Tese
Tese
Tese
DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
AVEIRO -
1998
RESUMO
1.Objectjvos ......................................................................................... 3
2- Antecedentes .................................................................................... 5
3.Enquadramento Geográfico ................................................................... 7
1.Introdução ....................................................................................... 11
2- Comportamento das Espécies Isotópicas Estáveis de Hidrogénio e de Oxigénio no
Ciclo Hidrológico ............................................................................. 16
2.1.Evaporação ............................................................................. 18
2.2. Condensação e Precipitação .......................................................... 19
2.3. Recta das Águas Meteóricas ......................................................... 25
2.4. ~ o m ~ o s i ç lsotópica
ão das Águas Superficiais ..................................... 26
2.5. ~ o m ~ o s i ç lsotópica
ão das Águas subterrâneas ................................... 27
2.5.1.Paleoáguas ........................................................................ 32
3- Aplicação do Casbono-13 em Hidrologia ................................................. 36
3.1. Variação dos Valores de 6 13C em Sistemas Aquosos ............................. 37
4- O Trítio no Ciclo Hidrológico ............................................................... 40
.............................. 42
4.1. variação das ~oncentraçõesem 'H na ~reci~itação
s 3~ em Águas subterrâneas ............................. 43
4.2. variação dos ~ e o r e em
4.2.1. Aplicapão qualitativa dos teores em 'H em águas subterrâneas ............ 44
4.2.2. Aplicação quantitativa dos teores em 3~ em águas subterrâneas .....:.... 45
5-'0 Carbono-14 no Ciclo Hidrológico ....................................................... 47
5.1.Efeito de Diluição do 14C na Atmosfera .............................................. 49
5.2. Variação do Teor em 14C no Passado ................................................. 49
5.3. Mecanismos de Entrada do 14cno Ciclo Hidrológico ............................. 50
5.4. ~ a t a ç ã ode Águas ~ubterrrâneascom 14c......................................... 52
6- Gases Nobres no Ciclo Hidrológico ......................................................... 55
6.1. Entradas de Gases Nobres em Sistemas Hídricos Subterrâneos ................. 56
6.2- Gases Nobres como Indicadores da Temperatura Ambiente na Área de Recarga
de um Sistema Aquífero ................................................................ 61
Índice
1- Introdução ....................................................................................... 89
2- Litoestratigrafia ................................................................................ 94
2.1. Trigsico superior ....................................................................... 94
2.2. Liásico inferior ........................................................................ 96
2.3. Cretácico ...............................................................................97
2.3.1. Grés grosseiro inferior . ..................................................100
2.3.2. Formação carbonatada .c2................................................... 103
2.3.3. rés micáceos finos a muito finos .c3..................................... 104
2.3.4. Grés grosseiros superiores .c4........................................ 106
2.3.5. Arenitos e argilas de Aveiro .c5............................................. 107
2.4. Blocos Silicificados ................................................................ 109
2.5. Quatemário ........................................................................... 110
2.5.1. Plistocénico ...................................................................... 112
2.5.2. H O ~ O C ......................................................................
~~~CO 113
3- Tectónica .....................................................................................113
3.1. Fosso Lusitaniano .................................................................... 114
3.2. Neotectónica .......................................................................... 118
3.3. Estrutura da Região do Baixo Vouga ............................................. 119
4- Hidrogeologia .......................... ;..................................................... 121
4.1.Sistema Aquífero Quatemário ....................................................... 121
4.2. Sistema Multiaquífero Cretácico ................................................... 123
Índice
CAPÍTULO V .
RESULTADOS OBTIDOS .CARACTERIZAÇÃO HIDROGEOQUÍ-
MICA
XIII
Índice
1- Variação dos Valores de 6180 e de g2H nas Águas Subterrâneas da Região do Baixo
Vouga .......................................................................................... 217
1.1- Evolução 'Isotópica ( 6 2 e~ de 6180) no Sistema Multiaquífero Cretácico
Segundo o Fluxo Subterrâneo ......................................................... 223
2- Variação dos Teores em Trítio ( 3 ~e)em Carbono-14 (14c)no Sistema Multiaquífero
Cretácico de Aveiro .......................................................................... 228
2.1. "Idade Aparente" em 14cda Água Subterrânea no Sistema Cretácico ........240
Programa NETPATH .................................255
3- Balanço de Massa e Isotópico .
CAPÍTULO IX .CONCLUS~ES
Introdução
Capítulo I - Introdução 3
OBJECTIVOS
13 14
c / l 2 c e 180/160e dos teores em 'H e em C das águas subterrâneas, tentou-se
elaborar um modelo conceptual da dinâmica do sistema multiaquífero Cretácico de
Aveiro, conjugando a evolução da composição isotópica do aquífero e o
4 Capítulo I - Introdução
sistemas aquíferos como arquivos de antigos climas, isto é, como uma "ferramenta"
adicional em estudos de paleoclimatologia.
2- ANTECEDENTES
Nos últimos anos diversos estudos hidrogeológicos têm sido realizados sobre o
sistema multiaquífero Cretácico de Aveiro, salientando-se os trabalhos desenvolvidos
com a aplicação de métodos nucleares na determinação da composição isotópica da
água subterrânea (CARREIRA et al., 1994b; c; CARREIRA et al., 1995; CARREIRA
et al., 1996a; b; 1998).
A região é servida por uma densa rede de estradas e de caminhos, com destaque
para a auto-estrada A1 (Lisboa - Porto) e pela via rápida IP5 (Aveiro - Vilar Formoso).
É atravessada pelas linhas ferroviárias do Norte e do Vale do Vouga. A cidade de
Aveiro, representa o centro natural da região, possuindo um importante porto marítimo
com actividades comerciais, industriais e piscatórias.
8 Capitulo I - Introdução
Tabela 1.1
Folhas da Carta Militar de Portugal (1 :25 OOO), correspondentes à área estudada
Capitulo I1
onde:
- R, representa a razão isotópica entre as concentrações das espécies de
interesse na amostra (por exemplo: 2 ~ / 11 ~
3 ~, / ou
1 2180/160);
~
- R, refere-se à mesma razão isotópica determinada no padrão.
Valores 6 positivos indicam concentrações superiores à do padrão (amostras
enriquecidas), enquanto valores negativos correspondem a amostras isotopicamente
empobrecidas (também denominadas por mais leves).
13
Relativamente a razão c1l2c o padrão adoptado para os valores de 613c é o
PDB, carbonato de origem marinha, rostro de uma belemnite (Belemnitella
americana), de idade cretácica, encontrado na formação Pee Dee da Carolina do Sul,
EUA. Todavia, este padrão esgotou-se, tendo sido substituído por padrões secundários:
NBS-19 e NBS-20. No entanto, por convenção, os valores de 613c continuam sendo
expressos relativamente a PDB (MOOK, 1984).
h(y-1950)
pmc = A m o s b a [Aácido oxálico e ] 100
onde:
A,,,,, - actividade específica do 14cdeterminada na amostra
Aácido oxáliço - actividade específica do 14c
determinada no ácido oxálico
h- 118267 anos
y - ano de contagem do ácido oxálico
14 Capitulo 11- Comportamento das Espécies Isotópicas Ambientais
Devido à diferença relativa das massas ser maior nos elementos leves, o
fiaccionamento isotópico nessas espécies é mais acentuado do que nas mais pesadas.
Capítulo 11- Comportamento das Espécies Isotópicas Ambientais 17
Por exemplo, a diferença de massa entre o 2~ e 'H é da ordem dos 100 %, enquanto
que no caso do oxigénio a diferença entre o 1 8 0 e 1 6 0 é cerca de 12,5 %.
TEMPERATURA (OC)
2.1- Evaporação
o
Agua de1 m a r
-20-
-40-
g
\
-O -60-
n
<O
-80- .
. -100-
-1 201 I I I
-20 -15 -1 o -5 o 5
Fig. 11.2- Variação da composição isotópica da água durante evaporação e conderisação em condições
de equilíbrio na natureza (PLATA BEDMAR, 1994).
Efeito da Temperatura
DANSGAARD (1964) define uma relação empírica entre a temperatura do ar e
a composição isotópica das águas de precipitação, originadas entre -50 e +10 "C para
estações localizadas a latitudes elevadas (Fig. II.4), expressa através das seguintes
equações:
-45>LM,
--C5
MEAN
AIR ANNUAL
TEMPERATURE
- 50
w-s .-50
- 50 -40 -30 -20 -10 o 10 20 .C
Fig. 11.4- Relação entre os valores de 6180 e a temperatura média a nível do solo para diferentes
estações meteorológicas (DANSGAARD,1964)
Efeito Sazonal
Em regiões localizadas a latitudes elevadas, a composição isotópica da
precipitação durante o Inverno é, relativamente aos valores observados durante o
Verão, empobrecida em isótopos pesados devido as diferenças acentuadas da
temperatura média do ar (Fig. 11.5). Por outro lado, o efeito sazonal na composição
isotópica da precipitação encontra-se também relacionado com mudanças na origem
das massas de vapor elou com diferentes trajectórias definidas pelas frentes
atmosféricas (MAZOR, 1991;ROZANSKI et al., 1993).
Capítulo II - Comportamento &s Espécies Isotópicas Ambientais 23
Month
Fig. II.5- Variação da composição isotópica da precipitação e da temperatura (médias mensais) em
função dos meses do ano, em três estações meteorológicas na Suíça a diferentes altitudes
(MAZOR, 199 1).
Efeito da Altitude
A composição isotópica da precipitação caída a altitudes mais elevadas é
empobrecida em isótopos pesados comparativamente à observada a altitudes mais
baixas.
A variação dos valores de 6180 e de 6 ' ~das águas de precipitaqão é função de
diversos parâmetros, como já foi referido. Por exemplo, da temperatura, da intensidade
de precipitação, do número de fenómenos de precipitação que a massa de ar já
24 Capítulo II - Comportamento das Espécies Isotópicas Ambientais
originou, de possíveis misturas com outras massas de ar, etc.. Estes factores são, por
sua vez, característicos de cada região. Assim, para cada região deverá determinar-se
qual o factor de fraccionamento isotópico existente, de forma a determinar-se uma
relação entre a altitude e a composição isotópica.
Efeito de Continentalidade
Estudos realizados em amostras de água de precipitação observaram uma
relação entre a composição isotópica das amostras com a latitude e com o grau de
continentalidade do local. Verifica-se que estações localizadas à mesma latitude
apresentam um empobrecimento isotópico progressivo à medida que aumenta a
distância ao oceano (Fig. 11.6).
o ~m 2030 3m soo0
Fig. 11.6- Variação de teor em 1 8 0 nas águas de precipitaqão caídas durante os meses de Verão e de
Inverno em função da distância ao litoral - Oceano Atlântico (ROZANSKI et a1.,1993).
Capitulo I1 - Comportamento das Espécies Isotópicas Ambientais 25
Fig. 11.7- Variação dos valores 6 ' e~ 6180 em águas meteóricas (CRAIG, 1961).
As águas subterrâneas têm a sua origem não só a partir da recarga directa pelas
águas da precipitação, mas também através de águas superficiais, infiltradas ao longo
28 Capítulo 11- Comportamento das Espécies Isotópicas Ambientais
do leito dos rios e lagos. Desta situação resulta, normalmente, uma concordância entre
a composição isotópica da água subterrânea com os valores de 6 2 e~de 6"0 da
precipitação regional, principalmente em regiões de climas húmidos. No entanto, esta
semelhança isotópica não é perfeita e poderá mesmo não se verificar. Por exemplo, em
regiões áridas as águas meteóricas estão sujeitas a processos de evaporação intensos,
antes de atingirem a zona saturada, resultando um desvio dos valores 6 médios das
águas de precipitação.
_( SHOWASHINZAN
FuMAROLIC CONDENSATES
- CONVERGENT MARGIN
MAGMATIC WATERS
o
Q
-40-
Fig. 11.8- Variação da composição isotópica de amostras de vapor de água pertencentes a furnarolas do
vulcão Showashinzan (Japão). Os valores 6 obtidos convergem para uma composição
isotópica comum, indicando mistura com água de origem magmática (D'AMORE e
BOLOGNESI, 1994).
Por outro lado, as distribuições relativas das diversas espécies isotópicas nas
fases e componentes de um sistema geotermal (H, C, O e S) permitem estimar a
30 Capitulo 11- Comportamento das Espécies Isotópicas Ambientais
A Fig. 11.9 representa a variação dos valores de F L 8 0de uma água meteórica em
função da salinidade, podendo tal variação resultar de origens diferentes (dissolução de
sais, mistura com água do mar e salmouras e concentração por evaporação). Da análise
Capítulo II - Comportamento das Espécies Isotópicas Ambientais 31
-8 -
Dissolução e Lixiviação
-10 .
O 20 40 60 80 100
Salinidade (gll)
Fig. 11.9- Variação dos valores 6180 em função da salinidade. Principais mecanismos de salinização
das águas: evaporação, dissolução de sais, mistura com água do mar e com salmouras.
32 Capitulo 11- Comportamento das Espécies Isotópicas Ambientais
Paleoáguas
climáticas existentes durante a recarga, (através dos valores de z2H, de 6180 e dos
teores em gases nobres), tem-se revelado como uma técnica importante, quando se
pretende uma correcta gestão desses recursos hídricos antigos, dado que, em condições
de intensa exploração, esses sistemas podem modificar as condições naturais e induzir
fluxos a partir de outras unidades aquíferas quando na superfície piezométrica é criada
uma depressão.
0 0 0
-60 \ O o
-,---O
.
O o
I . . . I . . . l .
LOWER T R I A S S I C SANOSTONE
-50 - 1 LORRAINE REGIOH-FRAHCE I
BURGSANOSTEIN A Q U I F E R
f -60 IHURNBERG REGIOH-FED.REP.
-I)- OF GERHANY )
'.
:
\
R v d o l p h r 1 al.íl9b4)
'i i
2 - 7 9
n
I)
-b0
GREAT H U N G A R I A N P L A I N S
-70 INAGIKUNS~G ARE* -
HUHGARY I
, '7 o.bk(1979 o, b)
Fig. 11.10- Variação dos valores 6 2 de~ águas subterrâneas da Europa Central e Grã-Bretanha em
função das idades-aparentesde 14c(ROZANSKI, 1985).
