Aciaria 1020
Aciaria 1020
Aciaria 1020
Escola de Engenharia
Departamento de Metalurgia
Trabalho de diplomação
Porto Alegre
2013
I
AGRADECIMENTOS
II
SUMÁRIO
III
3.1.1 Molde ..................................................................................... 40
3.1.2 Pó Fluxante ........................................................................... 41
3.1.3 Resfriamento Secundário .................................................... 42
3.2 INSTRUMENTAÇÃO COM TERMOPARES ...................................... 42
5. CONCLUSÕES ............................................................................................ 70
6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .......................................... 71
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 72
IV
LISTA DE FIGURAS
V
Figura 18: Desenho representativo com as estruturas coquilhada, colunar e
equiaxial (Adaptado de ASM Handbook, 1992). .............................. 36
Figura 19: Formação de zona coquilhada e início da zona colunar (Adaptado de
Garcia, 2001). .................................................................................. 37
Figura 20: Macroestrutura de grãos das secções colunares e transversais de
aços 0,10% C e 0,90% C (Singh, 1974). ......................................... 39
Figura 21: Representação das faces do molde e as posições relativas aos
termopares. ..................................................................................... 44
Figura 22: (a) Detalhe dos sulcos já usinados na face lateral do molde. (b)
Termopares inseridos nos sulcos usinados no molde. .................... 45
Figura 23: (a) Terminais para fixação dos termopares no molde. (b) Conectores
para ligação dos termopares ao cabo de compensação. ................ 45
Figura 24: Representação de pontos onde foram medidos comprimentos da
zona coquilhada na amostra macrográfica. ..................................... 51
Figura 25: Gráfico de temperatura x tempo de termopares no molde em uma
corrida de um aço SAE 1055. .......................................................... 52
Figura 26: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde, para a face
externa com valores medidos na extremidade do molde................. 53
Figura 27: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde, para a face
interna com valores medidos na extremidade do molde. ................ 54
Figura 28: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde com valores
medidos entre a extremidade e o centro do molde. / (a) Face Externa
/ (b) Face Lateral / (c) Face Interna. ................................................ 55
Figura 29: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde com valores
medidos no centro do molde. / (a) Face Externa / (b) Face Lateral /
(c) Face Interna. .............................................................................. 57
Figura 30: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde, para a face
externa com valores medidos na extremidade do molde................. 58
Figura 31: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde, para a face
interna com valores medidos na extremidade do molde. ................ 59
Figura 32: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde com valores
medidos entre a extremidade e o centro do molde. / (a) Face Externa
/ (b) Face Lateral / (c) Face Interna. ................................................ 60
Figura 33: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde com valores
medidos no centro do molde./ (a) Face Externa / (b) Face Lateral /
(c) Face Interna. .............................................................................. 62
Figura 34: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde dos
termopares localizados na extremidade da face externa. ............... 63
Figura 35: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde dos
termopares localizados na extremidade da face interna. ................ 64
Figura 36: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde para os
termopares localizados entre o canto e o centro da face externa. / (a)
Face Externa / (b) Face Lateral / (c) Face Interna. .......................... 65
VI
Figura 37: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde para os
termopares localizados no centro da face externa. / (a) Face Externa
/ (b) Face Lateral / (c) Face Interna ................................................. 67
Figura 38: Macrografias das corridas analisadas. / (a) Aço 1 / (b) Aço 2 / (c) Aço
3 / (d) Aço 4. .................................................................................... 68
VII
LISTA DE TABELAS
VIII
RESUMO
IX
ABSTRACT
X
1. INTRODUÇÃO
11
própria composição química da corrida é uma variável importante a ser
considerada. Em uma planta de aços especiais, que pode trabalhar com
centenas de qualidades, isto é algo a se considerar. Além disso, a temperatura
de vazamento, a velocidade de lingotamento, o tipo de molde, o tipo de pó
fluxante, temperatura e velocidade de água de refrigeração, são todos
parâmetros que modificam a transferência de calor entre o metal/molde. Dessa
forma é imprescindível que as principais variáveis envolvidas neste processo
sejam compreendidas.
