Fascículo de Estatística Descritiva 2 Ano Enfermagem 2023
Fascículo de Estatística Descritiva 2 Ano Enfermagem 2023
Fascículo de Estatística Descritiva 2 Ano Enfermagem 2023
Introdução à Estatística
Definição : Parâmetro
Uma característica numérica estabelecida para toda uma população é denominada parâmetro.
São valores, geralmente desconhecidos (e que portanto têm de ser estimados), que representam
certas características da população.
Definição : Estimador
É uma característica baseada em observações amostrais e usada para indicar o valor de um
Conceitos Fundamentais
• Riscos - é a margem de erro motivado pelo fato de investigarmos parcialmente (amostras) o
universo (população).
• População-alvo - é a população sobre a qual vamos fazer inferências baseadas na amostra.
Para que possamos fazer inferências válidas sobre a população a partir de uma amostra, é
preciso que essa seja representativa. Uma das formas de se conseguir representatividade é fazer
com que o processo de escolha da amostra seja, de alguma forma, aleatório. Além disso, a
aleatoriedade permite o cálculo de estimativas dos erros envolvidos no processo de inferência.
Quanto à extração dos elementos, as amostras podem ser:
• Com reposição - quando um elemento sorteado puder ser sorteado novamente;
• Sem reposição - quando o elemento sorteado só puder figurar uma única vez na amostra.
Basicamente, existem dois métodos para composição da amostra: probabilístico e não
probabilístico (intencional).
• O método de amostragem probabilística exige que cada elemento da população possua
determinada probabilidade de ser selecionado. Normalmente, possuem a mesma probabilidade.
Assim, se N for o tamanho da população, a probabilidade de cada elemento será 1/N. Somente
com base em amostragens probabilísticas pode-se realizar inferências sobre a população, a partir
dos parâmetros estudados na amostra. São elas:
• Amostragem Aleatória Simples;
• Amostragem Aleatória Estratificada;
• Amostragem Sistemática;
• Amostragem por Conglomerado.
Por serem as principais técnicas estudadas, serão mais detalhadamente exploradas no.
• Os métodos não probabilísticos são amostragens em que há uma escolha deliberada dos
elementos que compõem a amostra. Não se pode generalizar os resultados das pesquisas para a
população, uma vez que as amostras não probabilísticas não garantem a representatividade da
Exemplo:
Vamos obter uma amostra representativa de 8 itens para a pesquisa da estatura de noventa
alunos de uma escola. Utilize a TNA (3ª linha e 8ª Coluna).
Resolução:
• Numeramos os alunos de 01 a 90;
• Iniciamos o processo de sorteio dos itens da amostra na TNA considerando as colunas 8ª e 9ª,
pois 90 são dois dígitos;
• A amostra será os alunos correspondentes aos números: 46, 58, 16, 51, 88, 09, 89, 14.
Ex: Calcule o número de amostras por estrato sabendo que a população é de 300 pacientes numa
unidade das amostras de 100 pacientes (10,20,30,40,50,100,150,200,300)
𝑛
N=300 pac 𝑛𝑎 = . 𝑁𝑎
𝑁
100
n= 100 pac 𝑛𝑎 = 300 . 9
900
𝑁𝑎 = 9 𝑢 𝑛𝑎 = 300 = 3
Ex: Calcule o número de unidade das amostras sabendo que a população é de 100 pacientes num
número de amostras de estrato A de 10 pacientes em unidades de estrato de 20 pacientes por
salas
𝑁𝑎 𝑛𝑎
𝑛𝑎 = 10 =
𝑁 𝑛
𝑁 . 𝑛𝑎
N=100 pac 𝑛= 𝑁𝑎
100.10
n= 𝑛𝑎 = 20
1000
𝑁𝑎 = 20 𝑢 𝑛𝑎 = = 50𝑢
20
Exemplo:
Supondo, no exemplo anterior, que, dos noventa alunos, 54 sejam meninos e 36 sejam meninas,
vamos obter uma amostra proporcional estratificada de 10%.
Resolução:
• São, portanto, dois estratos (sexo masculino e feminino) e queremos uma amostra de 10% da
população;
• Calcula-se o número de amostras de cada estrato.
M 54 5,4 5
F 36 3,6 4
Total 90 9,0 9
Exemplo:
Em um levantamento da população de uma cidade, podemos dispor do mapa indicando cada
quarteirão e não dispor de uma relação atualizada dos seus moradores. Pode-se, então, colher
uma amostra dos quarteirões e fazer a contagem completa de todos os que residem naqueles
quarteirões sorteados.
Amostragem Sistemática
Quando os elementos da população já se encontram ordenados, não há necessidade de se
construir o sistema de referência. Nesses casos, a seleção dos elementos que constituirão a
amostra pode ser por um sistema imposto pelo pesquisador.
Em geral, para se obter uma amostra sistemática de n elementos de uma população de tamanho
N, K deve ser menor ou igual a N/n. Não é possível determinar K, precisamente, quando o
tamanho da população é desconhecido, mas pode-se supor um valor de k de tal modo que seja
possível obter uma amostra de tamanho n. Em vez da amostragem aleatória simples, pode-se
empregar a amostragem sistemática pelas seguintes razões:
• a amostragem sistemática é mais fácil de se executar e, por isso, está menos sujeita a erros do
entrevistador do que aqueles que acontecem na aleatória simples;
• a amostragem sistemática freqüentemente proporciona mais informações por custo unitário do
que a aleatória simples.
Diretrizes para calcular as amostras:
1º - Estabelecer o intervalo de amostragem K:
K =N/n
OBS: Para valores de K=N/n , arredondar para o valor inteiro menor.
2º - Iniciar aleatoriamente a composição da amostra.
b → inicio (nº de ordem inicial sorteado na TNA).
OBS: 0 < b ≤ K
3º - Composição da Amostra:
1º item →b
2º item →b + K
3º item →b + 2k
Exemplo:
1 – Suponhamos uma rua contendo quinhentos prédios, dos quais desejamos obter uma amostra
formada de vinte prédios. (TNA, 3ªLinha e 5ª Coluna)
Solução:
a) Calcular K (intervalo de amostragem)
b) K=500/20→ K=25
c) b= 12 (valor encontrado na TNA)
d) Composição da amostra
1º item → 12
2º item → 12 + 25 = 37
3º item → 12 + 2.25 = 62
20º item → 12 +19.25 = 487
Dados Estatísticos
Normalmente, no trabalho estatístico, o pesquisador se vê obrigado a lidar com grande
quantidade de valores numéricos resultantes de um censo ou de uma amostragem. Estes valores
numéricos são chamados dados estatísticos.
No sentido da disciplina, a Estatística ensina métodos racionais para a obtenção de informações
a respeito de um fenômeno coletivo, além de obter conclusões válidas para o fenômeno e
também permitir tomada de decisões, através dos dados estatísticos observados. Desta forma, a
estatística pode ser dividida em duas áreas: Estatística Descritiva e Estatística Inferencial.
Estatística Descritiva
É a parte da Estatística que tem por objetivo descrever os dados observados. A Estatística
Descritiva, na sua função de descrição dos dados, tem as seguintes atribuições:
• A obtenção dos dados estatísticos;
• A organização dos dados;
• A redução dos dados;
• A representação dos dados;
• A obtenção de algumas informações que auxiliam a descrição do fenômeno observado.
Planejamento
É o trabalho inicial de coordenação no qual define-se a população a ser estudada
estatisticamente, formulando-se o trabalho de pesquisa através da elaboração de questionário,
entrevistas, etc.
A organização do plano geral implica em obter respostas para uma série tradicional de
perguntas, antes mesmo do exame das informações disponíveis sobre o assunto, perguntas que
procuram justificar a necessidade efetiva da pesquisa, a saber:
- "quem", "o que", "sempre", "por que", "para que", "para quando".
Imaginemos, por exemplo, que o Governo do Estado tenha necessidade de obter informações
acerca do desempenho em Matemática dos estudantes matriculados na rede pública de ensino.
O primeiro trabalho da equipe encarregada da pesquisa, será evidentemente, o de obter respostas
para aquelas perguntas. Seriam então:
- Quem deseja as informações?
- O que devemos perguntar no questionário?
- A pesquisa será periódica ou ocasional? Será executada sempre?
- Por que desejam as informações?
- Quando deverá estar concluída a pesquisa?
- Qual a época oportuna para a aplicação dos questionários?
- Para que desejam as informações?
Ainda na fase do planejamento, temos:
• O exame das informações disponíveis: trabalho inicial de coleta de trabalhos ou publicações
sobre o assunto, obtendo-se relatórios sobre atividades semelhantes ou correlatas;
• A Definição do Universo, isto é, saber qual o conjunto a ser pesquisado, distribuindo,
classificando ou agrupando os elementos desse conjunto em subpopulações, para permitir
um trabalho mais fácil, mais lógico, mais racional;
• O tipo de levantamento, Censo ou Amostragem, deverá ser decidido com a devida
antecedência e a necessária análise das vantagens e desvantagens de um e de outro, em virtude
do custo financeiro e do prazo determinado para a conclusão do trabalho.
