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Pozos de Petroleo

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http://dx.doi.org/10.21577/0100-4042.20170959 Quim. Nova, Vol. 46, No.

6, 554-560, 2023

METAIS EM SEDIMENTOS DA INTERFACE TALUDE-PLATAFORMA CONTINENTAL DA BACIA POTIGUAR


EM ÁREA DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL OFFSHORE, NE BRASIL
Artigo

Luiz D. Lacerdaa,*, , Jose M. O. Godoyb, Rodrigo A. Gonçalvesb, Marcia F. Rochac e Breno F. Dutrac
a
Instituto de Ciências do Mar, Universidade Federal do Ceará, 60165-081 Fortaleza – CE, Brasil
b
Departamento de Química, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro 22451-900, Rio de Janeiro – RJ, Brasil
c
Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello, Petrobras, 21941-915 Rio de Janeiro – RJ, Brasil

Recebido em 16/03/2022; aceito em 27/07/2022; publicado na web em 20/10/2022

METALS IN SEDIMENTS FROM THE SHELF-SLOPE INTERFACE OFF THE POTIGUAR BASIN OFFSHORE OIL
EXPLORATION AREA, NE BRAZIL. Marine sediments collected in November 2009 and July 2011 at depths ranging from 150 m
to 2,000 m in the Potiguar Basin, northeastern Brazil, were analyzed for their main sedimentological characteristics (contents of
carbon, nitrogen and their stable isotopes) and metals (Al, Fe, Mn, As, Cr, Cu, Ni, Pb, V and Zn) concentrations and their spatial
distribution. Sediments were relatively rich in organic matter (C-org: 0.21% to 0.56%) and metals concentrations increased with depth,
suggesting an accumulation of fine and terrigenous sediments eroded and transported from the continental shelf to the slope region.
Metals concentrations were higher than those observed in coarser shelf sediments, because of sorting of fine-grained sediments. Iron
(Fe), Cr and Cu distribution, although presenting this general pattern, also suggests some changes along the transport. Fe and Cr,
probably in discrete minerals, are less affected by accumulation in deeper sediments. The high enrichment in Cu, however, suggests
additional sources directly to slope sediments, probably by biological productivity and deposition through the water column. The
concentrations of all metals are lower or fall close to the lowest range of concentrations reported for slope sediments from other
marine regions worldwide and no evidence of anthropogenic contribution was evident.

Keywords: metals; geochemistry; offshore oil exploration; slope sediments.

INTRODUÇÃO e as relacionaram à contribuição antrópica através da deposição


atmosférica.5,6 Esses autores também encontraram enriquecimento de
Sedimentos marinhos profundos têm certas características metais traço de origem antrópica em sedimentos profundos associados
que resultam em uma taxa, relativamente, alta de acumulação de aos cânions dos rios na costa de Portugal, no Atlântico Norte. No
metais.1 Ao contrário dos sedimentos mais grossos e sob um regime entanto, devido às taxas de sedimentação muito baixas registradas
hidrodinâmico mais forte da plataforma continental, os sedimentos na região do talude (geralmente ≤ 0,003 cm ano-1),7 praticamente
de talude são, geralmente, de granulometria mais fina, precisamente todas as contribuições antropogênicas originadas nos últimos 500
como resultado da erosão e transporte de materiais depositados na anos estariam retidas nos primeiros 2 centímetros da superfície do
plataforma continental. Além do acúmulo preferencial de sedimentos sedimento, o que complica a identificação de fontes individuais,
finos em regime hidrodinâmico mais fraco, o processo digenético de particularmente aquelas associadas ao período de industrialização
minerais em sedimentos de águas profundas também pode promover mais recente, situação típica da maior parte da costa brasileira.
a migração de metais através da água intersticial, acumulando-se Assim, as baixas taxas de sedimentação tornam essa identificação
na interface sedimento-água.2 As principais fontes de metais para praticamente impossível.
sedimentos mais profundos incluem: 1: erosão e transporte de Uma alternativa para identificar as principais fontes de metais em
material terrígeno trazido pelos rios para a plataforma continental; 2: sedimentos do talude é o uso de relações geoquímicas, associadas
deposição atmosférica e sedimentação ao longo da coluna de água; à análise estatística multivariada, para uma série de diferentes
3: liberação in situ de metais associados a efluentes antropogênicos; elementos químicos presentes nos sedimentos.8,9 Dessa forma, uma
4: a diagêneses dos minerais presentes em camadas de sedimentos avaliação periódica das concentrações e distribuição de metais no
mais profundas; 5: deposição de restos orgânicos da biota marinha. talude poderia fornecer subsídios para eventualmente identificar
Todas essas fontes também podem conter metais de origem antrópica. influências antropogênicas.
Evidências de influência antrópica em sedimentos de grandes No caso da Bacia Potiguar, as atividades de produção offshore
profundidades foram relatadas em várias regiões oceânicas. Por de petróleo e gás natural descartam efluentes, como aqueles
exemplo, Lacerda et al.3 relataram a influência continental nas originados na perfuração a partir de lamas e fluidos, e através da
concentrações de Hg em profundidades de 1.000 a 2.000 metros erosão de equipamentos de perfuração, produção e transporte, além
em sedimento do talude adjacente à plataforma continental sudeste de eventuais vazamentos. Esses efluentes podem conter metais com
do Brasil, e associaram essa influência ao transporte de material de potencial de afetar negativamente o ambiente marinho.9-11 Neste
origem continental trazidos pelos principais rios da região, inclusive estudo apresentamos e discutimos a concentração e distribuição de
do Hg utilizado na época como fungicida na bacia do rio Paraíba do metais em sedimentos de talude adjacente a plataforma continental
Sul. Angelidis et al.4 encontraram altas concentrações de metais em da Bacia Potiguar, área significativa de produção offshore de petróleo
sedimentos de até 2.800 metros de profundidade no Mar Mediterrâneo e gás natural no Nordeste do Brasil.

