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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI

CAMPUS UNIVERSITÁRIO “MINISTRO PETRÔNIO PORTELLA”


CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS - CCHL
CURSO - CIÊNCIAS ECONÔMICAS
PROFESSOR - FRANCISCO PRANCACIO
DISCENTE - FRANCISCO SILVA ASSUNÇÃO JUNIOR

VASCONCELLOS, M. A. Sandoval; GARCIA, M. Enriquez. Evolução do


Pensamento Econômico: Breve Restrospecto.In_Fundamentos de Economia.
5ª Ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2014.
RESUMO
A evolução do pensamento econômico se dá desde a antiguidade, na
Grécia Antiga e também em Roma, quando era tratada de forma a ser incluída na
filosofia social, da justiça, da moral e da ética, por entre os estudiosos da época,
Aristóteles (384-322 a.C.), Platão (427-347 a.C.) e Xenofonte (440-335 a.C.),
não tendo um estudo apenas direcionado a economia como uma ciência própria.
A partir do século XVI nasce o mercantilismo, a primeira escola econômica, que
apesar de não ser simplesmente um estudo da economia por si só, já a estudava
e tinha preocupação com o acumulo de riquezas de uma nação. E no século XVIII,
na fisiocracia, foi quando os estudos dividiram a economia em setores,
evidenciando a relação entre eles.

No pensamento clássico, Adam Smith (1723-1790), foi considerado o


precursor da moderna teoria econômica, finalmente abordando a economia como
uma ciência própria, e que na sua visão, o livre mercado em busca de máximo
lucro, guiado por uma “mão invisível”, se ajustaria sozinho para o bem-estar de
todos, com a divisão do trabalho e a especialização aumentando a produtividade
e também a riqueza, e que o papel do estado na economia seria apenas para a
proteção, criação e manutenção de instituições necessárias, sem intervir nas leis
de mercado ou na prática econômica. David Ricardo (1772-1823), desenvolveu
um importante estudo sobre o comércio internacional, chamado de “teoria das
vantagens comparativas”, que analisa os motivos das nações negociarem entre si
e quais produtos devem ser comercializados, e também fez estudos sobre a
distribuição dos rendimentos da terra. John Stuart Mill (1806-1873) aprimorou
todo o pensamento clássico, definindo melhor as restrições, vantagens e
funcionamento de uma economia de mercado. Jean-Baptiste Say (1768-1832)
criou a chamada “lei de Say: a oferta cria sua própria procura”, pois o aumento na
produção gera renda aos trabalhadores e empresários, que seria gasto em
produtos e serviços, sendo um dos pilares da macroeconomia clássica. Thomas
Malthus (1766-1834) sistematizou uma teoria geral sobre a população, pois a
população cresce de forma acelerada se comparada a produção de alimentos,
sendo a favor ao adiamento de casamentos, que famílias pobres não tivessem
filhos, e via benefícios na guerra como uma solução para o crescimento
populacional. Porém Malthus não previu os avanços tecnológicos na agricultura,
como também as técnicas de controle da natalidade que viriam.

Então, foi a partir do pensamento clássico que a economia passou a ser


estudada como uma ciência própria e a desenvolver instrumentos de análise
específico para as questões econômica. O período neoclássico levou ao
desenvolvimento de aspectos da microeconomia, procurando isolar fatos
econômicos de aspectos da realidade social, como o desejo do consumidor de
maximizar sua satisfação no consumo e do produtor de maximizar seu lucro, para
deduzir o equilíbrio de mercado. E como se fundamenta em conceitos marginais,
essa corrente teórica também se chama teoria marginalista, sendo uma análise
muito rica e variada, com alguns economistas privilegiando aspectos de muitos
mercados simultaneamente, como no caso de Léon Walras, o equilíbrio geral,
enquanto outros, aspectos de equilíbrio parcial, caso de Francis Edgeworth.

A teoria keynesiana surge logo após uma grande crise econômica na


realidade dos principais países capitalistas, com o desemprego chegando a níveis
alarmantes. Como a teoria econômica vigente da época não conseguia mais
explicar o que estava acontecendo naquele novo contexto econômico, a teoria
geral de Keynes veio para inverter o sentido da lei de Say (a oferta cria sua própria
procura), onde, para Keynes, numa economia em recessão era necessário a
intervenção do estado por meio de política de gastos públicos, pondo um fim na
crença do laissez-faire como regulador do mercado, sendo então chamado de
princípio da demanda efetiva. O trabalho de Keynes deu origem a grupos de
teóricos que duram até hoje, sendo três deles os com maiores destaque: Os
monetaristas, os fiscalistas e os pós-keynesianos. De maneira geral, os
monetaristas privilegiam o controle da moeda e um baixo grau de intervenção do
Estado, os fiscalistas recomendam o uso de politicas fiscais ativas e acentuado
grau de intervenção do Estado, já os pós-keynesianos procuram defender as
ideias de Keynes e mostrar que ele não negligenciou o papel da moeda e da
politica monetária. E embora as diferenças entre essas várias correntes de
pensamento que surgiu após a obra de Keynes, há um consenso quanto aos
pontos fundamentais de sua teoria.

Com grandes mudanças e transformações na tecnologia a partir de 1970 e


nos avanços ao conteúdo empírico da economia, surge o período recente, que é
possibilitado agora pelo rápido processamento de informações e sua precisão sem
precedentes, lhe conferindo maior aplicação prática, aprimorando cada vez mais
a teoria existente e abrindo novas frentes teóricas importantes. A análise
econômica agora em um outro patamar impacta estudos para melhoria dos
padrões de vida e do bem-estar da sociedade. Quanto a abordagens alternativas
da teoria econômica, se destacam os Marxistas e os Institucionalistas. O
marxismo defende que a burguesia se apropriou dos meios de produção,
impossibilitando o proletariado de produzir o necessário para sobreviver. Como os
burgueses possuem os meios de produção, se apropriam do excedente produzido
(mais-valia) e os trabalhadores são obrigados a vender sua força de trabalho. Isso
explica o processo de acumulação e a evolução das relações entre classes
sociais. Os institucionalistas dirigem suas criticas às abstrações da teoria
econômica e ao fato de ela não incorporar em sua análise as instituições sociais,
rejeitam a ideia neoclássica de racionalidade e dos ganhos e perdas marginais,
pois defende que as decisões das pessoas refletem muito mais de uma influência
das instituições dominantes e do próprio desenvolvimento tecnológico.

O Prêmio Nobel de Economia foi instituído em 1969, sendo seus primeiros


ganhadores Ragnar Frisch e Jan Tinbergen, constituindo a maioria dos
ganhadores desse prêmio os economistas que trouxeram uma contribuição
empírica ao conhecimento econômico.

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