A Influência Das Práticas Parentais No Desenvolvimento Infantil e Na Construção Das Crenças Do Sujeito PDF
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A Influência Das Práticas Parentais No Desenvolvimento Infantil e Na Construção Das Crenças Do Sujeito PDF
CURSO DE PSICOLOGIA
Atibaia-SP
2020
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CURSO DE PSICOLOGIA
Atibaia-SP
2020
2
CURSO DE PSICOLOGIA
Termo de aprovação
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 06
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 34
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 38
6
INTRODUÇÃO
Seja qual for a abordagem ou a teoria desenvolvida, e apesar das diferenças que
apresentam, todas essas perspectivas trazem um aspecto em comum: a interação com o
meio ou com o outro no decorrer do amadurecimento. Ou seja, durante a infância, o ser
humano transita por múltiplas experiências que causam impactos em seu
desenvolvimento, nas quais as relações pessoais e o ambiente são influenciadores
potenciais. É possível afirmar, portanto, que a relação parental exerce forte influência na
formação e desenvolvimento infantil, uma vez que os pais são, geralmente, os indivíduos
7
dos quais a criança depende e com os quais convive no decorrer dos primeiros anos de
vida.
como objetivo geral deste estudo compreender o impacto das condutas parentais no
desenvolvimento infantil.
De acordo com Beck (2014), é a partir das interações com o mundo e com as outras
pessoas que o indivíduo será conduzido às compreensões e entendimentos que são
denominados como crenças. Estas terão sua formação construída desde os primeiros
estágios do desenvolvimento, de modo que cada pessoa precisa organizar sua
experiência de maneira coerente para alcançar um funcionamento adaptativo. Pensando
nestas considerações, questiona-se: de que maneira as práticas parentais podem
influenciar na formação das crenças centrais do indivíduo? Esta questão constitui o
problema de pesquisa ao qual se pretende responder com este estudo.
De acordo com Falcone (2012), as Terapias Cognitivas tiveram início ao final dos
anos 60, em um cenário de questionamentos quanto aos resultados práticos do trabalho
psicanalítico; além de uma presente insatisfação referente à abordagem estritamente
comportamental, bem como ao modelo psicodinâmico. Assim sendo, deu-se início a uma
atenção aos aspectos cognitivos do comportamento humano. Aaron Beck e Albert Ellis
foram importantes atores no cenário de desenvolvimento da Terapia Cognitiva. Ambos
dissidentes da Psicanálise, Beck se aprofundou no campo de pesquisas e
experimentação científica, buscando validar sua prática e desenvolvendo instrumentos
psicológicos úteis para o atendimento clínico (PEREIRA; RANGÉ, 2011). Ellis, por sua
vez, descontente com a evolução de seus pacientes, procurou um meio mais eficaz para
atendimento, dando início à Terapia Racional Emotiva Comportamental (TREC)
(PIVETTA, 2019).
A TREC, desenvolvida por Albert Ellis, segundo a explicação trazida por Dobson e
Dozois (2006), parte do pressuposto de que pensamento e emoção estão interligados,
tendo como objetivo identificar e confutar os pensamentos e crenças irracionais. Segundo
os autores, Ellis identificou em seus estudos 12 crenças irracionais, chegando à
conclusão de que o sujeito tende a conservar esses padrões de pensamento, sendo
necessária uma intervenção para promover transformações relevantes e estáveis. A
TREC, portanto, emprega não apenas a abordagem dos aspectos cognitivos, emocionais
e comportamentais, mas possui como seu principal instrumento terapêutico o que Ellis
chamou de “método lógico-empírico de questionamento, desafio e debate científico”. Esse
procedimento de caráter filosófico é uma das principais distinções entre a TREC e as
demais terapias.
