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VIEIRA PINTO - 2005 - O Conceito de Tecnologia v.1

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Copyright O desta ediçi ntraponto Editora Itda

vedada, nos termos da lei, a reprodução total ou parcial


deste livro sem autoriz: litora.

CONTRAPONTO EDITORA LTDA.


Caixa Postal 2606
CEP 22292-970 Rio de Janeiro. RJ
Bel / Pax (2 ++-020
hetp://www.contrapontoeditora.com.br
e mail: contatoQcontrapontoeditora.com.br

[º reimpressão, junho de 2008


Bragem: 1.000 exemplar

Coordena ditortal: Rara CESAR

transcrição : Bianca Brandão, beta | + PeRDIGÃO RODRICL


Eimnanda My Isa Ft 4. Jonas LotZADA. PiDRO VICIOR CA E Rarari CUSAR

Preparação de origi AR BENJAMIN

Revisão: « 14 MOREIRA, ISA Ni wiANDS, JOÃO St 11 ÂMARA


Vâmia Maria D NHA MARTINS SANTOS E TER + Roc

Projeto gráfico, diagramaç apa: ADRIANA MORENO

CAMP BRASIL. CATA OGAÇÃO-NA-FONTE

SINDK ATO NACIONA TTOR dt, LIV R RJ

P7dtx
Pinto, Aly Vieira. 1€
O conceito de tecni Aly Vieira Pint R r
Contraponti
N (1 Dt

ISBN 1

1 Tecnologia Filosofis Feenologia Aspect ini


Tecnologia civilização. E Titul

05-0104 CDD 303.4€


CDU 316.422.4

40105 18 0105 008769


Sumário
RR SCORE |: 70)=557 ars a Atena ele SAGE AA DNA ja E PN (QU ERA a PO xv
Introdução: O quarto quadrante do círculo de Álvaro Vieira Pinto ..ccccccc.. 1

Parte Um
Análise de algumas noções fundamentais
Capítulo |
Emifaco da “era tecnológica” >... ....... LS E e A 29
TR Bonemmaravilhado 24/8428) Me o RD DA DUE 29
2. A “era tecnológica” como ideologia .......ccciicccicicccicisciets 41
3.0 ponto de partida para a compreensão da técnica e da influência da mecanização
RRITADAIDO 4: é sas o mos dus 7 os AP PRIÇO qe terra RAE Me ia 49
ERA nonldáds de projetar 0/5105 ARAL ES RELA Sa a e Da 464
5. O conceito de produção e de “era tecnológica” ,..cccsssccrssccenssereso 61

Capítulo H
IRD6; a Águia DE er A, O IS Sd UE 7
10 fundamento da compreensão da máquina ....cccccsccccsscccsscecros 72
2. A evolução das máquinas e a libertação das energias humanas .. cc... 00... so
3.0 homeme o significado das máquinas “criadoras” e “pensantes” ..cccc oo. o
REA: base social-da máquina is 2% s sds sd o ID DNA Dis 100
5. A historicidade e a definição da máquina ..cccccccccissscssccssscces 106
6. O homeme a regulação das máquinas .....ccccicccisiicisccssccrers 121
7. A consideração das máquinas em concreto. À dialética da ferramenta ....... 126

Capítulo HH
RESENDE ET ie otras o nina Sat Era AS VAR É O PS nt RE a VA Ea 135
TERISCLOLS ASDCCLORCA JLACUINA +. /s7- 7570 uiaa ie aço o aenoa ala pio Pio joia a fo pr E 135
2. Conceitos antigos da técnica: Aristóteles, Kant ..iccccsssccsscsssscerso 137
3, Concepções contemporâneas da técnica .....cccccccccccesccssscstera 141
4. A correta formulação da pergunta sobre a técnica ...ccccccsccccssctceo 15+
5. A técnica não é o motor do processo histórico. ...cccccccccsccrecereros 157
6. A técnica como vitória do homemsobre a natureza ...ccccccsccsssccres 160
7. A técnica. o passado e o futuro da humanidade. As referências às condições sociais
BR PTOCIÇÃO 15 77451 + ARE Dent TT Serem Opa. 109

a"

>
8. À semântica da técnica, À técnica como MRCEDE rn nr a o av ti

CEB
ra 174 5. A invençãoda técuica e a ascensãohistórica dos povos subdesenvolvidos 40]

esSujunsa) spoeneormos 45
9. A compreensão ingênua da técnica, À técnica comofator da essência
PATA UIeaty
10. Condicionamentorecíproco entre processo produtivo é técnica
do homem .. 185 6.0 espantalho da técnica e as maliciosas intenções desse conceito ooo 0%
11. Osignificadoda história das técnicas 7. As novas formas do espantalho da técnica surgidas com a automação co 402
XM 8 Tecnologia e trabalho. O trabalho como modo de ser do homem. O conceito de valor
12. A contradição inerente à técnica . ill. RP E c
a SPT ER RE SA 208 do trabalho. A teoria da ética ...ciicccsssssrcsseresoo e RS TAS 414
13. As técnicas lúdicas ..lisciiio Ro dE e bia ol - EE SEAT 4 Essência e forma do trabalho. À teoria dos valores representados pelos modos de
COLOPra RA dd ERR ERR RE RR ado ore CRS COP, 420
RCA o 7 Vas abel tita af tda (3 (O SP TE Dea gs TEAR
RUA 10: 0agente e oinstrumentono trabalho em máquinas mecânicas ou cibeméticas 425
Capítulo IV As máquinas cibeméticas e a defesa do humanismo css css ses 431
BOBEUDIORIO 1 crase ny TO ADA A do DUM REY E TA TNT
S/S RS 219 Capítulo VI
Eno o DRPRRAdaa LT SE atada a TO
2. A tecnologia como epistemologia da técnica ....isccis O conceito de tecno-estrutura oc. 0... VET 1 AR IRON Ma
scsiiserrerer. as 1 A ideologia da “tecno-estrutura” oco RES daN eo E RA A
3. Às concepções ingênuas da tecnologia elaboradas pelas técnico
s ..iiiciio 325 2, À “tecno-estrutura” como degradação do homem +. cssssccssssssrsssos
+. O conceito ingênua de “explosão tecnológica” .. cisco GALH
O fd 2338 3 Negócio e informação 2. ssssiciniarcecacerseesreca rena nme cestas
5. Aspectos da teoria da técnica. À classificação das técnica
s ...cciiciiiio grobi 4. O embuste do conceito de “decisão de grupo” o ccsss soros SN Pad 455
6: 4 história e a historicidade das técnicas ...iiiioo TDI
7. A práxis social e a personalidade do técnico ,..ccciiii
eta o ES Sm «241 5. A essência da “tecno-estrutura” ..ccccccssseriscasersao E CPV RN
iiiio O 245 6. A “tecno-estrutara” como modelo de desenvolvimento econômico, À ética da “tecno
8. A doutrina “tecnológica” dos pensadores ingênmos ...
9. A equiparação verbal de “teenologia” e “técnica” .iic
«251 estratura” e as recompensas prometidas aos técnicos que a integram cocos, 404
iiccicie rossi
10, À tcenologia comoinstrumento de dominação . ic
i Vo RE 258 Capítulo VH
HA tecnologia como patrimônio da humanidade ,.liiiiiii
itiiio caia Desenvolvimento e categorias da razão téeniea . cc cc csssscssssssioo 408
12. À exportaçãoda tecnologia
CNS PÁS 270 10 autêntico caráter da razão técnica co... DAS E SRA E AS HE af a A IO à vá
13. Os fundamentos sociais da ROGIONOIA sic ras tao ss tea
Uai ADE 28 2. Os dois aspectos do processo da razão. O homem comoprodutor do que consome 47%
14. A ideologização da tecnologia ,icicciiiiiii DEA
N vita Fado 2) 3 A razão é o resultado e à origem da faculdade de prodazir. O fundamento social di
15. A catábase da técnica. À tecnologia e a diferença de finalid
ades entre países de ni- RENDIÇÃO 15% O E ep MENOS ml arabe tata ta nota BATO alo OD O biB es mo Op ERA RES E E AA
veis históricos distintos ,...iiiiciioo RE RS efatona SABR
E Ca CAriA E ai 294 4. Às categorias dialéticas do “ter” e do “haver” css ssa
16. A tecnologia e as condições gerais do trabalho ..cciiiiii
17.0 progresso tecnológico como fenômeno social total
iiiiiiiiiioo 301 5. A lua pela hominização e suas fases, primitivamente biológica e depois social, 492
18. Tecnologia e pesquisa científica [4/0 "complexo de Herodes” .,.sssmssucinaice a vrisanera renas ca vamo 497
vei ; 7. A expansão da razão. movimento correlato à expansão da população... o... ;
19, A tecnologia como ideologia. .iiciiiiiiil LES
ais prata tas 2 8. 0 desenvolvimento da razão técnica, reflexo do desenvolvimento da razãoteórica 520
21,0 princípio de unidade da técnica. O planejamento planeja 9.0 caráter simultaneamente continuo e descontínua do desenvolvimento da tecnolo-
do . cc... 339 DO aoey Es cias sto Rare des pad DR E MS IE 2a ratio DMI Sra ta 0 vo fot PU
22. Às interpretações da tecnologia. A exigência de umsistema
lógico definido ... 344 10. Passagem do exame do conceito de “reinício da história”. c co csss DM
25. A tecnologia como escatologia. A superstição tecHOlÓBICaS
4 56 es Are «346
VOLUME
Parte Dois
O conceito de razão técnica Es 357 Parte Três
Capítulo V
As antecipações da “razão téeniea” oiii Questões da tecnologia atual
AR. 359 Capítulo VE
EO surgimento da razão técnica :
Temas propostos pela cibernética ic cccsssccsisssisss iss ss 1
E A crença na renovação da história pelo surgimento da cibernética e das máquinas
EM Vcs dm js bavm. wi
processadoras de atividades intelectuais... ici ssssssssssssscensssesereso
20 caráter histórico e dialético da cibernética ocssccsscissascrssserenaos
x |

-

— ss ro

esBnquita po apo Ontasmery O


8. A cibernética como totalidade é uma máquina cibemética ...ciccsiissiioo 15 8. A teoria da informação e a oução de “modelo interiar” scr
Epa FAIA dseAIy

oo
4. Cibemética é teoria do conhecimento ..,ciliisiiiis 17 970 modelo interior nos seres cibeméticos naturais e por construção ooo
10, A modelação cibermética. A teoria da caixa preta
e o determinante
0 A informação como fenômeno universal ligado a todas as formas de movimento da VE Asuposição ingênta de que a informação éo motor da história
e mero Parra Ralo 200
matéria e como fato humano. À base de classe da informação. Sua evolução cultural até das relações sociais «esc ceses ce scsmees
ação da história .. eco c sos
integrar-se no corpus da cibemética cs cisssiscsssi nn e rats DO 12, Ac transformações tecnológicas e a periodiz
as A
7. À guisa de parêntese: dois exemplos de ingenuidade de pensamento no domínio da 13. 0 conceito de programação e as significações ingênuas que lhe são atriliníd
o
cibermética e da tecnologia oco. ins EE psPeniats dã cava 14. A delegação da programação e os tipos formal e dialético de mediaçã
do código genético os so SO
8. Algumas considerações sobre a heurística E nisi lon re CUT lado Ear SA 15. Atransmissão da racionalidade e a noção
program ação cibernét ica
9. O inconsistente problema da distinção entre o homem e os autômatos pensantes, 16. A informação. idéia subjetiva e elemento de
A simbiose entre 0 homeme a máquina ...ccccls ss sesriiisaa 4
10. 4 irrealidade do problema das máquinas ditas pensantes. À impropriedade do re- Capítulo XI
CMESo à semántica ....... UV RS PE ddr TE LUnoi rats cnbis nas Fa Lógica e informação css E a Se Ha dos cus AR pi reeda
Os pra
1 Algumas observações sobre a questão da inteligência das máquinas cibeméticas ., 75 1.0 surgimento da ciência cibernética e das máquinas amo-reguladoras.
nã En
12. O equívoco das projeções futurológicas e seu caráter ideológico .. cc... 86 lógicos envolvidos na questão
+... cesso ooo É
2 As dificuldades relativas à compreensão lógica da informação
concepçã o Uságioa a
Capítulo EX 3. O perigo de fazer a teoria da informação repousar numa
Natureza e tipos dos sistemas cibernéticos cisco ENNIO Betigoos “o CNI o cio ici ia fa SER Pro i ra É a a
os de uma alternativa cos
LA divisão dos sistemas cibernéricos ... 4 Informação e conteúdo semiúmtico, À escolha entre element
47
2.0 raciocinio por analogia emcibemética. Definiçãoe limitações mo condição do cáleulo cibernético
ise rea sererae?
3. A máquina cibermética como exteriorização do pensamento ........ E qa pidrE Ho 5. A pergunta sobre a essência da informação .;ccseeres esse
s Ee a 8 à
4 As limitações do processamentocibernética da pensamento o scisssios da CI2i 6: Informação, estrutura da matéria e produção social... c coco
da obre de arte...
5. À passagemdo pensamentoformal ao dialético na compreensão da cibermérica e de 7. A formação do conceito de informação, O gênio e a criação
sua atividade construtora o... Tais dr pyss E 8 As etapas da constituição do conceito de informação ..... E
dialética
6. Considerações sobre o significado da lógica formal e da lógica dialética ...... 132 9. Algumas observações sobre os caracteres das lógicas formal e
7.0procedimento metodológico fundamental na análise teórica do pensamentoeier- ação. Teoria gnosiol ógica e tearia ciber nétic a 00.
10. Sinal e inform
TISDCO. é praia prparára ata a Ha
8.0 homemintroduz no processo natural os seres cibernéticos por construção ,.. 148 Capítulo XH
9. A definição da cibernética ..... O caráter social da cibernética
0;;= 0% nt qusu 27
ssems ca TO LO caráter social da cibemética e o conceito de homeostase MOGial-s
10equívoco da distinção entre o ser vivo e a máquina entendida como questão se- inform ação. A passa gem do plano biológ ico ao social
20 culto e o domínio da
miutica ,ccscsscoo : ormaçõ es socia is c s s Sr a rt
Ee 174 4. A informação e as transf
rada pela inform ação e a crença de que a natureza qo
12, Da entropia à primeira aproximação ao problema da essência da informação ... 179 4.4 “imersubjetividade” assegu

+
Trade Esta va 451
homem depende da velocidade das informações ..cccc.. por
históricos em função da
Capítulo X 5. A simploriedade das explicações dos grandes acontecimentos
ticos PEÇRA fa E s TO RARE NE ; Av SAOF
Problemas gerais da informação cics ra sa R Hab: «185 comunicação. Dois exemplos anedó
E Os três graus de funcionamento da informação ...cccccciii, PESA hrpA 185
2. A informação comoidéia e finalidade da consciência .ociiiiiiiiiiiiitoo 191 Capítulo NHH
5. A razão de ser da incorporação da teoria da informaçãoao domínio da cibemética . 196 O processo histórico e o caráter da inteligência é
4. A teoria da informação e a natureza da consciência [UA compreensãoda comunicação e a análise do concei to de “massas ” .4 0a n.os :
.iiiiiiiiiiiiiiiiooo 203
cação ARS E
5.0 perigo de confusões metafísicas na compreensão dos sistemas dinâmicos auto-regu- 2 Angenuidade sobre a função da imprensa e a velocidade da comuni
define uma nova espécie de dica
lulores o. De Sir TE Ra EEE ARA w 2408 SA prodação antomática e automatizada não
6 Observações preliminares à compreensão da informação ........ despida as 26 social ,.--.
errors rats
70 problema eibermética da natureza da informação. A questão da verdade... 229 4 A avelecação do processo histórico . .sssireseses se cremea

ve
5 O Àtrabalhopee a evoluçãE o doAprogress
PRESO o tecnológica ORGS a 5% Piealeta 6) à tuo spa
0MMt] WILL DaMATy 520
o ARA
Z A impossibilidade de a máquina dispensar o trabalho humano ooo
525
« A inteligência do homem e a “inteligência” das máquinas .....
587
8.0 processo de superaçãoda inteligência ,,..... E EQ 5
Tocaia água a riho é vo»;4 DB)

Nota do Editor
90 autômato não trabalha ..... e... ra esc mus cre plsseia ma'L pior qu n44
Dida
572

Capítulo XIV
A cibernética e o destino do homem
À A exigência da interpretação dialética dos fatos e problemas cibermé
ticos .
2. À noção de aprendizagem ...icooooo Rg tada eiarsE
587
& Os fatos cibernéticos e a unidade dos processos materiais Da
SR
4.0conceitode controle. À retroação de segundo grau
3 À automaçãoe sua influência nas condições do trabalho
7 cs
6: 0 conceito ingênuo de “destino da homem” ooo RR A3á com emoção e orgulho que apresentamos ao público uma obra, até
aqui inédita, de umdos mais importantes filósofos brasileiros de todos
Parte Quatro
Tecnologia e problemas da existência
“À os tempos. Homem de extensa e reconhecida cultura, Álvaro Vieira
Capítulo XV Pinto (1909-1987) foi catedrático da Faculdade Nacional de Filosofia da então
As perspectivas da tecnologia... sn Universidade do Brasil (hoje UFRJ), professor admiradíssimo por várias gera-
7
LA cibernética, nova versão da mathesis universalis irado osaida a ções de alunos e umdos animadores do Instituto Superior de Estudos Brasilei-
2. A cibernética, filosofia metropolitana ...... (Es vo e
IN E e cos (Iseb). a mais importante entidade envolvida nodebate desenvolvimentista
& À ingenuidade do conceito de “revolução cibernética” : LADA Ra nas décadas de 1950 e 1960. Dentro do Iseb e fora dele. o professor Vieira
4 Tecnologia. subdesenvolvimento é MoiDesticaicaridor uno. ginciaa
3: O futuro, projeçãoideológica da tecnologia ,. cics.
ráidos de dal jo Pinto influenciou decisivamente a geraçãode intelectuais de sua época. O edu-
Lido nem Ei
O: Às bases
. sociais do futuro daÀ tecnologia SUCEDE RT A Gras cador Paulo Freire referia-se a ele como “meu mestre”.
ES 096
Desconhecemos que algum pensador brasileiro. em qualquer tempo, tenha
neao RGE do “destino do homem”. À pergunta “Quem produz o pro-
iii SER bata 709
produzido uma reflexão tão abrangente, profunda e exaustiva sobre o fenó-
meno da técnica e seus impactos sobre a sociedade. Escrita emplena maturi-
Capítulo XVI
dade, a obra que agora vemà luz permaneceu inédita, em laudas datilografa-
Feenologia, escatologia e classes sociais
das com máquinade escrever, cuidadosamente revistas a mão pelo própriofiló-
LO progressotécnico te os problemas morais .. (Uai
sofo. Na última lauda original, a de número LATO, lê-se a inscrição manuseri-
RR cia
Di a nd SIP dA pio pila rd719
PEBicsa
s epções expostas neste ensaio. y À noção críti
crítica da ética.
qr
ta: “Terminada a terceira e última revisão em5 de abril de 1973. Terminada a
ig :
GUTO poDR GULA E DA cio page
e VE E ES: TA
3 À incompreensão dosignificado humano da tecnologia transferência das correções da cópia para a primeira via em 19 defevereiro de
a 2 ingênuo
+ O conceito gt le “guerra
de * da natureza humana contra
no a tecnol 1974, Álvaro Vieira Pinto”
a ogia”.RS
.. 745
3, concepção escatológica da tecnologia ..... Os
Pis dd + vaga SUAS Vieira Pinto e sua esposa. dona Maria, nãotiveram filhos. Depois da morte
6. Tecnologia e classes sociais ,...... Dad eis hi iu as 4 DN PR Pa PR (À
de ambos. os bens do casal — inclusive os manuscritos aqui reproduzidos — pas-
7, A tecnologia e a noção de “classe ociosa” ......
TA cosas a pcs Ep SA 7 saram a ser geridos por um advogado amigo. dr. Perílio Guimarães Ferreira.
tambémjá falecido. Oreeli Guimarães Ferreira de Brito, irmã do advogado.
encontrou os originais entre os papéis deixados peloirmãoe os encaminhou a
Marília Barroso, ex-aluna de Álvaro. que logo percebeu a importância da de-
seoberta. Por intermédioda professora Maria da Conceição Tavares. a Editora
Contraponto foi então contatada e deuinício aos trabalhos preparatórios para
— OMVINDA OsVAIYy
z
a publicação, que agora se faz em dois alentados volumes. Ela só
se tornou pos-
sível graças ao apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e So-
cial (BNDES) que. em boa hora. inícia uma coleção voltad
a para resgatar a
memória dos pensadores do desenvolvimentismo brasileiro. À gestão
de Carlos
Lessa iniciou o projeto e à de Guido Mantega o manteve. Em
ambas, 0 apoio
de Cristina Riche foi fundamental.
A todos, deixo público o meu agradecimento e a certeza de
que o nosso tra-
balho conjunto terá contribuído para resgatar uma parte import
ante do longo
debate sobre os destinos do Brasil.

CÉSAR BENJAMIN
Introdução

O conceito de tecnologia:
O QQUARTO QUADRANTE
UARTO Q DO
UADRANTE D CÍRCULO
O C DE
ÍRCULO D ÁLVARO
E Á VIEIRA
LVA R O V PINTO
IEIRA P INTO

Freitas!
Marcos Cezar de Freitas1

A
Vieira Pinto se revela aos poucos. É raro que
obra de Álvaro Borges Vieira
seus manuscritos sejam achados. É mais raro ainda encontrar o ma-
nuscrito convertido em livro, como este que encontramos agora.
Quando isso acontece é possível perceber que o autor escreveu como poucos,
mas foi lido por alguns.
Quando encontramos um umtexto
texto de Vieira Pinto e o trazemos à luz do dia
percebemos que toda sua obra obedeceu a uma uma lógica
lógica de construção argumen-
tativa contínua e complementar, a qual, vista em seu conjunto,
conj unto, revela o pacien-

enunciaroo
te esforço dedicado à construção solitária de um portentoso projeto: enunciar
alcance antropológico e também antropomórfico do conceito de “trabalho”.
Cada novo livro, publicado sempre com um umintervalo
intervalo não menor que uma
quebra-cabeça. que uma vez
década, aparece como se fosse mais uma peça de quebra-cabeça,
encaixada revela os traços de seu desenho interpretativo: um mundo visto de
comespecial
baixo para cima com especial destaque para aquilo que os homens conseguem
fazer com os instrumentos que têm ao alcance das mãos.
Alguns se lembram de seu nome associando-o à formação filosófica do edu-
cador Paulo Freire, que publicamente o chamava de “mestre”. Outros tantos

1. Professor da PUC-SP no Programa de Pós-Graduação em Educação: História, Política e Sociedade.


1.
CNPqee Editor
Pesquisador do CNPq Editorda Autor, entre outros livros, de Álvaro Vieira
da editora da PUC-SP. Autor, Vieira Pinto:
a personagem trama.
personagem histórica e sua trama.
2

chegaramindiretamente
Pinto

chegaram indiretamente aos seus escritos com a mediação da produção acadê-


Vi e i r a Pinto

mica que se apresentou a partir da década de 1980. 1980:


2
Á l v a r o Vieira

No conjunto de dissertações, teses e livros que abordaram sua obra, apre-


sentada com maior ou menor benevolência conforme o caso, predomina a opi-
Alvaro

nião de que Vieira Pinto deveria ser compreendido como expressão do “seu
contexto”.
Sobre o autor paira a sombra de uma situação histórica cujas marcas no
panorama intelectual do Brasil do século XX, na opinião de muitos, indicam
“homemde
que a sintonia entre o “homem pensamento”?3 e o momento em que des-
de pensamento”
frutou de maior visibilidade se deu porque o professor de história da filoso-
fia, mesmo com um temperamento reconhecidamente reservado, foi capaz de
protagonizar o papel de “ideólogo do desenvolvimento”.
De forma sintética pode-se dizer, então, que estamos diante de um umintelec-
intelec-
tual lembrado pelo contexto do “desenvolvimentismo” e que, segundo a maior
parte dos seus analistas, seus escritos foram produzidos como panfletos desti-
nados à defesa do desenvolvimento econômico para a consolidação de um pro-
jeto nacional. De forma ao mesmo tempo inversa e complementar a esse tipo
acrescentam”4 que, na realidade, o autor defendia um proje-
de opinião, alguns acrescentam
to nacional como única alternativa viável para alcançar o assim chamado de-
senvolvimento econômico. Se lembrarmos que Vieira Pinto foi também um ex-
celente matemático, podemos afirmar que, no caso das opiniões acima expos-
tas, a ordem dos fatores altera o produto.
ocuparamda
Na maioria dos estudos que se ocuparam da trama da qual Vieira Pinto foi per-
sonagem, o ponto de partida do intelectual acaba assumindo a condição de ponto de
ouseja,
chegada, ou seja, o autor é lembrado porque teve a oportunidade de expor-se nas
(Iseb), fundado em 1955 e
atividades do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb),
aberto ao público em 1956, na cidade do Rio de Janeiro. Lá pôde publicar um es-
tudo com mais de mil páginas intitulado Consciência e realidade nacional.
Basta percorrer os escritos da maioria dos seus analistas, os que o “aplau-
diram” e os que o “vaiaram”, para perceber que o autor é lembrado como in-
tegrante de um instituto e como autor de um
uminstituto livro que supostamente expressa-
umlivro
umaexpressão
ria o “espírito de um tempo”, para usar uma expressão de Karl Mannheim, autor
prestigiado no circuito isebiano.

1985; Paiva, 1986;


2. Carvalho Franco, 1985; 1980; Rodrigo, 1988;
1988; Roux, 1990;
1990; Toledo, 1982.
1982.
3. A expressão “homem de pensamento” não é casual. O editor Ênio Silveira, seu admirador confesso, di-
Vieira Pinto era a antítese perfeita do “homem
zia que Vieira “homemde
de ação”.
4. Roux, 1990.
3

Te c n o l o g i a
veremosaa seguir, tanto o Iseb como comooo livro Consciência e realidade na-

d e Tecnologia
Como veremos
cional exibem apenas um umtrecho
trecho do seu périplo ao redor do continente que deci-
diu circunavegar: o conceito de trabalho. O Iseb desgrudou-o de sua circulação
inicial entre os intelectuais católicos, como Alceu Amoroso Lima. Este avalizou sua

C o n c e i t o de
contratação pela Faculdade Nacional de Filosofia, onde se tornou tornoucatedrático
catedrático em

O Conceito
1951, defendendo uma tese sobre a cosmogonia de Platão, escrita na França.
1951,
OIseb
O Iseb aproximou-o dos circuitos mais abertos à mobilização política como

O
os estudantes, por exemplo, e tambémtambémdas das atividades voltadas ao diálogo com
os segmentos populares. A À editora Civilização Brasileira confiou a ele a direção
” 55
brasileiro”?
do projeto “Cadernos do povo brasileiro”. Já o livro Consciência e realidade
lançar, em 1960,
nacional proporcionou a ele lançar, 1960, as bases de sua hermenêutica, es-
senciais para o entendimento de seus futuros escritos e, por isso mesmo, insu-
ficientes para o efeito de síntese de sua tumultuada trajetória.
É bastante provável que seus principais escritos tenham sido elaborados
entre 1955 e 1985, período em que dedicou sua sistemática e disciplinada ca-
pacidade de escrever à tarefa de entrelaçar conceitos, expostos em trabalhos
distintos, com os quais se manteve fiel a um um propósito investigativo: compreen-
der o lugar do trabalho e da forma de trabalhar na configuração cultural do
povo brasileiro.
A teia analítica que teceu ao redor do conceito de trabalho, no transcorrer de
duas décadas, custa a aparecer porque os escritos estavam (e (e estão) dispersos e
somente agora podemos colocar sobre a mesma mesa os quatro quadrantes que
oferecem a situação de conjunto com a qual se pode esquadrinhar sua circular
plataforma conceptual: Consciência e realidade nacional, El conocimiento críti-
co en demografia, Ciência e existência e, agora, O conceito de tecnologia.
O conceito de tecnologia é um manuscrito de quase 1.500 1.500 páginas que tal-
vez não tivesse sido escrito sem a produção prévia das 1.070 1.070 páginas de
Consciência e realidade nacional. Este é o primeiro quadrante, aquele o quar-
to com o qual ocírculo
círculo conceptual completou sua forma analítica.
Para compreender a relação conceptual entre o primeiro e o quarto qua-
seucírculo
drantes no seu círculo interpretativo é preciso prestar atenção ao momento ini-
cial da circulação do “idioma cepalino” na década de 1950. 1950. Énecessário
necessário per-
cebera
ceber a apropriação desses pressupostos na origemdos
origem dos escritos mais densos de
Vieira Pinto. Percebida a apropriação singular do léxico cepalino formulado a
partir dos escritos de Raúl Prebisch, que ocorria também em emvários
vários ambientes

5. Vieira Pinto escreveu o caderno de nº 4, intitulado “Por que os ricos não fazem greve”, que rendeu a
ele alguma popularidade no meio estudantil.
4
EN
Pinto

intelectuais, muito especialmente no Iseb, ver-se-á que Vieira Pinto encontrou


Vi e i r a Pinto

naquela economia política que nascia um “lugar argumentativo” para desa-


Á l v a r o Vieira

guar seu incomensurável acervo de leituras filosóficas e sociológicas.


Não é correto simplesmente atribuir a Vieira Pinto a condição de defiliado
filiado teó-
Alvaro

rico aos escritos de Prebisch e nem mesmo de Celso Furtado, o qual em seus de-
poimentos autobiográficos disparou críticas contundentes àquilo que chamava de
9 66
Vieira”.º Todavia, é necessário observar que algu-
“nacionalismo exacerbado de Vieira”.
mas novidades teóricas cepalinas introduziam um estruturalismo analítico analítico”7 que
complementarentre
sugeria uma dinâmica interpretativa complementar entre a análise do subdesen-
Vieira Pinto.
volvimento econômico e os repertórios da filosofia familiares a Vieira
Se a teoria cepalina projeta-se a partir dos conceitos de “centro e periferia”,
a plataforma conceptual de Vieira Pinto projetou-se com as respostas que ofe-
trabalharna
receu para a questão: o que é trabalhar na periferia sob a dominação econômi-
ca e cultural do centro?
Tanto nos escritos cepalinos quanto nos escritos de Vieira Pinto a dicotomia
centro-periferia oferece condições para uma compreensão singular da propaga-
ção do incremento tecnológico e da utilização da técnica para a substituição do
trabalho manual. O que se verá adiante é que na acepção de Vieira Pinto o cen-
tro capturava umumdos
dos significados da tecnologia e ideologicamente o proclama-
va como universal, reservando ao mundo da periferia a condição de “paciente
receptor” das inovações técnicas quando, na verdade, já se pronunciava uma
“fase histórica” na qual era possível atuar como “agente propulsor” do próprio
desenvolvimento.
ambos os
Em ambos os escritos, os cepalinos e os de Vieira Pinto, as noções de centro
e periferia eram usadas para descrever uma situação assimétrica na apropria-
ção de ganhos originados na “divisão internacional do trabalho”.
Essa divisão internacional do trabalho não se sustentava mais como hipóte-
se descritiva e conceptual à medida que, com a recusa dos cânones da econo-
mia clássica, a análise cepalina identificava um processo de severo distancia-
mento entre as partes, ficando o centro num numplano
plano de desenvolvimento inalcan-
cável pela periferia. Isso se dava à medida que se percebia que quanto mais o
çável
centro se apropriava dos benefícios da produção industrializada, mais a perife-
ria chafurdava no contínuo empobrecimento a que estava condenada.
Na lógica de Prebisch, isso decorria de uma “deterioração nos termos de
troca” por meio da qual a periferia tudo transferia para o centro, inclusive seus

1985.
6. Cf. Furtado, 1985.
1981 e Bielschowsky, 1995.
7. Rodrigues, 1981
5

Te c n o l o g i a
d e Tecnologia
parcos ganhos, sem que se realizasse o princípio defendido por David Ricardo
de que o desnível entre as partes teria um ponto de compensação assegurado
pela transferência de benefícios e ganhos por meio dos jogos de mercado. Nesse
jogo desigual, deteriorado, a periferia tudo entregava e o centro tudo recebia.

C o n c e i t o de
O mesmo argumento é defendido por Vieira Pinto que, em companhia de

O Conceito
Roland Corbisier, advogava a tese de que a periferia “exportava o seu ser e im-
portava o não-ser”, alimentando, em emtermos
termos prebischianos, a convicção de que

O
naqueles moldes, a divisão internacional do trabalho era uma umafonte
fonte de dispari-
dades incontornáveis.
Vieira Pinto compartilhava a tese de que no centro o crescimento industrial
havia tocado amplos setores da sociedade, acrescentando, de uma forma mais
homogênea, produtividade e qualidade de vida às populações envolvidas com
o mundo do trabalho assalariado.
coma
Já na periferia, apenas os setores envolvidos com a industrialização do centro,
especialmente exportadores de matéria-prima, se beneficiaram de forma concen-
trada dos avanços tecnológicos. Com Comisso
isso se produziu, em decorrência, um dis-
tanciamento abissal em relação às outras esferas de trabalho assalariado e não
assalariado da periferia. Vieira Pinto encontrará nesses setores privilegiados algo
que denominará “consciência ingênua”.
idiomacepalino,
No âmbito da circulação do idioma Vieira Pinto interveio com o
cepalino, Vieira
explicitaros
propósito de explicitar passagemdo
os efeitos da passagem do subdesenvolvimento para o de-
Empreendeuessa
senvolvimento no mundo do trabalho. Empreendeu essa intervenção com o con-
ceito de “amanualidade”.

*od
**

homemtrabalha,
Segundo Vieira Pinto, o homem trabalha, e quanto mais elaborada é a sua
capacidade de trabalhar, mais humanizado ele se torna. O fruto de seu traba-
parao
lho é a fonte básica para umavez
o estudo antropológico de sua existência uma vez que
homeme
na relação entre homem e utensílio apresenta-se o “srau
“grau de domínio” que o su-
jeito tem sobre o objeto ou, inversamente, o “grau de subordinação” que a si-
impõe.*8 Há algo da forma-homem
tuação lhe impõe. forma-homemna na forma-trabalho e vice-versa.
Por isso o conceito trabalho é uma uma chave de leitura “antropomórfica” da
sociedade:

8. Esse tipo de raciocínio foi utilizado por alguns de seus comentadores para demonstrar o quanto Vieira
nas filosofias
Pinto trouxe para os seus escritos perspectivas analíticas originadas nas filosofias existencialistas. A re-
queele
criação de uma espécie de “fenomenologia da situação” contribuiu também para que ele fosse considera-
“matriz” da obra de Paulo Freire (cf.
do “matriz” (cf. Paiva, 1986).
1986).
6
O
Pinto

Uma coisa é mexer-se um pouco de barro, outra é segurar uma va-


Vi e i r a Pinto

silha para beber, e outra ainda é tomá-la nas mãos para apreciar a be-
Á l v a r o Vieira

leza dos desenhos e do colorido que lhe foi dado pela arte cerâmica.
Nos três casos imaginados como exemplo temos a mesma matéria,
Alvaro

mas três graus diferentes de manuseio, representados por três moda-


lidades de ser, com tudo quanto há de significado particular para ca-
um; e o que determina a diferenciação entre estes três modos é a
da um;
operação do trabalhador, que imprime em cada caso à substância
bruta original propriedades que condicionam as diferentes possibili-
dades de manuseio. Com efeito, é o trabalho que eleva a realidade a
um outro grau de amanualidade. E com essa elevação surgem conco-
(Vieira Pinto, 1960a
mitantemente novas características do objeto. (Vieira
[1]. p.
[I], p. 69)
69)

Passar do subdesenvolvimento para o desenvolvimento, na acepção de VieiraVieira


Pinto, significava trocar a relação “amanual” entre o homem e o mundo, ou ouseja,
seja,
proporcionar a cada umuma a possibilidade de manusear a realidade com recursos ca-
da vez mais elaborados.
Considerava o homem do povo, o trabalhador manual, portador de uma
percepção da realidade diferenciada, mas não “menor” em qualidade quando
comparada à visão de mundo ostentada pelas classes dominantes.
Vieira Pinto, é sempre um
A consciência crítica, assim como a apresenta Vieira
patrimônio das massas. Enquanto atributo dos trabalhadores, essa consciên-
cia torna-se crítica quando o homem passa a ter clareza de que “deve” mudar
a realidade. A noção de “dever fazer”,7 adquirível num processo educativo,
consolida-se num movimento que reúne dedução e indução, ou seja, quem
precisa mudar o mundo descobre o “porquê” no mesmo momento em que des-
transformaraa realidade, que passa, então, a ser percebida co-
cobre o “como” transformar
mo mutável.
Se a consciência crítica se faz quando o trabalhador se apropria de um de-
ver fazer ao mesmo tempo em que explica por que e como realizar seu seuintento,
intento,
o que torna crítica essa consciência apropriada é justamente a ação daqueles
precisamefetivamente
que precisam efetivamente mudar o mundo.
Quem não precisa mudá-lo, porque da imutabilidade se beneficia, ou por-
mecanismostradi-
que mesmo percebendo a premência da mudança opta pelos mecanismos tradi-
cionais de progresso e estabilidade, reveste-se da consciência ingênua que con-
tém o ponto de vista de quem não fez da reflexão uma passagem “da consciên-
cia em
emsisi para a consciência para si”.
| 77

Te c n o l o g i a
d e Tecnologia
Essa maneira de enunciar a presença de uma consciência que já se tem, mas
da qual ainda é necessário “tomar posse” fez dos primeiros escritos de Vieira
Pinto um conjunto argumentativo com o qual o autor demonstrava sua passa-
gem do continente kantiano para o continente hegeliano, onde se instalou por

C o n c e i t o de
muito tempo.

O Conceito
compreensãodos
Para expor sua compreensão dos conceitos de trabalho e de tecnologia, indicou
a forma por meio da qual o conceito de amanualidade deveria ser ser(reutilizado
(re)utilizado no

O
Brasil, retirando-o dos condomínios analíticos do existencialismo francês (cf. (cf.
[1],
Vieira Pinto, 1960a [I], p. 68).
Vieira Pinto reconhecia como válida a hipótese de que o mundo se apresen-
ta ao existente humano como campo das ações possíveis. Estas se revelam me-
diante a ação específica sobre os objetos dispostos ao redor do homem, os quais
podem ser tomados como utensílios (idem, (idem, ibidem).
Diante disso, o autor empreende uma operação conceptual muito asseme-
Ihada ao método lukacsiano, o que lhe permite afirmar que estudar o trabalho
lhada
e a tecnologia corresponde a investigar a cultura daqueles que têm acesso ime-
diato à realidade.
Emoutra
Em outra ocasião já pudemos afirmar que sua valorização do trabalho in-
dustrial decorria da convicção que queele
ele tinha de que o homem, ao executar ta-
refas mais elaboradas, especialmente aquelas que são feitas com a mediação da
máquina, passa a expressar sua consciência (já (já existente)
existente) de forma progressi-
vamente mais clara. Seu diagnóstico sempre foi contundente: o trabalho exer-
cido sobre o mundo que está à mão é aquele que o transforma eficazmente (cf. (cf.
1998, p. 93).
Freitas, 1998,
Emrazão disso, num momento em que apenas começava a ler Marx, julgava
Em razão
ser conveniente “adaptar” algumas conclusões originadas na economia política
marxiana para que se somassem a alguns pressupostos que assimilava do léxico
comisso,
cepalino e, com isso, compunha o que considerava ser uma receita adequada às
Mundo.
particularidades do Terceiro Mundo. 9

Considerava necessidade premente para a substituição de uma etapa inferior


por outra superior de desenvolvimento fazer com que esse processo fosse prece-
dido e acompanhado de uma intensa “acumulação de trabalho”. Tal noção de
acumulação, como que numa volta redonda, derivava de sua acepção de técni-

Conceitoeste
9. Conceito este que foi decisivo para que Vieira Pinto, na fase do exílio, ampliasse as bases de sua refle-
xão, evadindo-se do nacionalismo dos primeiros escritos para adentrar no território político do “interna-
cionalismo terceiro-mundista”,
cionalismo paraele,
terceiro-mundista”, cujas referências para 1960, provinham
ele, no final da década de 1960, provinhamde
de lu-
"Fito, Fanon e Nasser, ou então Bandung, Nova Délhi e Pequim, por
gares e de nomes diferentes como Tito,
exemplo.
Pinto
8

porele
ca, considerada por ele como “acumulação qualitativa de trabalho”. Qualidade,
Vi e i r a Pinto

nesse sentido, queria dizer: “fazer o novo como desdobramento do antigo, logo,
Á l v a r o Vieira

(cf. Vieira Pinto, 1960a


desenvolver” (cf. 1960[1],
[I], p. 79).
Só há saber novo comcomavanço
avanço técnico. Se uma parte da humanidade já de-
Alvaro

monstrava usufruir benefícios da apropriação social da tecnologia, restava ao


intelectual engajado explicar as causas dos “entraves históricos” ao desenvol-
vimento nacional em países como o Brasil, rico e pobre ao mesmo tempo.
Aliás, se existe um traço peculiar que pode ser atribuído à “geração isebiana”,
comtodo
com todo o exagero que essa expressão contém, esse traço pode ser reconheci-
do na atenção contínua às concomitâncias da sociedade. Trata-se de outra he-
rança da Cepal: perceber que o subdesenvolvimento não é uma situação asse-
melhada ao passado do mundo desenvolvido. É, ao contrário, concomitante a
ele e, na maioria dos casos, resultante da deterioração nos termos de troca en-
tre as partes.
Consciência e realidade nacional é um ponto de partida de um roteiro de
considerações que reaparecerá e será complementado nos noslivros
livros E/
El conocimien-
to crítico en demografia e Ciência e existência, culminando no amplo painel te-
cido em O conceito de tecnologia. Esse roteiro, mesmo que de forma indireta,
quer demonstrar as possibilidades do homem homemconsiderado (apressadamente)
considerado (apressadamente)
inculto.
A incultura, no seu entender, não corresponde à ausência de conhecimento,
mas sim a um grau da própria cultura de um tempo. Um exemplo dos dosefeitos
efeitos des-
se modo de pensar, o qual, inclusive, foi bastante utilizado por Paulo Freire, po-
de ser obtido na sua definição de analfabetismo. Segundo Vieira Pinto, e nova-
mente à mercê de Hegel, o analfabetismo não é uma essência em emsi,
si, mas sim um
grau do próprio alfabetismo. Ou Ouseja,
seja, se existem pessoas plenamente alfabetiza-
tambémaquelas
das, existem também aquelas que estão “alfabetizadas em escala zero”. Se a le-
tambémbens
tra e a gramática são também bens tecnológicos, o manuseio dessa “tecnologia”
conduz a um lugar na gradação do alfabetismo. Como em tudo na vida, o não-
manuseio ou o manuseio de ferramentas precárias tem como contrapartida um
subdesenvolvimento intelectual responsável pelo “lugar de cada qual” numa es-
tecnológica."
cala em que coexistem graus diferentes de avanço e apropriação tecnológica. 10

O trabalho e a forma de trabalhar estão na base daquilo que os alemães


Weltanschauung [visão
chamariam de Weltanschauung [visão de mundo], fato esse que encontra gua-

10. Essa é também outra demonstração de apreço e atenção às idéias


10. idéias cepalinas. Admite-se a existência
“de tempos simultâneos, mas não coetâneos”, aliás expressão utilizada também no
“de no circuito
circuito Unesco de fi-
(cf. Maio, 1997).
nanciamento de pesquisas relacionadas às questões raciais (cf. 1997).
| 9

Te c n o l o g i a
tambémna

d e Tecnologia
rida também na obra de Vieira Pinto: “O modo pelo qual o homem vê o mun-
do tem como uma umadas
das causas condicionadoras a natureza do trabalho que exe-
cuta e a qualidade dos instrumentos e processos que emprega” (Pinto, (Pinto, 1960a
[, p. 110).
[I],

C o n c e i t o de
Mas há um dado fundamental que não pode deixar de ser mencionado e que

O Conceito
constitui marca distintiva do círculo composto pelos quadrantes que estão sen-
do aqui comentados: quando Vieira Pinto escrevia trabalho, na maioria das ve-

O
zes estava se referindo a quem trabalha. Ou Ouseja,
seja, estamos diante do filósofo que
apostou suas fichas numa transformação radical da sociedade levada a efeito
pelas mãos daqueles que operavam o mundo.
Mas, nesse caso, como entender a aposta do intelectual nas mãos dos que
mantémà
operam o mundo se o autor se mantém social?
à distância do conceito de classe social?
respostanos
Trata-se de uma pergunta sem resposta nos textos de Vieira Pinto. O conceito
maisvisível
de classes sociais, quando se tornou mais visível em sua obra, não emergiu com
força suficiente para derrubar um de seus principais pressupostos, o de que
existem contradições principais e contradições secundárias.
As contradições entre classes sociais, secundárias no seu entender, deveriam
ser enfrentadas no sucedâneo do enfrentamento da contradição principal. Esta
resultava do aviltamento que o capital estrangeiro operava sobre as nações sub-
desenvolvidas. Esse aviltamento, inclusive, era o responsável pela falta de acu-
mulação de trabalho tecnicamente mais elaborado de modo a favorecer uma
concentração de arcaísmos conveniente à manutenção da miséria social.
O filósofo convenceu-se de que o desenvolvimento acarretaria e facilitaria a
emergência da consciência crítica que dele se apropriaria. Porém, considerava
que isso seria um processo tanto lento quanto doloroso enquanto as estruturas
arcaicas se mantivessem direcionando as decisões macroeconômicas do país.
Vaticinava que as estruturas mantenedoras do atraso e da miséria não desapa-
receriam enquanto fossem as responsáveis pelo dinamismo da economia. Com
isso indicava que relações econômicas e possibilidades tecnológicas mais elabo-
radas só se instalariam no momento em que a luta política fosse capaz de evi-
presente."
denciar o esgotamento do modelo de sociedade então presente. 11

11. Aqui é possível notar a assimilação que ele fazia de alguns momentos-chave da obra de Marx. Por
11.
exemplo, vale
exemplo, vale frisar
frisar oo seguinte
seguinte paralelo:
paralelo: “Uma
“Uma formação
formaçãosocial não desaparece
social não desaparece antes
antes que
quese tenham de-
se tenham de-
senvolvido todas
senvolvido todas as
as forças
forças produtivas
produtivas para
para as
as quais
quais esta
esta formação
formaçãoéé suficiente
suficiente ee que
que novas
novas ee mais
mais altas
altas
tomado seulugar;
relações de produção tenham tomado seu lugar; antes que as condições materiais de existência destas úl-
tenhamse
timas não tenham formadonoseio
se formado sociedade(...).
no seio da própria sociedade cuidado. sempre
(...). Observando com mais cuidado,
se verifica que o próprio problema só surge onde já existem as condições materiais para sua solução ou
(Marx, 1969,
onde estas condições já estão em processo de desenvolvimento” (Marx, 1969, p. 5-6).
10
o
jd
Pinto

É quando o autor pensa em relações de produção mais elevadas que expres-


Vi e i r a Pinto

sa com maior coerência o nexo entre seu corpus conceptual e sua aspiração po-
Á l v a r o Vieira

lítica ao protagonismo dos trabalhadores. Se relações de produção mais eleva-


das não brotam espontaneamente, no seu entender elas medram, então, em
Alvaro

consequência da experiência acumulada somente no mundo do trabalho. Todo


conseqüência
trabalhador, ao participar da organização do futuro, estaria trazendo ao pro-
cesso sua grande intimidade com coma a realidade.
O problema maior a ser enfrentado, no âmbito das lutas pelo desenvolvi-
consequência da co-habitação da consciência crí-
mento, se apresentava como conseqüência
tica com a consciência ingênua. Estamos diante da metáfora do pêndulo. Vieira
Pinto representa a situação da qual é contemporâneo como um pêndulo que to-
ca ora as “zonas de aceleração da sociedade”, ora as “zonas de retenção”.
consciênciacrítica
Quanto mais a consciência crítica consegue estabelecer-se, ououseja,
seja, quanto mais
o trabalhador recebe condições mais elaboradas para se apropriar do trabalho
que já realiza, mais o pêndulo permanece retido nas zonas de aceleração demo-
randoaa voltar aos condomínios do atraso, com
rando comisso,
isso, desmobilizando-o: “À me-
dida que maior número de indivíduos ingressassem nas formas adiantadas de
produção, ampliando portanto sua área de contato com a objetividade e au-
mentando seu interesse na transformação das coisas, o pensamento crítico pas-
(Vieira Pinto, 1960a
saria a preponderar” (Vieira 1960a [II],
[II], p. 19).
enunciarsuas
Ao enunciar suas conclusões, o autor sentiu-se obrigado a estabelecer um umes-
es-
tatuto epistemológico para o processo de aquisição da consciência obtido na as-
similação de técnicas mais elaboradas de trabalho. Sua metodologia de análise
em muito se assemelhava a uma uma “teoria da história”. Não casualmente denomi-
nava-a “empírio-historicismo” com o objetivo de comprovar que a história dos
homens é, no fundo, a história do trabalho que fazem e que cultura é a “forma
como fazem”. Nesse particular renovo aqui o que eu afirmava no final da década
de 1990, ououseja,
seja, partindo da natureza histórica de cada produto técnico, o seu
fio da história tentava ligar tempos distintos. Buscava, por exemplo, o “paren-
lascada e a caldeira na siderúrgica. Quando se tornou um
tesco” entre a pedra lascada
estudioso do trabalho, da disseminação da técnica e da tecnologia, deparou-se
com um “desnivelamento universal” das fases de desenvolvimento, e encontrou
na ação do trabalhador um umestratagema
estratagema para cobrir “diferenças de etapa”. A À in-
exemplo, teria
dustrialização, por exemplo, teria o condão de “acelerar o tempo”. Se existia pa-
ra a humanidade um processo civilizatório capaz de englobá-la integralmente, o
unificação do tempo teriam essências complementares. O papel da
trabalho e a unificação
consciência, então, seria o de acelerar e desacelerar o tempo, conforme fosse crí-
(cf. Freitas, 1998,
tica ou ingênua (cf. 1998, p. 108).
108).
11

a
a
Te c n o l o g i a
*od

d e Tecnologia
**

Os outros quadrantes do círculo investigativo de Vieira Pinto ao redor das


categorias trabalho e tecnologia sofreram o impacto do dramático cenário no

C o n c e i t o de
qual foram escritos. São textos da experiência de exílio que o intelectual viveu

O Conceito
inicialmente na Iugoslávia a partir de setembro de 1964 1964 e que continuou no
1968.
Chile entre 1965 e 1968.

O
El piensamiento crítico en demografia e Ciência e existência foram escritos
graças à intervenção de Paulo Freire, que conseguiu empregá-lo em Santiago
do Chile como pesquisador do Centro Latino-Americano de Demografia
(Celade).
(Celade).
Pode parecer um despropósito ou apenas uma demanda típica de uma si-
tuação de emergência acomodar um filósofo da estatura de Vieira Pinto num
centro dedicado a estudos demográficos. O resultado de seu trabalho, todavia,
comprova o acerto contido na indicação de Freire.
acrescentaràs
O Celade buscava acrescentar às investigações de natureza demográfica re-
cursos analíticos com os quais as populações deixassem de ser consideradas
apenas expressões numéricas que se comprovam com séries estatísticas.
Aquilo que Vieira Pinto chamou de conhecimento crítico em demografia, na
somade
realidade, resultava da soma de seus estudos nas áreas de antropologia e eco-
nomia, os quais, somados ao seu vasto acervo de leituras filosóficas, favoreciam
a ele apresentar uma produção original num campo costumeiramente habita-
do por números e gráficos.
um momento singular em
Trata-se de um emsua
sua trajetória intelectual que nos per-
mite apreciar a forma por meio da qual Vieira Pinto completou seus estudos so-
bre Marx. Ao mesmo tempo, é possível constatar que o autor conduzia a rein-
serção do conceito de tecnologia em emseus porém,tratar-se
seus escritos, indicando, porém, tratar-se de
umobjeto
um objeto que estava a reclamar uma sistematização sua, própria, longamente
argumentada como produto de sua lavra.
Algo entre a síntese e o ecletismo, as operações de análise empreendidas pe-
somavamsua
lo ex-professor do Iseb somavam sua recepção crítica da filosofia européia com
algumas categorias marxianas. Um exemplo disso pode ser indicado na utiliza-
ção da categoria “homem-em-situação” cujo alcance ainda convencia plena-
mente o autor à medida que, segundo seu entendimento, as ferramentas analí-
ticas de Marx não infirmavam o poder de síntese desse legado existencialista
(cf. Pinto, 1973, p. 44 e 86 ss.).
(cf.
O homem-em-situação é o sujeito social morfologicamente confundido com o
trabalho que exerce. Contudo, a mescla entre homemhomemee trabalho não interrompe
Pinto
12

o contínuo processo de dominação da natureza por parte do trabalhador, mesmo


Vi e i r a Pinto

porque nesse processo está contida a reelaboração constante da própria humani-


Á l v a r o Vieira

dade desse homem (idem,(idem, p. 203).


Quando o trabalho constitui o homem, a realidade constitui a sua situação.
Alvaro

Nesta última estão presentes as suas reais possibilidades de comunicação


(idem, p. 86). O trabalho, no seu entender, torna-se a chave de desvendamen-
(idem,
to da situação concreta uma uma vez que por ele e com comele,
ele, o sujeito adquire condi-
sistemasocial?
ções de perceber os limites do sistema social em que está inserido e também
12

comqual
com qual classe social poderia identificar-se, conceito esse que passa a figurar
seuléxico,
no seu peculiar.”
léxico, absorvido, porém, de maneira peculiar. 13

Comisso,
Com isso, afrontava alguns cânones da demografia e afirmava que o traba-
lho não poderia ser considerado um um dado interno de cada população. Propunha,
ao contrário, que cada população fosse considerada como dado interno a uma
determinada possibilidade de trabalhar (cf. (cf. Vieira Pinto, 1973, p. 244).
Isso tudo ajuda a entender por que, mesmo com tanto acúmulo e variação
de leitura, o conceito de amanualidade não era posto de lado. Ao contrário,
sempre que possível o autor renovava sua crença no poder descritivo dessa ca-
tegoria de análise.
Em sua argumentação ainda permanecia válido aquilo que dissera em
1960: se o existencialismo europeu representava
1960: representavaaa consciência ingênua daque-
les que “não precisam” mudar o mundo, mundo, aa idéia de amanualidade, ao ser apro-
priada no mundo subdesenvolvido, tornava-se uma arma da consciência críti- eríti-
transformaraa realidade (cf.
ca que precisava e queria transformar (cf. Vieira Pinto, 1960a
1960a [I],
[1],
07).
p. 67).
Tudo isso contribuía para que sua abordagem no campo da demografia se re-
originalidadeee de alguma iconoclastia. Propunha, por exemplo, a mi-
vestisse de originalidade
nimização do uso das medidas, dos instrumentos de aferição e das quantificações
e propunha, em emseulugar,
seu lugar, o estudo intenso da qualidade de vida das populações
(cf. Vieira Pinto, 1973,
pobres (cf. 1973, p. 14).
14).
Se o mundo se apresentava cindido em realidades temporais diferentes, pos-
sibilitando o convívio de níveis de consciência distintos, e, além disso, se modos

12.
12. A noção de sistema social, reiteradas vezes utilizada em sua obra, corrobora a tese de que Vieira
Vieira
Pinto produzia também uma antropologia social baseada na análise da apropriação das ferramentas de
trabalho.
13. Na circunstância em que se encontrava, Vieira
13. Vieira Pinto proclamava estar à vontade para “misturar” o
repertório de Heiddeger e Husserl com o de Marx, afirmando ser isso uma decorrência e uma necessida-
não a Europa. Esse outro lugar é o mundo subdesenvolvido (cf.
de de quem “fala de outro lugar” que não (cf.
1973, p. 169-170),
Vieira Pinto, 1973, 1609-170), mistura essa que será refutada em O conceito de tecnologia.
[13
13

Te c n o l o g i a
(desenvolvimento com subdesenvolvi-

d e Tecnologia
de trabalhar qualitativamente opostos (desenvolvimento
mento) compartilhavam o mesmo calendário, não havia situação que pudesse
mento)
homemde
impedir o homem (idem, p. 86).
de “estar em comunicação” (idem,
consequência
Como conseqüência dessa lógica interpretativa, construía uma missão para

C o n c e i t o de
a demografia cumprir enquanto “ciência social” que consistia em captar a au-

O Conceito
to-imagem que cada comunidade forjava de si mesma (idem, (idem, p. 97).
Essa missão se fazia acompanhar de uma proposta de renúncia. Propunha

O
ao demógrafo do país subdesenvolvido renunciar aos conceitos “inaplicáveis ao
Terceiro Mundo”, tais como o de população economicamente ativa (PEA). (PEA).
consequência
Esse rompimento epistemológico deveria ser celebrado como conseqüência
daquele “estar em comunicação”, ou seja, cumpria ao investigador ouvir e
apreendero
apreender o significado exato do incremento tecnológico junto a cada popula-
ção. Isso porque, falando em termos semelhantes a Celso Furtado, a escuta escutade-
de-
veria ser considerada umuminstrumento
instrumento fundamental para impedir a absorção de
tecnologias “poupadoras de mão-de-obra”.
Aqui nos deparamos com um argumento que permite expurgar qualquer
tentativa de fazer de Álvaro Vieira Pinto o defensor ingênuo das virtualidades
da máquina e da tecnologia. É necessário frisar pela enésima vez que sua aten-
ção à tecnologia decorre de sua certeza de que passar do subdesenvolvimento
ao desenvolvimento exige manusear o mundo de forma mais elaborada.
Quando a chegada da máquina inviabiliza a transformação qualitativa da “for-
ma de manuseio” (do (do “grau de amanualidade”)
amanualidade”) em relação à situação ao re-
quemtrabalha,
dor, o trabalho passa a poupar quem trabalhadoro
trabalha, roubando do trabalhador o con-
trole sobre sua própria qualificação. Em sendo assim, até a proliferação da tec-
umaobra
nologia torna-se uma (idem, p. 69).
obra da consciência ingênua (idem,
Lidar diretamente com a técnica é um umgesto
gesto de liberdade para a própria
consciência do homem no país subdesenvolvido:

O trabalho que as massas executam funda sua visão de mundo.


Nas formas inferiores, exploradas, humildes, o trabalhador não che-
ga a ter senão uma noção sensível da realidade, e, ainda que deseje
modificá-la, não alcança compreender como isso seria possível. Ao
progredir nas formas de produção, se criam formas superiores de tra-
balho, realizado por um volume cada vez maior de pessoas, as quais,
pela necessidade de fazê-lo bem, têm que possuir conhecimentos am-
Precisamde
plos. Precisam de instrução técnica e uma formação cultural que ten-
de sempre a crescer, sem possibilidade de que interesses na execução
possamfixar-lhe
do trabalho possam umlimite.
fixar-lhe um limite. A consciência do trabalhador,
14
+
pa
Pinto

uma vez despertada, se descobre como um processo individual sem-


Vi e i r a Pinto

Comisso,
pre mais independente. Com isso, sua percepção da realidade se en-
Á l v a r o Vieira

grandece, e aprofunda o conhecimento das causas de sua situação; e


assim o indivíduo é levado a uma interpretação de si mesmo, de seu
Alvaro

(Vieira Pinto, 1973, p. 244-245)


papel no mundo e na sociedade. (Vieira 244-245)

Quando considerou que a consciência crítica vislumbrava a liberdade no


momento em que participava do incremento qualitativo dos processos produti-
vos, Vieira Pinto deparou-se com um problema de natureza exegética. Andava
(idem, p. 246-256) e não se esquivava da
às voltas com o conceito de ideologia (idem,
advertência de Marx sobre o fato de que o próprio homem se tornava bem de
produção para quem dispunha de deseu
seu trabalho.
No bojo de sua argumentação surgia a necessidade de definir com mais cla-
reza se considerava o trabalho realmente uma possibilidade de libertação da
ouse
consciência ou se a retificação marxiana, ao ser acolhida, deveria provocar uma
consequência, conduzir o autor a relacionar
inflexão em seus escritos e, como conseqüência,
trabalho com opressão.
Resolveu esse dilema recorrendo à noção de “fase histórica”, amplamente
discutida nos tempos de Iseb, e que se mantinha bastante viva nas manifesta-
ções políticas e culturais dos movimentos chamados de “terceiro-mundistas”.
Propunha então, com todas as letras, uma “antropologia existencial para o
Terceiro Mundo” e explicava que a coexistência de “populações simultâneas,
(idem, p. 284)
mas historicamente não coetâneas” (idem, 284) facultava a algumas com-
passagemda
preender o trabalho como instrumento de passagem da consciência ingênua pa-
ra a consciência crítica e a outras compreender o trabalho como expressão da
opressão de classe contra classe. Seu argumento, enfim, acomoda as duplicida-
des que levanta quando trata das questões relacionadas ao trabalho:

Quem vive no nível da economia de simples subsistência tem tempreo-


preo-
cupações tão elementares e imediatas que a consciência está ocupada
(...). Não existem
totalmente pelo penoso afã de produzir a vida (...). existemleis
leis
gerais sobre a população, válidas para toda a humanidade em todas
históricase
as épocas e lugares, simplesmente porque cada fase histórica se defi-
ne por condições superestruturais políticas que lhes são particulares e
condicionam a correlativa configuração do processo demográfico, dis-
tinguindo-o das caracterizações que assume em outras épocas. (...) (...)
[Na
[Na periferia do capitalismo]
capitalismo] as nações são um
um conglomerado de es-
tamentos sociais representativos de fases históricas distintas, coexis-
(Vieira Pinto, 1973, p. 280-283)
tindo no mesmo espaço geográfico. (Vieira 2980-283)
15

pa
y
Te c n o l o g i a
suaacepção

d e Tecnologia
No bojo dessas considerações, Vieira Pinto indicou que sua acepção de tecno-
logia encarecia uma demonstração detida e aprofundada das possibilidades con-
tidas no conceito.
Explicar a técnica como “memória social do fazer novo” demandava um es-

C o n c e i t o de
seusleitores
forço filológico capaz de orientar seus leitores sobre a importância de um “proje-

O Conceito
to nacional” capaz de direcionar as políticas de educação popular para “longe
dos problemas meramente pedagógicos” e para dentro das demandas de decada
cada fa-

O
consciênciasocial,
se, antecipando, como consciência social, o convívio com as alterações materiais
umafase a outra (cf.
responsáveis pelo trânsito de uma fase (cf. Vieira Pinto, 1960a
19604[1],
[I], p. 89).
Governar, no seu entender, supondo sempre um governo popular, equivalia
tambémaa expandir ciência e acumular trabalho industrial na sociedade. Sua
também
concepção de governo-ciência rejeitava o que ele chamava de pedagogia ingê-
nua, segundo a qual incentivar a ciência correspondia a fazer evoluir o país e,
a reboque, educar seu povo. Não considerava o povo desprovido de ciência,
nemde
nem de escolaridade. Considerava-o, sim, mergulhado em condições precárias
de trabalho, o que não facultava aos governos apresentar ciência e cultura co-
trabalhador(cf.
mo se fossem novidades ao trabalhador 185).
(cf. Freitas, 1988, p. 185).
Essa reflexão de Vieira Pinto se fez acompanhar de um esforço considerá-
vel de organização de uma plataforma metodológica a partir da qual outras in-
vestigações sobre o papel da ciência, da tecnologia e do trabalho na organiza-
pudessemcontinuar
ção da sociedade pudessem continuar o caminho por porele
ele iniciado.
Nesse sentido, o livro Ciência e existência, seu “terceiro quadrante”, para
além da metodologia do trabalho científico, apontou campos de debate que de-
veriamser
veriam ser percorridos para que a ciência no Brasil pudesse amadurecer e contri-
paraaa emancipação do país. Vale notar que na
buir para naorganização
organização dos argumentos
comporsua
escolhidos para compor sua análise a respeito das tensões sociais existentes entre
ciência e existência, o autor viu-se obrigado a refutar qualquer aproximação en-
conhecimentocien-
tre suas idéias e aquelas relacionadas ao uso dos conceitos de conhecimento cien-
tífico e de experiência no âmbito do pragmatismo, especialmente aquele difundi-
Dewey(cf.
do nos Estados Unidos por John Dewey 1979, p. 446).
(cf. Vieira Pinto, 1979,
Vieira Pinto considerava que os pragmatismos defendidos até então toma-
vam a realidade como ponto de chegada, enquanto seu trabalho se esforçava
por demonstrar que a realidade é um ponto de partida para a compreensão
dos processos de aquisição de conhecimento por parte do homem que traba-
(idem, p. 341).
lha (idem,
E nesse particular que o livro Ciência e existência lança as bases de futu-
É
ros escritos nos quais seu relacionamento com Paulo Freire ficaria mais evi-
dente. É E no intento de distanciar-se do pragmatismo norte-americano que o
16 |
16
Pinto

autor dá início a uma certa “didatização” do seu programa de ciência com o


Vi e i r a Pinto

comprogramas
que, em pouco tempo, se viu envolvido com dealfabetização
programas de alfabetização pro-
Á l v a r o Vieira

priamente ditos.
De Ciência e existência retirou pressupostos que reapareceriam com outra
Alvaro

elaboração noutros estudos, como por exemplo:

Oprimeiro
O primeiro passo para a constituição da autoconsciência crítica do
trabalhador, da qual decorre necessariamente a aquisição da lingua-
gemescrita,
gem escrita, está em fazê-lo tornar-se observador consciente de sua
realidade; destacar-se dela para refletir sobre ela, deixando de ser
apenas participante inconsciente dela (e por porisso
isso incapaz de discuti-
la). Tecnicamente, esse resultado é alcançado mediante a apresenta-
ção ao educando adulto de imagens de seu próprio meio de vida, de
seus costumes, suas crenças, práticas sociais, atitudes de seu grupo
Comisso,
etc. Com isso, o alfabetizando se torna espectador e pode discutir sua
realidade, o que significa abrir o caminho para o começo da reflexão
crítica, do surgimento de sua autoconsciência. A alfabetização decor-
consequência imediata da visão da realidade, associando-se
re como conseqüência
a imagem da palavra à imagemimagemde uma situação concreta. Posterior-
de uma
mente, a decomposição da palavra em seus elementos fonéticos e a re-
composição destes em outras palavras se faz sem nenhuma dificulda-
de e é um produto da criação intelectual do próprio educando (e (e não
(Vieira Pinto,
uma sugestão externa que lhe é imposta pelo professor). (Vieira
1991, p.
1991, p. 99)
99)

A reflexão de Vieira Pinto sobre o relacionamento do homem com coma a reali-


dade, observando a mediação do trabalho no processo de “transição da cons-
consciênciacrítica”,
ciência ingênua para a consciência chegouaa tal ponto de detalhamen-
crítica”, chegou
to que, ao termo, o conjunto vasto de seus escritos demonstrou que mesmo as
imprevisibilidades contidas nas conjunturas desfavoráveis pelas quais passou
não conseguiram distanciá-lo de seu projeto intelectual primeiro. Sua propos-
ta de fazer um périplo ao redor do “continente trabalho” manifestou-se em emto-
to-
dos os seus escritos.
O movimento circular que empreendeu se completou no último quadrante — –
umlivro
O conceito de tecnologia, de certa forma, um livro onipresente em toda sua obra.

***
[17
17

obrade

Te c n o l o g i a
d e Tecnologia
A obra de Álvaro Vieira Pinto poderia ser estudada à luz do conceito de
(1999). Ou seja, poder-se-iam
“biografia total” sugerido por Le Goff (1999). poder-se-iamarticular
articular
três perspectivas antes de enfrentar seu campo conceptual. Na primeira, eluci-
daríamos a relação entre biografia e tempo vivido; na segunda, passaríamos

C o n c e i t o de
“por dentro” da memória construída sobre o autor e seus escritos. Por fim, na

O Conceito
terceira perspectiva, abriríamos sua caixa de conceitos como quem abre uma
caixa de ferramentas.

O
Estupefatosàfrente
Estupefatos suacaixade
à frente de sua caixa de ferramentas, provavelmente compreende-
ríamos o porquê de tantas páginas. Para empreender o movimento analítico que
Vieira Pinto empreendeu, chamando ao seu seutrabalho
trabalho tantos interlocutores, são, de
fato, necessárias as milhares de páginas que escreveu em emritmo
ritmo monástico.
Um dos grandes méritos do livro que agora chega a público é o de revelar
que no caso de Vieira Pinto, os textos do “ciclo desenvolvimentista” não foram
apenas panfletos de uma hora que se apresentava como prenúncio da “revolu-
ção brasileira”.
Se os panfletos apareceram, especialmente quando atuou em conjunto com
alguns intelectuais que se movimentaram do “Iseb para os comícios” (Freitas, (Freitas,
1998, p.113), os livros propriamente ditos de Vieira Pinto
1998, Pinto”14
devemser
não devem ser sim-
plesmente destacados como se fossem uma umaparte
parte de um suposto populismo ine-
rente ao “interesse pelas massas”.
muitosescritos
É verdade que muitos escritos foram concebidos como instrumentos de mo-
bilização, denúncia e convocação ao engajamento. Mas o círculo interpretativo
livro transcende qualquer demanda da voz das ruas. É um
fechado com este livro
tratado filosófico de amplo alcance.
O conceito de tecnologia parece ser, ao mesmo tempo, o ato conclusivo de
Consciência e realidade nacional, tendo El conocimiento crítico en demografia
e Ciência e existência como “entreatos” e também a forma escrita com a qual
o intelectual interveio no sentido de oferecer uma “fisionomia para o tempo que
testemunhava”.
umlivro
É um livro singular. Nele o autor solucionou impasses teóricos e definiu com
qual espectro de autores contou para fazer do conceito de amanualidade uma
recriação sua, roubando-o definitivamente do existencialismo europeu. Neste
livro, por exemplo, rompeu definitivamente com Heidegger.
O retorno empreendido neste livro às origens das palavras técnica e tecno-
logia, acompanhado da análise das sucessivas reapropriações dos conceitos,
análise essa sempre feita “por dentro” e com familiaridade com inúmeros clás-

14. Ver especialmente “Por que os ricos não fazem greve?” e “A questão da universidade”.
14. universidade”.
Pinto
18

sicos da filosofia, não deve sugerir a produção de um manual da história do uso


Vi e i r a Pinto

umconceito.
de um conceito. Embora esbanje conhecimento, a intenção do autor não é filo-
Á l v a r o Vieira

lógica, mas sim, como fazem as tecelãs, um gesto de organização dos fios com
os quais o desenho teórico de sua vida ganhou feição definitiva.
Alvaro

Vieira Pinto recusa a expressão “era tecnológica”, que começa a ganhar


lançando mão de um argumento direto e contunden-
forma naquele momento, lançando
homemnão
te: o homem não seria humano se não vivesse sempre numa era tecnológica.
Comesse
Com esse ponto de partida já podemos antever aaraiz
raiz política de O concei-
to de tecnologia: qualquer “desnível” entre os povos resulta da apropriação
indébita que as nações ricas fazem das riquezas do mundo subdesenvolvido.
À existência de tempos contemporâneos, mas não coetâneos, era, antes de tu-
A
do, a diferença de acesso aos avanços tecnológicos. PorPorisso,
isso, Vieira Pinto gas-
tou muitas páginas demonstrando seu desconforto para com os argumentos de
origembiológica
origem biológica e racial.
O “desnível” entre sociedades é explicado com argumentos que tentam des-
mistificar a presença da tecnologia na sociedade, preferindo, ao contrário, indi-
car que quanto mais vulgarizado estiver seu uso, mais o homem estaria agindo a
Fis sua definição de processo:
favor do controle racional dos bens da natureza. Eis

À medida, porém, que vão sendo compreendidos os processos na-


consequen-
turais e descobertas as forças que os movimentam, com a conseqüen-
te possibilidade de utilização delas pelo homem, para produzir arte-
fatos capazes de satisfazer novas necessidades, e essa fabricação se
multiplica constantemente, o mundo deixa de ser o ambiente rústico
espontâneo e se converte em ambiente urbano, na casa povoada de
põemas
produtos de arte e, na época atual, de aparelhos que põem as forças
(Vieira Pinto, 1973b)
naturais a serviço do homem. (Vieira

No momento em que o autor demonstra que uma umasituação


situação de superação em
relação ao “rústico espontâneo” acompanha inexoravelmente a utilização dos
umargu-
bens tecnológicos, o texto que agora aparece conclui a exposição de um argu-
mento que perpassa toda sua obra: convém ao pobre usar aatecnologiatanto
tecnologia tanto
quanto convém ao rico. Não se sustenta a análise apresentada por alguns de
críticos” mais eruditos de que Vieira Pinto poderia ser considerado “ex-
seus críticos15

pressão da razão burguesa” ou “exemplo de retórica messiânica” direcionada


ao homem rústico.

15.
15. Cf. Franco, 1985 e Paiva, 1986.
1986.
[19
19

Te c n o l o g i a
(2003) demonstrou que na acepção esperançosa
esperançosade

d e Tecnologia
Recentemente, Cortes (2003) de
Vieira Pinto a democracia é o regime que interessa aos “homens comuns”. Essa
afirmação pode ser complementada com coma umdos
a leitura de um dos aforismos expres-
sos em O conceito de tecnologia: a idéia de “era tecnológica” é uma operação

C o n c e i t o de
ideológica com a qual cada grupo dominante apresenta sua versão de “fim da

O Conceito
história”. O momento no qual se triunfa passa a ser o momento no qual a his-
tória estaria vivendo seu ápice. Este livro chega ao público num momento em

O
que os “homens comuns” são chamados aaabrir daesperança
abrir mão da nomedas
esperança em nome das
demandas de uma era diante da qual não há alternativa: ceder ou ceder. ceder."
16

O que Vieira Pinto enxerga no contexto em que analisa a propagação das


imagens da “era tecnológica” é, ao contrário, um mergulho no provincianismo
próprio da consciência ingênua: “O laboratório de pesquisas, anexo à gigantes-
ca fábrica, tem o mesmo significado ético da capelinha outrora obrigatoria-
(Vieira Pinto, 1973b).
mente exigida ao lado dos nossos engenhos rurais” (Vieira
consequências que o autor retira do esforço de debulhar o conceito de tec-
As conseqüências
nologia têm alcance expressivo e tocam aspectos dramáticos dos dias que se se-
guem. Vieira Pinto demonstra que um um dos maiores danos causados pelo desnível
entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos é a disseminação da crença de que
grandes problemas resultam somente da ineficiência de gestão e falta de instru-
mentos adequados de “engenharias sociais”. Ele sobe o tom e se posiciona:
errôneaee insidiosa uniformização é que nos pronunciamos.”
“Contra esta errônea
E, como em toda sua obra, diante da necessidade de recusar imposturas
ideológicas, o autor abre espaço à antropologia para complementar sua argu-
mentação:

Uma das mais nocivas substancializações que cometemos quase


inconscientemente, passando assim despercebida, é a que se refere à
cultura. Aparece-nos como uma realidade em emsi.
si. Definimos então as
técnicas declarando-as pertencentes a certa cultura, substantivada,
expressãoinversa.
entificada, quando a verdade encontra-se na expressão (...)
inversa. (...)
antiquíssimas por exemplo à cultura pa-
Atribuímos certas técnicas antiqüíssimas
leolítica, quando deveríamos dizer o oposto, pois são as técnicas exe-

umsentido
16. Diz Vieira Pinto: “ O conceito de era tecnológica encobre, ao lado de um sentido razoável e sério, ou-
tipicamenteideológico,
tro, tipicamente ideológico, graças ao qual os interessados procuram embriagar a consciência das massas,
fazendo-as crer
fazendo-as têmaa felicidade de viver nos melhores tempos jamais desfrutados pela humanidade.
crer que têm
(...) [Por
(...) [Porisso ocorre] a conversão da obra técnica em
isso ocorre] emvalor [Como se]
valor moral. [Como decriar
se] a sociedade capaz de criar
as estupendas máquinas e aparelhos atualmente existentes, desconhecidos e jamais sonhados pelos ho-
mens de outrora, não pode deixar de ser melhor do que qualquer outra precendente”.
Pinto
20
20 |
cutadas em tal fase do desenvolvimento humano que configuram o
Vi e i r a Pinto

(Vieira Pinto, 1973b)


conceito chamado cultura paleolítica. (Vieira 1973b)
Á l v a r o Vieira

Olhando mais uma vez para os desníveis entre as sociedades, Vieira Pinto
Alvaro

considera que alguém agressivamente chamado “primitivo”, vivendo pratica-


mente ocupado todo o tempo nos afazeres da subsistência individual e da espé-
cie, está muito mais imerso numa sociedade tecnocrática do que nós, que dispo-
maiorliberdade
mos de maior liberdade de movimentos.
Vieira Pinto prefere dizer que “quanto mais se desenvolve a tecnologia tan-
maisregride
to mais regride a tecnocracia”. Por isso, recusou-se a ver na disseminação do uso
da máquina e do computador um elemento comprovador da “qualidade” pre-
sente na opção vulgarmente defendida pelas elites de então: entrar na era tec-
nológica para superar a desigualdade.
Seu raciocínio, nesse sentido, é lapidar e radicalmente ao avesso: sem aca-
coma
bar com a desigualdade, não deixaria de ter importância a ferramenta rústica
na sociedade.
benefi-
Diante do exposto, qual seria a tese de Vieira Pinto no que toca aos benefí-
cios que a máquina traz à sociedade? Sua resposta é enxuta: “A verdadeira fi-
nalidade da produção humana consiste na produção das relações sociais, a
(Vieira Pinto, 1973b).
construção das formas de convivência” (Vieira
Comisso
Com isso o autor retorna, como o faz, aliás, em toda sua obra, ao conceito
de amanualidade para afirmar que o homem cria o engenho para que este pro-
melhoros
duza melhor os bens, que por sua vez irão recriar o mesmo homem, no sentido
de lhe darem condições mais convenientes de existência.
Na forma como Vieira Pinto apropriou-se e recriou o conceito de amanua-
lidade há um dado que merece nossa atenção e que diz respeito à entrada em
(grifei) a tecnologia:
cena de uma acepção de história para pensar socialmente (grifei)

As estupendas criações cibernéticas com que hoje nos maravilha-


mos resultam apenas do aproveitamento da acumulação social do co-
nhecimento, que permitiu fossem concebidas e realizadas. Não deri-
vam das máquinas anteriores enquanto tais, mas do emprego que o
homemfez
homem (...). (Vieira
fez delas (...). (Vieira Pinto, 1973b)

Seu destaque para o caráter social do incremento tecnológico reaparece em


muitas partes de vários textos que escreveu. No caso do livro O conceito de tec-
nologia, a evocação do social foi necessária para pontuar sua rejeição ao argu-
nologia,
mento de que a disseminação da técnica mais elaborada dependerá da genero-
| 21
21

Te c n o l o g i a
d e Tecnologia
sidade de quem a usa em benefício próprio. A tecnologia já pertence aos estra-
tos mais simples da sociedade. Esses estratos não podem ganhar, na condição
de dádiva, aquilo que já é constitutivo do seu próprio ser social.
Vieira Pinto, no transcorrer de todo o texto, tenta chamar atenção para um

C o n c e i t o de
elemento que, a seu ver, deveria ser o organizador das iniciativas voltadas pa-

O Conceito
percepçãoque
ra a construção do desenvolvimento econômico. Trata-se da percepção que car-
rega desde o final da década de 1950, quando começa a redigir Consciência e

O
realidade nacional, de que o homem só trabalha para si quando o faz para a
inteira.”
sociedade inteira. 17

O livro O conceito de tecnologia é aquele no qual Vieira Pinto mais conce-


de espaço a Marx para refletir sobre a categoria trabalho, estendendo essa aber-
tura a alguns debates especificamente levados a efeito por Engels.
Isso provoca um deslocamento no seu modo de entender os efeitos da tecno-
logia sobre a sociedade. Na realidade, não ocorre exatamente um umdeslocamento,
deslocamento,
mas sim uma operação de confirmação de seus pressupostos políticos sem prejuí-
zo de sua malha conceptual.
À medida que Vieira Pinto vai acolhendo em suas próprias páginas, e não
só acolhendo, como vai demonstrando familiaridade com os cânones da econo-
mia política marxiana, torna-se definitiva a necessidade de posicionar-se a res-
peito da questão de fundo: o trabalho aliena ou não o homem?homem?
Se parte expressiva de sua obra dedicou-se a defender a necessidade de ele-
var o padrão de qualidade da intervenção do homem sobre a natureza, o desa-
fio exposto na teoria da mais-valia sugeriu ao autor uma saída “por dentro” de
seus próprios labirintos. Ou seja, primeiro dedicou-se a refutar qualquer apro-
ximação entre sua análise sobre o valor da técnica e os argumentos irraciona-
povoaramo
listas que povoaram o século XX. Da obra de Oswald Splengler, por exemplo,
não sobra pedra sobre pedra.
Mas esse processo de revigoração dos próprios pressupostos, sem procurar
estabelecer incompatibilidades com o marxismo, foi operacionalizado no plano
da política, ou seja, concluiu que o trabalho aliena quando não pertence mais
ao trabalhador.
Porisso,
Por surpresado
isso, para surpresa do leitor de sua obra, Vieira Pinto decide explicitar,
como nunca fizera antes, que o trabalho deveria ser “desalienado” pelas mãos
do trabalhador no ato da apropriação da técnica mais elaborada “a seu favor”.
Comisso,
Com isso, o autor declara sua distância em relação a outras formas de utilizar
o conceito de amanualidade. Indica que a liberdade em relação ao mundo do

17. Ele diz de forma quase singela: “O avião não foi feito para voar, mas para o homem
17. homemvoar”.
voar”.
Pinto
22
22 |
trabalho não resulta da recusa em participar do mundo tecnológico. Não pro-
Vi e i r a Pinto

cura buscar na simplicidade, nem no simples “em “emsi”,


si”, uma forma mais elabo-
Á l v a r o Vieira

rada de vida.
umden-
O livro O conceito de tecnologia proporciona ao leitor testemunhar um den-
Alvaro

so diálogo com a filosofia existencialista de Martin Heidegger. O ponto de par-


tida é simples: se a tecnologia representava a vitória do homem sobre a natu-
nãolhe
reza, não lhe parecia plausível defender o “retorno para ela” como forma de co-
locar o homem no centro da história. Sua Suainterpelação
interpelação é contundente:

Lamentar o avassalamento da existência pela tecnologia, o perigo


a que estão expostos, ou mesmo a que já sucumbiram, os valores hu-
frascologia de escritores impressionistas, al-
manos não passa de pura fraseologia
guns com banca montada e renome de filósofos profissionais. É o ca-
so, por exemplo, de Martin Heidegger, que declara: a técnica é um ma-
homemdeve
lefício de que o homem deve fugir para se abrigar na inexpugnável
simples. (Vieira
força do simples. (Vieira Pinto, 1973b)
1973b)

Com essa reprimenda a Heidegger, Vieira Pinto declara soberanamente sua


fecharoo círculo que abriu com
pretensão de fechar comoo livro Consciência e realidade na-
cional. Com este último quadrante outorgou a si a condição de novo formula-
dor de umumexistencialismo
existencialismo pronunciado da periferia para o centro.
Mas que livro é este que o leitor tem agora diante de si? si? É um
umlivro
livro que re-
vela um processo de construção intelectual no mínimo colossal. Estamos dian-
te de uma personagem que, no entretecimento de sua trama, levou às últimas
consequências a obrigação do filósofo de só abandonar um conceito quando de-
conseqüências
sumotivesse
le todo o sumo tivesse sido extraído. Sua vasta e culta obra revela o intelectual
brasileiro subtraindo (em(em proveito próprio) o conceito de amanualidade para,
comele,
com ele, procurar pelo avesso do mundo subdesenvolvido.
(surpreendente) de O conceito de tecnolo-
Todos nós, a partir da publicação (surpreendente)
gia,
gia, temos a oportunidade de perceber o quanto alguns intelectuais assim cha-
mados “desenvolvimentistas” devemdevemser revisitadosee vistos novamente, de perto.
ser revisitados

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A - EMA
já ml
Ra

DR ti tados
CAPÍTULO

4h

EMEF CE DA
“ERA TECNOLÓGICA”

a temiuisa. talvez a mais antiga, de explicar as origens da filosofia.


Platão e. Jogo depois. Aristóteles apresentamenos como razão para o
surgimento do pensarracional o estado de espanto. a possibilidade, que
o homem tento de maravilhar-se diante do espetáculo da natureza. ordenadatan-
to nos mais portentosos quanto nos mais recônditos detalhes. Limboca frequente-
mente citadas. sale a pena cepetir essas passagens célebres daqueles pensadores,
porque nos servirão para abrir o caminho pelo qual pretendemos enseredar no
curso destas rellesões. “Pois é absolutamente característico do filósofo este esta-
do de espírito: o maravilhar-se: com efeito. a origem da filosofia não foi outra se-
não esta. e quem diz que Íris (a filosofia) é filha de Taumante (à maravilha)
stabeleceu corretamentea genealogia” (Teeteto. 155 d). O testo de Aristóteles,
epresentando a mesma concepção. é ainda mais explícito: “Por se maravilharem,
homens. tanto agora como nopassado. começaram a filosofar. a princípio ma-
vilhando-se com as dificuldades mais imediatas. e depois. avançando pouco a
co, procuvarant cesolver problemas maiores. como os que se referem aos fe-
venos da Lua. do Sobe das estrelas. e por fim procuraram descobrir a gênese
mtiverso. Quem se depara com tuna dificuldade e se admira reconhece sua
viu ignorância (e por isso o amante de muitos é tunbém de certo modo filó-
pois o mito é composto de maravilhas)” (Metafísica, |. 2. 182 b).

homem maravilhado
+

nenetonar esses trechos clássicos. não nos


k move
: o :desejo dediscutir o
va que se releremo o da origem da filosofta. De passagem não é pre-
da +
- + us e

seque a simples formulação dele é um mal-entendido excelente amos


Pos o a .
roleta ela consetência ingênua ao aa verdade Ce todo des-
cetido falas ale Toda tilosolia pois a cellenão que postenior
5

et
=
tram drrirr Pesq

mente e em forma erudita, veio a chamar-se “filosofia” assemos em cevista as aludidas versões. À de Paul Masqueras. para a co-

ecnealoma
confunde-se com a pró-
pria capacidade humana de pensar, de refletir em idéias Les Belles Lettreso das universidades da Prança. patrocinada pela
abstratas à realidade
objetiva. O “começo” da filosofia equivale ao começo da dação Guillaume Budé. de tão respeitável tradição por seus indiseutíveis
capacidadede pensar
como talo epor isso não tem momento assinalável no curso fios. toma a passagem da Antigone constituída pelos versos 332-333 € a
do longo processo

O Concerto als
pelo qual a matéria. «depois de alcançar a forma de complexidade nta comose significasse o seguinte: “Aombreuses sont les merveiles de
distintiva di
vida. culmina na formação dos amropóides superi mature. mais de toutes la plus grande merceilles clest Phommne”. Ficamos
ores. dos quis progressiva-
mente se vai destacando o animal humano. caracterizad untando em que sonho teria aparecido ao sr. Paul Masqueray a palavra
o pela faculdade de
pensar Se portanto não tem sentido propor a questã tureza” neste verso. Há evidentemente tum limite a partir do quaba licença
o da “origem” da filosofia
= que nem de longe se vefere ao conteúdo deste tica na arte de traduzir mada de qualidade e passa a chamar-se erro. RC.
ensaio — quisemos reproduzir
Colas dssa geo famosas
t JOrque nelas encontramos Ui CONCe
to é ue. este Sim,
b traduz assim. para a edição completa do drama grego editada pela
toca diretamente o nosso tema. razão pela qual o escolh adom House. de Nova York, a mesmapassagem: “Honders are many. and
emos para dar início à
série de considerações subsequentes. 4 está dito que o homem eis more iconderful than man” (The Complete Greek Drama. Whitney J.
das civilizações
antigas se definia — à ponto de graças a este estado te» e Eugene ONeill Jr. cede o po 452). O tradinor da Loeb Classical
de espírito tornar-se um
pensador = pelo marasilhar-se. Mas a macevilha ibrary. [Store assim se exprime: “Many iwronders there be, but neught more
diante ca qual se espantava
eraco espetáculo do mundo. da natureza. especi Belerous them man". Outra edição. a da Livraria Hachette. Collection Les
almente dos céus. onde se exi-
bia uma ordent perfeita. imutável e inexplicável. ddeiteurs Grees por uma Socieré de Professenrs eodTellenistes, bilingue, desdo-
Resultava deste estado de coi-
sas a necessidade de descobrir a causa que o teria tem-se cem duas versões. uma justalincar em ordem direta. dizendo: “Les mer-
engendrado.
Aitulo de digressão. não será certamente inútil incluir “quiltes sont nombrenses. et rien nest plus merveillenoque home”. e outra de
aqui a discussão de
um célebre verso da tragédia antiga que alguém poderi taráterliterário: “De toutes les merveiltes de la nature. la plus etonmantes est
a acaso julgar contra-
porse ao ponto de vista emitido nas primeiras página Phomme”.
- s deste ensaio. O leitor
me tenha tido acesso ão testo da (utígona. de Sólocies. Por essas versões pareceria que o dramaturgo utiliza o conceito de mario
mediante as traduções
comentes. mesmo as de reputadas coleções clássicas, Ba. aplicado ao homent em si mesmo ou aos fenômenos da natureza, Ora. fi-
encontrará discrepância
entre co que nelas lhe é oferecido em fimosa passa ramos simplesmente pasmos diante da descoberta dessas traduções. que cm
gem e a afirmação por nós
exposta nas linhas anteriores. Com efeito. por motivos aada refletem a admirável sobriedade do texto original. no qual de modo al
que escapam à nossa
compreensão. pelo menos três de conhecidas e apreci gum Sófocles faz menção da noção de “maravilha”. Vejamos o que de fato é
adas coleções apresentam
aversão de uma das mais Delas estrofes da tragéd dito pelo dramaturgo com supremo rigor e profundidade do pensamento:
ia grega completamente in-
felao teeto. na verdade patentemente deturpada.
Todas. unanimemente crra- “TIoAÃa TA Seiva Koudev avbpesmou deivórepov méhei”. O significado exato. li-
das velerem-se no testo em questão ao home teral da frase é este: THA muitas coisas terríveis. mas neahima é mais terrível
m como uma das mares ilhas da
natureza. pelos feitos que executa ou qualidade, que o homen? E só. Diante desta frase de inequivoca simplicidade º grande-
que possui. Antes de entrar no
dmago do tema. façamos o recenseamento das traduções 2a somos lesados a perguntar: onde os mencionados transmissores foram en-
deformadas incom-
peeensivelmente. tanto tais quant
o é de supor que casas editoras ele
grande
contrar o conceito de “maravilha”? 4 cesposta não pode deixar de ser: tradu-
Idopeidade e repetação não poderiam ter encarregado wudo erradamente o termo grego deivos. Sobre este vocábulo. portanto. é que
do trabalho de traslado
paes o vermácilo atual senão conhecedores abaliz terá de concentrar-se nossa análise e a refutação das traduções inepras, Parece-
ados do idioma helênico. Esta
myidene premissa é que torna enigmática e nos caber plenamente o direito de classificar como aberração essa tisurpação
quase impossivel de explicar o en-
gro cometido. dando a impressão de que os tradut linguistica porque basta consultar os grandes dicionários grego» relativos nos
ores ou se copiaram ns aos
estro om eelleticam todos mma fonte unpert principado idiomas modernos para ver que SeIVOS tem por vignilicação primei-
eita comum. ou se entregaram a
Mocrduedem Dterarias e desantios pocticoso dando en endicnto conforme explica MO AS Bailly cm sua magistral obra, Cejrei inspire
em cesultado à total emprupa
ção de meio do onginal cecrito pele sulio gigami . a ema
4 ordem
alo ele , poli
desacão al In mo segui-
esco do Petgaceliigenlis. lu ermunatos Disponde io) denis ncempagaees ação E

e
tomem Vapira Pego —

o
Nas
da: “que Con craint. “terrible. effravant cmanvais”. “dangerenx”. “funes- demos como pôde algum helenista ter encontradoo significado de “maravilha”

O Conceito de Tecnologia
te”. e só como derivado “étonnant”. Cextraordinario”. “étrange”. etc. O fun- em detvos. e sobretudo nesse passo e nessa tragédia. Ninguém ignora que em
damental Creek-English Lexicon. de Liddel e Scot. conhecido como Dicionári gvego “maravilhoso” se diz Gavudoov. que significa “eadmirablo”. cmenveth
o
de Oxford. explica Servos com o sentido geral e primordial de “fearful”. ter- tencmvonderful”.cmarcellons”. cunnderbar. cbemwunderungsewiirdis”. cre.
rible". “amful”. e em seguida “dangerous”. “powerfule demais variantes. Em Parece-nos. portanto. lidimamente inatacável a concepção que enunciamos a
língua alemã. o mais autorizado dicionário. o Grieehisch-deutsches orterbuch qual não admitiria a menor objeção fundada nas inexplicaselmente erradas
de W. Pappe. em três volumes. ensina que Geivós. de raiz AL. aparentada a traduções de tão admirável e célebre verso de Sófocles. Vuítulo de mera con-
ôicode (fugir de medo. temer). 6eÓs (medo. pavor). detõo (temer). tem por firmação colateral bastaria lembrar que os paleontologistas. que deram o no-
significado primeiro “furchtbar” (terrivel). “sehrecklich” (pavoroso). “entset=- me de dinossauro a um monstruoso réptil da Era Mesozóica. ou de dinotério a
heh” (Morrível). Declara que a partir de Heródoto TO Selvóv equivale a “die um tipo de gigantescos animais da Época Miocênica. semelhante a elefantes. só
Cefahr” (o perigo. a infelicidade. etc). Temos exidente impossibilidade de ci- poderiam estar usando o termo deivos. que escolheram para designá-los. na
tar as passageus de quase todos os escritores gregos em que ocorreesta palavra acepção de “terríveis” seres. pois parece difícil pensar que os julgassent admi-
vulgar corrente. habitual, sempre com o significado que se restune em “terrí- ráveis ou meras ilhosos.
vel". sua correspondência direta e imediata em nossa língua. Não sabemos. Depois de nos havermos convencido da mutilação do texto da tragédia. efe-
portanto, ondeos respeitáveis eruditos atuais foram buscar q significação “ma- tuada pelas traduções habitualmentelidas. acima citadas. tivemos a cutislação
vavilha” dada a deivós no verso de Sófocles. que contraria o uso geral de ver partilhada nossa opinião pelo prezado amigo e erudito helenista Por
e a tra-
dição do idioma original não tendo abonações justificativas em qualquer ou- nando Marques dos Reis. quando lhe comunicamos a sirpresa pela conclusão
tro autor. Mas. não precisaríiamos ir aos dicionários pera perceber que no a que chegáramos. Esse ilustrado conhecedor da literarara clássica. em tuto
pre-
sente trecho a deivós só compete a designação de “terrível”. Esta conclusã fontes. num gesto que muito nos sensibilizou. foi além da simples concordân-
o é
confirmada pelo inteiro contexto da peça. e especialmente pela pamagem levia- cia com nosso ponto devista a respeito de um trecho. do equal aliás. já se ha-
namente interpretada como“maravilha”. porque assim exigeosentido que lhe via ocupado. sobre ele tendo eserito artigo na imprensa desta cidade. Manifes-
damos. o que é aliás o normal e imediato. Com eleito. o trecho corresponde às tou sua bondadee ciência remerendo-nos a seguinte nota. que. pelo valor dos
duas linhas iniciais de uma advertência do coro. que intery émlogo depois de comentários originais que formula. agregando novas razões às considerações
o
guarda ter admoestadootirano Greonte pela decisão de infligir cruel castigoa anteriormente eNpostas. pedimos vênia para reproduzir na indegra.
Antigona. por motivodo crimede ter enterrado o cadáver do irmão. O momen-
to e de trágica grandeza. conto toda à peça eo coreuta quando toma O Servos 600 cs." da trutígona de Sófocles tem exidentemente o
a pala-
sra é para deplorar as coisas terríveis que o homem é capaz de fazer no domí- sentido de espantoso. terrível. Nem é preciso sair dessa tragédia para
mio moral, jurídico e até nas ações que empreendesobre a natureza. O momen- ver o sentido que Sófocles dá habitualmente ao adjetivo. Pouco antes
to Cextremamente sombrio. quando está sendo discatida à injusta sentença que da passagem supramencionada. o guarda reflete quão horrivel é
o despota promulgou e a que Antígona veplica com sobre-humana dignidade :
quando se opta. fazer ;
justamente àÀ opçãoerrada(3,
oocão errad; 3923).
323):
.
confessando seu aio picdoso e mostrando que nenhum príncipe tem poderes
su-
Beientes para se opor aos decretos divinos. a que cla prefere obedecer, mesmo
Deu:
sabendo que será punida com a morte, pela insensatez de um tirano. Por con- "H Seivov à) dokN) yE Koi peuôn dokélv.
segundos o trecho de Sófocles. em tão solene e tétrico instante. não poderia fa-
lar cm Simaravilha” com relação ao homem. espressão totalmente descabida. Evidentemente. não é admirável (7). aí. 0 que é sem dúvida. terrivel,
oportuna e sem carão de ser Nas cirenastâncias vividas no demão Logo no começo da tragédia. Antígona pede dirmã que a deine.
Único
sentido inteligível que a palavra edmne Co de elemne go Semivel” poerie . ,
ceno plano funesto que traço enfrentar sem destino terrivel (Geivov)
equeco hiwormasn teme che frses mund nos semelhaniia | eneenanendeç ado
comprem (1 “5/0)
AMA Ea ue Kat TMv EE Exou BuoBouAtav
bém ele encontra neste estado de ânimo um ponto de partida para reflexões.

Decnólogian
maBéiv TO detvov TouTo:
*“»erão outra “origem” da filosofia. Mas o que distingue o marcavilhar-se atual
antigo é que agora o homem se maravilha não dimte da natureza. mas dian-
No 1. 243.0 guarda tem medo (okKvov) de relatar umas coisas
a de suas próprias obras. À concepção generalizada. e por mil modos expressa.
Creonte e a essas coisas a sem ver terríveis. chama-lhes

O Conceito de
também do a qual nos encontramos em uma era de inédita grandiosidade. pois ja-
deIva:
is 0 homen cealizom tão triunfalmente seu domínio sobre as forças natucais é
jou artefatos tão espantosos. conheceu tão profundamente os segredos dos pro-
Ta Seiva yap To mpooriêno” dkvov moAvv.
» naturais. Qudo isso assegurando-lhe condições surpreendentes de conforto.
surança e dominação. esta concepção reedita o velho estado de espanto e ma-
No +. 408.0 mesmo guarda fala de si e dos companheiros
amea-
tha. mas agora em ace dos tempos que ros são dados. Observamos desde já
cados porcoisas igualmente terríveis e usa 0 mesmo adjetivo
:
nessa atitude se revela a principal raiz da ingenuidade da expressão. tantas
s repetida. “erise do nosso tempo”. Na verdade não ha cerise alguma, e sim
Tpos dou TA Getv Exéiv EmmmeiAnuévol:
uifestação de uma particular forma de alienação. que afeta especialmente os

O acha
el que , o olhar . do paieé cbtos. privados de consciência crítica. O homem macas ilha-se diante do que é
Hémon, no sv. 009, :
temido pelo homem
Arocuto seu porquec em svirtude do distanciamento do mundo. causadopela per-
do povo. e o que diz é:
habitual da prática de transformação material da realidade. e da impossibili-
e de usar os resiliados do trabalho executado. perdeu a noção de ser o autor
To yap oov dvona Seivov avôpi Snuóm
le suas obras. as quais porisso lhe parecem estranhas. Outrora. na pobreza de

O poder do destino. no 1. 051. em fala do coro. não fes civilização tecnicamente “atrasada” o homem só podia com efeito marasi-
é por certo ad-
Phar-se com aquilo que encomrasafeito; agora. na época da “civilização teenoló
mirácel. mas terrível:
gra. extatsia-se diante do que faz. Importa assinalar e este É 0 tema inicial do
, Do , , presente ensaio, que. do mesmo modo como na Antiguidade. do novo estado de
AM a Hoipiõia TIS OUvaoIs Seiva:,
ravilha brota Gunbém uma concepçãofilosófica do universo. da vida e da es-
cia do homem. [Embora não encontremos compendiada. com o caráter de
Por tudo isso. no
preensão sistematicamente elaborada, essa filosofia. observamo-la por toda
incluída nas mais diversas considerações sobre a realidade de nossa época.
TOAÃA TA GEIVA KOUGEV dv —
só rara e incomplezunente esboçada por alguns teóricos que pretendem exe
Bpwmou deivorepov méher:
er os fatos de nossos dias. historiadores. sociólogos. economistas ou que ou-
especialidade tenhu. Não é precisodizer que agora. comoantigamente a in-
a tradução deve ser;
útdade de tis atitudes permanece à mesma.
Se o estado de consciência É o mesmo a mudança do conteúdo que o deter-
“Má muitas coisas terríveis:
mmina epresenta um acontecimento de valor capital para quem procura. orien-
nenhuma. porém. mes terrível que o homem.”
tamro-e;, tuo quanto possível. pelo modo de pensar crítico. estudar em pro-

Obser amos que este verso é traduzido por P delade o aiguicado do conceito de “era tecnológica”. geralmente utilizado
Masqueraro na Collection
Belles Lotires: textualmente: “Aluis la puissance du esprimie o traço distintivo dos tempos amais. À crítica. conduzida pelo
Destin est terrible”.
bad fun atitude antuiga. Quisemos insocá-la, porque qerimento que se vale de categorias autênticas e não se deixa influenciar por
vamos vembicar como
seccontrapor cadiendanente dado Demicia coteal. Amprecasôes supere, desvinenladas do contento lustórico. não analisadas
Duriiloóm este cs imnranrelm, z q
MTTD MÉMIGidt LM lago, cmo e refere premiado alo processo da aatueeza e da
[3

pio
xa

existência humana. conduz-nos a conclusões bem diferentes daquelas que


Alvara Veecira Pinto

dos pela pura causalidade da natureza, À medida. porém. que vão sendo com-

O Conceito de Tecenalogia
vemos expostas em artigos ou livros de uma fauna recém-surgida de escritores preendidos os processos naturais e descobertas as forças que os movimentam.
de ficção científica. embriagados com o elixir que destilam. “Pais autores ijnun- com a consequente possibilidade de utilização delas pelo homem. para produ-
dam o mercado com produtos gráficos por meio dos quais procuram arrastar O air artefaios capazes desatisfazer novas necessidades. e essa fabricaçãose muul-
leitor para o mesmo estado de espírito de embasbacamento em face das mara- tiplica constantemente, 0 mundo deixa de ser simplesmente o ambiente rústico
vilhosas criações da ciência moderna. dos resultados das técnicas produtivas de espontâneo e se converte no ambiente urbano. na casa povoada de produtos de
coisas jamais sonhadas até bem pouco. Chegam mesmo. num claro abusodale- arte e, na época atual. de aparelhos que põem as forças naturais a serviço do
gitima faculdade de extrapolação e de previsão científica. a criar todo um homem. Comisso. a função cosmogônica transfere-se da natureza para o ho-
suposto ramodo saber. apelidado de “futurologia”. uma vez que. para esse es- mem. É este que cada vez mais cria a natureza, ou antes aquilo que para ele
tado de espírito de beato pasmo diante das realizações atuais. não basta a ad- começa a lhe aparecer como natural O homem é um ser destinado a viver ne-
miração pelos feitos até o presente conquistados. mas é preciso. para não deixar cessariamente na natureza. Apenas. 0 que se entende por “natureza” em cada
eemorecer o ânimoboquiaberto. convocar o pensamento para os tempos vindou- fase histórica corresponde a uma realidade diferente. Se no início era 0 mundo
ros e fazê-lo assistir. desde agora. as supermaravilhas, apenas imaginadas. do espontaneamente constituído, agora que 0 civilizado consegue cercar-se depro-
futuro. Em tudo isso há uma mistura de comportamentos corretos e de outros dutos fabricados pela arte e pela ciência. serão estes que formarão para ele
ingênuos. que desejaríamos examinar, com o intuito de discernir friamente en- a nova “natureza”. De fato. tão realmente assim lhe parecem. que a falta deles
tre o que é sensato €justo nas apreciações sobre o conteúdo da nossa época e é considerada estranha. vindo a caracterizar o estado de pobreza. de atraso.
aquilo que não passa de Deletrística. geralmente deestatura menor. marcada por O trabalhador das áreas pobres. sem acesso aos bens de conforto. vê com de-
intenções ideológicas definidas. que lhetirama aparência de inocente subgêne- golação a verdadeira natureza c se envergonha por viver em contato com ela,
ro literário para Ihe dar o verdadeiro recheio que importa veicular e porisso nos porque é induzido a julgar “natureza” o que representa apenas um produto
incumbe denunciar. Deste modo. onde poderíamosjulgar houvesse apenas uma ideológico da percepção do mundopelos grupos sociais afortunados das regiões
manifestação a mais de mediocridade intelectual, verificamos que. sem prejuízo industrializadas presentemente dominantes.
desta qualificação. se encontra também uma intenção oculta. nada inócua nem Os objetos de conforto que nos cercam. os meios de transporte dos quais nos
gratuita. que deliberadamente procura fazer passar poríndice das proezas cfe- velemos são para as gerações atuais a própria natureza, no sentido de serem o
fivamente extraordinárias da ciência atual O que na verdade é apenas propagan- que lhes aparece como natural: E tanto assim é que qualquer perturbação na
ta dos feitos e valores das grandes nações metropolitanas. disponibilidade desses meios ou coisas é julgada antinatural umaalteração da
O fenômeno do espanto. do maravilhar-se tem de ser entendido em seu (un- oedem da realidade. À simples interrupção da corrente elétrica doméstica. cau
damento histórico e social, Se 0 primeiro objeto de admiração é. compreensi- sandoa escuridão e paralisação dos aparelhos mecânicos ou eletrônicos. pare-
velmente. a natureza cireunstante, essa reação exprime a debilidade do desen- er uma anormalidade. sem que alguém pense tratar-se na verdade do retorno
volvimento das forças produtivas. Mostra que o mundo está ainda pouco po- à normalidade antiga. pois a humanidade viveu por incontáveis milênios. em
solo de criações da habilidade e da invenção humanas, é per isso. ao Jado de que Moresceram grandes civilizações se realizaram admiráveis obras de cul-
reduzido número de objetos de arte, elaborados expressamente para suscitar a toca. sem conhecer nenhum desses recursos de que hoje dispomos e acredita-
adunração. o que predomina no conteúdo do estado de maravilhamento são On mos serem tão naturais que desperta admiração se por qualquer motivo nos
lencanenos do mundo material. especialmente as regularidades dos ciclos astro- faltam. O que agora suscita admiração é a criação dos novos processos e obje-
nonucos e das funções vitais. não parecendo imediatamente compreensíveis em tos de donúnio da natureza TEtal se dá não porque o homem das camadas so-
seus mecanismos. espicaçando assinta imaginação a procurar adivinhar-lhes à cinis elevadas compreenda que deve encontrar nesse domínio seu mais justo ti-
enso tal atitude é normal, por conseguinte. sendo corvelata
de uma socieda vedo de orgulho mas porque acredita que o mundo dos objetos e das forças
de onde são relativamente poucas e pobres as criações metificinis cmo a inte conhecidas constar cam se mesmo fonte de reprodução e desenvolvimento ins
veto do eme mito prelo salas tatania prere hiboeae avudamy metas eos objetos olerer ebefTinmado ale , ines ais animações
fo suomi con mesano
Doehe qranama 1 tema: Barmen ediamindandcitos ate
+
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ro

| deh

vumo desse avanço torna-se inexplicável. vem a constituir agora a in

Eesnologia
ttuídos por outros. conduzindo o homem a tomar por motivo de espanto não
que precisa receber resposta satisfatória, Uma criança dos nossos dias n mais a coisa. a máquina ovo engenho particular. mas o conjunto de tudo quan-
de imaginar ter havido um tempo cm que não existiam aviões. assim com to Taz. ou seja. a própria capacidade de fazer em geral. Assim. a natureza hu-
ateniense do V século antes da nossa era não imaginaria sua cidade tal « mana se substitui à natureza. ao mundo. como o atual objeto de espanto. sem
A

O Concerto de
e apresentava na época miceniana, sem 05 monumentos da Acrópole.
Alvar

que disso os contemporâneos tenham elara noção. [Em essência. o motivo de es-
Mualmente 0 que excita espanto e entusiasmo é O conjunto dos objeto panto consiste em descobrir que tomaram asto papel até cotão atribuído pe-
procedimentos artificiais que nos cercam, Daí a fácil conversão dessa atitu las gerações passadas ao universo. que o verdadeiro criador das coisas o ho
em ideologia. Mas. se por um lado tal se dá. por outro, o preço da manutençã men. e não o mundo. Com isso considera-se criador do “mundo e perde de
desse entusiasmo está na constante substituição dos objetos. máquinas. enge vista a noção biológica. e historicamente única autêntica. de ter sido a nature-
ahos. fatos e conhecimentos que o determinam. O desenvol imento acelerado Za que engendrou permanecendo assino indiretamente. a origem de tudo
tas forças produtivas impõe. a título de consequência. não apenas o desgaste quanto 0 homem produz,
di admiração motivada por um engenho ou um feito definidos. rapidamente Conforme já indicamos a capacidade de maras ilhamento é um dote funda-
tornados caducos. insensibilizantes. porefeito do que se pode chamar a queda mentalmente histórico, tendo por determinante o desenvolvimento das forças
na naturalidade. mas o encurtamento do prazo durante o qual umarealização produtivas. Sob o nome de ciência o que de fato entendemos é a solução. em
técnica. por mais engenhosa e vepleta de saber que seja, permanece capaz de lorima de produção de conceitos e de utensílios. da contradição original do ho
suscitar pasmo € maravilhamento: Nada documenta melhor esta asserção do mem. a que o opõe à natureza. que necessita cada vez mais dominar para de-
que o acontecimento destes dias. quando a humanidade. depois de maravilhar- senvolver. sempre em condições sociais. sua essência humana. Neste sentido, q
se conta primeira descida do homen na Lua. comente passados quatro meses constatação de que o homem se maravilha agora com suas obras tem pustifica-
dessa façanha. inconcebível para incontáveis gerações precedentes. manifesta tiva. pois revela o grau de avanço conseguido no domínio sobre a natureza. Mas
quase total indiferença com a repetição da mesma + tagem espacial. embora em é preciso distinguir entre a noção crítica. que explicae enaltece este comporta-
condições talvez tecnicamente mais admiráveis, Quatro meses upenas foram mento ce a atitude ingênua que. procedendo. como sempre. fora do plano his-
sulicientes para desgastar nossa capacidade de nos maravilhar com essa sur- órico. torna absolutos os modos de existência de cada época. as criações hu-
preendente conquista da ciência e da técnica. É que já agora consideramos na- vanas vela possíveis: Em Cal caso converte em ideologia a valoração. a exalta-
tural essa proeza e somente algo ainda inteiramente novo. que por enquanto jo do preseme. procedimento muito favorável às classes sociais que desfrutam
nos pareça irrealizável. poderá surpreender-nos. posse dos instrumentos. bens e objetos de conforio e divertimento que a
Outrora. inumeráveis gerações poderam mararilhar-se diante do espetáculo ncia do tempo lhes póe ao dispor. Vatitude de maras ilhar-se com a criação
da resúlaridade aparente da natureza. porque a imensa maioria de suas alte- nana não é apenas históricas mas tem fundamento na constituição da socie-
vações é imperceptível e porque a produção social de anefaios era rotincira + São os possuidores dos bens de maior valor que cada epoca produz os que
eccepetidora exprimindo-se nessa circunstância à fraqueza do conhecimento resentam naturalmente como porta-vozes da ideologização do presente
do mundo pelo homem eo reduzido desenvol imento dos meios de produção. este lhes é inteiramente propício. Às camadas da população trabalhadora.
Quando à sociedade se encontra nesse estado. a regularidade, sendo 0 dado enam nas tabetas grosseiras. pesadas e mal cetribuídas. não podem ter a
unediatamente perceptível di realidade. é que constitui motivo de assombro. a perspectiva. Só se mara ilbam a distância comagquilo que não possuem
O que precisa ser explicado Ea ordem". Para a desordem ins ocu-se como cau- iizam. contentando-se com aspirar à posse dos objetos já vulgarizados.
sea Destinboo Petene a que e os deuses estão sujeitos a vontade maléfica pamaravihosos de engenho e complicação técnica. desdeçunt simples rá-
dos poderes sobrenaturais ou dos homens, Essa forma de sensibilidade cortes sitor que se lhes vão tornando acessíveis envirtude do barateamento
podes epoca de fraco desenv als imento das forças sociais produtivas. Agora guga de melhora dos métodos produtivos. Para essaelasses a matu-
jo
perene a ammltiplieneaes alias aueeanimenes emisiedoos prelo emremalio financiando alega ladeira anda permanece em godade motizerte adiniraçãos E ainda o
A meme « *
ereenono do eadie meo ados prrzaçzes ale qua capacitado celeiro arimetas aliar Sírio Teses suibos DER RE) qual tata MM do e Equinos nbastiadas MEDO pre an e
” ”
[40] [41

O Conceito de Tecnolovsia
vecelas ea matoreza os folhetos das agências de turismo. Nas sociedades divi que O futuro trará. para
ara

tenção sobre as inevitáveis transformações sociais


+ | FP, " “À.
tod
Alvaro Merra Pini

] o
1

o implici-
concentrá-li na consideração das realizações técnicas. Está supost
didas. o» elementos dominantes sempre exaltam o presente. no qual se acham
bem instalados. elevando aoplano daideologia as condições sociais. científicas estr
as estrutu
assará dentro das as vigente
ra E s. as quais
| sairão
ente que tudo se passara
aleancado.
oeresso so alcança
mirac oso progres
pre reforçadas de “ada
e técnicas que o caracierizam. Seu desejo. muito compreensível. seria sustar O cada miracul
curso da história. 0 que intentam fazer contrapondo-se a todo ensaio de modi-
ficação da realidade. Vamos encontrar aqui um dos sentidos de que se reveste Vo. , . o
a expressão “era tecnológica”. do qual falaremos mais tarde. Basta-nos por ora A “era tecnológica” como rdeologiu
assinalar que. sendo tal atitude fundada na estrutura das sociedades desse ti- o razoável esé-
O conceito de “era tecnológica” encobre. ãolado de um sentid
po. deve encontrar-se em todas as épocas e civilizações nas quais existiu. € cxis- ipi
. outro. tipicam à ico.
ente ideológi co. graças inferess:sados | procuram em-
al osos interes
é qual
graças ao
de de , vo
te. o mesmo gênero de organização coletiva. iagar a consciência das massas. fazendo-as crer que tênta felicida
Não será de estranhar, portanto. observar, como traço monotonamentere- dar ota impres-
» melhores tempos jamais desfrutados pela humanidade. Para
petido. o maravilhamento dos contemporâneos com as grandes realizações da “faze mister recorrer a diversos sofismas. que ao longo destas
páginas ten-
na conver-
emos indicar. Umdeles. que desdejá convém mencionar, consiste
época. que lhes aparece extraordinária. impar. sem precedene em grandeza e
pujança. Mas não nos esqueçamos que essa mateira de sentir limita-se sempre as estupendas
o da obra técnica em valor moral. À sociedade capaz de criar
+ a e 4 . + 4 o
:
7 q

aos expocmos, aos grupos sociais dominantes. àqueles aproveitadores diretos s e jamais sonhados
áquinas € aparelhos atualmente existentes. desconhecido
dos benefícios que as criações ejentíficas e técnicas da época propiciam. São
osE homens de outrora. não
;
ú pode deixar deser «certam ente
certamen lhor do que * qual-
te me melhor que
eles que estipendiaun o círculo de escribas a fim de transferir para o verso épi- ores de re-
r outra precedente. 45 possibilidades agora oferecidas aos possuid
a a

co ou para a argumentação letrada, filosófica e sociológica o pensamento dos aquisiçãão de confo


ida. a aquisiç
ã du vida. ! am-
“onforto e de meios | para
rsos para a conservação
patrocinadores. Há portanto indisfarçável conteúdo ideológico nessa atitude, Logo, esta época
gliar a formação cultural não encontram paralelo no passado.
Toda época. na palavra de seus ideólogos. julga-se privilegiada. vê-se comoo
mmperi or a tod as as outras. e qualquerindivíduo ! existente dever dar: graças
hoje est
término de umprocesso de conquistas materiais e culturais que com ela se en: . onde tudo é melhor
hos céus pela sortede ter chegadoà presemte fase da história
cerram. A falta de visão histórica. notada na expressão dos contemporâneos. : esta
i . Com cobertur:
sta cobertu ra moral chamada da ciciviliza
al. aa chama açãção téc-
do que nos tempos amigos
supõe a ausência do dia seguinte. a sacralização do presente imobilizado. o de- valor, respr
ésciimo de “valor, bitid: ade a
itabilid
respeita » admiraç ão.
ação. que.
q matural -
i
mica recebe um acrésc
sejo de esconjuraras transformações perturbadoras do estado existente. Neste esse
mente. reverte em benefício das camadas superiores. credoras de todos
oO. a + + ne» es + » o) ser-

sentido. há realmente uma variante original na mentalidade ingênua da maio- “ : a moral af: “ “nte bu S-
“al afanosamemnte
viços prestados à humanidade. dá-lhes a santificação
ria dos atuais teóricos da tecnologia. Não conseguindo entravar um progresso
saida. que. no seu modo de ver. se aracduz en maior seguritnça.
unpetuoso operado em todosos terrenos, tendo porcorrelato o inesitável escla da época atual
Para efetuar este jogo sofístico é preciso desenhar um quadro
recimento da consciência das massas. adotam outra estratégia. Km vez de ne r aosprogresos
que a represente semcausas antecedentes. Istosignifica atribui
. vóexplivável
mintemporâneos da ciência e da técnica uma qualificação médita
gar o furmro. ou de ignorá-lo. domesticam-no de antemão. deserevendo-o com
excesso de maravilhosos detalhes. todos produtos da imaginação. no visível in nto histórico. Mas.
por uma cuptnuca qualitativa no processo do desenvolvime
tento de apresentá-lo segundolhes convém. O futuro deixa de ser ameaçador sa há originalidade.
nem nesse modo de proceder da imelectualicdade submis
perde o caráter de incógnita. não traz consigo qualquer mudança substancial
Talvez possa dizer-se
i . com
: valor ça s em todos os
iológica.a. qu que os serviçai
alor dede teilei soc sociológic
no status dos grupos dirigentes. mas apenas se refere a realizações cada vez ar
econsultarmos os ideólogos ção de
ideólogos dada dominaaçã
tempos pensam analogamente. Se
mais portentosas na conquista das forças naturais. com 0 que mais fortalecida Epoc: as. encontraremos a nresma atitude. ainda quando se
i re feria
+ + , , 4 . a P » Jó 1 a

oca passadas.
e meritória aparece a sociedade atual. capaz de promovê-to. Jamais se diz i i
de que dispomo abe
s. sabemos estarem situa-
estarem É
sociedades «que agora, na perspectna .

ineluírem-se entre os acontecimentos que poderão, e certamente deverão. mar


£ .

uma utos
ho)
tmi
« [a
a PERES ss
Pambé
e . É
ória.
das odisenas elmente no vamo descendente de sua trajet
417

caros rumos do futaro. mesmo do futuro próximo as transformações políticas Gi Rosto : avansanaa ndver anaacer
edeelanan era de delícias.
ectoria dists dlo Pisa elo eaprério
ih
altesando totalmente o quadro da cera seenológiea” agera prevista Desloca me pet
n aque pete
mi lização ca MN aemincente chertcr
de extenorelaármio progama dicenvi
— 2 |

J
+
Araro Meira Pinto

cada certamenteIhes pareceria inconcebível. Se e ao econômico. é rejeitada com aspereza. e depois combatida com vecmtêne

Cecnologia
havia outros pensadores falan-
do em tom pessimista. eram julgados comoinsatis
feitos habituais. sem maior . porque destrói a imagem idílica da era tecnológica. que a todo custo é pre-
ressonância. O que distingue. porém. o otimismo » preservar, o no A
das classes poderosas atuais
é. segundo dissemos. a justificação pela técnic
a. interpretada como obra sua. O conceito de “era tecnológica constar tmportantissina uma ar:

O Conceito de
da superioridade por elas apregoada, Reconhecem poderes supremos. empenhados em obter estes dois inapreciáveis regblta-
ser a técnica um processo
cumulativo. Portanto. também as civilizações passadas ps: (4) revesti-lo de valor ético positivo: (Db) manejá-o na qualidade de ter
tiveram suas conquis-
tas. oriundas do aproveitamento dos conhecimentos herda PO para silenciar as manifestações da consciência política das massa
dos e das pesquisas
relativamente reduzidas que efetuaram. Somente agora. uito particularmente das nações subdesem olvidas. Quanto a estas últimas. é
no entanto, as socie-
dades desenvolvidas chegaram a amontoar um eiso empregar todos os meios para fazê-las acreditar — e seus expoentes le-
volume crítico. de tal modo di-
ferenciado de rudo quanto se fizera anteriorment dos nativos se apressarão sem dúvida em proclamá-lo — que participam em
e. que apenas nós temos o di-
reito de dizer estarmos sivendo em plena “civil de igualdade da mesma “civilização tecnológica” que os “grandes na ver-
ização tecnológica”. Note-se a
visível preferência pela expressão “ei ilizaçãotecnológi de na atuais “denses?. criaram c bondosamente estendem a ricos é pobres
ca” em vez de “civiliza-
ção técnica”. nos escritos dos ideólogos do regime social a distinção. Divulgando este raciocínio anestestante. esperam os writes dt
vigente. Este detalhe.
aparentementeinsignificante, é rico de conotações,
ptências regentes fazer crer que toda a humanidade sob sua proc ção ora
: . : oro eos:
conforme Veremos a seguir.
Porisso. hoje a técnica necessita revestir-se de valor iformemente dos favores da civilização tecnológica. o que siguifica torna
moral, na verdade o valor
(ue os grupos dirigentes é promotores do progresso desej ãoapenas imoral e sacrilega a rebelião contra elas. mas nindaconverter apre-
am se adjudicar. O sa-
ber que antes. reperindo o conhecido aforisma. apena são de autonomia política e econômica das massas da nação pobreem um
s significava poder. ago-
ra significa também valer. Com isso. a ciência
e à técnica aparecem como uma to estúpido, Com efeito. se todos vivemos sob a mesma privilegiada éeide do
benemerência pelo valor moral que outorgam aos seus bertécnico e se. para que tão aforumada condição se mantenha, é forçoso
cultores. e. muito natu-
ralmente. e com mais forte razão. dos patrocinador
es. O laboratóriode pesqui- q»ervar unida a parte da humanidade eixilizada por ela beneficiada a alir-
sas anexo à gigamesca fábrica. tem 0 mesmo significado ação dos valores nacionais. os anseios de independência ceonômica são nada
ético da capelinha ou-
trora obrigatoriamenteerigida ao lado dos nossos engen enos que delitos contra a segurançatecnológica de todos. esforços insensatos
hos rurais.
Utilizando-se de falsa e insidiosa aplicação do conceito gor destruir as condições objetivas que possibilitam o progresso comum, |
de totalidade, que
de Fato é a negaçãode quanto se deve entender corre Pouco importa ser fito evidente. e aliás confessado. que as criações técnicas
tamente como tal catego-
via dialética. os incensadores da civilização “ocidental” ge significativo porte. capazes de inflote sobre os rumos do progresso e a pro-
de nossos dias pintam-
na com as cores de um bloco uniforme. a respeito do daição dos bens de uso. só se originem em restritas áreas nacionais dominantes.
qual proferem julgamen-
to» de conjunto. entre os quais este. o de constituir unia a nestas sejam promovidas por grupos economicamente pris tento que vo
época de esplendor tec-
nológico. seguro penhor de felicidade para quem dela auterem rodos os proveitos. Para tentar obseurecer a evidência dos atom LIS
participa. Convém aos
locutores dessas formulações fazer a realidadeser tomad eu-se incutir na mentalidade das nações periféricas a crença de que esse €o me-
a em bloco. sem dis-
tinções, pois qualquer ensaio de análise. qualquer referê eanismo natural einevitável do progresso. a forma de que. para 0» homens c as
ncia aos componentes
do todo revelar-se-á fatal às líricas expressões de culori nações. se reveste à lei biológica da seleção dos mais fortes. Não tem sentido,
a, que tanto importain-
eulear e transmitir. À menção às divisões internas por conseguinte imaginar unia comunidade universal onde todos os povos pri
da sociedade. em vir ude das
quais us bênçãos da era tecnológica não parecem chove deem gerar env igualdade de condições. as criações da ciênciao da éenioa,
r equitativamente sobre
todos 03 homens, é recebida como uma intromissãode Estas. por necessidade. exigem concentração de recursos econômicos e vo
mau gosto. perturbado-
ra da beleza do quadro. Referindo-se essas observ muais, ampliam a concentração geográfica. Noutraspalavras. 0» eme sul
ações diserepantes às desi-
gnaldades econômicas e culturais entre 04 setore cores da cultura cocmifica só podem ter lugar mas áreas dominantes, + povos
s da sociedade e. ainda mais
decisivamente. às diferenças de grau de desenvolvimento nm menor dade devem compreender o carater imperioso e deremissivel destas
entre as HEÇÕES. Tra
natudo miag dependentes ilus outeas
o a alusão eo fmivo político : o seredo perante
[ção pro anos cio hemtomcos ; ocioso aeee prej
ctoso éanalisar preidicial
prepudicial de
estes aotidi ado +»

Te
Hm]
Álvaro Vicia Ponto
nenciar aum vinculo «de depend
ência que cm nada seria alte
rado pela reclama

Lecnolosgia
ntíficas e obras de cópia. que fazem para si. Tornam-se assim pende
ção contra este estado de cois
as. tos países subdeseny ol
idos só resta o rec fessas da generosidade tecnológica dos poderosos e arvoram. no in ' "
so de se incorporarem à era tecnológ
ica na qualidade «e séqu
marcha ito passivo em oroço. o emblema da alienação na fachada da sua cultura. Acvec tem "
lent
a. consumidores das produções que lhes vêm doalto. imitador
es.« gressandotambém naera tecnológica. mesmo fazendo-o arrastada» por no

O Conceiro de
no máximo fabricantes. do já
sabido. com q emprego de técn
icas que não des- reia é na qualidade de simples áreas de consumo em o dos nem tm
cobriram. necessariamente sempre as eitv
elhecidas. as ultrapassadas pela esse contentamento consigo próprias, pela demonstração de vm | , ”
lizações verdadeiramente vanguard s rea-
istas, que não têm o direito de
engendrar. pre ten der m crescendo”. passam naturalmente à atitude de gratidão para com as |
nciasias € "adoras.
exploradoras. I
as forças
as "€CIni
que precisamente “impedem
iim Cm aà expansão
Cx â de “Sua
s
Com esta argumentação. que ape
nas põe em letra escrita a trama
ções econômicas existentes de das rela- acid:
pacidade « “rtadora nativa. o . E
fato. as nações poderosas encont
adicionais para se ram motivos O papel dos filósofos pertencentes ao meio subdesenvolvido na |
exaltarem asi próprias e elev : e
ar ao plano da ideologia. sob ão
à de seu mundo. lo. das
das razões
raz de tal estado e naé proposta
| ader
de
ANrumos e ações
AÇÕES | DO-
conceito de “era tecnológica” o 4
. a situação real de que desf
rutam. São em núme- jticas e culturais transfoymadoras da realidade ambiente é «
1 vo. + 2) s sf «
, . Ú g
o e

ro praticamente ilimitado as implicaç


ões dessa atitude. à algumas das quai ém. faz-se mister, antes de de tudo, com]
iremos referir s nos orém.
coiér , faz-: isteraantes “ompreenderenvo que significa ser"
Filóso-|
nas reflexões “seguir Temos
de denunciar 0 lado secreto. fo » no no país
pai pobte e dependente. À primeira
mei exigência
: igência | consiste
€ ) em ad a
adimitir |
aqu
no do endeusamento da tecnolog malig-
ia, aquele que visa tnicament
ideologicamente 05 interesses dos e à fortalecer a pode le sig
ão sienilicar
i a mesma
' ilósofo nono pai»
coisa ser filósofo pi *8 ido.E
desenvolvide
e domina:
criadores dosaber atual. à (im
lo no papel de de conservá- doOr é Autô
tônomo e no que ainda
à vegeta no subdesensolvimento. na
Vooignori
instrumento de domínio e esp
oliação econômica da maior do saber letrado e na carência de soberania
i e capacidade
apacidade de definiçção € dir|
da humanidade. levada a trab parte
alhar para as camadas altas dos vor i Nao . A
sob à falsa e emoliente imp
povos senhoriais ção de seu processo de existência
i enquanto ser : histórico
co particula
particusar. No mundo
ressão de estar participa
ndo. na úni
ca forma em que gubde:
bdesenvolvido e na maior extensão
deco à analfabeio.
k o filósofo.
ló !para
ara pensar
ot éauten-
pensar ante
lhe é possível. da promoção do
progresso em nosso tempo. ds ecisa ser analfs ». Não que.
“0, não podemos dar
Mas. ao mesmo pas- i
ticamente aa realidade.
realidade. | precisa ser analfaber “+ evidenten
evidentemente.
Venenoteor ignor
g
a impressão de Ser
mos reacionários. de
lúer
nos igualarmos aos à habilidade
habilics de ler e escrever — mas. sabemos bem não ser exclusivamem |
atos impressionistas que inv
adem a filosofia como cornetet
das facções regentes de nações ros do pensar , i
4a alia que constitui o analfabetismo —. eSi orque coloca
sim porque coloca em | primeiro
o lu
derrotadas em suas pre 1ENsÕEs expa :
1a tentativa
e
usecondições
de conceber e interpretar o mundo as "des reai
. .
reais dele, . cn-
usionistas, gar, nã
São os “pensadores” que julgam a técn ativa Na onsiderará à acunni-
ica instrumento de desumanizaçã
homem. inimigo do “espírito”, o do tre as quais
Quaisse incluia de *ser um mundo de amalfabeios. Considerará
o a cn
é
e outras tantas tolices patognomô
talicade ingênua. Vol
nic as da men - lação da cultura estranha e as diversas
i cogitações.
ntações. passadas
passadas € presc |
sentes, conhe
taremos con frequência a
este ponto. por ser uma das É no .
ati- idas pelo estudo
cidas : dos livros. uma fonte subsidiária. embora jndispens
idiária. € a e
spensável. | pa-|
tudes dos ideólogos da dec
adência mais comumente obs
ervadas. Neste momen- ra1aq formação
aci da consciência de si.i Mas terá
a de de aprender
aprender muito
E mais om | oOa
ais COM |
qui
to discutintos apenas a imp
ressão geral. espalhada
muito à propósito pelos re dodc que como que lê. , À consciência
ve iência filosófica
filosófica sósó será
:será legítimas
le | |
a se au
explicar |o
rocratas da tecnologia dos países “ocident bu-
ais”. de que graças a seu abn estado do seu meio. não por um reflexo , passivo
IVO exterior,
EMEFIOr. mesmo , o
verídico. mas
devotamento ao saber e à inv ega
E do « e ,

enção estão pondo ao serviço


da humanidade as vela apreensão da essência dosersocial
i do1 qual
: o pensador
sá é* par
parte. dósolo
Mais avançadas criações da inte
ligência. E assim procedem porque
benefícios reco . além dos |tem de identificar-se
o
ifi as anal:
com as massas analabetas. constituir a figura
| aparente ve
à 1 1 O Dire
lhidos para ste seus povos. cum
prem a alta missão que sua pró- ,
mente paradoxal do analfabeto i
alfabetizado, a alcançar
para aleunçar us
as bases
De nas
1 quais |
pria superioridade lhes impõe. Pao no .
a de engendrar 0 universo das
depois distribuídas aos Povos que. técnicas. a serem ndar se
fundar :
seu pensamento com máximas
xi possibilidades
ibilidades de de lelegi |
gitimida de. Val tomo
como
pelas condições de atraso € pobr a atéé hoje
hoj os poucos. confus
“onfusos e irreles antes ensaios Nn
designa
poderiam sonhar eza. jamais têm sido redigidos
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com dar origem a elas. Este . es
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pelo nome de “filosofia”. são umaa 'modalidade
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ortações de exterior idades oetalentnis
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msantes por direito Ascconseequ
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|

|
+
a

bizarras. e até cômicas. devivam desta situação. o país subdesensvolr ido o fi- ais dele necessitam. só nos sendo lesivo nos termos em que nos É imposto.

to de Tecnologia
Alvaro Vieira Pint

lósofo. como só registra o que foi pensado e dito nos centros metropolitanos, penas não o empregamos. à maneira dos teóricos do “mundo alto”. para en-
pode ser chamado de tabeliãodeidéias. 4 cultura. em conjunto. constitui o car- olver mana massa amorfa elementar povos e indivíduos inteiramente diver-
tório dos conhecimentos alheios. Obrigadoa colecionar e vegistrar os produtos 38. com interesses arntagônicos. a maior parte dos quais têm por projeto de
do pensamento deorigem externa o filósofo na verdade nunca chega a ser es- Egjstência. justamente para que entrem a participar da “era tecnológica”. abrir
eritor: não passa de eserevente. Realmente. não escreve. porque não consegue a contra a condição subalterna. É preciso denunciar as disparidades. ou se- 3
ter nada de original para deixar escrito. Apenas lavra imna eseritara do que os “romper o cíveulo infernal de wma falsa totalidade em que os dominadores o
outros. os sábios estrangeiros. declaram perante ele. No país subdesenvolvido s querem encerrar. sob o pretexto de participarmos todos do mesmo mundo.
é impossível o surgimento de verdadeiros livros de filosofia. À verdade não ficado pela ciência e pela téenica. chegadas agora a um grau de progresso
consiste na descoberta de algum novo aspecio de ser. mas na fidedignidade | que ninguém as pode recusar mas também nãotem o direito de nem dar-se
das cópias e traslados dos documentos recebidos. A cultura é o conjunto dos devaneio de eriá-las por conta própria. sem possuir as vantagens de potên-
registros dos bens intelectuais fielmente reproduzidos. fabricados por pensa- maior. O corolário deste sofisma consiste em estarmos todos obrigados a
dores de fora e apenas adquiridos por nativos com especial inclinação e sufi- agitar as condições a nós impostas. único meio de participarmos da civiliza-
ciente tempo vago para se dediaurem a este gênero de dissipação espiritual, o. Contra essa errônea e insidiosa uniformização é que nos pronanciamos.
Não é preciso acrescentar que fazem dessa prerrogativa um valioso título de | A totalidade por nós referida. e que constitui um dos conceitos fundamen-
destaque social. Valienação torna-se 0 melhorsinal da capacidade intelectual, de nossa concepção do mundo. é de ordemobjetiva. Pertence a um proces-
Brilha com mais nitidez esse papel egrégio se o estudioso não se limitar à ex histórico. expresso em categorias diaféticas. É uma totalidade feita de con-
elusiva atividade manducadora. mas se revelar umlegitimo expocute do meio ários em conflito. A menção e o examedesse conflito constituem o fator im-
desprovido de autoconsciência. engendrandolivros. artigos de toda espécie de rindívcl para compreender-se o verdadeiro caráter do nosso tempo. Vive-
publicações destinadas a difundir o pensamento dos outros. oque é feito com 1 sem dúvida umafase de extraordinário desenvols imento do podertécnico
grande satisfação pelos ressoudores indígenas. pois com esses documentos fi- subjugação da natureza. Mas. à primeira coisa a observar é que a expressão
ca comprovado em registro com fé pública seu convívio com a ciência as le- traordinário”. usada agora com ânimo entusiástico. constitui na verdade
tras Cus artes, a tautologia. pois o impossível é que não ofosse. Jamais houve alguma épo-
O exame do conceito de “civilização tecnológica”. para nós. povos subde- não historicamente extraordinária. Supor o contrário seria imaginar que a
senvolsidos. tem de começar pela exposição e desmasenramento dos fatores po Ória se repita, estacione ou corra para trás. Outra coisa, porém, é o julga-
líricos que encobrem à consciência as possibilidades de us nações privadas do to dos contemporâncos. proclamando extraordinária a fase histórica em
poder se pensarem a si mesmas. ssa privação implica necessariamente o im vivem. Vários autores têm assinalado essa atitude. mas nãonos parece ha-
pedimento de conceberem a importância prioritária máxima que deveter a de em tirado dela a devida conclusão. Há duas manciras de considerar “ex-
tesa de seus recursos materiais. Habituadas ao estado de área da exploração eedinária” a época onde estamos situados. Uma é dar-lhe caráter absoluto.
alheia. são incapazes de pensar em termos originais novas formas deutilização editando ser incomparável. distinta de todas as outras pelas grandiosas rea-
de seus bens naturais, e de claborarem outras técnicas. máquinas e objetos pa ções. neste sentido convertendo-a em ponto final da história. Outra manci-
ra à satisfação humana. 4 redução do problema do progresso tecnológico aos consiste em considerar catraordinário 0 tempo no qual vivemos não porque
aspectos exclusivamente “técnicos”. “engenheirais”. segundo parece ser usual eja excluído da história. enquanto terminação dela. conformejulga a atitu-
dizer-se agora. é exatamente o que convém aos dirigentes dos centros de poder precedente. mas exatamente porque o vê incluído no curso de emahistória
em cada fase histórica. porque os deixa sozinhos. sem concorrentes no campo olvente continua, que confere intrínseca historicidade e originalidade a to-
da criação inteleciual. podendo além do mais utilizar-se dos recursos emma as emações de qualquer presente. Nesta segunda acepção. nosso tempo
vérias-pronas estrangeiras. e até mesmo em Gaulentos nativos importados a pre alma cm esimoriamo pretequas qualquer entro aque st
EREILINO OU se conceba

co vil Nam devemos cenanciar ão conceno de totibedades porm somos ces ique gate Cem cr anemsino enrnder Pela simples cuzão de encerene em si ado ape
-
| 48 |

+
3. O ponto de partida para a compreensão da técnica e

O Concerto de Tecnologia
nas as consequências do passado mas as virimalidades do futuro. torna-se irre-
álvaro Netra Pigia

petível e. assim. único. O que nele se constrói de grandioso. se. de um lado. a influência da mecanização do trabalho
apreciado em si imesmo. desperta espamto e admiração. de outro lado revela ci
rência e imperfeição. à vista das realizações ainda mais portentosas que o fu- Se alguma reflexão filosófica é permitido fazer com fundamento nascria-
tiro trará. comoporefeito de quanto é produzidono presente. O realizado. ao »s humanas do presente. só terá probabilidades de alcançar a verdade aque-
mesmo tempo que se afirma. anuncia o não-realizado. Corporifica o pleno re- cujo núcleo central contiver o conceito de mudança. de supressão e sucessão
lativo. exibe a força do ser. por meio das lacunas. ao mostrar o existente dan- bases da realidade vigente. Pois se apenas admitirmos atransformação dos
do fundamento ao processo de seu crescente € contínuo preenchimento: € si- odutos sem condicioná-ha à transformação daquilo que os produz, estaremos
multancamente configura o vazio relativo. exprimmiudo-se como passadovenei- » puro terreno da intuição. do qual facilmente se resvala para o da ficção.
do. ignorância e impotência superadas pelas criações atuais. À cra tecnológica a. o que produz o que atualmente se produz é a estrutura econômicae polt-
preseme. pelo fato de ser. já representa negaçãode sie o prenúncio da era tec- a da sociedade. Os homens nadacriam. nada inventam nem fabricam que
nológica seguinte. ] o seja expressãodas suas necessidades. tendoderesolveras contradições com
Qualquer fase histórica contém essa inevitável dualidade. Compreende-se realidade. Portanto. nenhuma filosofia da técnica. e muito menos qualquer
portanto que uma filosofia. ao pretender constituir-se à base das criações hu- sécie de “futurologia”, será válida se não começarporprever serem legítimas
manas do presente. especialmente as tle ordemtecnológica. e lesar cm coutvo DE oaruraio as mudanças do modo de produção em vigor numa sociedade.
processo da realidade. origine igualmente uma “futuvologia”. uma certa pros- Quando nos extasiamos diante dos milagres da tecnologia moderna e construi-
peeção do porvir. tendo por essência a descoberta daquilo. atualmente existen- Bos uma visão do mundo tendo por concepção central a infinita expansibili-
te. que será negado no fumiro. À legítima futurologia dese incluir portanto não Ediade de nosso poder criador. a primeira coisa a reconhecer. logo depois de lha-
apenas a previsãodo novo queestá por vir. mas aindicação do que se acha em Rir moderado umpouco o cândido entusiasmo manifestado pelos técnicos. é
via de desaparecer. porque este último aspecto é condiçãoda possibilidade do gue toda possibilidade de avanço tecnológico está ligada ao processo de desen-
primeiro. Entretanto. não é esta sóbria atitude que vemos apregoada comu- eolvimento das forças produtivas da sociedade. a principal das quais cifra-se
mente com 0 nomede “futurologia”. Os arautos da suposta ciência “futuroló- trabalho humano. Tal desenvol imento necessariamente conduz a fraturas.
gica . presentemente vulgarizada. não passando de novo embuste da ideologia saltos qualitativos. pelos quais se instalam em certos momentos nos as formas
dos centros dominantes. pretendem fabricar. ao contrário. a visão das maravi de produção. Fica entendido que uma filosofia tecnológica. para ser autêntica.
lhosas criações materiais. biológicas c psicológicas dos tempos vindonros. mas tem de fundar-se na teoria das mudanças no modo de produção social, Somen-
o fazem com a intenção de consagrar a presente ordem social. principalmente ta assim conseguirá fundamentar em bases objetivas as considerações sobre a
as bases econômicas e as estruturas políticas. Os defensores da “futurologia” Btuação existente. e. ainda mais. as prexisões aventadas. À reflexão sobrea téc-
ignoram que não atravessam o círculo de giz de um mal-entendido. Não é pos- estica que a desliga dos alicerces no estado vigente de desenvolvimento das for-
sível prescr o autêntico futuro sem reconhecer a possibilidade do surgimento gás produtivas. e por conseguinte exclui a significação do homem e de seu es-
do novo. dó inesperado e do imprevisível. resultante das transformações quali terço inteleciual em racionalizar os dados da realidade para se aproveitar dos
tutivas que deverão ocorrer nofluir da história. Quando pensamos o futuro no Emscursos oferecidos. tira-lhe toda a objetividade. Transforma técnica num
presente momento não podemos deixarde fazê-lo a partir dos conhecimentos. deiisiantivo abstrato. estado final de um processo de degenerescência lógica e
das técnicas e das expressões agora dotados de sentido para nós. Procederde ponto de partida para a açodada atividade especulativa dos fabricantes de im-
outro modo seria ingressar declaradamente no mundo da ficção. À fumivolo pressionismos filosóficos. Estes são geralmente lançados no mercado com rótu-
gia” que elaboramos no dia de hoje não sai portanto do cone de projeção ima fra tais como Co homente a téenica”. “tecnologia e humanismo” Ta técnica ini-
inativa que nos é lícito conceber no momento atual) Assim não se capita mun emtga do homem?, 0 “poder avassalador ea máquina? a “sociedade dirigida
1 q .
eso verdadeiro futuro. por definição inafingivel a priorio não apenas entsen per cerebro eletrônicos Ce mail outros tutis.
contenido obyetivo mas sos determinados bestómecos imediatos de cada fase
[50 |
Álvuro Meira Pinto

Vorigem dessas lucubrações irrealistas. apenas literárias. está no el. mesmo reconhecendo no progresso téenico moderno a razão da relariva
divórcio
acuna assinalado. Desligada a técnica das bases no processo s ingênua procedência desse estado de espírito. logo a seguir esclarecê-lo pe-

Fgenoli
social produtivo.
e que significa ao mesmo tempo desconhecer à inerência dela à emprego das correias categorias do pensar lógico. da dialética do processo
ação racional
do homem. converte-se em um fantasma filosófico. à respeito tórico. Assim. a fração de verdade reconhecivel na convicção do caráter es-
do qual podem

O Conceito de
contar-se as mais impressionantes histórias. algumas otimistas, outras cional do atual Aorescimento da tecnologia. em vez de servir de alicerce pa-
terrorí-
ficas. À técnica torna-se não um substantivo. categoria gramatical. mas uma construção explicativa que ignora os antecedentes conceituais e obje-
uma
substância. categoria física. um ser uma coisa. Com facilidade. dela se proje- us deste progresso. conduz a pensar de modo inverso. À atitude justa en-
tum visões igualmentefantásticas para o futuro. tendo por suporte a imagina sadra o fato relativamente novo. no qual sê a característica de nossa épo-
-
ção. por mais que. para melhor impressionar oleitor incauto. «e procure «na estrutura de um processo anilenar de pensamentoteórico e de práxis
reves-
tiro ariefato imeleciual de dados numéricos. estatísticas. gráficos. métodos trabalho. que supera seu conteúdo em cada fase do tempo. explica-o e
de
extrapolação. ete “Tendo sido porém propositadamente abandonados ibilita extrair dele conclusões e projeções razoáveis. À fração de verdade
o cixo do
processo histórico gerador de todas as técnicas. passadas. presente que nos referimos é a parte qualitativamente nova encontrada no estado
s e futuras.
to motor que impele à substituição de umas pelas outras. só resta O recurso às esente das técnicas e de seu desenvolvimento. É o novo de hoje. sempre
considerações absiratas, intentando relacionar a técnica. erronca tente, mas diferente em cada momento histórico. Temos, portanto, de ca-
mente subs-
tantivada, com o homem. também desligado do contesto social. Deixa-se tevizar a realidade autêntica do processo de criação técnica. que lhe dá.
de ve-
vificar o fundamento de ambos no processo objetivp da realidade. qualidade e quantidade, os aspectos particulares que o distinguem em
graças ao
qual o homem se vai realizando na progressa a conquista do conheci o instante dos de «quaisquer outros tempos. Mas. frisemos sempre. não se-
mento e
nas ações técnicas pelas quais efetua o domínio da natureza. Compree pela consideração isolada e abstrata de quanto há de novo na tecnologia
nde-se.
assim. que a maioria dos ensaios filosóficos dedicados ao vema
seja de especu- al. e sim exatamente pelo exame dos aspectos comuns do “novo” de todas
lações insuficientes, porque lhes falta 0 essencial. 0 fio condutor. fases tecnológicas pregressas. que encontraremos o conteúdo da compreen-
só encontra-
do na relaçãooriginal do homem com a natureza. iso é. em termos o procurada. aquilo que nos servirá para alcançar a definição da técnica,
históricos.
no processo da produção material da existência humana. Toda reflexão turalmente válida para a realidade arual, pois dela é em certa medida de-
que
parte da técnica enquanto dado atual, imediato, primitivo. fato original, mes- da. mas válida também para qualquer período histórico considerado.
mo reconhecendo. pois não pode deixar de fazê-lo. o caráter social dela. ta-se de fugir ao equívoco do hemerocentrismo. frequentemente por nós
e até
seus determinantes econômicos. estará desde logo viciada. visto não qrido. e que consiste em julgar excepeionalo dia de hoje. c sobre a sua
colocar nox
devidos termos o verdadeiro problema. Não adotou o ponto alificação única assentar as bases da compreensão do mundo. O importan-
de vista da histó-
via natural do conceito de técnica. não lhe especificou a origem está em perceber que o novo de cada momento representa sem dúvida um
no fato absolu-
tamente primordial. a relação produtiva do homem com o mundo. vo diferente. distinto. possuindo caráter impar. do contrário não seria re-
Admite-se
como situação inicial o despertar ideal da consciência para o mundo tecnoló monhecido. mas deve ter contudo algo em comum com todos os outros “no-
gi-
co envolvente. supõe-se que esse descobrimento é um dado original. gts” precedentes. justamente para ser percebido e conceituado como novo. Se
incondi-
cionado, absoluto. À partir da consciência assim inexplicavelment & novo atual. manifestado mais salientemente na tecnologia. não participas-
e motivada é
que o homem seria levado procurar cotender os faios objetivos. desse carátee juntamente com outras sifuações históricas equivalentes an-
a realidade
da tecnologia. Tal atitude, conforme dissemos. ceura da história gariores. nem sequer seríiimos capazes de notá-lo e de atribuir-lhe o próprio
o ato técnico é
cones. muito explicavelmente. a essa forma particular geme de “novo À primeira coisa a fazer consiste em desmistificar a cons-
de inversão idealista,
que consiste em fazer da história um produto da técnica. edância do femço das muraculosas criações da técnica contemporânea. para
Pale o vipo de filosofia decorrente da nova espécie de Gxase. de sentime dota ela da cesta nétca de valores. ou seja. do correto sistemade categorias.
n.
to de maravilha. manifestado em face das presentes realizaç tom que fri npeecia a atunção diante da equal com certa verdade. tem mo-
ões do homen)
Doar , rdse
I ai corrigi-a um “ |
EM) ole ando il Mptesdao HE verdadeiras
bases luz
'
Ar temprreese
Uwo pura aura velliaes
Estamos por conseguinte obrigados a oscilar entre a justeza do reconheci- esume do caráterérico da produção mecanizada. era à forma única como. pa-

Fecnologia
Airaro Veeira Pinto

mento doestado de admiração e sua imediata correção pelo pensamento histo- a época. se tornava possível o despertarda consciência do problema da tec-
ricista. dialético. Saber conservar o adequado equilíbrio entre estas duas ver- logia. Sendo a máquina um produto do homem que iria intervir profunda-
tentes. tal é a regra da sabedoria prática e o princípio da intelecçãoteórica no mte na vida de outros homens. indagar se era um anjo ou um demôniosig-

O Gonceito de
problema do entendimentoda tecnologia. que absorve agora a quase totalida- Micava. para a época. à forma. emão única inteligível. de apreender e tentar
de dos aspecios do mundoonde vivemos. Nesse equilíbrioinstável. difícil de ser alisar o problema das relações sociais de produção. Os pensadores para os
mantido. mas indispensável. é que consiste a dinâmica distintiva do pensamen- mis a máquina cra um mal apenas localizavam equivocadamente a potência
to crítico. Não julguemos tratar-se de uma situaçãoinédita. Outrora. ao tempo fasta. Na verdade queriam denunciar os efeitos perniciosos sofridos pela
das grandes descobertas marítimas e das criações técnicas que assinalaram o ande maioria dos obreiros nos campo» e nas manufaturas por parte dos do-
início da época moderna. e bem assim no século passado. quando se começa- p das máquinas. À mecanização inicial. numafase crítica de inexitável subs-
ram a colheros primeiros frutos da chamada Revolução Industrial, que alguns vição da força matriz. prejudicava os antigos trabalhadores porlhes roubar
denominamPrimeira. houve sempre pensadores dedicando grande atenção aos trabalho, o de caráver fabril. nos primeiros tempos atada mais desumano que
produtos do engenho humano. alongando-se cm reflexões sobre eles. daí sur- anterior, Grandes massas do proletariado assim pensavam e naturalmente
gindo diversas concepções de ordem abstrata a respeito da nantreza das má- ontravam quem expressasse. com certo grau de abstração. 0 seu ponto de
x

quinas. origem c os efeitos da multiplicação delaswma vida dos homens. Em ta. O grupo contrário via nas máquinas tma Dênção do céu. encontrando
face das perturbações sociais acarceetadas pela introduçãode novas forças pro- nu facilidade numerosos argumentos para justificar essa convicção. sem com-
dutivas. não foram poucos os pensadores que se dispuseram a cxaminar o sig- ecnder que. quando fazia o panegírico da inteligência hemanac estava na
nificado da máquina. enquanto obra do gênio inventivo do homem. e das mo- dade emprecadendo a defesa de uma classe em ascensão. empenhada na fa-
dificações decorrentes da crescente substituição dos modos tradicionais de tra- mais árdua da batalha pela formação do grande capital,
balho pelos de caráter mecânico. Toda máquina corporifica umatécnica previamente concebida: Mas como a
Tais pensadores só podiam ver os fatos na superfície. Duas coisas não po- wideração da técnica à parte da máquina. sobretudo ainda tosea é primiti-
diam naquela época perceber: nem o caráter nãocasual de seu interesse por es- “que a materializa corresponde ao segundo momento da reflexão sobre o
“e tema. imposto por uni momento inédito do processosocial da produção: nem cesso criador humano. é compreensível não se encontrar. no estado de tema
o fato de as próprias entidades sobre as quais refletiam. as máquinas e a con- finido. nos pensadores da época a que nos referimos. Para eles o que se apre-
segiiente revolução fabril. serem resultado de outra etapa do desenvol imento 1a de imediato é à máquina. por ser um objeto sensivel e assim a ela apli-
das forças objetivas. que o homem, pela investigação da realidade. começava a seu interesse e capacidade de análise intelectiva. Passar da máquina tée-
pôr a seu serviço. Por isso. faltando a compreensão do fundamento. era natu- ea enquanto objeto puro. de reflexão. constitui um momento superior no
ral perderem-se os pensadores em reflexões quase tão-somente descritivas. acesso de abstração. que só em nosso tempo vem sendoclaramente configu-
Além do mais. numa demonstração da ingenuidade. da alivnação que eviden- do. Só agora se alcança o nível de abstração em virtude do qual é possivel se-
temente não podiam superar. pois dela não tinham consciência. era inevitável raro corpo físico da ianáquina e o procedimento fabricador que nela se de-
transportar o problema para um terreno com o qual não ten nenhuma vincu neola, e se consegue tratar este último em plena generalidade, Dai a relativa
lação direta. mas apenas secundária e remota, o da moral Tratava-se de saber nssez das análises filosóficas das máquinas, quase sempre figurandonalite-
se a proliferação das máquinas. desalojandoo trabalho braçal humano da tra tva Alosófica como objeto de pesquisas e reconstruções históricas, veferindo-
dicional importância prática. acrescida da mística e na verdade insincera, as formas antigas da mecanização e suas relações com as idéias do tempo.
suposição de perda de dignidade. por força de imemoriais insimitações bíblicas. Eri nossos dias registra-se uma quantidade imensamente maior de ensaios so-
significava um bem ou um mal. Evidentemente sendo uma pergunta destitui- bes tecendo percebido ent primeira aproximação. mestmo sent compreen-
da de sentido. ambas as respostas são igualmente possiveis defendidas uma Palo a ueumente o fato de nem todas as técnicas terem por sede uma máquina
e out com argumentos improcedentes equivalentes Mas cessa engeeetitelnade gmessanada oe tm gporirelho eletrônico oque reseliio grau de generalidade tundor
O Concerto de Tecnologia
do conceio de téenica em relação ao conceito. mais restrito, de vínculos produtivos com as forças e substâncias da uatureza. Dai resulta vm
Alvaro Vieira Paoro

genho ou aparelhagem. Sc por este motivo a maioria dos comentá outro mundo. de tal forma que viver nele significa para o homemser distante
de ladoo esclarecimento do significado da máquina em sie de sus do que era no contexto anterior O projeto é na verdade a característica pecu-
como plano geral das técnicas. nen por isso nos é lícito ignorar nã liar. porque engendradanoplano do pensamento. da solução humana do pro-
separar metafisicamente a máquina e a técnica. mas esfarmos obriga blema da relação do homem com o mundo físico c social.
terpretá-las, em caráter conceptual mais alto. pelo ângulo da conexão Às espécies animais irracionais resolverão o mesmo problema por outra via.
a que a unifica. À conveniente via de ingresso na compreensão dosi a adapiação biológica. infinitamente inferior. estática. de rendimento niínimo
do humano da tecnologia inicia-se com o exame da máquina. enquanto | e sem perspectiva quando referida ao ser indi idual. No homem. a capacidade
ção inventiva da inteligência hunnana, desde os primócdios de sua cvol do sistema nervoso superior de refletir em noções gerais as propriedades das
Com efeito. a máquina compendia. já nas primeiras realizações. o esforç coisas segue duas linhas de descnvolvimento, que serão. em conjunto. os dois
homem em descobrir meios de superar as resistências opostas pela realidade aspectos pelos quais se distinguirá este ser animal: (a) de um lado. as idéias.
Sica a seus projetos. Vimáquina. assim como a técnica. é coetânca ao honw enquanto sinais das coisas. encontrarãoexpressão em um segundo sistema de
Representa uma das manifestações do processo de criação do homem pot «mais. à linguagem. graças à qual. por força do cons ívio social na produção co-
mesmo, São ambas resultado da evolução que desenvolveu nesta espécie viva é tetiva da existência. o homem transfere de sia um seu semelhante a percepção
sistema nervoso. elevando-o ao nível em que se tornou capaz de produzir. com de uma qualidade de algum objeto ou estado do mundo cireunstante: (Db) e por
caráter abstrato e universal. os sinais das coisas. as idéias. permitindo ao indi outro lado. na própria esfera de pensamento. estabelecem-se relações abstratas
víduo projerar o cSabelecimento de relações entre 4» corpos, não imediatamente utre as propriedades percebidas nos corpo». conduzindo ao surgimento. em es-
dadas. mas pensadas. a necessidade de projetar a máquina está à verdadeira udoideal. do projeto de modificá-los.
origem dela. Não é sem motivo que se considera a clhiamada “era tecnológica À poder din ação queo homem manifesta sobre a natureza distingue-se do
a Sera dos projetos” e que os “projetistas”, os engenheiros de visão criadora »nído pelos demais seres vivos porse exercer em consequiência da capacida-
nela desempenham tão relevame papel. projetar. Mas. ao contrário do que julgam as doutrinas idealistas. que
formam essa atividade mum mistério existencial. 0 projeto na origem é pu-
4. A faculdade de projetar plesmente a percepção mental das possibilidades de conexões entre as
ada conexão não é imediatamente dada. mas sugerida. pensada ante-
O conceito de “projeto” não deve confinar-se à especulação que emtorno ente pelo organismo que adquiriu a faculdade da representação abs-
dele tem feito a filosofia atual. principalmente certas correntes denominada à gra suficiente para se destacar do contato se nsível, atual e cliveto
“existencialistas”. À essência do projeto consiste no modo deser do homem qui vado e para manejar as idéias correspondentes às coisas, de forma a
se propõe criar novas condições de existência para si. Esso implica estabelece: “entre clas relações tais que as fazem configurar idealmente um cor-
outro sistema de relações sociais e utilizar em combinações originais as relaçen: Qúinismo. uma instituição ou um artefato ainda não existente. a ser
entre os corpos da natureza, de acordo com as propriedades deles apreendicdn . 1 consequência, de acordo con o “projeto . Desta maneira. pela

pelo espírito e representadas em idéias. O projeto não é uni abstrato e irreal etnens. a realidade se vai povoado de produtos de fabricação inten-
“constituir-se a si mesmo”. “fazer-se na plenitude de sua liberdade insana iria pelo ser que se tornou projetante. + possibilidade de tal ação
veloe outras impalpáseis expressões poéticas equivalentes. Esses devaneio | - 1 prpacidade, abstrativa. que conduz a criar aTimagem reltesa das
terários nada têm a ver com o sentido real do projeto enquanto forma de va " gos corpos e ' temómo: nos pbjetivos. e , da p oder de ligar tuna ima-
ima
distintivamente humana. O bomentprojea de fato o seu ser nas não pelo cul Qtido ligas atua te eçeira. Esta porém será qualitativamente
1
tivo dessas especulações inctafísicas e sta mediante o trabalho efetivo de tran nqlunto sta el é prime as são 0velesoTa cópia metab daqui-
tormações da realidade material tornando-se o outro que projeto cr ent venta * t Ev FE DO SR QUI DEM SERA é
ADO eoconstituida Cum inesistente. ul-

de de haverceriado para st diferentes condições de vidio ee tabelecido tosa *


e ate ligado de prequio demandando para cemeretizar-mes
[50 |

+]
o -
= esforços tão elementares quanto lascar umsílex ou tão grandiosos quantoa = eriar-se asi próprio. À metafísica existencial costumaespecular com exube-

O Conceito de Tecnologia
- montagem de umacelerador de partículas. “e estes são casos extremos de pro- ância sobre esta propriedade do ser humano. na mais cândida ignorância do
: dução de bens. a essência do processo cognoscitivo de sua realização permane- rocesso de evolução biológica, em certa altura transferido paraa esfera das rve-
a ce a mesma. é a que estamos descrevendo. Tem por base a capacidade de pro- ções sociais. Só quando colocada neste fundamento material indiscutível con-
Ê
E jetar. que represcima o exercício de umafaculdade exclusiva da biologia huma- gue-se dar à questão da origem e essência do projeto humano seu veridadei-
=
ma faltando cm todos os restantes animais, porque estes, pela imperfeição do o significado. Encontramos aqui a fórmula mais exata do ermunciado que de-
sistema nervoso. estão impossibilgados de conceber idéias abstratas das coisas lara consistir a diferença entre o animal irracional e o homemno poder pos-
com caráter suficientemente geral para dar origem aos dois desenvolvimentos do por este último de adaptar a natureza a si enquanto as espécies inferio-
simultâneos derivados dessa função primigênia do homem. a saber. à lingua- sobrevivem pela adaptação ao meio exterior. Descobrimos agora que o ato
gem. com os múltiplos tipos de comunicação entre seres racionais semelhantes: » adapiar a natureza humana à si resulta de um projeto vital. que o sistema
eo projero. como ato intencional de uma transformação a impor ao mundo prvoso do indivíduo hominizado se mostra capaz de elaborar e sustentar, ou
ambiente. ja. de levar à prática. pela ação que o organismo e o pensamento executam.
A adaptação. no animal irracional. constitui o análogo daquilo que no ho- ão condicionada à idéia projetada, É indispensável compreender só existir
menti será o projeto consciente. À adaptaçãoé por isso passiva nas espécies vi- ão prática efetivamente humana quando movida pela imagem abstrata é pré-
vas incapazes de modificar o mundo. para torná-lo favorável á si. mas obriga- ntida do efeito a criar. como exteriorização e consumação dó projeto.
das a se modificar a si mesmas para se tornarem favoráveis ao mundo. À adap- a A análise filosófica da capacidade humana da criação. na práais em gerale
tação. propriedade inereme a toda matéria viva. cm graus infinitamente variá- particularmente na práxis fabricadora. tem sempre de partirdo conceito e do
veis. pois sem cla essa matéria não permaneceria com as determinações que a fato do projeto. entendido nos fundamentos biológicos e. consecutivamente, no
distinguem da inerte. toma no homem a qualidade ativa. em virtude do apare- quercício social, O desenvolvimento do sistema nervoso. conferindo a capacida
cimento do projeto. enquanto modo consciente de vransformação do mundo. de de apreensão reflexa dos aspectos das coisas. permite ao animal em via de
V adaptação é a forma inferior do encontro da matéria viva com o mundo. minização estabelecer relações entre elas. lissas relações. por serem feitas
O projeto representa a forma mais elevada. Mas 0 que distingue existencial Adealmente entre imagens abstratas. dão ao animal a possibilidade de não es-
mente um caso de outro É que 0 animal se adapta a am mundo cujas proprie mir obrigado a aproveitar cada imagem na totalidade maciça com que reflete
dades não conhece. pois não faz idéia delas, sendo assim apenas o mecanismo gun dado objetivo, mas simplesmente conservar alguns dos aspectos deste. Pelo
biológico de aproveitamento das eventuais oportunidades propícias. transmiti- paecanismo de eliminação parcial de algumas características das coisas e con-
do pela herança cromossômica. que nele se fixará. O “projeto”. se de tal coisa Barvação de outras torna-se possível ao pensamento comparar uma imagem
quisermos falar. é nele inteiramente inconsciente. constitui antes uma proprie- som outra. da mesma espécie abstrata e também visualizada por um ângulo
dade da natureza que dele próprio. Com razão elizemos então que a natureza 0 particular. originando-se assim a fusão delas em uma terceira, a qual. já não
produz. em vez de serele que se produz a si mesmo, gendo correspondência diveta e integral com algum objeto ou relação existentes
As funçõesfisiológicas do sistema nervoso superior eo poder de pensar me go mundo material. vem a ser o “projeto” de existência de tal entidade conce-
dianteidéias gerais. aparecendo no animal agora hominizado. ou em viadisso. dida. Neste ponto. onde julgamos cstar situada a raiz de toda práxis humana.
unpõem. porém. aoprojeto wma alteração qualitativa. O conceito de “projeto”. reúnem-se e identificam-se a criação artística. que permanece no plano abstra-
numa concepçãofilosófica de extrema amplimide. abrangendo a inteira exolu toçe a criação científica. procedendo pela permanente captação de novos da-
ção da matéria viva. deve ser entendido em sentido generalizado. Nas fases da dos concretos do mudo exterior. com a intenção. ausente no caso da arte. de
hominização suficientemente definidas. o “projeto” passa da esfera das funções explicar cacionalmente a realidade dos seres e fenômenos. Às concepções idea-
nervosas duconscientes para a da consciência. Isto equivale a dizer que o ho sing, envistenetadistaso cultivam uma concepção subjetiva do “projeto . de on-
men já constituído. arcebara à natureza o diveito de Enzé-lo que até então qu de resulta ado ser possivel compreendédo tora da esfera da subjetividade, ]um
da CUNCRCN Tigas etapas preshomintdens assumindo CD Isso A respaldo dida tal enso do “proprio” rerelus se spenas ou anos dnendo dnterior do esperito aque
[58 |
-
o9

“deseja” serdiferente do que é. só aspira a modificar o sentimento do ser inte- der o significado da máquina. e da fabricação humana em geral. célula inicial

Leenologia
Asare Soeara Pine

cior do homem. Não ultrapassa assim as fronteiras das realizações mentais, ilu- igualmente do entendimento do conceito de técnica e de vera tecnológica”
sórias e às vezes até alucinatórias. Mas o conceito autêntico do “projeto” é o de Gompreendemos a razãopela qual a técnica coincide com a prásvis de todo de-
caráter objectivo. O homemdeseja realmente dar a si um novo modode ser. mas sempenho humano. desde um ponto da exoluçãode certo vertebrado superior

O Gonceito de
percebe serilusório fazê-lo em pensamento. tendo de conquistá-lo pela modi- em que começa a ter sentido chamá-lo “homem”. As ações instintivas comuns
ficação impressa à realidade a que pertence. São as novas relações com o mun- ao homem e aos animais inferiores revetam o fundo geral de onde derivam. a
do. especialmente as condições de trabalho. para os indivíduos e para 05 povos. saber os processos de reprodução por si da matéria viva. Na origem. enquanto
que concretizarão o verdadeiro projeto humano, modos de ser puramente animais. põem em jogo umsistema primário de sina-
Se o animal pensante poderá. ou não. darrealização à coisa imaginada. é um Jização da realidade. limitando-se a referir ao animal. embora já sujeito da
resultado que irá depender de numerosos outros fatores. mas a origem deste ação. as propriedades dos corpos c fenômenos exteriores. Emi tal etapa não há
eventual efeito está na operação biológica aque nos referimos. Os animais infe- efetivamente projetos. pois a sinalização dos estados do mundo é direta e indi-
riores, do contrávio. são incapazes de se elevar ão plano do autêntico projeto. só visível. Não existe neste caso a função analítica do reflexo do objeto no órgão
podem formar exatamente a imagem total. maciça e individual daquilo com que receptivo, periférico ou central. Tal função só podeexistir quando se conside-
se relacionam. Movidos pela exigência de alimentação, ao se defrontarem com cam as formas superiores de reflexos. as cópias das propriedades dos objetos
uma substância ou um outro ser vivo adequado a satisfazê-la. só lhes cabe re- que. pelo nível de abstratividade alcançado. embora sempre relativo. merecem
Getir no psiquismo a presença da coisa a ser, ou não. comida. Se tal coisa está já a designação de idéias. Quando estas começam ase produzir no antropóide
presente. a imagem dela revela-se imedima e total. e por isso não tem sentido em curso de hominização.todas as ações. mesmo aquelas que ainda conservam
falar do “projeto” de devorá-la. Listamos neste caso no terreno dos reflexos in- caráter automático € representam portanto formas cognoscitivas anteriores.
condicionados. À possibilidade de distinguir aspectos parciais na representação
2 puramente instintivas. tendema transitar paraa etapa do projeto. sem ser pos-
das coinas. e de tomá-los à parte. com eles elaborando outras idéias. só indire- aível exidememente assinalar qualquer momento definido para fisar oinício
ramente. 0 que não quer dizer menos veridicamente. representativas do mundo deste novo atributo do funcionamento dos órgãos cerebrais. O projeto significa
objetivo. permite combinar elementos de uma idéia com clementos de outra. o celacionamento da ação a uma finalidade. em vista da qualsão preparados e
dando assim origem a uma terceira. que assume o significado de umato a fazer dispostos 05 meios necessários e convenientes. O conceito deprojeto revela que
ou de um produto material a fabricar. , o sistema nervososuperior só é capaz de concebê-lo quandosupera o condicio-
+ definição do homemcomo o ser transformador do mundoencontra aqui namento hereditário imposto pelas estruturas invariáveis recebidas diretamen-
confirmação. ficando ao mesmo tempo explicada a procedência desta proprie- te da natureza. tornando-se então fonte de outras formas de condicionamento.
dade. Trata-se do resultado do novo gear de complexidade atingido pela ma- as que procedemdoreflexo das coisas efetuado em suas células cerebrais. em
téria viva no curso da evolução. env virtude do qual mostra-se agora habilita- íntimas ligações com oexercício da atividade em condições sociais. Esta análi-
da a efetuar operações qualitativamente distintas de ruido quanto antes era ca- se mostra desde já o caráter necessariamente técnico de toda ação humana,
paz de fazer. representando assim um salto qualititivo no desenvoly imento bio- pois agir significa um modode serligado a alguma finalidade que o indiy íduo
lógico. À capacidade de projetar nadi tem portanto de misterioso. de incfável. se propõe eumpeir,
de “existencial”. Por isso não passa de frascologia metafísica tudo quanto a es- A princípio. O animal humano condiciona-se à ação que representa a mes
1€ respeito vem sendo escrito pelos pensadores especulativos. que, por não ati hor maneira de prover as necessidades materiais prementes do indivíduo e da
narem com a chave do suposto enigmas transferemeno parao “plano do abso espécie Ividencia se assim que o projeto. na origem da evolução biológica. es-
luto”. O fio orientador fornecido pela história natural do homem aqui como vt lendo à imperiosidade de solucionar umasituação vital por formas mais sa-
sempre. nos dá com extrema simplicidade a compreensão desejada, Partindo vislatónas e cendosas do que os comportamentos instintivos anteriores. À pas-
do conceito do projeto como função diferencial e inteinseca do sistenmt nervoso sagem a fase divemação de projetos revela que o atenal humanizado começa a
supemor do homen encontros Eirabseca co pronta cla amestda prresa coma preene verem envols dedo cm situações de conflito com e mero qu cntáo iii Comiplenas
| 00 | | 61 |
Ê e imprevisíveis. e se encontra na necessidade de solucioná-las con .
s roi cerebral humano
ri O órgão [:
pelo fatode.
stinoue-se pelo uma vez fi
“uma

O Conveno de Iecnotagia
dade pretérita. distingue-se
- primordial a ele outorgado pela natureza e de que decorrerão. por vi o ne CA o nalita-
yada umaidéia enquanto finalidade. o homem dar-lhe um significado qualit:
= plicação progressiva, todos os demais. a saber, à faculdadede projetar. E! vivamentedistinto do que têmas demais possíei-formas de representação ad-
- seguinte. cm todôs 05 casos. ao longo da linha evolutiva. a situação « quiridas por outros organismos animais. Enquantoestas referem-s diretamen
1 ) eg y se - » 1 E v -

z conduz ao desenvolvimento dosistema nervoso na série animal até o h te à coisa. à propriedade ou ao fenômeno presentes aos órgãos sensoriais ana-
> una só: à necessidade de resolver a contradição entre 6 ser vivo e a nat
“ lisadores. para solucionar. conforme dissemos. os problemas de subsistência do
Mas. enquanto nas espécies inferiores essa função é assumida pela própri e
indivíduo e da espécie correspondentes ao nível de . organização
Cal ep 1 « INC A BZAC possuída
da. no

fureza. no homem. falando figuradamente. a natureza porassim dizerdel icionar


idéia a que se vaii condicionar
homem a idéi éé um "O]
projeto. de origem
“origem interna.
interna bus-
esta particular criatura a função de conservar-se viva graças aos recursos i
cando realizar-se à efetiva.
na ação Iv na qual
: se corporifica seu significi
“orporifica seu stenificado.
venha a descobrir. Oferece ao homem um sistema nervoso desenvolvido à
ponto tal que lhe permitirá daí por diante resolver por st as contradições ent
o indivíduo e o mundo. Quando se dá esse salto qualitativo no processo evolu 5. O conceito de produção e de “era tecnológica”
tivo. 0 homempassaa representar a fase de maioridade davida. aquela em que , : q . a “ a Mess . ERES
Encorntritmos iguabnente nestas noções a explia ação do concerto de
1 - . la
| vcodtu-
.
e ser já vão depende da natureza para encontrar defesa e conservação. mas se E
ão”. Compreendem
+ ção”, si por : que somente
os assim 3 ve ser
: deve
: o homem é
set considerado
apoderou da'função de “natureza para si”. que antescompetia ao processo bio- umy animal que produz. esse atributo encerra-se a essência de sua realidade.
lógico em conjunto. O animal constitui a natureza em si. nupea se realiza cm 4
Cor |
apreende MC ,
| or )
ÇÃO ] DO!
estaa sim Í es o bs Cc 1 vaç q
qu Wo traço distintivo do ho-

verdadeiro sujeito. pois nãotem ao que se opor. não há para ele objeto que não Enemu desumanizado consiste nã perda da capacidade de * produtor”.
esteja predeterminado a exercereste papel. Transporta naturalmente. porser eme na condição de puro consumidor. da qualtipo do aproseitador“do tra-
matéria viva. contradições com a natureza inerte. mas quem as resolve não é Eito
a
: alheio E a variedade mais frequente. Referimo-nos ao iadivíduo que não
a + +

ele e sim a mesma natureza. À presa não é “objeto” da fera rapace. mas uni e
ri valha. não cria. não “resolve nenhuma situação vital autêntica em geral,
dentre o conjunto de elementos que mantém suas funções biológicas. À presa 7 de se inclui numa estrutura de existência que se encarrega de obter esses
existe não para 0 cumprimentoda imaginária superioridadevital do carní oro pultados para ele. Os animais inferiores não produzem. por sera natureza que
sobranceiro e impiedoso. de acordo com à concepção literária e míope de cer- Hue para eles tudo quanto necessitam. ao produzi-los tal como devem ser
tos “filósofos da técnica”. mas para que se resolva. por imposição natural. o et gubeistir nas condições onde têm de viver. Mas no homem. cesso o patro-
que no predadorirresponsável representa a forma de contradição em queso gire to da natureza. ou melhor. o animab humano foi dotado do recurso de
processo evolutivo o encerrou. : recurso
' com o me io. Tal
nggessitaria para resolver por si suas contradições
Tal é a essência do salto qualitativo que define dialeticamenteoser huma- ae de um sistema nervoso suficientemente desenvolvido para elaborar.
no. Nadahá pois de comum com um dualismo sub-reptício que certos teólogo». mg eleidéias abstratas € universais. o reflexo da cealidade e capaz de co-
impossibilitados profissionalmente de compreender o mundo natural. querem “aprodução. pelo indivíduo. dos meios de vencer as dificuldades opos-
atribuir às concepções de onde são expelidas até os últimos vestígios as lucu igências Por * conseguinte.
inlaiçã de suas exigências.
ideação consegui aa fórmula t “
fórmul: que “aa unfureza
braçõesidealistas. Esta deve ser a mancira pela qual o verdadeiro homem de para realizar o tipo qualitativamente superior de animal que seráO
ciência compreenderá o significado do termo “hominização”. Não pretende si fuvesti-lo da função de produtor. Só excreendo-a o hom mst
i ] ' 2 ' º 4 vv “ar , us v + CONS

mo». evidentemente. antropomorfizar a natureza. dando-lhe. sem usar o nome. em ptenamente humano. com a superioridade elistintiva Que posse.
o mesmo papel que os idealistas atribuem à divindade. ao espírito ou a equal ribeiro eleestae az2e do reino da animalidade inferior. que permanece
quer outra entidade metafísica, Estamos apenas tentando descrever, reconati vaio vil dosseres consumidores do +que encontrant dog e.
tuindo-o nos momentos culminantes. 0 curso de um processo biológico desen- o deonsarador e produtor está O caráter o To do salto quali-
rolado numa fase de duração temporal indefinida antes dese haver constitui ema o Dione
+ o
de lhe chá do pelo qual se detine, tanto ele
n
do a história enquanto percepção por unme consciência hamana cla tempora Nem
l ve net ftor AUGI SAM metem pras de ve olver ana contras
[062 |
dição como mundo físico. para a conservação da vida mediante a alimentação. isposição = o conhecimento de sua própria origem =, ficam relegados ao lim-
VMraro Viemg Ponio

ou seja. a renovação das reservas queservirão de fome de energia. ou a defesa po metafísico. quando não à condição de laminados da usinagem literária. as
do indivíduo e da espécie. pelo abrigo ea proteção da prole. Mas enquanto o orias ou doutrinas que »e crlorçam por decifrar o “mistério” da técnica.
animal. ou antes a natureza nele e por ele, resolve essa contradição pela via do pecialmente em nosso tempo. alguns filósofos encontram neste tema matéria =
a

consumo. o homem a resolverá pela via de produção. Dois aspectos distingui- ara intermináveis c abstrusas especulações ociosas. Ora. parece-nos inútil in-
rão esse caminho seguido pelo homem. O primeiro é que a condição para ter gutar fabricar complicadissimas chaves. quando nem sequer se descobriu on-
ingressado nesta segundavia, conforme dissemos. foi atlquirira capacidade de está a fechadura. Sem o apoio na história natural do processo do conheci- o
c
projerir O segundo É ode se ter tornado um ser social Justamente para poder. mto. torna-se impossível adquirir qualquer noção fecunda e esclarecedora
por este modo. produzir. abre algum aspecto da realidade do homem.
Descobrimos. com esta reflesão. que a razão de ser de todo projeto consiste Uma vez porém que se acerta com o correto ponto de partida. a dificulda-
na produção. Significando primordialmente a solução de unia contradição ob- dos desdobramentos fica sensivelmente minorada. além de aparecerem em
jetiva. a produção adquire. com a marcha da evolução do sistema nervoso. pancde monta enriquecimentos de nosso entendimento que certamente não es-
rea-
lizando-se já então em forma de trabalho socialmente organizado. a qualidade "ariamos encontrar. Se com este raciocínio descobrimos 0 caráter necessaria-
de feitura de objetos. e logo à seguir, na fase mais elevada, de idéias. intencio- ente técnico dk toda criação humana. seja no campo da produção material,
nalmente elaboradas para se conservarem noestado de idéias. Neste último ca- ja no da produçãoideal. artística. filosófica ou mitopoiética. abre-se à nossa
so chegamos à criação matemática e às cliamadas “ciências do espírito”. apreensãoo inteiro significado do conceito de “era tecnológica”. ema deste
O ani-
mal. cuja finalidade abrange. já agora. a produção material e ideal. ingressa no pítulo. Poderia parecer termo-nos afastado dele. quando na verdadeestáva-
aspecto do processo evolutivo a que se deve dar 0 nome de cultura. À produ- apenas à procura do genuíno ponto de partida para encontrar nossas re-
ção. sendo a concretização do projeto. supõe que este tenha por fundamen bexões teóricas. É possível. de posse do fio condutor. denunciar de um só gol-
to
idéias nas quais se refletem atributos autênticos dos seres do mundo objetivo. quase todas as ingenuidades apinhadas eo torno daquela expressão.
do contrário não teria eficácia e não serviria às circunstâncias que o engen- po Para comeêçar. verificamos logo que a expressão “era tecnológica” refere-se
dram. O caráter “técnico” está portanto implícito no projeto. pois a não ser as- toda e qualquer época da história. desde que o homem se constituiu em ser
sim o ato de projetar não teria sentido. Somente quando a combinaç pax de elaborar projetos e de realizar os objetos ou as ações que os concreti-
ão de
idéias representativas de dados veais se articula num projeto exeqiiível,isto é. am. Sempre agim no sentido uniforme de solucionar a contradição existencial
propõe combinar qualidades dos corpos ou regularidades dos fenômenos. devi va matureza, Visto na perspectiva da realidade social. isto significa tornar-
damente percebidas e generalizadas emidéias. numa produção passível de sei produtor. o sujeiro da atividade econômica. no mais Jato sentido da palavra.
objetivada. efetua-se a solução da contradição que o homemtinha em vista ve- la fase da história humana. em qualquer cultura. caracteriza-se. do ponto
solver pelo ato produtivo. Ora. obedecer às qualidades das coisas e agir de vista descritivo, pelas produções técnicas capaz de elaborar. O salto repre-
acordo com as leis dos fenômenos objetivos. seguindo os processos mais hábeis prado pela habilidade de polir a pedra. em contraste com a simples fragmen-
possíveis em cada fase do conhecimento da realidade. é precisamente aquilo ão. tem tão alta importância que pode ser utilizado como manifestação di-
em
que a técnica consiste. Vê-se, portanto, que a técnica é coetânca com O surgi- via de dois períodos multimilenares da evolução humana. À passagem. pos-
mento do homem, E isto em duplosentido: (a) porque resultam ambos da mes tor id agricultura. à domesticação de animais e à produção de utensílios de
ma função que os órgãos cerebrais são capazes já então de efemmar: (Db) ainda reo são datos de transcendência comparável à da chamada Revolução
mais. porque se explicam pela mesmanecessidade, a produção da existência pdestrial dos tempos modernos e na atualidade, à introdução das novas fon-
,
O homem. tornando-se 0 ser que se produz asi mesmo. constituiu-se simul» sos de energia obtidas das veações nucleares. Em todos esses casos vemos sem-
tancamente cm animal técnico. À técnica está presente por defineção em todo re e homem aulizando propriedades dos corpos. a fácil e conveniente eliva-
ato humano. Com esta verificação. resultante de um caciocímio hemprdo. Fmela a." do gdex poe exemplo ou forças naturais. não criadas por ele para efeito
do no unden perto de partida legitimo que
o peeisenento iisestigador Pen sta ee fomaleder o eendinento di ação sobre a aatuceza minina equentdo conside
>
| 05
+ -

obedecer à natureza das coisas. tem de utilizar as energias próprias dos fenô

Cecnologia
radas apenas as possibilidades da estrutura corporal, Tal expansãode
Alvaro Meira Pinto

deve-se a não ter ampliado suas forças pela via do aumento de potencis menos físicos. é por isso o homemnãopoderá deixar de operar segundolinhas
eular. mas à inauguração de uma nova etapa da utilização de diversa for de ação por assim dizer previamente traçadas nas qualidades dos corpos e nas
energia. que seu sistema nervoso fot capaz de produzir. a energia nervosa. possibilidades energéticas oferecidas pelo mundo, Toda açãoestá obrigada a

O Conceiro de
do em resultado o trabalho intelectual. Também os animais possuem. em pg seguir certos caminhos. reconhecidos úteis no correspondente momento do pro-
extremamente variáveis. órgãos sensíveis e motores onde é utilizadaessa fo avesso humano. Pal modo de proceder é o que se chamará técnica. À escolha
de encrgia. dependente de processos biofísicos e bioquímicos. Mas neles dos materiais e a forma a eles dada obedecem às finalidades a que os objetos

aproveitamento nãotem diretamente sentido criador. Às percepções são emp se destinam. as quais por isso só podem ser aquelas efetivamente proveitosas.
gadas como sinais para facilitar a adaptação aos dados da realidade. por exen apenas abandonadas quando se descobrem outras de maior proveito. Uma das
plo a busca do alimento ou as condições apropriadas ao acasalamento. e nã mais nocivas substancializações que cometemos quase inconscientemente. pas-
vêm envista à modificação de tais dados para favorecerem alguma açãointen sando assim despercebida. é a que se refere à cultura. Aparece-nos como uma
tada livremente pelo animal. Significa isto dizer que o animal não “projeta seu realidade em si. Definimos então as técnicas declarando-as pertencentes a cer-
ser não produz a existência, mas apenas a conserva. valendo-se das indicações. ta cultura. substantivada. entificada. quando a verdade encontra-se na expres-
compridas cegamente. compendiadas no código genético entregue a cada qual “ão inversa. São as técnicas. enquanto ações luumanas concretas. que têm va-
pela evolução natural, Porisso. somente o homem estende, pelo aproveitamen- lor primordial porque se referem à relação direta de caráter problemático, do
to da energia cerebral. as possibilidades de imposição da matéria viva ao meio. homem como mundo. ao passo que a cultura designa apenas o conjunto delas
Nele cresce o tecido nervoso, sem aumento correspondente do tecido muscular. em determinado tempo e lugar, mais as crenças e valores a clas agregados.
Amplia o domínio sobre a realidade porque adquirim a mais poderosa das ar- tribuímos certas técnicas antiquissimas. por exemplo. à cultura paleolítica.
mas. a capacidade de representar o mundo circundante, Começa a descobrir as ando deveriamos dizer o oposto. pois são as técnicas executadas em tal fase
propriedades das coisas. substâncias e fenômenos. Aquilo que no objeto cons- o desenvol imento humano que configuram o conceito chamado “culura
tituitma propriedade natural da matéria de que é composto transfere-se para eolítica”.
a substância nervosa, entra a lazer parte de seu dinamismo fisiológico median- UE stas considerações
+
têm decisiva importância para avaliar a veracidade da
1º modificações que nele se processam c são interiormente apreendidas como ao de “era tecnológica”, usado correntemente com o fim de rotular os tem-
, e ” . em . . ,

a
imagens. e aí fica assinalado por umaindicação que em seguida. por mecanis- em que vivemos. Se um habitante das cavernas dos períodos interglaciários
mos ligados ao processo de recebimento e memorização de informações. adqui
3 ; + . . . . e º
m componente das tribos do nosso interior tivessem motivos para fazer es-
"
re a qualidade de noção abstrata. ou geral. com isso iniciando-se a evolução écie de cogitações, descobririam que também eles vivem. ou viveram. nu-
+ ”
intelectual.
De então em diante as ações de tal ser vivo serão já produções. terão a raiz
no projeto interior que 0 anima e se caracterizarão pela escolha dos objetos e
procedimentos de ação. Constituem o que se entenderá por “técnica”. Assim.
técnica ou. em sentido correlato. a tecnologia pertence ao comportamento na p êxito dos projetos comuns. À educação técnica mostra-se extrema-
tural do ser que se humanizou, À história da técnica tem de ser es identemente igasoma nas sociedades chamadas inferiores. justamente porque são
a história das produções humanas. integralmente entendidas. isto É no estágio ga nor força do lento crescimento do poder de descoberta do mundo,
superior. social da atividade do produtor “ea história natural descreve as for gt a manter com a maiorprecisão o tesouro de conhecimentos ad-
dgsideques desvio das regras culturais. isto é. da prática técnica here-
t . . Los É .

mas pelas quais passa o desenvolvimento da espécie. no homem cal história


deixando de ser “naturall para se converter finalmegge eme social, não se rele noctab parao individuo e para a comunidade. a
a . o
+

ve às modificações da estrutira corpórea mas às modificações do mundo deter tegigeda técnica, celatisamente maior nas secitdades ditas petmiti-
aço a . -

miinadas pelas intervenções humanas. Qualquer dessas intervencões tem do da emeassos AD do mndo donde o dmbito das aedes
a
ed
&
-
=
ps
-

cometi-
frentando o desafio da realidade. A suspeita social em torno dealgum

O Concerto de Tecnologia
individuais optativas ser muitíssimo menor do que nas comunidades avança-
Alvaro Vieira Pinto

nas de
das modernas. de tipo industrial. nas quais o tempooferecido ao lazer é maior mento original. verificada tanto nas comunidades pré-históricas quanto
e. portanto. à liberdade de escolha dos atos a praticar imensamente mais am- sabendo
vossa “era tecnológica”, tem este compreensível fundamento. Nãose
mo de
pla. As sociedades ariais não estão nem mais nem menos dominadas pela téc- de antemão o queirá resultar da transformação dos hábitos. do acrésci
nica do que as antigas. apenas ocorre que naquelas há maior amplitude de es- ina o senti-
poderoferecido por uma nova conquista do conhecimento. predom
da m-
colha. O primitivo. vivendo praticamente ocupado todo o tempo nos afazeres mento dle incerteza e aumenta a angústia e insegurança de todos em face
da subsistência individual e da espécie. está muito mais interso tuma “socie- homem com
troduçãode alguma descoberta capaz de revolucionar a relação do
dade tecnocrática” do que nós, que dispomos de maiorliberdade de movinien- o mundo físico. e portanto estabelecendo a possibilidade de alteraçõ es nas re-
a hbuma-
tos. Por isso é inconsistente e a bem dizer ridícula à compreensão de muitos re- lações dos homens uns com os outros. Os problemas suscitados para
de guer-
presentes da sociologia atual que se mostram tão assustados com a avassalado- nidade pela descoberta da energia atômica e seu emprego como arma
acome-
ra influência da “sociedade tecnocrática”. quando a verdade consiste em afir- ra são à prova de quantoafirmamos e a repetição da crise que deve ter
r inten-
mar que quanto mais se desenvolve à tecnologia tanto mais regride a “ieeno- tido uma população hominídea quando descobri a técnica de produzi
cracia”. O feiticeiro da tribo. sendo o intermediário obrigatório entre à comu- nte humana .
«ionalmente o fogo. ou quando. em época posterior. já plename
nidade e as potências superiores, que decidem o destino dos indivíduos, É in- foram inventados o arco e a flecha. permitindo a caça e a matançado inimigo
o engano
caleulavelmente mais poderoso. em termos de poder humano. que qualquer humano à distância. Este exemplo deve nos valer para apreciarmos
ministro do Planejamento das sociedades civilizadas atuais. Nenhum membro amostra do modo de
em que com facilidade incidimos ao julgar. muna típica
e por-
da tribo ousará sair para caçar sent antes cumprir estritamente os ritos prescri-
pensar ingênuo, que nossa época se distingue das demais pela riqueza
tos. o que equivale. no caso. às técnicas pertinentes ao processo da produção. nos a repelir co-
tentodas criações tecnológicas. O pensamento crítico ensina-
proceder
A sociedade primitiva tem de transmitir a seus membros desde o berço os mo- mo simplista este modo de compreender. Mas. por outro lado. seria
mos dog-
dos de ação consagrados e de punir todo desvio das normas venecrandas. por- sem a devida atenção à diversidade do processo histórico se negásse
que são realmente ameaças à subsistência do grupo. À coação da técnica ma- detão longos perio-
snaticamente as diferenciações objetivas ocorridas no curso
nifesta-se nos tabus e nos ritos da comunidade. assim como uas idéias sobre o e na ser-
dos de tempo eas transformações de qualidade quea ação do homem.
das cria-
universo. nas criações faniasistas cultivadas pelos membros de tais sociedades. dade o próprio homem vêm sofrendo em consequência da acumulação
Esse rigor tem por fundamento uma justificativa racional, considerando-se o ões anteriores.
s
estado relativo do desenvolvimento da razão nessa fase histórica. poissendo “ Somente o pensar dialético nos esclarece na análise desta questão. Devemo
ainda bastante diminia a base de conhecimentos verdadeiros à respeito do a. Assim sen-
partir docaráter contraditório da ação do homem sobre a naturez
es quali-
mundo. só propiciam um conjunio muito limitado de operações produtivas. do. é de esperar que encontremos. por um lado. ausência de alteraçõ
Toda proposta inventiva, sendo uma alteração das normas técnicas em vigor. tetivas. isto é a continuidade nos pareça ser o carater fundame
ntal do proces-
contra-
nas quais o grupo confia cegamente. reveste-se de indiscutível perigo para a so- ao de criação tecnológica: mas. por outrolado. simultancamente e em
brevisência do grupo. que a julga compreensivelmente criminosa e sacrílega, dição comesse aspecto. deve reconhecer-se que em certos momento» ocorrem
e da
Já nesse estado inicial vamos descobrir un aspecto importante da criação po curso do processo saltos qualitativos. lançando-o em órbita diferent
fato. mas
inventiva. sua contraditoriedade. Com efeito. qualquer proposta de realização existente até então. O pensardialético leva-nos não só a prever este
original está carregada de duplo sentido. Se por um lado pode efetivamente o processo é
a descobrilo e explicá-lo. Contínuo e permanente durante todo
condício-
apenas a qualidade “técnica”. que se tem de atribuir à ação humana
wazer uma contribuição clicaz. que vivia enriquecer as possibilidades de ex
ral
pansão do domínio humano sobre a natureza. por outro lado. sendo tambem nada a uma finalidade produtiva. Mas. por oposição a essa determinaçãoge
frequente haver propostas temerárias e sem condições de utilização. a experiên da produção
tamtereupta, ventica-se que as técnicas de cada fase da história
cia delas constituiria um risco para o patrimônio de habitos. ou seja de técm teor e a significa-
bamena são de tipo diferente. havendo momentos em que o
edentaficas originais
ção de eretas descobertas objetivas cu de interpretações
enseque an comunicado CORNAZPOTTO suada conto equal Dem ca nual NC Ch
o)
=