Coleta de Dados
Após cuidadoso planejamento e a devida determinação das características mensuráveis do
fenômeno coletivamente típico que se quer pesquisar, damos início à coleta dos dados
numéricos necessários à sua descrição.
A coleta dos dados poderá ser feita de diversas formas. A ideal é aquela que maximiza os
recursos disponíveis, dados os objetivos e a precisão previamente estipulados. No seu
planejamento, deve-se considerar o tipo de dado a ser coletado, o local onde este se manifestará,
a frequência de sua ocorrência, e outras particularidades julgadas importantes.
Quando os dados se referirem ou estiverem em poder de pessoas, sua coleta poderá ser realizada
mediante respostas a questionários previamente elaborados. Esses questionários podem ser
enviados aos entrevistados para devolução posterior ou podem ser aplicados pelos próprios
pesquisadores ou por entrevistadores externos ou contratados.
Os dados ou informações representativas dos fenômenos ou problema em estudo podem ser
obtidos de duas formas: por via direta ou por via indireta.
1. Por via direta - quando feita sobre elementos informativos de registro obrigatório (p. ex.:
fichas no serviço de ambulatório, nascimentos, casamentos, óbitos, matrículas de alunos etc.)
ou, ainda, quando os dados são coletados pelo próprio pesquisador através de entrevistas ou
questionários. A coleta direta de dados, com relação ao fator tempo, pode ser classificada em:
1.1. Contínua - também denominada registro, é feita continuamente, tal como a de nascimentos
e óbitos, etc. Também são do tipo contínuo o registro de certas doenças, como câncer,
hanseníase, tuberculose e também algumas doenças infecciosas agudas com finalidade de
controle.
1.2. Periódica - quando feita em intervalos constantes de tempo, como os censos(de 10 em 10
anos), os balanços de uma farmácia, etc.;
1.3. Ocasional - quando feita extemporaneamente, a fim de atender a uma conjuntura ou a uma
emergência, como no caso de epidemias que assolam ou dizimam seres humanos.
2. Por via indireta - quando é inferida de elementos conhecidos (coleta direta) e/ou
conhecimento de outros fenômenos relacionados com o fenômeno estudado. Como exemplo,
podemos citar a pesquisa sobre a mortalidade infantil, que é feita através de dados colhidos via
coleta direta.
Crítica dos Dados
Os dados colhidos por qualquer via ou forma e não previamente organizados são chamados de
dados brutos. Esses dados brutos, antes de serem submetidos ao processamento estatístico
propriamente dito, devem ser "criticados", visando eliminar valores impróprios e erros
grosseiros que possam interferir nos resultados finais do estudo.
A crítica é externa quando visa às causas dos erros por parte do informante, por distração ou má
interpretação das perguntas que lhe foram feitas; é interna quando se observa o material
constituído pelos dados coletados. É o caso, por exemplo, da verificação de somas de valores
anotados.
Apuração ou Processamento dos Dados
Uma vez assegurado que os dados brutos são consistentes, devemos submetê-los ao
processamento adequado aos fins pretendidos. A apuração ou processamento dos dados pode ser
manual, eletromecânica ou eletrônica. Os processos e métodos estatísticos a que um conjunto de
dados pode ser submetido serão nosso objeto de estudo nas seções seguintes.
Exposição ou Apresentação dos Dados
Por mais diversa que seja a finalidade que se tenha em vista, os dados devem ser apresentados
sob forma adequada (tabelas ou gráficos), tornando mais fácil o exame daquilo que está sendo
objeto de tratamento estatístico.
No caso particular da estatística descritiva, o objetivo do estudo se limita, na maioria dos casos,
à simples apresentação dos dados, assim entendida a exposição organizada e resumida das
informações coletadas através de tabelas ou quadros, bem como dos gráficos resultantes.
Análise dos Resultados
Como já dissemos, o objetivo último da Estatística é tirar conclusões sobre o todo (população) a
partir de informações fornecidas por parte representativa do todo (amostra). Assim, realizadas as
fases anteriores (Estatística Descritiva), fazemos uma análise dos resultados obtidos, através dos
métodos da Estatística Inferencial, que tem por base a indução ou inferência, e tiramos desses
resultados conclusões e previsões.
Estatística Descritiva
A Estatística Descritiva é a parte da estatística que se ocupa com a coleta, crítica, ordenação e
apresentação das informações fundamentais à caracterização e descrição do fenômeno que se
deseja estudar e interpretar. Aqui se trabalhará com alguma característica notável do objeto de
estudo, a qual terá de ser coletada de alguma forma e em algum lugar. Na coleta das
informações deve-se considerar, preferencialmente, toda a população; caso a obtenção de dados
sobre toda a população (censo) seja difícil ou até mesmo impossível (dado o grande número de
elementos ou a sua dispersão no tempo ou no espaço), o estudo poderá ser feito com base numa
amostra representativa.
Distribuições de Frequência
Os dados numéricos, após coletados, são colocados em série e apresentados em tabelas ou
quadros. Quando se estuda uma variável (qualitativa ou quantitativa), o maior interesse do
pesquisador é conhecer a distribuição dessa variável através das possíveis realizações (valores)
da mesma. Iremos, pois, ver uma maneira de se dispor um conjunto de valores, de modo a se ter
uma boa ideia global sobre esses valores, ou seja, de sua distribuição.
Uma distribuição de frequências pode ser apresentada nas seguintes maneiras:
• Distribuição de Frequências por Valores (variável qualitativa ou quantitativa discreta): É
construída considerando-se todos os diferentes valores ou categorias, levando em consideração
suas respectivas repetições.
• Distribuição de Frequências por Intervalos ou Classes (variável quantitativa): Constroemse
classes de valores, levando em consideração o número de valores que pertencem a cada
classe e quando a variabilidade dos dados é grande. A construção de tabelas de frequências
para variáveis contínuas necessita de certos cuidados.
Informações sobre sexo, curso, idade (anos), procedência, renda familiar, número de disciplinas
matriculado(a), peso (kg) e altura (cm) de 46 alunos matriculados nas disciplinas de Matemática
e Física.
IDAD
RENDA NO. ALTUR
SEX E PROCEDÊNCI PESO
ID CURSO FAMILI DISCIP. A
O (Anos A (kg)
AR MATRIC. (cm)
)
Nº Estudantes Percentual ( fi %)
PROCEDÊNCIA
( Fi )
Capital 20 43,5
Interior 16 34,8
Outra Região 10 21,7
Total 46 100,0
Quadro 1- Informações sobre sexo, curso, idade (anos), procedência, renda familiar, número de
disciplinas matriculado(a), peso (kg) e altura (cm) de 46 alunos matriculados na disciplina.
Nº Estudantes Percentual ( fi %)
PROCEDÊNCIA
( Fi )
Capital 20 43,5
Interior 16 34,8
Outra Região 10 21,7
Total ou ∑ 46 100,0
Regras Básicas para Elaboração de uma Distribuição de Frequências por Classes ou Intervalos
(Dados Agrupados em Intervalos)
1. Colete n dados referentes à variável cuja distribuição será analisada. É aconselhável que n
seja superior a 50 para que possa ser obtido um padrão representativo da distribuição.
2. Efetua-se um ROL ESTATÍSTICO (ordenação crescente ou decrescente de grandeza) nos
Dados Brutos (aqueles ainda não organizados numericamente).
3. Identifique o menor valor (X min ) e o maior valor (X max ) da amostra.
4. Calcule a AMPLITUDE TOTAL dos dados (AT ):
𝐴𝑇 = 𝑋 max − 𝑋 min
1ͣ Classe:
2ͣ Classe:
i-ésima Classe:
Continue estes cálculos até que seja obtido um intervalo que contenha o maior valor da amostra
(X max ) entre seus limites.
8. Construa a tabela de distribuição de frequências.
Uma tabela de distribuição de frequências (por classes ou valores), deverá conter as seguintes
colunas:
• Número de ordem de cada classe (i) ou valor;
• Limites de cada classe (no caso da distribuição de frequências por classes)
As classes são fechadas à esquerda e abertas à direita.
As observações iguais ao limite superior da classe i-1, o qual é igual ao limite inferior da
classe i, pertencem à classe i. NOTAÇÃO: |------.
• Ponto Médio
LIi +LSi
𝑝𝑚𝑖 da i-ésima classe é denotado por: pmi = 2
• Tabulação: contagem dos dados pertencentes a cada classe ou a quantidade de vezes que o
valor se repete.
