01 - Unidade1 - Gestão de Equipamentos Médicos-Assistenciais - V12
01 - Unidade1 - Gestão de Equipamentos Médicos-Assistenciais - V12
01 - Unidade1 - Gestão de Equipamentos Médicos-Assistenciais - V12
de equipamentos
médico-assistenciais
Autores
Eduardo Coura Assis
Daniel Baldoino de Souza
Revisor Técnico
Marcelo Sette Gutierrez
Unidade 1
Financiamento no SUS
e os principais avanços na gestão
de tecnologias em saúde
GLOSSÁRIO
AAMI Association for the Advancement of Medical Instrumentation
CE Central de Equipamentos
DP Diretoria de Programas
EA Evento Adverso
MC Manutenção Corretiva
MP Manutenção Preventiva
MS Ministério da Saúde
MTBF Mean Time Between Fail
PD Plano Diretor
TR Termo de Referência
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AULA 1 - FINANCIAMENTO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
NA PERSPECTIVA DO SUS E SEUS MARCOS NA GESTÃO
Acredito que você, também, já deve ter observado que no setor público
há mais de um nível de organização (federal, estadual/distrital e munici-
pal). Esses entes federativos têm origem na nossa Constituição Federal
de 1988 e é denominada como Federalismo.
Saiba mais
7
Se você quiser conhecer mais sobre a história, os princípios e as doutri-
nas do nosso sistema público de saúde, recomendo que faça os cursos
disponíveis sobre o SUS na plataforma AVASUS.
Fonte: IECs.
8
Baseada em Evidências (MBE), mas não será visto neste curso. Essa
incorporação na tabela SUS, em linhas gerais, visa garantir que o pacien-
te que procurar os serviços médicos pertencentes à rede pública do SUS
poderá ser, de fato, beneficiado pelas tecnologias incorporadas.
É interessante que você note que nessa tabela temos os custos divididos,
em serviço hospitalar e serviço profissional. O serviço hospitalar contem-
pla os materiais utilizados no procedimento, como os gastos com ener-
gia elétrica, gases medicinais, anestésicos, água e os descartáveis, tais
como: agulhas, fio cirúrgico, gazes, esparadrapos, luvas, entre outros,
além do valor de uso da sala. Já o custo relacionado ao serviço profissio-
nal está vinculado aos honorários dos envolvidos neste procedimento.
Assim, para o procedimento de Cirurgia de Catarata Congênita, o SUS
reembolsará o EAS no valor total de R$895,16.
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Agora, faça uma reflexão e tente citar alguns exemplos de EAS classifi-
cados como MESO. Pensou? Se você citou os hospitais, clínicas, centro
de especialidades, policlínicas, entre outros estabelecimentos, parabéns,
você compreendeu bem o conceito de dimensão da gestão!
?
Você pode estar pensando, mas onde isso se reflete na
gestão dos equipamentos para saúde?
10
Você sabia?
Pois é, percebam, então, que a gestão no nível micro, embora menos pre-
sente que nos demais níveis, também requerem atenção por parte dos
gestores, uma vez que é sabido que os processos judiciais que envolvam
as doenças raras são cada vez mais presentes diante do pouco acesso
ou nenhum acesso a essas tecnologias pela maior parte da população.
FINANCIAMENTO NO SUS
É importante que conheçam como se constitui o sistema de financia-
mento público no SUS, de modo que compreendam como se procedem
as solicitações e os respectivos modus operandi desse processo.
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A Constituição Federal (CF) de 1988, em seu artigo nº55, diz ainda, que
até que seja aprovada a lei de diretrizes orçamentárias, trinta por cento
(30%) do orçamento da Seguridade Social, excluído o seguro desempre-
go, deverão ser obrigatoriamente destinados ao setor da saúde.