A TCC entende que o sujeito constrói hipóteses durante a vida e atribui diferentes
significados aos diversos aspectos de sua experiência (sejam acontecimentos, pessoas,
sentimentos, dentre outros), assumindo características comportamentais baseadas
nessas hipóteses ou crenças, como são chamadas (BAHLS; NAVOLAR, 2004). Sendo
assim, pode-se dizer que o sujeito que apresenta sofrimento psíquico está com a sua
capacidade perceptual de si mesmo, do ambiente ou de outros aspectos prejudicada por
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com o meio social: as relações da criança com os indivíduos dos quais depende
serão pois, para falar claro, formadoras, e não se haverão de restringir, como
geralmente se acredita, a exercer influências mais ou menos profundas, mas de
qualquer forma acidentais relativamente à própria construção das realidades
morais elementares.
Essas crenças, conforme analisadas por Waters (1982 apud NEUFELD, 2017),
possuem temáticas definidas em cada período evolutivo. Segundo o autor, as crenças
irracionais na infância estariam centradas em demandas de amor incondicional e
condições de vida cômoda, enquanto na adolescência a principal temática estaria
envolvida com amor e aceitação, principalmente quanto a questões sociais. Desde as
primeiras vivências, o sujeito busca efetivar seus próprios julgamentos globais,
escolhendo experiências e ambientes condizentes com suas crenças sobre si mesmo
(ROCHA; INGBERMAN; BREUS, 2011). Dessa forma,
Trazendo esses pressupostos para a clínica infantil, de acordo com Bunge, Gomar
e Mandil (2012), é preciso considerar que principalmente na primeira infância, o sujeito
ainda não é capaz de diferenciar pensamentos lógicos e ilógicos, ainda que lhe sejam
indicadas as distorções. Dependendo da fase de desenvolvimento, nem mesmo poderá
diferenciar emoções de pensamentos. Devido a isso, alguns autores consideram o
pensamento alterado da criança como mal adaptativo e não como irracional ou
disfuncional, visto que algumas modalidades de processamento, que no adulto seriam
consideradas distorções cognitivas, são consideradas normais para certos níveis do
amadurecimento. Sendo assim, o funcionamento desadaptativo presente na infância,
apesar de não poder ser considerado patológico em diversos casos - de acordo com a
fase do desenvolvimento - deve ser trabalhado, de modo a evitar sua manutenção. Caso
contrário, esse modelo poderá originar pensamentos disfuncionais e crenças irracionais,
cristalizando-se durante os demais estágios do amadurecimento e prejudicando o sujeito
em seu modo de se relacionar consigo e com o mundo.
De acordo com Alvarenga, Weber e Bolsoni-Silva (2016, p. 5), “Existe uma vasta
literatura em Psicologia do Desenvolvimento que descreve e discute características
comportamentais dos pais que favoreceriam ou prejudicariam o desenvolvimento
socioemocional ao longo da infância e da adolescência.” Tais características
comportamentais podem ser reunidas sob diferentes conjuntos de práticas adotadas, que
formam os chamados estilos parentais. Esses estilos concernem a uma gama de ações,
comportamentos não verbais, expressões dirigidas à criança que, quando combinadas,
constituem um modo de interação entre pais e filhos (DARLING; STEINBERG; 1993). Ou
seja, as práticas adotadas pelos pais em relação aos filhos caracterizarão diferentes
estilos parentais, responsáveis por estabelecer diferentes modos relacionais e
desencadear diferentes respostas e consequências no comportamento e desenvolvimento
infantil.
