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1. Introdução
Segundo Contador (2010, p.164) após o regresso da Segunda Guerra Mundial, mediante das
mudanças em diferentes segmentos como político, econômico e social que foram
estabelecidos, o Japão passou a ser a primeira nação no mundo a conduzir suas energias para
economia de exportação e de adição de valor. Com a iniciativa do aumento de vendas e
produção, o foco adotado foi de gradualmente maximizar o valor agregado e o nível de
emprego. Com o alcance dos objetivos, os japoneses adotaram uma estratégia de qualidade,
baseada em quatro linhas mestras fundamentais: completa satisfação do cliente, qualidade
como prioridade absoluta, melhoria contínua e a participação com o comprometimento de
todos os colaboradores.
De acordo com Imai (1994, p. 6) a humanidade vêm passando por um longo período de
transição com os mercados cada vez mais fragmentados. Para que as empresas possam fazer
negócios nesse ambiente, é necessário que elas possuam características particulares e
multinacionalidade. Ao assimilar a tecnologia de manufatura flexível com o sucesso atingindo
pela produtividade e qualidade muito altas, as inovações tecnológicas se adaptam em um
período curto de tempo às mudanças das necessidades do mercado e dos clientes, focando em
mecanização, automação, robotização e sistemas relacionados. O melhoramento pode ser
dividido em inovação e kaizen (melhoria contínua), onde, a melhoria baseia-se em estabelecer
padrões cada vez mais altos, e inovação é o resultado de investimentos em novas tecnologias
e equipamentos.
Para Tigre (2006, p. 110) as empresas que adotam a postura inovadora, apresentam diferentes
combinações de fontes tecnológicas informação e conhecimento com origem interna e
externa. As fontes internas estão direcionadas para o desenvolvimento de produtos e
processos, obtenção de melhorias incrementais, programas de qualidade, treinamento do
capital humano e aprendizado organizacional. Por sua vez, as fontes externas estão
relacionadas a obtenção de informações codificadas, por meio de livros técnicos, consultorias
especializadas e tecnologias intrínsecas em máquinas e equipamentos.
O simples ato de implantar uma nova tecnologia sem o processo de adaptação e gestão do
conhecimento, não é o suficiente para dispor as empresas competitividade no cenário
empresarial. A tecnologia deve ser conectada a um contexto peculiar, e implementar tais
mudanças, requer também alterações nas cadeias hierárquicas de comando e controle. Para
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Considerando-se a relevância do tema abordado por este trabalho, o presente artigo tem como
problema de pesquisa: Como o melhoramento de processos em uma planta industrial portuária
poderá contribuir no desempenho de um transportador contínuo de graneis? Tal
questionamento há de requerer tanto, uma revisão bibliográfica quanto, a utilização de
mecanismos de observação ou coleta de informações capazes de permitirem que, a temática
investigada atinja o objetivo geral da pesquisa que é: Verificar de que forma o melhoramento
de processos em uma planta industrial portuária poderá contribuir no desempenho de um
transportador contínuo de graneis.
2. Revisão teórica
Para que o presente artigo atinja seus propósitos, é necessário que se faça uma
contextualização acerca das teorias e artigos existentes cujo propósito será o de dar
consistência técnica-cientifica a este trabalho. Neste sentido, é requerido uma abordagem aos
seguintes temas: Processos Industriais, Equipamentos Industriais e Melhoria Contínua que,
entende-se, ser o caminho para a análise do problema suscitado neste artigo.
Para Womack (2004, p. 3) após a Primeira Guerra Mundial, Alfred Sloan, Henry Ford
direcionaram os processos de fabricação mundial de produção artesanal, que tinha como
líderes na época as empresas europeias, para a era da produção em massa, como resultado em
uma grande parte, os Estados Unidos passaram a dominar a economia global. Logo após o
período da Segunda Guerra, Eiji Toyoda e Taiichi Ohno, introduziram o conceito da produção
enxuta no Japão, onde combinam as vantagens das produções artesanal e em massa, sendo
aplicada em todos os níveis da organização, além da alta flexibilidade, automatização nos
processos e ampla variedade em produtos.
