Revisão Técnica Do Quadro Legal de Terras FINAL PT
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Africa LEAD II
Revisão Técnica do Quadro Legal de Terras
- ESPECIALISTA EM POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO DE
Position Title: TERRAS
- JURISTA, E ESPECIALISTA EM LEGISLAÇÃO SOBRE
TERRAS
Período de Execução do JUNHO – SETEMBRO 2015
Estudo
Total LOE Days 48
A. Objectivo:
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a. Rever o actual quadro legal da terra e avaliar se as diferentes disposições
legais facilitam ou não o alcance do (s) objectivo (s) esperado (s) com a lei
da terra. Destacar as possíveis lacunas e identificar disposições conflituantes
ou harmonizadas, em função do seu impacto no acesso autorizado (fácil e
seguro) à terra para investimentos produtivos, particularmente nas zonas
rurais. A análise deverá ser desdobrada na perspectiva dos utilizadores de
pequena, média e grande escala.
b. Identificar e avaliar o papel dos diferentes instrumentos legais aplicados
quer de forma isolada e / ou inter-relacionada e seu impacto no processo de
tramitação do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT), para os
utilizadores de pequena, média e grande escala.
c. Destacar os constrangimentos mais comuns (dificuldades usuais) e as
restrições encontradas na aplicação da lei no processo de tramitação do
DUAT, para os utilizadores de pequena, média e grande escala.
d. Propor opções e recomendações com vista a melhorar os instrumentos
jurídicos existentes, tendo em conta a simplificação da implementação da lei
dos procedimentos administrativos que guiam o acesso autorizado à terra
(DUAT) e que promovem os investimentos na terra.
B. Contextualização:
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comunidades e entidades podem obter direitos de longo prazo para usar e
beneficiar da terra.
A Lei de Terras foi elaborada com o objectivo de apoiar e proteger os direitos
territoriais das comunidades, das mulheres, dos pequenos agricultores e ao mesmo
tempo incentivar o investimento na terra. O acesso à terra pode se efectuar de três
formas: direitos costumeiros, ocupação de boa-fé e autorização.
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de dois por cento das aplicações de DUATs são concluídas num período de 30
dias. Em alguns casos, a tramitação do DUAT pode ser superior a seis anos.
O relatório do Banco Mundial, " Enabling the business of Agriculture – EBA,
publicado em 2015", indica que em Moçambique, um pequeno agricultor deve
realizar pelo menos 10 procedimentos diferentes para registar a sua própria terra
que vem ocupando/ explorando em boa-fé. O mesmo relatório confirma também
que a tramitação do DUAT demora mais de um ano e que os custos associados são
cerca de 36,5% do valor estimado da terra/propriedade ocupada; na maioria dos
países este valor é inferior a 2%. Isto ilustra os obstáculos existentes em
Moçambique no acesso autorizado da terra.
A tramitação de DUATs não tem sido uniforme. As práticas a nível local (distrito)
variam. Em alguns casos o Serviço Distrital de Planeamento e Infra-estrutura
(SDPI) é responsável não só pela administração da terra, mas também pelo
processo de tramitação do DUAT, e por vezes, a responsabilidade é atribuída ao
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Serviço Distrital de Actividades Económicas (SDAE). A prevalência de diferentes
práticas institucionais torna difícil a implementação de directrizes metodológicas
padronizadas, o que poderia acelerar a tramitação do DUAT e, talvez, reduzir o
poder discricionário frequentemente mencionado em autorizações do DUAT.
A multiplicidade de organismos e autoridades que emitem as autorizações
necessárias para a concessão do DUAT, muitas vezes desencoraja os investidores e
também pode contribuir para práticas de corrupção. O recém-criado Ministério de
Terras, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MTADR) está a abordar esta questão.
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associado ao acesso autorizado à terra pelos utilizadores/investidores de pequena,
média e grande escala.