Q
ad
ocorridas em tal instante arrastam o desenrolar da produção para um plano
Mraco Nocira Pinto

unidade de aspectos contrários faz aqueles comentadores perderem-se em cân-

O Conecta de Tecnologia
qualitativamente novo. àãoé possível estabelecer a tipologia geral desses pon- didas considerações a respeito do significado do mundo atual, ora visto com
tos de transição. pois a espécie de mutação técnica ocorrida pode referir-se a ufania alvar ora com umainquiciação que suscita imprecações proféticas. Toda
fatos diferentes. por exemplo a captação de novas formas de energia. a serem
v
época é por definição única e possui a tecnologia a que pode ter acesso. Nada
postas a serviço do progresso humano. a descoberta de diferentes procedimen- há de original na indignação dos moralistas ingênuos atuais. quando falam da
tos para a execução das mesnias tarefas anteriormente feitas com meios menos *juta entre 0 humanismoe atecnologia” (Toyabee). pois o mesmo foi dito inú-
rendosos. Essas alterações frequentemente se corporificam nacriação de novas eras vezes pelos porta-sozes da moral dominante no momento. ou pelos após-
máquinas e dispositivos operatórios. ou ainda sãorepresentadas pela criação de dos de mensagens salvadoras. em relação a fases históricas pregressas. desde
concepçõesinéditas sobre a estrutura da matéria ou pela apreensão de leis. an- as mais remotas. Nelas também o progresso técnico e as correspondentes alte-
tes ignoradas. do comportamentodos fenômenos físicos. sociais ou psíquicos. ações de hábitos e costumes causavam. naqueles que não podiam compreen-
O pensardialético combinaas atitudes opostas. ambas legítimas. de reconhe- er o fenômeno da transformação cultural, o mesmo pavor. esconjurado com
cimento da permanente existência do homem numa “era tecnológica” e da ve- eandente furor. As maldições de Isaías contra a Babilônia prostituída nada têm
rificação de que o conteúdo das cras sucessivas muda constantemente. Temos aver anão ser no enunciado verbal. com a abominação dos costumes ou a pro-
noste particular um frisante exemplo da validade delei dialética geral que ex- anação representadas pelas crenças politeistas. ixprimem apenas a indigna-
prune a passagemdas variações de quantidade às de qualidade. ão de um pequeno povo atrasado e seminômade. possuidor tão-somente de
A tecnologia de cada fase histórica permite a ampliação da capacidade hn- éenicas rudimentares. ao se sentir subjugado por umaccisilização cosmopolita.
mana de domínio da natureza. com as correlatas elaborações teóricas. apenas tão a mais grandiosa. servida pelas técnicas mais avançadas. À incriminação
até certo ponto. Fica assim traçada a área de expansão do conhecimento e de da teenologia e os falsos dilemas que a respeito dela se formmuilany só apresen-
produção de utenvílios. máquinas e objetos possibilitada pela técnica do perío- mde original à terminologia com que se expressamem cada época. No mais.
do em apreço. sempre em evolução mas sem mudar de base. Quando porém : fgata-se da manifestação da mesmaespécie de ingenuidade que sempre existiu
elaboração de projetos criadores que wma fase tecnológica propicia começa a passado e continua a haver na atualidade. +ó revelando o pensamento sim-
declinar. geralmente porque se esgotaram suas possibilidades de revelação de lista e reacionário dos profetas de males de todos os tempos.
novos aspectos do universo. a capacidade humana de apreensãodarealidadee incidem porém numa simplicidade equivalente os boquiabertos adoradores
de invenção de instrumentos de ação. materiais ou teóricos. não estaciona. Ao tecnologia. ao exaltarem-na como obra exclusiva de nosso tempo. Assim
contrário. é impulsionada pelo próprio fato de esbarrar nolimite do possível ocedendo. conforme dissemos. estão na verdade enaltecendo a estrutura so-
daquele momento. na verdade a manifestação sensível da contradição com que gial a que ereditam o mérito de haver promovido tão admirável progresso.
9 homemse depara emtal momento. Resolvendo-a. tal seja o caso. adquire no- onsiderar sem paralelo o avanço da história. agora espetacular. representa.
vo conhecimento. quevirá a ser origem de projetos criadores de instrumentos. em termos absolutos. uma ingenuidade. e no entanto É evidente que tal pro-
logo postos em prática. Acontecerá com frequência cada vez maior. à medida gresso se vem acelerandocrescentemente. Apenas. torna-se preciso reparar que
que se acelera o progresso do conhecimento, que as novas aquisições nãose cn- base avanço e aceleração sempre existiram. fazendo-se por saltos equalitativos
fileivem na mesma linha das precedentes. mas imponhan o salto para outro equivalentes nos atuais, ocorrendo em momentos impresisíveis. À aceleração
plano. inesperado erico de consequências fecundas, que a inteligência enteu a da qual vestiltow a suposta primeira “ecra tecnológica” foi, de fato, uma fase cpi-
explorar. elaborando projetos produtores de máquinas. procedimentos de ação sódica de um longo processo sem fim. O mesmodiríamos se nos trasladássemos
e explicações teóricas. Inicia-se então novo estágio da evolução tecnológica. para o passado. para a época da expansão marítima no amundo meditertânco
Deste modo. concilia-se o reconhecimento da aceleração do progresso Iécni- Murate a civilização egéia ou para a do emprego do vapor nas primeiras má-
co. que leva os observadores e comentadores filosóficos destituídos de visão mumas labris. A eciação tecnológica de qualquer fase histórica inflhni sobre o
dialética a julgar única e inaudita a presente epoca com a compreensão da téc comportamento elos homens sem por isso entretanto haver o direito de consi-
mica enquanto caráter existenetal da ção Duma MN cmeseneia ala menção alu
º dera lo eo tube fade da fustoria Apenas explica tmo estado de ussonibro e” desnor
ed
S
teamento. e a correlata “crise dos valores”. por motivo das profundas modifi
Mraro Vieira Pinto

“ações nos hábitos sociais. nas formas de convivência e comunicação e nas res- CAPÍTULO
pectivas manciras de pensar.
Se reconhecemos ser tal fenômeno constame em todo o curso da evolução
bumana. só nos cabe investigar à natureza das transformações agora em anda
mento. transportando-as para o âmbito da análise histórica « filosófica serena
e objetiva. sem estigmatizá-las nem endeusá-las. À atitude crítica situa-se na
linha intermediária entre duas vertentes ingênuas. Conseevá-la é difícil, mas O HOMEM E A M“QUIT'A
imprescindível. Veremos. então. que só à luz das categorias fornecidas por es-
sat forma de pensar chegaremos a compreender o conceito de um suposto fato
ingenuamente denominado “fenômenotécnico” que. naverdade. não represen
ta fenômeno algum. mas simplesmente um dos modos de ser do homem. Na N mbora de há muito as concepções relativas ao significado filosófico da
tentativa de entender o que se chama técnica e tecnologia. e à influência exer máquina venham ocupando a atenção dos pensadores. o interesse por
cida na definição de cada período da existência humana. se não submetermos À este tema tornou-se mais vivo na época atual, Explica-se em conse-
nossas considerações aos critérios da história natural da realidade biológica e Úência do aparecimento das formas de trabalho automatizado e da invenção
social do homem. permancecremos desorientados. Procuramos compreender máquinas reguladoras e cliretoras de linhas de produção. Diversos setores de
uma suposta realidade em si. denominada “técnica”. os produtos. o» mecanis nsamento formulam a questão. agora de tanto vulto na reflexão dos teóricos
mos. 0» procedimentos nos quais se materializa, e 0 tempo histórico cm que cibernética: é o homem o único ser a quem se possa atribuir a qualidade
aparecem, rotulado com a marca “era tecnológica”. sem notar estarmos proce ensante”. ou as máquinas de nova espécie devem também ser consideradas
dendoàs cegas. porque não nos munimosdo essencial. as categorias lógicas. os ssuidoras de pensamento? Sob muitas variedades aparece esta mesma inda-
modelos de pensar adequados ao problema investigado. Nos capítulos seguin ção. O que nela há de significativo. e nisso reside sua real importância. é co-
tes ofereceremos algumas indicações que. se tivermos razão. esperamos levem sr em termos claros o problema da definição do pensamento e seus limites.
a corrigir 0 defeito das formulações simplistas a respeito do tema. Depois do á esta faculdade exclusiva do homem. e cla se encontra só nesse tipo de or-
exune do significadoda máquina e dos maquinismos na perspectiva do homem nização ca matéria. ou pode transferir-se. pela ação criadora do próprio ho-
que é o criador deles, importa-nos chegar ao ponto central do problema tcóri m. para outras estruturas materiais. os autômatos. as máquinas. especial-
co. a definição da técnica e da tecnologia. ente aquelas que não operun apenas conva simples modalidade mecânica de
ovimento. mas utilizam formas superiores de energia da matéria? Às conside-
ções habitualmente lidas a respeito do problemivencerrado na alternativa aci-
a exposta são na maior parte inaproscitáscis. porque. não possuindoo rigoro-
esteio da concepção histórico-dialéuca. desenvolvem-se no quadro do racio-
guto formal, quase sempre de cunho impressionista. Pouco contribucim para nos
eamiuhar ao cerne da questão. Estasó foi verdadeiramente suscitada pelo ex-
evedinário impulso da produção automatizada em nosso tempo e pela criação
de máquinas capazes de executar operações lógicas e matemáticas que antes se
Jnlgava só poderem ser realivadas pelo cérebro humano. Vista deste fato. a
pergunta tomou contórtos mais agudos e maior atualidade. Só é lícito esperar
que venha a ser corretamente respondido quando for empregado o devido siste-
meo loga o de analie que peemtica dache o sentido e acunilaca relleção que
(Ri
ginas e instrumentos forma apenas o segmento mais avançado. mais recente.

tecnologia
a deve resolver, Por conseguinte, só a lógica dialética, com a aplicação das leis
Alvaro Mcira Pinto

gerais que exprimem todas as formas de movimento do mando material em seu do desembocar na atual “era tecnológica”
curso histórico. está capacitada para nos colocar na trilha do adequado entendi Quandonos referimos à necessidade de reconstituir o curso do processo his-
mento. ico que culminou na complexa € superior maquinaria atual, não estamos re;

O Conceito de
+ primeira coisa a observar é a inopormnidade da atitude que consistisse mando a consideração do simples relato lústórico do progresso na criação
em partie do estado atual do universo das máquinas, tomando-o por dado ini maquinismos. A história por nós reclamada é aquela que começa com a cons,
do primeiro
cial imediato para descobrir a essência dos engenhos que o constituem sição do próprio ser humano. É a que irá ver no aparecimento
mani-
tereditar que. uma vez facilmente encontrada. essa essência ou significadolo nsílio ou dispositivo ao qual se possa dar no nome de máquina uma
de
go a seguir dará resposta à pergunta primivisamente formalada define engano tação doprocesso evolutivo biológico do homem. chegado. emão. ao grau
a
a eliminar desde 0 primeiro momento, se quisermos colocar a questão em con nço suficiente para que esse animal antes obrigado. como os congêneres.
dições de receber a verdadeira resposta. izar 00 atos necessários à conservaçãoda vida com 0 emprego exclusivo dos
ubros. começasse à divisar a possibilidade de combinar objetos do mundo
1. O fundamento da compreensão da máquina conse-
Cos Ou em conseguir o que os movuneatos do corpo desarmadonão
0 fundame nto pa-
O problema do entendimento da máquina. desde a mais simples até os mais mm realizar Na história natural do homem encontramos
. suas
complesos computadores. não começa com ela e sim como seu antecedente na empreendera reflexão que busca interpretarosignificado da máquina
o assun-
tarado o homem que a cria. Nem mesmoé suficiente a perspectiva histórica. = idades intrínsecas e limites. O vício das reflexões habituais sobre
for apenas formal, considerando as máquinas à parte do seu desenvols imento pastriba cm partir da máquina, mesmoaquela cronologicamente considerada
milenar, e das relações com as exigências sociais da produção. À história da is primitiva. como um dado. Ora a máquina nunca é dada. é feita. do ter
parti-
máquina porsi não explica a máquina. O que a explica é a história natural do rado neste fato ou não ter compreendido que ele é 9 único ponto de
-
homem. Às máquinas que nos cercam. e das quais dependemos cada vez mais válido para qualquer possível reflexão sobre a máquina é a falha aniquila
não no sentido trivial da frase mas no sentido autêntico, existencial. são O te das concepções formais até aqui empreendidas. O engano. esterilizador de
expli-
suliado de umlongo processo de acumulação de conhecimentos a respeito das das as reflexões ulteriores. consiste. mesmo não sendo dito ou pensado
propriedades dos corpos. dos materiais e dos fenômenos da natreza, Somente rente em julgar a máquina um objeto físico existente por si. € nãover nela
o procedimento indagador que coloca a questão da definição da máquina em artefato no qual está incluída necessariament
e a referência a um autor. «que

termos antropológicos. retirando-a da vulgar descrição histórica. alcança a de


vida compreensão. Se partimos do fato empírico do presente estado de desen material, O engano apontado poderia ser chamado a crença na espontanei-
exibe. sem
volvimento dos maquinismos. ainda que dos aparelhos chamados “pensantes” prio da másuina. Significa aceitá-la na matetialidade imediata que
“caleuladores”. “projeradores”. assumimos desde logo uma posição obliteradora ar em conta o pensamento nela incorporado.
de nossa visão imelectual, impelindo-nos para os modos formais e indutivos de Esta primeira observação já abre caminho para a percepção da ingenuida-
pensae nos envedando em perplesidades. Temos de admitir que o tenta ares a Candamental oculta sob os termos da alternativa enunciadano início do pre-
a-
tudar exige dupla e complementar atitude de pensamento. De um lado. é im te capítulo. Se porém compreendermos à máquina nela vendo a manifest
perioso conhecer os fatos históricos do desenvolvimento das máquinas. que não normal do processo de hominização. inverteremos o nosso ponto de vista e
são senão a descrição do progresso do conhecimento das forças naturais eres saremos a procurar no curso desse processo. nãodigamos o momento cxa-
contemente dominadas pelo homem. Mas. por outro lado. essa dustória de fatos ente aconteceu o surgimento do premneir
o mstrumento. pols tal proc ura

destina-se à servir de material para as reflexões filosóficas que su ineluirão mn Ro tem sentido preciso, velerindo-se a um fato imposshelde situa eronologi
verdadeira história que importa traçar a da capacidade eriadoce do homem máquinas em geral.
esurente mms cm bises ala perssibilidade decconstrução das
ou seja. a da própria hominização da qual a longa «cqueneatde tensos ima criação dns mnequi-
Vemos logo que a questão se resolve para fobia a eme da
| 75
nas. desde o mais simples utensílio. um pocrete. um machado de pedra ou um sivelo mas 0 fato decisivo e inédito, que então se impõe na história da ma-

O Conceito de Lernologia
VMvaro Vicira Pinto

tronco que permitisse o primeiro ensaio de navegação. até os dispositivos ele. ria viva. foi que. ao contrário do que continuará a acontecer com os animais.
trônicos mais sutis € complicados da atualidade. + evolução dos maquinismos ese conservam em relação direta com o mundo material. do qual cada indi-
é na verdade a evolução do homem enquanto ser que 0s constrói. Não se jul peuo retira os alimentos e outros bens de que necessita. 0 homem não serela-
gue tratar-se apenas de umreflexo externo do processo antropopoiévico. mas da nará mais diretamente com a natureza. não sofrerá imediatamente à sub-
sucessão do» índices mais significativos do curso desse processo. chegado àeta Erão a suas leis. porém entrará emligação comela chaleticamente. isto É pe-
pa atual das culturas mais hominizadas. medidas pelo poderio de domínio da interposição da organização social. Por isso. as leis do mundo inerte não o
natureza e pela possibilidade de conceber as formas sociais de convivência mai leminarão mais direta e exclusivamente. e sim pela mediação das leis sociais.
fratcenas. Temos portanto de procurar descobrir que condições peculiares exis à» começam a ter vigência quando se instala. para o novo ser, a possibilida-
tentes no animal humanolhe facultaram realizar-se biologicamente com a qua e logo a seguir. a indispensabilidade dotrabalho. que serãoprincipal fator
lilade de construidor de máquinas. Compreenderemos imediatamente que tais formação do homem. constituindo a base da cultura e da linguagem. Na
condições se resumem noestágio peculiarçe único em todaa série animal. atin dade é o alicerce do pensamento racional. capaz de abstrair em conceitos
gido pelo processo de constituição do sistema nervoso humano, obrigado a Biversais as cópias dos objetos e das leis da realidade natural, Eis por que a
exercer as funções de dirigir e coordenar a satisfaçãodas exigências da vida ve prropogênese não pode ser explicada exclusivamente em função da evolução
getativa em um âmbito de relações sociais de produção dos meios para subsis elógica, mas exige a intervenção das leis sociais. O darwinismo em sua ex-
tir. O animal que evoluirá para o tipo zoológico de homem bumaniza-se no cur ssão inicial, embora representasse uma das mais extraordinárias revoluções
so do processo durante o qual começa a produzir para si aquilo de que neces progresso científico da consciência humana. especialmente pela pesada car-
sita. mediante a cooperação social, Antes. podia vagar como qualquer outro. elos tradicionais conceitos obscurantistas e idealistas que negoue alijou. não
isoladamente ou em bandos, olúendo os bens indispensáveis graças ao próprio prlia deixar de ser ainda uma concepção formal. linear. e porissolimitada. só
esforço. porém só se humaniza quando se destaca dessa situação ancestral e «e lo à Horescer na legítima teoria antropogênica quando o pensamento filo-
põe a produzir em conjunto con os semelhantes os bens de existência. Essa ço configurou o ponto devista dialético nãoidealista. Percebeu-se. então. o
transformação. que defatosignifica um salto qualitativo no curso da evolução pel culminantenessa transformação qualitativa do desempenho do trabalho
deve-se à progressiva complicação ocorrida no sistema nervoso. tanto nos di pdtivo a partir da criação de instrumentos de ação voluntária sobre a natu-
sãos analizadores quanto nos centros receptores e coordenadores. até ornível do por parte de umserjá suficientemente hominizado. que o podia realizar
córtex cerebral. que havia estabelecido as condições fundamentais de seu regime de vida. a
O surgimento do homem deve-se a tm salto qualitativo no curso da exolu ivência no âmbito da sociedade. O homem só conheegrá eutilizará os ele-
ção biológica. Embora seja impossivel assinalar a data desse evento. sabe-se em sro naturais mediante o trabalho que executar mas o trabalho. ignorado
que ele consistiu. sendo fácil apreendê-lo quandose comparam dois momentos és espécies de animais irracionais, é um fatosocial. € porisso só por meio
relativamente afastados. pertencentes um ao período da gencalogia dos prima o homem terá acessoà realidade física. O conceito do “elo perdido”, ão
tas. outro especificamente brumano. pelas características culturais que exibe pulga virado na época do aparecimento das doutrinas evolucionistas. não passa
Realizou-se quandoas transformações anátomo-fisiológicas, que vinham oco! vma noção ingênua. uma ilusão. simplesmente porque jamais houve o “elo”
vendo. compondo a série animal em seus grãos de desenvolvimento ascenden pevrado. O aparecimento do homem. por diferenciação a partir de um tipo
te. passaram a subordinar-se a outra sucessão de fenômenos de caráter qual polde anterior, fez-se por um salto qualitativo. que o animal já então do-
tativamente diverso. superior. 0 de ordem social: À partie daí declina a impor Bulas condições orgânicas exigidas foi capaz de realizar ingressando em no-
tância aparente da exolução biológica. agora substituída pela forma dominan peter da evolução geral da matéria. o plano social, Logo que tal fato acon-
te. a evolução social. de que a cultura o aspecto primordial, Daicm diante Doado Huesano Enostro se capaz ee produzir mstrunCnTOS. prover por atos

relação do homen continua em seu substratos a mer feita com a natireza poi pelutivos a propane esistóncaa e desenvolver a capacidade de celletim a resli-
senta obtenção dos elementos atua que suites do viela Drasetacianio es aeno
[77 |
|
o
Alvaro Vieira Pinda

nervosos. de onde lhe advém a possibilidade de pensar mediante conceitos abs rem às máquinas como extensão dosistema niuiscular do homem. Com o sur-
tratos. de falar e de criar à cultura em estado social. pento da era cibernética. a opinião dos comentaristas ampliou-se. Come- =
vãão devemos
ve leao que Vaa evolução
julgar p a do sistema
: : um process &
nervoso seja uma ver nas máquinas de controle e computação a extensão da inteligência
autônomo. incondiclonado. do qual derivaria espontaneamente a
capacidade máquina. considerada agora capaz de substituir o esforço mental quando

O Concvito de
humana
ane de I produzir.
uzic em
em regime de de convivênc
cegime convivêneia,
i Os dois
is são
sã processos stimultá
I mes só adiviava o homem da labuta braçal. Parece só até aqui terem chegado
neos, em imercorrelação dialética. O animal em via de humanização tanto utores que procuram relacionara máquina com a natureza do homem. Os
de
settvolve 0 sistema nery 050 porque trabalha em cooperação social com 05
seme fase pré-cibernética alcançaram essa conclusão levados pela observação tri
Ihantes. quer na aurora da história quer atuabnente. quanto Só é capaz
de tra é de que os dispositivos mecânicos de funcionamento do corpo humano, espe-
balhar em conjunto e de estabelecer relações sociais de produção porquedis mente os movimentos dos oss0s. mostram claramente obedecer às leis da
põe dos órgãos nervosos capacitados para tal efeito. Basta esta única
proposi ânica. ou melhor. comportam-se como instrumentos mecânicos. Por isso.
ção para revelar a insuficiência do método formal de exame. que em caso pr no movimento dos braços ou das pernas um jogo de alavancas. aciona-
al
gum formularia o problema nestes termos. À implicação recíproca. não pelos músculos. que atuam como fornecedores de energia. Tal ponto de vis-
formal
mas dialética. visto tratar-se de um processo do mundo objetivo. conduz a ace pevela-se fisiologicamentejusto em primeira aproximação. Mas está ainda
tara bilateralidade de qualquer aspecto desse desenvolvimento evolutivo. 4 ge de situar-se no legítimo ponto de partida para a análise do problema,
verdade simultânea das aparências opostas e a necessidade da compreensão emos dizer, relativamente à máquina mecânica. que esta representa muito
sintética dinâmica que as unifica. Se o fenômeno biológico da evolução do s uma extensão do sistema nervoso do homen do que do sistema moscular,
mundo material é que nos dá o fundamento para interpretar os maquini po mais forte razão este raciocínio aplica-se às máquinas cibernéticas. embo-
smos
torna-se claro que é preciso. desde o prunciro momento. aplicar o sistema
das paequi a relação com o sistema nervoso assuma significado qualitativamente
categorias dialéticas. O surgimento da máquina tem de ser entendido ao rente. Será preciso apelar para outras categorias. a de modelo. por exem-
longo
de um processo compleso. contraditório e de mútua dependência.
À máquina nc estabelecer formas de relacionamento superiores às das máquinas ele-
cesume uma forma de ser do homem, um existencial. enquanto realizaçã miares. É um engano pensar que desde a entrada na era dos autômatos e dos
o es
pecífica do homem. que nenhom animal é capaz de efetuar. Não é possível Memputadores eletrônicos ficou superadaa reflexão sobre as máquinas simples,
po
tamo entendê-la desligada do criador, como tampotco este revela sua ânicas. térmicas om elétricas. Ao contrário, se as instalações cibernéticas
verda
deira essência se não incluiríios ta compreensão dela a faculdade mecanop recem a máxima atenção enquanto representam o estado atual da técnica
orn
tica. À origem da máquina encontra-se particularmente na capacida
de huma js avançada. só chegaremos a compreender os problemas fundamentais por
na de projerar a que já nos referimos. Essa forma especial de funcionamento propostos. especialmente os referentes às relações com o homem. partindo
do processo nervoso. em virtude da qual as percepções recolhidas do mundo consideração dos casos historicamente mais antigos e intrinsecamente mais
tornam-se origem definalidades. é queirá manifestar-sena criação das meg oples. Iremos encontrar nesse grau inicial a raiz do raciocínio dialético que
nas. que apenas combinam as propriedades dos materiais e dos fenômenos. levará. depois. sem quebra de continuidade. a explicar a questão presente
im
póem-lhes novas formas e permitem a utilização das forças naturais para satis a relações entre as máquinas automáticas e auto-reguladoras e o ser humano,
fazer o projeto concebido. O projeto não seria possivel sem a correspondente O homem não fabrica a máquina. mesmo a mais primitiva. copiandoo fun-
lu
culdadeintelectual. dependente da regularidade de certas reações Dioquími amento de seus membros ou de seu cérebro. que não conhece suficientemen-
ca:
da célula nervosa, mas tampouco O projeto seria exequiivel se não se
valesse da kabrica-a porque a inventa. a projeta. sendo para tal necessário possutr um
correta captação. em imagens abstratas. das propriedades dos corpos. entre o com emente de informações sobre as qualidades das coisas para condi-
sa
quais sobressai a de poderem ser fontes de energia. av sets movimentos operatórios a esse projeto de ação. convertido em fina-
Vários autores pertencentes à época anterior à cibernética Dzeram CXCUISOL = de conscientes Entre as percepções queç no estado social vigente da produ
ocasionais neste assunto. equase sempre sem suficiente fundamento metódico dose e dado ter encontram-se as do poder energético dos corpos € fenôme-
Poeeria parecer haverem amecipado alguma coisa de quinto aizemos quo
se ge tm fai aa, Nao mpetias ve o não ate tag) incenedio tias substâncias combus-
o
“4
o
“e

O Conceito de Tecnologia
tisveis. ou 05 corpos pesados esmigalharem. quando caem, os mal c singulariza ana-
festadas no plano de suas representações psíquicas — define
Alvaro Vieira Pinto

corpo humano.
os triturarem quando são repetidamenteesfregados. Essa observaçã tureza do órgãocerebral. distinguindo-o de todos os demais do
ivo. são imu-
também possuída por um antropóide, converte-se no ser homvnizad adaáritos às mesmas funções. as quais. possuindo caráter vegetat
gem à qual se condicionará a sua atitude. no sentido de desejar repc ua emergência de fumn-
táveis. Às idéias representam cm sua evolução a contín
de vida vege-
observado ou de imaginar empregá-lo para conseguir detecininado cle viminéditas do sistema nervoso. porque. ao contrário dos órgãos
é a de pôr o
essa mudança revolucionária. representada pelo projeto de fazer aquil euiva. resultam da atividade do único órgão cuja função geral
relacio-
natureza faz, tem lugar a entrada daquele anúmal na senda quelevará à homem em contato com o mundo. Sendo infinitas as possibilidades desse
vida de relação.
nidade. Se a princípio pode ter procedido por um gesto puramente imita mamento, compreende-se que exijam outras tantas funções da
idéias par-
certamente na maioria das vezes ineficaz, depois de se haver apossado de vada qual definida por uma determinadarepresentação. que serão as
conjunto suficientede conhecimentos. com um mínimo de valor abstrato. neulares concebidas pela inteligência.
ução de uma
Ja máquina reúnem-se dois aspectos fundamentais. a constr
Y L
cobrirá o modo de dispor os objetos a fim de reproduzicent o efeito desejn
o ser multiplica-
Nãopoderá. está claro. produzir 9 raio à vontade. toda vez que necessita do “estrutura material e a aplicação de forças naturais que deverã
na é o mais simples
go. Mas terá seguramente observado que um dos eleitos do fogo é desprende “las pelo dispositivo estruturado. O tipo mecânico de máqui
nte pealizável
calor, do qual se aproveita, e então associará esta idéia à das ações ou circims aparece em primeiro lugar em virtude de ser aquele imediatame
tâncias exteriores que igualinente dão origem ao calor. Se estas. por exemplo o ogia das máquinas 0
vela aplicação da energia muscular do homem. Na geneal
porque elas surgem
atrito de dois pedaços de pau. lhe ão acessíveis. perceberá que a finalidade de Einciro motor é o homem. e isso em duplo sentido: ideal.
de engendrar: e
obter o fogo, oferecida casualmente pelo raio. pode ser atingida pelo processo Legjeto que só a constituição cerebral do homem é capaz
ra fonte de mor
de atritar substâncias combustíveis. O logo. dat em diante artificialmente pro iterial, porque à energia do corpo humano constitui a primei
duzido. é resultado de uma idéia. que comanda o esforço muscular. Não é mus e engenhos mecanio
CHÃO A ser aplicada aos mais primitivos instrumentos
fogo namiral, mas fogo industrial. Resulta do aperfeiçoamento fisiológico dos ho para um indli-
Vas as máquinas não se destinam à realização de trabal
no seio de uma
centros cerebrais. e assim continuará sendo até a construção das mais prodígio isglado. O projeto decriá-las só podeter origen e sentido
normais de pro-
sas máquinas de hoje. O cérebro não foi dado ao homem com a capacidade de tado. de um grupo humano ondejá vigoram relações
operação ideativa e de comando dos atos musculares inteiramente acabada. Ao na no proces-
a considerações anterivres. admitindo a origem da máqui
devem obs-
contrário. é um órgão que se acha em pleno curso de de envolvimentofisioló avico de desenvolvimento do sistema nervoso humano. não
invenção
gico. seja com o aprendizado de idéias já constituídas. conforme acontece na + muito menos negar. O fato de só ter começado a haver essa
a de
criança ou nos adultos queas recebem de outrem. seja com acriação deoutras “homens se elevaram a umcegimesocial de produção. na históri
originais. pelo pensador. matemáfico, físico ou técnico. Toda idéia recém-in istir. À máqui-
GaÇão enquanto seres vivos. Só emão a máquina pôdeex
realização
ventada constituía bem dizer nova função da biologia ecrebral, pois necessita wanterpretada como delegação do conjunto social para a
não se com
para se constituir e permanecer armazenada na memória. ter por base proces gHho que beneficia a todo um grupo humano. Por isso.
expost-
05 bioquímicos até então jamais realizados no psiquismo da espécie humana igada deste fundamento. Já encontramos. mencionado em
a à má-
Os indivíduos que as criam na esfera da subjetividade têm delevá-las à práti immárica. 0 conceito de “delegação” da capacidade human
de
ca. quer no enunciado de concepções tcóricas sobre a realidade, quer na [abri naturalmente. que a transferência apenas teve lugar depois
cação de dispositivos. montagens ou mecanismos completamente originais ão. Não
náquinas antomátitas e de processamento da produç
e por
Cada idéia que o homem cria pela primeira vez constitui unia nova função ce ne que a delegação é constitutiva da essência da máquina.
vebral que adquire. pois representa um diferente tipo de relacionamento de sen qtoo surgimento do primeiro e mais elementar
maquinisimo me-
ser com o mundo. seja porque o apreende de modo inédito. seja porque ganha profunda
desprendido do simples instru-mento. db: Tião e .
com essa representação um instrumento, até então inexistentes de ação sobre a “ts nervoso
do sistema PR | DO
que * caarkt
equeo
1 desenvolvimento
' i MW

realidade. Este traço — infinita multiplicação de suas funções Irologacas mute nbs condi Thelor due) CENCECILCLO mem ni dos Sets eleitos o ee
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so
o
acontece graças à extensãodo primeirosistema de sinais. que designam pro
Marto Maecrra Pinto

O Conceito de Tecnologia
jnas possibilitun expandir as relações do sistema nervoso com a natureza.
pricdades imediatas darealidade. a um segundo sistema. o qual. simbolizando pa espécie de mais rica aquisição de conhecimentos. quando a verdadees-
0» resultados do primeiro. permite a comunicação dos indivíduos uns com os o modo de pensar oposto. Ceneticamente. é porque o sistema nervosoevo-
outros. por intermédio da linguagem. Sem esta também não haveria a máqui vaté o ponto de poder fabricar máquinas. e vem evoluindo até hoje. que
na. não apenas porque seria impossível a conjugação de esforços individuais » cconomizamotrabalho muscular do homem. O exercício desse trabalho
para a construção dela. a transmissão de instruções para usá-la. entre 05 con originalmente necessário. pois semcle não se expandiria a área de apreen-
temporâneos e 0+ membros de gerações sucessivas. mas sobretudo porquefal à perceptiva que os órgãos cerebrais vão se tornando capazes de realizar.
taria a condição básica para estabelecer a necessidade da máguina. a saber, à “a partir de certo estágio do desenvolvimento introduz-se um processo
necessidade da poupança de esforço. Este último conceito só temsentido emdi traditório. historicamente manifestado porfases alternantes. no qual por
metisões sociais. Supõe a existência da transmissão de informações entre os lado o trabalho executado pelas máquinas revela-se condição para aliber-
membros da grei. para levá-los a operar em conjunto um projeto comum. ão de maior quantidade de encrgia mental. destinada a dar ao homem. em
Querno empregode uma vudimentaralavanca, no lançamento de uma pe ação social. uma compreensão mais ampla e profunda da realidade nateu-
dra ou flecha pela funda oupelo arco, quer na fabricação dos mais complica Porém. de outro lado, uma vez adquiridos os resultados intelectivos pro-
dos computadores, só a sociedadeoferece o fundamentoreal. a motivação pa jados ao homem pelas máquinas possíveis em certa fase histórica. inclusi-
ra a descoberta dessas criações humanas. Sem dúvida será sempre algumindi constituindo-se em instrumento para a deliberada investigação das pro-
víduo quem chega a conceber a idéia do projeto e descobre. às vezes confusa dades dos corpos e das leis do universo, as aquisições coguoscitivas serão
meute. algum esboço do modo de coneretizá-lo mum dispositivo mecânico on regadas no projeto e fabricação de uovas máquinas. de grau superior. e
de outra espécie. Mas a sociedade não só o anvilia na elaboração da idéia. ao un por diante. num curso semfim.
mostrar-se receptivaà elaboraçãodo projeto. como possibilita a realização des Cada vez mais 0 homemse exime do trabalho muscular ou o torna menos
te na construção da máquina. sobretudo pelo reconhecimento comque o pre wo. pondo as máquinas a trabalhar para ele. Mas o principal proveito tira-
mia e pela incorporação do engenho ao acervo das utilidades comuns. sem a dessa desobrigação será dispor de maior soma de conhecimentos. e portanto
qual a idéia. ou mesmoo protótipo concluído se perderiamporfalta de interes novas e mais numerosas vias de relação com o mundo — as idéias —. que em
se. O papel decisivo da máquina. tanto nas cras mais remotas quanto agora untorepresentarão mais energia mental. O incrementode saber e de meios
comiste em modificaro sistema de relações de produção do homem mediante e realizar uma práxis socialmente mais produtisa irá facilitar ao homem in-
u ampliação da rede de ligações com a natureza. dando-lhe a possibilidade de ar novos instrumentos € maquinismos para penetrar no âmago da realida-
praticar formas de açãosobre os corpos e as forças naturais. formas que signi e captar-lhe os aspectos profundos. especialmente as forças latentes nas pro-
ficam o aumento da capacidade de domínio do mundo circunstante. Essa alte ades dos corpos ou na estrutura íntima da matéria. Quanto mais podero-
ração estabelece um melhorrelacionamento qualitativo do sistema nervoso do us máquinas. quanto maiores a cnergias libertadas. maiores esforços inte-
homem com a natureza. vais exigirão da parte do homem para dominaras colossais forças que co-
user capaz dedirigir. para delas tirar os resultados desejados. Ao contrá-
do que muita gemediz. as máquinas não encerram seu papel ao libertarem
2. A evolução das máquinas e a libertação mem do esforço muscular. mas exatamente acarretam parcele a necessida-
das energias humanas de mais intenso edifícil esforço inteleciual para apoderar-se das possibilida-
de ação útil nelas contidas e dar-lhes prosseguimento na prodação de outras
Porser assim é que a máquina lhe irá poupartrabalho mascular e atual demais eficientes. Se foi possivel surgir aquela impressão comumente repe-
mente. com as máquinas computadoras e de contudo. poupar também traba tab se dese a uma observação superticial e de caráter apenas estatístico.
tho intelectual. e não o contrário. conforme habitualmente se pensa Vários ssdecando we cd trabalho muscular das massas, este é nas áreas metropolita-
autores julgam que, sendo vm meio de economizar teabilho amamentar ps toa eder ienemte elimminanatado ema prroproraçõees relativas para cera parcela de tras
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Se
-
-.
balhadores. Permanccendo privados da instrução intelectual necessáE : Ni
diíduos. "apaci -se. pela manutenção da vida. a realizar o plantio do
Mivaro Vieira Pinto

O Conceito de Teclulogia
capacitando-se . pela manutenção di sida. a realizar pla
riZaçã com os difíceis
linvização eni problemas das ciências.
“Amei o resultado é4 oalíx
. muinto gia produzida
produzida e em cadadsaite
safra terminaaao ser consumida pe-
no seguinte. energia I
à mental impli
são icipaçã no avanço do conhecimento.
implicada pela participação : los indisíduoss queque se alimentam. e a prosa
se alimentam. prova estáesti nofato
E de ser I preciso repetir
I a
ei recebido
tanto benefício ; com a máxima
Ni fc a diminuiçãodo
satisfação. miici esford “sa sementeir: “ríodo
mesma sementeira no período seguinte seguinte. No campointelectual, ao contrário. to-
I é é
proporcionadopela
i vacã Deixamos
mecanização. ; de lado porora nesta consi: daa contribuição
contribuição permanece
permanece incorporada
incorporada aao
o :acervo do saber
a dates
espécie e vai
Í
iai negativos
0» aspectos sociais Nos i
impostos ; ã à numerosos outr
por esta situação ificar riações intermináveis
hutificar em criações intermináveis nana sequência de pesquisadores e pen
pensado-
seq a pesquis:
balhadores. prejudicados porela
€ « . 1“ «a.
ves que marcam a história do conhecimento humano. Pode se dizer que en-
, ; . . . . ; imeiro caso. . ispêndio
Se. porém, considerarmos à sociedade desenvolvida em totalidade. a( quanto no primeiro caso. do dispêndio « de energia o
muscular o crescimento
:
nai de pesquisadores
: ato
- o Cp o
de seus membros que desempenham a função científicos ese em
Inz=se e progressão
ogressão aritmética.
aritmética. no no segundo.
scg, o dis el intelec-
dispêndio de energia
; ; se assim
im nãofosse
não [ : a march : 0 aumento
: , e dádá em progressão
ogressão ggeométrica.
o trabalho intelecinal aumentado. pois cessaria dual, se : O esforço ç de criação aço cientifi-
conhecimento. Com o avanço do saber não há reduçãodo esforço humano ea distribui-se por um pequeno número de indivíduos dentro da sociedade. mas
soluto. Se tal acontecesse isso indicaria que o homem tecia sido vencido na a energia mental poreles gasta é sempre crescente. em função do próprio po-
sir - ato ão di áquin “oferecem
ta com a natureza significaria a estagnaçãoou o retrocesso biológico da espt erio das máquinas. que oferecemàà humanidade.
ameno
em geral. quantidades cada
Serie º “o
eie no segmento cultural onde agora se desenvolve. Defato acontece apenas? vez maiores de energias físicas. para dominare transformara natureza,
: ; do esforço muscular exigido
ieri das imensas
: h o . À
transferência massas de trabalhador a O homem criará“riará sempre
sempre novos
nov engigenhos. adimirando-se
f dos que
juca possui em
i para o campo dotrabalhointelectual
braçais i que. sendo desempenhado port
"
ad; .
la momento.
. . “ ee . me

mas: desejoso
ne de» subs tos. Tal
substituí-los. di st ibstituição
Ção representa
Te a umaune
. co co - - : icã ogr “onheci
número menordeindivíduos. dá a impressão de redução geral do trabalho hm vilição de progresso do conhecimento do mundo onde vixe. ve. o que existencial-
- o que exis é
ce
mano para a solução das contradições do homem com a natureza. À tran "Me “dizer
nte quer dizer de :solução
“ão de suas
de sua
contradições. + máquina realiza simulta-
Mes
É aequo resrtZe :
rência
ia Éé auspiciosa.
ii significa
jenifi à forma
: própria
pri de progresso biológico
iolósi da espn mte dois
unente doi objetivos:
jetivos: (a)
(a) dá-lhe
dá-lhe o | poder de | penetrar
ar mais
mo fundo no conhe-
; ; inári
cie. Quando consideramos a extraordinária acumulaçãodeà : , iverso. aa
ao utilizar
conhecimentos est vio do universo. utilizar àas energias
É do mundo físico para descobrir as-
par º
gidos para a formação de umfísico teórico ou de um bioquímico de peimeto 09 ainda iguorados da matéria: (b) amplia osistema das relações sociais de
elasse. percebemos a mudança de qualidadedo trabalho humano. a concent 4
ção dele em menorgrupodeindivíduos. mas não a diminuição. Para trabalha
com uma enxada basta um organismo com a força muscularsuficiente e à px
quena e estacionária quantidade de energia mental. Mas para a pesquisa no
campos mais avançados do saberexige-se uma preparação intelectual que ed
ve ser medida não apenas emtermos individuais. à formação pessoal dos cien ção das máquinas determina a transformação das relações ociato
tistas. mas em termos de toda à acumulaçãocultural da espécie. desde a auto a ponto de parecer a muitos observadores destituído» de ) o
ra dos tempos até hoje. Esta quantidade colossal de dispêndio de energia in a história da humanidadese reduz à da mena modifi-
leciual acha-se presente na atividade do sábio. agora trabalhando num labora mtondições de vida dos homens. por outro lado nao tt menos verdas
tório. À lei do progresso humanonão consiste na diminuição. em valor absoln pe O grau atingido pelo processo de desenvolvimento tas relações
to. do trabalhoda espécie, mas natransferência dele paras modalidades mun á cando. como pare culminante dele. o conhecimento e. de modo
nobres. mais difíceis. Tal é a forma que. para a etapa atual do desenvolrimen prt € que vit permatir O projeto ta construção de novas aequo
10 da hominização. toma a lei permanente segundo a qual a existência do ho vumenro aspecto o relações SQUiadis poderiam parecer dominadas
mem só se sustenta pela solução das contradições com o mundo natural O tro gu das enações técnicas. consubstanciadas nos maquinismosins
balho muscular aplicado pelo camponês no plantio e ma lavoura é devolvido salizar rindo parte do trabalho humano. pelo oegundo Ne
com grande acréscimo. em termos energéticos. pela cópia da sementenra, Comi “tis elifgoes sá são POssis ti» cotão obea de uma consciência ca-
esto trabalhadorse sustenta fisiologicamente e se torna ape rule catia oo nslizada
ita celeron lidade de see do menido Eutie os dois
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So
+.
. o - Vas
aspecias vigora. segundo dissemos, uma relação dialética de impl; vões objetivas nas quais se encontra. à percepção do desajuste entre as dispo- e
Alvaro Vieira Pinto

eso
O Conceiro de Ter nolo
ficando assimexcluída, por ingênua. a crença nos determinismos hi nibilidades de bens que, em cada fase do tempo. se mostra capaz de produzir
laterais, admitidos ora numora noutro sentido. ao sabor das prefer co sistema de relações que dificuliamo acesso a eles por parte dos componen-
viduais. tes clas comunidades. cada vez mais numerosas. é que cngendram as forças de
A maioria dos pensadores preocupados com o assimto parece incli mocificação da realidade. Sem dúvida. o aperfeiçoamento das máquinas c em
la concepção de que a história humana se identifica com a das produd «eral as grandes mutações da tecnologia contribuem para essas crises revolu-
meiramente mecânicas e depois hidráulicas, térmicas on elétricas. que monárias, mas não pela simples alteração dos hábitos de trabalho e pelo ofere-
cionam o modo de vida das populações. Essas produções influiriam pi cimento de mercadorias até então inexistentes. O efeito da introdução dos no-
nantemente sobre o sistema de convívio social, ao oferecer. às sociedades vos engenhos consiste cmfavorecera possibilidade de as massas tomarem cons-
ditas fontes de energia. de que se aproveitarão para fabricar utensílios « dência da variação expansiva das forças produtivas e do papel que a clas ca-
de constuno emvolume crescente. Chega-se assim à épocaatual, quandô a he. pelo seu trabalho comocausas primeiras dessa expansão. Quando vistos no
iência está literaltuente envolvida num ambiente maquinizado. produto dê ini panorama histórico. esses momentos singulares servem para assinalar os pon-
tiva humana. Porisso. esses pensadores de curta e confusa visão queixam-se tos de inflexão ou de ruptura noprocesso da consciência social, que caminha
a vida se ter tornado agora dominada pela máquina, perdida a dignidadeoi
ginal do homem. estrangulada a liberdade. não se conhecendo mais o amen
convívio coma natureza. O ser humano defronta-se com o dilema. expresso en
cores dramáticas. de optar entro à humanidade e a tecnologia. Esta situação
conforme dissemos. resulta da mais irracional fabulação. é umproduto quit
camente puro de perfeita consciência ingênua. Os escritores que assim se mn
uifestam demonstram nada conhecer da essência da história, apesar de entr
eles se ineluirem alguns dos mais eminentes historiadores profissionais. Nim
conseguem ver que a situação apontada agora como catastrófica sempre exi
fiu. embora. é claro, em graus de intensidade menores, quando visto do non
ângulo de percepção atual. O mesmo dirão em relação à nossa época os obsr
"adores do futuro. Quandoa tecnologia que se aproximativer desenvolvido a
mais fantásticas criações e absorvido os espaços da existência humana aula “imeira grandeza. marcando uma virada decisiva na existência ma-
devolutos, ainda “humanos”, nossa época parecerá aos sobresiventes da sum ritual dos homens. foi preparada nas fases em que vigorava a situa-
ploriedade atual uma fase idílica. onde à vida valia a pena ser vivida. onde 1 ra conhecimento ignorado, resulta das condições que precisamen-
homemgozava do direito de se realizar na plenitude de seu ser. “e concepção impressionista aqui denunciada incide no erro de jul-
Só fazemos aqui estas referências para denunciar o equívoco das formula Eepes=ca história humana são determinadas pelos seus produtos,
ções simplistas. que abstraem umaspecto do condicionamento recíproco dn a tade. e aliás é óbvio. estes só podem chegar a existir se forem
dados da realidade. privilegiando-o. no bom ou no mau sentido, e 0 opõe am J gde» para a respectiva produção. Ora, tais condições não se re-
demais. medianie ima oposição formal. dualista. irredutível. violando ma vo . Acionamento com os produtos da fase precedente. mas são de-
dade as condições objetivas do processo histórico. Ouve-se comumente alizo arelações entre os homens que irão fabricar os objetos atuais.
que certas grandiosas descobertas científicas om a invenção de máquinas um . His cas técnicas anteriormente conhecidas tenham papel de
a

preendentes revolucionarama vida humana. mas não se observa que este em + relações sociais têm sempre a primazia. e de fato
ciado representa apenas uma liberdade de expressão O que cefetis mente cover Bento de todas as realizações do homen À menos se adimi-
- A - 2, + .. . . - . . po .
luciona a existência do homem é o homem. Somente a consciencia eis eo METAS GRIPE RDNS dos do upo cibernético st gerson Mumneas as
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outras. emlinha exolutiva progressiva autônoma. temos de aceitar de na posse individual mas no uso social. que se instalará gencralizadamente

O Conceito de Temflogia
dsaro Vicira Pinto

o
dos homens. Portanto, na origem delas estão as relações entre oste quando chegar à época na qual os instrumentos de produção retornarão à sua
nos. que determinam a possibilidade. e a seguira uecessidade. de in vrigem. a sociedade de todos os homens, Quando. portanto. alguém se refere à
Sem dúvida. se tomarmos à parte a série ascendentedas máquinas'd relação entre o homem e a máquina. não deverá perder de vista o sentido his-
po. poderemos estabelecer uma sucessão. mostrando o grau de aperfei trico limitado de tudo quanto diz. vale para a época correlatisa. porque em
to crescente entre os diversos exemplares. Mas é preciso compreender « verdade cada uma das fases vividas forma a etapa de um processo maior. in-
aperfeiçoamento enquanto tal não é o da máquina porsi mesma. E colefinido. que conduz a entregar a máquina ao serviço da sociedade inteira.
consciência humana no conhecimento do mundo. refletindo-se na séri Não devemos ignorar. contudo. o outro aspecto. acima referido. sob pena
gressiva das criações mecânicas. de incidiemos, também nós, do equivoco da “ausalidade linear unidirecional.
à verdadeira finalidade da produção humanaconsiste na produção da Eh máquinas exercem profunda alteração nas condições de vida do homem.
lações sociais. a construção das formas de cons ivência. Realmente 56 0 hn Eae do aspecto quase universalmente privilegiado e percebido pelos escritores
interessa ao homenpois cada ser desta espécie só podeesperar benefícios orais. chegando mesmoa darorigem a um subproduto literário. de fabricação
outro congênere. e também sóa este pode temer. Mas. a criação das formas msativa. denominado “fieção científica”. Trata-se da concepção que esalia o
convivência significa a produção de bens para medhiatizar a ligação entre 0s d MP1 dos artefatos mecânicos e elétricos natransformação do mundo onde os
mens. “urge. pois. a necessidade da produçãoorganizada. planejada e conjuit ae vivem ou irãoviver. dando-lhes possibilidades inauditas de conforro.
tamente obrida no ato do trabalho. À máquina. que, em sentido mais geral “ QMOÇÃO. prolongamentodavida. realizações culturais. cic., insuspeitadas no
qualquertipo € posiçãona escala do progresso técnico. é o objeto da invenem 9. Na perspectiva filosófica. o essencial de tais romances consiste emfa-
racional do homem. tem por motivo imediato a construção de uma mediwo Cet que a criação das máquinas. por si só. altera as formas de com isência
mater,dal quesirva à sua verdiacdeira função existencial. a de constituir uma oa ty homens. Tal é a razão pela qual este gênero literário se reveste de ni-
ça impulsionadora dosistema derelações sociais. 45 relações entre o homento, sgntúlo ideológico. embora muitas vezes 05 primeiros a ignorá-lo sejam os
a máquina. interpretadas isoladamente cm seu contato direto. formam
o petit f
rios industriais do ramo. Desde já devemos apontar a raiz dessa escamo-
ro sistemade relações entre estes entes. Para a sociedade indiy idualista. muequal encobrimento do caráter ideológico. Consiste em ocultar aoleitor o
cada componente se julga autorizadoa captar para si o máximo de vantagem + qapc ial de que deverão surgir essas maravilhas mecânicas ou eletrôni-
privadas. esta correspondência. a chamada indústria. esgota o conteúdo diva ande a crer que nascerão diretamente das idéias. sem genitores huma-
nexão do homemcom a natureza. Porém. para a visão dialética. que comprecn igtos. os quais obrigatoriamente iêm ele viver em algum regime de
de o homem como um ser biologicamente destinadoa viver umavida gregua “ig que lhes permita dedicarem-se à atividade cientfica e tecnológica
distinta da existência animal pelo nível superior em que se desenvolve. o unel o icarem resultados positivos. 4 ocultação do fator político nas cogita-
cial. aquele em que todos estão predestinados a viver em dependência muntua a » +.
ispologia da elaboração de máquinas sempre mais espantosas é nas
portanto necessariamente em colaboração fraterna. a máquina não pode cu E po predições da “futurologia” representa uma constante. que ire-
concebida comoo resultado final da ação do homem sobre o mundo ma co gps ezes verificar. Por ora. deixamo-la aqui consignada para ilus-
mo o instrumento de criação de mediações necessariamente humanas entrem da concepção unilaterab e ingênua que é des irtundora do senti-
homens. Neste sentido. a máquina passa a constituir o segundo sistema dh «e indispensável maquinização. embriagandoos leitores despre-
lações entre 05 homens. aquele destinado efetivamente a bumanizá-los. O eli seeirça de que o mundo de amanhão totalmente autqmgtizado. s€-
jetivo final da ação do homem é o semelhante. Pode acontecer segundo se va vê um paraíso de delícias. pelo simples motivo de colocar à
cifica há milênios. que essa ação seja predatória e espoliativa mas tale qu unens servomaquinismos destinados a dispensaro trabalho
mm
fa-
=
não tem significado essencial e porisso será abolido um eia, Reconhecer a visiie vos esforçarnos por persar dialeticamente, corrigiu es-

então que as máquinas. até as automáticas e as que poupanto graloalhio ama


r

pesar pelo declive oposto 15 ela se poderosas sempre tt


e .

lecttal. nada mais são do que modalidade de meedação cujo destino o vo E


por seta otieTintisani oos , arde
| Dorme POTE
Je O drte |
cava dos fa: “4
Euniios deles
[88 |

So
“o
sátrapas, o cavalo dos barões feudais ou os engenhos mecânicos. agora aperfei-
Alvaro Visira Pinto

tende sempre a extmir-se da prestação de esforço. a libertar-se do ciunprimen-

O Conceno de Tecnologia
çoados com caráter eletrônico e automatizados. dos industriais modernos. Há to de tarefas que requerem penoso dispêndio de energia. muscular ou mental,
aqui uma ocasião oportuna para lembraro perigo da fascinação comas novida- Para isso. cria 05 instrumentos € as máquinas que o aliviarão, mas não o faz
des verbais, Jevandoa consciência despreparada a esquecer que muito daquilo por um suposto “instinto de prazer”, por uma vontade hedonista que. à mancei-
agora dito por uma nova ciência. a cibernética. na verdade sempre existiu. ape- tra de um impulso anterior. o moveria irresistivelmente. Pensar assim seria con-
na» com outros nomes. porém com a mesmafunçãoessencial em relação ao ho finar-se numa explicação psicologista. e naturalmente inepta. que se resume no
mem. Observações deste tipo são importantes para fazer a cibernética e outras inconformismo com qualquersituação, a que nunca se adapta satisfatória e de-
ciências de recente extração assumirem sua legitima feição. finitivamente. porque não obedece mais a influências simplesmentebiológicas.
sem dúvida. a quantidade e qualidade dos engenhos mecânicos € técnicos e por isso para ele não há habitat finalmente perfeito. O homem encontra seu
existentes em qualquer época são fatores de decisiva importância na caracteri meio na sociedade e esta nunca é satisfatória. mas exige permanente transfor-
zação dodesenrolar da vida humana nesse período. Mas tais imnaquinismos são mação para atender a finalidades de vida humanizada, num desenvolvimento
produto da existência do homen. que os projeta e fabrica para conscientemen- m término. À noção de adaptação não se aplica ao homem porque tem sen-
te se modificar à si mesmo por intermédio da transformação do mundo onde bido exclusivamente na ordem biológica. Enquanto ser social. o homem. generi-
habita. À máquina desempenha o papel de mediação entre dois estados da re qamente falando, não se adapta. nenhuma posição que ocupe é definitivamen-
lação do homem com o mundo. Como à verdadeira alteração. para melhor, da sotisfatória. Só se a sociedade deixasse de se transformar. então sim 0 ho-
essência humana só pode ser obtida mediante a mudança das condições sociais. em perderia o poder de conceber e tentar vealizar novas formas deser. À pro-
9 homem percebe de nada lhe valer a simples modificaçãointerior. 0 ímpeto de ição dos bens indispensáveis à vida — e “bens” temo valor de um termo de
perleição moral faiscante em seu espírito. ou os comoventes apelos à benelicên piguificado indefinidamente extensível = em quantidadetal e em condições de
cia e à boa vontade. Verifica serem de todo ineficazes como meios para conse gurança que ponhamo ser humano ao abrigo da carência não decorre de um
guirem mudar o comportamento das massas trabalhadoras. pois estas são mo fostinto. mas exprime o próprio fato de viver. Estamos aqui em face não de um
vidas pelas formas em que desempenham a existência. Porisso. à aspiração de Cqueibuto mas da essência da realidade do seu humano,
melhora humana tem de objetivar-se na criação de novas condições de vida. O projeto de mecanização da produção. desde a polia ao cérebro elerrôni-
entre as quais avulta a possibilidade de libertar o trabalhador da labuta peno ». possui uniformemente o mesmo caráter de servir a este fim específico. em
sa. pelo emprego das máquinas. Aparece aqui o valor mediador do sabercien sazão do qual o homem o produz. para que. de retorno, 0 produza a cle pró-
úfico que se concretiza na máquina c pode. poresta via. tornar-se fator deele io. Emire o homem c a máquina estabelece-se um circuito de correlação: o
vação da existência humana. À automatização da produção. apenas despontam nem cria 0 engenho para que este produza melhoros bens. que por sua vez
do em nossos dias e certamente devendo prosseguir de modo acelerado no fu Jrão criar o mesmo homem. no sentido de lhe darem condições mais convenien-
turo. não se identifica a um fato “natural”. um fenômeno meteorológico. con tes de existência. Por isso, nas considerações a respeito da velação entre a imá-
formejulgam os novelistas dafilosofia futurológica. que criará para 0 homem eguina co homen não podemos conceber o último nem na singularidade do
um novo clima. um mundo totalmente diferente onde viverá num nível insts isento individual nem na presunção abstrata de existir desligado de suas
peitado de bem-estar À automatização constitui apenas a particular modalida qações tecnológicas. Às massas trabalhadoras constituem efetivamente 0 su-
de de elaboração da produção. que nossa época está em condições de efetuar ferro histórico real. que, em termos absolutos. criam. para deles se Dencficia-
graças às conquistas científicas e técnicas que toda a humanidade precedente gem, 0 mecanismos destinados a melhorar as condições de vidi. Quando nos
meme realizou. Sem dúvida. repercutirá sobre o processo da consivência hu gslerminos do homen o usamos uma Keita figura de retórica. uma abstração
mana. ou seja. terá efeito político. mas o mesmo aconteceu com todas ss IrIIS neralizador para significar de fato as multidões de trabalhadores, tudo
formações nas técnicas de produção anteriormente conhecidas pela socicdnde misto produzem e compõe o conteúdo da história. O atual suro de automa-
A domesticação dos snimis ale cacto de tiro for ums Forma de eutonmitaçãos são temo coeneterticas especificas e sem divida trará ceperenssões profundas
a .
de conmeequências equesalentes atuado O leme gol a qualquer ser sro qo antena de tenbalho Usei amedisentiv er consequências polmicas. tal como
| 91
oo

ams)
aconteceu nos surtos análogos de épocas anteriores. Mas não se deve vo humanizado e o ambiente. Por i so. o conceito de Von Neumann. segundo o

O Ganceno de Tecnologia
Álvaro Vicira Pinto

eriação voluntária de um grupo de sábios. físicos. matemáticos, engl qual é possível afirmar agora, em princípio. ser construível uma máquina ca-
que o tivesse engertdrado arbitrariamente por invenção abstrata ou et paz de produzir qualquer outra inclusive cla própria, uada contém de logica-
t
euência de um processoideal de conhecimento. O que o determinou fi mente Original nem prenuncia consegiiências fantásticas, poi» não exprime se-
condições sociais precedentes, das sociedades altamente desenvolvida não aquilo que oistema nervoso animal. e o do homem pros alentemente. sem-
«quais as'relações entre os indivíduos empenhados na produção dos bens à pre veio fazendo. Val “máquina” sempre existiu e esttãe em ação. pois é o pró-
seram a necessidade do incremento da vazão dos produtos e da restriçã
- prio sistemanervoso humano. que criou as máquinas até agora conhecidas e se
mão-de-obra. Pela pressão do processo social os cientistas foram compelic reproduz a si mesmo no processo genético da multiplicação da espécie. Se a
se utilizarem do arsenal de conhecimentos. das máquinas e tipos de ene ç máquina imaginada por aquele cientista viesse a se concretizar macia conteria
motriz de que dispunham para planejar formas mais avançadas. onde se re de apocalíptico. Não representaria nada mais do que umpasso adiante no ca-
disse cada vez mais a participação da força muscular e da atenção humana minho natural da transferência das funções de resolução da contradição doho-
+ produção da máquina automatizada representa a módalidade atualment mem com a natureza. que o sistema cerebral vem aprimorando nos incontáveis
mais aperfeiçoada de extensão do sistema nervoso à produção dos bens de exist ; milênios da evolução “hominizadora”..e executa pela gratlativa e continua de-
tência. O modelo perfeito da automatizaçãoÉ o funcioniunento dlosistema ner- legsção de tais funções a instrumentos esmecaniçmos exteriores. encarregados
voso animal. e particularmente o humano, Bnde o dispositivo material. a cede de de materializar a finalidade neles “depositída pela consciência. Se algum Mia se
neurônios. ademais de produzir eleitos objetivos. se acompanha da criação Cliegar a fabricar a máquind capaz de engendrar diretamente outra máquina.
de imagens subjetivas. as idéias abstratas. que dão ao Sistema produtor a re- Eplanejando-a e executamulo-a. ainda aqui estaremos em presença de uma obra
presentação dos seus produtos. Com este fato captamos o momento inicial de umana. portentosa e admirável. sem dúvida. mas não diferente em essência
todo processo cibernético, o retorno do efeito. da ação fabricadora realizada na Ao precedentes na linhagem tcenológica. O anúncio de tal idéia suscita um Cs-
práxis social, sobre o sistema de idéias, isto é. o órgão ECVO'bral «que as enge n-
Vopude espanto e maravilhpelo que tem de sensacional, Faz crer ua po sibi-
dra. Não haveria possibilidade de avanço do conhecimento sé desde a origem. Era,dervir a ser a repogação final dos modos de ser humanos. tendo como
em todas as modalidades de ação da matéria viva. culminando com o conheci sequência imediata deiinar o homem à mercê de sua criação. com as amea-
mento abstrato pelo homem. não ocorresse a retroação. em virtude da qual o e sinto» de esmas;mento € desumanidade. prolizamente derramado» pela
organismo agente apreende oefeito dessua atividade e modifica-se em conso- juacão dos romancistas da“Sência. À nós. o que nos espantaria é se não
nância com tal apreensão. À descoberta dos circuitos ciberméticos na» máqui- «perigos e transformações. não as aluciriatórias da fieto-ciência mas as
nas obrigá-nos a retornar à origem delas nãomios processos sociais, já demasia no entso do progressó tecnológico. Se a era da aviação fosse anuncia-
do complexos. mas no funcionamento elementar da matéria viva. em geral, rente em termos deprofecias calamitosas. mencionando apenas o nú-
ES
mastros aéreos queviriam efetivamente a ocorrer. o» contemporâneos»
, aclostde horror diante da entrada em funcionamento das primeiras
3. O liomem e o significado das gantes. embora na verdade representassem em conjuío
um imen-
. .
máquinas “eriadoras” “pensantes” jo pita a homanidades . é
=
:
*
ganbece uma hÓ invpnção que não alteraSsc as condições da existên-
Desde o início do processo de homintização o animal antropóide transferiu e jarro divesse de esrtdemodosubmetido o homem àquilo UC fics
pira os instrumentos que começavaca planejar. fabricar e utilizar as proprieda cio es ae casatrofes clagam der“Emagaanmentuou ““aniquila-
epic
des pertencentes naturalmente à sua estrutura orgânicac em particular o poder cao lrtos razão de sercR) pre igngnte criadas para desempenharém
de transformar as condições da realidade de acordo com finalidades conceln ele mgrrador Às maquints São fabricadas pars tar o cabalho lu-
nt + j
das Nmáguina automatizada situa ses sen abteração de mutucezas na megnur FLLIGELO é! ç ga enurpeem conseuus mbortcom frequência pela truns-

hnba esolutisa de objeros destinados a cesolver ds contiudiçorss entre o ser ai “Rem pod for eita alho a outra Sacenindas. portunto tenciona
* "

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[92 |

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e
mente para que o homem se submeta a clas. no sentido positivo de acolhê-las apenas servernparaestabelecer um simulacro deliberdade, valendo-se da mes-

O Conceito de Tecnologia
Alvaro Vieira Pinto

no ambicute de existência. Do contrário seriam um passatempo. como as cons- ma indeterminação existente em certos processos físicos. com os quais o pensa-
rnções infantis. ou um jogo insensato. Se o homem inventou, por exemplo. o mento nada tem de comum. Emsegundo lugar, o enunciado da liberdade na
telefone foi porque desejava submeter-se a ele. comas imensas vantagens tra- máquina constitui um juízo humano e não uma declaração do engenho auto-
zidas e os relativos inconvenientes, também. Toda produção de artefatos con- matizado. Além do mais, quanto maior a complicação da máquina que, porhi-
tém a transferência da idéia de wna ação. concebida e dirigida pelo sistema pótese, deveria representar 0 engenho que arrcbataria ao homem o poder de
nervoso, para um dispositivo material exterior. que deve imitar ou realizar com pensar. maioro dispêndio do verdadeiro pensamento humano para construí-la,
maior rendimento algumadas funções do sistema pensante viyo. À concepção neta ficando materializado. Ora. seria de esperar-sc exatamente o contrário. Se
alguma máquina umdia chegasse a “pensar” e agir comliberdade deveria ser

Ee
de Von Neumann. portanto, nada revela de assombrosa. Não altera em nada à
significação da relação entre as máquinas e o homem. Os pensadores impres- aquela de construção mais simples. menos dependente da capacidade pensan-
sionistas que. num arroubo de entusiustnoficcionista. vaticinam o aparccimen- te do fabricante humano.
to de máquinas demiúrgicas. capazes de substifuir, e de fato aniquilar, o ho- O emprego do conceito “pensamento” em relação às máquinas é habitual
mem. encarregando-se das funções criadoras agora exercidas pelo pensamen- na literatura cibernética, mas não passa de um modo impressionista de falar.
to, cometem uma generalização infundada. com base em algumas limitadas e nada mais. Devemos lembrar que a cibernética. como todaciência novata. di-
superficiais analogias. das quais uma das mais importantes consiste no empre- fícil para o vulgo. que só a conhece de nome, atrai numeroso “sereno” de jor-
go. indevido. do verbo “criar” emrelação às máquinas. Os artistas da ciência. nalistas e divulgadores de pequeno calado. que se aproveitam da oportunidade
representantes do nco-romantismo cibernético. esquecem porémalguns pontos de despertar a adiniração pública com explicações e comentários fantasistas.
capitais que singularizama realidade humana. À máquina não pode pensar, no A noção de “pensamento” pode vir a tornar-se uma designação corrente em re-
sentido exato do termo, porque só possui os mecanismos eletrônicos imitadores lação às máquinas. mas isto significa apenas que teria passado a indicar. no
do pensamento em razão deste os ter claborado e colocado nela. De si nada pro- jargão dos especialistas € técnicos. um modo particular de funcionamento de
duzem. porquanto não passam de um instrumento. embora complexo e com certos engenhos. por analogia exterior e inconsegiente com o trabalho do
certa aparência de autonomia. pelo qual o homemse relaciona com o mundo cérebro humano. assim como se diz. sem maior responsabilidade, que mm au-
exterior e nele põe em prática um projeto de ser. À máquina não é autora de tomóvel “anda” com tal velocidade. embora uão possua pernas. Também se diz
autênticos projetos, a não ser no sentido de cumprir. inclusive com a possibili- que um relógio “anda”. e contudo não sai do lugar. Ninguém se levantará con-
dade de escolha. se para tanto foi aparelhada. aqueles que o verdadeiro autor tra o empregodeste verbo. simplesmente são manciras de falar tornadas habi-
a incumbiu de executar. Se admite alguma aparência de ação livre. um “espa- tuais. O mesmo parece irá acontecer. sc já não está em voga. comrelação ao
ço de vpções”, este resultado decorre de tersido projetada exatamente parais- “pensar” nas máquinas cibernéticas. Os chamados “cérchros eletrôuicos” são
so. Foi feita para mover-se com aliberdade outorgada pelos construtores, nos apenas eletrônicos. O cérebro está em outro lugar, na cabeça dos inventores €
limites das possibilidades e conveniências para a» quais foi plancjada, mesmo construtores. À força de repetição de semelhantes [rases feitas. tornadas con-
no caso. por cuquantoainda idcal. de tais limites se estenderem até o ponto de E egitos pelo uso vulgar. pode acontecer venhamos a ser envolvidos por uma fal-
incluirem a capacidade de se reproduzirem a si próprias ou descnharem odia- sa compreensão c acabemos sentindo c levando a sério problemas de fato ine-
gruna da construção de outras. À hipótese sugerida por certos autores. das má zistentes. Somos obrigadosa discuti-los por se terem tornado umclemento co-
quinas terem adquirido a característica da liberdade quando destinadas a ofe- mum da linguagem e por suscitaremlongas e “profundas” discussões em que
recer cesultados estocásticos ou. ainda, quando nelas se incluem substâncias se compraz a consciência ingênuados especialistas. Na apreciação da progres-
radioativas. cuja desintegração influcncia-lhes o mecanismo. não podendo siva complexidadedas máquinas calculadoras oudiretoras não devemos esque-
entretanto ser previstas as consequências por causa da natureza do processo de cer que as diferenças de grau só revelam a espantosa habilidade do cérebro hu-
decomposição atômica. representa, enquanto argumento lógico. a conformação — mo em construclas. cm particular serindo-se dos préstimos das máquinas ci-
de que estamos enunciando. Em primeiro lugar esses engenhos artificiais beméticas ju preouliazidas, sem do cotonte estabelecer entre elas quadquer diferen-
Ê

S
+
ça de natureza ou de essência. Esta observação permancee válida quer se acei- praticar o esporte dessas comparações ociosas. mas em investigar 0 funciona-
Maaro Vieira Piuse

O Conceito de Tecnologia
Le esistir entre a máquina “pensante” co cérebro humano upenas uma isomor- mento do cérebro humano. como auxílio dos modelos ou das facilidades de cál-
fia, como admite Georg Klaus. querse adote a opinião de Kolman. que consi- culo oferecidas pelas máquinas.
dera haver entre ambos analogia. determinada pelo fato de serem todos afinal À máquina estupenda não é mais perfeita que o homem: este é que se re-
formas de atividade da matéria. vela agora mais perfeito do que antes. justamente porque chegou a poder criar
Na verdade. a máquina calculadora mais perfeita só na aparência. e em tais maravilhosos engenhos. Por isso. se algum motivo há de assombro diante
parte noalgoritmo do processamento. parece superar.e. conforme depois dirão do >urto atual da automatizaçãoe fabricação de máquinas “pensantes”. só po-
05 novelistas. dispensar, o cérebro humano. Dá a impressão de maior perfeição devia realmente darorigem à admiração do homem porsi mesmo. de espanto
porqueesta era exatamente à finalidade do cérebro que as arquitetou. Se exe- diante das próprias obras. conforme assinalanios nas primeiras linhas do pre-
cutam operações matemáticas de extrema complexidade com espantosa rapi- sente ensaio. Ainda que 05 homens venham à obedecer a instruções emanadas
dez. é precisamenteporque foram construídas para esse fim por um cérebro das máquinas. em função dos dados nelas inseridos ou que elas mesmas pro-
que se apoderou do conhecimento das propriedades dos corpos e dos fenôme- euritim é descobrem. Estamos apenas em face de um processo vicariante. de
nos físicos em quantidade e grau suficientes para lhe permitir perceber à pos- wma via indireta de ação dos homens ums sobre os outros e de todos sobre a na-
sibilidade de aproveitar-se das forças mamirais à fim de realizar mais rápida e tureza. À importância atual da nascente ciência da informação, cognominada
perfeitamente do que ele as operações que precisa executar. Mas. observa-se. já cinformárica”. consiste na forma original como repete um velho procedimen-
porém. c este dado é capital. que a descoberta das operações. de seu significa- 10 que sempre os homens executaram para viver em comunidade. As máquinas
do e importância para à vida prática. para a utividade produnva. é wunfaro an- que recebemdados. processam-nos e depois fornecemordens de ação outrans-
tecedente. que nãofoi produto de nenhuma máquina. Ocorreu no cérebro huma- mitem informações. estão praticando. de acordo com a regra de construção.
no, no cursoda evolução cultural, de modo que a outorga às máquinas da fun- aquilo que os homens sempre fizeram sem elas. a saber. comunicarem-se uns
ção de realizar mecânica ou eletronicamente tais operações continua a ser un) com os outros. À teoria da informação representa uma compendiação útil e
fato humano. Longe de submeter o homen a esses engenhos. clemonstra serem proveitosa. porque vem esclarecer numerosos aspectos desta forma de ativida-
estes que se submetem a ele. pois foram fabricados com a missão explícita de de humana. em particular submetendo-a à quantificação e ao cálculo. mas não
funcionarem melhor. em termosfísicos develocidadee precisão. do que o pen- nasceu com as máquinas cibernética». pois se trata de uma faculdade específi-
samento capaz de os ter criado. Trata-se. conforme expusemos antes. daquela ca dosistema nervoso derelação. e na verdade da matéria viva em geral. À má-
propriedade de expansão das possibilidades do sistema nervoso, no campo da quina processa a informação. comisso economizando esforçofísico e mental.
estação cultural. que caracteriza a fase atual da evolução biológica humana. Se mas »ó 0 faz porque foi construída tendo por base as informações anteriores
apenas agora a bioenergética está começandoa se apoderar dos primeiros co- que. cm última análise. não provêm de nenhuma máquina. mas foram recolhi-
nhecimentos a respeito da produção do pensamento e de «cu armazenamento. “das diretamente da realidade pelos órgãos perceptivos do animal humano. Ao
mediante os processos bioquímicos desenrolados nas células nervosas do córtex nos referirmos a máquinas aque procedem a escolhas. tomam iniciativas e fazem
cerebral, não temsentidoestabelecer comparações cotre 0funcionamento dedois “outras imitações do comportamento inteligente. estamos relaxando o rigorda lin-
dispositivos, o cérebro e o computador. um dos quais é ainda praticamente igno- , guagem e esquecendo serem essas façanhas produto da capacidade de delibe-
rado, À cândida ilusão dos debatedores deste tema. para eles à mais inportan- cada transferência de poderes, emvirtudeda qual o cérebro humano. único ór-
te questão “filosófica” da cibernética. está em supor conhecido aquele dos ele gão capaz de elaborarprojetos. elabora um projeioespecial. o de uma máqui-
mentos de comparação que por enquanto menos conhecemos com rigor cienti- na claboradora de projetos,
fico em seus mecanismos materiais subjacentes. Esquecem-se de estarem esta A elaboração no segundo caso apresenta uma diferença capital em relação
belecendo a comparação entre umdispositivo. o computador. à respeito eo qual so pemmeiro, Enquanto a máquina tem de mover-se nos limites que lhe são im-
subemos tudo. pois somos nós que o fabricamos. e outro. à respeito do qual ainda postos pelos materiais e pela estrutura da construção. 0 homen revela-se capar
iucirnatos equsse tudo O verdadeiro peoblenue da esberméica não CONRINTe Ci de superae qualquer Dino presente a capacidade de representação da cealidas

e
[90|

S
+
de. porque o faz mediante umprocesso abstrativo sem fim. Tanto assim é que tradições com a realidade: se as tivesse. isso importaria na impossibilidade de

O Conceno de Tecnologia
Alvaro Vieira Pint

logo após a produção da máquina cibernética no momento mais perfeita ima- baversido construída. A máquina não produz sua realidade. não se criou a si
gina outra, para saperá-la, Os processos ideais efetuados no cérebro humano mesma. a não ser nas formas grosseiramente imitativas de umalinha de mon-
só aprovimarivamentesãosimulados pela máquina. Mesmo assim não devemos tagem. em que umas fabricam outras. porém diferentes. num processo teeno-
deixar de insistir no fato elementar do julgamento que proclama a provimida- lógico atrás do qual. mal escondido. se descobre logo o verdadeiroautor. E. ain-
de e aparência de semelhança entre os dois processos. no homem e na máquina. da mais. não se reproduz. porque não tem motivos para tanto. uma vez que é es-
ser uma proposição proferida pelo homem. de fato pelos cibernéticos. mecâni- tática. no sentido evolutivo. Cada qual representa o fim da vereda em que entrou
cos. engenheiros. técnicos de informação e outros especialistas. Estes natural- o pensamento humano produtor. Cada qual representa o máximoque poderia

uai
meme sentem-se empolgados pelos sucessos profissionais e estão interessados ser. dados os fins e as possibilidades de criação possuídos no momento pelo au-
em fuzer sensacionalismo, alémde serem. em grande número de casos. pessoas tor. Para ser sobrepujada por outra. mais perfeita. quem terá de evoluir nãoé
destituídas do suficiente preparo filosófico para proferir pronunciamentos res- ela e sim o autor humano. Este terá de passar de um grau de conhecimento da
peitáveis em assuntos tão complexos. São os escritores que industrializaram a realidade a outro. mais rico e profundo, Ora. tal evolução constitui umfato e
cibernética. os vulgarizadores e 05 fiecionistas que. explorando a curiosidade um resultado social. Por isso à historicidade intrinsecamente não pertence ao
pública ou por gratuito diletantismo. se apoderam do tema e se põem a anún- engenho mas ao inventor «ao construtor. Às máquinas só possuem uma histó-
ciar a capacidade “intelectual” da máquina. Mas nunca ninguém vit até ago- via exterior. descrita pelo homem. O tempo não as afeta a não ser pelo desgas-
ra uma máquina cibernética proclamar. como Descartes. “eu penso”. O poder te físico que lhes impõe. À máquina cibernética recebe. processa. transmite e
de enunciar esta imensa e profunda palavra cogito pertence exclusivamente ao fornece informação mas nãoprecisa dela. pois de nada lhe vale. Isto porque a
homem. Não se diga. comotalvez respondesse KR. Steinbuch. nãoter isso acon- relação de informação sótemsentido no domínio da matéria viva. e emsua for-
tecido porque ninguém se deu ao trabalho. nem arcou com as despesas de cons- ma mais perfena. o âmbito social, É em sentido supremo um fato social. ao
trair a máquina capaz de proferir essa cesposta. À inépcia da contestação é pa- qual a máquina cibernética serve de instrumento, inteiramente “desinteressa-
tente: se tal mecanismo [osse construído. não se lhe podecia reconhecer maior da” do serviço que presta.
consciência do que aos bonecos de um ventríloquo. O cogito mecânico ouele- + compreensão dos processos informativos está ligada à fisiologia do siste-
trônico não passaria de uma risível paródia. montada pelo relojociro. com o ca- ma nervoso emtoda a série animal. No homen esses processos assumemespe-
racterístico timbre desalinado dos trechos musicais executados pelas velhas cial relevância emvirtude de se haverem tornado condiçãoda possibilidade do
"isinhas de música. O ridículo das lucubrações dos precipitados filósofos da surgimento das relações sociais. assim como estas, por condicionamento reci-
cibernética consiste em inverter a relação natural contida nos aparelhos falan proco. vão influir sobre os processos comunicativos. propulsionando-os a al-
tes. a saber. em vez de serem máquinas que falam pelo homem são homens que cançarem conteúdo mais rico e fiel e a adquirir formas de elaboração e trans-
falam pela máquina. Não havendo cogito possível de parte da máquina. há missão cada vez mais aperfeiçoadas e amais complexas. À máquina cibernética.
apenas o cogiat pronunciado pelos fiecionistas a respeito deli. para ser devidamente compreendida na essência. tem de ser conceituada na
O segundo motivo para negar às máquinas diretrizes ou planejadoras a au- perspectiva do processo biológico de avanço e melhoria da função de comuni-
têntica capacidade de pensar consiste no fato indiscutível do pensamento ser cação entre indivíduos que se humanizaram e porisso são copizes de recorrer
por natureza umproduto social. Assim. só pode existir no homem único ser em a formas de transmissão de informações independentes da presençafísica si-
quem se encontra a formade existência denominada “social”. As máquinas não moltânca dos comunicantes. À máquina cibernética manifesta apenas a ciapa
compoem entre si tuma sociedade. não se relacionam espontaneamente umas atual do avanço das exigências da comunicação social. Seus protótipos podem
com as outras e sobretudo nãotêm qualquercontradição com a realidade. nem ev encontrados quina série indefinida de artifícios usados por outras socieda-
podem ter. exatamente porque. como várias vezes frisamos. são elas próprias o des para o mesmo fim. [am todos os casos. trata-se de pôr em ação as formas
resultado ea solução de uma contradição conta realidade. possuída por aque superiores do mecanismo nervoso de sinalização da realidade, fazendo outro
le ser que efetivamente a temo o homem Vanmiequena por definição não tem con nebiodao participar ee ama pereepeçdo que não for sua, Digeese portanto o
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âmbito social. não apenas para fornecer a ocasião da comunicação. mas para cer a proporções matemáticas c regras lógicas nas interaçõesfísicas. Essas re- ú
Alvaro Vieira Pinto

criar em princípio a necessidade dela. Se não fosse a exigência que um iudivi- lações. cuja sede originária encontra-se nos processos do mundo natural. trans- z
duo ten de apelar a outro a fim de levar a cabo uma ação impossível de exe- ferem-se posteriormente para o pensamento sob formade cópias abstratas ou :
cutar sozinho. e na verdade É o que se chama trabalho. não haveria comunica- idéias e no plano subjetivo adquirem condições que permitem ao pensador, ao 5
ção nem qualquer necessidade de vegulá-la e ampliá-la em formas sempre mais cientista, reprodugir idealmente as correlações matemáticas travadas no curso É
eficientes. Certamente cm tal caso os instintos hereditários. conduzindo a atos das ações mecânicas. A origem de a propriedade da matéria viva cerebral pen- É
de esforço coletivo do grupo. bastariam para o cumprimento de funções de de- sar logicamentea realidade é a mesma que a execução mecânica ou eletrônica -
fesa e propagação da espécie. como ocorte nos irracionais, dessa propriedade nas máquinas calculadoras mais complexas. É o processo da

raq-—
O modo de ser do homem. obrigadoa trabalhar socialmente. impõe a obri- natureza. que dota tanto as substâncias físicas de propriedades definidas. ex-
sação da informação mútua. Ora. tal não se dá com as máquinas. simplesmen- pressa» em velações matemáticas. quanto a matéria viva emgeral. e a matéria
te porque elas nãotrabalham. Embora seja antúquissimo o emprego vulgardes- cerebral em particular. da faculdade de aprecyder as qualidades e correlações
te verbo referido às máquinas. que supõe “trabalharem pelo homem”. de fato quantitativas dos corpos. À transposição das relações e ações ocorridas no pro-
trata-se de mera translação de sentido. com o tempo fixada na linguagem cor- cesso material para uma série de engrenagens ou de correntes de elétrons de-
rente. Trabalhar significa uma dignidade exclusiva do homem. Só por metáfo- ve-se à mediação exercida pelo pensamento que colhe oreflexo da trama de ve-
a se aplica 1al verbo às máquinas. que apenas incorporam a si o trabalho ecfe- lações quantitativas preexistentes entre os fenômenos do mundo. À transposi-
tivamente pertencente ao homêm. o qual nunca deixa de ser o sujeito que não ção dessas ações e relações do mundo para 6 mecanismo das máquinas origi-
apenas trabalha comclas. conforme habitualmente se dig. mas trabalha nelas. na-ze da forma mais períeita de reflexo da realidade. a represeutação mental,
Quando o homem põe as máquinas a funcionar. quem efetivamenteestá traba- como caráter de idéia abstrata e universal.
lhandoé ele. Acomece apenas o desdobramentodo seu trabalho em outras for- Se as primeiras tentativas de construção de máquinas calculadoras utiliza-
mas mais produtivas. cuja existência se deve ao trabalho inicial de pensar os vam apenas a modalidade mecânica do movimento da matéria. tal fato se de-
engenhos e fabricá-los com ox muteriais adequados e o emprego das forças na- ve à debilidade do conhecimento da natureza, reinante nopassado. quando não
turais que descobriu. Numa fórmula concisa parece-nos lícito dizer que as má- se haviam ainda descoberto as modalidades mais elevadas dessa mesma pro-
quinas represcutam o trabalho do trabalho. pricdade geral da matéria. Depois de superada a fase de utilização da cleurici-
Estas considerações receberão incisivas demonstrações quando tratarmos dade, mediante montagens com interruptores de relés. chegou-se à atual etapa
especialmente da técnica. Até aqui estamos deliberadamente apreciando ape- do conhecimento daestrutura íntima da matéria. processos puramente eletrô-
nas o maquinismo fabricado pelo homem para executar tecnicamente os fina nicos. válvulas e transistores. que dispensavam as formas de movimento mecá-
produtivos que tem em vista. Convém. entretanto. não perder a ocasião de in- nico. vindo a constituir “máquinas” de ordem superior. Se nunca ocorreu a nin-
dicardesde já a ingenuidade de que são vítimas os comentadores e divulgado- guémafirmar que um gimples ábaco ou um somador mecânico de balcão seja
res da cibernética, declarando-se catupefatos diante das atuais máquinas caleu- capaz de pensar. a verdade obriga a dizer que esta pergunta começou à despon-
ladoras ou plancjadoras. Não reconhecem nelas o aperleiçosmento recente de tar no espírito dos inventores ou divulgadores afoitos quando se criaram apa-
mim séquito de exemplares mais simples fabricados de há muito pelo homem. relhos calculadores nos quais as operações se processam por meio de correntes
desde que descobriu a possibilidade de mecanizar as operações matemáticas, e elétricas. Foi possível ver-se neste últanocaso uma inovação que importava no
agora igualmente as lógicas. após haver reconhecido a possibilidade de mate- aparecimento de uma máquina a tal ponto qualitativamente mais elevada. que
matizar a mecânica. conformeindica HU R. Rapp. Nãose trata portanto em ca- houve quem julgue aproximar-se já da simulação dopensamento. Daformu-
so algum de fabricar uma máquina “pensante”. o que jamais ocorreu aos clás- lação inicial em caráter de aproximação. e logo depois simulação e modelagem.
sicos investidores do problemas, desde Pascal. Hahn ou Leibnieo coisa só agora até a franca declaração de completa semelhança, a marcha das especulações foi
proclamada pelos varejistas das empresas construtoras de tas artefatos. O hos acelerada. De fatos poderia fulanese em simulação do pensamento se consideras-
men apenas
| aproveita
Hu a pro
propriedade objetiva
| F possatda | pela matéria de obode- peuTINS BpMMHS q fereras de emnvinrento da emutário (rista em jogo no esmo
dom

e dd
CEFET-MO . 1101]
[100 |
| BIBLIOTECA
É computadores eletrônicos em comparação com os engenhos mecânicos. Uma va incluir” Dado deadgeram ne-

O Conceito de Pecnolagia
- formulação assim só teria sentido pelo prisma da comparação da relatividade cessária e exclusivamente trabalho mecânico. mas pócm em jogo outras forças.
: (las diferenças dessas formas de movimento da matéria. Quando. porém. intro- especialmente as eletromagnéticas. e dão origem aos dispositivos por nós hoje
q dizimos no quadro o verdadeiro pensamento. toda essa especulação perde sen- wtilizados para o fornecimento de movimento. iluminação. transmissão de in-
: tido. porque atravessamos o limiar de uma mudança de qualidade. entramos formações e controle da produção emgeral. lex ando à fabricação de novas chas-
> em outro plano do movimento da matéria, o que bem se pereche pelo exercício ses de bens de consumoinsuspeitados no século passado. Devemos incluirtais
exclusivo de tal propriedade no campo social. Se a base do pensamento reside aparelhos na categoria das máquinas. embora em alguns. como um simples re-
numa forma extremamente complexa do movimento da organização biológica ceptor de rádio transistorizado. não haja quase peças móveis. porque consti-
da matéria. a realização dele só tem lugar em condições sociais. tuemtambém a ampliação do domínio da natureza pelo homen apenas ago-
ra expandidoao aproveitamento de forças naturais até há pouco desconhecidas
e de novas propriedades da matéria.
A base social da máquina
O conceito de máquina tem de ser ampliado para incluir tod a gama das
Neste sentido é que as máquinas julgadas “pensantes” encontramjustifica- forças da natureza utilizadas pelo homem para assegurar-lhe melhores condi-
ção. São produzidas no curso do processo social da produção do pensamento. ções de vida e dar-lhe maiores possibilidades de prosseguir na descoberta das
into é, da cultura. cujo grau de avanço em cada momento. medido na escala do propriedades do mundofísico. Todo engenho que capte una força da natureza
conhecimento do mundo. determina quais os tipos de máquinas possíveis e rea- e a coloque ao serviço do homem pode ser chamado máquina. Na Antiguidade
lizáveis emtal momento. Nisto consiste a base social da máquina. É sempre em as condições do conhecimento social só permúticam o aproveitamento de forças
função da fase da cultura vigente numasociedade. de suas exigências. que ne- simples. a gravidade ou a pressão das correntes aéreas. nos moinhos de vento
la se originam as máquinas possíveis cm tal situação. tanto nosignificado cria- e barcos a vela. além. naturalmente. da potência do músculo. animal ou huma-
dor. inventivo. quauto na condição passiva. meramente importadora de instru- no. Na constituição da máquina o homemlimita-se a fabricar o dispositivo, re-
ções ou dos produtos acabados. Noutras palavras. a máquina corporifica um gulá-lo e repará-lo. imcada época foram usadas as forças naturais conhecidas.
dos produtos da cultura. que por sua vez representa a marcha do processo so- mas isso não significa que todas forneçam energia. porque é necessário encon-
cial da produção material da existência do homen por ele mesmo. As estupendas trar um dispositivo captador. Por isso. a cultura pode ter levado a humanidade
criações cibernéticas com que hoje nos maravilhamos resultam apenas do apro- a amtecipar-se no conhecimento de fontes energéticas para as quais não há no
veitamento da acumulação social do conhecimento. que permitiu fossem con- momento nenhum meio de submissão no domínio pelo homem. para fins sociais
cebidas e realizadas. Não decorcen das máquinas anteriores enquanto tais. produtivos. não existindo por conseguinte máquinas capazes de utilizá-las.
mas do emprego que o homem fez delas para melhor pesquisar as proprieda- Conhecemos hoje muitos fenômenos físicos que ainda não geraram forças apro-
des dos corpos e os fenômenos do mando. Máquina alguma engendra outra. mas veitávcis. e por isso nãoexistem máquinas a eles correspondentes. por exemplo.
são todas engeudradas pelo mesmo sujeito criador o homem. cujo pensamento a cadiação cósmica. No dia em que delas. falando hipoteticamente, se pudesse
exerce a mediação necessária entre dois tipos de mecanismos. negando o mais virar qualquer efeito útil por um dispositivo apropriado. este constituiria uma
antigo e implantando o mais recente. Esto se dá env virtade de ser o agente que nova espécie de máquina. Se tal coisa tiver de acontecer um dia o que por ora
leva à prática social as suas criações e experimenta nesse campo a utilidade da é inteiramente imaginário. a criação desse tipo insuspeitado de ináquinas se de-
maquinaria que concebe e fabrica. Em sentido cestrito. o sentido clássico da vertido progresso da ciência. isto é. ao processosocial do conhecimento, Naraiz
mecânica. máquina é todo engenho em que se reúnem partes de determinado da máquina o homem está presente, e nesse sentido podedizer-se alegoricamen-
material dotado da conveniente configuração com o fim de produzir teabilho te que voltamos ao conceito do “primeiro motor” nele configurado,
mecânico aplicado a modificar a forma. a estenturaçã posição oras relações + modalidades de cogenhos produzidos pelo homem ao longo do desenv ol-
das substâncias naturais, Jóste conceito. correspondente as espécies de máqui vemento da cultura vindo a constituir a serie de criações operantes designadas
vas que deram corpo à Revolução Dodustrial exige
ge ser agora reformulado pa pelo tome de mnaguiiss efe MMPRAS EO Ni EDGE DATADO OS GONNA A DADEAA UN ERGO ORA
mag

[102] Ee [103 |
funde-se com o simples utensílio. convertido em ferramenta. pelo qual se pro-
o ' E 3
bens de uso ou de conforto. + cancia esferográfica com que estamos escreven- z
Alvaro Vicira Pinto

longa a ação direta dos membros do animal em via de hominização. Logo a se- do representapor»i uma máquina e o produto da operação de uma série de ou- =
guir torna-se uma reuniãode tais ferramentas e. cm caráter cada vez mais com- tros mecanismos. Mas ignoramos de todo modo comoé feita e que operações exi- z
plicado. mas conservando nempre a mesma essência. chega até as grandes má- ge para chegar a ser um objeto de uso, Neste sentido é que falamos de distancia-

O Conceito de
quinas mecânicas da era industrial clássica. Já então acentua-se como insltuto mento do homem em relação à máquina. Deve ser entendido este conceito em
parcial a separação entre o trabalho imeleciual e o manual. O homem. enten- sentidodialético. na contradição contida na condição de afastamento. Por um
dendo por esse nomeosábio. o físico. 0 inventor. limita-se a concebera máqui- lado. o homemdistancia-se das máquinas. à ponto de ignorá-las. mas só se po-
na. cmbora nos primórdios da fase inventiva se aplique a fabricá-la nos mode- de dar ao luxo desse comportamento exatamente porque cada vez está mais
los primitivos. Porém. mesmo isso cada vez vai acontecendo menos. pois a in- próximodelas, mais envolvido por elas. sob a espécie de consumodos bens que
venção nasce e se desenvolve no planodas idéias e a fabricação fica entreguea produzem. Esta duplicidade rexcla apenas uma faceta da dualidade dialétic:
outros indivíduos. conta categoria de técnicos ou operários que dão corpo a um do homen, necessariamente ao mesmo tempo produtor e consumidor. A uni-
plano idealmente concebido. Ao lado do inventor, desde o surgimento daquela dade dos aspectos contraditórios manifesta-se em forma desalto para diante.
divisão. aparece o trabalhadorbraçal encarregadode manejar a ináquina. fazê- a invenção de inéditos artefatos de consumo. que para serem produzidos exi-
la render quantodeve, repará-la. sem se preocupar emalterá-la. Estabelece-se gem a concepção e construção de novas máquinas fabricadoras. Assim. o ho-
assim a genealogia exterior das máquinas. sua seriação cronológica. resultando mem tende a afastar-se 0 mais possível, enquanto presença física. do manejo.
cada geração de outra precedente. mais simples. e indo servir à fabricação da ou até mesmo do conhecimento. das máquinas matrizes. mas 56 o pode fazer
seguinic. mais complexa. Esta inha. de qualidade aparentemente uniforme. em na medida em que cria 0 maior número de máquinas de usointermediário pa-
certos momentos manifesta uma ruptura. em virtude da lei dialética da trans- ra preencher a distância entre cle c as máquinas-ferramentas fundamentais.
mutaçãodo acúmulo quantitativo em qualitativo. Experiências simples que ha- Tornando-se os aparelhos de uso crescentemente bens de conforto, a distância
viam desde séculos demonstrado em algumas substâncias minerais é cm prepa- em celação às máquinas fabricadoras básicas medeo grau de aperfeiçoamento
rações de membros animais a existência de uma força natural distinta. queveio social do homem. Na verdadesignifica o grau em que se desobriga da presta-
a ser chamada eletricidade. vão conduzir à possibilidade de produzia em ção de trabalho muscular. e agora também do trabalho intelectual dedireção e
quantidade utilizável para fins industriais. mediante o aproveitamentodo tra- regulação. twansferindo-o para 05 autômatos cibernéticos. e se beneficia com os
balho mecânico. numa queda de água. ou da pressão dos gases aquecidos. pela produto» dos produtos que inventou. Não semrazão se aprecia a perfeição do
combustão do carvão e mais tarde o petróleo. nos motores de tipo Diesel. funcionamento de uma máquina or aparelho eletrônico pelo número, tanto
O processo do desenvolvimento das máquinas tem sempre origem no ho- menor. de intervenções Iumanas que requer. Será tanto melhor quanto menos
mem. em qualquer fase. Mas o papel que nele desempenha vai variando com a o homem tiver dese ocupardela. Chega-se nesse progresso ao extremo de inver-
marcha do desenvolvimento. À princípio o ser humanoestá totalmente absor- ter-se a relação, fazendo a máquina ocupar-se do homem. pois É ela que fixa a
vido no uso da ferramenta ou da máquina simples. não existe distância entre elistribuição do tempo e a duração que o operário tem de consagrar a cada ope-
os dois. Verifica-se isso. por exemplo. no usode um machado de pedra. Com a ração no conjunto da produção.
progressiva complicação. as máquinas começando agora a fabricar hens de nso, Natal asc de automatização da produção delineia o prosseguimento lógi-
ão ficando à distância da maioria dos indivíduos de uma sociedade. sendo re- co do curso do processo de criação das máquinas. sempre no sentido do afas-
servado apenas aos trabalhadores Dbraçais o encontro direto com elas. enquin- tamento crescente do homem em relação aos engenhos primários que fabrica e
to os demais passum a ter contato apenas com os produtos de consumo. À dli- põe a seu serviço. O alto consumo das classes espoliadoras é representadoca-
vergência acentua-se sempre. chegando ao máximo naépoca atual. quando nas da vez mais pela compra de máquinas destituídas de valor produtivo essencial,
fábricas automatizadas são poucos os operários em ação e à quase totalidade Sao objetos quec embora realmente constinuant maquinismos. só são desejados
dos homens convertidos em consumidores. ignora a especiececo funcionarario como bens de conforto. Por isso 0 usiário cada vez mais deixa de ver neles mma
de elas adiquanas, mó conhecendo ma equece crrcam e atilimnea me pumba ale saques fato Enodimente emmapeos selo pela total igaormaena ado anodo cone é
1041

im
o

-
nharás o teu pão” umvalor moral. e não o resultado fisiológico da injusta e de-

O Conceito de Fecnologia
aemposta e funciona. O desinteresse resulta de o homent só se relacionar com
alvaro Yierra Prata

,
ela em estado de funcionamento perfeito. o que define a negação do seu cará- sumana condição do trabalhador. de quetais negadores. diga-se de passagem
ter de máquina. porque o aio de repará-la fica sendo sempre executado por estão isentos. Para cles há outras formas de adquirirem benemerências morais
quem não à usa. o operário das oficinas de conserto. Isto significa que nada há muito maiores. Esses oficiantes esconjurama era das máquinas com o respon-
a
de monstruoso ou diabólico na “era da automação. na qual começamos a pe- so de versículos bíblicos em cuja força mágica seguramente são os primeiros
netrarçe sem dúvida irá desenvolver-se de modo rápido em direções insuspei- não crer. Na verdade. a maquinizaçãoé o resultado normal, lógico e Denlazejo
tadas. Será a continuação do mesmo processo dialético iniciado quando os pri- de um processo original e fundamentalmente biológico. decorrendo agora em
meiros neandertalenses perfuraram um silex para raspar melhor as peles dos condições sociais. por si mesmo irreprimivel,
animais abatidos. poupando-se assim da sensaçãodesagradável de fazê-lo com É portanto míope c reacionária qualquer atitude que por alguma forma
as unhas. À história das máquinas indica que o sentido do curso da hominiza- lança suspeitas éticas ou vaticínios aziagos sobre o atual surto de mecanização
ção está representado pelo distanciamento maior do bomem em relação ao tra- automática da produção de bens e profere imprecações ingênuas contra a “era
to bruto com os corpos e as forças qatucais. interpondo entre ele e o mundo ob- tecnológica” que nos avassala. destruindo os chamados valores humanos. tão
jetos fabricados. para lhe ampliarem a capacidade de percepção e intervenção. caros àqueles cuja “humanidade” é certamente muito discutível. À consciência
Deste modo, o homem concebidoidealmente comoespécie. ainda sem levar em erítica ensinaria aos “pensadores” perdidos nessas sombrias banalidades que as
conta as relações sociais concretas. discriminadoras. distancia-se cada vez mais mesmas coisas ditas hoje poderiam ter sido enunciadas por seus colegas das
do trabalho manual sobre o mundo. delegando-o às máquinas e aparelhos que idades pré-históricas. e até talvez com maior razão aparente. quando viam as
confecciona. de rendimento imensamente maior. e rescrvando-se a função. dis- artes mecânicas recém-surgidas. o arco e à flecha. a cerâmica ou a moenda.
tintivamente humana e intransferível, de inventá-los. Na prática. porém. o pro- servirem de condição para a escravização e a morte detantos seres humanos.
cesso está submetido às condições sociais em quese realiza. Af revela-se então, Falta aos comentadores atuais a noção global do processo histórico e a com-
por enquantoo grau ainda inicial do avanço da hominização. marcadopela di- preensão da cultura. e de seus produtos. comoresultado da evolução biológica
ferença entre as sociedades esmagadoramente magjoritárias dos povos subde- do homem. Ealta-lhes a percepção do caráter social da produção. Incorrem as-
senvolvidos jungidos à labuta primitiva com ferramentas elementares e máqui- sim na separação metafísica entre o produtor e 0 produto. sem ver a relação
nas obsoletas, c as sociedades onde já impera relativo avanço da mecanização dialética que osliga e explica um pelo outro. Toda máquina e toda criação tec-
geral do trabalho. Nestas reflexões sobre a base social da máquina importa-nos. nológica estão vinculadas à ctapa correspondente de um processo social, onde
por enquanto. definir apenas 0 rumo do processo. À literanira de modesto teor têm origem. São as condições vigentes na sociedade. as relações entre os pro-
intelectual onde se reflete o pavor ingênuo dos pensadores metafísico diante dutores. que ditarão as possibilidades de positivo ou negativo aproveitamento
s,
do que chama de desumanização do homem por efeito da subjugação a um dos instrumentos e das técnicas. O enunciado, bem conhecido. de Aristótele
mundo mecanizado. da aniquilação pelos robôs por ele engendrados. não tem segundo o qual os homens seriamfelizes, porque então deixaria de justificar-se
qualquer legitimidade quando apreciamos à atual condição do homem a partir a escravidão. quando as lançadeiras se movessem por si mesmas nos teares.
da perspectiva da filosofia crítica. Se assim procedermos. veremos na constan- contémliteralmente à doutrina certa. embora a tese. retratando uma situação
te intensificação da criação de máquinas e dispositivos de ação automática o julgada inverossímil. esconda as verdadeiras intenções do filósofo escravocra-
salutar indício da aceleração do processo de humanização do trabalho repre- ta. Tudo quanto vemos em nossos dias não é mais do que a materialização da
sentada pelo desenvolvimento mais perfeito dos sistemas de relações do homem hipótese exposta por aquele pensador. Ào eximir-se do trabalho braçal na má-
dois
como mundo. No progresso da produção automatizada o que está efetivamen quina e deixá-la trabalhar sozinha. o homem se torna mais humano em
em
te progredindo é a capacidade humana de produzir que mede a potência de sentidos: liberta-se da Fadiga muscular ot seja. distancia-se da condição
subjugação da natureza por esta espécie animal: A retirada do homent do tra- que era ele próprio a única máquina de que até então a comunidade dispunha,
resal-
balho pesado na maquina e aa Fabrica só parece ema calamidade sos porta-vos e maltiplacm emos aneiaenatos ct produção dos bens exigidos. Por ambos os
a
das EMENf IAM da grupos demisentes aque NOUTRO DOCA SAMA da fonte “com apue RM huimemno
tudos. eraque fre derem é E! mumpluação da valor
[106|

o
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et
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-
o
As lamentações da consciência ingênua sobre a desumanização do homem
À | ms
mens. que as possibilitaram. As consequências. boas ou más. resultantes do uso

O Concerno de Tecnologia
1a . . a

. por efeito da civilização “mecanizada” ocultam o fato essencial dos efeitos não lhes devem ser imputadas. pois não são seres responsáveis. mas aos pro-
no-
E civos atribuídos à última terem por origem. na verdade. as estruturas socini prictários delas. Às máquinas. os instrumentos e ferramentas são parte inte-
- OA nana o ; . co
: nas quais é desempenhado otrabalho efetuado por meio -
das máquinas. São grante do conceito de relações sociais entre os homens. do contrário esta noção
E as
z relações sociais. diretamente. e não as relações no ato da produção. mantidas careceria de conteúdo material. Sc as relações sociais têm pororigem e funda-
pelo trabalhador com os instrumentos. que aviltan a dignidade do ser mento. em qualquer grau de desen olvimento histórico. o trabalho do grupo
buma-
no quando o tornam aparentemente “escravo da máquina”. Se essa humano sobre a natureza, a existência de instrumentos para a execução desse
situação
externa chega a se concretizar, aconteceu na verdade ter se tornado escravo modo de ser necessário do homem está implícita no conceito de cooperação,
de
outro homem. por intermédio da máquina possuída pelo segundo.
o proprictá O homem só trabalha para si quando o faz para a sociedade inteira. e à forma
vio. Basta haver uma alteração no regime de posse das máquinas de realizar tal atuação consiste em inventar instrumentos produtivos que o be-
para cessa-
vem de exercer efeitos desumanos e revelaren a autêniica natureza de instru- neficiem por beneficiar a todos. Por essência a máquina não pode ter caráter
mentos intermediários de produção. cuja finalidade definitiva está em servir anti-social. Se algumas são assimjulgadas. isso se dá porque a consciência sim-
à
toda à humanidade. aumentando à disponibilidade de bens de consumo € as plória não percebe o particular vínculo social em que toda máquina se insere.
condições de conforto. À concepção moralista da máquina e. verenios
também, desde que é concebida e experimentada. Nesse vínculo. portanto. nos casos
da tcenologia. sendo de cunho simplista. ignora o emprego da categoria lógica concretos. está contida a “perversidade” das máquinas. Em tal sentido as má-
da
totalidade. Aprecia a máquina em Situação isolada. como coisa em si ou subs» quinas são objetos à que se pode atribuir significado ambivalente. ora sendo
tância, desligada do conjunto de circunstâncias sociais. histórica
s e humanas úteis. quando operam dentro de relações sociais lumanizadas. ora malignas.
que aexplicam. Transformaa máquina em corpo natural, negando-lhe portan- quando a serviço de interesses anti-hunianos. Há classes inteiras de máquinas
to à sua essência de produto do engenho humano. que deve ter obedecid
o a pertencentes ao último grupo. as de finalidade bélica. por exemplo. mas são
algum fim ao fabricá-a. Essa atitude não encerra um erro lógico
casual e ino- aquelas sem existência necessária. só continuando a ser produzidas enquanto es-
cente mas um artifício ideológico, destinado exatamente a encobrir o tiverem presentes as condições sociais que as explicam. Os grupos sociais senho-
aspecto
humano e humanizador ca máquina. sempre contrário aos que
as utilizam con- ves do poder que as vêm empregando há séculos para matar homens não perce-
tra os interesses da maioria da humanidade. intecpretando-a como resulta bem que estão se valendo de um instrumento moribundo. Os homens que ago-
do de
artes maléficas. que acometem e opeimemoo trabalhador. O conceito de totali ra clas destroem geram aqueles que um dia as destruirão definitivamente,
dade devolve o autêntico sentido à máquina. Mostra-a na verdadeira realidad
e
A partir desse momento se terá restabelecido a essência humana da máquina,
de criação da cultura humana, explicável porque na ocasião em que apareceu que recuperará emão seu caráter existencial tornado patente pela aniquilação
já se havia tornado possivel reunir os conhecimentos científicos € ON impleme dos engenhos moruferos. Desaparecerão juntamente com eles os lamentadores
n-
tos materiais necessários para fabricá-la. da sorte da humanidade esmagada pela técnica e pelos maquinismos. as carpi-
deiras ingenuamente sinceras ou astutamente estipendiadas.
O desenvolvimento dos mecanismos. levando o» contemporâneos à compor
3. À historicidade e a definição da máquina
equivocadamente o conceito de “civilização tecnológica” — comose qualquer
Sobretudo o conceito de totalidade revela à historicidade da miequina. outra época também não o [fosse — constitui de fuo a base material da possibi-
nota
constitutiva da essência dela. Toda máquina. de qualquer tipo.
deriva de má lidade de humanização social. porquanto consubstancia o prolongamento do
quinas e conhecimentos técnicos antecedentes. por interméd
io da engenhosida mesmo curso de apropriação da natureza iniciado nas formas mais humildes de
de humana. assim como cemete a outra. mais perfeita que a deve fabricação de primitivos utensílios e apenas agora chegado a uma ctapa de es-
substitum,
Cony isso. as máquinas se incluem no processo histórico das plendor que aaturalmente nos deslumbra. É fácil compreender que esta situa-
sociedides que as
produzem e do qual se tornam indices. vevelando, assino ção sent julgada com dndulgente sorriso pelos espectadores do futuros certa-
a extensão do pro
cesso de pen epição de mundo melas consubstaneiato e mus relacios atente dspondo de engenhos poe ora inconeehas er Mmaequena dent orngent na
entecos ho
| 108 | [109|
= ferramenta. que. por sua vez. tem origem no utensílio. o qual pode ser

O Conceito de Veenotogia
sempre mais poderosos. que a» movimentam. considerando em si mesma essa
- do como qualquer corpo natural encontrado ao aleance da mão.
ser in sequência. Nesse curso. em fases mais adiantadas. observa-se que as máquinas
Ê . . o e
: animal em via de humanização
-
para alcançar um fim já capaz de vistum vão cada vez mais incorporando. na condição de peças. outras máquinasco que
- no. .
O utensílio distingue-se por ser usado ocasionalmente. enquanto à ferram permite organizar a série empírica de seu desenvolvimento. Mas. para a com-
s
tu + . .

é abricada eNpressamente ca princípio para vantagem individual. Mas o p preensão filosófica pouco valeria esta classificação tipológica. a não ser na qua-
=
cesso deinvençãodela só podeprosseguirse a ferramenta for entregue à soc lidade de material documentativo indispensável apenas enquanto fornecea ba-
dade com caráter geral e coletivo para a criação de bens, se para a configuração dos conceitos definidores da historicidade das máquinas.
4 erramenta conserva a relação original com o homem, porque apenas es +exposiçãohistórica da sucessão exterior dos modelos é interessante como ma-
te animal mostra-se dotado da capacidade de empregá-la. Os efeitos mecâni
terial de museu. mas não nos diria o essencial. a saber. que as máquinas exis-
cos que produz têm porfonte ene reética imediata o trabalho muscular.
São por tentes capacitam 0 homem a realizar a des “oberta das propriedades das subos-
iso. à princípio. de rendimento limitado É geralmente adequadas apenas ao tâncias e dos fenômenos do universo. Mimáquina não sucede àferramenta. nem
manuncio. Depois de novas formas de energia terem sido dominadas pelo
ho- uma máquina mais complexa a outra relativamente mais simples. senão pela in-
Hanem e postas ao seu serviço pode acontecer que a ferramenta as incorpore. ga- tervenção do conhecimento. o que em si constitui um fato da biologia humana.
vhando maior potência e rendimento. como se verifica por exemplo com uma só possível pela extensão do comato do indivíduo com a realidade. que justa-
broca movida a eletricidade. mas ainda segurada pelo operário. Continua sen- mente a máquina possibilita em modalidades cada vez mais perfeitas.
«do uma ferramenta e habitualmente não se inclui no conceito tecnológico vul- É porque observa ce pensa cada vez mais veridicamente a realidade que 0
gar de máquina. embora. pelo conceito crítico acima exposto. na realidade o os meros de projetar Macuinas mais complic adas « MM ONES,
e
se- homem encontra
ja. pois não é menos um instrumento material de domínio da natureza pelo ho- dotá-las de força motriz mais possante e de nível superior. Com a potência ob-
mem. Não importa que se trate de uma máquina destinada ao manuseio
hu- tida pelas máquinas mecânicas. o homem investiga e deseobre outras forças da
mano. Comodiz K. Marx (O capital. ed. bras.. p. 428). “a máquina. da qual natureza (radiações. reações químicas. reações nucleares) e delas se vale para
parte a revolução industrial. substitui o trabalhador que maneja uma única fer- fabricar outro tipo de aparelhos técnicos. habitualmente não mais chamados
rumenta por um mecanismo que ao mesmotempo opera com certo número náquinas. porém efetivamente o sendo de terceira ordem. com os quais obtém
de
ferramentas idênticas ou semelhantes aquela e é acionado por uma única ormas mais altas de produção. Contudo, a utilização de tais tipos. na maior
for-
qu motriz, qualquer que seja sua forma. Esta conceituação repete apenas ue dos casos. depende da degradação desses aparelhos em máguinas-ferra-
o peosumento de Charles Babbage. mencionado em nota pelo autor citado; ias. segundo se prevê virá a acontecer com a energia da fusão nuclear a
“A reunião de todas essas ferramentas. postas em movimento por um único a]. quando for dominada. será utilizada para produzir calor a fim de mover
motor. constitui uma máquina” É legitima esta forma de compreender. embo- minas. diretamente ou transformando-se antes em eletricidade. Obtém-se
ra limitada à máquina mecânica Esta representa na verdade uma ferramenta o uma potência ane “nica imeosamente maior. finalidade principal das
de segunda ordem: constituída pela reunião e conjugação de ferramentas sim des instalações que procuram captar as forças existentes nointerior do nú-
ples. exigindo porém o fornecimento de força motriz. que nos tipos mais prin tômico. Esplica-se a degradação da energia à forma anecânica porque pa-
A
tivos atúída cera oferecido pelo niúsento humano. como nos teares manuais € vecessidades práticas da vida o homem precisa de energia. sobretudo pa-
cm 1
tnntas outras máquinas movidas à mão. Logo depois, no entanto. Surge a nes eramassas materiais. Tanto uma gigantesca turbina quanto um impres-
cessidade de recorrer a fontes de energia mais poderosas para vencer e calculados eletrônico continuam sendo ferramentas, de ordem supe-
as resis Gi
tências externas dos corpos sobre os quais atua. e internas. decivadas do arran- mãos do homem.
jo das peç ita. dos atritos, dos pesos excessivos. Venergia utilizada de início . . , . - e
se eração de condicionar o comportamento à consecução de finalidade
,
vao poder inuse ular de animais dorados de mais forgu que o homem. com enelusis idade à forma de orsanização material constituida-prto
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riv ingênuo. conforme indicamos. tentar estabelecer à genealogia das emaequinas etica ia. Po)
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= es estabelecidas entre as ve-

O Concerto de Tecnologia
O cumprime a finalic: e que não
ento de , umafinalidad
Alvaro Meira Pinto

I pode ter origem nela, A definican lade de condicionar seu comportamento às relaçõ
aquina tem de . ser procurada.
da máquin: iaTá:
ocurad: por viao dialética. e só será alcançada com u
Wesentações das coisas.
prego das
das categorias
rias lógicas
lógic: de fim
t e mediação. percepção do novo apareci-
O poder de descoberta, limitado no irracional à
emprego c: iaçã À concepção formal. desen
e universalização do exercício
| | a
lo diante dos sentidos, no homem,pela repetição
eine t 4
nnecendo est as emenda
CN à as, N Ve nan 1 aa (O!
I
a um Ú b Je 4o dado e
« I proce ae
le po
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i

causal lincar. investigando retroativamente quais 05 tipos que à precederam de assumir a função de
sta faculdade. chega a constituir a idéia clara, capaz
deem a descobriu na chamada “origem” e quemintroduziu 05 sucessivos no define à forma primordial do pen-
notivação ce comportamento. fal aúvidade
Woramentos. Compreende-se, está claro que foi inventada para ter é j mental representativa come-
Bamento. aquela em que o produto da elaboração
lidade. mas a invenção é concebida como o neo q nn a formar no que Locke chama-
sa a se desprender do dado imediato e à se trans
nhuma
uno atençãose presta comumente aosaos f fundamentos
a tos sociais na do pensamento. a idéia da
mia CDdela. Comisso a a de idéia complexa. a saber. uma criação inter
máquina se insere na história formalmente imaginada e não na história diale o dado imediato pasa a ser
déia. Quando tal nível de abstração é alcançado.
ficamento interpretada, Sem dúvida. ao reconhecer-se tersido feita Dara | rigor de descoberta. a fa-
oluntariamente procurado. e só cantão “abe falar u
guém obrer um certo resultado. insinua-se a noção de finalidade. mas a no de descobrir. Mas não é
* em que isso acontece o homem descobre ser capaz
o permanece subsidiária. não chegando aser compreendida no essencial. Ve mento a respeito de suas ati-
e . e pos me

va fase inicial. e sim umaelaboração do pensa


, :

eco tomem orada Í compreensão da máquina. limita-se à auto atiy idade psíquica de segun-
ilades consumadas. Trata-se, portanto, de uma
isso, no caso das máquinas clássicas busca-se estabelecer com rigor ólicas novas. particular
» grau. o que certamente implica condições metab
paternidade, O equivalente deste conceito encontra-se hoje na noção de ma n sas. Mas permaneceriamos
nte complicadas. da atividade das células nervo
cla fábrica, Mesmoadmitindo-se. por ser evidente, que toda máquinaé crias abrangêssemos este proces-
ada em um simples e primário biologismo se não
para um fim. habitualmente nãoseliga esta idéia aos fundamentos de tal fina extensão. Devemos ineluí-lo na
BO psíquico especialmente humano em toda sua
lidade no processo histórico de realização do homem no mundo. Incide-se no e esta são a sociedade e as con-
se material cm que objetivamente funciona.
cngano de colocar o fim da máquina nela mesma. o que equivale a fazer dela sidades humanas. as quais. em
Bições oferecidas para a satisfação das neces
um sujeito autônomo, em vez de situá-lo no homem que a projeta e executa forças produtivas.
parte. ela mesmacria pelo desenvolvimento das
Dizeno então, sem percebera superficialidade e a insuficiência filosófica da ais criação de qualquer outro ami-
8 O processo da criação do homem. como o da
matir a: 0 avião foi feito para voar. a fresa para abrir cavidades. 0 espectro instância. o caráter da ami-
gh. é a exolução biológica. Nele consiste em úluma
pio para analizar as radiações. etc. Comesta locução banal deixa de ser men m. no estado em que agora
imididade. Na linha evolutiva que levará ao home
cionado o sujeito real da finalidade. dissolvido no instrumento queserve de me condições de relacionamento dos in-
Ae. a partir de certo ponto instalam-se
dliação para coneretizá-la. Obscurece-se a noção decisiva de que o avião não lu de atividade chamadatra-
ME Rluos com a natureza e entre si mediante 0 tipo
feito para voar. mas para o homemvoar. à espectroscópio é o meio que o lu exclusivo para este ser vivo.
Eaého. que inaugura um novo plano da realidade.
mem emprega para decomporas radiações. etc. À omissão do autêntico sujeito continuarãoa ter vigência. po-
plano social, Daí em diante as leis biológicas
empre presente embora não necessariamenteindicadona expressão al de acontecendo com as demais
váfi não amais diretamente. conforme continuará
forma a compreensão filosófica. dialética. da máquina. porque leva o anal ' doplanosocial. . urgem então
Qmécies. e sim pela mediação da materialidade
despreparado ou a considerá-la por si mesma sujeito. conformepretendem al relações com a natureza e com
ef! próprias deste plano, às quais 0 homem, nas
guns eibernélicos atuais. ou atributo da capacidade humana. perspectiva qui Às leis biológicas são sentidas
semelhantes. está imediatamente submetido.
N “ Na No aparecendo no papel de puro produto do poder ei s. Serão mínimas desde então as
ainam por intermédio das condições sociai
a neo
de descobecta. de que eo edi :
dr codober ro no segundo sentido «qua processo esolutivo da espécie nem
detrações anatômicas € fisiológicas. mas o
0 pelas transformações cul-
a atividade permanente do sistema nervo
um isso deixa de prosseguir manifestando-se agora
so de eo do animal superior com 0 meio. Somente no homem. contudo + homem. numa ligação recíproca em
ota rs que modem a cealidade social do
sa atividade encontra aa base
ade encontra base de de um desempenho fisiológico
istolósi que lhe
| permite al , não femmpo CONO Cabtimead 4º
efeito N espansão do ais-
teen a amnme
quo este sol
.
ançar o melada
caçar dd: produção do de dede idéias abstratas. com isso dando The a possibili a teve da produção dicenltura,
ento diaeano de gelacoes com cr mmineo tona
(2 |

RA)
mm
end.
'

da descoberta dos fatos objetivos. da elaboração de idéias e da api nologia consiste na ceração de máquinas que representam scelevação à potências
Alsaro Vicrira Pinto

O Concetto de Tecnologia
leis de seu próprio desenvolvimento. Vesoluçãobiológica continua 2 crescentes das máquinas existentes em dado momento histórico. Toda máquina
damento último. pois 0 homem não perde jamais a condição de ant é uma máquina de wma máquina. no semvido em que constitui a forma de supe-
Mas a execução do processo evolutivo passa a fazer-se no âmbitoda ração. à herança multiplicada de outra anterior. O progresso na criação das má-
»ocial. criação da biologia do homem. wma vez que depende deelevaçã quinas faz-se segundo dois parâmetros: de um lado há substituição. e em tal
pacidade cerebral no nível do exercício da apreensãoabstrata c daconj sentido a máquina anterior fica superada e suprimida vindo a ocupar o lugar
de esforços no ato dotrabalho. Yevolução. que antes cra apenas biológica dela uma ora. que realiza por diferentes meios. às vezes com ansílio de novas
"a agora a ser biológico-social. ou. 0 que significa à mesmacoisa. cultura formas de energia. o mesmo fine mas. aum segundo sentido. há aperfeiçõa-
iso. a sociedade constitui seu peculiar sistema de leis. autônomas. dotada mentoa saber a estrutura da máquina agorajulgada velha admite indefini-
existência material objetiva. as quais envolvem e determinam tão compl da melhora in genero suo. O velho gramofone de manivela foi substituído pe-
mente o comportamento e às relações dos homens que estes não têm mais ac lo de motor elétrico e este pelo amplificador eletrônico. Claro está não haver
so às leis biológicas. não recebem influência delas senãoatravés da ação das le mais interesse econômico em conservarotipo agorvareaieo. Mas se homvesse.
sociais. Até para conhecer esta mesma situação, para se conhecer como ser que seria possível prosseguir aperfeiçoando-o. mantida a mesma espécie, por um
é produto de uma evolução biológica, o homem depende imediatamente daso er
longo percurso. z Ê
ciedade, porquanto este conhecimento constitui um dado da cultura. formado ôstas reflexões dão-nos a compreender a unilateratidade das apreciações
+ historicamente pela longa acumulação do desenvol imento da ciência. Assim lormais atualmente expendidas à respeito das máquinas cibernéticas. Quem se
à invocação do processo biológico e o incentivo à pesquisa dos mecanismos bio maravilha diante dos cérebros clevôuicos. chegando a sonhar conto dia feliz em
químicos que estão na base das funções superiores do sistema nervo o não der ve a humanidadeseria dirigida pelos robôs transistorizados. não percebe nes-
rogam a materialidade do plano social e histórico. antes dão-lhe maiorrealce« as recentes invenções senãotm dos eixos do sistema de coordenadas acima in-
o apoio de que precisamente necessitará para compor em conjunto a explica
ção filosófica mais ampla e verídica da realidade humana.
O sistema nervoso do homem desenvolve-se segundo o processo emtraços
gerais aqui esboçado. condicionante das atividades psíquicas. Este processo so
temrealidade no âmbito social. e por isso unicamente emtais condições se ori são multidimensional e não apenas um cursolinear, O caráter global da
gina a necessidade da descoberta conscientedas propriedades das coisas. Ape pg eplica-se pelo papel. pela influência na atividade do pensamentohu-
nas em tal caso 0 homem produz a idéia de umaestruturação de outras idéias dissemos que a melhora da máquina. socialmente falando. não pou-
e lhe é dada a possibilidade de condicionar-se às finalidades que propõe a comtelectual. antes o solicita mais intensamente. Acontece apenas que
mesmo. passando a dirigir-lhes a ação. Se de um ladoo processo de desenvol Lpor maior número de indivíduos. levados agora a cooperar para che-
vimento do sistema nervoso é a condição biológica para as descoberias cienti prajeto e execução de nova máquina. mais perfeita. capaz de superar
ficas, que serão posteriormente. em fases mais adiantadas, aplicadas à criação s la mesma classe. Comissoefetivamente o homen se descarrega
de maquinismos, de outro lado esse desenvolvimento decorre em correlação husive mentais. elementares. entregues às máquinas de caleular e
dialética com o estado da sociedade onde o indivíduo é obrigado a viver, e eque Jores, mas se carrega da obrigação. sempre mais árdua. de Fabri-
»e caracteriza pela disponibilidade de forças produtivas existentes. contada. caleuladoras e computadores superiores aos existentes. O curso
entre as idéias e os conhecimentos científicos. Compreendemos agora por que nológico tem indiscutível base social: É determinado pela ne-
a máquina se constitui em exigência do homem no curso do estabelecimento é gesoctedadesem dôs serviços a serem prestados pelos instrumen-
execução de finalidades a ele impostas pela necessidade de conservação do econstrnto Numa sociedade como ado iuício da cera mercantilou
existência. Vanáguina É um Den vital um bem de produção de ordem supe emo, moderna, do a necessidade de contabilização
rior porque produz beis de produção de ordem elementar O progresso da toa muples e facil execneao estudo ao alenae de
[115 |
fuma
pm

+
qualquer medíocre guarda-livros, o aparecimento de um computadoreletrôm- cro de instrumentos de registro é existencialmente o mesmo comportamento

O Conceito de Tecnologia
Alvaro Vieira Pinto

co. se imuúginásscmos tal milagre. seria não apenas uma insensatez mas uma moleiro de outrora ao regular a velocidade da roda d'água ou mesmo o pri-
inutilidade. voluntariamente repetida. por não valer o cansaço exigido para tra tivo camponês ao segurar a vabiça do arado. Examinados pelo ângulo da re-
balhar comele. Em tais condições, valeria muito mais a pena gastar direramen ção do homem cont a máquina. tais casos possuem a mesma essência. Emto-
te trabalho mental na realização dos cálenlos e anotações convenientes do «qu às eles o homemdirige instrumentos de mediação em que operam forças natu-
despendê-lo em aprender a lidar com um aparelho que, por hipótese. teria pum 15 superiores às suas para chegar a uma finalidade produtiva que lhe perten-
fim poupar aquele esforço. Essa poupança só ocorre efetivamente quando as .O que varia. claro está, é a forma historicamente tomadapela relação. Por
exigências são de determinado volume c qualidade. Ora. este fato é determina o. nenhum engano há em dizer que. de nosso ponto de vista atual. as 'proje-
do por condições sociais, pela complexidade c expansão da produção e dos cor es para 0 futuro. mesmo as mais fantásticas. não alteramo significado exis-
relacionamentos que acarreta entre os homens. por exemplo na complicaçam cial das máquinas. Às mais complexas usinas, ainda as atrais. automatiza-
das relações de mercado. Fora dessas circunstâncias históricas, os engenhos su ». originam-se remotamente do trabalho material ou intelectual do homem.
periores. inclusive os “pensantes”, não trazem nenhuma economia de esforçu ãoé possível concebê-las existindo porsi. o que seria dar-lhes o valor de subs-
É perfeitamente sensato dizer que atualmente as máquinas futuras nos são int neias e retirar-lhes a necessária historicidade. São sempre atributo do ser cle-
teis. Se as recebêssemos caídas do céu não subertamos o que fazer com clas amente criador. que as inventa para representarem, em caráter vicariame. a
pois não poderíamos ajustaras presentes condições sociais à elas. uma vez equi pacidade fabricadora, imensamente engrandecida, do homem. À mediação
por uma determinação de sua essência são clas que sc devemajustar às cond o perde o significado humano, nunca deixa de ser mediação,pela interposição
ções sociais. Seriam puramente postas de lado e ignoradas. tre a matéria-prima e o produto acabado de uma extensa linha de montagem.
Ainda por este aspecto convém apreciar o caráter da máquina enquanto de se empregam maquinismos de complicada e possante atuação. mumase-
mediação social para satisfazer as finalidades humanas. Uma das maneiras pe uência de atos realizadores. cada qual dependente do precedente. Por mais
las quais foi desvirtuada a significação da máquina como mediação do ato crin mplicadas que sejam. destinam-se a executar um gesto fabricador simples.
dor humano consistiu em atribuir-lhe o papel de “primeiro motor” (ver An * na maioria das vezes poderia ser feito. ou cra anteriormente feito. pela mão
drew Ure. citado por K. Marx em O capital). Tal conceito. que a absolutiza nana. apenas em escala artesanal. O caráter de ferramenta não desaparece
convertendo-a em entidade metafísica. mostra-se falso porque ignora que a ; máquinas de tipo mecânico, por gigantescas que ora se mostrem. K. Marx
produção do combustível. na extração do carvão nas minas. e mesmo a da ele O havia notado. quando disse: “Se ateniarmos. na construção de máquinas.
tricidade, ao screm escavadas as primeiras grandes represas, cera feita a princi a a parte da maquinaria que constitui a máquina-fervamenta propriamen-
pio pelo trabalho braçal. Considerando-se o estaclo da fabricação industrial em dita. vemos que nesta reaparece o instrumento do artesão. mas em tamanho
meados do século passado, quando se empregava principalmente a energia mo polópico” (O capital. ed. bras. p. 439).
triz resultante da combustão do carvão. c mesmo hoje com a eletricidade e o A definição da máquina tem sido tentada por quase todos os estudiosos que
petróleo. na verdade a proposição correta será dizer que o homem continua tavam do assunto. Nãoiremos fazer mna digressão a este respeito. mas ape-
movendo a máquina. Apesardas técnicas peculiares afases diferentes, pode-se s indicar alguns aspectos teóricos do problema. relacionados com a nossa po-
dizer que o trabalho continua a ser feito à mão. apenas por operários situados ão. Parece-nos. a esta altura. ocioso dizer que o essencial do temaconsiste
a distância no espaço e no tempo. É o artesanato a distância. São os operários decisão sobre a lógica com que é enfrentada a tarefa de definir a máquina
fisicamente ausentes da fábrica, mas nela presentes pela substância trabalha vicemos nais gerais, Tem-se de decidir se nos contentaremos com o empre-
da que levou à construção dos maquinismos ou pela força motriz ali atuante. e + dos instrumentos lógicos formais. especialmente dentro de uma concepção
pelos inventores e construtores que idearam e materializaram as máquinas ope ateriadista mecanicista, de que cesultará evidememente uma definição apenas
ratrizes. À intervenção do homem vem mudando de qualidade con o aperles atinal. ou se somos capazes de manejar conforme nos parece imprescindível,
coamento da maquinaria. O que hoje vepresenta o trabalho de sigilância e con es categorias do pensa didético chegando a uma definição imensamente mais
trole de um técnico especializado em frente de um painel provido de gennde mu gen cesatie gudentico No Pereaco Cas fomarenos quase semper tina destas
rem

a
[117]
Lo

direções. a descritiva ou a classificativa. Haverá sem dúvida vários critérios a oreing Language Publishing House. Moscou. s/d). que declara: “ Mé recente-

O Caneceito de Tecnologia
Maio Vivira Pinto

serem usados num caso € noutro. Não iremos passá-los em revista, mas apenas ente a palavra máquina designava uma instalação que converta uma espé-
indicar a título de exemplo. uma dessas [órmiutas. Se nos compenetrarmos da ie de energia em outra espécie conveniente para uma outra utilização, e tam-
necessidade do pensamentodialético. 0 problema apresenta-se em perspectiva bém dispositivos com anvílio dos quais eram auidadas aforma. a propriedade.
tão mais ampla e diferente que para eselarecê-lo temos de dizer praticamente estado e a posição dos objetos de trabalho” (p. 5). Trara-se de um enuncia-
tudo quanto contém este ensaio. ficando desde logopatente a inutilidadedade- do objetivo. fazendo referência aos dois aspectos principais dos maquinismos.
finição reduzida a wma clássica proposição enunciativa. Este último resultado 4 conversão de energia e o aspecto produtivo. que podem ser à produção de
supõe que se proceda à operação de destilação de aspectos ou notas. de concei- uma nova espécie de energia ou os objetos e efeitos materiais que a máquina
tos velativos ao maior número possível de máquinas reais. mecânicas ou ciber- executivo fabrica. Esse modo de pensar não se eleva acima da generalização
néticas. e depois se extraia a essência racional deles. para figurar no enuncia formal. de todo legítima. porém limitada. Mesmo tendo em vista especialmen-
do habitual de uma definição. Mesmo incompleto. é um trabalho útil. por ofe- te os engenhos cibernéticos. o pensamento definidor pode não ir além do pla-
recer diversos dados objerivos que só irão render tudo quanto logicamente sig- no formal de generalização. conforme se dá quando enuncia este particular gê-
nificam depois de incorporados à concepção dialética. Para a composição for- ro de máquinas pela velação de transformação ou elaboração de mm deterini-
mal. duas questões se apresentam. as quais conptitairãoas dificuldades fuucda- nado tipo de entrada (iupet) em outro. de saída (ortper). Essa generalização,
mentais do trabalho de pensamento ao procurar unificar numa visão lógica de inspiração e modelo cibernéticos. serve tanto para as máquinas transformado-
coerente os inúmevos exemplares dos objetos a serem definidos. os definienda ras de energia quanto paras produtoras e armazenadoras de informação ou
Referimo-nos. em primeiro lugar. à escala de abstração formal. que é possível as de finalidade mecânica. Y realidade física da máquina é o ponto inicial. o
instituir na diversidade das máquinas. de onde resulta poder o conceito procu dato Dbruio. 0 dado empírico pelo qual deve começar qualquerinterpretação fi-
rado ser estabelecido em diversos níveis de abstração formal. a partir do mais losófica. obrigada a escalar planos de generalidade crescente cor busca de um
grosseiramente empírico. que se limita eqquase sempre a dar uma exposição su sonceito cada vez mais autêntico. que exprima inteligivelmente a essência da
cinta conveniente ao maior número de engenhos habitralmente conhecidos. em máquina. Apenas. importa acrescentar desde logo que essa ascensão conceptual
cada época. pelo nome de máquinas. sem aprofundar-lhes o significado nem pode ser feira de maneira inadequada e insuficiente. à única conhecida pelos
buscar retirar deles conotações mais gerais, No topo dessa escala abstrativa en agtudiosos formalistas. aquela que parte do concreto de uma máquina particu-
contramos a definição da máquina dada atualmente pelos cibernéticos e pelos dar realmente existente e em funcionamento produtivo, e dela se eleva a planos
matemáticos. em formas puramente simbólicas. por exemplo uma simples mi cada vez mais gerais de representação abstrativa, sem sair porém da trilha for-
triz algébrica. À segunda questão que os teóricos confinados a espiar pelas vi mal por onde começou. Ora. o que tem decisiva importância não está na críti-
sias formais devem agora resolveré à produção de um conceito suficientemen ea aos detalhes de um enunciado ou do empilhamento abstrativo. mas na indi-
te amplo. capaz de abranger tanto as máquinas operatrizes quanto as chama esção de não ser possível extrair o conceito completo e rigoroso de máquina
das “pensantes. Esta dificuldade parece mais séria que a primeira. porque evi mediante esse procedimento generalizador. lorna-se necessário assinalar o
dencia de modo palpável os prejuízos causados pela falta do pensamentodia ponto onde se produz o trânsito à apreensão dialética. que aproveita os resul-
lético. Não podemos nos estender sobreparticularidades destes problemas. que tados dos momentos abstrativos anteriores e (D) explica-os e (2) incorpora-os
não são nossos: pertencem aos pensadores empiristas. behavioristas. positivis à verdadeira essência do objeto. que só pode ser descoberta pela aplicação das
tas e outras mais facções do formalismo subjetivista. Parao lógico dialético não keis eliadéticas gerais às quais está submetida toda a realidade.
há por que deles se ocupar. porquanto adota outro ponto de partida. segue on Res torna-se ponsivel estabelecer a seguinte linha de abstração formal pro-
vo caminho e chega a diferente resultado. gressna (4) na base a máquina material concreta uma máquina singular aqui
Mesmo assim de passagem. exibiremos duas amostras do procedimento presente om outros tantos exemplares iguais: (D) o plano. ou seja o projeto de-
formal que busca definie a náquina, Como exemplo da definição descritiva de senhado com todos os detalhes: representncdo jo primcico gra de abstração.
carater funcional pode servira de |, Catenmacher (Dhunheng Machines pois tuto con amequnto analeriado tags acontecia elas edigiaao arrecada, minieda ebemsentaas
o
=
o extremamente pobre. a essência dela: (€) o diagrama. a forma mais simplificada essência da máquina. e a prova está em que o casosingular. material passa a

uologia
Arara Macira Pinto

do plano. mencionando apenas a concepção geral do maquinismo, as relações in- ser julgado secundário e quase irrelevante. na verdade mais uma repetição do
dispensáveis. não estando sequer esboçadas ou dimensionadas as peças parti- sempre ressurgente platonismo. O autor inglês repisa a velha noção de que o
culares que deverão constituir objeto do plano detalhado. Corresponde ao con- objeto real é que deve adaptar-se à idéia geral. se quiser ser entendido. Significa

O Concerto de
ceito daquela mesma máquina particular. materialmente construída. de que isto que. no trabalho do pensamento. o homen só lida com essências separadas.
partimos. porém agora em um grau de abstração mais alto, no qual é mencio- existentes não se sabe onde. e rudo quanto lhe compete consiste em explicar os
nado muito menos do que o necessário para caracierizá-la no exemplar mate- objetos oferecidos pelo mundo real. e. no caso presente. até aqueles que são
rializado. porém muito mais do que se exige para representá-la conceptual- construção sua. com os olhos voltados para a luminosidadeinacessível das idéias
mente: (d) otipo. a pura indicação da natureza do mecanismo a ser projetado. eternas. absolutas. Diz Asbhs. traindo a real compreensão dacibernética: TA ci-
da relação entre a força motriz a empregare os dispositivos a que se aplica. pa- bernética encara um conjunto de possibilidades bem mais amplo do que o real
ra produzir o resultado em vista e aqui se acha especificado para que desse con- e depois indaga por que o caso particular deve conformacr-se à sua asttal restri-
junto deelementos mínimos. extremamente gerais. porém todos objetivamente ção particular” (op. cit. p. +). Comete aqui o autor uma dapla insensatez A pri-
definidos. venha a surgir na prática engenheiral a máquina consteuída e em meira a falar em “conjunto de possibilidades mais amplo que o real". como se
ação: (e) e por fim. a fase suprema da abstração do conceito formal de mágqui- pudesse haver concretamente alguma coisa mais ampla que a realidade. Mas o
na. aquela em quefica ceduzida a tum pero esquema simbólico. uma matriz al- autor não dispõe de papilas sensíveis a este contra-senso. Em segundo lugar. a
gébrica. aplicável a qualquer máquina. Neste ponto a marcha abstrativa for- indagação encomendadaà cibernética é ainda mais ingênuaeirracional, porque
mal chegou a tal altura que rompeu toda ligação direta com a base concreta. se trata de uma pergunta sem sentido. Na verdade. estamos em face da velha
«singular. de onde partira. Aqui o conceito de máquina aleança tal diluição re- atitudeidealista. tantas vezes moldada em tão variadas figurações. que preten-
presentativa que vale para qualquer uma. o que formalmente significa o triun- de deduzir o real do imaginário.
fo do pensamento abstrativo. a captura da “essência” procurada, À verdadeira Vemos. portanto. que a escala de progressiva abstração formal tem apenas
definição da máquina seria então a quese realiza nessa altinide. de onde o con- o mérito de vevelar sua limitação. Em tal sentido é úul porque nos mostra a ne-
ereto foi definitivamentebanido eo pensamento move-se com aliberdade. que eesidade de passar à formulação dialética do problema inteiro, conduzindo-
julga perfeita. embora de fato seja ilusória. de rodemoinhar no mundoimaterial nos com segurança à definição autêntica da máquina. O pensamento dialérico
das idéias puras. O conceito cibernético há pouco indicado pode ser considerado nada tem a opor às fórmulas descritivas que. como as primeiras acimacitadas.
como umavariante desse mesmo formalismo generalizado. apenas ser o adç- destacam a importância primordial da conversão de uma forma de energia em
quado algoriuno mas exposto verbalmente e mediante a noção de relaciona- eutea. ou à relação entre os dados de entrada e os de saída na máquina. O mes-
mento entre entrada e saída. mo cabe dizer das demais características oferecidas pelos tratados de física ou
Explica W. Ross Ashby (Hetrodução à cibernética. Perspectiva. São Paulo. ax análises dos cibernéticos. Realmente. máquina é tudo isso. porém conv o
1970) que só podemos compreender a máquina. cm termos cibernéticos. par- acréscimo de mais algumacoisa. Nosso ponto de vista insiste na necessidade de
tindo do conecito de transformação matemática. estabelecendo um paralelismo incluir no conceito discutido outros aspectos de ordem dialética porque dizem
exato entre as propriedades das transformações algébricas e as propriedades respeito ao processo genético. portanto à história dos maquinismos. Cont efeito.
das máquinas e sistemas dinâmicos. sabendo-se que “toda transformação po não é possível ignorar os traços resultantes desta apreciação ou considerá-los
de ser apresentada como uma matrizo (grifada a frase, po 18). Compreende-se de importância secundária. Ao contrário. parece-nos que. sem derrogar tudo
então que “a máquina determinada é definida como aquela que se comporta quanto foi explicado pela concepção mecânica. eletromagnética ow cibernética
do mesmo modo que uma transformação fechada univalente” (p. 28). Alean habituais. devem-se incorporar à definição da máquina otros traços inerentes.
camos. portanto. um plano de tratamento do objeto em que toda coneretidade pois dizem cespeito não ao funcionamento estrito ou aos resultados imediatos.
desapareceu. substututda por conceitos abstratos é operações sobre simbolos 04 predios que cngendeas amas ar melações mantidas com os seres que dão nas-
Este tratamento porém e entendido como a explicação eletiva a exposição da ennento aulas centenas necessidades devem Discente sum verdidena origem
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lã se tratando
ali de“ob auurais sua razãoã de ser não à está1 nelas mesmas genhos c mecanismos. cibernéticos ou não. revela finalmente sua plena signi-

O Conceito de Tecnologia
Não objetos naturais.
Alvaro Vicira Pinto

mas em outro. aquele que as inventa e cealiza. certamente concebendo-as pre- ficação dialética ao unir a prática. a saber. a constituição material da máqui-
viamente a título de finalidade que. quando se concretizar, virá satisfazer uma na. as condições de funcionamento. a força motriz. instalação e resultados. à
carência. À dialética define a máquina na perspectiva da gênese dela. no pro- teoria. à finalidade do homem interessado em fabricá-la.
cesso histórico da sociedade que estimula a criaçãodo engenho porque suscita Cabe-nos agora estender este conceito às máquinas não mais do tipo das
no pensamento do animal humano a concepção da possibilidade de utilizá-lo ferramentas. mas àquelas que. nãoutilizando exclusivamente otrabalho mecá-
para resolver umacontradição com a natureza. Assim. nascendo para servirde nico. situam-se em nível superior. qualitativamente distinto. em virtude de uti-
solução de uma contradição humana. a máquina. e em forma mais simplifica- lizarem outras espécies de forças naturais. as eletromagnéticas ou atômicas.
da os utensílios e ferramentas. vem carregada de uma contradição interna que Neste caso. realmente muda o aspecto distintivo da máquina. Houve umsalto
se resolverá pela substituição por outra. mais perfeita. imaginada para superar qualitativo no processo comparativamente à do tipo anterior. mais simples,
as deficiências dotipo anterior. Esta é a raiz do caráter contraditório de todo ma- mas a essência da relação que o maquinismo mantém com o homem permane-
quinismo. a que frequentemente fazemos alusão. e se observa na descrição da ce a mesma. Não só porque os engenhossão alimentados pela energia produzi-
história de um determinado ramo de sucessivos maquinismos votados à mesma da nas grandes centrais por algumaforma de movimento mecânico ou de com-
atividade funcional. Ao surgir como recurso pelo qual o houem soluciona tma bustão. excetuados os que aproveitam diretamente a energia atômica. mas por-
contradição com à natureza. a máquina recebe do agente Inumano. ao realizaras que o homemem todos os casos está presente na regulação do inteiro funcio-
intenções dele. o caráter histórico. as determinações dialéticas pertencentes ori- namento. Tocamos aqui num conceito de capital importância. que nos vai fa-
ginalmente à ação do homem sobre o mundo. cilitar 0 trânsito para o assunto do capítulo seguinte.
O homem hominiza-se pelo emprego de mediações na solução de sua con-
tradição natural. Mas. sendo esta constitutiva da realidade do homem. nenhu-
ma máquina à extingue c potisso renasce no engenho. sem haver nunca. por-
6. O homem e a regulação das máquinas
tanto. o mais perfeito de todos. aquele que. por hipótese. cncerraria a série. A idéia de regulação revela-se inseparável da compreensão do funciona-
A história revela à sequência. progressivamente cresecute em complicação. de mento das máquinas e. com mais forte razão, do funcionamento da grande em-
soluções pelas quais o ser humano. em regime social. descobre os meios de presa industrial. Nela está comido o íntimo da relação de instumentalidade
produzir as mediações que lhe permitam produzir a existência. Deste funda- que liga a máquina ao homem. À regulação já se encontra. plenamente vigen-
mento humanoé que as máquinas, do arpão de osso aos foguetes espaciais. re- te. na ferramenta antecessora da máquina propriamente dita. pois o artesão
cebema essência determinante dos detalhes particulares. a forma, a força mo- quea mancja não apenas aplica a necessária força motriz mas regula-lhe o fun-
triz, O tipo de produto ou de resultado. o regime de controle, c as mil outras vionamentono próprio gesto com que a utiliza. O trabalho humano tem de ser
características mais que cada espécie possui. dependentes da finalidade hu- obrigatoriamente reguladopara ser cficaz. Trata-se de uma propriedade inc-
mana c social de sua construção. O homemnada projeta senão para preencher rente ao funcionamento do sistema nervoso animal. que. na execução de qual-
uma exigência individual. Mas as relações sociais do homem dão-lhe umaes- quer ato corpórco. põe emação conjuntos de mecanismos fisiológicos de efei-
sência que consiste exatamente nesse relacionamentosocial, Porisso. ao dizer- tos opostos. de cuja harmonia resulta a operação adequada. O mais simples ato
t0s que o inventor concebe o projeto de um engenho. na verdade estamos nos muscular faz eutrar em atividade grupos de músculos antagonistas e supõe
referindo a uma situação social que engendra no espírito dos indivíduos cul- portanto a correta regulação das influências nervosas recebidas por um e outro
furalmente capacitados para tanto imaginar o projeto das mediações. dos ins- grupo. O gesto de estender a mão para apanhar um objeto resulta do aciona-
trumentos, de toda espécie. que atenderão ao reclamo da sociedade no mo memo de músculos extensores. para que 0 sistema de alavancas ósseas alcance
mento histórico considerado. À definição dialética da máquina colocaa. tal o ponto onde se encontra o objeto. mas tambénr obriga a entrada em ação de
como outro produto humano qualquer na perspectivadas contradições buma- nmúseulos Mesxores. para que esse ponto não seja ultrapassado. À ação por con-
o) que se destina u resolver. Esta maneira de interpretar logicamente es cu traposção de elementos observa se em veda a escada zoológica desde a mosvi
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sentido de ser à concepção ideal do arranjo das partes e da aplicação da encr-

Lecnalogia
mento de formação de pseudópodes numa ameba, Qualquer ato mecânico rea-
Uraro Vaca Pinta

lizado pelo organismo animal supõe a atuação de forças contrárias. unificadas gia de queirá dispor. realizada inicialmente em estado deidéia na imaginação
nO gesto correspondente às finalidades dit ação. Temos aqui claramente à con- do autor. Esta reflexão tem decisivo valor para nos advertir sobre o engano Fre-
firmação. por mais este exemplo. da lei dialética da unidade dos contrários. muememente cometido de se julgar que só agora. com a entrada da recnologia

O Conceito de
A mesmalei. manifestada pelo animal em cada ato da vida. está igualmen- na época da maquinaria auto-regulada. a máquina adquire esse atributo. Na
te presente na máquina com que 0 homem transfere para o plano material as verdade. sempre o teve. não podendo acontecer haver alguma que o não tives-
condições do próprio funcionamemo enquanto agente mecânico. No organis- se. todo projeto ajusta a máquina às condições da realidade: do contrário se-
mo. à unidade dos contrários exigida pelo movimento de um membro realiza- gia concebê-la com qualidades absurdas. Sigimifica portanto a forma prototipi-
s€ graças à regulação que as centrais nervosas operam. movendo, mas ao mes- ca da auto-regulação. À justa colocação deste dado na linhade visão histórico-
mo tempoequilibrando. grupos de músculos antagonistas. Na origem do fun- dialóvica dissipa entusiasmos ingênuos em benefício da verdadeira compreen-
cionamento de qualquer órgão está sempre o sistema deregulação. sem o qual são. Por longo período dahistória das máquinas até a Revolução Industrial. e.
nãoseria possível nenhunia função orgânica, da vida vegetativa ou da vida de conforme os casos. até mesmo na era contemporânea o homen continua a
relação. Nas opetações dos organitos celulares. particularmente nas da mem exercer em pessoa. pela vigilância visual, a função de regulador da máquina.
brana. assim como no transporte dos potenciais de açãosao longo das fibras inclusive para acioná-la e pará-la. quando cumpria quantidade de serviço ou
nervosas. onde desempenham papel capital as cargas elétricas opostas, mani- de produtos que dela descjava obter. e ainda quando intervém periodicamente
festa-se. nesses fenômenos mais gerais elementares, a lei da unidade dos con- para limpá-la, recondicioná-la ou consertá-la. tim todas essas oportmidades a
trários. Ào se muntir do primeiro utensílio para agir sobre à natureza. o homem regulação cabe sempre ao homem ao operário presente. Significa isso que cem
nada mais fez do que incorporar uma ferramenta inerte. conservando-a subor- relação às máquinas o sistema nervoso do homem aparece por assim dizer co-
elinada ao sistemade regulação que é seu próprio sistema nervoso. Quando vai mo uma peça nelas embutida para regular-lhes o funcionamento.
fabricando conjuntos de fervamentas em ação conjunta. queserão. logo depois. É natural. porém. que tomando consciência do desempenho deste papel o
a» verdadeiras máquinas. alcançando agora dimensões gigantescas. a mesma homem procurasse descobrir meios de transferir para um dispositivo material
lei dialética da unidade dos contrários continua à ser o fundamento de toda uma função que exige penoso esforço de atenção e assistência contínua, Sur-
estrutura da maquinaria. Eis a razão explicativa da necessidade da presençade giram então os primeiros e elementares mecanismos de regulação das máqui-
um órgãode regulação. seja nos sistemas vivos seja nos inertes. com qualifica nas. aproveitando exatamente o equilíbrio de forças opostas nelas operantes.
ções para atender a um funcionamento cada vez anais complexo. O regulador de bolas. criado por Wau para estabilizar, entre limites prefivados.
O ato de inventar a máquina e de projeta-la idealmente consubstancia a pri a velocidade de rotação de um volante pelo comando da entrada de vapor re-
meira das modalidades de regulação das máquinas exercidas pelo homem. Pois trata um dos exemplos iniciais desse processo de melhora das máquinas. cman-
o simples fato de concebê-la segundo as possibilidades do conhecimento cien cipando o homem do exercício direto da função reguladora. até então pratica-
tífico de que dispõe em função das premências da produção social a que a de do exclusivamente por ele. tendo de exercê-lo permanentemente, Com o pro-
signa constitui a forma primordial da regulação. Ao concebê-la. tal como se gresso diceriação técnica. essa função foi entregue atualmente aús dispositivos
mostra viável no momento, 0 homem faz a máquina já nascer regulada, regu eletrônicos. Uma consequência de culminante importância nesta transforma-
lada pelo seu projeto criador. Está por definição. por origem. ajustada às con ção tecnológica foi o desenvolvimento da base técnica que vivia a sugerir a for-
lições da realidade que a explicam. e nisto consiste o fundamental da regula mação de uma ciência encarregada especialmente de estudar e construir ateo-
cão. Yorma suprema da desregulagem é a inutilidade. 4 máquina não fica via geraldos dispositivos e sistemas de regulação nas máquinas ca matéria vi-
inútil porque está desregulada. mas só é considerada desregulada porque se va que se ehamor cibernética. Antes na regulação direta da máquina pelo
torno inútil paraoo fim a que se destina Veegulação a que é submetida de homem que a verdades era apenas uma forma superior de manejo dos uten-
pois de fabricada. durante todo o tempo env eque se consensiuent uso tem por mioo opesício cecolhin pelos órgãos perceptores 0 dados do funcionamen-
tonta préscegulação original cepresentada pelo projeto da sua eninção no ger aber amiggemaliem as edeoaedim emo set julgmenento q COMINCRCRCIR Che DEEEI NA OM DUREO
[124] [12
para modificar o andamento do maguinismo. Foi esta função que se tornon wna ciência que se propôs. entre as tarefas iniciais. especular sobre essa afini-
Alvaro Vicira Pinto

O Conceito de Tecnologia
possível delegar « instrumentos especialmente concebidos para tal fim. Na de- dade. procurando resolver os problemas. muitos deles de ordem filosófica. que
cisão de praticar a transferência para um envolvimento de um ato entinen- suscita. Não sabemos se será demasiada presunção acreditar que o trabalho
temente humano. porque resume o caráter próprio dosistema de coordenação desses pesquisadores poderia tornar-se mais fácil se levassem em conta algu-
nervosa e hormonal entre as partes do organismo. e entre este e 0 meio. encon- mas das considerações aqui expostas. o quesignificaria desde logo intepessar-
tra-se a invenção característica que dará corpo à ciência cibernética. O ato, an- e pelo estudo da concepçãodialética e de sua possível contribuição para a tco-
tes exclusivamente realizado pelo homem. transferido para as máquinas de con- ria das máquinas. Partindo dahistória natural das relações entre o homeme as
ole. não perde a condição de criação especificamente humana. razão pela qual ferramentas ou as máquinas. evidencia-se imediatamente a função de regula-
podedizer-se que o homem elevou a uma potência superior. graças a essa dele- ção exercida pelo pensamento. exigida em vista do encontroe unidade dos con-
gação. sua faculdade increme c permanente de intervenção reguladora em todos trários procensados em todo maquinismmo. O conceito dialético de regulação se-
Os maquinismos que constrói. À realização técnica. se por um lado leva a cons- rá o elemento deligação para passar da idéia de máquina simples à de máqui-
ciência ingênuaa crer haver-se agora a máquina tornado independente do autor. na auto-regulada. Com isso. é possível oferecer uma base racional em que, cs-
julgando-a capaz de “pensar”. de tomar decisões emface dos dados com quese peramos. se esclareçam os problemas e se dissipem soluções ingênuas levanta-
defronta. por outro lado mpstra que os órgãos artificiais reguladores são efetiva- das pelo exame da relação entre o homem eeste particular tipo de máquinas.
mentc o próprio sistema nevvoso do animal hominizado manifestando-se numa Especialmente o conceito de “informação” encontra aqui a melhor oportunida-
capacidade elevada a umnível qualitativamentesuperior, pois. em vez de regu- de de esclarecimento. À noção de máquinas auto-reguladas passa a constituir
lar diretamente a máquina ou o aparelho, regula o regulador. Houve apenas um caso especial do conceito geral de máquina. pois nenhuma existe que não
transferência de função. comprovando a superioridade da representação da rea- exija um órgão regulador. Seeste É o sistema nervoso do operário ou umcir-
lidade objetiva pelo pensamento abstrato. Um relé não pensa. nas executaa fun- cuito de programação e estabilização. incluindo um arquivo de memória dos
ção reguladora a ele delegada pelo pensamemo humano. À máquina ou o apare- dados indispensáveis à exccução da ação útil. tal diferença não alterao signi-
lho onde figura essa peça simula regular-se a si mesma. quando de fato cumpre ficado lógico respectivo nem da máquina nem do operário. Uma concepção da
apenas a regulação antecipadamente imposta pelo construtor. Levado ao extre- cibernética incapaz de reconhecer que este campo científico somente pode ser
mo limite de rigor. o conceito de auto-regulação das máquinas é incxato. Trata- constituído em função da história natural da matéria viva e. especialmente. na
se apenas de uma concessão de linguagem, atualmente impossível de ser eispen- sua expressão mais perfeita. da história natural do homem, do processo pelo
suda. dadoseu uso universal. Contudo. na verdade. nenhuma máquina regula a qual este particular animal conquista o conhecimento da natureza a fim de
si inesma. porque não tem qualquer interesse em fazê-lo. não contém em sia fi conseguir copiosa e segura produção de bens. estará. ao que nos parece. erran-
nalidade de funcionar bem. Ointeresse está emoutroser. naquele que a criou e do noestabelecimento do ponto de partida. É evidentemente é um erro de gran-
a dotoudas peças indispensáveis para exercerem os processos reguladores. O vín des consequências. Outra consideração igualmente sc impõe quando examina-
culo entre 0 órgão regulador e as partes do maquinismoé externo. pertence ao mos os mecanismos auto-regulados. Referimo-nos ao seu significado enquauto
plano da construção.À exigência do homem. não à da máquina. é que as torna técnicas aproveitadas pelo homem para adquirir o domínio cada vez mais po-
capazes de se controlarem a si próprias. O fundamento desses processos encon deroso das forças naturais. Poreste lado encontramos outro aspecto da maqui-
tra-se na faculdade humana de pensamento, que só se exerce em caráterlógico naria. não apenas a de natureza cibernética. mas toda cla em geral. que vem a
se põe em jogoa verdadeira, única e primordial regulação. a saber a conjugação constituir o tema central do presente ensaio. Falamos datécnica. e do modo pe-
das idéias numsistema que adquiriu sentido em função da finalidade a que se lo qual as máquinas traduzem a incorporação dela a dispositivos materiais.
subordina. Esta concepçãotorna-se capaz de transformar-se em projeto porque mecânicos ou eletrônicos. para dar cumprimento à permanente finalidade hu-
reflete fidedignamente as propriedades e aspectos da realidade objetiva. mana de conhecer e dominar a natureza. Às máquinas incorporam a técnica.
Da analogia entre o funcionamento de uni dispositivo mecânico ou eletro representam O Cs MAIS perfeito ECON ER CAD QUI esta se res ela. tais não lhe

mico co do sistema deivoso, prioeipal vegalador do orgasmo seminal surgia dao origem pes tal origem nela se situada ent outro dugano ma ação humana.


+
3
rara Vero Preto

da qual a técnica é um dos aspectos existenciais. Permaneceriamos. porém. no vel desse conflito encontra-se na obsolescência das máquinas e aparelhagens

O Concesto de Tecnologia
plano das abstrações se mantivéssemos nossoesforço indagador no nível qua- existentes. por definição. sempre provenientes da fase anterior e na necessida-
e sempre esquemático env que temos aqui exposto estas considerações. Não de de substitut-las por outras formas. correspondentes ao grau de avanço do co-
bowve mal em proceder assim justamente porque nada do equanto dissemos dei- nhecimento tecnológico efetivamente existente num momento ulterior. Assim se
vt de ter relação com a existência concreta e com a materialidade do mundo. deu nos primórdios da revolução fabril que assinala um dos aspectos iniciais da
sendo portantofácil passarmos daqui em diante a mostrar no conteúdo concre- história moderna. quando a construção de máquinas industriais entrou em con-
to. no exercício da funcionalidade (Cenica. O que as máquinas realmente signi- flito com a base técnica representadapeloartesanato e pela manufatura. Mas es-
ficam. Enquanto elemento de um processo evolutivo que temt história e pode te conflito constitui apenas um caso. talvez mais saliente porque dele temos no-
ser estudado por si mesmo. cada máquina É sempre um objeto definido pelas tícias seguras. do que sempre ocorreu no curso da história humana. À máquina.
funções específicas que exceumv e está. conforme as condições sociais vigentes. e o mesmo ver-se-á depois passar-se com a técnica. inclui na sua perfeição atual
não a serviço do homem em geral: mas de grupos definidos dentro de umaso- a negarividade. a carência a ser cancelada na aparelhagem que sucederá a ela.
etedade. os grupos que a possuem e necessariamente se aproveitam dos bens sia reflexão possui elevado aleance para a formação da consciência do cientis-
por ela produzidos. ta. do pesquisador. especialmente o das áreas atrasadas. por definição importa-
dor de técnicas e aparelhos já vencidos, e de todo modo nunca inventados por

- - o ele. obrigando-o a ser um eterno cecebedor da maquinaria esgotada em seu va


7. dl consideração das máquinas em concreto. lor heurístico. Esta contingência não poderá ser superada senão pela ascensão
4 dialética da ferramenta do país subdesenvolvido ao nível econômico de livre expansão de seus recursos
e ao domínio do avanço cultural. tornando capaz de constituir-se em centro de
Não apenas por este aspecto faz-se necessário descer ao concreto na conai-
invençãoe fabricação de técnicas e máquinas que o habilitem a competirna li-
deração da máquina. Esta exigência resulta sobretudo do fato de à noção geral
nha de frente com as nações impulsionadoras do progresso geral da ciência.
de relação entre 0 homem e à máquina ocultar três exemplaves humanos que
to lado de alguns momentos de descontinuidade mais significativos. mar-
devent ser discriminados. o proprietário. o consumidor dos produtos acabados.
cados por grandes descobertas científicas. das quais se seguem retumbantes
e poe fim o operário que trabalha com o aparelho. São entes distintos nas con-
transformações tecnológicas. sempre houve 0 progresso contínuo de substitui
dições de produçãovigentes. Tal diferenciação representa uma contradição no
ção da ferramenta velha pela nova. mais operanteo produtiva e adequada aos
plano social. porquanto significa que a relação emre a máquina eo homem,
fins visados pelo homem que a concebeu ou com ela trabalha A história das
que. sendo existencial, deveria ter o mesmo sentido para todos. funciona de fa
máquinas de guerra mostra-se a este respeito muito elucidativa. Neste ramo 0
to como condição discriminatória.
envelhecimento faz-se rápido. em consonância con os arúfícios defensivos in-
De acordo com a concepção exposta por K. Mars (O capital. ed. bras..
ventados pelo adversário. Na atuação bélica. enquanto existirem condições so-
p. +30). 0 processo da máquina-ferramenta consiste em desprender-se esta da
etais que explicanv os conflitos entre grupos. classes ou povos. o homem luta
lerramenta manual. em que inicialmente se Dascava. e tomar forma livre. su
contra a estratégia de um semelhante a que chan de inimigo. À natureza. po-
bordinada apenas à sua função mecânica. Tal processo evolutivo faz-se à custa
rém, não tem estentégia. tem segredos. Na construção do conhecimento cienti-
da posição e resolução de contradições e está em pleno eueso na fase de auto
fico o homem luta contro desconhecido. não contro dissinulado. Na indús-
mação onde agora penctramos. Toda máquina por um lado poecisto É concre
teia da produção de bens o adversário é À natureza. cujos procedimentos não
tiza. uma possibilidade de ação produtiva. explicada pelos conhecimentos que
mudam para se contraporen aos progressos do engenho humano. À natureza
levaram à construção dela. Mas, aumentando a capacidade humana de peneta
não joga contra o bomento mas em compensação há nela um infinito de viriua-
cão na realidade. o desenvolvimento propendepara o desegquilibrio. veaparece a
lidades cognoseneiso que desempenham permanentemente a função de resis-
contradição. O avanço científico em cada fase entrem conthito coma base me
tências e oposição crescentes à medida que a inteligência Inumana penetra mais
eddeace a aparelhagem ale pesquisa que tem io disposição. Vanamilestação «ist
. Iundamente emo ses senteslos ce estabelecem o contlito de base a ser cesolvido
128| [129|

tanto. subjetivamente. no ato» à praticar conta com ela como peça de seu or-
Miaro Meira Pinto

olosgia
pelo avanço do conhecimento. pela descoberta de novas forças motrizes
e criação de maquinismos por ora inimaginados. Diz o autor acima referido: ganismo. 4 ferramenta ou máquina elementar. talo tear om a roda deoleiro.
“NM indústria modernateve então de apoderar-se de seu instrumento caracteri-- mem carro om mesmo uma catapulta. é então concebida como multiplicador da

O Coneeite de Te
tico de produção. a própria máquina e de produzir máquinas com máquinas. força humana. porque não sóexige a permanente direçãopelo agente amas ain-
S6 assim criou sua basetécnica adequada e ergueu-se sobre seus próprios pés” da se conserva ligada à «ua subjetividade. As decisões a que serve — hoje se di-
(op. cit. p. +38). Na atual produção automatizada vemos apenas um passo ria o “programa” cumprido — estão armazenadas no cérebro humano. sob a
adiante nesse mesmo processo. Estamos ainda na fase das máquinas fazendo forma dos convenientes reflexos condicionados requeridos para o manuseio dos
as máquinas. mas mudou o modo de operar essa fabricação. em consequência instrumentos. Na grande indústria mecanizada da fase clássica da Revolução
da mudança da relação do homem com a máquina. Antes. cra preciso que o Industrial a ferramenta existe incorporada não mais ao homent porém à má-
operário estivesse presente para que uma máquina produzisse outra. Agora. até quina. adequivindo caráter objetivo. tornando-se independente da realidade lu-
mesmoessa função já em alguns casos parece poder ser delegada a outra má mana do trabalhador que a manipula. O operário a sê. tal como fez com a má-
quina. Há aqui um salto qualitativo não no processo da relação das máquinas quina. na qualidade de objetoligadoa ele por um vínculo exterior.
umas com as outras. mas no da relação do homem conti maquinaria emgeral, “Femos nesta situação o momento antitético do anterior, À ferramenta. de
Retomamos. assim. o tema da concretização dessa relação humana. a que subjetiva que era. passou a objetiva. Outrora criada pelo homem, apresenta-se
aludimos Jinhas atrás. Deixando de lado dois aspectos mencionados. o da pro- agora diante dele. e por isso pode lhe ser oposta. antagônica e hosnilo O espíri-
priedade da máquina e o da apropriação dos produtos por ela elaborados, to criador vê no objeto posto a trabalhar um ser com o qual não mantém mais
questões relacionadas particularmente com a sociologia. e que afloraremos em uma celação direta de continmidade física. e portanto de ajustamento existen-
algumas passagens posteriores. desejamos. de acordo com o espírito do pre- cial. Instala-se assim uma inegável forma de alienação. que será a origem do
sente capítulo. compreender melhor a velação do homem com à máquina. con antagonismo entre a máquina c o homem. não o lamuriado pelos terrores do
eretizando o ser humanona pessoa do operário que maneja os maquinismos. pensamento ingênuo. mas aquele que representa o aspecio real de prejuízo cau-
Este é o verdadeiro modo de encarar o problema, pois é o operário que repre- sado às massas obreiras pela maquinaria de propriedade alheia. enquanto as
senta concretamente 0 homem na relação com a máquina. Se não proceder condições sociais não humanizarem a execução do trabalho mecânico nem a
mos deste modo. o conceito de “homemo do qual a todo momento falamos apropriação de seus frutos. Vas instalações industriais da vigente formação his-
refere-se apenas a um substantivo abstrato irreal. que afinal não representa tórica. o homem, entendido comooperário concreto. individual. encontra a má-
ninguém. O possuidor da máquina. das empresas fabris. nos regimes em que quina feita. tendo de se adaptara ela. Realiza-se então uma inversão mortal do
prevalecem distinções sociais internas, não estabelece com elas outro vínculo projeto existencial do trabalhador. em consequência da qual não lhe é mais li-
senão o da mera útularidadejurídica. respeitada como valor máximo pelos cá eito ditar as finalidades do seu trabalho. pois já as encontra estabelecidas por
nones vigentes. situação perfeitunente compreenstvel pelo aspecto sociológi outrem por alguém que não participa dos mesmos interesses. Não tem mais o
co. porém de todo destituído de significação à luz da análise existencial. Só controle das finalidades das operações que executa. entvista de a máquina não
mesmoa ingenuidade constitucional da consciência dos proprietários. aliada lhe pertencer como não lhe pertence tambémadireção do processo produtivo
à vaidade que a infla. explica que. enquanto grupo. de modo francamente cô em geral e portanto o destino dos produtos que. com o emprego da máquina.
mico se chamem a si mesmos “classes prodetoras”. Na verdade são produto ajuda a elaborar. Esta inversão de relações estará bem caracterizada se elisser-
vas de várias outras coisas. excluindo o trabalho. Na fase da manufatura o fra mos que antes na manufatura. a máquina trabalha nele e agora é ele que tra-
balhador consubstancia ele próprio à máquina. a origem da força motriz. e le Dalha vela. Dai ão conceito de desumanização do trabalho já não há distância,
va consigo as ferramentas. em escala humana de manejo. dando a estas o sig Não se deve compreender a desumanização do trabalho apenas conto fato tee-
nificado de partes do corpo humano espectalizadas e mais cendosas para os nológico. Exidentemente. tal condição existencial não se veduz a este único as-
atos a executar: Pode dizer-se que a ferramenta tentado valor de mt elemen peeto modo de pensar peculiar à concepção mecanicista da história mas tem
to subjetivo da vealidade lins pose operál BED DRDGCEDE PODE ad RC SRT ger 4 peu ntros de são sestema de celações sociais que a explicam O sistema atua crian
[130]

jun.

tá.
“a
do de fato as relações tecnológicas aqui referidas. e que. do ângulo de percep- cente pela via da expansão do conhecimento científico e da imaginação criado-
álvaro Vicira Pinto

O Comeito de Vecnologia
ção no qual nos colocamos. constituem importante face do problema. sendo ra. Mas esta situação. que presentemente configura a tragédia do trabalhador
mesmo. segundo nos parece. a que mais encaminha o pensamento a penetrar submisso à máquina. na verdade ao proprietário dela. sendo histórica. por
na essência social desses acontecimentos. O trabalhador converte-se em peça iso mesmo nada tem de definitivo. Os males acarretados aos bomens que
do maquinismo. de valor geral barato. facilmente substituível quando desgas- labutasun na indústria mecanizada dessa forma teriam de conduzir à situação
tada. Os quadros lastimosos. sempre ingênuos. pintados pelos pensadores inca que compõe a negação dialética do estado anterior. ou seja. tende agora para
pazes de ver os outros fados do problema. têm aqui sua origem. Os trabalhares o vestabelecimento da dignidade e da liberdade do trabalhador. desobrigando-o
são obrigados a servir de peças numa maquinaria cujas finalidades. enquanto da servidão ao maquinismo. Mas. claro está. este novo estado. mais humaniza-
gruposocial. nãopropuseram e quase sempre ignoram. materializadas numen- do. do modo de produzir não poderia consistir no vcetorno às modalidades
genho quenão foi por nenhum deles concebido nemtêm permissãoe meios pa- primevas. que. embora sgnificassem a supremacia do trabalhador. eram ao
va alterar. mesuto tempo a cana da baixa quantidade e qualidade da produção. condição
Com isso muda igualmente a significação do ato inventivo. eminentemente que. por outro caminho. ven a ser igualmente fator do empobrecimento da rea-
humano. encontradonaorigem detodo processo produtivo. De início é 0 homem lidade humana. À solução consistirá na passagem a uma capa original. supe-
que inventa a ferramenta. valendo-se das propriedades elementares dos corpos rior. na qualo homem simultancamente se libera da prestação do trabalho pe-
e das possibilidades de utilização dos fenômenos naturais. Agora é a ferramen noso na máquina. deixa de ser criatura delas. sem com isso reduzir 0 processo
ta. sob a espécie de máquina. que inventa o trabalhador. Antes 0 homemsó fa- produtivo. Evidentemente à nova situação. agora possivel em virtude da auto-
zia as ferramentas de que pudesse servir-se: agora. as máquinas-ferramentas mação da maquinaria. não deve ser apreciada apenas por este aspecto. que
inventam ou. noutros termos. escolhem. à imagem de suas conveniências. os constitui a aparência. mas tem de ser julgada pelo conteúdo essencial. encorn-
trabalhadores que a» podem servir. Para tanto, faz-se preciso que os operários trado no sistemade relações sociais. a que esteja ligada. as quais. conformese-
sejameles próprios fabricados. projeto quese realiza pelo processo de prepara jam. estenderão, ou não. ao trabalhador a fruição dessa forma de ascensão de
ção. cada vez mais longoe difícil. do trabalhador. queirá, sem ter qualquerin sua existência.
fluência na própria formação. ocupar-se de uma máquina. Chegamos aqui a Chega-se assim à fase atual da indústria automatizada. quando o trabalha-
um máximo da inversão existencial. Em vez de o operário fabricar a máguina dor se ausenta quase de todo o contato conta ferramenta. a máquina. à não ser
esta é que o engendra à sua imagem, Ontologicamente. senos for permitidofa ocasionalmente para cepará-la. Não precisa mais jungiv-se à ferramenta. mas
lar assim. este fato significa que nas atuais condições sociais de exploraçãodo também não à submete a si da maneira como o fazia anteriormente. À relação
trabalho à máquina desempenha as funções antropogênicas dologos. Vivemos» entre o homem e a máquina volta a ser subjetiva. agora porém em grau supe-
numa sociedade que ingenuamente estabelecem, e disso muito se orgulha. como rior. na sintese dialética dos dois momentos antitéticos anteriores. N relação do
teofania de sua existência. 0 lema: “No princípio era a máquina”. Nenvigência homem com a máquina torna-se novamente subjetiva. mas se realiza pela inven-
cada ver mais premente. de “operários especializados” traduz atualmente a an ção de novas máquinas a serem entregues ao comando automatizado. Na auto-
tiga procura de “ferramentas especializadas”. sentidapelo operário. A velha es mação. a máquina volta a ser subjetivada. porque não apenas tem origem no
pecialização foi levada até o ponto em que podia ir. conservando a velativa dis pensamento. conforme sc dá com qualquer invenção, mas se conserva no pen-
ponibitidade do obreiro para o manuseio do maior número e da melhor espécie samento a título de fator do planejamento global da produção. Não predomi-
de instrumentos. Mas chega o momento em que a primitiva unidade do homen na mais à ocupação material conta máquina. segundo acontecia na fase da
e do utensílio não pode prosseguir em virtude da complevidade atingida por grande indústria clássica. Verifica-se agora a preocupação. isto é a ocupação
este último. cm resposta a exigências sociais impositivas de produção. Então e prévia. anterior à execução. revestida aqui do caráter de “planejamento”. É ese
o utensílio. agora corporificado num conjunto chamado maquina que passiia ta que adquire o significado decisivo. V produção vem de ser pensada. antes de
dominar na celação entre os dois termos. Dai por dianteo será o homen quem ser conmitada, O eseceteie da cacionalidade ques assim assume o primeiro
pes elo pranteme a aniequenaa, Pista continuaria sem processe de coriplesidade eres plano distingae se do antenor porque proc substituido se gem fndores empi-
[182]

a
td,
: o
ricos. na medida em que os prevê. Domina-os porque os impregua antecipada- da maquinaria. Sabemos bem que uma das formas de dar sobrevivência às má-
tAlvaga Vosira Pinte

Tecnologia
mente de logicidade. O esforço humano. deixando devaler pelo dispêndio de quinas obsoletas nos centros metropolitanos consiste em transferi-las para os
energia musenlar. marginaliza quem não o pode fornecer em forma superior. paises subdesenvolvidos. onde representarão. em função do atraso local. um
intelectual. por culpa da organização social que os inferiorizou. os trabalhado- acréscimo de capacidade produtiva do país recepror, medido em números ab-

O Concerto de
res. não os educando para isso. Nas sociedades que se encontram já nos graus solmios. ou seja. por comparação com a produtividade anterior. Se exiuninar-
adiantados da produção automatizada. mas onde subsistem desigualdades. de- mos. porém. a mova situação com os instrumentos da crítica dialética. seremos
aparece até certo ponto oantigo exército de reserva. incapacitado agora de ocorrer na verdade. nesta circunstância. 0 aumento da distância que separa o
fornecer os recrutas que devem ocuparo lugar dos combatentes tombados. por- pais atrasado e 05 deseny olridos. É indubitável que mediante tal artifício de
que nas condições atuais exige-se dos substitutos uma qualificação superior dominação o centro de comando político e econômico internacional resolve,
que não lhes foi permitido adquirir. Não desaparecem as relações de explora- dentro de certos limites. seu problemaimediato. Consegue impor por bom pre-
ção do trabalho. mas muda a forma sob a qual se oculta. À automação repre- vo aferragem velha eco que vem a ser uma forma de espoliação ainda mais no-
senta o retorno da produção à subjetividade. porém agora em plano mais alto civa. a chamada “assistência técnica”. sangria colateral sem prazo definido de
e por este motivo pressupondo condições sociais distintas. extinção. 0 que não somente onera espamosameme o balanço de pagamentos
A análisedialética revela-nos o valor positivo e ocaráterfecundo desta trans- do pais pobrecimas. ainda por cima, pespega lhe na fachada o título de eterno
formação. Longe de ser o Dies irae dos publicistas simplórios e alarmados. re- incompetente. incapaz de aprender em tempo curto a técnica que deve desem-
presenta a abertura de nova fase da produtividade humana. por essência benfa- penhar nas máquinas adeuiridas. Contudo. essa grave concessão ao poder he-
zeja. 1eudo consequências nocivas apenas se as condições sociais em que se de: gemônico não chega ao ponto de abafar o surgimemo da consciência nativa
senrola assim determinarem. Por si mesma constitui umarealização progressis- progressista no campo da tecnologia. Pode levá-la a certa desorientação, por
ta a demonstração de que a inteligência prossegue penetrando na racionalidade exemplo reclamar quase sempre. pelo menos a princípio. de modo ingênuo e
do mundo objetivo. para dele extrair possibilidades de ação cada vez mais ricas sem compreender os desequilíbrios sociais que cria e não pode resolver, a en-
e valiosas. Qualquer máquina é por definição imperfeita. pelas duas vazões se: trada mais acelerada possivel na era da avançada produção automatizada. ain-
guintes: (a) porque não há limites ao conhecimento da natureza. e portanto ca da que ao preço de funesta alienação econômica.
da máquina corresponde sempre somente a mm determinado gra de progresso Mas o problema do centro dominante logo reaparece. pois é da natureza da
do saber: (b) porque não há também limites aos interesses da produção. À má máquina. como da técnica e do conhecimento humano em geral. ser contradi-
quina supõe. assim necessariamente. sua melhora. remete a outro tipo mais tória e exigir a própria superação. Com a automação resolve-se um problema
aperfeiçoado. Com a aceleração do desenvol imento cientfico e tecnológica real. aumenta-se a produtividade c dispensa-se quase totalmente a imão-de-
compreende-se que a vida média economicamente útil de um engenho tende u obra. Sendo porém procedimento que implica vultoso investimento financeiro.
encurtar-se. Cria-se com esse fato um sério problema para os centros metrope que só as metrópoles podem fazer emescala socialmentesignificativa. quando
litanos. aqueles que possuem em grau máximo os conhecimentos científicos realizada no pais pobre torna mais aguda a contradição entre o trabalho hu-
existentes no momento e dispõem da força econômica para conduzir à Fabrica mano e os maquinismos. V contradição é representada pelo aprofundamento
ção dos novos maquinismos tornados agora possíveis. Trata-se de decidir o des da diferenciação entre áreas relativamente desenvolvidas do país subdesens ol-
vino a dar à máquina não imprestável mas convertida em obsoleta paro pata vido. nas quais se processa mm surto inicial de automatização. e 0 resto do pais
mar social em que está situada. São engenhos que continuant ent plena forma onde continuam a imperar as velhas estruturas. No entanto, à contradição se
dando o rendimento nominal para o qual foram ertados. Contudo no plano so estende. seanstala igualmente nas áreas atrasadas do país atrasado. quando ne-
cial mostram-seincapazes de suportar a concorrência cont outros. que ou abr las se implante um parque fabril moderno e automatizado. por causa da vio-
eum coisas dovas ou as mesmas coisas em maior quantidade e mais barato tenta distinção que estabelece como contorno. parao qual não traz o Denefi-
bosta questão amei nos em teme aspecto de problema do qual mao hegon cio de oferecer maiores oportunidades ee irabalho seral antes dá em resalta-
ninelo ce monendo de crptar a siganficação políticn ada tee nolosgan e elis amtalizançno doca desvalorização acelerada da mnoede obra desenho seda a ela imensa
po)

a
.

maioria das massas pobres. No plano mundial a autoniaização assume igural-


Msgro Vieira Ponto

mente à forma superior de contradição política. e neste sentido constitui diale- CAPITULO

ticamente um (ator altamente positivo na aceleração do processo histórico revo-


tucionário. o aumento da distância entre os países de elevado nível de industria-
lização e os atrasados. Foi o que MenokUToynbee reconheceu. ao que parece.
sem compreender sem examinar as causas e as consequências detal fato: “Na
Idade Mômica a incompatibilidade da petrificada estrutura política do mundo
com seu equipamento tecnológico revolucionário tornou-se aterrorizadamente A TÉCNICA
extrema” (Leperiences. p. 03). Esta face do problema da relação entre o ho-
meme a maquinaria mereceser tratada com algumas minúcias. o que faremos
nas paginas seguintes.
Á ferramenta e a máquina, em qualquer estágio de desenvol imento,
A destinam-sea realizar atos produtivos de bens. tendo porém de obede-
! = cer às propriedades dos corpos e às leis dos fenômenos naturais contra
es quais atuam. pois elas próprias são corpos e operam segundoas determina-
ções gerais do movimento da matéria. Seu desempenho está prefivado num
curso virtual de ação. concebido pela inteligência do construtor e materializa-
do no dispositivo mecânico ow eletrônico. A máquina está. assim. vinculada à
um modo de fazer que cla mesma nãopode espontaneamente modificar. ou só
modifica dentro dos limites. também previstos. a ela concedidos por constru-
ção. O modode fazer consiste em umasérie ordenada de operações. tendo cm
vista. de um ladoo fim a alcançar. o prodimo à fabricar. e. de outro lado. as
propriedades da matéria que é obrigada a utilizar e as resistências a vencer,

1. Os dois aspectos da máquina


Por conseguinte, a máquina que estaticamente constitui um corpo como ou-
tro qualquer. posto aí. inerte. de que temos sugestiva imagem nos maquinis-
mos, peças. veículos. jogados fora = 0 “ferro-velho” +. dinamicamente compen-
dia um programa de ação. Supõe. portanto, à racionalidade do desempenho. a
saber. a adequação de suas possibilidades de transformação à natureza e resis-
tências dos corpos sobre os quais vai agir. Pelo aspectodinâmico a máquinare-
sume e prefigura uma sucessão de atos que. por levarem ao fim pretendido, ex-
plicam a forma a ela atribuidieas funções que deve exercer. À sucessão de atos
representa ca técnica de produção que tal máquina é capaz de realizar.
Considerando valida esta proposição tanto para a ansaquina mais complesa
quanto perca cemais simples das ferramentas ainda inseparável do corpo hu
EMeo e cn npacenelereacos aque mn toção de decano naguIO promo ecntrnd am
[tdo | [137 |
reflexão sobre a atividade criadora efetuada pelo homem no mundo. Na con-

tecnologia
inatos. os membros de que é dotado. Pela Faculdade tecnopoiética, identifica-
pia

cepção simplista da máquina é natural não se fazeresta distinção. pois os as- da à invenção da máquina. o homem seafirma comoserpensante. não em ca-
peetos estático é dinâmico se apresentam unidos. Tem-se a impressão de ser ráter abstrato. mas porquepensa segundoas leis da realidade e se superpõe de-
ara

normal as máquinas trabalhareme pararem. De fato assim é. mas tal condição finitisamente aos animais Deutos. incapazes de tornarem sua a racionalidade a

O Conceito de
que à primeira vista. não parece suscitar qualquer problema. quando exami-
luara

que obedecem.
nada pelo ângulo da percepção evítica revela-se mma fonte ce indagações. Duas observações convém aduzir desde logo a respeito do conceito da téc-
Porque a máquina não significa a mesma coisa estando parada ou quando tra- nica: uma. o engano de quem julgasse tratar-se de tema recente do pensarfi-
balhando de forma útil. Comprova-se essa assertiva pelos exemplos dos pionei- losólico: outra. a impossibilidade de esclarecê-lo devidamente com a exclusiva
ros de qualquer invenção mecânica. ao construírem protótipos. que. por defei- aplicação do modo metafísico. formal de raciocínio. Embora só se tenha torna-
tos no momento ignorados. jamais chegam a funcionar, À máquina parada per- do. por assim dizer “oficialmente”, tum tema de reflexão filosófica obrigatório
manece no estado de corpo físico e resulta da imaginação daquele que a con- na época moderna. e na verdade quase em nossos dias. seria falso acreditar que
cebeu e a construiu obedecendo apenas às leis implicadas no esquema de reu- a especulação antiga e clássica o de-conheceu. Nem poderia ser assim. por-
nião das partes. que lhe deu forma. Mas a máquina trabalhando torna-se algo quanto a técnica está implicada. como base. em toda atividade produtiva, ma-
diferente por essência, Converte-se em instrumento de modificação do mundo, tevial ou ideal. Em nenhuma época ec em relação a nenhum objeto 0 homem
e como tal entra a desempenhar mm papel ativo no processo da realidade. deixou de agir tecnicamente. conforme se documenta pelo êxito das ações rea-
Enquanto a construção estática pode ser de todo extravagante e irresponsável tizadas em cada momentohistórico. sendo natural que dedicasse algumarefle-
conforme se comprova pela sucessão de projetos do perpetum mobile. a máqui- vão a seus processos e modos de proceder. Mas. indiscutivelmente foi em nos-
na em ação supõe duas condições de extrema importância para à compreensão so tempo que o assunto seio a despertar a atenção hoje demonstrada pela ex-
dela. Em primeivo lugar. a racionalidade nela contida, porquanto ao operar tensa literatura a respeito dele. Este interesse não ocorreu por acaso. mas em
com êxito confirma coincidir com as exigências da razão objetiva inerente aos consegiiência da produção. da acumulação de conhecimento e do Rota e
seres e fenômenos: em seguida. o papel do homem, a ela indissoluvelmente as complexidade da produção. que vicram a caracterizar a “era tecnológica. na
sociado. como o criador que transfere para ela as determinações racionais qual vivemos.
aprendidas do mundo e concebidas em pensamento do ato de imaginá-la, sen-
do ainda o dirigente que o aplicará. dando-lhe um destino e recolhendo 05 re-
sultados da ação mecanizada. À distinção entre o aspecto estático e o dinâmi
2. Conceitos antigos da técnica: Aristóteles, Kant
co da máquina. colocada aqui no início de nossa reflexão. reveste-se de earátci Não desejando alongar-nos em uma revisão histórica das especulações tra-
significativo porque estabelece 0 esquema geral das condições necessárias para vadas em torno deste conceito. para não nos desviarmos das considerações pes-
chegarmos a compreender a técnica. vendo vela. desde 0 primeiro momento. o sois que temos emvista oferecer. mencionaremos antes dafilosofia atual ape-
modo de ser humano que unifica a racionalidade objetiva da natureza à racio- nas as idéias de Aristóteles e de Kant a respeito datécnica. Para Aristóteles. a
nalidade subjetiva do homen Situa definitivamente o homemno centro das técnica. techne. vepresentada emlatimpelotermo ars. é o conceito do trabalho
cugitações sobre a técnica. indicando so mesmo tempo o sentido em que se de sem a matéria (De Partibis Auimalibus. 1, 1.040 a. 33). Na edição de OMord.
verá buscar a compreensão do seu papel. Atéenica de qualquer tipo. constitui William Ogle traduz a frase nos seguintes termos. que nos parecem uma pará-
vma propriedade inerente iação humana sobre o mundo € exprime por essên frase sem a concisão da expressãogrega. chegando mesmo atraí-la. acresecen-
cia a qualidade do homem. como o ser vivo. único em todo O processo biológi tando-lhe o que não exá dito no texto. motivo pelo qual aqui o exprsetmos no
ce quese apodera subjetivamente das conerões lógicas existentes entre os cor ociginal; "A arte na verdade consiste na concepção do cesultado a ser produzi-
posecos fatos da realidade e as transfere, por invenção e construçaD. para ou do antes de sã realização no material” [rt indeed consists in the conception
Eis COELOS sto ILeguinia .-—soam cioequicats Vi cabEeria GA DRA RADASZE CUM AURA CA ofthe resultto be produced before its realization in the material) (The Hork of
pag velo de gene inensguente supecior aque cube ei SOS Sets tSitnento a leste Otad Claóndon Press 012 No De CGencratione Amelia,
:
138
[138] [139|
Mristóreles precisa seu pensamento. ao dizer: “O calor e ofrio podem tornar o vra-se Gambém superior à simples ordem das sensações. limitadas à particula-

tecnologia
Vieira Paint

ferro brando ou duro mas o que faz uma espada é o movimentodos instrumen- ridade dos seres. a técnica 1em acima dela o raciocínio. e em sua forma mais
f

tos empregados. e este movimento contém o princípio da arte (técuica). Pois a perteita a filosofia. “pois é exidente que esta é a ciência de certas cansas € prin-
técnica é o ponto de partida (ou 0 princípio. arquê) ca forma do produto”. cípios” (ibidem A. ta 082 4. 2).