Contador (2010, p. 52) conceitua processo com uma sequência padronizada e organizada de
atividades, que utiliza recursos de transformação e recursos transformadores em saídas para
clientes, com valor agregado pela cadeia de um ou mais processos interligados. Ainda
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segundo o autor, a metodologia operacional de gerenciamento dos processos pode ser definida
por meio da: identificação do processo, definição do responsável pelo processo, definição dos
limites do processo, fluxograma do processo, definição de indicadores, análise de cada
processo de maneira unitária, controle dos indicadores, normatizar e a melhoria constante dos
processos.
Segundo Alves (2010, p.2) nos anos de 1970 a 190 “a teoria do controle evoluiu para
melhoria e o refinamento do controle”. Ainda segundo o autor os instrumentos e
equipamentos para o controle dos processos evoluiu desde os primeiros dispositivos
mecânicos utilizados no início do século. Fayol (1960, p. 99) afirma que toda empresa destitui
o controle, para analisar se tudo ocorre como o programa adotado:
Para Imai (1994, p.15) o kaizen produz o pensamento direcionado para o processo, para que
os objetivos sejam alcançados os processos necessitam anteriormente da melhoria. A melhoria
contínua nos processos é conduzido para os esforços das pessoas, possuindo a função de apoio
e estímulo com critérios orientados. A prática do kaizen nos processos tem como preocupação
no seguintes critérios: disciplina, administração do tempo, desenvolvimento da habilidade,
participação e envolvimento, moral e comunicação. Ainda segundo o autor, para
implementação da filosofia kaizen é necessário técnicas de controle de qualidade, diagrama de
Pareto, diagrama de causa e efeito, fluxograma, gráficos, diagrama de dispersão e folha de
verificação. Os efeitos da melhoria são cumulativos observados com o decorrer do tempo, é
um esforço para manter e aperfeiçoar os padrões, um processo lento e gradual.
Para Moraes e Abreu (2006, p.11) desde a pré-história o homem evoluiu, passando pelo
período em que processavam pedras, depois metais, em seguida componentes cada vez mais
complexos até o desenvolvimento de máquinas simples e eficientes, entretanto de propulsão
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manual. Por esse motivo, não eram ainda consideradas máquinas-ferramentas, máquinas aptas
de se ampliar, utilizando fonte de energia externa, com interferência da capacidade intelectual
humana. Historicamente a máquina-ferramenta mais antiga que se adequa nesse conceito é a
mandriladora de canhões de do século XVI a XVIII.
Doyle, et al (1962, p. 11) discorrem que o processo de mecanização nas indústrias teve início
no século XVIII com a revolução industrial. O pioneirismo se deu através da indústria têxtil
na Inglaterra devido as grandes invenções de máquinas de fiação e tecelagem. Após o século
XVIII no continente europeu, surgiu equipamentos básicos para transformação e usinagem de
peças. O conhecimento sobre processos de produção eram rudimentares, porém, já eram
aplicados. A crescente demanda da produção de bens industriais e do consumo, impulsionou a
indústria ao aperfeiçoamento e desenvolvimento dos processos e das máquinas.
Para Alves (2010, p. 2) grande parte das plantas industriais nas décadas de 1940 a 1950 era
operada de maneira manual, muitas pessoas eram necessárias para manter o controle das
diversas plantas industriais existentes. Com o crescente aumento nos custos de mão de obra,
bem como a necessidade de desenvolvimento de equipamentos e processos com maior
performance, tornou-se inviável operar algumas plantas sem o controle automático.
Nesse contexto, existem diversos equipamentos industriais que funcionam com auto nível de
automatismo, porém, sendo obrigatória a utilização de proteções para garantir a segurança
pessoal e operacional. Segundo Fantini (2012, p. 8) tais proteções tem o objetivo de mitigar
riscos e evitar acidentes.
