TCC - Bianca, Raissa, Sthefany
TCC - Bianca, Raissa, Sthefany
TCC - Bianca, Raissa, Sthefany
RESUMO
Os efeitos que determinadas atividades podem causar na saúde de um indivíduo
ampliam-se ao decorrer dos anos, e isto pode ocorrer também em laboratórios
escolares, especialmente aqueles que exigem esforços repetitivos e peso de
equipamentos como a atividade de solda. Para que esses efeitos não possam afetar a
saúde dos estudantes que praticam, é necessário que seja feita uma análise
ergonômica, onde sejam identificados riscos existentes como posturas adotadas, que
é um dos principais problemas nos dias atuais e que pode prejudicar ainda mais
futuramente. Para que esses riscos sejam diminuídos e que as pessoas tenham
consciência disso, a ergonomia utiliza seus métodos e ferramentas com o intuito de
garantir uma segurança melhor a esses indivíduos e um bom desempenho para a
empresa. O objetivo geral do trabalho é realizar uma análise ergonômica das posturas
adotadas pelos alunos do IFPB - Campus Itabaiana durante a aula prática de
soldagem no laboratório da instituição. Após algumas visitas ao local da pesquisa, a
análise foi concluída e foi constatado que a partes do corpo mais afetadas pela
atividade de solda são: pescoço; costas-superior; costas-inferior; região cervical; mão
direita e esquerda; punho direito e esquerdo; braço direito e esquerdo; costa-médio.
ABSTRACT
The effects that certain activities can cause on an individual's health increase over
the years, and this can also occur in school laboratories, especially those that
require repetitive efforts and weight of equipment such as soldering. So that these
effects cannot affect the health of students who practice, it is necessary to carry out
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Curso Técnico Integrado em Eletromecânica do IFPB-IB, bianca.carolini@academico.ifpb.edu.br;
2
Curso Técnico Integrado em Eletromecânica do IFPB-IB, rayssa.cardoso@academico.ifpb.edu.br;
3
Curso Técnico Integrado em Eletromecânica do IFPB-IB, sthefany.silva@academico.ifpb.edu.br;
4
Professor orientador: Bacharelado em Eng. de Prod. Mecânica, Mestrado,
elaine.medeiros@ifpb.edu.br.
1
an ergonomic analysis, where existing risks are identified as adopted postures, which
is one of the main problems today and which can harm even more in the future. In
order for these risks to be reduced and for people to be aware of it, ergonomics uses
its methods and tools in order to guarantee better safety for these individuals and a
good performance for the company. The general objective of the work is to carry out
an ergonomic analysis of the postures adopted by the students of the IFPB - Campus
Itabaiana during the practical welding class in the institution's laboratory. After a
few visits to the research site, the analysis was completed and it was found that the
body parts most affected by welding activity are: neck; back-upper; back-lower;
cervical region; right and left hand; right and left wrist; right and left arm;
mid-coast.
1. INTRODUÇÃO
A ergonomia é o estudo científico das conexões do homem com o trabalho e
que tem como principal objetivo proporcionar conforto ao trabalhador que esteja
tendo desconfortos no ambiente de trabalho (SEET, 2022). Ela pode ser aplicada em
ambientes de trabalho onde a função do trabalhador exija esforços repetitivos e com
peso, transporte de cargas e descargas de materiais. É através da ergonomia que os
riscos podem ser melhorados ou até solucionados por meio de análises e demandas
feitas ao decorrer de observações.
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2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Ergonomia
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De acordo com Dul e Weerdmeester (2004, p. 14), a ergonomia averigua
diversos aspectos, tais quais:
São esses aspectos que constituem a ergonomia, que através de seus métodos tende a
buscar resultados e soluções para esses riscos presentes no ambiente de trabalho.
Segundo Balz (2015, p. 20) o método AET é dividido em cinco etapas, sendo
elas:
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ressaltar que nem todos trabalhadores seguem o método de acordo
com o que é prescrito.