*e-mail: ldrude1956@gmail.com
Vol. 46, No. 6 Metais em sedimentos da interface talude-plataforma continental da Bacia Potiguar 555

MATERIAL E MÉTODOS continental mostra baixa declividade até 70 m de profundidade (1:670


a 1:1.000) e largura que varia de 40 km no extremo leste a 100 km
Enquadramento ambiental no setor oeste.14,15
Foram realizados dois cruzeiros oceanográficos, em novembro de
A Plataforma Continental e Talude do Nordeste Oriental 2009 e abril de 2011 na região do talude da Bacia Potiguar (RN‑CE)
Brasileiro é uma região marinha altamente energética devido à quando foram coletadas amostras de sedimentos superficiais em
influência combinada de uma corrente de borda ocidental, ventos 20 estações, localizadas na Malha Amostral do Talude (Figura 1) e
alísios, flutuações de mesomarés e descargas de água doce de vários distribuídas entre quatro isóbatas MT5 (150 m); MT6 (400 m); MT7
rios de pequeno e médio porte. É uma região de dinâmica rica e é a (1.000 m) e MT8 (2.000 m). Em cada isóbata foram amostradas
origem de muitas características importantes da circulação do Oceano 5 (cinco) estações, sendo coletadas 3 (três) amostras por estação,
Atlântico. Entre 3oN e 5oS um típico perfil do Atlântico Sul mostra a totalizando 60 amostras por campanha.
dominância da Água Tropical (TW) encontrada da superfície a cerca A localização dos pontos de coleta de sedimentos e suas
de 70 m de profundidade. Entre 70 m e 100 m ocorre uma camada profundidades encontram-se na Figura 1 de acordo com a notação:
mista com Água Central do Atlântico Sul (SACW) dominando a MT51 a MT55 (150 m); MT61 a MT65 (400 m); MT71 a MT75
coluna de água até uma profundidade de 700 m. Abaixo desta camada (1.000 m) e MT81 a MT85 (2.000 m). As amostras foram coletadas
é observada a presença da Água Intermediária Antártica (AAIW).12 com o auxílio de busca fundo tipo Van Veen. Três subamostras
Nesse cenário encontra-se a Bacia Potiguar, a principal bacia de coletadas nos primeiros 2 cm de sedimento, a fim de reduzir efeitos
exploração de petróleo e gás natural do NE Brasil. de eventuais diferenças nas taxas de sedimentação entre as estações,
A zona costeira adjacente à Bacia Potiguar é caracterizada por foram recolhidas em sacos plásticos de cada amostra, devidamente
uma planície costeira relativamente estreita (50 a 100 km) composta etiquetadas para transporte ao laboratório sob refrigeração. Todo
por sedimentos grosseiros siliclásticos terciários da Formação o procedimento amostral seguiu protocolos limpos a fim de evitar
Barreiras e limitados no interior pelos afloramentos de granito do contaminação externa e contaminação cruzada.
Escudo Pré-Cambriano Brasileiro. Essa geologia é a principal fonte de No laboratório, as amostras foram devidamente armazenadas
materiais continentais para o oceano. A bacia de drenagem continental em freezer, até a realização das análises. O carbono orgânico total
total da região é de cerca de 200.000 km2 e as descargas fluviais foi quantificado em um analisador elementar Flash 2000 (Thermo
para o oceano são pequenas atingindo cerca de apenas 200 m3 s-1. O Finnigan) após remoção prévia do carbono inorgânico com 1,0 M HCl,
clima varia de úmido, com pluviosidade anual de 1.000 a 1.200 mm, enquanto as concentrações de Nitrogênio total foram quantificadas
em cadeias de montanhas e vales costeiros, até semiárido, com em um analisador elementar.16 Subamostras descarbonatadas foram
pluviosidade anual de 500 a 700 mm nas planícies interiores, as separadas e envidas ao laboratório da Universidade de Davis, CA,
chamadas Depressões Sertanejas. Os solos costeiros são podsols para análise de isótopos de carbono e nitrogênio por espectrometria
e oxisols dentro de extensos campos de dunas e praias arenosas.13 de massa e combustão simultânea. A incerteza na determinação do
Manguezais dominam estuários e lagoas costeiras. A plataforma δ15N e δ13C foi de 0,3 e 0,2 partes por mil, respectivamente.