• Frequência simples ou absoluta (Fi ) da i-ésima classe ou do i-ésimo valor
Fi = número de observações da i-ésima classe (ou do i-ésimo valor)
Observe que: ∑ki=1 Fi = n
• Frequência Relativa ( f i ) da i-ésima classe (ou do i-ésimo valor)
f i = número de observações da i-ésima classe (ou do i-ésimo valor) dividido pelo
𝐹𝑖
tamanho da amostra, isto é, 𝑓𝑖 = 𝑛
Observe que a soma de todos os valores de f i deve ser igual a 1, ou seja, ∑ki=1 Fi = 1.
Multiplicando cada f i por 100 obtém-se o percentual da classe (ou valor) correspondente, isto é,
f i % = f i ×100 .
• Existem outros tipos de frequências que também podem ser calculadas:
• Frequência Simples Acumulada (do tipo “abaixo de”): frequência simples acumulada da i-
ésima classe ou valor
𝐹𝑎𝑐𝑖 = 𝐹1 + 𝐹2 + 𝐿 + 𝐹𝑖
• Frequência Relativa Acumulada: frequência relativa acumulada da i-ésima classe ou valor.
𝑓𝑎𝑐𝑖 = 𝑓1 + 𝑓 2 + 𝐿 + 𝑓 𝑖 .
Nº Estudantes Percentual ( fi %)
ALTURA (Xi)
( Fi )
Total ou ∑ 46 100,0
Solução:
Passo 1: Estabelecer o número de classes: k = √𝑛 → 𝑘 = √33 =5,7 ≅ 6
Passo 2: Amplitude Total: 𝐴𝑇 = 𝑋 max − 𝑋 min →AT = 36 - 20 = 16
𝐴𝑇 16
Passo 3: Amplitude das Classes: : ℎ = 𝐾
= 6
= 2,66 ≅ 2,7
IDADE (Xi) Fi
Total ou ∑ 33
𝐹𝑎𝑐1 , resolve-se apartir da Fi, somando desde o primeiro número até o último
𝑓𝑎𝑐1 , resolve-se apartir da 𝐹𝑎𝑐1 , somando desde o primeiro número até o último
LIi +LSi
pmi = 2
, calcula-se somando a cada linha dos limites inferior e superior, dividndor por 2
Freq. Abs Freq. Relativa Freq. Perc Freq. Absol. Freq. Relat Ponto
ALTURA (Xi) ( Fi ) fi ( fi %) Acumulada Acumalda Médio
• Veracidade - indispensável qualquer comentário, posto que, se não representa uma realidade,
perde o gráfico sua finalidade.
Os principais tipos de gráficos estatísticos para as distribuições de frequências são os diagramas,
que são gráficos geométricos de, no máximo duas dimensões. Para sua construção, em geral,
fazemos uso só do sistema cartesiano. Dentre os principais tipos de diagramas, destacamos:
Variáveis Qualitativas:
Para representarmos as variáveis qualitativas graficamente usamos os gráficos de Barras,
Colunas, Setores ou Linha.
• Gráfico em Barras ou Colunas: É a representação de uma série por meio de retângulos,
dispostos horizontalmente (em barras) ou verticalmente (em colunas);
• Gráfico de Setores: É o gráfico que representa as partes de um todo, por setores de um
círculo, visando justamente comparar estas partes entre si em relação ao todo.
• Gráfico de Linha: útil na representação de tabelas ou séries que evoluem ao longo do tempo
(séries temporais), possibilitando a identificação de tendências.
0
Capital Interior Outra Região
Outras
Regiões
22% Capital
Interior 43%
35%
Variáveis Quantitativas
• Discretas:para representarmos as variáveis quantitativas discretas graficamente usamos
gráficos em Barras ou Colunas;
• Contínuas: para representarmos as variáveis quantitativas contínuas graficamente usamos o
Histograma ou o Polígono de Frequências.
Histograma:
É a representação gráfica de uma distribuição de frequências de variável quantitativa contínua
(dados agrupados em intervalos) por meio de retângulos justapostos, centrados nos pontos
médios das classes e cujas áreas são proporcionais às frequências das classes.
10
4
2
0
155.15 159.45 163.75 168.05 172.35 176.65 180.95
Altura (cm)
Polígono de Frequência
É a representação gráfica de uma distribuição de frequências de variável quantitativa contínua
(dados agrupados em intervalos) por meio de uma linha poligonal fechada ou polígono, cuja
área total é igual à do histograma.
12
10
8
6
4
2
0
150.85 155.15 159.45 163.75 168.05 172.35 176.65 180.95 185.25
Altura (cm)
• os percentis.
onde:
xi é o i-ésimo valor da variável de interesse;
Fi é a frequência absoluta do i-ésimo valor;
n é o tamanho da amostra.
xi Fi xi × Fi
2 8 16
3 2 6
5 4 20
8 6 48
∑ 20 90
4
∑ki=1 Xi . Fi ∑4i=1 90 90
̅
X= ̅
=X= 4 = = 4,5 e n = ∑ Fi = 20
∑ki=1 Fi ∑i=1 20 20
i=1
∑ k ∑k
pmi . Fi i=1 pmi . Fi
̅
X = i=1 ou, simplesmente, ̅
X=
∑k i=1 Fi n
onde:
pmi é o ponto médio da i-ésima classe;
Fi é a frequência absoluta da i-ésima classe;
n é o tamanho da amostra
Vantagens e Desvantagens da Média
É uma medida de tendência central que, por uniformizar os valores de um conjunto de dados,
não representa bem os conjuntos que revelam tendências extremas. Ou seja, é grandemente
influenciada pelos valores extremos (grandes) do conjunto. Além disso, não pode ser calculada
para distribuições de frequências com limites indeterminados (indefinidos).
Propriedades:
1. A soma dos desvios tomados em relação à média é nula, isto é, ∑ni=1(Xi − X ̅ ) = 0.
2. Somando-se ou subtraindo-se uma constante “c” a todos os valores de uma variável, a média
do conjunto fica aumentada ou diminuída dessa constante, isto é, 𝑌𝑖 = 𝑋𝑖 ± 𝑐 ⇒ 𝑌̅ = 𝑋̅ ± 𝑐 .
3. Multiplicando-se ou dividindo-se todos os valores de uma variável por uma constante “c”, a
média do conjunto fica multiplicada ou dividida por essa constante, isto é, 𝑌𝑖 = 𝑋𝑖 . 𝑐 ⇒ 𝑌̅ =
𝑋𝑖 𝑋 ̅
𝑋̅. 𝑐 ou 𝑌𝑖 = 𝑐 ⇒𝑌̅ = 𝑐 , para c ≠ 0 .
Exemplo : Utilizando os dados apresentados na Tabela 5, determine a ALTURA MÉDIA dos 33
estudantes de Estatística Vital .
Total ou ∑ 46 - 7747,50
∑k
i=1 pmi . Fi 7747,50
Então: ̅
X= = = 168,42cm
∑k
i=1 Fi 46
Moda
Notação: Mo
Dado um conjunto ordenado de valores. A moda é (são) o(s) valor(es) que ocorre(m) com maior
frequência no conjunto de dados, ou seja é(são) o(s) valor(es) mais frequente(s) do conjunto de
dados.
Exemplo : Determine a moda dos seguintes conjuntos de dados abaixo
a) 2, 2, 3, 3, 5, 5, 8, 8 ⇒ Não existe moda (ou amodal)
b) 2, 2, 3, 5, 5, 5, 8, 8 ⇒ Mo = 5
c) 2, 2, 2, 3, 3, 5, 5, 5, 8 ⇒ Mo = 2 e Mo = 5
Observação:
a) b) c)
f f f
∆2
∆1
Mo classe
∆1
𝑀𝑜 = 𝐿𝑚𝑜 + (∆1+∆2) . ℎ𝑚𝑜 , onde: 𝐿𝑚𝑜 : limite inferior da classe modal,
∆1 = 𝐹𝑚𝑜𝑑𝑎𝑙 − 𝐹𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟
∆2 = 𝐹𝑚𝑜𝑑𝑎𝑙 − 𝐹𝑝𝑜𝑠𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟
A Classe modal será o intervalo com maior frequencia absoluta (Fi). Neste caso a classe modal
(4a) será
165,9 |----- 170,2, Lmo = 165 9, hmo = 3,4 , ∆1 = Fmodal - Fanterior = 10 - 7 = 3 e
∆2 = Fmodal - Fposterior = 10-3 =7 .
∆1 3
Daí, 𝑀𝑜 = 𝐿𝑚𝑜 + (∆1+∆2) . ℎ𝑚𝑜 → 𝑀𝑜 = 165,9 + (3+7) . 4,3 = 167,19𝑐𝑚.