O Concerto de
Para distinguir entre os resultados da ação humana que se fazem tecnicamen-
Alvar

Se a técnica. vistumbrada por Aristóteles em seu conceito de produto hbuma-


tee os que a natureza espontaneamente produz, acrescenta que a técnica. co- no. embora ainda não desentranhado das conotações afins da estética e da éri-
mo princípio. somente existe em outro (o tradutor oxfordiano Arihur Platt ex- ca. revela já a preocupação por entender racionalmente a função produtiva do
plica. em nota: “no espírito do artista, eisto potencialmente”) enquanto “o mo- homen na natureza. encontramos em Rat uema tentativa de compreensão mais
vimento da natureza existe no próprio produto. oviginando-se de alguma outra aprofundada, Vemos aqui am pensamento já cepreseutativo de outra condição
natureza que tema forma em ato” (De Generatione Animaliun. 0. 1.735a. LL de desempenho da atividade tcenica. refletindo o mundo em outra fase do de-
mesma edição). Aristóteles considera a técnica um modo de ser específico do semvolimento tecnológico. em vista do desaparecimento da base social que.
homem e à compreende como un conceito. uma razão. um logos. que precede =endo no passado a escravidão. oferecia a Aristóteles um determinado modo de
a realização da ação. sendo lícito supor que imaginasse nele a prefiguração dos apreciar e conceituar a ação do homem. Kant discure à questão de saber se as
resultados do ato, e assino tomasse por um dos elementos da constituição da conendes em vista de um Fim demonstram a existência na natureza de uma
finalidade que determina à ação humana. À distinção entre o calor e 0 frio. en- particular espécie de causalidade. “Ao denominarmos técnica o procedimento
quanto agentes físicos de transformação. e o movimento dos instrumentos. na (a causalidade) da natureza. em vista da semelhança de finalidade que encon-
fabricação da espada. estabelece claramente a diferença entre as causas natu- tramos em seus produtos. edividimo-la em intencional (techinteca intentionalis)
vais e a intervenção humana, pois somente 0 homem manejainstumentos. Ele e não intencional (techinica naturalis). À primeira significaria que a capacida-
apenas necessita de umiespada. coisa que a natureza não lhe oferece. obrigan- de produtiva da natureza segundo causas finais tem de ser considerada uma es-
do-o. em função de suas finalidades, a produzi la. Aristóteles distingue por pécie particular de causalidade: a segunda, que no fundo é idêntica ao meca-
conseguinte a técnica. conceito humano referido ao trabalho. que é um modo nismo danarureza” (Aritik der E rteilskraft. Norlaender. Leiprig. 1022, p. 254).
de ser exclusivo do homem. e a matéria sobre à qual o agente opera. Esta lúci- Vacenica da natureza parece derivar da matéria bruta de suas formas segun-
da compreensãonão foi aproveitada pela quase totalidade dos tratadistas filo- do leis mecânicas. semelhantes aquelas que atuam na formação dos cristais.
sóficos do assunto. que se inclinamajulgar à matéria do produto como over- Vimportância da contribuição de Kant não reside simplesmente no reconheci-
dadeiro determinante do significado da técnica. 4o mesmo tempo unifica as mento do caráter técnico ea faculdade de julgar. mas na compreensão. embo-
duas ordens de fatores. ambas indispensáveis para possibilitarem o ato técni- ra viciada pela noção idealista das causas finiuis. de que a natureza possui uma
co Ei logo a seguir declara Aristóteles aquilo que nos parece 0 essencial: nesse técnica. no sentido de aleançar seus fins por mecanismos pertencentes a ela
movimento. ou seja no ato humano. reside o princípio da técnica Lais indica- mesma as leis naturais imanentes às propriedades dos corpos e dos fenômenos.
ções tem a nosso ver. valor supremo no encaminhamento da compreensão da Vação humana só é exequivel se estiver preligurada nos caminhos possiveis
técnica sendo de lastimar não terem chegado a florescer durante quase todo o oferecidos pela aúvidade das substâncias. dos seres uns sobre os outros. Assim.
eurso da história dafilosofia ocidental. À ciência e a técnica são adquiridas pe- o ato técnico que 0 homem irá realizar encontra no mundo objetivo. traçados
lo homem
. como resultado da experiência. À técnica identifica-se com o traba antecipadamente em virtude da precedência do ser material sobre a consciên-
lho diviadução abstrativa na procura do conceito universal, “A técnica surge cia. os rumos de suas possíveis criações e intervenções. Com isso. Nani dá-nos
quando a partir de muitas noções experimentais. se depreende um único juízo a base para compreender um dos componentes do ato técnico. seu findamen-
universal: aplicável a todos os casos semelhantes” (Metafísica. À 98 La DS. to na dogma objetiva da realidade. consubstanciada nas leis do mundo natural.
tradução Jo Tricot Bibrairie dk Nrin, Paris. 1948). Aacenica ou ante, É supe Claro esta que é incompleto estu compecensão. pois se faz mister incluir expli-
nero enpenência por amativo de permitir o conhecimento do porque e da can ettadamente o homent como o fator que sera o gerdadeiro portador da Finali-
oib Crbepuicridor JW ep [INI] sbpretias aliz o eua to obqeto e Se q CENT O Usos dede O homen porem mesano que a pudes e conceber ano se podera conere
Hs
RR
[140]
izar se não encontrasse no mundo físico às condições de legalida nicos destinados à produzir novidade. que serão. por sua vez. os ingredientes
ilvaro 4a sra Pinto

veita para inventar. as modalidades construtivas. chamadas máquii possis eis de novos processos técnicos. numa cadeia sem fim. Mas ainda
em ou-
imencional, não mais espontânea e natural. dos corpos ums quando re-
sobre os « tro sentido poder-se-ia dizer que o homem teeniciza a naturezas é
princípio, entretanto. e remotamente. cabe reconhecer que que "
Kant v cobre o mundo natural de um número indefinido de objetos fabricados.
embora sob uma luz equivocada. o verdadeiro sentido do cada vez mai»
problema. poi irão interpor entre a matireza e ele. Assim procedendo. de modo
nal o homem é um produto da natureza. € por este aspecto. Mas o
ignorando avassalador. só atinge a natureza através da téenica em que a envolveu.
mento a diferença dialética qualitativa, é à natureza que engendra
. na| iato de apro: |
aproximação ao objeto. investigá-o-lo e e p pensá-lo
: o méú todo de “investigá
bem como
humana porcla criada. a espécie de finalidade que lhe pode ser
atribuíds logicamente. representa por si mesmo uma realização teentea, dando em no
sorosamente. a natureza no plano físico não possui técnica
alguma. intenciá tado o homem tender a destacar de si a técnica que lheé inereme. º entrego a
ou não. Nela. inclusive no ceino dos seres vivos. só existem
propriedades ol aos fenômenos e processos objetivos. nos quais equivocadamente a irá reconhe-
tivas das coisas e forças igualmente objetivas, operando segundo determi cer dotada de significado autônomo. Mais tarde, quando novamento o poreetoo
nisn
no
ou investigar cientificamente. parecer-lhe-á que retiva a técnica dintoo
inerente ão mundo material. apenas elevado a um grau
qualitativamente mai
alto nos seres vivos anteriores ao homem, À finalidade cundo.,
é uma idéia. e como tal tes ou ivas a que se dirige. transferindo-a para a esfera da compre
só pode surgir numa consciência, vindo à tornar-se nesta uma da
representação motivo desta ilusão de ótica intelectual. à técnica pôde parecer a um tilônoto
dos
abstrata à qual o comportamento do ser humano pode condicionar-se
. Mas a estatura de Kant uma realidade pertencente ao mundo natural. O universo
realização deste fim. sendo uni ato material. tende à atender às relações amefatos constitui a técnica corporificada. de apenas por meio destes. particu-
cau-
o o
larmente as máquinas produtivas cos instrumentos da pesquisa ciomtílic
suis constitutivas da natuceza e a ela inerentes. O que
equivale a dizer. tem de
subordinar-se ao imperativo objetivo. obedecer a leis que
não são produto de homem civilizado tem acesso à realidade natural do mundo. ota em de apa-
ncohuma consciência. porém devem ser cumpridas pera que o
pensamento recer-lhe nas condições permitidas pelos instrumentos de que dispõe para in-
desça do plano da representação abstrata dos fins e promov “
a no munido mate- vestigá-la. Assim. a técnica. cujo surgimento na qualidade meo
rial a ação necessária à concretização destes, consciência procuraremos em seguida compreender. acaba sendo imagina an:
Contudo. aceitando como motivo inspirador a sugestão oferecida por Kant ondição de realidade objetiva. O homem. porque tem de operar tecnicamente
que não merece ficar esquecida. em dois sentidos podería
mos concederhe a bre a natureza. termina por esteriorizar de si aquilo que é um aspecto da sua
verdade do conceito da técnica na natureza: em primeiro lugar
toda técnica lidade ce a defrontar-se com ela como algo que lhe fosse estranho, O mundo
humana, só se materializando pela obediência às determinações
do mundo fí sa a ser aos olhos da consciência desprevenida o “lugar natural” da téenio
stco. dota os fenômenos deste último de uma significação técnica por De fato. nas condições do exercício do conhecimento, especialmente
o demo
efeito re
troativo. pois tais fenômenos são condição para a realização da não afinado pelo pensar dialérico. parece originariamente
ser onto
técnica veal en-
quanto ato humano. Em tal caso. 0 homem teeniciza a natureza. conforme 105. porém. que essa impressão resulta tão-somente da pedimentação dos
bem
se percebe no modo cada vez mais premeditadamente técnico pelo o» humanos de que foi sendo recoberta a superfície da reulidade.
espe-
qual se re-
laciona com ela e exprinte os dados dela recolhidos. P
recisando o homem cada nte q que éPini nante das
vivida pelo habitante ivilizações humanas.
das « civilizações human:
+

vez mais da natureza para vela operar tecnicamente,


organiza seu aparelho
perceptivo: naturabou científico. e lógico de apreensão do
mondo de modo tal
que este lhe apareça já representado com »ignilicação técnica. porquanto copções contemporâneas da técnica
dese-
je conhecêlo com vista à ação técnica futura. Por via desta precone ca contemporânea
â problemaa filosófic
oo problem filosófico o dat da técnica encontra-se en-
cituação E
tecnica do mundo. o dado objetivo. corpo ou fenômeno. frequentes
Ú msadores e ensaístas. Chegerst
des dos pensadores
preocupações leg; a
chega ao homen re tre
vestido das virtualidades técnicas de que o agente tende
partir para com ele con oblema semi
à viva deste problema
mais Y
se dúvidaa porele
4 : VT
Í i
por eleito daai
soma
cmulação
acumulação
Ne:
; d:
das”
as

E 4
produzia alga coma Não só 0 aprendizado do conheci pemetandhosidade de seus produtos.
mento ateu AU
tado pelicula tm a presets ctentifica sao feios como
procedenentos fer
[142]

cão
+
viam em tal estado de coisas a possibilidade da realização de melhores condi-

O Gonecito de Lecnologia
Alvaro Mieira Ponto

real incrementobrutoda quantidade da produção técnica ca percepção da mu-


dança de qualidadenela agora observada. Mas este fato nãoestabelece um tra- ções de vida para a humanidade. como igualmente por parte dos queçna
pro-
ço distintivo do nosso tempo. excetuados os aspectos de mera repercussão começar am
cura das causas dos males atormentadores da maioria dos homens.
r se
Desde oinício de nossas reflexões excluímos. por ingênua. toda € qualqueres- a investigar o significado dos maquinismos e das técnicas a fim de descobri
pécie de consideração que. de algumaforça. tende a prix ilegiar a época atual, não seriam acaso eles os agentes da patente miséria do povo.
nela fundando concepções sobre o significado da técnica. comose «ó agora es- Pela expansão do tipo derelações sociais que o aumento de volume e a for-
a
tas especulações se tivessemtornado possíveis e fossem justificadas por motivo ma da produção impuseram às sociedades mais adiantadas de nossa época.
do tipo particular de procedimentos tecnológicos atualmente emuso. Semdú- questão da técnica veio a merecer a reflexão dos pensadores. pois se trata de
vida. a técnica. enquanto processo. é sempre o surgimento de algo novo. e um tema que penetra agora mais profundamente na consciência filosófica. em
euantitaivamente esse novo pode alcançar proporções (ão assombrosas que razão do crescimento acelerado das bases materiais que o condicionam, Não
efetivamente 0 revistam de aspectos qualitativamente originais. Desejamos ex- nos é possível discorrer. nem mesmo abreviadamente. sobre a história das con-
plicar porém que na perspectiva da história esta situação sempre se observou, ecpções da técnica expostas pelas diversas personalidades atuais ou recentes.
quando comparamos algum momento mais intenso da criação técnica com as Diremos algumas palavras sobre um ou outro pensador. de que nos servimos
condições anteriormente sigentes, Com esta observação queremos tão-somente como amostra e de cujas proposições recolhemos algum proveito para nossa
eliminar definitivamente o que poderíamos chamar a ingenuidade do embas- própria reflexão. em virtude das sugestões evíticas a que nos levam. O pensa-
bacamento. Este no entanto é um traço do pensamento acrítico tão difundido mento de Oswald Spengler, sendo a expressão dopessimismo da bucguesta ale-
e arraigado que encontramos não apenas em pensadores impressionistas. onde mã derrotada na Primeira Guerra Mundial, conserva-se no plano do total irra-
é perfeitamente explicável. mas até em outros. que procuram fundar-se em cionalimo idealista. que se confunde com uma compreensão mística e fabula-
mma compreensão crírica do mundo. capaz de premunie contra tamanha infan dora da realidade. aliada ao mais desenfreado onirismo e desenvolta falsifica-
tilidade. No essencial. a mesma situação ora denunciada também existiu em ção na caposição c julgamento dos dados históricos. Declara aquele escritor que
épocas passadas. Se não foi objeto de apreciação e discussão. tal faro não se de- para compreender a essência da técnica não se deve partir das máquinas.
ve a que 0s contemporâneos não se sentissem macas ilhados com as realizações Considera enganosaa idéia de que a construção de máquinas e ferramentas se-
tecnológicas do tempo. mas àcircunstância de o campo deinfluência dos efei ja a finalidadeda técnica. Nota-se o irracionalismo mágico do escritor quando
tos das técnicas mais elevadas de produção ser limitado a pequenos grupos so declara. tomando por ponto inicial a imageminvertida no problema. que so-
ciais que se contentavam em delas imediatamente usufruir resultados úteis mente “partindo da alma pode-se descobrir a significação da técnica” (Bl hom-
sem se entregarem a cogitações então ociosas. Mém disso. é verdade que a tec- bre sta técnica. Espasa-Calpe. p. 21). Para esse imaginário compositor de um
nologia expandia-se socialmente naqueles tempos com ritmo lento. Manifes- romanee da história a “técnica é a tática da vida na suatotalidade: é a forma
tações quantitativas proporcionalmente (ão grandiosas quanto as atuais ocor íntima do comportar-se na luta que é idêntica à própria ida” (p. 21). Pretende
rerant no passado, em particular o domínio de novas fontes de energia. a me- o autor fundar a concepção da técnica sobre uma base biologista de caráter
hora das formas de transporte ou a maior eficácia Délica das armas. Mas 0 men-
animista. que não esconde o irracionalismo de seu pensamento. pretensa
Húmero de indivíduos diretamente afetados por essas alterações continua re te servido de pontos de apoio científicos fornecieos pelo estudo dos seres vivos.
lativamente reduzido e sobretudo eram quase nulas as possibilidades de difu Qualquer pessoa possitidora apenas das mais elementares noções de ciências
são do conhecimento dessas aquisições humanas aos múltiplos grupos sociais a biológicas percebe logo que as incursões no domínio da biologia. as caracteri-
elas não diretamente vinculados. Como advento da Rey olução ladustrial e suas sações do animal de rapina e do animal destinado à condição de sútina. os car-
consequências na consolidação do modo capitalista de produção. as técnicas. nnvoros eos herbívoros. são fruto da imaginação impressionista e porisso arte
mesmo
gerando então uma produção abundante e acamulando um) poder económico fatos de ficção Inecária totalmente carentes de base científica. Mas. ao
vultoso nas mãos de cestotas frações da sociedade torna pe objeto de com motivos que
tempo = e justamente por isso = se explica por quecalém de outros
sedes aaa tio ao por piece edmequeles eimiminos VOGRÊRIOS OL ALE RENN ROS, que Lori patos teles do autor pratos COIS
A usrganesa alema da epoca vom
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quistaram elas. na breve fase em que estiveram em voga. tanta fan apesar de haver desenvolvido uma poderosa e crescente técnica. aplicada prio-

O Conceito de Tecnulugia
Alvaro Vieira Pinto

legas da mesma área de constimo em outros países. Foram aceitas cipalmente à indústria da guerra. foi derrotado precisamente por uma indús-
por pessoas incapazes dejulgá-las e de descobrir nelas o caráter de si tria € una técuica superiores à sua. Daio desprezo pelas concepções da técni-
lações filosóficas. Explica-se esse cordial acolhimento pelas naturais - próprias do “materialismo de origem essencialmente inglesa” (p. 16) e de
eletivas morais e políticas queligavam a freguesia ao dono da fábrica, outras nações aliadas que tiveram a vitória na competição bélica. demonstran-
Mancjando com audácia e arrogância frases que o desconheciment do possuir melhor armamento c disposição de luta. O despeito do vencido con-
sunto ca habilidade verbal facilizavam circulavem. Spengler visava na ve centra-se então sobre a técnica que o esmagou. Mas. como antes do prédio jus-
propagar uma concepção vacista da história, segundo à qual os “hom tunente punha na técuica — a germânica. claro está. equiparada à técnica en-
coro e nestes se incluemtodos os povos da Europa Oriental e Meridional, quanto tal — suas inabaláveis esperanças. tem agora de apresentar una nova
do mundo subdesenvolvido que nem merececitação. ou seja todos quantos concepção que lhe permita. embora no puro plano da racionalização imaginá-
são “nórdicos” “aparecem naturalmente predestinados a se tornarem vítir via. mascarar a frustração. tecer uma compensaçãopsicológica ilusória. a fim
dos “povos senhoriais”. os que possuent a “técnica da rapina”, expressão bi de continuar à julgar-se superior aos que o abateram. Em que irá consistir a
lógica máxima da vida independente. Aos outros. aos “povos de cor atua ransformação na concepção da técnica? Consistirá muma nova interpretação
mente denominados subdesenvotvidos. só resta aceitar a fatalidade do destino segundo a qual a técnica não está localizada nos canhões mas na alma. O po-
dos “herbivoros”. valer-se da capacidade de detesa pela fuga. pelo miímetismo vo guerreiro por natureza. 0 nórdico animal de rapina. tem pordireito inato de
do recurso da submissão. se não preferiventa morte. À distinção impressionis vencer 0 herbívoro corredor. apesar de os fatos demonstrarem em duas expe-
ta do superficial escritor alemão revela-se uma cômica ironia quando nos lem riências históricas que foi este que pôs os guerreiros a fugir. À teoria spengle-
bramos que o furibundo rinoceronte É um herbívoro. enquanto a assustadiça riana da técutca procura, à falta de conceitos mais sérios. arrimar-se a uma ba-
doninha é um carnívoro. São deste quilate as bases “científicas do autor. Mem se biológica. línsende à noção de técnica como “arma da vida”. com à mani-
disso, não há razão alguma para aplicar a divisão entre berbivoros e carnivo festa finalidade política de reanimar o povo vencido e levantar-lhe o ânimo,
ros apenas às classes animais superiores e de maior porte. mamiferos e aves onforme de fato veio a acontecer. com consequências ainda mais fatais. Tal
quando se sabe ser válida em linhas gerais para toda a escala animal embora oria contribuiu para preparar a pregação racista. conduzindo ao surgimento
não se possa traçar uma linha divisória nítida entre os dois grupos. sendo mui uma outra pseudoconeepção da história. que redundaria cm segunda, defi-
to numerosas as espécies pertencentes a ambos. Mé no reino vegetal conhecem va e infinitamente mais humilhante decrota do povo quesejulgava biologi-
se muitas plantas carnívoras, por exemplo. a dionéia (Dionaea muescipula). e mute superior, E a derrota fot ainda uma vez obra da técnica. da inteligên-
não parece haver alguém que se admiro de sua astúcia e golpe certeiro. uma da vomade dos povos proclamados inferiores. “herbivoros”. destinados
vez que são seres fivos. O autor prende-se à impressão dada pelo comporta veureza à submissão.
mento da águia, sem dúvida porque esta ave tem relevo em heráldica, por mo do o livro de Spengler inteiramente voltado para esse objetivo político,
uvo das supostas virtudes que simboliza e por figurar nos vesilários reveren to de técnica. uma vez estabelecido nos termos acima citados. desapa-
citados da nação alemã. Por esta minima amostra pode tec-se idéia da serieda ontexto. substituído por considerações biológicas, especialmente gené-,
de das improvisações zoológicas em que se escora o racismo do tripotente es tropológicas, valiosas hoje somente enquanto anedotário para diver-
tudioso de nrotado. Mas é melhor comprovar tão ultrajante concepção com uma algum curioso homem de ciência. Foram os interesses sociais e eco- “4

frase doc umantadora. “O guupo das naturezas nascidas para dirigar contente incidentes com as finalidades políticas do rancoroso literato que
sendo pe que no. É a manada dos animais de capima propriamente ditos. 0 por torno dele o movimento que o exaltou aà emegoria de autor degta
,
ulrado de aptos que dispõe de aluunt modo do cebanho crescente dos demin E cone enica. coisa de fato inexistente em sua obra. HáaperaS
além do
(p 80). Nesse pequeno álbum de ampressóes onde o surdo cancao de tentóm o título. ló vimos. a nação de sera teenicapára da vida. Meumas ob-
co vencido extras asa em feases balhimnteso que so olececenta sabistacne das Vin ge serviço persas nb lisro | dlecndênçito
Ocidente nunbém não «"hegaram a
para

este amiacenidtaas Piero prata cute ct cnmtninorenaoas ehor tuguo tes mupreo Bointento que com tatu Pe corpo ee emita Per aroma com espeto meo cesto elo opts-

4. F -
=]
[40 |

+
&
culo. a frasc relatada. quandointerpretada por ontroprisma. contér do referido ao homem. Este comefeito é o animal forçadoa inventar as armas EL
sra P nt

cor-
ade séria e de grande importância. e talvez por isso o autor logo de que necessita. pois as recebidas por via hereditária. enquanto órgãos
abandona. semdela tirar as devidas conclusões. perdendo-.e em impr pórcós. são insuficientes para“a execução da sua defesa individual e dos pro-
permite
tes erros. por exemplo o de dizer que “a técnica não dere ser compr q PÓsitos construtivo? ou destruidores que sua capacidade mental lhe
)

sobre
partindo da ferramenta: nãose trata da fabricação de coisas. mas do 1 conceber. Nos animais não há técnica. O predador ao espiar a presa e
Asar

uma
delas” (p. 21). Reconhece que em todos os “nanejos” humanos. isto ela se lançar, com movimento específicos adequados. não dese mpenha
-
técnica. mas apenas percorre o circuito de atos predererminados na codifica
-
ações humanas. há uma técnica. assim na guerra. na diplomacia. na adm -
o

tração do Estado. nã pintura, na equitação. na aviação. etc. O interesse de ção genética e nas descargas hormonais inerentes à sua constituição. No ho-
euzir a técnica a uma base biológica explica-se pela facilidade com que log mem. a vida se exprime em formasuperior pela criaçãoda técnica. porque em
seguir se pode transferi-la para o campo da psicologia dos povos, a fim de c vez de dar as armas prontas c imutáveis ao animal humano. a saber. as con-
for-
vidi-los entre os de naturezarapaz e os dóceis e vítimas de nascença. Deste mo dutas defensivas e ofensivas necessárias. ela deu-lhe a fábrica em queas
do. fica apenasa idéia da técnica enquanto manifestaçãoda vida. Esta tese. en- jará. o cérebropensante. à medida das exigências quese forem apresentando,
e
tendida na forma que a seguir indicaremos. é correta, mas precisa de tantos Formando estas umasérie crescente de situações cada vez mais complexas
acréscimos e particularizações para mostrar a verdade nela contida que, a ri- ameaçadoras para a sobrevivência. o cérebro está obrigado a munir-se . pelo
gor. tem cabimento dizer que. excetuandoesta mesma brevelocução verbal. in- conhecimento mais profundo e verídico da natureza. de armas mais potentes
terpretada em sentido oposto ao do autor. em nada a opinião de Spengler con- que assegurem a subsistência do ser vivo em face do meio hostil. Outra carac-
tribuiu para a autêntica compreensão filosófica da técnica. Sobretudo, o desli- terística essencial dessa transferência das armas da vida do instinto para a in-
gamentoestabelecido entre a técnica e a máquina. a recusa de compreenderes- teligência encontra-se no fato de no homem. ao contrário do que acontece na
ta última como manifestação das possibilidades de criação de instrumentos quase totalidade das espécies inferiores. a técnica ser aplicada. com lastimá-
constitutivos da cultura em cada época. destinam-se a sugerir o de prezo pelas vel frequência. para a intencional destruição dos semelhantes. Esta circuns-
máquinas. para o autor o grande inimigo. pois foram elas que derrotaram seu tância confirma exatamente o conceito do surgimento da téenica unicamente
ideal de domínio racial. E »m nível humano. o que significa em estado social. onde. desde que se consti-
No entanto. na afirmaçãoda relação entre a técnica c a vidasitua-se o ger- úram os antagonismos de classes. o homem pode constituir o inimigo vital
me de um desenvolvimento lógico que. dialeticamente conduzido. levaria a ra um seu semelhante. O fato de a técnica ser posta à serviço da destruição
uma compreensível teoria filosófica da técnica. Pode-se dizer comrazão estar indlisíduos da mesma espécie revela. por esta mesmadesoladora exidência.
a técnica ligada à vida. não em sentidoidealista e generalizadamente. mas no se origina em condições de desempenho social do trabalho comum sobre
sentida de depender da produção. pela vida. do seu produto mais elevado. o mdo exterior. Apenas. em vez de ser caracterizada. em sentido mais am-
cérebro humano. Craças à estrutura e funções deste órgão tornon-se possível . vê-se de-
autêntico. como instrumento da vida que se tornou ractonal
4 formação das idéias abstratas. que. assumindo o valor de finalidades, irão da ao papel de arma”, indicando imediatamente 0 tipo de regimeirra-

dirigir no animal humano a eviação dos bens de que necessita. segundo mo de convivência no qual é usada.
dalidades livres. que faltam nas espécies inferiores, nas quais a vida determi jgnificadoda idéia aqui comentadoé, para nós. totalmente diferente do |
na com antecipação o curso dos atos a serem eumupridos para alcançacem fins. empresta o ex-festejadoliterato germânico. Refere-se. quando dialeti-
que também lhes impõe. de simples conservação e ceprodução vital, À capa interpretado. ao processo de resolução das contradições do ser “ivo
cidade de invenção. de que a técnica é a manifestação exterior. define um pro onsciente e obrigado a descobrir porsi a solução de seus conflitos com
duto da vida. sem dúvida. mas existe unicamente no homem, Somente por ser te. conflitos resultantes do alo nível de especialização seque C
ele proprio um produto da evolução vital É que a técnica adquire a qualifien- o enceutádo em viiéidições :sociais. À igor rttêiica contém ainda.
cao de vesaltirdo do processo biológico Viceniea poderá sec chamada aumia da s conetações. a liberdade ser capaz de engendrá ta possui de
via thisd pesa mo gnlicado spend e utero etedequa nado, pelo fera tptidea pre meato buos atado mo geo de conduta hecdadas No ho-
[148 | [149 |
:Ê mem. conforme temosrepetido. . a natureza transferin-lhe mala ne anã 9 ni-

O CGomeito de Tecnologia
o ia
ansteriu-lhe a; solução
:ã dos3 proble- . .
determinado. assina coleta dos ing ediente
s necessários para ac ONSEPUÇÃO d
5 nto que lhe impõe. Antes. incumbia-se ela mesma de dar essas 2. Va!
soluções aos nho entre as aves. co emprego de instrunentos
por alguns FARISSENOS UNI AISO
É animais inferiores. mas ao preço de encerrá-los num comportamento de todo eliferen-
invariá- que constitui um comportamento igualmente instintivo. porém
R vel e num modo único de satisfazer suas exigências. também uniformes. por animais nos
Ao te. Um dos excepcionais exemplos do emprego de instrumentos
E constituir 0 ser humano. a natureza. se nos é lícito usar esta linguagem que se ali-
antro- é fornecido pelo pássaro Cactospiza pallida das ilhas Galápagos.
pomórfica. transfere para ele a responsabilidade de procurar nte fino pa-
tecnicamente a menta de insetos vilófagos. mas. por possuir umbico insuficienteme
“solução das contradições experimentadas com o mundo materia de cacto.
l. Para ranto. ra penetrar na madeira. desaloja os insetos por meio de um espinho
dá-lhe a liberdade de inventar os meios de produzir sua excepcional de
própria existência. Trata-se de uma atividade extremamente complexa e por isso
À nynatureza inicialmente.
"eza nici ,
nosegme
,
nto
+
da+ evoluçã o purame nte animal. “é um dos raros ex mplos de
programa- adaptação instintiva. Conforme diz Roger Dajoz.
Pr . ,

va a espécie e o desenvolvimento desta. Com o surgimento HE mal (Précis do Pari Dunod. 1 97


Jo.
doser consciente en- utilização de utensílios por um animal (Précis d'Ecologie. Paris.
tregou-lhe a capacidade dese autoprogramar. não apenas na ença entre
condição de ani- p. 373). Nenhum significado têm as especulações a respeito dadifer
mal que se constitui a si mesmo. mas ainda na de agente que, obedec das pelos
endo a um o comportamento técnico do homem e dos animais quando pratica
projeto originado do pensamento, modifica a própria natureza. reco-
Só então torna- pe nsadores ingênuos. sem 0 necessário envolimento dialético. Importa
se possivel a consciência da técnica. Sem este maço especificame conscie nte,
nte humano a nhecer que a técnica é sempre o modo pelo qual a vida. na forma
técnica a vigor não existe. Palar de umatécnica inconsciente. dispers exigências de so-
a em todo resolve racionalmente a contradição entre o animal que tem
reino animal, como “armadavida” em geral. é empregar uma expres físico
são de va- brevivência só capazes de serem satisfeitas por sua iniciativa eo mundo
lor apenas analógico. estendendoo conteúdo de um conceito correto ão”. O con-
e social onde se acha. À maneira de resolvê-las chama-se “produç
. 4 Ê . « A

aléni dos
Bee s + 4 t A

limites dentro dos quais possui fundamento ceal. O animal de em função dos ob-
rapina não exe- ceito de produção não deve ser entendido primordialmente
cuta técnica alguma. porquetodos os seus astuciosos movimentos são la, Por is-
condutas jetos dela resultantes. e sim cm função do sujeito capaz de executá-
insariáveis. hereditárias € inconscientes. Para isso está dotado r. Só depois
do correspon- so. o que em primeiro lugar a produção produz é o próprio produto
dente toestoque
| de ggene6 VacenicCenicaa autênti
autênticca definida,
a sósó aparece
aparece com
e i ento da
o “surgim de biologicamente estabelecido este. de maneira sólida. como espécie
consciência, porque exige a percepção da relação contraditória ser necessário
do existente hu- vendo por atributo inerente a capacidade de produzir. deixa de
Mano com o mcio. Sendo um concerto tornado um dado
fazer menção constantemente à essa faculdade. por se haver
abstrato, Cnnat apreensão nó pode ocorrer
jrando aeexoluçã
aqua “a
o dosist
:
ema« nervoso central galgou do campo da percep-
um grau de aperfei característico. que por isso acaba muitas vezes escapando
ae “4 “ . a
çoa-
mento que lhe permite compor tal idéia. Para isso faz-se mister brio
0 exercício do ção. O conceito de “produção” desloca-se então para o plano dos objetos
trabalho. fundamento social objetivo do ato do pensamento. dai. a produção será
eados. ficando sem maior destaque o produtor. À parte
k uma impropricdade inútil referir-se à técnica das espécies constitui-
Vesceuçução
inferiores refevica. por tácita concordância. aos objetos. 0 que se confirma pela
ão técnica
técnica não
nã se identifi
identificca
a com
« . o de ;instrumentos. Embora
) de dos bens
o empreg ção da ciência econômica. que se interessa muito mais pela realida
estes sejam uma manifestação quase exclusiva da capacid gravidade
ade de operação do fabricados do que pela do fabricante. O deslocamento do centro de
homem sobre o mundo não é impossível que existam excepcionalmen l produto do ho-
te. com da questão explica a dificuldade de perceber que o principa
outro caráter e€ signifi
tro caráter sionifica cão biológic
cação Diolómicoa. em amalgum animal
i )[oa prova de que não de conquistar
ã mem Cele mesmo. Só secundariamente, e por via da necessi dade
representam um índice de elevada posição na escala exolativa está o nos objetos
em que 05 a eistência. 0 termo “produção” adquire sentido quando aplicad
raros casos observados pertencem a espécies de nível relativ
amente baixo que manilestamente lhe saem das mãos.
Logo.
r
nada
il:
há4 desecomun entre“ o uso de 'instrumentos pelo homente eventua r sta existência.
l O homem. dentre todos os seres vivos. é o único a produzi
mente | por alga
gun titipo de *“amiemi
animal. Um caso “amo isolad
iso; o não ente, graças àà escolhaaeconsciente dos meios à empregar. dos
eoar.
à pode ser 3julgado uma cta- Fazendo livrem
1
e | a

. 2. aro
peso caminho para a realização superior que supõe o exercíc Aparece aequ uv tecnicas os recut
io global da uivi caminhos 4 Sep, está obrigado avasmventar
dude vacion:
actonalo À preciso
eei disting
Isti um entre
Merc od o mpeego de materias o que imune Observe-se que a pala-
ses ale aque sem de e valer eos modos de aproveita los.
Pesto PS pevios conse fazer presa Cummpai quem obeso coma epi er ant
vital aistontis manento ver uns entao otgga na ro rr priUM same autas Cecptocea trinta fama
[150]
mal humano, ao inventar, com o caráter de técnica, os meios de produzir a exis mente insuficiente para garantir a segurança de afirmações sérias =. o autor

O Conceito de Tecnologia
raP a),
a

tência, terá de descobri-los nos “interstícios” das propriedades das substâncias agora comentado constrói a teoria da técnica como uma ramificação particular
e no jogo das forças físicas. tal comosetives e deinsinuar-se em terreno difícil de sua teoria do ser. exposta en outras obras. À definição chamada instrumen-
onde se exige grande agudeza de visão e de imaginaçãopara caminhar. Em tal tal da técnica. embora verdadeira, segundoHeidegger. não nos mostra a essên-
1

sentido a técnica revela-se realmente um aspecto da lógica da vida. que, toma cia dela. Para entendermos o instrumento é preciso recorrer à teoria clássica
Alvar
“aeb

da em rigoroso significado objetivo. e não na nebulosae impressionista imter das quatro causas. constituída a propósito da produçãode qualquercoisa. Ora.
pretação dada por certos filósofos a esta expressão. retrata um dos aspectos da todo produzir funda-se no desocultar. e ao domínio deste é que pertenceoins-
dialética material da natureza. Nadade quanto expomos ne tas linhas represen trumento. O qual constitui o traço fundamental da técnica. que não represen-
tando o nosso pensamento se encontra no opúsculo do ensaísta discutido. Estas ta. portanto. tão-somente um meio mas um modo do desvelamento, da eleso-
primeiras considerações tonar-se-ão mais compreensíveis quando apresentar cultação. aquilo em que propriamente consiste a verdade. O essencial da técni-
mos de modosistemático o nosso ponto de vista. mas para isso são necessários ca não está no fazer. no “ocupar-se cont alguna coisa”. na utilização de meios.
alguns esclarecimentos présios. que esperamosfazer em seguida. Vão reecamos mas no desvelamento. Logo a seguir o filósofo define a técnica como o hercor-
ser acusados de incidir nas ingenuidades do “vitalismo” filosófico ou do “me bringen. e ainda aqui joga habilmente (e de modo que mereceria o aplauso da
canismo biológico”, porque. muito ao contrário, de acordo com a nossa inten platéia pelo malabarismo verbal, caso não se tratasse ANim problema sério)
ção desejamos manter-nos no terreno objetivo do processo social. da produção com o duplo sentido que tem este termoem seu idioma. o sentido normal e
material da existência pelo homem. onde. conforme cremos. se encontram a vulgar. qualquer pessoa defala alemã o usa para expressar o quê em português
raízes da única explicação teórica legítima do comportamentotécnico. »e diz “produzir”. na acepção mais corrente e banal. Vas o filó. ofo esmiúça o
Nesta amostragem das reflexões atuais sobre a técnica desejurtamos ainda vocábulo nos seus elementos étimos primordiais e verifica, conforme realimen-
deixando delado certo número de contribuições menores. aludir embora com te acontece. que também significa “trazer para a frente, para diante”. “pôr à
extrema condensação. ao pensamento de Martin Heidegger sobre o mesmo te luz”. Não desejando adotar o caminho natural que seria à compreensãodo ins-
ma. fundando-nos principalmente no que encontramos exposto noensaio de trumento no papel normal de fator da produção econômica de bens materiais.
nominado “A questão da técnica” (Die Frage Mach der Technik, tortráge wml mas só lhe interessando vagar nas alturas enevoadas da metafísica idealista. ce
lufsatzo, Giinter Jeske Pfultingen. 1954, p. 13-14). Algumas reflexões espar onde irradia uma influência que deslumbra os discípulos confusos. tanto mais
»as aparecem tambm em vários outros escritos do mesmo autor, por exemplo fascinados quanto menos entendem o arcaico das revelações sibilinas. Ao sabor
nã “Introdução à metafísica” (Einfihrung in die Mataphysik. Pibingen. Max das possibilidades que descobre de proceder a decomposições lexicológicas.
Niemeyer, 1953). São porém de valor menor, e por isso nos interessamos qua Heidegger. movido pela hostilidade à técnica real, afasta a significação corven-
seexclusivamente pelos conceitos do pequeno artigo especialmente dedicado n te da palavra e entra à especular sobre o segundo sentido, o erudito, 0 ctimo-
este tema. É impossível mencionartodos os aspectos em que se desenvolve o lógico, daquele termo. A essência da técnica desliga-se assim do fazer. acepção
pensamento do autor. pois são numerosos e mantidos num encadeamento que seBy dúvida plebéia. material e indigna de um metafísico. e passa a ter osigni-
se nada tem de lógico e de verdadeiro. mostra-se pelo menos estreito. À noção ficado de trazer a luz. isto é revelar. desvendar. conforme a composiçãoorigi-
central resume-se em suporque a essência da técnica consiste no “desvelamen val da palavra grega alétheie,
to”. na “desocultação” do ser (Entbergen). aquilo que. examinando a palavra Aproveitando a análise etimológica do vocábulo grego. na qual está pendu-
na composição etimológica. os gregos denominavam alétheia. e que assumiu o “da inteiramente sua teoria da verdade. Heidegger liga a técnica à verdade.
significado comum de “verdade”. Valendo-se da capacidade de que se tornon mquanto descobrimento do que há de oculto no ser. Observe-se que a concep-
profissional no campoda especulação e das “pesquisas” filosóficas. da sua con ão do caráter oculto do ser, servindo de ponto de partida indispensável para a
semada habilidade de pelotiqueiro ua manipulação dos elementos componen "oustrução metafísica. não passa de uma afirmação gratuita, sem a qual, aliás.
í
tes das palavtas cent grego Tatim eme alemão o que cedus quase infere ão lhe sena possivel instalar se defini amente no confetáselreino da ima-
. . ” » . .
eu pem Udo iafar de a A sobre to puro acidente das etimolienas ha +“ gntal ns
rita dado oficia aque puarar eleer prado echo exibe qua negavel vita ade
. “e. 1a . a
— a”
” no: ” ,
[152]

NS)
efetivo do pensamento do autor. embora procure endá-lo por abundantes con-

Lecarolosgia
na are da prestidigitação etimológica. Contudo devemos desde já der
Mora Ph

essa concepção. mostrando não passar da manipulação inicial. necessári


sigerações escatológicas sobre o destino do homen. as quais pretendem passar
escamotear do público o caráter primordial do ser do mundo objetivo. su
por uma nova concepção do humani mo.
lidade material. Uma vez declarada oculta essa realidade, € ninguém che Mas, onde há perigo há necessidade de salvação. líntra então em coma um

O Conceito de
compreender bem por que razão. nem quem a ocultou, nem de quem per
salvador € muitas coisas mais. que deixamos de resumir por desnecessárias pa-
wilvar

nece escondida. acha-se aberta a rota para especular sobre 0 ser que, apesar ra a simples caracterizaçãoda essência da téenica. também levando em connio
estar ao alcance da mão. não pode ser aprecudido pelo pensamento. o q deração a paciência do leitor. O professor alemão resume o pensamento ao
di-
constitui tummistério ininteligivel. mas tem de revelar-se pela análise do per
zer: “Perguntarpela técnica é perguntar pela constelação na qual ocorre o des-
sumento por si mesmo. V análise consistirá de fato muito mais numaespéciedi velamento e o velamento. e na qual tem lugaro essencial da verdade (p. +41).
química lexicológica do que na procura de elementos para a construção de um
Para terminar esta síntese. mencionemos as palavras de um respeitado conhe-
sistema metafísico. à moda dos grandes edificadores clássicos. O desvendamen:
cedor do pensamentoheideggcriano. Vicente Eerveira da Silva. o qual dectara:
10 não pode fazer-se senão ao espírito. deste modo, ganhando acesso ao serà de
“Eis por que Heidegger cut seu ensaio sobre a essência da técnica se esquiva
medida que o vai trazendo das profundidades obscuras da consciência à clari- qualquer explicação antropológica ou subjetiva da técnica. que a reduziria a
dade da representação definida. Reconhece entretanto que unicamente na ca- umsimples produto da mente ou do trabalho humano, Para Heidegger. a téc-
tensão em que 0 homem sente o desafio (herausfordern) de desencadearas for- nica é uma das modalidades da alétheia, da verdade doSer, que condicionare-
- (us naturais poderealizar-se a desocultação representada pela técnica moder- ciprocamente a consciência trabalhadora e o ando manipulável por esta
na. “Só na medida em que o homem porseu lado já está desafiado a promover
consciência” (revista Coneirimm. vo 1 m. 1 maio de 1902. p. 36). Quando es-
as energias da natureza. pode ter lugareste desvendamentosolicitado” (p. 25). puscrmos nossa concepção e passarmos à criticar o ponto de vista que
apreen-
V definição instrumental da técnica é em princípio ilusória. vã. Mas o filósofo de a técnica como algo existente porsi. uma “eoisu em sd. dando-lhe o status
tem de admitir o caráterativo. operatório da técnica. e. assim sendo, para acei- de entidade oudeforça histórica autônoma. verificaremos que a teoria heideg-
tá-lo e logo a seguir retornar à concepção metafísica. desenvolve a noção sc- geriana não passa de uma das múltiplas variedades deste gêncro de engano.
gundo a qual a essência da técnica moderna repousa no “dispositivo”. no “ar- à ela. embora atécnica seja considerada como aspecto da manifestação da ver-
cabouço” enfim na idéia de coisas postas em conjunto. reunidas (Cestell). que lade do ser. não há o menortraço de objetividade, inclusive porque o conceito
“éro mododa desocultação que domina na essência da técnica moderna. não le ser, nesse autor. como nos desua parceria. retmprime a mais velha clas fór-
tendo ele próprio nada de caráter técnico” (p. 28). Seguem-se daí comentários bulas metafísicas e tada tem a ver com olegítimo conceito deser. entendido
abstratos e totalmente simplistas e pucris. por exemplo a concepção de que o quanto expressão da unidade material do mundo. Nem o ser nem a técnica
domúnio do Gestell constitui um perigo. porque ameaça o homem de perder à s
compreendidos pelo pensador agora sumariamente discutido nas condiçõe
possibilidade do desvelamento original e de falar à verdade inicial. Como ve- em suma na
tivas. materiais. históricas. na sua necessária realização social.
mosca linguagem reproduz a da Pítia. incompreensivelmente transportada de real dos homens. Sendo uma das recentes concepções a respeito do tema.
Delfos para tumá prosaica cátedra de aniversidade nazista. esigindo a ressur- enciada em certos círculos filosóficos. aos quais aliás se endereças a, uma
reição de algum sacerdote de Apolo a fim de interpretá-la. traduzi-la para nós, rosurada a vacuidade. que é o único conteúdo do empolamento do temo
mortais ignaros, curiosos pela revelação do oráculo. Janifesta-se aqui aovivo stico, e a ausência de vinculação com os problemas autêuticos da produ-
o traço de“desprezo pela técnica e de oposição a tudo quanto ela representa ou nológica que os trabalhadores. e até os empresários. enfrentam. cresce a
que lhe deve a existência. pois a técnica constitui em si mesimaNim mal. de que -
ação de nossa tentiiva de proceder a uma reflexão que escape do rede-
e homem deve fugir para não sucumbir à sua avassalante e arrasadora vitória y de abstrações inúteis e de-palavreado erudiíssimo mas inteiramente
Nao se precisa dizer que este conceito da oposição e hostilidade entre o “teem Voltaremos várias vezes a nos eMerir às idéias de | leidegger no cursodo
co eco humano além de tetogeafic am caso de ingemndade da consciência — É ensinoalii! delas em conesão como problema da técnica. Em ou

emeestado equalitntos aiugaio mta proce canelas se entre es epectos de desteanisino : Tiaapdta tidas
VOS See que E ceertetiis mtstedas ecc rss temousque des-
e cr tios
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id apre

dE aa
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[154]

“o
-

ia
= Pertarao atenção. levando-nos saud e
E edicar-|hes as convenientes ce te et sim eeio vos 0» inferiores, ad meios

O Conerito de Tecnolo-ia
- Ea "aq a e a
criticas. O resumo inicial aqui
q ex | YOsto enfeixa um n gr grupo de indicaç ;
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E is ad EEgustopara aoutra, onGunieste caso tal
E expendidas sempre que houver util + $
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tia Eu t
uea tem de ser apreendida de den-
| 150 |

= tro de processo biológico. não na escala geral da evolu


- despontar do ser em via de hominização. quando este
ção. mas apena o f 5. Iiéenica não é o motor do processo lustórico =

começa a pencire
= vel darealização dela em condições culturais.
Manifesta-se então com Tocamos aqui numa tese capital que nos importa defender Depto per e
E—
T assumida pelo processo evolutivo quando passa a se
dirigir a si mesmo. da literatura referente à chamada “civilização tecnológica percebx - ' | o
“ ocorre exclusivamente no animal que adquiriu
=
órgãos nervosos dotados d sença. quase sempre exposta. outras vezes subentendida. daconcepção : e
ficiente autonomia emrelaçãoàs injunções hereditárias
. Nãoparece conven nica como motordahistória. Ora. este modo de pensar destrói a urna "
ae "té chamarde “técnica” a prática dos atos exceu '
tados pela matéria viva de preensão do processo histórico. além de desvirtuar inteiramente o com 4 a es
mo
eue principia a se organizar com carátervivo ação cm :
até as formas animais superio técnica. tornando impossível compreendê-lo. À empolgada preocup
porém irracionais. O termo tem aplicação justa quand vm
o designa Ttxecução In “era icenológica”. o temor em face das tremendas realizações que o
: mana de ato de produção e defesa da vida. feitos
por força dim process subverter a ordem natural das coisas”. “esmagar o homem . lantto , « a
qualitativamente diferente. impossível de encontrar-se cantilonas rios ce
nos"brutos, à aber O ples” (Heidegger) são variações sobre o tema. São
condicionamento da açãoa finalidades conscientemente p
concebidas. simistas. que ou choram a entrega da história ao domínio da viéenica..
Quando a produção daexistência se efetua por esse oculta. ou. no caso oposto.
;
eratti= Ea Im | oder
julgam-ne em es I
processe-pode chamar- da assim uma força
| 3 3 natural,

se de racionais os atos plancjados, e consequent agente do pre dito o


emente técnicos os procedimeu- mas invencível pelo homem. Tal força seria o
tos segundo os quais são revelados à prática. A coleta as civi na ne
do pólen pela. abelhas causa interior do movimento dele. As épocas, as culturas.
2 5Ó admiteser chamada de “técnica” na perspectiva
do homem. que, irrefleri- tariam da ação dos produtos técnicos sobre a vida r al do» vn ndovera
amente, se substitui ao inseto na execução daquele ( ”"
ato. Sefosse feita pelo ho- o homem de cada fase histórica quem adquiriria a téenion post “
mem, realmente seria um atotécnico. porqueteria sur. e sim a técnica inexoravelmente determinada a sutrggionessa épor a q º
de ser previamente projeta-
do. Mas exceutado pelo inseto tem caráter instintiso
e se inelui no determinis- apossaria do indivíduo e da sociedade. e os conformaria às suas tp
mo natural, considerando a qualidade especial que , re
assume esse determinismo Para os comentaristas filosóficos simplórios a história tem pormoto
no plano biológico infra-humano. À iéenica não
consiste. por conseguinte. num ventiva do gênio. da inteligência humana. que. meianto rr o er o
atributo dos atos vitais em geral. mas somente caract ' acl ny
eriza aqueles que o ho- doras das fontes de energia. vai criando as diversas cir ilizações dissen
mem executa em razãoda condição existencial de produ o
tor de si. Qualquer re- curso do passado. Associam-se neste caso duas ingenuidades. a cen m
Flexão filosófica sobre o conceito de técnica que a consi
dere como simples mo- ória comoefeito do gênio c a crença na história como produto da cm n n
dus faciendi. mas não se interesse pelo sujeito exceu ”
tor nem procure determi- ma extraordinária descoberia a da possibilidade de fazer o oto te
nro significado dela enquanto aspecto da base o
do modosocial de produzir. antas das quais 0 homem extrai alimentos. À instituição da agrieu m
desvirtua esse conceito e deixa na sombraa nunoria
de suas notas inteligíveis. ido a horda emvia de hominização das exigênciasda procura na ( o ,
Sendo a forma de produção de algum produto materi
al ou ideal. a técnica por nos. superou a etapa da coleta e da caça. e abrin as portasé ( vn : o
uatureza revela-se histórica. pois é o aspecto de
um processo humano de cria- ida sedentária. do pastoreio. c. logo a seguir. da aglomeração re ”
cão. Mtéenica. uma forma assumida pelo exercício
da existência em sua fun- mente. ot concomitantemente. a domesticação dos unttmais ue R oro
quo criadora. resultante da capacidade consciente de
apreensão das proprieda- nentos ou de energia mecânica representou outra façanha de o e
des objetivas das coisas. participa do processo
histórico geral. desenrolando-se À. Com essas realizações vai-se sem dúvida diferenciando o estito-de | : t
a principidho plano biológico. natural, e depois
, com o surgimento da cons- juntos humanos, e tal movimento prossegue sem limites pe
ciência. passa a ser social e ditado por finalidades.
Conseqiientemente. a técni a apresentn-nc. com a pretensãode constituir uma filos ia a his ”
ca acompanha, enquanto tudice. o progresso | e
histórico de conquista da nature "QUCCpCÃo ingênua a que aludimos. Conf base nestas justa
2a pelo homem. mede o grau eareensão de sua Perulatio no
capacidade de vesolver as com “serais obser açõeseosestudioso ou pesquisa É
tradições conteque se delronta mas não é de modo as transfor mações neorricdas ma
alem o fundamento e mu, neo reMizações réenieas tempero
to mento co motor do proces o produtivo isto eta | queraoedos,
su alivio elaa listen
sena errar parimovadini
hi Pod dont ale vem
[158] [159]
ã
s

homem. Este é 0 ser que historiciza o tempo, pelo fato de otrazer para a cons-
e
bosta concepção encontra-se grandemente difundida e no entanto contémo a 4 “ 1.
Vrerra Paint

núcleo de um enganocujas consequências para a metodologia da história serão ciência. E ofaz porque percebe a sucessão (los fenômenos do mundo. onde im-
+
s
bem mais amplas e perniciosas. Referimo-nq, à subordinação do homemà téc- pera a ordem do tempo simplesmente evolutivo. atribui-lhe diferenciação qua- Í
nica. que aí aparece quase sempre conscientementeafirmada. dandoorigem ao litativa em razão dos momentos distintivos marcados por acontecimentos de

O Conceito de
vulto. dos quais resulta a historicidade em geral e a periodização nela introdu-
Ale

pseudoproblema da “libertação do homem”. Evidentemente. do ponto de vista


crítico tal problema não existe, sendo uma simples distorção conceptual criada zida. Pode tomar comoreferência para as divisões do processo objetivo. já ago-
por um vício metodológico inicial. não percebido. Deixa-se de apreender a re- ra em decurso social. as produções que sabe teremsido realizadas por ele pró-
lação. autenticamente humana. queliga o homemà técnica comoocriador ao prio. pelas geraçõe anteriores de ua mesma espécie animal. Tão-somente ne--
seu produto. para só se ver o desenvolvimentos do último. supostamente dota- te sentido, secundário e meramente indicativo, a técnica poderia ser julgada a
do de lei Merda propria o que o con crie em monstruosa entidade natural, medida dahistória. Mas. na verdade. é o homem quecria a história e a divide
com a qual o espírito tem de entrar em luta. Caberia então ao homem encon à sua maneira. em virtude de eriar-se a si mesmo nela. pela produção dos bens
trar vias de fuga. diante do Leviatã que ameaça csinagá-lo. não sendo preciso csigidos. Se para tal produção emprega meios operatórios cada vez mais ade-
dizer serem todas subjetivas c ilusórias. para se “salvar”. À historicidade da quados. rendosos e fáceis. a sabertécnicas mai perfeitas, não serão os meios
técuica indiscutivehnente manifesta um conceito legítimo. mas o significado enquanto tais e sua diversidade que deverãoser considerados moventes da ação
real é de todo distinto do apregoado pelos huninares das teorias simplórias. e princípio da compreensãológica do processo do qual eles próprios. na condi-
quando a apreciamos na perspectiva do pensamento crírico. Em primeiro lu- ção invariável de meios ou instrumentos. resultam. Às técnicas vão se desen-
gar. não há “a técnica”. mas sim 0 homem executor de certos atos que recebem volvendo e complicando em consequência da ação humana derivada do melhor
dele mesmo esta qualificação. Quando nos referimos à técnica. em geral. e em conhecimento do mundo. Para descobrir não só a essência da técnica nuas tam-
caráter substantivo. estamosjá diante de uma abstração. um dos produtos da bém o significado do seu papel e a razão das grandes transformações experi-
nossa capacidade de pensar. supondo portanto. inclusive. a técnica lógica exi mentadas ao longo do tempo. temos de partir da compreensão da relação que
gida para chegar a este resultado conceptual. Ora. um produto abstrato do gê liga o homem ao mundo. Mas esta não define um dado técnico, e sim existen-
nero deste não pode ser formulado senão pelo eme capaz de realizar a opera cial. Existindo com os órgãos nervosos perceptivos de quefoi dotado pela evo-
ção de abstrair, de produzir idéias gerais. À técnica não só não pode sw pensa lução biológica. o homem torna-se o animal tecnificador. Os atos realizados na
da sem o homem. como nãochegará nunca a dominá-lo. fora das fieçõeslite natureza irracional porinstinto. nele se elevam à condição cellexiva. começan-
rárias dos pensadores terroristas. pelo simples motivo de estar sempre subordi do então a merecer a qualificação de técnica. Unicamente a título descritivo e
nada aos interesses dele. Na verdade. jamais escapa do seu poder. À aparência com as devidas ressal as metodológicas, isto é. com o caráter de relacionamen-
de razão excluída pela concepção alarinista decorre do fato real de haver gran to externo. admite-se seja expresso o desenvolvimento do homem cm função
des massas humanas espoliadas mediante o emprego de procedimentos. insti das técnicas porele elaboradas. Na verdade. em essência, na compreensãodia-
tuições ou equipamentostécnicos. mas nãopela técnica enquantotal. porque o tética profunda. é o oposto que efetivamente ocorre. Foi o homem que. ao se
autor da espoliação idemifica-se sempre com umgrupo ou classe social que se desenvolver. ão se tornar capaz de conceber o mundonumainfinidade de idéias
vale dos instrumentos técnicos para a satisfação de seus fins. Os “filósofos dn particulares. nas quais se manifesta o gen que atingiu sen desenvolvimento in-
técnica”. na grande maioria. não atentam para o papel das relações sociais de telecuutal. decorrente do aperfeiçoamento dos órgãos perceptivos e cerebrais.
produção e porisso inculpam a máquina ou a técnica pelos malefícios presen desenvol eu como consequência atécnica. simples modo de ação sobre o mun-
viados. Supor a malignidade da técnica significa conferir poder demiurgico ao do e continuação direta. agora consciente. volitiva. intencional. do que a natu-
que, veremos, constitui um simples adjetivo. expressão de um modo de ser do reza fazia em favor das espécies inferiores para alcançar 0 mesmo fim. garan-
sujeito reali que se refere. nem sendo sequerlogicamente um substantivo, tira subsistência do ser sivo
Lam segundo lucas da lustoricidade da técnica menciona um carater Erimisda
vo emiulectde pelo ame as ga spue possua a histarterdade cm cagader es quectad «q
[160]

-
q
o e. ao aprender a dominá-

Tecuvlogia
é 6. À técnica como vitória do homemsobre a natureza
. ” . .
consciência das forças realmente cm ação no mund
a. e não a natureza. que
“ las. quem progride. quem se expande é a razão lnuman
É |Com as precedentes reflexões desfaz-se igualmente a profecia apocalíptica de aspectos. que deve ser
sempre foi tal como existe. Háassim uma dualidade
: dos vulgarizadores. propensos à agitar o espantalho da próxima destruição do que liga o homem ao
entendida para chegarmos à cssência da contradição

O Conceito de
: homem pelo crescimento exorbitante da técnica. pela fabricação de máquinas técnica. O homen sem-
mundo. dissolvendo-se e recompondo-se pela invenção
para engendrar outras. mais perfeitas. etc. Esses pesadelos desaparecem como de ser em que con-
pre progride na luta contra a natureza. porque tal é o modo
: mph » despontar do sob da racionalidade. logo desanusiando tantos presságios vitória continnamente
oi

siste sua diferenciação biológica. À forma específica da


. e . .

ingênios. O homem necessariamente serve-se da técnica. que é o seu sróprio mais à natureza. contudo sui
conquistada é a técnica. Subimcte-se cada vez
ato consubstanciado num instrumento e num modo de proceder cando se sas. que descobre.
«empre vencedor porque utiliza forças naturais mais podero
de alguma coisa lhe vale. “upor possa a técnica “dominar” o homemé na que no momentose depara.
a fim de vencer as resistências e dificuldades com
uma imagem lincrária que. pela repetição. ameaça fixar-se no pensamento do que se efetua em re-
A solução da contradição entre o homem e a natureza.
público incapaz de criticá-la. Nada domina em essência o homem à não ser ax tem necessariamente ca-
gime de relações sociais pelo ato da produção técnica.
trio da natureza e acidentalmente outro homem. como consequência Mransitó el reclama 0 auxílio da
váter contraditório. Por isso, para se tornar compreensív
via, embora historicamente longa, de certas estruturas de relações sociais de que habitualmente a
lógica dialética. À solução vista por um lado. aquele em
produção. Mas a dominação da natureza sobre 0 homem exprime-se exatamen mesmos. aparece co-
consideramos. 0 lado em que a apreciamos a partir de nós
teto siguificado antitético de conquista e vitória humanos, pois o homem se por este ângulo a ta-
mo uma vitória e um triunfo da técnica. porque de fato
utiliza das leis naturais para realizar 05 próprios intuitos, que. nessa perspecti Mas. se observarmos pelo pon-
mreza se mostra vencida e o homem. vencedor.
vt aparecem como modos de dominação sua exercida sobre a natureza. O do. anto a ação humana.
to de vista oposto. a natureza revela-se vencedora. porqu
de apelar para o apro-
ao destruir uma oposição. vencer um impedimento. tem
mínio exercido pelo homem prova. por outro lado. o domínio que cofre visto
não poder fazer coisa alguma contra a natureza senão na medida em que se va is. seja na utilização de proprie-
veitamento de novos € maiores recursos natura
le das forças por cla postas ao seu alcance. Domina 0 mundo material no cur- na obtençãode fontes
dades dos corpos. alguns até então deseonhecidos. seja
so detm processo dialévico. no movimento de uma contradição. que exprime a auxílio novos poderes
de cnecgia, até então insuficientes. Ao € amar cem seu
relação com o universo. físico e social, ao expandir a área das força que ma supera realmente o obs-
que a natureza física oc ultava no seu seio. o homem
nepa. , »ituação descrita. que poderia ser considerada o aumento indefinido da torna efetivamente
táculo momentânco. realiza o projeto imediato. mas se
submissão ao mundo material. é portanto a desespiritualização. o esmagamen o que dialetica-
mais dependente da natureza em goval. numa salutar relaçã
to do homem. justificando as lamentações dos pensadores de visão puntiforme de descoberta € apropria-
mente se transmuta na contrária. Nesse movimento
ao
na verdade siguifica o triunfo da razão. Se por um lado cresce e se aprofunda
ção incessantes. homem acrescenta novas substâncias. novas energias
a relação primordial com os corpos e fenômenos. dando em consectiência a mal á mais prescindir. Segundo
conjunto de elementos naturais. de que não poder
ampliação da superfície de contato com a materialidade do mundo. por ouro à custa de sc deixar cada vez
este ângulo de visão. conquista maior domínio.
tado esse alargamento da ação da natureza sc faz por efeito da aquisição. poi de fervo e dela nãose pode
mais dominar. Val situação tem valor de ima lei
parte da inteligência humana. de maior conhecimento da cacional elis ser biológico que desa-
eximir, pois constitui a lei da sua evolução enquanto
Deste modo. a dominação exercida pela natureza exprime também ma verdade ela própria lhe lor-
fiou a natureza sem contar com outras armas senão as que
0 contrário, a apreensão, pelo pensamento, da compreensão cada vez mais ex de força. capaz de
neceu. mas encontrou 05 meios de produzir um noso tipo
tensa e verídica do ser no mundo. Em ternos absolutos. à natureza não po eensão dialética enpli-
ieansformar o mundo. o pensamento racional. 4 compr
aumentaro domunio sobre o homem. porque desde o início É total, Seria insen Com profundeza de vista diz
ca portanto que so vença parecendo ser vencido.
n »upor estarem sendo criadas novas forças para o es iganento do forca za é a fraqueza da socie-
o historiador Chates Hunehelin: “A força da nature
ecisae sea gereeditas ma fabula do “gemo maligno
a , +. “ bat
contra o equal Domicm Dascaria Editora Deda, São
ide Doiamam (dg reger de religido Memus.
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Na verdade,
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4 Dede Mi DDD Da Paulo 1071 p 4H)
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Contudo, seria profundamente errôneo supor que estamos diante de umbi- aquele que apresenta a natureza naqualidade do fator afinal sempre vitorioso.

O Gonceno de Tecnologia
Mytio de forças. sem resultante. À luta não se trava entre termos equivale
ntes No extremo oposto situam-se os literatos de veia otimista. percebendo a série
Do lado da natureza situam-se as forças físicas. enquanto do lado humano cn- de êxitos da ciência. sem indicar o & forço que custaram a rizão por que fo-
rim emação as força culturais. o conhecimentoracional. representandoa su- ram conseguidos. Para tais eufóricos comentadores. o homem nasce vencedor.
peração dialética da oposição anterior. Comefeito. o conhecimento existe sendo capaz de sobrepujar qualquerdificuldade e sair-se airoso das ciladas que
por-
aquetem por baçe a evolução biológica que 0 tornou posaiíael. engendrando a natureza. a sociedade e a história lhe armam.?Assim foi no passado. confor-
os
tugaNeryosQ" superiores no homem: neste sentido. participa da condição me mostra o progresso da humanidade até os nossos dias. e assim sempre será.
de
sinerialidade comuma todos 05 processos do mundofísico. Entretanto. sendo + inteligência humana impõe-se invencível. cresce incessantemente o conheci-
o reflexo abstrato e racional da realidade objetiva, tem características qualita- mento que tem do mundo c nada a impedirá de resolver todos os problemas,
Hyamente originais. explicáveis pelas leis dialéticas do movimento da realida- de conquistar todos 05 bens. inclusive a imortalidade terrestre. cre. Nãoé pre-
fe material que o criou, dando ao homem umasituação superior, ímpar na ciso dizer que ambas as ingenuidades opostas se equivalem c têm por funda-
to-
tilidade dos seres vivos. Ao desenvolver em condições parciais a cultura. mento a compreensão unilateral de um processo em essência contraditório €
e ne-
lat estruturação do saber daquilo que lheé exatamente oposto, ou seja. o mun- porisso exigindo ser desdobrado e tratado pelalógica dialética. O pensamento
do material, o pensamento sobrepõe-se à contradição anterior. À vitória da metafísico na relação entre o homeme natureza ou privilegia o aspecto “uatu-
na-
tureza, a lei de ferro que parece fatal, resolve-se de fato na vitória sobre à na- reza”, e neste caso a perspectiva redunda no sombrio vaticínio da aniquilação
tureza pela razão humana, por ela mesma propiciada. Biologicamente o ho- emana, ou acentua o valor dos “homens”, e o horizonte se tinge do rósco das
mem desafia a natureza, mas não a vence realmente com armas da mesma es- esperanças infalíveis. A lógica dialética, comprecudendo estar diante de uma
pecie que as dela, a não sera título de instrumento. e sim com outras. superio- situação contraditória. percche a necessidade de pensar em unidade os aspee-
res e Originais: as idéias abstratas e a invenção imaginativa que movem a ação tos contrários. Vê no triunfo do homem sobre a natureza. isto é. da técnica so-
técnica. Deste modo. a técnica representa asíntese dos contrários anteriormen- bre a açãodesorientada. de certo modo o oposto de quanto à primeira vista sig-
He expostos. que só permanecemcomo tais para a percepção formal. inábil em nífica. Mas igualmente vê na predominância da natureza o caráter relativo des-
nificá-los. Para a concepçãodialética. a técnica. se num sentido constitui a vi- sa vitória porque reficie a predominância contra ela mesma. a revogação de
tória da natureza sobre o homem. porque uma ves adquirida. conforme seus poderes. por parte de umser porela engendrado. Na solução desta con-
está
acontecendo em extensão cada vez maior. não pode mais ser dispensada. no tradição reside o verdadeiro fator impulsionante do processo técnico. Aqui se
sentido oposto espelha o triunfo do homem sobre o mundo. sendo adquirid encomra um possível ponto de origem da confusãoconceptual quejulga a téc-
a
pola penetração sempre mais profunda da razão no complexo infinito dos nica o motor dahistória. O pensamento formal chega a esta enganosa conclu-
fe-
nomenos naturais. Essc encontro de conceitos contrários manifesta-se como di- são por não perceber que a atividade técnica apresenta essa aparência em ra-
fyuldadelógica aos olhos do pensar formal. que tem necessariamente de zão do queefetivamente há de humano nela. o grau em que soluciona à con-
opta
entre extremos para cle inconciliáveis. Geram-se, assim. compreensivelmente tradição fundamental em virtude da qual o homem cada vez melhorse realiza
usconhecidas castas de pensadores. pessimistas ou otimistas. ambos igualmen na racionalidade da sua compreensão do mundo, e consequentemente na aqui-
te imgínuos c incapazes de oferecer a justa compreensão da relação entre 0 ho- sição dos instrumentos comos quais o subjuga às finalidades concebidas. Por
mem co mundo. mediante o exercício da ação técnica. iss0, NÃO séria jamais a técnica, entidade abstrata e imponderável, o exclusivo
Ri no dualismo formal não percebido à origem profunda da sim - fato impulsionante do curso da história, mas o animal humanizado tornado
plieidade de julgamento, tão repetida. que teme a absorção do homem pela téc técnico. capaz de exercer atos técnicos e instituir a cultura para servir-lhe de
mence o esmagamento pelas máquinas. cuja corrida infernal desencadeou instrumento na luta contra a natureza.
tngeoranalo q base dialética de que se torna nnpérios
o parti para compreender v acende cada momento levado à solução das dificuldadesexistenciais e
aeguieao ou sejas contradição q que nos referunos os defensor
es dertolistas de produção que então se aprésentam impõe a necessidade de substituição de-
: *
Eo
desta OpHnias
i uaplocag demonio onc
$ e ue ados Laghosaado amtgairmetammico las, proc omude sita Meio Mais peitecta P pata DENOUMRI to vistente “e bent asim
to4| [165 |
us máquinas em que se concretizam. a fim de dominar os recém-surgidos compreensão da técnica. é o que nosfoi referido por Álvaro de Faria. Conforme

O Comeeato de Fecnologia
mentos da natureza que a tecnologia atual descobriu. ou para os quais teve acentua esse filósofo. o animal conhece no ato de consumir o homem conhece
apelar com o intuito de resolver as dificuldades precedentes. Sendo intermin no ato de produzir. Trata-se de uma observação fundamental. co tendo-a em
vel esta situação. o processo em quese desdobra mostra-se expansivo. e pori vista. permitimo-nos prosseguir em nossas reflexões pessoais. Unicamente o
so quandovisto formalmente apenas por umade suas faces e interpretado pe homem descobreas propriedades dos corpos. para ele até então ocultas. porque
ha consciência ingênua. parece significar 0 triunfo da técnica sobre o homem. tem necessidade de usar os corpo e fenômenos do mundo para concretizar e
à percepçãojusta da totalidade demarca o fundamento para a correta interpre- cumprir qualquer finalidade que conceba. O animal. em vez disso. usa os cor-
e tação. Mrécnica tem apenas significado modal. portanto não lhecabe represen- pos de que se serve. inclusive para alimentar-se. porforça de uma relação dli-
tar opapel de sujeito de realidade alguma. muito menoso de motorde umpro- reta. estabelecida pela natureza e cumprida por via instintiva. O animal ape-
eesso que seestabelece pela posição e supressão de contradições. À técnica não nas reconhece as substâncias. objetos € seres com os quais entra em contato
passa de um aspecto desse processo. a modalidade pela qual o verdadeiro su- mediante os órgãos sensoriais, c em relação a eles comporta-se de maneira po-
jeito, 0 homem, atua para resolver as contradições que enfrenta. Além do mais. Sitiva ou negativa. conforme satisfaçam. ou não, as linhas de conduta prescri-
* não pode ser 0 fundamento exclusivodo processo produtivo. uma vez que con- tas biologicamente. O homem, ao contrário, entra em contato com os corpos
.T
corre. juntamente com outros fatores. para formar a base real. completa, em exteriores € sitas propriedades por via indireta, não exclusivamente pela per-
:2
Toque se apóia e se desenvolve a criação dos produtos. cepção. mas pela formação da imagem. elevada à categoria de idéia ogeral,
o o
“É Nenhuma indagação sobre a essência da técnica terá sucesso se não partir Essini o homem. diferentemente do animal, que se limita a reconhecer à natu-
“do único fundamento sólido em que realmente repousa o problema. Este fun- reza. conhece o nuundo mediante a experiência e a prática. criadoras das idéias.
tamento é. para nós. a relação entre 0 homem e a natureza em função de de- processo cognancitivo peculiar à espécie. Age livremente em virtude da capaci-
“terminadoregime social. não devendo ser pensada nas mile uma variedades de dade de combinar as idéias no ato da concepção de finalidade e na operação
mpapições em que até aqui se tem comprazidoa imaginaçãofilosófica. O pen- com que tenta levar à prática a realização destas. À via indireta. que separa o
»adordeve retornar às remotas raízes biológicas do processo cultural que tem conhecer e o simples reconhecer. consiste na produção. primeiramente da idéia.
nessa pergunta uma de suas manifestações atuais. Colocar o problema da téc- e depois dos objetos e máquinas. que se faz pela ação técnica. V dignidadebio-
nica sem admitir comopremissa original o caráter e as qualidades distintivas lógica do homem. pela qual se di tingue das espécies inferiores. reside na pos-
do ser para o qual a pergunia sobre àtécnica resulta donível de ascensão evo- sibilidade de produzir. Porque mediante tal ato wansforma o mundo à imagem
luta a que conseguiuchegar. É supor quetal pergunta seja um ato de gratui- do que pretende venha a scr a realidade física e social, é com esse procedimen-
to dilerantismo intelectual. construído sobre alicerces imaginativos: agrava-se to modifica-se a si próprio. cria a sna existência. Torna-se o ser obrigado a co-
nda a confusão cultural porque nem sequerse indaga da razão pela qual o ihecer para subsistir, Esse processo chama-se cultura. mas a fundamentação
homem adquiriu a possibilidade de exercer a atividade imaginativa. Nossa ati- iológica ande assenta não ocorre senão mediatizada pelo exercício das rela-
tude é diferente. Com apoio nos fatos elementares. mas inabalavelmente esta Des sociais. Esta noção capital parece-nos ficar aqui claramente estabelecida,
belecicos da ciência da evoluçãobiológica. que não pode em nenhum momen natureza induz o homem a produzir a cultura desde que o levou a ter de vi-
to ser esquecidaou julgada semimportância para as reflexões desenvolvidas no “em estado social. a realizar coletivamente trabalho fabricador, como con-
plano superior do “espírito”. procuraremos as razões pelas quais o homem, no ão de possibilidade de todas as suas realizações. inclusive a subsistência da
esercicio social de sua vida. se torna o criador e o exceutante da técnica, Sera éeie. Outro traço acrescenta-se imediatamente a este. o da historicidade.
empre en vista da comparação entre o comportamento dos animais inferiores uanto me etapa exclusivamente zoológica a evolução conserva-seno nível
co do homem que deveremos proceder. pois na analise das cdiférenças que apre eva história natural, faz-se por transformações que se desenvolvem à re- rm
entam descobrimos o fio condutor pelo qual nos guiaremos, Um aspecto des do ser siso q qualem nada contribui parsela. no homem surge ; O
tetive a aossos olho de emportância decisiva em tação de nos mistalar une hustoricidade que só pode encontrar-se no dontudo di produção cultu
' Em .
ey nenene cora veda peaoblenia epestemtolosico a cega dibota pertence as hemene o qndo amina equameema precisa emular dee peste puta es oluis
166 | [167 |

a novida- z
porquanto o faz pela via cultural. pela prática da aquisição do conhecimen cesso universal. liga-o, enquanto negação. ao passado que engendrou
cm equa- z
enjo correlato se encontra na açãotécnica modificadora da realidade. O anin de. A técnica de hoje certamente revela-se assombrosamente superior
evolui na natureza. o homem evolui na história. Melhor dito. é a natureza qu situaZse noplano £
lidade e quantidade à de ontem. mas esta correta impressão
à relação do E
% evolui no animal. e porisso esse processo transcorre no puro tempo físico, da comparação de seus estágios ligados uns com os outros. porque
em essên- c
o. una “história uatural?o No homem. o processo desenrola-se no tempohis homem com a técnica de cada [fase histórica conserva-se invariável
=" 4 torieivado. a saber no plano da cultura. Por isso a história natural do homem de resolver as E
cia. Em todos os tempos a técnica foi sempre o modo humano
que a define é
se = apresenta-se agora sob a forma de história natural da caltura. À técnica per-
r . “o. Naa contradições entre 0 homeme a realidade objetiva. e esta função
er aence exclusivamente a esta última. 4 história natural da cultura tem de ser cn- também terá de ser a característica da técnica do futuro.
atual tem
+ 4" » tebdida em função do movimento da base material oude assenta. Desejamos acentuar que a atitude de beata exaltação da técnica
. ' melo 4º ' “a : 1
«
perspec tiva o dia
o * Uma técnica tem o caráter de opção entre modos de excrcício da ação pro- significação tipicamente hemerocêntrica. toma como foco de
são, a qual
+. qeiada, Àrigor. as velhas técnicas servem tanto quantoas novas. se descontar- de hoje e esquece ter havido também no passado a mesma impres
= mdb as exigências de rendimento ou comodidade. Na maioria dos casos. pode- os porém em vez
no futuro certamente será ainda mais forte. Se estabelecerm
idade dialética.
"eira cavalo aos mesmos lugares aondese vai de avião. Portanto. na execução
da relatividade formal. simples relativtsmo ingênuo. a relativ
te e da unida-
da técnica está presenteo sujeito que escolhe. e este não pode ser outro senão definida pelo reconhecimento simultâneo da diversidade aparen
sobreo sig-
"et homem. movido naturalmente pelo projeto de realizar mais proveitosamente de profunda dos fundamentos. nada nos impede de especularmos
e de compreen-
“ted ntenoresforço os fins quiese propõe. A idéia da técnica transformada em nificado específico da era técnica em quevivemos. Mas trata-s
stunmoleque. um demônio solto c incontrolável. pertence à imaginação delite valor, sem lhe di-
der o conteúdopróprio do momento atual. dando-lhe o justo
do é que temos de
ratos notabilizados pela vulgarização dessas simplicidades. explorando a capa minuir em nada a importância. mesmo porquea Esse conteú
o que 0 supera.
cidade de impressiouar um público de parque de diversões com a apresentação nos referir. apreciá-lo como ponto de passagem de um process
ca filia tem-
desses “admiráveis mundo novos”. Na concepção do filósofo sóbrio o mundo e que ele mesmo. pelo fato de se realizar. ajuda a superar. Techni
ental pela
sempre foi admirável e novo, no sentido em que está sempre revelando possi poris deve constituir a divisa do pensar crítico. a verdade fundam
resume uma
biidades originais de criação de objetos e modos de ação ao homem que lhe in equal nos oricutaremos na compreen ão da história. Se toda técnica
vestia ao propricdades e fetômenos. Vidéia de unicamente agora. por excep ante está nosujei-
opção humana no processo da produção. o fator mais import
cado social da
coma privilégio. a técnica haver alcançadosignificado inédito. em virtude do to que efetuatal cleição. Esta reflexão reconduz-nos ao siguifi
confunde com um
' rêscimento. dos recursos descobertos. só é legítima se interpretada dialetica técnica. porquanto o homem que a descobre e aplica não se
mente"De fato, por certo-aspecto vivemos cireundados por umvolume de rea mto abstrato mas integra um conjunto social,
que desenrola seu movimento
s histó-
lizagtécnicas com razão julgado assombro o. mas este sentimento surge ex bjetiso com basena produção de bens. e onde, na maioria dos período
indivíduos
elusianiente porforça da comparação com o do passado. Por outro aspecto o cos. veinaram. e ainda reinam. desigualdades diferenciadoras dos
mentkratual não possui nemmais nem melhortécnica do que 05 tempos anti . em si mesma cu-
u grupos com propriedades « interesses opostos. A técnica
homem. em
gs. pefi simples razão de cada época apresentar toda a técnica que lhe é per mente neutra. jamais poderia converter-se em devoradora do
acusá-l a, mas
missivef ter, Tambémos homens de cras pretéritas viveram, tal como nós. cer iquiladora da riqueza espiritual. Se tal acontece. não se deve
da personalida-
cados “pela técnica. que nunca deixou de existir nem de “dominar o homem plicav essa observação pelo uso social dela. O esmagamento
ser impu-
VeonStitação das diferenças quantitativas € qualitativas não nos deve fazo motivo de tanta preocupação para o pensamento simplório. deve
produç ãopara vilipen-
cute nufifgenuidade das apreciações simplistas. mem no relativismo das comp pos grupos que se aproveitamdos instrumentos da
PAÇÕES Forimais. mas exige ser corrigida pela exata percepção dialetica indica ual, da imen a muoria
o valor autenticamente humano.ebamado espirit
=
dora do Quehá de mais e de melhor na técnica do nosso tempos valendo se dir romens. .-
sogro ? . Eprerert
ada bodes . mA concepção
categonte de sadio dedenco hestamente por der esta determinação samulianen
+
O mir das escapatósia o do pensadores desinteressadosade
conscientemente
magno e apegados a utero te cologico por eles
0 o ; . + .
tarada coro deste Ri) valorização cornetas do que acontece de tLoN er Ito qu Rs
"4 “ + -
mm
+ d
[169 |
montad
nes o e distribu
tribuído
í . consiste
"Onaiste em
€ des
carreg
arregar
ar sobre
re a técnica
“técnica”” os malefíci Ja instituição da cultura. pela intensificação do conhecimemo da realidade. o
Í os
uu IM padece nas sociedades do tipo da nossa a maioria dos homens. necossa- homem se cria a si mesmo. Mas. cfetuando-se o exercício dessas ações por
W 4 + “ veta AU » e ' . e e

jumente qs que trabalham. Estes. em virtude de sua situação. estão meios chamados técnicos. segue-se que se alegoricamente quisermos atribuir à a
emconta-
do utimo e constante com as máquinas. os procedimentos
da produção. O ar- técnica alguma valoração moral será a de contribuir para a libertação do ho-

O Concerto de
tíício da consciência maligna reside justamente em valerse da inevitáv mem das situações desumanas de trabalho. seja pela melhora das máquinas.
el
funior aproximação dos trabalhadores às máquinas para apontá-las com a poupança do gasto de energia física ou metal, seja pelo efeito. que exer-
como a
E unecdiata dos males que afetam os operadores vivos. Com isso obtémo ce. de induzir no curso histórico momentos críticos contraditórios que a hauma-
eleito ofuscadorprocurado. Chegam até a infundir no trabalhador à esperan nidadeterá de resolver. À técnica. representando a solução da contradição ob-
-
ça de obter das próprias máquinas a “salvação”. quando desvian
t a atenção de- jetiva de umadificuldade com que o homemse depara. na consecuçãode uma
le das coisas fundamentais que deve exigir e o fazem reclamar. como finalidade. significa em princípio enriquecimento e melhora da espécie ao do-
solução
prosteita para as dificuldades de sua existência. melhorias “trabalhistas” tá-la de maior poder produtivo. O caráter ético a ela figuradamente atribuido
das
sécnicas. da legislação. sempreditada pela clas e possuidora das fábricas reflete 0 usosocial que fazem desse poder os grupos dirigentes detentores do
. do
mptrumentad edos locais de trabalho. Conseguem fazer erer que 05 benefíci comando do processo coletivo. aos quais incumbe a responsabilidade de lazer
os
segrretados para as massas operárias pelo desenvolvimento econômico chegar a todos os membros da sociedade 0 benefícios propiciados pelas con-
consis-
tem exatamente nisso. e que quando for alcançada a melhora da mecaniz quistas tecnológicas. Se esta condição não se verifica. a técnica. aceitando hi-
ação
e da técnica. basta esta modificação para resolver pelo menos a muioria potericamente a personificação dela. nãocarrega a menor culpa. só sendo res-
dos
ppiblemas emsenciais. Coagem a consciência do trabalhador à não se ponsáveis aqueles que dispõem do poder de realizar a opção relativa ao uso à
estender
algm do seu campodireto de existência. e não reclamarsenão lhe scr dado.
contra a conti-
mea subjugação pela técnica. fazendo assim recair sobre esta 0
rancor que de-
Megia ser livigido contra a estrutura geral do trabalho e à classe nobre
que de-
ly activa todos os proveitos. Cria-se a cortina da técnica. transferindo-s
e para T. A técnica, o passado e o futuro da humanidade.
elyiama nota de moralidadeunicamente atribuível ao homem. O dirigent
e edis- As referências às condições sociais da produção
pensador dela, Comefeito. se a técnica exprime o modode ação hm
qual-
quer aloração ética não lhe diz respeito diretamente mas a quem Os atuais ángures de calamidades, pretendendo justificar suas profecias pe-
dela se vale
para se comportar de determinada mancira no âmbitodas relações com lo monstruoso desens ol imento que a técnica deverá ter no futuro. comopla-
os se-
melhantes. Não pode haver uma moral da técnica. pois a qualificação ética nam no espaço do impressionismo intelectual. parecem não percebereste dado
«ó
temi sentido emrelação ao homen no desempenho da atuação social. palmar e evidente. os sofrimentos incomparavelmeme maiores que a técnica
Na ver-
dade. em vez de ser atécnica que recebe a notaética. é ela muitíssimo mais pobre e ineficiente do passado permitiu a alguns homens can-
que a dá. e justa-
mente aquele indivíduo de cujo ser social constitui uma manifestação. sanos semelhantes. Se des êssemos aceitar a idéia da técnica inimiga do ho-
Por isso
4 qualificação moral da técnica pertence defato a quem atécnic mem, teríamos então de inverter a perspectiva ingênua co que encontramos
a pertence.
Não se diga que atécnica esmaga o homem, esim que a estrutura da habitualmente tal imagem divulgada. Basta-nos referir o raciocínio elementar
socie-
dale permite e justifica a perpretação deste resultado. À provecestácem indicador de não serenas técnicas portentosas do futuro as que ameaçam a so-
que um
mesmo grau de progresso tecnológico em certo sistema de relações de brevivência do homem. porque se alguma vez a sobreyiy ência esteve ameaça E
trabalho
conduz ao empobrecimento. à destruição do homem e de tudo quanto da foi exatamente pelas técnicas antigas. que hoje nos parecem ínfimas. mes-
nele real-
mente tem valor mas em outras condições de organização manifesta quonhas e primitivas. Porant as técnicas do passado. que serviram aos regimes
o clcita
eNbmente oposto. sendo juleado libertador. Consistnedo 0 de produção eseravistate depois feudal as aniquiladoras de um número imen-
progiesso na dire-
' EA imunente da evolução cultural as ações dos homens é ado contudo cmmente maior de vidas encrgtas humanas e potencialidades de criação espiri-
ano ano «
voce ele gas inição ele pares q ele homunização. Neste sentido dizemos pad vo eqtter meu” hope cm ditames E) Arote “Negorit ligas de colomalismo
po
que que.
70 |
no-
ico e de imperialismo econômico. Parece-nos que mais importantes. com dos tempo vindouros e até convertendoesse passatempo emciência. como
fonte de lições
lições eficazes.
clicaze do que “asas especulações
especulaçõ vulgares do tipo
i “a técnica
Ceni e me de “futurologia”. a ausência praticamente total de referência às condições
.s
futuro do homen” ão as considerações extraídas do exame do tema concreto. sociais da produção nas quais toda técnica obrigatoriamente tem de ser empre-
2 documentável. livre de subjetivismo. “a técnica e 0 passado do homem”. Por -
gada. Imaginam-se e descrevem-se situações como se não houvesse regimeso

O Conceito de
ars“conseguinte, sgrá na direção oposta à dos sini.tros presságios atuais que deve- cial de produção « as Náquinas subsistissem porsi. funcionassem sozinhas.
mos apreciar o desenvolvimento tecnológico. produzindo para ninguém. | ão se trata evidentemente de esquecimento ing-
Aécnica tende a desempenhar necessariamente, na perspectiva do proces- cente ou miopia intelectual, mas de intencional armadilhaideológica. porque.
ae

24? histórico global. embora por meio de numerosas situações momentâncas e


-
pensadoo problema nesse nível irreal. o termo “bens produzido * assumesig-
tópicas regressivas. um papel libertador do homem. sendo cada vez menor a nificado neutro. torna-se o ponto final que encerra a reflexão. emvez de susci-
+

possibilidade de empregodela como arma de opressãodas massas. Uma peque- tar. como consequência lógica inevitável. a pergunta relativa ao: destinatá
rios
ê
ua minoria dominame. dispondo de recursos tecnológicos insignificantes com- detais bens. O isolamento. a abstração idealista. ao remover a máquina a téc-
parados aos de hoje. pôde escravizarno passado as massas de trabalhadores e nica correspondente do terreno material da produção econômica exigida pelo»
ffizê-las trabalhar a seu serviço nas pedreiras. nos transportes. nas construções homens. apaga igualmenteas relações reais queestes travamentresi. eliminan
-
vma agricaltura com ofim de moverem os toscos engenhos da época sob olá- do-as do círculo das cogitações sobre a tecnologia. Vica assim a técnica conver-
tega dosseunpats
capatazes. personificações para os, explorados. que «deviam impulsio- tida em objeto de especulação pura. A ináquina aparece suspéssa no céu cos
“ “ar o a Micas Ds m i '

Frar as máquinas ou cram eles próprios as máquinas. da reduzida porção da so-


Fr . .

pa-
homens" ão imaginados seres quaisquer. indistintos entre si, mencionados
cidade beneficiada com tamanha opressão. A fração hegemônica da socieda- ra figurarem na relaçãoideal com os mecanismos, Graças a e a falsificação.
rt de então. não possuindo forças motrizes mais eficientes ou máquinas mais torna-se posís el proferir sobre a “técnica”. transformada em coisa-em-st. Os
complevas e potentes. lançava mão do trabalho muscular do animal humano. mais fantásticos juízos. todos indiferentemente inválidos. porquanto derivam
euro do desenvolvimento. fazendo-se no sentido de dotar o homem de um de uma apreciação do problema que previamente o esvaziou dos elemento
s
poder cada vez maior sobre u natureza. tem por definição. e em termos abso- concretos. Na máquina estão impressas as condições sociais de produção de que
lutos. à valorde um processolibertadordotrabalhador. livrando-o daquilo que participa. Sendoestas. na figura do indivíduos concretos, o verdadeiro motor
pura ele é mais penoso. o dispêndio de energia muscular. no caso da. massas doprocesso histórico, com facilidade se procede à inversão idealista do quadro,
oprimidas agravado pela falta de acesso aos proveitos que deveria lhes Propor- para o que bastacolocá-lo de cabeça para baixo. Ver-se-á então na técuica, na-
vionai, Se as máquinas produzem mais e melhor. a humanidade. enquanto su- quilo que exprime o resultado é ao mesmo tempo o índice das condiçõe
sse ole-
o
peo histórico único, está em princípio se beneficiando. Mas. claro está. tal pro-
. . tivas ras quais os homens exploram a natureza para produzir o» bens úteis.
a de
posição. embora verdadeira. permanece abstrata. Porisso acha-se exposta a ser fundamento do processo. passando o que defato constitui a base à categori
aparentemente refuada por exemplos concretos. quando não se leva em conta simples estrutura condicionada. Eferuada a manobra. então, sim, nada impe-
um dado capital do problema. a saber, a espécie de relações sociais de produ de conceber a técnica no papel de motor da história. Iesquece- e. entretanto.
cmo vigorantes entre 05 bomeus na particular formaçãohistórica em que são in- que os bomens não procurariam inventar novos modos de operar. não se inte-
sentadas e fabricadas máquinas cuja menção é utilizada para contradizer a ressariam em descobrir outras fontes de energia se não precisassem devassar a
LESe [rropósta Importa-nos. por conseguinte. baixar do plano das abstrações,
naturezafísica para dela recolherem frutos mais abundantes. Mas tanto a pos-
sibilidade quanto o emprego das invenções estão sujeitos aos interesses da so-
embora logicamente corretas, para a verificação do tipo de sociedade que de-
envolve as técnicas específicas. objeto de discussão. Sem a concretização dos mãos o chrei-
dedade. Quando se dá o casg de umpequeno grupo enfeixar nas
conceitos q quadro conserva-se impreciso e de tituído, de interesse, í o de ditar esses interesses. contrapondo-se aos da maioria. a técnica passa a
Ora venhoamos na imensa mutoria dos escritoras que alloram o problema Mo amida equi. ao. poré m ea tal Caso Q fluxo de bens de
tum MICOee predghaçã
la

da (Stea espe cialmente na copiosa manufatura fe racial a puocnta che manados cesesteç e do aetábicinto de produçãão de viqueza ânsia de
segurar-
ts NR Mes . e ,
| filiação pe la ante ução ele preoja tacose to futuro. audios endiancho Ch prod ARMDI GA RADAA FMEaMAtIaS idosCon efeTRESStaetua-
bit alone prada eis todos DMR AG uitos ir!
pra |

nar
q
qa camstante ao longo da história das comunidades cindidas. mas levada ao vos e papel histórico fossem necessariamente idênticos. Em segundo lugar. não

O Conceito de Iecnologia
máximo de ferocidade em nossos dias. mas sociedades capitalistas hegemônicas
é observam o curso do processo político da humanidade. neste caso o fator deci-
modernas os bens gerados pela produção fabril manifestam com maior evidên- vivo. Por isso acreditam que a gucrra atômica. se por desgraça acontecesse. po-
this peu outro aspecto. sempre existente porquanto surgem num sistema de deria ser produto do acaso. e até já foi dito. repetidas vezes. poderia explodir
re-
lações de dominação. o de representarem a produção das forças de seguranç subitamente. sem causa definida. em consequência. por exemplo. de um des-
a
e conservação dos grupos possuidores. | euido ou equivoco porparte de um funcionário subalterno de serviços de infor-
Dada a duração milenar deste estado social. não se deve estranhar que mação ou de um simples niancjador de controles de armamentos. Com seme-
gruda parte da» técnicas e das máquinas seja destinada a esse fim oligocráti fhante “teoria” da história evidenremente qualquer enunciado é válido.
-
o. cuja expressão mais odiosa se encontra na fabricação de armas de guerra. Mas. retornando ao terreno da análisc séria. importa-nos observar que a
Mis observe-se que mesmoneste caso. moralmente aberrante. embora histori- possibilidade da gigantesca produção de energia pelo aproseitamento das for-
camente compreensível. confirma-se nosso ponto de vista. que julea as técnico cas atômicas nãoassinala porsi nenhuma nosafase histórica geral. Marca ape-
bélicas,
na el elas também.
' um meio produtivo «apenas
, “mas com
com re j o
referênci a aà:interesses
dei nas um período definido num setor particular da história da ciência e das téc-
mikbritários. Foi sobretudo a descoberta recente da energia nuclear e dos pro- nicas. Ea prova está em encontrarmos o mesmo progresso técnico, a mesma
cedimentos convenientes para manejá-la que deu aos pensadores ingênuos o utilização da energia atômica em nações que, por seus regimes sociais. diferem
fundamento para seus assustados prognósticos, principalmente quando a hu- entre si qualitativamente. Sem dúvida as condições do trabalho humano podem
manidade presenciou horvorizada o criminoso emprego dela feito na bomba ser profundamente alteradas. Unicamente por esta via, pelas possibilidades
utômica. ao final da Segunda Guerra Mundial. Tendo em vista a corrida arma- oferecidas pelas transformações tecnológicas para o surgimento de muis autên-
mentista em que se empenhamas grandes potências. e procedendo sem discer- fica consciência nas massas trabalhadoras, as invenções chegam a exercer fun-
nimentocrítico na análise política do quadro histórico atual. julgam os pregoei- ção interveniente nas mudanças históricas qualitativas. Na verdadea pertur-
ros da desgraça que a humanidade está am *açadi de sucumbir na des bação trazida ao sistema de relações humanas de produção gera as condições
airada
decisão da deflagração de uma guerra atômica. Claroestá que. eu princípio, subjetivas para a superação das contradições sociais objetivas do momento,
casa tragédia inominável podeocorrer. tanto mais quanto já houve um ensaio Essa transformação não obedece ao modelo da causalidadelinear mas é regida
precedente de agressão atômica. embora em escala. para a atualidadeJreduzi- pelo condicionamento dialético. no qual a criação de uma consciência original
ta e em condições de disparidade tecnológica que asseguravam a ausência de nas massas desempenha o papel de fator necessário. São sempre as massas tra-
rico e a impunidade com que antecipadamente comava o covarde assassino. balhadoras que fazem a história. mas tendo de fazê-la nas condições objetivas
Mas. ao fazerem as terroríficas profecias. os bruxos especializados num huma- em que são obrigadas a trabalhar emcada época. a alteração das elispomibili-
tusmo de imprecações. refugiando-se na ingenuidade utópica do clama ne ces- dades de técnica. propiciadas pelo conhecimento da realidade. passa a serum
sea executam umritual ideológico. que. sob a aparência de pregar a desejável condicionamento de significativo alcance. Ào contrário do que exprimem as
fraternidade universal. se destina a desviar à atenção da essência real do pro- concepções ingênuas. a técnica em si não move a história, Quem a impulsiona
blema dos conflitos históricos. colocando no primeiro plano o papel dos instru- é a consciência dos homens. que, mediante a técnica, Cntee OUÍLOS FECUESOS, TH-
mentos bélicos para ocultar na penumbea inocentadora à ação das forças so- vestiga a realidade objetiva no campo físico e no sistema de relações sociais, €
ciais em presença. À técnica adquire aqui a falsa função de fator histórico cau- se dispõe a intervir produzindo modificações historicamente visíveis. enhuma
»al, por nós mencionada, Os autores que tão ansiosos se mostram com o futu- técnica existe a não ser comofruto de determinada compreensão das proprie-
moda lumanidade em face da técnica demoníaca desencadeada deixam dades dos corpos e da interação dos fenômenos. Se exerce alguma influência
de la-
do múumerosos aspectos do problema. dos quais apontavemos apenas dois sobre a consciência, enquanto reflexo de possibilidades da ação humana sobre
cm
primeiro lugar: não discriminam devidamente eus as potencias manegado a matarezã por outro lado a aucdançã ma concepção que o homem tem da rea-
ras
das conquistas técnicas com caráter de agressão confimdiado todas as mições hidade jm expresarse cm ganhos adicionam de conhecimentos que serão con-
| er ora | persentado
dorm de : gemas afOniicas
atom e
aut BONI |
UEC OD CONTO DAS REIS IHeI( Em verte cmi ontem memdizações (CUCA MS EJULHAS pot RAIA NO ndo dar a cons

si
74] [175 |
à e º o term domundo e assim por diante. num progresso no encontra-se no emprego. já agora inerradicável. da palavra “técnicacom

O Conceito de Tecnologia
em
: jeito real. o homem. ou seja. em termos sociais. "o valor gramatical de substantivo abstrato. Tal maneira de falar. embora ho-
apioedi uvassas trabalhadoras. e deriva do conhecimento do mundo. não je impossível de ser eligrnada emrazão'da fixação vernacular. tem pororigem
podendo
Bem riiso. enquanto fatdr isolado, ser ela própria agente de qualque um mal-entendido. À palavra “técnica” na verdade designa umadjetivo. TEX-
r ação. Se
“ -Sesgúbios. os engenheiros, os especialistas. os “técnicos” aparecem como vikn. e não um substantivo. Refere-se a um verdadeiro substantivo, a “tecne”,
cria-
ne yo» ou inventores dé a: lguma técnica inédita, individualmente lhes “téxun, traduzido pelos latinos emsentido geral por “ars”, arte, Entretanto,
cabe es-
se e ttócito. mas na verdade só chegam arealizar essas descobertas porque aparece igualmente a forma latinizada “techna”, de uso extremamente raro.
o tra-
seetulho geral da sociedade, com o auxílio das técnicas anteriores, lhes oferece com o sentido de “astúcia”. “manha”, quase certamente por influência do
o
«q qeMpo no qual poderão exercer a argúcia intelectual. Todo inventor temde substantivo “technicus”. que mais se aproxima dogrego. designando o mestre
pa ftindar, o pensamento. as pesquisas. no estado da cultura do seu de-algum ofício artesanal. À conotação indiscutivelmente desprezível do se-
tempo.
gaborémtal estado espelha e condensa o trabalho acumulado das massas gundo termo. aplicável quase sempre a escravos. proscreveu o emprego datra-
na
altintória pregressa da humanidade. de modo que. em última análise. dução de “tecne” por “tecna”. firmandoa preferência por “ars”. Por motivos
é sempre
pi ição do homem.pelo trabalho coletivo. que dá suporte à inte“Ação c empre- de caráter semântico acabou impondo-seo adjetivo “téenico(a)”, revestido da
o das técnicas. Daí a importância e ulininante, no que respeita ao conclici categoria gramatical de substantivo, assim tendo se conservado nas línguas
ona-
pitento da criação técnica. do regime de relações sociais onde se efetua modernas.
0 tra-
ql « Enganam-se pois mesmo aqueles pensadores draléticos que acaso A mencionada transformação sernântica, comudo, é rica de conteúdo, c me-
qui-
epem estabelecer um círculo causal formal entre as grandes revoluçõ rece detida atençéão. Se a expressão “técnicaera originalmente um adjetivo, a
es na
“enica «kg produção. em virtude do progresso do conhecimento científico. pergunta a fazer Será: a queser. a que coisa. a queato se aplica? Assim se apre-
e as
Asidiluções sociais. Às transformações técnica: só afetam 0 processo históric sema o enfocamento fundamental e o modocorreto de propor. no aspectolin-
o
PEly aguação consciente que possibilitam no trabalhador. inclusive cada ve/ gúístico, o exame do problema. Conformelogoverificaremos. o adjetivo “téc-
Ma-elicigntemente. no trabalhador científico. dando-lhe a capacidade de nica” aplica-se primordialmente por sua derivação filológica autêntica. e em
pgutber com clareza o sistema de produção ao qual está ligado. Aqui está “státer existencial justo. ao ato da produção de algo. É o ato que fundamen-
a
“miga mancira de interpretarmos a técnica. respeitando *0 aiguificadlO do mo- talinente deve ser julgado “técnico”, ou não. E entre os atos. aquele que direta
dudeser da ação humana. sem cair no engano de entificá-lar. ão podemos e mais originariamente recebe esta qualificação é o de produzir. Sendo umato
mamy lhe uma ação causal que só tem sentido quando exere“idaNor definidor da existência humana. porque exprime a condição primordial da con-
um ser
una realidade em si. O pensador. equivoc adiunente. julga-a tima entidad sebração dela. permitindo aoser vivo conservadoraciocinar sobre si. é a ele que
e em
vityde do caráter concepmmdl definido. substanciável nos nomes dos verbos. compete natural e originariamente a qualificação? técnico”. Ao conceituá-lo
az ugõeshumanas. de que a técnica é um aspecto. mas um aspecto capaz de como a característica de umaação. c a issose resumetodo o conteúdodo ter-
vmar a determinação real do suporte — a ação — a que está ligtla. Tocamo mo"Etécne”. o homem quer exprinsir que o ato realiza. enquanto mediação. o
s
Mui ponto que nos parece conduzir a uma das teses mais sitmilicativas fim intencional do agente, Revela-se-nos. com isso, a essência da técnica. É a
desta eldenões. Vo necdiação na obtenção de uma finalidade humana consciente. Embora esta se
AT wigiNtãe se conserve no pensamento do agente. a mediação que a deve concre-
S. destsnântica da técnica. À técnica como adjetivo tirar ah de ser realizada no plangobjetivo, notmundo material, pela transfor+
raçãerdos objetos. pela eriação gle novas cubstducias e coisas. O que só pode
E . e, Z
Ae ipal confusão envolvente da consciência simplista quando trata edu “enfecer com o emprego dos próprios corpos € dis chergias dos fenômenos til-a
feia Mimaste em considerá-la uma substânci
ia um olgeto. do qual Toé linino pais fé tjue o agente pre fare nte se apostou. do ter formado o universp de
,
atol gle es Como se estivessenos em tace de ma Cena 1
5 tante "em a cs prestntatoes que esteetem a qadicamenteo Umeamente assim conseguirá
dee Vgtaio glesmirenmento Fe una pessoa . mr "
Vespressão imedinTá “de te cia, 1 ? retida no epoca petstenento este no estado de concepção subi
Ls X TJ: ssomtig ONE ” RES
ud - A rt + 421
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era |

“+
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acompanhará a compreensão da técnica. De um lado conserva-se adjetivo,

O Concedo de Tecnologia
É o ato efetivamente exercido, ou seja. generalizadamente falando. o traba-
Ha humano. que contém a mediação original. porisso sempre de caráter ma- quando referido a comportamentos c modos de operar. por outro substantiva-
tental. Posteriormente, c pela acumulaçãodo conhecimento a que dãoorigem. se duplamente primeirona pessoado operador. cem seguida num conceito abs-
as ações transformadoras da realidade transportam-se para o plano da sub- trato. Mas esta ambiguidade perde o valor formal que acaso alguém lhe quisesse
jeriviclade. onde. sob forma deidéias. funcionam comomediaçãopara a pro- dar. quando revela o verdadeiro «entido enquanto síntese dialética do agente e
dução de outras idéias. Este último caso ocorre em setores particulares do do ato. Acontece porém que. porforça das desvalorações sociais recaídas sobre
conhecimento. principalmente a matemática e a lógica. daí sendo razoável. o trabalho manual, ou mesmo sobre o de nível superior mas especializado. e
em sentido translato. falar-se da técnica de raciocínio. de argumentação. de por isso suposto menos “culto”. o “técnico” passa a ser geralmente um traba-
demonstração. Ihador a quem se atribuem recursos intelectuais limitados. 4 palavra “técnica”
Mantendo-nos porém no âmbito da ocorrência original, e a mais significa- desligada da essencial relação com o trabalho humano. em sua enpressão mais
tva, vemos claramente o papel mediador assumido pela operação quese reves- geval. permanece no plano da abstração. no estado de idéia entificada. Ngra-
te da qualidade objetiva de “técnica”. termo querecebe então a função grama- ve consequência desta confusão consiste em que só em tal sentido ideal se tor-
tiaal de adjetivo determinante de um modo de ação humana. Nem todo ato hu- nará objeto dereflexão filosófica.
mano detém este título. À rigor seriam até raros. veduzindo-se àqueles pratica- Quando um aparelho ou uma máquina se desorganizan ou apresentam de-
dos com a consciência exata do que significam enquanto meios para alcançar feitos de funcionamento. chamamos “umtécnico” para consertá-los. Significa
um fim, Na vida corrente a rotina oblitera a percepção do aspecio essencial da este comportamento que apelamospara especialistas conhecedores dos atos ne-
táumica. mas a nós cabe insistir sobre ele. porque de tal análise é que extraire- cessários para repor o engenho no estado normal. atos esses que. por hipótese.
mos a compreensãojusta. Nossa tese fundamental exprime-se nas seguintes pa- não conhecemos. Assim. o “técnico” personifica para nós o portador da “téeni-
lavras: a técnica define primeiramente uma qualidade do ato material produ- est. a saber da mediação. representada pelos atos adequados. que deverão le-
tivo: só no segundo momento do processo cognoseitivo se transfere do ato ao rar ão fim pretendido. a retomada do funcionamento normal do aparelho ou da
agem. o homem que pratica atos técnicos. isto é. produtivos de um fim bem ináquina. Cumprido o primeiro grau de afastamento em relação ao ato origi-
detemminado. São dois momentos de um processo mais amplo de abstração, nado a cadenica” inicia a caminhada emdireção à substantivação. elevando-se
que progride no sentido de fazer esquecer o caráteroriginalmente objetivo do à categoria de entidade abstrata. O erro da concepção idealista e anti-histórica
vocábulo. e conduzirá. no terceiro momento. à substancialização da técnica. a da técnica reside na impossibilidade de perceber o vício de raciocínio espelha-
transformação semântica que irá permitir vê-la na figura de uma entidade. do na troca de um adjetivo por um substantivo. Achamo-nos aqui na raiz de
Surpreendemos aqui a passagem do adjetivo ao substantivo. Se 0 primeiro mo uma modalidade comum de desenvolvimento semântico que irá Florescer nas
mento consiste naquele em que a técnica não pode ser pensada separada do mais simplistas especulações eteorias a que aludimos. mencionando alguns ca-
ato. o terceiro representa aquele ent que, em virtude dos mecanismos de als sos passados e atuais. e que. todas. têm por essência geral o engano di hipos-
tração inerentes ao exercício do conhecimento. a qualidade começa a ser con tatização da “técnica”, Seria errôneo julgar que. sem querer ou sem perceber.
erimada à parte da ação qualificada do operador. Vem a ser representada por chegamos à mesma concepção exposta nas lucubrações de Heidegger a noção
vm substantivo. O termo perdea categoria lógica e gramatical legítimainicial di técnica como ocultação doser, Parece-nos que Heidegger. se em palavras as-
mente possuídae se transfere para outra categorias a dos entes substantivados. sim se exprime. na cealidade dota a técnica de valor entitativo. de modo que
O segundo momento temdecisiva importância na evolução da palavra, Refe ele. tanto quanto Spengler, acaba por chegar ao resultado oposto ao que visa,
Pimmnos à transferência do termo para o trabalhador que executa o ato const na verdade em vez de mostrara técnica ocultando o ser. faz o ser ocultara téc
derado técnico. Aparece então a figura do Stéenico"o Vemos. por conseguinte nem destas convertida mana entidade em si oculta sua própria natureza,
que e vocábulo retoraa à origem. à operação sobre a realidade. não porém co Lona ver comemida em ser em coisa em st a técnica passa a exercer porsi
men qualificação adjertva dezsa mesma operação e sum enquanto qualificação do mesmo elestoscomo realidade que se supõe ser. Recebe qualificativos ela que
hmnem que a prados trorsemes canino nessa evolução a mnbigundade aque maca é pondo um qualficanvo di julgada benéfica ou naligaa, meio me ameno
PI

-
+
ss que estas atribuições não têm cabimento senão referidas aos atos respecti-

O Concerto de Tecnologia
fase para exigir a obienção de novas fontes de energia e novos meios de fabri-
tim. Estes, sim. são concretos, são o modo de proceder de agentes reais, os ho- car objetos graças ao domínio da natureza. Daí o caráter puramente prático,
tagas no quotidiano labor de produção coletiva da existência. Unicamente os arqueológico e sem nenhuma profundidade esignificação filosófica. por simes-
atos dos homens, e portanto em última análise os próprios homens. podem ser ma da divisão habitual da pré-história e da história em “épocas” da pedra las-
bons ni maus. À técnica pode ser qualificada boa ou má. porém apenasin ge- cada. polida. dos metais. até o aço. À periodização da história pelas diversas
Mára suo. a saber. se Os atos mencionados como tais alcançam ou não o fim a “revoluções” técnicas constitui umerro de apreciação lógica. que recai no con-
qua se destinam. A bombaatômica que causou o genocídio de Hirozima foi tec- ceito da técnica como motor das transformações da existência humana. c con-
micamente boa. pois não falhou. Não teria sentido atribuir a perversidade dos duz facilmente aoequívoco da personificação da técnica. Supondo-se que seja
tesúltados à técnica dos atos que a produziram e alançaram, em lugar de atri- um fator autônomo. dela se falará iguorando ou esquecendo o homem, ou me-
bui-la aos agentes que conceberam. como finalidade. esse crime e o executa- hor. o grupo social. o único autor real dos atos em que a tecnologia se revela,
ram. Uma evolução semântica análoga observa-se com outros termos. especial- Nessa transposição de sentidos encontra-se aorigem da atitude por nós dentro
mente bo cdlomínio científico. às vezes sem consegiiências nocivas. conforme em breve caracterizada. enquadrando-a na forma de “ideologia da técnica”.
aconteçe quando são denominados os ramos do saber, surgindo então as deno- Veremos ser uma das acepções do conceito de tecnologia. em virtude da qual
muinações das ciências. “física”. “química”, “matemática”, cte.: mas outras ve- os grupos sociais produtores. em nossas sociedades os proprietários da técnica,
ze8 com grande prejuízo, porquanto nestes casos manifesta-se igualmente o ou seus mandantes. pois detêm a posse das máquinas e instituições que a apli-
equívoco da substantivação. Assim) acontece por exemplo com o vocábulo “in- came desenvolvem. se absolvemdos efeitos de sua atuaçãosocial. descarregan-
emgciente”, que, sendo. gramaticalmente. um adjetivo. não podendoter senti- do a má consciência de que sofrem sobre a “técnica”. Converteme-se assim na
do senão quando atribuído a algum ato ou pessoa, acaba, por obra de teorias figura mitológica de uma cumênide. atormentadora dos homens.
peicológicas fantasistas, substantivando-se. passando então a andar poraí, sol- Os pensadores ingênuos. semsaírem do círculo de giz traçado em torno de
té nas páginas dos livros de psicologia, pedagogia, psiquiatria e aeljacências. si mesmos. demoram-se cm especular sobre os efeitos malignos da técnica. seu
cemo se fosse um ente. uma coisa, uma força objetiva, e não a designação da caráter desumano. sua “insensibilidade” às exigências morais do espírito, 0 pe-
qualidade de certo modo de funcionamento de órgãos materiais regis. alguns vigo de o homem vir a sucumbirnaluta contra a avassaladora onda tecnológi-
Cariros nervoso subcorticais. ca. que ameaça destruir-lhe à personalidade. São sempre “filósofos” da técni-
Em consequência do que chamamos terceira etapa da abstração. a “técni- ca. sociólogos ou economistas. amedrontados apologistas da sociedade que jul-
es* adquire a condição de ser fantástico, ao qual irá ser atribuído em seguida gam “tecnológica”. “tecnocrata”. ou que outro nome lhe dêem, incapazes de
o papel de agente autônomonodesenrolar do processo histórico. Desta cquivo- perceber as limitações e as anamorfoses das próprias especulações. Nelas acam-
cáda compreensão provêm certas concepções da periodização da história. fei- pane definitivamente. Assim procedem não só porque estão desprovidos dos
maia com base notipo de tecnologia dominante em cada fase cultural das popu- instrumentos da análise dialética. que lhes revelariam a estreiteza e o engano
lações. Nossa época seria a “época da energia nuclçar”. embora também haja de >ua posição adotada. como porque esta apresenta certas vantagens para a
quem a julgue. nuna visível versão plebéia. a “época dos plásticos”. ou até. no consciência primária. especialmente ao dar-lhe a oportunidadede fazer passar
pertsar dos aficionados da comunicação, a “época das histórias em quadrinhos”, por sérios e respeitáveis enunciados científicos os produtos. infinitamente va-
Esta teoria constitui uma completa ingenuidade, pois tal maneira de dividir o riados. do pensamento impressionista. lmbora parecendo criticar a sociedade
serso da história mediantea simples e unilateral consideraçãodas soluções tér- “tecnológica” pelos “malefícios” de que a acusam. na verdade são seus mais
pitas dadas pelo homem à contradição fundamental com a natureza, para criar leais edlefensores. De fato. não »ó ao apontar os “erros” da realidade já comis-
e produtos de subsisiência. ignora ou menospreza o essencial, o fato de a so- so a mocentamo mas ainda levam a crer que basta suprimir os efeitos pernício-
lução do problema da produção ter de ocorrer em determinado vegime de relu- se» que parecem portanto acidentais. imputáveis às máquinas e às instalações
ções sociaiy entre os trabalhadores, 08 verdadeiros produtores. Neste elemento fabeiao puenque a sociedade a que se celeren se manifeste entsta perfeição in-
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O Conceito de Tecnologia
fa, o carpinteiro. tal como no sânscrito taksan. que designa esse mesmo profis- de de outro. Tal mudança de valor na essência e na função da palavra reflete
Wiórial. Por extensão. veio a indicar qualquer homem de ofício. um trabalhador alteração rcal ocorrida no âmbito das relações de produção de determinada so-
em geral. o mestre cm alguma arte. ginástica. poesia, física. Passou do sentido cicdade. A transformação decisiva do ponto de vista humano e histórico foi a
de arte ou habilidade manual individual ao de ofício. à designação do coletivo palavra passar a representara finalidade da minoria, ou da personalidade po-
Hot operários ou artífices trahalhando no mesmo ramo de atividade. Estende- derosa, servindo para transmitir aos outros a noção de finalidade produtiva
se 6 generaliza-se a acepção. significando então “maneira de produzir alguma concebida pelo personagem ou o grupo superior. Ora, a transmissão da palavra
Gotan”, porianto “meio” ou “modo”. Mas,logo a seguir outra extensão temlugar. não poderia realizar-se com sentido compreensível se não estivesse subordinada
vindo a constituir o conceito particular de “arte”. a saber conjunto de regras. a regras semânticas e sintáticas, ou scja, se não sc convertessc cm gramática.
gimrema ou método para fazer alguma coisa. Ainda aqui fica patente o caráter A não ser assim, a locução humana. já então ligada a processos de ação e or-
operatório. portanto o sentido de mediação, que o nome “técnica” transporta ganização relativamente complexos, seria ininteligível, incomunicável, dando
invariavelmente. Outra extensão. c esta rica de conoiações. é a que identificaa em resultado que o outro, o trabalhador, a quem são dirigidas as ordens. não
técnica com o tratado sobre a gramática. Este sentido assinala-nos importante exccutaria os atos produtivos prescritos. Assim compreendida, em sua máxima
projeção semântica, muito esclarecedora. A palavra constitui a mediação essen- profundidade, a linguagem revela ser a técnica fundamental, a técnica da téc-
eial na comunicação entre os homens, aquela pela qual sc torna possível fazê- nica. aquela sem a qual nenhuma outra haveria.
los participar em conjunto de uma finalidade produtiva comum e de interesse A técnica, primordialmente qualidade do ato útil produtorda existência, cem
tgral para todos. na fase da produção elementar, fase praticamente desarmada consequência da nova translação começa a aplicar-se à linguagem, que, sendo
de engenhos de eficácia maior. peculiar à. sociedades primitivas. Com o adven- o conjunto de sinais, indica aos operários os procedimentos e as condições de
to das sociedades internamente divididas. no entanto agora capazes de maior trabalho. Daí o surgimento da arte, ou técnica. do falar, que, sendo de início
teudimento no trabalho. a palavra falada continua a desempenhar o mesmo uma atividadesocial fecunda e indispensável. porque revela a todos o conheci-
papel essencial no processo produtivo, conquanto instrumento para conjugar um mento da realidade, irá depois degenerar na arte sibilina da gramática em si, a
grupo de indivíduos na execução de uma tarefa. Seu valor existencial, contu- qual, ainda mais tarde, se degradará emretórica. Ao chegar a esse nível de
dose altera. Passa a ser meio de transmissão de ordens. de um inivíduo ou maior degenerescência, a palavra se vê desvirtuada de sua essência. Toruando-
grupo colocado em posição de mando a outro. ou outros. em nível subalterno. se instrumento de consolidação de relações de domínio e exploração, começará
4 palavra falada perde a condição de exclusivo veículo de difusão das pereep- a servir ao fim oposto ao seu fim natural. Começa a ser instrumento de discri-
ções individuais no curso normal do contato entre homens. mediante o qual minação do conhecimento, estabelecendo a desigualdade na posse da cultura
ternami-se bens de conhecimento coletivos, paraservir à imposição da vontade Icirada, refletindo a desigualdade social. A gramática do povo deixa de serre-
de um. ou de poucos. sobre todos. ào se julgue. entretuno. que essa mudan- conhecida emseu legítimo caráter nobre c autêntico. para ser julgada “incul-
qa de qualidade no processo de sinalização efetuado pela palavra seja a causa ta”. A técnica perfeita e paradigmática do falar será usada somente pelos es-
da snhordinação da maioria dos trabalhadores às finalidades do personagem tratos sociais sobcranos. À gramática das massas esfacela-se em “ignorância”.
em do grupo dominante. Pensarassim seria dotar o verbode um poder demiúr- Os estudos sobre a informação e a comunicação, hoje despertando tanto inte-
mico. consvertê-lo em umlogos antropogênico. em um princípio inefável. e cair resse em virtude das novas técnicas de cálculo c de planejamento eletrônico,
na mais ilusória inversão idealista, À verdade consiste exatamente no relacio- encontram aqui sua raiz gnosiológica. O retorno da qualidade “técnica” ao
namento inverso. É porque já existem no seio da comunidade, ainda mesmo na agente. a que há pouco aludimos. mostra-se agora como retorno à palavra que
etapa do clã ou na fase de sua dissolução. os fatores objetivos. matérias que o agente emprega para designaro ato eficaz porele realizado. O retorno fixa-se
periniticão a ascendência de um chefe ou de reduzido corpo de individuos dos na consciência sob forma de conceito, mas ao mesmo tempo se exprime por um
tados de poder coereitivo. que a palava sofre a transformação existencial por sinal externo. chamado gencralizadamente “palavra” e então será esta que se
nãe eeterida. deixa de ser convocatória ou sejas chamada pera ema olria carregorá de valor técnico, À simples designação pública de um cavalo pelo no-

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me: na “egvado* já constitui um ato técnico. porquanto supõe haver o conjunto

O Gonveito de Te nologia
aútonatos. Nezte caso “técnica” define o emprego de meios que darão em re-
4 4 . . . , mm.

esial aceito e incorporado este termo como o procedimento regular a ser exe- sultado a produção “automática”. que se move. se desenvolve. por a mesma.
cutado-em fala por quem quiscr designar a um interlocutor tal objeto. de certo objeto. Compreende-se. por conseguinte. que os conceitos de “automa-

& Mó Falar consiste pois a técnica fundamental do ser hrmanizado. à que con- tização” e “aomação” achem-se incluídos por direito de descendênciafiloló-
allejecia a tetilização zocial das demais. Porém. como ag envolve a todas. de 1ão gica na noção de técnica, Em verdade são apenas derivações. atualmente che-
mbivermal que é. deixa de aparecer com a qualificação de iéenica. No entanto gadas a um alto grau de desenvolvimento. realizações materiais de assombro-
ferra necessário restabelecer e aclarar a concepção básica e de princípio para sa extensão e relativa independência. da mesma capacidadecriadora exercida
abegarmos à comprecnsão mais profunda do tema. O bem falar. que. nas so- pelo homem na procira de formas mais poderosas e eficientes de produção de

sf
disdades divididas veio a se sublimar em “arte oratória”. dandoofício aos gra- bens. Ao considerarmos a significação do adjetivo “automático” seguramos na
máxicos que estudam as regras e guardam ciostmente 08 segredos das boas

e
não o íntimo elo entrea técnica e a mecanização da produção, Esta configura
semalrinações de vocábulos. assume o papel de técnica principal. desvirtuando a modalidade do ato criador que consiste na aplicaçãode méeios mecânicos. elé-
wma função realmente pertencente à linguagem entendida. entretanto. na fon- tricos ou de outra espécie à obrenção de um produto. À técnica reside aqui no
umpegniar. Assim foi entendida pelos gregos. que designavam como “técnicos”. artifício da fabricação da máquina e nas instruções dadas ao operadorpara pô-
1 TEXVIKOL. Os gramárticos. Duas consequências importantes desta acepçãoper- la em uso.
eepem-se no 110 antigo. O adjetivo “técnico” passa a ser empregado por opo-
aigão a BeopnTixós. “teórico”. não no sentido hoje por nós dado a este adjeri-
9. A compreensão ingênua da técnica.
tri, Sementico agora de significado oposto ao inicial. mas no sentido “prático”.
Exquica-se. contudo. a aparente anomalia. porque o sujeito que deinício se de- A técnica como fator da essência do homem
sbgrava ma língua grega por “teorético” era 0 operário. obrigado a aprender o Estas referências idiomáticas visam a fazer compreender que o sentido da
qua devia fazer pela vista. pela observação sem explicações. ao contemplar os palavra “técnico”. quer aplicado a pessoas quer a procedimentos É sempre o
ganas faxarem a mesma coisa. À própria etimologia da palavra “tcórico” mos- de um adjetivo. O processo de substantivação. a quedepois foi submetido. tem
ma trasar-sa do qualificativo de quem vê, sendo o adjetivo derivado do verbo importância decisiva para nó» porquerevela a origeu de muitas das ingenui-
fps. "observar. “contemplar”. Dai o significado do termo “cohtemplati- dades das concepções filosóficas a respeito do tema. as quais. de uma imancira
Pes que 1eve com o passar do tempo o sentido invertido, Originalmente desig- ou de outra. acabamsempre convertendo atécnica em sujeito histórico operan-
mava o operário que aprendia pela contemplação do trabalho de outros artífi- te e ignorando o papel do verdadeiro agente. o homem, À crença en um nunc
sm, paeque não cra admitido no ensinamento oral dos mestres de ofício. do dominado pela técnica contém a expressão mais lídimadesta simplicidade
Agimmeles indica (Política. VHL. 3. 13385) que. cm mutéria de educação. a queincorre em dois enganos palmares: de um lado anula o caráter histórico de
praia dove ser usada antes da teoria. Percebe-se nesta acepçãoa passagemdo toda técnica. e de outro, impede vê-la em seu verdadeiro papel de elemento de
veadbulo “teoria” da origem noaprendizado visual à designação do ensino ge- una totalidade e não de equivalente àessa totalidade. Ob assustados pensado-
rat a contemplativo. terminando porser a transmissão das idéias sem 0 exerci- res de rarietés, agora impressionados como fascínio da técnica, no qual vêem
dio da ação. Um passo a mais. co termo,veio a significar o estudioso que, fu- a aniquilação da espiritualidade, estão na verdade observando o cesaltado ine-
gíndo wo trabalho, sc dedicava à contemplação das idéias. chegando mesmo na vitável, e em si mesmo benfazejo, da crescente conquista da natureza pelo ho-
&pocu medieval a fazer dessa ascese o seu modo de vida. Na sociedade cacra- mem. À técnica não está avassalando e oprimindo o ser humano. é o homem
sigta helênica primitiva. o simples “teorétivo” era aquele que só imitava sem que Felizmente está cada vez mais submetendo a sia natureza material. pelo
er «aprendido por meio de imatruções verbais, as quais pertenciam ao dominio inevemento do saber O pesadelo da tecnocracia não passa de imagem de mau
da résmica, da “arte”. respeitada entegoria cultural, gostos apresentada, quase sempre. de má-fé. para fazer recair numa maginá-
Ontra expremão do conceito “eécnico”, seguodo o vs antigo, emo ramos da imposição nocivo da natureza dobre as condições do trabalho humano acqui-
[A acepção que o leva, quando aplicado w colas, q sigmificar "artificial
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“jnstrumentos para o exercício da produção de bens alimentares. e ontros. ne- passará pela cabeça justapordois “segmentos” comose fossem partes conseeu-
veicários à vida da espécie emergente. é coctânca do surgimento do homem. tivas de uma linha geométrica. À cultura não precede a formação do homem
femme ao processo da aniropogênese e nele se integra. juntamente com o nem sucede a ela. porque só existe e sc expande aolongo dessa mesma forma-
apuro do pensamento e da concomitante linguagem articulada. meio de ção. da qual é. e sempre foi. coctânea. Apenas acontece que. ingressando no ez-
mEmmicAção entre os novos seres. Por conseguinte. a cultura. tal como 0 pen- tado deser plenamente socializado. o homem revela com imediata evidência o
sero a falas. nãotêmdata inicial assinalável. porquese originam enquanto si- prosseguimento do processo histórico de conservaçãoc desdobramento de sua
mudado fonnação. em curso. do homem. Se não é possivel marcar um momen- existência pela incessante multiplicação dos bens da cultura. grande parte dos
asamato de transição cm que teria aparecido o novo ser. com as qualidades que quais são modos de exercer sua preponderância. que a inteligência lhe permite.
mio Segal icoemos. deve-se considerar a cultura. juntamente com os dois ou- sobre o mundo natural e social, Na fase pré-hominídea não há cultura. apenas
mega atributos. aspectos diversos de um só e único processo de ramificação bio- evolução biológica. Iniciado. porém, o processo de antropogênese. predominam
tática, a antropogêncse. O que caracteriza. porém, essas qualificações é que não a princípio as transformações orgânicas sobre as manifestações culturais, sen-
teias podido brotar nem se desenvolver se o animal en via de hominização doas técnicas ainda extremamente elementares. Aos poucos. vai ocorrendo a
vão houvesse adquirido a condição de ente socializado, isto é, que encontra nas inversão do valor e da importância relativos dos dois aspectos, até que. defini-
relações sociais de produção a possibilidade de executar sua crescente aptidão tivamente instalada a primeira espécie hominídea em seu caráter social o as-
paesprodução econômica. que dará base à sua existência. ao mesmo tempo pecto cultural sobrepujará larga e irreversivelbmente as variações corpóreas e se
ue q vas progressiva € irunterruptamente cada vez mais disianciando do Ves- apresentará em forma de característica qualificadora do ser humanizado. Dai
mem do mencdo zoológico irracional. Se a cultura acompanha o homem desde em diante estará firmado oque chamamos “segmento cultural” do desen volvi-
quando é possível dar a tal animal esse nome. pela qualidade daracionalidade mento do homem.
que pnora espécie conquista, será o desenvolvimento cultural que a vai carac- Val é a vazão pela qual. tomando metodologicamente à parte exse curso. que
name ele modo manifesto. Lina vez constituída. e portanto entrando a viver é o da própria racionalidade e do domínio do ser humanizado sobreas forças
definitivamente em regime de produçãosocial organizada. a cultura passa a scr brutas do ambiente material. pelo reflexo consciente que delas engendra no
= espia etialificarivo do bomemque mais rapidamentese desenvolyh. e aque- funcionamento de suas estruturas nervosas superiores. 0 que será a faculdade
ke pelo qua! melhor se perceberá o prolongamentoda sua evolução. denominada consciência. somos levados a falar no “segmento cultural” daeria-
Ox hens da cultura. as técnicas prochrivas. que logo. em vista do concomi- ção da homem pelo mabalho social que executa. Com essa expressão queremos
mare damnvolvimento do pensamento. se divecsificarão nas atividades cultu- apenas destacar umparticular aspecto de outros. as modificações biológicas.
male, tamio de caráter ideal quanto de ordem material. a arte. a invenção dos anatômicas e fisiológicas que simultancamente ocorrem Mas seria crrôneo.
ttmiráiras, a descoberta das propriedades dos corpos e fenômenos da natureza, porque fugiria à compreensãodialética. supor que se tivesse jamais tratado ou
a falsreação de objetos úteis e o conhecimento das relações sociais de que par- de vários processos independentes oude fases distintas. autônomas. sucessivas.
vlelgmo tudo isso será o traço distintivo da realidade humana. Sempre com base sem ligação entre si, segmentares de um só processo. Na verdade, são aspectos
ams exigências da produção econômica. ey cegime social a cultura amplia-se de um único processo. que por ser natural a princípio, e logo depois conjunta-
amor a estabelecar o sistema de idéias e criações mateeiais que serão então pro- mente naturad e cultural. tem todas as suas facetas não apenas unidas e con-
primero reverenciadas como cultura. Empregamos algumas vezes 0 termo temporâncas. mas entrosadas por necessária atuação recíproca. À significação
tita engaro a ele nos celevindo como um “semento ada evolução do homem. da ação recíproca entre evolução anatômica e evolução cultural, por efeito das
a qual avidenmemênie teve por antecedentes e por fases primitivas as moralis cemelições sociais em início de instauração. pode ser bem compreendida relem-
clamaelmo nírrples crasislormiaçães arimôniteas encambnhaedas na Breçãoda cons brando a rigorosa e profunda frase de E Engels quando diz: “Assim a mão
timição do nmima! que enveredou pelo carinho da hemmigação, Ao fnlaymas nÃo É semente o órgão do trabalho. é também o produto do trabalho” (Dralee-
sm *amgmento culturd” da evolução amimppegênica, esperinlmarre inclrgneto teque eae la Nature, Ediviimo Sociales, Paris, 1952, po TI). só a dialética gras
— = “+==

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terial ehristórica. permiteapreendera gênese do. homem, PStquo explica. sua
Álvaro Viefou Pis ro

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condição de ser social. A reciprocidade entre us mencionadas aspectos aismo existe tão-somanta ca fanmsia dos escritores que-omfrãos têm pertisração
cornda -
nos a compreender que as modificações anstâmicas logo que atinge intelectual para ir além desta corfasa impressão ou dela titam vargas.
m certo
gran do diferenciação qualitativa possibilitam simultaneame Acraiz dos comentários impressionistas sobre o mencionado falto dileras eim
nte as primeiras
realizações cutturais, concretizadas na lahricação de instram tra-se na incormpreensão da tmãe fundamenta! aqui exposta: a rasas remo da
ertos produtivos.
Do mesino modo, ao longo de toda a história da espécie a expans ger entendida em função do homem, e munca em função dos procadimertos «
ão cultural irá
influir nas condições biológicas do homem, por intermédio da métodos que emprega ou das máquinas e aparelhos que consubstanciam apes
situação social.
comdiciovando, por exemplo, o crescente aumento da
duração média da vida, rações. É o bomem que imeanta a tócnica, com issocarregando-se (ta responsa -
em virtude do progresso das ciências. bilidade dos atos execotados com esse carátor. À récmica imgressa. como fatnr,
O aperleiçoamento orgânico « o cultural são portanto aspectos de na constitaição da sua essência, porquanto ao sc incorporar à caltura gsitantte
umy pro-
cesso único, o da hominização. que prossegue sunpre. Nele disceraem ro mamento torna-se um legado que outras gerações recólherão e irá comtri-
-se várias
facetas, atuando reciprocamente, 0 que leva o estudioso a ter o buir para possibilitar diferentes tipos de relações de trabalho emtre os omeiá
direito de falar.
em caráter expositivo, de segirento do progcaso geral. Efetivamente, na tarefa contam de agir sobra a natureza o de organizar a sociadade. Copcia
no estágio
superior é predominaptemerte pala realização e difusão da coltura que grande façanha técnica realizada pela brumanidade engendra orrtras condições
se exvi-
dencia a particular « exclusiva qualificação da evolução bruman de vida é portanto estabelece o fundamento para a instituição de irma na es-
a, dando assim
motivo a que, figuradamente, possamos nos referira ele como sência para 04 seros humanos que vierem a existir em mempos posteriores.
se [osay um seg-
mento subsaquente de mma trajetória. Este modo de falar só rende sa Sendo mfimdável o processo, seu desenrolar, que, apreciado epttusjormionta, apa-
verda-
deiro significado à az da compreensão unitária, dialética, do process race como o progresso tócuico da Irrmanidada, quando visto em profundidade
o global.
A cultura é entendida então como forma superior de wm process mede em realidada o grau de aperfeiçomnento da essência humana, ReseTaito
o. « por isso
aparentemente posterior, qmbora não possua. por essência. pela consciência cada vez mais nítida « operante de sems poderes e das exigên-
posterioridade al-
guma sobre os demais aspectos de movimento da antropogênese, cias de construir formas de convivência social correspondentes à melhor com-
de que faz
pari. O desenvolvimento anatôntico é bioquímico das preensão que os povos comaçam a ter de si próprios. Falamos aqui em ha
transformações que sé
passam nos órgãos superiores do sistema nervoso central, espocialmento mem” no sentido genérico. Partiealarizado em termos sociais, nas epReigões
nas ca-
madas mais elevadas do córtes cerebral. explicam o surgimento vigemes o conceito de “homem”, que deveria igualar-se ao de humanidade en-
« ampliação da
linguagem. que, como outro segmento do msmo processo de formaç quanto um todo, restringe-se Aqueles grupos que dispõem da posse des bar,
ão do ho-
mem, determina a acelerada produção da cultura, sendo ao mesmo do controle dos meios a da política da prodeção a qme. as técnicas o máquinas
tempo in-
tensamente influenciada por cessa manileatação da realidade « atividade totais dão origem, casbora não sejam em pessoa 04 inventores delas. Goralderinda o
do humem caquanto ser social. Não háwmaminidade de opiniões sobre a essencial da téguiea é o homem como tal que, pela fimalidade que dá À ação,
capa-
tidade do australopiteco de produzir o fogo. Mas indubitavelmente as abre a esta a possibilidade de adquirir caráter técnico. Isto acontece quando a
espécies
Mais adiamtadas, 0 simantropo « o pitecantropo, geravam-no, ou pela ação intemada conduz à consecnção da finalidade que a determina. Estabo-
menos
Conservavana-no, quando espontancamento surgia. o que já constitu lece-se, cm caso positivo, ta qualidade de elemento cnltural, a Façaem pro-
i uma téc-
iúica « portanto um dado da culta. Nesta sentidoé que dizemo cedimento de ação. que se torna “a técrica”, cujo conhecimento é incispenisá-
s que tal ma-
milnstação é “posterior”. porque evilentemente supõe o curso biológi vel a-todo indivíduo se quiser alcançar a mesma finalidade. |
co prévio
go leva a formação da espácio no rumo da hominização. Mas, uma Sociolagicamente,pouco importa tratar-se de ama limalidada aleançada pe
vez emcrgi-
«daa cultura, em forma das tácricas primitivas « sem dúvida das primeir lo emprego de forças reais, materiais, físicas ou sociais, alibiadiáãos da bens e de
as repre-
Winiações « das articulações sonoras da linguagem. não se pode vansiormações objetivas. ou sarum invocadas. para chegar à nulidade presefi=
considexá-la pog-
dsmior 40 bamem, ng sua evolução artatômica,pela boa razão de dida, “forças ocultas”. imaginárias. fantásticas, contorme se verifica vas Mart-
que o próprio
lagmem só murga inaquivocamente com o aparecimentoc afirmação dela. cas reríticas oo mágicas das aociadadias primitivas, code eram excrnrmanenta

o
[92 |

e
e
-
A
eziguos 0» meios verdadeiros de operação sobre a natureza. Em todos Os casos. do processo objetivo do conhecimento em quesefunda. De fato. ambos o» pro-

O Cancerto de Tecnologia
Alvaro Viera Ponto

na raiz da técnica há sempre a finalidade do homem que se propõe executar fissionais pretendem curar o doente a quem aplicam seu saber. Com funelamento
uma ação modificadora da realidade. produtiva de um objeto ou de um efeito nesta relação. é possível estabelecer umaexolução linear formal que vai dama-
julgado. com motivos racionais ou não. de nosso ponto devista cultural atual. gia à ciência. deckarando então “téenicos” com a mesma razão os procedimen-
e que só podemser conseguidos pelo comprimento ordenado de certas opera- tos e métodos do samã. Mas não teremos feito mais do que estabelecer uma
ções. Com estas observações relorça-se o ponto de vista por nós enunciado, e semelhança formal. que. emboraválida. não nos revela a essência da compa-
ao mesmo tempo desfaz-se uma noção errônea de grande circulação entre os vação entre aqueles profissionais situados em pontos separados da mesma linha
sociólogos. Ao verificarem que as populações primitivas obedecem a estritas de exolução cognoscitiva. Só a razão dialética nos dá a compreensão verdadei-
prescrições no desempenho das ações sobre a natureza. fundadas na crença de ra dos fundamentos das atividades das duas classes de indivíduos. 4 concep
e comunicarem com poderes ocultos. determinadores das propriedades das ção da historicidade datécnica faz-nos ver. ao lado das igualdades. as diferen-
coisas e do curso dos fenômenos naturais. declaram que a técnica temorigem ças que ao mesmo tempoos separam e os identificam. Os primeiros agem em
na “mentalidade dos primitivos”. Essa “mentalidade” Cão técnica quanto a função de uma compreensão mágica darealidade. invocam espíritos benfaze-
vossa. guardadas naturalmente as proporções. porque 05 “primitivos”. não me- jos e expulsam os deletérios. porque crêem que o mundo é mos ido poresses se-
nos do que nós, atuam movidos por linalidades. obedecem ao grau de pereep- ves supra-humanos. Comisso, conforme agora sabemos, revelam a debilidade
ção lógica da realidade que lhes foi possível obter e em tempo algum possuí- do conhecimento em épocas remotas. € a impotência quase total de dominar as
anta muito citada “mentalidade pré-lógica”, conceito inventado por ctnólo- forças naturais. Não as entendendo. mas precisandoencontraralgumaexplica-
gos e sociólogos. certamente os únicos possuidores reais desse tipo de mentali- çãopara os fatos. o que significa ter de resolver. por alguma forma de conhe-
dade. Os sábios desse gênero cometem com tal lucubração dois enganos. O pri- cimento. a contradição biológica com a natureza. os componentes das culturas
meiro. a julgar haver uma origem em si da técnica. e que se deva buscá-la no chamadas primitivas não encontravam. na etapa do processo de desenv olvi-
processo exterior de organização da sociedade. Seria fazer da técnica um dado mento da racionalidade em que estavam situados. outro meio de solucionara
recebido de fora. um acréscimo. um dom outorgado ao homem. acreditando contradição eaistencial senão explicar as relações causais entre os fenômenos
que se refutam comessas tintas deciência os velhos mitos em que sempre foi mediante um sistema conceptual que para nós representa uma fabidação. dita
exaltado umser divino ou heróico. um Prometemw ow outra figura congênere, da pelas faculdades imaginativas. com apoio em vagos c insuficientes indícios.
que “ensinou” ao homem as artes do fogo, da agricultilra e da metalurgia. Neste sentido. e respeitada a relatividade dialética, julgamoslícito dizer que o
O segundo engano. neste caso particular. resulta da devivação da técnica de um feiticeiro pratica umatécnica. pois atende à necessidade de agir segundo uma
hábito mental. de uma “enentalidade”. como se esta não fosse à expressão de finalidade que lhe é sugerida pelas representações de sew espírito. O carater es-
umafase do conhecimento social. decorrente precisamente do uso das técnicas pecífico da técnica executada não lhe afeta o conceito. pois tem por traço dis-
possibilitadas por esse conhecimento. Desfaz-se assim a concepçãoidealista dos tintivo. enquanto processo no qual se esterioriza a historicidade da razão. niu-
sociólogos que transformaram a “mentalidade primitiva” em coisa emsi. em dar objetivamente de conteúdo com o decurso do processo produtivo. Quere
fenômenohistórico imóvel no passado. do qual derivariam. por inexplicáveis mos apenas indicar que o ponto de vista formal isoladamente o da listória
razões. as criações técnicas conhecidas. depois, pelas épocas civilizadas. En- narrativa. mostra-se insuficiente para estabelecer a diferença entre o curando
contrar a origem da técnica nessa mentalidade. fazê-la nascer da visão mágica ro e o médico. porque apreciandode fora a atuação técnica tem de admitir so
acanúmista do mundo. representa a aceitação de um trânsito fácil, mas engano- mente 0 aspecto de semelhança. percebido à primeira vista porque ambos
o. embora praticado com frequência. atuam segundo a mesma finalidade. O essencial está em superporao ponto de
A magia do feiticeiro tribal pode ser comparada à atividade do médico atual vista formado dialético. que dumina a verdade parcial existente no primero,
segundo duas maneiras de ver; pela compreensão formal, se considerarmos os uma vez que leva em conta sempre relação do sec ou do fato com e processo
dois procedimentos ) aspecto esterior. apoiando-nos sobr Mu semelhanças
st- históricos o desenvolvimento divs forças produtivas Arentão o vam eestingunco
perficiaio entre ambos; pelo comendo dralénico, se referimos a prática so PE medo amedico atrito assina como ente do ameedicoa do futiro, pelo amu de tmetia

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O Conceito de Tecnologia
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Alvaro Vreira Pinto

O Conceito de Tecnolozia
absorvidos, na qualidade de conhecimentos científicos adicionais para O sim
tânco desenvolvimento da produção e de técnicas inéditas. A criação da ciêr fundamental, fissura no edifício do conhecimento bumano. Essa abertura dará
cia exibe um dos aspectos dessa complexa correlação dialética. Se afirmamo início à série de transformações, daí em diante processando-se em ritmo cres-
que a magia é uma das técnicas da etapa mais atrasada do desenvelvimento cente. fesmo na vigência de uma aparente tradição imóvel estão se realizando
não jonorainos
ao ignoramos que osCs .
arqueólogos, ctnólogos Ro a
c historiadores das religiões assi- transformações inteiras à primeira vista imperceptíveis mas constantemente
nalam serem um traço constante das práticas mágicas a fixidez c o rigoroso soros somadas. e conduzindo ao limiar de ruptara. O conceito da historicidade ima-
4"
cumprimento dos atos prescritos, levando os operadores a atribuir os naturais nente falta aos adoradores da tradição. Vêem nela um valor eterno, invencível
frequente
quentess malogros
gr ao descuido
cuido involuntár
i áriio. de algum pormenorda ação pre e fixo. A tradição só tem algum sentido humano quando interpretada à luz de
sumidaa eficaz, sufici
az, suficiente ata inutilizá-
parainutili zá-la. Háá grandedife
gr tati en-
rença qualitativa sua incrente contradição. Só vale porser a expressão da razão pela qual certos
ro as técnicas
tre as ár :
produtivas
+ Iva
e as imaginárias
imaginárias
. As: primeiras.
i : '
justamente porque valores perduram mais que oniros. o que leva o pensamentoa indagar das cau-
são expressão de ações objetivas eficientes, caducame exigemser substituídas. sas da enganosa imobilidade dos primeiros. A utilidade do exame dagtradição
num
um moviment
Y o histórico
istóric sem fim.
i As3 segundas.
seg 5 exatamente porque são ão fanta-
É consiste em revelar os suportes sociais. de classe ou grupos. que sc escudamna
sistas, não precisam evoluir, pois a eficácia a elas atribuída, sendo fictícia. rc exaltação dela. para lograr a continuidade dos benefícios materiais que pro-
side na cabeça dos que têm motivos para acreditarnelas. seja porque represen- porcioua.
tam um status profissional, seja porque os eximem do sentimento de dúvida e A magia € suatécnica parecemfixas tão-somente quandovistas na perspec-
insegurança. dispensando o esforço da pesquisa. Daí o caráter imóvel. sagrado tiva que as isola do contexto histórico, valorizando mais as diferenças tcai.. que
e operante por definição da segunda espécie de técnicas, infalíveis a priori. só somos os primeiros a apontar, eutre cla e a ciência devidamente constituída. Os
acidentalmente ineficientes. . ão estando sujeitas. na intenção consciente dos estudiosos que acreditam sera fase primitiva da hominização um períodofixo,
praticantes, ao confronto com à experiência. planando acima da prova da prá- independente. semligações exteriores, são os únicos para os quais se justificam
tica, podemconservar-se invariáveis. justamente porque. sendo obra da fanta- as conclusões tivadas do reconhecimento da rigidez que. supostamente. condi-
sia. não sc expõem a qualquer contradição sensível. não transportam em si a ciona a eficácia dos ritos propiciatórios ou enfeitiçadores. É um engano palmar
negação de si mesmas. não têm motorvisível. nem parecem formar processo. absolutizar essa imobilidade. que. caso fos.e real. viria a mutilara história, de-
Os uutores interessados na apreciação destes aspectos, ao conceberem a
(a- cepando-lhe a fase inicial. Se a primeira (asc, evidentemente condição de todas
se da economia primitiva. a que as técnicas mágicas estão originariamente as- as outras, não possuisse evolução interna, não haveria qualquer outra Ctapa
se-

socradas. como um período definido, internamente. invariável, sem fluxo his- guinte. jamais a humanidade teria cmergido dela. É perfeitamente razoável su-
tórico, deixam de ver que a técnica a ela correspondente destina-se a colocara por que se as técnicas mágicas e religiosas se modificam. tal fato ocorre contra
serviço do homemos recursos do mundo, entendido magicamente. a saber. po- a vontade do: pontífices e oficiantes, e muitas vezes sem que O percebam.
voudo de divindades c demônios postos ao seu alcance. A finalidade humana Contudo. as práticas movem-se € altcram-se, porque. mesmo
errôncas e ilusó-

das artes mágicas é indiscutível. uma vez que buscatornar propícias. para o “ias. fazemparte do processo da consciência e porisso não podem deixar de ser
fim. por exemplo, de curar doenças. as potestades transcendentes. O pajé su- óricas. À vinculação estabelecida entre técnica, produção e conhecimento
põe que Os ritos excreem uma ação coercitiva irresistível sobre os espíritos c cn- to é exterior c formal, mas imanente e dialética. Emrealidade são aspectos do
tidades-sobre-humanas. Assim. se a imagem ficucia do mundo não muda n “do homen no mundo, exprimem determinações da existência em condições
compreensão dos homens. a técnica a ela ligada não pode evidentemente mu- tais. obrigada a constituir-se a si mesma como duplo auxílio das feteldades,
dar Mas o fato de constituir uma práxis social introduz nela à contradição dia- que a natureza dotou o homen dos poderes dos corpos e fentônaitnos. que o
lética inerente a toda relação do homemcom o mundo e acaba por arruinar a onsciente sesmostra capaz de aproveitar. Borisso o protoconceito dao
P -
rigidez em que se materializava no desempenho dos profissionais. Vistes, om ou nsão dialética da técnica gondensa-se na necessidade ação do pró
'
pros individãos
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for do circulo
ee sacrossanio.
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fi , Dome enquanto animal aque (vo
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graças no aprove
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Peci ao
história que propagna pela prévia reforma ética abstrata doindivídro
e terapo por . duas faces: (a) como produção de bens consumíveis:

O Gonçetto de Tecnologia
a) mesm
'camo ação de idéias
oraçã idói: yerídicas. nto, o homem co-
depois ser alcançada a sociedade melhor. Na verdada, entreta
Cima ÉÉ a eee processo que se deve denomi-A
mu “4 do o
Ba, comjuntamente, hominização. Rejeitada à emeepção metafísica da * e av incsmo tempo.
nheze mediante a tégnica, ou seja a práxis da produção,
Ega”
E hamana, , suposta
p essênci vidade, que se vai
ncia gupra-sengíve).
vel. i
imutável Ra
é universal — comum parque produa, conhece novas coisas, representa ria subjeti
tac, e ” por isso resdrasndó-ug maior número
reali na condição
onchiçã de homens. mas inexplicavelmente desenvolvendo pela evolução das estruturas nervosas, cada vez
diseribuiado-os
rei clareza sempre
de noções referentes às propriedades do mundo material, com
numa infinita a e rsalmesta iujusta variação social de situações
kz

incividuais —. temas de admitir que o homem se fax agi ão. como esa não
nesmo ao fazer aqui- cxuscente: À técnica não existe à part para servir à produç
lo da qua negêmia. E só necessita do que lhe permite vencer para cfei-
. disiiiido-oum se destina a engendraridéias. Tudo se pasta um ato só. mibdividido
abetáculo material ou ideal com que se defroria. É assim, pelo embat desvenda-se no pro-
e das con to de análize « exposição. Eis por que a essência da tócnica
tradições con! o mundo, que sg vai constituindo, mediante cas. é logo a se-
à cooperação social casso de desenvolvimento do sistema nervoso do relações biológi
neranalho, em ser inteligente. em animal que se dota à si mesmo regulação funcio-
da « alida guir sociais, quando começa a sobrepujar a ctapa de sirnples
de de racional. Esta qualidade, hipostasiada na psicologia Ao avançar para co-
tradicional e a nal « estabelecimento do primeiro sistema de sinalização.
rn corno dá “razão” e exaltada a culminâncias sua espécie
. tão eobliaas que her o alimento o animal pratica os atos de locomoção próprios da
ente
e se daém ao alcançar a meta ambicionada. O bomem fundamentalm
a com umafaculdade miraculosa, só explicável
ação uansc
o, nele
acha-se em situação biológica equivalente à do animal inferior. Contud
desc da divindade, é de faro o vesultado de um das dea
Fa
que seguiu a via do aperfeiçoamento do sistema de relaçõ um simples
es ct cuidoie o avançar cm direção ao alimento se complica, porque deixa de ser
aaa muitetãalizanido ge na constituição de cmalid ade, exis-
órgãos nervosos dotados de gesto instintivo imperioso para se converter num ato de mais
dani es excepcionais na sério animal. A capacidade de emabel á para vem ti-
ecer sobre à fum- tençial, o de procura conscientedo alimento. ato este que evobuir
ção de cepreselciação dos objeros do mundo exterior, possuí produçãodo ali-
da por todo animal, po superior de “proçura”, a que assume a forma de deliberada
june espécie de oesmação. a que serefere à primei não é exterior a
ra, institui, me- mento. O atributo “consciente” com qua designamos cata ato
inguagom. surgida comocorrelato desse salto Tolóicda base pensável. O ato
da ge- cle, mas se constitui pelo exercício repetido dema operaçãoindis
pera Mação dos sinais identificadores dos corpos para € no reflexo inte-
o ger vivo esa proces E omsciente resulta da transformação nas condiçõesextoriores
tiumimização. Cria-se, assim, com apoio nas estruturas adquirida, «quando
nervosas sndli rior de exacução do próprio ato. À qualidade nova, assim
se qumagam então a aparocer c à funcionar, a faculdade, de mos portanto
elaboração das examinada no aspecto executivo, chania-se téciica. Compresade
gerais. Abre-se aos poucos o campo ilimitado do pensam problema rotulado
ento, cama tudo quanto há da ingênuo,de supérfino, dg irreal no falso
qualidade de reflexo. ce, ordem supertor, da realid problema
ade circunstanie a r a de surgimento da téenica. Não existe tal coisa, O único e verdadeiro
siva formação de idéias abstratas parece, ay olhar superficial. realização da procu-
representarofi é o do turgimemo do homem. Ão progredir nos modos de
e dirigente, sendo os demais subardinados. Na verda & por isso
de não é assim Tem do ra do alimento, o homem adquire crescente compreensão do mundo
dlria sor, pois a separação entre técnica. produção é conhec para La-
imento, se iotitizada avança igualmente na construção de si mesmo. Ao «mpregesa tónica
Bo campo formal. tornasse naturalmente errônea. exteri orment s descra-
zet, enpraga-a ao mesmo rempo para famor-se. À técnica
1 Á formação do conhecimento não precede a técnica ou a.
a produção, nemsu- ve um algoritmo de atos sequenciais. conduzindo a uma finalidade descjad
guide d das. À dialética material da existência indica-nos estarm s atos. Por
os ai fa H Interiormente, reduz-se à autopercepção da execução dessas mesuro
min dito úrico, indivisível mteriocmente, aquele pelo qual o téunica, se. pe-
homem á pn isso não tem sentido asforçar-se por descobrir uma definição da
€b. pou sor pela transformação do mundo. faução criadora
qui está obrigado a lo simples lato da a isolarmos a título da substantivo, a desencoizamos do ato
executar para subsistir. Seria puro idealiamo supor que sa transf ção bamana
ormasse a gi eletivo em que m; corporifica. Sendo esta ato sempre ums realiza
pa o depois modificar o mundo. E ncia, à
Sais RÉ des produtiva, cada ver mais dirigida, 8 agora até planificada pela oonseiê
quer sentido bialágico cu existencial. mag é ben! acolhi
da por alguma pao- ônim definição possível de vócnica morniaticá em dizer qua é o grey do mas-
: sadormsparque aferece bene pare uma compresnsão ideali iemááio
sta do homem 4 ca clâmels cama que o humem eprseata paro at a releção attes meios

[200 | [oo]
pensamento dialético e de com-

(4 Urmeciie de Feremnineia
ou ideais de que dispõe e emprega numa operação e as finalidades que deseja
tisaro Vairira Pinto

depreciando
i os demaisis. . result falta de de pensa
result: am daà falta
satislazer pela aplicação desses meios. Claro está que o fundamento dessa re- Momo v
preensão genética. Assim. a simples designação biológica cre
lação repousa no conhecimento das propricdades do mundo objetivo. físico e de de traço ol
piens vevela já uma tendência unilateral a valorizar na qualida
social, 0 que significa ver na técnica um outro aspecto pelo qual se manifesta a e configura
premo desse tipo animal a capacidade de conhecer, que na verdad
capacidade humana de produzir. cm geral, ra ' o
uma aquisição máxima. porém pertence a um processo ost
Na constituição da técnica osistema nervoso de relações põe em jogo uma igua mente “
preparando ao longo de etapas imemoriais. No entanto. seria
série de condicionamentos. traduzidos de início. modestamente. na utilização us. Com eh .
fimo e verdadeiro denominá-lo /fomo producens ou Homo technic
de instrumentos para facilitar e multiplicar a coleta. a pesca ou a caça. alean- e o homent só
to. não há saber sem produção material dos bens de existência.
cando depois a agricultura. o pastoreio e. já em fase de extenso desenvoly imento
existe enquantotal porque os produz. ' revela-se | por conseguinte ine-
Esta: notaa revela-se
científico. chegando à fabricação intencional de substâncias nutritivas. indus- ,
i de dele, mas3 o mesmo se deve dizer do do &atributo “técnico”. dado
we dizer
rente àà realida
trialinente transformadas. O exercício das profissões habitmais na sociedade ci- ira de de agir,
Õ a correta maneira
que a produção supõe da queque obedece lece éàs deter»
agir aquela
vilizada nada mais significa do que formas extremas. complicadas por uma es- homem atu:
minações impostas pelas propriedades dos corpos sobre os quais 0
" : » + Wal
hd a
1

traordinária superestrutura de correlações humanas. às vezes aparentemente e de aspectos sem


e às leis dos fenômenos de que se apropria. Se tal unidad
4 “Ma , 1 nm
: '

irreconhecíveis, do mesmogesto de apanharo alimento. que o animal faz dire- cem encontr
nário em
dinário
etraordi e á-la, acentuada, nas
á-la,
existin, Segue-se nada haverY de extraor
tamente e o selvagem menos diretamente e 0 indivíduo das culturas urbanas | ;
as da produ a moderna.
ção ço
produçã
ma. oana produ
modalidades mais avançadas e fecund . o
ainda menos diretamente. pois interpõe entre sic oalimento 0 instrumental fa- , nor
vigor: o mesmo | WinCíD| IO € de reúnen
ind: aqui| vigora t r e
num dr unico
automatizada
i . Ainda
bril de transformação das substâncias mutritivas é à mediação parcial represen- ca fabric ação. A speufi caçã
significaçião
conceito à elaboração do conhecimento. a tecnica
1 A o: af. en

tadapela posse do dinheiro. que devem consumar à aproximação ea anião dos , ica pro
bornótética procede
atual da ciência que veio a ser modernamente chamada cibern
h api
vere aj
q

suranhiun
é

dois. ssa suprema complicação do ato elementar de nutrirse = e à reprodu- ; ; . o estran


sã unidade fundamental. Muitos esutdiosos do assunt
dessa
ls mio da
ção da espécie constitui o correlato da produção da existência pelo indivíduo — . o di
sciculados no domínio
cados vo sistema nervoso conceitos mradicionalmente
« v «

só é possivel porqueo sistema nervoso humano chegou a um) grau de aperfei- é ee std
tã (
sendo agora
Ag const U sido outro 1 a 1) científico .
m ecal He a. same
hs (CUSE
coamento tal que lhe faculta o desempenho de um número imenso de outras a ou nela mm l esvado.
> al hamada Diôni a. ve E resentando
oem
afim d «14 il encuca.
C
atividades. nas quais consiste propriamentea produção em geral. dando em re- Dara O remo en
E VOSOS par
"OC es80S NOT
e Nsão dos proc
SO oposto. a passagem da compr"eensã
sultado a conquista dos intermediários cuja função consiste em aproximar o ,
: em modelos
ica. com base ados dadi es
tomados
mecanização, especialmente automátMi
alimento do indivíduo. Existencialmente. o dinheiro. nas pociedades regidas pe- vi
Cria a viva. ;
Como em' HCONTCCI =
estes ue
todos esses
trote do funcionamento da matéri . . na
lo capital. assim comoantes. em outras. à posse do escravo ou a da terra. sube- a - .
acente tem
mentos 0 que o agente te "odução social de bens. comprovi
em vistaa €é a produçã
fitui aflecha que vara um animal de caça ou 0 anzol que fisga um peise. O tra- acima rereferi
"os os acima
ê aspect 'onecitos de
feridos. Os cm
a ímima unidade englobante dos três
balho que deve produzi-lo. nas condições capitalistas de vida social. equivale quim
ÇÃO “memócia”. . “deciss ão”. que espantam leitores inadvertidos
. . ,

ção”.
“trOa
“reuoa
i

ao que é despendido peloindivíduo isolado ou pelos membros da pequena hor- ada oferec
4 . nada
Aquinas computadoras estraordo=
ofereceem de vestra
do os vêem aplicados às máqui
da primitiva. na confecção de instrumentos de caça ou pesca. lim todos esses , si
a» simple
: o. ma» mente indicam. e demoras
a atual de seu empreg
nário na extensão
Caso» estamos em face da obrigação de produzir à existência. que 0 sistema ner- existenc ial
tal represenntado
represe t: naa prodiça
pr ão da
am. a unidade profunda do fato
tram. , i
voso. pelo nível de desenvolvimento e autonomia que atingiu. impõe ao ho-
existência pelo homem.
mem. e que dá origem aos bens de produção e às relações sociais porque deter. cibemiét
áquinasas ciberaé
é máquin icas tmnis
nica
Em nenhum montento os computadores e as
mina o aparecimento das técnicas eficazes para criá-lo». adiante
me procuraremos mostrat “adiant e.. «e se desliga
desh m do | ONE
complexas conform
A relação profunda entre os modos de ser do homem explica as forms ade "ÓpEI s modelos
ur os próprio ne
dos de de ação Nr
mesmo quando supostamente parecem gerar
entrelaçamento em que aparecem nas várias formações históricas Ão mesmo am custas
a (Mi icl o verl) ul, res
a WU mo Fr va = numa
NC
| , Tn em
sultmimt eum
hi a
' alcenre m ne ha AM mo ta
tempo explicaas diferenças de opiniões entre os estudiosos do temia deivando Regra O) artelnios HER! unts ne A dt
meto ado do julgamento Lógico (evrrial
eluro que as considerações unilterais, as que poisvaldegina certo ponto de vista ises meia pre em fria
Ed por trema semmlltimodes uni cria ererieo fradomocr

pe pum ê
ar aê
| 208 |
aludrogo ingêncio — às termos adequados à descrição de aspectos do cibernética, à da criação dos primeiros autômatos. que eram máquinas de pu- à
engnoscitivo real, buinano. não possuem, nem poderão jamais possuir, ro divertimento, destinadas a reproduzir comportaimentos elementares Inuma- 2
essencial, defimidora do funcionamento do sistema nervoso supe- noR OU dTImAIS. OF consumtores procrravam tão-somente dotar seus angenhos é
- -do-co
Mina ngolar à produção da existência pelo homem. Ao comtrário, os com- da tapecídade de repair gestos dos honzens om dos irracionais, pemanacendo 4
pusadotas apenas contribuem. a título de instrumento, para aperfeiçoar a ca- a conserução nó domínio da simples habilidade, quase toda marrtual, do artesão á
Dm no homem. O engano fatal cometido pelos pessadores ci- que og fabricava. Embora de maior complexidade. não passavam da categoria 3
à cos desamparados por falta de compreensão dialética consiste em ver na de bonecos de enganço. Eram artefatos da Emalidade lúdica, e comonão se des- 5
Anáquina antomatizada on no consputador simplosmente o aspecto brato da- tnavam a participar da produção, sobretado da produção de grarde volume
aquilo queexccetam, sem indagar do "para quem” é feita a produção. O apego quantitativo. não geraram umaciência que 64 tomasse por objeto, conforme vi-
duumalogias superficiais explica a presserosidade simplória dos comentaristas, ria à acontecer em nossos dias com a formação da cibernética. O apatesimm -
> dado cagital, o deminatário da produção, aquele que de- to de uma tova ciência, ou o acesso à autonómia de algwm ramo de mma ciên-
e por isso a empreende como finalidade, valendo-se para tanto das ca anterior, regnlita sesmpee do avanço do pencesso prochrtivo. Na ápeca atrial a
Tiiiquinas inventadas e às quais delega os atos executivos capazes de sexem an- imitação do camportarmerrto rervoso nos aparelhos aeto-reguladores nãovisa a
Waiipatiamente programados palo únido agente pensante em todo esse processo ertar autômatos para divertir a corre, mas tem (ibalidade social, destina-se a
material, o cérebro humago. À máquina, mesmo a de caráter cibernético mais ser um modo de ammentar e melhorar a fabricação de bens de consimmo. Gom
apadigondo, é indiferente estar trabalhando ou parada, «xatarmenta porque isso percebe-se o verdadeiro caráter da cilvernética e sua ligação com os txtos
“Blnssesulmados em nada centeibuem para a existência dela. Q compeitador não originais peculiares dó sistema nervoso humano. Os autômatos de Vancansson
psi produzir os dados que oleece, só o faz por amando de quemefesiva- ou de Pierre Jaequet-Droa nada produziam. mas agora ow computadores têm
imnto delos secessiro. À rigor, só 0 homem é produtor. A mágui permaneça por fim subetimrir o pensamento humano socálculo das quantidades on regu-
semprena Condição do produzido, a como tal idemifica-se aus. eleitos. Por lar sistemas de fabricação. isto é. tomam claramento, no aspecto extorior4 for-
uma litémça habiemal de expressão diz-se que as máquinas qualquer espécie mal. a função artes realizada. por tra única “máquina” na natureza, 0 córe-
[Pissuzam.. Mostraremnos ultetisemente 08 enganos gerados pelo Indevido c se- bro humano. Estas considerações mostram que é preciso evitar cair om qual-
Fhrestimado emprego doeaciocínio por analogia em cibernética. qmerdos dois erros opastos, o endeusamento da máquina calculadora ou regu-
“Ma fitmo primitiva, ou quando as máquinas auxiliares dos esforço humano ladora. ou o repúdio dela, julgada ama monsimicsidade anti-humana. Tão in-
iuihi vtidimentaros, mesmo no período industrial até vossos dias. torbava-se gênuas quarto -o besty embasbacanenta são as invectivas contra a mecanixa-
tdaso-que utricamente o sisterná nervoso ara dotado das funções sigmificadas pe- ção na forma atual, a mutomação, acreditandotratar-se do aparecimento de um
Sontermos “emerária”, “decisão”, “esto-regulação”. “reconhecimento”. erc. sex abesranta oriado malevolamentte para desslojar e destruir o homem, quan-
“Mass exoiação do processo dá horitização consiste precigamente no progres- do o Fato rea) tem significado exatamerte oposm. O pensamento crítico. no exa-
animal bumano qua foi sé tornando capaz de transfaria para ferramentas me desta questão. mitua-se na posição justa. dialericamente fundada.
dtmiplós, edepois para máquinasmecânicas on clerônicas o processamento ins- Foi e homem que. pela acumulação de conlecimentos conquistados. achou-
tuna! de alguns atos próprios, por direito de origem biológica, à matéria se em condições de conceber e congtrutr máquinas nas quais incjuin mecania-
Hótível cerebral de orgarigação, que dirige a atividade masculaz: Assiro, nada mos capazes de dar regultados similares nos que artes 4ó podiam ger obtidos
há de smirutaloso erm: que à organização peculiar do sistema nervaso lurnano podia pelo exercício exclusivo de funções aparentemente privativas dela próprio,
Etrme-comjuntos cxtoricres de engenhos arginizados que se inclizum, com copárter Asmim pensava porque as forças rrarrrrais não pócdiam chegar 4 esses vegultidos
depeçasaperatárias, vo plano de consecução da mesma finalidade concinída sendo pelo uso do mecanismo material corstitutivo-da filuofia de suas cébmims
nervosas. À construçãodoe servomtores « degãos arrterráricos de cem traba, lag
eitoriar formal, e, em virenda do qiligireas emergiasmaix postes,paricem ju aplimados à tertóperia. represermm dé mais emcerveo compertsão do atom cutfveis
e atésobrepujar o funcionamento dos onttrosrervoss supariorea. Naápocapré-
sa
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| 204
» ee : ques
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valorização lado MT
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Nresra Pinto

eminente. nãoperde nem delega realmente suas funções.

O Conceito de Tecnolo.ia
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na aparência. to contrário. as 1ê confirmadas e comoque exteriprizadasé É caps mple
o. Tesi dasiberórças > QU O contrario
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te de sua percepção. pelo êxitodos engenhos cealiggiaaste nente. me SQuplrução bio-
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[207 |
tatus para tornaf inteligível o processo real da invenção humana. Raramente

O Gonseim de Tecamiagia
não apenas utópica na
dinero Fltra Srmndo

rodas. as contradições seria cnasucrar uma aspiração


se vê algum historiador aproxiruar-sa destg modo de pensar. Quando muito ob- Somente para as
permpestixa lógica como mortal do ponto de vista biológico.
smva-aa 0 cuidéio de vincular a invenção das mecanismos aos conhecime ão delas foi a solução sus
ntos espódias extintas cestaram as contradições. A extinç
ssa na época, sem buscar enraizá-log no prrocosso social da produção , com a vitó-
presa da contractição final em que sé encontraram encurraladas
À história da técurica, em si mesma pos ensaios vulgares, permanece sem m os sores
ria definitiva da natureza, que continuou 4 existir indene, enquanto
Gescoláda do autêntico fuudamento, o homem que a engendra, e por ão a np
detrotados foram retirados da história da vida.
temida a que por vezes algum autor faz referência veduz-se go que as pró- ante, aspec-
As analisarmos à técnica nessa perspectiva, percebemos import
priag minas manifesuum, na exterioridade e no aspecto acidental Rio os à relação entre o
to da distinção entre o homem e os irracionais. Refertmo-n
na pronspão temporal, nãose percebe qre esta não passa de mma historicidade íduo pelo
indivíduo c a espécie. Nos animais inferiores a espécie. produz oindiv
secundária, de segunda mão. Deixa-so de pôr em evidência a verdadeira Li animal que maugu-
mecanismo da hereditaricdade. Mas no homem, por ser o
rá eyplica a sucessividade clas criações tecnológicas, a historicidade incrente processo
rou 0 segmento cultural da evolução, graças à constituição para si do
à sximência do ser humano vo mundo,obrigado a produzir-se a E mesmo. esta última
social produtivo, é o indivíduo que prochrz a espécio. Entendemos
pas, admira portanto que as pesquisas eruditas, tão valiosas em seu restri- trabalho a
propásição no sentido de que o homem contribui, pelo resultadodo
o boriganta, porco tenham cortribuído. em gcral, para a compreensão do le- espége. a forma
sico ou isrtelectual, para constituir o patrimônio cultural da
cimo movimemo histórico que se vem deserrolando desde a aurora da homi- No animal, a
arual pela qual se diferenciam as etapas da evolução humana.
nização. À mesma insmticiência de compreensão explicatanibém por que os vo- ráter biológico.
mutação geradora de uma nova espécie tem exclusivamenteca
luas desse cunho são elaboradas com uma metodologia incapaz de se alçar resulta da ação dell.
espontâneo e acidental, enquanto no homem, a mmtação
acima do plano formal. Dificilmemte so osperaria, portanto. viassema Ltd objetiva e,
berada do indivíduo qua se apossou do conhecimento da realidade
Caaluriratmagdê essenciais sobre ima processo por essência dialético. Estando à para transformar
por via da capacidade racional desenvolvida em si. utiliza-o
técnica vinculada ao modo de produzir bens materiais, é secandariamente. en- a acomtecer. com
não a estrutura anatômica c fisiológica, o que altás já comoça
qria: arRisegiéras, produtos ideais, mão se refere unicamente à fabricação ilidades de in=
o prolongamento da vida média, as próteses orgâmicas e as possib
do já Sosa da mas visa sempre à descoberta do novo. Este representa o o modos de
tervenção no mecarmismo genético, mas sobretudo dar a si mesm
, mms” que sc acresce à realidade do ser humano. à título de bem de uso ou de nciam tipos hu
convivência social, regimes de trabalho produtivo, que difere
instramento pata a nova penetração Bos conteúdos ipreligíveis, ainda ignora s do
manos distirtos. O modo de ser esigtencial defime no homem modalidade
dos, do mundo. À técnica, nada mais sendo do que a própria ação do homem am as ea
vida correspondentes às distinções biológicas qua nos anjmais separ
utilizaudo, nas formas históricas relativamente avançadas, insigmumentos é ab quanto o dominado da
pécies. À diferença extre 0 homem, tâuio o domimador
todos racionalizados, para corporificarem a imdispensável mediação entre o das
época capitalista, e o homem feudal ou escravista represcnta 0 equivalente
«game “ à [malidade, consiste no mado específico da capacidade pellexiva do icas,
diferenças que moé animals dão origem às diversas ramificações z00lóg
anima) Inrmano de resolver as contradições com que se depara na relação com s de crcam
Apenas nos animais à «tistinção funda -se em fenômenos espontâneo
o mundo datwral. Ora. 08 obstáculos. as aporias em que o homem SEE de ar
genética, do passo que po homem fiunda-sc em fenômenos conscientes
RN ou sem cessar, agigantam-so e complicam-se por efeito jumamenteda to- so da produção
dem sacial: as mtitações coletivamente imtroduzidas no proces
solução dos obstáculos que apareciam em momentos anteriores. Assim. O a às alterações tmprevi-
econômica. Por isso. enquanto o animal está submetido
remnão pade esperar tranqitilidade e repouso naluta com a natureza na no ções da espécia,
síveis da evolução da espécia, o homem smbeata a si-as altara
ampamho de construir a sociedade cada vez mais justa é bemaamizada, o Que O estara des facos
sendo empax da programá-fas porque estas depesdam agura da
pertenatis pensador dialético grego entendia como oposição « mridade dos con-
cotemrála, qué se desenvolvem no plana da atividade social. O) ser humanotor
crárioe, declárando-u a “uatria de toras as cuigas”. À exta (rage Lumaga poeri- mermo ud
másé quda vei mais aptodirigir ssa processo história. dardo 86
timo-lo acrescentar: inclusive, e primordismenta, do próprio homem. Esperar r-s coma»
vas mudalidades de egiskccin, 08'Weja,começo volver apura & aposa
cut desejar o tetado: de repouso vo, em bimgungam dialética, à regulação de es responsabilidades sorate de que
clomtmtmarma da sou distiros Bim
4
»
| 209

e Pompeia quae
, spécuica ter sempre valor revolucsonário, porquant consiste cum as-
ação humana sobre a realidade, ação que minas chega a um uemo ()-
' Fisso qnconiza no próprio siicessoo extimelo para aum mogação. Quim
mnpladoqual soevidencia o cstncia contraditória de técnica eiçomra-so-ma
tre, ela é 0 made social de produção à qua pertence. Inicialmente, ao
Unviintada , roda tónica original é conoabido para satisfamer pana máceanicia-
ç fugas tal pelo homem qmrazão do regime dá produção a que está sumo
pda Bia mencer o qbsuácnio qua encontracria trm até então desconhecido puo-
migito ori toma novamáquitia.Extos incrrpomun-se, assim, na qualidada da
médicos, so regima produtivo vigente,Mas exte foi q,fumada aporia rue
=”

obmás mmaquiniamos devem superar. So são ficam, de far eliminam o ir


padimentoGom.igsq .contrilyaem, nesse aspecto. partirulas, paraConsolidar o
modo existente do produção, porgrátito remsavam usadificuldade, uma causa
de insuliciência ou uma limitação à expansão das forças produtivas. Mas, no
cortribuir para consolidar o regime de produção, contribrrem fecengariamento
pára que este avance, ou seja, obrigam-no a desemvolver-de, 4 que vem a ser
aiprotimá-o do esgotamento de suas possibilidades históricas que ralação às
uxigências humanas.Noútras,palavras, o mesmo processo túcmica que.foi cria-
do.para servir a regime do produção incrementa sitwiltanaanicnte, por mo-
dias finalidades quepertuitam à consciência conceber 4 necessidade de su-
fio dessa regime,sosubgtitiição por outro, ahais rico de possibilidades
manias. Náesepovo momento, a Gonica adeuirida contímaa avaler;so não foi
pads superada, mas quando permanços em vigor não maia gignífica-
j prieitiv descoborta, pára eleito de-insplansas mma fama. do trabalho,
s alidedina ao. papel sobrevivência, utilizada pelo regime stcessor se ain
dor tem vendiment anão está am oposiçãoàs iorças de produção
social midias pulo;segundomomeitto
pumh histórico.
nifamba squi-árazãopela qual a nócnica não-podeser entendida pelo
simples conhocimento da, história-instrumentos nem pela dos resultados,
somesite pelahistória produtor.[gunlmenss, não pode. ser compreensi-
da exilisimemanto pelo quáime solaçãos oomr o pógimo de próduçãeque da-
Inmp horve.-po mesmo regime pode valar-se da diversas, sunsesivas q
[20 |
” ver o responsável pelos aspectos negativos sobre oser humano. que a consciê
cia ingênua pretende imputar à téenica. comose esta PA E fis
ea ou jurídica responsável. É preciso concebera RE da capa
cidade geral de criação possuída às tarde ser
um traço existencial quanto Ane praça fabrica- e ueonigo
com
cãg de gbjf Mia meraão de obje- dãodo
dessa no
VIVOS a ps Ste seruns ou
agia à doguproveitar ali ÃO. aire k ali i
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[268]
— livre aparecom com caráter deatividiado cultural, e por isso imdis- dama cruspropiciidoris day atividades venatórias dastribos indicam cla

O Gonestim dm Denabanio:
ara algunsiindividuos, 4 cla inclinados, fra erapa superiorconsidera- ramanta à passager de-irivirhetrro-fenciartal astádico, O-másrinoaicorrtscaresin
Este é ser coRÁ a aninúsica. procedente do grito tomunicárivo,, daimitaçãonanto-das avesmas
m &xpandit-sa, na dependênciadosdemais dadosculrtifaiynão atividadiisda caçaçdos ruídosúaturáis vu de-owtros artificiais, provocados esm
UE
ct,o enc privada olébes, que ivãodar-saporte às fins úteis, comà! atquitemm) que reproduz;amblieamado-ospelavariação das
puprísticas- cor demera tommpotição HidicaFlá tens arios'aérds, tão foentas. 04 abrigos Tirrriráis, com à pintura. queprovém da idispansável ihus-
ES à cnlraval das árcas tednicamente-mats destrrvolvidasúarré cinema - ração para fins de informação prática dos objetdg de uso-« day animais de pre-
ro
dub" corridas de attormnsel, minpledrertnte porque tão Gkisinter om sina roferência: entre os imdisídgos; noi à poesia e a tarratita fictícia, que
og otaterkais que pentimeen hoje tealizá-ias. “Em bmpendnção. vão- conistitubin extensbescom caráterimaglharivo do não pródirávo da palavra rá
des viu! otite qurteettsigados arca! am Mémicasà e esportivas trammissãode-comimicaçõesemtreos membros do grúpo em estágio primirivo
a ao de hominização;pura vitiio do-mabalho com finalidadeSegubétstância. Em ro-
eenttu à iae chvendo rd a! pai at dogestescasos, a finalidade, pertencente em princípio a im! am vital coletivo
es par úleivs mecâricolmáeletrônicos, córm resultadossemelhántes, fre- ilinprescimdével, com6 teimpotorhá-se- interesseda atuaçãodáalguns indivi-
temênpa gatado re agora júlgádos proferívisis! Cada vez duos, especializados pornúias rendências, é termina, por fovqudo usé exilrural,
ei múrrcro depessoas dedicadas a praticar, srbmetendo-se ão penoso “por adquirir valorestético positivo, defimitivainente fixadoenquantoarividade
EEr gdad oo: 1 do ciadira dimtirta. Nasiáésprimitivas) qirindo é dismnvalviinama dus Frças
op jog s de salão. Bóparaum poquieno nfimero de tndividitos us átivida- - phúdesvas, par paqueno quo aimdaseja, aÃoexigo mais a cólabaração soca! do
pa a»,odicaiou esportivas são semiftas exigêneiá, 6 se mó chre- mu execução do mabalio, os atos urdstidose as!criações materializídas
D e: É "tm
nada de sitaiscto necessário do perto do vista binhágieus, são à diferentiar, cotltinuaddoetibera aparticipar da
mo o renlmerrtoindispensáveis equlanro imposições eulmirais, à iqrre alunção corn,porémjáentáerna qualidade de-opétações adjutórias pela me-
dmato diteção ide entidadesitainda. Passam-a-scrvir apropósitos fimtasismas. Tem
mi
Lo alo de ddind infoentão emprogeteles nosriosreligiosos airriapráticamágica das imvi-
nãNa “tapcolisirahá por dormegiioté-dund caqõeré sortilêgios;julgadosnecsário na
condiçã 'de ingredientes tócrmicos
pelehomen: raro pa “dioprosinivas que donsitiniária6"téibalho contem! Ogrupo Social,
diepad
e àti oalo
atos
6qua umpatas chucmbdis pr rc
est
a tdos reaisdos fenômenos|enmpresta-lhas valor obs
Jesejdvaniosmituitrad d!jibasença das tenis
mas Ultioo“gasrode energia fosica não digviroa, antes cer.
nté "4 qa bo didi ASSA liçãovilas
is visivel datérmica ameriormente exposta, acenniando q
ivídno eu qua dãoorigem às ubras da Wrte, nos figos'v nos cómi óprocosso produtivo:geral exercido homen
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. nmáio, especialmenteaquela que sevela o significado dela enquanto existencial tatrtasma movido por instintos aterrorizadores, ou sob forma-da entidade em Si
- dohomem. Masnão verá a dialáxica ideolista, que.só faria wansvias-nos, a que a que se pode dar qualificativos axiológicos. Estamos em faca de mais qm car
«Aroctmarcimos defender « sit- aquela que corgidera em cada faso da evolução so de reincidência na sabstantivação da técifica, já mencienada.
da túnica08 fndamentos materials capazes deexpliçá-la como atividade. cria- | Emaperspectiva enganosa conduz a0-levarmarmento da questões ociosas, que
dota, exercida pelo homem em raxão da necessidades natyrais À tóciica per: perturbam ealarmaga -os escritores despreparados. Entre elas contam-se u da
tonto à história natural da cultura, e somente nesse plano se toma jbtsligível. arigem da <écúica e a de seu papel no destimo-do homem. A segunda será ob-
Fura daí dará ensejo a especulações idealistas à ilusórias,: à explo- jeto de-algumax veflgxões quando cstadarmos mais definidamente o comecito de
tação, pelo pensamento, do que tem. sido chamado
“fanômeno, péchico”, como recnologia, mas a primeira' ainda se encontra vo âmbito das considerações
46 tal cóisa cxintissç. Por definição, a técnicanão pode seduzir-se à um “femô- oportunas nesté momento. Aos olhos de filósufo crítico, depeis de tado quemto
mono”, otimologicamente uma manifestação exterior. pois seinclui na essência acabamos de indicar, deve parecer evidente que a técmica não tem origem assi
do ser que a elabora, abrigado à tazâ-la pot imposição intrínseca, natural, de nalável no tempo, porquanto identifica-se com uma das manifestações existen»
sua constituição biológica exercida em condiçãos sociuis, se à identificamos à ciais-do ser de homen, o qual sc constar no processo social do trabalho ao
ação do horem,no mundo. que é 0 aspecto visível de realização eperatória descobrir nas possibilidades de agir as furmas de operação que sg fixam por se
«essência do sex; humano.Nem par isso admite.ses julgada uma “aparência” um revelargm mais rendosas-e portanto preferíveis. Estas serão, por consenso ge-
“fenômeny "vporque a aruação do homem ci decorrência da sua essência não ral, reconhecidas com a siguificação de “técnicas”, transmitidas pelo mecaniss
reproscuta uma-exteriocidade auidental,mus. q modo necessário do exetcício mo social da aprerdizagem, c irão formar a-base! da descoberta de omtras no-
dessa mesya essência. QD conceito de“fanôrmeno” , usado pelos metalísicos pa- vas, HUM movimento histórico: sem ftm. A técnica é par iss9 contemporânea de
ra distinguir a aparância de vm suposto “múmeno”, refere-se às coisas nas-ton- sódeo o emrso dó processo de formação do homem na condição de espécie nou>
º “mg

«opções expécio, e não pode vales para qbomem, em quemnada do que lógica autónoma. À técuica inicia-se: com o homem pelá mesma razão que fax
Vas so distingue em caráter absoluto do que;ósse ses é Ealar da técnica usando e Homem iniciar-se com a técnica. Se assim é, devemos ver na história das téc-
1 ereto “fenômeno”fazsupor que suasvariedades se engondram umas às ou- micas-umo das facesda história matural do homem. Esta última acha-se em pleno
k Encontramos. esta tesefescivament defendida por alguris atores,que
(cas, sem intervçação humana qu apenas cam acidental atuação de homem. -emrso, pois o bomem, não sendo uma espéciefixa, encontra-se comstagtemente
em pleno movimerrto de formação io-sew ser, 0 que acontece precisamemo pos
chegam,
“Sao astro,idealizaçãodo prodassopoa, à apar contio à técrica am Wimelhora das sécnicas produtivas elaboradas. A evolução aatoral do homem
per
fuderindependentesobre-luhaso, a que todos sacunbimos.É compreendi- ailtrapassou o campo-exetusivamento húológico, de substituição de csurwurmas
| =a -Áa-então gonao um flagelo,ummal cóstuico,emvenendudo a realidade do ho-
ra. comima O «qual se faser. Deparamo-nosaqui com a mais sim - «4 homirrídea, « se desenrola agora no campo da produção material das bans da
|
| ciontílica wansturida. para o pjamy de uma filosofia primásia c existência, da organização social de trabalho « da-criação dos produtos cultos
n
- míope. Há escritores, das: dimensões, deJacques Elhul (A técnica. e o desaão do vais. À fabricação de um-elemairto tratsurânico ou a composição de cum baião
féculo, Pas eTorra, 1968,p. 107), capazes de acreditar, com a mais cândida são -curmpomentes mesmo processo de desenvolvimento cultctal em que,-n4
Angenvidade, que a tácnica produz efeitos daninhos por seu próprio mecarrismo verdadequem sa estádeservolvendo-não é a sécrica.-mas 6 homem em totali-
PS ARo
a cada qr ay da mp dade Por into, tão ilusório quanto buscar a arigerm dx técnica atumpassado
2 maligitidade rovela-lho a. comativição itrínseça remotímioserá perguntar.” " ala nos-levará. Encontramos acpri eliane
Na dah Arveiands peisciicoais sacensSETA
E «e-de-curra idagação ingênma e dastituído da serio, sirmplos palasarôniopires
RE evidentemente irrpomibilivados de pens- didoyque Jámotvo às“pralundas! especulaçõesdusamtóres-iraprezsidinimaad,
o TRNOAhm queprepndem devassaro“mistério”clatécnica sub infiêrcia:deatino-di
na(ecopa farmnad annauearoent adm tomecutido,parque não q hs uals
pesa ovips,
gerdmônter asp Ro dm, ominedoUns poucaPhoneenirvinçpomidi, - =
E rbd

E Dera pet iquê, enquanto a maioria verte em expressões , me a história documenta com impregsionaste frequência, cal resultado não de-
du SEEVA iaCao 0 Sim ve ser imputado ao puro emprego material da técnica, mas aos imtritos degma-
à ndo representando nenhuma quridade, “fenômeno”,qui:figeça empsó, manos malicdosos a que poda serviz, quando manejada por uia consciência am-
pela
8.0he nem. que, em. condições sociais, participaçã o nas lutaslibertádo- ti-social com propósitos de dominação. Tocamos aqui vum relevante aspecro
ásdas opreasõesque o consixangem. decide do-sau destino. Noprocesso da particular do presente problema: e nso tão da técnica em si. njas do concairo
id sgio. do;seu ser social, a téemica não detgemina o-sdestinodo harhem, aa- cefa nas relações snciais entre 08: homens, aquilo que, em sentido mais geral,
“tp/0 amem dotermóriaoidestino da técnica. Ecissoacontácenão,só pelo uso consútii o que se tem chamado tecnologia. À passagem docanceiro original de
“enica” ao de “tecnologia”, com múltiplassignificações, eis o que desejamos R
Po da RR detentores do.poder; beneficiando ouprejudi-
E e, quanto iguálmentorendimentode- agora esclarecer.
a sandre om moracredona sapo
da de modificação do-smundo. PR
Só boi > diger que atécrmica ageSJávou”asd
by u 4 formasprodutivas mais qvoluídas, segunda
gunta wo nºdsadáino futuroigantoyanos-arteçipard situaçãonaqual-am
“dia viveri bnbemend apirusdya ds atostóemicos supondorsaque tenha
Mimas d 4 da-presente, podemosdesce-já infizmas. so:
maçosteores oicaas,quis "dará fmdádip
ar quiho? tsparado Cori desaoberta derecursos cáda
dominio-da possibilitando dos boméns estabo-
ox deconvivência social. Next sesttido, serápar-defirtiçãodor
tm Dm pa a mamadeira ietá-a dsavioes
qe |
facilinendo-lhe-o-teabalho-eoltrecendo a upormimidade deve
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2
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, atômic, apro-
pe articulistasque a conquista encrgia
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GAPÍTULO

A TECNOLOGIA

palavra “tecnologia” é usada a todo momento por pessoas das mais di-
[8 versas qualificações e compropósitos divergentes. Sua importância na
É “ compreensão dos problemas da realidade atual agiganta-se, em razão
justamente do largo e indiseriminado emprego. que a torna ao mesmo tempo
uma noção essencial e confusa. Desde os jornalistas até os filósofos, não há es-
tudioso dedicado a observara realidade, onde se destaca aoprimeiro relance a
forma de produçãosocial, que deixe de usá-la. tendo de permeio os especialis-
tas emtodos os modos imagináveis do sabér. No entanto, comprova-se imedia-
tamente não existir umconteúdoinequívoco para defini-la.

