliográfica.
Palavras-chave: crise climática; Direito dos Desastres; educação ambien-
tal; educação climática; prevenção de desastres.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, Délton Winter. Desastres ambientais e sua regulação ju-


rídica: deveres de prevenção, resposta e compensação ambiental.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.
COSTA, José Kalil de Oliveira e. Educação Ambiental, um direito social
fundamental. In: BENJAMIN, Antonio Herman (org.). 10 anos
da ECO-92: o direito e o desenvolvimento sustentável. São Paulo:
IMESP, 2022.
FARBER, Daniel. Navigating the Intersection of Environmental Law and
Disaster Law. Brigham Young University Law Review, p. 1788-
1791, 2011.

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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O perigo da segurança ambiental vista


somente do enfoque econômico
Katiuscia Marcon Romão Torezan1
Tatiane Atanásio dos Santos Bernardy2

Este resumo é resultado de algumas constatações já verificadas na


literatura acerca da necessidade de uma compreensão integrada do meio
ambiente, que ao longo dos anos acabou em função das especializações
perdendo a sua unidade, teórica, metodológica, bem como, no âmbito
das políticas públicas, a necessária gestão integrada dos recursos naturais.
As revisões sistemáticas apontam diversos problemas, desde uso de con-
ceitos equivocados até ações sem controle de resultados, colocando em
risco inclusive a exequibilidade da educação ambiental como componen-
te curricular, no âmbito da Base Nacional Comum Curricular – BNCC.
Dessa forma é necessário que se comecem a discutir a adoção de outras
fundamentações que tornem possíveis uma fundamentação, metodologia e
controle de resultados de todos os processos operacionais. A mudança a ser
operada deverá acontecer através da educação ambiental, numa perspectiva
que aponte a compreensão dos processos percebidos” e não da percepção
da realidade objetiva, só assim ter-se-á condições de avançar numa pers-
pectiva emancipadora e curativa para toda a humanidade e dos diferentes
ecossistemas do qual somos parte.
Palavras-chave: Segurança Ambiental; Políticas Públicas; Recursos Naturais.

1 Bacharel em Direito e Pós-graduanda em Educação Ambiental com ênfase em Meio


Ambiente, Saúde e Sustentabilidade pela Universidade Alto Vale do Rio do Peixe –
UNIARP - katiuscia@uniarp.edu.br
2 Mestre em Desenvolvimento e Sociedade e professora do curso de Administração da
Universidade Alto Vale do Rio do Peixe – UNIARP - tatiane@uniarp.edu.br

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Utopia crítica como ferramenta


emancipatória
Frederico Salmi1

Diante dos desastres anunciados, das crescentes narrativas nega-


cionistas e soluções salvacionistas de teor tecnológico-economicista do ca-
pitalismo tardio – neoliberalismo e/ou neoextrativismo entre outras deno-
minações – observados na arena climática em todas as suas escalas (do local
ao global), a necessidade de teorias que – não só busquem descrever ou
interpretar as relações sociais e ecológicas – sejam elas próprias ferramentas
de análise crítica de potencial educacional e emancipatório (caras à teoria
da libertação, aos estudos decoloniais e à teoria crítica) se faz urgente. A
necessidade de enquadrar conceitos teóricos dentro de quadros metodo-
lógicos de potencial normativo para a redução efetiva das iniquidades so-
ciais, ecológicas e atualmente climáticas não só é uma urgência científica
como uma necessidade social crucial para a sobrevivência de humanos e
não humanos de modo digno em estruturas mais justas. A teoria crítica e
suas vertentes atendem, em parte, a essa demanda, todavia alguns subcam-
pos emergentes podem ser reunidos para a proposição de novos quadros
teórico-metodológicos aplicáveis efetivamente ao mundo empírico para a
efetiva utilização pelos agentes de uma educação climática transformado-
ra e emancipatória das atuais estruturas hegemônicas de relações sociais
e ecológicas extremamente desiguais e por vezes violentas. Este trabalho
busca realizar um diálogo crítico entre os conceitos da emergente utopia
crítica, abordada aqui como método sociopolítico e ferramenta de aná-
lise crítica (EL-OJEILI, 2020; LEVITAS, 2017; URRY, 2016) – a utopia
contemporânea como subcampo da teoria crítica. O resultado desse diálo-
go – por meio da análise de conteúdo na perspectiva crítica das categorias
selecionadas – é a proposição de um arcabouço conceitual metodológi-
co de característica inclusiva por meio de uma integração de categorias
analíticas de caráter transformativa emancipatória (e.g. narrativa utópica/
distópica, horizonte e orientação ideológica/utópica, futuridade no pre-
sente, figuras e constelações sociopolíticas). O quadro referencial concei-
tual metodológico unificado resultante é fruto do diálogo crítico entre as
abordagens dos teóricos da utopia crítica e do resultado da aplicação em

1 UFRGS, salmi.frederico@gmail.com

692
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um estudo de caso empírico no Brasil (o Ato pela Terra). Esse trabalho está
estruturado em quatro partes: a primeira apresenta um breve panorama
da teoria crítica contemporânea à luz de suas lacunas (com o confronto
com as teorias pós-coloniais e potencialidades na dimensão da emancipa-
ção humana; a segunda as interfaces entre os conceitos da utopia como
método sociopolítico; e a terceira a proposição de um quadro referencial
conceitual metodológico; e a quarta as limitações e as potencialidades de
uma ferramenta crítica de teor educacional pertinente ao enfrentamento
do Leviatã Climático.
Palavras-chave: utopia crítica; teoria crítica; educação ambiental; mudan-
ças climáticas.

693
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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GT 24 -Trabalho e Proteção Social


nas Periferias Capitalistas: ponto
de situação e desafios futuros

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A relação entre morar e trabalhar percebida


por moradores de uma área urbana de
baixa renda do Nordeste brasileiro
Ulisses Pereira Ribeiro1
Laumar Neves de Souza2
Ana Licks Souza de Almeida3

Este artigo discute a relação entre morar e trabalhar experienciada


por trabalhadores que moram em uma área urbana de baixa renda, onde se
constata a face precária da urbanização desigual e sua forma de distribuir
espacial e socialmente a vida urbana e o gozo de direitos. Realidade essa
que materializa do processo de segregação socioespacial inerente ao capi-
talismo contemporâneo. A literatura retrata situações com esta e informa
que moradores de áreas de baixa renda têm dificuldade de acessar direitos
essenciais ao exercício da sua cidadania, indicando grave injustiça social
(MARICATO, 2015; CARLOS; ALVES; PADUA, 2017). Tais áreas são
mal servidas dos serviços públicos e privados e as oportunidades de traba-
lho são mais escassas e precárias, contexto bem diferente de áreas urbanas
centrais. Esclarece-se, neste ponto, que se reconhecem as áreas urbanas de
baixa renda nordestinas como palco privilegiado para estudos sobre esta
temática, diante da concentração regional da população mais pobre do
país. Dito isto, impõe-se mencionar que para atingir o objetivo do estudo,
buscou-se evidências na análise dos discursos de 18 trabalhadores que são
moradores antigos do bairro 17 de Março, Aracaju-SE, e em publicações
bibliográficas especializadas, o que lhe confere a feição de investigação de
natureza qualitativa. As especificidades sócio-históricas deste bairro justi-
ficam esta escolha como campo de estudo. Saliente-se que os achados da
pesquisa confirmaram o que é apontado pela literatura, posto que foram
identificadas relações entre o local de moradia e a dificuldade de acesso a
direitos básicos, como trabalho, transporte, educação, segurança, saúde e
alimentação dignos. Observou-se, por exemplo, que o endereço eleva a
dificuldade de acesso a emprego formal. Entrevistados relataram que não é
raro pessoas do bairro só conseguirem ser contratadas quando utilizam en-
1 PPDRU/UNIFACS - ulissesribeiro.professor@gmail.com
2 PPDRU/UNIFACS - laumar.souza@unifacs.br
3 PPDRU/UNIFACS - aalmeida.ssa@gmail.com

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dereços de parentes em seus currículos. Endereços de áreas de Aracaju que


não carregam estigmas geralmente imputados às de baixa renda, ligados à
violência e desconfiança em relação ao caráter de seus moradores. Visão
preconceituosa, provocadora de indignação aos entrevistados. Não obstan-
te o enfrentamento dessa realidade perversa, os entrevistados revelaram ca-
pacidade de resiliência e surpreendente otimismo com o futuro, esboçando
esperança numa vida com menos agruras. No entanto, ponderam que mu-
danças substantivas de suas condições de vida e de trabalho dependem da
mudança de concepção dos empregadores sobre os trabalhadores do bair-
ro, e da ajuda do Estado, ou de organizações privadas, parentes ou amigos
com melhores condições de vida. Tais descobertas se afinam com aquelas
presentes nos estudos de Marson (2018) e OCDE (2018), por exemplo,
que revelaram que sair da condição de pobreza e obter uma efetiva ascen-
são social é algo muito difícil para os mais pobres no Brasil.
Palavras-chave: Áreas urbanas de baixa renda; Segregação socioespacial;
Injustiça socioespacial; Direito à cidade; Aracaju-SE.

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As mães abandonadas e o acolhimento


institucional de crianças e adolescentes
Oswaldo Alcanfor Ramos1
Adriano Francisco de Oliveira2

O presente estudo objetivou demonstrar quem solicitou acolhimen-


to institucional de crianças e adolescentes em uma Casa de Acolhimento
Institucional na cidade de São Paulo. Trata-se de uma pesquisa descritiva
documental, de natureza quantitativa, realizada a partir de registros feitos
por técnicos da Casa de Acolhimento sobre o histórico das famílias que tive-
ram membros acolhidos. Em 47 % das vezes e forma predominante a mãe
foi quem mais fez essa solicitação, em segundo lugar foi Conselho Tutelar,
seguido pela avó, vara da infância e pelos vizinhos. Os dados aqui apre-
sentados mostram as consequências da desigualdade, pois falta de recursos,
falta de acesso a Políticas Sociais e necessidades básicas negligenciadas, terão
como consequências para as crianças/adolescentes, a perda da convivência
familiar, e para as mães a perda do direito de exercer a maternidade. Alguns
estudos demonstram que as mães que entregaram seus filhos para adoção
experimentaram extrema falta de afeto e rejeição parental além de serem
submetidas à negligência em suas vidas pregressas sendo elas abandonadas
pela sociedade e pelo falho sistema de proteção social no Brasil. Apesar das
representações sociais que envolvem essas mães vale salientar que vínculos
fragilizados e decisão de entregar o filho para adoção não caracterizam a
inexistência de vínculo afetivo ou aversão ao filho, esse é um processo quase
sempre difícil de ser compreendido, pois para muitas pessoas não é possí-
vel entregar um filho para ser adotado havendo afeto o estudo demonstra a
necessidade de sobrevivência, pois as mães aqui investigadas possuem baixa
escolarização, a maioria possui apenas o ensino fundamental incompleto e
trabalham em subempregos com escassez de recursos financeiros, sendo este
também o maior motivo de solicitação para o Acolhimento Institucional.
Torna-se necessário dar visibilidades às vulnerabilidades e negligências que
sofrem essas mães e promover políticas públicas específicas além de acesso as
políticas já existentes.
Palavras-chave: Proteção social; Acolhimento Institucional; Mães
abandonadas.
1 Universidade de Mogi das Cruzes – oalcanfor@yahoo.com.br
2 Universidade de São Paulo – adrianodefo@yahoo.com.br

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“Economia moral”: uma perspectiva


analítica para compreender o ativismo
sindical bancário no contexto da pandemia
Carilo Marzari Machado1
Virginia Vecchioli2