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Dentre os diversos estudos existentes abarcando este tema, uma das grandes
contribuições é atribuída a Baumrind (1966). A autora focalizou a variação da intensidade
da autoridade dos pais sobre o desenvolvimento infantil, reunindo aspectos do
comportamento e da afetividade na criação dos filhos. Dessa forma, ela aprofundou suas
pesquisas procurando saber quais as consequências que o controle parental poderia
exercer sobre o desenvolvimento das crianças. Como desfecho desses estudos foram
diferenciados três estilos de controle parental: autoritário, permissivo e autoritativo
(RINHEL-SILVA; CONSTANTINO; RONDINI; 2012). Os pais permissivos são aqueles que
se comportam de maneira não punitiva, aceitante e afirmativa diante dos impulsos,
desejos e comportamentos da criança. Esse estilo parental enxerga a disciplina como um
fator repressor, não exercendo controle ou impondo limites à conduta da criança. Pelo
contrário, o adulto
[...] se apresenta à criança como um recurso para ela usar como quiser, não como
um ideal para imitar, nem como um agente ativo responsável por moldar ou alterar
seu comportamento atual ou futuro. Permite que a criança regule suas próprias
atividades tanto quanto possível, evita o exercício de controle e não a incentiva a
obedecer a padrões definidos externamente. (BAUMRIND, 1966, p. 889, tradução
minha)
Oposto ao estilo permissivo, Baumrind (1966), definiu o estilo autoritário, que tenta
moldar e controlar o comportamento da criança de acordo com o padrão de conduta que o
genitor acredita ser o correto. Esse estilo parental valoriza a obediência como uma virtude
e favorece medidas punitivas como forma de contenção das ações da criança que entram
em conflito com o que os pais acreditam ser a conduta correta. Acredita-se que a criança
deve ser mantida em “seu lugar”, através da restrição de autonomia e atribuição de
responsabilidades. Na perspectiva desse estilo parental a disciplina é vista como uma
prioridade em detrimento do afeto, não existe espaço para a autonomia e individualidade
da criança, sendo extinta a comunicação aberta, sem consideração do ponto de vista
infantil (SÁ, 2017).
No que concerne ao estilo autoritativo, por fim, consiste num conjunto de práticas
que busca direcionar as atividades da criança de maneira racional, compartilhando com
ela o raciocínio existente por trás do modo de agir do adulto e buscando compreender as
motivações infantis quando há uma recusa a obedecer (CERQUEIRA, 2017). Os pais
autoritativos valorizam tanto a autonomia e a vontade própria quanto a obediência e a
disciplina, exercendo controle sem restringir a criança. Ou seja, nos pontos em que
diverge da criança, o adulto se mantém firme, mas sempre levando em consideração os
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Outro estudo que se destacou no meio relacionado aos estilos parentais foi a
criação do Inventário de Estilos Parentais (IEP). De acordo com Sampaio e Gomide
(2007), existem sete práticas educativas componentes do Estilo Parental, apenas duas
favoráveis à emersão de comportamentos pró-sociais (a monitoria positiva e o
comportamento moral) e cinco delas estando ligadas ao desenvolvimento de atitudes
antissociais (o abuso físico, a punição inconsistente, a disciplina relaxada, a monitoria
negativa e a negligência). De acordo com essa definição, a monitoria positiva se
caracteriza como uma gama de práticas que abrangem a preocupação e o conhecimento
parental sobre as atividades desempenhadas pelos filhos, bem como as demonstrações
de carinho relacionadas à necessidade da criança. Já o comportamento moral está
relacionado a um modelo educativo em que os pais ensinam valores, ensinando a criança
a diferenciar o que é certo ou errado através de modelos positivos envoltos por uma
relação de afeto.
[...] são desenvolvidas ainda na infância por meio de interações do indivíduo com
outras pessoas também na vivência de ocasiões que fortaleçam uma ideia do tipo:
“você é uma criança boa ou má, organizada ou desorganizada, querida ou
rejeitada”. Tais crenças podem ser formadas a partir de si, dos outros ou do
mundo que cerca a pessoa.
Nesse sentido, algumas práticas parentais podem ser classificadas como fatores
de risco - comunicação negativa, punição física, atmosfera conjugal negativa,
regras inconsistentes e ausência de monitoria -, enquanto outras se constituem
fatores de proteção - envolvimento, comunicação positiva, relacionamento
afetuoso, atmosfera conjugal harmoniosa, modelos adequados, regras e monitoria
-, pois concorrem para criar sentimentos positivos por parte das crianças, tanto em
relação aos pais como em relação a si mesmas (LOOS; CASSEMIRO; 2010, p.