12
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
13
Com o progressivo deslocamento da casca sólida devido à oscilação
do molde, o lingote, é sustentado pelo movimento de rotação dos
rolos extratores. Sua espessura continua a aumentar através do
contato com os chuveiros (sprays) de água e/ou ar na região de
resfriamento secundário;
Quando a barra falsa passa pela região horizontal da máquina, a
mesma é desconectada do lingote, removida da máquina e
estocada;
A seguir, é efetuado o corte com maçaricos ou guilhotinas dos
produtos lingotados nos comprimentos desejados;
Estes produtos são deslocados para o resfriamento em leitos
(tarugos e blocos) ou através da formação de pilhas (placas);
O resfriamento dos produtos lingotados pode ser concluído na área
de condicionamento por diversos métodos (ao ar, com água ou em
campânulas).
14
A solidificação do aço líquido durante o lingotamento é, portanto, obtida
em três etapas bem distintas: a primeira ocorre pelo contato do aço líquido com
o molde de cobre resfriado a água, esta é chamada zona de resfriamento
primário ou região do molde. Na segunda etapa realiza-se o borrifamento de
água ou mistura de água e ar sobre a superfície de um lingote já com uma
casca solidificada, no chamado resfriamento secundário, ou região dos
chuveiros. A terceira e última etapa realiza-se diretamente pelo ar na chamada
região de radiação livre.
15
A Radiação é a transferência de energia através de algum espaço
vazio, na forma de ondas eletromagnéticas. Entre a casca solidificada e o
molde forma-se uma camada de ar que dissipa calor através de radiação.
= h. A. ( − ( )) = - h. A. ∆T(t) ................................................................(1)
16
Figura 2: Mecanismos de transferência de calor no sistema metal/molde (Adaptado de Garcia,
2001).
17
no molde. Conforme a figura 3, a média do fluxo de calor aumentou 1,4%, para
uma redução na velocidade da água de 9,9 para 7,6 m/s, porém esse valor é
relativamente baixo para ser significativo.
18
Oscilação do molde;
Lubrificação com pó fluxante.
19
resistência mecânica para suportar o metal líquido e as tensões de extração do
lingote.
Figura 5: (a) e (b) Ondulações em aços de 0,10 e 0,70% C. c) Comparação entre a casca
formada em um aço com 0,70 e 0,10% C. (Singh, 1974).
20
Conforme o autor, esse problema é ligado à falta de contato entre
metal de molde e, também, sendo influenciado pela composição química do
aço.
21
ocorre, a quantidade de sólido aumenta, com consequente enriquecimento de
carbono no líquido remanescente. Ao atingir a temperatura de 1395 ᵒC, a fase
sólida de ferrita- e o líquido restante se transformam diretamente na fase
(austenita) (Durand-Charre, 2003).
22
O metal a ser resfriado abaixo da temperatura de transformação
peritética sofre uma variação negativa de volume causado pela transformação
L + → . A intensidade da transformação volumétrica do metal faz com que o
tarugo durante o lingotamento contínuo tenda a agarrar-se ou descolar-se da
parede do molde (Barcellos, 2007).
Essas transformações nos aços peritéticos reforçam o que foi dito por
Wolf (2001), a respeito de a composição química destacar-se entre os diversos
parâmetros que afetam a transferência de calor.
23
Figura 8: Contração do tarugo em função do teor de carbono (Harste, 2003).
24
É ressaltado por Barcellos (2007) que em aços com elementos de liga
como níquel, manganês, silício, cromo, molibdênio, ocorrem mudanças nas
temperaturas e nas composições da transformação peritética, sendo que a
influência desses elementos é descrita através de concentrações equivalentes.
Para aços ao carbono ou baixa liga, o efeito dos elementos de liga pode ser
expresso em termos de carbono equivalente (Ceq), conforme a equação 2.
Para aços com valores de PF < 0, isso é, valor negativo, indica que
ocorre a solidificação totalmente austenítica de aços hiperperitéticos. Para aços
com valores entre 0 e 1, define-se como faixa peritética com mistura de fases
e na solidificação. Por fim, para aços com valores de PF > 1, são os aços
hipoperitéticos com solidificação ferrítica. O autor definiu em sua pesquisa,
aços do tipo A, para aços com tendência a formar depressão da casca
solidificada, com valor de PF entre 0,85 – 1,05. Aços com valores diferentes
desses são considerados do tipo B e tendem a agarrar-se nas paredes do
molde.
