Material Didático GLT PDF
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MÓDULO
GERENCIAMENTO E LOGÍSTICA
DO TRANSPORTE MARÍTIMO
– GLT 1 –
1ª.edição
Rio de Janeiro
2009
© 2008 direitos reservados à Diretoria de Portos e Costas
______ exemplares
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................. 5
METODOLOGIA – Como usar o módulo ......................................................................... 7
UNIDADE 1 – ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL MARÍTIMO ........................................... 11
1.1 – Departamento de pessoal ou de RH ....................................................................... 11
1.2 – Gestão de pessoas ................................................................................................. 12
1.3 – Princípios de conservação e bom relacionamento no ambiente de trabalho .......... 13
1.4 – Técnicas de seleção e contratação de pessoal marítimo ........................................ 13
1.5 – Qualificações dos tripulantes ................................................................................... 15
Teste de Auto-avaliação da Unidade 1 ............................................................................... 23
Resposta das Tarefas e do Teste de Auto-Avaliação da Unidade 1.................................... 24
3
GLT 1
Teste de Auto-avaliação da Unidade 3 ............................................................................... 124
Resposta das Tarefas e do Teste de Auto-Avaliação da Unidade 3.................................... 125
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APRESENTAÇÃO
Na realidade, esse processo foi fundamental para que essas empresas fizessem uma
reavaliação de seus processos, já que a redução de custos passou a ser considerada um dos
fatores determinantes para sua sobrevivência em um mercado internacional bem mais
competitivo e dinâmico.
Sintonizados com esse novo cenário, os clientes também vem exigindo, cada vez mais,
das empresas qualidade em seus produtos, assim como melhorias nos serviços prestados sem
estarem dispostos a pagar mais por isso. Ou seja, o nível do serviço passou a ser considerado
pelo cliente um diferenciador perante o mercado. Com isso, a logística vem agregando valores
ao produto por meio da qualidade dos serviços prestados durante o processo de atendimento
das entregas.
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GLT 1
Obviamente, uma vez que as necessidades dos clientes são, naturalmente, distintas, a
importância de cada parâmetro de serviço varia em função do perfil de cada cliente. Devido a
isso, as empresas têm segmentado os canais de distribuição e como conseqüência a estrutura
logística tem se sofisticado ano a ano.
Dessa forma, o setor produtivo passou a tratar a logística de distribuição de forma bem
mais racional já que estoques e fretes sempre absorveram uma grande parcela do custo
logístico total e não possuíam importância no ambiente empresarial.
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COMO USAR O MÓDULO
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GLT 1
6. Respostas dos testes de autoavaliação
Dá a oportunidade de você verificar o seu desempenho, comparando as respostas c om o
gabarito que se encontra no fim da apostila.
Unidade 1: A D M I N I S T R A Ç Ã O D E P E S S O A L M A R Í T I M O
Unidade 2: L O G Í S T I C A D O T R A N S P O R T E M A R Í T I M O
Apresenta conceito sobre empresa de navegação e agência marítima, além de suas
principais funções; conceitua a logística além do suprimento físico e distribuição física.
Ressalta também as principais atividades da logística e suas atividades de apoio. Apresenta a
conceituação de mercadoria, carga e unitização, além de tratar das cargas especiais.
Conceitua o transporte e apresenta a demanda e as formas de transporte. Trata dos tipos de
modais e a matriz de transporte no Brasil. Conceitua o transporte marítimo, o navio e o navio
mercante. Trata da frota mundial e apresenta os principais obstáculos para o crescimento dos
navios. Apresenta os contratos de transporte e os incoterms. Conceitua os portos e sua
infraestrutura aquaviária e terrestre. Conceitua os principais equipamentos portuários e trata da
operação portuária. Conceitua a agência marítima e as principais funções de cada setor.
Unidade 3: F E R R A M E N T A S D A Q U A L I D A D E T O T A L
V – Avaliação do módulo
Após estudar todas as Unidades de Estudo Autônomo (UEA) deste módulo, você estará
apto a realizar uma a valiação da aprendizagem.
VI – Símbolos utilizados
Existem alguns símbolos n o manual para guiá-lo em seus estudos. Observe o que cada
um quer dizer ou significa.
Este lhe diz que há uma visão geral da Unidade e do que ela trata.
Este lhe diz que há, no texto, uma pergunta para você pensar e responder a
respeito do assunto.
8
Es
Este lhe diz para anotar ou lembrar-se de um ponto importante.
Este lhe diz que há uma tarefa a ser feita por escrito.
Este lhe diz que esta é a chave das respostas para as tarefas e os testes de
autoavaliação.
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GLT 1
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UNIDADE 1
Para que uma empresa possa desenvolver as diversas atividades, obviamente, ela irá
necessitar de pessoas. Além disso, quanto mais eficientes forem essas pessoas, mais
eficiente uma empresa será perante o mercado e a concorrência.
Não adianta a empresa ter toda uma infraestrutura além de materiais de alta tecnologia
se não possui pessoal capacitado para manusear os equipamentos e prover as atividades
necessárias para que a empresa possa ter lucros.
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Para isso, a empresa necessita ter um departamento capaz de recrutar e contratar
pessoas capacitadas e ou com aptidões desejadas pela empresa.
Além disso, o departamento de pessoal deve ser capaz, também, de motivar seus
empregados com programas de treinamentos e ou outros incentivos para que esse funcionário
não vá para outra empresa.
Com base no que você estudou sobre o RH, faça o exercício que se
segue.
Tarefa 1.1
O objetivo básico que persegue a função de Recursos Humanos (RH) com essas tarefas
é alinhar as políticas de RH com a estratégia da organização, que reservará para implantar a
estratégia através dos povos.
Cada colaborador deve estar comprometido com a função que desempenha e evitar
situações que possam gerar qualquer conflito entre o seu interesse pessoal e os interesses da
empresa. É obvio que os colaboradores devem evitar atividades paralelas que conflitam com
os interesses da empresa e que prejudiquem o exercício eficiente de suas obrigações.
Além disso, o colaborador não deve utilizar-se de recursos da empresa nem aproveitar do
horário de trabalho para atender a seus interesses particulares. Também, não deve se
aproveitar de sua posição para aquisição de produtos de fornecedores e ou clientes com que
possua relacionamento comercial, nem aceitar de terceiros comissões, presente ou quaisquer
vantagens de caráter pessoal.
Contratar o profissional ideal não é fácil. Nem sempre uma seleção realizada com todo o
carinho detecta o profissional que gostaríamos de ter como parceiro. Vejo um perfil adequado
naquele que não apenas veste a camisa da empresa mas sobretudo se compromete com o seu
trabalho: é fiel, leal; toma decisões; possui habilidade para se relacionar com todos os outros
colaboradores; e antenado, visionário, dinâmico, disciplinado, livre de preconceitos.
Enfim, é aquele que briga pela empresa em todos os sentidos – atualiza-se, enfrenta a
concorrência, buscando a excelência. É aquele que aprende e ensina, ensina e aprende.
Dedicação e fidelidade devem estar juntas, pelo menos, enquanto o empregado estiver
atuando. Isso vale em qualquer empresa. Como confiar em alguém que repassa as estratégias
(por mais inocentes que sejam) da minha empresa para o concorrente, por exemplo?
O profissional fiel é honesto nos seus propósitos e, justamente por isso, se torna
dinâmico e livre para seu ir-e-vir quando não estiver satisfeito. Vejo a fidelidade, no sentido de
honestidade e democracia, como um respeito mútuo. É a ética e a moral em exercício.
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GLT 1
Entende-se aqui que o profissional ideal varia de acordo com filosofia e com a cultura dos
dirigentes e líderes de cada empresa.
Assim, para se fazer uma boa seleção de pessoal, basicamente, é necessário utilizar dois
tipos de recursos, capazes de orientar as aptidões, habilidades, personalidade, estilos de
liderança, inteligência, etc., quando rigorosamente realizados por profissionais experientes da
área. São eles: o recurso científico e o recurso prático. Ambos levam a medir as qualidades
humanas, que se diferenciam entre um e outro indivíduo.
Após a seleção, o candidato poderá ou não ser aceito pelo departamento de RH. Dessa
forma, os procedimentos são:
A comunicação poderá ser realizada por carta, telefone ou telegrama, conforme o modelo
a seguir.
É importante lembrar que existe um custo elevado na fase de adaptação, isso ocorre
porque, enquanto não haja a plena adaptação nas suas funções, o empregado não atinge a
plena produtividade.
Por outro ângulo, o empregado mal adaptado tem poucas chances de passar no período
experimental, criando conseqüentemente, o aumento no índice de rotatividade (turnover). Pelo
que é sabido, tem o seu custo também elevado.
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Com base no que você estudou sobre relacionamento pessoal, faça o exercício que se
segue.
Tarefa 1.2
CERTIFICADO INTERNACIONAL
MOD DPC 1031/1034 (STCW-78/95)
RESTRIÇÕES
FUNÇÃO (S)
REGRA (S)
C10 II/2
CLC 10 CCB com mais de 2 (dois) anos de embarque no IV/2 CMT S/R
nível 9.
C9
II/2 CMT
CCB 9 1ON com mais de 2 (dois) anos de embarque no S/R
nível 8, aprovado em Curso de Aperfeiçoamento IV/2 IMT
para Oficial de Náutica.
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C8 II/1 CMT
1ON 8 2ON e CFL com mais de 3 (três) anos de II/3 IMT S/R
embarque no nível 7.
IV/2 OQM
C7
2OR e 1OR, aprovados em Curso de Readaptação
o
de Oficial de Radiocomunicação para 2 Oficial de CMT
II/1
Náutica. IMT
2ON 7 PON que concluir, com aproveitamento, o estágio II/3 CMT
de praticante do Curso de Formação de Oficial de OQN
IV/2
Náutica da Marinha Mercante.
MCB, PLF e PAP, com mais de 2 (dois) anos de
embarque no nível 6, aprovados em Curso
o
Especial de Acesso a 2 Oficial de Náutica.
MCB C6
PLF CTR, MFL e PPI com mais de 3 (três) anos de II/4 SQN S/R
6
embarque no nível 5.
PAP
C5
C4
MOC, MFC e PEP com mais de 3 (três) anos de
embarque no nível 3.
Obs.: O MOC (nível-3) que comprovar três (3)
MNC meses de efetivo embarque, em embarcações de
Mar Aberto com AS igual ou acima de 500, poderá
CMF 4 exercer a função de Subalterno do Quarto de II/4 SQN S/R
CPI Navegação (nivel-4) nas embarcações de Mar
Aberto de qualquer AS. O MOC (nível-3), nesta
situação específica, não será transferido de
categoria para o nível 4, automaticamente, mas
somente após cumprir os três (3) anos de efetivo
embarque.
MOC C3
MFC MAC, MAF, POP e candidato com mais de 18 II/4 SQN S/R
3 anos de idade, aprovados em Curso Básico de
PEP Convés.
C2
MAC
APP com idade igualou superior a 18 anos e
MAF 2 candidato com mais de 18 anos de idade, XX XX XX
aprovado em Curso Preliminar de Aquaviários
POP
estabelecido pela DPC.
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C1
Concedido pelas Capitanias, suas Delegacias ou
Agências, a título provisório, ao candidato com
mais de 14 anos de idade, desde que autorizado
APP 1 pelo pai, tutor ou juiz competente, após ser
aprovado em Curso Preliminar de Aquaviários XX XX XX
estabelecido pela DPC.
O APP deverá acompanhar o trabalho de bordo,
não podendo assumir função como tripulante. (Não
faz parte do CTS da embarcação.)
FUNÇÕES
OBSERVAÇÃO
RESTRIÇÕES
STCW-78/95
(*) Quando embarcado em navios
especiais,
Comandante de embarcações de qualquer
AB na Navegação Interior. V/1 (1) ou V/1 (2) e restrições se
houver.
Comandante de embarcação até 3000 AB
Regra V/1(1) – requisitos míni-
CMT na Navegação de Apoio Marítimo.
mos obrigatórios para o treina-
IMT Comandante de embarcação até 500 AB na mento e qualificação de oficiais e
1ON 8
Navegação de Cabotagem, dentro dos marítimos subalternos e gradua-
OQN limites de visibilidade da costa brasileira. dos designados para serviços e
responsabilidades específicos re-
Imediato de embarcações de qualquer AB lacionados à carga e ao equipa-
na Navegação de longo Curso realizada mento de carga de
entre os portos brasileiros e entre estes e navios-tanque.
os portos da Costa Atlântica da América do
Sul, das Antilhas e da Costa leste da Regra V/1(2) – requisitos míni-
América Central, excluídos os portos de mos obrigatórios para o treina-
Porto Rico e Ilhas Virgens. mento e qualificação de coman-
dantes, chefes de máquinas,
imediatos e os subchefes de má-
quinas, bem como qualquer pes-
soa com responsabilidade direta
no carregamento, na descarga e
que cuide da movimentação e
manuseio da carga.
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GLT 1
Comandante de embarcações de
qualquer AB na Navegação Interior.
Comandante de embarcação até 3000 AB
na Navegação de Apoio Marítimo.
CMT
2ON Comandante de embarcação até 500 AB
7 IMT
CFL na Navegação de Cabotagem, dentro dos
OQN limites de visibilidade da costa brasileira.