Figura 1. Localização e mineralogia simplificada das estações de coleta de sedimentos de fundo na região do talude adjacente à plataforma continental da
Bacia Potiguar no nordeste brasileiro
556 Lacerda et al. Quim. Nova

As determinações de Al, Fe, Mn, As, Cr, Cu, Ni, Pb, V e Zn (novembro/2009 e abril/2011) (Tabela 2), não apresentaram
foram realizadas em sedimento com tamanho de grão menor que diferenças significativas entres as duas campanhas de amostragem
2 mm. Alíquotas de cerca de 2 g de sedimento úmido foram colocadas (P < 0,05; n = 56). A quase totalidade das amostras incluíam
em tubos de polipropileno de 50 mL, previamente pesados e secos sedimentos caracterizados como lamas terrígenas, com exceção de 6
em estufa (100 °C) até peso constante, sendo então determinado estações (MT51; MT52; MT54; MT61; MT62 e MT81) constituídas
o peso do sedimento seco. Após, foram acrescentados 10 mL de por areias litoclásticas finas a muito finas e areias litoclásticas.8
ácido nítrico subdestilado a cada tubo e deixado em repouso por As lamas terrígenas conservam relativamente bem as assinaturas
12 h à temperatura ambiente e posteriormente aquecidos a 70 °C dos aportes exógenos de materiais aos sedimentos oceânicos. Os
em chapa de aquecimento, por 5 h. Seguiu-se a adição de 1 mL de sedimentos são relativamente ricos em matéria orgânica, com
peróxido de hidrogênio e após 1 h em repouso, os tubos contendo as concentração de carbono aumentando de 0,22% para 0,56% e 0,50%
amostras foram levados a um banho de ultrassom, por 1 h. Seguiu- (novembro/2009) e de 0,21% para 0,45% e 0,46% (abril/2011),
se ao aquecimento a 70 °C, por 1 h e repouso por 12 h. Em seguida respectivamente na isóbata de 150 metros e nas isóbatas de 1.000
as amostras foram centrifugadas por 3 min, a 3000 rpm. Separado e 2.000 metros de profundidade. A abundância relativa em carbono
o sobrenadante e o resíduo lixiviado com 10 mL de água ultra orgânico, entretanto refere-se quando comparada aos sedimentos
purificada, centrifugado e o sobrenadante acrescentada ao extrato típicos da costa nordeste brasileira, caracterizada por sedimentos
anterior. O volume final do extrato foi levado a 20 mL com água ultra arenosos, ricos em carbonatos biogênicos e com baixos conteúdos
purificada e os extratos levado à análise. As determinações foram de matéria orgânica, e relativamente pobres em carbono orgânico,
realizadas em um espectrômetro de massa, com plasma de Argônio em relação a sedimentos de talude do sudeste brasileiro.1,8,16 Por
indutivamente acoplado, marca Agilent, modelo 7500CX. outro lado, as concentrações de C, N e razões C/N são similares ou
Foram sempre utilizados materiais novos e/ou descontaminados levemente superiores aos valores relatados em sedimentos oceânicos
pela lavagem sucessiva com detergente neutro, água deionizada e profundos.17 Em ambas as campanhas, as concentrações de nitrogênio
imersão em banho de ácido nítrico 10% v/v, por pelo menos 24 h. total também aumentaram com a profundidade, variando de 0,03
Após o processo de descontaminação, imediatamente antes do uso, a 0,08% (novembro/2009) e 0,03 a 0,07% e 0,06% (abril/2011),
os materiais foram lavados copiosamente com água deionizada e respectivamente na isóbata de 150 m e nas isóbatas de 1.000 e
água ultrapura e secos em estufa, protegidos da poeira e sem contato 2.000 m. Ocorreu um leve enriquecimento de carbono em relação
com superfícies metálicas. O ácido nítrico subdestilado foi obtido ao nitrogênio resultando em um aumento na razão C/N de ~7% da
por subdestilação de ácido nítrico PA em um subdestilador, marca isóbata de 150 m para a de 2.000 m. Esse enriquecimento também
MASSEN, modelo PFA-PTFE Subboliler ECO-IR. Os reagentes foi relatado em sedimentos de deposição mais antiga,7 sugerindo
foram sempre PA, e as soluções de calibração preparadas a partir de sedimentos empobrecidos em N. Os resultados obtidos no talude
soluções padrão 1.000 mg L-1 Merck. da Bacia Potiguar, entretanto, sugerem uma perda relativa de N por
Para a comprovação do método foi analisado o material de processos digenéticos, uma vez que o conteúdo total de N é maior nas
referência certificado: MESS-3 “Marine Sediment Reference amostras mais profundas. A razão isotópica permaneceu relativamente
Materials for Trace Metals and other Constituents” do National constante, variando de -18,78‰ a -19,83‰. Essa razão isotópica
Research Council, Canadá. Essa amostra também foi analisada indica dominância de uma matéria orgânica de origem autóctone
em duplicata. Os resultados da recuperação para cada metal são ao longo do talude. E pouca contribuição terrígena. Novamente,
apresentados no Material Suplementar (Tabela 1S). A recuperação esse resultado difere da região sudeste, onde aportes continentais
média do padrão certificado foi de 93% e variou de 82% para Fe a apreciáveis através de rios resultam em razão isotópica de sedimentos
106% para Cu, confirmando a exatidão da metodologia empregada. de talude variando entre -20‰ e -21‰.7
Os limites de detecção e de quantificação do procedimento analítico
adotado calculado a partir da fórmula: LD = 3s/S; s = desvio padrão Distribuição de metais
de dez leituras do branco da amostra, são apresentados no Material
Suplementar (Tabela 2S). A Tabela 2 apresenta as médias das concentrações dos metais
nos sedimentos coletados nas diferentes isóbatas: mais rasas;
RESULTADOS E DISCUSSÃO de 150 m e 400 m; incluindo as estações MT51 a MT65; e mais
profundas de 1.000 m e 2.000 m; estações MT71 a MT85. Não
Características sedimentológicas houve diferenças significativas entre as concentrações dos metais
entre as duas campanhas (P > 0,05). Nas duas campanhas, os metais
As concentrações de C e N, sua composição isotópica e a razão mais abundantes foram o Al e o Fe, com concentrações médias
molar C/N observadas nos sedimentos coletados nas duas campanhas variando entre 3.204 µg g-1 (150 m) e 10.283 µg g-1 (2.000 m) e

