Artigo Sd. Adies
Artigo Sd. Adies
Artigo Sd. Adies
ISSN: 2595-6825
Síndrome de Adie
Adie's Syndrome
DOI:10.34119/bjhrv5n5-066
RESUMO
Introdução: A Síndrome de Adie-Homes é uma doença caracterizada pela presença de pupila
tônica associada à diminuição ou ausência dos reflexos tendíneos profundos. É uma doença
considerada típica de adultos jovens e apresenta uma etiologia comumente idiopática.A
presença de alteração no tamanho das pupilas é uma das queixas mais comuns. Apresentação
do caso: Paciente do sexo feminino, 28 anos, admitida em Hospital Geral de Goiânia,
apresentou há 1 mês quadro de cefaleia fronto-orbital a direita, associada a vesículas em mesma
região, dolorosas, em queimação, com diagnóstico de herpes zóster. Após 2 semanas, notou que
sua acuidade visual à direita para perto estava diminuída associado a fotofobia. Ao avaliar
pupilas com lâmpada de fenda, observou-se anisocoria à direita. Ao instilar pilocarpina 0,125%
em ambos os olhos, apenas a pupila direita contraiu.. Discussão: Embora a etiologia da doença
não esteja totalmente elucidada, acredita-se que possa ocorrer processos imunomediado e
infecções por vírus da herpes-zoster, parvovírus B19, Treponema pallidum. Atualmente, o
tratamento ainda se baseia no uso de Pilocarpina 0,125% para diminuir o desconforto do
paciente, podendo ser usado 2-4 vezes ao junto, em associação ao uso de óculos escuros em
ambientes muito iluminados. Conclusão: A síndrome de Adie é rara e encontramos em sua
apresentação clínica singularidades que difere de paciente a paciente. Nota-se que a síndrome
tem correlação com diversas áreas médicas, o que faz com que seu diagnóstico ocorra através
do oftalmologista, podendo ter sua suspeição diagnóstica através de outros especialistas como
reumatologistas, infectologistas e até mesmo dermatologistas.
ABSTRACT
Introduction: The Adie-Homes Syndrome is a disease characterized by the presence of tonic
pupil associated with the decrease or absence of deep tendon reflexes. It is a disease considered
typical of young adults and has a commonly idiopathic etiology. The presence of changes in
the size of the pupils is one of the most common complaints. Case presentation: JFD, female,
28 years old, admitted to the General Hospital of Goiânia, presented with a right fronto-orbital
headache associated with painful, burning vesicles in the same region for 1 month, with a
diagnosis of herpes zoster. After 2 weeks, he noticed that his right-to-near visual acuity was
decreased, associated with photophobia. When evaluating pupils with a slit lamp, anisocoria on
the right was observed. When instilling 0.125% pilocarpine in both eyes, only the right pupil
contracted. Discussion: Although the etiology of the disease is not fully elucidated, it is believed
that immune-mediated processes and infections by herpes zoster virus, parvovirus B19,
Treponema may occur. pallidum. Currently, the treatment is still based on the use of Pilocarpine
0.125% to reduce the patient's discomfort, which can be used 2-4 times together, in association
with the use of sunglasses in very bright environments. Conclusion: Adie's syndrome is rare
and we found singularities in its clinical presentation that differ from patient to patient. It is
noted that the syndrome is correlated with several medical areas, which makes its diagnosis
occur through the ophthalmologist, and may have its diagnostic suspicion through other
specialists such as rheumatologists, infectologists and even dermatologists.
1 INTRODUÇÃO
A síndrome de Adie-Homes é uma doença caracterizada pela presença de pupila tônica
associada à diminuição ou ausência dos reflexos tendíneos profundos. Pode ser considerada em
alguns casos uma doença que apresenta disfunção nervosa autônoma. Considerada uma doença
que não apresenta uma causa definida, no entanto acredita-se que seja causada pela desnervação
do suprimento pós-ganglionar para o esfíncter da pupila e para o músculo ciliar, que pode
ocorrer após doença viral. (Renato, et al., 2015)
A síndrome de Adie é uma doença considerada típica de adultos jovens e é unilateral
em até 80% dos casos, em alguns casos a doença pode se desenvolver no olho contralateral por
meses ou anos. Descrita inicialmente por Gordon Morgan Holmes e William John Adi em 1931,
uma doença causada pela desnervação do suprimento pós-ganglionar ao esfíncter da pupila e
ao músculo ciliar.(Elias, et al,. 2021)
Apresenta uma etiologia comumente idiopática. Cirurgias, infecções e traumas orbitais
podem ser fatores predisponentes para o desenvolvimento da doença de Adie, podendo em
alguns casos ser assintomática ou causar visão para perto borrada e fotofobia. A presença de
alteração no tamanho das pupilas é uma das queixas mais comuns. um diagnóstico diferencial
da doença de Adie é a síndrome de Parinaud, que acomete o mesencéfalo dorsal, com presença
de pupilas médio-dilatadas.( Renato & Elias; 2015 and 221)
Após a análise de literatura pode-se concluir que a doença quando prolongada pode se
tornar pequena e apresentar diminuição dos reflexos do tendão profundo e ampla disfunção do
nervo autonômico. Desse modo as suas manifestações clínicas são anisocoria, visão obscura,
reedilatação vagarosa, fotofobia, paresia de acomodação, enervação super sensitiva colinérgica
e em alguns casos pode ser assintomático.(Malamed, et al,. 1983)
Portanto, o objetivo do trabalho é fazer uma análise das formas de representação da
Síndrome de Adie, analisar as suas formas de manifestação e suas diferentes formas de tratar,
avaliando desse modo a forma mais segura para tratar e progredir o paciente com tal patologia.