Saiba mais
12
Na metade da década de 90, do século passado, houve um amplo movi-
mento pela aprovação de uma Emenda Constitucional1, que fixasse defi-
nitivamente patamares mínimos e regras do financiamento do SUS. Na
sequência, a Emenda Constitucional nº 29 (EC 29), de 13 de setembro de
2000, determinou a vinculação e estabeleceu a base de cálculo e os per-
centuais mínimos de recursos orçamentários que a União, os Estados,
Distrito Federal e Municípios são obrigados a aplicar em ações e serviços
públicos de saúde. Segundo a EC 29, os Estados mantêm-se obrigados a
investir 12% da arrecadação com impostos e os municípios 15%.
1
Emenda Constitucional é uma modificação da constituição de um Estado,
resultando em mudanças pontuais do texto constitucional, as quais são res-
tritas a determinadas matérias, não podendo, apenas, ter como objeto a
abolição das chamadas cláusulas pétreas. (https://dicionariodireito.com.br/
emenda-constitucional)
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II - Bloco de Estruturação da Rede de Serviços Públicos de Saúde.
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Figura 4 - Representação ilustrativa dos Grupos de Identificação
15
TIPOS DE REPASSES
Ei, você que está aqui, estudando com a gente, sabe me dizer o que são
repasses?
16
17
Atenção!
18
Os recursos de capital que abordaremos neste curso são os equipamen-
tos médico-assistenciais e seus respectivos correlatos. Antes de aden-
trarmos nas listas de financiamento e tabelas de cobertura é crucial que
vocês entendam que a primeira etapa neste processo de oferta de tec-
nologias em saúde ao SUS e também ao mercado privado ocorre atra-
vés do registro sanitário2 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) que irá conferir autorização para comercialização dos produtos
para saúde em todo território nacional.
2
Registro sanitário: O registro é o ato legal que reconhece a adequação de um
produto à legislação sanitária, e sua concessão é dada pela Anvisa. É um con-
trole feito antes da comercialização, sendo utilizado no caso de produtos que
possam apresentar eventuais riscos à saúde.
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Observe que dependendo da tecnologia avaliada, poderá ter mais de
um procedimento médico relacionado ao mesmo equipamento e, então,
poderá gerar mais de um reembolso. Por exemplo: os equipamentos de
diagnóstico por imagem (ultrassom, aparelhos de raios x, ressonância
nuclear magnética) possuem diversas indicações e, para cada indicação
haverá um valor de remuneração diferente na tabela SUS. Veja a seguir
os exemplos:
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Figura 7 - Ficha de procedimento coberto no SUS
Veja na figura abaixo uma parte da composição desta lista. Você pode
obter esta lista completa no portal do Fundo Nacional ou através do link
https://portalfns.saude.gov.br/renem/
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Figura 8 - Relação de alguns equipamentos cadastrados na RENEM
Fonte: FNS.
22
Figura 9 - Tela de pesquisa de equipamentos do SIGEM
Fonte: FNS.
23
• Dados epidemiológicos da região;
Você pôde compreender que embora haja uma lista de itens financiáveis
pelo SUS, a sua obtenção está condicionada ao cumprimento de algumas
exigências citadas anteriormente. Essa etapa de julgamento dos pleitos
é conhecida como análise de mérito ou admissibilidade na gestão macro
e é fundamental para reduzir repasses de recursos de investimentos
que são considerados improcedentes ou mesmo não aplicáveis para as
finalidades apresentadas.
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CONCEITOS BÁSICOS DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS
EM SAÚDE (ATS
Isso se deve principalmente pelo fato que uma avaliação per si, pode ser
feita de diversos modos. Veja, então, que a ação de avaliar pode depen-
der do contexto que você está situado, do público que irá usufruir e até
mesmo de quem demandou essa avaliação (AUGUSTOVSKI, 2009).