Capítulo 11- Comportamento das Espécies Isotópicas Ambientais 35
-2.5
= -3.0
-
E
L
Y
P -3.5
O
Q
r
-4.0
13
As áreas de aplicação da razão c/'~c em Hidrologia são relativamente
restritas se comparadas com o domínio das aplicações das espécies isotópicas de
oxigénio e de hidrogénio. Os valores de 613c são utilizados principalmente como
factor de correcção nos cálculos das idades das águas subterrâneas através do método
de radiocarbono.
Usualmente, os valores de 613c observados variam entre +1 a -22 O/,. Através dos
valores de 613c, é possível, por vezes, identificar qual a principal origem do carbono
inorgânico dissolvido no sistema aquoso (Fig. 11.12).
Fig. 11.12- Variação 613c em amostras de água subterrânea em função do teor inverso do CID. A
disposição das amostras indica uma origem biogénica do C02(HERCZEG e PAYNE, 1992).
613c=-25O/, 613c=0O/,
(biogénico) (carbonatos)
enquanto em regiões semi-áridas os valores são próximos de -15 "/, (MOOK, 1984).
813c=-25"/,
(biogénico)
613c=-25"/,
(biogénico)
Capítulo 11- Comportamento das Espécies Isotópicas Ambientais 79
55 60 65 70
75 80 85
Y E A R
Fig. II.13- Variação dos teores em 3~ nas águas de precipitação em diferentes estações
meteorológicas. Os testes termonucleares efectuados na atmosfera e a quantidade de energia
libertada (Mton), encontram-se assinalados no diagrama (GONFIANTINI et al., 1990).
3
4.2.1- Aplicação qualitativa dos teores em H em águas
subterrâneas
ainda, uma mistura com águas subterrâneas de idades diferentes sendo uma
componente de circulação profunda, sem 'H, e a outra uma água recente, de circulação
superficial, com 'H.
3
4.2.2- Aplicação quantitativa dos teores em H em águas
subterrâneas
que a determinação da idade aparente das águas subterrâneas não seja um cálculo
imediato. Diversos modelos matemáticos têm sido elaborados com vista à obtenção de
datação da água subterrânea, próxima da real. Estes modelos tentam relacionar os
teores em 3~ determinado nas amostras de água, com os valores observados na
precipitação regional ao longo de vários anos.
Os modelos extremos propostos são, respectivamente, o modelo de fluxo de
pistão e o modelo exponencial.
260
2401
220
.
Federal Republic of Germany
Desde o início da revolução industrial até aos nossos dias, a introdução maciça
na atmosfera de C02 sem átomos de 14c, tem provocado um efeito de diluição,
designado na literatura científica por "efeito de Suess". A acumulação na atmosfera de
C02 "morto", ou seja, sem átomos de 14c, é responsável por valores de concentração
aproximadamente '10 % menores, do que aqueles que existiriam sem a referida
diluição (MAZOR, 1991).
14
A concentração em C na atmosfera não tem sido constante ao longo dos
tempos. A variação do teor no passado tem sido demonstrada em estudos efectuados
em anéis de árvores, em sedimentos lacustres e em corais, através da conjugação de
métodos de análise de 14ce de U-Th (BARD et al., 1990a; 1990b; MAZAUD et al.,
1991).
5O Capitulo 11- Comportamento das Espécies Isotópicas Ambientais
Diversas causas têm sido sugeridas como explicação das variações (naturais) do
teor em "C na atmosfera terrestre, das quais se salientam as seguintes:
- causas que promovem alterações do ritmo de produção de 14cnas altas
camadas da atmosfera, respectivamente, as variações de intensidade elou de
composição dos raios cósmicos e a alteração da actividade solar e variações do
campo magnético terrestre (Fig. 11.15);
- causas que produzem alterações dos parâmetros do ciclo do carbono,
tais como variações de factores climáticos ou ambientais (MAZAUD et al.,
1991).
Relative variations
14
1.8
of cosmogcnic C atorn production (1
0.6 '
time (ky)
0.4 0 10 20 30 40 50
Fig. 11.15- Modelação das oscilações do teor em carbono-14 na atmosfera devidas à intensidade do
campo geomagnético terrestre (MAZAUD et al., 1991).
Trocas Atrnosfora
Isot6picas Procipitac&o
~tmosf.ra r
J ... ' .
' /'P77i"J"/'/'"T
Planta. Sol0
H,O
Solo
-
Auua Subtsrrlnoa
CO, HC0,-
&
r 4 1
CaCO, Erosao - Sedirnantac&o Solo
Sadlrnentacao caco=
L
A-
14
Entende-se por concentração inicial em C no carbono inorgânico total
dissolvido, a concentração nesta espécie isotópica após todos os processos químicos e
isotópicos terem ocorrido e antes do início da desintegração dos átomos de 14c.
14
- determinação da concentração em C no CITD e no solo,
particularmente quando existem minerais carbonatados modernos;
- cálculo dos índices de saturação da calcite e da dolomite, dados úteis na
-.O
.
-i
, ,
8
.
12
, .
16
, . ,
20
-~.
Idade (milhares de anos)
I .
Aq. Profundo O Aq. Superior f
Fig. 11.17- A inexistência de uma relação entre a mineralização da água subterrânea e os teores em 14c,
permitiu identificar o mecanismo de salinização presente no aquífero Miocénico do Baixo
Sado (região de Setúbal) como mistura com água do mar aprisionada nos sedimentos da bacia
(CARREIRA et al., 1994a).
onde:
ni representa o número de moles de gás da espécie i dissolvidas numa mole de água à
pressão parcial de pi e ki representa a constante da Lei de Henry (expressa em atm-') à
temperatura de equilíbrio.
vol. % mo1 %
in atmosphere of element
Si = pipi I 1000
Capitulo II - Comportamento das Espécies Isotópicas Ambientais 59
O
I I
10 20 30
I
L0
I
50
Temperature I°C1
Fig. 11.18- Variação de solubilidade dos gases nobres em função da temperatura (ANDREWS, 1992).
60 Capítulo 11- Comportamento das Espécies Isotópicas Ambientais
Fig. 11.19- Variação das temperaturas de águas subterrâneas modernas, datadas do Holocénico, com
base no teor em gases nobres (TGN), em função dos valores médios anuais de temperatura na
região (STUTE et al., 1995).
onde:
Pi representa a quantidade de precipitação mensal, expressa em mm e Ci a composição
isotópica (valores mensais) das águas de precipitação, ou seja, os valores de 6180 e de
z2H expressos em permilagem e as concentrações em 'H expressas em TU.
Por vezes, observam-se desvios para valores mais negativos nos sistemas
subterrâneos, em particular em sistemas pouco profundos, que poderão ser
interpretados como episódios de recarga preferencial que se verifica em períodos de
chuvas invernais ou em épocas de elevada pluviosidade.
Fig. 11.20- Estações meteorológicas pertencentes á rede de amostragem de águas de precipitação para
análises isotópicas, cooperantes com a AIEA (IAEA, 1994).
66 Capítulo 11- Comportamento cias Espécies Isotópicas Ambientais
A Fig. 11.21 representa o mapa de isolinhas de 6180 das águas meteóricas caídas
na Península Ibérica. Segundo PLATA BEDMAR (1994) os traçados das isolinhas não
deverão ser considerados como "limites absolutos", dada a reduzida densidade de
valores disponíveis na sua definição. As isolinhas apresentam incrementos de 0,5 "/, e
os valores de 6180foram corrigidos pelo efeito de altitude.
De uma análise ao mapa de isolinhas de 6180 da Península (Fig. 11.21) observa-
se que às regiões litorais, zonas por onde se verifica a entrada directa e mais frequente
Capitulo 11- Comportamento das Espécies Isotópicas Ambientais 67
Fig. 11.21- Mapa de isolinhas de 6180da Península Ibérica (PLATA BEDMAR, 1994).
18
O e em 2~ nas águas meteóricas (PAYNE, 1992). Os resultados obtidos apresentam-
se na Tabela 11.5.
Tabela 11.4
Localização geográfica, características climáticas e isotópicas observadas nas águas de precipitação
colhidas em sete estações meteorológicas pertencentes à rede de amostragem operada pelo ITN em
Portugal Continental
Tabela 11.5
Coeficientes de correlação, declive e ordenada das águas de precipitação (6180e ti2EI) colhidas na rede
de estações em Portugal Continental
Fig. II.22-Localização das estações meteorológicas operadas pelo ITN, pertencentes á rede de
amostragem de águas de precipitação em Portugal Continental. As estações de Beja, Vila Real
e Bragança não fazem parte da actual rede de amostragem operada pelo ITN.
Fig. 11.23- "Efeito da primeira condensação" das massas de vapor atmosférico (PLATA BEDMAR,
1994).
interior do continente. Segundo PLATA BEDMAR (1994), uma explicação para estes
casos será a evaporação parcial das gotas de água antes da sua chegada à superflcie
terrestre. A evaporação verifica-se durante a queda das gotas de chuva desde a base
das nuvens até ao solo, em condições de humidade relativa atmosférica inferiores a
100 % (atmosfera não saturada).
Estações Litorais
observada nos valores de precipitação entre estas estações (Porto = 1042 mm, Faro =
529 rnm), permite explicar as diferenças encontradas na composição isotópica (média
ponderada) respectivamente: 6180po,=-5, 11°/ooe 62~p,rto=-30,70100;
6180~~4,700/oo
e 62~Far,=-27,50/00
(Tabela 11.4).
24
200
-E 20
- 160 5
L
-
o 16
ta C
.-gQ 120 E
.- 12
2 80 E
a E~
40 4
o o
1 2 3 4 5 6
Mês Mês
Fig. 11.24- Variação da precipitação e temperatura em função dos meses do ano nas estações do Porto
e de Faro.
-
10 Faro
o,
-9.0 -8.0 -7.0 -6.0 -5.0 4.0 -3.0 -2.0 -1.0 0.0 -9.0 -8.0 -7.0 -6.0 -5.0 4.0 -3.0 -2.0 -1.0 0.0 1.0
Oxigénio-18 [oloo] Oxigénio-18 [oloo]
Fig.II.25- Variação dos valores de 6 ' ~ em função de 6180 nas águas de precipitação colhidas nas
estações da Serra do Pilar (Porto) e de Faro. Nos diagramas encontram-se representadas a
recta de regressão 6'~-6180e a recta das águas meteóricas mundial (GMWL).
200 24
200 24
-E
,-.I
20 -E -E -E
O
im
160
16
-O
160
20
16 L
2120 C lrn
s,g 120
.-n
* E
.-
*
C
L
.- 12
5 .-Q 12 E
a
80
8
L0
a
80
8
5
!-
40
4 40
4
O o
o O
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2
Mês
- Mês
Penhas Douradas
- 200 24
-
E
E 160 20
-
,a
O
tm
2i 2 0
.-Q
.L
16
.L
.- 12
;80 E
P 8 I-
40
4
o o
.. .-
Mês Mês
Mês
I Precipitação -Temperatura (
Fig. 11.26- Variação da precipitação e temperatura em função dos meses do ano para as estações de
Bragança, de Vila Real, de Penhas Douradas, de Portalegre e de Beja.
-1o
- 0.0
O -30
2
g-40
.-
O
5 -50
3
C ] -60
-70
.ao
-90
-13.0 -11.0 -9.0 -7.0 -5.0 -3.0 -1.0 1.0 -13.0 -11.0 -9.0 -7.0 -5.0 -3.0 -1.0 1.0
Oxigénio-18 [oloo] Oxigénio-18 [oloo]
Fig. 11.27- Variação dos valores de &'H em função de 6180 nas águas de precipitação colhidas nas
estações de Bragança, de Vila Real, de Penhas Douradas, de Portalegre e de Beja. Nos
diagramas encontram-se representadas a recta de regressão 6 2 ~ - 6 1 8e0 a recta das águas
meteóricas mundial (GMWL).
Capítulo II - Comportamento das Espécies Isotópicas Ambientais 77
O 4 8 12 16 20 24 28 O 4 8 12 16 20 24 28
Temperatura [DC] Temperatura rC]
Fig. 11.28- Variação da composição isotópica (6180 e 6 ' ~ )das águas de precipitação nas estações
meteorológicas da Serra do Pilar - Porto e de Faro em função da temperatura média mensal.
- Estações costeiras:
6180= (0,24 f 0,04) Temp. + (-7,81 I 0,84)
~ (1,l i- 0,3) Temp. + (-41,6 i- 5,3)
6 ' =
- Estações continentais:
6180= (0,18 i- 0,02) Temp. + (-8,47 k 1,Ol)
~ (0,9 i- 0,2) Temp. + (-50,3 i- 7,5)
6 ' =
.-
-1.0 Estações Continentais
-20 1 Estações Continentais
I Declive = 0.18 /1
- 1 3 . 0 1 - 1 . , ~ . . . 1 - 9 O . I
O 4 8 12 16 20 24 28 O 4 8 12 16 20 24 28
Temperatura rC] Temperatura rC]
- Estações costeiras:
F180 = (-0,02f 0,Ol)Prec. + (-2,61f 0,86)
F 2 =~(-0,lf 0,02)Prec. + (-16,3f 5,O)
- Estações continentais:
F"0 = (-0,02f 0,Ol)Prec. + (-4,81f 1,25)
F~H = (-0,09f 0,02)Prec. + (-30,4
f 8,4)
O
Estações Costeiras
-1.0 -7
-1O Estações Costeiras
7
-6.0 -
-704 , , , , , , , , , , ,
O 40 80 120 160 200 240 O 40 80 120 160 200 240
Precipitação [mm] Precipitação [mm]
Fig. II.30- Variação da composição isotópica das águas de precipitação nas estações da Serra do Pilar -
Porto e de Faro com a altura de precipitação registada (mm).