A pandemia impôs um ingrediente mortífero a mais para a classe


trabalhadora já fragilizada por questões políticas e econômicas da última
década. Este resumo busca evidenciar a relevância da categoria “econo-
mia moral” e da perspectiva analítica da antropologia da moral para com-
preender o ativismo relacionado ao mundo do trabalho no contexto da
pandemia da Covid-19. Parte-se das contribuições dadas pelo antropólogo
francês Didier Fassin, que compreende a moral enquanto princípio da po-
lítica que justifica, julga, classifica, separa, hierarquiza e produz vidas (e
mortes). Define esta como a capacidade de compreender a forma em que
se organizam a “reprodução, circulação e apropriação de normas e obri-
gações, valores e afetos relativos a um problema específico em um tempo
e espaço específico” (FASSIN, 2015). Para o autor, ao longo das últimas
décadas o direito à vida tem ocupado um lugar central na economia geral,
tornando-se “o valor mais legítimo em que o mundo contemporâneo sus-
tenta o pensamento” (2010, p.11), assim a política governa vidas, se ma-
nifesta em corpos e procede de escolhas morais. Diante disso, a atuação de
atores sociais – governos, instituições bancárias, e sindicatos – em relação
à pandemia do covid-19, transitam entre o “biopoder” que “é um poder
sobre a vida”, como pode ser observado, principalmente, na atuação dos
bancos, e por outro uma “biolegitimidade” entendida como “um poder da
vida”, destacado na atuação do movimento sindical em preservar a vida no
seu sentido biológico, predominantemente (FASSIN, 2003). A economia
política dos bancos durante a pandemia pode ser considerada como uma
extensão da “biopolítica” da exploração do capitalismo, e nesse sentido,
Fassin destaca a importância do estudo da “biopolítica” quando esta gover-
na as vidas dos que sofrem. Desta forma, uma vez que o ativismo sindical
bancário envolveu a defesa da vida no sentido estritamente biológico, onde
a ação sindical teve que compreender a proteção do próprio corpo dos
1 Universidade Federal de Santa Maria - carilomachado@yahoo.com.br
2 Universidade Federal de Santa Maria - vvecchioli@gmail.com

700
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bancários, a perspectiva apresentada pela antropologia da moral, sobre as


políticas da vida, “biopolítica”, “biolegitimidade” e “economia moral” são
fundamentais para o estudo do ativismo sindical em contexto tão singular
como a pandemia da Covid-19.
Palavras-chave: antropologia da moral; políticas da vida; biolegitimidade

REFERÊNCIAS

FASSIN, Didier. El irresistible ascenso del derecho a la vida. razón huma-


nitaria y justicia social. Revista de Antropologia Social, v. 19, n.
1, p. 191-204, 2010.
FASSIN, Didier. Gobernar por los cuerpos, políticas de reconocimiento
hacia los pobres y los inmigrantes en Francia. Cuadernos de an-
tropología social, v. 17, p. 49-78, 2003.
FASSIN, Didier. La economía moral del asilo. Reflexiones críticas sobre la
“crisis de los refugiados” de 2015 en Europa. Revista de Dialec-
tologia y Tradiciones Populares, v. 70, n. 2, p. 277-290, 2015.

701
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
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Estado neoliberal e políticas sociais:


aproximações com as tendências e desmontes
Sueiny Larissa de Sousa Neves1
Teresa Cristina Moura2

O sistema capitalista traz consigo diversas implicações que mol-


dam a forma de organização, produção e acumulação, assim como as
respostas do Estado às necessidades sociais, como as políticas sociais. No
contexto atual, assiste-se o avanço da ideologia neoliberal conjugada à
contrarreforma do Estado, que denota a configuração de inúmeras trans-
formações sociais, econômicas e políticas que geram impactos negativos
e provocam a fragilização e desmonte de direitos. Nessa perspectiva, o
artigo tem como objetivo analisar como o Estado neoliberal configura
sua ação, destacando os diversos formatos de organização assumidos ao
longo da história, bem como a sua contraditória relação com as polí-
ticas sociais. Assim, o presente estudo busca contribuir com algumas
reflexões sobre as categorias Estado de Bem-estar Social, Políticas So-
ciais e Estado Neoliberal. Para tanto, parte-se das questões norteadoras:
Quais as respostas do Estado às necessidades sociais a partir do ideário
neoliberal? E qual a trajetória das Políticas Sociais brasileiras entre o
processo de afirmação e desmonte dos direitos dentro da perspectiva
da lógica neoliberal? Para tanto, fora construído fundamentado na
perspectiva dialético-crítico a partir da compreensão da realidade em
seu constante movimento e transformações. Trata-se de um estudo de
natureza bibliográfica e utilizou-se como método o materialismo his-
tórico-dialético, uma vez que a análise se situou pelo posicionamento
crítico no levantamento das contradições do processo histórico de de-
senvolvimento do Estado. Evidencia-se como resultados do estudo, o
afastamento do Estado na efetivação das políticas sociais e a redução
de direitos, sob o argumento da crise fiscal, transformando as políticas
sociais em ações de cunho pontual e compensatório. Soma-se a essas
profundas transformações a presença de um Estado que se volta, estri-
1 Mestranda do Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas da Universidade Fe-
deral do Piauí - sueiny.neves@hotmail.com
2 Professora do Departamento de Serviço Social e do Programa de Pós-graduação em
Políticas Públicas da Universidade Federal do Piauí - tcmcosta@ufpi.edu.br

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tamente, às exigências do capital, mostrando-se um elemento político


capaz de viabilizar o processo de acumulação capitalista e retrair-se no
campo das políticas e garantias de direitos sociais. Assim, o cenário atual
configura-se em desmontes, adversidades e fragilização do conjunto de di-
reitos conquistados ao longo da história. Dessa forma, compreende-se que
a política econômica e a política social estão relacionadas intrinsecamente
com a evolução do capitalismo. Tais políticas vinculam-se à acumulação
capitalista e verifica-se, a partir daí, se respondem às necessidades sociais
ou não, ou se é mera ilusão
Palavras-chave: Estado de Bem Estar Social; Política Social; Estado
neoliberal

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Vínculo: premissa básica para


constituição da proteção social
Oswaldo Alcanfor Ramos1
Adriano Francisco de Oliveira2

Vínculo é seguramente uma palavra-chave para compreensão das


políticas públicas socioassistenciais brasileiras. Desde a constituição do Sis-
tema único de Assistência Social (SUAS), originado da Política Nacional
de assistência Social (PNAS), seja por meio da proteção social básica quan-
to a especial, o vínculo é o que se objetiva tanto quanto um aspecto pro-
tetivo da política quanto reparativo. No seu aspecto protetivo, ele inspira
e condiciona a existência de equipamentos e serviços como o centro para
criança e adolescência (NCFV-CCA), centro da juventude (NCFV-CJ),
núcleo de convivência de idosos (NCI) e centros intergeracionais (NCFV-
-CCINTER), serviço de atendimento social a família (NCFV- Sasf ) e, em
um contexto reparativo, serviços como instituição de longa permanência
para idosos (ILPI), serviço de acolhimento institucional para crianças e
adolescentes (SAICA) entre outros. Entretanto, partindo das contribuições
da psicologia social, este artigo tem por objetivo discutir o conceito de
vínculo e sua aplicabilidade dentro do sistema único de assistência social.
Para tal fim, foi desenvolvido um estudo exploratório, de natureza quali-
tativa, que objetivou realizar a análise do discurso subjacente ao conceito
de vínculo conforme descrito nas políticas de assistência social. Para tanto,
buscamos autores citados em portarias, decretos, documentos regulatórios
e legislações pertinentes ao tema e que fundamentam o conceito de vín-
culo na assistência. Concluiu-se que o conceito de vínculo apresentado na
política de assistência social advém, em grande parte, da psicologia. Con-
tudo, de áreas dentro da ciência psicológica que são entre si incongruentes.
Notou-se que, mesmo em conceitos tão dispares que são discutidos na
psicologia, são apresentados na política pública com teor de equivalência,
o que talvez justifique o desencontro vivenciado em sua execução prática.
Diante destes pressupostos concluímos que existe a necessidade de melhor
compreensão e aprofundamento da concepção de vínculo apresentada e
que caracteriza os serviços socioassistenciais. Desta forma, o vínculo é um

1 Universidade de Mogi das Cruzes – oalcanfor@yahoo.com.br


2 Universidade de São Paulo – adrianodefo@yahoo.com.br

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conceito extremamente complexo e sua aplicabilidade requer uma reflexão


aprimorada.
Palavras-chave: Psicologia social; Psicologia; Políticas Públicas; SUAS.

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Sumário
5 Promoção
5 Coordenação
5 Apoio
6 Comissão Organizadora
7 Apresentação
Adriane Vieira Ferrarini
Programação
GT 1 - A ação coletiva na década de 2010: Inovações locais e ressonância
planetária
GT 2 - Ações Afirmativas e Descolonização na Produção de
Conhecimento
GT 3 - Alternativas colaborativas ao trabalho de plataforma
GT 4 - Colonialismo e Sul Global: reflexões atuais
GT 5 - Crise da Democracia, Relações Federativas e Políticas Públicas
GT 6 - Da precariedade à emancipação: experiências de ação coletiva
para além, apesar e com o Estado
GT 7 - Desigualdade e solidariedade territorial no contexto de expansão
urbana e redução da ruralidade
GT 8 - Desenvolvimento territorial e agroecologia na perspectiva da
economia solidária
GT 9 - Direitos Humanos, Descolonialidade e Povos Indígenas
GT 10 - Economia Popular e Solidária, Educação Popular e Tecnologias
Sociais: saberes populares e conhecimentos técnicos-científicos
como ingredientes para as políticas pública
GT 11 - Elites, Desigualdades e Poder na América Latina
GT 12 - Ensino de Ciências Sociais na América Latina
GT 13 - Feminismos do Sul e cuidados comunitários: diálogos entre
universidades e movimentos sociais
GT 14 - Fronteiras étnicas, biodiversidade, conflitos e resistências na
Amazônia
GT 15 - História, Educação e Ambiente

706
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GT 16 - Inovação Social em Políticas Públicas para Redução de


Desigualdades
GT 17 - Interseccionalidades e Políticas Públicas
GT18 - Justiça e Política nas democracias contemporâneas
GT 20 - Metodologias integrativas em experiências públicas: práticas,
experimentações e inovações em processos participativos e de
ensino-aprendizagem
GT21 - Mobilização do Direito e Ativismo Judicial
GT 22 - Otras temporalidades: emergencias, rupturas, continuidades en
América Latina
GT 23 - Riscos e desastres ambientais: desafios para o ativismo em redes
de Educação Ambiental
GT24 - Trabalho e Proteção Social nas Periferias Capitalistas: ponto de
situação e desafios futuros
GT 1 - A ação coletiva na década de 2010: Inovações locais e
ressonância planetária
80 Coletivo Poa Inquieta: pensar diferente, fazer junto
César Fernando da Silva Paz
Adriane Vieira Ferrarini
Cláudio Kury Freitas
82 Ocupar é preciso: estudo de caso das ocupações do MNPR na
sua luta pela justiça social
Larissa Scherer Severo
Monika Weronika Dowbor
84 Organizaciones no tradicionales en los activismos de la revuelta y
post revuelta social de Chile 2019-2020
Karla Henríquez Ojeda
86 Singularidades dos novos coletivos de ação
Luiz Inácio Gaiger

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GT 2 - Ações Afirmativas e Descolonização na Produção de


Conhecimento
90 A história da população negra na cidade de Laguna: perspectivas
de alunos/as e professoras
Amanda dos Santos Vieira
Alex Sander da Silva
92 Ações Afirmativas e o GEAB da UFCSPA: conquistas, desafios e
tensões na formação em saúde
Tanise Baptista de Medeiros
Dinaê Espíndola Martins
Aline Aver Vanin
94 Ações Afirmativas em uma Universidade Pública: Relato da
Experiência do Serviço Social
Luciana Marin
96 Ações afirmativas na pós-graduação para além do ingresso: um
relato de experiência
Rose Ferreira
98 Ações Afirmativas no Ensino Superior
Damaris Bertuzzi
100 Ensaio sobre as epistemologias e moralidades dos/as
desembargadores/as do TRF4 nas decisões sobre comissões de
heteroidentificação
Mara Beatriz Nunes Gomes
Marcus Vinicius Spolle
102 Juventudes negras e ações afirmativas: linkando direitos sociais
através das Ciências Humanas e do desenvolvimento de Sistema
Web
Cicero Santiago de Oliveira
Alessandra Santos Nascimento
Alexandre Augusto Alberto Moreira de Abreu
Yves-Garnard Irilan
Bruno Perdona
104 Marcas do racismo e da colonialidade na Universidade: reflexões
sobre práticas de apaziguamento e silenciamento raciais da
branquitude na Pós-Graduação
Dinaê Espíndola Martins
Roberta da Silva Gomes