Para Slack, Chambers e Johnston (2009, p. 574), a melhoria contínua não é apenas um fator
isolado, implica em incremento nos pequenos melhoramentos, ele avista as pequenas
melhorias em vantagens significativas sobre os grandes, não importando a taxa, o tamanho e a
frequência, sendo de fato importante que algum melhoramento tenha ocorrido. Também é
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conhecido como kaizen (melhoria contínua), uma palavra de origem japonesa composta por
outras duas palavras Kai = Modificar e Zen = Bem. Ainda segundo o autor, a melhoria
contínua auxilia o trabalho em grupo, a maior atenção em detalhes e adaptabilidade.
A “essência do kaizen é simples e direta: kaizen significa melhoramento. Mais ainda, kaizen
significa contínuo melhoramento, envolvendo todos, em toda classe hierárquica inclusive
gerentes e operários” (IMAI, 1994, p. 3). Ainda segundo o autor, a filosofia do kaizen
assegura que tudo ao nosso redor constantemente deve ser melhorado, desde o modo de vida
da sociedade, desde vida doméstica quando a vida no local de trabalho. Kaizen é um conceito
de guarda-chuvas, que abrange as práticas da administração sejam elas por intermédio do
melhoramento da produtividade, as atividades do Controle Total da Qualidade (TQC), as
relações entre o capital humano e os Círculos de Controle de Qualidade (CCQ).
Kaizen abrange a busca coordenada por inovações contínuas e radicais dentro do processo de
produção (CONTADOR, 2010, p. 187).
Slack, Chambers e Johnston (2009, p. 574), asseguram que uma vez definido as prioridade da
melhoria, é necessário traçar estratégias para serem executadas. Duas estratégias divergentes
configuram filosofias diferentes, que são o melhoramento revolucionário e melhoramento
contínuo. De acordo com o autor o melhoramento revolucionário se fundamenta em inovação,
o caminho para melhoria é uma mudança dramática e grande. Já o melhoramento contínuo
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3. Metodologia da pesquisa
Demo (1987, p. 19) trata a metodologia como uma preocupação instrumental, ciência que
correlaciona a realidade teórica e prática, preocupa-se com os procedimentos e ferramentas
para alcançar os objetivos. Já a pesquisa, é uma ação básica da ciência pela qual se desvenda a
realidade, parte da premissa que a realidade não se descobre em um plano. Ainda segundo
Demo, a ciência não trata qualquer fato, aborda principalmente o que interessa. Medeiros
(1997, p. 39) discorre que “o método depende da natureza e dos fenômenos que serão
observados, pode ser teórico ou empírico”.
Para Lakatos (2010, p.46) a finalidade da métodos científicos que atinam a verdade e utiliza
da comprovação de hipóteses para chegar a tais conclusões, através da observação do que
realmente acontece e da teoria científica que responde de forma concreta a realidade. Ainda
segundo o autor, método é conceituado como sistema de atividades racionais com a finalidade
de alcançar objetivos, com segurança e otimização de recursos, planejamento das atividades,
detectando os erros e auxiliando a tomada de decisão do cientista.
Segundo Matias-Pereira (2012, p. 83) em um sentido holístico, o método de pesquisa pode ser
compreendido como a maneira que o pesquisador checa a genuinidade dos acontecimentos em
estudo, dividindo-o em métodos quantitativo e qualitativo. O método qualitativo os dados
obtidos são analisados de uma maneira indutiva, a pesquisa nesse caso é descritiva não
podendo ser assim quantificados. Já o método quantitativo tem como função coleta de
informações, análise e tratamento dos dados, realizado por métodos estatísticos.
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Matias-Pereira (2012, p. 89) garante que a pesquisa exploratória do ponto de vista de seus
objetivos “visa proporcionar maior familiaridade com o problema com intuito de torná-lo
explícito ou de construir hipótese”:
Gonsalves (2003, p. 64) ressalta que as pesquisas podem ser classificadas por diferentes
critérios, que são: segundo objetivos (Exploratória, Descritiva, Experimental e Explicativa),
fontes de informação (Experimento, Levantamento, Estudo de Caso, bibliográfica,
Documental e Participativa), maneiras para coleta de informações (Campo, Laboratório,
Bibliográfica e Documental) e natureza dos dados (Quantitativa e Qualitativa). A pesquisa
exploratória também conhecida como pesquisa base, é de natureza genérica, se aproxima de
um fato pouco explorado, pois disponibiliza dados para sustentação de estudos mais
específicos sobre o caso.