Imediato de embarcações até 3000 AB
na Navegação de Longo Curso realizada
entre os portos brasileiros e entre estes e
os portos da Costa Atlântica da América
do Sul, das Antilhas e da Costa Leste da
América Central, excluídos os portos de
Porto Rico e Ilhas Virgens.
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costa brasileira.
POP SGC Subalterno de quarto de navegação
nas embarcações de qualquer AB na
navegação interior.
Serviços Gerais de Convés nas
embarcações até 100 AB em qualquer
navegação.
1031/1034 (STCW-78/95)
NÍVEL
REQUISITOS P/ A CERTIFICAÇÃO
REGRA (S) FUNÇÃO (S) RESTRIÇÕES
M8
OSM 9 1OM com mais de 3 (três) anos de III/2 CHM /R
embarque no nível 7.
M7 CHM
2OM e SUF com mais de 4 (quatro) anos
10M 8 de embarque no nivel 7, aprovados em III/2 SCM S/R
Curso de Aperfeiçoamento para Oficial de OQM
Máquinas.
M6
POM que concluir, com aproveitamento, o
estágio de praticante do Curso de
Formação de Oficial de Máquinas da
Marinha Mercante.
III/1 CHM CHM (**)
2OM 7 CDM com mais de 3 (três) anos de
embarque no nível 5, ELT com mais de 3 III/3 SCM CHM (**)
SUF (três) anos de embarque na categoria e
CTF com mais de 5 (cinco) anos de OQM
embarque no nível 5, aprovados em Curso
Especial de Acesso a 2° Oficial de
Máquinas.
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GLT 1
MNM com mais de 2 (dois) anos de embarque
no nível 4, aprovado em Curso de
Aperfeiçoamento de Máquinas.
MOM, MFM e CMP com mais de 4 (quatro)
anos de embarque no nível 3, aprovados
CDM 5 em Curso de Aperfeiçoamento de III/4 SQM S/R
CTF Máquinas.
Candidato com mais de 18 (dezoito) anos
de estabelecidos pela DPC, aprovado em
Curso de Aperfeiçoamento de Máquinas.
MOM M3
3 MAM, MMA e MOP e candidato com mais III/4 SQM S/R
MFM de 18 (dezoito) anos de idade, aprovados
CMP em Curso Básico de Máquinas.
MAM M2
APM com idade superior a 18 (dezoito)
MMA 2 anos de idade, aprovado em Curso XX XX XX
MOP Preliminar de Aquaviários estabelecidos
pela DPC.
Concedido pelas Capitanias, suas Delegacias
ou agências, a titulo provisório, ao candidato
XX XX XX
APM 1 com mais de 14 (quatorze) ano de idade.
aprovado em Curso Preliminar de Aquaviários
estabelecidos pela DPC.
FUNÇÕES
NÍVEL
OBSERVAÇÃO
RESTRIÇÕES
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Chefe de Máquinas de embarcações até STCW -78/95
3000 KW na Navegação de Longo Curso e (*) Quando embarcado em
na Cabotagem, após 24 meses de embar- navios especiais, V/1(1) ou
que, dos quais 12 como Subchefe de V/1(2) e restrições se houver.
Máquinas.
CHM regra V /1 (1) – requisitos mí-
2OM Chefe do Máquinas de embarcações de nimos obrigatórios para o trei-
7 SCM
SUF qualquer KW na Navegação Interior. namento e qualificação de
OQM Subchefe de Máquinas de embarcações oficiais e
até 3000 KW na Navegação de Longo marítimos subalternos e
Curso, após 12 meses de serviço a bordo. graduados designados para
Subchefe de Máquinas de embarcações serviços e responsabilidades
de qualquer KW na Navegação de específicos relacionados à
Cabotagem e Interior. carga e ao equipamento de
carga de navios-tanque.
CDM Chefe de Máquinas de embarcações até
1000 KW na Navegação de Cabotagem e regra V/1 (2) – requisitos
CTF CHM Apoio Marítimo, ambas dentro dos limites mínimos obrigatórios para o
5 treinamento e qualificação de
SQM de visibilidade da costa brasileira.
comandantes, chefes de má-
Chefe de Máquinas de embarcações até
quinas, imediatos e os
3000 KW na Navegação Interior.
sub-chefes de máquinas, bem
Subalterno de Quarto de Máquinas de em- como qualquer pessoa com
barcações de qualquer KW . responsabilidade direta no
carregamento, na descarga e
que cuide da movimentação e
manuseio da carga.
(**) Embarcações até 3000
KW, conforme preconizado
no Capítulo 111, regra 111/3.
ELT 5 ELT S/R regra 11I/3. requisitos mínimos
obrigatórios para expedição de
certificados de oficiais chefes
de máquinas e subchefes de
máquinas em navios cuja
máquina de propulsão
principal tenha a potência
entre 750 KW e 3000 KW.
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GLT 1
3 Chefe de Máquinas de embarcações até STCW-78/95
MOM (*) Quando embarcado em
250 KW na Navegação de Cabotagem e
MFM Apoio Marítimo, ambas dentro dos limites navios especiais, V/1(1) ou
CHM de visibilidade da costa brasileira, V/1(2) e restrições se houver.
CMP regra V/1(1) - requisitos míni-
SQM Chefe de Máquinas de embarcações com
mos obrigatórios para o treina-
até 500 KW na Navegação Interior.
SGM mento e qualificação de
Subalterno de Quarto de Máquinas de em- oficiais e marítimos subalter-
barcações de qualquer KW na Navegação ternos e graduados
Interior, Apoio Marítimo e Cabotagem. designados para serem os
Chefe de Máquinas de embarcações até responsáveis específicos
MAM CHM relacionados à carga e ao
150 KW na Navegação de Cabotagem e
MMA 2 SQM equipamento de carga de
Apoio Marítimo, ambas dentro dos limites
de visibilidade da costa brasileira, e na navios-tanque.
MOP SGM regra V/1(2) - requisitos mi-
Navegação Interior.
Subalterno de Quarto de Máquinas de em- nimos obrigatórios para o
barcações até 500 KW na Navegação de treinamento e qualificação de
Cabotagem e Apoio Marítimo, ambas comandantes, chefes de má-
dentro dos limites de visibilidade da costa quinas, imediatos e os
brasileira, e na Navegação Interior. subchefes de máquinas, bem
como qualquer pessoa com
Serviços Gerais de Máquinas de
responsabilidade direta no
embarcações de qualquer KW navegação
carregamento, na descarga e
Interior.
que cuide da movimentação e
manuseio da carga.
Concedido pelas Capitanias, suas Delegacias ou Agências, a título provisório, ao candidato
com mais de 14 anos de idade, desde que autorizado pelo pai, tutor ou juiz competente,
APM 1
após ser aprovado em Curso Preliminar de Aquaviários estabelecido peIa DPC.
O APM deverá acompanhar o trabalho de bordo, não podendo assumir função como
tripulante. (Não faz parte do CTS da embarcação.)
Além da seção de Convés e de Máquinas, também não se pode deixar de lembrar das
seções de Saúde e de Câmara com os seguintes tripulantes:
Considerações Finais
Parabéns!!
Você terminou com sucesso a unidade 1.
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Teste de Auto-Avaliação da Unidade 1
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
1.7) Para se fazer uma boa seleção de pessoal, basicamente, é necessário utilizar quais tipos
de recursos?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
1.8) Quais são as principais funções e metas de um departamento pessoal que você entende
serem importantes para a contratação de tripulantes?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
23
GLT 1
1.9) Quais são as seções existentes a bordo de uma embarcação?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Ch
Chave de Respostas das Tarefas e do Teste de Auto-Avaliação da Unidade 1
Tarefa 1.1
Tarefa 1.2
Apreciação pessoal.
1.2) Recursos Científicos são testes psicológicos e outros para análise de personalidade e
Recursos Práticos são testes relativos ao conhecimento do profissional.
24
UNIDADE 2
As empresas de navegação são pessoas jurídicas nacionais ou não que destinam suas
atividades de forma a transportar cargas por entre os diversos portos do mundo. Podem
possuir navios próprios ou afretados.
Além disso, em cada porto, poderá existir uma agência de navegação própria (Filial) ou
caso o volume de movimentação não seja compensatório, haverá uma empresa terceirizada
como seu preposto.
25
GLT 1
2.2 AGÊNCIA DE NAVEGAÇÃO
Como mencionado acima, a agência de navegação deve estar preparada para prover
todas as demandas solicitadas pelo navio antes, durante e após sua estada no porto de forma
a minimizar todos os custos da empresa de transporte marítimo. Dentre suas atribuições,
podemos citar as atividades dos seguintes departamentos: de operação, custeio, comercial,
financeiro, documentação e de contêiner. Veja a seguir as responsabilidades de cada um dos
setores.
Departamento de Operação
Receber o NOR “Notice of Readiness” (notificação de que o navio está pronto para
operar) do navio e informar ao afretador.
Departamento de Custeio
Depois da saída do navio, analisar se falta alguma fatura para que o custeio possa ser
fechado e enviado ao armador.
Departamento Comercial
27
GLT 1
Visitar regularmente os clientes.
Coordenar a entrega das cargas para o embarque, no porto, junto aos clientes.
Departamento Financeiro
Departamento de Documentação
Recolher o frete e taxas collect de cargas de importação para que o importador possa
liberar a carga.
Enviar a cópia dos bs/l e manifestos para outros portos de descarga e informar sobre
a emissão de bs/l em outros portos.
Departamento de Contêiner
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Como o FIFO (First in First Out) pode ajudar na redução de custo
de um armador?
Uma agência marítima pode dar assistência a qualquer uma das partes envolvidas na
contratação do transporte marítimo. Dentre elas podemos citar os seguintes agentes: de
armador, do afretador, protetor e do navio. Veja abaixo o detalhamento de cada um deles.
Quando o Charter Party dá o direito do afretador nomear seu próprio agente durante a
estadia.
Todavia, apesar de o afretador apontar seu próprio agente, quem paga as despesas
portuárias é o armador do navio. Além disso, a liberação dos Bs/L somente poderá ocorre após
sua aprovação.
É o agente contratado pelo próprio dono da embarcação (armador) para cuidar dos
interesses da embarcação como trocar tripulantes, entregar peças, supervisionar reparos a
bordo, vistorias, entre outros. O “husbandry agent” somente cuida dos interesses do navio, e
não da carga.
Tarefa 2.1
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GLT 1
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____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
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2.1.3) Quando é que um agente pode ser considerado como agente do afretador?
____________________________________________________________________________
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____________________________________________________________________________
2.3 LOGÍSTICA
A logística tem sido considerada por várias empresas, desde a década de 80, um
elemento diferenciador e ainda pode ser bastante explorada, para que as empresas ganhem
vantagens competitivas dentro de um cenário de acirrada competição.
A proliferação dos micros na maioria das empresas, a combinação entre hardware barato
e softwares avançados, o rápido acesso à montagem desses sistemas de informação geraram
capacidades de informática necessárias para realizar a maior parte do processamento das
transações, controle de “performance” e informação de apoio à decisão no nível do usuário.
Recursos de computação estão disponíveis para o gerenciamento de toda a cadeia, desde o
suprimento, passando pela manufatura e preparo, até a distribuição dos produtos acabados. A
capacidade de manobrar com os recursos logísticos de áreas inter-relacionadas, utilizando
banco de dados, permite acesso a um elenco de informações que possibilita atingir patamares
de desempenho logístico sem precedentes.
30
transferências de dados (EDI – Eletronic Data Interchange) entre as empresas criaram um
aumento da disponibilidade de informações em tempo hábil, cobrindo vários aspectos do
desempenho logístico. Ao início da década de 90, estava claro que tecnologias de
comunicação ainda mais elaboradas e de maior alcance estavam prestes a serem lançadas, o
que tem sido confirmado com a transmissão de mensagens, com alternativas de áudio e
imagens, de forma corriqueira pela Internet. Isso tem melhorado sensivelmente a qualidade e a
precisão da informação.
A evolução tecnológica corre a uma enorme velocidade, como, por exemplo, o fax. Este
até bem pouco tempo era uma grande novidade, tornou-se largamente utilizado, e hoje já não é
tão imprescindível. A capacidade de se obter informação em tempo real via satélite vem
introduzindo a Logística baseada no tempo e com isso novas técnicas de gerenciamento vêm
surgindo, tais como: Just-in-time – JIT, Resposta Rápida – (QR – Quick Response) e
Ressuprimento Contínuo – (CR – Continuous replenishment), alavancando resultados,
reduzindo estoques e tornando o fluxo produtivo mais veloz, flexível e competitivo.
2.3.1 Conceito
Alguns autores informam que a palavra Logística originou-se do grego “logistikos”, que
significa “aquele que sabe calcular”, ou do latim “logisticus”, que designava “o administrador ou
intendente dos exércitos romanos ou bizantinos”.
Outros já informam que a palavra Logística vem do Francês "logistique", que deriva de
"loger" (colocar, alojar, habitar). Este termo originalmente significava o transporte,
abastecimento e alojamento de tropas.
[Do francês logistique] s.f. “Parte da arte da guerra que trata do planejamento e da
realização de projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, manutenção e
evacuação de material” (Dicionário Aurélio).