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variam de cada posto de trabalho, os esforços repetitivos ao longo do tempo podem
causar grandes riscos à saúde do trabalhador.
O RULA foi elaborado com a finalidade de avaliar pessoas que adotam uma
certa postura que pode causar conturbações nos membros superiores,
especificamente braços, costas, pescoços, antebraços e punhos.
[...] De acordo Iida (2005), esta ferramenta usa critérios de escore para
classificar o grau de risco, que variam de 01 a 07, onde pontuações altas
indicam, aparentemente, alto nível de risco, porém escores baixos não
garantem que o local de trabalho esteja livre de cargas de trabalho, e um
escore alto não assegura que problemas de alta severidade existam (Balz,
2015, p. 31).
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O método RULA divide o corpo em duas partes para ser analisado: grupo A,
que engloba braço, antebraço e punho e grupo B, pescoço, tronco e membros
inferiores (SANTOS, 2020).
Essas posturas são determinadas com pontuações específicas, como: +1, +2,
+3 e +4, e as posturas são caracterizadas em ângulos de determinados graus, que são
distintos em cada parte do corpo. A Figura 01 ilustra a pontuação para o grupo A da
metodologia RULA.
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FIGURA 02 - Pontuação para o grupo B da metodologia RULA
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A principal vantagem do método RULA é que não necessita da utilização de
materiais de alto nível para sua verificação, por este motivo, a análise dos membros
superiores ocorre com mais rapidez.
Ainda segundo o autor, o diagrama tem por finalidade uma rápida avaliação,
a fim de ajudar a identificar os possíveis locais de desconforto interligados à postura
(IIDA, 2005). A Figura 03 ilustra o diagrama de áreas dolorosas.
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A imagem do corpo humano é dividida em 28 partes numeradas de 0 a 27 e
possui 5 níveis de intensidade, sendo eles: 1 nenhum desconforto ou dor; 2 algum
desconforto ou dor; 3 moderado desconforto ou dor; 4 bastante desconforto ou dor e
5 intolerável desconforto ou dor.
3.2 Soldagem
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Devido às posturas adotadas para essa atividade, é nesse aspecto que a
ergonomia tem um papel fundamental. Com análises e demandas, podendo diminuir
qualquer risco que afete tanto o soldador, quanto a empresa.
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4. MATERIAIS E MÉTODOS
Para a análise do problema, foi elaborada uma pesquisa entre os alunos que
praticam a atividade de solda. Com o uso da ferramenta RULA e o diagrama de áreas
dolorosas, foram identificados os fatores de risco, assim, obtendo os seguintes
resultados que serão dados ao longo do trabalho.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O estudo foi realizado com uma parte dos alunos que praticam a atividade de
solda no laboratório da Instituição. Com a utilização da ferramenta RULA, foram
identificadas as seguintes informações que serão apresentadas nas tabelas a seguir:
ALUNOS 1 2 3 4 5 6 7
POSIÇÃO 0° a +20° +20° a +60° +60° +20° a +60° +20° a +60° 0° a +20° +20° a +60°
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ROTAÇÃO
PONTUAÇÃO 2 3 4 3 3 3 3
A posição +0° a +20° que foi adotada por apenas duas pessoas, considera-se
como uma postura aceitável, mas se é executada por longo tempo também exige uma
investigação, pois, por mais que o desconforto possa ser menos, se for adotada
repetidamente aumentará os riscos.
Por fim,a posição +60° que foi observada em apenas um aluno. Como as
posições de +20° a +60°, essa também exige mais investigações ou até mais por estar
no nível máximo da tabela de pontuação.
Desse modo, a postura +60° é a que pode causar maiores riscos à saúde do
aluno, por isso é a que mais necessita de verificações e mudanças.
Na análise postural do antebraço foi observado que parte dos alunos adotam a
postura 0° a +60° considerada aceitável, em ambos lados, conforme pode ser visto na
Tabela 2. Esta postura pode ainda apresentar riscos, mas apenas se for adotada por
muito tempo, que não foi o caso dos alunos.