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106 Para outra epistemologia: novos atores, novos saberes


Vagner Rodrigues Garcia
108 Reflexões sobre educação e identidade quilombola na
comunidade quilombola de Baixa Grande
Carlene Santana dos Santos
110 Uma década de cotas raciais no Brasil: o contexto da
Universidade Federal de Sergipe e o cenário nacional
Raquel de Oliveira Mendes
Eduardo Henrique Moraes Santos
Alan Farley Prates Oliveira
GT 3 - Alternativas colaborativas ao trabalho de plataforma
114 A plataformização do trabalho e as outras economias
Marília Veríssimo Veronese
116 Cooperativismo de Plataforma: uma revisão integrativa
Rodrigo Schmidt
Sueli Maria Cabral
118 Dados, corpo digital e territórios de disputa: perspectivas para as
práticas cooperativas e autogestionárias
Tomás Susemihl
120 Desafios e perspectivas do cooperativismo na economia de
plataformas
Julice Salvagni
Victória Mendonça da Silva
122 Economia de Compartilhamento e Uberização das Relações
Trabalhistas: A Posição do TST sobre o Vínculo Empregatício
entre Motoristas e a Uber (2014-2021)
Bárbara Martins Lopes
124 Mundo do Trabalho, Legislação e o Papel das Micro e Pequenas
Empresas no Contexto do Atual Cenário Econômico Brasileiro
Thaynara Conrado Cerutti
Fabricio Antonio Deffacci
126 O envolvimento com o colaborativo e alternativas democráticas:
experiências a partir do Rio de Janeiro e de Nova Iorque
Adilson de Souza Almeida

709
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

128 Sexo em plataforma: viabilidade do campo cooperativista para


uma plataforma de trabalhadores sexuais
Gianluca Augusto Oliveira-Soares
Adolfo Pizzinato
GT 4 - Colonialismo e o Sul Global: reflexões atuais
132 A ausência de cultura racial brasileira e a autodeclaração em
tempos de descolonização
Gabriela de Oliveira Jardim
134 A discursivização a respeito da homossexualidade nos/pelos
discursos do Papa Francisco
Daniel Santos Oliveira
136 As Migrações na Pandemia de Covid-19 Sob Uma Perspectiva
Decolonial
Eduardo de Oliveira Soares Real
Vera Maria Ribeiro Nogueira
138 As outras economias e a reprodução da vida: uma análise a partir
das epistemologias do sul
Aline Mendonça dos Santos
140 Classificação Social de Gênero no Mercado de Trabalho na
Perspectiva Interseccional: Análise integrativa e metafórica da
produção Nacional e Latino-Americana
Lízia Barbosa Rocha
Raimundo Nonato Leal
Samylla de Moura Feitosa
Fabiana Pinto de Almeida Bizarria
142 Colonialidade Tropical e Colonialismo Digital: como agenciar
imaginários sociotécnicos de resistência?
Camila Pereira Alves
Vanessa Soares Maurente
144 Como a morte de faz no corpo negro encarcerado: a pandemia e
o novo instrumento de morte
Rebeca de Souza Vieira
Cecilia Almeida Rios

710
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

146 Crise ambiental global sob a perspectiva da teoria da


dependência
Amanda Barbosa Rêgo
Emiliano Lobo de Godoi
148 Discurso de ódio como um dos obstáculos para a eleição da
população LGBT no Brasil
Ana Karolina Matias Emydio
Cristiane Westrup
Fernanda da Silva Lima
150 Economia solidária para outro modelo de desenvolvimento:
feminista, antirracista e anti-LGBTfóbico
Gabriela de Lima Ribeiro
Aline Mendonça dos Santos
152 Educação sensível em Direitos Humanos como ferramenta
decolonial
Thereza de Jesus Santos Junqueira
154 Justiça indígena e criminologia do sul no Brasil
Tainá Viana
156 Migrantes y expatriados: ¿doble moral o herencia del
colonialismo?
Elisa de Carvalho
158 O Bem Viver como constructo de humanização: aproximações
dialógicas entre Ailton Krenak e Paulo Freire
Rosangela Aparecida Marquezi
Franciele Clara Peloso
160 O uso de mídias sociais como estratégia de formação política e
crítica da FUCVAM
Renan Costa Valle Scarano
162 Quem são os sujeitos de direito diante do necropoder?
Raul Teixeira de Mello Filho
164 Salvador: de capital do Brasil à capital da desigualdade
Almerinda Andrea Pontes Silva Gomes
166 Saúde Planetária e Descolonização: uma revisão sistemática
Bárbara Tauffner de Souza
Marina Dadico Amâncio de Souza

711
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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GT 5 - Crise da Democracia, Relações Federativas e Políticas Públicas


170 A crise da hegemonia do neoliberalismo progressista e a ascensão
de governos autoritários nos EUA e no Brasil
Saulo Oliveira do Nascimento
172 As ações coletivas e interações na conformação da fase de
implementação do esporte em universidades públicas do estado
de Mato Grosso
Erasmo Braz dos Santos
174 Capital Imperialismo e Questão Social: Involução e perda de
Direitos no Brasil
João Carlos Mendonça Didier Silva Peixe
Gabriel Lírio Didier Peixe
176 Como a democracia brasileira foi parar na Unidade de Terapia
Intensiva?
Lorenzo Borges de Pietro
Nicoli Francieli Gross
178 Conselhos municipais de saúde em contexto de crise pandêmica
no Espírito Santo: transparência, participação, processo
deliberativo e bem comum
André Abreu de Almeida
Paolo de Souza Silva
Felipe Maia Lyrio
Jhonatham Cavalcante da Costa
180 Crise da democracia, justiça social e o novo Plano Nacional de
Educação: algumas aproximações
Maria Luiza Rodrigues
Gwerson Gley dos Santos
182 Discurso Ideológico na Educação e na Pesquisa: um impacto na
ampliação das desigualdades nos anos de 2019 a 2022
Pedro Paulo Baruffi
Attila Augusto Santos
184 Justiça reprodutiva e democracia: conservadorismo e políticas
públicas para mulheres
Maria Adriana Farias Rodrigues

712
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

186 Neoliberalismo, necropolítica e violência estatal no Rio de


Janeiro
Luiz Sérgio Cordeiro da Rocha
188 O novo Fundeb e a autonomia do gestor para definir
investimento em educação
Cinara Gomes de Araújo Lobo
Leomir Ferreira de Araújo
190 Ondas e limiares da democracia à luz do fim da história - uma
análise comparada
Dorian Luiz Borges Moreira Filho
194 Os reflexos do projeto neoliberal na política de educação no Rio
Grande do Sul: o estudo das três últimas gestões governamentais
a partir de 2010
Margarete Hirdes Antunes
196 Políticas públicas como mecanismo de integração social: o caso
de refugiados venezuelanos em João Pessoa, de 2018 a 2022
Laleska Rocha de Abrantes Carcará
198 Requisição administrativa e Covid-19: uma análise da ADI 3454
acerca da requisição de bens de uma unidade federativa por
outra
Maria Laura Maciel Fernandez
Martina Bravo Leite
GT 6 - Da precariedade à emancipação: experiências de ação coletiva
para além, apesar e com o Estado
202 A mulher empresária e os núcleos femininos: espaços coletivos
de lutas por reconhecimento social
Estelamaris de Barros Dihl
Tamara Cecilia Karawejczyk Telles
204 A Intervenção Institucional na desordem urbana e a repercussão
no âmbito criminal
Reginaldo da Rocha Santos Sales
206 A participação dos catadores na Política de Gestão dos Resíduos
Sólidos Urbanos em Porto Alegre; avanços e limites
Simone Poças Pinheiro

713
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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208 Ações culturais e políticas em São Gonçalo: as experiências dos


coletivos culturais Ocupasound e Roda Cultural do Alcântara
Lídia Nascimento Fateicha de Oliveira
210 “Aldeia Zumbi dos Palmares”: prática espacial de retomada do
território por pessoas em situação de rua, em Porto Alegre, Brasil
Veridiana Farias Machado
Thais do Amaral Marques
212 Ativação de capacidades estatais no caso da experiência
quilombola do Sapê do Norte
Paolo de Souza Silva
214 Classe médica e cooperativismo: um meio de organização
para envidar ações coletivas
Bruno Gomes
Bruno Assumpção
216 Conhecendo as ocupações culturais-políticas por meio da análise
de eventos de protesto: o caso de Porto Alegre de 2011-2019
Ivone dos Passos Maio
218 Da Loucura como experiencia de desrespeito à luta por
reconhecimento: limites e desafios da Luta Antimanicomial no
contexto das políticas públicas de saúde mental
Fabiane Helene Valmore
Marta Simões Peres
220 Entre la solidaridad y el Capital: apuntes sobre los niveles de
subsunción de las experiencias de economía popular
Eduardo Enrique Aguilar
222 Escola implicada: intervenção com adolescentes no núcleo de
apoio à saúde da família
Rosymile Andrade de Moura
Matheus Alves da Rocha
224 Função da participação ativa como contraponto à intermediação
política e como corolária da representação democrática
Cristiane Osório dos Santos
Jairo de Carvalho Guimarães

714
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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226 Motoristas de aplicativo em luta: Notas de Pesquisa sobre as


Ações Coletivas da Categoria no Rio Grande do Sul
Leonardo Rodrigues Limeira
Carol Blume Corssac
Brunno Mattos da Silva
228 Movimento de Ocupações Secundaristas e a Reforma do Ensino
Médio: o impacto na vida das e dos sujeitos
Amanda Franciele Garcia
230 Não basta ocupar o Estado, também é preciso ocupar o
Mercado: uma revisão bibliográfica sobre movimentos sociais
desafiando o mercado
Adriana Cattai Pismel
232 O Acessuas Trabalho e seu papel social
Maria da Glória Tassinari Yacoub
234 O coletivo POA inquieta e a política do cotidiano
Cláudio Kury Freitas
Adriane Vieira Ferrarini
César Fernando da Silva Paz
236 Organização Política da Economia Solidária no Brasil: uma
leitura a partir da VI Plenária Territorial, da VI Plenária Gaúcha
e da primeira fase da Plenária Nacional
Aline Mendonça dos Santos
Felipe de Carvalho Pedroso
238 Organização Política de entregadores por aplicativo: notas de
pesquisa sobre a América do Sul
Leonardo Rodrigues Limeira
240 Os caminhos das autonomias frente às tempestades do Estado-
capital: a ideia de Autogoverno popular-comunitário como
proposta de institucionalidade não-estatal
Gustavo Moura de Oliveira
242 Paratodos UFRJ e Trupe DiVersos: arte e extensão universitária
Marta Simões Peres
Fabiane Helene Valmore
244 Políticas públicas e povo da rua no Brasil: censo demográfico e
pedagogia da luta uma atriz em ação-reflexão-ação
Urânia Flores da Cruz Freitas

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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246 Soberania e segurança alimentar, economia solidária e


agroecologia no projeto político do MSTTR
José Domingos Cantanhede Silva
248 Uma análise criminológica no quilombo urbano no município
de São Luís do Maranhão
Marcio dos Santos Rabelo
Cláudio Alberto Gabriel Guimarães
250 Violencia, Subalternidad y Subjetividades políticas en Colombia:
El Paro Nacional de 2021
Nicole Eileen Tinjacá Espinosa
GT 7 - Desigualdade e solidariedade territorial no contexto de
expansão urbana e redução da ruralidade
254 A crise habitacional urbana brasileira no contexto da pandemia
de Covid-19
Julice Salvagni
Victória Mendonça da Silva
256 Agricultura Urbana y los (otros) urbanismos en Medellín
Eryka Torrejon Cardon
Vanessa Aguilar Marín
258 Agroecologia para o desenvolvimento regional no Rio Grande do
Sul
Iran Carlos Lovis Trentin
260 Democracia, Capitalismo e Desigualdades: um olhar da
economia política sobre habitação e direito à cidade
Ferlanda Luna
262 Expansión urbana y ruralidad: entre el mercado, el Estado y el
sottogoverno. Consideraciones desde el ámbito latinoamericano
Omar A. Urán
264 Gobernanza de las políticas públicas de ordenamiento territorial
en la ruralidad de Medellin
Cesar Froilan Muñoz Tamayo
268 Las Vocaciones Territoriales, impactos en las estructuras
territoriales urbanas y rurales, caso ciudad de Medellín.
Luis Fernando Orozco Arroyave