Tabela 1. Concentração total de Carbono Orgânico total, Nitrogênio total, razão molar C/N e δ13C e δ15N nos sedimentos de diferentes profundidades do talude
da Bacia Potiguar, nas campanhas de 2009 e 2011

Ano Isóbata C-total (%) N-total (%) C/N δ13C (‰) δ15N (‰)
2009 0,22 ± 0,18 0,03 ± 0,03 7,06 ± 0,71 -19,4± 0,7 4,6 ± 1,2
150 m
2011 0,21 ± 0,13 0,03 ± 0,02 6,89 ± 0,83 -19,4 ± 0,9 3,7 ± 0,8
2009 0,42 ± 0,15 0,06 ± 0,02 7,21 ± 0,60 -19,4 ± 1,0 4,5 ± 0,5
400 m
2011 0,32 ± 0,13 0,04 ± 0,02 7,64 ± 0,64 -19,8 ± 0,9 3,9 ± 0,6
2009 0,56 ± 0,08 0,08 ± 0,01 7,19 ± 0,52 -18,8 ± 0,5 5,6 ± 0,6
1.000 m
2011 0,46 ± 0,10 0,07 ± 0,02 7,04 ± 0,92 -19,6 ± 1,1 4,8 ± 0,4
2009 0,50 ± 0,05 0,07 ± 0,07 7,54 ± 0,51 -18,4 ± 0,5 5,7 ± 0,5
2.000 m
2011 0,45 ± 0,84 0,06 ± 0,08 7,35 ± 0,95 -19,7 ± 0,8 5,2 ± 0,3
Vol. 46, No. 6 Metais em sedimentos da interface talude-plataforma continental da Bacia Potiguar 557

Tabela 2. Concentração de metais (média ± desvio padrão) em µg g-1 em sedimentos de diferentes profundidades no talude da Bacia Potiguar