41.0
Estações Continentais
I Declive = -0,OQ
1
- 9 0 4 1 1
O 40 80 120 160 200 240 O 40 80 120 160 200 240
Precipitação [mm] Precipitação [mm]
Fig. 11.31- Variação da composição isotópica das águas de precipitação nas estações de Bragança, Vila
Real, Penhas Douradas, Portalegre e Beja com a altura de chuva registada (mm).
80 Capítulo II - Comportamento das Espécies Isotópicas Ambientais
- -
O 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 O 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
Altitude [m] Altitude [m]
Humedad r e l a t i v a
Fig. 11.33- Variação teórica do excesso de deutério em fmção da temperatura de evaporação sobre o
oceano (PLATA BEDMAR, 1994).
82 Capitulo 11- Comportamento clas Espécies Isotópicas Ambientais
0.0 J 8 1 I I 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2
Mês
mais quente que a superfície oceânica, permitindo um maior contacto entre estes dois
"sistemas".
~ . . . , i 1 i 1 1 ~ ' ~ . , .
Fig. 11.35- Variação do exce'sso de deutério (médias anuais ponderadas) em função da altitude das
estações meteorológicas.
Por outro lado, o aumento aparente dos valores em excesso de deutério com a
altitude, sugere que o mecanismo de evaporação das gotas de chuva é factor
importante na definição da composição isotópica da água da precipitação. Os teores
mais baixos observados nas estações costeiras (Porto e Faro) e na estação de Beja,
refletem maior distância entre o nível médio da base da nuvem e o local de
amostragem, resultando num grau de evaporação maior das gotas de chuva.
Os teores em 3 ~ médias
, anuais ponderadas, determinados nas estações de
Bragança, Vila Real, Porto, Penhas Douradas, Portalegre e Faro, encontram-se
representados em diagrama em função do tempo, ou seja, desde 1988 (data de início da
rede de amostragem) até 1992, últimos dados disponíveis (Fig. 11.36).
Fig. 11.36- Variação de teor em trítio (médias anuais) em função dos anos amostrados.
para 6 2igual
~ a -1,6 k 0,4 por 100 m
e para o 6180igual a -0,25&0,05 por 100 m
'
' presença de uma linha quase recta, que estabelece o contacto entre as formações da
,
, , Orla Meso-Cenozóica Ocidental e as do Maciço Hespérico.
,
O traçado da rede de drenagem que corta os depósitos quatemários, dá origem a
vales de encaixe e declives pouco acentuados, por vezes - concordantes com a
fracturação. Obedecendo a este traçado, encontram-se a Sul os afluentes do rio Boco,
com traçados mais ou menos rectilíneos, onde o próprio rio reflecte no seu trajecto, a
intersecção de, pelo menos, dois sistemas de fiacturação (BARBOSA, 1981).
Fig. III.2- Modelo gravimétrico do soco desde a zona da Costa Nova para SE (CASAS et al., 1995).
li ' . ,
.-.-.
-....__._
._..._,..__
.....'. BACIA 00 ALGARVE
Fig. 111.3- Esquema estrutural do bordo W da Península Ibérica (adaptado de ROCHA, 1993).
2- LITOESTRATIGRAFIA
Liásico inferior
2.3- Cretácico
1 : i
argiloso das formações (BARBOSA, 1981). Perante estes "obstáculos", vários autores
optaram por efectuar uma caracterização do sistema através de estratotipos, ou seja,
através de uma cartografia de unidades que melhor se adaptem às respectivas áreas de
trabalho.
-
MIRA VAGOS AVEIRO ÁGUEDA - MAMARROSA AVEIRO -
BARBOSA, 1981 TEIXEIRA E ZBYS., 1976 CHOFFAT, 1900, mod. por C. COSTA,,T937
VI
- ------- AWRO
ÇANTONIANO (l~imrn)
Zhíargine caicáriamrn ~ y p r i r
G R PICOTO.
~
-sIADOmo --------- S
.. ...,.e..,.
d) Bancocom H a n i M a
.S
.. .e. S
...
(2m)
e,,* ....
..a
o
CONIACIANO VERBA i1 rn)
--------
(40 10 i DE
c) Grésesvmdaidocom p o n t a vennelhor
(60 m)
GRkDEOIA
- --
C3-< b) Grés &eo eargiia com seixos
- -- - - -(40i10m)
CK~SDE
MAjdODEIRO
(Y)m) Grés e Areias Seni.
TURONIANO C m
,o a) Areias micbcear (y)m) TuronianardeOil
-------- CALCARIOS EAE
(lWi30m)
------- TURON.
"AMARROçA GILAS DECARRAJAO CALCARIOS DE MAMARROSA
C
CENOMANIANO
--------- A-------
(0i5rn)
-- ---------------- í10m)
ALBIANO
-APCIANO (?)
=,, G R ~D
S EPALHAP
(80i 20 m)
ARFNiiWj DE REQVUXO
(150i50rn)
G R k SEM &SEIS MARINHOS
"BELASIANO* CENOM.
Fig. 111.5- Síntese litoestratigráfica das unidades líticas de idade cretácica na região (MARQUES da
SILVA, 1992).
Fig. 111.6- Coluna estratigráfica sintética do Cretácico (adaptado de MARQUES da SILVA, 1990).
C.V.
G.O.
G.M.
F .C
-1'..
-L. .L..
c. L.' M.D.
9. e: I l(m
.? +: I
....
. ....
C.P.
..
'I' '
1
.
.
:<;j\j:j
I,.
Fig. 111.7- Perfd-litoestratigráfico NW-SE da Bacia do Baixo Vouga, aproximadamente entre S.
Jacinto e Fermentelos. AA- Argilas de Aveiro; G.V- Grés de Verba; G.0.- Grés de Oiã; G.M.-
Grés Micáceo; F.C.- Formação Carbonatada; G.P.- Grés de Palhaça (ROCHA, 1993).
.-.
Assentes
- . em- discordância estratigráfica e angular sobre as formações
.
Da regressão ocorrida
.. -
durante o Cretácico inferior, resulta a exposição de vastas
- - -
áreas do actual território europeu que permite o desenvolvimento de intensa
meteorização (sob condições climáticas favoráveis, quentes e pluviosas), com
formação abundante de caulinite, acompanhada em geral por ilite (sugerindo que a
meteorização não se teria extremado), erosão e transporte dos produtos de alteração e
respectiva deposição a efectuar-se em meios preferencialmente continentais (ROCHA
e GOMES, 1995).
' \ .
[ \ ~\
Da análise ao mapa geológico da região (Fig. III.4), verifica-se que esta unidade
-. --.
Os grés micáceos finos a muito finos têm uma expressão cartográfica reduzida,
representada por faixas estreitas e isoladas. No entanto, o padrão de afloramentos é
bastante diferente a Sul de Fermentelos, encontrando-se afloramentos importantes, em
particular nas estruturas de Palhaça e de Mamarrosa (Fig. 111.4).
Da base para o topo esta unidade é constituida por um grés de grão-fi.no-a- muito
fino, micáceo, com estruturas laminadas, que passa progressivamente a grés grosseiro
quartzos0 sub-arcósico, com frequentes intercalações de lentículas argilosas onde se
Capitulo 111- Enquadramento Geológico, Hidrogeoógio e Climatológico 105
V a i r o r i r - l i d i i !Cinen.ni.n ~ v p b i . u r - ~ u r o n i . ~ inl.iu.j
M o i i i l d i Sintio
Moisil Hwipiriqu.
Faill.
foill. normal.
F.il. i"".,,.
Il.."..
-
o >" .o .,"
Fig. 1111.8- Esboço paleogeográfico da Bacia Lusitaniana a Norte do Tejo durante o Turoniano inferior
(adaptado de RIBEIRO et al., 1979).
A
-- _ fase transgressiva iniciada no Coniaciano mantém-se até finais. -'do
1981). São constituídos por arenitos argilosos e argilas de cores variadas, alternantes
entre o verde, o vermelho e o cinzento, por vezes intercalados com finas camadas de
108 Capítulo III- Enquadramento Geológico, Hidrogeoógio e Climatológico
calcários dolomíticos. No seu conjunto, esta unidade apresenta uma foma prismática,
verificando-se um aumento de espessura para N e para W, inclinando ligeiramente 10'
NW (TEIXEIRA e ZBYSZEWSKI, 1976; BARBOSA, 1981).
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f=nfonnta. 3
-
3
-25 s n
Fig. 111.9- Esboço paleogeográfico da Bacia Lusitaniana na região de Aveiro durante o Senoniano
segundo Lauverjat (in ROCHA, 1993).
. ,
2.5- Quaternário
2.5.1- Plistocénico
Holocénico
3.2- Neotectónica
- Carnpaniano - Maestriditiano
- &"!e -0,do"i'ico
~ i g III.12-
. Corte geológico interpretativo do Cretácico na Bacia do Baixo Vouga (PEIXINHO de
CRISTO, 1985).
120 Capitulo 111- Enquadramento Geológico, Hidrogeoógio e Climatológico
HIDROGEOLOGIA
orgânicos. A mais
.- .profunda é constituída fundamentalmente por areias
Os dois subsistemas
. . -
aquíferos, o superior e o inferior, encontram-se em
-
contacto com água salgada, quer junto ao litoral, quer ao longo da ria de Aveiro
(MARQUES da SILVA, et al., 1993). As águas podem apresentar localmente elevado
teor em cloretos, em particular nos furos e poços localizados junto ao litoral e nas
proximidades da &a de Aveiro (BARBOSA, 1981; PEIXINHO de CRISTO,
- 1985).
. .
r
' . .
I < 8 .
, I > I
-i
- w a ~ m ~ 5~ s ~ .
C ARENISCAS Y ARCiLLAS DE A V W O IMPERMEABLE TECHO
~CAMPANIENSE
- SANTONIENSE 4
ARENIÇCAS
GRUESAS
PARTESWERIOR
Y MEDIA
SEMIPERMEABLE ACUITARDO a
2
C
CONIACIENSE PARTE INFERIOR PERMEABLE Z
SUPWORES
a
C
3 ARENiSCAS MICACEAS FíNAS A MW FINAS PERMEABLE ACUIFERO
B
TURONIENSE ,L
2 FORMACiON 5<
C PERMEABLE
CARBONATADA h4ULTiCAPA
8
SECUENCIA
PERMEABLE !i!?
' CENOMANIENSE .. ARENISCAS SUPERIOR 8
1-2 . PARTE . . POCO
C GRUEÇAS ACWFERO MULTICAPA
.. MEDIA PERMEABLE
'
ALBIENSE-
INFERIORES
. PARTE m o
APi'iENSE ? ACUEERO MULTiCAPA
INFERIOR PERh4FABi.E
afloramento representa a única exposição à superficie dos níveis permeáveis, uma vez
que
--
no flanco Norte e Sul do sinclinal as camadas encontram-se sobrepostas quer pelas
formações do Cretácico superior impermeáveis quer pelos depósitos de idade
quaternária.
Fig. 111.13- Suposto mapa de níveis piezométricos anterior a 1963. São visíveis as diferentes direcções
de fluxo subterrâneo a partir dos flancos do sinclinal, que se juntam à direcção principal de
fluxo, de direcqão E-W segundo o eixo do sinclinal (MARQUES da SILVA, 1990).
Superiores"
-- comportam-se do ponto de vista hidráulico
- -- -c=~- aquitardo, apresentando
uma espessura média de cerca de 150 m.
128 Capitulo 111- Enquadramento Geológico, Hidrogeológico e Climatológico
direcção ao mar (Fig. III.14), que não é acompanhado por um aumento de "capacidade
aquífera" devido a variações laterais de fácies (MARQUES da SILVA 1990).
'RICA 1987
0 ~UATERN~RIO
. C~-APUITARDO
TRIÁSICO
PRECÂM&R~CO
Fig. 111.14- Perfil hidrogeológico do sistema Cretácico. Depressão na superfície piezométrica (1987),
localizada nos arredores da cidade de Aveiro (MARQUES da SILVA, 1990).
O
- - ritmo acelerado de exploração do sistema- multiaquífero Cretácico já
conduziu a uma inversão de sentido do fluxo natural na região ocidental da bacia, ou
seja, a exploração de água doce faz-se fundamentalmente, à custa das reservas
existentes na parte submarina do sistema, o que poderá conduzir num futuro a uma
contaminação por intrusão marinha.
r
130 Capitulo 111- Enquadramento Geológico, Hidrogeológico e Climatológico
Sentido do Fluxo
/- Isopiezas
Fig. 111.15- Superfície piezométrica do sistema multiaquífero Cretácico do Baixo Vouga (Março de
1996). É visível a existência de diversas depressões nos níveis piezométricos na área central da
bacia próximo da cidade de Aveiro. Observa-se uma inversão do fluxo natural em toda a zona
costeira ( adaptado de PEIXINHO de CRISTO et al., 1997a).
Os mesmos autores referem ainda que nas áreas mais intensamente exploradas -
Cacia, Aveiro, Gafanha, Ílhavo - tem sido observado rebaixamentos médios anuais da
ordem de 1,50 m desde os princípios da década de 80. Contudo, na zona de Aveiro o
rebaixamento registado foi de quase 15 metros para um período de sete anos (Fig.
111.16).
o
cota -5
(m) -10
-1 5
89 90 91 92 93 94 95 96
Anos
tem sido garantido na sua maioria através da captação de águas superficiais, em terraço
adjacente ao .rio Vouga, junto à povoação de Carvoeiro, o que tem levado a uma
recuperação, que já se verifica, do sistema multiaquífero Cretácico.
132 Capítulo 111- Enquadramento Geológico, Hidrogeológico e Climatológico
5- CLIMATOLOGIA
Altitude: 8 m
Anos de observação: 1949 - 1996
Tabela 111.1
Precipitação média mensal (mm) observada nas estações de Albergaria-a-Velha, S. Jacinto, Gafanha
da Nazaré e Oliveira do Bairro
da temperatura calculados a partir de uma série de trinta anos, de 1961 a 1990, para a
estação de S. Jacinto. Os registos da temperatura foram cedidos pelo I.N.M.G..