Obviamente, não poderia ser diferente, já que a origem da logística vem da necessidade
de deslocar munição, comida, equipamentos, socorro médico entre vários outros produtos e
serviços na hora certa, no lugar certo e com qualidade para manter o seu cliente, o soldado,
em condições satisfatórias para lutar no campo de batalha.
Com o término da Segunda Grande Guerra Mundial e o fim da demanda por produtos
destinados à guerra, as empresas americanas utilizaram toda sua capacidade produtiva e
ociosa para o mercado de consumo interno.
2.3.2 Histórico
A logística sempre foi utilizada como uma técnica militar. Um dos primeiros exércitos a
utilizá-la foi o exército de Xerxes, filho de Dario I da Pérsia que mandou construir um canal na
península de Atos para movimentar um exército de mais de 300 mil soldados e 3.000
embarcações contra os gregos, então, liderados por Leônidas, na batalha de Termópilas, no
ano de 480 a.C.
Outro líder a utilizá-la, para alcançar seus objetivos militares em suas batalhas, foi
Alexandre, o Grande. Com a inclusão da logística no planejamento estratégico da batalha, o
prévio conhecimento de seu inimigo e a região geográfica e suas intempéries, além de um forte
desenvolvimento de alianças, Alexandre fez com que seu império ultrapassasse as fronteiras
dos Bálcãs até a Índia, passando pelo Egito e o Afeganistão.
Seu exército foi o primeiro a possuir uma equipe especialmente treinada de engenheiros
e contramestres, além da cavalaria e infantaria.
O exército de 35 mil homens de Alexandre não podia carregar mais do que 10 dias de
suprimentos, mas, mesmo assim, suas tropas marcharam milhares de quilômetros, a uma
média de 32 quilômetros por dia contra 16 quilômetros de outros exércitos devido à
dependência da tropa em levar os carros de boi para o transporte dos alimentos.
32
No século XVIII, o Rei Luís XIV criou a posição de “Marechal General de Logis”,
responsável pelo suprimento e pelo transporte do material bélico da tropa francesa.
Até o início da Segunda Grande Guerra, poucos artigos acadêmicos trataram da logística
como um tema empresarial. O foco, na época, estava basicamente centrado nas questões
relativas ao transporte de escoamento de produtos agrícolas.
“A
“A ampliação dos sistemas de informação, no âmbito da cadeia de suprimentos,
proporciona uma integração mais sólida da empresa com vendedores,
fornecedores, produtores, distribuidores, varejistas e outros parceiros
transformando as informações integradas em vantagem competitiva...” (Lima,
2004).
Além disso, para que a distribuição pudesse alcançar fronteiras mais longínquas, era
necessário haver uma maior integração entre os participantes de uma cadeia de abastecimento
para que os produtos pudessem fluir e atender à demanda pós-guerra existente.
33
GLT 1
cadeia de suprimento de forma a gerir o fluxo de bens e serviços (Suprimento Físico
+ Distribuição Física).
Ou seja, a logística vem, ao longo das últimas décadas, sofrendo uma forte evolução
para prover métodos de minimização de custos operacionais e, desta forma, maximizar seus
ganhos.
Abaixo, a figura 2.1 onde mostra a evolução logística nas últimas décadas.
34
Com os conhecimentos adquiridos até aqui, realize a tarefa abaixo:
Tarefa 2.2
Responda:
2.2.1) Como a logística pode ser definida?
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____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
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____________________________________________________________________________
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____________________________________________________________________________
Ou seja, agrega valor de lugar, pois entrega a mercadoria no lugar desejado pelo cliente
final. Agrega valor de tempo, pois entrega a mercadoria no lugar desejado no menor tempo
possível. Agrega valor de qualidade, pois entrega a mercadoria no lugar desejado no menor
prazo e com a qualidade devida e, por último, agrega o valor de informação, pois dá a
possibilidade de o cliente final rastrear o fluxo da mercadoria desde o momento da compra até
sua entrega.
Para que a logística possa atingir seu principal objetivo, que é a de gerir o fluxo de
produtos, serviços e das informações inerentes a essa movimentação dentro de uma cadeia de
suprimentos, as atividades de transportes, manutenção de estoques e processamento de
pedidos são consideradas como atividades primárias. Abaixo a descrição de cada uma delas:
35
GLT 1
Transporte – Junto com a manutenção de estoque absorve praticamente dois terços
do custo logístico. Por isso, são considerados como a atividade logística mais
importante. O transporte é essencial na movimentação física das matérias-primas e
dos produtos semiacabados ou acabados dentro da cadeia de suprimento. O
transporte agrega valor de lugar ao produto.
Trata-se das atividades que dão apoio às atividades primárias da logística. São eles:
armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, obtenção, programação de produtos e
manutenção de informação. Abaixo a descrição de cada uma delas:
36
Que tal realizar mais uma tarefa para testar seus conhecimentos?
Tarefa 2.3
Responda:
2.3.1) Como a tecnologia da informação ajudou a desenvolver a logística?
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____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Pode ser definido como a integração dos processos industriais e comerciais, partindo do
consumidor final e indo até os fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e informações
que agregam valor para o cliente.
37
GLT 1
“Supply chain management encompasses the planning and management of all activities
involved in sourcing and procurement, conversion, and all logistics management activities.
Importantly, it also includes coordination and collaboration with channel partners, which can be
suppliers, intermediaries, third party service providers, and customers. In essence, supply chain
management integrates supply and demand management within and across companies.”
Tarefa 2.4
Responda:
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
38
2.4.2) Descreva o conceito de compensação de custo.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
39
GLT 1
Garante a fiel guarda dos materiais preservando sua integridade física até o
Almoxarifado:
consumo final.
2.4.1 Estoque
O estoque nada mais é que um “colchão” necessário, para que uma empresa possa
evitar a parada de uma produção em decorrência da falta de um material importante.
Tarefa 2.5
Responda:
2.5.1) Explique a diferença entre distribuição e suprimento físico.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
40
2.4.2 Classificação de Materiais
Ou seja, é tão somente uma forma de separar os diversos materiais a serem estocados
conforme suas características, facilitando a tomada de decisão, do que estocar por uma
determinada empresa.
Cada empresa possui uma forma de classificar os materiais a serem estocados. Todavia,
a classificação deve ser direta, simples, flexível e abrangente.
Materiais quanto ao tipo de estocagem – são materiais que podem ser separados
em estocagem permanente – aqueles que possuem parâmetros de ressuprimento
automático e que sempre possuem saldo no almoxarifado – e materiais com
estocagem temporária – que não são materiais de estoque e que devem permanecer
durante um tempo pré-determinado até sua utilização.
Materiais quanto ao mercado fornecedor – são materiais que podem ser separados
conforme seu mercado fornecedor, podendo ser separado em mercado nacional,
mercado estrangeiro ou materiais em processo de nacionalização.
Tarefa 2.6
Responda:
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
42
2.6.3) Qual é a missão da logística?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
A análise ABC é uma das formas mais usuais de se examinarem estoques. Consiste na
verificação, durante um significativo período de consumo – seja em valor monetário seja em
quantidade – dos itens de estoque para que possam ser classificados em ordem decrescente
de importância.
Não existe uma forma correta de proceder a essa divisão. Isso ocorre mais em função da
política de níveis de estoque a ser adotada pela empresa. De um modo geral, os itens “A”
estão situados ao redor de 60% do valor do estoque e são representados por cerca de 10%
dos itens de estoque, enquanto na outra extremidade os itens “C” ou “D” absorvem 10% do
valor total do estoque e são representados por 60% dos itens no inventário.
43
GLT 1
Tabela 2.1 – Exemplo de classificação ABC.
Tarefa 2.7
Responda:
2.7.1) O que é o método de classificação ABC e de que forma ele auxilia no processo de
estoque de uma empresa?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Pode ser considerada a atividade mais importante dentro de uma cadeia de suprimento já
que, devido ao uso do transporte na movimentação do produto e a necessidade de estocá-lo,
durante o processo de distribuição dentro do canal de distribuição, pode absorver cerca de dois
terços do custo logístico de uma empresa.
44
2.5.1 Canais de Distribuição
Tarefa 2.8
Responda:
Por isso, ainda hoje, a área marítima usa a expressão “prancha de embarque” como
tradução do termo “loading rate”.
46
Somente em 1950, as diversas nações do mundo tomaram consciência da importância
da padronização e passaram, então, a ditar normas. Após várias discussões sobre o tema, a
única definição foi a modularização da dimensão e que a nova embalagem deveria, também,
ser metálica e resistente ao constante uso.
Em 1955, o americano, Malcom Mclean fundou a Sea Sealand Service, com a aquisição
de 37 navios adaptados para o transporte de contêineres. Suas embalagens tinham as
dimensões de 35x 8x 8 ½ pés, chamadas de contêiner. Em 1956, o navio “Ideal X”, um navio
tanque adaptado para transporte de contêiner no seu convés, fez a primeira viagem com
contêineres, de forma experimental, entre os portos de New York a Houston.
Em 1966, o navio “Fairland” da Sealand fez a primeira viagem internacional, entre New
York e Bremen, com um total de 226 unidades e, em 1972, foi construído o primeiro navio
porta-contêiner celular do mundo para operar em terminais especializados de contêineres, o
“Galloway”.
Conforme Rodrigues (2004), mercadoria é qualquer produto que seja objeto do comércio
e carga é a mercadoria que, ao ser transportada, paga frete devido à remuneração do serviço
de transporte.
As cargas podem ser consideradas como carga geral ou carga a granel e a carga geral é
considerada uma carga heterogênea, solta ou fracionada, podendo ser acondicionada – em
embalagens específicas como caixa, saco, fardo, cartão, tambor, engradado, amarrado, bobina
de papel – ou não, como os veículos, maquinários em geral, blocos de pedra.
Importante!!!
47
GLT 1
As principais formas de unitização são a pré-lingagem, a paletização, a conteinerização:
48
Figura 2.7 – Conteinerização.
Fonte: Autor
Além disso, é necessário que, além da aceitação da carga, por parte do transportador
marítimo, antes do embarque, deve solicitar às autoridades locais uma autorização conforme
os documentos preestabelecidos pelas normas, que podem ser encontradas no Código de
Carga Perigosa Marítima Internacional (“International Maritime Dangerous Goods”).
50
Classe 04 – Sólidos Inflamáveis – substâncias que espontaneamente entram em
combustão, substâncias que em contato com a água emitem gases inflamáveis. Exemplo:
fósforo, potássio, partidas, etc.
51
GLT 1
Classe 08 – Substâncias Corrosivas – São substâncias que, no caso de
vazamento, poderiam causar dano severo por ação química quando em contato com tecido
vivente ou pode danificar outra carga ou a embarcação seriamente. Exemplo: ácido clorídrico,
instrumentos que contêm mercúrio, ácido sulfúrico, etc…
Importante!!!
52
Importante!!!!
Outro ponto importante é que existem classes de carga perigosa que, devido à sua
periculosidade, não podem aguardar o navio dentro do porto organizado. Portan to,
na exportação, os referidos contêineres devem entrar no porto e embarcar
diretamente sem haver armazenagem no pátio do terminal. Para o caso de
importação, as unidades devem ser descarregadas diretamente no chassi do
caminhão e ser encaminhada diretamente para uma área secundária que possui
autorização para a armazenagem. (Ver programa de segurança para
movimentação e armazenagem do porto de Itaguaí conforme abaixo.)
2 – Gases
Poderá ser armazenado em função das condições disponíveis e a
2.2
critério da Autoridade Portuária.
3 – Inflamáveis
3.1 e 3.2 Descarga ou embarque direto
Líquidos
4.1, 4.2 e 4.3 Descarga ou embarque direto ou quando em contêiner, sem desova no
4 – Inflamáveis
porto, poderá ser armazenado em função das condições disponíveis e
Líquidos Grupo de Risco I
a critério da Autoridade Portuária
5.1 e 5.2
5 – Oxidante e
Descarga ou embarque direto
Peróxidos Grupo de Risco I
5.1 e 5.2
Poderá ser armazenado em função das condições disponíveis e a
Grupo de Risco
critério da Autoridade Portuária.
II
53
GLT 1
5.1 e 5.2
6.1
Grupos de Risco
Poderá ser armazenado no porto
III
Toda embalagem deve ser adequada ao produto de forma a manter sua integridade
física, evitando danos durante o transporte. A inadequabilidade da embalagem pode ser
equiparada ao vício próprio da mercadoria e, se provado que o fabricante ou o exportador
entregaram para o transporte uma mercadoria com insuficiência de embalagem, o
transportador marítimo poderá alegar não ter responsabilidades pelos danos ocorridos durante
a viagem ou mesmo durante as operações de carga e descarga.
Para o transporte pelo modal marítimo, a embalagem tem que ser mais resistente do que
para os outros modais, já que a carga fica exposta ao manuseio durante o embarque ou
descarga e por sofrer ataques violentos da natureza, devido ao mau tempo.
54
Conforme Rodrigues (2004), as embalagens podem ser divididas em embalagem de
contenção, utilizada para embalar o produto unitário, protegendo-o dos agentes externos,
embalagem de apresentação, utilizada para a apresentação do produto ao consumidor
final;embalagem de comercialização, que agrega um conjunto de embalagens de apresentação
para o transporte entre atacadista e varejista em curta distancia. E por último, a embalagem de
movimentação, que agrega um conjunto de embalagens de comercialização para o transporte
em distâncias mais longas.