Metal Ano Isóbata 150 m Isóbata 400 m Isóbata 1.000 m Isóbata 2.000 m
2009 3.903 ± 819 4.190 ± 1.228 7.648 ± 673 8.735 ± 509
Al
2011 3.204 ± 790 4.909 ± 1.557 9.857 ± 627 9.476 ± 406
2009 2.206 ± 607 1.857 ± 888 2.850 ± 426 2.922 ± 123
Fe
2011 1.592 ± 461 1.606 ± 567 2.728 ± 262 2.743 ± 117
2009 19,7 ± 6,0 26,3 ± 12,5 140 ± 25 133 ± 22,5
Mn
2011 36 ± 14 44 ± 13 152 ± 14 138 ± 14,0
2009 5,6 ± 0,8 6,9 ± 3,6 25 ± 8,8 19,9 ± 1,6
Zn
2011 9,2 ± 2,6 11,4 ± 3,7 20,8 ± 2,8 20,1 ± 0,9
2009 3,7 ± 2,6 3,9 ± 1,8 8,6 ± 0,9 9,5 ± 0,6
As
2011 6,0 ± 5,2 3,4 ± 1,3 8,6 ± 0,8 8,9 ± 0,5
2009 3,3 ± 0,6 3,2 ± 1,6 5,6 ± 1,2 5,2 ± 0,3
Cr
2011 3,3 ± 0,9 3,1 ± 1,1 4,0 ± 0,1 3,7 ± 0,1
2009 2,8 ± 1,2 3,5 ± 2,0 12,0 ± 2,9 12,8 ± 1,0
V
2011 3,6 ± 1,7 4,7 ± 1,3 12,0 ± 1,4 12,0 ± 0,6
2009 1,3 ± 0,8 2,3 ± 1,8 19,4 ± 4,8 23,8 ± 1,5
Cu
2011 1,4 ± 7,3 4,1 ± 2,7 18,4 ± 2,5 21,7 ± 1,3
2009 0,7 ± 0,2 0,9 ± 0,4 3,1 ± 0,9 2,9 ± 0,9
Pb
2011 0,5 ± 0,1 1,3 ± 0,4 2,8 ± 0,6 3,1 ± 0,2
2009 0,8 ± 0,2 0,7 ± 0,3 1,7 ± 0,3 1,3 ± 0,1
Ni
2011 0,8 ± 0,1 0,7 ± 0,1 1,2 ± 0,1 1,2 ± 0,1

entre 1.592 µg g-1 (400 m) e 2.922 µg g-1 (2.000 m), para Al e Fe


respectivamente. Em todas as isóbatas o Al foi mais abundante que o
Fe, resultado que contrasta com a distribuição destes dois elementos
em áreas mais rasas, onde as concentrações de Fe são, via de regra,
maiores que as de Al, excetuando as lamas terrígenas encontradas
em bolsões na plataforma continental tipicamente arenosa, onde
também predomina o Al em relação ao Fe,9 confirmando assim a
prevalência de sedimentos argilosos finos, de origem continental,
na região do Talude.
Em ordem de abundância após o Al e o Fe seguem-se as
concentrações de Mn > Zn > Cu ≥ As ≥ Cr ≥ V > Pb ≥ Ni. As
concentrações de médias Mn, Zn, Cu, variaram de 19,7 a 152 µg g-1;
5,6 a 20,8 µg g-1 e 1,3 a 23,8 µg g-1, respectivamente. Levantamentos
das concentrações de metais em sedimentos da plataforma continental
da Bacia Potiguar (Profundidade < 100 m) foram publicados
anteriormente,8,9 o que permite uma boa comparação entre os
sedimentos dessas duas regiões. As concentrações de dos metais
Al, Fe, Mn, Cu, Zn e Pb são maiores que aquelas encontradas em
sedimentos sob as águas mais rasas na plataforma continental da
Bacia Potiguar. As concentrações dos demais metais (Cr, V, Pb e
Ni), que foram aqueles que apresentaram as menores concentrações,
foram similares àquelas encontradas em outros setores da plataforma
continental mais rasa da Bacia Potiguar.
Outra diferença importante entre os sedimentos do talude
e aqueles da plataforma continental é a baixa variabilidade das
concentrações de metais, mesmo considerando todas as isóbatas
analisadas. As concentrações de todos os metais são relativamente
constantes em cada isóbata, com desvios padrão geralmente
menores que 20% da média, e inclusive menores que 10% nas
estações coletadas nas isóbatas mais profundas. Comparativamente,
as concentrações médias de metais em sedimentos da plataforma Figura 2. Distribuição espacial das concentrações de metais (µg g-1) em
mais rasa (até 100 m) na Bacia Potiguar, apresentam desvios padrão sedimentos do talude da Bacia Potiguar, NE do Brasil
geralmente são bem maiores que 50%.8,9
A Figura 2 apresenta a distribuição espacial das concentrações concentrações de todos os metais, com exceção do Fe e do Cr, das
medias dos metais em todas as estações amostradas levando em isóbatas mais rasas, 150 m (MT51 - MT55) e 400 m (MT61 - MT65),
consideração as duas campanhas, uma vez que as concentrações nas para as mais profundas, 1.000 m (MT71 - MT75) e 2.000 m (MT81
respectivas estações não foram significativamente diferentes entre - MT85). Para os metais Fe e Cr, embora ocorra um aumento de
os dois períodos amostrados. É nítido o aumento significativo nas concentração, a variabilidade intrínseca em cada isóbata não permite
558 Lacerda et al. Quim. Nova