Tabela 111.2
Temperatura média mensal registada na estação de S.Jacinto, valores obtidos com base numa série de
trinta anos (1961 a 1990)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2
Mês
Ia Precipitação -Temperatura I
Fig. 111.16- Variação da temperatura e precipitação (médias mensais) em função dos meses do ano na
estação de S. Jacinto.
Capítulo 111- Enquadramento Geológico, Hidrogeológico e Climatológico 135
Como se sabe, da precipitação média anual ocorrida, apenas uma fracção irá
constituir parte das reservas hídricas subterrâneas. A restante perder-se-á,
fundamentalmente, através da evapotranspiração, ou seja, através da passagem da água
no estado líquido ao estado de vapor, directamente elou através da flora, regressando à
atmosfera sob a forma de vapor.
onde,
N - número máximo de horas de sol segundo a latitude (valor tabelado)
d - número de dias do mês
T - temperatura média mensal ("C)
I - índice calórico anual
i - índice calórico mensal, segundo a latitude (valor tabelado)
Tabela 111.3
Valores de ETP e de ETR (expressa em rnrn). Cálculos efectuadas através das equações de
Thornthwaite, com base nos valores obtidos na estação meteorológica de S. Jacinto.
1 AMOSTRAGEM
Tabela IV.1
Identificaqão dos locais amostrados do sistema multiaquífero Cretácico
Tabela IV.2
Identificação dos locais amostrados do sistema aquífero Quaternário
No de Referência No de Referência
Invent. Invent.
60 Castelhana / Nascente 68 AC1 -Vagos / S.M. Vagos (furo)
61 Oliveirinha / Furo 69 AC2 - Vagos / S.M. Vagos (furo)
62 Fermentelos/ Nascente 70 AC3 - Vagos / S.M. Vagos (furo)
63 Fermentelos / Furo 71 SME-6 / Estarreja - S.M.E." (furo)
64 Vessada / Nascente 72 SME-7 / Estarreja - S.M.E. (%o)
65 Quimigal / Furo ACCP2 73 SME-11 Estarreja - S.M.E. (furo)
66 Salreu / Nascente 74 SME-2 / Estarreja - S.M.E. (furo)
67 S. Jacinto / Furo
Fig. IV. 1- Mapa da região com localização dos furos e nascentes amostrados. A numeração de 1 a 27
assinala os furos que captam o sistema multiaquífero Cretácico. A numeração de 60 a 74
identifica as amostras colhidas no sistema aquífero Quaternário.
144 Capitulo IV - Amostragem. Parte Experimental
14
As determinações dos teores em C e em 3~ das amostras de água, foram
realizadas no Laboratório de Isótopos Ambientais do I.T.N., tal como as
determinações dos valores de 6180 e de ?j2~.As restantes análises foram efectuadas no
Laboratório de Hidrologia Isotópica da A.I.E.A., em Viena (Áustria).
onde:
Ramo,, representa a razão 2 ~ 1ou1 18~0/160 medida na amostra, enquanto Rpad, se
refere à mesma razão isotópica ( 2 ~ 1ou1 180/160)
~ determinada no padrão,
14
Para a determinação do teor em C das águas subterrâneas procedeu-se à
precipitação in situ do carbono inorgânico total dissolvido (CITD) através de reacção
148 Capitulo IV - Amosiragem. Parte Experimental
Dado que se trata de um método que foi pela primeira vez realizado em
Portugal, descreve-se de modo sucinto o procedimento laboratorial (STUTE, et al.,
' 1995a), embora esta técnica não se encontre disponível no nosso país:
onde,
Ccatiões
- representa o somatório das espécies catiónicas expressas em meqll
Caniõeç
- representa o somatório das espécies aniónicas expressas em meqll
Por outro lado, outros autores (FREEZE e CHERRY, 1979; MAZOR, 1991;
APPELO e POSTMA, 1994), admitem como limite máximo de erro admissivel numa
análise química o valor de 5 %, sendo este valor independente da mineralização das
amostras. Dos resultados obtidos nas análises químicas (ver tabelas A-I a A-V em
anexo) verifica-se que a maioria das amostras de água apresentam valores de ERB
inferiores a 5 %.
TSD = A CE
onde:
CE representa a condutividade eléctrica da amostra de água e A uma constante
numérica compreeendida'entre 0,55 e 0,75. A equação IV.3 é aplicável apenas em
águas pouco mineralizadas, ou seja, para valores de condutividade eléctrica menores
que 2000 pS/cm.
Tabela V.1a
Erro de Balanço nas amostras do Sistema Multiaquífero Cretácico
Tabela V.1b
Erro de Balanço para as amostras do Sistema Aquífero Quaternário
*Nota: Não foi colhida amostra para realização das análises físico-químicas, apenas para determinação
de análises isotópicas.
Fig. V.l- Projecção do somatório das espécies catiónicas (A) e aniónicas (B) presentes no sistema
aquoso em fimção da condutividade eléctrica. No dois diagramas verificam-se um maior
afastamento da recta CE=100 meq/l nas amostras mais mineralizadas.
Fig. V.2- Projecção em diagrama de Piper dos resultados obtidos nas análises químicas às amostras de
água do sistema multiaquífero Cretácico e do aquífero Quatemário.
Fig. V.3- Evolução hidrogeoquímica do sistema multiaquífero Cretácico. Projecção dos resultados das
análises químicas em diagramas de Stiff.
-?
Capilulo V - Resultados Obtidos - Caracterização Hidrogeoquímica 165
Trocas Iónicas
Por outro lado, as grandes variações que se podem verificar nas espécies
catiónicas são provocadas por mecanismos de troca, pois encontram-se associadas
166 Capilulo V - Resultados Obtidos - CaracterizaçãoHidrogeoquimica
(Eq. V. 1)
O 2 4 6 8 1O 12
Sódio [meqll]
Fig.V.4- Projecção dos teores em cálcio em função dos teores em sódio. Observa-se um decréscimo
dos teores em cálcio acompanhado por um aumento das concentrações em sódio.
O cálcio é removido do sistema aquoso (aq) pela matriz argilosa (s), através de
troca por sódio. Este mecanismo (troca iónica) conduz à passagem de águas do tipo
Ca~íluloV - Resultados Obtidos - Caracterizacão Hidroaeoauímica 167
Fig. V.5- Presença do mecanismo de troca iónica, as amostras distribuem-se na parte superior da recta
de igualdade.
(Na ,K)2 S 0 4
(Na .K) CI
Fig. V.6- A disposição gráfica das amostras em diagrama de Piper permite a identificação de
mecanismos de troca iónica ao longo do fluxo subterrâneo (APPELO e POSTMA, 1994).
Por outro lado, uma água doce ao circular por sedimentos anteriormente em
contacto com água marinha, contacta com minerais argilosos (desses sedimentos) que
possuem uma composição iónica em equilíbrio com a correspondente água do mar,
podendo mesmo ter retido certas quantidades da mesma (águas congénitas). A água
doce ao circular irá lavar estes materiais, aumentando o seu conteúdo em cloretos e em
sódio, mas perdendo dureza, ou seja, as águas doces tomam-se mais brandas, levando
a uma diminuição do índice de troca de bases da relação inicial.
Capilulo V - Resultados Obtidos - Caracterização Hidrogeoquímica 169
Fig. V.7- Representação das amostras de água do sistema multiaquífero Cretácico de Aveiro em
diagrama de Piper. Observa-se um aumento dos teores em 'sódio e diminuição das
concentrações em cálcio. A evolução hidroquímica parece apontar para um mecanismo de
"lavagem" da matriz do aquífero.
rMg1rCa rCVrHC03
Águas Continentais 0,3 a 1,5 0,l a 5
Água do Mar 5 20 a 50
Tabela V.3
Coeficientes de Correlação entre os Parâmetros Físico-Químicos das Amostras de Água com a
Profundidade Máxima e Média das Captações
r(~rofundidadeMáxima) rf~rofundidadeMédia)
Prof. - ca2+ 0,36 0,48
Prof. - M~~~ 0,57 0,70
Prof. - ~ a + 0,52 0,60
Prof. - K+ 0,28 0,34
Prof. - C1- 0,27 0,3 1
Prof. - ~ 0 ~ ~ - 0,68 0,80
Prof.- HC0; 0,48 0,52
Prof. - TSD 0,48 0,54
Prof. - Temp. 0,85 0,85
aquífero e não a do nível mais profundo da captação. Assim será utilizado o valor da
profundidade média das captações com vista a tentar-se compreender qual a evolução
hidroquímica da água subterrânea.
Fig. V.8- Projecção do total de sólidos dissolvidos em função das profundidade média das captações.
A maioria das amostras apresentam teores de mineralização aproximadamente constantes com
o aumento da profundidade média.
Observa-se uma evolução das águas para valores mais alcalinos à medida que
os furos se localizam mais próximo do litoral, ou seja, captações mais profundas (Fig.
V.9).
Capilulo V - Resultados Obtidos - Caracterização Hidrogeoquimica 175
5.0
O 50 IO0 150 200 250 300
Profundidade Média [m]
Fig. V.9- Variação do valor de pH em função da profundidade média das captações.
15.0
O 50 1O0 150 200 250 300
[m]
Profundidade ~ é d i a
Fig. V. 10- Variação da temperatura em função da profundidade média das captações.
176 Capilulo V - Resultados Obtidos - Caracterização Hidrogeoquímica
Por outro lado, nos furos localizados mais próximo do bordo da bacia
sedimentar (área de recarga), observam-se teores em cálcio e em magnésio por vezes
bastante diferentes, caso das amostras 3 , 6 e 8.
o
O 50 IO0 150 200 250 300
Profundidade Média [m]
250 5
~ 2 0 0
+ - 14 25
E
K150 -
19
.-
rn
&O
cn 100 - 15
21 20 L? .r(g
50 - 23s
224 3266
2 1o
??I
o 1 I 1 I 1 I
Fig. V.12- Na maioria das amostras de água colhidas verifica-se que o teor em cloretos é
aproximadamente constante quase independente da variação da profundidade média das
captações.
Por outro lado, uma hipótese que se poderá formular sobre a origem do elevado
teor em cloretos nos furos 5, 14 e 19 é a de uma possível mistura com águas
provenientes da unidade C4, de permeabilidade mais baixa e portanto menos lavada,
que as unidades mais permeáveis. No entanto, tendo em atenção a profundidade dos
ralos (ver Tabela A-1 em anexo), e o trabalho realizado por MARQUES da SILVA
(1990), onde este autor "coloca" a formação C4, com base em registos geofísicos de
potencial espontâneo e de resistividade, a uma profundidade máxima que ronda os -
Capilulo V - Resultados Obtidos - Caracterização Hidrogeoquimica 179
180 m (base da unidade). Assim, apenas no furo 19 parece provável a mistura com
águas provenientes desta unidade, uma vez que nos furos 5 e 14 os primeiros sistemas
de ralos situam-se a -236 m e a -203 m, respectivamente.
o
O 50 IO0 150 200 250 300 .
Profundidade Média [m]
Fig. V.13- Aproximadamente a partir dos 100 m de profundidade média as amostras de água
apresentam teores de bicarbonato sensivelmente constantes.
Fig. V.15- Distribuição dos teores em oxigénio em dois aquíferos arenosos. O oxigénio é rapidamente
consumido nos primeiros metros do percurso subterrâneo (APPELO e POSTMA, 1994).
m
+
O
I-
o
O 4 8 12 16 20
Distância Bordos Bacia Sedimentar [km]
Fig. V.16- Aumento progressivo da mineralização da água a partir da área de recarga segundo a
direcção do fluxo. Aproximadamente entre o km 7 e o krn 17 a concentração em sais da água
subterrânea mantém-se praticamente constante.
O
O 4 8 12 16 20
Distância Bordos Bacia Sedimentar [km]
Fig. V.17- Observam-se teores em HC03' aproximadamente constantes entre o krn 7 e 17. O teor
"anormal" em H C 0 i determinado no furo 8 poderá relacionar-se com heterogeneidades
litológicas na área de recarga, maior percentagem de minerais carbonatados ou a mistura com
água proveniente do Liásico.
Capilulo V - Resultados Obtidos - Caracterização Hidrogeoquimica 187
o
O 4 8 12 16 20
Distância Bordos Bacia Sedimentar [km]
Fig. V.18- Variação do teor em cloretos em função da distância à área de recarga segundo o "fluxo
subterrâneo".
O 4 8 12 16 20
Distância Bordo Bacia Sedimentar [km]
Fig V.19- Variação dos teores em cálcio em função da distância ao bordo da bacia sedimentar. As
amostras de água parecem identificar duas "linhas" paralelas de evolução do fluxo
subterrâneo.
O 4 8 12 16 20
Distância Bordo Bacia Sedimentar [km]
Fig. V.20- Na representação da razão cálcio-sódio (r~a~'lr~a+')
em função da distância, mantêm-se as
linhas paralelas de evolução do fluxo subterrâneo.
O
O 4 8 12 16 20
Distância Bordo Bacia Sedimentar [Km]
Fig. V.21- Projecção das concentrações em das amostras de água em função da distância ao
~ 0 4 ~ -
bordo da bacia Sedirnentar.
190 Capilulo V - Resultados Obtidos - Caracterização Hidrogeoquimica
0.0
O 4 8 12 16 20
.,. ,... .,..... Distância Bordo Bacia Sedimentar [Km]
-3.0
O 4 8 12 16 20
Distância Bordo Bacia Sedimentar [Km]
O equilíbrio água - rocha pode ser expresso pela dissolução elou pela
precipitação de espécies minerais, o designado índice de saturação (1s).Este é função
dos produtos de solubilidade das espécies iónicas envolvidas, do pH, da força iónica,
da temperatura, etc..
força iónica
onde,
yi - coeficiente de actividade calculado a partir da força iónica (I)
mi - concentração mola1
Zi - valência
A = constante numérica
Tabela V.4
Variação dos índices de saturação da calcite, dolomite e gesso das amostras de água subterrânea de
três campanhas de amostragem
-4.0
O 50 I00 150 200 250 300
Profundidade Média [m]
-4.0
O 50 1O0 150 200 250 300 "
Profundidade Média [m]
Fig. V.23- Variação dos índices de saturação da calcite, dolomite e gesso em função da profundidade
média das captações. Nos dois primeiros diagramas (A e B) parece existir uma aproximação
para o equilíbrio com o sentido do fluxo.