1. As diversas acepções do termo “tecnologia”


Tentandoclassificar as acepções divisadas pela análise desse termo, parece-
nos lícito distinguir pelo menos quatro significados principais:
(a) De acordo com oprimeiro significado etimológico, a “tecnologia” tem
de sera teoria.a ciência, o estudo, a discussão da técnica, abrangidas nesta úl-
tima noção as artes, as habilidades do fazer, as profissõese, generalizadamen-
te, os modos de produzir alguma coisa. Este é necessariamente o sentido pri-
mordial, cuja interpretaçãonos abrirá a compreensão dos demais. A “tecnolo-
gia” aparece aqui com o valor fundamental e exato de “logos da técnica”,
(b) No segundosignificado, “tecnologia” equivale pura e simplesmente a
técnica. Indiscutivelmente constitui este o sentido mais frequente e popular da
palavra. o usado na linguagemcorrente, quando não se exige precisão maior.
As duas palavras mostram-se, assim,intercambiáveis no discurso habitual, co-
loquial e sem rigor. Como sinônimo, aparece aindaa variante americana, de
curso geral entre nós. o chamado know hotw. Veremos quea confusão gerada
por esta equivalência designificados da palavra será fonte de perigosos enga-
0|
dantes. conformesabemos, as opiniões e julgamentos sobre a técnica na litera-

FIZ ojousap ap Oomiaosto


nos no julgamento de problemas sociológicos e filosóficos suscitados pelo inten-
to de compreender a tecnologia. tura filosófica moderna, desde que o temase impôs à reflexão. Já dissemos al-
(e) Estreitamente ligado à significação anterior. encontramos o conceito de guma coisa a propósito no capítulo anterior. onde mencionamos um florilégio
tecnologia” entendido como o conjunto de todas as técnicas de que dispõe de considerações e “teorias” ingênuas referentes a esta realidade, que muitos
uma determinada ociedade, em qualquer fa histórica de seu desenvolvimen- julgam não se ter elevado ao nível de traço definitivo da existência humana
to: Em tal caso, aplica-se tantoàs civilizações do passado quanto às condiçõe enão nos tempos atuais, Deixando de lado tais propostas explicativas impres-
táveis, não podemos ignorar que os autores preocupados com a “técnica” diri-

30
vigentes modernamente em qualquer grupo social. À importância desta acep-

ção veside em ser a ela que se costuma [fazer menç ão quando se procura referir giam-se a um objetoreal, apreendido conscientemente como idéia e exigindo o
racio-
ou medir o grau de avanço do processo das forças produtivas de uma socieda- imprescindível esclarecimento teórico, a ser proporcionado pela reflexão
nal. Se a técnica configura um dado dar "alidade objetiva, um produto da per-
de, À “tecnologia”, compreendida assim em sentido genérico e global, adquire
conotações especiais, ligadas em particular ao quarto significado, a seguir de- cepção humana que retorna ao mundo em forma de ação, materializado em
finido, mas ao mesmo tempo perde em nitidez de representaçãode seu conteú- instrumentos e máquinas, e entregue à transmissão cultural, compreende-se te-
do lógico aquilo que ganha em generalidade formal. nha obrigatoriamente de haver a ciência que o abrange e explora, dando em
(d) Porfim, encontramos o quarto sentido do vocábulo “tecnologia”, aque- resultado umconjunto de formulações teóricas, recheadas de complexo e rico
leque para nós irá ter importância capital, a ideologização da técnica. Con- conteúdo epistemológico. Tal ciência deve ser chamada “tecnologia”, conforme
densadamente, pode dizer-se que neste caso a palavra tecnologia menciona a o uso generalizado na composição das denominações científicas. Não importa
ideologia da técnica. Ao quarto significado. por motivos tornados transparen- que a palavra venha carregada de mais outros sentidos, que somos os primeiros
tes. explicados pela índole do presente ensaio, dedicaremos maioratenção. a procurarindicar e deslindar. À nós cabe ressaltar o valor primordial desta co-
notação e distingui-la das demais nos contextos onde aparece. Não será traba-
lho fácil. pois a confusão generalizou-se a tal ponto que somenteà custa de um
2. A tecnologia como epistemologia da técnica contínuoesforço lógico conseguiremos guardar bem destacado o perfil do pri-
A técnica, na qualidade de ato produtivo, dá origem a considerações teóri- meirosignificado, salvando-o de diluir- ou ficar perdido de vista no curso
cus que justificam a instituição de um setor do conhecimento, tomando-a por pouco rigoroso dafala corrente. A atitude preconizada torna-se particularmen-
objeto é sobre ela edificando as reflexões sugeridas pela consciência que refle- te difícil de ser mantida porque os técnicos, na quase totalidade, ignoram este

te criticamente o estado do processo objetivo. chegando ao nível da teorização. entido do termo “tecnologia”. e estando nós obrigados a acompanhá-los em
Ha sem dúvida uma ciência da técnica, enquanto fato concreto e por isso ob- seus estudos, ainda que de um ângulo de observação distinto, corremos o risco
jeto de indagação epistemológica. Tal ciência admite ser chamada tecnologia. de insensivelmente acabar por esqueceresta qualificação inicial é fundadora de
Embora não seja frequente, este modo de entender a palavra revela-se legíti- todas as demais, arrastados pela maneira em que habitualmente já encontra-
mos proposta a questão. Vê-se, por conseguinte. quanto é árduo, mas ao mes-
+
mo. por ser o que transporta o significado radical, primordial, À falta de reu-
mo tempo imperie à. discutir o problema da tecnologia. na verdade o da pró-
mino. num setor ou compartimento definido do saber, dos estudos cujo objeto é
acep-
a tecnica traz como con
sa .
quência a dispersão das considerações a respeito de- pria técnica, partindo do ponto inicial exato. representado pela primeira

lamas obras de sociologia. filosofia e nos tratados ou compêndios dedicados ao ção. Não estamos interessad unicamente em nos esclarecer a nós mesmos
exame de téenics ou artes particulares. Para nós o primeiro sentido reveste-se sobre tão relevante tema, mas sobretudo em chamar atenção para a necessida-
da maior importância. porque não só indica a necessidade de unificar as con- de de constituir a ciência da técnica para a qual o presente ensaio pretende ofe-
siderações sobre a técnica, apresentando-as em forma de objeto definido da recer algumas sugestões, na otimista intenção de chegarem ao ouvidos dos ver-
pesquisa filosófica. mas mostra a existência de um campo original, específico, dadeiros técnicos, que, só assim, mediante a reflexão sobre os aspectos do traba-
de estudo. o que toma a técnica em geral na condição de dado objetivo que de lho profissional, aleançarão a imagem teórica de sua realidade existencial, Serão
ser elucidado mediante as categorias do pensamento dialético crítico. São abun- então capazes de explicar o que fazem e de explicara si mesmos por que o fazem.
12 |
e elicaz, «

EISO(0U29]
à casualidade tituir-se em categoria epistemológica universalmente reconhecida
Outro resultado valioso consiste em subtrair ateoria da técnica endo toda a com-
de vista inadequado portanto assumir significado teórico supremo, dela depend
das opiniões pessoais. ao exame feito a partir de pontos produtiva dos homens se
adas, ou seja, conhecedor s. quase sempre. de preensão da re ilidade, quando na vida real a práxis
por pessoas igualmente inadequ ção do saber, antes so-
processar em condições tais que não se oponha à unifica

ap
sáveis fun-
certos domínios da atividade tecnológica mas carentes dos indispen quando o trabalho de cada
aspecto do fa- licite a visão de conjunto, Este resultado ocorrerá
damentos filosóficos para emitir sobre aquilo que conhecem pelo « aplic 1. por mater iali-
ão filosófic a. Faltando até homem, * consequentementea técnicas que conhece
ger os julgamentos gerais, decorrentes da meditaç dee ao domí-
da epistemologia n em si a dependência do trabalhador em relação à socieda
agora a constituição da “tecnologia”. no sentido primordial
Zare

O
em de ser motivo pa-
nte, na maioria dos ca- nio queesta é capaz deexercer obre a natureza, deixar
da técnica, estafica entregue aos técnicos, que certame uo. confinado às opera-
proferem. ra o estreitamento do campo de percepção do indivíd
sos, não chegam a ter consciência do caráter dos julgamentos que irem a qualidade exata-
emitir juízos obre uma ati- ções executadas às máquinas com que opera, € adquir
São quase sempre as pessoas menos indicadas para partida, necessariamente
cia mente oposta, ou seja, con tituírem-se em ponto de
vidade na qual desempenham o papel de agentes Infelizmente. por deficiên passagem para perceber
a nature- particular e concreto, para superar todo limite. e em
de correta formação crítica, mostram-se incapacitados para apreciar ato produtivo. À obriga-
de. o ser social do o universal contido em cada forma detécnica ou de
ga do trabalho que executam e de sua função nele A ativida er campo de ação, trans-
da reflexão de quem tória particularização do esforçotécnico, em qualqu
técnico. assim como as artes que pratica, tornam-se objeto esso na universalida-
de muta-se entãono valor contrário e se torna avia deingr
escolhe um plano de compreensão mais geral, capaz de alcançar um grau a não dei cará de ser sem-
é existen cialmen te de da compreensão da realidade humana. A técnic
abstração mais alto. Em tal caso. o técnico e a técnica que lhe estreitar cada vez mais a per-
em geral pre específica em seu exercício, mas em vez de
consubstancial têm de ser objeto da análise do pensador que. não sendo atualmente acontece.
dora, adquiri u os cepção do conjunto da realidade pelo homem, conforme
um especialista em qualquer ramo definido da atividade fabrica vis e dos valores universais
direito € determinará a descoberta dos conceitos lógicos ger
instrumentos lógicos suficientes para o habilitarem a dedicar- + de
como tal, Deste modo, a
técnicas. que pessoalmente não configuradores do ato técnico particular, definindo-o
sem nenhuma presunção, ao estudodas ações s
conduz. pela apreensão
socialmente de- prática aparentemente mais grosseira ou confinante
pratica, mas pode julgar. por não se desligar ou desinteressar à aquisição do universal, repre-
qual situa a per- do seu significado teórico ou epistemológico,
las. graças à compreensão quelhe dá o nível de abstração no
5

homem. Será então o


ental interpre- entadopelo igual valor existencial do trabalho de cada
cepçãoda realidade. Devemos lamentaro fato de a mais fundam com a técnica particular
uição dos técni- momento em que o técnico não se identificará mais
tação da tecnologia não poder. quase munca, receber a contrib masterá negado a
de sua profissão, até agora causa de limitaçãoexistencial,
vos praticantes, ou sequerser prazerosamente recebida poreles. o universal com a técnica.
fase inicial identificaçãorestritiva para alcançara identificaçã
Vemos nessa situação um índice deploravelmente revelador da primária livre. Galgando
va a dis- ou seja, com à totalidade da capacidade de atuação
do processo de unificação do saber, em que nos encontramos. Compro de, em função de no-
grande maioria a compreensãounitária da técnica, na plena universalida
sociação, ainda reinante, entre a teoria e a prática, da qual a r a que executa e
O resultado vas condições sociais em que a exercer, passará a domina
dos teóricos e práticos da tecnologia nem chega a ter consciência. o vale e quais as finalidades
práticos, não che- todas as demais, sabendo o quesignifica, quant
infeliz da situação cifra-se em vermos a teoria ser feita pelos , a ponto de receber do tra-
a prática ser dela. em vez de ser, como agora. dominado porela
gundo sequer a suspeitar que a estão fazendo. e, de outro lado, enquanto ser humano.
inteira falta das vivên- balho particular, profissional, sua qualificação social
imaginada pelos teóricos. que sobreela especulam com
-o da servidão prática à téc-
lógicos corretos. O domínio teórico da técnica pelo homem liberta
cias autênticas dispensáveis à formulação de julgamentos de vida pelo qual é defi-
o do conheci- nica. que vem sendo, crescentemente. o modoatual
Devemos ver nesse precário estado umafase do processo históric
o, pela in- nído e reconhecido.
mento, cuja superação se realizará pelo avanço desse mesmo process complexas. e portanto
s sociai Com o desenvolvimento de técnicas cada vez mais
elusão de ambas as partes numa unidade superior, quando as condiçõe círeulo da r “alidade.
o das bases preferen ciais exigindo o relacionamento da consciência com um amplo
da produção e a extensão do saber, já então libertad a atitude cognos-
só poderá cons nos dados materiais e também na trama do processo social,
de elusse. resolveram a contradição. por ora existente: À práxis
Jus |
| 224 | ds dt

gundo à maneira pela qual os homens organizaram as relações sociais de pro»


MDL] Wscars

eitiva do técnico que. por ora. compõe na melhor das eventualidades toscos en-
saios de teorização, na quase totalidade ingênuos, conforme não podia deixar dução. Na qualidade de fundamento, é nas relações sociais que cada indivíduo
de ser, irá se transformando qualitativamente. Por força da alteração do cará- encontra a possibilidade, ou não. de ter acesso aos bens de consumo a que

ter das relações estabelecidas com o mundo, é clarece-se e assume posições crí- aspira. Cria-se assim umaepistemologia datécnica que, em vez de fundá-la na
relação do homem com a natureza, definidora do aspecto esser tal. variando
esesty

nica Por sua vez. a consciência do pensadorserá forçada a desprender-se da


abstrações idealistas em que tradicionalmentese formou e a moldar-se aos su- unicamente segundoas condições determinadas pelo progresso científico, fun-
portes objetivos. refletindo-os com a simultânea percepção dessereflexo, ou se- da-a nas relações dos homens uns com os outros, que são acidentais. enquan-
ja. irá se convertendo em autoconsciência. Ora, os suportes, no mundo de ho- to formações históricas sucessivas. Descortina-se nesta observação a inevitável
je, são o sedimentodetécnicas e objetos artificiais que recobrem a superfície da conexão estabelecida, consequentemente, entr o estado de desenvolvimento
realidade física e social com que o homem tem contato. Deste modo. o pensa- d técnicas ea elevação delas à categoria de ideologia social, conforme melhor
mento. ao tentar elaborar a compreensão do mundo. tem de fazê-lo entenden- se perceberá ao comentarmos o quarto significado do conceito de ideologia.
do por “mundo” cada vez mais o conjunto de objetos artificiais. filhos da téc- O homem. que por essência está destinado a procurar a natureza, para. sobre
nica, que lhe estão ao alcance da mãoe, poressa via. da reflexão. Não são mais ela. se constituir a si mesmo, encontra em lugar dela cada vez mais a obra de
a pedra, ou os astros que cintilam no firmamento em sua presença brutade coisas outros homens. À perniciosidade desta situação reside não no fato em si mes-
naturais. nem mesmo os outros seres vivos. inclusive os semelhante ma os mo. mas em não se saberinterpretá-lodialeticamente, no curso de um proces-
aparelhos fabricados tecnicamente que suscitam à admiração é abrem o cami- so objetivo em que a realidade do ser humanose constitui em função da mobi-
nho para as reflexões gerais destinadas a explicar ao homem a realidade desi lidade dos suportes históricos.
mesmo. Não são mais os fenômenos do universo físico, exibindo apenas a ech-
nica naturalis de que falava Kant, os que excitam a imaginação. criam o estado 3. As concepções ingênuas da tecnologia
de maravilha e levam a proferir julgamentos filosóficos. Os satélites justamen-
te chamados artificiais tomam agora o lugar, no interesse e na admiração do
elaboradas pelos técnicos
homem. antes ocupado pelos verdadeiros dos corpos siderais. Atual- a perspectiva insinuada pela técnica atual, o mundopassa a ser um arte-
mente são os métodos de invenção humana que se substituem aos fenômenos, fato cujo criador é o homem. Não surpreende que o pensador mergulhe em
Com ess valteração do ângulo de visão muda o significado do termo “fenôme- reflexões ingênuas e desnorteadas sobre a origem desse poder demiúrgico des
=

no”. que passa aindicar propriamente o comportamento humano. Somente es- coberto no ser humano, sem saber explicá-lo. O homem, reconhecendo-se au-
te revela-se capaz de suscitar espanto e admiração, aparece misterioso na pos- tor voluntário dos objetos que o cercam, e sentindo estes emanarem do poder
sibilidade, que tem. de produzirefeitos úteis insuspeitados. Porisso, adotando “técnico” que possui, não acerta comfacilidade em desvendar a origem e 0 me-
nova atitude quando se refere a um “fenômeno”. o homemestá explicitamen- canismo interno da potência transformadora que perceberesidir nele. ignorando
te se referindo a si próprio. Essa transmutação ocorreu porque a força técnica de onde provém. Ficam assim tanto o técnicos quanto os pensadores distan-
eriadora povoou o mundo de objetos por ele confeccionados. Mas os objetos ciados uns dos outros, debruçados sobre o mesmoobjeto. intentando interpre-
surgem e se põem ao alcance do consumidor em virtude do sistema de relações tá-lo mas incapazes de procederem a um esforço intelectual conjunto para
sociais onde se originam e adquirem o conteúdo de valor neles reconhecidos. alcançar uma compreensão superior unitária. Dissemos tratar-se de uma fase.
Porisso o homem cada vez mais somente tem acesso aos fenômenos do mundo objetivamente inevitável. de desencontro e momentânea incompreensão reci-
físico pela mediação social. pela qual se engendram: cols de que necessita. proca. É lamentável que os técnicos autênticos, os homens da fábrica e do pla-
Em vez de entender por “fenômeno” o comportamento da natureza. considera nejamento da produção. E vejam na contingência de optar entre exprimiren
“fenômeno” o comportamento dos outros homens. À técnica deixa deser apreen- por intuições inábeis o que têm, com razão, a dizer sobre a técnica ou dar ou-
dida na relação primordial com as propriedades invariáveis dos corpos natu- vidos aos filósofos de profissão, ou aos divulgadores irresponsáveis. não menos
vais. para ser julgada, isto é, encontrar formulação do seu conceito lógico, se incapazes de oferecer uma compreensão correta. Revela-se igualmente infeliz a
| 97
| 226 |
condição dos pensadores críticos, obrigados a se ocupar com canhestros filoso- ciência dos centros de poder político e técnico quese julga ineumbida dedefi-
“ima

e de oferecer as
emas dos técnicos, principalmente dos supostos “economistas”, que se erguem nir a condição das massas humanas situadas em seu horizonte
Se a ilusão me-
soluções que devem remediar-lhes a trágica condição de vida.
=sa+4

do plano das preocupações quotidianas e pedema palavra. À con


s da ae
tica do filósofo qualificado mostrar-se-á de imediato que a maior parte dos tra- tropolitana tivesse alidade, os povos situados em etapas mais atrasada
do direito de fa-
nologia, no terceiro entido por nós definido, ficariam privados
eIest1w

tadores da “tecnologia” aplicados, ao bordarem pensamentos em torno do


compreensão do
assunto, introduzindo conceitos alienantes, por exemplo os de “explosãotecno- zer do próprio atraso técnico o fundamento de umaautêntica
o, que a ver-
lógica”, “tecnoestrutura “cultura de massa + etc. não passam de porta-vozes mundo. À legítima teoria da consciência erítica mostra, ao contrári
e dá aos
de interesses sociais bem definidos e, conformeera de esperar, pertencentes às dade consiste na posição oposta. À tomada de consciência da realidad
ente sua apreensão: do
[rações minoritárias, embora dominante das sociedades do gênero da nossa. povos pobres e e voliados o direito de exprimir criticam
da conscién-
Ao exprimirem em suas lucubrações, e com a lógica aconselhada pela conve- mundo e de. fundados nessa compreensão, rebaterem os sofismas
mência, os objetivos pessoais e os do reduzido mas poderoso grupo que repre- cia metropolitana.
ninguem
sentam, estão, por este aspecto, manifestando uma atitude de consciência que isso consiste o equívoco milenar da consciência simplória, que
determinan-
se teria de chamar crítica. se este qualificativo fosse relativo e acidental, limi- temdireito dejulgarcrítica só porquereflete fidedignamente seus
o conteúdo da
tado a cas individuai Mas evidentemente não podesereste osignificado da tes particulares. Parece ao pensador desse jaez caber-lhe definir
mas, : endo o que
consciência crítica, do contrário não haveria algumaque o não fosse. A cons- realidade situada além do círculo imediato de seus interesses,
-se estar-
ciência crítica é aquela que toma consciência de seus determinantes no processo está para lá desselimite a humanidade na totalidadeprática, verifica
nações logo
histórico da realidade, sempre porém apreendendoo processo em totalidadee mos aqui em presença de umacor ciência que tira de si determi
ingenul-
não considerando determinante os fatores correspondentes aos interesses indi- a seguir impostas ao real, com o que precisamente se confirma em sua
fornece uma
viduais privados. Nisso exatamentedistingue-se na forma oposta, que com jus- dade essencial. Longe portanto de ser uma percepçãocrítica,
exemplificação típica do comportamento idealist ara o pensador ingênuo,
teza mereceser chamadade ingênua, embora tambémreflita interesses objeti-
cabe di-
vos. entretanto coma diferença de queestes sãoindividuais ou de exíguos gru- que se justifica a si mesmo nessa posição puramente ideológica. a ele
humanos. Fica patente, portan-
zer o que convém à quase totalidade dos seres
pos sociais, em contraposição aos da maioria da sociedade, o verdadeiro autor
mas revestido de
do desenvolvimento do processo histórico. to, a malignidade do erro não restrito a um de ize lógico
pessoais, Percebe-
O pensar dos apologistas da “civilização tecnológica”. julgada equivalente imenso alcance prático, sendo ditado por poderosos motivos
em alguns
4 nossa formaçãosocial, caracteriza-se precisamente pela negaçãoda totalida- se logooefeito político de uma concepçãodetal espécie, que talvez,
permaneça ocul-
de. Delineia 0 cantonamento da reflexão nas ba pessoais, ou de classe, onde casos de boa-fé, explicados pela própria diátese especulativa,
reluz limpi-
encontra suporte e consistência, Tudo quanto excede esta determinação limitada, to à consciência de quemcultiva e propaga as referidas idéias mas
ou seja, na verdadeos interesses vitais da imensa maioria da humanidade, apa- do aos olhos do filósofo crítico.
seu
rece sob a forma de um horizonte brumoso e indefinido, longínquoe não afe- Só mereceserjulgado crítico o pensador que considera determinante do
ade. Queristo
tando o conteúdo da consciência do pensadoringênuo, porque nãose inclui em pensamento o estado real deexistência da humanidade em totalid
s acidentais. sempre pre
sua perspectiva com o valor de área iluminada e centro de interesse, Ao con- dizer que exatamente supera os determinantes pessoai
'
de, para daí tir
trário, manifesta-se num infinito de dados esmaccidos à medida que se afas- sentes. e se instala no processo total do movimento da socieda
Ora,
tam do foco dos propósitos pessoais. Apresenta-se na condição de umarealidade os conceitos com que enunciará a percepção do mundo e os juízos de valor.
exatamente esta atitude está vedada a chamados teóricos da técnica. em
a exigir definição, mas esta quem a deve dar é a con 'iência que se julga cen-
al
tral, por ter o privilégio da posição metropolitana. Cria-se assim a “ironia” his- grande número simples tecnocratas, que se valem das faculdades intelectu
a ser
tórica que vitima além do pequeno reduto de pensadores honestos 0 incontável um tanto mais aguçadas pela prática administrativa. pública ou privada,
fazer “críticas” à sociedade, propor
múmero de seres humanos trabalhadores, especialmente agora que o caráter de ç de grupos que lhes dão emprego. para
viço
“metropolitaneidade” se mede pela posse da supremacia tecnológica: é a cons- reformas da situação vigente. algumas rotuladas por eles mesmos de “vevolu
est |

=
=
>
cionárias” “humanizadoras”o quando na verdade, por trás dessas encenaçõe tores desse gênero literário não suspeitam ou, se sabem, têm interesse em ocnl-

5
desejam consolidar o status existente que, em essência, os beneficia, À “críti- tar ciosamente. À consciência crítica, que elabora a verdadeira teoria da téeni-
cuelaborada por esses graduados boys das corporações financeiras ou indus- ca, não surgirá poresforço isolado ou unilateral dos pensadores de ofício, Terá
triais metropolitanas sediadas em território indígena tem porfinalidade mudar de ser uma forma de preensãodarealidade resultante igualmente da reflexão

ap
para deixar como está. transformar os acidentes para conservar a substância. dos próprios técnicos, quando as condições sociais lhes permitirem a liberdade

ojraamo k
Tal é a razão pela qual julgamos ser uma regra de prudência não se atribuir de terem acesso a uma percepção do mundo, de que agora, em geral, não dis-
maior importância aos digestos desses burocratas, que se valem de um estilo in- põem. Tendo diante de-si o limitado campo de visão que a máquina, fábrica,
sinuanto ou agressivo para divulgar suas concepções. cada vez mais sibilinas e escritório ou repartição pública lhes oferecem. há de ser, por enquanto, a par-
recheadas de neologismos e anglicismos, intencionalmente ofu antes. deixan- tir dessa reduzida base que extrairão as idéias com que enchem o espírito.
do o leitor na incerteza sobre o quesignificam, Manipulação que aos olhos do quando não se dá o caso, mais geral, de recebê-la insufladas por assalariados
tecnocrata subdesenvolvido passa por elaboração de produtos culturais supe- specialistas em propagandaideológic: . Mas. considerando hipótese moral-
Hores, Se nestes casos tais autores sabem muito bem quefinalidades esperam mente melhor, é inevitável magnificarem até um grau de cômico exagero a im-
utingio principalmente o enfeitiçamento mental da platéia por simples “pas- portâneia dos maquinismos com que lidam. e pecialmente letrônicos ou au-
"
ses” verbai « é preciso agregara esse grupo o dos ingênuos, varietas impressio- tomatizados, dos métodos que utilizam, de organizações onde estão inseridos
uista, efetivamente os mais simplórios e inocentes, porque começam porse em- dos planejamentos econômicos e sociais arquitetado e chegarem a conclusões
briagar com as imagens que se espalham no ambiente, sem deixar porissode a seguir projetadas sobre a totalidade da realidade quase sempre pretendendo
É

ser tão nocivos quanto os primeiros. Não se pode pretender sejam todos assim impô-las sociedade, num intuito já então iniludivelmente político. Assiste-se,
os uutores de comentários sobre a tecnologia e que neles não se encontre qual- assim. à ocorrência de umaidéia ou percepção socialmente. nãologicamente,
quer enunciado epistemológico útil a respeito da técnica. Se nuns o interesse particular, no sentido de exprimir o modo de pensar e os interesses de um
pessoal obseurece a clareza da compreensão, noutros a diluição, ou antes a fal- indivíduo, grupo ou classe minoritária, assumir, para efeito prático, pela in-
ta do pensamento resulta do puro impressionismointelectual, À teoria episte- fluência que irá exercer objetivamente, o valor de conceito universal, Trata-se
mológica da técnica deve ser obra da consciência que maneja comrigor os ins- da universalização social, e não lógica, dos conceitos, fenômeno que deve ser
trumentos da lógica dialética. No capítulo anterior expusemos os delincamen- objeto de cuidados e de profunda análise, porquanto implica uma transmuta-
tos mais gerais de uma concepçãoda técnica. que oferece fundamentos para al- ção que a lógica formal é incapaz de percebere denunciar, Sóa lógica dialétic:
gumas sugestões relativas à constituiçãoda tecnologia, com o significado, que pode proceder à denúncia deste sofisma porque procura intencionalmente a
em primeiro lugarlhe atribuímos, de teoria cognoscitiva da técnica. Mas não vinculação de qualquer conceito ou categoria com o processo material de que
sendo esse 0 nosso objetivo exclusivo. não esgotamosas considerações que com-
procedem. Com facilidade o estudioso de preparado acredita que uma noção
porta nem lhe demos forma stemática. Cumpre-nos. em continuação, exami- adquire valor universal por ser aceita pelo grupo social, o quese explica por
Buro concerto de tecnologia nos outros aspectos para al "ançar nosso primet- provir do pensamento de quem tem as posições de comando, podendo levá-la
pal propósito, o de fazer ver a diversidade de noções escondidas sob o mesmo à prática. E ainda mais, acredita que por mostrar esse v ilor social representa,
ubstantivo abstrato, e sobretudo alertaro leitor para a necessidade deterpre- exclusivamentepor este motivo, o universal lógico próprio daessência dos con-
es vários significados, a fim de enquadrar o nome “tecnologia” naque- ceitos abstratos. A confusão é extremamente nociva, porquanto obscurece 0
le adequado, todas as vezes que se deparar com tal expressão num texto lido campo do pensamento, sujeita-o à pressões sociais e púrias. limita-o por con-
ou no curso de um debate. ins arbitrários e termina por consagraro fato. implesmente por ser fato, na
- .

qualidade de valor, A universalidade reclamada pela consciência erítica é a de


.
+ conexão do primeiro
“ +“
sentido do termo “tecnologia”
. “" . .
com o último. em nos-
sa enumeração, é estreita, As presentes condições sociais possibilitam a utiliza- caráter lógico dialético, a que deriva não do mero acolhimento social da idéia,
ção das discussões sobre a técnica, suas relações com aciência e O papel desem- possivelmente acidental ou, pior ainda, da imposição dela porforças dominan-
penhado navida dos homens, para fins nitidamenteideológicos. de que os au- tes não representativas da totalidade, mas da veracidade com que o conceito
30]

erdOjoNI97 3P
ariamente de considerar
consiste na consequência dele derivada. a deter necess
aa
reflete o conteúdo particular de um momento do processo da realidade, Para
ntes lógicas da inver-
isso há critérios que permitem decidir entre as duas situações. Quando a uni- o homem objeto da técnica, a mais lamentável das resulta
e o curso das transformações
versalidade da idéia não vai além da natureza extrínseca, determinada pelo in- são idealista. Se a técnica rege com exclusividad
pro-
meios para erradicar os males que
fluxo de fato ou pela origemaristocrática ou culturalmente privilegiada quelhe social e se tão-somente ela fornece os
de ver concretizados os bons

orasH0) O
é reconhecida, con itui-se uma situação na qual efetivamenteocorre a exclusão voca, não podemos apelar senão para ela, a fim
rar a sorte de nossos
da consciência geral da humanidade. degradada emreceptáculo da imposição sentimentos que nos animam e os nobres de jos de melho
rouba a eficácia da produti-
procedente de uma consciência reitora. O processo histórico perde a natural semelhantes. A tecnologia defeituosa ou atrasada
s, aumenta-lhes o preço, tor-
força criadora, para se tornar o depósito de valorações emanadas de espíritos vidade do trabalho, reduz a disponibilidade deben
s. São males devidos exclusi-
dominado nando-os inacessíveis para a maioria da homen
daimon responsável pelo cur-
Aplicadas estas considerações ao nosso tema, compreende-se que restritos vamente à técnica que. interpretada no papel de
de quaisquer erros ou culpas,
so da história. absolve os homens, e as classes.
3
grupos de “técnicos” nas mais variadas operações julguem-se habilitados a di-
s presentes, e ao mesmo tempo
ger em que consiste a técnica e que papel “deve” desempenharnas relações entre carregando em si a causa das desgraças sociai
em que devem depositar nossas
os homens. Devemos considerar natural os técnicos limitados a essa conseiên- constitui a única Providência real, aquela
pensar, nãoforam as con-
cia cognoscitiva, privadade base suficientemente ampla, enclausurada em seus mais fervorosas esperanças. Segundo este modo de
emprego da mão-de-obra
interesses e só sabedora das operações que pratica, não costumaremtomar por dições sociais determinantes da possibilidade do
ível da produção nas ci-
fundamento das ponderações expostas o estado em que a técnica, ou a tecno- escrava que gerarama escravidão. e comesta o baixon
logia. como dizem. realmente se encontra no momento atual, mas preferirem vilizações da Antiguidade. Foi o oposto. À tecnol
ogia primitiva, entendida en-
incondicionada da história,
demorar-se emdivagações sobre o futuro, ocupar-se comas realizações ainda quanto realidade em si, na função de propulsora
quepassaram a fazer parte, na
inexistentes. Assim procedendo, acreditam revelarlargueza devistas é prevenir levou à escravização das massas trabalhadoras.
a dominante naquelas pristina épo-
catastróficos efeitos do processo tecnológico. Além do mais. a exibição dessa qualidade de fatores semoventes, da técnic
de hoje. Emtodos os tem-
preocupação dá-lhes uma nota humanista, que esperamver reconhecida entre cas. O mesmo cabe dizer dotrabalhador assalariado
ade, dominou o homem e
ps seus muitos outros méritos. Porisso, concentram-se no propósito deditaras pos a técnica reinante. « não a organização da socied
claramente absolutória eclip-
transformações a que a tecnologia “deve” obedecer. É quase geral o tom pessi- o pôs a seuserviço. Porefeito desta interpretação
qualquer formação histó-
mista desses examinadores. Não acham bom o presente estado da sociedade. sa-se a figura do explorador do trabalho alheio, em
s e instrumentos deuso.
Confessam precisar ser urgentemente modificado. Não possuindo no entanto rica, substituído que é pela técnica, pelos maquinismo
er oindisfarçável
senão conhecimentos seguros a respeito dos procedimentos aprendido Nãose faz mister grande agudeza intelectual para se perceb
na base das lamuriosas teorias
quais se adaptaram e, ademais. cultivando o princípiofilosófico. vagamente viés ideológico de tal concepção. É ela que está
como fator demoníaco in-
percebido. segundo o qual a técnica constitui o motor do processo histórico. epistemológicas da tecnologia. responsabilizando-a
aos propagandistas do
torna-se diáfano quetais exegetas julgarão que as modificações salvadoras do controlável. Tal atitude pessimista faz-se necessária
e também acena para a cons-
homem, as transformações que irão melhorar a sociedade, só podem originar- status quo porque inocenta os setore dominantes
ente sensibilizá-las, ofe-
do de volvimento da técnica, do emprego de novos e melhores modos de ciência das massas com esperanças que podem vivam
mistificação. Por um lado,
atuação no trato dos negócios humanos. Poder-se-ia chamar a esse modo de recendo dois resultados preciosos para os autores da
conter o descontentamento
pensar a concepção “homeopática” da técnica, fundada, como sua absurda tais esperanças, fortemente sop radas, servem para
ao desviarema aten-
congênere médica, no apotegma similia similiabus curantur. Só a técnica será popular, impedindo-o de chegar a graus mais perigosos.
estado, E por outro lado,
capaz de curar as desgraças quedesencadeia, Convémobservar haver em toda ção das massas no exame das verdadeiras causas do seu
es sociais, decorrentes
ideologização que confere à técnica o papel de motorda história, qualquer que sob a capa das promessas messiânicas de transformaçõ
artefato tecnológico fa-
seja a modalidade de pensamento pela qual se incida nessa ingenuidade, a do progresso da tecnologia humanizada, a difusão desse
Na verdade, os propagan-
vorece a conservação do estado de coisa existentes.
E Ca ! seta 4 . a 2
crença hor opa a aqui denunciada. O aspecto mais grave de se eeuivoco
| 239|

eiso[0U99]
o espírito de previdência, evido por conhecimentos cientílicos cada vez ma
distas dessas idéias não esperam e nem desejam que haja qualquer modifica-
te para o maior
cão real no sistema de produção social para eles inteiramente vantajoso. Ão con- minuciosos e profundos, capaz de tudo planejar ra ionalmen
EP E a da Pro
trário. pretendem maior consolidação do poder dos grupos dominantes atuais, bem do homem, des empenha o papel da antiga fabulação teológic
natu-
vidência e recebe não menor veneração do que a devotada outrora à de

ap ojrasuos O
que acreditam só ter a ganhar com novas técnicas a serem empregadas no fu-
muro. Estas reflexões. pertencentes já ao quartosignificado da palavra “tecno- reza divina. O conceito de “era tecnológica” aplicado aos tempos atuais, e com
a que
login”. vêm ao caso simplesmente para explicar por que os locutores da domi- mais forte razão aos futuros, figura com destaque no primeiro ignificado
nação tanto se encarniçam agora em estudar o “fenômenotécnico”. e por que aludimos.

ano abundantes no mostruário das livrarias e nas páginas dos jornais as produ-
goes filosóficas, sociológicas é econômicas dedicadas à conceituação da teeno- 4 O conceito ingênuo de “explosão tecnológica”
login e ao estudo de seus efeitos presentes e das perspectivas sobre a vida hu-
em outro ca-
amam Interessa aos núncios da filosofia formal, maliciosa e ingênua da técni- Já tecemos alguns comentários à expressão “era tecnológica”,
atualmente
vm fuzer dela no estado atual um bode expiatório. mas simultaneamente, ape- pítulo. Convém aqui ressaltar, entretanto, um dos elementos de que
[requente-
lando para a outra face da teoria apregoada, aureolar a tecnologia futura de se compõeesta inconsistente noção. sendo o aspecto com que mai
um vesplendor apocalíptico. A técnica que vitimou o homem irá redimi-lo. mente se apresenta, Referimo-nos ao conceito de “explosão tecnológica”. Figu-
nde por
Palta dizer, mas evidentementeestá suposto, que os proprietários da maquina- ra sem falta nos enunciados da consciência ingênua, e bem se compree
já o sa-
via futura serão os mesm da técnica desumana atual e os lucros vindour quê. Uma das deficiência dessa modalidade de percepção do mundo,
bemo reside na ausência de sensibilidade histórica. Porisso. movida por um
tumbém eles o colherão. Se a solução dos problemas sociais. em geral. decorre
te, pelo sim-
de uma transformação quantitativa e qualitativa no emprego de maquinis- essencial impressionismo, eleva à categoria devalor o dado existen
iona à primei-
mos, os agentes que operarem a sul tituição dos procedimentos velhos pelos ples fato de ser aquilo imediatamente percebido o que a impress
a, pois tal
novos aparecerão dentro do luminoso halo dos verdadeiros salvadores da hu- ra vista. Incapaz de situaro fato no eurso do processo que o engendr
das co-
manidade, aqueles a quem ficaremos devedores das excelsas benesses com que atitude supõe a compreensão dialética. ignora 0 verdadeiro significado
passadas.
os engenhos é os métodos do futuro nos irão cumular, Não é preciso acentuar nexões históricas e se mostra impossibilitada deavaliar as situações
termo final do
que esses gênios benfazejos serão os técnicos atuais e os porvindouros, com evi- a que não assistiu. L “ada a absolutizar o presente, dele faz o
viu nascer
dente proveito para toda a casta desses funcionários. 4 se estão capacitados a processo da realidade e deixa os acontecimentos e objetos que não
na penumbra onderel ega tudo quanto não a impressiona diretamente. Às im,

+
obrar tão portentososefeitos. isso se deve especialmente à condição de serem os
dasi-
decilradores do verdadeiro significado da tecnologia na construção dahistória. no desenvolvimento da técnica, impressiona-a a evidente superioridade
que a expli-
Tiveram a revelação salvadora graças ao conhecimento e manuseio direto das tuação atual, mas. não percebendo os condicionamentos históricos
s

cação de fatos e pros


muúquinas, processos e organizações envolvidos no desenvolvimento social da cam, queda-se embasbacada diante de tremenda multipli
, e procla-
produção. À superioridade do técnico enquanto tal fica assim definitivamente dutos tecnológicos em queagora se acha envolvidaa existência humana
vivi ndo uma epoca excepcional,
ma, com plena candura de espírito, estarmos
reivindicada. São benfeitores porque possuem a teoria justa, e a descobriram
vida da
porque a desentranharam “na prática”, O teórico, particularmente o filósofo ou caracterizada pela assombrosa “explosão tecnológica” que engloba a
ações. Passar
o sociólogo dotados de percepçãocrítica, não sendo um profissional do trato humanidade. a ponto de modificá-la em todas as suas manifest
pela pre-
com computadores ou mecanismosalinhados emsistemas de automação, acha- desse estado de ânimoa longos discursos sobrea calamidades criadas
sente situação, se o autor tem inclinações pessimistas, Ou, no caso opo to. à exal-
se excluído da possibilidade de trazer ao esclarecimento do problema, do “fe-
e o bem-e
nômeno técnico”, qualquer contribuiçãoútil. Em essência, desenhamos aqui os tação dos espantosos milagres que trará para o conforto, a cultura
fácil e natural,
traços distintivos da consciência ingênua no debate da presente questão. tar do gênero humano, é um movimento de duplosentido, mas
mas de-
A noção de “tecnocracia”, considerada por uns já em vigor, por outros ape Não dispomos deespaçopara fazera fundo a crítica dessaatitude.
do-o do borbulhar
nas esperada, impõe-se a título de nova forma para a organização social, onde sejamos apenas indicar o que nela há de verdade. separan
[235|
41

esBojon99]
aspectos. tanto uma teansforma-
impressionista. Claro está que a nossa época assiste a uma extraordinária pro- “paroxismo”, contém simultaneamente dois
ativa. Enquanto acréscimo deal-
liferação da tecnologia. apossando-se de quase todos os aspectos da existência ção quantitativa quanto uma alteração qualit
um aumento de quantidade, mas
humana, Apreciado. porém, o fato pelo pensamento dialético, nele se revela a go mais no curso do processo técnico constitui
outro, o da variação de qua-
este aspecto nunca deixa de vir acompanhadopelo

op
presença de duas faces contraditórias, ou seja, de dois sentidos opostos, em que
s, especialmente refletida no

oa aUo
é lícito interpretá-lo, comprovando-se assim tratar-se de umfato real, De um lidade que traz às condições de vida dos homen
na mudança nas relações sociais
údo. o imenso desenvolvimento atual resulta da acumulação histórica do saber condicionamentos introduzidos, manifestados
to qualitativo só é intenso e uni-
de produção. Ocorre implesmente que o aspec

O
eoda prática social; por esta face a situação que se julga caracterizar a nossa
por determinado volume de acumu-
epoca em nada difere das anteriores, nas quais o mesmo [fenômeno sempre versalmente sentido quando representado
ovorren, Mas, por outro lado, a mesma inaudita exuberância mostraser "arên- lação de novos fatos técnico Explica-se assim que tão-somente nos momentos
ativa, uma outra maneira, embo-
vu e atraso, na medida em que, sendo atecnologia do presente. anuncia e de- críticos se faça visível a transformação qualit
s transformações somatórias que
termina a tecnologia futura, que será entãoa verdadeiramente “explosiva” pa- ra contrária, de manifestar-se a realidade d:
ntos em explosão tecnológica”,
pa quem a presenciar. O que aparece sob a figura da “explosão” de hoje con- se vinham processando. Fala-se nesses mome
interpretada ou como acréscimo
tom em si a própria negação. Esta observação dialética deve servir a quem A descoberta e difusão da televisão podeser
trônica ou como variação qua-
queira pensar com sobriedade. para justificar a conveniência de ser abolida de quantitativo do conhecimento no campo daele
etros valorativos as altera-
uma vez por todas a mençãoa esta e a várias outras “explosões”. palavra pre- litativa. se tomarmos, no segundo caso, por parâm
s e nos hábitos dos homens.
dileta da consciência simplista atual, a ponto de se haver tornado um signoin- ções introduzidas na conduta, nos condicionamento
ose aprecia a difusão social
confundível dessa mentalidade elementar. Toda época teve as técnicas que po- A mesma identidade dos contrários vigora quand
televisão. tem cabimento dizer
dia ter. À humanidade. especialmente em tempos mais próximos, sempre acre- de qualquer técnica. Retornando ao exemplo da
receptores, hoje presentes em to-
ditou em cada momentoestar vivenciando uma fase de esplendor, na qual si- que a multiplicação do número de aparelhos
itativo, ma pelos inúmeros efei-
multancamente figuravamvozes que, em nomedos sagrados valores humanos. das as sociedades, delineia um fato em si quant
es de comunicação aeles ofere-
amaldiçoavam a
tá,
xplosão tecnológica” a que assistiam. Édifícil imaginar- tos sobre a vida dos homens e pelas possibilidad
o derelacionamento entre os indi-
mais profunda impressão do que a causada nos contemporâneos pela “explo- cidas opera uma variação qualitativa no estad
nto, ser impossível um rigoroso
são tecnológica” da era das descobertas marítimas. do surgimento da impren- víduos da humanidade inteira. Vemos, porta
se nãofugirmos aos im-
sm das novas teorias astronômicas subvertendo osignificado do céu. À nós pa- pronunciamento sobre a 1 “alidade datecnologia atual
do sensacionalismo, e não
recem agora efeitos naturais do crescimentoda cultura, e ninguémhoje em dia pulsos do arrebatamento impressionista, no fascínio
órias os enunciados precisos da
se comove com elas. Lembremos noentanto que ainstalação das primeiras es- introduzirmos em lugar das afirmações simpl
lógica dialética. A peculiar ten-
tradas deferro na Inglaterra foram recebidas com horroraté por eminentes ho- consciência crítica, servida pelas categorias da
o mal vigiado dos pronuncia-
mens de ciência, em razão do que se imaginava representarem de desumanoe dência da mentalidade ingênua atual. no camp
toda parte “explosões”, não
apocalíptico. Também emcada umdesses tempos houve uma “explosão tecno- mentos sociológicos e científicos gerais, a ver por
al, a universitária e muitas
lógica”, que agora não nos emociona, porque se perderam com a distância no apenas a te nológica. mas a demográfica, a cultur
a deixada no espírito dos estu-
tempo os ec de abalos sociais, emocionais e ideológicos produzidos, mas outras, parece ser uma impregnação psicológic
válida pela única explosão, sem
exerceu sobre os contemporâneos os mesmos assombrantes efeitos das criações diosos e literatos de escasso preparo filosófico
izmente de todo real no seu criminoso
de nossos dias. Tudo quanto hoje se escreve sobre a nossa “explosão” já foi di- precedentes, que conhecemos, esta infel
: populações humanas por uma
to e repetido ad nauseam, com execração ou alegria, nos tempos antigos em Te- ignificado, a da bomba atômica. lançada sobre
e genocida, Criou-se assim
lação a situações análoga potência imperialista, num gesto intencionalment
propósito e com plena irres-
A lembrança do fato leva-nos a apontar a necessidade de retomar com umestereótipo verbal, aplicado agora a qualquer
de vista exposto nas primeiras
maior clareza de vistas o tema da dialética das transformações quantitativas « ponsabilidade., o que vem confirmar o ponto
do homem diante das suas cri
qualitativas. Todo acréscimoda técnica ao dispor do homem, inclusive o atual linhas deste ensaio, o maravilhamento
etZO[0U99],
do
ou não chega a ser cogitada ou, quan
tee vis
primado da da tecnologia
O primado “mr
sobrere o homemresum E
e o dogma fundamental do ere- compreendem seus produtos. À teoria
da a eles. e
desentranha dos objetos. fica cola
há tentativas de esboçá-la, não
do tecnoerata. Elimina os problemas concretos. existenciais, sociais surgidos do rido para ganhar univer alidade d
exame das relações entre o ser humanoe a tecnologia, substituindo-os por es-
jamais se eleva ao grau de abstração reque ou
teorização a relação entre à técnica,

ap
verdade. E sobretudo não se inclui na
tudos emocionais de vituperação ou de esperança. Já mostramos quanto há de cido
um objeto exterior a ste O efeito exer

aortasnar
ato graças ao qual o homem fabrica
stemplista e inoperante nesse modo de pensar es-
ser levado emconta ofato decisivo expr
na constituição do homem. Deixa de
têm
naquilo que faz. Ambos os aspectos
figuda
. da técnica,
5 Aspectos da teoria so nesta proposição. O homem faz-se

O
3. de ser incluídos na epistemologia geral
da tecnologia.
A classificação das técnicas a conexão mental mais aproximada
Para quem observaos estudos correntes.
e pro-
ão das técnicas. Na elaboração dess
Para ease rs sc nana compreens
DRingressar-se nffaz mister elabo-
cientiti da tecnologia
rtompresnsãoão científica de uma teoria consiste naclassificaç .
dor aplica-se a uma tarefa impossível
teoria geral da técnica, naç qual figurarão 1 menteos seguintes
necessaria 1 tó-
A duto intelectual o engenho do pesquisa
para ATI ç . ara
com-
isamente porque lhe falta a prévia
tr “Ori re

picos: (a) a classificação das técnicas: (b) a história das técnicas: (e) a rentabi- mas não a reconhece como tal, prec
em toda a generalidade. Pretende clas-
preensão teórica adequada do problema
Hdade das técnica ou seja o exame da contribuição trazida para o aumento por con-
utos fabricados. Empenhar-s p-á,
quantitativo e qualitativo dos bens que originam: (d) o papel das técnicas na ficar as técnica partindo dos prod
humana,
rios para distribuir as obras daarte
seguinte, em imaginar vários crité
organização das relações entre os homens, ou ja. a função social da técnica e
ro de uma visão parcial, mas incapa
sua direção, inclusive agora por meios cibernéticos. como fim de melhores con- qualquer dos quais pode serlegítimo dent
da técnica. Quase infalivelmente o pa-
dições de vida para a humanidade. Não » discute à necessidade de se desen- de contribuir para a correta teoria geral
o há referência ao gênio inventivo, su-
volverem estudos monográficos e de conjunto bre es: uma pel do homem é ignorado. Quando muit
que a função da inteligência, sempre
coisa é o mérito de tais trabalhos em si mesmos, outra os interesses a que obe- posta origem da ação técnica. Claroestá a
or e
e a é pontaneidade do talento criad
individual. mostra-se decisiva. dond
decem. e ainda outra os propósitos a que se vinculam. Sendo realizados pela os
ada, por mais que nos dias de hoje
consciência crítica, manifestarão um valor que indiscutivelmente nãose pode impossibilidade da invenção encomend
íficas de descobrimento, com
“técnico ejam € ntratados para tarelas espec
ntvibuir às cavilações do pensar ingênuo. Ora. com tristeza, somos obrigados a ma, Gom essa finalidade pretende-se
peconhecer que. dadas as condições atuais, a segunda atitude aparece quase por antecipadatabela de pagamento e cronogra -
a ciência da criação intelectual, aque
toda parte dominante. Por conseguinte, será preciso proceder a reformulações arquitetar, com o nome de “heurística”.
de
o método de descobrir. E hoje assunto
amplas e substanciais, mesmo quando muito se tenha de aproveitar do quanto la cujo objeto consistíria em descobrir 2
idade e
cam per onalidades de inegável capa
extensa pesquisa, ao qual se dedi
vem sendo elaboradopelos estudiosos dedicados à análise do tema. À maioria
e que essa ciência em elaboração, em
dos autores devotados a estudar algum dos ispectos da tecnologia acima cita- respeitabilidade científicas, mas parec
sufi-
o de trabalho. ainda não caminhou
mesma pos: ivelmente um sério camp
dos pertence à multidão daqueles que concebem a técnica na condição de coi-

*
e porque
rigorosos contornos, prin ipalment
sa em si, é portanto examinam-na do mesmo modo como procederiam com cientemente para e definir com
-
conforme julgamos. pelo « aminho erra
qualquer outro objeto subsistente materialmente, oferecido ao exame do espe- enveredou. desde os primeiros passos.
à base quase exclusivamente psicológi-
cialista, Ao veremo produto julgam que o processo ou a regra de fazê-lo tem o do e portanto infrutífero. Referimo-nos
ação das categorias lógic: dialéticas.
mesmo estatuto ou ordem de ser da coisa fabricada. Um vaso antigo, 9 uma igre-
ca de onde parte e à ausência da aplic
objeto a fi iologia dosistema nervoso
o

ja medieval ou uma máquina fabril moderna movida a eletricidade ou automa-


mesmo nos estudos que tomarem por .
dade de discorrer sobre este difícil tema
o mesmo valor da técnica utilizada para produzi-los. Daí central. Não temos agora à oportuni
tizada têm para eles u-
mas ao qual pode-se supor esteja asseg
o caráter empírico das reflexões a este respeito. » detêm na elaboração da ainda incompletamente delimitado.
ado à interpretaçãodialética geral
teoria datécnica, porque esta se identifica para eles com os bens dela resultan- “ado umprofícuo futuro, quando incorpor rea
as página adiante diremos algo mais
dos processos cibernéticos. Em outr
tes, não exigindo porisso explicações que se alcem acima do plano meramente
peito do assunto.
utilitário. Acreditam implicitamente que se compreende a técnica quando se
138|
limites inteansponiveis aque lhe são
co para se compre mder então, ao lado dos
O desconhecimento do caráter cultural da técnica e do verdadeiro sentido ma de tal tratamento me
peculiares, as grandes possibilidades reais e legiti
da noção de cultura leva os comentaristas afiliarem aos inventores diretamen-
todológico.
te a produção das invenções sem levarem em contaas exigências da sociedade da estrutura nervosa su-
Já no funcionamento mental, possível em virtude
eos fundament materiais onde obrigatoriamente tem de procurar apoio a técnica, na realidade a mais

Di>z2U0 j
perior adquirida no curso da evolução. existe uma
imaginação inventiva. O descobridor de uma novatécnica fabricadora aparece A repetição de experiências
originária, a prototécnica, pois é a matriz de todas.
desligado dos interesses coletivos, e sobretudo da acumulação do conhecimen- ões intelectivas para qual-
engendra o ato do pensamento que realiza as condiç
to sempre social, que explica o sucesso dotrabalho intelectual inventivo. Pre-

q
tui a técnica primordial.
quer operação prática posterior. Pensar o mundo consti
puder classificar as técnicas constitui tarefa tão impossível quanto classificar qual se realiza o correla-
Em caráter universal, representa o ato específico pelo
ns ações humanas, físicas e mentais. À técnica é sempre um modo deser, um dele decorre a possibilida-
cionamento do homem comarealidade, e portanto
existencial do homem, e se identifica com o movimento pelo qual realiza o daexistência objetiva dos se-
de de qualquer operação particular, Sem 0 reflex
posição no mundo, transformandoeste últimode acordo com oprojeto que de- se hominiza, não
res e fenômenos na consciência, em progresso, do animal que
la faz. Vendo de realizar-se a si mesmo, pois não encontra pronto efixadoo objetos definidos e even-
seria possível nem a delimitação dos corpos enquanto
elenco de comportamentos invariáveis para lhe asseguraremaexistência, obri- oras, nem a abstração. em
tual término de operações intelectuais tran formad
gado a descobrir, na luta travada com a natureza, os meios de vencê-la, pars A técnica, sendo a operação
forma deidéias, de suas propriedades e funções.
sulisistir, encontra tanto nos insucessos quanto nos limitados êxitos um conjunto dade previamente concebi-
modificadora eficaz. destinada a cumprir uma finali
de dados perceptivos quese converterão em representações corretas das condi- es fisiológic: de funciona-
da, tem por fundamento a con tituição das condiçõ
ções exteriores. Com esses elementos, desde o degrau mais baixo do desenvol- a característica a: ações
mentodo sistema nervoso, que permite revestir daquel
vimento cultural. das fases incipientes do processo de hominização, aprendea técnica define uma expres-
do animal hominizado no âmbitofísico e ocial. À
evitar a repetição de experiências negativas e a recolher das positivas os aspec- acha incluída, até o estágio
são do processo de hominização e por isso nele se
tos significativos que possibilitarãointentaroutras, ainda mais complexas, mas içoamento dae ssência hu-
atual. A técnica futura exprimirá o estado de aperfe
tumbém mais prometedoras de resultados melhores eoriginais. Essa evolução do tempo. Sóo homem, por
mana que o homem terá adquirido com o correr
culmina no ato autenticamente heurístico, na apreensão algumas vezes súbita, exos condicionados reque-
ser dotado dos órgãos sensoriais e do sistema derefl
chamada pelos psicólogos insight, ou vislumbre intelectual, de uma correlação que deveser reconhecida
rido. torna-se capaz de desempenharo tipo de ação
entre as idéias não previsível pela interação dos conhecimentos adquiridos. animais irracionais. que perma-
comotécnica. forma de atos vitais negada aos
O pensamento inventivo encontrará explicação quando a ciência tiver conse- humana tem caráter técnico
necem nonível da ação infratécnica. Toda ação
guido avançar suficientemente na pesquisa dos processos fisiológicos cerebrais vemos na técnica aquilo que
pela simples razão de ser humana. Por este motivo
a ponto de manejar com segurança os dados da bioquímica das funções celu- doser do homem. Ao
chamamos “existencial”, umtraço distintivo darealidade
luves corticais e dominar oproblema da transmissão das informações nas com- tido individual, mas exata-
usar o termo, porém. jamais O entendemos emsen
plexas redes neurônicas. Para esse resultado certamente muito contribuirá o atributiva do ser humano,
mente com o valor oposto, O de designar uma nota
método de produção de modelos, físicos ou matemáticos. Parece-nos, entretan- cia. Por isso. o conceito de
que a adquire em razão do exercício social da existên
to. conveniente não depositar excessiva, e sobretudo exclusiva esperança em tal a afinidade com a noção ho-
“existencial” não tem para nós nema mais remot
técnica cibernética. Dela sem dúvida provirão úteis elementos para o encami- ncialistas”. Contém sempre
mônima que figura nas filosofias chamada “existe
nhamento da solução do prablema, mas não cremos venha afornecerporsi sÓ do homem, compreendi-
o caráter social, refere-se ao exercício do modo de ser
a completa explicação. Apoiamos nossas restrições na compreensão do proces- pelas situações objeti-
do em sua realidade social, materialmente condicionada
so de pensamento utilizado na técnica cibernética da modelação, a nosso ver gamos frequentemente 0
vas da vida, principalmente pelo trabalho. Se empre
padecendo das inevitáveis limitações inerentes ao raciocínio por analogia, con- os em sentido individual
termo “homem” no singular não é porque o tomem
forme explicaremos em outra oportunidade. Exige-se 0 enquadramento do pro- Pensado dialeticamenteo indivi-
formal. mas exatamente pela razão contrária,
cesso formal de modelagem, material ou ideal, nas leis do pensamento dialéti-
[240|
duo não existe em si mas na multiplicidade indefinida da espécie, dentro da
qual se desigualiza para ser o que é, porém ao mesmo tempo devendo-lheas 6. À história e a historicidade das técnicas
condições que lhe permitem se constituir em suaindividualidade Essas condi-
Sendo difícil realizar uma classificação razoável das técnicas, muitos auto-
ções são o estado da sociedade a que cada qual pertence em determinado está-
res preferem aplicar-se a descrevera históriados inventos pelos quais o homem
io do processo de desenvolvimento das forças objetivas possibilitadoras da
veio se afirmandono seio do mundo natural, Ainda aqui, porém, a falta de cor-
constituição do ser para perdurar ao longo de umavida própria, e irrepetível.
reta teoria prévia redunda em resultados insatisfatórios, Pois nãose pode fazer
Para nós, a categoria “existência” nada temdeidealista nem de anti-social, não
a história senão daquilo que se submete a uma noção comum, Faltando esta,
ignifica “o modo pessoal de vida”, mas ao contrário implica tudo quanto há
ou sendo confusamente percebida, os fatos a relatar não possuem nem a homo-
de pessoal na individualidade, os fundamentos materiais. objetivos, sociais das
geneidade suficiente para enquadrá-los num esquema descritivo nem encon-
determinações particularizantes, que engendram o ser único e insubstituível a
tram o critério de valoração para mostrar seu significado em relação à época
partir de condicionamentos coletivos é gerais, À existência não se reduz à cons-
em que se produziram. Toda técnica, seja a de um procedimento operatório.
ciência, conforme a tese central das filosofias existencialistas. mas adquire a
manual ou mental, seja a consubstanciada numa máquina fabril. está vinculada
apresentação da realidade a partir do processo biológico que produz essa repre-
a exigências sociais de produção. sentidas pela comunidade e resolvidas pelo
entação em funçãodas condições sociais objetivas.
gênio individual. Em nossos dias, com a instituição do planejamento social
A ação técnicatende a tomarcaracterísticas únicas eirrepetíveis no desem-
consciente, ingressamos na fase em que começaa ser possível até certo ponto,
penho individual. Estabelece particularidades reveladoras da natureza objeti-
e com inevitável incerteza e limitações, pretender organizar-se o sistema cole-
va da relação do homem, sempresingular, com o mundo, levandoo agente a
tivo de invenção. Mas oêxito detal iniciativa. que os recentes progressos daci-
dar cunho pessoal a todoato praticado. Nesta per pectiva, mesmo as ações de
bernética de algum modofavorecem, acha-se evidentemente cerceado, de um
relacionamento mais comuns e repetidas sãoinvenções e se revestemdo traço
lado pelo caráter restritivo com que a base social das comunidades internamente
existencial, típico da operação técnica, de solucionar uma contradição com a
divididas quanto à possibilidade de acesso à culturaafeta o poder impulsiona-
realidade. Por mais que a alta sociedade ensine aos seus rebentos as chamada
dor da pesquisa inventiva. e de outrolado pela natureza sempre individual do
“boas maneiras” à mesa. não há dois representantes desse nível social que cor-
pensamento criador. Nas condições vigentes a organização da invenção signifi-
tem a carne exatamente do mesmo modo. ou a levem à boca com gestos preci-
a 0 esforço destinado a homogeneizar o interesses de pequeno grupo social.
mumente iguais. Toda ação técnica, dentro de um estilo aproximadamenteco-
intelectualmente bem dotadoe ao qual são fornecidos os recursos necessários, e a
mum. manifesta caractere pessoai exclusivo 3. intransferívei
promover a coincidência da capacidade desse grupo de cientistas e pensadores
Desde porém que o alimento chega à boca, os atos digestivos que a seguir
com a das forças econômicas dominantes. Nãose produzindo espontancamen-
se desenrolam são uniformes, justamente porque daí por diantecessaa relação
te a coincidência, torna-se o principal objeto do planejamento pretendido pe-
do homem com o meio exterior, em forma de reflexos condicionados. desapa-
los detentores do poder, pois sem ela nadase conseguiria. Isto quer dizer que o
rece a contradição coma realidade. tendo início o domíniodas atividades fisio-
primeiro passo na organização da invenção deve istir nas medidas toma-
lógicas. para as quais a natureza fornece a todos as mesmas estruturas anatô-
das pelas forças econômicas dirigentes para aliciar e pôr a seu serviço a inteli-
micas e nervosas e os mesmos reflexos incondicionados que as fazem funcionar.
gência disponível no meio social, ou seja, organizar, paralelamente ao do tra-
Porisso, enquanto o pensamento institui a origem e a modalidade primeira de
balho braçal. o mercadoda cultura, onde irá recrutar o equivalente à mão-de-
todas as técnicas, as demais funções fisiológicas, não pertencendo àesfera da
obra, que melhor conviria chamar a cabeça-de-obra, para assalariá-la e [azê-ln
vida derelação doser com 6 mundo, são invariáveis, não admitindoa qualifi-
trabalhar por encomenda. Procura-se conquistara coincidência de interesses à
cação de técnicas,
que acabamos de nos referir. Tudo leva a crer no sucesso da manobra. pecial-
mente nos países pobres em luta pelo desenvolvimento. tanto mais quanto ao
lado das pressões econômicas verifica-se a impossibilidade da produção técni-
ca inventiva pessoal, por falta de recursos, sempre em poder das grandes em-
indivíduos que as compõem só tenham de seu papel e valor uma noção vaga.

erFojou 12]
presas. públicas ou privadas, excluindo a possibilidade da invenção, no campo
otmid

confusa, reduzida à expressão sensorial das opressões sofridas. Mesmo quando


das técnicas científicas, por parte decientistas isolados. por mais capacitados
a posse do saber erudito está do outro lado do fosso social, não deixa de server-
FS

quesejam. Mas estabelece umsucesso parcial e inseguro, pois os resultados po-


sitivos alcançados tendem a ser fonte de esclarecimento da consciência servil.
dade que a energia motora inextinguível, impulsionadora do processo histórico,
situa-se no trabalho das mass - Por isso, as técnicas utilizadas em qualquer
DIVAIY

o que representa uma potência operante em sentido oposto ao pretendido pe-


espécie de trabalho jamais permanecem imobilizadas no tempo, Não dando so-
los recrutadores da cabeça-de-obra.
lução às contradições da vida social do imenso número de homens que com-
Por seremsolidárias com as exigências de certa formação histórica, as téc-
põem as populações acorrentadas às labutas penosas, geram forças poderosas
nicas têm um início, um floruit, e posteriormente uma decadência, perfeita-
que conduzem a quebraros contornos dasituação existente. Essas forças trans-
mente assinalávei Com o incremento da produção, que propiciam, podem.
formadoras, além dos aspectos sociais e políticos da influência exercida nos
paradoxalmente, levar à estagnação relativa determinada formação cultural.
sistemas produtivos. revelam-se na exigência de alteração dos padrões técnicos
porque a classe que se apropria dos benefícios das conquistas científicas, ven-
do-se repoltreada em condições de todo favoráveis para ela, não tem interesse tradicionais.
Descobre-se aqui a raiz da historicidade da técnica a que nos temos referi-
no progresso do saber e da prática, que. pelas inevitáveis repercussões sociai
do. A principal deficiência dos chamados historiadores da técnica consiste em
decorrentes, seguramenteviria alterar o estado decoisas satisfatório para os
ignorarem. ou não levarem em conta, o significado dialético do processo que
usufrutuários. Se não iluminarmos o problema com o método científico quein-
examinam. a historicidade imanente ao desenvolvimento tecnológico. só estu-
troduz o conceito de interesses econômicos distintos no interior da mesmaso-
dado no plano das manifestações suce a história exterior,
ciedade e mostra a importância de seu papel, chegaremos a variadas formas de
compreensão da historicidade da técnica marcadas pelas mais primárias inge-
meramente descritiva, dos inventos e criações tecnológicas. artefato intelectual
de escasso valor para a compreensão do desenvolvimentoreal do objeto da pes-
nuidades, como por exemplo, a de pensar que as civilizações morrem de “fadi-
quisa. Não ultrapassam a narrativa das conquistas técnicas da humanidade,
ga”, ou até de “tédio”, ou porque deixaram de aproveitar as “oportunidades”
e como unicamente conhecem, e por isso procuram, os vínculos exteriores,
de que suas sucessoras se apoderaram. Encontramos um exemplo típico desta
acidentais entre os produtos e métodos da técnica nas suas fases sucessivas, dei-
confusão simplória nas seguintes palavras de P. Ducasse, no livrinho sobre a
xam de ver o que efetivamente tem importância, o nexo interno, a razão [un-
história das técnicas: “Às vezes a sociedade domina o progresso técnico, regu-
damental, que fornece a explicação correta dos acontecimentos, métodos e
la-0, domestica-o. por assimdizer, quando o submete à harmonia dos grandes
engenhos observados na superfície do desenrolar temporal. À concepção restri-
instintos vitais; ma “eivilizando” ao máximo o pensamento técnico, adorme-
ta à observação da externa marcha do progresso tecnológico tem porteoria im-
ce-0: os êxitos sublimes da Grécia e de Roma. os refinamentos da grande cul-
plícita a crença no poder generativo próprio de cada realização técnie
tura chinesa exigiram estas renúncias” (Historia de las técnicas. trad. esp.
Segundo este modo de pensar. cada objeto ou método produzido tecnicamente
Endeba, 1963. p. 7). As culturas grega, romana e chinesa desenvolveram as
pelo homem gera por si mesmo seus sucessores. em vista da necessária supera-
técnicas que eram convenientes aos grupos dirigentes de cada qual, e nada
ção das imperfeições e deficiências de qualquer realização. Com esta explica-
mais. Os arabescosliterários da frase citada documentam de modoindubitável
ção está dada a última palavra sobre a relação entre a técnica e a história, Não
a vacuidade do pensamentosobre a técnica. A cultura grega, por exemplo, não
é preciso dizer que tal explanação não sealça acima do nível da ingenuidade.
poderia aproveitar as descobertas de Heron ou de Arquimedes, que levariam
A compreensão da tecnologia só pode ser verídica quando se funda sobre a no-
rapidamente ao surgimento das máquinas a vapor, com a inevitável ruína do
ção da historicidade constitutiva do homem, e consequentemente do trabalho,
sistema vigente de produção, montado sobre o trabalho escravo. Se a história
“ O“ ado de desenvolvimentotécnico de uma sociedade conduz à abolição dos
e submetesse à ordens do grupo social regente necessariamente imobilizar-se-
implementos e processos empregados em dado momento em virtude dos efeitos
la numa etapa qualquer. Se isso não ocorre é porque não são as minori do-
que estes exercem sobre o homem, especialmente as massas trabalhadoras,
minantes que fazem a história. mas a ação da totalidade dos homens, o quesig=
A historicidade da técnica reflete um aspecto de outra historicidade mais radi
mifica dar função motora preponderante às grandes massas, mesmo quando
44 | | 245 |
enle coneretaç a do homem, único ser que sente a insuficiência de um procedi-

EE ojouoa
meluir nos estudos histórico ou descritivos sobre procedimentos produtivc
mento e a necessidade de substituí-lo. À invenção de uma nova forma de ativi- notas conceituais quena verdade pertencemà noção autêntica de “tecnologia”,
dade não se identifica com umato gratuito, mas resulta de uma imposição sen- Esta, no primeiro dos aspectos que indicamos, deveser entendida comasigni-
tida coletivamente pelo homem, genericamente falando, o qual em certasitua- ficação de teoria epistemológica da técnica. É bem de ver que não poderá ser

op olosu0o O
qão percebe como deficiência ou carência aquilo que até então lhe parecia reali- delineada peloinvestigador que se contenta em colecionar dados de fato, pas-
dude satisfatória. O transporte ferroviário só veio e constituir em alvo da sados ou atuais, em concatená-los segundo o critério das influências externas
pesquisa inventiva quando se tornou patente a insuficiência da tração animal que exercem uns sobre os outros. Exige-se do historiador da técnica uma pro-
para movimentar volumosas e pesadas cargas, principalmente o carvão inglês funda preparação filosófica para se capacitar a enfrentar o assunto. Se não ti-
destinado à navegação e à exportação. Antes, quando setratava apenas de le- ver esses recursos, se permanecer no plano do subjetivismo idealista, poderá
var hortaliças ao mercado da cidade próxima, ninguém julgaria insatisfatória publicar interessantes monografias, com as quais contribuirá sem dúvida para
a entroça puxada por cavalos. A determinação da mudança deatitude de pen- o esclarecimento de elementos parciais do conceito da técnica, ao« xibir e ana-
sumento encontra-se na acumulação dos efeitos que os dados presentes da rea- lisar ocorrências particulares. Contudo, serão inevitavelmente precárias as es-
lidade, decorrentes de umafase anterior, operamsobre a consciência, mostran- peculações quefizerrelativas à teoria cognoscitiva geral, se apenas tiverem por
do ns imperfeições do mundoexistente, incitando à descoberta de novos obje- base o limitado campo da pesquisa de fatos singulares.
tos, metodos e técnicas para substituir as presentemente em vigor. À historici-
dude da técnica não obedece a desejos subjetivos, mas exprimeas etapas pelas
quais vai passando o processo intérmino de resolução, pelo homem, das con- 7. A práxis social e a personalidade do técnico
tendicõe
x com a natureza e a ociedade, limitantes da expansão da sua essên- Reivindicamos aqui para o conceito de tecnologia este primeiro significado.
cia. História e resoluçãode contradições existenciais são termos que significam o que equivale a dizer que reclamamos a discussãofilosófica em torno docon-
ceito generalizado de “técnica”, e em particular do fundamento de onderecebe
ignificaçãoobjetiva. À tecnologia, na primeira ac "pção, constitui um temade-
ra a exploração do trabalho, as massas não podem tomar a si diretamente a finido da reflexão filosófica. Examinada em sua noção mais ampla, a com-
realização da substituiçãodas técnicas tradicionais porque sempre foram man- preensão da tecnologia constitui verdadeira teoria da práxis. Toda práxis visa
tidas incultas, não dispondo por isso dos bens de conhecimento requeridos pa- a realizar o ser do homem, isto é. com o domínio cada vez mais ativo do mun-
ra possibilitar a invenção de novas fórmulas produtivas. Mas, pela pressão so- do onde se acha. Considerar a práxis simples atividade, nas múltiplas formas
cial que exercem. pela inquietação causada porsuas reivindicações, forçam o de exercício em que » manifesta, seria reduzir-lhe osignificado ao aspecto an-
donos do saber ou os indivíduos possuidores de alta qualidade intelectual, que terior, executivo, acidental. Sem ligá-la à origem, sem vê-la brotar desua úni-
conscientemente ou não, se compenetramda necessidade de contribuir para o «a fonte, as exigências humanas, ficaremo confinados ao exame da práxis no
A
desenvolvimento da açãoeficaz do homem, a buscar luções originais no sen- papel de ato cumprido, tendo como con “quiência enveredar pelo caminho que
tudo da ampliação, enriquecimento e progresso dos processos produtivos. Por desembocará. poucos passos adiante, num lementar pragmatismo. À práxis,
seus estudos e realizações do gênio criador, oferecem à humanidadeinstrumen- da qual a técnica mostra um aspecto regular, metódico, consciente. repre
nta

tos mais perfeitos de ação sobre a natureza. Todo mecanismo aperfeiçoado me- a execução das possibilidades e vistenciais do homem em cada momentodo de-
hora em sentido absoluto a condiçãodo trabalho humano, ainda quando em »nvolvimento histórico desuas forças produtivas, sob formadeinvenção e fa-
bricação de máquinas e utensílios. O homem é um servivo compelido biologi-
“ “
caráter relativo. e considerados os efeitos imediatos. por vezes a tenha piorado
. s . + .

no passado. conforme se verificou por ocasião da descoberta de novas forças


Ç camente a criar para si o ecúmeno onde se instala. O animal. prisioneiro do
motrizes, acontecimento a que se seguiu uma onda de desemprego. Na falta da acervo de instintos, que recebe por herança química, não possui práxis nem
correta concepção da essência da técnica, valendo-se dos inevitáveis equivo- portanto técnica, mas se limita a usar à diminuta variedade de condutas este-
cos suscitados pela identificaç ão pura e simples com a tecnologia, foi possível reotipadas de que dispõe, com o fim de enfrentar o desafio do momento. Está
| 240 |
tal espécie de ventri-
condicionado ao estado do meio ambiente e não pode modificar-se individual- gos da produção. de modo ge al não beneficiados por ela,
ese]

tada pelos grupos socinis


mente. só conseguindo fazê-lo pela via da seleção biológica. No animal, a espé- loquia mostra-se extremamente desejável, sendo fomen a

o amplo a cômicafilosofia do
dominadores. A apologia do “gerente ce em sentid
+

ele, enquanto totalidade, é quem representa um ser individual, que trava o jogo
Vatata

azer a exigência de subs-


u

das contradições da matéria viva com a naturezainerte. Porisso, a espécie, e “managerismo”, constituída expressamente para satisf
dor técnico, torna-se completamen-
tituir O proprietário pelodirigente ou opera
nsesiN

não o indivíduo. resolve contradições com o meio. mas está obrigada a uti- s

ões Na atual formação históri-


ligar-se de mecanismos quetranscendem avida de cada exemplar, nega a indi- te compreensível à luz das presentes consideraç
s em escala decrescente, Em
vidualidade, dissolvendo-a na existência dos congêneres. O homem. porém, es- ca sempre houve gerentes é servidores subalterno
ser objeto da reflexão sociológi-
capa ao acorrentamento às variações hereditárias porque e converte em ani- tempos anteriores eram mudos. não mereciam
que em torno deles » tendo
mal “prático”. Cada indivíduo humano constitui-se em ser autônomo porque ca ou econômica, e muito menos davam motivo a
uma ciência particular. Era
interioriza. mediante o desenvolvimento de um particular tipo de reflexo con- por objeto sua atuação, alguém pretendesse tecer
na qual o possuidor do capital, o
dicionado, os motivos do comportamento, e assim 0 pode variar de acordo com então a fase da livre competição econômica,
realizaçõe pessoais, julgando-as
as finalidades propostas a mesmo, Em sentido primordial, “tecnologia” empresário ou industrial tinham orgulho das
capacidade, audácia e inteligência. Daí ter sido desenhadaa fi-
nífica a teoria deste fato biológico. Se quisermos considerá-la ciência particu- d
do self made man, que não ti-
lar, deveria ter por objeto a inve tigação do processo geral de hominização pe- gura imaginária, e sociologicamente impossível,
e. antes tudo fazia, inclusive fa-
la prática social da ação produtiva. desdeos primeiros indícios da antropomor- nha então razões para ocultar-se ou disfarçar-
a si mesmo, um valor nobiliárqui-
fização anatômica e psíquica até o estado atual da evolução hominídea no seg- lar alto, para dar aquele título. atribuindo-o
outras, não há mais conveniên-
mento cultural. Tal processo ao mesmo tempo tem poressência e por expres- co. Agora, porém, a condições do processo são
deiros proprietários das gran-
são a técnica de que o animal humano serevela capaz. Se soubermos abstrair cia de o proprietário, ou pequeno grupo de verda
do efeitos sociais de
des empres: privadas carregarem a re ponsabilidade
dos resultadosvisíveis. materializados nas máquinas ou nas regras de confecção,
dissimular-se sob a cortina da tee-
o verdadeiro ato humano nelas executado, ou por meio delas, compreendere- suas atividades. Apressam-se portanto em
rteadores, por exemplo o de “siste-
mos o conceito de técnica, no plano superior, Estaremos | azendo. sob o nome nocracia, inventando novos conceitos desno
simultancamente dão vagas tonalida-
de tecnologia. o estudo do processo de criação do homem pela práxis da reali- ma” para designar a empresa, com o que
des científicas ao velhoe sempre poucolouvável ne gócio, e atribuemna aparên-
zaçãoexistencial material de i. em função de seus condicionamentos sociai
nte, que de
cia aos técnicos, gerentes e diretores assalariados o papel prepondera
Para tanto, é preciso que, antes de tudo, conforme dissemos, nos libertemos
tário. Explica-se assim por que
das formulações estreitas ou falsas que confinam apráxis técnica no plano das fato continua cabendo aos donos do capital majori
se personifica nos manipuladores e
manifestações empíricas. Quem assim procede não só perde a oportunidade de são estes agora os mudos, por que a técnica
e o papel de mestra universal.
entender o verdadeiro conteúdo da tecnologia, permanecendo tributário da sim- pela voz desuas pitonisas, os “técnicos”, assum
o, acre centando-lhe outros co-
ples descrição deinventos, como ainda incorre inevitavelmente na personificação Retornaremos. linhas abaixo, ao exame da questã
de deixar na sombra os pro-
da técnica. com as danosas cor já mencionadas, e outras, que ainda mentários. Tendo esse passe de mágica a vantagem
para mostrar o papel humanitário €
valerá a pena esmiuçar. Erigindo a técnica em efígie. será fácil conceder-lhe o prietários privados, ou, de só evidenciá-los
mento dopaís, convém serem exalta-
dom da palavra. Tudo quanto for pronunciado não passará, está claro, de uma progressista exercido em favor do desenvolvi
cos” nadireção do processo pro-
5

prosopopéia ingênua. quereveste o técnico do carátersacerdotal de pontíficie das das por todos o meios as atividades dos “técni
ndentes dos antigos escribas re-
potências demoníacas com as quais se comunica. Tal função nada tem de inocen- dutivo. Tal é a razão pela qual esses atuais desce
que lhes são concedidas pelos cen-
cebem hoje emdia as honrarias e vantagens

te, pelo menos em grande número de casos. Convém aos possuidores dos serviç
envaidecedora de corresponde-
e maquinismos «que os executante manejadores de Cs engenhos ou assalar iados tros do poder, sob a justificaçãopara eles muito
.
das organizações fabris falem “pela técnica”. porque na verdade, assim fazendo. rem aos relevantes serviços prestados à comunidade
igar mui-
Oconceitosocial de “tecnocracia”. a respeito do qual falta invest
estarão sem lo, quase sempre sem suspeitá-lo. porta-voze 5 dos proprietários das
manobra da consciência
empresas e instalações industriais. Falando aos que sofrem os pes: dos encar- tos aspect ainda obscuros, pertence a essa astuciosa
| 248| | 249
ein
dos setor poderosos, Para não perderem a posição dominante, convém-lh
nica, mas da manifestação da particular formade ingenuidade que eleva a prá-
interpor entre sie as massas que
exploram a camada do “técnicos”, então ar- xis “tecnológica” aos píncaros da razão providencial, O procedimento vê-se fa-
vara

tificiosamente engrandecidos. a fim de aparecerem sob a falsa


imagemdediri- eilitado ainda por outra consequência, muito compreensível, a adulação da
gentes do processo do desenvolvimento nacional.
A

A prestidigitação torna- e personalidade do “técnico”, levando-o a acreditar no engodo a ele destinado, e


OIPATY

tanto mais facilitada quando encontra boa acolhi


da por parte das massas e da do qual se torna aseguir, naturalmente, o mais fervoroso adepto e transmissor.
umadas médias, de alguma cultura, uma vez que
é interpretada como prova i
Importa-nos examinar ime
o surgimento ai
daideologia téenica, fato
ia dada técnica, fé que
| I | a
supõe
de entrada da história naera da “racionalização”.
quando as iniciativas sociais. p :
à no reconhecimento
alteração +58
do valor E do pessoal esy g
especializado. Por isso. volta
particularmente as econômicas. deixarem de depender do acaso
das decisões nc à consideração do papel do empresário e dos servidores ee tentaremos ex-
privadas ou do arbítrio de algun poucos dirigentes indivi
duais e passar a u- plicar por que se constitui a ciência da organização e direção de empresas
jeitar-se ao “planejamento” pelos técnicos, portan
to com redobradas garantis Insuflado a aparecer comofigura jetivame
soci que objetivamente
igura social não corresponde à
ão corresy
de sucesso para o bem geral. À figura do empresário, cultur
almente inc xpres- Ceni
verdade. o técnico '
converte-se intransi
“m intransigente
em audacioso defensor do “go-
» e audaci g
siva e inespecífica, valorizada unicamente pelo cabeda
l que possui ou pelo cha- verno de técnicos”, da “racionalização da produção”, do “enquadramento das
mado “espírito de iniciativa”. adquire novo lustre quand
o os verdadeiros do- massas” e mil outras designações nas quais se reflete essa atitude simplista ma
1 O IG q to peça É 1 + 1, . s

nos do poder recolhem as honras do patroc


ínio dispens ado aos técnicos. seus traiçoeira. Daí o colossal esforço observado atualmente nos países chamados
vassalos, sendo os primeiros a exaltar 0 papel
destes, ocidentais
i i para conseguir
seguir racionalizar | , e, retornando a
direção dadas empresas,
racionalizar aa direção
estão dispostos a ceder o comandoda soci “dade.
A transformissão de poderes um conceito já exposto, a exaltação da figura do “gerente”, tradicionalment
a bi re é? 4 1 ” + e

segundo dizem. devetrazer insuspeitadas vantagens


porque atualmente não se obscura, comode fato era, e merece ser, quando se pavoneava no primeiro pla-
trata mais de dirigir uma empresa particular ou a grande
empresa pública. o no o dono dafábrica. o “industrial”. Ma emface da ascensão da consciência
tado, façanha que hoje a máquinas calenladoras
cor eguem realizar. ma das massas trabalhadoras, o ex-arrogante proprietário ou capitão de indústri
o importante está em projetar racionalmente
o futuro da “humanidade”, tarefa se um ser assustado e esquivo,
i indivíduo sy “que não
um indivi sa « dizer seu
ã ousa
que nenhum empresário isolado ou grupo de magnatas
conseguiria levar a ca- ê A outrora modesta
nome”. ta categoria
cs ganha atus
-ntes ganha
ri dos3 gerentes '
atualmente tal relevo,
bo. Tal missão, agora se reconhece. é de ordem emine
ntemente “técnica”, su- que são inúmeros os tratados dedicados a educá-los para melhor servirem à
põe uma capacidade de acumulação de informações
e de descoberta de novas empresa onde estãoà comoassalariados. Chaga-s mesmo
assalariados. Chaga-se |
ES ao> | ponto de ver nessa
vias para o manejo e desenvolvime
nto dos complexos sistemas produt
ivos que tarefa a matéria de uma nova e complexa ciência. É uma mistura de economia,
não admite mais ser obra de amadores ou desimp
le s indivíduos experimenta- inanças, sociologia e psicologia, tudo envolvido num papel de embrulho ide
1 : : e , + ” ' “O

dos, mas tem deser resultado de um novo tipo


de governo, o governo da técnica. Iógic oY felizmente de todo transparente, e por Isso mo trando cla Pamente us
a
naturalmente não podendo ser exercido senão
pelos técnicos, Daí o conceito de inconfundíveis intenções que ditaram a preparaçãodesse s wrapatel I eudo ul
“tecnocracia”. Abandonadaa fa “empírica”
do projeto econômico cego e da tural, Os gerentes, assim : plano de iintegrantes
i elevados ao acis tor
antes dada + tecnocracia, |
discórdias e prejuízos provenientes docre
scimento material tumultuoso, as ca- nam-se “técnicos
“técnicos gerentes” entram
gerentes” e e entram compor as as equipes
aa compor equi de servidores sul
madas semilustradas efetivamente detento "as
dos instrumentos do poder, prin- missos e fartos, contentes em ser o que dizem que eles são. Antigamente eram
cipalmente, sentem-se mais tranquilas e esperançosas, ao saber terem entregue im
empregados, e assim se |
sejulgavam 3
si mesmos;
; aasi agora são
= agora '
si membros do novo ti
seu destino a é pecialista
preparados para tanto pelo árduo estudo
da novel :
po de poder que conduz socieda
a sociedade. ize
Dizemos intencionalmente “poder”,
; intencionalm | e não
ciência chamada “dinâmica de sistema
- já hoje elevada ao nívelmáximo de roã do poder, porquetal
órgão al éé a figura quis
tecnocratas y vêem quando
figur: que + osos tecnocratas se olham
:
abstração mediante à solicita ajuda dos sábios
e pensadore que elaboram a no espelho. Mas a condição para poderemsatisfazer-se com essa oa e pro
chamada “teoria geral dos siste nas”. Confiam
notécnico e declaram. com alí- pagá-la. consiste em julgar seriamente, com a mais cândida aço intelec
vio e ufania, haver “homem ao leme”. a
como diziam os velho marujo mual, serem depositários da boa nova, que deverá redimir a eira ss er
Do erédito de confiança à ideologização da técnic
a a distância é curta é a ros econômicos passados. Cabe-lhes construir um mundo enfim racionalizado
passagem fatal, Achamo-nos então em face não da
simples entificação da (éc- pela extensão da tecnologia a todas as atividades humanas, desde a procriação
250 |
CINE] VINHA csrsTy dos filhos até o controle das reaçõe emocionais, espirituais dos indivídu ; , tal
istema de convivência humana: Em “pd | a uma to de
sentido design
o mastituir o
Ponto essencial da sobrevalorização do tecnocrata é a responsabilidade de pensa config urado
É nas

, que ordem existencial. exigindo portanto outra forma

usa
acredita de agora em diante lhe caber, de solucionar os conflitos sociais. das
de- categorik da lógica dialética. O processo re“al
do desenvolvimento implica o em
avenças domésticas aos choques trabalhistas. A eles incumbe por fim,
prego de conceitos desconhecidos pe la “ciência” econô
mica de balcão de livra-

ap oltasuoy O
enquan-
to objetivo supremo, o pultamento final do e pectro da guerra. ez ão daa negaçé ê
negação e várie
que deixará ria. como os de relações internas, contradição, negaçe
para sempre de inquietar à humanidade. Os técnicos da “racionalização natureza « | ualitativo f na o quantitat vo .
da vi- ros.
outros hi aveiss a um H WrOCESS
al Micavei I (O | pOr K

da” arrogam-se esse papel em virtude deestarem convencidos de que hi a


le a adicaão to
etorie ve
ul. ( x overna r
as luta Im Mica
ki ol ve tudo amn o ção , de
1 sobre le te y tali ( lade 30 nao o à de
+,.5 .
é no
sociais, que pontilharam até o presente o triste e sangren ns
a de re lações sociais e não simple s e
to rastro da história a-se do € tal je k te ciumento do sistem
identific a-se
humana, não foram senão desencontros psicológicos entre ”
so material, sem compreene ero
que
os homens. incom- 1d 1 de : inciativa
mente a tomado
o de » | progres
gs

GE « . Icões exis enciai


pre “"nsÕ€S reciproc as. as quais. em cons sequênci
a da chamada “personalidade I ade estabelec da
ida com a condiço de vida
sit ficam na reciprocid
SIDI
básica” dos dirigentes, dotados de exorbitante poder, os levaram
a arrastar a do povo.
massas dos povos a desnecessários morticínios ou guerras
fratricidas. Atual-
mente, sabem eles, tudo isso aconteceu porfalta de suficiente progresso
n os
Sênu
S. A doutrina “tecnológica “ dos pensadores ingê
da psi-
cologia. Em nossa época, porém, a situação é outra. À psicologia dá-nos
os ins-
trumentos de compreensão dosinteresses humanos. Postos nas ceisa.
infusa e imprec várias Éatitudes
orientaa asas várias
isa, orient
mãos dostécnicos A doutrina “tecr de a” y que, inf
devidamente preparados e detentores do corre pondente poder de o homem ) até hoj um ser des-
* hoje
ação. tai por nós retratadas cifra » na crença deter sido
instrumentos solucionarão definitivamente no futuro à ameaça de conflitos x
50 bre 3 tudo em z
far ca si i mesmo(. É o
do- ke . nao
p y ote poTdo Md ê ( a naturee za mas5 se
em fa ce
soe

lorosos, antes de a situação chegar a um ponto irreversível. sa stim | dic“idade. Arn O


ir os € less
I I To yn be e. nO livro
que indic a um dos men 8 age
Parece-nos desnecessário gastar tempo em demonstrar a implori efra CU » que
omMs rase 'I mais
edade e o Experiência I 4 ntre eu ea I rop
r FP ria mem d ( monst
wte, O he ne

estrabismo dessas concepções. Na verdade, está em jogo mais a compree herbívo ros, cuja x
os. cuja asa
velocid ade de
f crandes carnívoros a atéf mesmo que alguns; »rbívor
nsão os
teórica da noçãopolítica de governo” do que a definição das funções de teoria pode ser assim
legítimas Eea não pode acompanhar. A idéia que faz as vezes
atribuídas aos especialistas no trabalho comum da produção social. iado técnica . Somente um I OU -
daa técnica
nunciada: até aqui o homem estava distanc
i i
A menta- E
lidade ingênua pensa que governar é sinônimo de administrar. Em
nível inte- cos indivíduos se beneficiavam dela, geralmente os potentados e seu estamento.

lectual ainda mais baixo chega mesmo a acreditar que governar signific o
vIs: 1 Ç ao MconsSec que pte
CI -
e momen
a fazer V
ssas vege tavam
Ass massás
5
ne Ve my » mismo, Ha um ro roviIs

obras, Julga o crescimento das forccas produtivas de um país como aconte ciment na rotinaada]
"Ime os e » na1 da pro-
algo espon- tânea,
anece naé ignorância dos fatores causaii s dos ac
tânco e incoercível, porque nele vê um processo no qual cadaetapa I JO r obr a do gê ni ( , Lv e ntiv o
engendra duç d o) pr imaria q Ao n ec
I tongo da hi t Ó ra, pc , ré m.

necessariamente a seguinte. Portanto, o país cresceinevitavelmente de C ifi ados os misté ri n da


no aspecto individual. foi-se con iuindo a ciencia, foram sendo
ão « do co-
quantitativo. O raciocínio modelador desta impressão encerra-se,
conforme “nocas moderna e contem vorânea a acumulaç ão
natureza, até* que que nas ép
não podia deixar deser, no tipo formal, Exi sso técnic o, pondo à dis dis O SIG ão
a crença de que a expansãodas nhecimento levou ao espantoso surto de progre
v e

forças econômicas existentes em todo momento "gue um curso linear, pela indús-
sibilitadospelo saberre pel:
expres- de todos os homens os bens e os recursos poss
so em relações aritméti Assim sendo. não se justifica mais
puramente quantitati tria, até então apanágio de ínfimas minoriz
e as
Daí a torrencial abundân- e + “ e £ a
a a E

cia de “índices” de desenvolvimento. a maioria completamente s I e ma umpos ça 1 o moral t hu-


destituída de Sel arava o
Ismo qu esep
( , al HS
>
h mem e
ea tec « A supre

sentido real, a veneração que despertam e a misteriosa ciência de apuração e ; d e nosso


li I ge ntes ) nsiste
nosse s t lias co e
ste em roxunar ono
a, PC B
h mem e y a teu
tec-

manis ta d de »5 cr
sta
ou,
manuseio deles, alcançada unicamente por infimo grupo de catecúm
enos sub- nica, em fazer as massa sarem na “era tecnológica”, para benefício
metidos a penosa mas iluminante ascese, O engano dos burocra ” delas. Arvora
ão”
o. para a * alvação ndão irirrecusável,
«ste pe pendão
vor: ndo este
tas e prestativos nais do queisssso.
mais
intelectuais das “classess produtoras” seria ridículo não fosse as hostes dos tecnocratas. Gover
; nar - tornou-s e | se umaa ,tech
tornou- E
técnica
a trágica serieda- arregimentam- € e e

empre sa ou mesmo I
qual r. 1 rate-se de uma nação, de uma
dk de ste conseque nelas para as massas dos povos 6
subdesenvolvidos. Gover- : á outra"a qualque
como
: Tende-se portanto cada vez mais a exigir a preparaç
wrepara ão
nar nada tem de comum com essas simplificações pueris. Governa qich en aror
r consiste em t
uma família.
12

-
N
i
para essas altas funções, e outra coisa não fazem os autores de compêndios so-
OMUtd Palais OJEATy truir grandes coisas no pais subdesenvolvido, até agora ida ia sms
bre “relações públicas”, “marketing”, “direção de organizações e empresas”
econômicos básicos. dos meios de transporte imprescindíveis. das indústrias
“enfoque sistêmico” e mil outras invenções verbais, todos desejosos de
contri- fundamentais e das iniciativas pioneiras. que significamtrabalho e bem-estar
buir para a indispensável racionalização dos negócios humanos, os quais, a
do povo. No país subdesenvolvido, mais grave do que a escassez real de bens
bemdizer, reduzem-se mesmo aos negócios. no sentido puro e simples da pa- ; no
instrumentos produtivos instalados
de fundo é a ilusória posse das forças
lavra. Hoje em dia passou a ser »xequível essa aspiração graças ao aperfeiçoa-
espaço geográfico nacional, porém de fato ausentes a espaço a tencial a
mento das técnicas, principalmenteas de comunicaçãoe persuasão. Vê-se. as-
povo. Não lhe pertencem diretamente. Representam a forma maligna sos o
sim, que a “doutrina tecnológica”, ainda quando confusamente estrutura
da é nação, a que substitui o povo do próprio país por um outro, laio e exteeinis o
exposta, forma aliás que parece contribuir para aumentar-lhe o feitiço,
transita qual, sendooverdadeiro possuidor das instalaçõe provide sediadas na área
insensivelmente do conceito de “governo de uma empresa” para o de “governo
pobre, assume em face da nação pa rasitada, que disso não chega a ter cons»
de um país”, de vendando na verdade o objetivo secreto de toda essa maqui-
ciência, o papel de “melhor parte do povo”, a mais avagadas A
nação ideológica. Fica então patente a manobra ub-reptícia desejada pelos
e porisso qualificada para conduzir o processo do ap SEGA o
tecnocratas, em última instância, eco do pensamento dos grupos detentores do
do país deficiente. A alienação do país em totalidade. a substituição a sua
verdadeiro poder, atrás deles escondidos.
consciência de si por outra, inculcadade fora e imposta por todos os cida que
A finalidade antidemocrática dessa atitude não pode ser disfarçada. Ma
a difusão da comunicação moderna faculta, representa a expressão máxima da
embora facílima de documentar, às vezes revela-se difícil pô-la em relevo,
e nocividade da tecnologia empregada na função de arma deinsei ibilização.
ibretudo há múltiplos obstáculos para fazê-la amplamente difundida. E Paginas - de dd
por ieiticamentoe espoliação. quando manejada intencionalmente por agentes
motivo das sedutoras armadilhas verbais preparadas pelos escribas do poder
antinacionais. em condições deinicial e débil amadurecimento da
+.

de interesses
;

econômico. Os escreventes enredam a grande multidão dos técnicos inocentes


. consciência de si da nação atrasada. E evidentemente imperiosa a necessidade
obrigados anelas cair, particularmente em razão da velada insinuação de que obras p públicas úteis, mum pais
|
strução doo maior
ênci da construçãod
e a urgência número de de obras
maior número
a resistência, ou a crítica excessiva. às idéias expostas pelos doutrinadores po- es
onde praticamente tudofalta. Porém o erro teórico sério consiste em dar a
deria acarretar desconfianças quanto à boa vontade doservidor. logo descober
ta »s empreendimentoso significado derealização efetiva do o de gover
e comprovada pelos astuciosos testes a que são submetidos. Além do
mais, a nar. À consciência crítica indica que governar, por definição, exprime um cons
consciência esclarecida não dispõe de veículos de informação capazes de com-
ceito de ordem existencial e não tecnológica. O aspecto político do aonde go-
petir em númeroe eficácia de penetração com os manejados pelas potência
s re- vernar exibe a manifestação direta do aspectoexistencial do conceito. Não ire-
gentes. É importante assinalar logoo sofisma pelo qual a má-fé dos defensore
mos. evidentemente, discorrer sobre o tema, não o incluindo entre os nossos
do estado de coisas vigente transforma a situação real em argumento
apologé- propósitos; mas a ele aludimos de passagem para desmascarar o equivoco da
tico de seus propósitos. Procuram mostrar que sua própria superioridade
de ar- angelical interpretação datecnologia que julga ter chegado o momento de dar
mas resulta da verdade das posições lógicas defendidas. A tese, representando as Ê À TAÇA
Da ada tecnologia ator essencial I para
será um fat
ia será
técnica a quem tem fome. Sem dúvida
ao mesmo tempo a conclusão em que se resumea ideologia aqui criticada,
de- instalar a obra as organizações produtive de maquinaria, as escolas de
clara não deverem mais os povos se governar a si mesmos, medianteeleições
li- aprendizagem agrícola, etc. que irão. a títuloinstrumental, ni para res
vres universais; a função de governo terá de caber aos diplomados por acade-
solvero problema da fomee demais “arências dos povos enparleeiv, Mina
mias especializadas emformardirigentes. À essa perigosa ingenuidade liga-se
nãohaverá ninguém, nopleno usodas faculdades mentais, quejulgueser à Falta
outra, de caráterfilosófico mais grave, e que nos importareiterar com energia.
de técnica enquanto tal a causa da fome, ou da impossibilidade de debelá-la,
Relerimo-nos à noção.já apontada, de quea tarefa essencial de governar con-
g
ionorando o conjunto de outros fatore E tode cle pe nude nte da existencia di d

siste em fazer obras, em apresentar provas de capacidaderealizadora, manifes-


terminadas condições sociais. por motivos de natureza polític
tada nos trabalhos públicos exigidos pelo país. Longe de nós parecer« tarmo:
São nuinerosas. como vemos. as confusões e armadilhas a embaraçaros ca-
advogando a ingenuidade oposta. Nada existe de mais imperioso do que cons- : ea E Y ndo a 1 7 . "O
minhos da consciência do povo na ascensão à plena compreensão de si. Dentre
| 254 |
guem. porque numa era proclamada “tecnológica” não convém restringir a

erdoj0U33] ap 0149007) O
adição EAN
leste objetivo genérico ége preciso
pr a, a
ressaltar a extrema importânc ia da compreen-
são do ignificado da tecnologia. ter sempre em vista a corrente possibilidad poucos executantes O sentido. mais antigo. da técnica, equiparado ao de arte
e
especializada na produçãode algum objeto definido ou método que conduz a
=

“ de seu emprego ideológico, para que a denúncia da ardilosa operação de des-
resultados positivo inequívocos e inconfundívei
e
norteamento montadapelos grupos exploradores dotrabalho chegue ao conhe-
cimento das camadas populares atualmente ainda pouco esclarecidas. À tecno- Graças à ampliação mal definida das formas de trabalho técnico, pululam
logia, musy
múltiplos as pectos e forma
o “técnicos” nisto e naquilo. Ajudado pelo incremento de prestígio que a pa-
está de fato agora cada vez ma ao al- na
caneco da visão de todos os homens. O mundo que os cercaos faz percebê-la de lavra sacramental “tecnologia” infunde, passam a ser todos portadores dela,

modo crescentementente onipresente


onipres
ondição de “técnicos” em alguma coisa. Mesmo à custa d certa incômoda
, noss objetos
ob] de uso que povoam a realidade.
i em
lis, seo envolvimento mostra-se pr vicamente total quanto aos bens
possibilidade de confusão comos antigos “técnicos”. quase todos operários
e utensi-
l de NA ar Mênciaa « csapaz funções de categoria média, sendo raros os que, como engenheiros diplomados
lies CONSUMO. à CONsScCrênci de :mterpretar corretamente esta situação

alta quase inteiramente. por ora, nas áreas pobres. Os pensadores imperitos eram imediatamente colocados no estrato mais alto, a exigência atual dese
ora
nereditam ser esta forma de vida uma peculiaridade de nosso tempo, porquesó apresentar na qualidade departicipante ativa do progresso tecnológico, que
países
agora a humanidade chegou ao apogeu do desenvolvimento da tecnologia invade o mundo, e é cada vez mais exigido pelo ambiente atrasado dos
gia,
aquando em verdade o que está acontecendo em noss
em luta pelo desenvolvimento. leva uma crescente coorte de indivíduos dees-
dias sempre aconteceu le-
I JOlSEs estamos
Es 3 nos rereferi : i concreto. e por isso permanen- cassos ou nulos préstimos produtivos. egressos de faculdades jurídicas, de
fe rindo aum tr AÇO essencial
de
te.k da realidade humana. Viver no mundo da técnica tras, economia. filosofia, já não falando de formas espúrias e inconfessáveis
nuncia a normal defini-
cão da condição humana, porque expressa aquilo que a distingue da animal. falsa escolaridade, como “serviços sociais”, “relações humana “etc. a sentirem
que
Para dar em resultado a constante percepção da presença da tecnologia na a necessidade de se paramentarem com a casula de “técnicos”. Claro está

atualidade concorre. especialmente, o incremento dastécnicas de inspeção e em tudo isso a única coisa que não tem importância é o assunto ou matéria em
que se proclamam “técnico « Trata-se, para tais indivíduos, cuja realidade
de instrução das massa
pessoal a momentânea conjuntura da vigente formação histórica explica, de
""
optar entre a autodiplomação em “técnico nas mais abscônditas e indefini-
DRM ns
), A equipara ção verbal de “tecnologia” e “técnica” s

das atividades, reais e simbólicas, e a vida queos colocaria em faceda presta-


Pelo exemplo de vári: passagens anteriores já devemos ter percebido a di- ção de um trabalhosocialmente útil. Para conservar incólume o prestígio da
não
feuldade de conservar bem delimitadas as diversa acepções do termo “tecno- posição social superior, dentro do círculogeral de “técnicos”, preferem, se
encontram coisa melhor, intitular-se “assessores” de um órgão público qual-
logia” + por nos mencionada . Realmente nada mais habitual do que o uso cor-
quer ou de uma empresa de vulto, Essas organizações precisam sempre de su-
rente confundi-lo com “técnica”. pura e simplesmente. Sobretudo, aparece as-
nm quando usado para fins velada ou manifestamente propagandísticos. Con- portes sociais e vão buscá-los entre os desocupados de alto nível. para formar
. “diretorias”, “agentes deligação”, “órgão
cú Ed
vem aos praticantes da “técnica”, em qualquer modalidade, apresentá-la sob a os “conselho . comite
ociosos
Variante-vern a calar“ “tecnologia”,
nte vernacular a pois
O iglados, dificilmente identificáveis. Mesmo sabendo serem personagens
circundam-na coma aura de uma de
enquanto cabeça-de-obra, há. porparte dos reais detentores da direção dos ne-
=
t

nação de ressonância científica. dignificam ua função pessoal e ao mesmo


tempo abrem caminhopara as penetrações ideológicas. Sob o nome “técnica” gócios ou das repartições eficazes, uma atitude complacente em aceitar 0 in-
par
as atividades profissionais tradicionalmentese apresentam a título de exercício gresso dos supostos “técnicos”. Estabelece-se um conchavo proveitoso

de atos produtivos úteis. mas esta maneira defalar não encontra favoravelmente ambas as partes, o suposto profissional. aninhado à sombra de uma frond a
acolhimento por parte de certos especialistas, principalmente diretores, desses
tecnologia. e o dirigente da repartição ou empresa. desejoso de dar a impressão
misteres, que desejam mantê-los com suficiente frouxidão de limites para aco- de estar melhorando sua “tecnologia”, isto é, atualizando os processos de tra-
lherem qualquer indivíduo, mesmo sob a mais vaga das qualificações. Dilata- balho. racionalizando os serviços ou a produção. O prestígio do sistema servido
ES Rot acatada Sta ES im Rg pela “mais moderna tecnologia”. expressão quase infalível na literatura oficial,
im caráter preciso do “técnico”, e com ele o das aptidões que o distin-

et
=

-
e a
é grande, envaidecendo os que confeccionaram esse engodo para o público instruídos, e do poder público em geral, com o know how. que, conforme a no-
om] Ir314 “seat
st

sendo por fimlevados a acreditar seriamente na publicidade que e ipendiam. menclatura alienígena indica, representa a técnica estrangeira, todo sacrifício
A desgraça de ssa nociva situação equivoca consi e em que os re ponsávei » justifica para conquistá-la.
ela, em sua consciência ingênua acabam sendo sincero: Nemvale a pena insistir nos pr juízos acarretados ao país subdesenvolvido
Na origem des: comportamentos acha-se a compreensão da necessidade por essa concepção. O país precisa exatamente da tecnologia superior para ven-

oriasua Jo
de tecnologia para o país se elevar à plena realização desuas potencialidades. cer rapidamente seu atraso, mas no entanto, na forma em que a acolhe, ou até
Boladameente, esta
«sta frase
frase exprime
exprime uma verdade
er solar. que não
à ocorreria a nin- implora. sob rótulo estrangeiro, tem de receber um produto de exportação, a
pmem contestar, Às dificuldades, porém, aparecem quando se pretende dar con- ser incorporado ao processo nacional. Acontecerá então que, emvez do desejado
tendo concreto à mencionada proposição. Teremos a oportunidade de exami- e fecundofator incentivador de potencialidades internas. chamará sobre si. co-
mar este tópico nas páginas adiante, mas convém não perder o momento de morãs que outrora pediram um rei a Júpiter, uma força de exploração e dre-
indicar que par certos
que para certos setores
setores dada “e“cultura”
ra” ligados
ligad ao chamado empresariado nagemdos recursos. dando emresultado à diminuição. quando não a comple-
ha toda vantagem em cor ervar a imprecisão da frase, a ausência de substância ta perda, de sua soberania, À tecnologia deorigemexterna serve de instrumen-
definida porque só neste estado presta-se a funcionar como refrão motivador to paraa aceleraçãodo desenvolvimento da nação retardada unicamente se for
de considerações ocas e banais, porém igualmente eficaz fator de obnulação uma aquisição de livre escolha por parte de seu centro soberano de poder po-
en Dist ts
mal do “público leitor”. FaçamosVenta Ra
desde logo uma distinção. A E
frase referida, lítico, que objetiva os propósitos da autêntica con ciência de si, a saber. a de
se pronunciada pela consciência ingênua, representa um simplismo, prova de suas massas trabalhadoras. O poderdedecisão na escolha, manutençãoe dire-
elementar inocência intelectual, mas ao mesmo tempo mostra-se pejada de da- ção da tecnologia. não só quanto à origem mas igualmente quanto à natureza
Hosus consequências. A referida expressão não pode ser usada em sentido cor- dela. constitui o traço mais significativo para comprovar a posse da autocons-
reto senao por quem possua às justas categoriê do pensar histórico e com- ciência pelopaís subdesenvolvido. Nãoé qua Iquer “tecnologia”, identificada à
preenda o significado dialético da tecnologia no desenrolar do processo produ- “técnica”, que lhe convém, nem mesmoaquela representativa do grau mais eleva-
tivo da existência humana. Faltando na quase totalidade do rasos estas do do desenvolvimento produtivo do momento. Compreender este primeiro
noções. sobra apenas a atitude, logicamente cândida, mas social e politicamente axioma constitui o passoinicial da transformação da consciência dirigente dos
de alta nocividade, que apela para aquilo queentende por “tecnologia” porque povos por ora menos avançados. Quando. porém, a tecnologia for umadádiva
nela encontra a soluçãoperfeita e definitiva das deficiências apresentadas pela ou umaimposição de potências hegemônicas, nei «ssariamente exercerá efeito fre-
vealidade atual do país. Não há oportunidade de fazer agora a tipologia da nador sobre o desenrolar do processo da consciência desi no país recebedor, ao
vonsciência social a este respeito. Basta-nos dizer quea identificação verbal de mesmo tempo que poderá estimular um limitado crescimento local, erescrme
nto
tecnica” e “tecnologia”. embora inevitável no uso diário e sem rigor desses vocá- consentido, que naturalmente muitoalegra os dirigentes nativo do momento,
bulos. serve de funcionamento à quarta acepção, essa então patentemente ideo- os quais o atribuem à própria operosidade e visão de estadistas. Na verdade.
lógica. atribuída ao conceito que intitula este capítulo. Observemos que. igua- não passa de um crescimento relativo, e forçado por um poder estrangeiro, só
lada à técnica, a tecnologia recebe outra sinonímia muito significativa, ao ser perceptível quando comparado ao es tado nterior da mesmaclasse de fatores
“ * .
E dd » sp À ps
re mes dtça ee 1 f 1 i i HE tom a

e
chamada know how. A menção destas vozes estranhas ao nosso ouvido dá-nos produtivos, mas que, medido em valor absoluto, revela-se sempre negativo
a ocasião de expender alguns comentários sobre a relação do conceito de “tec- prejudicial. De fato, no puro plano do processo econômico objetivo represent
nologia” com o estado presentedas relações entre povos de desigual teor de de- para o país submisso a perda de oportunidade de criação própria, de aprovei-
senvolvimento material. O Assunto não pode deixar de figurar numensaio que tamento dos seus bens naturais para à. Tem lugar a substituição da entidade
procura desvendar sem restrições as principais conotações do conceito exami- em desenvolvimento. Sob a aparência do desenvolvimento do país receptor,
territó-
nado, Documenta-se comaintroduçãodessa equivalência entre palavras a por- efetivamente. quem se desenvolve é a potência doadora, que instala no
te aberta à alienação cultural, que a identificação apontada contribui pars vio atrasado seu tivos de dilatação econômica, O re ultado dessa subs
manter. Porque se a tecnologia se confunde na mentalidade dos “técnicos” bem revela-se no defraudamen-
| 25
4)

CID PIIZIA Gsraty to da consciência do país nativo. que se vê é poliado e, ainda mais, retirado em
ili adesde
se o processo tem probabilid de prosseguir i
prosseguir por por um pertodo entualmente
evem
suas potencialidades expansivas, submetido a um crescimento por permissão,
abiamente calculadoa fim de parecertão grande que deixe aos aborígines a extenso. encontramo-nos em presença do embrião de um possivel império que
impressão e a alegria de se estarem “desenvolvendo”, mas realmente tão pe- irá configurar-se no cursoda história. Cresce o poderio do já poder o. € novas
queno que não prejudique os interesses na nação investidora, nem ameace rom- multidões de seres humanos caem sob seu domínio, até que a propria acumus
tadas sé
G de poderoua extensãoe heterogeneidade das áreas conqu
CON

lação
pa 4 Are ” ' “ s e
1 “

per a relação de domínio e espoliação.


vertem, por um salto qualitativo, de força em fraqueza. Chega então o ocaso,
ou frequentemente a ruptura e derrocada. de magjestosas potências imperiai
0. A tecnologia como instrumento de dominação que. no passado, perduraram por séculos, nenhum dos quais porém deixou da
O desnível no avanço técnico das diversas sociedades em cada épocaretra- conhecer a Nêmesis do enfraquecimento e extinção.
ta um fato histórico imemorial. Explica-se parcialmente por causas objetivas, A expansão da conquista impõe o progresso das técnicas de subjugação po-
lítica. mediante forme icazes de admiraçãoe exaustão de recursos, das téc-
por exemploa desigual distribuição geográfica dos recursos naturais. Mas este
motivo de base, quando analisadocriticamente. vê- nicas de transportes, luta armada, comunicação, o que vem a ser, em conjunto,
relegado a um plano se-
cundário pela ação de outros fatores a ele uperpostos, relativizando-lhe a im- o progresso do sistema imperialista enquanto técnice global de . dominação.
OE o

A nação arvorada em cabeça de uma formação impé rial tem necessidade de m


1º » Ce SS É » » €-
y pr, às À

portância, e convertendo um fatonatural em fato social. Daí à dominaçãoexer-


o

cida. quase com o caráter de fenômeno histórico constante. por alguns povos lhorar constantemente ua tecnologia de exploração da natureza e do trabalh
sobre outros. Apelar-se para a relativa permanência dessa relação espoliativa dos povos vencidos, sob a pena de declinare sucumbir. Nada de surpreenden-
com o intuito de inocentá-la ou conferir-lhe o estatuto de calamidade natural te. portanto, em que 0 florescimento datecnologia tenha porsede a área histo-
não revela um raciocínio válido, porque, tratando-se de uma ituação histórica, ricamente dominante em cada época. Aí se acumulam as produções da ciência.
não tem a garantia de um dever-ser absoluto. antes de tudo indica que o pró- para aí emigram os sábios do mundointeiro e aí se acham os recursos de for-
prio curso do desenvolvimento tecnológico, por seu efeito estimulante da cons- ca de trabalho necessários para a produção mais qualificada e volumosa, pos
í ;
em cada fase istó
histórica. assasem.
A passagem, modernos.
já nos temposs mo l ao I período
ciência dos povc sível
periféricos, contribuirá para apressar
I a chegada dos tempo
E I serviço da ociedade novas e extremamente pode-
em que desaparecerá o fenômeno do desnível. Chegará a época na qual a valo- da produção fabril, pondo a
rosas energia naturais motrize não alterou o quadro consuetudinário, ainda
ração dos povos se medirá por outros índices, independentes do simples peso do
progresso tecnológico entendido nos aspectc atuais, permitindo a equiparação hoje existente. Tratando-se porém de um processo de desenvolvimento social.
das
dos que agora se acham escalonados em degraus superpostos. Alguns povo cujas leis são dialéticas, sabemos não perdurarindefinidamente aessência
m 05
valendo-se de circunstâncias materiais e econômica propícias, apreendidas pe- situações anteriores. Mesmo quando em muitos traços ainda se conserve
la consciência de seus grupos dirigentes, aproveitaram-se de oportunidades a aspectos das velhas relações de supremacia, estas manifestam sua Ena
eles abertas e dispuseram-se a travarlutas de dominação, chegandoa conquis- dee futuro perecimento no próprio exercício dos atos pelos quais realizam canto
tar vastas áreas de influência, Assim ativamente a transformação do mundo. Tal acontece porque o processo não se
irgiram ao longo dos tempos os impérios
de cada época, dos quais a reconstituição histórica não passa de velado necro- resume no conteúdo material, mas nele intervém a atuação da consciência dos
lógio. Nada há de transcendental, de fatal. de “destino”. nem muito menos de povos. Por isso, sob a aparência de durabilidade do imperialismo tradicional,
“anímico”, na força que impulsionou as primeiras tribos conquistadoras, e ain- variável apenas nas modalidades de ação e no povo que detém PR
da hoje move as potências às quais se dá o adjetivo correlato de “imperialis- menteo títulode nação reitora, o queainteligência desejosa deatingir a essen-
dialógica da neracão da nesação: Um
tas Se as condições materiais permitiram a um grupo tribal sobrepujar, em cia do processo tem de perceber éá a lei* dialética da negação da negação. Ui
luta às vezes incerta, os adversários. chegandoa subjugá-los, foi possível, em istema imperial começa a decair no dia em que = instala no poder e começa
dada cir “unstância que esse processo se este nd *sse à Outros grupos étnicos. a pôr em ação os seus desígnios espoliativos. A façanha de conquistar o cent
ubmetendo-os ao mesmocentro de comando político. Quando tal acontece, e de comando. de onde expandirá a ação dominadora, deve-se à falência do sis-
contradiçõ e
tema de forças anterior e à inauguração de outra composição dk
” 1” » se Bon "4
ns a .
| 200 | | 261 |
MU] EIiatA DIESIy internas na sociedade, gerando um paralelogramo cuja resultante favoreceu naro ritmo de ibstituição qualitativaç o que representa novo cielo no proces-
.
por motivos materiais os personagens ou grupos que arrebata-
bem definido so da evolução tecnológica. No passado, a baixa produtividade das energias s
rum 0 bastão. Mas, devendoavitória justamente a um novo conjunto de con- eriadoras socialmente disponíveis impunha, como único recurso de mudança v
oa
tradições, não fazem outracoisa senão transferir parasi o germeda derrota ntão possível. o acréscimo quantitativo do poder de produção. Valia mais a
que

2p
infligiramaos antecessores. Nãose altera a essência do processo, muito ao con- pena adquirir ou caçar um novo escravo do que inventar diverso procedimen-

oLrs28:
trário. Os recém-empossados dominadores pelo fato de vencer num prélio to técnico, um maquinismo mais aperfeiçoado ou descobrir uma fonte original
de-
umano estão decretando a própria derrocada, em prazo imprevisível, mas de energia. Tal é o motivo pelo qual a sociedade grega antiga dlesinedrenaniunno
fa-
tal, À consciência ingênua, conforme era de esperar, continuará a proclama das invenções de aparelhos hidráulicos ou movidos a vapor, eriados por Cresíbio
rter
de haver sempre povos dirigentes e dirigidos. nações superiores e inferiores ou Heron de Alexandria. Diz a este propósito o arqueólogo inglês Gordon
.
porque não sabetirar outra conclusãoda realidadevisível do decurso da histó- Childe: “A incapacidade de explorar eficientemente as invenções criadas pela
ria interpretado pela razão formal. ciênciafoi consequência da estrutura da sociedade helenística e das contradi-
Parece-nos quase desnecessário indicar o caráter comoventemente pueril ções de sua economia” (What Happened in History. Penguin Book 1954.
dessa concepção. pois supõe encerrado conosco o curso do processo histórico. p. 253). Agora, porém, estamos nafase em que à produçãodo centro metropo-
Admite queas “leis” do passado serão as mesmas do futuro. no conceito q - a ici da od UR a) E bai RE
de conservar 0 RREO de PPrDanI "uLo
cresciment se-
imperi- litano não restam outras perspectiva
ã GRSA e qo fo A A dia e da
Lo, impressionista, e de fato empre reflexo de interesse pessoai ou de grupo não apelandopela substituição qualitativa da tecnologia. E este fenômeno q
que a consciência simplista tem a respeito delas. Rue ais ada Re RUA a ui
Faz-se mister com- a con 'iência simplória observa nas áreas hegemônicas e rotula candidament
preender que a prolongada posse do instrume
ntos tecnológicos, que até aqui de u“explosão Bi NT
a tecnológica”. ra CA Se
Nãopercebe E
tratar-se scbqsário n nO ur
de um fato necessário
foi invariavelmente o verdadeiro centro do poder dos povos imperiais. começa o do processo histórico, em virtude do esgotamento de umciclo do progresso
a desempenhar agora o papel oposto ao exercido desde as primeiras da tecnologia, o de prevalência quantitativa, e da abertura deoutro, onde a dis-
lutas en-
tre tribos disputantes dos melhores territórios de caça. Tal como naquelas prís- puta pelotroféu da dominação e o incremento do processo tecnológico têm d
ás ' a N - » ., , "paes “a a 2 hr de

tinas eras, a dominação é sempre determinada por um motivo econômico, fazer-se por via da melhora qualitativa da produção, frequentemente em for
e por
isso toda manifestação dela, principalmente a política, exprime o afã madesaltos espetaculares, conforme o recente aproveitamento da energia mu-
de captura
de recursos. com o fim de garantir o prolongamento do poderio
do centro me- clear, A racionalidade dessa transição é inerente à curva histórica, o que des-
tropolitano, Sendo esta à finalidade. o instrumento manejado consiste mancha os efeitos impressionist da montagem ideológica que. sob o nome de
na téc

=
mica conhecida no momento. Quando esta era pobre e de baixo rendime “explosãotecnológica”, a consciência atônita e basbaquede baixa estatura ten-
nto, por
exemplo a força muscular dos escravos. tudo quanto o centro de poderti ta impingir aos transeuntes desprevenidos.
nha a
luzer era capturar maior número debestas humanas. uma vez que esta A situação de preponderância da tecnologia de expansão quantitativa era
consti-
tula a única forma de expandir em quantidade a técnica, e portanto contudo contraditória. porque ao aumentar a força de trabalho escravo subju-
a rentabi-
lidade das forças produtivas da época. Um novo escravoa serviço do domina- gada com o propósito de melhorar a técnica, a saber, dar-lhe maior compras
dor nãosignificava mudança qualitativa na técnicado tempo, mas represen to, o dominador engenha ra e mantinha um freio que exatamente iria impedir
tavaa
única forma de expansão té nológica então possível, a quantitativa. A análise por longos séculos a expansão da técnica produtiva mais favorável e vendosa,
dialética mostra-no por conseguinte que nem sempre a evolução da a de natureza qualitativa. Porisso os regimesescravista e feudal, e em grande
tecnologia
se [ez por substituições qualitativas. Este caso ocorre mesmo rarame parte as primeiras fases do regimedo trabalho assalariado retardaram o adven-
nte nas
formações de baixo nível de desenvolvimento produtivo e vai ganhando impor- to da época da produção subordinada a uma tecnologia de rápida mudança,
tância progressivamente maior à medida que se ampliam as forças da produ- que somente de háÀ pouco
Do is de um século
mais É ra cá
para ve preponderand
cá vem e rando, Claro
ção. Porisso. para entender o curso do processoexige-se a constante referênci stá quena história, emsuarealidade de processo objetivo, não há cireulos vi-
a
da taxa de progresso tecnológico às condições históricas da produção em i 1
int por 1sso aca dasrn massas narra ve dy
ade nc escravas ziu à cupius
cada CIOsSos, foi que a acumulação conduziu a ru] tu
epoca. Só nos tempos modernos entram na fase em que começa a predomi- :
ra do sistema :
antigo RT
e sua substituição. Por Ep
Dri longos séculos o processo idutie
tir edi produ
| 209 |
| 262
subjugados é possi-

eiDoOjUUIIT
vo escravista da Antiguidade permaneceu no essencial dentro do mesmo esque- No processo de eriação da com ciência de si nos povos
mm,

e em que a passividade “O alraso


ma, com numerosos deslocamentos do centro imperial e muito limitadas trans- vel distinguir dois momentos. Primeiro. aquel
nos nros metropolitanos se fazia
das áreas marginais era total, e unicamente
wst>

formações qualitativas da tecnologia. aproveitada no papel de instrumento de


caso à dominação imperial somen-

ap
dominação. À época contemporânea, entretanto, parece mostrar sinais de estar- o progresso das técnicas produtivas. Em tal
a

órios de caça, para dele

otis2007
mos chegando não aofim de algumimperialismo particular, mas ao fim de to- te precisava obter a quietude, a estagnação dos territ
=

ias-primas industriais necessárias a


V.1

dos os imperialismos, e comisso à passagem a nova etapa da organização de extrair os recursos alimentícios e as matér
nas cada vez mais poderosas
convivência humana, emescala agora universal. O fato que exprime de modoex- fim de nutrir sua população crescente e as máqui

O
cindível, sob regime colonial de-
celente essa pronunciada transformação reside no surgimento da consciência de que inventavam. O domínio político era impres
armada, para obter o trân-
st ma massa total da humanidade explorada, reflexo das condições materiais. clarado ouvelado, b eado na correspondente força
as dos povos que delas não sa-
económicas. nas quais objetivamentese processa a exploração. Mas se as reivin- itolivre e a desembaraçadapilhagem de riquez
va portanto explorar, por exemplo. o
dicações políticas, os reclamos de autonomia cultural são os indícios subjetivos biam ainda fazer qualquer uso. Basta
em troca de irr órios royalties
do estado de coisas objetivo, o fator que condicionou a aceleração da mudança petróleo de áreas miseráveis da humanidade,
ando os primeiros latifundiá-
na percepção do mundo por parte dos povos até agora marginalizados foi a exi- comooutrora levava o açúcar das colônias enfeit
política “os chamados pensa-
gôncia de aumento de rendimentodas técnicas, sentida pelos centros metropoli- rios com miçangas. Era universal, entre à elites
páramos civilizados a suposição
:
foros a consequente nec idade de maior captação de recursos retirados das dores sociais e mesmooscientistas naturais dos
pare empre sem pert urba-
aveas adicionais de exploração colonial. Porisso, a consciência despreparada que de que tal estado econômico paradisíaco duraria
domínios coloniais “de direito” era um
ienora a relação entre o fato da exploraçãoe a consciência do explorado mostra- ções. A existência dee ados com vastos
não despertava qualquer ob-
se perplexa diante da alteração que vê ocorrer no ânimo, na compreensão e no fato normal na concepçãopolítica do século XIX,
stas e empresários da época, que
comportamento dos povos subdesenvolvidos. Com otípico formalismo detoda jeção ou inquietude na mentalidade dos estadi
destinada portanto a perdurar in-
visão especulativa. isola um determinado componente do processohistórico e, julgavam invariável e legítima essasituação,
criminosa qualquertentativa de
| significa, atribui-lhe a responsabi-
sem sequer saber corretamente o que dever: definidamente, sendo ao contrário estranha e
não era o objeto de discussão. por
rindo pela mudança dasituação emcurso não conhecendo significado da téc- contestá-la ou de aboli-la. Se o colonialismo
apenas o problema da expan-
mica no processo de hominização. do qual os acontecimentos atuais e passados ser admitido na qualidade de fato natu al, havia
Estados colonizadores, arrastados
são apenas conteúdos de fases normais sucessivas, atribui à tecnologia o papel são das áreas dependentes adjudicadas pelos
presa colonial. Já então os
de um daimon caprichoso. ora benfazejo. ora daninho, exterior ao pie do de- a compreensíveis lutas entre si para a divisão da
de justificar o regime,
anaaesmile
históri a human
vento dada históri
senvolvimento nele interv
a s
intarvindo episod:icamente com efeito ideólogos dos centros metropolitanos se encarregavam
s espíritos inquietos quanto à
imprevisíveis ou dificilmente regulados. Quando, conforme acontece na época esforçando-se por dissipar os temores de algun
vários e astuciosos sofisma com
wtual. à tecnologia se revela ambivalente, sendo ao mesmo tempoo esteio e a ar- duração da dominação, most “ando mediante
colonizadores, a impossibilidade de
muda dominação, na mão do senhor, e a esperança de liberdade e o instrumen- queficavam satisfeitos os grupos dirigentes
subjugação perpétua porserem
to para consegui-la, na mão doescravo, a revelação desta duplicidade fere. co- revolta dos “povos de cor”, predestinados à
, de inteligência. raça, hábi-
mo uma aberração. os princípios mais sól los do pensar formal, não encontra ex- portadores de incuráveis inferioridades congênitas
ião tribal, doença
plicação. torna impossível configurar qualquer conceito lógico da tecnologiae le- tos. crenças. organização social primitiva, desun
ça, ete., é pelas condiçõe
da a crer na intervenção de agentes anímicos irracionais. Para lutar contraeles divergência de línguas. falta de iniciativa. pregui
s desqualificados, e mil outros
há quem proponharecorrer ou à influência de poderosostalismãs exorcizadores, meio geográfico. calortropical, alimentos nativo
ter ística da ética do apogeu do
atualmentedistribuídos pelo mundo todosobas mil formas de publicidade ideo- motivos mais. Significava esta concepção, carac
a maioria da humanidade à con-
lógica, ou, quando o recurso psicológicose mostra insuficiente, à outra possibi- colonialismo clássico, a condenação da imens
imperiais. las o incremento do
lidade. o emprego da coação material, do subornodas elites econômicas ou da dição de presa natural das nações civilizadas
poles e a necessidade de au-
intelectualidade nativa ao bombardeio maciço das populações civis. poder proporcionado poressa situação às metró
| 204 | | 205 |
VIUT] PIraIA CIPAIY mentar a penetração nas áreas atrasadas formaram obrigatória a instalação ne-
Já concebe a realidade, o que significa uma mudança qualitativa radical, mas,

viZojou231
las de alguns estabelecimentos para a preparação inicial das matéria primas. por compreensível debilidade, inerente aos primeiros passos, entrega-se, dire-
visando principalmente a baratear o transporte e a facilitar-lhes o aproveita- tamente ou por intervenção de transmissores nativos, à direção de outra cons-
mento no centro industrial. Foi preciso para isso não só “mostrar” ao nativo
iência, estranha, estrangeira. existente ela sim, em condições parasi. Deixa-

2>p
o que era técnica adiantada, embora em aspectos parciais e elementares, ensi-
conduzir pelo outro para os fins que este tem em vista. Tal é o estado da cons-

otr=2m
nando-lhes os rudimentos das operações tecnológicas. mas ainda impora exi- ciência do país subdesenvolvido quando emerge doletargooriginal. Entrega-se
gência de associar alguns trabalhadores locai e logo a seguir alguns “técni- às vezes à direção de caudilhos ou condutores iluminados, ou cede facilmente
cos”, à exploração pela empresa colonial. A irrecusável infiltra ção da tecnolo- sedução de pensadores, teóricos e técnicos, que a fascinam coma melodias
à
gia na gente da terrafoi o venenodestruidor do sistema inteiro. com 0 qual não da “ciência” estrangeira, especialmente compostas para a “alentá-la. Encontra-
contava o colonizador. Aoter de partilhar, embora na proporção mínimapossi- mos aqui uma forma de alienação que é imperioso revelare combates, porque
vel e nas tarefas mais simples
e de menores reclamos intelectuai a tecnologia, pode ser confundida com a manifestação da consciência para si. O equivoco sus
de que era titular, com o aborígines, de quem só queria o trabalho pesado, a premamenteperigoso dessa manobrapolítica consiste em [azer crer que o sur-
boca muda e o mercado comprador. na crença de que isso significava cabeça gimento da consciência esclarecida pode ocorrer por obra do outro. e por isso
vazia, o patrão imperial desencadeou involuntariamente um processo de mu- deveser planejada naturalmente para esse outro, que a leva pela mão. Portrás
dança qualitativa, no momento apenas de início. porém do qual se pode desde dosuposto benefício prestado pelo outro, o que existe com função prrbeprlananas
já predizer ter caráter irreversível. Chega-se assim ao segundo momento do dora são as transformações em cursonarealidade objetiva do país colonial, em
processo de despertar da consciência de si nos povos periféricos. Começandoa virtude da expansão de suas forças endógenas, as quais. embora não discermi-
compreender os presságios contidos nesse fenômeno. o dominador percebe que das comclareza, são já bastante poderosas para não permitirem a continuação
a tecnologia, tão louvada enquanto lhe emprestava com exclusividade o presti- do estadopassivo em si do pensamento das massas, obrigando-as a sair do tor-
gio de que se orgulhava e a força que manejava, torna-se agora a arma mais por milenar. Mas tal espécie de pensamento, ndo ainda um reflexo do pensar
diretamente apontada contraele. Daí o projeto da metrópole visando a tomar alheio, o do filósofo, do político, do economista, do historiador ou do técnico
urgentes medidas para fabricar e regular a consciência resultante da posse da que reverberam os interesses alienígenas, faz as massas do país subdesenvolvido
tecnologia pelas nações espoliadas. introverterem em si umarealidade que não é a sua e leva-as a viverem existen-
Mas o efeito desta estratégia consistirá unicamente no estabelecimento no cial e culturalmente em função de um conteúdo alienado. Uma observação de
processo evolutivo da consciência nacional em ascensão de um momento inter- decisiva importânciaparaesclarecera noçãodealienação parece-nosa: eguin-
mediário, ao qual temos dado o nome de “consciência para o outro”. Entre 0 te: à alienação não consiste na apropriação, pela consciência do indivíduo eru-
estado inicial, imemorial., de consciência em si. simples “coisa” ou objeto sem dito ou pela'consciência daclasse dirigente do país subdesenvolvido, dos e
legítima representação do próprio mundo, e o estadofinal. o da consciência para alheios, mas na apropriaçãodos fins alheios. que são sempre legítimos e váli-
si, capaz de perceberarealidade e conceber autonomamente o projeto de trans- ;
dos para a consciência do outro, porque representam os inter es deste, liga-
formá-la em seu favor, verifica-se agora haver umafase intermédia, a de “cons- dos à suavisão do mundo. A consciência do país subdesenvolvido em emergéên-
ciência para o outro”. Não nos sobra espaço para discorrer aqui sobre esse de-
cia atravessa portanto uma fase intermediária de alienação. talvez inevitável
cisivo segmento do curso da percepção da realidade pelo pensamento racional.
mas fatalmentetransitória, a da apropriação dos fins estrangeiros quando de-
Basta dizer representar uma fase em que a consciência já despertou mas não veria valer-se simplesmente dos meios técnicos, pertencentes no processo da ci-
me

vilização em geral. fase da qual passará, pelo ímpeto ine corável do movimen-
1 .
encontra condições para passar diretamente do estado em i para oestado pa-
ra si, Descobrindo seu poder de ação sobre o mundo. as possibilidades de
intervenção no desenrolar da história, a consciência das massas do país em ini-
fase intercalada assinala um dadoespecífico da realidade do país subdesenvol-
cio de desenvolvimento, nos primórdios dalibertação mostra-se desnorteada e . ai
cd um dia
SR surgir PR oconsciência
a autêntica
rarÓDá da nação
nda Ê raio par
vido. Ameaçado de ver
ainda incapaz de se dirigir por si mesma, de pensar por si um projeto para si, i i
o centro de poder imp rial '
recorre àà suprema
rial recorre artimanha
“ de ajapres-
de
manipulada,
[207 |
[206|

eIFOjON9IT
de
» em promover o né imento de uma forma de consciência, apesar de tu- 11. À tecnologia como patrimônio da humanida
ar meras a

suar

do mais lata, nas massas submissas, antes que estas o façam por conta própria. de primordial impor-
O centro dirigente sabe que a consciência nascente, nessas condições de mun- A reflexão filosófica tem neste assunto um significado
r geral, convémdizer que não
tância. A título de observaçãoinicial, e de caráte

2p otaano) O
do, será a dotipo “para o outro”, ouseja, para ele, e por issose antecipa em gnadas com um vulgar pro-
regular a descapsulação do desenvolvimento cultural pela ação de seus emissá- tem cabimento confundir as observações aqui consi
do problema da essência da tec-
selitismopolítico. Evidentemente, a discussão
rios. Esta fase interposta não foi ainda assinalada na literatura filosófica me- sob pena de mostrar-se
tropolitana, porque, conforme bem se compreende, na área superior a cons- nologia tem de revelara faceta política quelhe é inerente.
nos desvi ando de nossa linha de
clencia passa diretamente do em si ao para si. Só no país periférico, subdesen- lacunar ou fals . Nãojulgamos portanto estar
indaga ros aspectos econômicos e po-
análise. quando nos encaminhamos para
volvido, dominado, sem soberania, infiltrado pelofascínio cultural e pela dire-
pois um dos fatos objetivos da nos-
líticos da técnica identificada à tecnologia,
cão econômica dos grandes centros metropolitanos ocorre a fase intermediária “ste concei
cc para os
to pare
rme mostr
'orme
revela-se. confo ação deste
utilizaçe
treamos,» nana utiliz
(
sa época
teste linhas referida. a traz preciosa contri=
Usar a tecnologia como instrumento para criar uma mentalidade tecnológica fins ideológicos aqui denunciados. À filosofia da técnic
não constitui um produto
que lhe seja conveniente, a saber, inócua para os seus interesses econômicos, e
buição aoesclarecimento da questão. A tecnologia
ter nascimento nos centros
consequentemente políticos, tal é agora a única possibilidade restante em mãos cultural que por um insondável direito só possa
da. levaria a supor a ausencia
mais adiantados. Tal concepção, para ser admiti
do centro imperial. E dela se vale com a máximainteligência. A tecnologia tor-
as mais primitivas, o que já dis-
da técnica nas sociedades menos evoluídas, até
na-se então o principal ingrediente com que o dominador irá compor a con
uma sociedade de seres sufi-
ciência “para o outro” das massas subjugadas. O procedimento prático para semos configura uma tese inaceitável, pois nenh
as correspondentes ao estado
chegar a este fim apresenta-se mais complexo. Faz-se preciso, em primeiro lu- cientemente hominizados poderia existir sem técnic
o se diz que os povos
gar, e com o sentido de medida geral, valorizar a personalidade do técnico e
de crescimento de suas forças produtivas. Logo, quand Puto
: da osa rigor enunc jsiando uma
SR
subdesenvolvidos carecem de tecnologia, estam
enaltecer o papel progressista da tecnologia. Contando com a passividade da
uem ainda a tecnologia avan-
dade. Queremos unicamente dizer que não poss
consciência colonial, naturalmente receptiva. e mais propensa ao maravilha- id: de em
anida
sso dadi human
:
ada momento
ra cad
F , para« rogresso
do progre
mento e à admiração do que à indagaçãocrítica, não corre orisco de ver de cada, pela qual se define
salÉ de desenvolviratmentooda
conjunto, a fase mai: adiantada do processo univer
mascaradooestratagemaaplicado nem contestados os seus propósitos, porque físicas. Nemhá razões ló-
os apóia nos diminutos benefícios reais que, mesmo em forma de sujeição e utilização do conhecimento do emprego das energias
ada com prioridade por um
gicas quejustifiquem a necessidade de ela ser cultiv
alienação, não deixam de ser oferecidos pelo relativo avanço técnico em curso
deser aquele quea inventor ou
grupo metropolitano, implesmente pela razão
no país pobre. Em segundolugar, impõe-se ao dominador discriminar, entre as ento, inclusive fazê-la E
tem condições deutilizá-la com o máximoderendim
imúmeras variedades de técnica aquelas que devem ser exportadas, uma vez
sua natureza a ação técnica é
que da execução de umplanocorreto a este respeito depende a duraçãoda in- produzir-se em novas criações. Em virtude da
tado de propriedade de alguém, de
pa ível de difusão. Não se conserva noes
Huência, Explica-se assim a torrencial invasão de agentes estrangeiros comi é Tem,
geral.
omem em B
Ser do hon
algum grupo social "que
i , porqu es
e espel haé um modo de » ser
sionados para inspecionar 0 estado do território ocupado e transmitir ao cen-
uerparte e realmente assim sempre
de direito, possi ilidade de surgir em qualq
tro diretor as informações necessári para escolher o modo de ministrar a tec-
subsistir, qualquer queseja
aconteceu. porquanto não há sociedade que possa
nologia transplantada. Daí recorrer a potência hegemônica a duas noções fal- que criou e sustentam à ação do
seu nível de desenvolvimento, sem as técnicas
bits confundidoras: uma, a de que a tecnologia consubstancia um bemaser existentes. Pransmite
homem sobre a natureza nas condições produtivas
adquirido pelo país atrasado, pagando caro por ele, se quiser progredir; outra.
toda a humanidade por exigência interna. Se na prática estabelece-se 0 hábito
wu de que a tecnologia é produtoexclusivo da região dominante, e só aí pode ter essa suposição explica-se pe-
de dizer que a técnica surge nas áreas avançadas.
origem. Para desmascarar estes dois sofismas torna-se necessário mostrar que
identificar a técnica, enquanto tal.
la confusão, nela implícita, que consiste em
u tecnologia, ao contrário da insinuação paralisadora, corresponde a um patri- ; amen to maimais desenv cada épo-
em cada
lvidas.s em
desenvoolvida €j
com a tecnologiaE das áreas economicam ente
mónio da humanidade.
poem

=
[208|

esnjouo2] 2P eiras 23
des d de um de-
irr mper“ as manifi estações
am a irro
maioria dos povos atrasados, venh
ria a ao da
pararia
OIE] Estar4 VIFAIY
ca, Com isso, a consciência cai no erro de julgar que as sociedades atrasad:
que “Le se equiipara
rapii damente
não têmtécnica ou não a podem engendrar. O surtotecnológico das regiõesri- senvolvimento material e intelectual
cas de cada época não foi motivado por nenhuma lei da história, mas resume áreas chamadas superiores. E ; E Í Er AdeS
utiva humana, racionalizada em
Sendo a técnica a forma da ação prod né
o dado circunstancial de que a desigualdade do poder econômico e da expan- ades
ieda corpos osee das
des dosdos corp forças na-
das forças
i ento das propried
tude de obedecer ao conhecim
são cultural entre as sociedades humanas institui condições objetivas capazes o relacionar-
contém nenhuma nota indicand

u
de afogar o gênio eriador dos indivíduos de outros grupos étnicos. Retira-lhes turais. no conceito dela não se ; E E dadeo, O conc sd
et
exce peio naii de indi
“mdi vídu
vídu os
os isolados. Ao contrári
isolé
com qualidad i esG epi
ae a Ra DR RA DR
efetivamente o direito de acesso aos bens do sabere da produção, pertencentes : espé cie. Sua h
da técniica
Ja técn ser. por necessidade, patrimônio da
s ra que deve ser,
cs most
ao patrimônio dacivilização, de que necessitariampara verem reconhecidos pe- construtA ivas com$ uns.
consiste
“ão consi
ção homens na realização das ações
lig
ste ememligar«
los mais adiantados com o caráter de técnica os produtos da invenção de seus iras ou dir
definição, não conhece barre
nos
Ce arro

Constitui um bem humano que, por


RS a =
o

sábios e grandes empreendedores. À ideologia do colonialismo usa neste parti- ave ia antel ia À téc
a de
ário dele éleEa humanidade inteira.
cular do ardil de revestir comas insígnias de lei da história o que não passa de de; propriedade, porque 0 único propriet DANI Berti quaisss indi-
mm
nie identificada à ação do hom em sobre o mundo, não discrimina
simples contingência de fato. Para isso, um dos recursos obrigatórios graças aos o modo ps pelo
com exclusão dos outros. Sendo
quais a consciência do dominador se impõe — na verdade se defende — é igno- víduos dela se devem apossar, respeit oa
humanização. diz
qual se reali e mede o avanço do processo de
rar as descobertas científicas, embora de caráter empírico, realizadas pelas so- milenar, po-
alien ação historicamente real e
il
ciedades menos desenvolvid: assim como o valor das técnicas práticas pelas totalidade da espécie. Só por uma apanágio di
do de
expli "ável. se conserva no esta
quais alcançam o relativo controle das condições naturais onde vivem. Outro rém emessência transitória é
gualdade relat
de outros. À desins
ng] alr ça3
iv:
Iv: A ci-

is, em detrimento
r
aleu ns grup os socia a ER Da + Alnos ificação
“curso de grande efeito está em rebaixar ao plano do folelore a invenção ar- guns 8
da técnica. dando origemà elass ificaçi
tística, por exemplo a obra de artesanato dos povos colonizados, valorizando-
dental e efêmera afeta a compreensão
« E
iores. a
Fal d
modalidades inferiores e 'super
a

dos procedimentos te cnológicos em aç


nde às distinções de fato na valor
a pelo aspecto do exotismo, e atualmente até mostrando-se encantada com es- K € a Ori q

logiccamente injustificável, correspo


. . a so -
A

, logi
á

são,
,

visão
sa arte “primitiva”. adotada para fins de requintado ornamento pelo “esno-
, que, por sua vez, refletem diferenças
bismo” das classes altas metropolitanas. Sob o d arce da benevolente admi- d é modalidades sociais do trabalho
anos no conjunto da humani-
entre os grau f de humanização dos grupos hum
ração generosamente concedida pelos poderosos à inteligência e ao bomgosto x
sta por minor poderos: sas
cantescas
gia
dade. em virtude da espoliação impo
dos nativos, e que estes, com plena simploriedade, recebem satisfeitos e envai-
es tacionados na posse das técnicas
atrasadas,
decidos, oculta-se a necessidade de reforçara barreira cultural que, eventual- massas trabalhadoras. Os povos icas. su-
: es arcaic:
s arca
TIAS modali
1 as unii camente » nas dad
alii

mente rompida, daria aos povos atrasados o reconhecimentopara si de sua ca- ou seja efetuando ações produtiv
REa, formam
de cada époc
científicos adiantade
pacidade criadora em qualquer domínio técnico. A arte e os produtos dearte- peradas pelos conhecimentos
o multidões de seres
Suas massa aparecem com
sunato que os povos pobres elaboram não exigem menostirocínio tecnológico, ainda a maioria da espécie,
) na o p tem
Ç o, l o a inda
tend
Ú ESSO
do p MrOC h pnuinizaçã
St Ê de Ho
leg aus
105 degr aus io e
Í *Pror
inter
d js nos
menos capacidade de pensamento racional do que as portentosas invenções l il
m ob aci
sockal do hom
ia soci
ncia q d
mm. que
Er em. o desea
nvol-
i ssênc
e da essê
científicas da ciência moderna e suas aplicações industriais. A diferença con- conquistado par asii a plenitud es, às
superior
r. Mas o caráter das técnicas
siste em rem feitos em outra ba e, exígua de conhecimentos materiais, con- imento da cultura permite obte
uant ão poderosos
s em escala univer al porq
= € o
1 + 2

existentes. impõe a difusão dela


Pas £
se =

forme era de esperar, pois o saber científico e a posse das máquinas fabris por o. Deparamo-nos
W trumentos para capturar
O máximo rendimento É inanceir
definição foram negados aos povos dependentes, ou lhes são concedidc em icooe os interesses
ão entre a natureza do fato tecnológ
doses racionadas, devidamente empacotados num envoltório ideológico. ocul- aqui com uma contradiç
orporar as
+
s que o exploram.
imperioso cada vez mais inc
dos grupos regente
tador da própria situação na qual vivem. ao mesmotempo não os deixando g lho relativamente
m de traba
riado exter no” aà for
aetarno? formas
escapar ao controle de um desenvolvimento autorizado. Contudo, a capacida- massas do chamado “proletastari
SAQUE mero:
Pen-
s criar um razoável
a ad
“me de
ic q. sob pena não se
* não
de de produzir sua arte imemorial indica claramente que basta cessarem os uperiores na es “ala tecnológ
Óeie
Ei
umir Os produtos diretamente Expor-
para cons
obstáculos objetivos. materializados no privilégio cultural e econômico doco- do interno no país dependente
fabric ados no local
retamente exportados. isto é.
lonizador. para que por toda parte, na verdadeira humanidade, identificada à tados das metrópole ou indi
|2 0|

[271 |
por empresas estrangeiras, que arrecadamo sob amil disfaros
OLA RAISIA OJPATY volvimento por via alienada cultivem religiosamente a crença mas vara a

Vo j07>>1
financeiros. O tri-
buto da servidão econômica do vassalo subdesenvolvido.
brenaturais da tecnologia. Para conquistá-la justifica-se qualquer menticio:
Um único objetivo importa considerar: elevar o país. mediante a tecnologia, à
12. A exportação da tecnologia situação de mimese da área metropolitana, processo a que os teóricos indige-

nas da alienação dão o nome de “desenvolvimento nacional”,


Por motivo da contradição acima indicada, a tecnologia, que deveria serpa-
Mas. se por um ladonisso consiste 0 enredo da peça que tem por palco a
trimônio do dominador, tem de serestendida às massas exteriores, pois do con-
mentalidade dos grupos dirigentes, não é menos verdade que, por nie
trário esgota-se rapidamente suavirtude de tornar-se fonte de lucros. Ma
no pensamento das massa trabalhadoras ocorre um processo diferente. a
ampliação obriga ao consumo dos bens técnica por parte de contingentes huma-
bémelas querem incorporar-se aotipo deexistência reveladapelas Hermano im-
nos não pertencentes aocírculo nacional queos produziu, mas estão desejosos de
consumi-los, imitando, com todo o direito. 0 figurantes da área metropolitana, portadas, e de que tomam conhecimento. Tem lugar aqui uma contradição entre
os interesses das massas do país pobre e os de seus grupos sociais superiores,
Ora, o consumo de um bem de procedência estrangeira leva o consumidor a de-
sejar incorporar-se ao mundo onde se exerce naturalmente o tipo de é
que comfacilidade confeccionam para si um padrãode vida particular igual ao
ão hu-
de seus homólogos da região metropolitana, ao absorverem os produtos técnicos,

=
mana realizadora dos produtos dos quais aspira apropriar-se. À princípio o gesto
direta ou indiretamente importados. À eles porémnão convém que parcelas ca-
de manducação do produto técnico alheio, imitando a do totem dos primitivos
acrifícios tribais, desperta a consciência do homem das áreas subjugadas. mas da vez mais numerosas da população abandonem a posição de compradores
não lhe infunde senão aquela modalidadeintermediária que chamamos “cons-
num mercado regulado. posição representativa do estado que lhes foi destina-
isso
ciência para o outro”. Delineia-se assim o período no qual governantes e clas- do, e se proponhama “fantasia” de erigir-se empos: uidoras, e mais do que

ses médias do país atrasado, deslumbrados com o diminuto progresso alcança-


eminventoras, da tecnologia, colocadaexclusivamentea serviço delas e sob seu
do. conduzidos por mão estranha, aparentemente generosa, invocam a urgên- controle. Este conflito inevitável tem de resolver-se sempre a favordas finali-
dades do povo, emvirtude dalei dialética da totalidade dofato social. O habi
cia do recebimento da tecnologia, efetivamente indispensável. Porém. porfalta
de pensamentocrítico, aceitam sob qualquer condição a quelhes foi oferecida,
tante da região atrasada não pode adquirir um bem representativo de um grau
superior dé progresso sem que se aproprie, nesse mesmoato, pra "so val
não numa operação normal de aquisição de um produto no mercado, e sim ao
tural de que aquele bemtécnicorepresenta uma parcela. O psp de Be
custo da instalaçãoda fonteestrangeira datecnologia no território da naçãoin-
dade exprime a inter-relação de todos os elementos de uma definida entidade
digente. Os personagens proeminentes na condução política e intelectual do
nacional. A técnica corrente nesse: tema, ndo a manifestação do nível vi-

pm
país atrasado ignoram que atecnologia, excetuadas algumas formas extrema-
da
mente avançad gente de cultura, dos conhecimentos relativos à exploração da natureza e
pertencentes transitoriamente ao arsenal dos segredos mili-
trama de relações de exploração que impõe a outros povos. não pode ser apuie
tares ouindustriais das potências regentes, é na quase totalidade dos casos um
nementetransferida para o ambiente consumidor sem a alteração qualitativa
objeto de compra e venda, figura no mercado internacional. e pode ser adqui-
da condição humana daqueles que não se acham ligados por vínculos de rela-
rida numa transação em que o comprador, realmente dela necessitado, pode
cionamentopolítico ou deinteresse econômico ao fabricante externo.
exercer o direito de influir na formação do preço. Não sabendo disto, o círculo
o
Não há propriamente consumidore Todo consumidor descomprometid
dirigente da sociedadecolonizada, semprerestrita ao pequeno grupoprivilegiado
Lc
converte-se, por unidade dos contrários, DF
ário em produtor, ou seja,
- ou sua consciência
seja, sua
dominante, apressa-se emconsumiros produtos da tecnologia alheia e a fazer
tendea tornar-se sede do mesmo processo de desenvolvimento ocorrido na con
o veículo de distribuição deles no meio interno, pelas vantagens financeiras que
essa função lhe reserva e porquecria para si conveniente dignificação social. ciência metropolitana, especialmente imperial, e que esta desejava deimeRsa
exclusivamente parasi. Mas esse desejo, conforme dissemos. revela-se histori-
aparecendo ideologicamente no papel de grupo progressista, vivamente empe-
uma
camenteirrealizável. Ao converter em mercadoria o bem que é fruto de
nhado no desenvolvimento do país retardado. Possuindo uma mentalidade de
o domina-
(técnica e a traz em si, e ao exportá-lo, por necessidade econômica,
cunho mágico, não é de admirar que os mentores do planejamento do desen-
r
dor está entregando às massas externa dominadas um instrumento libertado
o
E-
-
OE não porque a “tecnologia” em si mesma, por virtude imanente, seja a criadora dução. Mas a caducidade efetiva em relação ao meio interno altamente desen
do salto revolucionário, mas porque oferece um fundamento antes inexistente volvido não significa total imprestabilidade. porque existe o recurso da exporta-
Wasõr 4

para a constituição da consciência para si do colonizado. cuja primeira mani- ção para os países atrasados. onde a maquinaria velha ou as técnicas superadas
lestação consiste em fazê-lo ver-se como tal. Encontramos neste ponto a origem podem adquirir vida nova, um acréscimo de vida. e portanto de valor, dado
CITA

da ingenuidade comum aocolonizadore ao colonizado ainda não possuidor da pelo estado de deficiência cultural e econômica do país receptor. Trata-se de
consciência parasi, que os leva ambos a exaltarem o papel libertador da téeni- uma modalidade peculiar de mais-valia, que se pode denominar “mais-vida”,
ea sua função na promoção do desenvolvimento e na superação das desigual- A máquinaou a técnica que, de outro modo, estariam votadas à inutilização no
dades históricas. sem saberem que entoam a mesma ladainha por motivos an- país desenvolvido podem ser exploradas com grandelucro para a área pobre,
tagônicos, nem por queisso acontece. O colonizadoracredita que a tecnologia que a recebe jubilosa, nelas vendo a técnica “nova”. e de fato para ela é, pois
vigorosamente medidaefiscalizada, exportada para sob não conseguiria jamais, até o dia em que for capaz de criar a tecnologia para
os rótulos de “auxílio” e si, ter acesso às formas modernas, vedadas pelo colonizador. Nunca o explora-
u elevarem o nível econômico de vida, e portanto a consumir
em os produtos da dorestrangeiro terá interesse em fabricar na região anexa o quecorresponde o

tecnologia adiantada, naturalmente mais caros e anteriormente inacessívei produto mais elevado de sua invenção. Se há privilégio de que jamais abrirá
eles, Para poderem comprar as mercadorias que penetram, ou são geradas por mão é o deinventar, de gerar a técnica. Só exporta ojá sabido. ojá usado, aqui-
mãos alheias, em seu espaço nacional precisam desenvolveraté certo ponto, bem lo que não pode mais dar lucro senãofuncionandono estado de sobrevida, por
calculado e vigilantemente controlado. seus recurs( próprios, o que terão de ter perdido a rentabilidade para o produtor central, O centro imperial retarda
fazer com o auxílio da técnica. 'specialmente dos maquinismos. agora até au- o quanto pode a exportaçãodo fabrico de bens. enquanto consegue enviar 0s
tomatizados. recebidos. Assim procedendo estão de fato desenvolvendo-se bens terminado restando ao país consumidor o trabalho de embalá-los. con-
pa-
cao dominador. Pelo menos é 0 que este espera venha a acontecer. À experiên- forme acontece com as substâncias recebidas pela indústria farmacêutica insta-
cia mostraser necessário dar um pouco mais para recolher muito mais.
Sendo lada no país subdesenvolvido. Os produtos das técnicas adiantadas. claro está,
os produtos técnicos de maior rendimento justamente« mais caros, são fabricados com exclusividade pelo dominador, mas, em virtude da lei dia-
impõe-se
a contingência de fornecer com facilidades, sob a falsa alegação de “ajuda” pa- lética que o obriga a fazer concessões, para se manter em sua posição, leva o
ra o desenvolvimento. os meios financeiros. a máquinas e os operadores “téc- país recebedor a se desenvolver de modo relativo, apesar de tudo, e aimda pa-
micos” estrangeiros, que venham melhorar no país atrasado as técnicas em uso, ra que não se estreite, antes se alargue. odiferencial em proveito do espoliador.
vom que continuarão sempre relativamenteatrasadas, para lhe permitir com- gera-se um estado de coisas no qual a condição para serem consumidos os pro-
prar de fora os produtos das técnicas adiantadas. Impossível seria imaginar que dutos importados consiste eminstalar nas áreas marginais, e são a maioria da
a ajuda” dos professore estrangeiros tivesse em vista conduzir 0 país retarda- humanidade, umasituação que nos permitiríamos chamar, num paradoxo ter-
do ao ponto em que dispensasse a importação destas últimas. minológico. 0 acelerado crescimento retardado. Comefeito. faz-se preciso ace-
A presente noção merece ser retida e aprofundada. Para a exportação lerar o desenvolvimento da tecnologia da segunda ou terceira linha, aquelas
da
tecnologia metropolitana tem o valor de umalei inviolável a imperiosidade de que para o país pobre representam algum progresso e. longe de ameaç vo do-
proceder a cuidadosa escolha das técnicas enviadas para a nação absorvedora. minador, servem aos seus propósitos. ao capacitar ao menos umaparcela dos
Terão de ser sempre aquelas que, medidas pelos altos padrões internos, habitantes das regiões pobres a consumir os bens da tecnologia superior. Esta-
estão
ituadas na camada inferior. de menor rendimento. de conhecimento
mais fá- belece-se assim uma diferenciação de grau no processo da técnica, confirmando
cil. São que foram antes a vanguarda do progresso ma passara m agora à nosso conceito, pois corresponde à diferença de tipos de ações humanas posst-
rotina dificilmente tolerada na produção de nível elevado. por não suportar veis em meios sociais de desigual desenvolvimento cultural.
em
a concorrência com as mais avançadas na área matriz, São representadas por Tudo correria às mil maravilhas para a nação imperialista se não fosse a
maquinismos tornados obsoletos no país de origem, ou por procedimentos me- inadequação do projeto da consciência de « uas classes dominantes à essência
2%
nos ET vativos. aque foi preciso abandor “e para manter o
cio superior da pro- da vealidade histórica da técnica. Desejaria conservar os povos receptores na
“14
condição de puros consumidores. ma

ouTa
como dissemos, o produto consumido
aos olhos dos nativos a função libertadora da tecnologia, exatamente porque de

eiZojons
transporta consigo a totalidadedos eleme
Rital A ntos da realidade social que o produ-
ziu, inclusive a ciência e à maquinaria utili antemão está seguro de ques técnicos locais só se exercitarão nas técnicas
ans que
zadas para gerá-lo. Não é possível
t

exportar, por exemplo, um aparelho de lhes forem ensinadas e planejadamente distribuídas. Em tal caso. a técnica per-
televisão sem exportar ao mesmotem
po
OIBATY

os conhecimentos mínimos para um deo significado deação livre do homem sobre o mundo.deixa de ser portanto li-
modesto operário repará-lo. À expa
nsão bertadora, para decair ao nível de mero amestramento. Não pode sera pao livre
inevitável desses conhecimentos capac
ita o consumidor a transformar-se
em e consciente praticada pelotécnico porque o especialista está pesada de liberda-
produtor, o quese dá quando aplica os recursos que a melh

o)
ora tecnológica e o de. Os técnicos do país submisso na verdade não aprendem, são SS use
desenvolvimento geral da produção nacional
oferecem a fabricar o aparelho,
em vez de remeter ao produtor estra deixar amestrar. Não será simples coincidência. mas ao que parece útil, embo-
nho o pagamento do objeto que lhe : a dic cd cod Ea Ro RR
com- ra talvez inconsciente índice de ituação. que uma das inovações terminológi
pra. Verifica-se então uma mudança no
cenário. a passagem da área de negó-
ciosdesimples circulação mercantil para a cas introduzidas
i pela pedagogia
i do dominador
inador no ensino
“nisi do país
aís col
colonizado e
do negócio industrial. O explorador
percebe que está ameaçado de ver higrófilo
i áfi seja
] a criação
i a do “mestr
“mestrado”,
“o estágio
estági de *» formação
formacã pr rofissional
é E
estra-
o feitiço virar contra o feiticeiro e
ser vítima nho às nossas tradições, importação típica da área imperialista, acolhida com
do estratagema montado para capturar
os recursos do país pobre. Eviden-
temente. o reconhecimento de ta alter entusiasmo pelos pedagogos indígenas em razão das despercebidas mas pode-
ação qualitativa na relação de domina-
ção não leva o centro metropolitano a rosas associações com o verbo “amestrar”.
a
em seu
e
sentido
E Ed
circense. Às téeni
nirrenço | SCnicas
renunciar à seu propósitos. Somente 0
obriga a mudarde tática. adaptando-se às em quese amestrarão têm de ser naturalmente sempre atrasadas. mas, em vir-
novs condições criadas pela cons-
tituição de diferente etapa na evolução tude do enleio
' a que sucumbiramos
I va “especialistas”,
setalidtas” osà “peritos”.
Sea 4 osg “s“am stras
do sistemae poliativo, Vê-se forcado a
tomar medida para evitar o ameaçado dos”. serão elas as exaltadas comorecursos redentores da nação pobre. A obs-
r desfecho que eventualmente poderia
consumar-se, curidade,
i iintencionalmente
i ultivads daacconsciência
cultivada, IÊnci dos
os 1 técnicos das
as éárea

Para isso. duas providências são indic marginais não lhes permite discernir as diferenças qualitativ Eau e além do
adas: à primeira, mascarar-se o fabri
- mais veladas. de quesão portadores os ensinamentos metodológicos e a apare-
cante estrangeiro de produtor nacional. ocup
ando a posição quese esboça noin-
terior do país periférico, antes que lhagem com que trabalham. Não descobrem a distinção ig avança-
o empresário nativo autêntico dela
se apos- das e atrasadas, nem sua diversa função social e política. Cativados pela gran-
se, expulsando assim este último defi
niti “amente da competição. Tal mano
bra diosidade do papel quese atribuem, e que na verdade lhes caberia dedireito se
constitui o desvirtuamento
do processo de sul tituição de importações. que co-
meçava a ganhar impulso no país emesforç cas:
chegassem à compreensãosuperior de suarealidade, são levados a exaltar pu-
o de libertação econômica, Corres-
ponde à penetração da indústria estrangeira ra e simplesmente a “técnica” como tal, sem perceberem qua esta, ra
no país pobre e, cundariamente.
à desnacionalização da indústria nacio assim, reduz-se a uma abstração imprestável. Exige-se a consideração da tóe-
nal existente ou em via de in talação.
O capital exterior decide agir mediante nica no aspectoconcreto, nas modalidades reais de cada caso pasmaiaa aque
a compra, absorção ou aniquilamento
das empresas quejá haviam emergido » efetivamente exercem, sendo-lhes ensinada ou insinuada, para permitir ao bse
no âmbito da nação subdesenvolvida.
O importante e á em impedir portodos os meio pecialista superar o estado de consciência passiva e colocar-se ga iposição ertti-
s à forma ção. no país mendi-
cante, da consciência da possibilidade de ca em face de necessário aprendizado dosaber superior. Assim fazendo apro-
progresso econômico autônomo. com
os inevitáveis reflexo políticos que tal priar-se-á do conteúdo do conhecimento, o essencial e o indispensável, mas re-
compreensão traria. Porém. outra medi
- cusará a forma em quelhe é oferecido, a saber repelirá as insinuações e o re-
da será logo tomada. remate da primeira,
a incorporação dos técnico nacionais
existentes, ou em formação, à tecnologia vestimento ideológicos, inteiramente estranhos aos dados da ciência e Hi or
de ocupação. Este aspecto revi te-se de
uma gravidade para a nação subdesenvo nologia, mas nem por isso menos ardilosamente absorvidos pela rn se
lvida e servil. que precisa possuir uma
estrutura de pensamento político sufic gênua do aprendiz, incapaz de distinguir uma coisa da outra, Em Etuiajiiáç
ientemente forte para opor aos mil
sorti- cia da boa-fé, quando não se trata de trânsfugas internacionais ou de intao
légios da alienação o esclarecimento
de sua consciência desi. A astúcia
do em- dos agentes da potência dominante. não trazem para o meio nacional unica-
presário colonizador pode ser facilmente
desmascarada. Procura engrandecer
mente o conhecimento legitimo,
ti que tem sempree efeito
efei acelerador
elers a do
progi
POL TOS-
E

-1
vlent as « “admir adores

BIRO jOUIS
Agi i
adiante acrescenta: É “À grande maior:a doss cientist
ande maiori admira
oe da libertação da nação. mas propalam, com plena inocência, os elemento Páginas
acessórios. ideológicos. maldosamente incluídos nas lições recebidas. Estes úl- da nações desenvolvidas, mesmo os mais liberais, contin
uam a sustentar a te
Ed

r (como em um
de que os países subdes nvolvidos o que devem [fazer é compra
PIVItA

timos irão ter efeito oposto ao da urgente aquisição dosaber que compete ao téc-
upermercado) as tecnologias industriais necessárias ao
eu desenvolvimento,

2p
nico converter em saber para si, para o cumprimento das finalidades da cons-
ência dos países do

vnasuosy
lgnoram assim que sustentam à manutenção de depend
DIPSTAY

ciência de sua sociedade. Se, porfalta de compreensão. não conseguem fazê-lo.


mais como vice-go-
deixando-se arrastar docilmente, instalam-se no pensamento tecnológico do Terceiro Mundo em relação aos avançados, desta vez não
mais sutil do co-
pais subdesenvolvido os conceitos modeladores da alienação, da qual depois so- vernador ou tropas de ocupação, mas através da dependência

O
de manuais de ensi-
mente com extrema dificuldade e à custa de dolorosas lutas se libertará. nhecimentocientífico das tecnologias aperfeiçoadas e até
e laboratórios das
Os técnica indígenas, sem compreenderem osignificadode sua atitude, in- no e métodos de educação, elaborados nas univer idades
e absolutamente cor-
cumbeme-se de enaltecer até o plano do absoluto o papel salvador da técnica, grandes potências”. O pensamento de Leite Lopes é claro
agora dependente, De
passando a exigir a qualquer preço e sem discriminação o desenvolvimento de- reto ao advogar a necessidade da criação, pelo país até
de libertação. Há
la como único recurso para a libertação do país. Indiscutivelmente é justa a te- sua tecnologia, de sua ciência com função de instrumento
período no qual se torna
se que valoriza a função essencial e indispensável da técnica, mas só se torna ontudo nas fases incipientes do desenvolvimento um ciclos Rd
, a Ends -. os a
Sd ao proce so da ge ra
aceitável quando exposta pela consciência crítica, que jamais lhe aplicaria o inevitável a compi a d: tecnologia exterior para dar muco
tem a nocividade que
epíteto místico de “salvadora” e a exprime emsuaexatasignificação. Passa en- ção interna da ciência naárea pobre. Essa importação só
b

a nação atrasada deixa de


tretanto a ser uma tese falsa quando proclamada, nos termos em que a enun- com razão, vemos apontada por Leite Lopes quando
política, e se submete ao
cla o pensamento submisso e alienado, executando, sem disso ter idéia, pelo exercer o poder de decisão, inerente à sua soberania
de direção social,
menos na maioria dos coristas. os gestos ordenados pelo centro imperial. Aore- comandocultural exterior. Quando. porém. o centro interno
defesa da inteligência e
ceber a técnica do país superior, o atrasado. pelos encargos econômicos assu- democraticamente constituído, assume a plenitude da
midos. dá origema dois resultados simultâneos e distintos, que irão ser paraele da cultura nacional pode encarregar seu ientistas. durante o mínimo de

um pesado ônus. De um lado, ao se tornar o mercado consumidor da técnica tempo * emsetores rigorosamente caleulad
os, de procederem à expansão tee-
algo superada dos países da vanguarda tecnológica, cria. pelos lucros remeti- a do conhecimento estritamente nece
nológi a autônoma, mediante a compr
nto independente. Instau
sário para instalar no país as bases do desenvolvime
nd + à au-
» 1

dos para fora, as condições para que os adiantados se adiantem mais. possibi-
PS E PESE) à
: E
ATi

da a política de es-
litando a eles manter e desenvolver as grandes empresas e instituições que se radas as condições iniciais, daí por diante só deve ser admiti
tornarão 0 foco de novas descobertas e invenções, alargando-se constantemen- autóctone, voltada para a solução lo
tímulo à criação científica e tecnológica
amento de qualquer depen-
tea brecha, a diferencial histórica que separa o avançadodoretardado, De ou- problemas nacionais concretos. e de rápido deslig
m esta passará a ser
tro lado, internamente. geram um aparente processo de causaçãocircular, um dência, inclusive no campo da produção teórica. Fambé
tas nativos deverãose elevar
“círculovicioso”, ao qual alude J. Leite Lopes, que se constitui umsério e até, uma forma de atividade intelectual a que os cientis
ar no plano da for-
à primeira vista, intransponível obstáculo à criação da tecnologia que viria no mais breve tempo. pois só assim lhes será possível ingress
da inteligência das áreas
libertar do atraso econômico o país periférico (“O desenvolvimento da ciênei mação da cultura científica universal. À participação
s dessas regiões por impedi-
e os povos do Terceiro Mundo”, Revista Paz e Terra, n. 8. tembro de 1968. pobres até hoje foi vedada aos estudiosos oriundo
a falta de soberania do país sub-
p- 95-108). mentos. em última análise. de caráterpolítico.
rá a conquista da igualdade
Diz oilustre físico teórico brasileiro: “E uma vez estabelecida a desigualdade desenvolvido. Removidoeste obstáculo, nada impedi
air
ninatéE aqui e ricarA aU metrop itanos
stropollitar
cultural e científica entre as nações as forças econômicas e políticas se encar- da produção CASOência
E da intelig perifér ica à dos centros £
citado: “Eportanto
regaram. com frequência. de aumentá-la. À ciência e a tecnologia tornaram-se. tradicionais. Com inteira clareza de percepção, diz o autor
educacionais e manter
desta maneira, um importante fator para a prosperidade dos países atualmente o Estado que deve formulare decidir sobre os programas
desenvolvimento. Abrir
avançados. E a falta de conhecimento científico e de meios tecnológicos tornou- as universidades e institutos científicos das nações em
so nacional (...)
se igualmente um poderoso fator para o atraso dos povos subdesenvolvidos”. mão do poderdedecisão em tão fundamental campode progres
28 |
é essencialmente equivalente a entregara superiore

outc
forças externas a sobera- bens utilitários e de conforto: ao lado das técnicas minimas de simples manu-
nia nacional”.
tenção e reparação. sem aleançarem ainda o nível de compreensão que Hi
t , + + q er " " CM

RatosIA Retomando a análise dos dois resultados do recebimento


da técnica estran- 15
mostraria (
o norma
à urge de
I emo I para stos meros de
rinrer no
equipa Parem du “os gran
geira, acima referidos. convém observar. quanto ao primeir
o, ser certo que a des na situação de focos geradores do conheciment
a a q ., N +pe Pa s MM
Na o.
OIBA

tecnologia avançada em nosso tempo caduca com


rapidez cada vez maior. A tecnologia avançada torna-se rapidamente obsoleta em virtude da lei de
: sto + HA + + 1
I

Ocorrem aqui dois fenômenos distintos. 0 a ranço daciên


cia, localizado agora progresso sempre crescentedosaber. que torna inevitável a acumulação do e
nas áreas onde é possível mais intensamente a pesquis 8 .
a e o conhecimento da nhecimento em escala humana mundial. Em consequência, porém, das relaç
1 y +, o » . ns : Ni C0€s

realidade, dandoorigem aidéias e métodos destinados


à se converterem em po- espoliativas entre os povosverifica-se a desigual distribuição da eira “ di
derosas forças produtivas. proporcionalmente muito
maiores do que acontecia tecnologia nos diversos grupos nacionais. À região pobre orpaniea » un
em tempos antigos. À descoberta de uma substância
medicamentosa. de um da em razão de um duplo mecanismo: está obrigada. pela pressão das minorias
processo químico. de um aparelho de conforto ou de
uma máquina motriz le- internas dominantes. desejando para si alto padrão de vida, a conceder parte
va a um incrementotal da produção, à possibilidade
de transformar em pro- substancial de recursos, sempre minguados, à aquisição dos produtos Ae ibados
duto vendável o fruto do novo conhecimento adquiri
do. que determina o rápi- da tecnologia adiantada exterior. mesmo “ndo apenas em forma de RR
do afastamento dos similares anteriores. tornado:
obsoletos. Embora custe hipótese, otimista, que lê para se instruir, sem poder aprar o panda abs-
mais a descoberta dessas novas noçõese procedimentos,
porquanto tem deser tratamente, de instrumentos e equipamentos para instalaçãodelaboratórios de
extraída das entranhas da realidade a distâne ia
“ada vez mais profunda po- i
pesquisas josas para«
ociosas, desatentos
xibição aa desatentos
ra exibição visitantes
visitan ilustres, ou de mera re-
de ser realizada porque a sociedade desenvolvida põe em
ação um conjunto de petição; em segundo lugar, com isso desfalca-se interiormente dos neo que
indivíduos peritos. de “técnico: 4 sempre mais mumero
sos e capazes, Ma - por deveriamser usados para sua verdadeira ascensão cultural e para a in talação
isso mesmo — e aqui temos 6 gundo aspecto =, o custo
social médio da inven- de novas empresas destinadas a levantar o nível econômico. Parece ei ia
çãotécnica tornou-se atualmente muito mais alto. à começa
rpelo preço da pre- condenada à estagnação e mesmo ao retrocesso. Sem uege cresce a dintfincia
paração do grupo maiordeespecialistas exigido para a pesqui
sanas fronteiras, que separa o país retardatário, mesmo peitiqatdnminto possuidor de noenas
continuamente ampliada
quezas. das nações desenvolvidas. Aplica na educação do povo recursos sempre
do sabe . Às im, unicamente o centro metrop
olita-
no pode arcar com a despesas da pe quisa, de que
resultará a tecnologia de insuficientes de fato. mas, ainda na eventualidade de os aumentar enormemen-
vanguarda e Col equente capacidade de produzir os bens desejad
os. Num te, não alcançaria os resultados a que aspira. porque não tem de lutar contr:
mundo onde a circulação de informações se generalizou.
mas onde permanece i
umsimples í
desnível "onômico mas
econômico a diferença de fase
enfrenta umadiferenç:
mas enfrenta E histórica.
difícil a aquisição do saber pelas massas das nações pobres. qa +
estas tomam logo Exvidencia-se aqui a disparidade da consequencias regente numa outra area.
conhecimento dos êxito tecnológicos dos centros adianta Mo o ] O Er
dos e se mostram de- ao mesmo tempo, a importância decisiva deste fator. Na região superior os
sejosas de possuí-los, na forma dos produtos exibido
s, sem terem simultanea- grupos dominantes compreendem o papel da ciência e da e A
mente possibilidade de adquirir os recursos financeiros
para comprá-los. e so- que precisam mantê-las em constante expansão, porque esta é a e a 7
bretudo. os conhecimento necessários
para fabricá-los. no € tágio em que o
possibilidade de conservar a dominação econômica, e portanto afase histórica
país se acha mero dono de uma “ciência reboque”.
Para superar rapidamente superior onde estão situados. No país subdesenvolvido, as alga diria
o atual estágio fatídico e se tornarem igualmenteáreas
produtivas daciência e bém compreendem idealmente a função dosaber e da têniica, e sem a
da tecnologia, revestidas do próprio estilo de existên
cia. sinal de sua autonomia gostariam de impulsioná-los ao máximo, para erguerem o país data pla À e-
inventiva, as nações pobres precisam executar uma polític
a de apropriação de vado. mas contra este desejo. que permanecenoestadode desejo, falammais for-
suas forças criadoras para si. À consciência dessa nec
ssidade só pode ter por fe os interesses da submissão à dominação interna. Tais interesses impoóem-lhes.
fundamento a prática de uma política nacional de apropr
iação para si das ri- sob pena de perderemseu estatuto. a obrigação de prsniadanis na qualidade
quezas naturais. Nas presentes condições, a populações
dos países dependen- de parceiros menores, às forças culturais alienígenas. facilitando a penetração
te anseiam pela transplantação dos resultados
do conhecimento produtivo de da influência entrega aa organizaç
mM atrasada e “aa entrega
Tuênci delas na área g
organizações estrangeiras de
| 280|
| 281 |

equi
seus recursos materiais. sobre
os quai irá operar a tecnolo.eia
5 y E
de fonte estra- E
nao apre sem MT
ta nunca a
nha, À diferen ça defaseh istórica. a que nos EE rimos VeIs ou
vartávers no r
OVEr-se a
sINUOSsSam
I t
t nte.

d
possa ter
referimos. consiste no reconhecim
en-

eqonsa4
” )
RaItar A possibilidade de fechar sobre si mesmo. Falta :ao Te
raciocin i aea
"aciocimoEacima exposto
I
to passivo e complacente pelas elites da nação pobre
da dependência dtural,
mas ao mesmotempo na impossibilidade de inclusão do papel da consciência humana. especialmente a dos povos
darem remédio a essa ituação, poi
048

cul , uz de

ap otrasmo”y 4)
pera dor
1 um ope
percebemlogoque a correçãodela implica emns
p eJa ascensão torica, ( qui“no
hisstorm Os
SOC ial constrtur
no é a mbito so
o seu sacrifício, a perda da qualida-
av

I
ke 0» € «aqu ema e
te de todo pe BIS eua k
ue ate arssegundo,
nsamento Com
fa e I mudar d er quali dade
e e apropr iadores privile, gar |
£ | os dos -
I ben e t
I Ç ) «qui e vide ntemente amente mevitay el que vem quebr: ara
I cau-
efeito o fe nomeno posstve I € histori
não estao disposta a a pagar,é embora.
almente em outros sentidos. possam
r
id
,
,
tame e compens:
âvel eessupostament
alidade recíproca, aparentemente iinexorável ensada.
julgar- e movidas por sentimentos patrióticos.
A diferença de fa histórica de-
dando uma resultante nula e condenandoo país retar o in
) ao atraso
is retardado indefini-
fine uma diferença denível cultural. resultante
da diversidade dos fundamentos
materiais das consciências dirigentes da nação do. encontra- » nO surgimento
i na área ex consciência pê
de con
a de
área explorada para si, a cons-
Rd dA
sober: ; : ENGRI
ana e da dependente. ciência crítica. O nascimento desta forma de percepção do mm ndo sus :
O engano 3
, tão frequen ; ) vel chegada ao poder de comando da economia
o da políticag da nação até aqui
ia e da|
ea ? te, nos competentes e bem-in tencionados estudij oso re A E ad “slocamento do centro dea
dos problemas da tecnologia e da pesqu dependente signi ficará, internamente, o deslocam decisão e.
isa no país subdesenvolvido consiste
na i de r"elacões
lações internaciona
internacion ais, des
falta da visão dialética da totalidade. São poris exteriormente. a imposição de novo sistema
so levados a se confinar nos à e . + 2. pi ” .
vectos “1 . . truindo ( atuais mecamsmos predatór 105. supostos inf xiveis e eternos.
ecmeos ,
de te enolog
da aque tao da |
Essa alteração qualitativa teráiafatalmente de ocorrer,
I [HR condenando-se assim infalivelment ”
"er. em
em razão
razão dada n nocividad
é e
à ignorância dos elementos essenciais, Se existisse a compreensão
correta. seria
fácil perceber imediatamente que a rigor nunca A para o país atrasadodatecnologia alienígenade que se vale, « até implora. Não
há falt a de recursos. porque
estes são sempr será talvez nas fa mcipi
s incipientes do desenvolvimen À a
“conômico
-senvolvime to econó e industrial,
uficientes para dar os primeiros
Es
O quefalta É do que seja
E o caminho
| .
passos no caminho certo.
quandoo estado de atraso e pobreza mostra-se ainda tão grande que
é a consciência certo. Falta Edsjus-
a percepção E:
mo de técnica, mesmo pagaATOextorsivamente
PR » e ten
tendo consequências
: A .
| à at realmen
x6 ente
ta. que mostraria cor tir a verdadeira deficiência na ausência de liber
a dade de retardadoras. em termos absolutos, pode produzir ns vir efeitos
eleitos relativame
r: ivamente
nte | pro-
decisão, dd
na abdicaçã o de soberani: a da nação
= pobre. 1 as
Caso existisse, essa cons- : sequente
gressistas. A crise, e a conseque nte lutaluta entre
entre asas naç
nações de níveis desiguais,
- E te 2 =

;
" a É Is

Eid
no
A é
ciência daria ao povo por ora subdesenvolvido' si idta
a possibili dade de uma política
E:
planoda consciêncpib ia,
sto estenden
se,
do-se
Es possivelm
Tv ente te aoao | plano material, tera de
de ascensão histórica. na qual a questão da
promoçãodo progresso teenológi-
É |
. quando Ce
o pais3 re cel Jedor
lo «l =:
co NTE
( br H o
apr e »HIS y
ara ter alienad F
sOTIs
«que 44as teorias é 18S0-
cosere Ive : «
yr Td . car
. * resolveria nature » o I I
vu al einevitave Imente a em virt 1 vd n
das +
le a is dialética do pro- at a as forças produti-
cesso materi:al da realida
: de. mostrando à incons
: RE ia o do chamado e ciadas= à técnica importada possuem sobre o despertar de suas forças |
istênc “círculo
,
add ilidadeess dede desenv
vas e a criação de possibilidad desenvo lvimento gautônomo.
ã
olvim
Rad a
Soment
2 :
e emn-
«
vicioso”. conceito formalista à que infelizme
nte sucumbem categorizados
i ho- tão ele chegará4 a conceber não
RC nsa teoria
is da tecnologia
enologia que lhe seja
mens de ciência. Segundo esta fantasista noção apenas q J ade-
, as indústrias nacionais dos
teenieas operator tas aqu e re fit a no a ve rdade da sttuaçã LO d o pau
países
fe subdesenvolvido
i s. operando na base de uma ciência e de uma quada, mas as
tecnolo- lo atrasado e não.
a comoaté
sitê agora
ra acontece.
acontece, àa doo êadiantado.
I £ que
1 ' outr:"a coisa
gia de importação, nada podemfazer porsi mesm
as porque tudo lhes vem de âmibi de sdnthiôncia econômicas
influência econômic:
fora. mas, por outra parte. tudo lhes vem não deseja senão incorporar o menor ao seu âmbito
3 “ bu

de fora porqu conforme declaram.


não há condições para constituírem-se no ' política. Vencidas as fases iniciais. os dirigem do país subde envolvido veri-
paí os conhecimento
i s. os métodos
' e ficarão que a tecnologia
E estrangeira
eira só lhes
lhes vemsen
v
: Ca só do oferecida em I parcas ra-
Os maquinismos produtivos exigidos. Encontramo-nos aquias
diante de um ra- a a is crave das
ções e sob condições onerosas, a mais grave das q ia consiste
quais ste nana introduçi
intr “ao
i Eid A às
OCO cujo defeito patente resid à
e em não superar o plano forma A ;
l. A implica- a is ca SG o
ra virem 4 ar TRT
dos técnicos estrangeiros em pesso ensin os nacio
DE naisi dsserem
ção
à reciproca
Í em que se encerra o pensador honesto, e dentro a, para virer
da qual se sente técnicos. a chamada ca SRS Ca 210 :
dalidade s
refinada de + ocupaç
DE
Ê a g e iso “assistência técnica”, modal ão €
no curso da hiBRA
angustiado e desorienta do por não ver saída, não existe tória. ; do trabalho da regiã
vigilância adido o submi
à issa, além
“m de estratagem
É mesmo umfenômeno impossível num 2 a I para justifica
processo onde não há causalidade linear
. i na maiorjor parte » das
das vezes dispernisá-
vezes dis]
Na o ordem da realidade o que existe é um pi a cobrança de extorsivo preço por serviços
e sa w

rocesso de de envolvimento
sem- o
> F Jer qual rente. A sum Í ses inspeção o lho
a e
e 5 ce>" em
veis, odo
l Ca 0) jamaisSs co
om carater
1
. Cula réACIOI n :
pre gre
F ro > : Ivo
. | ialidade se expi une em le dialéticas. e que. embor
nu I , a 1 I » ura rev I
Eve la r tratar x se se mpr e de Re
I personager dk ter Cu Wa ou u € quarta ( AS

-—
=
==
tegoria. simples emissários do centro metropolitano, com a obrigação
rosas. À consciência critica terá de surgir exatamente daquele meio social não
und

eso [unIa]
expressa
Baltar À de representar o papel de quem melhora um pouco o nível de conheci
mento do influencia
fue do diretamente pelos ensinament
i osuiimportados. que. não ão endo
se |Jor-
país atrasado, mas sem passar da linha de segurança. À função desses
cônsu- madodetécnicos, mal compreende ainda i ovei
os proveitos da tece nologia, mesmo,
ja, € € mes!
les do saber alheio só poderá *rrelativamente proveitosa para o pais rofessore hesa aa t ter contato
:
ceto talvez alguns poucos estudantes5 e professores. nem chega

ap o1toa900) O
atrasado
“ser AtTV

quando nele existir a consciência que anulará preventivament


e os inconvenien- comos visitantes. Será aí queirá se gerara consciência autêntica, a qual, in
sda doação cultural.
dofor internamente dominante. poderá receber sem prejuízo a ja operação se
Não nos movenestas considerações qualquer laivo de xenofobia.
o que se- e imprescindível da ciência avançada e aproveitá-la pasa transformar a gd
ria de resto insensato, em questões relativas à difusão dos bens da cultura e do
dade da vida do povo pobre. Por enquanto. contudo. visto acharem-se os pai-
progressos do processo civilizatório. que não conhecem fronteiras. Nosso
ponto ses subdesenvolvidos. na maioria, ainda né fases incipientes aludidas nestas
de vista tem caráter objetivo, refere-seà desigualdade, efetivamente constata dor espeti
confrangedor
iste € e confrange
deparamo-nos: com otriste o e ser-
espetáculo do alegre
da. páginas,
Agi
dos suportes materiais que possibilitem o desenvolvimento da consciên s- pelos3 grupos que mkcom o pone
RAo
cia pa- viçal recebimento dos especialista alienígena
i í

ra si da área pobre. Enquanto nessa região não surgirem as bases sociais.


ou o muito que aprenderem irão se tornar dóceis instrumentos das intençõe
» ” o] € o

polí-
LA . 31 1 e [”, a 24
4

e econômicas da compreensão de si, por parte do povo explorado i ente porque conti
desse contato
"que desse juturos | técni-
os futuros
por for- centro irradiador externo, especialm
ças internacionais, justificam-se as acusações aqui feitas e stação saem
em gestação *ssoalme
sae pessoalm meficiados e confundem sua re-
ente bene
as advertências i
cos nativos
expendidas. Dissemos, porém, que, apesar das adversas condiçõ
Ss reinantes lativa melhora cultural e financeira com a do país.
nas fases iniciais do desenvolvimento do povo retardado, as leis
dialéticas do
processo histórico estão a favor dele e indicam que chegará
13. Os fundamentos sociais da tecnologia
fatalmente à fase
superior, na qual tomará consciência desi, e se elevará a um mai
claro está-
gio de sua percepção. Bastaria reler aprofundadamenteas páginas da chama- Para se abranger o tema numaperspectiva global faz-se ipigtem interpretar
da “dialética do senhor e do escravo”. daF enomenologia do espírito,
de Hegel, o papel datecnologia pelo ângulo da função que exerce no anubignie E e
para se perceber que no embate hi Órico O enhor” não tem futuro.
porque. de é criada ou no qual opera. Correspondeisto a colocar em primeiro p bn a
se tudo se transforma. o senhor só poderá transformar-se no
não-senhor. por influência histórica, o que importa em mostrar, antes de tudo, sua henennial Mig
conseguinte extinguir-se enquanto tal, desaparecer como entidade
real. O es- toricidade. Não devemos cairno erro de reconhecera historicidade da técnica
cravo, o servo ou o assalariado, porém, estes sãoos representantes e os proprie- apena no sentido abstrato. Se assim fizermos não abandonaremos o plano for-
tários do futuro, são desde já, mesmo em sua miserável condição presente
, « mal, Para compreendermos a verdadeira historicidade da técnica é preciso er
q
vitoriosos da história. porque paraeles a transformação consistirá necessar tendê-la no aspecto dialético. enquanto unidade de conteúdo e forma, o
+ * x a s Es * « » ( ue.
Ati 1 “ »

ia-
mente emnegara realidade atual, portanto em deixar de ser 0 que são. no caso. vem a ser unidade do saber. dos procediment
ecl! x os e » méA todos que + con
consti-
con-
vertendo * de classe dominada não em dominadora. porque não haverá
a tem a “técnica” de uma época. Tal unidadedefine sempre um dado da histó-
quem dominar, mas em humanidadefinalmentelivre. univers
almente portadora ria do processo produtivo pelo qual os homens conquistam ejoventam os a
per bits
da consciência desi. Unicamentea essa humanidade competi
rá possuir o mundo. exigidos, mas que ao mesmotempo só podem fazer em flação derec
Desaparecerá. então. a possibilidade da relação espoliativa. O recebim
entod de com a sociedade onde se encontram. Por um lado, contribuem, pela técnica
tecnologia ainda inexistente no meiointerno assumirá significado sociológi constituir aa sociedade
para constituir
“obrir. para
empregada ou a7 descobrir, soci com os caracteres I pecu-
co e
humano completamentediferente. Mesmo que por algumtempoperdure
odes- liares que apresenta e situá-la no curso do tempo; e por outro lado, a soci da-
iii ir “Abas aiosaihie
nível técnico, as trocas de experiências, métodos, pessoase informações
far-se- de. no grau de avanço cultural e econômico em que se acha, dá-lhes a possil
de fabricaçãoe de montar os laboratórios e cer
4“
PRA s 4 E E cen-
ão num plano de onde foram eliminade os perigos da subordinação, da reve- lidade de aplicar as técnicas
, o À
e a E E x &,

rência boquiaberta e sobretudo da perda da capacidade de decisão soberan tre de pesquisas


i de onde sairão 'as criações
irá novas criações tec iológicas.
tecnológica
Ae s. / À unids
idade de con-
e
a.
Naatual situação, e para a grande maioria dos países submissos, tal consciên teúdo e forma na tecnologi a exprime o caráterdi alético do processo em que
-
cia não existe, porisso instrutores forâneos continuam à banhar- homem figura
FÊ ao mesmo
18 tempo
, como
: autor
é receptor dos bens culturais e eco-
“ee rece
se em água de
| 284 |

La
=
=
CIULA
nômico s produzidos. Na perspectiva dialética a técnica
a fonte das exigências da fase seguinte. Sem a constante preocupação coma

mma jouad] ap ottastosy O


ibmete-se às catego-
rias gerais que permitem ainteleeção do processo social e : o E"io jejamaispa I
compreen de-
em totalidade. e com i de mediação
categoria e o indivíduo
dialétic entre
iação dialética indivi
Witara VIPATY

isso encontra a devida interpretaçãoe apoio objetivo. Nãobas


ta de igná-la pe- remos a essência da tecnologia, representada pelo conjunto das técnicas de que
lo que substancialmente a constitui. pelas ações ou modos
de operar sobre a dispõe umadada sociedade. porquanto essa tecnologia foi criada e é usada exa-
realidade, que lhe dão conteúdo. Sem dúvida a técnica
é também isso. mas se tamente para servir de mediação prática entre o ser humano e a natureza ou à
fosse considerada somente assimteria a feição de ativid
ade de ligada de rela- ociedade. a título de solução de uma contradição que opunha o homem e o
com a totalidade. tomaria o sentido imaginário de ações
de homens não ambiente. O caráter de mediação. de que toda tecnologia se reveste, integra-a
pertencentes a nenhuma sociedade determinada. sem
interesses e finalidades num processo histórico dialético, impõe a ubstituição da exi pet em qndo
próprias. que os movessem. Este modode apreciar revela-
se evidentemente ir- querépoca por outra mais adiantada, dela decorrente, num pá Lee a-
real. Se a técnica tem de ser npre a ação de alguém, esse “alguém” acha-se mente esclarecido com o empregodas categorias gerais da dialética material.
situado notempoe no espaço. portanto num âmbito social
definido. que neces- A historicidade concreta datécnica aponta a via da pesquisa de suas rela-
sita descobri-la e aplicá-la para fins que lhe são essenciai
ções com as possibilidades e os interesses da produção humana, necessariamen-
Mas o que define o estágio de desenvolvimento objetivo 2
ra acumulada , inventa. ea de
inventa. nana | pessoa
de uma formação te social.
jal. ÉE a sociedade
i aças àà cultura
que, graças € ac
social são tanto os bens de que dispõe quanto aqueles titui-se por-
que lhe faltam, Ora. é »us sábios. as técnicas possíveis a cada momentoea aplica. Cor
preciso os últimos serem sentidos como carência e por
conseguinte pressenti- tanto emreceptáculo datecnologia. nuncadesligada deste fundamento, hm 0
da a possibilidade de sua obtenção futura, pelo progre
sso tecnológico, parase qual nãoexistiria. Por este motivo. a diferentes formações sonia sequên-
constituírem e mobilizarem os dados do conhecimento
. os recursos econômico cia histórica, refletem-se nas técnicas que manejam. levando os espíritos super-
e de mão-de-obra existentes com ofim de satisfa
zer a e xigência reclamada, a ficiais ou desprevenidos a julgar, em virtudede uma ilusão de óptica. que ee
falta percebida com ocaráter de contradição. O fundamento
social. que desde nica por si mesmapassa a desempenhar a função de motor do processo histó-
logo transparece na criação da tecnologia, verifica-se compl
ena exatidão quan- rico. Não compreendemsubsistir entre dois aspectos consecutivos uma enceio-
do se refere no fato de que os fins de quem se abalança a
criar as técnicas não çãodialética de implicação recíproca. que entretanto nada tem a ver ea as in-
se reduzemàs intenções ou motivos particular Têm de ser mediatizado pe- [luências circulares. ou mesmo com as retroações de tipo puramente banal:
las relações sociais do indivíduo com o meio soc ial. À
tecnologia de cada gru- A técnica, por um ângulo, funciona comofator de transformação social e da fa-
po humano em determinadafase histórica reflete
as exigências sociais sentida to o é. sobretudoao introduzir novas máquinas e formas deenergia, modifica-
doras do regime dotrabalho humano. Mas. por outro ângulo, unicamente o cur-
pelo indivíduos em geral. e em caráter particu
lar por aqueles que se encon-
tram em posição especial, pelo gênio pessoal. cultura, encarg
os econômicos ou so que os homens imprimem à sua história. em razão das Herpes das he
atribuições políticas. sendo por isso capazes de resolvê-las
no âmbito. e com 0 tas travadas para resolver contradições coma natureza e o âmbito au fim
auxílio, de toda a comunidade. É comum no anedotário
histórico uma grande + de atender às necessidades de convivência e de produção de bens materiais, de-
descoberta científica ou técnica ser explicada como fruto
da ilumina cão inte- termina o fundamentosobre o qual se desenvolvem oprogresso datécnica e as
lectual de um gênio isolado. As ocorrências deste gênero mostra
m-se. quando criações originais. Por esta razão a mera história das técnicas, Eepregemêida pe-
devidamente analisadas. puramente imaginárias,
pois não é possivel inventar, la narrativa de sucessivas conquistas, isoladas do condicionamento social que
nem no plano dos utensílic materiais nem nodas idéias.
senão aquilo que “es- as explica, não exprimea real historicidadeda criação tecnológica. Esta só apa-
tána vez”, À “vez” nada tem de subjetivo, mas se def ine o
por dois grupos de fa- rece quandose relaciona o atotécnico. o maquinismo ou o instrumental que
tores reais: (a) posse dos instrumentos lógicos e materiais indispe proces-
nsáveis para corporificam. comas forças materiais é ideológicas impulsionadoras do
chegar à nova realização: (b) exigência desta por parte da
sociedade. Porisso. so humano da história. A diferença de níveis de desenvolvimento tecnológico
nenhuma tecnologia antecipa-se à» ua época, ou a
ultrapassa, mas nasce e de- reflete a desigualdade das etapas do processohistórico global de soci dades di
o y b, - A v “ » É 1 [s 4 "e ( '
+

elina com ela, porque exprime e satisfaz as carências que


a sociedade sentia em tintas. e ao mesmo tempoindica desde logo qual deveser a marcha da pesquisa
determinadafase de existência. Claro está que o seja. indica.
descoberto em uma fase será intelectual destinada a descobrir a causa do desnivelamento; ou
|
280| |

=)

r
--
——
como primeiro passo. qual a lósica de que € AD y a ae : a É k
à posição de competidor, tratando então o estrangeiro de igual para igual, Mas,

ersojou
I | lógica de que o estudioso tem de valer-se para
compreendê-lo em sua origem. As sociedades que conseguiramgalgar as po
por outro lado. em vista da espoliação crescente, de que sofrem os onerosos res
d un A G3PATYy

ções eminentes tornam-se mais ricas econômica e culturalmente. e pd isto sen-


ultados, sobretudoa pressão política das massas, as elites dirigentes colonizadas
51

Lap vt2009 O
tirão a exigência de ações mais produtivas. profundas e rendosas, precisando
têm às vezes gestos de espasmódica independência. Nessa evolução. sinuosa é iló-
naturalmente criare usar a melhortecnologia possível no momento, As massas
gica. que chega, pela inteligência ligeiramente mais esclarecida de seus pensado-
retardadas executam emseus países a técnica que para elas tem cabimento, e
res. sociólogos e economistas, a elevar à categoria de doutrina política o conceito
assim parecem ingressar naquele “círculo” já referido. Se trabalham a terra
por nós denominado “crescimento à sombra”, o setor dirigente do país pobre es-
com métodos arcaicos é porque sua etapa histórica, a estrutura de relações de
força-se por conduzir o processo histórico da comunidade. Sabe haver escolhos
I rodução
ção no campo,
Ê 'stá obrigada
está obrigada a contentar
e o
-se com os resultados assim
i ob- no caminho. mas confia na sorte e na argúcia dos homens de poder, porquanto
tidos. Mas. dizer etapa histórica, sem mais nada, poderia levar-nos
ao plano navega m ter ainda descoberto a bússola. para contornar as dificuldades.
das abstrações desorientadoras. ados de que o termo, do significativa assimetria entre o país forte e o atrasado.
Institui-se, assim.
mesmo modo que as dema expressões gramaticalmente abstratas. no terreno
ênquanto o primeiro sustenta-se pela invenção da tecnologia e porisso acha-se,
a história e da sociologia. possui sempre conteúdo. e portanto significad 2
o, por necessidade intrínseca, na vanguarda, o pa dependente sustenta-se pela
concreto. representado, no caso vertente. por umaclasse ou grupo deindiví-
apropriação da tecnologia que nãoinventou. Umcria e pode exportar, o outro
duos em posição elevad dominando e por isso conservando a ituação
exis- não cria e tem de importar. Tal situação tem porémcaráter histórico, sendo
portanto instável. Nem a naçãosupina pode conservar indefinidamente a su-
tente. que os favorece e naturalmente não desejam modificar,
Tal situação mudará quando outras forças sociais intervierem no sistema premacia, que repousa emfatores necessariamente transitórios, a singularida-
£L

conjunto. forças às quais não mais convéma configuraçãoglobal vigente,


tor- de de sua condiçãocultural. o regime político que a estruturae sobretudo a ex-
nando-se porissoreclamadoras de novas técnicas de produção. de novos
níveis ploraçãodas áreas atrasadas, nemestas se mantêm invariavelmente no mesmo
de conhecimento. Quando tal acontecer, 0 fato exprimirá a presença de
fatores tado. A tecnologia. apesarde importada, ainda coincidindo deinício, confor-
novos, revelará a agudeza das contradições então presentes, estranhas à
confi- me não pode deixar de ser, com a fase daalienação da consciência de si do pais
guração: anterior. À tecnologia não é causa mas mediação. de que as forças ças em pobre. configurando a etapa que denominamos “consciência para o outro”,
ascensão no país pobre tomamconsciência e de que precisam lançar mão
para com as transformações impostás ao sistemainterior da produção termina por
lutar contra velhas estruturas de relações sociais, sustentadas por procedim
en- despertar o mundoretardado para o sentimento de sua subalternidade. À ma-
tos obsoletos, par: firmarem, recolherem a justa parte que lhes compete dos ção subdesenvolvida começa a discernir a possibilidade de se tornar também
proventos coletivo mtualmente chegarem a dominar o sistema. Não quer
ec
criadora dosaber e da técnica. com base em suas necessidades. Fica bem ela-
to dizer contudo que as forças em ascensão no país pobre compreendam de
ra assim a seguinte dissimetria cujo enunciado poderia servir de epitáfio à do-
IucIo sua oposição às que comandam a nação rica. Esta compreensão é exata- » no paí dominante a função da tecnologia consiste em
minação imperialis 1
mente o que falta na fase emergente e tem deser conquistada, por efeitos
da conservar a dominação. no país dominado consiste em acabar com ela. Mesmo
lutas objetivas. no período de amadurecimento da consciência das massas
tra- quando de começo a casta dirigente do mundo pobredisso não se aperceba, ou
balhadoras. As elites do país atrasado, por seus expoentes mais lúcidos, perce-
até mesmo não deseje tal desfecho, nem porisso na perspectiva histórica essa
bem que precisam defenderos bens atuais e as riquezas potenciais do país
fra- transformaçãodeixa de ser inevitável,
co: Vislumbram o país superior no verdadeiro papel de adversário, mas.
não Paradoxalmente. uma das maneiras de retardar o efeito libertador da tee-
podendo conceber nem empreender uma oposição frontal, capaz de
degenerar nologia no país atrasadoresume-se em exaltá-la, a ponto de fazer dela uma nova
internamente numa situação que as ameaçaria. acham-se obrigadas a empe-
mitologia. com sua numerosa procissão de idólatras. À primeira medida tomada
ahar num jogo infinitamente complicado, desconexo e contraditório.
de si- para tal fim pela consciência externa alienadora consiste, segundo indicamos
multâneas concessões e resistências. Sentem que têm de conceder aleo,
so, com a em desligar o técnico de suas vinculações às massas do país a que pertence e
às quais devia exclusivamente servir. O dominador exorna a modesta figura do
esperança
" “pr +
ele + fazer
Es F .
o pais
£ r:
ube senvolvid
:
o crescer e vir
:
mais
i
tar le a Ese erguer
8
| 288 |
[2
técnico de uma auréola excelsa, que 0 conquista pelo envaidecimen

aura
to, pela su- Deixa-se
i de admitir i
ii a oportunidade de“a a consciência erttica na nascente
consciência ertica ' das úreins
gestão de umvalor e umpapel sociais ilusórios. nas condiç
ões vigentes, semfa- pobres estabelecer seus próprios critérios para medir a distância que as sepa-
BILSTA
lar dos argumentos mais fortes representados pelos mil e um
acorrentamentos ra das adiantada Eá isso ocorre porque tais critérios, supondo a desalienação
financeiros com que mantém cativa a maioria dos profissionais
capazes e in- do pensamento, seriam não apenas de natureza diversa dos impingidos, mas
OIBATY

fluentes. Numasociedade do gênero da nossa, onde felizm


ente já começa a se i
conteriam à
o desmascaramento itiço ideológico
do feitiço €
ideológico embutid ido nos “indices”
É
observar a desvalorizaçãoda cultura livresca. pomposa. que
até há pouco da- propositalmente fabricados para serem deglutidos pelos estudiosos ingénuos,
À relevo à fauna, tradicionalmente respeitada, dos “douto
res”, fez-se um vá- especialmentesociólogos e economistas, do país
. “4 x E “a Eur
dependente,
dir sé A so
a fin
pe
|
1 de Criar ne

cuo de prestígio. que os espertos manipuladores estrang


eiros da consciência les uma consciência que os faça mtirem-se indefinidamente inferiores e infe
submissa perceberam poder ser incontinenti preenchido
pelos “técnicos”. lizes. À vista dos “índices de desenvolvimento”, que afanosamente aprendem a
A troca do “doutor” pelo “técnico”, fato social, tem como
reflexo no plano cul- caleular, têm necessariamente de chegar a uma imagem desalentadora de sua
tural a da ciência pela tecnologia. Esta recebeu a palma
de ouro, passando a con- realidade. a balbuciar umeterno confiteorde incapacidade. queestabelece exa-
ter em si, na mais inadmissível conversão. o saber científi
co. Coisa pior, a pesqui- tamente oterrenoideal para a manutenção das relações de mendicância, doses
sa científica foi degradada à condição de simples determ
inante subalterno da jo supremo da potência concessora. A análise crítica de “índices”. por parte
prática tecnológica. A verdade porém acha-se contida
na compreensão oposta. a
dos cientistas nativos, levaria à rejeição quase total das rvidões conceptuais
Na perspectiva da lógica dialética não há fa 's materi
almente distintas porli- acalentadas sem discernimento pelos economistas amestrados e à substituição
mites infranqueáveis, uma vez que existe implicaçãodia
lética. mas apenas ideal- das noções enganadoras ou d tituídas de sentido por outras, válidas para re-
mente distintas. Nestesentido, é lícito conceber a ciência
como o primário e a presentarem a percepção do pensador da área subdesenvolvida em relação h
tecnologia como o secundário. Examinaremo melhor
este ponto quando nos adiantada. Falar-se por exemplo em renda per capita equivale a pretenda o
referirmos às relações entre a técnica e a pesquisa científ
ica. trânsito de um sofisma ambulante, sem denunciar-lhe o erro intrínseco e ns tr
Julgamos impossível esgotar o elenco de solismas para
que apela a potência tenções perniciosas e colonizadoras. Significa tomaresse osticas por noção
hegemônica com o fim de manter contida a subalterna.
Desejamos indicar um científica, devendo ser universalmente válido, quando basta atinar a [im do
dos modos de raciocínio mai frequentes, redundando
em beneficiar. pela exal- perceber-lhe a inexatidão, para o fato de não ter sentido em outras formações
tação em que a erguem, a nação desenvolvida. Referi
mo-nos aos critérios de históricas. onde vigoram relações de produção nas quais não há proprio
comparação desociedades emfa s históricas desiguais.
Sãocritérios que sus- “renda” e muito menos “capita”. A falácia mais eficiente da nação dominadora
citam a cunhagemdos chamados “índices de desenv
olvimento”. Sem entrar em consiste em absolutizar a tecnologia que possui, exeluindo-a da história, como
detalhes, basta dizer que conduzem a mediro estado de uma
sociedade nacio- se nãolhe tivesse custado penoso processo de acumulação de trabalho das sus
nal pelo nível de desenvolvimento técnico por ela aprese
ntado, sem qualquer massas e de espoliação externa, e não sofresse a ação do tempo. que necessa-
menção do quesignifica objetivamente o mero concei
to de “grau de desenvol- riamente a fará declinar. Importa-lhe no momento exibir-se aos olhos dos povos
vimento”, À consciência ingênua alienada incorr
e aqui. entre muitas outras. em pobres no papel de valor absoluto e paradigma imutável. Com de consegir,
duas graves confusões. Em primeirolugar. parte da
hipót implícita de que pela fascinação ideológica aliada à pressão dos interesses materiais, a subordi-
o povo pobre não possui técnica, suposição totalmente
insensata. porque se as- nação do país subdesenvolvido. | Ô
im fosse não existiria, visto não ser O povo mas o homem
a origem e 0 portador Outroraciocínio capeioso usado pelos ideólogos da dominação reside na dis
da técnica. Toda sociedade possui a tecnologia que lhe
permite organizar-se no tinção, que estabelecem, entre técnica científica e outra, ps não is 0 mea
estado em que vive. Em segundo lugar, e aqui se vê clarame
nte a intenção ideo- caráter. Só a primeira demonstraria a sistemática aplicação das leia naturnis,
lógica do pensamento docolonizador. a apreciação da desigu
aldadeno progres- enquanto a técnica tradicional teria qualificação simplesmente empírica, resul:
so tecnológico entre as nações é feita pelos sociólogos
do centro dominante to- tando do proc o de “ensaios e erros”, definindo o chamado “periodo pre-
mando por padrão de valor máximo a técnica da sociedade
a quepertence 0 jul- científico”, quando ainda não existia a figura do sábio mas apenas a do prático
gador. Não se conhece caso mais flagrante de julgam
ento em causa própria. (cf. Fischer Lexicon, v. Soziologie, art. Technik, p, 292). Qualquer pessoa por
| <2U 1
[291
vzota
tadora de elementares noções do
pensamento dialético percebe logo
mente
ser total- alienação enfeitiçadora conduz a outra direção,
ireção, àà sublimação.
j “ão àda ideologizaç
ideologizacão
destituída de sentido à express ão “período pré-
científico” da técnics
EJt91 1

da técnica pelo progressivo desligamento de suas bases


e materiais.
“riais. Des
À , É a “ “ ) x

Nunca existiu tal coisa. nem i ; Despren-


poderia existir. À técnica mpr
e foi científica. no dendo-se
| | cada vez mais dos suportes, a técnica
éeni torna-se
ré uma entidade
“pi sus]
* suspensa
estado em que era possível a ciên
cia em cada época. Já mostramo
O1FATY

s. parece-n no espaço, “mm causa nem relações temporais. Esse estadodode levitação d
n à q at sato » 71 “a , ( te
j ificientemente. que a
técni cd exprime um exis
tencial do homem. por
guinte inseparável dele. O homem conse- i
monstra-se muito apropriado para dar-lhe a aparência divindade
aparência de de divindade transcen-
“atécnico” é tão impensável quan
to a técnica ihi
dente. Aqueles que conhecem, possuem e utilizam aa tecnologia.
tec l sobretud
retudo mas
inumana. À noção de períodohistó
rico destituído de técnicacientífica
se a pintar o panode fundosobre destina- lali lade Es atual
odalide
mo mu
altam eme co mple z Xas. O lu Ca
da I jrodução automatiza
Ú la da, g q
ren
qual se quer fazer sobressair. com
de únicacientífica. à técnica das o valor ram que os conhecimentos adquiridos tri e a prática estão obriga
rática aé que “esta | inves-
risados
sociedades indi triais avançadas
e coloniza- tem-nos É da instrume de , transformaç
é funçãoexistencial de portadores de um instrumento formação
doras. Com issofica ocultado o cará em- j
ter hi órico, dialético, relativo da direi das
porquant ciência, sus realidade nacional.
daa sua º Em a pisa de »ceumandlida
; vez de se capacitarem seu papel de obrei :
o é absolutizada à atualmente
possuída pelo país forte. O
porta-vo- e
necessária transformações a imprimir à sociedadej a que pertencem, aceitar
zes desta concepçãode ejam impe º 1 à 1 2: a, ap » “o So! à I Hu

dir que o povo atrasado interpre


te seu atra- passivamente a profissão de zeladores do conhecimento que não eriaram,
» não como falta de ciência AsSsIv E Ss
mas como posse de uma ciência
in iciente, guardiães do instrumental e instalações
i Õ a eles nã pertencentes,
*s não cor i |
»rtencentes. contentando
dadas as condições da época. Porq
ue a última compreensão tem por
queê
conse- se em E
constituir a legião dos adeptos. À tecnologia converte-se
perte-se em teolog
ncia imediata a descoberta das q li y é eo ogia du
razões sociais e políticas doatraso. consubs-
tanciadas na és ploração econômic máquina, à qual, imitando« clássicos de outras formas a aO
de alienação,
a e na alienação cultural que viti
mamo pa Ari se aliena.
homem, o técnico ou o operário i faz votos perpétuos
jaz votos perpé devo
de» devoção,
pobre. Toda técnica exige um mod
o social de produção, e inversam
sistemadetrabalho produtivodá orig ente cada eri
em diante desconhecer Á ter transferido a título
para ela, a tí de My tratis
valor "transcender
em a tipos determinados detécnicas. 2 d ms
o motivo pelo qual o abalo causado E4 gi
i
te. o que era imerente à sua realidade pessoal. E é
€ macpuina
Ce «que 3. a
) quece é Hido Í pus
pela evolução tecnológica no país depe
dent e tem deser controlado pelo
n- sa de obra sua. produto de tas finalidades interiores, realizado em
mediante tm
dominador. por intermédio das
elites pensan- idéias que adquiriu, e acredita ao contrário PIXAT=SE possuir
BVer deixar-se
dever | >
tes, dos sociólogos. economistas i 4ri No “pela tee
e dos próprios técnicos daárea
at rasada. a fim as i poderá
logia. porque só9 assim é irir um nome* e uma& essência |humana,
rá adquirir nam a de
de processar-se com a maior suav
idade elentidão. dentro dos limi
tes prescritos “técnico”. Explica-se deste modo ofatoE studi
de o estudioso honesto do paiss s subde
pelo sistema de interesses socia
is das partes mancomunadas.
senvolvidodida i
ter sua realidade existencial por assim dizer de de cabeça
im dizer para baixo,
cabeça para
porque é dada precedência ao estudo sobre a criação.
“riação. EE tal ac porque| o
“Ce porq
tal acontece
14. À ideologização da tecnologia estudo corre "spondeà fase de pura absorção de produtos alheios,
a : € 11
na esmaga
£ + £ (o

4 possibilidade da metamorfose ra maioria estrangeiros, enquanto a criação. por humilde e tímida que fosse,
da técnica em mitologia, ou seja.
espécie definida de ideologia socia em um ç pe ”
signifi aro
ana osu
.
sur gune 2 nto d “ 4 ide Me
|
u int elisencia
ta na a nativa, e sua concretização em
l, decorre da falta de esclarecimen
sobr to crítico métodos ou instrumentos elaborados nointerior do país atrasado. Bem em
e a natureza da tecnologia. Enquanto
a teoria for aquela soprada de fora
sos ouvidos dóceis dos especialist zar evidentemente em nada o estudo, mas apenas ai abandona niggpdds se
do mundo marginal. dos intelectuais
Y

lessores, das elites políticas, será e pro- existencial, desejamos unicamente explicar por que o estudo define a atitus (
inevitável esse re ultado. porquere
tira do tée- preferida pela inteligência educada exclusivamente para Ê recepção on
mico autóctone 0 papel de portador
da con ciência crítica de sua real
deveria exercer, O trabalhador sabe idade. que Parece o idólatra, que com os conhecimentos hauridos nos livros fia é " p:
que a técnica da qual se utiliza tem
nalidade a produção de bens. E porfi- dos conferencistas estrangeiros está se constituindo a si di está recebe n o
ta simples proposição pertence à
consciência a prestações os fragmentos de uma substância com que vai compor sua essén
critica, embora ainda extremam
ente elementar. e fosse prossegu
ida, a linha de cia de intelectual, de professor ou de técnico. ms ue
pensamento assiminiciadalev
aria à compreensãoda natureza
dialética da pro-
duçã
y o e à descoberta da função
A teologia tecnológica exige então um culto e assume as hp dk :
do homem como único agente
real de todo 0
ligião messiânica, À técnica é implorada como graça que deve cair das alturas, dos
y
processo. Mas o desvio idealist =

a a que é ubmetido o pensamen


to porefeito da O nela
os deuses e só deposi a es
nela se se deposita : de
ssperança
centros olímpicos. onde habitam
i
[298|

salvação. Esses estados de espírito, típicos da forma final. máxima da ideologi-

emo (ou ds]


a o triunto contínio do ho-
CAUI EJtats crmapy
indivíduo concebe e executa. À técnica consubstanci
zação da técnica, que a envolve num halo místico. incapacitam os e tudiosc , de hominização
mem, institucionaliza o prosseguimento ininterrupto do processo
ou mesmoos simples labutadores, de compreenderesta idéia fácil e essencial
. e
à no segment
que. sabemos agora, entrou o « 5 ultural ar,r, Lan entar
desenrola
seu desenrol
al de de seu
estão expostos.
o avassalamento da existência pela tecnologia, o perigo a que
ade que a técnicarepresenta o nome dado à mediação exercida pelas

ap orr22U07 O)
ações hu-
de pura fra-
mamas, diretas ou armadas de instrumentos. na consecução das finalidade
s que ou mesmo a quejá sucumbiram,os ” ralores humanos ” nãopassa
o homem concebe para lutar contra as resistências da natureza e a in ituição a e renome de
seologia deescritores impressionistas. alguns com banca montad
nacional de relações sociais de convivência. A mística da tecnologia conder er, que delas
filósofos profissionai Éo caso. por exemplo, de Martin Heidegg
uma das modalidades irracionais doidealismo contemporâneo, Sendo um fugir para se abrigar
de ra: “A técnica é um malefício (...) de que o homem deve
vio, a corrupção de um conceito por outros aspectos legítimo, leva ao descrédito . p. 4-5). No propósito deli-
na “inexpugnável força do simples” (Der Feldweg
e conteúdo válido que possui, Não desejamos quenaerítics aqui o público estupe-
empreendida berado de cultivar as mistificações de aspecto erudito, para
alguem veja o mínimo sinal de desr speito pela tecnologia. Nosso intuito. fazemas vezes de ii
ao fato, as expressões ininteligíveis, os enigmas verbais
procurar desembaraçá-la das anamorfoses que a desfiguram, está justamen ca á de Estado
te ções profundas. Referindo-se aos progressos da União Bepvisii
em mostrar a indispensável função desempenhada na trar formação das con- Unidos. o pensador germânico menciona “a descons oladora fúria da técnica
dições de vida desumanas do mundo subdesenvolvido. Tãosério e fundamental desencadeada”. Conforme bem explica o filósofo
argentino Carlos Astrada.
e este objetivo para a situação das massas trabalhadoras que se justifica ar ao poder e à eficácia
m os “Heidegger propõe ao homem de nossa época renunci
apelos no sentido deintensificar o debate deste tema. contribuindo or impressionista tem
cada autor da técnica”. Vivendo num universo de palavras, o pensad
com uma parcela de possíveis esclarecimentos. Para isso. entretant a formar fra
como único problema combinar as que melhor se prestem
» “ ke 1” “ar Ê Cs emos
16

o. faz-se a nd = » o
T 1

as e sibilinas
mister o exameteórico, cuja importância ressalta ao apontarmos as
consequiên- ionantes ou enigmáticas, e porisso fica obrigado a forjar mirífic
cias desastrosas da inadequada concepção da tecnologia. Na forma extrema. ki unia
arado ai seja lá o quefor. do cp
e Afinal, ser
questões para ter matéria sobre a qual escrever
que vimos colorir-se de tonalidades místicas. a di orção lógica encontra uência só importando a
-se todas as idéias e teorias irrc ponsávei e sem conseq
principalmente nas formas modernas de pensamento. Daí a estranha aparição d i s ari de E
rsidade que causarem na ínfima parcela RÃ deade Era | iRs
uma platéia
x de profund
impressão
de uma nova filosofia da técnica. hoje corrente em diversos
eíreulos. Cilra-se trada, boquiaberta e incontida de admiração, tanto faz »r verdade o que 0
muma concepção geral representativa, gundo dissemos. do novo maravilh O ponto de v ta dia-
ar- filósofo diz ou o oposto. ou, ainda. coisa muitodiferente,
se do homem emface de suas criações e tem porbase a enorme acumula o mistifório ou a irres-
çãode lético, porém, nada tem de comum com o amadorismo.
que exprime deve ser a
ponsabilidade filosóficos. Para o pensador dialético, o
engenhos e métodos, materiais e ideais. propiciada pela ciência atual. dando
em resultado a fabricação de máquinas e produtos que revoluc a ou imeficaz. Poris-
ionaram o am- manifestação da verdade, e a verdade não é jamais gratuit
mas tem de
so, não pode refugiar-se no mistério das expressões enigmát
EA
biente da vida humana. cuja consequê ncia foi a quase completa perda de con-
tuto direto com a natureza. substituída pelo mundo circunst clara e ace ivel a to-
ante formado por enunciar o que julga ser a realidade das coisas de forma
objetos artifícia "oncepcçaão da tecnolo
ncias A concepç
das as inteligências. "e gia como
» tun do hom
triunfo men resulta
na única base
ão tem fundamento crítico a noção de ser um “mal” essa transform
ação. da colocação inicial do problema da e istência do ser humano
nrário, tal idéia
Ao contrário veic
idéia veicula um dosEa a da ; ã a à necessária relação
produtos
típicos ingenuidade român- racional possível, de simples bom senso, a que nos mostra
ten que julga um “bem” o retorno do homem à natureza, à vida do contradiçõe resistén-
“bom sel- do homem coma natureza e a sociedade em forma de
vagem e outras tantas comovedoras mas realmente desumanas infantili em
dades. cias. obstáculos, opostos e r ssolvidos pela inteligência nascente, depois
O avanço constante da técnica tem de r, por definição, um bem. outros, sempre aque
nãono sen- contínua evolução progressiva, para rem substituídos por
tido de qualidade moral. pois na verdade o dilema pretendido não apresent nta a estrada da vi-
a os anteriores forem vencidos. A história da técnica pavime
qualquer conteúdo lógico, mas entendido emseu significado de realização da tória do homem. da afirmação de sua capacidade biológica
Agi
e a >» & € .€ de se fazer asim
+ + 1 a ars "se E Zer t 1 f 1ES=-

capacidade criadora do homem. poder incoercível. visando a expandir ente à conquista


sobre a mo. cada vez em nível de realização mais alto. graç exatam
amiquilaciam ou 0
e domesticação das forças que lhe são antagonistas, que 0
natureza inerte, os corpos e os fenômenos o domínio das
finalidade que o
[294 | | 295 |
j tai ER Mi qu ad À E ento
vivo cuja principal necessidade consiste em sobreviver: O rumo de pensam

eisojouos DE
manteria na condição de animal
SIE] Esvora

comum, não fosse à faculdade de pensamen-


en-
to desenvolvida por suas possibilidades de trabalhosocial cooperativo aqui indicado mostra a diferença entre técnicas aparentemente idênticas,
as mesmas substâncias, com os
quanto atos formalmente desempenhados, com
porque a
mesmosinstrumentos e aparelhos, mas naverdade distintas em essência

sp olrisano
15. A catabase da técnica. À tecnologia e
RR a * * .