uma diferenciação estatisticamente significativa entre os dois grupos Além dos coeficientes de correlação, a razão das concentrações
de estações rasas e profundas. Esses metais, entretanto, encontram-se dos metais com a do Al nas diferentes profundidades, pode
bastante associados entre si, porém com correlações mais fracas com o também descrever e associar eventuais aumento ou diminuição nas
Al, particularmente o Cr (Material Suplementar, Tabela 3S), sugerido a concentrações derivados de processos autóctones, uma vez que o
ocorrência de minerais discretos como óxido, em ambas as campanhas Al é considerado como um elemento conservativo, que não sofre
de amostragem de Fe, não necessariamente associados as argilas. alterações ao longo do transporte. A Tabela 3 apresenta a média da
Os solos litorâneos da região são principalmente podosois razão metal/Al nas duas campanhas de amostragem, nas diferentes
eutróficos vermelho-amarelo e latossolos bastante enriquecidos em isóbatas amostradas na Bacia Potiguar.
óxidos de ferro e são fonte importante destes elementos geogênicos Entre os metais, Fe, Cr e em menor escala o Ni, apresentam
para a plataforma continental.18 Durante o processo de transporte razão de concentração com o Al decrescendo significativamente da
de sedimentos da plataforma continental para o talude existe forte isóbata mais rasa para a mais profunda, sugerindo um transporte
possibilidade de diferenciação na velocidade do transporte entre pouco eficiente desses metais, provavelmente associados a minerais
os diferentes metais, particularmente daqueles que podem formar discretos, estáveis e não associados as argilas. Esses metais têm sido
minerais discretos como o Cr e o Fe. associados a óxidos de Fe refratários em sedimentos da plataforma
De forma similar, processos biológicos ocorrentes ao longo do continental e talude.21,22 Os metais As e Zn, e em menor escala o Ni,
transporte de sedimentos entre as regiões marinhas devem afetar não tiveram essa razão de concentração alterada ao longo do perfil de
a concentração daqueles metais sob forte influência da atividade profundidade, sugerindo um comportamento conservativo indicando
biológica (e.g. Cu, Pb, V), o que poderia resultar em um aumento a presença desses metais na matriz mineral das argilas terrígenas e
relativo das concentrações presentes no talude,6 como observado confirmado observações anteriores em outras regiões de talude não
na Figura 2, particularmente para o Cu. Importante notar que o afetadas por atividades humanas.18 Finalmente, os metais Cu e V,
Cu apresentou concentrações similares àquelas reportadas para a mostraram aumentos de 7,6 e 3,5 vezes na razão de concentração
plataforma continental sudeste do Brasil, sendo bem mais elevadas com o Al, enquanto Pb e Mn apresentaram aumento modesto de
que as concentrações observadas em sedimentos da plataforma 1,8 vezes, em relação ao Al.
continental da região nordeste do Brasil. Estudos realizados na região Como já observado por outros autores, a produtividade biológica
do talude do Mar Mediterrâneo e do Atlântico Norte, processos de em um forte fator de enriquecimento das concentrações de Cu em
acumulação biológica e posterior deposição em áreas profundas sedimentos profundos,4,5 diferentes organismos responsáveis pela
têm sido relatados como capazes de aumentar em até uma ordem de produtividade planctônica apresentam concentrações elevadas de
grandeza as concentrações de Cu, por exemplo, na região do talude em V, o qual apresenta significativa variação quando comparado áreas
relação às águas mais rasas. Processos diagenéticos também podem em com diferentes níveis de produtividade biológica, o que resulta
contribuir com o enriquecimento relativo do Mn nos sedimentos sob em aumentos na concentração de V nessas áreas.23 Perin et al.24
águas profundas.4,5 sugerem que a matéria orgânica de origem continental possui uma
Resultados similares forma relatados na transição plataforma importância secundária na retenção e/ou na complexação de metais
continental-talude em diversas regiões do planeta. Por exemplo, as em sedimentos marinhos oxidantes, como os da Bacia Potiguar. No
concentrações médias de Cu em sedimentos marinhos no Quênia, entanto, a assinatura isotópica do C-org (Tabela 1), sugerem uma
com razão C/N similar àquela observada na Bacia Potiguar, origem eminentemente marinha para a matéria orgânica presente
aumentam progressivamente de 5 µg g-1 em áreas rasas, até 20 m nos sedimentos do talude, o que corrobora a influência biológica
de profundidade, na plataforma continental até 30 µg g-1 em áreas no aumento das concentrações observadas de Cu e V, e em menor
profundas, 1.000 m a 2.000 m de profundidade em sedimentos do escala, de Mn e Pb. No caso desses últimos dois metais, processos
talude adjacente.19 Na costa chilena, as concentrações mais elevadas diagenéticos envolvendo a solubilização/precipitação de oxi-
de metais, também ocorrem em sedimentos mais afastados da costa hidróxidos de Mn podem também contribuir para o aumento relativo
e profundos em relação aos da plataforma continental mais rasa.20 das concentrações verificado nas isóbatas mais profundas.
Todos esses estudos também associaram os aumentos verificados As concentrações de metais observadas nos sedimentos do
com a profundidade, com a acumulação de sedimentos mais finos talude da Bacia Potiguar, são comparadas com outras regiões de
nas regiões de talude. profundidade semelhantes no Brasil e no mundo (Tabela 4). Todos
os metais, com exceção do Al e do Fe, apresentam concentrações
Tabela 3. Razão de concentração ao Al, considerado como conservativo, dos geralmente bem inferiores àquelas reportadas para outras regiões e
diferentes metais analisados nos sedimentos coletados nas duas campanhas em relação às medias globais, quando consideradas as concentrações
de amostragem na região do talude da Bacia Potiguar. Para todos os metais, no folhelho médio,29 embora diferenças sedimentológicas entre o
com exceção do Fe, os fatores foram multiplicados por 10³ folhelho médio e os sedimentos da Bacia Potiguar devem ser levadas
Isóbatas
em consideração nesta comparação, ou em alguns casos, como o Ni,
Razão de até uma ordem de grandeza inferior àquelas faixas.
~150 m ~400 m ~1000 m ~2000 m
Em todas essas regiões a contribuição continental é sugerida
Fe/Al 0,54 0,39 0,32 0,31 como a principal responsável pelas concentrações encontradas nos
Cr/Al 0,91 0,71 0,57 0,49 sedimentos do talude. Na Bacia de Campos, marcadores geoquímicos
Ni/Al 0,21 0,14 0,17 0,14 indicam que a descarga fluvial é responsável por uma carga
significativa de metais, eventualmente transportados até a região do
As/Al 1,40 0,81 1,00 1,10
talude.22,23 Na costa do Quênia,19 sedimentos tipicamente de origem
Zn/Al 2,17 1,96 2,68 2,19 tipicamente terrestre, trazidos pelos rios, são transportados associados
Pb/Al 0,18 0,24 0,35 0,32 ao material particulado em suspensão da plataforma continental para
V/Al 0,39 0,85 1,39 1,36 o talude. Ao longo do litoral do Chile20 e na região do Golfo de Cádiz,
Mn/Al 8,10 7,63 16,8 14,9
Espanha,28 embora sedimentos finos de origem continental sejam
acumulados na plataforma continental. A erosão e transporte para
Cu/Al 0,33 0,69 2,20 2,51
regiões mais profundas do talude, envolvem um processo de separação
Vol. 46, No. 6 Metais em sedimentos da interface talude-plataforma continental da Bacia Potiguar 559