196 Capílulo V - Resultados Obtidos - CaracterizaçãoHidrogeoquimica
-4
O 4 8 12 16 20
Distância Bordo Bacia Sedimentar [km]
I
- o- L6 25
0
-1
.- -
n
a
.w
-E -2 --
O
O
y-3 - 24
7
19
5 - 1
-4 - 6
. -5 - 3
-6 1 I I I 1
O 4 8 12 16 20
i Distância Bordo Bacia Sedimentar [km]
-1 -
--2
18
-O . 13, 8 26
7 , 9 1
10 11 17
4
V)
V) 25
Q> -3 - 2Z3 21 20 19 5
rn
U
1A2
5 -
15 14
-4 -
-5 . I I I I I
O 4 8 12 ' 16 20
Distância Bordo Bacia Sedimentar [km]
Fig.V.24- Variação dos índices de saturação da calcite, dolomite e gesso em função da distância ao
bordo da bacia sedimentar. Nos dois primeiros diagramas (A e B) parece existir uma
aproximação para o equilíbrio com o sentido do fluo.
Capílulo V - Resultados Obtidos - CaracterizaçãoHidrogeoquimica 197
Por outro lado, verifica-se que na projecção dos valores de ISgess0em função
quer da profundidade média quer da distância à área de recarga, parece existir uma
evolução para águas mais subsaturadas. Possivelmente o decréscimo dos valores está
associado a um aumento de fenómenos de troca iónica (ca2+/Na+),logo menores teores
em cálcio no sistema.
I 2 3 4 5
Bicarbonato [meqll]
-4
O 1 2 3 4 5 6 7
Cloretos [meqll]
Fig V.25- Variação do índice de saturação da calcite em hnção dos teores em cálcio (A), bicarbonato
(B) e cloretos (C).
Capilulo V - Resultados Obtidos - Caracterização Hidrogeoquimica 199
-
-2.5 -4.0
O 5 1O 15 20 O 5 1O 15 20
Distânaa à Linha de Costa (km) Distância à tinha de Costa (km)
B
5
8
. I
O
-
.. .
---------+--ma--------
m
Equilíbrio
.
I
. =
8
-- . = g
a> -1.0
o
e
a
$ -1.5 2:
9
ü m 5
,r -2.0 = v>
-2.5
O 5 10 15 20 O 5 1O 15 20
Distânaa à Linha de Costa (km) Distânaa à Linha de Costa (km)
Fig. V.26 - Evolução dos índices de saturação das águas subterrâneas relativamente aos minerais
gibsite, quartzo, sílica amorfa, caulinite,e calcite segundo uma secção transversal W-E do
aquífero segundo a distância à linha de costa (CONDESSO de MELO et al., 1998).
ponto final de uma linha de fluxo, ou simular a mistura de duas águas e estabelecer
reacções hidrogeoquímicas globais que podem contribuir para a composição final
observada no ponto de amostragem. Por outro lado, o programa permite a utilização da
composição isotópica das amostras na modelação da evolução geoquímica da água
subterrânea.
Quanto maior for o número de fases elou de variáveis consideradas, maior será
o número de modelos fornecidos pelo programa.
Tabela V.5
Variáveis e Fases Seleccionadas Para a Modelação Hidrogeoquímica do Sistema Multiaquífero
Cretácico de Aveiro
Quando nos modelos as trocas são expressas com sinal negativo, isto significa
que as trocas ocorrem no sentido inverso, ou seja, nas fases minerais existe
precipitação e nas trocas iónicas as reacções decorrem no sentido inverso.
cretácicas, tal como a existência de microcristais de halite, o que nos leva a admitir o
modelo 2 como o mais plausível de representar a evolução hidroquímica do sistema.
Modelo 7
Calcite = -1,580
Halite = 1,629
Dolomite = 1,308
Pirite = 0,035
Mg/Na = 1,503
Dos sete modelos propostos pelo programa,. nos dois últimos obriga à
precipitação de calcite. De acordo com os indíces de saturação a água encontra-se
subsaturada relativamente a essa espécie mineral, situação que leva à exclusão desses
modelos (modelos 6 e 7). Por outro lado, nos modelos 3, 4 e 5 não é considerada a
presença de calcite, apenas dolomite o que não é aceitável se tivermos em
consideração a composição mineralógica da matriz. No modelo 5 o cálcio no sistema
tem origem na dissolução de dolomite, excluindo a dissolução de microcristais de
gesso quer de calcite na fracção menor que 38 p.
Modelo 7
Gesso = 1,6029
Halite = 3,472
Pirite = - 0,645
Ca/Na = 2,044
Mg/Na = 0,178
Dos resultados das análises químicas obtidos nas amostras de água, sobressaem
os elevados teores em nitratos, contrastando com o sistema profundo onde a maioria
dos furos apresenta concentrações de zero mgll. No entanto, nas amostras 65 e 68 o
teor em NO3-é zero mgll.
Fig. V.27- Projecção em diagrama de Piper dos resultados das análises químicas obtidos nas amostras
de água do sistema freático.
Tabela V.6
Matriz de Correlação dos Parâmetros Físico-Químicos das Amostras de Água do Aquífero Quaternário
A amostra com mineralização mais elevada, furo 67, localiza-se perto do litoral;
no entanto, as razões iónicas não revelam quaisquer indícios de mistura com água
marinha.
Tabela V.7
Razões Iónicas e Índice de Troca de Bases nas Amostras de Água do Sistema Aquífero Quatemário
Por outro lado, devido à entrada de sulfatos por contaminação agrícola (uso de
pesticidas), observam-se valores dos índices de saturação do gesso superiores neste
sistema do que os determinados no aquífero profundo Cretácico.
214 Capilulo V - Resultados Obtidos - Caracterização Hidrogeoquimica
Tabela V.8
Índices de Saturação da Calcite, Dolomite e Gesso
Tabela IV.l
Variação dos Valores &*He 6180das Amostras de Água do Sistema Multiaquífero Cretácico
Março 1993 Outubro 1993 Julho 1994 Dezembro 1994 ]Fevereiro 1995
N0de 6 2 ~ 6180 6 ' ~ 6"0 6 ' ~ 6180 ti2H 6180 6 ' ~ 6180
Inv. tOJoo) tOJoo) (o/oo) tOJoo) (o/oo) (OJo0) (OJo0) tOJoo) tOJoo) tOJoo)
1 -25,3 -4,52 -24,2 -4,55 -24,2 -4,39 -24,2 -4,62
2 -25,l -4,49 -24,4 -4,41 -24,5 -4,39 -24,O -4,54
3 -28,O -4,86 -26,9 -4,89 -28,4 -4,77
4 -23,3 -4,53 -24,6 -4,54 -23,8 -4,50
5 -26,2 -4,77 -25,4 -4,66 -26,O -4,66 -26,l -4,76
6 -26,7 -4,75 -26,5 -4,82 -26,O -4,56 -25,4 -4,71 -26,6 -4,66
7 -25,2 -4,46 . -24,5 -4,42
8 -25,4 -4,62 -25,5 -4,71 -26,6 -4,58 -25,6 -4,69
9 -26,2 -4,60 -24,3 -4,50 -24,9 -4,62
10 -26,l -4,44 -24,l -4,54 -25,6 -4,51
11 -25,O -4,36 -24,l -4,56 -24,3 -4,39
12 -23,7 -4,40 -24,l -4,60 -24,7 -4,60
13 -24,9 -4,48 -25,2 -4,56 -26,5 -4,59
14 -23,5 -4,35 -24,3 -4,43 -24,2 -4,42
15 -22,9 -4,33 -23,6 -4,41 -23,5 -4,46
16 -26,5 -4,79 -28,l -4,97 -27,O -4,79
17 -24,4 -4,38 -23,2 -4,50
. 18 -23,3 -4,38 -24,l -4,47 -24,3 -4,53 -24,9 -4,44
19 -24,O -4,42 -23,9 -4,36
20 -24,O -4,37 -23,7 -4,41
21 -23,5 -4,45 -23,2 -4,OO
22 -24,6 -4,58 -24,2 -4,74 -24,8 -4,66
23 -26,l -4,47 -24,8 -4,49
24 -24,9 -4,71 -24,5 -4,75 -24,3 -4,63
25 -27,l -4,84 -26,l -4,89 -25,2 -4,70
26 -26,2 -4,49 -26,4 -4,43 -28,2 -4,59
27 -25,3 -4,72 -25,9 -4,78 -24,9 -4,77 -26,7 -4,70
Capitulo VI - Interpretação dos Resultados Obtidos -Análises Isotópicas 219
(Eq. VI.2)
profundo confinado, constituído por águas mais enriquecidas nas espécies isotópicas
pesadas, isto é, com teores mais elevados em oxigénio-18 e em deutério. O segundo
outro grupo é constituído pelas amostras de água pertencentes ao aquífero superficial
Quaternário e parte por amostras pertencentes ao aquífero confinado, correspondendo
a águas mais empobrecidas em ''0 e em 2 ~ .
Tabela VI.2
Variaqão dos valores 6 2e ~6180das Amostras de Água do Sistema Aquífero Quaternário
Note-se ainda, que o sistema aquífero superficial é uma unidade de fácil recarga
pela águas de precipitação, estando sujeito às variações sazonais da composição
isotópica observadas nas águas de precipitação ao longo do Ciclo Hidrológico (ver
Capítulo 11). Tratam-se de furos pouco profundos, onde as flutuações isotópicas
observadas nos resultados de F ~ H
e de 6180 representam, provavelmente, as variações
observadas durante um Ano Hidrológico nas águas de precipitação.
Serra do Pilar - Porto. Esta estação localiza-se a cerca de 65 krn a norte de Aveiro,
apresentando características mais ou menos similares às observadas na região em
estudo, ou seja, situa-se numa zona litoral de baixa altitude (98 m) e com um regime
de ventos semelhante.
encontra no sistema, é expressa por uma diferença de cerca de 0,5 O/, nos valores de
6180e aproximadamente 4 nos valores de F ~ H .
Tabela VI.3
Composição Isotópica Média das Amostras de Água do Sistema Multiaquifero Cretácico
4 8 12 16
Distância Bordo Bacia Sedimentar [km]
Fig. VI.2- Variação dos valores de 6180 em função da distância ao bordo da bacia sedimentar (área de
recarga).
-20
-30
O 4 8 12 16 20
Distância Bordo Bacia Sedimentar [km]
Fig. VI.3- Variação dos valores de 6 2 em
~ finção da distância ao bordo da bacia sedimentar (área de
recarga).
' a -8.5 L
O 10 20 30
-
40 50
Distance (km)
- -60 L
O 10
I
20 30
.
40 50
,
Distance (km)
-. .
Fig.VI.4 - Variação dos valores de 6 ' e~de 6180 segundo o fluxo subterrâneo, de S para N, no sistema
aquífero do Chalk (Londres, Grã-Bretanha). Os círculos escuros representam a área N do
'
sistema (águas mais antigas); os círculos a branco, a região S do sistema (águas mais
modernas); os triângulos representam as amostra colhidas região não confinada do sistema
(DENNIS et al., 1997).
TABELA VI.4
Variação de Teor em 14ce dos Valores de 613cdas Amostras de Água do Sistema Multiaquífero
Cretácico
23O Capitulo VI - Interpretação dos Resultados Obtidos - Análises Isotópicas
14
Analisando os resultados obtidos em 3~ e em C nas amostras de água do
sistema multiaquífero Cretácico sobressai o elevado teor em trítio (7 TU) determinado
na amostra 24. Esta captação corresponde a um furo pouco profundo situado cerca do
bordo da bacia sedimentar, o teor determinado pode em parte ser explicado por se
tratar de uma água moderna (14c = 73,3 pmc). É de referir que o teor 'H se mantém
constante ao longo das várias campanhas de amostragem, excluindo por conseguinte, a
hipótese de erro analítico.
Tabela VI. 5
Variação do Teor em Trítio (TU) no Aquífero Quatemário
I
Tabela VI.5
Amostras de Água Subterrânea do "Chalk Aquifer" - Bacia de Londres. Variação do Teor em 3~ e
Idades Aparentes em 14c(DENNIS et a1.,1997)
14
Relativamente à concentração em C numa água subterrânea, esta é
inicialmente função do teor existente na atmosfera, no momento da recarga, e,
posteriormente, de todos os processos de interacção água-rocha (ver Capítulo 11).
Perante um mecanismo de mistura, verificar-se-ão modificações a nível da composição
química e do conteúdo isotópico e, assim sendo, o desvio em "C será função do teor
em alcalinidade das águas e da percentagem de mistura.
18
6 O(amostra22, = -4765 "/o0
234 Capitulo VI - Interpretação dos Resultados Obtidos -Análises Isotópicas
onde,
m- composição da mistura (amostra 22)
C1- composição média das amostras do sistema multiaquífero Cretácico com
teores em 14centre 12 e 5 pmc (águas "antigas")
C2- composição média das amostras do sistema aquífero Quaternário e do
sistema multiaquífero Cretácico com teores em 14csuperiores a 35 pmc
(águas "modernas")
Da análise do mapa anterior (Fig. VI.5), observa-se uma transição "brusca" dos
teores em "C das amostras entre a primeira e a segunda áreas, ou seja, uma quebra
acentuada nas concentrações em carbono-14 (passagem aproximadamente de 20 pmc
Capitulo VI - Interpretação dos Resultados Obtidos -Análises Isotópicas 235
para cerca de 10 pmc), e não uma diminuição gradual dos teores. O intervalo de teores
observado entre as duas áreas, poderá dever-se à acção conjunta de dois processos:
ESCALA GRAFICA
; 8 Krn
Fig. VI.5- Variação do teor em carbono-14 (prnc) nas amostras de água do sistema multiaquífero
Cretácico. No mapa encontram-se delimitadas três áreas, respectivamente, do interior para o
litoral encontram-se: - concentrações superiores a 20 pmc (zona A); - entre 5 e 10 pmc (zona
B); e junto ao litoral teores menores que 5 pmc (zona C).