Cada ator desse processo pode construir uma avaliação diferente para a
mesma tecnologia alvo, que no caso são os equipamentos de saúde. As
avaliações podem ser referentes aos seguintes aspectos: manutenção
do equipamento, questões relacionadas ao manuseio e ergonomia, a efi-
cácia e segurança durante os experimentos clínicos e, também, ao custo
efetividade. Assim, se juntarmos todas essas avaliações isoladas em um
único estudo podemos denominá-lo, como um estudo de avaliação de
tecnologias em saúde para os equipamentos de saúde.
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Uma das abordagens da ATS está no uso da Saúde Baseada em Evidências
(SBE), área do saber que explora as evidências científicas de eficácia, efe-
tividade e segurança de uma determinada tecnologia agregada a uma
avaliação econômica em saúde, como custo efetividade por exemplo
para investigar os desfechos mais importantes para aquilo que ela se
propõe (BOSI, 2017).
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Esses membros participam dos editais que são fomentados pelos órgãos
do governo, como agências de fomento e ministérios e, então, produ-
zem diversos tipos de estudos, como: avaliação econômica, impacto
orçamentário, monitoramento do horizonte tecnológico (MHT), parece-
res técnico científicos, revisões sistemáticas e avaliação de equipamen-
tos médico-assistenciais. O conjunto destas análises constituirá em uma
Avaliação de Tecnologias em Saúde.
Fonte: REBRATS.
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No Brasil, o órgão responsável do governo que assume as competências
para realizar as atividades de avaliação das tecnologias que estão sen-
do pleiteadas pela sociedade, academia, indústria ou por um grupo de
pacientes é o Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias
(DGITS). O DGITS é a secretaria executiva da Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) e essa comissão integra
diversas secretarias finalísticas do Ministério da Saúde, assim como, a
ANVISA, ANS, CFM, CNS entre outros (BRASIL, 2011). Essa comissão tem
como uma das suas principais atribuições apreciar os pleitos de incorpo-
ração, modificação e exclusão da tecnologia.
Não obstante esses procedimentos que estão sendo avaliados, em sua gran-
de maioria, podem também estar inseridos em protocolos clínicos de diretri-
zes terapêuticas (PCDTs) ou diretrizes diagnósticas e terapêuticas (DDT).
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Vale a pena, também, frisar que os gestores estaduais e municipais pode-
rão estabelecer os seus próprios protocolos, desde que respeitados os
princípios da ética profissional e a observância das evidências científi-
cas disponíveis. Abaixo temos um exemplo do volume 1, do manual de
protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas do Ministério da Saúde (MS),
elaborado pela Secretaria de Atenção Especializada (SAES).
Bons estudos!!!
29
AULA 2 - EQUIPAMENTOS MÉDICO-ASSISTENCIAIS (EMAs)
Mas o que você sabe sobre essas tecnologias? E, na sua opinião, o que
um gestor deveria conhecer acerca desses ativos, que representam um
impacto financeiro importante no orçamento de uma instituição de
saúde?
3
Machine learning é um método de análise de dados que automatiza a constru-
ção de modelos analíticos.
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CLASSIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS PARA SAÚDE
Produtos para saúde envolvem uma série de conhecimentos advindos
principalmente das Ciências Exatas e Biológicas e, correspondem a uma
representação bastante significativa do arsenal de tecnologias em saúde
existente. Você saberia como classificá-los?
Essa classificação pode ser feita de diferentes formas e isso irá depender
do autor ou do documento estudado. Podemos por exemplo agrupá-los
segundo sua aplicação, nas seguintes categorias: diagnóstica, terapêuti-
ca, assistiva/assistência, de monitoramento e apoio.
Imagino que você deve estar agora também se perguntando, qual é a área
da ciência que abrange esse conhecimento? Esta área é a Engenharia
Biomédica.
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Quer saber mais sobre a história da Engenharia Biomédica?