Tarefa 2.9
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
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____________________________________________________________________________
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____________________________________________________________________________
Pallet
O Pallet é um estrado que pode ser produzido em madeira, plástico, alumínio, aço, fibra e
outros materiais e deve dispor de aletas para o içamento quando operado por guindastes e
outros equipamentos.
Possui um formato retangular ou quadrado e pode ser construído da forma mais simples,
com uma única face utilizável para apoiar a carga e a outra para suporte ou reversível,
construído com duas faces utilizáveis para apoiar a carga.
Deve ter altura livre entre as duas faces, suficiente para possibilitar a entrada dos garfos
dos equipamentos mecânicos e, preferencialmente, ter quatro lados permitindo a entrada dos
equipamentos de forma a acelerar sua movimentação, que fica limitada quando possui apenas
duas entradas.
55
GLT 1
Figura 2.10 – Pallet.
Fonte: Autor
O pallet tem de ser resistente para sustentar a carga depositada sobre ele e resistente
para permitir a manipulação e a movimentação da carga unitizada por meio de equipamento
mecânico apropriado.
Suas medidas devem ser padronizadas para que possam adaptar-se às várias etapas do
processo de transporte. Devem possuir identificações que monstrem o destinatário, o destino e
o rótulo de identificação para as cargas consideradas perigosas.
A amarração ou peação dos volumes para fixar as unidades no pallet, deve ser feita
conforme a carga a ser amarrada. Pode-se empregar cintas que podem ser de nylon,
polipropileno, poliéster, metálicas, complementadas e, às vezes, por tábuas e sarrafos de
madeira e folhas de papelão.
As medidas dos pallets são padronizadas de acordo norma ISO – conforme demonstrado
na tabela abaixo – visando a facilitar o seu manuseio em todos os modais.
56
Contêiner
Importante!!!!
Suas principais vantagens em relação às outras embalagens são sua rigidez e sua
impermeabilidade, dando total proteção à carga unitizada.
Também podemos mencionar que o contêiner facilita as movimentações de
operações de carga e descarga entre os modais e possui fácil acesso para
inspeções de aduana, evitando lugares onde se possa esconder mercadorias
ilegais, drogas, entre outros.
Toda a estrutura e painéis são construídos com aço ou alumínio. Seu piso interno é de
madeira contendo ganchos nos cantos, tanto na parte inferior quanto na superior ao longo da
unidade.
Como exemplo, podemos citar o Brasil, onde, devido ao volume de exportação ser bem
superior que o de importação, não há contêiner suficiente para a demanda posterior.
57
GLT 1
As unidades de medidas utilizadas para as dimensões dos contêineres são pés ou foot (’)
e polegadas ou inch (”). Observe-se que as medidas dos contêineres referem-se sempre às
medidas externas.
A largura dos contêineres é única para todos os tipos de contêineres e possui 8’. Já a
altura do contêiner é de 8’6” para todos os contêineres, com exceção do tipo High Cubic, que
possui uma altura um pouco maior e igual a 9’6”.
Os contêineres de 20’ possuem uma tara de 2,3 toneladas e podem suportar até 30,48
toneladas, e as unidades de 40’ possuem tara igual a 4 toneladas, suportando um peso
máximo de 36 toneladas.
58
Cada contêiner possui uma numeração alfanumérica que a identifica. Essa numeração é
única para cada contêiner. Ela possui quatro letras e sete números, e estão de acordo as
normas do “Bureau International of Containers” – BIC. Exemplo: ABCU123456-7.
Os seis primeiros números são de série, e os dois primeiros números são para identificar
o país de registro do proprietário. O terceiro número para identificar se a unidade é de 20 ou 40
pés; o quarto número para identificar a altura do contêiner; o quinto número identifica a
categoria do contêiner. (0 – contêiner fechado; 1 – contêiner fechado, ventilado; 3 – contêiner
frigorífico, etc.) e o sexto número identifica o tipo do contêiner (carga geral, térmico, tanque,
etc.).
Outra importante informação que deve ser acordada no momento da reserva de praça
nos navios é saber quem irá pagar pela unitização/desunitização da carga.
Assim, esse tipo de situação pode gerar quatro acordos distintos, a saber: o termo
LCL/LCL, ou seja, a unitização e desunitização serão de responsabilidade do transportador. O
termo LCL/FCL indica que a carga será unitizada pelo transportador e desunitizada pelo
consignatário da carga. Já o termo FCL/FCL indica que a carga será unitizada pelo exportador
e desunitizada pelo consignatário, sem o envolvimento do transportador. E, por último o termo
FCL/LCL indica que a carga será unitizada pelo exportador e desunitizada pelo transportador
no porto de origem.
59
GLT 1
Teste seus conhecimentos.
Tarefa 2.10
Responda:
2.10.2) Dê exemplos de cargas refrigeradas e em quais contêineres essas cargas podem ser
unitizadas.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
2.10.3) Quais tipos de pallets existem no mercado e de que materiais são feitos?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Tipos de Contêineres
60
Contêiner Ventilado – contêiner projetado para cargas sensíveis, especialmente quando
transportadas através de grandes distâncias, de um clima quente para um clima frio, onde se
faz necessário ter ventilação durante o trânsito para evitar a condensação ou para retardar o
processo de amadurecimento.
Contêiner Open Top – contêiner do tipo Dry box sem teto, fechado com lonas
removíveis. Utilizado para cargas com altura maior que o contêiner ou que apresentam
dificuldade de acesso, necessitando ser ovada através de içamento pela parte superior como
tubos de aço, madeiras, entre outros.
61
GLT 1
Contêiner High Cube – contêiner para carga seca de alta cubagem. É semelhante ao
contêiner standrad, porém de maior altura. São indicados para carga geral de baixa relação
peso/volume.
Contêiner Flat Rack – contêiner sem teto e sem laterais, com cabeceiras fixas ou
dobráveis. Projetado para cargas que não necessitam ser protegidas contra o tempo ou roubo:
normalmente bobinas de aço, chapas grossas de aço, peças pesadas, etc.
62
Contêiner Plataforma – contêiner sem paredes e sem teto, tendo apenas o piso
(plataforma de aço). Projetado para carregar carga pesada, grande e de forma irregular ou com
problema de acondicionamento como tanques, materiais de construção, toras, tubos, etc.
Contêiner Tanque – contêiner especial para carregar mercadorias líquidas, podendo ser
ou não carga perigosa.
63
GLT 1
Contêiner com acesso lateral – contêiner com acesso lateral completo e com
coberturas laterais de lona plastificada. São desenhados para cargas que necessitem de
ventilação total ou quando é necessário carregamento pela parte lateral do contêiner.
Tarefa 2.11
Responda:
2.11.3) Explique com suas palavras a diferença entre o contêiner insulado e o contêiner
frigorífico.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
64
2.7 TRANSPORTE
O homem, por carregar seus próprios pertences de um lugar a outro, pode ser
considerado como o primeiro meio de transporte da humanidade. Posteriormente, devido à sua
limitação física, domesticou animais para transportar um maior volume de carga.
65
GLT 1
2o Período: de melhorias internas e aumento no comércio, devido à eficiência do
poder humano e tração animal;
O Brasil é um grande exemplo, pois, apesar das exportações estarem crescendo a níveis
históricos, o País, devido à falta de infraestrutura e à má conservação de sua malha de
transporte, está chegando ao seu limite máximo de capacidade na movimentação de carga.
66
No modal ferroviário, a situação ainda é pior já que, devido à ineficiência administrativa
do Governo Federal, durante anos, as vias férreas chegaram à completa desativação e
sucateamento. Hoje, com a privatização e os investimentos no setor, os custos vêm sendo
reduzidos gradativamente. Todavia, ainda está longe de o Brasil possuir um sistema ferroviário
eficiente.
O sistema de transbordo é aquele em que a carga deve ser transportada por mais de um
veículo de uma única modalidade de transporte e com apenas um único contrato de transporte
para alcançar o destino final. Exemplo: as cargas provenientes de importação que necessitam
transbordar para navios de cabotagem para alcançar seu destino final.
Importante!
O sistema intermodal é aquele em que a carga deve ser transportada por mais
de um modal e com contratos diferentes e separados para alcançar o destino
final. Exemplo: as cargas de importação, provenientes de navio que embarcam
em caminhões para alcançar o interior do país.
O sistema multimodal é aquele que a carga deve ser transportada por mais de
um modal com o mesmo contrato de transporte para alcançar o destino final. Este
tipo de operação somente ocorrerá com empresas que possuem autorização para
operar nesse sistema.
Os modais estão divididos conforme seu ambiente físico. Pode ser terrestre, aéreo,
aquaviário ou por meio de dutos. O transporte terrestre ainda pode ser dividido em transporte
rodoviário e ferroviário. O transporte rodoviário movimenta as cargas através de rodovias e
utiliza, para isto, os caminhões, carretas, ônibus etc. Já o transporte ferroviário movimenta
através da ferrovia e utiliza os vagões.
67
GLT 1
Com relação ao transporte aéreo, as cargas são transportadas pelos aviões.
519.960 Ton ;
0,036%
398.965.699 Ton /
27,87%
Rodoviário
Ferroviário
Aquaviário
Aeroviário
675.758.033 Ton;
356.136.024 Ton / 47,21%
24,88%
8%
4%
Aquaviário
18% Aeroviário
Rodoviário
Outros
70%
68
Responda às perguntas abaixo.
Tarefa 2.12
Os critérios para escolha levam em consideração os custos, mas não podem deixar de
lado as características de serviços. De um modo geral, os custos mais elevados são do modal
aéreo, seguido pelo rodoviário, ferroviário, dutoviário e aquaviário, nessa ordem.
A tabela abaixo apresenta os preços médios cobrados no Brasil e nos EUA, dos
diferentes modais, para cargas fechadas, de médias e longas distâncias, ou seja, acima de 500
km.
600 523
500
400 320
300 USA
Brasil
200
56
100 19 14 9 11 5
11 7
0
Aéreo Rodoviário Ferroviário Dutoviário Hidroviário
Tabela 2.6 – Preços relativos de diferentes modais (em US$ por ton-km)
Taxa cambial de 2,50 reais por dólar.
Fonte: Centro de Estudos Logísticos – www.cel.coppead.ufrj.br
O modal aéreo se destaca, seguido pelo rodoviário. No entanto, a análise deve ser feita
considerando o tempo gasto de porta a porta. Nesse caso, as grandes distâncias dão
VELOCIDADE:
maior vantagem para o modal aéreo. No caso das rodovias, o fator distância pode ser
impactado pelo estado das rodovias e congestionamento dos grandes centros.
Número de vezes em que o modal pode ser utilizado em um dado horizonte de tempo,
o duto apresenta o melhor resultado, pois pode ser acionado a qualquer momento.
FREQÜÊNCIA: Pela ordem a seguir vem o rodoviário, ferroviário, aéreo e aquaviário. A baixa
freqüência do aquaviário se deve aos grandes volumes envolvidos na operação, o que
obriga a trabalhar com consolidação de cargas.
A decisão sobre ter frota própria ou utilizar serviços de terceiros, é a segunda mais
importante decisão no transporte. Há que se considerar, além do custo e da qualidade do
serviço, a rentabilidade financeira das alternativas em decorrência do investimento a ser feito.
70
Tamanho da operação – quanto maior for a operação, mais atraente se torna a
utilização de frota própria em função da capacidade de absorção e amortização dos
investimentos;
Capacitação interna – a crescente sofisticação dos transportes faz com que seja
decisiva a capacitação interna para planejar, operar e controlar, e assim apresentar
um desempenho diferenciado;
Cargas de retorno – em princípio, as empresa que prestam serviço têm muito mais
facilidade de captar cargas de retorno do que uma empresa cujo negócio não seja a
prestação de serviço;
Uma vez decidida a utilização de terceiros, torna-se necessário ter critérios para seleção
de transportadores. São sete os principais critérios utilizados na seleção:
Processo de negociação deve ser visto como uma atividade contínua e estruturada,
cujo objetivo é a melhoria permanente da qualidade dos serviços e redução dos
custos. Para tanto é necessário desenvolver trabalhos de parcerias com os
prestadores de serviço, com base na confiança e intercâmbio sistemático de
informações. Grande parte dos itens de custos, tanto fixos como variáveis, podem ser
alterados ou controlados através de um planejamento adequado;
71
GLT 1
Política de consolidação de cargas objetivando trabalhar com grandes volumes, e
assim utilizando a plena capacidade dos maiores veículos possíveis, é um dos
principais mecanismos para se reduzir custos de transporte. A estratégia mais simples
na consolidação de cargas é postergar os embarques para uma determinada rota, até
que haja carga suficiente para atingir a capacidade máxima do veículo utilizado. O
problema dessa estratégia é o impacto no nível de serviço aos clientes, no prazo e na
consistência dos prazos.
Tarefa 2.13
2.13.2) Quais são os fatores que devem ser considerados para decidir por uso de frota própria?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
No transporte marítimo, além do frete marítimo básico, existem diversas outras taxas que
podem ser usadas conforme o peso da carga, a quantidade, o volume, o tipo de carga, o valor
venal, a distância entre os dois portos, o tipo de embalagem a ser utilizado, o destino, etc.