25
No lingotamento contínuo, a camada de metal solidificado depende
exclusivamente do contato entre o aço e o molde, desconsiderando a
transferência de calor no eixo do comprimento do lingote. Dessa forma, o
dimensionamento de um molde está relacionado às suas paredes, que podem
ter geometria planar, cilíndrica e com variações de espessura ao longo do
molde para otimizar o processo de transferência de calor reduzindo-se o gap.
26
Figura 9: Gráfico calculado para Fluxo de calor x Distância do menisco, para diferentes moldes.
Fonte: Chandra (1993).
27
A influência deste parâmetro de lingotamento também foi estudada por
Pinheiro (2000b) para os aços peritéticos. Em seus estudos, o autor constatou
que a temperatura do molde aumentou com o aumento da frequência de
oscilação. O perfil de transferência de calor também se comportou de forma
semelhante, ou seja, quanto mais alta a frequência, maior a transferência de
calor, como mostrado nas figuras 10 (temperatura do molde x distância a partir
do topo de molde) e 11 (fluxo de calor no molde x distância a partir do topo do
molde), para frequências de 150 rpm e 170 rpm.
28
A diferença do fluxo de calor no molde é parcialmente atribuída ao
decréscimo no consumo de pó fluxante quando a frequência de oscilação
aumenta. Reduzindo a quantidade de fluxante e, consequentemente a
espessura do filme lubrificante entre o molde e o tarugo, o gap diminui e a
transferência de calor aumenta (Pinheiro, 2000b).
29
O pó fluxante fornece uma lubrificação líquida que resulta em menor
fricção do tarugo à parede do molde, resultando em um fluxo de calor mais
uniforme. O pó também fornece um isolamento térmico para o líquido vazado
no molde, permitindo lingotar com menores superaquecimentos. O óleo
lubrificante, por outro lado, promove um contato maior do tarugo ao molde
gerando maiores variações no fluxo de calor na região do menisco (Pinheiro,
2000a).
30
por regiões mais quentes e menos resistentes, apresentam tendência à
formação de trincas. Além disso, o resfriamento muito intenso na zona de
chuveiros pode gerar uma camada sólida excessivamente espessa. Devido ao
lingote estar praticamente sólido, ele perde capacidade de absorver as
deformações impostas, podendo formar trincas oriundas de um tensionamento
demasiado durante a curvatura do material (Lotov, 2005).
31
Um dos parâmetros importantes é o agitador eletromagnético, que
pode ser utilizado em diferentes regiões do tarugo. Ou seja, pode fazer parte
do resfriamento primário, secundário e/ou terciário.
32
O agitador eletromagnético pode ser utilizado em diferentes posições
do tarugo, conforme mostrado na figura 13, podendo apresentar variações
conforme sua finalidade.
Figura 13: Diferentes posições para o uso de agitadores eletromagnéticos (Adaptado por
Trindade, 2002).
33
Figura 14: Fluxo de calor nas paredes do molde para correntes diferentes no MEMS (Trindade
2001).
34
temperatura, foram distribuídos termopares ao longo do molde, conforme a
figura 16.
Figura 16: Disposição dos termopares no molde para controle de temperatura (Chow, 2002).
Figura 17: Perfil do fluxo térmico para diferentes velocidades de lingotamento. (Chow, 2002).
36
orientação aleatória. Então, essa camada de pequenos grãos é denominada
zona coquilhada. A transição para a zona colunar ocorre porque os grãos
perpendiculares ao molde irão se desenvolver, formando dendritas, e os grãos
que não tiverem direções favoráveis de crescimento serão bloqueados. Isso é
mostrado na figura 19.
Figura 19: Formação de zona coquilhada e início da zona colunar (Adaptado de Garcia, 2001).
37
super-resfriado e formar os cristais equiaxiais. Dessa forma o crescimento
colunar será interrompido e a zona equiaxial será formada.
38
Figura 20: Macroestrutura de grãos das secções colunares e transversais de aços 0,10% C e
0,90% C (Singh, 1974).