O estudo foi realizado em uma empresa de grande porte do setor da mineração e logística,
desenvolvido em uma das áreas operacionais da empresa, especificamente em um
equipamento industrial portuário de transporte de graneis sólidos.
A empresa atualmente possui uma forte cultura relacionada à melhoria contínua, e a mesma é
aplicada em diversas áreas da empresa, em ações de pequeno e grande impacto, abrangendo
tanto questões operacionais quanto administrativas. Existe um processo previamente
estabelecido, onde as melhorias são avaliadas, classificadas e seus ganhos são quantificados.
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O objeto de estudo desse artigo foi realizado a partir de uma melhoria em um equipamento
industrial, que apresentava uma não conformidade em um de seus componentes. Nesse
contexto, após a verificação de um ponto de melhoria, o colaborador ou grupo realizará o
kaizen, podendo caso necessário obter suporte de outras áreas, como a área de engenharia
e/ou segurança do trabalho. Após concluir o trabalho, o desenvolvedor preencherá uma ficha
digital, padronizada, onde irá classificar o kaizen, evidenciar ganhos, assim como comprovar
sua realização. A melhoria passará por uma pré-avaliação interna realizada por um analista de
qualidade da área específica, e se aprovado, será encaminhado para a validação do setor da
qualidade. Cada kaizen realizado gera pontos a gerencia do realizador (ou grupo),
contribuindo par o atingimento de metas. O equipamento em questão é um transportador
contínuo de graneis sólidos, também conhecidos como transportador de correia. O
equipamento tem a função de movimentar produtos ao longo do processo produtivo, sendo
um dos principais equipamentos responsáveis pelo adequado escoamento da produção em
suas várias etapas.
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A partir dessa problemática, a bandeja foi estudada por um grupo multidisciplinar, contendo
dois técnicos operacionais, um engenheiro e o suporte de outros colaboradores envolvidos no
processo. Nenhuma ferramenta da qualidade foi aplicada formalmente no caso em questão, a
solução para o problema levantado foi resolvido por meio de revisão dos princípios de
funcionamento do componente, onde foi proposto aberturas na bandeja, com a finalidade de
permitir a passagem do material fugitivo, evitando que esse originasse a atuação da proteção.
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6. Considerações finais
A adoção da filosofia kaizen para o caso estudado permitiu a fácil resolução do problema,
trazendo amplos ganhos para a empresa. Foi possível a partir da melhoria contínua criar uma
cultura de resolução de não conformidades, assim como de ação efetiva dos colaborados em
oportunidades de melhorias. De uma forma geral, foi possível demonstrar a importância da
aplicação de kaizen no ambiente industrial, tanto em aspectos operacionais quanto gerenciais.
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Apesar do caso não evidenciar formalmente a utilização de uma ferramenta específica para a
resolução da problemática, foi perceptível que os conceitos relacionados à melhoria de
processos e qualidade, está difundida amplamente na organização, podendo ser considerado
um fator competitivo, onde constantemente os processos são aprimorados pela utilização da
filosofia kaizen. Independente da ferramenta adotada, o fator primordial pra ganhos positivos
é a característica da organização planejar, executar, controlar e corrigir seus processos,
buscando de maneira sistemática e constante o aperfeiçoamento desses fatores.
Por apresentar caráter qualitativo-exploratório, recomendasse que estudos nessa área possam
aprofundar os resultados levantados, sendo complementados por fatores quantitativos não
abordados de forma ampla no presente estudo, existindo vasta área de pesquisa e geração de
conhecimento em ambientes industriais.
REFERÊNCIAS
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