Embora os valores sofram fortes oscilações em função de uma série de variáveis, é
possível considerar os seguintes valores médios de fretes:
Os fretes podem ser pagos na origem, no destino, ou em um terceiro lugar. Desta forma,
no B/L, os fretes são mostrados como: “Freight Prepaid” ou frete pago na origem; “Freight
Payable at destination” ou “Freight Collect”, que são opções para que o frete seja pago no
destino.
72
Além do Frete Oceânico ou Frete Básico, existem taxas que não estão ligadas
diretamente ao transporte da mercadoria, mas, sim, na movimentação de carga, descarga e/ou
estiva no porto de origem e/ou no porto de destino e que devem ser pagas pelo exportador ou
importador, conforme o Incoterm ou o contrato de transporte utilizado.
Estas taxas são despesas portuárias e de agência relativa ao manuseio da carga desde
sua chegada até seu embarque e vice-versa, conhecida como THC – “Terminal Handling
Charge” e as taxas de emissão de B/L, respectivamente.
Além da cobrança de THC, existem outras taxas e sobretaxas que são adicionadas ao
custo total de transporte da carga. Os mais importantes são:
taxa sobre volume pesado – “Heavy Lift Charge”: cobrado sobre volumes com
excesso de peso e que irão exigir cuidados e equipamentos especiais;
Conforme Alves e Pinto (1998), quando o homem aprendeu a usar o fogo, ele passou a
abrir cavidades em troncos e com ferramentas de pedra fez primitivas embarcações e remos
de madeira. A arte do uso da piroga – botes feitos de troncos escavados – nunca foi extinta e
continua sendo utilizada, principalmente, em paises da América do Sul da África.
73
GLT 1
Alves e Pinto (1998) também mencionam em seu texto que algumas reproduções de
navios egípcios foram encontradas em fragmentos de louças egípcias com idade aproximada
de 6.000 anos, mostrando navios feitos de papiro levando uma vela latina. Posteriormente, aos
egípcios, os fenícios tornaram-se uma nação líder no setor marítimo, seguidos dos gregos.
Alves e Pinto (1998) mencionam que os navios gregos eram construídos com balizas e
levavam uma vela redonda, mas sua principal propulsão era o músculo humano. Seus
remadores compunham uma guarnição de 50 remos. Em seguida, os romanos tomaram o
domínio dos gregos, e seus navios mercantes eram protegidos por uma grande frota de navios
de guerra, alguns com mais de 66 metros de comprimento. Após sua queda, surgiram as
nações escandinavas com seus longos navios “vikings”.
De acordo Alves e Pinto (1998), o primeiro vapor feito de ferro foi o “Aaron Manby”,
construído e lançado por um estaleiro britânico. Em 1802, o primeiro vapor em serviço, o
“Charlotte Dundas”, construído na Inglaterra, por Willian Symington, executou o grande feito de
rebocar duas chatas de 70 toneladas. Logo em seguida, surgiu o vapor “Clermont”, criado pelo
engenheiro americano James Fulton. Em 1812, surgiu o primeiro navio realmente de frete, o
“Comet”, também construído na Inglaterra, começando um serviço regular entre Glasgow,
Greenock e Helensburgh. Em 1911, surgiu o motor a diesel, inventado pelo engenheiro alemão
Rudolf Diesel, o primeiro navio propulsionado por esse tipo de motor foi o navio “Selandia”,
construído na Dinamarca.
2.8.1 Conceituação
Quanto à navegação:
longo curso – que é aquela realizada entre dois portos de países diferentes;
Quanto à operação:
navios privados – são aqueles que transportam a própria carga produzida pela
empresa. Como exemplo, podemos citar os navios da Petrobrás;
74
navios regulares – ou “liners” são aqueles que participam de serviços e tráfegos,
possuem rotas, escalas e datas estimadas nos diversos portos pré-definidos através
de programação divulgada para o mercado;
navios não-regulares – são aqueles que não possuem rotas e escalas definidas e
são estabelecidas à conveniência do armador ou afretador do navio.
2.8.2 Navio
Os navios podem ser classificados conforme sua destinação, podendo ser de guerra,
quando para fins militares; mercantes, quando utilizado para o transporte de pessoas e/ou
mercadorias; de recreação, quando utilizado para o próprio dono sem fins lucrativos; e navios
especiais, construídos para uma atividade especifica como os navios sonda, quebra-gelos,
oceanográficos de pesquisas, etc.
75
GLT 1
Navio Multipropósito – navios polivalentes destinados ao transporte de carga geral,
solta ou conteinerizada. Dispõem de meios próprios para carga/descarga. Podem escalar
pequenos portos. Todavia, sua operação é lenta e cara.
Navio Roll-on Roll-off – navios com rampas que dão acesso ao interior da
embarcação e que se destina ao transporte de cargas rolantes como carros, caminhões e,
outras mercadorias desde que em cima de equipamento rolante.
Navio Químico – navios para transportar gás liquefeito do petróleo para o transporte
de gás em estado líquido; navios para produtos químicos “Chemical Tankers”, para transporte
de qualquer tipo de produto químico e/ou petroquímico.
77
GLT 1
Figura 2.30 – Navio Tanque.
Fonte: Petrobras, 2008
Navio Ore-Oil – são aqueles que podem transportar mais de um tipo de granel ou
podem servir para o transporte alternado de granel sólido e liquido como o navio “Ore-Oil”.
78
No caso de navio porta-contêiner, também pode ser considerada a quantidade total de
contêiner em TEUS. As capacidades dos navios podem ser vistas nas tabelas 2.8 e 2.9 a
seguir.
O número de navios porta-contêiner vem, ao longo dos anos, crescendo assim como seu
tamanho e capacidade, devido à crescente demanda pela utilização de contêineres (tabela
2.10). Por sua vez os navios de carga geral, conhecidos como cargueiros, aos poucos, vêm
perdendo espaço devido à redução da demanda.
79
GLT 1
Essa mudança de preferência entre navios cargueiros e porta-contêiner ocorre em razão
de alguns fatores que influenciam no custo do frete e, posteriormente, no custo final do produto
como os custos operacionais do navio, tempo de operação e, principalmente, a exigência do
mercado por embarques conteinerizados.
Este constante crescimento da demanda faz com que os grandes armadores continuem a
investir em navios com capacidades cada vez maiores. Como exemplos podemos citar os
navios CSCL África, da empresa chinesa China Shipping, que possui um comprimento de
333,99 metros, calado de 14,5 metros e capacidade nominal de 8468 teus. O CMA CGM
Medea, que possui comprimento de 350 metros, calado de 14,5 e capacidade nominal de 9415
teus e o mais moderno, o Emma Maersk, com 397 metros de comprimento e calado de 16
metros, com capacidade nominal de 13.000 TEUS.
Tarefa 2.14
Responda:
80
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Atualmente a frota mundial de navios possui um total de 825 milhões de toneladas brutas
das quais, 400 milhões de toneladas já se encontram em processo de sucateamento.
Conforme (Paulo Rolim, 2003), existe um total de 550 milhões de toneladas brutas sendo
construído até o ano de 2015 e a média anual de construção encontra-se em 30 milhões de
toneladas ano.
Abaixo a tabela 2.11, com os principais tipos de navios e sua tonelagem bruta total.
Os principais “players” da construção naval são os Estados Unidos, Japão, China, Coréia
do Sul e Alemanha. Esses países ocupam mais de 29% do mercado mundial.
Conforme mencionado no item anterior, apesar de os navios estarem cada vez maiores,
existem em nosso planeta três grandes obstáculos que impedem que esse crescimento seja
ainda maior. Dentre eles, temos o canal do Panamá, o canal de Suez e o estreito de Málaga.
81
GLT 1
Canal do Panamá – inaugurado em agosto de 1914, o canal do Panamá possui uma
extensão total de 82 km com um calado de 12,04 metros de profundidade. Trata-se da mais
importante hidrovia do mundo, ligando os oceanos Atlântico e Pacífico. Os navios são
rebocados através de cabo de aço pelas locomotivas localizadas nas comportas. Por ano, a
construção naval mundial fabricou embarcações - os chamados Panamax - feitas para caber
nas câmaras de 110 pés de largura (33.5metros).
Nas proximidades de Singapura, o estreito se restringe a uma largura mínima de 2,5 km,
o que torna a navegação mais difícil, devido ao intenso tráfego. Às dimensões máximas dos
82
navios que podem atravessar o estreito dá-se o nome Malaccamax. Por ele passam
aproximadamente 600 mil navios mercantes anualmente, transportando um terço do comércio
mundial. Para a China, é mais do que estratégico, visto passar cerca de 80% de suas
importações de petróleo (plena dependência das linhas marítimas).
operador de transporte Multimodal ou OTM. – pessoa jurídica que possui, por lei,
o direito de prover toda a logística porta a porta e emitir um único contrato de
transporte, mesmo utilizando vários modais e veículos.
Outro ponto importante e que deve ser conhecido, para prover um transporte de
qualidade evitando danos ou custos extras, são as características físico-químicas da
mercadoria a ser transportada, como a perecibilidade, fragilidade, volatibilidade, periculosidade,
peso e o volume para que ela possa ser acondicionada e estivada corretamente e assim evitar
de danos ao produto, a terceiros, ao veículo transportador e, principalmente, ao meio-ambiente.
84
2.8.7 Os Seguros
O seguro é uma operação que se realiza entre o segurado, que precisa proteger uma
mercadoria, e o segurador, que está disposto a fazer esta proteção.
O objetivo do seguro é dar à carga proteção contra danos ou perdas visando, sempre, a
repor o bem sinistrado. Além disso, o seguro nunca deve ter como objetivo principal produzir
lucros.
especial – aquela que visa a proteger o bem contra riscos de guerras e greves.
Além desses, caso a carga seja considerada uma carga perigosa, o cliente deverá
informar a classe IMO (“International Maritime Organization”) da carga e todas as demais
informações necessárias, conforme as normas do “Dangerous”, já que algumas delas
necessitam de aprovação prévia para embarque.
85
GLT 1
Para o caso de navios porta-contêiner o termo de contrato de transporte utilizado é o
“Liner”, em que o transportador paga todos os custos aos terminais de carga repassando os
custos a todos os embarcadores e/ou consignatários através do frete e das taxas informadas
previamente.
Para o caso de carga a granel ou carga solta, o embarcador deverá acordar com o
transportador marítimo o termo que deverá prevalecer para o transporte em questão. Existem
vários deles, cada qual com suas características e responsabilidades próprias. Abaixo uma
tabela com os termos existentes, onde se separam os deveres do embarcador, recebedor e
transportador durante o transporte da carga.
86
“O afretamento é o ato de alugar, arrendar, tomar para si um navio para operá-lo ou
embarcá-lo, podendo ser realizado por um armador ou embarcador que necessita
de um navio. Sendo o fretamento o inverso do afretamento, isto é, significa o ato de
alugar, entregar a alguém o navio, e isso é feito pelo armador ou proprietário da
embarcação.” (Keedi e Mendonça, 2003).
2.8.12 Incoterms
87
GLT 1
Figura 2.36 – Incoterns.
