Sarcopenia e Síndrome Da Fragilidade
Sarcopenia e Síndrome Da Fragilidade
Sarcopenia e Síndrome Da Fragilidade
Objetivos
• Conceituar fragilidade e seus instrumentos de avaliação
• Compreender a fisiopatologia da fragilidade
• Conhecer prevenção e tratamento (multidisciplinar) da fragilidade
• Compreender a correlação clínica da fragilidade e da síndrome de
imobilidade
✓ Sarcopenia
O conceito atual define sarcopenia como não apenas o processo de perda de
massa muscular relacionada com o envelhecimento, mas também inclui a perda
da força e da função muscular.
1. Prevalência: 1-29% (comunidade), 14-33% (instituições), 10% (urgência)
2. A redução isolada da massa muscular não está associada a desfechos
negativos
3. A sarcopenia é considerada uma doença muscular
4. Dificuldade de mensuração da massa -> presença isolada de força
muscular dá o diagnóstico provável de sarcopenia
Fisiopatologia
Entre os principais fatores de risco estão a falta de atividade física, a baixa
ingesta calórica e proteica, assim como modificações hormonais e alterações
nos níveis de citocinas que ocorrem a partir do envelhecimento. Alterações no
remodelamento do tecido muscular, perda de neurônios motores-alfa, além de
alterações no recrutamento de células musculares e apoptose são mecanismos
que contribuem para a patogênese da sarcopenia. Fatores genéticos podem ter
papel importante na explicação das diferenças entre força e desempenho
muscular de cada indivíduo.
Consequências da sarcopenia
Menor gasto energético basal e total. Maior resistência insulínica. Menor
tolerância de atividades aeróbicas. Menor força e potência muscular. Pior
desempenho em testes. Pior equilíbrio estático e dinâmico. Maior risco de
quedas e fraturas. Prejuízo das atividades de vida diária (menor funcionalidade
e maior mortalidade).
Abordagem terapêutica
✓ Síndrome da Fragilidade
A fragilidade é definida como uma síndrome de declínio espiral de energia,
embasada por um tripé de alterações relacionadas com o envelhecimento,
composto por sarcopenia, desregulação neuroendócrina e disfunção
imunológica. Aumenta a vulnerabilidade de um indivíduo para a dependência ou
morte. A prevalência aumenta com a idade do paciente (idosos > 85 anos, 26%).
Critérios diagnósticos
As manifestações da síndrome da fragilidade propostas são perda de peso não
intencional, fraqueza muscular, fadiga, redução da velocidade da marcha e
redução do nível de atividade física.
1. Idoso frágil – três ou mais critérios
2. Idoso pré fragil – um ou dois critérios
3. Idoso não frágil – sem a presença dos critérios
Quadro clínico
- Sistema endócrino
1. Diminuição de GH, testosterona e estrógeno
2. Diminuição dos adrenocorticais (DHEA e DHEA-S)
3. Aumento do cortisol (perpetua catabolismo)
4. Hipovitaminose D
5. Resistência à insulina
- Sistema imune
1. Estado inflamatório
2. Hiperresponsividade imune após estímulo inicial (dano celular, anorexia
e catabolismo)
3. Aumento de IL-6, PCR e TNF
Ferramentas de rastreio
FRAIL: 3 ou mais (frágil), 1 ou 2 (pré-fragil)
1. Fatigue (você se sente cansado?)
2. Resistence (não consegue subir um lance de escadas)
3. Aerobic (não consegue andar uma quadra)
4. Illness (mais de 5 doenças)
5. Loss of weight (perda de mais de 5% do peso nos últimos seis meses?)
- Suplementação proteica
Ingestão acima da média de jovens (1 a 1,2 g/kg peso por dia). 25 a 30g de
proteína por refeição (2,5 a 2,8g de leucina). Considerar fonte, distribuição e
suplementação.
Prevenção
A prevenção da fragilidade inclui mudanças no estilo de vida (quando indicadas),
suspensão do tabagismo, da ingestão excessiva de álcool e da ingestão de
substâncias psicoativas, além do tratamento rigoroso de doenças crônicas e
rápido de doenças agudas. Promoção do envelhecimento saudável, como
alimentação balanceada e diversificada, manutenção de atividade física
adequada e o uso judicioso de medicamentos.
Para a prevenção secundária devem ser considerados, além dos itens
anteriores, a prevenção de quedas, a correção de perdas com órteses e a
reposição de vitaminas e minerais quando apropriado, além do tratamento
judicioso de condições crônicas.
Prognóstico
Instabilidade orgânica, incapacidade funcional, dependência, institucionalização,
quedas, doenças agudas, utilização maciça de recursos em saúde, baixa
recuperação e alto risco de iatrogenia.