716
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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272 Migración por estilo de vida y la confluencia de


multiterritorialidades rurales y urbanas en el Oriente
Antioqueño
Katy Luz Millán-Otero
274 Ruralidades en transformación: una propuesta de análisis
cultural y espacial por medio de la educación pública en el norte
y el sur globales
Angela Stienen
276 Territórios rurais e representações sociais: a pandemia a partir
dos trabalhadores rurais no sul do Rio Grande do Sul
Alana Hüttner Wolter
GT 8 - Desenvolvimento territorial e agroecologia na perspectiva da
economia solidária
280 Desafios na comercialização dos produtos da agricultura
familiar do Cantasol - Sistema Canteiros de Comercialização
Sociossolidária
Adecir Natalino Troian
Nilso Francio
Paulo Cesar Silva Costa Junior
Angela Ester Mallmann Centenaro
Daniel Izidoro Ferreira da Silva
Josué Mallmann Centenaro
282 Fartura de alimento saudável para as comunidades do povo
Umutina e outras comunidades da região
Hélio Monzilar Filho
284 Formação em Economia Solidária como Processo de Valorização
de uma Comunidade Tradicional em Mato Grosso: um pensar
decolonial
Luan Benedito Oliveira da Silva
Andreia Moreira
Laudemir Luiz Zart

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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286 Los Sistemas Participativos de Garantías (SPG) como


herramientas colaborativas para la construcción de territorios
agroecológicos
J. Guillermo Gomez-Urrego
Erlinda Pillajo
Paul Vallejo
Isabel Carmen Armijos
288 Práticas pedagógicas na educação do campo e a produção
associada: análise da constituição das temáticas
Jucileide Alves Ribeiro
Jenilson de Aguiar Biano
Jane Amorim da Silva
Laudemir Luiz Zart
290 Redes de economia solidária e seus modos de produzir e viver:
uma reflexão a partir de duas redes na região sul do Rio Grande
do Sul
Aline Gonzalez Kochhann
Aline Mendonça dos Santos
292 Solidaridad, territorio y desarrollo con “sabor” bio-regional: el
caso de la cadena agroalimentaria ‘Pan y Harinas del Friul de
Mieç’
Roberta Curiazi
Lucia Piani
Nadia Carestiato
294 Sucessão familiar rural: perspectivas e desafios enfrentados pelo
agricultor familiar de Nova Canaã do Norte-MT
Maria Marta de Souza Freitas
Elizangela Beckmann
Angela Ester Mallmann Centenaro
Daniel Izidoro Ferreira da Silva
Josué Mallmann Centenaro
296 Trabalho associado: uma forma de organização do trabalho
coletivo
Maria José Dantas Souza
Laudemir Luiz Zart
Valéria de Souza Silva

718
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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GT 9 - Direitos humanos, descolonialidade e povos indígenas


300 Estereótipos de gêneros reproduzidos nas imagens dos livros
didáticos de matemática: discutindo intolerância, preconceito e
exclusão
Rivison Soares de Souza Lima
302 Impactos da pandemia e mudanças na cultura: notas de leituras
de Ailton Krenak
Greyce Kelly de Souza
Amanda dos Santos Vieira
Alex Sander da Silva
Karoline Cipriano dos Santos
304 Movimento Indígena Brasileiro: uma análise sob a ótica de Guy
Bajoit e Julian Venhulst
Celso Ricardo dos Santos Nascimento
Ivan Osvaldo Calderon Arrueta Ribeiro
Lorena de Sousa Ribeiro Calderon Arrueta
306 O direito dos povos indígenas e a luta pelo território no Brasil: a
contribuição da teoria crítica dos direitos humanos
Fernanda Ollé Xavier
308 Os indígenas e o centenário da imigração italiana no jornal O
Pioneiro: “Imagens de um século” (1973-1974)
Erick da Silva Porto
GT 10 - Economia Popular e Solidária, Educação Popular e
Tecnologias Sociais: saberes populares e conhecimentos técnicos
científicos como ingredientes para as políticas públicas
312 A Contabilidade na Economia Solidária: uma revisão de
literatura
Cíntia do Nascimento Silva
314 A Cooperativa de Beneficiamento da Agricultura Familiar
de Feira de Santana COOBAF/FS: análise jurídica sobre a
experiência de uma cooperativa popular
Sarah Cerqueira Azevedo
Flavia Almeida Pita

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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316 A experiência de formação política e organizativa do grupo


Famílias em Luta por Moradia do centro antigo de Salvador
Christiane Bastos
Luciana Silva Santos
318 A luta das mulheres da Ilha de Deus
Jaqueline Marcos de Araujo
320 A Tecnologia Social no processo de desenvolvimento local: o
caso dos empreendimentos de Economia Solidária do município
de Santana do Livramento/RS
Christianne Teixeira Albuquerque
Sebastiao Ailton da Rosa Cerqueira Adão
Altacir Bunde
322 Além do visível: experiências das mulheres na Incubadora de
Economia Popular e Solidária da Universidade Estadual de Feira
de Santana
Adrielly Ferreira Morais
324 Beneficiários da Política Pública do PNAE e Agricultura Familiar
- Dificuldades, Problemas e Estratégias de luta em Cruz das
Almas-BA
Roberto Bispo dos Santos Neto
Gesner Brehemer de Araújo Silva
José Raimundo Oliveira Lima
326 Comunicação e divulgação nas redes sociais dos instrumentos
utilizados nas ações da Incubadora de Iniciativas de Economia
Popular e Solidária da Universidade Estadual de Feira de Santana
(IEPS-UEFS)
Jeferson Araujo Oliveira
José Raimundo Oliveira Lima
328 Das trocas solidárias à educação alimentar quilombola: o caso do
Quilombo Candeal II
Daiane da Fonseca Pereira
Josinete Alves Fonseca
330 Economia popular e solidária enquanto outra economia: uma
reflexão sobre alguns elementos históricos que fazem sentido
Jaqueline de Souza Oliveira

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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332 Educação Popular e meio ambiente: uma tessitura das trocas de


saberes no Parque das Dunas
Simone Lima Cunha Pinto
Eduardo José Fernandes Nunes
334 GT de Comunicação da Luta: uma experiência de construção
coletiva em busca do direito à palavra
Sara Soares Costa
Edineide Ribeiro Santos
Wallace Silva dos Santos
Gesiele Nadine de Moura Barbosa
336 Hetero e autogestão
Márcia Moreira de Jesus
338 Incubadora de Empreendimentos Econômicos Solidários (EES)
na Fronteira da Paz, Santana do Livramento/RS: analisando o
retorno às atividades presenciais pós-Covid 19
Altacir Bunde
Cassiane da Costa
Matheus Braz Horstmann
Laura Estela dos Santos Cardozo
Aymara Oliveira de Jesus
340 Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares:
contribuições frente o processo de integralização da extensão
universitária
Terena Souza da Silva Koglin
Aline Mendonça dos Santos
342 Interface com movimentos e frentes de luta: a experiência
da Incubadora de Tecnologias Sociais do Observatório de
Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina
Sidélia Luíza de Paula Silva
344 O Ensino do empreendedorismo social e solidário, sob a ótica
das novas DCNs dos cursos de negócios
Lorena de Sousa Ribeiro Calderon Arrueta
Celso Ricardo dos Santos Nascimento
Ivan Osvaldo Calderon Arrueta Ribeiro
346 O negro, o jornalismo e a política: trajetória de jornalistas
políticos negros no Rio Grande do Sul
Rodrigo de Oliveira Moraes

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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348 Participação social, currículo e educação do campo: um relato


sobre a construção da proposta curricular da rede pública
municipal de educação de Feira de Santana-BA
Geicilene Rodrigues dos Santos
Maiane de Oliveira Cerqueira Azevedo
350 Políticas públicas, salud y bienestar de la población de zonas no
irrigadas de Lavalle. II parte
Mario Oscar García Cardoni
Teresa Hiramatsu
352 Processo de construção de identidade e empoderamento
feminino na perspectiva da pedagogia de resistência
Márcia de Oliveira Sales
GT 11 - Elites, Desigualdades e Poder na América Latina
356 Assimetria de poder no processo de captura, tratamento e
compartilhamento de dados pessoais
Ronaldo Vieira Lima
358 O controle social no mundo globalizado: o direito penal como
ideologia a serviço do sistema capitalista
Mauro Costa da Rocha
Cláudio Alberto Gabriel Guimarães
360 O perfil da elite política de Passo Fundo (1945-1988)
Luiz Alfredo Fernandes Lottermann
362 Perfil sócio-ocupacional e aspectos partidários de uma elite
política da Região Metropolitana de Macapá – AP (2000-2020)
Miquéias Serrão Marques
364 Processos de socialização e subjetivação: corporações definindo
políticas e sujeitos
Cristian Tisatto
366 Segregación urbana desigualdad territorial en la_
MaripazCarbajal
Maripaz Carbajal Herrera

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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GT 12 - Ensino de Ciências Sociais na América Latina


370 Ciências Sociais: apontamentos sobre educação, trabalho e
profissionalização no ensino superior na Universidade Federal de
Santa Maria
Matheus Balduíno Salkovski Junges
372 Ensino de sociologia e a educação das relações étnico-raciais: um
estudo do ementário do curso de ciências sociais da UESC
Franciele Brito Barbosa
Elis Cristina Fiamengue
374 O debate racial no ensino de Sociologia no Ensino Médio:
problematizações a partir do ENESEB e do PROFSOCIO
Marcela de Andrade Rufato
376 Padre José Pedro: atuação social da igreja católica em Capitães
da Areia, de Jorge Amado (Literatura, Ciências Sociais e
Cinematografia)
Sílvio Takeshi Tamura
378 Participação e protagonismos: percepções e práticas de docentes
de Sociologia na Educação Básica
Tainá Martins de Barros
Ana Lídia Rost
380 Processos de socialização na modernidade: juventudes do século
XXI e o ambiente escolar.
Mateus Henrique Jung Nascimento
GT13 - Feminismos do Sul e cuidados comunitários: diálogos entre
universidades e movimentos sociais
384 Articulações feministas no enfrentamento às violências contra
as mulheres: um enfoque aos programas da Themis/Brasil e da
ACLCVBG/Cabo Verde
Deisi Conteratto
Zeuga Semedo
386 Aspectos do cuidado e da colonialidade no caso Madalena
Gordiano
Lucilene Athaide

723
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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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388 Cuidado comunitário em perspectiva de gênero: Themis e


Associação Cabo-Verdiana de Luta Contra Violência Baseada no
Género
Miriam Steffen Vieira
Virgínia Feix
Eveline Nair Tavares
Janaína Perez Reis
390 Entre a dança e a luta: artivismos do grupo Cirandeira Danças
Brasileiras, de Caxias do Sul/RS
Carina Monteiro Dias
392 Estudo de gênero na sociedade brasileira: 30 anos dos corpos
políticos
Emanuelly Vitoria da Silva Almeida
394 Movimentos sociais na positivação de direitos: um estudo de
caso das imagens do movimento Maré Verde na América Latina
Laura Braga Gotuzzo
396 Mulheres em ação: educação ambiental, ecofeminismo e
pesquisa-ação
Lisiana Lawson Terra da Silva
398 O trabalho das mulheres na área da educação ambiental: uma
análise dos eventos EDEA e MOLA do PPGEA - FURG
Sabrina Meirelles Macedo
Laryssa Louzada de Assis
Lisiana Lawson Terra da Silva
Marta Bonow Rodrigues
400 Os feminismos contra-hegemônicos latino-americanos e a
decolonização da episteme e da práxis feminista
Janaína Perez Reis
402 Promotoras Legais Populares (PLPs) e protagonismo feminino:
educando para cidadania
Rita de Cássia Ferreira
Alessandra Santos Nascimento
404 Redes de cuidado comunitário e projetos-de-vida. Comunidade
Indígena Por Fi Ga
Gabriel Chaves Amorim