236 Capítulo VI- Interpretação dos Resultados Obtidos -Análises Isotópicas
0.1
O 4 8 12 16 20
Distância Bordo Bacia Sedimentar [km]
Fig. VI.6- Variação do teor em carbono-14 (pmc) em escala logarítmica em função da distância ao
bordo da bacia sedimentar, área de recarga do sistema aquífero (km).
-20.0
O 4 8 12 16 20
Distância Bordo Bacia Sedimentar [km]
Fig. VI.7- Variação dos valores de 613c versus distância ao bordo da bacia sedimentar, área de
recarga (km).
Capitulo VI- Interpretação dos Resultados Obtidos -Análises Isotópicas 239
14
Representando os valores de C em função do 613c das amostras do sistema
multiaquífero Cretácico de Aveiro, verifica-se que às amostras com os teores mais
14
elevados em C correspondem os valores mais empobrecidos de 6I3c, ou seja a
amostras menos evolucionadas (Fig. VI.8).
80
m- o - , e
n
a e
-s
O -10
-5
-
e
e a
oco
80
e 0
0
F O 0 a03
' Q - 1 5 - r - i l J
o 10 20 30 40 50
Distance (km)
Distance (km)
Fig. VI.9- Os círculos escuros representam a área N do "Chalk aquifer" (águas mais antigas); os
círculos a branco, região S do sistema representam águas mais modernas; os triângulos
representam as amostra colhidas na região não confinada do sistema A) Variação dos teores
em 14ce dos valores de 613c em função da distância. B) Variação do teor em 14cversus 613c
(DENNIS et al., 1997).
Diversos modelos matemáticos têm sido elaborados com vista à datação dos
sistemas hídricos subterrâneos, através do teor em radiocarbono (FONTES e
Capitulo VI - Interpretação dos Resultados Obtidos - Análises Isotópicas 24 1
GARNIER, 1979). Todavia, dos vários modelos propostos até hoje, nenhum apresenta
uma validade universal, dada a complexidade das variáveis envolvidas.
(Eq. VI.4)
(Eq. VI.5)
em que:
C - concentração em "C (pmc) na amostra
c0 - concentração inicial em "C (pmc) na amostra
- 613cdo CITD em (valor determinado na amostra)
2jCarb - 613c da matiz do aquífero (1 f 1
6s0i0 - 613c do C02 do solo (-25 f 2
E - factor de enriquecimento isotópico (8,O f 0,5
14
A "idade aparente" em C das amostras de água subterrânea do sistema
multiaquífero Cretácico foram calculadas através das equações VI.4 e VI. 5. Os
resultados obtidos apresentam-se na Tabela VI.7. As "idades corrigidas" são expressas
em milhares de anos BP (ka). A cada valor encontra-se sempre associado um desvio
padrão (o).
Tabela VI.7
Idade Aparente em 14cBP das Amostra de Água do Sistema Multiaquífero Cretácico
14
No de 613c Cfo Idade Aparente f 20
Inventário ( 0 / ~ ~ (pmc) (ka)
1 -10,20 6,58 f 0,90 18,71 f 3,50
2 -14,OO 9,52 f 2,92 18,08 f 5,61
3 -14,75 43,63 f 0,44 5,89 f 2,42
4 -9,63 3,39 +0,50 23,76 f 3,66
5 -9,87 0,91 f 0,3 1 34,81 f 6,25
6 -15,30 37,14 f 0,66 7,50 f 2,41
7 -9,79 6,87 f 0,74 18,OO f 3,19
8 -10,50 21,90 f 0,45 8,98 f 2,67
9 -8,70 12,48 f 0,89 12,22 f 3,07
10 -9,42 8,07 f 0,47 16,42 f 2,94
11 -9,6 1 +
5,92 0,50 19,15 f 3,07
12 -9,67 4,42 f 0,54 21,59 f 3,39
13 -9,86 5,85 f 0,95 19,42 f 3,81
14 -10,63 1,84 f 0,34 29,55 f 4,04
15 -9,78 5,15 ir 0,89 20,41 f 3,91
17 -9,94 7,29 f 0,69 17,66 f 3,12
18 -8,89 6,23 f 0,49 18,17 f 3,12
19 -9,l O 5,21 f 1,02 19,78 f 4,27
20 -9,94 +
6,03 1,34 19,23 +I 4,56
21 -12,16 5,46 f 0,67 21,58 f 3,24
22 -8,82 20,94 f 0,66 8,06 f 2,87
23 -9,81 5,93 f 0,63 19,27 f 3,23
24 -18,54 73,29 f 1,17 +
3,38 2,32
25 -1 1,98 4,75 f 0,56 23,58 f 2,93
26 -13,58 +
4,75 0,46 22,62 IT 3,20
27 - 14,24 +
37,50 0,44 6,86 f 2,44
o
O 4 8 12 16 20
Distância Bordo Bacia Sedimentar [km]
Fig. VI.10- Projecção dos valores de "idade aparente" em 14c(BP) das amostras de água em funqão da
distância ao bordo da bacia sedimentar (km).
14
Através das "idades aparentes" em C das amostras de água, estimou-se as
velocidades médias aparentes do fluxo subterrâneo, segundo o sentido do fluxo entre
furos adjacentes. Os 'valores obtidos de "velocidade aparente do fluxo subterrâneo"
foram projectados em função da distância à área de recarga, valor médio entre furos
adjacentes (Fig. VI.ll). Na região mais próxima dos bordos da bacia encontram-se
velocidades médias em tomo de 0,6 d a n o , enquanto na região central os valores
obtidos rondam os 3,3 d a n o , diminuindo novamente na região mais próxima do
litoral para 0,2 d a n o .
14
de fluxo típicas para o Holocénico. As idades corrigidas em C deste grupo de
amostras são menores que 10 ka BP.
.-
ta
u3
'a,
I
O 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Distância Média entre Captações [km]
I
Fig.VI.ll- Velocidade média aparente do fluxo subterrâneo (rnla) em função da distância (h)
na,
região central do Baixo Vouga no sistema multiaquífero Cretácico.
Spain Portugal
Plcwrilsulcvcl
, -
. -1m
Fig.VI.11 A) - Curvas indicadoras do nível do mar durante a última deglaciaqão, as amostras de corais
foram datadas através do método U-Th (cruz) e pelo método de radiocarbono (círculos)
(l3ARD et al., 1990b). B) - Curvas indicadoras do nível do mar nos últimos 20 000 anos,
inferidas a partir de análises efectuadas a amostras de sedimentos colhidas na margem
continental portuguesa e espanhola (ZAZO, et al, 1996).
Capitulo VI -'Interpretação dos Resultados Obtidos -Análises Isotópicas 247
Tabela VI.8
Idade Aparente em 14cBP das Amostra de Água do Sistema Multiaquífero Cretácico Colhidas por
MARQUES da SILVA (1990), aplicando o "método de Gonfiantini"
-5.0
O 6 12 18 24 30 36
"Idade Aparente" 14-C BP [ka]
O 6 12 18 24 . 30 36
"Idade Aparente" 14-C BP [ka]
(recarga moderna, teores em trítio entre 3 e 9 TU). As águas mais antigas ("idades
14
corrigidas" em C superiores a 10 ka BP, idades plistocénicas), apresentam um
enriquecimento isotópico sistemático em oxigénio-18 e em deutério, quanto mais
antigas quanto maior a concentração em 1 8 0 e em 'H.
O0 0
-60 o o
---.o a-
I . . . I . . . I .
O
U ! . . . I . . . I .
5-
CL
-60 -
-. \ - -,
BURGSANOSTEIN AQUIFER
INURNBERG REGION-FEO.REP. -
'..'-L-, .
m
-. OF GERWAHY )
w
I-
- =
'i i
,
2 - 7 0 -
0
-80 - . -m-
-.\
I
GREAT HUNGARIAN P L A I N S
I N A G Y K U N S ~ GA R E *-
\ HUNGARY)
k
Fig. VI.15- Estudos realizados em sistemas aquíferos da Grã-Bretanha e da Europa Central, (recarga
efectuada durante o último máximo glaciar), apresentam um empobrecimento isotópico, se
comparadas com os valores 6 da precipitação moderna caída na região (adaptado de
ROZANSKI, 1985).
Capítulo VI- Interpretação dos Resultados Obtidos -Análises Isotópicas , 251
Fig. VI.15- (A) Variação dos valores de 6180 em função da "idade aparente" em 14cBP da água
subterrânea na Bacia Artesiana de Stampriet (VOGEL et al., 1982). (B) Variação dos valores
de 6180segundo a distância à área de recarga (PLUMMER, 1993).
0 I 2 3 -i 5 h 7 >i 'J 10 1 1 1 1 13 14 15 I 6 17 I8
Age (kyr)
Fig.VI.17 - Curva da evolução do nível do mar definida através da datação em 14cde amostras de
corais (mar das Caraíbas - Barbados). No eixo das ordenadas à direita (escala 6180
representa-se a variação em 6180da composição média dos oceanos (FAIRBANKS; 1989).
ElaSperillo
D Padui A S p l bars.
L Estliark and Delta plains
Fig. VI.18 - Localização geográfica da Península Ibérica relativamente à posiqgo da frente polar
durante o último máximo glaciar aproximadamente há 20 000 anos (ZAZO et al., 1996).
Fig VI.19 - Quadro sinóptico das variações climáticas associadas à variação do nível do mar na
Península Ibérica durante os últimos 20 000 anos (ZAZO et al., 1996).
Tabela VI.9
Variáveis, Fases e Parâmetros Seleccionados Para a Modelação do Sistema Multiaquífero Cretácico de
Aveiro
14 14
C = 63,74 prnc =
14c 12,63 prnc C = 30,77 prnc
14 14 14
C = 63,74 prnc C = 63,74 prnc C = 100 prnc
260 Capitulo VI- Interpretação dos Resultados Obtidos -Análises Isotópicas
Modelo 10
Cama = 0,7 19
Halite = 1,844
Dolomite = 0,017
Gesso = 0,532
Pirite = -0,145
613c= -9,40°/,,
14
C = 63,74 pmc
Tabela VI.10
Idade Aparente da Água Subterrânea (anos BP)
Modelo 7
Calcite =-1,580
Dolomite = 1,308
MgINa = 1,503
Halite = 1,629
Pirite = 0,035
613c= -3,67°/00
"C = 32,35 pmc
Em dois dos sete modelos propostos pelo programa (modelos 6 e 7), a água
encontra-se sobresaturada relativamente à calcite o que não corresponde aos valores
obtidos para o índice de saturação dessa espécie mineral.
Por outro lado, nos modelos 1, 3 e 5, a calcite não é considerada como mineral
importante na evolução geoquímica da água subterrânea, razão porque não se
consideram estes modelos como compatíveis com composição mineralógica do
sistema aquífero.
No que se refere aos modelos 2 e 4, a única diferença entre esses modelos reside
na dissolução de gesso ou de pirite. Em ambos modelos, a contribuição destes minerais
é fraca, ao contrário de uma componente importante de troca catiónica, de dissolução
264 Capítulo VI- Interpretação dos Resultados Obtidos -Análises Isotópicas
Tabela VI.11
Idade Aparente da Água Subterrânea (anos BP)
aparente quando os cálculos são efectuados com base nos dados originais ou através
dos restantes modelos, deve-se ao facto de que o valor de idade 7 ka BP, corresponde
ao tempo de trânsito entre a amostra 1 e a amostra 14. Se a este valor adicionar-se, a
idade aparente obtida no exemplo anterior (furo 3 - furo I), através dos dados originais
(11,9 ka BP) obtém-se um valor de idade aparente igual a 18,7 ka BP, valor próximo
dos estimados nos restantes modelos de cálculo.
Foram sete os modelos propostos pelo programa NETPATH com base num
balanço de massa, respectivamente:
Modelo 7
Gesso = 1,602
Halite = 3,472
MgINa = 0,178
Pirite = -0,645
Cama = 2,044
613c= -14,75 O/,
14
C = 100 pmc
Tabela VI.12
Idade Aparente da Água Subterrânea (anos BP)
Análise Multivariada
Capitulo VII- Análise Multivariada 27 1
De uma forma genérica, os dados originais são dispostos sob a forma de uma
matriz de m colunas e t linhas, onde cada linha representa um indivíduo e cada coluna
uma variável. Devido ás variáveis envolvidas se encontrarem em unidades diferentes e
com intervalos de amplitude dos valores também diferentes, é necessário efectuar-se
' uma normalização (estandardização) dos resultados, de forma a que todos os atributos
possuam a mesma importância na caracterização do sistema.
variáveis caso se situem mais próximas das extremidades ou da origem dos eixos,
depende do "peso" do parâmetro no factor.
Tabela VII.l
Matriz de Correlação entre Variáveis
Tabela VII.2
Valores Próprios e Variância do Sistema
Tabela VII.3
"Loadings" das Variáveis
Através dos diagramas anteriores (Fig. VII.2) sobressai a importância dos teores
em Naf e em S0:- e os valores de condutividade eléctrica, na variância do factor I. No
diagrama (Fig. VII.2A) observa-se a disposição do Ca2+e M g 2no quadrante oposto ao
Naf, aproximadamente na diagonal dos quadrantes. Esta disposição reforça a hipótese
anterior, de trocas iónicas (trocas de cálcio e &agnésio por sódio), entre a água
subterrânea e a matriz argilosa do aquífero, como o mecanismo modificador mais
importante na evolução hidrogeoquímica do sistema multiaquífero Cretácico de
Aveiro.
278 Capitulo VII- Análise Multivariada
Factor 1
Ca Mg
Temp
I Cond
Factor 11
-1.0 I
Fig. VII.l- Representação em diagramas de barras dos "loadings" (pesos) de cada variável na
definição dos três primeiros factores, respectivamente (A) - Factor I; (B) - Factor 11; e (C) -
Factor 111.
