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Louis Lavelle

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DIÁRIO

22/03 a 29/03

- 23/03 - 2 Coríntios 4.8-18

- 24/03 - Solidão Louis Lavelle

Convém jamais abandonar a solidão interior. Somente ela aproveita, pois que só
ela nos põe em contato com Deus. A outra [solidão] é-lhe apenas imagem muita vez
enganosa, fazendo-nos miserável, deixando-nos a olhar para nós mesmos.
No mundo, ninguém fará nada de relevante se não for capaz de juntar em si todas
suas forças e encerrar-se na solidão interior – tal como um ovo isolado do exterior por
casca impermeável, até ao momento em que, rompendo sua própria casca, dará à luz a
uma vida livre e independente.
A vontade de solidão e a de poder semelham-se a dois contrários. Todavia, não há
poder que não gere solidão. E a mesma solidão é tão-só desejo dum poder mais perfeito
e recôndito.
A solidão é, a seu turno, a marca de nossa força e de nossa fraqueza – de nossa
força, quando exerce em nós todas as potências da natureza humana, franqueando-nos a
totalidade dos possíveis; de nossa fraqueza, quando nos encerra nos limites do eu
particular, revelando-lhe as deficiências.
A solidão faz cada ser concentrar-se sobre as próprias virtualidades. Em se
retirando do mundo, parece que carece de tudo. Mas, então, descobre o poder que
possuímos de dar-nos tudo a nós – o que é a vida mesma do espírito. As virtualidades
nada são se não consentimos pô-las à obra: e é na sociedade dos outros homens que se
nos dá exercê-las.
O valor da solidão é o obrigar a pôr-nos em presença do que somos, i. é, do que
nos constitui e deve ser distinto de todos acidentes de nossa vida. Não somos uma
simples teia de relações: estas manifestam nossas potências, mas, amiúde, as
embaraçam.
Traduzido por Luiz de Carvalho.

- 25/03
Deus, coma é difícil ter consciência de si mesmo, de olhar para dentro de mim e saber a
real condição do meu “eu”. A percepção que tenho é que ainda estou muito apegado a
expectativas temporais, a imagem do meu eu é uma imagem criado por mim mesmo, uma
imagem construída pelas minhas expectativas, pelas configurações externas, pelo
passado pelo futuro, não é um eu ainda sujeitado a eternidade. Senhor, ajuda-me a
penetrar mais fundo e romper a casca narcísica que me cerca.

2 Coríntios 12: 5 – O espinho na carne

Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um
espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar.
Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim.
Mas ele me disse: "Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na
fraqueza". Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o
poder de Cristo repouse em mim.
Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas

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perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte.
2 Coríntios 12:7-21

Confissões

 Confissões com palavras de alma e gritos de pensamento.


 Em silencia quanto as palavras, mas em clamos quanto aos afetos. P 171

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