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CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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406 Responsabilidade social aplicada: uma construção a partir dos


movimentos sociais de mulheres negras
Camila Botelho Schuck
408 Um jeito de ser e viver no Kilombo de Mãe Preta
Conselho de Yas e Babas da Nação Muzunguê CoMPaz
GT 14 -Fronteiras étnicas, biodiversidade, conflitos e resistências na
Amazônia
412 A contribuição da Comissão Pastoral da Terra no Território
Portal da Amazônia-MT e no Assentamento Nova Conquista II,
Novo Mundo-MT
Valdsandro de Lima Campos
414 A pedagogia da alternância e a casa familiar rural no Amazonas:
uma experiência educacional pautada no meio amazônico
Reinaldo Ramos Mourão
418 As fronteiras étnicas no contato de língua: uma reflexão sobre as
relações de poder entre as línguas portuguesa e ticuna no Alto
Solimões
Rosinéa Auxiliadora Pereira dos Santos
Renilda Aparecida Costa
420 Desafios Socioambientais da tríplice fronteira amazônica Brasil,
Colômbia e Peru
Luiz Felipe Lacerda
Marília Veríssimo Veronese
422 Direito e Importância das Águas: Aspectos Políticos, Hídricos e
Territorialidade na Amazônia
Helloísa Karoline de Lima Silva
Sandoval Alves Rocha
424 Entre a ilusão do excesso e a realidade da privação: a espoliação
hídrica na cidade de Manaus
Carla Cristina Alves Torquato
Erivaldo Cavalcanti e Silva Filho
Ricardo dos Santos Castilho
426 Fórum das Águas de Manaus: expressão da resistência a
mercantilização do saneamento básico
Sandoval Alves Rocha

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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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428 Jornalismo Ambiental: análise da cobertura jornalística do Portal


A Crítica sobre a invasão de balsas do garimpo no Rio Madeira
Renata de Lima Sousa
Ivânia Maria Carneiro Vieira
José Ivo Follmann
430 O combate do racismo indígena como processo decolonial e
valorização de sua cultura e suas filosofias
Adriano Luís Hahn Soares
Mary Nelys Silva de Almeida
432 O engajamento religioso, social e político de Mãe Emília de Toy
Lissá – Tambor de Mina Gêge Nagô em Manaus/AM
Maria do Carmo Ferreira de Andrade
Renilda Aparecida Costa
434 Pueblos indígenas amazónicos frente a la crisis sanitaria de
Covid-19: la capacidad de agencia de las organizaciones sociales
ante un Estado lejano
Ana Lucía Torres
436 Reencontrando o horizonte de expectativa: táticas estudantis
e as estratégias de monitoramento do Serviço Nacional de
Informações no Amazonas.
Leonardo Bentes Rodrigues
438 Resistências negras nas toadas de boi-bumbá do Amazonas
Jéssica Dayse Matos Gomes
Renilda Aparecida Costa
GT 15 - História, Educação e Ambiente
442 A formação de burocratas qualificados para lidar com a questão
ambiental em Manaus
Ana Rosa Lago Cecílio
José Ivo Follmann
444 A inovação esperada e a produção existente: pensamento
universitário e produtores têxteis nas últimas décadas
Regina Weber
446 Agricultura e meio ambiente nos atuais municípios de Itararé
(SP) e Sengés (PR) em 1828
Mário Roberto Ferraro

726
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

448 Considerações sobre a Educação Ambiental crítica na perspectiva


da crise estrutural do capital
Ana Furlong Antochevis
Carlos Roberto da Silva Machado
450 Crise e Futuro: meio ambiente e economia na era Lula (2003-
2010)
Roger Domenech Colacios
452 Da educação ambiental crítica à educação ambiental decolonial:
revisando concepções e narrativas à luz da racionalidade
ambiental
Fabiana Pinto de Almeida Bizarria
Bruno Galisa de Oliveira
Marcleide Sampaio Oliveira
Paulo Guilherme Oliveira
Flávia Lorenne Sampaio Barbosa
454 Direito Moral dos animais e abolicionismo: a Teoria dos
“sujeitos de uma vida” de Tom Regan
Martina Bravo Leite
Maria Laura Maciel Fernandez
456 Educação Ambiental e Abastecimento de Água: uma reflexão a
partir da teoria da Sociedade de Risco
Fabiano Quadros Rückert
458 Educação ambiental e Geografia: um projeto que dá certo
Juliana Vanesi Lopes da Silva
460 Educação Ambiental a partir da eco-história do Cerrado
Rosângela Azevedo Corrêa
462 História Ambiental: tempo presente e ativismo socioambiental
Marcos Gerhardt
464 Histórias Globais, Narrativas Locais: Ensino de História,
História Local e Agroecologia
Alfredo Ricardo Silva Lopes
466 Meio ambiente e Política: Partido Verde, fundação e atividades
em torno da questão ambiental (1986-2021)
Rhay Patrick Farias Cruz
468 Para o futuro não ter fim: Os manifestos ecológicos dos anos
1970 no Brasil e no mundo
Elenita Malta Pereira

727
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

470 Resistir para existir: trajetória de luta das comunidades


tradicionais de fundo de pasto da Bahia em defesa do seu modo
de vida
Simone Conceição Soares Dias
472 Saberes tradicionais e acadêmicos: estudo de trajetórias de
lideranças de Umbanda que concluíram cursos universitários
Elio Pereira Fernandes
GT 16 - Inovação Social em Políticas Públicas para Redução de
Desigualdades
476 A ferramenta sipia como suporte estatístico para o conselho
tutelar
Cleucimara Molon Jubelli
478 Cultura Cidadã: Política Pública para uma governança
colaborativa em Medellín
Cleiton Fernandes Chiarel
480 Discricionariedade, autonomia e inovação social em políticas
públicas de educação
Amanda Couto Dias
482 Imigrantes venezuelanos e sua formação para o mercado de
trabalho na região de Criciúma/SC
Ana Claudia Moreira
Melissa Watanabe
484 Índice de Participação Cidadã em Medellín: seus avanços e
desafios
Ananda Beltran Borges
Adriane Vieira Ferrarini
Cleiton Fernandes Chiarel
486 Inovação social e gestão colegiada: as marcas do popular
demarcadas nas características regional e MULTICAMPI da
UFFS
Marlei Dambros
Lucélia Peron

728
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

488 “INSPIRE” Inovação Social: análise de um processo de inovação


social
Carla Pasa Gómez
Silze Anne Gonçalves Lins
Geisiane Antonita do Nascimento
Carolina Beltrão de Medeiros
Leonardo Gómez Castillo
490 Política higienista e segurança pública frente a vulnerabilidade da
pessoa em situação de rua
Francisco Teomário Serejo Silva
Cláudio Alberto Gabriel Guimarães
Frederik Bacellar Ribeiro
492 Políticas Públicas em Primeira Infância como forma de
diminuição das desigualdades sociais
Vanessa Rosset Albuquerque
494 Programa Coopera BH: pesquisa/intervenção com foco na
sobrevivência das empresas, por meio de atividades coletivas
entre Microempreendedores Individuais
Marta Santos Sales
Rosane Corgozinho
Patrícia Cotta
Bárbara Ribeiro Soares
Bárbara Aureliano Cordeiro
498 Um Diálogo entre Nova Governança Pública e Inovação Social
Carla Pasa Gómez
Geisiane Antonita do Nascimento
500 Uma proposta de formação continuada em serviço tendo como
temática a educação inclusiva
Edelvira Silva da Silva
Alessandro Carvalho Bica

729
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

GT 17 - Interseccionalidades e Políticas Públicas


504 Análise da (in)eficácia da política de combate à tuberculose
durante a pandemia no Complexo Penitenciário de Pedrinhas no
Maranhão
Mario José Lobato Feitosa Filho
Alexandre Moura Lima Neto
Edith Maria Barbosa Ramos
506 As consequências da pandemia de Covid-19 na inserção das
mulheres no mercado de trabalho: O uso da pandemia pelo
capital
Fernanda Sena Fernandes
Matheus Muller
508 As dificuldades na efetivação da lei 10.639/2003 em uma rede
municipal de ensino
Jander Fernandes Martins
Vitória Duarte Wingert
510 Avaliação do Programa Alimenta Brasil (PAB): o caso do Centro
de Referência de Assistência Social – CRAS no contexto da
pandemia em Macapá/AP
Laercio Gomes Rodrigues
Miquéias Serrão Marques
512 Capacitismo e racismo: uma abordagem interseccional
Vagner Rodrigues Garcia
Priscila Jaeger Lucas
514 Cor e gênero na implementação da política de financiamento
público de candidatas
Alessandra Caroline Ghiorzi
Luciana Leite Lima
516 (Des)proteção social e a necessidade de valorização das políticas
públicas de gênero
Ingrid Augusta Celmer Donald

730
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

518 Gênero e interseccionalidades na Câmara Municipal de Porto


Alegre/RS: uma análise de conteúdo
Luísa Chaves de Faria Brasil
Leonardo Mello Garcia dos Santos
Alice Adams Bohrer
Francine Nunes Pereira
Laura dos Santos Boeira
520 Gênero e o distanciamento (social, econômico, político e
educacional) de pessoas trans e a cisgeneridade
Miguel Soares Silveira
522 O Grupo de Trabalho Diversidade e Inclusão como ferramenta
para viabilizar melhores oportunidades a grupos minoritários
dentro do Programa Novotec/SP
Sarah Aparecida da Silva
Sérgio Eugênio Ferreira de Camargo
524 Intersetorialidade no atendimento e acompanhamento de
adolescentes em idade escolar praticantes de automutilação/
autoagressão
Sirlei de Oliveira
526 Juventudes Plurais: o movimento social como espaço de e
construção identitária e atuação social
Gabriela Dávila Koenig
528 Mulheres na política: Myrthes Bevilácqua Corradi e Luzia Alves
Toledo no poder legislativo – 1980 a 2018
Leandro da Silva Lunz
530 Mulheres negras e o mercado de trabalho frente à pandemia
Covid-19
Cyntia Barbosa Oliveira
Francine Pinto da Silva Joseph
532 Nova caderneta da gestante: um palco de interações e disputas
na implementação de políticas públicas do/no corpo da mulher
Vitória Duarte Wingert
Jacinta Sidegum Renner
Jander Fernandes Martins

731
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

534 O peso da interseccionalidade nas prisões femininas brasileiras e


os desafios na viabilização de direitos pelos assistentes sociais
Irlanne Santiago Lima
Clícia Carolaine de Jesus Alves
Angela Ernestina Cardoso de Brito
536 Produção de cuidado e interseccionalidades nos grupos de
convivência em uma Estratégia Saúde da Família de São
Leopoldo/RS
Sabrina Feiber da Silva
Laura Cecilia López
538 Resistências e potências: narrativas de professoras negras no
ensino superior
Letícia Laureano dos Santos
540 Sobrevivendo: depois da experiência do encarceramento
Lourdes Helena Martins da Silva
Maria Luiza Lorenzoni Bernardi
542 Socioeducação e encarceramento: expressões da seletividade
penal juvenil
Ricardo Peres da Costa
Elizabeth Trejos-Castillo
544 Vivências de trabalhadoras negras na Política de Assistência
Social de Porto Alegre/RS: o que somos e o que queremos!
Carla Rejane Goulart Bandeira
Cláudia Aparecida Alves Godoi
Milena Cassal Pereira
GT18 - Justiça e Política nas democracias contemporâneas
548 A atuação do STF na ADI nº 6341 em meio à crise sanitária:
repartição de competências ou ativismo judicial?
Alexandre Moura Lima Neto
Edith Maria Barbosa Ramos
550 A crise da Bolívia em outubro e novembro de 2019 e suas
representações sociais e de classe
Ivan Osvaldo Calderon Arrueta Ribeiro
Celso Ricardo dos Santos Nascimento
Lorena de Sousa Ribeiro Calderon Arrueta