50% 50%
ou n/2 ou n/2
Md
n
−Facam
onde: Me = LIme + (2 Fme
) . hme
dados;
2. A mediana de uma série de dados agrupados de classes extremas indefinidas pode ser
calculada.
Exemplo : Determinar a ALTURA MEDIANA dos 46 estudantes da turma de CPE, conforme
os dados agrupados na tabela 5.
Classe mediana é a classe que contém o elemento que está na posição n/2 , ou seja, a classe
mediana é a classe que contém o elemento que está na 23ª posição. Logo, a classe mediana será
a 4ª: 165,9 |----- 170,2 (Classe mediana: primeira classe que ultrapassar 50% (n/2) ou mais das
observações)
LI me = 165 9, Fme = 10, hme = 3,4 Fant= 19
n 46
−Facam −19
Então: Me = LIme + (2 ) . hme = 165,9 + ( 2 ) . 4,3 = 165,9 + 1,72 =
Fme 10
167,62cm
Medidas de Dispersão
No item anterior, aprendemos a calcular e entender convenientemente as medidas de posição
representativas de um determinado conjunto de dados, onde destacamos a média, a moda e a
mediana.
Sejam quatro conjuntos A, B, C e D com os seguintes valores:
Conjunto A ====> 7, 7, 7, 7, 7
Conjunto B ====> 5, 6, 7, 8, 9
Conjunto C ====> 4, 5, 7, 9, 10
Conjunto D ====> 0, 5, 10, 10, 10
Para representarmos cada conjunto, podemos calcular a sua respectiva média aritmética,
encontrando ̅̅̅
𝑋𝐴 = ̅̅̅̅
𝑋𝐵 = ̅𝑋̅̅𝐶̅ = ̅̅̅̅
𝑋𝐷 = 7 .
Vemos assim que, apesar de constituídos de valores diferentes, os grupos revelam uma mesma
média aritmética. Observando-os mais detalhadamente, notamos que em cada grupo, isto é,
conjunto de dados, os valores se distribuem diferentemente em relação à média. Necessitamos
assim de uma medida estatística complementar para melhor caracterizar cada conjunto
apresentado.
As medidas estatísticas responsáveis pela variação ou dispersão dos valores de um conjunto de
dados são as medidas de dispersão ou de variabilidade, onde se destacam a amplitude total, a
variância, o desvio padrão e o coeficiente de variação. Em princípio, diremos que entre dois ou
mais conjuntos de dados, o mais disperso (ou menos homogêneo ) é aquele que tem a maior
medida de dispersão.
Amplitude Total
Notação: AT
Medida já apresentada na elaboração de uma distribuição de frequências com dados agrupados
em classes, definida por:
AT = X max - X min ,
onde:
Xmax é o maior valor do conjunto de dados e Xmin é o menor valor do conjunto de dados.
Variância
Notação: S² é a variância da amostra ou variância amostral
σ² é a variância da população ou variância populacional
A variância de um conjunto de dados (amostra ou população ) mede a variabilidade do conjunto
em termos de desvios quadrados em relação à média aritmética. É uma quantidade sempre não
negativa e expressa em unidades quadradas do conjunto de dados, sendo de difícil interpretação.
Distribuição de Frequências por valor
Sejam x1, x2,.., xk as medidas da variável de interesse, realizadas para uma amostra de tamanho
n extraída da população considerada. Definimos a variância da amostra (S² ) como:
∑𝑘𝑖=1(𝑝𝑚𝑖 − 𝑋̅)² . 𝐹𝑖
𝑆2 =
𝑛−1
onde:
xi é o i-ésimo valor da variável de interesse;
Fi é a frequência absoluta do i-ésimo valor;
̅
X é a média da amostra;
n é o tamanho da amostra.
Observação: A equação acima é utilizada quando nosso interesse não se restringe à descrição
dos dados mas, partindo da amostra, visamos tirar inferências válidas para uma respectiva
população.
Distribuição de Frequências por Classes
Sejam pm1, pm2 ,..., pmk os pontos médios das classes, ocorrendo com frequências F1, F2 ,...,
Fk de
modo que ∑𝑘𝑖=1 𝐹𝑖 = 𝑛 . A variância da amostra (S² ) é definida por como:
pmi2 × Fipmi é o ponto médio da i-ésima classe;
Fi é a frequência absoluta da i-ésima classe;
̅ é a média da amostra;
X
n é o tamanho da amostra.
Desvio-Padrão
Notação: S é o desvio-padrão da amostra ou desvio-padrão amostral
σ é o desvio-padrão da população ou desvio-padrão populacional
É uma outra medida de dispersão mais comumente empregada do que a variância, por ser
expressa na mesma unidade do conjunto de dados. Mede a "DISPERSÃO ABSOLUTA" de um
conjunto de valores e é obtida a partir da variância.
Desvio Padrão = √Variância (Raiz quadrada da Variância ).
Assim,
S = √S²
Coeficiente de Variação
É uma medida que expressa a variabilidade em termos RELATIVOS, comparando o desvio-
padrão com a média:
𝑆
𝐶𝑉 = ×100% , sendo que 𝑋̅ ≠ 0 .
𝑋̅
Note que é importante expressar a variabilidade em termos relativos porque, por exemplo, um
desvio-padrão igual a 1 pode ser muito pequeno se a magnitude dos dados é da ordem de 1.000,
mas pode ser considerado muito elevado se esta magnitude for da ordem de 10.
Observe também que o coeficiente de variação é adimensional e por este motivo permite a
comparação das variabilidades de diferentes conjuntos de dados.
A expressão:
(∑𝑘
𝑖=1 𝑝𝑚𝑖 𝐹𝑖)²
∑𝑘 ̅ ∑𝑘
𝑖=1 𝑝𝑚𝑖 ²𝐹𝑖 −
𝑖=1(𝑝𝑚𝑖 −𝑋 )².𝐹𝑖
𝑆2 = = 𝑛
.
𝑛−1 𝑛−1
Logo,
𝑆 8,44
𝑆 = √𝑆² → 𝑆 = √71,35𝑐𝑚² = 8,44𝑐𝑚 𝑒 𝐶𝑉 = . 100% → 𝐶𝑉 = . 100 = 5,01%
𝑋̅ 168,42𝑐𝑚
Exemplo : Uma fábrica classifica operários de acordo com os graus obtidos em testes de
aptidão. Os dados são apresentados na distribuição de frequência abaixo:
Notas Teste
Aptidão Fi Faci pmi pmi - 𝑥̅ (pmi - 𝑥̅ )² (pmi - 𝑥̅ )².Fi
(Xi)
Solução:
5
̅ = ∑𝑖=1 𝑝𝑚𝑖 .𝐹𝑖 = 300 = 5,172414
a) O grau médio é dado por: 𝑋
𝑛 58
b) A variância para os dados agrupados é dada pela fórmula:
∑5𝑖=1(𝑝𝑚𝑖 −𝑋̅ )².𝐹𝑖 306,276
𝑆2 = = = 5,373.
𝑛−1 57
Logo o desvio padrão S = 2,318,
Desta forma 𝑋̅ + 2𝑆= 9,808, portanto qualquer operário com nota maior que 9,808 receberá o
premio.
c) A nota acima da qual estão 50% dos operários é chamada nota mediana, a qual é calculada
para dados agrupados em intervalos por:
𝑛 58
(2 − 𝐹𝑎𝑐𝑎𝑛𝑡 ) ( 2 − 16) 26
𝑀𝑑 = 𝐿𝑚𝑑 + . ℎ𝑚𝑑 → 𝑀𝑑 = 4 + .2 = 4 + = 4 + 1,13 = 5,13
𝐹𝑚𝑑 23 23
Exercícios de aplicação
1-Considerando a rol abaixo na tabela,calcule:Xi, Fi, Faci, pmi, pmi-x̅, (pmi-x̅)², (pmi-x̅)².Fi, o
grau médio, e variança.
0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2
2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4
4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5 6
2-Considere ps dados ordenados em ordem crescente, por colunas, calcule o Xi, Fi, pmi, pmi.Fi,
pmi².Fi, e S.
150 154 155 157 160 161 162 164 166 169
151 155 156 158 160 161 162 164 167 170
152 155 156 158 160 161 163 164 168 172
153 155 156 160 160 161 163 165 168 173
33 35 35 39 41 41 42 45 47 48
50 52 53 54 55 55 57 59 60 60
61 64 65 65 65 66 66 66 67 68
69 71 73 73 74 74 76 77 77 78
80 81 84 85 85 88 89 91 94 97
Estaturas 120|--- 128 128|---136 136|--- 144 144|--- 152 152|--- 160
frequencia 6 12 16 13 7
Calcule:
Probabilidade
1. Situando a Temática
A teoria das probabilidades é o fundamento para a inferência estatística. O objetivo desta parte é
que o aluno compreenda os conceitos mais importantes da probabilidade.