É só ouvir o podcast a seguir:
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CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS IMPORTANTES NA GESTÃO
DOS EMAS
Neste tópico vamos apresentar a você algumas particularidades de maior
importância para os EMAs que deverão ser consideradas na gestão des-
tes ativos. Sabe-se que, algumas aquisições são feitas tendo como base
esses aspectos que estudaremos a seguir, uma vez que impactam dire-
tamente no seu custeio e, de certa forma, influenciam até mesmo na
gestão dos recursos humanos. Vocês vão notar que por mais que você
já tenha atuado na gestão de outras tecnologias em saúde, quando o
assunto são os EMAs, outras informações devem ser observadas.
RESÍDUOS GERADOS
Você já parou para pensar sobre a quantidade de insumos que são des-
cartados a cada procedimento realizado com determinado tipo de EMA?
E esse insumo é descartado de que forma? Tem como aproveitar esse
resíduo para outro fim? Qual é o custo necessário para tratar esse resí-
duo gerado? Há normativas acerca deste assunto?
33
Saiba mais
Ou seja, praticamente tudo isso que você leu, gera resíduo em saúde e
deve estar enquadrado dentro das normativas.
34
Você sabia?
Fonte: http://www.defesanet.com.br/dqbrn/noticia/27032/
Cesio-137--O-legado-de-uma-tragédia/
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Figura 15 – Tela de consulta do SOMASUS
Em suma, vale então frisar que toda vez que for adquirir um EMA, bus-
que informações sobre os resíduos que são gerados por ele, como eles
devem ser descartados e, se o EAS tem infraestrutura física e tecnológica
em conformidade para esta finalidade.
Ergonomia e usabilidade
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É sabido que um número significativo de profissionais se afasta por pro-
blemas de saúde ocupacionais, muitas vezes, justificados pela fadiga e
o estresse causado por diversas situações, onde alguns equipamentos
ao serem manuseados exigem esforços intensos e repetitivos, além de
provocar maiores chances de ocasionar acidentes.
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Figura 16 - Cama hospitalar mecânica com sistema de elevação mecânico
por meio de manivelas
Fonte: OLX.
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Se formos elencar quais são as variáveis de medida de usabilidade mais
empregadas, em conformidade com a International Standard Organization
(ISO) são: efetividade, eficiência e satisfação. Uma maneira de permitir
que essas variáveis sejam melhor compreendidas pode ser obtida atra-
vés de um questionário, como este abaixo:
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CUIDADOS NA CONSERVAÇÃO, ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE
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Sobre estes equipamentos pode-se afirmar que todos são muito comu-
mente utilizados em uma CME: a lavadora ultrassônica utilizada na
limpeza de materiais canulados com lumens e demais produtos asso-
ciados; o gabinete de secagem empregado na aeração dos circuitos res-
piratórios utilizados em ventiladores pulmonares, unidades de aneste-
sia e equipamentos correlatos usados em fisioterapia respiratória e, a
autoclave de bancada muito utilizada nos processos de esterilização por
vapor saturado.
Atenção!
41
ACESSÓRIOS, PARTES APLICADAS E PEÇAS
42
Já os denominados acessórios, de acordo com a mesma IN nº13 de 22 de
outubro de 2009 são produtos fabricados exclusivamente com o propó-
sito de integrar um EMA, conferindo uma característica complementar
ao mesmo, mas não fundamental, ou seja, ele não é essencial. São eles:
haste para suporte de soro, carrinhos para acondicionamento e trans-
porte de equipamentos, estativas entre outros. Esses itens, de modo
geral, também não passam pelos mesmos processos de esterilização
que os EMAs, salvo em algumas exceções, como áreas de isolamento de
vias aéreas, por exemplo.
43
A área de armazenamento deve ter condições que permitam preservar as
condições de uso das partes e os acessórios do EMA e essas devem ser ins-
pecionadas com frequência para verificar qualquer potencial degradação.
Bons estudos.
44
AULA 3 - MANUTENÇÃO
Estimado (a) estudante está animado para nossa aula 3? Nessa terceira
aula você aprenderá sobre um assunto muito importante que diz res-
peito às ações que deverão ser realizadas pelo gestor no que tange à
manutenção dos EMAs.