732
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

552 A crítica hermenêutica do direito e o combate à


discricionariedade judicial
Matheus Alves da Rocha
Rosymile Andrade de Moura
554 “Aldeia Zumbi dos Palmares”: prática espacial de retomada do
território por pessoas em situação de rua, em Porto Alegre, Brasil
Veridiana Farias Machado
Thais do Amaral Marques
556 As intromissões dos agentes políticos no campo jurídico e o risco
às bases democráticas brasileiras
Artur da Rocha Sanzi Erguy
Vinicius Barboza
558 Atitudes políticas, desempenho institucional e militarismo na
América Latina
Geélison Ferreira da Silva
Diego Maradona Cortezzi Guimarães Pedras
560 Combate à corrupção maranhense pela Polícia Federal durante a
pandemia de Covid-19
Rodrigo Rosa Borba
Cláudio Alberto Gabriel Guimarães
562 Crítica Hermenêutica do Direito como instrumento para a
efetividade do direito à educação: um olhar sobre a política de
cotas
Carem Barbosa de Castro
564 Direito à educação especial de crianças e adolescentes como
mínimo existencial
Marcel Gustavo Corrêa
566 Justiça e política: do contratualismo à democracia deliberativa na
era digital
Frederik Bacellar Ribeiro
Cláudio Alberto Gabriel Guimarães
Francisco Teomário Serejo Silva
568 Militância associativa e ativismo judicial no contexto político
da Reforma Trabalhista de 2017: análise sobre o Projeto de Lei
6.787/16
Rodrigo Hinz da Silva

733
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

570 Pós-democracia e a prevalência do negociado sobre o legislado


no brasil: análise sob a perspectiva da reforma trabalhista
Maria Soledade Soares Cruzes
GT 19 - Las políticas sociales redistributivas o compensatorias como
mecanismos para reinventar la solidaridad social en América Latina
574 A educação superior indígena no Brasil: Um olhar sobre as ações
afirmativas
Magueda Thomaz Villas Boas
576 A solidariedade como ferramenta para redução das
desigualdades: a necessidade do reconhecimento da solidariedade
no mundo capitalista
Luíza Cristina de Castro Faria
Rodrigo Pelet Nascimento Aquino
578 Brechas estructurales en el Ecuador: barreras para el desarrollo
Nora Fernández Mora
Andrés Mideros Mora
580 Dos discursos discriminatórios à solidariedade: uma análise a
partir da teoria do reconhecimento em Axel Honneth
Marcelino Meleu
Tchessica Weber
Moacir Gomes Ribeiro
582 Entre o capital e o social: o dilema das políticas de
financiamento da educação superior no Brasil
Ana Luiza Fernandes Mendes
584 Ingreso mínimo vital, línea de pobreza, salario mínimo
constitucional y la renta básica para Colombia
Miguel Reyes
Esteban Nina Baltazar
586 La intervención del gobierno ecuatoriano en la economía
popular y solidaria 2009-2017
Maria Francisca Granda Benitez
588 Mujeres en peligro: un estudio sobre las políticas públicas en el
Ecuador dirigidas a la lucha contra el acoso sexual
Nereyda Espinoza-Velasteguí

734
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

590 População em situação de insegurança alimentar e nutricional


em Pelotas/RS/Brasil
Sinval Martins Farina
Carlos Roberto da Silva Machado
592 Programa de transferência de renda no âmbito da política social:
percepções no cotidiano da escola
Angélica Vieira de Souza Lopes
Andréa Alves de Oliveira
594 Vulnerabilidade Social: uma análise sobre a percepção dos
beneficiários do Programa Auxílio Brasil no município de
Taquara/RS
Caroline Britto da Silva Silveira
Dilani Silveira Bassan
GT20 - Metodologias integrativas em experiências públicas: práticas,
experimentações e inovações em processos participativos e de ensino-
aprendizagem
598 1º Congresso Popular de Educação para a Cidadania: quando
um sonho coletivo se torna realidade
Adriane Vieira Ferrarini
César Fernando da Silva Paz
Cleiton Fernandes Chiarel
Ananda Beltran Borges
Cláudio Kury Freitas
600 As Cinco Marias nas Metodologias Ativas (Aprendizagem por
problemas)
Aimara Bolsi
602 Desafios no processo de adaptação escolar de jovens
institucionalizados
Franciele Müller
604 El papel de la espiritualidad y de la estética en la construcción
de subjetividades, de estructuras de poder y emancipaciones
posibles en las fiestas religiosas en América Latina
César Miguel Salinas Ramos

735
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

606 Formação livre em gestão social e metodologias integrativas para


atores sociais do município de Porto Seguro-BA
Valéria Giannella
Altemar Felberg
Danielle Ferreira Medeiro da Silva de Araújo
Lia Valente Martins
608 Inclusão da dimensão emocional na análise de um processo de
implementação de um projeto inovador de universidade
Igor Dantas Fraga
Valéria Giannella
610 Jornada do empoderamento preto: uma proposta de mentoria
funcional
Isabel Cristina Coelho Carvalho
612 Metodologias Integrativas como Processos de Ensino –
Aprendizagem na Comunidade Quilombola do Fôjo em Itacaré-
BA
Geomara Pereira Moreno Nascimento
614 Na Ginga das Epistemologias da Pesquisa: os equilíbrios e
desequilíbrios no processo de aprendizagem das/os doutorandas/
os do PPGES/UFSB
Luciana Santos Leitão
Erlon Fabio de Jesus Costa Araújo
Geomara Pereira Moreno Nascimento
Luciano Neves Souza
Roxana Ruiz Buendía
616 Narrativas Docentes sobre os Desafios da Inovação Pedagógica:
um Diálogo com Professores dos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental
Kátia Caroline Souza Ferreira
Elsa Estrela
618 Os grilhões do racismo teimam em subjugar o povo negro
Juliano Fabricio Antunes
Leila Aparecida de Ataides
620 Pega a visão na pandemia: narrativas cotidianas de pessoas em
situação de rua e jovens em vulnerabilidade social expressadas
em filmes
Edgilson Tavares de Araújo

736
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

622 Práticas integrativas e restaurativas com sujeitos reclusos no


Conjunto Penal de Eunápolis: possibilidades educativas no
cenário do cárcere
Reginalva Almeida Santana Santos Albino
Danielle Ferreira Medeiro da Silva de Araújo
626 Projeto Mulheres da Costa: escuta, Reflexão e Proposição,
relato de experiência e possível tecnologia social de cidadania e
participação social
Lia Valente Martins
Gisele Poletto Porto
628 Projeto Capoeira Arte e Metodologias Integrativas na Educação
Básica
Erlon Fabio de Jesus Costa Araújo
630 Reexistências Poéticas como face e campo de expressão das
Metodologias Integrativas: uma análise sobre o Sarau do Grau,
Arraial D’ajuda-BA
Altemar Felberg
Gisele Poletto Porto
632 Viver aprendendo e gerando metAMORfoses por meio do amor
Diônifer Alan da Silveira
GT 21 - Mobilização do Direito e Ativismo Judicial
636 Acordos judiciais em contextos de pluralismo estatal: estudo de
caso sobre a mediação no projeto de desenvolvimento sustentável
e conservação do Horto Florestal
Vinicius Barboza
638 Diversidade sexual e de gênero como disputa política no Brasil: a
contramobilização da questão LGBTI+ nas instâncias judiciais
Otávio Santiago Gomes da Silva
640 Injúria racial e racismo: o enfrentamento do debate racial pelo
judiciário
Vanessa Silva da Cunha
642 Judicialização reversa como estratégia de dominação: disputas
conceituais nas políticas públicas sobre terras quilombolas
Clarissa Bottega

737
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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

644 O ativismo judicial e a efetivação de direitos LGBTI+ à luz da


Teoria do Reconhecimento de Axel Honneth
Éder Machado de Oliveira
646 O Direito Humano Fundamental à Boa Administração: o
Ativismo do Provedor de Justiça
Carla Maria de Bastos Borrões
648 O Ministério Público de Minas Gerais e o Programa Agro Legal
no município de Unaí-MG
Andréia Teixeira Costa
650 O Programa de Acessibilidade Eleitoral da Justiça Eleitoral e a
inclusão política de pessoas com deficiência no Brasil
Márcia Inês Schaefer
652 Objeto Jurídico Não Identificado: o controle de
convencionalidade praticado pelo Tribunal de Justiça do Rio
Grande Do Sul
Marcírio Barcellos Gessinger
654 Os porta-vozes da “justiça”: disputas associativas no Ministério
Público
Treicy Giovanella da Silveira
656 Os rituais de diferenciação no contexto social brasileiro e a
resposta do campo jurídico
Artur da Rocha Sanzi Erguy
658 Os sentidos da conciliação e da mediação trabalhista nas disputas
em torno da criação dos CEJUSC’s na Justiça do Trabalho
Marciele Agosta de Vasconcellos
660 Política de drogas e narco-encarceramento no estado de Mato
Grosso
Giovane Santin
662 Sofrimento e experiência política - melancolia e resiliência nas
interações por justiça no desastre de mineração no Rio Doce
Cristiana Losekann
664 Um processo em construção: as duas faces da institucionalização
do CNJ
Caroline Bianca Graeff
Álvaro Augusto de Borba Barreto

738
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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

666 Usos do direito em contextos de megamineração


Juliane Sant’Ana Bento
Aloisio Ruscheinsky
GT22 - Otras temporalidades - Emergencias, Rupturas y
Continuidades en América Latina
670 A crise do lulismo e a oportunidade política para a ascensão da
nova direita no Brasil
José Carlos Martines Belieiro Jr.
Eser Azael Moreira Lopes
672 Civilização e progresso no oeste paulista - Companhias de
colonização, estrada de ferro e o genocídio dos Índios Kaingang
Rubens Arantes Corrêa
674 La crisis como fenómeno temporal en la práctica y la
construcción política de los contextos: el caso de Yachay la
Ciudad del Conocimiento de Ecuador
José David Gómez-Urrego
676 La sombra perpetua de la hacienda: la acción política campesina
en Los Andes centrales del Ecuador
Esteban López Andrade
678 Temporalidades y arquitectura Neo-Andina
Marco Paladines
680 Tempos de utopia
Manuela Salau Brasil
GT23 - Riscos e desastres ambientais: desafios para o ativismo em
redes de Educação Ambiental
684 A “Mobilização para Ação” de Ativistas de Redes de Educação
Ambiental: a Rede Internacional de Pesquisa em Resiliência
Climática – RIPERC e a Rede ARAUCÁRIAS – Educação
Ambiental a partir dos Campos de Cima da Serra e Hortênsias/
RS
Harrysson Luiz da Silva
Irene Carniato
Rosmarie Reinehr
Marc François Richter

739
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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

686 Cenários de transição energética e cultura da energia: uma


reflexão exploratória desde o Brasil
Sofia Isabel Vizcarra Castillo
Andres Armando Mendiburu Zevallos
688 Educação Ambiental e Direitos Humanos: uma ferramenta de
prevenção e consciência climática?
Bianca Larissa Soares de Jesus Roso
Délton Winter de Carvalho
Elisa Maffassiolli Hartwig
690 O perigo da segurança ambiental vista somente do enfoque
econômico
Katiuscia Marcon Romão Torezan
Tatiane Atanásio dos Santos Bernardy
692 Utopia crítica como ferramenta emancipatória
Frederico Salmi
GT 24 -Trabalho e Proteção Social nas Periferias Capitalistas: ponto
de situação e desafios futuros
696 A relação entre morar e trabalhar percebida por moradores de
uma área urbana de baixa renda do Nordeste brasileiro
Ulisses Pereira Ribeiro
Laumar Neves de Souza
Ana Licks Souza de Almeida
698 As mães abandonadas e o acolhimento institucional de crianças e
adolescentes
Oswaldo Alcanfor Ramos
Adriano Francisco de Oliveira
700 “Economia moral”: uma perspectiva analítica para compreender
o ativismo sindical bancário no contexto da pandemia
Carilo Marzari Machado
Virginia Vecchioli
702 Estado neoliberal e políticas sociais: aproximações com as
tendências e desmontes
Sueiny Larissa de Sousa Neves
Teresa Cristina Moura