A mesma
serviço de indivíduos ou grupos sociais com finalidades diferentes.
seste

a diferença de finalidades entre países técnica de produçãoserá uma coisa na mãos de um setor dominan
te, e outra
dialética.
de níveis históricos distintos nas mãos de outro. Entre a mediação e a finalidade há uma relação

o]
e mesma me-
que. transportada para o terreno da práxis social, indica que uma
des
Quando o progresso científico não faz acompanhadopelo corresponden- diação material muda de significado e valor quando em funçãode finalida
te desenvolvimento na compreensãoteórica do homem e deseu papel no mun- diferentes.
des tornasse inevitável perder-se o fio condutor que deveria manter a fidelida- rmente, vê-
Entendida a técnica como mediação, conformeexplicado anterio
dedo pensamento à prática, ou seja, fica esquecida arelação dialética que os se bem a necessidade de proceder ao exame concreto de sua qualida
de e fun-
une O pensamento. divorciado da prática, acaba ignorando a razão deser e Todo trata-
ção. de acordo como contexto social onde surge ou onde se aplica.
, sem
las chegando ao ponto de divinizá-la sob o nome de “tecnologia”. À prática
mento da tecnologia em sentido genérico inespecífico, indiscriminado
forças sociais
mencionar o fundo histórico, a saber, o país a que se refere, as
abandonada a si mesma, prossegue com o caráter de ação canis indivíduos
na consecução deseus objetivos, sem saber quais são e por Foi os deseja é Ed da fraquez a de penetra ção ló-
que a manejam e dela se aproveitam, ou resulta
obser-
Dr e e da asa 4 , que Pa por Ensisingn a união gica porparte do analista ou oculta intenções maliciosas. Infelizmente,
;
quanto conceitos reunidos unicamente por um ato justamente porque
va-se queos cientistas, mesmo 05 mais bem-intencionados.
de pensamento, mas em formade ação concreta doser humanona transformação campo de tra-
lidam diariamente com técnicas particulares, cada qual em seu
gia”, talvez por estarem en-
balho, quando se põem adissertar sobre a “tecnolo
E
f
tal do mundo onde + vive.
“i ' pn
À catábase
ha 4
da tecnica,
Ê '
expressão de que nos vale-
lançar-se em
fastiados da rotina prática onde se acham imersos. anseiam por
nos
mos para
Y representar
reDnrese
aacconhecida
ela
imagem
à á,
da “descida ao inferno” das lutas
que a humanidadetravano plano da história real, só será conseguida pelo “es- vôos de pensamento generalizado,filosófico, e passam então, com a maior can-

dura, à emitir opiniões idealmente abstratas, sempre recebidas com o respeito


prtis de concretidade”, oposto ao “espírito de abstração”. O E da
fica-se na decisão de discutir não a “técnica” emsi. em geral, no estado de ab- menos re-
merecido, pela dignidade e reputação dos autores. mas nem porisso
soluto mental, de puro conceito universal, mas as técnicas de que os homens de A autoridade cienti-
presentativas de formas imaturas, ingênuas de compreensão,
uma sociedade particular. em determinado momento da história. se ER te gênios de nos-
fica desses mestres. entre os quais se contam às vezes os maiores
a satisfazer os objetivos a eles impostos ou que inventam, idealmente ou a sempre com
so tempo. obrigaa levar em conta a sua palavra, recebida quase
vidos pornecessidades definidas. O conceito de catábase da técnica tem valor primord ial de que
acatamento mas de modo acrítico. ficando e quecido o fato
o prepa-
metodológico paradigmático, pois revela, neste caso peculiar como no de muitos
out cds ii SE Ne
a competência desses cientistas nãonasce de demonstrações de profund
campossin-
ro filosófico. mas se deve a manife tações de genial inteligência em
utros universais. a exigência de compr ender o conceito abst rato não em si

mesmo mas nas manifestações singulares e concretas. A técnica “em si” só existe especulação
gulares, com frequência extremamente limitados. da ciência ou da
a titulo de objeto ideal de uma teoria universal. cujo fundamento de verdade
teórica, com predileção no domínio da física, da bioquímica, da matemática,
está nas manifestaçõ dramáticas,
| es reais, ou ja. no usosocial. Tais manifestações porém da astronomia. Esta situação configura-se com feições tanto mais
azem parte
I atrasad o dispõe
do 8armamento
nto de condutas
"ondutas de de que o ser humanose muniu para quanto são desse gênero os melhores cientistas de que o país
resolver, por esse meio, 0 problemas com que se defronta. Não podem pois ser e as medidas
ei RAM para lhe dizerem o queseria a tecnologia. qual aquela des jável,
mtendidas
E ds ; ;
fora do plano daexistência material da espécie humana, porque não
eri a tomar para adquiri-la e desenvolvê-la.
Req cd
teriam então qualquer significado. E nto filo-
uma vez que sóse compreendem em função A saída dessa perturbadora confusão tem de ser obra do pensame
de finalidades concebidas por uma con r a téeniea e, por
mencia que dirige os atos de um ente sófico erítico. Em consequência da atitude propensa a coisifica
|

E-
SN
= -—
| 296|
cristalino esta verdade

PIS ojouss],
assegurassem a sobrevivência. Tem um valor detal modo
CLUr]

SERRO REREDA , fe nolos


E ta. pr od HZ=s
h se tuna la 5 tuna vel dis
li I orça o da capa idad
ores dividem as várias fa-
ae
pereeptiva da consciência geral, e particularme
nte da possuída pelos cientista que tradicionalmente os antropólogos e pré-hi soriad
citota

com as técnic “as criadas em cada


do I Mus +5 uy I esenvo
em lvido
41 I lo. Re te
Í PUMO-
= n am ocao
ça seg
Ê eum ao
I a qual M »mer
“Prece
ceono pa
ses reconhecidas da evolução humanade acordo
época. Em torno da tecnologia dominante existe
nte em cadafase da vida hu-

ap
E) e de
| I tecnol
I | os
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el que
ft vigora
Sol
Ê no
E p MIses «adiant ados
>. e €. mesm
e o e:al. ExXC
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agrupam-s » às demais manifesta-

ota HO
mana. mesmo as mais recuadas e primitivas.
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I Munment
e e ' a mai Ê Co my He
le Xd mm4 ran ( liosa
5 e requinta da. la Ao dMseut
5
mado país pobre não
irem
€ a mec ess. I x
| ' a la tecr
ções da atividade comunitária. Por con “guinte, o proble
da de “e “o mar
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IS p PH Dre.
I "e. Se u s h « mmnen
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I ciencia
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s | vi
, como se nenhuma
vam e em « on +
tn «aÍ PO to Pepe
| e tuo € “o He “De be Hm é deuma de outra ra e decie, a consiste em importar com urgência tecnologia aperfeiçoada

o
e da nações domin ante 4
t
Esma vequase possui. a que domina no âmbi-
d univers
“unive r al confus
: ão
à compele os cientista tives: “mas emsubstituir internamente a que
ada no
se referivem implicitamenente
te às
às fformas: suprem
“mame
s nte
n desenv
se a olvid
idas. to atrasado, por outra. mais racionalizadae rendosa. porque mais avanç
o natural-
não for
ente ds natureza. Está claro que. enquanto
que respeita ao conhecimento da
tem Ha 5 | perte
Í mas:s e rendos
n I as
a do
I momento EÍ ss ac virtua
ude| na o seria
a tecnologia já
I um
1
de produzir para
produtor autônomo, O país retardado tem
equiv
I oco ideológ ico o tão
tã desast
As roso se não
dógia à trouxesse envolta icualmente
i
numerosos casos adquiri-la, Mas
EK VEM vevest
vestid
i a de sy
valor E parad
aids
igmátAM
ico, das condi
o çõeso» social
e €
Eem que do a
a técnic a existente na área desenvolvida. precisando em
superior é desempe artecnologia alheia,
aro penhadaaeas
e às quais
i se atribu
i i o mérito da posição eminente a questão essencial não está em saber deve ou não compr
atas condic sesas
His condições são peculi: ares ao mundo desenvolvi culturais e políticas em que
do E om to
que nos relaci E o- e sim em decidir sobre as condições econômicas,
problema do país subdesen-
e
mumos Deste modo, a reclamação da aquisiç ão tecnológica,
legítim: lhe compete incorporá-la. Portanto, O verdadeiro
sura quando praticada dentro> dosdos limites 's defini que, isoladamente, são simples
definidos
d pela
oe onsciê
ár nciac s€
crítica, volvido não consiste em substituir tecnologias
idido
ks control es fundamentais da socie-
E
“ob seu a e, traz em si a sorrateirs suposição de S
que as condições sociai
Re
índice e não causas, mas em transformar as relaçõ
quada, na impossibilidade de
| alho em que floresceessa tecnologia, também preci dade. razão de ser da presença da tecnologia anti
0 : “ + p + e | S
s:
1

o país em produtor das téc-


aceita
| s como parte
te que “sa
são do estado de adiantamento. Sem O saber
dia m de- aquisição da mais rica, e sobretudo emconverter
na vanguarda do proces-
separ na maioria dos casos, os cientist
| agent
transformam-se assim em
Es es alie- nicas avançadas, em igualdade com os quese acham
I I e s do pe . Hs aument
na dor f4 + ] de
o contexto n cional disti
ucont É so. Reduzir o proble ma ao fato isolado da transf
erência da tecnologia superior
é Ê
echo 706 à o e
x >
reend o ou calunia ndo
I as
a
idade que cha-
c minifestaçõe
a s autênt
n icas já conseguidas e opondo e ao desenvolvimento de demor tra pensar microscopicamente, significa cair na ingenu
hecendo o conceito dia-
| ssurios dos centros metropolitanos encontramneles
dócei mamos de preocupação com “um só problema”, descon
do movimento da realidade
inconscie
o puma ntes coud radorés
laborador | es. para
: ibnirdi em as insinuações s ideológic
difundir de ad asas [favo- téticode totalidadee revelandofalha de percepção
técnicos, este tipo de vi-
du manutenção das relações de subalternidade
j nos múltiplos aspectos. Manifestada por cientistas ou
sional.
O erro lógi
ógic
E o subjjacen
j acentete a esse
esse comp
€ ortamento resume-ssee na ignognorrânc
ânciia a dod são monocromática constitui um caso de doença profis
grupo social tem
conce
4 rto elemer var Ja por ne mene ionado. a saber
5 e Ú pai És atra
atras
e ado taml
Qualquer que seja o grau de seu desenvolvimento, todo
za e dela obter a produção ne-
1 sem
na rio não
tem ter nologia. do contra
ibsistiria. Deslumbrado pelo espetáculo do uma tecnologia suficiente para enfrentar a nature
progr
aesso alheio. principalmente depois de
JE " £
tê-lo visto in loco. em visitas es
” » , Ie 2 : ç A funçãosocial da tecnologia pobre não se distingue emes-
cessária para viver.
formas em que assenta a
pelacientes ou no gozo de estadas ibvencionada
s,. que. em numerosos ancasoss de
sência da possuída pela tecnologia ric a. Ambas são
técnica avançada, mesmo assim
etentistas em broto. engen
r = vddra
am ur na 5
sy grati dao
lã servic
Crv Ca I e o expal
4X| atra Rento
ente inte De existência de populaçõe humanas desiguais. À
modalidade pela qual a so-
o
lectual. os homer
? de ciênci
1eia
: do país
aís atras
atrasad
ado reclamam a importação indis sempre imperfeita e tran itória. constitui também a
E a batalha pela obrevivên-
ada e sol| quais
juaisquer
a " condi
condições datéc nica estrangeira, : da nação imper
Geni eria-
i ciedade altamente desenvolvida trava, a seu modo,
ao aperfeiçoamento das ar-
sta, alegando com perfeita cegueira sociológie
RS cia. tornada em termos relativos menos duragraças
Tulafirmação.porsisó à vi aque o “pais não tem técnica”
ângulo de apreciação ambas.
CÃO. | so, à vista do caráter existencial definidor da técnica.
«: mas de que dispõe. Consequentemente., por este
Orne mostramo ica serem equivalentes na pro-
So a resume um m contra
€ -sens , porquanto jamais
-senso | is
se constit uiria desempenham o mesmo papel, o que não signif
za, que outorgam ao homem.
spécie animal caracterizada por traços
ciado res de dutividade e na capacidade de domínio da nature
sufic
izaddo se não possuisse e exerc iente mente denun a tecnologia função do
tm 4 ado hominuniza esse aleuma
algume técnicas que lhe considerar assim a questão para demonstrar
se Basta
| 298| | 00

processo total do desenvolvimento social. distinguindo-se


ovurd tão-somente pelo amente
ng Ê une
I perigos ct | ho
H Jetro
I “os
I , a I das 1 s«ae
n hic es
condiçõ l h x est ar HW Cr mam do
tral + alh E) pi us |

grau de avanço nas diferentes formações históricas. As


naçõe imperiais têm a | es bÀ
internas sspuivel
e3 aum e tando o des m I de
| s de
cc Mm d EMoes | 1 la do
vi I |
Í povo, O eu
Batol A

tecnologia que conseguiram conqui tar,


úhti questão ale
“apa àa alçada
a escapa enicos. nada tem
dos téeni
€ O mesmo acontece com as periféricas
cionamento e solução da última
>

A consciência crítica indica que não se deve espera ate 1 político.


; mente
exclusiva
r que a tr; idação de uma a ver com a tecnologia enquanto tal, ÉÉ um problema
"oble Xe
OIRATY

tecnologia qualificada para o meio acanhado opere porsi À arame que


da nação resolver,
só o milagre da trans- que compete ao conjunto das forças sociais
formaçãodeste último em florescente. O papel da técnic papel q ' : E
a não vai além do me- Se o homem de ciência e o técnico não perceberem o
diador, Vale muito se cooperar para alterar a qualidade de ng aa Es
da nação atrasada. o be. de participarem da transformação geral das a ruturas
que, em termos históricos, significa dizer: se for incluíd censuras, a eee
a num processo de traris- se se recusarema exercê-lo, estarão merecendo, além de orucas
formaçãoeconômica e política geral. O cientista que re lama uti A
a “tecnologia” por 'alarem na inversão idealista que consiste em antropomorfizar, aa
julgá-la um recurso salvador não percebe tr "a o E
Rá Primeiro. que esta mes- zar a tecnologia do país rico, acreditando quea simples ps
ma reclamação ingênua exprimeseu estado existencial o dest N
decientista atrasado e meio atrasado modificará as condições existenciais da Poniaç
tende a confirmá-lo ne a condição, nãosendo acompa ao objetar em ser impos
nhadada exposição erí- Compreende-se a conclusão dos economistas formalistas,
tica que o faria superá-la. Segundo. que ele próprio, mesmo | tea | , de
quando
na ituação em que s tal “are
| ms en I de
Iv er
Ar o de *senvolv k ume si
uma pe Ss 3 F PRACA
À ode , opal
so ) VE; Z4
| nente
rm H pDEau nt l

acha, e contra a qual com razão, em princípio, investe n ka


»xtremo, éa tecnologi
auperi mo extremo,
em estado de pauperis
é portador de uma orandes
B o e
dimensõe
dio
s e com massasST . 1 at é MM a : aí a ic Gia dos
tecnologia, sem dúvida insatisfatória. mas que
poderá corretamente melhorar que levantaria num salto único a totalidade do meio inferior, D:
não por absorver simplesmente o saber técnico requin éfica. espratan
tadoalienígena. de c “focos irradiadores”, supondo-se que deles emanará umaação ben
tume dando emresultado transmutá-lo numa excres Ninguém discute q
realidade. Ninguém
da realidade.
ace da
cência social em seu meio. do-se por contato progressivo atéé mudar à face
mas se dirigir seus esforços no sentido de favorecer a altera tre figuraçã jente atrasado
"açãototal do ambiente atrasado ama s
| pela instala
ção global do estado i e ibiliidadep
impossibil É rática dada tras
rática 1
da sociedade nacional. a fim de adequá-la às necessidades |
que a nova tecnolo- :
ção súbita e ggeral de uma tecnologia avançada cobrindo todo o terri Areado
gia, pordefinição, se destina a atender. Terceiro. que será k E z ab idea rá
iniciais de tran
combasena tecnologia te sentido
; 5 evidentemente será preciso ertar focos
rústica e retardada do meio queterá de contar exatamente nto, +
para substituí-la por me
AÇ o Ma Ss o qu e 5 e disseute
m ação.
nvemenc
no o € a conven les Le | proces
e ia d ez fato deste I lim ento,

outra. Esta observação equivale, de certo modo. a dizer l


que é preciso conser- SH
sm nsament
o + I pernsame d.
100, Hd ve rdade
nteo te ÓTICO
]
1 dlógi cas que
| e asas dir e trizes Ss 1 Ideologi fes dd
mn ortes

var, dialeticamente falando. os fatore do atraso para 4, I nm 4


fazê-los de aparecer, ao de
e uca
exe tsa polític a $ ReM luzir 18 asàs tr tres
mos Ss;
1 pp rincipals5 nossas |
variass objecõe

substituindo-os por outros. Exemplofrisante é o da mão-de


-obra desqualifica- oy
emo ; EÀ COM
mem
a
eas 1 TeJatis amente
e ntraça o nas es areas mais t
ricas5 da nm 5 ala Cao o
d 4 Pnova

da. Opaís terá de se valer dela na medida em que for


lenta e precariamentese Ha.
Í e enologi 4 As 36
ss um procede ndo. E) poder dr:
ve nte a car
EA lirig 5
na p e ehi ( la Mastnu ueno da

capacitando para dar o passo que o levará a uma situação


melhor. O pensador )
cor e
qencia oSe
mgenta te
” aqu ez temos5 « hamado dePSe se nvolv ich toa se Bmundo
é nvolve vo) ro de2SenVo

técnico ingênuo pensa de modo inverso, Supondo, inocen


temente, que a tecno- eSee etra Ss
Ú 1 fal « 1 da conscIien !
soc tal erica ”
no planejamento da € ” xpan:são
ú I
t espera |
4 la pur

logia faz o homem, acredita bastara importaçãoda técnica estran A nçaRe aa


pela conserv ar
geira, e prin- “ tir desses focos irradiadores. Observa- infelizmentea indifere
cipalmente dos técnicos de fora. para operar a qualifi ee A ( ane
cação do pessoal local. ção das desigualdades internas, não sendo. está claro, ans
despreparado e ignorante, semelhante por este aspecto o = ”
aos demais elementos pelido indignadamente em palavras, com o duna ERR
da população subdesenvolvida. Claro está que emcontato nto o K o
com maquinismos complementares que deveriam estabelecer o suficiente pop
superiores e obrigados a manejá-los proveitosame antas a quo
nte, os operários nativos. in- uniforme do país. deixando sempre pobres. prenda não
telectualmente em nada inferiores aos metropolitan na ana "=
os. rapidamente se familia- áreas atrasadas. Terceiro, a política de alienação a inve idorie
vizam com suas tarefas. especialmente quando lhes são são tt rá
ministrados louváveis supostos “focos de irradiação”. principalmente quando porastúcia
cursos de aprendizado para esse fim. e se tornam o do eventua l poder revulsivo na
“qualificados”. Porém o pro- nas áreas atrasadas, o que determina a anulaçã
blema não reduz a essaalteração puntiforme. local ou, em limitad “fo
os é res- economia dessas regiõ transferidas como feudos para os proprietários do
tritos casos, regional, mas na modificação geral da qualid Essas três razões servem de amostra para documentar o meon
neo cu R vent enie
ennte da fal-
ade do trabalho das co , Ess 5 VAZÕES 5
massas do país emtotalidade. Com efeito. se não proceder à remodel ly vimento.
desenvol
ocê o de “ desenvo
ireçã do process
ação glo- ii na direção
ta da consciência crítica
[300| e,
| BIBLIOTECA - C.1] / CEFET-MG, 301 |

essajrus21
out
Convém não esquecer que mais importante do que a falta dos
meios téeni- 16. A teenôtogt ps Ler
os para produzir os finos bens, objetos originai tipos avançado s de veículos.
BJTSTA

de aparelhos e de utilidades, é a falta de consumidore para eles. À introduç “ste caso com siste em desc
O
ão sal
fA om S5e
:
ons ienci
O aqu eo a consc a I , rumáaria com ete te neste

da tecnologia superadiantada impõe a criação. no meio pobre, de consumidores

py
dd umulação de trababh lho
H
te
lc gia d o paiss rico , tem
otosg Pp o F ba seaaa
e
Ce I qu e a teen
OIMATY

nhec
à altura, o que, nas condições das sociedades do tipo da nossa, significa essa fe nomeno nao o€ orrido nas areas
que pt Pura
intro- realizada em épocas pregr
duzir e intensificar um processo seletivo e discriminatório. que. nas cireunst onde está ada, presen|-
«ndo intentpi
n eceramaté agora e stagnadas ou marginais,
Es au

ân-
e a £ ia »

cias da execução do projeto de desenvolvimento. só tende a agravar, Se. porém, tran ferimos nossa
nunce temente à custa dos mais discutíveis expediente
a desaparecer. Segundo o pensamento dos teóric políticos da economia do mai untes
if taça ( ). para re lid i 1 de
», Feu
a « , trabalh o, perte I :”
€ e nÇ < 1 o d a tecnol gue 4 '5 impleB
n Iogia,
país pobre, faz-se necessário. em tais condições. mobilizar os recursos st
os nm Nestes
»se « ) di t utiemos
de tra- ente
cent à1 Essen 1 ) F probil
€5 5 ncia huma I ta do
ju
os que
I bl e ma. ve rifi ( amos

balho social comum para concentraro poder de compra numa minoria. gs


por defini
trabalho constitui. pa ção,
que ca- termos. mudam ime diatamente os dados. O
, ,
o o

da vez » deve diferenciar mais das massas cireunstantes. para ando-a emtodos os aspectos. P lo tra
ser composta um fenômeno total da sociedade. revel
-

pelos possíveis consumidores dos resultados da técnica perfeitamente atualiza aa


balho. visando à produção em si, o conjunto
u
cial se apresenta formando
da.
O trabalho social passa a ter, entre suas finalidades. a de financia se desenhamas relações dialética: |
r um super- verdadeira totalidade huma na. e logo
consumo. o de grupos preferenciais, enquanto o consumo da maioria s a
a tecno logia
do povo alicação mútua que licam
a
todas as fases. Se compreendeEr mo s que
situa-se em nível inferior, o de subcon jal. e não efeitc, ”
mo. Não temvalidade o argumentoque é funcão doest ado de desenvolvimento do trabalho soc
o
os
am
o

declara estar a minoria privilegiada em contínuo crescimento. conform e Dr gta logo: não poder
ap it
da ê“cultura”, ve
e indi- senvolva
ei imento imaginário do espírito ou
cam algumas estatísticas da expansão do mercado interno. de cuja cação do conju nto; o conjunto da so
veracidade est ar naquele aspecato particular a expli
há todos os motivos para se suspeitar, Em primeiro lugar, o aumento é medido é existe
xIsten tes. I ( dE C (on eo
nte e. O h páls atrasado
s unte,
la de
cieda
l 1 que
qu eexpli ( aast eU mucass ne » la
em termos absolutos. por comparação de um dado com ele mesmo em aiss dede traba
ções gerai
condiiçO massas, O se
as mass:
trabe lho das
ano an- precisa antes de tudo elevar a s
terior, o que lhe confere caráter abstrato de puro elemento estatístico. destituí- as
é da É + relaçõ os hom emns
es e entre "05
TE laç bes
É
no ato
ns no d ( 91 Tcabalh O, s€ | user
Ja - amere
a kh rar aa forma
do de significado enquanto indicador dereal alteração da totalidade da exis- le al HrOVve
I na r ftec undamecr nte ; a tec eta adiante ida de cada
é nol og
“st
estar e m xs situação ae
tência social, Em segundolugar, o crescimentodessa minoria. por alguns parti pai do pros
as- 1d )
J re tudo
| Oca, e 8sobre
€ *p
1 nd e y
» pt eLe É -se À amb emm € al IVA
1 or nar a de

peetos visíveis na opulência das cidades e no movimento comercial. '


no futuro já as; modif7icações ey É
;. São
pda
revela-se CESSO € le E ção
inven é tecnológica
na perspectiva sociológica, enquanto desenvolvimento do país. uma ilusão. al e não de mera tran f ao
pois balho que. com à forca de uma exigência materi
ck
documenta apenas o modo comose está realizando no ambiente subdesen de grandeza de minorias dirigentes.
- ' “ » o

imitativa, derivada do desejo ibjetivo


' 2

vol- j À

: ; aa tERy
vido o incremento da concentração do capital e da acumulação primitiv ; ogia.
ã de nova: tecnol sia. | por ser realmente necess
a, à tação
icitaç
terminarão a solici
custa do trabalho de milhões de seres humanos que jamais ingressa i , para ser- útil,
útil, preci «s d de tudo
preci sa antes
rão nessa marcha do proces o nacional. A tecnologia
minoria, só tendoporfunção dar-lhe, mediante o fruto de seu suor e das agru- permaneçapos
ria a menos que pe
“+ necessária. Mas o qualificativo “necessa
no

ras sofridas, o aumento queas estatísticas exibem com ingênuoufanismoe esponder a algumsuje
a ito, aque
falsa reino das palavra abstratas, te m de corr
interpretação. Comete-se aqui a redução do processo real da vida
do povo ao concreetame
quem n concr te nte é necessária. E sóserá de acordo com 01
conjunto de medidas, cuidadosamente preparadas. de ordem econômi sta ob ervação procuramos des-
ca, sem- vimento do trabalho possuído pe lo país. Come
pre na convicção simplória de seremestas últimas uma representação adequa- e exclusi ramente ao proba lema das
locar a atenção até aqui consagrada quas
da ao primeiro. Comisso. ficam em “gundoplanoas formas de tecnolog da riqueza nacional, medida pelos
ia que relações entre a tecnologia e o incremento
beneficiariam efetivamente as massas das regiões atrasadas do país subdese base ondel çegitimamente tem de
n- interesses do capital, € fazê-la voltar-se para à
volvido, prejudicadas peloexcessivo interesse dedicado às técnicas da desenvolvin vento nacional, Ora.
produção situar-se a discussão da técnica e seu papel no
rica, os privilégios das indústrias de luxo e sobretudo as concessões outorga condiç
análisee dasdas condi
la anális |
ç ões em que as massas
das a base só pode r representada pela
“o capital estrangeiro, comoex-votos depositados com fervor pelos crentes
à d empenhamo trabalho.
milagrosa padroeira.
[302 | p TO | 905]
pregeupas
ve ser sera a preoeu

esFojous9]7 ap 0112200) O
OIL FAESiA osmaly
Uma segunda observação mostra-se também importante, À tecnologia é in- tipo de tecnologia que convém e o papel dela nesse , Éplano, deve e dora
ventada para atender às exigências da produção e do desenvolvimentocientífico. O o, do ecom
ilósol ; do sociólog
ial do filósofo : do Eee
conomista e do | político pais om
ão primordi
ção pri
E meste audi
e reta
Por isso, não pode surgir onde são débeis estes suportes, em razão da incultura é
retardad o mas: empenhado em desenvolver-se. O modus faciendi,
repres ta o as
"que represen
q l porque x
specto
letrada geral, outra maneira de nos referirmos ao subdesenvolvimento. Quando elui a eleição da tecnologia, tem valor essencia
des do desenvolv
os cientistas do país atrasado reclamam a rápida aceleração tecnológica, mes- xecutivo. o lado operatório em que se «[letem as finalida
: 4 ta ps » ( H-
: : 4
.

ementea resposta dada pela consciência ertica huma


sa CRT. ni
mo obtida por empréstimo ou, pior ainda, como“ajuda”, estão invertendo ” aa
o mento.
E
Evident
j

dados do problema. Deviam antes reclamar as medidas políticas que assegu- se nao foi feito em bene fício das massas
|
ta questão resume-se em mostrar que,
nto mas apenas o fato eco-
Pen o completo controle do processo econômico pelo povo
pobre. Só as um trabalhadoras. não have rá realmente desenvolvime PA Sr on
se-
PED PS MEIO Ro
vão equitativamente valorizados « recursos nacionais, inclusive a pessoa deles, omi superfiici E
cial, acúidental e de» dúbio significcado
signifi : chamado crescimen
nômico
porque em sua função de homens da ciência. são recur 38 do país e devem ser tativo. ponpterádor coebacóas 4a
Enquanto o crescimento tem "aráter quanti
olvimento Eamprine -s€ z mi
aplicados para o desenvolvimentogeral, mediante a forma especializada do en- pansivoe se faz em progressão aritmética, o desenv
progresso cad
sino e da pesquisa científica. Nestas condições, que supõemevidentemente uma qualitativo. transformador da realidade, e se jaz em
consciência para si, impermeável] às alienações atuais, o recebimentodatecno- ce uma minoria, ao pas:
Diferem ainda no aspeeto humano; o primeiro favore
logia por ora não fabricável pelo país atrasado renderá plenosefeitos positivos, anel universalmente
» pay
vimento tem
olvime
senvol NR po
libertador.
eiro desenv
que o verdadleir
se exis
sem a pesada contrapartida negativa, representada pela desnacionalização da Por conseguinte, cabe à consciência total dopaís atrasado,
economia e da cultura. Só assim se libertará a energia intelectual do povo i amconstitinr -se veridi
ituir-se am
veridiccament exprimir=s » Jegi-
e e» expri
em dições políticas que a permit
ais, a opção emtre 05
ascensão para a realizaçãode tarefas técnicas e atos inventivos. muitos dos quai timamente. determinando o rumo das dec ões nacion
aque que » julgue
| melhor
lhor fa-
exigirão sem dúvida importação de conhecimentos. mas com caráter de inter- vários sistemas possíveis de produçãao, escolhendo aquele
câmbio natural e não espoliativo, em igualdade com o que ocorre na circulação gceao trabal
a massas trs hadora
£ s
Pas. CH
vorecer os interesses do povo. identificados aos das
fi

da cultura entre os países donível superior. Em tal caso nãose produziria qual- conjunto k e nao ac de delead as castas
E ame 1
Std 3 don unante is]S
s. ara co
Para “O! Éé A I oK | Ono
Hn

querlesão dos interesses da nação pobre. É importante que sua consciência di- técnica
és técnic
i a, duas ou três exemlo, a
concorrem. por "exemp
ass concor
tempo a carne da vês abatid
da socieda
jedadede |
nor nordestin a
rigente compreenda não estar presa aos padrões de desenvolvimentodo centro da produçãodo jabá, a chamada carne-de-sol. típica ípica d i
imperial, porque essa posição foi porel conquistada aproveitando condições ature , dis
aix temper»ratura
ricorifiicos. a baixa distintiva
paupérrima, e a da estocagem em frigoríf
int alações, recurs | E
PECUESOS CNCLZE-
econômicas e políticas em vigor no passado, que explicam asituação que hoje ãoaindustrializada. exigindo complexas ins
o ra ARA:
da produç
A

usufruem. Quando dizemos que a acumulação econômica e cultural. cuja re- 's bacteri qu
bacteri ológicos“ee químic os, formas À
À complicad; e - » e se as ( v

Aqui as, exames


é . E q

ticos,
i máquin
E a

sultante foi a elevada realização tecnológica de um centro metropolitano parti- olvido , aquele qu
transporte, etc tudo somente possível no contexto desenv
r £ to e
e p Dei z
-
o o q" sé

cular, exprime a totalidade das relações de produção e do regime de trabalho duas técnicas, cada qual expri- |
consumir o alimento resultante. Y «mos assim
ocorridas nahistória dessa área geográfica, não se deve julgar ser de um único geral dde um
avanço geral
de* avanço contex to ,
humano ,
socia o grau
i de social,
mindo umatotalida E
tipo o sistema de relações que levoua essa situação. Outros caminhos existem. pobre. dir-se- made se
quase nada
ir-se-áá que» quase
Tanto na área nordestina quanto na sulina
e
i :
ta prova está em que outras nações efetivamente o tomaram, chegando a re- "soss materia is paraa consegu
materiais i a conser
conseguiir Ç
vação
servação carne, mas esta
dada carne,
exige
i em recurso
sultados tecnológicos equivalentes. O primeiro axioma da correta teoria do de- i a quando me “id: ca|
or de de capaci
dida pelo teor
mesma pobreza transmuta-se em riquez
senvolvimento, inspirada no modo de pensar dialético, declara que nenhum chegar ao
"a chegar »sejado
ao reressultado dese) . g
Chegou -se
ati a para
dade inventiva posta em prátic
pais está obrigado a seguir o caminhotrilhado por outro, exclusivamente por- sob a sela de montar, | E 4 A JOCA ue

mesmo a descobrir ser útil colocar a carne fresca


VE 4 a = +
E

da put
que levou este último aos píncaros da história. Não há qualquerlei que impo- . penetra e a salga, conservando-a ao abrigo
é os e We
' “ €

o 8 suor do animal nela


inteligêência
trema a intelig inventivaà
ncia inven
aba universalmente a obrigatoriedade de modelos demonstrados eficazes no ção. É mais umtipo de técnica, revelador de extrem
i
desprovidas de recurso es. Todo
superiorres.
"ursoss superio
passado e em outras circunstâncias nacionais. A necessidade de instituir um aba«às por| parte das populaçõesO
prática,
plano de desenvolvimento. com plena independência, usando a experiência i sabe como fazer vaçã da CANO,
conservação
fazer aa conser
membro da sociedade desprotegida
alheia na qualidade de material de consulta. e portanto determinandoporsi o cent . caracte
Usa alguma técnica ristica
racterís Ir in ferior de cultura, mas expr
tica dede um grau
[304 | [305|
próprio gênio ou da vontade indomável, Sob outro aspecto encontramos a mes

mizajona
GIUT] VirstA csmafy mindo-a emtotalidade. Noutras regiões, o resultado decorre do funcionamen-
to de poderosa indústria, de alto nível tecnológico. A produção da primeira é ma ideologia forjada pela intelectualidadeáulica dependente dos magnatas da
“duzida. precária e até certo ponto incompleta, a da segunda tem todas as ca- indústria da nação poderosa, que exalta a figura quimérica e socialmenteim- =

possível do chamado self made man. Na realidade, nunca houve tal espécie
&
racterísticas de superioridade. O desnível entre os dois tipos de técnica mede o
zoológica, que aberraria de todasas leis objetivas do processo social. Os perso-
o
desnível das respectivas sociedades. Não havendoninguém que defenda a con-
servação da técnica primária, evidentemente terá de ser substituída. Mas isso nagens assim apontados exprimemas condições objetivas que possibilitaram o
-
nao via feito pela simples instalação de alguns modernos e grandes frigorífi- surgimento de suas empres ou deram ensejo ao aproveitamento de sua capa-
vos nas áreas que agorautilizama salga e a desidratação pelo calorsolar. À hi- cidade de iniciativa e de invenção. Mas, de nada valeriam os mesmos dotes em
potese de tal acontecer, de sereminstalados os frigoríficos necessários em quan- diferente indivíduo. ou até naquele mesmo quetriunfou, se ele estivesse colo-
idade suficiente para representar uma transformaçãodosistema de produção cado em outro meio. em diversa oportunidade histórica. O que chamamos
regional em ampla escala. parece por ora pouco provável, enquanto prevalecer “oportunidade” não significa um conceito místico, irracional, sinônimo de
“acaso”, mas retrata um conjuntode fatores materiais, cuja reunião se explici
a
a ausência de compreensão crítica e global do problema da alimentação popu-
lar motivada pela predominância de outros tipos de interesses na produção, pelas condições objetivas do curso doprocessodedesenvolvimento em dadare-
como por exemplo a prioridade dada à exportação do produto. De outro lado. gião ou nação, vindo a constituir, na qualidade de resultante, o quese poderia
considera-se não haver urgência na substituição. dados os padrões de vida da chamaralegoricamente a “vez” propícia à rápidaascensão de umindivíduo, de
sociedadelocal, até agora supostamente bemservida pela técnica tradicional. umgrupo ou de um país. Quer setrate dopaís emtotalidade, quer dos empre-
integrada nos ser hábitos, que só podem ser modificados “com o lento avanço E)
e criadores particulares, nãoteriam sucesso se não aproveitassem essa
a pg Sb sto
do progresso”. Por trás dessa expressão literária, abstrata, mistificadora escon- “vez”. Não devemos julgá-la um fenômenosubjetivo, mas ao contrário deve-
de va decisãofria das potências econômicas regentes que julgam não haver mos ver nela a expressão da ba material objetiva que o desenrolar das forças
ainda oportunidade para instalar em tal ambiente um “foco irradiador”. por- produtivas, em dado momento, oferece, sob forma de configuração de fatos
aque. conforme suspeitam com razão os elementos conservadores. principal- econômicos e de interesses políticos. Alguns indivíduos de maior visão, astúcia
mente o patriciado local, uma modificação deste gênero pode ter desastrosas ou arrojo, ou privilegiados pela posiçãosocial que ocupam, por exemplo o fz
to de fazeremparte de poderoso clã familiar, apropriam-se da conjuntura mo-
Ps +
consequências para o equilíbrio do empilhamentosocial, Portanto, o que terão
de fazer as forças desejosas de substituir a técnica do jabá pela frigorificação mentânea, para se tornarem ocentro de aglutinação de interesses de muitos ou-
será substituir as respectivas sociedades, isto é. tirar, em totalidade. o contexto tros indivíduos ou de setores internos da sociedade. onde a disputa desenfreada
atrasado da situação de pobreza em que vegeta, instalar condições objetivas e inescrupulosapelas posições é a lei suprema reconhecida comosagrada e ben-
eriadoras de exigências sociais que funcionarão comofatos compulsórios para fazeja. O homem que se fez por si, examinado com rigorcientífico, revela ser
impor o emprego de uma tecnologia avançada. na verdade aquele que se fez pelos outros, mas teve a habilidade de transfor-
mar-se asi próprio em conceitoideológico, de elevara efígie de si mesmo, idea-
lizada, à altura de eidos paradigmático, de fazer crer aos outros queeles é que
[7.0 progresso tecnológico como fenômeno social total
se fizerampor ele.
O progresso tecnológico representa um fenômenosocial total. As áreas que Sem o reconhecimento social nenhuma invenção teria sentido, não sendo
agora ostentam os mais altos padrões/nãoos realizaram por iniciativ isola- admitida como tal. São inúmeros os exemplos de cientistas pioneiros que pas-
daseventuais e desconexas mas porummovimento conjunto de ascensãocul- sarampela amargura dever recusadas suas idéias ou criaçõe Tal foi o caso de
mural. origem do estado presente. Uma das consequências da idolatria da téc- Samuel Morse, que por longos anos não encontrou industrial ou governo quese
mica está em julgar que os grandes inventores e os ousados empreendedores pu- interessasse por sua invençãotécnica destinada a transmitir telegraficamente a
deram manifestar-se porque eram forças individuais telúricas incontidas. que. palavra. Inclusive era-lhe demonstrado, pelos potentados aos quais recorria,
levando tudo de roldão, implantaram suas criações ou empresas pelo poderdo pedindo atenção e ajuda. não haver nenhumavantagem prática no invento.
[300|

E
sa
portanto de que tea resultar a sua essência, dada pelo trabalho social em que

eFojousa
A sociedade. mesmo à mais adiantada do tempo não huvia chegado ao ponto
ond

desentir a exigência dessa forma de transmissão de informações. Nunea deve- todos os membros do grupo em via de hominização se empenham para se de
fenderem de agressões do meio. carência alimentar. falta de abrigo, proteção
BITITA

mos perder de vista esta noção fundamental: toda sociedade vive comas téeni-
cas que possui, conformeo prova o simples fato de existir. Esta observação ele- contra as feras. e outras situações infensas para as quais a natureza não lhes
outorgou organicamente instrumentoseficazes.
VJPA4IY

olvusua 50
mentar deveria ser elevada ao estado de axiomadateoriacrítica da tecnologia,
Seria de máximoproveito nunca nos esquecermos deste princípio, ao proferir Todasociedade possui por conseguinte seus inventores, seus gênios, Assim
qualquer julgamentode caráter geral sobre umfato técnico. Pertence à condi- mpre foi, e sempreserá, desde o passado mais longínquo. quando algum pré-
cão existencial do homem conceber finalidades construtivas, condicionado-se a hominídeo ou hominídeo descobriu a técnica do empunhamento de uma pedra,
- 2
elas na sua ação prática. Há aqui um traço específico, original e determinante do arpão. do fogo ou da pintura mural, Porisso, não tem sentido declarar que
do ser humano que o move aperceber, e em seguida. já emfase cultural avança- o estado subdesenvolvido é desfavorável ao surgimento de personalidades eria-

da. quando ingressou na produção daciência, a procuraras contradições obje- doras de idéias novas. capazes de realizar avanços em todos os domínios do
tivas com que se defronta em seu estadode vida, Por outrolado, percebe igual- conhecimento e chegar a conquistas de primeira grandeza, que impulsionem,
mente o conjunto de forças naturais de que pode valer-se para solucioná-lo. tanto quanto as provenientes das áreas abastadas, o saber humano em geral,
Sem dúvida. pelos longos milênios do processo de hominizaçãoterá sido uma Dá-se unicamente o fato de que no meio pobre falta comunicação de conheci-
representação obseura, inexplicável e aceita porque representava umasituação mentos. pela precariedade da instrução superior generalizada e a penúria de

de fato. a da precariedadeda existência, da carência de recursos possuídos pe- instalações. agora indispensáveis. para a execução dos ensaios técnicos imagi-
lo homem. Porlongas idades, quando já na prática ia progredindono domínio nados e d: pesquisas experimentais. Vigoram nesse meio a técnicas de rotina.

dos corpos e poderes da natureza, não ocorreria ao homem ancestral a noção e não pôde ainda tomar suficiente consistência o fenômeno fundamental da
clara do seu poder emergente de conceber, e portanto, só poreste meio, de do- substituição das técnicas, graças ao qual se processa a passagem de um grupo
minar o mundo físico. Não perceberia a contradição entre esse poder nascente nacional pelas diversas etapas da ascensão cultural, A sociedade chamada primi-
e a submissão, em que objetivamentevivia, ao domínio das forças naturais, é tiva não é aquela que não possui tecnologia. Ao contrário, conforme já tivemos
quais. mediante o instrumentotécnico primordial, a idéia representativa delas. ocasião de indicar, caracteriza-se exatamente por viver mergulhada na tecnolo-

lhe caberia pôr a »u rviço. À relação de carência pertence à base objetiva. gia a ela peculiar e da qual não podese desprende Acontece ser uma tecnologia
material. Do reflexo subjetivo dela é que partirá a necessidade de procurar cons- conservada praticamente imóvel, invariável, ao longo de milênios, exigindo to-
cientemente a solução das contradições com o mundo natural, cujo resultado tal obediência por parte dos membros da grei. Qualqueralteração ou desvio
virá a ser o equipamento de conhecimentos quese transformarão emtéenic: das práticas recebidas e sancionadas tem de ser vista com temor, pelos posst-
de ação produtiva proveitosa. Trata-se na verdade de uma contradição, pois a veis malefícios que talvez atraia, porquanto mexe” com o desconhecido e quem

natureza. ao contrário do que faz com os demais seres vivos, deixa de dar es- be desencadeia poderes ocultos dos objetos e espíritos. cujos efeitos são im-
pontaneamente a uma criatura sua Os meios s necessários para satisfazer as e previsíveis. Daí a aparência de imobilidade mental da vida primitiva. Sabemos

gências que sente. Ter de procurá-los por si mesma com o emprego da razão, bem que o estadode quiescência absoluta é. pordefinição, impossível. do con-
de que se vai dotando no manejo do universo material, constitui o fato biologi- trário não haveria história. Ocorre simplesmente que essasociedade se encontr,
camente novo e exclusivo. que destacará o ser humano da condição geral ante- na fase de lenta movimentação, mas nela não deixam de existir, e provavelmen-
vior de pura animalidade. À contradição com a nature a não foi criada de início te em proporção igual à de qualquer outra. os gênio é inteligências indaga-
pelo homem, mas resulta do processo da hominização. O homem percebe doras que, enfrentando as dificuldades impostas pela plúmbea tradição, nesse
enquanto contradição em virtude do desenvolvimento de seu sistema nervoso estágio condição de sobrevivência, vão aos poucos difundindo novos conceitos
de relações com o mundo. quando chega ao ponto de compreendê-la já com o e costumes. criando utensílios, métodos de fabricação e reorganização dos atos
caráter abstrato de idéia. À contradição original não reside num artifício, mas vitais imprescindíveis ao bem geral do grupo. O propri

torna-se o fator determinante da diferenciação biológica do homem. aquele por necessidade de eficácia, vão sendo transformados sem que se perceba, mas
[308 |

=
o
-
o
dando prova, desse modo, da capacidadede criação, obrigatoriamente presen-
VIU]td BItarA
iea que a justifique moralmente a seus próprios olhos e [he permita fazer fren-

etFojona47 9p oms2007 0)
te em todo conjunto humano, manifestando- com vitmos diferentes conforme te às denúncias partidas dos setores antagonistas. Não estando porémisoladas
as fases históricas, sob pena de extinção da comunidade. Na sociedade primi- no universo, não podem impedir que lhes cheguem: influências das técnicas
BITIA CIEA|Y

tiva são máximas as potencialidades de invenção. exatamente porque falta


revolucionárias. apresentadas em forma de produção de objetos de uso ou de
tudo. mas efetivamente mínimo oritmo desua atualização. emvirtude do pa- conforto superiores. Os grupos privilegiados d as sociedades são até os mais

x
1y

pel coercitivo que. nointeresse do gruponesse estágio. exercem as técnicas uti-


interessados. no começo. em adquirir e fomentar moderadamente as técnicas
lizadas. O homem nuncaselivra da tecnologia. apenas transforma sua relação novas. produtivas de bens supéríluos de luxo, ostentatórios. que de antemãosa-
com a existente, substituindo-a por outra melhor, mais produtivae econômica.
bemser os únicos a consumir, sem desconfiar da cilada que preparampara si
A sociedade que nãoinventa e adota o novo sucumbeà infecundidade da repe-
“mesmos. São os únicos que têmrecursos financeiros para proceder a essa redu-
tição do velho. “ada substituição julgada inocente. e além do mais dela esperam o aumentode
Em todos os casos, no entanto. a inventiva nãose faz gratuitamente, não prestígio no próprio meio, caracterizando-se ainda mais como aristocracia. de
consiste na adivinhação casual ou imotivada. o que só tem lugarno domínio da “dinheiro e cultura, alargando a distância que os separa das classes médias e
fabricação literária, e sim funda-se noestado de desenvolvimento presente d
miseráveis.
forças produtivas. Unicamente estas, por sua natureza dialética, enquanto mo- Esse quadro porém retrata um desequilíbrio histórico geral. De fato, en-
dos de relação do ser humano com o mundo. manifestam-se ao homem com
quanto o país atrasado, colonial, agrário. dependente, repousa na conservação
duplocaráter, de desafio. pela insuficiência que evidenciam, solicitando por-
da tecnologia tradicional, o país desenvolvido repousa nainvençãotecnológica
tanto superação, e de fundamento para concretizar essesalto. Mas a contradi- revolucionária. Esta parece-nos umadasreflexões de maiorsignificação para o
çãotem semprecaráter social e não pessoal. privado. Quando a sociedade sen- exame do papel da técnica no desenvolvimento nacional. Por sua natureza dual)
te à necessidade da ação técnica solucionadora de uma contradição palpável e contraditória, refletindo o caráter dialético de toda a atividade humana, q
que a impede de progredir, criam-se condições materiai para que algum indi- técnica presta-se às duas funções antagônicas. Serve para conservar o atraso,
víduo. mais bem dotado de imaginação inventiva. e sempre apetrechado com quando se constitui, pela repetição, em fator limitante da necessária transfor-
os conhecimentos requeridos. em conjunto patrimônio social, possa conceber o mação do trabalho das massas. que têm de fazê-lo com os instrumentos e os
projeto da nova operação tecnológica pertinente, a ser consubstanciada numa
métodos que os proprietários lhes põem nas mãos, uma vez que por própria ini-
máquina, num instrumento. numa teoria ou num método originais. Lembre-
ciativa, não dispõem de força social. de inspiração intelectual, nemde recursos
mosjá haverdito que toda técnica contém, estranhada em si. à contradição en- econômicos para mudar detécnica. Na sociedade adiantada, ao contrário, o in-
tre um aspecto conservador e outro revolucionário. À sociedade atrasada pode teresse do grupo dominante situa-se na constante substituição da tecnologia, e
ser qualificada como aquela na qual a técnica existente é reverenciadae prati- para tantoestipendia a pesquisa científica avançada. Sabe ter de apelar para
cada predominantementepelo ladoconservadorque possui. Os efeitos deste as- “este procedimento, mesmo à custa de lutas de vida ou morte. entre setoresri-
pecto explicam a dominância de que goza. Não tendo a classe reitora. por vais. para conseguir a posição eminente que detém no momento histórico. Além
exemplo a aristocracia agrária latifundiária, conforme foi o caso do patriciado
de poder sempre exportar para o mundo periférico as técnicas de menos valia,
romano antigo, qualquer interesse em mudara estrutura da produção.para ela tornadas obsoletas no centro. o que representa excelente negócio,ele financia,
de todo favorável, não instiga. e até repele. chegando mesmo a reprimir, o in-
com a venda do produto superior acabado e da técnica inferior, também “aca-
ventor de procedimentos novos. que manejamo reverso detoda ação técnica. bada”, mas aqui no sentido de “já imprestável”, as forças culturais e econômi-
O lado revolucionário. Enquanto perdura essa situaçãosocial será pouco pro- cas asseguradoras da posição de supremacia. No país pobre, existem contudo
vável verificarem-se saltos qualitativos. Porisso as sociedades dessetipo apegam- elementos sociais, alguns cientistas. empresários e homens públicos, que perce-
se objetivamente à tecnologia atrasada, para elas umfator de perpetuação. bem a carência da tecnologia existente e buscam sanar a deficiência pela me-
Apressam-se aliás em transformá-la em valor ideológico, pelo qual se configu- lhora dos procedimentos. Não poderãoir muito longe. pois a estrutura geral
o
ra a consciência do grupo eminente, dando-lhe a necessária compreensão teó- não permite, mas de algum modo é possível fazer o pouco que. na sua escala,
[310]

=.

representa 0 progresso e as construções exibidas com orgulho juvenil

o1utd
. São poucos neo, dos produtos acabados perfeitos. e contudo logo desvalorizados por wma

eisojonsa7
Os que percebema necessidade de superar em bloco a etapa do “reboqu
BITOTA
ismo”, do minima variação. sem qualquer importância prática, no produto de um con-
contrário ameaçandotornar-se permanente. e de conquistar a
verdadeira inde- corrente, mas suficiente, sob oefeito implacável do flagelo da publicidade, para
pendência tecnológica, sempre resultado da soberan
ia política, ir talando no
arruinar o negócio do produtor que persista na elaboração doseu produto cor-
DIBATY

país suas forjas da ciência. Enquanto a nação dependente não adotare

pomtsçsãosy
ssa po- rente, embora de excelente qualidade. Essa etapa fornece importante tema de
lítica, estará financiando o próprio atraso e aumentando-o
cada vez mais. por- reflexãoteórica. porquerevela que, chegada aessa altura, a competição econó-
que comas comprasfeitas e as lições recebidas de cabeça
inerte, está remeten- mica no centro metropolitano começa a exercer dois efeitos. opostos entre si.
do para a nação regente e espoliadora, conformeo planos dela
emanados, os sobre a marcha da tecnologia. De um lado, favorece em geral a pesquisa cien-

q
meios econômicos. representados por dinheiro sonant
e e matéri: primas des- tífica, pela intensificação dos estímulos que os investigadores recebem. Mas,
valorizadas, que irão impulsionar a prosperidade da met rópole
imperial. Che- por outro lado. significa o desvio da pesquisa e da imaginação tecnológica pa-
gadoa certo grau de culminância. a umnível superior, para
a época, da expan- ra a criação de insignificâncias, de falsos melhoramentos de bens sem autênti-
são de suas forças produtivas, o país desenvolvido destaca
-se do contexto dos ea utilidade, porinteresse apenas comercial, frutoda desenfreada rivalidade vi-
demais, rebaixados à condição deatrasados em relação a
ele, e daí pordiante gente. Tal situação necessariamenteacarreta perda ou anulação de capacidade
não pode manter-se num alto estatuto senão median
te a acentuação progressi-
social inventiva, forçada a aplicar-se à obtenção de resultados sem caráter de
va e ilimitada da diferencial que o aparta dos estacionados
em planos inferio- verdadeiro avanço qualitativo no processo de desenvolvimento tecnológico,
res. À realidade nacional do país rico, em totalidade, fica
condicionada à exigên-
É um desperdício que conduz à diminuição ou deterioração do “potencial de
cia de crescente aumentode distância. da qual são aspectos
externos e executivos
a política imperialista, a espoliação dos recursos das áreas pobres,
“descoberta”, sempre existente, com determinadovalor, emqualquersociedade.
a conversão das A crise da rivalidade na produção capitalista reflete-se nas ridículas mu
massas trabalhadoras coloniais em “proletariado externo”
e todos os restantes danças de aspecto das coisas, em aperfeiçoamentos mínimos dos produtos, as
meios de ação que lhe asseguram o privilégio da invenção
para si. À invenção
sim mesmo unicamente aceitos comotais pelo poder da hipnose publicitária.
acumulada irá constituir o progresso tecnológico do país domina
dor. desde que apresentados sob o rótulode artigos originais. Daí a corrida ao “mo
Daí pordiante a condição para a conservação da posiçã
o eminente con te delo novo” do mesmoobjeto, frequentemente nada tendodeinédito. a não ser
na permanente transformação tecnológica. de que 0 país rico faz
o seu prinei- a aparência. Mas, representando uma mercadoria, por declaração. nova. insi-
pal monopólio, porquanto qualquer pausa ou diminuiçãone
sse ritmo acelera- mada pela propaganda para que o eventual compradornela veja um objeto
do significa retrocesso, uma oportunidade oferecida aos retarda
tários. A classe melhor, simplesmente porser mais recente, há todoo interesse do grupo indus-
dirigente da nação hegemônica valoriza em máximo grau o poder
inventivo trial dominante em sustentar e estimular o poderinventivo dos planejadores,
porque sabe o quanto lhe deve. Poresta razão passa a empreender conscie
nte- desenhistas. decoradores, mesmo quando constrangidos a aplicarem-se a esse
mente uma política de expansão indefinida da invenção
tecnológica, ainda nível de simples exploração, onde é fregiientemente exercidoporpessoal dedi-
mais estimulada pela inevitável competição que tem de
sustentar com outras minuta qualificação intelectual. Numa economia de mercado somente importa
potências de mesma estatura. Os perigos que ameaçam
a nação imperialista o que vai ao mercado e tem sucesso comercial. Ora. dada a estrutura do siste-
são portanto dois, o temor da derrota nacarreira com as
congêneres e o terror ma de produção. cujas leis são objetivas. nas economias dominantes de alto
infundido pelos inequívocos sinais de emergência da consciência
autônoma nas teor tecnológico mas submetidas às determinações do mercado começa a mos-
áreas dominadas, Tem de empregar todos os recursos da pressão e
do suborno trar-se, dialeticamente, contra a vontade dos capitães da indústria, o efeito
para assegurar a distância em relação aos países atrasados. tanto mais quanto
oposto ao que engendrow o grande desenvolvimentodessas estruturas econômi-
emseu espaço nacional vê travarem-se agora os mais sérios combate
s. que não ct Verifica-se que nem todas : invenções tecnológicas progressistas em senti-
podeliquidar sob pena de enfraquecero sistema do capital, a compet
ição entre do humano real são benéficas aos propósitos financeiros dos grupos com poder
setores da alta indústria e porfim entre as unidades. as empres
as individuais. de comando. Avolumamese os exemplos deinvenções cujas patentes são com-
Nessa fase tem lugar o envelhecimento extremamente rápido,
o quase instantá- pradas pelos trustes justamente para não serem utilizadas. Femos no caso tm
[312]

——

esfojous2] ap vrs2007) O
frisante exemplo do modopelo qual as relações de produção, em determinadas o produto acabado, om para venda geral ou para fornecimento ao próprio
OJutd ator, A Estado. quando se trata de obras estratégicas, num cirenito protegidopela cor-
formações históricas, freiam as forças produtivas. Por outrolado, a invenção
encomendada assume relevância maior. mas traz consigo a ambigiúidade de ser tina de silêncio. que visa a assegurar o abastecimentode meios para o Estado
útil apenas até certo ponto. revelando-se por outro aspecto prejudicial ao fre- hegemônico levar a cabo seus planos políticos. Contudo, as onicligraa atuais
OIRATYV

guês. Encontramos aqui uma modalidade nova de arma para a luta econômica, das relações entre países desnivelados obrigam a execução de uma política de
caracterizada pelo sentido intencional e dirigido do emprego da capacidade difusão dos conhecimentos sob forma deidéias ou de instruções tecnológicas:
intelectual humana. Áo setor que recorre a este expediente. o de circunscrever Devendo porémser conservada a discriminação. terá de haver cuidadosa estra-
a objetivos predeterminados a penetração da inteligência humana narealida- tégia e vigilância na comunicaçãodosaber. Neste ponto, porém, os grupos ad
de. pertencem, à parte alguns ramos industriais honrados, todas as instituições perialistas repousam na crença de que o avanço da metrópole será sempre tão
empenhadas na descoberta e aperfeiçoamento deoriginais e insuspeitadas ar- mais rápido que cobrirá as diferenças ocasionadas pela difusão da tecnologia
mas de guerra. bombas nucleares, novas cepas de bactérias de inimagináveis nas áreas pobres. Paraisso, ao ladoda retenção do conhecimento, segundo pla-
virulência e resistência aos meios de tratamento. tudo isso para fins de delibe- nos seletivos previamente caleulados pelos prestimosos assessores pedagógicos.
rado genocídio. apenas doado a pessoas. fábricas e instituições culturais e de pesquisa da nar
O rápido incremento da criação tecnológica impõe uma particular e nova ção mendicante também previamente calculadas, atuam outros mecanismos:
prática na difusãodo conhecimento, especialmente comrelação às áreas peri- alguns políticos, outros econômicos. Entre estes conta-se. por exemplo. a Bo
féricas. vigiadas e conduzidas culturalmente pelos magistérios do centro impe- nacionalização da indústria doméstica do país subjugado. tornando ilusório 0
rial, Devemos fazer neste ponto uma distinçãoentre o aspecto pedagógico geral, ganho em melhoria tecnológica. pois o que em verdade ocorre A a ia
relativo à teoria e à didática do ensino. em todos os graus, no país dependen- cia — conjuntamente comas fábricas e alguns órgãos de pesquisas = do saber
te. que tem nessa particularservidão cultural a sua mais grave debilidade de tecnológico de um indivíduo para outro, ambos porém gêmeos idênticos pela
consciência, e o aspecto do conhecimento de ordemespecificamentetecnológi- servidão aos interesses do centro de dominação.
ca. referente à posse dos dados do saber necessários à produção comtécnicas
avançadas e rendosas. Quanto ao primeiro aspecto, a escravidão pedagógica.
inferioridade crônica. agora em rápida agravaçãodopaís subdesenvolvido, não 15. Tecnologia e pesquisa científica
dispomos no momento da oportunidade de discuti-lo. Tratando apenas da ou- A rupturadesse estadode coisas deverá acontecer pela açãodas forças sus
tra fase da questão. convémdizer que oclássico “segredo de Estado” continua citadas pelo processo histórico. À princípioo país atrasado, carente de recentes a
a existir, convertido agora emsegredo de empresa. Masa íntimaunião entre as de base. realiza, com os empréstimos tecnológicos obtidos de fora. sob a espé
empresas e o Estado no centro imperial obriga ao planejamento conjunto do da ml
cie de conhecimentos e de maquinismos, os primeiros passos no caminho
comércio com o mundo periférico. nãosó naquilo que se refere à distribuição dustrialização. Para isso mobiliza a mão-de-obra intelectua l disponíve l no mor
das máquinas, instrumentos, substâncias químicas ou farmacêuticas de rara e mento. Mas logo aparecerão de todo ladoas limitações da situação real. O pri-
difícil elaboração, quanto aos materiais a serem usados pelas fábricas primá- meiro obstáculo no qual o país esbarra encontra-se na estrutura educacion
al,
rias ou menores das áreas pobres, diretamente pertencentes aos industriais dos especialmente a universitária, que não foi originariamente orgunigada com O
centros altos ou deles recebendo instruções e onerosa permissão para operar. propósito de servir ao empenho de emancipação nacional, mas. em virtude da
A associação Estado-empresa é praticada porvia de umacordo entre cavalhei- pressão social, tem de procurar precipitadamente, mesmo de modo insincero,
ros, mediante o qual o Estado se encarrega de apoderar-se das matérias-primas converter-se a ele. Alémdisso, tal estrutura revela-se incapaz dedissipar a alie-
e produtos primários coloniais. graças aos decretos de intervenção nos preços, naçãocultural. que é a da moeda circulante emtodos os organismos é perso»
que impõe à parte mais fraca, e sobretudo às pressões políticas. sob a ameaça nalidades de alta cultura universitária. O primeiro obstáculo, em seus dois
de sanções, para amedrontar a consciência reitora do país pedinte. Uma vez aspectos, é tradicional. por longo tempo perdurou. e perdura até hoje, sem ser
capturadas as matérias-primas, passa-as às empresas privadas. que fabricarão percebido, tão natural e “lógico” pareceser. Agora. porém. quando o pais at
[314] [315 |
sado começa a sentir a imperiosidade de desenvolver-se € recuperar o

GULA Rato
tempo ho ser usadas a título de instrumentos para a continuação da pesquisa Per

eISOJonIaAT
perdido, e busca. quase sempre em meio à maior confusão de idéias
e orienta 7 ca. num processo dialético de ação recíproca gos fim. WaRpianas pa
ções, reflexo dos variados e desconexos interesses materiais é ideológi
cos nele escentar que essa relação dinâmica nemde longe é percebida, nem pesa a
-
entreeruzados. definir uma política de desenvolvimento, enfrenta a
necessida- p explicada. pela lógica formal, porque exige a óptica do pensamento dialéni-

op organmor q)
a
3 de de reformaras peças de cúpula, o sistema universitário. os . À ciência de ca-
>
órgãos de pes- ist a significação
para tornarvisível al dessa
ignificaç total “iproci
dess reciprocidade
E
quisas e o regime de ensino emgeral. Para dar-lhes orientação produtiva
e efi- momento lança mão das técnicas de pesquisa ao seudispor. mas, ao [azê-
ciente brotamdetoda parte projetos, idéias e sugestões para a reforma
do en-
sino, em particular da universidade. Não podemos nesta passagem abordar
tão ciência. e assim por diante. Essa relaçãodialética não representa um aspee-
momentoso problema. Mas, ao falar de impedimentos ao desenvolviment
ona- acidental da técnica mas pertence à essência dela. Sempre foi assim, desde
cional seria imperdoável não mencionar um«a pecto. embora aparente
mente
particular, da questão. ao qual julgamos obrigatório dedicar umas poucas
li-
nhas. Referimo-nos ao exame das relações entre a tecnologia ea
pesquisa cien-
tífica, no país em esforço por superar o estado de penúria, À primeir
a coi
deixarclara é a necessidade de pensardialeticamente a questão, o que
impor-
ta dizer não aceitá-la na particularização, na limitação com que. muito ardilo-
de que o dotou.
samente, a querem apresentar e debater os portadoresda consciência ingênua
, O homemtem de pesquisar o mundo onde está para nele produzir condi-
de boa ou de má-fé. Comefeito. o problema não podeser discutido dissocia
do qões que lhe permitam sobreviver, São condições de duas ppnções sa evi-
do panorama geral da alienação cultural do país dependente, o que, concreta
- d memente, referem-se à modificação do meio externo para transformá-lo de
mente, significa levar em conta a íntima vinculação comos fatores da
aliena- hostil em favorável. Assim, descobre o fogo. as armas eficientes para a caça,
ção econômica, e consequentemente política. que afetam a nação
decidida a onstrói abrigos contra o clima e demais modificações da Ea HE o la-
empreender, em escala significativa, um programa de pesquisa científica é
tec- do dessas alterações exteriores. e acompanhando-as, numa relaçãodialética de
nológica. Antes. porém,de entrar noterreno prático, parece-nos útil e realidade. | pe-
expender causa e efeito,
i geram-se
F ificações interiores nana percepç
; modificações percepção da
algumas considerações teóricas, talvez capazes de trazer uma contrib
uição ao Jo ser cada vez mais dotadode razãoreflexiva. Surgemas idéias gerais sobre y
estudo das relações gerais entre a técnica e a pesquisa científica.
universo. as propriedades dos corpos e fenômenos. as quais ento progressi-
A técnica, identificada à tecnologia, é um subproduto da pesquisa científic
a. vamente de instrumentos primordiais para o prosseguimento da ação manos
A pesquisa que chega a obter umresultado novo na apreensão de uma
quali- berta e dos atos inventivos. que revelarão qualidades das coisas até aí res
dade do mundo deixa como resto do “modo de fazer” a produçã
o ou a utili- das. Nessa etapa, o homem está plenamente dedicadojá à pesquisa nad
zação dessa qualidade. Já então a técnica. o ato de penetração na realida
de Todo conhecimento adquirido representa um caminho para chegar à reali-
mudou de qualidade, passando do estado de busca incerta. guiada por uma e ap
fi- “zação daquilo que desde então se sabe “o que é e “como fazer”. sy este as-
nalidade e indícios escolhidos na suposição de serempossivelmenteválidos.
para peeto revela-se a técnica, pois está à disposição de qualquer um repetir ba pro-
a condição de caminho conhecido e balizado a [im de alcançar
o término dese- “cedimentos descobertos e fixados no acervo cultural do grupo social ipi
jado. Transita-se assim do ato da pesquisa pioneira, tateante e incerta
ao ato do. Compreende-se portanto quea técnicaidentifica-se ua a Fa ação a
da técnica. repetível e de resultado infalível. A técnicarelaciona-se com
a ciên- mana que foi originariamente a pesquisa, agora com a única issu e a
cia em ato de pesquisa do mesmo modo que oinstrumentocom ofima
queserve. segura dos resultados a obter, depois de haver sido entregue ao ERES do
Torna-seinstrumento porque representa uma espécie particular e única de
ação saber social. À ação técnica transmuta- entãodefim de uma pesquisa acaba-
humana, a apreensãoda realidade pela abstração reflexiva. A ciência,
ao avan- da em meio para nova pesquisa. a ser iniciada. Nessa transmutação con
car, vai deixando pelo caminhoas técnicas a quedá origem.as quais.
por sua marcha do processo do conhecimento. que ao mesmo tempo humaniza o ho-
vez, adquirem vida própria. constituem um plano definido Pa sk e;
do conhecimento. mem. pelo melhor conhecimento da natureza, e “a a pró
própria natureza, | pelo mes
[316]

-
=
põe-se a diversificação do trabalho, e no campo da pesquisa cientifica e da téc-

erFo(onSs 7
lhor acolhimento que permite oferecer à vida humana e ao desempenho das
OJULd BITITA OSRATY ações essencialmente humanas, entre elas o trabalho interminável da pesquisa da “nica resultante essa exigência manifesta-se pela desvalorização e redução dos
realidade. Confirma-se, assim. o conceito de que a tecnologia manifesta uma ca- conhecimentos numa escala descendente deatribuições técnicas. E o quese no-
ta ao considerarmos o campo de umaciência recente. a eletrônica, por exem-

+p
racterística da essência do homem. porquanto contribui em configurá-lo para o
plo. onde se verifica a produção de numerosos aparelhos atualmente banais e

Ota snors
meio, e este paraele. Mas, não sendoestática e sim móvel essa relação. faz e ne-

cessário compreender tudo quanto dizemos na perspectiva de um processo social domésticos. mas que representaram, quandoforam concebidos e realizados pe-
sem término. Porisso, entre a técnica e a pesquisa científica se estabelece acita- la primeira vez. assombrosos triunfos da inteligência humana. na pesquisa das

()
darelação de condicionamento recíproco. O processoavança porque o homem ne- forças naturais e no domínio delas para um fim útil. Observamos uma escala
ga a técnica existente, no ato em que dela se utiliza para, em qualquer setor da “descendente de valorização social da capacitação humana no trato com
pesquisa, chegar a uma novatécnica, mais perfeita, que suprime a anterior, e se- esses aparelhos. Se tal depreciação poderia ser julgada pejorativamente pela
rá por sua vez superada, seguindo alei dialética da contínua negação da negação. consciência arrogante, ciosa de seus bens culturais. que são apanágioda classe
O revezamento é permanente. constituindo o próprio modode criação do homem educada nos padrões mais elevados de conhecimento possuídopela sociedade,
por si mesmo, e teve lugar tanto na aurora da pré-história, quando a descoberta “oque ela efetivamente manifesta, ao contrário, é a elevação cultural do traba-
da produçãotécnica do fogo permitiu o cozimento dos vegetais, tornando-os ali- “Jho manual, ao demonstrar a progressiva incorporação ao patrimônio social,
mentícios, conduzindo à possibilidade da pesquisa das condições para oestabele- ainda em formas cor deradas modestas, dos elementos do conhecimento cien-

cimento da agricultura sedentária, quanto no mais moderno laboratório onde se tífico que principiaram sendo propriedade de um único, ou de poucos indivi-
praticamas requintadas pesquisas físicas e biológicas da atualidade. duos. os homens deciência. Se analisarmos sociologicamente um aparelhode
Mas, ao lado dessa correlação imanente entre técnica e pesquisa, surge outro televisão, observaremos a seguinte escala no manuseio social: físico — engenheiro
fator que importa assinalar e explicar. Referimo-nos ao fenômeno quese pode = chefe de oficina = operário — vendedor — consertador. À razãode ser desta es-
chamar de desvalorizaçãosocial das técnicas. em consequência da necessária cala encontra-se na contradição. e ao mesmo tempona unidade, da pesquisa e
circulação do conhecimento nas sociedades onde vigoramdistinções denível na da técnica. Com efeito, a cada momento estão aparecendo outras criações, ou-
os
apreciação dotrabalho humano. Deve ser entendidono sentido do processo pe- tras descobertas técnicas que tomam o lugar das já feitas e conhecidas, com
dois seguintes resultados: (a) passama constituir o motivo de admiraçã o do
lo qual se realiza na verdade o movimento de democratização das técnicas,
I velo acesso a ela mesmo quando nos degraus menos exigentes, das massas momento: (b) degradamas criações anteriores ao nível do habitual, do domés-
trabalhadoras. Nas sociedades mais evoluídas. quanto ao grau de avanço da tico. do não mais maravilhoso. aquilo que, não revelando imediatamente a
tecnologia atual, resulta igualmente daquela relação acima mencionada. A pes- relaçãodireta de origem com o gênio criador. torna-se objeto dos cuidados tão-
à ciên-
quisa da natureza. ainda a praticada pelo homem primitivo, coma clareza que somente do fabricante emsérie, e termina entregue, quando for o caso,
lhe é possível ter sobre as finalidades determinantes de sua ação. dá nascimen- cia do “técnico”, simples operário. cor rtador. Estas reflexões demonstram a
to à idéia de que o ser humanoconsegue manejar as propriedades do mundo. necessidade de colocar o examedo problema datecnologia e suas relações com
de
Mas a idéia tem de exteriorizar-se num ato de trabalho. que. embora decorra a pesquisa científica no campo das condições históricas do desenvolvimento
em parte no campo da reflexão pura, por exemplo na construção de uma teo- uma sociedade. Não há outra maneira de pensarmos concretamente, fugindo
que pre-
ria explicativa ou na elaboração de um projeto de medidas objetivas, com o au- das abstrações. quase sempre alienadoras, porque induzidas de fora.
xílio dos métodos lógicos e matemáticos. tem de acabar sendo umato manual. tendemtratar em geral, ou seja, no terrenoda pura análise formal, umfato cujo
de trabalho muscular. Essa tran o. ne essária por natureza. porque não se- sentido só se revela quando examinamos o acontecimento em seus fundainen-
ria realmente pesquisa a que permanecesse no domínio da imaginação ou da tos objetivos. Centralizando-se nosso interesseno âmbito do país subdesenvol-
contemplação, nas fases iniciais da ciência, e até nos alvores da época moder- vido e dependente. será esta a realidade concreta que devemos tomar por base
na, era feita pelo cientista. o físico ou o químico, construtor de seus aparelhos a fim de sobre ela construir o “modelo” de pensamento segundo o qual prati-
ou o astrônomo que, comoGalileu. fabricava suas lunetas. Na época atual im- caremos qualquer análise, geral ou de detalhe.
[318 | [319|
pao país natal, se voltarem = caso em que provam nãoterem recebido van-

vidoj0U99 | dp 01149005 O
OJUT BISLA GITMy O país subdesenvolvido tem necessariamente de fazer da tecnologia uma
poderosa força para vencer o atraso, Sabemos agora que não basta aplicá-la osus propostas, por não seremfiguras que revelem possibilidades de alcan-
isoladamente. pois alémde dificilmente exegiúível essa atitude na prática mos- níveis compensadores de produção —, * tornem autores de reclamações
tra-se ineficaz. À nação carentede bens superiores tem de alterar suas relações ingênuas. ócio e inócuas contra a pobreza do ambiente nacional e a falta de
com o centro em torno do qual gravita. suprimindo esse estado de submissão. PECUESOS. Com isso demonstram ser talvez capazes de pesquisar alguma coIsa.,
e que constitui um ato da consciência crítica é representa um salto qualitativo nos a causa da falta da pesquisa científica em seu ambiente de origem. Em
do conjunto da sociedade. Normalmente. faz planos. alguns excelentemente virtude desse exclusivo crescimento portransplantação, a pesquisa do país pe-
concebidos. embora quase todos sem levar em conta corretamentea categoria pilérico torna-se um reflexo da executada nos centros metropolitanos. ão há
de totalidade. mas logo verifica repetidos malogros, os obstáculos que lhe são estímulo. até mesmo não há permissão, para 0 surgimento da pesquisa devotada
opostos. O principal deles reside na insuficiência de base científica e na ausên- hs condições do país pobre. atuando simultaneamente nas duas extremidades
cia detecnologia no mercado interno. por culpa de uma longatradiçãode alie- de sua realidade, ou seja investigandoa situação econômica, alimentar, noso-
nação cultural, de encantamento exclusivo pela produçãoliterária alheia e pe- lógica das áreas geográficas e camadas humanas deserdadas, e atuando igual-
la falta efetiva de estímulos parao surgimentode pesquisadores nativos, já não mente no exercício das técnicas de laboratório avançadas. visando à invenção
lalando da insensata política de deliberada expulsão dos raros existentes. de soluções originais para os problemas prementes do país e para o progresso
O país atrasado percebe ter de agir rapidamente. a fim de criar com urgência geral da ciência n fronteiras do saber existentes no momento,
“q tecnologia de aque necessita. Essa característica dual da pesquisa científica em todos os campos do co-
Orecurso inevitável é recorrer à contribuição externa. Nesse momento. po- nhecimento delineia umdos aspectos específicos do país que dela precisa para
rém, manifestam-se duas forças nefastas, a saber a inércia das estruturas ar- realizar a façanha histórica de vencer o subdesenvolvimento. Enquanto as re-
caicas. envidandotodos os esforços para que as transformações do ensino, do giões metropolitanas consagram-se maciçamente à pesquisa nas modalidades
regime de trabalhocientífico e de pesquisa tecnológica se façam sem lesão de de vanguarda. as únicas lucrativas pois os problemas da miséria, embora exis
seus interesses econômicos eideológicos fundamentais. e do outroladoa astu- tentes. podemser descuidados em vista donível geral suposto razoavelmente
ciosa política de transmissão de conhecimentos, manejada pelo centro metro- alto. ou porque são objeto de medidas conhecidas de simples rotina adminis-
politano regente. que os dispensa à sua maneira. Particularmente nocivo evi- trativa, no país periférico e colonizado a miséria das massas espelha sua face
dencia-se o papel exercido pelo diretore distribuidor docentrosobre aatividade mais característica. Contudo, os problemas delas não estão ainda sequer devi-
da pesquisa científica nopaís pobre. Finge estimulá-la. mas a mantémsob se- damente analisados pelos representantes do pensamentonativo, e muito menos
veras condições devigilância, para não ultrapassar os limites convenientes a praticadas as investigações científicas que procurassem os remédios para tão
quem tem o poder de decisão. O centro metropolitanotudo faz para mostrar- desumana condição. É um tipo de pesquisa que não interessa, evidentemente,
se generoso. Educa para a pesquisa mas nos campos já investigados, não per- à ciência metropolitana, conhecedora de sobra dasolução técnica paratais pro-
mitindo eriarem-se na área colegial as condiçõ da verdadeira pesquisa de blemas, mas que prefere fazer dela mercadoria de exportação paraas áreas po-
vanguarda. inovadora, descobridora. Acolhe discípulos convidados do mundo bres. conforme acontece com os produtos farmacêuticos, a maquinaria e o
atrasado porque neles vê nãofuturos inventores, mas adeptos e cônsules. O país equipamento para obras básicas elementares e instalações de pequeno e médio
subdesenvolvido. que implora a educaçãoe ainda por cimaa subvenciona. fi- porte. por exemploestradas e hospitais. Porisso, a pesquisa € adora de solu-
eu impedidodeselecioná-la. de alterá-la. de dirigi-la no sentido paraele con- vões tecnológicas novas. perfeitamente adequadas à condição do país subde-
vemente. Na verdade. em vez de realmente educar, o que deveriasignificar ivolvido, não lhe pode ser ensinada por aqueles cujo único interesse consiste
simultaneamente passar à condição de educador. permanecefixado na postura em não vender a técnica ou a maquinaria de primeira linha, e sim apenas os
de eterno discípulo, semesperançade fazer algum dia desaparecer a diferenç: produtos prontos ou os equipamentos tornados rotineiros. Estes. pelo fato de
qualitativa que oinferioriza. Além do mais, o pólo imperial rapta os cientis q serem recebidos e postos à funcionar na região atrasada, conservam oatraso,
promissores e os domestica em seus laboratórios e fábricas, para que. ao volta- freando : iniciativas de pesquisa que. do contrário, aí viriam a surgir por sim-
[320| [321 |
do a

ua
ples imposição interna. sendoa compra, no exterior,
dos implementos mei 4- terminada concepção do significadoe do valor das ações ia —
8
rios um recurso instrumental, uma mediação e não. conf o ou na
orme agora acontece, jal de realizarem-se, das relações do trabalhador com o produt
e
a

BITITA

a finalidadeda pesquisa - Supostamente terminada com a monta =
ado. e sobretudo envolve a ligação entre o técnico, IgA papel ae
+
gemdos meios fes
ca subsequente interminável repetição das experiências dado aquilo q
e técnicas conhecidas. te de um bemou autor de um empreendimento, e o destino W
DIBATY

E af
A pesquisa tecnológica do país
> é
pobre tem deser integr r á E A técnica representa o aspecto qualitativo de um gras o Pe >
almente obra dos cien-
tistas da nação que planeja o desenvolvimento para e o
si, realizada com os recur- nte inserido no contexto social quea solicita, a possibilita e
sos de que dispuserem. ao ( '
o. Deste modo, ao ser praticada estabelece constantemente tum a
ai s
vação entre o operário e o meio, circuito que bi ii das an
pá E E A ç
19. À tecnologia como ideologia Jéticas da ação de retorno. susceptível de descrição e paleta (
realidade e,
Emético. Nenhuma ação humana deixa de repercutir sobre a
De tudo quanto dissemos depreende-se não ser o mesmo nemeq
uivalente o ,
esmo motor.
eu mesmo
N volta 4 sobr e se
SE
Bag sem
que, igualme > nte. (ndifi í a p ( » no.
hav e “la Í eo

papel da tecnologia emáreas nacionais situadas em graus q se I proc riram saci


diferentes de progres- A modific is signific
ação mais
ificaçã tiva éé aa que
sionificaativa a no campo da consctência
so histórico. Nãosó quanto ao conteúdo. ma especialment preceden |
e quanto ao pensa- do agente, o qual deixa de ser o mesmo que era na fase
mento quea esclarece, esta diferençase faz patente. Gompr mmlevá-la a efeito. Por este modo. a prática da
eende-se bemque o )
simplesm e| nte conce bia dação.
primeiro dos sofismas soprados pela consciência dominadora
aos ouvidos dos alterai
eras pod e ndo al
1 conduz4 a modifi ação dasSs id E as.
téenic ao
rar as existentes
Sto
xIstent |
e amnuta-

obedientes discípulos seja a suposição de que a teoria


tecnológica é uniforme. h
1 oduzit
las ou mt ss
outras. novas, Representa por tanto
1
( meg uvOo Co fat o K de Os
Cortsr

Inclusive, o centro reitor. porque tem essa qualidade. arroga


-se o direito de | tituição dk
de la d a pe7) la reali
di id 1 1al, m ode
conte údo da conserencia mmdiv
à ( la de I
SOC,

exclusividade na formulação da teoria da tecnologia, na explic


ação de sua es- em conseq
a E o do modo segund
uencia > o o qual e recebida Í vel o“ onpunt
sência. Apoders + confessadamente do direito de constit i a consciê ia individu
ncia noato de
indivi al, “no
uir a tecnologia em de de cada elementopessoal, Além
é do mais. "onsciênc
ideologia, quelhe servirá para atendera dois tipos de exigênc
ias, as internas, vi- mu
feit » uma finalidade, entra
ara etene
t entar | eval
(
e em contato com | mai Ss CONSCLer
asSs de

sando à santificação moral dos processos adotados e à


conquista da cumplicida- e h
eras circum v izinhas e destass recebe
é uge 1 es, eriticas
sugesto ri ntaç ( ves,
é , obJ 1 Eeções ou ore

de da massa nacional que explora; e as externas, resumidas


em fazer da tecno- que lh tiram a liberdade absoluta talvez
por ela imaginada. faze ndo da toda

logia a forma atualmente mais eficaz de instrumento de domina


ção. Supondo d
tecni am div tdual
uça o » teci re ul ante
I a result H
e d de um 1eencontr geral, maisso um Lenos dm
og

nãoterem as áreas atrasadas tecnologia própria, errocapital,


típico do pensador CONSCIeT ias I , rnva das
plo y de * | conscienc coe
1 e COCXI é
38, 6em T elação
eptes. TOC pr DE idad e I pal
d e,* TOC Í (
4 rente

sediado numa sociedade que julga achar-se no pináculo de


um poderio histórico e verifica si se
3! tos
ou conflitante. I or todos esses aspec
E
1 e a tecnol
e que sent do
1 no ose
ela,
dos I

semrisco de declínio, os expoentes pensantes da metrópole ERR A dd a A


acreditam que ape- ceni
da teoria da técnica, funda-se na prática sinal ou rotineira, trazem
açé origin:
ática dada ação,
nas ela, por ser a mais rica e culta, possui as condições q
intelectuais para profe- €
a marca €«
la a Cort
das z laçõ x a aque e) esta expost
"'oes : s n
agente
5 o o a human uy ( he 1 mos
ano. kg ol ” ga

rir a doutrina da tecnologia. Tendo origem no plano supost onada | por


condicinada
estará condicio
i de sii e de seus; atosatos estará
amente superior da s
ver-seenomeiO osocial A consciência
. Ae
cultura, deverá ser válida incondicionalmente. e em particular
nela figurará tan- *SSe
todos esses 3 se e ou »o
fator es, 5 ndo id ológi a ' '
d e“fini ao. o
porc uanto rel leteo os €01

to a explicação da superioridade dos superiores quanto a do Eme En E


Ç [ I (
retardo da técnica lacionamentos pelos determinantes da existência, a gi ic
nos países dependentes. Não é preciso grande agudeza mental e b
para se perceber cebe uma teoria implícita da técnica, mas na earninço vive essa te ron
que de uma tal compreensão teórica da essência e do papel Jar e
da tecnologia na chegar a formulá-la claramente, de analisá-la logicamente e de asia
constituição doser humano e no desenvolvimento de do geo um
uma sociedade nacional te- efeitos. O exercício social da técnica estabelece j fila smenta
rá de provir umprodutoideológico carregado de nefastas intençõ P pre
es, alémde ser. ráter ideológico da tecnologia. Sendo assim, o técnico, advert ia
evidentemente, por motivo dessa mesma origem, uma concep ao E
çãofalsa, que os tes reflexões, está obrigadoa proceder ao exarso o 1as mapas
prejudicados, embora a custo. têm o dever de denunciar. ia o gia
para submeter a rigorosa análise lógica os ento
Toda tecnologia, contendo necessariamenteo sentido, já indicad do povo,
o, de logos cidem. a fim de separar quantos, por serem nocivos aos interesses
da técnica, transporta inevitavelmente umconteúdo ideológ
ico, Consiste numa sendo
tejam sen
ste | € E] sridos
Hr I Í por ete
| mma ave
I rt ( lam eme na los 4 Comu COF-
me. o Wa cem
322
| 32:

.-
respondente responsabilidade moral. se não

tura
qu er repeli-los. Como segunda BS
intelectual para tantos ec em seguida, mostram-lhe os esa Entre

eso jon a] po onsau00) O)


tarefa, impõe-se-lhe a denúncia das sugestões
teóricas mal-intencionadas. das s Ena
BItaTA
pressões econômicas escravizadoras e d Fepri inutilidade de tentar a empresa, com pura perda o pd : ová
sões a que está sujeito por
par- ; is não conseguiria nada melhor do que aquilo que lhe é ar
te de agent da tecnologia de domina ção. e igualmente a de
obrigação de em- Oirtsiosstrdd não se preparar nice oPER
DIBATY

preender a luta, nos campos teórico e prático


da tec nologia, para que = ie
subdesenvolvido rejeite a influência opres
o país uma competição na qual jamais conseguira Ro 1a a.
sorae adquira condições objetiv
produzir sua visãode si, e correlatamente a conce
de Desejaríamos em seguida alinhar RA traços € AIRE a Fo
pção e o emprego da tecno- ideológico da tecnologia utilizada ERe Eno End
logia que lhe convém. Ser.à obra comum, da
qual participarão, junto aos espe- ; :
cialistas de todos os ramos da atividade E açã ecnologia serve principalmente deideologia para e
inventiva e construti “a, Os sociólogos, poa Es q Éa
economistas e pensadores libertados das a E a cia da ni ao país EutandaiRo antes Ei
subalternidade s culturais e materiais po ai e
alienadoras. Não será trabalho fácil. m ção de sua consciência nacional ao nível de existência para si. 0 E
terá de ser encetado, com a divisão E sá E
das hostes, entre os que se põem a serviço ão. Ocolonizador. sem jamais o confessar e fingindo Penn o.
exclusivo da desaliena ção do país dis
luta pelo desenvolvimentoautônomo e os parti
em este fato mais cedo ou mais tarde terá de ocorrer, mas, enquanto
dários do crescimento à sombra. TenK ial h T a.
torica l ma ú 5
é das5 manetra s
aa difer
Os técnicos de ofício terão sem dúvida dific meios dto 1 ano a
i ja I para I
wrocura m eamter
uldades emse orientar e chegar: este fim consiste em upres ar-se a exportar a ideo-
mais efic azes de Comseguil
conclusões correta pela explicável carência de re ursos
lógicos de expressão )
aê se I DOI
( 4 o! n pr e26: nde *-Se aqu e ç I
1 odo to
e O bjet N
aC , orporc ã
ra em 5
st uma
para confeccionarem a corre ta doutrina e
o a da tecnica.
log
emlinguagem estruturada em bases m. vertencente a uma socte dade deter x
a no I vensamento d e aleué
dialéticas. Mas se, neste caso. a colaboraçã idéia, originad
o S Ê
odos pensadores des “omprometidos ( |
sy se € em todos
tes ue I tam-se os atos d »s I pe *
tos Pp pr aticados
S s. Ésstes
interesse
será de extrema valia, não devem estes er
minada. na ( qual tem
últimos esquecer que o produtoideoló- 1 » aç Ê objetos e pro vd utos,
dos teriais
s mater
usIve ação eé fal ricação
"nao viação
gico para cuja realização cooperam não lo indivyr íduo, inclus I
sai exclusivamente da sua cabeça, por- olvidas. Ey identeme nte,
“rem exportados par a areas s ubde Semnv
quejamais poderiam pensar adequadament e culturais . q
e sem o fund amento na prática do e
id Sso) no , meto (
mam como:
pobreE funci One I Wes ma-
Ss uportes
trabalhoinventivo, de pesquisa ou constru ass
os ap are a lho s assim odu Z1ão
tm ro:
ção, possuído pelos técnicos de ofí- u ide El e1 ulam. p eo
que * VON ] s umnE es ( t o de ru
cio, À tecnologia é uma ideologia, mas nada x
terias ologia ne Mes
S da 1 id eoios le €
emb e

tem de contemplativa, não corres- ane to a d e monstrac E


tração I valpá a ú Sem
o em limeu
vel. L € nunciandlo »
ad o de fe W
ponde ao produto imaginário de um pensamento comp yrados Ta. dan
desligado da re; idade. e sim orta ( lor
eus um] JO d e fab 1 1a =10s
lo Vão Wrecu tvel men
muda am ( ap , acida de” de + I pais
enraíza a sua verdade na prática da exist
ência de quem a concebe, Daí o cará- e
nNemente
rece bic lo 5 tornado falante = mststent
pr o A
ter existencial que lhe é inerente e ao qual to rec
sage m. mat er ali zda ida no obj eto
tem-se fr equentemente aludido. pe-s
tario e Dir ISe-se
apa Te nte e mm 1d ( Z. tem duplo destir Yata
|
“ à | popu e
A melhor prove1 disso. encontramo-la justamente sto + em sua
p a gaandist e
nas concepções alienadas da e:
e 1 Recessar nte
I iame2 de
] | | rar-se
dobrar e ao coms una ar “
os artela-
la eao e em g e ral. q ue tem
tecnologia, unicamente merecedoras deste
qualificativo com relação ao pensa- y m al hei €a, é sobr (7) tudo aos Os
1 eu HIcos o
nativos,
s ou f multa I eusSs de OT 1ge
dordo país subjugado, porquanto para o (
toss materiai
outro, aquele queoriginariamente as g loss. . I JONIVA- lc
35. propagá- . À I Jara p= los « . 1 q
t ibut-l Os
enuncia, nada mais são do que a expressão corre s de
incumbid os -|
*pe-ltos,
I ecel €hi
ta da prática existencial do do- no loc al sob patente, equi I di er, por orde
ma
em fase mais adiantada, fal icá-le
minador. Evidentemente. para este últim
oé certa, tanto assim que a vê confir- 5 A nivasac | re
vasão cultural I Epres tada pel a tm
ne
ntrc impe SI ialista.
do centro
mada pelos êxitos que assegura à sua ação n
pro vento
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nociva para os espoliados. Compete €
entupim nto dass vias5 dk
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vazão do
gia, com ( o consseeu ente
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ao povo pobre e até agora receptivo dos por tação ( la t e emole
bens ideológicos e produtos materiais De [ Linmanera do | vela | ni
te € lal O rad o
esta-se no t HM oJeto
lo nacio , nal ” ma nif esta-se
ge: nm oe na dor
acabados metropolitanos inverter a
conexão. que por ora lhe tem sido desfa
vo- sua 1 ecnotogia
as ara
n 3] dg 1 FP pa ri na res ola
for H o pais
rável, procedendo à elaboração ideológica s
e jal com o fim dele usar
tencia imp se
da sua e oncepção da tecnologia. imperc eptivo lime ne. pela ter nolog a v
nativa,
aquela que reflete suas condições de nação Tas
atrasac lo a ou ase Ja “ fa Ze- la pas sar,
Jjassar
explorada, serviçal e marginalizada, t my JC »1 enpeticão
De de ape , nasS cd ste | CLLÇ (
d o Ss Í DAsSse
USses
camol aç
para efeito de transformar tal estadoda reali “ssa
SUCEesso dessa
O SUCESs escamote ação depen
dade. Defato, torna-se impossível É + o sa Ta . ze a 4 ora
ão das VOZEs ele nuno ad ras.
hipnótic Os + ultur as e Te pre
ao país subdesenvolvido a livre produção
do avanço da ciências e da técnica, nao poderi a tr juntar *se nao om sse ele
HM luziss
o com fetiva-
Mas a ter nolosia
pm externa
exatamente porque, em primeiro lugar
, foi persuadido de não ter capacidade Co
OS € " mpre a) f mudim
i + nos,
x obra B pu
,
mente am ali;LAÇÃO de 1 “on » ideráve
i : p nece
i:se 55)
“ESSATI
IOs
-
| 325

vs
€ 5 Euros
blicas. instalações fabris, institutos de ensino, especialmente técnico de grau t
nel ico
efe ne + | bencel “a
I pura

OMILd BALA OIPATY


tuaçã
tals mino
qu e tal ter
q o term
H Iy
l do por
É ) ( sbre tu Ler e
ta fi Ze
Redo
ção de recep| tor culturais
içã
condi sa-
na
superior, na área subdesenvolvida. Comesse movimentoos invasoresjustificam ar a cond

ou 291
fracos,
itar
porquanto a recus3 a de aceit
a penetração, adquirindo defensores, as criaria para eles uma realidade ain
sinceros em sua ingenuidade, e simulta- ber e de exportadores de matérias- prim

ap otiaanos O
Pooere «que
neamente difundem no ar um impalpável sentimento de vaidade nacional pe- da I HOr à da simples per
ta no es
manen3 cic | age
ES tad o 3selva I
ge no. I mport a fa

de uma desgraç ne
tiva delibertação traz consigo 0riscCPEo anal
as 0 O
VANAIOE, expoe
las obras que o país está realizando, ao qual de certo mododificilmente alguém
Ter “

toda tenta
1 4

;
a

ligar as
já atrasado, a desligar é Ç ões
relaç
pode escapar, O fato precedeoraciocínio e acaba por dominar ou dissiparo úl- o país a um retrocesso, ameaça levar o povo,
, única
cenicaca,
da téeni de q que tem de
únicas sffontes“de
timo. O cidadão comum termina porse satisfazer comas “realizações” do país. com os centros criadores da cultura e
totalmente incapaz de compreender ou de lembrar-se que não são suas e sim valer-se parase desenvolver.
velos ideólog
a pelos
lada |
ogos metropolit anos, o desen-
da potência invasora. Orgulha-se com a “indústria nacional” dos outros ins- Consta da ardil i osa teorii a. desti
“tad
iênci a nativ i a em viaia dede procu rar
procur compreeder-se, for-
ar com
talada aqui. Nesse momento à alienação da consciência do país pobre e sub- caminhamento da consciênci
e as. por exem plo, deblaterar
misso torna-se completa. Não há mais “meu”, o meu é o alheio. ouseja, eu cando-a a dir
i 1gu -8€ NO sentido de Tec lamaçõe s Erron
tu-
contra à “falta de instrução” do país ” ala e tand
estru
LOS ar sobr e as s estri
não sou mais en, sou o outro. A doação de si em consequência da entrega dos o EF a de cogit

er as verd ) adei ras caus


deirae ã
aspr
da a
cons er-
bens materiais nemsequer tem odisfarce do colonialismobruto é juridicamen- iria reconheccer
ras sociais arcaicas, né quaiiss tri
verda
amente,
e e falspra
artificial s
te proclamado, porquese o que é nosso passa a ser estranho o alheio continua om isso o pensador de exportação.
atraso. Cor
à o do atras
vaçã
pro nta. que procura fazere passai r por
sendo cada vez mais do alheio. Amontoa-se assim o “saldode gratidão”, ao que É ce ao país pobre uma consciência
forne a mais csioni tica
idad amad mais : signthes
parece uma conta inesgotável, sobre a qual o espoliador pode sacar ilimitada- universal” R e port
“um anto irrec
tanto usável, quando na verd; ade nada gr
irrecus
ndeia os interesses das elass es indus-
mente. Será difícil à inteligência autênticaelivre do país pobre contrabalançar que o invólue ro dentro do qual cont
raba
ca-
9 fascínio materializado no produto importado. A trar sformação não ocorrerá triais, é suas facções políticas. da
nação soberana. Revestindo a técnica de
lo
ara € , domi lc E. faz del
I na do I la
senão com a efetivação do legítimo desenvolvimento nacional. em meio a tod rater )
ideológico osten E3
sivo, Ne 2. eSE n tido con nte I pal
oOnve ment

oe OM] MO tam j em
e
os obstáculc que lhe são opostos. Outra finalidade ideológica da invasão da uma atitude ÊSOC iológic
aAe política É d e stinad «1a « lar or
rentação au

do Í Has
Ro I 1a
tecnologia estrangeira consiste emoferecer à consciência indígena a explicação )
f o d dos ccmicoso
tecm em s
m sua im ev nave necessaria à 1 uaçãa o na vida
vel I e+ neces
l:

das forças externa espoliador as, a


doseu estadode atraso, Encontramos aqui o nó vital do problema. Nada in- deste modo assegurado o obj ivo supremo
sitos
propós
«eráá aosaos propó g
itos dodo |poder alienígena regente,
funde maior pavor ao dominador do que a descoberta da dominação. Em sua saber que tal orien à obedecer
i tação Ea cisiéiaea
, idéia
consciência culpada,acredita jamais ser denunciado, porque também julgaser ão no meioatrasado e do conjunto de
garantindo a exclusividade da difus LE Canfe E UnS as nica
à logia os dirig
a sua a única consciência pensante. O colonizado, por definição. não pensa, em. Ão introduzir à técnica como ideo
ué não o ameacem.
«que
-jame
duzeem obrii gatortam
introoduz nte os “téc-
ent
justamente porque tudo quanto poderia pensar lhe foi antecipadamente trans- i nadora intr
nos.s. da operação alie
interno
ternoss ee inter
HH
Pes do pepsam suo
ent
fundido de fora, A crença na incompetência do dominado determina a razão, cos
Ico E E
pSLr
estra e o 55
2
ngeir 5 se
para servi rem d 6 Ê5; upe , ste e
re pr sdut ores
e TiTEpIC

com frequência e implicitamente acolhida pelo explorador estrangeiro, de que is ta importado. Outro objetivo
progressis
da ideologiza ção da tecnologia consiste
to
aç ão cultural e econômica, pois quan
se vale para afugentar ou negar qualquer eventual surto de má consciência. em tentar manter o vínculo de subordin
instalando o homemde negócios, o político, o economista ou 0 sociólogo do país í atrasado executa com
> auxílioio e€ a pr "esenÇça dos es-
o auxíl
mais obras técnicas o pais
ia a dede fazer
enci
emênc o
fazer outra s reali-
se torna a prem
espoliador notranquilizante conforto moral dos sábios e dos justos. Para tar- pecialistas estranhos. mais sensível
sa importar mais técni
tar mais técnicos, num
técnicaca ee téent
dar o mais possível a consciência para si da nação subdesenvolvida delibera an- zações ainda maiores, para o quepreciisa
a dar re almente ao país atrasado ea
tecipar-se à compreensão emergente do país atrasado oferecendo-lhe, com o rolar sem fim. O importante está em nunc
si aa invençgC ão técnica. que, natur R almenteS
e viria
prestígio da ciência emanada de sua fonte natural, a teoria geral do desenvol- oportuni dadee de criar
idad par
“riar para
de sua realidade e asstan
vimento, na qual figuram, a título de componentes essenciais, os motivos da ; lada de uma percepçã o ideológica nova
| É ans Ônci aina
cia na si:
para st Ora, essa fatalida-
ciên
vitória do processo econômico do país enriquecido e a tese, exposta como ex- nticos alicerces :da formação da cons
os autês
u
oleentos recur
i ou viol
dor, com sutis sos.. | tenta
recuea
rsos
pressão da racionalidade da história. segundo a qual alguns povos foram pre- | constitui | o pe vigo que o coloniza
de
em
destinados a crescer mais do que outros, devendo estes aprender com aqueles, | rar ou adiar
conju tar ,
Uma dus forma ss de proceder ao impedimento consiste
[326 | | 327 |
:
rlaçãoe de exerciseio ei social +.

siBujunaa] op orranvo) O)
antecipar-se à realização da exigência irreprimível, fazer acordo com os ilidade de eriaçã
VIULA BITorA OIRATY
técni- ideológica nas condições de sua possib ibili
cos e tecnocratas indígenas e apressar-se em instalar no meio pobre os institu- aticamente a
k

cercando- “de uma aura de hermetismo. que desqualifica autom


pe 5d

tos educacionais onde irão trabalhar. na tarefa pedagógica de instrução de i ofoss são
ilósofo
Osfilós primeiro
são osos primei ross a sereme
set xelui-
opinião de todos os não-iniciados.
gerações de especialistas. tanto os técnicos vindos defora. com à funçãode o. porevidente e insaná
i vel incompetênci
ável petência.a. Uma U cenica, , dizem.
técnica
pro- dos do simpósi
|
alguma coise € uniicamente
a coisa,
fessores, quanto os nativos educados no exterior, e assim devidamente prepa- trata por definição do particular, do modo de fazer Jazer é
rados para a execução da partitura quelhes for distribuída. Tais instituiç di m, nãosab ão s e fazer azer coisa algur
E coisa alguma. só
ões. essa € visa. Ora, ofilósofo que. tambéem mdize
técnicsa.
agai
embora evidentemente ninguém discuta o valor do trabalho e do papel
social poderá uióquando muito dedicar-se ao passatempode especu r sobre a
casos, a sup
dos casos, superficial cu-
que têm a desempenhar, são contudo pervertidas, afastadas dos fins
a que ho- mas. não exercendo nenhuma, merece, no melhor “ dos
nestamente deviam servir. para várias injunções, em atender à regra
geral de n ade dos
riosid jdverdadeiros técnicos. Não à deseja j mos. entrar no debate» dest deste as-
cunho antinacional. Destinam-se. comefeito. a criar e « palhar uma atitude ciadon a atitud
i "Ática a dodo queque m numa argu-
e prátic g
pecto, quea costuma ser mais eviden
i i
de gratidão moral emrelação aos emissários do centro metropolitano, impedin a!
mentação manifesta. em que há sempre orisco das palavra
'omp romet edoras.
do
de pronunciar-se
alguém de ver e denunciar o caráter predominante de transação econômi
ca e O presente ensaio corporif ica à defesa do direito do filósofo
política que explica e conserva a presença dos transmissores estrangeiros indicar os condi
da sobre a essência da tecnologia, de fini-la enquanto conceito,
tecnologia. O estado de perene aprendizagem a que são votados os alunos aqu ea CIT undam eEssob gi
1 €X-
de s
cionam mt
entos ceras
ge rais
ge seu
” d do seu e EXECFCICI 0º limit e
( O, os

tais instituições temporfinalidade oprar a chama da admiração pelo superior. A


almente us obedientes a uma ideolog
ia de do-
plicar por que Os tecnicos. espe
com todas as implicações psicológicas negativas acarretadas por essa atitude. inação.
| deve m naturalm e nte» p pensar o contrario de3 tu ( lo quanto afi
1 mam Os.

Além do mais. o beato e acrítico acolhimento da tecnologia forânea. na pessoa Não percebemesses
“A bisonhose retardatários canonistas que. assim| ensando,
dos pontífices em excursão no país humilhado visa na realidade. em grande enolog
ger da tecnol
ia geral i: que sa res-
ogia
nú- estão cada vez se enquadrando melhor na teoria
mero de casos, a encobrir a proposta de excelentes negócios, sob a capa suas concepções aqui deixamos consignada. Longe de n
º £ = » Ós re-

peito deles e de
1 G + Gl

de le-
'

var a cabo o desenvolvimento econômico é tecnológico do país. Particip ia estran geira,


i reprov
prova fato |, puro €
arr o fat
ando pelir o concurso inevitável da tecnologia estrange
ativamente da formação das novas gerações de técnicos de que a região ais no exterio or resença . leologi
r e€ a presenç 1ideolo
a, c:
gica-
atra- simple s doestágio de estudantes nacion
ionai
delaEgo E
mente criticada, dos portadores da técnica no meto atra sado
sada tanto necessita. os emissários do alto bloqueiam, segundo dissemos necessitado.
. o
aceita ção acrític
o a
afloramento de uma consciência para si na massa dos aprendizes. pelo
exercí- Tudo quanto desejamos denunciarlimita- à ingenuidade da
cio da análise crítica dos conhecimentos tecnológicos recebidos pelos avr da ciência
i s da palavra a permiss:Ê
"iência ee a|
jovens de noções supostamente representativa
alunos de mestres domesticadores. Mas 0 segundo resultado é ainda admiti da passiva
à pode * serser admiti s ente,
ssivam
mais im- para que se estabeleça uma situaçàão que não
portante. Intrometem-se nas decisões políticas do país receptor, nelas ERG a
influindo sob o pretexto de falsa universalidade. mas arte Ir nibjezo
pelo simples manuseio dos dados estatísticos. confeccionados com a ãe Av ig MN E RE
liberdade servação da consciência parasi, nascente no pais em elespmn
a elite intelec y
de que dispõe: mpre o mais sabedor, e pelas propostas de caráter
técnico, fei- tante desse sistema de relações temporfinalidade conduzir
tas a empre: s e órgãos públicos, imediatamente acatadas. porque não co em e se ae
podem inclusive os técnicos, da naçãoatrasada ao ponto dialéti
ser discutidas por autoridades. mesmo imbuídas do melhor espírito, vit pla « » neo
mas hip- salto para uma nova etapa da consciência. instsbatado-a
adquire io pé o Ê
crítica desi e dos outros. A partir desse momento o pais
notizadas para se julgarem incompetentes em assuntos vitais tornado
s hermé-
ticos pela política de dominação. s o pé não a
um desenvolvimento cultural e tecnológico itidepontlente
Esta última palavra dá-nos a chave para compreender quase tudo a respeito pisa E H ia
isolado do processo em execução por toda parte. Irá
do caráter ideológico da tecnologia. Do mesmo modo que outrora à ciência
dos ieualando-se aos demais. podendo defrontar-se com « agentes« o ; em ;
seres ni
ações icas
ideológpes
divinos era posta ao alcance dos simples mortais, que só deviamrecebê- perial
E em condições que excluem a pericule dade de infiltr
la, reverenciá-la e jamais discuti-la. a tecnologia disfarça atualmente suas
in- alheias isfarce e de de aprend
i | sob o disfarc cenica.
gem técmics
izagem
aprendiza Em suma,
técnica. Em ninguéem magginar
suma, ningu
tenções ideológicas — que não admite é rejeita indignada porque considera ili
infanti jeição da
lidade da mmrejeiça
geira,
ja € estrang
é tec h nologia
que propomos a sandice eu ind
puramente a projeção aplicada da ciência. como se esta não fosse igualmen | o só) tem cabimen
i to enquant
+ o estiver
«stiverm posiç o
m os em posiçã inf -
te Este mesmo adjetiv

>

ES
-
-
| 328 |
=

ior, sendo na verdade índice e confissão desta ituação. porque depois de ven- do centro imperial enunciar, porque não passaria
OMUTA BITOLA OIPATY
“o
tas, sociólogos € historiador
cida a etapa histórica da dependência, perderá sentido chamarde de uma petição de principio. ndo. por definição, um produto da situação que
estrangeiro
é ubdess CM
*Hs ê dor xs do mundo a
qualquer dado de cultura. Por ora. tem-se de distinguir entre o conteúdo 550. +50 0
de €> x I alice ur ó I OF 1550. f
Jens
téc- s e trata
“ ]
ente
jus tame

dp
q e
so mate-
a ge rica do Pp Proces
nico € o envoltório ideológico. conservar o primeiro e substitui quando munidos da compr
eensão « tentifi
r o segundo por volvido

otiaduo
a teoria
eo! ol 1-
d ( , desem volyv
outro. que exprima as conveniências do povo emluta pelo direito 1
Os UNICO
ta, 5 ao os
lc sd pr O duzir
s car , aca aos
de se afirmar. le hi storia.
rial da Í
em I par U-
Infelizmente, a ideologia da técnica é acolhida pelos “técnicos”, sociólogos. a
ment ge ral 8
o economic o em a
le
ea dao: pais a 1
5 adiar nados ºp y
e pt epote mu
ntes

economistas e pensadores das regiões laterais como expressão sublime da À ar um h processo do qual

,0
te e r
Ú | para
( ompe z t encia I
apre
ver- cular. sses peBS
4S5€s ss tem
nº ador es

dade. pela simples razãode ter a seu favor a autoridadedo centro magistral in- Áveis. ignor
i adas por umespecialista q
radas
recebem as consequências de favorá
,
desfrutada atualmente pelos su-
falível. Qualquer objeção às concepções iluminadoras, e principalmente
a de- vê pelo aspecto oposto. lostrar que asituação
:
creto do destin ão se deve a nenhu-
desti o. não
núncia do caráter ideológico. parece ridícula aos olhos dos técnicos. ociólogos postos afortunados não decorre de umde
| R
perfe D
itame nte
e economistas indígenas, porquanto representa audaciosa pretensã ica por m otivos histórico materiais
as sese explic
ttaliidade. mas
ma fatal
o de quem
épocas passadas, às vezes
não possui condições de conhecimento reai para discutir o assunto. O próprio conhecidos. mostrar queessas nações foram em
ências
à potên
elaçãoão às E
cias dominantes em
fato de estarmos numgrau primitivo dedesenvolvimento tecnológico — e somos í
bempróximas de nós, paises atrasados em relaç
nal no cump
nacioni
À o sua escaladaa nacio ; r imento de
Os primeiros a reconhecer este estado — incapacita-nos para pretenderdizer aos tais momentos, tendo empreendid
elites pensant es e realizado
que possuem a mais adiantada tecnologia do mundoo que ela é. Para
a con um pensam vo crítico libertador concebido pelas
ciência ingênua, que nãosabe por que o dia nasce, este argumento tem valor as políti cas, er embor a. de início
íticas. rece temente., envosolven-
recen
aiseae
iníci , ou mais
alas vanguardlas D
SRD St Ena AC isso é trabalho que o pen
definitivo e encerra o debate. Condena-se assim ao mutismo e
à irremovível su- eiação impiedosa de áreas colonizade “tudo
do a espol
E
clareecer
para esclar
zir paraes seu concidadãos
cer seus
balternidade. Mas o pensamentocrítico dispõe de outros instrume
ntos de pensar. sador do país agora atrasado tem de produzir
superioridad
nária superi ê
oridadeedede povepovos ou na-
Para começar. tem da consciência uma concepção geral que explica a possibi- e subtraí-los naralis
“tos àà parali sante crenç a na iimagi
ante crenç g inária
De-
lidade da constituição de formações históricas nacionai retardadas, com todos co C 8 eau e se ] ulguem ma s bem dotadas, ou predestinadas à dominação.
agilidad e- dos numero-
os aspectos particulares nelas observados. Ora. um destes resume elati v idade do concen
o d de d muumnação. a frag
e exatamen- Os rar al
monst a
le er c"omo ponto cul-
te no estado de subdesenvolvimento das técnicas possuídas e na relação se pultados
€ X-uMp e ros se
ha
> na histó T ta . ve tal elece
ser estab
vem aa ser
de in- 8:03
sos
I io-
idade da super
fatalida
vezz dada fatalí
ferioridade com as mais adiantadas. Principalmente, não ignora que. mesmo minante da doutrina crítica a certeza de que,» em
te o oposto
À , a: fatali dade d do decli-
idade
nas condições de relativa penúria, lhe é possível ter umângulo de visão sobre ridade. o que se tem veri icado éé precii samen
a este smo pag
»spei to o mesmo
; respei papel de
a totalidade e exprimir uma compreensão do mundo a partir do seu
estado. nio. As páginas da história desempenham
1Ê os tubos de en psaio
=1 , | Do
e osa apa
Não precisa que lhe venham os outros dizer. em tom professoral. em que demonstraçÉão experimental irr
i pondíível que» têm
con-
dos físicos nos laboratórios.
siste a realidade pobre. A segunda parte da sua tarefa tem importância
funda- velhos de medida nas mãos dos químicos e
de | »ejoso instrumento
mental, para que o país recolha os benefícios do pensamento crítico. Munida da concepçãocrítica correta que lhe vale
» re » DE
a as x

Diante do
aci nal do país subdesenvolvido e os dos
(s sub
espetáculo do retardamento, de suas carências e da dificuldade
de encontrar à de análise, todos os aspectos do ser nacio
vista os meios de superá-las, deve É julgado normal que a situados e m planos mais altos tornam-s
e facilmente compre nsíveis. Em parti-
mentalidade popu-
E sd tecnologia. dai edia
san deixad ter « ERSMO
pu f
lar, ainda despreparada. esteja propensa a ae itar como situaçãodefato. ou
se- cular, quebra- o encanto dofeitiço ideológico da
: feiti
ões do enfei tiçad a
revel
a or- revel
| am-se trans paren tes.
ja, natural, lógica. permanente, não necessitandode explicação mas de acomo- ficador,F logo queas
istifi
misti i
as inten «des
ço
mediante a s indispensápi ao-
veis categ
dação. o regimededesigualdade nodesenvolvimentodos paí : À aceitação
do Para isso, exige-se entretanto a elaboração,
dialéticas não
£

fato consumadoexclui qualquer exigência de explicação, tornada ociosa, ino- rias filosóficas.da teoria geral da técnie a em bases existenciais e
ç 1
1 I proc h ÇÃO humana,
portuna e ineficaz. O dever dos pensadores críticos está em arremeter d d
fi 1 ndada n a h lustor
y ja natura
nal l 1 de
« dade
1 da € apaci
I
contra subjet
51 ivas
] ; tivas. 1
Sa ma
k JOF-
vez mal
essa inércia mental que. na verdade, protege uma clamorosa falsidade I 45tando as potenc tas domin
adors dese nvolvendo tecnicas cada
histórica.
ubs idi É rias Cres ente258
Le-
Tão importante quanto elaborara teoria doatraso do povo pobre é elaborar u ligoes
»pessi-
tentosas, Marero lh
Àe in SO
cas marg
I 1 ifundi I asSs areas
:
da superioridade das nações metropolitan: - Mas esta não cabe aos mor e respeito, a fim de levar as elite
científicas e dirigentes do mundo reta
economis-


-
o
'
[330|

erdojOUSA | 2p 0HÍU0) O
1 TONS l ACOCIA-
: em nego O!
1 e mitere ssadas
dadoa se sentirem compelidas a recolher-se sob suas asas, com o desolador ar-
eua
m ulações
106: dasÉ Áreas imdustrialinente desenvolvidas
ões objetivas. existe no mundo rico
gumento, pacificador dos bem-intencionados: “não há outro jeito”. Toda domi- ções espoliativas. Sendo reflexo das é ondiç
Também no meio colonial, agrário. atr asad
o a tecnologia
BALA

nação material tem comoreflexo subjetivo uma chantagem intimidadora. Em tanto quanto aqui.
Será evidentemente diversa
segundo lugar, compete aos poderosos produzir o revestimento ideológico de existente dá origem a umaconceituação ideológica.
de produção ou dos que empre-
OIBATY

suas realizações técnicas, de modo a tornar aceitável para a comunidade atra- conforme se trate dos proprie tários dos bens
ente rudimen-
sada a dependência e a limitação a que foi relegada, e sobretudo refutar por gam “uu esforço n máquinas e instalações. em ger al naturalm
har. Nemporisso deixa de ha-
antecipação qualquertentativa de explicação independente. No momentoatual f ares obss oletas. nas quais são obrigados a trabal
ou
no pensamento dos grupos sociai da
vemos em plenocurso o seguinte planotático: (a) mostrar por todos os modos ver sempre umateoria da técniea. implícita
soltas
e com o apoio em exemplos concretos que a tecnologia mais avançada não po- confusamente enunciada, em frases
área pobre e. mo seria de esperar,
nte entre
especiialmente
Neico. , espec º res :primários,
trabalhado
«e os os tre
de ter origemsenãonos países ricos. detentores de grandiosa tradição cultural. ficado lógico
ienifi
mas plenas de signi
ntemente toscas. mas carregadas « e ge
(+ “aq » 0 3

quenelas exprimem. em locuções apare


SIE € na

e dos recursos finan iros para sustentar os necessários centros de pesqui


a

elen-
existenciais. A revolta dos trabalha-
tífica: (b) provar que a técnica requintada representa uma bênção para a huma- nuíno conteúdo, o re flexo de suas condições
era industrial, foi a manifestação ideoló-
nidade em geral, e muitoespecialmentepara os países atrasados que saibamaco- dore contra as máquinas, noinício da
lhê-la na devida gratidãoe condigna remuneração, pois não há preço para pagar gica da consciência O bscura em face da
tecnologia superior nascente. O carro de
que
o bemcausado àqueles que, sozinhos. jamais poderiam aproveitar os efeitos de- bois dá origem a uma compreer
ão tecnológica da realidade.do mesmo mo lo
Re 1 yetim os ser um
la; (e) denunciar aquela tentativa de oposição aolivre movimento das potências gue es
os Í osuet e lo: Pp po ro o mputa dores
endos
€s pa € tals5€ lirig
l eletrônicos. (

tecnica e O m esmo
ricas. tachando-o de produto de visão acanhada. obscurant ae retrógrada de engano pensar que a sociedade €
arcai ca nao 1 ( nha a noção da

, k vide nte tais


€ ide 1as
1 eu .
alguns estudiosos românticos de boa-fé ou de patológicos e irracionais reivindi- €«
lá com
e da
se a 5 em « com e ço de cresc mem
socie dad ee
ot ecn MOBO

das condi
nça das
istir àà mudaanca soci is determinada I pela invenção e
condições socia
cadores, em ambos os casos. só explicável por motivos de proselitismopolítico
de à podemresistir
não E ad pa bi
; ; da do meiorico. Importa-nos porem
má índole. O envolvimento mental produz naturalmente efeito sobre quemesti- introdução da tecnologia superior, oriun
ver sensibilizado para ele. Notemos, entretanto. que se dirige principalmente à interessado ao proclamarem não haver outra con-
nunciar aqui a conqura dos
' aa poss
consciênci
da consc iênci uido
possu idora Ro
r dos e
é
mais
consciência das próprias áreas dominante cujos grupos dirigentes necessitam de Ceni a senãà o a que procededa
cepção justa dat Cenic
atitude defendemos nosso direiit to de
medicação tranquilizante para reequilibrarem-se em sua beatitude moral. Numa adiantados recursos do tempo. Com « a
logia a partir de outras fina
artir » "as ali-
da tecno ia s
também proferir a explicação da técnica e
á ! malac
grande parte da intelectualidade dos países periféricos, noestado atual do desen- a

rces objetivos, 0 € stado de atraso e |


Ss ' e JC -

dades, fundadas contudo nos mesmos alice


pit E + € e
1 = : f -

volvimento de sua consciência, tem sem dúvida efeito paralisante. mas em


1

todo
, de que cavilosamente se querem api
» se Pe , 4 -

núria das massas do pais subdesenvolvido


É

caso sempre parcial. porque nãoé possível desconhecer a verdade dc pronuncia- . 41 m


E

A diferençaestá precisamente nas fi-


mentos que propugnam pelo direito de o país pobre dizer a verdade a seu respeito, priar os pregoeiros da consciê ncia alienada.
o classe
palavra dos expoente da
a verdade quelheinteressa. A concepção técnica fundamentadora da tática en- nalidades. Enquanto a sociedade atrasada, pe la
volvente acimadescrita repousa no paralogismo de julgar que a natureza da tée- e, tá claro, mas soba espécie con-
dominante, defende o atraso, não abertament
mento das populações ré tardadas d
€ as eve

cessiva do progresso controlado, o pensa


" q otro

nica não pode ser percebida senão por quema inventa ou maneja os graus mais
E o e

procedimente prólicos que as retire o


avançados em cada momento do desenvolvimento dela. Ora, a verdade consiste ter por conteúdo o conjunto de idéias e
desumana. E fetivamente. na época
exatamente na afirmativa oposta. Cabe a todo homemtrabalhador o direito de rápi da e 1 «adicalmente dessa condição
maisis rápi
çãoe o surgimentoa da exigência do
dizer em queconsiste a técnica, pelo elementar motivo de a ter nas mãos. Uma moderna foi o avolumar das técnicas de produ
em à expressão “tecnologia”. Esta resu
me
vez de posse desse conceito, passará facilmente ao de tecnologia, no sentido de trabalho racionalizado que deram orig
representar simultaneamente o conjunto das técnicas produtivas e o reflexo sub- Centcsa utiliz as em
adas
ilizad o
cer momentento
em certo é ociedade. E apli-
| por umas
i nto das técnic
o conju
rico
istóri
rio lo histó no. q quando. conju
o moder»rno. j ntamente com
jetivo, e portanto ideológico. das condições em que operam. a to
Asi a aoper
cada por antonomási
niza
paniz i da. que €
que come preg
ç“ou empr A ia
egando a energ
Quando denunciamosocaráterideológico doconceito de tecnologia nãojul- oduç
i ento da prod
o aparecim ã meca
ução
ncia da técnica.
“a
forma de con
gamos que este traço constitua uma anomalia unicamente observável nas for- do vapor ou da eletricidade. surgiu uma nova
[332 | [ss |
og

mio jOUDAL Ap OISINOL O


20. À tecnologia como conjunto das ari a tecnolo
bota
mologia
SILLA BILSTA OaRATy
i pa expansão. Na área atrasada, ao contrário,
is €
técnicas em vigor numa sociedade Ra i ia
adian meio, sendo
tada para essese meto, sem vc “sultado de simples aquisição,
ativamente
O
I T
al. n ao De xprim e e
e,
Esso
( pP I OCESS O pr oduti vo loc
) lu ivo de
I ora mteri
Osse mace rp rm e nte do
*rRor
Dissemos que 0 termo “tecnologia” signi : longo prazo “os efeitoEs mul-
fica também o conjunto das técni- visa, senão débil, + indiretamente e a
pé isso não “Misa, > 3
cas existentes em dada sociedade, em certo . por certo temp o tem ate eleito
momento de sua história. Nenhuma iplicadores que deveria determinar. Antes
sociedade apresenta uma superfície unifo rpos D
supeE
y a su]
ps elece c
ição do novís do0
simo sobre
rme no progresso tecnológico. Nela | o e perigoso. porquanto estab
pvers
coexistem sempre técnicas representativas de do osis glol as
etapas passadas. às vezes até ar- vel as habitual, em larga medida desorganizan
caicas, ao lado das que definem a média do prese resFo
díspares
as díspa o difícil
« le de difíci R nicaj
l cont
comu ção. cheg an-
Rar
nte grau de progresso,e acima | ad
cão o
nacion di
ividi
i al, divi ndo-a
dind áreas
o-a er emáre
destas as que constituem o máximo de avan gi fica ap aind a el
mais id
pert o
urba
ço quelhes foi possível conquistar. oo mesm
o ofrequentemente ao antagonismo: O país
€ > e .

Esta composição defatores contemporâne


os mas não coetâneos deve ser consi- em seu proc esso pr odutivo. porque ao ladoda fabricação
derada normal, sendo encontrada emtoda parte 4 declínio, reclamando atenção. porquant
e o
+

. Porém, as características de
7

vas area estacionarias. ou ate em


que se reveste nocontexto superior e no país s regiões retardadas são
subdesenvolvido diferem em nu- SOCIAISsal
COS 50€
E) foc
Bo. Ass
d uantes força s r repres e
F esent ada o
d o] I vela

merosos aspectos. Enquanto no patamar le a, + que


I
elevado a técnica de nível mediano s I Or
Wm E idas k pre oprret
eo
os d de meros
I Le arios
(
d de produ
ne agrari
ção - p pru H apa hr nemnte

sempre relativa ao grau de avanço dessa 4 e tem nessta


sociedade é ampla e ocupa quase ) m
nao quere al rn
rr mao ( de suas s l
Ass talações5 e pt OCe dimen tos. I sorqu
“mos

todo o espaço da produção, relegando a influência ência exere ru-


exerciida n o E
proporções menores a de cunho atra- ( e a orig
poss 12eem do | rest ígio pes: al e de classe e da influ
ígio pesso
sado, nopaís pobre oplanoda técnica mediana. i com frequ ência
dência i a a spõem de» recrecursos,
nnãoi dis]
não dispõe
medido pela escala da época. O país.Es Além
O do
jo pe político
mo ; do mais,
revela-se baixo, além de serem restritas as a sária mo-
nisso estivessem interessados, para pro
suas proporções. Predominam am- m à neces
mesmo que
plamente as técnicas retardadas. nas quais . transformando, por exemplo,
repousa praticamente a economia dernização dos bens e m étodos de produção E É sa q
do país. Também se mostra diverso 0 papel E Resulta daí o aument
agrícola.
da técnica superior. No país rico to- “voura arcaica na moderna empre a industrial
dos os ri “ursos são utilizados para expan
di-la, porquanto a rápida extensão »rmoss gger “nas p
estado, em termo de igualdades re-
da disparidade interna, manififes
dela alarga o domínio das técnicas média senvolvido, Não pode
>
ii ndo
s, às quais se vão incorporando, em |giona K grave
is,
jonai : pr"oblema p ol ítico de todo país subde
virtude de gerarem continuamente outras, que os Intere s|
contra O qual atuami
serão então as superiores se- senvol
fazer um desen vime
volvi mdóge no,
mento endóg
guintes. Já o país pobre. não podendopelos
próprios meios criar a tecnologia minador ao qu 1al esta
15 ki g ado. apress
| r
se ad oe mw vende no 0) me |

superior, vê-se obrigado a comprá-la no merc r. 1 uando omero


adointernacional é a incorporá- recentes bens de consumo e de pro ( luçã o , export
XI avels,
a o Ea sCSUI
>

la enganosamente, noestado em que a recebe, antesec


j

O Om
interno adquiriu um mínimo de egje
n
que os
ao seu movimento de progresso. 1
” ” 1
k . £. .
1 ( D. qu e T Ogo
le | » am
2 3 0€ up a-lo

porque em vez de haver gerado as descoberta por ser m


s novas aceita a humilhante con- presá
empre sario Ó tones
autóc
i s aut ag , e ainda
0 façam é
dição de apenas gerar o dinheiro para compr , especialmente educacionais.
á-las. Com isso, passa a possuir poder instalar no espaço nacional 2 instituições
uma diminuta técnica superior que, não tendo por todosesses motivos opaís coloni-
raízes no processo interno, não “ geradoras das transformações desejáveis,
produz os resultados históricos. expressos E
à sso parecend o desen
a volver-se, o que
no coeficiente de aceleração do de- gado. ao receber a nova tecnologia, com
senvolvimento econômico. conforme seri “Ipos deo a
contradiçõ es € Rr
iculd ades poli-|
a de esperar. Tudo porque se pretende : nhar-=se num cipoal
na verdade faz É“ embre
resolver por um enxerto o queteria de ser E lutas.
resultado de umasemeadura. Deste icas prever. só pode rá sair à custa de porfiadas
ifícill prever
à a rece difíci
modo, o país necessitado empobrece-se cada vez "adições encontr a-se na que o faz aparecer como
si
mais, além de não conseguir O
des
A principal
adam
a de
dessas contradições
« =

realizar verdadeiramentea incorporação da strativ


as demonst
cas
úblic de
tecnologia elevada. À diferença multa neamente rico, adia
ntado e exibindo obras públi
dai a
consiste em que nopaís altoa te nologia
superior. de vanguarda, sendo desco- aum par atrasado,
nncia
' a ser na essê » pobr|e
| ndo
; continua
considerável progresso,
berta e produzida em função das forças produ g rantemente na eodiferença
tivas mais adiantadas disponí- em autonomia. Esta cont | radição estampa
veis. o que significa sem laivos de alienação, do progresso e os comprove
es da
exerce função ativadora e acele- entre os números que retratam 0 aspecto
E
radora, na verdade torna-se a técnica geradora, ON ke
m . onde
logo a seguir, de outra ainda realidade da mise via “a soh a masc
aSeara dass« dad es *s €em I Hen es um emo.
l no cresc

mais avançada, num movimento de produção emo


tioa, mesm o im] Pt , revel: ê
: imperfeita ulat
statís
ístic
endógena. característico da eco- se realizam obras grandiosas, o que a estat
[334 | [335 |

er
face desoladora das pungentes condições de vida das populações. Ao observar naa, com armas
armas e bagagesag ns.
OHULd BILGIA O4PATY
i extern O
em vez da transferência total da tecnologia

goponoaj op 04 JI000 (O)


o país, o espectador não pode deixar deser afetado de ambliopia. vendo igiar, r, impor
| apenaass o necnecessário | pa-
ASS mos“apen
tásse
duas elusive os feitores que a devem vigia
imagens ao olhar para o mesmo objeto. Vê a cidade rica, mas esta tivos end Ógenos. dos a quais o de
identifica- a transmutação de nossos elementos produ
cultural e econômica, pela
áximo valor é o homem, ou seja, sua preparação
se ao mesmo tempoà cidade pobre, a dos arranha-céus é também a das
fave-
da produçãoR o
adiantadas , esta-
distribuição da renda interna, para as tarefas
las. Encontra algumas poucas razoáveis vias de transportenos vazios dos cam-
pos. onde a agricultura faz-se com técnicas pré-históricas e os homens vivem massas os pilares de sus ) c |
Eiinos inserindona área total dotrabalho das
em casebres primitivos. Há duas faces e dois planos de valor, misturados nacional. À Pelta de a pra
um de um autêntico desenvolvimento tecnológico
intentadas. Enquanto tor Es
te aspecto do problemavicia todas as soluções
ao outro, às vezes com nítida superposição, mas Irequentemente de difícil
de-
de pensamento segun Fei doàa
orizada a obra do que o homem, segue-se a linha
marcação. Fica então ao sabor da consciência ingênua de cada qual prefe
rir ou
acentuar o aspecto positivo, até o extremo do ufanismo ridículo. hoje sempre sso. asa
de progresso,
são asas ggrandes iniciativas de R e
as 8grand es
homem, são
cria o homem.
qual a obraveria
os
as gigan tes
insincero, com valor apenas publicitário, ou carregar nos tons sombrios. che-
struções
des públi as, asas eno enormes instalações geradoras de energia,
públiccas,
gandoa expressões lamuriantes e imprecativas de negação, desânimo e desc o nível de vida Roferea cido.
ni
cas si
fábri cas que devem engendrar o home m para
À prime ira
pero. igualmente simplistas. Somente a teoria crítica oferece a visão correta.
« define-se exatamente pela direçãoinversa. Epa
lo o caminho
Explica a ambliopia de que é atacado o observador da realidade subdesenvol- Suy . de a cordo
o. Supõe
mágico.
te mágic coma ideologia da
i
à o tem cunho inega
cepçã
E elmennte
y«elme
vida por motivo da forma pela qual se intenta realizar a industrialização E
a tecni ca un J0T VIC la pe-
o tada « Servi
da o ali e; nada Paser
lo gra
4 Oto
à tecn er o
a obra const 4
r uída com

área atrasada. O lado suntuoso, embora pago com a labuta do povo, represent nativ; . aliás
as natiy
assas
i das mass vagadoras da tée-
pag
a to trabalho primário e grosseiro
a alienação da sua economia e a da sua consciência de si. pois correspondeà antar. aque a po ucos.
ra aos í no de erIsI
por ele
cos, €€ pt
vo
fe H SIVO, I eveam-
mica «que ajudam a impl
trasladação da tecnologia nascida nos centros metropolitanos para o ambiente des.. Vemo k
s aqu aqu tum engano matre e
iro. expli-
à e vida
tando opadrãod i das populações Vemos
retardado. O lado miserável oferece o verdadeiro significado da realidade, dan- sponsáveis pelas transações exter nas, 0º
cável pelos lucros proporcionados ao
do a nota autêntica do país. e deveria ser à estrela polar da política orientad ;
ção de seleto
à na condiiçã yolítico ou em-
grupo políti
a “mesmos que depois se beneficiarão.
pelo pensamento crítico que deseje extinguir o mais rapidamente possível tão das indústrias instalada:
presarial do lucrativo funcionamento
desumana condição. o
alizLar mos re É O €s
sol re y s o do
s tad o de3 atra l eress
Pppo vo o mtere s e deo I volític Aa
la
cen
ve cem
Para isso, o essencial está em conceber 0 plano de desenvolvimento nacional almer
: !
He os k proc edime )
ntos. ] €
le acem
M u dal eo
I , runne r
da tec nologia. mudarão radic
em função da realidade atrasada e não em função da realidade relativa SE
uiçaão dos b enef ícios. € O povo não será
A
ma
mente lugar o planeijamento da distr ibuiç
istrib
desenvolvida já obtida, Com efeito. a segunda orientação dá em resultadoo afã e-obra, logo despachado «
É ocado exclusivamente para servir de mão-d
conv
de conquistara transferência açodada dos instrumentosetécnicas da produção I 1Ç
êde abad oO Êservi Sino1 lam Os
ço “ A xss
|
esta atitu de
s es SB
d dos gr ur 305 igentes. ha-
os di vigent
pois d e
adiantada para o meio interno, deixando emcerto sentido ao curso do ac “dar umauma amãozi
rio para “dar naa
mãozin ha” nas
aso a bitua
i dos berem o povo € omonecessáari
conceberer
ps a conce
induçãodos efeitos acelerador + sobre à progresso global do país. Ora, embors ia deixar E
de ser, mesm ; o a ça
mais al
realizações em curso. Conforme não poder
paradoxal. o que se devedizeré ser urgente proteger o atraso. Com esta expres- o permite algum saldopes de resulta:
ada das políticas de cres imento econômic
iss "aq = SC
- E

fato não
são, aparentemente irracional. pretendemos enunciar a necessidade de fundar
E
d o» Ss E e aiss
materi p :SS1V
"Ss , mposs
uteis ive is de negar. Mas evidentemente este
sobre o lado atrasado de nossa existência. aquele que infelizmente a exprime I 4
raza
d razão de- li1 . ana
pa Fr a ( y 1 efemae
no
Jão ser rnon le de
modo l ver
€ F É gamn-
dos I rropag
OHIstrtu uma
CONS
com plena veracidade no momento atual. os alicerc do progresso. e il que se tem de consid er ar. es
não pre- distas funcionais. Ora não e este resto contáb

tender construí-lo por transplantação, localizando-o no segmento relativamente t op er ação. Ne


da
l Was massas trabalhado
o de . O ( I que se tem de da
N t verda
r “us
TOS
o , gre 5
s50
desenvolvido. o que equivale a fazer desenvolver-se aqui o progresso dos ou- a PRO ” ópria
i mas à própr te ogia.
tecnol
ia em I pertencer-
via. Estalstá deve e
não é o resultadoda 1 cnologia
tros. À fase de atraso atualmente atravessada pelo país subdesenvolvido reve- atonifi iência do trabalho que forne no
lhes porque signi tea o conhecimento e a consc
la-se altamente rica de potencialidades expansivas, e tem valor infinitamente rme o model em
pla te da técnica.
, o do transsplan

-—
or
Enquanto procedermos confo
angeiro. « erminante da cria-
quanto à velocidade decrescimento, que pode chegar em tal mos dando preferência no trabalho do povo estr
maior, inclusi
caso a fazer-se exponencialmente. Se for devidamente entendida esta NOÇÃO, € porta
y mos, e deixa
I remos 15505
Ê o Ss NOSSO
, , trabalhador Ss
sn um
ção daquilo que nESeEA Eu
|
sa
ma

-
regimede permanente desocupaçãotecnológica. pois só ocasionalmente, e sem-

eua
e nas mãos se converterá no técnico que. daí por dianteca desdobrará de no

esFojonas] Sp orasn0om (O)


pre a título ancilar e acidental, participam darealização aqui até mesmoda
BIT9LA
eviador e autônomo, e não importá-la para o proprietário dos recursos fi-
tecnologia enxertada. A criação de institutos de formação técnica. tal como
anceiros, o que equivale, caso nos seja permitida a imagem, a PEA ca-
vem sendofeita, não modifica em nada 0 panorama. mesmo se tais organiza
- beça para baixo a realidade, a fabricar um ain a teeno E =.
OIRATY

ções fossem imensamente mais numerosas do que em verdade são. porqueo es-
O país atrasado oferece um panorama ho acidentado, as y e
sencial da questão não consiste em simplesmente dar ao povo a oportuni oa e
dade píncaros e profundas depressões. Tal orografia resulta unia rea
da instrução numatecnologia relativamente avancada. mas em levá-lo à con- ade
condições tradicionais de dependência e resignada aceitação q Re
dições de percepção da suarealidade que criemnele a exigência dessa educação um pro-
. cultural, Suas elites contudo explicam os fatos de outro modo. Confor
Procedendo da primeira forma, estamos cometendo o pecado da doação da cos e homilias políticas a
clamam didaticamente emseus compêndios sociológi
consciência, cujos efeitos só nãose revelam tão perigosos por serem principal
- fim de se desculpar e mostrar contritos propósitos de Rompe di E
menteineficazes. À pedagogia doplanejamento alienadosabe haver necessidade e Em
mudanças “futuras”, a dualidade existencial das populações do pra a
de informar o operário, mas opera de modo a dar-lhe conhecimentos
que o “xistem certos graus de conforto ao lado de espantosos quadros de spocir per
manterão sempreno estadode parte receptora, esquecendoser o trabalhador:
durará “por muito tempo ainda”. porque tal é a lei de ferro do tora
única fonte autêntica, por direito de existência. das criações lógicas que se irão dis-
to material sem a perda da liberdade individual e dos rliais sa
manifestar. quando compendiadas emníveis superiores, no estado de ciência hos de pt 0 E em
erepância tende porém a atenuar-se, dizem, por aa da
da realidade, conduzindo às correspondentes aplicações técnicas possíveis.
“to adotada. Aos poucos os benefícios da “civilização eee A áreas rapa
É cioso afirmar a urgência da difusão das escolas técnicas para toda a massa
quas e atualmente votadas às calamidades da fome, das enfermidades e do nd
trabalhadora. Mas será preciso mudar radicalmente 0 espírito segundo o qual
balho grosseiro e incerto, elevando-as e integrando-as num Rs no
se desenrola a prática dessa instrução. Por falta de compreensão da capacida- ( eE
dio perfeitamente satisfatório. Inclusive os mais Apenas pedagogos É E
de do trabalhador empregado em tarefas primitivas, por nãose levar em con-
“dominantes chegam mesmo a documentar a excelência sera caminho, a
ta só lhe caberessa qualificação em vista das condições em que está obrigado
trando ter sido ele seguido pelos países hoje florescentes e Ant nos pupios
a trabalhar, acredita-se ser necessário elevarem-lhe os conhecimentos
práticos superiores. Não se exige esforço desen embora seja praiaa Ra
para transportá-lo a outros canteiros de trabalho, onde será mais bem remune-
moral, para se ver a falsidade e a malícia Ram argumento. Fica pen a RE
rado, Deste modo. o salário assume o papel de critério sociológico e.
mais que to de os países que assumiram a posição de pejadanea da ea E
isso, de padrão métrico da capacidade humana. O que noser real exprime ig é mi
uma quência do geral enriquecimento, emtermos nacionais, embora
qualidade existencial torna-se avaliado pela folha de pagamento onde o operá-
às mesmas desigualdades sociais, apenas noutra escala, téreasá conseguir Ei ' :
rio está forçadoa figurar. Não percebem os assessores pedagógicos do planeja- as a
gar essa proeza histórica à custa da dominação de imensas áreas Ena
mento econômico que poucose ganha com o procedimento de mudar 0
setor. superfície da Terra, onde se concentravam enormes reservas de ave: ai
mesmo havendo pequeno acréscimo dealtitude. o qual em nada transfor
ma a mas exploráveis, a principal das quais era o trabalho El das ori a
realidade da vida do trabalhador. Enquanto se denominarem classes produto-
lonizadas. Foi então possível nesse regime de exploração Eb Rica a
ras aquelas não empregadas no trabalho produtivo real. mas comsuficiente
acumulação de recursos em alguns poucos centros oppolipdra E o
força social para atribuírem a si próprias com exclusividade esse título, 8
será do-lhes a rápida ascensão histórica à categoria de Rpg e Eras sa
impossível facilitar notrabalhador o surgimentoda compreensão de sua verda- ú sé
a produção da pesquisa científica e da tecnologia End Tais rição pa
deira posição. À consciência dotrabalhador reflete o estadodo seu meio
social deixaram de existir praticamente emestadobruto na época atual. Bituação cque
e porisso oefeito das transformações induzidas pela tecnologia alienígena
nua, veio restringir consideravelmente a coleta bingo ini pnoioralisdada, caca
segundo temos repetido, é desprezível. O importante está no deslocam alis
ento do agora a disfarçar-se. tendo de usar ardis que ante a política neocoloni
ângulo de percepção. que, sendo correto, procurará importar a tecnologia, en-
ta. ou mesmocessá-la de todo, emvista da resistência crescente em numerosas
quanto tal procedimento forinevitável. para o trabalhador. pois logo que a to- 7 " » . " sê
nosso à
« + aminho, MMesto |
SEO GQUe.
nr gloes
i do mundo, Não pode Ser , esse. portar Ho o
[338] [339|
em cada

eitojouda
por absurdo, o quiséssemos trilhar. Resta-nos então escolher
A definiçãoda tecnologia enquanto conjunto da técnicas Ina
CWILd PITSLA OLVATY
um dos rumos do
seguinte irrecusável dilema: ou o crescimento à sombra ou 0 planej . Unid; g e ea
amento de esenta um conceito exposto a duas interpretações
hpqn
umapolítica tecnológica independente, definida pelas categor
ias objetivas pre- eito retrata a gama de variedades diferentes de iporiqrice e Pa
ida. Outra, ingênu a e po
mentes, a saber, o interesse das massas e à afirmação da soberan
úgicas existentes de fato na sociedade subdesenvolv

ap
ia nacional.

oJtsduom
Para o país retardado, a única fonte de energia capaz de prover d 2
realida de teem lógik by a d ( > mu
enotog
a transforma- CIva ” a q ueE desc
1 nocI ce a div er:
se onh ece da de"da
rside

ção de seu estado localiza-se no trabalho das massas. É preciso re:


ne a d eE çÇH my yreen-
alive| d e ausenci
que este dê ori- e stc
a , pobreCe Ú d ef mez unilat e ralm me. simal
infali

gemrapidamente a outras fontes de energia, a principal das quais


será a cons- à dosest
são dialética, ou pela lamentada rarefação ágios altos,5, e€ consegquente exi-
; estágios

o
ciência diretriz da sociedade. A condição para quese opere essa transfo so atribuí
i o peso
ncia exclusiva deles, ou pelo excessiv
níveis mais baixos,
atribut do aos; níveis
rmação
reside na conversão do trabalhoalienado em trabalho para 5
i de éé porque, mesmo nessa À
ssa faixa,
si. jenorando que se estes existem comtal qualida
Verificamos constantemente a reclamação contra a falta de ti nologia 3 lores. Emambosos casos.
essa atitude desrespe i-
no país |
Hi i vamente super
outros) relati 5

subdesenvolvido por parte de alguns homens de ciência bem-int $ a divjer'ssidad e aqu e> comp de uma
encionados. dos | a qualidade efetiva dos dados da r € “alidade
. rá &
técnicos de consciência des omprometida, de uns poucos político É a pes 21 -
representação, porquanto vara
no tempo, m-
s de visão lúci- 4
istribuição de dific il análise e
da. não sendo quase sentida ainda pelas massas interessadas. Nessa reclama limitaddos
i as doss limita ação da
focos de irradiaç
os focos
ção. elusive por efeito das influências partid
que se vê expressa em declarações e ensaios de economistas e de cientist Ds N x ” » exibe o q qua-
ipalmente no espaço, onde exib
o
as de [al
o alt: e
ologia alta transplantada, e prince
valor, revela-se frequente. contudo, a ausência de compreensão docará e!
nsamento o € TICO, E a I reflexo da
por naturez
ter disper- ) gronals5 é O pe“ns
gs ualdadePS reg
| É» das desi [oe]
ERR deitada dos
so doespectro dotrabalho na área pobre. Insurgem-se os manifestantes ss licidad
contraa reu idade objetiva, quecrava ao contrário seus alicerces na multip
deficiência da adequada tecnologiaexigida pelo progresso do fri
um só concei a
to, assim
conhecimento que, “vraus de avanço tecnológico do país, e se os um fica sob
boi ensão ' dá-lh
emtermos abstratos é uma demonstração de sensata atenção
aos problemas do | rocede para efe ito de expressão, porque no plano da compre
país, mas essa atitude generosa perde a maior parte de seu eventual efeito i , o da disper
Ê dade o define i à dosníveis
são p
"eis deefic iência |
e da
modi- vonteúdo que emver
ficador quando deixa delevar em conta o fato patente de as rte este
ste conte
€ udo no €
ele-
Tespectiva con| iência social dos trabalhadores. Conve
massas trabalhado- ;
ras estarem dotadas da técnica que lhes é possível ter. A tecnolo
gia por ela pos- “mento primordial do qual se deverá partir ao elabor ar alguma análise dos pro-
blemas do país e qualquer proposta de solucioná-los.
suída é variada, tão diversificada que não a deveríamos mencio
nar no singular.
Há padrões técnicos dos níve mais diferentes. e só porlicença verbal.
refletindo
24. O princípio de unidade da técnica.
contudo a provação de importante elemento da consciência
crítica, se chega a
falar de “tecnologia” para designar o conjuntodas técnicas postas
Oplanejamento planejado
em prática pe-
las massas atrasadas. Um engano destaespécie faz desaparecer
do campo visual
do cientista bem-intencionado a técnica pobre ou mesmo ctiva históri
specti ca. Nada temde I par-
istóric
rudimentar de que dis- Esta situação deve ser aprecii ada na perspe ils Ee.
põem as massas trabalhadoras. razão pela qual não fundamenta ne
ticular emrelação ao presente, em algunsS dos3 atuais ais países. CUALMOS. | POI
ses Se recua
sua concepção “interesse
ações imperi ais do passad
jais a eras
55 o, verific a
rificaremos
do modo de realizar o rápido avanço do país nas formas
existentes do trabalho analítico, às grandes civiliz
ilizações 1
do povo, que precisam com urgência ser transformadas. mas igas O progresso
; y
30 tecnológico
tec I
“o corresponden
não anuladas pare que o mesmoocorreunas e ras antigas.
o recebimento da tecnologia superior. Resume-se este enganol
ógico em não per- uer delasé tinha
fe ao momento de qualq
ES
por base socia s mesmas relaçõesgr
só GN a de
o das conqui
ceber o caráter de processo inerente ao progresso tecnológico. apropriação do trabalho, externoou interno, para financiament
as s s
: 1

À novatecnologia
de algum modo tem de apoiar-se na antiga, mesmo quando tecnológics15 possiveis em tal fase, confor me a testa a gr:andio
sidade dos dos MontuU-
entre ambas ocorra
j em i
dia,a , nas
nas áreas de.
áreas
umsalto qualitativo dialético. Não pode nunca ser lançada sobre
a realidade exis- mentos restantes. |gualmente, do mesmo modo que hoje
ticas,
»mátic
as matemá "as, arq
as físicas. arquitetônicas,
tencial do trabalhador, como se este não praticasse ações de caráter
técnico, não maior esplendor acotovelam-se as técnic
cenicas
Da bh EO . |
possuisse tecnologia de algumaespécie. Pensarassim demons com as for mas primitivas de vida.
ao orrentadas
tra que o pensador us l« olas. mv fistic as mais altas

ou ensaísta incide no erro. há pouco indicado. de fazer o trabalh + oe s rudimentare Sa di sstribui í “ão €
fle te a divisã ( > amter-
as y redete
ssa1 «que E.apena
ador para a tee- as operaç

nologia em vez de fazer esta para o trabalhador. na da sociedade.



o

oi
o
=
=
eai dm x etnia EtÃ

urdojOnS9] dp 0HIQUOS O
m. Com isso, a rec oulhecimento. al
OYUTA BILILA OJBATY
Qualquer civilização antiga. a egipeia. por exemplo. possuiu uma tecnologia eterminações concertuants aque dá orige
ão do significado e do papel
ão empírico, das técnicas ensejou a transmutaç
. e
:

altamente desenvolvida, análoga à que permite as grandiosas criações do pre-


a
1

pe
sente. Mas, ao que tudo indica, o aproveitamentodas propriedades dos corpos s em compreensão ideológica.
tecnologia, Sa aplicado E e
e das forças naturais fazia-se por via empírica e não dava origem ao modo de Umdos aspectos positivos do conceito de
categoria de totalidade na DD
conhecimento chamado agora “razãotécnica”, Não havia a consciência da téc- mito das técnicas. consiste em ressaltar a
em técnicas isoladas. puras. distintas
nica com caráter de autoconsciência, m havia unicamenteos efeitos subjetivos q ação intencional. Revela não existir
normais. expressos nas representações verdadeiras que toda operação sobre a restantes, mas indi “a ao contrário
que todas quantas pertencem a um de-
«
de uma yctedade se interpenet ram e
realidade determina. Tendo por base de produçãoo trabalho escravo, necessa- inado momento do processo cultural
i em em
consttitu
verdadeade cons conjunto uma fase da evo-
m con]
riamenterotineiro. porque o homem em lugar de desenvolver um papel criador Di am mutuamente. Na verd
e apói
ia rir
à denomina r lerda
“razão técni ca. tatal
técnica”
desempenha o papel de instrumento. de simples mediação. aquelas civilizações lução da razão humana. aquela que se poder
inventivos « das rotinas indu
ficaramprivadas de compreender a invenção, o seu valor e sua exigência e ins- W importância adquirida pela execuçãodos atos
/ emprdvesa da
titucionalização, Às técnica existiam, e evidentemente davam origem em qriais, juntando-se a ela a consciência desta mesma pneu A
razão que decide aplicar A o Ea
pequena escala a algumas invenções originais, porque este resultado. em plano ençãoindica um dos desempenhos da
mundo. a fim de obter meios de eriar
elementar, independe da consciência de Portanto, mesmo em tais civiliza- “nalmente à descoberta das qualidades do
ar o irábdlho, aumentar o pad
ções houve ciência e desenvolvimento científico. O contrário realmente ser os aparelhos, novas fontes de energia para alivi
, agora praticamente total. de
impossível, porque, apesar de o trabalho escravofazer assentar toda a estrutura oe vincular os homens por umarede mais ativa
serem oportunamente examinados na
da produçãona transformação do homem em utensílio, retirando dele a fun- listribuição da informação. Os temas a
nas novas ciências e tecnier
s
ção de agente para si do descobrimento da realidade, sempre pôde haver alguns sunda parte deste ensaio. compendiados hoje
é» qua-
constituem na verdade os conteúdos
indivíduos de excepcional capacidade e vocação. capazes de vencer a barreir: “em pleno e acelerado flores “imento.
huma
m a presente fase da racionalidade
e] q £ na-
o o +

social e criar concepções científicas relativas à natureza do universo, Iiativamente originais que assinala
- h,

sua ori-
.

iu desde que o antropóide superi or alcan çou


gem e arranjo. chegando a estudar. até experimentalmente, alguns fenômenos ma. A “razão técnica” sempre exist
"a, convém sempre repetir, demonstra
do mundofísico e dos organismos vivos. além de iniciar especulações abstra- “suficiente grau de hominização. A técni
” no mundo, no estágio em que se €
tas, de ordem matemática. Mas o aspecto conservador da técnica tinha a pri- por definição a inclusão da razão humana
cínio do único animal social, em
mazia. Até que a prática lucrativa demonstrasse o contrário, era preferível uti- contra a capacidade de percepção e de racio
da ação
Pr
aointen
ç nlcional produtiva. Ma
Vs . Mas.

seu processo evolutivo. mediante a prática


ati
lizar as técnicas tradicionais no transporte, na construção, no conhecimento e
noçã consciiente desse carát
ão o consc er e dess:é
"aráter
classificação dos res vivos e inorgânicos. na medicina, na administração do “emnossos dias é que começa à haver a ado Se
falar em“r
lícito falar aza técnica”.
em “razão g Umat éeni-
Estado, na guerra, etc. Estas observações são válidas, com gradativa atenua- i , parec
unçã . Emtal sentido
função Marece -nos lícito
e-nos
-
ção, até a aurora dos tempos modernos e perduram mesmo até a entrada na = va não pode ser executada não com auxílio das demais. Julgamos de funda
a
Se refletirmos sobre a técnica figurando-
fase da ciência contemporânea. Foi preciso chegar à época atual, quando. nas “mental importância esta proposição.
alguma a título de exemplo, estaremos
sociedades altamente desenvolvidas. a invenção tornou-se necessidade de so- “na condição de ato isolado. tomando
do pens
RSA amento dialét
ialéti co. T Desmembra-
ico.
brevivência. chegando por isso a ser institucionalizada como atividadesocial desde logo nos situando fora da esfera
ber uma nova ação e violamos a in-
permanente, para que a técnica viesse a ser concebida e exigida pelo seu outro mos o funcionamento real doato de conce
pelos
do envolvimento de um ato téenico
aspecto, o inovador. Essa mudança exprime-se no conceito genérico de “tecno- tegridade empiricamente evidente.
e vulg ar.
demais. Uma açãotécnica, mesmoprimária
torna-se possível porque
logia”, na amplitude e relativa imprecisão de limites que agora manifesta.
A identificação. que assinalamos ser hoje corrente entre técnica e tecnologia. nu rãs dos instrumentos empr
e gados e dos modos de proceder encontra-se a lon-
não se deve a um desenido de linguagem, mas revela uma causa objetiva sub- cos levar
os que “Levar am am àà pro
produluçção do instrumento ou a
ga cadeii a de outros atos; técni
técnic
z. supo
vez, vençã
intervençã
supõem em aa inter o
o o dede 01 outros.
jacente, o crescimento do potencial d; técnicas ao dispor de uma comunidade descoberta do método, os quaisi . por sua
cá-los, e assim retroalivamente. Me a SA MY 15.

do mesmo gênero, que serviram para fabri


+ re ML 1Ws

e a consequente alteração de sua percepção desse fato, com as concomitantes


y “ e 4
:
f
| 342 |
1

-—
É
+

RIBOpONDA Sp VILIAU0S O
3
ecção do machado
une . a confecção
e por isso envolvente das primeiras pedra.
de * pedr
otuta
a perspectiva hereditária não basta para demonstrar em cada ato
técnico, é nos
tinham-se tor
respectivos instrumentos exigidos para cumpri-lo, sua qualidade diversos modos de ação distintos, nesse momento rc unidos,
1 : 1 -s . , -

1

o intrínseca de
BIISTA

totalidade dialética. O mesmo deve ser dito quanto à unidade contempo ,


nio de conheci
imôni
do patrimô oleti
“ mento coletivo daa sociedade. Embora provavel-
rânes
das técnicas ao dispor de uma sociedade. É impossível, em qualquer momento, s ao ato que amada Era pos sivelmen j te
7 ente sem reflexões teóricas relativa
OIPATY

gn a :
o exercício de umadelas. sem que nesse procedimentosereflitamtodas quantas m discussões práticas que são equivalentes delas. o primitivo
existem no mesmoinstante e se achamao alcance do especialista. Uma técnica, evo. à totalidade das técnicas conhecidas por seu grupo para plage na
e E
sendo um ato operatório real, contém objetivamente a contradição aguda do eração produtiva particular. Sendo o ato de progptse inerente à
modo definid or do
particular e do total. Por umlado, caracteriza-se pelo conteúdo definido, resu- mem com o mundo material, constitui um existencial, um
forma. ; E
me-se na ação exercida com tais instrumentos sobre tal matéria egundo tais r humano, e por isso não muda de essência quando onda de
em nada alte-
regras. e por outro lado nela estãopresentes as demais técnicas que definem o gresso da cultura, até as assombrosas realizações da atualidade.
no spa
conjunto do conhecimento existente na mencionada fase histórica. Mas O pro- Ein a natureza do ato produtivo humano, e por isso, hoje. a aa
cesso permanente de descoberta dos aspectos inteligíveis da realidade produz a gd Ra
“mais remoto, o planejamento pertence à realização no
va « ' 10-
unidade que engloba e supera a referida contradição. Essa unidadeé que dá ao “com a manifestação da exegjibilidade material da finalidade subjeti
ele asd
termo “tecnologia” a possibilidade de significar o conjuntodas técnicas. pois
já “mem que lança mãoda totalidade das técnicas es atanitao) por
Fra oco da
porsi cada qual contém materialmente a referência a todas as outras. para executar uma particular técnica superior em ia ii
em e
Consumado o princípio sem despertar reflexões teóricas. o ato técnico vai- “consciência ingênua emtornodoconceito de a Perg
: as E
se aos poucos tornando objeto de meditação consciente. É este processo
de ditar quesó agora. por força de circunstâncias Abra a soclec
” EM
compreensão pela consciência que vem desembocar em nossos dias na exalta- u praticar o empreendimento ordenado da provado sc io :
a e oE
da procura do “planejamento”. Tal conceito. supostamente representativo de ilusão pueril. característica da consciência destituída de es
nto Gi
nosso tempo pela grande voga de que goza na atualidade, serve de justificativa e incapaz de utilizar o conceito categorial de AL O Era
ao recrutamento de legiões de economistas. “técnicos em planejamento”, asses- é ss Ea E
sempre existiu, o que apresenta de distinto em Eos ge
ei Fem e
sores, das mais variadas colorações, técnicos de marketing. de gerência. de próprio. conscientemente planejado. Nunca uma sociedade po
a E a E 8
relações públicas. e por fim técnicos no ensino dos técnicos, até e enésima
or- der uma ação produtiva ou um plano político, fosse a caça ou
as dos reis mc ai
dem, num sem-número de outras designações de empregos em que se alojam neolítica. fossem as expedições de conquista e presa, desde
as multidões de inválidos candidatos à burocracia. parasitando o fenômeno real da era modern a, sem E
tâmicos até as dos descobridores europeus do início
R É
do desenvolvimento. Não há maior inocência de pensamento do quejulgar que la planejado comtodos os recursos oferecidos pm ciência ai A
em nossa época, pela primeira vez, foi descoberto é praticado o planejamento. e implícit o. | E ” AE
planejamento. sempre obrigatório, em épocas antigas
Nada está mais longe da verdade. Toda sociedade passada planejou sua orga- n téenic
+» consciência dele enquanto ato específico, com seus no
social ip ps E
nização, do contrário não teria existido. O que até certo ponto pode admitir-
se executiva peculiares, preparatório do empreendimento
ar » es E
ser original na atualidade é a consciência explícita dessa exigência. À esta per- açãopolítica do centro dirigente. À consciência capaz a ua:
cepção damos o nome de “planejamentoplanejado”. o prá a e guir, us
mente os atos intentadosna qual é prefigurada a operaçã
as na
O planejamento define-se como o emprego conexo das técnicas, sempre agora se manifesta explicitamente, veio a se constituir em eae
E epa
existentes em totalidade, para realizarem umafinalidade concebida pela razão. da. representando uma das fases do processo geral da psp
os pe Rem :
Um membro de uma sociedade neolítica. ao desejar produzir um machado de um planejamentoplanejado com os numerosos recursos ii
saga ic a es
pedra, tinha perfeita noção da rocha que servia para fazê-lo, dos meios ade- econômica, a compreensão sociológica e os meios epi
época na
quados para obter o pedregulho, a matéria-prima, e dos processos para lhe dar elusive os fornecidos pelos aparelhos de computação. Vivemos numa
a forma que devia ter. Estas noções correspondem, cada qual. a descobertas qual só tem ntido e centabilidade o planejamento planejado. Não constitui
técnicas, emsi isoladas, mas concorrendo todas para a técnica, de é
ou acidental mas determij nado pela autocons i da socie-
ciência
onsciênc
segunda or- a
um fato casual
[99491

ê-ta e resolver as dificuldades

prSo 0099] 9p 0199UCO


ori em. Darpe
inte cenddo-h
nntarem compreen
dade em face da complexidade do processo produtivo e do volume de bens a jência dáà orig
Ante ectual. aventurando-se em
uma explicaç ao qualquer, sem
fabricar. Significa isto que as necessidades da produção em gigantesca escala instintointo intel
po inst
que a suporte. Não desconfiando da
obrigam a proceder, deliberadamente, a operações que em todos os tempos o vio em algumsistema categorial prévio ura as
Y ;
i rosa e como
ar vent 6
É e cand
homemrealizou em pensamentoao preparar qualquer curso de ação criadora, mi tem com
i com que procede à m. emi
ocência
as dasdas quaiiss teremos: ocas
itas taão de nos
ocasi
es, a muit
sem, porém, alcançar um grau de clareza e deliberação que viesse a tornar o mais inconsistentes simploriedad e exe ep-
e
te m ram ent
ep o ca hisstor
1
projeto do desenvolvimentosocial uma técnica particular entre as outras, W, julgando que. por
JS vivendo
starmos
es d uma
fe rir
igada deatudo
s os aspectos, inteiramente desl
cional, única e inédita em todo

O
de idéias rmos
e inútil procurar nos vale
22. As interpretações da tecnologia. quanto o passado conheceu, tornou-s
sem prece dentes. à do mundo domina-
feriores para explicar uma situação
A exigência de um sistema lógico definido
do pelas novas tecnologias.
racioc ínio, que pretende explicar o pre-
A liçãodecisiva para a qual desejaríamos fazer convergir nossos esforços de A aparência de razão desse tipo de que
mada “futurol'ogia”, a novaastrologia,
reflexão cifra-se eminsistir na necessidade de se considerar a técnica comoto- sente pelo futuro, € engendroua cha e os mais
de ciê neia. habitualment
talidade unitária. A realização de qualquer técnica exige de algum modo o embr té respeeit áveis e crédulos homens
iaga até
bri
s, só pode
adas com háb eis rótulos científico
auxílio das já conhecidas,e isto tanto para a reiteração dos atos produtivos cor- “expostos às mistificações apresent
I vadol s k pela 1
la falte 1 de uma comn-
1 ds k repe
: nt desp “pa
rentes como para ainvenção de outros, novos. O primitivo não submetia a aná- nar os
j enganar Je se
o q que se à “he“E ne ( ni He
a l tam ente
So sanham
UI Jo Ê É
] Ev O 5 autore“5 d desse
lises químicas e mineralógicas ou a provas de resistência os materiais, é muito ca do 1 k proce sso
JCESS o 0D e rea
tu o da
I ] etiv Cu lida de
arho
Ce pça ( , K OK
(9
a ima-
pelo s imples expediente de excit
alguma notoriedade e bons | provento
menos aocálculo geométrico ou às leis da dinâmica o fragmentode rocha com s
1 cie
à a espe
umic E
que pretendia fazer um machado. Hoje, se quiséssemos produzir o mesmo ob- ela. ÀÀ 7 proc ura
clienttela. deste resultado é mesmoa
odada clien
naçãão
inac
Repr
jeto para os mesmosfins, não procederíamos pela simples memória coletiva das A
damento que seus argumentos
e modosliterários de expressão possuem.
ferim
nos refe “omeço
rimooss no come ensaio. Valen-
ste ensai
ç deste
experiências bem-sucedidas, mas planejaríamos, comos instrumentos concei- senta a nova taumaturgia, a que dias
idade e ineditismo dé criaç
ões técnicas dos
!
tuais e materiais, com os métodos de medida de todas as ciências eventualmente do-se da indiscutível grandios
as que a
ue de apresentar como existentes
utilizáveis, a fabricação do mesmo machado neolítico, sem dúvida bem mais de hoje, e ainda recorrendo ao truq Igun s dos
. a
ro. certos estudiosos da tecnologia
fantasia concebe para o futu
eficiente. Desejamos acentuar que os chamados “instrumentos conceituais e )
ar uma nova,
O título de filósofos. pretendem fund
materiais” de hoje são o equivalente da experiência acumulada, empírica, e na quais nãorecusam asi próprios
'
a qual o fator
a e incerta concepção, segundo
verdade se formarampela transmissão da práxis da ação coletiva. Correspon- embora b albuciante, desconex
' ologia. Por opo
a tecn
dem à memória social na forma agora assumida por ela, a do saber da espécie central da históriaconsiste na relação entre o homeme
i a de pensar, a concepção “anti
ga”. dialética, ex
compendiado nos diversos tipos de ciências atualmente reconhecidos. Resu- i a maneir
sição a essa simplist produtivas
nos efe itos objetivos das relações
mem a totalidade da técnica socialmente disponível. A consideração da tecno- plica que esse fator se encontra
p rmin simeim social de
j ado reg
re travadas em dete
logia enquantototalidade fixa o ponto de partida para as reflexões que mais entre o homeme a natureza, semp so sd APRIO
ressaalta
casoss «é ress vapel da sociedade, mas navê
lt: do o pal
tarde teremos que expender, no empenho de compreendero significadodas for- trabalho. Em
õ ambos os» caso
ingê ite-see que
cênuo, admite-s
»pIsEar ing
edadeé
sociede
| aa soci
mas mais avançadas existentes em nossa época, as da automação e da compu- ”, espe
gica”,
dade &“tecnolóSoiea ific:a do pens
especcífic
q alca
cenica,a, que
res ltado datécnic
er resu E n-
tação. Se não nos aproximarmos do problema particular apetrechados com os existitindo por ser
dominada pela tecnologia, só5 exis 5d o siste-
entre os3 homenssee portanto m olda
instrumentos conceituais rigorosos para a análise lógica dos dados. especial- ça e determina as íntimas conexões
õ
: -
tica. ( [ue 3 mmter
( dial etc
encias. A conce |Dça j
mente para procedermos à compreensão crítica dos fundamentos teóricos dos ma deo convivencia
segundo suas exig
5to q I ndic aser
p e
exat ó mente 0 opos
métodos e aparelhos da cibernética, a mais importante das ciências recém-cria- e
é idad e do homem, declara
y a a éautêntica real
R tente
m função da exis
pret
ia, sem]
eda:d e o sujeito que domina a tecnolog
1 ” re e

das, ficaremos desde o primeiro momento perdidos numa selva de ingenuidades


1

a sociieda
1 € ET ha
1 1

ervada na memoria soc


al. Assim acontece não por-
entrecruzadas, das quais dificilmente nos desvencilharemos. Os autores descui- em cada momento e cons
> n-
segum
DE idade 5 4 Pp O rta nto
t As Ne BCESS
dados desta preparação nemsuspeitam dos problemas filosóficos a que a nova a SOC HM lad e
aque As ro luz atec
| pro | gua f onl o ru 1 eas
O u Moss
1 +
[340 |
este fim, Ro o

eIZOj0U99] Op 0J19UO Jo
GM VItatA OIPAIV do as fases do processo histórico. determinadopelas exigências da produção. De nossa parte cremos haver contribuído para
r a que si iss ,
mas porque a tecnologia jamais poderia superpor-se à sociedade, uma vez que ais proposições que espelhamo modo justo de pensa
homem, revelando-se pres a
é apenas a mediação total de que a humanidade, no papel de único agente con- a técnica uma maneira de conceber a ação do
umanota si ii Ro
ereto, se utiliza para materializar suas finalidades. Porconseguinte, as avança- inseparável do sujeito agente e não podendo receber
nte ao no ando e eae e
das criações da técnica, na atualidade ou nofuturo, não só não repelema teori- “mesma, uma vez que ovalor pertence inerenteme
boa a Ted; mas serve e às
zação “antiga”, mais a exigem, do contrário não se explicaria o trânsito do pas- damento adquire sentido. Nenhumatécnica é
pelas finalidades qui se ame
sado ao presente. Para entender a especificidade da tecnologia atual, em parti- ce de qualidade das ações humanas, definidas
instrumentos e métodostécni-
cular os processos automatizados de produção, os instrumentos fabricados pela ma realizar, situadas na orig «m dos atos, dos ais
É Fo com a écnio
romat teenica, por m
ciência agora instituída com o nomede “cibernética” e os métodos cibernéticose 15. Os atos humanos nunca se destacam da vinculação
an e ea A nica
é Têmde ser julgados por u
heurísticos de imitaçãode certas formas de pensamento pelos aparelhos chama- mplexa que pareça ser a que lhes é associada.
nem revelada. us fire
dos computadores, faz-se imprescindível interpretá-los emsua emergência histó- ema de valores éticos, cuja origemnãoé intuitiva
social, que impõem padrões úteis de
rica. em função das sociedades onde aparecem. das exigências que os homens dos fundamentos materiais da produção
ho, a partir das gps opere as de-
sentem nas condições devida nas quais trabalham. Ora, a compreensão conjun- mportamento nas relações de 4 rabal
seguir convertidos pela freire
ta de todos esses problemas e o encontro das soluções adequadas não podem ser mais formas de valor. Tais padrões são a
to da proveniência objetiva.
conseguidos senão mediante o empregodas categorias da lógica dialética. idealista em “valores” abstratos, com esquecimen
axiológica
liscriminações axiol
j o de discr s, rreflexo
ógicas,
Sendo os atos humanos realmente objet
l para assegurar Ê ua AR Ê
danecessidade de estruturar O convívio socia
23. À tecnologia comoescatologia. eensível a e : pane
produção coletiva, torna-se perfeitamente compr
A superstição tecnológica ção técnica de umjuízo de valor, que cabe
de direito ao premia essa
do pede se não Gee ei
Vimos que a técnica, erroneamente interpretadapela consciência ingênua, correspondente. Nada haveria de inconveniente
unifica a técnica e K a uma
é julgada ora um mal ora um bem. Conforme as tendências do pensador ou do quecida a verdadeira relação de inerência que
s, desfecho Euted no pesa E
simples articulista. a tecnologia recebe um julgamentode valor, predicado que no. Ocorrendo porém a cisão entre ambo
a na ingenuidade, apa pagto
nada tem a ver com a essência dela e seu efetivo papel histórico, mas decorre samentoidealista, torna-se inevitável a qued
sivamente à técnica. lprtopadi 00
de suposições confusas e abstratas, sendo uma das manifestações do impressio- sinalando. Passa-se a dar nota de valor exclu
as as portas pasa as mono Ennis
nismo geral, característico do pensamento primário. O debate a este respeito gesto humano com ela coincidente. Estão abert
Hiei dos iai x EE
um de longe, sendo travado com especial veemência nos tempos atuais emré sistas divagações, em que se mostra fértil a
voos espesniipios a re e E
são da expansão do progresso tecnológico que realmente dá a impressão, à próprios técnicos. quando se aventuram em
especialistas nesta ou sipação a
mentalidade ingênua, de abranger quase todas as formas da atividade social e natureza de seu exercício existencial, enquanto
to de valor aidora ter colorido
produtiva do homem, determinando o valor que lhes deve ser atribuído. Esta “variedade de atuaçãotecnológica. O julgamen
e o caso dos filósofos, por exemplo
impressão leva a crer que o homem setransformou num autômatoa serviço de pessimista, sendo este predominantement
já nbaraeinida alpuanas Re
autômatos. Tal situação é deplorada em todosos tons da escala da consciência Heidegger. de cujo pensamento a tal respeito
da”), ou otimista, atitude con
ingênua. Para corrigir tal sugestão, que engendra amplos sistemas de idéias, (“a desconsoladora fúria da técnica desencadea
» enel:
sionaiiss quen
'issi seus a anseios
as seus
la extravasam
logo aceitos como “filosofias da técnica”. análises do “fenômenotécnico”. en- preensivelmente preferida pelos profis
saios para esclarecer o homemsobre os perigos que o envolvemsem perceber, de ascensão pessoal. e qualquer possi Radio
elite ade
bilid «
o único remédio eficaz reside na posse da consciência oposta à geradora dessas A primeira eventualidade exclui, por definição,
forma de
dus “aa inge-
infantilidades. Impõe-se o desenvolvimento da compreensão da realidade com coincidência como pensar erítico, porque const itui. das
i grosseira,
i de curso s a mbientes “cultos”, completa-|
forç do em
“urso força
o predomínio das categorias dialéticas do pensar crítico, que culminará na ver nuidade mais
05 das mas as trabalhadoras.
dadeira interpretação da técnica, mente desligados dos interesses sociais reais,
[348 | | 349|
Vigura na palavra de entrevistados intelectualmente irresp q

OUTId VILSTA
onsáveis, ou nas ex- scendente a destino sobre3 nata r al
"
e eotip vrtam (
ento res I vertoso «e
1 al ness
valore =

pressões de veneráveis personalidades. em grande maior


ia servidores universi- PCIVEIS,
veci 1 INCSSO
Ne selo
Quinto I “4 V ange

Io »; CH] os 5s autor Es5são
são E) q e ese
tantos to
se tornam

tários ou pastores de almas, tod outr (


ELA QURATY

temerosos do que venha a acont ae m do Bm


home a eo
e ndi ode
ao
ecer aos va- 1 emtific
- avels, anunc( ia se a ssar
pass
lores supremos do homem, dos quais naturalmente. sem o vision io intelec
ário tus anterior €
intelectual
pudor crítico. m. conforme já ocorrera com um nefast

ap otaanoo O
* jul- , isionár
gam portadores ou guardiães, vendo-o ameaçados
de extinção pela pressão de mal
+ outro Ê po F ”, He e m I , atuica as o5 à lu
aqu e «quais
TC Í Cras
( º inadass I prole 5 Ge
me o) cliaart eoge
Iy

um mundo ocupado portodos os lados pela fria .


e desumana dominação da téc- Edi
scídio conscitente.
ente. Só Só que,
q em vez de ser a entrada na fase do uper-homem
nica. À teoria por nós exposta se julga verdad acbedi araio
K vundo» foi
foi deseritE
descrito esdos re
nos delírios “eferidos videntes e similar á
eira. anula e desmasc ara total- ;
mente es 15 homilias e lamentações verbais á regredindo àeta-
ou escritas. relegando-as aoreino atuais
ais q
queu e é à humanid ade
=

tempos5
“ a t

comos te
1

sos ;
fá "

desgosto
das fantasmagorias, Mostra a origem delas em determinados setores sociais aC I OT aveDT I perdido
er ki | os str
mmistrum entos le d domaimo,
entos de n mass
| sub-hbo me
| hi mem
sul + Não ha
do
ameaçados em seu poder econômico e prestígio tradicional, a Reno pi eat
e revela-lhes Oca- que perdeu o domínio sobre eles. Configura-se assim
ráter de simples sobrevivências de um pensamento inadaptado e de modo Reis | ea
à realidade. que lição. Vão confirmar-se as previsões apo "alípticas,
prefere exorcizar em vez de compreender, ficand a Rat treina R o E
o porisso radiealment
e perdi- | w surgido das entranhas da história para levar a o
do no plano do sem-sentido. A segunda variedade E E
merece maior atenção, pela | as foi a tecnologia. Voltando à linguagem ui
indiscutível atualidade e também porque repre da o po :
nta o pensamento da maior sia do pensamento que constrói a impressionista teoria
parte de quantos se intitulam téenici mo
e; assim, adquirem o direito à voz. não “técnico”. Ainda uma vez. a melhor amostra para dar
podendo serirreverentementedespachados sem ERPRAoo ger, À falta E
de sen-
lhes ouvirmos a argumentação, um breve comentário, encontramo-l Heide
escritos dede Heideg
a nos; escrito
E ainda porque a esse modode pensar se prende o que verifica que. por um lado, esse
chamamosde signifi- de
Nao o dessa oposição torna-se patente quando
cado escatológico, agora atribuído à técnica, conver e a
tendo-a na mai recente m fe SO! ce filosSe ofia estabe le ce d oposta , ao
€ é4 h os y
)s tilidade entre 2
o o he j mem

modalidade de superstição salvacioni +, salvaçãopela tecnologia, A respeito ç uídos


Ê Fpos
Os
mas. ao me mo tempo, I U uh ece qu e um dos dois ssentid

uica,
deste aspecto, muitas considerações teremos de
expender na partefinal do pre erega
» la pala V ra = I Ig mm ul.
t ea orIg ;
| tecne €
ecode rsImo
lesersi 1 E
m numo de abe4 4 conh eu unen-

sente ensaio. [ to ao homem, úni-


spei
i respei
| evide te que“o sé
rece eviden
“episteme e . Ora, parece saber diz
o”,
Mesmo julgando-o socialmente menos impor ;
técnica e conhe E
cimen to
vereita. Se,*. p portanto,giga
+
tante no panorama cultura] i
nimal
E
i amo “nte o exerci
quepeefetiv
contemporâneo, é oportuno contudo indicara fragil nach der Tech
idade do pensamento der- E |
coincidem, confo rme textualmente dee lara o autor (Die Frage
rotista, o do primeiro tipo, mostrando como afinal acaba Jamai
nn a
s seria: possív
E el
ndo também uma 20). a técnic
mijk. p. 20), se por» delinição humana.
cent a tem de ser
eseutologia de final oposto ao da egunda. Vemos, porta conflito entre ambos. pois té
nto, conve "gire
o m, € rá-la do homem e muito menos estabelecer
sepaE
acabarem tendo o mesmo efeito nefasto as duas pd te » hu-
mod alidades da consciência in- çS o ea
n '; talar têta contrK adiçã y rraci
To onali
acion l l no
e ki dade k mnmtmm
Í o doe
1 xisten
E contu u ao ms
CI
gênua, Defato, à visão apocaliptica da técnica (
er pr pnuneramen o -
devorandoo ser humano. os va- mano 4 , dando em 1 con sé »quencia é um]
1 Jo s
,
k sibilidad a de «qua l “q u
lores do espírito, e praticamente aniquilando-o, identif (ão parecendo ser tal o
ice -se com o anúncio do to 4 aqu ( rc lati Ve ,+ do he
y
, mem quer relati vo ecnica.
oa tecmn
fim dos tempos. Embora admita a conservação e 0 pro ” em
a hostilidade entre am-
sseguimento da espécie. NOT “le
ponto de vista do filósofo,
" ais Ri
as expressoe «que pré um

vinda quando ameaçada pela catástrofe final por iai ds pot es


Apae
ela preparada, acredita não bos seJe esvan em comov apor
esvanececem 4 Dre
, € ,
impalf avels. Ainda menos teria
,
se ptide ' I
W

ser a conservação da mesma humanidade. nose €


ntido perior, ideal. divino, de
sanar os
e
ci
“male * decorre
ntes da oposição entrea “técnica e 0 hum j bed
portadora de valor: "ternos, os quais no fim de s ícios recebidos para con
benefi
contas não parecemser assim gir que o homem rejeit
rejei e a técnica
cenica. , abr:
abra mãodo
tão eternos. pois o que os amedrontados pensadores de [alétheia] do ser. Seja-
ssa estirpe mais temem, quistar a metafísica bem-aventurança da desocultação
e até declaram já estar acontecendo, é precis
amente que venham a de: aparecer, -
li 4 Ho le mbr ar " de passage mm. que essa fi aseologia -se
dest ma-se u 2Xt
execnar F a
nos
À nova humanidade submissa À máquina e serva ilosóficas
da técnica será à humanida- mu )o nça O la l d
ea s t muda
desgas tm teliger
lig É
ea dos auditór vOS de n :5
fe vencia
unere Í

de sem o homem, uma vez que este sex/divino pela origem i de export ação para
tação para alimen-
alin
5
. foi substituído por nos centros meti opolitanos e servir de mercadoria
um organismo aparentemente equi Ê
idas. Essas fantasiosas
tar a alienação do pensamento das áreas subdes envolv
alente, mas e ssencialmentediverso,
ops to
e hostil ao antigo, por haverem desertado dele tod os e a impune prática
sinais de sua criação reflexões bailam no paraiso da ingennidade, me diant
. 1 . IVre e
' i i
aa
-

-
da coisificação de abstrações. Nomes genéricos como

nzFojonaa] dp ora: u0 O)
OIT] BArorA OIRATY
a I passar
458, le uma
ee
“técnica” e “humano” ps l tosgicas
e que
qu “É
mm CONTO
I levar n
PRE mo de 1 nor u
SPve no a U hu 1 mana.

adquirem a qualidade deentidades em si. perambulam pelo de enc reta. de uma maquina ou ms
mundoe, apesar a outra na dk Se oberta de uma fonte

de serem simples adjetivos, tornam-se personagens em luta, no F pa Pp el de a ge N-


imitandoos espí- ento
1 I
q novos tipos mais
ne -
dos . O homer n fisura
aper feiço ao

ritos do Bem e do Mal nas cosmologias maniqueístas. og E


r não e esta na cabeça de nas no sim-
1 le. mas Ss
sul s idiá r 10 do progres SO. euja lógica
Se a escatologiada dese perança revela-se por si mesma de colher os fi utos de
ineficaz, em virtu- Curso dk fatos. ( abendo-lhe simple smente O esforço
de da própria inconsistência e irracionalidade. a oposta
apresenta aspectos ca-
pazes de exercer certo efeito atraente. é por isso de mais ee n
difícil despistamento. mica, quem produziu o maquinismo foi o homem, mas pon
Sobretudo, tendo colorido moderno e provindo de indivi
dualidades legitima- fcre ita que essa funçãodeixou delhe ser essencial e congênita, st PRA
mente reconhecidas como especialistas nas técnic se
as atuais. e até nas do futuro. ar alegremente que estamos penetrando na época em que pe
exigem maior atenção. Não iremos. porinútil, documentar m os modelo $a
com citações de textos : estará dela, entregandoàs máquinas o cuidado de pensare
as afirmações dessas personalidades com abundante letos para substituir os atuais e programar 0 ra de od E ad
divulgação na imprensa
corrente, tão conhecidas são, Resumem-se menos em mens obedecerão sem discutir, para seu maior prepdeosA lógica a a pe A
raciocínios chegadosà fa-
se da moldagemlógica do que numestado de espírito geral Em E
eufórico, por mo- mo apresenta-se simples e irrespondiível: em última análise, o homem
tivos das vitórias conquistadas pela técnica, a cada Oprinci -
momento acrescidas de tor da técnica e nada impede a técnica deser a autora do homem.
novas e mais surpreendentes vitórias. e da crença no reside
i em conduzi
: air r ao
é sinteresse do
desinter
poder demiúrgico datec- pal resultado nocivo de tal atitude
i
nologia, que o homem. pela inteligência. arrebatou j
objeto
aos deuses. a fim de cons- homem
MH por desenvolver seu pensamento, agora podende ndo tornar-se
truir para si uma vida feliz. A dificuldade de restabelecer ro ti-
nesse bisonho e difu- le delegação às “máquinas pensantes” que se incumbirãodesse derradei
so estado de espírito o rigor do pensamento crítico consiste áicos do mesmo modo que atéé
shoppenoso,
4 de trabalho pesai outrasras incumbi
se og ram da
em separar as asse- O
“maioria dos trabalhos braçais. Esta errônea e nn ni justifica
verações inegavelmentejustas, que são precisamente
as pertencentes à teoria
o
bém a ciência da “futurologia”, ou melhor, na verdade já a e Eva e
crítica, das resultantes do impressionismogeral,
que o núcleo de verdades au-
tênticas permite formar-se em seu redor. ro e” e
fica, Se a técnica nãopertence à essência do homem nada is de
o íntimo dessa mentalidade ingênua podemos discernir duas em que o ente humano se separé dela, deixe de julgar-se Rum
Re
concepções
confusamente formuladas e meseladas. mas de poderosoefeito ação sobre a reti da Edu
fascinador. Uma. para produzi-la, pelo pensamento e pela
“que supõe, embora mal a exprima, a autonomia da técnica
: outra segundo a “própria tecnologia o trabalho de reproduzir-se. A tese da RMCNES RoRo
e rã
assim mal interpretada. retira do homemo atributo. que lheé cg
qual a tecnologia domina o homem. e por isso,
de acordo com uma tese nossa
conhecida, constitui o motor dahistória. Digamoslogo que AoA : I |
por motivo da segun- de produtor de sua existência, e por conseguinte de tudo Hana
da noção é que a “teoria” em conjunto adquire caráter escatológico É e
salvacionis- va ela, principalmente o mundo povoado de EE
ta, pois só tem sentido conceber esse motor imprimindo nte sd
à história o movimento idéias. para deixá-lo na condição de produzido pe apena nina
conhecendo outro produtor senão ela mesma. Não é prsiho pasa ar E KA
que a impulsiona inevitavelmente para umesplêndido
final apoteótico. com to-
da a companhia em cena aberta, seguindo a regra dos ta conduz à ao Ê E on
espetáculos de varietés. para mostrar que semelhante concepção qiraoa
Talvez nãoseja simples ironia dizer que a visão antecipada desse
festivo término tido dos termos da proposição: o que de fato significa a sra Re
do espetáculo corresponda aoconceito teológico do Juízo R de
Final. técnica exprime-se comotecnificação do homem. * R
A primeira tese, porém. recai numconceito por nós repeti eu, se verdadeira, enunciaria a negação do caráter existenctal «
damente exami-
nado, o da autopropulsão da técnica. a qual se engend por isso ne sarta-
al por
Cenici a qual
e igualmente da técnica,
raria a si mesma e tra- enquanto produtor de siici
ria em si, imitando a mônadaleibniziana. alei senão « dominada pelo homem.
» senão
doseu desenvolvimento. Com 0 “mate nunca teráÀ realidade
ren
culto desta alvissareira concepção o homem fica deslig | rca ' sa
ado da responsabilidade DODesta
sinmaneira transit amos para a segunda 1 anunciada. ar s duas acham-se
moral pela produção datécnica. a qual, coisificada segun |
ligadas por uma implicação reveladora do caráter ingênuo da lógica
ater & ea em que en
do manda à boa edu-
cação ingênua, se encarrega de expandir-se naturalmente stanen e
ente po Es mesmo supos
. em virtude das ra- psre na os e funelaia
eum os l (
ma tecni ul
ca subsis tent
=
vE
a
[353 |
dotada das mais providenciais intençõe

OTULAtd ButatA
não pode deixar de transformar « projeto ine-
'eza de proj

RIFOjONSAT] dp GLaASHO) (O
i
se aoser que se antecipa a st 1 mesmo, em virtude. da natureza
homens em robôs, presumivelmente para
a felicidade deles. mas certamente func TONANENTO da consciencia, O aque lhe per mute fazer da
nãode todos, porquanto, mesmo para te do modo de
os filósofos dotipo há pouco menciona
ISA OJPATV

constitui motivo de lancinante desesper do, 5


tas atuais 5 O fun ( lamento sua existencia
( la ( onstituição d e sua exis la le tempo-
na reali dar

o. Não nos preocupando com estados y


futurologia faz, I par te nor mal Hi-
emocionais, importa-nos a justeza das 4
a. Me
futy Wa. ai, y € somente neste sentido. a
proposições teóricas. Ora, a tese otimista calida de, em q| ual-
ensaão da re
human ) e A Co mpr Cens
Iv

nãose mostra nociva apenas porque cond s


a V el da es trutura do pe nsar
uz a uma beata e ridícula escatologia tem d e m ( luir o asSspe«
leE gi tima te p et
to de sf y nação do
transtorr
paradisíaca, mas porque, tanto quanto ( B! : j para se
er momento. ser
a oposta. oculta o verdadeiro papel do l
es tado d e ( cosa:5 atual o Í lundam ento do
homemna criação tecnológica, e, mais 5a a faz er
Se VIS
undO, 5. 8€ BI )-€:
PrCO pção d O
la pere
que qualquer coisa, serve para exercer É
om lição de
Iv. la mai Ss humana cone € XIsste noia.
um influxoideológico, que, sendo bem jeto de € 2] naç ao de
l em 1 d uv
nova a € se
conhecidos os setores interessados de 38 do kser
xIstem cial I do
n ra exi huma-
onde provém. representa sério perigo. ssa quali ( la d e mmanen te da estrutu
Explorando ess
impossível de subestimar. Com efeito,
fraqueza lógica intrínser » a ausência a ram utilizá - la com habi | Wa
soub er
setas da d ( DrmunaÇção 5
O. os apologetas
I -
d de f JaZe ndo

de fundamentos objetivos, vem a ser dà a! do homem um concerto


e um aspe cto natural e indis SO iável do
força dessa insinuante ingenuidade, “Qu quilo «que
pela facilidade com que se presta
formar-se em ideologia. Desde que unic a trans- '€
tar ad o de l e; 5 exibi
1 Estac. do dia nte
un 1
dele» a títul ode nnessa ad
pr oOmMmess: ada I X los
realiz dt

amente se ocupa do presente como fim »rojeto


form: de proj
social. Ignoram que o homempensaassoba forma
de dar o do poder
salto para o futuro. só lheintere
ssa a realidade atua] para anun
ciar as ao mesmo tempo
> p o ser e,x enquanto
I finali-
delícias da humanidade dirigida por para o futuro ) 4 toda I oléia representa
| >
computadores, por in alações cibernéti- são
ega dos d e di Í usa
em. dos pt ablic ttarios5 enca Treg
«ade. o Eneres ser. A mali 1a a po re
cas,
que se incumbirão de envolver o
homem. programar-lhe o destino.
ver-lhe os problemas, do diagnóstico resol- da es o
scatologia e
tecno EC a consiste
lógic Ê em f < iZer aparecer ê olhos
aos | d da multidão a

e terapêutica das doenças. a organiza


do prazer. a inoculação do conhecim ção dim erms,
8
nsão
le Pp ara um estado me-
do futu Fe » a Pp rojeção do homer mn e da ÊSOC ieda ae
ento. o planejamento da convivên
9 governo tranquilo e perfeito da cia, até lho I (
COMO le gr upos5 dir Ig entes
ob I a da ação jdeg nm que. f ra das
pu js d elo I na a
massas, tem | por

sociedade. Uma mistificação desta


espécie. 1g1 nd
exigindo erviencia a tec nologia
apena 5 a sub se
intencionalmente armada em ideologia dest I
azeja nus são j dir
benfazej: s 1 las, delas
1oi-las, l las es

inada a representar o equivalente “mm


da emo rona da e pe rene gr atidão, para conse gui-
do “humanismo” denosso tempo, mecanica e cletrc B
a além
l tronica,
não encontra séria resistência porquant
tecipadamente foi conseguida pela o an- rem a entra
ent l
da erus
fi T 1a | na A le 3,
usalém Jeste. Com 1850,
o eteste ss O carater essenc ial da CONS-

coação moral. psicológica e mate


rial da hum:4 na, O de vive < O futuro, de eriar permane ne
D] ção de* 51 1 I para
rna pr oJe
cumplicidade do homem abstrata (
crencia I
mente falando reduzido ao papel
de minús- OC f Icadora
modi do da realidade. fic a
cula peça da infinita engenharia cibernética. e
temente “ finali ( la de Ss q ue Tas
arrastam a aça ( 3

O humanismo desta espécie pode mono: volizado por uma fc ) emula Ç ao ide ológic a « lar amente Jane ] a q la I vara levar
ser trombeteado comas maiores I o Í
probabil idades de sucesso pelo sistema
de in- amaoria da humanidade ada reditar q que nao € o I projeto dos home ns em con-
inuação publicitário. totalmente em ]
mãos dos poderes sociais dominant 4 o ELA + postas u
es, de- junto, mas O do sele ionado gr upo dirigente, que
5 I I
possui « I yrivilégio
I D D o
de confi-
sejosos de acrescentar aos seus incontáveis méritos o da g
constituição definitivs metica, triuní odo
A eil jerme " d espirit O cCIe oe
Wen tífi co cr taç ao = telectual
da humanidade redimida. Não é gurar ( vir.
po rvir.
preciso dizer-se que tão poderosa
estrutura I jerspecti
erspe as de
vas s
Je | jrogresso cultural
ideológica recompõe, em termos novo É
q ue abre v] a human dade
la l novas
tova li De
grandiosas
e B
s, adequados à conjuntura, o mesmo
frão no qual re- e prati Ds fic a envolvida nessa cons piraç ao ide ológic a. com a qual
nada tem a
logo percebemos a voz daquela noss
a velha e insistente conheci- de E m putbl ICC 3 co
com1 a grotesc I
É a nciumr jentária de ideo-
da, a ideologia da dominação. A PSe ntar-s
I rigada a aprese
“F, obrig
ver,
transmutação da técnica. fato obje
tivo atual. ao se
te ao
A teen ca ka função imanente use da | ara
ano. , e usao
ser human o ] jus dá
em promessa permite dirigir as espe logia da 8alv ação.
Gg
ranças das massas no entido
desejado am fer ível do Ês aractere
Are z
res d do he , mena.
pelos financiadores dos órgãos de publ Pp Ç” ) k pri
tificar a apropriação
I
é ida do mais mtrar
ams
icidade. Não podemos subestimar o inconsc
acidental ou a
ual acidenti :
inconsciente, ma
derio e a eficácia de tão nociva estra po- trabalho. j Não se trata de errointelect
o seutrab i
tégia
e , e a Éprova está no fabuloso preco ?
dele umaideologi
fazer dele a de domina ia
pago para realizá-la. Se quisermos nos prevenir preç vo contrário de erro programado para fazer
contra seus efeitos daninhos te- i
à nsiste em roceder
proceder : a uma a o
transformaçã
mos de nos munir da consciência A finalidade última dessa construçãoco
«A
crítica, que nos revelará. em prim Ee de trabalho. que progr ne ow inte EL
braçal
depa
a puerilidade de qualquer visão mess
eiro lugar. |do regime ivamente vai passando
:
iânica. e em seguida a particular
insubsis- lectual inferior para se formar automatizado. com o fim de pr
a + “ 1 Pv A : *

tência dessa distorção do conc Vit


Ç eito de técnica, Sem dúvida.
0 homem identifi- I
ju Metas TH eutivirs pera um une espo
equene | ue
lat v o due a gave lu a
Iv m ( la na tro ducão Ú
la ao-
derna tecnologia. As modificações impostas por esta última são profundas, e
OJUEd EITIIA csraTy

eIZOjOUV9] dp o199u0 DO
dada a estrutura de relações sociais vigentes e os interesses que ditam as trans»
formações tecnológicas nas regiões subdesenvolvidas, dificilmente serão exor-
tados os malefícios que afetarão grande parte da massatrabalhadora. despedida
dos procedimento antigos, sem dúvida penosos, menos rendosos e mais desu-

Fica, assim. demonstrada afalta de base racional da concepção escatológi-


manos, porém aos quais, paradoxalmente, estava habituada e com os quais
se
conformava porque de qualquer forma deles tirava os escassos meios de sul- :
crítica acolhe
ronsciênciaa crítica pr
e* promove criaça
je a criaçãotec g
nológica.
i . A consciênci
ala tecnologia
sistência. Nos tempos novos, o aumento da produção impõe a introdução das
que nela vê um bem que o homem faz a si mesmo. mas não comete o inad-
técnicas da automação e o correspondente d emprego de consideráveis cama-
das da população trabalhadora. Tal fato explica, e na verdade determina obri-
gatoriamente, a transformação da nova tecnologia em ideologia destinada ao
consumo pelas massas, a fim de pacificá-las, enchê-las de esperanças e fazê-las
vrmação da verdadeira compreensão datécnica evisa a preparar Eronrões
viver na expectativa da parúsia felicidade sonhada.
u tornar imperceptível a penetração da dominação infernal numa é a atra-
da, ou o aumentodela quando já existente. À idéia escolhida, com muita saga-
A dificuldade encontrada pela consciência crítica no esclarecimento dacitada
mistificação consiste em ser a primeira a reconhecer, e à única com motivos vá-
vldlade para envolver a consciência despreparada ou cândida a personagens
semiletrados. dos técnicos de ofício e mesmodas camadas capacitadas das mas-
lidos. as vantagens da tecnologia progressista e sua decisiva importância na
promoção de um destino humano favorável, mas ao mesmo tempo, em ter de
Ea» trabalhadoras. foi a da tecnologia. Graças ao endeusamento do conceito,
lutar contra as ideologizações dessa compreer ão, que. sob a aparência de
apresentado sob o aspecto de novidade, à rpatndAção de toda um ia xe E
defenderem a mesma posição, na verdade estão a serviço dos interesses opos-
vldo por uma casta de prestimosos e crédulos diáconos, eà propaganda EE
tos, 05 dos grupos que precisam a todo transe conservar o estado econômico e
pgentemente concebida e regiamente paga, foi possível converter o fatoexisten-
político, embora, paradoxalmente. para tal fim tenham detravestir-se de anun- elal perene e normal de estar 0 homemsempre criando novas Ença; Penque
ciadores e falsos promotores de umarealidade diferente. À tecnologia sempre
ilescobre novas ações querealizam melhor as suas finalidades, em idolatria de
foi útil e fecunda, pelo simples fato de ser o resultado constante da ação do ho-
Pina situação industrial, atual ou prometida. A sacralização datécnica, como
mem sobre a natureza, com o intuito de resolver a cont "adição entre ambos, de
qualquer outra sacralização, representa um meio de antas o homem. os seus
configurar um meiofísico e social onde seja mais fácil e feliz a existência. Ao
valores autênticos. ocultar as necessidades pelas quais é levado a lutar di
mesmo tempo, toda tecnologia realiza sempre uma antecipação dofuturo, pois
Fialmente e comisso fazer a história, e substituir os valores reais por outros, fal-
sificados, abstratos, ideais, impostos à inteligência. principalmente à da juven-
tem de fundar-se no conjuntode conhecimentos epráticas possuídos no momen-
to para exatamente fazê-los caducar e substituí-los por outros, mais avançado
tude eminício de formação cultural, mas ilegítimos pela indisfarçável origem
Portanto, os conceitos da ideologia da tecnologia. agora apresentados como
espúria. Para acabar com a superstição messiânica da técnica, o único recurso
descobertas jamais pressentidas, vindo a compor a novaciência da “futurolo-
eficaz consiste eminstalar em lugardela a consciência dialética do significade
gia, constituem o que de mais antigo existe. A consciência compenetrada das perspectivas
abre ue
também abre
concepção também
Esta concepção 1 para o futuro. Diria-
paré su
ia. Esta
da tecnologia.
cutegorias históricas não se assombra de modo algum com esta conclusão, pois que parece,
mos mesmo, se não quiséssemos evitar um vocábuloque agora, ao Ana
sabe não haver nada mais velho que o futuro. Todos os fatore sempre foram DRE DSi, a Ri! Ra odisto diferenç
está definitivamente corrompido, constitui a verdadeira futurologia. A
concebidos da mesma maneira em todos os presentes. Umadas ilusões ideoló-
essencial está em quese edifica apoiada num fundamento lógico irrecusável, as
gicas da teoria da dominação, atualmentedifundida com a pretensãode origi-
leis do processohistórico da realidade e da correlação dos homens com o mun-
nulidade, está em fazer crer que unicamente em nosso tempo estamos desco-
do. que precisam conhecer para nele trabalhar, em ação conjunta, a fim de fa-
brindo o futuro, só agora nos preocupamos com ele, porque pela primeira vez
gê-lo à imagem deseus desejos.
tornou-se possível prevê-lo e prepará-lo. Chega mesmoaafirmar que apenas o
GAPÍTULO

AS ANTECIPAÇÕES DA
“RAZÃO TÉCNICA”

da. entre outras


técnica, na produção instrumental, pode ser entendi
ou. quando concre-
maneiras. comoa união da máquina e do método,
e sobre os corpos. como a união
tizada num objeto ou aparelho atuant

a constante supera-
dutiva do homem nanatureza. Neste sentido, corporifica
Se a técnicasig-
“ção dialética da oposiçãoentre o trabalhofísico e o intelectual.
racionalizada, pois
nifica a transformação da natureza em si em natureza
ramos ao nosso Te
“cada vez mais se entende como “natural” aquilo que encont
outro lado sign ca igual-
dor, e que agora provém da ação das técnicas, de
racionalizado. Com efei-
mente a transformação do homem animal em homem
za, sob forma de cria-
to. no curso do processopelo qual vai impondoà nature
o homem pela ação que
ções técnicas, a racionalização exegjiiúível no momento,
ica por ele inventada
têm emseu ser e seu modode vida os resultados datécn
que, transpostos para O
e executada, vai justamente adquirindo os elementos
que desenvolvemsua
plano das representações conceptuais, serão os conteúdos
um processo histórico,
capacidade racional. A razão humana constitui, assim,
a mítica criação di-
não um domsobrenatural, pronto e perfeito, recebido com
o social produtivo.
vina do seu ser. Depende do exercício, mediante o trabalh
ar com caráter mais
em ações materiais ou em criações teóricas, para se organiz
idealist a, colocando no
perfeito, num movimento sem tim. Somente a atitude
dos atos intelec-
plano abstrato de uma “razão” espiritual ou lógica a fonte
a numa “faculda-
tuais, pode admitir a realidade emsi da razão, convertendo-
geral do “es-
de”. isto é em entidade autônoma, delimitada no suposto campo
real do ser humano.
pírito”. distinta das condições de funcionamento na vida
condicionamentos
Julga-a um poder imaterial superior à vida biológica e aos
[360 |

—.