C. Responsabilidades do Consultor
A análise do quadro jurídico não deverá cingir-se apenas a uma revisão dos
instrumentos jurídicos escritos; a revisão deve ser complementada por uma
identificação de práticas de implementação da lei incluindo e auscultar as
percepções e experiências das partes interessadas (regulador, investidor de
pequena, média e grande escala e a comunidade), tendo em conta o tempo e os
custos de acesso seguro à terra em Moçambique, bem como a realização de
investimentos na terra.
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a. Efectuar uma análise documental dos estudos recentes e outros documentos
pertinentes ao acesso seguro da terra, para investimento e extracção dos
principais problemas já identificados e propor soluções.
b. Efectuar uma avaliação do quadro jurídico do acesso autorizado à terra em
Moçambique, incluindo todas as leis e regulamentos associados,
identificando e destacando: inconsistência, lacunas, aspectos
complementares e outros que podem estar a contribuir para o difícil acesso
seguro à terra e, consequentemente, desincentivar investimentos na terra. A
lista (não exaustiva) da legislação a ser objecto da revisão técnica está no
anexo A.
c. Apresentar experiências internacionais de quadro legal conducentes ao
acesso seguro à terra e a promoção de investimentos produtivos.
d. Sem prejuízo da propriedade do Estado sobre a terra e dos princípios
fundamentais que o Estado procura salvaguardar com a propriedade estatal,
a equipa deverá propor opções de potenciais ajustamentos das provisões
legais (se aplicável), que tornem os processos e procedimentos de acesso
autorizado à terra rápidos, eliminando disposições legais desnecessárias e
procedimentos administrativos ineficazes.
e. Apresentar e validar os resultados do estudo ao MTADR, MASA, CTA,
Grupo de Reflexão do Fórum de Consulta da Terra (FCT) e parceiros de
cooperação; realizar seminários públicos de validação e divulgação de
resultados em Maputo, Beira e Nampula.
D. Resultados Esperados:
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1. Relatório Inicial, a ser apresentado cinco dias após a assinatura do contrato.
Deverá conter, entre outros aspectos: a compreensão dos termos de
referência pela equipe de consultores; a apresentação da
abordagem/metodologia do estudo incluindo a metodologia da recolha de
informação às práticas de implementação e a metodologia de validação dos
resultados do estudo; a revisão da literatura - a experiência internacional e a
experiência Moçambicana no acesso autorizado à terra pelos pequenos,
médios e grandes investidores; o calendário do estudo e o esboço temático
do relatório.
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3. Os Materiais de Apresentação (PowerPoint) dos resultados do estudo em
Inglês e Português.
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O estudo será realizado por uma equipa de consultores que inclui um Especialista
em Terra e em Quadro legal e administrativo moçambicano, e um jurista. O nível
de esforço (LOE) está estimado em 48 dias de trabalho.
G. Cronograma de Implementação:
A revisão técnica do quadro legal do acesso seguro à terra será realizada durante o
período compreendido entre 15 Junho – 30 Setembro de 2015.
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Anexo: Quadro Legal da Terra- inventário de instrumentos jurídicos (não exaustivo)
10. Decreto n.º 43/2010, de 20 Altera o n.º 2 do Artigo 27, relativo aos participantes nas
de Outubro consultas públicas e entidade competente para assinar a
respectiva acta
11. Diploma Ministerial n.º Actualiza as taxas do DUAT
144/2010 de 24 de
Novembro
12. Diploma Ministerial n.º Fixa os procedimentos a serem seguidos para a realização
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Substitui a Lei n.º 6/79, de 3 de Julho
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Substitui o Decreto n.º 16/87, de 15 de Julho
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158/2011 de 15 de Junho. da consulta comunitária.
17. Decreto n.º 15/2000, de 20 Estabelece formas de articulação dos órgãos locais do
de Junho Estado com as autoridades comunitárias
25. Diploma Ministerial n.º Regulamento de Articulação dos Órgãos das Autarquias
80/2004 de 14 de Maio Locais com as Autoridades Comunitárias
26. Diploma Ministerial n.º Directiva sobre o Processo de Expropriação para Efeitos
181/2010, de 03 de de Ordenamento Territorial
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Novembro
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