Tabela 4. Concentrações de Al e Fe (mg g-1) e metais (µg g-1) em sedimentos da região de talude da Bacia Potiguar em comparação com outras regiões de talude
no Brasil e no mundo. Todos os resultados se referem a sedimentos com granulometria < 2 mm

Metal
Local
Al Fe Cu Pb Zn Mn Cr Ni
*Bacia Potiguar 3,2-9,9 1,5-2,7 4,1-22 0,5-3,1 9,2-20 36-152 3,1-4,0 0,7-1,2
Mediterrâneo4 5,4-7,0 2,7-3,5 36-45 30-38 68-82 - - -
Ghana11 - - 0,5-17,8 1,5-5,8 10-58 - 9,5-57 -
Quênia 19
- 4-69 3-42 0,5-16 2-117 90-2.545 - -
*Chile20 0,5-0,6 3,1-3,6 17-23 3,7-9,0 48-54 - - 30-37
Brasil, Sudeste22 1,3-7,3 3,8-4,8 7,0-29 - 26-190 40-950 19-120 9-43
Bacia de Campos 25
6,8-11 5,8-6,9 3,4-6,3 5,5-6,7 25-29 74-88 14-15 6,2-7,7
*Mauritânia26 - - 0,5-14 0,2-5,6 1,5-35 - - -
Venezuela27 0,9-3,0 14-22 2,4-11 2,8-23 15-78 8-42 3-21
Golfo de Cádiz28 - 0,6-4,3 9,6-30 27-113 5,6-30 7,1-31
Folhelho Médio29 7,2-8,4 4,1-6,5 33-45 - 95-165 777-850 72-90 52-68
*Apenas dados de estações profundas (> 200 a 1.000 m) deste estudo foram considerados.