Suponhamos que algum produto que você possua (Ex: carro, TV, vídeo
game, celular) e que em algum determinado momento necessite de repa-
ro, esse certamente implicará em algum tipo de custo, e muitas vezes se
você não se planejou e não tiver recursos para isso, ficará sem ele e isso
com certeza te deixará insatisfeito, não é mesmo?
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Diante do exposto, o gestor em saúde precisa atender as recomenda-
ções estabelecidas pelo manual do fabricante das tecnologias em saú-
de, no que se referem à periodicidade na execução das manutenções
preventivas, calibrações e se organizar com os diversos setores do EAS
para evitar que o serviço fique desabastecido nos horários com maior
demanda de utilização.
46
lubrificação geral; aferição e posterior calibração do equipamento e tes-
tes de desempenho. Todos estes procedimentos devem ser mapeados,
quantificados e definidos de forma que se tenha um histórico definido
de cada equipamento.
TIPOS DE MANUTENÇÃO
Já deve ser do seu conhecimento, que as manutenções se diferenciam
quanto à sua forma de emprego, periodicidade e atuação. Também é
válido lembrar que todos os tipos de manutenção são importantes, pois
isso conceberá maior extensão na vida útil das tecnologias, além de miti-
gar falhas nas medições lidas.
MANUTENÇÃO PREVENTIVA
Pressupõem que esse termo é familiar para maioria de nós, não é mesmo?
O termo preventivo é muito usado na área da saúde, quando falamos em
prevenção de doenças e, ele também pode ser aplicado aqui. A diferença
é que neste caso, a prevenção será relacionada às falhas, interrupções,
acidentes, ou imprecisões em leituras feitas por esses equipamentos.
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Esse limite de horas estabelecido pelo fabricante para substituição das
peças está fundamentado em testes realizados em laboratório durante
o desenvolvimento de um projeto, onde determinadas peças são sub-
metidas à ensaios de qualidade e, então, as medidas das variáveis de
consumo e desgaste são obtidas para preconizar a periodicidade de
substituição.
Atenção!
Caso seu serviço já seja constituído por uma equipe de Engenharia Clínica
é recomendável que no Termo de Referência você inclua na aquisição a
capacitação dos seus profissionais, de modo que ao terminar a vigência
da garantia de aquisição, o time de profissionais da sua unidade realize
as manutenções.
MANUTENÇÃO CORRETIVA
Você já teve curiosidade de ler uma ordem de serviço? Você pode estar
pensando, “mas não sou Engenheiro, o que vai adiantar eu ler, se eu não
vou entender nada”?
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Pois é, caro estudante, caso na sua Unidade não exista ainda uma equipe
de Engenharia Clínica e você está contratando um serviço que consiste
no reparo de um EMA e recebeu um ou mais orçamentos por parte dos
prestadores de serviço é importante pelo menos conhecer o que exigir
dessas empresas.
Uma maneira de evitar contratempos como esse, quando você não tem
um serviço de Engenharia Clínica na sua unidade, é pedir a presença de
um técnico da empresa responsável na entrega do produto e que este
acompanhe seu funcionamento após sua entrega. Isso evitará questões
como: “foi o profissional de saúde que estragou novamente o equipa-
mento”, ou que “eles não sabem usar o equipamento”, ou ainda que “foi
culpa da empresa de logística que avariou o mesmo durante o transpor-
te”, ou até mesmo que “a infraestrutura do serviço onde o equipamento
está ligado é precária e o danificou”.
49
Atenção!
50
Saiba mais
Curva ABC
A curva de experiência ABC, também conhecida como Análise
de Pareto, ou Regra 80/20, é um estudo que foi desenvolvido
por Joseph Moses Juran, um importante consultor da área da
qualidade que identificou que 80% dos problemas são geral-
mente causados por 20% dos fatores e auxilia na classificação
dos itens em estoque de acordo com sua importância relativa.