295-296).
também pode ser afetado em sua percepção de si mesmo negativamente, uma vez que
“A forma como o indivíduo se vê é essencial para que ele consiga se olhar no espelho do
outro e do mundo, encarar os problemas, entender seus sentimentos e os dos outros,
valorizar e ser valorizado, elogiar e receber elogios” (AZEVEDO; LEMOS, 2018, p. )
De acordo com Santos e Oliveira (2019) os pais, de maneira geral, desejam coisas
semelhantes a respeito de seus filhos como, por exemplo, que tenham confiança em si
mesmos, sejam felizes, desenvolvam responsabilidade, autocontrole, autoestima e
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habilidades sociais adequadas. No entanto, para que isso seja alcançado, é necessário
dispor de uma atenção especial às práticas que são utilizadas na educação. Nesse
aspecto, porém, os pais divergem bastante, havendo os que adotam práticas coercitivas,
fazendo uso da força e poder; aqueles que optam por ser indutivos, direcionando a
criança a compreensão das consequências advindas de seu comportamento; e ainda os
que acabam agindo de modo permissivo, exercendo pouco controle e demonstrando alto
nível de tolerância. Uma vez que essas práticas parentais adotadas de acordo com cada
estilo influenciam no desenvolvimento das percepções sobre si mesmo e sobre os outros,
elas também influenciarão nos mais diversos aspectos da vida do sujeito.
Muitos autores no decorrer dos anos pesquisaram a respeito das práticas parentais
relacionadas a variadas consequências. Neto e Badarô (2019), por exemplo, analisaram a
relação entre os Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) construídos durante a infância
e o desenvolvimento de padrões de comportamento disfuncionais em crianças e
adolescentes. De acordo com os autores, as relações parentais podem atuar na
manutenção dos comportamentos infantis, de modo que a criança internaliza o padrão de
socialização utilizado pelos pais e o reproduz em outros contextos. Portanto, o tipo de
vínculo construído entre pais e filhos desenvolve representações internas nas crianças,
que são expressas por meio dos seus comportamentos. Crianças que desenvolvem um
apego ansioso e evitativo em relação aos cuidadores, por exemplo, tendem a apresentar
comportamentos disfuncionais como agressividade na resolução de conflitos,
impulsividade e baixa empatia com seus pares.
Pureza et al. (2014) afirmam que se tornou cada vez mais recorrente a chegada de
crianças e adolescentes nas clínicas de psicologia em busca de ajuda para solucionar
dificuldades emocionais e comportamentais . Diante disso, as autoras apontam a
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para lidar com os desafios cotidianos, sendo também fundamentais para garantir uma
infância mais segura (GUISSO; BOLZE; VIERA, 2019).
Corroborando com essa citação, Neufeld et al. (2018) apontam que a orientação
parental pode ocorrer em grupos, aplicada com objetivo de realizar intervenções no
contexto familiar, identificando os fatores de manutenção dos comportamentos-problema
dos filhos e consequentemente produzindo a transformação dos estilos parentais
envolvidos às habilidades sociais infantis. Realizando um estudo da aplicação desse
modelo interventivo, as autoras concluíram que os pais que passaram pelo grupo de
orientação demonstraram mudanças significativamente positivas em seus estilos
parentais, aumentando seu conjunto de estratégias educativas. Bolsoni-Silva e Borelli
(2012), também realizaram estudos aplicando o treinamento parental em grupos, sendo
um grupo que recebeu a intervenção uma vez por semana e o outro duas vezes por
semana. As autoras chegaram empiricamente à conclusão de que ambos os grupos
obtiveram melhorias através do treinamento, tendo o primeiro grupo alcançado melhora
nas habilidades sociais educativas parentais e, consequentemente, nas habilidades
sociais dos filhos. Já o segundo grupo experimentou diminuição das práticas negativas
dos pais e também nos problemas de comportamento dos filhos.