39
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1.1 Molde
40
Os parâmetros termofísicos do molde foram obtidos via manuais
técnicos do fabricante. A peça é fabricada de cobre e possui um revestimento
interno constituído de uma camada depositada de cromo de aproximadamente
1 mm, utilizada para melhorar a resistência ao desgaste do interior do molde.
3.1.2 Pó Fluxante
41
total é distribuída uma camada de aproximadamente 45 mm, sobre a superfície
do lingote, para ajudar no isolamento térmico.
42
Tabela 3: Descrição das posições dos termopares no molde.
Distância do Distância da
Termopar Face do molde topo do face quente
molde (mm) (mm)
Termopar 1 Raio Externo 120,05 5
Termopar 2 Raio Externo 145,00 6,7
Termopar 3 Raio Externo 145,00 5
Termopar 4 Raio Externo 170,02 5
Termopar 5 Raio Externo 170,02 5
Termopar 6 Raio Externo 170,02 5
Termopar 7 Raio Externo 272,56 5
Termopar 8 Raio Externo 400,00 5
Termopar 9 Raio Externo 400,00 5
Termopar 10 Raio Externo 400,00 6,7
Termopar 11 Raio Externo 400,00 5
Termopar 12 Raio Externo 624,97 5
Termopar 13 Raio Externo 849,98 5
Termopar 14 Raio Externo 849,98 5
Termopar 15 Raio Externo 849,98 5
Termopar 16 Lateral 120,05 5
Termopar 17 Lateral 145,00 6,7
Termopar 18 Lateral 145,00 5
Termopar 19 Lateral 170,02 5
Termopar 20 Lateral 170,02 5
Termopar 21 Lateral 272,56 5
Termopar 22 Lateral 400,00 5
Termopar 23 Lateral 400,00 6,7
Termopar 24 Lateral 400,00 5
Termopar 25 Lateral 624,97 5
Termopar 26 Lateral 849,98 5
Termopar 27 Lateral 849,98 5
Termopar 28 Raio Interno 120,05 5
Termopar 29 Raio Interno 145,00 6,7
Termopar 30 Raio Interno 145,00 5
Termopar 31 Raio Interno 170,02 5
Termopar 32 Raio Interno 170,02 5
Termopar 33 Raio Interno 170,02 5
Termopar 34 Raio Interno 272,56 5
Termopar 35 Raio Interno 400,00 5
Termopar 36 Raio Interno 400,00 5
Termopar 37 Raio Interno 400,00 5
Termopar 38 Raio Interno 400,00 6,7
Termopar 39 Raio Interno 624,97 5
Termopar 40 Raio Interno 849,98 5
Termopar 41 Raio Interno 849,98 5
Termopar 42 Raio Interno 849,98 5
43
Figura 21: Representação das faces do molde e as posições relativas aos termopares.
44
(a) (b)
Figura 22: (a) Detalhe dos sulcos já usinados na face lateral do molde. (b) Termopares
inseridos nos sulcos usinados no molde.
(a) (b)
Figura 23: (a) Terminais para fixação dos termopares no molde. (b) Conectores para ligação
dos termopares ao cabo de compensação.
45
radiação, em 6 pontos de uma das faces do veio 3. Ao todo foram monitorados
8 pontos, 2 com pirômetros fixos e o restante monitorado manualmente com o
pirômetro móvel. Escolheu-se a face lateral porque fica exposta ao lado onde é
possível ter acesso com maior facilidade para fazer as medições. Esses locais
foram escolhidos por corresponderem a pontos onde eventualmente pudessem
gerar falhas nos tarugos. Logo abaixo do molde, devido ao gradiente de
temperatura em que o material pode ser exposto, é um dos pontos
estratégicos. Outro local que gera falhas é a região do desempeno que também
teve seu monitoramento. Maiores detalhes sobre a distância desses valores
são observados na tabela 4.
Distância do topo
Pirômetro
do molde (mm)
Pirômetro 8 900
Pirômetro 7 1070
Pirômetro 6 10480
Pirômetro 5 12790
Pirômetro 4 16900
Pirômetro 3 19790
Pirômetro 2 22300
Pirômetro 1 23740
46
com esses valores obtidos foram calculadas médias de temperatura para cada
corrida, que dura em média 50 minutos. Os valores de velocidades são
fornecidos pelo software MES, de onde foram obtidas as médias.