granulometria, movimentando preferencialmente sedimentos mais AGRADECIMENTOS


finos e, por conseguinte, mais enriquecidos em metais e que, portanto,
resultam em aumentos da concentração dos metais.28 Este trabalho contou com financiamento da Petrobras através do
Nas áreas mais urbanizadas e industrializadas, como no litoral Projeto de Caracterização Ambiental do Talude Continental da Bacia
Mediterrâneo e do Atlântico Norte, a contribuição antrópica tem sido Potiguar, e do CNPq – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
identificada como responsável por concentrações elevadas de alguns INCT-TMCOcean Proc. No. 573.601/2008-9.
metais de origem tipicamente industrial, como o Pb e o Ni (Tabela 4),
mesmo em áreas mais profundas do talude. REFERÊNCIAS
A pequena contribuição fluvial da região adjacente à Bacia
Potiguar, pelo menos uma ordem de grandeza menor que a região 1. Lacerda, L. D.; Marins, R. V.; Geochim. Bras. 2006, 20, 123.
sudeste brasileira,30,31 e seu clima semiárido e consequente barramento 2. Cramp, A.; O’Sullivan, G.; Mar. Geol. 1999, 153, 11. [Crossref]
de seus principais rios por reservatórios artificiais, resultam em restrita 3. Lacerda, L. D.; Rezende, C. E.; Carvalho, C. E.; Ovalle, A. R. C.;
transferência de sedimentos de origem continentais para o oceano.32,33 Pfeiffer, W. C.; Mar. Pollut. Bull. 1993, 220, 93. [Crossref]
Além disso, a baixa ocupação urbana e industrial típica dessa faixa do 4. Angelidis, M. O.; Radakovitch, O.; Veron, A.; Aloupi, M.; Heussner, S.;
litoral brasileiro explica as baixas concentrações encontradas quando Price, B.; Mar. Pollut. Bull. 2011, 62, 1041. [Crossref]
comparadas aos litorais com descargas fluviais mais significativas e 5. Jesus, C. C.; de Stigter, H. C.; Richter, T. O.; Boer, W.; Mil-Homens, M.;
muito mais urbanizados e industrializadas do sudeste do Brasil, do Oliveira, A.; Rocha, F.; Mar. Geol. 2010, 271, 72. [Crossref]
Mar Mediterrâneo e do Atlântico Norte. Sedimentos de talude em 6. Costa A. M.; Mil-Homens, M.; Lebreiro, S. M.; Richter, T. O.; de
outras regiões sob exploração de petróleo e gás natural também não Stigter, H. C.; Boer, W.; Trancoso, M. A.; Melo, Z.; Mouro, F.; Mateus,
demostraram influência dessa atividade nas concentrações dos metais M.; Canário, J.; Branco, V.; Caetano, M.; Mar. Geol. 2011, 282, 169.
quantificados neste estudo no talude da Bacia Potiguar.11 [Crossref]
7. Mahiques, M. M.; Fukumoto, M. M.; Silveira, I. C. A.; Figueira, R. C.
CONCLUSÕES L.; Bícego, M. C.; Lourenço, R. A.; Mello-e-Sousa, S. H.; An. Acad.
Bras. Ciênc. 2007, 79, 171. [Crossref]
As concentrações de metais em sedimentos observadas na 8. Aguiar, J. E.; Lacerda, L. D.; Miguens, F. C.; Marins, R. V.; J. South Am.
região do talude da Bacia Potiguar sugerem fortemente que todos os Earth Sci. 2014, 51, 91. [Crossref]
metais têm origem nos sedimentos transportados do continente para 9. Lacerda, L. D.; Campos, R. C.; Santelli, R. E.; Environ. Monit. Asses.
plataforma continental, e aqueles mais finos e mais enriquecidos 2013, 185, 4427. [Crossref]
em metais, erodidos e transportados para a região do talude. 10. Rezende, C. E.; Lacerda, L. D.; Ovalle, A. R. C., Souza, C. M. M.;
Comparações com as concentrações reportadas para áreas de talude Gobo, A. A. R.; Souza, D. N.; Santos, D. O.; Mar. Pollut. Bull. 2002,
em outras regiões do mundo mostram que as concentrações de 44, 680. [Crossref]
todos os metais se encontram abaixo ou no limite inferior da faixa 11. Nyarko, E.; Botwe, B. O.; Lamptey, E.; Nuotuo, O.; Foli, B. A.; Add, M.
reportada para sedimentos marinhos de regiões de talude, como A.; Trop. Environ. Res. 2011, 9-10, 584.
resultado de características típicas da região nordeste do Brasil, sob 12. Dias, F. J. S.; Castro, B. M.; Lacerda, L. D.; Cont. Shelf Res. 2013, 66,
clima semiárido e com esparsa industrialização e urbanização. Não 123. [Crossref]
foram detectadas influências antrópicas locais evidentes sobre as 13. Lima, L. C.; Morais, J. O.; Souza, M. J. N.; Compartimentação e Gestão
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