comuns à maioria das crianças ou ainda em casos pontuais de crianças com Transtorno
de Déficit de Atenção/Hiperatividade, por exemplo. De modo geral, a ideia do programa é
promover o desenvolvimento de uma atitude mais positiva dos pais com relação aos
filhos, amenizando o ambiente familiar. Com esse objetivo, “São utilizadas técnicas de
atenção positiva, reforçamento diferencial aos comportamentos obedientes, ordens
efetivas, economia de fichas, suspensão, antecipação de problemas e trabalho
colaborativo entre pais e educadores” (PINHEIRO; CAMARGOS JR.; HAASE, p. 958-
959). Ao final do tratamento, a avaliação psicológica da criança e da família é refeita com
objetivo de analisar os efeitos do treinamento e a necessidade de orientações
complementares.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Além disso, foi possível constatar, por exemplo, que o tipo de vínculo construído
com os pais será reproduzido pela criança em outros ambientes, de modo que os filhos
que desenvolvem um comportamento ansioso e evitativo em relação aos pais, podem
apresentar agressividade, impulsividade e baixa empatia com os pares (NETO;
BARDARÔ, 2019). Ou seja, as crianças educadas através de práticas negativas tendem a
apresentar dificuldade para desenvolver confiança, consequentemente evitando os pais e
se comportando de forma ansiosa, por esperarem sempre algum tipo de punição.
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Por outro lado, crianças que são criadas através do cuidado parental e de práticas
positivas, estão menos propensas a desenvolver psicopatologias quando adultas
(MEDEIROS, 2017), além de desenvolverem estratégias de enfrentamento mais eficazes
para as mais diversas situações (VATANASIN et al., 2012). São crianças que possuem
abertura para o seu desenvolvimento ocorrer de forma saudável, podendo experienciar
suas tentativas e erros sem se sentirem pressionadas, punidas e limitadas
excessivamente. Pelo contrário, sentem-se amadas independentemente dos seus erros, e
isso não deixa margem para que os comportamentos inadequados definam a imagem que
desenvolvem de si mesmas. Através da aplicação saudável de regras e limites, serão
orientadas pelos pais e poderão desenvolver formas mais adaptativas de comportamento
sendo respeitadas em seu período de amadurecimento.
interessante para os pais que encontram problemas para conduzir a educação dos filhos
e desejam transformar seus métodos educativos. Através do treinamento parental, a
criança sente os efeitos da mudança comportamental dos pais, podendo reformular as
crenças que estão em desenvolvimento e, consequentemente, alterar o seu próprio
comportamento. Esse modelo de psicoterapia pode se mostrar mais efetivo já que, em
vez de atender a criança sozinha na clínica, o psicólogo consegue atuar diretamente no
ambiente cotidiano da criança através dos pais.
Pensando nisso, pode-se afirmar que as práticas educativas parentais são capazes
de auxiliar na construção de crenças positivas, ao demonstrar que a criança é amada, que
pode errar, mas que tem capacidade para aprender, que pode resolver problemas, dentre
outras circunstâncias. No entanto, os pais também podem contribuir com o
desenvolvimento de crenças negativas, tais como de que a criança não é capaz de
resolver problemas, que não faz nada direito, que não pode errar, dentre outras. Isso
pode ocorrer ao punir excessivamente a criança, limitando as possibilidades de
aprendizagem, não admitindo erros nem orientando a melhor maneira de proceder,
consequentemente educando em ambiente extremamente rígido e sem espaço para o
desenvolvimento saudável. Nesse ponto o treinamento parental poderia causar efeitos
benéficos para a transformação do modelo relacional no contexto da criança.
pesquisas futuras, a relação entre cada tipo de prática parental e a ocorrência de crenças
relacionadas, buscando verificar empírica e diretamente quais crenças infantis tem
relação com cada atitude parental. Dessa forma poderia ser melhor esclarecida a relação
entre a prática parental e os tipos de crenças mais recorrentes desenvolvidos por crianças
e adolescentes, de modo a compreender melhor como essa influência reflete na vida
futura.
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