-
-
sociais da existência, e capaz de dirigi-la a partir

duda
de antes de o ese

etdojonsa] ap or92U0D) OQ
de idéias que alberga inata- sor efeito das finalidades que concebe, atuando na realida
mente emsi. O ja
RITITA ) Edo de fato. quando se está exclusivamente ponpcnado(D
Mas, se abandonarmos esta concepção romântica, ilusór E i S.
ia e ingênua, e con- mando-se de “técnica” o conjunto de todos os elementos, ideais
siderarmos o processo objetivo da gênese evolutiva a A
do animal humano, temos a concepção, compreende-se que a técnica. por motivo rar
OARATY

de admitir que a razão, embora represente umsal


to qualitativo no curso do de- m. em vez de ser o Gestell, o dispositivo obstrutor do nog6so ao id 5 E a
senvolvimentobiológico, foi possível exatamente , et;o
em virtude das condições so- “RM Heidegger, seja ao contrário a parmançio pede e
ciais em que começaram a exercer-se as leis Ê
gerais que presidem este último. + da essência dos corpos naturais, do verdadeiro caráter caineisa ham
á
À razão torna-se assim um produto da materialid
ade do processo que a originou nico real, seja o triunfo crescente da razão ligica sobre a Re
tanto na basevital quanto no exercício estrutural.
embora tenha adquirido y enfarpelada de visão mística, porhipótese a atitude exclusivamer
qualidades novas, manifestando umcaráter Ra
distintivo desse tipo de processo.
As qualidades novas. representadas pela forma
+ segundo aquele filósofo obecurentista
a
ção daesfera das representações A espécie de preparação que antecipa de intósio Edo a R
abstratas, ideais, universais do mundo objetivo. em em E
sentidodialético. opõem-s realidade é a concepção da ferramenta, da máquina e do método
aos fundamentos de que procedem. Mas estamos emfac ea A
e de uma oposiçãodia - las. Nessa antecipação o homem experimenta em posniipnis o E
lética e portanto unificadora de contrários, o que
explica de umlado por que a uidair
<a de fazer sua r.
á executa A repetiç
existên
ão de tal comportamento, imposto pela nec : Ê
cia median
razão não pode existir senão ligada às condições te a conquista do nnitádio, Pr ni É
materiais de seu funcionamento.
à higidez dos órgãos cerebrais superiores, e de outrol
ado por quese comporta to a condicionar-se constantemente ao regime do antecipação, e peseij
com a aparência de uma “força” capaz de supera
r o plano material. submetê- po vêm a ser entendidossob a espécie de uma Rlncatdade Rpg 5 ' sa
lo aos projetos concebidos. modificá-lo. pelo empre que a ne sa
go de máquinas e instru- minada razão. A prefiguração de um ato percebido útil,
mentos por ela inventados. ou seja se manifesta ne pa ea
como caráter de função e qua- ns correções e desmentidos impostos, vai cada vez mais
lidade original que, aos olhos do pensar ingênuo não so » Eva ua
se coaduna com o gênero quase técnica, Esta, com efeito, torna-se possível quando
das estruturas simplesmente orgânicas do corpo soção a a k
humano. Da falta de com- do obedece às indicações que, elevadas ao plano das gros
preensão dialética nasceram até hoje todas as pça as , ;
metafísicas que vivem da explo- foramrecolhidas das experiências passadas. O viver do homem
ração da imaginária irredutibilidade do plano no
psíquico ao fisiológico. elevan- gem única do método, que, enquanto tal, identifica-se é a ço
do-a aonível de argumentofilosófico para demonstrar ão de ferem pueRno
a suposta natureza dual prata e coordenada de representações para servir à reguliç
do homem. Sendo produtoda evolução material do a vipaiE
mundo, a razão temde ser v importa na comparação dos acertos de asteca infpnções
necessariamente histórica. Prolonga noutro plano R a E
a historicidade do processo vorroboradas pela prática e guardadas na Ra Get
de onde originou, mesmo assumindo novas linhas de desen SA
volvimento, ta encionais. pelos quais a consciência se dirige ao mun a em
principal das quais, em virtude da capacidade de e na
representação da realidade. DEa a concretizar seus intuitos, vão gerandoas Et
consiste na criação de instrumentos etécnicas. Institu ps ps
i assim umcurso histórico das eminstrumentos e máquinas, e ao mesmo tempo dotar o ir
qualitativamente distinto. cujas realizações se ordenac A | E
medem pelo grau de eficiência representaçãode si, de suas ações, as quais, compreendidas e
das intervenções que operam no movimento objeti é que ) e
voda realidade. preparando sistematização imposta paraefeito de enemanRiaçãos vêm a »
e dirigindo a ação do homem de modo mais vanta , |
joso para conservar-lhe a: método. Pode-se assim falar de uma “razão técnica para de di o ué
existência. Ora, esta condição é justamente aquilo Pa o
que chamamos produção da da razão, atividade permanente da existência humana, pois é
existência. À natureza não produz a existê Pas
ncia do homem dando-lhe o comple- brevivência no mundo. Porisso. toda filosofia que, sob qualquer Fe , E
to elenco dereflexos incondicionados sufici po
ente para conservá-lo em vida e em pre ligada às condições pessoais e de classe do pensador. am va Naa
atividade criadora, conforme acontece como o se
s instrumentos destinados aos res- ea rebaixe-a ao plano de simples serventia ou a Exaluá a es a
tantes animais. Dá-lhe órgãos cerebrais que so exf
se especializam em se tornarem
o pensamento, não passa de manifestação de ingenuidade e ignorância,
fundamento dereflexos condicionados. eraças
aos quais o ser vivo superiorse a emos de
CAVO y » | Me losSs 8 enter I sas I LM ul UÇÕES, 4 sp 4 ial-
fru » traç vo do:5 autores5 dessas
| sos|

=
o
1

prZujuudo] ap oifadudi O)
i argamassa55 a compr
b rovação o dede mn nossa tese.
ovaçã
mente os pertencentes a países derrotados em guerras de agressão. São aqueles A história inteira da tecnologia
outra ífico ou de invenção de algum
que contavam comcerta superioridadedatécnica, e nela depositavamesperan- “ato de descoberta de algum conhecimento cient
atoe local, pareça nascer ex-
BATISTA

ças de vitória. fase em que seus expoentes dementes a exaltavam como deida- aquinismo novo, por mais que, ao exame imedi
inado. quandovisto na se-
de criada pelo homem, mas passarampela decepção de verem depois desvane- sivamente do gênio individual, do espíri to ilum
desde os alvores. indica perten
. a Erica
OIBATY

iência do movimento expansivo da tecnologia é


.

cerem-se no pó da derrota os sonhos de grandeza imperial. Puseram-se entãoa É Ra


E de desenvolvimento da razão , por força d
incriminara técnica, a detestá-la, a cobri-la de menosprezo e ódio. Para tanto per ao mesm o proce sso bioló gico
Depende da acum , ulaç ão dos
ata ys
icionamentos sociais a que agora aludimos.
1
inventaram filosofias místicas, que, na atmosfera natural de irracionalidade.
.
teristi
” "is
ca s
: +

ores, evidentemente com as carac


4 es

deturpam a natureza da técnica, estabelecendo a absurda antítese entre ela e a


a e

pnhecimentos e das técnicas anteri E


Era: ERC a
humanidade, para encontrar no consumodos opiáceos místicos o esquecimen- linearmente causal, mas dialético de
do determinismo não mecânico, não
eamente um resultado em continua
to da derrota a eles infligida pela tecnologia de outros povos. Vê-se pois que so- “do com o qual a razão revela-se simultan
mesmo processo. Com efei-
mente pela negação da razão, atraindo o pensamento para o terreno da irracio- dução e uma mediação de ordem nipeeior nesse
Pd
está presentemente situa dy
da, emvirtud e
nalidade e aí procurando fundar uma concepção do mundo, é possível insinuar. to, foi a chegada da razão ao nível onde
iores. que possibilitou qualquer
a título de consequência, o desprezo pela técnica. Razãoe técnica são consubs- das descobertas de aplicações tecnológicas anter
tanciais. e por isso têm de ser negadas juntas. “Novo passo inventivo. Uma reali
zação original aparece desligada dos antece-
condição de obra do ' gênio pesso| al
Deste modo, a tecnologia e os maquinismos de qualquer espécie que a ma- dentes técnicos. e por isso se des enha na
inédito. indeterminado e gratuito,
terializam assumem duplo e profundo significado: o de ser ao mesmo tempo imaginativo, adquire o perfil de ato único,
eloh que 0 liga
i aos5 atos3 simil
similares q
ares que
manifestação da razão humana no grau de desenvolvimento quealcançam em “unicamente a quem deixar de perceber o
. eminentemente imgenua, em virtu-
cada momento e em certa comunidade nacional, sob forma de consciência pa- o prepararam Explica-se essa desatenção o ai
ico nem sensív
Anio sensiv el mas
el.
“de do referido elo por um de seus
ra si; e o de fornecer o condicionamento objetivo, a força, o “motor” do pro- aspectos não s mecân
ão ser

cesso de evolução da mesma razão. Unicamente a concepção dialética pode da razão, identificar-se à razão enqu anto totalidade tr
se encontrar no q vlano PS € capac o E Ve
E anter iores itada a | roduzir
apreender a essência da técnica. quando a revela na formaçãocontraditória de conhecimentos, incrementada pelas técnicas Ee
fruto e origem da razão. As teorias metafísicas. incapazes de chegar ao nível ênio o agor indi ado. “A A compEreensão
a indic sãnddoo p proce sso da tecn
ESSO o-
o particular ato d e gêni é
5
dalógica dialética. Sem esta mada
supremo de unificação, cedendo ao viés invencível da dissociação, mostram- logia exige imperiosamente o emprego
ntemente seus limites e sua insufi-
se imprestáveis, a nãoser para dar oportunidade a uminfindável palavrório perceberá. A lógica formal revela aqui frisa
filosófico. Pretendem descobrir a essência da técnica, por um procedimento de ivro
i Qualquer livro de histó
de técniccas
ria dass técni
históri as momostra-nos o encadeamento dos
ciência.
i a e à tecno ia são
logia result ad o da
fatos históricos e torna patente que a ciênci
sã res
análise cada vez mais aprofundado, cujo efeito resume-se em estreitar conti- iê ec

tos5 que auspi spicisciam cada j 1 ova


neumulação contínua e milenar de conhecimen
nuamente o campo de visão do objeto, desligando-o do conjunto do qual faz i
e extraordinário, pois ose
parte, chegandoassim ao íntimo desejo de êxito de toda confecção metafísica. aquisição. Até aí vai a lógie a formal, o que nada temd
a resolução do objeto material em idéias. Aquelasteorias fazemda técnica um trata de registrar uma evidência primária, à
simples narrativa de uma sucessão
pesso spíritoito atiladdo con-
180%a de espír
ser que oferecem à razão, na verdade à livre imaginação, para que o examine temporal de acontecimentos. Poré( m, nenhuma
o. Ora, é sa
cação ]justamenE te
e diga a verdade a respeitodele. Mas se esquecem de que chamamrazão. pa- fundirá um sirnples regis i tro com a verdadeiirra expliicaçã
s so que se torna imperioso mudar
ra eles faculdade preternatural, um dom humano produto da mesma série quando se trata de dar a explicação do proce
imemorial de atos humanizadores que deram origem ao objeto ou procedi- lisse. Efetiivvamente, a exigê exig ncia de expli p cação significa
gi o de análi
o aparelho lógic
mentotécnicos que agora desejam pesquisar. Dissociam o objeto artificial e o 5 paraa: umplano : mais is a alto de :atividade.
que o pensamento salta
pensamento que o criou, e ao mesmo tempodissociam o pensamento no pro- à he bast
Para começar, nãol sta a aa colet
€ a, oà exameee o mant iseio dos fatos, mas
cesso de invenção e aplicação de atividades técnicas. A dialética ensina-nos à lmente comp
; reender o papel“| desempen | hado na constituição dos
ée preciiso so igua
1
ver a unidade do pensamento e do fato, do método e da máquina, do traba- ientíífica
bertas cient que | produz e o sub-
g as que
ficass ee t tecnológic
dados em exame, as desco “obe
tal
po a as Acontec e TO emtanto, qua
lho intelectual e do físico. encudes:
eau e nte "encen
mo | vm emite
í tor ,
mo uma hi storia
dela sem
+=

-
”-
==
a
o
+E
; do hom em de £gê-

etsoponda 2p vItasuas
atividade é de natureza dialética, pois envolvea compenetração da faculdade i
1 s. ao igno
adores como bons metafísico n m que , d obra
rare
cuia
sundo era de regra no pas sado,
cognoscitiva no produto que, uma vez pronto. vem revelá-la a ela própria. tigador, mesmo às vezes solitário 8

do conhecimento Heine DA re
en foi possível senão graças ao acervo
BITITA

Supõe por con guinte a epistemologia dialética, m a qual não é possível e


harmônica do tenlentho E Re
soerguera ciência do fundo raso do pensar formal. Pouco importa haver sábios qro. mais que isso, pela cooperação A
formas de pias e. pr e
de auxiliares. que, nas mais variadas
OLVATY

eminentes no domínio das pesquisas empíricas ou das teorizações setoriais,


ee
ou ao pesq uisa
mesmoas que se referem a aspectos profundos darealidade, e que são incapazes evo de vida que dava oportunidade ao eseritor, ao filósofo
quase isoladas. no modE o de prodneução
de perceber a necessidade desse salto, não conseguem praticá-lo e até preten- mp para se entregar às suas criações,

O
5 E e , e Ss | EX-

ios as observações, viagem


L . ER E
=

dem argumentar contra ele. apresentando uma compreensão teórica ingênua. | e fabricavam os implementos necessár
sorte de aparelho . sem os
Em segundo lugar, a teoria dialética mostra * imprescindível para explicar; ração. coleta de mater ial e montagem de toda
has da ciência experimental do
relaçãoentre o indivíduoe o processoinventivo. Na percepção formalista im- não se realizariam nemas grandes façar
especulações do dos teóricos de
puras; espec
põe-se a necessidade de optar pela predominância de umou de outro. São er- o dos tempos modernos nem mesmo às
j sivos é a razãoÀ,
dos gênios cientil icos suces
ros opostos e igualmente inadmissíveis. À luz da dialética. os dois elementos. 0 binete. O elo que interliga a obra
patri-
sitária, tanto na subjetividade e no
indivíduo e o processo, nãose desfiguram, conservama identidade e à razão de qual a sociedade sempre foi depo
n
dados. quan p
tona objet ividade.
ser, mas se revelamna unidade queos associa no movimentoonde ambos figu- mio delivros. aparelhos e registros por alla guar
sábios. pensadores, artistas
ram. Sem a noção de movimentohistórico global envolvente nemse compreen- oudições de trabalho oferecidas aos
io. fazen É-
ribui para o proce sso da razão
deria o conceito de processo nem se daria sentidoà ação individual. Por isso, a Cada umdos grandes homens cont
dela
adiante com o emprego daquilo que
eliminação do movimento e do confronto dos dois fatores pincela o típico qua- ga desenvolver-se ou dar umpas so
A para i, por via social.
ade instituído É
dro metafísico, no qual se torna impossível vislumbrar-se qualquer avanço da prebe. ouseja, com o estado de racionalid
cognoscibilidade. A dialética mostra, ao contrário, que o homemde gênio, às bh , OC esso da razão dá ao homem é
o que este da ao pr "ocesso da razão.
razão socialmente existente em dado
vezes em idade jovem, conforme parecea regra entre os matemáticos eos físicos o estudo do desenvolvimento da
im. .
E
riaçõ êni . Mas,
õee de gênio E roca-
s, recip
teóricos, não temexistência independente do processo de aquisição da cultur; à entre duas ertaç
vento constitui a mediação
mento e do pt o x €sso obje e] tivo
históric Os
que dá à sua inteligência os antecedentes exigidos para exercer a capacidade l 15E mor
CE nial um e dols
ue, cada Cr tação s
I
no sem
V m ento
d o movi fim.
+ conhecimento racional e funci
one
na com opir I C
Pp Of Muusor
individual criadora na descoberta de novo dado da ciência ou de nova técnica.
K co €
mateB rial do mur ado, f
bre ar e alida de do eser
Neste sentido o processo confunde-se com a acumulação social do saber. Por lo ( qual a ant t z ligên ( ma
SC Do)
d esco

à qo
conseguinte, o homemdegênio deve o que é à sociedade a que pertence. Nada sociedade.
idade, o desenvolvi
pode esperar de umcientista de talento, mesmo num meio desenvolvido. se ensão dialética do processo da racional
espaço, sem his
o, planaassolto no espaç
estiver privado por motivos políticos de acesso às fontes do conhecimentoe do sto da tecnologia fica entregue a sii mesm
sufic
azão sufi
iciiente. À razão
à o sufic iente
cien da técnicag
te dat
trato com os instrumentos da pesquisa. Mas. poroutrolado,o processo nãore- semraízes. e por isso sem raza
a e
mento das propriedades
presenta uma entidade emsi. uma força sobrenatural, que existe independen- | no comportame nto humano de desvenda
"a-se
numa entidade
temente dos homens que dele participam e o compõem por suas ações, sejam as o: encial que, configurada por abstração
constitui-
de const
ão. mas3 na v erdade
pela p práxis
se pela
itui-se
de caráter quotidiano, banal, repetidoras de invenções e descobertas ocorridas e de
puicológica, recebe o nom “razão”
Je “raz
pregr e
ma teemca, em suas manifestações
Ç I o
em umpassado esquecido. de tão longínquoàs vezes, sejam as inovadoras ere- vital “ e I À poi
tanto D soc tal. dessa mes E
imaterial,
Mas não endo um ente anímico,
cém-surgidas do exercício da razão produtiva. Por isso, o processo inventivo ans. À razão é o que a razão fez.
d Pbjeto
| quis
qual
€20
a h no ; . e ur n NIne
men modo
define-se pela sucessão das obras dos gênios que a humanidade engendrou em to] aquea tenha reali ZE a do , e este
“uxige tem sujei

eps, qa Ov ulgear da é tLEC=
TEona as:ss mm a € » o nee
todos os terrenos, no da imaginaçãoartística e no da investigação das proprie- Mstr
Mo cos
foi z Steeca
Stutu ( la eest é tecni
e smor
ca. De “SINO
» ( a
o lógi a I , ratica
sem < a cor reta | perc epçã
dades do mundo, atividade chamadaciência e tecnologia, Por esta face, o pro- fmologi mesmo aque la eu a
Se, 5
liga:S8e,


is comp «xa. . Há
lexa mais do que
Há mai | a
ra ser mais
“ o parece dar razão aos intérpretes formalistas. que nele só observam os ex- porrente de atos úteis. À verdade most
5 ntiva 1. cria
há ac ção « la
açã
cadaa
1 dá nica ida masti
vK
poentes humano e ren «quase
Mas. ainda neste caso. geralmente comportame-se aqueles ste ple s ativ idade vot
[300|

E
-—
-
-
conte mporân eo”,

esdo[OH99] dp 01200 O
própria razão, enquanto processoparalelo refletindo a açãosocial do trabalho i de “maior filósofo o conte
“maior filósof
our de Ato msudor ggermânico elevado à categoria
do homem no mundo. Este aspecto será necessariamente ignorado pela lógica i profes
1 rios
de primá sores
tessor es dede artes icas na: nas áreas
filosófficas
artes filosó é
|o voto doss jornalistas € E E "mo-n os p o r algun s
formal. lógica do pensamento acabado, e porisso reduzido à condição de fa- a pena determo-nos por atg
quilerradas dos países subdesenvolvidos, vale
e nos
euldade estática emessência, pronta. variandopelas formalidades exteriores do asssem consistência nemestruturação sólida porqu
4 0JBATY

mentos em suas idé ias


exercício na aquisição eventual de novos conhecimentos. A razão organiza-se
oa oportunidade de estabelecer em lug ar delas
o verdadeiro significado da |
num cabedal de idéias aorefletir o ser efetivo da realidade. as propriedades dos eito daqu
respei
a resp penseador re-
] e le le pens
É , Longe estamos de pretender escrever a
enica
corpos e fenômenos, as relações vigentes entre os homens, mas as idéias são ad- auna filosófica dos tradicionais cen
a.

Ônieo da fauna
: pe

lar patognomônic

| E
Ariio. exemp
wlatár o
É
quiridas pela intervenção no mundo. executada pelo homem, especificamente
metropolitanos presentemente em indisfarçáve
“límiio, noDeentant o útil
arçáv l declín
no ato dotrabalho. O agente humanoé levado a intervir na estrutura e nas con- nós como peça ári
de mostruario ic ar Éao he a]tor ; algumas
para iindic é ingenul-
as mg
da
a 5

dições da realidade se a isso o mover uma finalidade obscura ou claramente meios que neces
téeni a nos; meios urg e-
sitam urgent
"cessi
flag ntes relativas àà técnic
des: maiss flagra
concebida. A descida da finalidade à prática, ou, noutros termos. o modo pelo r. À preoc
ência populaar. upaçã
"eocup com éa técnica
acão o com
ente tentar confundir a consciiênci
qual a representação da ação pretendida ou considerada possível sé concretiza ão forma um motivo inicial do pensamento de
i
Heideg ger. Foi um pro
sr. Foi
em operações reais nos elementos do mundo. físico ou social. nisso consiste 0 Ná x
I to no mer "ado como antídoto.
quando seS À
tornou 101
exigido las fo rcas
pedas sustem
ç“as susten-

método. Quando este exige. para ser eficaz, além do encadeamentodas idéias «as5 d as
1 Dra enve ie3 € idasse
1 es truturas xs em
1 rrota
( derrot las . « COM o fim
adas, de e ( ombat eET o fo 1 -

especificadoras de umafinalidade, a padronização dos gestos físicos. sejam os ; deira €


ira compr eensã rizada
reensãoo humanizada
cimento cada vez mai acentuado da verda
efetuados com os membros ou partes do corpo, sejam os armados de ferramen- , tecni ( a. Af linha e2€ ral í lesse pensa » mento ( hisSp erso em varios
5 cur tos ensai
ems os

tas para reforçarseu alcance e poder, temos a máquina, na acepção mais geral. |) ure cido 56 em dife rerentes38 momen e tos s consis te emMe
siste entoar a monotona ama fon
«1 do

Quando materializada em ferramentas entrelaçadas. em graus de complicação É a tec


4
d co E o homem de des
e ni| a " que z umnpede
r
sterio
BSVe ndar € j y maste do Ser5 .
De rngo
7” da -
cada vez maiores, a máquina deixa de evidenciar a essência acima indicada« ube-se que a preocupação com
este tema constitui a verdadeira
mercadoria

parece à primeira vista trazer emsi o motivo da suaeficácia. À máquina dá en- seioo dofilós
"osso dodo negóci | ofo há mais de cin-
petafísica que vem sustentando o grosso
tão a impressão desereficaz somente emvirtude da disposição das partes. por é
»g8e autor,
poré nesse
se. porém de “um conceito abstrato e ilusó-
tenta anos. ThTratando-se.
al, formadopele
a na-
sua relação dinâmica e pelas propriedades operatórias das peças de que se o, sem qualquer relaç ão como ser real do mundo materi
compõe. Tem-se assim a máquina reduzida à simples “materialidade”. Se po- eza e pela socii edade. a técn
cenic e porque) obriicat
ica, oriamente se ocup| a com as
gatorie
da Ena pe | a E
máquinas. Os processos de automaçãoe de ae
vêm refletirmos que nãose trata de um objeto natural, mas de um produto
de
construção humana, aparece logo o método,istoé, a regra de procedimentoa ito capital dessa Rana UC
retada como o “esquecimento do ser”, conce
que necessariamente deve ter obedecido o trabalho de reunião das partes. macia da razãosobre a mística no
mental. O perigo da técnie a consiste na supre
E com o método revela-se imediatamente o papel da razão que “metodiza” a lm Rap Bever sm
desvendamento do ser. Explica-o muito bem Wilhe
construção, ouseja, submete-se à finalidade diretriz dos atos construtores. le- Rugenstein Verlag. Koln.
ritiken: Heidegger. Sartre. Adorno, Lukácz, Paul ; Tas o
vando sempre em conta as propriedades dos elementos. Diz o crític o: “A peric ulosi dade é a essênc ia da técnica, do Gestell [dis
970).
Por conseguinte, parece-nos haver suficiente fundamento na afirmação de Ea de” Ac
heidegg eriana e porque obriga
“positivo. construção]. porque veda a “verda
queprecisamente a concepção idealista e metafísica conduz paradoxalmente ao só naessência da técnica, portan-
k

“o ser” místico a dese obrir sua “desocultação”


soma terrível! (...) ap
jo em traços francamente materialistas. Isso
resultado temido por ela, o “materialismo” na explicação do mundo. Excelente
asserção de nossa afirmativa podeser encontrada na “filosofia” da técnica ali- , não devemos Ho esq | |
considera à essência da técnica como “o perigo
nhavada por Heidegger, especialmente na versão divulgada nas obras finais, na lismo”.o”. | pois o homenà conquistou cada vez
vom isso
i “materiaialism
o que ente + nde é“o o “mater
qual fica estabelecida a natureza diabólica, o “perigo” da técnica para o ho- s leis
ailinardavdadas técnicsa “ (p. 110).
Jeis dada técnic
mais a natureza, pela descoberta e aplicação
mem, a ela cada vez mais escravizado. Sendoesta frascologia simples literaturs isse: “A “A essênei
Es mo disse: mate-
essência do o
O próprio Heidegger na Carta sobre o humanis
ociosa, não haveria motivos para perder tempo em comentá-la. tal à sua Iragi- ;
ca” (Platons Lehre
cenica”
enci datécni " e der d e r Wahrheit.
Wahrh Verlagº
|
gialismo oculta-se na essência
ess ininterrupta
«stá que “essa
está I confusão
A. Frante Ag, Berno 1947, po 88). Claro
lidade congênita, Tendo sido. porém, por motivos ideológicos, aquele ancião 1
3

-—
+=
-—
| 308|
E de ten s

emojuusa], sp ona
spondente fúria vepr
éticos e valores transcendente “nem a corre
pel
quanto ao conceito detécnica, ainda há pouco repisada numaentrevista do fi
Ojutgq BIL9tA OIVATY
eApios
cínio s et
g | ao
; tia a farão afundar a
lósofo germânico à revista francesa V'Express (nº 954, de 20 de outubro de preensãosó
n porque e 1s manifestações de incom
ES
com a realidade, Open' same nto dialé-
1969), nãoseria possível não fora o clima de rarefação metafísica que o pen- quivoco que a imp ede de ter contato
da perc
| ep
e
quilo porquantore pousa na lucidez
?
samento é forçadoa respirar. Nesse ambiente todas as especulações, os jogos de p revela-se, ao contrário, tran
palavras e invenções verbais, os artifícios etimológicos, tu o pode ter
tiva. Eà por ser tranquil Brcarater- realmente
as intuições inefáveis, | ca da verdade obje
o lógi
vi nta . está obriggada

duo
a ee viole
recidda
i de, enfureci
as insinuações sutis de uma compreensão nebulosa ou mística, as expressões slucionário, enquanto a outra atitu
desuma na:. Outra «diferença

JO
propositadamente inéditas e intrigantes para não serem entendidas comsenti- i
isso a manter-se conservadora. irrac ional ee desu
“anal mana
-
a de (de 5 1 1a oatual imdu
dovulgar, pelo vulgo incapaz e indigno pordefinição de percebê-las, tudoisso Le
. fat » de» asàs teor
y | pste no
i o? nuas
tass inge
cols
4 te z cnologia,
5 da ape:sar

tem umlivre trânsito. Essa enorme verbimontagemdeliberadamente interdita Zare


I em o pensa logo. € » tecnoera-
JOCIO
«pnsador,R o soc
'
ptári1 a de “plan
|
ejame nto LEO
. conduzir
eci-
o aparim
a compreensão do homem comum, que deve apreciá-la de fora mas não apo- perpétua surpresa, de sobressalto, pois :
le perpét
tado de
i «rem numessta
as TE lações sociais
das
do novo, da invenção, da transformação do estado
ts
derar-se do segredo, conformealei fundamental da arte dos ilusionistas. e con- “mM
mto
a E ata

m. quan
confiaam.
vezes confi
às vezes q do o in-
tribui para sugerir a “profundidade”, julgada reveladora, explorada para mon- senta para eles um fato fortuii to, em que as
tar a fama do artista. O pensamento crítico repudia embloco a posição do pros isÍvels
i s atuaii s ou possi veis.. e € quea outra s vezes temem,
am como antídoto de crise
blema da técnica n formas estabelecidas pelo autor discutido. Basta nãoser º adossaa viver
i s. Forç I de crises
viver num mrum do
úluando-o a causa das próprias crise
tem sesenti
e , que » tem oítimo e docu-
ntido leg
metafísico, não procurar o ignoto “ser”, a indizível “essência” de qualquer coisa. pão confundir com a expressãão o “em
* crisise”
r u "O, dial € ti
mas preferir falar língua de gente, para nada ter em comum comessas é outras K do | J€1
1 ta o mo pman l
a en te» do des Si envol vi
1 PSenvo n nto do) I rocesss
É: iment
istóri
so histó
AR
venta
as o 0 so cociólo Ao
as go. o político ou o fik
intricadíssimas mistificações. iólogo. |
j. Ou seja, crítico. por definição — o cientista,
ga-
tanto obri€
O pensamento crítico possui insondável profundidade na significação ver- i amente a: olho nu, port
o. capazes de ver os acontecii mentos unic
n
sem saber - porDor que t
que est g
ao oco
estã a
orrend o.
dadeira da palavra, pois é justamente aquele que proclama à indefinida inteli- er noint
su permanec«cer no inter ior da
erior das “cris
dela mesma. não conseg
gibilidade do ser do mundo material e concita o investigador a jamais estacio- m de criar a teoria da “crise “ de dentro
a E am
isso necessit
nar na procura dos aspectos cognoscíveis da realidade. Refuta assim facilmen- v “a de fora em sua realidade de fato
total. uma vez aque pi

existi r. I Or 1sSS0
st pe att
te a superficial simploriedade das teorias metafísicas de tipo “ocultista” |
he |uma conc:ep "ão dial e tica aque
” quase se í
5 mpre »
nem sus tam X

Õ o,alo. que.
que. | por veste
este motivivo, não
mundocada vez mais povoado de máquinas, agora até de máquinas “pensan- , mento anômal
UrIse significa para eles um acontecime
“p
gener cos, tam-
tes”, mostra a expansão acelerada do predomínio da razão. Denuncia o caráter Cons ervue
eu m defin
bl
ir exat
inir
e mass3 ape pas
5) te,
amen
e
jar em
ne s enunciar
TROS o
term

i por
esforcanrçam por exercer. quan
| -
ideológico desumano de pensadores que não se pejam de chamar seus próprios . que « sese esfo
podendoser provocado pelas boas-artes ro de
Ai co do destino i lhes4 preg a. Dent
Pre, pa.
filosofemas “invejáveis”, isto é, incapazes de ser enunciados em linguagem i as malas-artes, que 0 €& wáter enigmáti
a di perfe ição do pla-
acessível a todos, fato, aliás, perfeitamente explicável porque exatamente sãoo maDO o
atmos fera mágica.| oscilam entre a euforia, a certez Cavo risos
néctar indispensável para um grupo de ociosos e intelectuais privilegiados, que icaçã
nte na aplic ogia: n modernaamem favor de
«enollogia
ação da tecno
aumento. especialme
i
fazem da comunicação comoSer. o Eterno, a Essência, a transcendência e ou- usãoinintel
âni o, a conffusão ando
telecectual, quan d vêem a eclo-
edade, e a depressão de ânim
tras quiméricas abstrações a sua profissão. cess
do do proc esso dese
o de de dese nvnvolvimento sO-
o de crises num momento e num esta sPer IS amente
ad E
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não da “viana
Via éaconte CCL, justa
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] uradas5 a tempo. O carate
2. A dominação da sociedade pela tecnologi por equi 5 haviam s
stas ( € conj
sido previstas

i dos8 quer as
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as arbit ia s Concepçõ
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Ss algo atila
( sa se aSs pt nº dor
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dta situa 5 se
raso a que
( € opor funista, q
Se a consciência ingênua se alarma ao ver o “homem esmagado pela má- “pacionalistas de tipo místico
atissmo Paso
quer ao pragmati
Em éambos
”. | Em
gntrr”.
onseegui os
quina”, “servo dos robôs que imprudentemente engendrou”, “dominado pela que é possive | cons
fastitui em deliberado culto do “lucro
ro pap el da
a qualquer o tentativa de compreel
a LU) eeude
tecnologia” e infinitas outras variações verbais do mesmo tema pueril, só en- a cemún
uunsos ver fica-se
fr
cia
º
i
contrará certamente remédio para suas angústias e pavores na conversão ao ri o ora menospréezu
istóórin gud njuraada, ora exaltada ao
esconjur
daa e e esco
| técnica no curso da hist =se éamen
Mrar-se
modo de pensar crítico. De nada lhe adiantarão as imprecações, os apelos a iviindade tute
papel de div
o
lar,» tudo dependend , da
Con ]| punêura qnostrar
[370 |

[
-——

cadora ou tranquilizante para os inter

etuta
esses dos grupos dominantes, O surgi eípios morais. pelo insofreado desejo de ascensão das E ng

esmojou 231
mento de técnicas que revolucionem
os modos vigentes de produçãoesta
bele- Oideal da fuga da cidade, do mundo nipvaienda e da sociedade Ria
BILSTA
ce sempre uma incógnita, em princípi
o desejável, se puder ser conservadan la “volta à natureza”, aos “velhos bons tempos”, reproduz um poda Etr
mãos dos dirigentes do momento. mas us
tambémpossivelmente calamitosa. du- uvão sempre realizado pela consciênciaingênua a ipê os E Já A

ap
OIBATY

do nunca haver certeza da extensão dos


efeitos dela no estado da sociedade. apresso por Lucrécio e teve a típica cunhagem romântica em ig e

oltoznor
Assim, o grupo dominante. o único a poss
uir o poder de promovera invenção ecoar nas lamúrias de um O. Spengler ou do grupo. PARA: vez anbapai ( E
científica. a criação de originais procedim
entos tecnológicos e a fabricação das logos ameaçados de desemprego. Criticamente, a verdade é o ue
máquinas avançadas e rendosas. vive

()
num estado de espírito de permanente são só pode ser cultivado por insignificante prpitadmando Eras e :
incerteza, não sabendose chegará a usuf
ruir placidamente os lucros que espe: as. ou então de profissionais do monarquismo, ques não Esta ê a
ra do capital aplicado ouse está lançando
no mundoo instrumentode sua des- 1 se empenharna luta pela transformação das condições materiais de vide
truiçãoenquanto minoria possuidora. Bast
a a consideração desse estado dees quase totalidade da humanidade. preferem demonstrar
» o seu
eu + “humanisr
anismo”
pírito de dúvida para mostrar o quanto -
a atual situação, entregando a criação
tecnológica ao comando econômico de
particulares ou de grupos políticos mi- tas artísticas inconsequentes. de místicos
[sti esconjuros,
SCON|UFOS. com
€ julgam | po-
o que“julgam
noritários, representa umfreio
ao progresso socialmente plan
ejado da inven- fazer-se passar por irmãos de sofrimento do resto do povo. Alguns s
ção e da descoberta científica.
Já o pensamentocrítico não sofre detais presumí
ara aa I presumível
temores espasmódicos nem alim ent; i i ade cor
da ingenuidade contribuem
i P:para transformação
RUAo das crises
esperanças infantis, porque tem outr
a noçãodo planejamento e da tecno mino pensamento incoerente, o látego verbal, ou a obra de arte desorg
logia,
em geral. Nãoa compreende coma funç ambíguos. quando
ambíguos. q nãofran-
ce
ão de força demiúrgica, por isso dei- al e intransferível,
[ pessoal Peri ios frequentemente
meios frequentemente
xando o homem sempre inquieto, sem da vida ssas trabalhac
das3 massas
saber se será fasta ou nefasta,
porém a
aiç
4 traiçoeiros,
ente | 8, enquanto a realidadei i trabalhadoras
integra no processo do desenvolvimento
histórico universal da razão. Encontra. cegas atitudes
anece sem modificação. Para dar cobertura a essas afi e pseudo-re
: -TevO-

se aqui o fundamento legítimo da proj


eção tecnológica e do que se admitiria
então chamar de futurologia, não foss
e a natural conveniência de evita
uma ques r, por
tão de bom gosto. tão desgraciosa
denominação. Falta aos idólatras
da tecnologia o entendimento
da situação que exaltam, atribuin
do-lhe o signi-
ficadode título nobiliárquico do homemde
hoje. Ignoramser tão velha quanto es excepcionais da insuportável hipocrisia da humildade on e
9 mesmo homem. porquanto este vive
nte jamais seria o quefoi no passado
da tciando-se dos “impuros”. os que têm de trabalhar nos mais duros ç ing g
espécie e o que é noestado atual sem
o exercício de alguma forma de técnica Jos misteres, mesmo em bárbaras condições de existência, a Epa
para a conservação doseu ser. À
crença de somente em nosso tempoter Se, a propósito da tecnologia. quisermos usar a expressão * Preo
do a possibilidade de planejar e prever surgi-
grande número de acontecimentos, evi- “ta e impressionista, o certo seria dizer que em todas ne formações h a à
dentemente comgrande dose de imaginaç
ão. com ofuturo da sociedade sendo n tecnologia sempre “dominou” a sociedade, na Tónna pisando E no Ea
agora “dirigido pela técnica”, estriba-
se num equívoco infantil, o de que nos Nem poderia deixar de ser assim, do contrário nãose teria jamais configure
tempos passados a condição humana
foi diferente. Emface da expansão das qualquer tipo de grupamento humano, porqueeexatamente aquilo q
lo que :
o man-
técnicas de instrumentação mecânica. elétr
ica e eletrônica, o estudioso impres- E unido, e lhe dá portanto caráter social, con
tem RE
e na necessidade de operar
sionista é levado a crer que excl
usivamente nos dias atuais, ou em conjunto sobre a natureza para extrair dela os meios da Es E A sh
desde pouco
tempopara cá, começarama existir as cond
ições para o domínio da técnica so- vidade impossível deser executada senão com elegia np ie A a ni RR
bre o homem, fenômeno interpretado
pela maioria apavorada como desgraça sociedade sem técnica é concebível apenas no nível ponta Mia 4 b pr ê |
irremediável. A calamidade ameaçand
o a todos nós surgiu agora, sendo a pu- de hominização. que retira o antropóide da condição animal irracional e Ih
nição pelo pecado do progresso, pela perd exercício, ggrada-
te do exercício,
ii) social, depende 1]justamente
a do erescimentoresido por sadios confere nos poucos a condição
Em
a
tivamente mais consciente, das atividades técnicas de produção que o estágio plicamos acima. a tecnologia domina a sociedade porque oferece a maneira

RIZO[OUS9F Op OTtSU0N O
existente da razão permite ao ser em via de humanização executar. compreen- la qual se exerce a mediação da razão, no grau de consciência desi a que pô-
de-se ter o valor de verdade axiomática a que declara não poder haver socie chegar em dadaetapa. Quandonos referimos ao domínio da tecnologia por
dade não “dominada” pela técnica. À incorreçãoreside no empregoda palavra da expressão verbal, o que realmente se quer significar é o domínio da ra-
“dominada”. usada por nós porque mediante este expediente estabelecemos O. por isso, neste particularaspecto, chamada “razão técnica”. Mas. por ou-
contato com o contexto do tratamento ingênuo dadopela maior parte dos pen- po lado, o domínio da razão, a menos que o concebêssemos em caráter abstrato,
sadores àquela designação. Quando na linguagem corrente dos autores encon- etalísico, intemporal, desenrolando-se no puro planoda: idéias, não se exer-
tra-se dito que a sociedade é “dominada” pela técnica, esta simples expressão gia se não fosse concretizado em procedimentos de produçãoda vida do ho-
basta para fazer prova de evidente insinuação ideológica. O correto seria dizer ma propriedade cha-
que a sociedade, o conjunto dos homens que trabalham a natureza para pro-
duzir« bens necessários, utiliza as técnicas existentes ao alcance em cada época, a. consistindoa verdade total na unidade deles, estabelecida pela dialética:
e nem poderiam fazer o contrário, sob pena de desaparecer. A atitude implíci- to é possível julgar a sociedade dominada pela tecnologia, e neste caso a re-
ta dos escritores atuais que ventilam o problema cifra-se na suposição, habi- taçãoracional, a idéia, desempenha o papel de mediação, quanto enten-
tualmente nunca expressa mas sempre admitida, de que o domínioda socieda-
de e do homem pelatécnica instituiu-se recentemente, caracteriza a época mo-
derna e talvez se tenha originado há pouco mais de umséculo. quando tiveram
lugar as chamadas g“grandes descobertas”. comose as do I passado também não
dojulgadas assim pelos contemporâneos. Comesta falsa distinção nte qualquer dos aspectos, em prejuízo do outro, chegando até a negar a
de fases históricas, desvinculam o homem e a técnica, tornando impossível
compreenderosignificado do segundo conceito, deixando o pasto aberto a to- do de ser da produção econômica do homem, caímos nas simplicidades do
das as especulações da imaginação malevolamenteideológica. Se, ao contrário. ismo, de que é exemplo palmar a teoria heideggeriana; se privilegiamos a
>
aceitarmos a correta interpretaçãodialética da história, entenderemos a técni- enica, a ponto deentificá-la numa substânciadivina ou força cósmica provi-
ca em sua significação de aspecto consubstancial à natureza do homem, obri- dencial, caímos no primarismo das filosofias tecnológicas vulgares, de curso
gado a trabalhar. Por isso, ela nem pode dominá-lo nem ser dominada porele, rçado na imprensa dos centros imperiai Ambas as teoria a pretexto de
pois a dissociação suposta para se imaginar qualquerdessas situações não tem enaltecer a técnica, desejam, por interesse, engrandecero técnico, numa ardi-
sentido, uma vez que nenhum dos dois termos existe sem o outro. À infantili- losa manobra de substituição, porque na pessoa modesta, domesticada e anó-
dade do conceito do homem dominadopela técnica pode medir-se pela ausên- nima dessa tímida, assustada criatura estão defato glorificandoo patrão, o em-
cia de significação da expressão de quem dissesse, ao ver um homem andando, presário, o manager, o acionista, o dono do “apital. A compreensão dialética
que ele é dominado pelo movimento dos pés. A técnica da pesca das popula- permite-nos estabelecer o equilíbrio exato entre os dois termos, a tecnologia.
ções paleolíticas ribeirinhas dos grandes rios amazônicos dominou, e até hoje conhecimento abstraído dofazer, e o operário, corporificação humana da té
em alguns pontos ainda domina, as respectivas sociedades, pelo motivo, muito nica, unindo-os no curso objetivo, material, do processo coerente para o qual
compreensível, de não ocorrer a nenhum membro de: atrasadíssimas comu- concorrem. a produçãosocial da existência. O homems empre foi “dominado”
nidades desdenhar os conhecimentos corrent e a fabricação dos implementos pela técnica, criação sua, produzida exatamente para submeter-se a ela, para
necessários à produção de alimento, por esse modo de capturá-lo, para adotar identificar- a ela nosentido de usá-la na função de força que engendrou para
formas de subsistência ainda mais atrasadas e menos rendosas. que sem dúvi- impor-se comoservivo à natureza e portanto para demonstrar, na aparente
da existiram anteriormente. submissão, a vitória da sua inteligência. O ideal da existência social está em o
A sociedade está sempre configurada pela tecnologia de que pode dispor. homem realizar-se cada vez mais conjugado à técnica, porqueesse fato signifi-
Mas não se trata de uma relação formal, de sentido unidirecional. Conforme cará que melhor e com maior intensidade desenvolve sua natureza racional e
[St4]
estende seu poderio sobre as infinitas forças do mundo material. submete

OMIL] RITA OrBATy


ndo- '

eIZOjOU99 | Pp OMSIU0M) O
as às suas finalidades. se à ausência do pensar entico, única atitude eapaeitada E Rosa Se
O suposto esmagamentodo ser humano pela tecnologia, falando reza veal da técnica, sempre libertadora do homem, Pa a
filosofica-
mente, excluindo momentaneamente o aspecto social. descreve mudições objetivas em que é exercida emcerto lugar e momento, por efei
na verdade a = re
imposição do homemsobre a natureza. que de hostil ou desconhe à regime de relações de trabalho vigentes.
cida. e por o otipo da nos
isso ameaçadora, torna-se serviçal e útil. Eis aí à conclusão correta, Parece indiscutível que nas sociedades constituídas Eq
em cará- da la-
ter genérico, universal. Outra coisa porém é o estado concreto tecnologia, se por um ladoexerce efeitoslibertadores gerais Ez campo
de uma socie- por Ro Ee
dade, em dada época, dispondo de um contingente definid ata física e intelectual e na iluminação do pensamento parasi,
o de recu tec- duna e
nológicos. Encontramos aqui. na duplicidade entre as considerações ) mpanhada de tão injusta distribuição de seus Ranpiias a
teórica «
prática. a raiz das teorias negativistas condenatórias da membros da comunidade. que conduz oindagador pesiavisaa e a a h
tecnologia, julgando» :
aa encarnação atual do Espírito das Trevas. Não podendo var tratar-se de uma força nefasta, sobrepujando milhões de Rana a
fugir da redoma ne am rimentos.
idealista, os escritores que vituperam a técnica são incapazes de E em só retribui com escassa parcela de favores e pesada Carga
distinguir 0 pe
essencial e o acidental. Dois casos apresentam-se então: o dos pensado Jai o humanismo hipócrita de uma fração dos inimigos da desça)
res mo- filosófic as e sociológi cas. À re-
ralmente generosos mé intelectualmente opacificados que « ozinham as mais desumanas teorias
conjuram a téc- i ser humano e a VET
alo o se tecnologia
nica por verem os males supostamente causados porela aos operári iso
lução ssênci Rent
i a entre a essência
lógica dialétic
os obriga- |
dos a executá-la, sem perceber o caráter social do segundo aspecto, ligado jo se altera em virtude das condições materiais em que so é executada.
às Re
condições vigentes do trabalho e portanto. em princípio, de ordem contrário, permite compor, independentemente dos justos Da A
acidental. o, a teoria geral. decor a
contrib uindo exatamente por isso para apressar ja. acima dos fatos objetivos observáveis no moment
a revogação de tal estadode
ç
coisas: € O outro caso, o dos ensaístas desumanizados. tomados de “da observação da realidade, mas superando-a dialeticamente, Ra
sagrado a ste A a
horror diante da técnica, aspirando a vê-la desprezada e diminuída, lema na expressão de maior generalidade. Pepe modo,
porque ,q
percebem que, mesmo acabrunhando milhões de trabalhadores. no “não deixa de ser apreendida na realidade histórica UR material
regime Raia o e EEa
atual, ainda assim oferece-lhes a possibilidade de paulatino esclarecimentod ta. e contudose manifesta em forma de cepaad
e
consciência, contribui para levá-los à compreensão de sua situação “Isto é, como caráter de teoria geral que supera 0 Homo, justi Pina sa
, dando iní- : pare
cio ao despertar de um processo de transformaçãosocial. Por isso primindo-o ao mesmo tempo, na generalidade máxima do pie E
responsabi- O Re
lizam a tecnologia pela iminente derrubada da posição privilegiada, prover de maior produção umasociedade, emrelação o espião Spqd
excelsa. o js : Ro
sutilmente reverenciada de que gozam emsua qualidade de filósofos, “profes- “terior, grupos de indivíduos encontraram uiçõna joiapond
id
sores”, “homens cultos”. expoentes da intelectualidade. rem em classes explorandootrabalho da maioria, este o fui asia
que resistem por to-
dos os meios à ignomínia de se verem confundir-se com a massa uniform lise teórica do problema, Nãoaltera o conceito da dp nica ; écr E
e dos faz-nos adquirir o et genérico. ans S
obreiros. à desonra de serem chamados trabalhadores, Mas, já hoje o trabalh
,“emente o humano
valioso, . apenas
que indica a necessidadede o processo Mia da irapa
ninguém
de bom senso duvidará que o crescimento da tecnologia ameaça
o segundo air
grupo de pensadores de se tornarem embreve espécimes fósseis. passar por essa etapa, antes de se poderemcriar compõe sociais ne
somente exi- ia i E
bidos nas páginas dos compêndios de história da filosofia. Dois caminho exeqitível a abolição detal sistema. Mas tal conceito não revela
s e a ,
duas formas de sentimento humano opostos levam ao mesmo estática, e sim dinâmica. Aponta, simbolizado numvetor, par a fase
resultado. À tec- ip
nologia vê-se denunciada como malefício pelos que amam a humani aquela na qual a situação histórica das relações entre a es
dade e se huma ;
desolam inútil e simploriamente por não compreenderema verdade mudará a forma de seu exercício, entrando nas etapas Ea altas a
ira origem a a
das desgraças que desejam suprimir; e também pelos insensíveis, os zação do trabalho. caracterizada pelo mais rico e geRgos at
egoístas,
os arrogantes. exploradores do trabalho temerosos de perderem aridícu tecnologia por parte das massas trabnlhadors: Ea = e Ra
la emi- E
nência onde se refugiam. À duplicidade de julgamentos relativo houve oposição essencial, e sim apenas formas ri gncigáios de rea ê jo
s à tecnologia de ação pes
ereta, conforme acontece quando a técnica, que é sempre o modo
[370| [377 |
soal materializada nos maguinismos e organizações cassandras da mentalidade simplória tem de ser interpretadoàs avessas. *
OUBLOTA OIBATy

eido] Ju Da
possuídos por ur poucos
indivíduos, serve de instrumento para prejudi
car outros, a maioria. Porém. 0 uma vez a tecnologia esmagou “o humano”, como dizem emtípicagíria me-
; ni Sa
futuro des ortina a apro imação
progressiva ao caráter e encial
necessaria
Ísica. foi no passado, quandoerarelativamentefraco o poderio da inteligêr
mente humanizador da tecnologia e o home

“p
m no plano objetivo da hi ória,
À teoria exposta mostra exatamente que o proces

oJ199007)
so conjunto da razão e da tec
nologia não pode estagnar em qualquer forma
social nociva. vigente em dado
momento, mas tem de prosseguir, rumoa outr config
urações de relações de

O
produção e de associação entre os homen que signif resultados: o ocultamento do passado, para não deixar ver tudo quanto
iquem maiorracionalida-
de na dominação do mundo. e portanto mai poderio da tecnologia. então por
rém em favor da humanidade inteira. indiscrimina
damente.
Os agourentos ineiros de finados, anunciadores
da destruição do homem
pela máquina, pela tecnologia, vendo-o transforma
do no futuro em peça de
uma engrenagem, em ficha num computador, em
recipiente da informação di-
rigida não refletem sobre o fato elementar de a situaç
precisamente a que sempreexistiu nas sociedades desarm
ão por eles carpida ser 3. A racionalização como ideologia da tecnologia
ônicas. somente ago
ra começando, embora levemente e com grandes
dificuldades, a desaparecer, O avassalamento da tecnologia descreve na verdade o avanço aprimora da
O homem, emvez de ser peça dainstalação fabril
inerte, era peça da “máqui- jonalidade na compreensão do universo. Esta é a noção ua a pranto
na” produtiva pertencente a outro
homem. que o utiliza a outrora como
«
primários, de boa ou de má-fé, deixam de perceber e, com mais forte ps é
vo numa construção faraônica, e hoje ainda no papel
de servo na roça ou de E proclamar. Nãoo fazem porquetal noçãosignifica o Fácpbaefiaeait iunguie
assalariado na fábrica. E se presentemente começa
a surgir a possibilidade da A to da condenação das estruturas de exploração. Para evitar tão irrecu ae
futura libertação, tal se dá. por ora em parte. justam
ente pela influência das pnelusão. recorrem ao truque de criar um conceito pré-moldado do queseja
técnicas modernas, das máquinas. que vêm poupar-lhe “racionalização”. mhum conceitoi talvez figure adore
ior destaqu
ioure com maior Pta
destaque na ideo-
esforço braçal ou cere-
bral. com aumento. e não diminuição. da produção. escribas da dominação imperial que oy
pyização da tecnologia, por parte dos Cao
Esta reflexãoé “apital pa- E DN sr
ra o nosso tema. O mais eficiente ardil da consci
ência ingênua consistiu sem- “tam pela linha do endeusamento da técnica, distanc iando-se assim dos outr
pre em procurarescaparda história. juiz inapelável, 1 a "
", ; aqueles que preferempraticar os atos de exorcismo. Pretendem
R DEZ RA ES
com profundos veredictos
condenatórios das cavilações sociológicas e filosó infundir nos leitores. e provavelmente em si mesmos, a sonda de que a
fica mal-intencionadas. Quan-
do os teóri agitam o espantalho da tecnologia. para levar os
intelectuais à tecnologia, da qual são proprietários, exprime a upionaheação do ta
condutas de fuga e os demais trabalhadores à resignação e humano, e nessa qualidade não pode deixar de ser proveitosa para a pre
ao desânimo, culpan-
do um ser abstrato. estão retirandoo problema do
campoda história. Convém- Blade. Além do mais, expõemos que se rebelam contra ela ao papel ridículo e
E RE en Ed nai
lhes descrevera situaçãoatual comose fosse única,
im precedentes e porisso g
pouco inteligente tedefensores da produção anárquica, primitiva, empírica
de
A . RPE STD Ra
não admitindo comparação com outras fases da retrógrada, depreciadora das máquinas e procedimentos requintados. Mas o n
vida da humanidade, Com- , knciotonalização”:
a e a
da questão está na definiçãodo conceito com que entendem a “racionalizaçã |
SE -“"

preendem esses sicofantas que a lição da história é


. .
E R

mortal para suas intenções.


Com efeito, revela que antes da tecnologia atual houve Complena má-fé compreendem com este nome. exclusivamente, o aumento
. INS , e! x » do
outras, mais primitivas
e grosseiras — antes da escavadeira houve, e ainda rendimento do trabalho, o que, n presente circunstâncias, vem tvaa ser o au-
há. a enxada: antes do ca-
minhão houve, e ainda há, o carro de bois: antes da contabili mento da servidão do trabalhador. Para os proprietários das fábricas, He de
dade mecanizada
houve o guarda-livros —, que custavam aos trabalhadores
esforços físicos e que as máquinas produzam mais e melhor artigos vendáveis e a ER do
mentais imensamente mai: penosos. Esse sofrimento
resultava exatamente da sistema funcione com máxima eficiência, o processo adotado tem de ser julga-
ROS rs : ) qu ER dda
penúria d: técnicas ao dispor da sociedade. Deste modo. do perteitamente
lei racional,
aci “or definição,
Por definiç | dá ma
racional é o | processo que
ra
tudo quanto dizem
| 378 |
[379|
lucro.
om
BR . SeSe uma nova máAqui :
quinafor i ;
inventada ou aparecer: outro procedime
: nto de
ime de relativo avanço da automação. A consciência desatenta não percebe

EIS o
abricação,
Ç o antigo
8º torna-s nos racion: porque dáí menos lucro, ,
torna-se menos racional,
d Vitara OIPATY

Cremos
ese a maquinaria da fábrica pode ser considerada moderníssima, isso se de-

jo Usa 4
ser dispensável declarar que o conceito crítico de
"acionalização é totalmente
oposto. a que alguém, um cientista, um inventor, um mecânico a criou, para vir a
depois introduzida num complexo industrial. A racionalização ingênua é

ap
Na perspectiva da consciência empresarial figuram somente
a quantidadee
quela que mede a “eficiência” do sistema pela simples produtividade, quanti-

olaouo
aiqualidado dos produtos, medidas pelos rendimentos captur
ados pelo proprie-
Esto, Não se incluindo em sua percepção do processo tiva e qualitativa, a posteriori. ou seja ignorando ounão desejando levar em
produtivo o valor exis-
nta os determinantes, na verdade a história. da produtividade, na qual têm

O
tencial do ser humano, no caso os trabalhadores utiliza
dos. não participam
daquela representação, a título de notas do conceito de racion destacar-se com caráter primordial os atos criadores humanos. É, por con-
alização dotra-
balho, a autênticos valores humanos. que nela deveri guinte. uma simplificação errada e, mais que isso. uma “racionalização” ir-
am figurar em primeiro
plano, Embora certamente nunca tenham ouvido falar pacional. A racionalização “racional” define- comoaquela que concebe o pro-
deste conceito da ciên-
BR
cia Rn
ciberné tica, os industr
s iais de CA
fato concebe ma fábrica
pesso produtivo em função do homem, em todos os momentos do desenrolar
abri e as5 empres anas5como
|
s quais só importa conhecer a entrada e a saída.
dos atos criadores, desde a invenção da máquina e dos métodos de operação, a
A entrada são o capital investido, as matérias-primas aquisição dos materiais até a eficiência do recolhimento dos produtos e de sua
necessárias e O pessoal
arrefanhado; a saída, os produtos acabados, De acordo com distribuiçãosocial dirigida por umcritério humano, igualitário e não espoliati-
o modelo cibernó-
tico cl caixa preta, Os reais proprietários, quanto mais vo. Mas. para se chegar a esse conceito daracionalização da produção faz-se
altamentesituados me-
nos se interessampeloque se passa no interior, nem mesmo “preciso antes possuir a noção correta do significado da razão em suas opera-
têm curiosidade em
descobri-lo, o que representaria um acréscimoinútil de “ões sobre o mundo, o que vem a r, em resumo, o papel do ser humanona
preocupações, uma vez
que a rentabilidade do sistema mede-se pelarelaçãoen construção de si e da sociedade, mediante os bens necessários, que colhe, in-
tre as entradas e as nado
das. Ora, na verdade se há coisa que bem conhecemos venta ou constrói. Descobrimos aqui o motivo da fundamental irracionalidade
são os ingredientes si-
tuados no interior da caixa preta. Além dos maquinismos consciência ingênua, a ausência do verdadeiro conceito de razão. Referida
e dos niocedimentos
em ação, aí se encontramsobretudo os homens que trabal no campoda tecnologia, é natural manifestar-se logoa dualidade dos modos de
ham na usina ou no
aperta responsáveis diretos, mesmo considerados compreender. Enquantoa concepção ingênua exalta com o nome de “raciona-
apenas enquanto “força”
fisica ou mental de trabalho, pela transformação da entrad lização do trabalho” as condições, mais adiantadas e lucrativas, da obtenção de
a em saída. Acon-
tece, porem,que a inclusãodotrabalhador no âmagodacai determinado produto, a concepção crítica coloca-se na perspectiva dos verda-
atol A . -

xa preta [az desa- 4

parecer a analogia com o modelo cibernético. porque deiros valores humanos, considera não haverracionalização do trabalho senão
exatamente o homemé o
portador da particular qualidade, a racionalidade. que quando há melhora da realidade existencial do homem trabalhador. Mas,
determina a relação en-
tre a entrada e a saída, de onde resulta a producãoser outro aspecto agrega-se ao último para definir a legítima racionalização da
iulo "ijonal, Par:
oaicapitalista ou o economista que Rae em E rmos “produção. Os novos modosdeproduzir, com melhores máquinas e métodos, são
ea abstrat
nrosS e comi dados
frequentemente falsos. forçados ou imaginários de mais racionais não porque signifiquem maior rendimento financeiro. fenôme-
relação entre entrada esaí-
lh; este aspecto, muito compreensivelmente. não conta. no valioso apenas para a ínfima minoria que o aufere, mas porque representam
mas quem desejar ir
além da simploriedadedas especulações econômicas e maior penetração da razão humana na trama do processo natural, propiciam
industriais terá de en-
contrar neste ponto o fator essencial. melhores condições para que se reflitam na consciência dados mais profundos
Por isso, há dois modos de interpretar o conceito de da realidade material, física e social, A racionalização da produção consiste,
* racionalização”: 0
ingênuo, efetivamente desumano e perverso. além de errôneo por este aspecto, no incremento do saber científico € na incessante aquisição
. e o crítico. mos-
trando a função do homem não somente no ato de operar de novas idéias, do que decorre uma práxis mais fecunda da invenção teórica
com as Eaao Ei
quinas que recheiam a caixa preta, mas na atividade e prática.
de inventá-las. com per-
|
fe Içdo e F portanto | prodi tivid 4 . ..
ide 4 sempre HOR “ e de mm É inejá-]
Quando tal se dá, o homem, socialmente falando, se apossa de novos conhe-
as,
ts. ate mesmo
E
cimentos exatos da centidade, convertendo-se num indivíduo superior, Ascende
no
[981]
[380|
s. Inventame=se os mais Is ater rori
aterr zanntes
oriza
vas velhas estruturas sociats perempta

Bojouvaj dp OHsdto 30
OLItd BitatA OJFATY
um degrau no curso do processo de sua crescente racionalização. é por isso es- Ad : s máqu inasE,
as. Rece ia-s e pela fibe rdad e do homem, ame açada pela
tá apto a transformar os conhecimentos recém-adquiridos emforças de propul- gasm
gênero esvoa-
7”, OsOs autores 3dimpr «essionistas desse £
“pensar”,
ora capazes atéÊ de “ne
são da humanização, ao desenvolver o processo objetivo, estendendoe aprofun- : RA WERDER E siçã sdei q
na implícita e perene supo o
dando a área de dominação do mundo. Toda e qualquer hostilidade à técnica. nas alturas das cândidas ilusões,
usava as técnicas julgadas hoje pc " v OF

es o homem eralivre, comose. quando


DAR 1 4 as
é +”

enquanto tal, considerando-a um gênio maligno que desumanizou a cultura, Ê


a
Aa
mais pe
38
avo de obrigações aind
e po
k k
jáve is e dign ific ante s, nãof osse escr
exigiu do homem o interesse pela máquina “emlugar do gosto pelas idéi es dese . ra a Ro bin
e
; To
aliviar. R eceram pela libe rdad
g inismo moderno veio
se tornou o “ópio dos intelectuais”, revela da parte de quem emite tais concei- us y que o maqu
se nao , t-
orm me nte elo 9, € o mo J:8€
k para t odos
e tiu anterior
que ( la exis
tos simploriedade de espírito, quando não maciça obtusidade, e sobretudo au- h ,pr o. imaginando
be dota dos
istint
al disti i
ntiva EX entesss bem
dos; expo
sência de sentido histórico crítico. O horror à técnica manifestado por certos se sido no passado uma nota pesso o,

es, os; que q u e se


se enca
é rreg : am de “ dar da o nome de “liberdade” a
filósofos identifica-se realmente com o horror ao homem, ou seja. fundamen- « classes domi nant
i
indivádu mais páli
víduos de de mais d estirrpe.pe. |porém sem outra
pálida
talmente, aos valores humanos do trabalhador. Esta compreensão só pode figu- qualidad
i e, deles ou decndi
ão doseu talento.
rar na literatura ociosa dos que não trabalham. mas se aninharam num“nicho possibilidade de vida senão a bênç e da
era de todos os recursos da cultura
ecológico”. geralmente perfurado no ambiente universitário e metropolitano, nude uma pequena minoria e apod pens a
antes têm qualquer liberdade de
a sé -
E W

adução, nem ela nem as massas rest


sl
A

onde confortavelmente segregamprofundas especulações, inúteis e confusionis- o físi


»sforçrço físico
adas as:a um esfo
subjugugad
ão o subj
tas. À atitude arrogante e irracional dos depreciadores da tecnologia incide na o”:aas massas. por suposto. porque estã
sar” , mesmo quan
de “pensar é do| ara
coisificação da técnica, conferindo-lhe poderes mágicos, o que seria tão-somen- ae, que nãolhes deixa oportunii dade
otant ,
ssem recebido a necessi ria educ
ação, o que.
te um errológico inofensivo se não tivesse consequências práticas perniciosas. ,iénado o, ) por uma rósea hipótese, tive
r o ensin
ssem pagaar
icariia pude»S8€ para seus filhos. Mas.
ensiono pare
Opõe-se ao reconhecimento do verdadeiro papel da tecnologia enquanto pode- em palavras claras. signi ionifficar des-
RS DO
a rigor des
E EA S TI
s classes dirigentes e possuidoras
roso fator na mudança das estruturas sociais, em favor dos povos atrasados. nopaís periférico e reflexo, nema -
, porque ivem sob a permanente preo
Existe certamente uma minoria de pensadores bem-intencionados que, ao vê-la frutam da “liberdade de pensamento
para se fazer obedecid;as em sua ofun-
constantemente usada comoarma de dominaçãoideológica e política, julga que eupação de disciplinar a maioria interna, dos
E tilos de vida e de expressão cultural
esse aleivoso empregolhe seja conatural, deixando de compreender o significa- ão paradigmática e de copiar os «
parte daalienação ge neralizada a qu
“ 1 ( 1€

centros metropolitanos, pois tudoisso faz


» * “] LE
E o: 1 nr
1 E E

do que teria quando pertencesse efetivamente às massas dos povos subdesenvol- trament
e limitada exclusivamente ao ades
o
aos aces

ehamam “sua” educação, realment


q r
1 1

vidos, estivesse sob a orientação de líderes autênticos e fosse criada pelos cien- É
res exterior
.

aose podearps
HOTES.
nas formas de cumprirem sua sujeição
ç r
aca E

tistas nativos a serviço exclusivodos interesses do país atualmente pobre, Como o


pode haver “liberdade de pensament
tratamos nestas passagens preferentemente do conceito de tecnologia, não cabe No país atr ido e dependente não
altado na conce
tãão exalt retóric
pçãoretór
"epção ica a que dele
insistir nas notas externas, de ordem prática, política, no entanto de capital re- para ningu
i ém.
Ê Por iisso €s valor, tãoex
sso este
* jornalistas
e parlamentare
— das
lectuais pe especialment
levância para a sociologia dos processos produtivos. Quem diz com melancolia o têm Os cônsules inte
as € p reen-
ão éé com
aj sado, não
que a sociedade do nosso tempo vai sendo progressivamente tragada pela técni- É várias formas endêmicas de pseudocultura no meio atra q e

frequentement
o. E a. s
x om

fic ado, Nao passa de simples refrão


“ . É
-

dido em seu real signi


sionific
:

ra não reflete sobre duas noções elementares: primeiro, sempre existiu tal situa-
esqueceram de pri-
Goiioadcultas, que porém see
ção, definindo o modo natural de o homemtrabalhar sempre mais racionalmen- invocado entre pesso fichadas com
| a Ee
filosófica do que sejam os cone
te a natureza, mesmo emregimes nos quais predominamrevoltantes relações so- meiro adquirir a correta noção “hy ê ,
, comumente os mesmos ,
ciais entre os indivíduos na ação coletiva da comunidade; segundo, trata-se da dade” e de “pensamento”, Intelectuais e da « E:
repetem este chavão porque E part
instauração de uma tecnologia nova, certamente superior, pois o fato social da franseuntes doseu meio nacional, pelo
enta a prestação do serviço exigida
substituição dos engenhos é constante, visto que a técnica velha, essa normal- queta intelectual, quando não repres E cial-
iornalista
issão de jorna
fissã lista -no. espe
Agi am-n
. . Agit
i ado na prof
empregador. caso gene raliz
mente de há muito dominava a sociedade atrasada. eja ou | pa-
alípt
em apoc “alíp tica da c
ica date tec nologia
e quando aplicado a combater a imag
i
A sim, a resistência às transformações tecnológicas confunde com a 9 JO= ment
|
envolvido não
se há coisa que o paiss
ade,
sição à mudança da realidade da existência humana, com a vontade de conser- ra certos fins políticos: Na verd
[382] | 383|
pode perder, uma das poucas é a “lib
OJUIA BALoIA OavATy

21
erdade de pensamento”. que nunca teorias. técnicas. ete.; € este sem dúvida o aspecto peincipal Pp Er

dojousop ap ortaduo E)
sou a ter, em primeirolugar porq che-
ue jamais foi livre, ou seja, não exist Ende à constituição do conteúdo da cenpbrinaa dp oioirtistas Fe FME
iu em
tempo algum emcondições de dirigir
soberanamente o seu destino; e em segu Eite à origem de todos os seus julgamentos, PRN de na
n
do lugar porque nunca pensou, no
sentido de alguma vez ter constitu ventos. e. em última análise, à capacidade de EpanEDes no q E
ído sua
verdadeira realidade em fundamentoda comp
é Ta

ual, comfrequência, manifesta, por feita o on


. . E

|
E
reensãoteórica de si mesmoe do
mundo circunstante. Seus homens de estu de to desinteresse, desânimo. quando nas Ro e E
do, mesmoos poucos sérios e respei-
táveis, que sempre os teve e alguns
deles dignos de respeito, pelas reali trumental, porquanto os aparelhos e meios Hiatenpalo a Enc ora ESA
zações
intelectuais e intenções morais não
puderam, por motivos de que não um doseu país, não pertencem muitas vezes a nerd Eve :a '
foram
responsáveis, mas se prendem a uma situ jalmente adquiridos ou distribuídos de acordo on prapóssas, pr ce e
ação objetiva. desligar-se da aliena
ção todo-poderosa. clima normal do país idades de agentes estrangeiros, sediados ou são na pais ps E Ene
subdesenvolvido e economicamente
dependente. entregue ao equívoco da
ascensão cultural por via imitativa,
guia-
pinstitucional, porque o acesso ao cargo que dá intra a peom e poa
dos por mãoalheia, Não chegaram a
gozar de liberdade de pensamento porq jo científico depende de umpoder, nativo E, estrangeiro, próç e po
ue
nunca se sentiram convocados por
nenhuma conjuntura material prem
ente a
] , que. por conseguinte, nunca conseguirá fofiançado um np oo
explorar teoricamente porsi, sem
recitativos externos, sua realidade
nacional. endendo exclusivamente à vocação, vontade La A ap a
para dizeremlivremente o que dela es o sata
aís at atras
à no pais R
* dependente tem e
a
pensavam, porquanto esse problema
. emi-
asim. que a noção de alienação
i
bora só a eles pertencesse. já lhes era apresent wmplexa extensão, não devendo ser tratada apesaa ne o REA
ado decifrado pelos hierofantes
das áreas imperia Tudo quantolh
esrestava fazer era deglutir o saber “MM masexigindo a análise das múltiplas ni aaa oE
vindo
de fora, coma contrição própria do ; Re
ato eucarístico. mesmo quandose nos acima indicados. o conceptual, o sais eo ins sa
tratava
de absorver o mais despudorado prod
uto ideológico, transmissor dos inter
esses
enação a identificação do pesquisador do país gen o EeE Ê
das potências espoliadoras. Tal foi
fes de outro recinto cultural, comdefinida intenção E já a o o
ey . Re e “ 8

e continua a ser o caso cotidiano dos


países
que abdicaram do penoso mas dign
o empenho de construírem sua consc isar autóctone. quanto o manejo de instrumentos de [abr S oe
iência
de si. que lhes daria uma fisionomia
cultural e tecnológica específicas, prefe quais o especialista está4 constantementeob » riga« :
obrigado a reconhece r a RAP
presença e
-
rindo o cômodo comércio da importaç
ão de teorias dos centros “eivilizad écni alheia.
| perioridade da técnica Ele sente
ia. Ele s trvabalhar com aquilo que não
que
os”.
condescendem a transmitir pass as5 Ituaçã o existencial de ( em-
l r de
trabal ha dao
ivamente aos dis cípulos coloniai g
5 ua reo alidad e e não po de fugir
s a expli-
cação da realidade nacional à que pert préstimo”, a que se acha relegado.
encem. À alienação cultural chega a ce-
gá-los a ponto tal de levá-los com ufania a
K

proclamar que a transplantação das


idéias estabelece justamente a dese
dade do pensar, Por conseguinte, qua
jada forma em que neles se reali
za a liber- “4 A contradição do crescimento
ndo exigem este direito. na linguage
abstrata e gongórica em que costumam trom m “sem independência tecnológica
beteá-lo, o que na verdade estão
impetrando é a liberdade de refletir exp andir, o35 s
logia pa ra a se ex I
STUDOS diri g en-
3:
o pensamento alheio, em duas variantes. ente €la te eu otog
Ne, pat s atra s ade + € arente

não-liberdadede pensar oua libe 1 Bm Te-


3 : nac , I oder
rdade de não-pensar, o país subdesen tes mu ( ham -8e ( nvolv idos numa contradição para
eles insolúvel
volvi-
do e semsoberania a alienação assu Cal
aso ddecal-
4 caso
E mais av ançadas, por que em tal
me a forma de fenômeno social total s
|eunsar as y |
» 5 tecnicas
o , ” ” e
externas, ate as

bora possa revestir-se de aparências . em- g da pro-


m amteriam na po cão de” dirigentes
l >
particulares em relação às diversas h economico
Pra dea status j , a, não se
se

e grup class es
os da sociedade dividida e desça até a s
import ade Ss. não fal 3FIC é vdos no I pais.
localização pessoal, acomodando- dução e
mterna t conss umidore ss de b ems
ns

se às condições concretas da existênc te em volvim ente


acen ar, ia e mesmo emcec " apar, o des
À
nto teen 1 Cu
ol og
ia de cada indivíduo. I e Ha. I 307 1 o, de
rtanto, l

Para o trabalhador científico no país trans5 plantaçã ( ), de ses dk 3 qu e sa É


so | sua € “Str d de
na prol , neda e
subdesenvolvido a alienação. abra custa ( la
quite ional. a cus

gendo a realidade total. apresenta-se


n- " “Ff ativos | ” |
mm trodu -
4 lad ( » nao pode »| ma ve
IR) utro res5 Wa os un] » era Os da
, contudo, bem caracterizada Mm esil; macia
( + Ma ». . I por
em três pla-
nos: (a) no plano conceptual, no qual ) B
e a onNerosáa Bs € la Í ecnotos
s. H I jei dk à | HPOprLO=
se refere à recepção acrítica de conc ção forçada.
! e em condiçõ
h | es terr
3 ivelinent
i
eitos.
[385 |
dade dos grupos estrangeiros,
p esforços tão brutais quanto vãos. mas não anitos outra se ad

misUjoudol
mesmo compreendendo vir conco
rrer com a aque
começa a ser sua e prejudicá-la, porque pior
seria no momento tentar resistir à | dialética natural da superação dos opostos. Não podeser julgac a Beni o
invasão. Neste caso perderiam os apoios
um estudioso honesto a afirmação de que o emprego dos isonieno ia a
' MA

políticos da “ajuda” externa quelhes


asseguram a permanência no poder, Porisso.
seu gênio intelectual aplica-se q E iço dos interesses nacionais, após as irrefreávei Eis einçãe E ' e

ap
DARATY

arquitetar fórmula que. mesmo nos casos


minoritários de boa-fé. harmonizem ag a ae e

onssHo
as duas tendências. e na prática tornem o empre política pelas quai terá de passar o país. será
sariado nacional sócio menor. já estaremaqui, multiplicarem-se com alta velocidade, à medida que c
calado ou de voz fininha. das decisões tomad
as pelos agentes diretos e indire- « 1al istas do poder 10

o
t apo
p' F pre-
I nal a L exig >
x1ge éà entrega
ntrega 35 Espe
aos |
e ora de
Da ml 01
Co. 1
tos da penetração estrangeira, Na composição
dessas fórmulas que devem ser esentado pelo conhecimento. DE
tanto quanto possíveis aceitáveis pela opini
ão pública. forçada a julgá-las ra- Por ora, a entrega faz-se cercada de todas ão garantias pra mt tie
cionais e “lógic: -" em face da conjuntura
mundial, conforme a justificação a a gerar nos técnicos. que é obrigada a formar, a Enneniaia: pet :
propalada, esgota-se a capacidade propriamen
te inventiva dos técnicos. econo- E dentro de uma etapa por natureza trans oras beso à lei E a
mistas é burocratas nativos. que nesse
terreno realmente têm a iniciativa da
iea da troca da quantidade em mudança qualitativa. A E E ê
“descoberta”, Pelos dois motivos. os grupos dirige
ntes levam o país atrasado à número cada vez maiorde especialistas válidos, chega o Ea | ]
seguir, em ritmo sempre inferior ao que
seria possível obter por outros meios.
torna impossível envolver todos os recém-nascidos nos ie EIA
o caminho da industrialização. bem ou mal.
Claro está que esperam fazê-lo o ideológica, tal como era dispensada ao pequeno grupoinicial.
sem lesão dos ser proventos.
]
5. qu ea
“e lor es É
não r
encontra ( re-
m 0€ ul ação no
25850 € le
ha V Er Excesso bons t onhe cer
Podemos denominar esse período de “etap
a de ambiguidade”, de luta entre 4 |”; » Wee v) seco i 1 cos
econom aliens
s ali enados E 1 ide estrangel-
de a p PO , p' teda o
[od ço do em] reendime ntos
Os interesses autenticamente nacionais,
que despertam. ( “omeçam a se defini
r qa, Terão de formarseu próprio centro de ação, de vinculado nos Mor
com clareza, a ganhar nomee a encon
trar defensore por toda parte, e os inte-
mreresses nacionais, ocasião essa em que seguramente Gstasão capanpa
resses alienígenas, que efetivamente por algum
tempo prosseguem avançando
faseescapar
para
A ao engodo
pré-natal, do pensamento importado. e ia direção : Es
em que nos encontramo
vo domínio dos recursos do país, prolongand lap este dilema Ea FR
oa forma devida colonial, na ex-
portaçãodo trabalho do povo. dos recursc
nacionais básicos e principalmente “Inimigos do povo: ou cessar a formação de tsmino o mo sig Ea
na obnubilação de sua consciência para si. const
do desenvolvimento nacional. É uma fase de
ituindo agora a fase pré-natal gir suas perspectivas de exploração sempre maior, a então, nãc P* o
gestaçãointerna da indubitável li- ra
prescindir deles. formá-los em número erescente, porém com a certeza«
bertação futura, mas permite ainda, por
tempo incerto, a ocupação e direção are Pr »radores cada vez ma libertos do molde em que deseja-
do processo do país atrasado por uma consciênci
a dominante exterior atuando “viam
R encaixá-lo
P s. Ao vermos a atual alienação quase ggeral dos especialistas,
lienação quase
de modo físico ou por interposta pessoa.
Nesse periodo de incerteza de fato pa-
poleríamos nos sentir desanimados de formular
| favorável ga
“ognósticofay
um prognóstico
ra ambas as partes, são possíveis as mais graves
confusões lógicas e ideológi- qualquer mudança futura. Ma ss se
e p t nsa rmos v
dialetic e
amente I Os
, Pp ePeepberemos
cas. Mas. sendo a etapa de amadurecimen
to do futuro. nada pode interceptar
ue esse mesmo estadode alienação terá de se liquidar asi Epopalos pe o
O curso inexorável da história. nem os mil
Ea o fator determinante reside na existência do homem, a PUREe
e um artifícios arquitetados para des-
figurá-lo nem as tentativas de desviá-lo. S norma
l essa ». e não podemos cia, acompanhando o eurso da história, es Risanipis pronta a e me
contar com outra expectativa nessa traves
forma de percepção para a oposta, num movimentoirreprimivel, logo q
sia. A lei que preside à substituição
y
da etapa atual pela futura não decorre de
especulações divinatórias, não foi so- pennanio
ma 1 Os
Os ar
ne cessarios name tos
NM di tOonament
condicio os par ao
pa al
salto. 50
OU É «
haveria motivo
nhada por visionários. Funda-se na objetivida à ia TS ameiro lugar é R
dedo processo em marcha. onde Ami o se, o pa ís es tagnasse, mas isto em primeiro lugar impossível,
ara desânim
* verifica experimentalmente já e achar
em em presença diante de nossos crescimentoto vegetati
"oeficie te de» crescimen
pela dinâmica doprocesso, pelo natural coeficien veg vo,
olhos e em plena ação os fatores aceleradores
da transformação, em via de le- é
e ainda porque não convém €
inador,. em
ao dominador razão I paiai
zã dass altaaltas e excepciona
vá-la a termo. Porques "trata de umacontra
diçãoirredutível. capaz apenas de i
vantagens atualmente usufruída Por uma implacável ironia da história, |
são
ser externamente mascarada
ou negada por teorias pertu
rbador: reprimida precisam i
; ente o colonizad g
os indígenas
funcionáriios
or e seus funcionár que estão gerando
r | -

ss
so
e
"

=
=.
E
-
as forças, representadas pelas massas traba

OIULA BATATA OJPATy


lhadoras, cada vez mais capacita-
ismo das classes dirigentes permanece viável, e talvez 0 seja por Algguit

esFojonaas] ap otrasstor ()
das tecnicamente, que os irão expulsar.
A sociedade pobre, mesmo recebendo uma educa
ção alienada e inspirada upo ainda, Mas não há dúvida de que a introduçãoda tuenelogia superior no
em propósitos estranhos, dá ainda assim um passo
à frente. recebe certa infor- jente atrasado, sob qualquer forma, representa a penetração da nero e
mação de processos produtivos rendosos e algu jo é levará ao apodrecimento estrutural das relações da produção qua Ro
ma cultura em geral. O movi-
mento desperta o clamor daqueles elementos que
começama se distinguir no be defender-se senão ingerindo a substância que a id não À
seio das massas, exigem agora melhor instrução
e logo depois trabalho qualifi- possível manter o grupo de técnicos nem tão pequeno que não anta rar
cado. À primeira leva de componentes da socie
dade nos quais se verifica esse find ir com a massa geral dos trabalhadores, nemtão alienado que não perce-
comportamento irrequieto e expansivo são os estud o poder posto em suas mãos. a
antes, mesmo culturalmente
mal preparados, como é a regra inevitável nas Nem por sombranos passa pela mente acreditar que É trans çê '
condições vigentes, mas emnú-
mero sempre crescente. A tecnologia temde ser
comunicada ao povo, porquan- onizadora venha a ser obra exclusivamente da tecnologia e muito Rad ( e
to são os grandes contingentes humanos que,
de uma ou outra forma, a irão icos gradativamente esclarecidos. Pensar assim ado cocptos uma Rae
executar no trabalho intelectual oufísico. Comi de primária, oposta ao conceito categorial detotalidade. ci que «
sso, embora por longo período
os “técnicos”, mesmo os de recente extração, possa
mcontinuar aser devotados ovo, sendo o único sujeito da história, acabará por engiotar emsi es no
serviçais dos poderes internos e externos alien
ados. na fase em que atravessam os técnicos comforte capacidade executiva e empregará a enjógia que k
a situação chamada por nós “consciência para
o outro”. emrazão de se verem lo dado possuir no momento como fator material, nei putos ER
agraciados com a comenda da Ordemda Tecnologia Nécie, para a transmudaçãode sua realidndo; A partindo aii aE a e
, de que muito se ufanam.
chegarálogo a seguir 0 tempo em que, ao se torna
rem demasiado numerosos ativamente o papel datecnologia no país em Fase de libertação. De gs o: x
em forçosa competição pelo trabalho. começarão
a sentir-se capazes de exigir rvadora e alienadora que era antes, nafase pré-natal, quando o ficie nacio
a aplicação porsi de seus conhecimentos. Dá-se
então a reviravolta. Os solíci- pobre e transviado não a podia produzir para si, converte-se em inpuloo-di
tos pajens de hoje passam a ser os perigosos
reclamantes de amanhã. Enquanto “desenvolvimento autóctone, resultante da nova consciência parasi ga
permanece a situação ambígua, o grupo dirige pelas massas trabalhadoras e por 1s expoentes culturais, E
; os homens dedica-
nte. prisioneiro da contradição,
de que começa a ter vaga noção. tudo fará para s à ciência e à invençãoe prática da técnica. À formaçãotecnológic a das no-
reprimir o surto da consciên-
cia tecnológica para si do país emesforço
de libertação. empregando para tan-
“vas gerações do país atrasado tem peaa aço remo EAR ma
to o poderio fascinador de sutis ou grosseiros
sofismas e a força, bem mais efi- gendrar um potencial de natureza revolucionária, eimbnta a Rn
caz, das seduções pecuniárias. Na intenção
daquele grupo é imperiosoforjar. pos desempenhe funçãoprogressista inguficionte, Roupa visível € Ed E
para os especialistas e obreiros qualificados
em geral, uma consciência que rea- passagemda faixa em quea corporação dos Honisia Et em regra 8 g
lize o equilíbrio, necessariamente instável. das
duas seguintes tendências: exal- a Merviço do empresário estrangeiro para a da apropriação dos Seg E
tar a tecnologia e conservar oestado de alienação sm proveito exclusivo das massas do seu país penta o processo 25 gem A
tecnológica. A exigência de
conservação do equilíbrio revela-se irrecusáve
l porque os elementos nacionais vimento da razão na área pobre, De início acreditam os np a inte á
com papel dirigente, por falta de clara persp
ectiva histórica, não ousam em- qualidade no meio acanhado e marginal que o saber : a cultura E das) :
preender a superação da contradição em favor
do país, mesmo na hipótese véu, distribuídos com parcimônia pelos foros Hibiropaltanos de sabedoria '
muito restrita de sincera e patrioticamente
a desejarem, visto encontrarem-se queza aos indivíduos talentosos do submundo, pertencentes à agia dos ps ero
prisioneiros de um mundo de falsas idéias abstr
atas e de infundados temores sos locais ou seus protegidos. Com a modesta mas sempre Enfeitar instru-
quanto ao futuro, que. na ingenuidade de seu çãogeral e técnica recebida pelos discípulos indígenas, chega o dia E ca x
modo de pensarjulgam impre-
visível e fortuito, cheio de surpresas
possivelmente desagradáveis. quando tes descobrem que, a pretexto de transmissão da inteligência; à que os ne
na
verdade ofuturo do país rico mas acorr
entado constitui exatamente o único as- imperiais lhes vendem são os produtos da hrebaligindada e pa RR
pecto da realidade que com absoluta segurança dade pertence à vazão por direito de humanização, não é privativa de ninguém,
se pode predizer. Por ora, o ma-
de nenhuma ávcen geografica
TE de nenhum grupo
7 social, embora
Bq Pi o exerei
Xe eIcio de=
| 388 |
| 389 |
la esteja condicionado às contingências histór
Uta
icas de acumulação, às possibili-
10 do período escravista e o direito de participar, em pé de igualdade, da

PrRO[0N99] Pp O1taSU0O
dades de emprego e à origem dos indiv
íduos instruídos.
são do saber tecnológico, ou de outra qualquer espécie, porém comaprio-
BIT9T N

Em breve, os técnicos do país subdesenvo


lvido se converterão em produto-
res de inteligência. que logo passarão ade do aproveitamento para dos conhecimentos que descobriw e dos esta-
a exportar, em forma de produtos pró»
DIBATV

mentos instalados. Os técnicos terão assim de sentir a natural afinidade


prios, deixandoa postura de beatos assimi
ladores do saber de procedência ex- a? pobre,dE er mente traba-
um as massas trabalhadoras do país pois são equivalenteme nte traba
terna. Daí em diante exigirãoa realização
de suas invenções e aperfeiçoamen-
tos técnicos. o que os arrastará
a empenhar- » em atos políticos para os quais
terão de buscar suportes e partidários. Ora,
não será de esperar venham a
mãos dos especialistas nacionais, sempre mais numerosos e capacitados.
encontrar apoio nas forças sociais e econômicas
dominantes, justamente aque- sa mudança significa a solução da contradição. que atualmente infiltra a
las que estão fornecidas pelo estadodecoisas
reinante. julgando-o não somente
justo e sempiterno, mas acreditando que
alidade do país subdesenvolvido. obrigadoa arrastar-se numtrôpego cresci-
a riqueza e a preeminência que pos-
suem corporificam a melhorherança, além
do exemplo das virtudes pessoais,
deixada para a formação das novas gerações
de técnicos. bons estudiosos do co-
nhecimento proveniente de fora e capac
itados auxiliares dos empresários in-
dustriais solidamente estabelecidos. Serão as
forças sociais jovens, não ompro-
metidas e ansiosas de » desenvolverem porsi
mesma que representarão os pero de técnicos, portanto de massas mais volumosas de trabalhadores quali-
novos e eficientes fatores de propulsão educaciona
l, particularmentete nológica. ficados, nem todos podendoser colhidos pela rede de artifícios alienadores ou
Não simplesmente pela semelhança de idade
mas peloajuste na perspectiv
de existência para o futuro, os técnicos joven , stipendiados parase satisfazerem comsua condiçãode vida. ips o lado po-
s, geralmente de maior capacida-
de, tendo-se emvista o avanço do conhecimen
tivo brotando da negação do lado negativo. Esse movimento faz superar a
to. compreenderão que o modo
de emprego dosaber na fase anterior à que vontradição atual do desenvolvimento dotipo consentido, pois retira dela o
estão vivendo. e foi a do país na
chamada fase pré-natal. marcada pela ambigiiida que lhe constituía a essência, a falta de independência no processo da expan-
de e alienaçãodos especialis- são da produção. Ao se investir da consciência parasi, paris traduzida
tas.pela luta entre a formado trabalho desempen
hadoeos sentimentos huma- emtrabalhar parasi. o país ingressa no caminho dalibertação, toma posse dos
nos que animavam os trabalhadores, const
itui uma etapa vencida. Esse reco-
pecursos de quedispõe, os constituídos pelas riquezas materiais, e sobretudo o
nhecimento aparece, desde já como significadode
fatoreal, e terá dele rá-los representado pelo mais precioso deles, a capacidade criadora pa dá elemen-
aatucalmente ao descompromis
so com o pass ado. ao desejo
nova situação para si, que fatalmente se expri
de fundarem uma
tos humanos. Não consideramos jamais essa alteração de consciência umfato
mirá em decisiva tran formação
no campo político.
abstrato nemisolado. mas julgamo-lo um acontecimentoque assinala no cam-
po particular do conhecimentotecnológico o fenômenototal da transformação
A tecnologia. até então preparada na
pessoa dos que a aprendiam à custa
de penosos esforços para ser alugada, com do conjuntoda realidade nacional. Ora, uma Ra deste tipo tem ca-
o cabisbaixo beneplácito dos mais
prejudicados pores transação. passará páter que se deve reconhecer como eminentemente político, Reta simul-
a exercer importante função no co-
mando social, graças ao planejamento desal tancamente em todas as outras áreas da existência nacional, e por isso mar-
ienado. sendo constantementeesti-
mulada pelas correntes autênticas do proce cando a emergência do país, da fase histórica de dependência para a da plena
sso nacional de produção, a fim de
fornecer a invenção requerida para a aceleração soberania.
do processo interno e a cons-
trução da sociedade que começa a aproveitar Mostramos em outra oportunidade o papel simultaneamente progressista e
parasi os proventos da inteligência
de seus trabalhadores e estudiosos de todo os conservador da tecnologia. O primeiro é evidente e constituiessência do mo-
assuntos. Sem hostilidade à cul- vimento representado pela técnica enquanto transformação da realidade, Todo
w ACI £ »e : “ » T

tura estrangeira, a de outros povos onde foi


realizada em condições que geral-
mente queremos para nós, a nova geração detéc
país. mesmo atrasado. possui nas técnicas de que necessariamente se tem de
nicos terá de reivindicar o tér- valer para existir uno dnpulso criador endógeno., que poderemos chamar de
| [390| [301 |
v abertura de amplas e novas vias, mas pelo deslocamento para diante de

ettojoud9] ap ojt4240 30
“potencial de descoberta”. Este conteúdo acha- “sempre

eua
+ +» : . 1
1

presente. Não depen


de senão nos valores determinados em cada momento. do ado do beco,
BITILA
estado de desenvol
vimento da sociedade, sendo o fator que pode remodelar a existênc
ia na comu
nidade atrasada e que na mesma ocasião está impelindo
as adiantadas a reali A invenção da técnica e a
OJBATY

zavem as máximas e mais recentes conquistas. Havendo sempre


brir no desvendamento de aspectos e fenômenos desconhecidos
o que desco- scensão histórica dos povos subdesenvolvidos
da realidade. é
sendo o homem por natureza o ser que descobre o ser, não como
resultado de Sabemos que atualmente ocorre no país subdesenvolvido deui apr ppa
uma iluminação metafísica. mas na execução material, social,
incessante da nto dos técnicos nacionais servidores de empresas estrangeiras às determi-
projeto de ser, toda sociedadeestá de posse de um “potencial
de de “oberta” ções que lhes vêmde fora. Estão obrigados a puelapias estipraltente as sie
As retardadas só não conseguemaproveitá-lo eficientemente porque ficações. projetos e métodos impostos pela matriz. Para isso, o Roni su
as forças
políticas e econômicas reacionárias. internas e externas. quase
sempre coliga detém patentes registradas, que são tabus legais, e prnnsiicas junto dos es
das, têm interesse em opor obstáculos àlivre expansão da intelig
ência nativa. ecialistas locais certo número de “assistentes técnicos”. que, a pa de ouro.
ns
à criação cultural e tecnológica. Compreende-se tal atitude
porque instalaram vo pelo país lesado, se incumbemde vigiá-los e donsentigó-om, de
9 sistema de poder na base da importação das descobertas estrang
eiras, numa jade, capatazes qualificados. quase sempre falsos engentieitos ou Rep jal o
forma de intercâmbio econômico evidentemente montad
o sobre a alienai je formaçãoapenas razoável, raramente boa. Quandoos técnicos geia é
cultural do país pobre. convertido em normal regime de relaçõe
s externas. Por srem alguma modificação nos projetos recebidos para executar, as Eres fas,
outro lado, porém. a tecnologia desempenha um papel estabil m regra. não são levadas em consideração, mas, npopdacos o caso ae
izador do pro:
gresso interno do país, principalmente quando dependente.
porque a que con- al de receberem acolhimento, a sucursal remete-as à sede aa pelisana da
segue adquirir custa-lhe caroe dela precisa tirar o máximo rendim
ento. ou se-
vompanhia “para seremestudadas”, Acontece com grande fondo ue: fé;
ja, tem de evitar por todos os meios modificá-la ou substitu
í-la. A resistência do sugestões inventivas de valor, o centro, para delas se apropriar de ErAçã, Es
sem dúvida será relativa. tendo porlimite o grau extremo
da situação contra- denunciar, manda executá-las em outras partes do mundo, onde igualmente
ditória que cria para os proprietários das indústrias, dos bancos e dos tem apêndices,
êndi filiais ou mesmo
filiais 3 ís queque as àinventou, sem contudo declarar
no país
órgãos
de direção geral. Chega o momento em que a quinquilharia n origem da inovação, porque isso a desvalorizaria aos olhos dos próprios téc-
” .

doméstica torna
se prejudicial, converte-se numentrave ao maiorlucro ou rendim
ento da em-
presa ou do sistema. mas neste caso a substituição também nãofav
orece as for-
ças criadoras internas do país subdesenvolvido. pois não será
aproveitado o
“potencial de descoberta”, mas simplesmenterecorrer-se-á à Mas a espoliação dainteligência nativa acabará sendo enfia, na pesa
importação de
maquinismos e métodos mais aperfeiçoadose produtivos. Enquanto, porém. natureza de intolerável usurpação. À analogia com a extorsão poopiráica
se
mostra prestimosa toda realização tecnológica conduz à especia
lizaçãode atos
prnar-se-á evidente. Aprofunda-se a contradição inerente à tepnologia de E
e métodos, chegando às vezes até ao rito. que outra coisa não
é senãoa tenta- minação. e o país que se curvava a ela justamente porque era GAR !'
tiva de fazer sobreviver a qualquer custo a máquina ou o proced
imento em se julgar nãoestar à altura de produzi-la, desperta da hipnose k se pre Ê ad
ponto quase final de perecimento. Importa-nos indicar aqui.
sem poder entrar para si o direito departicipar da criação universal da tecnologia. Deve consi-
emdetalhes, que o fato entra comoelemento preponderante RRcar-se este fato contemporâneoda declaração da maioridade cultural do po-
na elaboração da
ideologia da tecnologia. Cria-se, assim. um aparente beco
sem saída. que a vo marginalizado. chegando afinal a um grau epi ha puoceeno Eras
classe proprietária e dirigente procura evitar à custa da substit
uição tecnológi- racionalização, definido pelo modo comoreflete então a racionalidade da e Ed
a “mínima” e sub-reptícia, de origemexterna, de modo à conser
var 0 atraso tência. Com efeito, o primeiro movimento demonstrativo da percepção do ser
técnico dentro da estreita faixa rendosa. salvaguardada pelo odor do nacional próprio com te na descoberta da realidade do país e na capacidade
incenso
ideológico em que é envolvida. Dito de outro modo. nega o beco semsaí de julgame nto correto das causa que a explic 3 a con
*FIOr mente,
cpliceam. Anterior “ONSCLeT-
da, não »
| 392 | [393|
cia do país pobre só conseguia saber queeste era subdesenvolvido e maegina
otuta
ni
- somas saltamlogo para as fronteiras do ea RR do

erojoudap dp 0
lizado, pois a simples observaçãoa 0 lho nu era
á
se incorporamà criação universal, na medida em aque E E E
BILSTA
suficiente para dar-lhe tal co
nhecimento de si. Contudo. era impossível, nessa fase, a compree
= E
eriais que lhes dão suporte. À trágica ilusão da consciência impe o
nsão das ver
dadeiras razões do seu estado. ou porque a reflexão, mesmo
ERAS Ê
al começa atualmentea despertar, embora para ganhar essa comprí
a mais lúcida «
OIFATY

mai bem-intencionada, não atinasse comelas por falta de base


cultural. ou. eu próprio, os horrores das bárbaras
mais comumente, porque o estudioso aceitava, mudo e respeitoso, as explic;

2007 O
ções teóricas que lhe eramservidas nas bandejas dos livros importados, de
au
toria de mestres metropolitanos. ou, O que dá no mesmo, de acólito indígenas,
Permanecia portanto no plano elementar da consciência ingênua, sem encon
e espoliação do trabalho, interna e externa. E
trar em si as forças que 0 alçassem aonível do pensamento crítico de seu
mundo, centro 1imperial
iga o centro lá at omar medidas |
repre
Chega porém o momento, por açãodo desenrolar dos fato objetivos, em “Tãodesoladora revelaçãà o obriga
que à stas pela emergência. Vê-se forçadoaa intensificar o processo esp
a é ra e , a q POCESS *SDO-

subjetividade do povo pobre é submetidaa profunda mudança. À princípio. co- vas, 7 impostas
5 Da
periféri Jadas.
cas e tutelada nara nã sé
s. para não
recursos naturais das nações
meça a vislumbrar as autêntica Aeausas doestado de atraso e dependência. «
char de repente a braços com uma crise de escassez de matérias a
logo a seguir constrói com rigor a teoria sociológica e econômica que
expõe os çdo tr ir
motivos dessasituação. | elasse dominante do centro metropolitano descobre, pa ind
Ee
O simples fato do povo compreender-se subjugado, e de perceber por
a. que o progresso da técnica não repousa na própria qtas Pap
que só E TERA
isso acontece quando antes simplesmente se sentia tal, indica um passo então julgava, porque tal crença lhe era PayoRáves, Bnequto
E:
pader tecnológico. portanto a fonte da inesgotável e pe E: o
decisivo
no progresso da racionalização de sua consciência para si, resumido na passa-
e 0 de
gem da fase rífica que o papel das massas trabalhadoras dos países marginais
sen 1 para a intelectiva. O estado de dependência antiga e ain- p: « "onsti-
cia. inclusi i
ve à educada, neles reinant e tem decisivo o para
valor decisiv
em valor
da emvigor aparece à consciência capacitada comoracional. à luz das 1 “onsciên
ot )

cireuns- ana RSA apoio RE àSa criação ON na áres


PR técnica ES
i
quir as condições materiais e subjetivas que dão
tâncias que oexplicam, com relaçãoàs condições do passado e. em parte
ainda. : ilíbrio histórico, o que
brio histórico, q re-
às atuais. Mas no próprio ato em que percebe a racionalidade da dominaçã central. Descobre que seu progresso reflete um desequilí Doo Vs Alça
2 '
o. y
is insegura
ins ra dasde bases
A :
permanência: é fruto da
«es de de perman rm
ausência de p
compreende nãoser possível outra forma de existência para a naçãocol senta a mais
onizada, evidente mente para os pensadores, |
“ssa racionalidadese transmuda instantaneamente em irracionalidade gresso imposto aos outros povos, €
quando ão nãonão incute
inc n . nhumaa imagem im "anquila
tranquil:
referida no tempopresente, pois o pensamento crítico começa agora à vera Enos os de bom senso. essa constatação
re- 4 : e PE dO RCA
ra prefigur: TEA
lação entre os pov à luz de nova categorias pelas quais passa a apreciar do futuro. Não querendo porém confessar ou encarar tão desolado
a ultadoress e e aplacant
anlêgicasos o« ocultadore
: es ideológic aplacantes de
sn

j ção, R preferem
: recorrer
Y a expedient
realidade nacional. O mundo a que pertence é visto nesse momento
como o ir- ; :
ideólogos: do do im
fia
imperialismo nãose cansam Da ReitaR
E Md no
suas inquietaç
i i Ões Por- 58
ões. isso, 0sside
racional puro, noção que encontra exata expressão neste conceito sintético: à Eai ana Terra declara C U EOS
a declara q
mundo de um povo não sendo do povo. Percebe que cumpre abolir Jour a serenata da auto-reprodução pura da técnica, cuja letra
tal estado sem indic o
paises desenvolvidos serão sempre os que mais se desenvolvem
is se ASETVVO r e 1 “ar

de coisas pelainstalação da forma racional de compreensão e conduçãoda


rea- da consciência e o dotrabalho das massas. sas. Com € esta cançã de n inar. es-
“sta canção
lidade. O país atrasado desenvolve-se. a princípio, na fase reflexa, pela papel
M
impor- conti-
pantam « duendes da dúvida, da incerteza quanto à possibilidade de
tação da técnica, que rompe as formas tradicionai Pode permanecer
longo
nuação no futuro do poderio tecnológico do país a gora
pr
» 1 at" A hegemônico. «que ator-
a , “ s É

tempo nessa condição. mas chega o momento em que não suporta


mais a ati- ja compre É endem “onceito o fundam
. o conceit ntal: a
fundameente
tude meramente re eptiva e se constitui em centro de criação
mentam o sonho dos magnatas. Não
da técnica para
futura será sempre a finalidade de alguém, que É vale da aatualme e nte
si, com base na cultura recebida e na engendrada, mas com finalidades técnica
|
agora técnica A
inéditas. A substituição é fatal no processo de difusão cultural, pertence existente na qualidade de instrumento. Defato, a produção ta
E
pousa nela própria, Exige a mediação humana. cumtorine dado nar di
ao di-
namismo das sociedades até agora marginalizadas, que iniciam a ascensão
domes
compreensão equivale a introduzir no problema umfator incerto, de
lis-
tórica. ão irão. está claro, repetir fases pel; quais passaram as adianta
idaade do
ssibilid
irtude dadi possibil
cação jamais absoluto pensamento humano, em virtude
PP A SOR Sp

esFojonsa] ap oraduo))
a
A
demiúrgico à partec cujo su]

+
mo domina o mundo, forma um processo ui
surgimento da livre consciência para si, no curso do processo da invenção e, nada tem a ver com ela,
são ela mesma, não se refere à sociedad
OJULd BIISIA OIBATY
|
tado
A erença na auto-reprodução pura da técnica tem de ser necessariamente uma i humana, e nem mes5 mo prec isa da
recisa
telii gência
q precisa dotrabalho nem dainintel
tese típica e sempre presente da concepção imperial. Destina-se a comprovar à 1 Spria. como uma gigantesca e terrível
reza. porquanto se fe 5 unda a si própria, co eis ; À
manutenção do ser humano subjugado por esse processo, a racionalidade ds afro diti smo desc ober to pelo e. Ellul nos
or até agora ignorada, num herm
condição de achar-se à mercê dele, sem meios de alterá-lo, em suma a promul icos. traçam
mpos Elíseos dos seus passeios sonambúl
gar à burla da impossibilidade da revolução libertadora da dependência tecno edade pess imis ta E sã E
Afirmações dessa espécie pertencem aquela vari

O
lógica das áreas marginais. Porém, o pensamento dialético, crítico, explica em que percebem a intpeho gas ável das
mw da técnica tão frequente nos autores
termoscristalinos exatamente a tese oposta. O desenvolvimento da técnica tem s até agora e a E
unsformações sociais conduzidas pelos povo
é
comocausa não a expansão espontânea dela mesma mas o desenvolvimento dy roso Ea pé sua ê rn
penologia presente na função de pode ára a pe À
razão humana na progressiva e jamais interrompida conquista da natureza, es associar a tese aaa anpo
brica. Porisso. convéma esses escritor
Para realizar o processo de crescimento apóia-se na tecnologia existente, que vras de agi pes a Ea :
qutra. não menos falsa e primária, que, nas pala
simt poi,
mostra assim sua verdadeira função. a de ser a mediação entre 0 estado atual a-voz da corte de seus incontáveis
vista de indiscutíveis méritos port EE
do processo e outro, mais adiantado. Os teóricos subvencionados procuram es: ivamente ganhou tda os
à assim enunciada: “A técnica progress e
camotear o papel de simples mediação. que compete a toda tecnologia, fazen- ção às piividades prateado ou n
da civilização. Já o indicamos em rela
do dela a geratriz de si mesma, num decurso abstrato, intemporal, imag ganh o pela técnica, ER e E
quais; mas o próprio homem tambémé
emáario.,

ao qual o homemassiste, mas dele está excluído. m possui Es concepção ra es e


“da técnica” (op. cit. p- 129). Para que
Porisso, mostra-se totalmente falsa a tese que nemchega a ser mecanicis- e jaez não e merecer E
fmanista da história, expressões infantis dest E
a Pes
ta, porque revela primária obtusidade de um autor de diminuta estatura. ca do sorriso, o que Rn já eu
quer consideração, além da críti E ;
Jacques Ellul (A técnica e o desafio do século, Civilização Brasileira, Rio de havendo, segundo indicamos, as
siva condescendência. Todavia, se E
ez
Janeiro, 1968), o qual declara à página 91; “A técnica engendra-se a si mesma. pensamento crítico. Os pao talv
qual informados pelo mínimo de Ea 1
O aparecimento de umanova forma técnica torna possível e condiciona várias perceber-lhes a oeaiaa e à falta :
sionassem comestas palavras, sem Mes a
outras”, Afundandoainda mais no atoleiro da simplicidade pueril, desprezan- rialmente inconcebível a inve
tido, convémexplicarser lógica e mate
do. por não compreendê-lo, o papel do homem e de suas finalidades conscien- a técnica se pn do e
yinada pelo citado autor. Supor que Ra
tes, sentencia o mesmo publicista as seguintes estarrecedoras palavras: “Nessa gem Represas e Ro E
ser uma figura inédita de pop art. ima ave € eu 2es :
evolução decisiva o homemnãointerfere. mas os elementos técnicos se combi- ainda outra antmação mais s
“nal nem suportes objetivos. Há
nam e tendem cada vez mais a combinar-se espontaneamente [grifo nosso. ca, para à técnica, etc. (op: cit. Ê 29).
=A nossa civilização é construída pela técni
ANP). de tal modo que a função do homemse limitaria ainda uma vez à de iamente Pis na página Ren e
A confusão de pensamento acha-se exim
um aparelho registrador, verificandooefeito das técnicas umas sobre as outras curso da história, sem exceção. é k eua
É referido livro: “Ao longo de todo o civilização,
e seus resultados” (op. cit.. p. 96). Citamos esta frase para figurar na pratelei- o do autor]: era umelemento da
pertenceu a uma civilização [grif
ra de um museu como peça anatomopatológica representativa da consciência ades não pivas RSA º a
englobada em uma multidão deativid
ingênua, Cremos não haver ninguém mais que tenha descido ao nível zero da autor, op. cit, p- et A ; aE
englobou toda a civilização” (grifo do A
escala de compreensão do assunto, Exatamente por issointeressa-nos o que es- humano da Henplonas ipa de fato s
ta completamente a noção do caráter Eora
creveu e nos obriga a algum comentário, para informação aoleitor. Vemos aqui Não porém segundo julga o literato,
pre existiu em todas as civilizações. e
a expressão integral da substancialização da técnica. que se torna um ser vi- finível, sERstáRO à pare E seu Ro
força imponderável, imaterial e inde a
vente, capaz de procriar os semelhantes. de obrar estapafúrdias travessuras, € ragar a civilização mas ) a
e podendo. por isso mesmo, fazer nauf a do
tudo isso automaticamente, desenvolvendo-se segundo leis peculiares a um nave de Ulisses perseguida pela cóler
enfeitiçar e pôr a perder, como a
mundo mágico, sem qualquer relação com os problemas, as finalidades e as ati- “reviravol-
À edendo a: uma “vev
ensíível vontade. proc
ventos. por um ato de incompre
vidades humanas. À técnica no papel cosmogônico, jamais sonhado por al-
[390 | | 397 |
"

erRO[UHDIT
DIULd RITAtA O4BATY
ta” que se assemelha à vitória das Trevas sobre a Luz. profecia muito comum sgênda mal-intencionada, não podem esses irresponsáveis escritores deixar de
nas escatologias pessim ta de visionários fronteiriços da sanidade mental. sr indiciados em sua função de agentes propagadores da ideologia da submissão.
Dada essa inversão de papéis, a técnica teria passado de dominada a domina- Pura alcançar seus propósitos é imprescindível apresentar de alguma forma,
dora e criadora da atual fase da história. Um conceito de história que admite por algum aspecto, a técnica na condição defatalidade maligna. Quando cap-

ap
tal prosopopéia não merece atenção de umestudioso sério. Nas idad dosamente nos dizem que o homemé “ganho pela técnica”. “torna-se objeto

oMsa0O
em que
o grupo social humano era obrigadoa construir o melhortipo de arpão para dela”. deve-se compreender. para dar a corretaresposta a tão obtusos sofismas,
caçar ou pescar, a fim de subsistir, o homem não “dependia” da técnica, mas a | ue atrás da técnica existe sempre outro homem, aquele que a concebeu, mon-

Jo
subjugava. Agora, quando comprano armazémda esquina os produtos alimen- jou-a como instituição social, tornou-se proprietário dela e apropria-se dos
tícios empacotados,
pacotados, com
€ menos
“nos dispêndiode
dispêndio de energia
e ja e aea possibilidade
ibili de dedi-i bons resultados produzidos. Deste modo, nunca será a técnica, que não é nin-
o
car o tempo a outras atividades criadora “depende” da técnica. porque esta guém, quem dominará o homem. mas outro homem, Na verdade, com a técni-
força mágica acabou triunfandona luta contra a civilização antiga e operou a o que umgrupo social faz é a montagem da estrutura de dominação. Se
“reviravolta” que lhe permitiu “englobara civilização”. Eis o que nesse gêne- 4 dimitirmos que a frase comentada indica haver técnicas que têm por objeto o
ro de dramaturgia faz as vezes de filosofia da técnica. Tal é o segredo datécni- homem, por exemplo quando um indivíduose submete a um exame radiográ-
ca e do u processo histórico, até aqui por nós ignorado, e só agora revelado fico, então a expressão decai a um nível de completa banalidade e perde todo
pela iluminadora vantagem do referido ensaísta e seus semelhantes estampa- Interesse. Mas o que os autores dotipo exemplificado pretendemé que a socie-
dos em série. dade, globalmente, vai sendo cada vez mais produto da técnica e cada vez me-
mos produto do homem, sendo os males daí resultant inextinguíve Caímos
6. O espantalho da técnica e as no conceito maniqueísta e simplório da sociedade convertida em campo de ba-
falha entre as forças do bem, os poderes do homem, agora francamente devo-
maliciosas intenções desse conceito
tados, e as forças do mal, a técnica triunfante, com seu cortejo de limitações e
Concepções ingênuas desse teor fazem da técnica um monstrosolto por aí, desgraças. A gravidade desta imagem simplista e errônea consiste em levar a
ao qual o homem sucumbe por fraqueza ou imprudência. A tese da técnica- erer que a sociedade não possui leis próprias. não obedece a forças materiais.
Moloel à primeira vista parece ter sido enunciada para assustar espíritos in-
objetivas, representadas pelas condições concretas em que os homens produ-
famtis, mas não é tão inocente quanto se poderiajulgar, Trata-se de justificar ; “vem a vida, mas se acha entregue ao capricho de um imaginário combate cós-
dominação do homem pelo homempor intermédio da técnica, descarrega g ndo ;é “mico entre o “bem” e o “mal”, projeções fantásticas, personificadas, de valores
culpa sobre esta, Supondo-se ser da essência da tecnologia fazer do homem seu
humanos. Nesta perspectiva a sociologia, como significadode ciência, é irrea-
objeto, mesmo acreditando-se candidamente só acontecer tal coisa em nossa lizável. Tal teoria, em vez de ser uma concepção da história, torna impossível
época. deixa de ter sentido a revolta contra tamanha fatalidade, assim como “q conhecimento da história, reduzida a uma série ininteligível de acontecimen-
ninguém ser revoltava contra Júpiter ou Thor porque fulminavam o homem tos, dirigida por um impulso anímico cego.
como raio de que eram senhores. Mas não sendo a técnica uma divindade nem) No conjunto das ações praticadas pelos homens da civilização moderna
um cataclismo natural, e sim umainvenção humana que, emcerte formações adquiriram tal volume as executadas por meio de máquinas ou a serviço da
sociais, pertence a alguém, o que acontece é a “jupiterização” desse alguém,
máquinas, que chegamos àsituação atual, quando a mentalidade desprepara-
elevado à condição de deidade iracunda e irresponsável, com o direito de des- da reconhece como humana apenas a ação justificada por uma técnica. E a es-
truir os homens por meio da mortífera centelha que maneja de acordo com seus se “fenômeno” que os pensadores ingênuosse referem ao amaldiçoarem o avas-
ondáveis desígnios. As citações anteriores servem igualmente de exemplo do salamento da técnica. O conceito merece ser examinado mais de perto. Podeser
estilo ingênuo de que se revestem as considerações sobrea tecnologia. por par-
entendido em dois sentidos: na acepção ingênua, bem espelhada no simple
te de publicistas que se julgam capacitados para emitir opiniões filosóficas, emprego da palavra “avassalamento”, identifica a tecnologia com a essência do
Divulgando concepções do tipo das exibidas como amostras da consciência Mal, à negação do humano, o triunfo das potências mecânicas. versão atual das
A
[398 |

=
o
-
-
e
MULd BItaiA GIBATY
antigas potências infernais; em sentido crítico. trocado O nome, significa a
ex-
cial, nas quais a técnica desempenha exatamente a função inversa, efetua a

eiTo[0UDAT ap OMSSÍ00D O
pansão da capacidade racional do homem. No segundo caso submeter-se à téc-
nica não significa nemser tragado por um mostro antropofágico, nemeseravi- loação à totalidade dos trabalhadores dos maquinismos e procedimentos que,
zar-se a outro homem, o dono da técnica institucionalizada, por ser dono dos em grande parte, os dispensarão de produzir com o desgaste mental e corpóreo
implementos que a corporificam. Representa a todotrabalhador a incorpora- mtual, Ora. o primeiro dos bensa técnica praticamente já entregou ao homem.
ção à totalidade social, portadora da tecnologia de que podedispor emcadafa- u compreensão de sua essência, a desmistificação do seu Bgninendrs a de-
se para a produção da existência. E a tecnologia mediante a qual, em um cia da perversão que lhe querem imputaros interessados emutilizá-la na
suposto regime benéfico de relações entre os homens, a sociedadecria conti- qualilade de agente homicida. Quempoderia levar à consciência das massas a
nuamente melhores condições de vida para todos. Assim entendido. o conceito compreensão do papel, atualmente explorador, que as técnicas. na função de
revela-se confortadore dignificante. Vemos, por conseguinte. que as formas de utermediárias. desempenham,senãoela própria? Nada, a não ser o exercício
ingenuidade intelectual anteriormente mencionadas consistem em considerar da técnica desumanizada, espoliadora das riquezas do país semsoberania e es-
definitivo, e por isso definidor, umestado de coisas peculiar a certas formações eravizadora dotrabalho, pode dar às massas, obrigadas a se submeterema ela,
históricas, acentuado gigantescamente no presente, sendo, ainda assim, apre- compreensão da presença dos seus reais inimigos, escondidos por mas Ho

sentado emconceitos inverídicos e em desenhos deformados. Deixou-se de com- maquinismos e planejamentos econômicos supostamente científicos. À prática
preender que. justamente por motivo desta fantasista situação. equivocada- da subjugação dos trabalhadores conduziu nos primeiros dias da iaanaaA
mente descrita, se estão gerando as forças que a negam e a irão substituir, Revolução Industrial clássica à quebra das instalações mecânicas nas fábricas,
As idéias de ascensão e libertação do trabalho dos homense as corresponden- »sponsabilizadas ingenuamente pelo mal queos proprietários humanos auddi
tes formas de pressão social, longe de hostilizarema técnica. vão ao contrário ao povo. Este acontecimento, revelador do grau ínfimo de percepção da
dar-lhe valor e função mais humanas, em formas requintadas, superiores eefi- realidade por parte da consciência das massas, não se repetirá mais, porque o
cientes, Empregando-se a correta compreensão racional nunca se poderia dizer vanço da tecnologia, demonstrando a presença constante dos inventores, pla-
que o homemvai sendo absorvido pela técnica, pois esta situação, de acordo nejadores e proprietários do capital investido nas instalações doe se
com a doutrina exposta, é inverossímil, porque entre esses termos nãohá rela- encarrega de expor à vista todas as figuras que efetivamente movimentama
cãode exterioridade, não se tratando de dois seres emsi. O que está acontecendo. técnica, não porque trabalhem nas máquinase escritórios, ou porque tenham
porém, é um fato de ordemsocial, e nãoexistencial. A técnica irá deixando pessoalmente capacidade científica para inventar novos engenhos, mas porque
de
ser propriedade privada para se tornar propriedade da sociedade inteira. e por- são possuidores dos meios financeiros para promover a realização dos instru-
tanto de todos os homens, à medida que forem desaparecendo os antagonismos mentos mecânicos e agora eletrônicos em que as massas irão trabalhar, pagan-
entre o indivíduo trabalhador e grupos espoliadores seletos. que exercem domií- do aos trabalhadores intelectuais para inventá-los e depois apossando-se deles
mo sobre o conjunto de seus semelhantes. e do que produzem. A natureza de mediação, inerente a toda técnica, tem-se
Não há dúvida que nas sociedades onde predomina otrabalho explorado. à prestado a servir de biombo para a ocultação das estruturas de exploração, em-

técnica toma o vulto, as feições. de algo corporificado. assume a aparência de bora de agora em diante comêxito cada vez menor. Na forma clássica da o
inimiga do homem, de causa do esmagamento dele. Mas. encerrar a análise ploração, a técnica realmente apodera-se do homemporque se apodera daqui-
nesta primeira impressão subjetiva, acrítica, no plano da imediata aparência, lo que mais intimamente o define, seu trabalho. Os sociólogos. economistas e
sem traspassá-lo em busca das causas que explicamos dados observados. é dar filósofos a soldo dos grupos dirigentes apressam-se, para inocentar os respon-

prova de não desejar acompanhar a marcha do pensamento racional. A técnica. súveis pelos “males da técnica”, em lançar a culpa sobre os mantendo,
na figura de terrível dragão postado à entrada do Paraíso. tem principalmente Retorna-se assim à prática medieval do julgamento e execução dos animais
por função impedir o acesso equitativo da maioria dos homens aos bens que maus. culpados de algum delito, por haverem infringido qualquer inciso dodi-
produzem. Opera como processo social seletivo. Mas esse estado nada tem de reito canônico, Nos dias atuais, porém, trata-se não de seres vivos mas de ma-
imutável e essencial, Desde já se antecipam formas justas de organização so- niqueismos e processos de produção entificados, diríamos animalizados, para
efeito da aplicação daquele arenico e absurdo código penal,
[401 |
[400]
o, pois
da técnica têm de ser evidentemente as do processo histórico objetiv

dojousa] 2p o1ts92u0 r o)
Outra maneira de desumanizar a técnica é proclamar que o desenvolvimen-
“mig

que
to dela obedece a leis exclusivas. Além de constituir uma aberração lógica, estu
ra destas não há outras que exprimam acontecimentos reais, a tal ponto
crítico. cair-se no engano
ora possível, faltando o adequado pensamento
va

hipótese, violadora do princípio de totalidade, retira a técnica dopalco da his do re-


posto, pretender periodizara história pela consideração do fato externo
4 cseaIy

tória, no qual se movem os mortais comuns. para erigir em plano particular ntar para a
abstrato, é frequentemente imaginário, uma posta entidade. de fato idêntica
sionamento dos sucessivos procedimentos de produção, semate
cia
sdiação do homem. Asleis da história pertencem objetivamente à existên
Wuação dos homens, ao darem respostas às contradições em que os envolvem as As formas técni-
condições da existência. Notamos aqui um dos passes a que recorrem os mal- umana em sua condição social e nela encontram explicação.
m processo au-
intencionados detrator da técnica. Procuram executar a manobra de substi-
vas de produçãonão representam a origem ou o motor de nenhu
ental do
mo, mas as maneiras pelas quais se exterioriza o curso fundam
mui as leis reais. objetivas a que obedece o desenvolvimento da técnica, por
outras, subjetivas. Declaramos divulgadores desse engodo queas técnicas, sen- senvolvimento material da racionalidade humana.
pré-his-
do produto do espírito que as inventa, têm sua nascente no plano do pensamento
Os períodos em que é legítimo dividir o decorrer do temposocial,
» ao modo como os homens se organizaram para
puro e não na prática do trabalho sobre a natureza nem nas condições sociais
certa fase o trabalhado-
produzir em conjunto, materialmente, a vida, Se em
de execução. Admitem que os dados das ciências do mundo material foram ho-
transportados para o plano do pensamento, onde. conforme a opinião de mui-
escravizados ou assalariados fizeram as vezes de máquina para outros
daquel es que os
tos pensadores idealistas, se combinam comidéias, formas ou categorias ina- ns. e então o modo de agir dos primeiros é a “técnica”
da
aploram. tal condição nada tem de definitiva. À contradição primordial
tas, pertencentes por essência ao espírito, sem origem externa. À técnica nasce-
sua consti-
ria da razão pura que, de um mododifícil de explicar, e a respeito do qual não pealidade humana, aquela quese funda na derivação biológica de
fato em-
há acordo. impõe ao universo criações arbitrárias e colhe as que mostrar
ição, não é a que opõe alguns homens a outros, embora, enquanto
classes. à pyiueiro
úteis, para aplicá-las. A tecnologia, produto do espírito, obedece exclusivamen- pírico, este aspecto assuma, nas sociedades divididas em
em em última ins-
plano, mas a que os opõe a todos à natureza, da qual depend
te às leis do espírito. Por conseguinte, constitui um capítulo da psicologia apli cassem
cada. ssa concepção idealista sublimaa técnica até fazer dela uma obra inex- qúncia para sobreviver. Poderia alguém julgar que estas palavras signifi
longe nos
plicável do pensamento. com o que a retira dahistória realmentevivida pelos alesprezo pelas contradições sociais, o que, evidentemente, nem de
acidentalidade
homens, aquela que tem por determinante permanente a neces idade da pro-
passa pela cabeça. Ao crevê-las queremos somente indicar a
que nem sempre exis-
dução material da existência. Na verdade, entretanto, a técnica está incluída na das contradições entre os homens, demonstrar, primeiro,
se têm agora prio-
tiram, portanto não são eternas é inelutáveis, e segundo que,
listória real, e nem poderia deixar de estar, porque o pensamento é um produ- a humani-
to histórico, enquanto função biológica natural do animal humano, desenvol tidade imediata na ordemdas lutas pela liberdade, é para que toda
cial, inevitavelmente
dade venha a abolir essa contradição parasitária e inessen
vendo-se culturalmente no tempo social. Porisso, é lícito, dentro darelatividade seu pe
deste conceito, encontrar diversas fases no curso da história, que podemser de- perecível com a marcha do progressosocial, a fim de defrontar-se com
e que precisa
limitadas exteriormente, e sem qualquer relação de coetaneidade, pelas téeni- tagonista natural, o mundo inerte no qual terá semprede existir
s de todos os
cas de produção mais avançadas dominantes. pelo tipo de instrumentos mate- conhecer melhor. pelo trabalho conjunto e sem conflitos interno
, as leis do
viais utilizados pelas populações humanas para prover a existência. Mas tal homens. para dele tirar o máximo proveito para a espécie. Porisso
contradição
distribuição. longe de provar o caráter subjetivo da técnica, medida exclusiva- processo histórico só podemser as do movimento de resolução da
dos ho-
mente pela capacidade do pensamento criador, onde se originaria, demonstri fundamental, Mas, tendo a resoluçãode processar-se mediante as ações
neste últi-
exatamente o fundamento material de toda invenção tecnológica, graças à me- mens no planosocial, compreende-se que as oposições manifestadas
r contra-
diação do reflexo da realidade na razão humana. O homem só inventa as téc- mo gozem de prioridade e constituam, enquanto perduraressa milena
eiro plano a opo-
nicas de que necessita em cada época. e são aquelas que podem ser descobertas dição, o motor do processo histórico, não aparecendo noprim
da téc-
no tempo considerado, em função, e com o auxílio, das que tem à disposição,
sição à natureza. cuja resoluçãose faz pela aquisição do conhecimentoe
lidade. Alguns pen-
ou seja. com base na vealidade material das que se acham ao seu alcance. As
nica. ou seja. do interminável desenvolvimento da raciona
S
=
+
«

S
e
=
+
sadores menos avisados chegam a não perceber que na resolução de uma

VILLA BITILA OIBATY


pansão da eletrificação rural O simples termo “revolução industrial” se, por

EITOjOUdA] dp 014907) ()
contradição dessetipo os homens estão ao mesmo tempo solucionando uma con
mi lado, descreve um fato concreto, por outro, transporta indisfarçavel conteú-
tradição de outrotipo, espelhada na primeira, Se. por umlado, são as contra
ideológico. A exaltação desse episódio, suposto único na história da huma-
dições entre os homens que levam grandes massas da população a não se be» dade, delimites imprecisos no tempo, indodas fases finais do século XVII à
neficiarem dos progressos da tecnologia, por outro lado a solução dos proble- metade do século XIX, tem porfinalidade implicita-
jor parte da primeira
mas técnicos criam meios de ação ou alteram situações no convívio humano,
ente canonizar seus promotores é atuais continuadores, os empresários e pro-
que se refletem na mudança de formas da estrutura social. É preciso ir à essên
etários dos gigantescos consórcios fabris, além de dar a impressão desó en-
cia das situações para percebê-las, pois se ficarmos no plano das aparências p
jo se haver aberto uma era de crescente e uniforme bem-estar para a huma-
das circunstâncias, realmente o homem aparece muito mais frequentemente
idade inteira. Além do mais, desenha um exemplo paradigmático do modo de
como o verdadeiro e único inimigo do homemdo que a natureza bruta. O ere-
nsar metropolitano. porquanto os acontecimentos em causa referem-se ape-
mitismo antigo e a fuga dos escravos para o mato, como se verificou nos pri
1s à uma microscópica área da humanidade, recebedora de tão excelsa con-
mórdios de nossa história. indicam que eram tão desgraçadas as condiçõe
s da
vida “civilizada” nessas fases históricas, ou seja, aquela que transcorria sol n
dominação de outros homens, que emtais circunstâncias era preferível o jugo la pelos povos afortunados nesse momento, Pouco importa que em outras ci
direto da natureza. Os indivíduos que fugiamda sociedade demonstravam sua ssem ocorrido diferentes revoluções indus-
compreensível impotência em transformar não as relações com a natureza. mas
as relações com os outros homens.

7. As novas formas do espantalho da britânico.


técnica surgidas com a automação Infelizmente não podemos nos desviar em considerações sobre o tema, por
Interessantes que fossem os resultados previsíveis. porquantonos afastariam de
O espantalho da técnica, nas mãos dos pensadores ingênuos ou mal-inten-
“nosso assunto. Desejamos unicamente lembrar que o espantalhodo “terror tec-
cionados, tende a ganhar maiorforça aterrorizadora com a passagemda técni-
nológico” volta a ser agitado, e agora com razões aparentemente mais fortes e
ca às formas superiores em nossos dias, já emprática, embora ainda em come-
impressionantes, a propósito da chamada Segunda Revolução Industrial, a que
ço, representadas pela automação da produção. Como surgimento da grande
estaria iniciando comos processos cibernéticos de controle da produção nas
indústria fabril, movida por ingentes energias, no alvorecer da chamada Revo-
“máquinas. na sociedade e no organismohumano, Toda grande criação técnica,
lução Industrial, a noçãode técnica tomou impulso e veio a se constituirlarga-
endo resultado dos conhecimentos vigentes e meio para superá-los, levando
mente em problema filosófico. Antes houvera várias outras revoluções indus-
“avante o processo ininterrupto da expansãotecnológica, contribui para o ad-
triais, em número impossível de precisar, desde a produção técnica voluntária
vento de uma revolução. Tal nome porém lhe é reconhecido quando se acumu-
do fogo. mas não chamaramtanto a atençãodos estudiosos porque estes se co-
la em curto prazo um conjunto ponderável de invenções, ou quando uma delas
locam no ponto de vista dos tempos atuais, e se interessam mais pelos aconte-
adquire tal vulto que, sozinha, estabelece um salto qualitativo nocur do pro-
cimentos modernos e também porque as vantagens materiais geradas pelas
cesso. É, conformese ouve dizer. o caso da atual “Revolução Cibernética”, para
transformações primitivas ou antigas distribuíam-se por grupos sociais relati-
“usar uma expressão de extrema generalidade e nenhuma clareza de conteúdo.
vamente menores, e nãoexigiamda elite dirigente ao tempo o paralelo esforço
Sendo contemporâneos desta façanha, temos dela uma visão condicionada pe-
ideológico destinado a domesticar a consciência das massas trabalhadoras.
la proximidade com que a observamos. Inclusive, não se deve esquecerexigir-
sempre ameaçandodespontar para a compreensão em si. À invenção da char-
se especial preparo na ciência da cibernética recém-criada, para ajuizarmos os
rua, provavelmente no V milênio antes da nossa era, foi um fato seguramente
fatos e emitir a respeito deles alguma expressão valorativa. Fazendo parte do
de muito maiorrelevância histórica, muito mais revolucionário. do que a atual
movimento que nos arrasta se quisermos medi-lo ou descobriremos desde ja o
| 404 |
[405 |
sistema de transformações querelativizarão o nosso julgamento
ota
ou teremos de penção à era dos plásticos, ou por qualquer outro impressionante aspecto da

esdojonoo] 9p 0HM99007 O)
deixar que o tempo, e as novas aquisições sem dúvida
BIt dt 1
a seguir-se nos ofereçam eenologia de nossos dias, ou por outro ângulo de apreciação, pros ur todas
a perspectiva histórica que presentemente nosfalta. Mas, se
não a temos ainda ssas realizações compõemna verdade umfato único.o salto qualitativoa que
comrelação às questões atuais, d pomos de suficiente
conhecimento do passa temos oportunidade de assistir. ,
OJRATY

do daespécie, permitindo-nos descortinar grande número


de outras revoluções A iminência do avassalamento total da produção pela automaçãoe do con-
tecnológicas, que igualmente apareceram com este sentido aos
olhos dos cor ole da vida humana por agentes inorgânicos, cujos primeiros passos Rena
temporâneos, e notar que também despertaram nos pensad
ores ingênuos dy Rior sentidos. exaspera os pensadores ingênuos e os faz transviar-se aipim e
época a imagem do mesmo espantalho que hoje em dia angustia
os espíritos A concepçãofilosófica da tecnologia. Ao verem que o Pen A
reacionários.
ada vez mais a produção, usando instrumentos e maquinismos um ' reg ns
Para a apreciaçãocientífica da questãofalta o estudo
das grandes transfor- intervenção constante do trabalhador, julgam que o homem RO
mações técnicas do passadosobo ângulo da categoria
dialética de “revolução”, ela técnica, a qual daqui pordiante impera soberana, sa points ep
A exposição simplista dos compêndios escolares costum
afalar de revolução in nissos e amedrontados os que antes se ufanavam de conduzi-la. Citamos ni
dustrial referindo-se à quese diz ter inaugurado a fa moderna da produção “uma vez o autor acima mencionado, porque ecoa comfidelidade o e psi
fabril, dando emresultado indiscutível estreiteza de visãohi
órica, deixando tros igualmente dizem, não nos esquecendo porém sig ê quina vê
se de perceber que esse conceito padece de sérias limit
ações. Outras áreas civi plícita ou explicitamente, não à técnica em geral, mas à aRaaaIaER Segunda
lizadas, as orientais por exemplo, ou nãopassaram por ela
da mesma forma ou Revolução Industrial. ou seja aos efeitos da pRRção torna e compu-
tiveram suas próprias revoluções industriais em outra
s épocas e sob outros as: tadorizada sobre a vida humana, Recortemos certo númerodefrases, para ser-
pectos. À imensa maioria da população do mundonãoatrav
essou essa singu virem de amostras desse estado deespírito do pensador simplório em face do
larizada transformação, nem ouviu falar dela,
embora para ela tivesse contri- “espantalho”: “Quanto mais evidente é o próprio progresso, menos pode expri-
buído com a intensificação da espoliação colonial
a que estava submetida i humana”, “neste
“mir=se a autonomia senti
“neste sentido. alar-s da realidade”
pode falar-se é da é E a 9

E além disso, é sabidamente impossível precisar os limite


s e o conteúdo dessn técnica, comseu corpo. sua entidade particular, sua vida independentede n
Revolução, acontecimentolocal da economia do Ocide
nte, que somente por sa decisão”, “é a necessidade técnica da produção que se impõe aos Rea
gradativa propagaçãode seus efeitos. por exemplo a comp
ra dos produtos in dores”. “a técnica se organiza como um mundo fechado”, “ser ER ia
dustriais pelas classes endinheiradas das regiões margi
nais, foi influindo nas “não estéril, capaz. muito ao contrário, de engendrar-se a si o a técnica
economias de outros paíse modificando-as, em época tardia,
arrastando-ns traça ela mesma seus limites e modela sua imagem”, ete. e tal, ' rases Re
então ou incorporando-as incompleta e subsidiariamente
ao mesmo movimento laia, repisando o conceito metafísico da técnica igualada 2 ur Euiea € a E eu
de progresso fabril sediado no perímetro europeu ocidental
e depois norte-ame ser ou ímpeto natural, com a qual se defronta em janirido a ad Ee a e
ricano, Assim, a revolução hoje pretensamente chamada “Segun
da”, represen tompletam-se com outra puerilidade gêmea, pane que atribui à RA E
tada modelarmente pela automação da maquinaria. signific
a tão pouco quan lignidadeintrínseca: “A técnica em si mesma (e não pelo a que de : á dz
to o título de “primeira”. dada à anterior. Não passa
da continuação daquela, nem por consequências não necessárias) conduz a certo número ue aa A
que por sua vez era à continuação de considerá vel
série de outras precedentes. tos. de flagelos que não podem de modo algumserseparadosdela. Trata-se de
( om certeza, só uma coisa pode dizer-se: a primeira
revolução industrial não |
seu próprio mecanismo” (op. cit., p. 96, 97. 107).
houve. Fica ao sabor da preferência de cada leitor julgars
e teria sido a desco- Este feixe de citações entra aqui apenas comovalor de uma gravura pasa
berta da produçãÇ o artificial do fogo. a caça com instru
s mentos mortíleros arti-
ficialmente fabricados. a domesticação dos animais. a constr b a ÊR é CLS
ução de abrigos. mesmo os de melhor qualidade que a do exemplar exibido. Em todos eles «
ou 0 que mais se imaginar, Mesmo agora, é inteiramente
o
arbitrário definir à ito ao contrário,
defeito não está Ho desvalor inteleciual, muno ao contrario. mas mas na
na po 1Çe posição
gunda revolução” pelo domínio da energia atômica, pela
produção da má teológica ul
ou enetaliston emeuanto tal, corre cegue abro
Mor
gs spondi » ndo a e a s cate-
Ira para
quina automatizada, pelo cáleulo computadoriz
m

ado, para não falarmos da gorias


i dialéticas.
ialéti i por isso
São | vitimados
iti Jos terror
pelos |
terrores do impressionismo in-
| 400 | E [407 |
fundido pela visão de um mundo ondeé cada vez mais extenso o influxo irre-
DIUTA BILSTA OJRATY
entes sentimentos. mesmo os mais filantrópicos emintenção, leva co-

eIZOo[0U99] Pp 01129200) O
primível da tecnologia. Paraeste tipo de mentalidade as untecipações da razao
udores dessa estirpe. geralmente pessoas de pendores pRERaaSA: eu mesmo ar-
técnica só podem consistir em calamidades. Tais filosofantes. os verdadeiros
tas deprofissão, sem o conveniente recatodefilosofar Ea poupa a nen
portado e transmissores do pensamento irracional. muito compreensivel:
maiores simploriedades que, originando-se de estados SERRA ou emocio-
mente encerram-se no paradoxo, de que não têm consciência. de 1 ponsabili
s, confessam dispensar as exigências da lógica para dizerem a verdade
zar a razão pelo advento doirracional. Ignorando completamente as condiçõe
s anto à realidade, o mundo. a sociedade, o homem. À razão petpena nas
materiais. econômicas e sociais do processo da existência, admitem que 0 ho
ncepções impressionistas o papel do “pecado” nas PER PEN e
mem. pelo mau uso da sua racionalidade. levou-a a voltar-se contra si
mesmo. ãofoi à toa que o primeiro deles, o chamado “original”. foi ja quão a sa-
a se autodestruir, implantando o reino do irracional. no qual deveria predomi
st A maldade imperdoável e imorredoura daserpente diabólica PR em
tema de relações lógicas. Duas atitudes abrem-se et |
ter sido. evos e evos antes de Aristóteles, a primeira professora de lógica.
nar cada vez mais um

tão à preferência dos pensadores ingênuos: ou não tentar explicar o fato,


mas Deixando de lado porém a mitologia do mundoantigo para retornarmos à
simplesmente constatá-lo, responsabilizando a tecnologia pelo fracasso da ra
“dos nossos tempos. vemos reproduzir-se o mesmo sentimento de “perda do pa-
zão, e em tal caso voltamos aotema da “técnica inimiga natural do homem”
raíso”. diante das condições de vida atual e das prenunciadas para umfuturo
ou supor que foi o próprio exercício da razão, levado por caminhos equivoc:
próximo. Oencolhimento do homeme da constelação de valores que se REai
dos a extremos desumanos. que degenerou na catástrofe presente, No segundo
no conceito de “humano” resulta inevitavelmente do gigantismo da Ee
caso, a tendência inevitável consiste em responsabilizar a razão, ou seja, a ló-
“que se impõe à força. expulsa qualquersentimento ainda ARA o os vá-
gica, exercício normal dela, pelas desgraças visíveis e invisíveis, atuais e por-
“lidos e lúcidos protestos e ocupa violentamente o âmbito de EMPrERR que de-
vindouras. Por esta brecha penetram tumultuosamente todos os idealismo
s ir veria pertencerexclusivamente ao homem. Este vê-se obrigado a refugiar-se no
racionalistas e sua concomitante literatura fantasmagórica. De toda maneira.
primarismo das tarefas humildes e toscas, por exemplo a labuta na roça dos
há acordogeral em carpir o desprestígio ou à impotência da razão, que, deven-
países subdesenvolvidos, onde vive dando admirável demonstraçãode ao bon-
doser a mais alta das faculdades humanas, é portanto aquela, única, da qual
dade natural. apego aos sentimentos simples e obirantos, FoinAÇÃãO, amor
se deveria esperar a “salvação”, acabou mostrandoser uma caixa de Pandora,
ao trabalho, mesmo ingrato e mal recompensado, ou entãoé levadoa perder-
Qualquer tentativa de reabilitação da razão, mesmo no aspecto primário, for-
se no desequilíbrio mental, penetrando num mundo doentio nie pelas dro-
mal, vê-se repelida, não havendo interesse em escutar argumentos ou estudar
gas psicotrópicas e pelos comportamentos ERERPRGRDED se quiser RERREeo
teorias. Os irracionalismos de todas as épocas e procedências, desde as psicolo-
ilusão de independência, “humanidade” e desrobotização. A presença Rare
gias e psiquiatrias pseudocientíficas até a adesão às observações mentais volun-
fenômenos no programa das sociedades avançadas do tipo das atualmente ci-
tárias dos misticismos orientais, encontram presentemente oportuni
dade de vilizadas e a instintiva repulsa que produzemnão encaminham contudo ss per
funcionar como lenitivos para acalmar a angústia insopitável do acorrent
amen- sadores, justamente por estarem desarmados dos EE aparelhos lógicos,
to pela tecnologia e sua ilimitada farândola de capetas. À dialética, pretenden
- Ea ver na estrutura do sistema o fundamento das aberrações apontadas. Pro-
do ser a mais elevada e envolvente das formas da razão fica, por isso mesmo.
cedendo por via formal, não sabem senãoseparar, RA sopesar dados de
a priori vechaçada comoa pior das impertinências. Acusa-se a razão. abstrata-
uma situação, na crença de que o mais saliente deles exprime a Fa aii
mente entendida, sem se refletir, está claro, que só tem sentido falar na razão
junto. Ora, incontestavelmente o aspecto da realidade atual de maior pras
de alguém, de algum grupo social. e que portanto, este sim, podeser incrimi-
é configurado pela extensão e influência da tia ' por isso aqueles excogi-
nado por nãoter sabido defender o homem. Situando-se os pensadores
meta- tadores estigmatizam-na, reduzindo a ela o pandemônio Ee observame escon-
físicos no espaço onde reina a imponderabilidade, o quese julga ser a “razão”
juram. Não percebem quea “técnica”, assim referida, span de uma ape
não passa de um impressionismo a mais, e de todos 0 pior, porque fecha
o ca- tração, que, sendo um conceito, não pode explorar Eng Quando porém
minho a qualquer tentativa deraciocínio coerente e de diálogo esclarecedor.
corretamente pensada, mostra não ser apenas a abstração representada pelo
A comovedora devoção ao humano. conduzida pela pressão de confus
os conceito e sim também um instrumento de ação. destinado originariamente a
| 409]

+
E
= a última = que a homem tem de fazer é imobilizar-se, oferecer-seàs má-

eIFojouD3] Sp 01199007) O
operar na natureza, mas podendo tornar-se na mão de um ou de poucos indi-
OJUIdy
víduos uma arma de agressão contra outro homem, para escravizá-lo pelo tra- uinas pensantes e implorar-lhes que lhe digamo queele é. Perdida a condi-
o de sujeito pensante, não parece restar outra senão a de objeto pensado.
FITOTA

balho. ou uma arma ideológica, para aprisioná-lo em seu pensamento, Se des-


IRTA GIPATY7

conhecermos o caráter existencial da técnica. que explica por que todos os atos computadortornou- o herdeiro universal da inteligência, e, através desta.
humanos são técnicos, sucumbimos ao conceito pueril de uma força mediúnica. da própria revelação primordial, A maquinaria cibernética passa a ser, por di-
invadindo a vida social à semelhança de umfluidosutil e deletério, impossível peito de fabricação, a única sede da racionalidade, competindo-lhe o papel de
de expulsar. As previsões que o estado de avassalamento atual justifica são si- “Tilósofo universal, uma vez que se terá elevado à segunda potência, sendo en-
nistras. No final dos tempos. talvez os dias que se aproximam, a técnica será “ão a consciência da consciência. A máquinacibernética terá resolvidoo enig-
vitoriosa, mas não haverá mais humanidade, as bombas de hidrogênio ou as ma do universo. Tudoisso porém coma ressalva da identificação da consciên-
mil outras armas de homicídiototal a terão consumido. A tecnologia teriasido veda a uma marca comercial. O homem, durante milênios, esforçou-se por co-
a criatura destinada a destruir o criador. “phecer a si mesmoe ao mundo. Nunca o conseguiu com segurança, Mas atual-
Antes que chegue o Dies irae, estamos assistindo ao curso progressivo da as- “mente encontrou a fórmula filosofal: era preciso primeiro descobrir uma má-
fixia do homem pelas máquinas que cria e pela metodização mecânica da vida, quina suficientemente complexa para pensar segundo modelos de ações lógicas
a que se submete. O modo extremo da abdicação de si encontra-se na transfe- inacessíveis ao pensamento natural, depois transferir para o engenho o proble-
rência do pensamento à máquina. Anteriormente, embora as máquinasjá exe- ma humano. o problema doseuser, e por fimreceber a revelação final, quedis-
cutassem grande parte do esforço físico da humanidade. pelo menos o homem sipa todas as incertezas como esplendor da verdade enfim conquistada. Por es-
reservava para si o trabalho de pensare nesse privilégio via o último refúgio de te circuito conceptual, que desenrolaaté seus últimos episódios nos campos do
sua dignidade e a prova perene de inviolável superioridade. Julgava ter de ha- imaginário o romance da máquina, os pensadores desnorteados encontram-se
ver sempre um pequeno grupo de cérebros a que seria preciso recorrer para diante de umresultadoinesperado, que ainda mais os mergulha nocaos das
produzir a ciência e as técnicas, fabricar os maquinismos, criar a arte e admi- idéias desconexas e na confusão mental, Sendo de temperamentobilioso eten-
nistrar a comunidade. Mas chegou a hora de renunciar até mesmo a essa dis- do montado uma argumentação que vituperava a tecnologia comfuribundas
tinção suprema, hoje saudosamente reconhecida como aduladora ilusão. Cada imprecações. vendonela a figura doinimigo. o desumano em hardware, istoé,
vez mais extensamente, os cérebros artificiais se encarregam de contar, classi- em ferro e fios. descobremos teólogos da nova transcendência a máquina-pen-
ficar, prever as ações humanas e dirigi-las. sadora que vem a ser o novo absoluto, o saber computado. Mas essa descober-
Nestas proposições resume-se o apocalipse da razão técnica ingênua. Em ta mergulha-os na total perplexidade, porque, eles que esperavamocataclismo
vez da progressiva conquista da realidadepela razão, dizem, constata-se a gra- linal, deparam-se subitamente com o Segundo Advento, porém na mais ines-
dual extinção da razão, suplantada pela técnica, “faculdade” oposta à raciona- perada e paradoxal figura de redentor, a própria máquina. A partir daí, é na-
lidade. A transferência do instrumento pensante acarreta a das corresponden- tural confessarem nãoentender mais nada, ou então trocaremas lamúrias qua-
tes faculdades. Antes. quando se admitia ser o cérebro o único órgão pensante. “resmais pela cantata jubilosa da páscoa cibernética. A técnica, coma criação
era natural que o pensamento somente nele pudesse ter lugar. À criação de má- da máquina cibernética, acabousuperando o homem, mas ao mesmotempo re-
quinas cibernéticas. porém, os computadores emparticular, às quais se pretende solvendo todas as questões que a inteligência humana não conseguia solucio-
atribuir o dom outrora privativo da forma mais perfeita e complexa de organi- nar. Este resultado é surpreendente e desconcertante. Comefeito, uma entidade
zação da matéria, 0 sistema nervoso humano, obriga a deslocar para os maqui- que começou sendo julgada o grande Mal acabouse revelando o grande Bem,
nismos cibernéticos a faculdade do pensamento. Deereta-se o rebaixamento do Faz agora o que o homemsozinho sempre procurou fazer, mas malogrando e
homem à condição de objeto do pensamento “artificial”, “mecânico”, “compu- sofrendo penosas decepções e derrotas. A máquina. passou-se entãoa acredi-
tadorizado”. Não temconta o número de cientistas e estudiosos de escassa ou tar, resolveu para o homem o segredo da existência e do mundo. Se essa
nula formaçãofilosófica. já não falando, claro está, do público emgeral, a acre- conquista representa a supremavitória da inteligência ou a sua suprema humi-
ditar verdadeiramente nessa fábula científica. Assim sendo, a única coisa sen- lhação é umdilema que deixamos a cargoda consciência ingênua resolver e po-
aee

o


-—
derá servir de tema para os capítulos s guintes dessa interminável
euta
novela “ntre outras passagens. de igual teor ideológico. contéma obra o seguinte, su-

EIZO [0099] Sp 0129007 ()


ideológica.
BILSTA tente para diagnosticá-la; “A certeza de que o homem deve labiutar com o
Importa-nos contudo voltar ao rumo das considerações sóbrias. A gravida
- nor de seu rosto foi um conhecimento cansativo mas consolador. As máquinas
de do equívoco da oposiçãoentre a máquinacibernética e a racionalidade
hu- sora estão levantando essa carga dos ombros humanos e, comisto, estão cor-
JB aty

mana consiste em cometer. sem perceber, a inversão do sinal dos fatos.