740
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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
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704 Vínculo: premissa básica para constituição da proteção social


Oswaldo Alcanfor Ramos
Adriano Francisco de Oliveira

741
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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Relação de Autores

A
Adecir Natalino Troian 30, 280
Adilson de Souza Almeida 16, 126
Adolfo Pizzinato 16, 128
Adriana Cattai Pismel 26, 230
Adriane Vieira Ferrarini 3, 5, 6, 7, 8, 10, 23, 25, 54, 67, 80, 234, 484, 598, 742
Adriano Francisco de Oliveira 78, 698, 704
Adriano Luís Hahn Soares 49, 430
Adrielly Ferreira Morais 36, 322
Aimara Bolsi 69, 600
Alana Hüttner Wolter 29, 276
Alan Farley Prates Oliveira 12, 110
Alessandra Caroline Ghiorzi 59, 514
Alessandra Santos Nascimento 13, 45, 102, 402
Alessandro Carvalho Bica 54, 500
Alexandre Augusto Alberto Moreira de Abreu 13, 102
Alexandre Moura Lima Neto 57, 61, 504, 548
Alex Sander da Silva 14, 34, 90, 302
Alex Sandro da Silveira Filho 33
Alfredo Ricardo Silva Lopes 50, 464
Alice Adams Bohrer 59, 518
Aline Aver Vanin 13, 92
Aline Gonzalez Kochhann 32, 290
Aline Mendonça dos Santos 17, 19, 24, 32, 37, 138, 150, 236, 290, 340
Almerinda Andrea Pontes Silva Gomes 18, 164
Aloisio Ruscheinsky 63, 72, 666
Altacir Bunde 36, 37, 320, 338
Altemar Felberg 66, 68, 69, 606, 630
Álvaro Augusto de Borba Barreto 71, 664
Amanda Barbosa Rêgo 19, 146
Amanda Couto Dias 53, 480

742
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PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Amanda dos Santos Vieira 14, 34, 90, 302


Amanda Franciele Garcia 26, 228
Amurabi Oliveira 42
Ana Claudia Moreira 55, 482
Ana Furlong Antochevis 51, 448
Ana Karolina Matias Emydio 18, 148
Ana Licks Souza de Almeida 77, 696
Ana Lídia Rost 43, 378
Ana Lucía Torres 47, 48, 434
Ana Luiza Fernandes Mendes 63, 582
Ana Margarida Esteves 10, 79
Ananda Beltran Borges 54, 55, 67, 484, 598
Ana Rosa Lago Cecílio 51, 442
Andréa Alves de Oliveira 64, 592
André Abreu de Almeida 21, 178
Andreia Moreira 31, 284
Andréia Teixeira Costa 72, 648
Andres Armando Mendiburu Zevallos 75, 686
Andrés Mideros Mora 65, 578
Angela Ernestina Cardoso de Brito 57, 534
Angela Ester Mallmann Centenaro 30, 32, 280, 294
Angela Stienen 28, 274
Angélica Vieira de Souza Lopes 64, 592
Artur da Rocha Sanzi Erguy 61, 71, 556, 656
Attila Augusto Santos 22, 182
Aymara Oliveira de Jesus 37, 338

B
Bárbara Aureliano Cordeiro 55, 494
Bárbara Martins Lopes 16, 122
Bárbara Ribeiro Soares 55, 494
Bárbara Tauffner de Souza 19, 166
Bianca Larissa Soares de Jesus Roso 75, 688
Bianka Adamatti 33

743
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Brunno Mattos da Silva 24, 226


Bruno Assumpção 25, 214
Bruno Galisa de Oliveira 50, 452
Bruno Gomes 25, 214
Bruno Perdona 102

C
Camila Botelho Schuck 46, 406
Camila Pereira Alves 18, 142
Carem Barbosa de Castro 60, 562
Carilo Marzari Machado 77, 700
Carina Monteiro Dias 5, 45, 390
Carla Cristina Alves Torquato 47, 424
Carla Maria de Bastos Borrões 72, 646
Carla Pasa Gómez 54, 488, 498
Carla Rejane Goulart Bandeira 58, 544
Carlene Santana dos Santos 14, 108
Carlos Eduardo Santos Pinho 3, 5, 6, 20
Carlos Roberto da Silva Machado 51, 65, 448, 590
Carmelita de Afonseca Silva 44
Carol Blume Corssac 24, 226
Carolina Beltrão de Medeiros 53, 54, 488
Caroline Bianca Graeff 71, 664
Caroline Britto da Silva Silveira 64, 594
Cassiane da Costa 37, 338
Cauê Rodrigues 56
Cecilia Almeida Rios 17, 144
Celso Ricardo dos Santos Nascimento 34, 38, 60, 304, 344, 550
César Fernando da Silva Paz 10, 25, 67, 80, 234, 598
Cesar Froilan Muñoz Tamayo 29, 264
César Miguel Salinas Ramos 5, 69, 604
César Salinas Ramos 73
Charles Henrique Voos 40
Christiane Bastos 36, 316

744
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Christianne Teixeira Albuquerque 36, 320


Cicero Santiago de Oliveira 13, 102
Cinara Gomes de Araújo Lobo 20, 188
Cíntia do Nascimento Silva 36, 312
Clarissa Bottega 70, 642
Clarissa Tassinari 60
Cláudia Aparecida Alves Godoi 58, 544
Cláudio Alberto Gabriel Guimarães 26, 40, 54, 61, 248, 358, 490, 560, 566
Cláudio Alberto Maciel Guimarães 61
Cláudio Kury Freitas 10, 25, 67, 80, 234, 598
Cleiton Fernandes Chiarel 54, 55, 67, 478, 484, 598
Cleucimara Molon Jubelli 54, 476
Clícia Carolaine de Jesus Alves 57, 534
Conselho de Yas e Babas da Nação Muzunguê CoMPaz 46, 408
Cristiana Losekann 70, 662
Cristian Andrei Tisatto 40
Cristiane Osório dos Santos 25, 224
Cristiane Westrup 18, 148
Cristian Tisatto 40, 364
Cyntia Barbosa Oliveira 57, 530

D
Daiane da Fonseca Pereira 36, 328
Damaris Bertuzzi 5, 13, 98
Daniel Izidoro Ferreira da Silva 30, 32, 280, 294
Danielle Ferreira Medeiro da Silva de Araújo 66, 67, 68, 606, 622
Daniel Santos Oliveira 19, 134
Deisi Conteratto 44, 384
Délton Winter de Carvalho 75, 688
Diego Maradona Cortezzi Guimarães Pedras 60, 558
Dilani Silveira Bassan 64, 594
Dinaê Espíndola Martins 13, 92, 104
Diônifer Alan da Silveira 69, 632
Dorian Luiz Borges Moreira Filho 21, 190

745
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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

E
Edelvira Silva da Silva 54, 500
Éder Machado de Oliveira 71, 644
Edgilson Tavares de Araújo 66, 67, 68, 620
Edineide Ribeiro Santos 38, 334
Edith Maria Barbosa Ramos 57, 61, 504, 548
Eduardo de Oliveira Soares Real 18, 136
Eduardo Enrique Aguilar 26, 220
Eduardo Henrique Moraes Santos 12, 110
Eduardo José Fernandes Nunes 35, 38, 332
Elenita Malta Pereira 50, 51, 468
Élida de Oliveira Lauris dos Santos 17
Elio Pereira Fernandes 51, 472
Elisa de Carvalho 19, 156
Elisa De Carvalho 156
Elisa Maffassiolli Hartwig 75, 688
Elis Cristina Fiamengue 42, 372
Elizabeth Trejos-Castillo 57, 542
Elizangela Beckmann 32, 294
Elsa Estrela 616
Emanuelly Vitoria da Silva Almeida 12, 46, 89, 392
Emiliano Lobo de Godoi 19, 146
Erasmo Braz dos Santos 22, 172
Erick da Silva Porto 33, 308
Erivaldo Cavalcanti e Silva Filho 47, 424
Erlinda Pillajo 31, 286
Erlon Fabio de Jesus Costa Araújo 68, 69, 614, 628
Eryka Torrejón Cardon 28, 29
Eser Azael Moreira Lopes 74, 670
Esteban López Andrade 73, 74, 676
Esteban Nicholls 64, 586
Esteban Nina Baltazar 64, 584
Estelamaris de Barros Dihl 26, 202
Eufémia Vicente Rocha 44

746
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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Eveline Nair Tavares 44, 388

F
Fabiana Pinto de Almeida Bizarria 19, 50, 140, 452
Fabiane Helene Valmore 24, 27, 218, 242
Fabiano Quadros Rückert 50, 51, 456
Fabricio Antonio Deffacci 16, 124
Felipe de Carvalho Pedroso 24, 236
Felipe Maia Lyrio 21, 178
Ferlanda Luna 29, 260
Fernanda da Silva Lima 18, 148
Fernanda FrizzoBragato 33
Fernanda Ollé Xavier 34, 306
Fernanda Sena Fernandes 57, 506
Flavia Almeida Pita 35, 37, 314
Flávia Lorenne Sampaio Barbosa 50, 452
Franciele Brito Barbosa 42, 372
Franciele Clara Peloso 19, 158
Franciele Muller 69
Franciele Müller 602
Francine Nunes Pereira 59, 518
Francine Pinto da Silva Joseph 57, 530
Francisco Teomário Serejo Silva 54, 61, 490, 566
Frederico Salmi 76, 692
Frederik Bacellar Ribeiro 54, 61, 490, 566

G
Gabriela Dávila Koenig 59, 526
Gabriela de Lima Ribeiro 19, 150
Gabriela de Oliveira Jardim 18, 132
Gabriel Chaves Amorim 5, 45, 404
Gabriel Lírio Didier Peixe 21, 174
Geélison Ferreira da Silva 60, 558
Geicilene Rodrigues dos Santos 37, 348
Geisiane Antonita do Nascimento 54, 488, 498

747
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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Geomara Pereira Moreno Nascimento 69, 612, 614


Gesiele Nadine de Moura Barbosa 38, 334
Gesner Brehemer de Araújo Silva 38, 324
Gianluca Augusto Oliveira-Soares 16, 128
Giovane Santin 70, 660
Gisele Cristina Tertuliano 56
Gisele Poletto Porto 68, 626, 630
Greyce Kelly de Souza 34, 302
Guadalupe Fernández Aguilera 63
Gustavo Moura de Oliveira 240
Gustavo Oliveira 23, 25
Gwerson Gley dos Santos 21, 180

H
Harrysson Luiz da Silva 75, 76, 684
Hélio Monzilar Filho 31, 282
Helloísa Karoline de Lima Silva 47, 422

I
Icaro Gabriel da Fonseca Engler 40
Igor Dantas Fraga 67, 608
Ingrid Augusta Celmer Donald 56, 516
Iran Carlos Lovis Trentin 29, 258
Irene Carniato 76, 684
Irlanne Santiago Lima 57, 534
Isabel Carmen Armijos 31, 286
Isabel Cristina Coelho Carvalho 68, 610
Isadora Ferreira Neves 60
Ivânia Maria Carneiro Vieira 48, 428
Ivan Osvaldo Calderon Arrueta Ribeiro 34, 38, 60, 304, 344, 550
Ivone dos Passos Maio 27, 216

J
Jacinta Sidegum Renner 58, 532
Jairo de Carvalho Guimarães 25, 224

748
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PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Janaína Perez Reis 44, 46, 388, 400


Jander Fernandes Martins 58, 59, 508, 532
Jane Amorim da Silva 31, 288
Jaqueline de Souza Oliveira 37, 330
Jaqueline Marcos de Araujo 36, 318
Jeferson Araujo Oliveira 39, 326
Jenilson de Aguiar Biano 31, 288
Jéssica Dayse Matos Gomes 49, 438
J. Guillermo Gomez-Urrego 31, 286
Jhonatham Cavalcante da Costa 21, 178
João Carlos Mendonça Didier Silva Peixe 21, 174
José Carlos Martines Belieiro Jr. 74, 670
José David Gómez-Urrego 73, 674
José Domingos Cantanhede Silva 24, 246
José Ivo Follmann 48, 51, 428, 442
José Raimundo Oliveira Lima 35, 37, 38, 39, 324, 326
Josinete Alves Fonseca 36, 328
Josué Mallmann Centenaro 30, 32, 280, 294
Jucileide Alves Ribeiro 31, 288
Juliana Vanesi Lopes da Silva 51, 458
Juliane Sant’Ana Bento 70, 72, 666
Juliano Fabricio Antunes 618
Julice Salvagni 15, 29, 120, 254