Capitulo VII- Análise Multivariada 279
1
K
- CI
Mg
Cond
Na
Ca
- S04
Temp
PH
-
I I I I
Ca
HC03
- Temp
Mg
- 504
Cond -
PH K
Na
CI
I 8 I I
mais mineralizadas quer com outra unidade aquífera mais profunda, provavelmente,
com origem nas formações do ~urássico.
-3.0
-3.0 -2.0 -1.O 0.0 I.O 2.0
Factor l
Fig. VII.4- Projecção dos indivíduos (amostras) segundo o factor I11 em função do factor I.
Por outro lado, dada a relação aparente entre a composição isotópica das
amostras de água e a distância à área de recarga do sistema, optou-se pela introdução
na matriz inicial de dados, para além dos resultados das análises isotópicas e físico-
químicas, da variável "distância dos furos ao bordo da bacia sedimentar", a fim & se
tentar visualizar a respectiva evolução segundo o fluxo subterrâneo.
Tabela VII.4
Matriz de Correlação entre Variáveis
Tabela VII.5
Valores Próprios e Variância do Sistema
Tabela VII.6
"Loadings" das Variáveis
Por último, o factor I11 contribui com 12,8 % da variância total do sistema, é
caracterizado por uma forte correlação negativa entre os teores em potássio e em
cloretos.
1 Factor I
Fsctor 111
4 Terno Dist
Fig. VII.5- Representação em diagramas de barras dos "loadings" das variáveis. (A) - Factor I; (B) -
Factor I1 e (C) - Factor 111.
Capítulo VII- Análise Multivariada 287
1.0 -
0-18
H-2
0.5 - C-I3
-
-
L
L
O
O
m
0.0
-
Dist
PH K a
Mg
vn
'd %c03
-0.5 - I C-14
-1.o I I 8 I I
I.o
0.5 -
Diçfemp
.-- ~ ~ 0 3 Ca
L
O 0.0 - S04 C-13 -
u
-
- 1 6 t X c , 1 4
O
m
lL H-2
&nd Mg
-0.5 -
CI
K
-1.o I I I
estas amostras de água poderem corresponder a uma mistura com outras linhas de
fluxo subterrâneo mais profundas com maior mineralização, ou representarem mistura
com Òutro sistema aquífero mais profundo.
-3.0
-3.0 -2.0 -1.O 0.0 I.O 2.0
Factor l
Fig. VII.8- Projecção dos indivíduos em diagrama ortogonal segundo as coordenadas definidas pelo
factor I11 em função do factor I.
ANÁLISE GRUPAL
A partir da matriz inicial de dados, o programa cria, como referido, uma matriz
de distâncias tendo como critério de agregação dos indivíduos o valor da média
ponderada da distância euclidiana. Com base na matriz, os indivíduos são agrupados
por semelhanças sendo o critério de classificação o da ascenção hierárquica.
Fig. VII.9 - (A)- Ilustração do conceito de "distância euclidiana" entre um par de entidadesj e k, num
espaço bidimensional. (E)-idem num espaço tridimensional (CABRAL, 1977).
Os resultados .da análise grupal são usualmente representados sob forma gráfica
em dendogramas. Os níveis de semelhança que unem os diversos ramos do
dendograma são função dos valores do coeficiente de semelhança, neste caso das
"distâncias euclidianas".
292 Capitulo VII- Análise Multivariada
Co nd. -
Temp -
PH --
K
Mg --
Dist.
0-18 -
(-1 3 -
Ca -
H-2 -
C-I4 -
SO4 -
C1 .
Na -
HC03 - d
Fig. VII. 10- Dendograma das variáveis definido através da "distância euclidiana".
Fig. VII.11- Representação dos indivíduos através de dendograma construído com base nas
"distâncias euclidianas".
Capitulo VIII
Paleoclimatologia
Capítulo VIII - Paleoclimatologia 297
Recorde-se que:
- o padrão evolutivo dos valores de 6180 e de das águas subterrâneas
em função da "idade aparente" em 14c:quanto mais antigas maior concentra@ío
2
nas espécies isotópicas pesadas (180 e H), ou seja, verifica-se um
enriquecimento isotópico segundo o fluxo natural;
- águas com "idades aparentes" em 14cda ordem dos 18 ka BP possuem
valores 6 mais enriquecidos em 180 e em 'H que as águas modernas da região
(precipitação actual), ou até mesmo mais enriquecidas que águas do sistema
multiaquífero Cretácico com "idade aparente" menor que 10 ka BP (idades
holocénicas);
- o enriquecimento isotópico observado nas águas subterrâneas com
"idade aparente" em "C de 18 ka BP é superior em cerca de 0,5 o/oo em 180e
em cerca de 4 "/, em 2 ~relativamente
, à água moderna da região, padrão
oposto ao que se encontra na Europa Central e Grã-Bretanha (BATH, 1983;
ROZANSKI, 1985; STUTE e DEAK, 1989; DARLING et al., 1997; DENNIS
et al., 1997);
- observa-se um patamar de valores em 14cna região central da bacia; as
14
amostras apresentam "idades aparentes" em C que rondam os 18 ka BP. A
14
existência do patamar de C nas águas subterrâneas, aponta para valores de
298 Cauítulo VIII - Paleoclimatolopia
Fig. VlI~1.l- Variação da temperatura média de amostras de água subteninea modernas, datadas do
Ho1oc6nico9com base na variação do teor em gases nobres (Temperatura em gases nobres),
em função dos valores da temperatura média anual da região (SWTE et al., 1995).
o
I I
10
I
20 30
I I
LO
I
50
Temperature l°C)
Fig. VIII.2- Variação da solubilidade do He, Ne, Ar, Kr e Xe em função da temperatura (ANDREWS,
1992).
Tabela VIII.1
Concentração em Gases Nobres Dissolvidos nos Sistemas multiaquífero Cretácico e no Aquífero
Quatemário na Região do Baixo Vouga
Tabela VIII.2
Valores de Temperatura em Gases Nobres no Sistema Multiaquífero Cretácico de Aveiro e no Sistema
Quaternário do Baixo Vouga
Este hiato nos valores médios das temperaturas, toma-se mais nítido quando os
resultados são projectados em função da idade aparente das amostras de água
subterrânea (Tabela VIII.3, Fig VIII.3).
Tabela VIII.3
Valores Médios de Temperatura em Gases Nobres no Sistema Multiaquífero Cretácico e no Sistema
Aquífero Quaternário e Idade Aparente em 14cda Água Subterrânea
águas representam a precipitação actual na região com teores em trítio que variam
entre 3 e 9 TU.
17
Q - Aq. Quaternário
-€3
o
-
1 1 - Aq. Cretácico
-
10
9
211 5
- 12
4
lI3 14
7 I I I I I
O 6 12 18 24 30 36
"Idade Aparente" 14-C BP [ka]
Fig. VIII.3- Temperatura média em gases nobres em fungão da idade aparente em 14cBP da água
subterrânea.
O 4 8 12 16 20
Distância Área de Recarga [km]
Fig. V1II.P Projecção dos valores médios de temperatura em gases nobres em função da distância à
área de recarga (sistema multiaquífero Cretácico).
Por outro lado, importa referir que os valores de temperatura obtidos para as
amostras de água com idades corrigidas inferiores a 10 ka BP, temperaturas que
rondam os 14 "C, são similares ao valor médio anual registado na região (14,4 "C)
determinado na Estação Meteorológica de S. Jacinto, para uma série de trinta anos, de
1961 a 1990 (ver Capítulo I11 - Climatologia).
LGM L a s t ~ ~ @ Progcading b o d i
YD. YounperDrya~&
M.H.HP Mid H o b a n hypsi(trrma1
6 Fall
LP. Law-
KIA. H d O Q n t r a n s p m s i v e f m h u m
Stabilizatbn wh.levtl osálbtiom 8 4
~ii R&
Fig VIII.5- Quadro sinóptico das variações climáticas associadas à variação do nível do mar na
Península Ibérica durante os últimos 20 000 anos (ZAZO et al., 1996).
Fig VIII.7- Diferença de temperatura em graus Celsius entre o presente e o Último período glaciar (35
ka a 10 ka) obtida a partir de registos oceânicos continentais (SST - sea-surface temperature)
(STUTE et ai.,1995b).
1412
18 I Q - Aq. Quatemáno
1 - Aq. Cretácico
I 4 211 Q
10
13 8
5
3
Q
-28 I I 1 I I I
7 9 11 13 15 17
Temperatura Gases Nobres ['C]
7 9 11 13 15 17
Temperatura Gases Nobres ['C]
Fig. VTII.8- Variação dos valores de 6 ' ~(A) e de 6180 (B) de amostras de água do sistema
multiaquífero Cretácico e do sistema Quatemário em função da temperatura em gases nobres.
-9
2 4 6 8 1O O 2 4 6
Recharge temperature, "C Recharge temperature, "C
Great Hungarian Plain Irhazer, N ~ e r
Fig. VIII.9- Variação dos valores de 6180 em amostras de água subterrânea em função da temperatura
em gases nobres (ANDREWS, 1993).
Para além dos valores de "temperatura de recarga" obtidos através desta técnica
analítica, o teor em He determinado nas amostras de água permite a obtenção de
informações relativamente à idade das amostras analisadas, através de uma
comparação com os resultados de 14cobtidos a partir da análise do CITD.
A principal origem dos gases nobres nos sistemas hídricos subterrâneos resulta
do contacto da água com o ar, ao nível do solo, estabelecendo-se um dado equilíbrio
dos gases dissolvidos em função da temperatura ambiente. A presenpa em excesso de
Ne, Ar, Kr e Xe derivada de produção radiogénica raramente é detectada através dos
resultados analíticos. No entanto, o He associado a esta origem (He,,,) representa
normalmente uma percentagem elevada da concentração total na amostra (Tabela
VIII.4), apresentando, por vezes, teores bastante superiores ao nível de solubilidade
em equilíbrio com a atmosfera (ANDREWS, 1992).
Tabela VIII. 4
"Excesso de He" e Teor em Carbono-14 nas Amostras de Água Subterrânea na Região do Baixo
Vouga
14
No de Sistema Aquífero Cfo Heexe
Inventário (pmc) ccSTP/g
1 Cretácico 6,58 f 0,90 3,71~-06
2 Cretácico +
9,52 2,92 3,93E-06
3 Cretácico 43,63 f 0,44 7,39E-O8
4 Cretácico 3,39 +0,50 1,38E-06
5 Cretácico 0,91 f 0,31 1,43E-06
6 Cretácico 37,14 f 0,66 2,13E-07
8 Cretácico 21,90 f 0,45 2,39E-07
9 . Cretácico 12,48 f 0,239 5,18E-07
10 Cretácico 8,07 f 0,47 2,82E-07
11 Cretácico 5,92 f 0,50 1,39E-06
12 Cretácico 4,42 f 0,54 6,57E-07
13 Cretácico 5,85 f 0,95 8,llE-07
14 Cretácico 1,84 f 0,34 1,06E-06
18 Cretácico 6,23 f 0,49 5,53E-07
27 Cretácico 37,50 f 0,44 1,17E-07
68 Quater. - 9,23E-09
71 Quater. 1,67E-08
73 Quater. - 1,27E-O8
3 14 Capítulo VIII - Paleoclimatologia
1E-7 IE-6
Excesso Hélio (ccSTP1g)
Fig.VIII.10- Variação do teor em radiocarbono em pmc determinado nas amostras de água do sistema
multiaquífero Cretácico em função dos teores em "excesso de He" (ccSTP/g).
O 4 8 12 16 20
Distância Bordo Bacia Sedimentar [km]
Fig.VIII.11- Projecção dos teores em "excesso de He" (ccSTP/g) em função da distância à área de
recarga (h).
- Q Q
Q 3 27
- 6
- 8
I0
9
2
121314
- : 1 - Aq. Cretácico" 1
I 1 I i i i ,,>,T
Conclusões
Capítulo IX - Conclusões 319
1- CONSIDERAÇÓES GERAIS
14
As "idades aparentes" em C das amostras de água subterrânea,
calculadas através do chamado "modelo de Gonfiantini", variam entre 3,4f 2,3 a
34,8+6,3 ka BP (& 20), respectivamente próximo do bordo da bacia sedimentar
(amostra 24) e perto do litoral (amostra 5). As idades obtidas através deste
modelo definem um patamar de valores em tomo de um valor médio de 18 000
anos BP na região central da bacia (Fig. IX. 1).
ESCALA GRÁFICA
- 8 Km
Fig. IX.1- Variação da idade aparente em 14C das amostra de água subterrânea (ka) do sistema
multiaquífero Cretácico. No mapa da região encontram-se delimitadas três áreas,
respectivamente do interior para o litoral: idades aparentes superiores a 10 000 anos BP (A);
entre 10 000 e 21 000 anos BP (B); e, junto ao litoral, idades aparentes superiores a 25 000
anos BP (C).
Capitulo IX - Conclusões 323
3- PERSPECTIVAS FUTURAS
Bibliografia
Capítulo X - BibliograJia 331
ARAÚJo, M.F.; PINHEIRO, T.; CARREIRA, P.M.; VALERIO, P., 1998 - Pollution
assessement in a contaminated river basin by multielemental and isotopical
analyses. Book of Abstracts, PITTCON'98.
BLAVOUX, B.; DRAY, M.; FEHRI, A.; OLIVE, P.; G R ~ I N GM.; , SONNTAG, C.;
HAUQUIN, J.-P.; PELISSIER G.; POUCHAN, P., 1993 - Palaeoclimatic and
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of environmental isotopes and noble gases. In Isotope Techniques in the Study
of Past and Current Environmental Changes in Hydrosphere. International
Atomic Energy Agency, Vienna, 293-305.
332 Capítulo X - Bibliografia
BARBOSA, B.P., 1981 - Notícia explicativa da folha 16-C, Vagos, da carta geológica
de Portugal na escala 1:50 000. Serviqos Geológicos de Portugal, Lisboa, 61 pp.