Fonte: Autor
88
providencia o desembaraço para a exportação e o B/L. Termo usado para o
transporte marítimo e de cabotagem;
CFR – “Cost and Freight” (custo e frete, porto de destino nomeado): nesse caso o
vendedor inclui no preço, além do custo das mercadorias, o frete necessário para
levá-la até o porto de destino convencionado ou designado pelo comprador. Ou
seja, o vendedor contrata o transportador, paga o frete até o porto de destino,
devendo entregar a mercadoria a bordo do navio, providenciando o desembaraço
para exportação e pagando os custos de carregamento e descarga que já estiverem
incluídos no frete. O comprador assume os riscos de perdas ou danos das
mercadorias causados por eventos ocorridos após as mercadorias terem sido
entregues a bordo e paga os custos de descarga que não tenham sido incluídos no
frete marítimo;
CIF – “Cost, Insurance and Freight” (custo, seguro e frete, porto de destino
nomeado): além das obrigações estipuladas para a condição CFR, o vendedor tem
a obrigação de providenciar o seguro, com cobertura mínima, incluindo seu valor no
preço da venda. Termo usado para o transporte marítimo e de cabotagem. Ou seja,
o vendedor contrata o transportador e paga o frete até o porto de destino, devendo
entregar a mercadoria a bordo do navio, além de providenciar o desembaraço para
exportação e pagar os custos de carregamento e descarga que já estiverem
incluídos no frete. Os custos de embarque e desembarque que foram incluídos no
frete correm por conta do vendedor. Os custos de carga que não tenham sido
incluídos no frete marítimo são de responsabilidade do comprador;
CPT – “Carriage paid to” (transporte pago até o porto de destino nomeado):
significa que o vendedor paga o frete pelo transporte das mercadorias até o destino
designado e efetua o desembaraço das mercadorias exportadas. Esse termo é
aplicado a qualquer tipo de transporte, inclusive o multimodal. Ou seja, o vendedor
contrata o transporte e paga o frete até o local de destino; entrega as mercadorias
para custódia ao primeiro transportador ou subsequente para entrega no destino;
providencia o desembaraço da exportação; entrega ao comprador a fatura comercial
e o conhecimento de transporte. Se subsequentes transportadores forem utilizados
para transporte ao destino final, o risco é transferido quando as mercadorias forem
entregues ao primeiro transportador;
CIP – “Carriage and Insurance paid to” (transporte e seguro pago até o porto de
destino nomeado): o vendedor tem as mesmas obrigações que na condição CPT,
obrigando-se a prover o seguro da carga, contra riscos de perdas e danos, em favor
do comprador, durante o transporte. Ou seja, o vendedor contrata o transporte e
paga o frete até o local de destino; entrega as mercadorias para custódia ao
primeiro transportador ou subsequente para entrega no destino; providencia o
desembaraço da exportação; contrata a cobertura do seguro da mercadoria durante
o transporte e efetua o pagamento do prêmio do seguro e entrega ao comprador a
fatura comercial, o conhecimento de transporte e o certificado de seguro (ou outro
documento que comprove a cobertura do seguro);
89
GLT 1
DAF – “Delivered at Frontier” (entregue na fronteira, local nomeado): a obrigação
do vendedor vai até ao local da fronteira onde as mercadorias são postas à
disposição do comprador, antes da divisa alfandegária do país limítrofe. Ou seja, o
vendedor entrega as mercadorias livre para exportação no local estabelecido em
ponto de fronteira; providencia documentos que possibilitem ao comprador receber
a entrega no ponto de fronteira (documentos de transporte ou certificado de
depósito em armazéns) e o assiste na obtenção de qualquer documento de
transporte. O comprador recebe as mercadorias no ponto de fronteira, paga pelo
transporte até o destino final e providencia a liberação da importação;
DES – “Delivered Ex- Ships” (nntregue no navio, porto de destino nomeado): nessa
condição cumpre ao vendedor colocar a mercadoria desembaraçada à disposição
do comprador a bordo do navio, no porto de destino. Ou seja, o vendedor entrega as
mercadorias, que se encontram no navio, no porto de destino e providencia os
documentos para possibilitar ao comprador receber a entrega do navio (B/L ou
ordem de entrega). Sua responsabilidade é entregar as mercadorias, que ficarão
disponíveis para o comprador. Todos os custos e riscos para colocar as
mercadorias no porto de destino são por conta do vendedor. O comprador recebe os
produtos do navio no porto de destino, paga os custos de descarga e providencia o
desembaraço alfandegário;
DDU – “Delivered Duty Unpaid” (entregue direitos não pagos, local de destino
nomeado): contém as mesmas obrigações para o vendedor que a condição DDP,
com a exceção dos pagamentos dos impostos de desembaraço. O vendedor
entrega o produto no local de destino final, providencia os documentos que
permitam ao comprador receber a entrega no local estabelecido e desembaraçar a
importação. A cobertura de seguro é opcional;
DDP – “Delivered Duty Paid” (entregue direitos pagos, local de destino nomeado): o
vendedor obriga-se a colocar as mercadorias disponíveis para o comprador no local
designado, no país de importação. O vendedor tem de assumir os custos e riscos,
inclusive direitos, impostos e outros encargos, para entregar as mercadorias no local
designado e desembaraçado. É o incoterm que mais agrega valor no processo de
venda da mercadoria. Ou seja, o vendedor entrega o produto no local de destino
estabelecido, providencia o desembaraço da importação, paga o imposto de
90
importação, taxas e despesas e providencia os documentos para permitir ao
comprador receber a entrega no local estabelecido. A cobertura de seguro não é
obrigatória. O vendedor assume total responsabilidade para a entrega das
mercadorias no local final do país de importação.
No Brasil, para que o importador possa liberar a carga proveniente do exterior deverá
solicitar o identificador do sistema eletrônico conhecido como “CE-Mercante” de sua carga ao
agente marítimo para que, desta forma, possa providenciar o pagamento da Taxa de
Arrecadação do Adicional ao Frete de Marinha Mercante – (AFRMM), na Diretoria de Marinha
91
GLT 1
Mercante local – DMM, ou reconhecer o direito de isenção ou suspensão do valor para que,
então, possa receber da Receita Federal a autorização da liberação da carga.
O sistema conhecido como Mercante da DMM está conectado com o sistema da Receita
Federal conhecido como “Siscomex”. Desta forma, se a Diretoria não der a baixa no sistema, a
carga não será liberada pela Receita Federal. Para as cargas que necessitam de pagar a taxa
de AFRMM, o custo é de 25% do valor do frete básico.
Tarefa 2.15
Responda:
O porto é uma área costeira onde existe disponível uma infraestrutura marítima e
terrestre, garantindo às embarcações instalações e equipamentos para sua atracação,
movimentação e o armazenamento de sua carga.
Além disso, o porto deve ser capaz de prover uma concorrência intraporto (entre os
terminais de uso público e os operadores portuários que prestam serviços dentro do porto
organizado), o intercâmbio entre os diversos modais existentes e desenvolver seu “Hinterland”
ou zona de influência do porto.
92
“Um porto existe em razão, por um lado, de sua utilidade para a navegação e o
tráfego em si mesmo e, por outro, dos serviços que presta à atividade econômica
de uma região. Deve, portanto, localizar-se na vizinhança das correntes de
intercambio marítimo, isto é, na proximidade das rotas marítimas; mas sua
existência pode também depender das necessidades e riquezas do interior e
compreende-se que sua posição esteja então sob esta influência.” (Célérier,
1962)
2.9.1 Histórico
93
GLT 1
2.9.2 A Lei 8.630/93 – Lei de Modernização dos Portos
Até a promulgação da Lei de Modernização dos Portos, em 1993, o porto organizado era
dominado e explorado unicamente pela Administração Portuária, órgão federal da
administração indireta, entidade governamental estadual ou municipal, ou concessão privada.
O sistema portuário brasileiro iniciou o processo de modificações em sua legislação
somente no final do século passado. A começar pela extinção da Portobrás, em março de
1990, que era a “holding” do sistema portuário brasileiro e também o órgão normativo e
formulador da política nacional para o setor portuário.
No ano de 1991, por iniciativa das empresas privadas, foi enviado ao Congresso Nacional
o Anteprojeto de Lei no 8/91, que se tornou Projeto de Lei sob o no66 e que dispunha sobre o
regime jurídico da exploração dos portos organizados e das instalações portuárias.
O Projeto de Lei, aprovado na Câmara em 26 de junho de 1991, acabou por ser o ponto
de partida para a implantação da Lei dos Portos, tendo como principal intenção a
modernização da estrutura portuária brasileira que, corroída pelo tempo e pela falta de
investimentos, tinha seus custos desproporcionalmente superiores aos similares internacionais.
Assim, o objetivo principal da reformulação da Lei dos Portos concentrou-se em baixar os
custos portuários e tornar os produtos nacionais mais competitivos.
“...In theory, at least, the new law would bring something resembling a level pl aying
field to the Brazilian port scenario. Cross-subsidies would be eliminated and the
emphasis would be on regional development and inter-port competition. Cross-
subsidies almost invariably arise as a result of local lobbying by narrower int erests
than those represent in the CAPs.” (Drewry, 1997).
94
Com a lei, os portos passaram a operar mediante duas modalidades de exploração das
instalações: o de uso público e a de uso privativo. As de uso público encontram-se dentro do
porto organizado e o de uso privativo pode ser encontrado dentro ou fora do porto organizado.
Na exploração de uso privativo, a empresa privada detém maior autonomia no uso da
instalação, observando o contrato de arrendamento celebrado com a administração do porto.
A instalação portuária privativa pode ser de uso exclusivo (movimenta sua própria carga)
ou de uso misto (movimenta cargas de terceiros). Todavia, é importante considerar que, apesar
da entrada do setor privado, os portos mantém a concepção de porto público e a propriedade
da área em mãos do Estado, permitindo, inclusive, a administração portuária operar em
movimentação de carga. Apesar da figura de operador portuário, criada pela Lei, ter sido
rapidamente assimilada, a autoridade administrativa ainda figura como operador portuário nato.
De acordo com Geipot (2001), o sistema portuário nacional da atualidade encontra-se
dentro de um modelo público/privado, inspirado no modelo “Land Lord”, que, com exceção dos
terminais de uso privativo, localizados fora da área do porto organizado, apenas a operação é
transferida para o setor privado, permanecendo a propriedade do aparelho portuário com o
poder público.
“O conceito Land Lord nasceu nos países onde os portos locais foram
desenvolvidos baseados numa figura de autoridade pública atuando apenas na
oferta de instalações comerciais para o segmento privado, com influência regi onal
ou local, visando atrair negócios e atividades econômicas para a sua área de
atendimento,ordenando, assim, o uso do solo de sua propriedade. É parte
essencial de sua atividade a promoção do porto e a atração de empresas para se
instalarem nos distritos industriais ligados a ele ou nos escritórios de sua
vizinhança.” (Geipot, 2001).
Com a nova lei, os avanços mais significativos foram a criação dos Conselhos de
Autoridade Portuária (CAP); a extinção do monopólio das administrações portuárias nos
serviços de movimentação de cargas nos cais públicos, a criação da figura do operador
portuário; o estímulo à concorrência intra e entre portos e a quebra do monopólio dos
sindicatos de trabalhadores portuários avulsos no fornecimento e a escalação da mão-de-obra
para as operações portuárias, que passam para uma nova entidade, o Órgão Gestor de
Mão-de-Obra – OGMO.
O aspecto mais polêmico e, ao mesmo tempo, mais inovador desta lei, refere-se à quebra
do monopólio de fornecimento dos trabalhadores da orla marítima, que se encontrava sob
controle dos sindicatos de estivadores e demais categorias de trabalhadores avulsos,
passando para a direção do OGMO.
95
GLT 1
As autoridades e órgãos mais importantes após a Lei de Modernização dos Portos são:
OGMO (Órgão Gestor de Mão-de-Obra) – órgão também criado pela Lei 8.630, é
responsável em fornecer mão-de-obra para o serviço portuário já que, anteriormente à
lei de modernização, os portos ocupavam uma posição de monopólio da mão-de-obra
avulsa frente à movimentação de mercadorias nos portos organizados. Tem como
responsabilidade cadastrar, prover identificação, realizar treinamentos para a
qualificação e selecioná-los quando solicitado pelo operador portuário. Ou seja, com a
nova lei, o serviço de movimentação de carga, descarga e estiva a bordo passou a ser
efetuado somente por pessoas cadastradas e registradas dentro do OGMO;
96
Sindicatos dos Trabalhadores Avulsos – entidades responsáveis pela
mão-de-obra sindicalizada e filiada ao OGMO, podendo ser, o Sindicato dos
Conferentes, dos Estivadores, dos Bloquistas, dos Consertadores e dos Vigias.
“O
“O construído e aparelhado para atender às necessidades de navegação e da
movimentação e armazenagem de mercadorias, concedido ou explorado pela
União, cujo tráfego e operações portuárias estejam sob jurisdição de uma
autoridade portuária.”. (Lei no 8.630/93)
Os portos não enquadrados nessa situação são ditos “não organizados”, não sendo as
suas atividades reguladas pela lei mencionada. Os portos “não organizados” são geralmente
pequenos e pouco movimentados, sem administração, resumindo-se, na maioria das vezes, a
um pequeno cais para recebimento de mercadorias.
Tarefa 2.16
Responda:
2.16.1) Após os capítulos acima e de acordo com o que você estudou, o que é porto?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
97
GLT 1
2.9.5 Modalidade de Exploração das Instalações Portuárias
As de uso público estão sempre dentro da área do porto organizado, podendo as de uso
privativo situar-se também fora da área do porto organizado.
A instalação portuária privativa pode ser de uso exclusivo, para movimentação somente
de carga própria, ou de uso misto, para movimentação de carga própria e de terceiros.
98
do exterior a entrar em um porto do território nacional e iniciar as operações de
embarque e desembarque de cargas e viajantes).
99
GLT 1
para aumentar a produtividade e reduzir o tempo de permanência de um navio porta-contêiner
em seu berço de atracação.
Para que os terminais de contêineres possam fazer uma avaliação de sua produtividade
operacional e possíveis comparações com outros terminais de contêineres existem parâmetros
de produtividade e desempenho que são monitorados anualmente. São eles: como a análise
da taxa de ocupação dos berços do terminal – definida como a razão entre o somatório (em
fração do dia) do tempo de atracação + tempo de operação + tempo de desatracação e o valor
(em fração do dia) do berço disponível –, análise do número de escalas anuais por tipo de
navio (longo curso e cabotagem), análise da produtividade dos equipamentos de
movimentação no cais por navio, análise da produtividade diária dos equipamentos de
movimentação no cais e no pátio sendo calculado por TEU/hora ou TEU/dia. – TEU dia
guindaste = TEU guindaste x hora trabalhada dia –, análise do número de contêiner
movimentado por berço no ano, análise do tempo de permanência de contêineres de
importação, exportação ou contêiner vazio dentro do porto e a análise dos dias e horas
operacionais do terminal, entre outros.
O “Hub Port” ou porto de transbordo são aqueles que possuem a tendência, devido ao
seu tamanho, de concentrar o maior volume de carga e de linhas de navegação. Esse novo
tipo de porto é decorrente das novas estratégias de aumentar o tamanho dos navios, de
concentrar as rotas e reduzir as escalas dentro do menor número possível, gerando um
aumento na economia de escala, devido à redução do custo unitário por contêiner
transportado. Assim, quanto mais eficiente for o “hub port”, maior será esta economia, pois
menos custos operacionais a linha de navegação terá para ratear entre os contêineres
transportados. Ou seja, o que as linhas de navegação pretendem é escolher um “hub port” para
garantir que haja um grande volume de movimentação de contêiner no menor prazo possível e
com tarifas bastante atraentes.