Temos ompendoa ética central do trabalho no Ocidente. As duras necessidades que
de retomaro refrão da atitude pessimista. porque agora apela para
novo ele- aram a Europa e a América à grandeza secular estão desaparecendo. Emseu
mento emsua análise simplista, o valor moral que. de direito,
deve caber ex-
clusivamente ao homem e vema ser ocultado. deturpado oudestruído
pela su nte umfato tecnológico. mas o estofo de uma crise espiritual também” (p. 189).
premacia dada aos procedimentos tecnológicos. O mote dessa
nova ode fúne- asim falou não o alucinado Zaratustra mas um típico porta-voz da domina-
bre resume-se na simplista frase: a máquina aniquila a virtude. A tecnolog
ia. jo imperialista e, pior ainda, parece que umagente destacado para missões de
emvez de ser o conjunto de instrumentos e processos a serviço da humani
za- spistamento. Acrescentemos, a bem da verdade, não ser de estranhar que
ção das relações de produção,é julgada um avantesma terrorificante.
corrup- rsonagens quase anônimos se esparramem emsanduíches desse jaez. na
tor do valorético das ações humanas. Não se diga quetal idéia pertenc
e a um do vemos pensadores respeitáveis, eminentes metafísicos — expressão rcçod
passado distante, quandoa revolução fabril desmantelou as relações feudais
ou via in genere suo — como Edmund Husserl, emitir estarrecedoras ingenuidades.
manufatureiras de produção, sem haver tido ainda tempo de recobrir
as nas- uulvertências conselheirais. naturalmente enunciadas em voz de baixo profun-
centes relações de produção coma ideologia correspondente
à formação histó- do, dada a gravidade da sentença, dotipoda seguinte abismal revelação: “Evi-
rica que sucedia àquelas anteriores. Em razão de certas similitude
+ naturais entemente, a diferença entre o potenteflorescimento e o desaparecimento, ou.
nas fases de desnível dialético do processo produtivo, voltam a aparecer,
em [a- como se pode tambémdizer, entre a saúde e a doença vale tambémpara as co-
ce dopresenteinício do período da fabricação automatizada, as mesmas
objur- munidades, os povos. os Estados. Por conseguinte, apresenta-se a pergunta:
gatórias contra a desumanização do homem. já repisadas ad nauseam,
mas por que, a esse respeito, nunca se chegou acriar uma medicina pregrtEna na
atualizadas. acentuando depreferência, coisa que também não é novidade,
os “medicina das nações e das comunidades supranacionais? As nações européias
aspectos morais da nova situação a que o homemfoi lançado. Antes de
qual- “estão doentes. a própria Europa, diz-se, está emerise”. E logo adiante: “Por que
quer demonstração ou de outros comentários. percebe-se logotratar-se
deatitu- “as ciências doespírito, que se desenvolveram tãoesplendidamente, recusam-se
de retrógrada, reacionária, de resistência às mudanças sociais. porquanto
é evi- neste terreno a prestar O serviço que as ciências naturais emsua det esa
dente que anatematizar a “nova” moral significa implicitamente defender
a ve- tam excelentemente?” (Die Krisis der europaisohen Wissenschaften und die
lha, à qual na verdade corresponde à que se acha em plena vigência,
visto es- transzendentale Phanomenologie, Husserliana, Gesammelte Werke, Bad VI
tar ligada ao modo de produção capitalista, e não parece merecer as
lágrimas Martinus Nijhoff, Haag. 1954. p. 315).
acaso vertidas por algum saudosista das vantagens oferecidas aos devotos
dos - A frase de mister Harrington, aqui reproduzida, contém uma pilha deerros,
edificantes costumes das transações financeiras. Temos o direito. portante
h, de recoberta por uma malícia que terá de confessar-se cínica ou inconsciente.
declarar a priori. sem maior exame. que optar por esse comportamento
ideoló- à
O autor nãose "imei
lembra que emprimeirolugar não "ssão “éti-
senti a expressã
à temsentido
gico terá de ser a natural atitude dos escritores efetivamente interess
ados na de- ca central do trabalho no Ocidente”. pois houve muitas nessa área geográfica
fesa do presente estado derelações capitalistas entre os homens. ai asa RD. ai pes
aolongo da história: em segundo lugar, se, conforme tudoindica. quer se re
Dessa condiçãode espírito pessimista, repetindo a do passado, porém
ago- vir à fase que data da instauração do capitalismo. como beneplácito e o invó-
ra diante do complexo da maquinaria automatizada, encontramos exemplo
an- lucro das concepções religiosas dominantes nesse trecho do mundo, a “ética
tológico nolivro de Michael Harrington, traduzido para o português com
oti- central do trabalho do Ocidente” foi pura e simplesmente a exploração dk
tulo 4 revolução tecnológica e a decadência contemporânea (Civiliz
ação massas trabalhadoras. na fase inicial da formação do capital aplicado na revo-
Brasileira, Rio de Janeiro, 1967), que aproveitamos.tal como em casos análo-
lução fabril. Vinge ignorar que essa ética continua sendo o padrão normal de
gos. na qualidade de amostra da rica flora de espécimes simplórios congêner
es. + dominantes
comportumento dis elisses i átria e e nosnos paipaíses subdesen-
em sua pátria
.
[451
[412 |

esdojoU99] Sp 0112200 Jo
istema defe ndid
shend fim com vas
“ujo fim
i o, cnjo
volvidos que funcionam como áreas coloniais dos centros hegemônicos metro- Mas a obsessão do desmoronamento dosi
ojuta
E lastimar esse estado de coisas, me-
politanos, o que é tanto mais de espantar quandocondena em violentas pala- vê aproximar-se, leva 0 sr. Harringtona
« formas de trabalho assalariado e de
ante aéidentificação ingênua das atual
BIISTA

vras e com abundância dedadosestatísticos, referentes à sua nação, o modo de


dar-
scuda se atraàss deste
r-se
vida aí estabelecido (A outra América, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro. “ética do tra balho”.' Q Quer escu
umano com o que chama de -éne a
ei s, lembran do-lhes
seus parceiro
os seus
ve termo para fazer tremerde horror
OIBATY

1964). Foi esse sistema de valores, com a carga mortífera de labuta, miséria «
i ente”. Perguntaa, , espa
“do Ocid voriedo:
espavori
desesperança imposta aos ombros humanos, conforme está dito, que presidiu 4 oximidade da hecatombe dos v alores ie
alho de-
asse o“abalho e a ética do trab
expansão capitalista dentro e fora de seu país e veio a constituir a “ética cem “que aconteceria se à tecnologia torn
que o Ocid y ente está se aproxima
e já está ximan-
tral do trabalho no Ocidente”, que o autor deplora estar sendo corrompida, ex- dentes?” e adiante: “Agora estáÁ claro | pren ún-

º (p. (200 'orre
epé201). Corr lata
elat a ao ao
pressão quelogicamente significa aprovar e preferir a situação anterior, aque do da decadência da ética do trabalho” as-
mento e irreversível - com o que
la em que vicejara plenamente a moral agora ameaçada de derrocada. Reco- o de tamanha desgraça, já em pleno anda ética
re tão sensíveis em maté ria de
nhece haver hoje uma “liberdade”, mas não enxerga que esta só pode ser bené- sta os seus companheiros de classe, semp
z de ni defin itivamenteae com
fica, humanizadora, destruidora de seculares opressões, destinando-se a libertar indica outra infelicidade, não menor, capa a
logia :
dominadaRe pela tecno
o homemdas fainas mais rudes e a impor relações de convivência dignificantes, wpouco quesesta resta dedes alores humanos nasociedade
ariamente à perda da raciona |
Emvez de o ensaísta, de quemse diz ter um pensamento moldado em concep- Eí ionalização fu ncional da vida leva necess
(op. cit., p. 201). Voltamos
ções teológicas, regozijar-se com a “liberdade” nascente, queterá de ser a nega- Oa
fade sial para a maioria dos indivíduos
substanc
i cor
É ologeiaia com o irracionalismo mo, do qu al já
ção da infeliz situação vigente, lemos a atribuição a essa libertação do título ussim ao tema daidi entifica çã da tecn
ificação
I senta nesse at
. e au-
nºbd se apre
y
ue não
í
insis
insisttir “que
ir nele, porq
repulsivo de “perturbadora”, Por conseguinte, oideal seria não haverperturba- tratamos , não vale ndo a pena
» aqui
facilmente discernível. Importa
porem,
ção, ou seja não haverliberdade, continuando tudo como sempre foi nos bons ; cum conteúdo
ú ioi nal, fac
origi
dos fatos históricos enquanto
tempos antigos. Mas acontece que, por artes do incorrigível endiabrado, surgi- o semp
“comE e re, mostrar à intencional distorção
cia ideo
i lógi nadora.
Ó gi ca domiinado Esse pens
ra. Esse a dor ana-
pensa
ram as máquinas, e para mal dos pecados as máquinas que funcionamsozinhas, maliciosa manobra da consciên ência
: o. por a temer espa vori
pav irda da racionalidade hu-
or do, a per
e assim sendo não há moral queresista. À maquinaria começa a roubaràs mas erônico projeta no futur homi-
ialéttico,
i que abra
que i ade do |processo de
alid
abr nge a: total
sas trabalhadoras a oportunidade de ganharafelicidade celeste ao preço da cur- iló ofo dialé
mana. Para o filós
é m ente
pt oTi rio.
ocontra
|
la hi 5 tora foi
8 ) dé ê xata
ta estada noinferno terrestre. Especialmente, os engenhos automatizados traba- Ç . 68
, n zação
“oOrre
O que* OCOFT
OCU
q curso
ELu deB fato no a
pista
€ ssencialmente no passado e persiste
no
lham porsi sós, dispensam o operário, dão-lhe férias forçadas definitivas. cau- A irracionalidadedo trabalho situa-se teris ticas
atuais ainda prolongam as carac
sando-lhe a mais danosa de todas as desgraças, porque aoretirá-lo das “duras presente naquilo em que os tempos
ivêne ia humanana produção econó-
necessidades que levaram a Europa e a América à grandeza secular”, mergu- de formas vividas de certo regime de conv
: avanço para o
e consiste nec essariamente no
lham-no, e junto comele a humanidade inteira, numa“crise espiritual”, Esta é mica. O acréscimo de racionalidad
ade, remo
guidade,
Antiiguid r “óxima. Foram as forma-
ta ou prox
a que representa o verdadeiro perigo a temer. Reconhecemos nela o remendado | futuro, munca no retorno àà
a tecnologia disponível, o trabalho das
aspecto do velho espantalho que nenhumteólogo responsável deixa de ter em “ções sociais que exploraram, mediante trabalhoas-
ente em forma de» tra
al e no pressente
massas nas épocas escravistas € feud
seu jardim. Esqueceu-se o autor de que, mesmo no terreno da sua apologética, |
irraciionaliidade da exist nci , da qu 1al o I pro-
cistêência
são admitidas e exaltadas as crises espirituais salutares e libertadoras, embora salariado. as representantes da irrac É
panhadodas as alterações do regi regimede
emsentido místico. Mas, como na expressão do hagiógrafodocapitalismo “eri- gresso técnico quando devidamente acom
soc l das
ação socia
i pelaa ação maiorias, li-
as me
se espiritual” só pode significarlibertação do homem, especialmente os traba | lho, que obrigatoriamente traráÀ consigo
traba
ibiliidade de subm
5 eter vez mimais seu es-
cada vez
»ter cada
lhadores. de jugostradicionais, ouseja, a instauraçãodaliberdadepara si, é pre- pertará o homem, dando-lhe a possibil
razão.
eiso empunharo hissope e borrifar de água-benta a maquinaria que os centros forço físico ou mental ao influxo da
científicos do mundointeiro estão produzindo, a qual se emverdade inclui mui-
tos instrumentos genocidas, representa na imensa maioria dos casos conquistas
destinadas a preparar melhores tempos para a humanidade.
1

-—
5. Tecnologia e trabalho. O trabalho como o mais fundamental, profunda e definidora do homem com o mundo físico,

vidojouo9| 4p 01199009 O
modo de ser do homem. m com o aproveitamento desuasleis, fenômenos ambos de ordem exclusiva-
nte natural.
O conceito de valor do trabalho.
Eis o motivo pelo qual todos os tipos de trabalho, definidos como modifica-
A teoria da ética des do mundo pelo homem, são igualmente dignose não estabelecem qualquer
iferença de valor entre os que a eles se consagram. Biologicamente nãoexiste
No mostruário de ingenuidades examinadonestas páginas nota-se a ausên- diferença entre trabalho físico e intelectual, pois ambos são manifestações da
cia da verdadeira compreensãotanto da tecnologia quanto dotrabalho. A pro- biologia do homemno plano das relações sociais de produção, assim como —
pósito deste último, vimos nas linhas acima a acusação de sofrer desvaloriza- para lembrarde passagem umconceito que sus cita considerações congêneres —
ção ética, comose o trabalho enquantotal tivesse valorização inerente a cada não existem doenças psicossomáticas, pois todas o são. Qualquer trabalho so-
umade suas modalidades. Por falta de compreensãocrítica do que seja o tra- licita o empenhototal do ser humanona conquista dos resultados pretendidos.
balho. deixa-se de interpretá-lo emseu verdadeirosignificado de relação per- Se, infelizmente, ainda acontece, especialmente nas áreas subdesenvolvidas. o
manente do homem, socialmente existente, com o mundo exterior. que deve “esforço muscular ser dominante, nem porisso esse desempenho fisiológico po-
transformar para nele subsistir. As múltiplas formas particulares dessa trans- aleria ser executado sem a participação diretora dosistema nervoso, da inteli-
formação constituem o que se chama produção. Ainda o mais rotineiro dostra- gência, sem a presença de projetos da consciência, mesmo quando não clara-
balhos, por exemplo, a simples sementeira dos mesmos gêneros alimentícios. mente percebidos. por serem muitas vezes recebidos de outrem. o patrão. Em
implica a transformação da natureza, que exerce uniformementesuas leis na sentido oposto, o trabalho chamadointelectual exige com maior frequência a
produção dos frutos. Sendo porém variável o regime de relações entre os ho- grande fadiga física. por exemplo na execução musical, e nem mesmoo do su-
mens, daí decorre umasituação em que os resultados finais. embora dependen- posto pensador puro, o matemático ou 0 filósofo, se concebe sema intensiva e
do das mesmas leis naturais, não são nem quantitativa nem qualitativamente extenuante participação do funcionamento do córtex cerebral, processo que
iguais. O trabalho constitui umexistencial do homem, um aspecto definidor do implica fundamentalmente um desgaste orgânico, pelas reações de ordem qui-
seu ser, tal como a técnica, porque nãose pode conceber o indivíduo humano mica, postas em ação, levando rapidamente o indivíduo, quandose demora em
senão em sua qualidade de trabalhador, A figura do personagem ocioso, vivendo executá-las, às portas da extrema estafa. Não havendo dúvida de que fazerfun-
parasitariamente a expensas da sociedade que explora, representa. do mesmo cionar o córtex cerebral seja inegavelmente umtrabalho físico, tal como a mo-
modo que nos demais casos de parasitismo biológico, uma degenerescência. vimentação dos músculos. exigindo ambos a aceleração de sínteses químicas
semvalor de argumento para definir o quadro normal da realidade humana: que consomem uma sobrecarga de energia, nas reações interiores das células
nem permite incluir nele qualquer conotação moral, Só é julgada imoral, com nervosas ou nas contrações das fibrilas das células musculares, não temsenti-
razão e emlinguagem familiar, essa forma degradada de existência de alguns do a distinção, e muito menos adiferença de valoração defundoexelusivamente
indivíduos por oposição a outra, a do verdadeiro trabalhador. que. por possuir Social e de caráter ideológico. que se pretenda estabelecer entre oesforço físico
tal qualidade, dá origem ao conceitoe às modalidades reais dos valores morais. e o mental. Ambos impõem o mesmodesgaste de energiavital, diferindo ape-
O homemtemde trabalhar, porque essa é a via que biologicamente o processo nas em cada caso os órgãos solicitados. Há tão-somente diversificação de ór-
de hominização tomou, quando o modode produção da existência para esseser sãos emexercíciofisiológico de trabalho, notando-se até a ocorrência de for-
revestiu-se do caráter de produção social. O exercício da conservação da vida mas de extrema e rara especialização, conforme acontece comos indivíduos
e da procriação de outras gerações não funda qualquer valor ético: manifesta que não empenham nem essencialmente o córtex cerebral nem os músculos de
apenas valores fisiológicos, comoleve ou pesado, valores psicológicos, tranqui- qualquer parte do corpo. mas. por exemplo. as papilas gustativas, o que é o
lo ou perigoso. e valores econômicos, relativos à rentabilidade e à qualidade dos modo normal do trabalho dos provadores profissionais de vinho ou de café.
bens produzidos. Os valores éticos que, com justiça. associamos ao trabalho Importa-nos sublinhar o caráter detotalidade do desempenho do ser humano,
têm origemnoplano das relações sociais de produção. Não decorrem da rela- “corpo e alma”, em qualquer espécie de trabalho. Denunciamos, por falsas e
E-
=
+"
=
S
Ss
boi no
relações sociais a finalidade de produzir o que devem consumir. Um

esFo[oU94| 9p OH29000 O
malignas para os trabalhadores chamados bracais ou desqualificados, as valo»
oiuTa
animal
igógita querefletem unicamente a desigual posição dos homens na constitui- sto come a quantidade de capim de que necessita, quer seja 0 único
mboi pre-
BITATA

ção social. O desprezo pelotrabalho “braçal” exibe a condecoração a si mesma sua espécieaí presente, quer esteja incluído numa boiada. Nenhu
homem o regime
ia pela classe dominante, com grande número de elementos ociosos. isa de outro boi para chegar a consumir o alimento. Mas no
DAR

foi substituído
Não devemos confundir este enunciado como reconhecimento da qualificação e relação direta doindivíduo com o objeto de sua necessidade
os semelhantes.
específica do autêntico e digno trabalhadorintelectual. Foi dito tempos ar jo sistema da produção consciente, pela interação de todos
lho em
por algum escritor humorista subornado, que as sociedades atuais cujos regi- parece, assim, a cooperação, que, como o nome bem indica, é otraba
mes políticos empenham-se porintroduzir a valorização coletiva igualitária do os valores de que o ato do
conjunto. Compreendemos agora a razão pela qual
trabalho, poderiamser definidas como aquelas onde nãoé pesoinhodiiia a dife» -se à forma de
trabalho se reveste são-lhe conferidos pela sociedade, referem
rença entre um exímiopianista e umcarregador de pianos. E a razão é simples; Os chamados valores do
produzir e ao comportamento do indivíduo nesse ato.
es modos
ambos trabalham compianos. Esta tirada cômica, aleivosa e ideologicamente “trabalho são na verdade aqueles que a sociedade outorga aos diferent
porclas-
divulgada para riso dos leitores, contém na verdade. contra à ii do sati- “de produzir os bense serviços de que necessita. Quando é constituída
essas va-
ríista, que certamente se sentiria decepcionado com a reviravolta do seu dito ses em conflito, os grupos dirigentes arrogam-se o direito de atribuir
contun-
chistoso, uma sábia e profunda lição de sociologia e de dialética existencial, De “lorações. que, em suas mãos. irão ser uma das armas ideológicas mais
fato, assim é. Não há diferença na apreciação social entre o pianista e ; carre do estado vigente. Por
dentes contra os adversários e fortemente consolidadoras
gador de pianos. Otriunfo do humano está precisamente em reconhecer que conseguinte,tais valores, e os demais, pertencem à superestrutura ideológica da
trabalho escra-
ambos aqueles trabalhadores se equivalem moralmente, segundoos cânones de sociedade onde existem e recebem a merecida consideração. O
tanto assim
uma nova sociedade, e isso exatamente porque os dois trabalham com pianos vo foi um bemnasociedadeescravista, mas um mal na capitalista,
ões do comporta-
Lembra-nos a propósito Roland Corbisier, a quem contamos esta passagem : que foi abolido. Na primeira impunha uma série de valoraç
” e o “mau
eventualidade, grandemente provável, de em tais sociedades o eiditidos dia mento dos indivíduos trabalhadores, e porisso havia o “bom escravo
que atual-
pois de cumprida sua tarefa, comparecer ao concerto do pianista. Miliiidido escravo”, distinguidos umdo outro por um padrão de noções éticas
o lugar das
com entusiasmo, por ser, além de carregador, um apreciador da música erudi- mente carecem de sentido. Claro está que outras virtudes tomaram
próximo
ta. vê riso do leitor ao deparar comesta piada documenta o caráter ideológico antigas, mas a mudança indica a historicidade do processo e aponta o
amos de
da sátira em geral, que só adquire o sentido cômico em função das idéias jul: surgimento de ainda outras, que substituirãoas atuais. Não nos esqueç
nte em qualque r formaç ão
gsadas sérias,
erias, ee porpor oposição
sição ao
« pano de fundo
; formado por estas últimas No que entre os poderes desfrutados pela classe domina
valores que
caso, idéias não jocosas são as que definemasituação social gente, com a social dividida figura o direito de ditaros valores do trabalho. São
Epa inconscientemente concordao leitor, a ponto de parecer-lhe engraçada ou devemser aceitos por todos e devidamente acatados, para dar a impress ão de
ridícula qualquer deformaçãodetal situação, a manifestação de nau modali- pertencerem ao grupo dos “valores eternos A declaração da eternida
de dos
quais o grupodi ri-
dade de relações sociais, divergente da que considera normal e a única admis- valores que cultiva e impõe delineia uma das formas pelas
po-
sível, À diferenciação de funções entre os trabalhadores é da ordem tia gente da sociedade se sugestionaa fim de crer na perenidadede sua posição
e nãoétic a. o
tica, e se das entepla
explic logicam
se explica ; ri)
por motivos sociais, sendo dad: por hi- lítica e econômica. Éevidente que a distribuição de notas aos trabalh adores,
torna-os
pótese, possibilidades educativas iguais para todos. respeitadas as diferencia- não sendo feita por eles mesmos de acordo comseu projeto de vida,
ser
doras inclinações e preferências de cada um. objeto de avaliação alheia partida de interesses antagonistas. Significa isto
da quanti-
Na sociedade primitiva, onde a rentabilidadeera ínfima. comparada às for- aplicado a cada operário um título de valor alienado, pois decorre
lo a
E ulteriores, masEO RA RED:
a distribuição equitativa. o trabalhoteria de ser considera- dade e qualidade de trabalho fornecidoàs elites que manejam,
julgand o encar-
da sim
simples despes
pesa normal
£ de energia
gia física
físic: e mental, que todo ser vivo efetua ná-la em si, à consciência social.
de extre-
m seu metabolismo para subsistir. Se os animais irracionais não trabalham A referência aos valores éticos “do Ocidente” veicula uma varieda
e até re-
ê é porque
não porque não
nã façamesforço
% forços sfísicos,
físi mas porque não
à praticam em regime
To mamentefrequente de ingenuidade ligada à entificação moral, política
[419|

eo)
+
ligiosa do conceito de “Ocidente”. Supõe-se ser uma coisa, uma entidade
Mui
ue vas sociedades divididas em classes inarmônicas nunca foi outro o funda-

erBO [0099]
, um
corpo. e não uma relação abstrata empregada nodevidosentido. com finalida-
ento do“direito”. O Estado representa apenas a instituição incumbidade ze-
BATISTA

des práticas. pela ciência geográfica. Na atualidade foi recolhida pela ideologi
a ar pela intocabilidade do valor, reprimindo desde os is aa ER
dominante emcertos países, para fins políticos. Contudo, este modo de expres-
ele até a simples revelação filosófica de sua essência. Porisso. a Hr epa

ap onadu00) O)
OIBATY

sar-se entra emconflito comos dadosde fato, porquanto, por exemplo, para o
te é declarada imutável, de “direito natural”, de “origem divina”. ou justa
Japão a China é o Ocidente. A incongruência serve para revelar diafanamente as
“e definitiva em razão de outro malicioso artifício qualquer. Cria-se assim a
a origem metropolitana e o caráter ideológico dos atributos necessariamente
meritórios, e até sagrados, de quese reveste 0 adjetivo “ocidental”, aplicado
à junto de valores. que por definição tem de ser declarado inamovível e eneigoe
nossa civilização, chamada também pelo infalível eufemismo de “cristã”,
-"
Sem “ricamente imperativo. para deste modo refletir o interesse ea Ee na
dúvida. por uma figura de metaplasmo, tal conceito geográfi
co veio a signifi- perpetuação e reforço de sua pessoal situação social. A oniiibenção da ea a
car um regime social, e então a mentalidade metropolitana procedeu à habitual
promulgação dosatos e pensamentos humanos que devemser tidos por E
santificação da realidade dele. julgando-a absoluta, definitiva. perfeita e
por is- sos. nobres e bons. por contraste com os desregramentos opostos, a este-
so padrão de julgamentopara apreciar os conhecimentosecritério aplicáve
l em ve a cargo da magistratura moral da respectiva Revisado, o essa e
escala universal. Mas, apesar da compreensível e constante centraliza ção
da vi- mais amplosentido da palavra. que se incumbe de confeccionar as Pena a e
são no centro metropolitano, seus expoentes, os sociólogos, filósofos. economis
- rem impostas aos homens. particularmente as que EA bege as Polar de
tas é políticos encarregados de pensar a realidade a partir dessa momentâ
nea trabalho. Ointeresse últimoe definitivo de todo código ético é o trabalho. Etal
culminância histórica não se mostramatualmente tão tranquilos comrela
ção à acontece porque. pela experiência da história, os dirigentes e os possue sa-
indisputada perduração, como acontecia nos bons tempos passados.
Vêem bemsó poderem manter a forma detrabalho para eles ea enquanto
ameaçados os mais caros valores pela transformação da consciência
de milhões as massas acatarem as normas inculcadas, e sabemtambém que. ervas
deseres humanos das áreas subdesenvolvidas, até há pouco entorpec
idas. O fe- te tais normas começama ser abaladas. e por fim aluem. quando novas ilio
nômeno, que os abalizados pensadores das metrópoles pregamser de origem
ções de trabalho, mais humanas, emvirtude do avanço do processo produtivo,
demoníaca. parece explicar-se pela “perda da racionalidade dos indivídu
os rompem as cadeias das regras de virtude que até então a siino dos Rr
Justamente porterem sido assim acometidas de demência coletiva, as mas
acatavam. Por isso, a conservação do trabalho alienado, aspreroliqrina dos
dos países pobres. num movimentode pura insânia, começam a rejeitar
os sa- países dependentes, tem de fazer-se no plano prático por indico Pra
dios preceitos morais dotrabalho. ficando ameaçadas de regredirem à “barbá-
e no planoteórico pela fabricação de ideologias e ia eanãe que su pa
“ou, piorainda, à pura e simples animalidade, Falta evidentemente
aos pa- tituam a nascente e ainda incompleta consciência para si das regiões Peitos
negiristas da dominaçãoa percepçãodo fato das massas. que sempre
trabalha- das. Para este fim os círculos olímpicos procedem à introduçãoforçosa. oa
ram, e agora mais duramente do que nunca,estarem despertando para a cons-
“Miadapelos atuais meios de comunicação de massa, de uma consciência PRE
ciência para si. Se repudiamos padrões morais do trabalho que lhe
foram im- e distribuída pronta aos milhões de trabalhadores externos. O loria dos traba-
postos por uma tabela de valoração agora começandoa ser reconhe
cida em sua lhadores dos povos “de cor” consiste em vestir primeiro a consciência a eles o!
verdadeira fisionomia dealienação e espoliação, não é porque desejem
cessar tregue por aqueles que, antes. não se lembramde ninain uma Es;
de trabalhar. mas porque repelem exatamentea espécie de moral associa
da à Deverão torná-la sua, atuar conforme os ditames que insufla, acabando por
forma detrabalho a que até aqui têmsido forçadas a obedecer. a moral sacra-
modelara figura do únicorobô real até hoje criadopelo homem, otrabalhador
lizadora da exploração. o” o
dirigido pelo patrão.
As relações de trabalho no regime de produçãoexistente numa sociedade damental, tambémé ele a úni-
Se somente o trabalhoproduz a alienaçãofun
encontram consagração, definalidade estabilizadora. nas normas jurídicas
que ca força capaz de levar à desalienaçãodo homem. À ética, que naprimeiraeta-
regem o contrato deserviço entre os homense sãopor sua vez cobertas. no pla-
pa, a colonial, representa a guardiã da alienação, na segunda, sob nova forma
no ideológico, pela teoria ética correspondente à situação de fato, Observe
-se e com diferente conteúdo. impulsiona a desalienação. Não tem sentidodizer
| 421 |

=
a
=
“a
que algum
que povo deseja
SIUt] BIATA OIBATY
alg e] deixar
i de trabalhar. o que seria insensato, Acontece ência do ser humano. porque exprime uma faceta da realidade desta, e não

erdojoud9 7
apenas
E que deseja
que desej: atualm
é ente fazê-lo
azê para si.td
Esta simple
i s mudança de pers da senão tendo por fundamento o curso evolutivo. a princípio biológico e
ectiva e dosdos corres
ag corres ponden
ois cultural, no qual se transfigura a natureza humana, Durante o período
te tes compo
E rtamentos acarreta evidentemente a d
núncia e o abandono da moral do “Ocidente” - na
interpretação que lhe dá o que a variação da natureza do animal que se humanizava tinha exclusiva-

ap
ie e nosestiltados
centro iimperial cené
resultados sentidos pelas massas das nações empobreci-
ente caráter biológico, consistindo na passagem de uma etapa pré-hominí-

Ot99007
para outra, a essência e a forma do trabalho que começava então a emer-
das. N ao consiste
onsIste nore
r púdio da moral e ms
E) mesma,
es JOIS ao lutar contra
pois 3 “é a ve o

mudavam emcorrespondência comas diferentes fases vividas. As duas mu-


lha forma o I nor nem e e, ta crian
do anova for ma, repr esentante
das
e condiçõe 5 li
vres e desalie
desalien
nadas
adas do

O
do trabalh
tr. o, que dará4 origem
ori à valores diferentes, consti- nças eramsolidárias e ocorriam simultaneamente. Depois que 0 homemse
tutivos da moral da fase
'ase de autono
: mia
i naciona
i l, pelo mesmo mecanismo de ou biologicamente na situação de espécie sapiens manifesta-se a dicotomia
onsciência, o reflexo da base material. que engendrou
tre essência e forma do trabalho, determinada pelo ingresso da espécie no
Eu s Pini nt o

a antiga
> ar e

Os antepa
F ssados
ssados do sr. Harrin
i g ton pratic
arring
E ORA censur
Censuraa nosnos contem
wraticararam
: o mesmo feio
i gesto que ele ime social de produção. A essência em sentidoabsoluto será sempre a rela-
agora é Ea id osna das áreas
porâne :
ES atrasadas. Alguns autores sóbrio ão entre o homem e a natureza, pela necessidade de produzir a existência,
;
e
x
no 5
-
bo)
É m incidem na mesma ingenuidade, porém procedem com mais elegância ser, assumi-
mas. não sendo um conceito abstrato e sim um modo concreto de
e refinamnento, valend
; -8 de noções
o-se ões científ
científiicas recentemente entradas| emcir- tá diferentes condições relativas, históricas, de exercício, segundo o regime de
culaçã
ação na leitura
itur: do grande público
úbli , as pertencentes ao campoda cibernétic;
convivência entre os indivíduos nas várias formações sociais. A forma do tra-
e da prática
prátic dass grande
grandessinstala
instala ções
ções industr
1 iai modernas. Comisso dãofresco
iais balho são as inumeráveis modalidades em que se distribui entre os membros
polime
volimentonto a: velhos5 argumentos,; apresentado-os sob aspecto de
razões inédita
| s “da grei. dentrodo invólucro da mesma é sência social em vigor. À distinção en-
e corresponden
pondentes ao saber sab avança g do, e portantoirreirrefut
futáve
á l. Pretendem quea “fre essência absoluta e relativa dotrabalho acarreta importante consequência
era da autom tomat
atiza ção o ee dada cibern
izaçã ci ética,
éti na qual presentemente nos precipita- doutrinária. que, não esclarecida, poderia conduzir a equívocos. Emrazão da
mos, terá
terá efeitos
efeitos devast
devast;adoresSsobre a essênc ênciia e à função humana dotrabalho primeira, todo homem, sem exceção, trabalha. Mas considerando-se a essência
I
Apieda m-se se desde
desde jájá do dese mprego que
semprego que será
será o resulta
1 do doassalto das máqui- relativa, a real forma histórica do trabalho, é possível dizer que muitos indivi-
as, e€&alguns.;. mais
nas. mais bondosos,08 lamentam a sorte dos milhões de ociosos
e deso duos, aqueles a quem em outra oportunidade denominamos “ricos”, não tra-
pados,
cupado s, semsem saber
saber preenc + her' o tempo nemdarsentido à vida que Es as cadeias balham, porque dispõem de recursos sociais coercitivos para obrigar outros
de montagtageme
em steril esteriliizaram
zar. e a falta
é de trabalhoterá4 deixado dejustificar homens a fazê-lo em lugar deles. Nisso precisamenteconsiste a alienação do
trabalho, a apropriação por alguns poucos, que no autêntico sentido social da
9. Essência e forma do trabalho. palavra não trabalham,dos frutos dalabuta de outros ou de todos. A essência
assiminterpretadaficará então contida no regime social da produção, ouseja,
À teoria dos valores representados
define-se pelosistema de relações sociai estabelecidas entre os participantes
pelos modos de trabalhar da comunidade para levarem a cabo a obtenção coletiva dos bens de existên-
Na cia. Emlonga fase inicial tal essência foi representada pela e avatura, rela-
é de cia dizer
preciso diga ni ui tivas
que afirma dE e temores desta espécie somente podem
Da É TE E ção de produção na qual um ser humano desempenhava o papel de objeto de
jar emlídimos portadores do pensar ae :
outro, que o forçava a trabalhar, sem que o proprietário do escravotrabalha
ingênuo. Falta-lhes o conhecimento
do fun e lam ento
nt
se. Dentro dessa essência, que permaneceu imutável por séculos, e define uma
hisSte
torico
( d eº todo mode , humano d e pro (
luzi r » o aqu al.
é ql sse po Se
Ê
Stissem, IM 28 mostra
5
formação histórica pregressa, ocorreram numerosas modificações da forma do
os ria
I a dis mça oe
» entre e essenc
ess 1a €a fo I ma do
1 trabalho A últi —
ma sofre transformaçõ
ofre transf ormações consta
cons ntes. assim
i sempre foi e terá de ser. chegando2» “ ne
trabalho, pois esta diz respeito não apenas às profissões diferenciadas em fun-
rtos momentos) a verdad
em certos p eiros
iros saltos qualita tivos. Um
itati ] desses eventos. tan-
ção da distribuição dos conhecimentos mas igualmente aos materiais utiliza-
tas vezes
es repetid
repetidooss no passado
ass , éÉ o que estáá ocorrendo atualmente. Mas a es-
dos. aos instrumentos empregados e às técnicas fabricadoras conhecidas pelo
sênciaa do do trabal
trab; ho sósÓ se
se altera
alter: em correspondên ênci
cia com a modificação daé grupo em cada fase, chamadacivilização. Para distinguir as diversas fases de
| 42:

|
-
1
formas do trabalho, os arqueólogos costumam usar

OTA BITArA OIPATy

vio jou99| 9Pp OHGI2U00 O


6 termo “cultura”. referi I OF
3 1550, la |eo ( e pe IsbIvel
muedad
|550,1 TUNA 5 SOC S51 l ver o mudar 48 ate com esp , am-
u ma delas
do aos achados indicadores do conjunto al. se servar ime-
de objetos de que se serviam os lo rapidez segundo ne verifica no progres
éenie
so tecnico atual, sem observ
mens de determinadas comunidades arcaic ne
as. O resultado dessa concepçan iatamente sensível alteração na essência vigente do trabalho, o aa
científica unilateral foi a definição do trabalho que a pan Ê
ce ntralizar-se muito mais nulo | estudioso destituído do pensarlógico dialético a es
formas do que naessência. Explica-se a e
o fato porque as formas. ou seja as tóv ime social de produção. nãoseja afetada pelas variações do pogihs
nicas de produçãoe os objetos produzidos. ia, k a
mudam mais rapidamente do que ma técnica de fabricação dos bens humanos. Comessa goián
a essência, que, correspondendoa umsistem gos gt
a de relações sociais, implics «pa ingida — na última hipótese para fins ideológicos —, os oniólo
ra mudar, a ocorrência de uma transfor O eamá
maç ão revolucionária no sistema dá almam a inquietação dos proprietários de instrumentos PR
produção. Com o feudalismo houve outra aipsp »
transformação na essência do tra y istriais e políticos a eles associados, assegurando-lhes in
ho. que o opôs à forma escravoerata. ir
quilos, expand à vontad e o volume e a qualid ade da proc açã : , Eras
e posteriormente, com a entrada na era
capitalista, o mesmoaconteceu. Mas as variações a o é Ào
na forma do trabalho se ace é nicas mais insuspeitadas e revolucionárias. sem que com pstãs
leram continuamente e agora em escala sem prece de sra am
dentes, em virtude da H amabalando em nadaa essência do regime de trabalho na socieda
mulação cultural.
«la, do tipo queneles temseus expoentes pensantes. HavendoRaida E:
Vê-se, assim, que. se a princípio essência e a' e
e forma variavam juntas e depen ituído em espécie distinta, destacando-se do tronco antropói
diam conjuntamente da base biológica, determinad
a pela ev olução doser qu feito do trabalho que sua organização nervosa upaliçi lhe permi A exe Ee
penetrava na vida da produção desi, uma ve z estabil agora somentea noter
no mundo material, é « sto que, apesar de prosseguir
izada biologicamente
à es HEara
pécie, a transformaçãode essência e forma do ; zação econômica das
trabalho começoua ter por base 4 cultural o processo de hominiização,
mo É
zação, funda do na organi zação econ
a evoluçãocultural do homem. Seríamos metafísico serão determina-
sofrer será
virá àa sofrer
es quevirá
s se julgássemos haver « forças produtivas, as futuras transformaçõdes mica ii
tinção absoluta e infranqueável entreessência
e forma do trabalho . Na verdade “alas igualmente
e + mesm
pelo mo condic ionamento que o» modelou no curso de su
icioni
ambas repousamsobrea essência absoluta. adiantado
mais adianta do e |profí-
que é a relação do homemcom ama formação física e psíquica. a saber, o modo, cada vezz mais
tureza. Mas. interpretada em seus aspectos
históricos, a essência condiciona | sex ue tr abalhar . À
euo, p e lo qual conseg
ror
A ev olução que a na aurora da Especie
F , Co-

âmbito de vsariação das possíveis formas de


trabalho aela ajustadas, isto é, as Q u k > OT
mm eco 1
( lotá lo de o capaz d e agarrar
mão st
mstrum E
entos e fi
s d de aça ( 3 OU de I ser

técnicas emétodos que não violam a estrutura fundamental


do sistema produti- eret o o prosseguiu depois peÊ lo
mo
Ss € gemer t cultural da formaçã ohominíde a e num

vo, mesmo mudandosempre nosentido de melhor


á-lo. Por outro lado, a substi 1
le ixara
eu mai s de d e pre 5ºse: gun esse mm ve
nesse 0€ Ss qu 1 eB atuaalmente
s fo maçõe
|s trair Astor
el. As
tuição das formas dotrabalho, e por conseguinte
da tee nologia usada, em sui “é
yhe modifi am a
a naturez eu
assao
a al, tete nde , k J0T" ba
à ] de ordem cultur "al,
s e as mudan-
Dase

evolução progressiva particular, pelo a ument


o de volume da produção ou pelas Te gumne> de
ças I Jo reg ' 3,s são aa uel « 15 q ueB conceb er pr
ns,
pr o duçã o dos I Jens,
t
nte
une rramen

novas qualidades que lhe confere. acaba entra efetiva. e


ação efetiv
sua ação g '
À signi-
ndo em conflito com a essência so i condic
i depois
em caráterde finalidades. às quais iciiona sua
cial, ou regime. dotrabalho existente. Eclodeent e o de
“soluçã
consis e na resoluç
ão uma crise histórica. que po» ficaç 1
» ficação “ons va-se sempre a mesma e» consist
do trabalho conser
de ser assinalada em todos os aspectos da al se realiza varia com a es-
existênei a humana. especialmente no uma contradição vital, mas o modo graças é qual
pas ao s e realiza
terreno da cultura é nas superestruturaside
ológicas, erise denunciadora do tér se €28,
s
Pp a ntosa SC cala deBS
é ue são ter cas p po Uno s conhe idas.
rfeiçoameE nto da s tecnicas
a ao e ap erie
mino de um regime e da entrada emoutro. À muda
nça das formas de 1 rabalho,. 5 eo pr umntivo resolv tá a « ontrad
HO,
içã o + com n o meio, g ra da na necessidade
€ onfigu
porque nelas se incluem as tecno
à faixa cultural da realidadeso
logias. pertence
de ( apturar alimentos e obter ( ondiçõ
es de conforto, pelo t mpr ego de
um mastru-

cial, mas emvirtude da ação recíprocaentre


elas, forma é essência atuam igual mento de sílex
8 4 e se hoje resolvemos a mesma
ki
comi adição com o auxdo de dis-

mente comofatores preparatórios da futura subst


ituição daessência. Élícito por pDOS ,
Ve
Ss: nuvos e
« ibe)j rnetico gam os
5 € entreg
mu s
oss
sa direBi ça , de > nossa
(1
produção É 1 maquin as

conseguinte dizer que, tal como aconteceu nas E | I »6 |


fases primordiais da vida da ' É
e 4 mm , utado ras
4
as. nada mudou ess
q ido a
I
a!a ilmente quant
ssenci o ao fato de haver em todos

espécie, a essência e à forma do trabalho conti | o no|


evoluíd
«m éevol
nuamsolid árias. Apenas a relação esses
SS casos
E e
isti ue» éé terter o homem
trabalho humano. O que os disting
entre el as não tem caráter de simultaneidade áximaa
máxim criaç
criação intele ctua
formal mas de nm eiprocidade process
E o cultural, passando da etapa na qual sua
;
dialética. “spaço cósmi-
via] ao espaç
: que viaja
resumia-se no machado de pedra para a atual, em
| 424 |
| 425 |
co, sintetiza alimentos eentregaa maquinismos contr
SIutq Bato!
oladores a direção dos en- mão vem à cabeça de ninguém hoje em dia chamar de robós o ssesiágino

eis oj0u99] Pp 01199007 O


genhos produtivos. Em qualquer dos casos a essênc
ia humana está representa- indicadores eletrônicos, 0 piloto automático de um avião ou um simples e
da pela exigência de trabalhar. Significando
o crescente. e hoje vertiginoso, in pirata '
cremento do trabalho o cor ante aumentoda anal aparelho de televisão.
A

racionalidade na representação


Só quandovista da fase em que apenas pode ser objeto de Eua k a
OJBATY

da realidade material nocérebro do homem,


compreende-se oridículo de falar
de “decadência da razão”. de “perda da racion sina parece um robô, inimiga do homem, causadora do pr Es : no
alidade”. justamente agora epois de construída e introduzida no círculo comum im epitieda sp 5
quando a vemos adquirir umritmonunca antes ob:
*rvado, tão vigoroso impul
- quire os valores opostos, é louvada porque representa0 triunfo asintoligênio
so. Nunca o homem será mais racional
do que quandoestiver cercado de má
quinas efetivamente a seu serviço, desde que. + e todos se regozijam pelos serviços que ela presta. E espsleadda não pos it
por uma aberração dosistema de
convivência social, não seja ele quem esteja inar trabalho mas exatamente por criar novas e insuspeitadas intãas es
subordinadoa elas.
Poder-se-ia dizer que a máquina ou os instr
“de trabalho. Quando não se sonhava com a eletrônica, um nngihiana um
umentos científicos, sobretudo
os de maior poder, exercem duplo efeito. Se aparelho derádio admitiria certamente que este objeto spemipipçia Ene,
de um lado contribuem para a pro- “suprimindo a imprensa, os conceitos mu: icais. O Pesaro; etc. Na lesse Ee
dução mais volumosa. perfeita e ofertadora
de novos bens de consumo ue
facilitam a existência, de outro, emvirtude desse só não aboliu aquelas atividades, antes ao contrário a nspandin, e a ci E
s mesmos resultados. engran- legiões de trabalhadores em campos insuspeitados da piptio e da técnica K :
decema razão humana. dando-lhe originais
perspectivas sobre a realidade. en-
riquecendo-a de conhecimentos inéditos e surpr trônica aplicada. A idéia de queessa situação se altere Ho pagto gi e ju
eendentes. Neste sentido cal
dizer que o homem ganha a racionalidade. simul gada totalmente ingênua, com base na inequívoca fxponifonia do pasad o, ao
taneamente com o pão de rememorarmos o que então se dizia quanto ao futuro, que é a época atual.
cada dia. pelo ato de trabalhar. Qualquer
máquina ou tecnologia tem de ser
considerada capaz de produzir, ao lado dos O que os autores desorientados temem e encobrem,para efeito de Hop o
resultados específicos, o acréscimo
da razão humana. Por isso. O mundo povoa publico, como rótulo de perda da razão consiste na mudança Fe E
do de robôs mecânicos ou eletrôni-
ciais. que tanto lhes interessa conservar. Mas os homer Apos ppa á
cos só, atormentandoe amesquinhandoa perso
nalidade humana, não tem exis-
tência fora da fantasia dos novelistas do já fatiga mento de tais valores pelo lado dos sofrimentos a eles infligidos verão gor
nte gênerocientífico. Se algum o máximoregozijo a “perda da razão”, eventualidade que pra des consistirá
dia essas visões viessema tornar-se realidade,
não ocorreria a nenhum habitan- ão dela para
te do mundoassim robotizado chamar de robôs justamente no efeito oposto, na descoberta da razão e na aqu
s máquinas eircunstantes por
hipótese a seu serviço e capazes de execu si, mediante a elaboração de novo mundo de valores, onde se enprinirAo os au-
tarem os trabalhos feiti hoje pelo
braço oupela mente humanas. Setal acontecesse tênticos anseios da realização humana. A descoberta da sua rapão pelo abas
aqueles engenhos seriam sim- sentido: signitioa era primeiro
plesmente as máquinas da época, e nada mais, lhador define um conceito sutil contendo duplo
não causariam espanto a nin- lugar o incrementoda compreensãodesi e da iealidade Pane na s Earápa
guém, não perturbariam otrabalho que então
os homens continuariam execu-
tando, ainda quedetipo presentemente invulgar segundo lugar a descoberta da razão, aqui sinônimo de da ; E o j
ou talvez mesmo desconhecido. libertadores que nutre, À enbatataição de a a ot
nem sequer seriam chamados robôs. designaçã que pratica e dos projetos
o sempreligada à suposição da
inexistência do engenho, do mesmo modo comoh ma o âmagodo processo de emancipação de quetantofalam os empeitogo sa
oje ninguémdá essa denomi-
nação ao imensurável número de maquinismos gressistas, e naturalmente se verificará em todos os terrenos, político, moral,
e utensílios de que vivemos cer-
cados e representavam umsonho de reali econômico, jurídico. espiritual, educacional, tecnológicoecientífico.
zação impensável para os sábios do
passado. Aristóteles dizia que os homens
seriamfelizes no dia em que as lan-
cadeiras num tear trabalhassem sozinhas,
porque lhe parecia impossível que
10. O agente e o instrumento no trabalho
isso viesse a acontecer. Imaginava, portanto, o tear em máquinas mecânicas ou cibernéticas
automático como um robô,
embora previsse, com razão. que representaria Ke ia er en pn
o aumento do bem-estar do ho-
A distinção entre essência e forma do trabalho é o conceito básico p
mem e nãoa sua degradação. Ora. esta consti a E ic dad - A
tui justamente asituação atual,
apreciar a nova etapa histórica caracterizada pela transferência dotrabalho
j Ter+
| 426 |
possui porter ingr ssado

eiZejouIoS],
telectual, em alguns de seus aspectos, para ms máquinas cibernéticas. À primeira homem adequiriu a condição biológica peculiar que
OIUTg
lecer definitivamente uma
coisa a dizer a este propósito é que sempre, na criação de qualquer maquinis o plano do exercicio social da existência, ao estabe
.
ediação material entre ele e o mundo onde tem de operar
EXISTA OJEAIV

mo ou tecnologia aplicada, o homemtransfere de si para os engenhos fabrica


«stabelece o sinal da razão em ação,

ap orasuo) O)
dos alguma parte do seu trabalho, físico ou mental. Estamos aqui em face de A mediação não pode faltar nunca, poi
e o próprio homem, Que a
uma lei universal e básica, cuja compreensão nos prepara desde já para com sob pena de não haver trabalho, nem por conseguint
tipo de instrumento ou má-
preendermos que o caso da invenção das máquinas automatizadas nada tem de mediaçãoseja realizada por meio deste ou daquele
rente do pontode vista dos
especial, manifesta apenas uma instância particular dalei geral, resultado du quina, é um aspecto da questão inteiramente indife
racional dialético, só se referin-
forma pela qual o homem resolve a contradição com o itindo; a saber, conhe princípios lógicos. manifestados em um critério
volvimentoefetivo. Poris
cendo-o e usando o conhecimento para modificá-lo. A lei exprime o avanço da do ao exercício histórico da racionalidade no desen
e ocorreu, € tinha de aconte-
racionalidade humana, mostra que o progresso se [az mediante o era so: a substituição das ferramentas, fato que sempr
nte expansãocultural do
das tarefas pesadas ou difíceis, seguidamente entregues a outros agentes, od cer aolongo dahistória enquanto expre “são da cresce
do emnada pela entrada
ou inertes. que o homem consegue dominar e pôr a seuserviço. Durante milê- sistema nervoso humano, não temo significado altera
o quando, à primeiravista,
nãos esses agentes forama princípio os animais domesticados e os semelhantes emfuncionamento de máquinas de outro tipo. mesm
. pareçamsubverter o
seus, que escravizou, paulatinamente substituídos porinstrumentos, utensílios conforme se verifica comas atuais máquinas cibernéticas
tamente se propõemsubstituir
e maquinismos propriamente ditos que o progresso da racionalidade e o domi- curso anterior do trabalho humano, pois supos
s. do homem. À substi-
vio das energias naturais lhe permitia inventar. Os vulgarizadores que peram- as funções superiores. chamadas intelectuais ou lógics
ia das técnicas nos re-
bulam poreste campo de especulações dedicam-se às mais fantasistas conjee- tuição das máquinas, ao longo do progresso que a histór
te empírico, a troca dovelho
turas. algumas vezes risonhas outras negras. sem qualquer critério filosófico lata, não podeser apreciada pelolado simplesmen
e sim tem deser avaliada pela
defensável, mas com a versatilidade característica de quem acompanha as os- pelo novo. mais aperfeiçoado, rendoso ou belo.
Referimo-nos à verdadeira
cilações da inspiração simplista irrefreada. Daí as apreciações fantasiosas, as razão íntima que efetivamente comanda a troca.
s, a das idéias no cé-
profecias superficiais e sobretudo as perguntas néscias que propõem, numtom mudança oculta portrás da modificação dos maquinismo
tos ou teorias por diferente
de cavernosa gravidade. “Será o homem vencido pela máquina?”. “Como rebro do homem, a substituição de velhos concei
tos recentemente con-
organizar a sociedade ociosa?”, “Poderão as máquinas criar outras que traba- compreensãoda realidade e o acréscimode conhecimen
es descrição dos fatos e aspee-
lhem por elas?”, “Estará o homem em via de se tornar obsoleto?” etc., ete. quistados. Se permanecermos no plano da simpl
raiz das alterações que aí ocor-
O rol dessas ingenuidades é infinito como os próprios números. À nós interes- tos visíveis do progressotécnico, ignoraremos à
está sendo de fato substituído,
sa a definição de umcritério correto, para compreender a relação entre o agen- rem, esqueceremosser 0 homem pensante quem
seu pensamento. Tomaremos
te humano € os instrumentos e engenhos por ele construídos. Para tal fim a ur- sob a aparência da substituição dos produtos do
de entidades emsi, capa-
sente providência a tomar consiste em afastarmos a congérie de perguntas in- a máquina e os procedimentos técnicos na condição
de perceber o único acon-
sensatas que brotam de inteligência primária. A aplicação do legítimo critério Zes de se engendrarem umas às outras, € deixaremos
. agora no segmento
“crítico” fica a cargo do estudioso, em face de cada ocorrência problemática tecimento realmente importante, a evolução do homem
dora de suas criações. Quando
particular. Tal critério terá de ser o que se funda no conceito do trabalho. forne- cultural, manifestada na modificação aperfeiçoa
melhorando todos os dias.
cido pela dialética da existência, uma vez libertadaesta de quaisquer vapores dizemos. numa frase banal. que a tecnologia está
sição imediatamente desapa-
místicos ou idealistas. Quem trabalha no mundo material é e será sempre o ho- deixamos de perceber que a vulgaridade da propo
realmente está ocorrendo, e
mem, pois exclusivamente ele, dentre todos os seres vivos, precisa fazê-lo. Se o recerá se a traduzirmos na expressão daquilo que
icado e insondável em muitos
realiza por meio de instrumentos de sua invenção, que em épocas muitíssimo constitui uma verdade profunda em seu signif
processo de formação do ho-
mais tardias se articularão em máquinas, tal acontece porqueesta foi precisa- aspectos. Estamos, com efeito, nos referindo ao
cendo à natureza mas
mente a fórmula que os ancestrais pré-humanos emvia de hominização encon- mem por ele mesmo. processo que, sendo material, perten
apelo à categoria dialética de
traram para se firmarem e prosseguirem emseu particular caminho evolutivo desenvolvendo-se em condições sociais, exige o
[4471

q
+
co
» e e out outros engenhos
g

EIDO
mediação para se entender a passagem de uma fase ,
dista nos computadores, aparelhos deregistro, controle
SWULA BITDIA OIPAIY
a outra. Vamos encontrar

5 [OU9I] SP onass
a mediação nas máquinas com que os homens atend 18 € O home t
v) m esta sempr e
em aos modos de produ M “ xso | processo puro | 11 Tor vcs 1 de essencra “ I 018
a 5
ção econômica vigentes em cada época. O home se
o Pp IM raqu e.do O o on or me se ouve
d dizer, so ele
m cria os instrumentos destl- f| q, coloc
sente, a-se
O | Í Ca o Po d dele
no € bo) é) nutre e . nao

nados ao uso, as máquinas e as técnic a:ammo, ntre outros


o, entre ros o de| Í uror Y
a para formarem na verdade, por matos h 4 vida I 1 ( qui a,
"a, Í ja s uJeE, no a e stados d
este

variedade em que se apresentem, um único instru é do res


no: 5S « omputa tas
es no l sSs
as « k jamada
o
mento a serviço de uma só fi netieo Ss tamb e m
rios « iby ernet
e vario
Si cobr e m
des

nalidade, a transformação dele mesmo em um anima

suo
nm pela simples r azao

u
ar.. mas
diz € m obsservar
l mais evoluído, modilici- o Ss
emocirondas
sen
ses aque simpl esmen
smentte

|pelo
ção evidenciada pela ascensãocultural. Porém. nãoé a icô es com a natur;eza, devendo resolvê-las

DO
simples construção dis “o homem entrar em contradiçõ
máquinas ou a descoberta das técnica produtivas o
que realmente importa, € elhor meio que conseguir inventar.
sim o efetivo empregodelas sobre os corpos e forças is per feito “cérebro eletrônico.| Ou que
E
outro
do mundoexterior. com ds Aqui a, nem o mais
reflexos dessa operação no plano das relações sociai I c hi àções com a natureza,
1 0 uso. e não o persa a
one ese
5 Ss
d de u esta class png
sse de engen d
hos. I Osde 2 contra
ter 4

mento teórico abstrato, que faz a história. Ora. tal empre existiria ou, se ja criada,
nac func ronaria. I OT de-
go denomina-se tra plesmente porque ou não
balho. Este não especifica apenas o único fator da “ d do mund
leis
ses 5 « com ass lei
r
o materi
m le à)
e al.
hominização perenemente finiçã o a mad uma nao
pode ter co ntradiç 0es

em curso, agora estendendo-se no campo de criaçã isé naturais, be d ce


8; tê ndo d e a obede Cel
o cultural, mas constitui à sum Pp le existencia d ( la ja pre YV aa
I rr a —s I leis
amprir
|
elo objetivoentre dois momentos consecutivos do processo de . ”
, a maopt uma nada ma
criação desi que ser um posstv e | constr
Ro e las sob p e na d ese
ua la. Na vedade
rui-la d

9 ser humanotem o privilégio de executar. À passagemdo ICO, pr e sentes cessa


E neces riam e nte
saria
estado biológico ao p 5 enta do que2 a
repre própi 1as leis do mundo
fisSIC

cultural dá-se pela mediação daexistência humana desenr eem e no 1« linam mo com
“OI
pda
“na composição das partes.
)
àsas reun
olando-se em condi nass es ras q que
struturas 1€e

ções sociais, a saber, pela produção econômica eza dos materia


am a naturez
da vida. O trabalho mostr aa seus
aqu e5 op e ramse res ultad Os
us res ex I ahi
Ss. A Ss I 1e15se

forma assumida por esta na mediação máxima. e porisso todas as máquinas e 1 lise:
4 analis da Ss estrv
e, das Cs trutur a Ss ator
uras icas
tomuc
es
a s d del 6 rminantes
“comppo em PR. m funçã 0. €> ma lime
técnicas utilizadas para executartrabalhos corporificam cas € € puma ass da s pa tes
rtes Te“um dasSt ajust a
] stada s
apenas detalhes de “Sd ucas. fi sicas
1 des H tec amicas
das proprm e dades
suprema mediação. Revelam-se mediaçõe partic ido,
j o concebido,
o projet e segun
s do asas
sf Eri
s ulares no tempo e noespaço lo homem para « “oncretizarem
pare
momentos de uma única e máxima mediaç
ão. a que prende o processo de ho- E
imaginadas. As ma quinas e os instrumentos científicos que empregamos
minização à base material da qual depende. nomen
Os fitem
» e e xpli “ar ros Be
des, OU e EM-
os aqueç nel
enos E
esquisar as Iz ,
ropri e dad es d dos e €€ rp Os

Se atualmente nos defrontamos com maquinismos do pode m revelar os aspectos da realid


ade material porq
tipo qualitativamente E
tre eles. se passam so
novo, parecendoafastar o homem. é portanto negar o R
COREade,
as uma amostj ra dessa realid R
e como tal
caráter de mediações que antes de mais nada são elas própri
lhe atribuímos, porque se substituem a ele na execução Desde os simples esp
de cert as modalidades nelas se cumprem as leis que ajudam a descobrir.
de trabalho intelectual. a teor ia crítica nos ensina que nada os parelhos; ecientíficos Éfuncio-
cientí
do quanto disse- óptica até os aceleradores de partícula s, vemos a por fun-
mos precisa ser alterado em consequência do
presente salto qualitativo. ; narem porque neles se realizam as propr iedades dos corpos qu êmEp
ereg-
e ; : apa, por
i
ça em que as máquinas cibernéticas superaram o home ureza no ampoa
natas da óptic
m e O dispe nsam, com ão reve lar. O que | entendemos porleis da
isso perdendo o caráter de mediações culturais onamento, à representa çe
» resulta primeiramente da im- exemplo, reduz-se simpl esmente ao modo de funci
ÊE
pressão visual da emergência automática dos result l ) funci one
pd 5 de
m odos Mma-
ados de seu funcionamento, das mmagens. que vemos
nos quaissque
5 es5 pe “lhos 0) u q
,
qu r outro

estaà classe
e secundariamente da consagração que receberam ao serem carrega
das pela mento da luz nos ir strumentos empregados para medir e explor ar
mecânica e pela termodinâmica, enquanto termotécni idéira
í el a idéia
pi deia spelhone
um espelh q
o que
co. de um sentidointei- Ô menos- do mun dof ísico. Seria inconcebív
e fenô
: das máquinas, em qual g
;não obedeça às le da óptica. O mesmose dirá
ramente alheio ao significado filosófico aqui discuti
do, sem € ontudo em nada
contrariá-lo. Nas ferramentas simples e nas máqui
nas elementares a conjunção “unciionam porque. mediante
grau de complicação.| Func ante o arr anjo intencional das
delas como trabalhofaz ver a clara distinção entre com o
ar eo €
E imento,
o O nhec Ja ada u W ido.
o agente e o instrumento. js 5) feo
par t es, 1 Pp eelo hom eqm em
Y
emm conform
: idad

Com a progressiva complicação das máquinas, porém si as


cumprem e msi
cumy ra
do moviment
À as leisleis ggerais er da
o da matér ia «
, a presença do agente das qualii dadess delas,as.
manejante ou controlador foi se tornando menos conspícua,
menos próxima e o de substância ou forma que possuem. Se
as peculiares ao up
rta na inteh gênciaia criad
lizênc
intelig mstruç
er ora o projj eto de const ão dde
rução
da natureza que despe
“sper
aparentemente menos necessária,
até por fim desaparece r do campo de visão
[430|


ma
-
uma máquina, o funcionamento desta por sua vez desper
eua
Dra. exatamente o homem é, se assimnos for permitido falar, sem qualquer en-

uiBojou99 1
ta novamente outro
tipode projeto, o desentido inverso, o de aprofundar o conhe
BILSTA cimento do mun tonação mística ou metafísica, natureza “impura”. Com ren o ana e
do para dele extrair dado: inteligíveis, até então ignora
dos. Confirma-se as enta a natureza emato de se constituir em formas Son da Era ea a
sim que a máquina e a técnica nela materializada são sempr
e mediações. Os mais complexas, representadas pelas produções paira que se pe

Pp
DIBATY

verdadeiros e únicos antagonistas, cuja oposição a ciência


, pela prática social funcionamento do cérebro. Chegouaonível em que utiliza o proprio: ades

otisau0m
da produção, leva a superar são o ser humano, que
tem de fazer-se a si mes matéria para fazer o que semele a natureza jamais faria. É su se dá be
mopela conquista de um estágio cada vez mais avançado
de sua racionalida- ue corporifica a única estrutura criada pelo processoda realidade e ANE
de, e a natureza, cuja cognoscibilidade não tem limite

o
E E
s. À contradição invade dotada de condições de percepção e ideação abstrata, enveredou pas
a máquina quando se desarranja ou quebra. Estas
são as formas materiais da produção de si por si, ou, dito de outro modo, nadie ta Ro ia
contradição, a que deveremos acres entar a de tipo
social, que tem lugar c ja essência consiste numconflito consciente, a contradição pois finalidades
quando a máquina, por sua constituição, torna-se obsole
ta na competição im- pensadas e possibilidades objetivas de posbinesintantas a o e
posta pela corrida da produção, embora continue fisica
mente à funcionar con rar a natureza pura, inaugurando o campo haasiicindo oa ea mn tural.
regularidade. Quandoa máquina enguiça ou se rompe,
este acidente significa contrário da máquina, mesmoa mais admirável realização cibernética, ua
que as leis particulares da natureza. que eram aprove
itadas para fazê-la fun necessariamente de obedecer à natureza, a quemé entregue ao ci a estru-
cionar segundo a finalidade para a qual havia sido constr
uída. foram supera- tura que o construtor lhe dá, o homem emcerto Ei es à A
das poroutras leis da natureza, de âmbito mais amplo,
revogando a possibi- za ao interpor entre sie ela as mediações sro; “ PERReApR das Ro
lidade do exercício das normalmente aproveitadas
. Acontece isso no caso da contra-se exatamente na máquina e na respectiva técnica, particularmente ade
quebra de uma peça, da fusão do filamentode uma válvula cc
. da decompos ça q tipo cibernético, à qual transfere funções de regulação inscai '
final de uma substância fluorescente. O defeito na máqui mas não teriam lugar ni k
na ocorre por conta ver fenômenos que se passam no mundo natural
da substituição de uma lei da natureza por outra diversa
, ou mais geral, que, intervenção dele. Claro está ter de se valer para isso a RR RR
de nosso ponto devista, chamaríamos mais forte. Se por
exemploo filamento energéticos que não cria. Por este aspecto san bp e eis € RR
de uma válvula termoiônica funde. é porque a lei segundo
a qual o filamento material, mas por outro lado emprega as substâncias e potências qu e g
atravessado por uma corrente elétrica emite elétrons,
portantopartes da ma- para fins a que a natureza por si mesma não visaria nem transformaria em rea
téria que o constitui, levaà situação em que ofio metáli
co se adelgaça a pon- lidade, e neste sentido mostra-se desobediente.
to de oferecer tal resistência à passagem da corrente
que o calor despendido
derrete o material condutor. fazendo cessar o efeito
Edison, Isso apenas prova
que o fenômeno por nós considerado desarranjo do
dispositivo, na verdade.
11. As máquinas cibernéticas e a defesa do humanismo
representa a passagem da matéria da subordinação
a umalei restrita a outra, A dualidade de aspectos da atitude criadora humana, is, indicada, ex-
diferente, ou mais geral,
Nisrnindo a contradição entre o homeme a natureza, define 8 cnstprio e hu-
O homem, criador das máquinas e das técnicas, nada
faz senão valer-se das mano, e evidentemente falta à máquina. Reflexões deste gênero a Rea
propriedades dos corpos e das forças naturais para constru
í-las. Se nãoo fizes- em obras de filósofos da cibernética, os quais quando preipadides muito o a-
se corporificando nelas essas propriedades e forças. jamais
passariam do plano velmente, defender os valores humanos e a significação sonia da as e
da fantasia. conforme ocorreu com os grandes visioná
rios científicos do passa- lidade, estando privados da correta dialética material da amigo per Ra
do, entreeles Leonardo da Vinci. cujos projetos de máquin
as voantes e artela- em reclamosespiritualistas, místicos outeológicos, de todo irrelevantes e incon
tos balísticos não vingaram porque o conjunto geral do
po a
conhecimento das leis 1
C ompr ometem
sequentes NA ss
assim «
à boa ca usa. (
à o defende; at la com ar gum e ntos

do mundo Í isico na época nãopermitia àqueles geniais antecipadores =


a utiliza- inadequados.
ção dos materiais e das forças com que deveriam opera
r para ter êxito. À má- Realmente. observa-se a tendência a se desencaminharem na retórica mo
quina. tal como as ferramentas primárias de que $
sup
“valores” supostamen-
se constitui. é natureza pura. ralista, na vituperação impotente
i e cômica,
ômi nosj4apelossa a “valores”

na
E
=
esso pela criação de máqui-

EsFO [OND] PP OHIO 20


te dotados deeficiência material e julgados eternos, mas de fato completamene Esta passagem supoea desenvolvimento do progr
eutd
. as que se incumbem das re-
te esquecidos e inoportunos. nas homilias a que o geupo dá ouvidos, porque nas produtivas, especialmente as de nova espécie
BItat
Ó s até(e agora privat ivas
ivativ isiologgia
as da fisiolo cerebra.l. 5So-
ia cerebral
da explicam do quanto é preciso compreender, O brado de alarma diante do laçõe e do controle. funçõe
tual da contradição, pode
próximo perecimentodosdireitos humanos não passa de uma atitude de ridi- ente a dialética, manejando o instrume nto concep
A DIRATY

ão do homemea da máquina
cula ingenuidade. porquanto supõe. em primeirolugar, ser concebível no pro plicar comclareza a diferença entre a significaç
do outro temor típico do
cesso cultural total a regressão a fases passadas, imaginariamente mais perfei sistema da produção, Secundariamente, fica anula
ente
5 tamen
CIO 55 upo: te
tas, mais “humanas”. Em vez de identificarem no inexistente retrocesso | 5
nsar neenu o lo d esTNo
o odo
Ag nuo, ti d
do hom e mmna eiviliz aAÇO do DCI

emergência de novos valores, e de aceitaremas condições sociais que lhes dão ciênci a e pela
sato pelaa ciênci Se 1 tivermos em con-
ê tec; nologi"ja.a, Se
reparada de modo insen
i
imediatamente ser inconcebível o
origem. por motivo do aperfeiçoamento da essência humana, os imprecadores fu as considerações acima. compreenderemos
perdem-se na gesticulação vocal em favor de uma moralidadefelizmente ago lho”. Sempre houve, pass ada a forma-
estado humano de total “vazio do traba
' erísti
, caract R
' ca da situa e
ção pri-
ra ininteligível, pois foi a das formações históricas nas quais vigoraram as ção histórica de pura « «conomia de subsistência
o regime social de equação do
mais bárbaras formas de exploração do trabalho humano. Julgam melhorar à meva da humanidade, desde que se instalou
classes ociosas no seio da qfcindano;
sorte dos homens, restabelecer o “humanismo”, ou aquilo que entendemco- trabalho alheio. a presença de grupos ou
motal, conjurando a sociedade a andar para trás, a usar a maquinaria mo consequênci da irregular distribuição
SA +
) dos proventos da produção. Nenhuma
d os mais bem estudados pela socio- |
derna com a prudente desconfiança de quemestá obrigado a caminhar em ter novidade existe nesta condição. É assunto
izações pornós conhecid as fora m is
reno inimigo. Em segundolugar, não compreendemos crepusculares metafí logia clássica. Em tal sentido. todas as civil
tes. Mas o que 0 ea gor a opa
sicos que o surto da nova tecnologia define exatamente a forma de que se re úcio” para algum grupo dos seus componen
itos cândidos tem em vista € ic
e e em que se apóia o novo humanismo, aquele para o qual o valor do mido numa funesta advertência aos espír
assem de trabalhar, realizan Ê do-se assim.
homem consiste na máxima aplicação das forças materiais transformadoras uma comunidade onde os homens deix
wma trag ica situação, aquela em
da realidade, de que pode dispor, najusta regulaçãodo regimede trabalho. no ao modo de ver desses comentadores primários,
emprego de máquinas potentes e capazes de libertá-lo do imemorial penar «mm ter 0 que fazer”. Ora, o fazer manifesta um:
eque todos os homens ficassem *
l de sua reali -
isso um carater inseparáve
físico e mental, Aceleradamente as massas trabalhadoras. em vez de aceitar ; aspecto da existência do homeme por
indo o primei-
ignóbil máxima “comerás o teu pão com o suor de teu rosto” (Gênese 3, 19). dade. que somente subsiste “fazendo”, e primordialmente cumpr
aforismo dosacerdóciotribal arcaico, ultrajante da inteligência e da dignida- res, o fazer-se a mesmo, Julgar
ro e mais importante dos “fazeres, ou afaze
de existência humana em
de do homem, penetram agora na época em que o humanismose definirá pe- ser possível a cessação dofazer, imaginar umestado
rar extinta a especie de seres
la legenda, rica de esperanç “comereis, todos vós. porigual, o pão que a que não haverá mais 0 “a fazer”. equivale a decla
em ast mesmos, pela produção
energia das máquinas criadas pela vossa inteligência preparará”. O primeiro racionais caracterizada pela obrigação de fazer
umentos, maquinas, idéias e bens
enunciado representa a maldição lançada sobre o trabalhobraçal, pensamen- da existência, criando os implementos, instr
seu “fazer-se a si
to evidentementeda classe que tem quemo faça para ela, enquanto se entre- = artísticos m que realizam a mediação que lhes permite o
ga às delícias da alimentação limpa. A passagem do humanismo moralista e Esta fez o homem até o ponto em que
mesmos” no seio da natureza mate rial.
daí em diante porém por
místico, profundamente desumano,e já hoje grotesco na hostilidade e despre- lhe entregou a incumbência de continuarnesse curso,
indis]pensável à racio
: o indis
ins ument : nalidade
zo pelas máquinas. à conceituação do homemcriador de engenhos e técnicas isso dotou-o do instr
ópriia. Para iss
conta própr ade aid
A
de um mundo cujas leis lógice
libertadoras de sua identificação com os semoventes. também comoele. até das suas operações sobreos corpos e fenômenos
cognoscitivo docérebro. À dis-
bem pouco, só capazes de existir funcionando no papel de forças da natureza. se torna capaz de apreender: o funcionamento a es di
nd recon
de do E ento de que aidéia do
: hecim
estabelece a definitiva conquista doreino da liberdade, a possibilidade, enfim cussão emtorno do assunto tem de partir
delineiia uma contr
igível,l, deline
ininteligíve adiçã
“ontra o eem termos.
dição
em via de realização. de constituir-se o ser humano em entidade ética autôno- homem semtrabalhoéé inintel TO RARA REA E A a detida.
MEC ética”, a possibilidade l
ma, triunfante na subjugação do mundo natural aos fins de felicidade social Discute-se agora, à propósito da “era cibern
-onsegguinte da sociedade
spécie, por conse
nto espéci
que se propõe. i o total do homem enqua
compromiss :
[435 |

ma
-+

+
,
h qual teceremos mais tar-

erizojouda dp oras) O
relaçã

eua
inteira, com
Ê relação ao trabalho. equiparado aos passarinhos' bíblicos
cos Sem a n ingenuidade. ainda mais virulenta, a propósito da
preocupação de seme darem
are o ( quey I Preci “explosão populacional”, Tem infeliz-
BJISTA
ecIssam I vara
aro « omer. Por comparação
Com a ss
pi HARE
idílicaa pinturaid vã
rd citada. a humanidadeficaria é não 1 anto os operários propria-
:
eológica ntregue ao cuidado ex ente efeito em muitos espíritos simplórios,
classe média, a quem
ente ditos, porém mais os cha mados empregados de
( In Sivo
Ivo das
las ma
é ( qui n as.
s àA stidas
151 la € re
€ paradass d de ve Z em
x quando por um 1 servi
OJBATY

ço de agentes especializad Limas ss is als a. porque. segsundo créem,


apre assustou a “desocupação” da aposentadori
a
na suposição assim é inter ramente ingênua
e
hadores. de que sempre
na indolência visível perdem a qualidade de trabal
CL aria 0 €«
contrár “oncento
ne no do ser
5e é o a o 1 tundo do
human AS;
pt Ocesso obje 7] tivo es
ded icaca. que mostra ter
tação biológi DR nc
d u ator
Í
envaideceram. Mas esse temor não pode ocorrer senão aos obreiros que ra-
de trabalhar para se desenv Seg
tualid
alidsades inabdic Ides do trabalho executado segundo os ditames da sociedade
inabdiáveis.
cávei O trabalho não
à pode ser entendido co acide
ne acidente vcinam nos mo
e
nem É ano o o Éé anal e ma
| os,
| valo res human
aos superiores
tual. Nesta. por im I vossibilidade total de acesso
di V mo cons:
1 se“quen
BN la ( la € ulpa
é ame Str
I al a ma
e5 dk *mors
m Mostra
res, especialmente
os do trabalho em funções criadoras. os trabalhado
um asspe
pecto , meren
“rente
t a cont
matr adi Ç e o leefinidora da realid
3; adeB animaé l do hom ), Ha e são
' € á OS serventuario
nforme indicamos os pequenos funcionár
K ) e para a maior
0) par te ; da s mult 1does 105 aros de ofic 105
iz Me
1 oes 1 tr al ). alhaa ( Tor ass no no rereg
egmm e d do ) tipo
H ( daquel
la ju e
|
para sea conve rter em dig
res, são obrigados, a fim de encontrar um valor

ema
em que & vivemos aparec
I a “e, Cor
COM razão.
ao endo
tem | a fe IÇa ode castig
I a treeo, tal ocorT
COFrTe I pol
ser
e na maioria das vezes improdutivo
nidade o pobre, humilde. ingrato, obscuro
um casti
a go
E umnp Dos
y te , I Jor I O utro: Ss h Ho mens
ns e nac » p |wK Dr ug
algum a di V indad
7 e: A] | I |
l » e raça o ( lo 1 ança de obter
abalh o mnac , sienifi ( aa ext
x inção deleEé ma s ram ostentar com orgulho na esper
õ sa mudança
» d E qual k
tda
I trabalho aque exercem e procu
de. apreci pelos
ada pelos efei
os efeitos
:
cerc os; sobre a maioria dos a
exercid almente x
I : €
; q merecido reconhecimento. Re
nas condiç,ões vigent
”sentes
es mn ao há out

O Maiss aAUspi ressem a essa ilusória sublimação


“coisa a fazer. pois se tais servidores não recor
s Pp eioso
ç I pass
ú ASS » no
1 caminh O€ la r a:alizaçéão é dignid
da q ade
ad dna
hum dia
ana se
+ mi
de mo1odoalgum se 5 confu
'undi
ndir com o ócio. se inúteis, animais socialmente
5 o dolce far niente imagem românti sua passividade equivaleria a confessarem- seres
ca, impossibilidade histórie nto. ÉÉ natural emtal caso quede-
possibilidade histórica. Porque osatuais trabalhadores
cã las fai
Ber do ro
es irãirão aprovei domésticos, sem serventia nem automerecime
imaginário ócio, que na verdadeserá a liberta uais simplórios ou profissio-
'rtaçãoda s fainas pesadas aque pre saprovem ou temam apavorados o que 0s inte lect
entemente estão jungid
jungidos.
os. para
par: trabalhar nas formas propriamente hum de “ócio”, uma vez que à seus próprios olhos tal
amas “nalmente corruptores chamam
le transformação do mundo. as da aquisiç e extensão do e
de ? : a ; E E o assim é, porquanto, nas
situação corresponde à perda do valor pessoal, Defat
:
ão ec
do conhecimento, de
criação da cultura, modos de produtiva apropriação da realidad a única coisa que deles se espera,
0 alidade, a par do “ condições que trabalham, seu único valor,
desenvolvimento dos exercícios lúdicos. do, bastará alterar-se 0 sistemaderela-
sp A dispensa
A dis bens. das labntas < p rasa a consiste no incessante trabalhar. Contu
F labutas inferiores sig
co da massas
nifica a ascensã
s | portanto de valor subjetivo, os
ts dosaos graus
graus mais
mais elevados da produção aqueles em ções de trabalho para mudar rem de conteúdo. e
alece otraço distintitivame
aço distin v rá valorizado pelo modo como
nte humano dofazerf Impens ns ável| é“o o hon
homem
| conceitos de ócio e de trabalho. O indivíduo

Ds
proporção.
a ele oferecidopela sociedade cada vez em maior
ç
sem t r abalho . deria o f tim da especi
E I) e 1 I as | q
ss sem duvid
I a aa
a ] euma I havera
a 7 a mudar o o
emprega Oy
ça de estilo dotral) alho. quee ingressará
inoressará num plano de progressiva utilizaçã
NRO
hoj deprimente para os
“ócio”, hoje
i de “ócio”, não-tra-
gress € da
ilização Mas. ao mesmo tempo, 0 conceito
energi a mental. que hoj e sempre como de vadiagem. quando
proa que hoje E isti , sendo porémprivilégio de uma ínli
existiu + balhadores porque confina ou mesmo se confunde
ma minoria que podia dedicar- a este modo dede produzirproduzi por- ter basesr , não designa a classe. socialmente ainda mais nefasta, dos ricos,
os quese 0ctt-
EMvel voca
r econô-
micas folgad En
as ou em obediê | ad
gadas, ncia a admirá sinal público de invalidez ou ve-
pam emlucrar, temido pelos que o consideram
E
ção pessoal, de sábios ( | »
formação do conteúdo do con-
lhice. deixará de existir, consequência da trans
q uisador
é es que
pu ei AVE
aceita vam a tarela
ef. da í " tação
iac inte :e 2s)
le ctu at l mesmo a E s Ea
custa de pe
1 comunidade que aban-
ceito de trabalho, do qual deixará de ser o rev
nosos sa ( rific 10: - EIN todo Caso,
É O espantalho do ÓCIO esc
onde simplesm nte
nanha Pia os aié dominante
da consciência para fazercrer às «rá4 um dos bens de pro-
donou os valores do modo de vida capitalista, o lazer
mais uma artimanh: :
| ; às massas ser
|
façam um
la sociedade aos seus membros para que dele
v IG5 somen
somente
te terer
tere na I verder aos
o se hil rertar
Tare e m ( la tarefs lu : Í
I esada
sa
s las
s «que
ju a u al
ç
ação definalidades individuais.
meio. uma mediação destinada aservir à realiz
mente ele empenham. Frata-se de infundir-lhes E) medo de
um futuro í alvez
na sociedade que venceu a
Longe portanto de hav er um cinzento nivelamento
pior do que o presente.

uante, o lazer passa a ser a fi-


E . z E De k
£sibiliino vecur:
1rso ideológico é jubilosamente propag: ido
Esse
alienação e a submissão ao trabalhofísico, exten
4SSe€
| .
pelos filósofos
zada com justiça, que permi-
. ..
nalidade do trabalho coletivo da sociedade organi
do centro impe
I rial € ) pe HOs >
los 5 ocióloga nu umbidos de atrel:a Fesse
ss concerto a o ou
sa
-
o
E
tiu a cada homemnãoa inatividade desonrosa e infecunda, mas ao contrário

OIULd BALSA OJBATy


|
realização de si, nos mais íntimose pessoais desejos que moverão
a ação de cu GAPRÍTUL O
da elemento social. O ócio e o lazer adquirem a função de mediaçã
o universal
para que os homens possam passar da condição dotrabalho emsi. ou
alien
do. à do trabalho para si, desalienado. permitindoa realização do
autêntico sei
do homem notrabalhoexclusivamente seu. Encontramos porisso
este aparen-
te paradoxo, de fato uma profunda verdade dialética do evoluir histórico
, e que
resumeo curso da hominização com base na produção social:
o homem tralyá O CONCEITO DE
lha para outrem, numa cont "adição que terá de ser solucionada na
de uma sociedade onde não mais trabalhe no sentido anterior,
instituição
“PECNO-ESTRUTURA”
dialeticamento
iperado, exatamente para podertrabalhar humanamente, ou seja,
livremente “”

A ideologia da “tecno-estrutura
e para si, O conceitoingênuode “era cibernética”. desvendando
promessas ri
diosas do próximo advento dos primeiros dias desta época, enche de temores
05
“filósofos” do agouro cibernético. que procuram enfeitiçar com A | to, €
“e. n neste espíri
ele as massas * 1
ão imper
para benefício « la nação jalista ta a« queh pertence,
ialis
trabalhadoras para verem nos tempos próximos o contrário do que ões. que convém examinar
será então nunca esquecendo as presentes consideraç
a realidade. O ócio estabelece atualmente uma distinção de classe autor do livro O novo
dentro de as principais asserções de John K. Galbraith,
uma formação social, tendo por contrapesoo trabalho alienado e Rio de Janeiro. 1969). Esse di-
braçal. Desa- Estado industrial (Civilização Brasileira. 9º ed.
parecido este. o conceito de ócio perderá o sentido. Nãoserá entendido des A EaLSD UIO logo. ao que» parece pretende dar no-
parece. . pret
senão plomata norte-americano. também soc
por quem recorrer ao dicionário. É escusadodizer
/ ão das condições da sociedade contempor ânea.
O processo objetivo da produção caminha no sentido da libertaç a "malist: e pragmatista,
iocími formalista
sta. livado
Ng
sta. ligado àà tradição
tradiçã
ão dotr; que. dentro do modo de raciocínio
balho. que longe está de significar desocupação, conforme vimos. itos abstratos assumem a condi-
São inúteis ideológica da filosofia do + ambiente. conce ”
os vaticínios dos sociológicos dos grupos dominantes ociosos sobrea ec lad es sens
sc veis €
disponibi- l 3-8€, re
qa o des E
em fis ass dota das
ul stancia s
8 st de * 'suDS
Sb,
la I p K
d de k propri

lidade das massas “desocupadas”, nas quais pressentem o potencial de ter nologia são COI-
ação de 1
Fig m de
orIge Os m ( lependentes sdAssun
atos
. O€ apital, o Es tado. a

eruentas transformações sociais. A mecanizaçãoda produção e seu ntam. sao entidade que trazem
controle ci sas. objetos com os quar os homens se defro
bernético, emboraporsi mesmos nãoconstituam. sociologicamente falando, ificiilmente podenido do ser adas as | pela
ser modificificad
o do 5 ópria vontade de ação. dific
ponto devista crítico, nenhuma revolução, significam contudo imenso taçõ deses ded um 0b]
div alas bjeto re al ou de
; relaç
doões ob-
e deci conduta
E p huma e na. Não
$
são-
represen Os kd

sivo passo progressista. acarretando vultosas consequências. O primeiro


julga- jetivas mas forc atuantes, rd independ
entes do pensamento e da operaç
mento a fazer a respeito dele cifra-se em declará-lo inevitável, visto
pertencer nestaero
FáFê ci] é reconheceraispe imagem conce ptual uma ingenuidade por né
à lógica do processo. Não há forças que se lhe oponham, nãorest “homem. +. Fá d to meta
forma-padrãoe do pensamen
ando portan- várias vezes assinalada no significe do de
to outro recurso senão compreendê-lo e admitir as transformações
cultur:ais. Naturalmente não podiafaltar n:
€ £ 4 r £

impostas às os cultur
ros
a

si dos altos“cent centr


»

físico
1

condições da existência humana. Os mais inteligentes estudiosos pertencentes tre ndo -Se de pessoa erudita e versada em socio
logia.
i
ferido embaixador Mas, trata
ixador,. Mas.
aos centros imperiais de há muito se aperceberam disso e se apressaram em poder t i
nsado
Pr dos5 pe pens res
as do
em to- compreendeu p que aa última op ortunidade ainda i
mar a si a tarefa de orientar o pensamento das camadas letradas revestime nto R E
as lucub r
da sua área € : imperial consiste em paramentarem com novo
das dependentes. a fim de apresentar. com a maior pressur ia mas das quais aludi mos.
osidade. as conve- metafa
ções c
r ísicas encapsuladas em velhas idéias, a aleu
nientes explicações e comentários, antes que os pensadores capazes
deinterpre- re re petida ao longo da histór
ia. que torna de mo-
É uma escamoteação semp
tar o pensamento dos povos subdesenvolvidos o façam. o desmas-
q ê pss0Le mpo. quandoa pos sibilidade de rápid
se ffaz com rescente facilidade,D exigiEndo dos
novidades
y 3

falsas
as falsas l
a

das
€ Pes Rep

caramento rn
n ,
po
1 S o
E
E

aiss ex epcio
excep nal habilida
eiona de. de. q pois s
silida
pregoadoress deidéias supostamente origin
apreg iginai
| 438| | 439|
bem que só as artimanhas extraordinariam

out
entee ngenhosas surtirão efeito. as do autor, por definição, sendo ele o primeiro a esconjurá-la, recorre então ao

Piz opousao 7 apo oniadno


im mesmo durante pouco tempo. À forma
Baal

maiores proba
mais fe liz dessa camuflagem, con)
Jacioso expediente, executado comsegura má-fé, de referir-se às oscilações do
probabbilid
ili ades
»s de
de sucess
ntro de poder social emlinguagem imprecisa, para fazer crer ao leitor desa-
suces o consi e em cunhar um termo novo
e » es:
esfor
A O4BATY

çar-se por fazê-lo “pegar” pegar. o que » afinal


afins depende unicame i nte do esforço de pro revolucionários,
isado que procede com largueza de vistas € até com acenos
baganda. recurs
paganda, i
recurso que ninguém E dirá rtidina serescasso
e s e
ou demasiado exigente em mu ando na verdade não está mencionando senão os diminutos, inofensivo
téria de auste
En
s rid: dadele no centr
“entro imper
i ial.
tal. Entre
E tanto. n jnexpressivos deslizamentos do pode r na mesmaárea de dominação. Ora, essa
“curs
recurs o o Res
condições atuais ess
mobilidade limitada e inconsequente só interessa pessoalmente aos integrantes
nao
ao de veve ser
se d espe
spe ndic ke ) ap , enas5 na dif Isão
1 € la nova
Ov
mente re prese FRE
pala vra
I
' suposto
ntativa de umaid
E 5 precisa cobrir também o autor
É “do sistema dominante, porque de fato para eles pode significar, em caráter in-
da
eeinvenção, comose fo uma marca defábrica. para assegurara
lesitimida dividual. a perda ou o ganhodeposições deforça econômica e política. Mas em
de do produto. O pensador erític
o. mesmo sabendo estar diante deE simples
relação ao conjunto da sociedade. e portanto aos interesses das maiorias traba-
ideomontagem, nãopode eximir-se de disc uti-la
vez
porque ao público não parece
Ihadoras, essa patacoada tem de ser assistida com total indiferença. uma
tal. a)
Tem
que nada altera daquilo que é ess cial alterar. Assim, a primeira observação
de ser d eb
I atida e es
selarecida
” em
G v varias5 ocas
OCas 10€5
*s € € sol
sob div ersos
PESO an
ing
los. uma
o vez « que2 CO nta a se
o
já porsi basta para desmontar a rebuscada e naturalmente confusa construçã
seu fa VOr F co ma I ro pala € la fama de
I E Pp erso
K n É di dic
k |
e À
intelectusal do remodelador, ida
às vezes, comono presente episódio.
pis A professor uni ideológica do autor, tirando-lhe desob os pés desde o primeiro momento ota-
versitário e e diplomata.
di ata. nana verdade
ver :
simples ; relations altamente
public eradi e € pete no qual pisava. À maldosa sistematizaçãodeidéias, ondefigura comofa-
do. das grande
de
tor decisivo o conceito detecno-estrutura capciosamenteelevado à condição
Cor por ações ( apital tas.

De I 5015E de uma de
l finição e mpi(ri ta. e* p' po
550 ssuper
Passo ur fi al. vaga
g Es
em s ufi Cleo
A] idéia genial e inédita, definidora de nova fase histórica, a do capitalis mo hu-
te, da tec nolog
manizado e democratizado pela tecnologia, rui fragorosamente diante da de-
eta. de
leclarada se
er a apli € aça osiste mati 1 ade
sIste ke C mh er uner entos
crent
: Í
ifico s ou d e outro
Du Js
s conhecimy
núncia preliminar da incorreção do conceito.
: ntosSs Org
»rganizad Os Ss a tar las
as
fa I pr ato “ Ss (p . I Ó I
Oauto ren
Embora nadaseja definido comrigor, essa construçãoteórica pretende que
n aminha a-se
- se mtmmteli
»lige centem
ntemeenteE para ao qu e Ira xse ser o Joe
cone “eo
Ho centr
ce atado
ud I
livro $ o deTh e no-e
a necessidade de usar a avançada tecnologia conduz aoplanejamento, sendo a
( o) Str
strutura . “ 2 e tive Vesse
s ssese n t do - I O caso
a 3 - Un:nagim e
ema € 3 alg
y un
teoria
E im Freg nando a
coações tecnológicas e não as ideologias ou a astúcia política dos empresários e
ê obra.
1 CrVI
se vindo-lhe de fund
: am e mo para dar-lhe consi
sis
gica, a cogita
tência lógica. cogitaçã
ção que representarii a tal papel consistiria
em supor que acionistas privados as forças cuja ação exige “que a firma busque a ajuda e a
o I processo de À le HE nolog
proteção do Estado” (p. 27). Observe-se sem perda de tempo que na que ão
ia umpo o ( » des
l E oc ament
É e » d de » centr
Pur o d e Pp poder
d F Ês So ial
é k K »d 1 l
a construção
ção do autor ndrôcenês
parece assentar sobre esse conceito . Apressemo-ni
ss -nos pe do chamado “capitalismo de Estado” o importante não cor iste em saberse as
rem em der la rar I
empresas, mesmoas indústrias mais poderosas e as de serviço públicos. perten-
tratar
1 -5€ de Ê uma mn ( ça o » erron
Cervo ea.
G (A ml; ( ra Ce[ Jim Isto
ésto não
é » este
es |u
elite
li , tudo ) a porque falta acres
cem ou não ao Estado, e sim saber a quem pertence o Estado, se ao povo ou
centar que essa con Pp ( ao não passa
55€ de um sofi '
I na de mo ado
1d a hudil , nar a despr
e camoteado
pão. Aqui está o aspecto fundamental do problema, geralmente
| 5F r evemi
en la ate ê, nçae dod ) I le tor. captando Me
lh dese
ke I
O) | Pun
I o »smomento a ade:Ss ao para
pelos economistas e políticos, desejosos de apresentar como soluçãofinal do na-
uma inte x rpr eLtar
tação fraudul e nta da hi s
tor É Eu
primeiro lugar, o centro do poder soe
ial em nenhuma formação histórica mas
cionalismo reclamadopelas massas a simples estatização, sem levantar contu-
SOCLe
CI da des
le; di V ididas5 foi ng
do a pergunta decisiva “mas a quem pertence o IEstado?” É escusado dizer que
soros.
sameente
nt fix ( ». mas5 se
se d destoc
I a dent
| nitro d Os
, lim Hes
l
de uma área que.
que. esta
esta sim,
sim. send
se o formada por um grupo minor
+ mas detentor de todos
pc
itário da popu o alto dignitário dos círculos do seu mundo de interesses raciocina dentro dos
lação. os meios de dominação, apresenta-se imóvel.
quanto durar a correspondente fa - Basta esta
em quadros da formação capitalista, com a ajuda das construções formais inerentes
observação para nos indicar nesse âmbito a todos os setores dosabercientífico no terrenosocial. Trata-os
não ser possí
possiv e atrib
vel ibuir senã um valorredu i do. na verda
uir senão
moviment
de inexpressiv Rodos
| comose fossemos únicos contornos naturais dos problemas sociais, e portanto
mentoos
s de tal centr
e o na área
4
invariáveis. eternos. unicamente dentro deles podendo haver lugar para algum
onde éé natural deslocar-se. Oui "a coisa seria
se 0 deslocamento
ento sese fizes
fizes se ultra
Ê passandoos limites
i do grupo ou classe domi pensamento lógico. Nessa base epistemológica. cuja precariedade não ji stifica
mante na forma
À ção
'ão vigen
vige te, Estan
j do. porém
É , excluída a hipóti “do pensamen a despesa da tinta usada para refutá-la. assenta o autor sua concepção doatual
e
E


-
et
suposto deslocamento do centro de poder, queteria

ou

erBOjoUd | Ap 0NtADU0D O
passado “do capital para q ' a determ
| procur inar
termin q
ar quais são as
reza do poder em caráter concreto, Ou seja,
d pat informação organizada” (p. 67). Ao contrário do ques e poder
ia esperar, diz lasSC
' 4 Ê gr
os 5 5 SO CIAIS.5 + € 15
g ul OS O: m ( li víduoss 1
redts 1 Wu
s que fe Ivaamente O possuem
eletiv e

autor, depois de ter tido por base a posse da


terra, e em seguida a do capital. à “Esses E Y Pp OT
OT ur JOS
5 nec agora
Se 1 dade das
ecess )5é em
I é to TI ada 1 mper 10Sa é e da
far

poder passou não para os trabalhadores nem para ercem. | ; ; db aidrAa povos explorados.eriproc
A

o empresário clássico, “o Ill lidade política do esclarecimento da consciência


de
OIBATV

divíduo que outrora utilizou 0 seu acesso (sic, A.V.P]


ao capital para pó-lo em sitalmente montamoartifícioei destin aze o poder ' aparrecer falsamen-
i ado a fazer
combinação com outros fatores de produção” (p.
07 mas para a mão de um (
em outro lugar. I
aos de Y outra
na:s mão
5 « hamadoss pompo Ss aum
ssoas,
pe SS
ente os

grupo de homens de cultura caracterizados pelo conhecimen goriai ou subela


subcla ca ça
sse social, 0
tada tecnologia existente no momentoe capazes de estend
to da mais adiar) “técnicos”. Confecciona-se a im uma pseudocate ategor
com
ê-la semlimite ne pecialistas em qualquer coisa, que muito se en raidecem,
vi ss as
1 7º : +

diante a capacidade de executarem nova descob


são os os | primeiros a su-
|sso são
zada. e por * isso
ertas de procedimentos renti
ão. .;diadia a dia mais abrilhantada e valoriizade
veis. Antes de comentar esta original teoria da evoluç
ão econômica e politica cumbir
vare m-na
a louvação ea pt opaga
1
- 1a com Í erv or. e naquar no
so:
s nossos
os v e Ho:S

da sociedade. detenhamo-no do,


lad
arcela g so-
mas
poroni a
aproveitando a oportunidade, no retrato do er i
Ari s do capital IC ou paree
maciço sjaice
conheci los de sempre. os proprietário
presário clássico, pintado por Galbraith. Ao
ir domínio. o. à atualmente,
contemplá-lo pendur: ido na gale
ria dos benfeitores da humanidlade, percebe-se a
lidários. continuam a gozar dos privilég ioss do verdad
ivilécio eiro
rerdade
delicadeza. verdadeiramento g
se: o und o julgam 5 ainda mais5 agradável porque
a alvo da odio s 1 dade I 30 | pular.
diplomática. da expressão com que é aflorado o bárbar à pode : de estar
le deixar E
o fato da luta selvagen) Dada a sacralidade da base da produção. à o poder não
pela acumulação docapital à custa dotrabalho. À prefer dissemos li-
me dissen
conforme
re-se,se, confor
ência pelo perfumado tus dE izaçãão refere-
ond e sempre esteve, e sualocalizaç
eufemismo “acesso ao capital” para designar a impiedosa situado on dacintos no superfície ré alidade. Parece-nososufiia,
exploração dos tra nhas atrás, unicamente à posição na superfície da
balhadores patrícios e coloniais no início do capitalismo indust flácidas «e ineficazes as restantes
rial dá bem idéia ciente esta simples re flexão íti
lexã crítica ar flácidas
para: tornar
do modosimplista mas habilmente matreiro como O intele
ctual carregado do '
Com: x do
I 1 raç oes
side l 3.
Irátic O.
catedre
cal Mas,
las sendo cul
l il I sepp 1 na OCL
1 le h habiido I aca o doJ I ja , VA-

sentimento de culpa procura aludir ao mais desum algumas sugestõe


g s de
vendar
o

parí desvenda r algum:


= o
ano é vepulsivo fato da his
y

is para
le a pena ese arafunchar um pouco mais
tória moderna,tentando velá-lo coma mitigadora, mas absolu
tamente falsa é que tenta se aproveitar. i
sim. julga
| que p a tecTo nologilêa mo derna caracteriza-se
dolorosa insinuação de que todos os homens daquela época
tiveram, igual opor y
la OT iginal
Pp ele xIg ncia de
exigenc le info rO
ACC ses | proveni
oT maç e ES d e 5 numero
mentes sos indi V tdi 10º
erosos

tunidade de “acesso” ao capital, embora apenas uma & “modeR rnaSa


: ada a pe! tomadidaa «|
ínfima minoria se deci e de dE conhecimentos. ser realiz
ara. em função ey
disse a aceitar os ingratos encargos acarretados poress ao o passo Dánm
a vocação, decisões
; Fica prepara
” (p. 74). 71). Fica
isões” c com esse exórdio o primeir
preparado
No emanto, não é o aspecto revelador da má consci pani
a c
operaçã o.
ência pessoal dos mag nho da ideologização a seguir f ita representando a próxim
natas, banal nesse gêneroliterário. que agora nos importa de um fato novo. O] itado des- '
acentuar. mas a cor consistir 4 em deduzir daí estarmos hoje diante
cepção principal, a do “deslocamento do poder” E
transf E
ormaçã o.
na qual se apóia a teori locamento do centro de poder.: Explica-s tanto a1 pr ente
Explicae -se portan
do autor. Segundo tal modo de ver. 0 poder “passou para a para a trans
õesos Ç
associação de lo- Foi a exigência de “informação” que criou as condiç pis
mens com conhecimentos e experiências técnic a DR ha-se Cã
justifi o
cada a
na direção social. Tratando-se de um fato gd aj
as diversas ou com outros talen-
tos que a tecnologia moderna e o planejamentoind
ustrial exigem”, EUssa emer E te A ! aa
falsa consequência que lhe é atribuída. a ER
gente conjunção zodiacal constitui “nova localizaçã EARaque e se too
o do poderna empresa e na centro de poder, núcleo do pensamento do sociólogo
sociedade” ( p- 08). O escritor preocupa-se em primária E:
| livro. Não é preciso dizer- » que faz parte detal conceituação
representar como preponderante e nos
seu
decisiva a questão da “localização” do poder. sendo ERA bi ir i s
por isso necessário antes crença em que a mencionada conjuntura se Npreenna
de tudo esclarecê-la e compreender osignificado atua o pn
da mudança de posição para tória. Para governar — eis a descoberta — necessita-se
a sociedade, a ponto de fazê-la ingressar em ]
ore ' tac ne 6
ção canalizada tecnicamente, mas ao mesmo tempo RR
nova fase. que nãoguarda com à
anterior senãorelações de semelhança em a pectos ra E eai seo
ar-se O
ou matérias de importância verifica -se que a acumulação da informação tecnológica
secundária, Nãoé preciso nem umleve esforço intele es
ctual para logose divisar centro « le grav idade do poderio social.
Não ocorre ao habilidoso
estarmos diante de um sofisma ideológico destinado entoam o e
a desviar a atenção da as que,
cor stas | ne, I Os ' paises subdesenvolvidos. lhe
tue lo no
sobretuc
o ut , o de “corist
gl
questão essencial, que nada tem a ver com a “local sempre existiu. Nunca
: ente,“ sempr
ização” mas se refere à na- inédita éé perman
tribilho. que a situação julgada inédita
| 442 |

-——
-—

a informação. a tecnologia não determinam novo

miBO jon Sa]


houve governo, do Estado ou da empresa, que não necessitasse informação,

OMULd BITOLA DIPATY


burla do público. O sab
ith,
além de nãoser ela. e sim cau completamente diferentes. que detern nat omento histórico na posição do centro de poder, segundo pensa Galbra
mercadorias
os verdadeiros deslocamentos de poder entre as classes ou setoreslocais
. O con rque, na sociedade à qual se refere. aqueles conhecimentos são
1€ só podem ser compradas pelos poue possuidores do capital. que inve

op
ceito dessas causas tem a ver com tudo quanto encontram
os no livro coment
. E E
do. Verifica-se, ensina o fabricante da obra, que a noção de deslocamento du m no poder de compra da informação, para fazer funcionarem as puedo

ettasduosy
poder, explicada com o auxílio do conceito de “informação”, mostra que o di orações. Comisso, em vez de estarem cedendoo poder que presos
cada
reito de direçãonão passouparaos indivíduos, na empresa e na sociedade, mis antes só os capitalistas possuíam e lhes era reconhecido, ao contrário,

O
para as organizações. o
Deparamo-nos aqui com a tese principal. a arquitrave do z mais se fortalecem na posição de detentores dele. Apenas fazem mudar
nte, como
livro de Galbraith. pela qual se bate, por ser o motivo determinante de todo
q istema de exercê-lo. Em vez de pô-lo em açãoàs claras e brutalme
1 pensamento. À ingenuidade dessa conceituaçãológica não poderia ser con qutrora. são agora forçados a exercer o mesmo papel por interpostas pessoas.
ve-
tudo mais berrante. Observemos preliminarmente que o autor chama “info elar a face, “fingir-se de morto” exatamente para conservare revigorar a
mação” àquilo que toda vida se chamou saber ou conhecimento. À substitill Jha dominação, inalterada emessência.
ção meramente vocabulardo conceitoo faz aparecer como uma intuição eleva Não pode porconseguinte haver nova formação histórica fundada ha posso
capitalista
da à categoria de ânguloinédito de apreciaçãosocial, adquirindo por isso ex da tecnologia, segundo pretende o autor. O queocorre nasociedade
trema importância para o industrial do centro imperialista. que na ia predomi-
fase atual «lesenvolvida é a passagem à procura de nova forma de mercador
precisa inocentar-=se. nante. passagem justamente que para ser possível exige a premna
AaeA da
Emprimeiro lugar, em todos os tempos. porém mais visivelmentena época a pro-
condições de base. Nãose trata de outro modode produzir. pois sempre
da chamada Revolução Industrial, o desenvolvimento da produção. mediante de produção ; desde Aqua
duçãofoi técnica. nem de diferentesistema de relações
mum tm-
as técnicas possívei no momento. basecou- no saber existente, ou, usando q “os técnicos continuam assalariados. Temlugar portanto a acentuação,
linguagem doescritor, que a aproveita pelo recente prestígio mágico envolven peto jamais visto. de um aspecto de um fator da produção quarta pi iu.
te da palavra, na informação corrente. emtodaa multiplicidade de dadoscien ado por
A idéia de que a posse datécnica confere o poder a quemfoi tinfená
tíficos, sociais, econômicos € políticos. Os industriais. possuidores do capital. ti objetiva mente ia pé
ela, a quem a possui na qualidadede especialista, é
teórico
nham de valer-se dos estudiosos. dos homens de ciência. e porisso punham-nos la prática diária da produção industrial capitalista, levando em isxne
a seu serviço. Mas. em segundo lugar, e esta é uma noção decisiva. o conheci. à conclusão exatamente oposta à pretendida pelo autor. Nas condiçõe s de tra-
mento, na sociedade capitalista, constitui uma mercadoria como outra
qual. balho altamente tecnificado, a “tecno-estrutura” retira todo poderdo técnico,
quer, tem um mercado que lhefixa o preço, podeser comprado por quem dis- moralmente rebaixado à categoria de empregado assalariado, por mais regia-
de
puser de recursos para tanto. A reunião dos especialistas que irão formar
à mente pagoque seja. O ingresso nessas condições de trabalho proa panda
“tecno-estrutura” da empresa e. em âmbito mai largo. da sociedade, o chama- profundas repercussões existenciais sobre os técnicos tecnocra tizado ein
do “truste de cérebros”. é formada na verdade porindivíduos quase todos em lhes um modo padronizado de pensar, dá-lhes horizontes intelectuais estreita-
re-
sua mocidade, que se esforçaram ao máximo por estudar uma especialidade mente bitolados, cria-lhes umasituação de vida onde as opções de rumose
s
científica, vezes extremamente difícil. para serem finalmente obrigados a duzem a tal ponto que praticamente os anulam no direito de seres humano
ender sua força detrabalho não físico mas intelectual. e em condições humi- livres, imobilizando-os na posição ocupada. Comefeito, a veleidade de trans-
paendo
lhantes. porque terão de se prestar ao papel de títeres dos verdadeiros e inva- ferir-se de uma organização para outra : ignifica um riscovital efr bapvienni
riáveis possuidores do poder financeiro. Os últimos descarregam sobre ele a perda de qualquer nova oportunidade. Desse Parada ta p anne
responsabilidadedos negócios, dão-lhes funções de chefiar. fingemguiar-se por -
tados valem-se os dirigentes da empresa para cumulá-los de favores honorifi
suas indicações, adulam-nos para fazerem-nos acreditar no papel que lhes s represen -
cos, verbais ou efetivamente financeirc mas os benefícios ofertado
mandam desempenhar e sirvam de personagens da comédia tecnocrata que sofreram e
tam o modo de ocultar-lhes a verdadeira perda da liberdade que
in-
eles, os grupos real e permanentemente dirigentes. montam
para seu proveito destinam-se a comprar-lhes o silêncio, a conformação e mesmo a adesão
| +44] [ado

suTa
até a total nulificação de

eISOjOUdI]
desafiar e a que em última instância, se subjuga
(
consc nte. le2V am do-o
iente oss
le -05 ul Metiv
] Ivamente
ate a se
se Bre» n exist
exi f encra|lmente realiz
| a
dos”, com a sincera crença na ilusó
i desse tipo de alta organiza-
« Comprova-se o fato no fenóme no. característico
;

ria posse do poder.: que «


( er pa ” 4

funciodonár
Fa e.

BILSTA náriosios dy
(|
depar
, tamen
| to ideológico
bgie da organizaçã
izaçã o r a perder o próprio
lhes incutem. . O técni
pelas relativas vantagens auferi y co + justJustamente v econômica. industrial ou bancária. de o técnico chega
PAi RR auleridas nas organizações capitalistas de empre gado de tal fir-
ome e ser reconhecido tão-somente pela designação

ap oyisa2H07y O)
, inutiliz
OIBATy

a condiçãovital de “técni nico”.


co”. Emve
»E z« deser
ser o portador do s; de igualdade com a condi-
is que o tort
saber aA a. banco ou corporação. É mais um curioso traço
execunor
tor de atos trans
ransfforma
or dores da realidade ex por e isso o perfei-to exemplar do o do escravo ou do servo, semoventes que
tambémno passado adotavam o
indivíduo hum ano livre.
ivre. converte-s
e e na antítese de sua devida . O indivíduo com
À realidad
a é vao se nome familiar do senhor, exatamente porque lhe pertenciam
do de um trabalho técnicoar-
deixar pre nder I , ela em res
nhecimentos rudimentares mais práticos. viven
resa, em razao
A da alta espe
I ali ZAÇ
ação dos
5 seus
ê conhu

um consertador de aparelhe eletrôni-


( ment
entos
os | e I la bil idades.
l 8, qu é
fesanal por conta própria. por exemplo
as vezes
ezes nao penco
« ntram a I , lic a ção , ou empr
I Pego
E not

senta o extre mo oposto ao do inte-


tra par te, noutro se tor da produç O €
pt los altos dários que o imobilizam mm “cos. constitui um trabalhadorlivre e repre
território onde erve. À condiç" ão do o “técnic o” éé
nãoexiste o problema da “tomada de de-
g 7
é hoje muito mais parecida à dy
Ê “técnico” Se + ”
ufa nleba nulla dera a grante da “tecno-estrutura” Paraele
: gsteba da empresa capitalista, do que à do operário do períodl ão é um trabalhador plenamente livre. O conc
eito
a E *riodo €I1s0€s . mas em comper isaç
industistria
rial l cláss
clássico,
ico ou mesmodo operáriodo país subd poder mais. de feição ideológica.
Eao menos porq
e nvolvido, “mais feli de “tomada de decisões” reveste e. a não
porque sua
sua jo
a j ignorancia
Com ele fingem os verdadeiros dono do pode
ez
ânci q e aç quase
aR
completa ausência
Ê
de eO
peciali e portanto Os únicos a quem
gmaeu
avanç
E adaae e insubs
insubstituív
tituível
e lhe dãom maior
i mobilidade e liberdade de açã os técnicos e burocra-
compete de fato a “tomadade decisões” * interessar nelas
uanto to mais
mais compl
€ exa
xa e finan
fi ceira mente poderosa for a empresa ndo aparentemente à1 res] vonsabilidade
tas assessores. descarregando ou partilha
i E industrin]
ou comercial do Bdi andesa
« lo especialista, do encarregado dere-
DT Ma t :
centros unperiais. mais seus| técnicos e veem priva de diretores máximos. e exaltar a figura
dos de traços elementar: da realid
ehun nana de do arúspice do marketing e de mil outros
coadjuvantes meno-
lações públie as.
ade é é Há
é uma
u e le Cresce
ada scento
m

rleição dos conhecimentos e serviços que fim de dar a impressão de se cer-


perda da liberdade. correl
res da tragédia empre arial já hoje clássica, a
ativa a pe

strando desse modo praticar


em carater indiv idu au,
care m de consultores de alta competência, demon
I pre
res tam a org
> aniz
E ação +.Nas
é pex aque r| n a xse me (dé
dia ( E mp re I

de participar de tão glorioso


AS, sobretudo nos> k paises
=

a política de racionalização da empre 1. À honra


uses atrasI a dos,
1 . os OS tecni
tec 5 tem
cos tê mau Pes Pe ) po ssibili dad

=
la le es, I

tor pa a ser “tomador de decisões”,


de
lemic Mist
nstrar « * EXCTCEer
resultado, de ixando de ser simples execu
r se
5 seu val
o ru La hi vIC 1 lual d oc que * nas la e Br
g o u Ides I 5 corpo
I racõe
é 5 da

nados assalariados técnicos. con-


ambit
b o me > nacio
alimentar O “superego” dos confi
A 1O na | 4 onde
I l a
al oi I ez z do
Ietde I siste
Este ma os empar I e da ( m Í funções t Jo
basta para
a pre ciosa O portunidade
forme dizem os ideóloEgos dacasa, que não perdemess
mesmo tem] | am: leva dissi
| 55 mas5 « nula 5 I a | rigide
y Ze
., eaXIS1
2 da I FÊ veto
el » eigan
ie tismo
: | do
psicológica integrante das
de pôr em circulação um dos conceitos da mitologia
sistema - I POr Fr se
ser condi ça ode d Coesã
Ss o e func Jonamento e MI ide+ nte id de” modo “quo |
ores do pessoal trabalha-
obrigações contrárias de sua profissão de domesticad
não esta em poder de nming
Sue
u nm. muto menos dos 5 Serv
erviçaÇ is Ss tecno
te o que b á-la

ncia atual.
dor. considerada expressão legítima e a 'ançada daciê
ter a, poi quanto torna-se indispensável
a sobrevivência de todos é A pe F
EI:
da da libe rel:
rdadeY individual
“ g »
não col titui porisso um fato acidental mas j
retra
| à sição funcional do sistema em que o técni -

em
2 À “tecno-estrutura” como degradação do hom
co terá permane
de gravitar. Como indivíduos.Ss, assu
ass memalta impor
i tância pelo vulto
o dos s int
inte-
da tecnologia, declara o
Explicando o queentende ser 0 papel da ciência e
resses que
ju mam eli
jam GS dsàsT Tespo
| on ab il ida
d ( le a > unido
uma I 1
corporare naum contu
mente respeitado entre seus pares
economista e diplomata ianque, tão justa
] nto
No. a “tecn
ob o acia ( NULO gOve
g 3 rne , do 5 teen Os. «que so

nas con iste em tomar ho-


“() verdadeirofeito da ciência e da tecnologia moder
os aceita na propor ção
oe em ( que22 a ac Imi te H 1a
anul: b ça 3 Í pesso a I k seta hr
la l idem
le n ific
wma totalidade da empresa. Longe da empre PSA
profundo, e depois, através
alice
s, informá-le de modo especializado e
MI
sa pertencer ao técnico. conto
r- mens comun
-
pô-los de modoa ter o seu conhecimento combi
me e nos quer
[ e em suger
da organização apropriada, di
u ge W os 051 ideol
leól
) ogos
a Ê « la ( lassse.
s e. Í lazen
Aizen do-no
I ay n s si 1H Jor seja e] 1 € le quem
ju

os mas igualmente comuns. Isto dis-


( lirige
Be. I »rofel
| aem am ( la, eo o teeme
nado com o de outros homens especializad
M c , que perten
) » ce e ac 3 mpr es Sed. NO » 5 5€ Se ntido dk aque | t
o relativo “poder”
trecho antológico tem ovalor de
pensa a necessidade de um gênio” (p. 71). Este
ed Ê fru ta dao
1 lh e ad ver
m d da idem
Te Í ific açe o
( conto
oss mer *Pesses di
I
uma « ntid € de ( oletiv a e quase atual, «que pre-
uma declaração de princípios, de um manifesto do capitalismo
| 1ase seem] Pe
re ao
ma st vo | qu eosu , ulpeera
“, «aqu ecle
( ] não ou-
na u
—.
cdi
+-
o
orosune : ute o que 0ociólomgo

=. > pe 35],
gn mig
) e sim FIgOr
maliciosumente feita: por nós,
que permite o uso [sic] de talen-
tendeser neo ao assumir a forma da empresa tecnocratizada, Revela a autón pregasse
ETA CITA
* A solução elementar
tica mentalidade doteenocrata que julga a massa dos “homens comuns” simplos norte-americano declara: E sé
maior de resultado
os muito mai comuns
€ mm uma previsibilidade muito
material para ser “informado” e “disposto” de modo apropriado. No termo “iin 1 ados, AV rtentes
a ou expe € M -
»

>+
e

r hom ens [sic ] que sej am dev idamente qualific


possui

0404400
formado”, usado aí em sentido transitivo. o que significa fazer do homem um ve-
iali zados”il (F 71). ) Como
iali
hecimentos € artes espec
da área limitada dos con
IVAI

objeto de uso. o autor certamente querindicar a infusão de informações. em cn q


3 nte 31e:
la medioc
de ) r K lade
,
s ual I J0F-
a l ct
signific aa
sig decologia
a id
1
o st rutura
ráter passivo já se vê, a fim de obter a completa anulação da personalidade do n JOS. a 10-€
t ecn
não e ext-

O
»| ne
t 1 ralme “mnMe
ae
K ) al, uma Ê ade Ea mt elec
€ ntid
3
OT au exe 1 CIO!
a PBDC
ação do
>
( 20» eread o e, e em
“paciente”. Além disso, fica claro que o vocábuloescolhido veicula outro senti que
anteecipa
ipaddaa o
just ific
justific açê
obrir nessas palavras“a a ant
b
do muito mais verdadeiro, sendo aquele que representa a secreta finalidade des ente” ( idem). Podemos desc Cone untado
ever o livro
ado s em o menor pudor escr
sa “informação”, mesmo queo escritor nãoconfesse expressamente tal intenção autor pelo fato de haver ous
:
nte. « indivi-
ere, naturalme
cão imperialista. que pref
Referimo-nos ao verbo “informar” na acepção de “dar forma”. de “modelar ou a apologia da domina aió-
só para torná-los seus hagi
>

acidade intelectual, não »


mm homem para umfim definido. Desaparece o primeiro sentido da informação duos de média e baixa cap aezv ,easim
emente a pessoas do
EEmesmoja
dirigir-se ef icient
a ideia de aquisição do saber mediante um atointelectual, no qual se exprime 1 grafos, porque saberão de dom : | ! tm

regados técnicos, mais fáceis


e E E
y e 2 = »
€ ni

também para delas fazer emp


a É

dignidade racional do homem. que. pelo uso do entendimento, descobre as pro ne


a critério do leitor.
priedades e as leis do processo natural, Cabe ao empregado emato de teenifica- ferência nesta alternativa fica dig
nto da um nida
Em todoo livro agora di tid
o. a tônica incide no rebaixame
cão o papel de paciente, transformado numa substância amorfa e moldável. que inti
isti e o poder
ntivvo. criador do espí
«r cria | rito
i o que tem de dist
uil
tem de se deixar “informar” literalmente. “receber a forma” que lhe queiram de da pessoa humana naq
uiv
qui
arq r dede con
adoor”
vad im ento uma
e hecrim prat e-
a ser um “ar
dar os managers. para se converter em membrodo novocentrode poder, a “tec- racional. O homem passa r
“memoria dos computado
ado ao órgão chamado
no-estrutura”. Partindo de tão desumanoconceito. aparece pe rfeitamente com- leira de depósito equipar 107 10 A ope
Í Ti raç
aç ão
nt o of
ent
os no j m t yme rtuno.
re ao
e 1 d dos
di p or e€ mpi "es:
esários
; s, 5€ mpre
“Os.
| tronco
ele
preensível então a parte final da frase citada. A “dispensa do gênio” ) osos outros €a €» fetu
, “
ada
£
pelo
»
su ru-
, p uns com
os port ador Kes do saber
na verdade, a dispensa da dignidade humana, da função do espírito investiga- de escolher e juntar arução que
rg
ro ou OF
5 mor
ES = anização ou repe
€ fábri ( a. ESC
di gen te €€ propr e tario la
nte
dor, estudioso e criador, uma vez que o homem foi reduzido ao papel de “arma víduo numaá massa
indivi “sa imincolor de ser-
valor humano do indi
zenador”. “reservatório”. “almoxarifado” do saber. A “tecno-estrutura” consis- assimdilui o verdadeiro ex essão pa
típi ne
| ca da
€ robotiza
guroser Tal éé aa expr
izi dos. Tal
te na aparente entrega da direção da empresa aos indivíduos de talento menor. vicaisanônimos. timoratos. inse
i
a ção de
Í . de cria
ldia
gênio, sempre suspeito de rebe
aum grupo irrequieto de colaboradores achegados. fáceis de encontrar, aprovei- : talidade que tem horror ao
men ito pe
s e possivelm «nte indesej
áveis. de afirmação doespír
tar aos magotes e na verdade possuir como gado de pêlo lustroso. O horror ao idéias incontrolada I
n p! epar
I bem ada
|
«dl í o rida de
le m edir
at o da
cult
ga la ao natuw r al
ape20d
qd m e ntali ( lade3
gênio ressoa comoa nota constante de todas essas cavilações. Observemos seres- e » e.
(
torn a o indi v íduo, o
crentista. ( O 1ec-
I qu e a limitação
à ao. pe roqu
te um traço essencial ao conceito e à prática da tecno-estrutura. É preciso valo- ra uma um a fum
Pp alo
icu
artic ig ra
ullar m é como figu
à enquanto ind
à . não vi duo part
indiiví
vizar ao máximo não« nico dependente do patrão vel
valores máximos. mas exatamente os médios, os medio- um agesto adm irá
-genérica, uma dele quisesse escapam c ometeria
vez que caso
eres. mais abundantes no mercado e por isso mais baratos. À genialidade do destino Ro
ade onde funciona só teria prot
ideólogo da “teeno-estrutur: revela-se na descoberta, afinal de contas correta. ma inútil, porque na soc ied em Ena e a
ro. E quererescapar ao pronta
ras de outro idêntico ao primei
de que numa sociedade dominadapela informação. mas onde é impossível a um , A produção intele
etrabalharpara ganhara vida
únicoindivíduo ser capacitado emtodos os campos dosaber, a atitudeinteligen- via condenar-se a não ter ond rtence É mnCIi e
guem
ú
1 o humano. não pe rtence a nin
tid
dent ro da tecn o-e trutura perde o sen
te consiste em reunir no mesmolocal, sob uma particular autoridade e amestra- tual e
I O mer ado. que,
se-
te o . CO
icos 1 ado
o mpr
er us , o
> d e tecn
se d deve a um
dos paraservir a uma únicafinalidade, o lucro da companhia, umcorpode téc- licência. O traba-
É
Pp ( rquant o se
i nteveem maté atérria intelig
is de inte
gundo sabemos, mos
tra- e poucoexige
micos de baixo nível, não só porque produzirão mais do que um gênioindividual. | stas,
ições impo
condiç
acei tando asas cond
ipe , + acei
“equipe”
encer àà “equ
mas porque sobretudo torna-se fácil possuí-los. Quer dizer, anulá-los como se lhador intelectual tem de pert degradação. pois
Ss
1
[-se 5 at fe no3 CU mm a sua
g ça ( ) d e» maIm fe sta
res humanos. escravizá-los. Fazemos questãode deixarfora de qualquer suspei- nc lu SIVe
Ive + riga
a obri
.
afunda na improdutividade
ta que o conceito de o empresário possuir o técnico não é uma glosa que alguém for excluído da * equipe”
| 449|

eo
+
E
inrbii Lo
vdúvida, o aimenso
rd ed e Us inc
PAUTA Batata oamaTy
desenvolviment
terminal a que se vê forçada a recorrer a organização industrial ou comercial

eiZOjoudo
o daciência é da tecnologia impõe a
especializa
“SsDe
ção do saber.
para assegurar o funcionamento na selva da competição produtiva onde está
.t
ia para a
chegando às
ticas a
vezes ao confinamento em tores extro-
ente remotos e diminutos. Verifica-se ser inevitável.
em escala crescente embrenhada. Uma das sérias mistificações espalhadas pelos ideólogos do siste-
ma vigente consiste emdeclarar que a tecno-estruturarepresenta hoje um po-
a coopera
| ração
ç ae labor "ace
na ação d e um pro]lê to ou na execuçã

|
o dele. b Vlas
5 o encanto
=
da consciên
nscienci
ciaa ingênua
ingê agor dominan
agora i te com o nome de “tecno-estrutura. der à parte na sociedade. Nada mais falso. Estabelece apenas a forma nova,

oJa90009
e em julgar
julgar ser
ser inédita
inédita essa
e ituaçã o que develevar ao apagamento dy
situaçã além do neologismo, a quese vê obrigada a recorrerà velha estrutura de pre-
con

personalidade criadora
: , à “di
ra. sa do
ispensa do gênio”.
gênio” absorvii do no chamad
ú o “tral- domínio do capital, em face das inegáveis e incontáveis lendas da arquitetura

O)
lho de equipe”
ses: Ê . Umaek outra destas idéias são inadmissíveis lesmo no
passa para se sustentar, fazendo crerao público emge "al ter havido a renovação e o
| ea CSI época,
jualquer CCRa produçã
re res
o semprefoi: resultado do empenhosocial co rejuvenescimento do sistema pela entrega do poder, ou da parte mais impor-
aaetivo, À personalidade pengeni:
nial, o inventor
i inventor de algum
: etodo ou engenho, o desco
método tante dele, à inteligência das recentes gerações de técnicos. Na verdade, nunca
de novos conhecimentos sempre atuou apoiado em condições de susten-
foi tão intensa à concentração da dominação em um único foco, atr adicional
ção, a começa
ta “ão,
r pelo recebi para cujas mãos continuaconvergindo o comando econômico.
” + eceby
mentoda herança cultural que o grupo social [he classe dirigente.
dfbreti C U iaS Ed s em favor das artes
recia. O patrocínio do príncipe
e das ciências. inclusi Com o obrigatórioalistamento no “grupo de trabalho” eriam-se duas con-
ve as 0€cultas,1 éÉ fato perfeit
feitame
amente conheciido. À ajuda
j de uma companhiaE de tradições, uma para o cientista ou 0 técnico, outra para o empresário. O cien-
auxiliares comrigorosa distribuição de funções, em escala de
valor. também [oi ti do umtrabalhadorintelectual, encontra-se imprensadoentre dois mu-
sm dos aspectos da produção científica do passado que ningué
m ignora, espe ros: ou se nega a si mesmo. renunciaà capacidade criadora, aceita a incumbén-
Panonto daquela montada pelos poderes dominantes que Et
ide us cia de descobertas “por encomenda” para cumprira tarefa anônima dogrupo,
proveitos da pesquisa. Claro está que ao lado dessas organiz
ações antigas. ve- aprende a pensar coletivamente, a não saber o que pensa senão quando fala
Elen pouco eficientes. floresciam os gênios isolados. E
A as com os colegas, em reuniões ou debates “de grupo”, perdendo assim toda ini-
de investigação em condições às vezes extremamente
dolorosas e precárias ciativa pessoal, incapacitado para se distinguirpelo talento próprio; ou luta, es-
Quase nada mudou no mundo atual à este res peito. À prepara
ção do a pecialmente nos primeiros tempos, quandose sente inspirado para se impor no
ou-do técnico fazar-a pelos
continma-aa fazer-se
enico continua E
mecanismos da transmissão hereditária conceito dos companheiros, reféns. iguais a ele, do emprego duramente con-
da plage hoje em dia mais exigentes e reclamando maior
diligência e capaci- quistado. Sabe porémque a luta, além de impossível,está antecipadamente vo-
dadepsieloctual dos estudantes emfase de assimilação. O
que einixdou foram as tada ao malogro. não o fará aparecer na figura de um cientista independente,
condiç à ulteriores, aquelas em que o cientista ou otécnic
o. depois de recebe- porque na melhor das hipóteses olevaria a criar algum conhecimento. um mé-
rem a formaçãoinicial mínima. terão de ingressar a fim
de encontrar aplic: y 4 a todo, uma técnica originais ou mais aperfeiçoados, que não lhe iriam pertencer
(ão, no trabaabalho prático.
ati para
é os seus conhecii mentos. Em
j todo nem sequer receberiam seu nome, mas seriam arrebatados pela firma, na ver-
tiveram
E de e traball
trabalhar em conjunto com outros semelhantes empenh
dade pelos proprietários. Deste modo seu talento unicamentelhe serviria, con-
sro ( . pa “ x -,

o
2
ados muma
tare a comum
» , mesmo
es quando
and esta| consist
istiaia imples
si mente no exercício de un) forme disse o poeta, para “ir dar frutos no quintal alheio”. Por parte do em-
RRforço físico.
e Reaviairo Er ó
Portant
Dar
o. por este lado nenhuma or ginalidadeexiste. Novo agor:
pregadoroutra contradiçãoexiste, não menos grave. v o funcionar freando o
| ade capitalista avançada, no chamado spátkapitalismo
processo produtivo, comportando-se por conseguinte como fator dizimador de
OCICE » (E : “ e £

ou “fase final
“ 7 . 7 as 5

doca ni E “ ti :
pitalismo” (Herber , Ltd
t Marcuse) éa a institu
E : q «
cionalização dessa condiç, ão na- lucros. exclusiva razão de ser daquele espécime da raça humana. Com efeito,
E
4
tural. atualm
e ente convert e ida em sistema. ujeita a gras de admissão. produ-
se não eria a equipe nos moldes habituais, se não enquadra o pe quisador, o
ção e direção, retirando da a socieda
sociedade
de em
e geral
ri o antigo i comando dotrabalho técnico, o professor, não consegue organtz vo funcionamentointerno do siste-
cooperativo I para entreggá-lo
á- ao minúscinúseulogr ; upo de: potentados econômicos efe- ma produtivo. perde o controle do trabalho tecnológico e não agúenta a com-
tivamente dirigente, os diretores de empresas, consórcios. cartéis.
trustes e cor petição comos concorrentes, melhor e menos humanamente organizados. Tem
I JOraçÕõeEs
(
« jue prepar pare am oà regula : mento da equipe
i onde devem ingressar os es marinheiros dos velhos
por isso de manter seus homens de ciência. como os
tecúmenos
nos dada tertec nologia
ia. . Este
Este éé o a pecto origina
igi l e denuncia a fase extrema e vantins. sob disciplinaférrea. Mas, por esse mesmo desempenho faz mani-
[450|

v

-—

eIFOjoNSST
wide
de tornar-se maleável e dócil, che-
SIuta
> 3
empresa, O técnico tem. por conseguint
fe tar-se e acirra
o o ou tro
ro lad o da f ontradie o. I eladas5 f
VIVE rotinizadas as
e quatro ç
emqueaceita a in-
gando emalguns casos ao inconcebível grau de robotização
e
ligên 1as, extinguem-se as fa Iscas criador: e comelas tudo quanto de original,
ntados melhorament
BILSTA

eEaàs vezes de enormemente lucrativo. pode riam produzir em proveito da com


cumbência de fabricar com inconsciente alegria requi
I a. Uma tal atitude redunda no consciente sacrifício de lucros potenciais ma desumanizaçãodo cien-
para a guerra atômica ou bacteriológica. Essa supre

ap
£ 1 né ha € “ à = = € a
OJPATYy

nte social, a cujas finalidades

ota SU0OM
verda que
perda que o magnata
: «stá obrigadoa
está obrig: i
aceitar, i na época
pois É atual receia mais kq tista explica-se não só em função do seu ambie
ventualidade,4 ainda virtude das exigências dosis-
tem de aderir sem críticas, mas ainda porque, em
outra eventuali al mais
ais próximae
próxi sensível,
í a revolta do talento.
nd a de
sarticulaçã
: o estreitamento do horizonte
tema de produção. que exigem cada vez mais
lação dass tarefas,
tarefas na presumível
N í mas perigosa
i dependência de uma
k in

o
venção valiosa porém incerta. sabe do que pelo que sa-
rta.
g Prefere
Pr re portanto
por »0ime do trabalho
o regime | em equi: mental. torna-se valorizado muito mais pelo que não
pe com o lutar anonimatodoespecialista e a tranquila anulaçãodotalento te em saber
be. Realmente. u valor como homem de ciência ou técnico consis
deste, rebaixado ao nível ótimo de conveniente mediocridade querer saber, o que não sa-
muito bem o pouco que sabe e em não saber, nem
Apesar de uma ou outra medida. sempre ineficazes emconjunto, para encon asignificação essencial-
be. Este fato deve ser constantemente re ssaltado porsu
E um compromisso entre a tarefa anônima e o reconhecimento da obra indi- valor intelectual, a ilimitada
mente anti-humana, a substituição do autêntico
Ricinah vemos na verdade permanecerem estáveis as duas contradições aqui re- negação do papel indefinida-
ânsia de conhecimento. pelo desvalor oposto, a
ag quandoosistema social é do tipo que não pode libertar-se delas sem ade. Tal limitação repre-
mente apreendedor da consciência em face da realid
s con ituiu a expres-
senta a antítese doespírito genial, que em todos os tempo
desarticular. O paliativo paraessasituaçãoirracional e desumana tá bojo e
É pre,
sempre, nana intervençã
intervenção o ideológica, zações do passado, até esta
ideológie consiste em tentar racionalizá-la. mostra! são máxima da grandeza humana e construiuas civili
nãoser er tão
tã nociva o. prenuncia o fim de um
vi quantose se diz di e atéÉ proclamar mesmo ter apreciáveis
ÀA vanta
Ú Ho forma que, certamente. por seu caráter anti-human
gens para ambas as partes. - Nesse ção não é entendido com
Nesse momento então à entram em cena os ideólogos istema de conveniência. Mas o que chamamos limita
da dominação. « cientistas sociais”, os homens de “relações públicas”, ia amarem com pleno despudor
os pro- este sentido pelos tecnocratas. a ponto de a procl
fessores de “administração de empresas” « de “orientaçãovocacional” e o restan- forma de racionalização da
E e até a justificarem com orgulho, nela vendoa nova
à qual sãoos únicos ho-
e do| imeenso esquadrão
«squadrã de domesticadore
, SfIc s que ajudam
i a maquilaros figuran produção. Ufanam-se da visão que adquiriram,graças
ek
tes do espetáculo. ) O papel
sapel
ps desses
desses pedagogos
tes ped: s resumir-se-á
resumir-se-á ou em refutar
' tudo
ndo mens à se deliciarem coma beleza dos panoramas microscópicos. Os qualifica-
quanto
| descrev
escrevemosacima
acima, ou mostrarserfácil, empela palavra “raciona-
áci e por meios oferecidos pelo pró- dos teóricos da economia do centro imperial entend
| rio sistema
tema sanar
sanar as tiva que. logo a guir, O
as situações
situações inconvenientes
incc i , restabelecendoo 4acordo. . àa salis-
sati lização” um caráter da atuação humana produ
lapida r: “O desem penho
sr. Galbraith se prontifica a nos esclarecer nesta frase
fa Cão
so muto a dass part es ema
€ aparente
rem conflito ” Jara € a maior
x “ olé
I I õ ) naeperp
« I 4 | tuid “ 1
ível” (p. 71). No úl-
resultante. embora menos inspirador, é muito mais previs
de do "eoi
eum o . De !IXxamos
Os de) lado a anál B s malabari nos
Cceos s prete *s +
nsamente ló

nação teenocrática. Com


timo vocábuloestá contida a chave de toda a maqui
8
sicosà 5 didatas
dos í 5 de: alugue
W L por pot
forneCe
cerem assunto
s qu e nos d e svlaria dema-|

do pensamento quese in-


ele o mágico, sem querer. desmascara a finalidade
sado de Oss
nosso pm
tema. 3
Som ente
Em de 26] é s
e ejavamos 5
mostrar aqu e o ar I anjo chamado
E é
E: que a “teeno-estrutura” se
as e de trabalho”.
alho em
“trabalho e equip e ou aDER“equip
dci da dos expoentes de sua elas-
cumbiu de alinhavar para cumprir a tarefa recebi
ufana de haver criado e defazer funcionar tão bem, com geral alegria. esconde o. O cientista. o pesquisa-
se. Com efeito, o importante está em tornar 0 técnic
realmente um embuste na forma em que é apresentado. Con id de fato um capaz de um comportamen-
dor. o homem emgeral previsível, ou seja, somente
Brave problema humanoda produçãotécnica e científica de nosso tem E exi o patrões. sabedores de an-
to que exclui seguramente qualquersurpresa para
gindo amplas modificações sociais para serefetivamente aciniandda E Ri g -estrutura” da empresa. em-
temão do que será decidido pelo grupo da “tecno
algum se reduz às simplicidades com que o retratam os teóricos do novo estilo desse grupo depende o rumo
bora declarem da boca para fora que da decisão
de alienação do trabalho, rotulada de “tecno-estrutura” por esta nota supremamen-
dos negócios. O técnico passa a ser então definido
o caráter autêntico do ser
te degradante: é o “homemprevisível”. Enquanto
O técnico
"o, para
ra ser
ser aproveita
el do, precisa
i estar “preparado”. mas esta pala-
vra é entendida
e ida conforme
conforme dois refere à liberdade criadora
dois sentidos: (a) dotado de conhecimentos: (b) dis humano reside na imprev ibilidade. porquanto
obede cer : E
cer ao uso que dele quiserem fazer os verdadeiros donos da participação desi no pro-
congênita do homem. a espontânea e sempre variável
I yoníve l para
p
E
»
- [452]

exFojousa]
e, conforme explicariam,
CUL] jeto coletivo delibertação material da sociedade, o conceito de “previsivel” com ma escritas. sem dúvida escapadas do subconscient
ma falsidade de toda a ver-
queo vilipendiam os tecno-estruturalistas define a mais repulsiva nota com que desolados, os seus assessores de p icologia, revela
, amparados na esperança
bomontagem que estamos penosamente comentando
VIraTA

o querem qualificar aqueles que, na verdade, por seremescravos das leis de fer-
tamentesobre o que vem a ser
de prestar ao leitor o serviço de informá-lo sucin

“p
vo do capital, quejulgam,às avessas, possuir. são a única ínfima minoria de in
de fato pretende oartista é

otiasuos
o “novo Estado industrial”. Comeste nome o que
GIPATV

divíduos cujo comportamento é matematicamente previsível, Para estes. sets


ter sido anulada a realidade de um ob-
assalariados são “previsíveis” porque foram obrigados a perder qualquer ves induzir o público inocente a acreditar
idêntico sistema, pelofato de lhe pre-
úgio de iniciativa livre, a se converter numa máquina acoplada às outras com jeto, o decadente mas emessência sempre

o
cheirando a tinta fresca. Tal pro-
| trabalham. « Tornam-se
que assi um subgênero
Tornam-se assim i
êner da humanidade, uma pequena garem na fachada uma outra tabuleta ainda
er inoperante, ma infelizmente
multidão anônimae ignorada, a cujos membros caberá uniformemente um din cesso de simples trafic ância verbal pode parec
a-se grandemente eficaz, e por isso
o desconsolador epitáfio: “Aqui jaz um homem de quem nadase esperou”, Esta está longe de ser assim. Ao contrário, mostr
que setrata de reabilitar uma si-
melancólica oração fúnebre enche de exultante contentamento os dirigentes da a ele recorrem os interessados todas as vezes
do istema aplicam a medicação,
tecnocracia, que a enunciam emtestemunhodaeficiência empresarial. Poderão tuação odiada ou vilipendiada. Os ideólogos
s obtidos, de recorrer à mu-
dizer eulóricos: “Anulamos o homem de gênio, mas em compensação criamos regularmente recomendada, à vista dos bons efeito
título à mesma coisa, dandoa im-
o lucro como sucedâneo da inteligência e medida da liberdade”. Assimalivia- dança de nome afim de designar por outro
como se estivéssemos emfrente a
dos, tendo esmagado o único inimigo que os ameaçava. o gênio criador, o po- pressão de ter havido alteração no objeto. É
que nãose trata de uma lata de
der da razão. na verdade a liberdade humana em todos os sentidos, acreditam uma lata de biscoitos e resolvêssemos declarar
induz no espírito do ouvinte ou
poder confiar nos compartimentos do saber em que imaginam haver transfor- biscoitos e sim de um cofre. O segundotermo
ipiente algo precioso,jóias, va-
muado os ex-homens, reduzidos a uma condiçãoinferior. à velha função dos es- doleitor a idéia de estar contido no referidorec
to, queaté poderá ser julgado uma
cribas nas monarquias despóticas orientais ou nas cortes medievais. pois nem lores. dinheiro. Com isso valoriza-se o biscoi
num cofre. O caso inverso ocorreria
[
quer servem diret:
ervem diretamente Ácqui
o mas. a uma máquina,
Po homem
a outro jóia, pois todos percebem estar guardado
fato é um verdadeiro cofre, porque en-
se chamássemos de lata aquilo que de
estão guardadosbiscoitos. Vemo
tão o interlocutorseria levadoa erer que nele
3. Negócio e informação assim a periculosidade da consciência malic
iosa, que lança mão do truque da
s sugestivos antagônicos, transmu-
Favo
“oi1 e
ntada :igualmente
£ , ,
nova

mascara
à “a
para
)
reabilitar
MH
o conceito
1
de “ne- substituição de rótulos para produzir efeito
o negócio capitalista em tecno-e
gócio”, que o sistema de exploração reduzira à classe de palavra feia. Continua dando o bom em ruim, ou o ruim em bom,
em um centro de informações,
o professor universitário ianque fornecedor das amostre por nós utilizadas: trutura e a direção das organizações industriais
anece invariável o fato real.
“A organização moderna de negócios, ou aquela parte dela que tem a ver com enquanto porbaixo da manobra vocabular perm
o de negócios porquese funda
a sun orientação e direção. consiste em numerosos indivíduos que estão empe- Aoapresentar como “moderna” a organizaçã
reunião e con dta de informações en-
ahados. a qualquer tempo determinado, em obter, classificar, trocar e verificar “nosólidoterrenoda procura, elaboração,
conceito original. Ignora que
inlormações” (p. 73). Fica patente que o mestre apresenta como “moderna” a gana-se o diplomata, pensando estar expondo um
descrita. À realidade
noção de que o negócio é função da informação, consistindo na organização. nada há de especificamente moderno nasituação por ele
onismos internos sempre foi assim.
Na troca e verificação de informações, “o procedimento mais típico é aquele do poder na sociedade dividida por antag
cas de direito divino, os patrões de
que se faz por meio das comissões e das reuniões de comissões”, Cria-se assim Em todos os tempos, « déspotas, os monar
dos e de confiança as funções in-
uma “hierarquia de comissões” nas quais se deve “intervir ocasionalmente pa- direito financeiro delegarama serviçais letra
te na administração do Estado
ca forçar uma decisão” (p. 73). Esta última frase põe a nu as verdadeiras in- telectuais que não podiam realizar pessoalmen
o da produção e a complexida-
tenções do negocista que montou o pomposo cenário de bambinelas e bastido- ou da empresa. Apenas agora, con o cresciment
profissionalizado no exercício
ves de papelão e lona velha, a que deu o nome de “tecno-estrutura”, destinado de das relações de mercado, criou-se umextrato
e à qualidade de setor quaternário
a ocultar a ação onipresente dos verdadeiro: donos do negócio. As palavras aci- dessas tarefas, pretendendo até promover-s
+
da produção. Compõe-se da velha estirpe de alfabetizado que. não podendo para amostra, naturalmente entre os serviçais que sesobressaem pela excepeio-
ouid

BIFOjOUD9] dp OIrDU0M O
ser escritore contentam-se em vegetar nas mesas dos escriturários medíocres, nal obsequiosidade, eriam-se exemplos para os semelhantes, que se esforçarão
BATISTA

Incapazes de exercerefetivamente uma funçãosocial útil. de trabalho manual por conquistar a mesma sorte. Mas o principal motivo do aproveitamento da
ou de trabalho intelectual ou criador. inventaram um hábil expediente. que. “
mão-sem-obrareside na necessidade, inerente à essência do istema, de conser-
OIBATY

conforme explicaremos, convinhaigualmenteao empresários. e se propuseram var os canais de desperdício, parte indispensável da suposta racionalizaçãode
“coordenar”, “assessorar”, “organizar” ou “planejar” o trabalhoreal dos outros. uma economia por natureza irracional. Demonstram superabundância de re-
os que defatotrabalham. Julgam com issodarrespeitabilidade e aparente uti- cursos e dão ao mundoo espetáculo doesplendore pujançado centro imperial.
lidade à sua real inespecificidade, praticamente sinônimade ociosidade, Por is- Todos os impérios do passadoprocederam dessa maneira, todos tiveram tronos
so pululamos oi“assessores” em tornodas figuras políticas ou econômicas real-
e taças de ouro. a tenda do Cã mongol da Horda de Ouro, em Sarai na Rússia
mente significativas. Somos os primeiros a reconhecer existir na sociedade um do século XV. era tecida comfios do precioso metal.
papel positivo a ser desempenhado pelos quese profissionalizam honestamen- Entre outras exigências perdulárias, o núcleo dominante na corporaçãoin-
te na atividade, organizadores ou coordenadores de um: ema de produção dustrial tem a de sustentar um magote deindivíduos “técnicos”. ou assim cha-
mas não nos referimos a esses casos. tão reduzidos é raros são. e sim à penca mados, em administração de empresas, pessoas que acreditam de »mpenhar
de parasitas das organizações empresariais e do Estado, alojados no sem-fim funçõ eficientes em seu meio. Na verdade, seriamente falando, representam
de comissões e comissões de comissões. numa delirante catadupa de órgãos « umpapel positivo, se entendermos como tal o de serem os sustentáculos de que
subórgãos administrativos sem términovisível. Essa iluação, que seria incon a empresa precisa para formarsua linha de defensores. sempre nas classes al-
cebível do ponto de vista da autêntica racionalização do processo econômico. é tas ou médias altas. sendo-lhes dada a atribuição. que chega aser formalizada
contudo desejável e até imprescindível, sendo aceita e institucionalizada pelos
em cargos profissionais, de empregados em “relações públic " Esse desper-
hierare: s do Estado e das corporações industriais em virtude dos verdadeiros dício de dinheiro, ao qual não corresponde trabalhoreal algum, revela-se, en-
*rviços quelhes presta. por mais que à primeira vista nos custe acreditarnes tretanto, necessário para o “acolchoamento” da empresa, truste ou corporação,
te aparente absurdo. Não se trata de umasituação sociológica casual nem de fabricando a “imagem”exterior com quelhes convémseremvistas, granjean-
letéria, do contrário nunca se teria constituído nem sustentado. Faz parte legi do simpatias vagas e formando um campo de forças capaz de repetir surdas
timamente da “racionalização” do sistema. tal como é imposta pelas divisões murmurações ou violentos ataques. A constituiçãodessa barreira de opinião fa-
internas e interesses conflitantes da sociedade quando apreciamos o sistema vorável, ou pelo menos neutra, é indispensável para amenizar a brutalidade
si os fundamentos, os poderosos grupos de alto nível que o com- das autêntica relações espoliativas do povo, das massas trabalhadora
poem e os privilégios resultantes das forças econômicas sobre os quais assenta
Verifica-seentão que um dos traços exibidos pela “racionalidade” da estrutura
encontra-se na indispensável presença de elementos ociosos. de emprego sim 4. O embuste do conceito de “decisão de grupo”
bólico. simulado ou duvidoso, oriundos da mesma alta esfera. e que não poder Outra mistificação que exerce funçãorelevante nessa ideologia supostamen-
ser abandonados ao léu nem deixados ao relento, sob pena dede agregação do te valorizadora da técnica e dos técnicos resume-se no conceito de “decisão de
grupo. Assim, mesmocontra a vontade dos verdadeiros empresários esforça: grupo”. Diz o referidosr. Galbraith: “A decisão na empresa de negócios moder-
dos. a inclusãodos parasitas na “tecno-estrutura” constitui um fator essencial na é o produto não deindivíduos mas de grupos” (p. 74). Significa isto que o
para a conservação e homogeneidade da família. Além disso, faz-se mister dei poderpassa a ser exercido por um grupo, e aí está o deslocamento a que ante-
xar abertas algumas oportunidades para o aproveitamentode valores menores riormente fizemos menção. São enumeradas as vantagens da nova situação.
ou até mesmode certa qualidade. provenientes das camadas médias. de modo correspondente às exigências da complexidadeatual dos negócios. O grupoé
a, com a ascensão que lhes seja oferecida, manter a aparência de estirpe aces soberano. suas decisões tendem a ser absolutas, mas, corrige logo o astuto es-
sível a todos e alimentar o mito da valoração individual, Acenando-se com à evitor na mesma frase, “a menos que influenciadas por outro grupo” (p. 77).
possibilidade do “fazer-se por si mesmo” e fabricando um ou outro espécime Vê-se portanto tentar de um absolato não muito absoluto, porquanto todo gru-
[456| | 457 |

eSOjOUSST
otuta
po tem ao lado ouacimadele outro, que o pode “influenciar”, ou, pondo as coi 5. A essência da “tecno-estrutura
sas empratoslimpos, anular. Quando esse jogo de empurra mesmo assim
mos
Eis ao que se resume o conceito de “tecno-estrutura”. Segundo tão “origi-
Uatal A

tra-se insignificante para atender aos verdadeiros interesses em causa


nada
usta aos patrões valer-se do e; pediente, mencionado

ap
quatro páginas atrás, de al AQE, E prà E pa nes
homens deciência, conhecedores aprofun de certo ramo
91 PATTY

“intervir ocasionalmente para forçar uma decisão”. Eis aí a que ficam reduzi tas, ou seja pelos ipi dadosfio Ee e

GJidauo
dos os grupos, quesão agora considerados o instrumentodo “poder” do saber. Sendo o conhecimentoexigido paraa direção de uma indústria ou do
. À “devi
são de grupo” constitui mais um embustedestinado. inrdldtn hosgniinesriores istado dividido em um imenso número de compartimentos, para que a gestao

Jo
por umlado a inocentar os únicos personagens efetivamente dotados de forci dos negócios privados e públicos decorra com verdadeira racionalidade, exige-se
decisória. encobrindo-os tanto quanto possível, não os deixando aparecerem outra organização do poder, representadapor um sistemade relações entre têg-
comotais à luz das gambiarras, providência muito acertada porquelhes pou nicos das diversas especialidades, constituindo a estrutura agora inaugurada
“tecno-estrutura E Copiemos o guinte trecho
pa a maior parte dos dissabores que o exercício de poder acarreta, e por outro
«a. fjue por isso vema chamar
ladovisa a lisonjear os técnico do embaixador Galbraith, importante como atestado histórico do mais recente
Os assessores. os projetistas. os tocadores de
computadores
a e toda a variada fauna do componentes da “tecno-estrutura” ardil a que recorreaideologia do centro imperial; “No passado, a liderança nas
.Ofi
ie, cabe
cialmente,
E a ess engradad
cabe aesse Rrená a empresa, com a pesada respon
; oa direçãod organizações de negócios identificava-se com o empresário, o indivíduo que
abilidade de tal função. Desde os cálculos de custos
e preços até a pesquisa de unia a propriedade ou o controle do capital com a capacidade de organizar os
tilercuday aseleção dos clientas é a finúra' dar elibo rigãopsicológ ica da publi outros fatores de produção e, em muitos casos, tambémcom a capacidade de
cidade. tudo está a cargo de tão importantenúcleode
2 técnicos qualificados. en inovação. Com o surgimento da grande companhia moderna, o aparecimento

quanto os gerentes, diretores e todoo pessoal de cúpula reservamparasi espo da organizaçãoexigida pela tecnologiae planejamento modernos e a separação
almente as árduas
8 e delicadas
adas tarefas
tarefas dasdas relações
relações com os grupos afins entre o proprietário do capital e o controle da empresa, o empresário não mais
i entre
si e com opoderpolítico do Estado. É nesse planoolímpico que exercem su existe comopessoaindividual na empresa industrial amadurecida” (p. 80-81)
influência e travam ferozes competições, usando, já s s vêldo citação tornam
linhas dada citação
últimas linhas
As“últimas tornam diáfanas Ç
diáfanas «as intenções do escritor. Ao
a todos de recordou
que a ética de sua posiçãosocial lhes aconselha empregar em sã consciênei mesmo tempo revelam não constituírem uma mistificação gratuita mas Impe-
'ons é
fo deid grupos mostra-se soberano. mas comi
E , Z ca od ERC á aaa âncias
A .
atualmente adversas ao pavoneio da nobreza
Por conseg ;
a o plano deiv
:
>
guinte. “decisão riosa, imposta pelas circuns
duas limitações. Uma. proveniente de grupos isomorfos de empresas concorrentes vê acuada, recorrendo a expedientes logicamente incon-

a
de cheques, que
ou de que outrotiposejam. comas quais temde lutar,: ou ainda de ggrupos dif gruentes, mesmo produzidos pelos expoentes intelectuais qualificados, admiti-
rentes da mesmaorganização, desejosos, porém. de meteremo bedelho onde não dos na folha de pagamento para prestarem este tipo de serviço, a invenção de
levem. À
deve / 3 limi q o provém
segundaa limitaçã Baia
do pequenocentro de proprietários ou maio »xpressõe desconcertantes mas protetoras, por exemplo o conceito, agora in-
2.
con-
res Ss acionistas
acionistas da corporação,
, Ro ,
que : emcasos MA
especiais, na verdade permanentemen istentemente distribuído, de “empresa em empresário”. Com efeito, as
te, intervém
sida no grupode decisões formado pel tecnocrata fiscaliza dições da sociedadecapitali ta estão tornando de todo urgente, como medida
-o e dita-lle
em últimainstância àlinhafinal de conduta. de forma velada,
polida, sob amea de salvação privada, que este último personagem desapareça prudentemente
ças tenuemente insinuadas, quando não na “base doberro”. como se costuma (lj do palco, substituído pela equipe supostamente encarr cada da tomada de de-
? * Ê é
zer, revelando a habitual finura de trato desses importantes cavalheirc cisões. Convém que a figura do patrão ignorante, grosseirão e exibicioni
- Eis a que j ,
e resume o poder decisório dos técnicos na tecno-estrutura da organiza bem estampada na literatura do país hegemônico, seja rapidamente apagada,
ção indus- RO Sd de é
re fantasista
AD aRAimagem
a dela
e Roc
para ha
ni tanto nada Y
aê melhor DRE poeem lugar
é do quegdcolocar
apitalista moderna.
trial capitalist: p l esa Tal érisa 01Rcuadoé
Ti ; E
iginal formação histórica, apresentada com
guificação de nova fase universal do processo de organização econômi um colégio de sábios ocupando-se da direção dos negócios. Mediante a enge-
dadatriledit o capitalismo, do qual algumas escolhidas deficiên cias ca, desti-
o escritor nhosa apresentação. a firma ganha uma base de respeitabilidade e prestígio

se incumbe de apontar, sendo porisso levado a sério por pequeno círculo de cân- cultural que o antigo milionário. de conhecimentos e moralidade não excessi-
didos leitores que o consideram uma personalidade avançada, vos, não poderia pretender possuir. Houve, por cons *guinte, necessidade de re-
[458 | [459]
eau corre
| rer a uma transform
ransh :d que. sem nadaalterar na essência da entidade «
ação um lado o presidente dajunta de diretores, os vice-presidentes, os ocupantes de

eiB ojouds7
tema, visa
do s iste iG a dar E a E
impressão
pe co
denttEds
estarem as grandes companhias explora- outras posições de equipe importantes, os gerentes e talvez os chefes de depar-
Para

ras do trabalho à altura dos valores mais insinuantes de nosso


tamento ou divisão. E ao lado desse grupo pontifical a outra “pessoa”, repre-
« o e, e, = € ee

tempo. À idéin
- r€ e E q a E

Nos
> medias se-sa haverem
negócios Hacaré tornado 7 : procediment
:
1

hoje os racionalizados. preten- sentada por todos quantos contribuem por alguma forma, com conhecimentos

ap
OJEsIV

dendo substituirtuir aa persistente


persis 1imagem
, daleii da selva. e a suposição de ser 1 especializados. talento ou experiência, para a tomada de decisões do corpoad-

onNaSS000
empresa dirigida por técnicos altamente qualificados do ponto de
vist a moral ministrativo geral. Mas a seguir, o catedrático Galbraith se esforça por incutir
e intelectual, ugerindo a passagem da sociedadeinteira
a um nível aceitável a idéia de que é a segunda “pessoa” coletiva que tem realmente importância.
“o + “ € + € x 1 E : : e

de condic
ondiçõõas ICI ência,
es de conviv

O)
RE Rato são
Gr assim
dis os motivo: é
princip ais da introdução do porser a única portadora da sabedoria, sendo a outra simplesmente a portado-
neeito e 1 da teoria
ConNcel SOTI
daa “tan
“tecno-estrutu ra”.5 O medoe a astúcia conjugam-se ra do capital. Estando nós num mundo onde só temvaloro saber, pois o poder
:
E
et “y
EA
MPEtO, para montar a “cortina da tecnolo . ,
do dinheiro perde cada vez mais importância, é justo seremos órgãos técnicos.
I
gia
É . atras da qual vicejam no tra
dicio PA t
licional conforto do poderod finance
ac :
iro os mesmos antigos atores aos quais os possuidores da informação, incapazes por isso de se enganar, os que carre-
axinênci
bm » as

sigências dosEró a permite


tempos não TRE m mais
: solfejar
: em no papel desoli guema responsabilidade pela marcha dos negócios. “Este e não a administra-
a necessidade da declaração perempt
cleo à Ed Ri a E
ória, tanto quanto falsa, de terde: apare çãoé a inteligência orientadora, o cérebro da empresa.” Ao conjunto desses in-
' e E 4 Ex é
empresario enquanto pessoa individ ual na “empresa amadurecida” ou divíduos. “que participam da tomadade decisões em grupo” o inteligente inven-
juma fase alta e tardia do capitalismo. Depois de ler esta afirmat
iva pode tor dá o nome de “tecno-estrutura”. Não examinaremos o aspecto político do
rintHar ardás a supor
u chegar-se E Eh a a havero empresá di
que continu rio, apenas agora em cs o E tema, situadofora de nossas intençõe mas tão-somente referente aolado exis-
rater moderno, racionalizado. lavado pelo banho lustral
purificador de todas tencial do ser humano rotulado de “técnico”. Entretanto, diremos haver quem
us máculas e antipatias. A diferença essencial é a seguinte
: não está mais em julgue ter crescido de tal modo em volume e poderio a chamada “tecno-estru-
À
carmado 1 muma pessoa individual j
ai numa pessoacoletiva.
ntlivi dal e sim
Antes havia o ho tura” que já não comanda somente uma ou várias empres: de um país, mas
m, mas não a estrutura, agora há a estrutura e não o homem. Tal é
estendeu-se. formando a internacional tecno-estrutural, umsistema universal
me a “

o con
a AG º E “ e a a

Elo o ; as á
ito que Mr. Galbraith e suas duplicatas nos querem impingi
r. Evidentemente de poder, ao lado dos tradicionais. um consórcio deinteligências diretrizes a
que nenhuma soberania local, nem a das maiores potências. poderesistir. É es-
(
I “e, Como
.
afinal
£ "1 4
n q da
4
mudou em nada, tanto uma frase
h
quanto a outra são
falsas e e demonst
de "am a necessid
rama necessi ade. para uso externo. de fazer crer que passa- cusado dizer que esta variação do mesmo tema mistificador refere-se ao fato.
mos de uma época
poca a: outra.
Pê Observe
JCrve-s
-se que tudoiss
i o ocorre supostamente ma de já muito conhecido, da união geral de interesses das nações capitalistas.
cúpula
pula das cigantese:
das gigante sca empresPeSas. oroaniza çõ e corporações do centro
as. organi zações impe obrigadas a se organizar em forma de mercados comuns, novos avatares que
rial, Nenhuma palavra foi dita nem a re peito d: empresas
e negócios meno ajudam a esconder as permanentes finalidades da política imperialista dos
res d aeque : la mesmaride i menos. :
area, nem muito é claro. sobre da organização em
O ct , grandes países desenvolvidos. Evidentemente, entre os técnicos a serviço de or-
presarial dos países em início de desenvolvimento. Bastaria esta ol
sir “a
sanizaçõe industriais há muitos homens de ciência com conhecimentos espe-
es Peer:
paramos indi ar que afinal nada temos
a ver com o que O autor escreve em cializados, o que é normal, ndo outros engenheiros aplicados à rotina de um
dé o ao , - ES a 2 212
trabalholimitado mas eficiente. Até aqui nada haveria a comentar, a não ser
“ liv ro. porque não nos diz respeito anos. ocaso e lá entre eles ão chega-
mos ainda
ainda à
à idade
idade em
e que , possamos
5S tomar parte nessa conversa deEcente elogiar a boa direção da empresa que incorporatão competentes funcionários.
adulta. Mas, estando em discussã »
cussão o tema i e sobretudo o valor
da tecnologia A questão toma outro significado porém quando os ideólogos dosistema pre-
humano da personalidade dos técnico nao devem ignorar, pelas repereus- tendem fazer passar essa forma moderna de estruturação do trabalho técnico
sões que têm sobre
que tem s Ds, estas
ES "orizaç õ de caráte
nós, teo! izações É r e imposi
i ção tipicamente pela instituição de um novocentro de poder social. Se realmente isso aconte-
metropolitanos
cesse. tratar-se-ia de um fato de alta relevância humana, estaríamos emface do
empresário foi substituído por uma entidade imperf
eitamente definida início de uma nova formaçãohistórica. Teria havido uma revolução, o que evi-
Assim,
Nicao bom méto
todode * administração
tração dada grande
er corporação
a mo ra a neces- dentemente. no assunto vertente, seria uma maneira exagerada dese referir a
ade de um duum cirato coletivo. São duas as “pessoa
uma simples modificação na formade gerência dos negócios. À importância do
s + » . . v
s” que comandam,
a é

am, de
o 3
+
| 400 |
eza da produção, a

eisojoudo] Pp
der sentido a distinção desta espécie, uma vez que a grand
OTULA PISTA OAPATY
acontecimento, se assim fosse, assumiria proporções transcendentais para
do computenidor ça
compreensão darealidade humana e do processo de desenvolvimento da soci expansão dos negócios e a internacionalização do merca
os. O resultado aa a -
dade. Contudo, nada disso ocorre porque ofato discutido não vai além das res origem a uma classe média interposta entre os extrem
do drama histórico,
tritas exigências de funcionamento interno das organizações industriais mumia mada média conquistar para si o papel de protagonista
s trabalhadoras. pi
Nãoé mais o capital sozinho que governa, nem as massa

DIO O)
época de rápido avanço tecnológico, embora suscite problemas de sustentação
pela presença o classe mé-
política e social do grupo proprietário que o compelem a montar essa manobra seu poder de coerção social. O quadro modificou-se
o antagonismo da aa»
de despistamento, na verdade não muito difícil de descobrir. dia. em volume cada vez mais amplo, que veio atenuar
urgência a pe do ferro
O que os patrocinadore do programa têm em vista é apresentar esse tipo teriores posições opostas. É preciso recolher com
média participa com
de organização, no qual quase nada há de moderno, significando no máximo velho a noçãode conflito de classes. Com efeito. a classe
ta sempre a colocar-se a ser-
acentuação de tendências sentidas desde muito ejá em grande parterealizadas grandesatisfação dos interesses do capital, dispos
e em razão dos salários supe-
em outros centros industriais, como a nova espécie de “democracia” do poder viço das finalidades dos proprietários dele, porqu
cios auferidos, não pode deixar
A direção da empresa pela tecno-estrutura veio por fim acabar com a ditadura riores aos dos obreiros » toda espécie de benefí
ncia no plano rio e
do capital. substituída pela decisão racional de um sacro colégiode técnicos, ho de pretender conservar essa posição, expandir a influê
tar o sistema onde tão bem
mens do povo. tudo gente classe média, expressão das necessidades das massas situa e em hipótese alguma lhe interessaria contes
modo que aos poucos, mesmo
trabalhadoras, e porisso, embora visando aos lucros da firma, mais afinados com se acomoda. Realiza constantes conquistas, de
cindível para dispor so po-
os anseios das camadas populares. Este aspecto da questão pela encoberta vi sem a posse real do capital, outrora condição impres
e portanto logo a seguir a do
rulência merece pequeno comentário. Incluindo a noção de “tecno-estrutura der, vai conseguindo que a direção das empresas,
mente vendo este fato quando
no conceito de “democratização” do poder social, os advogados das corpora Estado. lhe venha cair nas mão Estamos exata
ao comando da “tecno-estrutu-
ções realizam sua iprema e mais inteligente manobra. Julgam tornarinexpug vemos a grande indústria moderna entregar-se
i shi zamen
O desli : to do poder área da classe inter-
para aa área
»r para
nável o sistema, depois de convertido em tabernáculo das potências celestiais ra”, R o que retrata ao vivo
i
ão háhá igualm ente » motivo s para
“vos essa classe
nara essa se opoopor às I pretensões da
classe se
pela infusão do maná democrático. Atacar a atual remodelação do comando mediár ia. Não
ijári
porque de um lado gran-
das empresas, dirigidas pelos técnicos, vema ser cometerofeio pecado de aten- massas trabalhadore manuais ou semiqualificadas,
ou por filiação, da mesma
tar contra a democracia. Sabendo que esta é legitimamente a forma de gover de número de seus elementos provém diretamente,
li
ro lado à pode tervi
não vantagensens emhostilizaré os tra-
no a que toda a humanidade aspira, os ideólogos do imperialismo, como Gal i
orige i e, e por ' outro
m humild
' nãoà nega ser constittuída
ser consti te
uída també é m de» trabal adores e
h:
trabalh
braith, intentam abrigar-se à sombra dela para escapar ao exame pela cons balhadores. porque afinal
tem de ver com simpatia os re-
ciênciacrítica, na verdade com a esperança de conquistar o privilégio da im- não de capitalistas. Em princípio. pelo menos.
privilegiada e sim uma
punidade. Para o êxito de tão decisiva cartada faz-se preciso entretanto sub- clamos das forças do trabalho, nãose julgandopor isso
t fação e proveito serem
verter alguns conceitos tradicionalmentefixados pela ciência social, entre eles camadasocial em rápida expansão, que sente comsa
os positivos de ambos os ex-
-

o da divisão e oposição de classes na raiz dos acontecimentos sociais, conceito reconhecidos “us mérito participando dos aspect
da paz social.
de início manejado pelos grandes historiadores, especialmente franceses. da tremos, da escala da propriedade dos bens terrenos emproveito
Jitor dizer
gência do leitor
a àiiinteliisênci: mos
dizerm os qu que o enfeite do
primeira metade doséculo passado. Encontra-se aqui o pontodelicado do pro- seria inomi
Seria i nável afront
iná ;
ões precedentes confirmam
blema. Mas sendo claro o objetivo. com facilidade a imaginação do sofisma nãolhe altera em nada a natureza. As reflex
nidade o Raça de sisal
fos do imperialismo, por nós comentados, encontra solução, ao mostrarter de- tudo quanto dissemos anteriormente bre a malig
objetivoteórico bem mais ex-
saparecido, ou pelo menos se atenuado até tornar-se insignificante, a antiga estrutura”, na verdade destinada a satisfazer um
agora que a esse Fase
oposição entre capital e trabalho, que. dizem, sóteve razão de ser no período tenso do que a princípio se poderia esperar. Vemos
coisas vigente e esculpir uma
inicial da RevoluçãoIndustrial, época na qual começou a ser posto em circula- gismoo que pretendem os ideólogos doestado de
ar a democ Va-
a funç a ) sobrenatural de realiz
ção o conceito desse conflito. Atualmente, no entanto, o acelerado ritmo do ficur
s o 1 simbólic É ra que ovtr ibuem
s expressão não conti
tização da empresa capitalista, como se esta simple
sse
progresso industrial, com a criação da modernae universal tecnologia, [ez per-
[405 |
[402]

ersO[OUIIT PP otia90H00
co o
uma contradição em termos. uma impossibilidade histórica. Ademais, visam de serem hoje a “e por outro lado apresentar ao públi
“classe dominante”.
“Iuta : ições
também os xamãs do centro imperial à importantíssima vantagem adicional de negócio e suas exigências desagrad áve ou nocivas como inevitáveis impos
RT
E ay? Es íduo incon
E aa todo indiv for
inoc ulaç ão ideológica,
BITITA

enobrecer e adular a clas: média, seja os minúsculos acionistas da organiza- da razão . Em resu ltad o dessa
imbecil. Ornada a fachada de fábrica«
Ea AVE "om
Ec * É

mado revela-se um ignorante ou um


3 re “ £
à

ção, seja os técnicos que nela operam, fantasiando-os, com seu inconsciente o
fru-
extrai-se outro e talvez mais valioso
o
OIBATY

consentimento, de agentes do poder. Afirmam que a chamadaclasse média es- as cores heráldicas da “acionalidade,
tentar definir o novo estilo de “pod
taria absorvendoas duas tradicionais antagonistas e deixandode ser média pa- to da maquinação, a saber: é possível
ra se converter em dominante, o quese fosse verdade constituiria uma cômic: como “antecipação da razão técnica.

O
impossibilidade, pois só se teria tornado dominante quando não houvesse mais
de
o que nem quem dominar. Contudoesta argumentação tem efeito insinuante.
6. A “tecno-estrutura” como modelo
velevando o valor ideológico da noção de “tecno-estrutura”. Seus arautos não
desenvolvimento econômico. A ética da
se dariam à pena de cunhá-la nem de empunharem o megafone para propagá- ensas prometidas
“tecno-estrutura “e as recomp
la se em alguma coisa não lhesservisse. Ora, o máximo proveitotalvez que lhes
aos técnicos que a integram
pode render consiste em procederem a uma inversão de papéis, em apresenta-
rutura significa a forma que co-
rem com afeição antipática de antidemocráticos os eventuais denunciantes do Quer-sefazer crer que a expressão “tecno-est
o, de organização racional da ativida-
sistema, expostos à execração pública. uma vez que — disso são acusados — es- meça a despontar, e será unive sal no futur
mo a da automação e docontrole cil
ata a o ole ciber-

de fabril. tecnicalizada até os níveis maxi


a dass a rt
tariamse opondo à ascensão dotrabalho qualificado, de alto nível tecnológico.
irtud
rando, em virtu sua
dee de sua nal ade+ todos os | problemas huma-
racionalid
racio
na pessoa dos especialistas e assessores intelectuais, e justamente hoje em dia nético 1
Ético, , integ EAR
E Ra 5
definitivas. Deste modo, uma concepça
quando o podersocial está caindo ne mãos des es trabalhadores de elite. Há nos de trabalho e dando-lhes soluções
ideológico, imposto ao P:pensamento do di-
|
todo o empenho em fazer com queacrítica da “tecno-estrutura” seja confun- quenão passa de simple »s estratagema
pressão da dificuldades de base.
dida maliciosamente com a análisefilosófica da tecnologia. Perderia todo efei- risent esdo centro metropolitano, forçadopela
o
a e. marc
na sua tóricaa inc
hahisCatr
a rák IAC
ondic i
ICiIO-
razão
reveste-se de caráter de umditame da
=
to sobre a mentalidade dos técnicos, que se julgariam nãoapenas incompreen-
stência. Dito em ou-
didos mas até ridicularizadose insultados pelos pensadores, que presumem co- E das altas finalidades de humanização daexi
nadaaeem busca
precisamente as mas s trabalhadoras não podem
nhecer melhor a realidade daqueles trabalhadores que eles mesmos. Criar-se- tras palavras, o homem. mais
sená do progr
felici dade,+ senão
iaa aa felici |g
e o da
sress
assim, intencionalmente, um mal-entendido insanável e definitivo entre o filó- esperar a solução dos seus problemas, ousej
nalmente estruturade
1.


sa racio

empresa
"

daa empre
» a

ri
nº erior
"A

ação o noint
= +

izaçã
»caniz
i e da mecan
a =

sofo e o técnico, que jamais escutará tudo quando o outro lhe deseja ponderar. tecnologia
F

configuraçãão suaa estrut


sta confi estrutureura ideal é naturalmente
situação feita a calhar para encher de gáudio os verdadeiros dominadores. O siste
i ma que alcançou nesta
je]: organ
ui do pelas
ser segui saniz ações econômicas e I políticas,
izaç
Excedemo-nos talvez na extensão deste comentário, para que o leitor deletire proposto como modelo a "seg
di
»chegaram ainda
as conclusões quejulgar razoáveis E públicas dos demais países, mesmo aqueles que não
as e pri radas.s. dos
otão alto. Estasugestão constitui nove
» jOVvE

a um nível de desenvolvimento tecnológic


7 1º awts
a 1 a

O aspecto ainda mais grave desse caviloso arrazoado consiste em revestir a


:
o Lo
o

n: -se a amortecera inquietação dain-


imaginária ascensão ao poderda classe média, no seio da “tecno-estrutura” da faceta do mesmo embusteideológico. Desti
à procura de soluções próprias para seus
grande empresa industrial ou financeira, dos atributos do incremento de racio- teligência política das nações pert féricas,
nos esforços criadores, portersido con-
nalidade no curso do processo da direçãosocial. A “tecno-estrutura” adquiri- problemas, me naturalmente paralisada
já traçadas. |
ria então a imagem e o papel da culminância da razãona história, seu comple- vencida de que as linhas dofuturo estão desde
i ade da “tecn ruturra”
trutu
; o-est à
e induz crer
aa crer que que ta
te
to domínio, nos movimentos, projetos e atividades das organizações industriais A proclamação da racio i nalid
alista possui carát er unive al esmode-
pia
modernas. À lhacaria desta insinuação é poderosa e dificilmente falha com forma de organização da empresa “apit
s subdes nvolvidos chegarão às formas
relação à consciênciasimples e sem malícia dos especialistas de ofício e empre- lar. Está implícito portanto que Os paíse
entire:
: se desde agoraa segui haquilo.ilo em qu lhes
em que
€ . Ae

gados técnicos, porquanto encobre a dupla finalidade de adular os operários superiores da produção Raiindustrial rem, naqu
“de
seg ra no futuro os modos d
: E a

vel, ou come çare


imeca rem m ase
a se prepa rar
nreparar parasegui
para
qualificados. gerentes e administradores assalariados, dando-lhes a impressão seja
| aplicá
icá
| 909]

e
+
-

PRE das empresas em vigor pas áreas soberanas. São dois os perigus em via de “P ConNC etizado. Nas socio
servidão das massas trabalhadoras está
OTUtg VAISIA OJRA]Y
BL

ge ana paralogismo, Em primeiro lugar, convertendo a estruturação os grupamentos dominantes. porque


dades divididas em setores untagônicos,

ousa “Pp otros O


( : centro imperial emparadigma, estabilizam as relações de dominação. apre co e os da pesqu a científica, ar-
têm em mãos os instrumento do poder políti
-
E a o aaa dominante com afigura de modelo perfeito que tem de ser po da razão, o que acrescentaria aos inume
rogam-se à qualidade de portadores
o-
pi e imitado para que os ensaios de desenvolvimento nas áreas pobres e eminente mais este, o de poder “noóf
ráveis títulos nobiliárquicos da class
pertence às massa efetivamente tra-
consigam atingir um grau equivalente de “racionalidade” da produção e do musa to”. A verdade no entanto é que a ra ão
condições para a descoberta de so-
da Doo Assim procedendo, o centro dominadorpretende ira TT balhadoras, porquesão elas as et iadoras das
do homem, a que o opõe à natureza
Ea, pelos tempos afora, a manter o valor exemplar que a si mesmo luções reais da contradição fundamental
Ananda, ou seja, intenta retirar da consciência do país atrasado em esforço de s de convivência, estabelecidas pe-
ainda de conhecida, e das formas desumana
lho da grande maioria da humani-
ascensãohistórica qualquerveleidade decriação de ser particulares cirojati los regimes de exploração da força detraba
ras que instituema origem de
de formulaçãodefi
açã nalidades
alidades ee configurações
confi õ estruturais peculiares pois estan dade. Por conseguinte, são as massa trabalhado
naquilo em que discordarem ia. arte. indústria, tecnologia, são
R o das imagerà peida - ou a elas se opuserer todas as criações culturais efilosóficas, ciênc
racionalidade. Pelo grau em que de-
a os traços do “irracional”, Condenando, portanto, antecipada elas portanto as autênticas detentoras da
s interesses delas mede-se o pro-
mente a criação atual ou futura de uma estrutura produtiva para si por parte terminada comunidaderealiza objetivamenteo
ne Er hoje atrasadas, o país hegemônico espera eternizara presente posi e na de cada povo em particular.
gre o da razão na história universalmente,
m
ção, imunizando-a contra a força inventiva da consciência para si das regiões ram o poder ocial, ao se apropriare
Se os detentores dos recursos que comp
pobres. ca a priori de irracionais, mantendo-as ideologicamente ind ram em porta-estandartes da razão n
da força de trabalho das massas, se arvo
esa A Ep, O conceito de “modelo” comporta nesse projeto imperialista de suas imposturas ideológicas. a que
história, essa pretens ão revela ma uma
dois significados perniciosos, além defalsos, para os discípulos primários: apre vassalos e de suas massas operárias
a maior parte da inteligência dos povo
sentar-se como solução única a ser copiada: e afirmar, contra a verdade d | [ niente esclarecimento. Se compreen-
domésticas sucumbe, por falta do conve
tos, sua perfeição. nalidade, veriam remelas, e não os
bio dessem o verdadeiro significado da racio
ima nsser ; E j “
autênticas portadora da razão, por ora
"gundo lugar, o mesmo aleivoso embuste repousa obre um fal chamados “condutores dos povo . as "
ceito da
' racionalidade no processoss histórico, ias “cultas” que falsamente se van-
“rico, supondo,
supc segundolhe convém,
a1 reduzidas ao papel de suportes das minor
perenidade dos valores presentes, únicos a representara forma ideal e definiti gênero fazem-nos compreenderser
gloriam dessa qualidade. Observações deste
E Ra poda razão Ein Osegundoengano ajuda a reforçar o primeiro o imperial a idéia de que a “te 10-€5-
uma nova cilada do pensamento do centr
Se Rg é de ordemteórica, a finalidade consiste em servir de “princípio e desde já preestabelecido, a » adotado
trutura” figure o modelo inevitável,
delibertação nacional e de cons-
Round para justificar e naturalmente esconder a nocividade prática do por todos os países que empreendem a luta
e de ums ema de trabalholivres e
primeiro. À razão não constitui uma faculdade estática, nãoestá fixada ou con trução parasi de um regime de produção
substanciada numaformação histórica definida. porquanto será sempre maior humanizados.
as supostamente progressistas.
na que a substituir. Não é propriedade de grupos sociais dominantes, não se O aprisionamento da razão er adora em form
para um futuro indefinido, es-
acha encarnada nas organizações espoliadoras que a invocam para se darem e sobretudojulgadas desde agora promulgadas
criação, que deveser o apanágio
ares de respeitabilidade e servir-lhes de fundamento ilícito. A racionalidade Im tabelece grave malefício para a liberdadede
ente. Ver-se conduzido por mão
ep
mana expõe o aspecto geral culminante do proce o de hominização. - Embor
Embor: do pensarcrítico da consciência histórica emerg
I » ” » aq aq '

vigente emtoda a fase atual da história, em essê por cima, é a mais perigosa das ilusões
neta necessar iamente humana alheia. e com malévolas intenções ainda
d em gra
I sentada
está epre veni sidi versos as
a scrREEA dos povos que aspiram a libertar-se de
us diver pela formas de produção econômica e pe- a que pode vergar-se 0 espírito nascente
ra” como centro de poder na or-
tutelas lesivas. À concepção da “te mo-estrutu
losgssistemasas de
d convivência
ivênci social'
] cad a conjuntosocial
i que ac
j + o
i conseguiu até o pre-
1. + " x

a a autêntica face da imples hipo-


“te momer “ OT » alizar, nao + F pode
3d nd , jamaiss Êse r K Sac
loa la a mesma
es na 5 SO m da
I - ganização empresarial ou no Estado mostr
des ondee háhá exploração verdade elementar de que os “técni-
exploraçã do trabalho
: humanoe naquelas em que o término da erisia sociológica, quandorefletimos na

mu
—=
-


o
OIULd BAroiA DIVATYy

etdojonda]
extrair vantagens dessas
q coletivament( g n UnC:
moda no nosso tempo — das “falhas técnicas”, podendo
1 fors 1 m ( la :55 ( +»
ocial ' Ver ifi Cu-s
“ t e fMu me ; nte z ma a Sater
sat
tiva 9 em I prir 1e1ro
que um bom
informações”. | goa seguir: “Mas esta não é a espécie de coisas
1 ( luga
Sar p el
lo far o evi
evide
k nt
nte d de tod Ss os h Ro men Ss sere
erem “t ecmcos
por que tem d e trabalh
eficien te [sic] proíbe tal con-
empregado faz, pois um código excepcionalmente
“1 de al 2Zu
uma manner
em 6e al e m dis:
sso p' po Pque E - Nas
sto
[ Pra
ções atuais
Ê a «tue noso estamos3 referiindo, o pode grupo “atua no
r sempre pertence a uma clas duta”. Admite, em terceiro lugar, que a tomada de decisões em

ap 0199000) O
se restrita ( le indivic
moral, que “a
sentido de reforçar o código” e por fim, numa edificante lição
luo s, a de
| fini ( la por ta funçã o es
espe
pe ( ífic ana p I oduç t O soc
tal
? técnicos não passam de trabalhadore
Os
s intelectuai ou a meio caminho rn tecno-estrutura não permite o isolamento
necessário ao mau procedimento e à
escala entre os intelectuais é os braça
assalariados. por modalidades atual transgressão”. Eis em que consiste a tecno-e
strutura como austera e intransi-
i
cola de moralidade. Sabendo-se que a espionagem industrial constitu
ment
nentee« 1 far Ç a das
la co man Ovo mes
nome s € e diferent
renteess canaisSs dede paga
pags me +] nto, » : ma 5 Hu I gente e
me ne explo
F I rado
ende-se ser obrigado
Té 1 ss do que»
um florescente ramo de negócios no país do autor, compre
asas mass
assas
sas t tr.abalhado
é ra B
em Ser:al q 8 of re
B endo a de
I r
a agravante de e se m Yi
doutrinado s para
É é sere dos não
a chegarem à consciênei: “código éti co do tecno-
ni E sciência da sua sl a criar o eufemismo que nós, de nossa parte, chamamos
ao e para sejulgare
ni m superiores aos confrad ente tentação da desones-
Operarios, servindo na eua estruturado”, disfarce destinado a encobrir a perman
lidade de exemplo de mstrumente ais a domestic
para fitaação
aii destes últim técnicos devem
at os. tidade para com os patrões e os acionistas, ac quais os pajens
I ara Í lirr n éar-se
os benefícios e
um sacrossanto juramento de vassalagem em troca de esperad
SÊ d de finiti V amen
ente
te,
não( basSs ta à teen
E O-est
si trut
ruturura
a confi
nf rmar mt
ExXC lu Ivamente
ente n na Í funca
Ç o de I beça
que não devem quebrar,
ça « la engre
mere nage semm admi
é Ss ral Iva
nist é da t 3 mf Po
Pont
M
i
capitalista. Tem
a
Mas oresultado decepcionante é quea rígida e gloriosa ficlelidad
de ser muito mai quei
I sso.
E Preci
cisa
se provar e feudal
é que éÉ uma escolhi
ei gida por umrigorosocódigo é tico. que obrig
igaa por
por iimperativo a ger: al do púbico que acompanhoua
burleta até o fim, ofe-
i acaba, para surpres
onsciência éa cor idutaa dede seus
seus participantes.
eai : da moral dosistema a
Este aspecto
a é louvado
É peloodd recendo aos empregados honradamente e praticamente
plomata Galbraith ”
e seguintes às que
esplêndidas vantagens declaradas nas frases imediatament
que n ele apon
k ont
ta o to que
I final da 5
ST andi Os
É ida de
le do
I v al o

tar. “Deste modo, a tecno-estrutura, obrigatoriamente, baneo


I MN iman o dos
1 Ê cientistas
stas € e ener
n Ê
gico s dirig
Ee ntes
es de hom ea) qu ete
tem a , bria edI acabamos de
interesse
ssada glóri
áriaa dede pertencer a esse círculo de escol da é banido para o cientista.
ociedade altamente auferimento pessoal de lucros e. prat icamente. o que
industrializada. Ao mesmo tempo,
deve ser tam-
para o negociante de contratos e para o diretor de vendas comum
verdade eja dita, limita-lhes as persp
ecti
, num arroubo
bém banido para os funcionários graduados.” Ea seguir conclui
va de vida, aj Ja
a a-|l tes) imedi ata
ut umente asas asas
as F ) ara evita
3V r alt o € * F preju
eju dier
hi ru M
voos imaginativos 3 s que se jul-
severidade, o ilustre varão tecno-estruturador, em palavra
erigosas prete ES d
re E p o F
as. é
tensões umbic tOsas Mas e de espe ar que os de dura
do apego aos bens ter-
F Juizos pecumar 105 €
gariam proferida pelos grandes fulminadores cristãos
à I priva ção d:a il Jerc
I lad e sacrifi cada no
alta r da “maxi
mização dos lucros” sei subjetiv
s sejam súbieti amente compensados strutura não
com largsueza
gueza pela
pela sa restres, por algum eremita do século WI: “Os membros da tecno-e
ns 'ão que
tisfação que E
lhes
lhes deni dar
ar o eleva
vi do padrããooéti mesmo evitar o auferi-
ético confe rido à própria person ficam com os lucros que elevam ao máximo e devem
e. j aria mos
lei da confr mostra-se auste
: ra e* FesU dedicação à maxi-
prv
res me-se neste
, ms 1
á + mento de lucros pessoais. Por conseguinte, se a tradicional
i que se supõe será obed ecido
premo, os a fazer para ou-
com humiildade e dedi caçã
»dic açã o mon
r ac al mização delucros tem deser mantida, deverão estar dispost
e pelos
espec
E ialis
: tas, invemtor
ntores, os de fazer parasi
tros — os acionistas. especificamente — aquilo que são proibid
es operário
4ri s qualific
ifi ados e demais as alariados
em geral: orgulhar-s
ar=s e em serv ir, renuncia
servi a da maximização
i r a enriquecer”. A [ im dexconven
cer mesmos. E mtais fundamentos que hoje repousa a doutrin
algumleitor acaso incrédulodde não estar (p. 129 e 130). Con-
mos deturpando por má vontade ou da empresa amadurecida” e na verdade em pleno ocaso
opos
es ição
e ideológica o verd adeiro raciocínio
do diplomata ianque, vejamos al forme vemos, o código do capital mo amadurecido exige mais do que o
cum
+ pass
passa
agen
genss extr
ex emamente reveladoras do ágraf do empregado, para
a dógmata,
E isto é do primento de um decálogoético, exige a doação total de si
pensamento oculto, do sr, Galbrait
1 . ]

órica pre-
h. Diz incer conquistar otítulo de “bom”, o análogo do “santo” da formaçãohist
*
E
amente. primeiro: “E note-se
que o poder de decisão é acorm
Ea Satã, ao mundo e às
I E isão é acompanhado pela oportunidade de fazer dinhei cedente, exige a renúncia monástica à riqueza. a fuga a
e se espera
I todos oss bon empregados evitem,
: nad endo coisas sem valor
pois os membrose da tecno
dio suas pompas, O desinteresse pelos bens materiais que,
tura
trutur , possu
Sueem um E
conhecimen
i to antecipado d s e essa vaga, im-
produtos e processos das moral, ficam para os outros, Os patrões, a junta de diretore
mudanças de preço '5 COontratosy pende eÀ ntes com o governo, « = 00 jargão em pessoal e não localizável multidão de “acioniste
. elevados à categoria de exi-
| T90 |
gente e implacável divindade, cujo culto auste
oiutd
ro e impiedoso justifica o mix:
mosacrifício pessoal. Com as mencionadas
BITITA citações, adquirimos a última di CAPÍTULO
formação, ainda faltante, para ficarmos sabendo
exatamente em que consiste n
tecno-estrutura: consiste numa ríspida confr
aria de moralistas, composta do
018 ATV

funcionários exemplares, devotadosà conquista


da sagrada finalidade da “mi
ximização dos lucros”, não para si mas para
um punhado de outros individiis
que os professos desconhecem, porém aos quais
servem comafilial piedade do
vida ao patrão benfazejo. É a nova expressão do Sum
bem” da metafísica teológica docentro imperial,
mum Bonum. O “supremo DESENVOLVIMENTO E CATEGORIAS
Fica patente, depois deste Inv
quívoco sermão, o destino do técnico integrante
dessas invioláveis irmandades DA RAZÃO TÉCNICA
Tem de ser um filantropo forçado, sob pena
de se ver lançadoà execração so
cial, sofrer o vexame da expulsão do emprego
e receber as penas da Lei,
Não é preciso continuarmos comesta paráf 1. O autêntico caráter da razão técnica
rase da linguagem litúrgica pa
ra deixar claro que por trás dos louvores à
tecno-estrutura e à sua função de : tomado o tempo do leitoritor com
€ o relat o Ee crítica
cisiva na grande empresa esconde-se o grande medo “ ào teríamos jamais
, de queos proprietários dv 8 apregoa
is. se
do mais, + “progressista i
ssista”, , se não
gigantescos capitais jamais se livram, de serem traí dessa concepção que, além
é .
dos por aqueles que tomar H À
fosse E o esclare-
a margem de contato que tem com o nosso sso | problema, 2
a seu serviço e aos quais, pela lógica inexorável do
sistema, têm de pagar o mi i Si
de tecnologia. vi »
a vantagem
Pouca pa
averia em dissecar
hav mais
nimopossível, embora aparentemente em alguns casos cimento do conceito
dê a impressão dealtos tanto s são eles.
honorários, Apesardisso são justos o suficiente um
| ou menos um embuste do pensamento metropolitano,i
para não causarem a demissão ' É as Detbotiaa od
Interessa-nos entretanto refutar a pretensão desse particular mistifório, agor:
voluntária do técnico. Compreende-se agora que
a impostura ideológica rotn i formaideal
i perfeita ai de racionaliz
acionalizaçã o dade tec-
ação
lada de “tecno-estrutura” dirige-se principalmente emvoga. que se proclama a mais
aos empregados, aos técni aceitar suas finalidades nt a “tecno-estr
Rd utu-
cos, especialistas, gerentes, publicitários. diretores APara melhorfazer
nologia.
subalternos, enfim a toda n Tux
ninhada dos tecnocratas. Tudo é feito para imbuí va” embuça-se no envoltório lógico de uma Si er E 7 )
-los dessa filosofia de má-fé. problema da racionalizaçã otécnica, pro E |
a fim de perderem completamente a visão ampla e obstrui a discussão do verdadeiro
verdadeira darealidade, es
treitarem-se no compartimento funcional em que ma real e premente, sem nada ter entretanto de RaRR po asi
cada qual foi colocado e le
vá-los a acreditar serem aquilo que seus chefes verbais. que desembocamnas confissões acimacitadas. E re prob ARE que s
supremos, e os doutos, a soldo
destes, dizem queeles são. Eis aí, emretrato de podeser expostoe resolvidopelo pensamento ER: RI os CR
corpointeiro, a “tecno-estru-
tura”, Tal é o brilhante futuro que a racionaliz tos da análise dialética. O progresso da tecnologia Rr por a
ação dos negócios na sociedade
capitalista avançada desvenda aos prestimoso avanço da razão, pois consiste na invenção de mediações eita pis a
s auxiliares técnicos, que, nessa A
modernissima versão do cenobitismo medieval, zes para a consecução das finalidades humanas = ai « Hã s
dedicam avida a maximizar 05
lucros para os outros, os diretores, os acion os homens necessitam. Reflete-se contudo em caráter mais perceptível na o E
istas. os possuidores do capital, a
fim de não perderem seus bemdimensionados salári nização dotrabalho, na descoberta de novos MPNTRRE ss poupam a E
os, a parte mais importan- p
te da “racionalização” dos custos. porque, ao contr sicos e mentais, no menordispêndio de material, realizando a Raça
ário das máquinas e das ma-
térias-primas, é aquela que pode murmurar, recla igual volume de produtos. As concepções A Rc CINE
mar, é até eventualmente re- sá aê
voltar-se, Os técnicos permanecemassim aprisionad guemver que esse resultado só podeser chamado PR ização E
os na ansiosa conquista da ê
nota de “bem-comportados”, numa transação lo lado externo, porque a verdadeira essência RR AR Penido 1
moral que lhes dá o direito de
gozar, em troca do trabalho obediente e bem-f mem, notrabalhador que a promove e executa. Não é a técnica, a rigor, e :
eito. o conforto dosilencioso e
humilhante anonimato. racionaliza. é o homem. O homemrevela-se o exclusivo agente das antecipa-
adei processo
ções da razão técnica. Nele desenrola-se o verdadeiro “senvolvi-
rocess de desen
[ATO|

E-
+
eisojousdo]
CT]
mento dala racionali
racionali dade. cujo
“ulo conteúdo
e À consiste
i no domínio cada vez maior du samento abstrato sem fundamento no ema de relacionamento entre os ho-
realidade material ão decorrem
BILITA , . graças a formas mai perfeitas, numero 15 e profundas do mens. À matemática e as demais ciências de alto nível de abstraç
reflexo consciente dela no pensamento, ar as dificul-
de problemas propostos pelo trabalho e pela urgência de solucion
Sem dúvida.
lúvida, sendo
s homens. Se assim não fosse. a
o trabalho
"abs humano necessariamente eletuado com à cri dades que entravam a ativi lade material dos

ap
OIPATA

preg
wrego deinstr Se nos níveis su-
matemática seria igualada às atividades artísticas ou lúdicas.

oN9200N
instrumen , tosee máquinas,
máquiné i
a racionaliz
izacã
ação destes, representando o re
pura especula-
periores, nas criações € pecificamente lógicas parece derivar da
sultado em deremmimida sociedade do grau de progresso da razão
existente nú
tin manifesta em sua sucessão uma imagem do desenvolvimento que toma para 0
da 14 ção do “espírito”, tal compreensãonão vai além da aparência

O
da exclusi-
olhar do observador mal preparado ou para os lógicos nãolibertos
eo atoa Mas. estabelecendo-se entre a máquina e a razão um
circuito
suas raízes no
va devoção ao pensamento ingênuo. O processo que a liga às
e si deve compreender-se que no curso do desenvolviment
o das máquinas
o queefetivamentese está observando é o movimento da razão humana ões sempre mais eleva-
dese mundo material vai fornecendo, emcaráter de abstraç
s, sem porém
das, idéias e teorias que engendram outras, ainda mais abstrata
tranhando da natureza conhecimentos que lhe permitirão construir
mec
genhos sempre mais proveitosos. Deste modo, entendemos ser fundamen vo do process o contí-
tal 1 jamais romper-se 0 vínculo queliga todo degrau abstrati
yrogresso dada razão,
prog razã mas na manipula-
as este
est não
não pode
pode identifi
i ifi car-se aos momentos ssucessi
5: vo M nuo de criação matemática à sua origem na percepção empírica,
o essência de um espírito ideal que de si mesmo extraísse as formas das forças físi-
ava ção prática dos corpos e no empenhopor vencer as resi ências
( pk pata Saba as envelhecidas, esgotadas em sua significação ou mor pela atividade
cas. O vínculo exprime-se em operações realizadas idealmente
tas. À farinha ricas, atualizadas ivas entre as re-
e perfeitas são dadas à razão pela prática das do pensamento que estabelece relações quantitativas e qualitat
de instru-
pr sentações ou mediante o funcionamento mecânico ou eletrônico
ope a que exerce no mundofísico e na sociedade, com os instrumentos
de
ou
mentos caleuladores nos quais é possível registrar, por meio de engrenagens
que ape em cadafase histórica. Porisso. os dois processos se correlaci
onar)
um não existe sem o outro, mas o processo da produção mecanizada, sendo ou
sinais eletromagnéticos, dados correspondentes às abstrações matemáticas
| o e as
lógicas originariamente efetuadas pelo pensamento. Comos instrumentos
aquele que nos é dado imediatamente ol »rvar, desempenha ao mesmo tempo
g | unções, a de índice da etapa presente do movimento da razão e a de [a executar
máquinas de que dispõe, o trabalhador adquire a possibilidade de
« uas " 18 “ =, ds ' + £ £ 1 , :

tor determin
E rminante: , impelind que a es-
impeli o-a: para outrafas À e adiantad
i a, por determinar nela
) com êxito operações fecundas sobre o mundo físico. Vê-se portanto
MiREllExa
é no
xao com a didi das propried
: ades e do aspectos da realidade intima-
maior exatidão sência do trabalhador, definida pelo exercício social do trabalho, está
materrial. Mas vimos,
mente vinculada à da máquina que maneja. Mas a última, conforme
las aa razão
razão continua
conti sendo empre originári
i a e intransferivelmente
processo humano, a melhora
corporifica a razão no estado atual, e por isso compreende-se que
um process : neste
“ste sentido
senti dialético.
ialéti superposto ao processo
aterial.,
material
embora dele dependente. dos
das condições de trabalho pareça exteriormente derivar do aprimoramento
Em última anál da verdade,
quem se desenvolve é o homem em virtude do aperfei- instrumentos de ação. Esta afirmação reproduz apenas uma parte
coamento que imprime aos instrumentos materiais produtivos
, os quais, em re- a que é visívelquando apreciamos o processo total por uma de suas face ig-
ia á Ep de um conhecimento expandido da realidade objetiva. Pores- refle-
norando a outra, a principal. À melhora dos maquinismos simplesmente
e motivo a razão humanase define pelo progresso da razão das massas da realidade
traba- te e exterioriza a maior capacidade a que chegou a compreensão
adores e arti-
pela razão dos homens de ciência, como pioneiros, e dos trabalh
Iii I q ras. g na o E pelo
a] das
la elites
eli s oc
OCIOSA I Jens
ensantes
8 . ou ou:se
eja, Vo sta das
la Ê ao
ac tr Ear
ud del l -
as tem
fices em geral, Toda vez que no processo de desenvolvimento das máquin
lho Com l e mplati VC >. mastic O ou uss up os
istament
e ; puro , ç ( 4 lar o:
( s a haver
e) Éativid t 1 -
má-
lugar umsalto significativo, o sistema cons ituído pelotrabalhador e pela
ck s de autentico trab alho
H ( mt ele:
| ctuc
tt . mas
as mingu
oue: mm unaginar
o a qu e esta
es fc , Fra

no caso extr
quina muda de sentido e de forma em suas relações recíprocas;
dk trabalho nao dep nda do proc esso objetivo.
nao tenha elete rminantes sociais,

a máquin a estabele ce a li-


mo, muda de qualidade também. Neste particular,
nao o atem
enda a exicenci
la a “as não
XIg ncias5 reais, ao est
estfete
Ss Sadi aso) Necessa
Ja ligada "CESSIC
5 lad es 5 « la pre h du t 10 €

Quando a
gação entre dois momentos da situaçãoreal de vida do trabalhador.
TuASC , ç 18 + a N a cs ae
ça ( spontane amente na « abe Ca de » aleuns
alo
home x ns dk + a
06
mo, A Com » o '
ordân “1:
1a
entre a matemática e aa realida relações de produção .
reali
realidade
de explica
explica-
i -ses pelaa origem
orige empíric
íri a daquel a és- mudança » faz sem alteração qualitativa do regime de
no-
passagem do trabalho na máquina velha ao trabalho em outro engenho,
pécie de conhecimentos, erroneam
rroncameente julo:
nte julgados puros ou derivado
i s de um pen-
T—-
a

vo e aperfeiçoado, repercute na a cons
consc iênci
ciên cia do trab
À alhador intr esperar até a

eISOjOUSVAL 9p OM P9U07 O
mas alterações superficiais, expressa
i oduzindo algu dade das civilizações asiáticas e das européias clássicas teve de
s qua sempre t à à o cavalo ao
Idade Média para conseguir descobrir a maneira racional de atrelar
a
em julgamentos impgentna,
chegando
g mesmo
1esmo a& dar-lhe
dar-lhe certa satisfarã pessoal. Mas, por não ser uma
certa satisfação mi-
dificação
PR EdeN ' qual
? é He carro, operação que se repetiu por incontável número de vezes em longos
T idade na relações de produção entre mos por que cada
os homehomens.
ns. dá-lh
dá es mil lênios. porém realizada de modo irracional, compreendere
melhor,ra no regi
aj me de trabalho. Embo de maior po-
À
alguma mudanç a com o manejo de
) ra na verdade hun novo procedimento técnico significa a aquisição pela inteligência
instrumentos de produç ao aperfeiçon da técnica,
e manuseio
el menos penoso, não
dos q der de racionalização da ação humana. Enisto consiste o destino
à há variaç ão essenncial
ci no regim
regime edde produção e do incessante proces-
«aque x condicione os ur o]
e
=ment
ú
é
o da
que jamais alcança a perfeição estabilizadora, em virtud
vi er
rdad eire ç
ra conscienci
ê a do tr PE ibalhador
so de avanço da razão.
'. ,
a I
que. de todo modo. a relação depropri
edadee ntre evoluir, ao
tanto de G
o operario ea máquina, por
; Sãoraríssimos os exemplos decriações técnicas que cessaram de
d ete
term
2 mação d é > direç
te aperfei çoament o que
que parece por haverem atingido um grau de suficien
BCOE
õ Ss de esco
Se lha d e, finali ( Jade:
3 5 É d est1g
ÉSs igna Cão
a du
I
destino dos produtos, não mudo
u. A ilu io de mudança pela melhora técnica ( tais a notação
explorada pelos exploradores do não suscita exigências de modificação. Poderíamos citar como
traba lho como fim dele rar o operário a per pratica mente na forma
ar que, pelo simples musical, que por mais de quatro séculos se conserva
fato de operar com ir trumentos ou maqu
Sé » ps Q1

bem dizer estabi-


E

nizados, exigindo menos esforço,


inismos mode r atual, inventada emseus primórdios por Guido dd Arezzo e a
mudou a sua essência de trabalhado esse terreno venerá-
( la ro 1 não te r
r, [ist lizada por Johann Sebastian Bach. Verdade é que mesmon
l hav
avi dk) alt Ê:Pação + essen
considera-
vel observam-se recentíssimas novidades, embora não mereçam ser
se cie
ial algu
q msa. « V Visto qu e cont
a sul)
némua
as 1d Hssat
ao mesmo stema de rela« 0€
Cowell, e outros,
a questão fundamental e «e
das senão simples curiosidades, comoas técnicas do pianista
de produção. E ta €
Cisiva. O fator de term
;
da mão, o
que decidiram acionar um maço de teclas contíguas com a palma
imant e, da r eali dade
la le e da
de consSee
ciencia do tral sê uh Ador
À Ie I muto
depe ne le» SE “Mac + em
a car ater relat
na escrita clássica.
que chamam de clusters de notas, obrigando a alterações
la ivo
Ivo e limita do
I , do
I up o de
d ma ( quina p or Tr ele
I mun
nejada. Esta sem dúvida
uvida influi,
i flui e pode chegar no
para se acomo-
Também foram sugeridas novas formas de notação da música
curso do processeso tecnoloNr
Ç o a
u
tornar-se
em prática por
Ss um f.ator
daremàs escalas politonais. dodecafônicas, recentemente postas
d e4 v arnação qualitativa
da reali
> odader) do tr de
d » dh t 1 do
| f
mas não sera dire“tam
-se na nota-
limitado número de compositores. À mesma estabilidade observa
e nte.
e por efeito do mples5 m í do , m e Hhor
deE tr ae
ud h ul E) f
E
sumco
pe la nd a mação da perce pçao da
transfor
Já o mes-
cão matemática, emboraseja recente a forma universalmente aceita.
realidade da situaç ao
social que induz

sistemas são
mo não se pode dizera respeito da notação lógica, na qual vários
massas a
ass, ala I tada
é . Ei por ( que ; deve
“ve moss dizer
3; aque x
panmad
maçãoe. desacomp
SP
panh t
s ada dasy
convenientes modificaçõ
au o)

'0es
es socia
sociaiis, não introd
s, não usados por autores ou escolas de pensamento diferentes, sem que
nenhum ain-
por si so uma transformaçãosignificativa na
con 'iência do trabalhador. emé ocorreria citar
bora deà"Tat
fE
da se tenha imposto definitivamente. Exceto estes fatos, só nos
as seculares e
o O lil erte
te da € arsa
comoinvariáveis as regras das técnicas de jogos, por exemplo
= do Í I abalho, pe sa
sa lo. enfadonh oo
u elific il.
oÀ concepção
pção queque supõe
supõe a evolução
evolucã do “espírito” à parte do desenvolvi mas tra-
o de-suas operacões nono mundo objetivo
“uas operações : o ne imutáveis regras do xadrez, e alguns outros divertimentos e esportes,
e da prátic a mentod a
filosófic 0) pertencente
so ial define um É urtel: h to ta-se de atividades lúdicas, de convenções, sem relação como conheci
cabe afirmar que
realidade objetiva. Exeluídas estas ocorrências excepcionais.
as teorias ide alistas, de
grande voga num pass
ado t inda
[E uu nte.
( masseexemplo 5 Hp , ICO s d de
s em pleno
a totalidade das técnicas constitui um universo de ações humana
pura e Tospe
I culaç ao oima gina
Imagi
s nativ
tivaa, N a pratiu u da
nça o I proc
I lutiva ( ;2 qu e DJré1s pm
o particular,
processo de substituição perfectível, e isto porque cada operaçã
1o aSe
€ vai
ve con ESs tituindo em
n of Jer aAÇÕE
subjetivas querefletema lógica objetiva
raci o Hal 5

da es vigentes, é si-
d aspectoss transf
maior de ormaçõ es do mundo. abran- sendo a forma da racionalidade máximapossível nas condiçõ
sendo um númerd o sempre"e mmor la r ,
ar:
: E s da realidade.
alidade. armaze nando- multaneamente a razão de ser do seu empreg
o ca do esgotamento da raciona-
forvma de SAS
idéias que contêma relaçi Ê os sob
ão com as antecedentes
antecedentes e e com
é. as cireunstin- ada
:
lidade que nele se mtém,ou seja, torna-se origem da modalidade melhor
( ma que
ju us as
Ê « cc ndi ( Jona
superação,
que deve tomaro lugardela. Eda essência da técnica a permanente
1 m. I OF ss
15so
Ss eSs ser ve m para cons
oms tr HE uma imagSse m s
ge cal da
o
realidade onde será possível disce
rnir ou inventar novaass
maneiras de suas formas equivale
“ir de agir,
i que porque compreender e aplicar corretamente qualquer
nos ara o plano prático sob o aspecto nta o
de fabricação de bens materiais. Se
de técnicas ou instrume a esgotar o presente conteúdointeligível. Mas o esgotamento não represe
refletirmos sobre o fato de queag intermediá-
a humai ni- ponto final de um movimento da razão. e sim umaestação sempre
+ 74 |

exdojonvo | dp 0Ma2000) O
ria para chegara outrarealização, mais lógica e racional, las as

uid
e maquinismo
ini s.3. Sem
Se vi a, tod:
dúvid
que substituirá a mi terial. onde irão frutificar em tóentes
terior. O esgotamento do conhecimento daquil da ciência
relaa daciên
Hi r que a march consiste na concor-
cia con
o que há de racional na técnica concepções idealistas têm de admiti
atualmente utilizada consiste exatamente em descobr e
, J: 1 tecnic
Pp aça o o na-
a imagi
ir novos pectos racio dânc 1a da nave nÇçÕe com os fatos . nO € xH o« la antecir

nais,outras possibilidades de produzir efeitos, que nela estava


À O4BATY

que dá o resultados e verados


m contidos mus da. que tais doutrina nao 5 abem ex ai ar por

não eram compreendidos e por isso não podiam serrea ns e a ao modo de > H yensar
pe I me tafi LOC D. qu eE
lizado por ela. Assim, quand o apli ( ada.d Eos nr | Xt dad e deve-s
sa I perplex le

é a própria racionalidade atual quese nega a i mesma em g asp É -


p | vritt
a esp É
r ma
c qutono "OCE-
É de proc
*u passageiro eu É ç Ce
) º tula na or o ( m do
p os |
e
se humano uma em
ser em idad e 1al

tado de realização máxima da razão e remete O pensamento É] el, ( >, aque E fe rn ma a imaAg gmaça O
à criação de novo &
dênc 1a transe endent . efeti ament
e mesXp ki cave

método, forma técnica ou mecanismo, que acolhe os fecundidade - ale B


am loga a
aspectos antes ocultos 1 1
o e ntifi Ca, compro ada a cada anstante em sua real

vem a ser melhorreali ão da mesma técnica, instrumento ou máquina. por não


€ “Le nde B desecre v er
I ret ) idi ( ament
vel e
ente ; 1 trans5 for-
nem
etica . que
imaginação pe e qt
que corporifica em condições de maioreficácia a mesmafinalid lad q 9€e p po rem 1 e stal se le ec erm
é orde m
os o 1 boa
ade que a an aterio men
mar materi nte a fa Co L la re ali dade.
terior cumpria menos perfeitamente. do ponto devista rsal ou pa r tic ular id etntete, .
flet €
em
dos conhecimentos pos l
do pen ar.
ar. CO » mp ree remoss que toda id e ta, umnIve
€ nd ere
vers

teriormente adquiridos. O exercício de umatécnica ou JPG


e * f +OI ] entes ?
ompon
cor l
do
o uso de uma maquina graus
> 1
de abst raça O) jariav
I
le mentos, qualida de
eis, eleme
veis,

ria no mesmo ato em quelevam o pensamento a apreen 5 o » d <K 38 ons


com ) s da
stituntes
der a racionalidade de º
n mdo mate
mm rial a A conscre nc ia e
nscienc um pro » dut o“ la evoluçã

umprocedimento ou de um engenho esgotam-na, mas comisso ( a.


par tes d o1 materi
não paralisa re o ui ( lad e natural quand oO ,
rganizam e mc o mbina Coe
se « org 0€ da

a marcha da razão. Toda técnica. por conseguinte, não eriza ( la o mc »V Iva por Kseus
il =
1 k pec 1 liar es al no
só conduz à melhora de ] a então
ntaãao siv e Im ente
*Versiv
Irrever nt « aracte

atos que já se vinham praticando, em modos menos VOSas |


st iperior es par tic ular o
racionais e portanto me ras nervos
v

gera m e
ssas qu e ger
*s essas ruturas
os « o mbina: ( 0€:
tos.
nos úteis, mas leva também à descoberta de outros. que cone FSO da ace cao de t ( dos o
representarão inédito | xas5 no 5
ente « co my ne
mente ser
3 € aÇ a
l ; gi
hbominiza do, < 1O o CONCU

e constante florescimento da racionalidade. g E) na exe ( ão J É lo trabaé he 3


execuç
é
so jalmen é o. MH
pa nizad
te > o) OT se
ki íduos
m div le um erup
,;s de
À concepção idealista e mística da razão. que a confina a as qualid
egiada pelas
orivilegiad: j
qualideades
uma “faculdade «ndermos que a consciência sóá se mostra privil
espiritual ínsita na mente humana, resultado de um fiat divino, a sui, por oposiç icãão aos: mecan ismos
mecanis mos nervenervosos mesmo os |mais
é incapaz de t aque pos
específicas
ver o progresso dela na evolução dos processos criadores de objetos olvidos. dos animais superiiores, não a teremore s» dificu
dificul é er a
dade em |perceb
ldade
e de técni desenv
|
cas de produção, que dela dimanam mas simultan "ament da razão, que nãose imita a àààilumin
ão s limita ação
inaçã do espí
nm spírito nem
e são a força que di unidad
i
di rocessoo di
e do process
pad
origem a ela e a impulsiona em seu indefinido desdobramento “on to de, todoss os & atos e que| a
futuro. As con à história das técnicas, mas se estabelece pelo conjun
cepções idealistas restringem o progresso da razão ao plano aticand desde quando sse
lo. desde
o, e instalins ou num , nível biológ ico
st ca-
das operações e i pi
humanidade e pratic
vem ando.
criações abstratas, e especialmente ao que chamam de “filosof nico e às
às s
suas róprias
própri as “Des de convivência.
relaçõe
ia” - porque, cul paz de impor ao mundo inorgââni
o 4

tivando uma opinião metafísica a respeito dos valores que concel


mediante o trabalhosocial, as finalidades
E + e.
, das teorias e dos inveli
* € q f >»
.

tos. mesmo os de evidente origem e aplicação prática,


não conseguem com
preender que o desenvolvimento. muito legítimo, que
ocorre no plano ideal re
presenta o outro lado do mesmo movimento manifestado ns 2. Os dois aspectos do processo da razão.
relações produti
vas entre o homem e o mundo material. Acreditando que
as idéias se originam)
O homem como produtor do que consome
do espírito, entendido sob a espécies de umasubstância imateri suaséanteci"ipaçõe asp
. dois dois aspecto
paçõess. s dis-
al ou porque Há noprocesso da razão, e em todas as ; suas
“ ado

aí foram depositada pelo poder divino que o criou ou porque. em virtude umelemento subjetR ivo, R
a idéia.
de tintos mas dialeticamente unido de um lado,
e
qualquer outro motivo ainda mais obscuro. são inatas. o resulta seu comportamento f
do é recusarem tornada finalidade à qual o homem condiciona
a origem empírica das representações conceptuais, se não de crido no desenro-
ocorrid
toda pelo menos de outro lado, esse mesmo comportamento enquanto fato
,
daquelas mais ogerais, ou dotadas de funções categoriais vendo-se no curso
inscrever
: nto inscre
ísi , e0 porta
o ou das que constituell lar das transformações do mundo físico
os elementos dosaberlógico e matemático. Assim upondo, o progre za os corpos estão constantemente
sso da ra- hi tórico-natural da realidade. Na nature
zão consistirá na agilidade de combinarid éia sin
em ta
atua
Ecra
ção recip ros a interminávelde mani-
, que se pe
preexi tentes e de inventar pro atuando uns sobre os outros
cedimentos que deverão ser depois transferidc luminosa, térmica, elétrica,
para o plano da realidade ma- festa nas modalidades da ação mee ânica. química,
r
r

notas superiores de “consumo” e

eiReqolos]
tância que resultará da reação química. Às
magne
ene
& tica, 4 et
5 do A I 6, 10 €5 lã ido br uto
I e I Voss Ive y l, embo
E ra co
t no 7
ignif icação des
|
e depois noda economia das so-
u
|
“produção”, no terreno puramente biológico.
sa “limite> H iferio
so E é
falar do
lo retle
eli 'XO dos
los “U rpos
rp +5 Maass sol We
Coos outro. nte z nd endo
I
se que
ERn | oia
te rmo “x“reflexo”
E”P primevos fundamentos materiais.
não signific
não signi a uma simples metáfora + uma expressao ciedades humanas. encontram aqui os
ue a, mas A oprincípiodialético objetivo da ação recíproca Sem e produz porque Ó assim e incorpo-

“p
Se dúvids
vida, ne Emparticular, todo ser vivo consome
ões mas
mas háhá o entrosa nuo movimento, na forma pela

Ma suory
se plano não pode haver percepçãodas a ções
os mento isa
mútuo ra ao ciclo de organização da matéria, em contí
Porém, há umcaráter distin-
qual é definido cada degrau da escala biológica.
doss eteito
efe ss d de v HasSs Cc COFpos
dr )s sobr
s e outros
I , O qu e indica I jerte
ertencerem
re todo Ss é Luta
entre a fase da constituição biológica
tivo decisivo que traça a linha divisória
natureza mater al que Ira, no O
co rrer
) da eve ução, acentua
ace é r o Í enomen

o
nomenco ; fa I“
ascender a formas mais zado: todos os seres do mundo vi-
pré-humana e a do homem plenamente reali
: s
i altas de existência de conformidade com a erescen
4 ar avicta :
é à t v

homem não consomem o que produzem.


vo, vegetais € animais. anteriores ao
om I leBX XI IC lade > d co
> OTS
ganizaça o da mate
er la, « hegand
3 o) ao er
y au das
la estrutu
es ra 5 v vi
mirem o que não produziram. Consumir
Distinguem-se precisamente por consu
vas. onde d Vque
1 la qualidade primitiva assume3 mm € qua VOC
Dcamen
ente
t o Caratl
carater de
|
possui tão capital relevância que por
o que produz, só o homem fará. Estetraço
efl BXO
rellex: € Inicia
( u
um desenvo
1 en lv
31 umento
e I sec
*"cutiar
a | queEG
( ulminar 1 co ma
a I perco
I
do homem. Defato, para realizar
ele se define a qualidade mais característica
ça ( + conscieR:nteê, no c erebr
reb o humano . ( ) Pp nncip 10,
des aça oTe
D ( HW TOC a mai
é tar
4
capaz de executá-la mostra-se habili-
essa façanhafica suposto que o ser vivo
Ja no F ) lano
( I , io] og
9100
B g manif estar:
5 5 e ana s
-50- s m O dalida
dades
le k p rum lariass dos tropH
Í “

ytumt os mir sob forma deber materiais em es-


tado, antes de produzir o que irá consu
mos, dos 1 I artumal
I s.e por
, Í 1 m, en
em pl em
na e"ser
Í a da Cons
mm iência, na pro
dução da id cia, resultado
Ermo ado dada cópia para si. Ora, dizer projeto significa re-
cópi do dado exteriori pela atividade represent
| a pécie, a produzir o projeto de produzir
iva de que é capaz a substânci! a das células nervosas cortica por intermédio não e encontra em nenhum animal,
por
ferir-se a um ato de consciência que
da impressão exercida pel objetos a constituição, a título de finalidade
j sobre
obre osos orgãos
Óóreãos perceptiv
i os. O mesmo adiantado queseja, porquanto exige a prévi
lo que irá produzir. Os casos excep-
subjetivamente concebida, da idéia daqui
principio e2 asas idéias
Nas I POC
TC 1 uzidas p ela conscie
on 5 ncia serao or Igem deÉ atos huma

nos dirigide substância alimentícia, como algu-


ao cumpr imento de2 fina I Idades
l l k preconc
q neee bida
i s de
le alte3 raça
à oda
| cionais de certas espécies que armazenam
ou insetos para depoi perfurar-
mas formigas que cultivamtipos de cogumelos
as secreções da vítima, além de re-
lhes o abdômen, a fim de se nutrirem com
Quando. F Jo: rem, e atingido o nível
da existencia da matér 1a na
€ condic ão de
corpos
mararidade encontradas em animais
inferiores.
presentarem ocorrências de extre
N Ss. nais ou
animar LU vege
Bs tai 8, OrgE
rganiz
l a dos
los na con
OTliçã ( ) d e sistem
Istemaas vivos,
1 5 é [
o
instintivos e nada têm de comum com
não dependem não de mecanismos
mente o I processo dete
l “termina a conss Utuição do Co , rpo
humano g apare
3C€; m fc , ru ta 5
ridade do homem,
l ape
Í res
rrores de
I mt eTre Ç ( au eassu
ração assumiraoJ a cteris
caract riIstica E
se ral d e cons
Jnsum o du
| conceito, exch mente humano, de “produção”. A ngula
oposta se manifesta na condição de
do ponto de vista biológico. que pela face
materia, Na o) hé 1 evident e ment e aniquilaçã
o« la materi
E: a e sim « 3 apare
1 W HI tento
Í
si dialeticamente, em virtude da
ser social, reside na qualidade de unir em
de tipos
I de mm OV 1 n tento dela. de sua transfo
r mação estrutural 4 de s€ onhe (
ido 5 no
| ano
si da os aspectos cont rários. de consu-
consciência que lhe dá o poder de trabalhar,
í realida de inanim
alidade inani ada. Os conceit i os de “produção” É 4 C ut
maxima importtancia e no mundovivo vegetal e animal. No
mo e produção, existentes separadament
ânci para aaa caract
c izaçãão da essência do homemR
erizaç pod R
reencontrados,S. rela; rega-se de produzir o que os seres vivos
mundo infra-humano a natureza encar
azendo;-se
: o processsso de sua evoluçãào lógi
elemen tares da ; PRA 4 ça g
ógica. 4
desde | 1
Osos Eai
niveis
; ados pelo
8 a interaç.
teração das
as forças
"ças físicas
físi e mecâni
à cas até asX manife staço homem os dois atos se unificam, «ndorealiz
irão consumir, mas no
É
y
estações

modaliidades
dades comple
c xas de organiizaçã
zação da matéria, Verific a-s da consciência, que justamente se ca-
» mesmoindivíduo, em virtude da posse
queLaio ;
tais conceitos À
têm Rae portanto e produzir o que irá consumir. À ero-
nene) 1aa raiz
raiz lógica re
lógica remot aE no puro plano da realidade ma
racterizará pela capacidade de projetar
da natureza. Nesta, por toda parte, a maté ma não as consome, pois não há
ão eólia ou marítima desagrega as rochas, mas
ul esta em movimento, os ele
mentos estão
4 co
continuamente
e 3 cedend
ae o
o lugar umsSs aoss outro s par é h form
run u às Ht- aproveitamento intencional dos elementos dissociados para a construção deé
rálido. ao menos
Por isso, permanece geralmente
I Herave
raveisissubstanc
bs e ta do mundo mm ne ral. eatroc
C a de part ( ulas54 "a de
k que
qu ua
t truturas mais complexas.
ípio da entropia crescente. Noservivo.
nessalimitada região do espaço, 0 princ
de enereia
ele I prelio
efigura, e m termos
e os brut 05.
Ss, € 0 cons
“Onsum o de
I certos
ert f element
kk I Í os Hii-
supõe complexa estrutura prévia,
porém, dá-se o fenômeno do consumo. que
eriais I Mara a
teria I POC luçã o € “SpDo
é | mtanca
a de
l o utr O 5. « & Je
De um atom
omo de
I o Mgemo,
n y Í por
de sua
exem | do. passa
ass: dk ; um cor
“OT poa outro, este o consome para ntos exteriores para repe rar d
produ; ira nova subs obrigada a incorporar asi eleme
VM

E—
co

erZ ojou92]
modos de interação mais amplo
OI Pitota
substância vou
ou fornecer
fornecer energia
energi a esse mierossistem
i a fechado.
| O fenômeno do pretado e tendo por fundamentos remotos «
procedendo, torna-se lícito e mneces-
const mo tem
' Do
o mesmosignif
ionifiicado lógico
oi quer se trate de um vegetal, de un das partes da matéria no universo. Ássim
alcançar todos os fatos definido-
B "

protozoário,
eia do homem ou da sociedade E sempre a necessidade do ser vivo. ário ampliar o domínio desse processo para
ive o homem. Alcança-se deste

Pp ottasuoo O
individual ou coletivo. de incorporar a si elemento materiais
I e Ss « lo mau do
k ext ( res darealidade dos seres vivos em geral, inclus
de, a ligação lógica de tais fatos
oJPAlYy

Mor que
1 ame la na o lh e Pp perte
aum rtencem.
e tç
nem che O
garam a
é lhe 2) pt x rtencer
à Tr ÊSe na
t q to modo, na perspectiva da categoria definalida
e igualmente mais
a
masse a inetativa de buscí e não pusesse em ação mecanismos fisiológicos com a economia social, enquanto forma mais avançada,
dade humana, e o meio,
complexa, das trocas entre 0 organismo, no ca “o
à socie
ou, em niíveel humano,
: “conômio
econômicos para assimilá-los.
imilá A iniciativa, ou. dito nou
constituem, pelotrabalho produ-
tros termo a atividade | pela qual
| o s er anim
i
imado É écomo agente
see define : relatiI para a manutenção da vida dos homens que
iada poreste ângulo, a economia,
v aumente
ente autonom
a momo d a cor
msistruca o de o.)
st, CO nstitur o fenômeno geral que tivo, o conjunto organi ado da espécie. Aprec
e do consumo de bens pelo
venia

er chamado vida. ciência vulgarmente restrita a tratar da produção


no processo geral davida e se apre-
Por definiçã
rição, à vida
ida identifica-se
identifi com ainiciativa
inici do consumo por parte de homem na condição social, encontra apoio
e distinto, geral e superior, de
co diferencis
iferenciado dos; demais
demai a ponto de receber o nome de corpo vi: enta como conhecimento apenas qualitativament
vo, Vê-se
se pois que aa base
base genérica
senéri da vidai consiste
i no consumo. do qual o ali um modo de movimento da matéria.
do órgão: com
cujos corpos vao d 'senvolven
mento é o objetoobje primordial
o! ial eeiimprescindíve
indi l. O consumo, tendo por El aspecto Mas a vida evolui, criando seres
o primordial do consumo de ele-
| wrincipal assimilação dada matéria
pala assimilação matéri destinada
i a substituira queé perdidaà no ci rescente complicação para realizar a funçã
e parte formados pelos corpos
elo metabólico ou a que mentos materiai do mundoexterior, em grand
ú “1.
q
e nu orpora ao tema na qualidade de fornecedora
tal é a condição para permanece-
|
de q
energia,
o A.
só,
Se pod 2: existir
BXIS
distir e m fo T ma de y orgam
o i Za
AÇÃO da mat e ria alt é mente J de outros seres vivos ou deles derivados. poi
na qual surge umtipo diferente
compl Xas, * por por isso
isso chamadas
€ as orgânicas.
orgânicas. Não
Nã se confunde
É com o simples rem em vida. A evolução conduz a uma etapa
ência biológica geral de
cresci
ciumento por arorárnins
aderênc 1a externa, conforme ocorre em crista mergulhados deser vivo, aquele que, jungido embora à mesmaexig
r a limitação deter de encontrar pron-
nas olnç to-mae é Con
Vu )
sumo si sTI úfic
sie if a. DO plano
é To LC oa manutenção pelo ser
biológic consumir para viver, vai contudo supera
idade inédita no passado da ma-
vivo de um v ciclo
cie de , absorção A e rejeição
jeiçã da matéria,
éri com di pêndio da energia to o alimento, porquanto adquiriu uma "apac
necessita para * sustentar. Origina-se
| itada para conservar em movimento esse mesmo ciclovital. É preciso ex
a wrovei g nro á irei ds q o téria viva, a de produzir aquilo de que
hominização, no modo de vida
| or a concepção
ncepção dialética
dialétic do conceito
ê i da vida,
i estendê-la e fundá-la
Ko) em análi
| assim o homem, o ser em cujo estadode plena
duzir para consumir. Para
social. se instalou a responsabilidade biológica depro
« 1 ç

ses TO me
na I senetr
netrantes
ss de JN que 3 as correntemente
, x r y B deES
5scritas nos Ss ensaio
simples manutenção da vi-
é Cmnsce
sd s do s
º

pensador es dialéB; tica . Não pod emos.