BARD, E.; FAIRBANKS, R.G.; ARNOLD M.; MAURICE, P.; DUPRAT, J.;
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BARD, E.; HAMELIN, B.; FAIRBANKS, R.G., 1990a - U-Th ages obtained by mass
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BARD, E.; HAMELIN, B.; FAIRBANKS, R.G.; ZINDLER, A., 1990b - Calibration
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BERNER, E.K.; BERNER, R.A., 1987 - The global water cycle, geochemistry and
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Anexo 1
Referência Numero Profund. Niveis Cond. Temp. pH HC03 CI S04 Ca MCl Na K Dureza
Inventário (m) Ralos (uSlcm) ("C) (mgli) (mgll) (mgli) (mgli) (mgll) (mgli) (mgli) Total
(m) ("v
CMA* 1JKnovo Deposito
CMA* 1 AC2 Eucaliptos
CMA* IAC9 Mamodeiro
CMI** 1AC3 Gafanha
CMI** I AC4 Barra
CMA* IJK6 Sol Posto
CMA* IAC10 Esgueira
CMA* I AC8 Silval
CMA* I AC6 S.Bernardo
CMI** 1J K I Moitinhos
CMI** 1AC2 Ilhavo
AC1 - Bresfor
AC1 - Frilca
AC1 Base Aerea
CMA* 1J K I Reserva
AC1 Velho
Fab. Papel Ilhavense
AC2 - Vista Alegre
CM Torreira - ACI
CM Murtosa - JK2
ACCP2 - Quimigal
Renault
AC69 - Portucel
ACI - J.P. Campos
Porcelanas Costa Verde
CMA* 1JK8 Nariz
Indusa
Castelhana I Nascente
Oliveirinha I Poço
Fermentelos I Nascente
Fermentelos I Poço
Vessada I Nascente
Quimigal I Furo
Fonte do Corgo I Salreu
S.Jacinto I Furo
Anexo 3 - Terceira Campanha -Julho 1994 357
Referência No de 2H 180 3H f B
Inventário (0100) (0100) (TU)
Castelhana 1 Nascente
Oliveirinha I Poco
Fermentelos I Nascente
Fermentelos I Poco
Vessada I Nascente
Quimigal 1 Furo
Fonte do Corgo I Saireu
S.Jacinto 1 Furo
Anexo 4
Castelhana 1Nascente
Quimigal IFuro
Fonte do Corgo ISalreu
CM Vagos 1AC1
CM Vagos 1AC2
CM Vagos 1AC3
SM Estarreja 1SME-6
SM Estarreja ISME-7
SM Estarreja 1SME-1
SM Estarreja 1SME 2
3 62 Anexo 4 - Quarta Campanha - Dezembro 1994
Castelhana 1 Nascente
Quimigal I Furo
Fonte do Corgo I Salreu
CM Vagos I AC1 Vagos
CM Vagos I AC2 Vagos
CM Vagos 1 AC3 Vagos
SM Estarreja 1 SME-6
SM Estarreja I SME-7
SM Estarreja I SME-1
SM Estarreja 1 SME 2
Anexo 5
CM Vagos / AC1 68 323.5 16.2 6.41 191.9 21.1 2.2 O 54.0 2.7 14.3 1.9 15.09 O
SM Estarreja I SME-6 71 212.5 14.9 5.1 3 21.9 34.4 23.9 14.3 8.7 6.2 20.1 1.2 5.98 3
SM Estarreja I SME-1 73 260.1 15.1 5.09 13.2 41.9 22.3 32.51 15.1 5.6 21.3 2.1 6.78 6
366 Anexo 5 - Quinta Campanha -Fevereiro 1995
Referência No de 2H 18-0
Inventário (0100) (0100)
Referência No de 2H 18-0 3H + o
Inventário (0100) (0100) (TU)
1 91-03-22
JK9 Depósito 92-01-20
92-04-23
92-07-08
92-09-21
93-01-21
93-03-01
93-04-20
93-09-20
94-01-1 0
94-03-01
94-07-1 4
94-12-1 4
95-02-15
2 82-03-18
AC2 Eucaliptos 83-02-1 6
92-01-20
93-01-21
93-03-01
93-05-06
94-0 1-20
94-03-94
94-07-1 4
94-09-20
94-12-1 3
95-02-1 5
3 88-06-06 20.0 6.5 175 5.4 19.2 1.5 15.2 3.1 0.04 51.2 14.9 23.4 1.24
AC9 Mamodeiro 91-12-19 6.3 212 0.46 28.0 4.96
92-02-1 7 17.6 6.4 0.05 27.6 8.70
Data Temp. pH Cond. D.Total Ca Mg Na K Fe HC03 S04 CI NO3
Referência de ("c) (uSlcm) (OF) (mgll) (mgll) (mgll) (mgll) (mgll) mgll mgll mgll
-- --
92-09-29
3 93-01-21
AC9 Mamodeiro r 93-03-02
93-04-20
93-09-06
94-0 1-1O
94-03-01
94-07-14
94-09-20
94-12-1 3
95-02-16
7 92-0 1-20
AC10 Esgueira 92-04-16
92-09-29
93-01-21
93-03-03
93-04-20
93-09-06
94-01-10
94-03-01
94-06-27
94-07-14
94-09-20
8 88-04-28 7.2 41 8 14.8 41.6 10.7 35.9 11.0 0.02 197.6 27.4 31.2
AC8 Silval 92-02-03 21 .O 7.0 0.52 92.0
92-04-23 19.2 7.1 7.5 0.27 88.0 48.0 39.0
92-09-21 21 .I 7.1 14.0 0.82 169.0 42.0 37.0 0.60
93-03-03 20.9 6.8 509 16.0 43.9 11.8 31.3 10.7 214.0 19.7 39.1
93-09-20 7.1 0.60 92.0
Data Temp. pH Cond D.Total Ca Mg Na K Fe HC03 S04 CI NO3
Referência de (Oc) (uslcm) (OF) (mgll) (mgll) (mgll) (mgll) (mgll) mgll mgll mgll
Colheita
1O 82-07-22 7.6 367 8.4 29.2 2.7 50.0 7.5 0.10 140.3 40.7 32.0 '
JKI Moitinhos 87-01-07 22.0 7.3 509 9.4 27.3 6.3 78.0 6.5 187.9 44.2 46.9
93-03-04 23.4 7.4 428 10.0 31.5 6.0 39.7 4.5 146.0 32.7 35.5
94-07-12 24.3 444
95-02-13 24.1 7.1 369 31.5 5.4 39.4 4.0 157.3 34.1 24.3 0.00
Data Temp. pH Cond D.Total Ca Mg Na K Fe HC03 S04 C1 NO3
Referência de ("c) (uslcm) (OF) (mgll) (mgll) (mgll) (mgll) (mgll) mgll mgll mgll
12 74-05- 8.4 420 2.2 6.0 1.7 90.2+K 0.36 134.2 43.9 40.4 0.00
ACI Bresfor 83-02- 7.9 500 2.7 4.1 4.1 0.40 134.2 44.4 53.3 0.20
93-03-04 23.1 8.1 482 0.9 2.5 0.8 84.6 4.4 134.0 49.8 35.5
94-07-1 1 23.0
95-02-14 22.9 7.9 482 2.7 0.7 100.4 4.6 162.2 68.4 35.0 0.00
13 80-1 1-13 23.0 8.6 . 398 2.5 10.0 0.0 83.5+K 0.06 117.1 47.7 37.6 0.00
AC1 Frilca 93-03-04 19.7 8.0 453 0.8 2.1 0.8 80.8 4.0 122.0 46.9 35.5
94-07-1 1 21.3 385
95-02-14 22.7 7.6 406 2.1 0.6 85.0 3.8 151.2 55.6 27.8 0.00
14 80-09-09 23.0 8.6 1O00 0.9 0.2 2.0 245+K 0.06 219.6 79.0 190.3 0.00
I,
AC1 Base Aérea 23.0 8.6 1017 1.I 2.4 1.2 247.9+K 0.08 204.9 76.9 197.4 0.00
80-09-1 O 23.0 8.6 1012 1.I 0.2 2.6 246.8+K 0.06 212.3 81.3 190.9 0.00
86-10-07 8.7 1149 1.7 5.0 1.O 236.0 9.4 261.4 83.9 191.7 0.00
93-03-05 22.0 8.2 ' 1054 0.6 1.O 0.9 191.O 6.3 214.0 51.8 160.0
94-07-15 23.1 832
95-02-1 7 22.9 8.2 713 1.O 0.5 150.5 5.1 205.5 52.3 97.4 0.00
15 74-08-22 8.2 840 0.7 1.7 0.7 0.50 201.3 44.4 124.3 0.10
JKI Reserva 87-0 1-07 8.1 633 O .4 1.2 0.2 134.0 5.6 0.40 170.8 38.4 82.4 0.10
92-01-02 7.4 0.05 142.0
93-01-21 6.7 0.05 124.0 10.0 36.0 0.60 .
93-03-05 22.4 8.2 604 0.5 1.2 0.6 110.0 4.7 159.0 36.0 78.1
Data Temp. pH Cond D.Total Ca M!3 Na K Fe HC03 S04 CI NO3
Referência de (Oc) (uslcm) (OF) (mgll) (mgll) (mgll) (mgll) (mgll) mgll mgll mgll
Colheita
93-04-20 8.0
15' . 93-09-06 7.8
JKI R e s e ~ a 93-10-13 22.7 7.0
94-01-1O 7.7
94-03-01 22.3 7.4
94-06-27 21.O 8.0
94-07-15
94-12-13 15.5 8.2
16 62-04-30 8.1 1659 2.5 6.3 2.2 1.90 469.8 244.9 ' 0.10
ACI velho 87-01-07 9.1 1829 5.2 4.0 10.2 420.0 11.9 0.10 500.0 157.4 245.7 0.10
88-03- 8.3 1644 5.8 7.2 9.7 355.0 15.1 473.4 71.0 235.7
93-03-08 16.1 9.1 1758 1.9 3.7 2.5 194.0 10.4 500.0 99.8 245.0
93-10-12 20.2 9.1 1889 1.7 3.1 2.2 397.0 8.0 500.0 125.0 350.0
94-07-13 19.9 1942
17 85-11-26 25.0 8.2 389 6.5 16.4 5.8 63.3 2.0 0.06 139.1 41.3 35.5 0.29
Fáb. Papel Ilhavense 88-03- 7.9 417 7.2 17.6 6.8 64.8 10.7 146.4 48.0 34.1 2.60
93-03-08 24.1 7.5 516 8.2 20.3 7.5 62.2 8.5 146.0 48.8 35.5
94-07-12 24.9 551
18 88-03- 25.0 7.7 405 9.8 32.9 3.9 53.4 9.0 0.40 148.8 53.8 31.2 2.75
AC2 Vista Alegre 93-03-08 25.5 7.4 535 10.0 28.7 7.6 53.4 7.4 146.0 57.6 32.0
93-10-12 25.5 7.5 546 9.7 27.0 7.2 55.5 6.3 146.0 73.5 50.1
19 73-08-08
AC1 Torreira 83-1 1-25
K
Referência
Data
de
Colheita
Temp.
(Oc)
pH Cond
(uSlcm)
D.Total
(OF)
Ca
(mgll)
Mg
(mgll)
Na
(mgll)
Fe
(mgll)
HC03
(mgll)
S04
mgll
CI
mgll mgll I
86-10-1O 1191 5.4 9.9 7.0 198.0 16.0 136.9 38.2 269.8
19 88-03- 7.7 913 4.2 6.4 6.3 177.6 17.5 0.1 1 97.6 48.0 224.4 2.70
AC1 Torreira 92-08-1 1 7.4 892 5.0 85.4 59.0 227.0
93-02-25 7.5 760 4.1 95.2 1.O 233.0
93-03-09 19.7 7.5 1039 3.9 5.1 6.3 167.0 - 13.0 61 .O 43.1 220.0
20 92-05-1 5 7.2 548 4.1 6.0 6.3 0.44 104.0 45.7 99.4 2.67
JK2 Murtosa 93-01-14 6.8 780 25.7 366.0 36.5 82.0 7.00
93-01-21 8.9 502 6.7 128.1 20.0 106.0
93-02-09 7.5 479 4.4 128.1 43.0 103.0
93-03-09 19.2 7.5 578 4.6 6.9 7.0 87.1 9.9 110.0 28.0 107.0
21 81-06-08
ACCP2 Quimigal 81-06-1 1
81-06-13
82-02-05
82-02-05
82-04-29
93-03-09
94-07-13
22 92-01-10
Renault
Data Temp. pH Cond D.Total Ca Mg Na K Fe HC03 S04 CI NO3
Referência de (Oc) (uslcm) (OF) (mgll) (mgll) (mgll) (mgll) (mgll) mgll mgll mgll
Colheita
23 77-01-08 18.0 7.0 361 4.2 7.8 5.5 68.3+~ 0.04 93.9 22.9 63.2 0.70 '
AC69 Portucel 83-02-26 20.0 7.5 390 4.0 7.2 5.4 69.7 8.2 0.32 96.4 29.8 65.3 0.00
87-0 1-07 6.9 448 7.4 15.2 8.8 62.0' 9.9 0.44 78.1 26.9 88.0 0.1 O
93-03-1O 18.7 7.5 440 4.2 8.1 5.4 64.5 8.7 91.5 28.1 78.1
94-07-11 19.4 42 1
I.
24 72-09-02 18.0 7.0 357 13.4 34.0 11.9 32.9+-K 0.20 180.6 12.8 31.2 0.00
AC1 J.P. Campos 87-06-04 7.4 365 11.3 24.5 12.8 31.O 8.0 125.7 10.2 42.6 0.00
93-03-10 18.7 7.1 313 7.2 16.2 7.8 22.2 7.7 85.4 10.7 46.2
93-10-12 6.9 286
94-07-1 1 20.9 225
26 91-06-26
JK8 Nariz 93-03-1 1
93-05-06
93-09-20
94-01-20
94-03-14
94-07-14
94-09-20
94-12-14
Data Temp. pH Cond D.Total Ca Mg Na K Fe HC03 S04 CI NO3
Referência de ?c) (uslcm) (OF) (mgll) (mgll) (mgll) (mgll) (mgll) mgll mgll mgll
Colheita