Para que um porto possa se configurar como um “Hub Port”, é necessária a analise de
três fatores importantes. O seu “Hinterland”, o seu “Vorland” – ou sua distância em relação às
principais rotas de navegação ou sua área de abrangência marítima e, por último, o seu
“Umland”, que é seu ambiente físico portuário, ou seja, suas instalações, qualidade de serviço
e preços praticados.
Já os “Feeder Port” são portos considerados como secundários e que não recebem
navios de grande porte. Ou seja, recebem a carga do exportador, embarcando-as em navios de
100
pequeno porte para o porto concentrador de carga, onde sofrerá o transbordo para o posterior
embarque para o seu destino final. Ocorre o fluxo inverso na importação, e todo o
desembaraço aduaneiro para exportação/importação deve ser efetuado nesse porto.
Todo porto possui uma infraestrutura aquaviária e terrestre. São estes os pontos os mais
importantes:
Dolfin – é uma estrutura fora do cais, onde se localiza um cabeço para amarração do
navio.
Pontes – construção erigida sobre o mar servindo à ligação com um cais avançado,
a fim de permitir a acostagem de embarcações para carga ou descarga e a passagem
de pessoas e veículos.
Píer de atracação – parte do cais que avança sobre o mar em linha reta ou em L.
101
GLT 1
Quebra-mares – construção que recebe e rechaça o ímpeto das ondas ou das
correntes, defendendo as embarcações que se recolhem num porto, baía ou outro
ponto da costa. O quebra-mar se diferencia do molhe por não possuir ligação com a
terra, enquanto que este sempre parte de um ponto em terra.
Pátios ou Armazéns – são as áreas utilizadas para acomodação das cargas a serem
embarcadas ou aquelas desembarcadas dos navios.
Tarefa 2.17
102
2. 9.13 Equipamentos para a Movimentação de Carga
A movimentação horizontal de carga pode ser efetuada de forma convencional com o uso
de esteiras, veículos rodoviários (como os caminhões) e empilhadeiras de contêineres,
guindastes móveis “Reach Stacker”, “Transtainer” e o “Stradlle Carrier”.
103
GLT 1
Transtainer – grua de pátio montado sobre pneus ou em linhas férreas que
transferem os contêineres dos caminhões ou trailers e vice-versa, podendo empilhar até quatro
contêineres de altura. Move-se somente em linha reta. Todavia, permite uma melhor utilização
do espaço, já que pode alinhar os contêineres lado a lado.
104
Figura 2.42 – Guindaste de Pórtico.
Fonte: Autor
105
GLT 1
Tarefa 2.18
2.18.1) Quais são as vantagens e desvantagens do guindaste móvel do tipo “Reach Stacker”?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
2.18.2) Qual é a vantagem da utilização do Transtainer em um pátio de contêiner?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
São executados ao costado dos navios, dentro dos armazéns e nos seus portões, nos
alpendres e pátios; constituem-se no trabalho braçal e também na operação de equipamentos
de movimentação de carga: empilhadeiras, pás-carregadeiras, transportadores de contêineres
e carretas, sempre na movimentação de mercadorias entre dois pontos de terra do porto
organizado.
106
Estiva – é a atividade de movimentação de mercadorias nos conveses ou nos
porões das embarcações principais ou auxiliares, incluindo o transbordo, arrumação da carga,
peação e despeação, bem como o carregamento e a descarga das mesmas quando realizadas
com equipamentos de bordo.
De acordo com o trabalho que executam, os estivadores recebem uma das seguintes
denominações funcionais:
Note-se que as atividades de estiva e capatazia são bastante similares, sendo as tarefas
e funções de ambas basicamente iguais. Entretanto, o elemento diferenciador é o local do
trabalho: se a bordo, é competência da estiva; se em terra, é competência da capatazia.
107
GLT 1
estado das mercadorias, assistência à pesagem, conferência do manifesto, e demais serviços
correlatos, nas operações de carregamento e descarga de embarcações.
Duas outras atividades previstas em lei como trabalho portuário são, na verdade,
atividades conexas: vigilância de embarcações e trabalho de bloco. Tais atividades não
interferem na movimentação de mercadorias. Entretanto, devido à prestação de serviços no
mesmo local em que ocorrem os demais trabalhos portuários e ao contato constante com os
outros trabalhadores portuários, receberam tratamento legal idêntico.
108
geralmente é obrigatório do requisitante de mão-de-obra (agente de navegação) prover
transporte para o vigia. No cais, cabe ao operador portuário efetuar a requisição.
A redução da tarifa portuária não é um objetivo novo. Isso se deve às pressões exercidas
pelas empresas de navegação, que selecionam os portos para as suas operações de carga e
descarga, analisando, evidentemente, não somente o seu hinterland e o potencial comercial da
região, mas também o tempo de estadia de seus navios e o baixo custo operacional durante
sua estada.
Nesse sentido, cabe ressaltar a competitividade entre os portos, cada qual tentando
oferecer maior qualidade no manuseio das cargas e preços competitivos nas tarifas portuárias.
Custos de entrada e saída – são custos relativos aos serviços prestados por
empresas de apoio e taxas, que devem ser pagas às autoridades federais para que a
embarcação possa ser liberada para operar no porto. Dentre os serviços de entrada e
saída podem ser citados os custos de praticagem, tomada de cabo, vigia, despacho e
rebocador. Dentre as taxas federais, existem taxa de farol, paga à Capitania dos
Portos, a taxa de vigilância sanitária, paga à Anvisa, e a taxa de polícia federal, paga
à Polícia Federal.
Taxa de utilização da infraestrutura Taxa obrigatória e cobrada quando o navio entra no porto. Cobrada
marítima pela Companhia Docas ao armador.
Taxa de utilização da infraestrutura de Taxa obrigatória e cobrada quando o navio atraca. Cobrada pela
acostagem Companhia Docas ao armador.
Taxa de amarração e desamarração Taxa obrigatória e cobrada quando da atracação do navio. Cobrada
pelo Terminal de Contêiner ao armador.
Taxa obrigatória e cobrada por contêiner movimentado. Cobrada
THC – Terminal handling charge pelo Terminal de Contêiner ao armador e, este, repassando ao
cliente através do “Bill of Lading”.
109
GLT 1
Taxa obrigatória pela utilização das instalações terrestre do porto
organizado para a movimentação das mercadorias como os
Taxa de infraestrutura terrestre acessos terrestres, os muros, guaritas, sistema de segurança do
porto e instalações em geral. É cobrada pela Companhia Docas ao
armador ou ao requisitante. Outras taxas existentes e que são
cobrados somente quando requisitados.
Cobrada pela utilização dos equipamentos de movimentação de
Taxa de movimentação de mercadoria carga como os grabs, os guindastes de pórtico, a moega entre
outros.
Taxa dos equipamentos portuários Cobrado pela utilização dos equipamentos em geral.
Taxa de diversos Cobrado pelos serviços diversos prestados pelo porto, como
abastecimento de água, de energia, etc.
Considerações Gerais
PARABÉNS!
Você terminou com sucesso a unidade 2.
Agora iremos entrar na Unidade 3.
Não desanime e continue sua jornada de estudos.
Nessa Unidade iremos abordar a Qualidade Total, suas
ferramentas, o processo 5S e o processo de Normalização.
110
2.3) Quais são os três obstáculos naturais que impedem o crescimento das embarcações?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
2.4) Qual é o Incoterm que menos agrega valor para o vendedor? Por quê?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
2.8) Cite cinco tipos de contêineres e explique o tipo de carga a ser unitizada em cada um
deles.
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____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
111
GLT 1
Ch
Chave de Respostas das Tarefas e do Teste de Auto-Avaliação da Unidade 2
Tarefa 2.2
2.2.2) É o fluxo de retorno das embalagens, peças, partes e/ou resíduos não utilizados e que
podem gerar impactos ambientais;
Tarefa 2.3
Tarefa 2.4
Tarefa 2.5
Tarefa 2.6
112
Tarefa 2.7
Tarefa 2.8
Tarefa 2.9
Tarefa 2.10
Tarefa 2.11
2.11.1) Melhor aproveitamento dos espaços nos armazéns e nos veículos de transporte,
agilidade no processo de movimentação da carga durante as operações de embarque e
desembarque, redução do custo de movimentação, diminuição dos roubos, manipulação da
carga de forma segura, simplificação dos controles das mercadorias e redução das estadias
dos veículos transportadores nos pontos ou portos de embarque e desembarque.
Tarefa 2.12
Tarefa 2.13
113
GLT 1
Tarefa 2.14
Tarefa 2.15
Tarefa 2.16
Tarefa 2.17
Tarefa 2.18
2.1) É o grupo responsável pela coordenação e efetivação dos dispositivos estabelecidos pela
Lei 8.630 para a modernização do sistema portuário nacional.
2.2) A capatazia excuta a movimentação das mercadorias nas instalações portuárias enquanto
a estiva nos conveses ou nos porões dos navios.
2.4) O incoterm ex- work. Em razão de o comprador ter a responsabilidade da carga já na casa
do vendedor sem nenhum ônus ao vendedor.
114
UNIDADE 3
Cessar com a prática de aprovar orçamentos com base apenas no menor preço.
Instituir lideranças.
É referida como "total", já que seu objetivo é a implicar não somente alguns
colaboradores, mas todos os escalões de uma empresa assim como seus fornecedores,
distribuidores e demais parceiros dentro de uma cadeia de suprimento.
116
No "TQM", os colaboradores da organização possuem uma gama mais ampla de
atribuições, e, cada um é responsável pela consecução dos objetivos da organização. Com
isso, a comunicação interna e organizacional torna-se uma peça-chave da dinâmica da
organização.
Gerência Participativa: abrir espaço para novas idéias dos colegas e liderados;
envolvimento da diretoria;
existência de planejamento;
O PDCA foi introduzido no Japão após a guerra, idealizado por Shewhart, e divulgado por
Deming, que efetivamente o aplicou.
O ciclo de Deming tem por princípio tornar mais claros e ágeis os processos envolvidos
na execução da gestão, como, por exemplo, na gestão da qualidade, dividindo-a em quatro
principais passos. São eles:
Embora nem todos os problemas possam ser resolvidos por essas ferramentas, ao
menos 95% poderiam ser, e qualquer pessoa em qualquer empresa pode utilizá-las.
A decisão da escolha depende dos objetivos, da situação e das prioridades. Dentre elas,
temos:
118
3.4.1 Diagrama de Pareto
3.4.3 Histograma
119
GLT 1
3.4.4 Lista de Verificação “Check List”
As listas de verificação são tabelas ou planilhas usadas para facilitar a coleta e análise de
dados. O uso de folhas de verificação economiza tempo, eliminando o trabalho de se desenhar
figuras ou escrever números repetitivos.
3.4.6 Estratificação
É o método usado para separar um conjunto de dados de modo a perceber que existe um
padrão. Quando existe um padrão, fica fácil detectar o problema e identificar suas causas.
120
Agora que você já possui informações sobre qualidade, podemos testar seus
conhecimentos.
Tarefa 3.1
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_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
3.1.2) Explique com suas próprias palavras como funciona o processo PDCA.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
O princípio dos 5S é uma referência a uma série de cinco palavras japonesas que,
traduzidas para o alfabeto latino, se iniciam com a letra “S”. Essa série dá nome a uma
metodologia geralmente interpretada como uma “organização padronizada”, embora a
metodologia seja mais do que uma simples organização. Trata-se de uma filosofia e uma
maneira de organizar e gerenciar o espaço de trabalho com o propósito de melhorar a
eficiência através da eliminação de materiais não mais usados, melhorando o fluxo de trabalho
e mitigando os processos desnecessários.
3.5.1 O que é o 5S
Os 5 Ss são:
Limpar é manter o ambiente de trabalho livre das sujeiras que podemos evitar. Para que
limpar? Aumentar as condições de segurança; aumentar as condições de saúde; diminuir
riscos de incêndios; tornar o trabalho mais agradável ou ajudar na manutenção de materiais e
equipamentos;
Esse procedimento induz a uma prática de trabalho e a um layout padronizado. Para que
manter a higiene? Prevenir doenças; Garantir harmonia no local de trabalho ou Contribuir com
a convivência social do trabalho;
122
Shitsuke (Autodisciplina) – senso de autodisciplina. Refere-se à manutenção e á
revisão dos padrões. Uma vez que os 4 Ss anteriores tenham sido estabelecidos,
transformam-se numa nova maneira de trabalhar, não permitindo um regresso às
antigas práticas. Entretanto, quando surge uma nova melhoria, ou uma nova
ferramenta de trabalho, ou a decisão de implantação de novas práticas, pode ser
aconselhável a revisão dos quatro princípios anteriores.
3.6 NORMALIZAÇÃO
123
GLT 1
Associações – produzidas por associações de entidades de um segmento do
mercado. Ex: ASTM – American Society for Testing and Materiais.
Considerações Finais
Nessa Unidade vimos a qualidade total e suas ferramentas. Também vimos os processos
denominados de normalização que vem ocorrendo em todos os níveis.