O conceito de probabilidade faz parte do dia-a-dia dos trabalhadores das área das ciências
exatas, ciências biológicas, engenharia, etc., uma vez que seu conceito é frequentemente usado
na comunicação diária. Por exemplo, podemos dizer que um aluno tem chance de 70% de ser
aprovado em uma determinada disciplina. Um professor está 90% seguro de que um novo
método de ensino proporcione uma melhor compreensão pelos alunos. Um engenheiro de
produção afirma que uma nova máquina reduz em 20% o tempo de produção de um bem. Tal
como mostram os exemplos, as pessoas expressam a probabilidade em porcentagem.
Trabalhando com a probabilidade matemática é mais conveniente expressá-la como fração (as
porcentagens resultam da multiplicação das frações por 100).
2. Problematizando a Temática
O conceito de probabilidade é fundamental para o estudo de situações onde os resultados são
variáveis, mesmo quando mantidas inalteradas as condições de sua realização. Por exemplo,
jogando-se um dado, temos seis resultados possíveis de cada vez; a observação do sexo dos
candidatos inscritos num concurso público conduz a dois resultados possíveis - masculino ou
feminino. Em ambos os casos, embora não sejamos capazes de afirmar de antemão que
resultado particular ocorrerá, temos condições de descrever o conjunto de todos os resultados
possíveis do experimento. A sua repetição continuada mostra uma certa regularidade nos
resultados, o que nos permite estudar o experimento, apesar da incerteza nele presente.
Conhecendo a Temática
Espaços Amostrais e Eventos
Antes de passarmos à definição de probabilidade é necessário fixarmos os conceitos de:
experimento aleatório, espaço amostral e evento.
Experimento Aleatório
É o processo da coleta dos dados relativo a um fenômeno que acusa variabilidade em seus
resultados.
Um experimento caracteriza-se como aleatório, em função de poder ser repetido
indefinidamente sob condições, essencialmente inalteradas, e embora não sejamos capazes de
afirmar que resultado ″particular″ ocorrerá, seremos sempre capazes de descrever o conjunto de
todos os possíveis resultados do mesmo.
Espaço Amostral ( Notação: S ou Ω (ômega) )
É o conjunto formado por todos os possíveis resultados de um experimento aleatório.
Eventos ( Notação: A, B. C, ... )
É qualquer subconjunto do espaço amostral.
Operações entre Eventos
Combinações de Eventos
Sejam A e B eventos em um mesmo espaço amostral. Temos as definidas as seguintes
operações entre conjuntos:
• Evento União A ∪ B (lê-se: A união B): o evento união de A e B equivale à ocorrência de A ou
de B ou de ambos. Contém os elementos do espaço amostral que estão em A ou em B ou em
ambos.
• Evento Interseção A ∩ B (lê-se: A interseção B): o evento interseção de A e B equivale à
ocorrência de A e de B, simultaneamente. Contém os elementos do espaço amostral que estão
em A e em B.
• Evento Complementar 𝐴̅ (lê-se: 𝐴̅ evento complementar de A): o evento complementar de A
equivale à não ocorrência do evento A. Contém os elementos do espaço amostral que não estão
em A.
• Eventos Disjuntos ou Mutuamente Exclusivos: dois eventos A e B dizem-se mutuamente
exclusivos ou mutuamente excludentes quando a ocorrência de um deles impossibilita a
ocorrência do outro. Os dois eventos não têm nenhum elemento em comum. Exprime-se isto
escrevendo: A ∩ B = ∅
UNIÃO INTERSEÇÃO
A B
A B
O Conceito de Probabilidade
Definição : Uma função P : Ω→R é dita uma “probabilidade” se satisfaz os seguintes axiomas:
i) P(Ω) = 1;
ii) 0 1 ≤ P A ( ) ≤ ;
iii) Sejam A e B eventos em um mesmo espaço amostral. Se A e B forem mutuamente
exclusivos,
então P (A U B) = P(A ) + P(B ) .
Por enquanto, ainda não sabemos calcular a probabilidade de ocorrência de um evento A
“P(A)”. No entanto, vamos enunciar algumas propriedades relacionadas a P(A) que decorrem
das condições acima e que não dependem da maneira pela qual calculamos P(A).
Propriedade de Probabilidade
Sejam A e B eventos em um mesmo espaço amostral:
1. Se ∅ é o evento impossível, então P(∅) = 0 ;
2. Se 𝐴𝑐 é o evento complementar de A, então P(𝐴𝑐 ) = 1- P(A) .
3. Se A e B são dois eventos quaisquer, então P(A ∪ B) = P(A)+ P(B) - P(A ∩ B) ;
4. Se o evento A ⊆ B, então P(A ) ≤ P(B ) .
Exemplo : Em uma seleção para uma vaga de engenheiro mecânico de uma grande empresa
verificou-se que dos 100 candidatos 40 tinham experiência anterior e 30 possuíam curso de
especialização. Vinte dos candidatos possuíam tanto experiência profissional como também
algum curso de especialização.
Escolhendo um candidato ao acaso, qual a probabilidade de que:
Com marca 64 16 80
64
𝐵𝑠 200 𝑃(𝑀∩𝐵𝑠)
𝑃( ) = 80 =
𝑀 𝑃(𝑀)
200
Generalizando, formulamos a seguinte definição de probabilidade condicional, que se aplica a
dois eventos quaisquer A e B pertencentes a um dado espaço amostral Ω:
Probabilidade Condicional
Se P(B) é diferente de zero, então a probabilidade condicional de A relativa a B, isto é, a
probabilidade de A dado que B ocorreu é denotada por:
𝐴 𝑃(𝐴∩𝐵)
𝑃 (𝐵) = 𝑃(𝐵)
, desde que P(B) >0 .
Teorema da Multiplicação
O resultado a seguir, obtido a partir da definição de probabilidade condicional, fornece a
probabilidade da ocorrência conjunta de dois eventos A e B, isto é, a probabilidade P(A∩B):
P(A∩ B) = P(A) ⋅ P(B| A) ou P(A∩ B) = P(B) ⋅ P(A| B)
dependendo da ordem de ocorrência dos eventos.
Independência de Eventos
Dizemos que dois eventos A e B são independentes, se as probabilidades condicionais P(A | B)
=P(A) e P(B | A) = P(B). Isto equivale, a partir da regra da multiplicação, escrevermos a
ocorrência simultânea de A e B como sendo:
P(A ∩ B) = P(A) ⋅ P(B) .
Exemplo: Uma caixa contém 4 lâmpadas boas e 2 queimadas. Retiram-se, ao acaso, 3 lâmpadas
sem reposição. Calcule a probabilidade dessas 3 lâmpadas serem boas.
Solução: Seja Ai a i-ésima lâmpada é boa, então:
4 3 2 1
P(A1 ∩ A2 ∩ A3) = P (A1) × P(A2 | A1) × P(A3 | A1 ∩ A2) = 6 . 5 . 4 = 4
Exemplo : Sejam A e B dois eventos tais que P(A) = 0,4 e P(A∪B) = 0,7. Seja P(B) = p. Para
que valor de p, A e B serão mutuamente exclusivos? Para que valor de p A e B serão
independentes?
Solução:
A e B são mutuamente exclusivos se A ∩ B = ∅. Logo P(A ∩ B) = 0 , com isso
P(A ∪ B) = P(A) + P(B) ⇒ 0,7 = 0,4 + p ⇒ p = 0,7 – 0,4 = 0,3.
Se A e B são independentes P(A ∩ B) = P(A) × P(B) = 4,0 p . Como
P(A ∪ B) = P(A) + P(B) - P(A ∩ B) temos que: 0,7 = 0,4 + p – 0,4p. Logo, p = 0,5.
ω1 X X(ω1)
ω2 X(ω2)
ωn X(ωn)
Observação:
1. Cada elemento ω de Ω corresponderá a exatamente um valor;
2. Diferentes valores ω ∈ Ω, podem levar a um mesmo valor de X;
3. Nenhum elemento ω ∈ Ω poderá ficar sem valor de X.
Definição : Seja E um experimento e Ω seu espaço amostral. Seja X uma variável aleatória
definida em Ω e seja Rx seu contradomínio. Seja B um evento definido em relação a Rx, isto é,
B ⊂ Rx. Então, define-se o evento A como
A = {ω ∈ Ω | X (ω) ∈ B} = 𝑋 −1 (B) .
Assim, o evento A será constituído por todos os resultados em Ω para os quais X(ω) ∈ B.
Exemplo : Suponha 2 moedas lançadas e observada a sequência de caras e coroas obtidas.
Considere o espaço amostral associado a este experimento:
Ω = {(Ca,Co), (Ca,Ca), (Co,Ca), (Co,Co)}
Agora, defina uma variável aleatória X = número de caras obtidas no lançamento de 2 moedas.