(http://www.sobreadministracao.com/o-que-e-e-como-funcio-
na-a-curva-abc-analise-de-pareto-regra-80-20/ )
MANUTENÇÃO PREDITIVA
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E, então? Conseguiu perceber?
Sabendo que há um fio exposto no cabo do ECG, você pode imaginar que
o paciente ficará sem monitoração e já solicita ao profissional de saúde
que separe este material para encaminhar para uma manutenção.
Observe que não podemos denominar esta ação como sendo uma
manutenção corretiva, uma vez que o objeto ainda não está totalmente
danificado, mesmo porque ele continua monitorando aquele paciente
e também não podemos dizer que é manutenção preventiva, uma vez
que, essa intervenção não é programada e não foi estabelecida em con-
formidade com o manual do fabricante.
Você sabia?
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Para a seleção das áreas que necessitam maior frequência de visitas
para inspeção preditiva, você poderá utilizar de alguns critérios de elegi-
bilidade conforme apresentamos a seguir:
• Classificação de risco;
• Histórico de incidentes;
Agora que você já conhece o conceito dos três tipos principais de manu-
tenção na área da saúde, vamos explorar um pouco sobre outras ações
importantes nesse assunto e que irão aperfeiçoar cada vez a gestão des-
tes ativos.
CONTROLE DE QUALIDADE
Você já deve ter ouvido falar muito nesse assunto não é mesmo? Mas o
que exatamente compreender quando estamos tratando de qualidade
no cenário da saúde?
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A avaliação técnica após o retorno de uma intervenção requer testes
quantitativos e qualitativos de modo a atender todas as medidas de pre-
caução, assim como avaliar a qualidade da mão de obra dos prestadores
de serviço e também da equipe interna de manutenção da Engenharia
Clínica, quando for o caso.
• Comparação das falhas que foram relatadas pela equipe de Engenharia Clí-
nica com aquelas relatadas pelas empresas prestadoras de serviço;
CALIBRAÇÃO
Certamente não deve ser estranho para você esse termo também, não
é mesmo? Você sempre que vai ao posto de combustível abastecer seu
veículo, se lembra de calibrar os pneus do carro ou da sua bicicleta não
é mesmo?
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Mas será que tecnicamente podemos considerar isso uma calibração?
Fonte: http://abr.org.br/noticia/calibrar-o-pneu-corretamente-e-coisa-seria/
Desse modo, o que fazemos então é o enchimento dos pneus com pres-
são positiva de ar ou nitrogênio e não chega ser uma calibração do pneu
propriamente dita, como vimos na definição acima do VIM. Aliás, o que
se espera é que esse equipamento que enche os pneus com a pressão
que você selecionou esteja calibrado e, preferencialmente, com instru-
mentos rastreáveis, evitando que você entregue maior ou menor quan-
tidade de pressão daquela previamente selecionada.
55
Já no universo dos equipamentos eletromédicos temos uma gama de
grandezas a serem mensuradas e que requer calibrações periódicas, para
que os valores lidos pelos profissionais de saúde sejam fidedignos. Essas
calibrações periódicas são necessárias tendo em vista que o uso constante
destas tecnologias gera mudanças nas características técnicas dos mate-
riais que constituem o equipamento, causadas por exemplo pela fadiga
dos elementos mecânicos, vida útil dos componentes, entre outros.
56
SELEÇÃO DE SERVIÇOS PARA EXECUÇÃO DAS MANUTENÇÕES
57
A necessidade de instrumentos rastreáveis, ambientes controlados e
treinamento técnico dedicado para realização dos procedimentos de
calibração caracterizam importantes elementos que podem inviabilizar
a realização destes protocolos pela equipe interna do EAS. Ademais, a
aquisição e manutenção destes instrumentos de medição apresentam
custos consideravelmente elevados para o orçamento da maioria das
instituições. A capacitação desses profissionais na execução das ativida-
des de calibração também deve estar prevista, pois difere da capacitação
para uma manutenção convencional.