PARABÉNS!!!
124
3.5) Descreva sobre o princípio SEIRI e explique como ele pode ser utilizado no seu dia a dia a
bordo.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
3.8) O Ministério da Saúde controla que tipo de normalização técnica? Por quê?
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____________________________________________________________________________
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3.9) Explique a ferramenta “espinha de peixe” e de que forma ela pode auxiliá-lo a bordo.
____________________________________________________________________________
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____________________________________________________________________________
3.10) Explique com suas palavras o processo Shitsuke e como ele pode auxiliá-lo a bordo.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
Ch
Chave de Respostas das Tarefas e do Teste de Auto-Avaliação da Unidade 2
3.2) É uma nova cultura que envolve todos os colaboradores, criando novas atitudes e valores
dentro da empresa.
125
GLT 1
3.3) Apreciação pessoal.
3.7) Processo de estabelecer e aplicar regras a fim de abordar ordenadamente uma atividade
específica.
PARABÉNS!!!
126
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, F.A.S.; PINTO, C.C. Introdução ao Shipping, Rio de Janeiro: Fundação de Estudos
do Mar, 1998.
CAIXETA, J.V.F. Gestão Logística do Transporte de Cargas, 1. ed., São Paulo: Atlas, 2001.
COLLYER, M.A. Dicionário de Comércio Marítimo, 3. ed., Rio de Janeiro: Lutécia, 2002.
DIAS, M. A. P., Administração de materiais – Uma abordagem logística, 4. ed., São Paulo:
Editora Atlas, 1993.
127
GLT 1
DICIONÁRIO MICHAELLIS ON LINE, disponível em < http://michaelis.uol.com.br/moderno>.
Acesso em 10/abril/2008.
DREWRY SHIPPING CONSULTANTS LTD, Multi-Purpose Cargo Ships and their Future
Markets, Inglaterra, 1995.
DREWRY SHIPPING CONSULTANTS LTD, South American Shipping – Crisis and Chaos
Stability and Prosperity, Inglaterra, 1997.
FLEURY, P.F. Logística Empresarial - A Perspectiva Brasileira, 1. ed., São Paulo: Atlas,
2000.
KEEDI, S.; MENDONÇA, P.C.C. Transporte e Seguro no Comércio Exterior, 2. ed., São
Paulo: Aduaneiras, 2003.
LARRAÑAGA, F.A. A Gestão Logística Global, 1. ed., São Paulo: Aduaneiras, 2003.
128
MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES. GEIPOT – Relatório sobre a Lei 8.630. Disponível em <
http://www.geipot.gov.br/>. Acesso em 10/abril/2008.
NOVAES, A.G. Logística Aplicada - Suprimento e Distribuição Física, 3. ed., São Paulo:
Edgard Blucher Ltda, 2000.
PIRES, S.R.I. Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management), 1. ed., São
Paulo: Atlas, 2004.
PORTO, M. M.; TEIXEIRA, S.G. Portos e Meio Ambiente, 1. ed., São Paulo: Aduaneiras,
2002.
ROBERT, J. Éléments D´Une Politique Des Transports Maritimes. Paris: Éditions Eyrolles,
1973.
THE BALTIC AND INTERNATIONAL MARITIME COUNCIL, Bimco Review 2002, Inglaterra,
2002.
129
GLT 1
VELASCO, L.O.M. Artigo no5, BNDES Setorial, GESET 3/AI – A Marinha Mercante, Rio de
Janeiro, 1997.
VELASCO, L.O.M. Artigo no6, BNDES Setorial, GESET 3/AI – A Marinha Mercante do
Brasil: Perspectivas no novo cenário mundial, Rio de Janeiro, 1998.
VIANA, J. J., Administração de Materiais, 1. ed., São Paulo: Editora Atlas, 2000.
130
ANEXO - Lei no 8.630/93 – Lei de Modernização dos Portos
Presidência da República
Subchefia para Assuntos Jurídicos
CAPÍTULO I
131
GLT 1
de evolução e áreas de fundeio que devam ser mantidas pela Administração do Porto, referida
na Seção II do Capítulo VI desta lei.
CAPÍTULO II
§ 2° A exploração da instalação portuária de que trata este artigo far-se-á sob uma
das seguintes modalidades:
I - uso público;
II - uso privativo:
132
§ 4° São cláusulas essenciais no contrato a que se refere o inciso I do caput deste
artigo, as relativas:
XVIII - ao foro.
133
GLT 1
§ 5° O disposto no inciso VI do parágrafo anterior somente se aplica aos contratos
para exploração de instalação portuária de uso público.
Art. 7° (Vetado)
CAPÍTULO III
Do Operador Portuário
134
I - que, por seus métodos de manipulação, suas características de automação ou
mecanização, não requeiram a utilização de mão-de-obra ou possam ser executadas
exclusivamente pela própria tripulação das embarcações;
II - de embarcações empregadas:
a) cargas em área sobre controle militar, quando realizadas por pessoal militar ou
vinculado à organização militar;
135
GLT 1
às instalações e ao equipamento de que a mesma seja a titular ou que, sendo de propriedade
de terceiro, se encontre a seu serviço ou sob sua guarda;
Art. 14. O disposto nos artigos anteriores não prejudica a aplicação das demais
normas legais referentes ao transporte marítimo, inclusive as decorrentes de convenções
internacionais ratificadas, enquanto vincularem internacionalmente a República Federativa do
Brasil.
Art. 16. O operador portuário é titular e responsável pela direção e coordenação das
operações portuárias que efetuar.
136
CAPÍTULO IV
c) cancelamento do registro;
137
GLT 1
VI - submeter à Administração do Porto e ao respectivo Conselho de Autoridade
Portuária propostas que visem à melhoria da operação portuária e à valorização econômica do
porto.
Art. 20. O exercício das atribuições previstas nos arts. 18 e 19 desta lei, pelo órgão
de gestão de mão-de-obra do trabalho portuário avulso, não implica vínculo empregatício com
trabalhador portuário avulso.
Art. 21. O órgão de gestão de mão-de-obra pode ceder trabalhador portuário avulso
em caráter permanente, ao operador portuário.
III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e papéis
do organismo, solicitar informações sobre quaisquer atos praticados pelos diretores ou seus
prepostos.
CAPíTULO V
Do Trabalho Portuário
Art. 28. A seleção e o registro do trabalhador portuário avulso serão feitos pelo
órgão de gestão de mão-de-obra avulsa, de acordo com as normas que forem estabelecidas
em contrato, convenção ou acordo coletivo de trabalho.
139
GLT 1
demais condições do trabalho avulso serão objeto de negociação entre as entidades
representativas dos trabalhadores portuários avulsos e dos operadores portuários.
CAPÍTULO VI
SEÇÃO I
Art. 30. Será instituído, em cada porto organizado ou no âmbito de cada concessão,
um Conselho de Autoridade Portuária.
140
§ 2° Compete, ainda, ao Conselho de Autoridade Portuária estabelecer normas
visando o aumento da produtividade e a redução dos custos das operações portuárias,
especialmente as de contêineres e do sistema roll-on-roll-off.
Art. 31. O Conselho de Autoridade Portuária será constituído pelos seguintes blocos
de membros titulares e respectivos suplentes:
III - pela Associação de Comércio Exterior (AEB), no caso do inciso IV, alínea a do
caput deste artigo;
141
GLT 1
IV - pelas associações comerciais locais, no caso do inciso IV, alínea b do caput
deste artigo.
SEÇÃO II
142
VIII - adotar as medidas solicitadas pelas demais autoridades no porto, no âmbito
das respectivas competências;
XIV - desincumbir-se dos trabalhos e exercer outras atribuições que lhes forem
cometidas pelo Conselho de Autoridade Portuária;
I - da autoridade marítima:
II - da autoridade aduaneira:
SEÇÃO III
Art. 35. A administração aduaneira, nos portos organizados, será exercida nos
termos da legislação específica.
144
IX - administrar a aplicação, às mercadorias importadas ou a exportar, de regimes
suspensivos, exonerativos ou devolutivos de tributos;
CAPÍTULO VII
Art. 37. Constitui infração toda a ação ou omissão, voluntária ou involuntária, que
importe:
I - advertência;
II - multa, de 100 (cem) até 20.000 (vinte mil) Unidades Fiscais de Referência (Ufir);
III - proibição de ingresso na área do porto por período de trinta a cento e oitenta
dias;
145
GLT 1
IV - suspensão da atividade de operador portuário, pelo período de trinta a cento e
oitenta dias;
Art. 40. Apurando-se, no mesmo processo, a prática de duas ou mais infrações pela
mesma pessoa física ou jurídica, aplicam-se, cumulativamente, as penas a elas cominadas, se
as infrações não forem idênticas.
Art. 42. Na falta de pagamento de multa no prazo de trinta dias a partir da ciência,
pelo infrator, da decisão final que impuser a penalidade, terá lugar o processo de execução.
Art. 44. A aplicação das penalidades previstas nesta lei, e seu cumprimento, não
prejudica, em caso algum, a aplicação das penas cominadas para o mesmo fato pela
legislação aplicável.
CAPÍTULO VIII
Art. 45. O operador portuário não poderá locar ou tomar mão-de-obra sob o regime
de trabalho temporário (Lei n° 6.019, de 3 de janeiro de 1974).
CAPÍTULO IX
146
Art. 47. É fixado o prazo de noventa dias contados da publicação desta lei para a
constituição dos órgãos locais de gestão de mão-de-obra do trabalho portuário avulso.
Art. 49. Na falta de contrato, convenção ou acordo coletivo de trabalho, deverá ser
criado o órgão gestor a que se refere o art. 18 desta lei no nonagésimo dia a contar da
publicação desta lei.
147
GLT 1
Art. 54. É assegurada a inscrição no cadastro de que trata o inciso I do art. 27 desta
lei aos atuais integrantes de forças supletivas que, matriculados, credenciados ou registrados,
complementam o trabalho dos efetivos.
Art. 55. É assegurado o registro de que trata o inciso II do art. 27 desta lei aos atuais
trabalhadores portuários avulsos matriculados, até 31 de dezembro de 1990, na forma da lei,
junto aos órgãos competentes, desde que estejam comprovadamente exercendo a atividade
em caráter efetivo desde aquela data.
Art. 57. No prazo de cinco anos contados a partir da publicação desta lei, a
prestação de serviços por trabalhadores portuários deve buscar, progressivamente, a
multifuncionalidade do trabalho, visando adequá-lo aos modernos processos de manipulação
de cargas e aumentar a sua produtividade.
§ 3° Considera-se:
148
IV - Conserto de carga: o reparo e restauração das embalagens de mercadorias, nas
operações de carregamento e descarga de embarcações, reembalagem, marcação,
remarcação, carimbagem, etiquetagem, abertura de volumes para vistoria e posterior
recomposição;
Art. 65. O AITP será recolhido pelos operadores, portuários responsáveis pela carga
ou descarga das mercadorias até dez dias após a entrada da embarcação no porto de carga ou
descarga em agência do Banco do Brasil S.A., na praça de localização do porto.
Art. 66. O produto da arrecadação do AITP será recolhido ao fundo de que trata o
art. 67 desta lei.
II - (vetado);
150
Art. 68. Para os efeitos previstos nesta lei, os órgãos locais de gestão de mão-de-
obra informarão ao gestor do fundo o nome e a qualificação do beneficiário da indenização,
bem assim a data do requerimento a que se refere o art. 58 desta lei.
Art. 70. É assegurado aos atuais trabalhadores portuários em capatazia com vínculo
empregatício a prazo indeterminado a inscrição no registro a que se refere o inciso II do art. 27
desta lei, em qualquer dos órgãos locais de gestão de mão-de-obra, a sua livre escolha, no
caso de demissão sem justa causa.
Art. 71. O registro de que trata o inciso II do caput do art. 27 desta lei abrange os
atuais trabalhadores integrantes dos sindicatos de operários avulsos em capatazia, bem como
a atual categoria de arrumadores.
Art. 75. Ficam revogados, no prazo de cento e oitenta dias contado da publicação
desta lei, os arts. 254 a 292 e o inciso VIII do art. 544 da Consolidação das Leis do Trabalho,
aprovada pelo Decreto - Lei n° 5.452, de 1° de maio de 1943.
Art. 76. Ficam revogados, também os Decretos n°s 24.324, de 1° de junho de 1934,
24.447, de 22 de junho de 1934, 24.508, de 29 de junho de 1934, 24.511, de 29 de junho de
1934, e 24.599, de 6 de julho de 1934; os Decretos -Leis n°s 6.460, de 2 de maio de 1944 e
8.439, de 24 de dezembro de 1945; as Leis n°s 1.561, de 21 de fevereiro de 1952, 2.162, de 4
de janeiro de 1954, 2.191, de 5 de março de 1954 e 4.127, de 27 de agosto de 1962; os
Decretos - Leis n°s 3, de 27 de janeiro de 1966, 5, de 4 de abril de 1966 e 83, de 26 de
dezembro de 1966; a Lei n° 5.480, de 10 de agosto de 1968; os incisos VI e VII do art. 1° do
Decreto - Lei n° 1.143, de 30 de dezembro de 1970; as Leis n°s 6.222, de 10 de julho de 1975
e 6.914, de 27 de maio de 1981, bem como as demais disposições em contrário.
151
GLT 1
152