47
Tabela 5: Dados de algumas corridas monitoradas.
T de Vaz. Velocidade
Corrida Qualidade Ceq
(ºC) Veio 3 (m/min)
Aço 1 SAE 1040 1546 2,1 0,36
Aço 2 SAE 5140 1544 1,96 0,36
Aço 3 SAE 1520 1543 1,95 0,2
Aço 4 SAE 1070 1509 2,01 0,63
Aço 5 SAE 5115 1552 2,09 0,12
T de Velocidade
Corrida Qualidade Ceq
Vaz. (ºC) Veio 3 (m/min)
Aço 1 SAE 5120 1547 1,99 0,15
Aço 2 SAE 6130 1552 1,99 0,27
Aço 3 SAE 1050 1536 1,99 0,5
48
corridas apresentadas na tabela 7. A velocidade de lingotamento para as
corridas analisadas foi de 1,99 m/min.
T de Vaz.
Corrida Qualidade Ceq
(ºC)
Aço 1 SAE 5120 1546 0,18
Aço 2 SAE 4340 1530 0,34
Aço 3 SAE 1095 1513 0,99
Após esta etapa, foi realizado ataque químico com o reagente Nital
10% (900 ml de álcool e 100 ml de ácido nítrico P.A.). O reagente era colocado
sobre a amostra com o auxílio de um algodão, até se obter uma qualidade
49
desejada de revelação estrutural. O tempo de ataque varia entre as amostras
dependendo da composição química.
50
Figura 24: Representação de pontos onde foram medidos comprimentos da zona coquilhada
na amostra macrográfica.
51
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
120
100
Tp 1
Temperatura (°C)
Tp 5
80
Tp 10
60 Tp 15
Tp 20
40 Tp 25
20
0
06:38 06:46 06:53 07:00 07:07 07:14 07:22 07:29
Tempo (hh:mm)
Figura 26: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde, para a face externa com
valores medidos na extremidade do molde.
53
Figura 27: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde, para a face interna com
valores medidos na extremidade do molde.
O aço tem maior contato com a face externa e um maior gap com a
face interna, devido à curvatura do molde na máquina de lingotamento e a
força da gravidade. Logo, a face externa tem maior transferência de calor. A
face externa, representada pela figura 26, apresenta maiores temperaturas
iniciais devido ao maior contato com o molde na região próxima ao menisco
(pode ser observado nas figuras do item 4.1.1.3). As temperaturas mais altas
indicam uma maior transferência de calor para o molde. Nos pontos seguintes,
a temperatura é mais baixa, diminuindo a transferência de calor. Entretanto,
deve-se levar em conta a contração do aço líquido que está se solidificando.
Isso pode ser uma justificativa para a diminuição da transferência de calor.
54
(a) (b) (c)
Figura 28: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde com valores medidos entre a extremidade e o centro do molde. / (a) Face Externa / (b) Face Lateral / (c) Face
Interna.
55
Pode-se observar para esta posição que os valores iniciais de
temperaturas são maiores do que nos termopares da extremidade do molde.
Isso significa uma maior transferência de calor do aço para o molde. As
temperaturas dos termopares seguem maiores até as posições mais distantes
do topo do molde, ou seja, a transferência de calor nessa região é maior do
que na extremidade do molde.
56
Figura 29: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde com valores medidos no
centro do molde. / (a) Face Externa / (b) Face Lateral / (c) Face Interna.
57
4.2 INFLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA
Figura 30: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde, para a face externa com
valores medidos na extremidade do molde.
58
Figura 31: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde, para a face interna com
valores medidos na extremidade do molde.
59
(a) (b) (c)
Figura 32: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde com valores medidos entre a extremidade e o centro do molde. / (a) Face Externa / (b) Face Lateral / (c) Face
Interna.
60
O comportamento desses termopares difere dos anteriores. Na figura
32a, é notado que os aços 2 e 3 têm comportamentos bem semelhantes. Uma
explicação para esse comportamento foi estudada por Singh (1974), através de
análises do fluxo de calor médio no molde em função da porcentagem de
carbono, o autor verificou que para aços com teor de carbono de até 0,12%, o
fluxo de calor é baixo. Porém, à medida que o teor de carbono se eleva, o fluxo
de calor aumenta e torna-se aproximadamente constante para concentrações
acima de 0,25% C.