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TABELA 2 - Avaliação do antebraço (lado direito e esquerdo)
ALUNOS 1 2 3 4 5 6 7
CRUZA LINHA X X X X X X X
MÉDIA
PONTUAÇÃO 2 2 2 2 2 3 3
ALUNOS 1 2 3 4 5 6 7
PONTUAÇÃO 2 3 3 3 3 3 3
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Por ficarem muito tempo nessa postura, podem sentir desconfortos e até
dificuldades na movimentação. E como observado, grande parte dos alunos
permanecem por mais de 20 segundos ou até minutos com o pescoço nesta posição.
Por isso, deve ser mais analisada e requer mais cuidado, para que não ocorra riscos
maiores que atrapalhem a atividade.
ALUNO 1 2 3 4 5 6 7
S
POSIÇÃO +20° a +45° +20° a +45° +20° a +45° +20° a +45° +20° a +45° +20° a +45° +20° a +45°
PONTUAÇÃO
3 3 3 3 3 3 3
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Dessa forma, levando em consideração o resultado encontrado, a investigação
com mais detalhamento se faz necessária a fim de evitar problemas futuros, uma vez
que a atividade de solda exige um esforço demorado e repetitivo.
ALUNOS 1 2 3 4 5 6 7
PONTUAÇÃO 3 3 3 3 3 3 3
Nota-se que todos os alunos adotam a posição +15° . Outro fator observado
foi se esses alunos tinham algum desvio de punho e logo foi constatado que nenhum
dos alunos tinham desvio. A rotação usada pelos alunos também foi observada e,
segundo a análise, todos os alunos adotam uma rotação discreta. Por último, foram
descritas suas pontuações e todos os alunos fecharam suas pontuações em 3.
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5.2 Identificação das partes do corpo dos estudantes que são mais afetadas
Para descobrir quais partes do corpo dos estudantes são mais afetadas pela
prática de soldagem, realizou-se uma pesquisa utilizando o diagrama de áreas
dolorosas (Mozzini, Polese e Beltrame,2008).
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O punho e a mão direita e esquerda por serem as partes que mais se
movimentam repetitivamente e por segurarem o material de solda ficam mais
expostos ao risco, podendo sentir dores após a execução da atividade, dependendo da
reação do corpo de cada indivíduo.
Por não estarem na postura reta, que é a correta, a dor durante e após muitas
atividades vêm em uma proporção maior, assim como as demais citadas
anteriormente.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Os resultados deste estudo apontam sobre o quanto as posturas identificadas
no ato da atividade de soldagem podem afetar indivíduos futuramente e o quanto isso
pode ser preocupante pelo fato de não ser bastante abordado. Isto é notório quando se
analisa os resultados encontrados pelo Diagrama de Áreas Dolorosas, respondido
pelos alunos.
Por fim, espera-se que o trabalho possa servir de exemplo para pessoas que se
interessam pelo assunto e para que tenham mais conhecimento, principalmente
profissionais, acadêmicos, trabalhadores e que tenham objetivo de achar uma solução
ou melhoramento para o problema.
7. AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus, por ter nos dado forças para finalizar este trabalho,
mesmo depois de um ano onde tivemos uma carga horária maior;
REFERÊNCIAS
BALZ, Jéssica Beatris. ANÁLISE ERGONÔMICA DA SOLDAGEM DO
PRODUTO CABINE EM UMA INDÚSTRIA DO SETOR METAL MECÂNICA.
Orientador: Vilmar Bueno Silva, Mestre. 2015. 59 f. Dissertação (Bacharel em
Engenharia de Produção, Faculdade Horizontina, 2015.
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(MODENESI, Paulo J.) (MARQUES, Paulo V.) SANTOS, Dagoberto B. Introdução
à Metalurgia da Soldagem, 209 f. Universidade Federal de Minas Gerais,
departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais. Belo Horizonte, 2012.
DIREITOS AUTORAIS
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