5 ( lar DES tanto erige sobre o plano do consumo elementar de
de qualificação superior, O da
esta arE E nvered
E ar I es «
nesta ( I treça
ecaão « Hi

ás ritos comentários. Até aqui, fora da perspectiva dialética. o proble- da um novo plano, com exigência distintas. e
e os alimentares. porém logo a
ma us ata tinha sido objeto quase tão-somente de 'speculações teológicas produção intencional de bens, fundamentalment
ção tem lugar definitivamen-
metafísicas ou mesmobiológicas, porémsituadas no plano bio e os *guir os de caráter cultural. Com essa transforma
da matéria viva e até agore
de onde brotaram os conceitos aristotélicos de várias espécies de “al a 4 nos
sã te o mais importante salto qualitativo no processo
l permanece condicionado às neces-
cão bergsoniana de impetovital”, além das múltiplas
ns panheo
classes de ca
doutrinas fi- ao que parece, 0 último. Enquanto o anima
'osa orientada para o aper-
a sua estrutura ner
malistas e vitalistaas de cunho
é imaginári ou oriundas
imaginário i de interpretações ingê- idades do consumo e tem toda
captura da presa, que não cria mi
nina logicamente defeituosas de fatos experimentais. por exemplo, a Ea feiçoamento das oportunidades de melhor
e a necessária constelação de
pd de eo Driesch ou K. Lashley sobre as regulações io e ii acontece achar-se aoseu alcance, e paraisso receb
aos descendente formando
mus E preciso introduzir o fenômeno da vida na perspectiva da economia geral instintos favoráveis, transmitidos porvia genética
ta possuir, O homem. ao contrário,
das trocas materiais, onde as noções categoriais não são mais as de “força” ves o conjunto dos conhecimentos que lhe impor
daquilo de que preci sa. Cria então no-
condiciona- » às exigências da produção
s .” A 59 2 > % e É E
tino . finali dade
la I 4 Í ram passe , emergencia
5 a entele quia e tantas
é outras
os, bioquímicos e predetermina-
criações
b verbais ingênuas, mas
bais ingênuas, mas as idéias
idéi de produçãoà e consumo, idéias objeti- vos mecanismos de herança, não mais estátic
cultural, de forma que nes-
vas, extraídas
las dada experiência
experiência real
res do processo biológico, repres entados por um acervo
ioló dialeticamente inter do no genoma, ma
|4ó11

co
-+-
sta a condição de per-
cada classe de seres manife
as formas particulares em que
“ | apso ficabh . » .
otutd
i-
posições teóricas que expr
se animal se reveste a possibili t IR ude du
I st tm ist
li intiva
v al itude vital,
I al a de prodi I . o

isso ão diversas as pro


tencerem à natureza. Por opõ e con -
o
tor. Pal « x o ignifi
e a lo do
cado | concen
conceno fil 050
Ê fic 4 » aque 3 de 3, fin e , home 3; m com Um
universal que
de seres com a contradi ção
mem a relaçãodas classes
BITITA

j
que produz
que produzFo seu
seu ser.
s Por
Por isso,
i desde a aurora da homini zação o que disti à superação dialétic

ap
lidade uns aos outros é leva
o' homemfoi envered:
o ter enveredadona dana
evolução a
biológica por um caminho até entã tinuamente elementos da rea que em mo-

ola S HO
ade
ficadoras de aspecto da realid
inexplorado.
| a produção
produção dede bens, das oposições nas sínteses uni referindo-nosa
IBAIY

bens que o irão


irã constituir na qualidade delt
criador dize r,
s “então,
mento anterior “e revelaram contrários. Podemo
O
A conceito o de
,de “ “ber n. que * pareceria
pareceri pertencer exclusivamente ao âmbito du
contradições com a na-

30
s. que a m áquina não tem
dência economic 3
ica, tem 7 E
na verdade i
essa origem existencial
? de caráter
| material
ateria umaclasse particular de sere ado pelo homem, con-
fabric
funcionaria. Sendo objeto
tureza, do contrário não
co mecando
I a manitestar-se er humano. tos paralisantes das
posições anuladoras dos efei
Í no mivel ] da
| realdade
hi | I I biológica
i lógi do
|

tém na sua estrutura à dis


Sd | " É se
O maximo sem do h amem consiste ma v ida
a máquina aparece,
ponentes materiais. Por isso
C jorque es: taba k ce ac ondic ao
I I »
contradições entre seu com
que Hc permite criar para 5 I todos os demais. Vemos portanto que não
a de conflitos externos.
cia fabricadora, destituíd
€ sol nem

te à economia, mas
nas a
acima graçé à ação da inteligên suir a consc iência de-
com a natureza, mas sem pos
des
lesta al
+ mor al, co ma conot
no aça o
ly ab est rata
€ e8é su b ] etiv “

O animal tem contradições à


» ao meio. O homem tem
dada ao termo be m . enc I
encontra ( ri ge E meraza
3 ode
d se rnoo I proceBSsO I DrOloOgICO
l g dk
o recurso de adaptar-s
las. só lhe restando assim si.
adaptando a natureza a
, odh 1a
pr cao e deles
| Í sa da V ida
à | humana. A conde naça O) da expl
> o raça o do tr abalo,
1h ul 0)

consciência da con tradição, e resolve 0 conflito


destruidoraa das es é e da vitalidade
das estruturas itali orgânicas, a denúncia ds Ê e define por es-
, ao contrário do homem. nãos
genocídio e de I yraticass anticonc
i epc 1onal
i ni decorrem em linha Dt Desejamos explicar que 0 animal porque dela não tem
sequer dos não-vivo
direta aa titul ( ,

ição. que não o distingue anto


ediá-la. O homem entret
de consequencias
d as g
lógic as, té
d “sta > pugnav
ne) g e] 5
posição filosófic a I oste vi O) F

sci ênc ia, não pod end o portanto intentar rem


" ee con i-
consciente dela vê-se obr
mente, 5 a 1€ e ia do “b e m e: i
tomara color ido Ss K l ealistas toi
eticos , | 1 COlOgICOS,
ou | B a |r a

define- e poressa contr


adição, porque ao » tornar
mudando- se Ss concertos:s ab tratos
e nos € fantasi
s-€ i s ta s do b e m moral ( e do 5
Ê Upre > n Ho alidad e ex-
to de umafin
são própria, no cumprimen
gado a estruturar, por deci
| 1] “ . pe UA
Jem.
mm. € este ultimo identific
Je l $ p' eto
ado
a l I pemns e
nsamente , fabula é div m dade,
a lor. com a I 1d y Se
4
dessa ituação, para ele
os os seus atos, em função
a
nos limitarmo raca ao
porém cat campoda
ei ires tê
realidade -
material, os bens que a ciênci terna. toda a existência, tod sófica sociológica
o exi ste nci al máx imo que 0.es pecifica. As teorias filo
econômica consideraráà quando aborda a existênci o traç
xistência
; nd
do home m no estado ple o da adaptação à na-
veniência de tomar O caminh
que indicam ao homem a con
condição do animal in-
e
mumente *SOCI
5s ial 4% ep te
po rtanto pr OC lui o) I do que
ma vigente degradam-no à
consome
Sc 3. SãO
e O equivalente. nesst

itui i eza e à soc ied ade na for


ado, dosoconstituintes
| ano elevar da realidade que para o animal só e xistem por tur
existe porque nãoé sen-
lito com a natureza não
uma de uas metades consciente, para o qu alo conf
a de poder m ser bens de consumo.
e ondições do mundo on-
. O ani mal só tem o rec urso da adaptação de si às
O animal na o consome 8 tido est reitos, enquanto 0
rce dentro delimites muito
senao o ( que a natureza
I lhe oferer e « Hc impoe tapro

vetar, sob I rena de ex de vive, pos sibilidade que exe cia, possui O poder
ideal da realidade na consciên
Cao
xtmcão. Fal e a razac ,» I pe
( la ( qual o animal mmconsciente
onsciente mia

hom em, pela rep res ent açã o


se del H te pe la ( ontradi ( ao , com a natureza.
ssituações físicas €
que faz pela transformaçãoda
? qu e nac ) pe ) rec z be «. ( € p para
ara « ele
ke n não I tem

sentido nem de adaptar a naturezaa io admitida pelos apo-


quetal teoria não pode ser
m olu >
ao mtenc ionalmente pt OU urada, e mbor ac 8 te] é 1 uJe no
no a com

circ unst ante s. Cla ro está


fl os lo ds OU T nomentaneos. ap
M a es, de ( 3
| » acarretar a rte dos
mort I ) indiv I auos
lu « sociais massas trabalhadoras
ta, pois implica a luta das
logetas da dominação imperalis
direito de construir O
cunstâncias de vida, pelo
tresmo,
HO, em tiuações o 5 a da espe x crie , intetre
vraves, ra. I orem,
“ma. mesm
*smo quando
quan I co
Com

pela m odi fic açã o de sua s cir


ae Os am nmner
concebem.
amente humana em que 0
| ramos ero 5 a equant dade
la I l
de especies
é | tes extimita
e t I JO K mp osstibiidade
il ili I h I ; dh

mundo social na forma plen supressão de


ocorre apenas O fenômeno da
Ê mM omodarem a condições cd B favo avel
=) 0. para t das
do mero la mm s upo Pavel
rav Í 1] |

o da ext inç ão das espé cies


fato odeorrew não | porque h houvesse No cas irtude de mo-
anizados, emv
t Mr ju IV é cont
uma ( I adic t 1O
( parti ( ular
| ( z di 5 tintiva em
"
tuídos por seres vivos org
produtos naturais, consti
t ec la ê
euna (
tureza, . CU mcen
eo que
ju s€ , p ode
l ria t er 5
« I en il I ( ção se
5 €3 Istisse
5
Stiss a po 5
sica. O desaparecimen-
e bém nat ura is, no processo da realidadefí
ibilidade de o animal conhecer o conflito em que est envolvido e dispor de dificaçõ tam i-
cenozóica foi um acontec
=

sáurio no início da era


: | ar, aa se
meios I para superar, ; Or, a situação
s seu favor, i açã ameaçadora, A contradição signifi to em massa do grandes linais ou
emersão dos sine
cessação do vulcanismo. à
+ a

em una lei UNIVvers t d d Wa e ali dade, o motor mento equivalente à quase também tiveram lugar
tes, como Gondwana, que
I lad OLor « pu j “ impul SH
rota ] por I ssSo O a

mal, o
tal Com 1a :s ent
, $ s1mertes.
j b q o la ( sta
” | sto
ul Ene do,
ti k «4 Mas
la dev e na di » finsêMure
ui M j ao afundamento de continen
UE 1
'

so
es!

pio |0UD9] 9p 0H9


de
CUL RSTATA na mesma fase da evolução geológica. À morte, e bem assim antes dela a doen- ont ar a morte, O vela possuir a mentalidade
nizada . Ão « col her afr
dade perde com isso
: a

n ta, ma | na verda
+
a ver
º, =

ça, representa uma forma, com caráter negativo e por efeito de ruptura, de a dominanar asomrNie
r O antago
um dinos: auro, julg
:
|
igualha, o ad-
adaptação do ser vivo ao meio. Não podendo resistir morre, ou seja, suprime 0 para, ao pr »cipitar na« xtinção a sua
conqui a do futuro e pre
problema da adaptação. o final, a natureza será sempre vitoriosa. Só não é senhores.
vento da ociedade sem do que
1 conso-
tor na I TOC luto,r
MEAIy

se tor
tal durante certo tempono caso do homem, em certo númerode conflitos e an- e he , minizaçã o
V via de

9U00) o
e
l 30 ani mal 3
em
and
Qu ºam
"oncento de Ccon-
am: e O con
ga-s
s rave hPa
( a) ) alar
alar >
tes do esgotamento de seus poderes físicos e intelectuais, porque a posse da meçaçar n a ter s r:ETA
luga
ojna
j s O! igim
15 fat os
m o dk DR)
is com
áis
dei Cra
a cia lógica, a invenção d
a
a de uma exi gên bio
consciência permite-lhe reconhecer como oposição a situação que ocupa no à forç
umo e (b) impõe-se, com
diatamentese distancia
âmbito da natureza. Aocriarpara si o conceitológico de contradição objetiva, meiro aspec to o homem ime
meios de produzir. Pelo pri elegem os ele-
anterior, porq! je estes não
que será a forma pela qual verá a sua existência no meio natural, adquirea fa- estacionados na condição Estão -lo
cisam desc obri
ar se na pre “015
culdade de pensar os estratagema capazes de vencer, por algumtempo, os obs- o 3 EX 101 que cons
exterio
e
somem,
mer nte ;5 d do mund 5 a.
ógic
1 rminada Esp Ê I eci1 e zool
,
tácule que do contrário o aniquilariam de imediato. O homem nãolega aos 5 a
Jara eres
le por
c
ns tituição
sua « oms
s
e m d ete
as
yrefi X ade ma
qualitativos de consumo,
[ 1 : Ae >
I 1
descendentes órgãos anatômicos mais resistentes e sim conhecimentos que, for- consequeneta, problema
O animal não tem, por o € que o ly Cc on vem
. No
sez de nt
alim ent
mando conjunto com a cultura, lhes permitirão sobreviver até certo ponto àà
apenas quantitativos. ºibu
sse:
ndâne ja ou OU es cCas
teu a noção de consumo,
morte individual, mediante a mais-vida que o conhecimento do mundofísico cidade de produzir subver
homem, a ilimitada« ipa ign cado
ifii
“a 4
amente ológoico
fisilógic
nte fisio par:e adquirir
; par p a
compendiado nas ciência especialmente a fisiologia, a microbiologia e as de- ignificado merame
+ deixa de ter igni fi inde
ilidade de um número
mais que dão fundamento à medicina, outorga às gerações sucessivas. Mas se Não só aparece a pe ssib
cultural. ou seja. social.
a cont arãoo a idéiaest
emos já, j j
permanecevivo, ainda sob o rigor da contradição com o meio, mesmo quando o, € entre eles, ver
nido de bens de consum “1
+ condiciona porque Ro são bem sentidas como
o conflito se torna relativamentesevero, é porque começa a produzir não so-
cuja produção o indivíduo
ve se obrigadoa produzir
mente os alimentos mas toda espécie de recursos de que necessita, como abri- cessidades”, mas ocorre
outro fato novo: o homem
. C “omefeito, osalto a
que n«
go, aquecimento, remédios, transportes, máquinas motrizes e operadoras, que exc lus iva men te par a si ma para os outros
não lhe sper-
ade Je sersocial, nãoi
mal humano da qualid
€ + (

a natureza não lhe dá. É lícito dizer que o homem resolve a contradição com a
€ € 1

referimo dotando o ani


1

ia, arr an
natureza de certo modosuprimindoa natureza, ao substituí-la por um mundo iriisol adam ente > o bem encorntr a ou de que se apropr
? que» enco
mite con sum ir nd ce
xi Sds vd patol ógica do eremita ou
na do
quefabricou. Sua mais importante e essencial produção é o mundosocial. Daí te. a não ser na figura
cando-o de um melhan i
1 ra do es
r e do
ou wu a tu a exp
os au
os 2 I io
em diante a evolução do animal humanoconsistirá no aperfeiçoamento, nadis- anti -soc ial, dario a as salta me
ltenlár nt s es trad
das da
ser o len
é apa de pro er
posição para si desse mundo onde progressivamente » abrigará e que, emprin- itariamente porque não
2 não pode consu mir sol
do consumo, Este a
cípio, deveria ser-lhe totalmente favorável e acolhedor, embora, efetivamente O car áte
i rso cia l da pro dução impõe o car “áter social
lad
HE o. a
s idamente ' se po-
animal, onde apenas: equ
ivo nr
por causa do gênero derelações de produção estabelecidas com os semelhan- é desconh ecido no mundo
»eto o
tes, também aí venha a encontrar graves e fatais circunstâncias, aniquiladora modalidades instintiva
e não racionais. do consum
aà à nas
home m
l I ade humana de pro
dutor, édaqui ida pelo
de multidões imensas de membros da espécie. Trata-se porém, neste caso, de , se
M as. & ndo oaa quaque h
, vê-se logo que
vregarioé vas
e
| e biológ :
ica
contradições engendradas pelos próprios homens, e porisso, em princípio, aci- cur so da evo luç ão, a mar ca da ua superioridad
no exig e Evcial doE con-
finalida
e deve ter»r porpor fina de aa ext
lidade
dentais, históricas e capazes de serem liquidadas no futuro. a sociedade onde o emprego dessa capacii dad a
há o domínio de alguns homens sobre outros. o escravo. conforme mostra a entee | por todo os mem
ent
bros da humanidade, não
pp
umo , a
que , mti
sen da
tid a igu alm
alm
es igualitárias.
famtasista dramatização de Hegel, faz muito bem em escolhera escravidão que mite satisfação senão em bas
lhe concede o direito de viver, porqueao viverse constitui em força social que
e multiplica com o crescimento da população e umdia exterminará aescravi-
dão, Nessa hora o homem surgirá como vencedor não apenas do senhor, expres-
do-simbolo de uma ínfima minoria de exploradores, que define um simples aci-
dente, mas da natureza hostil e da totalidade da sociedadeinjustamente orga-
o
*

eIZRO[0UJ9] ap ot
e o homen e 05
anqueáveis, a diferenciação entr
GUIA VIrII4 CIPATY
3. A razão é o resultado e a origem estabelece-s » em condições infr
As tentativas da eto-
mais adiantados primatas.
animais inferi ores. inclusive os
da faculdade de produzir. logia contemporânea . na sua
quase totalidade conduzidas por um pensamen
to

ima suspeita de tudo


O fundamento social da invenção experimental simplista, limi
tado, ingênuo e »m a mín
de se esperar da parte de
er, procuram, segundoera
quanto acabamos deescrev

2007
viorista do proces
visão idealista, formal e beha
A A « apa
p € idade de F ro: duzi reoquee
qu “mm ( sonqunto e « hama razao,
ÃO, atr il duto
ul cu
| l observadores dotados de uma
r o hiato entre o ho-

) o
hor modo possível de preenche
o animal humano con quisstc
tou na competiça
; o eevolu
€ l tiva, am tedida
li la ( que começa- so biológico. descobrir o mel
ipacidade de pensamento
riores. Não possuindo ac
v Wa p rata Car os prime rwros ato realme
-, nte « riade res
res de
I k De ns “Ny
( ompre endemo 5 mem e os antropóides supe tiva, visto
a obje
tífico numa concepção dialétic
po Pta , q ue > o des n ol V mment o da razao consiste
*Ssenv MasIste no
ne ape riem
Í Icoament
muo da
| h ca- que fundamenta o trabalho cien categorias d
ncia do homem em fun ção das
Í h tu ida | ( de I POC luzi I 4 € ) que 7 implic 1 tanto , a multipli ace
ação dos
1 p proc
» lut o qu am
ua m a compreensão da e essê
ignorare
ore “em vez de al-
f ica-se que esses experimentad
to u d I Me Estica
Í Cê ção deles.
2 O I a, U 3 k pro
Pe duz 1 r MF O
oe a ação
ootorna ( la e > fic AZ pe HO
Kc ( co produtor e consumidor, veri cesso de seu
-no pelo permanente insu
nl e IM]e no que is dir 1g
se a Esste
te tipo de e ação
( o rec
*cene
be o nome de E
teemica
es t A ra R cançar em as metas almejada . fornecem
posição.
= | fi o
para nos confirmar em nossa
trabalho, o melhor argumento
5
Po detme o aspec to da propr iedade humana de pensar que e ra. pr escreve «
e inve ntiva e não se
a idéia, a produçãotorna-s
d trigozo u produção : N ste
d! sentido ad ondiçã o de
I toda p odu Ceao possive Ireside Tendo por pontode partida c-
gico. Poreste aspecto cara
a
de automatismobioló
Ha
Ee « lal h oração da id cla,
o que 3 de Ve
VC se
er ;
ente 2 ne I id:a como éa prot o F yrodu ço
“ao Co reduz a uma forma superior
ca com a mples
; Ha|

produção, que não se identifi


teriza-se a natureza social da
l + | | li lé . | ,

espécies animais
podemos dizer que a razao do
e até exi ir em raros casos nas
I
mesmo tempo o onsIste
o) t , no res
H es ultade h da fac uldade de I POC ar poisss
vo luzi são Os
R bx Hs cooperação mútua, à qual pod uso da técni-
à produção é a nec ssidade do
que
q lhe revelarã
evelarão novas propri
'as propriedades do corpos e fenômenos física gregárias. O que dá cêyráter social s formas de ação,
inventar continuamente nova
' pus |
dos quais se vale aleráá para
are tornar
nar adequada a representação lógica da realidad
Ee” ca. ou, em última análise, de liados
forma de conhecimentos amp
e de toda
origem oda produção,
pr ão. em
em virtude
vi de elaborar o primeiro 7e o mais
EO n 1 pa Pa que esta tendo êxito, 1 "tornem, sob
em isolado não
olv am-na é expandam-na. O hom
| todos
rio de ; os produtos,Eaquele que tem de ser empregado narealização
RE d ao acervo da ré ão, desenv
e com astúcia do conhecimentos possuídos
qualquer bem material.
al. Ref
Referimo-nos ààiidéis
déia. dando-lhe o qualificati
PR
dificativo de pro- inventa, quando muito vale
nção ma o fa-
soé construiu não foi uma inve
toproduto,
I af uma ve; que » efetivamente
ma vez efeti i
visto ei criador prudI
por esta face oato O guarda-sol que Robinson Cru nção compen-
da
E| idéia,era
á enquanto finalid alidade matriz
paes i , da ação.
ção. TTrata-se aqui
I i da unidade
unidade dialé-
E dialé brico de umaimitaçãogrosseir a
dos existentes na Inglaterra. À inve
fundamentosocial par a
ocorrer. A sociedade en-
: simultaneamente produzida pelo produto e produtora dele, Tal é dia num ato cr iador que exige ce a linha
dições a serem solvidas e estabele
o ] motivo I pelo qual
qual aa razão,
razã sob as espécies
ÉCi da técnica, engendra toda a od prod gendra a consciência das contra ente a ociedade
ivo encontra-se no fato de som
ção humana. Mas ao consumi-la, ) na qualidade * de de |bens cujo ú destino
I dica
é esse de prioridades entre elas. O mot
que poss ibilitarão
acumulada, dos instrumentos
mo. vê-se engrandecida
grandecida e e desenvolvida.
desenvolvi O consumo ou 0 manejo daquilo Ro ser a depositária, pela cultura
realizá-la, subme-
umatécnica ou um método, e
petorna-se
produz é nte de de novas
fonte é percepções
À Õ empíricas,
í logo elevadas por abs
Es à imaginação criar nova ação,
icamente o cará-
confirmará exclusiva é autent
j ação
: as propriedades,
de suas propriedades, àà condiçãodeidéias
€ icã idéi anteriormente não possuíd
E Ro tendo-a à prova da prática. que s sem valor ob-
ior, distinguindo-a das fantasia
j
indo assim I possibilitar
| ibilitar aa produção
pr "ÃO de um produto melhor, antes inconcebível
Sa ter inventivo da concepçãointer
então com funda-
so da inventiva estética ou, já
ra dialético
num circuito ialético sem
sem fim.
fi O animal,
i porque não produz, está
| privado e
d jetivo pertencentes ao univer ginação oníri-
gico dos centros nervosos, à ima
| ossibilidade
ea ade de ingressar
de ingressar nesse
nes circuito.
ircui Ficandolimitado,
1 nas relações no
dep; cor mentono funcionamento patoló s para e tornar
e que dá ao homem as condiçõe
lações de de consumo,
realidade, às relações cons não
ão dispõe
dispô de outro meio
node conhecer
rise senã ca ou delirante “Éa sociedad
também desta ou-
forme vimos, pode exprimir-se
;ão do ato
HM exeCH é de oconsumir. ir. Faltando-lhe
E o outro hemiciclo. o da produçã Re produtor, proposição que. con tos técnicos.
o ema
idade de desenvolver sua razã
não podeag
Ro conquistar
s « » universo
i | ações subjetivas,
de representações subjeti as, ds
aa que que o | homem
E tra maneira: dá-lhe a possibil
pçã o exist encial da pa-
nte porque se tornou habilitado a produzir. Na diversidade
ir, Nº sidade d do Por isso nenhum animal é efet
ivamente produtor, na ace
tam ato construtivos, faz
em-no cumprindo ins-
vela o
tonainent
( e: a. nai ma | Hj Micidade
ocoma natureza, li 1 la le do Ss ato:
os de
I pue 2 ésão
a] « t HW h AZEs.
ts lavra, pois mesmo os que imi
'
=
==

eso (ou99]
-
e pen
alidade anteriorment
.
te “

reali sador de uma fin


pretendidos É um ato
A

OVULd CAtatA OJBATY tintosE invariávei4s e omuns a todos os membros da espécie e não operam tado sci ent e. Nesse
ação social con
ada emregime de cooper
racionais individuais. al sada e emseguida execut considerar-
cu ' . . “ o

o fim comum, deve


mesm
os indivíduos para o
regime, reunindo-se , para o fabrico de ins-

op
m com sugestões originais
A noção d e > I pr oducçaãao
di Ç não deve
I ser tomada
I na ac ) ep ao
à de
I mera ftabriencdro
| i |

l que alg uns con tri bua


de cons umo imediato.
ime ThTendo ingressado
i no plano da subo se natura ração,

otiaauo
de be ns materia
em « resultados da ope
de operação que melhor
Wo
é descol rw
gã d oa
Ê lade. O home o! 1 fo I obriga os I mecanismos que ron SSeri I Hd
I per trumentos ou de táticas ação fornece a base par
a
como trabalho. Tal itu
tivic amsr |
definida
já então claramente « jnstrumen-

/0
aneamente engendra
mst Í uiça o d a produ ça ona especie, 1 o36 foi elevado
; a Cone 5 arar ep
neuast
1 Í I| mM t H
I
ent o criador, que simult
o surto do pensam são desig-
tar ao das forc as naturais que É ( xpl Icam
( a ( existencie
2 encia , ÀSs pro F re d o des e “s fran mM
inguagem com que
ivo s e os obj eto s de consumo, além dal O
f orma
j 0es t de co
o rposS, as:
é ss umindo p eto tos produt membrc do grupo
ymunicar a todos os
lo I « onhe ; cimento
z I d dinamica
da 1 tamica 1 aimteri. duna
amp lia -se par a €
nados. À linguagem stância
leis
É Iógic
BIcd ASs di d é ticas
Cr V te
aqu o movimentam €) pre sXcessos 2xteriore a Ea 1 respomnsad
cesso exteriores, SF nisto
| 1
uten ílios e as circun
mai s pro fícuo do manejo dos
À linguagem cons-
modo de exe rcí cio
dosas.
técnicas demonstradas ren
dade de fazer -se éà 51 m
mesmo
no. I Em aqu
pt ant o I par
ara o animal interior
fe oro cu 1 dado com

aa
|produção
Ç ficava
ava aa cargo s
car da natureza, e tudo o que esta tinhaa de fazer era do
de fa; propícias ao emprego das a os instrumentos de ação e
invent
ressão da idéia que
RR neces sários para desenca titui pois, enquanto exp ro do grupo.
los a todos os memb
mecan nervosos e hormona
exigência de comunicá-
a E
: ur OS atos; de consumo, no homem outorgou-lhe a responsabil de defesa e cumpre a ança níveis de re-
Logo a seguir, quando alc
trabalho.
o produto primordial do os instru-
própria, O instrumentod
de total, a de | produzir
Rd uzir e e a& de consumir.
ir. P Para a produção, o animal
sá human
pa:
sen taç ão e loc uçã o abstratos torna-se ela
ve inventar oss mecanis
ranismos3 quepossibilitass
se bi assemàà espécie,
éci na evoluçã ) pre desenvolvendo-se ex-
ir tala-se um novo ciclo dialético,
g
sétornar-se etáris das determinações
aa proprietária : seagate
materiais intrínsecas d mentos. Dai por diante inventar novo
poral, pr
a a possibilidade de
É ! sléis iria é Tá siv ame n te no pla no social. A palavra eri , os
produtivos. : numa palavravra, adquirir
iri o € onhecimento
i das leis
| objeti Ma a clu as aos computadores
é mé tod os de tra balho, das ferrament
gem as transformações do mundo natural,
al. EEssa funçã
função. que tata
o | instrumentos humano do
dade do conhecimento
is por sua vez ex pandem a racionali
senvolvimento biológie
ológico teve
; de criar
i e entregar à espécie
de para
runas
que a qua representação con
ceptual e
ecerá a
anc ial que enriqu
to resultado próprio do
a e desenvolvesse,
vasse | À acumulaçãoini
éé o que se chama conhecimento. d mundo e e tornam O man

pec tiv a sin ali zaç ãol ing uística. A cultura. enquan
Ss
eio da espécie recebe o nome de cultura
ns e =
+ sd É
a res e na difusão das téc
nicas ele-
nto
princípio no conhecime
trabalho. consiste a avi-
s bens de sustentaçãod
) á eta ç » NO: TCs
( [a , nhe cimento 1 em (
I MH prtanto fundam ento
mt nas 1 liçé Jes
cone e bicHOSICE
lc s 1

tar es de pro duç ão de instrumentos para obtero a


explicam pe rtNC ular
o pa 1º dd , ao,
E tomado Pp e lo curso da evolução i Erress. é Eh
| no men satisfeita nasce outra
de cada necessidade
I ular rumo É O mpgressar

se com pli ca, por que


da. mas logo ieda-
es acumuladas pela soc
(7 aminho que levari:
ara uma i
é determinada e pécie animal a conqui tar i

sfa zer . Ass im, por int ermédio da representaçõ tive


idade. I ta maçã
transfo rmação tornou-se possível
si quando ºse esk " DA
sboçaram I
as formas ati recolhendo os respec
ers ifi can do as for ma do trabalho e se
de. ão se div são
rudimentaress d de existênc
xistência
istênci com novo
; caráter,
4 daíí em diante continuar
unente al e a adequada expres
sem pre co m a con com itante representação ide
frutos . ros. À presen ob- te
homens uns com os out
di 1 uado | e ” am I pli ado.
acemn | e
« » carater M tal. E o fator dete
1 terminant e da tram
r sto
5| rm q

à com uni caç ão dos


oral, para servir amente o fato. atualmen-
para compreender corret
ao vamos enc ontrá-lo no traba
I I ho. que come a então
+ Éa é
se to rmar os inal ais
li:

ão te m dec isi vo rel evo


servaç 05 indivíduos. Basta
ou comuni ração entre
é
tintivo do genero homo ; Muitos aumas, E leões
OS empilo,
Jor exe | costumam caçar em
o I I 0s Ç
do, da inf orm açã o
te muito estuda unicação, tal como O pen
-
que a informação ou com
“ja,
bandos 9 ou seja
] I proc uram., I Jo
LU r € nqum 1 a «aque * r vetor
uma aç O oco for as prob e bili ( la
1a t

por ora , à noç ão de da


reter, bro
des de exito
XHO ne LÁ aptura do alime >| nto. realizar
u umas5 NHuação, quepp
9 | ara I e $ Co I ”
« eles,
é recolhido por outro mem
do aos comuni ados e
:
responderia à “produção”
ução” doss bens alir
: nentares. i ém diri haver nes-
Mas ninguémdiria
s. Mas samento que dá conteú rea liz a e pross
zação que só se
e o processo de homini
si
fato, , de imples à gregaria.
atuação gregári
ária, que )
q alquer emelhança Õ
ançé com o fenômeno do sociedade, tem por bas ho social.
fundamento no trabal
mento cultural com
en S5
be 6
s em a gue atualmente no seg mem de recurso básico
que a cultura ve ao ho
tr 1d , alh o. I Este
Í Col » por
1 ep de , od ucao o so
I finiçã o na pr : ial dao
I virtud

Compreende-se, assim, ita, assegu-


duzir os bens de que necess
doco
I nh e mer
emo
u d Os JS eU smos « auisals
Ê mecanism sas que
pt I permitem
rm rea
º lizi i-los] 4 esosetol E

ta a cap aci dad e de pro


nou exequível na úni espécie animal
“aa espécie ani que sese libertou
li da busca coletiva do ali- com que susten dução desi. Só a partir
des-
co m iss o sua man utenção, ou seja, à pro
rando- lhe almente o da
processo da razão, que é igu
aminhou pela via
mento e se encami k
i da produção dele, no cumprimento de uma
HW afo me 4 a

s e pod e com pre end er o


finalidade a CI
|u é
I Prove é À obte n nçãao e é ao 4arre
à t anjo do: part chegar
mero Ss para t aos 5 Pe SuI-
| ta perspectiva
PIVA
[488 |
a diferença e

ez o[0U991
ar consignado aqui, para frisar
OJUtd FITA CIFATY
tecnologia
gia. OO ani
animal antropóide
bi em via
i de hominização originou em si uma no trabalho ainda inédito. Basta deix do necessariamente
o animal o mun
conceitos, que para
va faculdade da organizaçã perior, a racionalidade.
ganização nervosa superior. o! i a saber a cn a importância de tais
ser vivo, nãoexisti
caso contrário. ele, enquanto
pacidade de representar
| em si, sob
nar emsi, sob forma
for de idéi
idéias abstratas, as propriedades tem os bens de que precisa; ssita, mas só ha-

op
deve haveros bens de que nece
dos corpo e as leis dos fenômenos
fenômenos naturais.
"al Ao mesmo tempo, no próprio fato ria. Para o homem, no mundo matéria viva,

onisauo
da diferença, para o processo da
de criá-la, determiminou aa direção
direção futura
f do processo de desenvolvimento des verá se os produzir. Tal à razão
s dialéticos catego-
até a cultural, entre os conceito
faculdade. - Tal
Tal processo
| desenha-se no progressivo
rogressivo di i
distanciamento dos elemen da fase puramente biológica
stituem categorias
Assim, o “ter” eo “haver” con

320
: materia
tos rutos e na crescente utilização dos bens socialmente fabricind riais de “ter” e de “haver”. ógica criadora do
refletindo a transmudação biol
avalelamente
| ocorre
o o desenrolar da sequê neia das necessidade que. part dialéticas materiais distintas
pleno exercício da exi
pr + + » + Z

sando o aparecimento e O
do das a primitivas, ainda congêneres das que movem os Denis animal hominizado e expre
importa a título de
o que à natureza “tem” sólhe
o progressivamente complicando. Para serem satisfeitas, reclamam a di tência social. Para o homem,
e faz “haver”. Nas
ma”, para o que à sociedad
de outros instrumentos e técnicas de fabricação. Chega-se então à cad fundamento, de “matéria-pri não consome se-
almenteaté na rural, o homem
atual, quando a necessidade imediatamente sentida pelos homens r ii a condições de vida urbana, e atu
ermédio do mercado
os que não lhe venha por int
predominantemente à de bens artificiai pois são estes,+ inclusive
| osos ali
sive casa alimentos quer o mais comum dos frut o-o. O homem
ica que o industrializa, enlatand
que
| I povoam vo
« mundo no qual o indivi
indivíduo percebe estar diretamente mergul que o comercializa ou da fábr
nas com os resulta-
ato com à natureza é sim ape
praticamente não guarda cont
E ”
do. Sem dúvida o mundodos artefato repousa sobre as substâncias naturais
“ » » A ç
A minações de uma
sempre moldadas pelas dete
as matér I rimas, masma no plano
é do
lo consumo
cons direto
i docivilizado as últimas dos das técnicas de fabricação,
o cada vez depende
dução. O cidadão urbanizad
ne ignoradas, figurando somente na mira dos dirigentes da produção econc particular forma social de pro
é normal emtodos
e, não somente naquilo que
ess que porelas lutam num conflito feroz entre potências prblado E pe mais estritamente da sociedad shistóricas an-
nteceu em qualquer das formaçõe
Ernane e ema onde sãosacrificados os autênticos interesses va ; os seres humanose sempre aco u de progr
ência do gra
nte modalidade: a depend
a + inclusive a vida de milhões de homens. Os objetos manuais Ri | Ra teriores. mas segundo rece
zação e automati-
nacional, medido pela me “ani
Eai deixandode ser utilizados no estado natural, mesmo os ei a so tecnológico do s «u âmbito licão d a
| am, na; conc ição de merca
que explor
adess que
iedade
varã produ
da pro
zaçoão da duç ção. Naquel
ão. Naq as socied
uetas
paia alimentar, sendo substituídos por aqueles que provêm da úlio G € e cem-se desigualda-
suas massas operárias estabele
ua a. Isto significa que em cada objeto de consumo desta nova e aa doria. a força de trabalho de s multi-
írem-se imensa
dando em resultado cons titu
incorporada uma parcela de racionalidade, representada pela da e des de níveis econômicos.
a natureza “tem”. Emtal
a O quais “não há” o que
levou a organizar o trabalho de fabricá-lo e pelas mediações, os a 16 bi dões de seres humanos par
indivíduo, confor-
estado social e econômico do
pur se consubstanciaram eminstrumentos, técnicas e principalmente Fa ao situação o “haver” depende do
na expres são “os haveres”.
quinas, que o formaram. O homem consome atualmente, a bem dizer
Ler, Éa me apropriadamente se espelha erminada
f
ral, det
dado bruto da realidade natu
própria razão, sob a espécie de bens de utilidade O “ter”. que representa um
âneo do mundovivo, que
corpos ou produto espont
substância. propriedade dos
erter-se em “haver”.
al, para 0 homem deve conv
e oferece ao consumodo anim
4. Asccategorias
tas dialéticas
dialétic do “ter” e do “haver” ra, desde o estadoinicial
gimento da sociedade. Ago
o que acontece com 0 sur supõe
les dados, me no nas formas primitivas,
da hominização o acesso aque
forma elementar da apa-
A distribi unção dos8 be ns
nº de o CONSUMO,
s que, no « ste
stado preBe hominíde 8 oe Met:
fe tua
produtivo, embora sob a
atos conscientes, de caráter Emtal
melhores condições de abrigo.
se como Í é o natural e espont
SF eo. I pelo
ntaneo, g
ele qual ninguem e * re response
É
É p Misave v I 9 tornou
o ase
aquisição de
na atual etapa, relativame
apa, relativamente avançada, do processo de produção um fato nha. colheita, caça. pes a ou
tem ó existirão pa-
todos os bens que a natureza
(Mu ial, I velo aqu
pt t 1 todos os ho , mens
> € Otetive nte sa caso. os homens, sabendo que nda a luta e apro-
mo que por “produção se ente
ole tivamente são res
€ ê pon ésaáveis
a N 1 | JC I Spec
De INE
15 PSpe
I

tiva da dialética existencial essa


alética existencial es '
transformação de condições consi te no que ra eles se os produzirem, mes belecer de algum
de outrem, são forçados a esta
julgamos poder denominar
g vw cor riedade
e n propriedade
i aa passagem
pass do “ter”
“ter” ao “haver” priação do que está em poder bens naturais. em
e fazer “haver” parasi os
O assumi
ss o Í do! ob ] eto
Í de
I conside
co nSt | aç Des mar 8:€ xtensas.
“nsas fe as
mas I po rn os e tm o utero , modo relações de produção, a fimd
[490 |
m nos níveis inferiores co-
da grei. Os que permanece
O1Utd BiratA OIJFATY estado br uto ou H 1 0 lili cado identificam cada membro
mente em contato com
q I I delas
la ter
tecinea” produtivo dk x qu e 8aih t Mn v) pe basta
q
, porque trabalham direta
lançar mao de de osimp nhecerão melhor a natureza
que suas possibilidades de
MY le ssado
assa
b I do
| uto
aien
| I mm tar condi Ç oe Se oe mt
Hat
eituá-la devidamente, por
ela. mas não poderão conc operam.
visão onde
mo Í te ndo de seguir-se umne» diatame ” nte : a produção , o )
haver ( * coletivo
| t é di
I
tringem ao reduzido campo de
abstração cognoscitivase res
a se entregar do esforço
ferenc iado. Logo e 3 BE
e « EStab Clece
kk cem « ondiçõe ES di criminatorias
3 é snHo seta
ociedade solicitação eficaz par
Õ por mm que
| o e $ PARRE o . os z
Estes não recebem da
dados que possuem a
dos gr upamentos humano . cessa
essa O resimne
g 3 af
de tran
au fo rmaçã( 1 esp
I utam em da
|
do conhecimento, ligandoos
em haver
d e ar jarece
are entar
tao assubs
ul Ê tantivaça dao
I aver
ha el ,s urge
oC m Os I Hat intelectual de generalização que conso-
minoritários
ou conceber. Os elementos
veres . com o sigr outros que deveriam buscar ca-
com a técnica poss ível em
s vificad O , + la a ( umulação d e ben:
PS SOC
8! ialme o nte ” pro ( luzid
dos em
I

os pro dut os aca bad o fabricados de acordo


maos de um indivídu ( +ou u « le mem sua
a natureza com base em
uma maine ra, 5 que «
It eo I , ilh ou u ou de I es se
( apropi tom
idade de especular sobre
da época, têm a possibil da pro-
observação
I »riv ativamente,
V ) ) usando meio
J de domina Ç a o so cial propu té dos
d pel as
15 condicoes
n hi
ivre, e também com base na
m

hi oricas nas Ss quai:


torica ] Ss € obr Igator 10 em tal fa e efetuar l
geral.
ção“ão gera a produ imaginação, que O ócio tornal rtunidade de perce-
dosagem do“ter”p ao “h Rai É fazem, mas que lhes dão a opo
A pas 7 ter” ao “haver” dife renc ia exis tenc ialm ente o mod o de "se sei dução e da técnica, que não -
cs ões: (1) portanto num grau de com
sen
e o hum 1anoD. , cada por duas importantes qualificaçações:
senddo marA
ber as propriedades dos
corpos já transformados,
ammal
braçais. Aproprian-
sível aos rude trabalhadores
ti

gura-se o regime
inaugura-se regime de de tr:
trabalho produtivo como meiode acesso à plexidade maior do que a aces
uirem a posse da verda-
minorias dominantes adq
do-se do trabalho escravo, à a as técnicas
o próprio trabalhador que empreg
lidades da natureza;
re € B (1 ) ) InICIa-Se
sy O proc esso de distanc tamento do home mir cem

es “;
re B, laçã o ao
ao: dado sam € diato he do I nund o nal é
ú ural, que ago ra pre 2CISE
sam ser I co nl f deira origem dos “haver rema € mais ren-
dução. Delincia-se assim a sup
qu ag

adequadas a cada tipo de pro


mente neste caso em
( idos, e F portanto
d exige
X1ge mm ec liaç ( X I » ara ) Prtere
converterem e em be ms
n e d de use
us
SO. O “ I
iadora. Não consiste direta
É e dics ase » EE ols ” e dosa façanha da classe apropr
de onde procedem os
tUumoaspecto
F indlic a o nasciment o« la Lex nol ( ga. eo ç ni acao.
glad. coetam I
oda I tominizaçãa . Í pe I
oe sim em subjugar a fonte
pilhar os produtos dotr: balh
diferentes formações
que a passagem do ter ao haver - constit
constt uindo aee ssencia
eSn da H Mr Oducar
lu , f
de modalidade conforme as
obra da teemica
e + Ve mos,
s po rn anto, que Hea te:enmica. por “ste am
este ang *veli
E ulo kg revo | h a
rela ser u “haveres”. O processo varia tação dialética, con-
mas em essência, na interpre
históricas, até a atualidade, menos
descrever. Os pobres. quanto
medi i ÇÃO
Ç tran fc »r mado T a ( lo e
ter a
em heAVEr Daí a di tu I Ação pentre
1f o ter «
que acabamo de
»rva as car acterísticas
dição animal. Para
o haver corres
s kpond e r org
ginariam ente
nte “EXCL uça 0) dg
a exe ec
tecnicas8 e m ( pu * SO CR
o mais se aproximam da con
acesso têm aos bens de consum
idos, que vegetam
pe ( ializay “ um os m e«ml ro da comunidade primitiva . ( A om o ap are
reciment
nto da
| "
ções dos países subdesenvolv
sociedades discriminatórias,
riminatórias, a: posse das técnicas,
é por exemplo, as do planti a imensa maioria das popula
não “há” o que “ha”:
ncia, quase a bem dizer
pastoreio, combate, observaç ãoão,
Re , cômputo
cô do tempo, inalizaçã
sinalização,da
comando,
ai cl numa economia de subsistê de
ados decididamente fora
lhes oferece. Os bens situ
o cimento emgeral, tornou-se avia inicial da acumulação de “| “têm” o que a natureza minorias
só “há”, para
em nossa nomenclatura,
veres”, Maiss tarde, . asas
aa as técnicas
técnicas que: supunhampredominantem
técni 8 i ente o dispêndio
ic seu alcance só existem ou,
.
iadas que os podem adquirir
| "ça física,| exigi
xigindo maior aior quantidade
quanti de indivíduos
i para dar o rendir economicamente privileg
s produtos natu ais ao
dos produtos da indús-
a ixavam cada
o necessário, deixav pad: elemento executante em condições de inferioridad no A passagem do consumodo
issoestigmatiza com O sig-
do progresso da razão e por
dado se saber,. resumido
| que seu resumi no exercíci
; io da potência
ptênci braçal,
al,| só
só tinha
ti eficáci
cáe tria social exibe a marca
ana que
formas de convivência hum
quando realizado
z j
em conjunto com outros
itros trabalhadores
esAdo mesmo aa ofíe
ei no da irr acionalidade as a relações
e, levando
ição dos bens da comunidad
que
| desvalorizav:
E ondição soci de cada homem isolado. Assim,
ava a condiçãosocial da as técni cesso existencial da distribu
a concentrá-los em
is a maioria do homens par
E cidas porpor pequenos grupos ou mesmo por
que podiam ser exercidas E um só indivídu o que privam de bens desejáve ao caso velem-
causas históricas, que não vem
ei pice, Vi
chefe. o arúspice, o sacerdote,
sace , o capitão,
ita o escriba, o calculador,h o poeta à mãos da minoria. Mas se, por as
universal. caracterizando
a ai da, ci
ante milênios em escala
ta, o médico, passaram a receber valor maior na Jciedade brar, tal fato ocorreu dur te-
s, em virtude de nelas
1 la le « ymdk z ja V Ieori
5
das até pouco tempo atrá
vam razões »
economica que deter minaram a divi ao da totalidade em clas ses formações chamada civiliza mo fato
e grupos humanos. asse mes
4
situações entr
rem vigorado diferenças de
A análise da evoluçãobio-
distintas g de interesses
n es opostos,
p tos, 1 tendo-se
nd ins
* mstitus ( lo a
ator
Í ma Cs ravist “da
I " o
de tale tado de existência.
está indicando o caminho
reflexo do proces-
dução CI t uu. A dis
li tancia entre
) 2 O he ne
mem e À a natur eZ a tornar-se-a
ição da razão — capacidadede
H S€-€ entao clife

remte segundo
É os mm civic
I I luo ou seja » segundo as
é tecnica
É ( «aque
qu 3 en talent
existem | Hu ( lógica que culmina na cor titu
=
--
| 492 |

esFojou99] 9p 0199U0 30
as vegetais COB a SCE
são dos
desaparecem certas form
OU] FITA oIRATY so natural ob ] eti vo, « ugjas5 k 1615
Is explic am os5 urge B no das5 forma ss uperim modifica a paisagem ou
I ) res de
|
via da homini-
ir O animal que envereda pela
org
5» ganizaça o da materia.
Tia. que períodos glaciais. Porém, ao surg
1 * ua manifes
Stan, CO
adqui-
stente. À capacidade, queesse ser
"oe
examee das
la I repe
| PCUSSÕES
E Ss SOCHHI M

que Í eve
e ao longo
s da I ustoria,
stol co
com a disto zação ocorre um fato até então inexi condi-
sobrevivência e de defesa contra as
li Ê I Pça o do 5s mo dos
I E d 2 Apropriaça
I ( p é O — I 10-

V a-nos
Os
E a F sreve
I er col TI ésufic rente
e ssê eurança re, de produzir os bens primários de por
os rumo s d o pr Ocess
Ce ora ( :ional H q“
ação contraditória que será marc ada
exercicio d oà I produ
» lu ão Soc ial. Este nao pode de Ixal ções naturais adversas gera uma situ o, pe-
ssivas. Deinício, o interesse do grup
de ser a tendé ncia
aa a gu
eua |

dade na distri
o bu 1 ção dos benefic 10S resultantes diferenças entre fases históricas suce
menos físicos
x pa I aa especie
1 hum ana
ua de
I sua
eis adversários vivos ou de fenô
ação sobr a natureza
Za. E:| a ante
> Ipação tem
B: quenoe fraco diante de formidáv
de obter ali-
o V alor d e uma d ete
termim d 1Çça o cien
e
para satisfazer as necessidades
til ca e nao
Ose
Ê e2 quipar aa uma hipótese
5 e ave nturosa exterminadores, o leva a se unir
5
sa. Com F x een de-se
nios,
Nessa fase, que perdura por milê
le PE 3 portanto
I ori t o
ambiente.
cuidado
( d e que * u uma socie
5 Ú 3 dad es mentos e defender-se contra o
E ubd esenvolv
num
tituição à parte do animal humano,
ser I ida aa tao pas
0-so por sso € bj eto
ISs€ t da
I 1 co

bi a all teta
e o ou da
a espe
I oliaçã oem pleno curso $ deve cercar processam-se Os primórdios da cons so-
ente
realiza as façanhas fundamentalm
ac I uilo que
1 tem, q isto
18

es
+ Seus recursos naturais,
1 s a fim de» Pp pode
»d Fr conv erte-los mundo onde nenhumoutro ser vivo
de ensaiar as pri-
e
los em ha veres,
er € m be ns
n uteis
l
ento da razão e da linguagem,
a todos os
k m e ml rosDo I or este ciais de dar origem ao aparecim
fixar em representações ló-
a te motiv
tivo Pp pr de“mos
Os €(
cone lui r dizenc
li Z en l oque
1 nn:
a um eCcI-
no sentidode
pações da Vaza
azao tecnica nãosão outra coisa senao os pro 2Xximos meiras atividades do córtex nervoso ná-las.
descobrir os atos eficazes para domi
p aAssos
1SsOSs do I ro

ess
cesso gera I d ar ac
= 4 ionalidade Ee
em Eset 1 d ese gicas a realidade circunstante e de etapa
mente avançado de transcurso nas
semnv ov
| imento
ente .- coetanco
s H da h omuniza
do

ção do Homo sapiens - Ná fasse co nstitui


uida é
1 a CXC Tendo chegado a umgrau relativa
lu Ss Ivamente
nte I p pe | a evo l uça
é O“ ultu
: E ns primiti-
ógico, as diversas espécies de home
ral 5 uma
<a de cujas
] ST re ali dades
lad e d do mun antes mais adiantadas do processo biol -
natureza para outra fase em que come
es são
sã 0 s
E fe Te nom enos
E»: 5 I voli t 1C0: Ss. O I MFOCEs
( ' é

so prossegue no terreno soc ial, mediante a produ vos transitam da luta coletiva contraa gos
a de melhores rações, melhores abri
d LO da « ultura
h e l
dar as nova 5

formas: de| uta q que o homemt m de travar para se humanizar,


e “ € o a
carão a disputar entre pela conquist dos mo-
horda. Tal fato comprova o sucesso
ou posições prestigiadas no seio da es de
item O aparecimento de excedent
3. A luta pela hominização e suas fases dos de produção. que, já então, perm e são
enda pela posse deles. Realment
tável cont
bens de consumo, com à inevi
primitivamente biológica e depois social perigo inces-
sa . . . A .

ência, libertam do trabalho e do


x :

esses bens que asseguram a exist


am,
ação emtarefas menos rudes. Pass
O que
| I pr imitiva
vame
nente foi D"€BSTOFÇO
f ) F pe Fr com
com quisst ar a s Í K ema ss upeerRoOres sante e dão maior possibilidade de ocup ção de um
de energia intelectual, ou seja a cria
nores diI l

ME
I alic | q de. repr esentadas pelo desenvolvimento da porém, a exigir maior dispêndio ritá-
es abstratas. de idéias. O grupo mino
base
é físico
& a, 4 organica,
5 a. ner »
vo » “ s Vere
re br al 4 h OT
rm o nal do s5 E;z
tema d ere
re laç 0€S acúmulo mais amplo de representaçõ
contudo a en-
) com 1« om ndo mat
aterial | circuns-
tornou privilegiado vê-se obrigado
t
fan e. " Í para
ara eleito
f Í ( 1 de colh er de He
l 5os I bens
os ns de* p pr ameira rio deindivíduos que assim se
e as tormentas, confor-
e n ec essidade
e : tran stormou
f pa
se, CONTO avance
MIÇço do pre » cesso da antropogenes e, - é em frentar, na condição de adversários, não mais das feras
aos
os membros da sua mesma espécie,
luta 5 OCI1 al.
ud travada
rava l pari

cond ustar
istar a mes
2S ma fH al 1 ( la dk ( le reali Zzar me acontecia no estado ancestral, ma social e
, estabelecendo o regime de divisão
pl e namen te a esse
sencia do
te I homem q

mal com
( e
Ecand ( Ja chegar
| sJal quais impõeseu domíniopela força
as for m ass IC alme& nte superio
natória.
alação de uma sociedade discrimi
5 I res de o)
E ua posss
si vel co n se

tituicão 7 Jassagem
pass g 1 de
de uma
n etapa
La de luta entre os homens, com à inst ên-
e do conflito do homempela sobreviv
a
Õ I o outra
é dev 3 ser com
omns ider
B ada
d « Ss
sinal da
la de-
I
finitiva O novo aspecto tomado pela realidad
s, sobre a base da luta contra a natu-
fo rmaça odo
I animal I nmumano Ve,Ant € rorm rente,
ente, os an Ce Tais pré-homi-

m» daeos
k os « c« amportav am-s
e seas ade
ê e uisa I « quaisS qu e rot un a eSs especie cia pessoal implanta-se, conforme vemo outros ad-
e o choque dos homens uns com os
SF » a travand o apenas

u I » atalha I notosg
K I e K a Pp e la Pp I Ocura d e um m odo reza. Com o evoluir da sociedad
forma
o imediata, que parece ser à única
l de n a omoda a oa
bao mero que
I lh f ) É

quire tal importância e relevo à visã


r o pensadoratual a esquecer tratar-se
ussegurass
E e a sobrevive
br Ivencia im «iv
li idual e< la prOgSenIe.,
Dg nJ Na luta e ram obr 1
gados
|

“ pre dar outras espe


I Cc es vivas
Ivas. ma st al esituação e norm é | no plano exc de contradição humana, podendo leva oricamente
estrutura derelações sociais hist
2 lu v k

mente
rent ecc , lóg co € ese
g ICO ' I processa somente da principal, em virtude da
( ssa Êseg
egundo I e Is
perder
o da contradição com a natureza €
naturais
é 5 a que
ju o animal na opode
I I se

subtrair. Os seress vivos & apenas seres naturais, e


si então
vivos são
didual-
: morrem individual vigente. Faz esvair-se o pano de fund ns
p ição de classes, que lança os home
mente ou se extingue
E enc quanto especie
men 5[ eCIe. do mesmo
ESC m odo
dk €€ mo o a o I t e ne ; de vista o caráter não necessário dao
EM
”-
em
s € di-
de 1 ovos conhecimento
inventores € eriadores
víduo. pi incipalme nte os
contra « "OS na
nm a qualidade

ojouo9], ap oJrou0
outros. quali la I de as
k tona 's, tmp 5) din do
I *Poque
vel ju estat ultima
ta kh
acesso à real idad e na-
uacão
, perten ce
eada uma
t etapa
“ É tório
hi 5 ricamente ante a qual ntes maq uin ism os par a O domínio da natureza, terá
> y dk 3 lom Eu
ac I ur ÇÃO. « lur
fere
e à pesquisa científica, de
os home ns combatem unss com iante o direito ao e tudo
tural e possibilida« le. med
€ os outros pt pel;la posse
8 dos; meios
i de segurança
É pes»
' i-
ocar o universo Íísico a
serviço da humanidade inte
o al e E
gru I al. Ne 238sse
3 j
€ tado deixam de percebi 3, r que soa
é upre 2Sse
ao d as
1 comndi-
li
des cob rir os mei o de col
difere o
atuais, à tecnologia, que
erem as circunstâncias
ISOPE Zer à es*SpDe
I voderá faze Te o
le retornar à base Ne é
ase natural ceBd | stenc : adulta
ra. Enquanto e mantiv -
ão dos bens desejáveis a par
ÇÕes di I cre a existencia | l

contra o o
mundo fi ICO de dele « é ar
acc
goreao
ra no p oder
come dd I ss
ss x + dal
:
ope lo qua l se mat eri aliza a luta par va produç
? I ara le le arrancar, IssInO cal
mod

) O
inada camada
de sua origem em determ
, de maqu
a Jt musm os € tec nicas,
Cas, Os
os I Dems,
ns, de
le fal , neação
É ( « ( Hm He
tir dos recurs os di ponívei traz O sinal
ico, em forma de ba-
|

1 de «que > necessita


Xu. Ccess nao mn tal para u ulruto d ea
al. É legí timo exa min á-l a pelo ângulo apenas econôm
> lou
> I1s I , rivil estados
eta I Ss. ma:sp
| ara
soci ística decisiva encontra-
produzido, mas sua «aracter
lanço entre o desejado e 0
as atisfação de todos. De ste modo, a luta SO ial exprime hoje a for ma de que
agora vigente, que se
al]

reveste a primo Ira vista e com (


tra ço de dep end ênc ia soci al, pois é dessa maneira,
rat e I I Mão
rorimtari »ove
elh » ( continic
fl » I pele 4g
+ no à
o com a natureza, ou seja,
la condqui 5

inável confh to do ser viv


trava o ancestral e interm
ta
é d £ 1 abund ancia
une de
he b bens
n « ju es
satiss far am as
+ necessidades
Ê
ecessa la 1 É d dos
) 5 | homens,
ho > ( ) entr
E e“
s históricas, da posi -
o, em tip os dife rent es conforme a v ariaçãodas fase
repetiçã
t hoque O ial apare e hoje
. como a f forma
) im ec
y liata I ) e l a í | ual se Í esta a st-
€ manitesti
líbrio da matéria viva.
dições que su entam o equi
ção e resolução das contra
tuação
«ACE de , homem. I as tariamos
)s. no eentanto,
( , engan
med
> I JS Se ju s
ados sassemos lógi
ionalidade crescente do
E O

ature
nat e
ral. pe "rms Kpn
rmanent Cc - esse
p ss » c est: vd , € j portanto
ts « ste a ente revelador
re pls | l: essencii
À EO
ndo diz emo s que o cur so histórico assegura a rac
t ado f etivam da
Qua
uma express ão abstra-
do ser humanizado. f I e
quecemn do m nos dk que se tai não devemser julgadas
palavra
processo humano,
trata de uma nota advi nticia «
se ma-
equivalente prático, que
v ém traduzi-las em seu
ta. emboracorreta. Con
não nor mal da r alidade humana, Basta esta re fle Xãao para indic ara possibili
o luga r, pelo
uência Em primei
d ade
I le uma epoca
'F x em que cessara
255 o esta
stado
ke de contradic ao Ss SOC ial d é md o ) I tugar
B
nifesta em dua principai linha de conseq
dução. exteriorizando a am-
é uu ma fo rima de CONvVIVIO
/ | MJumano mteriormente
nt pa ( fi cado
44 I pe e) ] a supress:
ss ao da 5
aumento quantitativ
o e melhora qualitativa da pro
as
nica sempre mai fecund
humana incluída na téc
pliação da rac ionalidade
di crmimações e pelo exito
B, comple ; to da ( ; xpl , ro ça ( ) do um co
U ser
e) qu eo
( he HI
mem
o homem introduz no
criar uma técnica original
de elaboração de bens. Ao
tem o le grtumo direito de B expl
6 ( rar e porque o conqui ou
ional, aquilo que se irá
“ H primeva
1 na t luta
t | vela
1

o result ado da sua atividade rac


mundo objetivo um nov
co nstutuição
( da
ké especie
Í 1e, a natureza
reza.
nômi-
ificado propriamente eco
con sencional e com ign
chamar emlinguagem
Er I uanto nao
é fo
for al f ança da
ú ess a etapa, o conflito a que ) de vem t a I shi t HM
com relaçãoàs cois as fabri-
esta pa lavra
ds enereia
EB hu manas. com o fim de resolvé Ê lo, consiste r, quando usamos
co “produto”. A rigo
no de € 1 ordo oc € Hd Ha
o, pois
usando-a em seu se tido segund
terno, onde O) mod o d e vi
ida de al 8 um Ss. à MINOTIA. | PIC J udic ac
1a existencia
e é d t ts as transmitid as estamo
cadas e às idéi o pro-
palpável. constituindo
sa vatual situação a contradição com êntico, não é visível ou
o primeiro, O direto e aut
HERE TISIAS multidões da humanidade é
ar O objeto em ques-
xprime em termos de contradições a ação técnica capa z de ger
e
ociais, e através destas. de mo- to-ato da razão que conceb só está à nossa dispo-
s um bem de uso qualquer, que
tão. Quando consumimo
d a que + Hi | OC
ecto | MOTOS
I ] gi TCC ) da
ae ncia a
existencia ache
ha -5e vê
env ( olvid o I pelo
€ lc é1 sPp ecto
cl soci,
|
põe na realidade
a, só há porque a ociedade o
sição ou, emlinguagem dialétic
H que eempre
Í dk clic ar a parc ( la prin H » al ( lo e: mp e nho ) do s h« » men
é um produto da razão no
"ns
é p ara
nr a Ss

ato estamos consumindo


ao nosso alcance, o que def
guru “ Fr li id é de
| « la meontaveis multidões trabalhado 1 a At o
dissemc antes. O animal
é
fato 5 dk no ,

E + nascimento, a doença e a morte devem firma -se, portanto, o que


seu exercício prático. Con
( “1 » 4
examinados pr rormtaria
u-
tal porque cons eguiu
men
ente I H do aspecto
l aAsSpe
I so cial. e mbora
ae z ss nu
em essencia o 5 tao
ano só adq uir e as con dições que o definem como
DinraPao clio à e,
constituam aco( n te tx “Os na
aumentos
hum pro-
biológicas têm vigência necessária e imediata l o“ onsumo dorac
ional. Ma s este precisa ser
s perpor ao “ONSUMmo do natura ano
hum
como não poderia deixar x de “ser,
se mas são
à mediatizad
I adas PPA ”, e unicamente O
se à racionalidade do ser
pelas leis
i sociai duzido, para “haver pta. Embora a ra-
Ra
isso na perspectiy prproposta
i : por "estas
estas éé que se terá4 de atingir
e) e estuda
PER | a em sua marc “ha
irregular mas ininterru
avançar sem pau
efato consumível, isto
Ra N
+ biológico lamental, Daí
fundament: aí a prioridade
jori da luta pela transformação
E | UAd | nal ida de se esp elh e sem pre na produção de todo art
cio produtos se-
ção social dos
ciodade.
vi ei Por consegui ENT ibilidade. isto é a distribui
ç
$
or conseguinte, enquanto persistirem as circunstâncias
cias di bri
diserininato não significa que a di pon nas sociedades antigas e
jetivo de qualquer ' ação libertador
ver ação li wa do homem S s i ites Tio ess ari ame nte raci or val. Com efeito, o que vemos
ja nec re set
lidade de consumo ent
desigualdade da pos abi
atuais onde impera a
MIO se cial '
plano UI a e cm Í und
ticdo di“ s condicoes
kh ” por este ofereci ds equi cada md

-
=
[496|

eis
valor “inv enti
inven vo. | perdidas na I procura e inven-
tivo,
pessoas freqúuentemente» de alto

ojouda
GJULg BAIDIA OAPATY componentes é não só a acumulação dos meios de produção nas mãos de al- €
exis e uma clien S da
tela | privilegia
ário, simp
i lesm
men te porque» exist
ente
guns, o que representa o desproporcionado aumento da capacidade de consu- ção do desnecessári é rg tem
el , poré
i emoss claro esta
ê m, que“esta Atese nada
para o que vierem a produziri . Deix
mo para esses desonestos felizardos, com a correspondente escassez para a
a, nem se poc leria imaginar esti
véssemos dene-

ap
de reacionária ou obscurantist
grande maioria da população restante, confinada no labor da fabricação sem

o1tadHO
d
ada- m agr
gener
gene
d ; 1 nfinit os ys > os d de b De ns q que toyrna
ros
À
g indo am ve nça oe7 Pp pr duçã ode
equilibrada participação no consumo, mas, ao lado dessa vantagem quantita-
gr
tra; emsasatis
quaanto só6 traz fação a
tisfação
ência
istên ue se por enqu
ei , porqque
vel e confortável a exist à Re a dt mid
tiva, a apropriaçãopelos membros do grupo economicamente dominanteigual- a e

0
Is me
PSS o da
PO ress aeag s transformações socia
é tecE nologia
ums poucos, com o prog
mente doprivilégio qualitativo do consumo. Significa isto que a sociedade vê-se es ao alcance
IS O co
” de todos3 osOS homens. onceito
i
veis virãoa ser um dia amenidad Mede-se
forçada a produzir imenso volume de artefatos humanamente desnecessários, ialétic
: to dialético.
istóri co e portan
ia l. históri o. M
variáve
de supérfluo é eminentemente di E dd tia
para a etapa histórica considerada, visto que se destinam apenas a um restrito ; de 1
de aquisição igualitária por parte
objetivamente pelas possibilidades liza-
círculo de consumidores, sem suficiente e justificada expressãosocial, os mais foram supéE rfluos em civi
ú eros bens hoje "ons umo gestal ral fora
i de cons
populaçãào. Inúm ão deles.
bem aquinhoados financeiramente. Gera-se assim o consumoconspícuo ou de iosa a obte
ja € e precpreciosa & nção
ifíciil e portanto rara
ções passadas, quandoera difíc
ostentação, pelo qual os indivíduos ricos exibem sua condição desumana, en- dese nvolvi-
ita 1 ação funcional com o
quanto personificações semoventes da imperfeita organização da sociedade, e
O conceito de supérfluo guarda estre ss in- setejamo
i dade. Por
socie cons cguinte, dese
"onseegui
mento das forças produtiv as de uma
estabelecem objetivamente sua posição de destaque,
ento social não a penas da prod RPução mas
dicar a conveniência do planejam o dos re-
Não entraremos aqui no examedo aspectoético da mencionada desigualda- sendo moralmente lícita a aplicaçã
de. que vigorou em todas as formações sociais de estrutura discriminadora,
igualmente da invenção, somente ação dede bens
ispõeõe nafa
que a socii edade disp briccação
na fabri
cursos culturais e econômicos de g
porque o exame do tópico nos desviaria do comentário essencial, quejulgamos . a " aliados é
lidad e do HPOVO. D
ste modo. ass masssas
este
sese
=. É 1 (
onssumo F ) ela tota
que alecanc em o con
conveniente fazer, Referimo-nos à própria tecnologia, cujo exercício se vê des- ção do que ante rior -
se
elevam emseu nível de vida e vão
capacitando a aci

figurado pela exigência de consumoostentatório, porquanto os bens que a ma- cia a qualificaç ão de supérfluo.
Devemos
mente. lhes sendo inacessíve l, mere
terializam têmdeserfabricados tecnicamente, tal qual os demais de uso neces- sos à prod
i os casos "à do supé
' ução r o era resul-
Jupérflu
considerar, entretanto, que em muit tão O
sário para todo o povo. Por motivo deste estado de coisas torna- preciso existir
cemiicas da produção à podiiea ter entã
à , que não
tado da estreiteza das bases técn i-
no âmbito social incontável número de técnicos, inventores e cientistas ocupa- trazi: a à vantSR servir de escola exper
agem decemi r de escola exj
caráter maciço ou emsérie, mas ?
que. ba-
dos em criar objetos ou bens desnecessários, quando avaliados legitimamente vimento dos processos produtivos.
mental para a me lhora e o desenvol pri-
em caráter social total, ou em dar formas originais, “da moda”, “otipo do ano”, ntativa,
retiravan 1-nos dorol da posse oste
rateando os objetos fabricados,
a coisas já existentes e em perfeitas condições de funcionamento, unicamente as cam
s3 as € ad í do k JOVO.
fus dO dele,s F Or toda
il gro
vile g l
dae se, €€ peBT mitiam à di
classse,
porque se destinam ao consumorequerido por um setor minoritário, às vezes
mesmo extremamente pequeno, da comunidade. O queestasituação represen-
ta como desvio e desperdício da capacidade criadora humana em suas verda- 6. O “complexo de Herodes
deiras finalidades, está ao alcance de qualquer inteligência compreender, Há 1 ese
B qu
a em retrata a 1 ar I onalida
s e retr
de esce
1 cres nte E do p T O-
cent
;:
eq enci
gunda « on osequ
A éseg
um número imenso de homens culturalmente preparados por longo e penoso dos próprios homens. Em
cesso humano cons
e no incremento quantitativo
labor de estudo e prática, as mais das vezes dealto nível intelectual, em ramos mar que o prin al l prod
cipa
incip v to do
produ
i dade de afir
Firm:
outro trabalho, tivemos oportuni Es
da ciência e da tecnologia de extrema dificuldade, empenhados em inventar o acima indicam que a expansão
consideraçõ
homemé o homem. Assim, as ais sensi
sens íveis
supérfluo, o inútil, o luxuoso, e outros mais em fabricá-lo, para gáudio de uma vivos constitui um dos aspectos mais
, . h Eredas nt :
.
s
E:

dest a part icul


4 ar espé
SO cie de sere
time
ma con-
o

mínima porcentagem de membros da sociedade. Toda produção que sabida- legí


te

ização. em-se
Opôdem- se aa esta es síiti
i onalizaç ã
e indubitáveis de sua crescente raci
mente não se destine ao consumo geral proporcionalmente equitativo entre to- 1a sm «al t hus5 janas., na v e lha º yu na
no-
( ame 3) nte » osos dele
) pçao umic
ce
nsore
1 fe nsor
,
x id eras
es de ÀS
A: g dosEna POTES SEO
do o povo tem de ser considerada supérflua, com a agravante de tornar impro-
de todo inte ei
«esse
ress iros e liga às consolidação
à que. por
va versão. ti
moti vos
fícuo no melhor dos casos = eximindo-nos de referir os produtos de uso nocivo,
ista
calic tas amam m aa noçã
procllama
s, proc ge nua dag “exp| losão E po-
ingê
noçãooin
domí nio íses es 1imperial
dos país
os artefatos bélicos = o trabalho intelectual e físico de pesquisadores e tecnicos,
e
S
=
s
E
+
| 498|

eim ojou
tinha todos os mofi-
a redução da natalidade. pois
pulacional”, como colonizador não estimulava
o, andrajoso, mudo e
VIU] PITITA OIPAIY
tal fenómi Ho É uu
| l Ha VeZoe nm ( qual É4q ue al tempo Hivesse neo
ção do proletariado extern
ppa Na ha1 aqui
acontecer, Não
acontecer; i
i oportunidade para nos de vos para desejar a prolifera

ERA R
e ido ou pude a a ?
ter Ss paras nas planta-
apendicular ou
fábricas sediadas no país
| desejaríamos no exame deste conceito simplório
I Dun
+ patognomomi inerme, empregado nas

ap
o I o
metrópoles. ne
e n É : . 4 |

tia unicamente nas


que o problema exis
tions tropicais Julga 1

ONO
co da CONSCIENCTE q + quando
ta ingenua a repetido poi a
ienorancia., x e criminoso veta
|
laterra doinício dosé-
o imperial, comona Ing
t Õ Í

oca siã o no máx imo de prestígi


re anti-humano, quando proclamado conscientemente, e pior ainda « a O
aos operário
dos nascimentos era pregada
o objeto de divulgação e prática estipendiadas pelas classes dirigente oyo culo pas ado, e por is so à contenção tínua espoliação
que era deles. em resposta à con

o)
dos gra nde s cen tro s fabr is. por
a inca 18. Encontraremos neste conceito, contudo, uma idéia los. gentes. Não podendo
aos interesses das classes diri
E ia perniriod ra atualidade uma das mais desumanas armas Feia a frida, que vinha a ameaça
ulares procediam, mes-
rub á-l as pel a forç a dos armamentos, as massas pop
, ecológico das potências que comandam e espoliam os países ao a der
como se foss +m movidas
pelo desejo de destruí-las pela
Ro
ricos em seres humanos, mas pobres de meios econômicose próprios
prios para
par ud moinconscientemente,
util e está do lado do povo.
a da vida . Est a é uma potência que sempre esteve
1 Seus recursos natural nte errôneo, des forç ta transformaçãoda
Este conceito cientificame que representa a possível úbi
tituído de fundam

amento objj etivo e mor
nor . e rep
. alment p ugnante, dad: éas oriigeve ns f À porém a percepção do perigo às massas pauperi-
E .
ali dad es a que dad e na qua lid ade só exis tia a princípio com relação
Rm ias e
Raf
púr a A c
asá d e fin ia paro a ser usado a título de arpn quanti ão da produçãoeco-
nas atualmente, com a extens
E gico para impressionar a imaginação do público teledirigido, espo zadas do país dominante. Ape e mal-
do baú a velha atitud
fez- » necessárioretirar
e te as classes semicultas, em particular os médicos dos paíse be nômica emescala mundial,
ntos mais —
argume
isto é que importa —
mesmos ou outros
po Ri subjugados. Os assustados dirigentes das nações “su aaa W thusiana, com O domínio
is cau sas. Um amplo
“culo de completo
precisam com a máxima urgência deturpar a compreensão da r lata O n pelo rc aparecimento de igua atrasadas da
obre a qua totalidade de re
colonialista e imperialista es-
. aposentado durante
meros influen Í e dos F uses sados
aIses atrasa ndo
los. tem e vista
| » em s alcançã E seus
seus One
mico I ssi

fez cal ar as voz es dos preg adores malthusianos


Terra ndo exército
s. usa
inação dos poderes imperiai
» Ex identemeente * I Pro
rocuram, ao lado dk , hu ro um e diatc Co
com o o comeroetro
meros

de ubstâne tas
as al
anticonc eperonal bj de gi ave pt ri uloss ida de
I I para
ara o organistno
rg hi se período pela tranquila dom saque os recurso
m a seu pací fico
ural para submetere
dinheiro e prestígio cult , volta a se fa-
ém, com a mudança da situação
umano, a conte nção da t | I ade
amnatadli do povos do mundo p ( vil erico,
nm 5 em pre em

do mundo m arginal. Agora,


por
s e pô-los nova-
inúteis e dorminhocos pároco
maoria, ( q u E, pt > la multiplic ação mais rápida, estão
Ss ( C
ame açando tornarem Mt

rios o acor dar os até aqui


cauda
I vez mais Mao na. NãO um] JO rtaria o fat o brut o«
, la superie
us rom dar
I 1 le numa er zer impe
mente no púlpito.
a fase em que apareceu a
t a d de ssas pobres. como até
massa bem pouc o nar h importou 4 nao fosse
: 3 “ 1 tram sto
l

pela O começo do século X X foi


mação qualitati a «aque Comu ça à se praiar, com intensidade crescente, dn a a felicidade das fa-
e da moralidade cristã e par
Thomas Malthus que, em nom
a as populações espoliadas, transferindo para elas a verdadeir de recurso para evitar
: “1€ ( É s E ed “ 1 ' u .

tenção sexual, na condição


perioridade histórica. - Mostram-se
Mos cada vez«maisi capacitadas
i s | para v descobrir
d a i mílias obreiras, pregou a abs -
se sentar à mesa do ban
“rem impossibilitados de
o perigo de os operários se v
:
Kcausas: do estado de miséria stas a reagir
séri e dispostas reagi i Ee
a elass. Assim, "ará idas
rias e terem sido consum
i g O carater |is
por rem insuficientes as igua
quete da natureza,
|
tativo da| compreensã
preensão da maioria
joripe da humanidade está mudando. dp
Justament a. Às antigas massa
t + :

ra, porém, a situação é outr


esta mudança éq
que
| torrenaE atualmente
Imente peri
perigoso ; a minoria
para É e
inoria folg ada e rap HZ pelos mai afortunados. Ago , por
a independência política
; k
estão despertando para
3 Tato de a maioria ser maioria. Até então, na fi » de uu encia deE Conserenena
| coloniais e semicoloniai de au-
a a aquisição
te em acelerada marcha par
A I

ora limitada, mas seguramen o da


r letal para o domíni
ae
| s Lodo constitua
Y 5 5 minoritário
ameaça “os i 5
si, O que representa O fato
têntica consciência pare diri-
voltou à consciência dos
Ai 3 há | Jouco
f 4 tem I JO,
» 4 nequanto a Mor parte dos povos MPS
» as Ve Bt tava
Nestas circunstâncias,
potências exploradoras
ão. Foi considerada ex-
na I 4
obse uridad » muda da:s tarefas si sy semovente E
; s de simples em + r im e
PeL
os O problema da procriaç
B

g «tes da exploração dos pov


lta. Os ideólogos da domi-
e
enero colonis d ou de
I inde | endene
H I nei Co nsemnt
; ( la, uq multi Mi
hi aça o dos:
I 5 h otmoem
moi o]
anid ade esfomeada e incu
cessiva a multidão da hum
era un Viato adtamo nte
Os velhos alfarrábios
rar das prateleira poeirentas
ca Í ve nd o para oc , lonizador ou para o pode , I Hen pe , cial

nação apressaram-se em reti feição de novidade


e voltaram a apresentar com
| O PAque
| si emilio UV
1 o ua Cr nen
ento crescente
res m « la Ha o-de-ob
| | va vil nu ( my restos
F ts (4 ,

lomiais. Com Í she Pra Sen rntaa ele


i R Musencua
) ce COMSCLen
Ho nora | h ara ”
' si Em tal fa se o malthusianos, espanaram-nos
[500| | E

sol


=
"
de domínio
ou

piZO[OUS9 |
7
mens determina a aceleração do processoespecificamente humano
«Ja 4 NY
os mesmos temas, desfechando idêntico “a
os argumentos, Com uma difer ença,
em
cultura e, em últi-
da natureza, e portanto de desenvolvimento da ciência, da
tretanto, Atualmente acienci
; a bioquimic 1] dá - lhess ma do queq aarma
I ideolo e
BItara

gica,
ica, | põe-lhes na mão tirados de con-
ão osos recurso
recursoss farmac
far ológic
Nei os anticoncepcionais que juntar ma análise. da racionalidade do homem. O apelo a argumentos
o útil ao agradável.
tv Além ma-
ém dede conduz
e i
irem a igual
i resultado material. a diminil- iderações sobre a dinâmica das populaçõe animais, que permite, quando

SP OHISUOD O
DIFAIY

ção
ão da população ão infantil
i i dos países
í atrasados, abrem-lhes perspectivas de ren tal às conclusões
lizar f nuseado por alguns autores. dar umapseudobase e perimen
se
a ar fabuloso negóci o, representado pela venda dos meio anticoncepejonal dos antinatali . tem do ponto devista lógico consistência igual à da superfi-
um reputado
cie das bolhas de sabão. Referiremos, apenas, este julgamento de
Explica-se
, | assiim O reaparecimen
ass é z Ss atitude
to dessa i (ti
política, te
disfarçada, tal como
outror
wa, por um envoltório
rio ideoló
ideológgico
i de sofism
i as moralistas e humanitários de teoria explicativas da dinâmica das
f ecologista atual: “O principais autor
dirigida agora aos povos periféricos, os mai prolíf Cos € por ISSO« cas dos insetos
K apazes « ke f1 populações são os entomologistas. As características biológi
são diferen-
(particularmente 0 potencial biótico e a estrutura das populações)
pr ese
enta F fe , emidá ve I risco
SC ac +» d
domino do
lo colo
I nuza dor
to E] e che gare
gar masse mena
I
consciênci a da espoli
spoliaç popula-
ã que sofrem.
ação ofr Ora. o fator fundamental, que condício tes das que: « encontram nos vertebrados. As causas da regulação das
mario surgimento dessa consciência de si e a moverá à ações ada por Chap-
libertadoras. com
o ções são diferentes nm tes dois grupos. Esta é a opinião sustent
siste 1 1 presenç
, age a das
dc Rs cai cu numeros : 1971. p.
man (1955)” (Précis d'Écologie, Roger Dajoz. 2º ed.. Dunod, Paris.
famílias as, privada s dosseelementares nb
ares bens
bens da vivi
relusive O primord
da. inclusi uição elu-
ial, o aliment
"imordi ali o. Este
iste éé aprese ntado como o bem que já 228). Sendo o homem um vertebrado, dificilmente se vê que contrib
cidativa poderão ter as observações sobre populações de moscas para a com-
acha, ou 1 possive
possiv lmente» se
5 tornará rá muitoi breve. escasso quando constitui justn
preensãoda realidade e» tencial do nascimento de um er humano.
mente. e m virtude
i » do desenvo
PSe lviment
i oda cultura. o de mais fácil multiplicação

A
risco para
Enquanto se tratava desimples proliferação numérica não havia
O
| I país espoli
spoliador,Ê paraacconquis i tar a base de simpatia necessária ao desen
penhoe
e
de
( .
sua secreta ação realmente assassina. apressa-se em distribuir
SPOT
dominantes; antes, ao contrário, era conveniente que tais
raçõe
as

interesses das áreas


o, a

de múutragos a alguma madeiras.


regiões “dessem” gente, como “davam” especiarias, açúcar, couros,
, comunidades de prova, para travestir-se es
de “povo ge
braço
minérios e outras mercadorias “tropicais”, pois mais barato se tornava o
Ro
Heroso ggarantir a entrad
entr. a dos+ Seus
seus mission
missionár
ários.
i portadores da doutrina ideo É
ogica
E destitinada a afogar
ogar a consciê Acontece po-
consciência
nci nascente de povos “de cor” em argu escravo queia trabalhar para o enriquecimento de metrópoles.
mentos agora declarados de base científica. de pre ferência aos
ce uziu uma no-
aos antigos
anti e “hoj
;
hoje rém que na época atual o acréscimo quantitativo humano introd
| icientes, osos de de fundo o braçal.
f ético,
EO aprovei oveitados no passado. Além de se diri va qualidade, pois deixou de produzir apenas um exército de trabalh
incipiente, da
o único possível até então, e, com O progresso, embora apenas
givem diretamente às vítimas, as mas do povo, precisam assegurar a cum

mudos se tornare m capaci-


instrução e a apropriação da cultura, fez os povos
| Ha
I dar le
Hei ( di 15
5 amadas diri a
ventes
f de
I mou o I , WIses
0 atras:sado:
ses ad s oT ane 3, am «de
8. B | h ae
eu
cer-
tados a executar igualmente formas rotineiras mas significativas, e até em
laboração cd s ' mM Ss ' u A
' € de funcioni MOS
x pe líti '0s i
ri S« lito Xi »
crentiicos, me aliens
elic Os. sociólocas
economistas re-
15 e e demógra
demógral os para
fos, ' que estes se convertam em alto-falantes do tos casos avançadas, de trabalho intelectual. Ora, uma mudança deste tipo
mplesmente
vela-se mortal para o sistema de dominação. Representa pura e
Í vers
Hsamer
emo
n e
emitia oe la es I aca ceentral, Não temos inte lizme nte a oportunida
o
a subversão do status metropolitano, ameaçado de desaparecer pela elevaçã
de de discorrver
er sobree asas tentativ
tentati as de raciona
i i
lização de uma conduta indiscu
tivelmente anti- adsverdadeira eaiface está: sobrepujando
ti-humana, cuja marcada pelo genocídio pre: geral do nível de compreensão do mundo dos povos periféricos,
ventivo de' populações inermes e indefesa « formadas de
is é que o despertar
indivíd uos que come o longo estágio de sonolência colonial, Mais grave. porém,
eram unicamente o crime de existir. Não irem por isso debater no da, que o
faz-se justamente pela apropriação da tecnologia rendosa e adianta
ha
conteúdo
os fictícios
fietie ' ador colonial , sem
) colonizador não pode deixar de pôr ao alcance do trabalh
argume ntos dos defensor es da dizimação do pobres, ex ceutados por
um delito do qual em vez de erem os autores são as vítimas do explora-
di
, Só estamos (ra contudo conseguir impedir os efeitos esclarecedores da consciência
tundo do problema a contrad ição
proble do aumento da populaçãà o humana pelas relações que tem do acarretadosinevitavelmente poressa atitude. Nisto se resume
|
com a questã o da la tecnolo
tec gia.
in. Porque
Por , de um lado, maior popula ção significa final da dominação imperialista, paraela inextirpável, e que
a há de extermi-
mmator múmero de indivíiduos
duos capaze explorado a armatee-
€ zess de de su se apropri
"Opriar
ar das (éeniea pudins:
“en s avancad ias: nar, Não sairá jamais deste dilema: ou deixar de dar ao
tição da tecnologia
por outro lado, a distribuici W entre maisi extenso número de ho nológica, O conhecimento, o saber de que o homem submiss
o se valerá para
pos

erdojou>2
histórica. em st-
alta existente na pres mto fase
de possuidores da cultura mais s
nec ou não lhedar, e por medo de perder a presa, perder as vantagens da para sia tarefa de solucionar seus
problema
tuação de empreenderem por sie relati-
espoliação. os lucros do negócio colonial. Tal situação estabelece fino ao de adequados alimentos, cuja
de escassez de bens. inclusive a produção
BAT9I 4

grave perigo antevisto pelos centros de domínio. Manifestando-se para eles de l escas-
nte aspecto e índice daquela gera

2p
va deficiência não é causa mas some
to causa»

vltssua
modo imediatamente sensível na base primária do aumento populacional, que- o a face real do subdesenvolvimen
sez. que nada mais representa senã
OIBATYV

ges o de natural
im gest ad a de seus desumanos privilégios, “cortar o mal
ee defes cios não
rem. num
À insuficiência de gêner alimentí
do pela espoliação metropolitana. resu lta de
pela rai p
. expressã
ao que2 vem
vê é
aquio:a proposito
4 ásito literalmente,
hi porque a “raiz”
um inconjurável mau destino, não
tem o cunho de uma fatalidade,

t+
encontra-se iplicaçã das massas das áreas
4 liação in-
tra-se na multiplicação dependentes. Não nos dete- lesmente o desfecho lógico da espo
udaz errgumentoage E
s expendid os para justificar tão criminosa fi
nenhumalei natural, porém é simp famin-
ora
remos norirol de pseu do-a
lações marginalizadas. Os povos
terna e externa que vitima as popu
capacitar a
nali dade. A imaginação
erar-se de sua soberania para se
i é do podero
É Os
5 € TICOS
s afinal
; dee) contas € també s m ricii
tos e subnutridos só precisam apod
A o nãofosse gsobrar-lhe-ia: dinhei
inhe iro para
"a pagar
pagar intelectuais
inte é subalter político desaparece
nec ssitam. Com este gesto
e mesmo s
produ ir para st aquilo de que
| e
as áreas dependentes. para pensar em lugar deles. Porisso não ade nuncafoi lei alguma, mas apenas o no-
a suposta “lei” social, que na verd
ad remos nana refutação
“a de florilégio
riléoi de sofismas inventados com o êpropó do trabalho nati-
a transferência das riquezas e
nos deteremos ref i
me dado a um estado de fato:
sito de moralizar justific o genocídio
alizar e justificar ídio impi
impiedosamente planejado efriamen
vos para os países colonizadores ero
aexecutado. Tampouco arrolaremos
te numerosos disfarces verbais em que os significa que para um maior núm
A multiplicaçãofísica dos indivídu
envolvem seus desumanos intentos, principalmente o criminoso mas desnor ciência eríti-
idade de ascender à etapa da cons
deles começa a existir a possibil e se ca-
teante conceito de “planejamento da família”. Este conceito na verdade sigmifi irir um conhecimento atualizado
ca da sua realidade nacional, de adqu
ca aço as condições de miséria e exploração do trabalho que inagbddói o r-se
ocorrência have
produção 3 fica esta
tecnológBica. Signi
operário de constituir família, no sentido social normal do fenômeno biológico õ essar na
vacitar a ingr ç
habilitado para
de elementos ao grupo humano
incorporado maior quantidade
da reprodução humana. Procuram os magnatas. depois de haver siltiisttido U ífico e a tecnologia. o que obje
tivamente cor-
x desenvolver o conhecimento cient
aindividualmenteà condições impostas de trabalho no regime capi
trabalhador razão. São de todo irrelevantes
os argu men-
onde a estender o domínio da
o

alista,
E ir além
além dadi: sugação
ção dade pessoa dele, exigindo
igi fazer
E antecipadamente à stas dos centros imperiais é
seus repetidores in-
tos dos economistas antinatali
ção do que de* mais
doação mais entranhadamente
€ humano paraele existe, 4 sua prole, . Sets
seu to, a ruína do
que vaticinam O resultado opos
XI: É

dígenas nas regiões submissas.


futuro filhos,
S ao sistema,
istems que não à poderá4 manter-se senão chacinando- atender às exi-
de a sociedade ubdesenvolvida
re
. E
sacrif íci al traba lhado r. O regim e socia l vi 7 progresso pela impossibilidade
ventivame nte. Nãobasta osacrifício pesso do
lão basta o sadas. " ratan-
o ' €
gências materiais e cultura das massas aceleradamente engr
gcente il npõe-lhe
Do is Ud no altar
oferecer g do lucro dos patrões a mais essencial de suas modeixando de
os em economia metafísi 1. mes
f: pn | | | : | , x : do-se de especialistas diplomad o de
É ACuldades.
o 5, E O pod er d e . COMO
( o Ser vivo, ( dar orIige vida.
neem avi la In teress
eressa-nos
os apena
Í 5 ssariamente ao seu « umnp
da questão, escapam nece
lado os a pect os morais
mostrar é
ar que o aumento à das áreas
da população 1 subdesenvolvide consciente e cumprimento prof
issional dos servi-
visão. na maioria por má-fé
as
|
mais importante e f.fator, a máximariqueza
£
i de quedispõem na época atual
s+ f o
E
»
os paí
e

são regiamente contratados e


na minoria por in-
ços ideológicos para Os quais e à
es I pobres para
par aa rápida
rápida ascensão
ascensão histórica,
históri em vista
i da possibilidade do surgi ades” locais respeitadas, a presença
genuidade e subserviência a “autorid
ados.
mentoda consciência ã do progresso tecnológico, ca-
erític: de si; e da apropriação
nsciência crítica Estes. quando devidamente aproveit
força decisória dos fatores políticos.
da vez
Rea mais dificilmente sácconservado em es tado de » segredo
segTe tr i am
metropolitano. nos países subde-
ticos que mal-assombram,
espantam os fantasmas apocalíp
? + ao se multiplicarem os homens estende-se quantitativamente a ífices fi-
omia e ganham artigos dos pont
»mvolvido as salas de aula de econ
área daE
rac ionalidade humana, querdizer, expande-se a consciência dos povos inte ress es.
falando em defesa dos próprios
nanceiros subvencionados ou l-
com a iminente possibilidade de chegar à etapa crítica, necessariamente trans- natalidade, principal imposição atua
À teoria e a prática do controle da niza-
PRA da Ra Haverá no país espoliado maior número de portado» volvidos e colo
rial tas aos povos subdesen
mentefeita pelos centro impe
res da o dialética, o que implica a inevitável ocorrência do salto qualitativo de concepção e de comportamento políticos :
dos, enquadram-se numa forma
queretira os indivíduos da condição de trabalhadores quase afins nos semoven- plexo de Herodes”, Esco-
que julgamos caber, com justeza, o nome de “com
es s e os| color
tes | di H to ( Ho do € estagio
4 | , rumo eipio tag de
| per | Mentes
38 € 8 logo
EK | Ho
depois Ha condi
tn

out
lhemos o nome, alusão ao mito bibil
i ecl matar incita
ana dos inocentes, porquenos primas pilháveis são o que maior valor tem nas áreas subdesenvolvidas, os pais

e1SO[0U29|
par
' dan Ad
tune num conce AR :
d
ito único. facil mente memorizável. 0 estado de espi-
RJItar A
Pi dessa categoria retrucam-à agressão econômica com a mais invencível e esma-
nto, a etica. os interes se eos
É procediment que movem a mentalid da alta
'
ação dos irigeme
ntes das nações hegemônicas e seus cúmpl
ade e à gadora resposta que poderiam dar: multiplicam-se sem cessar, apesar
ices nas regiões inde- e
mortalidade infantil infligida pela pobreza, porque com esse gesto purament
O17ATy

2p eltasuo O
fesas. Nele + incluem as operações
de cunho cientil Ico, a preparação de pro- sobre as forças espoliado ras
( lute )S Í éTé rn éar e uti cos
5. horm ( Mu os0 Wa Ho
biológico asseguram antecipadamente a vitória
reservas financeiras, sutil e requintado seu en-
| acao intra-nte
E, v rina de
ke p pecas
por poderosas que sejam suas
Cas meca
“Co ni é
meios destipao
nados aa imped
i ir aa gravi
“dir cravi dez ou a praticar a morte do ovo
o
nas qua
fa ndo
iniciais da divisão. É um est ado de espír
humano volvimento cultural. Porque neste assunto só há uma previsão cientificamente
ito ditado pordecisões eco- a
: as políticas essenciais que, para encob irretorquível: mesmo a médio prazo, e até a curto prazo. nenhuma campanh
rir as aviltantes fina lidades. pre- contra o movi-
anticoncepcional terá êxito, e isso justamente porque investe
o €

cisa moldar-se em sofisma justifi


da
mento do processo histórico, contra uma exigência inelutável da evolução
ador s. a fim de se prest
arem a difusão MM
nas
cama das semilet radas
ade I |
da areas
as atrassadas
e le « colhidas como v ruma
da atuação
a libertação dos povos oprimido s, a ascensã o deles à
o O noci
5 ver:
( la
ud. A 5 enten ca I polri
nt nça
racionalidade human
e
€ li ca que.
ju Pas ob 0€ Ss aceado veu
x burac em
posse da consciência de si. O erro culminantedos teóricos malthusianosestá
eu de
1 conc
1 entr
ntraaço
Ç eSs cien =
poe
impõe aa pena imolacã
pena dada imolaçãodos ;
nascituros éA ditada pela potência im je- Contre
rialista como punição pela culpa atual fixarem apenas, e de modo totalmente errôneo, o processo econômico.
da populações pobres de
vem “excessivamente”, mas na verdade
multiplica- os óbices em que esbarram recorrem a medidas de origem cultural, à colabo-
y ervir de meio preventivo contr: não es-
a | ro
r life re 1 ção de um a Pp TO)
ração da ciência subordinadae inconsciente. Mas se esquecem de que
tãoinvestindocontra umfato demográfico, afinal, segundojulgam, passível de
jxima s
DE Fe ção de
I jovens rec lamadorc
+ O CC ) mpl exo
X dk
Herodes” de fine-se pelo horror aos
recém-na cidos, à infân
ância,
ci de onde surgi- ão poli-
rão as multidões jovens cada vez mais “tratamento”, e sim contra umprocessohistórico univer sal. a libertaç
numerosa €» PeIv nos mi-
tica e econômica das massas espoliadas, nos países ricos tanto quanto
Iv ( lica doras
lo as de * aman
1 ha,
h
a aque pedirão contas as ge Pacoe
s adulta da for ma de SOCIe dade
que orgam La-
seráveis. e contra este “mal”, que resume em suma 0 verdadei ro curso da his-
Pam I para
€ a mo Ida
d de
l À N este
ste senti
se alo o, o contr
nt ole
I |
da naté
ta lida dae.
tinado exclusivamente aao
le > a I , FL 1
I 10 “8
le
tói ia, não há remédio.
o exterm
exterínio
mínio das
das populações
O do mundo periférico, aca-
bou send , ]| ulsado
ga i "ace -
Os povos atrasados, não tendo outras armas para se defender contra o ata-
le apli
de a ação necessária
», "essa i o
mesmo as populaçõe e a
que e a pressão material de que são vítimas. descobrem inconscientement
dos centros
s s
metr opo
I litan o pa I JO 1 oc TeE er quilil ro
mãos. pois em
produção da vida, afinal a grande e invencível arma que têm em
IO e entre e q as cama das
la de
I Mun É ant Es,
duzida + CAs
é 1 nassa
ssas "aDealhad oras,
tral
de
maior ou menor prazo os velhos serão sempre os vencidos. porque terão
ras, «É amtinuarm e nte * engro
StOss
nerosssada
e las
sa À pec , Fr mens
“nNsos
o:
E
( ontinge nte
Ea nos dirig
de € le mentos jovens, engse
irigen
ndi ente
tes dos países
países capita
capital liis- da vida passa
lominantes o mesmo pavor que de iníci
( , € so morrer primeiro, é os jovens « vencedores. Por isso, a negação
o só lhes parecia poder provir das
2

do desta
nações estrangeiras do mundo miseráve a ser exigida por aqueles presbíteros que, € anforme indica o significa
l à crenç
Impo
I rta- palavra. s anciãos, os definitivos anciãos, aqueles que se apegam
: nos
noscara
caracter
cterizar
izar esse
ess dio
estado deespíri Í to, em que se crist aliza o sen- da
so deé defesa dosj interesse s econômicosé e de que deterão a ameaça ao seu poder social com o estancamento das fontes
políticoss dos
d £grupos: prepo onde
do
O centro imperial, como o horror à vida
nder: vida. O controle da natalidade, revestido pela simulação deelevados padrões
em perspectiva. No entan no to. a espe- HM pelo intuito de
Rale ge Iplicação concr de existência e motivos humanistas, exprime a tentativa, ditada
; etiza na verdade o maior poder defen
Ê (e "e + “rs an

sivo e * ofen- bio-


of: conservar o estatutosocial declasse adulta regente, de contrapor-se à ação
|

ivo degeo
que dispõ
TR em os; países pobres e fecundos - € igualmen
lógica “agressiva” das populações dos países coloniais. A vida do adulto nopaís
g te as
as massas
massas espo-
liadas dos proprios países ricos. A prole
numerosa constitui O principal jprod E pe-
do
I mundo marg
a ginal Izado.
Za I , o
uto marginalizado temde serpor enquanto breve. porquelogo lheserá roubada
viven
Iven do
| e m I Je PEmanente
ra social, pela falta de
las carências criadas pelas condições daninhas daestrutu
e 2-€s ta do ( le misér
seria
ia orsam
rg mmice
RN arenc( ia cultu
I r ul, poi e O UmIco recurso que
de
alimentos e de poder aquisitivo que lhe assegurem, e aos sets, 05 recursos
lhe promete 4 mesmo Í
di ndo Ú !
ao
Czes nas 5 massa
Vez ssas
s a consciencia d e f é u o tar
, cal , ital. a tran formaçã o da quant *
conforto e de manutenção da saúde ou deterapêutica. quando necessária. lim
dade e m qualialida de que teráq de ocorrer na compreensão
dade.
dk si por
tal caso a resposta dada aos agressores está contida na substituição de
jovens e adultos
futuros.s. Enqua
E nto os3 magnatas pe am que ns
o
da consciência imperialista
+
be ns extrativos ou as matér
» : €PX !
ias-
uma descendência maior. Nisto consiste a “ironia”
Á
[500| | e


-

=
=
omuTA
j
assassin a, que * seus
se apetites
ites finance
fi iros formam i por "ser ser letal, qualaquer manifestaçq ão de discordância

prsojousaj 9] ; Dpas00) O
sein ' cega
, para
' a história
istóri . Quanto impedia, le
i etrib
o regim 7 al imped
mais numerosas e melhores armas de obre, mais desenvo m que se instalam ERA pa
lve as condições que nas atitudes das gerações sucessivas. Logo poré
Baator 1

a abaterão. Antes de morrer moço, o homem das áreas miseráv ficativo de “civilizadas”, o cará-
eis proeria mui- convivência avançadas, merecedoras do quali
eai

dra
tos Filhe vingam”, segundo e diz em linguagem popular, « idade externa e a: na
ter essencial que as distingue manifesta-se na mobil
porque algun
OIRATY

irão substituí-lo por um contingente maior, tornando cada geração emcrescimento


assim inócuo o efêmero
infração constante de regras e tabus, o que torna
resultado conquistado pelos herodianos. ou herodíad: + quese alegravam por s os dias. assistimos aofato normal|
diferente de quantas a precederam. Emno
te- os
los eliminado. A palavra “vingar aqui usada tem imensa e profund
e 1 ng £
dada a forma excepcionalmente
e permanente da rebelião dos jovens, mas.
pr
asigni-
he a ' .“ i - z 1

ficação. Deve suscitar graves reflexões. porque, existencialmen nto natural, ele leva « cd
te, tem de ser agressiva e dissidente que tomaesse acontecime
A
entendida em seusus doisdois sentidos:
sentidos: ao “vingar”,
ringar” ou seja,acao conseguir : sobreviver
: espirituais, pensadores RREREaA
taristas primários pedagogos. políticos. líderes
tologicamente,
nolos »
as crianças escapadas do morticínio
p gr pri es Gr. ads
estão nome tenham, à erer que se trata
lados. respeitáveis colunistas, ou que outro
iarini a
realizando a “vin-
q Ê

gançe
gança” dos» povos
povos pobres"es sobre
sobre seus
seu inimigos. OsOs que vingam
inimigos. i mundo que encontraram const
mis
rut-
se vingam.
i j
Eis de simples repulsa dos moço 3 aos V ores do
por que todo indivíduo moço das áreas subdesenvolvidas dessa cortina de mera aparência.
encarna à vingança dopelo velhos. quando na verdade. portrás
contra os espoliadores do seu país. desua gente, do seu trabalho. Se depois a so TE
3 vendo
casos, a O que
sa. | g
tem lugar é o
à N
vezes grote s Bê
sCéae em é
algun
realmente as
“vingança” e exterioriza em ações oriundas de uma consciência de conômicas modeladoras dos va-
si. esclare- ério e inevitável conflito entre a condiçõe
cida, sabedoradas finalidades que deseja alcançar, e pel as pela juventude ec valores deliber-
quais lutará, este [a- lores éticos da sociedade agora repudiada
to concretiza apenas a probabilidade biológica. que mesmo nebulosamente e mo
empre resta a uma popu-
dade e dignificação do homem pelos quai
ação votada ao massacre. de ter alguns de seus membrossalvo de expressá-los corre tamen te, lutam as
s da fúria assas- compreender de todo ou sem ser capaz
sina dos atuais servidores do rei Herodes (Mateus, 2, 16). hoje É
pl cação da
Appsimplória a expli
disfarçados em ões em ascen
cerações
geraç são Porisso, revela-se totalmente
"SãO.
economistas, de
demógrafos. sociólogos. ginecologista
jornalistas, missionários. ângulo psicológico e a interpreta pelo
rebelião juvenil que a considera pelo
políticos e até sacerdotes de religiões que se presumiria humanit , duas modalidades de encarar a vida.
ária sencontro entre duas formas de e pírito
o país
subdesenvolvido. pode-se em verdade dizer que todo adulto e houve, é a
é um Nãohá. nem nunca houve, luta entre gerações «O quehá, e sempr
sobrevivente, tão numerosas são as « interesses econômicos € esta-
juta entre grupos sociai representantes, um, dos
15 de morte que o tocaiam do nasci-
mento à adolescência. Com facilidade, numaintencional manobr lme e engen
: Iment dr:a e canonizaé os valo-
sendr
a traiçoeira os izar,4 e natur
belecidos, que pretende eternizar, atura
herodianos traduzem o conceito de sobrevivente pelo tos de umasocic dade que pr
e-

res morais que o abençoam; outro, dos propósi


» » p
de sobrante, Oideal dos a Part E £ =
n

herodiano resume-se no desaparecimento da infância condiçõ caducas do tempo, e ne-


. na con tituição de um tende dar um passo adiante em relação às
mundo povoado exclusivame nte por velhos, que morra o conjuntode valores não completamen-
simultaneamente com cessariamente terá de se exprimir por out
eles.Identificanc lo-se com o mundo, com a sociedade que domina
m, expressão s nem estruturados na fa aguda do
choque, mas. conforme acontece
te visívei
do velho, biológica e culturalmentefalando. a seus da roupagem ridícula e das gritarias
olhos não se justifica a mo-
em nossos dias, já despontando atravé
cidade, que, sendo a expressão do homem moço. equivale de hoje, roupagem que. como a
igualmenteà expres- aparentemente gratuitas dos rapazes e moças
são do mundo moço, necessariamentea negação do atual. ose afirmar solidamente o ser
À rebe Idia das gera- é
casca das: crisálidas, será logo abandonada quand
Ss jovens. verificada por toda parte, frequen
r.
vivo social completo que dela deve emergi
temente revelada em expressões
ingênuas de inconformação, o que acontece por falta intuítos ideológicos das cla em
de suficiente esclareci- O “complexo de Herodes” manifesta os
mento de consciência, deveserinterpretada numa apreciação global, ais delas, passa a r objeto de pro-
sendo um declínio. Refletindo as necessidades materi
salutar indício de renovaçãosocial. Nãose trata. segundo querem que. se pensassem com plena
liber
fazer crer os paganda e aceitação mesmoe ntre aqueles
sociólogos afetados da tradicional miopia, doença profissi atitude. São induzidos a pensar
onal desses estudio- dade moral, não teriam razão para adotar essa
sos, de um “conflito de geraçõe - noçãoestreita. de caráter en s do imperialismo, especialmen-
psicologista e por assim pela ação consular dos agentes indíg
isso de todo imprestável para descrever o fenômeno : : fast ado Des ébapró
falsificações apresseentadaEno
com
a que assistimos. Conflito
te quando a doutrina na mais sutil talvez das
de gerações sempre houve, a nãoser nas sociedades muito lvimento. Examinada de perto,
primitiva 5. Has qua solução para o problema geral do subdesenvo
o06 |

O
-—
E
e
ningué
E m de bon-fé
u-té deixar
eua
deixaráa de de ver nela qm argumento pueril mas relativ

exFojou>2] 2p 01132707)
a solucionar todos os obstá-
quirido. que possui e que, até aqui, o tem levado
te
pe eficaz,
er porque genifica vequip
equipararae
ar a vida
vi a um fato nosológ) ico, a natali ntar configura o quadro da rea-
Pr po dade culos à sua expansão. O.caso da escassez alime
idade mórbida, contra à qual se torna necessário
Ator

o até hoje. quando. segundo re


CI

recorrer à erite- lidade humana d esde a aurora da hominizaçã


" : +

rios € método
mé pi
s da epidem iologia. Apenas o que os heàodianos nãope terços da humanidade padecem
À OJBATy

iologi percebem.
peitáveis especialistas do assunto. cere a dedois
I
porque não lhes convém, i so
estão identificando
mvem, éé que que estão à doença o que é úa própria ativa. Ao contrário. a histór ia
de fome aguda ou crônie . quantitativa ou qualit
sanidade, o floresc
escime
imento daavvida, a função
unçã de reproduçãonormal k que defin
rio trabalho. a humanidade vem traba-
demonstra que apesar da espoliação do
pre CIs
tsamen
€ te o me lic maximo Ç le t aúd 2 de
k uma « Spec re animal “4Ma DM: 1
com êxito, a batalha contra a fome, ou
ja vemliqui-
detur o
lhando lentamente, mas

O
pação dos argumen
g atos sea
e 1 pintura
i verbal com
verbal e que ) os besuntam as sumidades a natureza. Para isso, porém. pre-
dando a principal de suas contradições com
médicas contratadas para a campan
I haí dede higi
igiene * denomi a e da técnica, ou, dito de outro
eisa das armas fornecidas pelo avanço da ciênci
mg de nada * planej
inada Í ame ntoÔ
da família” impressionam a mentalidade de spreparada
de pessoas de re pon- . desde o processo fisiológico e cere-
modo, pelo desenvolvimento de si mesma
desumanidade do pensamento
bral, agora prosseguindo na expansão cultural. A
al , ilidade 4 SO cial I O meio
e1o atra ad
do - I porem
or inca
( Apaze s de adeuirir a noção geral

uro um objeto exelusivamente natural,


do F roblema em totalidade
. O arguime nto purame nte
antinatalista consiste em fazer do nascit
formal . mate
1 mati
é co 4 € ke
Malthus
!
º já foi
A | atéaté o excesso demonstrado destituído de qualquervali
1 O! “
na comoente teratológico, fenô-
em excluí-lo por antecipação da espécie huma
> VE DCS

dade
+ : ! Ê

sando aolado do verdadei r: problema, 5 queniada tem a ver com


ideiro sidade natural. Pensa-o como uma
= oe pes dn
séries ariime-
bm series aritmé meno nocivo ou animal feroz, uma adver
e as. mas assenta narealidade existencial do homem. . NNa odefato é apenas outro ser vi-
a verd
verda- contradição do vivo atual com a natureza quand
de q confor me ] julgav
viventes para em conjunto se opo-
vo em formação quevirá juntar-se aos atuais
ga ao vIirinos
Oso eclesta
I tasti
stico e my enha do
I na deles
| Í k a do
( imp erro
r 1
britânicoco, € ntão
à no auge.
auge, reduz
reduz--se
s a prever, em abstr.ato. o choque entre dois do mundo físico e social. O vício
rem em melhores condições às forç as hostis
f atores. a ( 1 uantidac le
ar ar a um objeto ou forç:
da política herodiana consiste em equip
e ( crescent
t n e de
le Consum
cons i dores
I Pe e a ql
| vam ( lad e d de alime nos
) nt Ss à
fundamental
nto um momento, apenas ini-
natural o que é um germe de vida humana, porta
Cons
o ta O ( lé ne
go ing
sies
Ty para da é 4 dá4 I O ras olúvel
oc onflito. e Or « À a » assim
fosse, tratar-se-ia ev ide x ntement
atualmente executam. por se-
cial, do mesmo processo a que pertencemos que
B ; e. % o m e m O Ce ne € den
7 n lo , I ) or hipótes
BSe,
€ a legitim
A iF
dade do « AT 8 gl imento. de
eria possível lançar a doutrina,
rem adultos, o morticínio. Com a mesma razao
uma contradic ao entre o homem ea natur
o eza
a. € nada
d
mais O« | ue | pore
s tribais primitivas, da conve-
queinspira a prática real em certas comunidade
rem imtere
*ressa a aos
ao explor
e) é idore s do ti aba
balho *:agora
adae mé içados de
perder su
na rantage
ag ns, éé levar
levar aa crer
erer que se trata de um conflito entre os ho- na população ativa. Nãose di-
' niência da mortandade dos velhos, peso morto
ns, da “luta pela existência”. na qual não é difíci Datena: próprio argumento. porque
ga que alguém poderia voltar contra nós nosso
ie á o mais| forte.» aquele
vencer aquele queque só
só tem essa qualidadepel
RE M vo to da ciência então fazem parte do
a simple s razão d os meios anticoncepcionais são um produ
existir e estar
ar lutando
Jut: contra
"ontrs um adversário1 ainda inexistente. - Mas do avanço intelectual e portan-
Mas RR
sabemo
sabem, s. circuito cultural da humanidade, são resultado
em decorrência de tudo quanto teme dito.
que a situação de luta entre o ho- o de conhecimentos que decla-
to se incluem entre os elementos daquele acerv
mem ea nature
IWreza e» 1 natural, a a natureza.
o homem se vale para lutar contr
I f uno 1 amental I e permanente, sendo
l a caraciteristi-
ísti
ramos ser o instrumento de que
o natural hostil. Esta argu-
ca, a verdadei a ess “

opor-se às causas adversas ao bem-estar, o mund


ssencia
a não neste aso
Lc I parti
art “ular ar
ipena
“nas. mas em 8 seral da
I € ali dar
la ke humana .
o anticoncepcional investe
3 teria validade se o objeto contra o qual
O homem E ref etumo:
*petumo multa é5 vezes.
ZO
mentação
Cs. Pp Or à
defini É IO € : O se I

o bruto da natureza, uma calamidade


“que g tendo de con eustar
é a existenc
fosse um fenômenoinorgânico, um estad
I 2 1a por st mesmo, » mum me : JO que : lhe cumpre
I € q I x
I
preparar
I I pelo trab; "onserv:
abalho, conserva-se :
em virtude da con tante luta travad o homem igual ao que hoje planeja
física. um animal daninho, e não um futur
a natureza, PR o homemnão pode ser interpreta-
exterminá-lo. Poris so, a luta contra o futur
como combate mort al à humanidade
À : ur JO é1 escassezf, alimentar ”
da como ofensiva contra a natureza e sim
revista
| re ] o I por 1M:
Talthu e mbora x é
em carater «E

e havido razões para a prática infan-


co no argumen
s tos
n inagina
g ri Os
JS. nada encerra
futura. Observe-se. ademais. que se tivess
2 “Pre de 3 € xiraor
OT linár
é K ). poi é 1 proprie-

imenso número dos que hoje são os


d ace
d > d tstmtiv
v a do
lo ser I humano
ticida ser executada em tempos anteriores,
ume con s15
I 8 te I pre
recisamente
mute em
e viver rem
e é ant éas
igon sm 10

guinte, Os herodianos atuais devem


co ma naturez
é eza
É a e vencer
t ncer cada
icários teriam sido os degolados, Por conse
ca la s Iiuação +» I parti
e ular a avers.
I € a qu o 5 apr 39€:
ente > no

dem. Esta consideração retrata uma


( ur Um! I u 1 hist , I ta Pp e la I o rça ( la raci
a vida à falsidade da doutrina que defen
Co nali dade
la I 4 manife tam o e
srau
rau de
I « ul f ur ad
dt-
I
510|

Mura
rom
Oma d da exist
exis tem
enciaq, equi 5 dk ve
mealiás já vêm fazendo desde
veria pe *M META CONS
competiria aos cientistas da época re olver, confor
3 M Cr Ê nem do Ss carrascos
) ode
qm toder
| m“
levando-os u compreender que foram
"OS

as « “ondições materiais, econômicas é


4 ,

contra a fome, só não tendo alcan-


NE? pr R

pos a aurora da humanidade, que sempre lutou


Butar À OJBATY
lí q ; lif
licas di erentes das É
pio por ignorância de noçõe
( d e ho| ce
CE Ha ( lia aque "Oss »
cadoêxitos maiores em cada fase histórica a princí
h , alva y na, « x mbora para
faz D) I do s
ex-não-seres os futuro anti-seres
à política das socieda-
5
tA esca s Ez é dir nentar nunca
ssez
rudimentares e depois por motivos ligados à estrutura e
deix
I 2 ou de
I existi
2X r,
i ” com for
' mas espe
I cihi
if
des atrasadas. São irres vis as profecias do piedos
o elergyman da Inglaterra, nação
I DA eÊ ear será4 venc
da époc gti riidaancacomo sempre foi,
; ; e continuaé imperialista e pre
eu tempo se aproximava do clímax do esplendor
ndo. pela pa
intelioê nci
em
riadora dosSO
itigélon instrumentos compendiado pelainteligência que em
y nas máquinas e nas técni anti-humanas que fossem, pare
o sentia à necessidade de tomar medidas, por

, q
jumas e nas técnicas, espe-
cialmente da química e d aa ciô E
ciencia agronômica. desde a simple ialismo de nossos dias não
a
aaopotâ
irricaçã perpetuara posição de domínioal “ançada. O imper
lo Nilo e daa Me
vales do mia babilônica que a solu gação dos
afaláe Éa. À história da
tem sequer a originalidade da invenção dessa maldos
cionaram pela descober-
ta de he n ova
Dva Í or
Pça
( I rodu tiva
m vem travando contr a as condi-
r lu Ivas e e liminaçã
ão do
ciência é 0 « locumento das lutas que o home
|
a I dy sta via
oOnsI
consi ste
ste na « o mpre
a toda A prova está em que
Jree
ensa oda
I reali
liddade
l e na invenção
ções materiais objetivas adversas, vencendo-as
ode
le recursos para
par é terá =.
la
sobrepujando i mpec
o I unem
to eo condiçõ es ne cati
sempre se multiplica como espécie.
e u vas.
s M as O exito
2X ds Lami enge
li o ne
n
supõe
I o culti
cultiv
vo. o aume
é nto e a selecOção dela, ã nunc
a
a redução da basebiológie; das adversidades mate-
que | procdo
ede - mediiante aODAS A origem da permanente capacidade de superação
de que dimiRE
nuição do número doss seus
se port; adores. Por- para o pensamento eriador a
tanto ” na hi F DO otes riais encontra-se na posse da razão, que1 ransfere
das. No caso par
Te e ab 5 trata em

imagem da re: ilidade aporética e inventa as soluções adequa


; que
ju ê ao E a falta dk viver
es e Pp Ara todos Os ho
mens is p' od a gal:
anglicano em pleno
em “pr
ser consi spo
ticular da fatal escassez de alimentos. engana-se o pastor
con de
I I adas x mumer a s possi
U bilidades
ad I psar a corr
rr eção
ca dess
l a
fantaasis
E sista
i ta a
circ
cire unst
a ânciaE nos termos em que é imag
4

inad etal, que pr "vê para O


menos dois pontos essenciais: (1) a crise. imaginariamentel
agim ada, exceto uma, o contro-
a natalidade. porque representaria
aa anti-soluçãoà , a redução eu no passado longínquo, quando
( la ] Vas
a
gênero humano no futuro. na verdade ocorr
cimentos, no despontar da
biolóEc
s ana qual re o! pou sadoa

o homem, quasede provido deinstrumentose conhe


a Cve
eve ntual
é idade
é » de "
todo surto « z ultu ra
Péé I ( I “a
produção da ciencia.
ujar a feras concorrentes ou
Malthu 55 € seus racionalidade, que entãoocorria, conseguiu sobrep
a época, a instituição da
el
s epig
I Igon
í E) sm
5
agressoras dele e alcançou a solução, triunfal para
oder
I rnos
nos esqu es e Ceem es ta liçã ao fil osolfi ica e cae d m no
idícul le agitar e
Fidiculo de agitéA E, co ma a anar ste
al dare
arencia a
« le fanta g É
s ma assua stadt
4 O.
Ior s aquilo «que » TC panra
. no decorrer da história houve crises locais
e acidentai que
sent
ntaa a condi Ç ao nor
pre agricultura. Depois
nunca chegando porém a exterminar
no mal ale perm e anen e te do h ome
consumiram imenso número de vítima
mem. «aque ju 5 e * torn
torno
ou tal er n quanto
espe Cie, + exat
O) am ente I pc la mmte mn rmi lave
a | uecess se acostumou a travar, ven-
a espécie. Ao contrário. e há batalha que o homem
sa
ão € la descke E obe
bb ri de
le coont I é Adiçõ
I Ç es
com e a natuÉ reza
PZa
Z é e s uaé consMmse e cuti i va
º resre oluçéão pelo poder
E a crises ocorreram sempre em
cendo sempre, foi a batalha contra a fome.
da o intelicá e ncia t cri
nado I ra +
AconteciCe af Jena “ne s queI 3 o ” é .
previ 1s para 0 futuro, isto é. pelo
“€ EXCE
qXi SSO
e de população prim
circunstâncias semelhantes à atuais ou às
eiram ente nt ta
nao e exce
4X sso
s “
pois nãotem sentido [.:alan em m Sesn
“exceoaar
sso” ? de uma quantidadeda qual
não
é se
se sa
sa- desajuste entre as condições em que ocorre O fato biológico normal do incre-
bx 3 qual se
eria « » li limite, E m ecun
e n do
s criadas pelos regime de-
mento numé rico da humanidadee as formas sociai
I lugar
g k
soco nstituiria
ur uma
aco nr adiç
I ão com
anaturezas
La se fiTosse
sse fat
fato natu T al,
é é
força produtivas, O desen-
wmônicos de convivência humana, entravando as
quan à!
do em ve Tº;
rd € ude result
a D a de um pro s sos
"OCESS O S0-
cial. + Por [im + ;
Mesmo que ' To
ao extremo insano de irracionali-
“e indo?
ue fosse uma contradição” com a natureza ul, no sentido
tid
volvimento da cultura, a ponto de chega am
r
.
dos doutrina l úar q
ANOS € la Ds efe g
idad a ,
tuir obstáculo natural para OUITO,
pre natima , rtal Ce mfa, e DRE sá
«04
dade quando acu am umser humano de consti
mito
nto teria
teria ,
é « ke Êser resolI vido '
I por
I
todos os home em congunto, sendo ab
ita ÉS: quantidade dele permit isse decidir qual
comose houvesse alguém, ou algum critério lógico. que
irdo diminuir
não seria um meioETA
por-
ue lógico viável paraa melh
melhor. ar ou apressar a qualidade da Conhecerá algué m uma lei biológi-
ou o1I o I proc
POCES
esso
deles compõe o impedimento pa «a o outro.
vo ao modo de vida dos adul-
SC de
I e cont
em nl ro e soluçã ( , de obs
estor
ca que proclame queos nascituros são um
sta ( ul os que
ju defin
I Í e o « urso
( la hominiza
AÇÃO,
, à
ao expediente verbal, que logo
Ke ha da Conss tuição
tos atuais, e não o oposto? E inútil recorrer
do home j m em
3 animal dife "Per
! nem do
port
sort ador “exc
excllusi
usivv o de funç
' ões nervosas
I
Õ iperiores faculdades cognoscitiva gia. de de Jarar que agora o cres-
tornaria o sinete propagandístico dessa ideolo
=

oe al gsu nm di a
LOCOrres
palavra, além do fato objetivo de
rr se acr
( 5 e al vo calif , tica I Prev e
cimento humano se tornou “explo ivo”. “sta
I ta I JO I Malth l 1 5
5 o Os Cont
onto mpo
Pancos a considerariam um
« » banal de cont
contradi ção com a natureza, que
radicã compreer
conter uma falsidade, “uma ingenuidade só


15

ma
vis ojou32] 9]
, passou a reger-se pelas lei biológica
CINt] Wivasa csmasy
se Hc | mal | uer sent ido da re alidad ; histor

É
bruto. porque se cor tituiu em sersocial
Cm, Ba 5 ta-nos
e s 8 mm p I esmen
5 , te I vero
t reu .
Ds E tia Era o do centro imperEialista- a explicação simultaneamente da
porém mediatizadas pelas leis sociais. Daí
ev houve alguma época na qual
O Cres-
5 es para combatê-la. Aquele autor
existência da fome e a dos instrumentos eficaz
mta sido exp osivo
É ç Cl aroy esta4 que a curvy
rva demoggra-
à
fieaa manif
manifesta agora
g 1 uma inclin açã
ação mais
inelinaç is acentuada. Mas o « xtraordinário o, negando a sim-
se- um ser que se produz a si mesm
não percebeu que o homem é
PRA Se ss
da natureza, podendo, segun-
ples condição do animal, o qual se achaà mercê
ss não Í Osse,
Ss: e vista do prog y resso
em = » z
cultu ré | g > E
O diagra ma exibido Hiae
I

da história da vida com outros filos e


tem de CX I nn SIVO . I poIs
do aconteceu incontávei vezes ao longo
Is Nac ) há ruptura de
I co
ontimui dade
la I e D eve
Ve S e 3 exata
€) é m ente
Í
ao
Emor y crescime ra fo-
"azã humana no domínio da nature
imento da razão
za. especialmen- ncia extinta. O animal, pa "a vence
gêneros animais € vegetais, ter a existê
eus vitór
us vitórias ai
obtidas contra as enfermidade s e igualmente pela m depen de de si mesmo, porque se
descoberta de me. depende do favor da natureza; o home
ha
netos cada ara
ve tis produt
Eivos de: obter alimentos. (2) A fome é um fato iva nefasta mediante a produção
his- tornou capaz de enfrentar uma ituação objet
Ro
tórico relati
og vo e se apre | a
nas diversas fases do desenvolvimento das socie r a realidade material que, a nãosei
de meios e instrumentos capaze de anula
s » a nE o to Pe . =
:

os conhec» imentos científ


científiicos existen co, tanto quanto a versão moderna,
te por econseguinte, assim. o destruiria. O malthusianismo clássi
i ntes; i E di-
fe I Cos lo Ha ope
I I é o] ntelig
ge: neia ( la le 3 1 ( la natureza
e «que 3 a hum É um dade
até hoje que o homem deixou há muit
o tempo de ser um animal irracio-
l 1d * poc I e ignora
exercer no momento.
ra tendo já cere a de um milhão de anos.
Cu E a nal. Éesta sensacional novidade. embo
“om 0 progr esso da ciênci a, conforme aconteceu ao I longo de todo o perio- atuais. Seria oportuno informá-los. pe-
que conviria comunicar aos herodianos
todos os media ao dispor dos publicitá-
do
k deco
k corri do
I do
k pr OCESSC
esso
5
la imprensa, rádio. televisão, enfim por
de 3 he , mor uizaçãa
ao ” a Í ome
n v em n sendo
sen I debel:
lel : lada NO
N st
5
um
nossos dias que o homem passou a ser
pode nagar ocaso de
uma escas
rios e vulgarizador científicos dos
e sez
'Z h Jutura
l im ve nei ve l I Jo
€ rqu € tal qua adro
I n nao
me refe Pira a um Í ato
nto, ou temos de predizer o fim da ra-
quali-
natural ob ] etuvo
ção quali
a alteração animal produtor da sua existência. Porta
tu - mas 5 € CXIO
Meira Ksupour r

a
própri
tativa do prol 4 nalidade e a impossibilidade
perd: da racio d
mem, aà perda
rio homem. temos de predizero fim da fome pa-
do pro- sa « 2 cionalidade, para darrazão a Malthus, ou
proporção em que: razão dominaa tec-
£ Pesso da ciência
IÊnci . Sendo
) o desenvolvimento do
| -
iber algo constitutivo do ser
ra dar razãoà razão. A fomedeclina na
Sendo os alimentos a necessidade
. 2
Mumando, não tem e ntid o sa 2

nologia biológica da produção dealimentos.


títul o ce 3 argum
y e “nto
nt lógSTco atual I rever-lhe a ami

incremento deles que a racionalidade


laça o . I els
Hsar
primordial, foi justamente em função do
assim
ss exito
23 ria a adm
I Har-se que foss e > um dado
o I é ( lo pre Se nte Co nh C=
cimento racional Lt 0 ntar ud a certos
ciênc ia possível em cada
veio desenvolvendo nã formas da
com a certeza do desapar "cimento futuro
da
a I Trazão,
7] e, se constituiu €
Ra
o que seriasainda mai pefaciente,3 causa
tupe aci
do precià samente pelo desenvolvi- sobre a fome, porque conseguiu criar
“poca. O homem é o produtoda vitória
Cs

A tomesempre acompanhou o progre sso da homin ão adversa, façanha


ização, mas en- ial par a exterminar essa condiç
para si o instrumento *ssenc
quanto este afirma ( acel
É fom Tr l. Os outros animais morrem de fome
não realizada por nenhum outro anima
*H Pa, da mar hai da eride continuamente +
A espe H hum um ama
s esta umo os criou. O ho-
05 alimentos para cujo cons
) am Haçada ce morrer de
fon 4, porque exat
sxal amente quando a natureza lhes nega
sua
assumindo o comandoda evolução de
aleavessom o) HH exito
ex , em pas15 ado remoto, a únic
mem, porém, libertou-se desse risco,
a fasse em «aque "ess
( a cata t stroli
I

1a alimentar, Tornou o risco um fator


Í ode ua a cont
espécie a partir da uperação da indigên
mu ece I t R e alm e nte E)
”y aum mm t 1 HHmo sa/DCH
e, " Sso ése
o) ,I 1
firme; biologica-
de à bologios
ntee quando os primeiros viventes a 5
ment
porque o tirou doterreno da história
natu-
neeram q;

' O
li ta inicia :
cusa a falta ] tos. invent:
quais cabia
a já esse título vence
já esse
existencial historicamente acidental,
l contr de alimen ansfe riu para o pla-
ndo os meios de produzi-los. Dai tem poder direto, e otr
ral, regida por leis sobre as quais não
em diante a situação
çã nunca mais se modificou, O erro de M: , mesmo ainda imperfeitamente
Malthuss consi
consis tiu em
sti no da história social, de cujas leis é ele o autor
qualidade de figurante, obedece.
Ha o y
ter o
com | H ccndid
H li o,
ke y « certamente
racionalizads1s. ea que, n
y , porque ) dk de
ke tinha uma 7
noCao x Ce
teológi a th

apreensões, sinceras ou financia-


deriv
| “a la do H 124 mu
las a idéia decisiva que demole todas as
to quite » biblica > s ( pu "o h
He nem Cons
Misto Una d pe CH animal

em compreender que a pobreza de alimen-


original, que supero
das. dos herodianos atuais consiste
e ma « CESS ) Do simple
i I I s
, I ; | ta ta| u la nec ssária “luta pe la vida , Ho pla
es. mas do grau de avanço darazão
É] Hente
te | bro I ogico
F
tos não é função do númerode consumidor
Hre : os
entr Ê individ
i i i Hu s porque a a tem
x d e realiza
4 : i r « o] est
's ado
I|
ocial.
i |
ra-
em última instância do progresso da
Esto
» “ pe ki Estpr
pb essao
ss das5 opo
no plano do aber científico, portanto
Í IÇ Des k» e nt co O]
5 e ml Pos
Pos € la especi
| I e |
para | rodere
I F Hi

constituiu em estabelecer relação entre


todos travar “ batalha conte
cionalidade. O erro crucial de Malthus
) m os fator
] s adver os do Haua tele
d h natural, I Md nao hi .
mem não valem e
exclusi vamente as leis biológicas geruis. . em seu
xelusi disponíveis, e outro fator, este poré
m er-
su signif
+ F

significado um fator, a quantidade de alimentos


+ + i

ica
i A" À
[5514 |

está nofracasso global de tão ampla guerra mundial, a rigor

psdojousa| >p OHa9U07) ()


OWA VILITA OJBATY
são desse repúdic y
rado. a quan
| o tida
le de
le « la Pp op
I ula Cao
a . ( ) ce
erto » te nassido
d matr O du Í n" E) Pp ape | dara
trata da guerra contra a
I ”
zão criadora d aa ciênc
ciencia, que , vem, ao
ao long
le ode indef
i inidos milênios - “salvando” a primeira a merecer esse macabro título. por "que se
9 homemdos nie ções pobres, que foram e
perigos a que aana natureZéza O expõede.. não
nã apenas a fome, mas humanidade inteira. Nem sequer se limita às popula
inú vez mais a basevital
meros outro doss capaz
capazes
es dede aniqu
aniquiilar a espécÉ ie, porque tal
: e ondição define continuam a ser o principal inimigo, porque atinge cada
da a única e verdadeir:
ara ele a norm
paré mali
alid
dade
ade de vida. Porisso. nada há de
estranho em ter encido das próprias nações ricas. Deverá ainda ser con idera
somentevitima, aleija e
todo
, Ss Os
s JS ob t ú 1 ulos I selo
I mar tejo
] dole I penmns
nsament
ento F pesc pui Ésador
a le I e r rellex guerra mundial até hoje desencadeada, porquanto não
05 efeitos exterminadores so-
f 2XIVO
iv + À 3€ a se

mata a população feminina presente, mas exerce


ma nao fc ) sse,
se, nao a J
oa *spec
pe ie
1€ Ja
ja ter ta pe “reci
eci do
k 4 po Fqua é nto aé fome 2 est
são diretamente alvo do
este
sta I lom 2
oe
bre toda a humanidade futura, cujos entes por nascer
de constituir a únicaúnica form
f a de contradição
; com o meio,
1 ur + . €
meio como
tao -
« nem sequer sete-
a a

e sobre o resultado das cam-


as alto homicida. Não podemos conhecei “a verdad
“a oricin
ra s
n Ê inado O su
é "or
5 rum e nto des
E Ssse
3 € | anima
« él parti ue
ular ac
acont ce
eceu É *Cisa
preci Ss é mente
antes, conhecedores dos segredos
ia de hominiza panhas anticoncepcionais, pois Os únicos inform
porque o antropóide em
çã desenvolveu o
AÇÃO
içõe âni
com o predomínio das: funçções ões cereb
cerebrais,
rai psíqu dos acontecimentos, são os que vivem delas. e difici
lmente denunciariam o ma-
í icas,s, capazes
,D de * prod
iprodu
uzizir
d o re-
ç
flexo a álidiade mater
atériial. iam o emprego. Con-
ideativo da re alid i que lhe perm iti amescolher o caminhod
| itir logro de tão monstruosa maquinação, do contrário perder
a a, embora compro-
a Era
cont Aa natureza, tendo por arma vezes pessoas de consciência honest
e xclusiva para encetar a tudo. encontram-se à
bat;
”, talvez mais por ingenui-
metidas com os objetivos guerreiro dos “programas
princípio biológica e depois social
. + àa razã
razão, recurso aR
que deve a sobr
R evivência
| assadalaca: persp ao manifestarem o desalento
dade de pensamento, que nos revelam a verdade,

Pspec tiv
ectiv as de contii nuá-la nofuturo
prático da operação béli-
kh tific “-s5e Mossa digre
> ssã
aU »sobr
si | re e a
a que
ju tao d o neo
neoms
malthu sli
tamismo ». y ºapare
queas deprime quando avaliam o minguado resultado
1p é ren =
temente não população
é obr
obrig atórórita “es incessante e cre cente aumento da
rigat or no « studo do tema do
: aio, ca comparado com o impet uoso,
presente en aio porque ao mes-
p W
as a »guir, feitas por uma
mundial. Por declarações do gênero das apresentad
mo o 1 te my JO oem
€ que
1 qu t pr
I ove amos
os a oport
I drtuma dade
la I I p ara de
le masc
E5 arar
e um dos
eta nulidade dos resultados
I k mais
respeitável autoridade, verificamos a quase compl
virulentos e desleais golpes ideológico
do imperialismo. que se apressenta
enta :sob
ilsatura detripm
a florida nomenc ilias sempre pre imos. somente
“regul ação da natali: dade”. “planejamento famil
amili ar
iar” numéricos obtidos pelo herodianos. que, conforme
o fato social e biológico
Ba
cajuste
' biossociológico” e mil outras
; pe A : Í s desi
designações despist
spi
À
sf ador:
arorass . com 3 "4 N ra-
a
em grau insignificante e inexpressivo poderiam afetar
do crescimento universal da espécie humana.
so signific ado das eriaçõe
s científica e tec nológicas enquanto antecipa çõe
res em idade fecunda,
' e
da razão teen
e do, ési empre com a mesm
2) a finalidade ; de :
upe 2 ar contr ACUÇÕ Começandopelas próprias vítimas vi adas. as mulhe
ajunta a louvável condenação de vários governos, en-
I EsS IM-
I M ostas a exi q tencia, 5 seJa p o I far oreI naturai o | a je petiv os adver
1 Iv sos. Rida Í JÊ-
à mencionada recusa
has. embora outros haja que
os quais o do Brasil, a essas repulsivas c ampan
I Os
Ss re:
Tres ultados da criação teori
» ca
é d ecorr
*COTTente
E e do ( one : cuneainto as I leis
das I |
do
tre
fe y no
poder dominante estrangeiro.
tenham deixado dobrar às artimanhas do
meno “Nos,
s se ] a I JO
or í atore
tores o bjeti
3 y Os
JS sociais a sere
s m ve venci ( lo H Je
ela
“ instrt
s
e r ucãao
sist
um sist eema racio
Ç a | de
os o desespero dos herodia-
aci nal de conveniê
Iência humana Regozijamo-nos e m ver o desânimo, quase diríam
Apesar do de suas be m montadas cam-
de dinheiro que o centro imperialis
ta c nos ao perceberem a minúscula extensão do êxito
derado o vo-
ses subdesenvolvido instalando inst
ituições de “planificsa
ção famil iar”, E panhas médicas, ideológicas . jornalísticas é políticas. quando consi
a for- as do dr. Santiago
cand opo
I or 1 odos
d s OS
s meios
meios a I propa
F Vas
é ganda ide ) ológic
ocaa do ne ir) omalt
é hu:she
tamismo
lume das vítimas a atingir. Citemos, a propósito, as palavr
ficação familiar”. ligado a
di S-
]
Gaslonde. um dos diretores de programas de “plani
tril uindo gratuitame n te I p iu]: anticonc epc tonal
º introduzindo dispositivos
Ê , Não pode haver
intra-uterinos de de gravíssima
sravíss
um centro especializado em demografia na América Latina
sb a
consequências para a saúde feminin
S a, emfalar
a verdad e a respeito do as-
gastos com o ul Ort
oro de a
associa ÇÕes I nédic as. ginecologist: autoridade mais abalizada eilustre para pronunciar
o de balanço dos resulta-
a obstetras.
médicos em ggeral ociólosos « Sacerdotes, políticos. jornalistas e o maio sunto. Escreve o citado médico e demógrafo um artig
é r nú me-
técnicos comprometidos
dos, conforme o título indica, das atividades dos órgãos
ro de de perso
per: nalid
id:ade capazes de influir na orie
rddéE eviiáa ntação
Ç dos negócios
1egócios dad: nação,
x a
publicação extraímos
se esforço,
ço. não
não pass
pass ando de pura chantagem social que emtão nefasta conspiração contra a humanidade. Dessa
o exame da situação no mo-
alguns trechos que, a nosso ver, dão por encerrado
so bene
o fic ia
éos Í 1 am
Ne jad
à ores
Wes5 e e execu
exec
+ "e
tore "Oo amass
5 progr
dos ç,
t homicida Sy'€
so e traiçoeiro plano de
as. o
er Contr :
mento atual, revelando a feliz inoperância do perver
vMigorosa resiste
3 € é consc Je
sIstencia na as di
sadia d da I sopa
ie neias I 1 I Cão
A: pob re
( + A nc : lho res , pre 3=
p—
>
=
[516|

etzoj0U99]
7. A expansão da razão, movimento
destru
A ição
OJUE] BALITA GOHRATY
A da vida
, das
e j populações
Õ Intino
R -americana «Andelesas diante da pro-
digiosa
si força finance ológiea
o
correlato à expansão da população
do paiss assassin
assassi o, |
cujos if
ros responde comavigorosa
gorosa afir
alirmação
à de sua fé é na existênc
R ia do hR
omem., com
-
te ma da expansão da razão como movi
Examinando pelo ângulo dialético o
a vontade de vi ver

p orasuo) O
e tram sto
f remar
é Viraci o nalm e ate j um « “stado
K ta | de
| espol
I I iacão
o eco =
quali ta-
lação, aparece a noçãoda variação
mento correlato à expansão da popu
nomica que
| não rec ua diante Bi la u reenci
eenciaa de
le matar o nasc
ascitur o I , araE ONser-
õ n
tem-
o importante está emrevelar que nos
tiva conseguinte à quantitativa. Mas
var vivas as relaçõe de sa auic
qu e cor nan ao
| DT pe hiti co exe
xerci dos sobre
| os paises sub-
de à qual idad e
se nvolvi dos
des
verifica a transição da quantida
pos atuais a forma em que se
lo D IZ o dr . oantia £go ( , aslond
c 4 De I JO1S de e Nr ul É Wo efeito
demo =
de em
tornada consciente desi na humanida
er: a
los pt "DOT
consiste no avanço da razão técnica,
gráfi coo dos 4
( grama - a 4
Pp 0) rum p roced
| iment o que
I » não “abe le rever ste
nt cabe descrever neste ar
ar-
amento
históricos conhecidos, a base de lanç
totalidade. Até aqui, pelos motivos
tigo, pode afirmar-se que| ate e a data
I ( la pe Ss
é aqua 5 a ( -) ) ESte
E Í ele
Í Ho
( nao
mn o 1 teve a im-
lo-
sultou a produção da ciência e da tecno
ralis
adiante:erica desse movimento da razão de que ré
por tancia dk mogra fic a que
muito lhe atribuc DXN Se Mai
Toda estas co-
ão do
con as únicas que detinham a acumulaç
cia eram as áreas metropolitanas,
der: '0€s
raçõe ase adas na obs ervaçção,
s, base aão levam * no
Dnit E cito a pens W que o
programas nar-
planif
a ' icação familiar, nas circunstância gatuais e cor os focos exclusivos onde podia origi
om osjtatua i recursos téc-
e “
nhecimento e o capital, sendo portanto de seus
ão estão diminuindo a explosão demográfica” industrialização e mercantilização
o . Noutro trecho: “Se con- e à invenção técnica e a conseque nte
m o papel de
'
távamos con a planiificaç
e
ficaçãão familiar para frear a explo rginalizados, só desempenhava
resultados. Os demais povos, ma
1 a )

aplosãosão demog
£ emare

d

fi a na
ráfic
1 Es

Améri 'a Latinaaos resul


esulttados
ados obtid acabada À diferença de situaçõe
s tende a de-
i os com os programas nã ão margem pa- consumidores de objetos e idéias
ra muito otimismo « € se temíamo ainda atrasadas. Ora.
niams osos os efeit
efei os o temo
Da rfoi
' eE infundado” ( lh ação cultur al das áreas por enquanto
saparecer com a elev
nificación familiar e tá logra “La pla- cau-
fika nd O ieti s en Latino E
Centr técnica tem umde seu mecanismos
o aumentodevalor da criação cultural
i
sus ob etivos
jetivo américa?”,
Esfirit samerià cano de Demografia. Boletim Informati Dest e modo , só
% ço Ebrapaniero o dos elementos humanos.
X go, p. 7- A ano XI,
ativo, « á
y.- 2.
2. dezemb
dezeml ro sais mais eficientes na multiplicaçã
dek, 1972,
R E Santia
:
R - Gomo se ve, não poderi o populacional” não fosse apenas
a fábula im-
poderi am ser É mais nos cabe dizer que se a “explosã
é
i gratas para
cimen-
e
respeitado e desiludido especialist a. Desej e maldosa designação do mero cres
aríamo apenas perialista que é, representando falsa
seria
que procur se comp
; reenderé s pobres econômicae culturalmente,
to mais rápido da população nas área
causs: o e
a as reais. economia téas. SOCIal:
ate Sra do insucesso,
tivesse lu-
expost
X|
ências, não só para « países onde
a mais auspiciosa de todas as ocorr
as
ds I E€ di « déti É mat
aterial I da
I e exist encia
€ do pais pobre - ONO le ad 1 dio
di 1 taxa
é
por
ficaria o aumento quantitativo dos
gar mas para toda a humanidade. Signi
dk nal
é lida leD e darma mai s I podero
le ( sa na luta co
omntra o um Je
erial Ismo,
». I por
o qu e : t 3
trata de uma1a armasecreta. z comp leto domi -
ar eta, tão secr:
tão secreta que jamais a inteligência de um d , nte a certeza de mais rápido e
g demó- tadores da razão, e por consegui
Ê
orafo ou nm redi
ca, para O bem de todos.
nio da natureza, mediante a técni
dico a ass:alaria
é ado I E pela
ela I potencis
tencia hi j In uda
I ler;é descobri
le » | I-|s
I
dera I la. €x
! ten
ssível de
ma de evidência meridiana, impo
çã |
tativa de conserv: ' | = | A
Parece-nos ter o valor de um axio
f |
a ] BD da naça 1 se monica, que unda sua riqueza e
decla ra: se há mai homens. há mai
acos, está destinada ser sequerdiscutido, a propo ição que
É Ex Xp I Ori
poder O nã "a ção dos 5 parse rada ao
palise s fr : malogro, porque só
Ou. nout ros termos, dá-se a ampliação his-
pessoas com capacidade de pensar.
5 I po I sul ações
1 t abalhadoras hoj pobre tem futuro .fÍ Ao 5 « vetifio K
víduos vi-
e sofis nas ideolóo cos respon
suporte objetivo e conereto, Os indi
tórica da racionalidade. pois seu
mas gi ! I n de (
le mcom a Éé fc PoEa vil é I « l e sua
Hal
rea a É I pus
upant ee
( cresce
scemnt Eº
res
os. que.
reprodução “ Qu 101 orme insinuam os herodian
extenso. Não se diga, conf
Re liz e r 9 manif e stam
s o Í teno
nome7,no de le um indiv íduo d e pequ
ena vos, torna-se mai
ida-
| s gerais da inteligência pela impossibil
ao contrário, baixariam as condiçõe
( altura
é «que a contrariando Os 5 planos
da luta histórica. avul-
5 do com é nd º unit E
ao cuid ado da
ta| cada vez mais € dk de
j à se revela segu dupa de crianças lançadas
seourrame
s nte capa; ' | de de educar convenientemente a cata
multidões de
ai
gigante do momento. y Por isso
isso as
: confiEE
ssões do generApe dh oper ar ainglór
tstatuta ecer melhor padrão de cultura a
al derrotado i ociedade incapacitada para ofer
ivamente ignóbil batalha dessa cuerr do Há aqui um raciocínio € apeioso
e infundado.
a mundi al nã A E ida a
eende m, São pobres crescendo aos borbotões.
: A é pa ZA
' o ao nos surpr
dadeiros
a consequência lógic
a da dialética do senhor e do escra plicad as não são formadas de “ver
serav o. &S
vo. porque supõe ou que as massas multi
ô.as reproduzimo ução
a fim de documentar para o leitor solidez de es, enquanto seres racionais, de prod
e nossa
nossa posiç
posiçãão e o desbarato das homens. com idênticas probabilidad
nação
legiões herodiana declarada ou furtivamente, a discrimi
intelectual, o quesignifica abraçar, i-
te a impos sibil
ientífico inadmissível;“ ou admi
racial definitiva, conceito antic
[518|
dade da difusão acelerada do processo cultural, em suas é pressões técnicas
oJuia
trabalhos especializados empreendidos por cientistas idôneo
elevadas, às áreas marginais ainda mergulhadas em doloroso atraso, caso em que
da humanidade nãose fez pelo que a demografia vulg: vw entende Con o Tone
BATISTA

fica obrigadoa explicar as causas dessa uposta impossibilidade. Nãofaltarão so-


de “reprodução”, pois na verdade trata-se da produção dos homens por ele
ismas que satisfarão a consciência moral das classes dominantes. Afinal. «
ar AR s EE mesmos, da vida da única espécie animal racional, que nada tema ver com ca-
010 AV

iólogos, demógrafos , pedagogos e jornalistas :


têm de produzir E
alguma coisa
vilações de nefelibáticos pastores de almas sobre séries matemáticas. É preciso
para justificar sua inclusão na folha de pagamento. À história ensinada nos jor-
nais demonstra o fato universal de que nenhumdesses expedientes resiste à crí-
transferir 0 fenômenopara o plano social e examiná-lo sob o ângulo da evolu-
ção cultural comum a toda a humanidade.
tica honesta. À leitura das notícias do dia informa a todos os homens a cres-
O problema da fome. depois das fases primordiais da vida da espécie, mun-
cente clarificação da consciência dos povos subdesenvolvidos e a capacidade
ca deixou de ser de ordem social, e sua solução depende de uma decisão poli-
destes de adquirir, e depois de criar porsi, os recursos culturais capazes de
fa-
tica, quesó podeser alcançada tendo porfundamento o e tado de plena sobe-
zê-los saltar o hiato queos separados adiantados. O vício da argumentaçãodos
ania, com a completa criação da consciência para si por parte das nações ora
herodianos de todos os tempo consiste em querer manter no plano biológico,
retardadas. Esta transformação porém nãoserá feita evidentemente por “aju-
interpretando-a em caráter abstrato, a contradição entre o homemea natureza
das” exteriores. por doação dos centros imperiais ou por translação imitativ
= umasituação que na verdaderetrata exclusivamente uma contradição social
de soluções metropolitanas. mas pela “invenção” desi, vocábulo que etimolo-
concreta, a injusta estrutura dasociedade, impedindo adistribuição equitativ:
gicamentesignifica “descobrir-se asi mesmo”, “ir ao encontro de” si. Sabemos
dos benefícios que o progresso cultural permite à humanidade colher, no grau
perfeitamente que o interesse dos dirigente ovocidas das classes abastadas do
de avanço do conhecimentoexistente em cada época. Dada a desigualdade so-
centro imperial reside na contenção da multiplicaçãodo eventual exército ini-
cial vigente, os fatos relacionados com a colheita dos bens naturai por parte
migo. destruindo-o antes de vir a existir, num gesto intencional, agora em ple-
dos homens passa a ser objeto dediscriminação. O fenômenoda escassez. quer
na execução, que poderíamos chamarde “canibalismo preventivo”. Essa atitu-
de bens materiais quer de conhecimentos ideais, deixa deter caráter biológico
de justifica-se porque, na compreen ão ingênua mas exaltadados bárbaros mo-
ou natural para se converter em fato social. As formas de escassez ncitinas
dernos, trata-se de disputar o alimento ao inimigo, € quando * acredita que a
das, por exemplo, por condições meteorológicas desfavoráveis. a seca ou as en-
raçãose reduz a níveis insuficientes, só resta o recurso, por enquanto preven-
chentes., ou por cataclismos, tremores deterra. ou ainda os 1 gores das tempe-
tivo. de tragar o disputante, numato que nem sequersereveste decaráterri-
raturas excessivamente altas ou excessivamente baixas, não têm o mesmo efeito
tual simbólico. mas é literalmente, embora em formavelada de exercício impe-
sobre os membros da classes alta os quais dispõem de recursos financeiros
ditivo. antropofágico. À fim de encobriresta nefanda acusação. o herodianos
para se subtrair aos efeitos do fenômeno nefasto, que sobre as classes pobres e
têm de apelar para os inúmeros estratagemas suger idos porsuafértil imagina-
indefesas, obrigadas a emigrar coma seca, esmagadas pelo desmoronamento
ção. O principal consiste em dar a impressão de que tomam asi, mediante a
de suas habitações precariamente construídas ou impossibilitadas de regular
“ajuda” prestada aos desamparados, o cuidado de educ 4-los e fazê-los com-
o clima a seu gosto, conformefaz a classe elevada. À seca nordestina não tem
preenderas razões doseu estado de mi séria, Encenadaa farsa pedagógica, fá-
o mesmo efeito sobre o senhor de engenho quesobre o camponês sem terra.
eil lhes será incluir na primeira liçãoda cartilha a explicação da pobreza pelo
O calornão afeta igualmente o calceteiro e o banqueiro, ou mesmo muitos em-
"exct so” da natalidade, numa sociedade que previamente não adquiriu os
pregados denível tecnocrático, instalados em ambientes refrigerados. Com o
meios de darpor si mesmavida saudável e a desejada instrução aos jorrantes
fenômeno da fome dá-se a mesma discriminação. Por conseguinte, não é pos-
rebentos. Paraevitar que passe a vergonhade ter de receber auxílios extern
sível tratá-lo em termos de umacorrelação abstrata entre séries matemátic
a fim de sobreviver, convém suprimir a natalidade exuberante como primeir:
uma de crescimento aritmético e outra de crescimento geométrico, Basta-nos
declárariou medida lógica, para conquistar a fartura de recursos econômicos. serviços €
juee até até mesmo
À Ed
esta incolor É
« imaginosaA correlação
Ad = teórica
Au = contém
não .
bens de consumo em geral com quese sustentará. O veneno da argumentação
a mínima parcela de verdade, conforme o testemunho da história subsequente
con ste. estamos vendo, na inversão da ordem dos fatores. À verdade é que so-
ua formulação demonstra abundantemente. e tem sido objeto de irrefutáveis
mente havendo vultosa produção de gente, sobretudo nos países subdesenvol-
520 |

o
E|
OHULg pai a vidos de vasta extensão, mesmo tendo de pagar a princípio, por motivo da

ez MjoussT
como fato objetivo compendiado nos dispositivos, métodos e maquinismos, ex-
condições sociais e políticas, o doloroso preço da elevada mortalidade infantil. prime o reflexo do desenvolvimento da razão teórica, que o possibilita, e esta-
rá possível constituir- a “massa crítica” reivindicadora, que, no segundo belece ao mesmo tempoa condição para que este mesmo tenha lugar.
momento, desaparecidoo odioso tributo ainda hoje cobrado pela metrópole ca- Percebe-se claramente a decisiva significação da lógica dialética para ex-
1

2p
OIPATY

pitalista conquistará a soberania nacional e a determinação deseu destino, com plicar umarelação dessa ordem. A lógica formal ou não a descobre, e casolhe

orisau0
o queeliminará as causas sociais e econômicas daescassez de bens alimentares fosse apontada não a reconheceria, ou tenta reduzi-la. para explicá-la, aos es-
e de conforto, ao mesmo tempo banindo o fantasma, artificialmente agitado, quemas formais da implicação recíproca, atualmente na versão mais recente,
da impossibilidade de dar educação completa a toda a juventude. em linguagem da chamada “teoria geral dos sistemas”, atitude inteiramente
insuficiente. Estetipo de implicação tem caráterestático e não se aplica ao ca-
5. O desenvolvimento da razão técnica, so em apreço, no qual nos defrontamos não apenas com dois processos. ou
ja. dois desenvolvimentos dinâmicos, mas com processos inter-relacionados
reflexo do desenvolvimento da razão teórica
para a produção do novo, de novas idéias, no plano subjetivo da razão em sua
Compreende "Se, assim, que por ambos os a spectos apontados a razão cons- funçãoteórica, e de novos instrumentos ou maquinismos, noplanoobjetivo da
“tum um processo em expansão indefinida enquanto houver vida humana na razão em sua função técnica. A cibernética pode ser entendida como uma
Ferra. Por necessidade, a ele se vão incorporando. no nível mais elevado cor- nova linguagem figurada, uma maneira gráfica de exprimir processos que
respondente a cada época, todos os representantes da e pécie. Tradu zindo em ocorrem emseres dediferentes naturezas. É uma extensão não tanto da com-
caracteres concretos esta expressãodialética enunciada em termc os, O preensão dos fatos mas da possibilidade de representá-los por umalgoritmo
que tal movimento representa é a contínua progressão da técnica, ou da tecno- não exclusivamente algébrico, mas gráfico: os desenhos, as montagens, os pro-
logia, entendida esta no sentido do conjunto de todas as técnicas particulares. gramas. Mostrada a inadequação da interpretação pelo simbolismo formal.
O movimento da técnica no plano concreto obedece às leis gerais da dialética avulta a necessidade da apreensão cognoscitiva pela razão dialética, que in-
objetiva. respeitada a constante correlação recíproca entre o pensamento, onde Ya em concreto 0 relacionamento entre 0 plano do pensamento ab trativo
o
a realidadesereflete, e a ação, que nele se origina, para transformar essa mes- operações materiais que comanda, refletindo-se nesse plano. Podemos
ma realidade. Na etapa social em que agora se encontram as sociedades desen- desde logo antecipar que tampouco o presente correlacionamento se encaixa
volvidas o intercâmbio acelera-se incessantemente. Inventam-se continuamente nos modelos da retroação cibernética, com que os especialistas, sobretudo os
novas técnicas, porque a realidade se modificou, e ao mesmo tempoa realida- pioneiros de tal ciência, julgaram superar, na forma em que a exprimem, o
de se modifica mais intensa e profundamente porque foram criadas técnic: campoelementar do formalismotradicional, Nesta perspectiva continua tudo
novas, Deparamo-nos portanto com umcircuito dialético, que a visão forma- na mesma superfície de análise, sem qualquer ganho para a efetiva compreen-
piso xa de de perceber
porsebos ou não
E teminstrum
A PARAR entos
RS AE
ta ou deixa lógicosAcom que compreen- são das relações entre a teoria e a prática em tecnologia. A cibernética traz
der. A técnica do futuro tem deser criada com base na do presente. Já por is- realmente importante contribuição. que procuraremos devidamenteindicare
so representa o prolongamento da razão técnica. Mas. sendo um processo, esse realçar, mas não será nas formulações habituais de seus cultores, na quase to-
movimento não resulta de uma determinação causal formal, e sim produz-se talidade vinculados a concepções pragmatistas, empiristas, positivistas, ou se-
pela intervenção da mediação dialética constituída pela inteligência humana. ja. sempreidealistas, e sim depois deiluminada pela consciência dialética eri-
A tecnologia progride semcessar porque faz progredir a razão subjetiva que tica. À função principal da consciência crítica consistirá em indicar o que há
apreende os efeitos dela sobre a produção material de ben » as influências de efetivamente dialético nos fundamentos, nos métodos e proces mentos
exercida na relações sociais entre os homens durante o trabalho. Mas. ao mes- mecânicos e eletrônicos das máquinas cibernéticas, aquilo que não é reconhe-
mo tempo que a razão executa a apreensão, por um movimento dialético de re- cido como tal pelos donos do assunto. Ao mesmo tempo, a consciência crítica
torno, descobre possibilidades de novas e mai perfeitas intervenções na trama recusa. com razões fundadas nalógica propriamente dialética, vários enuncia-
dos fenômenos e processos reais. Assim, o desenvolvimento da razão tó nica, dos que alguns cibernéticos avançados, acreditando-se dotados de visão pro-
gressista, apontam serem os constituintes dialéticos da metodologia e da prá- Para quem privilegia o desenvolvimento linear da tecnologia, as técnic: “”
OHUTg FSFSA csEsTy

parecem engendrar e umas às outras. O fenômeno ocorreria emvirtude de


tica cibernética, quando na verdade são conceitos e operações que não meres
cem esse qualificativo. Certamente a cibernética, manejando entre outros cons umalei imanente, por força da qual cada técnica aponta os melhoramentos a
ceitos categoriais o de ação de retorno, ou o de implicação recíproca dinâmi- sofrer, e por fim aquela que a deve substituir. Em tal caso, a razão desempe-

» 01129007
ca, não podeser entendida cientificamente senãoassentando em totalidade so- nharia o papel de simples recolhedora, quase passiva, das indicações partidas
bre bases dialéticas. Mas isso não significa que se deva aceitar merecerem es- da máquina, do instrumento ou do método. conduzindo o homem, nafigura de
te atributo os a pectos dos procedimentos cibernéticos ou os conceitos da no- servomecanismo dos engenhos mecânicos ou eletrônicos, a melhorá-los e trans-

O
a ciência levianamente declarados dialéticos por especialistas visivelmente formá-los. À função humanachega mesmoaser julgadatão insignificanteese
pouco informados nos assuntos filosóficos, em particular na compreensão e cundária pelos representantes desse modo depensar, quetais eufóricos especia-
discriminação das formas lógicas do pensamento, e sobretudo pela legião de listas, ébrios de orgulho desuas realizações, que evidentemente acreditam va-
vulgarizadores que se manifestam sobre as maravilhas, as “antecipações”. as lerem mais que eles próprios, admitem que nos encontramos agora na époci
imulações”
"
realizadas pel “modelos” empolgad pelo chamado modo do em que podeser dispensada a presença e a inte rvençãodo homem, pois as má-
pensar cibernético. O enquadramentoda cibernética em seu fundamento dia- quinas porsi se encarregarão de criar os modelos das que devem suceder às
lético, único que lhe confere inteligibilidade. não parece, a julgar pelas amos- atuais e automaticamente constroema geração aperfeiçoadaseguinte. Segundo
tras, poder ser feito pelos cibernético profissionais. mas deverá ser obra dos esta concepçãosimplória, o progresso da tecnologia é contínuoe a intervenção
lógicos dialéticos que se ocupem dos problemas propostos pela cibernética no da razão humana, em princípio acidental, torna-se de fato progressivamente

processo de desenvolvimento em que está procure ndoconstituir-se com o au- dispensável com o avanço da tecnologia. Outros autore porém, caindo no

têntico selo de ciência racional. equívoco oposto. insistem na descontinuidade do progresso técnico, mostrando

A consideração das relações entre a razão teórica e a razão técnica dirige-se que cada nova máquina ou métodode transformação darealidade, emborade-
a um tema de suma importância para o julgamento da época presente, na qual va admitir-se queleva em conta os elementos dasituação anterior, só o faz pre-
nos deparamos comartefatos produzidc pela avançada tecnologia e métodos cisamente para aboli-la de todo, equivalendo a dizer que nada lhe deve. depen-
de interpretação da realidade, os servomecanismos e os processos de direção e dendo o prosseguimento do processo tecnológico apenas do papel inventivo do
controle cibernéticos, onde se verifica o aparecimento de formas novas de ati- espírito. Para os exegeta da outra escola, importa unicamente a capacidade
vidade intelectual criadora no domínio da técnica que propõem questões até criadora do homem, que não deveser negligenciada ou desconhecida, sendofa-
aqui insuspeitadas, as quais somente podem encontrarsolução, segundo nosso tor tão poderoso e soberano que tira de sua inspiração mental, sem qualquer

modo de entender, com o auxílio da lógica dialética. dívida ou referência relativamente aos dados da realidade anterior, as novas
SA
realizações tecnológicas, que logo a seguir concretizará materialmente
gundoessa concepção. o progresso datécnica resulta pura e exclusivamente da
9. O caráter simultaneamente contínuo
sucessão de espíritos iluminados por faíscas de gênio, os quais - sem regra algu-
e descontínuo do desenvolvimento da tecnologia ma desucessão. vãolançando à face do mundoas suas descobertas. Sem dúvi-
Entre outros aspectos de decisiva importância, devemos mencionar o cará- da, mesmonesse modode pensar é reconhecido o papel da acumulação histó-
ter simultaneamente contínuo e descontínuo do progresso da razão técnica, ou rica do saber, mas, sendo o aparecimento do homem de gênio, realizador de
de sua expressão objetiva, a tecnologia. É lícito apreciar o desenvolvimento da criações artísticas, abstratas ou técnicas, fato casual e imprevisível, a tecnolo-
técnica tanto por uma dessas faces quanto pela outra. Ambas pertencem-lhe gia que nasce da sorte da existência detais indivíduos excepcionais não possui

como contrários unificados na mesmarealidade em movimento. À consciência qualquer normaou lei intrínseca objetiva. Os defensores do segundo ponto de
ingênua porém, naturalmente, ignora esta noção. Por isso, conforme prefe- vista presumem-se os verdadeiros humanistas, em luta contra os mecanicistas,
rências individuais acentua ora uma dessa qualidades, rebaixando ow desco- que compõem oprimeiro grupo, porque acreditam valorizarem em grau supre-
nhecendo a outra, ora procede da mesma maneira em sentido inverso. mo o papel inventivo da razão humana. À importância desse ingênuo confron-
[524 |
to reside em quedele brota a supérflua questão, permanentemente seus múltiplos aspectos opostos, temos de enunciar aquilo que
suta

EIS
apresenta- multaneidade de

ojou: 21
da em forma de um simplório e a rigor inexistente dilema, do conflito foi empiricamente captado, lançando mão do recursode emitir duas proposi-
entre hu-
BITOLA

manismo e tecnologia. ções contrária de admitir-lhes a verdade simultânea e de fundi-las na repre-


A possibilidade de considerar por duas faces opostas e sentação intelectual perfeita constituída pela idéia universal concreta. Essa

2p
simultânea uma
OIBAIV

mesma série de ocorrências históricas demonstra à objet idéia, única componentelegítima do conhecimento, parte do dado empírico e

crsauo )
ividade do processo a
que pertencem, o qual inclui necessariamente a verdade das duas aprec dele se eleva por abstração primeiramente formal e posteriormente dialética.
iações
contrárias. Somente aquilo que traz em nete de contradição dialética é até a compreensão universal do ser a que corresponde, na plenitude da repre-

O
real. À contradição formal passa a ser considerada um vício do raciocín sentação das condições de suaexistência, incluindo portanto a mobilidade que
io e de
fato o é em seu
seu plano
plano próprio.
próprio. Te
Tem poi “ori
origem duas atitudes
i iinsuficientes de nele tem lugar, enquanto elemento constitutivo do processo transformador da
pensar; o pensamento foi antecipadamente destacado da realidad
ve no + 4
totalidade da realidade. Daí a exigência de a consciêncialógica ter de transfor-
e.
vo É

sendo en-
7 £ £
i

tão apreciado apenas pelo valorlógico abstrato particular, e a esta atitude da- mar-se no manejodas categorias dialéticas, a fim de superar o plano dos em-
mos o nome de formalismo, onde evidentemente é proibido falar de pirismos idealistas de vários tipos e adquirir a flexibilidade necessária para
a pectos
contrários, simultâneos e de igual valor; ou não se leva em conta o proceder aes tas duas atividades. simultâneas e contraditórias, a de exprimir-
caráter es-
sencial do pensamento que reflete corretamente. a saber. em sua
íntegra tota- se em termos formais e, nesse mesmo ato, negar o raciocínio assim expresso,
lidade, a realidade, chegandodevidamenteao estadodeuniversal concreto. por para recuperá-lo num plano mais alto e completo onde o apreende na sua ver-
ter sido abstraídodela, guardando assim as facetas opostas, derivadas do fato dade total, a de caráterdialético. O pior dos enganos seria opor formalmentea
objetivo supremo, a mobilidade do real. Se 0 pensamento formal contradição formal à dialética, porqueseria incidir duplamente na primeira e
trata a reali-
dade em idéia que expelem de si a nota do fundamento num mundo material não permitir que a segunda subentendesse em totalidade o esquema da oposi-
em estado de contínua transformação, é perfeitamente compreensível ção descrita, que é um modo inevitável de enunciar a dualidade dos momentos
que se
gere um sistema de contradições formais. que terminam porter cada qual integr u.
de ou slanos do drOCcEsSSso lógico
o
cognoscitivo
O fe)

seus aspectos representado por um símbolo fixo. dando origem Com as indicações dadas por estas considerações de ordem lógica nãoserá
asistemas cal-
culatórios de onde le está excluída aà contradição
está excluída contradicã muito Poejustamente, por este mo- preciso esforço para se perceber a unilateralidade de ambas as concepções aci-
tivo, chamada formal. porém o pensamento reflete autenticamente a objeti- ma mencionadas. a de continuidade e a de descontinuidade no desenvolvimen-
vidade do mundo físico e social. deixa perceber a natureza to da tecnologia. que discutirão indefinidamente entre à, cada qual detendo
contraditória
E
] À contradi Ç é . em princípio.
ção I "INCÍpIO.
ípio, sin:
sinal
si de » verdade
verde: naa represen tação total da coisa
representação i | uma parcela de razão. O pensamento dialético traz a solução da questão, ao re-
ou objeto, porquanto indica que este é compreendido como processo velar que o processo da razão técnica mostra-se contínuo quando o observar-
ou parte
integrante de um processo, Isto contudo não quer dizer que na exposiçã ; o oral , mos na sucessão oscilante dos produtos que o compõem edas idéias inspirado-
gráfica ou simbólica. a saber, no modo explícito em que é per ras da trama da sua fabricação; mas apresenta-se descontínuo, se considera-
ido o processo
se: possam tolerar contradições formais. Uma coisa é mn mos que entre um objeto técnico e o seguinte, ou entre uma idéia técnica e a
referirmos à exposi-
ção, ao modo de enunciar ou de representar 0 raciocínio, pensando-o quesucedea ela dá-se a acumulação quantitativa do conhecimento científico.
em ter-
mos ou idéiasas isoladas e e ligadas
ligadas segundor
se elações
q O externas. enquanto consti que propicia a transformaçãoqualitativa introduzida pela novatécnica emer-
tuem sinais ou representações de primeir: aproximação à essência gente. De fato, é preciso que certo aparelho técnico encontre uso generalizado,
do [ato
outra coisa é o ato cognoscitivo pelo qual captamos o dado
em sua estrutura difunda-se ou se multiplique em grande quantidade para surgir a oportunida-
interior, que o revela sempre na condição de processo, ou parte de um proces de de a razão inventiva perceber a possibilidade de incluir nele uma modifica-
so, Neste caso, apercebemos necessariamente à contradição que cão distintiva, ou, no caso extremo, de inventaroutro, fundado em princípio di-
nele habita e
porisso a ela temos de fazer referência. porquanto represen
ta efetivamente 0 ferente. para substituí-lo. O progresso da grande indústria, a descoberta das
elemento decisivo para compreender à objeto a conhecer, Mas para traduzir
es fontes de energia natural é dos meios de aproveitá-las. passou por esse cami-
tu compreensão superior, de ordem dialótica. porque vê o objeto om o nho. Quando contemplamos nos museus de ciência e tecnologia a sucessão dos
ser ma si
oposto, caímos na mesma ingenuidade psicologista, porquanto o fato histórico

eiSU[UGI3]
tamos observando simultaneamente uma série linear contínua de pe do surgimento de qualquer inovação tecnológica passa a ter origem exclusiva-
quenos acréscimos, assemelhando-se às variações de «e muma função diferen- mentenoespírito doinventor, sendosecundário o papel do processo de acumu-
cial, e uma sucessão de descontinuidades, de cortes devidos à intervenção ino- lação histórica do conhecimento, concretizado nos modelos sucessivos de cada

2p
vadora e imprevisível. nascida no podercriador dainteligência do cientista ou aparelho, dispositivo, instalação ou procedimento técnico. Tudo se torna obra

2
do técnico. do gênio, mas sendo tãopreciosa aptidão intelectual rara e de imprevisível apa-
Oprocesso acentua o aspecto de continuidade quando fixamos atenção na recimento, conclui-se que o desenrolar das criações tecnológicas não obedece a
necessidade de criar determinada forma técnica para a passagem à seguinte, nenhumalei explicativa nem está submetidoa qualquer tipo de fatores estimu-
que consistirá algumas vezes em melhoras mais ou menos importantes. e em lantes. contribuindo para ampliá-la. A presença dos inventores na origem do
outros casos na descoberta de novos princípios de construção ou funcionamen processo e em todos os seus trechos decisivos basta para explicara realização
: à
to. Para quem se detém na consideração da linearidade 5 ; do avanço da tecnologia.
da sucessão históric
há perfeitamente o direito de ver na continuidade do processo de aperfeiçoa
| Ainda umavez, cabe-nosdizer que uma e outra dessas posições dissidente
mento um traçocaracterístico. A intensidade da impressão pode conduzir o cri contêm elementos verdadeiros. num contexto onde é maior a área de inveraci-
tico ou O historiador a formulara teoria da autogeração da técnica, supondo dade. Faz-se mister então procederà síntese dialética dos aspectos válidos das
que as máquinas indicam. pelo êxito ou pelas imperfeições do funcionamento, duas posições. Desdelogo, deve- compreender que a síntese não pode consis-

as formas aprimoradas que devem substituí-las. Sem dúvida, admite-se. pelo tir na mistura empartes iguais dos elementos cibernéticos e dos elementos exis-
menos assim acontecia antes da hipótese cibernética da realização de máqui tenciais participantes do problema. À primazia do homem sobre a máquinaserá
nas que constroem outras mais perfeitas, ser exigidaa presença do inventor pa- sempre confirmada em qualquer tentativa de síntese, suposto entendida por
ra observaros defeitos e conceber os meios de corrigi-los, o que habitualmente primazia não a capacidade de fazer mais rápido, exata ou abundantemente.
conduz à construção de um novo tipo de dispositivo, de técnica ou de mi qui- A superioridade do homem consiste em ter gerado a máquina, enquanto oinver-
nismo preenchendo os mesmos fins e portanto situando-se na “sucessão” dos so é inconcebível. Admitindo-se com excesso de boa vontade que, no futuro, as
anteriormente em vigor. Mas o papel do inventor neste casositua-se num nível máquinas se programem a s1 mesmas e executem versões mai requintadas de

de valor em geral baixo, secundário, porquantose presume que nada faz senão us modelos anteriores, de procedência diretamente humana, ainda assim O
colher aquilo que estava à vista, o novo princípio, a nova forma ou melhora- pensamento do homem e a capacidade inventiva estão na origem de todo me-
mento, pois o estado defuncionamento do maquinismo sugere espontaneamen lhoramento cibernético, pois a máquina supostamente criadora só o é daquilo

-—
te o que se tem de fazer para melhorá-lo. Basta o interesse de indivíduos. sá que seu artífice humano determina que seja. Mesmo havendo a possibilidade
bios outécnicos, particularmente propensos por uma qualificação puramente de escolhas aleatórias estas serão sempreresolvidas pelas necessidades da pro-
psicológica. notável acuidade intelectual ou particular “jeito” no trato com os dução social, apreciadas do pontode vista humano. Se algum maquinismo, nu-
engenhos. para captar o detalhe que naturalmente de qualquer modo viria à ma cenade historieta de ficção científica, se pusesse a fabricar algo não dese-
tona e que, uma vez apreendido, por feliz coincidência leva o e pírito a desco- jado. o homem imediatamente destruiria a importuna engenhoca e poria fim à
brir os modelo tecnológicos convenientes, Deste modo. a eficácia do pers: indesejável “escolha aleatória”. A razão do presente teorema é simples: nenhu-
mento humanofica rebaixada à simples captaçãodas sugestões. que. porassim ma máquina possui necessidades. A exigência de alguma coisa tem sempre de
dizer, são feitas pela máquina. Essa concepçãoinverte a po ÇÕES espontanea- coincidir com umprojeto da consciência. Somente em função de um projeto é
mente compreensíveis como lógicas: em vez de ser o inventor que inventa a má- quese gera a necessidade do não-existente. por exemplo um modelo melhora-
quina, esta é que inventa o inventor. do de umaparelho oudispositivo atualmente em uso. À máquina, enquanto tal,
Com referência ao papel do homem, docientista ou do técnico. tal é a (eo- permanece tal como foi criada, não possui exigências. portanto ignora a neces»
ria que tem por base a consideração quase exclusiva da continuidade no pro- sidade porque, conforme dissemos, para ela não pode haver contradições, do
gresso tecnológico. Se. porém, assumimos a posição que sublinha o aspecto contrário não existiria, não teria ido construída. O homem constitui a única
“máquina” existente com contradições, de neordo
com as explicações expostas em conjunto traz a contribuição do avanços emas ou menos significativos que
obre estessnconcei tos. Por
nad é
isso sóK ele sente necessidades
Dados 8
Ê
, levando-o a buscar necessariamente deveria ter para se manter ao longo do desenrolar histórico,
meios de satisfazê-las. Por conseguint a
maquina cibernética que se reprodu- Mesmoquando ocorremcriações teóricas ou práticas que subvertem o curso do
as “si mesma, ou até em modelos mais complexos grac:
ziss
a armazenagem de processo, nosentido de substituir por uma concepção ou por uma máquina ori-
informações, não seria uma construção criadora,
mas simplesmente reprodutora. ginais aquilo que antes era universalmente admitido, o salto qualitativo, sendo
e porisso objetivamenteinferior até à condição
comum a qualquer animal. Só fenômeno dialético, significa tambémsimultaneamente continuidade e descon-
2
o homem é capaz de produzir. O e queci
mento deste axioma estimula as [an- tinuidade. Corporifica uma descontinuidade porque abole umaidéia ou uma téc-
tasias dos alegres divulgadorese fabricante
s de novelas de ciência inverossímil nica anteriores, tomandoo lugar delas. Mas representa também uma continu
que anunciam maravilhas. e depois de
escrever o art igo ou livrinho, embalam- dade, porque entre os conceitos e procedimento e os novos não ha
e em crer na veracidade do que imaginaram
. O público, porseu lado, por for- umintervalo vazio. Daidéia ou teoria, recém-surgida, recebida em lugar da an
ça da persistente confusão entre verdadee fabul
ação, mostra-se incapaz dedi terior, nasce
( uma série ramificada de criações técnicas e práticas ligadas por
cernir entre o quefoi efetivamente realizado
e o que está por enquanto no reino continuidadelógica. A sucessão representa o aspecto do contínuo no próprio [a-
dos sonhos. Ao filósofo crítico importa
apoiar-se decididamente nos fatos pre- to do corte do processo, até a próxima ocorrência de novo corte. À lógica dia
sentes e projetar para o futuro apenas as conce
pções imaginativas que obede- lética concilia e justifica o aparecimento, independente e imprevisível, das
cam às exigências de racionalidade. às leis invari
áveis do processo de relação grandes personalidades criadoras no curso da história, e ao mesmo tempo
do pensamento com a realidade objetiva, a
saber, de síntese da odnêniiidado e acentua, nas bases em que se funda o fenômeno do gênio particular, a conti
da descontinuidade do movimento eriado
r. Fora desses estritos limites, tem o nuidade da acumulação social indefinida do conhecimento do mundo pelas
direito, como qualquer pessoa, de dar asas à imagi
nação artístice ciências, do domínio das forças materiais pela técnica e das criações artísticas
Ins tindo ainda no mesmo ponto,
seja-nos permitido dizer que pela capacidade do pensamento imaginativo.
no descon-
tínuo do aj
aparecimento
to das
das perso
person
nalid
alidad
ades
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cri ora ; geniai
iais estáq contid
i o o pro-
cesso contínuo de acumulação da cultura e da
técnica. E, identicamente, no
contínuo do aperfeiçoamento crescente das 10. Passagem ao exame do conceito
realizações tecnológicas está conti-
da a descontinuidade do surgimento das grande
sfiguras inovadoras. Deste mo- de “reinício da história”
do, o avanço do processo cultural e tecnológico
realiza objetivamentea síntese Oestabelecimento da tese da unidade dialética dos contrários assume deci-
dos aspectos opostos, a continuidade e a descon
tinuidade. Em si, O gênio cria- iva importância neste momento em que se vê pulular, num aluvião de livros e
dor mostra-se olado só na aparencia. quando o anali
samos pelo aspecto psi- artigo o conceito de descontinuidade absoluta do período histórico constitur-
cológico da capacidade inventiva. de de: cober
ta de novas idéias. teorias. méto- do pela nova “era tecnológica”, suposta um acontecimento jamais visto, uma
dos e técnicas. Porém. ba a apreciá-lo em sua biografia, portanto
já no terre- inaudita e surpreendente etapa do desenvolvimento humano, inaugurada com
no objetivo, para se perceber a inserção do home
m real no contínuo processo o descobrimento da cibernética, sua constituição em ciência reitora do pensa-
cultural, sob forma da educação que receb
eu, correspondendo à transmissão mento, € com a automação da produção. Mesmo os poucos autores preocupados
que lhefoi feita dos dados da cultura do tempo
, das relaçõe com outra per- em filosofar a este respeito, levantando o problema do significado e do papel
sonalidades culturais que lhe serviram de mestr
es e sobretudo do desenvolvi- da razão nessa grandiosa metamorfosehistórica, estão quase sempre inclinados
mento da sociedadea que pertence, a qual
pôs-lhe ao alcance os recursos ne- a acentuar apenas a originalidade, a imprevisibilidade, a “maravilha” de tão
cessários para executaras pesquisas e ensaios
de novos di positivos, aparelhos extraordinária e súbita floração do gênio humano. Acreditam no milagre do e
ou procedimentos técnicos. De outro lado.
a continuidade da cultura. enquan- pírito que determinou o encerramento de uma época, de extensão igual à do
to bem ocial, não fica rompida pela emergência
das altas figuras criadoras processo total da antropomorfização. na qual a criação das idéias e dos meca
porque aquilo que delas provém na qualidade
de produçõe culturais, teóricas nismos era incumbência específica e exclusiva do [Momo faber e a abertuca de
ou praticas, integra-se naturalmente na parte
precedente do processo, ao qual outra idade, onde parece que. pela primeira vez, 0 homem se verá relegado no
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segundo plano por motivo de haver engendrado o quarto reino da realidade, o
Stuta
triunfo supremo do homem converte-se no oposto, velo pôr um termo final a -
“reino maquinal”, habitado pelos engenhos superiores, que dispensarão daqui
BATSLA
processo de evolução da razão, porquanto a partir de agora essa evolução não
em diante a intervenção do longínquo iniciador humano. podendo progredir
precisa daintervenção dainteligência humanaparaprosseguir. Assim, a téeni-
porsi sós num aperfeiçoamento agora impossível de concebere com velocida-
ca, que deveria expandirindefinidamente a razão, com o aparecimento da ci-
OIBATV

de cada vez mais rápida.


bernética. da teoria da informação e da automação universal, acabou por ex:
Na medida em que os escritores eufóricos atribuem O “milagre” ao tauma-
tingui-la, ao tornar o homem o partido vencido no combate com as máquinas,
turgo humano, verifica-se considerarem apenas oladopositivo dessa espanto-
O Prometeu cibernético, o robô oniscientee onipotente, eliminou o homem, no
sa realização. Neste caso, o homem é o realizador da extraordinária façanhain-
roubar-lhe o fogo da razão. gh
telectual, o supremo vencedor, porque conseguiu fazer sua última criação,
Não sendoas frases anteriormente resumidas produto de um delírio, da fieção
aquela com que encerra a milenar superioridade sobre todos os seres vivos e
desenfreada ou da argumentação malévola, por parte do autor deste ensaio,
inertes. Essa façanha consistiu em superar-se a si mesmo. terminando sua car-
mas a síntese do quese encontra escrito em respeitados expositores ou coments
reira biológica esocial não pelatransição à corporificação do super-homem de
taristas desses problemas, verdade é que também em articulistas e vulgaris
certas concepções alucinadas ou pueris, mas pela passagem ao “reino maqui-
dores irresponsáveis, que especulam sobreacibernética e adjacência , manifes-
nal?. O super-homem foi afinal realizado, mas no estado de upermáquina.
tando as mais ansiosas inquietações a respeito do“destino do homem” em meio
O homem tirou de si um superpoder que se materializou nos computadores e
a este caótico, e possivelmente catastrófico, reinício da história — conforme jul
engenhos cibernéticos, criandoseres materiais mais perfeitos queele, o que em
gam — parece-nos conveniente tentar contribuir com algumas considerações
vez de abatê-lo, segundo se acredita, exalta-o infinitamente. Quando. porém.
críticas para introduzircerta coerência de julgamento no e forço de esclarecer
deixa-se defixar a atenção naautoriae nas fases iniciais desse miraculoso pro- consediiências
práticas. de de consequeén
teóricas e e práticas,
questões teóricas
i 2a de de questões,
racionalmente a copiosasérie
cesso, para tão-somente considerar o fato bruto. logo percebido mas desculpado
reais graves,
e > em que hoje se empenha tão amplamente a humanidade.
com indulgentes e compensadoras razões, da submissão do homem à máqui-
nas, já agora “pensantes”, o papel do homem real declina, e os simplórios e
exaltados articulistas começam a mostrar-se tristonhos ea pôr em dúvida agló-
ria da inauguração da segunda humanidade, vislumbrada pelos místicos e vi-
sionários de inocentes ou maliciosa intenções. Descobrem então que resta o
fato desolador mas irrecusável do mundo robotizado. que os escritores desse
gênero literário marginal lamentam, soluçando em todas as tonalidades da es-
cala dodecafônica. A euforia da vitória fica empanada pela descoberta de que
a esperada apoteose do homem originou a pior das contradições com que até
hoje o ser racional se defrontou: sem se poder explicar por que entra em con-
flito com as máquinas porelecriadas, agora ameaçando e magá-lo, exterminá-
lo ou roubar-lhe os atributos autenticamente humanos. Até aqui as máquinas
eram sempre compreendidas como modos de resolver contradições entre o ho-
mem e a natureza, facilitando o trabalhoe fazendo-o mais recompensador. De
repente, porém, por inexplicável efeito que veio a ocorrer justamente no mo-
mento em que a humanidade entra na “era tecnológica”. as máquinas ciberné-
ticas não só não resolveram as antigas e habituais contradições como passaram
a ser a contradição máxima, ao que parece a última, a definitiva. aquela para
a qual o homem não encontrará solução. O episódio que devia ser o hino do

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