Assim, temos que X = {0, 1, 2}, visto que X(Co,Co) = 0; X(Ca,Co) = X(Co,Ca) = 1 e X(Ca,Ca)
= 2.
Variáveis Aleatórias Discretas
Denomina-se X uma variável aleatória discreta se o número de valores possíveis de X for um
conjunto de pontos finito ou infinito enumerável. Digamos RX = {x1, x2, . . . , xn , . . . }.
Definição : (Função de Probabilidade) - Seja X uma variável aleatória discreta. A cada possível
resultado xi de X está associado um número pi = P(X = xi), denominado probabilidade da
variável aleatória X assumir o valor xi, satisfazendo as seguintes condições:
a) pi ≥ 0 para todo xi ∈ Rx
b) ∑ pi = p1 + p2 +... + pn +... =1 (a soma das probabilidades é igual a 1).
Definição : (Função de Distribuição de Probabilidade) - Dada uma variável aleatória discreta X,
definimos F(x) a função de distribuição acumulada ou, simplesmente, função de distribuição
(f.d) de X, dada por:
𝑛
Solução:
Seja X = número de caras obtidas no lançamento de 2 moedas, temos que a variável aleatória X
assume os seguintes valores, X = {0, 1, 2}.
Temos que:
P(Co,Co) = P(X = 0) = ¼ ;
P(Ca,Co) = P(Co,Ca) = P(X = 1) = ½ ;
P(Ca,Ca) = P(X = 2) = ¼ .
Denotamos a função de probabilidade de X por
xi 0 1 2
xi 0 1 2
Exemplo : Um par de dados é lançado. Seja X a variável aleatória que associa a cada ponto (d1,
d2) de Ω a soma desses números, isto é, X(d1, d2) = d1 + d2. Determine a função de
probabilidade de X.
Solução:
O espaço amostral Ω é formado de 36 pares ordenados, representando as possibilidades no
lançamentos de dois dados Ω = {(1,1), (1,2), ..., (5,6), (6,6)}.
Então, a variável aleatória X = d1 + d2 assume os seguintes valores X = {2, 3, 4, ..., 12}. Por
conseguinte, a função de probabilidade de X obtida, calculando-se:
P (X = 2) = P(d1=1,d2=1) = 1/6 × 1/6 = 1/36
P (X = 3) = P(d1=1,d2=2) + P(d1=2,d2=1) = 1/36 + 1/36 = 2/36
P (X = 12) = P(d1=6,d2=6) = 1/36
Logo, a função de probabilidade de X será representada por
xi 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
P(X = xi) 1/36 2/36 3/36 4/36 5/36 6/36 5/36 4/36 3/36 2/36 1/36
1. f (x) ≥ ,0 ∀x ∈ R x ;
+∞
2. ∫−∞ 𝑓 (x)dx = 1;
3. Sejam “a” e “b” quaisquer no intervalo - ∞ < a < b < +∞ , temos que P (a ≤ X ≤ ) =
𝑏
∫𝑎 𝑓 (𝑥)𝑑𝑥 .
Observações
xi 0 1
Verifica-se facilmente que E(X) = p e V(X) = p(1 – p), que são as principais características da
v.a.X.
Experimentos Binomiais
Um experimento binomial apresenta quatro propriedades:
1. O experimento consiste em uma sequência de n ensaios idênticos e independentes;
2. Dois resultados são possíveis em cada ensaio. Um é denominado de sucesso e o outro de
fracasso;
3. A probabilidade de um sucesso é denotada por p, e não se modifica de ensaio para ensaio. (O
mesmo se aplica à probabilidade de fracasso q = 1 – p );
4. Os ensaios são independentes;
5. Defina uma variável aleatória Y como sendo o número de sucessos nos n ensaios.
Definição : Dizemos que uma variável aleatória discreta Y = X1 + X2 + ... + Xn, onde cada Xi é
um ensaio de Bernoulli, apresenta distribuição binomial com n provas (ensaios ou tentativas) e
probabilidade p de sucesso, sendo sua função de probabilidade definida por:
𝑃(𝑋 = 𝑘) = (𝑛𝑘)𝑝𝑘 (1 − 𝑝)𝑛−𝑘 , 𝑘 = 0,1, … 𝑛, , pois, para X = k teremos observado k sucessos,
cada um com probabilidade p e consequentemente (n-k) fracassos, cada um com probabilidade
q = 1 – p.
Notação: X ~ B(n, p), equivalente a dizer que X tem distribuição Binomial com parâmetros n e
p.
Propriedades
• E(X) = np
• V(X) = npq
Exemplo : Dois times de futebol, A e B, jogam entre si 6 vezes. Suponha que as probabilidades
de A ganhar, perder ou empatar sejam as mesmas e permaneçam constantes durante as 6
partidas. Encontre a probabilidade do time A ganhar 4 vezes e calcule a esperança e a variância.
Solução
Seja X = {número de vezes que o time A ganha}
Note que p = 1/3 (vencer) e que q = 2/3 (perder ou empatar). Além disso, n = 6.
1 4 1 4 2 2 20
Logo, 𝑃(𝑋 = 4) = (64) (3) (1 − 1/3)6−4 = 15. (3) . (3) = 243 = 0,08.
Temos também que a esperança (média) de vitórias será E(X ) = np = 6 × 1/2=2 e a
6.1 2 4
variância 𝑉(𝑋) = 𝑛𝑝𝑞 = . = .
3 3 3
Distribuição Normal
A distribuição normal é a mais importante das distribuições contínuas de probabilidade.
Conhecida por alguns leitores como “a curva em forma de sino”, tem sua origem associada aos
erros de mensuração. É sabido que, quando se efetuam repetidas mensurações de determinada
grandeza com um aparelho equilibrado, não se chega ao resultado todas as vezes. Obtém-se, ao
contrário, um conjunto de valores que oscilam, de modo aproximadamente simétrico, em torno
do verdadeiro valor. Construindo um histograma desses valores e o correspondente polígono de
frequências, obtém-se uma poligonal aproximadamente simétrica. A distribuição normal
desempenha, não obstante, um papel preponderante na estatística e os processos de inferência,
nela baseados, têm larga aplicação. Muitas das variáveis quantitativas analisadas em
pesquisas nas diversas áreas de estudo correspondem ou se aproximam da distribuição normal.
Uma distribuição normal caracteriza-se por uma função real f(x) denominada de função
densidade de probabilidade (f.d.p) da v.a X, dado pelo modelo probabilística abaixo e gráfico
correspondente:
1 (𝑥 − 𝜇)²
𝑓(𝑥) = 𝑒𝑥𝑝 {− } , −∞ < 𝑥 < +∞, −∞ < 𝜇 < +∞, 𝜎² > 0
√2𝜋𝜎² 2𝜎²
Propriedades da Curva Normal
1. É unimodal, isto é, f(x) tem um ponto de máximo cuja abscissa é x = µ. Esse ponto, situado
no meio da distribuição, é aquele em que coincidem os valores da média, moda e mediana;
2. f(x) é simétrica em relação à média µ;
3. f(x) tem dois pontos de inflexão, cujas abscissas são x = µ - σ e x = µ + σ;
4. O desvio-padrão é dado por σ ( a raiz quadrada positiva da variância σ2);
5. A área total sob a curva normal e acima do eixo horizontal equivale a 1 (o eixo das abscissas
é o eixo dos valores de v.a. X;
6. f(x) tem uma assíntota. A partir do topo, a curva cai gradativamente até formar as caudas que
se estendem indefinidamente, aproximando-se cada vez mais da linha base sem, entretanto,
jamais tocá-la.
7. Fixando-se a média, verifica-se que o achatamento da curva está diretamente ligado ao valor
do desvio padrão σ, ou seja, quanto maior for o desvio padrão mais achatada é a curva, como
pode ser vista na figura abaixo.
Notação: X ∼ N (µ , σ²), ou seja, X tem distribuição normal com média µ e variância σ². Ou
ainda, X ∼ N (µ , σ) , isto é, X tem distribuição normal com média µ e desvio padrão σ.
Distribuição Normal Padrão
O cálculo direto de probabilidades envolvendo a distribuição normal não é um processo
elementar. Notemos, entretanto, que a função de densidade normal depende de dois parâmetros,
µ e σ, de modo que se tabelássemos as probabilidades diretamente a partir dessa função, seriam
necessárias tabelas de dupla entrada para cada valor particular µ = µ0 e σ = σ0, complicando
consideravelmente o problema. Recorre-se, por isso, a uma mudança de variável, transformando
a v.a. X na v.a. Z assim definida:
𝑋−𝜇
Z =
σ
Esta nova variável chama-se variável normal padronizada, ou reduzida, sendo sua média igual a
zero (µ = 0) e o seu desvio padrão é igual um (σ = 1).