58
EQUIPAMENTOS:
I Solicitação da administração ?
VI
Não existência de documentação técnica 0
TOTAL
Por exemplo:
59
Além disso, para cada Grupo, poderá haver ou não um peso diferente.
E assim por diante, vocês irão preenchendo o quadro de acordo com seu
cenário e, após a somatória final, dependendo das escalas de pontuação
que vocês escolheram anteriormente terão então a indicação de qual
manutenção é recomendável.
Você também poderá, caso seja do seu interesse e se aplique ao seu contex-
to, ter ainda uma terceira escala de pontuação final, que tenha como reco-
mendação por exemplo a manutenção interna em conjunto com a externa.
Na ocasião onde haja equipe técnica capacitada para atender parcialmente
a manutenção deste equipamento, você poderá por exemplo, contratar a
manutenção externa apenas para serviços que requerem maior complexi-
dade e/ou que exigem de ferramentas que seu EAS não dispõe.
60
Esse quadro apresentado auxilia os gestores na seleção de tecnologias
que tem mais vantagens para serviço externo ou interno. Mas, você, caro
aluno, pode elaborar o seu também, esse é apenas um norte para te guiar.
Vantagens Desvantagens
61
MENSURAÇÃO DO QUANTITATIVO DE PROFISSIONAIS PARA MANUTENÇÃO
62
Neste levantamento está sendo considerado apenas o grupo responsá-
vel pela manutenção corretiva interna, ou seja, executada somente pelo
corpo técnico próprio do EAS. Assim, o cálculo anual da quantidade de
horas de trabalho (NHT) necessárias para a manutenção corretiva (NHT/
ano) é o seguinte:
O cálculo do NHT deve ser realizado para cada tipo de EMA e o somató-
rio do tempo encontrado é a necessidade de horas técnicas necessárias
para atendimento do grupo de equipamentos selecionados pelo gestor
do parque de equipamentos do EAS. Contudo, um problema aqui encon-
trado é a obtenção do TMR, além de ser pouco difundido, recomenda-se a
utilização de informações de instituições que possuem um sistema de ges-
tão preferencialmente informatizado do parque tecnológico e que possua
essas informações armazenadas em suas ordens de serviço. Outra infor-
mação pouco conhecida é o TMF que também requer um controle através
de um sistema para seu levantamento e, portanto, conhecimento.
63
Portanto, o tempo real de manutenção (TMC) é de 1.204 horas/ano. É
importante ressaltar que dentro do quantitativo de horas de produção,
podem em alguns casos incluir o tempo de lançamento de ordens de
serviço em um sistema, ou mesmo, a pesquisa de acessórios e peças
com solicitação de orçamento a ser encaminhada para o setor de com-
pras do EAS. Caso isso ocorra no EAS, o tempo de manutenção disponí-
vel para cada técnico poderá ser inferior a 1.204 horas.
64
Saiba mais
AUXILIAR ADMINISTRATIVO
• Responsabilidade: Responsável por auxiliar nas atividades
de cunho administrativo.
• Atribuições: Realizar as atividades de escritório do setor de
engenharia clínica do EAS.
65
• Custos variáveis são aqueles que aumentam proporcionalmente com o
aumento do uso dos recursos. Ou seja, quanto mais se usa, mais se paga.
Por exemplo: material de consumo de escritório, treinamentos de funcio-
nários, contratos cobrados por Ordem de Serviço, insumos de equipamen-
tos, qualquer despesa que dependa do trabalho desenvolvido pelo grupo
(viagens, combustível, diárias etc.);
Finalizamos mais uma aula dessa Unidade 1, vamos agora para nossa
última aula dessa Unidade.