2 APRESENTAÇÃO DO CASO
JFD, sexo feminino, 28 anos, admitida em Hospital Geral de Goiânia, apresentou há 1
mês quadro de cefaleia fronto-orbital a direita associada a vesículas em mesma região,
dolorosas, em queimação, com diagnóstico de herpes zóster. Fez tratamento com Aciclovir
durante 7 dias, com melhora completa do quadro. Após 2 semanas, notou que sua acuidade
visual à direita para perto estava diminuída, observando os objetos de forma mais borrada,
associado a fotofobia. Ao avaliar pupilas com lâmpada de fenda, observou-se anisocoria à
direita. Ao instilar pilocarpina 0,125% em ambos os olhos, apenas a pupila direita contraiu.
3 DISCUSSÃO
A síndrome de Holmes Adie é caracterizada por modificações pupilares nas fibras pós
ganglionares do sistema nervoso parassimpático. No trabalho de Elias et al (2021), fica evidente
que essa síndrome não possui uma causa bem definida, sendo classificada como uma doença
idiopática. Sabe-se que tem um maior acometimento no público feminino, entre as mulheres de
20 a 40 anos de idade. Possui uma clínica onde o paciente pode apresentar visão turva,
anisocoria, fotofobia e em alguns pacientes ela pode ser totalmente assintomática.
Possuindo uma etiologia indefinida, essa síndrome de acordo com Elias et al (2021) é
enquadrada como uma afecção idiopática, mas é possível que também esteja relacionada com
algumas doenças auto-imunes que possuam manifestações oftalmológicas. Como o lúpus
eritematoso sistêmico que pode acometer os tecidos oculares, a poliartrite nodosa, a qual pode
repercutir negativamente na musculatura ciliar e pupilar do indivíduo acometido. Com isso,
ainda é pouco conhecida a real etiologia dessa síndrome.
De acordo com Fernandez (2021), a síndrome de adie pode se manifestar associada a
outras doenças que possuem acometimento pupilar, quando essa está correlacionada com uma
diminuição dos reflexos tendinosos profundos ela é definida como síndrome de holmes adie,
nos casos em que o paciente apresenta hiporeflexia e anidrose já é classificado como uma outra
síndrome, denominada síndrome de Ross, a qual para alguns estudiosos é considerada como
uma variante da síndrome de Adie. Diante disso, quando o médico suspeitar que o paciente
tenha uma pupila tônica de Adie, ele deve investigar outras alterações neurológicas, com o
intuito de estabelecer o diagnóstico dessas outras síndromes associadas.
As repercussões clínicas dessa síndrome na vida dos pacientes podem não existir, como
também podem impossibilitar o mesmo de realizar suas atividades diárias, uma vez que, quando
acomete de forma mais agressiva as fibras pupilares, pode causar sintomas de turvação visual,
anisocoria e fotofobia. Uma sintomatologia que interfere negativamente na vida do indivíduo.
Portanto, quando o profissional médico suspeitar que o paciente possua essa síndrome, deve ser
feita uma abordagem terapêutica precisa, com a finalidade de reduzir os danos no cotidiano do
paciente.
4 CONCLUSÃO
A Síndrome de Adie manifesta-se com alterações pupilares e não tem sua fisiopatologia
definida, mas sabe-se que pode ser secundária a infecções por vírus da herpes-zoster, parvovírus
B19, Treponema pallidum, além de, raramente, a doenças autoimunes tal como lúpus
eritematoso sistêmico, vasculites (poliarterite nodosa, arterite de células gigantes), hepatite
autoimune, doença celíaca. (ELIAS et al, 2021; PUEYO-ASENSIO et al, 2021).
É uma síndrome rara com diagnóstico desafiador, geralmente com diagnóstico inicial
por profissionais da Oftalmologia que podem solicitar acompanhamento com diferentes
especialidades médicas, como Infectologia, Reumatologia, objetivando elucidação diagnóstica.
Investigação criteriosa de causas infecciosas e doenças sistêmicas autoimunes é
aconselhável, uma vez que a alteração pupilar pode ser apenas a primeira manifestação de
patologias que necessitarão de tratamento e acompanhamento para o paciente.
Sendo assim, o presente estudo apresentou uma entidade rara, que deve ser conhecida e
instigar raciocínio clínico dos profissionais da saúde que, através de um diagnóstico precoce e
proposta terapêutica adequada, oferecerão ao paciente um melhor prognóstico e maior
sobrevida.
REFERÊNCIAS
ELIAS, Camilla de Castro Dias et al. Síndrome de Holmes-Adie: Relato de caso Holmes
Syndrome-Adie: Case Report. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 5, p. 21904-21908,
2021.
FERNANDEZ, Helena Rendon; DO PESO, Borja Arias. Pupila tônica de Adie e outros sinais
associados. Atenção Primária , v. 53, nº. 5 de 2021.
GERMANO, Renato Antunes Schiave et al. Síndrome de Adie-Holmes. Revista Brasileira de
Oftalmologia , v. 74, p. 312-314, 2015.
MELAMED, M. A. Diagnóstico del síndrome de Adie. Tiempos médicos: revista de
educación médica continuada, n. 250, p. 61-62, 1983.
PUEYO-ASENSIO, C. et al. Síndrome de Holmes-Adie como primera manifestación de lupus
eritematoso sistémico. Archivos de la Sociedad Española de Oftalmología, v. 96, n. 3, p. 167-
170, 2021.