61
Figura 33: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde com valores medidos no
centro do molde./ (a) Face Externa / (b) Face Lateral / (c) Face Interna.
62
4.3 INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE LINGOTAMENTO
Velocidade
Corrida Qualidade
Veio 3 (m/min)
1 2,07
2 SAE 1040 2,21
3 2,23
Figura 34: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde dos termopares localizados na
extremidade da face externa.
63
Figura 35: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde dos termopares localizados na
extremidade da face interna.
Os gráficos condizem com o que foi estudado por Chow (2001), seu
trabalho mostrou que o fluxo de calor é sensível às variações de velocidade de
lingotamento. Da mesma forma, as figuras 34 e 35 apresentam resultados
semelhantes, maiores velocidades de lingotamento tenderam a apresentar
maiores taxas de transferência de calor. Segundo o autor, existem três razões
para a velocidade de lingotamento influenciar na transferência de calor.
Primeiro, o menor tempo de residência do aço em altas velocidades resulta em
menor casca solidificada que deforma facilmente sob ação da pressão
metalostática, reduzindo o gap de ar entre o tarugo e a parede do molde.
Segundo, esse menor tempo de residência resulta em maiores temperaturas na
superfície do tarugo, que aumenta o gradiente térmico e a força motriz para o
fluxo de calor pelo molde. Terceiro, há uma menor contração térmica da casca
solidificada devido a sua maior temperatura, que melhora o contato
metal/molde por não contribuir para o aumento do tamanho do gap.
64
(a) (b) (c)
Figura 36: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde para os termopares localizados entre o canto e o centro da face externa. / (a) Face Externa / (b) Face Lateral / (c)
Face Interna.
65
O comportamento desses termopares mostram-se semelhantes ao item
4.1.1, onde as maiores temperaturas estão localizadas inicialmente no raio
externo, devido à curvatura do molde que faz com que a pressão metalostática
influencie na transferência de calor. Nos pontos iniciais existe pouca diferença
entre a face lateral e interna e a aproximadamente 850 mm do topo do molde
às faces externa e lateral tendem a transferir mais calor que a face interna
possivelmente devido à pressão metalostática, novamente. A velocidade de
lingotamento mostra-se novamente condizente com o que é citado por Chow
(2001).
A face lateral, representada pela figura 36b, mostra o aço 1, com uma
maior transferência de calor a partir de 400 mm do topo do molde, isso pode
ser atribuída a baixa transferência de calor inicial, que pode ter gerado uma
casca muito fina que deformou-se devido a pressão metalostática. Por esse
motivo o fluxo de calor é mais elevado a partir de 400 mm.
66
Figura 37: Curvas de Temperatura x Distância do topo do molde para os termopares
localizados no centro da face externa. / (a) Face Externa / (b) Face Lateral / (c) Face Interna
67
4.4 ANÁLISE METALOGRÁFICA
(a) (b)
(c) (d)
Figura 38: Macrografias das corridas analisadas. / (a) Aço 1 / (b) Aço 2 / (c) Aço 3 / (d) Aço 4.
69
5. CONCLUSÕES
Para o aço avaliado, SAE 1040, o aumento da velocidade fez com que
a transferência de calor fosse maior. Pode-se esperar o mesmo
comportamento para outras qualidades de aço.
70
6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
71
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Chow, C. The effects of high speed casting on the mould heat transfer,
billet solidification, and mould taper design of continuously cast steel
billets. Tese, University of the British Columbia, 2001
72
CRAMB, A. W; SZEKERES, E. Mold Operation for Quality and Productivity, ISS
Publication, Iron and Steel Society Publication, 1991.
73
HO, K.; PEHLKE, R. D. Mechanisms of heat transfer at a metal-mold
interface. AFS Transactions, v. 92, p. 587-598, 1984.
74
PINHEIRO, C. A. et al. Mould heat transfer and continuously cast billet
quality with mould flux lubrication Part 2: Quality Issues. Ironmaking &
Steelmaking, v. 27, n. 2, p. 144-159, 2000b.
75
TRINDADE, L. B. Modelo matemático de um agitador eletromagnético.
Tese, PPGEM: UFRGS, 2002.
76