K
Karla Henríquez Ojeda 10, 84
Karoline Cipriano dos Santos 34, 302
Kátia Caroline Souza Ferreira 67, 616
Katiuscia Marcon Romão Torezan 76, 690
Katy Luz Millán-Otero 28, 272

L
Laercio Gomes Rodrigues 58, 510
Lais Nardon Martins 33
Laleska Rocha de Abrantes Carcará 22, 196

749
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Larissa Scherer Severo 11, 82


Laryssa Louzada de Assis 45, 398
Laudemir Luiz Zart 31, 32, 284, 288, 296
Laumar Neves de Souza 77, 696
Laura Braga Gotuzzo 45, 394
Laura Cecilia López 6, 58, 89, 536
Laura dos Santos Boeira 59, 518
Laura Estela dos Santos Cardozo 37, 338
Laura Lopez 12
Leandro da Silva Lunz 58, 528
Leila Aparecida de Ataides 68, 618
Leomir Ferreira de Araújo 20, 188
Leonardo Bentes Rodrigues 49, 436
Leonardo Gómez Castillo 54, 488
Leonardo Mello Garcia dos Santos 59, 518
Leonardo Rodrigues Limeira 24, 226, 238
Letícia Laureano dos Santos 59, 538
Lia Valente Martins 68, 606, 626
Lídia Nascimento Fateicha de Oliveira 24, 208
Lisiana Lawson Terra da Silva 45, 396, 398
Lízia Barbosa Rocha 19, 140
Lorena de Sousa Ribeiro Calderon Arrueta 34, 38, 60, 304, 344, 550
Lorenzo Borges de Pietro 22, 176
Lourdes Helena Martins da Silva 57, 540
Luan Benedito Oliveira da Silva 31, 284
Lucélia Peron 53, 486
Luciana Leite Lima 59, 514
Luciana Marin 12, 94
Luciana Santos Leitão 69, 614
Luciana Silva Santos 36, 316
Luciano Neves Souza 614
Lucia Piani 31, 292
Luciléia Colombo 20
Lucilene Athaide 45, 386

750
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Luísa Chaves de Faria Brasil 59, 518


Luis Fernando Orozco Arroyave 28, 29, 268
Luíza Cristina de Castro Faria 65, 576
Luiz Alfredo Fernandes Lottermann 41, 360
Luiz Felipe Lacerda 47, 48, 420
Luiz Inácio Gaiger 10, 79, 86
Luiz Sérgio Cordeiro da Rocha 22, 186

M
Magueda Thomaz Villas Boas 63, 574
Maiane de Oliveira Cerqueira Azevedo 37, 348
Manuela Salau Brasil 74, 680
Mara Beatriz Nunes Gomes 13, 100
Marcela de Andrade Rufato 42, 374
Marcel Gustavo Corrêa 62, 564
Marcelino Meleu 64, 580
Marcelo Cigales 42
Marc François Richter 75, 76, 684
Márcia de Oliveira Sales 38, 352
Márcia Inês Schaefer 71, 650
Márcia Moreira de Jesus 38, 336
Marciele Agosta de Vasconcellos 71, 658
Marcio dos Santos Rabelo 26, 248
Marcírio Barcellos Gessinger 71, 652
Marcleide Sampaio Oliveira 50, 452
Marco Aurélio Zborowski Fernandes 20
Marco Paladines 73, 74, 678
Marcos Gerhardt 52, 462
Marcus Vinicius Spolle 13, 100
Margarete Hirdes Antunes 22, 194
Maria Adriana Farias Rodrigues 22, 184
Maria Clara Gabriel de Oliveira 77
Maria da Glória Tassinari Yacoub 26, 232
Maria do Carmo Ferreira de Andrade 49, 432

751
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Maria Francisca Granda Benitez 63, 64, 586


Maria José Dantas Souza 32, 296
Maria Laura Maciel Fernandez 21, 52, 198, 454
Maria Luiza Lorenzoni Bernardi 57, 540
Maria Luiza Rodrigues 21, 180
Maria Marta de Souza Freitas 32, 294
Maria Soledade Soares Cruzes 61, 570
Marie-Hélène Sá Vilas Boas 70
Marília Veríssimo Veronese 6, 15, 48, 114, 420
Marina Dadico Amâncio de Souza 19, 166
Mario Iván Patiño Rodríguez Malpica 63
Mario José Lobato Feitosa Filho 57, 504
Mario Oscar García Cardoni 350
Mário Roberto Ferraro 52, 446
Maripaz Carbajal Herrera 40, 366
Marlei Dambros 53, 486
Marluza Marques Harres 50, 52
Marta Bonow Rodrigues 45, 398
Marta Santos Sales 55, 494
Marta Simões Peres 24, 27, 218, 242
Marthina Endo 53
Martina Bravo Leite 21, 52, 198, 454
Mary Nelys Silva de Almeida 49, 430
Mateus Henrique Jung Nascimento 43, 380
Matheus Alves da Rocha 26, 61, 222, 552
Matheus Balduíno Salkovski Junges 42, 370
Matheus Braz Horstmann 37, 338
Matheus Muller 57, 506
Maurício Hiroaki Hashizume 17
Mauro Costa da Rocha 40, 358
Melissa Watanabe 55, 482
Miguel Reyes 64, 584
Miguel Soares Silveira 58, 520
Milena Cassal Pereira 56, 58, 544

752
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Miquéias Serrão Marques 41, 58, 362, 510


Miriam Steffen Vieira 6, 44, 388
Moacir Gomes Ribeiro 64, 580
Monika Weronika Dowbor 6, 11, 23, 82

N
Nadia Carestiato 31, 292
Natália Inês Schoffen Corrêa 56
Nereyda Espinoza-Velasteguí 64, 588
Nicole Eileen Tinjacá Espinosa 25, 250
Nicoli Francieli Gross 22, 176
Nilso Francio 30, 280
Nora Fernández Mora 65, 578

O
Omar Alonso Urán Arenas 6, 28, 29
Oswaldo Alcanfor Ramos 78, 698, 704
Otávio Santiago Gomes da Silva 71, 638

P
Paolo de Souza Silva 21, 23, 178, 212
Patrícia Cotta 55, 494
Paulo Cesar Silva Costa Junior 30, 280
Paulo Guilherme Oliveira 50, 452
Paul Vallejo 31, 286
Pedro Paulo Baruffi 22, 182
Priscila Jaeger Lucas 59, 512

R
Raimundo Nonato Leal 19, 140
Ramiro Chimuris 35
Raquel de Oliveira Mendes 12, 110
Raul Teixeira de Mello Filho 17, 162
Rebeca de Souza Vieira 17, 144
Reginaldo da Rocha Santos Sales 23, 204

753
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Reginalva Albino 622


Reginalva Almeida Santana Santos Albino 67, 622
Regina Weber 51, 444
Reinaldo Ramos Mourão 49, 414
Renan Costa Valle Scarano 18, 160
Renata de Lima Sousa 48, 428
Renilda Aparecida Costa 47, 48, 49, 418, 432, 438
Rhay Patrick Farias Cruz 50, 466
Ricardo dos Santos Castilho 47, 424
Ricardo Peres da Costa 57, 542
Rita de Cássia Ferreira 45, 402
Rivison Soares de Souza Lima 33, 300
Roberta Curiazi 31, 292
Roberta da Silva Gomes 13, 104
Roberto Bispo dos Santos Neto 38, 324
Rodrigo de Oliveira Moraes 39, 346
Rodrigo Hinz da Silva 61, 568
Rodrigo Pelet Nascimento Aquino 65, 576
Rodrigo Rosa Borba 61, 560
Rodrigo Schmidt 15, 116
Roger Domenech Colacios 51, 450
Ronaldo Vieira Lima 41, 356
Rosane Corgozinho 55, 494
Rosangela Aparecida Marquezi 19, 158
Rosângela Azevedo Corrêa 50, 460
Rose Ferreira 13, 96
Rosinéa Auxiliadora Pereira dos Santos 48, 418
Rosmarie Reinehr 75, 76, 684
Rosymile Andrade de Moura 26, 61, 222, 552
Roxana Ruiz Buendía 614
Rubens Arantes Corrêa 73, 672

S
Sabrina Feiber da Silva 58, 536

754
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Sabrina Meirelles Macedo 45, 398


Samylla de Moura Feitosa 19, 140
Sandoval Alves Rocha 47, 48, 422, 426
Sandra Vidal Nogueira 30
Sarah Aparecida da Silva 56, 522
Sarah Cerqueira Azevedo 37, 314
Sara Soares Costa 38, 334
Saulo Oliveira do Nascimento 21, 170
Sebastiao Ailton da Rosa Cerqueira Adão 36, 320
Sérgio Eugênio Ferreira de Camargo 56, 522
Sergio Kelner Silveira 53
Sidélia Luíza de Paula Silva 38, 342
Sílvio Takeshi Tamura 43, 376
Silze Anne Gonçalves Lins 54, 488
Simone Conceição Soares Dias 52, 470
Simone Lima Cunha Pinto 38, 332
Simone Poças Pinheiro 23, 206
Sinval Martins Farina 65, 590
Sirlei de Oliveira 59, 524
Sofia Isabel Vizcarra Castillo 75, 686
Sueiny Larissa de Sousa Neves 78, 702
Sueli Maria Cabral 15, 116

T
Tainá Martins de Barros 43, 378
Tainá Viana 18, 154
Tamara Cecilia Karawejczyk Telles 26, 202
Tanise Baptista de Medeiros 13, 92
Tatiane Atanásio dos Santos Bernardy 76, 690
Tchessica Weber 64, 580
Terena Souza da Silva Koglin 37, 340
Teresa Cristina Moura 78, 702
Teresa Hiramatsu 350
Thais do Amaral Marques 25, 62, 210, 554

755
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Thaynara Conrado Cerutti 16, 124


Thereza de Jesus Santos Junqueira 18, 152
Tiago Oliveira 77
Tomás Susemihl 16, 118
Treicy Giovanella da Silveira 72, 654

U
Ulisses Pereira Ribeiro 77, 696
Urânia Flores da Cruz Freitas 24, 244

V
Vagner Rodrigues 14, 59, 106, 512
Vagner Rodrigues Garcia 106, 512
Valdsandro de Lima Campos 48, 412
Valéria de Souza Silva 32, 296
Valéria Giannella 66, 67, 68, 606, 608
Vanessa Aguilar Marín 29, 256
Vanessa Rosset Albuquerque 53, 492
Vanessa Silva da Cunha 71, 640
Vanessa Soares Maurente 18, 142
Vera Maria Ribeiro Nogueira 18, 136
Vera Rodrigues 12, 89
Veridiana Farias Machado 25, 62, 210, 554
Vico Dênis Sousa de Melo 17
Victor Barcellos 15
Victória Mendonça da Silva 15, 29, 120, 254
Vinicius Barboza 61, 72, 556, 636
Virgínia Feix 44, 388
Virginia Vecchioli 77, 700
Vitória Duarte Wingert 58, 59, 508, 532

W
Wallace Silva dos Santos 38, 334

756
CADERNO DE RESUMOS DO VIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DESIGUALDADES, DIREITOS E POLÍTICAS
PÚBLICAS: NOVOS ATIVISMOS E PROTAGONISTAS NA REINVENÇÃO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL
PORTO ALEGRE-RS – UNISINOS, 16 A 18 DE NOVEMBRO DE 2022

Y
Yves-Garnard Irilan 13, 102

Z
Zeuga Semedo 44, 384

757
CASA LEIRIA
Rua do Parque, 470
São Leopoldo-RS Brasil
casaleiria@casaleiria.com.br
Programa de Pós-Graduação
em Ciências Sociais Unisinos

Casa Leiria

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