𝑋−𝜇 𝐸(𝑋) − 𝜇 𝜇 − 𝜇
E(Z) = E ( )= = =0
σ σ σ
𝑋−𝜇 𝑉(𝑋) − 0 𝜎²
V(Z) = V ( )= = =1
σ σ² σ²
A curva normal padrão conserva as mesmas propriedades listadas anteriormente. Mediante tal
transformação, basta construirmos uma única tabela, a da normal reduzida e, através dela,
obtermos as probabilidades associadas a todas as distribuições N (µ, σ).
A utilidade notável da tabulação pela variável normal padronizada é devida ao fato de que, se X
tiver qualquer distribuição normal N(µ, σ), a tabela da distribuição N(0; 1) pode ser empregada
para calcular probabilidades associadas a X, simplesmente aplicando a transformada para a
variável Z. Consequentemente, temos que:
𝑎−𝜇 𝑏−𝜇 𝑏−𝜇 𝑎−𝜇
P(a ≤ X ≤ b) = P ( σ
≤𝑍≤ σ
) = 𝜃( σ
)− 𝜃( σ
) ,
onde 𝜃(z) = P (Z ≤ z), é a função de distribuição acumulada de N(0; 1).
Exemplo : Os salários médios diário dos operários de uma indústria são distribuídos segundo
uma distribuição normal com média de R$ 50,00 e desvio padrão de R$ 4,00. Encontre a
probabilidade de um operário ter um salário diário abaixo de R$ 52,00.
Solução
Seja X = o salário diário do operários, estamos interessados em encontrar P (X < 52). Assim,
52−𝜇 52−50
P(X < 52) = P (Z < σ
) = 𝑃(𝑍 < 4
) = 𝑃(𝑍 < 0,50) = 𝜃(0,50).
Através da tabela da distribuição normal padrão, obtemos a probabilidade de interesse 𝜃(50,0) =
,0 6915.
Logo, pode-se afirmar que a probabilidade de um operário apresentar um salário inferior a R$
52,00 é de 69,15%.
Exercícios
3.1- Cinco por cento dos motoristas de ônibus da cidade HH são mulheres. Suponha que 20
motoristas de ônibus são selecionados aleatoriamente para serem entrevistados sobre as
condições de trabalho. Qual a probabilidade de que nenhum motorista selecionado seja mulher?
Qual a probabilidade de que pelo menos 3 motoristas selecionados sejam mulheres?
3.2- O departamento de Recursos Humanos da empresa FF recebe 25 currículos para diversos
cargos, e espera que a probabilidade de não ocorrer candidatos experientes no grupo seja de
80%. Determine a probabilidade de no máximo 8 currículos recebidos apresentarem candidatos
experientes.
3.3- Uma confecção de roupa masculina suspeita que 35% de sua produção apresenta algum
defeito. Se tal suspeita é correta, determine a probabilidade de que, numa amostra de seis peças,
sejam encontradas: duas peças defeituosas; no mínimo três peças defeituosas; menos que três
peças defeituosas.
3.4- A probabilidade de um atirador acertar o alvo é 2/3. Se ele atirar 5 vezes, qual a
probabilidade de acertar exatamente 2 tiros ?
3.5- Suponhamos que a pressão sangüínea sistólica normal de indivíduos com idade entre 15 e
25 anos é uma variável aleatória com distribuição normal de média 120mmHg e desvio padrão
8mmHg. Nestas condições, calcule a probabilidade de um indivíduo dessa faixa etária, com
pressão sangüínea sistólica normal apresentar pressão:
a) Inferior a 120mmHg; (R: 0,5)
b) Entre 100 e 110mmHg; (R: 0,0994)
c) Acima de 106mmHg; (R: 0,9599)
d) Abaixo de 136mmHg; (R: 0,9772)
e) Para os 20% dos indivíduos que têm as maiores pressões sangüíneas sistólicas, determinar a
menor pressão sangüínea sistólica. (R: 126,72 mmHg)
f) Para os 18% dos indivíduos que têm as menores pressão sangüíneas sistólicas, determinar a
maior pressão sangüínea sistólica. (R: 112,64 mmHg)
3.6- Acredita-se que as vendas aproximadas do creme dental MM sejam normalmente
distribuídas, com uma média de 20.000 tubos por semana e um desvio padrão de 3.000 tubos
por semana. Calcule a probabilidade de que mais de 22.000 tubos sejam vendidos em qualquer
dada semana;
3.7- Os mergulhadores que são membros do Sindicato dos Mergulhadores Profissionais ganham
em média U$ 17 por mergulho de alta profundidade. Considere que os dados disponíveis
indicam que o pagamento seja distribuído normalmente com desvio padrão de U$ 2,25.
a) Qual a probabilidade de que os salários estejam entre U$15,00 e U$20,00 por mergulho;
b) Qual a probabilidade de que os salários sejam menores que U$12,00 por mergulho;
2. Problematizando a Temática
Ao fazermos uma jarra de suco e adicionamos açúcar desejamos saber se a quantidade de açúcar
foi satisfatória. Para isto, não precisamos tomar toda a jarra de suco, uma colher basta. Da
mesma forma, ao estudarmos um fenômeno probabilístico em uma população não precisamos
investigar toda a população, e sim uma amostra dela. No entanto, algumas questões podem
surgir: como obter essa amostra? qual deve ser o tamanho dessa amostra? Esta unidade tem
como objetivo responder esta e mais algumas questões correlatas.
3. Desenvolvendo a Temática
3.1 Conceitos Básicos
Muitas vezes faz-se necessária a coleta de dados diretamente na origem. Entretanto, quando é
impossível se observar toda a população recorremos às técnicas de amostragem, onde nos
limitamos a uma amostra da população em estudo. Basicamente, nosso objetivo é coletar uma
pequena fração da população de modo que as informações observadas na amostra possam ser
generalizadas para a população. Para que esta generalização seja possível, os integrantes da
amostra devem ser escolhidos adequadamente.
Antes de aprofundarmos nosso discurso, vamos definir alguns termos necessários:
• População Objeto: É a população de interesse sobre a qual desejamos obter informações (ex.:
peças produzidas em uma fábrica);
• População de Estudo: É o conjunto de indivíduos de interesse específico (ex.: peças que
permanecem em estoque);
• Característica Populacional: Aspectos da população que interessam serem medidos ou
observados (ex.: diâmetro da peça)
• Unidade Amostral: Definida de acordo com o interesse do estudo, podendo ser uma peça, um
indivíduo, uma fazenda, etc. Tal escolha deve ser feita no início do estudo;
• Estrutura Amostral ou Amostra: É o conjunto de unidades amostrais (ex.: o conjunto das peças
selecionadas).
É importante ressaltar que existem dois tipos de amostragem, a saber:
• Amostragem Probabilística: É o procedimento através do qual existe uma probabilidade
conhecida e diferente de zero (p) para cada elemento da população ser escolhido para constituir
a amostra;
• Amostragem Não-Probabilística: Quando, no processo de seleção, não existe nenhum
mecanismo probabilístico para selecionar os indivíduos da população para constituir a amostra.
De acordo com a definição de amostragem probabilística, existe a suposição de um sorteio com
regras bem determinadas, cuja realização só será possível se a população for finita e totalmente
acessível. Esse tipo de amostragem é a melhor garantia para se obter uma representatividade da
população pela amostra. Os principais planos de amostragem probabilística são:
1. Amostragem Aleatória (ou Casual) Simples: Neste tipo de plano, supõe-se que todos os
elementos da população tem igual probabilidade de pertencer à amostra, ou alternativamente,
se todas as possíveis amostras, de mesmo tamanho, têm a mesma probabilidade de serem
selecionadas.
Normalmente, consideramos esse tipo de plano amostral quando a população é homogênea.
Esse processo de amostragem pode ser feito com ou sem reposição do elemento amostrado.
Uma técnica que garante esta igual probabilidade é a seleção aleatória de elementos, por
exemplo, através de sorteio.
2. Amostragem Sistemática: Inicia com uma escolha aleatória de um elemento da população e, a
partir deste, usa-se um sistema de seleção para compor o restante da amostra. Por exemplo,
numa listagem de elementos da população, sorteamos um entre os dez primeiros da lista – o 5
elemento. A partir do elemento sorteado, selecionamos um a cada quinze elementos (o 20˚, o
35˚ e assim por diante). Este método de amostragem pode ser utilizado quando se quer planejar
um período de tempo para execução da coleta de dados ou quando se deseja cobrir um
determinado período de tempo com a amostra estudada. Também consideramos esse tipo de
plano amostral quando a população é homogênea.