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AULA 4 - GERENCIAMENTO DOS EMAS
67
“Esta rastreabilidade sempre deve se iniciar no planejamento
ou seleção da tecnologia a ser adquirida pelo estabelecimento
de Saúde. Entretanto, a depender do tipo de tecnologia e do
risco a ela associado, a rastreabilidade pode ser requerida até a
unidade do estabelecimento de saúde para a qual a tecnologia
será distribuída ou até o paciente. Como parte da rastreabili-
dade dos processos de gestão, cada etapa do gerenciamento
deve estar documentada na forma de normas, rotinas técnicas
ou procedimentos operacionais. Todas as informações perti-
nentes à rastreabilidade das tecnologias devem estar pronta-
mente disponíveis, como a localização dos itens gerenciados,
a empresa fornecedora, a situação de uso, dentre outros. Para
isso, é necessário realizar registros sistemáticos que demons-
trem evidências objetivas da execução de cada atividade das
etapas do gerenciamento” (ANVISA, 2010).
68
ETAPAS NO GERENCIAMENTO DOS EMAS
Conforme apresentado pela OMS (2008), o gerenciamento de um EMA
consiste em várias etapas:
69
como, ter a finalidade de preservar o capital investido. Em relação ao
desuso e a baixa do equipamento devem ser verificados fatores como
ineficiência no uso da tecnologia, como a segurança ou o tempo utilizado
na execução de cada procedimento, além da falta de peças de reposição
pelo fornecedor, ou até mesmo pelo índice de quebra do equipamento.
70
O histórico de manutenção permite saber ou mesmo antecipar quando
é que um dado equipamento já não se encontrará em condições ope-
racionais adequadas, ou seja, seguro e eficiente para o atendimento ou
até financeiramente rentável.
• Um sistema que pode ser de fácil utilização mas que não é dinâmico; o
desenvolvedor utiliza uma base de dados do MS Access que não suporta
vários recursos avançados como criação de tabelas no banco de dados;
outro problema é o tamanho do banco de dados que é muito menor quan-
do comparado com MS SQL ou MySQL; tem limitação no uso simultâneo
(255); essas informações não são perceptíveis ao usuário, mas são impor-
tantes para o setor de Tecnologia da Informação (TI);
• Outro sistema pode ser fácil de ser utilizado e poderia até fornecer relató-
rios, mas não é possível realizar a personalização dos relatórios; isto pode
não agradar aos gestores;
• Um sistema que fornece opção para dispositivos portáteis para leitura de
códigos de barra, scanners conectados, mas a infraestrutura de rede sem fio
torna lento o uso de tais equipamentos; deve ser verificado que a central de
processamento deve possuir memória suficiente para execução de softwares;
71
Atenção!
72
CENTRAL DE EQUIPAMENTOS
Uma forma alternativa que pode contribuir no controle de rastreabi-
lidade de equipamentos de saúde seria através do funcionamento de
uma Central de Equipamentos (CE). Nesse modelo de gestão, os equi-
pamentos teriam como localização de origem a própria CE. Assim todo
equipamento só poderia entrar ou sair de uma unidade/clínica/serviço
passando por esta central.
• Assepsia;
• Testes de funcionamento;
73
Figura 28 - Exemplo de termo de responsabilidade
74
Figura 29 - Representação esquemática das vantagens de uma CE
75
Enfim, terminamos a última aula da Unidade I. Espero que você tenha
gostado desse conteúdo e que de alguma maneira tenha atendido a sua
expectativa.
Bons estudos!
Tchau!
76
REFERÊNCIAS
77
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 7,
de 24 de fevereiro de 2010. Dispõe sobre os requisitos mínimos
para funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras
providências. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
anvisa/2010/res0007_24_02_2010.html Acesso em 12/10/2020.
78
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 2.481 GM/MS, 2 de outubro
de 2007. Institui o sistema de apoio à Elaboração de Projetos de
Investimentos em Saúde – SomaSUS. 2007. Disponível em: http://www.
saude.mt.gov.br/upload/legislacao/2481-[2831-120110-SES-MT].pdf.
Acesso em: 24 maio 2016.
79
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos
Jurídicos. Emenda Constitucional nº 86, de 17 de março de 2015. Altera
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