3. Amostragem Estratificada: Na amostragem estratificada a população é dividida em grupos
internamente homogêneos (estratos) e em seguida é selecionada uma amostra aleatória de cada
estrato. Este tipo de amostragem é usado quando o evento estudado numa população tem
características distintas para diferentes categorias que dividem esta população, ou seja, dentro de
cada estrato os elementos são bastantes semelhantes entre si e, entre os estratos eles são
heterogêneos. Assim, a estratificação é apropriada para agrupar os elementos por sexo, faixa
etária, religião, escolaridade ou em populações heterogêneas como rendas, produções agrícolas,
produções industriais, etc.
4. Amostragem por Conglomerados: A população é dividida em pequenas subpopulações, com
elementos internamente heterogêneos, chamadas conglomerados (clusters). Seleciona-se uma
amostra aleatória simples desses conglomerados, e deles selecionam-se aleatoriamente os
elementos que irão compor a amostra. Assim, numa pesquisa sócio econômica pode-se dividir a
cidade em bairros (conglomerados), em seguida obter uma amostra aleatória de bairros e, então
efetuar o levantamento estatístico nas residências dos bairros selecionados. Observe que, no
caso da estratificação, indivíduos serão selecionados em cada estrato, enquanto no caso da
divisão da população em conglomerados, selecionamos apenas parte dos conglomerados.
5. Amostragem por Estágios Múltiplos: Esta estratégia de amostragem pode ser vista como uma
combinação de dois ou mais planos amostrais. Considere por exemplo uma população
estratificada onde o número de estratos é muito grande. Ao invés de obter uma amostra aleatória
de cada estrato, o que poderia ser inviável devido à quantidade de estratos, o pesquisador
poderia optar por selecionar aleatoriamente alguns estratos e em seguida selecionar uma amostra
de cada estrato selecionado. Neste caso, teríamos uma amostragem em dois estágios usando, nas
duas vezes, a amostragem aleatória simples, sendo que no primeiro estágio as unidades
amostrais são os estratos e no segundo são as componentes da população.
É importante ressaltar que certos cuidados dever ser tomados no processo de obtenção de uma
amostra, ou seja, no processo de “amostragem”, pois muitas vezes erros grosseiros e conclusões
falsas ocorrem devido a falhas nesse processo.
3.2 Distribuição Amostral da Média e da Proporção
Na Inferência Estatística, o principal problema é fazer uma afirmação sobre um parâmetro
populacional (média, proporção, variância, etc.) baseado em informações coletadas de uma
amostra, através de um Estimador (média amostral, variância amostral, etc.). No entanto, a
validade de nossa afirmação seria melhor compreendida se soubéssemos o comportamento do
Estimador ao retirarmos todas as amostras possíveis de tamanho n de uma população de
tamanho N. Em outras palavras, estamos interessados em conhecer a distribuição amostral de
um Estimador.
3.2.1 Distribuição da Média Amostral
A distribuição amostral da média X é uma distribuição que mostra as probabilidades de obter os
possíveis valores das médias amostrais. Vamos supor uma população {1, 3, 5} com N=3
elementos e a variável aleatória X assumido o valor do elemento na população, com a seguinte
distribuição de probabilidade:
xi 1 3 5
Observe que a distribuição acima tem média (valor esperado) e variância dados por:
1+3+5 (1 − 3)² + (3 − 3)² + (5 − 3)² 8
𝐸(𝑋) = µ = = 3 𝑒 𝑉(𝑋) = 𝜎 2 = =
3 3 3
Se retirarmos todas as amostras aleatórias de tamanho n = 2, com reposição, dessa população
obtemos um total de Nn = 32 = 9 amostras com os seguintes resultados:
(1,1) (1,3) (1,5) (3,1) (3,3) (3,5) (5,1) (5,3) (5,5).
Considerando essas 9 possibilidades igualmente prováveis, podemos construir a distribuição
amostral da média para uma amostra de tamanho 2. Para tanto, basta calcular a média de cada
uma dessas amostras obtendo os seguintes valores xi : 1, 2, 3, 2, 3, 4, 3, 4, 5, respectivamente.
Note que, a partir das médias amostrais obtidas nas 9 amostras possíveis, é possível obtermos a
seguinte distribuição amostral para X :
xi 1 2 3 4 5
𝜎
1) O desvio padrão de 𝑋̅ , denotado por 𝜎𝑥̅ = , é chamado erro padrão da média e descreve a
√𝑛
variabilidade das médias amostrais em torno da verdadeira média populacional µ. Assim,
quanto maior o erro padrão da média, maior será a diferença entre parâmetro µ e sua estimativa
𝜎²
𝑋̅ , calculada a partir da amostra . Quando n é grande 𝑛 decresce, significando que a média
amostral fornecerá uma estimativa mais segura para µ em grandes amostras.
2) Para amostras sem reposição, de população finita, temos a média 𝜇𝑥̅ = E(𝑋̅ ) = µ e
𝜎² 𝑁−𝑛
variância 𝜎²𝑥̅ = 𝑉(𝑋̅ ) = .
𝑛 𝑁−1
, onde N é o total de elementos da população.
3) Para valores grandes de n ( n ≥ 30) a aproximação da distribuição amostral da média X pela
distribuição Normal é considerada satisfatória.
Exemplo 4.1 - Os registros de uma agência de turismo mostram que um turista gastou, durante o
último ano, em média µ = US$800,00, sendo o desvio padrão dos gastos igual a σ = US$80,00.
Ache a probabilidade de que uma amostra de 64 turistas apresente um gasto médio entre
US$770,00 e US$825,00.
Solução: Considere a variável X = gastos (em US$). Embora a distribuição de X não seja
conhecida, como o
tamanho da amostra n = 64 é bastante grande, podemos admitir que a média amostral de X
segue a distribuição Normal com parâmetros
𝜎 80
𝜇𝑥̅ = 𝜇 = 𝜇𝑥̅ = 800 𝑒 𝜎𝑥̅ = = = 10 .
√𝑛 √64
Assim temos que
770−800 𝑋̅−𝜇 825−800
𝑃(770 ≤ 𝑋̅ ≤ 825) = 𝑃 ( ≤ 𝜎 ≤ ) = 𝑃(−3,0 ≤ 𝑍 ≤ 2,5) = 𝑃(𝑍 ≤ 3,0) −
10 10
√𝑛
𝑝(𝑍 ≤ 2,5) = 0,9938 − 0,9925.
Se considerarmos um grande número de amostras, cada uma com 64 turistas, em
aproximadamente 99,25% delas o gasto médio estaria entre US$770,00 e US$825,00.
3.2.2 Distribuição Amostral da Proporção
Se o parâmetro de interesse p representa uma proporção (ou percentagem) de elementos com
certa característica (atributo) na população, então chamamos a estatística correspondente na
amostra de proporção amostral, denotando-a por:
𝑥
𝑃̂ = , onde x = número de elementos da amostra que possuem a característica de interesse.
𝑛
Pode-se mostrar que, sob certas condições, e se n é suficientemente grande, a distribuição da
proporção amostral p ˆ é aproximadamente Normal, com média E( p ˆ ) = p e variância
q
𝑉( 𝑃̂ ) = p . n , onde
q = 1 – p. Dessa forma, temos que
𝑞 𝑃̂−𝑃
𝑃̂ ≈ 𝑁 (𝑃, 𝑝. 𝑛) 𝑒 𝑍 = 𝑞
≈ 𝑁(0,1).
√𝑝.𝑛
No caso de uma população finita de tamanho N e uma amostra sem reposição, recomenda-se o
uso do fator de correção populacional no cálculo da variância de p ˆ , sendo expressa por:
𝑝.𝑞 𝑁−𝑛
𝑉(𝑃̂)= . 𝑛 𝑁−1
Exemplo 4.2 Suponha que de um grande lote de produção, 10% dos itens produzidos
apresentam algum tipo de defeito. Em uma amostra aleatória de tamanho 60, obtida do lote para
inspeção de qualidade, calcule a probabilidade de ter mais de 15% dos itens defeituosos.
Solução:
̂
𝑃−𝑝 0,15−0,10
𝑃(𝑃̂ > 0,15) = 𝑃 ( 𝑞 > 0,1.0,9 ) = 𝑃(𝑍 > 1,29) = 1 − 0,9015 = 0,0985.
√𝑝.𝑛 √
60
Referências Bibliográficas
BUSSAB, W.O. e Morettin, P.A. Estatística Básica. São Paulo: Atual, 1987.
FONSECA, J.S. e Martins, G.A. Curso de Estatística. São Paulo: Atlas, 1993.
LAPPONI, J.C. Estatística usando Excel 5 e 6. São Paulo: Lapponi Treinamento e Editora,
1997.
MORETTIN, L.G. Estatística Básica – Vol. 2 – Inferência. São Paulo: Makron Books, 1999.
MORETTIN, L.G. Estatística Básica – Vol.1 – Probabilidade. São Paulo: Makron Books, 1999.
TIBONI,C.G. R. Estatística Básica para o curso de Turismo. São Paulo: Atlas, 2002.